6º
Fevereiro 2018 / www.facebook.com/remoepesca
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RESUMO DO 1� HOBIE DAY DO ESTADO DE SP
EXCLUSIVO:
PRMEIRO TESTE NO
Projeto e Desenvolvimento - Anderson Deoli | Revisão - Cláudio Leyria
vocĂŞ na capa
Caro Leitor Essa revista se destina a todos os amantes da pesca, especialmente os amantes de pesca com caiaque, a mais nova modalidade. Aqui você encontrará dicas para sua pescaria, incluindo segurança, histórias de nossos amigos pescadores e uma variedade de novidades do mercado de pesca. Prepare seu remo, aperte seu colete e venha navegar nesta fantastica revista. A Remo & Pesca te deseja uma otima pescaria de informações e conhecimentos. Todo material aqui criado visa ampliar e trocar conhecimentos entre os pescadores. Você também pode fazer parte da nossa equipe. Seja bem vindo e divirta-se!
EXCLUSIVO:
PRMEIRO TESTE NO
No dia 28 de janeiro, tivemos a oportunidade de testar o Hobie Mirage Compass e trazer em primeira mão para vocês esta novidade que chegou em dezembro de 2017 ao mercado e promete fazer a diferença.
Primeiras Impressões
À primeira vista você o observa sem os acessórios de série, e acha que será apenas mais um caiaque como outro qualquer. Confesso que fiquei receoso com o peso, pois já ouvi muitos comentários de como “o Hobie é muito pesado”, mas fiz uma pesquisa comparativa e ele está até um pouco abaixo do peso em relação a alguns modelos mais populares. Ao chegar na água, começamos o passo a passo para colocação de alguns itens, com encaixes simples e fáceis – tudo tem seu lugar estrategicamente planejado. Em um primeiro momento você acredita que precisa de um manual para tudo, mas então a simplicidade em ir alocando cada coisa no seu devido lugar e de forma rápida, deixa claro que a Hobie realmente pensou em cada detalhe para tornar o manuseio bem intuitivo. Quando quase montado para começar a aventura na água, o caiaque se transforma. “Colocamos a bunda no barco”, como eles dizem, mas ainda faltam pequenos detalhes, um puxão aqui, um clique ali, leme baixado e Mirage Drive alocado, pronto para os primeiros movimentos. Apresentaremos algumas características, mas adianto, não julgue o Compass apenas pela capa, pois o Compass deve ser lido não apenas com os olhos, mas como se lê um livro em Braille, tocando e descobrindo a cada polegada um dispositivo novo. E quando digo novo, quero dizer algo que surpreende e desperta a curiosidade de procurar mais coisas – e por incrível que pareça, você vai encontrar.
Características
A primeira questão que vem à cabeça é: como foi desenvolvido esse caiaque? Não foi meramente rascunhado em um papel. Ele foi baseado em 3 caiaques já projetados e os mais avançados. A proa foi inspírada no Revolution, popa e leme baseados no Pro Angler e o centro tem as características do famoso Outback. Possui uma escotilha redonda central com sitema chamado Twist and Lock, ou “Gire e feche”. Pode ser movida para frente e colocada uma retangular maior no lugar. O sistema H-Track são trilhos para acessórios, dispensando assim furos no casco, além da facilidade para colocar os inúmeros acessórios que toda a linha possui. Possui um berço que pode receber um sonar da linha Lowrance, que é padrão em todos os caiaques de pesca. Já imaginou um sonar em seu caiaque sem nenhum fio te atrapalhando em cima do casco? Pois é, a Hobie criou todo o sistema interno para deixar todo o espaço livre para você.
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O Mirage Drive GT pesando em torno de 4 kg apenas, é de encher os olhos, um projeto muito bem desenvolvido, com regulagem para pessoas mais baixas ou mais altas. Ao colocar o dispositivo no caiaque, basta se posicionar e fazer uma leve pressão para baixo que ele se trava sozinho. Se acontecer do caiaque virar (algo difícil, devido a sua ótima estabilidade), ele não vai se soltar do seu caiaque. Na hora de “pedalar”, o esforço é mínimo e o desempenho surpreendente. A cadeira, bem projetada, com ajuste de altura, pode ser colocada direto no casco, baixando assim o centro de gravidade e com um ajuste no encosto para uma melhor postura. Já vi muitas fotos de caiaqueiros da Hobie pescando de calças, tênis e fica pensando: “isso tudo deve ser só para tirar foto, já que o ambiente é propício para se molhar”. Pode até ser, mas o caiaque tem 3 drenos e a abertura para o Mirage Drive, sendo assim seu deck permanece seco na maior parte do tempo. Agora vou citar para vocês os pontos mais interessantes do caiaque, dentre tantos encontrados.
Escotilha circular
Escotilha Retangular
Mirage Drive GT.
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Conforto
Ao sentar no caiaque e posicionar os pés nos pedais, a primeira ideia que se tem é que vou cansar rápido, pois os pés estão elevados, mas a estrutura da cadeira, com acabamento perfeito, me dá muito conforto e me deixa impressionado, sentado e pedalando com as duas mãos livres, podendo ir ajustando minhas iscas e preparando tudo antes de chegar ao local sem me preocupar com direção, pois o manuseio do leme somente é necessário quando for preciso fazer um desvio ou curva.
Desempenho
Comecei a pedalar e o caiaque foi tomando velocidade rapidamente. Logo, o esforço para começar a se deslocar ou para manter a velocidade era o mesmo, não exigiu mais força inicial. As pernas automaticamente já entravam em sincronia e faziam o movimento perfeito, um ajuste aqui, outro ali de posicionamento de perna para melhor aproveitamento e pronto, já me sentia o cara mais experiente da represa. Pequenos detalhes fazem a diferença. Uma pedalada mais longa e rápida é diferente de uma pedalada curta e rápida, como disse meu amigo, “como se estivesse coçando um pé no outro”. Assim o fiz e o caiaque aumentou sua velocidade. Naquele momento, não entendi o porque de ter essa opção apenas para ir mais rápido. Isso eu descobri na hora de manobrar o caiaque e vou te contar sobre isso logo abaixo.
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Manobrabilidade
Com um leme bem justinho, sem folga alguma e um design ergonômico, a mudança de direção é garantida pelo excelente projeto e execução precisa. O Hobie Compass dispensa a marcha ré, pois você consegue virar 180 graus em um pequeno espaço. Como? Lembra da ideia de esfregar um pé no outro como se estivesse se coçando? Pois bem, desse jeito o caiaque faz a curva mais fechada, sem se deslocar tanto para frente, quase fazendo um cavalo de pau. Com o ajuste sem folgas, ele segue em uma única direção, sem precisar ficar corrigindo o curso. E se mesmo assim você quiser dar ré, a Hobie já tem disponível um Mirage Drive com sistema reverso. Mesmo tendo a opção de testá-lo, não o fiz, porque não senti necessidade de ter a opção de ré.
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Estabilidade
E como eu amo arremessos longos e nunca fui tão fã de pescar sentado, não contive a emoção de pescar de pé, a principio meio apreensivo, mas na primeira tentativa já me senti confiante, sem nenhum sacolejo ou instabilidade. Estabilidade perfeita, graças a combinação dos caiaques mais tops da linha Hobie. Se pudesse pedalar de pé eu o faria, pois a sensação de estar de pé sem a preocupação de cair na água era demais.
Acessórios
Quem acha que o caiaque Hobie Mirage Compass é simples demais, ou não tem muitas opções, se engana, pois ele veio para conquistar o mercado, na minha opinião, claro. Muitos podem achar que ele é um caiaque de entrada, simples, básico, sem sal nem pimenta. Pelo contrário, ele é 100% customizável, e você deve estar se perguntando: “mas de que maneira?” Você o personaliza ele do seu jeito e a Hobie possui um catálogo incrível com itens inimagináveis. Eu poderia ficar horas e horas escrevendo cada um deles, mas vou citar para vocês os mais utilizados pelos usuários e que, na minha opinião, são os melhores. Tubro Fins - Barbatanas maiores para substitui no Mirage Drive, aumentando ainda mais a velocidade e desempenho entre as pedaladas. Hookless map pocket - São redinhas emborrachas que são presas do lado de dentro do caiaque nas laterais, utilizadas como porta treco. Amei esse suporte, ele te dá muitas opções de como aproveitar melhor o espaço a bordo. Escotilha retangular – Você pode remover a escotilha circular para colocar uma escotilha maior e deslocando a circular para frente, em um espaço já destinado para ela. H-crate - Uma caixa com espaço em abundância para seu equipamento de pesca, podendo ser colocado atrás do banco e fácil de alcançar. Ela é facilmente removível para transportar seu equipamento e as alças de transporte de H-Rail são ótimas plataformas de montagem para acessórios de trilhos.
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Considerações Finais
Entre alguns caiaques que já tive o prazer de conhecer, esse é o que tem de longe o melhor acabamento e estrutura, tudo nele foi pensado e projetado de forma a atender o usuário. Em cima dele me senti confortável, todos seus itens de fábrica são muito bem encaixados, sem folgas. O caiaque é imponente, mostra para o que veio, mas você só vai entender isso quando fizer o que eu fiz, sentar em um caiaque sem compromisso e deixar se apaixonar por ele. Testamos o caique por algumas horas, que pareceram minutos, tudo foi além da expectativa. Mas ainda há alguém que possa dizer: “mas esse caiaque não tem ré!”. Só respondo isso: “quem precisa de ré quando se tem um leme impressionante desses?” Resumindo, o Hobie Compass é discreto, completo, estruturado e nada mais nada menos do que um “animal” na água. Em cima de um caiaque desses, o destino é incerto, porque quanto mais eu pedalava, mais eu queria pedalar.
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Um dia para ganhar e trocar as mais diversas experiências sobre navegação, diversão e, claro, pesca com caiaques. Esta é mais uma ideia trazida diretamente em um dos contêineres da empresa americana Hobie Cat, diretamente da Califórnia, nos Estados Unidos. Sua história começa nos anos 1950 e seu fundador, Hobie Alter, injetou uma forte dose de inovação no DNA de seu empreendimento. Após desembarcar no Brasil e se estabelecer com pés firmes, a filial tupiniquim vem nos últimos meses proporcionando aos aventureiros que gostam de estar em contato com a natureza através da água, a chance de vivenciar o que há anos já é conhecido no mundo em termos de eventos para a família. Chamados de Hobie Day (Dia da Hobie), praticantes da pesca com caiaque, stand up e até mesmo velejadores, são convidados a viver por um dia o Hobie Way Of Life (estilo de vida da Hobie) onde fazer o que gostamos, com quem amamos e da forma mais prazerosa possível é a única regra. O primeiro evento desse tipo ocorreu nos dias 20 e 21 de janeiro, na cidade de Nazaré Paulista, 70 km da capital São Paulo, na represa de Atibainha. Em 48h de evento, mais de 50 pessoas se reuniram nas margens da represa para aprender, trocar experiências sobre navegação, além, claro, de navegar em mais de 10 caiaques e stand up disponíveis, todos com o já conhecido sistema Mirage Drive. Isso mesmo, você não leu errado! Até mesmo a série de stand up chamada de Mirage Eclipse utiliza sua versão do sistema, o que garante uma navegação mais rápida e menos cansativa que as versões a remo da prancha.
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Grandes diferenciais são oferecidos aos participantes. Toda navegação, independentemente do estilo escolhido, são feitas na companhia de especialistas técnicos durante 100% do tempo. “As pessoas precisam aprender como tirar o melhor proveito dos caiaques e pranchas. Um detalhe na postura ou uma simples técnica que se aprende em segundos pode fazer toda a diferença. Com o nosso acompanhamento, mesmo quem nunca experimentou o esporte consegue se sentir seguro e aproveitar a natureza enquanto passeia”, diz Fabrizio Begliomini, membro do Hobie Fishing Team.”
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A participação familiar foi ponto marcante novamente. Assim como em seu primeiro campeonato, em outubro de 2017, o Hobie Fishing Brasil, não só os pescadores, mas famílias inteiras compareceram, e essa é uma linha que as pessoas podem se acostumar, pois essa é uma sólida filosofia da marca. O presidente executivo da empresa no Brasil, Alan Freeman, resume de maneira simples isso: “Essa é a marca registrada da Hobie no mundo, uma empresa que acredita que seus produtos são feitos para unir as famílias em ótimos momentos de diversão para todos. Aqui no Brasil não pode ser diferente. Sempre procuramos espaços como esse lindo hotel que é o Canto da Enseada, pois aqui temos estrutura para que as esposas, filhas, filhos e maridos possam passar um dia feliz e diferente. Um Hobie Day para todos.” O próximo Hobie Day, tem data e local marcados, anote aí:
24 de fevereiro, cidade de Paraibuna, São Paulo, no Restaurante e Pesqueiro Bem Bolado.
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Temos uma ótima estrutura para barcos e caiaques. àrea Área para Camping camping Temos chalé para alugar Restaurante com almoço e porções Venha conferir!
Contato: 12 99792-9035
Rod. Tamoios, 1º saída após Fazenda da Comadre, S E va sentido Represa.
É tempo de matar
BEM MENOS
e SOLTAR BEM MAIS
Vale iniciar este artigo deixando claro que num país como o nosso – onde ocorre de forma absurda e impune o lançamento de esgoto in natura em e lagos, rios e mar – a cada vez que abrimos a boca para beber ou comer, iniciamos um processo que resultará na poluição de rios e do mar. E como, inevitavelmente, ingerimos líquidos e nos alimentamos algumas vezes por dia, somos todos (mesmo que nada mais de agressivo ao meio ambiente façamos) destruidores da natureza, ainda que de forma involuntária. Nenhum pescador é obrigado a liberar os peixes que pesca, desde que não sejam de espécies protegidas por lei, que não estejam em período de defeso, que não tenham tamanho abaixo do mínimo permitido e que não ultrapassem a cota. Matar ou liberar um peixe que tenha capturado é uma escolha pessoal do pescador, o chamado livre-arbítrio, e tal escolha estará sempre baseada nos valores que cada pescador carrega consigo. Para alguns parece hipocrisia quando alguém cita que libera 100% dos peixes que captura, enquanto para os liberadores radicais (aqueles que são tidos por alguns como “hipócritas”) qualquer quantidade abatida é considerada como “matança”. O incontestável é que a cada dia os estoques de peixe diminuem sensivelmente.
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Quem mata tudo o que captura costuma alegar que a quantidade que cada pescador amador leva para casa, por maior que seja, não significa nada perto do estrago que é realizado pelas pescarias com rede (em todas as suas versões), mas não matar indiscriminadamente é o que cabe, diretamente, a cada pescador amador. Essa parcela de contribuição com a preservação dos peixes pode parecer pequena, mas não é! Se cada pescador amador passar a levar para casa, de cada pescaria, apenas a quantidade de peixes que seja suficiente para uma única refeição da própria família, já começará a dar um passo importante para ajudar a frear a diminuição dos peixes nos ambientes naturais. O mais importante será experimentar o ato de soltar, de passar a sentir um segundo prazer na pescaria, ao ver o peixe livre se afastando, deixando com o pescador a lembrança de uma bela briga e a expectativa de voltar a pescar, não só aquele mesmo exemplar, mas também os filhos que o peixe liberado produzirá. Pescar e soltar vicia, mas é um vício positivo, uma atitude poderosa. Tendo feito uma vez, dificilmente o pescador conseguirá abrir mão de sentir novamente a sensação de estar fazendo a sua parte, dando ao peixe a chance de viver e de se reproduzir, e a outros pescadores a oportunidade de se depararem com o mesmo peixe e de terem prazeres iguais aos que teve quem capturou e devolveu.
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Esse assunto não é simples, já que nenhuma verdade pode ser absoluta, mas o objetivo do texto estará plenamente atingido se um único leitor aceitar o desafio de passar a liberar a maioria dos peixes que vier a capturar. Assim que um primeiro leitor comece a praticar o pesque e solte, certamente ele influenciará pelo menos um de seus amigos e/ou espectadores e logo serão dois a agirem assim, e esses dois terão ainda mais poder de influência sobre outros... Como o grupo dos que liberam peixes já conta com outros representantes, a tendência é que o contingente cresça, mais cedo do que pareça possível. Eu e alguns outros pescadores esportivos há vários anos temos mantido essa bandeira levantada. Nesse tempo conseguimos multiplicar, em um número considerável, a quantidade de pescadores que passaram a liberar, contribuindo significativamente com o crescimento do grupo e com o atraso na exterminação dos peixes esportivos nos ambientes naturais. Pode parecer exagero, mas se não fizermos a pequena parte que nos cabe de forma direta, certamente chegará mais cedo o dia em que não haverá mais peixe esportivo fora dos ambientes confinados de criação. É preciso abordar também um tema ainda mais polêmico, e não menos necessário, sobre a forma correta de pesca e soltar, mas isso será tema de um próximo artigo.
Texto de Sergio Motta Pescador esportivo, membro do Hobie Fishing Team Brasil
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CARNAPESCA MATO
EM
GROSSO
Foi encerrado mais um período de defeso em Mato Grosso, conhecido como piracema. Nesta época, qualquer forma de pesca fica proibida em função da reprodução dos peixes, salvo exceção da pesca de subsistência praticada por ribeirinhos. Pelo segundo ano, o período de defeso no Mato Grosso foi antecipado em um mês, seguindo um calendário diferente dos demais Estados do Brasil. Iniciou-se no dia 1º de outubro e encerrou-se em 31 de janeiro. Estudos realizados por pesquisadores no rio Cuiabá comprovaram que já no mês de outubro diversas espécies de peixes apresentavam ovas formadas. Este fato já era constatado por pescadores amadores. Por isso, viu-se a necessidade de antecipar o período de defeso, proporcionando a proteção desses peixes que iniciaram sua reprodução mais cedo.
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Essa alteração no calendário gerou algumas dúvidas por parte dos pescadores, pois o Mato Grosso faz divisa com outros Estados (Pará, Rondônia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Tocantins). Desta forma, como seria a pesca nesses rios que fazem divisa, uma vez que para o restante do Brasil não houve essa mudança? O Ibama e a Sema, representados pelo Cepesca, são os órgãos que gerem essa legislação. Como não entraram em acordo desde 2016, a pesca nesses rios de divisa foi desaconselhada. Esse novo calendário trouxe um grande benefício, pois realmente nessa época os peixes já iniciam sua grande jornada rumo às cabeceiras dos rios para sua reprodução, que coincide com o período das chuvas. Este novo período de defeso deveria ser estendido até fevereiro para que tivéssemos 100% de efeito positivo. Isto porque temos espécies mais adiantadas, mas também temos outras que desovam mais tardiamente. Como não sou um especialista na área, vamos deixar esses detalhes técnicos para os órgãos competentes e seus pesquisadores. Como pescador esportivo que sou, essa época da piracema é angustiante. São 4 meses sem ir para água e aqui no Mato Grosso não temos a opção de pescar espécies exóticas em reservatórios ou realizar a pesca esportiva na modalidade pesque e solte. Não temos legislação específica.
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Nessa época, já que não podemos ir para água, direcionamos nossas atividades para encontros com os amigos e assim discutir e agendar as próximas pescarias. Fazemos oficinas de manutenção de equipamentos, compras e atualizamos os materiais de pesca. Mas em nenhum momento nos esquecemos dessa nossa atividade de pesca esportiva. Com a aproximação do final da piracema a nossa ansiedade aumenta. Contamos os dias, as horas e os minutos para voltarmos a ter o contato com a natureza e, assim, colocar em prática todo nosso planejamento, testar equipamentos novos e voltar a ter nossos finais de semanas recheados de histórias e conquistas. Com a liberação da pesca em fevereiro, passamos a ter o feriado de Carnaval para realizar as nossas pescarias. Assim, as primeiras pescarias do ano se iniciam nessa data e, como não sou de ferro, também irei fazer o meu “carnapesca” numa fazenda particular em busca de tucunarés e trairões. Caiaqueiros de todo Estado aguardam ansiosos o fim da piracema. Acreditamos que respeitar o período de defeso é respeitar a natureza e dar a chance para que os astros de nossa atividade possam se reproduzir tranquilamente. Um ótimo Carnaval a todos os caiaqueiros do Mato Grosso!
Thiago Lucio Bortolato Carvalho, pescador esportivo e Integrante do Hobie Fishing Team BR.
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CARREGANDO
multifilamento N A CARRETILHA
Você sabe como colocar corretamente a sua linha de multifilamento na carretilha? Voce sabe onde é o limite para linha? Esta dica é muito importante para sua pescaria, pois é através dela que você consegue preparar seu material de forma correta para não ter dores de cabeça mais tarde. O primeiro passo é remover toda a linha velha da carretilha, sem exceção. Depois você vai ter que fazer uma “cama” com uma mono (pode ser 0,25 ou menor, se quiser). Isso é para que, ao colocar a multi, ela assente melhor e não fique deslizando pelo carretel, que é o que normalmente ocorre. Após fazer uma “cama” que cubra o carretel, faça o nó de união entre a linha mono e a multi e comece a enrolar.
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Essa é uma das disversas formas de fazer a união das linhas:
Lembre-se a linha deve ser enrolada no carretel sempre tensionada, para que não encavale. Se deixar ficar encavalada, na hora da pescaria é comum você precise desenrolar tudo porque a linha ficou presa. Uma forma simples de fazer isso é pedir para alguém segurar o carretal. Com a carretilha montada na vara, você se afasta o máximo que conseguir, pede para a pessoa travar o carretel e você vai se aproximando e enrolando de forma justa sem deixar a linha folgar ou fazer uma barriga. Outra forma é comprar um suporte para o carretel, que tem uma regulagem de tensão, assim você consegue uma qualidade melhor na hora de enrolar a linha. Um ponto importante também é estar atento ao limite que sua carretilha aguenta de linha. Não adianta querer enrolar o carretel todo se ela não suporta tudo. No carretel, você encontra um chanfro na ponta, que delimita até onde pode ser carregada. Não ultrapasse essa marca, pois isso pode prejudicar sua pescaria se a linha enroscar dentro do carretel e das engrenagens.
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Mini
CURSO
COMO
ATAR
Meu primeiro atado Por Sebastião Rigues
Essa foi minha primeira isca atada,em uma morsa de bancada usando pena de galo e linha de costura há uns 27 anos. Foi um começo difícil, pois naquela época no Brasil não havia recursos nem informações, diferente de hoje com esse monte de informações que a internet nos oferece. Estou muito feliz e realizado com minhas moscas... Sou um vitorioso e me orgulho muito disso, sei que tenho muito a aprender, mas para uma pessoa que não teve acesso a cursos, a informações... fui muito longe e me destaquei com a qualidade de meus atados... O reconhecimento do meu trabalho é a coisa mais importante... Hão tem dinheiro no mundo que pague isso... Conselho: “Nunca fique satisfeito com o que atou, sempre procure melhorar”.
Sebastião Rigues atando.
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João Vitor, filho do Sebastião, seguindo os passos do pai.
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Enrole as cerdas de pena de pavão no corpo do anzol até o centro da parte reta, puxe o EVA por cima e amarre sua ponta mais o menos ao centro do anzol.
Amarre o EVA próximo à curva do anzol e depois as cerdas de pena de pavão próximo ao EVA.
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Amarre novamente as cerdas de pavão próximo ao EVA e enrole no corpo do anzol ate chegar no olhal. Puxe novamente o EVA por cima e finalize no olhal
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Amarre as fibras sintĂŠticas na ponta do EVA e adicione a pena de galo ao corpo da fibra.
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Amarre a pena de galo e a enrole em volta da fibra sintĂŠtica. Apare os excessos. Pronto Isca finalizada
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PEIXES
PACU TAMBAQUI TAMBACU
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PACU
Este peixe é também conhecido como pacu-caranha ou simplesmente caranha. As cores variam do castanho ao cinza-escuro, conforme a época do ano. Como sistema de defesa, ele muda de cor conforme o ambiente. Na época da cheia, quando entra em campos alagados, escurece. Quando fica dentro de um rio claro, ele se empalidece. O ventre vai do esbranquiçado ao amarelo ouro. Às vezes, o dorso pode apresentar tons de roxo ou azul escuro. Os maiore exemplares chegam até cerca de 15 kg, mas esses são raros. Nos pesqueiros é mais comum encontrá-lo com peso entre 2 e 5 kg. É um peixe de grande resistência ao frio se adaptando assim em todas as regiões brasileiras e é bastante ativo o ano inteiro. Hábitos e alimentação: Podemos dizer que o pacu tem um cardápio bem vasto. Consome preferencialmente frutos, folhas, moluscos (caramujos), crustáceos (caranguejos) e até pequenos peixes. Mas em pesqueiros, as massas com essências (queijo, carne) e as lesmas são um prato cheio. A salsicha também é muito bem aceita. Outra isca que funciona bem é o minhocoçu.
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TAMBAQUI O tambaqui é um peixe muito apreciado por ser uma espécie extremamente brigadora, o que rende belas disputas com os pescadores. Seu formato é arredondado, com coloração parda ou esverdeada na metade superior do corpo e preta na metade inferior, podendo variar para mais clara ou mais escura ̶ dependendo da cor da água. Os alevinos apresentam manchas espalhadas pelo corpo, geralmente de cor cinza claro. O tambaqui é um peixe muito forte e robusto. Seu peso pode alcançar 30 kg (há registros de exemplares com mais de 40 kg, porém, hoje estes são raros. Famoso por sua fartura de carne e poucos espinhos, é um dos maiores peixes de escamas do Amazonas, e tem escamas um pouco mais largas que o híbrido tambacu. Os tambaquis não são muito resistentes ao frio e por isso não são tão encontrados quanto os tambacus no Estado de São Paulo. A temperatura ideal para ele varia entre 26°C e 28°C. Hábitos e alimentação: O tambaqui cresce rapidamente e aceita uma grande variedade de alimentos, desde pequenos frutos, como coquinho e goiaba, até salsicha e ração. Os grandes exemplares estão mais acostumados à alimentação na superfície, tanto que na maioria dos pesqueiros é muito comum o tambaqui comer a ração flutuante. Assim, a técnica da bóia cevadeira é muito eficaz. As fisgadas são mais frequentes quando o arremesso é feito no centro do lago. As iscas que trazem maior eficiência são ração, miçangas, salsicha, tripa de galinha, minhocoçu, massas (carne, queijo, banana, entre outras) e pequenos frutos.
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TAMBACU O tambacu é um híbrido muito difundido pelos produtores. Resulta do cruzamento induzido entre a fêmea do tambaqui e o macho do pacu. Ele mantém as características gerais do tambaqui, como formato, porte e cor acinzentada. Peixe forte e robusto, o tambacu pode chegar até cerca de 45 kg. Um dos principais objetivos desse cruzamento é conseguir um peixe com grande crescimento (tambaqui) e com a resistência ao clima frio (pacu). O resultado final é um peixe extremamente forte e que rende excelentes “combates” com os pescadores. A sua resistência aceita temperaturas abaixo de 20°C se adaptando muito bem ao clima no Estado de São Paulo. O tambacu tem escamas menores e seu corpo é mais liso e escorregadio. O corpo é mais arredondado que o do tambaqui. Hábitos e alimentação: É um peixe bastante ativo, principalmente com o clima quente. No inverno se alimenta menos, mas não deixa de fazê-lo, mantendo a esperança dos pescadores o ano inteiro. Se alimenta praticamente de tudo e a cada dia descobre-se uma nova isca tentadora para a espécie. Assim como o tambaqui, ele também gosta da ração flutuante nos pesqueiros e é mais fácil fisgá-lo quando o arremesso é feito no centro do lago.
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/remoepesca Equipe
ANDERSON FELIPE Responsável pela Revista Editor - Arte finalista
CLAUDIO LEYRIA Revisor de Texto e Editor
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