Implantology Dental Press
V. 8, N. 1 | January / February / March 2014 | Portuguese version | ISSN 2237-650X
V. 8, N. 1 | January / February / March 2014 | Portuguese version | ISSN 2237-650X
Dental Press Implantology - Qualis / CAPES: B4 - Odontologia
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Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CiP) Dental Press implantology. -v. 5, n. 4 (oct./Nov./Dec.) (2011) – . -- Maringá : Dental Press international, 2011trimestral Continuação de: revista Dental Press de Periodontia e implantologia (v. 1, n. 1 – 2007-2011 – issN 1980-2269) issN 2237-650X 1. Periodontia. implantologia (odontologia) – Periódicos i. Dental Press international. ii. título. CDD. 617.643005
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sabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: dental@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.
artigos
30
Nível de conhecimento dos cirurgiões-dentistas quanto ao diagnóstico e tratamento da peri-implantite
Adriane Yaeko Togashi, Rogério Aparecido Carmelo, Nathália Coimbra Pereira
40
Fração mononuclear da medula óssea para reconstrução óssea em levantamento de seio maxilar
André Antonio Pelegrine, Rafael de Mello e Oliveira, Thiago Altro de Oliveira, Carlos Eduardo Sorgi da Costa, Antonio Carlos Aloise
52
60
Implante Cone Morse em área anterior. Relato de caso clínico
Marcelo Abla, Ana Claudia Carbone, Adriane Domingos de Lima, Aline Meibach, Silvia Naomi, Mario Kawagoe
Otimização da regeneração óssea guiada em alvéolo pós-extração, por meio da técnica de Fugazzoto
Lucas de Freitas Kühlkamp, Bernardo Born Passoni, Artur Breno Wanderley Alécio, César Augusto Magalhães Benfatti, Ricardo de Souza Magini
81
Relação entre doença periodontal e doença renal crônica: revisão de literatura
Diogo Marques Sapata, Giovani de Oliveira Corrêa, Mario dos Anjos Neto-Filho, Fabiano Carlos Marson, Cléverson de Oliveira e Silva
86
Recuperação da função e estética de dente fraturado, por meio da técnica de restauração dentoalveolar imediata: um caso clínico com três anos de acompanhamento
José Carlos Martins da Rosa, Ariádene Cristina Pértile de Oliveira Rosa, Carlos Eduardo Francischone, Bruno Salles Sotto-Maior
seções
12 68
Entrevista
José Carlos Martins da Rosa
Explicações e Aplicações — Membranas e seu papel no reparo ósseo de fraturas e cirurgias ósseas
Alberto Consolaro
95 96
Imagem e Ciência
Fernando Vacilotto Gomes, Luciano Mayer
Seção Prótese — Revisão bibliográfica da performance clínica de próteses fixas com união dente-implante
Jefferson Ricardo Pereira, Felipe Vieira Nunes, Saulo Pamato, Janaina Salomon Ghizoni
105
Seção Observatório
Dario Miranda
40
60
86
68
M C
Editorial
A responsabilidade de um grande desafio
É com uma mistura de emoção e de grande responsabilidade que inicio esse período à frente de uma revista de tamanha expressão no cenário da Odontologia brasileira, que é a Dental Press Implantology. Em uma revista que teve, como editores-chefes, ícones da Odontologia brasileira e mundial, como o Prof. Dr. Carlos Eduardo Francischone e o Dr. Maurício Araújo, a responsabiliWaldemar D. Polido Editor-chefe
dade dessa função toma outra dimensão. Lembro-me que iniciei meus passos na Implantodontia em 1991, com o mestrado em Cirurgia Bucomaxilofacial, ao retornar de minha residência nos EUA. Desde aquela época, contei com imenso apoio do Dr. Laércio Vasconcelos e do Prof. Dr. Carlos Eduardo Francischone, que me abriram todas as portas e me deixaram lado a lado com o criador de tudo, o Prof. P-I Brånemark (com o qual tive oportunidades ímpares de convívio e aprendizado). O Prof. Francischone sempre foi um incentivador da pesquisa, da ciência e da evidência científica — áreas que também são de meu interesse, que sempre fizeram parte de meu dia a dia, e que contribuíram, com certeza, para minha afinidade pessoal e profissional, e também para que eu fosse lembrado para a presente posição. A participação dele como editor emérito é fundamental para a continuidade do sucesso da Implantology. Junta-se, como editor emérito, ao amigo e colega Maurício Araújo, um professor e pesquisador de renome mundial e, com certeza, o maior nome em evidência da Odontologia brasileira no exterior, na atualidade. Suas publicações são citadas como referência em tudo o que se relaciona à Implantodontia moderna, tendo alterado a forma com que tratamos nossos pacientes, hoje em dia. Tenho, frequentemente, a oportunidade de conviver, aprender e admirar o Dr. Maurício — um dos mais requisitados ministradores em todos os continentes. E tenho certeza de que ele também dedicará, como editor emérito, parte de seu tempo, conhecimento e experiência para nos ajudar a fortalecer ainda mais a Dental Press Implantology.
6
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):6-7
Desde seu lançamento, a Implantology sempre primou pela alta qualidade gráfica e de design, com um layout moderno e de fácil acompanhamento. O convite por parte do publisher, o Prof. Dr. Laurindo Furquim, e a oportunidade de trabalhar com a equipe da Dental Press — uma empresa familiar e, ao mesmo tempo, extremamente competente e profissional — foram os maiores estímulos para que eu aceitasse a função. Espero corresponder à confiança em mim depositada pelo Dr. Laurindo e por toda a equipe da Dental Press, e prometo muito trabalho e dedicação, para fazer jus ao convite! Como todo novo desafio, mudanças e renovações são necessárias. Agradeço a todos os integrantes do corpo editorial, esperando que eles continuem colaborando, e enviando trabalhos à revista. No entanto, nos sentimos na obrigação de “oxigenar” esse grupo, trazendo colegas de várias partes do Brasil e do exterior, com experiências diversas, que, com certeza, contribuirão para o constante crescimento da qualidade da Implantology. Desde já, agradeço a todos os novos editores associados e consultores editoriais, pela disposição e pronta resposta ao meu convite. Enquanto essa primeira edição de 2014 ainda segue o formato das edições dos anos anteriores, mudanças mais significativas serão implementadas a partir do segundo volume de 2014, com novas seções, novos editores associados, maior participação internacional, repaginação visual… Agradeço a confiança de todos, e espero que continuem a aproveitar a Implantology!
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):6-7
7
BEM-VINDO AO MUNDO IMPLA
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4ª empresa do mercado brasileiro em 2012 e 2013 (* Pesquisa PreTeste Associados)
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EXCELÊNCIA NA IMPLANTODONTIA INÍCIO: DIA 14 DE ABRIL DE 2014
Gojko Cvijic Malha de titânio e aumento ósseo em altura. Expansão óssea e aumento em espessura.
Laurindo Furquim Uma abordagem estética e funcional de tratamento ortodôntico em pacientes com agenesia de incisivo lateral superior.
Paulo F. Mesquita de Carvalho Preservação alveolar X implantes imediatos: considerações sobre o risco estético.
Glécio Vaz de Campos Cirurgia plástica peri-implantar: antes e após a instalação dos implantes. Hands-on com microscópio operatório.
Waldemar Daudt Polido Enxertos ósseos para a área estética. Atividade teórica, Workshop em manequins e cirurgia demonstrativa, ao vivo, em paciente. Alternativas cirúrgicas para a maxila atrófica.
Darcymar Martins da Rosa e Marcos Alexandre Fadanelli Restauração dentoalveolar imediata (RDI): carga imediata pós-exodontia em alvéolos comprometidos.
Júlio César Joly Possibilidades reconstrutivas em áreas com disponibilidade tecidual limitada. Carlos Araujo Explorando as possibilidades mecânicas e biológicas dos implantes Cone-Morse: dos casos básicos aos avançados. Gastão S. de Moura Filho Transferência funcional de implantes. Mauro Tosta Implantes: da cirurgia à reabilitação oral. Marcos Pitta Estética em Cirurgia Ortognática. Adilson Ramos Movimentos verticais e horizontais para ganho ósseo. Ivete de Mattias Sartori O papel da Implantodontia na reabilitação bucal. José Cícero Dinato Importância dos componentes cirúrgicos e protéticos na obtenção e manutenção da estética peri-implantar. Sidney Kina Materiais cerâmicos na execução de próteses sobre implante. Como decidir? Alberto Consolaro Bases biológicas da Implantodontia aplicadas à clínica. Wilson Sendyk Reconstrução alveolar em pacientes com quantidade óssea insuficiente. Maurício Araújo Manejo do alvéolo dentário após extração.
Carlos Eduardo Francischone Estética e longevidade em Implantodontia: análise crítica. Angelo Menuci Neto Uso clínico de biomateriais em Implantodontia. Hugo Nary A Implantodontia baseada em tratamentos previsíveis e estáveis. Demonstração prática de reabilitações com modelos e vídeos cirúrgicos. Paulo Fukashi Yamagushi Reabilitação bucal com implantes dentários: abordagem interdisciplinar. Paulo Conti Dor neuropática provocada por implantes dentários. Fabio Valverde Rodrigues Bastos Neto Osseointegração: superfícies atuais em bases científicas. Diego Klee de Vasconcellos Soluções estéticas em próteses sobre dentes naturais e implantes. José Geraldo Malaguti Zircônia: o estado atual. André Zetola Fator de crescimento das células-tronco para regeneração óssea da maxila. Eduardo Ayub Fatores estéticos críticos na Implantodontia contemporânea. Leonardo Magalhães Excelência no uso de implantes com plataforma switching. Luis Antônio Violin A corrida pelo entendimento da biologia dos enxertos ósseos. Acelerando (?): rhBMP-2. João Milki Planejamento da reabilitação com o uso de miniplacas, miniparafusos e mini-implantes. Hands-on: colocação de miniplacas e mini-implantes.
Élcio Marcantonio Junior Reconstrução óssea e gengival em Implantodontia. Ricardo Magini Estética rosa peri-implantar.
DENTAL PRESS www.dentalpress.com.br / www.dentalcompras.com.br / 0800 600 9818
entrevista
José Carlos Martins da Rosa O entrevistado dessa edição da Dental Press Implantology é um profissional conceituado e de crescente prestígio dentro da Odontologia moderna brasileira. Graduado pela Universidade Federal de Santa Maria/RS (UFSM), em 1988. Especialista em Periodontia pela Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), Bauru/SP, em 1991. Especialista e Mestre em Prótese pelo Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, Campinas/SP, em 2005, e, atualmente, Doutorando em Implantodontia nessa mesma instituição. É autor do livro “Restauração dentoalveolar imediata – Implantes com carga imediata em alvéolos comprometidos”, pela Ed. Santos, em 2010, já com edição em espanhol (2012) e, a partir do mês de março de 2014, a língua inglesa também ganhará sua edição própria, cujo lançamento será no estado norte-americano de Nova Iorque. São de sua autoria vários artigos publicados em periódicos científicos de relevo, nacionais e internacionais. José Carlos Martins da Rosa é natural de São Vicente do Sul, pequena cidade do interior gaúcho, casado com Ariádene Cristina Pértile Rosa, igualmente dentista, parceira, colaboradora e, segundo ele próprio faz questão de declarar, arrojada e fundamental artífice dos mais felizes momentos de sua vida pessoal e carreira profissional. Tem em sua esposa seu principal ponto de equilíbrio. À família e aos amigos atribui importante parcela na composição da coluna mestra de sua sustentação emocional, imprescindível à tomada sensata de decisões que o impulsionam a progredir sempre na direção correta de suas convicções. Portanto, a Dental Press Implantology traz, para o colega leitor, o diferenciado perfil de um jovem e competente talento da Odontologia brasileira, que também se destaca pela refinada educação e diplomática elegância, tanto no convívio diário quanto no trato com todos aqueles que o cercam. É professor e pesquisador de criteriosa conduta e sensível capacidade de observação. Metódico e organizado, possui seletiva e especial habilidade para identificar e agregar capacidades que efetivamente contribuem na direção da soma e multiplicação de resultados. É sócio-proprietário de um centro odontológico de vanguarda, dotado de modernas instalações estrategicamente aliadas a alguns importantes recursos hospitalares, cujo perfil e estrutura foram projetados para o desenvolvimento de um trabalho comprometido com a excelência, biossegurança e alta tecnologia. A clínica possui, ainda, um centro de aprimoramento e qualificação profissional composto por auditório e consultório integrados para a realização de eventos, cursos de imersão, grupos de estudo e pesquisa. Renomados profissionais, de vários lugares do Brasil e do exterior, têm ministrado cursos e workshops em suas dependências. Nessa entrevista, além de nos responder sobre sua visão administrativa e o modelo de gestão voltados para a clínica referência da qual participa como um dos idealizadores e fundadores, nos ajuda a entender um pouco mais sobre o protocolo de RDI, técnica que o notabiliza como principal precursor e difusor. Também comenta sobre a família, suas maiores influências, seus mestres inspiradores, publicações, cursos, planos e metas para o futuro. Um interessante, produtivo e ilustrado passeio por valores humanos e científicos, que exortam diretamente os caminhos do bom exemplo, simplicidade, interesse pelo estudo e extremado amor por tudo aquilo que faz. Em uma de suas reflexões, ao se referir sobre os muitos planos para o futuro: “...pretendo seguir outros projetos dentro e fora da Odontologia, em atividades que contribuam para nosso crescimento como seres humanos, ajudando pessoas que apresentam necessidades ou dificuldades. Pretendo dedicar mais meu tempo à minha família, estar mais presente, dar, doar e valorizar as coisas simples. Acredito que essa é a essência da vida. A vida! Deus me proporcionou tantas coisas boas! Está mais do que na hora de retribuir...”. Temos a mais absoluta certeza de que uma pequena parte desse momento de retribuição já se aplica plenamente ao generoso compartilhamento de informações concedidas nas páginas que se seguem. Franklin Moreira Leahy
Como citar esta seção: Rosa JCM. Interview with José Carlos Martins da Rosa. Dental Press Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):12-29.
12
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):12-29
Entrevista
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):12-29
13
Entrevista
Acredito que essa é a essência da vida.
Parte dos resultados desse trabalho ge-
A vida! Deus, me proporcionou tantas coisas
rou um artigo que acaba de ser publicado no
boas! Está mais do que na hora de retribuir.
International Journal of Periodontics and Restorative Dentistry, em março desse ano.
Sabemos que o senhor está concluindo seu doutorado em Implantodontia. Sobre qual linha de pesquisa versa sua tese? A tese baseia-se em uma pesquisa clínica que visa avaliar a estabilidade dos tecidos duros e moles, com emprego da técnica RDI, em diferentes biótipos periodontais, e follow-up de 51 a 73 meses. Todos os casos avaliados apresentavam ausência total da parede óssea vestibular e foram tratados com a RDI. Por meio de fotografias padronizadas, avaliamos a manutenção da margem gengival e papilas, e o volume dos tecidos moles. Além disso, outros parâmetros estéticos foram avaliados. Radiografias padronizadas também foram utilizadas, com o intuito de avaliar a estabilidade das cristas proximais. Por meio de tomografias computadorizadas cone beam, também avaliamos a estabilidade da parede óssea vestibular, nos terços apical, médio e cervical.
José Carlos com o Prof. Carlos Eduardo Francischone, orientador de sua tese de doutorado em Implantodontia.
Entrevistadores Luis Rogério Duarte » Especialista, Mestre e Doutor em Implantodontia. » Editor Adjunto da Dental Press Implantology. » Cirurgião do Instituto Renaissance – Reabilitação Oral com Implantes.
Franklin Leahy » Especialista, Mestre e Doutor em Implantodontia. » Editor Adjunto da Dental Press Implantology.
Durante o curso de RDI ocorrido em 2013, em Miami, EUA. Evento organizado pelo Prof. Anthony Sclar.
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):12-29
29
artigo inédito
Nível de conhecimento dos cirurgiões-dentistas quanto ao diagnóstico e tratamento da peri-implantite Resumo / Introdução: a peri-implantite é definida como um processo inflamatório que afeta o tecido ósseo ao redor dos implantes osseointegrados; assim, pode ser considerada um dos fatores que levam ao fracasso do tratamento com implantes. Objetivo: esse estudo teve como objetivo verificar o conhecimento dos cirurgiões-dentistas quanto ao diagnóstico e tratamento da peri-implantite, com base em um questionário aplicado aos profissionais das cidades de Cascavel e Maringá, no estado do Paraná. Métodos: especialistas em Implantodontia compuseram a amostra desse estudo. O questionário foi detalhadamente apresentado e realizado por um único pesquisador. Quanto às características clínicas da peri-implantite, 33% dos profissionais entrevistados a relacionaram com a inflamação; 28%, com a perda óssea radiográfica ao redor do implante; 26%, com o sangramento; 24%, com a presença de placa e cálculo; 5%, com mobilidade e aproximadamente 16% dos entrevistados não souberam responder às questões relacionadas à peri-implantite. Resultados: geralmente, o procedimento não cirúrgico para a peri-implantite foi manutenção com raspagem peri-implantar, seguida de antibioticoterapia. Para mais da metade dos profissionais, o tratamento cirúrgico da peri-implantite poderia ser realizado por meio de regeneração óssea guiada associada ao enxerto ósseo. Oitenta por cento dos profissionais entrevistados consideraram que a taxa de fracasso da osseointegração pode estar relacionada com a superfície, forma e material do implante. Conclusão: podemos concluir que os meios diagnósticos e formas de tratamento da peri-implantite devem ser, ainda, esclarecidos pela literatura científica, pois se observou a falta de conhecimento, por parte dos implantodontistas entrevistados, quanto aos aspectos específicos relacionados à peri-implantite. Palavras-chave: Diagnóstico. Osseointegração. Reabsorção óssea. Inflamação.
Adriane Yaeko Togashi Pós-doutora e Professora Adjunta de Odontologia, UNIOESTE.
Rogério Aparecido Carmelo Especialista em Periodontia, UNIOESTE.
Nathália Coimbra Pereira Graduada em Odontologia, UNIOESTE.
Agradecimentos: Este estudo teve o apoio dos Conselhos Regionais de Odontologia - Seções Cascavel e Maringá.
Como citar este artigo: Togashi AY, Carmelo RA, Pereira NC. Level of knowledge of dentists about the
Os autores declaram não ter interesses associati-
diagnosis and treatment of peri-implantitis. Dental Press Implantol. 2014 Jan-Mar; 8(1):30-8
vos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Enviado em: 18/01/2013 - Revisado e aceito: 18/02/2013
Endereço de correspondência: Adriane Yaeko Togashi. Rua Universitária, 2069 – Jd. Universitário Cascavel/PR – CEP: 85814-110 – E-mail: adriane.togashi@unioeste.br
30
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar; 8(1):30-8
Nível de conhecimento dos cirurgiões-dentistas quanto ao diagnóstico e tratamento da peri-implantite
que a utilização de jatos abrasivos pode di-
Apesar do número reduzido de entrevis-
minuir a biocompatibilidade da superfície.
tados, pôde-se observar que existe pouco co-
O controle químico da placa bacteriana por
nhecimento sobre o diagnóstico e tratamento
meio da irrigação com solução de digluconato
da peri-implantite por parte dos profissionais.
de clorexidina deve-se à necessidade de inibi-
Isso porque, apesar de serem especialistas em
ção da placa bacteriana, à descontaminação e
Implantodontia, muitos não responderam
eliminação de patógenos locais .
às questões. Das questões diretamente rela-
20
As formas de tratamento da peri-im-
cionadas ao diagnóstico e tratamento, houve
plantite consistem, principalmente, em se
contradição e desconhecimento de aspectos
descontaminar a superfície do implante e
específicos que estão relacionados ao diag-
estabilizar a perda óssea ao redor desse e, al-
nóstico e ao tratamento da peri-implantite.
gumas vezes, em se obter uma nova formação
Entretanto, esses resultados devem ser inter-
óssea ao redor do implante
. As indicações
pretados com cautela, pois os participantes
dos tratamentos variam de acordo com a for-
desse estudo não representam os implanto-
ma e extensão da perda óssea, a superfície de
dontistas em sua totalidade.
21,22
revestimento do implante e a necessidade de recobrimento do implante . 15
Considerando-se o uso cada vez maior da Implantodontia, a conduta dos cirurgiões-den-
Apesar da comprovação científica da qua-
tistas e o conceito de tratamento definitivo dos
lidade dos implantes importados, descrita na
implantes osseointegráveis devem ser reavalia-
literatura, no Brasil existem muitos sistemas
dos diante dos casos de peri-implantite.
nacionais — cujo uso pelos profissionais entrevistados pôde ser observado — que atendem à demanda social e econômica da população.
CONCLUSÃO
Segundo Esposito et al.23, observou-se
Podemos concluir que existe pouco co-
que implantes de superfície rugosa foram
nhecimento sobre o diagnóstico e tratamento
mais afetados por peri-implantite, e que os
da peri-implantite, por parte dos profissio-
implantes torneados, menos rugosos, tinham
nais entrevistados. Diante disso, muitos estu-
uma redução de 20% no risco de serem afeta-
dos ainda devem ser feitos a fim de obtermos
dos durante um período de três anos. Da mes-
mais esclarecimento sobre a patogenia, etio-
ma forma que o relatado na literatura, 26%
logia e terapêutica da peri-implantite.
dos profissionais entrevistados observaram que há maior perda óssea, 52% da amostra relataram que não há maior perda óssea em
ABSTRACT
implantes rugosos devido à peri-implantite.
Level of knowledge of dentists about the
Por outro lado, acredita-se que as vanta-
diagnosis and treatment of peri-implan-
gens clínicas da utilização de implantes rugosos
titis. Peri-implantitis is an inflammatory
se deve ao desenvolvimento de novas superfí-
process that affects bone tissue around os-
cies de implante e ao investimento dos sistemas
seointegrated implants and, therefore, can
de implantes, no sentido de acelerar o proces-
be considered one of the failures of implant
so de osseointegração24,25,26, sendo esse um dos
treatment. This study aimed to verify the
principais motivos do uso dos implantes com
knowledge of dentists regarding the diag-
superfície tratada pelos participantes.
nosis and treatment of peri-implantitis,
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar; 8(1):30-8
37
Togashi AY, Carmelo RA, Pereira NC
based on a questionnaire applied to pro-
debridement followed by antibiotic ther-
fessionals from Cascavel and Maringá cit-
apy. For more than half of the profession-
ies (Paraná, Brazil). Specialists in Implan-
als, surgical treatment of peri-implantitis
tology comprised the sample of this study.
could be accomplished through guided bone
A questionnaire was thoroughly present-
regeneration associated with bone graft.
ed and performed by only one researcher.
Eighty percent of the interviewees consid-
With regard to the clinical parameters of
ered that osseointegration failure rate may
peri-implantitis, 33% of the interviewees
be related to the surface, shape and materi-
correlated it with inflammation, 28% with
al of the implant. Based on the interviewees’
radiographic bone loss around the implant,
lack of knowledge on the specific aspects
26% with bleeding, 24% with the presence of
related to peri-implantitis, we concluded
plaque and calculus, 5% with mobility, and
that further studies are warranted to clar-
approximately 16% were not able to answer
ify the diagnostic methods and treatment
the questions related to peri-implantitis.
modalities of peri-implantitis Keywords:
The most mentioned non-surgical approach
Diagnosis. Osseointegration. Bone resorp-
toward peri-implantitis was peri-implant
tion. Inflammation.
Referências:
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Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar; 8(1):30-8
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INVITED SPEAKERS PASCAL MAGNE UELI GRUNDER LEOPOLDINO CAPELOZZA JAVIER GIL MUR KLAUS LANG ISTVAN URBAN PEDRO PEÑA HUGO DECLERCK PADDY FLEMING
CH CH BR SP CH HU SP BE IE
FIXED PROSTHESIS IMPLANTOLOGY ORTHODONTICS IMPLANTOLOGY PERIODONTOLOGY BONE REGENERATION IMPLANTOLOGY ORTHODONTICS PAEDIATRIC DENTISTRY
OLE FEJERSKOV
DK
CARIOLOGY AND PREVENTIVE DENTISTRY
caso clínico
Fração mononuclear da medula óssea para reconstrução óssea em levantamento de seio maxilar Resumo / Introdução: a demanda por procedimentos de enxertia óssea apresenta um crescimento substancial na área de reabilitação bucal. Entretanto, os pacientes dispostos a se submeter às cirurgias reconstrutivas procuram por procedimentos menos invasivos e com um pós-operatório menos mórbido. Técnicas de reconstrução óssea menos invasivas utilizam, tradicionalmente, substitutos ósseos no sentido de alcançar esses objetivos. No entanto, novos estudos voltados à engenharia tecidual apresentam as células-tronco da medula óssea, em associação a substitutos ósseos, como potencial de melhoramento das características biológicas dos materiais de enxertia. Objetivo: apresentar um caso clínico com a utilização de um concentrado do aspirado da medula óssea autógena (com isolamento da fração mononuclear da medula óssea) associado ao Bio-Oss em um procedimento de levantamento de seio maxilar. Resultados: decorridos cinco meses do procedimento de enxertia composta (Bio-Oss + concentrado de células-tronco medulares), foram removidas biópsias ósseas durante a cirurgia de instalação dos implantes. Após processamento, as imagens histológicas apresentaram grande quantidade de tecido mineralizado vital para um pós-operatório de cinco meses. Conclusão: o uso do concentrado da fração mononuclear da medula óssea associado ao substituto ósseo xenógeno Bio-Oss em levantamento de seio maxilar parece repercutir em adequado reparo ósseo, culminando em um menor tempo de cicatrização óssea. Porém, estudos clínicos prospectivos randomizados devem ser executados. Palavras-chave: Células-tronco. Transplante ósseo. Implantes dentários. Osseointegração. Medula óssea.
André Antonio Pelegrine Professor coordenador dos cursos de especialização e mestrado em Implantodontia, Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic.
Rafael de MELLO E Oliveira Aluno do curso de especialização em Implantodontia e Prótese Dentária, Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic.
Thiago Altro de Oliveira Professor assistente no curso de especialização em Implantodontia, Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic.
Carlos Eduardo Sorgi da Costa Professor assistente no curso de especialização em Implantodontia, Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic.
Antonio Carlos Aloise Professor assistente no curso de mestrado em Implantodontia, Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic.
Como citar este artigo: Pelegrine AA, Mello e Oliveira R, Oliveira TA, Costa CES, Aloise AC. Stem cells for
Os autores declaram não ter interesses associati-
bone reconstruction in sinus lifting. Dental Press Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):40-51.
vos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e
Enviado em: 26/04/2013 - Revisado e aceito: 13/05/2013 Endereço de correspondência: André Antonio Pelegrine. Rua das Areias, 37 – Cambuí – CEP: 13024-530 – Campinas/SP E-mail: pelegrineandre@gmail.com
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Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):40-51
companhias descritos nesse artigo. O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias.
Fração mononuclear da medula óssea para reconstrução óssea em levantamento de seio maxilar
INTRODUÇÃO
de protocolos para terapias celulares passíveis
Tratamentos que visam a reconstrução do
de serem associadas aos materiais substitutos
sorriso por meio da Implantodontia se tornam
ósseos4,5,9, no sentido de maximizar os resul-
cada vez mais procurados pelos pacientes; po-
tados do reparo ósseo2,10,11,12, com restauração
rém, para o correto posicionamento dos implan-
dos tecidos nativos, sem a necessidade da re-
tes osseointegráveis, em muitas situações são
moção de grandes enxertos ósseos autógenos
necessárias reconstruções ósseas para uma pos-
e, ainda, possibilitar tempos cicatricial e de
terior reabilitação protética de sucesso1. A quan-
osseointegração reduzidos13.
tidade de procedimentos de enxertia óssea vem
A partir do conhecimento de que a medu-
apresentando um crescimento substancial, com
la óssea é fonte para obtenção de células-tronco
cada vez mais pacientes dispostos a se submeter
mesenquimais, com potencial de diferenciação
aos procedimentos reconstrutivos. A técnica de
osteogênica, e que essas células estão presen-
enxertia com osso autógeno, a despeito de ser
tes em maior quantidade quando do isolamento
considerada padrão-ouro, vem sendo cada vez
da fração de células mononucleares da medula
mais evitada. Por outro lado, os pacientes estão
óssea (FMMO), alguns estudos foram conduzi-
procurando procedimentos reconstrutivos me-
dos na tentativa de se elaborar um método que
nos invasivos e com um pós-operatório menos
permitisse a concentração dessas células-tronco
mórbido1,2. Essa demanda fez com que aumen-
medulares. O protocolo de utilização do aspira-
tassem exponencialmente, nos últimos anos, os
do da medula óssea concentrado por gradiente
estudos com biomateriais substitutos do osso
de densidade vem sendo associado a materiais
autógeno. Entre os substitutos dos enxertos au-
substitutos ósseos, que servirão de arcabouço
tógenos, pode-se citar os enxertos aloplásticos
para a utilização em regeneração tecidual guia-
(sintéticos), xenógenos e homógenos
. En-
da (RTG). Em RTG, membranas ou barreiras
tretanto, esses materiais substitutos ósseos
teciduais são utilizadas com o intuito de im-
não apresentam qualidades osteogênicas além
pedir a interferência de células indesejáveis,
de pequena ou nenhuma capacidade osseoin-
provenientes dos tecidos moles adjacentes, no
dutora, fazendo com que o tempo de cicatri-
processo cicatricial14-18. A RTG vem sendo tradi-
zação e incorporação do material de enxertia
cionalmente utilizada em cirurgias para levan-
ocorra dentro de um período de seis a oito
tamento de seio maxilar, associadas à enxertia
meses, o que vem sendo considerado elevado.
autógena, homóloga, xenógena e/ou de mate-
Além disso, as regiões enxertadas com esses
rial sintético16,18. Para a realização da técnica de
biomateriais contam com a presença de re-
levantamento do seio maxilar, vários autores
manescentes do material de enxertia em níveis
preconizam a utilização do osso xenógeno bo-
superiores, quando comparados aos resultados
vino Bio-Oss devido às suas características físi-
obtidos pela enxertia óssea autógena
co-químicas e mecânicas, similares às do osso
3,4,5
.
6,7,8
Nos últimos anos, pesquisas em engenharia tecidual têm avançado no conhecimento das
humano, o que o torna um substituto ósseo com excelentes características osseocondutoras19-22.
habilidades das células-tronco mesenquimais
O presente caso clínico objetivou apresen-
em se diferenciar em uma variedade de célu-
tar a utilização de um concentrado do aspira-
las especializadas (produzindo tecido adiposo,
do da medula óssea autógena (com isolamento
ósseo, cartilaginoso, endotelial). Dessa manei-
da fração mononuclear da medula óssea) por
ra, estudos estão sendo direcionados à criação
gradiente de densidade, associado ao Bio-Oss,
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):40-51
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Fração mononuclear da medula óssea para reconstrução óssea em levantamento de seio maxilar
stem cells concentrate), bone biopsies were
Bio-Oss xenograft bone substitute for
extracted after implant placement surgery.
maxillary sinus lifting seems appropriate
Histological images revealed a large amount
for bone repair with reduced bone healing
of vital mineralized tissue. Conclusion: The
time. Keywords: Stem cells. Bone marrow.
clinical use of concentrated bone marrow
Graft survival. Dental implants. Osse-
mononuclear
ointegration.
fraction
associated
with
Referências:
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Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):40-51
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caso clínico
Implante Cone Morse em área anterior. Relato de caso clínico Resumo / Introdução: o aprimoramento das técnicas de reabilitação bucal permite melhor qualidade e previsibilidade nos resultados finais dos tratamentos que demandam alta performance estética. Métodos: esse artigo descreve um caso clínico de fratura radicular no dente 11, onde realizou-se planejamento reverso e optou-se pela seguinte sequência de tratamento: exodontia, instalação de implante imediato associado a regeneração óssea guiada e instalação de coroa temporária imediata. Preocupando-se em minimizar a reabsorção óssea peri-implantar, manter saúde do tecido periodontal e obter alta performance estética, optou-se pelo implante com conexão do tipo Morse, por sua maior estabilidade biomecânica e selamento bacteriano. O dente provisório foi anteriormente confeccionado seguindo a simetria dos dentes adjacentes, dos lábios e do tecido gengival, a fim de se criar uma harmonia global no sorriso do paciente. Conclusão: concluiu-se que, na Implantodontia atual, não basta apenas obter o adequado posicionamento tridimensional do implante, mas, sim, aliar um planejamento adequado a uma conexão eficiente, posicionando o implante de acordo com biótipo periodontal do paciente, de forma a prever um perfil de emergência satisfatório à futura prótese, devolvendo estética, função e fonética ao paciente. Palavras-chave: Imagem tridimensional. Carga imediata em implantes dentários. Projeto de implante dentário.
Marcelo Abla Doutor em Implantodontia, UNESP.
Ana Claudia Carbone Especialista em Dentística Restauradora e Implantodontia, CETAO.
Adriane Domingos de Lima Especialista e Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofaciais, FOUSP.
Aline Meibach Especialista em Implantodontia, Cetao.
Silvia Naomi Especialista em Implantodontia, UBC. Mestranda em Periodontia, SLMandic.
Mario Kawagoe Mestre e Doutor em Implantodontia, Unesp. Professor, CetaO.
Como citar este artigo: Abla M, Carbone AC, Lima AD, Meibach A, Naomi S, Kawagoe M. Morse taper
Os autores declaram não ter interesses associati-
implant: A case report. Dental Press Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):52-9
vos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e
Enviado em: 27/05/2013 - Revisado e aceito: 18/10/2013
companhias descritos nesse artigo. O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo
Endereço de correspondência: Marcelo Abla. Praça Oswaldo Cruz, 124 – Conjunto 101 – Paraíso CEP: 04004-903 – São Paulo/SP – E-mail: marceloabla@clinicaabla.com.br
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Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):52-9
autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias.
Implante Cone Morse em área anterior. Relato de caso clínico
INTRODUÇÃO
posicionamento tridimensional do implan-
A fratura radicular é uma situação ad-
te, mas em posicioná-lo de forma a prever
versa, usualmente observada na clínica odon-
a solução protética mais viável, aliada a
tológica. Porém, quando envolve exodontia e
uma conexão eficiente e a uma alta perfor-
implante imediato em área estética, a reabili-
mance estética 7.
tação bucal de um paciente torna-se frequentemente um desafio clínico1. Uma vez esvaziado, o alvéolo pode
OBJETIVO
ser preenchido com um implante imedia-
O objetivo do presente trabalho é de-
to após exodontia, para minimizar reações
monstrar, de maneira simples, um protocolo
fisiológicas de perda óssea, seja essa em altu-
de posicionamento tridimensional de implante
ra ou em espessura2.
Cone Morse e de estética imediata, por meio da
O comportamento do osso que circunda
execução de um planejamento reverso.
a região peri-implantar é determinante não só para a longevidade do implante, mas também para o alcance do biomimetismo3.
RELATO DE CASO CLÍNICO
Com a preservação da crista óssea, au-
Paciente do sexo feminino, compare-
menta-se a probabilidade de formação de
ceu ao consultório odontológico queixan-
papila, fator de extrema importância para o
do-se de mobilidade dentária. Verificou-se
resultado estético4.
na anamnese que a paciente apresentava boa
Após a instalação do implante, a crista óssea sofre um processo de reabsorção e re-
saúde geral e, após exame clínico e radiográfico, constatou-se fratura radicular (Fig. 1).
modelação. Entre os fatores que contribuem para esse processo, temos: distância entre implantes (mínima de 3mm) ou implante/dente (mínima de 2mm); distância entre ponto de contato e crista óssea (mínima de 5mm); profundidade em que o implante está posicionado; tipo de implante/conexão e macro design da área cervical do implante5. No caso clínico apresentado, optou-se por implante com conexão tipo Morse, para minimizar a reabsorção óssea peri-implantar e visando uma alta performance estética. Recentemente, o sistema Cone Morse passou a ser amplamente utilizado de forma clínica e comercial, devido à sua maior estabilidade biomecânica e seu eficiente selamento bacteriano; resultados obtidos devido à configuração de sua conexão6. Assim, o planejamento na Implantodontia não se restringe apenas a acertar o
Figura 1. Radiografia periapical (dente 11) .
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):52-9
53
Implante Cone Morse em área anterior. Relato de caso clínico
implant placement associated with guided
to conclude that establishing an appropriate
bone regeneration and immediate temporary
three-dimensional positioning of implants
crown placement. Due to its biomechanical
is not enough for current Implantodontics.
stability and bacterial sealing properties, a
It requires that an appropriate planning be
Morse taper connection implant was used to
associated with an efficient connection so as
reduce peri-implant bone resorption, pre-
to place an implant in accordance with pa-
serve periodontal tissue health and yield
tient’s periodontal biotype, thus predicting a
highly satisfactory esthetic results. The tem-
satisfactory emergence profile, in addition to
porary tooth had been previously fabricated in
recovering patient’s esthetics, function and
accordance with symmetry of adjacent teeth,
speech. Keywords: Three-dimensional im-
lips and gingival tissue, which resulted in a
age. Immediate loading of dental implants.
pleasant smile. Conclusion: It is reasonable
Dental implant design.
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caso clínico
Otimização da regeneração óssea guiada em alvéolo pós-extração, por meio da técnica de Fugazzoto Resumo / Introdução: durante o planejamento cirúrgico da reabilitação protética usando implantes osseointegráveis, é comum nos depararmos com limitações, como com seios maxilares pneumatizados. Nessas ocasiões, podemos lançar mão de procedimentos de regeneração alveolar e enxertia óssea. Métodos: entre as várias técnicas existentes, esse artigo discute e apresenta uma possibilidade de regeneração alveolar, por meio de um relato de caso. Resultados: foi obtido um ganho ósseo considerável, que possibilita a instalação do implante sem mais nenhum procedimento de enxertia. Conclusão: notou-se uma boa previsibilidade com a regeneração óssea guiada e a otimização do tratamento cirúrgico. Palavras-chave: Levantamento do assoalho do seio maxilar. Regeneração óssea. Cirurgia bucal. Seio maxilar.
Lucas de Freitas KÜhlkamp Residente em Implantodontia, CEPID-UFSC.
Bernardo Born Passoni Mestre em Implantodontia e doutorando em Implantodontia pelo cepid/ufsc.
Artur Breno Wanderley Alécio Mestre em Implantodontia e doutorando em Implantodontia pelo cepid/ufsc.
César Augusto Magalhães Benfatti Pós-doutor em Implantodontia e Professor Associado I, Departamento de Odontologia, UFSC.
Ricardo de Souza Magini Doutor em Periodontia, FOB/USP. Professor Adjunto IV, Departamento de Odontologia, UFSC.
Como citar este artigo: Kühlkamp LF, Passoni BB, Alécio ABW, Benfatti CAM, Magini RS. Optimization of
Os autores declaram não ter interesses associati-
guided bone regeneration in post-extraction socket by means of the Fugazzoto technique. Dental Press
vos, comerciais, de propriedade ou financeiros que
Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):60-7.
representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Enviado em: 19/09/2013 - Revisado e aceito: 28/12/2013
Endereço de correspondência: Ricardo de Souza Magini. Rua Vitória Régia, 42 – Córrego Grande Florianópolis/SC – CEP: 88037130 – E-mail:magini@ccs.ufsc.br
60
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):60-7
O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias.
Otimização da regeneração óssea guiada em alvéolo pós-extração, por meio da técnica de Fugazzoto
INTRODUÇÃO
encontram-se diversas maneiras de se reali-
Na região posterior da maxila, a reabi-
zar esse fechamento; entre eles, os retalhos
litação com próteses implantossuportadas
modificados, enxertos pediculados, enxerto
pode ser bastante desafiadora. As reabsor-
gengival livre e materiais sintéticos.
ções ósseas horizontal e vertical que sucedem
O presente artigo demonstra e discu-
a extração dentária, a baixa qualidade óssea
te, a partir de um relato de caso, a possibi-
normalmente encontrada e a pneumatização
lidade de aumento de altura óssea por meio
do seio maxilar requerem um diagnóstico e
do levantamento atraumático de seio com a
abordagem clínica bastante criteriosa, caso
técnica de Fugazzotto, seguido do preenchi-
exista a intenção de se reabilitar essa área com
mento do alvéolo com osso bovino composto
implantes osseointegráveis . Com o advento
particulado e fechamento da área cirúrgica
das técnicas de elevação do seio maxilar, re-
com enxerto gengival livre.
1
generação e enxertia óssea, as possibilidades da reabilitação com implantes na região posterior da maxila têm se expandido2-11.
RELATO DE CASO
Diversas técnicas para elevação do seio
Paciente do sexo feminino, 52 anos de
maxilar são descritas na literatura. Primeira-
idade, apresentando boa condição sistêmica,
mente, a abordagem por meio da janela lateral,
procurou a clínica do Centro de Estudo e Pes-
descrita por Tatum et al. , em 1986, seguida
quisa em Implantes Dentários da Universidade
por Summers et al.13, em 1994, com uma abor-
Federal de Santa Catarina (CEPID/UFSC) rela-
dagem crestal mais conservadora por meio de
tando a destruição coronal do elemento 26.
12
osteótomos. Em 1999, Fugazzotto1 descreveu
Após avaliação clínica (Fig. 1), foi cons-
uma modificação da técnica de Summers, que
tatada a presença de um periodonto saudável
consiste na utilização do septo inter-radicular
e uma pequena quantidade de remanescente
para elevar a membrana do seio maxilar, pro-
dentário, o qual já havia sofrido uma tenta-
cedimento, esse, realizado com o auxílio de
tiva de tratamento endodôntico mal sucedi-
uma broca trefina e osteótomos.
da. Devido à sua fragilidade radicular e bai-
Devido aos fenômenos de reabsorção e
xa previsibilidade da reabilitação protética,
remodelação óssea, fica implícito o uso de ma-
optou-se, em conjunto com a paciente, pela
teriais para enxertia e preenchimento alveolar
exodontia do remanescente e instalação de
como fator indispensável para preservação da
um implante na região do elemento 26.
arquitetura óssea. Apesar do osso autógeno
Durante a análise da tomografia com-
ainda ser o material padrão-ouro para esse
putadorizada cone beam (Fig. 2), foi diag-
tipo de procedimento, materiais sintéticos de
nosticada uma pneumatização do seio maxi-
qualidade notável cumprem, hoje, esse papel
lar na região do elemento 26, inviabilizando
satisfatoriamente, com a vantagem de uma
a instalação imediata do implante. Por essa
menor morbidade pós-operatória .
razão, foi decidido pelo levantamento atrau-
14
Buscando prevenir o risco de infecção bacteriana, os enxertos devem ser cobertos e
mático do seio maxilar no mesmo momento da exodontia.
estabilizados por alguma barreira mecânica,
O planejamento cirúrgico foi fundamen-
proporcionando a cicatrização por primeira
tado na extração atraumática do elemento
intenção dos tecidos moles15,16. Na literatura,
condenado, sem a realização de retalho, por
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):60-7
61
Kühlkamp LF, Passoni BB, Alécio ABW, Benfatti CAM, Magini RS
meio de periótomo e fórceps, preservando a
bovino composto particulado (Genmix/Bau-
integridade alveolar do septo (Fig. 3) e evitan-
mer, Mogi Mirim/SP) (Fig. 6). Em busca de
do reabsorções da parede vestibular.
uma cicatrização por primeira intenção e do
Após a exodontia, procedeu-se à cureta-
vedamento do alvéolo, foi realizado um enxer-
gem do alvéolo, para eliminação de qualquer
to gengival livre (Fig. 7A), o qual foi suturado
infecção apical proveniente dos remanescen-
sobre o alvéolo em seus bordos remanescen-
tes radiculares. O levantamento de seio maxi-
tes (Fig. 7B). Depois de sete dias, foi realiza-
lar pela técnica de Fugazotto foi feito por meio
do o pós-operatório com remoção de sutura
de uma osteotomia de 5mm de profundidade,
e solicitação de tomografia para avaliação do
com uma broca trefina de 5mm de diâmetro
volume ósseo obtido após a enxertia. Após 30
(Neoden, Curitiba/PR) (Fig. 4), que com-
dias, observou-se clinicamente a completa
preendia o septo radicular e cerca de 50% do
cicatrização do tecido mole (Fig. 8) e, no exa-
alvéolo (Fig. 5A), deixando uma base óssea de
me tomográfico (Fig. 9), um levantamento de
2mm abaixo do septo. Em seguida, foi realiza-
aproximadamente 3mm de membrana do seio
do, com uso de um osteótomo de calibre se-
maxilar através do septo inter-radicular e do
melhante ao da broca trefina, o levantamento
material de preenchimento, possibilitando,
de seio, empurrando para dentro do seio ma-
após o tempo de neoformação/maturação ós-
xilar o septo e seu assoalho (Fig. 5B). Para o
sea, a instalação de um implante de compri-
preenchimento do alvéolo, foi utilizado osso
mento adequado.
(A)
(B)
Figura 1. Aspectos clínicos iniciais: A) vestibular do elemento 26; B) oclusal do elemento 26.
(A)
(B)
Figura 2. A) Tomografia computadorizada cone beam pré-operatória. B) Tomografia computadorizada cone beam pré-operatória com medidas, evidenciando a altura do remanescente ósseo.
62
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):60-7
Otimização da regeneração óssea guiada em alvéolo pós-extração, por meio da técnica de Fugazzoto
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Explicações e Aplicações
Membranas e seu papel no reparo ósseo de fraturas e cirurgias ósseas Resumo: “Essência” é a razão primária de ser, usar ou compreender alguma coisa. A essência das membranas nos mecanismos da reparação óssea de cavidades é substituir o periósteo, quando lesado ou removido, impedindo que células não osteogênicas possam colonizar o coágulo e o exsudato e formar no local tecido fibroso ou adiposo com a finalidade de preenchimento de espaços “vazios”. As células ósseas são mais lentas que as demais, e as membranas, como substitutas do periósteo, preservam ou restabelecem o compartimento ósseo como uma área restrita a essas células. Ainda mais, a organização e a capacidade produtiva do periósteo lhe conferem papel essencial na reconstrução óssea e na remodelação das formas, para adaptar o osso às demandas funcionais. Palavras-chave: Reparo ósseo. Reparação óssea. Membranas. Periósteo. Fratura óssea.
Alberto CONSOLARO Professor Titular na FOB-USP e na Pós-graduação da FORP-USP.
A importância do periósteo na
modificações morfológicas, quase sempre
reparação óssea
por aposição e reabsorção nas superfícies
A capacidade adaptativa, reacional e/ou
periosteais, contrastando com os ossos de
reparatória do periósteo ajuda-nos a enten-
crescimento endocondral, que se formam e
der o uso das membranas, guias de reparação
crescem a partir de uma cartilagem previa-
ou guias de regeneração epitelial nas cirurgias
mente formada. Em fraturas de ossos longos, comumente
nos maxilares1. Os ossos craniofaciais têm origem in-
se formam áreas de cartilagem hialina (Fig. 1,
tramembranosa, e seu crescimento se faz
2, 3), enquanto na maxila e mandíbula isso
por aposição e reabsorção nas subsuperfí-
não ocorre, pois as células ósseas não passa-
cies periosteais e superfícies corticais, as-
ram por essa fase para depositar matriz óssea
sim como nas suturas. Mesmo após a fase de
diretamente e constituir o osso enquanto uma
crescimento, os ossos faciais podem sofrer
estrutura anatômica.
Como citar esta seção: Consolaro A. Membranes function in bone fracture healing and
O autor declara não ter interesses associativos,
in bone surgery. Dental Press Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):68-80.
comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e
Enviado em: 13/3/2014 - Revisado e aceito:20/3/2014 Endereço de correspondência: consolaro@uol.com.br
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Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar; 8(1):68-80
companhias descritos nesse artigo.
Consolaro A
coágulo sanguíneo — a matriz primária para
2) Quando em lesões traumáticas por
o reparo ósseo —, se requer paredes e, even-
fraturas, cirurgias e lojas cirúrgicas
tualmente, a membrana, que serve para
ósseas, o periósteo é lesado no local,
substituir o periósteo e que, às vezes, pode
as células dos tecidos moles tendem
simultaneamente servir de sustentação deli-
a infiltrar e formar áreas de tecido
mitadora do coágulo sanguíneo a ser formado
conjuntivo fibroso, chamadas de fi-
nesse tipo de cavidade. Em outras palavras, às
brose cicatricial, que não mais se
vezes a membrana pode servir para conter o
ossificam, fragilizando o local fisi-
coágulo em uma determinada cavidade.
camente e promovendo defeitos estéticos e/ou funcionais. 3) As membranas, quando bem indi-
CONSIDERAÇÕES FINAIS
cadas como substitutas do periós-
1) O periósteo é a estrutura delimi-
teo, podem fazer o papel de barreira
tadora do compartimento tecidual
de células, apenas, para que todo o
ósseo que impede que células dos te-
coágulo sanguíneo e exsudato infla-
cidos moles vizinhos infiltrem-se na
matório seja colonizado apenas por
estrutura óssea, fragilizando-a.
células de linhagem osteogênica.
Referências:
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80
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):68-80
revisão de literatura
Relação entre doença periodontal e doença renal crônica: revisão de literatura Resumo / Introdução: a relação entre doença periodontal (DP) e doença renal crônica (DRC) é bidirecional, uma vez que, além das manifestações bucais presentes em indivíduos com DRC, a presença da DP se torna um fator complicador dessa patologia renal. A resposta inflamatória sistêmica que ocorre em pacientes periodontais pode ter um efeito sinérgico na inflamação crônica presente na DRC. Objetivo: buscar na literatura evidências que demonstrem a importância da relação entre essas duas condições. Métodos: levantamento no banco de dados PubMed, no período entre 2003 e 2013. Foram selecionados estudos clínicos e revisões sistemáticas. Resultados: seis estudos clínicos e uma revisão sistemática preencheram os critérios estabelecidos. Os estudos clínicos apresentam diferentes formas de abordagem quanto à relação entre DP e DRC. Houve busca pela associação entre DP e DRC em estudo cruzado e das manifestações bucais em pacientes renais, além de se buscar avaliar o efeito do tratamento periodontal nos marcadores da doença renal. Conclusão: foi observado que a DRC, ao afetar as funções sistêmicas do organismo, também afeta a saúde bucal desses pacientes, com especial ação nos tecidos periodontais. Além disso, a DP também é capaz de afetar a função renal, trazendo complicações para indivíduos com DRC. Palavras-chave: Insuficiência renal crônica. Periodontite. Diálise renal.
Diogo Marques Sapata Graduado em Odontologia, UNINGÁ.
Giovani de Oliveira Corrêa Professor de Odontologia, UEL.
Mario dos ANJOS Neto-Filho Professor de Farmacologia, UNINGÁ.
Fabiano Carlos Marson Professor de Odontologia, UNINGÁ.
Cléverson de OLIVEIRA E Silva Professor de Odontologia, UEM.
Como citar este artigo: Sapata DM, Corrêa GO, Anjos Neto-Filho M, Marson FC, Oliveira e Silva C.
Os autores declaram não ter interesses associati-
Connection between periodontal disease and chronic kidney disease: A literature review. Dental Press
vos, comerciais, de propriedade ou financeiros que
Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):81-5.
representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Enviado em: 12/12/2013 - Revisado e aceito: 19/12/2013
Endereço de correspondência: Cléverson de Oliveira e Silva. Rua dos Gerânios, 1152 Jardim Iguaçu – Maringá/PR – CEP: 87060-010 – E-mail: cleversonsilva@faculdadeinga.com.br
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):81-5
81
Relação entre doença periodontal e doença renal crônica: revisão de literatura
addition to the oral manifestations present
met the established criteria. Clinical stud-
in individuals with CKD, the presence of
ies showed different approaches toward the
PD becomes a complicating factor of renal
connection between PD and CKD. The fol-
pathology. The systemic inflammatory re-
lowing was considered while conducted the
sponse that occurs in periodontal patients
survey: association between PD and CKD in
may have a synergistic effect on chronic
crossover studies; connection between oral
inflammation present in CKD. Objective:
manifestations in renal patients; and the
To carry out a literature review in order to
effect of periodontal treatment on markers
find evidence of researches that demon-
of renal disease. Conclusion: CKD, affecting
strate the importance of the connection
systemic functions of the body, also affects
established between these two conditions.
patients’ oral health, particularly acting
Methods: To conduct a survey in PubMed
in periodontal tissues. In addition, PD can
database, searching for studies published
also affect patients’ renal function, caus-
between 2003 and 2013. Clinical trials and
ing complications to individuals with CKD.
systematic reviews were selected. Results:
Keywords: Chronic renal insufficiency.
Six clinical trials and one systematic review
Periodontitis. Renal dialysis.
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Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):81-5
85
caso clínico
Recuperação da função e estética de dente fraturado, por meio da técnica de restauração dentoalveolar imediata: um caso clínico com três anos de acompanhamento Resumo: o prognóstico de fratura radicular, insucesso endodôntico ou de doença periodontal avançada não é favorável. O procedimento escolhido para tratar essas condições inclui extração do dente e instalação de implantes. A fratura radicular, em especial, geralmente está associada à perda óssea da parede vestibular e, consequentemente, ao aumento do risco estético do tratamento. Esse artigo descreve a técnica de Restauração Dentoalveolar Imediata, empregada para restauração óssea de alvéolo comprometido, simultaneamente à instalação do implante, com função imediata, em paciente com fratura coronorradicular na região do incisivo central superior. O paciente foi clinicamente e tomograficamente monitorado por um período de três anos. Palavras-chave: Implante dentário. Alvéolo fresco. Enxerto ósseo. Carga imediata.
José Carlos Martins da Rosa Doutorando em Implantologia, SLMANDIC.
Ariádene Cristina Pértile de Oliveira Rosa Doutoranda em Implantologia, SLMANDIC.
Carlos Eduardo Francischone Livre-docente, FOB-USP. Professor, Departamento Implantologia, SLMANDIC.
Bruno Salles Sotto-Maior Pós-doutor em Implantodontia, UNICAMP. Professor, Departamento de Odontologia Restauradora, UFJF.
Como citar este artigo: Rosa JCM, Rosa ACPO, Francischone CE, Sotto-Maior BS. Recovering function
Os autores declaram não ter interesses associati-
and esthetics of a fractured tooth using the immediate dentoalveolar restoration technique: a case re-
vos, comerciais, de propriedade ou financeiros que
port with a 3-year follow-up. Dental Press Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):86-94.
representem conflito de interesse nos produtos e
Enviado em: 18/12/2013 - Revisado e aceito: 19/12/2013
companhias descritos nesse artigo. O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo
Endereço de correspondência: José Carlos Martins da Rosa – Av. São Leopoldo 680 – Caxias do Sul/RS CEP: 95097-350 – E-mail: josecarlos@rosaodontologia.com.br
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Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):86-94
autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias.
Recuperação da função e estética de dente fraturado, por meio da técnica de restauração dentoalveolar imediata: um caso clínico com três anos de acompanhamento
INTRODUÇÃO
resultados obtidos após três anos de acom-
A fratura radicular, o insucesso endo-
panhamento de uma paciente com fratura
dôntico e a doença periodontal avançada es-
radicular vertical (FRV) na região do incisivo
tão frequentemente associados à exodontia e
central superior. Antes da cirurgia, a paciente
à instalação de implantes individuais. O re-
apresentava comprometimento alveolar e in-
tardo da exodontia de um dente fraturado
fecção aguda. O tratamento proposto seguiu
pode levar à propagação de bactérias na re-
o protocolo da técnica RDI, que consiste em
gião da fratura1,2, resultando em perda óssea3.
exodontia, instalação do implante, realização
Tradicionalmente, a instalação imediata de
do enxerto ósseo e instalação imediata da co-
implantes é contraindicada em casos de in-
roa provisória, o que viabilizou a resolução do
fecção ativa e defeitos ósseos , principalmen-
caso em um único procedimento.
4
te quando a parede vestibular está ausente, sendo essa alteração geralmente encontrada
RELATO DE CASO CLÍNICO
em sítios de fraturas radiculares5. A técnica
Paciente com 50 anos de idade, sexo fe-
de Restauração Dentoalveolar Imediata (RDI)
minino, apresentou sintomatologia dolorosa
foi desenvolvida com o intuito de aperfeiçoar
na região do incisivo central superior esquer-
a eficácia clínica e estética nesses casos, au-
do (dente 21). Durante o exame clínico, foram
mentando o leque de indicação para a função
observadas as seguintes características: fibro-
imediata em implantes individuais e dimi-
se gengival e cicatrizes no local, além de bióti-
nuindo o tempo de tratamento.
po periodontal delgado. Havia edema e fístula
O objetivo da RDI é restaurar, no mes-
na região vestibular (Fig. 1A). A profundidade
mo procedimento cirúrgico da instalação do
à sondagem era de 11mm na face vestibular do
implante, a parede óssea perdida. Para corri-
dente (Fig. 1B). As imagens obtidas por meio
gir os defeitos alveolares e manter a estética
de tomografia computadorizada cone beam
dos tecidos moles, a parede óssea vestibular
(TCCB) revelaram a presença de núcleo metá-
é restaurada com enxerto ósseo corticome-
lico volumoso, boa disponibilidade óssea além
dular removido da tuberosidade da maxila.
do ápice radicular, e perda da parede óssea
Uma limitação da técnica é o fato de requerer
vestibular (Fig. 1C). A presença de infecção
disponibilidade óssea adequada na região da
no local da raiz fraturada (Fig. 2A) levou à ne-
tuberosidade. O presente artigo apresenta os
cessidade de antibioticoterapia, iniciada cinco
(A)
(B)
(C)
Figura 1. Avaliação clínica inicial, apresentando fístula na região vestibular do comprometido dente 21 (A, B). Ausência da parede óssea vestibular, visível na tomografia computadorizada cone beam (C).
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):86-94
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Rosa JCM, Rosa ACPO, Francischone CE, Sotto-Maior BS
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imagem e ciência
Natural x artificial: estudo comparativo entre o cemento radicular e a superfície nanotexturizada de um implante osseointegrável Fernando Vacilotto Gomes Mestre em CTBMF e Aluno Especial de Doutorado em Odontologia, UFRGS.
Luciano Mayer Pós-doutor em Odontologia, UFBA. Professor, AGOR/RS.
Comparação de duas fotomicrografias, realizadas após avaliação em microscopia eletrônica de varredura (magnificação de 4.000x), entre a superfície radicular de um elemento dentário e a superfície nanotexturizada de um implante osseointegrável (NanoTite, BIOMET 3i). Nota-se a grande semelhança entre a rugosidade criada pela natureza sobre o cemento radicular (A) e a textura da superfície do implante (B). (A)
(B)
Como citar esta seção: Gomes FV, Mayer L. Natural x artificial: Comparative study of the radicular cementum and the nanotexturized surface of osseointegrated implants. Dental Press Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):95. Enviado em: 01/12/2013 - Revisado e aceito: 08/12/2013 Endereço de correspondência: Luciano Mayer. Rua Felipe Neri, 296/403 – Auxiliadora – Porto Alegre/RS CEP: 90.440-150 – E-mail: contato@clinicamayer.com.br
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seção prótese
Revisão bibliográfica da performance clínica de próteses fixas com união dente-implante Resumo: atualmente, a utilização dos implantes dentários é amplamente aceita e difundida na Odontologia. Embasados na ciência da Implantodontia, novos procedimentos restauradores foram implementados em áreas edêntulas sem perspectiva de um tratamento ideal e satisfatório. Assim, tanto pacientes quanto profissionais se beneficiaram com as novas possibilidades de reabilitação bucal. Todavia, ainda existe muita controvérsia a respeito do uso de próteses fixas onde há união de dentes naturais e implantes osseointegrados. Em função disso, o objetivo desse trabalho foi revisar a literatura odontológica sobre próteses fixas dentoimplantossuportadas, com base nas novas possibilidades que surgiram para restauração de áreas parcialmente edêntulas. Palavras-chave: Prótese dentária. Implante dentário. Tratamento.
Jefferson Ricardo Pereira Professor, curso de Mestrado em Ciências da Saúde e curso de Graduação em Odontologia, Universidade do Sul de Santa Catarina.
Felipe Vieira Nunes Graduado em Odontologia, Universidade do Sul de Santa Catarina.
Saulo Pamato Mestrando em Ciências da Saúde, Universidade do Sul de Santa Catarina.
Janaina Salomon Ghizoni Doutora em Patologia Bucal, FOB-USP. Professora, Universidade do Sul de Santa Catarina.
Como citar esta seção: Pereira JR, Nunes FV, Pamato S, Ghizoni JS. A literature review on the clini-
Os autores declaram não ter interesses associati-
cal performance of fixed prostheses with tooth-implant connection. Dental Press Implantol. 2014 Jan
vos, comerciais, de propriedade ou financeiros que
-Mar;8(1):96-104.
representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Enviado em: 07/12/2013 - Revisado e aceito: 14/12/2013
Endereço de correspondência: Jefferson Ricardo Pereira. Rua Recife 200 – Apto. 601 Bairro Recife – CEP: 88701-420 – Tubarão/SC – E-mail: jeffripe@rocketmail.com
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Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):96-104
Revisão bibliográfica da performance clínica de próteses fixas com união dente-implante
INTRODUÇÃO
baixa resistência flexural poderiam fraturar
A perda dentária pode ser provocada por
com mais facilidade. Outro aspecto a se re-
diversos fatores, como cárie, periodontite e
latar diz respeito à incidência de forças, que
traumatismo. Quando faltam dentes, além do
poderiam ocasionar intrusão do dente natu-
prejuízo às funções mastigatórias, fonética e
ral8, afrouxamento do parafuso do abutment,
à estética, os elementos dentários adjacentes
reabsorção óssea peri-implantar e até a perda
aos espaços protéticos tendem a migrar para
da osseointegração9.
o espaço livre, provocando desequilíbrio nas arcadas dentárias.
O objetivo da presente revisão bibliográfica foi adquirir conhecimentos específicos
Com o grande avanço da Implantodon-
sobre prótese fixa dentoimplantossuportada,
tia, os implantes dentários, que eram, origi-
por meio de subsídios científicos em pesqui-
nalmente, apenas utilizados em edentulismo
sas clínicas e laboratoriais.
mandibular , começaram a ser empregados 1
em uma gama de casos que envolvem perdas REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
parciais de dentes. A conexão entre dente e implante, por
Em 1986, Sullivan10 descreveu as consi-
meio de uma estrutura rígida ou semirrígida,
derações protéticas com relação à utilização
representa um grande desafio2. Vários auto-
de implantes osseointegráveis unidos a dentes
res já discutiram os riscos teóricos inerentes
naturais, em próteses parciais fixas. O aspecto
em unir um implante osseointegrado imóvel
de imobilidade dentária causado pela utiliza-
a um dente natural móvel
. É fundamental
ção de conexões rígidas foi salientado como
salientar que, anatômica e fisiologicamente,
motivo de preocupação, uma vez que pode
são elementos de natureza distinta. O dente
conduzir à atrofia do ligamento periodontal,
apresenta um ligamento periodontal formado
aumento dos espaços ósseos medulares adja-
por um tecido conjuntivo ricamente vascula-
centes ao dente e maior suscetibilidade à in-
rizado e celular, constituído de fibras ancora-
flamação periodontal.
3,4,5
das no cemento, que unem a raiz dentária ao
Weinberg e Kruger11 analisaram a distri-
alvéolo ósseo, e possui mobilidade. Dentro do
buição de forças em próteses dentossuporta-
ligamento, existem receptores que registram
das e implantossuportadas, constatando uma
dor, toque e pressão, fundamentais na função
nítida diferença entre elas. Os autores indi-
sensorial . Já o implante dentário não apre-
cam o uso de conexões não rígidas em próte-
senta ligamento periodontal; sua interface é
ses dentoimplantossuportadas.
6
constituída por uma superfície metálica em
Fugazzotto et al.8 analisaram os resul-
contato com o osso, unidos biomecanicamen-
tados de 843 pacientes tratados com 1.206
te. Ele não possui capacidade proprioceptiva
próteses suportadas por implantes e dentes
eficiente e sua mobilidade é bastante restrita7.
naturais, utilizando 3.096 conexões fixas com
Assim, a união de um dente a um implante
parafuso. Segundo os autores, numerosos
por meio de uma conexão rígida impediria a
problemas são relatados após as várias abor-
livre movimentação dentária, o que poderia
dagens de tratamento utilizadas para unir
ocasionar atrofia do ligamento periodontal.
dentes naturais a implantes sob próteses fi-
Além disso, devido à diferença de mobi-
xas. Após um período de 3 a 14 anos em fun-
lidade dos pilares protéticos, materiais com
ção, apenas 9 intrusões foram constatadas.
Dental Pres Implantol. 2014 Jan-Mar;8(1):96-104
97
Pereira JR, Nunes FV, Pamato S, Ghizoni JS
for oral rehabilitation. However, fixed
dental fixed prostheses, taking into ac-
prostheses in which natural teeth connect
count the new procedures established for
with osseointegrated implants are still an
restoration of partially edentulous patients.
issue. Thus, this paper aimed at conducting
Keywords: Dental prosthesis. Dental im-
a literature review on implant-supported
plants. Treatment.
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seção observatório
Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas da área de Implantodontia, Prótese e Periodontia de todo o mundo Dario Augusto Oliveira Miranda Professor Doutor da Universidade Estadual de Feira de Santana/BA
Periodontite, perda de implantes
um modelo de efeitos aleatórios foi utilizado
e peri-implantite: uma metanálise
para ambos os tipos de dados. O efeito combinado foi considerado significativo para p < 0,05.
Sgolastra F, Petrucci A, Severino M, Gat-
Resultados: a metanálise revelou que um ris-
to R, Monaco A. Periodontitis, implant loss
co mais elevado e significativo para a perda do
and peri-implantitis. A meta-analysis.
implante estava presente em pacientes afe-
Clin Oral Implants Res. 2013 Dec 31. doi:
tados pela DP (TR = 1,69; IC 95% = 1,31 - 2,17;
10.1111/clr.12319. [Epub ahead of print]
p < 0,0001). Uma maior e significativa perda óssea esteve presente em pacientes com doença
Objetivo: o objetivo da presente revisão sis-
periodontal, quando comparados aos pacien-
temática e metanálise foi avaliar o papel da
= 0,38; tes periodontalmente saudáveis (DMP
doença periodontal (DP) como fator de risco
IC 95% = 0,18 - 0,58; p = 0,0002). Os pacientes
para a perda do implante, peri-implantite (PI)
periodontalmente comprometidos apresen-
e perda óssea (PO), com remodelação, ao redor
taram risco aumentado de PI, quando compa-
do implante. Material e Métodos: uma bus-
rados a pacientes sem periodontite (TR = 2,17;
ca manual e em seis bancos de dados eletrôni-
IC 95% = 1,51 - 3,12; p < 0,0001). Nenhuma evi-
cos resultou em 7.391 publicações únicas; após
dência de heterogeneidade significativa foi de-
a seleção, apenas 16 estudos foram incluídos
tectada para os três resultados. Conclusão: for-
na revisão sistemática. Os dados dicotômi-
tes evidências sugerem que a periodontite é
cos foram expressos como taxa de risco (TR)
um fator de risco para a perda de implante;
e intervalo de confiança a 95% (IC), enquanto
evidência moderada revelou que a periodon-
dados contínuos foram expressos como di-
tite é um fator de risco para peri-implantite
ferença média padronizada (DMP). Devido à
e que os pacientes com periodontite sofrem
esperada heterogeneidade entre os trabalhos,
maior perda óssea (remodelação).
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105
Observatório
Avaliação clínica e radiográfica de im-
acompanhamento de 3 anos. A perda geral
plantes dentários com diâmetro reduzido
de OM foi estatisticamente maior no gru-
vs. regular: 3 anos de acompanhamento.
po IDR, quando comparado ao grupo IDN.
Um estudo retrospectivo
Em nível local, uma maior perda de OM foi observada no lado distal em ambos os tipos
Zweers J, van Doornik A, Hogendorf EAH,
de implantes. Os implantes com localizador
Quirynen M, Van der Weijden GA. Clinical
mostraram uma perda de OM significati-
and radiographic evaluation of narrow-
vamente maior (0,38mm), em comparação
vs. regular-diameter dental implants: a
aos implantes com conexão do tipo bola
3-year follow-up. A retrospective study.
(0,14mm) durante o período de avaliação
Clin Oral Impl Res. Published online:
de dois anos (p = 0,006). Na avaliação da
20/12/2013. Doi: 10.1111/clr.12309
satisfação dos pacientes, verificou-se preferência significativa pelos IDRs (8,3) e pela
Objetivos: implantes de diâmetro reduzi-
conexão do tipo localizador (8,6). Conclu-
do (IDRs) são usados em mandíbulas com
sões: os resultados sugerem que, durante os
reabsorção severa. Implantes com diâme-
três primeiros anos após o implante, os IDRs
tro menor implicam em uma redução na
estão associados a uma maior perda óssea
superfície total de contato entre o implan-
marginal, em comparação aos IDNs. Inde-
te e o osso. A questão é saber se o implante
pendentemente do diâmetro do implante,
se osseointegrará o suficiente para suportar
a conexão do tipo localizador mostrou mais
as forças de carga. Se não, uma perda óssea
perda óssea marginal, ao longo do tempo,
marginal pode ocorrer se houver sobrecar-
em comparação à conexão do tipo bola.
ga. O objetivo desse estudo retrospectivo foi comparar medidas clínicas e radiográficas, bem como a satisfação dos pacientes usando
Perda da vitalidade pulpar após elevação
IDRs, em relação aos implantes de diâmetro
do seio maxilar: uma abordagem cirúrgi-
normal (IDNs) usados em pacientes edên-
ca e endodôntica
tulos como suporte para prótese total, seja com conexão do tipo bola ou localizador.
Romanos GE, Papadimitriou DE, Hoyo
Material e Métodos: foram retrospectiva-
MJ, Caton JG. Loss of pulp vitality after
mente selecionados para esse estudo, em um
maxillary sinus augmentation: a surgi-
período de 7 anos, 119 pacientes que preen-
cal and endodontic approach. J Perio-
cheram os critérios de inclusão. Os pacien-
dontol. 2014 Jan;85(1):43-9. doi: 10.1902/
tes receberam, na mandíbula, para apoiar
jop.2013.130090. Epub 2013 Jun 20.
uma prótese total, dois implantes padrão
106
de titânio, com 3,3 e 4,1mm de diâmetro.
Introdução: a elevação do seio maxilar é um
Nas consultas de acompanhamento após 1
procedimento de rotina, realizado em Im-
e 3 anos, foram avaliadas as condições clí-
plantodontia nos casos com pneumatização
nicas peri-implantares e das próteses e osso
desse seio. O presente estudo apresenta uma
marginal (OM), bem como a satisfação do
série de casos clínicos em que verificou-se
paciente. Resultados: nenhum dos 238 im-
desvitalização de dentes em conjunto com
plantes foi perdido durante o período de
a elevação do seio. Métodos: nos três casos
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Instruções aos autores
— O Dental Press Implantology publica artigos de investigação científica, revisões significativas, relatos de casos clínicos e de técnicas, comunicações breves e outros materiais relacionados à Periodontia e Implantologia. — O Dental Press Implantology utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com.br — Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Dental Press International Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.712 - Zona 5 - CEP 87.015-001 — Maringá/PR. Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br — As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer responsabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nesta publicação. A Revista ou as empresas patrocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas. — Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. Os autores devem seguir as orientações descritas adiante.
ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO Dos MANUSCRITOS — Os trabalhos devem ser submetidos em Inglês e Português. — Apesar de ser oficialmente publicado em inglês, o Dental Press Implantology conta ainda com uma versão em língua portuguesa. Por isso serão aceitas, também, submissões de artigos em português.
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— Nesse caso, os autores deverão também enviar a versão em inglês do artigo, com qualidade vernacular adequada e conteúdo idêntico ao da versão em português, para que o trabalho possa ser considerado aprovado.
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Instruções aos autores
ções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — Os textos devem ter no máximo 3.500 palavras, incluindo legendas das figuras e das tabelas (sem contar os dados das tabelas), resumo, abstract e referências. — As figuras devem ser enviadas em arquivos separados (leia mais abaixo). — Insira as legendas das figuras também no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 5. Figuras — As imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 DPIs de resolução. — As imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — Se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — Todas as figuras devem ser citadas no texto. 6. Gráficos e traçados cefalométricos — Devem ser citados, no texto, como figuras. — Devem ser enviados os arquivos que contêm as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — Não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — Os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 7. Tabelas — As tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar, o texto. — Devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — Forneça um breve título para cada tabela. — Se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — Apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável). 8. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência ao parecer do Comitê de Ética da instituição.
9. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Permissão para uso de imagens protegidas por direitos autorais Ilustrações ou tabelas originais, ou modificadas, de material com direitos autorais devem vir acompanhadas da permissão de uso pelos proprietários desses direitos e pelo autor original (e a legenda deve dar corretamente o crédito à fonte). — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. Fotografias de pessoas identificáveis devem vir acompanhadas por uma autorização assinada pela pessoa ou pelos pais ou responsáveis, no caso de menores de idade. Essas autorizações devem ser guardadas indefinidamente pelo autor responsável pelo artigo. Deve ser enviada folha de rosto atestando o fato de que todas as autorizações dos pacientes foram obtidas e estão em posse do autor correspondente. 10. Referências — Todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — Todas as referências devem ser citadas no texto. — Para facilitar a leitura, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — As referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas.
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Instruções aos autores
As abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — A exatidão das referências é responsabilidade dos autores e elas devem conter todos os dados necessários para sua identificação. — As referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). — Utilize os exemplos a seguir:
Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001.
Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.
Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www. scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.
—
Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301.
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Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990.
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