revista
CLÍNICA de
volume 11, número 1, fevereiro / março 2012
Dental Press
volume 11, número 1, fevereiro/março 2012
Dental Press
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):1-136
ISSN 1676-6849
volume 11, número 1, fevereiro/março 2012
Dental Press
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A eficácia da ortopedia pré-cirúrgica em pacientes com fissuras de lábio e palato: uma revisão sistemática da literatura
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Tratamento ortodôntico de paciente com síndrome de Turner
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Hábitos parafuncionais na dentição decídua: associação com disfunção dos movimentos mandibulares e desordem craniomandibular
The efficacy of presurgical orthopedics in patients with cleft lip and palate: A systematic review of the literature Sueda Rodrigues de Medeiros Coque, Fábio Henrique Pinheiro, Ana Lúcia Barbosa Moreira, Camila Freitas Oliveira, Paulla de Carvalho Heiskala
Orthodontic treatment of a patient with Turner syndrome Eveline Coutinho Baldoto Gava, Cátia Cardoso Abdo Quintão, Lívia Saladini Vieira Pessica, José Augusto Mendes Miguel, Marco Antonio de Oliveira Almeida
Parafunctional habits in deciduous dentition: Association with mandibular movements dysfunction and craniomandibular disorder Letícia Ladeira Bonato, Josemar Parreira Guimarães, Raphaela de Mello Lopes, Davilson Bragine Ferreira Júnior
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Tratamento ortodôntico interceptivo da mordida cruzada anterior: relato de caso clínico
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Fechamento de diastema entre incisivos centrais permanentes com tratamento ortodôntico associado à restauração adesiva
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Aparelho de protação mandibular Forsus no tratamento das más oclusões do Padrão II: relato de caso clínico
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Tratamento da má oclusão de Classe II, subdivisão direita, segundo a terapia bioprogressiva
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Carga ortodôntica imediata em implantes osseointegrados: esse procedimento é seguro?
Anterior crossbite interceptive orthodontic treatment: A case report Pedro César Fernandes dos Santos, Aline Levi Baratta Monteiro, Bruno Miranda Lopes, Marcelo Cerqueira Trévia, Alexandre Bastos Chaves, Diego Alexandre Gonzaga Brito
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Central incisors diastema closure using orthodontic treatment associated with adhesive restoration Natielle Schneid, Miguel Roberto Simões Régio, Rudimar Antônio Baldissera, Josué Martos
Pattern II malocclusions treatment with Forsus mandibular protraction appliance: Case report Leopoldino Capelozza Filho, Ana Lurdes Conte Acunha Gonçalves, Leanne Matias Portela Leal, Danilo Furquim Siqueira, Renata Cristina Faria Ribeiro de Castro, Mauricio de Almeida Cardoso
Treatment of Class II subdivision right malocclusion according to the bioprogressive therapy Marcelo de Gouveia Sahad, Francisco Antônio Delgado Grieco, Zayonara Braga Pereira Cartaxo, Eduardo Guedes Pinto, Igor Prokopowitsch, Ângela Toshie Araki
Immediate load in osseointegrated dental implants: Is this procedure safe? José Augusto Mendes Miguel, Lisiane Meira Palagi, Carlos Eduardo Sabrosa, Eveline Coutinho Baldoto Gava
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Palato: o que saber previamente à instalação de mini-implantes?
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Aparelho removível expansor com concha suspensa Celli-C idealizado para a correção da mordida aberta dentoalveolar anterior: confecção do aparelho
Palate: What to know before mini-implant’s placement? Matheus Alves Jr., Carolina Baratieri, Mariana Marquezan, Lincoln Issamu Nojima, Maria Christina Thomé Pacheco, Mônica Tirre de Souza Araújo
Celli-C removable expander appliance with suspended shell designed to correct dentoalveolar anterior open bite: Appliance construction Cristiane Celli, Paulo Roberto dos Santos Pinto
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56
79
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Editorial ................................................ 5 Eventos ................................................. 6 Acontecimentos ................................... 8 Pergunte a um Expert ......................... 12 Marketing ........................................... 20 Dica Clínica ......................................... 22 Controvérsias .................................... 124 Abstracts ........................................... 130 Instruções aos autores ...................... 134
EDITOR Weber José da Silva Ursi
FOSJC/UNESP-SP
EDITOR EMÉRITO Omar Gabriel da Silva Filho HRAC-USP EDITORES ASSISTENTES José Valladares Neto UFG-GO Rosely Suguino CESUMAR-PR Danilo Furquim Siqueira USC-SP
PUBLISHER Laurindo Furquim UEM-PR
oordenador dos Abstracts C Mauricio de Almeida Cardoso
USC-SP
ONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO C Adilson Luiz Ramos UEM-PR Hélio Hissashi Terada UEM-PR CONSULTORES CIENTÍFICOS
Ortodontia Ademir Roberto Brunetto Arno Locks Ary dos Santos-Pinto Björn U. Zachrisson Carlo Marassi Célia Regina Maio Pinzan Vercelino Cristiane Canavarro Cristina Feijó Ortolani Daltro Enéas Ritter Daniela Gamba Garib David Normando Eduardo Dainesi Fausto Silva Bramante Francisco Ajalmar Maia Gilberto Vilanova Queiroz
UFPR-PR UFSC-SC UNESP-SP Universidade de Oslo / Noruega CPO SLMANDIC-SP Uniceuma-SP UERJ-RJ UNIP-SP UFSC-SC HRAC-USP-SP UFPA/ABO-PA USC-SP Clínica particular-SP UFRN-RN ABENO-SP
Diretora: Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim - DiretorES Editoriais: Bruno D’Aurea Furquim - Rachel Furquim Marson - DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - ANALISTA DA INFORMAÇÃO: Carlos Alexandre Venancio - Produtor editorial: Júnior Bianco - Produção Gráfica e Eletrônica: Diego Ricardo Pinaffo - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Michelly Andressa Palma - Tatiane Comochena - submissão de artigos: Simone Lima Lopes Rafael - Revisão/COPydesk: Ronis Furquim Siqueira - Wesley Nazeazeno - Adna Miranda - JORNALISMO: Beatriz Lemes Ribeiro - BANCO DE DADOS: Cléber Augusto Rafael - Internet: Adriana Azevedo Vasconcelos - Fernanda de Castro e Silva - Fernando Truculo Evangelista - CURSOS E EVENTOS: Ana Claudia da Silva - Rachel Furquim Scattolin - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA/NORMALIZAÇÃO: Simone Lima Lopes Rafael - EXPEDIÇÃO: Diego Matheus Moraes dos Santos - FINANCEIRO: Cléber Augusto Rafael - Lucyane Plonkóski Nogueira - Roseli Martins - Secretaria: Rosane A. Albino.
Guilherme de Araújo Almeida UFU-MG Henrique Mascarenhas Villela ABO-BA Jeffrey P. Okeson Universidade de Kentucky / EUA Jesús Fernández Sánchez Universidade de Madrid / Espanha José Fernando C. Henriques FOB-USP-SP José Nelson Mucha UFF-RJ José Rino Neto FOUSP-SP Júlia Harfin Universidade de Maimonides / Argentina Julio de Araújo Gurgel FOB-USP-SP Julio Pedra e Cal-Neto UFF-RJ Jurandir Antonio Barbosa ACDC-SP Larry White AAO Dallas / EUA Leopoldino Capelozza Filho USC-SP Lorenzo Franchi Universidade de Florença / Itália Luciano da Silva Carvalho APCD-SP Marcelo de Castellucci e Barbosa UFBA-BA Marcio Costa Sobral UFBA-BA Marcio Rodrigues de Almeida UNOPAR-PR Marden Bastos EAP-ABO-MG Matheus Melo Pithon UESB-BA Ravindra Nanda Universidade de Connecticut / EUA Ricardo Nakama Clínica particular-PR Roberto Hideo Shimizu UTP-PR Roberto Justus Univ. Tecnológica do México / México Sebastião Interlandi USP-SP Vincent G. Kokich Universidade de Washington / EUA Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana FOB-USP-SP
Oclusão Paulo Cesar Rodrigues Conti FOB-USP-SP
Patologia Alberto Consolaro FOB-USP-SP
Dentística Renata Pascotto
UEM-PR
A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (ISSN 1676-6849) é uma publicação bimestral (seis edições por ano), da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. — Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá / Paraná - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-.
Indexada nas Bases de Dados:
Bimestral. ISSN 1676-6849.
BBO
1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International. CDD 21.ed. 617.643005
desde 2003
desde 2003
desde 2008
editorial
Ortodontia e as mídias sociais Weber Ursi Editor
Um dos fenômenos mais interessantes que ocorreram nas relações humanas nos últimos tempos foi o aparecimento das mídias sociais como ferramenta de troca de informações, tanto em nível pessoal quanto profissional. Hoje, temos à disposição um instrumento que pode alterar não apenas as relações sociais, mas pode influenciar na relação dos consumidores com algumas marcas. A cada dia, um número maior dessas mídias se propaga na internet, e palavras como blogs, MySpace, wikis, MSN, Orkut, Twitter, Facebook, LinkedIn, YouTube, Clickr se tornaram lugar comum (para alguns). A grande vantagem dessas mídias é a abrangência e rapidez com que uma informação é transmitida, a um custo muito baixo. As gerações Y e Z são seus maiores usuários e, com a disponibilidade de tablets e smartphones, cada indivíduo se torna um comentarista em tempo real do que acontece ao seu redor. Não é incomum que famílias, dentro de uma casa, se comuniquem teclando, ao invés de conversarem, olho no olho. Grandes avanços como as mídias sociais, a internet e o e-mail são agentes facilitadores da troca de informações e conhecimento, diminuindo, por exemplo, o número de correspondências por carta — tornando alguns serviços deficitários, como o correio norte-americano, com risco de extinção de mais de 300.000 postos de trabalho. De que forma podemos usar as mídias sociais como meio de comunicação, tanto com nossos pacientes quanto com colegas, sem que se incorra em desencontros e desentendimentos? Com nossos pacientes, normalmente, a interação se restringe a assuntos do tratamento ortodôntico ou de sites interessantes que o profissional ou mesmo os pacientes encontram, ou mesmo para divulgação das atividades profissionais que desenvolvemos, como ida a congressos, participações em cursos, etc. Não é necessário lembrar que o tom usado na comunicação com os pacientes deve ser profissional, para não dar margem a interpretações errôneas ou dúbias. Lembre-se que tudo o que é “postado” é um documento e pode ser usado como prova em qualquer foro. De maneira geral, embora com conteúdo profissional, a forma da comunicação nessas mídias é “light”, e bom humor e linguagem acessível são bem-vindos. Como ferramenta de marketing interno, as mídias sociais são excelentes, uma vez que, se você der sorte de publicar algo superinteressante, pode virar um “trending topic” e “bombar”, para usar a terminologia do meio.
Mas nem tudo são vantagens nesses novos meios de comunicação. Dada a possibilidade de anonimato do propagador de uma informação, grandes danos podem ser perpetrados contra pessoas idôneas, sem possibilidade de defesa, em função do mecanismo viral da propagação na internet. Quando se elimina o contato pessoal, se elimina o aspecto emocional da comunicação, ficando difícil sentir a real intenção do interlocutor. Em função disso, a comunicação virtual, em qualquer mídia social ou mesmo num simples e-mail, pode ser motivo de interpretações errôneas, levando a mal entendidos desnecessários. Um “post” é interpretado de várias maneiras e as palavras escritas, normalmente, não têm nuanças de entonação, são apenas fragmentos de ideias maiores e mais complexas, que cada receptor procura encaixar no quebra-cabeça gigantesco das várias interações a que somos submetidos diariamente. Conceitos complexos são reduzidos a um parágrafo, como se pudéssemos destilá-los e simplificá-los. Vale lembrar a lição de Einstein: “Make things as simple as possible, but not simpler”. Assuntos muito controversos são os que mais provocam esses desencontros e más interpretações, e não deveriam ser discutidos nesses foros, uma vez que assim que a tecla “enter” é pressionada, não há como voltar atrás. Nada substitui o “presencial” quando o debate é carregado de emoções; as mídias virtuais não deveriam substituir esses encontros, frequentemente ricos de interação, confrontação e, muitas vezes, resultados e entendimentos. O aparecimento de comunidades ortodônticas baseadas no Facebook — como, por exemplo, Insete, Ortodontia Brasileira, Orto, Ortodontia, Pesquisa Odontológica Brasileira — é extremamente salutar e interessante para estreitar os laços científicos e de amizade entre os colegas. É muito proveitoso quando um colega coloca um artigo interessante que gera comentários e discussões, sendo uma ótima maneira de se manter atualizado e tirar dúvidas, muitas vezes com os próprios autores do trabalho. Pode-se esperar que essas comunidades aumentem exponencialmente, e o ortodontista que se mantiver fora delas estará perdendo uma grande oportunidade de crescimento pessoal e profissional. Você pode não gostar, mas como muitas coisas na vida, segundo um célebre ditado árabe, “Os cães ladram e a caravana passa”. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):5
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PALESTRA COM DR. LEOPOLDINO CAPELOZZA DATA: 22 de março de 2012 LOCAL: Hotel Luzeiros, São Luiz / MA INFORMAÇÕES: (98) 3227-1719 / 3227-0834
5º CONGRESSO PAULISTA DE ESPECIALISTAS EM ORTODONTIA - ORTOPEDIA FACIAL DATA: 19, 20 e 21 de abril de 2012 LOCAL: APCD - São Paulo / SP INFORMAÇÕES: (11) 2031-0451 / www.aborsp.com.br/2012
7º CONGRESSO INTERNACIONAL DE ODONTOLOGIA DENTAL PRESS DATA: 19, 20 e 21 de abril de 2012 LOCAL: Maringá / PR INFORMAÇÕES: www.dentalpress.com.br/congresso2012
GRUPO DE ESTUDOS EM ORTODONTIA COES - MARCOS JANSON E PAULO PAGAN DE LARA DATA: 3 e 4 de maio de 2012 LOCAL: COES, Rua Antonio Soares, 194 – Sorocaba / SP INFORMAÇÕES: (15) 3232-7232 / administracaocoes@coes.com.br
8º ENCONTRO ABZIL - ORTODONTIA INDIVIDUALIZADA CAPELOZZA® DATA: 17, 18 e 19 de maio de 2012 LOCAL: Abzil/3M, São José do Rio Preto / SP INFORMAÇÕES: www.pos-orto.com.br
8º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAXILARES E ORTODONTIA DATA: 23 a 26 de maio de 2012 LOCAL: Serrano Resort, Gramado / RS INFORMAÇÕES: www.simposiosobracom.com.br/
VII SIMPÓSIO DAMON DATA: 25 e 26 de maio de 2012 LOCAL: São Paulo / SP INFORMAÇÕES: (11) 4777-0170 – ormco@meuortodontista.com.br
3º ORTHOMEETING - CONGRESSO INTERNACIONAL DE ORTODONTIA DATA: 31 de maio, 1 e 2 de junho de 2012 LOCAL: Hotel Nacional Inn, Campinas / SP INFORMAÇÕES: 0800-7717705 – www.orthomeeting.com.br
3º LINGUAL MEETING - MECÂNICA VESTIBULAR X MECÂNICA LINGUAL DATA: 22 e 23 de junho de 2012 LOCAL: Hotel Pullman – Ibirapuera, São Paulo / SP INFORMAÇÕES: (67) 3326-0077 – prietoeprieto@terra.com.br
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Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):6
ACONTECIMENTOS
30º CIOSP Entre os dias 28 e 31 de janeiro, a APCD promoveu o 30º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), no Expo Center Norte. A Dental Press esteve presente para prestigiar o evento, com um stand apresentando seus produtos e lançando o primeiro livro de Ortodontia para tablets, Serial extraction in Orthodontics, de autoria de Paulo Picanço; além das seguintes revistas para iPad: Dental Press Journal of Orthodontics, Dental Press Endodontics e a mais nova, Dental Press Implantology.
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Carlos Eduardo Francischone e Gilson B. Sydney.
Laurindo Furquim e Claudia Cia Worschech.
Silvia Maria N. Zuc.
Carla Sophia San.
Vladi O. Guimarães e Ertty Silva.
Fabiano Marson, Rachel Furquim Marson e Fernando Marson.
Ewerton Nocchi, Teresa Furquim e Maria Fidela de Lima.
Paula C. Assis, Maria S. Gebran e Emanuelle J. Cunha.
Rodrigo S. Genicolo.
Celso Orth e Laurindo Furquim.
Fernando Marson, Claudio Pinho e Rachel Furquim Marson.
Laurindo Furquim, Liliana Maltagliati e Junior Bianco.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):8-10
Acontecimentos
José Carlos Garófalo e Laurindo Furquim.
Dr. Farina, Laurindo Furquim e Paulo A. Farina.
Gabriela Rocha e Michelle Weydt.
Pedro B. Cruvinel e Bruno Veronez.
Laurindo Furquim, Fábio Valverde e Júnior Bianco.
Jeronimo M. Danni.
Antonio Inácio Ribeiro e Nivaldo Vanni Filho.
Pedro Pires, Orlando M. da Silva, Gilson B. Sydney e Nasser H. Fares.
Haroldo Vieira, Teresa Furquim, Rui Santos e Laurindo Furquim.
Fernando Marson, Ormisio R. de Souza, Rachel Furquim Marson, Teresa Furquim, Augusto Barros Biagi e Laurindo Furquim.
Marco Antonio Bottino, Rachel Furquim Marson e Renata Faria.
Marina N. Ogava.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):8-10
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ACONTECIMENTOS
Dental Press lança livro para iPad no 30º CIOSP No domingo (29/1), segundo dia do CIOSP, a Editora Dental Press lançou o primeiro livro de Ortodontia para tablets, Serial
extraction in Orthodontics, de autoria de Paulo Roberto Barroso Picanço. O coquetel de lançamento foi realizado no stand da Dental Press.
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Rodrigo M. Franco, Paulo Picanço e Fabricio P. Valareli.
Patricia F. Marassi, Carlo Marassi e Rachel Furquim.
Paulo Picanço com sua esposa, Gracinia.
Paulo Picanço e Fabricio R. Farias.
Carlos E. Francischone e Paulo Picanço.
Dudu Medeiros, Paulo Picanço e Ronaldo Hirata.
Paulo Picanço, Bruno Gribel e Laurindo Furquim.
Alexander Macedo, um dos coautores do livro "Ortodontia Lingual", e Paulo Picanço.
Isis J. Assis, Paulo Picanço e Ruscaia R. Coutinho.
Matheus B. Elias, Paulo Picanço e Jessica Krug.
Rogério R. Rodrigues, Paulo Picanço e Renata C. L. Rodrigues.
Rachel Furquim Marson, Paulo Picanço e Teresa Furquim.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):8-10
Duplo Médio
Duplo Grande
Simples Estreito Duplo Médio com gancho gengival Duplo Médio com gancho T
2D Plus
Ortodontia lingual autoligada
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APLICAÇÕES CLÍNICAS • Fechamento de pequenos espaços ou diastemas • Correção limitada de mordidas profundas • Alinhamento de dentes individuais e apinhamento moderado • Intrusão de dentes anteriores superiores e inferiores • Mordidas cruzadas moderadas anterior e lateral • Correção simples de torque • Extração de incisivo interior
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• Ortodontia Lingual Simplificada • Brackets Autoligados • Mini-implantes (Straight Wire) • Placas e alinhadores Saiba mais: www.gm-orthodontics.com.br/espaco-gm
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Movimentação dentária e aplicabilidade na clínica ortodôntica Osmar Aparecido Cuoghi Marcos Rogério de Mendonça
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A Ortodontia apresenta como um de seus pilares de sustentação as reações biológicas provenientes da indução mecânica. Desde seu início, vários estudos foram realizados para esclarecer os eventos biológicos decorrentes da movimentação dentária sob indução mecânica. Entretanto, mesmo sabendo-se que entre os procedimentos mecânicos e os fenômenos biológicos que acontecem no cotidiano ortodôntico não deve ocorrer disparidade, frequentemente observa-se uma preponderância para a busca do tipo de aparelhagem e o emprego de forças controladas, principalmente pelos fios. Esses aspectos deixam transparecer, principalmente para o profissional menos experiente, que somente o controle mecânico rege a movimentação dentária. Um exemplo que enfatiza exclusivamente o procedimento mecânico nos cursos de Ortodontia é o typodont. Convém salientar que essa metodologia de ensino é válida para simular a movimentação dentária no aspecto técnico-mecânico, porém, o conhecimento biológico da movimentação deve ter o mesmo nível de importância e não pode haver dicotomia; caso contrário, o resultado da movimentação ortodôntica pode causar prejuízos nas estruturas radiculares, óssea e periodontais, bem como comprometer as diversas estruturas em longo prazo. Esses detalhes deixam claro que os conhecimentos biológicos básicos não devem se desvencilhar da clínica ortodôntica. No entanto, observa-se que, de uma forma não rara, tanto os profissionais quanto os pacientes estabelecem como prioridades a estética e, em segundo lugar, a função, fazendo pouca relação com os eventos biológicos desencadeados no ligamento periodontal. Dessa forma, para controlar e “respeitar” os principais eventos biológicos que acontecem
durante a movimentação dentária induzida, é primordial que se conheça as características de toda a estrutura periodontal. Nessa linha de raciocínio, os níveis de força e distribuição de estresse, bem como seu tempo de atuação adequado nas estruturas periodontais, não dependem exclusivamente da alta tecnologia contida nos diversos tipos de ligas e/ou da estética da aparelhagem. Além disso, a informação universalmente aceita na Ortodontia de que “a força ortodôntica ideal deve promover o máximo de movimentação dentária com o mínimo de danos aos tecidos” implica não somente no controle da intensidade de força, mas também da direção de seus vetores, tendo como parâmetro as localizações dos centros de resistência e de rotação dentária1. O aumento frenético dos mais variados tipos de aparelhagem, bem como a sua sofisticação, não pode ofuscar a importância da dinâmica dos eventos biológicos decorrentes da movimentação dentária. Por isso, nesse artigo serão abordados vários aspectos teóricos e clínicos que envolvem a Ortodontia, sustentados por trabalhos científicos.
Como citar este artigo: Cuoghi OA, Mendonça MR. Movimentação dentária e aplicabilidade na clínica ortodôntica. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):12-8.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):12-8
Força Ideal em Ortodontia Desde os primórdios da Ortodontia, existe uma preocupação para se determinar a intensidade da força ideal para a movimentação dentária. Em 1932, Schwarz2 relatou, de forma coerente, que o nível ideal de força deveria ser de 20 a 26g/cm2 de superfície radicular, ou seja, equivalente à pressão capilar de 15 a 20mmHg. Convém salientar que, atualmente, qualquer citação sobre magnitude de força deve ser expressa em Newtons (N). A unidade grama (g) refere-se à
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Movimentação dentária e aplicabilidade na clínica ortodôntica
Referências 1. Melsen B. Tissue reaction to orthodontic tooth movement: a new paradigm. Eur J Orthod. 2001;23(6):671-81. 2. Schwarz AM. Tissue changes incidental to orthodontic tooth movement. Int J Orthod 1932;18:331-52. 3. Isaacson RJ, Lindauer SJ, Davidovitch M. The ground rules for arch wire design. Semin Orthod. 1995;1(1):3-11. 4. Ren Y, Maltha JC, Kuijpers-Jagtman AM. Optimum force magnitude for orthodontic tooth movement: a systematic literature review. Angle Orthod. 2003;73(1):86-92. 5. Pilon JJ, Kuijpers-Jagtman AM, Maltha JC. Magnitude of orthodontic forces and rate of bodily tooth movement. An experimental study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1996;110(1):16-23. 6. Owman-Moll P, Kurol J, Lundgren D. Effects of a doubled orthodontic force magnitude on tooth movement and root resorptions. An inter-individual study in adolescents. Eur J Orthod. 1996;18:141-50. 7. Reitan K. Clinical and histologic observations on tooth movement during and after orthodontic treatment. Am J Orthod. 1967;53(10):721-45. 8. van Leeuwen EJ, Maltha JC, Kuijpers-Jagtman AM. Tooth movement with light continuous and discontinuous forces in beagle dogs. Eur J Oral Sci. 1999;107(6):468-74. 9. Consolaro A. Reabsorções dentárias na especialidade clínica. 2ª ed. Maringá: Dental Press; 2005. 10. Tomizuka R, Shimizu Y, Kanetaka H, Suzuki A, Urayama S, Kikuchi M, et al. Histological evaluation of the effects of initially light and gradually increasing force on orthodontic tooth movement. Angle Orthod. 2007;77(3):410-6. 11. von Böhl M, Kuijpers-Jagtman AM. Hyalinization during orthodontic tooth movement: a systematic review on tissue reactions Eur J Orthod. 2009;31(1):30-6. 12. Kohno T, Matsumoto Y, Kanno Z, Warita H, Soma K. Experimental tooth movement under light orthodontic forces: rates of tooth movement and changes of the periodontium. J Orthod. 2002;29:129-35. 13. Von Böhl M, Maltha JC, Von den Hoff JW, Kuijpers-Jagtman AM. Focal hyalinization during experimental tooth movement in beagle dogs. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;125(5):615-23. 14. Iino S, Sakoda S, Ito G, Nishimori T, Ikeda T, Miyawaki S. Acceleration of orthodontic tooth movement by alveolar corticotomy in the dog. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007;131(4):448.e1-8.
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Osmar Aparecido Cuoghi e Marcos Rogério de Mendonça • Professores Adjuntos do Departamento de Odontologia Infantil e Social, Disciplina de Ortodontia Preventiva, Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP
Endereço para correspondência Osmar Aparecido Cuoghi Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP Rua José Bonifácio, 1193 – 16.015-050 – Araçatuba – SP E-mail: osmar@foa.unesp.br
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Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):12-8
SISTEMAS ERTTY ortodontia | DTM | oclusão
Ministrador
Dr. Ertty Silva
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marketing
O lado emocional da Odontologia Henrique nakama*
“No mundo dos negócios, devemos ser mais racionais e menos emocionais.”Quem concorda com essa afirmação? A área de administração de empresas sempre agiu muito conforme essa lógica, pois o lado chamado racional permite, por definição, quantificações que a emoção não comporta. No entanto, o avanço da neurociência vem mostrando que o comportamento humano é muito menos racional do que se acreditava. Diante disso, que tal abrirmos a discussão sobre as possíveis repercussões desse conhecimento na prática odontológica? Segundo o professor Dan Ariely, um dos maiores gurus da economia comportamental, a extrema variedade de produtos ou serviços torna impossível uma escolha racional. O fator emocional entra em ação e a escolha é feita a partir das sensações que o serviço é capaz de despertar. Como a Odontologia está no segmento de serviços de saúde, acredito que a importância do tema fica mais ou menos óbvia...
Segmentação por preço Penso que podemos começar com um tópico que nunca sai de pauta: a questão do preço. Se os conhecimentos da neurociência estão corretos, podemos afirmar que um dos nossos maiores equívocos é acreditar que os clientes compram serviços com base apenas no preço (aspecto racional). Já observaram que os restaurantes chiques estão sempre cheios? Ou que os carros que mais crescem em vendas são os de luxo? E a alta demanda por cirurgias estéticas? Não cabe, nesse espaço, discutir a questão do consumismo, mas apenas apontar que o preço (apenas) não é o principal determinante de uma escolha. Precisamos ter em mente que todos gostamos de coisas bonitas, de conforto, de nos sentir importantes (e isso é emocional). Então, me pergunto se nesse conhecimento não estaria o atalho para nos diferenciarmos profissionalmente. Seguindo essa linha de raciocínio, nosso cliente vai questionar o preço quando não atingirmos as suas expectativas (emocionais). Quando ele fala que está caro, normalmente, nas entrelinhas, ele quer dizer: “Doutor, não gostei da sua secretária, não gostei da sua recepção, você não me convenceu que esse é o melhor tratamento para mim...”. Por isso ele acha que está caro! E ele vai continuar achando caro mesmo se você chegar a um patamar de preço sem lucratividade, ou seja, quando se paga para trabalhar, ou se trabalha duas vezes mais para ganhar a
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mesma coisa... E lembrando que: na prática, o principal valor de qualquer negócio não é o faturamento, mas a lucratividade — isso é, o quanto sobra. Frente ao impasse, qual a saída? Talvez seja conseguir “tocar” a sensibilidade desse cliente, conseguir “emocioná-lo”.
Emocione o seu cliente As emoções processam o estímulo sensorial em apenas um quinto do tempo que nosso cérebro cognitivo leva para assimilar o mesmo estímulo1. Quando o seu cliente disser que está caro e você perceber que ele tem condições financeiras, comece a analisar onde houve a falha, o que pode ter causado uma experiência negativa: Foi no atendimento telefônico? Foi na falta de simpatia da secretária? Foi no ambiente do consultório? Ou foi durante o processo de venda dos procedimentos? Se conseguir descobrir os pontos fracos do consultório e conseguir melhorá-los, com certeza o mesmo cliente que achou caro, da primeira vez, pode achar justo na segunda vez; e, se conseguir melhorar tanto a ponto de surpreendê-lo, poderá até cobrar mais — pois, na percepção do cliente, aquilo que você oferece “vale”. Lembrando, ainda, que o mais importante talvez seja demonstrar uma empatia verdadeira frente ao motivo que trouxe aquele cliente até a sua clínica. Tentar “enxergá-lo”, “ouvi-lo”, ficando atento à postura corporal, aos gestos, às palavras, aos detalhes que permitam criar uma atmosfera de acolhimento e confiança. Quanto mais você conseguir criar boas vivências e emoções no seu consultório, mais você irá valer para o seu cliente. E, infelizmente, o inverso também é verdadeiro.
Referências 1. Marcus GE. The sentimental citizen. Pennsylvania: Pennsylvania State University Press; 2002. Como citar essa seção: Nakama H. O lado emocional da Odontologia. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):20.
* Especialista em Radiologia, FOB/USP. Especialista em Gestão, Estratégia Empresarial e Marketing, UNIFIL (Londrina/PR). Professor e palestrante de Marketing e Vendas em Odontologia.
Endereço para correspondência Henrique Nakama E-mail: hhnakama@gmail.com
DICA CLÍNICA
Desmistificando a utilização dos stops no sistema autoligado Demystifying the use of stops in the self-ligating system
Liliana Ávila Maltagliati*
Abstract
Resumo Desde a introdução do Sistema Autoligado, o emprego dos stops tem sido necessário devido ao baixo atrito conferido aos braquetes — o qual, na fase inicial do alinhamento e nivelamento, permite o deslize e deslocamento do fio, fazendo-o faltar de um lado e sobrar do outro, ferindo a mucosa bucal do paciente. A perspectiva de que o stop, uma vez posicionado no arco, impede que esse des-
lize faz suscitar questionamentos sobre onde posicioná-lo. Por isso, aqui serão relatadas diferentes formas de utilizá-los para potencializar o alinhamento e nivelamento, de forma a tirar vantagem desse dispositivo, imprescindível nos primeiros fios, facilitar a mecânica ortodôntica e reduzir procedimentos complementares (o que pode reduzir, também, o tempo de tratamento).
Palavras-chave: Autoligado. Stop.
Keywords: Self-ligating. Stop.
Como citar este artigo: Maltagliati LA. Desmistificando a utilização dos stops no sistema autoligado. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):22-31.
» A autora declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
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Since the introduction of the self-ligating system, the use of stops has been necessary due to the low friction conferred to the brackets – which, during initial alignment and leveling phase, slide and allows displacement of the wire, causing it to lack on one side and surpass on the other, injuring the patient’s oral mucosa. The expectation that the stop, once positioned in the
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archwire, prevents this sliding raise questions about where to place it. Therefore, it will be reported different forms of using them to enhance the alignment and leveling in order to take advantage of this device, indispensable in the first archwires, to facilitate orthodontic mechanics and reduce complementary procedures (which can also reduce the treatment time).
* Mestre e Doutora em Ortodontia e Odontologia em Saúde Coletiva pela Universidade de São Paulo. Professora Visitante do Curso de Mestrado em Biologia Oral, área de concentração Ortodontia, da Universidade do Sagrado Coração (Bauru/ SP). Professora Convidada do curso de Especialização em Ortodontia da USC, da PROFIS (Bauru/SP) e do Grupo Straight-Wire do Rio de Janeiro. Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia da ABCD-SP.
Maltagliati LA
utilizá-los para aumentar a ancoragem de dentes recém-movimentados, ou não, como pré-molares distalizados, posicionando os stops justos na mesial, por exemplo. Nesses casos, é importante sempre colocar um segundo stop mais distante, para evitar deslocamento do fio, pois o dente — como se movimenta, primariamente, por inclinação — sofrerá, a princípio, angulação distal (no exemplo dado) e a tendência da coroa de voltar à posição inicial provocará recidiva, que “empurrará” o stop, levando o fio consigo. Assim sendo, o segundo stop, posicionado na distal de um dente anterior ao dente deslocado, fará o papel de uma trava tipo ômega, evitando o deslocamento do fio e aumentando a ancoragem desse dente.
Referências 1. Andrews LF. The Straight-Wire appliance. Explained and compared. J Clin Orthod. 1976;10(3):174-95. 2. Bagden A. The Damon system: questions and answers. Clin Impress.2005;14(1):4-13. 3. Harradine N, Birnie D. Self-ligating brackets: theory and practice. In: Excellence in Orthodontics. 2006. p. 197-222. Available from: www.excellenceinorthodontics. com/DesktopModules/Documents/DocumentsView.aspx?tabID=0&ItemID=31727& MId=4835&wversion=Staging. 4. Gurgel JA, Kerr S, Powers JM, LeCrone V. Force-deflection properties of superelastic nickel-titanium archwires. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2001;120(4):378-82.
CONCLUSÃO Assim como esse exemplo, outros podem elucidar a utilização dos stops, que pode ser pensada de várias formas, sempre tendo em mente que: para limitar um segmento de fio, sempre são necessários, no mínimo, dois stops e que, na linha média, eles não servirão para nada mais do que evitar o deslocamento do fio.
Endereço para correspondência Liliana Ávila Maltagliati USC - Universidade do Sagrado Coração Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Rua Irmã Arminda, Jardim Brasil CEP: 17.011-160 - Bauru/SP E-mail: lilianamaltagliati@hotmail.com
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DOMÍNIO CONEXO
A eficácia da ortopedia pré-cirúrgica em pacientes com fissuras de lábio e palato: uma revisão sistemática da literatura The efficacy of presurgical orthopedics in patients with cleft lip and palate: A systematic review of the literature Sueda Rodrigues de Medeiros Coque* Fábio Henrique Pinheiro** Ana Lúcia Barbosa Moreira*** Camila Freitas Oliveira**** Paulla de Carvalho Heiskala****
Abstract
Resumo Introdução: com base em estudos em curto prazo, tem-se empregado a ortopedia pré-cirúrgica (OP) no tratamento de pacientes com fissuras de lábio e palato. A maioria dos trabalhos consiste no relato do alinhamento dos rebordos alveolares, algo que supostamente facilita os procedimentos cirúrgicos de reparo do lábio superior. Falta, no entanto, uma avaliação mais criteriosa do verdadeiro grau de evidência apresentado na literatura. Objetivos: o presente estudo pretende, por meio de uma revisão sistemática, avaliar a vantagem em longo prazo do emprego da ortopedia pré-cirúrgica para o tratamento de pacientes com fissuras de lábio e palato, uni ou bilaterais, completas ou incompletas. Métodos: a mesma estratégia de busca, contendo palavras-chave em português e em inglês, foi empregada nas bases de dados eletrônicas Bireme (Cochrane,
SciELO, BBO e Lilacs), PubMed e Embase. Todos os anos foram considerados. Elegeu-se como critério de inclusão a relevância do tema abordado em cada trabalho e o tipo de estudo realizado. Somente ensaios clínicos controlados foram selecionados. A eliminação dos artigos irrelevantes foi realizada por dois examinadores independentes, previamente calibrados. A princípio, a eliminação se deu com base no título, seguida da eliminação por resumo e, finalmente, por texto na íntegra. Resultados: o grau de concordância interexaminadores (Kappa) foi de 0,99 (bom). Conclusão: restaram apenas 9 artigos dentro dos critérios considerados, sendo praticamente todos a favor da não utilização da OP, uma vez que os resultados em longo prazo não compensam o desgaste e os custos envolvidos, seja do ponto de vista oclusal ou da estética facial.
Palavras-chave: Ortopedia. Fissura palatina. Estética.
Keywords: Orthopedics. Cleft palate. Esthetics.
Como citar este artigo: Coque SRM, Pinheiro FH, Moreira ALB, Oliveira CF, Heiskala PC. A eficácia da ortopedia pré-cirúrgica em pacientes com fissuras de lábio e palato: uma revisão sistemática da literatura. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):32-7.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
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Introduction: Pre-surgical orthopedics (PO) have been used by multidisciplinary teams to treat patients with cleft lip and palate based solely on short-term outcomes. The vast majority of publications report the alignment of the alveolar ridges as a resource to facilitate the surgical upper lip repair. A more detailed assessment of the level of evidence present in the literature is certainly missing. Objectives: This study aims to assess the long-term efficacy of presurgical orthopedics to treat patients with cleft lip and palate, either unilateral or bilateral, complete or incomplete. Methods: The same search strategy containing keywords in Portuguese and English was carried out in the following electronic databases: Bireme (Cochrane, SciELO, Lilacs and BBO), PubMed and Embase. As a criterion for inclusion, it was decided to elect the relevance of the title and the methodological design
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of each study. All years were considered. Only controlled trials were selected. The elimination of irrelevant articles was performed by two calibrated observers who worked independently. At first, the elimination took place based on the title, followed by summary content and, finally, based on the full text. Results: The degree of inter-examiner agreement (Kappa) was 0.99 (good). Conclusion: Only 9 articles met the inclusion criteria, all of which were in favor of the non-use of PO since the occlusal, facial and esthetic results were not worth the burden and the costs involved.
* Especialista em Dentística, Associação Brasileira de Odontologia, RN. Mestranda em Clínicas Odontológicas na Universidade Potiguar (UNP). ** Mestre em Ortodontia pela FOB-USP. Doutor em Ortodontia pela University of Manchester, Inglaterra. *** Especialista em Endodontia pelo COESP/PB. Mestranda em Clínicas Odontológicas na Universidade Potiguar (UNP). **** Alunas de graduação em Odontologia na Universidade Potiguar (UNP).
Coque SRM, Pinheiro FH, Moreira ALB, Oliveira CF, Heiskala PC
científica que justifique continuar o uso da OP, principalmente sob a justificativa de que essa contribui para uma melhora da estética facial e das dimensões e formato das arcadas dentárias. Do ponto de vista fonoaudiológico, sugerem-se novas avaliações para classificar a relevância das melhorias conquistadas em longo prazo com esse tipo de aparelho.
CONCLUSÃO Com base na presente revisão sistemática da literatura, não foi possível observar, após 3 anos de controle, nenhuma vantagem quando da utilização da Ortopedia pré-cirúrgica no que se refere à estética facial e às arcadas dentárias.
Referências 1. Tannure PNM. Cleft palate: a case report. Rev Odontol UNESP. 2007;36(4):341-5. 2. Saxén I. Cleft lip and palate in Finland: parental histories, course of pregnancy and selected environmental factors. Int J Epidemiol. 1974;3:263-70. 3. Thompson MW. Genética médica. 2ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 1976. 4. Loffredo LCM, Freitas JAS, Grigolli AAG. Prevalência de fissurais orais de 1975 a 1994. Rev Saúde. 2001;35(6):571-5. 5. Ross RB, MacNamera MC. Effect of presurgical infants orthopedics on facial esthetics in complete bilateral cleft lip and palate. Cleft Palate Craniofac J. 1994;31(1):68-73. 6. Burston WR. Pre-surgical facial orthopaedics in relationship to the overall management of cleft lip and palate conditions. Ann R Coll Surg Engl. 1971;48(1):31-2. 7. McNeil CK. Orthodontic procedures in the treatment of congenital cleft palate. Cleft Palate J. 1965;2:332-9. 8. Handelman CS, Pruzansky S. Occlusion and dental profile with complete bilateral cleft lip and palate. Angle Orthod. 1968;38(3):185-98. 9. Bongaarts CA, Kuijpers-Jagtman AM, van ‘t Hof MA, Prahl-Andersen B. The effect of infant orthopedics on the occlusion of the deciduous dentition in children with complete unilateral cleft lip and palate (Dutchcleft). Cleft Palate Craniofac J. 2004;41(6):633-41. 10. Bartzela T, Katsaros C, Shaw WC, Rønning E, Rizell S, Bronkhorst E, et al. A longitudinal three-center study of dental arch relationship in patients with bilateral cleft lip and palate. Cleft Palate Craniofac J. 2010;47(2):167-74. 11. Prahl C, Kuijpers-Jagtman AM, Van ‘t Hof MA, Prahl-Andersen B. A randomized prospective clinical trial of the effect of infant orthopedics in unilateral cleft lip and palate: prevention of collapse of the alveolar segments (Dutchcleft). Cleft Palate Craniofac J. 2003;40(4):337-42. 12. Prahl C, Kuijpers-Jagtman AM, Van ‘t Hof MA, Prahl-Andersen B. Infant orthopedics in UCLP: effect on feeding, weight, and length: a randomized clinical trial (Dutchcleft). Cleft Palate Craniofac J. 2005;42(2):171-7. 13. Altman DG. Practical statistics for medical research. London: Chapman and Hall; 1991.
14. Bongaarts CA, Prahl-Andersen B, Bronkhorst EM, Spauwen PH, Mulder JW, Vaandrager JM, et al. Effect of infant orthopedics on facial appearance of toddlers with complete unilateral cleft lip and palate (Dutchcleft). Cleft Palate Craniofac J. 2008;45(4):407-13. 15. Konst EM, Rietveld T, Peters HF, Prahl-Andersen B. Phonological development of toddlers with unilateral cleft lip and palate who were treated with and without infant orthopedics: a randomized clinical trial. Cleft Palate Craniofac J. 2003;40(1):32-9. 16. Prahl C, Kuijpers-Jagtman AM, van’t Hof MA, Prahl-Andersen B. A randomized prospective clinical trial into the of infant orthopaedics on maxillary arch dimensions in unilateral cleft lip and palate (Dutchcleft). Eur J Oral Sci. 2001;109(5):297-305. 17. Bongaarts CA, van ‘t Hof MA, Prahl-Andersen B, Dirks IV, Kuijpers-Jagtman AM. Infant orthopedics has no effect on maxillary arch dimensions in the deciduous dentition of children with complete unilateral cleft lip and palate (Dutchcleft). Cleft Palate Craniofac J. 2006;46(6):665-72. 18. Prahl C, Prahl-Andersen B, van ‘t Hof MA, Kuijpers-Jagtman AM. Infant orthopedics and facial appearance: a randomized clinical trial (Dutchcleft). Cleft Palate Craniofac J. 2006;46(6):659-64. 19. Masarei AG, Wade A, Mars M, Sommerlad BC, Sell D. Randomized control trial investigating the effect of presurgical orthopedics on feeding in infants with cleft lip and/or palate. Cleft Palate Craniofac J. 2007;44(2):182-93. 20. Bongaarts CA, Prahl-Andersen B, Bronkhorst EM, Prahl C, Ongkosuwito EM, Borstlap WA, et al. Infant orthopedics and facial growth in complete unilateral cleft lip and palate until six years of age (Dutchcleft). Cleft Palate Craniofac J. 2009;46(6):654-63. 21. Semb G, Brattström V, Mølsted K, Prahl-Andersen B, Zuurbier P, Rumsey N, et al. The Eurocleft study: intercenter study of treatment outcome in patients with complete cleft lip and palate. Part 4: relationship among treatment outcome, patient/parent satisfaction, and the burden of care. Cleft Palate Craniofac J. 2005;42(1):83-92.
Endereço para correspondência Sueda Rodrigues de Medeiros Coque Av. Prudente de Morais, 6545 – Candelária CEP: 59.065-500 – Natal/RN E-mail: suedacoque@gmail.com
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caso clínico
Tratamento ortodôntico de paciente com síndrome de Turner Orthodontic treatment of a patient with Turner syndrome
Eveline Coutinho Baldoto gava* Cátia Cardoso Abdo Quintão** Lívia Saladini Vieira Pessica*** José Augusto Mendes Miguel** Marco Antonio de Oliveira Almeida****
Abstract
Resumo Este relato de caso descreve o tratamento de um paciente do sexo feminino, com 10 anos e 6 meses de idade, que apresentava síndrome de Turner do tipo mosaico e queixa principal de protrusão dos incisivos superiores. Ela apresentava má oclusão dentária e esquelética de Classe II, sobressaliência de 9mm e sobremordida de 6mm. A erupção dos dentes permanentes estava adiantada, apresentava, ainda, apinhamento moderado na região anterior da mandíbula, diastemas anteriores na arcada superior e uma inclinação vestibular acentuada dos incisivos superiores. O plano de tratamento consistiu no controle de crescimento vertical e anteroposterior com ancoragem extrabucal, alinhamento e nivelamento das arcadas, retração dos incisivos superiores e o estabelecimento de uma oclusão estável.
Uma vez que meninas portadoras de síndrome de Turner têm o crescimento atrasado ou reduzido, com ausência de surto de crescimento, e o crescimento é imprevisível, durante o tratamento ortodôntico uma terapia com hormônios foi iniciada e isso, provavelmente, ajudou na terapia de controle de crescimento, uma vez que houve uma redução de 4º do ângulo ANB e uma relação dentária de Classe I foi atingida em 4 meses. Isso demonstra que a terapia com hormônios em pacientes com síndrome de Turner é de grande valor quando empregada durante a infância e adolescência. O tratamento proveu um sorriso agradável para a paciente e uma oclusão bem estabelecida, com corretas sobressaliência e sobremordida, uma oclusão de Classe I e um alinhamento dentário satisfatório.
unpredictable, hormone therapy was initiated during treatment and this probably helped in the growth control therapy, since a reduction of 4º in ANB angle and a Class I tooth relation were achieved within 4 months. This shows that hormone therapy in patients with Turner syndrome is of great value when used during childhood and adolescence. The treatment has provided a pleasant smile for the patient and well established occlusion, with correct overjet and overbite, a Class I occlusion and a satisfactory dental alignment.
Palavras-chave: Crescimento e desenvolvimento. Aparelhos ortodônticos. Terapia de reposição hormonal.
Keywords: Growth and development. Orthodontic appliances. Hormone replacement therapy.
Como citar este artigo: Gava ECB, Quintão CCA, Pessica LSV, Miguel JAM, Almeida MAO. Tratamento ortodôntico de paciente com síndrome de Turner. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):40-8.
* Mestranda em Ortodontia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. ** Professores adjuntos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. *** Especialista em Ortodontia pela UERJ. **** Professor titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
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This case report describes the treatment of a female patient, 10 years and 6 months of age, who had mosaic type of Turner syndrome and the chief complaint of upper incisors protrusion. She presented with dental and skeletal Class II malocclusion, 9 mm overjet and 6 mm overbite. The eruption of permanent teeth was advanced, and there was also moderate crowding in the anterior lower teeth, upper anterior diastemas and a pronounced buccal inclination of the upper incisors. The treatment plan consisted in control of the anteroposterior and vertical growth with headgear, and leveling the arches, retraction of the upper incisors and the establishment of a stable occlusion. Since girls with Turner syndrome have delayed or reduced growth, with no growth spurt, and growth is
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caso clínico
Tratamento ortodôntico de paciente com síndrome de Turner
ções importantes relacionadas a tratamentos ortodônticos. Mesmo assim, decidiu-se por realizar um tratamento não-invasivo, sem cirurgia ortognática, o que aumenta sua complexidade, uma vez que a colaboração da paciente deve ser excepcional. Além disso, essa alternativa de tratamento foi um desafio, uma vez que não se podia predizer se a paciente teria uma boa resposta ao tratamento de controle de crescimento ou não. Para que se preservasse a estrutura ra-
dicular da paciente e devido à complexidade do tratamento, alguns ajustes finais não foram considerados prioritários. Assim, decidiu-se por remover o aparelho mesmo notando-se que algumas melhoras poderiam ter sido feitas para se alcançar um resultado final ideal. Contudo, um excelente resultado foi alcançado com o tratamento ortodôntico, com a obtenção de uma boa função, estética e, acima de tudo, a satisfação da paciente.
Referências 1. Ferguson-Smith MA. Karyotype-phenotype correlations in gonadal dysgenesis and their bearing on the pathogenesis of malformations. J Med Genet. 1965;2(2):142-55. 2. Evans HJ. Chromosome anomalies among live births. J Med Genet. 1977;14(5):309-12. 3. Gravholt CH, Juul S, Naeraa RW, Hansen J. Prenatal and postnatal prevalence of Turners syndrome: a registry study. Br Med J. 1996;312(7022):16-21. 4. Midtbø M, Wisth PJ, Halse A. Craniofacial morphology in young patients with Turner syndrome. Eur J Orthod. 1996;18(3):215-25. 5. Babić M, Glisić B, Sćepan I. Mandibular growth pattern in Turner’s syndrome. Eur J Orthod. 1997;19:161-4. 6. Szilágyi A, Keszthelyi G, Nagy G, Madléna M. Oral manifestations of patients with Turner syndrome. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000;89(5):577-84. 7. Perkiömäki M, Kyrkanides S, Niinimaa A, Alvesalo L. The relationship of distinct craniofacial features between Turner syndrome females and their parents. Eur J Orthod. 2005;27:48-52. 8. Filipsson R, Lindsten J, Almquist S. Time of eruption of the permanent teeth, cephalometric and tooth measurements and sulphation factor activity in 45 patients with Turner syndrome with different types of chromosome aberrations. Acta Endocrinol. 1965;48:91-113. 9. Midtbø M, Halse A. Root length, crown height, and root morphology in Turner syndrome. Acta Odontol Scand. 1994;52:303-14.
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Endereço para correspondência Eveline Coutinho Baldoto Gava Rua Jaime Cervino, 90, Vila Valqueire CEP: 21.330-370 – Rio de Janeiro/RJ E-mail: evelinegava@gmail.com
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artigo inédito
Hábitos parafuncionais na dentição decídua: associação com disfunção dos movimentos mandibulares e desordem craniomandibular Parafunctional habits in deciduous dentition: Association with mandibular movements dysfunction and craniomandibular disorder Letícia Ladeira Bonato* Josemar Parreira Guimarães** Raphaela de Mello Lopes*** Davilson Bragine Ferreira Júnior****
Abstract
Resumo O propósito deste estudo foi avaliar a possível correlação entre a presença de hábitos parafuncionais e a amplitude bucal e movimentos mandibulares excursivos, bem como com a presença de desordem craniomandibular (DCM) em crianças com dentição decídua. A amostra foi constituída por 63 crianças na faixa etária de 4 e 5 anos, estudantes de escolas públicas da cidade de Juiz de Fora (MG), divididas em: Grupo A (n=30), caracterizado pela presença de hábitos parafuncionais após os 3 anos de idade; e Grupo B (n=33), considerado controle, em que as crianças não realizavam atividades parafuncionais e/ou pararam antes dos 3 anos de idade. A abertura bucal máxima voluntária e assisti-
da e os movimentos mandibulares excursivos foram mensurados com o auxílio de um paquímetro digital e uma régua milimetrada, respectivamente. O índice anamnético de Fonseca et al. foi utilizado para a avaliação quanto à presença ou não de DCM; houve diferença estatisticamente significativa entre as médias mensuradas nos grupos (p<0,005), de acordo com o teste t de Student. Todos os movimentos mandibulares se mostraram diminuídos no grupo considerado de risco, quando comparado com o grupo controle. Os resultados mostraram uma nítida associação entre a presença de hábitos parafuncionais, movimentos mandibulares excursivos alterados e presença de DCM.
assisted mouth opening, and excursive mandibular movements were measured with the aid of a digital caliper and a millimeter ruler, respectively. The anamnesis index proposed by Fonseca et al was used to assess the presence or absence of CMD. There was statistically significant difference (p<0.005) between the mean measured in the groups, according to the Student’s t test. All mandibular movements decreased in the group considered at risk when compared with the control group. The results showed a clear association between the presence of parafunctional habits, altered excursive mandibular movements and presence of CMD.
Palavras-chave: Transtornos da articulação temporomandibular. Amplitude de movimento articular. Criança. Hábitos.
Keywords: Temporomandibular joint disorders. Range of articular movement. Children. Habits.
Como citar este artigo: Bonato LL, Guimarães JP, Lopes RM, Ferreira Júnior DB. Hábitos parafuncionais na dentição decídua: associação com disfunção dos movimentos mandibulares e desordem craniomandibular. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):50-5.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
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The purpose of this study was to evaluate the possible correlation between the presence of parafunctional habits and the mouth amplitude and excursive mandibular movements, as well as the presence of craniomandibular disorders (CMD) in children with deciduous dentition. The sample comprised 63 children aged between 4 and 5 years, public school students in Juiz de Fora (Brazil) city, divided into: Group A (n=30), characterized by the presence of deleterious habits after 3 years of age; and Group B (n=33), considered control, in which children did not perform parafunctional activities and/ or stopped before 3 years of age. Maximum voluntary and
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* Estudante de Graduação na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (FO/UFJF). Membro do Serviço ATM da FO/UFJF. ** Coordenador do Serviço ATM da FO/UFJF. Coordenador do curso de Especialização em Ortodontia da Pós Odonto Suprema. Professor Adjunto IV da FO/UFJF. Professor Pesquisador da Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPESQ) da UFJF. *** Graduada em Odontologia pela UFJF. Pós-graduanda em Ortodontia na Pós Odonto Suprema. Membro da equipe do Serviço ATM da UFJF. **** Especialista em Farmacologia pela UFLA. Mestre em Farmacologia pela UFV. Membro da equipe do Serviço ATM da UFJF.
Bonato LL, Guimarães JP, Lopes RM, Ferreira Júnior DB
CONCLUSÃO A prática de hábitos bucais parafuncionais por crianças na fase de dentição decídua, com idades entre 4 e 5 anos, apresentou relação positiva com a amplitude dos movimentos mandibulares diminuída e com maiores prevalências de DCM. Portanto, deve-se orientar pais e responsáveis sobre a importância da interrupção do hábito
parafuncional no tempo ideal, devendo fazer parte da vida das crianças apenas até os 2 anos de idade. Uma vez mantidos após esse período, os hábitos poderão ocasionar a necessidade de terapia ortodôntica e, até mesmo, contribuir para o desenvolvimento de DCM. A mensuração dos movimentos mandibulares é uma importante ferramenta no diagnóstico das DCMs, variando seus valores de acordo com a faixa etária investigada.
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Endereço para correspondência Letícia Ladeira Bonato Rua dos Inconfidentes, 385/201 – 36.045-070 – Juiz de Fora/MG E-mail: leticialbonato@hotmail.com
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):50-5
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caso clínico
Tratamento ortodôntico interceptivo da mordida cruzada anterior: relato de caso clínico Anterior crossbite interceptive orthodontic treatment: A case report
Pedro César Fernandes dos santos* Aline Levi Baratta monteiro** Bruno Miranda Lopes*** Marcelo Cerqueira Trévia**** Alexandre Bastos Chaves***** Diego Alexandre Gonzaga Brito******
Abstract
Resumo Esse artigo apresenta uma abordagem simples, barata e rápida para o tratamento da mordida cruzada anterior, usando aparelhos ortodônticos interceptores na correção dessa má oclusão. Por meio de revisão da literatura e de um caso clínico, serão apresentadas informações pertinentes à classificação das mordidas cruzadas anteriores, vantagens, desvantagens, indicações e contraindicações do aparelho plano inclinado, e aplicação do índice normativo da severidade da má oclusão. Em um paciente com mordida cruzada dentária e funcional anterior na dentição mista, foi instalado um plano inclinado por 21 dias e, posteriormente,
um aparelho progênico por 12 meses. Houve significativa inclinação lingual dos incisivos inferiores e vestibularização dos incisivos superiores. O Índice Dental Estético (IDE) determinou a diminuição significativa da severidade da má oclusão do caso relatado, sobretudo pela correção da sobressaliência negativa. Concluímos que o tratamento ortodôntico interceptivo com o aparelho plano inclinado corrigiu, em curto período de tempo, a mordida cruzada anterior dentária e funcional. O uso de um aparelho progênico foi importante como contenção.
mandibular incisors and proclination of the maxillary incisors. The Dental Aesthetic Index (DAI) determined a significative reduction of malocclusion severity in the case reported, mainly by the negative overjet correction. We concluded that interceptive orthodontic treatment with a inclined plane appliance corrected anterior and functional dental crossbite in a short period of time. A progenic appliance was important as a retainer.
Palavras-chave: Má oclusão. Ortodontia interceptora. Aparelhos ortodônticos.
Keywords: Malocclusion. Interceptive orthodontics. Orthodontic appliances.
Como citar este artigo: Santos PCF, Monteiro ALB, Lopes BM, Trévia MC, Chaves AB, Brito DAG. Tratamento ortodôntico interceptivo da mordida cruzada anterior: relato de caso clínico. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):56-68.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
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This article presents a cheap, simple and fast approach in the anterior crossbite treatment, using interceptive orthodontic appliances in the correction of this malocclusion. Through a review of literature and a case report, it will be presented informations about anterior crossbite classification, advantages, disadvantages, indications and contraindications of inclined plane appliance and the application of a severe malocclusion normative index. In a patient with anterior and functional dental crossbite in mixed denture, it was installed a inclined plane appliance for 21 days, and later a progenic appliance for 12 months. There were significative lingual tipping of
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):56-68
* Professor Adjunto de Odontologia Ortodôntico-pediátrica, Universidade Federal do Ceará. ** Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia da UNIABO-CE. *** Especialista em Ortodontia, Universidade Federal do Ceará. **** Professor do Curso de Especialização em Ortodontia, Universidade Federal do Ceará e UNIABO-CE. ***** Professor do Curso de Especialização em Ortodontia, Universidade Federal do Ceará. ****** Graduação em Odontologia, Universidade Federal do Ceará.
Caso Clínico
Tratamento ortodôntico interceptivo da mordida cruzada anterior: relato de caso clínico
aparelho progênico devem ser indicados, sobretudo, a pacientes como o do presente caso, com mordida cruzada dentária associada ao desvio funcional mandibular anterior, sendo primordial se estabelecer o diagnóstico diferencial entre as mordidas cruzadas anteriores esqueléticas e dentárias e/ou funcionais4.
CONCLUSÕES Considerando a literatura e as modificações ocorridas no caso clínico apresentado, em virtude do tratamento, conclui-se que: 1) O plano inclinado é um dispositivo ortodôntico simples, de fácil instalação e bastante indicado em casos de mordida cruzada anterior dentária e/ou funcional. 2) O aparelho removível progênico, associado aos parafusos de distalização, promoveu contenção e aumento do espaço para erupção dos caninos permanentes superiores. 3) A severidade da má oclusão foi diminuída substancialmente após o descruzamento dos incisivos. 4) O crescimento da maxila é liberado, reduzindo as possibilidades futuras de problemas funcionais e esqueléticos.
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Endereço para correspondência Pedro César Fernandes dos Santos Av. Barão de Studart, 2360, Aldeota – 60.120-002 – Fortaleza/CE E-mail: pecefesa@gmail.com
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Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):56-68
II TURMA
Victor Schaun Designer
inicio 28 e 29 de maio de 2012
caso clínico
Fechamento de diastema entre incisivos centrais permanentes com tratamento ortodôntico associado à restauração adesiva Central incisors diastema closure using orthodontic treatment associated with adhesive restoration
Natielle Schneid* Miguel Roberto Simões RÉgio** Rudimar Antônio Baldissera*** Josué Martos****
Abstract
Resumo O fechamento de diastema tem sido um procedimento desafiador na clínica ortodôntica, uma vez que requer habilidades, tais como a percepção visual do problema e planejamento. Nesse sentido, es-
te trabalho tem como objetivo descrever, mediante um caso clínico, o fechamento de diastema através de procedimento ortodôntico, finalizando com utilização de restauração adesiva direta.
of diastema closure through orthodontic procedure and direct adhesive restorations.
Palavras-chave: Estética dentária. Diastema. Ortodontia corretiva. Restauração dentária permanente.
Keywords: Dental esthetics. Diastema. Corrective orthodontics. Permanent dental restoration.
Como citar este artigo: Schneid N, Régio MRS, Baldissera RA, Martos J. Fechamento de diastema entre incisivos centrais permanentes com tratamento ortodôntico associado à restauração adesiva. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):72-7.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
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Closing a diastema is a procedure in the daily orthodontic practice that requires visual perception, prior treatment and planning. This way, the purpose of this paper is to present a case report
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):72-7
* Graduada em Odontologia, Faculdade de Odontologia da UFPel. ** PhD, Facultad de Odontologia da Universidad de Granada, Espanha. Professor Associado do Departamento de Odontologia Social e Preventiva da Faculdade de Odontologia da UFPel. *** Mestre em Odontologia, Faculdade de Odontologia da UFPel. Professor Adjunto do Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia da UFPel. **** Professor Associado do Departamento de Semiologia e Clínica da Faculdade de Odontologia da UFPel.
Schneid N, Régio MRS, Baldissera RA, Martos J
A relação entre os tecidos periodontais e as restaurações deve ser adequada para o sucesso do tratamento. Prováveis excessos não devem comprometer a saúde periodontal e deve-se dar atenção especial para a formação da papila interdentária, com vistas a um resultado estético favorável12. A ausência de formação de papila origina a criação dos denominados black spaces, que são espaços posicionados entre os elementos dentários quando o tecido gengival não segue o contorno do dente, com exposição do fundo negro da cavidade bucal, culminando em um resultado estético adverso14. No contexto atual da abordagem multidisciplinar em Odontologia, destaca-se a parceria entre a Dentística e a Ortodontia que, em conjunto, são capazes de devolver a estética e a função, assim como a estabilidade2. A Ortodontia tem como meta restabelecer a oclusão funcional adequada, bem
como proporcionar um terapêutica estável dentro dos limites da fisiologia estética dentária e facial21. Entretanto, a finalização de um tratamento ortodôntico sem a participação de uma intervenção restauradora, em casos clínicos específicos, pode ter como consequência um resultado não esperado, seja pela insatisfação demonstrada pelo paciente quanto ao resultado estético, seja pela recidiva após a movimentação dentária2.
CONCLUSÃO Concluímos que a abordagem interdisciplinar adotada, com o envolvimento da Ortodontia e da Dentística Restauradora, permitiu a obtenção de um resultado estético e funcional bastante favorável.
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Endereço para correspondência Josué Martos Rua Gonçalves Chaves, 457 – 96.015-560 – Pelotas/RS E-mail: josue.sul@terra.com.br
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):72-7
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caso clínico
Aparelho de protração mandibular Forsus no tratamento das más oclusões do Padrão II: relato de caso clínico Pattern II malocclusions treatment with Forsus mandibular protraction appliance: Case report
Leopoldino Capelozza Filho* Ana Lurdes Conte Acunha Gonçalves** Leanne Matias Portela Leal** Danilo Furquim Siqueira* Renata Cristina Faria Ribeiro de Castro* Mauricio de Almeida Cardoso*
Abstract
Resumo O presente artigo tem o objetivo de descrever, por meio de um caso clínico, a aplicação do aparelho ortopédico fixo híbrido Forsus (3M Unitek, Monrovia) no tratamento de um paciente Padrão II, com deficiência mandibular e relação oclusal de Classe II, 1ª divisão, destacando os cuidados mecânicos, as vantagens e
desvantagens dessa abordagem terapêutica. O resultado do tratamento evidenciou a correção da relação sagital de Classe II e do trespasse horizontal, decorrente de compensações dentárias, especialmente na arcada inferior, sem a necessidade de exodontias e dispensando a cooperação do paciente com o uso do aparelho.
This article aims to describe, by means of a case report, the application of Forsus hybrid fixed orthopedic appliance (3M Unitek, Monrovia) in the treatment of a Pattern II patient with mandibular deficiency and Class II, division 1, occlusal relationship, emphasizing the mechanical cares, the advantages and
disadvantages of this therapeutic approach. The outcome showed correction of Class II sagittal relationship and overjet, due to dental compensations, especially in the lower jaw, without demanding extractions and exempting the patient from cooperation in using the appliance.
Palavras-chave: Má oclusão de Classe II. Padrão II. Deficiência mandibular.
Keywords: Class II malocclusion. Pattern II. Mandibular deficiency.
Como citar este artigo: Capelozza Filho L, Gonçalves ALCA, Leal LMP, Siqueira DF, Castro RCFR, Cardoso MA. Aparelho de protração mandibular Forsus no tratamento das más oclusões do Padrão II: relato de caso clínico. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):79-91.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
* Professores Doutores do Programa de Graduação e Pós-graduação em nível de Especialização e Mestrado em Ortodontia da Universidade do Sagrado Coração (USC, Bauru/SP). ** Mestrandas do Programa de Biologia Oral, área de concentração Ortodontia, da Universidade do Sagrado Coração (USC, Bauru/SP).
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Capelozza Filho L, Gonçalves ALCA, Leal LMP, Siqueira DF, Castro RCFR, Cardoso MA
Após o período de um ano de acompanhamento, pode-se observar a manutenção da relação oclusal de Classe I. O paciente utilizou as contenções, mas, segundo Pancherz e Ruf26, o fator mais importante para manter a estabilidade dos resultados obtidos no tratamento do Padrão II, Classe II, com aparelhos ortopédicos fixos é a intercuspidação dos dentes superiores com os inferiores. A recidiva ocorreria nos casos de instabilidade oclusal e nos casos em que não há uma relação de equilíbrio entre os lábios e a língua. Pancherz e Ruf26 também sugeriram a utilização de contenções por um longo período nos casos mais severos, especialmente os tratados em idade mais avançada. As perdas das relações faciais são nítidas quando são comparadas as imagens imediatamente após o avanço e ao final do tratamento — como foi dito, isso é esperado, pela incapacidade desses aparelhos alterarem o padrão facial. Em outras palavras, o tratamento foi relativamente restrito às
relações dentárias, ou seja: ao início, Padrão II, Classe II e, ao final, Padrão II, Classe I. Apesar disso, esses tratamentos deveriam ser considerados como bem-sucedidos. O crescimento remanescente que o paciente ainda apresentava, manifestado em um ambiente funcional e com relações oclusais corrigidas, provavelmente foi de grande valia para a manutenção das relações corrigidas no pós-tratamento.
CONCLUSÃO Por meio da apresentação desse caso clínico, pode-se concluir que o aparelho ortopédico fixo híbrido Forsus é uma alternativa bastante eficaz nos tratamentos compensatórios das más oclusões de Classe II em indivíduos Padrão II por deficiência mandibular, visto que promove a correção da relação dentária dependendo de mínima cooperação do paciente.
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Endereço para correspondência Mauricio de Almeida Cardoso Rua Padre João 14-71 – 17.012-021 – Bauru/SP E-mail: maucardoso@uol.com.br
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):79-91
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caso clínico
Tratamento da má oclusão de Classe II, subdivisão direita, segundo a terapia bioprogressiva Treatment of Class II subdivision right malocclusion according to the bioprogressive therapy
Marcelo de Gouveia Sahad* Francisco Antônio Delgado Grieco** Zayonara Braga Pereira Cartaxo*** Eduardo Guedes Pinto**** Igor Prokopowitsch***** Ângela Toshie Araki******
Abstract
Resumo A má oclusão de Classe II divisão 1 ou 2, subdivisão direita, é caracterizada pela relação de Classe II somente nos molares do lado direito. Nesse tipo de má oclusão, normalmente, ocorre mal posicionamento dos dentes no arco alveolar, como por exemplo apinha-
mentos dentários no mesmo lado da Classe II (subdivisão). O presente artigo ilustra o tratamento de uma má oclusão de Classe II, subdivisão direita, com o emprego do quadri-hélice, arcos seccionados e arco utilidade, segundo a terapia bioprogressiva de Ricketts.
in the same side of the Class II, subdivision. The present case report illustrates that the treatment of this type of malocclusion can be done using quad-helix, segmented arches and utility arch according to Ricketts’ bioprogressive therapy.
Palavras-chave: Má oclusão. Classe II de Angle. Ortodontia corretiva. Ortopedia.
Keywords: Malocclusion. Angle Class II. Corrective orthodontics. Orthopedics.
Como citar este artigo: Sahad MG, Grieco FAD, Cartaxo ZBP, Pinto EG, Prokopowitsch I, Araki AT. Tratamento da má oclusão de Classe II, subdivisão direita, segundo a terapia bioprogressiva. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):92-7.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
92
The Class II, division 1 or 2, subdivision right is a malocclusion characterized by the Angle Class II occurring only in the right molars. In this type of malocclusion it is common to occur the presence of dental malpositioning in the alveolar arches such as dental crowding
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):92-7
* Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela UNICID. Professor do curso de especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da UNICSUL. Doutorando em Odontologia, área de concentração em Laser, na UNICSUL. ** Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela UNICID. Professor do curso de especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da UNICSUL, ABO-Araçatuba e Uni Teno Instituto Educacional (Araçatuba/SP). Doutorando em Odontologia, área de concentração em Laser, na UNICSUL. *** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela UNICSUL. **** Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela UNICAMP-Piracicaba. Doutor em Odontopediatria pela FOUSP-SP. Professor titular de Ortodontia no curso de graduação em Odontologia da UNICSUL. Coordenador e professor do curso de especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da UNICSUL, ABO-Araçatuba e Uni Teno. ***** Professor Titular e Coordenador da Odontologia na UNICSUL. Mestre e Doutor em Endodontia pela FOUSP-SP. ****** Professora Adjunta, Responsável pela Disciplina de Endodontia na UNICSUL. Mestre e Doutora em Endodontia pela FOUSP-SP.
Sahad MG, Grieco FAD, Cartaxo ZBP, Pinto EG, Prokopowitsch I, Araki AT
Figura 15 Fotografias extrabucais finais.
Conclusão Foi demonstrada a recuperação de 9mm do espaço necessário para se reposicionar o canino superior direito, que se encontrava em infravestibuloversão, corrigindo a linha média dentária superior, por meio da utilização do quadri-hélice, do arco utilidade preconizado por Ricketts e, posteriormente, com a utilização dos arcos segmentados para nivelamento e elástico intermaxilares de Classe II apenas do lado direito.
Demonstrou-se, dessa maneira, a eficiência dos arcos seccionados como uma excelente alternativa para tratamento das más oclusões assimétricas.
AGRADECIMENTOS In memoriam do nosso querido amigo e colega professor doutor Eduardo Guedes Pinto: que continue nos inspirando em nossa busca incansável pelo aprimoramento como profissionais e seres humanos.
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Endereço para correspondência Marcelo de Gouveia Sahad Rua Min. Gabriel de Resende Passos, 92 - Apto. 71 – 04.521-020 – São Paulo/SP E-mail: marcelosahad@terra.com.br
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):92-7
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caso clínico
Carga ortodôntica imediata em implantes osseointegrados: esse procedimento é seguro? Immediate load in osseointegrated dental implants: Is this procedure safe?
José Augusto Mendes Miguel* Lisiane Meira Palagi** Carlos Eduardo Sabrosa*** Eveline Coutinho Baldoto Gava****
Abstract
Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar o sucesso de um implante osseointegrado, submetido a forças protéticas e ortodônticas imediatas, durante um período de acompanhamento de 63 meses. Um implante protético foi colocado em paciente com ausência do elemento 35, com intuito de servir de ancoragem para movimentação ortodôntica e para substituir o dente ausente. Um torque inicial mínimo de 40N/cm era necessário para permitir carga oclusal imediata. Imediatamente após a cirurgia, uma coroa provisória de resina acrílica foi confeccionada com um componente protético antirrotacional temporário torqueado a 20N/cm; um braquete ortodôntico foi colado
na superfície vestibular com resina acrílica. Dois dias após a cimentação da coroa provisória, uma força de 2N (≅204g) foi aplicada ao implante através do uso de um arco de aço inoxidável 0,018” contínuo. Avaliações clínica e radiográfica foram realizadas 6, 43 e 63 meses após o início da movimentação ortodôntica. Os resultados foram animadores, com ausência de sinais e sintomas negativos. Após seguir os critérios determinados, obteve-se sucesso na aplicação de carga imediata no implante endósseo. O sucesso em longo prazo desse caso deve estimular o desenvolvimento de estudos futuros antes que esse procedimento se torne uma rotina.
to the buccal surface with acrylic resin. Two days later, a 2N force (≅204 g) was applied to the implant by using a 0.018” stainless steel continuous arch including a distal loop. Six, 43 and 63 months after orthodontic movements have begun, clinical and radiographic evaluations were obtained. The results were encouraging, with absence of negative signs and symptoms. After following certain criteria, success was obtained in immediate orthodontic loading of an endosseous implant. The long term success of this case may encourage further clinical studies before this procedure becomes a routine.
Palavras-chave: Ortodontia. Movimentação dentária. Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Implante dentário. Osseointegração.
Keywords: Orthodontics. Tooth movement. Orthodontic anchorage procedures. Dental implantation. Osseointegration.
Como citar este artigo: Miguel JAM, Palagi LM, Sabrosa CE, Gava ECB. Carga ortodôntica imediata em implantes osseointegrados: esse procedimento é seguro? Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):98-106.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
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The aim of this study was to evaluate the success of an osseointegrated implant under immediate prosthetic and orthodontic forces during a follow-up period of 63 months. A prosthetic implant was placed in a patient with absence of mandibular left second premolar in order to serve as anchorage for the orthodontic movement and to provide replacement of the missing tooth. A minimum initial torque of 40 N/cm was considered as necessary to allow immediate occlusal loading. Immediately after surgery, a provisional acrylic resin crown was fabricated with an anti-rotational temporary component torqued to 20 N/cm; an orthodontic bracket was bonded
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):98-106
* Professor Adjunto da Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. ** Mestre em Ortodontia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro *** Professor Adjunto da Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. **** Mestranda em Ortodontia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Caso Clínico
Carga ortodôntica imediata em implantes osseointegrados: esse procedimento é seguro?
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Endereço para correspondência Eveline Coutinho Baldoto Gava Rua Jaime Cervino, 90 – Vila Valqueire – 21.330-370 – Rio de Janeiro/RJ E-mail: evelinegava@gmail.com
106
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):98-106
artigo inédito
Palato: o que saber previamente à instalação de mini-implantes? Palate: What to know before mini-implant’s placement?
Matheus Alves JR* Carolina Baratieri* Mariana Marquezan* Lincoln Issamu Nojima** Maria Christina Thomé Pacheco*** Mônica Tirre de Souza Araújo****
Abstract
Resumo A região do palato é um dos locais mais favoráveis para a instalação de mini-implantes. Fatores como fácil acessibilidade, cobertura total de gengiva queratinizada e boa qualidade óssea em sítios específicos contribuem para a redução do risco de inflamação e aumento da estabilidade primária. No entanto, a presença de vasos, nervos e forames demanda grande atenção no momento da instalação desses dispositivos. Lesões nestas estruturas podem levar
ao comprometimento da técnica e do tratamento. Descrições pormenorizadas da região palatina são escassas na literatura, até mesmo em livros de anatomia. Buscando preencher essa lacuna, o presente trabalho descreve detalhadamente a região palatina, destacando áreas de maior ou menor espessura óssea, espessura de mucosa, posição e trajeto de nervos, vasos e forames, destacando os locais mais indicados para a instalação desses dispositivos.
descriptions of the palatal area are scarce in the literature, even in anatomy books. Seeking to fill this gap, this paper describes in details the palatal region, highlighting areas of greater or smaller bone thickness, mucosal thickness, position and path of nerves, vessels and foramen, highlighting the most suitable sites for miniimplants placement.
Palavras-chave: Palato. Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Anatomia.
Keywords: Palate. Orthodontic anchorage procedures. Anatomy.
Como citar este artigo: Alves Jr. M, Baratieri C, Marquezan M, Nojima LI, Pacheco MCT, Araújo MTS. Palato: o que saber previamente à instalação de mini-implantes? Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):108-14.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
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The palatal area is one of the most favorable sites for the installation of mini-implants. Factors such as easy accessibility, total coverage with keratinized gingiva and bone quality at specific sites help to reduce inflammation risk and increase primary stability. However, the presence of vessels, nerves and foramen on this area, demands special attention on mini-implants placement. Injuries on these structures can lead to the impairment of technique and treatment. Detailed
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):108-14
* Doutorando em Ortodontia na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. ** Professor Associado do Departamento de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. *** Professora Associada do Departamento de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo. **** Professor Associado do Departamento de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
artigo inédito
Palato: o que saber previamente à instalação de mini-implantes?
CONCLUSÃO A região palatina é de extrema importância para a ancoragem ortodôntica e sua utilização para colocação de mini-implantes tem sido cada vez maior; no entanto falhas na instalação desses dispositivos vêm ocorrendo com frequência.
Para assegurar que o sucesso do tratamento seja alcançado, atenção especial deveria ser dada ao estudo detalhado da área anatômica escolhida e às peculiaridades dessa região. Sabendo que a variação dessa anatomia entre os pacientes é grande, a necessidade de exames radiográficos e tomográficos complementares deve ser considerada.
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Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):108-14
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Endereço para correspondência Matheus Alves Junior Av. Professor Rodolpho Paulo Rocco, 325 – 21.941-617 – Rio de Janeiro / RJ E-mail: matheusalvesjr@gmail.com
Artigo Inédito
Aparelho removível expansor com concha suspensa Celli-C idealizado para a correção da mordida aberta dentoalveolar anterior: confecção do aparelho Celli-C removable expander appliance with suspended shell designed to correct dentoalveolar anterior open bite: Appliance construction
Cristiane Celli* Paulo Roberto dos Santos Pinto**
Abstract
Resumo A mordida aberta anterior pode ser definida como sendo o trespasse vertical negativo entre os dentes antagonistas anteriores. Esse tipo de má oclusão apresenta uma alta incidência em crianças e adolescentes e representa um problema de fácil solução quando interceptado precocemente. Ocasionada, geralmente, por hábitos deletérios, a mordida aberta anterior pode persistir mesmo após a remoção do fator etiológico primário, devido ao posicionamento atípico da língua. Existem diferentes terapias ortodônticas que podem ser empregadas para a correção da mordida aberta anterior e,
cada vez mais, recursos mais estéticos e confortáveis têm sido fatores de excelência na escolha pelo tratamento ideal para a correção da má oclusão. O presente trabalho tem como objetivo apresentar um dispositivo que possibilita a correção da mordida aberta dentoalveolar anterior de modo mais estético e confortável que os aparelhos convencionais, o aparelho Celli-C, aparelho ortodôntico removível com concha suspensa. Nesse trabalho estão descritas as características do aparelho Celli-C, sua sequência de confecção, requisitos, indicações e contraindicações.
This paper aims to present a resource that enables the correction of anterior alveolar open bite in a more esthetic and comfortable way than conventional appliance, the Celli-C appliance, a removable orthodontic appliance with suspended shell. In this work are described the characteristics of the Celli-C appliance, sequence of preparation, requirements, indication and contraindication.
Palavras-chave: Mordida aberta. Má oclusão. Ortodontia.
Keywords: Open bite. Malocclusion. Orthodontics.
Como citar este artigo: Celli C, Pinto PRS. Aparelho removível expansor com concha suspensa Celli-C idealizado para a correção da mordida aberta dentoalveolar anterior: confecção do aparelho. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):116-22.
» A primeira autora, Dra. Cristiane Celli M. Santos Pinto, é idealizadora do aparelho Celli-C, apresentado nesse artigo.
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Anterior open bite can be defined as the negative overbite between antagonist anterior teeth. This type of malocclusion has a high incidence in children and adolescents and it is a problem of easy resolution when intercepted early. Usually caused by harmful habits, the anterior open bite may persist even after removal of the primary etiological factor due to the atypical position of the tongue. There are different orthodontic therapies that can be employed for the correction of anterior open bite, thus even more esthetics and comfort have been factors of excellence for choosing the ideal resource for the correction of malocclusion.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):116-22
* Professora de Ortodontia, Curso de Graduação e Pós-Graduação, Oclusão e Disfunção de ATM, Universidade de Ribeirão Preto. Professora de Ortodontia e Ortopedia Dentofacial, Fundação Educacional de Barretos. ** Professor de Ortodontia, Curso de Graduação e Pós-Graduação, Faculdade de Odontologia de Barretos e Universidade de Ribeirão Preto.
artigo inédito
Aparelho removível expansor com concha suspensa Celli-C idealizado para a correção da mordida aberta dentoalveolar anterior: confecção do aparelho
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Endereço para correspondência Cristiane Celli Matheus dos Santos Pinto Rua Américo Brasiliense, 1702, sala 5 – 14.015-050 – Ribeirão Preto/SP E-mail: cristianecelli@hotmail.com
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Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):116-22
controvérsias
Os osteócitos são fundamentais na remodelação óssea! The osteocytes are essential in bone remodeling!
Alberto Consolaro*
Abstract
Resumo Os osteócitos estão incluídos na matriz óssea mineralizada dentro de lacunas conhecidas como osteoplastos, com numerosos prolongamentos citoplasmáticos em dezenas de canalículos que intercomunicam-se, física e bioquimicamente, com as demais células nas superfícies das trabéculas e corticais. Pelos canalículos circulam numerosos mediadores liberados pelos osteócitos e assim participam do controle da remodelação óssea. Com sua rede
canalicular e exuberante intercomunicação, tridimensionalmente controlam a forma e o volume ósseo, fazendo que o conjunto de osteócitos possa ser comparado a um órgão endócrino no metabolismo ósseo. Os osteócitos representam um atual alvo terapêutico no controle dos distúrbios ósseos metabólicos e na compreensão de fenômenos ósseos, que devem incluir a movimentação dentária, a Ortopedia Facial e as reabsorções radiculares.
control the shape and bone volume, and the set of osteocytes can be compared to an endocrine organ in the bone metabolism. The osteocytes represent a current therapeutic target in control of metabolic bone disorders and understanding of bone phenomena, which must include dental movement, Facial Orthopedics and the root resorptions.
Palavras-chave: Osteócitos. Mecanotransdução. Osso. Movimentação dentária.
Keywords: Osteocytes. Mechanotransduction. Bone. Tooth movement.
Como citar este artigo: Consolaro A. Os osteócitos são fundamentais na remodelação óssea! Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):124-8
» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
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The osteocytes are included in the mineralized bone matrix in gaps known as osteoplasts, with numerous cytoplasmic extensions in dozens of microscopic channels which intercomunicate, physically and biochemically, with the other cells in the cortical and trabeculae surfaces. Through the microscopic channels numerous mediators released by osteocytes move and thus participate in the control of bone remodeling. With its canalicular network and great intercom, they tridimensionally
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):124-8
* Professor Titular da Faculdade de Odontologia de Bauru/USP e da Pós-graduação da FORP-USP.
controvérsias
Os osteócitos são fundamentais na remodelação óssea!
na quantidade e tipo necessários para a neoformação óssea; enquanto na face periodontal do osso alveolar, os estímulos osteocíticos captados pela rede levam à permeação óssea de mediadores que estimulam a osteoclastogênese e a osteoclasia na região. Algumas substâncias são inibidoras da morte de osteócitos no esqueleto como um todo e, assim, promovem menos reabsorção, como por exemplo: estrógenos e seus moduladores, bisfosfonatos, calcitonina, CD40-ligante e outros2. Ainda, existem anticorpos anti-esclerostina para ajudar a controlar a perda óssea na osteopenia e osteoporose, manifestações de várias doenças ósseas metabólicas.
Considerações Finais Os osteoblastos e os clastos sempre foram os alvos principais para a compreensão da biopatologia óssea e para se alcançar novas formas terapêuticas para as doenças ósseas metabólicas. Nos últimos anos, as evidências sobre as funções dos osteócitos na remodelação óssea têm deslocado essa atenção para os osteócitos. Na biologia da movimentação ortodôntica e da Ortopedia Facial, assim como na biopatologia das reabsorções dentárias, deve-se procurar saber mais sobre o papel dos osteócitos aplicado a esses contextos.
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Endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br
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Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):124-8
abstracts
Literatura ortodôntica mundial Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica.
O alvéolo anterior: sua importância na limitação do tratamento ortodôntico e sua influência sobre a ocorrência de sequelas iatrogênicas
O movimento vestibular dos incisivos inferiores influencia No nível de margem gengival? Um estudo de caso-controle de pacientes adultos ortodônticos
The anterior alveolus: its importance in limiting orthodontic treatment and its influence on the occurrence of iatrogenic sequelae
Does labial movement of lower incisors influence the level of the gingival margin? A case-control study of adult orthodontic patients
Handelman CS. Angle Orthod. 1996;66(2):95-109; discussion 109-10.
Allais D, Melsen B. Eur J Orthod. 2003;25(4):343-52.
Delinear os limites do tratamento ortodôntico em indivíduos sem crescimento é importante na tomada de decisões terapêuticas, especialmente em casos ortodôntico-cirúrgicos limítrofes. As placas corticais vestibular e lingual no nível do ápice dos incisivos podem representar os limites anatômicos do movimento dentário. Filmes cefalométricos de 107 adultos foram medidos para determinar a largura do osso alveolar anteriormente e posteriormente ao ápice dos incisivos em cada arcada. Foram encontradas delgadas espessuras alveolares tanto na vestibular quanto na lingual de incisivos inferiores em grupos de indivíduos com Classes I, II e III com ângulo SN-MP acentuado e em um grupo de indivíduos Classe III com SN-MP médio. Delgadas espessuras alveolares também foram encontradas na lingual dos incisivos superiores em um grupo de Classe II com ângulo elevado. Casos clínicos são apresentados mostrando que o movimento dentário ortodôntico pode ser limitado em pacientes com espessuras delgadas de osso alveolar e que esses pacientes são mais propensos a apresentar sequelas iatrogênicas maiores.
Tem sido sugerido que a vestibularização dos incisivos inferiores resulta em recessão gengival. A vestibularização é, no entanto, uma alternativa valiosa à extração, especialmente quando se considera a estética facial em pacientes adultos. O objetivo desse estudo foi avaliar a associação entre a extensão do movimento vestibular dos incisivos inferiores e a prevalência e gravidade da recessão gengival em pacientes adultos tratados ortodonticamente. Foi realizado um estudo retrospectivo de caso-controle baseado na análise de modelos de estudo e slides intrabucais de 300 pacientes adultos. Cento e cinquenta conjuntos pareados por idade e sexo foram selecionados utilizando-se uma amostragem aleatória simples. Registros de recessão gengival foram realizados utilizando-se os modelos, bem como os slides intrabucais. O deslocamento dentário foi medido nos modelos comparando-se as medidas antes e após o tratamento. Os registros da recessão gengival feitos nos slides intrabucais foram mais confiáveis do que os registros nos modelos. Embora a diferença na prevalência de indivíduos com recessão gengival entre os casos tratados e os controles tenha sido estatisticamente significativa (P <0,001), nenhuma diferença significativa no valor médio da recessão pode ser encontrada entre esses grupos (P> 0,10). O valor médio de extensão da recessão nos quatro incisivos inferiores foi de 0,36mm nos indivíduos tratados e 0,22mm nos controles. Essa diferença média de 0,14mm entre membros de um par não foi clinicamente relevante. Diante da alternativa entre a extração e o movimento vestibular dos incisivos inferiores, o presente estudo indica que a última é uma alternativa valiosa, não levando a nenhuma deterioração clinicamente relevante do periodonto.
Tradução: Fabio Pinto Guedes.
Tradução: Fabio Pinto Guedes.
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Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):130-3
Abstracts
Relações espaciais entre o incisivo central inferior e o osso alveolar associado em adultos com prognatismo mandibular Spatial relationships between the mandibular central incisor and associated alveolar bone in adults with mandibular prognathism Yamada C, Kitai N, Kakimoto N, Murakami S, Furukawa S, Takada K. Angle Orthod. 2007 Sep;77(5):766-72. Objetivo: examinar se existe alguma correlação entre as inclinações vestibulolinguais do incisivo central inferior e o osso alveolar associado, e investigar a posição vestibulolingual do ápice radicular do incisivo central inferior no osso esponjoso associado em adultos com prognatismo mandibular não tratados. Material e Métodos: imagens de tomografia computadorizada de alta resolução da mandíbula foram geradas para 20 pacientes adultos com prognatismo mandibular. As inclinações vestibulolinguais de um incisivo central e seu osso alveolar associado, a espessura do osso esponjoso associado, e a distância do ápice radicular do incisivo central ao contorno interno de ambas as placas corticais vestibular e lingual foram medidas. Correlações e diferenças entre as variáveis medidas foram testadas quanto à significância estatística. Resultados: a inclinação vestibulolingual do incisivo central foi significativamente correlacionada com a inclinação vestibulolingual do osso alveolar associado, a espessura do osso esponjoso, e a distância do ápice radicular do incisivo central ao contorno interno da cortical óssea lingual. A distância do ápice radicular do incisivo central ao contorno interno da placa cortical vestibular do osso foi significativamente menor do que à placa cortical lingual. Conclusões: em adultos com prognatismo mandibular não tratados, quando o incisivo central inferior estava mais inclinado para lingual, o osso alveolar associado também estava mais inclinado para lingual e mais fino. O ápice radicular do incisivo central inferior estava mais perto do contorno interno da cortical óssea vestibular do que da cortical óssea lingual. Tradução: Fabio Pinto Guedes.
veis verticais de osso alveolar menores do que os incisivos superiores, especialmente no lado lingual. A espessura do osso alveolar foi significativamente maior no lado lingual nos incisivos superiores, enquanto os incisivos inferiores apresentaram um resultado oposto (P<0,05). A percentagem de perda óssea vertical para comprimento radicular mostrou uma diferença estatisticamente significativa entre o osso alveolar vestibular superior e inferior, e também entre o osso alveolar lingual superior e inferior, mostrando maior perda óssea nos incisivos inferiores (P<0,001). Conclusões: a hipótese foi rejeitada. Para pacientes Classe III esquelética submetidos à cirurgia ortognática, cuidados especiais devem ser tomados para prevenir ou não agravar uma perda óssea alveolar preexistente em dentes anteriores, especialmente na mandíbula. Tradução: Fabio Pinto Guedes.
Considerações no uso da tomografia computadorizada de feixe cônico para medições de osso vestibular Considerations in the use of cone-beam computed tomography for buccal bone measurements Molen AD. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 Apr;137(4 Suppl):S130-5. A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) tornou-se uma modalidade popular na pesquisa, porém ela pode ser mal empregada e mal compreendida. As diversas qualidades de imagem, a biologia óssea e os fatores estatísticos devem ser considerados antes de desenhar estudos com TCFC ou interpretar seus resultados. Estudos fazendo medições de pequeno porte, tais como alterações na espessura óssea vestibular, são especialmente suscetíveis a esses fatores. A resolução espacial, conforme determinado por escalas tipo line-pair phantom, as configurações da TCFC utilizadas e uma análise de poder estatístico devem ser relatados em estudos que investigam pequenas alterações ósseas. Protocolos devem ser estabelecidos e seguidos para minimizar a má interpretação dos resultados e melhorar a qualidade da pesquisa nesse campo.
Perda óssea alveolar ao redor de incisivos de pacientes cirúrgicos com Classe III esquelética: Um estudo retrospectivo com TCFC 3-D
Tradução: Fabio Pinto Guedes.
Alveolar bone loss around incisors in surgical skeletal Class III patients: a retrospective 3-D CBCT study
Avaliação da perda óssea alveolar com tomografia computadorizada de alta resolução
Yoonji Kim, Je Uk Park, Yoon-Ah Kook. Angle Orthod. 2009;79(4):676-82.
Assessment of alveolar bone loss with high resolution computed tomography
Objetivo: testar a hipótese de que não existe diferença nos níveis verticais de osso alveolar e na espessura do osso alveolar ao redor dos incisivos centrais superiores e inferiores de pacientes com má oclusão de Classe III esquelética tratados cirurgicamente. Material e Métodos: a amostra foi composta por 20 pacientes coreanos com má oclusão de Classe III esquelética com mordida cruzada e mordida aberta anterior (9 do sexo masculino, 11 do sexo feminino, com média de idade de 24,1 anos). Imagens 3-D de tomografia computadorizada de feixe cônico foram realizadas pelo menos um mês antes da cirurgia ortognática e, cortes sagitais escolhidos no ponto vestibulolingual mais largo dos incisivos centrais direitos superior e inferior foram avaliados. A medição da quantidade de níveis verticais de osso alveolar e da espessura do osso alveolar da placa vestibular e lingual no ápice radicular foi feita usando o programa SimPlant Pro 12.0. Resultados: os incisivos inferiores mostraram ní-
Fuhrmann RA, Bücker A, Diedrich PR. J Periodontal Res. 1995 Jul;30(4):258-63. Neste estudo in vitro comparou-se a tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) com radiografias dentárias quanto à interpretação da perda óssea alveolar horizontal e vertical. Após a remoção dos tecidos moles e de restaurações metálicas de 20 segmentos dentados de mandíbula e maxila, 40 defeitos ósseos infra-alveolares de dimensões diferentes foram produzidos experimentalmente. Os espécimes foram examinados radiograficamente com radiografias dentárias padronizadas e cortes axiais de TC com 1,0mm de espessura. Nos espécimes, as radiografias e as tomografias mensuraram a perda óssea entre a junção cemento-esmalte e o nível do osso alveolar adjacente de 472 superfícies dentárias mesiais e distais; a identificação, classificação e profundidade vertical dos defeitos infraósseos alveolares também foram comparadas.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 fev-mar;11(1):130-3
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ABSTRACTS
Uma subestimação média de 0,6mm de perda óssea alveolar horizontal nas radiografias dentárias e uma superestimação de 0,2mm foi mostrada no exame com TC. Nenhuma diferença significativa quanto à precisão das imagem da perda óssea alveolar horizontal entre as radiografias dentárias e o exame com TC pôde ser observada. Nas radiografias dentárias, 24 (60%) dos defeitos infraósseos alveolares puderam ser identificados e a profundidade vertical foi subestimada por 2,2mm, em média. Em comparação, todos os 40 (100%) defeitos infra-alveolares puderam ser identificadas nos exames com TC e a profundidade vertical foi subestimada em 0,2mm, em média. A técnica com TCAR oferece uma interpretação tridimensional da morfologia alveolar sem sobreposição de estruturas. Isso permite uma alta taxa de identificação das perdas ósseas infra-alveolares e sua classificação de acordo com o número de paredes ósseas circundantes, em bolsas ósseas com uma, duas ou três paredes. Tradução: Fernando Kleinübing Rhoden.
Quantificação morfológica da maxila e da mandíbula com tomografia computadorizada de feixe cônico Morphologic quantification of the maxilla and the mandible with cone-beam computed tomography Deguchi T Sr, Katashiba S, Inami T, Foong KW, Huak CY. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 Feb;137(2):218-22. Introdução: o objetivo deste estudo piloto foi utilizar a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) para determinar os volumes da maxila e da mandíbula em indivíduos com más oclusões esqueléticas de Classe I, Classe II e Classe III. A hipótese 1 foi de que o volume (tamanho) de uma maxila Classe II esquelética é maior do que nas Classes I e III. A hipótese 2 foi de que o volume mandibular em uma Classe III esquelética é maior do que nas Classes I e II. Métodos: trinta pacientes do sexo feminino foram classificadas em três grupos, de acordo com seu padrão esquelético: Classe I (0º≤ ANB <6º), Classe II (ANB ≥6º) e Classe III (ANB < 0º) esqueléticas. Os volumes da maxila e mandíbula foram medidos através da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). Foram usados os seguintes softwares para processamento das imagens: CB MercuRay (Hitachi Medico, Tóquio, Japão) e CB works (CyberMed, Seul, Coreia). Resultados: houve uma tendência de que os indivíduos Classe III esquelética podem apresentar o volume mandibular significativamente maior em comparação com indivíduos Classe II (P=0,089). As proporções entre os volumes da maxila e da mandíbula para os grupos de Classes II e III esqueléticas foram significativamente diferentes (P=0,005). Nos 3 grupos foram observadas diferenças nas proporções entre os volumes maxilar e mandibular. Conclusões: as hipóteses 1 e 2 foram rejeitadas, não havendo tendência para os indivíduos Classe III terem mandíbulas maiores (P=0,089) em comparação com indivíduos Classe II. A proporção entre os volumes maxilares e mandibulares em indivíduos Classe III esquelética foi significativamente maior (P = 0,005) em comparação com indivíduos Classe II. Tradução: Fernando Kleinübing Rhoden.
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Posição do incisivo superior e suporte ósseo em pacientes não tratados observados em tomografia computadorizada de feixe cônico Upper incisor position and bony support in untreated patients as seen on CBCT Gracco A, Lombardo L, Mancuso G, Gravina V, Siciliani G. Angle Orthod. 2009 Jul;79(4):692-702. Objetivo: testar a hipótese nula de que não há relação entre a morfologia maxilar, a posição dos incisivos superiores e o tipo facial. Material e Métodos: a partir de uma amostra de 191 pacientes, com idades entre 12 e 40 anos, o ângulo FMA foi usado para selecionar 20 pacientes face curta, 20 pacientes com face normal e 20 pacientes face longa. Usando tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), foram realizados cortes sagitais correspondentes aos quatro incisivos centrais superiores. Alguns parâmetros definindo as relações dentoesqueléticas, a espessura alveolar, a altura óssea e o movimento dentário foram mensurados. As medidas foram processadas aplicando-se a análise de variância e o teste de Tukey. Resultados: na região dos incisivos centrais superiores, os pacientes face curta apresentaram espessura óssea alveolar maior do que os pacientes face longa. Nos pacientes face curta e face normal, o ápice das raízes dos incisivos superiores apresentaram-se mais distantes da cortical lingual do que nos pacientes face longa. Nos incisivos centrais, a espessura alveolar foi maior e a cortical lingual mais alta em relação ao incisivo lateral nos três tipos faciais. Conclusão: na região dos incisivos centrais superiores, o tipo facial tem uma relação estatisticamente significativa com a espessura óssea alveolar e a distância entre o ápice radicular e a cortical lingual. Tradução: Isabella Simões Holz.
Precisão e confiabilidade da tomografia computadorizada de feixe cônico para medir a altura do osso alveolar e detectar deiscências ósseas e fenestrações Accuracy and reliability of cone-beam computed tomography for measuring alveolar bone height and detecting bony dehiscences and fenestrations Leung CC, Palomo L, Griffith R, Hans MG. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 Apr;137(4 Suppl):S109-19. Introdução: o objetivo deste estudo foi avaliar a precisão e confiabilidade da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) no diagnóstico da ocorrência natural de fenestrações e deiscências ósseas. Além disso, avaliou-se a precisão e confiabilidade da TCFC para medir margens do osso alveolar. Métodos: treze crânios secos de seres humanos com 334 dentes foram digitalizados com a tecnologia TCFC. As medições foram feitas em cada dente, no modo de renderização volumétrica, da cúspide ou ponta incisal até a junção cemento-esmalte; e da cúspide ou ponta incisal até a margem óssea, ao longo do eixo do dente. A precisão das medições TCFC, em relação às medições diretas, foi determinada pela comparação entre as médias, diferenças entre as médias, diferenças absolutas entre as médias e coeficientes de correlação de Pearson. A precisão para detecção de defeitos foi determinada utilizando-se a sensibilidade e especificidade. Os valores preditivos positivos e negativos tam-
Abstracts
bém foram calculados. Resultados: as medições da TCFC mostraram desvios médios de 0,1±0,5mm para medições até a junção cemento-esmalte e 0,2±1,0mm até a margem óssea. Os valores absolutos das diferenças entre médias foram de 0,4±0,3mm para a junção cemento-esmalte e 0,6±0,8 mm para a margem óssea. A sensibilidade e a especificidade da TCFC para fenestrações foram, ambas, de cerca de 0,80, enquanto a especificidade para deiscências foi maior (0,95) e a sensibilidade mais baixa (0,40). Os valores preditivos negativos foram elevados (≥ 0,95) e os valores preditivos positivos foram baixos (deiscência, 0,50; fenestração, 0,25). A confiabilidade de todas as medições foi alta (r≥0,94). Conclusões: ao utilizar um tamanho do voxel de 0,38mm a 2mA, a TCFC pode mensurar com uma precisão de cerca de 0,6mm a altura óssea alveolar, e as fenestrações das raízes podem ser identificadas com maior precisão do que as deiscências. Tradução: Fernando Kleinübing Rhoden.
Deiscência e fenestração em más oclusões de Classe I, II e III esqueléticas avaliadas com tomografia computadorizada de feixe cônico Dehiscence and fenestration in skeletal Class I, II, and III malocclusions assessed with cone-beam computed tomography Yagci A, Veli I, Uysal T, Ucar FI, Ozer T, Enhos S. Angle Orthod. 2012 Jan;82(1):67-74. Objetivo: testar a hipótese nula de que a presença de deiscência e fenestração não é diferente em pacientes com más oclusões esqueléticas de Classes I, II e III. Material e métodos: nesse estudo retrospectivo, um total de 123 imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) foi obtido com um tomógrafo iCAT (Imaging Sciences International, Hatfield, Pa). Pacientes com padrão vertical normal foram classificados de acordo com a má oclusão dentária e o ângulo ANB. Classe I incluiu 42 pacientes, 21 meninas e 20 meninos (idade média, 22,4±4,5 anos); Classe II incluiu 42 pacientes, 22 meninas e 20 meninos (idade média, 21,5±4,2 anos); e Classe III incluiu 40 pacientes, 22 meninas e 18 meninos (idade média, 22,1±4,5 anos). Um total de 3.444 dentes foi avaliado. Análise de variância e teste de Tukey foram usados para comparações estatísticas com nível de P<0,05. Resultados: a análise estatística indicou que o grupo Classe II obteve uma maior prevalência de fenestração do que os outros grupos (P< 0,001). Nenhuma diferença foi observada na prevalência de deiscência entre os três grupos. Apesar da fenestração apresentar uma maior prevalência na maxila, um maior número de deiscências foi observado na mandíbula em todos os três grupos. Na Classe I, os defeitos alveolares (deiscência e fenestração) foram relativamente comparáveis em ambos os maxilares. Além disso, pacientes Classe II e Classe III apresentaram mais defeitos alveolares (41,11% e 45,02%, respectivamente) na mandíbula. Deiscências foram vistas com uma maior frequência em incisivos inferiores em todos os grupos. Conclusão: a hipótese nula foi rejeitada. Diferenças significativas na presença de fenestração foram observadas entre os pacientes com más oclusões esqueléticas de Classes I, II e III. Fenestrações obtiveram maior prevalência na maxila, porém mais deiscências foram observadas na mandíbula.
associação entre a inclinação do incisivo inferior e a morfologia do osso alveolar de suporte — Um estudo com tomografia computadorizada de feixe cônico The association between lower incisal inclination and morphology of the supporting alveolar bone — a cone-beam CT study Yu Q, Pan XG, Ji GP, Shen G. Int J Oral Sci. 2009 Dec;1(4):217-23. Objetivo: investigar a relação entre o posicionamento do incisivo central inferior e a morfologia física do osso alveolar adjacente. Métodos: trinta e oito pacientes (18 homens, 20 mulheres), com idade média de 13,4 anos, foram incluídos nesse estudo. Como parte do plano de tratamento ortodôntico, foi exigido que esses pacientes se submetessem à tomografia computadorizada de feixe cônico englobando a região de incisivos inferiores, osso alveolar adjacente e a sínfise mandibular. Os parâmetros cefalométricos foram designados e mensurados para indicar a inclinação do incisivo central inferior e a morfologia física do osso alveolar adjacente. A análise estatística descritiva computadorizada foi realizada usando o programa SPSS 15.0 para Windows. Uma análise de correlação e uma análise de regressão linear entre a inclinação do incisivo e a morfologia óssea alveolar foram realizadas. Resultados: correlações significativas e positivas foram encontradas entre a inclinação do incisivo central inferior e a morfologia do contorno do osso alveolar (P < 0,05). O ápice da raiz do incisivo central inferior apresentou-se mais próximo da crista alveolar lingual quando esse se apresentava inclinado para vestibular. Conclusão: a morfologia óssea alveolar pode ser afetada pela inclinação do incisivo. Tradução: Isabella Simões Holz.
Tradução: Isabella Simões Holz.
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instruções aos autores
— A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse aos profissionais da área, comunicações breves e atualidades. — A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com.br — Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Dental Press International Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br — As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer responsabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nesta publicação. A Revista ou as empresas patrocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas. — Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DE MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com.br — Organize sua apresentação como descrito a seguir: 1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — não inclua informações relativas aos autores, por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos. Elas deverão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informações não estarão disponíveis para os revisores.
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2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavraschave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS. 3. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie as figuras em arquivos separados (ver logo abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto. 5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável).
Instruções aos autores
7. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética. 8. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo todos os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press International, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. 9. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih. gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos ao lado.
Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/ a15v11n6.pdf.
* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com.br
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registro de ensaios clínicos
Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.
Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index. html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que
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integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.
Posicionamento da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/ en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http:// www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.