São2021Paulo
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE JORNALISMO
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KIMBERLY FERRAZ GABRIEL
SAÚDE DA MULHER E O DESCASO DA MÍDIA: Sistema Único de Saúde (SUS)
Relatório de Fundamentação Teórico Metodológica (RFTM)/Paper, acompanhado de Produto Experimental, desenvolvido como etapa final de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, sob orientação da Profa. Dra. Mirian Meliani.
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CURSO DE JORNALISMO
KIMBERLY FERRAZ GABRIEL
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São
2021Paulo
SAÚDE DA MULHER E O DESCASO DA MÍDIA: Sistema Único de Saúde (SUS)
Agradeço primeiramente a Deus que me ajudou a chegar até aqui com a minha fé; meus pais Maria Espedita Ferraz e Vitor Gabriel que me apoiaram a ingressar na faculdade. Minhas irmãs Claudia Ferraz que me ajudou e foi fonte de trabalhos, Ligia Ferraz. Meu sobrinho Eduardo Ferraz e meu cunhado José Nogueira que também me ajudou bastante em trabalhos.
As minhas amigas Giovanna Barbosa, Gabrielly Oliveira e Jenyfer Damasceno. E também amigos que fiz ao decorrer de 4 anos na faculdade como o grupo Âncoras; minha dupla de TCC Caroline Mirella; amigos como Kauê Mateus, Amanda Tung, Pedro Xavier, Igor Domingos, Cassandra Deanini, Leonardo Sousa.
E pessoas que conheci em outros locais nos quais passei Kauê Mateus, Paulo Delandes (Postumum), Ricardo Germano, João Marcos e João Paulo... entre várias outras pessoas. Agradecer a Professora Mirian Meliani por ser nossa orientadora e ajudar nesse momento tão difícil de TCC.
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Agradecer a Kátia por ter me contratar como Assessora de Imprensa e ter confiança no meu trabalho. Pode parecer bobo, mas agradeço pela minha gata Filó que nessa reta final me ajudou em crises de ansiedade. E não menos importante o corpo docente da faculdade pelo o apoio e ensinamentos.
AGRADECIMENTOS
4 1.SUMÁRIOINTRODUÇÃO 6 2. APRESENTAÇÃO 7 3. REFENRENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO 8 4. RESULTADOS 10 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 14 6. REFERÊNCIAS 15 APÊNDICE: Projeto Experimental 16 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E INVESTIMENTO 62 OUTROS PRODUTOS DA SUA PESQUISA 62 ANEXOS 63
SAÚDE DA MULHER E O DESCASO DA MÍDIA: Sistema Único de Saúde
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PALAVRAS CHAVE: mídia televisiva; informação e políticas públicas; saúde feminina, saúde pública.
(SUS)1
Kimberly FERRAZ2 Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, SP
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Estudante de Graduação 8º semestre do Curso de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, e mail: kimberlyferraz2017@hotmail.com
O objetivo desta pesquisa é proporcionar uma discussão direta sobre a saúde da mulher, mais especificamente o direito de se informar sobre o tema com mais ênfase na mídia e na saúde pública. A partir do momento em que o objeto em questão é abordado pelos canais midiáticos, a informação chegará ao poder da população, ajudando assim na luta dos direitos à saúde de qualidade ao público feminino. Ao documentar as experiências e opiniões do público feminino e de profissionais da saúde e do jornalismo, este estudo pretende auxiliar na discussão e embasamento sobre o tema. Assim, acredita se que o público feminino terá maior visibilidade midiática e consequentemente influenciará na mudança de visão sobre a saúde da mulher e o avanço na informação sobre o funcionamento do corpo feminino e no tratamento prematuro de doenças que são descobertas tardiamente. Mesmo existindo muitos meios midiáticos e direitos determinados pelo Estado, poucas mulheres têm informação e acesso à saúde no Brasil. Como o descaso midiático e público afeta a população feminina? A utilização de tais meios, formulação e cumprimento desses direitos, além de respeito com as mulheres, independentementede classe,corou identidade de gênero, deve abrirumanovadiscussão sobre a temática, assim trazendo mudanças para as políticas públicas.
Artigo apresentado como parte do Trabalho de Conclusão de Curso RFTM/Paper, derivado do Núcleo de Estudos em Documentário
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RESUMO
6 INTRODUÇÃO
Na linha de pesquisa deste trabalho, os autores e jornalistas apresentam como a informação dada pelos meios de comunicação e saúde são distintas embora similares no quesito de divulgar interesses próprios. Cada item deste artigo, indicam teses e livros estudados com o objetivo de apresentar a explicação do tema, sobre o qual decidimos realizar a pesquisa, sem comparações e/ou distinção, pois cada livro se intercala a partir da sua maneira de pensar e refletir.
A saúde da mulher e o descaso da mídia é o tema principal deste estudo. Em um subtema mais específico, é abordada a saúde pública na área de atendimento ginecológico. Parte se da premissa de que o assunto é negligenciado pelos meios midiáticos de divulgação e Sistema Único de Saúde (SUS). O intuito é mostrar e informar a importância da saúde feminina em variados fatores e dando visibilidade para casos não tão evidenciados pela mídia, resultando na falta de conhecimento feminino com seu próprio corpo, demora de atendimento pelo sistema de saúde pública, preconceitos relacionados à necessidade de consulta com ginecologista desde a adolescência, entre outros.O
corpo feminino não é um produto, nem meio de divulgação de algum produto, por isso o documentário foi produzido como um método de proporcionar informação sobre a saúde feminina. As discussões realizadas no decorrer deste trabalho de formação de conclusão de curso tiveram como objetivo esclarecer de forma singularizada a amplitude e importância desse tema.
A saúde da mulher ainda permanece com pouca visibilidade na mídia, fazendo com que a desinformação do público feminino seja relevante como pesquisa nos dias atuais. A falta de informação traz problemas de saúde pública, principalmente referentes ao cuidado com doenças direcionadas a mulheres dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao delimitar este tema, estamos questionando o descaso da saúde pública no Brasil e a falta de informação que cada mulher carrega consigo.
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Para oferecer alternativa de informação acessível ao público feminino, a partir do estudo prévio, foi escolhido o formato documentário em audiovisual como produto final do Projeto Experimental. O documentário mostra de forma significativa alguns dos assuntos que não são abordados pela mídia, como experiências e tabus de cada entrevistada sobre sua vivência com o SUS e convênios privados. Também são abordadas as doenças que raramente são conhecidas e geram grandes consequências na saúde feminina, como endometriose, que afeta 10% de mulheres brasileiras. Esta pesquisa pretende colaborar com a luta pelo respeito à saúde feminina que ainda hoje é apresentada como algo “comercial” em diversos ambientes, como para reprodução ou até mesmo fins estéticos.
(COELHO, E. A. C. et al. pesquisa 2009, p.157)
APRESENTAÇÃO
Diantedessassituaçõesdedesrespeitoàdignidadeeaosdireitossexuais e reprodutivos, converte se uma relação de diferença numa hierarquia de desigualdade, o que constitui uma forma de violência que não implica agressão física, mas decorre de uma normatização na cultura, da discriminação e da submissão11. Vivenciando o medo de serem mal atendidas ou não serem atendidas, a vergonha que lhes acompanha por terem incorporado a inferioridade diante do(a) profissional de saúde e a necessidade resultante da pobreza, as mulheres calam se porque lhes faltam instrumentos mobilizadores do entendimento da saúde como direito e da obrigação profissional de respeitá las em sua singularidade.
A evidência da saúde da mulher deve ser amplamente tratada nos meios de comunicação direcionados ao grande público, pois a desinformação abrange boa parte da população em questão, sendo um assunto pouco falado em muitos meios e com grande valor para saúde pública.
A saúde passa a ser entendida como resultante de políticas sociais e econômicas, como direito do cidadão e dever do Estado, como parte da seguridade social. As ações e os serviços devem ser providos por um sistema único de saúde organizado segundo os princípios da descentralização, mando único em cada esfera de governo, com atendimento integral e controle social”, (MEDEIROS; GUARESCHI, 2009, p. 34.)
Tratando especificamente da imprensa, ela possui um papel importante na transmissão de informações em saúde uma vez que pode tornar discursos complexos em algo mais acessível e interessante, além de ser o principal meio pelo qual as novidades chegam até o cidadão. Logo, para se ter boa saúde é preciso estar bem informado. Num país como o Brasil, onde os sistemas de educação e saúde públicas são frágeis, os veículos de comunicação assumem o papel de informar os cidadãos sobrenovasdoenças,formasdeprevençãoetratamento.Asdivulgações jornalísticas sobre saúde podem inclusive despertar esperança para novos tratamentos. (OLIVEIRA, 2014, p.288.)
Odireitoàinformação devesergarantido pelamídiatelevisiva,queéamaisusada pela população, como aponta trecho de um artigo da professora, pesquisadora e jornalista, Mariela Oliveira:
8 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO
Se a imprensa nem sempre cumpre seu papel de promoção da saúde, é preciso avaliar os textos produzidos, pois com eficiente divulgação de saúde, é possível melhorar a qualidade de vida das mulheres e evitar que muitas sigam vivendo com sua saúde debilitada, além de diminuir os gastos do governo com ações curativas e alertar aos governantes e a comunidade científica sobre os temas que merecem espaço na agenda pública. (OLIVEIRA et al. 2009, p.9.)
Após a leitura e pesquisa sobre o tema da saúde da mulher e o descaso da mídia, com ênfase na saúde pública, o objetivo foi mostrar a falta de valorização em assuntos referentes à saúde feminina pela mídia em geral. Podemos apontar que este assunto vem sendo pautado em quantidade menor do que seria o ideal em locais de grande acesso e/ou de interesse populacional. Assim sendo, a saúde pública é um direito da população e ter informações é um direito indispensável.
Dessa maneira, podemos ver que a divulgação midiática é extremamente relevante para a melhora da informação do cidadão e do funcionamento das bases de saúde pública e privada.
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O documentário foi produzido a partir das respostas recebidas, apontando alguns dos temas pouco abordados pela grande mídia. Usamos ainda dissertações, teses, artigos, livros, notícias, reportagens e, o mais importante, entrevistas com mulheres que tiveram experiência com a saúde pública e profissionais da saúde, especificamente médicos e jornalistas com conhecimentos em profundidade sobre o tema.
O estudo foi baseado em uma etapa de estudo netnográfico, usando meios midiáticos digitais como método de compartilhamento e estudo de informações sobre os dois temas correlacionando as semelhanças entre os mesmos.
O componente da responsabilidade da mídia televisiva deriva também do seu caráter de concessão de serviço público. É esperado que, nos casos da promoção da saúde de uma parcela significativa da população, seja oferecida informação de qualidade e com o aprofundamento necessário.
Aspectos metodológicos
Com esse método de pesquisa, foram utilizadas as redes sociais como pesquisa de campocommulheres,em formadequestionáriosutilizandooGoogleForms.Foipossível perceber quais as dificuldades percebidas por esse grupo.
RESULTADOS
A pesquisa aplicada do Projeto Experimental foi realizada em forma de análise do questionáriofeitonoGoogleForms. Foramquestionadas 104mulheressobresuasexperiências com o Sistema Único de Saúde (SUS).3
• 54,9% das mulheres preferem passar com ginecologistas mulheres:
• 49% já passou em alguma consulta com ginecologista pelo SUS:
As respostas tiveram opiniões divididas sobre a qualidade do SUS e opiniões semelhantes ao que pode ser melhorado. Houve praticamente um empate na quantidade de mulheres que já utilizaram ou não a rede pública de saúde.
3 Conteúdo disponível https://docs.google.com/forms/d/1iOiEpqlTkQdRewAB45DhUkBAmhwimtuVoc7eKXKem:X5yc/viewanalytics Acesso realizado em 20 nov. 2021.
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11 • 72,5% acham bom o atendimento ginecológico pelo SUS:
• 25,5% usa o SUS a cada 6 meses:
• 72,5% já deixou de fazer algum exame de rotina por falta de vagas ou demora para realizar o exame:
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• 56%9jáperdeu avalidade(3a6meses)deumexame,sendoobrigadaarepeti lodevido à demora para conseguir consulta com ginecologista no SUS:
• Outubro82,4%jáviualgumacampanhadeincentivoparabuscaratendimentoginecológico?(ex:Rosa):
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Conclui se que boa parte das mulheres evitam e desistem de receber atendimento público em saúde pela demora, pelo constrangimento ou pela falta de profissionalismo em alguns postos. Por outro lado, as entrevistadas que conseguiram ser atendidas e continuam a se consultar, mesmo com as dificuldades que o sistema oferece, indicam que estão satisfeitas em poder contar com o serviço público
A imprensa tem um papel importante para ajudar a transmitir informações que ajudem mulheres a ficar inteiradas em assuntos sobre a saúde do próprio corpo Olhando para um país onde a saúde pública necessita de melhorias, os meios midiáticos têm o dever de divulgar informações que cheguem de forma unânime em toda a população feminina
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Acredita se que a grande maioria das mulheres não está completamente satisfeita com os serviços prestados pelo SUS, embora seja o único espaço que oferece atendimento gratuito para a população de baixa renda. Analisando as respostas das entrevistadas, muitas se queixaram da qualidade do atendimento e dos exames, solicitando principalmente investimentos governamentais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MEDEIROS, P. F; GUARESCHI. N. M. F. Políticas públicas de saúde da mulher: a integralidade em questão. Estudos Feministas. Florianópolis, v 17, n 1, p. 31 48, jan/abril 2009.
OLIVEIRA. M. S. Et al. Saúde da mulher na imprensa brasileira: análise da qualidade científica nas revistas semanais. Interface comunicação saúde educação. v.13, n.30, p.7 16, jul./set 2009.
COELHO, E. A. C; et al. Integralidade do cuidado à saúde da mulher: limites da prática profissional. Esc Anna Nery Rev Enferm. v. 13, n 1, p. 154 160 154, jan/mar 2009.
OLIVEIRA, M. S. (Des) informação sobre saúde da mulher: investigar a imprensa é preciso. Tempus, actas de saúde colet, Brasília, v 8, n 4, p. 287 297, dez 2014.
LUCENA,L.C.Comofazerdocumentários:Conceito,linguagemepráticadeprodução. Summus Editorial. São Paulo, v 1, n 1, p. 128, fev 2012.
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1. Título do produto
Linguagem Documental Televisivo
O projeto será em formato de documentário com inspiração no programa Fantástico da rede Globo com reportagens documentadas e narradas com foco em ter uma linguagem simples e informativa ao público feminino.
Linha editorial
APÊNDICE
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A SAÚDE DA MULHER E O DESCASO DA MÍDIA: A Saúde da Mulher na Rede Pública e na Rede Privada.
O projeto tem como objetivo em sua linha editorial apresentar tópicos relacionados à saúde da mulher e a comunicação televisiva, essa linha editorial tem o objetivo de informar e criticar a saúde feminina no SUS e nas redes privadas através de um documentário baseado no programa de TV Fantástico.
Número de páginas/caracteres/duração 15 minutos
2. Área e formato
Linguagem
3. Sinopse
4.datemOdocumentário''ASaúdedaMulhereoDescasodaMídia:NaRedePúblicaenaRedePrivada''comointuitomostrarasvertentesqueessetítulocarrega.Sendoassim,asaúdeéumdireitopopulaçãofemininaàinformação. Descrição do projeto
A proposta é noticiar ao público feminino o direito à saúde, dando livre acesso ao documentário via internet: plataformas digitais.
Tipologia/Identidade: Profissionais da saúde que trabalham em ambos locais (Privado ou Pública); Jornalistas especializados em saúde e políticas públicas; mulheres que enfrentam dificuldades na área.
A) Produto Experimental
Área: Formato:TelevisãoDocumentário
Tema: A falta de visibilidade para a saúde feminina nos meios de comunicação.
A equipe está composta por duas pessoas que desenvolvem grande parte das funções em conjunto, dividindo tarefas, inspecionando e organizando projetos. As funções foram determinadas conforme habilidades e preferências de ambas, com intuito de desenvolver um documentário que dê visibilidade a um tema tão importante que é a saúde feminina. As duas partes ficarão responsáveis pela produção, edição e revisão; separando apenas a diagramação e o planejamento visual. Este projeto será documentado por duas mulheres que querem mostrar e evidenciar o descaso criado há tantos anos pela mídia e o Estado.
Caroline Mirela e Kimberly Ferraz 25/08/2021 02:22
Formato/Modalidade: Documentário
Função individual
O projeto foi escolhido de acordo com um formato de fácil entendimento para o público alvo, sendo utilizado imagens, entrevistas, dados e relatos.
APautasSAÚDE DA MULHER E O DESCASO DA MÍDIA:
A Saúde da Mulher na Rede Pública e no Sistema Único de Saúde (SUS).
Visual/ Identidade sonora/ Outros itens: Clean e detalhado/ melodrama, canção de animação.
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quepública;médicasmulheresComsepelaContudopodemOeOtemacontaafaltadeinformaçãosobreasaúdedamulhernomeiojornalísticotelevisivomostracomoissopodeafetarafaltadeautonomiadamulhersobreoseuprópriocorpo.enfoqueprincipaléapresentarondeessasfalhasseencontramedequaismaneiraselassercorrigidas.esseprojetotemcomoobjetivosódarvisibilidadeaessetematãonegligenciadomídia,mastambémlevardeformaclaraecoesa,ondeecomoasmulherespodeminformarsobreseucorpo.opúblicoalvosendoogênerofeminino,osprincipaispossíveisentrevistadossãoquenoseudiaadiaencontramdiversosobstáculosdurantesuasconsultasouatémesmoparachegaraterumaconsulta,sejanaredeprivadaounaredejornalistasespecializadosempolíticaesaúdepúblicaeprofissionaisdasaúdetrabalhamtantonosetorpúblicocomonosetorprivado.
A SAÚDE DA MULHER: E O DESCASO DA MÍDIA
• Quantos anos você tinha quando foi ao ginecologista pela primeira vez e o que te motivou a (Mulheresir?da rede privada e da rede pública, será elaborado um jogo de entrevistas comparativas)
Perguntas:
Possíveis Entrevistados: Mulheres que são atendidas tanto pela rede pública quanto pela rede privada, jornalistas especializadas na área da saúde (não é um critério) e ginecologistas
O tema irá abordar de maneira ampla e objetiva como a saúde da mulher sofre com a precarização de informação nos veículos de comunicação e como isso de modo indireto afeta a vida de milhares de mulheres que não têm acesso a um sistema de saúde de qualidade ou acesso a informações básicas sobre seu corpo.
• Você tem conhecimento da importância do checkup ginecológico? (Mulheres da rede privada e da rede pública, será elaborado um jogo de entrevistas comparativas)
Sinopse: A limitação midiática em aspectos informativos não só existe como também ocorre o tempo inteiro, com tudo um assunto pouco abordado, mas como total e clara importância é a saúde feminina. Dado a escassez de informações sobre o corpo da mulher e das inúmeras doenças que podem ser desenvolvidas pela mesma é notável que a contribuição dos veículos de comunicação é mínima senão inexistentes, pois, contando que é através da informação que a curiosidade é causada os principais meio informativos deveriam causar essa intrigante curiosidade no espectador para que ele possa ir atrás e ter mais acesso e conhecimento sobre seu próprio corpo e saúde.
• Se fosse para você citar hoje sua maior dificuldade para poder realizar um exame ou consulta, qual seria? (Mulheresdaredeprivadaedaredepública,seráelaboradoumjogo deentrevistas comparativas)
• Onde se encontra a principal deficiência nos veículos de comunicação para que não haja tantas notícias ou reportagens sobre a saúde feminina quando estamos fora de mês de campanhas como outubro rosa? (Jornalistas mulheres)
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Enfoque: Contar como a falta de informação inexplorada pela mídia pode afetar a vida de muitas mulheres.
• Você acha que os veículos de comunicação e todo o meio midiático tem um dever a cumprir quando se trata da saúde da mulher? Você acredita que com as informações certas sendo passadas na hora certa melhoraria a atual situação sobre a saúde (Ginecologiginecológica?sta)
Katharyn Tamara Passos Callado, 29 anos Desempregada
Josefa Gilvania Ferreira, Gabrielly Oliveira 20 anos Estudante de Psicologia
• Como médica ginecológica, onde você acha que está a maior falha na falta de acesso à informação à saúde da mulher? (Ginecologista)
• Você acha que existe muito do patriarcado e do machismo quando se trata de notícias informativas sobre as mulheres? (Jornalistas mulheres)
CiceraFontes:Nathalie
ClaudiaProfissionais:Ferraz - Médica
Mariella Oliveira Jornalista
(Des)https://acervodigital.ufpr.br/informaçãosobresaúde da mulher: investigar a imprensa é preciso
Maria Isabela Moreira de Oliveira, 21 anos - Bailarina, usuária do SUS
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Ferreira de Sousa, 23 anos - Auxiliar Administrativa, usuária da Rede Privada e Pública
GC 1: BARULHORELÓGIODERELÓGIO
Documentário
GC 2: TÍTULO DOCUMENTÁRIO
EU NÃO SOU APENAS UM MÊS: A SAÚDE DA MULHER E O DESCASO DA MÍDIA
VÍDEO ILUSTRATIVO: TV CHIANDO
FINAL: 01:20 SEGUNDOS
RoteiroProdução:
INICIAL: 00 SEGUNDOS FINAL: 00:07 SEGUNDOS
SEM TRILHA SONORA BARULHO CHIANDO
MUDO
VÍDEO CENA ÁUDIO
Vídeo de abertura Relógio
Status: Edição
20
INICIAL: 00:26 FINAL: 00:36
VÍDEO ILUSTRATIVO
Revisado por: Caroline Mirela/ Kimberly Ferraz
MULHER NO ALTO FALANTE
GC 3: GAIVOTA
SONORA 2: VOZ DE DEUS INICIAL:
Título: ASaúdedaMulhereoDescasoda Mídia
Tempo estimado: 30 minutos Apresentação: Dezembro/2021
COMCLIPETRILHA BARULHO DE INICIALRELÓGIO00:09 FINAL: 00:24
SOBENARRAÇÃOTRILHA 1 INICIAL: 00 SEGUNDOS
MULHERES
FINAL: 00:09 SEGUNDOS
INICIAL: 0 SEGUNDOS
O que a saúde da mulher tem a ver com a mídia?
FINAL:
VÍDEO ILUSTRATIVO:
INICIAL: 00:00 SEGUNDOS
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SONORA2: VOZDEDEUS
FINAL: 00:06 SEGUNDOS
Pode não parecer, mas a saúde da mulher é um dos assuntos menos comentados em telejornais, revistas e programas de rádios. Isso porque a mulher nunca é tratada como pessoa, mas sempre como fonte de felicidade vulnerabilidadematerna, e até mesmo um objeto sexual. A necessidade e importância de trazer esse tema à tona, é dar maior visibilidade e levar maiores informações sobre o corpo feminino para a mulher
MUSEU SOBEPASSAGEMTRILHA
MANIFESTANDCARTAZESO
GC 4: APRESENTAÇÃO DAS ENTREVISTADAS TRILHBAIXAA
PASSAGEMSOBETRILHA
FINAL: 00:09 SEGUNDOS ILUSTRATIVO:
VÍDEO ILUSTRATIVO: COM
INICIAL: 00:00 SEGUNDOS
NARRAÇÃO
VÍDEO
METRÔ TRILHSOBEA
INICIAL: 00:00 SEGUNDOS
SONORA: CÍCERA INICIAL:NATHALIE 00:01 SEGUNDOS
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FALANDO A PRIMEIRA VEZ INDO AO GINECOLOGISTA
FINAL: 00:30 SEGUNDOS
FINAL: 00:49
GC 5: CÍCERA NATHALIE PASSAGETRILHBAIXAAM
VÍDEO ILUSTRATIVO: MARCASOUTUBROROSA
“Se tivesse mais visibilidade, mais coisas na mídia, na televisão, na rádio, não só em outubro, mas o ano inteiro para as mulheres procurarem o clínico, procurarem a ginecologista em si pra cuidar da saúde, teria muito mais visibilidade e diminuiria muito os casos de câncer de mama quando é descoberto pra lá de avançado. Acredito que muitas das empresas que fazem campanha do outubro rosa elas querem se sobressair com a campanha, então não tem tanta visibilidade fora do outubro , de outubro no caso, então quando chega o mês de outubro você vê aquela maré de publicidade, de empresas, você vê até empresas de roupas, né no caso e passou outubro já não tem mais nada, então eles querem se sobressair como se fosse uma marca.”
TRILHBAIXAA
INÍCIO: 0:01
FINAL: 1:08
“Bom, é preciso entender os critérios de noticiabilidade da imprensa, porque nem tudo o que a gente considera que é importante vai ser importante para um eramcâncer.doençamulheresnacionais,epidemiológicospegardaimportantestemasdetrimentobelezaseguidosaúdemulherdoaparecia,mulherespaçorevistasEapareciacomoVeja,trêsquedissertaçãoUnicampmestradoanunciantes.valoresvalores,própria,suaTodosveículodecomunicação.osveículostêmlinhaeditorialelestêmosseuselestêmosdeseusEufizmeuem2008naenaminhaumacoisaobservei,analiseihárevistasgeneralistasÉpocaeIstoÉ;easaúdedamulhernessasrevistas.euobserveiquenessashaviapoucoparasaúdedaequandoamaiorpartesensodesaúdedaofocoeraemreprodutiva,dofocodeeestética,emdeoutrosquesãoparasaúdemulher,seagenteforosindicadoresdoqueasmaismorrem,cardiovascular,Essestemasnãotãotratadosnessas
REVISTAS
23 GC 6: MARIELLA
IMAGEMVOLIVEIRAÍDEO4106DAS
SONORA: JOSEFA GILVANIA
VÍDEO ILUSTRATIVO: IMAGEM OUTUBRO ROSA
24 revistas de generalidades.”
GC 8: JOSEFA GILVANIA
GC 8: JOSEFA GILVANIA
FINAL: 00:06 SEGUNDOS
TRILHTRILHBAIXAABAIXAABAIXATRILHA
GC 7: EU SOU UM MÊS? TRILHBAIXAA
FINAL: 00:43 SEGUNDOS
‘’Meu nome é Josefa Gilvania Ferreira, eu tenho 46 anos; profissão, eu sou dona de casa, do lar né. A primeira vez ao ginecologista eu já tinha uns 19 anos, foi quando eu fui mãe pepela primeira vez. Minha experiência no SUS no começo, num foi.. era ótimo, eu não tenho nem o que dizer, entendeu? Era boa, eu fiz pré natal, eu fiz acompanhamento, eu tive a minha filha no SUS, eu não tenho do que reclamar, só que dai ao passar do tempo a coisa piorou. Tem casos na minha família de uma pessoa com câncer e eu tenho certeza que se ela tivesse ido pra rede pública ela não tinha sobrevivido. Eu acho que mídia tem um descaso com a saúde da mulher.‘’
INICIAL: 00 SEGUNDOS
INICIAL: 0 SEGUNDOS
SONORA: CICERA NATHALIE
INICIAL: 00:49 SEGUNDOS FINAL: 01:00 MINUTO E 00:45
GC CÍCERA NATHALIE TRILHTRILHBAIXAABAIXAA
SEGUNDOSOi,meunome é Cicera Nathalie, eu tenho 23 anos, sou auxiliar administrativa, e usuária da rede pública e agora atualmente da privada do setor de saúde. A primeira vez que eu fui no ginecologista foi quando eu tinha 14 anos pra começar a fazer o uso do anticoncepcional e outros métodos preventivos contra grávidez, DST’s e afins. Então, a primeira vez que eu fui foi como se fosse um exame de rotina né, uma consulta de rotina pra saber sobre métodos contraceptivos, pra fazer exames, pra entender sobre a saúde feminina. A primeira vez que eu passei foi no SUS, depois eu realizei procedimentos na rede convênioaindaconsultasnotorneieurecsetordeveriaanticoncepcionalpradoprivadaporqueademoraSUSestavagrandesaberqualeuusar,fuiproprivado,pegueiaeitadoremédioquedeveriausaredepoisavoltarproSUS,casoeupagueiparticulares,nãotinhanessaépoca
9:
25 GC 9: CÍCERA NATHALIE
10:
GC MARIA
FINAL: 05 MINUTOS E 56 SEGUNDOS
GC MARIA ISABELA
INICIAL: 00 SEGUNDOS
ISABELA
TRILHTRILHABAIXABAIXAA
SONORA: MARIA ISABELA
10:
‘’
Oi, meu nome é Maria Isabela, eu tenho 21 anos e eu vim contar um pouco da minha experiência no SUS na questãoginecológica.E Aí ele me falou ‘’Você prefere injeção?‘’e eu falei que preferia e aí ele me passou uma injeção e eu achei estranho porque eu achei que faria alguns exames antes, aí não fiz nada, tomei a injeção e comecei a menstruar de 15 em 15 dias, no mês eu ficava 10 dias menstruada, minha menstruação vinha muito e eu falei, meu, isso aqui não tá me fazendo bem, vou ver se consigo uma consulta novamente; a eu mais três meses na fila… Passei com ele, expliquei, ele falou: Quer trocar pra pílula?, eeu falei, ‘’Mas a gente não tem que fazer nenhum exame pra tentar entender?’’ e ele falou, ‘’Não, às vezes seu corpo não se adaptou, vamos… vamos trocar para a pílula’’.Troquei para a pílula e também não me adaptei, vomitava muito, fiquei muito
26 GC 10: MARIA ISABELA
00:00 SEGUNDOS
SEGUNDOS SUILUSTRATIVIMAGEMAS
vezes a gente acha… acha que não é importante, né?. Eu sempre realizei muita atividade física e aí de repentequando eu parei minha barriga incha de uma forma anormal, cresce muitas estrias em mim, eu fiquei com muito medo e falei, vou para o hospital, aí eles me encaminharam para a parte ginecológica, falaram que eu tinha que falar com o ginecologista porque é, nos exames não deu nada que eu tinha que passar com ele. Quando eu passei com ele, ele me passou uma ultravaginal, ai a gente
FINAL: 00:05
27
SEGUNDOS
INICIAL: 00:00
GC 10: MARIA ISABELA
TRILHBAIXAA
FONTE:SUILUSTRATIVIMAGEMASportalgn1.com
inchada, e… sentia muitas dores e eu sempre tive cólica mas era uma cólica muito maior do que eu tinha, aíeuolheiefaleiassim: ‘’Ó mãe, eu passei no médico pra tomar anticoncepcional e não tô me adaptando ‘’ ai ela falou ‘’Mas você fez algum exame?’’ e eu falei que não, não realizei nenhum exame, então falou ‘’vamos cortar e entender porque você não pode ta usando, porque era o que ele deveria ter feito.’’. Depois disso a gente simplesmente desistiu, eu comecei a namorar e tinha
novamente,erelaçõescomcamisinhaeuopteinãopassaréqueàs
INICIAL:
FINAL: 00:05
SEGUNDOS
TRILHBAIXAA
descobriu que eu tinha um acúmulo de hormônio porque eu não produzo o hormônio que quebra gordura, e antes eu fazia atividade física e eu conseguia fazer esse sistema funcionar, com eu nunca fiz exame eu não sabia disso, eu fazia muita atividade física eu não que também eu não podia tomar anticoncepcional por causa disso, porque eu não quebrava gordura, tudo virava energia ou tudo virava depressão,queépocasonogorduraeeuficavacomodiainteiro,tinhaqueeuachavaatéeraumsintomadaeramuito confuso é… você não ter informação, e aí ele me passou pra mim repor hormônio só e falou que ia dar certo, eu repuz esse hormônio sozinha, refiz o exame no particular de ultra, porque foi uma experiencia muito ruim fazer ultravaginal no sus porque era muitas pessoas, uma atrás da outra… é, tinha gente na sala e um incomodo… pra mim é um incomodo, é uma vergonha assim, alheia, porque a gente faz teste de urina carrega aquele potinho fechado, enrolado no plástico, mas você tem que vir com um copinho, enrolado em nada,
28 GC 10: MARIA MARIABARRIGAIMAGEMISABELAISABELA
coisaeuqueseeunãotôgrávidatôcomalgumaoutrané , aí ele ‘’Tá bom’’ aí ele encaminhou o exame que foi todo aquele problema que eu tive lá no ultravaginal, que eu fiquei com vergonha, ai eu levei o exame e descobri, repor o hormônio, o hormônio foi embora, depois eu descobri que eu tenho que fazer essa reposição de tempo em tempo, mesmo fazendo atividade física para não encher dnv a barriga, ou voltar esse cisto, e assim, foi muito vergonhoso pra mim
passar na frente de todo mundo, aí você chega na sala de medicação eles falam o resultado na frente de todo mundo, tinha uma vez láquetinhaumconhecidoeeuolheipracara dele ‘’ai que vergonha’’ e ele tipo ‘’Ah deu negativo’’ e eu tipo, gente, é uma coisa tão íntima, que é exposta pra todo mundo que tá ali no hospital, e ele falou ‘’Ó não é gravidez, tá tudo bem’’ ai eu falei ‘’Tá, não tá tudo bem, ta 45 dias atrasados, se não é grávidez é alguma coisa’’, aí ele falou ‘’Não, mas cê não queria saber se não ta grávida?’’ É tipo, como se o único problema fosse eu engravidar, só
TRILHBAIXAA
29 GC 10: MARIA ISABELA
TRILHBAIXAA
todas essas experiências que eu tive na questão ginecológica, tanto que eu passei 5 vezes no máximo e as 5 vezes eu falei, gente, eu tenho 21 anos e nunca fiz um papanicolau, eu fiz um ultravaginal mas eu nunca fiz um papanicolau, pra mim era uma coisa assim, eu to passando no ginecologista, eu vou ter que fazer, minha mãe me ensinou desse jeito, ela fazia desse jeito. Só que é tanta mulher, a gente fica na fila horas até chegar a nossa vez que ele não tem tempo de atender a gente direito, de entender nosso caso, de dá atenção pra gente e também não é culpa do médico, e tanta gente que passa lá que a preocupação deve ser grávidez que ele não tava me entendendo, que eu queria saber o que tinha acontecido comigo. Hoje eu engordei 30 quilos porque eu descobri muito tarde que eu não quebrava esse hormônio, então a maioria tava virando gordura, eu engordei em 2 meses 30 quilos, graças aDeushojeeujá sei o que é e me cuido direitinho, tenho algumas sequelas, aporqueagenteengorda,genteémulher,a
30 GC 10: MARIA ISABELA
FINAL: 00:44 SEGUNDOS
MULHERILUSTRATIVOVÍDEO:REFLEXIVA
gente cuida da beleza e assim vai.’’
INICIAL: 00:01 SEGUNDOS
GC 11: DRA. CLAUDIA FERRAZ
31
INICIAL: SEGUNDO00:01S
FINAL: 01:00 MINUTOS 00:22 SEGUNDOS
SONORA: DRA. CLAUDIA FERRAZ
“Se a saúde da mulher não fosse tratada como um tabu, com certeza hoje a gente não teria incidência tão alta de tantas doenças ginecológicas, como a sífilis que poderia ser diagnosticada no início da doença é tratada facilmente. Como tambémocâncerde colo de útero eu poderia ser prevenido com Papanicolau, muitas mulheres acabam não fazendo até por divulgação ou até por uma dificuldade de acesso, vai ao posto de saúde que deveria ser a porta de entrada do sus, ela não tem esse acesso fácil, então acaba perdendo esse diagnóstico e tendo que tratar depois um câncer já disseminado em mulheres jovens.”
TRILHABAIXA
Gabrielly:Tambémtem o caso de que às vezes não tem ginecologista mulher, você não se sente à vontade com um homem, é muito difícil. Na UBS que eu passo demora meses para poder marcar e quando marca só tem um homem lá e a última vez que eu fui atendida o atendimento não foi bom, não rendeu.
TRILHBAIXAABAIXA
GC 12: TAMARA PASSOS E GABRIELLY OLIVEIRA
Tamara: Então Gabi, a minha maior dificuldade para eu conseguir marcar uma consulta com o ginecologista é pela demora, quando tempo demora, quando não tem a demora você tem que tem que tentar uma vaga de encaixe isso torna o processo tão mais dificultoso assim, por não conseguir, aí hoje não tem vaga, não tem o ginecologista, as vezes demora um prazo de seis meses. Aí eu prefiro as vezes deixar pra lá, eu acabo deixando de lado a situação de não passar no demorainfelizmenteginecologista,poressa.
32
GC 12: TAMARA PASSOS E GABRIELLY OLIVEIRA VÍDEO 194
Tamara: Já no meu caso, eu prefiro ser atendida por homem do que por mulher pelo simples fato que eu acho o homem mais cuidadoso, ele tem uma cautela maior por medo de se a paciente se sinta,
33 VÍDEO 194
IMAGENS: GRÁFICO
sei lá, invadida de alguma forma. Então eu acho um pouco mais cauteloso com o homem.
“Em uma pesquisa realizada com 51 mulheres sobre a Saúde da Mulher e o Descaso da Mídia, com foco no Sistema Único de Saúde (SUS), nota se que oourotinafazer72,5%mulheresfeminina,básicodificultamatendimentoEntretantomulherdesempenhotendoUnitárioassimdeinformemboraissoqualidadedivididastiverampéssimo.atendimento3,9%atendimentomarcaramatendimento;consideramótimo;oapenas5,9%consideramatendimentodoSUS72,5%umbom17,6%oruimeavaliaramocomoAsrespostasopiniõessobreadoSUS,compodemosverqueafaltadeaçãopelosmeioscomunicaçãoaindaoSistemadeSaúdevemumbomnasaúdedaasfalhasnopúblicoocuidadocomsaúdedas51entrevistadas,deixaramdealgumexamedeporfaltadevagasdemorapararealizarexame.
”
FOTO 3
GC 13: VOZ DE DEUS
FOTO 1
FOTO 2
NARRAÇÃTRILHAO
MUDA PARA TRILHA 2 VOZ DE VOLUMDEUSEMÉDIO
FINALINICIAL::
Durante uma pesquisa realizada com 41 mulheres nas as redes sociais, através da plataforma Google
VÍDEO DAS ÁRVORES SOBEPASSAGEM/TRILHANOVA
FINAL: 00:43 SEGUNDOS
INICIAL: 00:00 SEGUNDOS
”
GC 15: RESULTADO DE EPESQUISASVOZDEDEUS
FINAL: SEGUNDOS00:05
FINAL: 00:12 SEGUNDOS
INICIAL: 00:01 SEGUNDOS
VÍDEO ILUSTRATIVO:
34
INICIAL: 00:00 SEGUNDOS
GC 14: DR. CLAUDIA VÍDEOFERRAZ068 TRILHBAIXAA
VÍDEO ILUSTRATIVO: EXAME TRILHSOBEA
“Um outro ponto importante é que mídia social, ela deve acompanhar a evolução médica. Um grande exemplo disso é a PrEP, que a gente chama que é as drogas antirretrovirais para prevenir o HIV, desenvolvidas a pouco tempo e hoje muito utilizada em alguns grupos sociais, como garotos e garotas de programa e isso deve ser divulgado, não para ser utilizado de forma banal, tem os seus critérios de utilização, mas deve ser social.principalmenteinformado,namídia
INICIAL: 1 MINUTOS 10 SEGUNDOS
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VIDEOOLIVEIRA07
TRILHBAIXAA
FINAL: 2 MINUTOS 25 SEGUNDOS
IMAGEM GRÁFICOILUSTRATIVA
Forms no segundo semestre de 2021 cerca de 53,7% das mulheres falam abertamente sobre a saúde da mulher, 36,6% somente quando vai ao médico e 9,8% não costuma falar sobre a saúde da mulher. Com esses dados podemos analisar que não se trata de uma falta de interesse do público alvo: a mulher; mas sim da falta de responsabilidade da mídia em tornar esse assunto normal e alcançável GC 16: MARIELLA
“E a imprensa é muito importante porque ela faz circular ideias que vão influenciar de alguma maneira nas conversas, no cotidiano das pessoas, a imprensa é um dos espaços onde se produzem sentidos sobre saúde e se constrói versões sobre o que é a boa saúde. Atualmente, a gente tem com advento das redes sociais, a gente não tem mais o monopólio da imprensa, existe uma série de profissionais da saúde, médicos, ginecologistas, profissionais das diversas áreas da saúde que estão conversando diretamente com as suas pacientes, com as usuárias do sistema de saúde online e tentando queinteressantemulheres,ideiatrazeroutrasvisõesquetrazemumadesaúdeintegraldasentendoqueémuitoopapeldessaspessoasfuncionamquasecomoque
”
TRILHBAIXAA
BAIXATRILHA
"Quando você diz que as grandes mídias investem pouco sobre o tema da saúde da mulher, a gente precisa sempre lembrar de estudar mídia e olhar pra mídia nas perspectivas dos seus anunciantes também. A indústria farmacêutica é um grande anunciante, ela lucra muito viciando as mulheres em anticoncepcionais hormonais,
FINAL: 1 MINUTOS 25 SEGUNDOS
INICIAL: 0:00 SEGUNDOS
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FINAL: 01:00 MINUTOS 00:24 SEGUNDOS
influenciadores de saúde, exatamente porque a partir do discurso deles a gente consegue ter uma circulação de ideias diferentes e não só as ideias pautadas pela indústria farmacêutica, pela indústria médica, indústria de nutrição.
GC 18: MARIELLA VIDEO:OLIVEIRA09 10
Vídeo:FERRAZ1:29
“Outra doença também que a mulher é tratada como banalidade é a cólica menstrual que de grande intensidade e eu pode ser realmente uma doença, como a endometriose, muitas mulheres só descobrem quando desejam gestar já em maioridade e aquela dor intensa e ela não procurou o ginecologista porque para ela era natural sentir a cólica menstrual. Então várias doenças poderiam ser usadas como exemplo, se a saúde da mulher não fosse vista como algo que não pode ser conversado naturalmente, poderia ser prevenido, ser tratado de forma muito mais fácil e traria maior qualidade de vida à mulher.
GC 16: MARIELLA
VIDEOOLIVEIRA07
INICIAL: 0:45 SEGUNDOS
GC 17: Dr. CLÁUDIA
INICIAL: 01:00 MINUTOS SEGUNDO00:08S
ele falseia a saúde da mulher, ele mascara possíveis problemas, vejam não é normal que uma mulher sinta dor no período menstrual o que a indústria e o que muitos ginecologista faz é dizer o seguinte, ah toma um remedinho que passa, cólica é normal. Cólica não é normal, e cólica pode ser um indício de problemas graves por
viciando as mulheres em promessas que não são garantia de felicidade, você já imaginou se toda a mulher souber seu ciclo, conhecer seu ciclo, respeitar o seu ciclo, respeitar o ritmo do seu corpo e ela não precisar tomar mais remédio para cólica, porque ela não vai ter cólica, ela vai entender o ciclo dela, vai entender que cólica não é normal, imagina se ela não precisar tomar mais nenhum remédio para bloquear a menstruação, nenhum remédio para dor de cabeça, para enxaqueca que são frutos de um sistema reprodutor desregulado, já imaginou. Então tem muitos interesses por trás dessa medicalização da saúde da mulher e eu entendo que cada vez mais é necessário eu faça pesquisa para gente compreender o que está sendo dito sobre a saúde da mulher, mas em especial também o que não está sendo dito, como eu disse anteriormente porque é que a imprensa fala tão pouco ou não fala de métodos naturais para mulher reconhecer o seu ciclo.”
FINAL: 01 MINUTOS 00:44
ESEGUNDOSoanticoncepcional
Fonte: ADENOMIOSEtuasaude.com.br E ENDOMETRIOSE GC 18: MARIELLA VIDEO:OLIVEIRA09 10
37
REMÉDIOS
Fontes: fazfarmarnet.com.bdrogariaminasbrasil.com.bBBC.com.brrr
ILUSTRAÇÃO DE:
ILUSTRATIVAS:IMAGENS
TRILHBAIXAA
TAMARAVÍDEO:096 GC
38
exemplo, adenomiose, endometriose que se não tratados no início, se não controlados eles podem inclusive dificultar uma gestação no futuro dessa mulher quiser.”
FINAL: 4 MINUTOS 57 SEGUNDOS
TAMARAVÍDEO:096 BAIXBAIXATRILHAATRILHA
INÍCIO: 0:05 SEGUNDOS
“Gabrielly: Então, eu fui no ginecologista quando eu tinha 18 anos, eu sempre quis desde que eu tive minha primeira relação sexual, com 16. Mas ai eu ficava com aquela coisa de, ah se eu for eu vou ter que ir com alguém, agora você homemmédico,àcertomostrarnemosvoltandodesenvolvermédicosanadas.masultrassom,primeiroprimeirofuifui,ficavapessoacoragem,levardisso.podepodeircomapartirde16anosvocêirsozinha,maseunãosabiaEntãoeuficavatendodealguémeeunãotenhoeutenhomedosabedeaveraminhaparteintima,eucommuitomedodisso.Euestavacominfecçãourinária,parapodertratar,foimeucheckupquefiz,foimeuPapanicolau,fizummasfizessesexames,minhasdúvidasnãoforamFuiatendidaporumquenãoconseguiedepoiseuacabeinomédicoparapoderverexamescomoutramédicaeueraginecologistaparapoderosexames,versetavatudonofinal,maseumesentimaisvontadecomeladoquecomtalvezpelofatodeserepelaatençãoqueelame
GC 19: GABRIELLY E 19: GABRIELLY E
TRILHBAIXAA
deu, além de eu era uma pessoa bem mais jovem, tinha vinte e poucos anos, então conversava muito de boa, falava sobre vários tipos de relações e isso foi muito esclarecedor pra mim
39 GC 19: GABRIELLY E TAMARA BAIXATRILHA
Tamara: A minha primeira vez foi com 14 anos que eu fui para o ginecologista, para fazer acompanhamento, a minha menstruação veio com 12 anos, eu comecei a ficar um pouquinho com curiosidade. Por esse motivo a minha mãe me acompanhou no ginecologista com 14 anos, para saber se estava tudo bem, para saber como estavam as minhas coisas, se estava tudo certinho. Mas eu sempre tive esse tabu, igual você falou que foi ao ginecologista pelo simples fato que estava com uma infecção urinária, eu tive uma infecção urinária no começo desse ano, eu nunca tive uma infecção urinária, quando tive minha primeira infecção urinária, foi agora com 29 anos, e esse ano, e eu fiquei de uma forma que eu falei assim, isso não pode estar acontecendo comigo porque eu não sou uma mulher suja. Pra mim, a tudoacompanhando,estavaassustada,malíciatinhaumformaporqueexperiência,homemprimeiradaurináriainformaçãodequeterumainfecçãoésimplesmentepelofatomulhernãosecuidar.Aiminhavezquefuifoicomumeaocontráriodasuaaminhafoimuitoboa,euacheimaistranquilaacomqueelemetratou,fiqueipoucoassustadaporqueeu14anoseeunãotinhamuitaemalgumascoisas,fiqueimasaminhamãeelaalidomeuladinhomegraçasaDeusdeucerto
Tamara: É o que eu falei, volto a dizer, infelizmente a saúde da mulher ela não é tão explícita para poder ter um meio de comunicação que possa informar sobre esse assunto, não tem um assunto que fala sim, olha aqui a gente pode ter essainformaçãosobre acandidíase, quequeginecologistaPorqueporquenãoparteestavatotalmentemesocorroatéinfecmedo,porquesupercoisasobreainfecçãourinária,queéumamuitocomum,éumacoisanormal.EufiqueiindignadaeufiqueimorrendodemeuDeuseutenhoumaçãourinária,comoquecuida,paraeuchegarnoprontoparapassarnomédicoeeledarumremédio,eufiqueiconstrangidaporqueeusentindoumaardêncianaíntima,eufaleimeuDeus,eufiznada,eunãoapronto,queissoacontececomigo.eusófuiduasvezesnoeessasduasvezesfuieunãotiveessainformaçãoissopoderiaacontecer
40 VÍDEO: 096 GC 19: GABRIELLY E TAMARAVÍDEO:096 BAIXATRILHA
Gabrielly: Sobre essas doenças, igual a candidíase é muito comum, eu nunca tive, mas eu tenho muitas amigas que tiveram, quem tem. Que é um fungo comum da vagina por causa da flora, de muitos tratamentomaisinternet,conversadomaisváriossujo,éaspectosetemmuitagentequetem,umacoisacomumetidocomalgodeimpureza,denojo,etemtiposdetratamento.Sefossedivulgado,sefossenatelevisão,nanãoimportaomeio,seriafácilapessoabuscaro.
Gabrielly: Você se puniu pelo fato que estava acontecendo uma coisa que é natural. E poderia ser algo divulgado na sua escola, qualquer meio. Poderia ver a televisão e ter alguém conversando sobre esse
41 GC 19: GABRIELLY E TAMARAVÍDEO:096 BAIXATRILHA
assunto porque é uma coisa que acontece todos os dias com a mulherenomundointeiro,nãoé só no Brasil.
”
42 GC 19: GABRIELLY E TAMARAVÍDEO:096 BAIXATRILHA
GC 21: MARIELLA
“E pra finalizar acho que é importante que as informações em saúde quando elas são divulgadas de uma maneira adequada pela mídia elas podem contribuir para conscientizar a população, sabe, elas podem promover hábitos de vida saudáveis, podem prevenir doenças, podem informar sobre tratamentos corretos, mas se feito de uma forma equivocada a imprensa pode alarmar a população sem necessidade, pode fazer com
“A falta de informação hoje, é pela falta de divulgação. A mídia social hoje poderia ser usada como um grande recurso para atingir as mulheres, já que a mídia social está impregnada na nossa realidade, no nosso cotidiano. Só que essa mídia ela não é aproveitada, a gente tem como exemplo como dentro do metrô, como alguns locais que você vê algumas informações sendo divulgadas, é um meio que grande parte da população utiliza e poderia ser divulgado mais informações sobre a saúde da mulher. No entanto esses recursos não são aproveitados.
VIDEO:FERRAZ0:41
FINAL: 00:38 SEGUNDOS
”
GC 20: DRA. CLAUDIA
BAIXATRILHA
GC 20: DRA. CLAUDIA
INÍCIO: 3 MINUTOS 38 SEGUNDOS
BAIXBAIXATRILHAATRILHA
FINAL: 5 MINUTOS 21 SEGUNDOS
43
INÍCIO: 00:01 SEGUNDOS
VIDEO:FERRAZ0:41
VÍDEOOLIVEIRA10
‘’
Fornecendo informações que são reprimidas tanto pela sociedade quanto pelos profissionais da área.’’
IMAGEM ILUSTRATIVA GRÁFICO
‘’
E é por meio dessa simples e objetiva resposta que se mede a importância e necessidade dos veículos de comunicação falarem
SONORABAIXATRILHA
BAIXATRILHA
”
que as pessoas busquem caminhos como se fosse caminhos milagrosos. Enfim, busquem ilusões ao invés de buscar a verdade, ao invés de buscar o conhecimento sobre o seu corpo. É muito importante que a gente invista em pesquisas que analisam a saúde da mulher na imprensa e digomais,nãosóasaúde damulher na imprensa, mas saúde da mulher que tem sido veiculada nas redes sociais, acredito que com esse advento dos médicos influenciadores tem muita coisa boa sendo propagada e que chega até as pessoas sem precisar passar pela imprensa, mas também tem muita ilusão sendo vendida, acho que é importante que os pesquisadores tenham um olhar pra saúde da mulher, porque é um campo muito vasto de pesquisa e todosqueinterferediretamentenavidadenós.
FINALINICIAL::
Em uma das respostas obtidas por meio da pesquisa A Saúde da Mulher: E o Descaso da Mídia, na qual a pergunta era: Para você, o que a mídia poderia ajudar em relação à informação sobre a saúde da umamulher?dasparticipantes pontuou:
VÍDEOOLIVEIRA10
GC 22: VOZ DE DEUS
44 GC 21: MARIELLA
45 GC 22:
sem tabus ou preconceitos sobre a saúde da mulher
CiceraENTREVISTADAS:JorMariellaClaudiaPROFISSIONAIS:CRÉDITOSFerrazMédicaOliveiranalistaNathalieFerreira de Sousa 23 anos Gabrielly Oliveira - 20 anos Josefa Gilvania Ferreira47 MariaanosIsabela Moreira de Oliveira 21 anos Katharyn Tamara Passos Callado 29 anos SONORA
SONORABAIXATRILHA
A saúde da mulher não pode continuar sendo tratada como tabu, a saúde da mulher faz parte da sociedade que impões tantas lutas ha um sexo tão forte quanto o sexo feminino, que mesmo privado de tantas informações ao seu respeito, sofrendo com abusos obstétricos ainda segue com postura, e lutando cadatodososdiascontraumsistemaquevezmaissemostra patriarcal.’’
EDIÇÃO: GABRIEL QUERINO
TRILHA 4 FINAL
DECUPAGEM:
Tema:
Assunto:
Data 05/10/2021
SONORA
DIREÇÃO DE GRUPO: CMKF PRODUÇÕES
CAROLINE MIRELA E KIMBERLY FERRAZ
ROTEIRO: CAROLINE MIRELA E KIMBERLY FERRAZ REPORTAGEM: CAROLINE MIRELA E KIMBERLY FERRAZ
DecupagensFolhadeDecupagem
Mídia/SaúdEditoria:e
A saúde da mulher e o Apresentar as falhas na descaso da mídia. comunicação quando trata se da saúde da mulher.
Tempoin/out Conteúdo
46
TRILHA 4 FINAL
A saúde da mulher e o Apresentar as falhas na descaso da mídia.
R2: Oi, meu nome é Cicera Nathalie, eu tenho 23 anos, sou auxiliar administrativa, e usuária da rede pública e agora atualmente da privada do setor de saúde. A primeira vez que eu fui no ginecologista foi quando eu tinha 14 anos pra começar a fazer o uso do anticoncepcional e outros métodos preventivos contra grávidez, DST’s e afins. Então, a primeira vez que eu fui foi como se fosse um exame de rotina né, uma consulta de rotina pra saber sobre métodos contraceptivos, pra fazer exames, pra entender sobre a saúde feminina. A primeira vez que eu passei foi no SUS, depois eu realizei procedimentos na rede privada porque a demora do SUS estava grande pra saber qual anticoncepcional eu deveria usar, fui pro setor privado, peguei a receita do remédio que eu deveria usar e depois tornei a voltar pro SUS, no caso eu paguei consultas particulares, ainda não tinha convênio nessa época.
de Decupagem Data 05/10/2021
Mídia/SaúdEditoria:e
47 01:400:49/00:4900:01/5
comunicação quando trata se da saúde da mulher
Tema:
R1: Se tivesse mais visibilidade, mais coisas na mídia, na televisão, na rádio, não só em outubro, mas o ano inteiro para as mulheres procurarem o clínico, procurarem a ginecologista em si pra cuidar da saúde, teria muito mais visibilidade e diminuiria muito os casos de câncer de mama quando é descoberto pra lá de avançado. Acredito que muitas das empresas que fazem campanha do outubro rosa elas querem se sobressair com a campanha, então não tem tanta visibilidade fora do outubro , de outubro no caso, então quando chega o mês de outubro você vê aquela maré de publicidade, de empresas, você vê até empresas de roupas, né no caso e passou outubro já não tem mais nada, então eles querem se sobressair como se fosse uma marca.
Assunto:
Folha
48
Folha de Decupagem Data 07______/10_____/ 2021
00:400:01/3
Tempoin/out Conteúdo
R1: Meu nome é Josefa Gilvania Ferreira, eu tenho 46 anos; profissão, eu sou dona de casa, do lar né. A primeira vez ao ginecologista eu já tinha uns 19 anos, foi quando eu fui mãe pela primeira vez. Minha experiência no SUS no começo, num foi.. era ótimo, eu não tenho nem o que dizer, entendeu? Era boa, eu fiz pré natal, eu fiz acompanhamento, eu tive a minha filha no SUS, eu não tenho do que reclamar, só que dai ao passar do tempo a coisa piorou. Tem casos na minha familia de uma pessoa com cancer e eu tenho certeza que se ela tivesse ido pra rede pública ela não tinha sobrevivido. Eu acho que mídia tem um descaso com a saúde da mulher
Assunto:
Mídia/SaúdEditoria:e
Tema:
A saúde da mulher e o Apresentar as falhas na descaso da mídia. comunicação quando trata se da saúde da mulher Tempoin/out Conteúdo
49
50 05:500:01/7
R1: Oi, meu nome é Maria Isabela, eu tenho 21 anos e eu vim contar um pouco da minha experiência no SUS na questão ginecológica.Meu primeiro contato foi com 17 anos quando eu perdi minha virgindade, eu pedi para minha mãe me levar, eu não tinha contato pra ela que eu tinha perdido [...] (risos) aí ela me levou lá, mas ela me preparou, porque eu nunca tinha passado e ela falou ‘’Ò ele vai te olhar, vai… é, não fica constrangida, ele é um médico, tudo‘’, e eu achei estranho porque eu fui morrendo de medo né, tipo nossa, ele… alguém vai me olhar dessa maneira, chegando lá ele perguntou se eu tinha, minha mãe estava junto né porque aí que ela descobriu, porque eu falei ‘’Vou falar na frente do médico, que é mais seguro‘’, ele simplesmente me deu umas dicas, só perguntou se eu tinha me prevenido, é, explicou algumas coisas que eu já tinha escutado em aula e falou ‘’Tudo bem, pode ir.‘’. Ai, eu fui embora, depois disso eu queria tomar anticoncepcional mas aí eu já era de maior e marquei uma consulta sozinha. E Aí ele me falou ‘’Você prefere injeção?‘’e eu falei que preferia e aí ele me passou uma injeção e eu achei estranho porque eu achei que faria alguns exames antes, aí não fiz nada, tomei a injeção e comecei a menstruar de 15 em 15 dias, no mês eu ficava 10 dias menstruada, minha menstruação vinha muito e eu falei, meu, isso aqui não tá me fazendo bem, vou ver se consigo uma consulta novamente; a eu mais três meses na fila… Passei com ele, expliquei, ele falou: Quer trocar pra pílular?, e eu falei, ‘’Mas a gente não tem que fazer nenhum exame pra tentar entender?’’ e ele falou, ‘’Não, às vezes seu corpo não se adaptou, vamos… vamos trocar para a pílula’’.Troquei para a pílula e também não me adaptei, vomitava muito, fiquei muito inchada, e… sentia muitas dores e eu sempre tive cólica mas era uma cólica muito maior do que eu tinha, aí eu olhei e falei assim: ‘’Ó mãe, eu passei no médico pra tomar anticoncepcional e não tô me adaptando ‘’ ai ela falou ‘’Mas você fez algum exame?’’ e eu falei que não, não realizei nenhum exame, então falou ‘’vamos cortar e entender porque você não pode ta usando, porque era o que ele deveria ter feito.’’. Depois disso a gente simplesmente desistiu, eu comecei a namorar e tinha relações com camisinha e eu optei não passar novamente, é que às vezes a gente acha… acha que não é importante, né?. Eu sempre realizei muita atividade física e aí de repente quando eu parei minha barriga incha de uma forma anormal, cresce muitas estrias em mim, eu fiquei com muito medo e falei, vou para o hospital, aí eles me encaminharam para a parte ginecológica, falaram que eu tinha que falar com o ginecologista porque é, nos exames não deu nada que eu tinha que
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passar com ele. Quando eu passei com ele, ele me passou uma ultravaginal, ai a gente descobriu que eu tinha um acúmulo de hormônio porque eu não produzo o hormônio que quebra gordura, e antes eu fazia atividade física e eu conseguia fazer esse sistema funcionar, com eu nunca fiz exame eu não sabia disso, eu fazia muita atividade física eu não que também eu não podia tomar anticoncepcional por causa disso, porque eu não quebrava gordura, tudo virava energia ou tudo virava gordura e eu ficava com sono o dia inteiro, tinha época que eu achava até que era um sintoma da depressão, era muito confuso é… você não ter informação, e aí ele me passou pra mim repor hormônio só e falou que ia dar certo, eu repuz esse hormônio sozinha, refiz o exame no particular de ultra, porque foi uma experiencia muito ruim fazer ultravaginal no sus porque era muitas pessoas, uma atrás da outra… é, tinha gente na sala e um incomodo… pra mim é um incomodo, é uma vergonha assim, alheia, porque a gente faz teste de urina carrega aquele potinho fechado, enrolado no plástico, mas você tem que vir com um copinho, enrolado em nada, passar na frente de todo mundo, aí você chega na sala de medicação eles falam o resultado na frente de todo mundo, tinha uma vez que tinha um conhecido lá e eu olhei pra cara dele ‘’ai que vergonha’’ e ele tipo ‘’Ah deu negativo’’ e eu tipo, gente, é uma coisa tão íntima, que é exposta pra todo mundo que tá ali no hospital, e ele falou ‘’Ó não é gravidez, tá tudo bem’’ ai eu falei ‘’Tá, não tá tudo bem, ta 45 dias atrasados, se não é grávidez é alguma coisa’’, aí ele falou ‘’Não, mas cê não queria saber se não ta grávida?’’ É tipo, como se o único problema fosse eu engravidar, só que se eu não tô grávida eu tô com alguma outra coisa né, aí ele ‘’Tá bom’’ aí ele encaminhou o exame que foi todo aquele problema que eu tive lá no ultravaginal, que eu fiquei com vergonha, ai eu levei o exame e descobri, repor o hormônio, o hormônio foi embora, depois eu descobri que eu tenho que fazer essa reposição de tempo em tempo, mesmo fazendo atividade física para não encher dnv a barriga, ou voltar esse cisto, e assim, foi muito vergonhoso pra mim todas essas experiências que eu tive na questão ginecológica, tanto que eu passei 5 vezes no máximo e as 5 vezes eu falei, gente, eu tenho 21 anos e nunca fiz um papanicolau, eu fiz um ultravaginal mas eu nunca fiz um papanicolau, pra mim era uma coisa assim, eu to passando no ginecologista, eu vou ter que fazer, minha mãe me ensinou desse jeito, ela fazia desse jeito. Só que é tanta mulher, a gente fica na fila horas até chegar a nossa vez que ele não tem tempo de atender a gente direito, de entender nosso caso, de dá atenção pra gente e também não é culpa do médico, e tanta gente que passa lá que a preocupação deve ser grávidez que ele não tava me entendendo, que eu queria saber o que tinha acontecido comigo. Hoje eu engordei 30 quilos porque eu descobri muito tarde que eu não quebrava esse hormônio, então a maioria tava virando gordura, eu engordei em 2 meses 30 quilos, graças a Deus hoje eu já sei o que é e me cuido direitinho, tenho algumas sequelas, porque a gente engorda, a gente é mulher, a gente cuida da beleza e assim vai
“Um outro ponto importante é que mídia social, ela deve acompanhar a evolução médica. Um grande exemplo disso é a PrEP, que a gente chama que é as drogas antirretrovirais para prevenir o HIV, desenvolvidas a pouco tempo e hoje muito utilizada em alguns grupos sociais, como garotos e garotas de programa e isso deve ser divulgado, não para ser utilizado de forma banal, tem os seus critérios de utilização, mas deve ser informado, principalmente na mídia social.”
Médica Dra. Claudia Ferraz
52 Folha de Decupagem 07/10/202Data1 Mídia/SaúdEditoria:e ATema:saúde da mulher e o descaso da mídia. ApresentarAssunto: as falhas na comunicação quando trata se da saúde da mulher/ SUS. Tempoin/out Conteúdo 00:400:0100:300:0100:400:01/1/8/3
“Como exemplo, nós temos a questão do padrão do corpo feminino, como ele é divulgado na mídia. A mulher é divulgada ter aquele padrão que deve ser seguido, a mulher magra, gostosa, que muitas, usando um termo mais informal e há muitas mulheres que incorporam como se aquilo fosse o correto e quando não é adquirido, ela se sente mal. E isso é uma demonstração de como a mídia influencia nos nossos hábitos, e assim a gente poderia aproveitar esse recurso que a mídia tem para influenciar de forma mais saudável na vida feminina.”
“A falta de informação hoje, é pela falta de divulgação. A mídia social hoje poderia ser usada como um grande recurso para atingir as mulheres, já que a mídia social está impregnada na nossa realidade, no nosso cotidiano. Só que essa mídia ela não é aproveitada, a gente tem como exemplo como dentro do metrô, como alguns locais que você vê algumas informações sendo divulgadas, é um meio que grande parte da população utiliza e poderia ser divulgado mais informações sobre a saúde da mulher. No entanto, esses recursos não são aproveitados.”
”
“A falha hoje na falta de informação das mulheres é uma das grandes mulherTwitterdaqueissovidaculpadaséamídiasocial.Hojeelaestátotalmenteimpregnadananossaepoderiaserusadacomrecurso.Agentepodeusarcomoexemploquandoelesaproveitamfoldersouaquelasdivulgaçõesnometrôcolocacomerciais,maspoderiasermaisdivulgadosobreasaúdemulherouemoutrasredessociaiscomoInstagram,Facebook,quepoderiamserusadosparadivulgaçãosobreasaúdedaeessesmeioshojeaindanãomuitoaproveitados.
“Se a saúde da mulher não fosse tratada como um tabu, com certeza hoje a gente não teria incidência tão alta de tantas doenças ginecológicas, como a sífilis que poderia ser diagnosticada no início da doença e tratada facilmente. Como também o câncer de colo de útero eu poderia ser prevenido com Papanicolau, muitas mulheres acabam não fazendo até por divulgação ou até por uma dificuldade de acesso, vai ao posto de saúde que deveria ser a porta de entrada do sus, ela não tem esse acesso fácil, então acaba perdendo esse diagnóstico e tendo que tratar depois um câncer já disseminado em mulheres jovens. Outra doença também que a mulher é tratada como banalidade é a cólica menstrual que de grande intensidade e eu pode ser realmente uma doença, como a endometriose, muitas mulheres só descobrem quando deseja gestar já em maior idade e aquela dor intensa e ela não procurou o ginecologista porque para ela era natural sentir a cólica menstrual. Então várias doenças poderiam ser usadas como exemplo, se a saúde da mulher não fosse vista como algo que não pode ser conversado naturalmente, poderia ser prevenido, ser tratado de forma muito mais fácil e traria maior qualidade de vida à mulher."
Jornalista Mariella Silva de Oliveira Costa
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“Bom, é preciso entender os critérios de noticiabilidade da imprensa, porque nem tudo o que a gente considera que é importante vai ser importante para um veículo de comunicação. Todos os veículos têm sua linha editorial própria, eles têm os seus valores, eles têm os valores de seus anunciantes. Eu fiz meu mestrado em 2008 na Unicamp e na minha dissertação uma coisa que observei, analisei há três revistas generalistas Veja, Época e IstoÉ; e como a saúde da mulher aparecia nessas revistas. E eu observei que nessas revistas havia pouco espaço para saúde da mulher e quando aparecia, a maior parte do senso de saúde da mulher o foco era em saúde reprodutiva, seguido do foco de beleza e estética, em detrimento de outros temas que são importantes para saúde da mulher, se a gente for pegar os indicadores epidemiológicos nacionais, do que as mulheres mais morrem, doença cardiovascular, câncer. Esses temas não eram tão tratados nessas revistas de generalidades. Uma pesquisa que fiz no inicio do meu
“Bom, na imprensa em geral a gente não encontra de fato pautas, assuntos que apresentem as mulheres como protagonistas da sua própria saúde. Quando eu analisei textos de um jornal brasileiro, lá no meu doutorado, eu percebi que os textos associavam informações de origem cientifica sobre a alimentação, mas associavam muito a dietas, a procedimentos médicos, a procedimentos estéticos, e exemplos estereotipados de beleza, de saúde e de estilo de vida; que não condizem com a realidade de todas as mulheres. Assim, tinha uma abordagem jornalística muito baseada na exceção, numa solução instantânea, muito associada ao consumo de um bem, ao consumo de um serviço que vai ser oferecido pela imprensa médica, pela indústria farmacêutica, pela indústria de alimentação, de nutrição. E a imprensa é muito importante porque ela faz circular ideias que vão influenciar dealgumamaneiranasconversas,no cotidianodas pessoas,aimprensa é um dos espaços onde se produtos sentidos sobre saúde e se constrói versões sobre o que é a boa saúde. Atualmente, a gente tem com advento das redes sociais, a gente não tem mais o monopólio da imprensa, existe uma série de profissionais da saúde, médicos, ginecologistas, profissionais das diversas áreas da saúde que estão conversando diretamente com as suas pacientes, com as usuárias do sistema de saúde online e tentando trazer outras visões que trazem uma ideia de saúde integral das mulheres, entendo que é muito interessante o papel dessas pessoas que funcionam quase como que influenciadores de saúde, exatamente porque a partir do discurso deles a gente consegue ter uma circulação de ideias diferentes e não só as ideias pautadas pela indústria farmacêutica, pela indústria medica, indústria de nutrição. Acho uma coisa que é importante trazer também para vocês, é que as informações que circulam na imprensa…”
”
“É importante ter isso em conta, as informações que circulam na imprensa sobre saúde da mulher, sobre alimentação, elas não são isentas, mas elas estão sim atreladas a compromissos e a interesses diferentes de diferentes níveis, diferentes fatores e esse fatores, esses diferentes níveis vão ditar os sentidos sobre saúde, sobre qualidade de vida, sobre feminilidade. Deixa te perguntar uma coisa por exemplo, você já leu em alguma noticia ou algum jornal ou já viu alguma
mulher;certaademágicaaesdodoutoradofocavanostextossobresaúdedamulherenoprincipaljornalpaís,principaljornalemtiragemnaépoca,issofoiem2014/2015esejornaltraziaumasaúdedamulherumavidamuitomedicalizada,saúdedamulhermuitocomomercadoria.Aquelaideiadeumapílulaquevaivenderbenefíciosdeumaboasaúde,vaivenderaperdapesodeumaformarápidaefácil,sempreatreladaasaúdedamulhersaúdedeconsumo,oanticoncepcionalhormonalparatrazerumaliberdade.Agentesabequenãoéissoqueresumeasaúdedaasaúdedamulhernãoéresumidaaisso.
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reportagemnatvsobremétodosnaturais paraseespaçarumagestação? Mas e sobre anticoncepcionais? Você já leu? Os anticoncepcionais orais, anticoncepcionais hormonais. Em geral, o que a gente vê na imprensa os anticoncepcionais são algo que liberta a mulher, que dá a ela uma autonomia sobre o próprio corpo sobre o próprio prazer, mas em gral não se fala dos riscos, dos efeitos colaterais dos anticoncepcionais hormonais, pouco se fala. Eu ainda quero investigar um pouco sobre essa circulação de sentidos, de métodos naturais e métodos artificiais de espaçamento de gestação. Por que acho que só agora com esse advento de ginecologista influenciadores digitais, a gente tem visto que mais mulheres estão acessando informações sobre método bilins, método creiton que são dois métodos que têm estudo cientifico mostrando os padrões do período de fertilidade da mulher e do ciclo da mulher, não estou dizendo da tabelinha é um método bastante falho, porque aquela ideia de conta treze dias, no décimo quarto com certeza é o dia que você vai liberar o ovulo, não é disso que eu estou falando, estou falando do método bilins e do método creiton que possibilitam que a mulher observe o seu próprio corpo para identificar o seu período fértil e não é só, acho que a gente tem que ampliar essa ideia, não é só identificar o seu próprio corpo para saber ai que dia eu vou transar para ter filho, que dia não vou transar pra não ter filho se eu não quiser, não, não é pra isso. Na verdade, quando você entende o seu ciclo como mulher você vai entender as mudanças hormonais que alteram o seu humor, que alteram o seu sono, que alteram até sua disposição ao longo do dia e você vai poder lidar com isso. Esse tipo de informação deve ser comunicado às mulheres, elas não podem ser reduzidas só a tome pílula para não engravidar, seja livre, porque a pílula aprisiona a mulher, a pílula castra a mulher. Existem uma serie de estudos que correlacionam o uso de anticoncepcionais oral ao aumento de chance de contrair mais series de doenças, como trombose, câncer e pouco se fala disso. Mas porque pouco se fala disso? claro que existe um interesse da indústria farmacêutica em vender remédio e não em vender saúde. Se a gente for pensar é muito mais simples eu escravizar as mulheres a uma pílula desde a adolescência, prometendo pra ela que ela vai ter uma liberdade sexual. Mas quando os novos problemas surgirem se eu opto pra ela todo risco aumentado que ela tem de uma serie de doenças, a indústria vai fazer o que, a indústria traz mais remédio, traz mais medicamento. quemenstrualinvésquandoEassimasaúdedamulhervaisendomedicalizadadesdeaadolescênciaalguémofereceumanticoncepcionalparaumaadolescenteaodemostrarparaelaqueelapodeteracessoaoseuciclo,ociclodelaeelapodeconhecerocorpodelaapartirdomomentoelaconheceocicloquesabedetectarasfasesdociclo
”
“Quando você diz que as grandes mídias investem pouco sobre o tema da saúde da mulher, a gente precisa sempre lembrar de estudar mídia e olhar pra mídia nas perspectivas dos seus anunciantes também. A indústria farmacêutica é um grande anunciante, ela lucra muito
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“Entendo que toda a mulher precisa assumir o controle da sua feminilidade, e não simplesmente deixar que a indústria farmacêutica dite o ritmo da sua vida, o ritmo do seu corpo. A mulher precisa ser vista pela imprensa na sua integralidade, como alguém que é capaz de entender sobre seu corpo. Nós não somos burras, gente, é possível para qualquer uma de nós receber instruções sobre métodos naturais, por exemplo, e optar por eles se ela quiser. Muito mais do que só dizer assim, vou aprender para saber quando eu vou transar, não. É para você viver de uma maneira plena, sabendo que por exemplo se estou no período pré menstrual, eu estou com hormônios diferentes ali naquele período, e aí por isso eu vou ficar mais sensível mesmo, vou ficar mais frágil mesmo. E nesse período então por exemplo eu tenho que evitar gente chata, eu tenho que respirar antes de explodir com minha família, antes de jogar uma cadeira na cabeça de alguém, se eu sei que estou nesse período eu consigo ter temperança, eu consigo me controlar digamos assim. E o anticoncepcional ele falseia a saúde da mulher, ele mascara possíveis problemas, vejam não é normal que uma mulher sinta dor no período menstrual o que a indústria e o que muitos ginecologista faz é dizer o seguinte, ah toma um remedinho que passa, cólica é normal. Cólica não é normal, e cólica pode ser um indício de problemas graves por exemplo, adenomiose, endometriose que se não tratados no início, se não controlados eles podem inclusive dificultar uma gestação no futuro dessa mulher quiser. Outra questão que também é bastante propagada na imprensa, que muitas vezes faz com que muitas mulheres acreditem que elas vão ser férteis para sempre, isso é um mito. Nós temos prazo de validade para gestar e a imprensa fala pouco disso, mais uma vez porque, sob meu ponto de vista e a partir do que eu observo, a indústria lucrar muito vendendo fertilização em vidro, vendendo inseminação artificial, que são procedimentos invasivos e que requerem muito dinheiro, muita ingestão de recursos físicos, recursos financeiros e muita medicação. Pouco se fala pelo índice baixíssimo de sucesso desses procedimentos, eles são vendidos
viciando as mulheres em anticoncepcionais hormonais, viciando as mulheres em promessas que não são garantia de felicidade, você já imaginou se toda a mulher souber seu ciclo, conhecer seu ciclo, respeitar o seu ciclo, respeitar o ritmo do seu corpo e ela não precisar tomar mais remédio para cólica, porque ela não vai ter cólica, ela vai entender o ciclo dela, vai entender que cólica não é normal, imagina se ela não precisar tomar mais nenhum remédio para bloquear a menstruação, nenhum remédio para dor de cabeça, para enxaqueca que são frutos de um sistema reprodutor desregulado, já imaginou. Então tem muitos interesses por trás dessa medicalização da saúde da mulher métodosanteriormenteespecialcompreendereeuentendoquecadavezmaisénecessárioeufaçapesquisaparagenteoqueestásendoditosobreasaúdedamulher,masemtambémoquenãoestásendodito,comoeudisseporqueéqueaimprensafalatãopoucoounãofaladenaturaisparamulherreconheceroseuciclo.
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“Tamara: Então Gabi, a minha maior dificuldade para eu conseguir marcar uma consulta com o ginecologista é pela demora, quando tem demora, quando não tem a demora você tem que tem que tentar uma vaga de encaixe isso torna o processo tão mais dificultoso assim, por não conseguir, aí hoje não tem vaga, não tem o ginecologista, as vezes demora um prazo de seis meses. Aí eu prefiro as vezes deixar pra lá,
na verdade como se maternidade fosse pra todo mundo, como se não importa a sua idade, não importa, é só a gente fazer as medicações e quando não tem sucesso a culpa é de quem, da mulher que não ficou na posição que o médico tinha dito, que não fez isso. Há uma grande culpabilização da mulher quando toda essa medicalização dá errado.
Aí a gente vê mulheres que buscam a maternidade de uma forma até desenfreada, descontrolada, porque para o médico é só mais uma mulher, mas para aquela mulher é uma frustração, uma frustração atrás da outra. Quando ela tem que compreender que na verdade, ela é muito mais, caso ela não consiga engravidar ela não é menos mulher por isso. Se fala muito pouco sobre, como se todas as mulheres tivessem o direito de ser mãe, e maternidade não é um direito. Então, conhecer-se, acho que se a imprensa apresentasse forma das mulheres se conhecerem mais, conhecerem mais a sua saúde, seria um grande serviço que os jornalistas prestaram para nós mulheres e para sociedade. Se a gente for pensar que cada fase do ciclo menstrual tem suas potencialidades, é interessante que a mulher vai organizar a sua rotina com base nos momentos do seu corpo, isso é uma informação, ancestral nas nossas avós, bisavós faziam muito isso. * 3:38 E pra finalizar acho que é importante que as informações em saúde quando elas são divulgadas de uma maneira adequada pela mídia elas podem contribuir para conscientizar a população, sabe, elas podem promover hábitos de vida saudáveis, podem prevenir doenças, podem informar sobre tratamentos corretos, mas se feito de uma forma equivocada a imprensa pode alarmar a população sem necessidade, pode fazer com naporqueimportanteimprensa,propagadaadventomulheregentebuscarEnfim,queaspessoasbusquemcaminhoscomosefossecaminhosmilagrosos.busquemilusõesaoinvésdebuscaraverdade,aoinvésdeoconhecimentosobreoseucorpo.Émuitoimportantequeainvistaempesquisasqueanalisamasaúdedamulhernaimprensadigomais,nãosóasaúdedamulhernaimprensa,massaúdedaquetemsidoveiculadanasredessociais,acreditoquecomessedosmédicosinfluenciadorestemmuitacoisaboasendoequechegaatéaspessoassemprecisarpassarpelamastambémtemmuitailusãosendovendida,achoqueéqueospesquisadorestenhamumolharprasaúdedamulher,éumcampomuitovastodepesquisaequeinterferediretamentevidadetodosnós.
Gabrielly Oliveira e Tamara Passos
Tamara: Já no meu caso, eu prefiro ser atendida por homem do que por mulher pelas simples fotos que eu acho o homem mais cuidadoso, ele tem uma cautela maior por medo de se a paciente se sinta, sei lá, invadida de alguma forma. Então eu acho um pouco mais cauteloso com homem.
”
“Gabrielly: Bom, então eu acho muito importante eu tive conhecimento, mas para mim sempre foi uma coisa muito tabu sobre o checkup ginecológico por mais que minha mãe fosse enfermeira e ela meapresentavamuitomais coisassobredoenças doqueo autocuidado, sabe, aquilo causou um pouco de medo. Assim acho muito importante deve ser feito anualmente, mas eu acabo por não fazer tanto pela dificuldade, ou às vezes pelo medo de descobrir alguma coisa, é por um receio.
eu acabo deixando de lado a situação de não passar no ginecologista, infelizmente por essa demora.
Tamara: No meu caso check up ginecológico tem todo um tabu pela minha opção sexual se tornar um pouco mais difícil. Eu tenho 29 anos hoje e eu não tenho conhecimento total sobre um check up ginecológico, então eu acho um pouco mais difícil para mim eu não consigo entender muito bem como funciona e não tenho curiosidade pelo simples fato de que eu nunca tive uma abertura. A minha mãe, ela sempre deixou muito explícito a questão de como se prevenir de doenças, de gravidez, como se prevenir na situação de escorrimento, alguma coisa que possa acontecer com a nossa saúde, mas nunca tive essa para falar assim, olha o check up quando você vai fazer você tem de fazer isso, exame, aquele outro exame. Essa informação eu nunca tive e eu não tenho curiosidade porque não é uma coisa, como posso te dizer, corriqueira na minha vida. Eu tenho 29 anos e eu só fui duas vezes ao ginecologista. Então pra mim já é um tabu.
Gabrielly: Ah, eu sei da importância, principalmente por causa do câncer de colo de útero, eu sei disso, mas ainda parece que tem algo que me segura, e falta muito para as mídias divulgarem essas coisas. Era pra ser algo comum, era para ter algumas chamadas. Então acho que falta isso no nosso cotidiano, o cuidado com a mulher, o cuidado com a sua sexualidade, independente da opção sexual. Eu acho que deveria ser mais abrangente na mídia em geral sobre como se cuidar, comoseprevenir, educaçãosexual,deveriaser algo comum paratodos.
Gabrielly: Também tem o caso de que às vezes não tem ginecologista mulher, você não se sente à vontade com um homem, é muito difícil. NaUBS queeupassodemoramesesparapodermarcarequandomarca só tem um homem lá e a última vez que eu fui atendida o atendimento não foi bom, não rendeu.
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Tamara: Deveria ser algo comum, eu acho que isso devia vir já da escola, porém todas as pessoas, por mais que o mundo ele está ficando cada dia que passa mais moderno, mas infelizmente a saúde da mulher ela sempre mais escondida, eu não sei por qual motivo
Tamara: No meu caso, eu me sinto mal e com vergonha de saber que eu estou indo naquele local para ser examinada, acho que um dos motivos que eu até evito ir.
Tamara: A minha primeira vez foi com 14 anos que eu fui para o ginecologista, para fazer acompanhamento, a minha menstruação veio com 12 anos, eu comecei a ficar um pouquinho com curiosidade. Por esse motivo a minha mãe me acompanhou no ginecologista com 14 anos, para saber se estava tudo bem, para saber como estavam as minhas coisas, se estava tudo certinho. Mas eu sempre tive esse tabu, igual você falou que foi ao ginecologista pelo simples fato que estava com uma infecção urinária, eu tive uma infecção urinária no começo desse ano, eu nunca tive uma infecção urinária, quando tive minha primeira infecção urinária, foi agora com 29 anos, e esse ano, e eu
Gabrielly: Como eu fico tentando estudar algumas teorias feministas, eu me percebo fazendo isso e eu me critico, mas aquele tabu continua ali parece que está enraizado, sabe.”
“
Gabrielly: Então, eu fui no ginecologista quando eu tinha 18 anos, eu sempre quis desde que eu tive minha primeira relação sexual, com 16. Mas ai eu ficava com aquela coisa de, ah se eu for eu vou ter que ir com alguém, agora você pode ir com a partir de 16 anos você pode ir sozinha, mas eu não sabia disso. Então eu ficava tendo de levar alguém e eu não tenho coragem, eu tenho medo sabe de a pessoa ver a minha parte intima, eu ficava com muito medo disso. Eu fui, estava com infecção urinária, fui para poder tratar, foi meu primeiro check up que fiz, foi meu primeiro Papanicolau, fiz um ultrassom, mas fiz esses exames, mas minhas dúvidas não foram sanadas. Fui atendida por um médico que não consegui desenvolver e depois eu acabei voltando no médico para poder ver os exames com outra médica eu nem era ginecologista para poder mostrar os exames, ver se tava tudo certo no final, mas eu me senti mais à vontade com ela do que com médico, talvez pelo fato de ser homem e pela atenção que ela me deu, além de eu era uma pessoa bem mais jovem, tinha vinte e poucos anos, então conversava muito de boa, falava sobre vários tipos de relações e isso foi muito esclarecedor pra mim
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Gabrielly: Acho que é o machismo, aquilo que a mulher tem que ser mais reservada, tem que ser pura, tem de ser virgem, tudo isso é um estiga, o fato de você ir no ginecologista já tem te torna uma pessoa impura, porque aquilo caracteriza uma mulher que teve uma relação sexual, na maioria das vezes, entendeu
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Gabrielly: isso se você for uma pessoa alfabetizada, se você tiver conhecimento, porque é difícil sabe, no brasil a gente tem muitas pessoas analfabetas e não tem condição de nada, vão na UBS mal
Gabrielly: Sobre essas doenças, igual a candidíase é muito comum, eu nunca tive, mas eu tenho muitas amigas que tiveram, quem tem. Que é um fungo comum da vagina por causa da flora, de muitos aspectos e tem muita gente que tem, é uma coisa comum e tido com algo sujo, de impureza, de nojo, e tem vários tipos de tratamento. Se fosse mais divulgado, se fosse conversado na televisão, na internet, não importa o meio, seria mais fácil a pessoa buscar o tratamento.
Tamara: Éoqueeufalei,voltoadizer,infelizmenteasaúdedamulher ela não é tão explicita para poder ter um meio de comunicação que possa informar sobre esse assunto, não tem um assunto que fala sim, olha aqui a gente pode ter essa informação sobre a candidíase, sobre a infecção urinaria, que é uma coisa muito comum, é uma coisa super normal. Eu fiquei indignada porque eu fiquei morrendo de medo, meu Deus eu tenho uma infecção urinária, como que cuida, até para eu chegar no pronto socorro para passar no médico e ele me dar um remédio, eu fiquei totalmente constrangida porque eu estava sentindo uma ardência na parte intima, eu falei meu Deus, eu não fiz nada, eu não apronto, porque que isso acontece comigo. Porque eu só fui duas vezes no ginecologista e essas duas vezes que fui eu não tive essa informação que isso poderia acontecer.
fiquei de uma forma que eu falei assim, isso não pode estar acontecendo comigo porque eu não sou uma mulher suja. Pra mim, a informação de que ter uma infecção urinária é simplesmente pelo fato da mulher não se cuidar. Ai minha primeira vez que fui foi com um homem e ao contrário da sua experiência, a minha foi muito boa, porque eu achei mais tranquila a forma com que ele me tratou, fiquei um pouco assustada porque eu tinha 14 anos e eu não tinha muita malícia em algumas coisas, fiquei assustada, mas a minha mãe ela estava ali do meu ladinho me acompanhando, graças a Deus deu tudo certo.
”
Tamara: uma coisa que acho bacana é que se você for nos prontos socorros das unidades básicas de saúde, todos esses prontos socorros sempre tem aquele muralzinho com várias informações sobre essas coisas básicas, mas é único lugar que tem essas informações pelo meu conhecimento, agora você precisa já estar doente para você ir ate esse local para você ver essa informação sendo que essa informação deveria ser passada de uma outra forma.
Gabrielly: Você se puniu pelo fato que estava acontecendo uma coisa que é natural. E poderia ser algo divulgado na sua escola, qualquer meio. Poderia ver a televisão e ter alguém conversando sobre esse assunto porque é uma coisa que acontece todos os dias com a mulher e no mundo inteiro, não é só no Brasil.
Diário de campo
A escolha do tempo foi um consenso entre as duas partes. Na pesquisa, houve dificuldades em achar conteúdo sobre o tema. No desenvolvimento do documentário ocorreu tudo bem, pouca dificuldade em encontrar fontes, menos em relação a médica que foi o mais difícil de achar. Mas tudo ocorreu definitivamente bem e foi encontrado boas experiências a partir dele.
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conseguem fazer o exame que tem que fazer, as vezes não consegue pegar o remédio para o seu tratamento. Então tem essa dificuldade ainda com as pessoas que são de classe baixa. Então, é difícil porque a informação nunca chega pra todo mundo e quando chega é uma coisa rala, básica.”
Revisão profissional 1 80,00 80,00
Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Elaboração de pauta Planejamento de design DiagramaçãoCaptação Edição
D) OUTROS PRODUTOS
Edição do Documentário 1 80,00 80,00
Google c/viewanalyticshttps://docs.google.com/forms/d/1iOiEpqlTkQdRewAB45DhUkBAmhwimtuVoc7eKXKX5yForms:
Item Quantidade Valor Unitário Valor Total
Recursos
Transporte 2 4,30 57,07
62 B) CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Total 6 196,60 289,47 DA SUA PESQUISA
Alimentação 1 20,00 47,80
Fontes Equipamentos Roteiro
Pesquisacampode Préroteiroroteiro Produção Roteiro
Impressão relatórios 2 12,30 24,60
C) INVESTIMENTO
RevisãoEdiçãodeProdução EntregaProdutode
63 E) ANEXOS
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2015/prt1965_03https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28320https://www.scielosp.org/article/csc/2017.v22n10/3457https://www.scielosp.org/article/icse/2019.v23/e1800026X2009000100003&script=sci_arttexthttps://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104095/pt/3465/_12_2015.html
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