Dental Press Journal Of Orthodontics v. 18, n. 4

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Volume 18, Number 4, July / August / Portuguese version

Official Journal of the Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics Official Journal of the Brazilian Board of Orthodontics


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Volume 18, Number 4, July / August 2013 / Portuguese version

Official Journal of the Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics Official Journal of the Brazilian Board of Orthodontics

Dental Press J Orthod. 2013 July/August;18(4):1-146

ISSN 2176-9451


Indexação:

desde 1999

desde 2011

desde 2013

BBO desde 1998

desde 1998

desde 2008

desde 1998

desde 2005

desde 2002

desde 2008

desde 2008

desde 2009

Dental Press Journal of Orthodontics v. 1, n. 1 (set./out. 1996) - . -- Maringá : Dental Press International, 1996 Bimestral ISSN 2176-9451 1. Ortodontia - Periódico. I. Dental Press International. CDD 617.643005


Univ. de Saint Louis - EUA

Eustáquio Araújo

EDITOR-CHEFE UFPA - PA - Brasil

David Normando

Ajman University - Emirados Árabes Unidos

Eyas Abuhijleh

UNINGÁ - PR - Brasil

Fabrício Pinelli Valarelli Fernando César Torres

EDITORA ASSOCIADA UFBA - BA - Brasil

Telma Martins de Araujo

UNICID - SP - Brasil

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UFF - RJ - Brasil FOB/USP - SP - Brasil

Guilherme Janson

UFRGS - RS - Brasil

Gustavo Hauber Gameiro

EDITORES ADJUNTOS HRAC/FOB/USP - SP - Brasil

Daniela Gamba Garib

Karolinska Institute - Suécia

Hans Ulrik Paulsen Helio Scavone Júnior

UNICID - SP - Brasil

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UNICID - SP - Brasil

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Matheus Melo Pithon

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James Vaden

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PUBLISHER UEM - PR - Brasil

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A-Bakr M Rabie Adriana de Alcântara Cury-Saramago Aldrieli Regina Ambrósio Alex Luiz Pozzobon Pereira Alexandre Trindade Motta Ana Carla R. Nahás Scocate Ana Maria Bolognese Andre Wilson Machado Anne Luise Scabell de Almeida Anne-Marie Bolen

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ABO - RS - Brasil Universidade de Alberta - Canadá UFMA - MA - Brasil UFC - CE - Brasil

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UERJ - RJ - Brasil

Orlando M. Tanaka

Eduardo Silveira Ferreira Emanuel Braga Rego Enio Tonani Mazzieiro

UFRJ - RJ - Brasil UFRGS - RS - Brasil UFBA - BA - Brasil Faculdade de Itauna - MG - Brasil

Copem - Brasil

Maria Fernanda Martins-Ortiz Maria Perpétua Mota Freitas Maristela S. Inoue Arai

Eduardo Franzotti Sant'Anna

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Margareth Maria Gomes de Souza

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UNICEUMA - MA - Brasil

Universidade da Carolina do Norte - EUA

UERJ - RJ - Brasil Universidade de Insubria - Itália

Marcos Alan V. Bittencourt

Clarice Nishio

Eduardo C. Almada Santos

UNOPAR - PR - Brasil

Marco Rosa

Célia Regina Maio Pinzan Vercelino

David Sarver

FOAR/UNESP - SP - Brasil

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Oswaldo V. Vilella Patrícia Medeiros Berto Patricia Valeria Milanezi Alves Paul Mjor Paula Vanessa P. Oltramari-Navarro Pedro Paulo Gondim

UFRJ - RJ - Brasil PUC/PR - PR - Brasil UFF - RJ - Brasil Clín. partic. - DF - Brasil Clín. partic. - RS - Brasil University of Alberta - Canadá UNOPAR - PR - Brasil UFPE - PE - Brasil


Renata C. F. R. de Castro

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Periodontia

Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin

USC - SP - Brasil

Adriana C. P. Sant’Ana

FOAR-UNESP - SP - Brasil

Renato Parsekian Martins Ricardo Machado Cruz

UNIP - DF - Brasil

Ricardo Moresca

UFPR - PR - Brasil UFJF - MG - Brasil

Robert W. Farinazzo Vitral

Clín. partic. - PR - Brasil

Roberto Hideo Shimizu

Univ. Tecn. do México - México

Roberto Justus Rodrigo César Santiago

Maurício G. Araújo Mário Taba Jr.

FOB/USP - SP - Brasil UEM - PR - Brasil FORP/USP - SP - Brasil

Prótese Marco Antonio Bottino

UNESP/SJC - SP - Brasil

Sidney Kina

Clín. partic. - PR - Brasil

UFRJ - RJ - Brasil

Rodrigo Hermont Cançado

UNINGÁ - PR - Brasil

Rogério Lacerda dos Santos

UFCG - PB - Brasil

Sávio R. Lemos Prado

UFPA - PA - Brasil

Sylvia Frazier-Bowers

Universidade da Carolina do Norte - EUA

Tarcila Triviño Vladimir Leon Salazar Weber José da Silva Ursi Won Moon

Radiologia Rejane Faria Ribeiro-Rotta

UFG - GO - Brasil

UMESP - SP - Brasil Universidade de Minnesota - EUA FOSJC/UNESP - SP - Brasil UCLA - EUA

Biologia e Patologia Bucal Alberto Consolaro Christie Ramos Andrade Leite-Panissi

FOB/USP - SP - Brasil FORP/USP - Brasil

Edvaldo Antonio R. Rosa

PUC/PR - PR - Brasil

Victor Elias Arana-Chavez

USP - SP - Brasil

Bioquímica e Cariologia Marília Afonso Rabelo Buzalaf Soraya Coelho Leal

FOB/USP - SP - Brasil UnB - DF - Brasil

Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana Laudimar Alves de Oliveira Liogi Iwaki Filho Waldemar Daudt Polido

FOB/USP - SP - Brasil UNIP - DF - Brasil UEM - PR - Brasil Clín. partic. - RS - Brasil

Dentística Maria Fidela L. Navarro

FOB/USP - SP - Brasil

Disfunção da ATM José Luiz Villaça Avoglio Paulo César Conti

CTA - SP - Brasil FOB/USP - SP - Brasil

O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é continuação da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (ISSN 1415-5419).

O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é uma publicação bimestral da Dental Press International. Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.712 - Zona 5 - CEP 87.015-001 - Maringá / PR - Fone/Fax: (0xx44) 3031-9818 www.dentalpress.com.br - artigos@dentalpress.com.br.

Epidemiologia Isabela Almeida Pordeus

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UFMG - MG - Brasil

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UVA - RJ - Brasil

Implantologia Carlos E. Francischone

FOB/USP - SP - Brasil

Ortopedia Dentofacial Kurt Faltin Jr.

UNIP - SP - Brasil

Diretora: Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim - Diretor Editorial: Bruno D’Aurea Furquim - DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - Produtor editorial: Júnior Bianco - Produção Gráfica e Eletrônica: Bruno Boeing de Souza - Diego Ricardo Pinaffo - Gildásio Oliveira Reis Júnior - TRATAMENTO DE IMAGEM: Ivo Azevedo - submissão de artigos: Simone Lima Lopes Rafael - Márcia Ferreira Dias - Revisão/COPydesk: Adna Miranda - Ronis Furquim Siqueira - Wesley Nazeazeno - JORNALISMO: Yara Borges Marchini - BANCO DE DADOS: Cléber Augusto Rafael - Internet: - Fernando Truculo Evangelista - CURSOS E EVENTOS: Ana Claudia da Silva - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA/NORMALIZAÇÃO: Simone Lima Lopes Rafael - EXPEDIÇÃO: Diego Matheus Moraes dos Santos - FINANCEIRO: Cléber Augusto Rafael - Lucyane Plonkóski Nogueira - Roseli Martins - Secretaria: Rosane Albino Rosana G. Silva.


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Dental Press Journal of Orthodontics Official Publication of the Volume 18 . Number 4 . July-August 2013

Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics

Seções Editorial

1

10

MEDLINE — um reconhecimento internacional à evolução da ciência ortodôntica brasileira David Normando

Insight Ortodôntico

2

53

Movimentação ortodôntica de dentes endodonticamente tratados Alberto Consolaro, Renata Bianco Consolaro

Orthodontics Highlights

8 Destaques da literatura ortodôntica mundial Matheus Melo Pithon

Entrevista

10 Uma entrevista com Jonas Capelli Júnior

Caso Clínico BBO

126 Má oclusão Classe II de Angle, tratada com extrações de dentes permanentes Gustavo Mattos Barreto

89 Tópico Especial

134 Tratamento da hipoplasia da face média, em pacientes sindrômicos e com fendas orofaciais, pelo uso do aparelho distrator externo rígido (RED) Eduardo Franzotti Sant’Anna, Adriana de Alcantara Cury-Saramago, Geórgia Wain Thi Lau, John W. Polley, Álvaro A. Figueroa

134

70


Dental Press Journal of Orthodontics Official Publication of the

Artigos

Volume 18 . Number 4 . July-August 2013

Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics

29

89

Efeito do tratamento de superfície em coroas provisórias na colagem de braquetes

Efeito da umidade no esmalte dentário na interação de dois sistemas de colagem ortodôntica

Josiane Xavier de Almeida, Mauren Bitencourt Deprá,

André Pinheiro de Magalhães Bertoz, Derly Tescaro Narcizo de Oliveira,

Mariana Marquezan, Luciana Borges Retamoso, Orlando Tanaka

Carla Maria Melleiro Gimenez, André Luiz Fraga Briso, Francisco Antonio Bertoz, Eduardo César Almada Santos

35 Propriedades mecânicas de fios de NiTi e CuNiTi com efeito memória de forma utilizados em tratamentos ortodônticos. Parte 1: ensaios de tração

98

Marco Abdo Gravina, Ione Helena Vieira Portella Brunharo,

Comparação da força adesiva de braquetes ortodônticos em restaurações de resina composta sob diferentes tratamentos de superfície

Cristiane Canavarro, Carlos Nelson Elias, Cátia Cardoso Abdo Quintão

Alexandre Antonio Ribeiro, Ariane Vicente de Morais, Daniel Paludo Brunetto, Antonio Carlos de Oliveira Ruellas, Monica Tirre Souza de Araujo

43 Crescimento mandibular e desenvolvimento dentoalveolar no tratamento da Classe II, divisão 1, com Bionator de Balters em função da maturidade esquelética

104

Paulo Roberto dos Santos-Pinto, Lídia Parsekian Martins,

Frequência da reabsorção radicular apical após tratamento ortodôntico, em longo prazo, utilizando radiografia periapical e tomografia computadorizada de feixe cônico

Ary dos Santos-Pinto, Luiz Gonzaga Gandini Júnior,

Jairo Curado de Freitas, Olavo César Porto Lyra,

Dirceu Barnabé Raveli, Cristiane Celli Matheus dos Santos-Pinto

Ana Helena Gonçalves de Alencar, Carlos Estrela

53

113

Avaliação da confiabilidade das medidas em cefalogramas gerados a partir de tomografia computadorizada de feixe cônico

Avaliação morfométrica da cartilagem condilar de ratos jovens frente a estímulos de retrusão mandibular

Maurício Barbosa Guerra da Silva, Bruno Cabús Gois, Eduardo Franzotti Sant’Anna

Milena Peixoto Nogueira de Sá, Jacqueline Nelisis Zanoni, Carlos Luiz Fernandes de Salles, Fabrício Dias de Souza,

61 Alterações cefalométricas em pacientes Classe II, divisão 1, tratados com extrações de dois pré-molares superiores Marisana Piano Seben, Fabricio Pinelli Valarelli, Karina Maria Salvatore de Freitas, Rodrigo Hermont Cançado, Aristeu Correa Bittencourt Neto

Uhana Seifert Guimarães Suga, Raquel Sano Suga Terada

120 Avaliação oclusal de pacientes com fissura transforame incisivo unilateral cirurgicamente assistidos Leanne Matias Portela Leal, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Cosme José

70

Albergaria da Silva Filho, Leopoldino Capelozza Filho, Mauricio de Almeida Cardoso

Aparelho fixo lingual para alterar o crescimento mandibular: um novo aparelho para correção da má oclusão Classe II

144

Osama Hasan Alali

Normas para publicação

82 Avaliação anatômica das vértebras cervicais de ratos Wistar por meio de radiografias digitais e sua correlação com os estágios de maturação das vértebras cervicais de humanos Roberto Hiroshi Matsui, Julio Cezar de Melo Castilho, Luiz César de Moraes, Mônica Fernandes Gomes, Kurt Faltin Júnior, Miriam Yumi Matsui


editorial

MEDLINE — um reconhecimento internacional à evolução da ciência ortodôntica brasileira Porque eu só preciso de pés livres, de mãos dadas, e de olhos bem abertos. (Guimarães Rosa)

O crescimento da produção científica tem exigido a indexação dos periódicos em bases de dados, com o objetivo de tornar a informação visível à comunidade clínica e científica, de forma rápida e sistemática. O principal objetivo de um serviço de indexação é assegurar o acesso a qualquer documento ou informação, no momento em que um usuário busca determinado assunto em sistemas de informação ou bases de dados. Para uma revista, a indexação nessas bases de dados significa o reconhecimento do mérito, aval à qualidade dos artigos publicados. Assim, todo periódico científico precisa reunir, entre outras características, visibilidade e acessibilidade, ambas facilitadas com essa indexação. Todos somos testemunhos da evolução da Ortodontia brasileira nas últimas décadas. Largamos a alcunha de meros consumidores de conhecimento para assumir o posto de um dos países com maior produção científica na Ortodontia mundial. Premiações clínicas e científicas permeiam a nossa rotina e vêm ratificando o nosso caminhar evolutivo. A despeito da erupção vulcânica da nossa especialidade, o processo de produção editorial sempre foi visto com certa desconfiança. Seríamos, realmente, capazes de produzir e manter uma revista ortodôntica com qualidade semelhante à dos periódicos internacionais que utilizamos como escada para a nossa ascensão científica? A equipe que produz o Dental Press Journal of Orthodontics sempre acreditou que sim. E vem, durante quase 18 anos, trabalhando incansavelmente para aproximar esse periódico ao sucesso da nossa, já consolidada, Ortodontia. Assim, é com grande alegria que anunciamos* o Dental Press Journal of Orthodontics como integrante do acervo da MEDLINE/PubMed, a mais importante base de dados com informações das ciências da saúde. Trata-se de um serviço da Biblioteca Nacional de Medicina americana (NLM) que provê acesso a mais de 22 milhões de citações bibliográficas catalogadas desde meados de 1960. Nós, agora, podemos ser acessados por meio do endereço: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/nlmcatalog/101532240.

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

Os editores da Dental Press sabiam, desde o seu primeiro volume, em 1996, que o papel das revistas científicas é comunicar e tornar públicos o debate e o avanço da ciência, ora sendo protagonistas das rupturas de paradigmas, ora responsáveis pela difusão de novas práticas clínicas. Tem sido assim desde que surgiram as primeiras publicações, inicialmente com o periódico francês Journal dês Sçavans, em 1665, e com o Philosophical Transactions of the Royal Society of London, pouco tempo depois. Não se deve esquecer que as bases de dados fazem avaliações frequentes, o que nos obriga a manter critérios e qualidade, sob risco de exclusão. Portanto, polir os critérios para a aceitação de artigos e o controle inexorável dos princípios éticos é, mais do que nunca, tarefa essencial. Por esse motivo, a representatividade dos periódicos nacionais em bases de dados internacionais continua sendo baixa. Vale citar que há ainda poucas revistas brasileiras indexadas na MEDLINE/ PubMed e no ISI, e as que lá estão obtiveram reconhecimento nacional e do exterior, e retorno em forma de mais e melhores artigos. Ademais, nossa ciência é um iceberg, no qual a fração visível, acima da lâmina d’água, representa a produção científica indexada em bases de dados internacionais. Por isso, assino esse editorial com os pés livres, olhos bem abertos e uma dezena de mãos entrelaçadas, na tentativa de agradecer a todos os demais editores-adjuntos, ex-editores, autores, revisores e funcionários da editora Dental Press que, nesses anos, colaboraram, incansavelmente, para que o Dental Press Journal of Orthodontics pudesse — cumprindo seus objetivos mais primordiais desde o seu lançamento — chegar a essa indexação internacional. De fato, mais uma nova vitória da competência da Ortodontia brasileira. David Normando – editor-chefe (davidnormando@hotmail.com) *Ficam aqui registrados meus agradecimentos ao produtor editorial da Dental Press, Carlos Alexandre Venancio, pelo texto publicado no portal www.dentalpress.com.br, quando recebemos a notícia da efetiva indexação na MEDLINE/PubMed.

1

Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):1


insight ortodôntico

Movimentação ortodôntica de dentes endodonticamente tratados Alberto Consolaro1, Renata Bianco Consolaro2

Com frequência, há a necessidade de movimentar-se dentes endodonticamente tratados ou ainda em tratamento endodôntico. Para colaborar com a compreensão e fundamentação do assunto, abordaremos: 1) a movimentação ortodôntica em dentes endodonticamente tratados sem lesão periapical; 2) a movimentação ortodôntica em dentes endodonticamente tratados com lesão periapical inflamatória; e 3) a movimentação ortodôntica em dentes endodonticamente tratados de necrose pulpar asséptica por traumatismo dentário. Em praticamente todas as situações, dentes endodonticamente tratados a serem movimentados ortodonticamente devem ser submetidos a uma avaliação criteriosa, por parte do endodontista, sobre as condições adequadas ou não do tratamento endodôntico. Em seguida, no presente trabalho procurou-se, singelamente, induzir um insight para novas pesquisas clínicas sobre o tema, que possam definitivamente comprovar os conhecimentos obtidos pela inter-relação de conhecimentos em paralelo à prática clínica. Palavras-chave: Ortodontia-Endodontia. Tratamento endodôntico-Ortodontia. Periapicopatias-Ortodontia. Ortodontia-traumatismo dentário.

Há uma necessidade frequente de movimentar-se dentes endodonticamente tratados ou ainda em tratamento endodôntico. O que fundamenta as decisões clínicas e as orientações biológicas aplicadas rotineiramente tem como base a inter-relação de conhecimentos pertinentes à inflamação, reparo tecidual, biologia da movimentação dentária e das reabsorções associadas, pulpopatias e periapicopatias. Para colaborar com a compreensão e fundamentação do assunto, o abordaremos à luz dessa inter-relação e de experiências obtidas ao longo do tempo. Em seguida, procurou-se, singelamente, induzir, nesse insight, novas pesquisas clínicas sobre o tema.

1 2

1. Movimentação ortodôntica em dentes endodonticamente tratados e sem lesão periapical Durante muitas décadas, até os anos 90 do século passado, praticamente não se movimentava dentes tratados endodonticamente. Havia quase um “consenso”, não fundamentado metodologicamente, de que esses dentes apresentariam um maior risco de reabsorção radicular durante o movimento ortodôntico. Após a publicação do trabalho de Spurrier et al.4, nos anos 90, destacou-se que os dentes adequadamente tratados endodonticamente, se movimentados ortodonticamente,

Como citar este artigo: Consolaro A, Consolaro RB. Orthodontic movement of endodontically treated teeth. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):2-7.

Professor Titular da FOB-USP e da Pós-graduação na FORP-USP. Professora das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI). Doutora em Patologia, FOB-USP.

Enviado em: 18 de junho de 2013 Revisado e aceito: 10 de julho de 2013

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

Endereço para correspondência: Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

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Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):2-7


insight ortodôntico

Consolaro A, Consolaro RB

movimentados; com o resultado final avaliado após o fim do tratamento, quanto à severidade da reabsorção associada, caso presente, e/ou de outras consequências como pseudo-sobreobturação, aumento ou regressão parcial/total das lesões anteriores, índice de insucesso endodôntico e outros fenômenos. 3) Um terceiro grupo de dentes endodonticamente tratados de necrose pulpar asséptica induzida por traumatismo dentário e, em seguida, movimentados ortodonticamente; com o resultado final avaliado após o fim do tratamento, quanto à severidade da reabsorção associada, caso presente, e/ou de outras consequências como pseudo-sobreobturação, reativação das lesões anteriores, índice de insucesso endodôntico e outros fenômenos. 4) Um quarto grupo de pacientes com dentes com vitalidade pulpar e movimentados de forma semelhante aos demais três grupos; enfim, um grupo controle. Um cuidado fundamental na realização desses trabalhos diz respeito à máxima padronização possível do tratamento ortodôntico realizado em cada paciente em todos os quatro grupos, especialmente quanto ao tipo e extensão do movimento, intensidade e distribuição das forças aplicadas. Da mesma forma, deveria ser uniformizado o tempo em que, depois do tratamento endodôntico, se iniciou o tratamento ortodôntico.

se providenciar uma nova radiografia periapical ou tomografia, e avaliar se os tecidos e estruturas periodontais voltaram ao normal. Se isso ocorrer, pode-se movimentar o dente assim traumatizado. Em traumatismos dentários moderados caracterizados por subluxação mais severa, luxação, deslocamentos e até extrusão sem avulsão total do dente no alvéolo, deve-se esperar um ano. Se novas radiografias periapicais e/ou tomografia, depois desse período, revelarem normalidade estrutural e organizacional, ausência de anquilose alveolodentária, reabsorção por substituição e/ou reabsorção inflamatória, o dente pode ser movimentado ortodonticamente. Nos casos mais severos — como na avulsão total seguida de reimplantação após 30 a 60 minutos fora do alvéolo, e em casos de fraturas radiculares —, deve-se aguardar dois anos. Após esse período, se novas radiografias periapicais e/ou tomografia revelarem normalidade estrutural e organizacional, sem anquilose alveolodentária, sem reabsorção por substituição e/ou sem reabsorção inflamatória, o dente pode ser movimentado ortodonticamente. Sempre lembrando-se a regra de que poderão apresentar maiores reabsorções radiculares ao final do tratamento ortodôntico. 4. Considerações finais: o “insight” As afirmações nos tópicos anteriores são fundamentadas na inter-relação de conhecimentos pertinentes à inflamação, reparo tecidual, biologia da movimentação dentária e das reabsorções associadas, pulpopatias e periapicopatias. Ainda não há trabalhos na literatura em que uma casuística significativa de dentes endodonticamente tratados tenham sido movimentados, no contexto de um tratamento ortodôntico. Faltam estudos metodologicamente adequados e comparativos, onde houvesse: 1) Um grupo de dentes endodonticamente tratados de necrose pulpar com canais infectados, sem lesão periapical crônica e, em seguida, movimentados ortodonticamente; com o resultado final avaliado após o fim do tratamento, quanto à severidade da reabsorção associada, caso presente, e/ou de outras consequências como pseudo-sobreobturação, reativação das lesões anteriores, índice de insucesso endodôntico e outros fenômenos. 2) Outro grupo de dentes endodonticamente tratados de necrose pulpar com canais infectados, com lesão periapical crônica e, em seguida, ortodonticamente

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

Referências 1.

Consolaro A. Alterações pulpares induzidas pelo tratamento ortodôntico: dogmas e falta de informações. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2007;12(1):15-7.

2.

Consolaro A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 3ª ed. Maringá: Dental Press; 2012.

3.

Consolaro RB. Análise do complexo dentinopulpar em dentes submetidos à movimentação dentária induzida em ratos [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 2005.

4.

Spurrier SW, Hall SH, Joondeph DR, Shapiro PA, Riedel RA. A comparison of apical root resorption during orthodontic treatment in endodontically treated and vital teeth. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1990;97(2):130-4.

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Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):2-7


orthodontics highlights Matheus Melo Pithon*

Escova de denteS elétrica promove maior limpeza a pacientes com aparelhos ortodônticos fixos A utilização de aparelho ortodôntico fixo dificulta, e muito, a limpeza dos dentes de seus portadores. A presença de braquetes, fios, elásticos, botões e outros acessórios promove maior retenção de placa, favorecendo o aparecimento de lesões de mancha branca, cárie dentária e doença periodontal. Diariamente, o ortodontista se vê diante de pacientes com dentes sujos. O que fazer nessas situações? Vários são os dispositivos e recursos disponíveis para limpeza dos dentes desses pacientes. Entre esses, destacam-se as escovas dentais manuais e as elétricas. Seriam as escovas elétricas mais efetivas na limpeza comparadas às manuais? Objetivando obter respostas a esses questionamentos, pesquisadores alemães e norte-americanos realizaram um estudo clínico1 onde avaliaram a efetividade das escovas dentais manual, elétrica convencional e elétrica ortodôntica (Fig. 1) na limpeza dos dentes de paciente fazendo uso de aparelho ortodôntico fixo. Os autores puderam verificar que as escovas elétricas apresentaram limpeza superior quando comparadas à escova manual. Na comparação entre as escovas elétricas, aquela com cabeça específica para a Ortodontia promoveu maior limpeza. Os achados desse estudo são reveladores e importantes, uma vez que, apartir desses resultados, o ortodontista ganha, comprovadamente, um novo aliado na manutenção da saúde bucal de seus pacientes.

Figura 1 - Escovas avaliadas no estudo: A) elétrica com cabeça ortodôntica; B) elétrica com cabeça convencional; C) manual.

A cada dia, as indústrias de materiais vêm lançando novos produtos com essa proposta, entre os quais, os selantes. Esses materiais são indicados para serem aplicados no esmalte ao redor dos braquetes, na perspectiva de se evitar o aparecimento e progressão de lesões de cárie durante o uso do aparelho ortodôntico fixo. No entanto, pouca comprovação científica tem sido reportada a respeito desses materiais. As indústrias que os desenvolvem contentam-se, muitas vezes, em lançá-los no mercado respaldados apenas por estudos laboratoriais, sem a realização de ensaios clínicos. Com a proposta de se obter esses resultados clínicos, pesquisadores porto-riquenhos e norte-americanos desenvolveram um estudo multicêntrico avaliando a efetividade desses selantes em paciente em uso de aparelho ortodôntico2. Os resultados encontrados por meio desse estudo demonstraram que o selante estudado apresenta capacidade de prevenir o aparecimento de lesões de mancha branca. No entanto, os autores ressalvam que o selante não previne todas lesões, nem tão pouco por todo o período de experimentação. Mas, de qualquer forma, os resultados apresentam boas perspectivas futuras.

Selante reduz o aparecimento de lesões de mancha branca em pacientes ortodônticos Com já mencionado no resumo anterior, a preocupação quanto à higiene dos pacientes ortodônticos é constante em todo mundo. O desenvolvimento de um material que reduza o aparecimento de lesões de cárie nesses pacientes é um sonho de todos nós, ortodontistas.

Como citar esta seção: Pithon MM. Orthodontics highlights. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):8-9. Enviado em: 14 de fevereiro de 2013 - Revisado e aceito: 20 de fevereiro de 2013 *

Professor de Ortodontia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

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Endereço para correspondência: Matheus Melo Pithon E-mail: matheuspithon@gmail.com

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orthodontics highlights

Pithon MM

Extração de dentes não compromete espaço aéreo nasofaríngeo A cada ano mais, a Ortodontia tende a tratar o paciente com uma visão multidisciplinar. A oclusão, que por muitos anos perdurou como foco principal no mundo ortodôntico, hoje divide espaço com a análise facial e com as interrelações com as vias aéreas. Estaria o tratamento ortodôntico relacionado com mudanças nessas estruturas? Sabe-se, na atualidade, que melhorias são alcançadas quando o tratamento ortodôntico vem acompanhado por procedimentos cirúrgicos, como o avanço mandibular para correção da má oclusão de Classe II. No entanto, pouco se sabe a respeito de qual seria o comportamento dessas estruturas frente a procedimentos mais simples e corriqueiros para o ortodontista, como, por exemplo, a extração de dentes permanentes. Visando elucidar esse questionamento, pesquisadores de universidades da Turquia e dos EUA avaliaram o efeito das extrações dentárias no espaço aéreo faríngeo3. Utilizou-se imagens tomográficas de pacientes, dos quais foram extraídos os quatro primeiros pré-molares. Os resultados demonstraram que não ocorre redução do espaço aéreo com as extrações (Fig. 2). Esses resultados desmistificam que as extrações levam a língua a se posicionar posteriormente, dificultando a passagem de ar, como consequência da redução do comprimento da arcada.

Figura 2 - Imagens tomográficas do espaço aéreo faríngeo.

Adolescentes do sexo feminino relatam maior dor ao tratamento ortodôntico Uma queixa frequente entre pacientes, após a manutenção ortodôntica, é a dor pós-ativação. Sem sombra de dúvidas, esse é um dos motivos que mais desmotivam os pacientes a iniciar um tratamento ortodôntico. Todos nós somos cientes que a movimentação ortodôntica funciona por meio de um mecanismo de inflamação — processo esse em que a dor está sempre envolvida. Identificar o grupo de pacientes mais sensíveis à dor é importante para obtermos medidas que minimizem esse processo. Partindo dessa premissa, pesquisadores5 se propuseram a avaliar, com o uso de questionários, a relação entre a dor pós-ativação ortodôntica com a idade e o sexo de adolescentes. Concluiu-se que meninas, na faixa etária entre 14 e 17 anos, apresentam níveis mais elevados de dor em comparação aos meninos. Os resultados evidenciam a necessidade de se realizar ativações com forças mais suaves nesse grupo de pacientes, evitando, com isso, maiores reclamações do tratamento que está sendo realizado, obtendo, assim, maior colaboração com o tratamento.

Pacientes com sobrepeso são menos colaboradores ao tratamento ortodôntico Grave problema de saúde pública, a obesidade figura entre uma das maiores epidemias do século. O excesso de peso compromete o indivíduo social e fisicamente (alterações cardíacas, metabólicas e osteoarticulares), gerando problemas, muitas vezes, irreversíveis. Mas, como o tratamento ortodôntico poderia ser afetado por esse problema? Pesquisadores alemães desenvolveram um estudo buscando respostas para esses questionamentos4, avaliando a colaboração, higiene bucal, cuidado com os dispositivos ortodônticos e tempo de tratamento entre pacientes com índice de massa corporal (IMC) normal e indivíduos com IMC aumentado. Os autores concluíram que os pacientes com aumento do índice de massa corporal não cooperam tão bem durante o tratamento, fazendo com que o tempo de tratamento total desses indivíduos seja maior que o de adolescentes com IMC normal. Os próprios autores salientaram que novos estudos necessitam ser realizados para avaliar o porquê dessa associação. Seria em virtude das alterações sociais? Seria em decorrência das alterações físicas?

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entrevista

uma entrevista com

Jonas Capelli Júnior » Doutor e Livre-docente em Ortodontia pela UERJ. » Professor Associado da Disciplina de Ortodontia da UERJ. » Diretor do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). » Revisor dos periódicos Archives of Oral Biology, Dental Press Journal of Orthodontics, European Journal of Orthodontics, Journal of Biomechanics, Journal of the World Federation of Orthodontists e The Angle Orthodontist.

A juventude sempre tem um ídolo a ser seguido, seja um astro do rock ou um grande professor. As pessoas, incluindo os grandes mestres, muitas vezes não conseguem visualizar sua influência positiva na formação de seus alunos. Quando ingressei no curso de Especialização em Ortodontia da UERJ, sem noção de Ortodontia, de consultório e nem mesmo de docência, eu precisava de uma luz de orientação. A presença de professores de boa alma e altruístas marcou meu rumo a seguir. Entre esses professores, destaco o Prof. Jonas Capelli Jr. — mestre que apresento nessa entrevista. Sendo ele oriundo da primeira turma desse curso, é sempre espelho para nós. É Diretor do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO) e já recebeu diversos prêmios: entres eles, o prêmio de melhor relato de caso do ano de 2007 publicado no AJO-DO. Possui mais de 60 artigos publicados em revistas cientificas. Portanto, ser coordenador dessa entrevista não poderia ser mais gratificante e cheio de satisfação pessoal, pois sei, com orgulho, que com essa entrevista podemos adquirir uma gama de conhecimentos para nossa prática clínica e científica em nossa amada especialidade, bem como podemos conhecer um pouco desse professor que tem marcado a trajetória de seus alunos e da Ortodontia brasileira, sempre de maneira positiva e inspiradora. Sissy Maria Mendes Machado

Como citar esta seção: Capelli Júnior J. Interview. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):10-28. Enviado em: 14 de fevereiro de 2013 - Revisado e aceito: 7 de março de 2013 » Os pacientes que aparecem na presente seção autorizaram previamente a publicação de suas fotografias e radiografias.

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entrevista

Capelli Júnior J

diferentes medições serão feitas, o registro por filmagem se mostra uma ferramenta valiosa. Nossos estudos com filmagens utilizando a frase “Tia Ema torcia pelo antigo time da Tchecoslováquia”, seguida de um sorriso (frase elaborada com a orientação de uma fonoaudióloga, que traduziu foneticamente a frase em inglês “Chelsea eats cheesecake on the Chesapeake”, elaborada por Ackerman e Ackerman2), tem se mostrado bastante eficiente na análise da exposição dos dentes e tecidos moles em diferentes intervalos de tempo4,5. Nossos vídeos possuem, em média, 12 segundos de duração, compondo um total de cerca de 360 quadros de imagem por filme. Esses vídeos são analisados e fragmentados — no repouso, durante a fala e no sorriso —, obtendo-se quadros estáticos (correspondentes às fotografias) para análise, por exemplo, da exposição máxima e mínima de incisivos. Um exemplo desse método de trabalho pode ser visto na Figura 1.

Clinicamente, o senhor percebe alguma diferença na qualidade do diagnóstico estético do sorriso, quando se usa o registro fotográfico ou a filmagem? Carlos Alexandre Câmara Na Ortodontia, três métodos são comumente sugeridos no estudo do sorriso: o método qualitativo, o semiquantitativo e o quantitativo. O método qualitativo é estritamente visual; o ortodontista observa o sorriso do paciente e avalia, por exemplo, a altura da linha do sorriso. No método semiquantitativo, a análise do sorriso é feita por meio de uma fotografia; e, no quantitativo, a altura da linha do sorriso é determinada por instrumentos de medição, podendo variar desde abordagens mais simples até as mais sofisticadas1. A captura da imagem do sorriso por meio da fotografia apresenta algumas dificuldades. Sua padronização é difícil devido às diferenças de posicionamento das câmeras, ao controle da distância do paciente ao ponto focal, à angulação da cabeça e à impossibilidade de se obter a repetição do sorriso em diferentes sessões fotográficas2. A captura da imagem por meio de uma filmadora, com a montagem de uma videografia e posterior análise em programas de computador, parece ser um método bastante eficiente na análise dinâmica da fala e do sorriso3. Clinicamente, creio que a qualidade do diagnóstico estético pode muito bem ser estabelecida pelo registro fotográfico; além disso, o ortodontista está em contato com o paciente durante a consulta inicial, tendo a oportunidade de visualizar as variáveis envolvidas no processo de diagnóstico. Já para as pesquisas que envolvem a análise do sorriso em diferentes tempos, em que 1

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Quais são os principais parâmetros estéticos que guiam seu planejamento ortodôntico? Carlos Alexandre Câmara Nossos principais parâmetros estão listados a seguir, e são ilustrados nas Figuras 2 a 7: 1) Exposição dos incisivos (Fig. 2): considerando-se o comprimento e elevação do lábio e a altura vertical da maxila. 2) Espaço lateral negativo, ou corredor bucal (Fig. 3): existem muitos trabalhos publicados, com manipulação digital de imagens, apresentando diferentes opções de exposição do corredor bucal. Parece consenso que o corredor mínimo é o mais atraente2,3,5. 3) Arco do sorriso (Fig. 4): considerando-se que, em um arco de sorriso ótimo, as curvaturas das bordas incisais coincidem com a borda do lábio inferior no sorriso (“consonante”). O lábio inferior pode tocar, não tocar ou cobrir ligeiramente a borda incisal dos dentes superiores. 4) Curvatura do lábio superior (Fig. 5) – três opções: para cima, quando o canto da boca é mais alto do que a posição central; reta, quando o canto da boca e a posição central estão no mesmo nível; para baixo, quando o canto da boca está mais baixo do que a posição central. As curvaturas para cima e reta são consideradas mais estéticas do que a curvatura para baixo. A curvatura do lábio superior é guiada pela musculatura, não sendo, portanto, alterada pela terapia ortodôntica.

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Figura 1 - Vídeo fragmentado em quadros estáticos. No quadro 6 (destaque), a máxima exposição de incisivos durante a pronúncia do “Tche” de Tchecoslováquia.

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entrevista

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Carlos Alexandre Câmara » Especialista em Ortodontia, UERJ. » Presidente do Colégio de Diplomados do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (CDBBO). » Consultor científico da Revista Dental Press de Estética.

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Ildeu Andrade Jr. » Mestre e Especialista em Ortodontia pela Marquette University, EUA. » Doutor em Biologia Celular, UFMG. » Professor do Mestrado em Ortodontia da PUC-MG.

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Agradecimentos

Sissy Maria Mendes Machado » Especialista em Ortodontia, UERJ. » Especialista em Odontologia do Trabalho, Faculdade São Leopoldo Mandic. » Mestre em Odontologia, Materiais Dentários, UFPA. » Professora do curso de Especialização em Ortodontia da ABO-PA.

Gostaria de agradecer ao Dental Press Journal of Orthodontics, representado pelo editor-chefe, Dr. David Normando, e pela editora associada, Dra. Telma Martins de Araújo, pelo convite feito. Gostaria de agradecer à Dra. Sissy Mendes, pela organização da entrevista, e aos colegas Dr. Carlos Jorge Vogel, Dr. Carlos Alexandre Câmara e Dr. Ildeu Andrade Jr. pelas perguntas apresentadas, que me permitiram expor alguns pensamentos. Muito obrigado! (Jonas Capelli Jr.)

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artigo inédito

Efeito do tratamento de superfície em coroas provisórias na colagem de braquetes Josiane Xavier de Almeida1, Mauren Bitencourt Deprá1, Mariana Marquezan2, Luciana Borges Retamoso3, Orlando Tanaka4

Objetivo: avaliar a resistência adesiva de braquetes metálicos colados a coroas provisórias confeccionadas em resina acrílica após diferentes tratamentos de superfície. Métodos: cento e oitenta corpos de prova foram confeccionados em Duralay e divididos aleatoriamente em seis grupos (n = 30), de acordo com tratamento de superfície e material de colagem: grupo 1, asperização da superfície com Soflex e colagem com Duralay; grupo 2, asperização com jato de óxido de alumínio e colagem com Duralay; grupo 3, aplicação de monômero e colagem com Duralay; grupo 4, asperização com Soflex e colagem com Transbond XT; grupo 5, asperização com jato de óxido de alumínio e colagem com Transbond XT; e grupo 6, aplicação de monômero e colagem com Transbond. Os resultados foram tratados estatisticamente pela ANOVA e pelo teste de Games-Howell. Resultados: as médias (MPa) foram: grupo 1 – 18,04; grupo 2 – 22,64; grupo 3 – 22,4; grupo 4 – 9,71; grupo 5 – 11,23; grupo 6 – 9,67. O índice de remanescente adesivo (ARI) variou entre 2 e 3 nos grupos 1, 2 e 3. Já nos grupos 4, 5 e 6, variou entre 0 e 1, demonstrando que apenas o material influencia o padrão de falha adesiva. Conclusão: o tratamento de superfície e o material influenciaram a resistência adesiva dos braquetes colados à coroas provisórias. A asperização por jato de óxido de alumínio elevou a resistência de união quando comparada ao Soflex, no grupo colado com Duralay. A resistência adesiva da resina acrílica Duralay foi superior à da resina composta Transbond XT. Palavras-chave: Resinas acrílicas. Braquetes ortodônticos. Resistência ao cisalhamento.

Como citar este artigo: Almeida JX, Deprá MB, Marquezan M, Retamoso LB, Tanaka O. Effects of surface treatment of provisional crowns on the shear bond strength of brackets. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):29-34.

Graduada em Odontologia, PUCPR. 2 Doutoranda em Ortodontia, UFRJ. 3 Doutora em Materiais Dentários, PUCRS. 4 Pós-doutor em Ortodontia, Saint Louis University e UFJF. Professor Titular, PUCPR. 1

Enviado em: 19 de junho de 2009 - Revisado e aceito: 23 de junho de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Orlando Tanaka Rua Imaculada Conceição, 1155 – Curitiba/PR CEP: 80215-901 – E-mail: tanakaom@gmail.com

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artigo inédito

Efeito do tratamento de superfície em coroas provisórias na colagem de braquetes

Após a utilização das lixas, o polimento dos corpos de prova foi realizado com disco de feltro e branco de espanha em um torno de bancada. Os 180 corpos de prova foram aleatoriamente divididos em 6 grupos (G1 a G6), conforme o tratamento da superfície e o material a serem utilizados para a colagem (Tab. 1). As amostras do G1 e G4 tiveram suas superfícies asperizadas com disco de lixa de granulação grossa (Soflex) durante dois minutos, sendo lavadas com jato de ar/água por 15 segundos e secadas com jatos de ar por mais 15 segundos. As amostras do G2 e G5 tiveram suas superfícies asperizadas com jato de óxido de alumínio de 45m durante 45 segundos, foram lavadas com jato de ar/água por 15 segundos e secadas com jatos de ar por mais 15 segundos. Nas amostras do G3 e G6, aplicou-se monômero sobre a superfície da região central dos corpos de prova. Para isso, pingou-se uma gota de monômero sobre um pincel descartável, que permaneceu em contato com a superfície acrílica por cinco segundos. Após isso, removeu-se o excesso por meio de um jato de ar. Após esses procedimentos descritos, a colagem ortodôntica foi realizada por um único operador, conforme explicitado a seguir. Nos grupos G1, G2 e G3, o material utilizado para a colagem foi a resina acrílica Duralay (Reliance), a qual foi inserida na base dos braquetes pela técnica do pincel, e os acessórios posicionados e submetidos a 400gf de pressão mensurada por meio de dinamômetro (ETM). Manteve-se a proporção indicada pelo fabricante da resina, de 1g de pó foi misturado a 0,5ml do líquido em pote dappen. Essa medida foi usada na colagem de dois corpos de prova. Os excessos foram removidos com auxílio de uma sonda exploradora. Terminada a colagem dos braquetes, os corpos de prova foram imediatamente armazenados em água destilada, a 37°C, por 24 horas9,13.

INTRODUÇÃO A técnica de colagem direta de acessórios ortodônticos utilizando condicionamento ácido e resina composta tornou-se universal nos anos 908. Desde essa época, muitas pesquisas foram desenvolvidas com o intuito de verificar a resistência de braquetes metálicos sobre o esmalte dentário2. A colagem em Ortodontia, apesar de temporária, deve ser suficientemente resistente para suportar as forças ortodônticas e oclusais18. Como resultado do desenvolvimento de novas tecnologias, da educação continuada e da comunicação em Ortodontia, nos últimos anos houve um aumento na demanda de pacientes adultos buscando tratamento ortodôntico, não sendo incomum encontrar restaurações em amálgama, incrustações a ouro, coroas cerâmicas e prótese fixa nesses pacientes20. Muitas vezes, a Ortodontia é uma etapa intermediária à reabilitação bucal. Assim, depara-se com a necessidade de realizar a colagem de braquetes em coroas provisórias, que geralmente são confeccionadas em resina acrílica autopolimerizável. Newman11 afirmou que os materiais e as técnicas disponíveis são capazes de produzir uma colagem efetiva de acessórios à superfície de materiais que não sejam o esmalte. De acordo com Zachrisson21, a resina acrílica é o material indicado para colagem em superfície acrílica, pois a força de adesão obtida com outro agente de união é menor que o poder de coesão do material. Na literatura há trabalhos sobre a colagem de braquetes em superfície de ouro, amálgama, resina e porcelana, mas há poucas referências sobre a colagem em resina acrílica, presente em coroas provisórias3,12. Portanto, esse trabalho se propõe a avaliar a resistência de união entre braquetes e resina acrílica após diferentes tratamentos de superfície, utilizando dois materiais distintos para a colagem. Material e Métodos Os corpos de prova foram confeccionados em resina acrílica autopolimerizável (Duralay/Reliance, Worth, EUA). O polimetilmetacrilato e o metilmetacrilato foram misturados, com as proporções recomendadas pelo fabricante (3:1 – pó : líquido), em um recipiente de vidro com tampa, até atingirem a fase plástica. Após isso, a resina foi vertida em anéis padronizados de alumínio (20mm x 20mm). Com a polimerização da resina, os corpos de prova foram removidos e regularizados, sob refrigeração, com lixas d’água de granulações 400, 600 e 1200.

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Tabela 1 - Divisão dos grupos de acordo com o preparo da superfície e a resina para colagem.

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Grupo

Preparo da superfície

Resina para colagem

G1

Disco de lixa – Soflex

Duralay

G2

Óxido de alumínio

Duralay

G3

Monômero

Duralay

G4

Disco de Lixa – Soflex

Transbond XT

G5

Óxido de alumínio

Transbond XT

G6

Monômero

Transbond XT

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artigo inédito

Efeito do tratamento de superfície em coroas provisórias na colagem de braquetes

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artigo inédito

Propriedades mecânicas de fios de NiTi e CuNiTi com efeito memória de forma utilizados em tratamentos ortodônticos. Parte 1: ensaios de tração Marco Abdo Gravina1, Ione Helena Vieira Portella Brunharo2, Cristiane Canavarro3, Carlos Nelson Elias4, Cátia Cardoso Abdo Quintão5

Objetivo: o objetivo dessa pesquisa foi comparar, por meio de ensaios de tração, oito tipos de fios de NiTi superelásticos e termoativados, de seis empresas comerciais (GAC, TP, Ormco, Masel, Morelli e Unitek) àqueles com adição de cobre (CuNiTi 27°C e 35°C, da ORMCO). Métodos: os ensaios foram realizados em máquina de ensaios mecânicos, da marca EMIC, modelo DL10000, de 10 toneladas de capacidade, no Instituto Militar de Engenharia (IME). Resultados: os resultados mostraram que, de forma geral, os fios de NiTi termoativados apresentaram cargas mais suaves de desativação que os superelásticos. Entre os fios que apresentaram as cargas de desativação biologicamente mais adequadas, estão os termoativados da GAC e da Unitek. Entre os fios de NiTi superelásticos, os de CuNiTi 27°C da Ormco foram os que apresentaram as cargas mais suaves de desativação, sendo estatisticamente semelhantes (ANOVA) às apresentadas pelos fios de NiTi termoativados da Unitek. Quando comparados os fios de CuNiTi 27°C aos de 35°C, observou-se que os primeiros apresentaram forças de desativação de, aproximadamente, ⅓ das apresentadas pelos últimos. Conclusão: conclui-se que os fios de CuNiTi 35°C apresentaram cargas de desativação biologicamente menos favoráveis em relação aos demais fios de NiTi termoativados, sendo associadas a percentuais inferiores de deformação, nos patamares constantes de desativação, demonstrando comportamento mecânico, sob tração, menos adequado em relação aos demais fios. Palavras-chave: Fios ortodônticos. Movimentação dentária. Cobre. Níquel. Titânio. Propriedades físicas.

Como citar este artigo: Gravina MA, Brunharo IHVP, Canavarro C, Elias CN, Quintão CCA. Mechanical properties of NiTi and CuNiTi shape-memory wires used in orthodontic treatment. Part 1: Stress-strain tests. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):35-42.

Professor Adjunto, disciplina de Ortodontia, UFJF. Professora Visitante, disciplina de Ortodontia, FOUERJ. 3 Professora Substituta, disciplina de Ortodontia, FOUERJ. 4 Professor Assistente, IME. 5 Professora Adjunta, disciplina de Ortodontia, FOUERJ. 1

2

Enviado em: 31 de julho de 2009 - Revisado e aceito: 09 de agosto de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Marco Abdo Gravina Av. Barão do Rio Branco, 2595 – Sala 1204 – Juiz de Fora/MG CEP: 36010-011 – E-mail: marcoabdogravina@yahoo.com.br

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artigo inédito

Propriedades mecânicas de fios de NiTi e CuNiTi com efeito memória de forma utilizados em tratamentos ortodônticos. Parte 1: ensaios de tração

inferiores de desativação. Os fios de NiTi superelásticos da Morelli foram os menos indicados para a utilização, por apresentarem cargas de desativação estatisticamente superiores às apresentadas pelos demais fios ensaiados. 2) Entre os fios de NiTi e de CuNiTi termoativados ensaiados, os da GAC e os da Unitek apresentaram propriedades mecânicas superioras às dos demais, liberando cargas inferiores de desativação e apresentando percentuais superiores de deformação nos patamares de desativação. Em relação aos fios de CuNiTi 35°C, esses não apresentaram propriedades mecânicas, sob resistência à tração, que justificassem sua escolha clínica.

entre os termoativados, foram os menos indicados para a utilização clínica, em função das cargas liberadas durante a desativação e dos percentuais de deformações nos patamares de descarregamento. Sugere-se, entretanto, um novo trabalho que avalie o atrito de tais fios em relação aos demais fios de NiTi e CuNiTi superelásticos e termoativados. CONCLUSÃO 1) Entre os fios de NiTi e CuNiTi superelásticos ensaiados, os de CuNiTi 27°C apresentaram propriedades mecânicas superioras às dos demais, liberando cargas

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artigo inédito

Crescimento mandibular e desenvolvimento dentoalveolar no tratamento da Classe II, divisão 1, com Bionator de Balters em função da maturidade esquelética Paulo Roberto dos Santos-Pinto1, Lídia Parsekian Martins2, Ary dos Santos-Pinto3, Luiz Gonzaga Gandini Júnior3 Dirceu Barnabé Raveli3, Cristiane Celli Matheus dos Santos-Pinto4

Objetivo: avaliar a influência da maturação óssea no processo de crescimento e de desenvolvimento mandibular e dentoalveolar durante a correção da Classe II, divisão 1, com o Bionator de Balters. Métodos: foram avaliados três grupos de crianças com Classe II, divisão 1. Dois grupos foram tratados por um ano com o aparelho Bionator de Balters, em diferentes idades esqueléticas (Grupo 1: 6 crianças, com 7 a 8 anos de idade; e Grupo 2: 10 crianças, com 9 a 10 anos); e um grupo sem tratamento (Grupo controle: 7 crianças, com 8 a 9 anos). Telerradiografias laterais em norma de 45° foram utilizadas para a avaliação do crescimento mandibular e para o desenvolvimento dentoalveolar. Implantes metálicos de tântalo foram usados como referência fixa e estável para sobreposições radiográficas e aquisição de dados. Na análise estatística do deslocamento de pontos localizados na região de côndilo, corpo e base mandibular e de pontos dentários, foi empregado o teste t de Student; para avaliar as diferenças entre os grupos, usou-se a análise de variância a um critério de classificação (nível de significância de 95%). Resultados: os grupos, quando avaliados individualmente, apresentaram crescimento de todos os pontos esqueléticos de forma significativa (1,2 a 3,7mm); porém, quando comparados entre si, a quantidade de crescimento na região do côndilo, ramo e base da mandíbula não foi estatisticamente diferente. Quanto às alterações dentárias, ocorreu maior inclinação dos incisivos inferiores para vestibular (1,86mm) nos pacientes menos maduros, e maior extrusão dos primeiros molares permanentes (4,8mm) nos pacientes mais maduros. Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe II. Ortopedia. Crescimento e desenvolvimento.

Como citar este artigo: Santos-Pinto PR, Martins LP, Santos-Pinto A, Gandini Júnior LG, Raveli DB, Santos-Pinto CCM. Mandibular growth and dentoalveolar development in the treatment of Class II division 1 malocclusion using Balters Bionator according to the skeletal maturation. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):43-52.

Professor Titular, UNIFEB. Doutora em Ortodontia e Professora Assistente, Departamento de Clínica Infantil, Faculdade de Odontologia, UNESP/Araraquara. 3 Livre-docente em Ortodontia e Professor, Departamento de Clínica Infantil, Faculdade de Odontologia, UNESP/Araraquara. 4 Mestre em Ortodontia, FOB-USP. Professora, UNAERP. 1

2

Enviado em: 04 de agosto de 2009 - Revisado e aceito: 29 de dezembro de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Prof. Paulo Roberto dos Santos-Pinto Orthodontic Center – Rua Américo Brasiliense, 1702 – Sala 5, CEP: 14015-050 – Ribeirão Preto/SP E-mail: dr-pauloroberto@hotmail.com

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Crescimento mandibular e desenvolvimento dentoalveolar no tratamento da Classe II, divisão 1, com Bionator de Balters em função da maturidade esquelética

a mandíbula, pois é na puberdade que a criança tem maiores ganhos de crescimento22. O objetivo do presente estudo é avaliar a influência da maturação esquelética no crescimento e desenvolvimento mandibular e dentoalveolar natural e induzido pelo tratamento da má oclusão de Classe II, divisão 1, com o Bionator de Balters.

INTRODUÇÃO O tratamento da má oclusão de Classe II, com aparelhos funcionais, estudado por décadas em estudos experimentais em animais e em seres humanos, prova que essa terapia é capaz de reorganizar o crescimento e o desenvolvimento normal da face26,28, com efeitos esqueléticos e dentoalveolares importantes para a correção da má oclusão12,21,23. Com relação à mandíbula, trabalhos com diferentes métodos têm comprovado que a terapia funcional, em pacientes com más oclusões de Classe II, é capaz de alterar o crescimento condilar e promover a remodelação óssea mandibular26,28. Todavia, o crescimento condilar representa, até aos dias atuais, um fato controverso e pouco definido22. A relevância do presente estudo do tratamento da Classe II com o aparelho Bionator de Balters reside na utilização de radiografias em 45°, que permitem uma avaliação sem a sobreposição de estruturas anatômicas16, pelo referencial dos implantes metálicos24, e pela distribuição desses pacientes por idade esquelética — o que torna os resultados mais fidedignos. Já existem trabalhos que utilizaram métodos semelhantes23; todavia, o clínico ainda tem dificuldade em definir a fase ideal para o início da intervenção, pois a literatura estudada muitas vezes é contraditória, com autores afirmando que, em pacientes jovens, o aumento do comprimento mandibular poderá ocorrer com a utilização desses aparelhos5,24, ao passo que outros autores afirmam que essa forma de tratamento não faz crescer

MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizadas radiografias de uma amostra composta de 23 pacientes leucodermas, sendo 9 do sexo masculino e 14 do feminino, com idades esqueléticas variando de 7 a 10 anos, com má oclusão de Classe II, divisão 1, de Angle, e deficiência mandibular. Telerradiografias laterais oblíquas, em norma de 45° (telerradiografia oblíqua), das hemimandíbulas direita e esquerda, e radiografias de mão e punho foram tomadas por um mesmo técnico e no mesmo dia, utilizando aparelho de raios X da marca Funk Orbital X15, écrans Lanex e filme TMG ,com os fatores 82 Kvp, 80 mA e 0,5s de exposição. Essas radiografias foram coletadas prospectivamente, em dois tempos, com intervalo de um ano, e arquivadas no curso de Pós-graduação em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da UNESP, na cidade de Araraquara/SP. Os pacientes da amostra foram distribuídos em três grupos, de acordo com a idade esquelética obtida pelo método de Eklöf e Ringertz, utilizando o programa Radiocef Studio V.1 R.3 (Radio Memory, Belo Horizonte/MG),

Tabela 1 - Estatísticas descritivas das amostras, por grupo de tratamento. Valores

Idade cronológica (início) Grupo controle

Grupo 1

Grupo 2

Média ± desvio-padrão

n

Mínimo

Máximo

7

6,9

10,2

8,7 ± 1,05

Idade cronológica (final)

7

7,9

11,2

9,7 ± 1,07

Tempo de tratamento

7

0,9

1

1 ± 0,06

Idade esquelética (início)

7

8,5

9,4

9 ± 0,34

Idade esquelética (final)

7

9,3

10,3

9,8 ± 0,41

Idade cronológica (início)

6

7,1

9,8

8,4 ± 1,11

Idade cronológica (final)

6

7,9

10,7

9,4 ± 1,16

Tempo de tratamento

6

0,8

1,1

1 ± 0,09

Idade esquelética (início)

6

7

8,5

8 ± 0,54

Idade esquelética (final)

6

8,6

9,7

9,1 ± 0,36

Idade cronológica (início)

10

8,7

11,2

9,8 ± 0,78

Idade cronológica (final)

10

9,8

12,2

10,8 ± 0,78

Tempo de tratamento

10

1

1,2

1,1 ± 0,07

Idade esquelética (início)

10

9,3

10,7

10 ± 0,42

Idade esquelética (final)*

9

9,9

11,5

10,6 ± 0,57

* Não constava a idade esquelética de um paciente grupo 2.

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Crescimento mandibular e desenvolvimento dentoalveolar no tratamento da Classe II, divisão 1, com Bionator de Balters em função da maturidade esquelética

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artigo inédito

Avaliação da confiabilidade das medidas em cefalogramas gerados a partir de tomografia computadorizada de feixe cônico Maurício Barbosa Guerra da Silva1, Bruno Cabús Gois2, Eduardo Franzotti Sant’Anna3

Objetivo: comparar medidas angulares e lineares geradas em radiografias cefalométricas digitais e cefalogramas sintetizados a partir de imagens tridimensionais. Métodos: selecionou-se 26 indivíduos (12 do sexo masculino e 14 do feminino), com média de idade de 26,3 anos, que realizaram no mesmo dia as radiografias cefalométricas digitais e tomografia computadorizada de feixe cônico. As imagens foram importadas e analisadas no software Dolphin Imaging V.10.5, que sintetizou cefalogramas com projeção perspectiva e magnificação de 9,7%. As marcações dos pontos foram realizadas por um único observador e repetidas com um intervalo de tempo de 10 dias para avaliação do erro intraexaminador. Para a análise estatística, utilizou-se o teste t de Student pareado para estabelecer a correlação entre as medidas. Resultados: as medidas angulares GoGn.SN e IMPA, que envolviam o ponto Gônio (Go), e as medidas lineares que envolviam os lábios, apresentaram diferença significativa (p < 0,05). As outras medidas apresentaram boa correlação. Conclusão: as medições nos cefalogramas sintetizados mostraram-se confiáveis. Palavras-chave: Tomografia computadorizada de feixe cônico. Radiografia dentária digital. Radiografia intervencionista.

Como citar este artigo: Silva MBG, Gois BC, Sant’Anna EF. Evaluation of the reliability of measurements in cephalograms generated from cone beam computed tomography. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):53-60.

» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais, intrabucais, etc.

Mestre em Ortodontia, UFRJ. Especialista em Radiologia, APCD. Mestre em Odontologia, UNESP. 3 Professor Adjunto de Ortodontia, UFRJ. 1

Enviado em: 14 de agosto de 2010 - Revisado e aceito: 03 de maio de 2011

2

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Eduardo Franzotti Sant’Anna Av. Professor Rodolpho Paulo Rocco, 325 – Cidade Universitária – Ilha do Fundão CEP: 21941-590 – Rio de Janeiro/RJ E-mail: eduardo.franzotti@gmail.com

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artigo inédito

Avaliação da confiabilidade das medidas em cefalogramas gerados a partir de tomografia computadorizada de feixe cônico

visualização espacial e relação entre as estruturas — que quantitativa — com medidas pré estabelecidas. Essas serão, provavelmente, mais voltadas para o campo da pesquisa.

fosse, isoladamente, adequada ao diagnóstico. Porém, no caso do diagnóstico ortodôntico, a substituição das radiografias panorâmica, cefalométrica lateral e frontal pela TCFC pode ser efetuada, de forma que a dosagem do NewTom 3G com um FOV de 12", por exemplo, está próxima de duas vezes a dosagem das exposições convencionais, excluindo-se o exame periapical completo. Apesar de alguns autores proporem análises cefalométricas tridimensionais23,29,30, acredita-se que a análise 3D, na aplicação clínica, será muito mais qualitativa — com

CONCLUSÃO Após a análise dos resultados, pode-se concluir que as medidas cefalométricas obtidas de cefalogramas gerados a partir de radiografias simuladas por meio de TCFC reproduzem com significativa fidelidade as medidas provenientes de cefalograma convencional.

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artigo inédito

Alterações cefalométricas em pacientes Classe II, divisão 1, tratados com extrações de dois pré-molares superiores Marisana Piano Seben1, Fabricio Pinelli Valarelli2, Karina Maria Salvatore de Freitas3, Rodrigo Hermont Cançado3, Aristeu Correa Bittencourt Neto1

Objetivo: avaliar as alterações cefalométricas em pacientes com má oclusão Classe II, divisão 1, de Angle, tratados ortodonticamente com extrações de dois pré-molares superiores. Métodos: a amostra consistiu de 68 telerradiografias iniciais e finais de 34 pacientes de ambos os sexos (idade inicial média de 14,03 anos e idade final média de 17,25 anos), tratados com aparelho fixo completo e extrações de primeiros pré-molares superiores. Para avaliar as alterações decorrentes do tratamento entre as fases inicial e final, foi realizado o teste t dependente aplicado às variáveis cefalométricas estudadas. Resultados: as alterações dentoesqueléticas decorrentes da extração de dois pré-molares superiores na má oclusão de Classe II, divisão 1, foram retrusão da maxila, melhora da relação maxilomandibular, aumento da altura facial anteroinferior, retrusão dos incisivos superiores, vestibularização, protrusão e extrusão dos incisivos inferiores, além da diminuição dos trespasses horizontal e vertical. As alterações tegumentares mostraram diminuição da convexidade facial e retrusão do lábio superior. Conclusões: a extração de dois pré-molares superiores na má oclusão de Classe II, divisão 1, propicia alterações dentoesqueléticas e tegumentares que contribuem para uma melhora da relação entre as bases ósseas e do perfil mole. Palavras-chave: Ortodontia corretiva. Circunferência craniana. Estudos retrospectivos. Extração dentária.

Como citar este artigo: Seben MP, Valarelli FP, Freitas KMS, Cançado RH, Bittencourt Neto AC. Cephalometric changes in Class II division 1 patients treated with two maxillary premolars extraction. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):61-9.

Mestre em Ortodontia, Faculdade Ingá. Professor Adjunto, curso de Mestrado, Faculdade Ingá. 3 Pós-Doutor em Ortodontia, University of Toronto. Professor Adjunto, Faculdade Ingá. 1 2

Enviado em: 25 de agosto de 2010 - Revisado e aceito: 03 de maio de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Fabrício Pinelli Valarelli Rua Manoel Pereira Rolla, 12-75 – Apto 503 – Bauru/SP CEP: 17012-190 – E-mail: fabriciovalarelli@uol.com.br

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artigo inédito

Alterações cefalométricas em pacientes Classe II, divisão 1, tratados com extrações de dois pré-molares superiores

10,83 a 25,83) que foram tratados no curso de Especialização em Ortodontia da Uningá, unidade Bauru, por um período médio de 3,21 ± 1,43 anos, com amplitude de 1,25 a 7,83, e que finalizaram o tratamento ortodôntico com uma idade final média de 17,25 ± 2,59 anos, com amplitude de 13,49 a 28,24. O critério para inclusão dos pacientes na amostra selecionada baseou-se na presença das seguintes características: má oclusão de Classe II, divisão 1 de Angle, com relação de molar de, no mínimo, ½ Classe II (relação de cúspide-cúspide), com ausência de apinhamento ou grau de apinhamento suave, presença de todos os dentes permanentes irrompidos até os primeiros molares, trespasse horizontal de, no mínimo, 5mm4,25 e tratados ortodonticamente com extrações de primeiros pré-molares superiores. Pacientes com má oclusão de Classe II, subdivisão, foram excluídos da amostra. Os pacientes da amostra foram tratados com aparelho fixo da técnica Edgewise, com ranhura de 0,022" x 0,028". A sequência de alinhamento e nivelamento mais utilizada foi a 0,015" Twist Flex ou 0,014" NiTi ao início do tratamento, seguida pelos arcos 0,016"; 0,018" e 0,020" de aço inoxidável. Para a fase de retração anterossuperior, foi utilizado o arco de 0,019" x 0,025" de aço inoxidável, sendo que, durante essa fase, alguns pacientes utilizaram elásticos intermaxilares de Classe II e/ou aparelho extrabucal para reforço de ancoragem. Ao final do tratamento ativo, os pacientes utilizaram uma placa de Hawley no arco superior e uma contenção 3x3 colada no inferior.

INTRODUÇÃO Atualmente, o protocolo de tratamento da Classe II com extração de dois pré-molares superiores constitui o segundo protocolo de extração mais utilizado nos tratamentos ortodônticos (20,2%), sendo inferior apenas ao protocolo de extração dos quatro primeiros pré-molares (42,9%)9. É indicado principalmente quando não há discrepância cefalométrica e apinhamentos severos na arcada inferior. Esse protocolo de tratamento favorece o paciente em relação à colaboração com o uso de reforços de ancoragem, uma vez que será requisitado um menor tempo de utilização desses dispositivos12. Alguns autores especulam que as extrações dentárias podem ocasionar alguns problemas para o paciente, como desordens temporomandibulares2,6, falta de estabilidade do tratamento10,17 e achatamento indesejável do perfil — o que comprometeria a estética do paciente ao final do tratamento22,23. Entretanto, outros autores evidenciam os inúmeros resultados favoráveis obtidos no tratamento com extrações de dois pré-molares superiores, com boa estabilidade oclusal em longo prazo13,14 e sem influência direta no achatamento do perfil do paciente11,12,15. As alterações cefalométricas promovidas por esse protocolo de tratamento, e comumente mencionadas na literatura, são: aumento do ângulo nasolabial, retração do lábio superior, redução da convexidade do perfil e retração com verticalização dos incisivos superiores24-27, ou seja, o tratamento ortodôntico com extrações de pré-molares superiores tem pouca influência em relação às alterações esqueléticas e proporciona maiores alterações dentárias e de perfil. Contudo, ainda persistem dúvidas e questionamentos sobre o real impacto das extrações de pré-molares superiores nos componentes esqueléticos, dentoalveolares e tegumentares de pacientes com má oclusão de Classe II. Diante do exposto, esse trabalho tem como objetivo avaliar as alterações cefalométricas, dentoesqueléticas e tegumentares em pacientes com má oclusão de Classe II, divisão 1 de Angle, tratados ortodonticamente com extrações de dois pré-molares superiores.

Métodos Telerradiografias em norma lateral foram obtidas de todos os pacientes ao início (T1) e final (T2) do tratamento ortodôntico. Essas telerradiografias foram obtidas em quatro diferentes aparelhos radiográficos que apresentavam fatores de magnificação das imagens variando de 6% a 9,8%. As telerradiografias foram escaneadas com scanner de mesa ScanMaker i800 (Microtek International Inc., Carson, EUA) acoplada a um microcomputador. As imagens foram transferidas ao programa Dolphin Imaging Premium 10.5 (Dolphin Imaging & Management Solutions, Chatsworth, EUA), por meio do qual os pontos foram demarcados por um mesmo examinador, realizando-se as mensurações das grandezas esqueléticas, dentárias e tegumentares (Fig. 1, 2, 3).

MATERIAL E MÉTODOS Material A amostra utilizada nesse estudo retrospectivo consistiu de 68 telerradiografias iniciais e finais de 34 pacientes (15 do sexo feminino e 19 do masculino; idade inicial média de 14,03 anos ± 2,65, com amplitude de

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artigo inédito

Seben MP, Valarelli FP, Freitas KMS, Cançado RH, Bittencourt Neto AC

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artigo inédito

Aparelho fixo lingual para alterar o crescimento mandibular: um novo aparelho para correção da má oclusão Classe II Osama Hasan Alali1

Introdução: esse artigo apresenta, por meio de um relato de caso, a descrição e o uso de um novo aparelho (o Aparelho Lingual Fixo para Alteração do Crescimento Mandibular, ou Fixed Lingual Mandibular Growth Modificator, o FLMGM) para correção de má oclusão de Classe II. sendo a paciente do sexo feminino, de 10 anos e 5 meses de idade, com má oclusão esquelética de Classe II, divisão 1, (ANB = 6,5°), com ângulos levemente baixos: ângulo SN.GoGn de 30° e ângulo PP.GoGn de 22,5°. A paciente apresentava sobressaliência aumentada (7mm) associada a mordida profunda. Resultados: a sobressaliência e a sobremordida foram reduzidas com o novo aparelho descrito. Conclusão: o FLMGM pode ser efetivo na estimulação do crescimento da mandíbula e na correção da má oclusão esquelética de Classe II. O dentista clínico pode beneficiar-se das vantagens clínicas exclusivas do FLMGM, tais como a facilidade de manejo e a total integração com aparelhos com braquetes em qualquer fase do tratamento. Palavras-chave: Desenho de aparelho ortodôntico. Aparelhos ortodônticos funcionais. Má oclusão de Angle Classe II.

Como citar este artigo: Alali OH. Fixed Lingual Mandibular Growth Modificator: A new appliance for Class II correction. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):70-81.

Doutor em Ortodontia, Universidade de Damasco. Professor Assistente, Departamento de Ortodontia, Escola de Odontologia da Universidade de Aleppo, Síria.

1

Enviado em: 06 de setembro de 2010 - Revisado e aceito: 20 de junho de 2011 » A paciente que aparece no presente artigo autorizou previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. » O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Endereço para correspondência: Osama Hasan Alali Caixa postal 10256 – Aleppo – República Árabe Síria E-mail: osama-alali@hotmail.com

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artigo inédito

Alali OH

Conclusões O aparelho FLMGM é econômico, pode ser usado a partir da dentição mista e pode ser efetivo na estimulação do crescimento da mandíbula e na correção da má oclusão esquelética de Classe II associada à protrusão dentoalveolar bimaxilar. O dentista clínico pode se beneficiar das vantagens clínicas exclusivas do FLMGM, tais como a facilidade de manejo e a integração total com aparelhos que usem braquetes, em qualquer fase do tratamento.

Desvantagens O paciente poderá reclamar de irritação causada pelas alças de avanço estendidas verticalmente. Em contraste com o que acontece no caso de aparelhos posicionados a vestibular, a deglutição, alimentação e fala podem ficar estranhas com o FLMGM; todavia, mesmo assim, os pacientes aceitam essa condição e se acostumam em pouco tempo. A higiene bucal pode ser um tanto difícil na região lingual anteroinferior, mas isso não tem constituído um problema.

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artigo inédito

Avaliação anatômica das vértebras cervicais de ratos Wistar por meio de radiografias digitais e sua correlação com os estágios de maturação das vértebras cervicais de humanos Roberto Hiroshi Matsui1, Julio Cezar de Melo Castilho2, Luiz César de Moraes3, Mônica Fernandes Gomes4, Kurt Faltin Júnior5, Miriam Yumi Matsui6

Introdução: a idade biológica é um parâmetro importante na avaliação do crescimento e desenvolvimento, podendo ser avaliada por meio da observação de alterações na maturação óssea das vértebras. Objetivo: o presente estudo visa descrever e relacionar a curva de crescimento de ratos utilizados em pesquisas laboratoriais com os estágios de idade óssea, avaliados por radiografias de vértebras cervicais, e correlacionar esses estágios com estudos correspondentes em humanos. Métodos: foram avaliados 35 ratos Wistar em um período de 160 dias, iniciando no 22° dia de vida (desmame), com cortes transversais periódicos para pesagem, medição do comprimento e radiografias digitais. As radiografias das vértebras cervicais (C2 e C3) foram mensuradas por meio de um programa de computador (Radio IMP). Os dados foram submetidos à análise estatística de variância (ANOVA). Resultados: o surto de crescimento caracterizou-se por aumento rápido de peso e comprimento, seguido por um período de crescimento lento e de estabilidade. Uma alta correlação (r = 0,86) foi verificada entre o aumento de peso e o comprimento do corpo, bem como o comprimento das vértebras cervicais. Incrementos nas concavidades das vértebras dos ratos foram observados, semelhantemente aos resultados obtidos em estudos em humanos. Conclusões: existe correlação entre o crescimento corporal de ratos e a maturação das vértebras cervicais. Apesar da detecção de desenvolvimento contínuo de concavidades das vértebras, não foi possível identificar claramente os 5 ou 6 estágios de maturação óssea descritos em seres humanos. Palavras-chave: Crescimento e desenvolvimento. Vértebras cervicais. Radiografia.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Como citar este artigo: Matsui RH, Castilho JCM, Moraes LC, Gomes MF, Faltin Júnior K, Matsui MY. Anatomical evaluation of the cervical vertebrae of Wistar rats by means of digital radiographs and its correlation with the maturation stages of human cervical vertebrae. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):82-8.

Professor Assistente, Departamento de Ortodontia e Ortopedia Facial, UNIP. Professor Adjunto, Departamento de Diagnóstico e Cirurgia, UNESP. 3 Professor, Departamento de Diagnóstico e Cirurgia, UNESP. 4 Professora Adjunta de Patologia Bucal, Departamento de Biociências e Diagnóstico Bucal, UNESP. 5 Professor Titular, Departamento de Ortodontia e Ortopedia Facial, UNIP. 6 Mestrando em Biopatologia Bucal, UNESP. 1 2

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Enviado em: 13 de janeiro de 2011 - Revisado e aceito: 03 de dezembro de 2011 Endereço para correspondência: Roberto Hiroshi Matsui Av. Santa Catarina, 1825 – CEP: 04378-300 – São Paulo / SP E-mail : matsuirh@hotmail.com

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artigo inédito

Matsui RH, Castilho JCM, Moraes LC, Gomes MF, Faltin Júnior K, Matsui MY

A maturação das vértebras cervicais (CVM) em humanos pode ser classificada em cinco, de CVM I a V19, ou em seis estágios: iniciação, aceleração, transição, desaceleração, maturação e final20. Esse método de avaliação mostra-se estatisticamente válido e confiável19,20,21, apresentando o mesmo valor clínico que a avaliação da região da mão e punho. A vantagem inerente ao método seria a eliminação da necessidade de uma radiografia adicional àquelas que fazem parte da documentação ortodôntica regular. Frequentemente, as fases de crescimento e desenvolvimento são estudadas em animais de laboratório com base na idade cronológica22. Carece-se, entretanto, de estudos que avaliem radiograficamente os estágios de desenvolvimento ósseo e sua correlação com o desenvolvimento das vértebras cervicais durante o crescimento puberal em humanos. O presente estudo teve como objetivo: 1) observar por meio de radiografias digitais alterações anatômicas dos estágios de maturação óssea das vértebras cervicais 2 e 3 (C2 e C3) de ratos Wistar em crescimento, buscando correlacioná-las com sua idade cronológica, peso e comprimento; e 2) comparar as fases de maturação de vértebras com as correspondentes em humanos.

INTRODUÇÃO A compreensão do crescimento facial é imprescindível para o bom planejamento do tratamento ortodôntico. O tratamento de discrepâncias esqueléticas, dentárias e musculares idealmente deve dar enfoque à dentição mista, preferencialmente antes que se complete a dentição permanente1. Uma vez que o desenvolvimento dos ossos da face ocorre simultaneamente ao crescimento do corpo2, é necessário entender o processo de crescimento como um todo, estudando seus momentos de picos e de estabilidade. A obtenção de informações relativas ao crescimento inclui a utilização de animais de laboratório. Entretanto, não seria ideal comparar os efeitos de terapias propostas para pacientes com dentição mista utilizando-se ratos adultos. Dessa maneira, é importante averiguar a idade biológica de humanos e animais em fase de crescimento para tornar possível a realização de correlações mais fidedignas entre eles. Essa preocupação em correlacionar dados de humanos e de animais de acordo com a idade está presente no estudo de Asumda e Chase3. Com a finalidade de compreender a influência da idade na eficácia de terapias com células tronco, os autores compararam marcadores de células tronco em ratos jovens (quatro meses) e velhos (15 meses), sugerindo correlação entre seus resultados e terapias em pacientes idosos. Além da utilização da idade cronológica, a avaliação da idade biológica de humanos e animais durante o crescimento também é importante para se estabelecer correlações confiáveis entre eles. O processo de crescimento pode ser avaliado por mudanças na morfologia dos diferentes ossos durante sua maturação4,5. A comparação entre idade cronológica e idade óssea por meio de radiografias cefalométricas laterais e carpais mostra que nem sempre a idade cronológica de um indivíduo correlaciona-se precisamente com sua idade óssea, podendo essa última apresentar-se avançada ou atrasada em relação à primeira6,7,8. Além da avaliação da maturação óssea de vertebras cervicais9,10,11 e de mão e punho12,13, diversos outros métodos para aferição da idade são estudados e comparados, como idade dentária14, variações de altura e peso4, crescimento mandibular15,16 e manifestação das características sexuais secundárias17,18, sendo que o parâmetro de avaliação a ser utilizado é escolhido de acordo com os de interesses de diagnóstico.

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MATERIAL E MÉTODOS Obtenção da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Animais Foi obtida aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Animais da Faculdade de Odontologia da UNESP de São José dos Campos, sob o protocolo n° 046/2007-PA/CEP. Características dos animais Foram utilizados 35 ratos Wistar (Rattus norvergicus albinus), sendo 20 machos e 15 fêmeas, fornecidos pelo Biotério da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Campus de São José dos Campos/SP. O estudo foi iniciado após o desmame dos animais e início da dieta alimentar sólida, no 22° dia após o nascimento, e com peso aproximado de 80 a 100g. Os animais foram mantidos em gaiolas, cada uma com cinco ratos, em ciclo claro/escuro de 12h, com controle de temperatura e umidade, sendo alimentados com dieta labina balanceada (Guabi, Guabinutrilabor para ratos e camundongos) e água ad libitum.

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Avaliação anatômica das vértebras cervicais de ratos Wistar por meio de radiografias digitais e sua correlação com os estágios de maturação das vértebras cervicais de humanos

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artigo inédito

Efeito da umidade no esmalte dentário na interação de dois sistemas de colagem ortodôntica André Pinheiro de Magalhães Bertoz1, Derly Tescaro Narcizo de Oliveira2, Carla Maria Melleiro Gimenez3, André Luiz Fraga Briso4, Francisco Antonio Bertoz5, Eduardo César Almada Santos4

Objetivo: a proposta desse estudo foi avaliar, por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV), a interface adesiva após a descolagem de acessórios ortodônticos, fixados em dentes bovinos com emprego de adesivo hidrofílico e hidrofóbico, em condições distintas de umidade do substrato dentário. Métodos: foram utilizados 20 incisivos inferiores, divididos em quatro grupos (n = 5): Grupo I , empregou-se o sistema de colagem contendo o primer hidrofílico Transbond MIP e a pasta adesiva Transbond XT, aplicados em substrato úmido; Grupo II, empregou-se o sistema de colagem primer hidrofóbico Transbond XT e pasta adesiva em substrato úmido; Grupos III e IV, os braquetes foram colados com os mesmos sistemas de união dos Grupos I e II, porém com esmalte dentário seco. Removidos os acessórios, avaliou-se em MEV, em diferentes magnificações, a interface adesiva e a interação dos sistemas adesivos com o esmalte dentário. As imagens foram avaliadas qualitativamente, observando-se o embricamento mecânico para o adesivo hidrófilo em quaisquer condições de substrato. Resultados: a falta de umidade no esmalte condicionado permitiu uma melhor interação entre os materiais de ligação e a estrutura adamantina. O adesivo hidrofóbico apresentou o pior resultado de interação micromecânica quando aplicado a uma estrutura dentária úmida; já o sistema hidrofílico mostrou-se versátil, obtendo resultados aceitáveis em condições de umidade e excelente interação na ausência de contaminação. Conclusão: os autores afirmam que a melhor condição do esmalte dentário para a aplicação de primers é com a ausência de umidade. Palavras-chave: Adesivos dentinários. Microscopia eletrônica de varredura. Braquetes ortodônticos.

Como citar este artigo: Bertoz APM, Oliveira DTN, Gimenez CMM, Briso ALF, Bertoz FA, Santos ECA. Effect of moisture on dental enamel in the interaction of two orthodontic bonding systems. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):89-97.

Professor Substituto, disciplina de Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Unesp. 2 Doutorando em Ortodontia, FAMERP. 3 Doutora em Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Unesp. 4 Professor Adjunto, disciplina de Dentística, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Unesp. 5 Professor Titular, disciplina de Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Unesp. 1

Enviado em: 04 de fevereiro de 2011 - Revisado e aceito: 18 de setembro de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: André Pinheiro de Magalhães Bertoz Faculdade de Odontologia, Departamento de Ortodontia Rua José Bonifácio, 1193 – Araçatuba/SP CEP: 16015-050 – E-mail: drbertoz@hotmail.com

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artigo inédito

Bertoz APM, Oliveira DTN, Gimenez CMM, Briso ALF, Bertoz FA, Santos ECA

Os dados do presente trabalho, juntamente com aqueles obtidos da literatura, permitem-nos afirmar que a melhor condição de aplicação dos adesivos no esmalte dentário ocorre na ausência de umidade, independentemente do sistema empregado. Entretanto, o emprego de sistemas hidrofílicos é indicado em razão da impossibilidade clínica de se obter total secamento da área de aplicação.

ConclusÃO Os estudos realizados levaram-nos a concluir que a ausência de umidade em esmalte condicionado possibilitou a melhor interação dos materiais de colagem à estrutura adamantina. O sistema adesivo hidrofóbico apresentou o pior embricamento micromecânico com a estrutura dentária úmida, e o sistema hidrofílico avaliado mostrou-se versátil, obtendo resultados aceitáveis em meio úmido e excelente interação na ausência de contaminação.

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artigo inédito

Comparação da força adesiva de braquetes ortodônticos em restaurações de resina composta sob diferentes tratamentos de superfície Alexandre Antonio Ribeiro1, Ariane Vicente de Morais2, Daniel Paludo Brunetto3, Antonio Carlos de Oliveira Ruellas4, Monica Tirre Souza de Araujo5

Introdução: frequentemente, os pacientes ortodônticos apresentam restaurações de resina composta; no entanto, existem poucos estudos que avaliam a melhor forma de colagem ortodôntica nessa situação. Objetivo: o objetivo do presente trabalho foi avaliar a força adesiva de braquetes ortodônticos em restaurações resinosas com tratamento de superfície. Métodos: foram utilizados 51 incisivos inferiores bovinos divididos aleatoriamente em três grupos. No grupo controle (GC), os braquetes foram colados em esmalte dentário; nos grupos experimentais com tratamento (GCT) e sem tratamento (GST), os braquetes foram colados em restauração de resina previamente realizada, diferenciando-se pelo tratamento de superfície com broca diamantada. Os dentes foram incluídos em tubos de PVC com resina acrílica autopolimerizável. O ensaio de cisalhamento foi executado em máquina universal de ensaios Emic. Os grupos foram submetidos à ANOVA com pós-teste de Tukey para verificação da diferença estatística entre os grupos (α = 0,05). Resultados: GC (6,62MPa) e GCT (6,82MPa) apresentaram resultados semelhantes, enquanto o GST (5,07MPa) obteve resultados estatisticamente menores (p < 0,05). Conclusão: conclui-se que a melhor técnica de colagem de braquetes ortodônticos em restaurações de resina composta é a de realização de desgaste sobre a superfície. Palavras-chave: Resistência ao cisalhamento. Desgaste de restauração dentária. Colagem dentária.

Como citar este artigo: Ribeiro AA, Morais AV, Brunetto DP, Ruellas ACO, Araujo MTS. Comparison of shear bond strength of orthodontics brackets on composite resin restorations with different surface treatments. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):98-103.

Doutorando em Ciências Odontológicas, UNESP/Araraquara. Graduada em Odontologia, UFRJ. 3 Mestre em Ortodontia, UFRJ. 4 Doutor em Ortodontia, UFRJ. Pós-doutor em Engenharia de Materiais e Metalúrgica, IME. Professor Associado, UFRJ. 5 Doutora em Ortodontia, UFRJ. Professora Adjunta, UFRJ. 1

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Enviado em: 11 de abril de 2011 - Revisado e aceito: 13 de junho de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Alexandre Antonio Ribeiro Av. Antônio Basílio, 3660 – Apto 701 – Lagoa Nova – Natal/RN CEP: 59054380 – E-mail: alexandrear23@hotmail.com

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Portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a força adesiva em dentes com restauração de resina composta sob diferentes tratamentos de superfície, bem como correlacionar esses resultados com o índice de remanescente de adesivo (ARI).

INTRODUÇÃO A colagem direta dos braquetes tornou-se o protocolo convencional após inúmeros estudos comprovarem sua efetividade, principalmente no tocante à resistência à descolagem (cisalhamento)1-6. De acordo com a literatura, os acessórios colados ao esmalte devem ter resistência ao cisalhamento em torno de 6 a 8MPa2,5,7, a fim de suprir as necessidades clínicas, suportando as forças ortodônticas e de oclusão8. Por outro lado, não devem apresentar demasiada força adesiva que possa gerar trincas e/ou fraturas de esmalte durante a descolagem dos acessórios. Há autores que citam variações de até 20MPa como maior força adesiva aceitável9,10. Hoje, devido ao maior número de profissionais ortodontistas, a grande valorização da estética, o acesso a materiais odontológicos mais baratos e a conscientização da população da necessidade da terapia ortodôntica, observa-se um aumento considerável de adultos procurando por tratamento ortodôntico. É bastante comum encontrar nesse grupo de pacientes, ou até mesmo em jovens, restaurações anteriores ou posteriores de amálgama, resinas compostas ou cerâmicas. Alguns autores afirmam que os avanços recentes dos materiais e das técnicas indicam que é possível uma colagem direta efetiva dos acessórios ortodônticos na superfície de materiais diferentes do esmalte dentário11,12. Em relação à superfície de amálgama, estudos mostram que a força adesiva é inferior à obtida em esmalte12,13; no entanto, a criação de retenção mecânica com jateamento da superfície com óxido de alumínio13,14, asperização com ponta diamantada ou a confecção de orifícios com broca esférica ¼ aumenta a resistência adesiva do material ortodôntico ao material restaurador14. Há trabalhos15 que demonstraram que, para restaurações de porcelana, os melhores resultados foram observados quando da aplicação do ácido fosfórico a 37% por 60 segundos para limpeza, seguida da aplicação de silano, do sistema adesivo e da resina de colagem. Em contrapartida, outros trabalhos afirmam a necessidade de aplicação de ácido fluorídrico com utilização posterior de silano específico para porcelana3,11,15. Alguns autores3,12,14 afirmam que a colagem de braquetes em superfícies restauradas com resina composta é semelhante à técnica recomendada para amálgama e porcelana; entretanto, não foram encontrados estudos suficientes para corroborar tal afirmação.

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MATERIAL E MÉTODOS Amostra Foram utilizados 51 incisivos inferiores bovinos, armazenados em timol a 0,1% e refrigerados a 5°C para montagem dos corpos de prova. Os corpos de prova foram divididos aleatoriamente em três grupos: grupo controle (GC), braquetes colados em esmalte dentário; e grupos experimentais com (GCT) e sem (GST) tratamento de superfície, braquetes colados em restauração resinosa previamente realizada. Montagem dos corpos de prova Inicialmente, realizou-se polimento do esmalte dentário com lixas d’água de carbeto de silício (granulação #1200), tornando a superfície livre de irregularidades. Os dentes foram embutidos em tubos de PVC por meio de resina acrílica autopolimerizável JET (Clássico Artigos Odontológicos, Campo Limpo Paulista/SP). A face vestibular de cada dente era posicionada de forma que permanecesse perpendicular à base do tubo de PVC com o auxílio de esquadros acrílicos. Após a inclusão dos dentes nos tubos, as amostras foram armazenadas durante 24hrs para a completa polimerização da resina (Fig. 1). Para demarcação da área a ser restaurada no grupos experimentais, foram feitas cavidades de profundidade entre 0,5 e 1mm com brocas esféricas diamantadas 3018HL (Microdont, São Paulo) no terço médio da coroa dentária. O tamanho da canaleta para restauração corresponde a uma área maior que a base do braquete a ser colado (16mm2). Em seguida, as cavidades foram restauradas seguindo as orientações do fabricante da resina composta 4 Seasons (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein), e utilizando-se o adesivo Adper Single Bond 2 (3M/ESPE, St. Paul, EUA). Os corpos de prova foram imersos em recipiente com saliva artificial durante uma semana. Posteriormente, realizou-se acabamento com broca para resina composta 3195F (KG Sorensen, São Paulo) e polimento com pontas Enhance, pasta Poligloss e discos de lixa (TDV, Pomerode).

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Frequência da reabsorção radicular apical após tratamento ortodôntico, em longo prazo, utilizando radiografia periapical e tomografia computadorizada de feixe cônico Jairo Curado de Freitas1, Olavo César Porto Lyra2, Ana Helena Gonçalves de Alencar3, Carlos Estrela4

Objetivo: avaliar a frequência de reabsorção radicular apical (RRA) após tratamento ortodôntico, em longo prazo, por meio de imagens de radiografia periapical (RP) e tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). Métodos: as imagens radiográficas obtidas de dentes de 58 pacientes, antes (T1), após o tratamento ortodôntico (T2) e decorridos pelo menos 52 meses do tratamento (T3), foram analisadas por três examinadores, membros do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial. As estruturas apicais foram avaliadas por meio de imagens de RP (T2 e T3), utilizando o sistema de escores de Levander e Malmgren modificado. A presença de RRA nas imagens tomográficas obtidas em T3 foi detectada por um especialista em radiologia com experiência em TCFC. Os dados foram estatisticamente analisados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, com nível de significância de 5%. O teste kappa determinou o nível de concordância entre os observadores. Resultados: as RRAs mais frequentes foram as de escore 1 em T2 (51,6%) e em T3 (53,1%), quando avaliadas por RPs (p > 0,05). Quando comparadas as frequências de RRAs em T3, entre imagens de RP e de TCFC, a diferença foi estatisticamente significativa para o grupo de pré-molares da maxila e da mandíbula, e de molares mandibulares. Os dentes que apresentaram maior frequência de RRA quando analisados por meio de imagens de TCFC, foram os incisivos laterais superiores (94,5%) e os centrais inferiores (87,7%), enquanto os de menor frequência foram os pré-molares. As imagens de TCFC mostraram que os dentes envolvidos em tratamentos ortodônticos com extrações apresentaram maior frequência de RRA (p < 0,05). Conclusão: as radiografias periapicais mostraram maior frequência de RRAs que as imagens de TCFC para os grupos de pré-molares e molares, não evidenciando alteração em longo prazo. Palavras-chave: Reabsorção da raiz. Tomografia computadorizada de feixe cônico espiral. Ortodontia corretiva.

Como citar este artigo: Freitas JC, Lyra OCP, Alencar AHG, Estrela C. Longterm evaluation of apical root resorption after orthodontic treatment using periapical radiography and cone beam computed tomography. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):104-12.

Doutor em Ciências da Saúde, UFG. 2 Mestre em Ciências da Saúde, UFG. 3 Pós-doutora em Endodontia, Cardiff University. Professora de Endodontia, Faculdade de Odontologia, UFG. 4 Livre Docente em Endodontia, USP. Professor Titular de Endodontia, Faculdade de Odontologia, UFG. 1

Enviado em: 06 de maio de 2011 - Revisado e aceito: 27 de dezembro de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Jairo Curado de Freitas Praça Universitária, S/N – Setor Universitário – Goiânia/GO CEP: 74605-220 – E-mail: curadojf@terra.com.br

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meio de radiografia panorâmica e de TCFC. A RRA foi diagnosticada por meio de TCFC em 69% dos dentes, enquanto a radiografia panorâmica mostrou apenas 44% dos dentes com RRA. O objetivo do presente estudo foi detectar RRAs em longo prazo (de 52 a 288 meses), após o término do tratamento ortodôntico, por meio de radiografias periapicais e tomografias computadorizadas de feixe cônico. A hipótese nula foi de que não havia diferença entre a frequência de RRAs detectada por meio de radiografia periapical e de tomografia computadorizada de feixe cônico.

INTRODUÇÃO A reabsorção radicular apical (RRA) decorrente da movimentação ortodôntica é uma ocorrência frequente. A etiologia envolve aspectos multifatoriais, como a variabilidade biológica individual, a predisposição genética, as características da mecânica ortodôntica, a morfologia radicular e a presença de lesões periapicais prévias ao tratamento ortodôntico1-6. A reabsorção radicular associada ao movimento dentário ortodôntico ocorre como consequência do processo inflamatório no periodonto apical, e representa perda de estrutura dentária causada por células clásticas7. A RRA pequena tem pouca relevância clínica. No entanto, a RRA grave, decorrente de uma combinação desfavorável de fatores, como variações anatômicas, fisiológicas e genéticas, pode provocar alteração estrutural expressiva no ápice dentário8,9,10. A radiografia periapical (RP) é um método de imagem utilizado para o diagnóstico, planejamento e controle do tratamento ortodôntico. No entanto, as informações obtidas por meio da tomografia computadorizada têm revolucionado as investigações na área da saúde e contribuído no diagnóstico, planejamento, tratamento e prognóstico de várias doenças11,12. A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) — tecnologia desenvolvida recentemente13,14 — tem demonstrado melhora significativa na qualidade dos diagnósticos aplicados à Odontologia e, mais especificamente, à Ortodontia15-18. Um estudo19 prospectivo longitudinal, utilizando radiografia periapical como método de imagem, avaliou a progressão da RRA associada ao tratamento ortodôntico, e mostrou que nos incisivos centrais a perda de estrutura radicular não progride durante a fase de contenção. Pôde ser observada, ainda, ausência de associação com sexo, idade, sobremordida, sobressaliência, uso de aparelhos extrabucais e mecanismos de intrusão. No entanto, a reabsorção radicular foi maior nos pacientes submetidos a tratamentos associados com extrações dentárias. Reukers et al.20 observaram prevalência de 63% de RRA em incisivos superiores, a partir de reconstrução digital de imagens após tratamento ortodôntico. Ainda nesse estudo e no de Remington et al.10, o encurtamento radicular expressivo foi encontrado em poucos casos após tratamento ortodôntico. Dudic et al.21 avaliaram a presença de RRAs induzidas ortodonticamente por

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Material e Métodos Os registros clínicos de pacientes com tratamento ortodôntico concluído de uma clínica ortodôntica privada (Goiânia/GO) foram utilizados como base de dados para o presente estudo. Os critérios de inclusão utilizados foram: pacientes com documentações ortodônticas inicial e final completas (radiografias periapicais e cefalométricas, fotografias e modelos de gesso) e de boa qualidade, também haver decorridos, no mínimo, 52 meses desde o término do tratamento ortodôntico. Foram excluídos pacientes com histórias de retratamento e de traumatismo dentário prévio. Os pacientes selecionados foram convidados a retornar para um exame de acompanhamento, o qual requeria radiografias periapicais e um exame de imagens de TCFC. A amostra final consistiu de 1.392 dentes, provenientes de 58 pacientes (Fig. 1), sendo 30 do sexo feminino e 28 do masculino, com idade média no início do tratamento de 12 anos e 4 meses (D.P. = 2,31).Todos os pacientes foram tratados pelo mesmo profissional, especialista em Ortodontia, utilizando o sistema Edgewise. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFG, sob protocolo n° 169/2008. Métodos de Imagem As radiografias periapicais (RPs) foram obtidas por meio do aparelho de raios X odontológico Spectro 70X Dental (Dabi Atlante, Ribeirão Preto/SP), com 70kV e 8mA, ponto focal do tubo 0,8mm x 0,8mm, com filme Kodak Insight (Eastman Kodak Co., Rochester, EUA), por meio da técnica radiográfica da bissetriz, utilizando posicionadores e tempo de exposição de acordo com a região exposta. Todos os filmes radiográficos periapicais

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Frequênciada Reabsorção Radicular Apical após Tratamento Ortodôntico, em longo prazo, utilizando Radiografia Periapical e Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico

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Avaliação morfométrica da cartilagem condilar de ratos jovens frente a estímulos de retrusão mandibular Milena Peixoto Nogueira de Sá1, Jacqueline Nelisis Zanoni2, Carlos Luiz Fernandes de Salles3, Fabrício Dias de Souza4, Uhana Seifert Guimarães Suga5, Raquel Sano Suga Terada6

Introdução: a superfície do côndilo da mandíbula é constituída por quatro camadas: uma externa (constituída de tecido conjuntivo denso), seguida pela camada de células indiferenciadas, cartilagem hialina e osso. Poucos estudos demonstraram o comportamento da cartilagem condilar quando a mandíbula é posicionada posteriormente, como na terapia para correção de Classe III funcional. Objetivo: o objetivo desse trabalho foi avaliar os aspectos morfológicos e histológicos do côndilo de ratos, em resposta ao posicionamento posterior da mandíbula. Métodos: foram selecionados 30 ratos Wistar, machos, com cinco semanas de vida, aleatoriamente divididos em dois grupos: grupo controle (GC) e grupo experimental (GE), que recebeu dispositivos para induzir a retrusão mandibular. Os animais foram sacrificados após 7, 21 e 30 dias de experimento. Para a análise histológica, foi realizada a mensuração da espessura condilar total, incluindo as camadas proliferativa, seriada e hipertrófica, assim como cada camada separadamente, totalizando 30 medições para cada parâmetro, de cada animal. Resultados: a maior diferença na espessura da cartilagem foi observada em 21 dias, apesar de serem verificados níveis diferentes nos demais períodos. Em GE, foi possível observar um aumento de 39,46% na camada total, representado pelo aumento na espessura das camadas hipertrófica (42,24%), seriada (46,92%) e proliferativa (17,70%). Conclusões: o reposicionamento posterior da mandíbula produziu uma série de respostas histológicas e morfológicas no côndilo, e sugerem a ocorrência de uma adaptação condilar e mandibular em ratos. Palavras-chave: Cartilagem articular. Má oclusão Classe III de Angle. Côndilo mandibular.

Como citar este artigo: Sá MPN, Zanoni JN, Salles CLF, Souza FD, Suga USG, Terada RSS. Morphometric evaluation of condylar cartilage of growing rats in response to mandibular retractive forces. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):113-9.

Mestre em Odontologia Integrada, UEM. 2 Doutora em Biologia Celular e Professora Associada, Departamento de Ciências Morfológicas, UEM. 3 Doutor em Odontopediatria, USP. Professor Adjunto, Departamento de Odontologia, UEM. 4 Doutor em Endodontia, Faculdade de Odontologia de Pernambuco. 5 Mestrando em Odontologia Integrada, UEM. 6 Doutor em Odontologia, USP. Professora Associada, Departamento de Odontologia, UEM. 1

Enviado em: 15 de maio de 2011 - Revisado e aceito: 17 de abril de 2012 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Raquel Sano Suga Terada Av. Mandacaru, 1550 – Bairro Mandacaru – Maringá/PR CEP: 87080-000 – E-mail: rssterada@uem.br

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Sá MPN, Zanoni JN, Salles CLF, Souza FD, Suga USG, Terada RSS

condilar quando a mandíbula é retroposicionada. Novos dados poderiam ser observados se for incluída a mensuração da camada óssea e se o dispositivo for removido após 30 dias de experimento, promovendo o reposicionamento mandibular.

as células mesenquimais migram para a cartilagem, tornando-se células de cartilagem imatura. A nova linhagem de células cartilaginosas será adicionada não por meio de mitose de células cartilaginosas progenitoras (crescimento intersticial), mas sim por mitose de células mesenquimais indiferenciadas. Esse modo de crescimento, no qual são somadas células novas externas, consiste no crescimento aposicional3,10. Portanto, no presente estudo, não foi possível observar o aumento da camada proliferativa, questionando-se o ganho real de crescimento. Segundo Liu, Kaneko e Soma9, além da quantidade de crescimento, a direção pode ser alterada; por exemplo, no lado em que o côndilo é posicionado para trás, ocorre uma diminuição no sentido horizontal e um aumento no sentido vertical. No presente trabalho, foi mensurada a espessura posterior e parte da porção mediana da cartilagem, onde pôde ser observado aumento no período de 21 dias. Sugerem-se novos estudos para maior compreensão e entendimento das características da cartilagem

CONCLUSÃO O posicionamento posterior da mandíbula foi capaz de modificar as características da cartilagem condilar no período experimental. A maior diferença na espessura da cartilagem foi observada após um período de 21 dias, onde o estímulo promoveu o predomínio de crescimento das camadas seriada e hipertrófica. O posicionamento posterior da mandíbula produziu uma série de respostas histológicas e morfológicas no côndilo e sugere a ocorrência de uma adaptação condilar e mandibular em ratos. Clinicamente, isso indica que a utilização de terapias ortopédicas/ortodônticas pode contribuir para adaptações da mandíbula, favorecendo o posicionamento e a inter-relação das bases ósseas.

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© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

119

Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):113-9


artigo inédito

Avaliação oclusal de pacientes com fissura transforame incisivo unilateral cirurgicamente assistidos Leanne Matias Portela Leal1, Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego2, Cosme José Albergaria da Silva Filho3, Leopoldino Capelozza Filho4, Mauricio de Almeida Cardoso5

Objetivo: o propósito do presente estudo foi avaliar a magnitude das alterações oclusais em 25 indivíduos com fissura transforame incisivo unilateral, sendo 14 do sexo masculino e 11 do sexo feminino, com idades entre 7 e 20 anos, não tratados ortodonticamente e operados no Hospital São Marcos, na cidade de Teresina/PI. Métodos: os modelos de estudo desses pacientes foram avaliados por três ortodontistas, utilizando-se como referência os índices oclusais de Atack et al., cujos escores variam de 1 a 5, de acordo com a magnitude das alterações transversais e anteroposteriores. Resultados: os níveis de confiabilidade e reprodutibilidade do índice oclusal intraexaminador e interexaminadores, respectivamente, mostraram-se bastante satisfatórios e estatisticamente significativos quando aplicado o teste de correlação de Spearman, com intervalo de confiança de 5%. Quanto à distribuição dos índices oclusais, 30,67% dos indivíduos apresentaram os índices 1 e 2; 22% o índice 3; e 47,53% os índices 4 e 5. Conclusão: o índice oclusal 4 foi o mais referido, de acordo com todos os escores atribuídos pelos examinadores, evidenciando um acentuado grau de alterações transversais e anteroposteriores na oclusão dos pacientes. Palavras-chave: Crescimento. Má oclusão. Fenda labial.

Como citar este artigo: Leal LMP, Rego MVNN, Silva Filho CJA, Capelozza Filho L, Cardoso MA. Occlusal assessment in surgically assisted unilateral cleft lip and palate patients. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):120-5.

Mestrando em Ortodontia, Universidade do Sagrado Coração. 2 Professor, cursos de Graduação e Especialização em Ortodontia, UNINOVAFAPI, e de Especialização em Ortodontia, UFPI. 3 Graduado em Odontologia, UNINOVAFAPI. 4 Doutor em Ortodontia, FOB/USP. Professor, programa de Graduação e Pósgraduação em nível de Especialização e Mestrado em Ortodontia, Universidade do Sagrado Coração. 5 Doutor em Ortodontia, UNESP. Professor, programa de Graduação e Pósgraduação em nível de Especialização e Mestrado em Ortodontia, Universidade do Sagrado Coração. 1

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

Enviado em: 18 de maio de 2011 - Revisado e aceito: 15 de fevereiro de 2012 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Mauricio de Almeida Cardoso Rua Arnaldo de Jesus Carvalho Munhoz, 6-100 – Bauru/SP CEP: 17018-520 – E-mail: maucardoso@uol.com.br

120

Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):120-5


artigo inédito

Leal LMP, Rego MVNN, Silva Filho CJA, Capelozza Filho L, Cardoso MA

Os achados do presente estudo confirmaram a premissa de que a relação maxilomandibular de um paciente com fissura labiopalatina sofre, desde a fase de formação embrionária, as deformações impostas pela fissura e pelos desvios funcionais resultantes. Além disso, a relação maxilomandibular fica potencialmente prejudicada pelas cirurgias reparadoras (queiloplastia e palatoplastia), levando à restrição do crescimento maxilar em graus variados, culminando em alterações do padrão de crescimento craniofacial e em deficiências nas relações intra e interarcadas.

como o número reduzido de cirurgiões, onde as cirurgias são realizadas praticamente por um único cirurgião. Quando os resultados obtidos em Teresina foram comparados aos de Bauru, também verificou-se uma maior porcentagem de casos com maiores sequelas oclusais em Teresina. No entanto, um aspecto deve ser considerado na interpretação desses resultados, relacionado à idade dos grupos amostrais. A grande maioria dos pacientes do presente estudo encontrava-se no estágio de dentição permanente, enquanto os avaliados por Okada11, em Bauru, encontravam-se no estágio de dentição mista precoce. Sabendo-se que o efeito das cirurgias plásticas no crescimento do terço médio da face é cumulativo, os pacientes no estágio de maturidade oclusal tenderiam a apresentar mais sequelas no crescimento transversal e anteroposterior da maxila quando comparados aos pacientes mais jovens. Vale ressaltar, ainda, que variáveis anatômicas, como a amplitude da fissura e a presença de bandeleta de Simonart, e variáveis do procedimento cirúrgico, como a técnica cirúrgica, a habilidade do cirurgião e os cuidados pré e pós-operatórios, não foram avaliados.

CONCLUSÃO » Em relação à magnitude das alterações oclusais, verificou-se que 30,67% dos indivíduos apresentaram os índices 1 e 2; 22% o índice 3; e 47,53% os índices 4 e 5. » De acordo com todos os escores atribuídos pelos examinadores, o índice oclusal 4 foi o mais referido, evidenciando um acentuado grau de alterações transversais e anteroposteriores na oclusão dos pacientes.

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© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

125

Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):120-5


Caso Clínico BBO

Má oclusão Classe II de Angle, tratada com extrações de dentes permanentes Gustavo Mattos Barreto1

A má oclusão Classe II de Angle associada à mordida aberta anterior, em pacientes adultos, envolve um planejamento ortodôntico bem elaborado e cuidadoso, tendo como objetivo principal devolver a estética facial e dentária harmoniosa, e uma função mastigatória equilibrada. O tratamento, muitas vezes, está no limite para cirurgia ortognática ou para extrações de dentes permanentes, fazendo com que a decisão esteja ligada a todos os aspectos dentários, esqueléticos e funcionais. O presente relato mostra a compensação ortodôntica por meio de extrações de pré-molares superiores, a fim de corrigir a relação de Classe II dos caninos e, consequentemente, a mordida aberta anterior, aceitando que os incisivos superiores estejam retroinclinados. Esse caso clínico foi apresentado à diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO) como parte dos requisitos para a obtenção do título de Diplomado pelo BBO. Palavras-chave: Má oclusão Classe II. Mordida aberta anterior. Compensação ortodôntica. Planejamento ortodôntico.

introdução Paciente com 17 anos e 11 meses de idade, sexo feminino, chegou ao consultório relatando dificuldade na apreensão dos alimentos com os dentes da frente e insatisfação com sua estética dentária, principalmente com a do sorriso. Constatou-se durante a anamnese que apresentava histórico de respiração bucal, com adenoides operadas na infância e rinite alérgica, boa saúde bucal, com poucas restaurações, interposição lingual e ausência dos terceiros molares, que já haviam sido extraídos.

Diagnóstico À avaliação a face da paciente, observou-se padrão dolicofacial, ausência de selamento labial passivo, terço inferior da face aumentado, significativa exposição do vermelhão labial inferior, corredor bucal amplo ao sorrir, perfil reto, lábios superior e inferior dentro do limite da normalidade e ângulo nasolabial aumentado (Fig. 1). Clinicamente, as arcadas dentárias apresentavam relação de má oclusão de Classe II de Angle, divisão 1, de maior magnitude no lado direito (completa), estando topo

Especialista em Radiologia, Unicamp. Mestre e Doutor em Ortodontia e Ortopedia

» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

1

Facial, Unesp-Araraquara. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia (BBO). Professor convidado, curso de Pós-graduação em Ortodontia, UNIT.

» A paciente que ilustra o presente artigo autorizou previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.

* Caso clínico categoria 2, aprovado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

Endereço para correspondência: Gustavo Mattos Barreto Rua Campo do Brito, 47 – Apt. 1002 – Edf. Mansão Cristal – Bairro 13 de Julho CEP: 49020-380 – Aracaju/SE Email: gustavobarreto@ortos-se.com.br

Como citar este artigo: Barreto GM. Angle Class II malocclusion treated with extraction of permanent teeth. Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):126-33.

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126

Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):126-33


caso clínico BBO

Barreto GM

B

A

Figura 14 - Sobreposições total (A) e parcial (B) dos traçados inicial (preto), final (vermelho) e de controle após dois anos (verde). Tabela 1 - Resumo das medidas cefalométricas. Medidas

Padrão esquelético

Padrão dentário

Perfil

Normal

A

B

Dif. A/B

Controle

SNA

(Steiner)

82°

75°

73,5°

1,5°

73°

SNB

(Steiner)

80°

72°

71,5°

0,5°

71° 2°

ANB

(Steiner)

Ângulo de convexidade

(Downs)

Eixo Y

(Downs)

59°

66°

67°

67°

Ângulo facial

(Downs)

87°

83°

82,5°

0,5°

82°

SN-GoGn

(Steiner)

32°

45°

45°

45°

FMA

(Tweed)

25°

36°

36,5°

0,5°

37°

IMPA

(Tweed)

90°

76°

78°

77,5°

1.NA (graus)

(Steiner)

22°

35,5°

13°

22,5°

13°

1-NA (mm)

(Steiner)

4mm

9mm

3,5mm

5,5mm

4mm

1.NB (graus)

(Steiner)

25°

16°

16°

16°

1-NB (mm) 1 - Ângulo interincisal 1

(Steiner)

4mm

3mm

3,5mm

0,5mm

4

(Downs)

130°

127°

150°

23°

150°

1-APo (mm)

(Ricketts)

1mm

-1mm

0mm

1mm

0mm

Lábio superior – Linha S

(Steiner)

0mm

-0,5mm

-1mm

0,5mm

-1,5mm

Lábio inferior – Linha S

(Steiner)

0mm

0mm

0,5mm

0,5mm

0mm

Considerações Finais Os resultados foram satisfatórios e os objetivos foram atingidos; destacando que, nesse tratamento, a cirurgia ortognática foi levada em consideração, mas descartada pelos responsáveis e pela paciente. O sorriso ficou agradável e expressivo, com boa exposição dentária, correção da mordida aberta anterior e da sobressaliência, bem como com boa estabilidade após dois anos de acompanhamento. A paciente ficou muito feliz, pois o tratamento superou suas expectativas iniciais e de toda família. Vale ressaltar a importância do envolvimento multidisciplinar com a Dentística e a Periodontia para o sucesso do tratamento.

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Referências

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133

Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):126-33


tópico especial

Tratamento da hipoplasia da face média, em pacientes sindrômicos e com fendas orofaciais, pelo uso do aparelho distrator externo rígido (RED) Eduardo Franzotti Sant’Anna1, Adriana de Alcantara Cury-Saramago2, Geórgia Wain Thi Lau3, John W. Polley4, Álvaro A. Figueroa4

Introdução: a Distração Osteogênica (DO) tornou-se uma alternativa para o tratamento das displasias craniofaciais esqueléticas severas. O aparelho distrator externo rígido (RED) é utilizado com êxito para avançar a maxila e todo o complexo maxilar-orbital-frontal (monobloco) em crianças, adolescentes e adultos. Essa abordagem proporciona resultados previsíveis e estáveis, podendo ser aplicada isoladamente ou junto a procedimentos cirúrgicos ortognáticos craniofaciais. Objetivo: no presente artigo, serão descritos os aspectos técnicos pertinentes a uma adequada aplicação do RED, incluindo o planejamento, procedimentos cirúrgicos e ortodônticos. Palavras-chave: Distração. Maxila. Face média.

Como citar este artigo: Sant’Anna EF, Cury-Saramago AA, Lau GWT, Polley JW, Figueroa AA. Treatment of midfacial hypoplasia in syndromic and cleft lip and palate patients by means of a rigid external distractor (RED). Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):134-43.

Professor Associado de Ortodontia do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2 Professora Adjunta do Curso de Graduação, Especialização e Mestrado em Ortodontia da Universidade Federal Fluminense. 3 Doutoranda do Curso de pós-graduação em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 4 Co-diretor do Rush Craniofacial Center, Departamento de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, no Rush University Medical Center, Chicago, IL. 1

Enviado em: 31 de maio de 2013 - Revisado e aceito: 5 de junho de 2013 » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Eduardo Franzotti Sant’Anna E-mail: eduardofranzotti@ortodontia.ufrj.br

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Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):134-43


tópico especial

Sant’Anna EF, Cury-Saramago AA, Lau GWT, Polley JW, Figueroa AA

INTRODUÇÃO A distração osteogênica (DO) tem sido utilizada nas últimas décadas para tratar a hipoplasia da face média, por promover seu significativo avanço (por meio de um processo de estiramento gradual dos ossos da face), quando comparado ao avanço em um só tempo, através da cirurgia ortognática convencional ou cirurgia de monobloco. A DO pode ser o tratamento de escolha para pacientes portadores das síndromes de Crouzon ou de Apert8,17,23,30; de microssomia hemifacial19; e disostose mandibulofacial, também conhecida como síndrome de Treacher Collins. Sua aplicação bem-sucedida beneficia pacientes com hipoplasia maxilar severa secundária e fendas orofaciais11,12,14,21,22; recém-nascidos que apresentam problemas respiratórios obstrutivos, como os ocorridos nos portadores da sequência de Pierre Robin3,4; e pacientes que apresentam defeitos ósseos amplos resultantes da ressecção de tumores ou decorrentes de traumas. Molina et al.18 foram os pioneiros na utilização da DO para o avanço maxilar, após osteotomia horizontal incompleta da maxila, com o auxílio da aplicação de tração reversa por meio de máscara facial e elásticos. Os resultados desses primeiros tratamentos motivaram a exploração de tratamentos alternativos e a formulação de novos distratores com diferentes desenhos — entre eles, o aparelho distrator externo rígido (RED).

Figura 1 - A) Peças componentes do aparelho distrator externo rígido: (a) halo externo craniano; (b) parafusos de titânio para fixação, com parte ativa de 45mm; (c) haste vertical anterior de fibra de carbono; (d) parafusos distratores; (e) barras horizontas; (f) fios de aço cirúrgicos (0,018”); (g) ganchos externos conectados ao splint intrabucal. B) Splint intrabucal composto por um arco vestibular (0,051”) + solda (h); um arco palatino, semelhante a um arco lingual (0,036”) (i); gancho externo 0,051” (j); anel ortodôntico (k) e arco vestibular 0,051” (l). C) Splint confeccionado a partir de arco extrabucal pré-fabricado de 0,051”.

APRESENTAÇÃO DA TÉCNICA DO para avanço maxilar Aparelho O aparelho utilizado para realizar a distração osteogênica é composto por uma estrutura externa rígida, descrita na Figura 1A, e por um splint intrabucal (Fig. 1B), que será ligado com fios cirúrgicos (0,018”) aos parafusos distratores, montados entre a haste vertical e as barras horizontais12. Dois tubos retangulares mediais, soldados à porção anterior do arco vestibular do splint (0,051”), são utilizados para ancorar os ganchos conectores do splint, que serão instalados, no consultório, após a cirurgia — juntamente com a haste vertical anterior de fibra de carbono, os parafusos distratores e as barras horizontais (Fig. 1C). Além disso, no momento da cirurgia, a parte anterior do splint é fixada aos parafusos de ancoragem esquelética, entre os caninos e incisivos laterais superiores, bilateralmente (Fig. 2A). Isso evite a movimentação para baixo do dispositivo durante o processo de distração e o torna bastante rígido, adicionando estabilidade ao splint9.

Cirurgia O protocolo destinado ao tratamento da DO maxilar com esse distrator externo pode ou não incluir um alinhamento dentário ortodôntico pré-cirúrgico, dependendo do estágio evolutivo da dentição em que se encontra o paciente portador de hipoplasia da maxila e fenda facial severa. A fabricação do splint intrabucal é obrigatória, sendo esse fixado aos dentes em consulta clínica que deixará o paciente pronto para a cirurgia — pois o splint promove um ponto de ancoragem para o avanço maxilar, e as demais estruturas permitem a conexão entre a dentição e o halo externo. O início da cirurgia é caracterizado pela instalação de mini-implantes entre os ápices radiculares do incisivo lateral e canino superiores de ambos os lados, seguida pela ligação desses ao splint, com fio de aço cirúrgico, o que adiciona segurança à estabilidade intrabucal (Fig. 2A). Em seguida, realiza-se uma osteotomia Le Fort I completa, com disjunção pterigomaxilar.

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d

a f

b

c

e

f g

e d

A

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k l

i

j B

135

C

Dental Press J Orthod. 2013 July-Aug;18(4):134-43


tópico especial

Sant’Anna EF, Cury-Saramago AA, Lau GWT, Polley JW, Figueroa AA

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Normas de apresentação de originais — O Dental Press Journal of Orthodontics publica artigos de investigação científica, revisões significativas, relatos de casos clínicos e de técnicas, comunicações breves e outros materiais relacionados à Ortodontia e Ortopedia Facial.

formatação Dos MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com.br — Organize sua apresentação como descrito a seguir:

— O Dental Press Journal of Orthodontics utiliza o SGP, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com.br

1. Autores — o número de autores é ilimitado; entretanto, artigos com mais de 4 autores deverão informar a participação de cada autor na execução do trabalho.

— Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Dental Press International Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.712 - Zona 5 CEP 87.015-001 — Maringá/PR Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br

2. Página de título — deve conter título em português e em inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — não devem ser incluídas informações relativas à identificação dos autores (por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos). Elas deverão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informações não estarão disponíveis para os revisores.

— As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer responsabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nessa publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nessa publicação. A Revista ou as empresas patrocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas.

3. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando, além das conclusões do estudo, as implicações clínicas dos resultados. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave, também em português e em inglês, adequadas conforme orientações do DeCS (http://decs.bvs.br/) e do MeSH (www.nlm.nih.gov/mesh).

— Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. Os autores devem seguir as orientações descritas adiante.

4. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter no máximo 3.500 palavras, incluindo legendas das figuras e das tabelas (sem contar os dados das tabelas), resumo, abstract e referências. — as figuras devem ser enviadas em arquivos separados (leia mais abaixo). — insira as legendas das figuras também no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo.

ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO Dos MANUSCRITOS — Os trabalhos devem ser escritos em língua inglesa, com qualidade vernacular adequada. — Apesar de ser oficialmente publicado em inglês, o Dental Press Journal of Orthodontics conta, ainda, com uma versão em português. Por isso, após o processo de revisão, os autores de língua portuguesa deverão enviar a versão em português do artigo, com conteúdo idêntico ao da versão em inglês, para que o trabalho possa ser considerado aprovado.

5. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 DPIs de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto.

— Antes de traduzir seu artigo para o inglês, se desejar saber se ele é adequado para publicação no Dental Press Journal of Orthodontics, utilize a opção de pré-submissão online (a qual não é obrigatória e não garante a aceitação do artigo). Todas as pré-submissões devem incluir um resumo, em português ou inglês, de acordo com as normas da revista. As pré-submissões são opcionais e os editores não poderão esclarecer os motivos de uma resposta negativa; mas os autores que receberem uma rejeição podem submeter formalmente o artigo completo, se assim desejarem.

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6. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser citados, no texto, como figuras. — devem ser enviados os arquivos que contêm as versões ori-

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Normas de apresentação de originais ginais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.

10. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências devem ser citadas no texto. — para facilitar a leitura, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é responsabilidade dos autores e elas devem conter todos os dados necessários para sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih. gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos a seguir:

7. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar, o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada tabela. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável). 8. Comitês de Ética — os artigos devem, se aplicável, fazer referência ao parecer do Comitê de Ética da instituição.

Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.

9. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Permissão para uso de imagens protegidas por direitos autorais Ilustrações ou tabelas originais, ou modificadas, de material com direitos autorais devem vir acompanhadas da permissão de uso pelos proprietários desses direitos e pelo autor original (e a legenda deve dar corretamente o crédito à fonte). — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. Fotografias de pessoas identificáveis devem vir acompanhadas por uma autorização assinada pela pessoa ou pelos pais ou responsáveis, no caso de menores de idade. Essas autorizações devem ser guardadas indefinidamente pelo autor responsável pelo artigo. Deve ser enviada folha de rosto atestando o fato de que todas as autorizações dos pacientes foram obtidas e estão em posse do autor correspondente.

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Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.

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Comunicado aos Autores e Consultores - Registro de Ensaios Clínicos 1. O registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.

controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org. au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials. gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal. 3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www. who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup. htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.

2. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ ictrp/network/en/index.html), com interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e

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Atenciosamente, David Normando, CD, MS, Dr Editor-chefe do Dental Press Journal of Orthodontics ISSN 2176-9451 E-mail: davidnormando@hotmail.com

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