Rádio, TV e Internet Trabalho de Curso Artigo Científico Segundo semestre de 2018
Uma análise técnica da direção do filme Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças 1 Willian SALÚ2 Prof. Dr. Bruno Rogério TAVARES 3 Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, SP
RESUMO Com o passar do tempo as obras audiovisuais passaram por diversas mudanças e adaptações conforme a época, período político/histórico promovendo diversas maneiras de se produzir um filme, tendo alguns deles tomado destaque por inovar ou apresentar ao público uma maneira diferente de apreciar tal obra, exemplo esse que ocorre no filme Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. O artigo tem como objetivo analisar o filme Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e verificar a influência que a linguagem do vídeo vem exercendo no cinema, identificar elementos em concordância de como ocorreu o evento de hibridação em que a linguagem do videoclipe e a do cinema se mesclam. Com as técnicas utilizadas pelo diretor Michel Gondry para produção do filme. A obra foi analisada diversas vezes, podendo observar não somente a sua narrativa, mas a forma como o amor é abordado no filme, utilizando principalmente o conceito de modernidade liquida do sociólogo Zygmunt Bauman. Filmes com narrativas e maneiras diferentes de serem gravados fugindo do padrão hollywoodiano geram certa estranheza e o artigo mostra as técnicas utilizada pelo diretor para promover sua obra e como sua quebra de narrativa se adapta perfeitamente ao propósito do filme que é nos pôr em reflexão.
PALAVRAS-CHAVE: Linear; Narrativa; imagens; Cinema; Imagens. 1
Trabalho de Curso apresentado ao curso de Rádio, TV e Internet da Universidade Cruzeiro do Sul como requisito parcial à obtenção do certificado de conclusão. 2 3
Estudante de Graduação, 8º semestre do curso de Rádio, TV e Internet, e-mail: willian.salum@gmail.com. Orientador do Trabalho de Curso de Rádio, TV e Internet, e-mail: bruno.tavares@cruzeirodosul.edu.br.
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INTRODUÇÃO A linguagem cinematográfica é o conjunto de planos, ângulos, movimentos de câmera e recursos de montagem em que as imagens são organizadas para dar sentido a obra. Porem a leitura do filme conta com a subjetividade de cada espectador, que se molda a partir da cultura e experiencia de vida de cada indivíduo, dando a cada ser, um olhar próprio e percepção do que lhe é exposto. O cinema mundial nos acostumou através de décadas que as histórias têm começo, meio e fim; ou um fim, começo e meio. A ordem nem sempre é seguida risca. No pósmodernismo, período no qual a nossa sociedade vive atualmente e que tem como uma de suas características a disseminação dos meios de comunicação, as pessoas se libertam dos medos e preconceitos e cultuam a individualização, a liberdade de expressão e da comunicação. A ruptura da linguagem cinematográfica do período clássico de hollywoodiano nos jogou em um abismo de ideias narrativas. Filmes românticos geralmente seguem uma linearidade, sinônimo de início, meio e fim. Normalmente, o filme inicia com um evento que desencadeia pontos e a narrativa segue uma sequência até sua conclusão, como, por exemplo, o mocinho não pode ficar com a donzela e tem de passar por diversos apuros até conseguir atingir seu objetivo ou não, como no caso de Titanic, 1998, do diretor James Cameron, que conta com a presença da atriz Kate Winslet, mas sempre seguindo essa trajetória que é habitualmente chamada de jornada do herói. O herói está tocando sua vida tranquilamente, até que recebe um chamado à aventura. Sem querer se complicar, ele em princípio recusa o chamado. Mas logo acontece alguma desgraça e surge um sábio ou mentor que o encoraja a encarar o desafio e partir rumo à sua missão. No caminho, muitas tarefas difíceis, inimigos e aliados. Ao final da estrada, enfrenta um teste dificílimo para finalmente conseguir sua recompensa. Mas, antes de poder voltar para casa, ele precisa sobreviver a uma grande perseguição. Só então o herói pode aproveitar o tesouro, ficar com a mocinha ou ter a certeza de que o mundo foi salvo. (CHARNI, 2006)
Diante desse contexto, este artigo tem como objetivo analisar o filme Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e averiguar a autoridade que a linguagem do vídeo vem desempenhando no cinema, e verificar os elementos que fizeram com que ocorresse a hibridação em que a linguagem do videoclipe e a do cinema se compõem. 2
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As características do filme Intitulado originalmente de Eternal Sunshine of the Spotless Mind, na tradução para o português, Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, o filme foi produzido pela Focus Features e Universal Pictures, distribuído pela Universal Pictures, 2004. Na narrativa da história Joel (Jim Carey) e Clementine (Kate Winslet) são personagens irreverentes. Joel em sua primeira aparição nos apresenta um homem de meia idade sem sonhos e reprimido, com um discurso pessimista e solitário, vive em uma pequena cidade dos Estados Unidos, quando sem motivo aparente resolver ir para Montauk uma cidade próxima a sua residência, onde conhece a bela e colorida Clementine, pelo qual se apaixona. Em pouco tempo vemos Joel chorando em seu carro e os créditos iniciais do filme aparecem, uma clara demonstração de quebra de narrativa. Clementine recorre a um procedimento milagroso, no qual uma empresa promete apagar memórias indesejadas, que tem como quase que exclusivo serviço apagar frustrações amorosas. Ao saber do procedimento realizado por Clementine, Joel resolve passar pelo mesmo procedimento, mas se arrepende. Nesse momento somos imersos em uma outra narrativa, a da mente humana. Joel ao perceber que está perdendo suas memórias e foge do roteiro temporal programado pelo Doutor Mierzwiak, que viaja por suas memórias na qual Clementine não pertence, como sua infância ou memorias traumáticas, fora do radar, causando problemas aos funcionários do Doutor. Joel ao final do processo consegue salvar sua última memória de Clementine que se localiza no dia em que se conheceram e não no primeiro momento do filme como é mostrado. A cena final do filme se repete por três vezes, dando a entender que não há de ser a primeira vez que o processo se realizou. O diretor Michel Gondry teve a ideia de produzir a obra após seu amigo sugerir a história de um personagem que recebe via correspondência um cartão com a mensagem "alguém que você conhece apagou você da memória". O título foi retirado do poema "Eloisa to Abelard", de Alexander Pope.
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Utilizando técnicas obtidas através de suas produções de videoclipe o diretor Michel Gondry, expõe não somente a sua narrativa, mas a forma como o amor é abordado no filme, a obra foi analisada utilizando principalmente o conceito de modernidade liquida do sociólogo Zygmunt Bauman.
Ficha técnica Nacionalidade: EUA Gênero: Comédia dramática e Ficção Cientifica, Categoria: longa-metragem Duração: 1 hora e 48 minutos Direção: Michel Gondry Roteiro: Charlie Kaufman, Michel Gondry, Pierre Bismuth, Diretor de Fotografia: Ellen Kuras, Montador: Valdis Oskardottir, Diretor de Arte: David Stein, Produtor: Steve Golin e Anthony Bregman, Produtor de set: Charlie Kaufman e Georges Bermann, Compositor: Jon Brion Elenco principal (ator e personagem): Jim Carrey/ Joel Barish, Kate Winslet/ Clementine Kruczynski, Kirsten Dunst/ Mary, Mark Rufallo/ Stan, Elijah Wood/ Patrick, Tom Wilkinson/ Dr. Howard e Thomas Jay Ryan/ Frank.
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A Modernidade Líquida do Cinema Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, diz que o homem pós-moderno faz questão de “apagar” memórias que não sejam boas em busca de melhorar sua autoimagem e que vivemos em uma modernidade liquida, que é posterior à modernidade solida período esse em que era possível realizar planejamentos a longo prazo, uma sociedade com transformações clássicas e o advento de um conjunto estável de valores e modos de vida cultural e político. Em uma modernidade liquida, uma enorme quantidade de pessoas resolve viver uma vida solitária, sociedade essa que nos dá ideia de que estamos perdendo novidades em um relacionamento duradouro, deste modo se perde a solidariedade e afeto ao próximo. Uma vida dedicada à procura da identidade é cheia de som e de fúria. Identidade significa aparecer: ser diferente, por essa diferença, singular – e assim a procura da identidade não pode deixar de dividir e separar. E, no entanto, a vulnerabilidade das identidades individuais e a precariedade da solitária construção da identidade levam os construtores da identidade a procurar cabides que possam, em conjunto, pendurar seus medos e ansiedades individualmente experimentados e, depois disso, realizar os ritos de exorcismo em companhia de outros indivíduos também assustados e ansiosos. É discutível se essas “comunidades-cabide” oferecem o que se espera que ofereçam – um seguro coletivo contra incertezas individualmente enfrentadas; mas sem dúvida marchar ombro a ombro ao longo de uma ou duas ruas, montar barricadas na companhia de outros ou roçar os cotovelos em trincheiras lotadas, isso pode fornecer um momento de alívio da solidão (BAUMAN, 2003, p. 21).
Segundo Bauman (2011) não nos relacionamos mais em comunidade e sim em rede, fazendo com que os relacionamentos se tornem conexões, que podem ser construídas e reconstruídas e destruídas, estamos sempre aptos a nos conectar, tornando difícil manter relacionamentos a longo prazo. O “derretimento dos sólidos”, traço permanente da modernidade, adquiriu, portanto, um novo sentido, e, mais que tudo, foi redirecionado a um novo alvo, e um dos principais efeitos desse redirecionamento foi a dissolução das forças que poderiam ter mantido a questão da ordem e do sistema na agenda política. Os sólidos que estão para ser lançados no cadinho e os que estão derretendo neste momento, o momento da modernidade fluida, são os elos que entrelaçam as escolhas individuais em projetos e ações coletivas – os padrões de comunicação e coordenação entre as políticas de vida conduzidas individualmente, de um lado, e as ações políticas de coletividades humanas, de outro (BAUMAN, 2001, p. 12).
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Esta rede se mantem graças a duas atividades notáveis, que é claramente relacionada a modernidade liquida. “O atrativo da ‘amizade Facebook’ é que é fácil conectar, mas a grande atração é a facilidade de desconectar” diz Bauman em uma reportagem de Paulo Hebmüller Publicado no jornal da USP, 14-08-2011. E ressaltou também que “O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, ganhou bilhões com sua empresa focando nosso medo da solidão. Isso é o Facebook”.
A análise do filme
A história de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças é contada de uma forma pela qual não existe caminho lógico a ser seguido, a cada desconstrução de cena uma nova “porta” se abre e somos jogados em uma nova vertente, conforme elas são reconstruídas, vão mostrando-se outras linearidades, gerando novas imagens e novos significados que interferem diretamente na narrativa central do filme. Assim, as relações entre personagens se dão de maneira casual, tudo sendo consequência de algo anterior (uma coisa gera outra, que gera outra, que gera outra) e convergindo para um mesmo fim (o que causa a necessidade de uma “progressão dramática”). (SARAIVA; CANNITO, 2004, p. 61).
A experiência do diretor, Michel Gondry, na produção de videoclipes foi fundamental para experimentar uma nova forma de narrativa com uma linguagem hibrida. Os videoclipes tiveram seu início tão cedo quanto o cinema de vanguarda, os cineastas tentavam criar uma nova forma de narrativa, misturando a montagem o efeito e a música, tornando um estilo livre, fugindo de paradigmas e de sua linearidade, um dos primeiros videoclipes que se tem registro é o da música Jailhouse Rock do cantor Elvis Presley. Surgiu então em meados dos anos 80 a Estética Videoclipe caracterizada por uma montagem fragmentada e acelerada, fazendo uso de outros tipos de texturas, planos curtos, e uma carga emocional na imagem apresentada.
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Michel Gondry é um cineasta francês que teve seu início de carreira na publicidade, apaixonado por música, toca bateria, tendo sua mãe pianista como inspiração, começou sua carreira no mundo audiovisual na produção de videoclipes como: The Chemical Brothers - Let forever be, Oui Oui - Ma Maison, Oui Oui - La Ville, entre outros. Michel Gondry busca em sua linguagem cinematográfica um tratamento que se assemelha aos seus experimentos na área do videoclipe fazendo uso de uma mistura de linguagens podendo se chamar “narrativa hibrida”. Hoje, a percepção da hibridação entre os meios é dominante, assim como sua dupla potencialização. É essa linha de continuidade que nos interessa. O vídeo aparecendo como potencializador do cinema e viceversa. Podemos destacar cineastas que, mesmo fazendo cinema, já trabalhavam com princípios (a não linearidade, a colagem, o “direto”, a deriva) que se tornariam característicos da vídeoarte e da linguagem do vídeo. O cinema de Jean Luc Godard ou os procedimentos do cinema direto (para ficarmos nos anos 60) já traziam algumas destas questões, caras ao novo meio e que iriam influenciar fortemente o moderno cinema brasileiro. Uma linha de continuidade entre cinema e vídeo bem mais longa pode ser traçada, principalmente se pensarmos em processos e procedimentos em vez de suportes (BENTES, 2007: 112).
No filme Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças somos indagados a questionar o que é e não é real, a narrativa muda constantemente entre as camadas e subcamadas da realidade e inconsciente do personagem Joel. Os efeitos ocorrem quase sempre diante da câmera, conforme as imagens são desconstruídas e construídas elas mudam a linearidade do filme, dando uma nova lógica a narrativa e pôr fim ao filme, o uso de quebra de narrativa e repetição de cenas ocorrem diversas vezes. São inúmeras as composições e mutações de imagens presentes, como a deformação, imagens fora de foco, cores fortes, desenhos substituindo imagens, imagens escuras, câmera na mão dando um efeito tremulo dando mais realismo as cenas de desespero. Edição continuada, cenografia e iluminação que foram desenvolvidas durante esta época foram concebidas não somente para fornecer imagens atrativas, mas também para orientar a atenção da audiência para eventos narrativos salientes de momento a momento (THOMPSON, 2001, p.1)
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Não são apenas efeitos visuais que dão “brilho” ao filme, como também os efeitos sonoros causados como a utilização de voz off e música para criar camadas e subcamadas. Uma imagem não se fecha em si própria, é uma porta abrindo outra porta, todas as memórias de Joel estão entrelaçadas. Desta forma, o diretor constrói camada sobre camada que permite uma infinidade de mesclas de imagens dando sempre uma continuidade a narrativa. O filme funciona como se estivesse inacabado e em constante construção. A medida que a história avança, cada imagem é direcionada a outra, uma memória está ligada a outra, dando um efeito de rede, tudo decorrente do subconsciente do personagem principal, cada vez que Joel revive ou vive uma memória tudo pode acontecer. É difícil o público se localizar perante os lapsos temporais, intervalos entre dois períodos do filme, que pode ser relacionado a um lapso memorial quando ocorre algum tipo de esquecimento. Uma maneira clara e objetiva de entender esses lapsos são as cores do cabelo de Clementine; os cabelos verdes remetem à quando eles se conheceram na praia, os azuis ao momento presente, laranja são as memórias ruins e por fim o vermelho que são suas melhores lembranças de Clementine.
1 - Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças
3 - Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças
2 - Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças
4 - Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças
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As passagens de tempo quase sempre são através de decomposição de imagens que acabam por se tornar novas, apesar de existir diversas camadas, nos sentimos como se estivéssemos presenciando um único momento, a edição feita em cortes secos, ou com efeitos de transição bruscos e coloridos, acabamos por se localizar pela criatividade do roteiro, utilizando mudanças de velocidade ou quebras de fotografia; como tudo se passa na cabeça de Joel essas imagens sempre estão em constante mutação, sempre havendo uma “deixa” para mudança de camada. Ao nos tirar do conforto e nos colocar em diversas narrativas diferentes de uma mesma história, nos permite avaliar os estados de consciência de cada um dos personagens, o que pode e o que não pode acontecer é imprevisível. Dentro da mente humana existem labirintos, caixas que talvez nunca devêssemos entrar, mas o filme nos obrigada a percorrer esses caminhos juntos a Joel, é um processo doloroso esse que a pós modernidade nos permite, sim, a possibilidade de recomeçar quando quiser é magnífico, mas porque recomeçar se já podemos ter o que precisamos, recomeçar por medo não é recomeçar é fugir, Bauman não discrimina essa sociedade, apenas nos mostra o caminho que ela percorre, caminhos que podem mudar conforme a necessidade humana, pois nós nos demos o direito de não apenas viver em sociedade mas em querer muda-la conforme a necessidade momentânea.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em uma narrativa não-linear é difícil prever o que pode acontecer, ainda mais quando o filme termina como uma página em branco, como a própria mente de Joel, cabe a nós decidirmos o final. No filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, Michel Gondry traz métodos de criação de videoclipe, como o uso de mudanças de textura, trazendo efeitos que parecem de pós produção mas que na realidade foram realizada na própria filmagem, misturando-os com os do cinema e causando uma transformação em sua narrativa e estética, como mescla de imagens, fotografia subexposta e aparições de manchas sobre a imagem. A linguagem do cinema clássico não pode ser comparada
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ao tratarmos de obras hibridas. A forma como o autor mistura as estruturas de linguagens para criar uma nova obra se dá através um meio complementando outro. O filme abandona a construção narrativa e a linguagem cinematográfica e parte para um campo hibrido misturando linearieades e singularidades. Constantemente o filme está em construção e desconstrução. O diretor faz uso da fotografia, da direção de arte e dos cenários para causar esse efeito. Michel Gondry cria um filme hibrido que é a junção de tecnicas utilizadas na construção de videocliples na perspectiva cionematografica através de suas próprias características, em forma de poesia abstrata. O filme constroi em sí uma forma não absolutista de retratar o sentimento e dialogar consigo mesmo de maneira mais realista, como é o amor liquido.
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REFERÊNCIAS
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