perio v05n02

Page 1

Revista Dental Press de

Periodontia e Implantologia

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):1-112

ISSN 1980-2269


Sumário

volume 5, número 2, abr./maio/jun. 2011

Explicações e Aplicações Calor excessivo nas paredes ósseas: a osseointegração não ocorre Alberto Consolaro

22

Pergunte a um Expert O que é, e como diagnosticar,

Entrevista

a pericoronarite?

Elcio Marcantonio

Inês Aparecida Buscariolo,

8

Isabel Peixoto Tortamano

34


caso SELECIONADO Tratamento interdisciplinar com sistemas adesivos e implantes dentários Weider Silva, Wilker Silva

36 REVISÃO DE LITERATURA

REVISÃO DE LITERATURA

Doença periodontal x estresse:

A importância da mucosa queratinizada na

revisão de literatura

manutenção da saúde peri-implantar:

Ligia Nadal Zardo, Bruna Benso,

uma revisão da literatura

Reila Tainá Mendes, Fábio André dos Santos,

Wagner Izumi Sawada Germiniani,

Gibson Luis Pilatti

Gibson Luiz Pilatti, Fábio André dos Santos

48

59

CASO CLÍNICO

CASO CLÍNICO

CASO CLÍNICO

Periodontite ulcerativa necrosante:

Aspectos estéticos e biológicos atuais para

Utilização de parafusos linguais para fixação

relato de caso — diagnóstico, tratamento e

o planejamento integrado de implantes

de prótese total inferior sobre implantes

um ano de acompanhamento

unitários anteriores em função imediata

com carga imediata: relato de caso clínico

Lívia de Souza Tolentino,

Karina Leite Baía Fernandes, Franklin Moreira

Ricardo Hoccheim Neto, Antonio Otávio

Maurício Guimarães Araújo

Leahy, Emillianno de Gusmão Gonçalves,

Marconcin Neves, Leonardo Vieira Bez,

71

Ana Carolina Francischone,

César Augusto Magalhães Benfatti

Carlos Eduardo Francischone

93

80

REVISÃO DE LITERATURA Análise da utilização da união dente/implante e tipos de conexões: revisão de literatura Tiago Soares Scherer, Milton Edson Miranda, José Renato Ribeiro Pinto, Estevan Soares Scherer

103


EDITOR Carlos Eduardo Francischone - FOB-USP, USC - SP - Brasil

Diretora Teresa R. D'Aurea Furquim Diretor Editorial Bruno D’Aurea Furquim

EDITOR EMÉRITO Maurício Guimarães Araújo - UEM - PR - Brasil

Diretor de marketing Fernando Marson

EDITORES ASSISTENTES Carina Gisele Costa Bispo - UEM - PR - Brasil Cleverson de Oliveira e Silva - UEM - PR - Brasil Flávia Matarazzo - UEM - PR - Brasil Flávia Sukekava - FO-USP - SP - Brasil Luis Rogério Duarte - UFBA - BA - Brasil

ANALISTA DA INFORMAÇÃO Carlos Alexandre Venancio PRODUTOR EDITORIAL Júnior Bianco Produção Gráfica e Eletrônica Andrés Sebastián Fernando Truculo Evangelista Gildásio Oliveira Reis Júnior Tatiane Comochena

PUBLISHER Laurindo Z. Furquim - UEM - PR - Brasil CONSULTORES EDITORIAIS Angelo Menuci Neto - ABO - RS - Brasil Bruno Salles Sotto-Maior - USC-Bauru - SP - Brasil Carlos Nelson Elias, Instituto Militar de Engenharia - RJ - Brasil César Augusto Magalhães Benfatti - UFSC - SC - Brasil Clovis Mariano Faggion Jr. - Universidade de Heidelberg, Alemanha Cristiane Ap. de Oliveira - Faculdade de Odontologia (UPF) RS - Brasil Dario Augusto Oliveira Miranda - UEFS - BA - Brasil Eduardo Feres - UFRJ - RJ - Brasil Elaine Cristina Escobar - FMU - SP - Brasil Francisco A. Mollo Jr. - UNESP - Araraquara - SP - Brasil Franklin Leahy - Clínica Particular - Salvador - BA - Brasil Giuseppe Alexandre Romito - FUNDECTO - USP - SP - Brasil Gustavo Jacobucci Farah - UEM - PR - Brasil Hugo Nary Filho - USC - SP - Brasil Jean-Paul Martinet - Universidade de Buenos Aires - Argentina Jessica Mie Ferreira Koyama Takahashi - USC/Bauru - SP - Brasil João Carlos Cerveira Paixão - Universidade de Pádua - Itália João Garcez Filho - Clínica Particular - Aracaju - SE - Brasil Jorge Luis Garcia - Clínica Particular - Argentina José Cícero Dinato - UFRGS - RS - Brasil José Valdívia - Clínica Particular - Chile Juan Carlos Abarno - Universidade Católica do Uruguai - Uruguai Luciene Cristina de Figueiredo - UnG - SP - Brasil Luis Lima - USP - SP - Brasil Luiz Antonio Salata - FORP-USP - SP - Brasil Luiz Meirelles - Universidade de Gotemburgo - Suécia Marco Antonio Bottino - UNESP - São José dos Campos - SP - Brasil Mario Groisman - UNIGRANRIO - RJ - Brasil Marly Kimie Sonohara Gonzales - UEM - PR - Brasil Mauro Santamaria - FOP-UNICAMP - SP - Brasil Paulo Maló - Clínica Particular - Portugal Paulo Martins Ferreira - FOB-USP - SP - Brasil Ricardo de Souza Magini - UFSC - SC - Brasil Ricardo Fisher - UERJ - RJ - Brasil Ronaldo de Barcelos Santana - UFF / RJ - Brasil Sidney Kina - Clínica Particular - Maringá - PR - Brasil Vanessa Tubero Euzebio Alves - FO-USP - SP - Brasil Verônica Carvalho - UNINOVE - SP - Brasil Waldemar Daudt Polido - Clínica Particular - Porto Alegre - RS - Brasil Wellington Bonachela - FOB-USP - SP - Brasil Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Revista Dental Press de Periodontia e Implantologia / Dental Press International. -v. 1, n. 1 (jan./fev./mar.) (2007) – . -- Maringá : Dental Press International, 2007-

Internet Edmar Baladeli BANCO DE DADOS Adriana Azevedo Vasconcelos DEPARTAMENTO DE CURSOS E EVENTOS Ana Claudia da Silva Rachel Furquim Scattolin DEPARTAMENTO COMERCIAL Roseneide Martins telemarketing Elizabeth Ferreira Denipoti Fernanda Maria da Silva Lima Karla Caroliny Martins Magda Regina Martineli da Silva Submissão de artigos Roberta Baltazar de Oliveira BIBLIOTECA Simone Lima Lopes Rafael Revisão Ronis Furquim Siqueira DEPARTAMENTO FINANCEIRO Roseli Martins SECRETARIA Rosane Aparecida Albino Normalização Simone Lima Lopes Rafael

A Revista Dental Press de Periodontia e Implantologia (ISSN 19802269) é uma publicação trimestral (quatro edições por ano) da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. - Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 CEP 87.015-180 - Maringá/PR - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: dental@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

INDEXAÇÃO:

Trimestral.

Revista Dental Press de Periodontia e Implantologia

ISSN 1980-2269. 1. Periodontia. Implantologia (Odontologia) – Periódicos I. Dental Press International. II. Título. CDD. 617.643005

é indexada pela BIREME, na base BBO - 2007.


Editorial

Como entender e aceitar a remodelação óssea peri-implantar cervical

Prof. Dr. Carlos Eduardo Francischone Editor

Felizmente, temos constatado, através de nossas participações em eventos científicos internacionais e nacionais, a conscientização — por parte dos pesquisadores, clínicos e departamentos científicos de empresas que fabricam implantes — de que a remodelação óssea peri-implantar cervical (saucerização) está sempre presente em todos os sistemas de implantes. Ela é inexorável e, até o momento, impossível de ser eliminada. Entretanto, pode ser controlada ou minimizada, o que, na atualidade, já é considerado um grande avanço. A saucerização é de ordem multifatorial e, no controle ou nos cuidados que devem ser tomados em relação a esses fatores, pode-se ter a sua minimização. Didaticamente, pode-se classificar a saucerização em: 1_FATOR BIOLÓGICO (principal), responsável pela formação e determinação dos espaços biológicos vertical e horizontal peri-implantares. Esses são mediados pelo EGF (Fator de Crescimento Epitelial) e pelos seus receptores localizados no epitélio, que determinam a formação do espaço biológico peri-implantar. É um fenômeno biológico, inexorável, e que vai acontecer em todos os sistemas de implantes, independentemente da macro, micro ou nanogeometria ou, ainda do tipo de conexão, do tipo de pilar protético, etc.; 2_FATORES BIOMECÂNICOS (coadjuvantes). Esses últimos podem ser controlados pelos profissionais e empresas. Dependendo da forma como isso é feito e de suas interações, pode-se ter minimização ou maximação da saucerização. Esse fatores coadjuvantes ou biomecânicos são os seguintes: trauma cirúrgico; macrodesenho e microdesenho do implante; countersink; altura da flange e polimento da cabeça e pescoço do implante; posição do implante em relação ao nível ósseo; tipos de conexões implante-pilar protético; plataforma expandida do implante ou pilar protético com diâmetro menor; perfil biológico protético; sobrecontorno e compressão tecidual pelo pilar protético; osteotomia cervical para assentamento do pilar protético; contaminação da interface implante-pilar protético; biocompatibilidade do pilar protético e da prótese; tensões na crista óssea; minigrooves e microgrooves cervicais; micro e nanotopografia da superfície do implante; polimorfismo fenotípico; estabilidade terciária (ADO’S FACTOR). É importante saber diferenciar a remodelação óssea peri-implantar cervical da peri-implantite. A primeira é um evento fisiológico, ou seja, não requer qualquer tipo de intervenção. A segunda é uma afecção patológica ou doença com perda óssea peri-implantar progressiva, e que requer tratamento. Os leitores que se interessarem em aprofundar mais seus conhecimentos a respeito dessa matéria, consultem outras obras da literatura1,2,3.

Referências 1. Francischone CE, Consolaro A, Carvalho RS, Francischone AC, Francischone CE Jr. Terapia estética com implantes osseointegrados: fatores que influenciam na longevidade. In: Uma Odontologia de classe mundial. Claudio P. Fernandes. editor. São Paulo: Ed. Santos; 2010. cap. 2, p. 25-60. 2. Consolaro A, Carvalho RS, Francischone CE Jr, Francischone CE. Adaptação óssea na região cervical de implantes osseointegrados: nomenclatura e os fundamentos para sua utilização. Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011;5(1):21-6. 3. Passanezi E, Sant’Ana ACP, Rezende MLR, Greghi SLA, Janson WA. Distâncias biológicas periodontais. São Paulo: Artes Médicas; 2011.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):5

5



Material reeMbasador Macio à base de silicone, de cura a frio

ufi Gel sc / P

• Reembasamento completo numa só consulta • Permanentemente macio • Sabor e odor neutros • Adapta-se excelentemente a todos os detalhes para uma adaptação precisa da prótese

VOCO do Brasil Ltda • Av. Severo Dullius, 195/101A · Porto Alegre · RS CEP: 90200-310 · Fone: (51)3337 5153 · E-mail: info@voco.com.br VOCO GmbH • Anton-Flettner-Straße 1-3 · 27472 Cuxhaven · Germany · www.voco.com


Entrevista

Entrevista

Elcio Marcantonio Sua trajetória acadêmica começou no ano de 1954, quando ingressou na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara, onde se formou no ano de 1956. No período de 1954 a 1956, trabalhava de noite no Banco Comércio Indústria de Araraquara-SP, para sustentar seus estudos e guardar dinheiro para um futuro investimento na profissão de cirurgião-dentista. No ano de 1957, já formado, montou seu consultório particular na cidade de Itirapina-SP, onde permaneceu por dois anos. No ano de 1959, assumiu o cargo de dentista no Serviço Dentário Escolar na cidade de Araraquara-SP, o que motivou também a transferência do seu consultório para essa cidade. Realizou estágio de 1960 a 1962, na disciplina de Cirurgia na Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara, sob orientação do Prof. Nelson Gullo, que foi quem o convidou a se tornar professor auxiliar. Após relutar para aceitar o convite feito, pois se encontrava muito bem financeiramente no Serviço Dentário Escolar e consultório particular, resolveu ser professor — e no dia 1 de março de 1962 foi contratado em regime parcial, permanecendo assim até o ano de 1971. Ainda em 1971, desligou-se do Serviço Dentário Escolar e da clínica particular, para assumir em regime integral na Faculdade. Obteve o título de doutor sob orientação do Prof. Rui dos Santos Pinto, da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, no ano de 1976, ano em que a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Araraquara foi encampada pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- UNESP. Seu trabalho de doutorado tinha uma linha de pesquisa inédita, baseada em reimplantes em ratos. Na sequência, montou, junto com o Prof. Gullo, o pioneiro serviço bucomaxilofacial no Hospital Santa Casa de Araraquara-SP. No ano de 1980, esse serviço se tornou oficial dentre os tratamentos oferecidos pelo hospital. Também no ano de 1980, defendeu sua tese de livre-docência na mesma área de reimplantes, porém agora em saguis. Esse trabalho foi todo desenvolvido na Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Em 1982, alcançou o cargo de Professor Titular . Foi um período muito profícuo na sua carreira, através do reconhecimento nacional e internacional do seu trabalho, muito também pelo pontapé inicial dado na área da cirurgia ortognática. Acabou aposentando da Faculdade de Odontologia de Araraquara no ano de 1989, porém não conseguiu ficar longe do ensino e, nesse mesmo ano, voltou à carreira docente na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto-SP (UNAERP), onde permaneceu até o ano de 2000. Entretanto, logo após se aposentar na UNESP (1989), novamente montou seu consultório particular, onde atende até os dias atuais. Mostrando um fôlego invejável, no ano de 1994 fundou, em sociedade com outros profissionais de Araraquara, o Centro de Pesquisa e Tratamento de Deformidades Bucomaxilofaciais (CEDEFACE) — um organismo que presta serviços de cunho social com excelente qualidade —, onde também empresta seus conhecimentos quase diariamente. Pessoa humilde, que na área de Cirurgia se tornou referência nacional e internacional, e nem por isso deixou de ser simples. Profissional de fácil acesso, apesar de uma agenda diária repleta de compromissos, e que mantém ainda, aos 76 anos de idade, o gosto pela profissão. Exemplo de vida pessoal, de profissional clínico e de docente, que transmite uma segurança e uma sabedoria que poucos têm. Um dos orgulhos que tem é a família. São três filhos dentistas e professores — Elcio Marcantonio Júnior, Cláudio Marcantonio e Eloísa Marcantonio Boeck — e, ainda, uma nora dentista e professora, Rosemary Adriana Chierici Marcantonio. Se orgulha tanto dessas pessoas que o cercam que, a todo momento, os elogios a eles são constantes. 8

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):8-21


Marcantonio E

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):8-21

9


Entrevista

Quem é Elcio Marcantonio?

Com 15 anos de idade, fui trabalhar nesse

Nasci em São José do Rio Preto-SP, no

banco e fiquei lá até os 22 anos de idade,

ano de 1934. Meu pai era ferroviário e, em

o que coincidiu com o ano da minha for-

determinado momento, quando eu tinha 4

matura na Odontologia. Isso só foi possível

anos de idade, ele foi transferido de São

porque, depois de 3 anos trabalhando no

José do Rio Preto-SP para Araraquara-SP.

banco, eles tinham necessidade de funcio-

Ele era funcionário da Estrada de Ferro

nários que trabalhassem à noite fazendo o

Araraquarense. Ele se radicou com a famí-

movimento de contabilidade e caixa, para

lia em Araraquara e eu fiz todos os graus

que no dia seguinte o sistema de compen-

de escolaridade em Araraquara. Nunca saí

sação bancária estivesse pronto. Essa situ-

dela e aqui permaneço até hoje, nessa ci-

ação permitiu ter praticamente o dia inteiro

dade que me acolheu de braços abertos.

livre e eu tinha que preencher esse tempo

Na verdade, posso me considerar um ara-

estudando em algum lugar.

raquarense. Tive uma infância muito feliz,

A princípio, eu e um colega de infância,

com pais muito dedicados e duas irmãs

Odail de Souza, éramos como irmãos e es-

maravilhosas. Fiz meus cursos primário e

távamos sempre juntos e, coincidentemen-

secundário no Colégio Duque de Caxias e,

te, com os mesmos objetivos. Assim, nos

depois, chegou a hora e a vez de decidir o

dispusemos a fazer o curso de Direito, pois

que fazer no futuro.

nesse momento tínhamos terminado o cur-

Mas antes disso eu tive a oportunidade,

so técnico em Contabilidade. Porém, onde

dos 12 aos 15 anos de idade, de trabalhar

fazer o curso de Direito? Nós éramos da

como auxiliar de escritório. Primeiro, fazen-

área de escritório e nem Araraquara nem

do limpeza e, depois, promovido a auxiliar

São Carlos (ambas em SP) tinham esse

de escritório numa indústria de Araraquara

curso — a cidade mais próxima com Facul-

— que já não existe mais e se chamava

dade de Direito era Bauru-SP. Para viajar a

Irmãos Dalaqua Ltda. Na minha adolescên-

Bauru tínhamos que ir de trem até Itirapina-

cia, eu tinha pretensão e desejo de traba-

-SP e lá fazer baldeação para Bauru pela

lhar nessa área contábil e recebi uma pro-

Estrada de Ferro Paulista. Isso consumia

posta do Banco Comércio Indústria, através

muito tempo e dinheiro e, por mais que

de um funcionário que também trabalhava

tivéssemos essa paixão inicial pela Conta-

nas horas vagas naquela mesma indústria.

bilidade e pelo Direito, abandonamos esse

10

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):8-21


Marcantonio E

Professor, tenho certeza que o senhor acabou de dar um sábio conselho, a Odontologia deve muito ao se-

O senhor está com quantos anos? Setenta e seis anos. Sinto-me um menino de 76 anos.

nhor. Muito obrigado pela entrevista, Obrigado pela oportunidade, porém, eu é que devo tudo à Odontologia, porque ela é como o oxigênio e faz o meu sangue ferver até hoje.

Entrevistador

Elcio Marcantonio » Doutor em Cirurgia Oral pela Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. » Ex-professor titular da Faculdade de Odontologia de Araraquara (UNESP) e da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (UNAERP). » Fundou, em sociedade com outros profissionais de Araraquara, o Centro de Pesquisa e Tratamento de Deformidades Bucomaxilofaciais – CEDEFACE. » Fundou, junto com o Prof. Nelson Gullo, o pioneiro serviço bucomaxilofacial no Hospital Santa Casa de Araraquara-SP. » Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Cirurgia Bucomaxilofacial.

José Cláudio Martins Segalla » Diretor da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. » Mestre em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. » Doutor em Dentística Resturadora pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. » Livre-Docente em Prótese Fixa pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. » Especialista em Prótese e Dentística Restauradora. » Professor Adjunto da Disciplina de Prótese Parcial Fixa –FOAr - UNESP. » E-mail : segalla@foar.unesp.br

» E-mail: elcio@marcantonio.com.br

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):8-21

21


Explicações e Aplicações

Calor excessivo nas paredes ósseas: a osseointegração não ocorre

Alberto Consolaro

Em muitas situações questiona-se: Por que

sua ocorrência se deu em períodos anteriores,

depois de algumas semanas da colocação de

pois inicialmente as lesões são bioquímicas ou

um implante dentário, ao manipulá-lo para tes-

moleculares. A morte celular ocorre no organis-

tar a sua fixação decorrente da osseointegra-

mo vivo de duas formas bem distintas: necrose

ção, o mesmo sai facilmente e revela-se “solto”,

e apoptose. Quando a morte celular ocorre em

sem qualquer ligação com o leito cirúrgico onde

organismo sem vida, tem-se a morte somática.

foi colocado?

A necrose pode ser induzida por agentes

No presente trabalho procurou-se explicar

agressores externos ou mesmo internos à cé-

como o calor excessivo gerado pelos instru-

lula. Ao lesar as estruturas, os agressores pro-

mentos rotatórios — utilizados inadequada-

movem desintegração celular com liberação de

mente na hora da confecção do loja óssea ci-

componentes para o meio extracelular (Fig.

rúrgica que irá receber o implante — pode ser

1). As proteínas e enzimas celulares, liberadas

a causa desse insucesso clínico.

mesmo na ausência de microrganismos, induzem inflamação, pois são agressivas aos tecidos

Os conceitos de necrose e apoptose

locais. A necrose representa um evento celular,

A viabilidade de uma célula está na depen-

e não tecidual; áreas extensas de necrose em

dência da manutenção de suas quatro funções

um tecido recebem nomes especiais, como in-

vitais: a respiração; a síntese proteica, estrutural

farto, quando for do tipo coagulativa; ou absces-

e enzimática; o equilíbrio osmótico nas mem-

sos, quando for liquefativa.

branas; e a reprodução.

A apoptose, por sua vez, constitui um me-

A morte celular representa a parada defini-

canismo coordenado geneticamente para que

tiva de uma ou mais funções vitais; mas, em

a morte celular seja fisiológica e compatível

seus estágios iniciais, esse comprometimento

com a normalidade tecidual, para promover a

celular nem sempre é possível de ser visuali-

eliminação de células em locais, tecidos e ór-

zado morfologicamente

. Quando a morte

gãos onde for conveniente ou necessário1,2,3

celular for detectada na microscopia óptica, a

(Fig. 2). Como exemplos, têm-se a apoptose

1,2,3

22

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):22-32


Calor excessivo nas paredes ósseas: a osseointegração não ocorre

coagulação, com fechamento das janelas do tra-

Referências

beculado ósseo, impedindo, como uma barreira física, que ocorra a migração de células para o coágulo sanguíneo, a formação de tecido de granulação e a osseointegração. À menor manipulação, esse implante, depois de alguns dias ou semanas, pode se soltar nas mãos do operador, indicando falha na osseointegração.

1. Alberts B, Johnson A, Lewis J, Raff M, Roberts K, Walter P. Molecular biology of the cell. 5th ed. New York: Garland Science; 2008. 2. Consolaro A. Inflamação e reparo. Maringá: Dental Press; 2009. 3. Rubin R, Strayer DS. Rubin's pathology: clinicopathologic foundations of medicine. 5th ed. Baltimore: Lippincott Williams & Wilkins; 2007.

Alberto Consolaro • Professor Titular em Patologia da FOB-USP e da Pós-graduação da FORP-USP.

Endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

32

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):22-32


PARCELAR O TRATAMENTO EM 36 VEZES ATRAI MAIS PACIENTES. RECEBER À VISTA TRAZ MAIS LUCROS PRA VOCÊ.

AGORA COM A AMICI VOCÊ PODE OFERECER AOS SEUS PACIENTES A CHANCE DE FINANCIAR OS TRATAMENTOS. E O MELHOR É QUE INDEPENDENTE DO NÚMERO DE PARCELAS, VOCÊ RECEBE À VISTA. • • • • • • •

FIM DA INADIMPLÊNCIA RECEBIMENTO À VISTA NOVOS PACIENTES AUMENTO DO SEU FATURAMENTO TRATAMENTOS PARCELADOS EM ATÉ 36X SEM TAXA MENSAL OU DE ADESÃO TAXAS DE JUROS COMPETITIVAS

VANTAGENS DA AMICI CADASTRO BASTA PREENCHER NOSSO CADASTRO ONLINE E, APÓS A APROVAÇÃO, VOCÊ RECEBE UM LOGIN E SENHA PARA ACESSAR NOSSOS SERVIÇOS. FINANCIAMENTO ONLINE SIMULE E SOLICITE ORÇAMENTOS DIRETAMENTE EM NOSSO SITE, 24 HORAS POR DIA, 7 DIAS POR SEMANA. PAGAMENTO À VISTA RECEBA O VALOR DOS FINANCIAMENTOS EM ATÉ 7 DIAS ÚTEIS APÓS A APROVAÇÃO.

WWW.AMICIODONTO.COM.BR CENTRAL DE ATENDIMENTO: 0800 770 2941


Pergunte a um Expert

O que é, e como diagnosticar, a pericoronarite? Inês Aparecida Buscariolo, Isabel Peixoto Tortamano

A pericoronarite é um quadro inflamatório no tecido mole que recobre parcialmente a coroa de um dente semi-irrompido (Fig. 1). Os terceiros molares inferiores (Fig. 2) são, geralmente, os mais acometidos; clinicamente, é observada a presença de tecido eritematoso; e, muitas vezes, pode evoluir para um estado infeccioso, apresentando coleção purulenta, drenando espontaneamente ou não4,5. Esse processo infeccioso pode ser caracterizado por dor, edema, halitose, trismo, dificuldade na deglutição, linfadenopatia, mal-estar e febre. Nessa situação, torna-se impreterível uma conduta de urgência clínica para regressão do quadro3,6. A exacerbação da pericoronarite pode resultar na Angina de Ludwig, caracterizada por tumefação bilateral dos espaços submandibular e sublingual, difusão rápida do processo infeccioso para espaços

Figura 1 - Pericoronarite no terceiro molar inferior.

fasciais profundos. Clinicamente, ocorre levantamento do assoalho de boca, deformação da face devida ao grande edema instalado e, quando não diagnosticado e tratado precocemente, pode resultar na obstrução das vias aéreas superiores, o edema de glote2. Como tratar a pericoronarite? Como tratamento local, é preconizada limpeza mecânica com irrigação do interior dessa bolsa — que envolve a coroa dentária — com solução antisséptica (água fenicada a 2%, gluconato de clorexidina a 0,12%, água oxigenada a 10 volumes ou solução de iodopovidine), através de seringa tipo Luer com agulha grande não bizelada.

34

Figura 2 - Malposição do terceiro molar.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011abr-jun;5(2):34-5


Buscariolo IA, Tortamano IP

Ao paciente caberá manter boa higiene bucal e bochechos diários com antissépticos. Com trismo severo, pode-se prescrever

Amoxicilina, de primeira escolha, de largo espectro, podendo-se acrescentar ainda Metronidazol, que é específico para anaeróbios.

relaxante muscular, bochechos e fisioterapia

» Amoxicilina: 500mg, cápsulas de 8 em

com goma de mascar, de modo a permitir

8h, por 7 a 10 dias. Sugestão de horários:

abertura de boca suficiente para exame e con-

7h, 15h, 23h.

duta clínica local.

Para alérgicos à penicilina: Eritromicina,

Na presença de abscesso, é realizada curetagem periodontal para drenagem de coleção purulenta ou drenagem intrabucal, com colocação

Clindamicina, Cefalexina, Azitromicina. » Metronidazol: 250/400mg, cápsulas de 12 em 12h.

ou não de dreno, juntamente com prescrição de

Passada a fase aguda, avalia-se com o pa-

antibiótico, analgésico, e acompanhamento da

ciente a necessidade e situação da permanência

evolução dos sinais clínicos.

ou não desse dente na cavidade bucal, para evi-

A antibioticoterapia deve ser iniciada com

tar futuras recidivas e complicações1,7.

Referências 1. Brickley M, Shepherd J, Mancini G. Comparison of clinical treatment decisions with US National Institutes of Health consensus indications for lower third molar removal. Br Dent J. 1993,175:102-5.

Inês Aparecida Buscariolo - Professora doutora da disciplina de Clínica Integrada e do Setor de Urgências do departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

2. Leles JLR, Estrela C. Dor como complicação pós-cirúrgica. periodontal. In: Estrela C. Dor odontogênica. São Paulo: Artes Médicas; 2001. p. 227-42. 3. Peltroche-Llacsahuanga H, Reichharte E, Schmitt W, Lutticken R, Haase G. Investigation of infections organisms causing pericoronitis of the mandibular third molar. J Oral Maxillofac Surg.

Isabel Peixoto Tortamano - Professora associada da disciplina de Clínica Integrada e do Setor de Urgências do departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

2000;58(6):611-6. 4. Rajasuo A, Jousimies-Somer H, Savolainen S, Leppanen J, Murtomaa H, Meumann JH . Bacteriologic finding in tonsillitis and pericoronitis. Clin Infect Dis. 1996;23(1):51-60. 5. Rajauso A, Nyfors A, Jousimies-Somer H, Lindqvist R, Suuronen R. Bacteremia after plate removal and tooth extraction. Int J Oral Maxillofac Surg. 2004;33(4):356-60. 6. Sixou JL, Magaud C, Jolivet-Gougeon A, Cormier M, BonnaureMallet M. Microbiology of mandibular third molar pericoronitis: Incidence of lactamases-producting bacteria. Oral Surg Oral Med

Enviado em: março de 2009 Revisado e aceito: junho de 2010

Endereço para correspondência

Oral Pathol. 2003;95(6):655-9. 7. Venta I, Turtola L, Murtomaa H, Ylipaavalniemi P. Third molars as an acute problem in Finnish university students. Oral Surg Oral

Inês Aparecida Buscariolo E-mail: iabuscar@usp.br

Med Oral Pathol. 1993;76(2)135-40.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):34-5

35


Caso Selecionado

Tratamento interdisciplinar com sistemas adesivos e implantes dentários Weider Silva, Wilker Silva

Os métodos restauradores adesivos — baseados

INTRODUÇÃO

A crescente valorização de um sorriso esteticamente

nos trabalhos de condicionamento ácido do esmalte ini-

agradável faz com que profissionais e pacientes busquem

ciados por Buonocore em 1955 e, posteriormente, com

cada vez mais alternativas de tratamento para modificar

o condicionamento ácido da dentina proposto por Fu-

a aparência dentária.

sayama —, além de reforçarem a estrutura dentária re-

Diversas situações clínicas que necessitam de resis-

manescente, permitem um desgaste dentário mínimo2,3,4.

tência e/ou estética, e que antigamente só eram resol-

Com o desenvolvimento das técnicas adesivas, tam-

vidas com tratamentos protéticos invasivos, hoje podem

bém houve a modificação dos materiais utilizados nas

ser solucionadas perfeitamente com materiais restaura-

reabilitações dentárias. Os materiais metálicos, além de

dores adesivos de última geração.

não possuírem estética, são extremamente rígidos, pos-

Atualmente, para as situações de ausência dentária

suindo um coeficiente de elasticidade bem diferente da

ou para os casos em que o dente precise ser extraído, os

estrutura dentária, o que pode provocar fratura no rema-

implantes bucais são opção importante na reabilitação

nescente dentário, motivo pelo qual vêm sendo substituí-

bucal, sendo que cada vez mais pacientes e profissionais

dos por resinas, cerâmicas e fibras de vidro e carbono5,6,7. As cerâmicas dentárias atuais, além de apresentarem

optam por essa modalidade de tratamento. A interdisciplinaridade permite que as diversas áreas

propriedades ópticas excelentes, estabilidade química,

da Odontologia, dentro de uma mesma filosofia, traba-

não sofrendo corrosão, e solubilidade, são perfeitamen-

lhem e alcancem os objetivos desejados, devolvendo não

te utilizadas em reabilitações de dentes comprometidos,

só a estética almejada pelo paciente, mas principalmente

uma vez que, com a incorporação de partículas de re-

a função e a longevidade do tratamento.

forço de leucita, houve uma redução significativa de sua friabilidade, propriedade que limitava sua utilização em regiões de maior estresse oclusal8,9.

Revisão de literatura

Modernamente, exige-se do cirurgião-dentista o aban-

Apesar das cerâmicas possuírem algumas proprie-

dono da postura tradicional de analisar apenas o dente ou

dades superiores e apresentarem maior longevidade

a solicitação específica do paciente, passando-se ao exame

clínica do que as resinas compostas, essas últimas ocu-

multidisciplinar de suas possíveis necessidades e, conse-

pam um lugar de extremo destaque nas reabilitações

quentemente, das alternativas de tratamento integrado .

bucais. Isso ocorre em função das resinas compostas

1

36

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):36-47


Tratamento interdisciplinar com sistemas adesivos e implantes dentários

A partir da utilização de implantes os-

na composta, foi possível devolver-lhe uma

seointegráveis, e por meio da reabilitação do

oclusão funcional e um sorriso equilibrado e

paciente com prótese sobre implantes, face-

harmonioso, em curto espaço de tempo, com

tas indiretas de porcelana e diretas de resi-

previsibilidade e segurança.

Referências 1. Francischone CE, Oltramari PVP, Vasconcelos LW, Francischone AC, Capelozza Filho L, Henriques JFC. Treatment for predictable multidisciplinary implantology,

11. Baratieri LN. Odontologia restauradora. Fundamentos e possibilidades. São Paulo: Ed. Santos; 2001. 12. Baratieri LN, Andrada MAC, Arcari GM, Ritter AV. Influence of

orthodontics, and restorative dentistry. Pract Proced Aesthet

post placement in the fracture resistance of endodontically

Dent. 2003;15(4):321-6.

treated incisors veneered with direct composite. J Prosthet

2. Buonocore MG. A simple method of increasing the adhesion of acrylic filling materials to enamel surfaces. J Dent Res. 1955;34:849-53.

Dent. 2000;84(2):180-4. 13. Ramalho ACD, Mariz ALA, Beatrice LCS, Silva CHV, Menezes Filho PF. Estudo comparativo da resistência radicular à fratura

3. Fusayama T. New concepts in operative dentistry. Chicago: Quintessence; 1980.

em função do comprimento e da composição do pino. RFO UPF. 2008 set-dez;13(3):42-6.

4. Van Meerbek B, Perdigão J, Lambrechts P, Vanherle G. The clinical performance of adhesives. J Dent. 1998;26(1):1-20. 5. Conceição EN. Dentística: saúde e estética. Porto Alegre: Artmed; 2000.

14. Santos KSA, Brito LNS, Guênes GMT, Monteiro BVB, Rodrigues LFA. Resistência à fratura de dentes reforçados com pinos pré-fabricados, utilizando diferentes agentes cimentantes. Robrac. 2010;19(49):146-50.

6. Conceição EN. Restaurações estéticas. Compósitos, cerâmicas e implantes. Porto Alegre: Artmed; 2005. 7. Meyer Filho A, Vieira LCC, Baratieri LN, Lopes GC. Porcelain veneers as an alternative for the esthetic treatment of stained anterior teeth: clinical report. Quintessence Int. 2005 Mar;36(3):191-6.

15. Bränemark PI, Hansson BO, Adell R, Breine U, Lindatröm J, Hallén O. Osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Experience from a 10-years period. Scand J Plast Reconstr Surg Suppl. 1977;16:1-132. 16. Nary H. Qual o estado atual das reabilitações de maxilas atróficas com osseointegração? Rev Dental Press Periodontia

8. Bertrami MAT, Celestrino M, Kina S. A excelência do reposicionamento dentário com laminados cerâmicos. Rev Dental Press Estét. 2006 out-dez;3(4):61-76. 9. Kina S. Protocolo clínico para utilização de uma nova cerâmica vítrea reforçada por leucita. Rev Dental Press Estét. 2005 out-dez;2(4):23-67.

Implantol. 2007 jan-mar;1(1):30-40. 17. Lenharo A, Pastor PF, Carvalho PSP. Avaliação mecânica de três tipos de parafusos de fixação de abutments sobre implantes: estudo in vitro. Implant News. 2008 marabr;5(2):169-75. 18. Gomez-Roman G, Kruppenbacher M, Weber H. Immediate

10. Baratieri LN, Araújo EM Jr, Monteiro S Jr, Vieira LCC. Caderno

postextraction implant placement with root-analog

de dentística. Restaurações adesivas diretas com resinas

stepped implants; surgical procedure and statistical

compostas em dentes anteriores fraturados. São Paulo: Ed.

outcome after 6 years. Int J Oral Maxillofac Implants.

Santos; 2002.

2001;16(4):503-13.

46

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):36-47


Silva W, Silva W

19. Glauser R, Ree A, Lundgren A, Gottlow J, Hammerle CH, Scharer P. Immediate occlusal loading of Branemark implants applied in various jawbone regions: a prospective, 1-year clinical study. Clin Implant Dent Relat Res. 2001;3(4):204-13. 20. Covani U, Crespi R, Cornelini R, Barone A. Immediate implants supporting single crow restoration: a 4-year prospective study. J Periodontol. 2004 Jul;75(7):982-8. 21. Norton MR. A short-term clinical evaluation of immediately restored maxillary TiOblast single-tooth implants. Int J Oral Maxillofac Implants. 2004 Mar-Apr;19(2):274-81. 22. Randow K, Ericsson I, Nilner K, Petersson A, Glantz PO. Immediate functional loading of Branemark dental implants. An 18-month clinical follow-up study. Clin Oral Implants Res.

Weider Silva • Especialista em Dentística pela FOPLAC, Brasília/DF. Especialista em Implantodontia pela ABO, Brasília/DF. Professor do Curso de Especialização de Dentística e Prótese da ABO, Taguatinga/DF. Professor do Curso de Especialização de Implantodontia da ABO, Brasília/DF. Wilker Silva • Especialista em Endodontia pela ABCD, Brasília/DF. Especialista em Ortodontia pela ABO, Brasília/DF. Professor do Curso de Especialização de Endodontia da ABCD e ABO, Brasília/DF.

1999 Feb;10(1):8-15. 23. Salama H, Rose LF, Salama M, Betts NJ. Immediate loading of bilaterally splinted titanium root-form implants in fixed prosthodontics - a technique reexamined: two case reports. Int J Periodontics Restorative Dent. 1995 Aug;15(4):344-61. 24. Wöhrle PS. Single-tooth replacement in the aesthetic zone with immediate provisionalization: fourteen consecutive case reports. Pract Periodontics Aesthet Dent. 1998;10(1):107-14.

Enviado em: dezembro de 2010 Revisado e aceito: março de 2011

Endereço para correspondência Weider de Oliveira Silva SEPS 710/910 Sul, Ed. Clínico Via Brasil, sala 213 CEP: 70.390-108 – Brasília/DF E-mail: weidersilva@hotmail.com

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):36-47

47


Revisão de Literatura

Doença periodontal x estresse: revisão de literatura

Ligia Nadal Zardo*, Bruna Benso*, Reila Tainá Mendes*, Fábio André dos Santos**, Gibson Luis Pilatti***

Palavras-chave

Resumo

Periodontite. Estresse psicológico.

A resposta ao estresse parece estar relacionada a um mecanismo mediador entre condições psicológicas desfavoráveis e doença periodontal inflamatória. Todavia, essa relação pode ser desencadeada através de dois modelos: modelo comportamental, em que ocorre aumento no consumo de nicotina, higiene bucal menos efetiva, mudanças nos hábitos nutricionais; ou modelo biológico, através da redução do fluxo salivar, alteração da circulação gengival e alterações na resposta imune-inflamatória. Vários estudos têm realizado a associação entre a severidade da doença periodontal e fatores comportamentais como o estresse. O presente estudo teve por objetivo fazer um levantamento da literatura sobre os principais estudos envolvendo fatores psicológicos e a resposta dos tecidos periodontais frente a patógenos. Os estudos mostram, em grande parte os de corte transversal, uma tendência de relação positiva entre estresse e doença periodontal, porém uma pesquisa mais representativa é necessária para determinar o impacto do estresse e de fatores psicológicos como fatores de risco para a doença periodontal.

Sistema imunológico.

* Aluna do curso de Mestrado em Odontologia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa / PR. ** Pós-doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professor Associado da Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR. *** Doutor em Periodontia pela UNESP. Professor Associado da Universidade Estadual Ponta Grossa / PR.

48

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):48-56


Doença periodontal x estresse: revisão de literatura

Essa heterogeneidade entre os estudos dificulta

presença do estresse é a reação do indivíduo

a comparação de seus resultados, bem como não

para com ele.

permite a realização de análises de sensibilidade em uma metanálise.

Conclusão

Outro aspecto importante da metodologia

No presente estudo, a análise de dados

foi a definição dos instrumentos de aspectos

coletados demonstrou uma discreta asso-

psicológicos. Alguns estudos

utilizaram

ciação positiva entre estresse e fatores psi-

a associação entre a periodontite e níveis de

cológicos e a doença periodontal. Mais es-

cortisol salivar. As variáveis psicológicas geral-

pecificamente, os trabalhos mostraram: a

mente são medidas por escalas de autorrelato

associação entre estresse financeiro e uma

e não permitem uma avaliação dos aspectos

maior incidência de doença periodontal grave

subjetivos e comportamentais dos indivíduos. O

em adultos; o risco aumentado para doença

estresse não é a mesma experiência para todos.

periodontal devido à perda de um cônjuge; e

Depende muito mais de como o apoio social,

uma maior propensão à doença periodontal

se houver, está disponível a partir da família e

nos indivíduos mais ansiosos; bem como a

amigos, o que poderia diminuir a tensão em po-

influência do estresse e da ansiedade na res-

tencial. Além disso, mais importante do que a

posta ao tratamento periodontal.

18,20,27,30

Periodontal disease versus stress: literature review ABSTRACT The stress response appears to be related to a mediating mechanism between unfavorable psychological conditions and inflammatory periodontal disease. However, this relationship can be triggered through two models: behavioral model, in which there is an increase in nicotine intake, less effective oral hygiene, changes in nutritional habits; or biological model, by reducing salivary flow, changes in gingival circulation and changes in immune-inflammatory response. Several studies have made the association between periodontal disease severity and behavioral factors such as stress. This study aimed to survey the literature on the major studies involving psychological factors and the response of periodontal tissues due to pathogens. Studies show, in large part the cross-sectional, a trend of positive relationship between stress and periodontal disease. A more representative research is necessary to determine the impact of stress and psychological factors as risks factors of periodontal disease. KEYWORDS: Periodontal diseases. Psychological stress. Immune system processes.

54

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):48-56


Zardo LN, Benso B, Mendes RT, Santos FA, Pilatti GL

ReferĂŞncias

17. Heller RA, Schena M, Chai A, Shalon D, Bedilion T, Gilmore J, et al. Discovery and analysis of inflammatory disease-

1. Albandar JM. Global risk factors and risk indicators for periodontal diseases. Periodontol 2000. 2002;29:177-206. 2. Birkedal-Hansen H. Role of cytokines and inflammatory mediators in tissue destruction. J Periodontal Res. 1993

related genes using cDNA microarrays. Proc Natl Acad Sci. 1997;94(6):2150-5. 18. Hilgert JB, Hugo FN, Bandeira DR, Bozzetti MC. Stress, cortisol, and periodontitis in a population aged 50 years and over. J Dent Res. 2006;85:324-8.

Nov;28(6 Pt 2):500-10. 3. Blalok JE. The syntax of immune-neuroendocrine communication. Immunol Today. 1994;15(11):504-11. 4. Breivik T, Opstad PK, Gjermo P, Thrane PS. Effects of hypothalamic-pituitary-adrenal axis reactivity on periodontal tissue destruction in rats. Eur J Oral Sci. 2000;108(2):115-22. 5. Castro GDC, Oppermann RV, Haas NA, Winter R, Alchieri JC. Association between psychosocial factors and periodontitis: a case-control study. J Clin Periodontol. 2006;33(2):109-14. 6. Clarke NG, Hirsch RS. Personal risk factors for generalized periodontitis. J Clin Periodontol. 1995 Feb;22(2):136-45. 7. Cohen-Cole SA, Cogen RB, Stevens AW Jr, Kirk K, Gaitan E, Bird J, et al. Psychiatric, psychosocial and endocrine correlates of acute necrotizing ulcerative gingivitis: a preliminary report. Psychiatr Med. 1983 Jun;1(2):215-25. 8. Dhabhar FS, McEwen BS. Acute stress enhances while chronic stress suppresses immune function in vivo: a potential role for leukocyte trafficking. Brain Behav Immun.

19. Hugoson A, Ljungquist B, Breivik T. The relationship of some negative events and psychological factors to periodontal disease in adult Swedish population 50 to 80 years of age. J Clin Periodontol. 2002;29:247-53. 20. Ishisaka A, Ansai T, Soh I, Inenaga K, Yoshida A, Shigeyama C, et al. Association of salivary levels of cortisol and dehydroepiandrosterone with periodontitis in older Japanese adults. J Periodontol. 2007 Sep;78(9):1767-73. 21. LeResche L, Dworkin S. The role of stress in inflammatory disease, including periodontal disease: review of concepts and current findings. Periodontol 2000. 2002;30:91-103. 22. Monteiro da Silva AM, Oakley DA, Newman HN, Nohl FS, Lloyd HM. Psychosocial factors and adult onset rapidly progressive periodontitis. J Clin Periodontol. 1995;23(8):789-94. 23. Moss ME, Beck JD, Kaplan BH, Offenbacher S, Weintraub JA, Koch GG. Exploratory case-control analysis of psychosocial

1997 Dec;11(4):286-306. 9. Dolic M, Bailer J, Staehle Hj, Eickholz P. Psychosocial factors as risk indicators of periodontitis. J Clin Periodontol. 2005;

factors and adult periodontitis. J Clin Periodontol. 1996;67(10 Suppl):1060-9. 24. O`leary A. Stress, emotion and human immune function.

32:1134-40. 10. Elenkov IJ, Chrousos GP. Stress hormones, Th1/Th2 patterns, pro-inflammatory cytokines and susceptibility to disease. Trends Endocrinol Metab. 1999;10(9):359-68. 11. Gaspersic R, Stiblar-Martineie D, Skaleric U. Influence of restraint stress on ligature-induced periodontitis in rats. Eur J

Psychol Bull. 1990;108(3):363-82. 25. Page RC, Kornman KS. The pathogenesis of human periodontitis: an introduction. Periodontol 2000. 1997 Jun;14:9-11. 26. Peruzzo DC, Benatti BB, Antunes IB, Andersen ML, Sallum EA, Casati MZ, et al. Chronic stress may modulate

Oral Sci. 2002;110:125-9. 12. Gemmell E, Seymour GJ. Immunoregulatory control of Th1/ Th2 cytokine profiles in periodontal disease. Periodontol

periodontal disease: a study in rats. J Periodontol. 2008 Apr;79(4):697-704. 27. Rai B, Kaur J, Anand SC, Jacobs R. Salivary stress markers,

2000. 2004;35:21-42. 13. Genco RJ. Current view of risk factors for periodontal diseases. J Periodontol. 1996;67(10 Suppl):1041-9 14. Genco RJ, Ho AW, Grossi SG, Dunford RG, Tedesco LA. Relationship of stress, distress, and inadequate coping behaviors to periodontal disease. J Periodontol.

stress and periodontitis: a pilot study. J Periodontol. 2011 Feb;82(2):287-92. Epub 2010 Aug 19. 28. Reed MJ. The discriminant-functions test: a marker of Th1/ Th2 cell cytokine secretion and breast tumor estrogen synthesis. Mol Med Today. 1995;1(2):98-103. 29. Rook GAW, Hernandez-Pando R, Lightman SL. Hormones

1999;70:711-23. 15. Gibbons RJ. Adherent interaction which may affect microbial ecology in the mouth. J Dent Res. 1984;63: 378-85. 16. Green L, Tryon WW, Marks B, Huryn J. Periodontal disease

peripherally activated prohormones and regulation of the Th1/Th2 balance. Immunol Today. 1994;15(7):301-3. 30. Rosania AE, Low KG, McCormick CM, Rosania DA. Stress,

as a function of live events stress. J Human Stress.

depression, cortisol, and periodontal disease. J Periodontol.

1986;12(1):32-5.

2009 Feb;80(2):260-6.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):48-56

55


Doença periodontal x estresse: revisão de literatura

31. Sadik MD, Locksley RM, Tubbs C, Raff HV. Murine cutaneous leishmaniases: resistance correlate with the capacity to generate interferon-γ in response to leishmania antigens in vitro. J Immunol. 1986;136(2):655-61. 32. Salgame P, Abrams JS, Clayberger C. Differing lymphokine profiles of functional subsets of human CD4 and CD8 T cell clones. Science. 1991;254(5029):279-82. 33. Seymour GJ. Importance of the host response in the periodontium. J Clin Periodontol. 1991 Jul;18(6):421-6. 34. Solis ACO, Lotufo RFM, Pannuti CM, Brunheiro EC, Marques

35. Wimmer G, Janda M, Wieselmann-Penkner, Jakse N, Polansky R, Pertl C. Coping with stress: its influence on periodontal disease. J Periodontol. 2002;73:1343-51. 36. Wimmer G, Köhldorfer G, Mischak I, Lorenzoni M, Kallus KW. Coping with stress: its influence on periodontal therapy. J Periodontol. 2005;76(1):90-8. 37. Vettore MV, Leão ATT, Monteiro da Silva AM, Quintanilha RS, Lamarca GA. The relationship of stress and anxiety with chronic periodontitis. J Clin Periodontol. 2003;30(5):394-402. 38. Vettore MV, Quintanilha RS, Monteiro da Silva AM, Lamarca

AH, Lotufo-Neto F. Association of periodontal disease to

GA, Leão ATT. The influence of stress and anxiety on

anxiety and depression symptoms, and psychosocial stress

the response of nonsurgical periodontal treatment. J Clin

factors. J Clin Periodontol. 2004;31(8):633-8.

Periodontol. 2005;32:1226-35.

Enviado em: fevereiro de 2011 Revisado e aceito: abril de 2011

Endereço para correspondência Ligia Nadal Zardo Av. Carlos Cavalcanti 4748, bloco M, sala 13 CEP: 84.030-900 – Ponta Grossa / PR E-mail: ligizardo@hotmail.com

56

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):48-56



IMPLANTODONTIA, PERIODONTIA ESTÉTICA E PRÓTESE PROGRAME-SE: 20 e 21 outubro de 2011 Belo Horizonte • MG • Brasil Mercure Lourdes Hotel :

ECIAIS

ESP ADOS D I V N O

C

Prof. Dr. Me.

Júlio César Joly Campinas • SP

Prof. Dr. Me.

nador Coorde co e Científie docent e.

André Luis Zétola Curitiba • PR

Prof. Me.

M

r. donça do Meten • MG sé Alfre on Prof. D

Jo

Ângelo Menuci Neto Porto Alegre • RS

oriz

Belo H

Prof. Dr. Me.

nação Coordeiva Execut . a Oliveir io n tô n A MG • io c te r n á o M Horiz Prof. Esp

Gerdal Roberto de Sousa Belo Horizonte • MG

Prof. Dr.

Luiz Guilhermo Peredo Paz Santa Cruz de La Sierra • Bolívia

Prof. Doutorando

Márcio Borges Rosa Belo Horizonte • MG

Prof. Dr. Me.

Marco Aurélio Bianchini Florianópolis • SC

Prof. Me.

José Carlos Martins da Rosa Caxias do Sul • RS

Belo

Programa completo no www.meetingimplante.com.br

OBSERVAÇÕES: 1 • Inscrição antecipada = maior parcelamento e desconto. Informe-se pelo site ou ligue-nos. 2 • Grupos de 05(cinco) ou mais profissionais ou aqueles que participaram de, pelo menos, 02(duas) versões anteriores do Meeting ou ainda, pós-graduandos (especialização, mestrado, doutorado) têm desconto de 5% (cinco por cento). Neste último caso, indispensável anexar cópia de documento comprobatório junto à inscrição. Descontos não cumulativos.

3 • Praxe anual, sortearemos, entre os 150 (cento e cinquenta) primeiros inscritos, uma isenção completa de pagamento do curso, com a devolução do montante pago ao laureado. 4 • Solicite folder, com FICHA de INSCRIÇÃO e cronograma completo por telefone, e-mail ou baixe-os no www.meetingimplante.com.br. Enviamos-lhe, também, por fax ou Correios.

Realização: Clínica José Alfredo Mendonça • Inscrições e Informações: Secretaria Executiva de Eventos

3297-9252

3292-7968

Fones: (31) e (31) Acesse: www.meetingimplante.com.br • marcio.cursos@terra.com.br


Revisão de Literatura

A importância da mucosa queratinizada na manutenção da saúde peri-implantar: uma revisão da literatura Wagner Izumi Sawada Germiniani*, Gibson Luiz Pilatti**, Fábio André dos Santos***

Palavras-chave

Resumo

Mucosa queratinizada. Implante

O presente artigo teve como propósito revisar a literatura sobre o papel da mucosa queratinizada na manutenção da saúde peri-implantar. Os artigos para realização dessa revisão foram extraídos de buscas às bases de dados PUBMED, MEDLINE, SCIELO e GOOGLE SCHOLAR. Foram utilizados como referências apenas artigos publicados em português ou inglês. Como resultados dessa revisão, foram encontradas evidências de que a existência de uma faixa de mucosa queratinizada pode favorecer tanto a estética na reabilitação protética sobre implantes como propiciar índices menores de sangramento à sondagem, recessão gengival e inflamação peri-implantar, o que certamente corrobora para uma maior longevidade dos implantes.

dentário. Saúde.

* Mestrando em Clínica Integrada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. ** Professor Adjunto do Departamento de Periodontia da Universidade Estadual de Ponta Grossa. *** Professor Associado ao Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):59-68

59


A importância da mucosa queratinizada na manutenção da saúde peri-implantar: uma revisão da literatura

mostraram uma média significativamente maior

a longevidade dos implantes dentários. Até o

de perda do osso alveolar que o grupo A. Contu-

momento, os estudos apontam não haver esse

do, as comparações foram realizadas em radio-

tipo de correlação. Porém, há evidências de que

grafias não padronizadas .

a existência dessa faixa de tecidos favorece tanto

24

a estética na reabilitação protética sobre implantes, como também a manutenção da saúde peri-

Considerações Finais

Com base nessa revisão de literatura, não é

-implantar em longo prazo, com índices menores

possível afirmar se presença da mucosa querati-

de inflamação, sangramento à sondagem e per-

nizada na região peri-implantar é decisiva para

da do osso alveolar ao redor dos implantes.

The importance of keratinized gingiva in maintaining peri-implant health: a literature review ABSTRACT The aim of this article was to review the literature about the role of the keratinized gingiva in maintaining perimplant health. Articles for carrying out this review were extracted from searches in PUBMED, MEDLINE, SCIELO and GOOGLE SCHOLAR databases. Only articles published in Portuguese or English were used as references. The results of this review have found that the existence of a band of keratinized tissue may favor both the aesthetics of the prosthetic rehabilitation on implants as in lower rates of bleeding on probing, gingival recession and peri-implant inflammation, which certainly supports for a higher longevity of dental implants. KEYWORDS: Keratinized gingiva. Dental implants. Health.

Referências 1. Orban B. Clinical and histologic study of the surface

4. Moon I, Berglundh T, Abrahamsson I, Linder E, Lindhe J.

characteristics of the gingiva. Oral Surg Oral Med Oral

The barrier between the keratinized mucosa and the dental

Pathol. 1948;1(9):827-41.

implant: an experimental study in the dog. J Clin Periodontol.

2. Buser D, Weber H, Donath K, Fiorellini J, Paquette D, Williams R. Soft tissue reactions to non-submerged unloaded titanium implants in beagle dogs. J Periodont. 1992;63(3):225-35.

1999;26(10):658-63. 5. Ariaudo A, Tyrrell H. Repositioning and increasing the zone of attached gingiva. J Periodontol. 1957;28(2):106-10. 6. Lang N, Löe H. The relationship between the width of

3. Lindhe J, Berglundh T. The interface between the mucosa and the implant. Periodontol 2000. 1998;17(1):47-54.

66

keratinized gingiva and gingival health. J Periodontol. 1972;43(10):623-7.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):59-68


Germiniani WIS,Pilatti GL, Santos FA

7. Nabers C. Repositioning the attached gingiva. J Periodontol. 1954;25:38-9.

implants. Int J Oral Maxillofac Implants. 2001;16(3):389-93. 21. Covani U, Barone A, Cornelini R, Crespi R. Soft tissue healing

8. Adell R, Lekholm U, Rockler B, Brånemark P, Lindhe J, Eriksson B, et al. Marginal tissue reactions at osseointegrated titanium fixtures:(I). A 3-year longitudinal prospective study. Int J Oral Surg. 1986;15(1 Pt 1):39-52. 9. Hämmerle C, Schou S, Holmstrup P, Hjorting-Hansen E, Lang N. Plaque induced marginal tissue reactions of osseointegrated oral implants: a review of the literature. Clin Oral Implants Res. 1992;3(4):149-61. 10. Lekholm U, Adell R, Lindhe J, Brånemark P, Eriksson B, Rockler B, et al. Marginal tissue reactions at osseointegrated titanium fixtures:(II) A cross-sectional retrospective study. Int J Oral Surg. 1986;15(1 Pt 2):53-61. 11. Noiri Y, Ebisu S. Identification of periodontal diseaseassociated bacteria in the plaque-free zone. J Periodontol. 2000;71(8):1319-26.

around implants placed immediately after tooth extraction without incision: a clinical report. Int J Maxillofac Implants. 2004;19(4):549-53. 22. Bianchi A, Sanfilippo F. Single tooth replacement by immediate implant and connective tissue graft: a 1–9 year clinical evaluation. Clin Oral Implants Res. 2004;15(3):269-77. 23. Cornelini R, Cangini F, Covani U, Barone A, Buser D. Immediate loading of implants with 3-unit fixed partial dentures: a 12-month clinical study. Int J Oral Maxillofac Implants. 2006;21(6):914-8. 24. Bouri A Jr, Bissada N, Al-Zahrani M, Faddoul F, Nouneh I. Width of keratinized gingiva and the health status of the supporting tissues around dental implants. Int J Oral Maxillofac implants. 2008;23(2):323-6.

12. Miyasato M, Crigger M, Egelberg J. Gingival condition in areas of minimal and appreciable width of keratinized gingiva. J Clin Periodontol. 1977;4(3):200-9. 13. Wennström J, Lindhe J. Role of attached gingiva for

25. Zigdon H, Machtei E. The dimensions of keratinized mucosa around implants affect clinical and immunological parameters. Clin Oral Implants Res. 2008;19(4):387-92. 26. Kim B, Kim Y, Yun P, Yi Y, Lee H, Kim S, et al. Evaluation of

maintenance of periodontal health. J Clin Periodontol.

peri-implant tissue response according to the presence of

1983;10(2):206-21.

keratinized mucosa. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

14. Wennström J, Lindhe J. Plaque-induced gingival inflammation in the absence of attached gingiva in dogs. J Clin Periodontol. 1983;10(3):266-76.

Radiol Endod. 2009;107(3):e24-8. 27. Crespi R, Capparè P, Gherlone E. A 4-year evaluation of the peri-implant parameters of immediate loaded

15. Paganini E, Rezende M. Uso de implantes em alvéolos pósextrações: fechamento primário de alvéolo de extração com implantação imediata-apresentação de técnicas cirúrgicas. RGO, Rev Gaúcha Odontol. 2000;48(4):221-9. 16. Oh TJ, Shotwell J, Billy E, Wang H. Effect of flapless implant surgery on soft tissue profile: a randomized controlled clinical trial. J Periodontol. 2006;77(5):874-82. 17. Paolantonio M. Treatment of gingival recessions by combined periodontal regenerative technique, guided tissue regeneration, and subpedicle connective tissue graft. A comparative clinical study. J Periodontol. 2002;73(1):53-62. 18. Agudio G, Nieri M, Rotundo R, Cortellini P, Pini Prato

implants placed in fresh extraction sockets. J Periodontol. 2010;81(11):1629-34. 28. Neves J, Bastos P, Lucena R, Gomes G. Manutenção em implantes dentários. RGO, Rev Gaúcha Odontol. 2008;56(4):437-43. 29. Garcia R, Kraehenmann M, Bezerra F, Mendes C, Rapp G. Clinical analysis of the soft tissue integration of non submerged (ITI) and submerged (3i) implants: a prospective controlled cohort study. Clin Oral Implants Res. 2008;19(10):991-6. 30. Chung D, Oh TJ, Shotwell J, Misch C, Wang H. Significance of keratinized mucosa in maintenance of dental implants with

G. Free gingival grafts to increase keratinized tissue: a

different surfaces. J Periodontol. 2006;77(8):1410-20.

retrospective long-term evaluation (10 to 25 years) of

31. Elerati E, Kahn S. A importância da mucosa ceratinizada na

outcomes. J Periodontol. 2008;79(4):587-94. 19. Tonetti M, Imboden M, Gerber L, Lang N.

área periimplantar. Periodontia. 2009;19(2):71-7. 32. Gallucci G, Doughtie C, Hwang J, Fiorellini J, Weber H. Five

Compartmentalization of inflammatory cell phenotypes in

year results of fixed implant supported rehabilitations with

normal gingiva and peri-implant keratinized mucosa. J Clin

distal cantilevers for the edentulous mandible. Clin Oral

Periodontol. 1995;22(10):735-42. 20. Cornelini R, Artese L, Rubini C, Fioroni M, Ferrero G,

Implants Res. 2009;20(6):601-7. 33. Crespi R, Capparè P, Gherlone E. Fresh-socket implants

Santinelli A, et al. Vascular endothelial growth factor and

in periapical infected sites in humans. J Periodontol.

microvessel density around healthy and failing dental

2010;81(3):378-83.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):59-68

67


A importância da mucosa queratinizada na manutenção da saúde peri-implantar: uma revisão da literatura

34. Araújo T, Nascimento M, Bezerra F, Sobral M. Ancoragem esquelética em Ortodontia com miniimplantes. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006;11(4):126-56. 35. Araújo T, Nascimento M, Franco F, Bittencourt M. Intrusão dentária utilizando mini-implantes. Rev Dental Press Ortod

44. Rose L, Mealey B, Genco R, Cohen W. Periodontics: medicine, surgery, and implants. St. Louis: Mosby; 2004. 45. Lindhe J, Meyle J. Peri-implant diseases: consensus report of the sixth European workshop on periodontology. J Clin Periodontol. 2008;35(8 Suppl):282-5. 46. Mericske-Stern R, Steinlin Schaffner T, Marti P, Geering A.

Ortop Facial. 2008;13(5):36-48. 36. Kyung H. Hee-Moon Kyung - Entrevista. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2008;13(5):28-35. 37. Marquez I. The role of keratinized tissue and attached gingiva in maintaining periodontal/peri-implant health. Gen

Peri-implant mucosal aspects of ITI implants supporting overdentures. A five year longitudinal study. Clin Oral Implants Res. 1994;5(1):9-18. 47. Heitz-Mayfield L. Peri-implant diseases: diagnosis and risk indicators. J Clin Periodontol. 2008;35(8 Suppl):292-304.

Dent. 2004;52(1):74-8. 38. Warrer K, Buser D, Lang N, Karring T. Plaque induced peri

48. Park J, Yang K, Choi Y, Kim Y, Jung U, Kim C, et al. A simple

implantitis in the presence or absence of keratinized mucosa.

approach to preserve keratinized mucosa around implants

An experimental study in monkeys. Clin Oral Implants Res.

using a pre-fabricated implant-retained stent: a report of two cases. J Periodontal Implant Sci. 2010;40(4):194-200.

1995;6(3):131-8. 39. Zarb G, Schmitt A. The longitudinal clinical effectiveness of osseointegrated dental implants: the Toronto study. Part III: problems and complications encountered. J Prosthet Dent.

49. Cairo F, Pagliaro U, Nieri M. Soft tissue management at implant sites. J Clin Periodontol. 2008;35(8 Suppl):163-7. 50. Martin W, Lewis E, Nicol A. Local risk factors for implant therapy. Int J Oral Maxillofac Implants. 2009;24 Suppl:28-38.

1990;64(2 Pt 3):185-94. 40. Adell R, Lekholm U, Rockler B, Brånemark P. A 15-year study of osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Int J Oral Surg. 1981;10(6):387-416. 41. Block M, Kent J. Factors associated with soft- and hard-tissue compromise of endosseous implants. J Oral Maxillofac Surg.

51. Gennaro G, Alonso F, Teixeira W, Lopes J, de Almeida A. A importância da mucosa ceratinizada ao redor de implantes osseointegrados. Salusvita. 2007;26(3):125-34. 52. Zitzmann N, Berglundh T, Marinello C, Lindhe J. Experimental peri implant mucositis in man. J Clin Periodontol. 2001;28(6):517-23.

1990;48(11):1153-60. 42. Buser D, Weber H, Lang N. Tissue integration of non

53. Adibrad M, Shahabuei M, Sahabi M. Significance of the width

submerged implants. 1-year results of a prospective study

of keratinized mucosa on the health status of the supporting

with 100 ITI hollow cylinder and hollow screw implants. Clin

tissue around implants supporting overdentures. J Oral

Oral Implants Res. 1990;1(1):33-40.

Implantol. 2009;35(5):232-7.

43. Albrektsson T, Zarb G, Worthington P, Eriksson A. The longterm efficacy of currently used dental implants: a review and proposed criteria of success. Int J Oral Maxillofac Implants. 1986;1(1):11-25.

Enviado em: fevereiro de 2011 Revisado e aceito: maio de 2011

Endereço para correspondência Wagner Izumi Sawada Germiniani Rua Francisco Ribas, 667 CEP: 84.010-260 – Centro – Ponta Grossa / PR E-mail: wagnergerminiani@gmail.com

68

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):59-68


DOA COMM

potencializando seu talento

O novo centro clínico e de treinamento avançado ImplantePerio São Paulo foi planejado para oferecer Protesista: Leonardo Buso / Ceramista: Murilo Calgaro

cursos de excelência e atendimento clínico diferenciado. Nossa motivação é fazer melhor.

Cursos avançados que visam promover a atualização clínica de profissionais que buscam a integração inter-disciplinar na Odontologia. As atividades almejam proporcionar mudanças conceituais, filosóficas e técnicas nos protocolos de planejamento e tratamento relacionados à PerioImplantodontia estética.

“Mude suas opiniões, mantenha seus princípios. Troque suas folhas e mantenha suas raízes.” Victor Hugo

Acesse a programação completa de cursos:

w w w. i m p l a n t e p e r i o . c o m . b r (11) 3257.4190 | 3219.0164


IN 2011 – Implantodontia sem mistérios. O melhor momento de atualização científica em Implantodontia clínica do ano.

O IN 2011 – Latin American Osseointegration Congress, vai integrar pesquisadores, formadores de opinião, especialistas e clínicos para discutir consensos e a melhor prática da Implantodontia.

Prof. Dr. P-I Brånemark Presidente de Honra

Durante os quatro dias do evento, os participantes terão uma visão mundial da especialidade, porém, com aplicação à nossa realidade regional. Uma oportunidade que, sem dúvida, você não pode perder.

70 conferências especiais CPP - Centro de Planejamento Protético Painéis científicos ExpoIN 2011 com as 75 maiores empresas da área 6.000 participantes

17 cursos internacionais de imersão 19 cursos nacionais de imersão Oito mesas-redondas consensus Corporate Session com 100 palestras sobre Tecnologia Aplicada

Prof. Dr. Waldyr Janson Patrono

Prof. Dr. Hugo Nary Filho Presidente

Prof. Dr. Laércio W. Vasconcelos

Presidente Comissão Científica

Prof. Dr. Paulo Rossetti Coordenador Internacional

Prof. Dr. Elcio Marcantonio Jr.

Coordenador Nacional

Prof. Dr. Carlos Eduardo Francischone Coordenador de Mesas-redondas

Prof. Dr. Paulo Perri Coordenador de Mesas-redondas

Garanta a sua participação ao IN 2011. Veja a programação completa em www.implantnews.com.br/in2011. Realização

Promoção

Apoio Institucional

O universo clínico de Periodontia e Cariologia.

Patrocinadores

Informações: Depto. de Eventos VMCom - Tel.: (11) 2168-3400 | Adesões e inscrições aos cursos em: www.implantnews.com.br/in2011


Caso Clínico

Periodontite ulcerativa necrosante: relato de caso — diagnóstico, tratamento e um ano de acompanhamento

Lívia de Souza Tolentino*, Maurício Guimarães Araújo**

Palavras-chave

Resumo

Periodontite. Placa dentária.

As doenças periodontais necrosantes (DPNs) são as formas mais graves de doença periodontal causada pela placa bacteriana. Nas DPNs, as bactérias são mais agressivas do que as observadas em uma periodontite crônica e, quando associadas a uma saúde debilitada do indivíduo, causam um dano ainda maior ao periodonto. Por outro lado, as DPNs têm uma prevalência extremamente baixa na população, o que faz com que casos diagnosticados dessa doença devam ser documentados e divulgados, para contribuir para o conhecimento da mesma pelos profissionais de saúde. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é ilustrar, através de um caso clínico, as características clínicas de uma das DPNs e as etapas clínicas do tratamento correspondente. Um indivíduo com 22 anos de idade compareceu à clínica odontológica para atendimento de urgência, apresentando como sinais e sintomas: febre, sangramento espontâneo, supuração, dor e halitose extrema. Clinicamente, apresentava na gengiva interproximal de diversos dentes ulcerações e necrose com ampla extensão, necrose e exposição de osso alveolar interproximal, e pobre higiene bucal. Radiograficamente, constataram-se perdas ósseas horizontais. O tratamento foi baseado no diagnóstico de periodontite ulcerativa necrosante. Noventa dias após o início do tratamento, foi realizada reavaliação periodontal, observando-se ausência de bolsas periodontais e permanência dos defeitos anatômicos produzidos pela inflamação. Após um ano do início do tratamento, observaram-se focos de placa bacteriana e cálculo supragengival, porém não foram observadas bolsas periodontais e sangramento à sondagem.

Raspagem dentária.

* Estagiária de investigação pela Universidade de São Paulo (USP). ** Professor da Universidade Estadual de Maringá.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):71-8

71


Tolentino LS, Araújo MG

inicia-se com a remoção do fator etiológico, a

necrosantes, recomenda-se que o indivíduo re-

placa bacteriana, com auxílio de curetas e/ou ul-

torne ao consultório de 3 em 3 meses no pri-

trassom e associação de irrigação com agentes

meiro semestre, e de 6 em 6 meses nos anos

químicos. Quando for necessário, a prescrição de

seguintes3. No presente caso clínico, pôde ser

antibiótico é imprescindível. Após o caso não se

observado um acúmulo de cálculo após 6 me-

apresentar na forma aguda, a raspagem coro-

ses da última consulta.

norradicular é realizada. O plano de tratamento

Dessa forma, pode-se concluir que a Perio-

executado no indivíduo está de acordo com os

dontite Ulcerativa Necrosante é considerada uma

achados da literatura

forma grave de doença periodontal, que precisa

.

15-18

É importante destacar a necessidade de

ser corretamente diagnosticada e tratada. É im-

manutenções periodontais periódicas para

prescindível que o cirurgião-dentista conheça as

que se consiga obter uma estabilidade do tra-

características clínicas dessa doença, para que

tamento. Em casos de doenças periodontais

possa devolver a saúde ao seu paciente.

Necrotizing ulcerative periodontitis: case report — diagnoses, treatment and one year follow-up ABSTRACT Necrotizing Periodontal Diseases (NPDs) are the most severe inflammatory periodontal disorders caused by plaque bacteria. In the NPDs the bacteria are more aggressive than those observed in chronic periodontitis and when combined with a poor health of the patient causing a further damage to the periodontium. On the other hand, the prevalence of NPD is extremely low in the population, however, diagnosed cases of this disease should be documented and disseminated to contribute to the knowledge by health professionals. The objective of this paper is to illustrate through a clinical case the clinical characteristics of one of the NPDs and the stages of its treatment. A 22-year-old patient attended in the dental clinic for urgent care presenting the following signs and symptoms: fever, spontaneous bleeding, suppuration, pain and extreme halitosis. Clinically, there were ulcerations and extensive necrosis in the interproximal gingiva of several teeth, exposure of interproximal alveolar bone and poor oral hygiene. In the radiograph it was found horizontal bone loss. The treatment realized was based on the diagnostic of Necrotizing Ulcerative Periodontitis. Ninety days after the treatment beginning it was performed a periodontal reevaluation, and there was absence of periodontal pockets, and anatomic defects produced by the inflammation were observed. After one year of the treatment beginning it was observed plaque and supragengival calculus, but pockets and bleeding on probing were not observed. KEYWORDS: Periodontitis. Dental plaque. Dental scaling.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):71-8

77


Periodontite ulcerativa necrosante: relato de caso — diagnóstico, tratamento e um ano de acompanhamento

Referências 1. MacCarthy D, Claffey N. Acute necrotizing ulcerative gingivitis is associated with attachment loss. J Clin Periodontol.

10. Armitage GC. Development of a classification system for periodontal diseases and conditions. Ann Periodontol. 1999;4(1):1-6.

1991;18:776-9. 2. Johnson BD, Engel D. Acute necrotizing ulcerative gingivitis. A review of diagnosis, etiology and treatment. J Periodontol.

11. Rowland RW. Necrotizing ulcerative gingivitis. Ann Periodontol. 1999;4:65-73. 12. Lang N, Soskolne WA, Greenstein G, Cochran D, Corbet E,

1987;57(3):141-50. 3. Holmstrup P, Westergaard J. Necrotizing periodontal disease. In: Lindhe J, Karring T, Lang, NP, editors. Clinical periodontotogy and implant dentistry. 3rd ed. Copenhagen:

Meng HX, et al. Consensus report: necrotizing periodontal diseases. Ann Periodontol. 1999;4(1):78. 13. American Academy of Periodontology. Parameter on acute periodontal diseases. J Periodontol. 2000;71:863-6.

Munksgaard; 1998. p. 258-78. 4. Taiwo JO. Oral hygiene status and necrotizing ulcerative gingivitis in Nigerian children. J Periodontol. 1993;64:1071-4. 5. Holmstrup P, Westergaard J. HIV infection and periodontal diseases. Periodontol 2000. 1998;18:37-46. 6. Murayama Y, Kurihara H, Nagai A, Dompkowsk D, Van Dyke TE. Acute necrotizing ulcerative gingivitis: risk factors involving host

14. Corbet FE. Diagnosis of acute periodontal lesions. Periodontol 2000. 2004;34:204-16. 15. Cordeiro MCB. Doença periodontal necrosante: gengivite ulcerativa necrosante: relato de caso. Rev Sul-Bras Odontol. 2004;1:30-5. 16. Dannewitz B, Eickholz P, Kohl A, Komposch G, Tomakidi

defense mechanisms. Periodontol 2000. 1994;6:116-24.

P. Molecular changes in the gingival epithelium associated

7. Batista EL Jr, Novaes AB Jr, Calvano LM, do Prado EA, Goudouris

with necrotizing ulcerative periodontitis: a case report. Int J

ES, Batista FC. Necrotizing ulcerative periodontitis associated with severe congenital immunodeficiency in a prepubescent subject: clinical findings and response to intravenous immunoglobulin treatment. J Clin Periodontol. 1999;26(8):499-504. 8. Novak JM. Necrotizing ulcerative periodontitis. Ann Periodontol.

Periodontics Restorative Dent. 2006;26:191-6. 17. Cogen RB. Acute necrotizing ulcerative gingivitis. In: Genco RJ, Goldman HM, Cohen DW. Contemporary periodontics. St. Louis: CV Mosby; 1999. p. 459-65. 18. Mattout P, Simon JJ. Periodontal and prosthetic therapy of a central incisor with necrotic gingivitis: a case report. Int J

1999;4(1):74-7. 9. Horning GM, Cohen ME. Necrotizing ulcerative gingivitis,

Periodontics Restorative Dent. 1991;11(6):488-94.

periodontitis, and stomatitis: clinical staging and predisposing factors. J Periodontol. 1995;66(11):990-8.

Enviado em: fevereiro de 2011 Revisado e aceito: abril de 2011

Endereço para correspondência Lívia de Souza Tolentino Rua Campos Sales, 255 - apto 602 CEP: 87.020-080 – Maringá / PR E-mail: liviatolentino@hotmail.com

78

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):71-8



Caso Clínico

Aspectos estéticos e biológicos atuais para o planejamento integrado de implantes unitários anteriores em função imediata Karina Leite Baía Fernandes*, Franklin Moreira Leahy**, Emillianno de Gusmão Gonçalves***, Ana Carolina Francischone****, Carlos Eduardo Francischone*****

Palavras-chave

Resumo

Estética dentária. Implantes dentários.

O planejamento e a instalação de implantes osseointegráveis em maxila anterior devem ser conduzidos por rigorosa disciplina técnica. A anatomia óssea, o fenótipo gengival, assim como a avaliação dentofacial, necessitam de criteriosa análise para resultar em um diagnóstico preciso, possibilitando otimizar tridimensionalmente o implante a ser instalado. Adequar a abordagem cirúrgica e/ou protética, levando-se em consideração a biologia dos tecidos circundantes em cada situação clínica em questão, também constitui-se em conduta de igual importância a ser adotada. O presente artigo traz alguns aspectos do planejamento interdisciplinar para reabilitação unitária, fundamentados em importantes princípios biológicos e estéticos, e ilustrados por um caso clínico realizado em maxila anterior, em sistema de função imediata.

Próteses e implantes. Implantes dentários para um único dente. Planejamento de prótese dentária.

* Especialista em Prótese Dentária ABO-BA. Professora de Prótese Fixa FCBS-AL. Doutoranda em Implantodontia - USC (Bauru/SP). ** Especialista em Anatomia Topográfica da Face USP-SP. Doutorando em Implantodontia - USC (Bauru/SP). *** Especialista em Prótese Dentária pela ABO-BA. **** Mestre e Doutora em Dentística pela FOB-USC. Professora do Doutorado e Mestrado em Implantodontia USC (Bauru/SP). ***** Professor Titular de Implantologia da USC(Bauru/ SP). Coordenador do Programa de Doutorado e Mestrado em Implantodontia da USC (Bauru/SP). Professor Titular de Dentística FOB-USP.

80

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):80-91


Aspectos estéticos e biológicos atuais para o planejamento integrado de implantes unitários anteriores em função imediata

composto entre a restauração protética sobre o implante e o dente adjacente

CONCLUSÕES

Para um resultado previsível em reabilita-

.

11,12,14

Considerar as alternativas de uma correta

ções unitárias anteriores sobre implantes, é

posição tridimensional do implante, o preenchi-

indispensável minuciosa e personalizada ava-

mento vestibular do alvéolo com osso autógeno

liação das características estéticas, biológicas

e/ou inorgânico em áreas de gaps ou depres-

e funcionais de cada caso; aplicando-se, sem-

sões ósseas (para a manutenção da arquitetura

pre que possível, o recurso do planejamento

gengival), o desenho adequado do abutment

interdisciplinar, com o intuito de obterem-se

na área transmucosa, associados às técnicas

soluções reabilitadoras fixas que se aproxi-

hoje disponíveis de manipulação do tecido

mem ao máximo das características anatômi-

mole, são critérios bastante viáveis na maioria

cas encontradas nos dentes naturais, e que

das resoluções estéticas em maxila anterior

.

29,30

satisfaçam às expectativas do paciente.

Aesthetic and biological aspects for integrated planning of single-tooth implants on immediate loading ABSTRACT The planning and installation of dental implants in anterior maxilla must be driven by systematic technical discipline. The bone anatomy, gingival phenotype, as well as dentofacial evaluation, require careful analysis to result in an accurate diagnosis, in order to optimize tridimensional position of the implant to be installed. It’s important to adapt surgical and prothetic approachs due to different biology of the surrounding tissues, considering individual situations of each case. This paper shows some aspects of interdisciplinary planning for single prosthesis rehabilitation, based on important biological and aesthetic principles, illustrated by a case report conducted in the anterior maxilla, in immediate loading. KEYWORDS: Dental esthetics. Planning techniques. Dental implants, single-tooth. Rehabilitation.

Referências

3. Sartori IAM. Tratamento interdisciplinar em reabilitação protética sobre implantes. Implant News. 2007;4(1):10-21.

1. Francischone CE, Nary Filho H, Matos DD. Osseointegração e o tratamento multidisciplinar. São Paulo: Quintessense; 2006. 2. Zielak JC, Araujo MKDM, Ornaghi RAC, Giovanini AF, Campos

4. Garber DA. The esthetic dental implant: letting restoration be the guide. J Am Dent Assoc. 1995;126;319-25. 5. Wood MR, Vermilyea SG, Committee on research in fixed

EA, Deliberador TM. Posicionamento desfavorável de implantes

prosthodontics of the Academy of Fixed Prosthodontics. A

dentários ântero-superiores: relato de caso. Rev Sul-bras Odontol.

review of selected dental literature on evidence-based treatment

2009;6(2):214-20.

planning for dental implants: report of the Committee on

90

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):80-91


Fernandes KLB, Leahy FM, Gonçalves EG, Francischone AC, Francischone CE

Research in Fixed Prosthodontics of the Academy of Fixed Prosthodontics. J Prosthet Dent. 2004;92(5):447-62. 6. Mondelli J. Estética e cosmética em clínica integrada restauradora.

20. Chee WWL. Provisional restorations in soft tissue management around dental implants. Periodontol 2000. 2001;27:139-47. 21. Cochran DL, Morton D, Weber HP. Consensus statements and recommended clinical procedures regarding loading protocols

São Paulo: Quintessense; 2003. 7. Shah KC, Lum MG. Treatment planning for the single-tooth implant restoration: general considerations and the pre-treatment evaluation. J Calif Dent Assoc. 2008;36(11):827-34. 8. Francischone AC, Cunha LF, Mondelli J, Francischone CE. Proporção áurea para reconstrução estética em dentes anteriores com implantes em dentes naturais. In: Pedrosa SF. Pró-Odonto implante. Porto Alegre: Artmed; 2011. p. 103-25. 9. Grunder U, Gracis S, Capelli M. Influence of 3-D bone-to-implant relationship on esthetics. Int J Periodontics Restorative Dent.

for endosseous dental implants. Int J Oral Maxillofac Implants. 2004;19 Suppl:109-13. 22. Basting RT, Carlini Jr. B, Pimenta LAF, Serra MC. Como os procedimentos restauradores diretos podem melhorar o sorriso? Rev Bras Odontol;57(5):297-9. 23. Fahl Jr N. A polychromatic composite layering approach for solving a complex Class IV/ direct veneer-diastema combination: Part I. Pract Proced Aesthet Dent. 2006;18(10 Pt 1):641-5. 24. Fahl Jr N. A polychromatic composite layering approach for solving a complex Class IV/ direct veneer-diastema combination:

2003;25:113-9. 10. Buser D, Martin W, Belser UC. Optimizing esthetics for implant restorations in the anterior maxilla: anatomic and surgical considerations. Int J Oral Maxillofac Implants. 2004;19

Part II. Pract Proced Aesthet Dent. 2007;19(1 Pt 2):17-22. 25. Fahl Jr N. The aesthetic composite anterior single crown restoration. The aesthetic chronicle. 1997;9(1):59-70. 26. Barateri LN. Estética, restaurações adesivas em dentes anteriores

Suppl:43-61. 11. Regis MB, Duarte LR. Restaurações unitárias sobre implantes osseointegrados em área estética contornadas por tecido gengival natural: uma análise crítica do estágio científico atual. Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2007 jul-set;1(3):87-101. 12. Kois JC. Predictable single tooth peri-implant esthetics: five diagnostic keys. Compend Contin Educ Dent.

fraturados. São Paulo: Ed. Santos; 1995. 27. Kay HB. Classification on altered dental esthetics. Int J Oral Maxillofac Implants. 1991;6:338-44. 28. Rosa DA, Gadelha EP, Costa MT. Tratamento interdisciplinar na resolução de perda dental anterior precoce: relato de caso clínico. Ortodontia. 2006 Abr-Jun;39(2):2-6. 29. Mankoo T. Maintenance of interdental papillae in the esthetic

2001;22(3):199-206. 13. Belser UC, Buser D, Higginbottom F. Consensus statements and recommended clinical procedures regarding esthetics in implant dentistry. Int J Oral Maxillofac Implants. 2004;19 Suppl:73-4. 14. Choquet V, Hermans M, Adriaenssens P, Daelemans P,

zone using multiple immediate adjacent implants to restore failing teeth - a report of 10 cases at 2 to 7 years of follow-up. Eur J Esthet Dent. 2008;3(4):304-22. 30. Francischone CE, Paz LGP, Akashi AE, Francischone AC. 12

Tarnow DP, Malevez C. Clinical and radiographic evaluation

a 15 anos de avaliação longitudinal do sistema de implantes

of the papilla level adjacent to single-tooth dental implants. A

Branemark e próteses unitárias cimentadas. Rev Dental Press

retrospective study in the maxilary anterior region. J Periodontol.

Periodontia Implantol. 2007 jan-mar;1(1):85-94.

2001;72(10):1364-71. 15. Belser URS, Buser D. Consensus statements and recommended clinical procedures regarding esthetics in implant dentistry. Int J Oral Maxillofac Implants. 2008;19 Suppl:73-4. 16. Soares GP, Valentino TA, Lima DANL, Paulillo LAMS, Silva FAP, Lovadino JR. Esthetic analysis of the smile. Bras J Sci. 2007;6(21):1313-9. 17. Fernandes KLB, Duarte LR, Gonçalves EG, Zenker I. Reabilitação com restaurações unitárias sobre implantes na zona estética: abordagem multidisciplinar para obtenção de excelentes resultados. Implant News. 2008 Nov-Dez;5(6):647-54. 18. Goldberg PV, Higginbottom FL, Wilson TG Jr. Periodontal

Enviado em: abril de 2011 Revisado e aceito: maio de 2011

Endereço para correspondência

considerations in restorative and implant therapy. Periodontol 2000. 2001;25:100-9. 19. Sarment DP, Meraw SJ. Biological space adaptation to implant dimensions. Int J Oral Maxillofac Implants. 2008;23(1):98-104.

Karina Leite Baía Fernandes Rua Dr. José Afonso de Melo, 68 - salas 810/811 CEP: 57.036-510 – Maceió/AL E-mail: contato@institutokarinaleite.com.br

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):80-91

91


IX Encontro APCD Jardim Paulista

Endo e Implantes:

união de forças por um sorriso perfeito

Duas

especialidades,

inúmeras

possibilidades

24 e 25 de junho de 2011 Local: Blue Tree Towers Faria Lima

Coffee break e Happy hour de confraternização!

Programação 24 DE jUNhO (sexta-feira) 08:00 ~ 08:45 ABERTURA DO EVENTO 09:00 ~ 10:30 Estética: Harmonizando Endo e Implantes Guilherme Noriaki e Héilio Taniguchi 10:30 ~ 11:00 INTERVALO 11:00 ~ 12:30 Tomografia: Avanços Recentes e Aplicações Daniel Kherlakian, Michel L. Ximenez e Rodrigo R. Sarzedo 12:30 ~ 14:00 ALMOÇO 14:00 ~ 15:30 Endo e Implantes: Até onde ir? Sergio Martins e Robert C.da Silva

LOCAL Blue Tree Towers Faria Lima Av. Brigadeiro Faria Lima, 3989 • Vila Olímpia

VALOR DA INSCRIÇÃO • R$ 140,00 (do dia 01/04 a 24/06) • R$ 160,00 (no local do evento) Promoção para estudantes das Regionais e com carteira da UNE: R$ 100,00 até a data do evento

15:30 ~ 16:00 INTERVALO

25 DE jUNhO (sábado) 08:30 ~ 09:30 Sedação: Tranquilidade para Pacientes eProfissionais Luiz Morganti 09:30 ~ 10:30 Um Novo Conceito emInstrumentação Automatizada Henrique Bassi 10:30 ~ 11:00 INTERVALO 11:00 ~ 12:30 Diagnóstico e Planejamento em Reabilitação Oral Laerte Schenkel 12:30 ~ 13:00 ENCERRAMENTO E SORTEIO DE BRINDES

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES

www.apcdjp.com.br

DOA COMM

16:00 ~ 17:30 Interação Cirurgia / Laboratório Clarindo Mitiyoshi e Flavio Oliveira

(11) 5049-3250 (11) 5535-9532 (11) 5096-0588

Garanta sua vaga no evento interdisciplinar mais concorrido do ano!

Realização:

Apoio:


Caso Clínico

Utilização de parafusos linguais para fixação de prótese total inferior sobre implantes com carga imediata: relato de caso clínico

Ricardo Hoccheim Neto*, Antonio Otávio Marconcin Neves**, Leonardo Vieira Bez***, César Augusto Magalhães Benfatti****

Palavras-chave

Resumo

Implantes dentários. Próteses e implan-

O tratamento reabilitador que utiliza próteses fixas implantossuportadas soluciona as deficiências dentárias maxilomandibulares com real sucesso. O tratamento proposto inicialmente por Branemark em dois estágios cirúrgicos está sofrendo sucessivas modificações e aperfeiçoamentos, no intuito de diminuir o tempo de instalação das próteses sobre implantes, existindo, em alguns casos, a possibilidade de se reabilitar pacientes imediatamente após a instalação dos implantes. Nesse sentido, vários estudos sobre a carga imediata têm sido frequentemente realizados, e devidamente documentados na literatura, para a solução dos casos envolvendo próteses totais fixas sobre implantes osseointegráveis. Em decorrência da reabsorção do rebordo alveolar maxilomandibular pós-extração, a utilização de componentes protéticos angulados é uma opção para a correção da posição de implantes vestibularizados. Este trabalho tem como objetivo apresentar um caso clínico de implantes do tipo Cone-Morse, imediatos, instalados em região anterior de mandíbula, com a confecção de uma prótese total inferior com carga imediata, utilizando-se um sistema de fixação tipo tubo-parafuso como forma de substituição aos pilares angulados.

tes. Desenho de prótese. Implante de prótese mandibular. Retenção em prótese dentária.

* Mestre e Doutor em Implantodontia (UFSC). Professor do curso de Especialização em Implantodontia da Universidade Cruzeiro do Sul/Joinville. ** Especialista em Implantodontia (Unicsul). Professor do curso de especialização em Implantodontia da Universidade Cruzeiro do Sul/Joinville. *** Mestre em Implantodontia (UFSC). Professor do curso de especialização em Implantodontia da Universidade Cruzeiro do Sul/Joinville. **** Mestre e Doutor em Implantodontia (UFSC). Professor do curso de especialização em Implantodontia da Universidade Cruzeiro do Sul/Joinville.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):93-101

93


Utilização de parafusos linguais para fixação de prótese total inferior sobre implantes com carga imediata: relato de caso clínico

Lingual use of screws for attaching a mandibular fixed prosthesis to implants with immediate loading: Case report ABSTRACT The rehabilitative treatment that uses fixed prosthesis with dental implants addresses the dental maxillomandibular deficiencies with real success. The treatment initially proposed by Branemark in two surgical stages is undergoing successive modifications and improvements in order to reduce the installation time of the prostheses on implants, in some cases there is an opportunity to rehabilitate the patient immediately after implant placement. Accordingly, several studies on immediate loading have been frequently performed and documented in the literature for the solution of cases involving fixed prostheses on osseointegrated implants. As a result of resorption of the alveolar maxillomandibular post-extraction, the use of angulated abutments is an option for the correction of the position of implants. This paper aims to present a case report of immediate implants with Cone-Morse platform, placed in the anterior mandible and making a mandibular fixed prosthesis with immediate loading in which was used a fixed screw-type tube as a way to replace angled abutments. KEYWORDS: Dental implants. Prosthesis implantation. Prosthesis design. Mandibular prosthesis implantation. Dental prosthesis retention.

Referências 1. Vasconcellos DK, Bottino MA, Saad PA, Faloppa FF. A new device in immediately loaded implant treatment in the edentulous mandible. Int J Oral Maxillofac Implants. 2006;21(4):615-22.

prosthesis construction using computer tomography, CAD/ CAM technology, and the internet for immediate loading of dental implants. J Esthet Restor Dent. 2006;18(6):312-23. 6. Mendonça G, Fernandes Neto AJ, Neves FD. A customized

2. Branemark P-I, Adell R, Breine U, Hansson BO, Lindstrom J, Ohlsson A. Intra-osseous anchorage of dental prostheses. I. Experimental studies. Scand J Plast Reconstr Surg. 1969;3(2 Pt 1):81-100.

guide for transferring angled abutments. J Prosthet Dent. 2002 Jun;87(6):698-9. 7. Clelland NL, Lee JK, Bimbenet OC, Brantley WA. A three dimensional finite element stress analysis of angled abutments

3. Dinato JC, Wulffl LCZ, Bianchini MA. Adaptação passiva: ficção ou realidade? In: Dinato JC, Polido WD. Implantes osseointegrados: cirurgia e prótese. São Paulo: Artes Médicas; 2001. p. 309-10.

1995 June;4(2):95-100. 8. Lee JH, Frias V, Woo C, Maiberg R. Fixed prosthesis with a milled bar for correcting misangled implants: a clinical report.

4. Koke U, Wolf A, Lenz P, Gilde H. In vitro investigation of marginal accuracy of implant-supported screw - retained partial dentures. J Oral Rehabil. 2004 May;31(5):477-82. 5. Balshi SF, Wolfinger GJ, Balshi TJ. Surgical planning and

100

for an implant placed in the anterior maxilla. J Prosthodont.

J Prosthet Dent. 2007 Mar;97(3):129-32. 9. Freitas R, Oliveira JL, Almeida JR, Maia BGF. Parafusar ou cimentar: qual a melhor opção para as próteses implantosuportadas? ImplantNews. 2007 maio-jun;4(3):255-60.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):93-101


Hoccheim Neto R, Neves AOM, Bez LV, Benfatti CAM

10. Branemark P-I, Ohrnell LO, Nilsson P. Branemark Novum:

19. Wohrle PS. Single tooth replacement in the aesthetic zone

protocolo para reabilitação bucal com carga imediata

with immediate provisionalization: fourteen consecutive

(same-day teeth): uma perspectiva global. Relato de caso

case reports. Pract Periodontics Aesthet Dent. 1998 Nov-

clínico de Gotemburgo. São Paulo: Quintessence; 2001. p.

Dec;10(9):1107-14. 20. Bianchini MA. O passo-a passo cirúrgico na

155-66. 11. Cameron H, Pillar RM, MacNab I. The effect of movement on the bonding of porous metal to bone. J Biomed Mater Res.

implantodontia: da instalação à prótese. São Paulo: Ed. Santos; 2008. 21. Hall JA, Payne AG, Purton DG, Torr B, Duncan WJ, de Silva

1973 July;7(4):301-11. 12. Brunski JB. Biomechanical factors affecting the bone-dental implant interface. Clin Mater. 1992;10(3):153-201. 13. Skalak R. Um breve relato sobre a filosofia do procedimento de etapa única versus o de duas etapas para prótese

RK. Immediately restored, single-tapered implants in the anterior maxilla: prosthodontic and aesthetic outcomes after 1 year. Clin Implant Dent Relat Res. 2007;9(1):34-45. 22. Thomé G, Hermann C, Melo ACM, Molinari ARM, Vieira

dentária suportada por implante osseointegrado. In:

RA, Ponzoni D. Utilização da técnica da barra distal em

Branemark Novum: protocolo para reabilitação bucal com

mandíbulas edêntulas com carga imediata. RGO, Rev

carga imediata (same-day teeth): uma perspectiva global. São Paulo: Quintessence; 2001. p. 16-20. 14. Tarnow DP, Emtiaz S, Classi A. Immediate loading of threaded implants at stage 1 surgery in edentulous arches: ten consecutive case reports with 1 to 5 year data. Int J Oral Maxillofac Implants. 1997 May-June;12(3):319-24. 15. Salama H, Rose LF, Salama M, Betts NJ. Immediate loading of bilaterally splinted titanium root-form implants in fixed prosthodontics: a technique reexamined: two case reports. Int J Periodontics Restorative Dent. 1995

Gaúcha Odontol. 2006 Abr;54(2):165-8. 23. Adell R, Lekholm U, Rockler B, Branemark PI. A 15 year study of osseointegrated implants in the treatment of edentulous jaw. Int J Oral Surg. 1981 Dec;10(6):387-416. 24. Hebel KS, Gajjar RC. Cement retained versus screw retained implant restorations: achieving optimal occlusion and esthetics in implant dentistry. J Prosthet Dent. 1997 Jan;77(1):28-35. 25. Takeshita F, Suetsuqu T, Asai Y, Nobayashi K. Various designs of ceramometal crow for implant restorations. Quintessence Int. 1997 Feb;28(2):117-20.

Aug;15(4):344-61. 16. Lekholm U, Zarb GA. Patient selection preparation. In:

26. Nadin MA, Moro AL, Gali JP, Nadin JS. Prótese parafusada

Branemark P-I, Zarb GA, Albrektsson T. Tissue-integrated

lateralmente: a evolução no mecanismo de retenção da

prostheses. Osseointegrated in clinical dentistry. Chicago:

prótese fixa sobre implante. Rev Odontol Araçatuba. 2004

Quintessence; 1985. p. 199-209.

Jan;25(1):49-52.

17. Rosenlicht JL. Advanced surgical techniques in implant dentistry:

27. Valbão Junior FPB, Perez EG, Breda M. Alternative method

contemporary applications of early techniques. J Dent Symp.

for retention and removal of cement-retained implant prostheses. J Prosthet Dent. 2001 Aug;62(2):181-3.

1993 Aug;1:16-9. 18. Schnitman PA, Wohrle PS, Rubenstein JE, da Silva JD, Wang

28. Sella GC, Gonçalves SS, Shibata S, Cardoso AC. Prótese

NH. Ten-year results for Branemark implants immediately

parafusada por lingual: uma alternativa protética para

loaded with fixed prostheses at implant placement. Int J Oral

implantes vestibularizados. Relato de caso clínico. Rev Dental

Maxillofac Implants. 1997 July-Aug;12(4):495-503.

Press Periodontia Implantol. 2009 out-dez;3(4):88-96.

Enviado em: janeiro de 2011 Revisado e aceito: maio de 2011

Endereço para correspondência Antonio Otávio Marconcin Neves Rua Tuiuti 2146, andar superior CEP: 89.226-000 – Aventureiro – Joinville / SC E-mail: antonio@cicloodontologia.com

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):93-101

101


10 | 11 | 12 | NOV | 2011 | CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA | PORTUGAL

CONFERENCISTAS CONVIDADOS - ORTODONTIA JORGE FABER | BR JOANA GODINHO | PT MARIA JOÃO PONCES | PT

JOÃO CEREJEIRA | PT VANDA MARTINS VENTURA | PT JUAN CARLOS PÉREZ VARELA | SP

www.omd.pt ORGANIZAÇÃO

PLATINIUM SPONSOR

GOLD SPONSORS

PATROCINADORES OFICIAIS


Revisão de Literatura

Análise da utilização da união dente/implante e tipos de conexões: revisão de literatura Tiago Soares Scherer*, Milton Edson Miranda**, José Renato Ribeiro Pinto***, Estevan Soares Scherer****

Palavras-chave

Resumo

Conexão dente/implante. Biomecânica

Após a divulgação do conceito de osseointegração por Bränemark, baseado em anos de estudo, houve uma grande mudança na Odontologia moderna. Os tratamentos ganharam muitas variáveis no planejamento, normalmente mais estéticos e eficazes. Apesar da introdução dos implantes osseointegrados, com grande demanda e evolução da técnica, alguns fatores ainda limitam a colocação de um número adequado de implantes. Com isso, tem-se deparado com uma situação clínica de grande importância na Implantodontia: a restauração do edentulismo parcial utilizando pilares de dentes naturais unidos a implantes. O principal fator de preocupação ao se indicar a união dente/implante é a biomecânica, devido à diferença de absorção das forças oclusais pelos dois componentes distintos, dente e implante. Através de uma revisão de literatura, foram abordados os critérios biomecânicos dessa união, considerações sobre as formas de executá-la, as possíveis complicações e os achados clínicos das pesquisas. Embora os conceitos teóricos revelem problemas em potencial, os resultados clínicos apontam favoravelmente para o uso desse tipo de união. Segundo alguns profissionais, principalmente em segmentos curtos e com conexões rígidas, entretanto, o assunto é ainda bastante controverso.

dente/implante. Prótese.

* Mestrando em Prótese pela Faculdade São Leopoldo Mandic (Campinas-SP). Chefe de equipe odontológica do Hospital Ministro Costa Cavalcante (Foz do Iguaçu-PR). ** MSc em Reabilitação Oral pela Ohio State University(EUA). Doutor em Prótese pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Coordenador dos cursos de especialização e mestrado em Prótese pela Faculdade São Leopoldo Mandic (Campinas-SP). *** Doutor em Clínicas Odontológicas na área de concentração de Prótese Dental pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas - FOP/UNICAMP. Chefe de equipe da odonto-oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein (São Paulo/SP). **** Aluno da especialização em Implante pela Universidade do Oeste do Paraná – UNIOESTE (Cascavel-PR).

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):103-10

103


Scherer TS, Miranda ME, Pinto JRR, Scherer ES

saúde periodontal do dente a ser unido e

estresse, embora as controvérsias conti-

sua relação coroa-raiz, presença e condi-

nuem enfatizando todas essas conside-

ções de núcleos intrarradiculares; e possibi-

rações. Torna-se evidente a falta de um

lidade da conexão de mais de um dente.

consenso para esse tipo de tratamento,

2. Ainda não há consenso entre os autores

sendo necessários mais estudos longitu-

sobre as conexões que devem ser utiliza-

dinais a longo prazo. O bom senso deve

das, mas a tendência é para os tipos de co-

prevalecer quando houver razões para

nexões que permitam certa mobilidade do

se conectar implantes com dentes. Mui-

implante, podendo diminuir o desgaste da

tas vezes, a união pode ser a única al-

união dente/implante. Mas o assunto ainda

ternativa que se tem em um determinado

está em fase de pesquisa e discussão.

tratamento reabilitador, funcionando bio-

3. Existem fatores que podem diminuir o

logicamente com sucesso, se os critérios

estresse mecânico, tais como a melhoria

necessário forem respeitados. Entretanto,

do desenho da prótese, a minimização de

a conclusão para os dias de hoje é que

forças desfavoráveis através de um ajuste

o tratamento somente com implantes ou

oclusal e o uso de sistemas de implantes

somente com dentes deve ser considera-

que permitam uma melhor absorção do

do como primeira opção.

Analysis of the use of the tooth-implant union and types of connections: literature review ABSTRACT After the popularization of the osseointegration concept from Bränemark, based on years of study, there was a great turn in the modern dentistry. The treatments won many variation during prosthodontic planning related to aesthetics and efficacy. In spite of introduction of osseointegrated implants, technical developments and increase of indications, several factors still limit the use of an appropriate number of implants. With that, a critical situation in the Implantology: to use or not tooth-implant connection, and in using, what is the best way to do so. The main factor of relevance to indicate the tooth-implant connection is the biomechanics, due to the difference of absorption of the occlusal forces on the two different components, tooth and implant. Through literature review, the biomechanical criteria of this union, considerations of how to do it possible and the complications that could occur were discussed. Although the theoretical concepts reveal potentials problems, the clinical results appear favorable to the use of this type of union, mainly in short segments and with rigid connections. KEYWORDS: Tooth-implant connection. Biomechanics tooth-implants. Denture.

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):103-10

109


Análise da utilização da união dente/implante e tipos de conexões: revisão de literatura

Referências 1. Bränemark PI, Adell R, Breine U, Hansson BO, Lindström J,

13. Nickenig HJ, Schäfer C, Spiekermann H. Survival and

Ohlsson A. Intra-osseous anchorage of dental prostheses. I.

complication rates of combined tooth-implant-supported

Experimental studies. Scand J Plast Reconstr Surg. 1969;3(2

fixed partial dentures. Clin Oral Implants Res. 2006 Oct;17(5):506-11.

Pt 1):81-100. 2. Cavicchia F, Bravi F. Free-standing vs tooth-connected

14. Rodriguez CAM. Estudo comparativo da distribuição das

implant supported fixed partial restorations; a comparative

tensões ao redor de implante osseointegrado e dente

retrospective clinical study of the prosthetic results. Int J Oral

natural, em prótese fixa, comparando-se conectores rígidos

Maxillofac Implants. 1994;9(6):711-8.

e semi-rígidos, através de análise fotoelástica [dissertação].

3. Chee WW, Mordohai N. Tooth-to-implant connection: a systematic review of the literature and a case report utilizing

São Paulo: Universidade de São Paulo; 2003. 15. Sendyk CL, Sendyk WR. Implantodontia: aspectos atuais e os

a new connection design. Clin Implant Dent Relat Res. 2010

novos rumos. In: Vanzillotta OS, Gonçalves AR. Odontologia

June;12(2):122-33.

integrada: atualização multidisciplinar para o clínico e o

4. Clepper DP. Should natural teeth and osseointegrated implants be used in combination to support a fixed

especialista. Rio de Janeiro: Pedro Primeiro; 2002. p. 353-76. 16. Silva EF, Pellizzer EP, Quinelli Mazaro JV, Garcia Júnior

prosthesis? Int J Oral Maxillofac Implants. 1997 Nov-

IR. Influence of the connector and implant design on the

Dec;12(6):855-9.

implant-tooth-connected prostheses. Clin Implant Dent Relat

5. Hita-Carrillo C, Hernández-Aliaga M, Calvo-Guirado JL. Toothimplant connection: a bibliographic review. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2010 Mar 1;15(2):e387-94. 6. Hosny M, Duyck J, van Steenberghe D, Naert I. Within-subject comparison between connected and nonconnected toothto-implant fixed partial prostheses: up to 14-year follow-up study. Int J Prosthodont. 2000 July-Aug;13(4):340-6. 7. Langer B, Rangert B. Interação biomecânica entre implantes e dentes. In: Nevins M, Melloning JT. Implantoterapia:

Res. 2010 Sept;12(3):254-62. 17. Spiekermann H, Jansen VK, Richter EJ. A 10-year follow-up study of IMZ and TPS implants in the edentulous mandible using bar-retained overdentures. Int J Oral Maxillofac Implants. 1995 Mar-Apr;10(2):231-43. 18. Sullivan DY. Prosthetic considerations for the utilization of osseointegrated fixtures in the partially edentulous arch. Int J Oral Maxillofac Implants. 1986 Summer;1(1):39-45. 19. Weinberg LA, Kruger B. Biomechanical considerations

abordagens clínicas e evidência de sucesso. São Paulo:

when combining tooth-supported and implant-supported

Quintessence; 2003. p. 47-51.

prostheses. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1994

8. Lindhe T, Gunne J, Danielsson S. Rigid connections between

July;78(1):22-7.

natural teeth and implants: a technical note. Int J Oral Maxillofac Implants. 1997;12(5):674-8. 9. Lundgren D, Laurell L. Biomechanical aspects of fixed bridgework supported by natural teeth and endosseous implants. Periodontol 2000. 1994 Feb;4:23-40. 10. Misch CE. Implantes dentários contemporâneos. 2ª ed. São Paulo: Ed. Santos; 2000. 11. Misch CM, Ismail YH. Finite element stress analysis of tooth-

Enviado em: setembro de 2010 Revisado e aceito: maio de 2011

to-implant fixed partial denture designs. J Prosthodont. 1993

Endereço para correspondência

June;2(2):83-92. 12. Naert IE, Duyck JA, Hosnymm, Quirynen M, van Steenberghe D. Freestanding and tooth-implant connected prostheses in the treatment of partially edentulous patients Part II: An up to 15-years radiographic evaluation. Clin Oral Implants Res.

Tiago Soares Scherer Rua Buenos Aires, 498. Jardim Alice II CEP: 85.858-140 – Foz do Iguaçu / PR E-mail: tiago.scherer@gmail.com

2001 June;12(3 Pt 2):245-51.

110

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):103-10


Normas de apresentação de originais

— A Revista Dental Press de Periodontia e Implantologia, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse aos profissionais da área, comunicações breves e atualidades. — A Revista Dental Press de Periodontia e Implantologia utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com

2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavraschave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS.

— Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para:

Dental Press International Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br

— As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer responsabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nesta publicação. A Revista ou as empresas patrocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas.

3. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie as figuras em arquivos separados (ver logo abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto.

— Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. Os autores devem seguir as orientações descritas adiante.

5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável).

ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DE MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com — Organize sua apresentação como descrito a seguir:

— os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.

1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — não inclua informações relativas aos autores, por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos. Elas deverão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informações não estarão disponíveis para os revisores.

6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável).

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):111-2

111


Normas de apresentação de originais

7. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética. 8. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih. gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos a seguir:

Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção. [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 novdez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.

Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001.

112

* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com

Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011 abr-jun;5(2):111-2


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.