revista
CLĂ?NICA de
volume 11, nĂşmero 3, junho / julho 2012
Dental Press
volume 11, nĂşmero 3, junho/julho 2012
Dental Press
Rev ClĂn Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):1-140
ISSN 1676-6849
volume 11, número 3, junho/julho 2012
Dental Press
30
Tratamento ortodôntico lingual individualizado com o sistema Incognito
40
Aspectos legais de interesse do ortodontista
46
Posição condilar em crianças com mordida cruzada posterior unilateral, antes e após a expansão rápida da maxila
54
Fechamento de diastema interincisivos utilizando placa com molas, após a exodontia de mesiodens
60
Planejamento digital — avaliação pré- e pós-cirúrgica: relato de um caso clínico
68
Correlação entre desordem temporomandibular e padrão respiratório
76
Irmãs gêmeas geneticamente idênticas tratadas com o aparelho ortopédico funcional Twin-block modificado – fase ortopédica
90
Tratamento precoce da má oclusão de Classe III com máscara de protração maxilar associada a elástico intrabucal
98
Considerações biomecânicas da Ortodontia Convencional, Lingual e Lingual com sistema 2D
Individualized lingual orthodontic treatment using Incognito system Isabela Parsekian Martins, Renato Parsekian Martins, Amanda Fahning Magno, Adriano Marotta Araújo, Lídia Parsekian Martins
90
Legal aspects interesting to the orthodontist Ana Flavia Borges de Paula, Ana Paula Borges de Paula
Condylar position in children with unilateral posterior crossbite, before and after rapid maxillary expansion Edson Illipronti Filho, Solange Mongelli de Fantini, João Batista de Paiva
Interincisal diastema closure using spring retainer after extraction of mesiodens Leila Maués Oliveira Hanna Almeida, Sachie Kitabayashi, Jannyelly Henriques Noronha
Digital planning — pre- and post-treatment evaluation: A clinical case report Ludmila da Paz Bertato, Guaracy Fonseca Junior, José Fernando Castanha Henriques, Guilherme Janson, Lucelma Vilela Pieri, Ney Tavares
Correlation between temporomandibular disorder and breathing pattern Aline Spagnol Fedoce-Silva, Juliana Furtado Macedo, Débora Pinto Antunes, Letícia Raquel Baraky, Josemar Parreira Guimarães
Monozygotic twin sisters treated with the modified Twin-block functional orthopedic appliance - orthopedic phase Lucelma Vilela Pieri, José F. C. Henriques, Daniela Cubas Pupulim, Fernanda P. Henriques, Rafael P. Henriques, Guilherme Janson, Arnaldo Pinzan, Daniela G. Garib
Early treatment of Class III malocclusion with maxillary protraction face mask associated with intraoral elastic Silvia Amélia Scudeler Vedovello, Heloísa Valdrighi, Fernando Rayes Manhães, Mario Vedovello Filho, Milton Santamaria Junior
Biomechanical considerations of Conventional, Lingual and Lingual with 2D system orthodontics Silvana Allegrini Kairalla, Luiz Renato Paranhos, Vittorio Cacciafesta
110
Necessidade de ancoragem do grupo A e o controle biomecânico da mola “T” pré-ativada por curvatura para o fechamento de espaços
120
Relação entre tipo facial e postura de lábios e língua em respiradores bucais
Group A necessity of anchorage and the biomechanic control of the “T” loop spring preactivated by curvature to space closure Alexandre Antonio Ribeiro, Renato Parsekian Martins, Sergei Godeiro Fernandes Rabelo Caldas, Isabela Parsekian Martins, Lídia Parsekian Martins
Relationship between facial type and lips and tongue posture in mouth breathers Carla Franco Hoffmann, Famiely Colman Machado de Machado, Carolina Lisboa Mezzomo
54 98
10
30
Editorial ................................................ 5 Eventos ................................................. 6 Acontecimentos ................................... 8 Pergunte a um Expert ......................... 10 Arquitetura ......................................... 26 Controvérsias .................................... 128 Abstracts ........................................... 134 Instruções aos autores ...................... 138
EDITOR Weber José da Silva Ursi
FOSJC/UNESP-SP
EDITOR EMÉRITO Omar Gabriel da Silva Filho HRAC-USP EDITORES ASSISTENTES José Valladares Neto UFG-GO Rosely Suguino CESUMAR-PR Danilo Furquim Siqueira USC-SP
PUBLISHER Laurindo Furquim UEM-PR
oordenador dos Abstracts C Mauricio de Almeida Cardoso
USC-SP
ONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO C Adilson Luiz Ramos UEM-PR Hélio Hissashi Terada UEM-PR CONSULTORES CIENTÍFICOS
Ortodontia Ademir Roberto Brunetto Arno Locks Ary dos Santos-Pinto Björn U. Zachrisson Carlo Marassi Célia Regina Maio Pinzan Vercelino Cristiane Canavarro Cristina Feijó Ortolani Daltro Enéas Ritter Daniela Gamba Garib David Normando Eduardo Dainesi Fausto Silva Bramante Francisco Ajalmar Maia Gilberto Vilanova Queiroz
UFPR-PR UFSC-SC UNESP-SP Universidade de Oslo / Noruega CPO SLMANDIC-SP Uniceuma-SP UERJ-RJ UNIP-SP UFSC-SC HRAC-USP-SP UFPA/ABO-PA USC-SP Clínica particular-SP UFRN-RN ABENO-SP
Diretora: Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim - DiretorES Editoriais: Bruno D’Aurea Furquim - Rachel Furquim Marson - DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - ANALISTA DA INFORMAÇÃO: Carlos Alexandre Venancio - Produtor editorial: Júnior Bianco - Produção Gráfica e Eletrônica: Diego Ricardo Pinaffo - Bruno Boeing de Souza Gildásio Oliveira Reis Júnior - Marcos Amarel - Michelly Andressa Palma - Tatiane Comochena - submissão de artigos: Simone Lima Lopes Rafael - Márcia Ferreira Dias - Revisão/ COPydesk: Adna Miranda - Ronis Furquim Siqueira - Wesley Nazeazeno - JORNALISMO: Beatriz Lemes Ribeiro - BANCO DE DADOS: Cléber Augusto Rafael - Internet: Adriana Azevedo Vasconcelos - Fernanda de Castro e Silva - Fernando Truculo Evangelista - CURSOS E EVENTOS: Ana Claudia da Silva - Rachel Furquim Scattolin - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA/NORMALIZAÇÃO: Simone Lima Lopes Rafael - EXPEDIÇÃO: Diego Matheus Moraes dos Santos - FINANCEIRO: Cléber Augusto Rafael - Lucyane Plonkóski Nogueira - Roseli Martins - Secretaria: Rosana Guedes da Silva
Guilherme de Araújo Almeida UFU-MG Henrique Mascarenhas Villela ABO-BA Jeffrey P. Okeson Universidade de Kentucky / EUA Jesús Fernández Sánchez Universidade de Madrid / Espanha José Fernando C. Henriques FOB-USP-SP José Nelson Mucha UFF-RJ José Rino Neto FOUSP-SP Júlia Harfin Universidade de Maimonides / Argentina Julio de Araújo Gurgel FOB-USP-SP Julio Pedra e Cal-Neto UFF-RJ Jurandir Antonio Barbosa ACDC-SP Larry White AAO Dallas / EUA Leopoldino Capelozza Filho USC-SP Lorenzo Franchi Universidade de Florença / Itália Luciano da Silva Carvalho APCD-SP Marcelo de Castellucci e Barbosa UFBA-BA Marcio Costa Sobral UFBA-BA Marcio Rodrigues de Almeida UNOPAR-PR Marden Bastos EAP-ABO-MG Matheus Melo Pithon UESB-BA Ravindra Nanda Universidade de Connecticut / EUA Ricardo Nakama Clínica particular-PR Roberto Hideo Shimizu UTP-PR Roberto Justus Univ. Tecnológica do México / México Sebastião Interlandi USP-SP Vincent G. Kokich Universidade de Washington / EUA Wagner José Silva Ursi UEL-PR Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana FOB-USP-SP
Oclusão Paulo Cesar Rodrigues Conti FOB-USP-SP
Patologia Alberto Consolaro FOB-USP-SP
Dentística Renata Pascotto
UEM-PR
A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (ISSN 1676-6849) é uma publicação bimestral (seis edições por ano), da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. — Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá / Paraná - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-.
Indexada nas Bases de Dados:
Bimestral. ISSN 1676-6849.
BBO
1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International. CDD 21.ed. 617.643005
desde 2003
desde 2003
desde 2008
editorial
O papel do ortodontista: chefe ou líder? Weber Ursi Editor
Queira ou não, goste ou não, um dos papéis de um ortodontista, em uma clínica relativamente bem-sucedida ou que atingiu uma certa maturidade, é o de coordenador de uma equipe, mesmo que essa seja de uma só pessoa. O papel tradicional, originado de uma estrutura bastante hierárquica e que rege a maioria dos consultórios brasileiros, é o de ser o “chefe”. O chefe tem o poder de contratar e de demitir; daí, a relação com sua equipe se torna de medo, temor, ao invés de respeito e admiração. Enquanto presente, o chefe é, geralmente, atendido; na sua ausência, muitas vezes é sabotado. Um colega me relatou, há algum tempo, que sua agenda, de uma hora para outra, não registrava pacientes no último horário do dia. Bastou uma ligação como “cliente oculto” para revelar que, como a secretária tinha compromissos naquele horário, era conveniente para ela que não houvesse pacientes, pois dessa maneira poderia sair mais cedo. Esse tipo de interação desencadeia, com o passar do tempo, uma deterioração nas relações humanas, como raiva e ressentimento, muitas vezes descarregados nos pacientes e resolvidos no ministério do trabalho... Nosso diferencial, além de nossa formação e instalações físicas, é o grupo de pessoas que escolhemos para trabalhar conosco. Algumas vezes escuto colegas se referindo a um funcionário em termos depreciativos. Na verdade, o errado é o empregador, que contrata e mantém funcionários não comprometidos com os resultados de seu negócio. Algumas máximas devem ser repetidas como mantras: “Não contrate quem você não pode demitir” e “Contrate devagar, demita depressa”. Manter no quadro de funcionários alguém que tenha um comportamento inadequado — de qualquer espécie — com relação a seus colegas, superiores, prestadores de serviço e pacientes irá minar a capacidade do negócio de se manter competitivo e saudável. Identificado o problema, e após dadas oportunidades para mudança no comportamento, só resta a demissão, feita de maneira clara e justa, sem constrangimentos para o funcionário. No caso de se tratar da demissão de alguém com quem se tenha sentimentos muito negativos, não se deve usar o momento da demissão para “lavar a roupa suja”. Uma maneira educada de expressar seus sentimentos poderia ser: “Fulano de tal, não sei como minha clínica vai viver sem você, a partir de amanhã vamos começar a tentar...”
Muitos confundem o papel de liderança com o de gerenciamento: na verdade, gerenciamos coisas ou situações, e lideramos pessoas. Algumas vezes temos que ser gerentes, dando treinamento sobre um procedimento novo, corrigindo erros, criando protocolos de atendimento, apagando incêndios, etc. Na maioria das vezes, devemos exercer o papel de líderes. Liderança tem a ver com orientação, motivação e monitoramento. O poder pode ser usado para coação, intimidação e, em última análise, assédio moral e até físico. Um problema que muitos enfrentam é a falta de formação de potenciais candidatos para cargos administrativos e auxiliares na parte clínica. Muitos colegas dizem que, depois que “aprende o serviço”, o funcionário vai trabalhar em outra clínica. Certamente, a maneira inadequada para manter um funcionário é não permitir que cresça profissional e intelectualmente: se você o educa, pode perder para a concorrência; se não, quem perde é o seu negócio... Algum “turn-over” de funcionários é natural e até bom sob certos aspectos, mas uma rotatividade demasiada pode significar que o problema é você. Deve-se monitorar a questão salarial e, se possível, pagar mais do que a média dos colegas de sua cidade. Uma ótima maneira de comprometer seus funcionários é dando participação nos lucros e resultados. Ora, se nossos funcionários percebem que temos um faturamento alto, por que não dividir parte dos resultados com eles? Será justo que você troque de carro todos os anos, faça viagens maravilhosas, e não os premie pela dedicação e bons serviços? Um chocolate do free-shop não vai atenuar esse sentimento, você precisa dar com vontade e prazer; não é um presente, é o resultado dos esforços de cada um... Como dá para perceber nos parágrafos anteriores, somos todos um misto de CHEFES e LÍDERES, uma vez que somos, ao mesmo tempo, CEOs e gerentes do nosso negócio; cabe a cada um saber perceber qual papel assumir em determinada situação e contexto. Temos que ser flexíveis para nos adaptar às mudanças em nossa sociedade e para nos manter competitivos (nosso lado gerente), sem, entretanto, perder nossa visão do legado que queremos deixar em nossas vidas (nosso lado líder).
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):5
5
EVENTOS
III CURSO DE MECÂNICAS AVANÇADAS DATA: 1 a 5 de agosto de 2012 LOCAL: SHIS QI 7, bloco C, 1º andar, Lago Sul, Brasília/DF INFORMAÇÕES: (61) 3248-0859 cursos@ertty.com.br / www.ertty.com.br
6º CONGRESSO SUL BRASILEIRO DE ORTODONTIA DATA: 10 e 11 de agosto de 2012 LOCAL: Sibara Flat Hotel – Balneário Camboriú / SC INFORMAÇÕES: www.oralesthetic.com
CURSO DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR DATA: 10 e 11 de agosto de 2012 LOCAL: Parlamundi da LBV, SGAS 915, lotes 75/76, Brasília/DF INFORMAÇÕES: (61) 3323-6509 / 7814-4414 abcdbrasilia@hotmail.com / www.abcd-df.org.br
1º CONGRESSO INTERNACIONAL DE ORTODONTIA DA AMAZÔNIA DATA: 23 a 25 de agosto de 2012 LOCAL: Estação das Docas – Belém / PA INFORMAÇÕES: www.abor-pa.com.br
XV JORNADA DE ORTODONTIA DATA: 24 e 25 de agosto de 2012 LOCAL: Av. do Contorno, 6594 - Ed. Amadeu Business – Belo Horizonte/MG INFORMAÇÕES: (31) 3264-9584 / contato@abormg.org.br www.abormg.org.br
18º CONGRESSO BRASILEIRO DE ORTODONTIA ORTO SPO | 2012 DATA: 27 a 29 de setembro de 2012 LOCAL: Expo Center Norte – São Paulo/SP INFORMAÇÕES: (11) 2168.3400 www.ortociencia.com.br/orto2012
OMD - 21º CONGRESSO ORDEM DOS MÉDICOS DENTISTAS DATA: 8 a 10 de novembro de 2012 LOCAL: Exponor Matosinhos – Porto / Portugal INFORMAÇÕES: www.omd.pt
43º ENCONTRO DO GRUPO BRASILEIRO DE PROFESSORES DE ORTODONTIA E ODONTOPEDIATRIA DATA: 11 a 14 de novembro de 2012 LOCAL: Orotour Garden Hotel – Campos do Jordão/SP INFORMAÇÕES: www.grupo.odo.br
CURSO DR. LEOPOLDINO EM TERESINA DATA: 29 e 30 de novembro de 2012 LOCAL: Teresina/PI INFORMAÇÕES: (86) 3303-0542 Ipeo_posgraduacao@yahoo.com.br
6
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):6
ACONTECIMENTOS
Professores brasileiros palestram no 112º Congresso da AAO
Carlos Jorge Vogel
Eustáquio Araújo
José Bósio
José Nelson Mucha
Roberto Lima
A 112ª Seção Anual do congresso da American Association of Orthodontists (AAO) foi realizada entre 4 e 8 de maio, em Honolulu / Havaí. Participaram desse importante evento científico os seguintes professores diplomados pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), abordando os temas: Mini-implantes — estratégias para o sucesso (Dr. Carlos Jorge Vogel); Existe um caminho sem mini-implantes? (Dr. Eustáquio Araújo); Extrações de primeiros molares para preservar a dentição (Dr. José Bósio); Tratamento da maloclusão Classe II, subdivisão em pacientes adultos (Dr. José Nelson Mucha); Tratamento da Classe II, 1ª Divisão, esquelética durante a dentição mista (Dr. Roberto Lima).
Dr. Jorge Faber, atual editor do Journal of the World Federation of Orthodontists e ex-editor do Dental Press Journal
of Orthodontics, participou das reuniões do Comitê Executivo da World Federation of Orthodontists (WFO). Durante o 112° Congresso da AAO, Dr. Faber fez uma apresentação, para os presidentes de todas as entidades filiadas, sobre os avanços do journal da WFO e as vantagens de participar dessa entidade. No Brasil, a filiação à WFO pode ser realizada por meio da Associação Brasileira de Ortodontia ou da Sociedade Brasileira de Ortodontia / RJ.
Dr. Jorge Faber (terceiro em pé, à esquerda), com outros membros do Comitê Executivo da WFO.
8
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):8-9
Acontecimentos
Professor Nelson Mucha é destaque no Japão No dia 14 de maio, o Prof. Nelson Mucha esteve presente no seminário promovido pela Tokyo Medical and Dental University (TMDU), ministrando conferência com o Prof. Mithran Goonewardene (The University of Western Australia). O evento contou com a presença de professores e alunos do Departamento de Ortodontia da Universidade de Tóquio.
Em pé, os Drs. Nelson Mucha e Maria Lúcia Mucha ao centro; à sua esquerda, o Dr. Takayuki Kuroda; à sua direita, o Dr. Mithran Goonewardene, que está à direita do Dr. Keiji Muriyhama. Destaca-se a presença da brasileira Dr. Maristela Sayuri Inoue Arai, que há anos desenvolve trabalho na mesma universidade.
Takashi Ono, professor e chefe do departamento de Ortodontia, agradecendo a presença do Dr. Nelson Mucha no evento.
3° OrthoMeeting - Congresso Internacional de Ortodontia Promovido pelo Grupo Straight Wire – Brasil, o evento foi realizado em Campinas (SP), do dia 31/05 a 02/06. O encontro teve como palestrante internacional o Prof. Jorge Ayala Puente (Chile).
Drs. Roberto Alves Torres, Jurandir Antonio Barbosa e Alécio Domingues Mendes.
Palestra do Prof. Jorge Ayala.
Diretoria do evento.
Drs. Jurandir A. Barbosa (diretor científico) e Jorge Ayala Puente.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):8-9
9
pergunte a um expert
Análise morfológica tridimensional do sorriso
Carlos Alexandre Câmara*
INTRODUÇÃO A análise do sorriso é uma importante etapa avaliativa de todo tratamento odontológico, que tem por objetivo correções estéticas dentárias, bucais e faciais. Mesmo nos casos em que necessitem de soluções para problemas oclusais e funcionais, a avaliação do sorriso deve ser incluída nos exames, pois, não é incomum uma relação entre problemas estéticos e funcionais. A importância da análise se deve ao fato do sorriso ser a expressão facial que melhor representa a beleza de um eficiente e eficaz tratamento odontológico corretivo. Na Ortodontia, essa análise assume uma importância maior, uma vez que essa especialidade tem a capacidade de intervir em muitos fatores que interferem na beleza do sorriso. Sendo assim, o conhecimento de uma boa análise do sorriso proporcionará a possibilidade de intervenções clínicas mais eficazes, que estarão baseadas em um diagnóstico mais preciso dos problemas estéticos e nas suas relações com as necessidades oclusais e funcionais. Entretanto, para o sorriso ser bem avaliado, ele precisa ser bem analisado e compreendido. Uma análise feita levando em consideração as três dimensões espaciais, facilitará a observação dos indivíduos (profissionais e pacientes) envolvidos em um tratamento odontológico, assim como estará em concordância com as análises morfológicas faciais e oclusais. Em cada dimensão espacial, o sorriso pode — e deve — ser avaliado de forma objetiva, sem, necessariamente, recorrer-se a tabelas e números como parâmetros.
Uma análise tridimensional do sorriso pode ser feita utilizando-se referências dentárias, gengivais e labiais e proporções entre as partes, tornando mais fácil sua interpretação. Dessa forma, será o objetivo desse tópico apresentar a análise morfológica tridimensional do sorriso como uma ferramenta auxiliar na obtenção de um completo diagnóstico ortodôntico.
Como citar este artigo: Câmara CA. Análise morfológica tridimensional do sorriso. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):10-24.
» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
10
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):10-24
ANÁLISE MORFOLÓGICA TRIDIMENSIONAL DO SORRISO A análise morfológica tridimensional do sorriso (AMTS) tem como intenção simplificar, e ao mesmo tempo dar uma ideia objetiva, os fatores que interferem na harmonia dos seus elementos. Para isso, as dimensões serão representadas por elementos que darão uma noção simplificada de cada dimensão. Sendo assim, a primeira dimensão (frontal) será representada pelas seis linhas horizontais do sorriso, a segunda dimensão (transversa) pelo corredor bucal e a terceira (sagital) pela inclinação da superfície vestibular da coroa dos incisivos superiores (ISVCIS). Para facilitar o entendimento e não complicar a interpretação da análise, algumas referências dentárias, gengivais e labiais poderão estar superpostas, estando incluídas em mais de uma dimensão, mas que estarão devidamente representadas pelas seis linhas do sorriso, corredor bucal e ISVCIS. Mas, antes de avaliar as três dimensões do sorriso, é importante que seja analisada sua dinâmica, pois, a dinâmica do
* Ortodontista, UERJ. Diretor do Colégio dos Diplomados do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.
pergunte a um expert
Análise morfológica tridimensional do sorriso
Referências 1. Ackerman MB, Ackerman JL. Smile analysis and design in the digital era. J Clin Orthod. 2002 Apr;36(4):221-36. 2. Andrews LF. Straight-Wire: the concept and appliance. San Diego: Wells; 1989. 3. Arnet GW, Bergman RT. Facial keys to orthodontic diagnosis and treatment planning. Part I. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993 Apr;103(4):299-312. 4. Burres SA. Facial biomechanics: the standards of normal. Laryngoscope. 1985 Jun;95(6):708-14. 5. Câmara CALP. Estética em Ortodontia: diagramas de referencias estéticas dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov/ dez;11(6):130-56. 6. Chiche G, Pinault A. Artistic and scientific principles applied to esthetic dentistry. In: Chiche G, Pinault. A. Esthetics of anterior fixed prosthodontics. St. Louis: Quintessence; 1994. p. 13-32. 7. Cosendey VL. Avaliação do relacionamento entre o lábio superior e incisivos durante a fala e o sorriso. [dissertação]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2008. 8. Dong J, Jin T, Cho H, Oh S. The esthetics of the smile: a review of some recent studies. Int J Prosthod. 1984 Jan;12(1):16-24. 9. Ekman P, Davidson RJ, Friesen WV. The Duchenne smile: emotion expression and brain physiology II. J Pers Soc Psychol. 1990 Feb;58(2):342-53. 10. Fowler P. Orthodontics and orthognathic surgery in the combined treatment of an excessive gummy smile. New Zealand Dent J. 1999 Jun;95:53-4. 11. Goldstein RE. Estética em Odontologia. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan; 1980. 12. Grove PB. Webster’s third new international dictionary of the English language. Springfield: G. and C. Merriam Company; 1961. 13. Kim YH. Anterior openbite and its treatment with multi loop edgewise arch wire. Angle Orthod. 1987 oct;57 (4):290-321. 14. Kurth JR, Kokich VG. Open gingival embrasures after orthodontic treatment in adults: prevalence and etiology. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2001 Aug;120(2):116-23. 15. Legan HL, Burstone CJ. Soft tissue cephalometric analysis for orthognathic surgery. J Oral Surg. 1980 Oct;38(10):744-51. 16. Levine RA, McGuire M. The diagnosis and treatment of the gummy smile. Compend Contin Educ Dent. 1997 Aug;18(8):757-62, 764; quiz 766.
17. Magne P, Belser U. Restaurações adesivas de porcelana na dentição anterior. Uma abordagem biomimética. São Paulo: Quintessence; 2003. 18. Marckley RJ. An evaluation of smiles before and after orthodontic treatment. Angle Orthod. 1993 Fall;63(3):183-9. 19. Mathews TG. The anatomy of a smile. J Prosthet Dent. 1978 Feb;39(2):128-34. 20. Morley J, Eubank J. Macro esthetic elements of smile design. J Am Dent Assoc. 2001 Jan;132(1):39-45. 21. Peck S, Peck L, Kataja M. Some vertical lineaments of lip position. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1992 Jun;101(6):519-24. 22. Puppin FA. Avaliação quantitativa de medidas dento-faciais relacionadas à altura da linha do sorriso. [dissertação]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2002. 23. Seixas MR, Costa-Pinto RA, Araújo TM. Checklist of aesthetic features to consider in diagnosing and treating excessive gingival display (gummy smile). Dental Press J Orthod. 2011 mar-apr. 16(2):131-57. 24. Rigsbee OH 3rd, Sperry TP, BeGole EA. The influence of facial on smile characteristics. Int J Adult Orthodon Orthognath Surg. 1988;3(4):233-9. 25. Rubin LR. The anatomy of a smile: its importance in the treatment of facial paralysis. Plast Reconstr Surg. 1974 Apr;53(4):384-7. 26. Sarver DM, Ackerman MB. Dynamic smile visualization and quantification: Part 1. Evolution of the concept and dynamic records for smile capture. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Jul;124(1):4-12. 27. Sarver DM. The importance of incisor positioning in the esthetic smile: smile arc. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2001 Aug;120(2):98-111. 28. Tarantili VV, Halazonetis DJ, Spyropoulos MN. The spontaneous smile in dynamic motion. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2005 Jul;128(1):8-15. 29. Tarnow DP, Magner AW, Fletcher P. The effect of the distance from the contact point to the crest of bone on the presence or absence of the interproximal dental papilla. J Periodontol. 1992 Dec;63(12):995-6. 30. Teo CS. An evaluation of the smiling lip line. Singapore Dent J. 1981 May;6(1):27-30. 31. Tjan AH, Miller GD, The JG. Some esthetics factors in a smile. J Prosthet Dent. 1984 Jan;51(1)24-8. 32. Zachrisson BU. Esthetic factors involved in anterior tooth display and smile: vertical dimension. J Clin Orthod. 1998;32(7):432-45.
Endereço para correspondência Carlos Alexandre Câmara Av Joaquim Fagundes, 597 – Tirol – CEP: 59.022-500 – Natal/RN E-mail: cac.ortodontia@digi.com.br
24
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):10-24
arquitetura
Aos nossos pés - a escolha do melhor piso para sua clínica
Maria Augusta Paes de mello*
Com muitas opções disponíveis no mercado, nos dias de hoje, fica cada vez mais difícil escolher qual piso é o melhor, quando se está construindo ou reformando. Parte importante na composição espacial dos ambientes, é preciso observar a atividade que será desenvolvida, pois essa escolha, além de interferir esteticamente, influenciará também na manutenção do ambiente, na reflexão da luz e na acústica. É importante ressaltar que existem normas que regulamentam o uso de materiais em ambientes, destinados ao atendimento na área da Saúde, onde será necessária a descontaminação. Os materiais devem ser laváveis, resistentes, impermeáveis e a superfície deve apresentar baixo índice de porosidade. Seguem algumas dicas que independem do revestimento escolhido. Em ambientes pequenos, faça uso de pisos monocromáticos, pois, quanto maior a mudança de cores e texturas, menor é a sensação de amplitude dos ambientes. A mudança de material e cor somente é indicada quando há necessidade de setorizar, direcionar e dividir ambientes sem o uso de paredes. O piso também deve ser liso, permitindo o fácil deslocamento dos mochos e armários com rodízios. Pisos mais escuros absorvem mais luz e exercem efeitos psicológicos adversos, enquanto cores claras refletem a luz e possuem efeito psicológico positivo. Buscando auxiliá-lo nessa escolha, ao longo desse artigo iremos expor alguns tipos de piso encontrados no mercado e suas características.
aconchegantes e sofisticados. É importante, no momento da compra, exigir a certificação da madeira e observar o processo de secagem. Deve-se aplicar proteção com efeito fosco ou brilhante. Quando comparado aos pisos laminados, possui como desvantagem seu alto custo.
Piso laminado Da mesma forma, é indicado somente para a sala de espera e o escritório, por ser vulnerável à água. Para que possa contribuir com a acústica do ambiente, deve ser instalado sobre uma manta de espuma plástica, minimizando a transmissão do som de impacto. Com grande variedade no mercado, possui utilização apropriada, que deve ser observada na compra.
Piso de madeira Indicado somente para a sala de espera e o escritório, devido a restrições quanto à limpeza — a qual deverá ser feita somente com pano úmido. Como vantagens, apresenta o conforto térmico, tornando os ambientes mais
Como citar este artigo: Mello MAP. Aos nossos pés - a escolha do melhor piso para sua clínica. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):26-8. » A autora declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
26
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):26-8
Figura 1 Exemplo de uso de piso laminado na sala de espera, tornando o ambiente mais aconchegante e agradável.
* Graduada em Arquitetura com especialização em Arquitetura de Interiores – Projeto de Ambiente e Qualidade de Vida pela Unifil - Londrina/PR. Desenvolve projetos para clínicas e consultórios.
arquitetura
Aos nossos pés - a escolha do melhor piso para sua clínica
Piso vinílico É um dos materiais mais utilizados em ambientes hospitalares, devido a diversas características favoráveis. São pisos resistentes; flexíveis; possuem alta durabilidade; são sustentáveis, por serem recicláveis; e fáceis de higienizar. Apresentam-se em diversas espessuras, com padronagens imitando a textura de outros materiais. Apresentam-se em formatos diversos, como mantas, réguas ou placas. Outra importante característica é seu isolamento térmico e acústico, pois absorvem o som de impacto. Podem ser usados de diversas formas: formando desenhos com cores variadas, decorando o piso, separando, dividindo e sinalizando áreas. Sua aplicação deve ser feita sobre contrapiso regularizado, impermeabilizado, limpo e isento de umidade. Sendo sua instalação feita com cola, é ideal para áreas cobertas, pois não suporta contato com a água. Essa é uma desvantagem, pois, caso ocorra algum tipo de excesso de água, o piso pode vir a descolar.
Possibilita a troca de placas isoladas, caso sejam danificadas, sem deixar marcas. Existe uma diversidade grande de linhas disponibilizadas por cada fornecedor, com características diferentes — como resistência e tipo de acabamento da superfície —, indicadas para diferentes usos. Sua limpeza pode ser feita manualmente ou com máquina. Como desvantagem, apresentam, também, o desgaste abrasivo.
Existe, nos dias atuais, uma grande variedade de revestimentos disponíveis; e, no presente artigo, foram apresentadas algumas características de certos pisos encontrados no mercado, de forma a poder auxiliar em sua escolha — sempre observando-se a legislação que indica os materiais recomendados para cada tipo de ambiente. É importante, também, sempre dar preferência às marcas mais conhecidas, para que não haja problemas relacionados à qualidade do material e garantia do produto, evitando transtornos futuros.
Endereço para correspondência Maria Augusta Paes de Mello E-mail: gutamel@gmail.com
28
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):26-8
Linha BioQuick e QuicKlear
brackets autoligados metálicos e cerâmicos
BioQuick® bracket autoligado metálico interativo
BioQuick®
Menor bracket autoligado do mercado • Único com slot auxiliar • Abertura e fechamento por meio de clipe • Bordas lisas e arredondadas •
Espaço G&M Treinamentos: participe!
QuicKlear®
QuicKlear®
• Cerâmica translúcida • Único que não desgasta • Base tridimensional • Bordas lisas e arredondadas
• Ortodontia Lingual Simplificada • Brackets Autoligados • Mini-implantes (Straight Wire) • Placas e alinhadores Saiba mais: www.gm-orthodontics.com.br/espaco-gm
bracket autoligado cerâmico interativo
Av. Angélica, 1.996 - cj. 1101 Higienópolis - São Paulo/SP - Brasil Telefax: +55 (11) 3661-8100 vendas@gm-orthodontics.com.br
www.gm-orthodontics.com.br
twitter.com/GMOrthodontics
facebook.com/GMOrthodontics
caso clínico
Tratamento ortodôntico lingual individualizado com o sistema Incognito Individualized lingual orthodontic treatment using Incognito system
Isabela Parsekian Martins* Renato Parsekian Martins** Amanda Fahning Magno*** Adriano Marotta Araújo**** Lídia Parsekian Martins*****
Abstract
Resumo Introdução: a terapia ortodôntica com braquetes linguais tem sido procurada por pacientes adultos que optam pela estética durante o tratamento ortodôntico. Neste artigo está descrita a sequência clínica de tratamento ortodôntico lingual com o sistema Incognito™, braquetes linguais e arcos ortodônticos individualizados, produzidos com tecnologia CAD/CAM. Métodos: o caso clínico apresentado descreve o tratamento de um paciente adulto com padrão de
crescimento mesofacial, portador de má oclusão Classe I, apresentando apinhamento inferior e diastemas interincisais superiores, tratado com braquetes linguais 100% individualizados. Resultados: ao final do tratamento, a relação molar de Classe I foi mantida, os espaços interincisais superiores foram fechados e o apinhamento inferior corrigido. Conclusão: o caso clínico apresentado demonstrou a eficiência do novo método de tratamento ortodôntico lingual.
diastema between the upper central incisors, treated using 100% individualized lingual brackets. Results: After treatment, the molar relation of Class I was kept, the spaces between upper central incisors were closed and mandibular crowding corrected. Conclusion: This case report demonstrated the efficiency of the new method for lingual orthodontic treatment.
Palavras-chave: Ortodontia corretiva. Estética. Aparelhos ortodônticos.
Keywords: Orthodontics. Corrective. Esthetics. Orthodontic appliances.
Como citar este artigo: Martins IP, Martins RP, Magno AF, Araújo AM, Martins LP. Tratamento ortodôntico lingual individualizado com o sistema Incognito. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):30-7.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
30
Introduction: The orthodontic treatment using lingual brackets has been desired by adult patients for esthetic factors. In this paper it is described the clinical steps of an orthodontic treatment using Incognito™ system, individualized lingual brackets and archwires designed by CAD/CAM technology. Methods: The presented case describes the treatment of a patient with mesofacial growth pattern,Class I malocclusion, with mandibular crowding and
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):30-7
* Mestre em Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Araraquara/UNESP. ** Professor Doutor dos cursos de Especialização, Faculdade de Odontologia de Araraquara/UNESP, FAEPO, GESTOS-FAMOSP. *** Mestre e Doutoranda em Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Araraquara/ UNESP. **** Professor Assistente Doutor do departamento de Clínica Infantil e Odontologia Social, UNESP São José dos Campos. Professor no Curso de Especialização, IEPC. ***** Professora Assistente Doutora da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Clínica Infantil, Faculdade de Odontologia de Araraquara/UNESP.
Martins IP, Martins RP, Magno AF, Araújo AM, Martins LP
A
B
C
D
E
Figura 20 Fotografias intrabucais finais.
CONCLUSÃO De acordo com os objetivos iniciais propostos ao paciente, o caso clínico apresentado nesse artigo demonstrou a eficiência do novo método de tratamento ortodôntico lingual, o sistema de braquetes individualizados Incognito®.
Referências 1. Fujita K. New orthodontic treatment with lingual bracket mushroom arch wire appliance. Am J Orthod. 1979 Dec;76(6):657-75. 2. Caniklioglu C, Ozturk Y. Patient discomfort: a comparison between lingual and labial fixed appliances. Angle Orthod. 2005 Jan;75(1):86-91. 3. Hohoff A, Stamm T, Goder G, Sauerland C, Ehmer U, Seifert E. Comparison of 3 bonded lingual appliances by auditive analysis and subjective assessment. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Dec;124(6):737-45. 4. Hohoff A, Seifert E, Fillion D, Stamm T, Heinecke A, Ehmer U. Speech performance in lingual orthodontic patients measured by sonography and auditive analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Feb;123(2):146-52. 5. Alexander CM, Alexander RG, Sinclair PM. Lingual orthodontics: a status report. Part 6. Patient and practice management. J Clin Orthod. 1983 Apr;17(4):240-6. 6. Hohoff A, Fillion D, Stamm T, Goder G, Sauerland C, Ehmer U. Oral comfort, function and hygiene in patients with lingual brackets. A prospective longitudinal study. J Orofac Orthop. 2003 Sep;64(5):359-71. 7. Sinclair PM, Cannito MF, Goates LJ, Solomos LF, Alexander CM. Patient responses to lingual appliances. J Clin Orthod. 1986 Jun;20(6):396-404. 8. Fujita K. Multilingual-bracket and mushroom arch wire technique. A clinical report. Am J Orthod. 1982 Aug;82(2):120-40. 9. Wiechmann D. A new bracket system for lingual orthodontic treatment. Part 1: Theoretical background and development. J Orofac Orthop. 2002 May;63(3):234-45.
10. Wiechmann D, Rummel V, Thalheim A, Simon JS, Wiechmann L. Customized brackets and archwires for lingual orthodontic treatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Nov;124(5):593-9. 11. Rummel V, Wiechmann D, Sachdeva RC. Precision finishing in lingual orthodontics. J Clin Orthod. 1999 Feb;33(2):101-13. 12. Stamm T, Hohoff A, Ehmer U. A subjective comparison of two lingual bracket systems. Eur J Orthod. 2005 Aug;27(4):420-6. 13. Wiechmann D. A new bracket system for lingual orthodontic treatment. Part 2: First clinical experiences and further development. J Orofac Orthop. 2003 Sep;64(5):372-88. 14. Wiechmann D. Lingual orthodontics (part 2): archwire fabrication. J Orofac Orthop. 1999;60(6):416-26.
Endereço para correspondência Isabela Parsekian Martins R. Voluntários da Pátria, 1766 – Apto 12, Centro – CEP 14.801-320 Araraquara/SP – E-mail: isapmartins@hotmail.com
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):30-7
37
domínio conexo
Aspectos legais de interesse do ortodontista Legal aspects interesting to the orthodontist
Ana Flavia Borges de Paula* Ana Paula Borges de Paula**
Abstract
Resumo Há algum tempo, o dano advindo da atuação do profissional da área da saúde era considerado inevitável, não sendo usual às pessoas procurarem reparação na justiça. Entretanto, houve uma mudança no relacionamento entre profissionais e pacientes, já que hoje as pessoas têm maior acesso às informações e maior conhecimento de seus direitos, gerando, certamente, um maior número de ações indenizatórias.
Segundo os resultados dessa pesquisa, dentre os processos legais envolvendo especialidades, a Ortodontia é a terceira especialidade com mais processos. Baseado nos achados dessa, concluiu-se que, para se precaver dos processos, o ortodontista deve ser prudente em sua conduta clínica, manter uma documentação completa do paciente, buscar a melhor comunicação e relacionamento possível durante o tratamento.
claims. According to the results from this research with the processes involving other specialties, Orthodontics is the third specialty more involved. Based on the findings it was concluded that to avoid the processes, the Orthodontist must be prudent in their clinical management, maintain a complete record of the patient, seeking better communication and relationship possible during treatment.
Palavras-chave: Odontologia legal. Ortodontia. Relações dentista-paciente.
Keywords: Forensic dentistry. Orthodontics. Dentist-patient relations.
Como citar este artigo: De Paula AFB, De Paula APB. Aspectos legais de interesse do ortodontista. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):40-4.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
40
For some time, the damage originated from the performance of professional health care was considered inevitable, it is not usual people seek repairing in court. However, there was a change in the relationship between professionals and patients, as today, people have greater access to information and knowledge of their rights, generating certainly a greater number of indemnity
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):40-4
* Especialista e Mestre em Ortodontia, São Leopoldo Mandic. Professora do curso de Especialização em Ortodontia, INCO 25. ** Especialista em Ortodontia, Unidade Central do Exército, RJ. Especialista em OdontoLegal, ABODF.
domínio conexo
Aspectos legais de interesse do Ortodontista
3. Sempre alertar o paciente sobre seu papel no tratamento ortodôntico, colaboração com a higiene bucal e obediência aos cuidados e instruções de uso dos aparelhos, são essenciais para o sucesso de todo o tratamento.
4. Buscar sempre manter boa comunicação e relacionamento com o paciente, tendo o cuidado de explicar o tratamento em seu grau de cultura e entendimento, além de não iludir e não criar falsas esperanças quanto a resultados e prognósticos de tratamentos.
Referências 1. Barbosa FQ, Arcieri RM. A responsabilidade civil do cirurgião-dentista: aspectos éticos e jurídicos no exercício profissional segundo odontólogos e advogados da cidade de Uberlândia/MG. 2005 [Internet].[cited 2010 Jun 23]. Available from: http://www.buscalegis.ufsc.br/arquivos. 2. Brasil. Lei nº 3.071 - de 1º de janeiro de 1916. Institui o Código Civil dos Estados Unidos do Brasil. [Internet]. [cited 2010 Jun 23]. Available from: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm. 3. Brasil. Decreto-lei nº 3.941, de 4 de dezembro de 1941. Institui o Código Penal Brasileiro de 1941. [Internet]. [cited 2010 Jun 23]. Available from: http://www.jusbrasil. com.br/legislacao/126682/lei-de-introducao-ao-codigo-penal-decreto-lei-3914-4. 4. Brasil. Decreto-Lei nº 7.961, de 18/09/1945 Dispõe sôbre a remuneração mínima dos que, com o caráter de emprêgo, trabalham em atividades médicas de natureza privada e dá outras providencias. [Internet]. [cited 2010 Jun 23]. Available from: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del7961.htm. 5. Brasil. Lei nº 2.923, de 21 de outubro de 1956. Revigora o inciso IX, do parágrafo 6º, do artigo 178, do Antigo Código Civil Brasileiro. [Internet]. [cited 2010 Jun 23]. Available from: http://www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1956/2923.htm. 6. Brasil. Lei n° 5869 de 11 de janeiro de 1973. Institui o Código de Processo Civil de 1973. [Internet]. [cited 2010 Jun 23]. Available from: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l5869.htm. 7. Brasil. Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. [Internet]. [cited 2010 Jun 23]. Available from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm. 8. Brasil. Lei nº 9099 de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. [Internet]. [cited 2010 Jun 23]. Available from: http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1995/9099.htm. 9. Brasil. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil Brasileiro de 2002. [Internet]. [cited 2010 Jun 23]. Available from: http://www.receita.fazenda.gov. br/legislacao/leis/2002/lei10406.htm. 10. Cavalieri Filho S. Programa de Responsabilidade Civil. 2a ed. São Paulo: Malheiros;2000. 11. Conselho Federal de Odontologia. Código de Ética Odontológica aprovado pela Resolução nº 42 de 20 de maio de 2003 [Internet].[cited 2010 Jun23]. Available from: http://www.forp.usp.br/restauradora/etica/c_etica/ceo_05_03.html. 12. Cruz RM, Cruz CPAC. Gerenciamento de riscos na prática ortodôntica: como se proteger de eventuais problemas legais. R Dent Press Ortodon Ortop Facial. 2008 Fev;13(1):141-56. 13. Daruge E, Quintela RS. O cirurgião-dentista como prestador de serviços, frente o Código de Defesa do Consumidor. Rev Paul Odontol. 1998 Maio-Jun;20(3):30-4. 14. França BHS. Responsabilidade civil e criminal do cirurgião-dentista [Dissertação]. Piracicaba (SP): Universidade Estadual de Campinas UNESP;2003. 15. França BHS, Ribas MO, Lima AAS. Orientações legais aos ortodontistas. Rev Clín Ortod Dental Press. 2002 abr-maio;2(2):25-31. 16. Gonçalves CR. Responsabilidade Civil. 10a ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva; 2007. 17. Gonçalves EAN, Feller C. Atualização na clínica odontológica. 19º CIOSP. São Paulo: Artes Médicas; 2000.
44
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):40-4
18. Koubik R, Feres MAL. Aspectos legais da Ortodontia. Ortodontia (São Paulo). 1995 maio-ago;28(2):64-70. 19. Lopes EF. Ortodontia como atividade de meio [Dissertação]. Campinas: Centro de Pesquisas São Leopoldo Mandic; 2006. 20. Lopes EF, Ferre, KJN, Almeida HC, Almeida RC. Ortodontia como atividade de meio ou resultado? R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2008 nov-dez;13(6):38-42. 21. Machen DE. The need for a structured dismissal program. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1989 Aug;97(2):174-5. 22. Malacarne GB. Responsabilidade legal do ortodontista. Orthodontic Science and Practice 2008;1(4)[Internet]. [cited 2010 Jun23]. Available from: http://www. praticaclinica.com.br/artigo%20responsa%20paciente.pdf. 23. Mazzutti M,Corsi LP. Responsabilidade civil do cirurgião-dentista. [Trabalho de conclusão de curso de Bacharel em Direito]. 2004. 24. Moraes MCB. Danos à pessoa humana - uma leitura civil-constitucional dos danos morais. Rio de Janeiro: Renovar; 2003. 25. Melani RFH, Ricarda S. A relação profissional-paciente: o entendimento e implicações legais que se estabelecem durante o tratamento ortodôntico. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):104-13. 26. Nigre AL. Estou sendo processado! O que fazer? Rev Assoc Paul Cir Dent. 2009;63(3):201. 27. Oliveira DAM. Levantamento de casos do PROCON envolvendo o cirurgiãodentista. [Internet]. [cited 2010 Out 10]. Available from: www.webartigos.com. 28. Onesti A. Documentação do cirurgião-dentista frente ao direito civil brasileiro - uso dos contratos de prestação de serviço em odontologia [Dissertação]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2008. 29. Paranhos LR, Silva RF, Berzin F, Daruge E, Daruge Júnior E. Orientações legais aos ortodontistas: confecção de prontuário clínico, atestado, receita, encaminhamento e carta de retorno - Parte 1. Rev Ortodonia SPO. 2009;42 (2):143-8. 30. Silva RHA, Musse JO, Melani RFHE, Oliveira RN. Responsabilidade civil do cirurgião-dentista: a importância do assistente técnico. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2009 nov-dez;14(6):65-71. 31. Sousa MH, França BHS, Campagnoli EB, Sandrin R, Cavali VER, Ribas MO. Autonomia profissional versus autonomia do paciente: casos de extrações de dentes recuperáveis. Rev Clin Pesq Odontol. 2008 set-dez; 4(3):175-80. 32. Stoco R. Tratado de responsabilidade civil: doutrina e jurisprudência. 7a ed rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais; 2007. 33. Vanrell JP. Odontologia Legal e Antropologia Forense. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
Endereço para correspondência Ana Flavia Borges de Paula R. Santa Clara, 308 – CEP 22.041-012 – Rio de Janeiro/RJ E-mail: srtaanaflavia@hotmail.com
artigo inédito
Posição condilar em crianças com mordida cruzada posterior unilateral, antes e após a expansão rápida da maxila Condylar position in children with unilateral posterior crossbite, before and after rapid maxillary expansion
Edson Illipronti Filho* Solange Mongelli de Fantini** João Batista de Paiva***
Abstract
Resumo Mudanças na relação côndilo-fossa, quando da posição de MIH para a RC, são ocorrências encontradas nas mordidas cruzadas posteriores unilaterais em crianças antes do tratamento da má oclusão instalada. A correção da má oclusão foi efetuada com o aparelho de recobrimento oclusal de acrílico, associado ao parafuso Hyrax. Os deslocamentos foram medidos nos três planos do espaço por meio do indicador da posição condilar, antes e após a expansão rápida da maxila com o referido aparelho. De acordo com os resultados, existe uma diferença estatística significante entre o sentido horizontal direito e esquerdo no tempo pré-expansão, sendo que a média do sentido horizontal no lado esquerdo é significativamente maior do que no sentido horizontal no
lado direito. Nos três planos do espaço (X, Y e Z), os valores demonstram que existe diferença significativa entre os tempos pré-expansão e pós-expansão, tanto para o lado esquerdo quanto para o lado direito. Em toda amostra nos lados direito e esquerdo, a média do tempo pré é significativamente maior do que a do tempo pós. Foi observado, também, que não existe uma correlação entre o lado cruzado e não cruzado; não foi encontrado diferença entre sexos com relação ao lado da mordida cruzada, pois, ambos sexos têm maior percentual para o lado direito da mordida cruzada. Posições condilares específicas não foram evidenciadas na amostra, porém, foi verificada uma grande dispersão dos valores obtidos nos posicionamentos nos três planos do espaço.
is significant difference between the times: pre and post expansion expansion, both on the left side to right side. In every sample in the right and left sides, the average time before it is significantly higher than that of the post. It was also noted that there is a correlation between crossed and uncrossed hand, no difference was found between gender with respect to the crossbite side, since both genders have a higher percentage to the right side of the bite cruzada.Posições condylar not specific were found in the sample, but was found a large dispersion of values for the positions in the three planes of space
Palavras-chave: Má oclusão. Articulação temporomandibular. Técnica de expansão palatina.
Keywords: Palatal expansion technique. Malocclusion. Temporomandibular joint.
Como citar este artigo: Illipronti Filho E, Fantini SM, Paiva JB. Posição condilar em crianças com mordida cruzada posterior unilateral, antes e após a expansão rápida da maxila. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):46-52.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
46
Changes in the condyle-fossa relationship, when in MHI position to CR, they are occurrences found in unilateral posterior cross bites in children before treatment of malocclusion instalada. The correction of malocclusion was done with the appliance occlusal acrylic coating associated with screw dislocations hirax. Os were measured in three planes of space through the condylar position indicator before and after rapid maxillary expansion with that instrument. According to the results, there is a statistically significant difference between the horizontal right and left in the pre expansion. Since the average horizontal direction on the left side is significantly higher than in the horizontal direction on the right. In the three planes of space (X, Y and Z) values show that there
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):46-52
* Mestre em Ortodontia, pelo Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da FO.USP. ** Professora Doutora do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da FO.USP. *** Professor Títular da disciplina de Ortodontia do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da FO.USP.
Illipronti Filho E, Fantini SM, Paiva JB
no lado direito, a prevalência dos deslocamentos no sentido transversal foi maior no lado esquerdo, sendo que em 22,3% a amostra se comportou sem a verificação de deslocamentos. No lado cruzado, os deslocamentos no sentido horizontal tiveram um comportamento mais distribuído, sendo 50% para anterior e 50% para posterior, no lado não cruzado os deslocamentos se comportaram da seguinte forma: para anterior, 61,1%; e para posterior, 38,9%; dados obtidos no tempo pré-expansão. No sentido transversal, os dados foram os seguintes: quando a mordida cruzada se apresenta do lado direito, os deslocamentos transversais, tanto para o lado direito como esquerdo, se apresentaram com distribuição uniforme de 45,5% para cada lado, e 9% com deslocamento zero. Já quando a mordida cruzada apresenta-se do lado esquerdo, os deslocamentos transversais foram mais predominantes do lado esquerdo, com 71,4%, do que do lado direito, 28,6%. Não houve ocorrência de deslocamento zero. Os valores absolutos médios, observados no tempo pré-expansão nos três planos do espaço (horizontal, vertical e transversal), se mostraram significativamente maiores que os valores observados no tempo pós-expansão, o que indica que, após o tratamento, podemos obter uma maior concentricidade da cabeça da mandíbula em relação à fossa articular. Os valores de maior magnitude localizaram-se no plano vertical no tempo pré-ERM, e no tempo pós-ERM houve uma diferença
muito pequena entre o plano vertical e horizontal, o que indica maior equilíbrio entre o côndilo e a fossa articular após a ERM. Mesmo que os valores dos deslocamentos encontrados entre RC e MIH, na pós-expansão, possam indicar uma maior concentricidade dos côndilos dentro das respectivas fossas articulares, não podemos afirmar que a correção das MCPU elimine tais deslocamentos. O que realmente ocorreu foi uma melhora no posicionamento do côndilo nos três planos do espaço, favorecendo, assim, um melhor desenvolvimento das estruturas envolvidas.
Conclusões De acordo com os resultados obtidos nesse estudo, foram observadas alterações nos posicionamentos condilares antes da ERM para a má oclusão estudada, porém, sem um padrão específico. Também não foi encontrada nenhuma posição condilar específica para a referida má oclusão, mas sim uma variação dos posicionamentos nos três planos de espaço. Não foi verificada nenhuma correlação entre o posicionamento dos côndilos e a fossa articular, comparando o lado cruzado com o lado não cruzado, nos sentidos estudados. Podemos presumir que a correção da MCPU com a ERM levou os côndilos a uma posição mais concêntrica, favorecendo um desenvolvimento mais equilibrado de todo o sistema envolvido.
Referências 1. Hesse KL, Artun J, Joondeph DR, Kennedy DB. Changes in condylar position and occlusion associated with maxillary expansion for correction of functional unilateral posterior crossbite. Am J Orthod Dentofac Orthop. 1997; 111:410-8. 2. Takeuti ML. Características de oclusão dos pacientes atendidos na clínica de odontopediatria do curso de graduação da FOUSP. Rev Odontol. 2001;3(2):69-75. 3. Lam PH, Sadowsky C, Omerza F. Mandibular asymmetry and condylar position in children with unilateral posterior crossbite. Am J Orthod Dentofac Orthop. 1999; 115:559-75. 4. Pellizoni SEP, Salioni MAC, Juliano Y, Guimarães AS, Asonso LG. Temporomandibular joint disc position and configuration in children with function unilateral posterior crossbite: A magnetic resonance imaging evaluation. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006;129:785-93. 5. Massi M, Ledermam HM, Yamashita HK, Aidar LAA. Temporomandibular joint evaluation with magnetic resonance imaging in children with functional unilateral posterior crossbite, treated with rapid maxillary expansion. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;136:207-17. 6. Rodrigues AF, Fraga MR, Vitral RWF. Computed tomography evaluation of the temporamandibular joint in Class I malocclusion patient: Condylar symmetry and condyle-fossa relationship. A J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;136:192-8. 7. Da Matta ENR, Souza MMG, Sant’Anna EF, da Silva SC. Avaliação por tomografia computadorizada helicoidal dos efeitos da expansão rápida da maxila no posicionamento condilar em pacientes com mordida cruzada posterior functional. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2009 set-out;14(5):40.e1-9.
8. Costa DT, Carneiro MSA, Capelli Junior J. Avaliação tomográfica da posição condilar em pacientes portadores de mordida cruzada posterior unilateral funcional. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2009 maio-jun;14(3):75-82. 9. Arat FM, Arat ZM, Tompsom B, Tanju S. Muscular and condylar response to rapid maxillary expansion. Part 3: Magnetic resonance assessment of condyle-disc relationship. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008;133:830-6. 10. Ikeda K, Kawamura A. Assessment of optimal condylar position with limited conebeam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;135:495-501. 11. Hatcher DC, Blom RJ, Baker CG. Temporomandibular joint spatial relationship. Osseous and soft tissue. J Prosthet Dent. 1986;56(3):344-53. 12. Girardot AR. The nature of condylar displacement in patient with temporomandibular pain-dysfunction. Orthod Rev. 1987 Sept-Oct;1(1):16-23. 13. Girardot RA Jr. Comparison of condylar position in hiperdivergent and hipodivergent facial skeletal types. Angle Orthod. 2001 Aug;71(4):240-6. 14. McNeill C, Editor. Temporomandibular disorder: Guidelines for classification, assessment and management. 2nd ed. Chicago (IL): Quintessence; 1993. 15. Roth RH. Temporomandibular pain-dysfunction and occlusal relationships. Angle Orthod. 1973 Apr;43(2):136-53. 16. Roth RH. Functional occlusion for the orthodontist. Part I. J Clin Orthod. 1981 Jan;15(1):32-51. 17. Roth RH. Functional occlusion for the orthodontist. Part III. J Clin Orthod. 1981 Mar;15(3):174-98.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):46-52
51
artigo inédito
Posição condilar em crianças com mordida cruzada posterior unilateral, antes e após a expansão rápida da maxila
18. Wood DP, Elliott RW. Reproducibility of the centric relation bite registration technique. Angle Orthod. 1994;64(3):211-20. 19. Crawford SD. Condylar axis position, as determined by occlusion and measured by CPI instrument, and signs an symptoms of temporomandibular dysfunction. Angle Orthod. 1999 Apr;69(2):103-15; discussion 115-6. 20. Lavine D, Kulbersh R, Bonner P, Pink FE. Reproducibility of the condylar position Indicator. Seminars in Orthodontics. 2003 Jun;9(2):96-101. 21. Weffort SY, de Fantini SM. Condylar displacement between centric relation and maximum intercuspation in symptomatic and asymptomatic individuals. Angle Orthod. 2010 Sep;80(5):835-42. 22. Allen D, Rebellato J, Sheats R, Ceron AM. Skeletal and dental contributions to posterior crossbite. Angle Orthod. 2003 Oct;73(5):515-24. 23. Buck DL. The fixed W arch for correction of posterior crossbite in children. J Am Dent Assoc. 1970 Nov;81(5):1140-2. 24. Cotrin-Ferreira FA. Disjunção maxilar precoce in nova visão em ortodontia e ortopedia maxilar. São Paulo: Ed. Santos; 2001. v. 1, cap. 12, p. 424-30. 25. Graber TM. Book for the dentist. J Am Dent Assoc. 1972 Jun;84(6):1280-95. 26. Fabrinni FF, Gonçalves KJ, Dalmagro I. Expansão rápida da maxila, sem assistência cirúrgica, utilizando Hyrax. Arq Ciênc Saúde UNIPAR. 2006 Set-Dez;10(3):177-80. 27. Chiari S, Romsdorfer P, Swoboda H, Bantleon HP, Freudenthaler J. Effects of maxillary expansion on the airways and ears – a pilot study. Eur J Orthod. 2009 Apr;31(2):135-41. 28. Tashima AY, Verrasto AP, Ferreira S, Guedes-Pinto E. Tratamento ortodôntico precoce da mordida cruzada anterior e posterior. J Bras Odontop Odontol. 2003 JanFev;6:24-31. 29. Trawitzki LV, Dantas RO, Mello-Filho FV, Marques W Jr. Effect of treatment of dentofacial deformity on the eletromyographic activity of masticatory muscles. Int J Oral Maxillofac Surg. 2006 Feb;35(2):170-3. 30. Secchi AG, Wadenya R. Early orthodontic diagnosis and correction of transverse skeletal problems. NY State Dent J. 2009 Jan;75(1):47-50. 31. Biederman W. An hygienic appliance for rapid expansion. JPO - J Pract Orthod. 1968 Feb;2(2):67-70. 32. Biederman W. Rapid correction of Class III malocclusion by midpalatal expansion. Am J Orthod. 1973 Jan;63(1):47-55. 33. Cohen M, Silvermam E. A New and simple palatal splintting device. J Clin Orthod. 1973 Jun;7(6):368-9. 34. McNamara JA Jr, Brudon WL. Orthodontic and orthopedic treatment in the mixed dentition. 5th ed. Ann Arbor (MI): Needham Press; 1995. 35. McNamara JA Jr. Long-term adaptation to changes in the transverse dimension in children and adolescents: An overview. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 Apr;129(4 Suppl):S71-4. 36. McNamara JA Jr. Early intervention in the transverse dimension. Is it worth the effort? Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2002 Jun;121(6):572-4. 37. Lam PH, Sadowsky C, Omerza F. Mandibular asymmetry and condylar position in children with unilateral posterior crossbite. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1999 May;115(5):569-75. 38. Myers DR, Barenie JT, Bell RA, Williamson EH. Condylar position in children with function posterior crossbite before and after crossbite correction. Pediatr Dent. 1980 Sep;2(3):190-4. 39. Proffit WR. Treatment of orthodontic problems in preadolescent children (section VI). In: Proffit WR, ed. Contemporary Orthodontics. 3rd ed. St Louis(MO): Mosby; 2000. p. 435-9. 40. Secchi AG, Wadenya R. Early orthodontic diagnosis and correction of transverse skeletal problems. NY State Dent J. 2009 Jan;75(1):47-50.
41. Cliffort FO. Cross-bite correction in the deciduous dentition: principles and procedures. Am J Orthod. 1971 Apr;59(4):343-9. 42. Sarver DM, Johnston MW. Skeletal changes in vertical and anterior displacement of the maxilla with bonded rapid palatal expansion appliances. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1989 Jun;95(6):462-6. 43. Hidaka O, Adachi S, Takada K. The difference in condylar position between centric relation and centric occlusion in pretreatment Japanese orthodontic patients. Angle Orthod. 2002 Aug;72(4):295-301. 44. Ikeda K, Kawamura A. Assessment of optimal condylar position with limited cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009 Apr;135(4):495-501. 45. Basics of articulation system PANADENT: Instruction manual. Grand Terrace (CA): Panadent; 1985. 46. Biederman W. Rapid correction of Class III malocclusion by midpalatal expansion. Am J Orthod. 1973 Jan;63(1):47-55. 47. Garrett BJ, Caruso JM, Rungcharassaeng K, Farrage JR, Kim JS, Taylor GD. Skeletal effects to the maxilla after maxillary expansion assessed with cone-bean computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008 Jul;134(1):8-9. 48. Asanza S, Cisneros GJ, Nieberg LG. Comparison of Hyrax and bonded expansion appliances. Angle Orthod. 1997;67(1):15-22. 49. Utt TW, Meyers CEJr, Wierzba TF, Hondrum SO. A three-dimensional comparison of condylar position changes between centric relation and centric occlusion using the mandibular position indicator. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995 Mar;107(3):298-308. 50. Santos Pinto A, Buschang PH, Throckmorton GS, Chen P. Morphological and positional asymmetries of young children with functional unilateral posterior crossbite. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2001 Nov;120(5):513-20. 51. Santos Pinto A. Alterações condilares e dentofaciais em crianças com mordida cruzada posterior unilateral na fase da dentadura mista [tese de doutorado]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Odontologia; 1991. 52. Kecik D, Kocadereli I, Saatci I. Evaluation of the treatment changes of function posterior crossbite in the mixed dentition. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007 Feb;131(2):202-15. 53. Lippold C, Hoppe G, Moiseenko T, Ehmer U, Danesh G. Analysis of condylar differences in function unilateral posterior crossbite during early treatment. A randomized clinical study. J Orofac Orthop. 2008 Jul;69(4):283-96. 54. Vitral RW, Fraga MR, de Oliveira RS, de Andrade Vitral JC. Temporomandibular joint alteration after correction of a unilateral posterior crossbite in a mixed-dentiton patient: A computed tomography study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007 Sep;132(3):395-9. 55. Weffort SKY. Deslocamentos condilares entre RC e MIH e suas correlações com as disfunções temporomandibulares [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia; 2007. 56. Myers DR, Barenie JT, Bell RA, Williamson EH. Condylar position in children with function posterior crossbite before and after crossbite correction. Pediatr Dent. 1980 Sep;2(3):190-4. 57. Cohlmia JT, Ghosh J, Sinha PK, Nanda RS, Currier GF. Tomographic assessment of temporomandibular joints in patients with malocclusion. Angle Orthod. 1996;66(1):27-35. 58. Nerder PH, Bakke M, Solow B. The function shift of the mandible in unilateral posterior crossbite and adaptation of temporomandibular joint: pilot study. Eur J Orthod. 1999 Apr;21(2):155-66.
Endereço para correspondência Edson Illipronti Filho Rua Tripoli, 92 Vila Leopoldina - 05.303-020 - São Paulo/SP E-mail: illipronti@usp.br
52
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):46-52
caso clínico
Fechamento de diastema interincisivos utilizando placa com molas, após a exodontia de mesiodens Interincisal diastema closure using spring retainer after extraction of mesiodens
Leila Maués Oliveira Hanna Almeida* Sachie Kitabayashi** Jannyelly Henriques Noronha**
Abstract
Resumo Os mesiodens são os dentes supranumerários mais comuns, localizados na região anterossuperior, entre os incisivos centrais superiores. A forma de apresentação mais frequente é a forma conoide de raiz curta. Se não for removido rapidamente, esse dente pode trazer alguns efeitos deletérios para o paciente, tais como reabsorção radicular do dente vizinho, má oclusão, formação de cistos, impacção de dentes permanentes
e diastema. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são a chave para se evitar tais consequências. O presente trabalho descreve um relato de caso clínico de diastema interincisal superior, associado à presença de dois dentes supranumerários (mesiodens). Descreve-se o caso clínico desde a trajetória cirúrgica e posterior tratamento ortodôntico interceptativo através de placa com molas.
proper treatment are the keys to prevent such consequences. This paper describes the clinical case of higher interincisal diastema, associated with the presence of two supernumerary teeth (mesiodens), describing the clinical case, since the surgical trajectory and subsequent interceptive orthodontic treatment through spring retainer.
Palavras-chave: Diastema. Dente supranumerário. Ortodontia Interceptora.
Keywords: Diastema. Supernumerary teeth. Interceptive Orthodontics.
Como citar este artigo: Almeida LMOH, Kitabayashi S, Noronha JH. Fechamento de diastema interincisivos utilizando placa com molas após a exodontia de mesiodens. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):54-8.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
54
The mesiodens are the most common supernumerary teeth located in the anterior-superior region, between the maxillary central incisors. The most frequent form of presentation is the short conoid root. If not removed quickly, this tooth may have some deleterious effects to the patient, such as root resorption of the adjacent tooth, malocclusion, cyst formation, impaction of permanent teeth and diastema. Early diagnosis and
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):54-8
* Especialista em Odontopediatria, UFPA. Especialista em Ortopedia Facial, UFPA. Mestre em Clínica Integrada com ênfase na Odontopediatria, UFPA. Professora de Terapêutica Medicamentosa, Odontopediatria II e IIII da Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ). ** Estudante de graduação em Odontologia da Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ).
Caso Clínico
Fechamento de diastema interincisivos utilizando placa com molas após a exodontia de mesiodens
Referências 1. Nazif MM, Ruffalo RC, Zullo T. Impacted supernumerary teeth. A survey of 50 cases. J Am Dent Assoc. 1983 Feb;106(2):201-4. 2. Camargo ES. Mesiodens: apresentação de um caso. J Bras Ortodon Ortop Facial. 1997;2(9):53-6. 3. Raveli DB, Chiavini PCR, Pinto AS, Sakima MT, Martins LP, Melo ACM. Diastema interincisal. Fatores etiológicos. Relatos de casos clínicos. J Bras Ortodon Ortop Facial. 1998;3(18):36-42. 4. Cangialosi TJ. Management of maxillary central incisor impacted by supernumerary tooth. J Am Dent Assoc. 1982 Nov;105(5):812-4. 5. Tommasi AF. Diagnóstico em patologia bucal. São Paulo: Artes Médicas; 1982. p. 87. 6. Moyers R. Ortodontia. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998. p. 212-37. 7. Dumment CO. Anomalias de desenvolvimento da dentição. In: Pinkham JR, Casamassimo OS, Fields HW, McTigue DJ, Nowak A. Odontopediatria da infância à adolescência. 2a ed. São Paulo: Artes Médicas; 1996. p. 64. 8. Hattab FN, Yassin OM, Rawashdeh MA. Supernumerary teeth: report of three cases and review of the literature. ASDC J Dent Child. 1994 Sept-Dec;61(5-6):382-93. 9. Zhu JF, Marcushamer M, King DL, Henry RJ. Supernumerary and congenitally absent teeth: a literature review. J Clin Pediatr Dent. 1996 Winter;20(2):87-95. 10. Pires FR, Gonzaga SM, Caputto FLS, Costa AS, Lopes MA . Dentes supranumerários: remoção cirúrgica ou companhamento clínico? Rev Paul Odontol. 2000 julago;22(4):10-2.
11. Hattab FN, Yassin OM, Rawashdeh MA. Supernumerary teeth: report of three cases and review of the literature. ASDC J Dent Child. 1994 Sept-Dec;61(5-6):382-93. 12. Almeida R, Isbralde CMB, Ramos AL, Terada HH, Ribeiro R, Carreiro LS. Supranumerários: implicações e procedimentos clínicos. R Dental Press Ortodon Ortop Fac. 1997 nov-dez;2(6):91-108. 13. Solares RJ. The consequences of late diagnosis of anterior supranumerary teeth, case report. J Dent Child 1990; 57(3):209-11. 14. Weber FN. Dientes supermerários. Dent Clin North Am. 1980;23:302-11. 15. McDonald RE. Odontopediatria. 5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1991. p. 76-109. 16. Proffit WR. Ortodontia contemporânea. São Paulo: Pancast; 1991. 589p. 17. Oesterle LJ, Shellhart WC. Maxillary midline diastemas: a look at the causes. J Am Dent Assoc. 1999 Jan;130(1):85-94. 18. Surbeck BT, Artun J, Hawkins NR, Leroux B. Associations between initial, posttreatment, and postretention alignment of maxillary anterior teeth. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998 Feb;113(2):186-95. 19. Regezi JÁ, Sciubba JJ. Patologia bucal: correlações clínico-patológicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1991. 20. Tay F, Pang A, Yuen S. Unerupted maxillary anterior supernumerary teeth: report of 20 cases. ASDC J Dent Child. 1984 Jul-Aug;51(4):289-94. 21. Neville BW. Patologia oral e maxilofacial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998. 705p.
Endereço para correspondência Sachie Kitabayashi Tv. Mariz e Barros, Pass. Jardim Tapajos, 19 - Marco - 66.093-090 - Belém/PA E-mail: sasazinha14@hotmail.com
58
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):54-8
caso clínico
Planejamento digital — avaliação pré- e pós-cirúrgica: relato de um caso clínico Digital planning — pre- and post-treatment evaluation: A clinical case report
Ludmila da Paz Bertato* Guaracy Fonseca Junior** José Fernando Castanha Henriques*** Guilherme Janson*** Lucelma Vilela Pieri**** Ney Tavares*****
Abstract
Resumo Introdução: nesse estudo, um caso clínico ortocirúrgico foi avaliado no pré- e pós-tratamento, na posição natural da cabeça corrigida. Método: seis grandezas lineares dos tecidos moles do nariz, lábios e mento foram medidas até a Linha Subnasal Verdadeira (LSnV) usando o software Dolphin Imaging, versão 11.0. Essas grandezas foram comparadas às encontradas por Arnett, em 1999, e por Sant’Ana, em 2009, com o intuito de verificar a confiabilidade desse software.
Resultado: o resultado desse estudo comprova a fidedignidade entre a previsão de tratamento e o resultado final do caso, já que na comparação com os padrões de Arnett e Sant’Ana apenas as medidas B’ e Pg’, do padrão Sant’Ana, se distanciaram do valor obtido. Conclusão: conclui-se, portanto, que o planejamento digital por meio do software Dolphin Imaging é confiável para tratamentos ortocirúrgicos, e que deve ser usado, pois minimiza erros e economiza tempo.
Result: The results showed the similarity between the treatment prognosis and the actual final result of the case, as just the B’ and Pg’ measures were different from those patterns obtained by Sant’Ana. Conclusion: Therefore, it can be concluded that digital planning using Dolphin Imaging software is reliable for ortho-surgical treatments, and thus this may be used aiming at minimizing errors and time saving.
Palavras-chave: Cirurgia ortognática. Diagnóstico por imagem. Processamento de imagem assistida por computador.
Keywords: Orthognathic surgery. Diagnostic imaging. Computer-assisted image processing.
Como citar este artigo: Bertato LP, Fonseca Junior G, Henriques JFC, Janson G, Pieri LV, Tavares N. Planejamento digital — avaliação pré- e pós-cirúrgica: relato de um caso clínico. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):60-7.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
60
Introduction: In this study, an ortho-surgical clinical case was evaluated in both pre and post-treatment in the corrected natural head position. Method: Six linear measurements from the soft tissues of nose, lips and menton to the True Subnasal Vertical Line (TSnVL) were obtained using Dolphin Imaging software, version 11.0. These measurements were compared to the results found by Arnett and Sant’Ana in 1999 and 2009, respectively, in order to investigate the reliability of this software.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):60-7
* Especialista em Ortodontia, Funbeo, USP/Bauru. ** Professor Titular de Ortodontia e Ortopedia facial, Faculdade de Odontologia de Recife. Mestre em Ortodontia, São Leopoldo Mandic. Professor do curso de especialização em Ortodontia, Ciodonto. *** Professor Titular de Ortodontia, FOB-USP. **** Especialista em Ortodontia, APCD-São José do Rio Preto. Mestre em Ortodontia, UNIP. Doutoranda em Ortodontia, FOB-USP. ***** Professor dos cursos de Aperfeiçoamento e Especialização em Ortodontia, NEAO.
Bertato LP, Fonseca Junior G, Henriques JFC, Janson G, Pieri LV, Tavares N
Referências 1. Broadbent BH. A new X-ray technique and its application to Orthodontia. Angle Orthod. 1931 Apr;1(2)45-66. 2. Moorrees CFA. Natural head position: a revival. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1994 May;105(5):512-3. 3. Solow B, Tallgren A. Natural head position in standing subjects. Acta Odontol Scand. 1971 Nov;29(5):591-607. 4. Ferrario VF, Sforza C, Germanò D, Dalloca LL, Miani A Jr. Head posture and cephalometric analyses: an integrated photographic/radiographic technique. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1994 Sep;106(3):257-64. 5. Lundström F. The Frankfort horizontal as basis for cephalometric analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995 May;107(5):537-40. 6. Arnett WG, Gunson MJ. Facial planning for orthodontists and oral surgeons. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;126(3):290-5. 7. Ricketts RM. Divine proportion in facial esthetics. Clin Plast Surg. 1982 Oct;9(4):401-22. 8. Ricketts RM. The biologic significance of the divine proportion and Fibonacci series. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1982 May;81(5):351-70. 9. Subtelny JD. A longitudinal study of soft tissue facial structures and their profile characteristics, defined in relation to underlying skeletal structures. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1959;45(7):481-508. 10. Bergman RT. Cephalometric soft tissue facial analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1999 Oct;116(4):373-89. 11. Hwang HS, Kim WS, McNamara JA Jr. Ethnic differences in the soft tissue profile of Korean and European-American adults with normal occlusions and well-balanced faces. Angle Orthod. 2002 Feb;72(1):72-80. 12. Tatarunaite E, Playle R, Hood K, Shaw W, Richmond S. Facial attractiveness: A longitudinal study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2005;127(6):676-82. 13. Arnett GW, Bergman R. Facial keys to orthodontic diagnosis and treatment planning. Part I. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993 May;103(5):299-312. 14. Burstone CJ. The integumental profile. Am J Orthod. 1958 Jan;44(1)1-25. 15. Miyajima K, McNamara JA Jr, Kimura T, Murata S, Iizuka T. Craniofacial structure of Japanese and European-American adults with normal occlusions and wellbalanced faces. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1996;110:431-8.
16. Ishii N, Deguchi T, Hunt NP. Craniofacial differences between Japanese and British Caucasian females with a skeletal Class III malocclusion. Eur J Orthod. 2002 Oct;24(5):493-9. 17. Freitas MR, Martins DR, Henriques JF. Estudo analítico e comparativo do perfil facial mole, em adolescentes brasileiros, leucodermas, apresentando “oclusão normal” com as diversas linhas estéticas preconizadas. Ortodontia. 1979 maioago;12(2):87-98. 18. Cooke MS, Wei SH. A comparative study of southern Chinese and British Caucasian cephalometric standards. Angle Orthod. 1989;59(2)131-8. 19. Sant’Ana E, Kuriki EU, Arnett W, Lautenschlager GAC, Yaedu RYF. Avaliação comparativa do padrão facial de normalidade do perfil facial em pacientes brasileiros leucodermas e em norte-americanos. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2009 JanFev;14(1):80-9. 20. Smith JD, Thomas PM, Profitt WR. A comparison of current prediction imaging programs. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 May;125(5):527-36. 21. Caloss R, Atkins K, Stella JP. Three-dimensional imaging for virtual assessment and treatment simulation in orthognathic surgery. Oral Maxillofac Surg Clin North Am. 2007 Aug;19(3):287-309. 22. Arnett GW, Jelic JS, Kim J, Cummings DR, Beress A, Worley CM Jr, et al. Soft tissue cephalometric analysis: diagnosis and treatment planning of dentofacial deformity. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1999 Sep;116(3):239-53. 23. Altug-Atac AT, Bolatoglu H, Memikoglu UT. Facial soft tissue profile following bimaxillary orthognathic surgery. Angle Orthod. 2008 Jan;78(1):50-7. 24. Mobarak KA, Krogstad O, Espeland L, Lyberg T. Factors influencing the predictability of soft tissue profile changes following mandibular setback surgery. Angle Orthod. 2001 Jun;71(3):216-27. 25. Liukkonen M, Vähätalo K, Peltomäki T, Tiekso J, Happonen RP. Effect of mandibular setback surgery on the posterior airway size. Int J Adult Orthod Orthognath Surg. 2002;17(1):41-6. 26. Bailey LJ, Dover AJ, Proffit WR. Long-term soft tissue changes after orthodontic and surgical corrections of skeletal Class III malocclusions. Angle Orthod. 2007;77(3):389-96.
Endereço para correspondência Ludmila da Paz Bertato R. João Teixeira da Frota, 1257 – CEP 13.520-000 – São Pedro/SP E-mail: ludmilabertato@yahoo.com.br
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):60-7
67
artigo inédito
Correlação entre desordem temporomandibular e padrão respiratório Correlation between temporomandibular disorder and breathing pattern
Aline Spagnol Fedoce-Silva* Juliana Furtado Macedo** Débora Pinto Antunes*** Letícia Raquel Baraky**** Josemar Parreira Guimarães*****
Abstract
Resumo Introdução: a respiração bucal é nociva ao sistema estomatognático e pode ser considerada um fator etiológico da desordem temporomandibular (DTM). O objetivo desse estudo foi caracterizar o grau de DTM em indivíduos respiradores bucais e nasais e correlacioná-los. Métodos: A amostra foi composta por 40 indivíduos maiores de 18 anos, divididos em dois grupos. O grupo I foi composto por respiradores bucais (n=20) e o grupo II por respiradores nasais (n=20). Ambos os grupos foram avaliados por um índice anamnésico, que determinou o índice de DTM de cada indivíduo pesquisado. Os indivíduos respiradores bucais (grupo I) também foram avaliados quanto
à presença de sinais e sintomas de DTM por meio de um exame clínico. Resultados: a análise do índice de DTM revelou diferença estatisticamente significativa entre os grupos (p=0,001). No grupo I, foram identificados um indivíduo não portador de DTM, onze portadores de DTM leve, cinco portadores de DTM moderada e três portadores de DTM severa. Já no grupo II, onze pacientes foram classificados como não portadores de DTM e nove como portadores de DTM leve. A cefaleia e o estalido foram o sintoma e o sinal mais encontrados nos respiradores bucais. Conclusão: os resultados demonstram uma correlação positiva entre a DTM e a respiração bucal.
evaluated for signs and symptoms of TMD by clinical examination. Results: The analysis of TMD index showed significant statistical difference between groups (p = 0.001). In the group I were identified one subject without TMD, eleven with low TMD, five with moderate TMD and three patients with severe TMD. In the group II, eleven subjects were classified as without TMD and nine with low TMD. The headache and the click were the symptom and sign more common in the predominantly mouth breather. Conclusion: The results show a positive correlation between TMD and mouth breathing.
Palavras-chave: Transtornos da articulação temporomandibular. Respiração bucal. Músculos respiratórios.
Keywords: Temporomandibular Joint Disorders. Mouth Breathing. Respiratory Muscles.
Como citar este artigo: Fedoce-Silva AS, Macedo JF, Antunes DP, Baraky LR, Guimarães JP. Correlação entre desordem temporomandibular e padrão respiratório. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):68-73.
* Mestre em Clínica Odontológica, UFJF. ** Mestre em Clínica Odontológica, UFJF. Especialista em Odontopediatria, UFJF. Especialista em Ortodontia, SUPREMA-JF. *** Mestre em Clínica Odontológica, UFJF. Especialista em Dentística, UFJF. **** Mestre em Otorrinolaringologia, UFRJ. Doutora em Medicina, USP. Residência em Otorrinolaringologia, UFJF. ***** Mestre em Odontologia, UFRJ. Doutor em Odontologia, UFRJ. Especialista em Patologia Bucal, UFRJ.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
68
Introduction: Mouth breathing is harmful to the stomatognathic system and can be considered an etiologic factor of temporomandibular disorder (TMD). The objective of this study was to characterize the degree of TMD in mouth and nose breathers and correlate them. Methods: The sample was composed of 40 subjects over 18 years, divided into two groups. Group I was composed of mouth breathers (n = 20) and group II by predominantly nose breathers (n = 20). Both groups were evaluated by an anamnestic index, which determined the TMD index of each subject. Mouth breather individuals (group I) were also
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):68-73
Fedoce-Silva AS, Macedo JF, Antunes DP, Baraky LR, Guimarães JP
Referências 1. Lusvarghi L. Identificando o respirador bucal. Rev Assoc Paul Cir Dent. 1999;53(4):265-74. 2. Okeson JP. Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusão. 6a ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2008. 3. Zarb GA, Carlsson GE. Disfunção da articulação temporomandibular e dos músculos da mastigação. São Paulo: Ed. Santos; 2000. 4. Bartley J. Breathing and temporomandibular joint disease. J Bodyw Mov Ther. 2011;15(3):291-7. 5. Queluz DP, Gimenez CMM. A síndrome do respirador bucal. Rev CROMG. 2000;6(1):4-9. 6. Moyers RE. Ortodontia. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1991. 7. McNamara Jr JA. Influence of respiratory pattern on craniofacial growth. Angle Orthod. 1981;51(4):269-99. 8. Krakauer LH, Guilherme A. Relação entre respiração bucal e alterações posturais em crianças: uma análise descritiva. Dental Press J Orthod. 2000;5(5):85-92. 9. Motonaga SM, Berte LC, Anselmo-Lima, WT. Respiração bucal: causas e alterações no sistema estomatognático. Braz J Otorhinolaryngol. 2000;66(4):373-9. 10. Tomé MC, Marchiori SC. Mastigação: implicações na dieta alimentar do respirador bucal. J Bras Fonoaudiol. 2000;3:60-5. 11. Neiva PD, Kirkwood RN, Godinho R. Orientation and position of head posture, scapula and thoracic spine in mouth-breathing children. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2009;73(2):227-36. 12. Fonseca DM, Valle GBAL, Freitas SFT. Diagnóstico pela anamnese da disfunção craniomandibular. Rev Gaúcha Odontol. 1994;42(1):23-8. 13. Mollo Junior FA, Conti JV, Salvador MCG, Compagnoni MA, Nogueira SS. Disfunção craniomandibular em pacientes portadores de prótese total dupla. Rev Fac Odontol Bauru. 1994;2(2):42-6. 14. Bianchini EMG. Articulação temporomandibular e fonoaudiologia. In: Ferreira LP, Limongi SCO, Befi-Lopes DM, editores. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 2004. p. 315-29.
15. Tessitore A. Alterações oromiofuncionais em respiradores orais. In: Ferreira LP, Limongi SCO, Befi-Lopes DM, editores. Tratado de fonoaudiologia. São Paulo: Roca; 2004. p. 261-76. 16. Manganello LC, Silva AAF, Aguiar MB. Respirador bucal e alterações dentofaciais. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2002;56(6):419-22. 17. Chaves TC, Grossi DB, de Oliveira AS, Bertolli F, Holtz A, Costa D. Correlation between signs of temporomandibular (TMD) and cervical spine (CSD) disorders in asthmatic children. J Clin Pediatr Dent. 2005;29(4):287-92. 18. Soares BSZ. Inter-relação entre disfunção temporomandibular e respiração oral em escolares residentes na cidade de Cachoeiro de Itapemirim [monografia]. Juiz de Fora (MG): Universidade Federal de Juiz de Fora; 2004. 19. Lima DR, Brunetti RF, Oliveira W. Estudo da prevalência de disfunção craniomandibular segundo o índice de Helkimo tendo como variáveis: sexo, faixa etária e indivíduos tratados ou não ortodonticamente. Rev Fac Odontol São José dos Campos. 1999;2(2):127-33. 20. Carvalho MP. Respiração bucal: uma visão fonoaudiológica na atuação multidisciplinar. Rev Bras Otorrinolaringol. 2000;7(2):54-9. 21. Grechi TH, Trawitzki LVV, de Felício CM, Valera FCP, Alnselmo-Lima WT. Bruxism in children with nasal obstruction. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2008;72(3):391-6. 22. Correa ECR, Bérzin F. Temporomandibular disorder and dysfunctional breathing. Braz J Oral Sci. 2004;3(10):498-502. 23. Ribeiro EC, Marchiori SC, Silva AM. Electromyographic analysis of trapezius and sternocleidomastoideus muscles during nasal and oral inspiration in nasal- and mouthbreathing children. J Electromyogr Kinesiol. 2002;12(4):305-16. 24. Soares CAS, Totti JIS. Hábitos deletérios e suas conseqüências. Rev CROMG. 1996;2(1):21-6. 25. Ono T, Ishiwata Y, Kuroda T. Inhibition of masseteric electromyographic activity during oral respiration. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998;13(5):518-25.
Endereço para correspondência Aline Spagnol Fedoce-Silva R. Adolpho Kirchmaier 185 – São Pedro – CEP 36.036-630 – Juiz de Fora/MG E-mail: aline_spagnol@yahoo.com.br
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):68-73
73
caso clínico
Irmãs gêmeas geneticamente idênticas tratadas com o aparelho ortopédico funcional Twin-block modificado – fase ortopédica Monozygotic twin sisters treated with the modified Twin-block functional orthopedic appliance - orthopedic phase Rafael P. Henriques****
José F. C. Henriques**
Guilherme Janson*****
Daniela Cubas Pupulim***
Arnaldo Pinzan******
Fernanda P. Henriques***
Daniela G. Garib*******
Abstract
Resumo Objetivo: apresentar os casos clínicos de correção das más oclusões de Classe II dentoesqueléticas de gêmeas geneticamente idênticas, devolvendo-lhes as semelhanças de tecidos duros e moles, perdidas com problemas de adenoides e tonsilas hipertrofiadas. Métodos: as gêmeas foram tratadas por 1,5 anos com o aparelho Twin-block modificado, o qual consiste de aparelhos, superior e inferior, que avançam a mandíbula anteriormente, por meio de planos inclinados encaixados em 70º, para a correção de retrognatismo mandibular. A mordida construtiva foi obtida na posição topo a topo de incisivos, com 5-6mm de separação vertical na região de pré-molares ou molares decíduos e 2mm interincisivos, corrigindo a linha média
esquelética, e não os desvios das linhas médias dentárias. Os parafusos expansores foram ativados ¼ de volta/mês, abrindo espaços suficientes para o alinhamento e o nivelamento dos dentes sem extrações dentárias. Resultados: os efeitos do tratamento ortopédico foram a redução do crescimento anterior da maxila, o aumento do comprimento efetivo da mandíbula, correção da relação maxilomandibular, restrição da extrusão dos molares superiores e inferiores, retroinclinação dos incisivos superiores e inferiores, manutenção da AFAI, e perfis duro e mole harmoniosos. Conclusão: o aparelho Twin-block modificado corrigiu diferenças dentoesqueléticas e de tecidos moles entre as irmãs gêmeas, levando a perfis quase idênticos.
Objective: To present the clinical cases of monozygotic twin sisters with dentoskeletal Class II malocclusions, achieving restoration of hard and soft tissue similarities that were lost due to adenoid and tonsil problems. Methods: The twins were treated for 1.5 years with a modified Twin-block appliance, which consists of separated upper and lower appliances to posture the mandible anteriorly by means of steep inclined planes interlocked at about 70° for treating mandibular retrognathism. The bite registration was obtained in an incisal edge to edge position with 5-6 mm of vertical opening at the first premolar region or first deciduous molar region by registering a 2 mm vertical interincisal clearance, correcting skeletal midline line and
not dental midline deviations. The expansion screws were activated a ¼ turn / month providing sufficient space for the alignment and leveling of the teeth without tooth extractions. Results: The orthopedic treatment effects were maxillary anterior growth reduction, effective mandibular length increase, maxillomandibular relationship correction, restriction of upper and lower molar extrusion, upper and lower incisor retroclination, maintenance of LAFH and harmonious hard and soft tissue profiles. Conclusion: The modified Twin-block appliance corrected dentoskeletal and soft tissue differences between the twin sisters, leading to almost identical hard and soft profiles.
Palavras-chave: Má oclusão de Classe II de Angle. Avanço mandibular. Crescimento. Desenvolvimento.
Keywords: Angle Class II malocclusion. Mandibular advancement. Growth. Development.
Como citar este artigo: Pieri LV, Henriques JFC, Pupulim DC, Henriques FP, Henriques RP, Janson G, Pinzan A, Garib DG. Irmãs gêmeas geneticamente idênticas tratadas com o aparelho ortopédico funcional Twin-block modificado - fase ortopédica. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):76-89.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
76
Lucelma Vilela Pieri*
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):76-89
* Especialista em Ortodontia, APCD / São José do Rio Preto. Mestre em Ortodontia, UNIP-SP. Doutora em Ortodontia, FOB-USP. ** Livre-docente. Professor Titular de Ortodontia da FOB-USP. Professor de Graduação e Pós-Graduação, FOB-USP. *** Especialista e estudante de mestrado em Ortodontia, FOB-USP. **** Mestre e Doutor em Ortodontia, FOB-USP. Diretor do COPH-Bauru. ***** Pós-doutorado no exterior. Livre-docente. Professor Titular de Ortodontia da FOB-USP. Professor de Graduação e Pós-Graduação, FOB-USP. ****** Livre-docente. Professor Associado de Ortodontia, FOB-USP. Professor de Graduação e Pós-graduação, FOB-USP. ******* Pós-doutorado no exterior. Livre-docente. Professora Doutora de Ortodontia, FOB-USP e HRAC-USP. Professora de Graduação e Pós-Graduação, FOB-USP.
Pieri LV, Henriques JFC, Pupulim DC, Henriques FP, Henriques RP, Janson G, Pinzan A, Garib DG
Referências 1. Clark WJ. The twin block technique. A functional orthopedic appliance system. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1988;93:1-18. 2. Mills CM, McCulloch KJ. Treatment effects of the twin block appliance: a cephalometric study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998;114:15-24. 3. Lund DI, Sandler PJ. The effects of Twin Blocks: a prospective controlled study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998;113:104-10. 4. Trenouth MJ. Cephalometric evaluation of the Twin-block appliance in the treatment of Class II division 1 malocclusion with matched normative growth data. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000;117:54-9. 5. Singh GD, Clark WJ. Localization of mandibular changes in patients with Class II division 1 malocclusions treated with twin-block appliances: finite element scaling analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2001;119:419-25. 6. O’Brien K, Wright J, Conboy F, Sanjie Y, Mandall N, Chadwick S et al. Effectiveness of early orthodontic treatment with the Twin-block appliance: a multicenter, randomized, controlled trial. Part 1: Dental and skeletal effects. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003;124:234-43; quiz 339. 7. O’Brien K, Wright J, Conboy F, Sanjie Y, Mandall N, Chadwick S et al. Effectiveness of treatment for Class II malocclusion with the Herbst or twin-block appliances: a randomized, controlled trial. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003;124:128-37. 8. Lee RT, Kyi CS, Mack GJ. A controlled clinical trial of the effects of the Twin Block and Dynamax appliances on the hard and soft tissues. Eur J Orthod. 2007;29:272-82. 9. O’Brien K, MacFarlane T, Wright J, Conboy F, Appelbe P, Birnie D et al. Early treatment for Class II malocclusion and perceived improvements in facial profile. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;135:580-5. 10. Jena AK, Duggal R. Treatment effects of twin-block and mandibular protraction appliance-IV in the correction of Class II malocclusion. Angle Orthod. 2010;80:485-91. 11. Parkin NA, McKeown HF, Sandler PJ. Comparison of 2 modifications of the twinblock appliance in matched Class II samples. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2001;119:572-7. 12. Flores-Mir C, Major PW. Cephalometric facial soft tissue changes with the twin block appliance in Class II division 1 malocclusion patients. A systematic review. Angle Orthod. 2006;76:876-81. 13. Varlik SK, Gultan A, Tumer N. Comparison of the effects of Twin Block and activator treatment on the soft tissue profile. Eur J Orthod. 2008;30:128-34. 14. Sattarzadeh AP, Lee RT. Assessed facial normality after Twin Block therapy. Eur J Orthod. 2010;32(4):363-70. 15. Baccetti T, Franchi L, Toth LR, McNamara JA Jr. Treatment timing for Twin-block therapy. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000;118:159-70. 16. Franchi L, Baccetti T, McNamara JA Jr. Mandibular growth as related to cervical vertebral maturation and body height. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000;118:335-40.
17. Faltin KJ, Faltin RM, Baccetti T, Franchi L, Ghiozzi B, McNamara JA Jr. Long-term effectiveness and treatment timing for Bionator therapy. Angle Orthod. 2003;73:221-30. 18. Carmichael GJ, Banks PA, Chadwick SM. A modification to enable controlled progressive advancement of the Twin Block appliance. Br J Orthod. 1999;26:9-13. 19. Banks P, Wright J, O’Brien K. Incremental versus maximum bite advancement during twin-block therapy: a randomized controlled clinical trial. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;126:583-8. 20. Gill DS, Lee RT. Prospective clinical trial comparing the effects of conventional Twin-block and mini-block appliances: Part 1. Hard tissue changes. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2005;127:465-72; quiz 517. 21. Jena AK, Duggal R, Parkash H. Orthopedic and orthodontic effects of Twin-block appliance. J Clin Pediatr Dent. 2005;29:225-30. 22. Pieri LV. Estudo dos efeitos dentoesqueléticos e tegumentares do aparelho Twin-block comparados aos do Bionator e Herbst no tratamento da má oclusão de Classe II com retrognatismo mandibular [Tese de Doutorado]. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo; 2011. 23. Read MJ, Deacon S, O’Brien K. A prospective cohort study of a clip-on fixed functional appliance. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;125:444-9. 24. Luo YFG. Effect of Twin-block appliance in the treatment of Class II and division I malocclusion: a cephalometric study in 12 patients [in Chinese]. Shanghai Kou Qiang Yi Xue. 2005;14:90-3. 25. Mooris DO, Illing HM, Lee. RT. A prospective evaluation of Bass, Bionator and appliances. Part II—The soft tissues. Eur J Orthod. 1998;20:663-84. 26. Clark W. Design and management of Twin Blocks: reflections after 30 years of clinical use. J Orthod. 2010;37:209-16. 27. Ricketts RM, Roth RH, Chaconas SJ. Orthodontic diagnosis and planning. Denver (CO): Rock Mountain Orthodontics; 1982.
Endereço para correspondência Lucelma Vilela Pieri Rua Franklin Martins, 1643 - 14.400-210 - Franca/SP E-mail: lucelmapieri@ortodontista.com.br
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):76-89
89
caso clínico
Tratamento precoce da má oclusão de Classe III com máscara de protração maxilar associada a elástico intrabucal Early treatment of Class III malocclusion with maxillary protraction face mask associated with intraoral elastic Silvia Amélia Scudeler Vedovello* Heloísa Valdrighi** Fernando Rayes Manhães*** Mário Vedovello Filho**** Milton Santamaria Junior***** Abstract
Resumo O presente trabalho tem o objetivo de relatar o tratamento precoce da má oclusão de Classe III por meio da protração maxilar associada a elástico intrabucal. O paciente encontrava-se no primeiro período transitório da dentição mista e apresentava trespasse horizontal negativo e trespasse vertical acentuado, caracterizando uma mordida cruzada anterior profunda, diastemas entre os incisivos superiores decíduos e apinhamento entre os incisivos inferiores permanentes, bem como a face classificada como Padrão III. O planejamento foi apresentado em duas fases: a primeira, de correção ortopédica na dentição mista com a protração maxilar; a segunda, de correção ortodôntica na dentadura permanente, além de um acompanhamento até o final de crescimento. Foram adaptados
ao aparelho expansor, ganchos laterais soldados por vestibular na região dos caninos decíduos, para receber os elásticos de protração e duas molas digitais por palatino dos incisivos superiores, para auxiliar no descruzamento anterior. Para obter-se um aumento da dimensão vertical, o recobrimento oclusal do aparelho de McNamara foi construído de forma a desocluir totalmente os dentes anteriores e proporcionar a correção da mordida cruzada anterior. Após o tratamento, foi possível observar que a relação oclusal estabeleceu-se em Classe I e a face apresentou-se mais equilibrada. Houve uma melhorar da relação anteroposterior das bases ósseas, evidenciado pela harmonia no terço médio da face, determinado pela projeção zigomática, demonstrando que o tratamento mostrou-se efetivo.
Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe III. Ortodontia. Máscaras faciais.
The aim of the present study was to report on the early treatment of Class III malocclusion by means of a maxillary protraction face mask associated with intraoral elastics. The patient was in the transitory period of mixed dentition and presented negative horizontal overlap and accentuated vertical overlap, characterizing an anterior deep crossbite, diastema between the maxillary primary incisors and crowding between the permanent mandibular incisors, in addition to a type III facial type. The planning was presented in two stages, the first being orthopedic correction in the mixed dentition with maxillary protraction, and the second with orthodontic correction in the permanent dentition, in addition to follow-up until the patient’s growth stage ended. An expander appliance was fitted
Keywords: Angle Class III Malocclusion. Orthodontics. Facial masks.
Como citar este artigo: Vedovello SAS, Valdrighi H, Manhães FR, Vedovello Filho M, Santamaria Junior M. Tratamento precoce da má oclusão de Classe III com máscara de protração maxilar associada a elástico intrabucal. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):90-7. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
90
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):90-7
with lateral hooks soldered from the vestibular side in the region of the primary canines to receive the protraction elastics and two digital springs from the palatine side of the maxillary incisors to help with the anterior uncrossing. To obtain an increase in vertical dimension, the occlusal covering of the McNamara appliance was constructed so that it completely disoccluded the anterior teeth to provide correction of the anterior crossbite. After treatment it was possible to observe that a Class I occlusal relationship had been established and the face was more balanced. There was an improvement in the anteroposterior relationship of the bony bases, shown by the harmony in the middle third of the face and determined by zygomatic projection, demonstrating that the treatment had been effective
* Doutora em Ortodontia, FOP-UNICAMP. Professora de Ortodontia do Programa de Mestrado em Odontologia da Uniararas. Professora Convidada de Ortodontia do Programa de Mestrado em Odontologia da São Leopoldo Mandic. ** Doutora em Ortodontia, FOP-UNICAMP. Professora Doutora de Ortodontia do Programa de Mestrado em Odontologia da Uniararas. *** Mestre em Ortodontia, UNIARARAS. Professor Convidado de Ortodontia do Programa de Mestrado em Odontologia da Uniararas. **** Doutor em Odontologia, UFRJ. Coordenador do Programa de Mestrado em Odontologia da Uniararas. Professor Convidado de Ortodontia do Programa de Mestrado em Odontologia da São Leopoldo Mandic. ***** Doutor em Patologia, FOB-USP. Professor Doutor de Ortodontia do Programa de Mestrado em Odontologia da Uniararas.
Vedovello SAS, Valdrighi H, Manhães FR, Vedovello Filho M, Santamaria Junior M
máscara facial tem sua utilização em torno de 14 horas e o elástico intrabucal pode ser utilizado nas 24 horas diárias. A máscara facial foi utilizada com elásticos extrabucais apoiados na região de caninos com inclinação de 30° em relação ao plano oclusal10,11. De acordo com a literatura2,9,12,13,14, a quantidade de força ortopédica utilizada para protrair a maxila é bastante variada. Dessa forma, foram aplicados 500g de força por meio de elásticos com ½” de espessura, por ser uma carga suportável ao paciente. É importante destacar que a força foi aumentada progressivamente até se obter uma melhor adaptação do paciente. Para desarticular a maxila e potencializar o efeito da protração, realizou-se a disjunção palatina com aparelho do tipo McNamara, dentossuportado, e com recobrimento oclusal posterior. Decidiu-se por esse aparelho por dois motivos: pelo fato do paciente encontrar-se em fase de dentição mista e em razão da mordida cruzada anterior com sobremordida profunda. O paciente foi orientado a utilizar a máscara em todos os períodos do dia, exceto nas atividades escolares. Dessa forma,
preconizou-se a utilização do elástico intrabucal com objetivo de potencializar a correção da má oclusão de Classe III no período em que o paciente não se encontrasse com a máscara facial. Finalmente, é importante destacar que a correção precoce da Classe III não deve ser considerada definitiva enquanto o crescimento não estiver completo, sendo necessário um acompanhamento do paciente até o final de seu período de crescimento. Conclusões Após o uso da máscara de tração reversa da maxila associada a elástico intrabucal, verificou-se que: • Houve uma melhora na relação entre as bases ósseas, confirmada por meio da análise facial e análise cefalométrica e, também, na função oclusal. • A utilização do elástico de Classe III associado à protração maxilar é um procedimento que traz resultados favoráveis, uma vez que torna-se um coadjuvante positivo na mecânica, além de potencializar a compensação dentária.
Referências 1. Silva Filho OG, Montes LA, Torelly LF. Rapid maxillary expansion in the dentition evaluated posteroanterior cephalometric analysis. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995a Mar;107(3):268-75. 2. Silva Filho OG, Santos SCBN, Suguimoto RM. Má oclusão de classe III: época oportuna de tratamento. Ortodontia. 1995 set-dez;28(3):74-84. 3. Janson M, Pithon G, Henriques JFC, Janson G. Tratamento da mordida cruzada total: abordagem em duas fases. R Clín Ortodon Dental Press. 2004 out-nov;3(5):56-65. 4. Oltramari PVP, Garib DG, Conti ACCF, Henriques JFC, Freitas MR. Tratamento ortopédico da Classe III em padrões faciais distintos. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2005 set-out;10(5):72-82. 5. Valdrighi HC, Vedovello SAS, Lucato A, Tubel AAM. Diagnóstico, prognóstico e tratamento da má oclusão de Classe III. In: Cotrin-Ferreira FA, Domingos VBTC, editores. Nova visão em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. São Paulo: Ed. Santos. 2010. cap. 19. 6. Capelozza Filho L, Suguino R, Cardoso MA, Bertoz FA, Mendonça MR, Cuoghi AO. Tratamento ortodôntico da Classe III: revisando o método (ERM e Tração) por meio de um caso clínico. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2002 novdez;7(6):99-119.
7. MacDonald KE, Kapust AJ, Turley PK. Cephalometric changes after the correction of Class III malocclusion with maxillary expansion: Facemask therapy. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1999 Jul;116(1):13-24. 8. Perrone APR, Mucha JN. O tratamento da Classe III: revisão sistemática - Parte I. Magnitude, direção e duração das forças na protração maxilar. R Dent Press Ortodon Ortop Facial. 2009;14(5):109-17. 9. Ngan P. Biomechanics of maxillary expansion and protraction in Class III patients. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2002 Jun;121(6):582-3. 10. Ngan P. Tratamento das más oclusões de Classe III nas dentaduras decídua e mista. In: Bishara SE. Ortodontia. São Paulo (SP): Ed. Santos; 2004. 11. McNamara JA Jr. An orthopedic approach of the treatment of Class III malocclusion in young patients. J Clin Orthod. 1987 Sep;21(9):598-608. Erratum in J Clin Orthod 1987 Nov;21(11):804. 12. Turley PK. Orthopedic correction of Class III malocclusion with palatal expansion and custom protraction headgear. J Clin Orthod. 1988 May;22(5):314-25. 13. Cruz KS, Janson G, Henriques JFC, Freitas MR, Josgrilbert LF. Camuflagem ortopédicaortodôntica da má oclusão de Classe III: uma abordagem conservadora. R Clín Ortodon Dental Press. 2004 Jun-Jul;3(3):61-72.
Endereço para correspondência Silvia Vedovello Av. Maximiliano Baruto, 500 – Jd Universitário – CEP 13.607-339 – Araras/SP E-mail: silviavedovello@gmail.com
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):90-7
97
artigo inédito
Considerações biomecânicas da Ortodontia Convencional, Lingual e Lingual com sistema 2D Biomechanical considerations of Conventional, Lingual and Lingual with 2D system orthodontics
Silvana Allegrini Kairalla* Luiz Renato Paranhos** Vittorio Cacciafesta***
Abstract
Resumo A busca crescente, por parte dos pacientes, por um tratamento ortodôntico estético faz com que a técnica ortodôntica lingual continue evoluindo e se desenvolvendo. Sabendo que existem algumas diferenças entre a Ortodontia Lingual e a Convencional, é de suma importância ressaltá-las a fim de auxiliar o profissional que já
a utiliza e, também, para o conhecimento de novos ortodontistas que desejam iniciar-se na técnica lingual. Uma dessas diferenças está relacionada à biomecânica da técnica lingual. Nesse artigo, propusemo-nos a abordar alguns aspectos sobre a biomêcanica Convencional, Lingual e Lingual com Sistema 2D.
who also want to start in the lingual technique. One of these differences is related to the biomechanics of lingual technique. In this paper we proposed to address some aspects of the Buccal, Lingual and 2D Lingual system biomechanics.
Palavras-chave: Má oclusão. Ortodontia Corretiva. Aparelhos ortodônticos.
Keywords: Malocclusion. Corrective Orthodontics. Orthodontic appliances.
Como citar este artigo: Kairalla SA, Paranhos LR, Cacciafesta V. Considerações biomecânicas da Ortodontia Convencional, Lingual e Lingual com sistema 2D. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):98-108.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
98
The growing search by patients for an esthetic Orthodontics makes Lingual Orthodontics technique to keep its evolution and development. Knowing that, there are some differences between the Buccal and Lingual Orthodontics. It is very important to emphasize them to assist the professional who already uses the technique and those
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):98-108
* Mestre em Ortodontia, UMESP. Especialista em Ortodontia, ABCD. Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares, CFO. ** Mestre, Doutor - Professor do Programa de Biologia Oral da USC - Bauru. *** Professor do Departamento de Ortodontia, Universidade de Pavia, Itália.
artigo inédito
Considerações biomecânicas da Ortodontia Convencional, Lingual e Lingual com sistema 2D
CONCLUSÕES Sobre as características mecânicas dos braquetes linguais, pode-se dizer que o braquete ideal seria aquele com uma distância mesiodistal adequada para poder controlar a rotação e a inclinação do elemento dentária. As forças devem ser aplicadas o mais próximo possível da superfície lingual para que possam ser aplicadas forças binárias necessárias ao controle da rotação,
inclinação e torque dos elementos dentários. O slot na região anterior deve poder receber o arco curvo, seja o braquete de inserção vertical ou horizontal, e a espessura do braquete deve ser reduzida para atenuar os problemas de desconforto. Dessa forma, esse artigo se propôs, por meio de uma revisão da literatura, abordar alguns aspectos sobre a Biomecânica Convencional, Lingual e Lingual com o Sistema 2D, proporcionando parâmetros na indicação da mecânica.
Referências 1. Alexander CM, Alexander RG, Gorman JC, Hilgers JJ, Kurz C, Scholz RP, et al. Lingual orthodontics: a status report . J Clin Orthod. 1982 Abr;16:255-62. 2. Creekmore T. Lingual orthodontics: its renaissance. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1989 Aug;96(2):120-37. 3. Pato JM, Pato JMS, Sabóia SVM, Pato BJM, Pato JMM. Ortodontia lingual. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2003 mar-abr;7(2):77-80. 4. Ling HP. Lingual orthodontics: history, misconceptions and clarification. J Can Dent Assoc. 2005 Feb;71(2):99-102. 5. Kairalla SA, Cacciafesta V, Maltagliati LA, Paranhos LR. Ortodontia lingual: evolução da técnica e os braquetes autoligados. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011;10(3):106-12. 6. Wiechmann D, Wong RWK, Hagg U. Incognito: The novel CAD/CAM lingual orthodontic appliance. Dental Asia. 2008; jan-feb:19-25. 7. Carloni L, Cacciafesta V, Norcini A, Macchi A. Ortodonzia Lingual e Semplificata. Speciale Ortodonzia. 2005 Gen;2(1):1-10. 8. Kairalla SA, Kairalla RA, Miranda SL de, Paranhos L R. Ortodontia lingual: um aparelho “invisível”. Rev Bras Cir Craniomaxilofac. 2010;13(1):40-3. 9. Wu AKY, McGrath C, Wong RWK, Wiechmann D, Rabie BM. A comparison of pain experienced by patients treated with labial and lingual orthodontics appliances. Eur J Orthod. 2010 Aug;32(4):403-7. 10. Fillion D. Improving patient comfort with lingual brackets. J Clin Orthod. 1997 Oct;31(10):689-94. 11. Scholz RP, Swartz ML. Lingual orthodontics: a status report: part 3: indirect bonding: laboratory and clinical procedures. J Clin Orthod. 1982 Dec;16:812-20. 12. Cal-Neto JP, Mattos AM, Moura PM, Ribeiro D. A técnica do arco reto em ortodontia lingual com o uso do PW-MBP. Rev Clín Ortod Dental Press. 2005 Jun-Jul;4(3):73-7. 13. Thurler RCCSB, Macedo A, Cotrim-Ferreira A. Colagem indireta na ortodontia lingual: descrição do sistema TMF. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2008 SetOut;62(5):309-13. 14. Macchi A, Norcini A, Cacciafesta V, Dolci F. The use of tridimensional brackets in lingual orthodontics: new horizons in the treatment of adults patients. Orthodontics. 2004;1:1-11. 15. Tagliabue A, Levrini L, Macchi A: Attacchi linguali Philippe: considerazioni cliniche. Mondo Ortod. 2000;25:187-92. 16. Cacciafesta V, Sfondrini MF. One-appointment correction of a scissor bite with 2D lingual brackets and fiber-reinforced composites. J Clin Orthod. 2006;40:409-11.
17. Gorman JC, Hilgres JJ, Smith JR. Lingual orthodontics: a status report: part 4: diagnosis and treatment planning. J Clin Orthod. 1983;17:26-35. 18. Burstone CJ. The biomechanics oh tooth movements. In: KrausBS, Riedel RA. Editors. Vistas in orthodontics. Philadelphia: Lea & Febiger, 1962. p. 197-213. 19. Moyers RE. Ortodontia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1984. 20. Segner D. Some biomechanical considerations in treatment with the lingual technique [Internet]. LingualNews.com. 2007 May;5(1). [cited 2011 Dec 9]. Available from: http://www.lingualnews.com/apage/12457.php. 21. Alexander CM, Alexander RG, Gorman JC, Hilgers JJ, Kurz C, Scholz RP, Smith JR. Lingual orthodontics: a status report: part 5: lingual mechanoterapy. J Clin Orthod. 1983;17:99-115. 22. Monini AC, Gandini-Jr LG, Gandini MREAS, Figueiredo JFBF. Diferenças biomecânicas entre a técnica lingual e a labial. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2008 jan-fev;13(1):92-100. 23. Fujita K. New orthodontic treatment with lingual bracket mushroom arch wire appliance. Am J Orthod. 1979 Dec;76:657-75. 24. Kyung HM, Park HS, Sung JH. The mushroom bracket positioner for lingual orthodontics. J Clin Orthod. 2002;36(6):320-28. 25. Lombardo L, Luca SL, Scuzzo G, Takemoto K, Oteo L, Palma JC, et al. New concept of anatomic lingual arch form. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2010;138:260.e1-13. 26. Paige SF. A lingual light-wire technique. J Clin Orthod. 1982; Aug;16:534-44. 27. Kairalla SA, Cacciafesta V, Benedicto EN, Paranhos LR. Formas de inserção, fixação e remoção do arco na técnica lingual. Ortodontia SPO. 2011;44(5):468-74. 28. Scuzzo G, Takemoto K. Invisible orthodontics. Currents concepts and solutions in lingual orthodontics. Berlin (DE): QuintessenzVerlag; 2003. 173 p. 29. Kurz C, Swartz ML, Andreiko C. Lingual orthodontics: a status report: part 2: research and development . J Clin Orthod. 1982 Nov;16:735-40. 30. Takemoto K, Scuzzo G. The Straight-Wire concept in lingual orthodontics. J Clin Orthod. 2001;15(1):46-52. 31. Smith RJ, Burstone CJ. Mechanics of tooth movement. Am J Orthod. 1984 Apr;85(4):294-307. 32. Cacciafesta V, Kairalla SA. O uso de braquetes linguais 2D em Ortodontia lingual. Ortodontia Dentistry. 2010 Dez;(7). 33. Macchi A. Tecnica Linguale e Tecnica Vestibolare: differenze biomeccaniche (parte I). Odontoiatria Oggi & Sel. 1996;12(1):7-31.
Endereço para correspondência Silvana Allegrini Kairalla R. Diogo Moreira, 132 – Pinheiros – CEP: 05.423-010 – São Paulo/SP E-mail: sil_allegrini@hotmail.com
108
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):98-108
233247000
Resina Kit Estética Advanced Esthetics 3M 364003000
Maçarico mini Orto Gás Blazer GB-2001 R$ 210,00
R$ 689,00
Kit: 1 seletor de cores Filtek Z350 XT. 8 seringas Filtek Z350 XT 4g. 3 seringas Filtek Z350 XT 2g. 1 Adesivo Adper Single Bond 2 (6 g). 1 Kit Sof-Lex Pop-On 2380B. 1 caixa tira de lixa com 50 unidades.
267035000
Braquete Cerâmico Policristalino Maia Eurodonto R$ 750,00 Compre 3 Cartelas Ganhe 1 Kit Resina Ortodôntico Orthocem FGM Parcelamento em 1 + 4 sem juros
Promoção válida até 15/08/2012 ou enquanto durar o estoque.
A empresa se reserva no direito de alterar ou cancelar a promoção, sem prévio aviso. Preços à vista, aqui você paga parcelado! Frete não incluso no valor dos produtos.
coletâneas
multimídia DentalPress
O maior acervo científico eletrônico de Ortodontia do país.
www.dentalcompras.com.br | 0800 600 9818
Coletâneas
artigo inédito
Necessidade de ancoragem do grupo A e o controle biomecânico da mola “T” pré-ativada por curvatura para o fechamento de espaços Group A necessity of anchorage and the biomechanic control of the “T” loop spring preactivated by curvature to space closure
Alexandre Antonio Ribeiro* Renato Parsekian Martins** Sergei Godeiro Fernandes Rabelo Caldas* Isabela Parsekian Martins*** Lídia Parsekian Martins****
Abstract
Resumo A Ortodontia contemporânea tem buscado, além dos objetivos estéticos, oclusais e funcionais, tratamentos cada vez mais rápidos e com menor número de consultas ao ortodontista — principalmente em pacientes com necessidade de exodontias, cujo espaço deixado certamente torna-se um incômodo. A técnica do arco segmentado (TAS), por meio do uso da mola “T”, tem proporcionado
tais resultados dentro dessas exigências. Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi conceituar e demonstrar a ativação e forma de controle biomecânico da mola “T”, em pacientes com grande necessidade de ancoragem (grupo A), para retração de dentes anteriores; bem como exibir um caso clínico, com necessidade de grande retração anterior, tratado com a mola “T”.
Therefore, this study aimed to appraise and demonstrate the confection, activation and biomechanical control of “T” loop spring, in the group with high anchorage necessity (group A), for retraction of anterior teeth; as well as to present a case report, with high anterior retraction necessity, treated with “T” loop spring.
Palavras-chave: Biomecânica. Fechamento de espaço ortodôntico. Ortodontia corretiva.
Keywords: Biomechanics. Orthodontic space closure. Corrective orthodontics.
Como citar este artigo: Ribeiro AA, Martins RP, Caldas SGFR, Martins IP, Martins LP. Necessidade de ancoragem do grupo A e o controle biomecânico da mola “T” pré-ativada por curvatura para o fechamento de espaços. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):110-8.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
110
Contemporary orthodontics has sought, beyond the esthetic, occlusal and functional goals, treatments even faster and with less visits to the orthodontist — especially in patients that require dental extractions in which the generated space becomes a nuisance. The segmented arch technic (SAT), by the use of a “T” loop spring, has provided such results within these requirements.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):110-8
* Especialista em Ortodontia, ABO/RN. Mestre em Ortodontia, UFRJ. Doutorando em Ortodontia, UNESP/Araraquara. ** Mestre e Doutor em Ortodontia, UNESP/Araraquara. Professor dos cursos de especialização em Ortodontia FAEPO/UNESP e FAMOSP/GESTOS. *** Especialista em Ortodontia, ABO/RN. Mestre e Doutorando em Ortodontia, UNESP/Araraquara. **** Especialista em Ortodontia, FAMOSP/GESTOS. Mestre em Ortodontia, UNESP/ Araraquara. ***** Especialista em Odontopediatria, Mestre e Doutora em Ortodontia, UNESP/Araraquara. Professora e Chefe do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP.
artigo inédito
Necessidade de ancoragem do grupo A e o controle biomecânico da mola “T” pré-ativada por curvatura para o fechamento de espaços
A
B
Figura 13 Radiografia panorâmica (A) e telerradiografia lateral (B) pós-tratamento ortodôntico.
Referências A
B
C
Figura 14 Sobreposições total (A), de mandíbula (B) e de maxila (C) dos traçados cefalométricos pré- (em preto) e pós-tratamento (em vermelho), segundo o método proposto por Bjork.
CONCLUSÕES Baseado no exposto, conclui-se que a utilização da mola “T” em pacientes com grande necessidade de ancoragem (grupo A) é um instrumento de fácil confecção, aplicação e controle, desde que o ortodontista tenha conhecimento biomecânico das formas de pré-ativação, ativação horizontal, bem como do acompanhamento mensal da movimentação dentária ocorrida.
1. Park HS, Bae SM, Kyung HM, Sung JH. Micro-implant anchorage for treatment of skeletal Class I bialveolar protrusion. J Clin Orthod. 2001 Jul;35(7):417-22. 2. Heo W, Nahm DS, Baek SH. En masse retraction and two-step retraction of maxillary anterior teeth in adult Class I women. A comparison of anchorage loss. Angle Orthod. 2007 Nov;77(6):973-8. 3. Janson G, Valarelli DP, Valarelli FP, de Freitas MR. Treatment times of Class II malocclusion: four premolar and non-extraction protocols. Eur J Orthod. 2012 Apr;34(2):182-7. Epub 2011 Mar 10. 4. Martins RP, Martins LP, Martins IP. Biomecânica da mola T em Ortodontia. In: Almeida MR, editor. Ortodontia Clínica e Biomecânica. Maringá: Dental Press; 2010. p. 608. 5. Braun S, Sjursen RC Jr, Legan HL. On the management of extraction sites. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1997 Dec;112(6):645-55. 6. Mavreas D, Athanasiou AE. Factors affecting the duration of orthodontic treatment: a systematic review. Eur J Orthod. 2008 Aug;30(4):386-95. 7. Martins RP, Magno AF, Martins IP, Martins LP, White LW. Composite pontics for orthodontic patients with extraction spaces. World J Orthod. 2010 Summer;11(2):180-4. 8. Burstone CJ, van Steenbergen E, Hanley KJ. Modern Edgewise mechanics & the segmented arch technique. Glendora (CA): Ormco; 1995. 9. Kuhlberg AJ, Burstone CJ. T-loop position and anchorage control. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1997 Jul;112(1):12-8. 10. Proffit WR. Ortodontia contemporânea. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1995. 11. Martins RP, Ribeiro AA, Caldas SGFRC, Martins IP, Martins LP. Aplicação clínica da mola “T” do grupo B para retração dos dentes anteriores. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011;10(4):72-83. 12. Martins RP, Buschang PH, Martins LP, Gandini LG, Jr. Optimizing the design of preactivated titanium T-loop springs with Loop software. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008;134:161-6. 13. Burstone CJ, Koenig HA. Optimizing anterior and canine retraction. Am J Orthod 1976;70:1-19. 14. Marcotte M. Biomechanics in orthodontics. Philadelphia: BC Decker; 1990. 15. Burstone CJ. The segmented arch approach to space closure. Am J Orthod 1982;82:361-378. Endereço para correspondência Alexandre Antonio Ribeiro Rua Humaitá, 1740 – 14.801-385 – Araraquara/SP E-mail: aar-natal@bol.com.br
118
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):110-8
08 | 09 | 10 | NOV | 2012 | EXPONOR | MATOSINHOS | PORTUGAL
CONFERENCISTAS CONVIDADOS PIERPAOLO CORTELLINI IT RICARDO MITRANI MEX PAOLO CASSENTINI IT DENNIS TARNOW USA MICHAEL NORTON UK SERGIO KUTLER USA RONALD JUNG CH FRANK SHWARTZ GER MARGA REE NED JACQUES NOR BR ANDRÉ RITTER USA PABLO ECHARRI MEX UGO COVANI URU
PERIODONTOLOGIA | BIOMATERIAIS
REABILITAÇÃO ORAL REABILITAÇÃO ORAL IMPLANTOLOGIA IMPLANTOLOGIA ENDODONTIA PRÓTESE FIXA E IMPLANTES REGENERAÇÃO ÓSSEA ENDODONTIA ODONTOPEDIATRIA DENTISTERIA ESTÉTICA ORTODONTIA CIRURGIA ORAL
www.omd.pt ORGANIZAÇÃO
PLATINUM SPONSOR
GOLD SPONSOR
SPONSORS
artigo inédito
Relação entre tipo facial e postura de lábios e língua em respiradores bucais Relationship between facial type and lips and tongue posture in mouth breathers
Carla Franco Hoffmann* Famiely Colman Machado de Machado** Carolina Lisboa Mezzomo***
Abstract
Resumo A respiração bucal ocorre desde o momento em que há perda do vedamento labial e, consequentemente, acarreta alterações orofaciais, posturais, oclusais, de comportamento, dificuldades escolares e doenças do sono que interferem na qualidade de vida das crianças. Os sujeitos dolicofaciais apresentam maior incidência de respiração bucal, contudo, não é possível afirmar que o tipo facial determina a presença de respiração bucal. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar e comparar a posição habitual de língua e lábios de acordo com os tipos faciais em crianças com respiração bucal orgânica e funcional. A amostra foi composta de 21 crianças, com idades entre 8 e 9 anos, com diagnóstico otorrinolaringológico de respiração bucal orgânica ou funcional. Foram avaliados o tipo facial e posição habitual de lábios e língua.
Houve maior incidência de respiração bucal funcional. O tipo facial mais encontrado foi dolicofacial e a amostra composta por maioria feminina. Referente à tipologia facial, os sujeitos dolicofaciais e braquifaciais apresentaram valores estatisticamente significativos de posições dos lábios, principalmente abertos, entreabertos, fechados e fechados com tensão. Quanto à posição de lábios, a mais encontrada, com valor estatisticamente significativo, foi a fechada, em respiradores bucais funcionais. Não houveram valores estatísticos quanto à posição de língua conforme o tipo de respiração bucal. Pode-se concluir que, independente da etiologia da respiração bucal, ocorreram prejuízos quanto à posição habitual de língua, uma vez que a amostra era composta unicamente por respiradores bucais.
and tongue. There was a higher incidence of functional mouth breathing. Facial type most frequently found was dolichofacial and the sample was composed of mostly women. The brachyfacial and dolichofacial subjects showed a statistically significant value for lip positions, especially open, half open, closed and closed with tension. The most common lips position and statistically significant, was closed and was in functional mouth breathers. There were no statistical values for the position of tongue according to the type of mouth breathing. It can be concluded that regardless of the etiology of oral breathing, there were damages on the usual position of the tongue, since the sample was composed of mouth breathers only.
Palavras-chave: Respiração bucal. Língua. Assistência odontológica para crianças. Reabilitação.
Keywords: Tongue. Mouth breathing. Rehabilitation. Dental care for children.
Como citar este artigo: Hoffmann CF, Machado FCM, Mezzomo CL. Relação entre tipo facial e postura de lábios e língua em respiradores bucais. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):120-5.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
120
Mouth breathing occurs from the moment when there is loss of labial sealing, consequently leading to orofacial, posture, occlusal and behavior changes, also learning difficulties and sleep disorders, which affect life quality of children. Mouth breathing may be related to facial type. According to the literature dolichofacials have a higher incidence of mouth breathing, however this relation is not proved. The objective of this study was to characterize and compare the usual position of tongue and lips according to facial types in organic and functional mouth breathing children. The sample consisted of 21 children, aged between eight and nine years with diagnosis of mouth breathing otorhinolaryngological classified as organic or functional. It was evaluated the facial type and the usual position of lips
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):120-5
* Graduação em Fonoaudiologia, UFSM. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, UFSM. ** Graduação em Fonoaudiologia, UFSM. *** Graduação em Fonoaudiologia, UFSM. Doutora em Letras, PUCRS. Professor de Linguagem, UFSM.
Hoffmann CF, Machado FCM, Mezzomo CL
Conclusão Com base nos resultados obtidos, verificou-se que a posição habitual de lábios dos RBF foi significante quando se encontravam fechados, enquanto que no grupo de RBO a posição com maior percentual foi a entreaberta. Pode-se dizer, portanto, que os RBF apresentam menos alterações quanto à posição de lábios quando comparados com os RBO.
Referente ao tipo facial, os sujeitos dolicofaciais e braquifaciais apresentaram valor significante de posições dos lábios principalmente abertos. A partir disso, pode-se dizer que quando o crescimento facial não é equilibrado, a posição de lábios apresenta-se alterada. Assim, pode-se concluir que o tipo facial não foi determinante na posição de língua incorreta dos dolicofaciais e mesofaciais, mas sim a RB.
Referências 1. Abreu RR, Rocha RL, Lamounier JA, Guerra AFM. Etiology, clinical manifestations and concurrent findings in mouth-breathing children. J Pediatr. 2008 NovDez;84(6):529-35. 2. Barros JRC, Becker HMG, Pinto JA. Evaluation of atopy among mouth-breathing pediatric patients referred for treatment to a tertiary care Center. J Pediatr. 2006 Nov-Dez;82(6):458-64. 3. Bianchini AP, Guedes ZCF, Vieira MM. Estudo da relação entre a respiração oral e o tipo facial. Rev Bras Otorrinolaringol. 2007 jul-ago;73(4):500-5. 4. Bolzan GP, da Silva AMT, Boton LM, Correa ECR. Estudo das medidas antropométricas e das proporções orofaciais em crianças respiradoras nasais e orais de diferentes etiologias. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011 jan-mar;16(1):85-91. 5. Branco A, Ferrari GF, Weber SAT. Alterações orofaciais em doenças alérgicas de vias aéreas. Rev Paul Pediatr. 2007 Set;25(3):266-70. 6. Cattoni DM, Fernandes FDM, Di Francesco RC, Latorre MRDO. Características do sistema estomatognático de crianças respiradores orais: enfoque antrospocópico. PróFono R Atual Cient. 2007 out-dez;19(4):347-51. 7. Cattoni DM, Fernandes FDM, Di Francesco RC, Latorre MRDO. Medidas e proporções antropométricas orofaciais de crianças respiradoras orais. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008 abr-jun;13(2):119-26. 8. Cardoso AFR, Bommarito S, Chiari BM, Motta AR. A confiabilidade da informação fornecida pelo indivíduo a respeito de seu posicionamento habitual de língua. Rev CEFAC. 2011 mar-abr;13(2):236-44. 9. Feres MFN, Enoki C, Sobreira CR, Matsumoto MAN. Dimensões do palato e características oclusais de crianças respiradoras nasais e bucais. Pesq Bras Odontoped Clin Integr. 2009 jan-abr;9(1):25-9. 10. Gouveia SAS, Nahas ACR, Cotrim-Ferreira FA. Estudo cefalométrico das alterações dos terços médio e inferior da face em pacientes com diferentes padrões respiratórios e faciais. Rev Dent Press Ortodon Ortop Facial. 2009 jul-ago;14(4):92-100. 11. Guedes SPC, Teixeira BV, Cattoni D M. Medidas orofaciais em adolescentes do estado do Rio de Janeiro segundo a tipologia facial. Rev CEFAC. 2009 janfev;12(1):68-74. 12. Lemos CM, Wilhelmsen NSW, Mion OG, Mello Júnior JF. Alterações funcionais do sistema estomatognático em pacientes com rinite alérgica. Arq Int Otorrinolaringol. 2007 out-dez;11(4):380-6. 13. Lemos CM, Wilhelmsen NSW, Mion OG, Mello Júnior JF. Alterações funcionais do sistema estomatognático em pacientes com rinite alérgica: estudo caso-controle. Rev Bras Otorrinolaringol. 2009 mar-abr;75(2):268-74. 14. McNicholas WT. The nose and OSA: variable nasal obstruction may be more important in pathophysiology than fixed obstruction. Eur Respir J. 2008 Jul;32(1):3-8. 15. Menezes VA, Barbosa AMF, Leal RB, Santos JÁ, Barros LF, Azevedo MFA. Padrão de respiração em crianças asmáticas. Rev Odonto. (São Paulo). 2010 janjun;18(35):24-9.
16. Mezzomo CL, Machado PC, Pacheco AB, Gonçalves BFT, Hoffmann CF. As implicações da Classe II de Angle e da desproporção esquelética tipo Classe II no aspecto miofuncional. Rev CEFAC. 2011 ago;13(4):728-34. 17. Monteiro VR, Brescovici SM, Delgado SE. Ocorrência de ceceio em escolares. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(2):213-8. 18. Mouro JLH. Respiração bucal e manifestações orofaciais. Faculdade de Medicina Dentária [Dissertação]. Porto (PT): Faculdade de Medicina Dentária, Universidade do Porto; 2009. 19. Santos ETN, Barbosa RW, Oliveira AE, Zandonade E. Fatores associados ao surgimento da respiração bucal nos primeiros meses do desenvolvimento infantil. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2009 ago;19(2):237-48. 20. Paula MVQ, Leite ICG, Werneck RR. Prevalência de portadores da síndrome da respiração bucal na rede escolar do município de Juiz de Fora – MG. HU Revista 2008 jan-mar;34(1):47-52. 21. Sies ML, Farias RS, Vieira MM. Respiração oral: relação entre o tipo facial e a oclusão dentária em adolescentes. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2007 julset;12(3):191-8. 22. Sígolo C, Campiotto AR, Sotelo MB. Posição habitual de língua e padrão de deglutição em indivíduo com oclusão Classe III, pré e pós-cirurgia ortognática. Rev CEFAC. 2009 abr-jun;11(2):256-60. 23. Tavares JG, Silva EHAA. Considerações teóricas sobre a relação entre respiração oral e disfonia. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2008 Jul;13(4):405-10. 24. Genaro KF, Berretin-Felix G, Rehder MI, Marchesan IQ. Avaliação miofuncional orofacial – Protocolo MBGR. Rev CEFAC 2009;11(2):237-55.
Endereço para correspondência Carla Franco Hoffmann Rua Andradas, 1492 – 97.010-030 – Santa Maria/RS E-mail: carla.hoffmann@hotmail.com
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):120-5
125
TM
Aquarium 2 Case presentation software
Explique seus casos com elegância. • Interface Intuitiva • Incríveis filmes 3D • Exporte animações • Imagens Personalizadas • Compartilhável em Rede Aquarium foi desenvolvido para demonstração visual em 3D de alta qualidade e apresentação de tópicos comuns a complexos. Use Aquarium para explicar achados de diagnóstico, procedimentos corretivos ortopédicos, ortodônticos e cirúrgicos, disfunções de ATM, implantes, aparelhos, acessórios, elásticos, mecanismos de ação terapêutica e instruções de higiene oral. Os filmes e imagens do Aquarium podem ser compartilhados em rede dentro de sua clínica, através dos diversos monitores e resoluções, com alta definição e estética. Grave individualmente seu áudio explicativo, exporte as animações e visualize em seu iPhone®, iPad™ e iPod touch®, compartilhando com seus pacientes e outros profissionais. Para maiores informações, entre em contato por fone: (11) 3286-0300, e-mail: contato@renovatio3.com.br e/ou visite: www.dolphinimaging.com/aquarium.
Cirurgia de avanço mandibular
Assimetria Facial
Levantamento de Seio Extração de pré-molares
Extração de 3os molares
Enxerto ósseo para implante
© 2011 Patterson Dental Supply, Inc. All rights reserved.
controvérsias
Áreas de esclerose óssea idiopática, movimento ortodôntico e mini-implantes Idiopathic osseous sclerosis areas, orthodontic movement and mini-implants
Alberto Consolaro* Renata Bianco CONSOLARO**
Abstract
Resumo Um dos questionamentos mais comuns na prática ortodôntica: Podemos movimentar dentes através de áreas ósseas mais densas? Quais seriam os cuidados? Aumentar ou diminuir a intensidade das forças aplicadas? Nesse trabalho discorre-se sobre o porquê da
formação dessas áreas identificadas como osteoesclerose idiopática, assim como explica-se por que diminuir a intensidade da força otimiza o movimento ortodôntico nessas áreas e reduz a possibilidade e a gravidade da reabsorção radicular, quando detectada.
idiopathic sclerosis occurs, as well as it is explained why, when force intensity decreases, the orthodontic movement is optimized in these areas and the possibility and severity of root resorption, when detected, are decreased.
Palavras-chave: Osteoesclerose idiopática. Osteíte crônica esclerosante focal. Movimentação ortodôntica. Movimentação dentária induzida.
Keywords: Idiopathic bone sclerosis. Focal chronic sclerosing osteitis. Orthodontic movement. Induced tooth movement.
Como citar este artigo: Consolaro A, Consolaro RB. Áreas de esclerose óssea idiopática, movimento ortodôntico e mini-implantes. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):128-32.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
128
One of the most common questions in orthodontic practice: Can we move teeth towards more dense osseous areas? What are the precautions? Should we increase or decrease the intensity of applied forces? In this paper we discuss the reasons why the formation of areas identified as
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):128-32
* Professor Titular, Faculdade de Odontologia de Bauru/USP e de Pós-graduação, FORP-USP. ** Professora Doutora, Faculdades Integradas de Adamantina. Professora Substituta, FOA/UNESP.
controvérsias
Áreas de esclerose óssea idiopática, movimento ortodôntico e mini-implantes
Considerações finais A osteíte esclerosante focal tem relação com agentes irritantes de baixa intensidade e longa duração, como, por exemplo, as lesões periapicais crônicas, doença periodontal, pericoronarites e trauma oclusal. A osteoesclerose idiopática não tem relação causa-efeito detectável, mas pode, anteriormente, ter sido uma osteíte esclerosante focal cuja causa foi eliminada. Uma parte considerável das áreas esclerosadas induzidas demora anos para voltar ao normal (ou não volta mais), permanecendo
indefinidamente como parte do trabeculado da região, sendo diagnosticada como osteoesclerose idiopática. Ao movimentar dentes por essas áreas, deve-se diminuir a intensidade da força, pois não apresentam deflexão óssea e toda intensidade da força será aplicada sobre o ligamento periodontal. O deslocamento dos dentes se fará normalmente; porém, o uso de forças convencionais, nesses casos, pode induzir áreas de hialinização e morte de cementoblastos, seguida de reabsorções radiculares, além de impedir um deslocamento dentário eficiente, que se tornará mais lento e sintomático.
Referências 1. Consolaro A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 3ª ed. Maringá: Dental Press International; 2012. 2. Wood NK, Goaz PA. Diagnóstico diferencial das lesões bucais. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1983.
132
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):128-32
Endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br
abstracts
Literatura ortodôntica mundial Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica.
Técnicas de mensuração para prever a eficácia de um aparelho bucal para a síndrome da apneia-hipopneia obstrutiva do sono Horiuchi A, Suzuki M, Ookubo M, Ikeda K, Mitani H, Sugawara J. Measurement techniques predicting the effectiveness of an oral appliance for obstructive sleep apnea hypopnea syndrome. Angle Orthod. 2005 Nov;75(6):1003-11. O objetivo deste estudo é determinar as técnicas de mensuração que podem prever a eficácia de um aparelho oral (AO) para o tratamento de pacientes com síndrome da apneia-hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS). Em 25 pacientes com SAHOS, foram registradas a polissonografia do tipo split-night (em duas partes) e a média do ponto mais baixo da pressão esofágica (Pes), e seus traçados cefalométricos foram sobrepostos. Os pacientes foram classificados em bons e maus respondedores, de acordo com seu índice de apneia e hipopneia (IAH) e a média do ponto mais baixo da Pes. Quando o grau de deslocamento anterior da mandíbula foi expresso por resolução vetorial, foi significativamente diferente entre os bons e os maus respondedores, enquanto não houve diferença significativa no deslocamento para baixo e total da mandíbula entre os dois grupos. Entre os bons respondedores avaliados com base na média do ponto mais baixo da Pes, o índice de apneia, o índice de hipopneia, e a média do ponto mais baixo da Pes foram significativamente diferentes. No entanto, somente o IAH não pode prever a eficácia do tratamento com AO. Bons respondedores definidos pela média do ponto mais baixo da Pes também apresentaram palato mole curto e um amplo espaço da via aérea da faringe. Por outro lado, não foram observadas diferenças significativas nesses parâmetros quando bons e maus respondedores foram definidos pelo IAH. A análise de regressão logística revelou que o grau de deslocamento anterior da mandíbula mostrou uma razão de probabilidades significativa de 1,97 (odds ratio). Para concluir, as avaliações com base na Pes e nas análises do deslocamento da mandíbula, expresso por resolução vetorial usando uma técnica de sobreposição cefalométrica, podem fornecer informação clínica importante nas medições de avaliação e podem ser úteis para a previsão da eficácia do tratamento com AO em pacientes com SAHOS.
Baik UB, Suzuki M, Ikeda K, Sugawara J, Mitani H. Relationship between cephalometric characteristics and obstructive sites in obstructive sleep apnea syndrome. Angle Orthod. 2002 Apr;72(2):124-34. Pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) têm características dentofaciais próprias, mas os locais de obstrução diferem bastante. O objetivo deste estudo foi investigar as características dentofaciais de pacientes com SAOS em relação aos sítios obstrutivos. A amostra consistiu de 30 homens japoneses com SAOS, divididos em 3 grupos de 10 pacientes cada. Um grupo tinha obstrução nas regiões retropalatal e retrolingual (grupo Rp+Rl), um segundo grupo tinha obstrução na região retropalatal (grupo Rp), e um terceiro grupo tinha obstrução devido à hipertrofia tonsilar (grupo hipertrofia tonsilar). Para identificar os grupos Rp+Rl e Rp, imagens de ressonância magnética dinâmica (RMD) foram usadas. Para identificar o grupo de hipertrofia tonsilar, a classificação de Mackenzie, a RMD axial, e o peso das tonsilas foram utilizados. Um grupo controle foi composto por 10 homens japoneses que não apresentavam sintomas sugestivos de SAOS. Telerradiografias laterais foram obtidas para todos os indivíduos, e a análise de variância foi realizada para os 46 parâmetros cefalométricos. Entre as diversas características dentofaciais de pacientes com SAOS, as tendências para retrognatia, micrognatia e Classe II esquelética foram mais fortes no grupo Rp+Rl e um pouco forte no grupo Rp. A presença de um palato mole longo foi dominante no grupo Rp, ao passo que a tendência para uma face longa foi dominante no grupo de hipertrofia tonsilar. Todos os grupos compartilharam a característica de apresentar uma posição inferior do osso hioide. Com base nos resultados do presente estudo, concluímos que muitas características da SAOS são especificamente relacionadas com cada tipo obstrutivo da SAOS. Tradução: Fabio Pinto Guedes.
Eficácia do avanço maxilomandibular em pacientes com apneia obstrutiva do sono com ou sem anomalias esqueléticas Effectiveness of maxillo-mandibular advancement in obstructive sleep apnea patients with and without skeletal anomalies. Ronchi P, Novelli G, Colombo L, Valsecchi S, Oldani A, Zucconi M, Paddeu A. Int J Oral Maxillofac Surg. 2010 Jun;39(6):541-7.
Tradução: Fabio Pinto Guedes.
Conheça o acervo de Abstracts da Dental Press, acesse: www.dentalpress.com.br/abstracts
134
Relação entre características cefalométricas e sítios obstrutivos na síndrome da apneia obstrutiva do sono
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):134-7
Este estudo avalia a eficácia do avanço maxilomandibular (AMM) em pacientes com síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), mesmo aqueles sem anomalias esqueléticas, indicando a possibilidade de estender esse procedimento para mais pacientes. Dois grupos com diferentes padrões esqueléticos foram estudados no pré- e pós-operatório. O Grupo 1 (11 pacientes) apresentava SAOS grave ou moderada e hipoplasia maxilomandibular e/ou deformidade mandibular (ângulo SNA ≤ 78º; ou ângulo SNA>78º, mas com SNB<65º e
Abstracts
má oclusão de Classe II esquelética grave). O Grupo 2 (11 pacientes) apresentava SAOS grave ou moderada sem hipoplasia maxilomandibular ou deformidade (ângulo SNA>80º, oclusão de Classe I dentária). A análise compreendeu: índice de apneia e hipopneia (IAH), espaço aéreo posterior (EAP), ângulos SNA e SNB, escala de sonolência de Epworth (ESE), índice de massa corporal (IMC), e um questionário subjetivo padronizado sobre a aparência estética. Todos os pacientes apresentavam a largura do EAP aumentada e remissão completa dos sintomas objetivos e subjetivos da SAOS avaliados pelo IAH e ESE. Os resultados em ambos os grupos foram semelhantes. Os dados foram analisados usando o teste t (p<0,005 foi estatisticamente significativo). Todos os pacientes ficaram satisfeitos com os resultados funcionais e estéticos. O AMM é eficaz em pacientes com SAOS grave ou moderada, mesmo aqueles sem anomalias esqueléticas e/ou oclusais, e pode ser considerado em mais pacientes. Tradução: Fabio Pinto Guedes.
Efeitos oclusais colaterais causados por um aparelho de avanço mandibular em pacientes com Apneia Obstrutiva do Sono Rose EC, Schnegelsberg C, Staats R, Jonas IE. Occlusal side effects caused by a mandibular advancement appliance in patients with obstructive sleep apnea. Angle Orthod. 2001 Dec;71(6):452-60. Aparelhos de avanço mandibular (AAM) têm se consagrado como uma opção alternativa para tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS). Embora o efeito terapêutico desses dispositivos tenha sido comprovado clínica e polissonograficamente através de vários estudos, existem muito poucos exames de acompanhamento com relação a possíveis efeitos dentários colaterais causados pelos AAM. No entanto, considerando-se o tratamento da AOS ao longo da vida do paciente, esses exames de acompanhamento são de extrema importância. O presente artigo apresenta dois casos com efeitos dentários colaterais inesperados e alterações oclusais causadas pela terapia com AAM. Tradução: Fabio Pinto Guedes.
Morfologia maxilar na Apneia Obstrutiva do Sono: Um estudo cefalométrico e de modelo Johal A, Conaghan C. Maxillary morphology in obstructive sleep apnea: a cephalometric and model study. Angle Orthod. 2004 Oct;74(5):648-56. A relação entre a constrição maxilar e a etiologia da apneia obstrutiva do sono (AOS) não é clara. Este estudo prospectivo de caso-controle comparou a morfologia maxilar de 94 indivíduos dentados (47 AOS e 47 indivíduos-controle), utilizando cefalogramas laterais na posição vertical e modelos de estudo. Registrou-se para cada indivíduo a estatura, o peso e as medidas da circunferência do pescoço, e eles foram submetidos a uma avaliação ortodôntica. Foram obtidos cefalogramas laterais na posição vertical e impressões dentárias. Todos os dados foram analisados usando o pacote estatístico SPSS, aplicando testes não-paramétricos ao nível de 5% de significância. Indivíduos dos sexos masculino e feminino foram examinados separadamente, e diferenças estatisticamente significativas foram encontradas, entre as medidas cefalométricas, para indivíduos com AOS e indivíduos controle. O ângulo palatino foi mais obtuso nos indivíduos do sexo masculino com AOS (p<0,05). A parede posterior da faringe (PNS)
foi menor (p<0,05) e o palato mole maior em indivíduos do sexo feminino com AOS (p<0,05). As larguras mínimas da via aérea palatina foram significativamente reduzidas tanto nos indivíduos do sexo masculino (p<0,01) quanto do sexo feminino (p<0,001). Na comparação das medidas dos modelos de estudo, a altura do palato em indivíduos com AOS foi maior (p<0,05). Portanto, existem diferenças morfológicas na maxila de indivíduos com AOS e de indivíduos controle, confirmando seu papel como um fator etiológico. Tradução: Fabio Pinto Guedes.
Efeitos do desenvolvimento sagital da mandíbula nas dimensões da abertura da via aérea faríngea em indivíduos acordados Jena AK, Singh SP, Utreja AK. Sagittal mandibular development effects on the dimensions of the awake pharyngeal airway passage. Angle Orthod. 2010 Nov;80(6):1061-7. Objetivo: testar a hipótese de que o desenvolvimento sagital da mandíbula não tem efeito sobre as dimensões da abertura da via aérea faríngea em indivíduos acordados. Material e Métodos: noventa e um indivíduos (idades de 15 a 25 anos) com um padrão de crescimento vertical normal da mandíbula, maxila posicionada normalmente, e diferentes desenvolvimentos sagitais da mandíbula, foram divididos em três grupos com base nessa última característica. O Grupo I incluiu 37 indivíduos que tinham mandíbula posicionada normalmente (76° ≤ SNB ≤ 82° [ângulo que representa a posição anteroposterior da maxila em relação à base anterior do crânio]); o Grupo II incluiu 31 indivíduos nos quais a mandíbula era retrognata (SNB<76°); e o Grupo III inclui 23 indivíduos nos quais a mandíbula era prognata (SNB>82°) em relação à base anterior do crânio. Cefalogramas laterais foram traçados manualmente para avaliar a passagem da via aérea faríngea. Resultados: o comprimento do palato mole foi significativamente menor nos indivíduos com prognatismo mandibular, do que nos indivíduos com retrognatismo mandibular (p<0,01). A espessura do palato mole foi significativamente maior nos indivíduos com prognatismo mandibular, do que em indivíduos com desenvolvimento mandibular normal (p<0,01) e retrognatas (p<0,001). O desenvolvimento sagital da mandíbula não teve efeito sobre as dimensões da abertura da via aérea nasofaríngea e hipofaríngea. A profundidade da orofaringe foi semelhante entre os indivíduos com mandíbulas normais e retrognáticas, porém foi maior (p<0,001) nos indivíduos com prognatismo mandibular. Conclusões: a hipótese foi rejeitada. O desenvolvimento sagital da mandíbula teve efeitos significativos sobre as dimensões da abertura da via aérea faríngea em indivíduos acordados. Tradução: Fabio Pinto Guedes.
Mudanças na largura da via aérea superior associadas com tratamentos de Classe II (aparelho extrabucal x Ativador) e diferentes padrões de crescimento Godt A, Koos B, Hagen H, Göz G. Changes in upper airway width associated with Class II treatments (headgear vs activator) and different growth patterns. Angle Orthod. 2011;81(3):440-6. Objetivo: avaliar, comparativamente, a largura anteroposterior das vias aéreas superiores em diferentes padrões de crescimento, e as alterações durante vários tratamentos de Classe II. Material e Métodos: cefalogramas de três grupos de tratamento (aparelho extrabucal,
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):134-7
135
ABSTRACTS
aparelho ativador e aparelho bite-jumping) foram avaliados por um único examinador no início e no final do tratamento ortodôntico. Cefalogramas foram usados para determinar a largura da via aérea superior em diferentes níveis no plano anteroposterior. Os pacientes do grupo com aparelho extrabucal foram adicionalmente divididos em seis subgrupos, com base nos valores do Eixo y, para avaliar a influência de diferentes padrões de crescimento. Resultados: pequenos aumentos na largura da faringe foram observados em todos os segmentos em nível vertical, tanto no início quanto durante o tratamento ortodôntico. Não foram observadas diferenças significativas, nesses pequenos aumentos, entre as diversas modalidades de tratamento e padrões de crescimento. Conclusão: as alterações nas vias aéreas superiores não diferiram significativamente entre as várias modalidades de tratamento investigadas no presente estudo. No entanto, reduções na largura da faringe, potencialmente desencadeando ou exacerbando a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), são sempre possíveis na fase do aparelho extrabucal. Tradução: Fernando Kleinübing Rhoden.
Mudanças na área de contato oclusal, durante a terapia com aparelho oral, avaliadas em modelos de estudo Ueda H, Almeida FR, Lowe AA, Ruse ND. Changes in occlusal contact area during oral appliance therapy assessed on study models. Angle Orthod. 2008 Sep;78(5):866-72. Objetivo: testar a hipótese de que o uso em longo prazo de um aparelho oral (AO) não causa mudanças na área de contato oclusal (ACO). Material e Métodos: foram obtidos modelos de estudo iniciais e trans-tratamento de 45 pacientes, com apneia obstrutiva do sono, que estavam fazendo uso de um AO por quatro ou mais dias na semana, há mais de 5 anos. Modelos de estudo em oclusão cêntrica, com uma folha sensível à pressão inserida, foram submetidos à compressão. Um scanner de imagem foi usado para avaliar a ACO. Resultados: uma mudança significativa na ACO total foi identificada em 39 (86,7%) pacientes: uma diminuição, em 26 (66,7%); e um aumento, em 13 (33,3%) pacientes. Alterações regionais >5% foram observadas em >90% dos pacientes em cada uma das três regiões. Nas regiões de molares e pré-molares, respectivamente, 24 (53,3%) e 27 (60,0%) pacientes mostraram uma diminuição da ACO, enquanto apenas 16 (35,6%) e 15 (33,3%) mostraram um aumento. No entanto, para a região anterior, foram identificados mais aumentos (24 pacientes, 53,3%) do que diminuições. Conclusão: a hipótese é rejeitada. Em longo prazo, a terapia com AO resultou em mudanças dramáticas de oclusão, sugerindo que um monitoramento de alterações oclusais é necessário. Tradução: Fernando Kleinübing Rhoden.
Pacientes portadores de apneia obstrutiva do sono usando aparelho oral experienciam mudanças do tamanho e forma da faringe em três dimensões Kyung SH, Park YC, Pae EK. Obstructive sleep apnea patients with the oral appliance experience pharyngeal size and shape changes in three dimensions. Angle Orthod. 2005 Jan;75(1):15-22. Diferenças no tamanho e forma da faringe, entre ensaios antes e após o uso de um aparelho oral de protração mandibular, foram investigadas por meio de tomografia computadorizada no modo cine (cine-CT). Quatorze pacientes diagnosticados com apneia obstrutiva do sono, cujo índice de apneia e hipopneia foi maior que 5 e o índice de despertares maior que 20, foram submetidos a um segundo estudo do sono durante a noite para avaliar a eficácia do aparelho oral. Mudanças tridimensionais na forma da faringe, mensuradas em imagens de secção transversal da CT durante dois ciclos respiratórios após a entrega do aparelho oral, foram estimadas por três variáveis: (1) dimensão lateral, (2) dimensão anteroposterior e (3) área da secção transversal em cinco níveis verticais. Os índices de apneia melhoraram significativamente quando o aparelho foi utilizado. Durante a apneia, medidas em níveis retropalatal e retrolingual diminuíram mais. No entanto, a área da secção transversal desses níveis pareceu aumentar significativamente (p<0,05) com o aparelho no lugar durante a vigília. O aparelho oral parece alargar a faringe em um grau mais elevado no plano lateral do que no plano sagital nos níveis retropalatal e retrolingual da faringe, sugerindo um mecanismo para a eficácia dos aparelhos bucais que protruem a mandíbula. Tradução: Fernando Kleinübing Rhoden.
Procedimentos cirúrgicos para o tratamento da Apneia Obstrutiva do Sono Lye KW, Deatherage JR. Surgical procedures for the treatment of obstructive sleep apnea. Semin Orthod. 2009;15(2):94-8. A síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) é um grave problema de saúde, que afeta um grande número de indivíduos. Pesquisas de campo têm melhorado nossa compreensão da doença, e uma terapia holística do paciente com SAOS está se tornando amplamente adotada. Quando o aparelho de pressão positiva contínua das vias aéreas (CPAP) e o aparelho dentário falham, os procedimentos cirúrgicos para melhorar a via aérea posterior são realizados. Quando escolhidos corretamente, esses procedimentos têm enorme benefício para as vias aéreas e podem, potencialmente, curar essa síndrome devastadora. Tradução: Isabella Simões Holz.
136
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):134-7
Abstracts
Cinco anos de tratamento da apneia do sono com um dispositivo de avanço mandibular: Efeitos colaterais e complicações técnicas Martínez-Gomis J, Willaert E, Nogues L, Pascual M, Somoza M, Monasterio C. Five years of sleep apnea treatment with a mandibular advancement device: side effects and technical complications. Angle Orthod. 2010;80(1):30-6. Objetivo: determinar a variação na prevalência de desordens temporomandibulares (DTM), outros efeitos colaterais, e complicações técnicas durante 5 anos de tratamento da apneia do sono com um dispositivo de avanço mandibular. Material e Métodos: quarenta pacientes diagnosticados com apneia obstrutiva do sono receberam um aparelho ajustado em 70% da protrusão máxima. A protrusão foi, então, progressivamente aumentada. A DTM (diagnosticada de acordo com o Research Diagnostic Criteria for TMD), a sobressaliência, sobremordida, os contatos oclusais, efeitos colaterais subjetivos e complicações técnicas foram registrados antes e, em média, após 14, 21 e 58 meses de tratamento; e analisados pelo teste de Wilcoxon (p<0,05). Resultados: quinze pacientes ainda utilizavam o aparelho oral após os 5 anos de acompanhamento, e nenhuma variação significativa na prevalência de DTM foi observada. Efeitos colaterais subjetivos foram comuns, e observou-se uma redução significativa na sobressaliência, sobremordida e no número de contatos oclusais. Além disso, os pacientes fizeram uma média de 2,5 consultas odontológicas não programadas por ano e uma média de 0,8 reparos/reembasamento do aparelho por ano com técnico odontológico. As visitas não programadas mais frequentes ocorreram durante o primeiro ano, e resultaram de quebras no acrílico no acessório telescópico lateral, retenção insuficiente e outros ajustes para melhorar o conforto. Conclusões: o tratamento por 5 anos com aparelho oral não afeta a prevalência de DTM, porém está associado a alterações oclusais permanentes, na maioria dos pacientes com apneia do sono, durante os 2 primeiros anos. Os pacientes demandaram várias visitas não programadas, principalmente devido a complicações técnicas.
Efeito do aparelho de protração maxilar no tamanho da abertura da via aérea superior Oktay H, Ulukaya E. Maxillary protraction appliance effect on the size of the upper airway passage. Angle Orthod. 2008 Mar;78(2):209-14. Objetivo: testar a hipótese de que os aparelhos de protração maxilar (APM) não têm efeito no tamanho da abertura da via aérea superior e estruturas craniofaciais em pacientes adolescentes. Material e Métodos: vinte pacientes (5 do sexo masculino e 15 do sexo feminino; idade média de 11,5 anos) com má oclusão de Classe III esquelética foram incluídos nesse estudo. Os registros de todos os pacientes que receberam tratamento de protração maxilar, e tiveram telerradiografias laterais tomadas antes e após seus tratamentos de protração, foram obtidos a partir dos arquivos de casos tratados. As alterações com o tratamento foram determinadas através de medidas lineares, angulares e de área. Os dados foram analisados estatisticamente por meio de análises de teste t pareado e de correlação. Resultados: foram observados aumentos significativos na largura e na área da via aérea faríngea. Aumentos significativos também ocorreram no crescimento sagital da maxila, enquanto uma rotação no sentido horário e uma inibição do crescimento sagital foram observadas na mandíbula. Conclusões: a hipótese foi rejeitada. O tamanho da via aérea superior pode ser aumentado por meio do uso do APM. Tradução: Isabella Simões Holz.
Tradução: Isabella Simões Holz.
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):134-7
137
instruções aos autores
— A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse aos profissionais da área, comunicações breves e atualidades. — A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com.br — Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Dental Press International Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br — As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer responsabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nesta publicação. A Revista ou as empresas patrocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas. — Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DE MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com.br — Organize sua apresentação como descrito a seguir: 1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — não inclua informações relativas aos autores, por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos. Elas deverão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informações não estarão disponíveis para os revisores.
138
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):138-40
2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavraschave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS. 3. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie as figuras em arquivos separados (ver logo abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto. 5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável).
Instruções aos autores
7. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética. 8. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo todos os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press International, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. 9. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih. gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos ao lado.
Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/ a15v11n6.pdf.
* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com.br
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):138-40
139
registro de ensaios clínicos
Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.
Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index. html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que
140
Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 jun-jul;11(3):138-40
integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.
Posicionamento da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/ en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http:// www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.