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revista

CLÍNICA de

volume 10, número 1, fevereiro/março 2011

Dental Press

Dental Press International


volume 10, número 1, fevereiro/março 2011

Dental Press

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):1-112

ISSN 1676-6849


volume 10, número 1, fevereiro/março 2011

Dental Press

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Tratamento da má oclusão de Classe II, Divisão 1, na dentadura mista com aparelho extrabucal removível

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“Barbosa Braquete Versátil” - slot com liberdade e pouca fricção para os caninos

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Apinhamento terciário: causas e opções terapêuticas

72

Correção da má oclusão de Classe II empregando ancoragem intrabucal

80

Extração de incisivo inferior permanente com finalidade ortodôntica

88

Resistência à descolagem de braquetes metálicos e de policarbonato após clareamento dentário

94

Tratamento da má oclusão de Classe II, divisão 1, com AEB conjugado

94

Interceptive treatment of Class II division 1 malocclusion: Use of extraoral removable appliance Roberta Maria de Paula Amaral, Luiz Gonzaga Gandini Jr, Márcia Regina Elisa Aparecida Schiavon Gandini, Patrícia Bicalho de Mello

Barbosa Bracket Versatile - slot with low friction and freedom for the canine Jurandir A. Barbosa

Tertiary crowding: causes and treatment options Danilo Furquim Siqueira, Gabriela Rodrigues de Oliveira, Fausto Silva Bramante, Luiz Renato Paranhos, Marco Antonio Scanavini

Correction of Class II malocclusion using intraoral ancorage Ana Lourdes Lira, Sávio Prado, Antonio Izquierdo, Mônica Tirre, Eduardo Sant’Ana

Permanent lower incisor extraction for orthodontic purposes Mario Cappellette Junior, Fabiana Souza Cavagnini Gomes, Mario Cappellette

Resistance bonding of metallic and polycarbonate brackets after dental bleaching Mariana Gonzaga Erthal Ribeiro, Maria Elisa Rodrigues Coimbra

Treatment of Class II, division 1, malocclusion using a maxillary splint appliance Guilherme Thiesen, Rafaela Scheffer de Barros, Michella Dinah Zastrow, Naudy Brodbeck May, Michel Horvath de Lima

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57 Editorial ������������������������������������������������ 5 Pergunte a um Expert ��������������������������� 8 Dica Clínica ����������������������������������������� 20 Domínio Conexo �������������������������������� 28 Eventos ����������������������������������������������� 36 Abstracts ������������������������������������������� 103

72

45

Controvérsias ������������������������������������ 107 Instruções aos autores ���������������������� 110


EDITOR Omar Gabriel da Silva Filho HRAC-USP

EDITOR INTERINO Weber José da Silva Ursi

EDITORES ASSISTENTES Danilo Furquim Siqueira UNICID-SP Rosely Suguino CESUMAR-PR

PUBLISHER Laurindo Furquim UEM-PR

FOSJC/UNESP-SP

ONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO C Adilson Luiz Ramos UEM-PR Hélio Hissashi Terada UEM-PR CONSULTORES INTERNACIONAIS Björn U. Zachrisson Universidade de Oslo / Noruega Jeffrey P. Okeson Universidade de Kentucky / EUA Jesús Fernández Sánchez Universidade de Madrid / Espanha Júlia Harfin Universidade de Maimonides / Buenos Aires - Argentina Larry White AAO Dallas / EUA Lorenzo Franchi Universidade de Florença / Itália Ravindra Nanda University of Connecticut - EUA Roberto Justus Universidade Tecnológica do México / Cidade do México - México Tiziano Baccetti Universidade de Florença / Itália Vincent G. Kokich Universidade de Washington / EUA CONSULTORES CIENTÍFICOS Ortodontia Ademir Roberto Brunetto UFPR-PR Arno Locks UFSC-SC Ary dos Santos-Pinto UNESP-SP Carlo Marassi CPO SLMANDIC-SP Célia Regina Maio Pinzan Vercelino Uniceuma-SP Cristiane Canavarro UERJ-RJ Cristina Feijó Ortolani UNIP-SP Daltro Enéas Ritter UFSC-SC Daniela Gamba Garib HRAC-USP-SP David Normando UFPA/ABO-PA Eduardo Dainesi USC-SP Fausto Silva Bramante Clínica Privada-SP Francisco Ajalmar Maia UFRN-RN Gilberto Vilanova Queiroz ABENO-SP / APCD-São José dos Campos Guilherme de Araújo Almeida UFU-MG Henrique Mascarenhas Villela ABO-BA José Fernando C. Henriques FOB-USP-SP José Rino Neto FOUSP-SP José Nelson Mucha UFF-RJ José Valladares Neto UFG-GO Julio de Araújo Gurgel FOB-USP-SP Julio Pedra e Cal-Neto UFF-RJ Jurandir Antonio Barbosa ACDC-SP Leopoldino Capelozza Filho HRAC-USP-SP Luciano da Silva Carvalho APCD-SP Marcelo de Castellucci e Barbosa UFBA-BA Marcio Costa Sobral UFBA-BA

Marcio Rodrigues de Almeida Marden Bastos Matheus Melo Pithon Mauricio de Almeida Cardoso Ricardo Nakama Roberto Hideo Shimizu Sebastião Interlandi

UNOPAR-PR EAP-ABO-MG UESB-BA USC-SP Clínica particular-PR UTP-PR USP-SP

Oclusão Paulo Cesar Rodrigues Conti FOB-USP-SP

Patologia Alberto Consolaro FOB-USP-SP

Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana FOB-USP-SP

Dentística Renata Pascotto

UEM-PR

A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (ISSN 1676-6849) é uma publicação bimestral (seis edições por ano), com tiragem de 4.000 exemplares, da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. - Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá - Paraná - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

Diretora: Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim - Diretor Editorial: Bruno D’Aurea Furquim - DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - ANALISTA DA INFORMAÇÃO: Carlos Alexandre Venancio - Produtor editorial: Júnior Bianco - Produção Gráfica e Eletrônica: Gildásio Oliveira Reis Júnior - Tatiane Comochena - TRATAMENTO DE IMAGENS: Andrés Sebastián Pereira de Jesus submissão de artigos: Roberta Baltazar de Oliveira - Revisão/ COPydesk: Ronis Furquim Siqueira - JORNALISMO: Jorge Mariano - BANCO DE DADOS: Adriana Azevedo Vasconcelos - WEBMASTER: Edmar Baladeli - Fernando Truculo Evangelista - CURSOS E EVENTOS: Ana Claudia da Silva - Rachel Furquim Scattolin - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA: Marisa Helena Brito normalização: Marlene Gonçalves Curty - EXPEDIÇÃO: Diego Moraes - FINANCEIRO: Roseli Martins - Márcia Cristina Plonkóski Maranha - Secretaria: Rosane A. Albino.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-.

Indexada nas Bases de Dados:

Bimestral. ISSN 1676-6849. 1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International. desde 2003

CDD 21.ed. 617.643005

BBO

desde 2003

desde 2008


editorial

Preenchendo sapatos grandes Weber Ursi Editor interino

Existe uma expressão idiomática em Inglês, “Filling up Big Shoes”, que representa bem o estado de espírito de qualquer pessoa que tenha que substituir alguém de revelância inquestionável, normalmente com maior experiência e conhecimento. Estou me sentido dessa maneira desde o dia em que fui convidado pela Dental Press para ser o Editor Interino do nosso inestimável e insubstituível Prof. Dr. Omar Gabriel da Silva Filho, ainda em processo de convalescença. Nestes próximos meses em que cumprir tal incumbência, minha preocupação é procurar manter o nível atingido pela Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, hoje uma das publicações mais lidas entre os ortodontistas brasileiros e até de outros países. Como o viés da revista é ser eminentemente clínica, essa continuará a ser sua feição, não competindo com sua revista irmã, o Dental Press Journal of Orthodontics. Em algumas situações na vida ortodôntica, particularmente na América do Norte e Europa Ocidental, existe uma dicotomia entre os ortodontistas acadêmicos e os clínicos. Essa situação é menos comum entre nós, uma vez que o perfil dos professores de Ortodontia brasileiros, na maioria dos casos, é de profissionais com dupla atividade, como professores e pesquisadores em suas instituições de ensino, e como prestadores de serviço em seus consultórios. Isso apresenta vantagens e desvantagens, dependendo da óptica com que avaliamos essa situação. Por um lado, o regime de tempo parcial impede que o professor se dedique totalmente ao ensino e à pesquisa, algumas vezes criando até uma deficiência em sua atuação, particularmente quando se refere à orientação da metodologia do trabalho científico e do tratamento estatístico dos resultados. Por outro lado, a experiência no consultório lhe permite escolher temas de pesquisa que tenham relevância clínica e aplicabilidade no dia a dia, uma vez que está mais próximo da realidade de quem é somente clínico.

O ideal, obviamente, seria que todos dominassem as duas áreas de maneira a suprir adequadamente todas as necessidades daqueles que os procuram, sejam alunos de graduação, de pós-graduação e seus pacientes. Conforme o esperado, poucos conseguem isso. Desde a escolha da profissão, normalmente o cirurgião-dentista não teve uma grande inclinação para as áreas de Ciências Exatas, como Matemática e Física. Como mencionado anteriormente, a Revista Clínica tem como objetivo dar espaço para os profissionais, da academia e clínicos, para que apresentem trabalhos relevantes, com rigor de forma e conteúdo, sobre assuntos de interesse clínico, sem a necessidade de uma metodologia que envolva a obtenção de uma amostra e tratamento estatístico. Normalmente, as revistas clínicas em geral são ranqueadas, pelos órgãos avaliadores, num patamar inferior ao das de pesquisa, e é natural que seja assim. Todos sabemos das deficiências metodológicas de relatos de casos clínicos ou discussões de técnica, as quais voltaremos a tratar oportunamente. Mas as revistas clínicas podem servir como um fórum de discussão de casos clínicos de real interesse, tratados de maneira irrepreensível ou singular, que possam despertar questionamentos que, muitas vezes, podem servir como inspiração para uma pesquisa com uma metodologia mais adequada, em um número maior de pacientes. Convidamos, então, todos os profissionais da Ortodontia e áreas correlatas, clínicos ou acadêmicos, a continuarem submetendo à apreciação do corpo editorial da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, os trabalhos clínicos que julguem poder contribuir de alguma forma para o desenvolvimento da especialidade e, em última análise, beneficiar nossos pacientes. Nosso compromisso continuará sendo o de avaliar, com imparcialidade e respeito, todos os trabalhos enviados, respondendo o mais prontamente possível sobre o resultado da avaliação efetuada.

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pergunte a um expert

Dra. Julia Harfin responde sobre Ortodontia Lingual

Há pouco tempo, a senhora publicou um novo livro sobre Ortodontia Lingual. Quais são as razões desta importante mudança em sua prática diária? Todos sabemos que os pacientes adultos e os jovens buscam cada vez mais melhorar sua estética facial, e um lindo sorriso é parte dessa mudança. Essa problemática está intimamente ligada ao uso de aparatologia quase invisível. No início, era solicitada apenas por políticos ou pessoas ligadas ao ambiente artístico, mas hoje são os adolescentes e adultos jovens os que mais se interessam por ela. Com 10 anos de experiência nessa técnica, pode-se afirmar que é possível alcançar os mesmos resultados de quando se utiliza braquetes aderidos às faces vesibulares dos elementos dentários, sendo possível tratar todo tipo de má oclusão e em qualquer idade. Por todas essas razões, podemos dizer que, na atualidade, é uma técnica acessível que pode ser realizada por qualquer ortodontista que possua claros conceitos de diagnóstico e biomecânica.

É necessário adquirir algum instrumental especial? Não é necessário, podendo-se utilizar o mesmo instrumental que é usado na técnica vestibular. Mas um alicate de corte distal com cabo mais longo e angulado igual a um alicate tipo Weinghart modificado por mim é de grande utilidade. O tipo de primer e compósito é similar ao de outras técnicas dependendo do operador, apesar de os polimerizáveis serem mais recomendados, pois o tempo de trabalho e determinado pelo ortodontista dependendo do tipo da técnica utilizada.

Qual é o método mais aconselhável para a colagem dos braquetes? Não há dúvida de que o método de eleição é a técnica indireta. Há várias alternativas para a sua execução, seja realizando 8

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um set-up prévio ou não. No livro são descritas passo a passo as duas técnicas mais utilizadas em minha prática diária. A técnica descrita pelo Dr. Hiro foi adaptada para que possa ser realizada no consultório pelo profissional ou seu assistente. Entretanto, é aconselhável que os primeiros casos sejam realizados pelo próprio ortodontista, para melhor compreensão da técnica e, assim, poder indicar ao laboratório com mais precisão os detalhes individualizados para cada paciente. Só é possível realizar a colagem na forma direta em alguns pré-molares e incisivos inferiores. É necessário ter ciência de que quanto mais eficiente e cuidadosa for a posição dos braquetes, menor será a quantidade de dobras necessárias nos arcos para alcançar os objetivos previstos.

É necessário adquirir alguma aparatologia de alto custo para poder realizar a técnica indireta? Não é necessário adquirir nenhuma aparatologia cara para realizar o trabalho de laboratório para a colagem dos braquetes com a técnica indireta. Utilizam-se os mesmos materiais de quando se realiza um set-up para a montagem de uma prótese e o mesmo laboratório pode realizar essa primeira etapa. Tal vantagem faz com que seja uma alternativa válida para ser realizada em todas as clínicas de Ortodontia que estejam interessadas no assunto.

É possível tratar todo tipo de más oclusões? Sim, é possível tratar todo tipo de más oclusões e em qualquer idade, não importando a quantidade de periodonto de inserção apresentada pelo paciente. O importante, assim como quando se utilizam braquetes colados às faces vestibulares dos elementos dentários, é a ausência de inflamação ou infecção. Em todos os pacientes, uma cuidadosa monitoração periodontal é indispensável para evitar a perda de inserção ao final do tratamento. É possível tratar dentes retidos (caninos, incisivos ou prémolares ), casos em que é necessária a extração de um incisivo inferior ou que o paciente deva completar seu tratamento com um procedimento com cirurgia ortognática.


Dra. Julia Harfin responde sobre Ortodontia Lingual

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Figura 30 Fotografias que confirmam a estabilidade dos resultados alcançados cinco anos após a remoção dos braquetes inferiores. Sugere-se que a contenção fixa permaneça colada por vários anos para manter os resultados obtidos.

Dra. Julia Fiedotin Harfin A Dra. Julia Harfin é uma das personalidades atuantes da ciência ortodôntica internacional e integrante do comitê Executivo da World Federation of Orthodontists. É titular da Faculdade de Odontologia da Universidade Maimónides e foi presidente da Associação Latino-americana de Ortodontia. A Dra. Harfin ministra seus cursos em vários países e é autora de vários livros e artigos; tem seus estudos fundamentados em pacientes adultos por décadas, e também com pacientes com comprometimento periodontal. É autora de dois livros: Ortodoncia en Pacientes Adultos e Ortodoncia Lingual. E-mail: jharfin@attglobal.net

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Dica clínica

Modificação da técnica laboratorial para confecção do aparelho Herbst Laboratorial technique modifications for fabrication of Herbst appliance

Leopoldino Capelozza Filho* Sérgio Luiz de Azevedo Silva** Mauricio de Almeida Cardoso* Tien Li An***

Abstract

Resumo A partir do final da década de 70, o aparelho desenvolvido em 1906 por Emil Herbst foi reintroduzido na literatura ortodôntica mundial por Hans Pancherz, voltando a ser utilizado progressivamente nos tratamentos das más oclusões do Padrão II em vários estágios de maturidade oclusal. Desde então, diversos protocolos para utilização e variações na confecção laboratorial também

têm sido descritos. Este artigo visa a demonstrar as etapas laboratoriais da confecção de um modelo do aparelho Herbst, utilizando como ancoragem superior o expansor tipo Haas e o arco lingual inferior. Adotamos rotineiramente essa variação, que torna o dispositivo mais resistente a quebras e reduz os custos quando comparado ao protótipo original para utilização do mecanismo propulsor.

From the end of 70’s, Herbst appliance, developed in 1906 by Emil Herbst was reintroduced in orthodontic literature by Hans Pancherz, which became progressively indicated for treatment of Pattern II malocclusions in various occlusal maturation stages. Since then, diversified protocols in its use and in the fabrication of this appliance have been also described and published.

The present article aimed to demonstrate the laboratorial stages for fabrication of a model of Herbst appliance, using maxillary Haas expansion appliance as upper anchorage and lower lingual arch. This modification is adopted routinely by us, which makes the appliance more resistant from breakage, and reduces the costs when compared to the original prototype designed for mandibular bite-jumping.

Palavras-chave:

Keywords:

Padrão II. Deficiência mandibular. Aparelho Herbst. Expansor tipo Haas.

Pattern II. Mandibular deficiency. Herbst appliance. Haas expansion appliance.

* Professores Doutores do Programa de Graduação e Pós-Graduação em nível de Especialização e Mestrado em Ortodontia da Universidade do Sagrado Coração-USC, Bauru/SP.

** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pelo HRAC-USP, Bauru/SP. Mestrando em Ortodontia pela Universidade do Sagrado Coração-USC, Bauru/SP. *** Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP-Araçatuba/SP). Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia - FUNORTE, Núcleo de Brasília/DF.

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Capelozza Filho L, Silva SLA, Cardoso MA, An TL

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Figura 24 Aparelho Herbst instalado nos modelos superior e inferior, avançando o modelo inferior para uma posição de topo a topo.

CONCLUSÃO Apresentamos neste artigo uma variação para o aparelho de Herbst. A modificação proposta incide no desenho do sistema das ancoragens, o qual passaria a contar com um expansor tipo Haas na arcada dentária superior e arco lingual inferior, utilizando-se bandas nos primeiros molares permanentes e primeiros pré-molares em ambas as arcadas dentárias. Esse aparelho, eficiente no tratamento das más oclusões do Padrão II, seguindo as modificações laboratoriais

propostas no presente artigo, torna-se mais simples de ser confeccionado e mais resistente, possibilitando confiança absoluta em sua aplicação clínica. Os eventuais problemas constituem a exceção, justificando seu uso como regra.

AGRADECIMENTO Os autores agradecem à técnica Ilma Terezinha pela confecção do aparelho.

Referências 1. Pancherz H. Treatment of Class II malocclusion by jumping the bite with the Herbst appliance: a cephalometric investigation. Am J Orthod. 1979 Oct;76(4):423-42. 2. Capelozza Filho L. Diagnóstico em Ortodontia. Maringá: Dental Press; 2004. 3. Cardoso MA, Tien LA, Silva Filho OG, Capelozza Filho L. Tratamento da má oclusão do Padrão II, protrusão de maxila, com o aparelho Herbst. Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 out-nov;9(5):60-74. 4. Moro A, Fuziy A, Freitas MR, Henriques JFC, Janson GRP. O Aparelho de Herbst e suas variações. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2000 mar-abr;5(2):35-41. 5. Silva Filho OG, Ozawa TO, Ferrari Júnior FM, Aiello CA. Aparelho de Herbst variação para uso na dentadura mista. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2000 setout;5(5):58-67. 6. Haegglund P, Segerdal S. O Aparelho de Herbst integrado estilo sueco. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1998 jan-fev;3(1):49-61. 7. Moro A, Fuziy A, Freitas MR, Henriques JFC, Janson GRP. Descrição passo-a-passo do aparelho de Herbst com coroas de aço superiores e “splint” removível Inferior. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2001 maio-jun;6(3):55-62. 8. Silva Filho OG, Aiello CA, Fontes MV. Aparelho Herbst: protocolos de tratamento precoce e tardio. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2005 jan-fev;10(1):30-45. 9. Moro A. A utilização de bandas reforçadas para a confecção do aparelho de Herbst. Rev Clín Ortod Dental Press. 2003 abr-maio;2(2):9-21.

10. Almeida MR, Pereira ALP, Almeida RR, Almeida-Pedrin RR O tratamento precoce da má oclusão de Classe II utilizando o aparelho de Herbst modificado. Rev Clín Ortod Dental Press. 2004 dez-2005 jan;3(6):50-9. 11. Pancherz H, O aparelho Herbst. In: Águila FJ. Ortodontia - teoria e prática. São Paulo: Santos; 2001. p. 427-96. 12. Pancherz H, Ruf S. The Herbst appliance: research-based clinical management. Great Britain: Quintessence Publishing Co; 2008. p. 11-25. 13. Capelozza Filho L, Reis SAB, Cardoso Neto J. Uma variação no desenho do aparelho expansor rápido da maxila no tratamento da dentadura decídua ou mista precoce. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1999 jan-fev;4(1):69-74. 14. Cabrera CAG, Cabrera MC, Silva Filho OG, Ferrari Júnior FM. Ortodontia operacional. Curitiba: Produções interativas; 2000. p.75-90. 15. Haas AJ. Rapid expansion on the maxillary dental arch and nasal cavity by opening the midpaladal suture. Angle Orthod. 1961 Apr;31(2):73-90. 16. Capelozza Filho L, Silva Filho OG. Expansão rápida da maxila: considerações gerais e aplicação clínica (Parte I). Rev Dental Press Ortod Ortop Maxilar. 1997 maiojun;2(3):88-102. 17. Silva Filho OG, Kina JF, Almeida AM, Okada T. Expansão ortopédica da maxila em estágios precoces do desenvolvimento oclusal - confecção laboratorial e apresentação de caso clínico. Rev Brasil Odontol. 1989;46(6):25-34.

Endereço para correspondência Leopoldino Capelozza Filho Rua Padre João nº 14-71 – 17.018-520 - Bauru / SP E-mail: lcapelozza@yahoo.com.br

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DOMÍNIO CONEXO

Nova proposta de expansor maxilar com ancoragem óssea: relato de caso clínico New proposal for maxillary expander with bone anchorage: Case report

Guilherme Degani Battistetti* Aline Cristine Sinegalia* Claudio do Nascimento Fleig** Roberto Bombonatti***

Abstract

Resumo Entre as discrepâncias ósseas do esqueleto facial, as displasias ósseas maxilares são as mais comuns. Na Ortopedia Dentofacial, a largura maxilar apresenta-se como um fator de grande importância, uma vez que, no crescimento facial, a dimensão transversal finaliza seu crescimento mais cedo. A constrição maxilar absoluta refere-se ao estreitamento da maxila, sendo a mordida cruzada posterior o seu sinal clínico mais evidente. Tentar corrigir uma deficiência óssea na dimensão transversal simplesmente movimentando dentes, invariavelmente incorrerá em recidivas. Os aparelhos usados para expandir a arcada dentária são divididos em duas principais categorias relacionadas ao tipo de apoio:

apoio dentário e apoio basal. No apoio basal encontramos disjuntores dentomucossuportados ou diretamente suportados na estrutura óssea maxilar, com a vantagem de se obterem alterações morfológicas após a expansão maxilar, sem alterações dentárias desfavoráveis, apesar desses aparelhos costumeiramente serem onerosos. Este trabalho tem como objetivo discorrer sobre as vantagens do uso de aparelhos de expansão maxilar com apoio basal, e apresentar uma sugestão de aparelho com custos reduzidos, relatado através da apresentação do caso clínico de uma paciente com mordida cruzada e parcialmente desdentada, o que impossibilitava o uso de expansores dentossuportados.

Between the bones of the facial skeleton discrepancies, the maxilla’s bone dysplasias are the most common. In dentofacial orthopedics, maxillary width is a factor of great importance, since, in facial growth, the transverse dimension completes its growth earlier. The absolute maxillary constriction refers to the narrowing of the maxilla, and the posterior crossbite is your evident clinical sign. Try to correct a deficiency in bone transverse dimension simply moving teeth, invariably incur recurrences. The devices used to expand the dental arch are divided in two main categories related to the type of support: dental support and basal support. In the basal support are found dentalmucus breakers or directly supported

in the jaw bone structure, with the advantage of obtaining morphological changes after maxillary expansion without unfavorable dental abnormalities, although these devices are usually expensive. This article aims to discussing the advantages of using appliance of maxillary expansion with basal support, and to suggest an apparatus with reduced costs, reported by a case whose patient presented crossbite and partially edentulous, which precluded the use of dental anchorage expanders.

Palavras-chave:

Keywords:

Expansão maxilar. Ancoragem óssea. Cirurgia ortognática.

Maxillary expansion. Osseous anchorage. Orthognathic surgery.

* Residente em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Universidade Estadual do Oeste do Paraná

** Mestre em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial. Coordenador do Serviço de Residência em Cirurgia

(UNIOESTE). e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). *** Mestre em Ortodontia pela Universidade de São Paulo - USP/Bauru. Professor de Ortodontia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE).

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domínio conexo

Nova proposta de expansor maxilar com ancoragem óssea: relato de caso clínico

Referências 1. Proffit WR, Phillips C, Dann C 4th. Who seeks surgical-orthodontic treatment? Int J Adult Orthodon Orthognath Surg. 1990 Sep;5(3):153-60. 2. Kraut RA. Surgically assisted rapid maxillary expansion by opening the midpalatal suture. J Oral Maxillofac Surg. 1984 Oct;42(10):651-5. 3. Silva Filho OG, Capelozza Filho L. Expansão rápida da maxila: preceitos clínicos. Ortodontia. 1988 jan-jun;23(3):61-81. 4. Scattaregi PL, Fernandes-Lopes MS, Lopes AC, Cappellette M, Siqueira DF. Osteotomia unilateral da maxila: técnicas e relato de casos clínicos. Rev Clín Ortodon Dental Press. 2008 ago-set;7(4):41-53. 5. Betts NJ, Vanarsdall RL, Barber HD, Barber KH, Fonseca RJ. Diagnosis and treatment of transverse maxillary deficiency. Int J Adult Orthodon Orthognath Surg. 1995;10(2):75-96. 6. Bishara SE, Staley RN. Maxillary expansion: clinical implications. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1987 Jan;91(1):3-14. 7. Capelozza Filho L, Silva Filho OG. Expansão rápida da maxila: considerações gerais e aplicação clínica. Parte II. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 1997 julago;2(4):86-108. 8. Garib DG, Henriques JF, Janson G, Freitas MR, Coelho RA. Rapid maxillary expansion - tooth-tissue-borne vs. tooth-borne expanders: a computed tomography evaluation of dentoskeletal effects. Angle Orthod. 2005 Jul;75(4):548-57. 9. Haas AJ. Rapid expansion of the maxillary dental arch and nasal cavity by opening the midpalatal suture. Angle Orthod. 1961 Apr;31(2):73-90. 10. Krebs A. Midpalatal suture expansion studies by the implant method over a seven-year period. Rep Congr Eur Orthod Soc. 1964;40:131-42. 11. Wertz R, Dreskin M. Midpalatal suture opening: a normative study. Am J Orthod. 1977 Apr;71(4):367-81. 12. Koudstaal MJ, Smeets JBJ, Kleinrensink GJ, Schulten AJM, Wal KGH. Relapse and stability of surgically assisted rapid maxillary expansion: an anatomic biomechanical study. J Oral Maxillofac Surg. 2009 Jan;67(1):10-4.

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Endereço para correspondência Guilherme Degani Battistetti Rua João Pessoa, 228 – 85.812-070 – Cascavel/PR E-mail: gdbattistetti@hotmail.com

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eventos

3º CICLO DE EXCELÊNCIA EM ORTODONTIA e 1º CICLO DE EXCELÊNCIA EM IMPLANTODONTIA Data: Ortodontia: 11 e 12 de março - 14 a 16 de abril - 12 a 14 de maio - 2 a 4 de junho de 2011 Implantodontia: 12 a 14 de maio de 2011 Local: Hotel Bourbon Joinville - Joinville / SC Informações: (47) 3435-5953 www.cicloodontologia.com

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):36


caso clínico

Tratamento da má oclusão de Classe II, Divisão 1, na dentadura mista com aparelho extrabucal removível Interceptive treatment of Class II division 1 malocclusion: Use of extraoral removable appliance

Roberta Maria de Paula Amaral* Luiz Gonzaga Gandini Jr** Márcia Regina Elisa Aparecida Schiavon Gandini*** Patrícia Bicalho de Mello****

Abstract

Resumo Os aparelhos extrabucais representam uma das alternativas para correção das más oclusões de Classe II. A aplicação de força externa induz movimento dentário e influencia o crescimento do complexo

maxilomandibular. O presente artigo tem como objetivo apresentar o aparelho extrabucal removível como coadjuvante no tratamento da má oclusão de Classe II, Divisão 1, na dentadura mista.

Extraoral appliances represent an alternative for correction of Class II malocclusions. The application of external force leads to tooth movement and influence the growth of the maxillomandibular complex. This

article aims to present the removable headgear as an adjuvant in the treatment of Class II division 1 in the mixed dentition.

Palavras-chave:

Keywords:

Má oclusão Classe II. Ortodontia interceptadora.

Malocclusion. Angle Class II. Orthodontics interceptive.

Aparelhos de tração extrabucal.

Extraoral traction appliances.

* Mestre e doutoranda em Ciências Odontológicas, área de concentração Ortodontia, pela Faculdade de

** Professor adjunto do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara – Unesp.

Odontologia de Araraquara - UNESP. Professor adjunto clínico do Departamento de Ortodontia do Baylor College of Dentistry e Saint Louis University – EUA. *** Professora do Curso de Especialização – Gestos/ Famosp - Araraquara/SP. Professora adjunta clínica – Departamento de Ortodontia do Baylor College of Dentistry e Saint Louis University – EUA. **** Mestre em Ciências Odontológicas, área de concentração Ortodontia, pela Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP.

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):37-43

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Amaral RMP, Gandini Jr LG, Gandini MREAS, Mello PB

Discussão As alterações dentoesqueléticas ocorridas com a utilização do aparelho extrabucal removível na correção da má oclusão de Classe II, Divisão 1, induziram a correção da discrepância sagital, vertical e transversal entre as bases apicais, com restrição do crescimento maxilar, movimentação distal da arcada dentária superior e crescimento normal da mandíbula3,8,10,16,19. Com o aparelho removível, a força extrabucal é transmitida por toda a arcada dentária superior, sem sobrecarregar dentes individualmente, promovendo retração em massa da arcada dentária superior com restrição do crescimento maxilar, melhorando a relação anteroposterior da maxila e mandíbula. Essa associação do aparelho removível à tração extrabucal possibilita que haja um controle vertical da maxila, podendo o ponto de aplicação da força ser deslocado tanto para a região anterior como para a posterior, obtendo um maior componente vertical da força e maiores efeitos na região escolhida3,19.

Caldwell et al.3, Henriques et al.9 e Santos Pinto et al.16 observaram que direcionando a força da tração para a região posterior, passando próximo ao centro de resistência da maxila, ocorria rotação horária do plano palatino com posicionamento mais inferior da pré-maxila, favorável à correção da mordida aberta anterior. Em contrapartida, Joffe, Jacobson10 e Henriques et al.9 mostraram que deslocando o ponto de aplicação da força para a região anterior da maxila, com a força da tração passando à frente do centro de resistência da maxila, ocorria um efeito intrusivo e de restrição do desenvolvimento vertical da porção anterior da maxila, corrigindo a mordida profunda.

Conclusão A utilização do aparelho extrabucal removível na dentadura mista, aproveitando a fase de crescimento facial, possibilitou a correção da má oclusão de Classe II. Houve melhora do relacionamento das bases ósseas e das arcadas dentárias, evitando a necessidade de extrações dentárias.

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Endereço para correspondência Roberta Maria de Paula Amaral Av. Feijó, 769 apto 43 - Centro - Araraquara / SP E-mail: robertampamaral@gmail.com

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caso clínico

“Barbosa Braquete Versátil” - slot com liberdade e pouca fricção para os caninos Barbosa Bracket Versatile - slot with low friction and freedom for the canine

Jurandir A. Barbosa*

Abstract

Resumo Em estudos feitos por Andrews em americanos e Zanelato e Mada em brasileiros, onde avaliou-se o posicionamento tridimensional de cada dente, em indivíduos com oclusão normal natural, com relação à angulação dos caninos superiores, observou-se uma variação de até 24°, oscilando entre -3° e 21°. Se existe esta grande variação em indivíduos que nasceram com a dentição perfeita, como conseguir na técnica Straight Wire uma posição definitiva ideal funcional dos caninos, se na maioria das vezes usa-se uma única prescrição de braquetes com angulação dos caninos definidas pela prescrição? Para encontrar uma posição individual para cada paciente foi desenvolvido uma braquete com característi-

cas diferentes dos convencionais e que proporciona o controle absoluto da posição final dos caninos, denominado de Barbosa Braquete Versátil, com capacidade de variação de zero até 31° de angulação. Essa versatilidade possibilita encontrar a posição ideal dos caninos para cada paciente. O aumento do slot convencional, tanto em largura como em profundidade (0,030”), leva a uma diminuição da fricção dependendo da forma de amarrá-la. Mesmo com a existência de uma grande quantidade de outras prescrições com variações na angulação dos caninos, a capacidade de individualização nesta angulação através do Barbosa Braquete Versátil assegura uma posição funcional dos caninos.

Studies done by Andrews in Americans, and Mada and Zanelato in Brazilians, which evaluated the threedimensional positioning of each tooth in subjects whith natural normal occlusion regarding to the angulation of the upper canines, found a variation of up to 24°, varying between -3° until 21°. If there is a wide variation in individuals that born with perfect teeth, how to use the Straight Wire technique, that is an ideal definitive functional canine, if most of the time we use a single prescription with angle brackets of canines defined by prescription? To find a position for each individual patient it was developed a bracket with features different from conventional, providing absolute control of the final position of the canines, named Barbosa Bracket Versatile,

able to range from zero to 31° angle. This versatility allows for finding the ideal position of canines for each patient.The increase in conventional slot in both width and depth (0.030”), leads to a reduction of friction depending on the way to tie it. Even with the existence of a large number of other requirements with variations in angulation of the canines, the ability to individualize this angle by the Barbosa Versatile Bracket ensures a functional position of the canines.

Palavras-chave:

Keywords:

Braquete. Fio. Fricção. Canino. Versátil.

Bracket. Wire. Friction. Canines. Versatile.

* Mestre e Doutor em Ortodontia. Professor Coordenador do curso de especialização em Ortodontia da ACDC – Campinas. Professor responsável pelos cursos de especialização e Mestrado da SLMandic em Campinas e Vila Velha-ES. Consultor Científico da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press.

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Caso Clínico

“Barbosa Braquete Versátil” - slot com liberdade e pouca fricção para os caninos

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Endereço para correspondência Jurandir A. Barbosa Rua Abilio Figueiredo, 92 - 12º andar – 13.208-140 Jundiaí / SP E-mail: jurandir@jurandir.com.br

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):45-54



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caso clínico

Apinhamento terciário: causas e opções terapêuticas Tertiary crowding: causes and treatment options

Danilo Furquim Siqueira* Gabriela Rodrigues de Oliveira** Fausto Silva Bramante*** Luiz Renato Paranhos**** Marco Antonio Scanavini*****

Abstract

Resumo O apinhamento dentário pode ser classificado, didaticamente, em primário, secundário e terciário, e se caracteriza pela sobreposição ou rotação dos dentes. O apinhamento terciário se manifesta na idade adulta, acomete mais a região anteroinferior, é de origem multifatorial

e pode necessitar de tratamento ortodôntico. Em vista das dúvidas remanescentes e controvérsias existentes sobre o assunto, o presente trabalho tem como objetivos discutir as possíveis causas do apinhamento terciário e ilustrar algumas opções terapêuticas.

The dental crowding may be didactically classified as primary, secondary and tertiary. They are characterized by the imbrications or rotation of teeth. The tertiary crowding appears in adulthood, mostly affecting the antero-inferior segment. Its origin is multifactorial and it may need

Palavras-chave:

Keywords:

Ortodontia. Apinhamento. Desgaste.

Orthodontic. Crowding. Stripping.

orthodontic treatment. Concerning the remaining doubts and controversies on this matter, this study aims at evidencing probable causes of the tertiary crowding and demonstrating some therapeutic options.

* Doutor em Ortodontia pela FOB-USP. Professor de Ortodontia (Graduação e Pós-Graduação) da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID).

** Aluna do quarto ano da Graduação da Faculdade de Odontologia da UMESP.

*** Doutor em Ortodontia pela FOB-USP. Professor do programa de Pós-Graduação em Odontologia (Mestrado) - área de concentração em Ortodontia do UNICEUMA. **** Especialista em Ortodontia pela AMO – Dental Press. Mestre em Odontologia Legal e Deontologia pela FOP – UNICAMP. ***** Doutor em Ortodontia pela FO-USP. Coordenador do programa de Pós-Graduação em Odontologia (Mestrado) - área de concentração em Ortodontia da UMESP.

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Caso Clínico

Apinhamento terciário: causas e opções terapêuticas

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Endereço para correspondência Danilo Furquim Siqueira Rua Floriano Peixoto, 19-39 – 17.014-280 Bauru / SP E-mail: danilofurquim@uol.com.br

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):57-70



caso clínico

Correção da má oclusão de Classe II empregando ancoragem intrabucal Correction of Class II malocclusion using intraoral ancorage

Ana Lourdes Lira* Sávio Prado** Antonio Izquierdo*** Mônica Tirre**** Eduardo Sant’ana*****

Abstract

Resumo Esse relato de caso descreveu o tratamento ortodôntico de uma jovem de 12 anos que possuía relação molar de Classe II, falta de espaço para os caninos superiores, discreto apinhamento anteroinferior, relação de topo de pré-molares e caninos superiores, desvio da linha média superior para o lado direito, sobremordida normal e harmonia facial. Ela foi tratada com aparelho fixo com a técnica Edgewise

em ambas as arcadas, associado à mecânica de sliding-jig e elásticos de Classe II, com finalidade de movimentar os molares distalmente e conseguir espaço para o correto posicionamento dos caninos. Com o tratamento ortodôntico, as corretas relações oclusais foram alcançadas, com manutenção da estética facial, correção da linha média e do discreto apinhamento anteroinferior.

This case report describes the orthodontic treatment of a 12 years old young woman who had Class II molar relationship, lack of space for the upper canines, discrete antero-inferior crowding, edge relationship of the premolars and superior canines, upper midline shift to the right side, normal overbite and facial harmony. She was treated with fixed appliances with Edgewise technique in both arches, associated with sliding-jig mechanical

and Class II elastics, with purpose to move the molars distally and make space for the correct positioning of the canines. With orthodontic treatment, the correct oclusion relations were achieved, with maintenance of facial aesthetic, midline recovery, and mild anterior-inferior crowding.

Palavras-chave:

Keywords:

Classe II. Ancoragem intrabucal. Apinhamento anteroinferior.

Class II malocclusion. Intraoral anchorage. Antero-inferior crowding.

* Professora assistente de Odontologia da Universidade Estadual do Piauí. Doutoranda em Ortodontia pela

** Professor adjunto da Universidade Federal do Pará. Doutorando em Ortodontia pela Universidade Federal do

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. *** Doutorando em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. **** Professora adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro. ***** Professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):72-8


Caso Clínico

Correção da má oclusão de Classe II empregando ancoragem intrabucal

Avaliação 5 anos pós-tratamento

Conclusão

Os resultados obtidos após cinco anos de tratamento demonstraram que os objetivos alcançados foram mantidos (Fig. 12).

O relato desse tratamento demonstra a possibilidade de uso de ancoragem intrabucal, não esquelética, para distalização dos molares superiores.

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C

Figura 12 Fotografias intrabucais cinco anos pós-tratamento: estabilidade.

D

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Endereço para correspondência Ana Lourdes Lira Rua Motorista Gregório, 2530 – 64.050-030 Teresina / PI E-mail: anadelourdessl@hotmail.com

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):72-8


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REVISÃO DE LITERATURA

Extração de incisivo inferior permanente com finalidade ortodôntica Permanent lower incisor extraction for orthodontic purposes

Mario Cappellette Junior* Fabiana Souza Cavagnini Gomes** Mario Cappellette**

Abstract

Resumo Baseando-se na revisão da literatura pesquisada, discutiu-se as indicações e contraindicações, bem como as vantagens e desvantagens das extrações dos incisivos inferiores permanentes com finalidade ortodôntica, com o objetivo de verificar-se a validade desse procedimento na correção das más oclusões. Concluiu-se que a extração do incisivo inferior permanente é, quando corretamente indicada,

uma alternativa eficaz associada ao tratamento ortodôntico na obtenção de uma adequada harmonização do equilíbrio dentário e estética facial. A maioria dos trabalhos publicados restringiu-se em citar indicações e contraindicações, bem como as vantagens e desvantagens, associados ou não a relatos de casos clínicos, contudo sem avaliação em longo prazo dos resultados obtidos.

The scientific and clinical literature was reviewed to discuss the pros and cons of extracting lower permanent incisors, and evaluating the clinical efficacy and validity of this procedure for the correction of malocclusions. The conclusion of this study was that when the extraction of a lower incisor is correctly indicated, it is an efficient treatment alternative for achieving a balanced

and harmonic occlusion and facial esthetics. Most of the studies concerning this treatment option only mentioned the pros and cons, or the advantages and disadvantages of it, associated or not with clinical cases. However, long term results were not assessed.

Palavras-chave:

Keywords:

Incisivo inferior. Extração dentária. Apinhamento dentário.

Lower incisor. Tooth extraction. Dental crowding.

* Especialista em Radiologia pela USF. Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela UNICASTELO. Doutor em Ciências pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO – São Paulo/Santos, SOESP, FAMOSP e Universidade Federal de São Paulo.

** Especialista em Odontologia do Trabalho, Pós-Graduanda em Ortodontia, Estagiária em Ortodontia do Centro de Respirador Bucal Universidade Federal de São Paulo.

*** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial e Professor do Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da ABO – São Paulo e SOESP.

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REVISÃO DE LITERATURA

Extração de incisivo inferior permanente com finalidade ortodôntica

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Endereço para correspondência Mario Cappellette Junior Rua Salete nº200, 10º andar – 02.016-001 – São Paulo / SP E-mail: mjrcappellette@terra.com.br

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):80-6


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artigo de divulgação

Resistência à descolagem de braquetes metálicos e de policarbonato após clareamento dentário Resistance bonding of metallic and polycarbonate brackets after dental bleaching

Mariana Gonzaga Erthal ribeiro* Maria Elisa Rodrigues Coimbra**

Abstract

Resumo O objetivo deste artigo foi determinar a alteração na força de adesão causada pelo clareamento de dentes vitais na colagem de braquetes metálicos e de policarbonato, em função do intervalo de tempo entre os dois procedimentos. Foram utilizados incisivos bovinos, selecionados aleatoriamente, e divididos em seis grupos: dois grupos controle (n=5), não submetidos ao clareamento e colados com braquetes metálicos e de policarbonato; dois grupos em que a colagem dos braquetes metálicos e de policarbonato foi feita imediatamente após o clareamento (n=10); e dois grupos em que a colagem foi feita uma semana após (n=10). Não houve diferença significativa na força de união para os braquetes de

policarbonato (p>0,05). Todos os corpos de prova de policarbonato apresentaram índice ARI igual a 3. Já os corpos de prova colados com braquetes metálicos apresentaram resultados diferentes em função do tempo de colagem (p<0,05). O índice ARI predominante para os grupos experimentais colados com braquetes metálicos foi 2. Concluímos que o clareamento dentário com peróxido de hidrogênio a 35% diminui a força de união com os braquetes, entretanto, isso não é observado após um tempo de espera superior a uma semana após o clareamento. A colagem de braquetes de policarbonato não foi afetada pelo clareamento devido aos baixos valores de adesão entre o compósito e a base dos braquetes.

The aim of this study was to determine the influence of time interval between tooth bleaching and bonding of metallic and polycarbonate brackets. Bovine incisors were randomly selected and divided in six groups: two control groups with five teeth each, on which were respectively bonded metallic and polycarbonate brackets. In the other four groups, metallic and polycarbonate brackets were bonded immediately after the bleaching of tooth with 35% hydrogen peroxide gel, and then the teeth were kept in artificial saliva for one week. In the shearing test conducted on the fifty teeth studied there was no significant difference for the polycarbonate brackets (p>0.05). All the teeth tested with polycarbonate had an ARI index equal to

3. However, the teeth bonded with metallic brackets showed different results in relation to the time (p<0.05). The predominant ARI index for these experimental groups was 2. The dental bleaching with 35% hydrogen peroxide reduces the resistance to the shearing of brackets bonded over enamel previously cleared. However, this does not occur after a period longer than one week after the bleaching procedure. The bonding of polycarbonate brackets was not affected by the bleaching due to the low adhesion values between the compound and bracket bases.

Palavras-chave:

Keywords:

Clareamento. Peróxido de hidrogênio. Braquetes metálicos. Braquetes de

Bleaching. Bonding. Metallic brackets. Polycarbonate brackets. Hydrogen

policarbonato.

peroxide.

* Especialista em Ortodontia – UGF. ** Mestre em Ortodontia – FO /UFRJ. Doutora em Ciência dos Materiais – Instituto Militar de Engenharia – IME. Professora do Curso de Especialização em Ortodontia – UGF. Professora Colaboradora Doutora – Escola de Ciências da Saúde – Unigranrio.

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):88-92


artigo de divulgação

Resistência à descolagem de braquetes metálicos e de policarbonato após clareamento dentário

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Endereço para correspondência Mariana Gonzaga Erthal Ribeiro Rua Padre Achoetegui 60/704 Leblon – 22.430-090 Rio de Janeiro / RJ E-mail: marierthal@yahoo.com.br

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):88-92



caso clínico

Tratamento da má oclusão de Classe II, divisão 1, com AEB conjugado Treatment of Class II, division 1, malocclusion using a maxillary splint appliance

Guilherme Thiesen* Rafaela Scheffer de Barros** Michella Dinah Zastrow*** Naudy Brodbeck May**** Michel Horvath de Lima*****

Abstract

Resumo O aparelho extrabucal conjugado, introduzido na literatura por Thurow, constitui uma das abordagens para o tratamento da má oclusão de Classe II, divisão 1. O objetivo do presente trabalho consiste em

salientar aspectos do diagnóstico que irão possibilitar a indicação desse aparelho na dentadura mista, bem como observar os efeitos esqueléticos, dentários e tegumentares induzidos.

The maxillary splint appliance, introduced in orthodontics literature by Thurow, constitutes a therapeutic approaches used in treatment of Class II, Division 1 malocclusions. The objective of this paper is to highlight

some aspects of the diagnosis that will allow its perfect indications during mixed dentition phase, as analyze the skeletal, dental and integumentary effects induced by this appliance.

Palavras-chave:

Keywords:

Aparelhos de tração extrabucal. Ortodontia. Má oclusão de Classe II.

Extraoral traction appliances. Orthodontics. Angle Class II malocclusion.

* Professor de Graduação e Pós-Graduação em Ortodontia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Mestre em Ortodontia pela PUCRS.

** Especialista em Ortodontia pela Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL.

*** Professora das disciplinas de Radiologia e Estomatologia da UNISUL. Mestre em Radiologia pela UFSC. **** Professor de Graduação e Pós-Graduação em Ortodontia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Doutor em Odontologia pela UFSC. ***** Professor de Pós-Graduação em Ortodontia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Mestre em Ortodontia pela PUCPR.

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 fev-mar;10(1):94-102


Thiesen G, Barros RS, Zastrow MD, May NB, Lima MH

relação molar de Classe I pela conjunção de alguns fatores, como a movimentação para distal dos molares superiores e restrição do crescimento anteroinferior da maxila, associados ao crescimento mandibular espontâneo. Os fatores que contribuíram substancialmente para a melhora na estética facial do paciente podem ser atribuídos à inclinação lingual dos incisivos superiores, que promove um aumento do ângulo nasolabial, e o posicionamento mais anterior do pogônio tegumentar, ocorrido pelo giro anti-horário e pelo crescimento mandibular ocorridos durante o período de tratamento. Estes resultados concordam com a literatura1,3,11,17,20. Um dos principais efeitos do AEB conjugado é o controle vertical de crescimento da maxila e da extrusão dos molares superiores. Sua indicação se faz precisa principalmente em casos com tendência ao crescimento vertical, pelo controle da rotação da mandíbula no sentido horário. Ou seja, esse aparelho tem indicação nos casos de Classe II onde a mandíbula apresenta um comprimento adequado ou uma leve deficiência, estando apenas rotacionada no sentido horário

frente a uma altura facial anteroinferior aumentada. Isto pode ser diagnosticado pelo emprego do triângulo de McNamara (Coa, CoGn e AFAI). O crescimento da face no sentido vertical apresenta incrementos mais regulares e em menores magnitudes que o crescimento sagital maxilomandibular durante o surto de crescimento puberal, iniciando-se antes e finalizando-se após esse período7,16,28. Destarte, justifica-se, para esses casos de Classe II, o tratamento no início da dentadura mista (denominado “precoce” na literatura24), quando o AEB conjugado visa controlar o crescimento maxilar vertical e, assim, promover o giro da mandíbula no sentido anti-horário. Da mesma forma, seguindo os preceitos sobre o crescimento da face humana no sentido vertical, tornase sensata a permanência para uso noturno do aparelho para controle vertical da maxila até um período próximo ao término do desenvolvimento, evitando a depreciação do tratamento pelo retorno do padrão morfogenético de crescimento do paciente.

Referências 1. Almeida MR, Oliveira GF, Almeida RR, Almeida-Pedrin RR, Insabralde CMB. O tratamento da Classe II, 1ª divisão com o uso do AEB Conjugado e aparelho fixo. Rev Clín Ortod Dental Press. 2002 jun-jul;1(3):63-71. 2. Bass NM. Orthopedic coordination of dentofacial development in skeletal Class II malocclusion in conjunction with edgewise therapy. Part I. Am J Orthod. 1983 Nov;84(5):361-83. 3. Caldwell SF, Hymas TA, Timm TA. Maxillary traction splint: a cefalometric evaluation. Am J Orthod. 1984 May;85(5):376-84. 4. Coben SE. Growth and Class II treatment. Am J Orthod. 1966 Jan;52(1):5-26. 5. Costa LBM, Rosa RTF, Pretti H. Tratamento da Classe II, divisão 1, com splint de Thurow modificado: relato de caso. J Bras Ortodon Ortop Facial. 2002 janfev;7(37):64-9. 6. Dugoni SA, Lee JS, Varela J, Dugoni AA. Early mixed dentition treatment: post retention evaluation of stability and relapse. Angle Orthod. 1995 Oct;65(5):311-20. 7. Enlow DH, Bang S. Growth and remodeling of the human maxilla. Am J Orthod. 1965 Jun;51(6):446-64. 8. Graber TM, Neumman B. Removable orthodontic appliances. Philadelphia: WB Saunders; 1977. p.161. 9. Gurgel JA, Almeida RR, Pinzan A. Avaliação comparativa das alterações esqueléticas maxilomandibulares entre jovens, do sexo masculino, tratados ortodonticamente da má oclusão de Classe II, 1ª divisão e oclusão normal. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2001 jan-fev;6(1):39-50. 10. Henriques JFC, Martins DR, Pinzan A. Estudo cefalométrico da ação da ancoragem extrabucal cervical, na dentadura mista, sobre a maxila, mandíbula e dentes, em pacientes com Classe II, 1ª divisão. Ortodontia. 1979 maio-ago;12(2):76-83. 11. Henriques JFC, Martins DR, Araújo AG, Ursi WJ. Modified maxillary splint for Class II, division 1 treatment. J Clin Orthod. 1991 Apr;25(4):239-45.

12. Henriques JFC, Freitas MR, Pinzan A. Estudo cefalométrico comparativo, de dois tipos de ancoragem extrabucal, em pacientes com Classe II, 1ª divisão. Ortodontia. 1995 maio-ago;28(2):4-12. 13. Henriques JFC, Freitas MR, Pinzan A. Estudo cefalométrico comparativo de dois tipos de ancoragem extrabucal (cervical e associado com ativador), em pacientes com Classe II, 1ª divisão. Ortodontia. 1995 set-dez;28(3):20-30. 14. Henriques JFC, Freitas MR, Pinzan A. Estudo cefalométrico comparativo de dois tipos de ancoragem extrabucal (associado com aparelho removível e com o ativador), em pacientes com Classe II, 1ª divisão. Ortodontia. 1996 maio-ago;29(2):45-62. 15. Henriques JFC, Maltagliati LA, Freitas MR, Janson GRP, Maltagliati AMA. Utilização do aparelho removível conjugado à ancoragem extrabucal para a correção da má oclusão de Classe II, 1ª divisão, com sobremordida profunda. Rev Dental Press Ortod Ortop Maxilar. 1997 mar-abr;2(2):12-8. 16. Hunter CJ. The correlation of facial growth with body height and skeletal maturation at adolescence. Angle Orthod. 1966 Jan;36(1):44-54. 17. Jacobson A. Uma chave para a compreensão das forças extrabucais. Ortodontia. 1979;12(2):99-119. 18. Joffe L, Jacobson A. The maxillary orthopedic splint. Am J Orthod. 1979 Jan;75(1):54-69. 19. King GJ, Keeling SD, Hocevar RA, Wheller TT. The timing of treatment for Class II malocclusions in children: a literature review. Angle Orthod. 1990 Jun;60(2):87-97. 20. Maltagliati LA. Estudo comparativo das alterações dentoesqueléticas da má oclusão de classe II, 1ª divisão de Angle, nos jovens sem tratamento e nos submetidos a dois tipos de aparelho ortodôntico [dissertação]. Bauru (SP): Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo; 1997. 21. Pinto AR, Martins LP, Melo ACM, Paulin RF, Oshiro L. O aparelho extrabucal de Thurow modificado no tratamento da Classe II com mordida aberta: caso clínico. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2001 jan-fev;6(1):57-62.

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Caso Clínico

Tratamento da má oclusão de Classe II, divisão 1, com AEB conjugado

22. Ritter DE. Tratamento precoce da má oclusão de Classe II, 1ª divisão, com splint de tração maxilar - estudo prospectivo. Ortodon Gaúcha. 2002 jul-dez;6(2):154-66. 23. Sadowsky PL. Craniofacial growth and the timing of treatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998 Jan;113(1):19-23. 24. Silva Filho OG. Época de tratamento das más oclusões de Classe II em crianças: uma revisão da literatura. Ortodontia. 1991 set-dez;24(3):44-54. 25. Souza MM, Freitas TM, Stuani AS, Stuani AS, Stuani MBS. Uso do aparelho de Thurow no tratamento da má oclusão esquelética de Classe II. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2005 jul-ago;10(4):76-87. 26. Abi-Ramia L, Santos BM, Stuani AS, Stuani AS, Stuani MBS. Correção da Classe II esquelética com controle dentário em massa. Rev Clín Ortod Dental Press. 2006 dez2007 jan;5(6):72-82.

27. Vianna MS, Daniel RF, Guariza Filho O, Tanaka O, Maruo H. Controle da dimensão vertical no tratamento da má oclusão de Classe II, divisão 1 dolicofacial. Rev Clín Ortod Dental Press. 2003 ago-set;2(4):21-8. 28. Thiesen G, Rego MVNN, Lima SEM. Estudo longitudinal da relação entre o crescimento mandibular e o crescimento estatural em indivíduos com Classe II esquelética. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2004 set-out;9(5):28-40. 29. Thurow RC. Craniomaxillary orthopedic correction with em masse dental control. Am J Orthod. 1975 Dec;68(6):601-24. 30. Tulloch JFC, Phillips C, Proffit WR. Benefit of early Class II treatment: progress reporto of a two-fase randomized clinical trial. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998 Jan;113(1):62-72.

Endereço para correspondência Guilherme Thiesen Av. Madre Benvenuta, 1285 – 88.035-001 Florianópolis / SC E-mail: guilhermethiesen@yahoo.com.br

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abstracts

Literatura ortodôntica mundial Resumos, em Português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica.

Avaliação pós-tratamento de um aparelho ativador magnético em más oclusões Classe II hiperdivergentes

Comparação dos valores da protrusão dentoalveolar em Marroquinos e outras populações

Post-treatment evaluation of a magnetic activator device in Class II high-angle malocclusions

Comparison of dentoalveolar protrusion values in Moroccans and other populations Eur J Orthod. 2010 Aug;32(4):430-4

Eur J Orthod. 2010 Aug;32(4):425-9 O objetivo desse estudo foi avaliar alterações no crescimento dentofacial antes, durante e após o uso de um aparelho ativador magnético II (AAM) em pacientes Classe II divisão 1 hiperdivergentes. Radiografias cefalométricas laterais e de mão e punho de 10 pacientes (6 meninas e 4 meninos) com uma média de idade cronológica de 10 anos 5 meses foram obtidas no início do período de observação (T1, 9,5 meses), início da aplicação do AAM II (T2), no final do tratamento (T3), e aproximadamente 4 anos após o término do tratamento (T4). Treze medidas lineares, dez angulares e uma proporção foram avaliadas. Testes t pareados foram utilizados para avaliação estatística de diferenças que ocorreram entre os tempos. O aumento no ângulo goníaco, no ângulo GnGoAr, nas distâncias S-N, Co-Gn, GO-Ar, ENA-Me, S-Go e N-Me e a diminuição do trespasse horizontal, distância 1-NA e ângulo ANB foram estatisticamente significativos durante o tratamento. Em T4, houve uma diminuição no ângulo goníaco e na distância 1-NA, a qual foi significativa. As alterações como resultado de tratamento foram estáveis em T4.

O objetivo desse estudo retrospectivo foi avaliar a protrusão bimaxilar entre marroquinos e compará-la com a de outras populações arábicas, caucasianas e mediterrâneas. Radiografias cefalométricas de 102 estudantes universitários marroquinos adultos (73 do sexo feminino e 29 do masculino, com média de idade de 21 anos 6 meses ± 1 ano 6 meses) com oclusão normal foram traçadas. Quinze mensurações com relação aos incisivos superiores e inferiores, lábios superior e inferior, e o ângulo entre o plano de Frankfurt e o plano mandibular foram avaliados. Análises estatísticas dos dados foram empreendidas utilizando testes t independentes. Oito medidas angulares e seis lineares foram significativamente diferentes estatisticamente se comparadas com normas cefalométricas caucasianas (P<0,001). Diferenças significativas foram observadas quando comparadas com outras populações arábicas (palestinos e sauditas) e com turcos anatolianos adultos. Em relação às normas cefalométricas caucasianas, os marroquinos mostraram protrusão bimaxilar e, portanto, essas normas não podem ser aplicadas às faces marroquinas. Em geral, houve uma grande similaridade na posição do incisivo entre as populações marroquinas e as sauditas.

Conheça o acervo de Abstracts da Dental Press, acesse: www.dentalpress.com.br/abstracts

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controvérsias

Reabsorções dentárias estão presentes no planejamento ortodôntico! ou Uso exclusivo de radiografias “panorâmicas” no planejamento aumenta o risco de perda dentária por reabsorções radiculares no tratamento ortodôntico Alberto Consolaro*

Na prática clínica, um dos fatores mais preocupantes para o ortodontista são as reabsorções radiculares. Por muito tempo, e até há alguns anos, atribuía-se a maior severidade das reabsorções radiculares durante o tratamento ortodôntico aos fatores sistêmicos ou genéticos, como a suscetibilidade familiar ou individual. As causas das reabsorções radiculares externas são locais e atuam diretamente no ligamento periodontal matando os cementoblastos, as células que colonizam a superfície radicular por entre as fibras colágenas de Sharpey e a protegem da fixação de clastos. Os cementoblastos não têm receptores específicos em sua membrana nos quais se encaixariam molecularmente os mediadores que comandam a remodelação óssea. Desta forma, esses mediadores não conseguem comandar os cementoblastos, que permanecem definitivamente organizados sobre a superfície radicular, protegendo-a. Apenas a remoção dessas células das superfícies radiculares representa o evento inicial local para uma reabsorção acontecer. As causas das reabsorções radiculares, aquelas que conseguem destruir ou deslocar os cementoblastos da superfície radicular, podem ser de natureza química, biológica e física. Entre as substâncias químicas estão os medicamentos e produtos utilizados na limpeza dos canais radiculares, agentes clareadores internos, ácidos aplicados durante procedimentos cirúrgicos parendodônticos ou na colagem de braquetes nos tracionamentos ortodônticos. As causas biológicas podem ser exemplificadas como as bactérias e seus produtos, como os LPS, ou lipopolissacarídeos, as enzimas e os seus dejetos químicos resultantes do seu metabolismo de sobrevivência, especialmente aqueles que

chegam até a superfície radicular através do forame apical e outras foraminas, assim como a partir de túbulos dentinários expostos. Muito embora os vírus, fungos e parasitas possam teoricamente matar cementoblastos, não se revelaram ainda evidências sobre essa forma de ação microbiana. Entre as causas físicas se destaca o traumatismo dentário, desde as suas formas mais leves — como a concussão, na qual clinicamente não se detecta qualquer mobilidade dentária e, se houver sintomatologia, é dolorosa discreta e transitória, facilmente controlada com analgésicos comuns — até as formas mais severas, como as intrusões, nas quais ao entrar em direção ao fundo do alvéolo a raiz vai raspando no osso e eliminando grandes áreas da camada cementoblástica, expondo a parte mineralizada da raiz. Outra causa física pode ser o trauma oclusal de longa duração e o movimento ortodôntico com forças excessivamente aplicadas, que promovem o colabamento ou a obstrução temporária, mas o suficiente para matar cementoblastos. As causas das reabsorções radiculares são muitas e variadas em sua natureza original. Embora existam muitas causas de reabsorções radiculares, não podemos afirmar que sejam de etiologia multifatorial. O termo multifatorial tem uma conotação em que várias causas ou múltiplos fatores atuam simultânea e sinergicamente para provocar uma determinada doença, como acontece classicamente na etiologia da cárie dentária. No caso de reabsorções dentárias, embora tenha várias causas, de um modo geral, elas atuam isoladamente, sem que haja somatório de uma sobre as outras causas associadas. Em síntese, a etiologia das reabsorções não é multifatorial, muito embora tenha várias causas que possam provocá-las.

* Professor Titular da FOB-USP e Professor de Pós-Graduação na FORP-USP.

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Consolaro A

ser feito com segurança. Mas nos casos de suspeitas ou dúvidas, recorre-se aos cortes do dente em análise e sua reconstrução em 3D disponível no banco de imagens da tomografia computadorizada realizada. Nas radiografias “panorâmicas” também não é possível avaliar com precisão os fatores preditivos correspondentes à morfologia dentária, como a morfologia radicular, a forma dos ápices, proporção coroa-raiz, assim como forma das cristas ósseas alveolares.

Reabsorções radiculares não induzidas pelo tratamento ortodôntico: o diagnóstico preciso e providências adequadas no momento oportuno devem ser do ortodontista Em estágios iniciais e médios de evolução, as imagens decorrentes das reabsorções radiculares inflamatórias não são detectáveis em radiografias do tipo ortopantomografias ou “panorâmicas”, mas, como muitas dessas reabsorções radiculares não são provocadas exclusivamente pelo tratamento ortodôntico, pode-se afirmar que vários problemas enfrentados pelos profissionais no campo ético e legal poderiam ter sido contornados ou evitados. Alguns tipos de reabsorção radicular não têm qualquer relação etiopatogênica com o movimento ortodôntico, como: a) Reabsorção interna: uma pulpopatia associada com frequência ao traumatismo dentário ou a pulpites crônicas de longa duração associadas à cárie e restaurações profundas. b) Reabsorção cervical externa: relacionada à clareação dentária interna e/ou ao traumatismo dentário. c) Reabsorção dentária por substituição em consequência da anquilose alveolodentária: associadas ao traumatismo dentário e a dentes não irrompidos por longos períodos e com atrofia acentuada do ligamento periodontal. Nos casos em que o tratamento ortodôntico é aplicado em dentes portadores dessas reabsorções dentárias, o aumento de tamanho e da gravidade decorre quase que exclusivamente do tempo transcorrido durante o tratamento ortodôntico, e não dos fenômenos induzidos e acentuados pela sua execução. No entanto, em casos de pendências judiciais, o profissional que não identificou tais reabsorções no planejamento ortodôntico pode não ser condenado por induzir ou acentuar o processo, mas mesmo assim será acusado de negligência pela falta de diagnóstico preciso e falta de providências para o tratamento adequado.

Considerações finais 1. O diagnóstico preciso e oportuno das alterações dentárias é inerente à fase do planejamento dos casos ortodônticos, incluindo-se as reabsorções dentárias, que estão presentes em 5 a 10% da população nunca submetida à movimentação dentária induzida. 2. A precisão no diagnóstico de alterações dentárias como cáries, periodontopatias, periapicopatias, fraturas radiculares, perda óssea periodontal e reabsorções dentárias, por exemplo, requer o uso de radiografias periapicais adequadas ou de imagens correspondentes obtidas pela tomografia computadorizada com feixe cônico. 3. Os casos clínicos de reabsorções dentárias diagnosticadas no planejamento ortodôntico devem ser encaminhados, avaliados e tratados pelo endodontista. 4. As reabsorções dentárias têm muitas causas que geralmente atuam isoladamente, sem superposição e sinergismo entre elas. As reabsorções dentárias não são multifatoriais, pois isso implicaria em ação simultânea das suas causas, o que não é o caso. 5. As causas das reabsorções radiculares são locais. As causas sistêmicas e as suscetibilidades genéticas e individuais não devem ser valorizadas nas explicações dos casos mais severos ou generalizados. Alguns tipos de reabsorções dentárias não têm qualquer relação etiopatogênica com a movimentação ortodôntica, mas o seu diagnóstico preciso, ainda assim, é inerente à fase do planejamento ortodôntico dos casos clínicos. Uma das alegações mais frequentes para não solicitar-se radiografias periapicais dos pacientes ortodônticos é o aumento do custo da pasta de documentação, mas isso representa uma situação a ser contornada por procedimentos e argumentos que iremos abordar nos próximos trabalhos.

Referências 1. 2. 3.

Consolaro A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 2.ed. Maringá: Dental Press, 2005. Consolaro A, Consolaro MFMO. Controvérsias na Ortodontia e atlas de biologia da movimentação dentária. Maringá: Dental Press, 2008. Consolaro A. Inflamação e reparo. Maringá: Dental Press, 2010.

Endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

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instruções aos autores

— A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse da classe ortodôntica, comunicações breves e atualidades. — A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com — Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Dental Press International Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br — As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer responsabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nesta publicação. A Revista ou as empresas patrocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas. — Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. Os autores devem seguir as orientações descritas adiante. ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DE MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com — Organize sua apresentação como descrito a seguir: 1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — não inclua informações relativas aos autores, por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos. Elas deverão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informações não estarão disponíveis para os revisores.

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2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavraschave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS. 3. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie as figuras em arquivos separados (ver logo abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto. 5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável).


Instruções aos autores

7. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética. 8. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih. gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos a seguir:

Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/ a15v11n6.pdf.

Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301.

* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com

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registro de ensaios clínicos

Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.

Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index. html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que

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integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

Posicionamento da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/ en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http:// www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.


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