SÃO PAULO SP
AS CONSEQUÊNCIAS DO SENSACIONALISMO; Uma análise dos casos Eloá e Nardoni
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE JORNALISMO
2021
WALLAS NOVAIS COELHO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
WALLAS NOVAIS COELHO
SÃO PAULO SP 2021
Relatóriode Fundamentação Teóricae paper apresentada ao Curso de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, como requisito paraobtençãodotítulodebacharel em OrientadorJornalismo.(a):
AS CONSEQUÊNCIAS DO SENSACIONALISMO; Uma análise dos casos Eloá e Nardoni
Prof. Me. Antônio Lúcio Rodrigues Assiz
Wallas Novais Coelho1 Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, SP
PALAVRAS CHAVE: Sensacionalismo; Mídia; Nardoni; Eloá; Cobertura
AS CONSEQUÊNCIAS DO SENSACIONALISMO;
INTRODUÇÃO
Uma análise dos casos Eloá e Nardoni
O sensacionalismo tem grande impacto na sociedade, gerando muitas consequências, como em 2008,quandodois casos delicados chamaram a atenção do público,o sequestrodeEloáCristina e a morte de Isabella Nardoni. Além da pauta, que por si só chamaria atenção, todo o espetáculo feito pela mídia, atraiu ainda mais os telespectadores que assistiram aquelas reportagens como um jogo defutebol, umafinal deCopadoMundo.Oenvolvimentopopularfoienorme,apolícia ficou sem rumo com toda repercussão e os apresentadores dos telejornais principalmente da tarde, brigavam pela audiência deixando a ética de lado.
Aguerrapela audiência é um dos principais motivos dosensacionalismo nos telejornais, que, com a dura missão de conseguir ótimos números e ainda mantê los, uma equipe dá literalmente sua vida, desde os produtores até os repórter de ruas. Nos programas tradicionais da TV brasileira, observamos um padrão que se repete por anos, um apresentador popular, carismático, gesticulado, com uma ótima entonação além de diversas matérias impactantes, mostrando o quão perigoso é o mundo real. O problema desse tipo desse conteúdo é a forma que ele é entregue para o público, assuntos delicados e chocantes sendo levados "ao vivo", sem tempo para edição, em um horário nobre, seria esse o momento ideal de transmitir essa programação. Outra preocupação é a maneira como essas informações são apresentadas ao público, pois para alcançar uma comoção nacional, muitos abandonam a ética, e apelam para o sensacionalismo, gerando também manipulação, como no caso emblematico da jovem Eloá. Durante o programa “A tarde é sua”, comando pela apresentadora Sônia Abraão, enquanto a
RESUMO
1 Estudante de Graduação 8º semestre do Curso de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, e mail: wallas_novais@hotmail.com
Hoje, em 2021, quem assiste as reportagens as reportagens da época, se assusta com tudo que ocorreu e como foi abordada pelas emissoras. Além das diversas interferências, como ligações feitas para o sequestrador, foi transmitido ao público uma imagem de “bom moço” atrelada ao criminoso por conta da sua ficha limpa e seu histórico de trabalhador. Lindemberg possuía dois empregos, aos 22 anos, essa informação era constantemente falada pelos noticiários, o “Homem que sofria por amor”. Era assim que ele era visto pela mídia, que havia esquecido, que o motivo do término do namoro foi ciúmes e uma agressão feita por ele antes do término. Mesmo com todas essas informações os apresentadores insistiam em apresentar outro rapaz para quem assistia. Durante o programa “A tarde é sua” em 2008, enquanto a jovem ainda era mantida refém pelo sequestrador, o Dr. Ademar Gomes, na época comentarista do programa, chegou a dizer uma frase infeliz, e novamente enaltecendo a figura de quem cometia o crime, “Eu sou muito otimista, né? Eu espero que isso termine em pizza, num casamento futuro entre ele e a namorada, a apaixonada dele. Ele tá passando uma fase momentânea, também ter perdido a motivação de viver. Porque, muitas vezes, o rapaz jovem, quando se apaixona, se desequilibra”. Em um dos trechos do documentário ‘Investigação Criminal caso Eloá’ disponível no YouTube, uma amiga da mãe da vítima, Simone Duarte, relata que algumas pessoas iam até o prédio para entoar um coro “Lindemberg cadê você, eu vim aqui só para te ver”. O envolvimento da mídia e das pessoas que iam até o local do crime, atrapalhou uma ação mais rápida da polícia, com medo da opinião pública, a polícia decidiu manter o assassino da jovem vivo, e ainda colocou Nayara, amiga de Eloá em perigo, quando solicitou que ela “ficasse” a frente das negociações, a jovem de apenas 15 anos já havia sido libertada. No segundo dia de cárcere dia, porém, voltou até o local para tentar convencer Lindemberg e acabou ficando lá até o último minuto, quando houve a invasão ela foi baleada no rosto e
jovem era feita de refém, a apresentadora decidiu ligar para o sequestrador Lindemberg Alves, e “negociar” a liberdade da vítima, sem sucesso. Para se ter uma ideia, nem mesmo a mãe da vítima conseguia contato com o sequestrador por diversas vezes foi negado por ele o contato direto com Ana Cristina, já os jornalistas eram atendidos por ele. Anos depois do ocorrido, Nayara Rodrigues contou em depoimento que Lindemberg se sentia ao ver seu rosto nos noticiários. "Ele se vangloriava, via tudo pela TV. Deu um tiro no PM e disse: 'É para mostrar que eu não sou bonzinho'." No caso Eloá, fica clara as consequências do sensacionalismo, os jornais da época só retratavam o cárcere, até os mais tradicionais, considerados mais sérios, como o “Jornal Nacional” destinavam a maior parte do tempo para manchete do sequestro, a briga pela audiência influenciou o comportamento dos responsáveis pela cobertura do crime
socorrida, já Eloá não resistiu aos disparos na cabeça e virilha e acabou falecendo pouco depois. Em 2008 não tivemos apenas o caso do sequestro da jovem, um pouco antes no mês de março o crime que chocou o país foi da menina de apenas 5 anos, Isabella Nardoni, arremessada do sexto andar do Edifício London, na Rua Santa Leocádia, nº 138. Logo de cara o pai Alexandre Nardoni e sua Madrasta Anna Caroina Jatobá, foram acusados pela mídia e pela polícia, muitas dúvidasficaram no ar, mas ocasal cumprepenapelo assassinatodacriança, atéhoje elesnegam o assassinato, na época as emissoras trataram do caso como espetáculo, inflamando o público de uma maneira assustadora.
É preciso lembrar esse e outros casos para que não se repita, por mais que os envolvidos tivessem boas intenções, é preciso compreender os limites do jornalista. Para Sonia Abrão o
APRESENTAÇÃO
Foi irresponsável, infantil e criminoso o que a Sonia Abrão fez (...) O que ela fez foi sem a menor avaliação. Tanto que, num primeiro momento, ele [o repórter Luiz Guerra] tentou enganar o Lindemberg, dizendo se amigo da família. E depois ele tentou ser negociador, convencer ele a se entregar sem conhecer os argumentos técnicos usados para isso". (PIMENTEL RODRIGO, 2008 entrevista ao Terra Magazine)
O telejornalismo sempre fez parte da minha rotina desde muito jovem, justamente por isso ao longo dos anos surgiram diversas duvidas, um exemplo é como que programas como “Brasil Urgente” se mantem no ar com ótimos números de audiência, já são mais de 19 anos no ar, com um grande apresentador, José Luiz Datena, que leva o “show” de maneira ‘fantástica’ Com sua entonação leva o programa a um nível que prende os telespectadores, muitas vezes de forma ríspida em seus comentários o Datena consegue inflar seu público, cobrindo diversos casos, como o da garota Isabella Nardoni e o sequestro de Eloá Cristina, uma das coberturas mais sensacionalistas dos últimos tempos. Naquela época, as consequências atingiram os apresentadores que trocaram farpas por dias. Sônia Abraão, que conversou com Lindember, responsável pelo sequestro da jovem, não gostou dos comentários do apresentador da Band, que condenou os colegas de profissão pela falta de responsabilidade. Diversas pessoas ligavam para Lindemberg, de acordo com ex comandante do Bope, o sociólogo Rodrigo Pimentel, até mesmo as negociações foram prejudicadas, eram tantas chamadas que ele recebia que o capitão da Polícia Militar, Adriano Giovaninni, não conseguia contato em determinados momentos. Pimentel ainda criticou a cobertura feita, e acusou a globo, Rede Tv e na época Rede Record, diretamente pela morte da jovem.
trabalho dela foi perfeito, em 2015 deu uma entrevista para a rádio Jovem Pan, dizendo que não tinha arrependimentos em relação as suas atitudes: “De jeito nenhum (me arrependi), fiz uma cobertura perfeita, isso que as pessoas não aceitam”. Valores e deveres sendo deixados de lado para alcançar o maior Índice de audiência, para ser reconhecido, fica marcado na história, vale a pena encarar todos os riscos?
Antes mesmo do apresentador Luiz Baccia chamar a reportagem de Luiza Zanchetta subiu no GC (Gerador de Caracteres) “Agiota encontrado morto. Há relatos de briga com amante.” Com apenas supostas informações de vizinhos a equipe do programa decidiu qualificar aquele homem que tinha acabado de ser encontrado morto como um criminoso e adúltero. Tudo isso junto com a fala da Reporter gerou revolta em Amanda filha de Josivaldo que pediu respeito e criticou o trabalho jornalístico da emissora, depois duras críticas o GC e a postura da equipe mudou.
Ao deixar os princípios de lado em busca de audiência o jornalista corre sérios riscos de quebrar um código de ética. No dia 09 de junho de 2020 o programa “cidade alerta” acusou um homem (Josivaldo) que havia acabado de ser encontrado as fortes acusações quebram um dos princípios morais do jornalista.
“Uma parte integrante dos padrões profissionais do jornalista é o respeito ao direito de privacidade do indivíduo e à dignidade humana, em conformidade com o que está previsto na lei nacional e internacional relativa à proteção dos direitos e da reputação de outros, proibindo calúnia e difamação. Princípios Internacionais daÉticaProfissional noJornalismo”. (PrincípioVI Respeito à Privacidade e à Dignidade Humana)
É preciso tudo isso para informar? Criar um espetáculo com direito a revelações é acusações como em um programa de entretenimento? Pelo que vemos nos telejornais atualmente, sim! No dia 17 de fevereiro de 2020 durante a cobertura do caso Marcela o apresentador Luiz Bacci informou ao vivo para mãe da garota que ela havia sido assasinada, aquela revelação rendeu fortes emoções para mãe que passou mal e precisou ser socorrida. Após receber diversas críticas na internet Bacci veio a público no dia seguinte (17) pedir desculpas para mãe da vítima. Essa não foi anuncia gafe da equipe do cidade alerta comentou, emdiversosmomentososrepórtereseapresentadoressãoquestionadospelaformaqueabordam os casos. Mas segue firme e forte na grade da Tv Record que mantém os altos indicies de audiência desde a época de Marcelo Rezende.
REFERENCIAL TEÓRICO
A indústria cultural apresentada Theodor W. Adorno e outros teóricos criticavam justamente esse movimento cultural sendo transformado em uma mercadoria, que refletiria justamente nos profissionais, uma crítica pontual que reflete na sociedade nos dias de hoje. No caso escola base e tantos outros as pessoas se sentiram inflamadas pelas manchetes sensacionalista e buscavam a todo instante um meio de comunicação para ficar por dentro daquele caso que chocou o país.
O caso da “escola base” e um dos mais emblemáticos se tratando de sensacionalismo no jornalismo brasileiro, na época os donos e funcionários de uma pré escola foram acusados injustamente de abuso infantil, foram vários dias de cobertura que gerou uma comoção enorme na população que tentou fazer justiça com as próprias mãos. Depois de algumas investigações foi descoberta a inocência dos acusados infelizmente tardiamente já que as reputações dos envolvidos foi completamente destruída.
Por que as emissoras se prestam a entregar esse tipo de serviço? Não seria um risco ao profissional e veículo de comunicação? Geralmente os veículos utilizam a teoria do Newsmaking que é um aperfeiçoamentodateoriadoGatekeeperque fazumaanáliseminuciosa sobre o trabalho dos profissionais na mídia e também as transformações das informações em notícias. Muito presente no telejornalismo atual a seleção dos assuntos é feita minuciosamente e entregue ao público. O que justifica em partes essa seleção feita pelos telejornais já que os telespectadores procuram esse tipo de conteúdo violento e polêmico.
A teoria crtica se encaixa perfeitamente nesse contexto de consequências que o sensacionalismo pode proporcionar, segundo elao jornalistapode ate construira realidadedado todos os fatores e influencia que a midia carrega. Vemos exemplos nos casos Eloá é Isabela Nardoni que geram uma comoção enorme na população, o que reflete em várias áreas do cotidiano. O jornalismo não é considerado o quarto poder atoa, atrás somente do executivo, legislativo e judiciário, muitas vezes podendo até ultrapassar esses poderes ou simplesmente, colaborar na seleção de algumas peças, como em 1989, nas eleições presidenciais, citada no livro “O quarto poder” escrito por Paulo Henrique Amorim, um renomado jornalista brasileiro, que acompanhou de perto diversos casos que sua obra carrega.
“A Rede Globo, por exemplo, colocou 18 repórteres, 8 produtores e 20 cinegrafistas a campo; na Record, foram 30 repórteres e produtores, mais 20 cinegrafistas; já o SBT contou com 4 repórteres e 7 cinegrafistas (parece pouco, no entanto, em São Paulo, o SBT tem apenas 9 repórteres). As equipes dispensadas à cobertura resultaram no acréscimo de até 46% na audiência dos principais telejornais brasileiros, como o caso do Brasil Urgente, da Band.”. (MARIELI, 2011, p 14).
O livro ‘O quarto poder’ mostra que a mídia pode formar opiniões, em diversos fatos, e isso é preocupante, já que em certas situações isso se torna manipulação, e quando se explora o sensacionalismo isso fica pior, pois ao abandonar a ética os comunicadores podem gerar diversas consequências. As motivações são variadas, envolvem política, acordos e dinheiro, já em outros como na morte de Isabella Nardoni, a audiência se torna a principal causa da quebra de éticaCom altos investimentos, as emissoras vão até o limite para recuperar e faturar o máximo possível com os casos. Em março de 2008, quando ligávamos nossos televisores parecia que estávamos assistindo uma serie, a todo instante o rosto da criança era estampado nos telejornais, os acusados na época, eram escrachados pela maioria dos apresentadores, que não tinham medo de afirmar que o casal de fato cometeu o crime, mesmo antes da apuração da polícia, o caso gerou muita repercussão, obrigando as emissoras aumentarem suas equipes para não perderem nenhum detalhe do ‘espetáculo’.
Roberto Marinho mandou, então, refazer a edição do debate, com uma ordem clara ao editor de política dos jornais de rede, Ronald de Carvalho: queria “o bom de Collor e o mau de Lula”. E a nova edição fez exatamente isso: reuniu os melhores momentos de Collor e os piores de Lula. Assim, na prática, o JN ofereceu 3 minutos e 34 segundos para que Collor falasse e criticasse o adversário. Já Lula teve menos tempo: 2 minutos e 22 segundos, e ainda assim somente trechos nos quais vacilava e não atacava o futuro presidente (AMORIM, 2015, p. 290).
Esse espetáculo todo e criado pelo sistema capitalista que vivemos, de acordo com a teoria crítica. A formacomoosveículosmanipulam aspessoastendeagerargrandesproblemasnomundo.Comopassar dos anostudo viramercadoriainclusiveostelejornais que precisam manter osaltosindiciesdeaudiência para captar anunciantes. O apresentador Sikeira JR e mestre nisso em seu atual programa “alerta nacional” ele promove um verdadeiro espetáculo com direito a músicas e atuações dele e de sua equipe.
O programa apresentado por Jose Luiz Datena é o mais popular, são mais de 19 anos no ar, com uma programação polêmica, para combinar com seu anfitrião que tem diversas semelahanças com Sikeira inclusive em alguns discursos.
Essa forma de apresentar vem do “alerta Alagoas” que ele apresentava antes do atual. Na emissora filiada do SBT Sikeira promoveu diversas “trapalhadas” em um de seus merchandisings o apresentador caiu junto com a moto e disse “volta aqui é ao vivo, pronto mais uma para top five (top 5).” Além disso o apresentador brinca com alguns casos é tira saro quando alguém criminoso é morto pela polícia “CPF cancelado”. Esse perfil adotado por ele rende muita audiência não atoa foi disputado por grandes emissoras antes de fechar com a rede TV.
Com muito clamor popular, o telejornal costuma sempre ficar na frente da audiência, por isso outras emissoras como a Record procuram sempre colocar algo semelhante no horário das 18 horas, mas em alguns casos que chamam muito atenção do público como em 2008, que houveram dois casos extremamente delicados, a morte de uma criança de apenas 5 anos, Isabella Nardoni, que foi visto por boa parte da mídia como um palco para ganhar ainda mais audiência.
O que é pior, quando se transforma o jornalismo em mercadoria também são colocados nessa mesma situação seus "ingredientes". Nos produtos jornalísticos estão presentes a dignidade e a honra de pessoas e instituições, comercializadas com as notícias. É algo muito sério. Entra em jogo a vida de pessoas, que nunca será igual depois de uma acusação da mídia. (FARIAS, 2001, Opção pelo sensacionalismo).
Em fevereirode2012, Lindembergfoicondenado a98anos e10meses deprisão,porém a defesa do acusado recorreu, alegando que o julgamento foi comprometido pela comoção e
O sensacionalismo é um problema na comunicação ainda mais se tratando de jornalismo, além de gerar e reforçar o ódio na população desinformada, notícias sensacionalistas são capazes de influenciar o próprio sistema penal, que por sua vez também gera sensacionalismo, criando assim uma espécie de círculo vicioso. No julgamento de Lindemberg Alves em 2012, sua advogada Ana Lúcia Assad, usou toda repercussão da cobertura para diminuir a pena do seu cliente.
“O sensacionalismo usado pela mídia para gerar audiência, portanto, tem consequências reais. Além de gerar e reforçar o ódio na população desinformada, notícias sensacionalistas são capazes de influenciar o próprio sistema penal, que por sua vez também gera sensacionalismo, criando assim uma espécie de círculo vicioso.” (Consequências reais do sensacionalismo 2011, Opção pelo sensacionalismo).
Mesmo com o avanço da Internet no mundo, os telejornais sobrevivem, e com ótimos picos de audiência, disputado a todo custo pelas emissoras. O atual apresentador do “Cidade Alerta” Luiz Bacci é um ótimo exemplo de tudo isso.
Em 2008 a mídia condenou o casal Alexandre Nardoni, e Ana Carolina Jatobá, antes mesmo da polícia, inflamando os populares que por diversas vezes tentaram atacar o casal para fazer justiça com as próprias mãos.
Claro que se tratando de um assunto delicado inflamou os populares que por diversas vezes tentaram atacar o casal para fazer justiça com as próprias mãos.
No livro do autor Rogério Pagnan “O pior dos crimes: A história do assassinato de Isabella Nardoni” de 2018 ele busca apresentar algumas questões deixadas de lado pela mídia, e também pela polícia. A obra apresenta um panorama completo do caso, com detalhes de algumas provas apresentadas, que segundo o autor apurou eram falsas, talvez usadas simplesmente para entregar ao público e a mídia o um alívio. O autor não busca inocentar o casal, mas sim mostra que a cobertura da imprensa influenciou de certa forma o trabalho da polícia
indignação pública, que provocou uma suposta imparcialidade na juíza Milena Dias, que conduzia o julgamento, com isso eles conseguiram uma redução drástica na pena, mostrando que a cobertura sensacionalista do caso iria além da morte da jovem.
Um dos responsáveis pela criação da teoria do Agenda Setting, o jornalista Maxwell McCombs, acreditava que a mídia procurava entregar o que o público mais gostava, e talvez seja o mais próximo para entender o que leva os telespectadores consumiram tanto esses tipos de notícias “Sociedade do Espetáculo” de 1967, Guy Debord, um grande escritor. Mesmo que prejudicial,aspessoastendemagostaremdessematerial,algumasexplicaçõessurgiramdurante o estudo, mas nada muito claro.
Um conjunto de elementos, como dramatizações e especulações sobre a vida particular das pessoas envolvidas nos casos apresentados mesmo que as informações fornecidas não tenham relações com o que está sendo apresentado misturados com itens do jornalismo ocupam constantemente o espaço televisivo (TONDO E NEGRINI, 2009, p. 2).
No material de pesquisa biográfica foram encontradas diversas informações que confirmam que o sensacionalismo tem um padrão, com isso podemos traçar uma linha para entender como é levado ao público e de que maneira ele e aceito pelo mesmo. Por isso, informações coletadas de pessoas envolvidas nos casos serão fundamentais para se ter um embasamento melhor da visão de quem viu de perto e participou da cobertura, dessa forma entender melhor quem de fato se sentiu vítima das ações da mídia. Uma pesquisa de campo será feita para questionar os telespectadores, com o intuito de descobrir se eles sabem o que estão consumindo, se sabem o que significa o sensacionalismo. Com isso, a compreensão ficará mais fácil, afinal o público também é responsável, as emissoras continuam produzindo esses conteúdos pela quantidade de retornos em audiência e consequentemente em recurso financeiros
Estudo analítico com foco na cobertura que a mídia dá a certos casos em relação a outros, buscando investigar a forma como ela induz o engajamento do público, como fez nos casos de 2008, um espetáculo foi criado em torno das mortes de Isabella Nardoni e Eloá Cristina, após mais de 100 horas de sequestro. Será feito uma pesquisa quantitativa e qualitativa dos dados obtidos. Os conteúdos da cobertura da imprensa nestes casos serão analisados em sua estrutura, a utilização de comentários, textos dos repórteres, sobe som, trilha sonoras e bgs e o motivo do uso de tais recursos
ASPECTOS METODOLÓGICOS
RESULTADOS
Até aonde o jornalismo sensacionalista pode interferir em uma ação policial, no caso Eloá por exemplo, em determinados momentos alguns policiais chegaram a se queixar da dificuldade de falar com Lindemberg que estava mais preocupado em atender a mídia do que falar com os polícias que tentavam negociar uma possível saída do criminoso e das vítimas. Com acesso aos canais ele assistia toda ação da polícia de “camarote” e ficava de certa forma contente com a repercussão que vinha tendo na tv, Nayara umas das reféns chegou a declarar no julgamentodoréu que eleestavasesentindo,com todaaquela atençãoqueestava recebendo.
Fonte: Erik Paixão, canal do Youtube
“Obviamente que todo mundo está cobrindo esse caso, chegaram alertar a respeito do risco, do risco de Lindemberg cometer uma bobagem. Uma violência maior contra a Eloá. Lindemberg está dizendo aqui para nós que ele não vai cometer mais nenhum ato impensado ele não vai, podem ficar tranquilas as famílias. Essas informações estão confirmadas e nós estamos apenas
Figura 1 Programa hoje em dia
Além da atenção que recebia por parte da mídia, era possível notar a romantização do sequestrador, comentários como “Ele é uma boa pessoa, ele é trabalhador” eram comuns, nos programas. No ‘A tarde e sua” apresentado por Sônia Abraão foram observadas várias falas desse tipo, inclusive ela entrou em contato ao vivo com o sequestrador e não poupo elogios “você não é do mal, você nunca foi” disse ela para Lindemberg que armado já mantinha Eloá em cativeiro por mais de 48 horas.
‘Jovem trabalhador’ ‘bom moço’ ‘sofrendo por amor’ era isso que parte da mídia transmitia, Sônia foi uma das apresentadoras que mais elogiou, ela conseguiu conversar com ele por alguns minutos e na conversar ela aproveitou para tentar fazer o trabalho da polícia, sem sucesso. Não foi apenas a redeTv queconseguiu uma exclusivacom Lindemberg,na record por diversas vezes era noticiado que a produção havia entrado em contato com ele e obtido informações privilegiadas, no programa “hoje em dia” Ana Hickmann e Brito Júnior apresentadores da atração matinal fizeram questão de frisar a informação de que Lindemberg se entregaria, naquele momento já se passavam quase 70 horas de cárcere privado. Mesmo com toda garantia dada pelo sequestrador para produção do programa.
Paravivo.passar
Anteriormente em conversa ao vivo com Sônia que foi ao ar no dia 15/10/2008 o então sequestrador declarou que tudo acabaria bem após ser muito elogiado pela apresentadora
“
Tragédia anunciada!? Durante seu momento de ‘fama’ Lindemberg oscilava em suas declarações, entre ameaças de morte e promessas de um final feliz, que conforme os dias passavam ficavam cada vez mais distante. No terceiro dia de sequestro em declaração para mesma emissora, porém no programa “SP record” apresentado por Reinaldo Gotino, Lindemberg fez questão de ameaçar publicamente a vida das reféns, disse que qualquer besteira que fizessem ele é Eloá morreria, na sua fala era possível notar a possessão que ele tinha com a jovem “Qualquer besteira eu e MINHA mina vai para o saco”.
aguardando o momento exato em que isso tudo terá um desfecho positivo, isso vai acontecer em breve e nós estamos lá atentos de olho nesse apartamento em Santo André.” Declarou Brito ao
mais credibilidade, Ana Hickmann logo em seguida pediu para que o sequestrador easduasvítimasdessem um“tchauzinho”comoespéciedesinalparaconfirmarquetudoestava e acabaria bem. Mesmo com todas as garantias dadas pelos apresentadores tivemos um final triste, que era previsível dado as declarações controvérsias de Lidenberg.
Quem te conhece também está falando que você sempre foi calmo, sempre foi trabalhador, sempre foi um caralegal queo que você está fazendohoje deve ser umsurto.Quevocêestápassandoumacriseemocionalmuitoséria,masvocêde qualquermaneiraestáfazendoascoisas com umcertocritério,vocêestáliberando as pessoas não está fazendo mal para ninguém.” Disse Sônia em ligação com sequestrador.
Fonte: Russo TV, canal do Youtube
Essas e outras falas para muitos foram um dos motivos da ação tardia e falha da polícia, para mãe de Eloá, Ana Cristina a polícia deveria ter agido e matado o criminoso nos primeiros dias, chances não faltaram por diversas vezes ele apareceu na janela do apartamento inclusive para fazer disparos, e se impor em cima das autoridades que foi aceitando com o passar do tempo,
Figura 2 Programa A tarde é sua
Também no programa ‘a tarde e sua’ um dos mais empenhados na cobertura do caso, uma fala chamou atenção, figura constantes ali, o advogado Ademar Gomes que futuramente viria ser assistente de acusação no julgamento da morte da jovem Eloá quando perguntando por Sônia sobre as consequências dos atos do criminoso ponderou: “Bom, eu sou muito otimista, né? Eu espero que isso termine assim em pizza, né, e num casamento futuro entre ele e a namorada, a apaixonada dele, né? Ele tá passando uma fase momentânea, né, e ele tem a motivação de viver, porque um rapaz jovem, quando se apaixona, muitas vezes se desequilibra, no caso radicaliza, mesmo. Mas isso vai terminar realmente em final feliz, graças a Deus, eu tenho plena certeza e convicção disto”.
O envolvimento da jornalista foi tão grande que em 2012 foi convidada pelos advogados dó réu para depor, mas negou e alegou que não tinha recebido nenhuma intimação da justiça. Recentemente o caso completou 13 anos e alguns internautas foram as redes sócias para atacar Sônia, foram encontrados diversos comentários e post’s alguns fortes com acusações duras. Mesmo muito tempo depois ela carrega as consequências do sensacionalismo que geralmente marca a vida dos envolvidos para sempre.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sensacionalismo parece estrutural enraizado e os conceitos são notáveis nos telejornais, trilhas sonoras super tensas, repetição excessiva, reportagens longas e um apresentador polêmico que lida muito bem com as emoções. Talvez essas pequenas características remetam o leitor a imaginar alguns programas que estão no ar até hoje.
Um dos mais recentes e o ‘alerta nacional’ apresentado por Sikeira Júnior, que transforma seu telejornal em um show com direito a danças e trilhas sonoras únicas. Esse tipo de programa tem uma alta audiência, esse é um dos motivos da rede TV manter o apresentador que carrega diversos processo por suas falas polêmicas mas que traz um lucro enorme.
analisando esse e outros telejornais/programas fica no ar uma dúvida, se o intuito de “defender” um criminoso, era apenas para conseguir uma exclusiva ou se no fundo de todo aquele espetáculo havia alguém querendo de fato ajudar a polícia e aquelas jovens que estavam em cativeiro há dias. Anos depois do julgamento do sequestrador em entrevista ao UOL Sônia se justificou e fez questão de mostrar que na época conseguiu um furo de reportagem "Na época muita gente falou mal, mas muita gente me elogiou porque foi um furo de reportagem. No julgamento , nossa matéria esteve entre os autos, e o Lindemberg chegou a dizer que só pensou em se entregar quando deu entrevista para mim"
na época o coronel da polícia militar Eduardo José Félix chegou a declarar que se tivessem executado o criminoso quando tiveram chance a mídia em geral cairia em cima da PM, mas um dos fatos que comprovam que a cobertura sensacionalista trás diversas consequências como interferias em algumas ações cruciais.
HENRIQUE, Paulo Amorim, O quarto poder: uma outra história. 2015. 290 p.
MENDES, Jairo. Opção pelo sensacionalismo, Edição 01. 5, nov. 2010. Disponível em: < http://www.observatoriodaimprensa.com.br/primeiras edicoes/opo pelo sensacionalismo/. Acesso em: jul. 2021.
REFERÊNCIAS
Figura 3 Alerta Nacional
TONDO, Romulo e NEGRINI, Michele. Espetacularização e Sensacionalismo: Reflexões Sobre o Jornalismo Televisivo. Rio Grande do Sul, 2009. 1 8 p.
Fonte: YouTube, Sikera Junior.
No trecho da música do Mc Garden, geração de pensadores com Fábio Brasa, ele trás uma reflexão interessante. “A culpa é do governo que conta lorota ou a culpa é nossa que toda vez vota? A culpa é da mídia que mostra a indecência ou a culpa é nossa que dá audiência?”.
Um questionamento que adotei no decorrer da pesquisa e da elaboração desse trabalho de conclusão de curso.
TEIXEIRA, Marieli Rangel. As propriedades do jornalismo sensacionalista: uma análise da cobertura do caso Isabella Nardoni. 2011.
PORTO,PollyanaCabral. Sensacionalismo naTv:Interessepúblicovs interessedopúblico. Brasília, 2013. 13 p.
Brasília, 2013. 13 p. ANGRIMANI, Danilo. Espreme que sai sangue: Um estudo do sensacionalismo na imprensa. 1994.
QUEM MATOU ELOÁ? Direção: Lívia Perez. Produção de Doctela Mídia e Comunicação Brasil: Doctela, 2015.
Princípios Internacionais da Ética Profissional no Jornalismo”. UNESCO e associações de jornalistas do mundo inteiro, 1983
OLIVEIRA, Marco. INDUSTRIAL CULTURAL, mundo educação, Disponível em: < https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/industria cultural.htm >.
JAIME, Carlos Patias. O espetáculo da violência no telejornal sensacionalista: uma análise do “Brasil Urgente”. São Paulo, 2005. 11 23 p.
DEBORD. Guy. A sociedade do espetáculo. 1967.
PAGNAN,Rogério. O piordos crimes:Ahistória doassassinatodeIsabellaNardoni,2018.
Operação policial. Investigação criminal Caso Eloá. Youtube, 04 de Maio de 2021 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=J0dpDynvp80>.
busca descobrir os danos causados pela mídia e a forma irresponsável com que ela cobriu esses casos, e busca saber também se ela não só fez as coberturas de forma insensível, mas se ela é também responsável por algumas das tragédias que se sucederam.
Efeito dominó do sensacionalismo. Área e formato
Asmães deduas crianças fazem umadenúncianaRedeGlobo,e os donos de umaescola são acusados injustamente. Uma adolescente é mantida em cárcere privado pelo ex namorado, junto de uma amiga com a qual estudava, evento que acaba levando à sua morte. Uma menina de cinco anos de idade morre ao cair do sexto andar de um prédio no estado de São Paulo, e a população se choca quando é revelado que ela foi atirada da janela pelo pai e a madrasta.
27:22s.
Duração
3. Sinopse
APÊNDICE
Todos esses crimes, e muitos mais, possuem uma coisa em comum: a cobertura deles realizada pela mídia foi brutal. Todos os dias, se via no jornal menções aos acontecimentos sem uma pausa sequer, e a cobertura incansável da mídia causou, em alguns casos, mais mal do que bem. Desde a destruição da vida dos donos da Escola Base, até a morte de Eloá, a mídia têm sido apontada como responsável por uma mais comuns críticas da cobertura jornalística: o sensacionalismo.Estedocumentário
Título
Área: Formato:TelevisivoDocumentário
Documentário de xx minutos elaborado com o intuito de gerar um alerta para o público sobre o sensacionalismo e suas consequências, no formato informativo e utilizando fotos e vídeos dos casos que mais tiveram repercussão no país e que são associados ao tema em discussão. duração do programa, intervalos, periodicidade e VTs.
Com um documentário expositivo, já que vamos mostrar as reais consequências do sensacionalismo, pretendemos trazer um material com uma linguagem mais informal, para abordar um público maior e os que mais consomem os telejornais da TV aberta. Acreditamos que a mídia tem poder de influência, ainda mais a televisão, já que grande parte dos brasileiros se mantém informados através desse veículo. Acreditamos, também, que grande parte dos produtos utilizam do sensacionalismo durante as coberturas, principalmente durante as coberturas de grandes crimes que chocam o país todo. Dessa forma, nossa missão é expor o uso do sensacional e do espetáculo, assim, alertando o público, pois nem tudo o que é visto na televisão deve ser tido como verdadeiro.
Linha editorial
Público a ser atingido
Linguagem
Plano estratégico
Documentário jornalístico, com intuito e levar ao público alvo um alerta do que o sensacionalismo pode causar, por isso vamos expor as consequências de casos marcantes da TV brasileira
Consideramos nosso público alvo aqueles que consomem jornais que atualmente são conhecidos pelo sensacionalismo. Buscamos gerar o alerta esse público, portanto, conversamos com alguns telespectadores e notamos pontos nas falas dos mesmos que deveriam ser esclarecidos, como qual o impacto que uma fala exagerada pode ter. Para isso, fizemos
entrevistas com especialistas, jornalistas experientes e pessoas que já se sentiram afetadas com o sensacionalismo exposto nos jornais.
Fiquei responsável pela produção do roteiro juntamente com a Heloísa Freitas. Também tive a participação na direção do documentário e da produção. Individualmente fiquei responsável pela captação de algumas imagens e também pelo contato com o Psicologo Jacob Pinheiro Goldberg.
B) CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
Orçamento
Todos ficaram responsáveis pelo trabalho de repórter nas entrevistas realizadas.
Função individual
Edição R$ 130,00 R$ 130,00
Total 18 R$ R$ 404,00
Equipamentos 25R$,00 R$ 75,00
Materiais teóricos 45,00R$ 135,00R$
4
DOCUMENTAÇÃODECUPAGENS
Valor
1
00’00’’ Beatriz: Eu sou uma pessoa que eu costumo sim consumir esse tipo de conteúdo, até porque o horário que eu ligo a TV são horários que só tem isso, praticamente. Se você colocar nas emissoras, por exemplo, que são mais famosas, o que tem dentro delas é conteúdo sensacionalista ou um conteúdo que envolve mais crime, mais coisa policial, então a gente acaba consumindo. Eu acho que você não tem muito para onde fugir, porque tem um determinado horário que só tem isso na TV e é só isso que você consegue assistir. Grupo Qual sua opinião sobre esses programas ou jornais? Você concorda que eles têm uma abordagem/linguagem diferente, se comparados com outros?
00’37’’ Beatriz: Quando eu assisto esse tipo de conteúdo, quando eu ligo a TV e eu começo averessetipode conteúdo,euvejo quealinguagemdelesérealmentediferentedaquilo que você assiste, da mesma forma, por exemplo, só que em outro jornal. Quando eu vejo um
Transporte 4,80R$ 19,20
Alimentação 15,00R$ R$ 45,00
Grupo Você costuma consumir jornais que têm conteúdo policial ou que são conhecidos pelo público por serem sensacionalistas?
3
Item Quantidade unitário Valor Total
R$
3
3
Grupo Se sente alguma coisa em relação à isso, qual é a raiz desse “trauma” e como você acha que ele surgiu?
conteúdo que é mais sensacionalista, eu me sinto obrigada a entender aquilo do jeito que aquele jornalista, do jeito que aquela matéria, está me passando. Então eu não sinto a liberdade de entender aquilo como eu quiser e fazer meu raciocínio, tudo mais, e ver o que está certo e o que está errado. Eu acho que eles já deixam ali bem claro o que eles querem que estejam certo e o que eles querem que esteja errado. Então eu acho que a linguagem dentro desses programas, desses jornais, influenciam muito, ainda mais para uma pessoa mais leiga, por exemplo, que não está entendendo muito sobre o assunto, que não está muito em volta do assunto, envolvida naquilo, então ela vai entender aquilo que está lá, que estão passando para ela, ela não vai procurar depois saber mais e entender sobre o assunto. Aquilo lá é o que ela está vendo, é o que ela vai entender sobre aquilo, e está tudo bem para ela. Então eu acho que a linguagem é muito importante nessa hora, porque é aquilo que vai definir para a pessoa o que é certo e o que é errado. E se ela está vendo um jornal totalmente sensacionalista, ela vai entender que tal coisa é certa ou é errada, mas em função só daquilo que ela está vendo.
02’09’’ Beatriz: Quando eu passo a consumir muito esses programas, esses jornais, eu acabo me sentindo um pouco com medo da violência que tem no mundo, porque eu entendo que em qualquer lugar você pode ser assaltada, em qualquer lugar pode acontecer alguma coisa, não só comigo, mas com qualquer outra pessoa. A gente nunca pensa que isso vai acontecer com a gente, mas quando eu consumo muito disso, quando eu fico ‘meu Deus, é isso que eu estou vendo, é isso que está acontecendo no mundo’, quando eu saio de casa acho que é um dos primeiros pensamentos, principalmente quando está mais tarde. E por eu ser mulher, eu penso: ‘nossa, posso ser assaltada. Nossa, vem um cara e vai mexer comigo, vai me machucar, vai fazer alguma coisa e eu não vou ter para onde correr. Vai acontecer tudo que eu já vi, o que eu já pensei que pode acontecer comigo’. Então assistir isso me gera muitos gatilhos. São coisas que eu fico pensando, e, às vezes eu paro e penso: ‘não vou consumir esse tipo de conteúdo, porque vai me deixar com paranoia, eu não vou conseguir fazer o que eu tenho que fazer, na horaqueeu tenhoque fazer,porquevou ficarpensandonisso’.Éumacoisa quemexe um pouco com meu psicológico assistir esse tipo de coisa, consumir muito esse tipo de coisa.
Grupo Qual o seu sentimento ao assistir esses programas? O que os conteúdos desses jornais despertavam em você?
00:00 Luiz Gustavo: Emílio, bem vindo. Obrigado por estar participando da entrevista. Eu sou Luiz Gustavo, como você deve saber. Eu estudo na Universidade Cruzeiro do Sul e nós estamos fazendo o TCC onde estamos estudando como o sensacionalismo afeta as pessoas que produzem e que cobrem o sensacionalismo. Nós estamos estudando o caso da escola base. Estamos estudando também o caso da Eloá, aquela cobertura horrível que foi feita. O caso da Isabela. Você escreveu um livro sobre o caso da Escola Base, não é?
03’37’’ Beatriz: Eu acho que um bom exemplo disso é quando eu trabalhava dentro de uma emissora. Então eu trabalhava com conteúdos de crime e feminicídio o dia todo. Eu não poderia escolher, ‘ah, eu quero só ver isso hoje, quero só ver coisas fofas hoje no jornal’, não, não é assim que funciona, e a gente sabe muito bem disso. Então eu acredito que isso me gerou muitos traumas, porque é uma coisa absurda, de eu sair na rua, já escuro, e eu pensar: ‘nossa, eu vi isso, isso e isso, tinha uma moça, ela estava sozinha, ela foi assaltada, isso pode acontecer comigo’. Então era uma coisa bem difícil de lidar, porque era todo o dia o mesmo medo, o mesmo pensamento. Foram coisas que eu fiquei um pouco assustada. Por trabalhar dentro da TV, eu me acostumei, me acostumei com aquilo, e uma hora ficou tudo bem, é coisa da minha cabeça. Mas eu imagino para quem vê isso. Às vezes, por exemplo, está assistindo o seu jornal e você vê aquilo, como essa pessoa reage, como essa pessoa consegue para de pensar naquilo depois de um certo tempo, porque eu sei que é difícil. Eu sei que controlar seus pensamentos em relação à essas coisas ruins do mundo é bem difícil. Então quando você assiste um conteúdo desse tipo, para você deixar de pensar naquilo deve ser muito, muito difícil, ainda mais quando não é do seu costume ver aquilo. Você vê aquilo do nada e aquilo fica na sua cabeça, você fica pensando naquilo. Eu acho que isso pode gerar coisas bem piores, que podem causar coisas bem difíceis de serem curadas mais para frente
DECUPAGEM, EMILIO COUTINHO
00:57 Emílio Coutinho: Sim, escrevi esse livro aqui no meu trabalho de conclusão de curso inclusive.01:05Luiz: Foi?
01:06 Emílio: Sim, foi um livro reportagem sobre o caso Escola Base. Foi o meu trabalho de conclusão de curso e acabou ganhando uma dimensão muito grande, uma repercussão impressionante que acabou se tornando uma referência. Até então só existia um
02:27 Emílio: Logo no primeiro ano da faculdade tinha me interessado pelo caso Escola Base, pois eu estava procurando um tema pro meu TCC. Eu sou um pouquinho ansioso, então já no primeiro ano eu estava procurando um tema para o meu TCC, e o caso Escola Base, quando surgiu na faculdade, quando chegou uma professora contando o caso Escola Base, junto com ele vieram várias dúvidas que eu tinha a respeito do caso, que eu tive naquele momento, e perguntando para a professora, ela não sabia responder. Longe de ser uma professora mal preparada, mas porque eram perguntas que realmente ninguém tinha ido atrás das respostas pra elas. E eu queria sobretudo saber se eles tinham a escola, se eles conseguiram se recuperar, se tinha alguma repercussão, alguma consequência ainda, aquele caso na vida dos personagens. E a professora não soube responder. Eu fui na internet atrás de respostas, também não encontrei nada que saciasse essas dúvidas. Encontrei uma matéria aqui, outra ali, e vi que também havia pouco material sobre esse caso, então eu percebi que alguém precisaria ir atrás das respostas pra essas perguntas. E eu disse: "bom, eu estou procurando um tema pro TCC, e eu quero um TCC que não seja apenas algo pra receber um diploma, quero algo que realmente tenha uma repercussão na sociedade, e que eu realmente me sinta fazendo jornalismo já na faculdade, já me sinta fazendo o jornalismo que eu tanto amo, que é o investigativo. Então vou fazer sobre isso." Então já no primeiro ano da faculdade, no segundo semestre na verdade, eu comecei a estudar sobre esse caso, fui atrás de tudo que tinha sido publicado na época, peguei informações nos próprios jornais da época que eu coletei na internet, coletei nos arquivos de bibliotecas públicas, e até mesmo no arquivo do Estado de São Paulo. E a partir daí, depois de alguns anos coletando todo esse material e também me aprofundando sobre ele, lendo, eu fui atrás dos personagens. Então foram anos de preparação, até mesmo chegar o momento de ir atrás dos personagens pra saber como eles estavam.
livro sobre esse caso, que é o livro escrito pelo Alex Ribeiro, que na época que publicou o livro também era estudante de jornalismo. O caso Escola Base aconteceu em 94, ele publicou o livro dele em 95, e eu publiquei 20 anos depois, em 2015. Eu escrevi esse livro aqui, atualizando os personagens e o que tinha acontecido com eles depois de duas décadas. E foi o meu TCC.
02:06 Emílio: Eumeformeiem jornalismo na FMU.Foi entre2012 e2015. 02:21 Luiz: E o que fez você querer escrever esse livro, o que te interessou nesse caso?
05:26 Luiz: E eu estava vendo aqui, lendo um pouco do seu livro. Infelizmente eu não consegui achar (o livro), mas eu pesquisei o máximo que eu pude, e você fala que você foi na
02:03 Luiz: Onde você estudou?
rua que aconteceu o caso e que muitas das pessoas lá tinham certeza de que o casal Alvarenga estava envolvido(...).
2º vídeo Jacob Pinheiro
3º vídeo Jacob Pinheiro
01:00: Sem dúvida nenhuma! Uma grande parte da problemática da violência urbana contemporânea é resultado da exploração sensacionalista, daquilo que já se chamava tradicionalmente, de imprensa marrom, aos instintos mais cruéis, bárbaros e selvagens da contingência humana. É necessário (interrompido).
DECUPAGEM JACOB PINHEIRO
00:04: Eu não sei se especificamente aconteceu isso no caso do programa do Gugu, mas em abstrato na teoria (foi interrompido).
1º vídeo Jacob Pinheiro
00:02: Arelação entre desenvolvergatilhos emocionais, aquiloque agente podechamar depaviocurto,instantaneidade,simultaneidade,éumadecorrênciadainsensibilidadenoticiosa, daí uma responsabilidade moral muito grande naquele que usa elementos de sedução de audiência, para conquistar modificações nas atitudes da união pública.
00:01: A televisão, e eu já comentei isso em um dos meus últimos livros, que era sobre magética, ela tem um impacto de todos os movimentos, quer dizer, o telespectador quando assiste o programa, ele tende a diminuir a suas reservas criticas, é diferente da leitura, por exemplo de um livro, que normalmente demanda uma reflexão. Na televisão a mensagem é direta, por tanto a persuasão é muito mais significativa. É um processo parecido com o que aconteceu nos inícios da inserção do rádio no meio midiático. Grupo: Existe algum risco ou conseqüência para as pessoas que consomem conteúdo com muita violência:
4º vídeo Jacob Pinheiro
SOBE ÁUDIO DO VÍDEO VINHETA ABERTURA ÁUDIO VINHETA IMAGEM CASO ISABELLA NARDONI OFF: “CASO ISABELLA...” IMAGEM CASO ELOÁ
VÍDEO ÁUDIO
ABERTURA: COBERTURA CASO MARCELA NO CIDADE ALERTA (DURANTE COBERTURA AO VIVO, A MÃE DE MARCELA É INFORMADA SOBRE A MORTE DA FILHA E PASSA MAL)
ROTEIRO
OFF: “CASO ELOÁ...” IMAGEM CASO ESCOLA BASE OFF: “CASO ESCOLA BASE...” VÍDEO COBERTURA CASOS ISABELLA, ELOÁ E ESCOLA BASE
00:00: Durante de muitos anos, inclusive eu dei um depoimento para a comissão parlamentar de inquérito sobre a violência urbana, no senado, falando sobre isso. É muito grave quando a televisão, ou qualquer órgão de comunicação transforma o bandido em uma espécie de herói, uma espécie de Robin Hood. Não tem Robin Hood! Bandido é bandido e herói é herói. Quando você romantiza esse personagem, você pode estar educando no sentido do crime, ensinando o individuo, e mais do que isto, aplaudindo essa ordem de comportamento que é criminosa.
OFF: “TODOS ESSES CASOS MARCARAM A HISTÓRIA DO TELEJORNALISMO BRASILEIRO. MAS, VOCÊ SABE O QUE ESSES TRÊS CASOS TÊM EM COMUM?
NÃO SOMENTE A HISTÓRIA POR TRÁS DESSES CASOS FAZ COM QUE ELES SEJAM LEMBRADOS ATÉ HOJE. O DURANTESENSACIONALISMOACOBERTURADOS MESMOS TAMBÉM FAZ.”
OFF: “O SENSACIONALISMO PODE SER DEFINIDO COMO UMA LINHA EDITORIAL DA MÍDIA ONDE SE BUSCAM TEMAS OU FORMAS DE CAUSAR UM IMPACTO NO PÚBLICO,
VÍDEO COBERTURA CASOS ISABELLA, ELOÁ E ESCOLA BASE
TODAS AS OUTRAS SÃO. ISSO É RIDÍCULO. ALGUMAS EMISSORAS FAZEM UM JORNALISMO MAIS POPULAR, MAIS LIGADO À POPULAÇÃO, AO POVO. VOU PEGAR UM OUTRO EXEMPLO AQUI, O CASO LÁZARO. QUEM DETERMINA SE O CASO VAI SER UMA GRANDE COBERTURA OU NÃO, NÃO É O JORNALISTA, NÃO É A EMISSORA, É TELESPECTADOR.O SE EU COLOCO NO AR E O TELESPECTADOR NÃO TEM INTERESSE... ENTÃO, O INTERESSE DO TELESPECTADOR É O QUE AUMENTA O TEMPO DE COBERTURA. A GENTE TEM QUE FALAR A REAL, A REAL É ESSA. A GENTE COLOCA UM ASSUNTO NO AR, AS PESSOAS PASSAM A TER INTERESSE POR AQUELE TEMA, AS PESSOAS PASSAM A QUERER
ENTREVISTA GOTTINO SONORA: “A MINHA OPINIÃO É, SE VOCÊ NÃO ESTÁ GOSTANDO DA COBERTURA, VOCÊ MUDA DE CANAL. ESSA HISTÓRIA DE SENSACIONALISMO CRIARAM PARA DIFERENCIAR UMA EMISSORA DAS DEMAIS EMISSORAS. UMA EMISSORA NÃO SENSACIONALISTA,É
E, DESSA FORMA, GERAR MAIOR AUDIÊNCIA.”
ENTREVISTA COUTINHO
SONORA: “EXISTEM VÁRIOS ESTUDOS A RESPEITO DO QUE ATRAI AS PESSOAS BASICAMENTESENSACIONALISMO,NOMASOSERHUMANO É ATRAÍDO PELO SENSACIONALISMO, ATÉ MESMO PELA PARTE MAIS BAIXA NÉ, DO SER HUMANO, A PARTE MAIS ANIMAL, QUE É O SANGUE, É O... O PRÓPRIO NOME DIZ, SÃO AS SENSAÇÕES NÉ. ENTÃO AS PESSOAS QUEREM SABER A RESPEITO DE TUDO QUE ENVOLVE VIOLÊNCIA, MORTE, SANGUE. ISSO ATRAI AS PESSOAS, NÉ?”
VÍDEO COBERTURA ESCOLA SUZANO NO SBT OFF: “ABORDAGENS INSENSÍVEIS,” SOBE SOM VÍDEO
ASSISTIR AQUILO, E AÍ, ALGUÉM PEGA E FALA: “O JORNALISMO QUE ELES FAZEM É SENSACIONALISTA”, SENSACIONALISTA NADA. É GRANDE COBERTURA, COM ESTRUTURA, COM REPÓRTERES QUE SABEM FAZER AO VIVO, E POUCOS SABEM FAZER DESSA MANEIRA. MAS SE CRIA ESSA HISTÓRIA DE QUE UM É SENSACIONALISTA E O OUTRO NÃO É, ISSO É UMA TREMENDA BESTEIRA.” OFF: “ALGUNS MÉTODOS JÁ SÃO CONHECIDOS POR FAZEREM PARTE DE UMA ABORDAGEM SENSACIONALISTA. SÃO ELES...”
OFF: “CRIAÇÃO DE POLÊMICAS DIANTE DOS FATOS,”
SOBE SOM VÍDEO
VÍDEO BACCI ACUSA HOMEM SEM PROVAS E DESPERA FILHA OFF: “E INTENCIONALMENTE.TENDENCIOSAAPRESENTAÇÃOFEITA ”
VÍDEO SIKERA JUNIOR SE IRRITA COM ENTREVISTA DE BANDIDO
SOBE SOM VÍDEO ENTREVISTA GOTTINO SONORA: “SIM, VOCÊ TEM QUE ENTENDER O QUE O SEU TELESPECTADOR QUER ASSISTIR TAMBÉM. O SEU TELESPECTADOR QUER VER O QUE? TEM UMA EMISSORA QUE FEZ UMA COBERTURA AGORA SOBRE COVID, QUE ELA PRIORIZOUSIMPLESMENTEACOBERTURA DE COVID. EU PODERIA PEGAR E FALAR ASSIM: “OLHA, EU ACHO QUE ISSO É SENSACIONALISMO”. PODERIA, MAS NÃO FAÇO, PORQUE EU RESPEITO A LINHA EDITORIAL. CADA UM ESCOLHE A FORMA COMO QUER TRABALHAR E AONDE QUER CHEGAR.”
ENTREVISTA BEATRIZ
VÍDEO CASO ISABELLA NARDONI SOBE SOM VÍDEO
IMAGENS CASO ISABELLA NARDONI OFF: “O CASO ISABELLA NARDONI REFERE-SE À MORTE DA MENINA DE CINCO ANOS, JOGADA DO 6º ANDAR DO EDIFÍCIO LONDON, LOCALIZADO NA VILA GUILHERME, ZONA NORTE DE SÃO PAULO. O CASO ACONTECEU NA NOITE DO DIA 29 DE MARÇO DE 2008 E LOGO TOMOU UMA REPERCUSSÃOGRANDEEMTODO O PAÍS, DEVIDO A GRANDE COBERTURA MIDIATICA DIANTE DO CASO.”
SONORA: “EU ACHO QUE UM BOM EXEMPLO DISSO É QUANDO EU TRABALHAVA DENTRO DE UMA EMISSORA. ENTÃO EU TRABALHAVA COM CONTEÚDOS DE CRIME E FEMINICÍDIO O DIA TODO. EU NÃO PODERIA ESCOLHER, ‘AH, EU QUERO SÓ VER ISSO HOJE, QUERO SÓ VER COISAS FOFAS HOJE NO JORNAL’, NÃO, NÃO É ASSIM QUE FUNCIONA, E A GENTE SABE MUITO BEM DISSO. ENTÃO EU ACREDITO QUE ISSO ME GEROU MUITOS TRAUMAS, PORQUE É UMA COISA ABSURDA, DE EU SAIR NA RUA, JÁ ESCURO, E EU PENSAR: ‘NOSSA, EU VI ISSO, ISSO E ISSO, TINHA UMA MOÇA, ELA ESTAVA SOZINHA, ELA FOI ASSALTADA, ISSO PODE ACONTECER COMIGO’. ENTÃO ERA UMA COISA BEM DIFÍCIL DE LIDAR, PORQUE ERA TODO O DIA O MESMO MEDO, O MESMO PENSAMENTO. FORAM COISAS QUE EU FIQUEI UM POUCO ASSUSTADA.”
VÍDEO CASO ISABELLA NARDONI OFF: “ANALISANDO CASOS QUE JÁ SÃO CONHECIDOS E BUSCANDO DEPOIMENTOS DE QUEM CONSOME ESSE TIPO DE CONTEÚDO, CONSEQUÊNCIASSENSACIONALISMORESPONDERBUSCAMOSSEOTEMREAIS.”
IMAGENS CASO ELOÁ
SONORA: “O CASO ELOÁ EU CLASSIFICO COMO UM DOS MAIORES ERROS DA POLÍCIA, NÃO DA IMPRENSA, NÃO DOS JORNALISTAS. UM DOS MAIORES ERROS QUE A POLÍCIA COMETEU. E AÍ EU POSSO DESCREVER PARA VOCÊ ALGUNS DESSES ERROS, E VOCÊS PODEM OPINAR SE FORAM ERROS DA POLÍCIA OU SE FORAM ERROS DA IMPRENSA. VAMOS LÁ... LINDERBERG INVADE O APARTAMENTO E FAZ A EX NAMORADA E A AMIGA REFÉM, ELES ESTÃO TRANCADOS DENTRO DO APARTAMENTO, COMEÇA ALI UMA NEGOCIAÇÃO DA POLÍCIA E A
VÍDEO CASO ISABELLA NARDONI SOBE SOM VÍDEO
ENTREVISTA GOTTINO
OFF: “O CASO ELOÁ REFERE-SE AO SEQUESTRO E MORTE DA JOVEM ELOÁ CRISTINA NO DIA 13 DE OUTUBRO DE 2008. ELOÁ FOI MORTA PELO SEU EX NAMORADO, LINDEMBERG ALVES, QUE INVADIU A CASA DA GAROTA E A FEZ REFÉM POR MAIS DE 100 HORAS. A COBERTURA DO CASO FOI BASTANTE QUESTIONADA E É CRITICADA ATÉ HOJE. MUITOS CONSIDERAM A MÍDIA COMO A PRINCIPAL CULPADA, JÁ QUE AGIU DE FORMA IRRESPONSÁVEL E CRIMINOSA. A JORNALISTA SÔNIA ABRÃO E A REDE TV FORAM ALVOS DE UMA AÇÃO MOVIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL POR UMA ENTREVISTA FEITA COM ELOÁ E LINDEMBERG. O ÓRGÃO AFIRMOU QUE AS ENTREVISTAS INTERFERIRAM NA ATIVIDADE POLICIAL E COLOCARAM A VIDA DA ADOLESCENTE E DOS ENVOLVIDOS NA OPERAÇÃO EM RISCO.”
VÍDEO COBERTURA CASO ELOÁ ÁUDIO REPÓRTER
ESTENDE, E EM NENHUM MOMENTO ELES CONSEGUEM COLOCAR UM PONTO FINAL NISSO, ATÉ QUE VIRA O PRIMEIRO DIA, E AÍ O CASO COMEÇA A DESDOBRAMENTOS.TERJÁTEM UMA COBERTURA NACIONAL, ELES NÃO CONSEGUEM COLOCAR UM PONTO FINAL NISSO, E AÍ A IMPRENSA COMEÇA A CRESCER A HISTÓRIA. O LINDERBERG, EM UM DETERMINADO MOMENTO, ELE SOLTA A AMIGA. A AMIGA NAYARA, SE NÃO ME ENGANO, É LIBERTADA, ELA SAI. VOCÊ TINHA DUAS REFÉNS, VOCÊ SOLTOU UMA, VOCÊ TEM METADE DO SEU PROBLEMA AGORA. VOCÊ TINHA DUAS MENINAS, AGORA VOCÊ TEM SÓ A METADE, 50% DO SEU PROBLEMA JÁ FOI RESOLVIDO. A MENINA FOI LIBERTADA, ESTAVA BEM... ELES FAZEM A MENINA VOLTAR PARA O CATIVEIRO, PARA O APARTAMENTO. QUEM FEZ A MENINA VOLTAR PARA O LOCAL FOI A IMPRENSA OU FOI A POLÍCIA? QUANDO ELA É FEITA REFÉM NOVAMENTE, AÍ O NEGÓCIO CRESCEU PORQUE TODO MUNDO VIU QUE FOI UM GRANDE ERRO. SÓ QUE, O QUE ACONTECE, QUANDO ELA VOLTA E ELE NÃO SOLTA A MENINA, ELE FICA EM SILÊNCIO, NINGUÉM SABIA O QUE TINHA ACONTECIDO, FOI AÍ QUE EU LIGUEI, PEGUEI O TELEFONE NA LISTA TELEFÔNICA, PEGUEI O TELEFONE DA CASA E LIGUEI NO TELEFONE FIXO E ELE ATENDEU. A GENTE QUERIA SABER SE A MENINA ESTAVA VIVA, SE A MENINA ESTAVA BEM. ELE ATENDE E DÁ
IMPRENSA SE APROXIMA DO LOCAL PARA FAZER A COBERTURA E ELES FICAM ALI POR ALGUMAS HORAS. A IMPRENSA ESTÁ FAZENDO O PAPEL DELA, A POLÍCIA ESTÁ FAZENDO O PAPEL DELA. NEGOCIAÇÃOAQUELECONTINUA, SE
UMA ENTREVISTA RÁPIDA DIZENDO QUE ESTAVA TUDO BEM. QUEM COMETEU ESSE ERRO FOI A IMPRENSA OU FOI A POLÍCIA QUE DEIXOU A MENINA VOLTAR?” VÍDEO POLICIAL JOÃO FELIX SOBE SOM FALA POLICIAL
SONORA: “O JORNALISMO SENSACIONALISTA, ELE SEMPRE TERÁ OS SEUS DEFENSORES, TERÁ ALGUÉM PRODUZINDO ESSE TIPO DE PORQUEJORNALISMO,TEM AUDIÊNCIA. COMO EU FALEI, O SER HUMANO, ELE GOSTA DISSO; ELE GOSTA DE SABER DESSES CASOS, DE CASOS DE SANGUE. E É MUITO MAIS SIMPLES ACOMPANHARVOCÊNUM CASO COMO ESSE DO QUE VOCÊ SE APROFUNDAR MESMO. CHEGA A SER CANSATIVO ÀS VEZES ATÉ PARA O PÚBLICO SE APROFUNDAR, NÃO FICAR SÓ SUPERFICIALIDADE.NA NÓS VEMOS ATÉ NAS REDES SOCIAIS, MUITA GENTE NOTÍCIASCOMPARTILHAAPENASPELO TÍTULO, APENAS PELA PARTE MAIS SUPERFICIAL DA NOTÍCIA QUE É O TÍTULO, AS COMPARTILHAMPESSOASAQUILO SEM LER O CONTEÚDO DA MATÉRIA.” IMAGENS CASO ESCOLA BASE OFF: “O CASO ESCOLA BASE REFERE SE À ACUSAÇÃO INJUSTA DE ABUSO SEXUAL CONTRA ALUNOS QUE TERIAM SIDO COMETIDOS PROPRIETÁRIOSPELOSDA ESCOLA, O CASAL ICUSHIRO SHIMADA E MARIA APARECIDA SHIMADA, A PROFESSORA PAULA MILHIM ALVARENGA E O SEU ESPOSO E MOTORISTA MAURÍCIO MONTEIRO DE ALVARENGA. O CASO, QUE ACONTECEU EM 1994, É LEMBRADO ATÉ HOJE DEVIDO À COBERTURA
ENTREVISTA COUTINHO
OFF: “DE ACORDO COM DADOS DIVULGADOS PELO INSTITUTO BRASILEIRO DE OPINIÃO PÚBLICA E ESTATÍSTICA, O IBOPE, MOSTRAM QUE, DE FATO, O EXAGERO DURANTE A COBERTURA DESSES CASOS GERA MAIOR AUDIÊNCIA.”
”
ENTREVISTA COUTINHO
“HOUVE UMA FALHA MUITA GRANDE TAMBÉM DA IMPRENSA AÍ, O NOSSO FOCO, NÓS DA IMPRENSA SEMPRE QUESTIONAMOS ISSO NÉ, NORMALMENTE O JORNALISTA, ELE GOSTA MUITO DE FAZER CRÍTICA. O NOSSO TRABALHO É UM TRABALHO DE COBRAR O PODER PÚBLICO, COBRAR AS AUTORIDADES, MAS EXISTEM POUCOS JORNALISTAS, NO JORNALISMO EXISTE MUITO POUCO ESSA QUESTÃO DA COBRANÇA, DA AUTO COBRANÇA. OU SEJA, O JORNALISTA ESTÁ ALI, VIGIANDO TAMBÉM O SEU TRABALHO, VIGIANDO O QUE, SERÁ QUE ESTÁ SENDO BEM FEITO NÉ, ESSE TRABALHONÉ,ESSE...OUEXISTIRAMFALTAJORNALÍSTICO?TRABALHOINFELIZMENTEMUITOAAUTOCRÍTICA.ALGUNS,EXISTEMUMOUTROVEÍCULOAÍQUETEMOPRÓPRIOOMBUDSMANÉUMAFORMADEVIGIARODAIMPRENSANÉ.
PARCIAL DA IMPRENSA. OS ACUSADOS, ALÉM DE SE ISOLAREM E PERDEREM SEUS EMPREGOS, DESENVOLVERAM ESTRESSE E FOBIA, DIANTE DOS DANOS MORAIS QUE SOFRERAM. POR CONTA DA COBERTURA, A REDE GLOBO FOI CONDENADA A PAGAR R$ 1,35 MILHÃO PARA REPARAR OS DANOS CAUSADOS AOS ACUSADOS ” VÍDEO COBERTURA CASO ESCOLA BASE SOBE SOM VÍDEO
IMAGENS CASO ISABELLA
OFF: “DURANTE A COBERTURA DO CASO ISABELLA, O ‘FANTÁSTICO’, EXIBIDO PELA REDE GLOBO, REGISTROU 33 PONTOS DE MÉDIA, COM PICO DE 43, DURANTE A EXIBIÇÃO DA ENTREVISTA COM ANNA CAROLINA OLIVEIRA, MÃE DA MENINA ISABELLA ” IMAGEM CASO LÁZARO OFF: “OUTRO CASO RECENTE E QUE TAMBÉM PODE SER CITADO É O CASO LÁZARO, HOMEM QUE FICOU CONHECIDO COMO O ‘SERIAL KILLER DE BRASÍLIA’.”
SONORA TIAGO ALMEIDA SONORA: “ESSE PRINCIPALMENTEJORNALISMO,DARECORD, O GOTTINO, EU GOSTO MUITO DELE, ELE INFLUENCIA BASTANTE AS PESSOAS A VER A VERDADE, A
VÍDEO CASO LÁZARO
VÍDEO CASO LÁZARO
SOBE SOM VÍDEO
OFF: “O CASO FEZ A RECORD TV TER A MELHOR AUDIÊNCIA DO ANO. AS EDIÇÕES VESPERTINAS DOS JORNAIS ‘CIDADE ALERTA’ E ‘BALANÇO GERAL’ REGISTRARAM 9,5 PONTOS DE MÉDIA SEMANAL, UMA CRESCIMENTO DE 23% NA COMPARAÇÃO COM AS QUATRO SEMANAS ANTERIORES, SENDO A EDIÇÃO DE SEXTA FEIRA, DIA 18 DE JUNHO, A MAIS VISTA DO ANO, COM 10,5 PONTOS.”
IMAGENS CASO ISABELLA
ENTREVISTA MARIA APARECIDA SONORA: “MUITAS PESSOAS ACHAM QUE, NÃO QUEREM ASSISTIR ELE PORQUE ACHAM QUE AS PESSOAS VÃO FICAR COM MAIS MEDO. EU ACHO QUE NÃO, QUE ELE ESTÁ ALERTANDO AS PESSOAS, NÉ, ESTÁ DIVULGANDO O QUE ESTÁ ACONTECENDO NO MUNDO, NÉ. [...] PORQUE SE VOCÊ FOR TER MEDO, VOCÊ ENTRA NUMA DEPRESSÃO, NÉ. IGUAL MUITAS PESSOAS ESTÃO, EM DEPRESSÃO, TRANCADA DENTRO DE CASA PORQUE FICA COM MEDO DE TUDO.”
ENTREVISTA GOTTINO SONORA: “NÃO SOU EU QUE ESTOU DETERMINANDO QUE ESSE ASSUNTO VÁ GOELA ABAIXO DAS PESSOAS. NÃO, AS PESSOAS QUE ESTÃO FALANDO: “OLHA, NÓS QUEREMOS ASSISTIR ISSO, NÓS QUEREMOS SABER SE ELE VAI SER PEGO OU NÃO”. TEM UMA COMOÇÃO NACIONAL, TODO MUNDO QUERENDO SABER AONDE ELE ESTÁ, ELE ESTÁ ENGANANDO A POLÍCIA, ELE ESTÁ FAZENDO REFÉNS, COMO QUE ESTÁ A SITUAÇÃO, A NOITE ELE FOI VISTO... ENTÃO, É UMA HIPOCRISIA MUITO GRANDE QUANDO AS PESSOAS CLASSIFICAM DESSA MANEIRA, PRINCIPALMENTE SITES NOTICIOSOS, QUE PUBLICAM ISSO, MAS AO MESMO TEMPO, COLOCAM LÁ EM DESTAQUE NA PRIMEIRA CAPA, NA PRIMEIRA PÁGINA, NA CAPA DE SEUS SITES, AS MESMAS NOTÍCIAS QUE ELES RECLAMAM QUE, NA TELEVISÃO, SÃO SENSACIONALISTAS, PORQUE É A NOTÍCIA QUE VAI DAR CLIQUE.”
TRANSPARÊNCIA. NÃO TEM ESSE NEGÓCIO DE MEIA VERDADE, OU É OU NÃO É, ENTENDEU? [...] EU ACHO QUE ASSIM, ÀS VEZES PESA NÉ? ELES QUEREM FAZER UM TRABALHO, NÃO SEI SE É ESSE FURO DE REPORTAGEM RÁPIDO, NÉ? ATRAPALHA A INVESTIGAÇÃO POR ISSO NÉ. [...] SE EU QUISER VER PARAÍSO EU VOU VER PARAÍSO. SE EU QUISER VER, NÉ... TAMBÉM DIZEM QUE O NOSSO PAÍS É UMA TAXA ALTA DE CRIMINALIDADE, NÉ? VOCÊ VÊ AS PESQUISAS DIVULGANDO AÍ, NÉ? E TODA HORA, VOCÊ LIGA NUM JORNAL E NO OUTRO, TODA HORA... MAS O NOSSO BRASIL É GRANDE. [...] ENTÃO, EU ACHO ASSIM: É MUITA NOTÍCIA RUIM, NÃO PRECISAVA DISSO.”
ENTREVISTA GOLDENBERGJACOB
VÍDEO COBERTURA CASO ELOÁ PROGRAMA SONIA ABRÃO SOBE SOM VÍDEO
SONORA: “A TELEVISÃO, E EU JÁ COMENTEI ISSO EM UM DOS MEUS ÚLTIMOS LIVROS, QUE ERA SOBRE MAGÉTICA, ELA TEM UM IMPACTO DE TODOS OS MOVIMENTOS, QUER DIZER, O TELESPECTADOR QUANDO ASSISTE O PROGRAMA, ELE TENDE A DIMINUIR A SUAS RESERVAS CRITICAS, É DIFERENTE DA LEITURA, POR EXEMPLO DE UM LIVRO, QUE NORMALMENTE DEMANDA UMA REFLEXÃO. NA TELEVISÃO A MENSAGEM É DIRETA, POR TANTO A PERSUASÃO É MUITO MAIS SIGNIFICATIVA. É UM PROCESSO PARECIDO COM O QUE ACONTECEU NOS INÍCIOS DA INSERÇÃO DO RÁDIO NO MEIO MIDIÁTICO. [...] SEM DÚVIDA NENHUMA! UMA GRANDE PARTE DA PROBLEMÁTICA DA VIOLÊNCIA URBANA CONTEMPORÂNEA É RESULTADO DA EXPLORAÇÃO SENSACIONALISTA, DAQUILO QUE JÁ SE TRADICIONALMENTE,CHAMAVA DE IMPRENSA MARROM, AOS INSTINTOS MAIS CRUÉIS, BÁRBAROS E SELVAGENS DA CONTINGÊNCIA HUMANA. [...] É MUITO GRAVE QUANDO A TELEVISÃO, OU QUALQUER ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO TRANSFORMA O BANDIDO EM UMA ESPÉCIE DE HERÓI, UMA ESPÉCIE DE ROBIN HOOD. NÃO TEM ROBIN HOOD! BANDIDO É BANDIDO E HERÓI É HERÓI. QUANDO VOCÊ ROMANTIZA ESSE PERSONAGEM, VOCÊ PODE ESTAR EDUCANDO NO SENTIDO DO CRIME, ENSINANDO O INDIVIDUO, E MAIS DO QUE ISTO, APLAUDINDO ESSA ORDEM COMPORTAMENTODE QUE É CRIMINOSA.”
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ENTREVISTA LAIS
ENTREVISTA COUTINHO SONORA: “UM APRESENTADOR. ELA NÃO FALOU QUEM QUE ERA O APRESENTADOR NEM QUAL ERA A EMISSORA, MAS NAQUELA ÉPOCA PRATICAMENTE TODAS AS EMISSORAS ESTAVAM DANDO ESSA NOTÍCIA, E O JORNALISTA FALOU QUE ERAM CULPADOS, E ELA ACREDITA PORQUE ELA VIU NA TELEVISÃO, ENTÃO AÍ QUE A GENTE VÊ A FORÇA, POR ISSO QUE NOS SOMOS CHAMADOS "O QUARTO PODER", A FORÇA QUE NOS TEMOS, NÓS DA IMPRENSA, DE ESPALHAR INCLUSIVE UMA NOTÍCIA FALSA. E MESMO DEPOIS, OS DONOS DA ESCOLA SENDO ABSOLVIDOS, E A PESSOA FICA COM AQUELA PEDÓFILOSOSINFORMAÇÃO:PRIMEIRADEQUEDONOSDAESCOLAERAM
SONORA: “SE HOUVER ESSA INFORMAÇÃO EM EXCESSO, SIM, PODE SIM CAUSAR PREJUÍZOS PSICOLÓGICOS. VOLTANDO ALI NAQUELA MESMA SITUAÇÃO, SE PARA UM ADULTO É DIFÍCIL RECEBER TANTA INFORMAÇÃO E AINDA SIM GERENCIAR, IMAGINA PARA UMA CRIANÇA, IMAGINA PARA UM ADOLESCENTE. PORÉM, ESSA INFORMAÇÃO É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA A EVOLUÇÃO DA CRIANÇA. ENTÃO POR ISSO É IMPORTANTE QUE OS RESPONSÁVEIS FAÇAM BEM ESSA GESTÃO, SAIBA BEM QUAL É O TELEJORNAL DE QUALIDADE, E QUANTO TEMPO QUE A CRIANÇA VAI SE EXPOR AQUELA REALIDADE PARA QUE ELA CONSIGA SABER COMO E PORQUÊ AS COISAS ACONTECE, PORQUE FAZ PARTE DA FORMAÇÃO, ELES ESTÃO ALI, CONHECENDO O MUNDO E ELES PRECISAM CONHECER MAIS, ALÉM DO QUE É SE VIVIDO DENTRO DE CASA.”
ENTREVISTA LAIS
ENTREVISTA GOTTINO SONORA: “DEPOIS DE UM TEMPO QUE VOCÊ ESTÁ TRABALHANDO NESSA ÁREA VOCÊ CONSEGUE SEPARAR MELHOR ISSO. NO COMEÇO A GENTE SENTE MUITO, A GENTE SE ABALA COM AS NOTÍCIAS. DEPOIS, VOCÊ CONSEGUE DIVIDIR MELHOR. NÃO QUER DIZER QUE VOCÊ SE TORNOU UMA PESSOA DE PEDRA,
ENTREVISTA VANESSA
O SUJEITO HAVIA SIGO PEGO, INDICAR TODA A TORTURA QUE AS VÍTIMAS PASSAVAM. ME SENTI COM MEDO, MUITO ASSUSTADA, E FRUSTRADA. MAS AO MESMO TEMPO, É CONHECERMOSIMPORTANTEALINGUAGEM E AS ESTRATÉGIAS QUE ESSE TIPO DE JORNAL ABORDA, PARA TOMARMOS CUIDADO E NOS PREVENIR, PRINCIPALMENTE CONTRA AS FAKE NEWS.”
SONORA: “O PROBLEMA ESTÁ NO TEMPO QUE A GENTE ABSORVE, NA QUANTIDADE DE TEMPO QUE A GENTE ABSORVE ESSA INFORMAÇÃO, E NA GESTÃO DE QUALIDADE DESSA INFORMAÇÃO. OU SEJA, A GENTE PRECISA DETERMINAR QUANTO TEMPO DO MEU DIA EU DEVO ASSISTIR O TELEJORNAL PARA ME MANTER INFORMADA DO QUE ESTÁ ACONTECENDO NO MUNDO, MAS TENDO ESSA VISÃO, TENDO ESSA SELETIVIDADE, OLHANDO UM POUQUINHO DO QUE AQUILO PODE ME TRAZER, O QUE AQUILO PODE ME ACRESCENTAR.”
SONORA: “ESSE TIPO DE JORNAL CAUSA FORTES EMOÇÕES PARA PRENDER A ATENÇÃO DO PÚBLICO. EU, POR EXEMPLO, ME SINTO FRUSTRADA, COMO ACONTECEU NO CASO DO LÁZARO, DA COBERTURA, EM QUE HOUVERAM JORNAIS SENSACIONALISTAS,MUITO QUE UTILIZAVAM EXAGERADASEXPRESSÕESPARAINDICAR QUE
UMA PESSOA FRIA, NÃO É ISSO... MAS, O QUE ENVOLVE A COBERTURA JORNALÍSTICA, ELA FAZ COM QUE VOCÊ NÃO SE ENVOLVA TANTO, EMBORA EU TENHA UM PROBLEMA DE ME ENVOLVER. EU ME EMOCIONO, EU ENTRO NAS HISTÓRIAS, MAS É LEGAL A SUA PERGUNTA PORQUE DÁ PRA EXPLICAR UM POUCO DO CENÁRIO QUE ENVOLVE A COBERTURA, QUE ASSIM, EU ESTOU CONVERSANDO COM O TELESPECTADOR, ESTAMOS AQUI, SÓ QUE TEM PESSOAS DO MEU LADO, TEM UMA CÂMERA, TEM LUZ, TEM GENTE, TEM PESSOAS FALANDO NO MEU OUVIDO: “OLHA, TEM INTERVALO AGORA, TEM QUE FAZER INTERVALO...”, ISSO VAI CORTANDO O SEU EMOCIONAL, PORQUE VOCÊ TEM ALI UMA ESTRUTURA, E O CARA FALA: “CHAMA O REPÓRTER, SURGIU AGORA, TAL”, ENTÃO, VOCÊ NÃO ESTÁ EMOCIONALMENTECOMPENETRADONESSE CASO. VOCÊ ESTÁ FALANDO PENSANDO NO QUE VAI FALAR NA SEQUÊNCIA, ESTÁ OUVINDO UMA ORIENTAÇÃO DO QUE VOCÊ DEVE FAZER, TEM GENTE SINALIZANDO AQUI, O TP, O REPÓRTER, O HELICÓPTERO, QUATRO IMAGENS NO AR... ENTÃO, O SEU ENVOLVIMENTO ELE NÃO É TOTAL, PORQUE VOCÊ ESTÁ COM A SUA CABEÇA A MIL E VOCÊ VAI COMPONDO ISSO PARA VOCÊ FAZER UMA GRANDE COBERTURA. ENTÃO, ISSO TE DISTANCIA UM POUCO... PODE SER BOM, PODE SER RUIM. EU, QUANDO ME PEGO, EU ESTOU DENTRO DA HISTÓRIA, MAS DEPOIS QUE EU SAIO DO TRABALHO, EU TENTO DEIXAR ELE DE LADO PORQUE EU TENHO UMA FAMÍLIA, TENHO FILHOS, TENHO ESPOSA, TENHO QUE CHEGAR AQUI E HONRAR OS MEUS COMPROMISSOS COMO PAI, COMO
MARIDO, E EU NÃO POSSO CHEGAR AQUI E FICAR EM UMA SITUAÇÃO QUE A MINHA FAMÍLIA NÃO CONSEGUE TER CONTATO COMIGO PORQUE EU FIQUEI MUITO MAL. ENTÃO ASSIM, A GENTE SENTE OBVIAMENTE, A GENTE SOFRE, MAS A GENTE TEM QUE SABER SEPARAR BEM, E ESSE AMBIENTE DA COBERTURA JORNALÍSTICA TAMBÉM TE AJUDA A TE DISTANCIAR.”
OFF: “O OBJETIVO DESSE DOCUMENTÁRIO ERA MOSTRAR QUAL IMPACTO QUE O SENSACIONALISMO TEM NA VIDA DAS PESSOAS. SEM PERCEBER, NÓS NOS SENTIMOS COM INFLUENCIADOSMEDO,PORCOISAS QUE VEMOS NA TELEVISÃO. TAMBÉM É MUITO DISCUTIDO SOBRE A ÉTICA PROFISSIONAL DO JORNALISTA QUANDO ESSE TEMA É ABORDADO. ATÉ ONDE VAI A BUSCA POR AUDIÊNCIA? DEVEMOS MESMO ABUSAR E APELAR PARA O EMOTIVO, MESMO SABENDO QUE ISSO PODE TER CONSEQUÊNCIAS?”
SONORA: “NÓS JORNALISTAS NÃO PODEMOS APONTAR DEDO, PORQUE NÓS TEMOS ALGUMAS VERSÕES DE UMA HISTÓRIA, MAS NÓS NÃO TEMOS O PODER DE FAZER UMA INVESTIGAÇÃO TÃO APROFUNDADA QUANTO A POLÍCIA. NA VERDADE ATÉ PODEMOS, NÉ. POR UM CERTO ASPECTO, PODEMOS. MAS NÓS NÃO PODEMOS JULGAR, REALMENTE NÉ. NÓS TEMOS QUE APRESENTAR OS DADOS, APRESENTAR OS FATOS, MAS QUEM VAI CONDENAR A PESSOA OU NÃO, QUEM VAI DIZER SE AQUELA PESSOA ESTÁ ERRADA OU NÃO; REALMENTE É A JUSTIÇA. É A JUSTIÇA CONDENANDO OU ABSOLVENDO AQUELA PESSOA.”
IMAGENS VÍDEO COBERTURA CASOS ISABELLA, ELOÁ E ESCOLA BASE
ENTREVISTA COUTINHO
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