Endodontics Dental Press
v. 2, n. 1 - January / February / March 2012
versĂŁo em portuguĂŞs
Endodontics Dental Press
v. 2, n. 1, Jan-Mar 2012
Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):1-82
ISSN 2178-3713
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editorial
Pesquisar e publicar: constantes desafios O Brasil presencia excelente momento científico. A visão de construção científica própria, com valor de evidência, valoriza e diferencia a pesquisa e a pós-graduação nacionais. A pesquisa brasileira tem tido boa aceitação internacional, o que levou ao crescente número de citações. Esses aspectos melhoraram a visibilidade de nossos pesquisadores, dos institutos e dos laboratórios de pesquisas, o que favorece um melhor nível de parcerias internacionais e de fomentos para manter novos e importantes projetos. Todavia, com o crescente volume de investigações que têm sido produzidas, publicá-las tornou-se outro desafio. As revistas especializadas recebem, a cada ano, um crescente número de artigos, e não conseguem tornar viável a publicação de todos, o que faz com que muitos estudos corretamente delineados não representem um real interesse. Assim, tornam-se naturais as ansiedades vivenciadas em todo o processo de pesquisa e publicação, às quais se incluem a elaboração do desenho do estudo e a viabilização do projeto, bem como sua execução e publicação. Essas ocorrem, especialmente, quando trabalhos cuidadosamente delineados não são adequadamente valorizados. Dessa forma, novas alternativas têm sido viabilizadas, resguardando oportunidades para divulgar boas pesquisas. A Dental Press Endodontics, no seu segundo ano de existência, coloca à disposição de pesquisadores, professores e especialistas uma nova opção para submeterem seus estudos. Esse periódico tem sido muito lido, tanto nacional quanto internacionalmente. Prova disso é a edição em inglês da Dental Press Endodontics, que está disponível para iPad e já soma mais de 7.500 downloads. Leitores de países como Estados Unidos, Índia, China, Japão, México, Inglaterra, Itália, Espanha, Rússia e Arábia Saudita já acessaram o conteúdo da revista disponibilizado no site da App Store. A cada edição estamos preparando a revista para indexação nas principais bases de dados do mundo. A partir dessa edição, a revista será avaliada pelas bases LILACS, BBO, Scopus, entre outras. Nossa meta, num futuro bem próximo, é passar pelo processo de avaliação da PubMed/MEDLINE e alcançar notoriedade internacional. Convidamos você a submeter seu trabalho e fazer parte dessa história!
Carlos Estrela
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Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):3
sumário
Endo in Endo 14. Reparação e Regeneração: uma contribuição para o esclarecimento de uma confusão terminológica Alberto Consolaro
Artigos originais
23. Remoção de pasta de hidróxido de cálcio intracanal com dois sistemas rotativos: RaCe e Mtwo Mehrnoush Ghobadi Bahareh Dadresanfar Hamideh Rahmani Raoof Fatemeh Mashhadi Abbas
28. Variação anatômica de primeiro molar inferior e a importância de uma descontaminação efetiva Maria Tereza Pedrosa de Albuquerque Inês de Fátima de Azevedo Jacinto Inojosa Daniel Pinto de Oliveira Juliana Yuri Nagata Paulo de Souza Fraga Filho Fernanda de Freitas Lins
33. Avaliação radiográfica do sucesso e da qualidade do tratamento endodôntico em uma população brasileira João Eduardo Gomes-Filho Luciano Tavares Angelo Cintra Mauro Juvenal Nery Roberto Holland Valdir de Souza Pedro Felício Estrada Bernabé José Arlindo Otoboni Filho Elói Dezan Júnior Marianne Di Paula Camile Marques Gonçalves Carolina Simonetti Lodi
38.
Implantes endodônticos intraósseos de NiTi J. Edgar Valdivia Cardenas Enrique Hair Salas Beltrán Felipe Hernández Añaños
42. Fratura incomum de broca Gates Glidden Fausto Rodrigo Victorino Renata Fernandes
46.
Limas endodônticas: esterilizar ou descartar? Manuel Marques Ferreira Andre Luiz da Costa Michelotto Ana Rita Alexandre Rodolfo Morganho Eunice Virginia Palmeirão Carrilho
52. Tratamento não cirúrgico de PCO através de técnicas endodônticas contemporâneas: uma série de casos Warley Luciano Fonseca Tavares Renata Carvalho Portes Lopes Gustavo Batista de Menezes Luiz Carlos Feitosa Henriques Antônio Paulino Ribeiro Sobrinho
59. Aplicação clínica do cimento Portland Fabiano de Sant’Ana dos Santos
65. Tomografia computadorizada no diagnóstico de perfuração radicular Priscila Dias Peyneau Claudia Scigliano Valerio Andréia Cruz Pires Ribeiro de Sousa Flávio Ricardo Manzi
70. Comparação do tempo de preparo e desvio proporcionado pelos sistemas Twisted File e Endowave em canais simulados Arnaldo Sant’Anna-Júnior Marco Antonio Hungaro Duarte Juliana Tieme Yoshida Juliane Silveira Bernardes Paloma Gagliardi Minotti-Bonfante Marcus Vinícius Só
74. Conhecimento e atitudes de acadêmicos de Educação Física frente aos traumatismos dentários Ana Helena Gonçalves de Alencar Kely Firmino Bruno Maria do Carmo Matias Freire Marina Rodrigues de Moraes Luana Braz de Queiroz
Esperamos por vocês
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Endo in Endo
Reparação e Regeneração: uma contribuição para o esclarecimento de uma confusão terminológica Alberto consolaro1
Professor Titular da Faculdade de Odontologia de Bauru e da Pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
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» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Como citar este artigo: Consolaro A. Repair and Regeneration: A contribution to clarify a terminological confusion. Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):14-22.
O conceito A reconstrução das áreas lesadas ou destruídas no corpo humano pode ser feita por dois mecanismos distintos e não comparáveis entre si, pois acontecem em situações diferentes, sem competirem entre si: a reparação e a regeneração.
e assumem funções especializadas, como a produção da matriz dentinária e cementária. A dentina e o cemento são matrizes mineralizadas sintetizadas e mineralizadas por células desses tecidos conjuntivos especiais. O componente vascular na polpa e no ligamento periodontal é exuberante, chegando a representar 50% do volume periodontal. Em uma mesma região anatômica pode haver tecidos vizinhos que se reconstroem por reparação ou por regeneração, e o processo de reconstrução se faz harmoniosa, paralela e simultaneamente, até com certo sinergismo quando possível (Fig. 1).
O que faz reparar ou regenerar? O que determina se a lesão ou área destruída sofrerá reparação ou regeneração não é se o resultado final foi bom ou ruim, mas sim o tipo de tecido lesado. Os tecidos conjuntivos são os únicos vascularizados e, por isso, são os únicos tecidos que têm a inflamação como mecanismo de defesa e de reconstrução tecidual. Os tecidos conjuntivos são os tecidos fibrosos mais ou menos densos, ósseos, cartilaginosos, adiposos e outros. Quando os tecidos conjuntivos se inflamam — ou quando o sangue coagula-se no seu interior, como nas cirurgias e traumatismos —, imediatamente se forma neles uma rede de fibrina invadida por brotos de células endoteliais que aparecem nas paredes dos vasos vizinhos e formam na área lesada uma rica trama de vasos neoformados a partir desta matriz fibrinosa reticular. A angiogênese — como esse fenômeno de neoformação vascular é conhecido — representa um dos fenômenos essenciais da reparação tecidual. Entre os tecidos dentários, o ligamento periodontal e a polpa são tecidos conjuntivos clássicos
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O conceito de tecido de granulação: o precursor do tecido conjuntivo maduro nas áreas a serem reparadas Nos tecidos conjuntivos, a invasão das áreas lesadas ou destruídas — preenchidas inicialmente por fibrina — pelos vasos neoformados, ou angiogênese, é seguida, quase que simultaneamente, pela migração de células teciduais indiferenciadas (células-tronco teciduais) e por células jovens. Essa migração de vasos e células em direção ao centro da área lesada se faz porque as plaquetas e macrófagos localizados centralmente liberam grande quantidade de mediadores estimuladores da proliferação e da quimiotaxia. Os vasos neoformados e as células migrantes utilizam a rede de fibrina como estrutura de ancoragem.
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[ endo in endo ] Reparação e Regeneração: uma contribuição para o esclarecimento de uma confusão terminológica
assunto, desenvolvendo uma seletividade maior dos produtos disponibilizados para o clínico, especialmente os biomateriais. Algumas propagandas usam as confusões terminológicas para um convencimento comercial que se torna impossível se o profissional apresentar-se com conceitos bem fundamentados. A reparação e a regeneração são processos biológicos que reconstroem diferentes tecidos, e não são passíveis de comparação sobre qual o melhor. Ambos os processos podem ocorrer de forma parcial e imperfeita, deixando marcas, sinais ou cicatrizes, mas na grande maioria das vezes reconstituem maravilhosamente os tecidos em sua anatomia e funções normais.
significados específicos e, muitas vezes, são equivocadamente usadas como sinônimos. Em outras situações são aplicadas com conceitos invertidos, propiciando muita confusão, especialmente no linguajar clínico. A compreensão das razões e origem de cada um desses termos facilita a compreensão e solidifica conceitos que são universais. Não existem conceitos específicos de uma determinada especialidade ou área de estudo, todas as áreas devem seguir os princípios e conceitos estabelecidos pelas ciências básicas que servem a toda ciência. A precisão terminológica e conceitual facilita a comunicação entre os clínicos e pesquisadores, e também permite uma leitura mais crítica dos trabalhos sobre o
Referências
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Endereço para correspondência: Alberto Consolaro – E-mail: consolaro@uol.com.br
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artigo original
Oooo XX, Oooo XX
Remoção de pasta de hidróxido de cálcio intracanal com dois sistemas rotativos: RaCe e Mtwo
Mehrnoush Ghobadi1 Bahareh Dadresanfar1 Hamideh Rahmani Raoof2 Fatemeh Mashhadi Abbas3
Resumo
As raízes foram divididas longitudinalmente e os remanescentes foram avaliados em estereomicroscópio em três níveis distintos, usando um sistema de pontuação. Os dados foram analisados estatisticamente com o teste ANOVA. Resultados: não foi encontrada diferença significativa em nenhum dos grupos com nenhum dos dois sistemas — RaCe e Mtwo (p>0,05). A soma dos escores aceitáveis foi de 53,6% para o RaCe e 51,3% para o Mtwo. Conclusão: todos os canais apresentaram remanescentes de hidróxido de cálcio. Embora não tenha havido nenhuma diferença significativa entre os grupos, o sistema Mtwo deixou uma impressão clínica de limpeza ligeiramente melhor em termos de remoção do hidróxido de cálcio.
Introdução: o objetivo desse estudo foi comparar a eficácia de dois sistemas rotativos na remoção de hidróxido de cálcio das paredes do canal radicular. Métodos: um total de 44 canais radiculares distovestibulares de molares maxilares humanos com curvaturas entre 15 e 25° foi dividido aleatoriamente em dois grupos de 20 canais cada e dois grupos controle. Os corpos de prova do Grupo A foram instrumentados com sistema rotativo RaCe e os do Grupo B com sistema rotativo Mtwo até #35 (4%). Os canais foram lavados com 5ml de NaOCl a 2,5% entre cada instrumento e uma lima K #10 foi utilizada na desobstrução (patência) durante a limagem. A pasta de hidróxido de cálcio foi aplicada nos canais e, após a incubação, foi removida dos canais com o Master Apical Rotary (MAR) e NaOCl em todos os grupos.
Palavras-chave: Hidróxido de cálcio. Hipoclorito de sódio. Preparo de canal radicular.
Como citar este artigo: Ghobadi M, Dadresanfar B, Raoof HR, Abbas FM. Removal of calcium hydroxide paste from root canals with two rotary instruments: RaCe and Mtwo. Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):23-7.
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Professor Assistente do departamento de Endodontia, Setor de Odontologia, Universidade Islâmica Azad, Teerã, Irã.
2
Cirurgião-dentista.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Recebido: 10/08/2011. Aceito: 16/08/2011. Endereço para correspondência: Mehrnoush Ghobadi Department of Endodontics, Dental branch, Islamic Azad University, #4 10th Neyestan Avenue, Passdaran St, Teerã, Irã E-mail: ghobadi_mehrnoush@yahoo.com
Professor Adjunto do Departamento de Patologia Oral, Universidade Shahid Beheshti, Teerã, Irã.
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Ghobadi M, Dadresanfar B, Raoof HR, Abbas FM
Referências
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nonononono caso clínico
Variação anatômica de primeiro molar inferior e a importância de uma descontaminação efetiva Maria Tereza Pedrosa de Albuquerque1 Inês de Fátima de Azevedo Jacinto Inojosa2 Daniel Pinto de Oliveira3 Juliana Yuri Nagata4 Paulo de Souza Fraga Filho5 Fernanda de Freitas Lins6
Resumo
preparo químico mecânico foi realizado com limas manuais e rotatórias e irrigação copiosa com hipoclorito de sódio 2,5% durante toda a instrumentação. A obturação foi feita por meio da técnica híbrida de Tagger, e a restauração definitiva foi completada após uma semana. Conclusão: o conhecimento da anatomia do sistema de canais radiculares de primeiros molares mandibulares agrega informações à área, assim como contribuirá para o tratamento endodôntico com mais sucesso pelos profissionais.
Introdução: a literatura tem relatado vários casos clínicos sobre variações anatômicas de molares mandibulares. Entretanto, poucos relatos mostraram tratamentos de primeiros molares inferiores permanentes com vistas à Endodontia atual. Objetivo: este trabalho tem o objetivo de relatar o tratamento endodôntico bem-sucedido de um primeiro molar mandibular que apresentava cinco canais radiculares diagnosticado com pulpite sintomática irreversível. Caso clínico: o acesso à câmara pulpar foi realizado, seguido da localização dos canais radiculares. Três canais na raiz mesial e dois na distal foram observados. Em seguida, o
Palavras-chave: Anatomia dentária. Primeiro molar inferior. Canal mesiocentral da raiz mesial. Istmo.
Como citar este artigo: Albuquerque MTP, Inojosa IFAJ, Oliveira DP, Nagata JY, Fraga Filho PS, Lins FF. Anatomic variation of mandibular first molar and the importance of effective decontamination. Dental Press Endod. 2012 JanMar;2(1):28-32.
1
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Mestranda em Odontologia Restauradora (Endodontia), Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita – FOSJC/UNESP.
Recebido: 09/11/2011. Aceito: 24/01/2012.
Doutora em Endodontia, UFPE. Professora Assistente de Odontologia, UFAL.
2
Doutor em Endodontia, FOP/UNICAMP. Professor Assistente de Odontologia, UFAL.
3 4
Doutoranda em Clínica Odontológica (Endodontia), FOP/ UNICAMP Clínico particular.
5
Endereço para correspondência: Maria Tereza Pedrosa de Albuquerque Av. Dr. Eduardo Cury, 150, Apto 53 – São José dos Campos/SP – 12.242-001 E-mail: tereza.pedrosa@gmail.com
Mestre em Endodontia, FOP/UNICAMP. Professora Assistente de Odontologia, CESMAC.
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[ caso clínico ]
Variação anatômica de primeiro molar inferior e a importância de uma descontaminação efetiva
Conclusão O conhecimento da anatomia do sistema de canais radiculares dos primeiros molares inferiores, aliado a uma instrumentação eficaz e uma obturação hermética e tridimensional vedando áreas de possível retenção de microrganismos, como a região de istmo, são fatores essenciais para se atingir o sucesso do tratamento endodôntico. Além disso, a utilização de elementos que agreguem valor ao diagnóstico, como o microscópio operatório, podem auxiliar grandemente para o sucesso.
que houve um total preenchimento com material obturador dos três canais radiculares tornando-se um único canal na imagem radiográfica (Fig. 4, 5). Esse fato pode ser explicado pela presença de um istmo entre os canais radiculares, mostrando a importância de se realizar uma limpeza eficaz e posterior obturação hermética e tridimensional do sistema de canais. Isso permite que o material obturador vede aquelas regiões que não puderam ser tocadas pelos instrumentos endodônticos durante o preparo químico-mecânico.
Referências
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artigo original
Avaliação radiográfica do sucesso e da qualidade do tratamento endodôntico em uma população brasileira João Eduardo GOMES-FILHO1 Luciano Tavares Angelo Cintra1 Mauro Juvenal Nery1 Roberto Holland2 Valdir de souza2 Pedro Felício Estrada Bernabé2 José Arlindo Otoboni Filho1 Elói Dezan Júnior1 Marianne Di Paula3 Camile Marques Gonçalves3 Carolina Simonetti Lodi3
Resumo
realizado pelos estudantes de graduação foi de 87,7%. Quando o tratamento foi adequado (43 casos), o percentual de sucesso foi de 90,69% (39 casos), enquanto para os tratamentos inadequados (14 casos), o percentual de sucesso foi de 78,57% (11 casos), sem diferença estatisticamente significativa (p>0,05). Não foi observada diferença estatisticamente significativa na taxa de sucesso relacionada ao sexo (p>0,05). A condição pulpar também não interferiu na taxa de sucesso (p>0,05). Conclusão: concluiu-se que o tratamento endodôntico foi satisfatório e alcançou uma taxa de sucesso adequada, em torno de 90% dos casos.
Objetivo: esta investigação tem como objetivo avaliar a prevalência de periodontite apical detectada na radiografia periapical e a relação entre a doença e a qualidade da obturação de canais radiculares realizada por estudantes de graduação. Métodos: foi investigada uma amostra aleatória de 131 prontuários de pacientes que haviam recebido tratamento do canal radicular na Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista. Realizou-se anamnese, radiografias e exame clínico quanto à sintomatologia dolorosa, presença e qualidade da restauração, bolsa periodontal, mobilidade dentária e trauma oclusal. Resultados: a porcentagem de sucesso obtido com o tratamento
Palavras-chave: Proservação. Taxa de sucesso. Obturação. Educação.
Como citar este artigo: Gomes-Filho JE, Cintra LTA, Nery MJ, Holland R, Souza V, Bernabé PFE, Otoboni Filho JA, Dezan Júnior E, Di Paula M, Gonçalves CM, Lodi CS. Radiographic evaluation of root canal treatment technical quality in a Brazilian population. Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):33-7.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Recebido: 8/11/2011. Aceito: 15/11/2011. 1
Professor associado, Departamento de Endodontia, Faculdade de Odontologia de AraçatubaUnesp.
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Professor titular, Departamento de Endodontia, Faculdade de Odontologia de AraçatubaUnesp.
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Departamento de Endodontia, Faculdade de Odontologia de Araçatuba-Unesp.
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Endereço para correspondência: João Eduardo Gomes-Filho Faculdade de Odontologia de Araçatuba/Unesp, Departamento de Endodontia Rua José Bonifácio, 1193 – 16015-050 – Araçatuba/SP E-mail: joao@foa.unesp.br
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Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):33-7
Gomes-Filho JE, Cintra LTA, Nery MJ, Holland R, Souza V, Bernabé PFE, Otoboni Filho JA, Dezan Júnior E, Di Paula M, Gonçalves CM, Lodi CS
ano e tem duas aulas de uma hora cada, e 48 horas com atividades pré-clínicas e revisão de literatura. Na Inglaterra, os alunos têm oito aulas teóricas e 24 horas de aulas práticas9. Há diferença na quantidade de atividades pré-clínicas23 na Europa Oriental (16h), Inglaterra (24h), América do Norte (41h), Turquia (56h) e Escandinávia (66h). Na Faculdade de Odontologia de Araçatuba, os alunos têm 80 horas de atividades pré-clínicas e mais 80 horas de atividades clínicas com professores doutores. O nível dos professores ao redor do mundo não é o mesmo. O currículo de Endodontia das Universidades na Inglaterra mostra nas atividades clínicas uma falta de professores com nível pelo menos de especialista9,10,23. A técnica de instrumentação utilizada pelos alunos também pode ter contribuído para os resultados, a qual,
após correto treinamento, pode facilmente ser utilizada em canais radiculares retos ou curvos. No entanto, algumas melhorias poderiam ser feitas para alcançar maior taxa de sucesso, como reduzir as proporções de 10:1 alunos/professor nas aulas práticas e 80:1 em aulas teóricas. Além disso, a real competência do cirurgião-dentista clínico geral poderia ser voltada para que se concentrasse nos conceitos mais importantes e fundamentais e em treinamento, investindo em softwares didáticos e equipamentos, na modernização dos laboratórios pré-clínicos e sistemas de avaliação de aprendizagem. Com base nos resultados encontrados, concluiu-se que o tratamento realizado pelos alunos de graduação da Faculdade de Odontologia de Araçatuba foi satisfatório e alcançou uma adequada taxa de sucesso.
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nonononono caso clínico
Implantes endodônticos intraósseos de NiTi
J. Edgar Valdivia Cardenas1 Enrique Hair Salas Beltrán2 Felipe Hernández Añaños3
Resumo
relato de caso clínico é apresentar um tratamento conservador para estabilizar e criar condições restauráveis para dois incisivos inferiores, nos quais foram implantados dois estabilizadores endodônticos intraósseos de níquel-titânio confeccionados a partir de limas endodônticas com a finalidade de restabelecer sua função no sistema dentário.
Introdução: os implantes endodônticos são considerados uma extensão metálica intraóssea radicular de um dente. São indicados especialmente para estabilizar elementos dentários. Assim sendo, são considerados um artifício final para aumentar de forma artificial o comprimento radicular com a finalidade que o dente afetado possa suportar seu próprio dinamismo e função. Objetivo: o objetivo desse
Palavras-chave: Implante dentário endo-ósseo endodôntico. Níquel. Titânio. Tratamento do canal radicular.
Como citar este artigo: Cardenas JEV, Beltrán EHS, Añaños FH. Nickeltitanium endodontic endosseous implants. Dental Press Endod. 2012 JanMar;2(1):38-41. 1
Pós-graduado em Endodontia, Universidad Católica San Pablo, Peru. Aluno do curso de especialização em Endodontia, HGeSP.
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Especialista em Endodontia, USP. Mestre em Ciências da Saúde, Universidad Nacional de San Agustín, Arequipa, Peru. Doutor em Educação Superior, Universidad Católica de Santa María, Arequipa, Peru. Professor de Endodontia de pré e pós-graduação, Universidad Católica de Santa María, Arequipa, Peru.
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Especialista, Mestre e Doutor em Endodontia, Universidad Peruana Cayetano Heredia, Lima, Peru. Professor de Endodontia, Universidad Peruana Cayetano Heredia, Lima, Peru.
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» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Recebido: 08/12/2011. Aceito: 24/01/2012.
Endereço para correspondência: José Edgar Valdivia Cardenas Rua Caio Prado, 340 – Consolação – São Paulo/SP – 01.303-000 E-mail: j.edgar_30@hotmail.com
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Cardenas JEV, Beltrán EHS, Añaños FH
Discussão Sumi et al.2 e Nevins et al.3 sugeriram que a liga de cromo-cobalto-molibdênio é biologicamente tolerada pelo organismo. Alguns autores afirmam que os dentes portadores de IE podem ser usados como pilares para diferentes tipos de próteses3-10. Embora os implantes de cromo-cobalto tenham se revelado inertes, apesar de provocarem uma inflamação crônica de baixa intensidade, alguns pesquisadores sugeriram a utilização de implantes de titânio devido à sua baixa corrosão e alta biocompatibilidade com os tecidos periapicais4. Decidimos substituir os implantes endodônticos de cromo-cobalto-molibdênio pelos confeccionados a partir de limas endodônticas de níquel-titânio, as quais têm obtido êxito devido à sua biocompatibilidade11,12 e osseointegração radiograficamente constatada. Assad et al.12 afirmam que ligas de níquel-titânio podem ser usadas frequentemente como materiais cirúrgicos12. Cranin et al.13, após uma avaliação de 952 implantes endodônticos, constatou que 91% foram bem-sucedidos. Concluímos que os implantes endodônticos de NiTi podem alcançar taxa de êxito semelhante.
No entanto, até hoje não há estudos científicos que sustentem essa afirmação. Por todas essas razões, Feldman e Feldman14 mostraram que os implantes endodônticos devem ser considerados como uma alternativa conservadora viável no plano de tratamento. Os implantes endodônticos são considerados um tratamento conservador para restabelecer a função e preservar dentes naturais que estão destinados ao aparente insucesso clínico ou extração. Na implantologia endodôntica, se houve um diagnóstico clínico e radiográfico preciso, uma correta seleção do implante endodôntico e uma técnica adequada, o IE irá proporcionar segurança e sucesso. Ao mesmo tempo, é importante saber que o uso indiscriminado desses tipos de implantes, sem uma apurada seleção de casos (excessivo grau de mobilidade dentária, doença periodontal severa, radioluscência ao redor do implante), leva ao fracasso do tratamento. O implante endodôntico deve ser divulgado na área odontológica e ser usado com mais frequência. Com a seleção cuidadosa de casos, os implantes endodônticos intraósseos são seguros e eficazes.
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caso clínico
Fratura incomum de broca Gates Glidden
Fausto Rodrigo Victorino1 Renata Fernandes2
Resumo
do canal mesiovestibular. O fragmento fraturado foi removido através do uso do ultrassom CVDent 1000 com a ponta T0S-E1. A broca fraturada foi removida e o tratamento concluído com sucesso. Ao controle radiográfico de um ano, os tecidos periapicais apresentavam-se com aspecto de normalidade. Conclusão: de acordo com o presente caso clínico, pode-se dizer que as brocas Gates Glidden podem fraturar de forma incomum, o que dificulta muito sua remoção, por isso deve-se sempre respeitar sua dinâmica de uso.
Introdução: a broca Gates Glidden, utilizada para o preparo das regiões cervical e média dos canais radiculares, apresenta um ponto frágil em sua haste, distante da ponta ativa, onde normalmente ocorre fratura, o que facilita sua remoção. Objetivo: apresentar um caso clínico de fratura da broca Gates Glidden próxima de sua ponta ativa, local incomum de fratura nesse instrumento. Caso clínico: paciente de 21 anos de idade foi submetido ao tratamento endodôntico do dente 37. Durante o preparo do terço cervical e médio dos canais, houve fratura da ponta ativa da broca de Gates Glidden, ficando retida no terço médio
Palavras-chave: Endodontia. Tratamento do canal radicular. Zona de fratura.
Como citar este artigo: Victorino FR, Fernandes R. Uncommon fractures of Gates Glidden drill. Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):42-5.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Recebido: 16/12/2012. Aceito: 17/01/2012.
1
Professor da disciplina de Endodontia, CESUMAR. Professor da Pós-graduação em Endodontia, CESUMAR.
Endereço para correspondência: Fausto Rodrigo Victorino Rua Formosa, 489 – Centro – Marialva/PR – 86.990-000 E-mail: frvictorino@ig.com.br
Especialista em Endodontia, CESUMAR. Mestranda em Promoção da Saúde, CESUMAR.
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Victorino FR, Fernandes R
O fato da broca de Gates Glidden fraturar próximo à sua parte ativa, local incomum, deve-se à tensão gerada na broca no interior do canal6. Constantemente esta broca está sujeita a esforços de torção e flexão, podendo ocasionar tensões normais e cisalhantes, que se concentram em uma região onde geralmente ocorrem as fraturas¹. Na maioria dos casos, a fratura de instrumentos acontece devido ao uso incorreto ou ao uso excessivo8. No intuito de evitar a ocorrência de fratura de instrumentos deve-se sempre respeitar a cinemática de uso e evitar movimentos bruscos no interior do canal radicular. A fratura do instrumento por fadiga apresenta altos índices, podendo ser evitada pelo profissional4,8. No presente caso ficou evidente que a fratura ocorreu por fadiga e torção do instrumento, como observado na imagem da microscopia eletrônica de varredura (Fig. 7). Deve-se ressaltar também que não houve preparo
do terço cervical, o que se tornou um outro fator de estresse na broca, como visualizado na Figura 3. Uma vez ocorrida a fratura, o profissional deve lançar mão de alguns recursos para que sua remoção possa ser realizada com sucesso. Embora exista um número variado de técnicas para a remoção de instrumentos fraturados do interior de canais radiculares, o uso do ultrassom tem se mostrado um procedimento eficaz e seguro. Conclusão As brocas Gates Glidden podem fraturar de forma incomum, próximo à sua ponta ativa, o que dificulta muito sua remoção, por isso deve-se sempre respeitar sua dinâmica de uso. A remoção de instrumentos fraturados é um desafio para o cirurgião-dentista, porém com o uso de técnicas e instrumentos adequados, sua remoção pode ser realizada com sucesso.
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artigo original
Limas endodônticas: esterilizar ou descartar?
Manuel Marques Ferreira1 Andre Luiz da Costa Michelotto2 Ana Rita Alexandre3 Rodolfo Morganho3 Eunice Virginia Palmeirão Carrilho1
Resumo
com solução de Van Gieson, observadas ao microscópio óptico e atribuído um valor representativo da quantidade de matéria orgânica ainda existente na lima, de acordo com uma escala previamente estabelecida. Essa quantificação foi realizada nos terços apical, médio e cervical da parte ativa de cada lima, e foram elaboradas tabelas comparativas entre os diferentes grupos. Resultados: os resultados demonstraram que ambos os grupos experimentais apresentaram resultados significativamente inferiores aos das limas do grupo controle positivo. Conclusão: comparando-se os grupos experimentais, as limas imersas em banho de ultrassom com solução enzimática apresentaram valores inferiores aos daquelas que não foram submetidas a esse procedimento.
Objetivo: o objetivo desse trabalho foi comparar, qualitativa e quantitativamente, a presença de matéria orgânica em limas endodônticas depois de utilizadas, descontaminadas e esterilizadas. Métodos: foram usadas 30 limas tipo K #30, das quais 5 serviram como grupo controle positivo e 5 como negativo. Instrumentaram-se 10 molares suínos pela técnica Crown-Down, inserindo uma lima por canal num total de 25 limas. As limas do grupo 1 (n=10) foram esterilizadas em autoclave. As limas do grupo 2 (n=10) foram colocadas em banho de ultrassom com solução enzimática e posteriormente esterilizadas em autoclave. As do grupo 3 (n=5) foram utilizadas, mas não foram esterilizadas; e as do grupo 4 (n=5) não foram utilizadas nem esterilizadas. As limas experimentais e de controle foram posteriormente coradas
Palavras-chave: Endodontia. Príons. Controle de infecções dentárias. Síndrome de Creutzfeldt-Jakob.
Como citar este artigo: Ferreira MM, Michelotto ALC, Alexandre AR, Morganho R, Carrilho EVP. Endodontic files: Sterilize or discard? Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):46-51.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Recebido: 01/01/2012. Aceito: 17/02/2012. 1
Professor auxiliar do Mestrado Integrado em Medicina Dentária, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
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Professor de Endodontia, UTP-PR. Doutor em Endodontia, FOUSP.
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Cirurgião-dentista, Área de Medicina Dentária, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Portugal.
© 2012 Dental Press Endodontics
Endereço para correspondência: Manuel Marques Ferreira Área de Medicina Dentária – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Bissaya Barreto – Blocos de Celas HUC – 30.00-075. Coimbra – Portugal E-mail: mmferreira@fmed.uc.pt
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Ferreira MM, Michelotto ALC, Alexandre AR, Morganho R, Carrilho EVP
missão de CJD provenientes de procedimentos odontológicos, mas como existe um risco potencial de transmissão de doença priônica (apesar de reduzido), como medida preventiva, além da esterilização adequada do instrumental endodôntico, deve ser elaborada uma anamnese com a história médica e familiar de todos os pacientes. Considerando que em nenhuma das limas observadas houve ausência total de detritos orgânicos, após os procedimentos de desinfecção e de esterilização, fundamenta-se a ideia de que esses instrumentos devem ser considerados como descartáveis e de uso único.
é o mais adequado, ou se devem ser introduzidas modificações, de modo a melhorar os procedimentos na clínica diária. O número do diâmetro das limas utilizadas foi 30, por ser um valor médio dos diâmetros mais utilizados na maioria dos tratamentos endodônticos em molares. Todos os instrumentos avaliados apresentaram resíduos orgânicos, porém, quando esterilizados através do método B (em que se introduziu o banho enzimático em cuba ultrassônica), houve uma redução significativa de sua presença. A literatura não apresenta casos descritos de trans-
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nonononono caso clínico
Tratamento não cirúrgico de PCO através de técnicas endodônticas contemporâneas: uma série de casos
Warley Luciano Fonseca Tavares1 Renata Carvalho Portes Lopes2 Gustavo Batista de Menezes3 Luiz Carlos Feitosa Henriques4 Antônio Paulino Ribeiro Sobrinho5
Resumo
mesmo impossível de se atingir em casos de PCO. Do tratamento endodôntico realizado nessas circunstâncias emerge o risco de perfuração radicular, uma complicação que afeta seriamente o prognóstico do tratamento. Objetivo: o presente artigo discute uma série de casos clínicos em dentes portadores de PCO, assim como técnicas endodônticas contemporâneas utilizadas para a resolução desses casos.
Introdução: o PCO (pulp canal obliteration) é definido como uma deposição de tecido mineralizado no espaço dos canais radiculares. Tais tecidos podem, eventualmente, produzir uma imagem radiográfica que sugere canais radiculares parcial ou completamente calcificados. O sucesso no tratamento endodôntico é baseado no devido debridamento, desinfecção e obturação dos sistemas de canais radiculares. Entretanto, tal objetivo pode ser sobremaneira dificultado ou
Palavras-chave: Endodontia. Calcificações da polpa dentária. Radiografia dentária.
Como citar este artigo: Tavares WLF, Lopes RCP, Menezes GB, Henriques LCF, Ribeiro Sobrinho AP. Non-surgical treatment of pulp canal obliteration using contemporary endodontic techniques: case series. Dental Press Endod. 2012 JanMar;2(1):52-8.
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» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Doutor em Endodontia, UFMG. Professor do curso de especialização em Endodontia, Instituto de Estudos da Saúde, Belo Horizonte/MG. Especialista em Endodontia, Instituto de Estudos da Saúde, Belo Horizonte/MG.
2
Recebido: 09/01/2012. Aceito: 24/02/2012.
Pós-doutor em Patologia, UFMG. Pós-doutor em Imunologia, Universidade de Calgary, Canadá. Professor adjunto, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.
3
Doutor em Endodontia, UFMG. Professor adjunto de Endodontia, UFMG.
4
Pós-doutor, The Forsyth Institute, Boston, EUA. Professor associado, disciplina de Endodontia, UFMG. Coordenador da área de Endodontia do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, UFMG.
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Endereço para correspondência: Warley Luciano Fonseca Tavares Av. Fleming, 871, 603/03 – Ouro Preto – 31.310-490 – Belo Horizonte/MG E-mail: warleyt@hotmail.com
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[ caso clínico ]
Tratamento não cirúrgico de PCO através de técnicas endodônticas contemporâneas: uma série de casos
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caso clínico
Oooo XX, Oooo XX
Aplicação clínica do cimento Portland
Fabiano de Sant’Ana dos Santos1
Resumo
seguida de obturação retrógrada selada com o CP. Resultados: decorridos 40 meses, as imagens radiográficas sugeriram reparação da lesão periapical, bem como satisfatório aspecto clínico. Conclusão: a cirurgia parendodôntica com obturação retrógrada com cimento Portland sugeriu eficácia. O tratamento apresentou baixo custo para o paciente. O cimento Portland pode ser uma alternativa para compor o arsenal de materiais dentários do endodontista.
Introdução: dentes com lesões periapicais necessitam de terapêuticas especiais. Nesse sentido, a cirurgia parendodôntica seguida de obturação retrógrada com um material biocompatível e indutor de reparação tecidual é indicada. O cimento Portland (CP) apresenta todas as características do mineral trióxido agregado (MTA), indicado para tratamentos endodônticos complexos. O CP não tem radiopacidade, entretanto, apresenta baixo custo. Objetivo: apresentar um caso clínico em que se realizou uma cirurgia parendodôntica
Palavras-chave: Endodontia. Abscesso periapical. Apicectomia. Obturação retrógrada. Materiais dentários.
Como citar este artigo: Santos FS. Clinical application of Portland cement. Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):59-64.
» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Recebido: 18/01/2012. Aceito: 17/02/2012. 1
Endereço para correspondência: Fabiano de Sant’Ana dos Santos Av. 27, 931 (Ruas 22 X 24) – Centro – 14.780-340 – Barretos/SP E-mail: fss@uol.com.br
Especialista em Endodontia. Professor Doutor da Disciplina de Diagnóstico e Cirurgia I e II do Curso de Odontologia, UNIFEB. Coordenador do Curso de Odontologia, UNIFEB.
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[ caso clínico ]
Aplicação clínica do cimento Portland
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caso clínico
Oooo XX, Oooo XX
Tomografia computadorizada no diagnóstico de perfuração radicular
Priscila Dias Peyneau1 Claudia Scigliano Valerio1 Andréia Cruz Pires Ribeiro de Sousa1 Flávio Ricardo Manzi2
Resumo
bidimensional e sobreposição de estruturas, principalmente se essa perfuração ocorrer no sentido vestibulolingual. Devido a isso, deve-se utilizar métodos de imagens que permitam avaliar todas as faces radiculares, como a tomografia computadorizada, a fim de diagnosticar e informar com maior precisão a localização das perfurações radiculares. Conclusão: por meio da apresentação de três casos clínicos, demonstrou-se a importância da tomografia computadorizada por feixe cônico no diagnóstico de perfurações radiculares.
Introdução: a perfuração é uma comunicação entre o canal radicular e a superfície externa do dente e, normalmente, ocorre durante o tratamento endodôntico, induzida por iatrogenia. Existem algumas condições que favorecem a ocorrência das perfurações. Pode-se citar a morfologia irregular dos canais radiculares, a dilaceração radicular, o erro durante o preparo da câmara pulpar, o desgaste excessivo das paredes dos canais radiculares e o preparo inadequado para colocação de pinos intrarradiculares. O diagnóstico definitivo desse tipo de iatrogenia é muito difícil devido à capacidade limitada da radiografia periapical, pois ela oferece imagem
Palavras-chave: Tomografia computadorizada cone beam. Raiz dentária. Fraturas dos dentes. Tratamento do canal radicular.
Como citar este artigo: Peyneau PD, Valerio CS, Sousa ACPR, Manzi FR. Computed tomography in the diagnosis of root perforation. Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):65-9.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Recebido: 20/02/2012. Aceito: 24/02/2012.
Mestre em Clínicas Odontológicas, ênfase em Radiologia, PUC Minas.
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Endereço para correspondência: Flávio Ricardo Manzi Av. Dom José Gaspar, Prédio 45 – Clínica de Radiologia Coração Eucarístico 30.535-901 – Belo Horizonte/MG E-mail: manzi@pucminas.br
Professor Adjunto de Radiologia e Coordenador do mestrado em Clínica
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Odontológica, ênfase em Radiologia, PUC Minas.
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Peyneau PD, Valerio CS, Sousa ACPR, Manzi FR
D’Addazio et al.7 realizaram um estudo para diagnosticar diversos defeitos endodônticos. Em relação às perfurações radiculares, as radiografias periapicais não identificaram sinais de perfuração em 80% das imagens avaliadas e forneceram diagnósticos imprecisos em 20% dos casos. Com a tomografia computadorizada cone beam todas as alterações foram identificadas, sendo que 20% foram precisas. O exame tomográfico ofereceu maior acurácia do que as radiografias periapicais. Bueno et al.9 fizeram considerações em relação às falsas interpretações de imagens através da tomografia computadorizada cone beam devido a artefatos metálicos. Eles podem simular defeitos endodônticos, confundindo o diagnóstico de perfuração radicular. Os artefatos aparecem como faixas escuras, produzindo erros de interpretação, podendo trazer uma consequência desagradável na terapêutica endodôntica. Porém, o correto manuseio das imagens pode minimizar os erros no diagnóstico. Deve-se utilizar imagens coronais, axiais e sagitais com 0,2mm de espessura, como foram feitos nos casos clínicos relatados, pois fornecem informações preciosas da localização exata dos pontos de comunicação entre os canais radiculares e
o espaço periodontal, muitas vezes associados a áreas hipodensas, sugerindo perfuração da raiz. Esse método supera as limitações da radiografia periapical, com a possibilidade de navegação da imagem, mostrando uma visualização dinâmica do que antes era estático. Nos casos relatados nesse trabalho, verificou-se que a tomografia computadorizada possibilitou o diagnóstico das trepanações radiculares, além de auxiliar na conduta do planejamento clínico. Conclusão Um diagnóstico definitivo de perfurações é um desafio, principalmente devido à ausência de sintomas clínicos patognomônicos e a capacidade limitada da radiografia periapical para a visualização dessas perfurações. Assim, a tomografia computadorizada é uma tecnologia útil para o endodontista no diagnóstico e tratamento de problemas endodônticos complexos, pois permite a visualização de estruturas tridimensionais em diferentes planos. Mas é importante lembrar que o diagnóstico final e a escolha da terapêutica clínica para as perfurações radiculares devem ser feitos sempre em conjunto com os achados clínicos.
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nonononono artigo original
Comparação do tempo de preparo e desvio proporcionado pelos sistemas Twisted File e Endowave em canais simulados Arnaldo Sant’Anna-Júnior1 Marco Antonio Hungaro Duarte2 Juliana Tieme Yoshida3 Juliane Silveira Bernardes3 Paloma Gagliardi Minotti-Bonfante4 Marcus Vinícius Só5
Resumo
Foram analisados o tempo de preparo, o número de instrumentos deformados e fraturados, e o desvio. Resultados: os resultados mostraram que o Endowave preparou os canais simulados significativamente mais rápido (p<0,05) e fraturou menos que o sistema Twisted File. Quanto ao desvio apical, ambos desviaram significativamente (p<0,05) mais na parede interna, não havendo diferença significativa (p>0,05) entre ambos. Conclusão: concluiu-se que o Endowave preparou os canais simulados de forma mais rápida que o Twisted File e com menor índice de fratura.
Introdução: o objetivo do presente trabalho foi comparar o tempo gasto para o preparo de canais simulados, bem como os desvios em graus proporcionados pelos sistemas rotatórios Twisted File e Endowave. Métodos: foram empregados 30 blocos de acrílico com canais simulados e curvatura de 30°, que foram divididos em dois grupos: grupo 1 — Sistema Twisted File; grupo 2 — Sistema Endowave. Durante o preparo foi empregado o motor X-Smart com 1,4N/cm de torque e 250rpm de velocidade. Os blocos foram radiografados antes e após o preparo. As radiografias foram digitalizadas e analisadas pelo ângulo formado antes e após o preparo por meio do programa Image Tools.
Palavras-chave: Sistema Endowave. Sistema Twisted File. Sistema rotatório. Desvio apical. Deformação de instrumentos.
Como citar este artigo: Sant’Anna-Junior A, Duarte MAH, Yoshida JT, Bernardes JS, Minotti-Bonfante PG, Só MV. Comparison of the preparation time and deviation caused by Twisted File and Endowave systems in simulated root canals. Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):70-3. 1
Professor de Endodontia, FUNEC.
2
Professor de Endodontia, Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos, FOB-USP.
3
Graduação em Odontologia, FUNEC.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Recebido: 05/03/2012. Aceito: 20/03/2012.
Pós-graduanda em Endodontia, Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos, FOB-USP.
4
5
Endereço para correspondência: Marco Antonio Hungaro Duarte Av. Octávio Pinheiro Brisola, 9-75 – Bauru/SP 17.012-901 – E-mail: mhungaro@travelnet.com.br
Professor de Endodontia, UFRS.
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Sant’Anna-Junior A, Duarte MAH, Yoshida JT, Bernardes JS, Minotti-Bonfante PG, Só MV
Discussão No emprego do sistema rotatório por se tratar de um método mecânico, existem alguns fatores envolvidos como o torque e a velocidade13. No presente trabalho, em ambos os sistemas empregou-se torque de 1,4N/cm e velocidade de 250rpm, uma vez que essa velocidade e o ângulo em que os instrumentos foram empregados (30°) representam uma probabilidade menor de fraturas do que em velocidades e ângulos maiores14. Assim, no tocante à deformação e fratura, verificou-se não haver diferença significativa entre os dois sistemas, embora tenha ocorrido a deformação mais rápida nos instrumentos Twisted File. Provavelmente a deformação possa ser relacionada à característica de fabricação, enquanto no Endowave emprega-se a usinagem e o metal está na fase austenística. No Twisted File os instrumentos são fabricados por torção e o metal está em uma fase intermediária, ou seja, entre austenita e martensita a chamada fase romboédrica (R). Entretanto, autores afirmam que nos instrumentos Twisted File foi possível obter estrias e dentes de corte por torção, ao contrário de outros instrumentos rotatórios que usam o processo
de usinagem, procedimento que cria microfraturas na sua porção ativa, podendo levá-los à fratura15. Outro fator a ser considerado é que no caso do Endowave é realizado o eletropolimento, fator que tem conferido maior resistência à fadiga torsional e cíclica12. No que diz respeito ao tempo de preparo, verificou-se que no Endowave gastou-se significativamente menos tempo para o preparo do que o Twisted File. Embora ambos possuam secção triangular e lâmina filetada, as diferenças podem estar relacionadas à dureza superficial do aço, que no caso do Endowave pode favorecer uma maior capacidade de corte16. Para o desvio apical, o ângulo após o preparo foi significativamente menor que o antes do preparo, demonstrando que ambos os instrumentos trabalharam de forma mais efetiva contra a parede interna do canal. Na comparação entre os sistemas, embora o desvio para a parede interna fosse maior no Twisted File, não foi constatada diferença significativa entre os dois sistemas. Um fator observado foi que embora em ambos os sistemas tenha se dilatado até o instrumento 25/0,04, no momento de inserção de cones 25/0,02 nenhum penetrou na extensão instrumentada, mostrando que nesses a dilatação não é tão efetiva.
Referências
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nonononono artigo original
Conhecimento e atitudes de acadêmicos de Educação Física frente aos traumatismos dentários Ana Helena Gonçalves de Alencar1 Kely Firmino Bruno2 Maria do Carmo Matias Freire3 Marina Rodrigues de Moraes4 Luana Braz de Queiroz5
Resumo
informações sobre traumatismo dentário. Em relação à satisfação com o conhecimento sobre traumatismo dentário, 74,1% dos acadêmicos afirmaram não ter conhecimento do assunto e dentre os que afirmaram ter, 95,6% mostraram-se insatisfeitos com o próprio conhecimento e não sentiam-se preparados para socorrer vítimas desse acometimento; e 95,7% dos acadêmicos que estavam insatisfeitos com o conhecimento sobre traumatismo dentário gostariam de receber informações sobre o assunto. Conclusão: os acadêmicos relataram conhecimento insuficiente sobre traumatismo dentário e mostraram-se inaptos para realização de atendimento emergencial dessa situação, o que remete à necessidade de elaboração de estratégias de conscientização e divulgação de conhecimento para habilitação dos mesmos na prevenção e promoção de saúde bucal em traumatologia dentária.
Introdução: os traumatismos dentários resultam em danos pulpares e periodontais, traduzidos em um impacto negativo na qualidade de vida, tendo prognóstico altamente influenciado pelo atendimento emergencial. Objetivo: investigar a autoavaliação do conhecimento e atitudes de acadêmicos de Educação Física frente aos traumatismos dentários. Métodos: estudo transversal junto a acadêmicos do primeiro ao último período, de quatro universidades de Goiânia, Goiás. Foi utilizado questionário para coleta dos dados referentes ao perfil do estudante, seu conhecimento e atitude frente ao atendimento emergencial às vítimas de traumatismo dentário. Resultados: dos 392 respondentes, a maioria foi do sexo masculino (54,3%), com idade entre 20 e 29 anos (59,2%) e do segundo período de graduação (27,0%); 46,5% dos mesmos tiveram treinamento em primeiros socorros durante a formação escolar e apenas 4,4% desses revelaram ter recebido
Palavras-chave: Traumatismo dentário. Prevenção. Traumatismo dentoalveolar.
Como citar este artigo: Alencar AHG, Bruno KF, Freire MCM, Moraes MR, Queiroz LB. Knowledge and attitudes of Physical Education undergraduates regarding dental trauma. Dental Press Endod. 2012 Jan-Mar;2(1):74-9.
1
Doutora em Endodontia. Professora Adjunta de Endodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás.
2
Doutora em Ciências da Saúde. Professora Titular de Endodontia da Universidade Paulista.
3
Doutora em Saúde Pública Dental. Professora Associada de Odontologia Coletiva da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás.
4
Graduada em Educação Física, Universidade Federal de Goiás.
5
Graduada em Odontologia, Universidade Paulista.
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» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Recebido: 12/01/2012. Aceito: 31/12/2012.
Endereço para correspondência: Ana Helena G. Alencar Faculdade de Odontologia – Universidade Federal de Goiás Av. Universitária, Esquina com 1ª Avenida, S/N, Setor Universitário – 74.605-220, Goiânia/GO E-mail: ahga@ibest.com.br
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Alencar AHG, Bruno KF, Freire MCM, Moraes MR, Queiroz LB
Referências
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Artigos com até seis autores Vier FV, Figueiredo JAP. Prevalence of different periapical lesions associated with human teeth and their correlation with the presence and extension of apical external root resorption. Int Endod J 2002;35:710-9.
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Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Nair PNR. Biology and pathology of apical periodontitis. In: Estrela C. Endodontic Science. São Paulo: Artes Médicas; 2009. v. 1. p. 285-348. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Debelian GJ. Bacteremia and Fungemia in patients undergoing endodontic therapy. [Thesis]. Oslo Norway: University of Oslo, 1997. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.
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Normas de apresentação de originais Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.
1. O registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.
3. Posicionamento do Dental Press Endodontics O DENTAL PRESS ENDODONTICS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame. org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www. icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução
2. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/ index.html), com interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade.
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Atenciosamente, Carlos Estrela Editor do Dental Press Endodontics - ISSN 2178-3713 E-mail: estrela3@terra.com.br
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