Dental Press Implantology - v. 7, no. 1

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Number 1

January / February / March 2013

versão em português

© Nobel Biocare Services AG, 2012 Todos os direitos reservados. A Nobel Biocare, o logotipo da Nobel Biocare e todas as restantes marcas comerciais são, caso não exista nenhuma declaração adicional ou caso isso não seja evidente pelo contexto de determinados casos, marcas comerciais do grupo Nobel Biocare.

Volume 7

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Dental Press Implantology. 2013 Jan-Mar;7(1):1-112

ISSN 2237-650X


sumário

V. 7, N. 1 - January - February - March - 2013

8

Entrevista 8

Curtis E. Jansen O entrevistado desse mês, Dr. Curtis Jansen (Monterey, Califórnia), conversou com o Dr. Bradley Bockhorst, ex-diretor de Tecnologias Clínicas do Glidewell Laboratories, em Newport Beach, Califórnia.

Imagem e Ciência 52

Agenesia de 12 e 22 resolvida com implantes Dario Augusto Oliveira Miranda, Marcos Barreto Regis

Pergunte ao Expert 18

Estratégias cirúrgicas para o selamento dos alvéolos de extração Walter Martins Junior

52

Observatório 105

Explicações e Aplicações 30

Onde devemos analisar o reparo ósseo após a colocação de enxertos particulados em cavidades ósseas cirúrgicas Alberto Consolaro, Franklin Leahy, Dario Miranda, Renata Bianco Consolaro

Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas da área de Implantodontia, Prótese e Periodontia de todo o mundo Dario Augusto Oliveira Miranda

Europerio 109

Abstracts of Europerio 7 - Parte II


43

Deflexão mandibular medial relacionada às falhas biomecânicas da prótese fixa implantossuportada com conexão rígida distal ao forame mentual Marcello Roberto Manzi, Renato Manzano, Angélica Castro Pimentel, Cristiane Ibanhes Polo, Maria Cristina Zindel Deboni, Maria da Graça Naclério-Homem

54

Excelência estética em Implantologia: a era do trinômio Carlos Eduardo Francischone, Renato Savi de Carvalho, Carlos Eduardo Francischone Jr.

71

79

Avaliação subjetiva da função do nervo alveolar inferior após cirurgia de lateralização Cleiton Gaubi Campos, Ana Paula Piccoli, Fabiano Carlos Marson, Mário dos Anjos Neto-Filho, Luiz Fernando Lolli, Cléverson O. Silva

Importância da mucosa ceratinizada e da localização do implante no sangramento à sondagem ao redor dos implantes osseointegrados Bernardo Born Passoni, Haline Renata Dalago, Guenther Schuldt Filho, João Gustavo Oliveira de Souza, Marco Aurélio Bianchini

84

Utilização de implante curto como opção de tratamento em região de maxila com altura óssea reduzida Eduardo Augusto Pfau, Russiane Stefani de Mattos Rezende, Veruska de João Malheiros Pfau, Cléverson O. Silva, Giovani de Oliveira Corrêa

90

Expansão cirúrgica de rebordo alveolar com instalação imediata de implantes Zarina Tátia Barbosa Vieira dos Santos, Lucas Cavalieri-Pereira, Márcio de Moraes, Luciana Asprino, José Ricardo Albergaria-Barbosa

95

Análise comparativa pelo método dos elementos finitos da distribuição de tensões em pilares de próteses fixas implantossuportadas por implantes distais retos e inclinados Liliane Pacheco de Carvalho, Bruno Sotto Maior, Pedro Paulo Feltrin, Artemio Luiz Zanetti, Raquel Virginia Zanetti, Alexandre Marcelo de Carvalho


EDITORES Carlos Eduardo Francischone - FOB-USP/Bauru, São Leopoldo Mandic Alberto Consolaro - FOB-USP/Bauru, FORP-USP/Ribeirão Preto EDITOR EMÉRITO Maurício Guimarães Araújo - UEM/PR EDITORES ASSISTENTES Carina Gisele Costa Bispo - UEM/PR Cleverson de Oliveira e Silva - UEM/PR Dario Augusto Oliveira Miranda - UEFS/BA Flávia Sukekava - FO/USP Franklin Moreira Leahy - Clínica particular/BA Luis Rogério Duarte - UFBA/BA PUBLISHER Laurindo Furquim - UEM/PR CONSULTORES EDITORIAIS André Pelegrine - SLMandic/SP Angelo Menuci Neto - ABO/RS Bruno Braga Benatti - UFM/MA Bruno Salles Sotto-Maior - USC/SP Carlos Eduardo Francischone Junior - Clínica particular/SP Carlos Nelson Elias, Instituto Militar de Engenharia/RJ César Augusto Magalhães Benfatti - UFSC/SC Clovis Mariano Faggion Jr. - Universidade de Heidelberg, Alemanha Cristiane Ap. de Oliveira - UPF/RS Eduardo Feres - UFRJ/RJ Elaine Cristina Escobar - FMU/SP Érica Del Peloso Ribeiro - FOUFBA/EBMSP/BA Fabio Valverde Rodrigues Bastos Neto - Universidade Cruzeiro do Sul/SP Fernanda Vieira Ribeiro - UNIP/SP Flávia Matarazzo - UEM/PR Francisco A. Mollo Jr. - UNESP/SP Giuseppe Alexandre Romito - FUNDECTO – USP/SP Gustavo Jacobucci Farah - UEM/PR Hugo Nary Filho - USC/SP Isabella Maria Porto de Araujo Britto - FO-USP/SP Jean-Paul Martinet - Universidade de Buenos Aires - Argentina Jessica Mie Ferreira Koyama Takahashi - USC/SP João Carlos Cerveira Paixão - Universidade de Pádua - Itália Jorge Luis Garcia - Clínica particular - Argentina José Cícero Dinato - UFRGS/RS José Valdívia - Clínica particular - Chile Juan Carlos Abarno - Universidade Católica do Uruguai - Uruguai Luciana Salles Branco de Almeida - UNICEUMA/MA Luciene Cristina de Figueiredo - UnG/SP Luis Lima - USP/SP Luiz Antonio Salata - FORP/USP Luiz Guilhermo Peredo Paz - Bolívia Luiz Meirelles - Universidade de Gotemburgo - Suécia Marcelo Faveri - UnG/SP Marcio Borges Rosa - Clínica particular/SP Marco Antonio Bottino - UNESP/SP Mario Groisman - UNIGRANRIO/RJ Marly Kimie Sonohara Gonzales - COR - Argentina Mauro Santamaria - FOP/UNICAMP Patrícia Furtado Gonçalves - UFVJM/ MG Paulo Maló - Clínica particular - Portugal Paulo Martins Ferreira - FOB/USP Paulo Sérgio Perri de Carvalho - FOB-USP e FOA-UNESP Rafael dos Santos Silva - UEM/PR Reinaldo Brito e Dias - FOUSP Renata Bianco Consolaro - FAI/SP Ricardo de Souza Magini - UFSC/SC Ricardo Fisher - UERJ/RJ Ronaldo de Barcelos Santana - UFF/RJ Sandro Bittencourt - Esc. Bahiana de Medicina e Saúde Pública/BA Sidney Kina – Clínica Particular - Maringá/PR Vanessa Tubero Euzebio Alves - FO-USP/SP Verônica Carvalho - UNINOVE/SP Waldemar Daudt Polido - Clínica particular - Porto Alegre/RS Wellington Bonachela - FOB/USP

Diretora Teresa R. D'Aurea Furquim - DiretorES EditoriaIS Bruno D’Aurea Furquim e Rachel Furquim Marson - Diretor DE MARKETING Fernando Marson - PRODUTOR EDITORIAL Júnior Bianco - Produção Gráfica e Eletrônica Bruno Boeing, Diego Pinaffo, Gildásio Oliveira Reis Júnior, Marcos Amaral, Tatiane Comochena - Internet Adriana Azevedo Vasconcelos, Fernando Truculo Evangelista - DEPARTAMENTO DE CURSOS E EVENTOS Ana Claudia da Silva DEPARTAMENTO COMERCIAL Roseneide Martins, Michelly Palma - Submissão de artigos Márcia Ferreira Dias - BIBLIOTECA / NORMALIZAÇÃO Simone Lima Lopes Rafael - Revisão Adna Miranda, Ronis Furquim Siqueira, Wesley Nazeazeno - DEPARTAMENTO FINANCEIRO Roseli Martins, Cléber Augusto Rafael, Lucyane Plonkóski Nogueira - estoque Diego Matheus Moraes dos Santos

O Dental Press Implantology (ISSN 2237-650X) é uma publicação trimestral (quatro edições por ano) da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. - Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.712 - Zona 5 - CEP 87.015-001 - Maringá/PR - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: dental@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

INDEXAÇÃO:

BBO desde 2007

desde 2007

desde 2012

desde 2013

ERRATA: Na seção “Pergunte ao expert” da edição anterior (v. 6, n. 4, p. 38-52, “Como conseguir longevidade na cimentação de estruturas em zircônia/alumina?”, de Renato Savi de Carvalho), na legenda da Figura 2, faltou ser incluída a informação de que a referida imagem é de propriedade do Dr. Ewerton Nocchi Conceição.

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Dental Press Implantology. -v. 5, n. 4 (Oct./Nov./Dec.) (2011) – . -- Maringá : Dental Press International, 2011Trimestral Continuação de: Revista Dental Press de Periodontia e Implantologia (v. 1, n. 1 – 2007-2011 – ISSN 1980-2269) ISSN 2237-650X 1. Periodontia. Implantologia (Odontologia) – Periódicos I. Dental Press International. II. Título. CDD. 617.643005


editorial

Ciência e tecnologia são diferentes! O pensar e o saber representam a essência do homem. O pensar é uma prerrogativa, um direito e uma obrigação exclusivamente humana. O saber está relacionado com a nossa razão de existir e, não por acaso, as palavras saber e sabor têm a mesma origem etimológica. O conhecimento verdadeiro atinge as razões, as causas das coisas, e não simplesmente as coisas. À medida que o homem procura ultrapassar o limite do simples conhecer — pelo empenho em pensar e refletir —, vão despontando os elementos básicos da atitude científica: a crítica e a objetividade. A ciência não é o único caminho para se chegar à verdade ou à certeza; existem os conhecimentos empírico, sensorial e outros. Mas o conhecimento científico distingue-se por analisar, explicar, justificar, induzir e aplicar leis naturais. Por ser programado, metódico e sequencial, se tem a certeza de sua replicabilidade. A ciência, necessariamente, gera um conhecimento público e fornece resultados que podem ser repetidos por qualquer um e em qualquer lugar. A ciência está relacionada com a busca da verdade, com a geração do conhecimento novo, mas também com o compromisso de divulgação para torná-lo público. Se não for público, não é ciência. Ciência e tecnologia andam sempre juntas, mas quase todos têm dificuldade para distinguir uma coisa da outra e muitos até acham que são sinônimos. Em ciência & tecnologia, ou simplesmente C&T, quase sempre há o “e” comercial entre os dois termos. Parece até que não tem nada a ver, mas tem tudo a ver. O ministério é da Ciência e Tecnologia. A tecnologia está relacionada com a aplicação prática de conhecimentos científicos, está associada a progressos na vida diária decorrentes dos conhecimentos científicos. Tem a ver com fabricação, viabilização e interesse comercial, industrial e estratégico. A ciência pode servir ao avanço tecnológico, mas não necessariamente, afinal, ela tem compromisso com o conhecimento em si e por si mesmo. A tecnologia pode servir ao avanço da ciência criando novos aparelhos, equipamentos, técnicas de observação e análise. A diferença entre ciência e tecnologia parece sutil, mas não é, e todo cidadão poderia conhecê-la. O avanço da humanidade depende da ciência e do conhecimento gerado. A tecnologia, por sua vez, é ferramenta de trabalho. Por que a ciência deve ser pública e a tecnologia não? A tecnologia está associada a patentes e marcas comerciais registradas. A tecnologia tem a ver com o mundo indus-

© 2013 Dental Press Implantology

trial e comercial, com dinheiro, ou seja, com um projeto de poder, lucro e predomínio de um povo, cidade ou empresa sobre os demais. Se alguém publicar algo, isso deixa de ser inédito, e o pesquisador, cientista ou inventor perde o direito de requerer patentes, registrar marcas e outros benefícios financeiros e materiais decorrentes. Se publicado, o conhecimento passa a ser de domínio público. Santos Dumont não patenteou o avião, nem o relógio de pulso; Röntgen não patenteou o aparelho de raios X, mas Nobel patenteou a dinamite e acumulou fortuna com isso. O conhecimento gerado e guardado, para e por quem o descobriu, serve a si mesmo, promovendo lucro e poder. Um país que se quer grande, dominador e rico estimula a geração de patentes e marcas registradas. Existem índices internacionais classificando os países conforme o número de patentes e marcas registradas. Quanto mais patentes e marcas registradas tem, mais poderoso é considerado o país no contexto das nações. Para que certos países fabriquem medicamentos, carros, armas, brinquedos, computadores e praticamente tudo, deve-se pagar taxas para quem detém o direito de patente e da marca comercial. Quanto mais pesquisadores, empresas e laboratórios brasileiros detiverem direitos sobre patentes e marcas, mais dinheiro receberemos de outros povos. Isso representa um projeto de poder e domínio. Se isso é bom ou ruim, faz parte de outra discussão, mas é assim que funciona! Na Implantodontia, quando o leitor analisa um trabalho publicado, deve questionar se o seu viés — ou intenção — é científico ou tecnológico! O trabalho analisado expõe o conhecimento para todos ou revela uma opção de venda, trabalho, protocolo ou produto? Ciência e Tecnologia devem andar juntas e são lícitas, mas não podemos achar que são sinônimos, pelo contrário, são processos distintos e devemos saber discernir isso em nossa área de ação. Reflitamos.

Editores

Prof. Dr. Carlos Eduardo Francischone Prof. Dr. Alberto Consolaro

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Corpo docente e temas Alberto Consolaro Bases biológicas da Implantodontia aplicadas à clínica André Zétola Fator de crescimento das células-tronco, para regeneração óssea da maxila

João Milki » Planejamento da reabilitação com o uso de miniplacas, miniparafusos e implantes » Hands-on: colocação de miniplacas e mini-implantes. José Carlos Martins da Rosa Restauração dentoalveolar imediata

Angelo Menuci Neto Uso clínico de biomateriais em Implantodontia

José Cícero Dinato Influência dos componentes cirúrgicos e protéticos na estética peri-implantar

Arthur Belém Novaes Júnior A implantação imediata e a tábua óssea vestibular Carlos Araujo » Explorando as possibilidades mecânicas e biológicas dos implantes Cone-Morse: dos casos básicos aos avançados » Hands-on: componentes protéticos.

José Geraldo Malaguti Zircônia – o estado atual Júlio César Joly Possibilidades reconstrutivas em áreas com limitada disponibilidade tecidual

Carlos Eduardo Francischone Estética e longevidade em Implantologia: análise crítica

Laurindo Furquim Agenesia de incisivo lateral superior

Diego Klee de Vasconcellos Soluções estéticas em próteses sobre dentes naturais e implantes

Leonardo Magalhães Excelência no uso de implantes com Plataforma Switching

Eduardo Ayub Fatores estéticos críticos na Implantodontia contemporânea

Marcos Fadanelli Restauração dentoalveolar imediata

Elcio Marcantonio e Rogério Margonar Cirurgia guiada com planejamento virtual - aspectos cirúrgicos e protéticos

Marcos Pitta Estética em cirurgia ortognática

Elcio Marcantonio Junior Reconstrução óssea e gengival em Implantodontia

Mario Groisman Implantes e Estética – detalhes e limites

Estevam Bonfante Conceitos atuais em Implantodontia

Maurício Araújo Manejo do alvéolo dentário após extração

Fabio Valverde Osseointegração: superfícies atuais em bases científicas

Mauro Tosta Implantes: da cirurgia à reabilitação bucal

Gastão Soares de Moura Filho Transferência funcional de implantes

Paulo Conti Dor neuropática provocada por implantes dentários

Glécio Vaz de Campos » Cirurgia plástica peri-implantar – antes e após a instalação dos implantes. » Hands-on com microscópio operatório

Paulo Fernando Mesquita de Carvalho Preservação alveolar x implantes imediatos: considerações sobre o risco estético

Gojko Cvijic » Manobras estéticas com implantes Straumann. Execução protético-periodontal-cirúrgica. » Hands-on: prótese fixa com implantes com Plataforma Switching. » Escolha dos pilares provisórios e definitivos. » Protocolo Branemark com implantes Bone Level. » Prótese removível com implantes de um estágio. Dicas e detalhes técnicos.

Paulo Fukashi Yamaguti Reabilitação oral com implantes dentários: abordagem interdisciplinar Paulo Martins Ferreira Planejamento multidisciplinar no tratamento reabilitador com implante Ricardo Magini Estética rosa peri-implantar

Hugo Nary » A Implantodontia baseada em tratamentos previsíveis e estáveis. - Demonstração e prática de reabilitações com modelos e vídeos cirúrgicos Ivete de Mattias Sartori O papel da Implantologia na reabilitação oral João Garcez » Expansão cirúrgica em maxilares atróficos » Quando, onde e que técnica aplicar no rebordo alveolar atrófico? » Qual diâmetro e tipo de superfície de implante utilizado na colocação imediata? » Que tipo de biomaterial pode ser utilizado? Os professores destacados em vermelho ministrarão aula teórica e prática.

Sidney Kina Materiais cerâmicos na execução de próteses sobre implante. Como decidir? » » -

Waldemar Daudt Polido Alternativas cirúrgicas para a maxila atrófica. Enxertos ósseos para a área estética: Workshop em manequins Cirurgia demonstrativa ao vivo em paciente. Wilson Sendyk Reconstrução alveolar em pacientes com quantidade óssea insuficiente


entrevista

Curtis Jansen Dr. Curtis Jansen fez sua graduação e pós-graduação em Prótese Dentária na Universidade do Sul da Califórnia (USC), onde passou a lecionar no departamento de Odontologia Restauradora e atuou como diretor da Implantodontia. Ele trabalhou com um fabricante de implantes dentários na Flórida e se envolveu amplamente na pesquisa, projeto e desenvolvimento das patentes de uma série de componentes restauradores implantossuportados, utilizados pelos principais fabricantes de hoje. Dr. Jansen ministra palestras com frequência, e é dono de uma clínica particular de Prótese em Monterey, na Califórnia, com laboratório próprio. Ele conversou com o Dr. Bradley Bockhorst, ex-diretor de Tecnologias Clínicas do Glidewell Laboratories (Newport Beach, Califórnia).

Sei que o senhor acabou de passar seis ho-

de falar sobre os dentes anteriores, sobre como são

ras palestrando no encontro da Associa-

bonitos e sobre como podemos atingir resultados es-

ção de Odontologia da Califórnia (Califor-

téticos. Mas o que impulsiona o trabalho dos profis-

nia Dental Association, CDA), e agradeço-

sionais, o que paga suas compras de imóveis e carros

-lhe por ter vindo aqui para estar conosco

luxuosos, são as restaurações dentárias individuais.

por este curto espaço de tempo. Durante

Se analisarmos esses valores mais detalhadamente,

sua apresentação no Encontro Anual da

quando conversamos com os profissionais que estão

Academia de Osseointegração (Academy

trabalhando com implantes, vemos que esses den-

of Osseointegration, AO), em março de 2012, uma das coisas que o senhor discutiu foi o “dente do dinheiro”. Pode nos explicar um pouco mais sobre isso?

tes são, mais especificamente, os molares inferiores. Para muitos dos maiores cirurgiões-dentistas, a substituição de molares inferiores pode representar até 25% das vezes em que pegam em um instrumental ou instalam um implante. Para mim, se anali-

Estou sempre tentando pensar em como motivar e

so meu trabalho em termos de coroas ou implantes

educar os dentistas, e não há forma melhor do que

unitários, percebo que são os primeiros molares infe-

falar sobre dinheiro. Bem, algumas pessoas têm res-

riores e superiores. Estou, em geral, substituindo ou

salvas quanto ao conceito geral de escaneamento

restaurando primeiros molares. Esse é o “dente do

intrabucal ou do “spa odontológico“. E todos gostam

dinheiro” — e eu o amo!

Como citar esta seção: Jansen C. Interview. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):8-17. Entrevista publicada originalmente em: Jansen CE. Implant Q&A: An interview with Dr. Curtis Jansen. Inclusive Magazine. 2013;4(1):47-52. DIsponível em: http://www.glidewelldental.com/downloads/dentist/inclusive/issues/ winter2013-v4-1.pdf.

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Jansen C

feito uma simples restauração metálica, mas o cara do outro lado da rua mesmo assim vai achar algum problema.

em qualquer outra situação: se vão comprar um sofá, fazem isso online. E não querem ter que correr atrás das res-

Logo, não é, necessariamente, que você atingiu um nervo

postas, querem saber o quanto terão que pagar. Logo, em

ou o implante falhou. A maioria das ações judiciais que

termos de conveniência para o paciente, o que temos feito

vejo iniciaram-se devido a uma segunda opinião crítica.

é o tratamento completo em um único dia. Além da políti-

O que é surpreendente, em minha experiência, é que, de

ca de um só pagamento. Serão importantes não apenas os

alguma forma, os júris sempre conseguem descobrir a

suprimentos e equipamentos, mas, como conversamos,

verdade. Já trabalhei com muitos advogados, e eles têm

o manejo do paciente. E vocês precisarão ajudar os den-

a maior confiança de que os júris serão capazes de des-

tistas nesse aspecto. Vocês já ajudaram tremendamente

vendar a verdade. E, muitas vezes, os dentistas não se res-

com sua filosofia de um único pagamento para a confec-

tringem apenas à verdade. O que fazemos é muito difícil,

ção de um dente. O paciente não está comprando apenas

e algumas vezes temos que nos adiantar e dizer para o

o implante: não é só o implante, nem só o preparo, é a res-

paciente que as coisas nem sempre saem bem, que não

tauração que ele está levando para casa. Isso é o que vo-

dão certo o tempo todo. Penso que os júris entendem isso,

cês pretendem fazer, e é o que os pacientes querem. Logo,

e os pacientes também deveriam entender isso. Logo, não

creio que seja uma união dessas tecnologias: os antigos

acho que seja necessariamente o fato em si, mas sim

métodos tradicionais vão encontrar a alta tecnologia. Por-

como os dentistas estão respondendo a ele. Ou, infeliz-

que, ao final do dia, a questão é manter nossos pacientes

mente, não respondendo, e deixando o paciente por sua

felizes. Como faremos isso? Eles querem tecnologia, e não

própria conta. E é aí que o paciente acaba achando outra

querem saber de demoras. Essa é uma época emocionan-

pessoa e tudo vem abaixo. É realmente uma falta de sorte.

te para se estar envolvido com a Odontologia!

Como você recebe muito dinheiro, deve, então, pegar o telefone e resolver o problema. Não pode apenas ter esperança de que ele desapareça, ou designar um membro de sua equipe para tratar do assunto. Conversamos sobre muitas assuntos aqui. O que o senhor vê no horizonte e que afetará o

entrevistador

futuro da Odontologia?

Bradley C. Bockhorst » Após se graduar na Faculdade de Odontologia da Universidade de Washington, o Dr. Bradley Bockhorst serviu como oficial dentista na Marinha Americana. O Dr. Bockhorst é diretor de marketing, Restaurações/Zfx, na empresa Zimmer Dental. Também tem um consultório particular em Oceanside, Califórnia. Membro de várias associações (como a CDA, ADA, AO, ICOI e AAID), o Dr. Bockhorst faz palestras internacionais sobre uma variedade de tópicos na área de implantes dentários.

Acabo de fazer uma visita às suas instalações e as coisas que vi são fascinantes. Em conversa com Dave Casper (Vice-presidente de Vendas e Desenvolvimento de Negócios do Glidewell Labs), vi que algumas das coisas que vocês estão fazendo são absolutamente surpreendentes. Algumas das coisas mais importantes no horizonte são aquilo que vocês estão fazendo aqui em termos de escaneamento intrabucal. Mas, além disso, é o manejo de pacientes — e vocês estão descobrindo que isso tem a ver com o pagamento único. Os pacientes são investigativos, como

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pergunte ao expert

Estratégias cirúrgicas para o selamento dos alvéolos de extração Walter Martins Junior*

O fenômeno biológico da osseointegração estabele-

cada caso em particular. Dessa forma é possível estabe-

ceu opções de tratamento que modificaram definitiva-

lecer um protocolo que padronize as condutas a serem

mente a forma de reabilitar pacientes edêntulos par-

tomadas, otimizando os resultados alcançados5,6.

ciais e totais. Assim, neste cenário contemporâneo da profissão, uma situação de particular interesse clínico

A classificação de Hammerle et al.7, apresentada a se-

é aquela em que a extração de um elemento dentário

guir, é hoje a mais apropriada para a definição do mo-

se faz necessária e a opção pela conduta a ser tomada

mento da instalação do implante em relação à etapa da

para a solução mais adequada para o caso é decisiva

cicatrização alveolar:

para o paciente e para o profissional. •

Instalação do implante após a extração do den-

Alguns aspectos são de grande importância para a de-

te, como parte do mesmo procedimento cirúrgi-

cisão de se instalar um implante após a exodontia, nor-

co — Imediato tipo 1.

malmente determinada, na prática clínica, por algumas

Instalação após a completa cobertura de tecido mole

características apresentadas pelo tecido mucoso e ósseo

sobre o alvéolo, normalmente entre 4 e 8 semanas

do alvéolo . Por essa razão, várias maneiras têm sido su-

após a extração — Precoce tipo 2.

2

geridas para se classificar o momento da instalação do

Instalação após o preenchimento clínico e/ou radio-

implante em relação à extração dentária . Essas propos-

gráfico substancial do alvéolo, normalmente entre 12

tas se baseiam, na maioria das vezes, nas etapas de repa-

e 16 semanas após a extração — Tardio tipo 3.

3,4

ração dos tecidos moles e duros, eventos que são decisi-

Instalação após o preenchimento completo do alvéo-

vos para se determinar o tratamento mais favorável para

lo, normalmente após 16 semanas — Tardio tipo 4.

Como citar este artigo: Martins Junior W. Surgical strategies for extraction sockets seal. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):18-29.

Enviado em: 04/03/2013 Revisado e aceito: 08/03/2013

» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

* Professor Titular de Periodontia da Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP.

Endereço para correspondência Walter Martins Junior Rua Marechal Deodoro, 1408 – CEP: 14.025-210 – Ribeirão Preto/SP E-mail: juniormartins3262@gmail.com

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Martins Junior W

É interessante observar que, nas quatro situações esta-

Retalho

belecidas nessa classificação , procedimentos adicionais

Por definição, retalho é uma secção de tecido separado

para a o selamento do alvéolo são necessários quando a

dos tecidos adjacentes, exceto por sua base15 (Fig. 1). O

restauração protética não é realizada imediatamente ou

tecido deslocado, por ser nutrido através do pedículo,

nos períodos iniciais após a instalação do implante. Embora

apresenta, teoricamente, um prognóstico mais favorável

um recente trabalho, avaliando a cicatrização alveolar em

para a manutenção de sua vitalidade.

7

cães, tenha mostrado excelente regeneração da área sem que nenhuma medida tenha sido feita para ocluir o alvéo-

Várias técnicas cirúrgicas utilizando diferentes tipos de

lo8, o completo selamento alveolar com tecido mole parece

retalho foram desenvolvidas na década de 199016, com o

favorecer os procedimentos de cicatrização em humanos.

intuito de promover o selamento do alvéolo e cobrir as di-

A interferência física que pode ocorrer durante a reparação

ferentes membranas utilizadas para os procedimentos de

tecidual do alvéolo, assim como uma possível contamina-

regeneração óssea guiada desenvolvidos nesse período.

ção microbiana, podem ser minimizadas por essas mano-

Esses procedimentos passaram por um longo processo

bras , assim proporcionando condições adequadas para o

evolutivo de aperfeiçoamento, criando os fundamentos

período de osseointegração e/ou regeneração óssea guiada

para a manipulação de tecidos moles nas áreas peri-

e, em muitos casos, também favorecendo a estética .

-implantares, propiciando acurado refinamento estético e

9,10

11,12

funcional a esses procedimentos reabilitadores. Alguns características são desejáveis para o adequado manejo do tecido mole nos procedimentos de selamento alveolar13,14: • A técnica deve ser fácil, rápida e com alta previsibilidade. • Deve ser minimamente traumática e invasiva. • Permitir o completo selamento do alvéolo sem tensão no retalho e tecidos adjacentes. • Favorecer a estética com manutenção da forma, do contorno parabólico e da profundidade do vestíbulo. • Aplicável em casos unitários e múltiplos. • Ter aplicabilidade em regenerações guiadas. Diante dessas considerações, é interessante uma análise mais sistemática dos diferentes procedimentos cirúrgicos que possibilitam o selamento dos alvéolos, sempre verificando-se que as estruturas ósseas alveolares remanescentes permaneçam íntegras ou com pequeno comprometimento em sua tábua óssea vestibular. Assim, os recursos cirúrgicos disponíveis utilizam-se de retalhos, enxertos e barreiras nas técnicas descritas a seguir.

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Figura 1 - Retalho.

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Martins Junior W

21. Chung DM, Oh TJ, Shotwell JL, Misch CE, Wang HL. Significance of

5. Rosa MB, Ferreira SD, Leahy FM, Dutra RA. Implante imediato após

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Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):18-29


explicações e aplicações

Onde devemos analisar o reparo ósseo após a colocação de enxertos particulados em cavidades ósseas cirúrgicas Alberto Consolaro* Franklin Leahy** Dario Miranda*** Renata Bianco Consolaro****

Resumo Na avaliação das propriedades de biomateriais particulados enxertados em cavidades ósseas cirúrgicas, deve-se considerar separadamente dois ambientes diferentes. Em primeiro lugar, o que ocorre diretamente na interface das partículas com o coágulo sanguíneo e o tecido de granulação, inclusive a osteogênese? Em segundo, o que ocorre nos espaços entre as partículas, distante de sua superfície: quais as reações teciduais induzidas, inclusive a osteogênese? Nesses espaços, como evoluem o coágulo sanguíneo, o tecido de granulação e a neoformação óssea? A mais preponderante das reações frente aos biomateriais particulados deve estar relacionada com o que ocorre diretamente sobre a superfície das partículas e se, ao longo do tempo, essas partículas serão ou não reabsorvidas para dar lugar ao tecido ósseo e restabelecer por completo a normalidade no local. Palavras-chave: Reparo ósseo. Biomateriais. Reparação óssea.

Como citar este artigo: Consolaro A, Leahy F, Miranda D, Consolaro RB. Where we should analyze bone healing after placement of particulate grafts in surgical bone cavities. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):30-42.

Enviado em: 19/02/2013 Revisado e aceito: 04/03/2013

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

* Professor Titular da FOB-USP e da Pós-graduação da FORP-USP. * Mestre em Implantodontia e Doutorando do Centro de Pós-graduação SLMCampinas. * Professor na Universidade Estadual de Feira de Santana e Doutorando do Centro de Pós-graduação SLM-Campinas. * Doutora em Patologia FOB-USP e Professora nas Faculdades Adamantinenses Integradas.

Endereço para correspondência Alberto Consolaro consolaro@uol.com.br

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Consolaro A, Leahy F, Miranda D, Consolaro RB

O início

de novos vasos. Mediadores angiogênicos, especial-

O reparo ósseo tem início com o preenchimento da cavi-

mente fatores de crescimento, são liberados pelas cé-

dade cirúrgica pelo coágulo sanguíneo, que oferece uma

lulas endoteliais, plaquetas, macrófagos e células da

rede de fibrina como estrutura de ancoragem para que as

região lesada.

células vizinhas possam colonizar a região. O tecido de granulação: em minutos e horas As células vizinhas que colonizam o coágulo para refazer

Os mediadores angiogênicos liberados no local pelas

o osso, simultaneamente, advêm:

plaquetas e macrófagos originários do sangue coagulado na loja cirúrgica estimulam, nos vasos do osso vizinho,

1. Do endósteo, que “reveste” as trabéculas com os-

a proliferação das células das paredes vasculares — os

teoblastos e pré-osteoblastos organizados como

angioblastos, ou células endoteliais — que, em forma de

um delicado “papel de parede” de tecido conjunti-

brotos, se unidirecionam para o centro da cavidade. Essa

vo muito fino em sua espessura. Nas paredes das

trama vascular em forma de ramificação de vasos neo-

cavidades ósseas cirúrgicas, as trabéculas apre-

formados e as células inflamatórias, especialmente os

sentam-se cortadas e os espaços medulares ex-

macrófagos, caracterizam as primeiras fases do tecido

postos em forma de janelas abertas para o coágulo

de granulação: um tecido frágil, gelatinoso, ainda pobre

sanguíneo formado.

em fibras e células teciduais. Foi assim denominado pela

2. Da medula óssea, na forma de células-tronco teci-

quantidade exuberante de pequenos pontos avermelha-

duais que se diferenciam em osteoblastos. Os espa-

dos de vasos, que lhe dão uma aparência granulada. Os

ços medulares entre as trabéculas estão preenchidos

médicos antigos, sem microscópios, diziam que a ferida

pela medula óssea exposta nas paredes cirúrgicas da

estava granulando, o que significava que estava evoluin-

cavidade. Essas células também já foram nominadas

do bem, rumo ao reparo completo.

células mesenquimais indiferenciadas. Para essas células de reserva no tecido ósseo medular, usou-se

O termo tecido de granulação indica reparo, reconstru-

muito o termo células osteoprogenitoras.

ção de tecidos conjuntivos como uma última fase de um

3. Do periósteo, quando preservado e reposicionado na

processo inflamatório bem-sucedido. Tecido de granu-

superfície óssea operada, por ser rico em osteoblas-

lação não deve ser confundido com inflamação crônica,

tos e pré-osteoblastos, especialmente na sua face in-

uma fase do processo inflamatório cujo agente agressor

terna em contato com as corticais.

apresenta-se resistente e de difícil destruição.

A rede de fibrina constituída: imediatamente

A inflamação crônica indica persistência do agressor,

após, tem-se a angiogênese

e tecido de granulação significa agressor controlado e

Antes que as células permeiem toda a rede de fibrina,

eliminado. A inflamação crônica se caracteriza pela cir-

precisa-se construir uma trama de vasos neoformados

cunscrição do agente agressor no centro do aglomera-

para promover a nutrição das células que irão chegar e

dos de macrófagos, mono e multinucleados, associados

invadir todo o coágulo, da periferia para o centro. De-

ou não a outros leucócitos como os linfócitos. Esses

pois de alguns minutos, logo após a formação do coá-

aglomerados de macrófagos são conhecidos como gra-

gulo e a partir dos vasos sanguíneos vizinhos, tem-se

nulomas e são típicos da inflamação crônica, ou seja, da

a angiogênese: fenômeno caracterizado pela formação

persistência do agressor.

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Consolaro A, Leahy F, Miranda D, Consolaro RB

Figura 5 - Fenômenos morfológicos teciduais e celulares a serem observados e mensurados na avaliação das reações frente aos biomateriais

particulados inseridos nas cavidades ósseas cirúrgicas, particularmente na superfícies das suas partículas (asteriscos):

Em A, um granuloma do tipo corpo estranho, em poucos dias, se organiza na superfície e periferia imediata das partículas da maior parte dos biomateriais, nutridos pelos vasos sanguíneos vizinhos (em vermelho). Os macrófagos e as células gigantes multinucleadas inflamatórias deles derivadas colonizam a superfície da partícula e tentam fagocitá-la. Na sua periferia, o granuloma estimula a formação de fibras colágenas, representadas por linhas, para circunscrevê-las. Essa reação pode permanecer indefinidamente. Em B, na superfície das partículas de alguns biomateriais, não ocorre a indução para a formação de granulomas do tipo corpo estranho e os fibroblastos colonizam-na, iniciando-se a produção de fibras colágenas. Nessa fase ainda há muitos vasos sanguíneos e eventuais macrófagos de permeio, difusamente desorganizados; as estruturas se organizam na superfície das partículas como um tecido de granulação imaturo. Em C, os vasos sanguíneos diminuíram, os feixes de fibras colágenas se acentuaram e organizam-se juntamente com os fibroblastos, que predominam, sem se observar mais células inflamatórias, caracterizando um tecido de granulação maduro e/ou um tecido conjuntivo imaturo. Em D, as partículas se integram com o tecido conjuntivo fibroso maduro neoformado com fibroblastos e fibras colágenas imiscuindo-se com sua estrutura superficial. Isso pode permanecer indefinidamente frente a alguns biomateriais. Em E, como ocorre em alguns biomateriais, juntamente com fibroblastos, a superfície das suas partículas pode ser colonizada por osteoblastos vizinhos, que iniciam a neoformação óssea que aumenta, gradativamente, sua área sobre o biomaterial, havendo uma integração estrutural osso-partícula, formando áreas extensas de ossificação, mas sem remodelação do biomaterial. Em F, a integração estrutural osso-partículas, caracterizada pelas áreas extensas de ossificação, ocorre simultaneamente a áreas focais de reabsorção das partículas e sua substituição por osso. As partículas serão, gradativamente, substituídas pelo tecido ósseo, no contexto da remodelação contínua e normal no esqueleto humano.

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explicações e aplicações

Onde devemos analisar o reparo ósseo após a colocação de enxertos particulados em cavidades ósseas cirúrgicas

Considerações finais

Referências complementares

Na avaliação das propriedades biológicas dos biomateriais

1. Anderson C. Manual for the examination of bone. Florida: CRC

particulados aplicados em cavidades ósseas cirúrgicas, de-

Press; 1982.

ve-se considerar separadamente dois ambientes diferentes:

2. Consolaro A. Inflamação e reparo: um sílabo para a compreensão clínica e implicações terapêuticas. 2ª ed. Maringá: Dental Press; 2013. No prelo.

1. O que ocorre diretamente na interface das partículas

3. Enlow DH. Principles of bone remodeling; an account of post-natal

com o coágulo sanguíneo e tecido de granulação, in-

growth and remodeling processes in long bones and the mandible. Springfield: Ed. Charles C. Thomas; 1963.

clusive a osteogênese.

4. Giannobile W, Nevins M. Osteology guidelines for oral maxillofacial regeneration. Preclinical models for translational research. London:

2. Como se comporta o coágulo sanguíneo, o tecido de

Quintessence; 2011. 5. Laney WR, Tolman DE. Tissue integration in oral orthopedic and

granulação e a neoformação óssea nos espaços entre

maxillofacial reconstruction. Rochester: Quintessence; 1990.

as partículas distantes de suas superfícies.

6. Leahy FM. Análise microscópica da organização celular e tecidual na interface e ao redor das partículas de três tipos comerciais de osso exógeno enxertado em defeitos induzidos em calvárias muri-

A mais preponderante das reações deve estar relacionada

nas [dissertação]. São Paulo (SP): São Leopoldo Mandic; 2012.

com o que ocorre diretamente sobre a superfície das partí-

7. Lieberman JR, Friedlaender GE. Bone regeneration and repair.

culas e se, ao longo do tempo (semanas e meses), as partí-

Biology and clinical applications. New Jersey: Human Press; 2005.

culas serão ou não reabsorvidas para dar lugar ao tecido ós-

8. Miron RJ, Zhang YF. Osteoinduction: a review of old concepts with new standards. J Dent Res. 2012;91(8):736-44.

seo, para se restabelecer por completo a normalidade local.

9. Recker RR. Bone histomorphometry: techniques and interpretation. Florida: CRC Press; 1990. 10. Spicer PP, Kretlow JD, Young S, Jansen JA, Kasper FK, Mikos AG.

Enfim, deve-se avaliar se as partículas dos biomateriais se

Evaluation of bone regeneration using the rat critical size calvarial

osseointegram e osseorremodelam depois de algumas se-

defect. Nature Protocols. 2012;7(10):1918-29.

manas ou meses. Se assim for, significa que, nesse local, implantes osseointegráveis e movimentos dentários ortodônticos podem ser efetivados com sucesso.

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revisão de literatura

Deflexão mandibular medial relacionada às falhas biomecânicas da prótese fixa implantossuportada com conexão rígida distal ao forame mentual Marcello Roberto manzi* Renato manzano** Angélica Castro Pimentel*** Cristiane Ibanhes Polo**** Maria Cristina Zindel Deboni***** Maria da Graça Naclério-Homem*****

Resumo Introdução: algumas falhas mecânicas e possíveis problemas biológicos foram relacionados à deflexão mandibular medial em indivíduos que possuíam próteses fixas implantossuportadas extensas, com conexão rígida bilateral em implantes posteriores ao forame mentual. Métodos: a pesquisa literária pertinente ao tema foi realizada a partir da consulta à base de dados MEDLINE, compreendendo os anos de 1954 até 2010. A proposta dessa revisão de literatura foi relacionar as possíveis falhas biomecânicas das próteses implantossuportadas com extensão distal ao forame mentual, tais como fratura de implantes, afrouxamento ou fratura de parafuso da prótese, falta de assentamento passivo da estrutura metálica, saucerização e, em alguns casos, dor muscular e limitação de abertura de boca, e propor o desenho dessas próteses. Conclusão: quando o planejamento protético necessitar elementos de apoio na parte posterior ao forame mentual, a prótese deverá ser segmentada, principalmente em região de sínfise. Dessa forma, os efeitos deletérios causados pela deflexão mandibular medial na prótese e região peri-implantar serão minimizados. Palavras-chave: Mandíbula. Prótese dentária fixada por implante. Implantes dentários. Como citar este artigo: Manzi MR, Manzano R, Pimentel AC, Polo CI, Deboni MCZ, Naclério-Homem MG. Medial mandibular deflection related to biomechanical failures of implant supported fixed prosthesis with distal rigid connection to the mentual foramen. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):43-50.

Enviado em: 12/04/2011 Revisado e aceito: 27/02/2013

* Mestre em Implantodontia, UNISA. ** Graduado em Odontologia, UNAERP. *** Doutora em Implantodontia, SLMandic. **** Doutoranda em Cirurgia Odontológica e Buco-Maxilo-Facial, USP. ***** Livre-Docência em Cirurgia Odontológica e Buco-Maxilo-Facial, USP.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência Marcello Roberto Manzi Rua Guaranésia, 201 CEP: 03.656-000 – Penha/SP E-mail: cellomanzi@hotmail.com

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Deflexão mandibular medial relacionada às falhas biomecânicas da prótese fixa implantossuportada com conexão rígida distal ao forame mentual

revisão de literatura

Introdução

Com o início da Implantodontia, a substituição de próte-

Realizamos uma revisão da literatura analisando publica-

ses totais na mandíbula por próteses fixas implantossu-

ções onde a deflexão mandibular medial está relacionada à

portadas se tornou uma realidade e, com isso, surgiu a

prótese fixa implantossuportada com conexão rígida distal

necessidade de solucionar o problema da deflexão man-

ao forame mentual, para:

dibular medial. Sendo assim, essa revisão de literatura visa analisar os aspectos biomecânicos desse tipo de

1) Indicar a biomecânica ideal, necessária para con-

indicação, bem como auxiliar no planejamento correto

fecção desse tipo de prótese.

para esse tipo de caso2,3.

2) Verificar os cuidados necessários no ato de moldagem.

Revisão da literatura A mandíbula é um osso único que, com a ação muscular,

Pesquisadores mediram o movimento relativo e a

é capaz de realizar vários movimentos complexos. A de-

transmissão de forças entre implantes osseointegra-

flexão mandibular medial (DMM) é uma deformação da

dos nas regiões de pré-molares de mandíbula edên-

mandíbula decorrente dos movimentos exercidos durante

tula por meio de transdutores ligados aos implantes

as funções fisiológicas normais, tais como falar e masti-

intrabucais. Foram observadas deformações de até

gar. A ação muscular durante esses movimentos faz os

420µm (0,42mm) e uma transmissão de força de até

dois ramos mandibulares se aproximarem. Em outras pa-

16N na abertura e de 8N no fechamento. Eles obser-

lavras, há uma redução da distância intercondilar, princi-

varam que as forças eram muito menores em excur-

palmente por ação do músculo pterigóideo lateral. Essas

sões laterais do que em abertura e protrusão, como

variações podem ser relacionadas à sinergia dos múscu-

resultado da movimentação da mandíbula a partir da

los pterigóideos laterais, à elasticidade da mandíbula e ao tamanho da fossa mandibular do osso temporal1.

posição de repouso. Enquanto os efeitos desses fenômenos não são conhecidos, observaram que podem ser potencialmente danosos para as interfaces entre

A DMM se tornou um aspecto relevante na Odontologia,

os implantes e osso, e para os vários componentes

sobretudo na área de prótese convencional e sobre im-

da superestrutura do implante. Os autores relataram

plantes. Quando se iniciou a confecção de próteses fixas

grande variação entre os indivíduos e uma maior ten-

convencionais como meio de reabilitação de elementos

dência para o deslocamento quando os implantes es-

dentários perdidos, muito se estudou sobre esse tema,

tavam amplamente separados em mandíbulas finas,

pois havia a necessidade, em muitos casos, de se esten-

principalmente na região da sínfise. Eles sugeriram

der a estrutura metálica para regiões distais ao forame

que essa condição pode estar presente em alguns pa-

mentual quando o paciente não concordava com a reabilitação por meio de próteses removíveis .

drões de falha do implante, tais como afrouxamento do parafuso da prótese5.

Há vários estudos a respeito de possíveis consequências

Uma vasta revisão de literatura com casos clínicos des-

dessa conexão rígida bilateral com extensão distal em

creveu nove fatores envolvidos na confecção de próteses

próteses convencionais. Alguns relatos associam a DMM

fixas implantossuportadas que podem ter efeitos deleté-

a dores musculares, limitação de abertura de boca, au-

rios sobre tais, dentre eles, a torsão e a deflexão mandi-

sência de passividade das próteses, perda óssea, fratu-

bular medial. O autor aponta que a deflexão e a torsão

ras da estruturas protéticas, entre outras complicações .

ocorrem na área do forame mentual, e suas magnitudes

2,3

4

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Deflexão mandibular medial relacionada às falhas biomecânicas da prótese fixa implantossuportada com conexão rígida distal ao forame mentual

revisão de literatura

Conclusão

6. Hobkirk JA, Havthoulas TK. The influence of mandibular deformation, implant numbers, and loading position on detected

Com base na revisão de literatura realizada, podemos

forces in abutments supporting fixed implant superstructures.

concluir que:

J Prosthet Dent. 1998;80(2):169-74. 7. Linkow LI, Wagner JR, Chanavaz M. Tripodal mandibular subperiosteal implant: basic sciences, operational procedures,

1. Quando o planejamento protético em mandíbula

and clinical data. J Oral Implantol. 1998;24(1):16-36.

edêntula possibilitar a colocação de elementos de

8. Linkow LI, Ghalili R. Ramus hinges for excessive movements

apoio na parte posterior ao forame mentual, a próte-

of the condyles: a new dimension in mandibular tripodal subperiosteal implants. J Oral Implantol. 1999;25(1):11-7.

se fixa implantossuportada deverá ser segmentada,

9. Bortoli Jr N. Uma contribuição ao estudo da deflexão mandibular

principalmente em região de sínfise mentual, mini-

no relacionamento em implantes osseointegrados [dissertação].

mizando, assim, os efeitos deletérios causados pela

São Paulo (SP): Universidade Camilo Castelo Branco; 1999. 10. Abdel-Latif HH, Hobkirk JA, Kelleway JP. Functional mandibular

deflexão mandibular medial na prótese, no implante

deformation: in edentulous subjects treated with dental implants.

e na região peri-implantar.

Int J Prosthodont. 2000;13(6):513-9. 11. Paez CY, Barco T, Roushdy S, Andres C. Split-frame implant prosthesis designed to compensate for mandibular flexure: a

2. Outro aspecto conclusivo é a moldagem funcional.

clinical report. J Prosthet Dent. 2003;89(4):341-3.

Ela deverá ser realizada com a boca fechada o máxi-

12. Miyamoto Y, Fujisawa K, Takechi M, Momota Y, Yuasa T, Tatehara

mo possível e sem protrusão, numa tentativa de re-

S, et al. Effect of the additional installation of implants in the

duzir ao máximo a distorção do modelo de trabalho

posterior region on the prognosis of treatment in the edentulous mandibular jaw. Clin Oral Implants Res. 2003;14(6):727-33.

e, consequentemente, da prótese.

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Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):43-50



Imagem e Ciência

Agenesia de 12 e 22 resolvida com implantes Dario Augusto Oliveira Miranda* Marcos Barreto regis**

Paciente do sexo feminino, compareceu ao consultório com 14 anos de idade. Apresentava agenesia dos elementos dentários 12 e 22. Foi realizado tratamento ortodôntico com a finalidade de melhorar a estética e a função. Quando completou 23 anos, realizou cirurgia de instalação de implantes. Como nas áreas do 12 e do 22 havia reabsorção do rebordo, foi realizada expansão do alvéolo criado para colocação do implante de hexágono externo na posição tridimensional ideal, e enxerto de tecido conjuntivo. Foram feitos abutments personalizados e coroas de zircônia com aplicação de porcelana. A fotografia mostra acompanhamento de 12 anos: notar as proporções dentárias e a interface entre o tecido mole e a prótese na região dos implantes.

Como citar esta seção: Miranda DAO, Regis MB. Agenesis of #12 and #22 treated by means of dental implants. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):52-3.

Enviado em: 14/01/2013 Revisado e aceito: 04/03/2013

Endereço para correspondência Dario Augusto Oliveira Miranda Av. Anita Garibaldi, 1133 Sl. 1107 CEP: 40.210-903 – Salvador/BA E-mail: darioperiodonto@hotmail.com

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* Doutorando em Implantologia, São Leopoldo Mandic. Mestre em Periodontia/ Implante, Universidade de Illinois em Chicago. Professor da UEFS/BA. ** Especialista em Prótese pela ABO-Bahia.

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Miranda DAO, Regis MB

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artigo inédito

Excelência estética em Implantologia: a era do trinômio Carlos Eduardo Francischone* Renato Savi de Carvalho** Carlos Eduardo Francischone Jr***

Introdução

fundamental para isso os recentes avanços no desenho

O avanço estético experimentado pelos tratamentos ba-

dos implantes/pilares, bem como o surgimento e aper-

seados em implantes dentários tem sido uma das prin-

feiçoamento de novos sistemas cerâmicos, aspectos que,

cipais razões pelas quais pacientes e profissionais têm

inegavelmente, agregaram excelência estética à resolu-

preferido essa opção reabilitadora.

ção dos tratamentos implantossuportados. Assim, parece plausível afirmar que edificar belas coroas protéticas

Primordialmente idealizada e desenvolvida para a an-

sobre implantes adequadamente instalados é um intento

coragem segura de próteses com pouco apelo estético,

possível, atingível e previsível na clínica diária. Surge, en-

essa modalidade de tratamento ganhou, também, grande

tão, uma questão: qual o principal desafio nas reabilita-

aceitação quando objetiva-se a reposição de dentes em

ções implanto-retidas? A resposta parece estar além do

áreas de alta demanda estética. Corroboram de maneira

binômio coroa–implante.

Como citar este artigo: Francischone CE, Carvalho RS, Francischone Jr. CE. Esthetic excellence in Implantology: The trinomial era. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):54-70.

Enviado em: 11/03/2013 Revisado e aceito: 20/03/2013

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Endereço para correspondência

* Professor Titular da FOB-USP e Coordenador dos Cursos de Doutorado e Mestrado em Implantologia - São Leopoldo Mandic - Campinas. ** Mestre em Implantologia pela USC (Bauru/SP). Doutor em Dentística pela FOB-USP. *** Professor Doutor de Implantologia na USC.

Carlos Eduardo Francischone Rua Gustavo Maciel, 1906 - Bairro Alto CEP: 17.012-110 – Bauru/SP E-mail: francischone@yahoo.com.br

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Francischone CE, Carvalho RS, Francischone Jr. CE

A

B

C

D

Figura 8 - A, B) Ponta diamantada para anatomização cirúrgica do tecido gengival (CGI) previamente à instalação da coroa provisória. C) Coroa instalada sobre o implante. D) Imagem radiográfica final, exibindo bom comportamento ósseo pericervical.

Após a intervenção, o sítio peri-implantar estará morfologicamente pronto para receber uma coroa protética provisória, já com seu contorno adequado, desde o perfil biológico côncavo do pilar protético, como também o contorno coronário. O contorno gengival da coroa provisória, bem como o perfil biológico côncavo, poderão ser feitos previamente no modelo de gesso. A configuração anatômica final do contorno interno gengival deve apresentar o formato de sino (Fig. 9). Importante: a utilização de pilares com perfis côncavos (Fig. 7N, 7T, 7U, 7V) deve ser considerada sempre que se desejar uma otimização da estética gengival. Esse tipo de pilar proporciona maior espaço para acomodação dos tecidos moles cervicais, além de dispensar manobras de osteotomia necessárias à instalação dos pilares convencionais de perfis convexos que, quase sempre, comprometem a manutenção e estabilidade do tecido ósseo peri-implantar cervical. Os pilares protéticos podem apresentar perfil

Figura 9 - Sino: seu desenho externo serve como exemplo para a

mini-côncavo ou côncavo, sendo sempre de diâmetros

morfologia dos pilares.

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artigo inédito

Excelência estética em Implantologia: a era do trinômio

menores que o da plataforma do implante8. Essa confi-

A estabilidade óssea e gengival peri-implantar cervical

guração disponibiliza mais espaço e, consequentemente,

está muito mais relacionada às características morfofun-

maior quantidade de tecido gengival, conferindo-lhe maior

cionais dos pilares protéticos do que ao tipo de conexão

estabilidade, bem como proteção e estabilidade ao tecido

implante/pilar protético.

ósseo peri-implantar cervical. Por essa razão são denominados pilares protéticos com perfil biológico. Tal perfil,

O condicionamento gengival, seja em alvéolos frescos

côncavo, poderá ser confeccionado para qualquer tipo de

ou reparados, constitui um dos mais importantes passos

conexão entre pilar protético e implante, com maior faci-

para se obter estética satisfatória. Assim, quando com-

lidade nas conexões internas — sendo que, dentre elas, a

preendemos a real importância de se respeitar o trinômio

conexão cônica (cone morse) proporciona maior concavi-

implante–coroa–tecido gengival, a clássica definição de

dade aos pilares e, portanto, maior quantidade de gengiva

que estética traduz-se como a harmonia do conjunto tem

ao redor do pilar protético.

seu sentido profundamente adensado.

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artigo inédito

Avaliação subjetiva da função do nervo alveolar inferior após cirurgia de lateralização Cleiton Gaubi Campos* Ana Paula Piccoli** Fabiano Carlos Marson*** Mário dos Anjos Neto-FILHO*** Luiz Fernando Lolli*** Cléverson O. Silva****

Resumo Introdução: a lateralização do nervo alveolar inferior é uma opção de tratamento para mandíbulas atróficas em que a reabilitação protética fica limitada pela reabsorção vertical na região posterior que resulta na proximidade entre o canal mandibular e o rebordo alveolar. Essa manobra cirúrgica pode resultar em dormência e alteração sensorial ao longo do trajeto do nervo. Objetivo: avaliar a função do nervo alveolar inferior e a satisfação do paciente após cirurgia de lateralização. Métodos: foram realizadas 20 cirurgias de lateralização com instalação imediata de 52 implantes. Todos os pacientes foram operados pelo mesmo cirurgião, seguindo um protocolo cirúrgico padronizado. Após 6 meses do procedimento, os pacientes responderam um questionário sobre a presença de alteração sensorial após a cirurgia e a satisfação com o resultado do procedimento. Resultados: todos os indivíduos relataram perturbação sensorial transitória inicial, com relatos de melhora a partir do terceiro dia, ocorrendo, em média, 45 dias após a cirurgia. Em um caso não houve melhora por completo em 6 meses. Mesmo com as alterações sensoriais, todos os pacientes fariam novamente ou indicariam a realização da cirurgia. Conclusões: a lateralização do nervo alveolar inferior pode ser segura e previsível, resultando em alteração sensorial mínima e reversível, sem danos significativos ao paciente, desde que realizada com protocolo cirúrgico padronizado. Palavras-chave: Nervo mandibular. Cirurgia bucal. Implantes dentários.

Como citar este artigo: Campos CG, Piccoli AP, Marson FC, Anjos Neto-Filho M, Lolli LF, Silva CO. Subjective assessment of inferior alveolar nerve function after lateralization surgery. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):71-8

Enviado em: 02/07/2012 Revisado e aceito: 20/11/2012

* Discente do Mestrado em Odontologia, área de Prótese Dentária, Uningá. ** Especialista em Implantodontia, FASURGS. *** Professor Adjunto do Mestrado em Odontologia, área de Prótese Dentária, Uningá. **** Professor Adjunto de Periodontia, UEM e Uningá.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência Cléverson de Oliveira e Silva Av. Mandacaru, 1550 CEP: 87.080-000 – Maringá/PR E-mail: cosilva@uem.br

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artigo inédito

Avaliação subjetiva da função do nervo alveolar inferior após cirurgia de lateralização

Introdução

do comprimento desejável. Além disso, o osso que está

A perda de dentes na região posterior da mandíbula resulta

presente superiormente ao canal mandibular é, muitas

em reabsorção óssea vertical, limitando a reabilitação cirúr-

vezes, de qualidade inferior que seu homólogo cortical.

gico-protética. Há situações em que a perda óssea é severa

Esses fatores e o maior índice de falhas associadas aos

e a instalação dos implantes convencionais fica impossi-

implantes curtos levaram ao desenvolvimento de méto-

bilitada. Nesses casos, as opções de reparação incluem o

dos de LNAI que permitem a colocação de implantes com

uso de dispositivos para distração osteogênica, enxertos

maior comprimento, que envolvem a cortical inferior da

ósseos, regeneração óssea guiada e instalação de implan-

mandíbula, garantindo uma maior estabilidade inicial9.

tes lateralmente ao nervo, além da lateralização do nervo alveolar inferior (LNAI), movendo o nervo lateralmente de

Atualmente, a técnica de LNAI tem se mostrado uma

seu canal, ou a transposição do nervo alveolar inferior .

boa alternativa de tratamento em casos de atrofia ver-

1-4

tical da mandíbula10. Com a perda dos dentes, o rebordo alveolar passa por um processo ininterrupto e irreversível de reabsorção óssea

A técnica de LNAI consiste na exposição e tração delicada

na porção vertical. Essa perda de altura óssea ocorre de-

do nervo para fora do canal mandibular, desviando lateral-

vido à perda dos elementos dentários e pressão do rebor-

mente seu trajeto e permitindo a instalação dos implantes,

do alveolar devido ao uso de próteses removíveis. Dessa

não havendo nenhuma interferência com o nervo incisivo.

forma, a reabsorção óssea da porção posterior da man-

Essa técnica proporciona resultados estáveis, possibilitando

díbula normalmente leva a um rebordo reduzido e, por

a fixação dos implantes nas duas corticais, aumentando a

consequência, a instalação de implantes nessas regiões

resistência às forças oclusais e garantindo uma boa propor-

se torna um desafio5.

ção entre o implante e a prótese11. Já a transposição do nervo envolve o forame mentual e o nervo incisivo é secciona-

Diversas técnicas cirúrgicas foram desenvolvidas para

do. A transposição do nervo alveolar inferior (NAI) resulta

reabilitação de mandíbulas atróficas com a instalação de

na perda da sensação de seu ramo terminal incisivo. Essa

implantes osseointegráveis .

perda sensitiva é insignificante em pessoas desdentadas na

6

região anterior da mandíbula, mas pode causar alguma perOs enxertos aposicionais necessitam de um segundo

turbação de sensibilidade dentária e periodontal quando os

sítio cirúrgico, apresentam certo grau de reabsorção, ris-

dentes anteriores estão presentes12.

cos de infecção e dois tempos cirúrgicos, aumentando o tempo de tratamento3,6,7.

A maior dificuldade clínica associada à LNAI é a disfunção nervosa temporária ou permanente. Todos os pacien-

A região posterior da mandíbula apresenta uma qualida-

tes submetidos a esse procedimento cirúrgico podem

de óssea inferior, quando comparada à região anterior, e,

apresentar transtornos neurossensoriais que envolvem,

nas situações em que são instalados implantes curtos vi-

principalmente, a parestesia13.

sando preservar o canal mandibular, a estabilidade inicial do implante será unicortical8.

A LNAI é considerada uma cirurgia de alto risco, já que essa técnica pode causar hipoestesia, parestesia ou perda

A quantidade de osso superior ao canal mandibular é

total da sensibilidade da região. Dessa forma, é imprescin-

muitas vezes insuficiente para a colocação de implantes

dível que o profissional que executa essa manobra tenha

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Campos CG, Piccoli AP, Marson FC, Anjos Neto-Filho M, Lolli LF, Silva CO

Conclusão

Entretanto, há também a indicação de execução dessa . Embora al-

A técnica de LNAI é um complemento útil para a reabi-

guns autores considerem a necessidade de anestesia ge-

litação da mandíbula atrófica posterior, preservando os

ral para realização dessa técnica, a colocação dos implan-

remanescentes anteriores.

cirurgia com paciente sob anestesia geral

3,20

tes é mais fácil com anestesia local. O risco de disfunção permanente do nervo mentual paA técnica de LNAI permite a instalação de implantes

rece pequena. Todos os pacientes tiveram a reparação

com comprimento mais favorável nos casos em que a

sem complicações.

reabsorção da porção posterior da mandíbula indicaria a inserção de implantes curtos, conferindo à reabilitação maior longevidade3,6,24,25. Referências

Embora existam vários tipos de tratamento para auxiliar

1. Friberg B, Ivanoff CJ, Lekholm U. Inferior alveolar nerve

na recuperação do NAI, no presente estudo, os pacien-

transposition in combination with Branemark implant treatment. Int J Periodontics Restorative Dent. 1992;12(6):141-9.

tes não fizeram nenhuma outra terapia para acelerar a

2. Proussaefs P. Vertical alveolar ridge augmentation prior to inferior

recuperação neurossensorial, somente uso de citoneurin

alveolar nerve repositioning: a patient report. Int J Oral Maxillofac

5.000 UI uma vez ao dia, durante 60 dias. Alguns auto-

Implants. 2005;20(2):296-300. 3. Chiapasco M, Romeo E. Reabilitação oral com prótese

res utilizaram laserterapia como adjuvante na recupera-

implantossuportada para casos complexos. São Paulo:

ção neurossensorial, mas não foi encontrada diferença

Ed. Santos; 2007.

no tempo de melhora neurossensorial quando compara-

4. Vasconcelos JA, Ávila GB, Ribeiro JC, Dias SC, Pereira LJ. Inferior alveolar nerve transposition with involvement of the

do ao do presente estudo26,27.

mental foramen for implant placement. Med Oral Patol Cir Bucal. 2008;13(11):722-5.

Independentemente da técnica utilizada, o mais im-

5. Silva AC, Trivellato AE, Mazzonetto R, Moreira RWF, Moraes M. Osteotomia segmentar da mandíbula com lateralização do nervo

portante é a indicação correta para o caso em questão,

alveolar inferior para restabelecer o adequado espaço entre os

levando em consideração a anatomia e a localização do

arcos dentários. ROBRAC. 1999;8(26):39-42.

defeito, a condição sistêmica do paciente e, finalmente,

6. Misch CE. Implantes dentais contemporâneos. 3ª ed. Rio de

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Janeiro: Elsevier; 2008. 7. Rosenquist B. Implant placement in combination with nerve

estéticos e funcionais para o local, devolvendo qualida-

transposition: experiences with the first 100 cases. Int J Oral

de de vida aos pacientes7.

Maxillofac Implants. 1994;9(5):522-31. 8. Rudolf MSB, Hienz S, Solar P, Matejka MH, Ulm CW. Quantification off bone resorption in the foramidal region off the atrophic

Nesse estudo, em 95% dos casos houve recuperação das

mandible. Int J Oral Maxillofac Implants. 2007;22(4):609-15.

funções sensoriais em 6 meses, o que corrobora os resul-

9. Kan JY, Lozada JL, Goodacre CJ, Davis WH, Hanisch O.

tados existentes na literatura1,2,4,5,7,11-16,20,21.

Endosseous implant placement in conjunction with inferior alveolar nerve transposition: an evaluation of neurosensory disturbance. Int J Oral Maxillofac Implants. 1997;12(4):463-71. 10. Allhassani A, Alghamdi AST. Inferior alveolar nerve injury in implant dentistry: diagnosis, causes, prevention and management. J Oral Implantol. 2010;36(5):401-7. 11. Garcia Junior IR, Magro Filho O, Cardoso LC, Rodrigues TS. Vestibularização da estrutura neurovascular para colocação de implantes dentais. Innov Implant J. 2006;1(1):71-4.

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Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):71-8


artigo inédito

Avaliação subjetiva da função do nervo alveolar inferior após cirurgia de lateralização

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artigo inédito

Importância da mucosa ceratinizada e da localização do implante no sangramento à sondagem ao redor dos implantes osseointegrados Bernardo Born Passoni* Haline Renata Dalago* Guenther Schuldt Filho** João Gustavo Oliveira de Souza** Marco Aurélio Bianchini***

Resumo Introdução: o objetivo do estudo foi determinar a associação entre a faixa de mucosa ceratinizada (MC) e a localização dos implantes, com o sangramento à sondagem (SS) do tecido mole ao redor dos implantes osseointegráveis. Métodos: um total de 172 pacientes, apresentando 635 implantes em função, foram examinados. A faixa de MC, a localização do implante e a associação dessas análises, foram divididas em quatro grupos. G1 – Região anterior com MC ≥ 2mm; G2 – região anterior com MC < 2mm; G3 – região posterior com MC ≥ 2mm; e G4 – região posterior com MC < 2mm. Resultados: não houve significância estatística em nenhum dos grupos avaliados (p > 0,05). Conclusão: a faixa de MC e a localização do implante não tem qualquer influência sobre o SS ao redor dos implantes osseointegrados. Palavras-chave: Implantes dentários. Placa dentária. Índice periodontal. Mucosite.

Como citar este artigo: Passoni BB, Dalago HR, Schuldt Filho G, Souza JGO, Bianchini MA. The importance of keratinized mucosa and implant location on the bleeding on probing around osseointegrated dental implants. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):79-83.

Enviado em: 01/06/2012 Revisado e aceito: 03/06/2012

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

* Mestrando em Implantodontia, Universidade Federal de Santa Catarina. ** Doutorando em Implantodontia, Universidade Federal de Santa Catarina. *** Professor Adjunto I, Universidade Federal de Santa Catarina.

Endereço para correspondência Bernardo Born Passoni Rua Esteves Jr., 463 – Apto 701 – Centro CEP: 88015-130 – Florianópolis/SC E-mail: bpassoni@hotmail.com

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Passoni BB, Dalago HR, Schuldt Filho G, Souza JGO, Bianchini MA

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© 2013 Dental Press Implantology

- 83 -

Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):79-83


caso clínico

Utilização de implante curto como opção de tratamento em região de maxila com altura óssea reduzida Eduardo Augusto Pfau* Russiane Stefani de Mattos Rezende** Veruska de João Malheiros Pfau** Cléverson O. Silva*** Giovani de Oliveira Corrêa****

Resumo Os implantes dentários têm sido uma opção segura na reabilitação bucal. Os curtos, menores que 10mm, são usados em situações clínicas com grandes reabsorções ósseas após perda dentária, ao invés de um processo de enxertia óssea. Esse trabalho consiste no relato de um caso de perda do elemento dentário 15 há mais de 17 anos, e da consequente deficiência de volume ósseo remanescente. Entre as possíveis opções de tratamento com implantes dentários, foram apresentados os enxertos ósseos e instalação de implantes de tamanho convencional e implantes curtos. Como forma mais conservadora, de menor morbidade, de menor custo e com diminuição de tempo de tratamento, os implantes curtos tornaram-se a opção de escolha da paciente. Muitos trabalhos têm relatado altos índices de sucesso dos implantes curtos, considerando a importância da qualidade óssea, diâmetro, geometria, desenho e tratamento de superfície. Essa escolha de técnica pode ser uma boa alternativa de tratamento para áreas onde o volume ósseo é reduzido. Entretanto, o sucesso desse tipo de tratamento está relacionado à execução de um planejamento criterioso. Palavras-chave: Implante curto. Enxerto ósseo. Osseointegração.

Como citar este artigo: Pfau EA, Rezende RSM, Pfau VJM, Silva CO, Corrêa GO. The use of short implant as a treatment option in a region of the maxilla with reduced bone height. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):84-9.

Enviado em: 15/02/2013 Revisado e aceito: 27/02/2013

* Professor, cursos de Graduação em Odontologia e Pós-Graduação em Implantodontia, UNIPAR. ** Especialista em Implantodontia, UNIPAR. *** Professor, curso de Graduação em Odontologia, UEM, e de Graduação e Mestrado da UNINGÁ. **** Professor, curso de Graduação em Odontologia, UEL, e de Graduação e Mestrado da UNINGÁ.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência Eduardo Augusto Pfau Av. Ângelo Moreira da Fonseca, 5651 CEP: 87.504-050 – Umuarama/PR E-mail: epfau@unipar.br

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Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):84-9


Pfau EA, Rezende RSM, Pfau VJM, Silva CO, Corrêa GO

Introdução

distração osteogênica, regeneração óssea guiada, enxer-

A utilização de implantes dentários tem sido considerada

to em seio maxilar e reposicionamento do nervo alveolar

um método seguro e eficaz de reabilitação bucal. Atual-

inferior9. Entretanto, esses procedimentos possuem pou-

mente, essa técnica é responsável pela melhora da quali-

ca aceitação pelos pacientes devido a aspectos relacio-

dade de vida de pacientes desdentados totais ou parciais.

nados à necessidade de múltiplos procedimentos cirúrgicos, maior sensibilidade pós-operatória, altos custos e maior tempo de tratamento4.

O sucesso da Implantodontia não se resume apenas à manutenção dos implantes na arcada dentária, mas, também, precisa haver a preocupação com o funcionamento estético

Os implantes curtos, ou seja, menores que 10mm de

e harmonioso, o qual é obtido através do planejamento do

comprimento10,11, tornaram a reabilitação de áreas com

caso, execução da técnica cirúrgica e instalação da prótese1,2.

rebordos muito reabsorvidos menos complexa, onerosa e traumática aos pacientes12.

Sabe-se que, do ponto de vista de osseointegração, os implantes dentários possuem elevados índices de sucesso3,

Esse trabalho visa apresentar um relato de caso clínico

entretanto, a utilização dessa técnica pode ser limitada de

onde o implante curto foi utilizado na maxila com ausên-

acordo com a presença de situações inerentes a cada pa-

cia de altura óssea, como forma de evitar procedimentos

ciente, como, por exemplo, a redução da altura óssea ou

complementares de enxertia óssea.

a presença de acidentes anatômicos . O padrão da rea4

bsorção óssea na região posterior da mandíbula e maxila

Relato do caso

ocorre de forma assimétrica5, tendo início imediato após

Paciente do sexo feminino, 57 anos de idade, compareceu

a extração do elemento dentário, devido à inutilização do

à clínica odontológica da Unipar apresentando uma prótese

sistema de canalículos responsáveis pela inervação e nutri-

parcial fixa adesiva reabilitando a ausência do elemento 15.

ção sanguínea presente entre osso alveolar e o ligamento

Durante a anamnese, a paciente relatou que havia extraído o

periodontal preexistente . Além disso, a ausência da for-

elemento dentário há mais de 17 anos e que a prótese atual

ça oclusal exercida sobre o rebordo alveolar pode levar à

“soltava-se” com frequência. Ao exame clínico, observou-se

reabsorção óssea . A ausência dentária na maxila leva à

presença satisfatória de espaço protético para reabilitação

perda óssea horizontal no sentido vestibulopalatino, e a de-

(Fig. 1). Foi realizada radiografia periapical (Fig. 2) e panorâ-

ficiência de osso vertical surge através do remodelamento

mica, a qual indicou pouca altura óssea remanescente (5mm

natural em altura causado pela pneumatização dos seios

de rebordo ósseo), tornando mais complexa a reabilitação

maxilares. Na mandíbula, essa reabsorção ocorre no senti-

por meio de implantes osseointegráveis de tamanho con-

do vertical, resultando em pouca altura óssea e proximida-

vencional (maior que 10mm). Diante dessa situação, foram

de com o canal mandibular, mas com quantidade razoável

apresentadas as seguintes opções de tratamento à paciente:

6

7

no plano horizontal. Em função disso, o planejamento para reabilitação da região posterior das arcadas atróficas supe-

» Opção 1. Enxerto ósseo e instalação imediata

rior e inferior se torna mais complexo .

de implante dentário.

8

» Opção 2. Enxerto ósseo e instalação de imPara contornar essas limitações fisiológicas e anatômi-

plante dentário posteriormente ao período de

cas, a literatura relata diversas técnicas de enxertia ós-

reparo ósseo.

sea, tais como enxertos em bloco do tipo inlays/onlays,

© 2013 Dental Press Implantology

» Opção 3. Instalação de implantes curtos.

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Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):84-9


Pfau EA, Rezende RSM, Pfau VJM, Silva CO, Corrêa GO

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artigo inédito

Expansão cirúrgica de rebordo alveolar com instalação imediata de implantes

Zarina Tátia Santos* Lucas CAVALIERI-PEREIRA** Márcio de MORAES*** Luciana ASPRINO**** José Ricardo ALBERGARIA-BARBOSA*****

Resumo Introdução: após a perda dentária, o processo alveolar sofre atrofia gradativa, impossibilitando, em casos extremos, a reabilitação com implantes dentários. Objetivo: relatar um caso clínico de instalação de implantes imediatos em maxila edêntula atrófica, após aplicação da técnica de expansão cirúrgica do rebordo alveolar (ECR) na região anterior e levantamento do assoalho do seio maxilar (LS) nas regiões posteriores, em conjunto com enxerto ósseo autógeno removido do ramo ascendente da mandíbula. Conclusão: a ECR e o LS são alternativas viáveis, seguras e previsíveis para o aumento da espessura e altura do rebordo alveolar com finalidade reabilitadora. Palavras-chave: Aumento do rebordo alveolar. Seio maxilar. Implantes dentários.

Como citar este artigo: Santos ZT, Cavalieri-Pereira L, Moraes M, Asprino L, Albergaria-Barbosa JR. Surgical expansion of the alveolar ridge with immediate implant installation. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):90-4.

Enviado em: 14/10/2012 Revisado e aceito: 27/02/2013

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Endereço para correspondência

Zarina Tátia Barbosa Vieira dos Santos Av. Limeira, 437 CEP: 13.417-530 – Piracicaba/SP E-mail: zarinatatia@gmail.com

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* Estudante de aperfeiçoamento em Cirurgia Bucomaxilofacial, FOPUNICAMP. ** Doutor em Cirurgia Bucomaxilofacial, FOP-UNICAMP. *** Professor Associado, área de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, FOP-UNICAMP. **** Professora Assistente, área de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, FOP-UNICAMP. ***** Professor Titular, área de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, FOPUNICAMP.

Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):90-4


caso clínico

Expansão cirúrgica de rebordo alveolar com instalação imediata de implantes

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tal8,10,13. No entanto, outra opção viável para posterior reabili-

for the rehabilitation of deficient edentulous ridges with oral

tação com implantes seria a enxertia óssea para reconstru-

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morbidade, maior custo e formação de cicatriz cutânea .

7. Shimoyama T, Kaneko T, Shimizu S, Kasai D, Tojo T, Horie N.

Observamos que com o emprego dessas duas técnicas,

8. Scipioni A, Bruschi GB, Calesini G. The edentulous ridge

14

Ridge widening and immediate implant placement: a case report. Implant Dent. 2001;10(2):108-12. expansion technique: a five-year study. Int J Periodontics

concomitantemente à enxertia óssea, a instalação ime-

Restorative Dent. 1994;14(5):451-9.

diata de implantes foi possível diminuindo significativa-

9. De Wijs F, Cune MS. Immediate labial contour restoration for

mente o tempo de tratamento e a quantidade de osso

improved esthetics: a radiographic study on bone splitting in anterior single-tooth replacement. Int J Oral Maxillofac Implants.

necessária para a reconstrução.

1997;12(5):686-96. 10. Shimoyama T, Kaneko T, Shimizu S, Kasai D, Tojo T, Horie N.

Ressalta-se a importância do planejamento adequado,

Ridge widening and immediate implant placement: a case report.

trazendo uma maior previsibilidade quando a ECR e LS

Implant Dent 2001;10(2):108-12. 11. Reiser GM, Rabinovitz Z, Bruno J, Damoulis PD, Griffin. TJ.

estão indicadas.

Evaluation of maxillary sinus membrane response following elevation with the crestal osteotome technique in human

Conclusões

cadavers. Int J Oral Maxillofac Implants 2001;16(6):833-40. 12. Guirado JL, Yuguero MR, Carrion del Valle MJ, Zamora GP.

1. No caso apresentado, a ECR permitiu um ganho ho-

A maxillary ridge-splitting technique followed by immediate

rizontal satisfatório que possibilitou a instalação dos

placement of implants: a case report. Implant Dent.

implantes osseointegráveis.

2005;14(1):14-20. 13. Scipioni A, Bruschi GB, Calesini G, Bruschi E, De Martino C. Bone regeneration in the edentulous ridge expansion technique:

2. O procedimento cirúrgico deve ser realizado res-

histological and ultra structural study of 20 clinical cases. Int J

peitando os limites biológicos, com o uso de instru-

Periodontics Restorative Dent. 1999;19(3):269-77. 14. Soehardi A, Meijer GJ, Strooband VF, de Koning M, Stoelinga PJ.

mentais adequados de modo a evitar uma fratura

The potential of the horizontal ramus of the mandible as a donor

indesejável durante a expansão e/ou a ruptura da

site for block and particular grafts in pre-implant surgery. Int J

membrana sinusal.

Oral Maxillofac Surg. 2009;38(11):1173-8. 15. Simion M, Baldoni M, Zaffe D. Jawbone enlargement using immediate implant placement associated with a split-crest technique and guided tissue regeneration. Int J Periodontics Restorative Dent. 1992;12(6):462-73.

© 2013 Dental Press Implantology

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Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):90-4


artigo inédito

Análise comparativa pelo método dos elementos finitos da distribuição de tensões em pilares de próteses fixas implantossuportadas por implantes distais retos e inclinados Liliane Pacheco de Carvalho*

Artemio Luiz Zanetti****

Bruno Sotto Maior**

Raquel Virginia Zanetti*****

Pedro Paulo Feltrin***

Alexandre Marcelo de Carvalho******

Resumo Introdução: o conceito all-on-four preconiza a inclinação dos implantes distais com o objetivo de reduzir o cantiléver distal. Objetivo: avaliar a biomecânica através da análise com elementos finitos tridimensionais, a inclinação dos implantes distais e a utilização de componentes protéticos angulados e retos no tratamento de mandíbulas edêntulas. Métodos: quatro modelos tridimensionais de mandíbula foram criados simulando tecido ósseo cortical e medular. Foram instalados nos modelos quatro implantes paralelos com componentes protéticos retos, dois implantes retos com os dois implantes distais inclinados em 17 ou 30° com componentes protéticos retos ou angulados. Todos os modelos foram carregados axialmente ou obliquamente bilateral, ou unilateralmente em toda a extensão da prótese. Resultados: o uso de implantes retos e os componentes angulados apresentaram maiores concentrações de tensões. A inclinação distal dos implantes favoreceu a distribuição de tensões. Conclusão: o conceito all-on-four com o uso de componentes protéticos retos favorece a biomecânica de reabilitações totais implantossuportadas. Palavras-chave: Implantes dentários. Placa dentária. Índice periodontal. Mucosite.

Enviado em: 04/12/2012 Revisado e aceito: 28/02/2013 Como citar este artigo: Carvalho LP, Maior BS, Feltrin PP, Zanetti AL, Zanetti RV, Carvalho AM. Comparative analysis by means of finite elements of tension distribution in implant supported fixe prosthesis pilars by straight and inclined distal implants. Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):95-104.

* Especialista em Implantodontia, Uningá-Ubá. Mestranda em Prótese Dentária, CPO São Leopoldo Mandic. ** Doutor e Pós-Doutor em Clínica Odontológica – Prótese Dentária, UNICAMP. Mestre em Clínica Odontológica, Universidade Federal de Juiz de Fora. *** Mestre e Doutor em Clínica Odontológica, USP. Professor Titular, CPO São Leopoldo Mandic. **** Doutor em Odontologia – Prótese Dentária, USP. Professor, curso de Mestrado, CPO São Leopoldo Mandic. ***** Mestre e Doutora em Odontologia – Prótese Dentária, USP. Professora, curso de mestrado, CPO São Leopoldo Mandic. ****** Mestre em periodontia e Doutorando em Implantodontia, CPO São Leopoldo Mandic.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência Liliane Pacheco de Carvalho Rua Escrivão Castro, 9 – Centro CEP: 36.512-970 – Tocantins/MG E-mail: iliane.pcarvalho@yahoo.com.br

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Análise comparativa pelo método dos elementos finitos da distribuição de tensões em pilares de próteses fixas implantossuportadas por implantes distais retos e inclinados

artigo inédito

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© 2013 Dental Press Implantology

- 104 -

Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):95-104


observatório

Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas da área de Implantodontia, Prótese e Periodontia de todo o mundo

Dario Augusto Oliveira Miranda*

Implantes curtos (<10mm) são eficazes? Uma

taxa de sobrevida similar, estimada em 86,7% (p = 0,254).

metanálise de estudos clínicos prospectivos

O pico na taxa de falhas dos implantes dentários curtos foi

Monje A, Chan HL, Fu JH, Suarez F, Galindo-Moreno P, Wang HL. Are

encontrado entre 4 e 6 anos de função. Isso ocorreu mais

short dental implants (<10mm) effective? A meta-analysis

precocemente em relação ao implantes dentários padrão,

on prospective clinical trials. J Periodontol. 2012 Aug 23.

onde o pico na taxa de falhas ocorreu entre 6 e 8 anos de

[Epub ahead of print].

função. Conclusão: esse estudo mostrou que, no longo prazo, os implantes menores que 10mm foram tão previsíveis

Objetivo: esse estudo teve como objetivo comparar a taxa

quanto os implantes mais longos. No entanto, eles falharam

de sobrevivência de implantes dentários curtos (<10mm) e

mais cedo, em comparação com os implantes padrão.

padrão (10mm) com superfície tratada, sob carga funcional. Material e Métodos: foi conduzida uma busca eletrônica da

Qual é a taxa de sucesso de implantes com

literatura utilizando as bases de dados PubMed e MEDLINE.

diâmetro pequeno? Uma revisão da literatura

Foram incluídas nessa meta-análise pesquisas clínicas pros-

Sohrabi K, Mushantat A, Esfandiari S, Feine J. How successful are

pectivas em humanos, publicadas em inglês entre janeiro de

small-diameter implants? A literature review. Clin Oral

1997 e julho de 2011, examinando implantes dentários com

Implants Res. 2012 May;23(5):515-25.

menos de 10mm acompanhados por 12 meses. Os seguintes dados foram extraídos dos artigos analisados: quantidade e

Introdução: o edentulismo é uma questão importante e vai

dimensões dos implantes, local de inserção, tipo de prótese,

continuar assim devido ao elevado número de indivíduos

período de acompanhamento e taxa de sobrevivência dos

desdentados no mundo todo. Por muitos anos, as próteses

implantes. Estimativas de sobrevivência de Kaplan-Meier e

totais foram a única opção de tratamento para essa popula-

as taxas de risco foram analisadas e​​ comparadas entre os

ção. Próteses totais implantossuportadas têm demonstrado

implantes curtos e padrão. Resultados: treze estudos foram

muitas vantagens sobre as próteses totais convencionais.

selecionados, avaliando 1.955 implantes dentários, dos quais

Porém, alguns idosos edêntulos, apesar de insatisfeitos com

914 eram implantes curtos. Implantes dentários curtos tive-

suas próteses dentárias, são relutantes em se submeter a

ram uma taxa de sobrevida estimada de 88,1% aos 168 me-

tratamentos com implantes, mesmo os mais simples, de-

ses, enquanto os implantes dentários padrão tiveram uma

vido a fatores como custos e medo da cirurgia. Para avaliar

© 2013 Dental Press Implantology

* Doutorando em Implantologia, São Leopoldo Mandic. Mestre em Periodontia/ Implante, Universidade de Illinois em Chicago. Professor da UEFS/BA.

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Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):105-8


Europerio 7

Abstracts of Europerio 7 (Vienna, Austria 6-9 June 2012) Parte II

Implante curto com desenho em platô para

Níveis séricos de IgG contra

substituição de um único dente.

A. actinomycetemcomitans em pacientes

Três anos de acompanhamento clínico

brasileiros portadores de periodontite

Rapp GE, Couto LM, Neri MA, Lisboa M, Speratti D. Three-

agressiva generalizada

year clinical follow-up of a single tooth replacement with

Saraiva L, Rebeis ES, Mantovani NA, Holzhausen M, Mayer

plateau design short implant

MP. Serum IgG levels to A. actinomycetemcomitans in Brazilian generalized aggressive periodontitis patients

Objetivo: implantes osseointegrados são uma alternativa efetiva na reabilitação de edentulismo total ou parcial. O

Objetivo: estudos examinaram a relação entre a distribuição

objetivo do presente caso clínico é apresentar a substitui-

de sorotipos A. actinomycetemcomitans e a condição perio-

ção de um único dente com espaço protético limitado, utili-

dontal — a prevalência dos sorotipos A. actinomycetemcomi-

zando um implante curto com desenho em platô. Material

tans pode diferir de acordo com a localização geográfica e o

e Métodos: uma paciente com 65 anos de idade procurou

tipo de doença, sendo que o sorotipo c mostrou-se altamen-

atendimento na Universidade Federal da Bahia para substi-

te prevalente no Brasil. A capacidade de induzir a doença e

tuição de uma unidade dentária perdida (# 25 pela notação

uma forte resposta imune pode também diferir entre os se-

da FDI). Ela havia permanecido com espaço edêntulo por

rotipos. Esse estudo investigou os níveis de IgG no soro con-

cerca de um ano. Devido ao espaço protético limitado, um

tra A. actinomycetemcomitans em pacientes com periodontite

implante de 4 x 8mm (revestido com hidroxiapatita) com

agressiva. Métodos: vinte e seis pacientes com periodontite

cone morse (CM), desenho em platô (DP) e ombro inclina-

agressiva, em idades entre 19 e 35 e com três controles ne-

do (OI) foi utilizado (Bicon Dental Implants, Boston, EUA).

gativos saudáveis, foram avaliados quanto aos níveis séricos

O implante foi colocado 2,0mm apicalmente à crista óssea

de anticorpos para os sorotipos a, b e c por meio de ensaio

durante a fase cirúrgica, de acordo com protocolo do fabri-

imunoenzimático (ELISA). Os soros foram considerados

cante. Um Abutment Coroa Integrado (ACI™, Bicon) foi in-

responsivos para cada serotipo quando os valores corrigidos

serido seis meses após a colocação do implante. A oclusão

da densidade óptica (DO) foram maiores que os valores mé-

foi conferida e ajustada. Resultados: a radiografia periapical

dios da DO dos controles saudáveis mais 7 vezes o desvio-

de acompanhamento após três anos revelou ausência de

-padrão dos controles. Resultados: os dados revelaram que

perda óssea marginal. Clinicamente, evidenciou-se a pre-

os níveis de IgG foram positivos para A. actinomycetemco-

sença de papilas dente-implante esteticamente aceitáveis

mitans em 6 dos 12 pacientes afro-descendentes. Cinco

e contorno de tecido mole adequado. A paciente, por meio

desses pacientes positivos tinham títulos elevados de anti-

de consentimento escrito, autorizou a apresentação do caso

corpos para o sorotipo b, incluindo 3 pacientes responsivos

clínico. Conclusão: propriedades como selamento bacteria-

também aos sorotipos a e/ou c. Entretanto, uma resposta

no do CM e, particularmente, a formação de osso lamelar

imune a A. actinomycetemcomitans foi observada em 12 dos

em nível supraimplantar como consequência do DP e do OI

14 indivíduos caucasianos. Dez desses indivíduos eram res-

devem ter contribuído para a formação de osso de qualidade

ponsivos ao sorotipo b, incluindo 4 responsivos também

na área supraimplantar, assim permitindo um espaço sufi-

aos sorotipos a e/ou c. Os níveis séricos de anticorpos IgG

ciente para a formação das papilas.

foram significativamente diferentes nos diferentes serotipos

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Dental Press Implantol. 2013 Jan-Mar;7(1):109-10


Europerio 7

de A. actinomycetemcomitans de pacientes com periodontite

antibióticos sistêmicos, especialmente MTZ+AMX, provo-

agressiva generalizada (p <0,01). Conclusão: a resposta sé-

caram um aumento mais evidente das espécies bacterianas

rica contra A. actinomycetemcomitans sorotipo b mostrou-se

compatíveis com o hospedeiro (p<0,05). Conclusão: o uso

fortemente associada com a periodontite agressiva generali-

adjunto do MTZ ou MTZ+AMX propicia benefícios micro-

zada, especialmente entre os indivíduos caucasianos.

biológicos superiores aos alcançados com RAR isoladamente, no tratamento de indivíduos com PCr generalizada. Os bene-

MTZ ou MTZ+AMX no tratamento da

fícios adicionais do MTZ+AMX em alterar o perfil bacteriano

periodontite crônica: estudo clínico,

subgingival foram mais evidentes.

duplo-cego, placebo-controlado em 1 ano de acompanhamento. Parte II:

Ligação genética em

resultados microbiológicos

famílias brasileiras com PAgG

Faveri M, Feres M, Figueiredo L, Mendes J, Silva M, Soares G,

Brett P, Mc Quillin A, Pinneda-Trujillo N, Rapp G, Tonetti M.

Socransky S, Teles R. MTZ alone or with AMX in the treat-

Genetic linkage in Brazilian families with GAgP

ment of chronic periodontitis: a 1-year double-blinded, placeObjetivo: o objetivo deste estudo foi testar a ligação de genes

bo-controlled, RCT. Part II: Microbiological results

candidatos da periodontite em três gerações de três granObjetivo: estudos prévios têm sugerido que o uso associado

des famílias. Material e Métodos: foi realizada sondagem

do metronidazol (MTZ) ou MTZ+amoxicilina (AMX) é bené-

em 6 sítios/dente por um examinador calibrado em 58 indi-

fico ao tratamento periodontal. No entanto, os efeitos dessas

víduos relacionados. A periodontite agressiva generalizada

duas terapias em alterar o perfil microbiano subgengival têm

(PAgG) foi encontrada em duas famílias (Fam1, Fam3) e a

sido diretamente comparados apenas em poucos estudos de

forma generalizada de periodontite crônica, em uma família

curto prazo. Portanto, o objetivo desse estudo clínico, rando-

(Fam2) (AAP, 1999). O fenótipo dos indivíduos edêntulos

mizado, duplo-cego, placebo-controlado foi avaliar os efeitos

foi estabelecido de acordo com a causa da perda dentária.

microbiológicos do uso adjunto de MTZ ou MTZ+AMX no

Nenhum dos indivíduos afetados possuía o hábito de fumar.

tratamento da periodontite crônica (PCr). Material e Méto-

Todos os indivíduos foram genotipados para os marcadores

dos: 118 indivíduos foram aleatoriamente distribuídos para re-

D1S1595, Fcg3A, Fcg3B65, Fcg3B36, D1S1679, D7S1802, IL6-

ceber raspagem e alisamento radicular (RAR) — isoladamen-

1750, IL6-1363, IL6-572, IL6-174, D7S1802, IL13954 e VDR-

te ou associado com MTZ (400mg, 3x/dia) ou MTZ+AMX

312. MLINK e Simwalk2 2.91 foram utilizados para a análise

(500mg, 3x/dia) por 14 dias. Os indivíduos receberam avalia-

de ligação paramétrica multiponto (ALPM) e a análise de liga-

ção clínica e microbiológica no início, 3, 6 e 12 meses após o

ção não-paramétrica (ALNP), respectivamente. Resultados:

tratamento. Nove amostras de biofilme subgengival foram co-

escores LOD acima de 1 foram encontrados para o marcador

letadas em cada indivíduo e analisadas para 40 espécies bac-

D1S1595 na ALPM no geral e na Fam3. Valores altamente sig-

terianas pela técnica “checkerboard DNA-DNA hybridization”.

nificativos foram encontrados para D1S1679 (p = 0,0084) e

Resultados: nenhuma diferença estatisticamente significativa

D1S1595 (p = 0,0077) na ALNP geral. A Fam3 mostrou liga-

no perfil microbiológico foi observada entre os três grupos na

ção significativa (p < 0,05) para D1S1595 e D1S1679 nas cinco

análise inicial. No entanto, aos 12 meses pós-tratamento, os

estatísticas ALNP estudadas. Conclusão: PAgG parece estar

patógenos do complexo vermelho apresentaram contagens

ligada ao cromossomo 1 nas famílias estudadas. Mais estudos

e/ou proporções significativamente menores nos dois grupos

necessitam ser conduzidos em outros conjuntos de famílias

testes, em comparação com o grupo controle. Além disso, os

para a confirmação desses achados.

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normas para apresentação de originais

— O Dental Press Implantology publica artigos de investigação científica, revisões significativas, relatos de casos clínicos e de técnicas, comunicações breves e outros materiais relacionados à Periodontia e Implantologia.

1. Autores — O número de autores é ilimitado; entretanto, artigos com mais de 4 autores deverão informar a participação de cada autor na execução do trabalho.

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3. Resumo/Abstract — Os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — Os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando, além das conclusões do estudo, as implicações clínicas dos resultados. — Os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave, também em português e em inglês, adequadas conforme orientações do DeCS (http://decs.bvs.br/) e do MeSH (www.nlm.nih.gov/mesh). 4. Texto — O texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — Os textos devem ter no máximo 3.500 palavras, incluindo legendas das figuras e das tabelas (sem contar os dados das tabelas), resumo, abstract e referências. — As figuras devem ser enviadas em arquivos separados (leia mais abaixo). — Insira as legendas das figuras também no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 5. Figuras — As imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 DPIs de resolução. — As imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — Se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — Todas as figuras devem ser citadas no texto. 6. Gráficos e traçados cefalométricos — Devem ser citados, no texto, como figuras. — Devem ser enviados os arquivos que contêm as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção.

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normas para apresentação de originais

— Não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — Os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 7. Tabelas — As tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar, o texto. — Devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — Forneça um breve título para cada tabela. — Se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — Apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável). 8. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência ao parecer do Comitê de Ética da instituição. 9. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Permissão para uso de imagens protegidas por direitos autorais Ilustrações ou tabelas originais, ou modificadas, de material com direitos autorais devem vir acompanhadas da permissão de uso pelos proprietários desses direitos e pelo autor original (e a legenda deve dar corretamente o crédito à fonte). — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. Fotografias de pessoas identificáveis devem vir acompanhadas por uma autorização assinada pela pessoa ou pelos pais ou responsáveis, no caso de menores de idade. Essas autorizações devem ser guardadas indefinidamente pelo autor responsável pelo artigo. Deve ser enviada folha de rosto atestando o fato de que todas as autorizações dos pacientes foram obtidas e estão em posse do autor correspondente.

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10. Referências — Todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — Todas as referências devem ser citadas no texto. — Para facilitar a leitura, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — As referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas. — As abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — A exatidão das referências é responsabilidade dos autores e elas devem conter todos os dados necessários para sua identificação. — As referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). — Utilize os exemplos a seguir:

Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.

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