Volume 19, Number 2, Mar / Apr 2014 / Portuguese version
Official Journal of the Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics Official Journal of the Brazilian Board of Orthodontics
Volume 19, Number 2, March / April 2014 / Portuguese version
Official Journal of the Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics Official Journal of the Brazilian Board of Orthodontics
Dental Press J Orthod. 2014 March/April;19(2):1-144
ISSN 2176-9451
Dental Press Journal of Orthodontics - Qualis / CAPES: B2 - Interdisciplinar B2 - Enfermagem B3 - Odontologia B3 - Saúde Coletiva
Indexação:
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BBO desde 1998
desde 1998
desde 2008
desde 1998
desde 2005
desde 2002
desde 2008
desde 2008
desde 2009
Dental Press Journal of Orthodontics v. 1, n. 1 (set./out. 1996) - . -- Maringá : Dental Press International, 1996 Bimestral ISSN 2176-9451 1. Ortodontia - Periódico. I. Dental Press International. CDD 617.643005
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Dental Press Journal of Orthodontics Official Journal of the Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics Volume 19 . Number 2 . March-April 2014
Official Journal of the Brazilian Board of Orthodontics
Seções
Editorial
Entrevista
14
27
A ciência odontológica brasileira
Uma entrevista com Marissa C. Keesler
David Normando
Orthodontics Highlights
Caso Clínico BBO
15
115
Destaques da literatura ortodôntica mundial
Má oclusão de Classe I de Angle, com mordida cruzada anterior e apinhamento severo
Matheus Melo Pithon
Daltro Enéas Ritter
Insight Ortodôntico
Tópico Especial
18
126
Por que se perdem os mini-implantes: valorizando a escolha do local de fixação!
Técnica do arco segmentado ou do arco contínuo? Uma abordagem racional
Alberto Consolaro, Fábio Lourenço Romano
Sergei Godeiro Fernandes Rabelo Caldas, Alexandre Antonio Ribeiro, Hallissa Simplício, André Wilson Machado
Ortodontia Baseada em Evidência
25 Erro do método: para quê? Rodrigo Hermont Cançado, José Roberto Pereira Lauris
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Artigos
39
84
Efeito transversal dos aparelhos Haas e Hyrax na arcada dentária superior em pacientes com fissura transforame incisivo unilateral: estudo comparativo
Avaliação de um método fotográfico para mensuração da angulação dentária Jordana Rodrigues Amorim, Diogo de Vasconcelos Macedo, David Normando
Anna Júlia de Oliveira Façanha, Tulio Silva Lara, Daniela Gamba Garib, Omar Gabriel da Silva Filho
90
46
Confiabilidade da TCFC no diagnóstico de assimetria dentária
A influência dos aparelhos ortodônticos fixos na microbiota bucal: revisão sistemática
Antônio Carlos de Oliveira Ruellas, Leonardo Koerich, Carolina Baratieri, Claudia Trindade Mattos, Matheus Alves Junior, Daniel Brunetto, Lindsey Eidson
Amanda Osório Ayres de Freitas, Mariana Marquezan, Matilde da Cunha Gonçalves Nojima, Daniela Sales Alviano, Lucianne Cople Maia
96
56
Ação da nicotina na remodelação óssea durante o movimento dentário induzido: estudo histológico em ratos
Perfil das publicações nacionais e internacionais nos periódicos de Ortodontia em um período de 10 anos
Ricardo Lima Shintcovsk, Luégya Knop, Orlando Motohiro Tanaka, Hiroshi Maruo
Neudí Antonio Primo, Vivian Bertoglio Gazzola, Bruno Tochetto Primo, Maximiano Ferreira Tovo, Italo Medeiros Faraco Junior
108
66
Comportamento corrosivo de braquetes metálicos autoligáveis e convencionais
Análise fotométrica do perfil facial esteticamente agradável e desagradável
Lúcio Henrique Esmeraldo Gurgel Maia, Hibernon Lopes Filho,
Helena Nunes da Rocha Fortes, Thamirys Correia Guimarães,
Delmo Santiago Vaitsman
Ivana Mara Lira Belo, Edgard Norões Rodrigues da Matta
76 Comparação entre anestésico tópico e anestésico infiltrativo para a instalação de mini-implantes ortodônticos Matheus Miotello Valieri, Karina Maria Salvatore de Freitas, Fabricio Pinelli Valarelli, Rodrigo Hermont Cançado
Antônio Carlos de Oliveira Ruellas, Mônica Tirre de Souza Araújo,
editorial
A ciência odontológica brasileira “Os homens distinguem-se pelo que fazem; as mulheres, pelo que levam os homens a fazer.” (Carlos Drummond de Andrade, poeta mineiro)
Há três anos, um editorial sublime1 exaltava o audacioso crescimento na produção científica da Odontologia brasileira. No texto, nosso ex-editor arriscou previsão na qual o Brasil ocuparia, a partir de 2015, o papel de maior produtor mundial de conhecimento na área odontológica. O autor se calcou nos dados da base Scopus, que na época sequer incluía o Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO). Atualmente, essa base disponibiliza dados relativos até o ano de 2012, que incluem o DPJO como o periódico com maior número de publicações científicas na Odontologia brasileira. No cenário atual, leia-se até 2012, continuamos ocupando a segunda posição na produção científica mundial. Porém, já começamos a espreitar, com a pupila de um lince, uma aproximação com os Estados Unidos, o país com a maior produção. Estamos crescendo feito gigante. Para se ter uma ideia, em 2009, a produção científica estadunidense na área odontológica era 66% maior do que a brasileira. A cada ano, a diferença veio se estreitando, até que em 2012 chegou a 20%. Não se espantem se a produção brasileira ocupar o primeiro posto ainda em 2014. Destarte, temos a convicção de que a inclusão do DPJO na base Scopus contribuiu para a aceleração desse crescimento, conforme hábil previsão1. Um olhar para o próprio umbigo revela indicadores ainda mais cintilantes. Dez anos atrás, em 2002, constavam na base Scopus apenas 171 artigos produzidos pela área odontológica do Brasil. Em 2012, foram 1.533. O nosso fator H, quociente que revela o impacto do conhecimento produzido, vem crescendo em ritmo galopante. Atualmente, o país ocupa a oitava posição na área odontológica, o que não deixa de ser um orgulho para uma produção ainda adolescente. A melhora nesses indicadores está fortemente associada às políticas governamentais de acompanhamento da efusiva produção científica da pós-graduação brasileira, a despeito de qualquer crítica. Ou seja, precisamos reconhecer que alguém comanda essa batuta num ritmo que lembra bateria nota 10 de escola de samba.
Ademais, devemos reconhecer que os periódicos científicos made in Brazil têm contribuído substancialmente para dar visibilidade ao notório incremento na produção intelectual da nossa pós-graduação. Atualmente somamos, na base Scopus, sete periódicos produzidos no Brasil: em 2012, essas revistas científicas publicaram 675 artigos (enquanto em 2002 existiam apenas dois periódicos, que publicaram 96 artigos). Nesse momento da leitura, o seu olhar poderia envesgar em direção a uma crítica importante: são números, apenas. Nada disso. Com o substancial incremento do nosso fator H e a saudável melhora de qualidade na produção das pós-graduações, impossível seria elencar nesse editorial as técnicas capazes de corrigir o estrabismo. Nesse contexto, a Ortodontia, não obstante, tem muito a comemorar. Em 2012, fomos o país com maior produção científica em periódicos nessa subárea, com importante participação do DPJO — um periódico indexado nas principais bases bibliográficas mundiais. O fator H da Ortodontia brasileira é o terceiro do mundo, e temos a convicção de que a inserção do DPJO na base PubMed/MEDLINE, em 2013, contribuirá, sobremaneira, para novas conquistas em um futuro não tão distante. A ciência odontológica brasileira continua fervilhando e, num contraponto matemático, desafia a própria regressão à média. A posição alcançada é consequência de uma ação que envolve um número incomensurável de pesquisadores de todos os rincões desse imenso país; tais como ritmistas, de uma bateria de escola de samba, que irrompem as madrugadas. Gente ensandecida, que acredita ser capaz de produzir conhecimento científico de ponta. Acreditar é atitude primaz, por isso a euforia. Todos nós estamos sob o enredo primoroso de bela liderança — maestrina, diga-se —, de transpiração incansável e inspiração inebriante; dessas que arrastam foliões por sua sagacidade. Somente a sensibilidade de Drummond para uma descrição tão sublime das mulheres da sua terra. David Normando – editor-chefe (davidnormando@hotmail.com)
Referências
1. Faber J. In 2015, Brazil will become the main knowledge producer in dentistry in the world. Dental Press J Orthod. 2011 Mar-Apr;16(2):6-7.
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
Como citar esta seção: Normando D. The Brazilian dental science. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):14.
14
Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):14
orthodontics highlights Matheus Melo Pithon*
Os resultados demonstraram que ambos os protocolos oferecem uma boa opção de tratamento da má oclusão de Classe III severa. De acordo com os autores, o tratamento com máscara facial associada à miniplaca é preferível para pacientes com severa retrusão maxilar e padrão de crescimento vertical; já em pacientes com plano de crescimento normal e incisivos inferiores retroinclinados, miniplacas associadas a elásticos com orientação de Classe III mostram-se uma boa opção de tratamento. Os autores salientam, ao concluir esse estudo, que a indicação precisa do tratamento a ser seguido, nesses casos, deve ser considerada com cuidado.
A Ancoragem esquelética mostra-se um bom aliado no tratamento precoce da mÁ oclusão de Classe III O tratamento precoce da má oclusão de Classe III é um desafio para ortodontistas de todo mundo. Associada aos desafios impostos pela biologia, têm-se a dificuldade em se obter colaboração dos pacientes com relação à adesão aos métodos tradicionais de tratamento, que são disjunção maxilar seguida de tração reversa da maxila com máscaras faciais. Na busca de alternativas para os métodos convencionais de tratamento, surge a correção dessa má oclusão com o uso de elásticos intermaxilares apoiados em placas esqueleticamente ancoradas. Apesar de ser amplamente difundido na literatura ortodôntica atual, esse método de tratamento necessita de comprovação científica. Dessa forma, pesquisadores turcos desenvolveram um estudo clínico1 para avaliar os efeitos dentários e esqueléticos do tratamento da má oclusão de Classe III com o uso de elásticos com orientação de Classe III apoiados em miniplacas intrabucais (Fig. 1), bem como o uso de máscara facial associada a miniplacas maxilares (Fig. 2).
A
B
Modelos ortodônticos prototipados: uma boa opção para diagnóstico e confecção de dispositivos ortodônticos A dificuldade em se obter espaço para armazenamento, custo elevado e necessidade de cuidados especiais são razões que fazem com que, a cada dia, os modelos ortodônticos em gesso sejam substituídos pelos digitais. Apesar dessa tendência, existem ortodontistas que ainda preferem os modelos físicos aos digitais.
C
Figura 1 - Vista intrabucal frontal das miniplacas; B) vista frontal extrabucal do uso da máscara facial associada às miniplacas; e C) vista de perfil da paciente com a máscara facial. (Fonte: Sar et al.1, 2014).
Como citar esta seção: Pithon MM. Orthodontics highlights. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):15-7.
Enviado em: 10 de fevereiro de 2014 - Revisado e aceito: 17 de fevereiro de 2014 Professor de Ortodontia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.
*
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
Figura 2 - Vista intrabucal da utilização dos elásticos com orientação de Classe III, das miniplacas localizadas na sínfise ao aparelho expansor. (Fonte: Sar et al.1, 2014).
Endereço para correspondência: Matheus Melo Pithon Av. Otávio Santos, 395 – Sala 705 – Vitória da Conquista/BA – CEP: 45020-750 E-mail: matheuspithon@gmail.com
15
Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):15-7
orthodontics highlights
Nessa perspectiva, surge a técnica de prototipagem, que possibilita que modelos digitais sejam impressos em impressoras 3D, transformando-os em modelos físicos. Mas teriam esses modelos as mesmas dimensões dos reais? Seria possível fazer mensurações nesses e utilizá-los para diagnóstico e para confecção de dispositivos ortodônticos? Buscando respostas a esses questionamentos, pesquisadores holandeses desenvolveram um estudo2 para avaliar a precisão e reprodutibilidade de três diferentes métodos de prototipagem: Sistema DLP (digital light processing), Jato de polímero (jetted photopolymer) e Impressão 3D (3-dimensional printing) (Fig. 3). Os resultados demonstraram que modelos ortodônticos reconstruídos por meio da prototipagem são considerados clinicamente aceitáveis para uso em Ortodontia. Os resultados advindos desse estudo são importantes e animadores, uma vez que o ortodontista poderá utilizar o recurso dos modelos digitais para arquivamento e, quando precisar do modelo físico, poderá imprimi-lo, sem que ocorram alterações. Em um futuro próximo, quando as impressoras 3D estiverem mais acessíveis comercialmente, esse processo poderá ser feito no próprio consultório.
Gesso
Sistema DLP
Impressão 3D
Figura 3 - Modelo em gesso e suas correspondentes réplicas em vistas oclusais e frontais. (Fonte: Hazeveld et al.2, 2014).
Caninos ectópicos apresentam-se com maiores comprometimentos periodontais após serem movimentados ortodonticamente Como já mencionado anteriormente, a interceptação da impacção de caninos previne a ocorrência de vários problemas ortodônticos. Quando da não interceptação em uma idade tenra, o tratamento que resta é seu tracionamento em um tratamento ortodôntico futuro. Dúvidas surgem com a realização desse procedimento: quais seriam as implicações periodontais e endodônticas nesses dentes? Em busca de desvendar esses questionamentos, pesquisadores turcos desenvolveram um estudo clínico4 para avaliar a saúde periodontal e vitalidade pulpar de caninos posicionados ectopicamente por vestibular e por palatino. Os resultados demonstraram aumento na placa bacteriana, no índice de sangramento gengival, na profundidade de bolsa e no comprimento da coroa dos caninos ectópicos. Também pôde-se verificar redução do nível ósseo e da gengiva inserida. Com relação às implicações endodônticas, esses dentes apresentaram-se, aos testes elétricos, com limiar aumentado. Os resultados advindos desses estudo reforçam a necessidade de interceptação da ectopia de caninos o mais cedo possível a fim de se ter uma melhor saúde periodontal.
A Extração de canino decíduo mostra-se um eficiente método para interceptação de caninos permanentes posicionados por palatino A impacção de caninos é um problema corriqueiro na clínica ortodôntica. Quando de sua ocorrência, manobras ortodônticas devem ser realizadas a fim de que ocorra sua erupção, haja vista que sua manutenção intraóssea poderá ocasionar problemas nos dentes vizinhos, como, por exemplo, reabsorção da raiz desses. A descoberta de uma maneira de interceptar esse problema minimizará problemas ortodônticos maiores no futuro. Nessa perspectiva, pesquisadores suecos desenvolveram um estudo clínico controlado randomizado3 em que pacientes com caninos bilaterais deslocados para palatino tiveram um canino decíduo de um lado extraído, servindo o canino do outro lado como controle. Os resultados encontrados demonstraram que a extração do canino decíduo é um método eficaz em casos de caninos impactados por palatino. Segundo os autores, esse procedimento deve ser realizado em pacientes mais jovens. Os autores destacam a necessidade de manutenção do perímetro da arcada superior durante o período de observação.
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Jato de polímero
A cor do esmalte dentário é alterada após realização do tratamento ortodôntico Qual ortodontista nunca deparou-se com algum paciente perguntando se seus dentes irão ter sua cor alterada após finalização do tratamento ortodôntico? Muitos ainda reforçam a pergunta: “Doutor, será necessário fazer clareamento nos meus dentes ao final do tratamento?”.
16
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orthodontics highlights
Pithon MM
Essas dúvidas pairam no ar. O que realmente acontece? Poderíamos controlar tal efeito indesejado? Buscando elucidar esses questionamentos, pesquisadores turcos desenvolveram um estudo laboratorial5 para testar diferentes materiais de colagem associados a dois diferentes métodos de remoção do adesivo remanescente. Os resultados encontrados por esses autores foram, de certa forma, assustadores, haja vista que, segundo
eles, o tratamento ortodôntico alterou a cor original do esmalte dentário. De acordo com eles, os dois sistemas adesivos utilizados e os dois métodos de remoção desses foram responsáveis por essa modificação na cor original do esmalte. Vale ressaltar que esses achados foram obtidos quando utilizados os materiais de colagem considerados como padrão-ouro em termos de colagem de braquetes, logo, todo cuidado é pouco para os demais materiais.
Referências 1.
Sar C, Sahinoglu Z, Ozcirpici AA, Uckan S. Dentofacial effects of
4.
skeletal anchored treatment modalities for the correction of maxillary retrognathia. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2014;145:41-54. 2.
Evren AD, Nevzatoglu S, Arun T, Acar A. Periodontal status of ectopic canines after orthodontic treatment. Angle Orthod. 2014;84:18-23.
5.
Boncuk Y, Cehreli ZC, Polat-Ozsoy O. Effects of different orthodontic
Hazeveld A, Huddleston Slater JJ, Ren Y. Accuracy and reproducibility
adhesives and resin removal techniques on enamel color alteration.
of dental replica models reconstructed by different rapid prototyping
Angle Orthod. 2013 Dec 6. [Epub ahead of print].
techniques. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2014;145:108-115. 3.
Bazargani F, Magnuson A, Lennartsson B. Effect of interceptive extraction of deciduous canine on palatally displaced maxillary canine: A prospective randomized controlled study. Angle Orthod. 2014;84:3-10.
© 2014 Dental Press Journal of Orthodontics
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Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):15-7
insight ortodôntico
Por que se perdem os mini-implantes: valorizando a escolha do local de fixação! Alberto Consolaro1, Fábio Lourenço Romano2
As perdas de mini-implantes estão quase sempre relacionadas aos aspectos físicos e mecânicos decorrentes de uma escolha inadequada do local de inserção. Deve se destacar que: a) As cristas ósseas alveolares interdentárias têm flexão e se deformam, e podem não oferecer ancoragem tão absoluta. Quanto mais cervicais, as estruturas são mais delicadas e oferecem menos suporte físico para os mini-implantes; b) as cristas ósseas alveolares triangulares se deformam mais, e as retangulares são menos flexíveis; c) as bases do processo alveolar nos corpos da maxila e mandíbula não têm capacidade flexiva, e seu volume e estruturas são maiores, logo, são mais receptivas para mini-implantes; d) quanto mais próximo da cervical se coloca um mini-implante, maior é o risco de se perdê-lo; quanto mais apical se coloca o mini-implante, melhor é o seu prognóstico; e) avaliar a região tridimensionalmente representa um passo fundamental no planejamento do uso de mini-implantes. Com base nessas considerações, as hipóteses para a perda de mini-implantes são: 1) Deflexão do processo alveolar da maxila e mandíbula, quando fixados em posições mais cervicais; 2) proximidade com o ligamento periodontal e o movimento dentário intra-alveolar normal; 3) densidade óssea menor, pouca espessura e menor volume ósseo alveolar; 4) espessura menor da cortical óssea alveolar; 5) pressão excessiva, induzindo microfraturas ósseas trabeculares; 6) locais de maior fragilidade anatômica mandibular e maxilar; 7) espessura maior do tecido gengival não considerada na escolha do mini-implante. Palavras-chave: Mini-implantes. Ancoragem absoluta. Microparafusos. Dispositivos de ancoragem temporária.
imediatamente, aplicar carga funcional sobre os implantes instalados, desde que imbricados mecanicamente na estrutura óssea mineralizada preexistente. A adequada adaptação mecânica, ou imbricamento, entre a superfície implantar e óssea é suficiente para suportar forças mastigatórias, enquanto simultaneamente ocorre a gradativa osseointegração. O tipo de osso e a situação clínica ditarão a indicação desse tipo de implante dentário com carga imediata.
Introdução O que interessa é o imbricamento mecânico! Nos implantes dentários, conceitualmente, se requeriam meses para instalação das coroas e restabelecimento funcional, pois acreditava-se que as células demoravam semanas ou meses para colonizar a superfície implantar, produzir matriz e mineralizá-la em uma eficiente integração óssea. O conhecimento evoluiu e se pode, quase que
Como citar este artigo: Consolaro A, Romano FL. Reasons for mini implants failure: choosing installation site should be valued! Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):18-24.
Professor Titular da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP e da Pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto-USP. 2 Doutor em Ortodontia, FOP/UNICAMP. Professor de Graduação e Pósgraduação, FORP-USP. 1
Enviado em: 02 de fevereiro de 2014 - Revisado e aceito: 05 de fevereiro de 2014
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
» O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, radiografias ou outros exames imaginológicos e informações diagnósticas.
Endereço para correspondência: Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br
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Consolaro A, Romano FL
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Figura 10 - Perda do mini-implante devido à instalação em local de recente exodontia.
espécies de bactérias, por meio da técnica de biologia molecular Checkerboard DNA-DNA hybridization, bem como a quantidade de endotoxina bacteriana e de citocinas inflamatórias presente em mini-implantes que foram perdidos. Concluiu que a contaminação microbiana e a quantidade de endotoxina nos mini-implantes não atuaram como fatores determinantes para a perda da estabilidade.
uma alavanca maior será representada pela parte extraóssea do mini-implante. Por sua vez, isso requer uma maior parte do mini-implante em profundidade na estrutura óssea subjacente, para compensar essa maior alavanca extraóssea; caso esse fator não seja considerado na escolha adequada do design do mini-implante, pode favorecer a perda desse, pois a força da ancoragem absoluta pode promover mobilidade da parte óssea implantada. Nessas regiões, o perfil transmucoso deve ser maior (2 a 4mm), assim como o comprimento do mini-implante, quando possível.
Considerações finais A perda de mini-implantes está relacionada ao local em que foram fixados! As questões biológicas relacionadas às células e bactérias não explicam as perdas dos mini-implantes. Nossas células e mecanismos de defesas aceitam muito bem as ligas de titânio, como já revelaram inúmeros trabalhos. As bactérias são as mesmas da microbiota e, quando entram nos tecidos, são logo debeladas, como as que fazem isso no dia a dia. As perdas dos mini-implantes estão, quase sempre, relacionadas aos aspectos físicos e mecânicos decorrentes de uma escolha inadequada do local e técnica deficiente, como foi descrito anteriormente. Deve-se destacar que: 1) As cristas ósseas alveolares interdentárias têm flexão e se deformam oferecendo um mínimo grau de mobilidade nesses locais, e podem não oferecer uma ancoragem tão absoluta assim aos mini-implantes. Nas cristas ósseas alveolares, quanto mais cervicais, as estruturas são mais delicadas e oferecem menor imbricamento mecânico para os mini-implantes.
As bactérias da boca, os procedimentos da anestesia e a lancetagem prévia poderiam explicar a perda de mini-implantes? As bactérias que entram nos tecidos e em contato com os mini-implantes durante sua fixação estão isoladas entre si, em número bem pequeno e não suficiente para provocar inflamação maior do que a induzida pelos procedimentos operatórios. Essas bactérias isoladas, fora de um contexto de biofilmes microbianos, são logo controladas por fagocitose e destruição pelo exsudato e infiltrado inflamatórios. Por si só, elas não conseguem promover inflamação e consequente reabsorção óssea que, em poucos dias, promova a perda dos mini-implantes. Essas bactérias são as mesmas da doença periodontal e também não promovem a mucosite e peri-implantite em implantes dentários convencionais, a não ser que, ao longo do tempo, se organizem em biofilmes microbianos. Em 2013, Andruciolli1 avaliou in vivo a contaminação microbiana empregando sondas de DNA para 40
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Referências
2) As cristas ósseas alveolares podem ter forma triangular, se deformando com maior facilidade, enquanto as retangulares são menos flexíveis. 3) As bases do processo alveolar nos corpos da maxila e mandíbula não têm essa capacidade flexiva, e seu volume e estruturas são ainda maiores, por isso, mais receptivas para os mini-implantes. 4) Quanto mais próximo da cervical se coloca um mini-implante, maior o risco de se perdê-lo. Preferencialmente, quanto mais na região apical se coloca o mini-implante, dentro do possível, melhor é seu prognóstico. 5) Antes de se aplicar os mini-implantes em uma determinada área, sugere-se avaliá-la tridimensionalmente com radiografias periapicais (pelas técnicas da bissetriz e interproximal), assim como com tomadas oclusais com películas periapicais. Se disponível, a tomografia volumétrica e seus vários cortes de observação e avaliação pode substituir as tomadas radiográficas convencionalmente utilizadas.
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Ortodontia Baseada em Evidência
Erro do método: para quê? Rodrigo Hermont Cançado1, José Roberto Pereira Lauris2
O objetivo do presente artigo é demonstrar ao clínico a importância de se avaliar o erro do método nas pesquisas científicas em Ortodontia. Uma ênfase especial será dada à importância científica do erro do método, os diferentes tipos de erro do método (sistemático e casual), os testes estatísticos mais utilizados para quantificar esses erros e o significado clínico do erro do método na interpretação dos resultados provenientes do tratamento ortodôntico. Para a realização de experimentos em Odontologia e, especialmente, na Ortodontia, há a necessidade da mensuração de variáveis quantitativas de escala contínua, ou seja, geralmente por meio de ângulos ou distâncias milimétricas — como, por exemplo, as variáveis cefalométricas em uma telerradiografia em norma lateral e/ou variáveis em modelos de gesso. Quando traçamos uma telerradiografia em norma lateral, demarcamos os pontos cefalométricos e medimos as distâncias e seus ângulos. Contudo, sabemos que existirá uma variabilidade nos valores encontrados de uma pessoa para outra, bem como na mesma pessoa em momentos diferentes. É difícil obtermos sempre exatamente o mesmo valor. Dessa forma, na maior parte dos estudos, nenhuma medida pode ser perfeitamente precisa e oferecer um grau de 100% de confiabilidade. Como a variabilidade nas medições, ou seja, os “erros”, sempre vão existir, a magnitude e a fonte dos erros tornam-se mais importantes do que os próprios erros em si2. A medição, sem a informação da magnitude do erro, não faz sentido nas pesquisas científicas. Assim sendo, torna-se extremamente importante determinar a
precisão do pesquisador na obtenção de suas medições e estimar todas as possíveis fontes de erro de uma pesquisa. Em um artigo publicado recentemente, os autores identificaram os 100 artigos mais citados na literatura ortodôntica entre os anos de 1975 e 20114. No topo dessa lista, com 545 citações, encontra-se o artigo de Houston3, que tem como objetivo fazer uma análise dos erros nas mensurações realizadas nas pesquisas ortodônticas. Esse fato não deixa dúvidas sobre a importância do erro do método nas pesquisas científicas realizadas em Ortodontia. A principal fonte de erro do método de mensuração em Ortodontia é a interferência do avaliador no processo de medição. Enquanto na medição do peso de uma pessoa o avaliador não tem nenhuma interferência (basta colocar o sujeito sobre a balança), não é isso que ocorre em cefalometria, pois a localização dos pontos depende do conhecimento e habilidade do avaliador. Idealmente, é necessário que os métodos empregados sejam suficientemente precisos para permitir sua reprodução. Quando essa precisão encontra-se, por algum motivo, comprometida, surgem os erros que podem ser definidos como a diferença entre o valor obtido no processo de medição e o valor verdadeiro da magnitude da medida5. Esses erros, quando significativos e de grande magnitude, afetam a confiabilidade dos resultados, aumentando ou diminuindo as verdadeiras diferenças entre as variáveis estudadas. Os tipos de erros mais comuns no métodos dos trabalhos científicos são os erros casual e sistemático3.
Como citar esta seção: Cançado RH, Lauris JRP. Method error: what is it for? Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):25-6.
Enviado em: 5 de dezembro de 2013 - Revisado e aceito: 15 de dezembro de 2013
Pós-doutor em Ortodontia, Universidade de Toronto. Professor Adjunto, Programa de Mestrado Profissionalizante em Ortodontia, Faculdade Ingá. 2 Professor Associado, departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.
Endereço para correspondência: Rodrigo Hermont Cançado Departamento de Ortodontia Faculdade Ingá Rua do Amparo, 100 – Centro – Diamantina/MG CEP: 39100-000 – E-mail: rohercan@uol.com.br
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Ortodontia Baseada em Evidência
Erro do método: para quê?
significativas indicam a presença de erro sistemático. Um bom método de mensuração não deveria apresentar erro sistemático estatisticamente significativo, porém, como em cefalometria a quantidade de variáveis é muito grande, a expectativa é de que, se ocorrer erro sistemático significativo em até cerca de 5% das variáveis cefalométricas, isso estaria dentro do esperado ao acaso. Por exemplo, se em uma pesquisa com 30 variáveis cefalométricas ocorrer erro sistemático significativo em duas variáveis, esse resultado estaria dentro do esperado ao acaso, e não seria necessário rever o método. Em cefalometria, um dos métodos mais utilizados para se estimar a ordem de grandeza dos erros casuais é o proposto pela fórmula de Dahlberg1. Nesse caso, não se trata de um teste de significância, mas sim de uma avaliação de qual a diferença típica entre a verdadeira medida e a obtida pelo método. Assim sendo, esse erro é expressado em milímetros ou graus, dependendo da unidade de mensuração da variável. É natural que, em medidas que envolvam pontos cefalométricos de difícil visualização e identificação, o erro casual seja maior. Não há uma regra objetiva para dizer até quantos milímetros ou graus de erro casual seriam aceitáveis, pois isso depende da interpretação que se faz da mensuração. Muitos autores entendem que erros em medidas lineares de até 1mm e em medidas angulares de até 1,5° são aceitáveis. É importante lembrar que o erro casual é a estimativa de erro quando se avalia um elemento; como as pesquisas utilizam amostras de vários elementos, o erro da média dos sujeitos é menor do que o erro individual. Em suma, sempre que uma pesquisa envolver mensurações que dependem do conhecimento e habilidade do avaliador, é importante fazer o controle do erro do método de mensuração, de forma a demonstrar a confiabilidade e reprodutibilidade dos resultados obtidos — características imprescindíveis ao conhecimento científico.
O erro casual, ou erro aleatório, ocorre pela dificuldade e/ou imprecisão em identificar ou definir certos pontos. O erro sistemático, ou erro não-aleatório, acontece quando uma determinada medida é continuamente subestimada ou superestimada. Se as medições são realizadas por um único examinador, geralmente esse tipo de erro resulta de uma modificação na técnica de mensuração ou de uma tendenciosidade inconsciente do examinador em direcionar os resultados de acordo com as próprias expectativas3. Erros sistemáticos de elevada magnitude distorcem os resultados em uma direção, ao passo que erros aleatórios de elevada magnitude significam que há dificuldade de reprodução das mensurações, levando a se questionar a validade do método ou a habilidade do avaliador. Para a obtenção da magnitude dos erros casual e sistemático, ou seja, a precisão do pesquisador na realização das mensurações, é necessária a realização de novas medições no material utilizado e em conformidade com os métodos empregados. Um número suficiente de casos deve ser medido novamente, caso contrário, apenas erros sistemáticos grandes poderão ser identificados. Acredita-se, ainda, de forma empírica, que repetir as medições em 20% da amostra é suficiente, mas isso nem sempre é verdade. Se uma pesquisa tem uma amostra composta por 15 pacientes, repetir as mensurações em apenas três deles é muito pouco. Já em uma pesquisa com 500 pacientes, não há necessidade de se repetir mensurações em 100 deles para se obter uma boa avaliação do erro do método. O número necessário depende, em parte, do desvio-padrão das diferenças entre a primeira e a segunda medições; mas, de uma forma geral, pelo menos 25 casos devem ser medidos novamente3. A repetição das medições deve ser feita pelo mesmo avaliador, sendo chamada de avaliação do erro intraexaminador. Quando as medições são realizadas por dois ou mais avaliadores, esses mesmos avaliadores devem repetir as medições e devem ser calculados os erros intraexaminador e interexaminadores, ou seja, a variabilidade nas medições existente entre os examinadores. A realização da medição em uma pesquisa científica por dois ou mais examinadores pode ocorrer por diferentes motivos, mas normalmente busca demonstrar a confiabilidade e a reprodutibilidade do método de medição. A detecção de erros sistemáticos tem sido realizada por meio de diversos testes estatísticos, como, por exemplo, o teste t pareado, a correlação intraclasse, ou mesmo pelo método de Bland e Altman. Diferenças estatisticamente
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entrevista
uma entrevista com
Marissa C. Keesler
A Dra. Marissa Keesler graduou-se em Odontologia pela Creighton University (EUA) e em 1987 recebeu, com distinção, o título de Doutora em Odontologia, área de concentração em Cirurgia. Em 1989, recebeu o título de Mestre em Ortodontia, pela Marquette University. É professora adjunta no Curso de Graduação do Departamento de Ortodontia da Marquette University desde 1990, além de conferencista convidada em várias universidades e grupos relacionados à Ortodontia nos EUA e ao redor do mundo. Tem dado valiosa contribuição na publicação de diversos livros, relacionados ao tratamento multidisciplinar e à técnica de colagem indireta. É membro de renomadas entidades científicas como a Associação Americana de Ortodontistas, Sociedade Edward H. Angle, Academia Pierre Fauchard, entre outras. Diplomada pelo conceituado American Board of Orthodontics e graduada pelo AEO Roth/Williams Center, a Dra. Keesler está envolvida na prática de especialidades odontológicas desde 1989 e tem trabalhado em sua clínica particular, na cidade de Neenah (Wisconsin, EUA), desde 1992. Dr. Roberto Lima Filho
» O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, radiografias ou outros exames imaginológicos e informações diagnósticas. Como citar esta seção: Keesler MC. An interview with Marissa C. Keesler. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):27-38. Enviado em: 01 de outubro de 2013 - Revisado e aceito: 20 de dezembro de 2013
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entrevista
1. Com base em sua prática clínica, você poderia dizer se há alguma diferença, em relação à eficácia, entre os tratamentos realizados em duas fases e aqueles conduzidos em uma única fase? Fernanda Catharino Ao determinar se o tratamento ortodôntico precoce deve ser considerado ou não, eu me pergunto, com certa frequência: “Os problemas apresentados por um determinado paciente jovem irão piorar se esperarmos até que os outros dentes decíduos tenham irrompido, ou esses problemas permanecerão estáveis ou melhorarão com o tempo?”. Se a primeira alternativa for a verdadeira, o tratamento precoce é, então, recomendado. Alguns dos problemas que podem ser corrigidos durante essa primeira fase incluem: apinhamento de grau moderado a grave, hábitos deletérios (sucção digital ou interposição lingual), erupção ectópica de alguns dentes permanentes (primeiros molares superiores), mordida cruzada de dentes permanentes e mordida cruzada funcional de dentes decíduos. Eu tento estabelecer, de forma precisa, o início de todos os tratamentos em uma fase para que sua duração possa ser de um ano ou menos. Os pais dos pacientes são informados de que, após a erupção de todos os dentes permanentes, um novo diagnóstico será feito para avaliar a necessidade de uma segunda fase de tratamento. Nos casos em que há indicação dessa fase II, sua duração pode variar de 12 a 18 meses, dependendo da má oclusão e dos desvios esqueléticos remanescentes. Se o tratamento em uma única fase for o mais indicado para um paciente jovem, seu crescimento e desenvolvimento serão monitorados (a cada 6 ou 12 meses), até que todos os dentes permanentes tenham irrompido, inclusive os segundos molares. Esperar até que os segundos molares tenham irrompido, para iniciar o tratamento, irá garantir que qualquer problema relacionado à erupção e torque desses dentes possa ser resolvido imediatamente; também, que o tratamento evolua rapidamente sem que seja preciso reduzir o tamanho da arcada depois ou, ainda, que outras intervenções sejam necessárias no futuro. A duração dessa terapia pode variar de 12 a 24 meses, dependendo da gravidade dos problemas. Apesar de ser verdade que o tratamento em uma fase parece mais eficiente em termos de custo e tempo total de duração, acredito que há muitos casos em que o resultado final ideal, incluindo estética facial e dentária, além de saúde periodontal, pode ser melhor alcançado em duas fases.
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2. Com relação aos efeitos da intervenção precoce no crescimento mandibular, qual é a época ideal para iniciar o tratamento em pacientes Classe II? Fernanda Catharino Eu costumo utilizar o estágio da dentição (mista tardia ou permanente precoce) para determinar a melhor época para começar o tratamento da Classe II. Também uso o método de maturação das vértebras cervicais (MVC) desenvolvido por Don Lamparski1,2 e preconizado por Jim McNamara. Esse método determina o nível de maturação das vértebras cervicais por meio de telerradiografia de perfil, sendo que o período mais favorável para iniciar o tratamento parece ser durante o crescimento circumpuberal. Na maioria das vezes, se a discrepância em relação cêntrica for menor do que a metade de um dente, considera-se o uso de um AEB. Os casos em que essa discrepância é maior ou que apresentem mordida topo a topo são tratados com o uso do aparelho de Herbst, sendo importante lembrar que a maioria dos estudos mostra que os efeitos produzidos pelo tratamento com esse tipo de aparelho funcional dentossuportado são 50% dentários e 50% esqueléticos3,4. Ainda, é preciso atentar-se, também, para as análises cefalométricas que indicam se o crescimento mandibular será favorável ou não (como é o caso, na análise de Jarabak, dos ângulos goníacos superior e inferior, e do comprimento do corpo mandibular)5. Nos casos de discrepância esquelética de Classe II severa e crescimento mandibular desfavorável, o crescimento e o desenvolvimento são monitorados, e o tratamento cirúrgico-ortodôntico é recomendado após o período de maturação esquelética do paciente. Já nos casos em que o paciente apresenta má oclusão de Classe II grave, que afete sua autoimagem ou autoestima, a intervenção pode ser antecipada, desde que todos (paciente, pais e o dentista que fez o encaminhamento) compreendam que um tratamento abrangente ainda será necessário no futuro, podendo incluir a cirurgia ortognática. 3. Em sua opinião, quais os principais aspectos a serem observados, na finalização do tratamento ortodôntico, para garantir a estabilidade em longo prazo? Fernanda Catharino Embora possamos discutir se as relações oclusais não ideais afetam a dentição6, na minha opinião, após avaliar os casos finalizados que tratamos, acredito que a estabi-
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artigo inédito
Efeito transversal dos aparelhos Haas e Hyrax na arcada dentária superior em pacientes com fissura transforame incisivo unilateral: estudo comparativo Anna Júlia de Oliveira Façanha1, Tulio Silva Lara2, Daniela Gamba Garib3, Omar Gabriel da Silva Filho4
Objetivo: avaliar o efeito transversal na arcada dentária superior do procedimento de expansão rápida da maxila em pacientes com fissura transforame incisivo unilateral, comparando os expansores tipo Haas modificado e de Hyrax. Métodos: a amostra constou de 48 pacientes divididos em dois grupos: grupo I, 25 pacientes que utilizaram o aparelho expansor tipo Haas modificado, com média de idade de 10 anos e 8 meses; e grupo II, 23 pacientes que utilizaram o Hyrax, com média de idade de 10 anos e 6 meses. Modelos de gesso foram realizados na fase pré-expansão e após 6 meses de contenção, após a remoção do aparelho. Os modelos foram digitalizados com auxílio do scanner 3Shape R700 3D e as distâncias transversais iniciais e finais foram medidas entre as pontas de cúspides e pontos cervicopalatinos de dentes superiores pelo método digital no software OrthoAnalyserT 3D. Resultados: a média de expansão obtida entre as pontas de cúspides e entre os pontos cervicopalatinos, respectivamente, para a distância intercaninos, foi de 4,80mm e 4,35mm para o Haas e de 5,91mm e 5,91mm para o Hyrax; 6,46mm e 5,90mm para os primeiros molares decíduos ou primeiros pré-molares no grupo Haas, 7,11mm e 6,65mm no grupo Hyrax; e 6,11mm e 5,24mm para os primeiros molares no grupo Haas e 7,55mm e 6,31mm no grupo Hyrax. Conclusão: o procedimento de expansão rápida da maxila produziu aumentos significativos das dimensões transversais da arcada dentária superior em pacientes com fissura, sem diferenças significativas entre os expansores Haas modificado e Hyrax. Palavras-chave: Técnica de expansão palatina. Fissura palatina. Arcada dentária.
» O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, radiografias ou outros exames imaginológicos e informações diagnósticas.
Como citar este artigo: Façanha AJO, Lara TS, Garib DG, Silva Filho OG. Transverse effect of Haas and Hyrax appliances on the upper dental arch in patients with unilateral complete cleft lip and palate: A comparative study. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):39-45.
Especialista em Ortodontia, HRAC-USP. Doutor em Ortodontia, FOA-UNESP. Professor, curso de Ortodontia Preventiva, HRAC-USP. 3 Livre-docente em Ortodontia, FOB-USP. Professora de Ortodontia, HRACUSP e FOB-USP. 4 Mestre em Ortodontia, FOA-UNESP.
Enviado em: 14 de março de 2012 - Revisado e aceito: 3 de setembro de 2012
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» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Tulio Silva Lara Rua Sílvio Marchione, 3-20 – Vila Universitária – Bauru/SP CEP: 17012-900 – E-mail: tuliolara@hotmail.com
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Efeito transversal dos aparelhos Haas e Hyrax na arcada dentária superior em pacientes com fissura transforame incisivo unilateral: estudo comparativo
medida nas cúspides, e de 4,35mm quando medida na porção cervicopalatina (Tab. 2). Os valores encontrados no presente estudo são similares aos de outros estudos17,19. Em uma pesquisa com modelos digitais com 32 crianças sem fissura e presença de mordida cruzada uni- ou bilateral, 16 crianças foram tratadas com o aparelho de Haas e outras 16 com o de Hyrax20. No grupo que utilizou o de Haas, constatou-se um aumento na distância intermolares de 6,33mm na ponta das cúspides mesiopalatinas e de 6,04mm no sulco central dos primeiros molares, bem como da distância intercaninos de 2,27mm, quando medida nas cúspides, e de 4,74mm, quando medida na porção cervical. No presente estudo, o grupo de pacientes tratados com o expansor de Hyrax (Grupo 2) mostrou um aumento médio da distância intermolares de 7,55mm na ponta das cúspides mesiovestibulares, e de 6,31mm na porção cervicopalatina dos molares, assim como da distância intercaninos da ordem de 5,91mm na ponta da cúspide e de 5,91mm na porção cervical desses (Tab. 3). Esses resultados vão de encontro a outros apresentados na literatura em pacientes na dentição mista tratados com o Hyrax19,21,23, entretanto, são inferiores aos obtidos em outro estudo20. Foi demonstrado um aumento da distância intermolares de 9,97mm na ponta das cúspides mesiopalatinas e de 9,51mm no sulco central dos molares em sua porção mesial, assim como da distância intercaninos da ordem de 7,93mm na ponta da cúspide e de 6,29mm na porção cervical desses20.
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Quando se comparam as distâncias intermolares e intercaninos nos grupos tratados com os aparelhos de Haas e de Hyrax, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, exceto para a medida da distância intermolares (ponta de cúspide), que mostrou maior aumento com o de Hyrax (Tab. 4), provavelmente devido ao maior efeito de inclinação dentária apresentado por esse aparelho. A literatura é controversa, ora mostrando maior aumento nas medidas intermolares e intercaninos com o uso do Hyrax em detrimento ao Haas20, ora mostrando maior tendência de inclinação vestibular dos molares com o aparelho de Haas16. De maneira geral, existe um comportamento semelhante entre os expansores de Haas e de Hyrax em relação à expansão na região dentoalveolar da maxila24. Entretanto, o disjuntor Haas pode inclinar mais os dentes de ancoragem (3,5° no primeiro molar) quando comparado ao disjuntor Hyrax (1,6°), embora tal diferença seja clinicamente irrelevante24. Conclusões » A expansão rápida da maxila com os disjuntores de Haas modificado e de Hyrax se mostrou eficiente em aumentar as dimensões transversais da arcada dentária superior em pacientes com fissura transforame incisivo unilateral. » Não se observaram diferenças entre os efeitos transversais produzidos pelos expansores tipo Haas modificado e de Hyrax nesses pacientes.
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Façanha AJO, Lara TS, Garib DG, Silva Filho OG
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A influência dos aparelhos ortodônticos fixos na microbiota bucal: revisão sistemática Amanda Osório Ayres de Freitas1, Mariana Marquezan2, Matilde da Cunha Gonçalves Nojima3, Daniela Sales Alviano4, Lucianne Cople Maia5
Objetivo: investigar se há evidências científicas para comprovar a hipótese de que a presença de aparelhos ortodônticos fixos influencia a microbiota bucal. Métodos: a busca por artigos foi realizada nas bases de dados do PubMed, ISI Web of Knowledge e Ovid, incluindo artigos publicados em inglês até 17 de maio de 2012. Esses deveriam relatar estudos observacionais humanos que apresentassem as palavras-chave: “aparelho ortodôntico fixo” e “colonização microbiológica”; ou “patógenos periodontais”; ou “Streptococcus”; ou “Lactobacillus”; ou “Candida”; ou “Tannerella forsythia”; ou “Treponema denticola”; ou “Fusobacterium nucleatum”; ou “Actimomyces actinomycetemcomitans”; ou “Prevotella intermedia”; ou “Prevotella nigrescens”; ou “Porphyromonas gingivalis”. Artigos foram previamente selecionados pelo título e resumo. Artigos que atenderam aos critérios de inclusão foram analisados e classificados como de baixa, moderada ou alta qualidade metodológica. Uma nova lista de verificação detalhada para avaliação da qualidade foi desenvolvida, com base na informação necessária para a extração de dados aplicáveis para as revisões de literatura. O desenho do estudo, a amostra, o período de acompanhamento, coleta e métodos de análise microbiana, o tratamento estatístico, resultados e discussão foram avaliados. Resultados: a busca inicial encontrou 305 trabalhos. Em seguida, 33 artigos foram selecionados pelo título e resumo. Após a leitura do texto completo, apenas oito artigos preencheram os critérios de inclusão. Desses, quatro foram classificados como artigos com baixa qualidade metodológica e quatro como moderados. Os estudos de qualidade metodológica moderada foram incluídos na revisão sistemática. Conclusão: a literatura revelou evidência moderada de que a presença de aparelhos fixos exerce influência na quantidade e qualidade da microbiota bucal. Palavras-chave: Aparelhos ortodônticos. Periodontia. Locais de fixação. Microbiológicas. Análise microbiológica.
Como citar este artigo: Freitas AOA, Marquezan M, Nojima MCG, Alviano DS, Maia LC. The influence of orthodontic fixed appliances on the oral microbiota: a systematic review. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):46-55.
Doutoranda em Odontologia, UFRJ. 2 Doutora em Ortodontia, UFRJ. 3 Pós-doutor em Ortodontia, Case Western Reserve University. 4 Pós-doutora em Microbiologia e Imunologia, UFRJ. 5 Doutor em Odontologia Social, UFF. 1
Enviado em: 05 de março de 2012 - Revisado e aceito: 12 de julho de 2012 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Amanda Osório Ayres de Freitas Rua São Francisco Xavier, 258/704 – Tijuca – Rio de Janeiro/RJ CEP: 20550-012 – E-mail: amandaoaf@gmail.com
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A influência dos aparelhos ortodônticos fixos na microbiota bucal: revisão sistemática
parâmetros microbiológicos entre o terceiro e sexto mês após a instalação dos aparelhos. Os autores explicam esse fato com base no restabelecimento do equilíbrio microrganismo/hospedeiro depois do terceiro mês de terapia. Os resultados dos parâmetros clínicos descreveram o aumento nos valores de todos os índices clínicos aplicados. O índice de placa deve ser enfatizado, uma vez que aumentou até o terceiro mês de terapia, quando a pontuação máxima foi registrada. Depois disso, o índice diminuiu durante os últimos meses de investigação. Os resultados confirmam o crescimento de bactérias periodontopatogênicas em adolescentes tratados com aparelhos fixos. No entanto, foi uma condição transitória. Na última pesquisa incluída na presente revisão20, a coleta subgengival foi realizada antes e um ano após a instalação dos aparelhos. As amostras foram coletadas usando fio ortodôntico de aço inoxidável, com comprimentos de 20mm e calibre de 0,016", inserido nos sulcos gengivais. Após a preparação, cada amostra foi inoculada em meios de cultura seletivos diferentes para bactérias subgengivais. As placas foram cultivadas em câmara anaeróbia a 37°C durante quatro dias e a contagem total de bactérias viáveis foi determinada. Os resultados não mostraram alterações significativas na microbiota subgengival durante a investigação. No entanto, a percentagem dos cinco tipos de bactérias foi alterada, especialmente streptococcus (17,5% da microbiota bucal após um ano). O aumento dessas bactérias está, geralmente, relacionado à maior incidência de cárie. Por outro lado, houve diminuição na percentagem de actinomicetos (diminuição de 13,3% na flora total) e menor redução das espécies Fusobacterium e Bacteroides. As espiroquetas tiveram aumento estatisticamente insignificante. Essas bactérias gram-negativas são potencialmente patogênicas, associadas à doença periodontal. O aumento insignificante no número de bactérias anaeróbias gram-negativas foi atribuído à higiene bucal relativamente boa e ao pequeno aumento no acúmulo de placa. Portanto, bolsas gengivais significativas não foram formadas. Índices clínicos de saúde periodontal foram usados para complementar o estudo. O índice supragengival não se alterou significativamente após um ano de tratamento. No entanto, foi encontrada uma correlação entre o uso de aparelho ortodôntico e o nível de placa em ambos os intervalos de tempo. O índice gengival apresentou aumento importante nos dentes com aparelho.
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A falta de correlação entre o índice gengival e alterações subgengivais também foi determinada, o que sugere que as bactérias subgengivais não são o único tipo diretamente responsável pela inflamação gengival. Provavelmente, o aumento dos streptococcus na placa supragengival pode ter contribuído para o estado de inflamação gengival. Portanto, os autores concluíram que a confirmação sobre os efeitos dos aparelhos ortodônticos fixos sobre a saúde periodontal deveria ser investigada em estudos realizados por períodos mais longos. Além disso, há a hipótese de que os aparelhos ortodônticos criam um ambiente biológico favorável para alterações qualitativas na microbiota subgengival, sendo que a afirmação de que os aparelhos ortodônticos estejam associados à má higiene bucal e produção de alterações gengivais transitórias incompatíveis com danos permanentes às estruturas periodontais foi aceita22. É extremamente importante manter os pacientes ortodônticos sob rigoroso controle de higiene bucal de acúmulo de placa, de modo a favorecer o reequilíbrio hospedeiro‑microrganismo após a instalação do aparelho21. O controle adequado da higiene leva à diminuição do acúmulo de placa em pacientes ortodônticos, minimizando a possibilidade de descalcificação dos dentes e desenvolvimento da doença periodontal inflamatória20. Acompanhamento profissional no consultório odontológico pode motivar os indivíduos a manter, eles próprios, o melhor controle da placa e a aumentar sua saúde bucal23. Os resultados apresentados na presente revisão sistemática indicam que há evidências científicas moderadas de que os aparelhos ortodônticos fixos influenciam a microbiota bucal, já que não havia nenhum estudo classificado com alta qualidade metodológica. A instalação de aparelhos aumenta a quantidade e a diversidade da microbiota bucal. Aparentemente, esse é um efeito transitório, dependendo da higiene bucal. Entretanto, estudos bem desenhados, com longos períodos de investigação, menor intervalo de tempo entre as coletas, bem como métodos específicos de análise microbiológica, são necessários para fortalecer a evidência da influência do aparelho ortodôntico fixo na microbiota bucal. Essa estratégia confirmaria se existe um período crítico de tempo para o aumento da colonização microbiológica após a instalação dos aparelhos ortodônticos. Portanto, o ortodontista deve reforçar a necessidade de controle de higiene bucal adequado durante o tratamento ortodôntico.
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Freitas AOA, Marquezan M, Nojima MCG, Alviano DS, Maia LC
controle da higiene bucal. Os autores recomendam o desenvolvimento de novas investigações considerando a influência da crescente quantidade e qualidade da microbiota bucal no estabelecimento de cárie e de doenças periodontais.
CONCLUSÕES A literatura revelou evidência moderada de que a presença de aparelhos fixos influencia a quantidade e a qualidade da microbiota bucal. Esse é, possivelmente, um efeito transitório, que depende do
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artigo inédito
Perfil das publicações nacionais e internacionais nos periódicos de Ortodontia em um período de 10 anos Neudí Antonio Primo1, Vivian Bertoglio Gazzola2, Bruno Tochetto Primo3, Maximiano Ferreira Tovo4, Italo Medeiros Faraco Junior5
Objetivo: determinar o perfil das publicações nacionais e internacionais nos periódicos de Ortodontia. Métodos: foram avaliados 635 artigos da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial e American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, em três tempos distintos, dentro de um intervalo de 10 anos (1999, 2004 e 2009), caracterizando as áreas de conhecimento, os delineamentos utilizados e identificando países e estados brasileiros com maior produção científica. Resultados: os delineamentos dos estudos internacionais mais utilizados foram estudos de coorte (23,9%) e transversal (21,7%). Em estudos nacionais, destacam-se os delineamentos transversais (28,9%) e revisão de literatura (24,6%). Nas publicações internacionais, as categorias temáticas mais pesquisadas foram materiais dentários (17%), além de dispositivos de tratamento (12,4%); essa mesma categoria esteve presente em 16% das publicações nacionais, e a má oclusão dentária em 12,6%. A nacionalidade das publicações mais observada foi a do próprio país de origem do periódico. Conclusões: a maioria dos artigos publicados refere-se a estudos de menor potencial para estabelecer evidências científicas. Além disso, a situação detectada ilustra a propensão das revistas publicarem os artigos produzidos dentro de seu país de origem, bem como as disparidades entre os estados do Brasil quanto ao número de publicações. Palavras-chave: Bibliometria. Pesquisa em Odontologia. Ortodontia. Características dos estudos.
Como citar este artigo: Primo NA, Gazzola VB, Primo BT, Tovo MF, Faraco Junior IM. Bibliometric analysis of scientific articles published in Brazilian and international orthodontic journals over a 10-year period. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):56-65.
Mestre em Odontologia, ULBRA. Professor, curso de Especialização de Ortodontia, FUNORTE. 2 Doutorando em Ortodontia, ULBRA. 3 Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, ULBRA. 4 Doutor em Odontopediatria, USP. Professor, curso de Doutorado e Mestrado em Odontologia da ULBRA. 5 Doutor em Odontopediatria, UNESP. Professor, curso de Doutorado e Mestrado em Odontologia, ULBRA. 1
Enviado em: 19 de maio de 2012 - Revisado e aceito: 17 de agosto de 2012 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Neudí Antonio Primo Rua Barão do Rio Branco, 430 - E - Sala 18 – Chapecó/SC - CEP: 89.802-100 E-mail: neudiprimo@yahoo.com.br
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Após a obtenção dos periódicos selecionados, nos anos de 1999, 2004, 2009, foram acessados os resumos de cada artigo por meio de cópia, sendo divididos por ano e, após isso, subdivididos em volume e número. Em continuidade, foram examinados título e resumo9. Três itens foram avaliados: área de conhecimento, delineamento do estudo e os países que deram origem à publicação. Quando não foi possível caracterizar os itens da pesquisa com apenas título e resumo, o artigo na íntegra era obtido e, da mesma forma, analisado. Dois examinadores foram treinados e calibrados para a coleta das informações. O desempenho desses foi aferido por meio do teste kappa, o qual resultou em k = 0,9654 (concordância quase perfeita). A categorização dos dados foi feita pela revisão física, manual, direta do resumo de cada referência, de modo independente. Prefácio, editorial, carta do leitor e dados da organização da revista foram excluídos. Foram estabelecidas 6 áreas de conhecimento e 18 subáreas específicas, de modo a avaliar as tendências dos temas e assuntos abordados. Os delineamentos foram classificados com base no proposto por Fletcher e Fletcher10. Os países da realização do estudo foram identificados e citados de acordo com o país de origem do autor responsável pela correspondência, de forma a obter o número total de publicações em cada país e elencar a produção científica desses. Quando o autor de correspondência era do Brasil, catalogou-se, ainda, o estado, em conformidade com o endereço de correspondência. O instrumento para registro dos dados coletados compreendeu um formulário específico, contendo questões relativas à área de conhecimento, tipo de estudo e país da publicação. Esses dados foram organizados e analisados com o auxílio do software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences – versão 10.0), sendo apresentados por meio de estatísticas descritiva e analítica. Para a verificação da existência de associação significativa entre as revistas e os países de publicação com as outras variáveis de estudo, foram utilizados os testes qui-quadrado e teste exato de Fisher. Esses testes têm por objetivo a verificação da existência de uma associação significativa entre duas variáveis qualitativas. O teste exato de Fisher é uma alternativa para o teste qui-quadrado, quando temos amostras muito pequenas.
INtroduçÃO A crescente busca por orientar e organizar as informações que são obtidas no contexto científico-acadêmico tem permitido às ciências da saúde analisar detalhadamente sua produção científica. A bibliometria surge como uma importante ferramenta, que permite mapear e gerar diferentes indicadores da gestão da informação e do conhecimento1-5. Uma abordagem bibliométrica em Ortodontia possibilita a avaliação das publicações que são úteis para a recuperação da informação e a estratificação. Assim posto, após apreciar, estratificar e armazenar eletronicamente o catálogo com as informações identificadas, é possível criar uma base de dados e permitir-lhe acesso. Essa base de dados pode ser útil para pacientes e profissionais na tomada de decisões sobre os procedimentos clínicos, bem como suscitar novas questões de pesquisa6. Sun et al.6, analisando a literatura ortodôntica, encontraram informações clinicamente relevantes para basear as decisões clínicas, equilibradas entre a etiologia, diagnóstico, tratamento e prognóstico. Mavropoulos e Kiliaridis7 observaram que os artigos publicados nos periódicos ortodônticos centram-se cada vez mais na avaliação do tratamento e no diagnóstico. Constataram, ademais, que o número de estudos sobre novos métodos de tratamento diminuiu significativamente durante os últimos 20 anos, concluindo que há necessidade de estudos de alta qualidade, com maior poder de gerar evidências. Não obstante, em Ortodontia há poucos estudos de análise bibliométrica, deixando clara a necessidade de pesquisas com essa metodologia7,8. Assim sendo, o objetivo do presente estudo é determinar o perfil das publicações internacionais e nacionais em dois periódicos de Ortodontia, em três tempos distintos em um período de 10 anos (1999, 2004 e 2009), avaliando as áreas de conhecimento e delineamento dos artigos, e identificar o país de origem dos trabalhos publicados. MATERIAL E MÉTODOS A seleção das revistas para compor a presente pesquisa foi realizada por meio da base de dados da CAPES, escolhendo o periódico nacional e o internacional com melhor classificação na área de Ortodontia, segundo o critério QUALIS do ano de 2010. As revistas selecionadas foram a Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (Dental Press Editora, Maringá/PR) e o American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics (Editora Elsevier, Amsterdam, Países Baixos).
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RESULTADOS Por meio do teste qui-quadrado e do exato de Fisher, foi possível verificar que todas as variáveis (ano, delineamento e área do conhecimento) apresentaram associação
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Análise fotométrica do perfil facial esteticamente agradável e desagradável Helena Nunes da Rocha Fortes1, Thamirys Correia Guimarães2, Ivana Mara Lira Belo3, Edgard Norões Rodrigues da Matta4
Objetivo: identificar quais medidas lineares, angulares e de proporcionalidade influenciam para um perfil ser considerado agradável ou desagradável, e avaliar o dimorfismo sexual. Métodos: foram obtidas e impressas em papel fotográfico 150 fotografias padronizadas do perfil facial de acadêmicos de Odontologia de ambos os sexos. Dez cirurgiões-plásticos, dez ortodontistas e dez leigos responderam um questionário caracterizando cada perfil em agradável, aceitável ou desagradável. Com a utilização de um sistema de escore, foram selecionadas as fotografias dos 15 perfis mais agradáveis e dos 15 mais desagradáveis de cada sexo. As fotografias foram digitalizadas para o programa de computador AutoCAD, e medidas lineares, angulares e de proporcionalidade foram mensuradas utilizando-se ferramentas do programa. As médias obtidas entre os grupos foram comparadas pelos testes t de Student e de Mann-Whitney a 5%. Resultados: as medidas lineares Li-S, Li-H, Li-E, Li-B e Pn-H apresentaram diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05). Os ângulos G’.Pn.Pg’, G’.Sn.Pg’ e Sn.Me’.C e as medidas de proporcionalidade G’-Sn:Sn-Me’ e Sn-Gn’:Gn’-C também apresentaram diferenças significativas (p < 0,05). Diferenças significativas entre os sexos foram identificadas na medida linear Ala-Pn, nos ângulos G’-Pg’.N’-Pn, Sn.Me’.C e proporções Gn’-Sn:Sn-Me’ e Ala-Pn:N’-Sn (p < 0,05). Conclusão: o posicionamento anteroposterior do lábio inferior, a quantidade do nariz que influencia o perfil, a convexidade facial, a proporção vertical total e lábio-queixo parecem influenciar a agradabilidade do perfil facial. Dimorfismo sexual foi identificado na medida linear comprimento nasal, nos ângulos nasofacial e terço inferior da face e nas proporções vertical total e comprimento/altura nasal. Palavras-chave: Estética. Fotografia. Ortodontia.
» O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, radiografias ou outros exames imaginológicos e informações diagnósticas.
Como citar este artigo: Fortes HNR, Guimarães TC, Belo IML, Matta ENR. Photometric analysis of esthetically pleasant and unpleasant facial profile. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):66-75. Enviado em: 30 de maio de 2012 - Revisado e aceito: 10 de dezembro de 2012
Graduada em Odontologia, UFAL. 2 Graduada em Odontologia, UFAL. 3 Especializando em Ortodontia, FOB/USP. 4 Mestre e Doutor em Ortodontia, UFRJ. Professor Adjunto de Ortodontia, UFAL. 1
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» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Edgard Norões Rodrigues da Matta Rua Abdon Arroxelas, 448 – Apto. 504 – Maceió/AL CEP: 57035-380 – E-mail: edgardmatta@ig.com.br
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artigo inédito
Análise fotométrica do perfil facial esteticamente agradável e desagradável
Em sua pesquisa, Nomura et al.15 investigaram a preferência de avaliadores de diversas etnias quanto ao posicionamento dos lábios, tendo o grupo de avaliadores africanos selecionado como perfis agradáveis aqueles com uma média de -2,13mm para linha E — valor muito próximo aos -2,02mm obtidos no presente trabalho. A distância Pn-H, que também apresentou diferença entre os grupos, expressa clinicamente a quantidade do nariz que influencia o perfil, ou seja, a relação entre nariz, pogônio e lábio superior: três estruturas importantes na definição de um perfil. Convém salientar que a medida linear comprimento nasal não evidenciou diferença significativa entre os perfis considerados agradáveis e desagradáveis, sendo assim, pode-se deduzir que o mais importante não é somente o tamanho em si, mas sua relação com as outras estruturas faciais. No presente trabalho, as medidas que avaliaram a influência da convexidade facial na agradabilidade do perfil apresentaram diferença entre os grupos agradável e desagradável. Essa diferença observada tanto no ângulo de convexidade facial total quanto no ângulo de convexidade facial está em desacordo com Trevisan e Gil8, que não encontraram diferença significativa dessas variáveis entre os grupos. Porém esses avaliaram pacientes apresentando oclusão normal, enquanto, no presente estudo, a relação de oclusão não foi critério de inclusão ou exclusão. Os dados da presente pesquisa corroboram os achados de recente publicação21, que encontrou uma forte associação entre estética do perfil facial e os ângulos de convexidade facial, tendo deduzido que perfis cuja convexidade é aumentada ou reduzida são considerados esteticamente menos agradáveis. O ângulo de convexidade facial total avalia a contribuição do nariz na convexidade da face7. No presente trabalho, a média dos perfis agradáveis, de 142,37° (ou 37,33°, considerando que alguns autores utilizam o valor total subtraído por 180°), aproxima-se da média de 38,93° encontrada por Reche et al.19 O ângulo de convexidade facial determina a harmonia da face nos terços médio e inferior19, tendo, nesse estudo, obtido uma média de 169,2° (ou 10,8°) no grupo agradável, valor muito próximo dos 12° encontrados entre os perfis agradáveis, por Almeida et al.12 O ângulo do terço inferior da face se propõe a avaliar a protrusão do mento em relação ao terço médio da face21. Ele possui uma grande relevância na estética facial, aparecendo em determinada pesquisa7 como a terceira justificativa apresentada pelos avaliadores para um
DISCUSSÃO Entre os vários objetivos do tratamento ortodôntico, o correto relacionamento dos elementos dentários entre si e com suas bases esqueléticas, a estabilidade dos resultados, uma correta função oclusal e, na atualidade, em razão da grande ênfase que tem sido dada à estética, a obtenção de um perfil facial harmonioso têm tomado uma posição de destaque nos objetivos que se pretende alcançar ao final do tratamento ortodôntico. Para que o planejamento ortodôntico atenda aos anseios estéticos dos pacientes, é preciso incluir uma análise detalhada do perfil facial, que durante muitos anos foi realizada com radiografias cefalométricas de perfil. Na atualidade, as fotografias padronizadas passaram a ter uma importância significativa tanto clinicamente quanto nas pesquisas, principalmente por reproduzir os tecidos moles em detalhe7,8,10,13,19. No presente estudo, quando da análise do erro metodológico, diferenças significativas foram evidenciadas em somente 3 das 19 variáveis analisadas, o que pode ser interpretado como tendo sido utilizado um método bastante confiável. As medidas ângulo nasolabial, ângulo do terço inferior e proporção lábio-queixo, que apresentaram erros, e que, assim, são de difícil precisão e/ou reprodutibilidade, devem ser interpretadas clinicamente com reservas. Na literatura, referências já foram feitas à dificuldade de mensuração do ângulo do terço inferior (Sn-Me’ e Me’-C) e proporção lábio-queixo (Sn-Gn’ e Gn’-C), por apresentarem em comum o ponto cervical como referência, considerado de difícil localização10,19. O acúmulo cervical de gordura é citado como um fator de dificuldade para medição do ângulo do terço inferior13. Reche et al.19 fazem referência, também, à dificuldade de mensuração do ângulo nasolabial. No presente trabalho, todas as medidas lineares referentes ao posicionamento do lábio inferior em relação às linhas de referência tiveram diferenças estatísticas entre os grupos agradável e desagradável. Em relação à distância do lábio inferior à linha S, o grupo agradável apresentou um perfil com ligeira retrusão labial (média de -0,57mm), o que concorda com os achados de Carvalho20, que também concluiu que os perfis mais agradáveis possuíam o lábio inferior levemente aquém da linha S. Consequentemente, o presente trabalho discorda dos achados obtidos por Almeida et al.12, que afirmam serem agradáveis em ambos os sexos, independentemente da raça, faces com os lábios tocando a linha S ou com leve protrusão.
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Fortes HNR, Guimarães TC, Belo IML, Matta ENR
feminino em tudo22. Reis et al.13 também observaram diferenças para as variáveis ângulo do terço inferior da face e proporção vertical total. Outros autores9,23, assim como no presente estudo, não encontraram dimorfismo quanto à posição dos lábios em relação às linhas de referência. Vários outros fatores, além dos avaliados no presente trabalho, possuem uma importante influência na atratividade facial e já são referenciados na literatura, tais como cor dos dentes, cabelos24, lábios, pele7,24, nariz, queixo, maxila e olhos7.
perfil ser considerado desagradável. Existe uma concordância entre a média obtida na presente pesquisa e as de outros estudos semelhantes13,21. Entretanto, Trevisan e Gil8 não encontraram diferença significativa para essa variável entre os grupos agradável e desagradável. A proporção vertical total permite comparar as alturas dos terços médios e inferior da face, estando a harmonia e o equilíbrio do perfil facial associados a um comprimento semelhante desses terços13. Na presente amostra, a média para os perfis agradáveis foi de 0,95, muito próxima à obtida em outras pesquisas13,21. Quanto à proporção lábio-queixo, achados semelhantes já foram relatados na literatura8, porém utilizando apenas pacientes do sexo masculino. Na análise do dimorfismo sexual, foram encontradas diferenças para a medida linear comprimento nasal, para os ângulos nasofacial e do terço inferior da face, e para as proporções vertical total e comprimento/altura do nariz. Diferenças entre os sexos na medida linear comprimento do nariz já eram esperadas, haja vista que o sexo masculino é, de uma forma homogênea, maior que o sexo
CONCLUSÃO O posicionamento anteroposterior do lábio inferior, a quantidade do nariz que influencia o perfil, a convexidade facial e as proporções vertical total e lábio-queixo parecem interferir na agradabilidade do perfil facial. Dimorfismo sexual foi identificado na medida linear comprimento nasal, nos ângulos nasofacial e terço inferior da face, e nas proporções vertical total e comprimento/altura nasal.
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Comparação entre anestésico tópico e anestésico infiltrativo para a instalação de mini-implantes ortodônticos Matheus Miotello Valieri1, Karina Maria Salvatore de Freitas2, Fabricio Pinelli Valarelli3, Rodrigo Hermont Cançado3
Objetivo: comparar a aceitabilidade e a efetividade do uso de anestésico tópico e anestésico infiltrativo para inserção de mini-implantes ortodônticos, utilizados como dispositivos de ancoragem temporária. Métodos: foram selecionados 40 pacientes, sendo 17 do sexo masculino e 23 do sexo feminino, com idade média de 26 anos, todos em tratamento ortodôntico e necessitando de reforço de ancoragem. Em todos os indivíduos foram instalados mini-implantes bilateralmente em maxila, sendo em um dos lados com anestesia infiltrativa e do lado oposto com anestesia tópica. Esses 40 pacientes responderam dois questionários, sendo um pré- e outro pós-operatório, e foram obtidos índices de dor por meio da escala visual análoga (VAS). Os dados coletados foram analisados por meio de estatística descritiva e os índices de dor foram comparados por meio do teste não-paramétrico de Mann-Whitney. Resultados: verificou-se que 60% dos pacientes se sentiram mais confortáveis com a utilização de anestesia tópica para a inserção dos mini-implantes; 72,5% dos pacientes apontaram a pressão durante a inserção do dispositivo de ancoragem como a sensação mais desagradável de todo o processo; 62,5% dos pacientes sentiram mais dor com o uso de anestesia tópica. Conclusão: concluiu-se que os pacientes apresentaram menor índice de dor com o uso de anestesia infiltrativa e que, também, preferiram esse tipo de anestésico. Palavras-chave: Anestesia. Ortodontia. Implante dentário. Procedimentos de ancoragem ortodôntica.
Como citar este artigo: Valieri MM, Freitas KMS, Valarelli FP, Cançado RH. Comparison of topical and infiltration anesthesia for orthodontic mini-implant placement. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):76-83.
Mestre em Ortodontia, Faculdade Ingá (Maringá/PR). 2 Coordenadora do Mestrado em Odontologia, área de concentração Ortodontia, Uningá (Maringá/PR). 3 Professor do Curso de Mestrado em Odontologia, área de concentração Ortodontia, Uningá (Maringá/PR). 1
Enviado em: 24 de maio de 2012 - Revisado e aceito: 18 de novembro de 2012 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Karina Maria Salvatore de Freitas Rua Jamil Gebara, 1-25 – Apto 111 – Bauru/SP – CEP: 17017-150 E-mail: kmsf@uol.com.br
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artigo inédito
Valieri MM, Freitas KMS, Valarelli FP, Cançado RH
em casos onde os pacientes apresentam aversão à agulha, especialmente em pessoas que se apresentam menos ansiosas pelo fato da utilização de anestesia tópica para a inserção dos dispositivos de ancoragem.
procedeu-se à anestesia infiltrativa da região e conclui-se a inserção do dispositivo de ancoragem. No entanto, foi evidente, em todos os três casos de insucesso, a grande ansiedade por parte dos pacientes durante a inserção desses dispositivos, sendo que esses não apresentaram dor sob anestesia infiltrativa. Por meio da realização do presente trabalho, verificou-se que, com a utilização de anestesia tópica para a inserção dos mini-implantes, os pacientes têm uma maior sensibilidade durante o processo, sem, no entanto, qualquer desconforto durante a aplicação do anestésico. Porém, com as inserções sob anestesia infiltrativa, os pacientes sentem certo grau de desconforto durante a aplicação do anestésico, mas um maior conforto no momento de inserção, o que deve ser avaliado pelo profissional e paciente no momento de decidir entre qual tipo de anestesia utilizar. A utilização de anestésico tópico para a instalação de mini-implantes se mostrou uma opção bastante viável
CONCLUSÃO Por meio do presente estudo, concluiu-se que: » A utilização de anestesia tópica deixou os pacientes mais confortáveis quanto ao procedimento de colocação de mini-implante. » Os pacientes consideraram a pressão durante a colocação do mini-implante a sensação mais desagradável do procedimento. » A sensibilidade dolorosa da instalação de mini-implantes com anestesia tópica foi significativamente maior quando comparada à anestesia infiltrativa. » A maioria dos pacientes submetidos à instalação de mini-implantes preferiu o procedimento realizado com anestesia infiltrativa.
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artigo inédito
Avaliação de um método fotográfico para mensuração da angulação dentária Jordana Rodrigues Amorim1, Diogo de Vasconcelos Macedo2, David Normando3
Objetivo: analisar a confiabilidade e reprodutibilidade de um método simplificado para análise da angulação dentária que faz uso de fotografias digitalizadas de modelos de gesso. Métodos: foram realizadas fotografias digitalizadas e padronizadas de modelos de gesso, posteriormente transportadas para um programa gráfico de leitura de ângulos, para a obtenção das medidas. Tais procedimentos foram repetidos para avaliação do erro do método casual e para a análise da reprodutibilidade por meio da Correlação Intraclasse. A amostra constituiu-se de 12 indivíduos com dentição permanente completa e não tratados ortodonticamente, sendo seis do sexo masculino e seis do feminino. As análises foram feitas bilateralmente, gerando 24 medidas. Resultados: o erro casual mostrou uma variação de 0,77 a 2,55° para a angulação dos dentes. A análise estatística revelou que o método apresenta uma excelente reprodutibilidade (r = 0,65 - 0,91; p < 0,0001) para todos os dentes, exceto para os pré-molares superiores, mas ainda assim estatisticamente significativa (p < 0,001). Conclusão: o método proposto apresenta confiabilidade suficiente para justificar seu uso no desenvolvimento de pesquisas científicas, bem como na prática clínica. Palavras-chave: Coroa dentária. Fotografia dentária. Avaliação.
Como citar este artigo: Amorim JR, Macedo DV, Normando D. Evaluation of a photographic method to measure dental angulation. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):84-9.
Aluna do curso de Atualização em Ortodontia Preventiva e Interceptativa do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - USP/Bauru. 2 Graduado em Odontologia, UFPA. 3 Doutor em Ortodontia, UERJ. Professor, disciplina de Ortodontia, Faculdade de Odontologia da UFPA. Professor, curso de Especialização em Ortodontia, ABO-PA. 1
Enviado em: 15 de julho de 2012 - Revisado e aceito: 09 de setembro de 2012 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Jordana Rodrigues Amorim Rua Prof. Gerson Rodrigues, 7-51 – Apt. 801 – Vila Universitária CEP: 17012-515 – E-mail: jordanamori@gmail.com
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artigo inédito
Amorim JR, Macedo DV, Normando D
encontre maior variabilidade na marcação do longo eixo da coroa e consequente distorção nos resultados obtidos. Por meio da análise de todos os resultados obtidos, é possível concluir que o método aqui descrito apresenta confiabilidade suficiente para justificar seu uso tanto na prática clínica quanto como meio auxiliar no desenvolvimento de pesquisas científicas que se dediquem à avaliação das angulações das coroas dentárias. O método apresenta replicabilidade excelente, sem diferença entre as duas medições realizadas e com erro casual relativamente pequeno, atingindo a proposta inicial de: reduzir o tempo necessário para a tomada das medidas, ser de fácil execução para o clínico e, ainda, permitir a preservação dos modelos de gesso — objetos importantes de documentação ortodôntica do paciente.
Ao utilizar e testar esse novo método sugerido no presente estudo, verifica-se que apresenta excelente replicabilidade (p < 0,0001) para todos os dentes examinados, concordando com os resultados descritos por outros autores5,6, exceto para os pré-molares superiores, que apresentaram uma replicabilidade classificada como média a boa (p < 0,001), mas ainda estatisticamente significativa. A menor replicabilidade encontrada nas medições realizadas nos pré-molares superiores possivelmente ocorre devido ao menor comprimento da coroa clínica desses elementos, haja vista que, quanto mais posteriores, os dentes apresentam uma menor distância cervico-oclusal. Uma vez que os pré-molares não apresentam linhas de referência nas faces vestibulares, a exemplo dos molares, e são dentes mais curtos, é possível que se
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artigo inédito
Confiabilidade da TCFC no diagnóstico de assimetria dentária Antônio Carlos de Oliveira Ruellas1, Leonardo Koerich2, Carolina Baratieri3, Claudia Trindade Mattos4, Matheus Alves Junior5, Daniel Brunetto5, Lindsey Eidson6
Objetivo: validar um método para avaliar assimetria dentária, em relação à linha média esquelética, usando TCFC. Métodos: dez pacientes que realizaram TCFC foram selecionados aleatoriamente para esse estudo. Cinco diferentes observadores repetiram 10 pontos de referência (com variáveis x, y e z, para cada ponto) e 12 medidas lineares em um intervalo de 10 dias. As medições foram realizadas em ambas as arcadas, para avaliar a simetria de primeiros molares, caninos e linha média dentária, em relação à linha média esquelética. Índice de correlação intraclasse (ICC) foi realizado para verificar a confiabilidade intraobservador e interobservadores para os pontos de referência e distâncias. A diferença média também foi avaliada, para checar os erros de mensuração entre os observadores. Resultados: ICC para os pontos de referência foram ≥ 0,9 para 27 (90%) e 25 (83%) das variáveis para intra- e interobservadores respectivamente. ICC para distâncias foi ≥ 0,9 para 7 (58%) e 5 (42%), respectivamente. Todas as medidas de ICC para distâncias foram > 0,75 para intraobservador e interobservadores. A diferença média entre observadores foi ≤ 0,6mm para todas as distâncias. Conclusão: o método de verificação de assimetria dentária utilizando TCFC é válido. Medições de molares, caninos e linha média dentária com a linha média esquelética são reproduzíveis e confiáveis quando feitas utilizando TCFC, mesmo que por diferentes operadores. Palavras-chave: Tomografia computadorizada de feixe cônico. Diagnóstico por imagem. Imagem tridimensional. Arcada dentária.
Como citar este artigo: Ruellas ACO, Koerich L, Baratieri C, Mattos CT, Alves Junior M, Brunetto D, Eidson L. Reliability of CBCT in the diagnosis of dental asymmetry. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):90-5.
Doutor em Odontologia e Professor Adjunto, UFRJ. 2 Mestre em Ortodontia, UFRJ. 3 Doutora em Ortodontia, UFRJ. 4 Doutora em Ortodontia, UFRJ. Professora Adjunta, UFF. 5 Doutorando em Ortodontia, UFRJ. 6 Mestre em Ortodontia, University of North Carolina. 1
Enviado em: 15 de setembro de 2012 - Revisado e aceito: 19 de janeiro de 2013 » O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, radiografias ou outros exames imaginológicos e informações diagnósticas. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Antônio Carlos de Oliveira Ruellas Rua Professor Rodolpho Paulo Rocco, 325 – Rio de Janeiro/RJ CEP: 21941-913 – E-mail: antonioruellas@yahoo.com.br
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artigo inédito
Ruellas ACO, Koerich L, Baratieri C, Mattos CT, Alves Junior M, Brunetto D, Eidson L
A correção anteroposterior de assimetrias dentárias, frequentemente presente em más oclusões de subdivisão, pode ser feita com pequenos movimentos dentários ou com extrações, dependendo do grau da discrepância. Consequentemente, é necessário o correto diagnóstico em qual arcada e lado está localizada a assimetria para decidir a mecânica a ser aplicada. Essa avaliação em modelos de gesso utiliza a rafe palatina como linha média esquelética, mas algum grau de variação pode ocorrer entre diferentes operadores, devido à sua forma. Assim, avaliar a assimetria dentária utilizando TCFC e tendo a linha média esquelética como referência pode ser uma importante informação para o diagnóstico.
é importante a informação que pode ser obtida, especialmente em casos de assimetria esquelética. Há recomendações específicas para esse exame, apesar da menor dose de radiação17,18, menor custo e boa acurácia19; assim, a TCFC tem sido cada vez mais solicitada e melhor aceita20. As doses de radiação estão na mesma faixa de séries completas de radiografias periapicais. Outra vantagem é que um único exame pode fornecer informações para realizar análise das vias aéreas, seios e articulação temporomandibular21,22. Outra possível desvantagem é a presença de artefatos nas regiões de interesse e a necessidade de um programa específico para avaliação. Determinar clinicamente desvios de linha média dentária utilizando tecido mole como referência pode ser complicado quando existe assimetria no nariz, mento ou filtro23. A proposta do método do “peso de chumbo imaginário”24 como linha vertical verdadeira é afetada pela posição do paciente e pelo efeito paralaxe sobre o operador.
Conclusão Medições de molares, caninos e incisivos em relação à linha média esquelética, para avaliar assimetria dentária, são reproduzíveis e confiáveis quando feitas utilizando TCFC.
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Ação da nicotina na remodelação óssea durante o movimento dentário induzido: estudo histológico em ratos Ricardo Lima Shintcovsk1, Luégya Knop1, Orlando Motohiro Tanaka2, Hiroshi Maruo3
Introdução: a nicotina apresenta efeito prejudicial sobre a angiogênese, osteogênese e síntese de colágeno. Objetivo: investigar a ação da nicotina sobre a remodelação óssea durante o movimento dentário induzido em ratos. Métodos: oitenta ratos machos Wistar foram divididos em três grupos: grupo C (sem indução de movimento dentário e sem a ação da nicotina – controle); grupo CM (indução de movimento dentário) e grupo NM (indução de movimento dentário associado à ação da nicotina). Os animais dos grupos C e CM receberam solução salina a 0,9% e os animais do grupo NM receberam nicotina (solução PA a 98% diluída em solução salina a 0,9% estéril) por via subcutânea (2mg/kg). Após a eutanásia dos animais, com 3, 7, 14 e 21 dias de uso da mola ortodôntica, os espécimes teciduais foram processados histologicamente e quantificou-se o número de vasos sanguíneos, lacunas de Howship e células osteoclásticas nos lados de tração e compressão do ligamento periodontal. A neoformação óssea foi avaliada por meio de luz polarizada, para determinar a porcentagem de colágeno maduro e imaturo. Resultados: observou-se que a quantidade de vasos sanguíneos diminuiu no grupo NM, quando comparado ao grupo CM, nos períodos de três (p < 0,001) e sete (p < 0,05) dias. Quanto às células osteoclásticas e lacunas de Howship, o grupo NM apresentou menores níveis de expressão em relação ao grupo CM, com diferença estatisticamente significativa nos períodos de 7 e 14 dias. A porcentagem de colágeno imaturo apresentou-se aumentada no grupo NM, quando comparado ao grupo CM, em todos os períodos analisados, com diferença estatisticamente significativa. Conclusão: a nicotina interferiu no processo de remodelação óssea durante o movimento dentário induzido, reduzindo a angiogênese, células osteoclásticas e lacunas de Howship, e atrasando a maturação do colágeno da matriz óssea neoformada. Palavras-chave: Movimento dentário. Reabsorção óssea. Formação óssea. Vasos sanguíneos. Nicotina.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Como citar este artigo: Shintcovsk RL, Knop L, Tanaka OM, Maruo H. Nicotine effect upon bone remodeling during orthodontic tooth movement: histological study in rats. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):96-107. Enviado em: 17 de setembro de 2012 - Revisado e aceito: 02 de março de 2013
Doutorando em Ciências Odontológicas, Área de Concentração Ortodontia, UNESP/Araraquara. 2 Pós-doutor em Ortodontia, UFJF. Professor, PUCPR. 3 Doutor em Ortodontia, UNICAMP. 1
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Endereço para correspondência: Ricardo Lima Shintcovsk Rua Magno Valente, 110 – Apt 1401A – Pituba – Salvador/BA – CEP: 41810-620 E-mail: ricshintcovsk@yahoo.com.br
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artigo inédito
Shintcovsk RL, Knop L, Tanaka OM, Maruo H
Os ratos foram divididos em três grupos: grupo C (sem indução de movimento dentário e sem a ação da nicotina – controle); grupo CM (indução de movimento dentário); e grupo NM (indução de movimento dentário associado à ação da nicotina). Os animais do grupo C e CM receberam administração de solução salina a 0,9% (0,5ml/kg a cada 24 horas), para simular o estresse recebido pelos animais com a injeção. Os animais do grupo NM receberam 2mg/kg de nicotina (solução PA a 98% diluída em solução salina 0,9% estéril) por via subcutânea em intervalos de 24 horas. A dose utilizada baseou-se em estudo conduzido por Chen et al.6 As aplicações foram iniciadas um dia antes da instalação do acessório ortodôntico, e prosseguiram com uso contínuo até o final do experimento, em 3, 7, 14 e 21 dias. Em todos os grupos, o estudo focalizou as raízes mesiovestibulares dos primeiros molares superiores. As hemimaxilas direitas constituíram os grupos CM e NM; e as esquerdas, o grupo C, como realizado no estudo de Bletsa et al.5 O movimento dentário foi induzido por uma mola fechada de níquel-titânio (G&H Wire Company, ref. CCOF9XL, lote 103946 – Hanover, Alemanha), que produziu uma força recíproca entre os incisivos superiores e o primeiro molar superior direito (Fig. 1), com magnitude de 30g, mensurada por dinamômetro de precisão devidamente calibrado e aferido, marca Dentaurum, modelo Stress and Tension Gauge (25 a 250g). Após a ativação inicial, o dispositivo não foi reativado, no entanto, seu posicionamento foi conferido diariamente. Para a instalação do dispositivo ortodôntico, foi realizada anestesia geral com injeção intramuscular de cetamina (Vetanarcol, Lab. Konig S. A., lote 00103, Avellaneda, Argentina), na dose de 1,8mg/kg, e xilazina (Rompun, Lab. Bayer, lote 00404, São Paulo/SP), na dose de 1,1mg/kg. Os animais foram eutanasiados após 3, 7, 14 e 21 dias da instalação do dispositivo ortodôntico, com solução anestésica cetamina-xilazina, nas doses de 5,4mg/kg e 3,3mg/kg, respectivamente, via intraperitoneal. Após a eutanásia, as maxilas foram dissecadas e fixadas com uma solução tamponada de formalina a 10% por 72 horas e, depois, descalcificadas em solução aquosa de EDTA a 4,13% por aproximadamente 12 semanas, desidratadas em passos seriados, com etanol e emblocadas em parafina. Cortes seriados transversais de 4μm foram preparados e corados para análise histológica.
INTRODUCÃO A nicotina é considerada o maior alcaloide presente no tabaco (Nicotiana tabacum) — uma das drogas mais consumidas no mundo. Atua de modo direto ou indireto no metabolismo celular e tecidual, apresentando efeito prejudicial sobre a angiogênese30, osteogênese24, proliferação e adesão dos fibroblastos8 e síntese de colágeno33. Segundo Hollinger et al.14 e Feitelson et al.9, a nicotina apresenta ampla ação farmacológica, sendo a vasoconstrição o efeito mais característico. Consequentemente, são observadas repercussões sistêmicas e locais, com influência nos processos biológicos que exigem maior atividade metabólica24,33. Após a aplicação de forças ortodônticas, ocorre resposta inflamatória aguda associada à organizada remodelação do ligamento periodontal e osso alveolar34, com reabsorção óssea no lado de compressão e aposição óssea no lado de tração, culminando na movimentação do dente no alvéolo21. Nesse processo, há a participação de diferentes populações celulares, com características remodeladoras distintas5. Os vasos sanguíneos do ligamento periodontal estão envolvidos diretamente na regulação da remodelação tecidual durante o tratamento ortodôntico. A partir da migração dos leucócitos polimorfonucleares presentes nos capilares, ocorre produção e liberação de várias moléculas sinalizadoras, como fatores de crescimento, neuropeptídeos, metaloproteinases e citocinas18,25. Apesar de existir mais de 1,3 milhões de fumantes no mundo3 e do conhecimento de que a nicotina atua sobre o metabolismo celular e tecidual, não há relatos na literatura que demonstrem a ação da nicotina no movimento ortodôntico. O objetivo do presente estudo foi investigar a ação da nicotina sobre a remodelação óssea durante o movimento dentário induzido em ratos. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Animais (CEUA) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), sob protocolo no 199/07. Oitenta ratos machos Wistar (Rattus norvegicus albinus) com 12 semanas de vida, pesando entre 300 e 350g, foram utilizados no estudo. Os animais foram acondicionados em caixas de policarbonato com temperatura entre 19 e 22°C, em um fotoperíodo de 12/12 horas, com acesso a comida e água ad libitum.
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artigo inédito
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artigo inédito
Comportamento corrosivo de braquetes metálicos autoligáveis e convencionais Lúcio Henrique Esmeraldo Gurgel Maia1, Hibernon Lopes Filho1, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas2, Mônica Tirre de Souza Araújo3, Delmo Santiago Vaitsman4
Objetivo: testar a hipótese nula de que o processo de envelhecimento em braquetes autoligáveis não é superior ao de braquetes convencionais. Métodos: Vinte e cinco braquetes metálicos convencionais (GN, 3M/Unitek; GE, GAC; VE, Aditek) e 25 autoligáveis (SCs, 3M/Unitek; INs, GAC; ECs, Aditek) de três fabricantes (n = 150) foram submetidos ao envelhecimento em solução de NaCl à temperatura constante de 37 ± 1°C, durante 21 dias. O conteúdo de íons níquel, cromo e ferro na solução coletada com 7, 14 e 21 dias foi quantificado por meio de espectrofotometria de absorção atômica. Depois de completado o processo de envelhecimento, os braquetes foram analisados com microscópio eletrônico de varredura (MEV), em magnificações de 22x e de 1.000x. Resultados: comparando-se a liberação de metais por braquetes autoligáveis e convencionais do mesmo fabricante, observou-se que o grupo SCs liberou mais níquel (p < 0,05) que o grupo GN após 7 e 14 dias, mas menos cromo (p < 0,05) após 14 dias e menos ferro (p < 0,05) nos três períodos experimentais. O grupo INs liberou menos ferro (p < 0,05) que o grupo GE após 7 dias, e menos níquel, cromo e ferro (p < 0,05) após 14 e 21 dias. O grupo ECs liberou mais níquel, cromo e ferro (p < 0,05) que o grupo VE após 14 dias; entretanto, liberou menos níquel e cromo (p < 0,05) após 7 dias e menos cromo e ferro (p < 0,05) após 21 dias. A análise no MEV demonstrou alterações na topografia da superfície de braquetes convencionais e autoligáveis. Conclusões: o processo de envelhecimento em braquetes autoligáveis não foi superior ao de braquetes convencionais do mesmo fabricante. A hipótese nula está aceita. Palavras-chave: Corrosão. Braquetes ortodônticos. Metais.
Como citar este artigo: Maia LHEG, Lopes Filho H, Ruellas ACO, Araújo MTS, Vaitsman DS. Corrosion behavior of self-ligating and conventional metal brackets. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):108-14.
Doutorando em Ortodontia, UFRJ. Doutor em Ortodontia e Professor Associado, Departamento de Odontopediatria e Ortodontia, UFRJ. 3 Doutora em Ortodontia e Professora Adjunta, Departamento de Odontopediatria e Ortodontia, UFRJ. 4 Doutor em Química, PUC/RJ. Professor Adjunto, Departamento de Química Analítica, LaDA - IQ/UFRJ. 1 2
Enviado em: 19 de setembro de 2012 - Revisado e aceito: 05 de dezembro de 2012 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Mônica Tirre de Souza Araújo Avenida Professor Rodolpho Paulo Rocco, 325 – Ilha do Fundão – Departamento de Ortodontia / UFRJ. CEP: 21941-590 – Rio de Janeiro/RJ – E-mail: monicatirre@uol.com.br
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artigo inédito
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INTRODUÇÃO As ligas metálicas são utilizadas com frequência na Ortodontia para a confecção de braquetes, bandas, fios e tubos. Essas ligas são de aço inoxidável austenítico1,2, tais como o AISI 303, 304 e 316L3, apresentando níquel, cromo e ferro em sua composição. Quando expostos ao ambiente bucal, os acessórios ortodônticos metálicos são submetidos a diversos tipos de degradação, tais como a corrosão por pites, fratura por fadiga, aumento do coeficiente de atrito ou degradação microbiológica4,5. Quando ocorre corrosão, íons metálicos são liberados para o meio bucal ou transformados em óxidos2. Os braquetes autoligáveis, amplamente difundidos na última década por apresentarem supostas vantagens6, tal como redução do tempo de tratamento devido à redução na fricção, apresentam morfologia mais irregular devido ao sistema de encaixe e maior volume quando comparados aos braquetes convencionais. Dessa forma, é possível que estejam mais suscetíveis à corrosão. A biodegradação dos aparelhos ortodônticos é indesejável, podendo dificultar mecânicas de deslize7, provocar reações de hipersensibilidade devido à liberação de níquel e cromo8,9, manchar o esmalte como resultado da incorporação de íons metálicos10, ou mesmo danificar o aparelho2. Nos braquetes autoligáveis, a corrosão, adicionalmente, é capaz de alterar o sistema de encaixe e reduzir sua efetividade11. Em braquetes com sistema de ligação ativa, isso pode ocasionar redução na capacidade de pressionar o fio de encontro ao fundo do slot11. Nos braquetes passivos, poderá ocasionar dificuldade na abertura ou fechamento do sistema de encaixe12. O objetivo do presente estudo foi avaliar a corrosão em braquetes metálicos convencionais e autoligáveis. Para esse objetivo, a hipótese nula assumiu que a corrosão de braquetes autoligáveis não é maior quando comparada à dos braquetes convencionais.
MATERIAL E MÉTODOS A Tabela 1 mostra a distribuição da amostra analisada, a qual foi composta por 150 braquetes metálicos, 75 autoligáveis e 75 convencionais, para incisivo central superior direito, de três diferentes fabricantes (3M/Unitek, Aditek e GAC), sendo 25 de cada marca. Os braquetes convencionais avaliados foram Gemini (3M/Unitek), Generus (GAC) e Vector (Aditek); os braquetes autoligáveis utilizados no experimento foram Smart clip (3M/Unitek), In Ovation R (GAC) e Easy clip (Aditek). Os 25 braquetes de cada grupo foram divididos em cinco subgrupos, com igual número de amostras e numerados de 1 a 5. Os braquetes de cada subgrupo foram armazenados em placas de Petri previamente esterilizadas, sem apresentar contato entre si, e foram submetidos ao processo de corrosão em 20ml de solução estéril de NaCl a 0,9%13,14, durante 21 dias. As placas de Petri foram mantidas em estufa (Quimis – Quimis Aparelhos Científicos LTDA., Diadema/SP), à temperatura constante15 de 37 ± 1°C, e a cada 7 dias ± 1 hora os braquetes eram removidos e transferidos para outro recipiente com solução nova1,13. As soluções remanescentes em cada recipiente ao final de cada período experimental (7, 14 e 21 dias) foram analisadas por espectrofotometria de absorção atômica em espectrofotômetro Varian, modelo AA-1475 (Varian Indústria e Comércio Ltda., São Paulo/SP), para determinar seu conteúdo de níquel, cromo e ferro. Ao final do experimento, cinco braquetes de cada grupo (um de cada subgrupo) foram selecionados ao acaso, e sua topografia de superfície foi analisada no microscópio eletrônico de varredura (MEV) (Jeol JSM 6460 LV, Japão) e comparada à de braquetes novos. O MEV foi operado em 20kV e as leituras foram realizadas com magnificações de 22x e 1.000x. A magnificação de 22x permitiu uma visão total do braquete.
Tabela 1 - Distribuição da amostra. Braquete
n
Grupo
Sistema de ligação
Fabricante
Referência
Lote
3M / Unitek
119-713
019329500
GAC
31-212-32
B479
Gemini
25
GN
Generus
25
GE
Vector
25
VE
Aditek
12.32.411
100329
Smart clip
25
SCs
3M / Unitek
004-302
016560600B
In Ovation R
25
INs
GAC
89-112-00
B3Y7
Easy clip
25
ECs
Aditek
13.32.011
090303
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Convencional
Autoligável
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ainda, ser incorporados ao esmalte dentário, provocando alteração de cor iatrogênica e manchas escurecidas10,16, sendo que, em casos de pigmentação severa, é necessário realizar tratamento restaurador da superfície vestibular do dente manchado32,33. Cuidado especial deve ser tomado em pacientes com higienização deficiente, uma vez que o ambiente bucal alterado, com pH reduzido e presença de microrganismos acidogênicos, potencializa a corrosão dos acessórios metálicos, e o processo de desmineralização e remineralização do esmalte pode influenciar na incorporação de metais4,10.
Nesse grupo, houve maior liberação de cromo na segunda semana e maior liberação de ferro na primeira semana, embora as concentrações desses íons tenham permanecido elevadas ao final da terceira semana. Levando-se em consideração as limitações e condições desse experimento, uma vez que o ambiente bucal é extremamente complexo e difícil de reproduzir in vitro, não foi verificada maior liberação de metais em braquetes autoligáveis, quando comparados a braquetes convencionais do mesmo fabricante. Quando os braquetes autoligáveis e convencionais do mesmo fabricante foram comparados, encontrou-se maior liberação de níquel no grupo SCs (p < 0,05) que no grupo GN após 7 e 14 dias; entretanto, o grupo GN liberou mais cromo (p < 0,05) após 14 dias e mais ferro (p < 0,05) nos três intervalos de tempo do experimento. O grupo INs liberou menos ferro (p < 0,05) que o grupo GE após 7 dias, e menos níquel, cromo e ferro (p < 0,05) após 14 e 21 dias. O grupo ECs liberou mais níquel, cromo e ferro (p < 0,05) que o grupo VE após 14 dias, entretanto, liberou menos níquel e cromo (p < 0,05) após 7 dias e menos cromo e ferro (p < 0,05) após 21 dias. Os íons metálicos liberados por braquetes e bandas metálicas durante o tratamento ortodôntico podem,
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CONCLUSÕES » A hipótese nula foi aceita. » Na análise com MEV, os braquetes autoligáveis e convencionais apresentaram sinais de corrosão. » A liberação de íons metálicos por braquetes autoligáveis não foi maior quando comparada à de braquetes convencionais do mesmo fabricante. Agradecimentos Gostaríamos de agradecer à Dra. Cláudia Trindade Mattos, pelo auxílio com a análise estatística dos dados.
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artigo inédito
Comportamento corrosivo de braquetes metálicos autoligáveis e convencionais
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114
Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):108-14
Caso Clínico BBO
Má oclusão de Classe I de Angle, com mordida cruzada anterior e apinhamento severo Daltro Enéas Ritter1
Esse artigo relata o diagnóstico, planejamento e execução do tratamento ortodôntico de uma paciente com 14 anos e 5 meses de idade, cuja queixa principal era estética e funcional. A paciente portava má oclusão de Classe I de Angle, mordida cruzada anterior e falta de espaço severo nas arcadas superior e inferior. O perfil facial era reto, com tendência a côncavo. O tratamento ortodôntico foi realizado sem necessidade de exodontias, com a correção da mordida cruzada por meio da projeção dos dentes superiores, o que auxiliou no alinhamento e nivelamento dentário, além de melhorar o perfil facial da paciente. Esse caso foi apresentado ao Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO) como parte dos requisitos para obtenção do título de Diplomado pelo BBO. Palavras-chave: Discrepância acentuada. Mordida cruzada. Ortodontia corretiva.
INtroduçÃO A paciente se apresentou para consulta inicial aos 14 anos e 5 meses de idade, com bom estado geral de saúde, salientando que possuía rinite alérgica controlada. A mãe relatou queda da paciente, com trauma nos dentes anteriores, aos 8 anos de idade, havendo fratura na borda incisal do dente 41. Esse dente foi parcialmente restaurado na época e permaneceu assim até o dia da primeira consulta ortodôntica, não havendo rarefação apical nem alteração de sensibilidade até aquele momento. A paciente sorria pouco e esforçava-se para não mostrar os dentes ao conversar.
As queixas principais estavam relacionadas à falta de espaço acentuada nas arcadas superior e inferior, bem como à presença de mordida cruzada anterior, tendo a paciente feito o seguinte relato: “Tenho vergonha de sorrir, quero arrumar meus dentes, são muito tortos e não consigo morder direito”. Encontrava-se na curva descendente do surto de crescimento puberal, 24 meses após a menarca. Sua história odontológica incluía, ainda, boa higiene bucal, com ausência de alterações no posicionamento da língua durante os movimentos fisiológicos. Ela não havia realizado qualquer intervenção ortodôntica até aquele momento.
» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Como citar este artigo: Ritter DE. Class I malocclusion with anterior crossbite and severe crowding. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):115-25. Enviado em: 08 de novembro de 2013 - Revisado e aceito: 10 de novembro de 2013 » O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, radiografias ou outros exames imaginológicos e informações diagnósticas.
Doutor em Ortodontia pela UNESP/Araraquara. Mestre e Especialista em Ortodontia pela UERJ. Professor Substituto da Disciplina de Ortodontia da UFSC. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.
1
Endereço para correspondência: Daltro Enéas Ritter Avenida Osmar Cunha, 126 – Sala 512 – Florianópolis/SC CEP: 88015-100 – E-mail: daltroritter@hotmail.com
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115
Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):115-25
caso clínico BBO
Ritter DE
Tabela 1 - Medidas cefalométricas. Medidas SNA
Padrão esquelético
Padrão dentário
Perfil
Normal
A
B
Dif. A/B
(Steiner)
82°
87°
87°
0°
SNB
(Steiner)
80°
86°
88°
2°
ANB
(Steiner)
2°
1°
-1°
2°
Ângulo de convexidade
(Downs)
0°
-0,5°
-4,5°
4°
Eixo Y
(Downs)
59°
54°
53°
1°
Ângulo facial
(Downs)
87°
94,5°
97°
2,5°
SN-GoGn
(Steiner)
32°
25°
23°
2°
FMA
(Tweed)
25°
20°
17,5°
2,5°
IMPA
(Tweed)
90°
83,5°
92°
8,5°
1.NA
(Steiner)
22°
20°
36°
16°
1-NA
(Steiner)
4mm
6mm
10mm
4mm
1.NB
(Steiner)
25°
17°
25°
8°
1-NB
(Steiner)
4mm
4mm
6mm
2mm
1.1 – Ângulo interincisal
(Downs)
130°
142°
120°
22°
1-APo
(Ricketts)
1mm
2,5mm
5mm
2,5mm
Lábio superior – Linha S
(Steiner)
0mm
-1,0mm
-1,0mm
0mm
Lábio inferior – Linha S
(Steiner)
0mm
0mm
0mm
0mm
Tabela 2 - Medidas das distâncias transversais das arcadas dentárias (mm). Medidas de Modelo / fases
A
B
Dif. A/B
Distância Intercaninos Inferior
22mm
27mm
5mm
Distância Intermolares Inferior
43mm
45mm
2mm
Distância Intercaninos Superior
36mm
37,5mm
1,5mm
Distância Intermolares Superior
49mm
52mm
3mm
Referências
CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados foram alcançados de acordo com o planejado. Obteve-se excelente estética facial, descruzando os dentes anteriores e melhorando seu alinhamento e nivelamento. A paciente se mostrou muito feliz com o resultado, com mudança de seu comportamento para melhor. Apesar do maior deslocamento para anterior da mandíbula, o perfil se manteve reto graças à projeção dos incisivos, que proporcionou suporte e volume aos lábios, com excelente estética. Atingiu-se relação dentária de chave de oclusão nos molares e nos caninos, com guias de desoclusão ideais.
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125
Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):115-25
tópico especial
Técnica do arco segmentado ou do arco contínuo? Uma abordagem racional Sergei Godeiro Fernandes Rabelo Caldas1, Alexandre Antonio Ribeiro2, Hallissa Simplício3, André Wilson Machado4
O objetivo desse trabalho é revisar os princípios biomecânicos da técnica do arco segmentado, bem como descrever situações clínicas onde o uso racional da biomecânica científica é fundamental na otimização do tratamento ortodôntico e eliminação dos efeitos colaterais da abordagem com arco contínuo. Palavras-chave: Ortodontia. Ortodontia corretiva. Biomecânica.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Como citar este artigo: Caldas SGFR, Ribeiro AA, Simplício H, Machado AW. Segmented arch or continuous arch technique? A rational approach. Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):126-41. Enviado em: 20 de janeiro de 2014 - Revisado e aceito: 24 de janeiro de 2014
Mestre e Doutor em Ortodontia, UNESP/Araraquara. Professor Adjunto de Clínica Infantil - Ortodontia, UFRN. Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da UnP. 2 Doutorando em Ortodontia, UNESP/Araraquara. Professor do Curso de Especialização em Ortodontia, UnP. 3 Mestre e Doutora em Ortodontia, UNESP/Araraquara. Professora Adjunta de Clínica Infantil - Ortodontia, UFRN. 4 Doutor em Ortodontia, UNESP/Araraquara / University of California Los Angeles (UCLA). Mestre em Ortodontia, PUC Minas. Professor Adjunto de Ortodontia, UFBA. Professor Colaborador do Mestrado em Ortodontia da UCLA. 1
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» O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias. Endereço para correspondência: Sergei Godeiro Fernandes Rabelo Caldas Disciplina de Clínica Infantil, Departamento de Odontologia, UFRN Avenida Senador Salgado Filho, 1787 – Lagoa Nova – Natal/RN CEP: 59056-000 – E-mail: sergeirabelo@uol.com.br
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Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):126-41
tópico especial
Técnica do arco segmentado ou do arco contínuo? Uma abordagem racional
A
B
C
D
E
F
G
H
I
Figura 24 - Ilustração clínica do uso de cantiléveres duplos assimétricos. A, B, C) Caso inicial; D, E, F) intrusão do lado direito e extrusão no lado esquerdo para correção do plano oclusal; G, H, I) caso após aplicação da mecânica.
No segmento dos elementos dentários 22 a 25, a movimentação foi realizada por meio de um momento no sentido anti-horário, com o ponto de aplicação da força entre o 22 e o 23. A força extrusiva aplicada nesse ponto foi realizada com o auxílio de um cantiléver confeccionado com fio de aço de 0,017” x 0,025". Para se conseguir maior flexibilidade e diminuir a relação CD, foi inserido um helicoide no fio, sendo aplicada força de 80gf (Fig. 24D, 24E, 24F). Os efeitos colaterais da mecânica foram balanceados por meio de barra palatina que, assim como no lado direito, foi reforçada com auxílio de um arco de estabilização de aço de 0,019” x 0,025" dos elementos dentários 16 ao 14. O tempo total da abordagem foi de três meses, seguido por recolagem de alguns braquetes e novo alinhamento e nivelamento (Fig. 24G, 24H, 24I).
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Considerações Finais O ortodontista de hoje em dia deve ficar alheio a dogmas conceituais e estar acessível a novas informações que possam auxiliá-lo para que o tratamento ortodôntico seja o mais eficaz possível. Saber controlar efeitos colaterais é um dos pontos mais críticos da terapia ortodôntica, e esses, de fato, são responsáveis pelo atraso no tratamento e perda de controle em muitos casos. Além das situações mostradas anteriormente, existem outras inúmeras possibilidades de utilização da mecânica segmentada em Ortodontia, tais como retração anterior, utilização de barra palatina e arco lingual removível (correção de giros, distalização, expansão ou contrações do arco), extrusão de incisivos, entre outras. Portanto, entender os princípios da biomecânica científica é o alicerce para alcançar ótimos resultados clínicos
140
Dental Press J Orthod. 2014 Mar-Apr;19(2):126-41
tópico especial
Caldas SGFR, Ribeiro AA, Simplício H, Machado AW
com o mínimo de efeito colateral. Nesse contexto, a TAS faz-se necessária e fundamental, sendo um recurso auxiliar à técnica do arco contínuo, na solução de diversas situações clínicas.
Agradecimentos Agradecemos ao grupo de professores de Ortodontia da UNESP/Araraquara, por nos ensinarem o fascinante mundo da biomecânica científica!
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141
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6. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser citados, no texto, como figuras. — devem ser enviados os arquivos que contêm as versões ori-
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Normas de apresentação de originais ginais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.
10. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências devem ser citadas no texto. — para facilitar a leitura, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é responsabilidade dos autores e elas devem conter todos os dados necessários para sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih. gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos a seguir:
7. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar, o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada tabela. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável). 8. Comitês de Ética — os artigos devem, se aplicável, fazer referência ao parecer do Comitê de Ética da instituição.
Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.
9. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Permissão para uso de imagens protegidas por direitos autorais Ilustrações ou tabelas originais, ou modificadas, de material com direitos autorais devem vir acompanhadas da permissão de uso pelos proprietários desses direitos e pelo autor original (e a legenda deve dar corretamente o crédito à fonte). — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. Fotografias de pessoas identificáveis devem vir acompanhadas por uma autorização assinada pela pessoa ou pelos pais ou responsáveis, no caso de menores de idade. Essas autorizações devem ser guardadas indefinidamente pelo autor responsável pelo artigo. Deve ser enviada folha de rosto atestando o fato de que todas as autorizações dos pacientes foram obtidas e estão em posse do autor correspondente.
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Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.
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Comunicado aos Autores e Consultores - Registro de Ensaios Clínicos 1. O registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.
controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org. au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials. gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal. 3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www. who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup. htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.
2. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ ictrp/network/en/index.html), com interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e
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Atenciosamente, David Normando, CD, MS, Dr Editor-chefe do Dental Press Journal of Orthodontics ISSN 2176-9451 E-mail: davidnormando@hotmail.com
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