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revista

CLĂ?NICA de

volume 11, nĂşmero 5, outubro / novembro 2012

Dental Press



volume 11, nĂşmero 5, outubro/novembro 2012

Dental Press

Rev ClĂ­n Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):1-138

ISSN 1676-6849


volume 11, número 5, outubro/novembro 2012

Dental Press

26

Como evitar que fios finos de NiTi saiam do tubo?

30

Estudo comparativo do padrão de crescimento entre as análises USP, Ricketts, McNamara e Jarabak

36

Correção da mordida cruzada posterior funcional unilateral com o disjuntor de recobrimento oclusal de acrílico: relato de caso

44

Multifuncionalidade do aparelho expansor de Haas 3D preconizado por Franco

54

Extração assimétrica com a técnica Straight-Wire simplificada: relato de caso clínico

62

Tratamento de atresia esquelética em paciente adulto: uma proposta de aparelho expansor não convencional

68

How to prevent thin NiTi wires get out of the tube? José Nelson Mucha, Luiza Paiva Bittencourt

Comparative study of growth standard among the USP, Ricketts, McNamara and Jarabak analysis Daniela Coelho Rangel, Mari Eli Leonelli de Moraes, Lucia Teramoto, Luiz Cesar de Moraes, Michelle Bianchi de Moraes

Correction of unilateral function posterior crossbite with cover occlusal appliance: a case report Edson Illipronti Filho, Solange Mongelli de Fantini, Soraya Onishi, Maria Carolina Franco Ferreira Ballestriere

3D multifunctional Haas expander appliance preconized by Franco Eduardo Jacomino Franco, Giovanni Modesto Vieira, Carlos Henrique Guimarães Júnior

8

Asymmetric extraction with simplified Straight-Wire technique: case report Márcio Machado Crestana Cantarelli, Daniela Belisário Baroni, José Ricardo Scanavini, Paulo Estevão Scanavini, Marcos Valério Ferrari

Treatment of skeletal atresia in an adult patient: A proposal for an unconventional expansion appliance Carlos Lucio Antunes, Vinicius Canavarros Palma, Luis Evaristo Ricci Volpato, Evanice M. Marçal Vieira, Agnes de Fátima Faustino Pereira, Alvaro Henrique Borges

Ortodontia, Cirurgia e Estética: a importância da abordagem multidisciplinar

Orthodontics, Surgery and Cosmetic Dentistry: The importance of a multidisciplinary approach Ertty Silva, Sérgio Pinho, Fernanda Meloti, João Milki Neto, Cláudio Pinho

78

Utilização de miniparafusos para mesialização de molares

96

Descompensação da arcada inferior: conceito e métodos

The use of miniscrews for molar mesialization Henrique Mascarenhas Villela, Juliana Andrade de Lacerda, Mario Vedovello Filho, Silvia Vedovello, Galdino Yague Neto

Lower arch decompensation: Concept and methods Rodrigo Castellazzi Sella, Wagner José Silva Ursi

114

Quando o auxiliar odontológico extrapola os limites

120

Sorriso gengival: diagnóstico e tratamento

When the dental assistant exceed the limits Marcelo Afonso Machado, Eduardo Daruge Júnior, Luiz Renato Paranhos

Gingival smile: Diagnosis and treatment Gláucia de Ávila Oliveira Araujo, Adriano Castro


62

36

68

78

Editorial ������������������������������������������������ 5 Eventos ������������������������������������������������� 6 Pergunte a um Expert ��������������������������� 8 Forense ................................................ 18 Acontecimentos ��������������������������������� 22 Abstracts ............................................ 127 Controvérsias ������������������������������������ 130 Instruções aos autores ���������������������� 136


EDITOR Weber José da Silva Ursi

FOSJC/UNESP-SP

EDITOR EMÉRITO Omar Gabriel da Silva Filho HRAC-USP EDITORES ASSISTENTES José Valladares Neto UFG-GO Rosely Suguino CESUMAR-PR Danilo Furquim Siqueira USC-SP

PUBLISHER Laurindo Furquim UEM-PR

oordenador dos Abstracts C Mauricio de Almeida Cardoso

USC-SP

ONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO C Adilson Luiz Ramos UEM-PR Hélio Hissashi Terada UEM-PR CONSULTORES CIENTÍFICOS

Ortodontia Ademir Roberto Brunetto Arno Locks Ary dos Santos-Pinto Björn U. Zachrisson Carlo Marassi Célia Regina Maio Pinzan Vercelino Cristiane Canavarro Cristina Feijó Ortolani Daltro Enéas Ritter Daniela Gamba Garib David Normando Eduardo Dainesi Fausto Silva Bramante Francisco Ajalmar Maia Gilberto Vilanova Queiroz

UFPR-PR UFSC-SC UNESP-SP Universidade de Oslo / Noruega CPO SLMANDIC-SP Uniceuma-MA UERJ-RJ UNIP-SP UFSC-SC HRAC-USP-SP UFPA/ABO-PA USC-SP Uniceuma-MA UFRN-RN ABENO-SP

Diretora: Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim - DiretorES Editoriais: Bruno D’Aurea Furquim - Rachel Furquim Marson - DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - Produtor editorial: Júnior Bianco - Produção Gráfica e Eletrônica: Diego Ricardo Pinaffo - Bruno Boeing de Souza - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Marcos Amarel - Michelly Andressa Palma - Tatiane Comochena - Tratamento de imagens: Ivo Rezende - submissão de artigos: Simone Lima Lopes Rafael - Márcia Ferreira Dias - Revisão/COPydesk: Adna Miranda - Ronis Furquim Siqueira - Wesley Nazeazeno - JORNALISMO: Beatriz Lemes Ribeiro - BANCO DE DADOS: Cléber Augusto Rafael - Internet: Adriana Azevedo Vasconcelos - Fernanda de Castro e Silva - Fernando Truculo Evangelista - CURSOS E EVENTOS: Ana Claudia da Silva - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA/NORMALIZAÇÃO: Simone Lima Lopes Rafael - EXPEDIÇÃO: Diego Matheus Moraes dos Santos - FINANCEIRO: Cléber Augusto Rafael - Lucyane Plonkóski Nogueira - Roseli Martins - Secretaria: Rosana Guedes da Silva

Guilherme de Araújo Almeida UFU-MG Henrique Mascarenhas Villela ABO-BA Jeffrey P. Okeson Universidade de Kentucky / EUA Jesús Fernández Sánchez Universidade de Madrid / Espanha José Fernando C. Henriques FOB-USP-SP José Nelson Mucha UFF-RJ José Rino Neto FOUSP-SP Júlia Harfin Universidade de Maimonides / Argentina Julio de Araújo Gurgel FOB-USP-SP Julio Pedra e Cal-Neto UFF-RJ Jurandir Antonio Barbosa ACDC-SP Larry White AAO Dallas / EUA Leopoldino Capelozza Filho USC-SP Lorenzo Franchi Universidade de Florença / Itália Luciano da Silva Carvalho APCD-SP Marcelo de Castellucci e Barbosa UFBA-BA Marcio Costa Sobral UFBA-BA Marcio Rodrigues de Almeida UNOPAR-PR Marden Bastos EAP-ABO-MG Matheus Melo Pithon UESB-BA Ravindra Nanda Universidade de Connecticut / EUA Ricardo Nakama Clínica particular-PR Roberto Hideo Shimizu UTP-PR Roberto Justus Univ. Tecnológica do México / México Sebastião Interlandi USP-SP Vincent G. Kokich Universidade de Washington / EUA Wagner José Silva Ursi UEL-PR Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana FOB-USP-SP

Oclusão Paulo Cesar Rodrigues Conti FOB-USP-SP

Patologia Alberto Consolaro FOB-USP-SP

Dentística Renata Pascotto

UEM-PR

A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (ISSN 1676-6849) é uma publicação bimestral (seis edições por ano), da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. — Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá / Paraná - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-.

Indexada nas Bases de Dados:

Bimestral. ISSN 1676-6849.

BBO

1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International. CDD 21.ed. 617.643005

desde 2003

desde 2003

desde 2008


editorial

O marketing na Ortodontia Weber Ursi Editor

A maioria dos cursos de Especialização em Ortodontia — e aqui me incluo, como um dos coordenadores desses cursos — não tem, um seu conteúdo programático, uma disciplina sobre gestão e marketing. Para suprir essa deficiência, o recém-egresso de um curso de pós-graduação em Ortodontia tem algumas saídas, como a ajuda de consultores, ou “coaches”, a contratação de agências de propaganda e marketing, ou procurar fazer cursos que tenham uma interface com nossa especialidade. Os resultados são os mais variados. Muitos se agarram a tábuas de salvação, desde a leitura de livros de autoajuda até a propaganda de aparelhos ou equipamentos. Autores de livros de autoajuda variam desde os mais conceituados pensadores modernos, com credenciais das melhores escolas, até os de formação mais duvidosa, que enumeram “pós-graduações” concluídas como se fosse uma lista de compras de supermercado. Os livros desses últimos são um atentado à inteligência do leitor, com um “cut-and-paste” infindável de platitudes e lugares comuns. Como literatura, são um lixo; como conteúdo, têm a profundidade de uma gota d’água. Nas livrarias, os livros de autoajuda merecem lugar de destaque, e até existem rankings dos mais vendidos, em separado dos livros de ficção e de não-ficção. Minha suspeita é que os únicos que têm algum retorno desses livros são somente os autores e a editora. Como escolher um livro que realmente possa agregar algo de positivo à nova vida pessoal e profissional? Normalmente, as resenhas e críticas de jornais e revistas conceituadas são bons indicadores. Capas chamativas e títulos engraçadinhos não devem ser o parâmetro na hora da escolha. Muitos profissionais divulgam, por meio de marketing externo, o uso de determinados aparelhos e/ou equipamentos, para procurar se diferenciar nesse mercado tão competitivo. Há 60 anos, essa estratégia já era utilizada, com a divulgação da expressão “raios x” nas placas dos consultórios odontológicos. Ora, quanto daquilo que vemos propagandeado hoje não é apenas a edição repaginada dos “raios X”?

Anos atrás, no início da década de 90, recebia a divulgação de cursos de atualização em Ortodontia nos seguintes termos: “Você, clínico-geral, não precisa mais indicar seus pacientes para especialistas, faça você mesmo Ortodontia, com uma nova técnica que não precisa (sic) fazer dobras nos fios, chamada Straight-Wire”. É de chorar a descarada falta de caráter do ministrador desse curso, que, além de ser um atestado de ignorância (a técnica já tinha 20 anos de uso), induzia a uma percepção de que a Ortodontia havia se tornado “fácil”. De repente, a mecânica se tornou mais importante do que o diagnóstico. Hoje, a onda do momento são os braquetes autoligáveis (autoligados ou autoligantes), com inúmeros cursos, livros, seminários e congressos dedicados ao assunto. Representantes comerciais travestidos de professores são a norma nesse mercado, com algumas exceções, repetindo mantras como se ungidos pelo próprio Dalai Lama. Ortodontistas e professores com formação ortodôntica esquálida recebem louros e aplausos dignos do calibre de um Graber, um Moyers, para ficar somente com os clássicos. A leitura crítica da literatura baseada em evidências, nesse momento, atesta que o uso de “self-ligating brackets“ é uma decisão relacionada ao manejo clínico do consultório, em termos de melhora da eficácia e eficiência, e não a virtudes mágicas e esotéricas que tais braquetes possam ter. Onde está o erro primordial de uma estratégia de marketing baseada em aparelhos ou equipamentos? Ora, o que impede que seu vizinho de porta, e concorrente direto, adquira e use os mesmos recursos que você? Onde está o seu diferencial? Seu diferencial, que nunca poderá ser copiado, ser comprado, ser ultrapassado, é seu capital intelectual. O investimento mais importante que um profissional pode fazer é em seu crescimento intelectual e no constante aperfeiçoamento como ser humano e cidadão. Fazendo uma interpretação livre de um poema de Mário Quintana: “Não saia por aí caçando as borboletas, cuide de seu jardim que elas virão até você”.

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):5

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eventos

OMD - 21º congresso anual da Ordem dos médicos dentistas Data: 8 a 10 de novembro de 2012 Local: Exponor, Matosinhos – Porto/Portugal Informações: www.omd.pt

43º encontro do grupo brasileiro de professores de ortodontia e odontopediatria Data: 11 a 14 de novembro de 2012 Local: Orotour Garden Hotel – Campos do Jordão/SP Informações: www.grupo.odo.br

Curso Teórico-Prático de Mini-Implantes Ortodônticos Data: 23 e 24 de novembro de 2012 Local: Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ Informações: www.marassitreinamentos.com.br

CURSO DR. LEOPOLDINO capelozza EM TERESINA Data: 29 e 30 de novembro de 2012 Local: Teresina/PI Informações: (86) 3303-0542 Ipeo_posgraduacao@yahoo.com.br

Curso de imersão em ortodontia Dr. marcos janson Data: 10 a 15 de dezembro de 2012 Local: Natal/RN Informações: (84) 8827-8443 / 9643-4962 clinicaapronianomartins@gmail.com

Dr. leopoldino capelozza em bh Data: 14 e 15 de dezembro de 2012 Local: Belo Horizonte/BH Informações: (31) 3264-9584 www.abormg.org.br

ciosp 2013 - I Congresso Interdisciplinar da apcd Data: 31 de janeiro a 3 de fevereiro de 2013 Local: Expo Center Norte – São Paulo/SP Informações: www.ciosp.com.br

7º congresso internacional de ortodontia da abor-go Data: 21, 22 e 23 de março de 2013 Local: Centro de Convenções de Goiânia Informações: www.aborgoias.com.br

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):6



pergunte a um expert

Análise morfológica tridimensional do sorriso – segunda parte

Carlos Alexandre Câmara*

INTRODUÇÃO

SEGUNDA DIMENSÃO – CORREDOR BUCAL

A Análise Morfológica Tridimensional do Sorriso (AMTS) foi criada para facilitar o diagnóstico estético dos indivíduos que poderão ser submetidos a um tratamento ortodôntico. Por meio de conceitos simples, ela busca fornecer ferramentas que facilitem a observação diferenciada do sorriso. Avaliar de uma forma simplificada e subjetiva, sem a necessidade de se recorrer a números e tabelas, é um dos seus principais objetivos. Em outras palavras, é uma análise que permite uma avaliação direta e objetiva do sorriso. O sorriso é a expressão facial mais agradável e conhecida do ser humano e qualquer indivíduo tem a capacidade de reconhecer a sua agradabilidade, independentemente da sua idade, sexo, localização e cultura. Sendo assim, os profissionais que lidam com a estética do sorriso, em particular os ortodontistas, têm a obrigação de ter um conhecimento aprofundado sobre o assunto e a AMTS vem com o intuito de ajudar e auxiliar esse conhecimento. Na primeira parte desse trabalho27, foi apresentada a análise das Seis Linhas Horizontais do Sorriso (vista frontal). Nessa segunda parte, serão abordadas a segunda e a terceira dimensão da AMTS, através da análise do Corredor Bucal e da Inclinação da Coroa dos Incisivos Superiores (ICIS).

Os espaços (bilaterais) existentes entre as superfícies vestibulares dos dentes superiores posteriores e a mucosa interna dos tecidos moles que formam os cantos da boca e as bochechas, que ocorrem durante o sorriso, são chamados de corredores bucais (Fig. 1). Embora sejam corredores bilaterais e, por isso, o correto seja mencioná-los no plural, para fins didáticos os corredores bucais serão mencionados nesse artigo no singular, como o conceito de corredor bucal, como normalmente é citado na literatura. Outros nomes também são usados na literatura como sinônimo de corredor bucal, fazendo menção ao espaço negro característico do corredor bucal, como: espaço negativo lateral ou espaço escuro lateral5,8,9,10. Esse espaço negro é devido ao fundo escuro dos cantos da boca e depende da amplitude do corredor bucal, que sofre interferência de vários elementos, como será visto mais adiante. Na verdade, o “espaço negro” não é um espaço; é uma ilusão de óptica que, dependendo da luminosidade da parte interna do lábio durante o sorriso, faz com que essa fique escura e se pareça com um espaço1. O corredor bucal faz “parte” do sorriso e é o elemento que melhor caracteriza a sua beleza em uma perspectiva transversa, pois a sua formação está diretamente relacionada

Como citar este artigo: Câmara CA. Análise morfológica tridimensional do sorriso – segunda parte. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):8-16.

» Os autores são desenvolvedores do sistema apresentado no artigo. Agradecimentos: Dra. Frávia Artese, Dr. Renato Rédua e Dra. Ticiana Marzano.

8

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):8-16

* Ortodontista, UERJ. Diretor do Colégio dos Diplomados do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.



ortodontia forense

Alterações e comentários ao novo Código de Ética Odontológica (a entrar em vigor em 1° de janeiro de 2013)

Beatriz Helena Sottile frança*

18

O novo Código de Ética Odontológica (Resolução n° 118 de 11/05/2012), publicado no Diário Oficial de 14/06/2012, que entrará em vigor em 1° de janeiro de 2013, trouxe uma série de alterações e inovações que merecem ser comentadas. De início, o Código revela a preocupação em garantir aos pacientes de Odontologia os direitos que já dispõem como cidadãos e como seres humanos dotados de autonomia que são, quando dispõe no Art. 3°: O objetivo de toda a atenção odontológica é a saúde do ser humano. Caberá aos profissionais da Odontologia, como integrantes da equipe de saúde, dirigir ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência à saúde, preservação da autonomia dos indivíduos, participação da comunidade, hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços de saúde. E, na sequência, reafirma os aspectos próprios da relação entre paciente e profissional, como sendo "de natureza personalíssima" (Art. 4°), que é diversa daquela que vem sendo preconizada, exigida e comparada com outras atividades de prestação de serviços. No CAPÍTULO II – DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS, foi muito bem-vinda a retirada do Art. 5°, da obrigatoriedade de "assegurar a continuidade do tratamento" quando da renúncia ao atendimento do paciente, entendendo que, se houve "a constatação de fatos que, a critério do profissional" prejudicaram "o bom relacionamento com o paciente ou o pleno desempenho profissional", não é justo que caiba como obrigação do profissional garantir a continuidade do tratamento do paciente. No Inciso VI, permaneceu o entendimento de que em instituições públicas ou privadas, quando houver "limitação de

escolha dos meios a serem postos em prática para o estabelecimento do diagnóstico e para a execução do tratamento", poderá recusar-se a "qualquer disposição estatutária", retirando a opção, "salvo quando em benefício ou livre escolha do paciente", e acrescentando "bem como recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal". Na primeira alteração, se tratava de impor ao cirurgião-dentista uma prática que contraria os ensinamentos da ciência odontológica e implica na perda de sua autonomia profissional. Na segunda, preserva o exercício lícito da Odontologia. Os incisos VII e VIII são inéditos. O VII, de novo, trata de defender a autonomia profissional, deixando-lhe a decisão "em qualquer circunstância" sobre "o tempo a ser dedicado ao paciente ou periciado". O VIII dispõe sobre o direito das categorias técnicas e auxiliares a "recusarem-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, ética e legal, ainda que sob supervisão do cirurgião-dentista". Novidade também é o Art. 7°: "Constituem direitos fundamentais dos técnicos em saúde bucal e auxiliares em saúde bucal: I – executar, sob a supervisão do cirurgião-dentista, os procedimentos constantes na Lei nº 11.889/2008 e nas Resoluções do Conselho Federal; II – resguardar o segredo profissional; e III – recusar-se a exercer a profissão, em âmbito público ou privado, onde as condições de trabalho não sejam dignas, seguras e salubres". No CAPÍTULO III – DOS DEVERES FUNDAMENTAIS, a novidade veio logo no início: I – "manter regularizadas suas obrigações financeiras junto ao Conselho Regional"; e II – "manter seus dados cadastrais atualizados junto ao Conselho Regional", impondo ao profissional processo ético à sua violação, caracterizada como "infrações éticas".

Como citar essa seção: França BHS. Alterações e comentários ao novo Código de Ética Odontológica. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):18-21.

* Professora Doutora em Odontologia Legal e Deontologia/FOP UNICAMP. Professora titular da

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):18-21

graduação e pós-graduação da PUCPR. Professora Adjunta Doutora da UFPR.


ACONTECIMENTOS

Dental Press lança livros durante Congresso da SPO Durante o Congresso Brasileiro de Ortodontia, Orto 2012-SPO, realizado de 27 a 29 de setembro pela Sociedade Paulista de Ortodontia, a editora Dental Press lançou cinco livros: “Ortodontia preventiva e interceptora: mito ou realidade”, de Renato Rodrigues de Almeida; “Diagnóstico em Ortodontia” (2ª edição), de Leopoldino Capelozza Filho; “Biomecânica aplicada à clínica”, de Antônio Carlos Ruellas; “Ortodontia objetiva”, de Marcos Janson; e “Ortodontia em um contexto multidisciplinar”, de Marco Antonio de Oliveira Almeida.

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Dr. Renato Rodrigues de Almeida no lançamento de seu novo livro.

Drs. Laurindo Furquim, Leopoldino Capelozza Filho e Henrique Vilella.

Drs. Marcos Janson e Antônio Carlos Ruellas.

Drs. Marco Antonio de Oliveira Almeida e José Augusto Miguel.

Dras. Juliana Perillo e Marina Gaudenzi.

Drs. Marcio Rodrigues de Almeida, Ertty Silva e Júlio Gurgel.

Drs. Alberto Consolaro, Leopoldino Capelozza Filho e Daniela Ferrari.

Drs. José Fernando C. Henriques e Renato Rodrigues de Almeida.

Drs. Guilherme Janson e Marcos Janson.

Dras. Miriam N. Gonçalves e Marise de Castro Cabrera.

Dras. Carla Melleiro e Mêrian Lucena Leiros.

Drs. Jorge Faber, Renato R. de Almeida, Messias Rodrigues e Laurindo Furquim.

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):22-3


Acontecimentos

Dras. Mirella Lummertz e Thais Campregher.

Dras. Janaina Crespo e Siléia Mangini.

Drs. Henrique Vilella e Michele Melo.

Dras. Raquel Campelo e Maria Thereza.

Drs. Laurindo Furquim e Weber Ursi.

Drs. Jorge Faber e Luiz Garcia da Silva.

Dr. Cléber Bidegain marca presença, junto com amigos, no evento.

Drs. Sérgio Fagundes, Vivian Sabbag, Beatriz Moreno e Claudio Kawakami.

Dra. Isa M. Martins Nunes e Dr. Francisco Honôro.

Dra. Camila Araújo.

Participantes do evento.

Dudú Medeiros.

Cássia Bradford e Roseneide Martins.

Dra. Giana Silveira.

Drs. Rosmari de Abreu e Toli Priko.

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):22-3

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DICA CLÍNICA

Como evitar que fios finos de NiTi saiam do tubo? How to prevent thin NiTi wires get out of the tube?

José Nelson Mucha* Luiza Paiva Bittencourt**

Abstract

Resumo Objetivo: descrever um procedimento para impedir a saída de fios finos (0,014”) de NiTi dos tubos. Métodos: dobras realizadas previamente à inserção dos fios nos tubos, com o alicate Omega Loop Forming Pliers – Tweed Style, com alta energia, ocasionado dobras com precisão, na

posição desejada. Resultados: os fios permanecem em posição, diminuindo incômodos e traumas na mucosa bucal dos pacientes, e evitando consultas extras. Conclusões: a utilização desse procedimento determina posições mais estáveis dos arcos e maior eficácia do alinhamento dentário.

wires remain in place, reducing discomfort and trauma to mouth mucosa of patients and avoiding extra appointments. Conclusions: The use of this procedure provides more stable positions of the arches and a more effective dental alignment.

Palavras-chave: Fios ortodônticos. Pacientes. Mucosa bucal.

Keywords: Orthodontic wires. Patients. Mouth mucosa.

Como citar este artigo: Mucha JN, Bittencourt LP. Como evitar que fios finos de NiTi saiam do tubo? Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):26-9.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

26

Objective: To describe a procedure to prevent thin (0.014-in) NiTi wires from getting out of the tubes. Methods: Bends performed with Omega Loop Forming Pliers – Tweed Style, prior to the insertion of the wires in the tubes, with high-energy, yield bends precisely in the desired position. Results: The

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):26-9

* Professor Titular de Ortodontia da Universidade Federal Fluminense (UFF). ** Especialista em Ortodontia pela UFF.


domínio conexo

Estudo comparativo do padrão de crescimento entre as análises USP, Ricketts, McNamara e Jarabak Comparative study of growth standard among the USP, Ricketts, McNamara and Jarabak analysis

Daniela Coelho Rangel* Mari Eli Leonelli de Moraes** Lucia Teramoto*** Luiz Cesar de Moraes**** Michelle Bianchi de Moraes*

Abstract

Resumo Objetivo: o objetivo desse estudo foi comparar o diagnóstico de quatro grandezas cefalométricas rotineiramente utilizadas na determinação do padrão de crescimento craniofacial e verificar a possibilidade, ou não, de concordância entre elas. Métodos: a amostra foi composta por 30 telerradiografias laterais de indivíduos brasileiros, sendo 18 do sexo feminino e 12 do sexo masculino, com idade média de 21 anos. As análises cefalométricas avaliadas foram USP, Ricketts, McNamara e Jarabak. Para obtenção

das grandezas NS.Gn (padrão USP), AFAI (padrão McNamara), Eixo Facial (padrão Ricketts) e Percentual S-Go/N-Me (padrão Jarabak), foi usado o software Radiocef 4.0. Conclusão: para os braquicefálicos a análise de Jarabak apresenta o maior percentual e difere apenas da análise de Ricketts (0%). Nos dolicocefálicos, Jarabak foi diferente de todos os demais testes e nos mesocefálicos não existem diferenças estatísticas para os testes, mesmo entre McNamara e Ricketts, apresentando o valor de 20%.

Facial Axis (Ricketts standard) and Percent S-Go/N-Me (Jarabak standard), it was used the Radiocef 4.0 software. Conclusion: For brachycephalics Jarabak shows the largest percentage and differs only in Ricketts analysis (0%). In dolichocephalics, Jarabak is different from all other analysis and mesocephalics showed no statistical difference, even for McNamara and Ricketts, presenting the value of 20%.

Palavras-chave: Cefalometria. Diagnóstico ortodôntico. Radiografia digital.

Keywords: Cephalometry. Orthodontics diagnosis. Digital radiography.

Como citar este artigo: Rangel DC, Moraes MEL, Teramoto L, Moraes LC, Moraes MB. Estudo comparativo do padrão de crescimento entre as análises USP, Ricketts, McNamara e Jarabak. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):30-4.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

30

Objective: The objective of this study was to compare the diagnosis of four cephalometric landmarks routinely used in determining the pattern of craniofacial growth and verify whether or not the possibility of agreement between them. Methods: The sample was composed of 30 lateral radiograph of brazilians, being 18 of the females and 12 of males, with an average age of 21 years. The cephalometric analyses studied were USP, Ricketts, McNamara and Jarabak. To obtain the values for NS.Gn (USP standard), AFAI (McNamara standard),

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):30-4

* Mestranda em Radiologia Odontológica, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. ** Pós-Doutora em Radiologia Odontológica, University of Washington. Professora Assistente disciplina de Radiologia Odontológica, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. *** Doutora em Ortodontia, UNICAMP. Professora Assistente da disciplina de Ortodontia, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. **** Professor Titular da disciplina de Radiologia Odontológica, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP.


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caso clínico

Correção da mordida cruzada posterior funcional unilateral com o disjuntor de recobrimento oclusal de acrílico: relato de caso Correction of unilateral function posterior crossbite with cover occlusal appliance: a case report

Edson Illipronti Filho* Solange Mongelli de Fantini** Soraya OnishI*** Maria Carolina Franco Ferreira Ballestriere*

Abstract

Resumo O propósito desse estudo é relatar um caso clínico cujo o diagnóstico e tratamento foram efetuados em idade bastante jovem. Foi utilizado o disjuntor com recobrimento oclusal de acrílico para a correção da mordida cruzada posterior unilateral funcional, associado ao parafuso de Hyrax. Ao exame clínico inicial do paciente foi constatada

a mordida cruzada posterior unilateral funcional e sua necessidade de correção. Após o período de contenção pós-expansão e a remoção do aparelho proposto, pôde-se observar a correção da má oclusão e o restabelecimento do equilíbrio oclusal necessário para o desenvolvimento do crescimento normal das funções estomatognáticas.

period and removal of the proposed appliance, we can see the correction of malocclusion and the reestablishment of the occlusal equilibrium necessary for the development of normal growth of stomatognathic functions.

Palavras-chave: Má oclusão. Dentição mista. Técnica de expansão palatina.

Keywords: Malocclusion. Palatal expansion technique. Orthodontic appliances.

Como citar este artigo: Illipronti Filho E, Fantini SM, Onishi S, Ballestriere MCFF. Correção da mordida cruzada posterior funcional unilateral com o disjuntor de recobrimento oclusal de acrílico: relato de caso. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):36-42.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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The purpose of this study is to report a clinical case whose diagnosis and treatment were made in fairly young age. An expander was used with acrylic occlusal coverage for the correction of functional unilateral posterior crossbite associated with the Hyrax screw. At the initial clinical examination the patient was found to unilateral posterior crossbite and their need to fix. After the retention

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):36-42

* Especialista e Mestre em Ortodontia, Departamento de Ortodontia e Odontopediatria, FOUSP. ** Doutora em Ortodontia, USP. Professora do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria, FOUSP. Professora coordenadora de Especialização em Ortodontia, FUNDECTO - USP. *** Especialista em Ortodontia, Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas. Estagiária do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria, FOUSP.



Artigo inédito

Multifuncionalidade do aparelho expansor de Haas 3D preconizado por Franco 3D multifunctional Haas expander appliance preconized by Franco

Eduardo Jacomino Franco* Giovanni Modesto Vieira** Carlos Henrique Guimarães Júnior***

Abstract

Resumo Introdução: o tratamento precoce das discrepâncias transversais da maxila é utilizado desde a década de 60, assim como são bem conhecidos os efeitos da expansão rápida maxilar no complexo craniofacial, evidenciados de maneira significativa pela literatura pertinente. Muitas variações clínicas do aparelho Haas foram idealizadas em função das diferentes más oclusões apresentadas nas dentições decíduas, mista e permanente. Entretanto, nenhuma dessas alterações supre a necessidade de correção simultânea das más oclusões sagitais, verticais e transversais, o que implicou no

surgimento do expansor Haas 3D proposto pelos autores, que tem como objetivo principal a correção transversal da maxila. Objetivo: o presente trabalho tem por objetivo apresentar um caso clínico com a utilização do aparelho tipo Haas multifunção 3D para o tratamento precoce e simultâneo das más oclusões de mordida cruzada posterior, Classe II e mordica aberta anterior. Conclusões: até a presente data, essas modificações têm sido utilizadas com sucesso na clínica de ortodontia pelos autores, respeitando suas indicações e limitações intrínsecas da aparatologia em evidência.

to the transversal maxillary correction. Objectives: This paper aims to present a clinical case using the Haas appliance type multifunction 3D for early treatment of malocclusion and simultaneous posterior crossbite, and Class II anterior open bite. Conclusion: To date, these modifications have been successfully used in orthodontic clinic by the authors, respecting its indications and limitations inherent in evidence of the device.

Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe II. Técnica de expansão palatina. Mordida aberta.

Keywords: Open bite. Palatal expansion technique. Malocclusion. Angle Class II.

Como citar este artigo: Franco EJ, Vieira GM, Guimarães Júnior CH. Multifuncionalidade do aparelho expansor de Haas 3D preconizado por Franco. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):44-53.

» Os autores são criadores da versão modificada do aparelho, apresentada no artigo.

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Introduction: Early treatment of transverse maxillary discrepancies has been used since the 1960s, as are well known effects of rapid maxillary expansion on the craniofacial complex, as evidenced by significant literature. Many clinical variations of the Haas appliance were designed according to different malocclusion presented in the deciduous dentition, mixed and permanent. However, no such change meets the need for simultaneous correction of malocclusion sagittal, vertical and transverse, which resulted in the emergence of the 3D Haas expander proposed by the authors, which aims mainly

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):44-53

* Professor do curso de Especialização em Ortodontia, Funorte. Coordenador do curso de Especialização em Ortodontia, UNINGA – Teresina. Idealizador da Filosofia Orthodiamond. ** Professor do curso de Especialização em Ortodontia, ABO-DF. Mestre em Ciências Genômicas e Biotecnologia, UCB-DF. *** Mestre em Ortodontia, UNICID-SP. Doutor em Ortodontia, FOB-USP. Professor Coordenador do curso de Especialização em Ortodontia, ABO-DF.


caso clínico

Extração assimétrica com a técnica Straight-Wire simplificada: relato de caso clínico Asymmetric extraction with simplified Straight-Wire technique: case report

Márcio Machado Crestana Cantarelli* Daniela Belisário Baroni** José Ricardo Scanavini*** Paulo Estevão Scanavini**** Marcos Valério Ferrari*

Abstract

Resumo Casos assimétricos são muito comuns no cotidiano ortodôntico, nos quais as relações sagitais posteriores são distintas, resultando em um desvio de linha média. Para o tratamento desses casos, deve ser considerados fatores como: idade do paciente, presença de dentes impactados, potencial de crescimento para auxiliar a mecânica ortodôntica, ausências dentárias, faltas de espaço, diastemas e discrepância de Bolton. Em diversos casos é fundamental a realização de extrações assimétricas para a correção ortodôntica. O presente trabalho

tem a proposição de relatar um caso clínico de uma paciente leucoderma, de 24 anos de idade, com má oclusão Classe II divisão 1, desvio de linha média superior para a esquerda, impacção do dente 23 e discrepância de modelo negativa. Foi proposto o tratamento ortodôntico utilizando a técnica Straight-Wire Simplificada, com extrações assimétricas dos elementos dentários 23 e 14, mecânica para fechamento de espaço e correção do desvio de linha média. Foram obtidos resultados satisfatórios tanto do ponto de vista oclusal quanto estético.

tient, 24 years-old, with Class II division 1 malocclusion, upper dental midline deviation to the left, impaction of element 23 and negative model discrepancy. Orthodontic treatment with Simplified Straight-Wire technique was proposed, with asymmetric extractions of teeth 23 and 14, mechanics to close space and correct the midline deviation. Satisfactory results were obtained from both esthetic and occlusal points of view.

Palavras-chave: Má oclusão. Impacção. Extração.

Keywords: Malocclusion. Impaction. Extraction.

Como citar este artigo: Cantarelli MMC, Baroni DB, Scanavini JR, Scanavini PE, Ferrari MV. Extração assimétrica com a técnica Straight-Wire simplificada: relato de caso clínico. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):54-60.

* Professor do Curso de Especialização em Ortodontia - APCD/Piracicaba/SP. ** Professora da Especialização em Ortodontia da APCD/Piracicaba. *** Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia - APCD/Piracicaba/SP. **** Professor do Curso de Especialização em Ortodontia - APCD/Piracicaba/SP.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Asymmetric cases are very common in orthodontic routine, in which posterior sagittal relationships are distinct, resulting in midline deviation. For treating these cases some factors must be considered, such as: Patient age, presence of impacted teeth, growth potential to help orthodontic mechanics, dental absences, lack of space, diastemas and Bolton discrepancy. In many cases it is important to realize asymmetric extractions in orthodontic treatment. The present study reports a clinical case of a Caucasian pa-

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):54-60


BRÁQUETES AUTOLIGANTES E MINI-IMPLANTES

O que são e o que muda em sua rotina clínica

“Os bráquetes autoligantes e os mini-implantes são as grandes novidades da ortodontia nos últimos anos. É a primeira vez na história da especialidade que os bráquetes têm, ao lado dos fios, a função de armazenar força. Isso proporciona ao ortodontista maior controle da força dispendida sobre os dentes, minimizando o desconforto, acelerando o movimento dentário e diminuindo o risco de sequelas. Muitos conceitos clássicos do tratamento vem sendo modificados desde a popularização desses novos dispositivos, como a sequência de fios, a frequência das consultas e a forma de pagamento do tratamento.”

✓ Doutor, Mestre e Especialista em Ortodontia

✓ Coordenador do Curso de Especialização da AGOR (RS)

✓ Coordenador do Curso de Especialização da UNIP (GO)

✓ Professor do Curso de Espoecialização do NEO (SP)

Pós-graduado no Roth-Williams Center (USA) Speaker da Forestadent (Alemanha)

Curso Teórico-Laboratorial (Hands-On) 12 hs (1 dia e meio)

PARTE TEÓRICA

PARTE PRÁTICA

Evolução dos Sistemas de Ligação

Métodos de Abertura e Fechamentos dos Clipes

Vantagens

Alinhamento e Nivelamento (fios redondos)

Cuidados no Manuseio

Torques (fio retangular)

Bráquetes Autoligantes Ativos x Passivos Bráquetes Autoligantes Estéticos

Fechamento de Espaços com Mecânica de Deslize (molas fechadas de NiTi e gurins)

Sequência de Fios

Instalação de Mini-Implantes em manequim

O que Muda na Rotina Clínica Fornecimento de Audiovisual para o Consultório Noções sobre as indicações e aplicações dos mini-implantes

Locais São Paulo: G&M Forestadent (11)3661-8100 NEO (11)5084-1926

Porto Alegre: AGOR (51)3312-2470

Goiânia: OrthoPlace (62)3278-4123


caso clínico

Tratamento de atresia esquelética em paciente adulto: uma proposta de aparelho expansor não convencional Treatment of skeletal atresia in an adult patient: A proposal for an unconventional expansion appliance

Carlos Lucio Antunes* Vinicius Canavarros Palma** Luis Evaristo Ricci Volpato** Evanice M. Marçal Vieira** Agnes de Fátima Faustino Pereira** Alvaro Henrique Borges**

Abstract

Resumo O uso dos aparelhos disjuntores maxilares é indicado para casos de atresia, normalmente associada com mordida cruzada posterior esquelética. Para corrigi-la, deve-se optar por mecânica de expansão ortopédica da maxila que promova a rápida abertura da sutura palatina mediana. Nos casos de crianças e adolescentes, esse processo é facilmente conseguido simplesmente com o uso de aparelho disjuntor. No entanto, quando se trata de paciente adulto, a união entre os processos

palatinos torna mais difícil sua abertura e, em muitos casos, a cirurgia ortognática está indicada. Os modelos de disjuntores maxilares têm em comum o fato de serem adaptados por palatino dos dentes posteriores. O objetivo desse trabalho foi apresentar um aparelho não convencional, com apoio por vestibular e torno expansor localizado na região dos incisivos, como alternativa de tratamento para pacientes que apresentam dificuldade de adaptação aos aparelhos convencionais.

surgery is indicated. The palatal expander models have in common that they are adapted by the palatal of posterior teeth. The objective of this study was to present a modified appliance with vestibular support and expander clamp located in the region of the incisors, as an alternative treatment for patients who have difficulty adapting to conventional devices.

Palavras-chave: Má oclusão. Cirurgia ortognática. Técnica de expansão palatina

Keywords: Malocclusion. Orthognathic surgery. Palatal expansion technique.

Como citar este artigo: Antunes CL, Palma VC, Volpato LER, Vieira EMM, Pereira AFF, Borges AH. Tratamento de atresia esquelética em paciente adulto: uma proposta de aparelho expansor não convencional. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):62-6.

» Os autores são criadores da versão modificada do aparelho, apresentada no artigo.

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The use of palatal expander appliances is indicated for cases where there is a true maxillary atresia, usually with skeletal posterior cross bite. To correct it one should opt for mechanical orthopedic maxillary expansion, which promotes the rapid opening of the midpalatal suture. When it is in children or adolescents, this process is easily accomplished by using the palatal expander. But when dealing with adult patients, the union between the palatine processes becomes more difficult to open, and in many cases orthognathic

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):62-6

* Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial. Mestrando em Ciências Odontológicas Integradas, Universidade de Cuiabá. ** Doutor em Odontologia. Professor do Programa de Mestrado em Ciências Odontológicas Integradas, Universidade de Cuiabá.



caso clínico

Ortodontia, Cirurgia e Estética: a importância da abordagem multidisciplinar Orthodontics, Surgery and Cosmetic Dentistry: The importance of a multidisciplinary approach Ertty Silva* Sérgio Pinho** Fernanda Meloti*** João Milki Neto**** Cláudio Pinho*****

Abstract

Resumo Introdução: a má oclusão de Classe II é caracterizada por um inadequado relacionamento maxilomandibular anteroposterior. Essa má oclusão maxilar e/ou mandibular pode ter origem esquelética e/ou dentoalveolar. Para corrigir a má oclusão esquelética de Classe II com retrognatismo mandibular em pacientes adultos, é necessária a realização de cirurgia ortognática, além do tratamento ortodôntico. Assimetrias dentárias, quando associadas a essa má oclusão, devem ser corrigidas no preparo ortodôntico pré-cirúrgico. Objetivo: apresentar um novo método de preparo ortocirúrgico ilustrado por um caso clínico de paciente com má oclusão de Classe II esquelética com retrognatismo mandibular,

associada a assimetria dentária inferior. Métodos: miniplacas de titânio foram usadas como ancoragem temporária para obter maior controle durante a movimentação dos dentes nas arcadas dentárias. Resultados: a assimetria dentária inferior foi facilmente corrigida com a mecânica utilizada, em curto período de tempo e sem efeitos colaterais indesejados. Subsequentemente, o avanço mandibular e a mentoplastia foram realizados cirurgicamente. Após a finalização ortodôntica, executou-se a reanatomização dentária. Conclusão: esse caso clínico demonstra a importância das miniplacas e da abordagem multidisciplinar (Ortodontia, Cirurgia e Odontologia Estética) para obter sucesso no resultado final do tratamento.

tanium miniplates were used as temporary anchorage to enhance control during teeth movement in dental arches. Results: Mandibular dental asymmetry was easily corrected with the chosen treatment, in a short period of time and without unwanted side effects. Subsequently, the mandibular advancement and genioplasty were surgically performed. After orthodontic treatment completion, tooth reshaping was performed. Conclusion: This case report demonstrates the importance of the use of miniplates in orthodontics and described a multidisciplinary approach (orthodontics, surgery and cosmetic dentistry) to succeed in treatment outcomes.

Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe II. Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Relações interprofissionais.

Keywords: Angle Class II malocclusion. Orthodontic anchorage procedures. Interprofissional relations.

Como citar este artigo: Silva E, Pinho S, Meloti F, Milki Neto J, Pinho C. Ortodontia, Cirurgia e Estética: a importância da abordagem multidisciplinar. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):68-77.

* Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, PUCRJ. ** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, UFG. *** Especialista, Mestre e Doutoranda em Ortodontia e Ortopedia Facial, FOAR/UNESP. **** Especialista e Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF), UnB. Doutor em Implantodontia, USC/Bauru. Professor de CTBMF da Universidade de Brasília. ***** Especialista em Dentística Restauradora, UNESP/Araçatuba. Estudante de Especialização em Protése Dentária, IPESP/Brasília.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Introduction: Angle Class II malocclusion is characterized by an inappropriate anteroposterior maxillomandibular relationship. This maxillary and/or mandibular malocclusion may have skeletal and/or dentoalveolar origin. To correct the skeletal Class II malocclusion with mandibular retrognathism in adult patients, it is necessary to perform orthognathic surgery, besides orthodontic treatment. Dental asymmetries, when associated to this malocclusion should be corrected during pre-surgical orthodontic preparation. Objective: To present a new method of orthodontic/surgical preparation and to illustrate it by reporting the case of a patient with skeletal Class II malocclusion and mandibular retrognathism associated with mandibular dental asymmetry. Methods: Ti-

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):68-77


artigo inédito

Utilização de miniparafusos para mesialização de molares The use of miniscrews to molar mesialization

Henrique Mascarenhas Villela* Juliana Andrade de Lacerda** Mario Vedovello Filho*** Silvia Vedovello*** Galdino Yague Neto***

Abstract

Resumo A introdução da ancoragem esquelética com miniparafusos trouxe muitos benefícios à difícil tarefa de mesializar os molares, simplificando a mecânica ortodôntica, minimizando os efeitos colaterais indesejados, reduzindo a necessidade de colaboração do paciente e tornando os tratamentos mais previsíveis. Para

tornar a mecânica ortodôntica mais eficiente, é necessária a compreensão da biomecânica pertinente a essa aplicação clínica. Esse artigo tem como objetivo mostrar casos clínicos, exemplificando as diversas formas de utilização da ancoragem com miniparafusos, de forma indireta, para efetuar a mesialização dos molares.

biomechanics of this clinical application to let the orthodontic mechanic more efficient. This article aims to report clinical cases, illustrating the various ways of the miniscrews use as indirect anchorage for molar mesialization.

Palavras-chave: Miniparafusos ortodônticos. Mini-implantes. Ancoragem. Mesialização de molares.

Keywords: Orthodontics miniscrews. Mini-implants. Anchorage. Molar mesialization.

Como citar este artigo: Villela HM, Lacerda JA, Vedovello Filho M, Vedovello S, Yague Neto G. Utilização de miniparafusos para mesialização de molares. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):78-95.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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The introduction of skeletal anchorage with miniscrews brought benefits to the difficult movement of molar mesialization, simplifying the orthodontic mechanic, minimizing the undesirable collateral effects, decreasing the need for patient cooperation and making the treatment more predictable. It’s necessary to understand the

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):78-95

* Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, ABO-BA. Professor dos Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial, ABO-BA. Mestrando em Ortodontia, Programa de Pós- Graduação em Odontologia, UNIARARAS. ** Aluna do curso de especialização em Ortodontia, ABO-BA. *** Professor Doutor, Programa de Mestrado em Odontologia, área concentração Ortodontia, UNIARARAS.


ARTIGO INÉDITO

Descompensação da arcada inferior: conceito e métodos Lower arch decompensation: Concept and methods

Rodrigo Castellazzi Sella* Wagner José Silva Ursi**

Abstract

Resumo A arcada inferior constitui a base do diagnóstico ortodôntico. Dada sua importância, existe certa complexidade inerente a essa arcada dentária, seja por sua localização no espaço, ou por seu posicionamento na mandíbula, que constitui a base óssea capaz de realizar amplos movimentos durante suas várias funções, ou ainda pelas limitações mecânicas ortodônticas e ortopédicas que essa arcada impõe ao ortodontista quando da necessidade de intervenção. Existem algumas

situações em que os dentes da arcada inferior exibem posicionamentos no sentido transversal indesejados para finalização do tratamento, considerando estabilidade em longo prazo e saúde dos tecidos envolvidos. Esse artigo visa revisar os conceitos para o posicionamento adequado dos dentes inferiores no sentido transversal, bem como destacar e discutir os métodos de descompensação da atresia e da sobre-expansão da arcada inferior e/ou inclinações dentárias inadequadas.

tissues’ health. This article aims to review the concepts for the proper positioning of the lower teeth in the transverse direction, as well as highlight and discuss the methods of decompensation of atretic and over-expanded lower arches and/or inadequate dental inclinations.

Palavras-chave: Anatomia da arcada dentária inferior. Descompensação. Borda WALA.

Keywords: Lower dental arch anatomy. Decompensation. WALA ridge.

Como citar este artigo: Sella RC, Ursi WJS. Descompensação da arcada inferior: conceito e métodos. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):96-113.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Agradecimento especial a: Tien Li An, por gentilmente ceder a Figura 4 e permitir a utilização dos desenhos didáticos dos dentes que ajudaram na criação das Figuras 1, 2, 3 e 5.

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The lower arch forms the basis of orthodontic diagnosis. However, there is some inherent complexity, as its location in space or its placement in the mandible that make significant moves during its various functions, or even by orthodontic or orthopedic mechanical limitations when intervention is needed. There are some situations in which the teeth of the lower arch display positions in the transverse direction, unwanted for treatment finalization, considering long-term stability and involved

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):96-113

* Mestre e Doutor em Odontologia, área de concentração Ortodontia, FOA-UNESP. Professor do Departamento de Anatomia do Centro de Ciências Biológicas, Disciplinas de Anatomia Humana e Anatomia Dentária, Universidade Estadual de Londrina. Professor e Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia, Universidade Cruzeiro do Sul, Unidade Londrina. ** Especialista, Mestre e Doutor em Odontologia. Professor do Departamento de Odontologia Restauradora, Disciplina de Dentística, Universidade Estadual de Londrina. Professor e Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia, Universidade Cruzeiro do Sul, Unidade Londrina.


artigo inédito

Quando o auxiliar odontológico extrapola os limites When the dental assistant exceed the limits

Marcelo Afonso Machado* Eduardo Daruge Júnior** Luiz Renato Paranhos***

Abstract

Resumo A utilização de pessoal auxiliar para realizar tarefas de menor complexidade em Ortodontia tem sido indicada com a finalidade de aumentar a produtividade nos consultórios. O Técnico de Saúde Bucal (TSB) e o Auxiliar de Saúde Bucal (ASB) são as duas profissões auxiliares da Odontologia que podem prestar assistência direta ao paciente, o que só pode ser feito sob a supervisão direta do cirurgião-dentista (CD). A Lei 11.889 de 24/12/2008, ao regulamentar essas profissões auxiliares, estabeleceu uma lista de atribuições clínicas, educativas e administrativas que cada uma delas pode executar. Na hipótese do auxiliar executar qualquer ato não per-

tencente a esse rol, tais como a realização de moldagens de estudo, colagem direta de braquetes, remoção do aparelho ortodôntico e colagem de contenção fixa, estará cometendo infrações nas áreas penal e ética. Já o CD que permite ou estimula essa conduta também poderá responder nas áreas cível e ética. Esse trabalho faz uma revisão de normas legais que regulam o exercício das profissões de TSB e ASB, focando nas suas atribuições e riscos, inclusive para o CD, da extrapolação das suas funções. A participação do pessoal auxiliar tem muito a contribuir na Ortodontia, porém, devem ser respeitados os limites legais de cada profissão.

bonding of brackets, removal of orthodontic appliance and bonding of fixed containment, will be committing criminal offenses in criminal and ethical areas. The dentist that allows or encourages this behavior may also respond in civil and ethical areas. This study carried out a review on the laws governing the exercise of the professions of OHT and OHA, focusing their responsibilities and risks, including to the dental surgeon, of extrapolating their duties. The participation of auxiliary personnel has much to contribute in orthodontics, but the legal limits of each profession must be complied.

Palavras-chave: Legislação odontológica. Ortodontia. Ética odontológica.

Keywords: Dental legislation. Orthodontics. Dental ethics.

Como citar este artigo: Machado MA, Daruge Júnior E, Paranhos LR. Quando o auxiliar odontológico extrapola os limites. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):114-7.

* Mestrando em Odontologia Legal pela FOP/UNICAMP – Piracicaba. ** Professor da Faculdade de Odontologia da FOP/UNICAMP – Piracicaba. *** Professor do Programa de Pós-Graduação em Biologia Oral da USC – Bauru.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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The use of auxiliary personnel to perform low-complexity tasks in orthodontics has been indicated with the purpose of increasing the productivity in dental offices. The Oral Health Technician (OHT) and Oral Health Assistant (OHA) are the two auxiliary professions in dentistry that may provide direct care to the patient, which can only be done under supervision of the dentist. The #11.889 law from December 24th, 2008 regulated these auxiliary professions, and set a list of clinical, educational and administrative assignments that each one can perform. Given the hypothesis that the assistant perform any action not included in this list, such as making study casts, direct

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):114-7



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artigo inédito

Sorriso gengival: diagnóstico e tratamento Gingival smile: Diagnosis and treatment

Gláucia de Ávila Oliveira Araujo* Adriano Castro**

Abstract

Resumo A procura pela excelência estética é, atualmente, uma realidade em nossa sociedade. Nesse contexto, a busca pelo sorriso perfeito tem sido constante. Uma queixa bastante comum é a presença do sorriso gengival, condição caracterizada pela aparência de mais de 2mm de gengiva durante o sorriso. O presente trabalho tem por objetivo apresentar um caso clínico de sorriso gengival em que a paciente era portadora de erupção passiva alterada do Tipo I-A. A queixa estética se tornou mais evidente após o fim do tratamento ortodôntico. Os fatores etiológicos envolvidos são: o crescimento vertical da maxila, a extrusão dentoalveolar, a hiperatividade dos músculos labiais e/ou lábio superior curto, erupção passiva alterada e o uso de medicamentos cujo efeito colateral é

o crescimento gengival. Dentro do ramo de atuação da Ortodontia encontra-se a intrusão dentoalveolar, associada ou não à cirurgia ortognática. A Periodontia trata os casos em que são necessárias correções cirúrgicas no tecido gengival; já a Cirurgia Plástica e a Dermatologia corrigem as alterações musculares. Quando existem diferenças nas proporções dentárias, são requeridos tratamentos restauradores complementares. Existem casos em que se torna necessária a atuação multidisciplinar, pois podem coexistir dois ou mais fatores etiológicos. Foi realizada a cirurgia periodontal indicada e a paciente mostrou bastante satisfação com o resultado final, confirmando que o correto diagnóstico, aliado a técnicas consagradas, é a melhor forma de se alcançar metas estipuladas.

dentoalveolar intrusion, with or without orthognathic surgery. Periodontics deals with cases in need of surgical correction in the gingival tissue; and Plastic Surgery and Dermatology corrects muscle disorders. When there are differences in dental proportions, restorative complementary treatments are required. There are cases where a multidisciplinary approach becomes necessary, because two or more etiological factors may coexist. Periodontal surgery was performed and the patient showed great satisfaction with the final result, confirming that the correct diagnosis, combined with established techniques, is the best way to achieve treatment goals.

Palavras-chave: Sorriso. Terapêutica. Estética. Diagnóstico.

Keywords: Smiling. Therapeutics. Esthetics. Diagnosis.

Como citar este artigo: Araujo GAO, Castro A. Sorriso gengival: diagnóstico e tratamento. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):120-6.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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The search for esthetic excellence is now a reality in our society. In this context, the search for the perfect smile has been steady. A common complaint is the presence of gingival smile, a condition characterized by the appearance of more than 2 mm of gingiva during the smile. This paper presents a clinical case of gingival smile in which the patient had a type I-A altered passive eruption. The esthetic complaint became more evident after the end of orthodontic treatment. The etiological factors involved are: the vertical growth of maxilla, dental or alveolar extrusion, hyperactivity of the muscles of the lip and/or short upper lip, altered passive eruption and use of medicines whose side effects is gingival overgrowth. Within the field of action of orthodontics is the

Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):120-6

* Professora de Periodontia da Universidade Paulista – Brasília. ** Professor de Ortodontia da Universidade Católica de Brasília.


abstracts

Literatura ortodôntica mundial Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica.

Influência da fissura palatina isolada e da palatoplastia na face da Silva Filho OG, Rosa LA, Lauris R de C. Influence of isolated cleft palate and palatoplasty on the face. J Appl Oral Sci. 2007 Jun;15(3):199-208. Introdução: a literatura tem demonstrado que alterações na morfologia craniofacial características de indivíduos com fissura palatina são observadas tanto em pacientes operados como em não operados. Objetivo: esse estudo avaliou a influência da fissura palatina isolada e da palatoplastia na face, com base na análise facial. Material e Métodos: fotografias do lado direito das faces de 85 pacientes adultos jovens com fissura palatina foram analisadas, dos quais 50 foram operados e 35 nunca haviam recebido qualquer tratamento cirúrgico prévio. O ângulo nasolabial e a projeção zigomática foram usados para definir a posição maxilar na face. O posicionamento mandibular foi classificado como Padrão I, II ou III. Resultados: os pacientes foram distribuídos em 54,12% com Padrão I, 32,94% Padrão II e 12,94% Padrão III. A distribuição dos padrões faciais não apresentou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (p> 0,05). Embora a palatoplastia não tenha influenciado o padrão facial, a projeção zigomática foi vulnerável às cirurgias plásticas. Vinte e oito por cento dos pacientes no grupo operado apresentaram deficiência zigomática, em comparação a apenas 8,5% no grupo não operado. Conclusão: em pacientes com fissura palatina isolada, a palatoplastia pode influenciar negativamente no comportamento sagital da maxila, de acordo com a projeção zigomática da face, embora sem comprometer o padrão facial. Palavra-chave: Fissura de lábio. Fissura de palato. Cirurgia. Face. Tradução: Fabio Pinto Guedes.

Influência da queiloplastia sobre a morfologia craniofacial de pacientes com fissura bilateral completa de lábio e palato da Silva Filho OG, Valladares Neto J, Capelloza Filho L, de Souza Freitas JA. Influence of lip repair on craniofacial morphology of patients with complete bilateral cleft lip and palate. Cleft Palate Craniofac J. 2003 Mar;40(2):144-53. Objetivo: o objetivo deste estudo foi comparar dois grupos de pacientes adultos do sexo masculino com fissura bilateral completa de lábio e palato (FBCLP), com base em radiografias cefalométricas laterais. Pacientes: o primeiro grupo de pacientes adultos do sexo masculino com FBCLP foi composto de 13 pacientes não operados, com idade média de 21 anos. O segundo grupo foi composto de 14 pacientes, com idade média de 21 anos e 7 meses, que operaram apenas o lábio antes dos 2 anos de idade. Desenho: as seguintes medidas foram avaliadas: ângulo e comprimento da base do crânio; comprimento e posicionamento espacial da maxila; posicionamento espacial da mandíbula; morfologia e comprimento; relação

maxilomandibular; comprimento vertical da face; posicionamento dentário; relação entre as arcadas dentárias; e perfil mole. Resultados: os resultados sugerem que a queiloplastia tem uma influência significativa sobre certas áreas do complexo craniofacial, principalmente a pré-maxila e os incisivos superiores. Conclusões: os achados mais significativos decorrentes da queiloplastia consistiram de redução da projeção anterior da pré-maxila e inclinação lingual dos incisivos superiores. O retroposicionamento da pré-maxila, especialmente na parte alveolar, é um efeito desejado da queiloplastia na FBCLP. Tal efeito sobre a pré-maxila projetada é geralmente benéfico, exceto quando a pressão labial muito grave, o padrão de crescimento desfavorável, ou ambos, retroposicionam o perfil do terço médio da face além dos limites sagitais aceitáveis. Palavras-chave: Fissura bilateral de lábio e palato. Fissura de lábio e palato. Anomalia craniofacial. Tradução: Fabio Pinto Guedes.

Prevalência de bandeleta de Simonart em pacientes com fissura completa de lábio e alvéolo, e fissura completa de lábio e palato da Silva Filho OG, Santamaria M Jr, da Silva Dalben G, Semb G. Prevalence of a Simonart's band in patients with complete cleft lip and alveolus and complete cleft lip and palate. Cleft Palate Craniofac J. 2006 Jul;43(4):442-5. Objetivo: investigar a prevalência da presença de uma ponte de tecido mole (bandeleta de Simonart) em pacientes com fissura completa de lábio e alvéolo, e fissura completa de lábio e palato. Desenho: transversal. Amostra: foram avaliados 407 pacientes consecutivos, não operados, no primeiro atendimento no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, em Bauru, São Paulo, Brasil, no ano de 2000. Os pacientes foram classificados como apresentando fissura completa de palato primário ou de palato primário e secundário, unilateral ou bilateral, como a seguir: fissura unilateral de lábio; fissura bilateral de lábio; fissura unilateral de lábio e palato; e fissura bilateral de lábio e palato. Método: exame clínico. A bandeleta foi considerada como presente quando havia uma ponte de tecido mole entre as cristas alveolares separadas, independentemente do volume e posição. Os resultados foram analisados pela estatística descritiva e foram expressos como percentagens, de acordo com o tipo de fissura. Conclusão: 31,2% dos pacientes se apresentaram com bandeleta de Simonart. A bandeleta foi observada mais frequentemente em pacientes com fissuras unilaterais do que em pacientes com fissuras bilaterais, e em pacientes com fissura completa de lábio e alvéolo do que em pacientes com fissura completa de lábio e palato. Palavras-chave: Fissura de lábio e palato. Ponte de tecido mole. Tradução: Fabio Pinto Guedes.

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controvérsias

A recessão gengival em forma de V como manifestação clínica do trauma oclusal The V-shaped gingival recession as clinical manifestation of occlusal trauma

Alberto Consolaro*

Abstract

Resumo A recessão gengival em forma de V para uma grande parte das escolas mundiais de Odontologia pode estar primária e diretamente relacionada com o trauma oclusal. Em outras escolas, principalmente as escandinavas, os estudiosos consideram que a recessão gengival em forma de V está primária e necessariamente ligada à presença da placa dentobacteriana. No dia a dia clínico, em alguns casos de recessão gengival em forma de V, se tem

dificuldade de relacioná-los com a presença da placa dentobacteriana, ao mesmo tempo que se tem os demais sinais de trauma oclusal. Ao eliminar-se o problema oclusal pelo especialista em oclusão, muitas destas recessões diminuem ou desaparecem. Para fundamentar do ponto de vista celular e tecidual o que ocorre no trauma oclusal e, em especial com a recessão gengival em forma de V associada, propusemos discorrer sobre este assunto.

Palavras-chave: Trauma oclusal. Oclusão. Recessão gengival. Gengiva. Abfração.

Como citar este artigo: Consolaro A. A recessão gengival em forma de V como manifestação clínica do trauma oclusal. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012 out-nov;11(5):130-5. » O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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To a great part of the dental schools in the world, the Vshaped gingival recession can be primarily and directly related to the occlusal trauma. In other schools, especially the Scandinavian ones, researchers believe that the V-shaped gingival recession is primarily and necessarily related to the presence of dental bacterial plaque. In daily practice, it is difficult to relate some cases of V-shaped gingival recession to the presence of dental

bacterial plaque, at the same time that other signs of occlusal trauma are present. When the specialist in occlusion eliminates the occlusal problem, many of these recessions diminish or disappear. To support, from the point of view of the cells and tissues, what occurs in the occlusal trauma, and especially in the associated V-shaped gingival recession, we proposed to discuss this subject.

Keywords: Occlusal trauma. Occlusion. Gingival recession. Gingiva. Abfraction.

* Professor Titular, Faculdade de Odontologia de Bauru/USP e de Pós-graduação, FORP-USP.


instruções aos autores

— A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse aos profissionais da área, comunicações breves e atualidades. — A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com.br — Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Dental Press International Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br — As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer responsabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nesta publicação. A Revista ou as empresas patrocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas. — Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DE MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com.br — Organize sua apresentação como descrito a seguir: 1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — não inclua informações relativas aos autores, por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos. Elas deverão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informações não estarão disponíveis para os revisores.

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2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavraschave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS. 3. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie as figuras em arquivos separados (ver logo abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto. 5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável).


Instruções aos autores

7. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética. 8. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo todos os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press International, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. 9. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih. gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos ao lado.

Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/ a15v11n6.pdf.

* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com.br

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registro de ensaios clínicos

Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.

Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index. html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que

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integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

Posicionamento da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/ en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http:// www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.




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