Revista DENTAL
PRESS de
Volume 10 Número 1 jan./fev./mar. 2013
Publicação oficial da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética
Créditos da foto da capa Modelo Jéssica Seciliano, agência Joy Models Tratamento de imagem: Carol Akemi Make-up Ney Garcia
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):1-138
ISSN 1807-2488
Foto: Dudu Medeiros - CLICKDUDU.COM
Sumário Artigos 64
64 Inter-relação Periodontia e Dentística Restauradora na lapidação de facetas cerâmicas Leonardo Fernandes da Cunha, Pedro Teixeira Garcia Coesta, Jório da Escóssia Jr., José Mondelli
78
A utilização de resinas bisacrílicas no planejamento estético: relato de caso clínico Isleine Portal Caldas, Raphael Vieira Monte Alto, Marco Antônio Gallito, Gustavo Oliveira dos Santos, Sandro Ferreira Bon
89
Influência da espessura do filme de cimento na resistência de união de pinos reforçados por fibras cimentados em canais radiculares Natália Araújo Silva Prado, Reinaldo de Souza Ferreira, Tiago Castino Alvarez Pacheco e Silva, Mauro Sayão de Miranda
96
Avaliação da rugosidade superficial de duas cerâmicas odontológicas submetidas a diferentes tratamentos polidores Karina Andrea Novaes Olivieri, Leonardo Piazzetta Pelissari, Marcelo Lucchesi Teixeira, Milton Edson Miranda
108
78
Mimetização de prótese parcial fixa em caso de fluorose dentária Marcele Jardim Pimentel, Juan Pablo Arréllaga, Giselle Rodrigues Ribeiro, Letícia Machado Gonçalves, Altair Antoninha Del Bel Cury
116
Associação de facetas diretas e fibra de reforço para restabelecimento estético do sorriso: relato de caso clínico Hamilton Pedrazzi, Carla Raquel dos Santos, Cristina Yoshie Garcia Takeuchi, Cristina Dupim Presoto, Marcelo Ferrarezi de Andrade
126
Reabilitação bucal estética em pacientes bulímicos: relato de caso Weider de Oliveira Silva, Rames Basílio
116
Volume 10 - Número 1 - jan./fev./mar. 2013
Seções
108
Entrevista
10
Protocolo Clínico
16
Prof. Dr. Fernando Borba de Araujo
Restaurações cerâmicas em dentes anteriores: preparos e provisórios Rafael Calixto, Nelson Massing
Excelência em Laboratório 32 Back to the future
Rogério Marcondes, Jhonatan Bocutti, Henrique Pires
Gestão em Odontologia
Bonificações, distribuição de lucros... como posso recompensar minha equipe?
52
Celso Orth
Ponto de Vista
32 10
Na sua rotina clínica, você prefere realizar ou não bisel em restaurações diretas de resina composta em dentes anteriores?
54
Altamiro Flávio
Biologia da Estética
Fitas adesivas, “Vanish” e técnica clareadora caseira: aspectos importantes a serem considerados Alberto Consolaro
126
58
EDITOR EXECUTIVO
José Carlos Garófalo - Clínica particular - São Paulo - SP
Ewerton Nocchi Conceição - UFRGS - RS
José Roberto Moura Jr. - Clínica particular - Taubaté - SP Katia Regina Hostilio Cervantes Dias - UERJ / UFRJ - RJ
EDITORA CIENTÍFICA
Leonardo Muniz - EBMSP - BA
Renata Corrêa Pascotto - UEM - PR
Luiz Antônio Gaieski Pires - Clínica particular - Porto Alegre - RS Luiz Fernando Pegoraro - FOB-USP - SP
PUBLISHER
Luiz Narciso Baratieri - UFSC - SC
Laurindo Zanco Furquim - UEM - PR
Marcelo Balsamo - APCD - SP Marcelo Fonseca Pereira - Clínica particular - Rio de Janeiro - RJ
CONSULTORES CIENTÍFICOS
Márcio Grama Hoeppner - UEL - PR
Adair Luiz Stefanello Busato - ULBRA - RS
Marco Antonio Bottino - FOSJC/UNESP - SP
Albert Heller - Clínica particular - Montevideo - Uruguai
Maria Fidela de Lima Navarro - USP - SP
Alberto Consolaro - FOB-USP - SP
Mário Fernando de Góes - FOP/UNICAMP - SP
Alberto Magno Gonçalves - UFGO - GO
Mario Honorato da Silva e Souza Júnior - UFPA - PA
Andréa Brito Conceição - UFRGS - RS
Markus Lenhard - Clínica particular - Suíça
Antônio Salazar Fonseca - APCD - SP
Milko Vilarroel Cortez - Universidade de Valparaíso - Chile
Anuar Antônio Xible - UFES - ES
Neimar Sartori - UFSC - SC
August Bruguera - Laboratório Disseny Dental Bcn - Barcelona - Espanha
Oliver Brix - Clínica particular - Kelkheim - Alemanha
Carlos Alexandre L. Peersen da Câmara - Clínica particular - Natal - RN
Osmir Batista de Oliveira Júnior - UNESP - SP
Carlos Eduardo Francci - USP - SP
Oswaldo Scopin de Andrade - CES/SENAC - SP
Carlos Eduardo Francischone - FOB-USP - SP
Pablo Abate - Universidade de Buenos Aires - Argentina
Cesar Augusto Arita - AORP - SP
Patrícia Nobrega Rodrigues Pereira - Univ. of North Carolina at Chapel Hill
Claudia Cia Worschech - Clínica particular - Americana - SP
Paulo Kano - APCD - SP
Claudio Pinho - Clínica particular - Brasília - DF
Raquel Sano Suga Terada - UEM - PR
Claudio Heliomar Vicente da Silva - UFPE - PE
Ricardo Mitrani - Clínica particular - México
Daniel Edelhoff - Universidade de Munique - Alemanha
Rodolfo Candia Alba Júnior - Clínica particular - São Paulo - SP
David A. Garber - Medical College of Georgia School of Dentistry - Georgia
Ronaldo Hirata - UFPR - PR
Dickson Martins da Fonseca - Clínica particular - Natal - RN
Sérgio Moraes de Souza - Clínica particular - Belém - PA
Didier Dietschi - Universidade de Geneva - Suíça
Sérgio Roberto Vieira - PUC - PR
Dulce Simões - UFAL - AL
Shigeo Kataoka - Osaka Ceramic Training Center - Osaka - Japão
Eduardo Batista Franco - USP - SP
Sidney Kina - Clínica particular - Maringá - PR
Eduardo Galia Reston - ULBRA - RS
Sillas Luiz Lordelo Duarte Júnior - FOAr/UNESP - SP
Eduardo Passos Rocha - FOA/UNESP - SP
Sylvio Monteiro Junior - UFSC - SC
Euripedes Vedovato - APCD - SP
Victor Hugo do Carmo - Hot Spot Design - Cugy - Suíça
Fabiano Marson - Faculdade Ingá - PR
Waldemar Daudt Polido - Clínica particular - Porto Alegre - RS
Fabio Sene - UEL - PR
Walter Gomes Miranda Jr. - USP - SP
Fátima Cristina de Sá - UEL - PR
Wanderley de Almeida Cesar Jr. - Clínica particular - Maringá - PR
Fernando Borba de Araújo - UFRGS - RS Fernando Cauduro - PUC - RS
CONSULTORES EM PRÓTESE DENTÁRIA
Gerald Ubassy - International Dental Training Center - França
José Carlos Romanini - Laboratório Romanini - Londrina - PR
Glauco Fioranelli Vieira - USP - SP
Luiz Alves Ferreira - APDESP - São Paulo - SP
Guilherme Senna - PUC/MG - MG
Marcos Celestrino - Laboratório Aliança - São Paulo - SP
Isabel Tumenas - APCD - SP
Murilo Calgaro - Studio Dental - Curitiba - PR
Jairo Pires de Oliveira - Clínica particular - Ribeirão Preto - SP
Rolf Ankli - Dental Atelier - Belo Horizonte - MG
João Carlos Gomes - UEPG - PR João Pimenta - Clínica particular - Barcelos - Portugal
CONSULTOR DE FOTOGRAFIA
José Arbex Filho - Clínica particular - Belo Horizonte - MG
Dudu Medeiros - Fotógrafo - SP
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Revista Dental Press de Estética / Dental Press International. -- v. 1, n. 1 (out./nov./dez.) (2004) – . -- Maringá : Dental Press International, 2004Trimestral. ISSN 1807-2488. 1. Estética (Odontologia) – Periódicos I. Dental Press International. II. Título. CDD. 617.643005
Indexada nas Bases de Dados:
desde 2005
BBO
desde 2005
Diretora: Teresa Rodrigues D’Aurea Furquim - DiretorES EditoriaIS: Bruno D’Aurea Furquim - Rachel D’Aurea Furquim Marson - DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - PRODUTOR EDITORIAL: Júnior Bianco - PRODUÇÃO GRÁFICA E ELETRÔNICA (SBOE): Elizabeth Salgado - DIAGRAMAÇÃO: Bruno Boeing - Diego Pinaffo - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Marcos Amaral - Tatiane Comochena - TRATAMENTO DE IMAGENS: Ivo Azevedo - SUBMISSÃO DE ARTIGOS: Marcia Ferreira Dias - REVISÃO/COPYDESK: Adna Miranda - Ronis Furquim Siqueira - Wesley Nazeazeno - JORNALISMO: Yara Borges Marchini - BANCO DE DADOS: Cléber Augusto Rafael - INTERNET: Adriana Azevedo Vasconcelos - Fernando Truculo Evangelista - CURSOS E EVENTOS: Ana Claudia da Silva - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA/ NORMALIZAÇÃO: Simone Lima Lopes Rafael - EXPEDIÇÃO: Diego Moraes - FINANCEIRO: Roseli Martins - Lucyane Plonkóski Nogueira - SECRETARIA: Rosana Guedes da Silva. A Revista Dental Press de Estética (ISSN 1807-2488) é uma publicação trimestral (quatro edições por ano) da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. - Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.712 - Zona 5 - CEP 87.015-001 - Maringá/PR - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: www.dentalcompras.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.
5
Editorial
Ewerton Nocchi Conceição*
Renata Corrêa Pascotto**
Quando escrevi o primeiro editorial da revista Dental Press de Estética, em janeiro de 2010, com o título Desafio: fonte de prazer, estava traduzindo o espírito com o qual recebia aquele convite para participar como editor executivo desse projeto ímpar para a Odontologia Estética brasileira. Bem, o tempo passou rapidamente — já se foram três anos. Aliás, cada vez mais temos a sensação disso em nosso cotidiano, devido ao imenso bombardeio de tecnologia e solicitações que recebemos (muitas, quase online, não é?). Então, chega um momento em que refletimos sobre determinada caminhada e o que foi realizado. Especificamente na Revista Dental Press de Estética, pude experimentar a alegria e o prazer de trabalhar junto com pessoas muito talentosas e especiais — como o Júnior Bianchi e a Renata Pascotto (mais diretamente) e os funcionários (fica impossível citar todos aqui) —, sem falar nos autores de artigos e seções, que sempre estiveram colaborando e dividindo seus conhecimentos conosco, amantes de uma Odontologia Estética de qualidade. Nesse período, fizemos em conjunto de novas capas, novas diagramações, novas * Professor de Dentística da FO/UFRGS. Mestre e Doutor em Materiais Dentários pela FOP/UNICAMP. Especialista em Dentística Restauradora pela FO/UFSC. Coordenador do Curso de Especialização em Dentística da FO/UFRGS. Membro credenciado da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética. Clínica particular com ênfase em Odontologia Estética em Porto Alegre/RS. E-mail: ewertonn@dentalpress.com.br. ** Professora Associada do Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestre e Doutora em Dentística pela Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Coordenadora Adjunta do Programa de Pós-graduação em Odontologia Integrada (mestrado) da UEM. E-mail: rpascotto@dentalpress.com.br.
seções, e buscamos artigos de qualidade e com diversidade de temas. Isso pode ser novamente apreciado no presente exemplar da revista, que está com excelente conteúdo e visual, mais uma vez, surpreendente. Essa inquietação pela constante melhoria do projeto da revista é algo que está no DNA dos editores e funcionários da Dental Press, e tenho certeza de que continuará assim... Ah, nesse período ainda tive a satisfação de produzir, em conjunto com a Dental Press, o livro Visão horizontal: Odontologia estética para todos, com formato totalmente inédito (widescreen, com QR-Codes e em dois volumes acoplados). Durante a execução desse livro, sempre esteve em minha mente o pensamento citado por Eduardo Galeano: “UTOPIA. A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais o alcançarei. Para que, então, serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.” Como esse sentimento é muito forte em mim e os novos desafios estão aí… é chegada a hora de dizer até logo… agradecer muito pelo convite do Laurindo e da Teresa Furquim, e a todos que de alguma forma colaboraram comigo nesse projeto, e continuar com essa inesgotável Fonte de Prazer: os desafios… Vem por aí uma nova formatação de congressos da SBOE e novos projetos de cursos em 2013... Um grande abraço e muito obrigado por TUDO!!!!!
Ewerton Nocchi
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):5
Até logo, porque novos desafios estão aí...
Ilha Ilha do do Mel Mel
CURITIBA CURITIBA
SSBBOE OE
Cu em Cu ritib m riti ea ba2 -PR -P 013 20 R 13
10
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):10-5
Entrevista com
Prof. Dr.
Fernando Borba de Araujo Comente sobre sua escolha de fazer Odontologia. A escolha de uma profissão da área da saúde sofreu grande influência pelo fato de meu pai ser médico, pois eu o admirava muito. Também, pelo convívio com seus colegas de profissão e sua atenção com os pacientes, numa Medicina, na época, com proposta bem diferente da de hoje! Como todo jovem visionário, queria trabalhar com algo em que pudesse ajudar os outros e formatasse minha participação num mundo por mim sonhado! Assim, prestei o vestibular para Medicina na UFRGS, em 1975. Fiquei bem colocado na lista de espera, mas acabei entrando na segunda opção, para Odontologia. A intenção era cursar algumas disciplinas de equivalência, e tentar novo vestibular no ano seguinte!
Como citar esta seção: Araujo FB. Entrevista. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):10-5
Joguei-me nessa luta, imprimi um novo ritmo na minha vida, mas não foi necessário muito tempo para se fazer presente a paixão pela Odontologia. Nunca mais a abandonei! Logo depois de graduado, fui influenciado e optei por ser docente. Continuando a estudar eu estaria encontrando um argumento para o contínuo crescimento profissional. Atualmente, tenho presente um sentimento de absoluto envolvimento com o ensino, a pesquisa e com o atendimento de pacientes na clínica da faculdade e na particular, com 30 anos completados em 2012! Devo à Odontologia as minhas maiores amizades, a construção da minha família (pelo fato da minha esposa ser colega) e também por ter me permitido conhecer o meu país, e muitos outros, de forma nunca imaginada!
11
Araujo FB
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):10-5
Prof. Dr. Fernando Borba de Araujo - Professor Associado da FO.UFRGS (Porto Alegre/RS). - Professor Responsável pela Área de Odontopediatria no Programa de Pós-graduação em Odontologia (Mestrado e Doutorado) da FO.UFRGS. - Coordenador do Curso de Especialização em Odontopediatria da FO.UFRGS desde 1985. - Mestre e Doutor em Odontopediatria pela FO.USP (São Paulo/SP). - Pesquisador Produtividade em Pesquisa do CNPq - Clínica Privada em Porto Alegre/RS desde 1982. - E-mail : Fernando.araujo@ufrgs.br
15
Araujo FB
Os princípios da Bioengenharia de tecidos dentários fundamentam-se na compreensão e no conhecimento detalhado das sinalizações que determinam o desenvolvimento da odontogênese, tendo, como foco principal para o estabelecimento da técnica, a aplicação de fatores de crescimento e o uso de células-tronco. A polpa dentária dos dentes decíduos tem sido alvo de pesquisas relacionadas com a presença dessas células potencialmente capazes de atuar na bioengenharia de tecidos, sendo que as células mesenquimais indiferenciadas isoladas desse nicho têm mostrado maior potencial proliferativo e maior grau de diferenciação, quando comparadas com as conhecidas células-tronco da medula-óssea. A grande vantagem do uso das células de polpa de dentes decíduos é em relação à sua obtenção, já que os dentes utilizados para tal iriam esfoliar naturalmente, não sendo um processo invasivo adicional — como por exemplo a extração das células da medula óssea —; ao mesmo tempo que não possui comprometimentos éticos, como os envolvidos no uso das células-tronco embrionárias. Para o uso dessas células, projeta-se a criação de bancos de células-tronco de polpa dentária.
Muitas escolas de Odontologia no país estão investindo forte na criação de centros de Biologia Molecular, Celular e Tecidual, como o da nossa Faculdade (UFRGS, Porto Alegre/RS), que — em parceria com outras instituições de referência já consagradas nessa área, como a UMICH (Ann Arbor, Michigan) — tem desenvolvido pesquisas de ponta nessa área, atestadas por recentes publicações em revistas de alto impacto. A aplicação clínica desses resultados é uma questão de tempo e, gradativamente, a exemplo de outros eventos (computador, telefonia celular, etc...), ao alcance de todos!
Referências: 1. Mertz-Fairhurst EJ, Curtis JW Jr, Ergle JW, Rueggeberg FA, Adair SM. Ultraconservative and cariostatic sealed restorations: results at year 10. J Am Dent Assoc. 1998 Jan;129(1):55-66.
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):10-5
Em vista disso, o idealismo futuro é que seja possível aplicar modelos de Engenharia de Tecidos que tornem viável a substituição das estruturas dentárias e ósseas perdidas por material biológico semelhante ou até mesmo igual ao originalmente existente. Ou seja, espera-se que as restaurações odontológicas não sejam mais realizadas com materiais não biológicos, e sim que se restitua esmalte perdido com esmalte, dentina com dentina, polpa inflamada por polpa sadia e, até mesmo, dente por dente, como uma alternativa ao uso de implantes sintéticos ou próteses. Essas inovações tecnológicas irão provocar uma profunda transformação na Odontologia Restauradora, mas sem substituir completamente os materiais restauradores convencionais. Esses serão utilizados em combinação com estratégias biológicas de regeneração de tecido dentário, devolvendo função e estética originais.
16
Restaurações cerâmicas em dentes anteriores: preparos e provisórios
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):16-30
Protocolo clínico
provisórios
Restaurações cerâmicas em dentes anteriores: preparos e
Rafael Calixto*, Nelson Massing**
*Especialista e Mestre em Dentística Restauradora, UNESP-Araraquara. **Especialista e Mestre em Dentística Restauradora, ULBRA.
Como citar este artigo: Calixto R, Massing N. Restaurações cerâmicas em dentes anteriores: preparos e provisórios. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):16-30. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
17
Calixto R, Massing N
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):16-30
Nessa edição, abordaremos técnicas de preparo e provisórios, com ênfase nos procedimentos de laminados cerâmicos (facetas indiretas).
Já para os casos de dentes sem escurecimento (ou inclinados para a palatina), o desgaste é mínimo, ou muitas vezes desnecessário, já que a espessura da faceta é muito fina, podendo chegar a 0,2 ou 0,3mm, podendo ser chamadas de “lentes de contato”.
Introdução
A temporização para casos de laminados cerâmicos pode ser realizada com diferentes materiais e técnicas. Entre elas, podemos destacar a resina acrílica, resina bisacrílica e resina composta. Normalmente, os provisórios são realizados em boca pelo próprio profissional. Entretanto, independentemente do material e técnica utilizada, as restaurações provisórias devem ser confeccionadas a partir do enceramento diagnóstico do caso, e com suas mesmas referências anatômicas (Fig. 1, 2, 3). Isso é importante para que se obtenha previsibilidade de resultados. Todas as referências determinadas na fase de análise estética e do plano de tratamento são transmitidas para o enceramento diagnóstico, são testadas através mock-up, seguem nos provisórios e se tornam realidade com a cimentação das peças cerâmicas definitivas. Caso haja alguma modificação de tamanho/forma dos provisórios, essa nova referência deve ser passada ao técnico de laboratório através de fotografias e/ou moldagem dos provisórios.
A filosofia de preparo atual está inserida no conceito de uma Odontologia minimamente invasiva, ou seja, é necessário desgastar estrutura dentária apenas para criar espaço (e eixo de inserção) para a peça cerâmica, não realizando desgastes adicionais como forma de retenção por embricamento macromecâmico, já que isso se dá por cimentação adesiva (hibridização). Nesse contexto, os laminados cerâmicos vêm se destacando como um procedimento conservador da estrutura dentária. Muitas vezes podemos ter preparos do tipo coroa (com envolvimento de todas as faces do dentes) mas com um desgaste reduzido, o que podemos chamar de coroas laminadas. Muito se discute em relação à profundidade do desgaste da faceta. Normalmente, isso é determinado pela inclinação dentária e seu grau de escurecimento, sendo maior em dentes vestibularizados (necessidade de correção do posicionamento) e/ou escurecidos (para que seja possível “mascarar” a cor do fundo através do uso de cerâmicas mais opacas).
30
Restaurações cerâmicas em dentes anteriores: preparos e provisórios
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):16-30
71
71 a 74. O mesmo paciente das imagens anteriores, com a opção de provisórios unidos (14 ao 24) realizados com resina bisacrílica (Protemp 4 – A2 / 3M) pela guia confeccionada a partir do enceramento.
Endereço para correspondência: Rafael Calixto Av. Prof. João Fiusa, 1901 Sl. 211 – Jd. Canadá – Ribeirão Preto/SP – CEP: 14.024-250 e-mail: lrcalixto@hotmail.com
32
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):32-50
Laboratório
future Back to the
Rogério Marcondes*, Jhonatan Bocutti**, Henrique Pires***
*Especialista em Dentística, FAB. Fellow em Odontologia Estética, Ohio State University. Professor, Dental Esthetic Center Tranning, Curitiba/PR. Presidente da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética. ** Técnico em Prótese Dental pela Centpar-PR. Professor da Dental Esthetic Center Tranning – Curitiba-PR. *** Graduado em Odontologia pela Pontifícia Universidade Católica – PUC/PR. Professor da Dental Esthetic Center Tranning – Curitiba-PR
Como citar esta seção: Marcondes R, Bocutti J, Pires H. Back to the future. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):32-50
33
Marcondes R, Bocutti J, Pires H
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):32-50
O desenvolvimento das restaurações adesivas na Odontologia proporcionou uma revolução no mercado odontológico. Muitas inovações e tecnologias foram estabelecidas, técnicas mudaram e o conhecimento se expandiu, mas ainda temos situações nas quais nos encontramos no início de nossa evolução. A busca implacável pela perfeição nos proporciona alguns desafios, principalmente quando trabalhamos dentro de um filosofia de Odontologia minimamente invasiva e biomimética. A confecção de restaurações unitárias em elementos anteriores é, e sempre será, um dos maiores desafios da Odontologia Estética. Não existe uma regra, não existe um padrão, mas temos ferramentas que podem nos auxiliar para termos um resultado satisfatório.
No desenvolvimento da técnica para restaurações cerâmicas sobre elementos unitários, percebemos que a cerâmica feldspática tem uma melhor capacidade de mimetizar as características ópticas e de reflexão de luz dos dentes naturais, por meio da correta estratificação e da reprodução intrínseca dos detalhes e características na aplicação da cerâmica. No início das restaurações com cerâmica feldspática, ela era aplicada sobre uma fina folha de platina assentada no modelo de gesso. Hoje, a grande maioria dos técnicos faz a aplicação do material sobre um revestimento refratário. Nesse artigo, iremos demonstrar, passo a passo, a confecção de uma faceta em cerâmica feldspática, confeccionada sobre folha de platina, para um incisivo central superior escurecido.
48
Back to the future
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):32-50
29. Vinte e um dias após a cimentação. Observe a capacidade de mimetização da faceta cerâmica na borda incisal, onde os detalhes intrínsecos foram preservados e somente uma fina camada de cerâmica translúcida foi aplicada.
31. Observe a qualidade da textura de superfície, brilho e cor que essa restauração reproduziu.
49
Marcondes MarcondesRR, Bocutti J, Pires H
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):32-50
30. Observe a fidelidade de reprodução das características superficiais do dente homólogo.
50
Back to the future
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):32-50
Referências: 1. Jones DW. Development of dental ceramics. An historical perspective. Dent Clin North Am. 1985;294:621-44. 2. Naylor PW. Introduction to metal-ceramic technology. 2a ed. Chicago: Quintessence; 2009. 3. Greggs T. Historische perspektien. In: Garber A, Goldstein E, Feinman R, editors. Keramische Verblendschalen (Veneers). Berlin: Quintessenz; 1989. p. 11-3. 4. Pincus CL. Building mouth personality. Presented at the California State Dental Association. California: California State Dental Association; 1937. 5. Horn HR. A new lamination, porcelain bonded to enamel. NY State Dent J. 1983;49:401-3. 6. Adar P. Spezielle effekte und charakterisierung. In: Graber A, Goldstein E, Feinman R, editors. Keramische verblendschalen (Veneers). Berlin: Quintessenz; 1989. p. 82-9. 7. Hein S, Geller W. The platinum foil technique: history, indication, fabrication, and fit. QDT. 2011;34:25-39.
Endereço para correspondência: rogerio@rogeriomarcondes.com.br
CURSOS IMPLANTEPERIO 2013
MEGAIMERSÃO EM RECONSTRUÇÃO TECIDUAL ESTÉTICA PERI-IMPLANTAR 19/08
23/08
MEGAIMERSÃO » Projeto inovador em única edição » Aulas dinâmicas com a participação simultânea dos 3 ministradores » Ministradores convidados » Sessões para discussões integradas com os participantes » Abordagem de assuntos inéditos
OUTROS CURSOS AVANÇADO CLÍNICO EM PLÁSTICA PERIODONTAL E PERI-IMPLANTAR >> GOIÂNIA : 14/05 a 17/05 || RECIFE : 14/10 a 17/10 IMERSÃO EM RECOBRIMENTO RADICULAR >> 16/09 a 18/09 EXCELÊNCIA EM PERIO-IMPLANTODONTIA >> ABRIL 2013 EDUCATION WEEK >> 18/03 a 21/03 || 22/07 a 25/07 || 25/11 a 28/11
RANGE
Responsáveis Técnicos: Dr. Júlio Cesar Joly CROSP-55428 | Dr. Robert Carvalho da Silva CROSP-84517 | Dr. Paulo Fernando M. de Carvalho CROSP-100967
PREPARE-SE. VOCÊ VAI PEDIR PARA NÃO SAIR.
MINISTRADORES
PROF. DR. JULIO CESAR JOLY » Mestre e Doutor em Clínica Odontológica na área de Periodontia - FOP/Unicamp - Piracicaba » Coordenador científico do Implanteperio - São Paulo » Autor do livro Reconstrução Tecidual Estética
PROF. DR. ROBERT CARVALHO DA SILVA » Mestre e Doutor em Clínica Odontológica na área de Periodontia - FOP/Unicamp - Piracicaba » Coordenador científico do Implanteperio - São Paulo » Autor do livro Reconstrução Tecidual Estética
PROF. PAULO FERNANDO M. DE CARVALHO » Mestre em Periodontia - CPO/SLM - Campinas » Coordenador científico do Implanteperio - São Paulo » Autor do livro Reconstrução Tecidual Estética
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
11
3257.4190 |
11
3219.0164
Para ver a grade completa e mais informações, consulte nosso site: www.implanteperio.com.br Visite o hotsite: www.implanteperio.com.br/megaimersao R. Peixoto Gomide, 285 | Bela Vista | São Paulo | SP
anuncio_DENTAL_PRESS.indd 1
29/08/12 11:50
52
Bonificações, distribuição de lucros... como posso recompensar minha equipe?
Rev Dental Press Estét. Estét 2013 2013jan-mar;10(1)xx-xx jan-mar;10(1)52-3
Gestão
Bonificações, distribuição de lucros... como posso recompensar minha equipe?
Celso Orth* *Graduado em Odontologia pela UFRGS. MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Fundador da Clínica Orth. Clínico em tempo integral.
Como citar esta seção: Orth C. Bonificações, distribuição de lucros... como posso recompensar minha equipe? Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):52-3.
54
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1)54-7
Ponto de vista
Na sua rotina clínica, você prefere realizar ou não bisel em restaurações diretas de resina composta em dentes anteriores? Altamiro Flávio
Especialista em Prótese Dentária, UFU.
Como citar este artigo: Flávio A. Na sua rotina clínica, você prefere realizar ou não bisel em restaurações diretas de resina composta em dentes anteriores?. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):54-7. » O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
55
Flávio A
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1)54-57
Introdução Em tempos de atitudes politicamente corretas, a Odontologia passou por grandes melhorias em seu perfil. A imagem do dentista é cada vez menos austera, tendemos a oferecer mais de um plano de tratamento ao paciente, escutamos mais a opinião do paciente e, sobretudo, tentamos não desgastar tecido dentário sadio ou desgastá-lo o mínimo possível. Assim, devemos questionar o uso de bisel em restaurações diretas anteriores. As injúrias por trauma dentário ocorrem frequentemente na infância, acometendo 13% da população de menores de 12 anos, sendo 70% dessas fraturas em incisivos centrais. Uma opção para a restauração de dentes anteriores é a técnica direta de resina composta. Nessas, o preparo em bisel de parte da face vestibular pode ser realizado com o intuito de mascarar a linha de fratura, o que nem sempre é necessário, devido à evolução das propriedades ópticas das resinas3. A confecção do bisel é aceita e largamente utilizada na prática clínica. No entanto, é possível restaurar, com sucesso, dentes anteriores sem bisel. Prova disso são as colagens de fragmentos em fraturas por choque mecânico. São restaurações com boa longevidade. As justificativas para a confecção do bisel são: • expor prismas de esmalte mais reativos à adesão;
• remover a camada de esmalte superficial, que pode ser altamente resistente ao condicionamento ácido, por presença de fluorose ou esmalte aprismático; • proporcionar aumento da área de superfície disponível para o condicionamento; • aumentar a retenção; • prevenir ou eliminar o problema de sobrecontorno; • melhorar o resultado estético. As justificativas acima são confrontados pelo fato de que prismas de esmalte sem e com bisel têm padrões de condicionamento semelhantes. Em relação à camada de esmalte aprismática, o preparo das superfície de esmalte não tem influência na resistência adesiva. O preparo cavitário e a configuração marginal não afetam o padrão de microinfiltração se o condicionamento ácido for realizado de maneira efetiva2. Uma alternativa para o mascaramento da interface dente/restauração é remover apenas o esmalte afetado pelas fraturas classe IV ou o esmalte contaminado nas classe III, e, após execução dos corretos procedimentos adesivos, aplica-se a camada de resina de dentina opaca para reconstruir a parte da dentina natural perdida e leva-se uma fina camada dessa dentina opaca até a superfície do esmalte dentário. Por ser opaca, a dentina poderá promover o mascaramento da união dente/restauração. Caso, visualmente, a união ainda permaneça evidente, pode-se aplicar uma fina e estreita camada de opacificador sobre as partes em que apenas a dentina não foi capaz do mascaramento desejado.
57
Flávio A
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1)54-57
2. Camada de dentina Venus SB0.
3. Incisal Z350 XT BT.
1. Fotografia inicial em close-up.
4. Fotografia final com isolamento.
5. Fotografia final do sorriso.
6. Fotografia final em close-up.
Endereço para correspondência: Altamiro Flávio – drafrp@terra.com.br
58
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):58-63
Biologia da estética
Fitas adesivas, “Vanish” e técnica clareadora caseira: aspectos importantes a serem considerados Alberto Consolaro
Professor Titular da FOB-USP e da Pós-graduação da FORP-USP.
Resumo
Em trabalhos experimentais, o peróxido de hidrogênio revelou-se um promotor da carcinogênese química bucal e em outras mucosas gastrintestinais. O peróxido de hidrogênio representa um cocarcinógeno, pois não inicia sozinho uma neoplasia maligna epitelial, mas pode potencializar outros agentes iniciadores. Na boca, onde atuam vários carcinógenos, a mucosa está, em sua maior parte, desprotegida, pois não tem em sua superfície uma espessa e contínua camada de queratina, como a pele.
Em qualquer forma de ação, o peróxido de hidrogênio — o único clareador de dentes — requer técnica que proteja a mucosa e a região cervical do esmalte na junção com o cemento, e dificulte que seja engolido, indo para as partes mais inferiores do trato gastrintestinal. Este trabalho centra-se principalmente na necessidade de convencer pacientes, profissionais e agentes do mercado de que a forma mais correta e segura de clarear dentes está no consultório dos profissionais treinados e conscientes.
Palavras-chave: Clareamento dentário. Clareação dentária. Peróxido de hidrogênio. Fitas. adesivas
Como citar esta seção: Consolaro A. Fitas adesivas, “Vanish” e técnica clareadora caseira: aspectos importantes a serem considerados. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):58-63. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
59
Consolaro A
Uma das possíveis razões para explicar essa conduta por parte do fabricante pode ser que, ao identificar o princípio ativo, o consumidor sem conhecimentos técnicos pode adquiri-lo e usá-lo sem orientação profissional e de forma inadequada. Esconder a informação não parece ser o melhor caminho, mas uma conscientização geral sobre certas drogas e substâncias evitaria seu uso inadequado. As pessoas, de um modo geral, até alguns anos atrás não sabiam que o princípio ativo de qualquer agente clareador é, necessariamente, o peróxido de hidrogênio. Também se popularizou que o agente químico clareador dentário é a água oxigenada e que — conforme sua forma de apresentação, concentração e uso — pode receber outros nomes como peróxido de ureia, peróxido de carbamida e perborato de sódio.
O mercado de clareadores dentários A partir do momento em que foram vulgarizadas as técnicas de clareação dentária caseira, com a contribuição de profissionais da área, as pessoas comuns passaram a saber: dentes clareiam-se com água oxigenada. Em uma sociedade de mercado, as informações são fontes para se criar novas formas de ganhar dinheiro, se inserir ou firmar-se como um agente de negócios.
As farmácias, lojas de presentes, supermercados, salões de beleza e outros estabelecimentos comerciais passaram a oferecer, diretamente ao consumidor, kits ou pacotes completos para clarear dentes. As instruções vinham em pequenos manuais bem ilustrados, e as pessoas passaram a usá-los indiscriminadamente, sem qualquer orientação profissional. Algumas indústrias de produtos de limpeza, higiene pessoal e cosméticos viram na clareação dentária mais uma oportunidade para aumentar seu conjunto de produtos oferecidos ao mercado consumidor, e criaram os clareadores dentários acompanhados de pincéis, chupetas, moldeiras, etc. Paralelamente, as farmácias de manipulação passaram a oferecer produtos clareadores dentários. Os salões de beleza e estabelecimentos similares, como clínicas de rejuvenescimento, clínicas de depilação e até grandes hotéis, passaram a ofertar esses serviços para seus clientes. Como no Brasil o clareador dentário é considerado um produto cosmético, sua fabricação e comercialização não tem a mesma regulamentação de um medicamento a ser prescrito por profissionais da saúde. Dessa forma, reconhece-se que a grande maioria, quase a totalidade, das clareações dentárias feitas no Brasil é realizada sem qualquer orientação de cirurgiões-dentistas, numa verdadeira avalanche de “automedicação”. Outros profissionais, incluindo-se médicos, esteticistas e treinadores esportivos também passaram a ser consultados pelos seus clientes sobre qual a melhor forma e produto para se clarear os dentes. Em outras palavras, o clareador dentário passou a ser utilizado de forma generalizada na boca das pessoas,
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):58-63
Os medicamentos e cosméticos não apresentam explicitamente seus princípios ativos, a não ser o minimamente exigido pela legislação. O tamanho das letras e o acúmulo de informações em uma pequena área das embalagens acabam por inibir a sua leitura pelo consumidor.
63
Consolaro A
Quando realizado por profissional no consultório, controla-se a quantidade, o tempo e a frequência de uso, sem contar que protege-se a mucosa e os dentes, quando necessário. O efeito clareador no consultório é controlado e monitorado dentro de regras de segurança biológica e, quando obtido dentro da técnica adequada, pode ser mais duradouro e com menor possibilidade de dano às estruturas dentárias e bucais. Clarear os dentes sim, mas com segurança biológica.
Considerações Finais 1. O clareamento dentário deveria ser restrito ao consultório odontológico, se considerarmos que a maior parte da superfície mucosa não tem uma camada protetora contínua e espessa de queratina, como na pele. Todos os clareadores dentários são à base de peróxido de hidrogênio, um agente reconhecidamente cocarcinogênico nas mucosas do trato gastrintestinal. 2. As técnicas de clareação devem proteger a mucosa do contato com o peróxido de hidrogênio e não devem deixar resíduos desse nos dentes e espaços interdentários. Apenas depois da remoção da proteção da mucosa e da sucção total do clareador é que se deve jogar água, para que o paciente não engula e leve o peróxido, também, para outras mucosas gastrintestinais, onde apresentam, potencialmente, o mesmo efeito. 3. As alterações que o peróxido possa induzir no esmalte podem ser corrigidas pela saliva e soluções aplicadas, mas as alterações no DNA podem ser permanentes e somatórias ao longo da vida.
Referências: 1. Consolaro A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 3a ed. Maringá: Dental Press; 2012. 2. Camargo WR. Análise do potencial carcinogênico de dentifrício com peróxido de hidrogênio e de agente clareador dentário. Avaliação clínico-macroscópica em hamsters no modelo de carcinogênese bucal DMBA-induzida [tese]. Bauru(SP): Universidade de São Paulo; 1999. 3. Pieroli DA. Avaliação do potencial carcinogênico dos agentes clareadores dentais [dissertação]. Bauru(SP): Universidade de São Paulo; 1997.
Endereço para correspondência: consolaro@uol.com.br
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):58-63
A resposta é sim, muito mais eficiente, o que nos parece lógico. O paciente coloca substância clareadora em quantidade muito maior, usa com mais frequência e a deixa sobre os dentes por muito mais tempo, sem qualquer proteção ao esmalte cervical e mucosas. O clareador dentário entra em contato, irrestritamente, com todas as superfícies, inclusive nas mucosas. Assim, com mais tempo, disponibilidade e frequência de ação sobre os dentes, o clareador dentário caseiro é muito mais eficiente; mas, do ponto de vista biológico, é uma lástima, especialmente quanto ao seu efeito na carcinogênese bucal química.
65
caso clínico
Association of Periodontics and Restorative Dentistry in faceting of ceramic veneers
Leonardo Fernandes da Cunha*, Pedro Teixeira Garcia Coesta**, Jório da Escóssia Jr.***, José Mondelli**** *Mestre e Doutorando em Dentística, FOB-USP. Professor de Dentística, FUNORTE. **Doutor em Reabilitação Oral, Área de Concentração Periodontia, FOB-USP. ***Mestre em Implantodontia, São Leopoldo Mandic. Professor, UNIFOR. ****Livre Docente, FOB-USP. Professor Titular, Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Dentários, FOB-USP. Professor de Dentística, FUNORTE.
Resumo
Abstract
Diferentes fatores devem ser considerados nos casos de substituição de restaurações em dentes anteriores, tais como tratamento periodontal e tipo de material utilizado. Nessas situações, uma abordagem multidisciplinar é fundamental. Pacientes com resinas antigas próximas à margem gengival normalmente apresentam inflamação do tecido nessa região; por esse motivo, uma adequação prévia é fundamental para o sucesso do tratamento restaurador. Além disso, cuidados na substituição dessas restaurações devem ser considerados pelo profissional e pelo paciente. Os laminados cerâmicos têm sido amplamente utilizados em dentes anteriores; no entanto, esse tratamento deve ser indicado em situações específicas, de tal forma que seja o mais conservador possível. Assim, o presente trabalho demonstra, por meio de um caso clínico, a associação da Periodontia e Dentística na substituição de resinas compostas por laminados cerâmicos, de forma conservadora.
Different factors should be considered in cases of replacement of restorations in anterior teeth. In these situations, a multidisciplinary approach is essential. Patients with composite resins often exhibit inflammation of gingival tissue. Furthermore, careful replacement of these restorations should be considered by professional and patient. The laminate veneers have been widely used in anterior teeth. However, this treatment should be used in correct situations to be conservative as possible. Thus, this work demonstrates through a case report the association of restorative dentistry and periodontics in cosmetic restorative dentistry with minimally invasive laminate veneers.
Palavras-chave: Porcelana dentária. Periodontia. Facetas dentárias.
Keywords: Dental porcelain. Guided tissue regeneration. Periodontics. Dental veneers.
Como citar este artigo: Cunha LF, Coesta PTG, Escóssia Jr. J, Mondelli J. Inter-relação Periodontia e Dentística Restauradora na lapidação de facetas cerâmicas. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):64-76. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):64-76
Inter-relação Periodontia e Dentística Restauradora na lapidação de facetas cerâmicas
69
Cunha LF, Coesta PTG, Escóssia Jr. J, Mondelli J
As faces internas das restaurações cerâmicas foram condicionadas com ácido fluorídrico por 60 segundos (Condac Porcelana, FGM). A superfície foi lavada e, em seguida, feita a aplicação do agente silano (Prosil, FGM) (Fig. 13). O adesivo foi aplicado e polimerizado conforme as orientações do fabricante.
As restaurações de resina foram removidas com disco de lixa Sof-Lex Pop-on (3M/ESPE). Na região cervical, a resina foi removida com lâmina de bisturi número 12D (Swann-Morton) (Fig. 8). A seleção da cor foi feita com escala VITA 3D Master (2M1). Após a remoção das resinas, foi inserido, inicialmente, o fio retrator #000 (Ultrapack Ultradent) e, após isso, o fio #00 Pro Retract (FGM). A moldagem foi realizada com silicone de adição Express XT (3M/ESPE) (Fig. 9, 10).
As restaurações provisórias foram removidas (Fig. 14) e feitos o isolamento modificado do campo operatório e a profilaxia dos dentes (Fig. 15). Após a proteção dos dentes adjacentes, foi feita a aplicação do sistema adesivo (Scotchbond Multi-uso, 3M/ESPE) nos dentes preparados, também conforme instruções do fabricante. O cimento foi aplicado na face interna da restauração e levado em posição. Os excessos de cimento foram removidos da face proximal com fio dental, e das faces vestibular e lingual com sonda exploradora #5. O material utilizado para a cimentação foi o Rely X Veneer A1 (3M/ESPE).
As restaurações provisórias foram confeccionadas com resina bisacrílica (Pro Temp 4 3M/ESPE) e cimentadas com resina flow (Fig. 11). Os laminados foram feitos com cerâmica injetável VITA PM 9, com base feldspática de estrutura fina e reforço de leucita. Em seguida, as restaurações foram individualizadas pela técnica de pigmentação com VITA AKZENT.
Após a cimentação, os contatos oclusais foram verificados e ajustados. O aspecto final pode ser observado na Figura 16.
7. Simulação feita com resina bisacrílica na cor Bleaching (ProTemp 4, 3M/ESPE). Note as áreas de resina exposta, que representam excesso de material nessas áreas. Assim, é possível nessa fase conversar com o paciente sobre os aspectos que serão propostos, como alteração de forma e tamanho.
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1)64-76
O enceramento foi moldado com silicone de adição Express STD (3M/ESPE) e a resina bisacrílica foi injetada no interior do molde, sendo ele levado à boca do paciente conforme instruções do fabricante. Dessa forma, o paciente pôde observar a mudança de forma do tratamento proposto (Fig. 7).
76
Inter-relação Periodontia e Dentística Restauradora na lapidação de facetas cerâmicas
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):64-76
Têm sido amplamente utilizadas nos casos de facetas, podendo também ser empregadas em inlays, onlays e coroas. Após adequação, por meio de raspagem e manejo dos tecidos periodontais, foi possível isolar o campo operatório, de forma a favorecer o procedimento de cimentação, ou seja, livre de contaminantes para o sistema adesivo. O refinamento das restaurações provisórias também favorece essa fase, pois evita a inflamação e o sangramento dos tecidos. O sistema restaurador adesivo indireto evoluiu de forma expressiva nos últimos anos, o que pode ser comprovado na literatura especializada, tanto dos adesivos dentinários quanto dos cimentos resinosos1,10.
Conclusão Quando bem indicados, os laminados cerâmicos são uma forma de tratamento conservadora e altamente estética. Os cuidados periodontais são importantes antes, durante e após esse tratamento.
Agradecimento: Os autores agradecem ao TPD Elísio Ribeiro pela colaboração na parte laboratorial das restaurações indiretas, e às empresas Wilcos, 3M e FGM pela doação dos materiais utilizados no trabalho.
Referências: 1. Cunha LF, Furuse AY, Mondelli RF, Mondelli J. Compromised bond strength after root dentin deproteinization reversed with ascorbic acid. J Endod. 2010;36(1):130-4. 2. Cunha LF, Furuse AY, Yamashita C, Mondelli J. Tratamentos restauradores indiretos e a importância dos aspectos periodontais. Full Dent Sci. 2011;2:186-9. 3. Henriques PSG. Atlas clínico de cirurgia plástica periodontal e manipulação de tecidos moles em Implantodontia. São Paulo: Ed. Santos; 2007. 4. Kina S. Equilibrium: cerâmicas adesivas — case book. São Paulo: Artes Médicas; 2009. 5. Lindhe J. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. Rio de Janeiro: Guanabara; 1997. 6. Mondelli J. Estética e cosmética em clínica integrada restauradora. São Paulo: Ed. Santos; 2003. 7. Roberson TM, Heymann HO. Sturdevant’s art and science of operative dentistry. St. Louis: Mosby; 2002. 8. Rufenacht CR. Princípios da integração estética. São Paulo: Quintessence; 2003. 9. Shenoy A, Shenoy N. Dental ceramics: an update. J Conserv Dent. 2010;13(4):195-203. 10. Van Landuyt KL, Snauwaert J, De Munck J, Peumans M, Yoshida Y, Poitevin A, et al. Systematic review of the chemical composition of contemporary dental adhesives. Biomaterials. 2007;28(26):3757-85. 11. de Waal H, Castellucci G. The importance of restorative margin placement to the biologic width and periodontal health. Part II. Int J Periodontics Restorative Dent. 1994;14(1):70-83.
Enviado em: 29/10/2012 Revisado e aceito: 21/12/2012 Endereço para correspondência: Leonardo Fernandes da Cunha Brasília Shopping/SCN, Quadra 5, Bloco A – Brasília/DF – CEP: 70.710-500 E-mail: cunha_leo@yahoo.com.br
visão horizontal: odontologia estética para todos Ewerton Nocchi
Faça o download do leitor de QR Code para seu dispositivo e conheça mais.
Dois volumes, acoplados em formato widescreen, e QR codes deixam o livro mais dinâmico, fazendo dessa obra uma poderosa e inovadora experiência de leitura para o profissional.
www.dentalpress.com.br | 0800 600 9818
79
caso clínico
The use of bis-acryl composite in esthetic planning: Case report
Isleine Portal Caldas*, Raphael Vieira Monte Alto**, Marco Antônio Gallito**, Gustavo Oliveira dos Santos**, Sandro Ferreira Bon*** *Mestranda em Clínica Odontológica, UFF. ** Professor Adjunto de Clínica Integrada, UFF. *** Estudante de Mestrado em Clínica Odontológica, UFF.
Resumo
Abstract
Introdução: para o sucesso do tratamento odontológico, é fundamental realizar um correto diagnóstico, planejamento e execução do trabalho. Os materiais utilizados para restaurações provisórias são de grande importância na reabilitação estética anterior, pois são os guias para escolha da cor, forma e contorno da restauração final, proporcionando maior previsibilidade do resultado, tanto para o paciente quanto para o profissional. As resinas provisórias bisacrílicas tornaram-se uma escolha cada vez mais popular devido às suas melhores propriedades mecânicas, resultados estéticos e facilidade de manuseio. Objetivo: o presente artigo objetiva demonstrar um caso clínico onde foi utilizada resina bisacrílica para reabilitação estética provisória. Conclusão: tal técnica propiciou a esse caso um satisfatório resultado parcial funcional e estético, respeitando os anseios da paciente e facilitando o sucesso final do trabalho.
Introduction: For the success of dental treatment it is vital a correct diagnosis, planning and execution of work. The materials used for provisional restorations are of great importance in the anterior esthetic rehabilitation, as they are guides for choosing the color, shape and contour of the final restoration, proportionating greater predictability of the outcome for both patient and professional. The provisional bisacryl composite became an increasingly popular choice due to its better mechanical properties, cosmetic results and ease of handling. Objective: This article aims to demonstrate a clinical case in which it was used a bis-acrylic resin for provisional esthetic rehabilitation. Conclusion: This technique used in this case provided a satisfactory partial result, as functional as esthetic, respecting the wishes of the patient and facilitating the ultimate success of the work.
Palavras-chave: Materiais dentários. Restauração dentária temporária. Facetas dentárias.
Keywords: Dental materials. Temporary dental restoration. Dental veneers.
Como citar este artigo: Caldas IP, Monte Alto RV, Gallito MA, Santos GO, Bon SF. A utilização de resinas bisacrílicas no planejamento estético: relato de caso clínico. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):77-88. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):78-88
A utilização de resinas bisacrílicas no planejamento estético: relato de caso clínico
80
A utilização de resinas bisacrílicas no planejamento estético: relato de caso clínico
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1)78-88
Introdução As restaurações provisórias, ou temporárias, são aquelas desenhadas com o objetivo de permitir uma boa estética e promover estabilidade e/ou função durante um período limitado de tempo, devendo ser substituídas por uma prótese definitiva quando o trabalho protético for concluído1. Os materiais restauradores provisórios são fundamentais para uma variedade de procedimentos odontológicos indiretos, tais como facetas, inlays, onlays, coroas, pontes e próteses sobre implantes. Uma restauração provisória ajuda a estabilizar dentes preparados durante a função oclusal e evita a exposição dos tecidos dentários às duras condições encontradas no interior da cavidade bucal, enquanto a restauração permanente está sendo fabricada. Materiais provisórios são particularmente importantes durante a temporização anterior, pois eles representam um passo importante para escolha da cor, forma e contorno da restauração final, especialmente em reabilitações estéticas complexas2. Para satisfazer esses requisitos, as restaurações provisórias devem ter propriedades mecânicas e físicas ideais, como elevada resistência à flexão, ao desgaste e à fratura, suficientes para oferecer suporte funcional às forças de remoção. Elas também devem apresentar estabilidade dimensional, integridade marginal e propriedades biológicas favoráveis à saúde periodontal3. Além disso, devem possuir estabilidade de cor e propriedades de manipulação razoáveis. Os materiais acrílicos termoplásticos têm sido utilizados como o material provisório de escolha e têm, até certo ponto, muitos dos requisitos mecânicos e físicos. No entanto, resinas provisórias bisacrílicas tornaram-se uma escolha cada vez mais popular; em parte, devido às suas melhores propriedades mecânicas, resultados estéticos e facilidade de manuseio.
O objetivo desse artigo é relatar um caso clínico onde foi utilizada resina bisacrílica para reabilitação estética provisória.
Relato do caso Paciente de 35 anos, sexo feminino, procurou atendimento no curso de atualização em Procedimentos Clínicos Integrados da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense, queixando-se de insatisfação com sua estética. Foram realizados exames clínico e radiográfico, e detectadas diversas restaurações em resina escurecidas e desadaptadas nos elementos anteriores, além de desgaste excessivo nos elementos 13 e 23 (Fig. 1 a 4). Foi realizada confecção de modelos de estudo e enceramento diagnóstico dos elementos 13, 12, 11, 21, 22 e 23 (Fig. 5, 6). Devido ao desgaste severo nos caninos, optou-se pela confecção de coroas totais em cerâmica pura nos caninos e facetas cerâmicas nos incisivos. O enceramento diagnóstico foi moldado e confeccionado um índex em silicone de adição (Silagum, DMG) para realização do mock-up (Fig. 7). O mock-up é um ensaio restaurador intrabucal que permite ao paciente pré-visualizar o resultado final do tratamento sem que nenhum tipo de desgaste dentário seja realizado4, além de servir como guia para o preparo dentário inicial. Para a realização do ensaio restaurador, optou-se pela utilização de uma resina bisacrílica (LuxaTemp, DMG). Através de dispensador e pontas próprias, o material foi colocado na guia de transferência e levado à boca da paciente (Fig. 8, 9). Após a remoção dos excessos e polimerização do material, notou-se uma significativa melhora na estética da paciente (Fig. 10, 11).
88
A utilização de resinas bisacrílicas no planejamento estético: relato de caso clínico
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1)78-88
Alguns autores afirmam que as resinas bisacrílicas são menos resistentes do que as resinas acrílicas, e que sua utilização deve ser limitada à confecção de coroas unitárias ou próteses provisórias de curta duração18,19. Para comparar as propriedades de quatro materiais de base polimérica para a confecção de restaurações provisórias, foram realizadas análises de resistência à flexão, microdureza, temperatura de reação, monômeros residuais liberados, molhabilidade e topografia superficial. Concluiu-se que o compósito à base de bis-acrilato Luxatemp (DMG) demonstrou ser o material com melhores propriedades para essa aplicação. Entretanto, resistência mecânica similar pode ser alcançada com a adição de 5% em volume de alumina à matriz de PMMA Dencor (Clássico), com alguma influência em suas propriedades e baixo custo para o profissional20.
Referências: 1. The Glossary of Prosthodontic Terms. J Prosthet Dent. 2005;94(1):46. 2. Givens EJ, Neiva G, Yaman P, Dennison JB. Marginal adaptation and color stability of four provisional materials. J Prosthodont. 2008;17(2):97-101. 3. Knobloch LA, Kerby RE, Pulido T, Johnston WM. Relative fracture toughness of bis-acryl interim resin materials. J Prosthet Dent. 2011;106(2):118-25. 4. Higasgi C, Gomes JC, Kina S, Andrade S, Hirata R. Planejamento estético em dentes anteriores. In: Miyashita E, Mello AT. Odontologia estética: planejamento e técnicas. São Paulo: Artes Médicas; 2006. p. 139-54. 5. Haselton DR, Diaz-Arnold AM, Vargas MA. Flexural strength of provisional crown and fixed partial denture resins. J Prosthet Dent. 2002;87(2):225-8. 6. Young HM, Smith CT, Morton D. Comparative in vitro evaluation of two provisional restorative materials. J Prosthet Dent. 2001;85(2):129-32. 7. Yannikakis SA, Zissis AJ, Polyzois GL, Caroni C. Color stability of provisional resin restorative materials. J Prosthet Dent. 1998;80(5):533-9. 8. Sham AS, Chu FC, Chai J, Chow TW. Color stability of provisional prosthodontic materials. J Prosthet Dent. 2004;91(5):447-52. 9. Haselton DR, Diaz-Arnold AM, Dawson DV. Color stability of provisional crown and fixed partial denture resins. J Prosthet Dent. 2005;93(1):70-5. 10. Doray PG, Wang X, Powers JM, Burgess JO. Accelerated aging affects color stability of provisional restorative materials. J Prosthodont. 1997;6(3):183-8. 11. Sen D, Göller G, Işsever H. The effect of two polishing pastes on the surface roughness of bis-acryl composite and methacrylate-based resins. J Prosthet Dent. 2002;88(5):527-32. 12. Ha SR, Yang JH, Lee JB, Han JS, Kim SH. Comparison of polymer-based temporary crown and fixed partial denture materials by diametral tensile strength. J Adv Prosthodont. 2010;2(1):14-7. 13. Dubois RJ, Kyriakakis P, Weiner S. Effects of occlusal loading and thermocycling on the marginal gaps of light polymerized and autopolymerized resin provisional crowns. J Prosthet Dent. 1999;82(2):161-6. 14. Kaplan BA, Goldstein GR, Vijayaraghavan TV, Nelson IK. The effect of three polishing systems on the surface roughness of four hybrid composites: a profilometric and scanning electron microscopy study. J Prosthet Dent. 1996;76:34-8. 15. Borchers L, Tavassol F, Tschernitschek H. Surface quality achieved by polishing and by varnishing of temporary crown and fixed partial denture resins. J Prosthet Dent. 1999;82:550-6. 16. Quirynen M, Marechal M, Busscher H, Weerkamp AH, Darius PL, van Steenberge D. The influence of surface free energy and surface roughness on early plaque formation. An in vivo study in man. J Clin Periodontol. 1990;17:138-44.
Considerações finais Quando comparadas com as resinas acrílicas, as resinas bisacrílicas contam com pontos favoráveis, como a facilidade da manipulação, menor exotermia, menor contração volumétrica e maior biocompatibilidade aos tecidos pulpares e periodontais, além de excelente resultado estético.
17. Balkenhol M, Mautner MC, Ferger P, Wostmann B. Mechanical properties of interim crown and bridge materials: Chemical curing versus dual-curing systems. J Dent. 2008;36:15-20. 18. Christensen GJ. Making provisional restorations easy, predictable and economical. J Am Dent Assoc. 2004;135(5):625-7. 19. Strassler HE, Anolik C, Frey C. High-strength, aesthetic provisional restorations using a bis-acryl composite. Dent Today. 2007;26(11):128,130-3; 20.Teixeira RP. Influência da adição de alumina nas propriedades de compósitos de matriz polimérica para restaurações provisórias dentais [dissertação]. Rio de Janeiro (RJ): Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia; 2008.
As resinas bisacrílicas são materiais promissores que estão em contínuo desenvolvimento para facilitar a rotina do cirurgião-dentista e para promover satisfação e conforto ao paciente.
Enviado em: 05/10/2012 Revisado e aceito: 15/12/2012 Endereço para correspondência: Isleine Portal Caldas Rua Tavares de Macedo, 95/712 – Icaraí – Niterói/RJ – CEP: 24.220-215 E-mail: isleinecaldas@hotmail.com
89
revisão de literatura
Influence of the cement film thickness on the bond strength of fiber reinforced posts cemented in root canals
Natália Araújo Silva Prado*, Reinaldo de Souza Ferreira**, Tiago Castino Alvarez Pacheco e Silva***, Mauro Sayão de Miranda**** *Mestre em Odontologia, UFRJ. **Mestre e estudante de Doutorado em Odontologia (área de concentração: Dentística) na FO-UERJ. ***Graduado em Odontologia, FO-UERJ. ****Doutor em Odontologia, UFRJ. Professor Adjunto da Faculdade de Odontologia da UERJ.
Resumo
Abstract
Atualmente, a cimentação adesiva de pinos pré-fabricados reforçados por fibras em condutos radiculares é um procedimento comum na prática clínica. No entanto, muitas vezes o pino não se adapta ao conduto e um desgaste excessivo de estrutura dentária é realizado no intuito de promover uma melhor adaptação, ou um pino de menor diâmetro é selecionado, formando um filme de cimento muito espesso. Sendo assim, o presente estudo visa colaborar com os profissionais da área de Odontologia por meio de uma revisão de literatura que possui como objetivo discutir sobre a influência da espessura do filme de cimento na resistência de união de pinos cimentados em canais radiculares, além de abordar sobre pinos reforçados por fibras e cimentação adesiva.
Currently, adhesive cementation of prefabricated fiber reinforced posts in root canals is a common procedure in clinical practice. However, often the post does not fit precisely to the root canal and excessive wear of tooth structure is carried out in order to promote a better fit, or a post with smaller diameter is selected creating greater cement film thickness. Therefore, this study aims to collaborate with professionals in dentistry through a literature review that discuss the influence of cement film thickness on the bond strength of posts cemented in root canals, besides addressing on fiber reinforced posts and adhesive cementation.
Palavras-chave: Preparo de canal radicular. Cimentos de resina. Técnica para retentor intrarradicular.
Keywords: Root canal preparation. Resin cements. Post and core technique.
Como citar este artigo: Prado NAS, Ferreira RS, Pacheco e Silva TCA, Miranda MS. Influência da espessura do filme de cimento na resistência de união de pinos reforçados por fibras cimentados em canais radiculares. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):89-95. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):89-95
Influência da espessura do filme de cimento na resistência de união de pinos reforçados por fibras cimentados em canais radiculares
90
Influência da espessura do filme de cimento na resistência de união de pinos reforçados por fibras cimentados em canais radiculares
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):89-95
Introdução O uso de pinos intrarradiculares pré-fabricados reforçados por fibras, utilizados em dentes tratados endodonticamente, é um procedimento universalmente aceito. Eles cumprem o papel de ajudar na recuperação da função do dente, promovendo retenção para o núcleo de preenchimento1. São, usualmente, cimentados com cimentos resinosos, que promovem um aumento na retenção quando comparados com os cimentos convencionais, como o fosfato de zinco2,3. No entanto, esse procedimento é muito sensível e passível de erros, e o seu protocolo deve ser seguido cuidadosamente para o sucesso da restauração4. Na tentativa de simplificar a técnica de cimentação, foram desenvolvidos os cimentos resinosos autoadesivos. São cimentos resinosos de polimerização dual que eliminam a etapa de aplicação de um sistema adesivo, pois possuem a característica de autoadesão à estrutura do dente5. No entanto, ainda existem dúvidas em relação aos resultados de resistência adesiva quando comparados aos cimentos resinosos convencionais6,7,8. Estudos foram realizados avaliando a influência de sistemas adesivos, dos cimentos resinosos e do modo de polimerização nas propriedades de retenção de pinos reforçados por fibras9,10,11. Contudo, pouco é estudado sobre a espessura do filme de cimento e sua influência na resistência adesiva desses pinos. É comum, na prática odontológica, o profissional fazer uso de pinos pré-fabricados com diâmetro que não corresponde ao tamanho do preparo do conduto radicular. Em muitos casos, como na presença de cárie que envolve parte do terço cervical, condutos com formato oval ou com o diâmetro maior no terço cervical do que nos terços médio e apical, para haver uma adaptação mais precisa do pino de fibra com o conduto seria necessário aumentar seu diâmetro, promovendo maior desgaste de estrutura dentária. No sentido de evitar esse desgaste, o profissional faz uso de um pino de menor diâmetro, que implica em um maior filme de cimento4.
Algumas das pesquisas realizadas concluíram que uma maior espessura do filme de cimento está relacionada à redução da resistência adesiva4, enquanto outros não observaram diferença estatisticamente significativa entre o tamanho dos preparos dos condutos12,13. Outros autores observaram, ainda, que, quando o pino está precisamente adaptado ao conduto preparado, a resistência adesiva diminui14,15. O presente estudo possui como objetivo colaborar com os profissionais da área de Odontologia por meio de uma revisão de literatura que visa discutir sobre pinos reforçados por fibras e cimentação adesiva, além de analisar a influência da espessura do filme de cimento na resistência de união de pinos cimentados em canais radiculares.
Revisão de literatura Pinos reforçados por fibras O principal objetivo dos pinos intrarradiculares é promover a retenção da restauração em um dente tratado endodonticamente que sofreu severa perda de estrutura dentária coronária. Pinos metálicos foram utilizados com essa finalidade por décadas, mas, devido à maior exigência estética na Odontologia, os mesmos estão sendo substituídos pelos pinos não-metálicos. Entre eles pode-se distinguir os pinos de dióxido de zircônia; pinos reforçados por fibras de carbono, quartzo ou vidro; e pinos reforçados por fibras de polietileno16. Os pinos reforçados por fibras são formados por fibras inorgânicas de carbono, vidro ou quartzo, uniformemente embebidas em uma matriz de resina epóxi ou de metacrilato17. Para permitir uma melhor distribuição das tensões pelo pino, a interação entre as fibras de vidro ou de quartzo com a matriz resinosa pode ser melhorada com sua silanização previamente à incorporação pela matriz17,18. A adição de fibras
95
Prado NAS, Ferreira RS, Silva TCAP, Miranda MS
1. Schwartz R, Robbins J. Post placement and restoration of endodontically treated teeth: a literature review. J Endod. 2004;30:289-301.
26. Teixeira ECN, Teixeira FB, Piasick JR, Thompson JY. An in vitro assessment of prefabricated fiber post systems. J Am Dent Assoc. 2006;137(7):1006-12.
2. Macedo VC, Faria e Silva AL, Marcondes Martins LR. Effect of cement type, relining procedure, and length of cementation on pull-out bond strength of fiber posts. J Endod. 2010;36:1543-6.
27. Poskus LT, Sgura R, Paragó FEM, Silva EM, Guimarães JGA. Influence of post pattern and resin cement curing mode on the retention of glass fibre posts. Int Endod J. 2010;43(4):306-11.
3. Reis KR, Spyrides GM, Oliveira JA de, Jnoub AA, Dias KRHC, Bonfantes G. Effect of cement type and water storage time on the push-out bond strength of a glass fiber post. Braz Dent J. 2011;22(5):359-64.
28. Coniglio I, Magni E, Cantoro A, Goracci C, Ferrari M. Push-out bond strength of circular and ovalshaped fiber posts. Clin Oral Investig. 2010;15:667-72.
4. Schmage P, Pfeiffer P, Pinto E, Platzer U, Nergiz I. Influence of oversized dowel space preparation on the bond strengths of frc posts. Oper Dent. 2009;34:93-101.
29. Muñoz C, Llena C, Forner L. Oval fiber posts do not improve adaptation to oval-shaped canal walls. J Endod. 2011;37(10):1386-9.
5. Manso AP, Silva NRFA, Bonfante EA, Pegoraro TA, Dias RA, Carvalho RM. Cements and adhesives for all-ceramic restorations. Dent Clin North Am. 2011;55(2):311-32.
30. Radovic I, Corciolani G, Magni E, Krstanovic G, Pavlovic V, Vulicevic ZR, et al. Light transmission through fiber post: The effect on adhesion, elastic modulus and hardness of dual-cure resin cement. Dent Mater. 2009;25:837-44.
6. Radovic I, Mazzitelli C, Chieffi N, Ferrari M. Evaluation of the adhesion of fiber posts cemented using different adhesive approaches. Eur J Oral Sci. 2008;116(6):557-63. 7. Wang VJ-J, Chen Y-M, Yip KH-K, Smales RJ, Meng Q-F, Chen L. Effect of two fiber post types and two luting cement systems on regional post retention using the push-out test. Dent Mater. 2008;24(3):372-7.
31. Morgan LFSA, Peixoto RTRC, Albuquerque RC, Corrêa MFS, Poletto LTA, Pinotti MB. Light transmission through a translucent fiber post. J Endod. 2008;34:299-302. 32. Cagidiaco MC, Goracci C, Garcia-Godoy F, Ferrari M. Clinical studies of fiber posts: a literature review. Int J Prosthodont. 2008;21(4):328-36.
8. Zorba YO, Erdemir A, Turkyilmaz A, Eldeniz AÜ. Effects of different curing units and luting agents on push-out bond strength of translucent posts. J Endod. 2010;36:1521-5.
33. Gerth HUV, Dammaschke T, Züchner H, Schäfer E. Chemical analysis and bonding reaction of RelyX Unicem and Bifix composites: a comparative study. Dent Mater. 2006;22(10):934-41.
9. Grandini S, Goracci C, Monticelli F, Borracchini A, Ferrari M. SEM evaluation of the cement layer thickness after luting two different posts. J Adhes Dent. 2005;7(3):235-40.
34. Radovic I, Monticelli F, Goracci C, Vulicevic ZR, Ferrari M. Self-adhesive resin cements: a literature review. J Adhes Dent. 2008;10(4):251-8.
10. Kious AR, Roberts HW, Brackett WW. Film thicknesses of recently introduced luting cements. J Prosthet Dent. 2009;101:189-92.
35. De Munck J, Vargas M, Van Landuyt K, Hikita K, Lambrechts P, Van Meerbeek B. Bonding of an autoadhesive luting material to enamel and dentin. Dent Mater. 2004;20(10):963-71.
11. Zhang L, Huang L, Xiong Y, Fang M, Chen J-H, Ferrari M. Effect of post-space treatment on retention of fiber posts in different root regions using two self-etching systems. Eur J Oral Sci. 2008;116:280-6.
36. Aguiar TR, Di Francescantonio M, Arrais CAG, Ambrosano GMB, Davanzo C, Giannini M. Influence of curing mode and time on degree of conversion of one conventional and two self-adhesive resin cements. Oper Dent. 2010;35(3):295-9.
12. Perdigão J, Gomes G, Augusto V. The Effect of Dowel Space on the Bond Strengths of Fiber Posts. J Prosthodont. 2007;16:154-64. 13. Perez BEM, Barbosa SH, Melo RM, Zamboni SC, Ozcan M, Valandro LF, et al. Does the thickness of the resin cement affect the bond strength of a fiber post to the root dentin? Int J Prosthodont. 2006;19(6):606-9.
37. Moraes RR, Boscato N, Jardim PS, Schneider LFJ. Dual and self-curing potential of self-adhesive resin cements as thin films. Oper Dent. 2011;36(6):635-42. 38. Baldissara P, Zicari F, Valandro LF, Scotti R. Effect of root canal treatments on quartz fiber posts bonding to root dentin. J Endod. 2006;32(10):985-8.
14. Darcangelo C, Cinelli M, Deangelis F, Damario M. The effect of resin cement film thickness on the pullout strength of a fiber-reinforced post system. J Prosthet Dent. 2007;98:193-8.
39. Mjör IA, Smith MR, Ferrari M, Mannocci F. The structure of dentine in the apical region of human teeth. Int Endod J. 2001;34(5):346-53.
15. Hagge MS, Wong RDM, Lindemuth JS. Effect of dowel space preparation and composite cement thickness on retention of a prefabricated dowel. J Prosthodont. 2002;11:19-24.
40. Giannini M, Carvalho RM, Martins LR, Dias CT, Pashley DH. The influence of tubule density and area of solid dentin on bond strength of two adhesive systems to dentin. J Adhes Dent. 2001;3(4):315-24.
16. Baba NZ, Golden G, Goodacre CJ. Nonmetallic Prefabricated Dowels: A Review of Compositions, Properties, Laboratory, and Clinical Test Results. J Prosthodont. 2009;18:527-36.
41. Menezes MS, Queiroz EC, Campos RE, Martins LRM, Soares CJ. Influence of endodontic sealer cement on fibreglass post bond strength to root dentine. Int Endod J. 2008;41(6):476-84.
17. Goracci C, Ferrari M. Current perspectives on post systems: a literature review. Aust Dent J. 2011;56:77-83.
42. Cecchin D, Farina AP, Souza MA, Carlini-Júnior B, Ferraz CCR. Effect of root canal sealers on bond strength of fibreglass posts cemented with self-adhesive resin cements. Int Endod J. 2011;44(4):314-20.
18. Grandini S, Goracci C, Monticelli F, Tay FR, Ferrari M. Fatigue resistance and structural characteristics of fiber posts: three-point bending test and SEM evaluation. Dent Mater. 2005;21(2):75-82. 19. Seefeld F, Wenz H-J, Ludwig K, Kern M. Resistance to fracture and structural characteristics of different fiber reinforced post systems. Dent Mater. 2007;23:265-71. 20. Plotino G, Grande NM, Bedini R, Pameijer CH, Somma F. Flexural properties of endodontic posts and human root dentin. Dental Mater. 2007;23(9):1129-35. 21. Stewardson DA, Shortall AC, Marquis PM, Lumley PJ. The flexural properties of endodontic post materials. Dental Mater. 2010;26:730-6. 22. Fokkinga WA, Kreulen CM, Vallittu PK, Creugers NHJ. A structured analysis of in vitro failure loads and failure modes of fiber, metal, and ceramic post-and-core systems. Int J Prosthodont. 2004;17(4):476-82. 23. Pfeiffer P, Schulz A, Nergiz I, Schmage P. Yield strength of zirconia and glass fibre-reinforced posts. J Oral Rehabil. 2006;33(1):70-4.
43. Aksornmuang J, Nakajima M, Senawongse P, Tagami J. Effects of C-factor and resin volume on the bonding to root canal with and without fiber post insertion. J Dent. 2011;39(6):422-9. 44. Bouillaguet S, Troesch S, Wataha JC, Krejci I, Meyer JM, Pashley DH. Microtensile bond strength between adhesive cements and root canal dentin. Dent Mater. 2003;19(3):199-205. 45. Spinell T, Schedle A, Watts DC. Polymerization shrinkage kinetics of dimethacrylate resin-cements. Dent Mater. 2009;25(8):1058-66. 46. Monticelli F, Osorio R, Sadek FT, Radovic I, Toledano M, Ferrari M. Surface treatments for improving bond strength to prefabricated fiber posts: a literature review. Oper Dent. 2008;33(3):346-55. 47. Choi Y, Pae A, Park E-J, Wright RF. The effect of surface treatment of fiber-reinforced posts on adhesion of a resin-based luting agent. J Prosthet Dent. 2010;103(6):362-8.
24. Maccari PCA, Conceição EN, Nunes MF. Fracture resistance of endodontically treated teeth restored with three different prefabricated esthetic posts. J Esthet Restor Dent. 2003;15(1):25-30; discussion 31. 25. Qualtrough AJE, Chandler NP, Purton DG. A comparison of the retention of tooth-colored posts. Quintessence Int. 2003;34(3):199-201.
Enviado em: 19/10/2012 Revisado e aceito: 21/12/2012 Endereço para correspondência: Natália Araújo Silva Prado Rua Coronel Moreira César, 398 – Icaraí – Niterói/RJ – CEP: 24.230-065 e-mail: natalia_prado2@hotmail.com
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):89-95
Referências:
97
artigo inédito
Superficial roughness evaluation of two dental ceramics submitted to different polishing treatments
Karina Andrea Novaes Olivieri*, Leonardo Piazzetta Pelissari**, Marcelo Lucchesi Teixeira***, Milton Edson Miranda**** *Professora Adjunta, curso de Graduação e Pós-graduação em Prótese Dentária e Oclusão, SLMandic. **Mestre em Prótese Dentária, SLMandic. Professor, Departamento de Clínica Integrada, Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais. ***Doutor em Prótese Dentária, USP. Professor Adjunto, curso de Graduação em Prótese Dentária e Oclusão, SLMandic. ****Mestre em Prótese Dentária, Ohio State University. Doutor em Prótese Dentária, USP.
Resumo
Abstract
Objetivo: avaliar por meio de análise rugosimétrica e imagens de microscopia eletrônica de varredura, a rugosidade superficial (Ra) de duas cerâmicas odontológicas, após simulação de ajuste com brocas diamantadas e diferentes tratamentos de polimento. Métodos: foram confeccionados dois grupos de corpos de prova, sendo (G1) a cerâmica CCS de alta fusão e, o segundo grupo (G2), a cerâmica Duceram LFC de baixa fusão. Para cada cerâmica foram confeccionados 20 corpos de prova, separados em quatro subgrupos. Resultados: na primeira etapa desse trabalho, tanto em G1 quanto em G2, os maiores valores de Ra foram encontrados no tratamento T3. Na segunda etapa, os corpos de prova foram analisados por MEV e notou-se que as fotografias de T3 aparecem em ambos os grupos com aumento de poros e riscos na superfície. Conclusão: foi encontrada correlação entre os dados do rugosímetro e das fotomicrografias de MEV; e alguns processos de polimento, como T2, produzem superfície semelhante à glazeada quando analisada quantitativamente, no entanto, com maior quantidade de riscos e poros quando analisadas qualitativamente e comparadas à superfície glazeada (T1) e reglazeada (T4).
Objectives: To analyze using a perfilometer, with Ra parameter and scanning electron microscopy images of the surface of two dental ceramics after simulation of adjustment with diamonds drills and different treatments of polishing. Methods: Two groups with 20 samples each have been used: Group G1 – Carmen CCS ceramics, and the group G2 – Duceram LFC ceramic. Each group were divided in four sub-groups. Results: The results showed that in G1 and G2 groups the higher values of Ra was found in treatment T3. The samples have been analyzed in SEM and it was found a connection between the perfilometer data and SEM micrographs. The micrographs of T3 showed in the G1 and G2 groups an increase of porosities and risks on the surface. Conclusion: Then, it can be concluded that some processes of polishing, like T2 treatment, can produce a surface similar the control group (T1), when analyzed quantitatively, however, with a higher amount of risks and porosities when analyzed qualitatively and compared to T1 and T4 surface treatments.
Palavras-chave: Cerâmica. Propriedades de superfície. Polimento dentário.
Keywords: Ceramics. Surface properties. Dental polishing.
Como citar este artigo: Olivieri KAN, Pelissari LP, Teixeira ML, Miranda ME. Avaliação da rugosidade superficial de duas cerâmicas odontológicas submetidas a diferentes tratamentos polidores. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):96-107. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):96-107
Avaliação da rugosidade superficial de duas cerâmicas odontológicas submetidas a diferentes tratamentos polidores
98
Avaliação da rugosidade superficial de duas cerâmicas odontológicas submetidas a diferentes tratamentos polidores
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):96-107
Introdução O tratamento restaurador dentário requer cada vez mais materiais odontológicos que preencham as necessidades estéticas e funcionais dos pacientes. Com a evolução das técnicas adesivas e o aprimoramento das cerâmicas odontológicas, passou-se a utilizar esse material cada vez com maior índice de sucesso clínico2. Excelentes propriedades estéticas, biocompatibilidade, excelente integridade marginal, baixa condutividade térmica e elétrica, estabilidade de cor, lisura de superfície, resistência mecânica e longevidade quando expostos ao meio bucal3,14, são características que fazem com que esse material seja usado em coroas, inlays, onlays, facetas laminadas, próteses fixas de cerâmica livres de metal e coroas metalocerâmicas1,14. O uso clínico das cerâmicas, especificamente utilizadas em Odontologia, é limitado por problemas como a falta de espaço interoclusal, tempo envolvido, por ser uma técnica indireta, por suscetibilidade à fratura quando colocados sob tensão — em função do seu baixo valor de tenacidade9 e dureza elevada —, fazendo com que esse material tenha maior resistência ao desgaste, quando comparado ao esmalte dentário humano. Sendo assim, quando esse material é utilizado como antagonista de dentes naturais ou outros materiais restauradores presentes, pode provocar desgaste por atrição, e a quantidade de desgaste está relacionada diretamente com a rugosidade superficial da restauração em porcelana19. Quando um ajuste na cerâmica que já passou pelo processo de glaze é necessário, deve-se restabelecer a lisura dessa superfície. Esse objetivo pode ser alcançado por meio do polimento ou da nova queima do glaze18. Quando a temperatura do glazeamento é alcançada e se forma um fino filme vítreo através de um escoamento viscoso nessa superfície, o glaze odontológico promove o fechamento de fendas e
poros abertos na superfície da porcelana sinterizada9 e, idealmente, as restaurações de porcelana deveriam preservar essa camada intacta. No entanto, caso a execução de ajustes intrabucais seja necessária, como nos casos de restaurações cerâmicas coladas à estrutura dentária, os testes e ajustes oclusais somente podem ser executados após as colagens. O acabamento e polimento adequado também assegura harmonia entre a restauração de porcelana e os tecidos gengivais circunvizinhos, evitando o acúmulo de biofilme, sendo importante para que uma ótima biocompatibilidade da porcelana, no que se refere à resposta do tecido gengival, seja preservada19. Devido ao usual procedimento clínico de realizar ajustes intrabucais nas cerâmicas e por existirem diversos materiais e métodos para seu polimento, realizou-se o presente estudo com o objetivo de analisar, entre as técnicas e materiais selecionados, qual será capaz de diminuir a rugosidade superficial, e compará-los ao reglazeamento.
Material e Métodos Foram confeccionadas amostras de dois materiais cerâmicos, que foram separados em dois grupos: G1 – cerâmica Carmen CCS (Dentaurum) de alta fusão (n = 20), e G2 – cerâmica Duceram LFC (Ducera GmbH & Co. KG) de baixa fusão (n = 20). Cada tipo de cerâmica foi dividido em quatro subgrupos, de acordo com o tratamento polidor realizado. Os agentes polidores utilizados nesse trabalho, bem como seus fabricantes e suas marcas comerciais, foram: » Ponta diamantada cilíndrica de granulação fina (FG3098F – Kg Sorensen Ind. e Com. Ltda.). » Ponta diamantada cilíndrica de granulação ultra-fina (FG3098FF – Kg Sorensen Ind. e Com. Ltda.).
107
Olivieri KAN, Pelissari LP, Teixeira ML, Miranda ME
Com base no método proposto e na análise dos resultados obtidos, pode-se concluir que, tanto em G1 quanto em G2, os maiores valores de Ra foram encontrados no tratamento T3 (polidores Ceragloss verde, azul e amarelo da Edenta). Foi encontrada correlação entre os dados do rugosímetro e as fotomicrografias de MEV. Também foi percebido que alguns processos de polimento, como T2, produzem superfície semelhante à glazeada quando analisadas quantitativamente, no entanto, com maior quantidade de riscos e poros quando analisadas qualitativamente e comparadas à superfície glazeada (T1) e à reglazeada (T4).
Referências: 1. Adolfi D. Restaurados cerâmicos com as novas porcelanas hidrotérmicas de baixa fusão (LFC). Rev APCD. 1998;52(3):206-11. 2. Al-Wahadni AM, Martin DM. An in vitro investigation into the wear effects of glazed, unglazed and refinished dental porcelain on an opposing material. J Oral Rehabil. 1999;26:538-46. 3. Mackert JR Jr. Cerâmicas odontológicas. Anusavice KJ. Materiais dentários. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998. p. 345-9. 4. Bennemann GZ, Pontes A, Pacheco JFM. Rugosidade superficial de cerâmicas convencionais, prensada e de baixa fusão após acabamento e polimento. Rev Facul Odontol Univ Passo Fundo. 2006;11(1):78-82. 5. Bollen CML, Lambrechts P, Quiryenen M. Comparison of surface roughness of oral hard materials to the threshold surface roughness for bacterial plaque retention. A review of the literature. Dent Mater. 1997;3:258-69. 6. Borges GA, Sobrinho LC, Almeida MAB, Spohr AM. Avaliação da dureza e rugosidade superficial da cerâmica feldspática glazeada e polida. Rev Odonto Ciênc. 2002;17(37):302-6. 7. Bottino MC, Valandro LF, Kantorski KZ, Bressiani JC, Bottino MA. Polishing methods of an aluminareinforced feldspar ceramic. Braz Dental J. 2006;17(4):285-9. 8. Camacho GB, Vinha D, Panzeri H, Nonaka T, Gonçalves M. Surface roughness of a dental ceramic after polishing with different vehicles and diamonds pastes. Braz Dental J. 2006;17(3):191-4. 9. Cesar PF, Yoshimura HN, Miranda WG Jr, Miyasaki Cl, Muta LM, Rodrigues Filho LE. Relationship between fracturs toughness and flexural strength in dental porcelains. J Biomed Mater Res B Appl Biomater. 2006;78(2):265-73. 10. Fuzzi M, Zaccheroni Z, Vallania G. Scanning electron microscopy and profilometer evaluation of glazed and polished dental porcelain. Int J Prosthod. 1996;9(5):452-8. 11. Haywood VB, Heymann HO, Kusy RP, Whitley JQ, Andreaus SB. Polishing porcelain veneers: an SEM and specular reflectance analysis. Dent Mater. 1988;4(3):116-21. 12. Hulterström AK, Bergman M. Polishing systems for dental ceramics. Acta Odontol Scand. 1993;51:229-34. 13. Jagger DC, Harrison A. Na in vitro investigation into the wear effects of unglazed, glazed, and polished porcelain on human enamel. J Prosthet Dent. 1994;72(3):320-3. 14. Leinfelder DDS, Karl F. Porcelain Esthetics for the 21st century. J Am Dent Assoc. 2000;131:47-51. 15. Oliveira MCS, Vieira AC, Miranda CB, Noya MS. The effect of polishing techniques on the surface roughness of a feldspathic porcelain. Rev Odonto Ciênc. 2008;23(4):330-2. 16. Patterson CJW, Mc Lundie AC, Stirrups DR, Taylor WG. Efficacy of a porcelain refinishing system in restoring surface finish after grinding with fine and extra-fine diamond burs. J Prosthet Dent. 1992;68:402-6. 17. Raimondo RL, Richardson JT, Wiedner B. Polished versus autoglazed dental porcelain. J Prosthet Dent. 1990;64(5):553-7. 18. Sarac D, Turk T, Elekdag-Turk S, Sarac YS. Comparison of 3 techniques for 2 all-ceramic materials. Int J Prosthod. 2007;20(5):465-8. 19. Scurria MS, Powers JM. Surface roughness of two polished ceramic materials. J Prosthet Dent. 1994;71(2):174-7. 20. Ward MT, Tate WH, Powers JM. Surface roughness of opalescent porcelains after polishing. Oper Dent. 1995;20:106-10. 21. Werneck RD, Neisser MP. Rugosidade superficial de uma porcelana feldspática odontológica após simulação de ajuste oclusal e polimento. Rev Odonto Ciênc. 2008;23(2):166-9. 22. Willems G, Lambrechts P, Braem M, Yuy-lsteke-Wauters M, Vanherle G. The surface roughness of enamel-to-enamel contact areas compared with the intrinsic roughness of dental resin composites. J Dent Res. 1991;70(9):1299-305.
Enviado em: 28/07/2012 Revisado e aceito: 14/05/2012 Endereço para correspondência: Karina Andrea Novaes Olivieri Rua Otávio Conte, 161 – Jardim Santa Luzia – Bragança Paulista/SP – CEP: 12.919-401 e-mail: karina_olivieri@hotmail.com
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):96-107
Conclusão
109
caso clínico
Partial fixed prosthesis mimicking in case of dental fluorosis
Marcele Jardim Pimentel*, Juan Pablo Arréllaga**, Giselle Rodrigues Ribeiro***, Letícia Machado Gonçalves****, Altair Antoninha Del Bel Cury***** *Mestre e Doutoranda em Prótese Dentária, FOP/UNICAMP. Especialista em Prótese Dentária, FOB/USP. ** Especialista em Prótese Dentária, FOB/USP e em Endodontia, Uningá/Bauru. Professor da disciplina de Prótese III e Clínica integrada na Universidade do Pacífico, Assunção Paraguai. *** Mestre e Doutoranda em Prótese Dentária, FOP/UNICAMP. Especialista em Prótese Dentária, FOB/USP. **** Mestre e Doutoranda em Prótese Dentária FOP/UNICAMP. ***** Mestre em Materiais Dentários, Faculdade de Odontologia de Piracicaba. Doutora em Reabilitação Oral, USP.
Resumo
Abstract
Introdução: o sucesso estético em prótese dentária, seja em reabilitações extensas ou unitárias, se baseia na mimetização da peça protética. A não percepção da substituição da estrutura dentária perdida é o objetivo atual na Odontologia Restauradora. A presença de manchas ou características específicas torna essa camuflagem mais difícil e, a necessidade de esconder a prótese torna-se um desafio. Objetivo: descrever a confecção de uma prótese fixa metalocerâmica caracterizada em paciente diagnosticado com fluorose intensa e generalizada. Descrição do caso: foi utilizada a técnica da estratificação com representação de manchas opacas através de ranhuras irregulares, bem como o registo fotográfico como método auxiliar na transmissão de informação entre o protesista e o laboratório. Conclusão: a caracterização das manchas se mostrou um método importante a ser considerado na reabilitação bucal, tornando o sorriso mais harmonioso.
Introduction: The esthetic success of dental restorations in either extensive or unit cases is based on mimicking the prosthesis. Not percepting the lost tooth replacement is the current objective in restorative dentistry. Additionally, the presence of staining or specific characteristics makes the dental camouflage more difficult. In these cases, the need for hiding the prosthesis becomes a challenge. Objective: This report aims to describe the mimicking of a ceramic fixed partial denture in a patient diagnosed with severe and widespread fluorosis. Case report: The layering technique was used in this case, which allowed the characterization of the stains with irregular groves. It was also used the photographic record as an auxiliary method in information transmission between prosthodontist and laboratory. Conclusion: Mimicking of fixed partial denture was showed as an important alternative to be considered in oral rehabilitation, making the smile more harmonious.
Palavras-chave: Prótese parcial fixa. Fluorose dentária. Pigmentação em prótese.
Keywords: Fixed partial denture. Dental fluorosis. Prosthesis coloring.
Como citar este artigo: Pimentel MJ, Arréllaga JP, Ribeiro GR, Gonçalves LM, Del Bel Cury AA. Mimetização de prótese parcial fixa em caso de fluorose dentária. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):108-14. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):108-14
Mimetização de prótese parcial fixa em caso de fluorose dentária
114
Mimetização de prótese parcial fixa em caso de fluorose dentária
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):108-14
A caracterização de próteses fixas normalmente se limita a leves mudanças de coloração nas porções incisais ou cervicais das peças protéticas. Na presença de manchas intensas, a não reprodução dessas marcas na prótese faria com que a peça destoasse no sorriso, invalidando o conceito de mimetização. A técnica da estratificação com controle manual das camadas cerâmicas depositadas facilita a confecção de detalhes mais específicos no que tange a mudanças de matiz, valor e croma no corpo da peça protética. A textura também pode ser trabalhada, resultando em melhores condições de transmissão e reflexo de luz e otimizando o processo de reflexão e refração14, alcançando uma semelhança entre os dentes e as próteses. É importante salientar que o esmalte afetado pela concentração alta de flúor tem maior quantidade de proteínas e apresenta-se mais poroso do que o esmalte normal, decorrente de uma hipomineralização4. Essa diferença na textura superficial interfere no modo de reflexão de luz9 e, consequentemente, na coloração final obtida. Assim, a textura superficial da prótese, nesses casos, deve ser personalizada. A escolha de representação das manchas por ranhura tornou a caracterização mais suave, comparada ao desenho em forma de placas, como nos dentes naturais. A fotografia digital foi um recurso utilizado para facilitar a comunicação interprofissional, aliando as fases clínicas e laboratoriais. Essa transmissão de informações foi importante para obtenção do resultado final. Além disso, percebeu-se que as fotografias não devem se limitar à consulta inicial, devendo ser realizadas também durante as provas da peça cerâmica, para que seja transmitida ao técnico a relação de coloração obtida em cada fase do tratamento.
Conclusão A caracterização das manchas se mostrou um método importante a ser considerado na reabilitação oral, tornando o sorriso mais harmônico. A utilização de fotografias digitais na comunicação interprofissional, e a técnica de estratificação para confecção de coroas metalocerâmicas mostraram-se eficientes para mimetização de manchas de fluorose em peças protéticas.
Referências: 1. Burt BA. Introduction to the Symposium. J Public Health Dent. 1995;55:37-8. 2. Cangussu MCT, Narvai PC, Fernandez RC, Djehizian V. A fluorose dentária no Brasil: uma revisão crítica. Cad Saúde Pública. 2002;18(1):7-15. 3. Den Besten PK. Mechanism and timing of fluoride effects on developing enamel. J Public Health Dent. 1999;59(4):247-51. 4. Fejerskov O, Manji F, Baelum V, Moller IJ. Fluorose dentária: um manual para profissionais da saúde. São Paulo: Ed. Santos; 1994. 5. Carvalho RB, Medeiros UB, Santos KT, Pacheco Filho AC. Influência de diferentes concentrações de flúor na água em indicadores epidemiológicos de saúde/doença bucal. Ciên Saúde Colet. 2011;6(8):3509-18. 6. Chankanka O, Levy SM, Warren JJ, Chalmers JM. A literature review of aesthetic perceptions of dental fluorosis and relationships with psychosocial aspects/oral health-related quality of life. Community Dent Oral Epidemiol. 2010;38(2):97-109. 7. Perruchi CMS, Barreto Bezerra AC, Azevedo TDPL, Barbosa e Silva E. O uso da microabrasão do esmalte para remoção de manchas brancas sugestivas de fluorose dentária: caso clínico. Rev Odontol Araçatuba. 2004;25(2):72-7. 8. Marson FC, Sensi LG, Araújo FO. Clareamento dental associado à microabrasão do esmalte para remoção de manchas brancas no esmalte. Rev Dental Press Estét. 2007;4(1):89-95. 9. Bottino MA. Estética em próteses livres de metal em dentes naturais e implantes. São Paulo: Artes Médicas; 2009. 10. Greenwall LH. Treatment considerations for bleaching and bonding white lesions in the anterior dentition. Alpha Omegan. 2009;102(4):121-7. 11. Nahsan FP, Da Silva LM, Baseggio W, Franco EB, Francisconi PA, Mondelli RF, Wang L. Conservative approach for a clinical resolution of enamel white spot lesions. Quintessence Int. 2011;42(5):423-6. 12. Viegas CM, Scarpelli AC, Novaes Júnior JB, Paiva SM, Pordeus IA. Fluorose dentária: abordagens terapêuticas para recuperação estética. RGO: Rev Gaúch Odontol. 2011;59(3):497-501. 13. Aranha ACC, Mitsui FHO, Marchi GM. Facetas diretas em resina Composta pós-microabrasão: relato de caso clínico. JBD: J Bras Dent Estet. 2003;2(5):72-8. 14. Fradeani M. Esthetic analysis: a systematic approach prosthetic treatment. São Paulo: Quintessence; 2004. 352 p.
Enviado em: 30/05/2012 Revisado e aceito: 15/12/2012 Agradecimentos: Ao protético Betharraw Digallo, residende em Assunção – Paraguai, pela participação na confecção deste trabalho.
Endereço para correspondência: Marcele Jardim Pimentel Av. Limeira, 901 - Caixa Postal 52 - Piracicaba/SP - CEP: 13.414-903 e-mail: marcelejardim@gmail.com
LANÇAMENTO OFICIAL DURANTE O CIOSP 2013 EXPO CENTER NORTE – SP (Rua 6000 Av. G/H) Confira as novidades que a VOCO trouxe para o Brasil
GRANDIOSO – O MELHOR COMPÓSITO DO MERCADO CHEGA AO BRASIL • Material semelhante aos tecidos dentários para restaurações estáveis e resistentes • Alto conteúdo de carga com elevados 89 % em peso • Atende aos mais elevados requisitos restauradores nas regiões anterior e posterior – aplicação universal • Alta estabilidade à luz • Opacidade e transluscência harmônicas, para resultados naturais utilizando uma só cor • Sistema de cores inteligente, com as novas cores GA3.25 e GA5 para cada situação clínica
www.dentaladvisor.com
Editors’ Choice +++++
VOCO do Brasil Ltda • Av. Severo Dullius, 195/101A · Porto Alegre · RS CEP: 90200-310 · Fone: (51)3337 5153 · E-mail: info@voco.com.br VOCO GmbH • Anton-Flettner-Straße 1-3 · 27472 Cuxhaven · Germany · www.voco.com
VOCO_Estética_GrandioSO_BR_230x276.indd 1
18.10.2012 09:01:39
117
caso clínico
Association of direct veneers and reinforcement fiber for smile esthetic restoration: Case report
Hamilton Pedrazzi*, Carla Raquel dos Santos**, Cristina Yoshie Garcia Takeuchi***, Cristina Dupim Presoto****, Marcelo Ferrarezi de Andrade***** *Professor, cursos de Especialização e Aperfeiçoamento em Dentística, AORP. Doutor em Reabilitação Oral, FORP-USP. Coordenador do curso de Especialização, ABCD Campo Grande/MS. **Especializanda em Dentística, AORP. ***Professora, cursos de Especialização e Aperfeiçoamento em Dentística, AORP. Doutora em Dentística, FoAr/ UNESP. ****Mestranda em Ciências Odontológicas - Dentística Restauradora, FoAr/ UNESP. *****Professor Livre Docente, Departamento de Odontologia Restauradora, FoAr/ UNESP.
Resumo
Abstract
Esse artigo tem como objetivo demonstrar o restabelecimento estético do sorriso obtido por meio da associação de facetas diretas e fibra de reforço. As fibras de reforço são utilizadas como alternativa para substituição de elementos dentários perdidos e possuem indicações precisas, sendo empregadas em diversas especialidades da Odontologia, devido à sua capacidade de aumentar a resistência à tração dos compósitos, o que aumenta a resistência à compressão das fibras. Para o completo restabelecimento do sorriso, muitas vezes é necessário reanatomizar os dentes adjacentes, considerando as condições em que esses se apresentam. Sendo assim, o profissional deve ter conhecimento para aplicação correta da técnica e restabelecimento da estética ao paciente.
This article aims to demonstrate the esthetic restoration of a smile obtained by means of the association of the direct veneers and fiber reinforcement. The reinforcing fibers are used as an alternative to replace lost dental elements and have specific indications, being used in various dentistry specialties, due to the ability to increase the composite tensile strength, which increases the compressive strength of the fibers. For the complete restoration of smile, it is often necessary the reanatomization of adjacent teeth, considering the conditions under which they present themselves. Thus, the professional should have knowledge for correct application of the technique and esthetic restoration to the patient.
Palavras-chave: Facetas dentárias. Estética. Sorriso.
Keywords: Dental veneer. Esthetics. Smile.
Como citar este artigo: Pedrazzi H, Santos CR, Takeuchi CYG, Presoto CD, Andrade MF. Associação de facetas diretas e fibra de reforço para restabelecimento estético do sorriso: relato de caso clínico. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(3):116-25. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):116-25
Associação de facetas diretas e fibra de reforço para restabelecimento estético do sorriso: relato de caso clínico
125
Pedrazzi H, Santos CR, Takeuchi CYG, Presoto CD, Andrade MF
1. Dietschi D. Layering concepts in anterior composite restorations. J Adhes Dent. 2001;3(1):71-80. 2. Mondelli J. Remodelação cosmética. In: Estética e cosmética em clínica integrada restauradora. 1a ed. São Paulo: Quintessence; 2003. p. 321-90. 3. Calixto LR, Queiroz RS, Porto-Neto ST, Andrade MF. Importância do acabamento e polimento na obtenção de excelência estética com resina composta direta. Dental Sci Clín Pesq Integr. 2008;3(8):291-300. 4. Dietschi D. Free-hand composite resin restorations: a key to anterior aesthetics. Pract Periodontics Aesthet Dent. 1995;7(7):15-25. 5. Freilich MA, Karmaker AC, Burstone CJ, Goldberg AJ. Development and clinical applications of lightpolymerized fiber-reinforced composite. J Prosthet Dent. 1998;80(3):311-8. 6. Vallittu PK, Sevelius C. Resin-bonded, glass fiber-reinforced composite fixed partial dentures: Clinical study. J Prosthet Dent. 2000;84(4):413-8. 7. Hansson O. Clinical results with resin-bonded protheses and adhesive cement. Quintessence Int. 1994;25(2):125-32. 8. Almeida EES, Nishioka RS, Guimarães MP, Bottino MA. Prótese fixa adesiva sem metal com fibras de polietileno e resina solidex - apresentação laboratorial e clínica. PCL: Rev Bras Prótese Clín Lab. 2000;2:44-50. 9. Altieri JV, Burstone CJ, Goldberg AJ, Patel AP. Longitudinal clinical evaluation of fiber-reinforced composite fixed partial dentures: a pilot study. J Prosthet Dent. 1994;71(1):16-22. 10. Behr M, Rosentritt M, Leibrock A, Schneider-Feyrer S, Handel G. In-vitro study of fracture strength and marginal adaptation of fibre-reinforced adhesive fixed partial inlay dentures. J Dent. 1999;27(2):163-8. 11. Creugers NH, Kayser AF, Van’t Hof MA. A seven-and-a-half-year survival study of resin-bonded bridges. J Dent Res. 1992;71(11):1822-5. 12. Felippe LA, Baratieri LN, Monteiro Júnior S, Andrada MAC, Vieira LCC. Fibras de reforço para uso odontológico- fundamentos básicos e aplicações clínicas. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2001;55:245-50. 13. Freilich MA, Duncan JP, Meiers JC, Goldberg AJ. Preimpregnated, fiber-reinforced prostheses. Part I. Basic rationale and complete-coverage and intracoronal fixed partial denture designs. Quintessence Int. 1998;29(11):689-96. 14. Göehring TN, Peters OA, Lutz F. Marginal adaptation of inlay-retained adhesive fixed partial dentures after mechanical and thermal stress: an in vitro study. J Prosthet Dent. 2001;86(1):81-92. 15. Rached AA, Freitas CRB, Ahid F, Andrade MF. Prótese adesiva posterior com sistema sculpture/fibrekor – relato de caso clínico. PCL: Rev Bras Prótese Clín Lab. 2000;2:7-15. 16. Rosa JCM, Gressler AEN. Prótese fixa de porcelana livre de metal: sistema In-Ceram com reforço de zircônia. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2001;55:291-4. 17. Calixto LR, Clavijo V, Kabbach W, Andrade MF. Rev Dental Press Estét. 2009;6(1):18-28. 18. Felippe LA, Baratieri LN, Monteiro Júnior S, Andrada MAC, Vieira LCC. Fibras de reforço para uso odontológico - fundamentos básicos e aplicações clínicas. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2001;55:245-50. 19. Vitale MC, Caprioglio C, Martignone A, Marchesi U, Botticelli AR. Combined technique with polyethlene fibers and composite resins in restoration of traumatized anterior teeth. Dent Traumatol 2004;20(3):172-7. 20. Samadzadeh A, Kugel G, Hurley E, Aboushala A. Fracture strengths of provisional restorations reinforced with plasma-treated woven poly-ethylene fiber. J Prosthet Dent. 1997;78(5):447-50. 21. Uzun G, Hersek N, Tinçer T. Effect of five woven fiber reinforcements on the impact and transverse strength of a denture base resin. J Prosthet Dent. 1999;81(5):616-20.
Enviado em: 20/07/2012 Revisado e aceito: 09/09/2012 Endereço para correspondência: Hamilton Pedrazzi Rua Alice Além Saad, 650 – Nova Ribeirânia – AORP – Ribeirão Preto/SP CEP: 14096-570 – e-mail: hamilton@forp.usp.br
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):116-25
Referências:
127
caso clínico
Esthetic oral rehabilitation in bulimic patients: Case report
Weider de Oliveira Silva*, Rames Basílio** * Especialista em Implantodontia, ABO/DF, e em Dentística, Faciplac/DF. Professor, cursos de Especialização em Dentística e Prótese, ABO/Taguatinga, e curso de Especialização de Implantodontia, ABO/DF. **Especialista em Dentística e Prótese, ABO/TAG/DF.
Resumo
Abstract
A erosão é a dissolução irreversível dos tecidos dentários devido a um processo químico decorrente da atuação de ácidos, sem o envolvimento de bactérias, e que pode ocorrer em ambas as dentições. O consumo de substâncias ácidas ou o refluxo do suco gástrico provocado por vômitos autoinduzidos, comum em pacientes com bulimia, são os responsáveis pela dissolução dentária. Esse trabalho relata um caso clínico no qual, após o tratamento da bulimia, foram realizados procedimentos adesivos estéticos para a reabilitação bucal da paciente.
The acid erosion is the irreversible dissolution of the dental tissues due to a chemical process due to the action of acids, without the involvement of bacteria, and can occur in both dentitions. The consumption of acidic substances or reflux of gastric juice caused by self-induced vomiting, common in patients with bulimia, are responsible for the dental dissolution. This paper reports a case in which after being held the treatment of bulimia, were performed cosmetic bonding procedures for the patient’s total oral rehabilitation.
Palavras-chave: Erosão dentária. Adesivos dentinários. Bulimia.
Keywords: Tooth erosion. Dentin adhesives. Bulimia.
Como citar este artigo: Silva WO, Basílio R. Reabilitação bucal estética em pacientes bulímicos: relato de caso. Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):126-36. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):126-36
Reabilitação bucal estética em pacientes bulímicos: relato de caso
136
Reabilitação bucal estética em pacientes bulímicos: relato de caso
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):126-36
ainda é pouco estudada, embora trabalhos recentes tenham indicado que a união obtida com os materiais adesivos atuais é adequada29-32.
15. Prietsch J, Souza M, Gomes M. Erosão dental causada por refrigerante à base de cola em um paciente ortodôntico: Um relato de caso clínico. Ortodon Gaúch. 2001;5(1):13-20. 16. Larsen MJ, Bruun C. Esmalte - Saliva - Reações químicas inorgânicas. In: Thylstrup A, Fejerkov O. Tratado de Cariologia. 2a ed. Rio de Janeiro; 1998. p. 169-93. 17. Organização Mundial da Saúde. Classificação dos transtornos mentais e de comportamento do CID 10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas; 1997. p. 190-2. 18. Romaro RA, Itokazu FM. Bulimia Nervosa: revisão da literatura. Psicol Reflex Crít. 2002;15(2):407-712.
Nesse sentido, a utilização de procedimentos adesivos diretos, como facetas de resina composta, e de procedimentos adesivos indiretos, como as peças de cerâmica e cerômero, são opções para a reabilitação de pacientes portadores de dentes com lesões ácidas.
19. Traebert J, Moreira MEA. Transtornos alimentares de ordem comportamental e seus efeitos sobre a saúde bucal na adolescência. Pesqui Odontol Bras. 2001;15(4):359-63. 20. Brossard BB. Women’s experiences of bulimia nervosa. J Adv Nurs. 2005;49(1):43-50. 21. Moazzez R, Bartlett D, Anggiansah A. Dental erosion, gastro-oesophageal reflux discase and saliva: how are they related? J Dent. 2004;32(6):489-494. 22. Vasconcelos I, Vasconcelos A, Cunha D. Erosão ácida dos dentes: um problema de atualidade. Rev Integrada Serv Odont. 2006;2(16):12-6. 23. Randazzo A, Amormino S, Santiago M. Erosão dentária por influência da dieta. Arq Bras Odontol. 2006;2(1):10-6. 24. Brossard BB. Women’s experiences of bulimia nervosa. J Adv Nurs. 2005;49(1):43-50. 25. Barron RP, Carmichael RP, Marcon MA, Sandor GK. Dental erosion in gastroesophageal reflux disease. J Can Dent Assoc. 2003;69:84-9. 26. Buonocore MG. A simple method of increasing the adhesion of acrylic filling materials to enamel surfaces. J Dent Res. 1955;34:849-53.
Conclusão
27. Fusayama T. New concepts in operative dentistry. Chicago: Quintessence;; 1980. 28. Van Meerbek B, Perdigão J, Lambrechts P, Vanherle G. The clinical perfomance of adhesives. J Dent. 1998;26(1):1-20. 29. Santa Maria MP, Suaid FF, Nociti Júnior FH, Casati MZ, Sallum AW, Sallum EA. Periodonto e lesões cervicais não cariosas: uma abordagem multidisciplinar. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2007;61(4):317-22.
A situação clínica relatada mostra que os avanços no desenvolvimento dos materiais adesivos, aliados à anamnese correta, diagnóstico precoce, orientação de dieta e às técnicas de preparo minimamente invasivas, permitem a resolução de situações clínicas com deficiência estética e funcional, como nos casos de lesões ácidas, possibilitando a conclusão do tratamento em poucas sessões clínicas.
30. Loguércio AD, Bittencourt DD, Reis A. Adesivo convencional vs. autocondicionante em lesões cervicais não cariosas: acompanhamento de caso por 48 Meses. Clín Int J Braz Dent. 2007;3(3):264-73. 31. Rente TA, Pereira D, Paula A, Tomaz J, Carrilho EV. Reabilitação estética anterior: propósito de um caso clínico. Rev Port Estomatol Cir Maxilo-fac. 2007;48(1):51-62. 32. Machado NAG, Fonseca RB, Branco CA, Barbosa GAS, Fernandes Neto AJ, Soares CJ. Dental wear caused by association between bruxism and gastroesophageal reflux disease: a rehabilitation report. J Appl Oral Sci. 2007;15(4):327-33. 33. Little JW. Eating disorders: dental implications. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2009;93:138-43. 34. Smales RJ, Berekally TL. Long-term survival of direct and indirect restorations placed for the treatment of advanced tooth wear. Eur J Prosthodont Restor Dent. 2007;15:2-6. 35. Torres CRG, et al. Lesões cervicais não cariosas restauradas com resina Flow. Dental Sci Clín Pesq Integr. 2007;1(2):126-33.
Referências: 1. Silva W, Costa V. Tratamento interdisciplinar auxiliado pela proporção áurea. Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2010;4(3):45-53. 2. Silva W, de Almeida LR, Tomio R. Tratamento simplificado de lesão periapical de implante. ImplantNews 2010;7(5):637-43. 3. Santos FCP, Silva W, Carvalho M. Transformando sorrisos com o auxílio da proporção áurea. Rev Dental Press Estética. 2009;6(3):116-23. 4. Santos LGS. Distúrbios alimentares: erosão dental por refluxo de ácidos gástricos. De Jure. 2006;6:163-77. 5. Sobral MAP, Luz MAAC, Gama-Teixeira A, Netto NG. Influência da dieta líquida ácida no desenvolvimento de erosão dental. Pesqui Odontol Bras. 2000;14(4):406-10. 6. Traebert J, Moreira EAM. Transtornos alimentares de ordem comportamental e seus efeitos sobre a saúde bucal na adolescência. Pesqui Odontol Bras. 2001;15(4):359-63. 7. Carvalho R. Erosão e abrasão cervical. Odontol Mod. 1984;11(9):32-45. 8. Järvinen VK, Rytömaa II, Heinonen OP. Risk factors in dental erosion. J Dent Res. 1991;70(6):942-7. 9. Baratieri LN, Junior SM, Andrada MC, Vieira LCC, Ritter AV, Cardoso AC. Odontologia restauradora: fundamentos e possibilidades. São Paulo: Ed. Santos; 2001. 10. Machado MAAM, Magalhães A, Rios D, Silva SMB. Erosão dentária versus hábitos dietéticos da sociedade moderna. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2005;59(6):417-20. 11. Levitch LC, Bader JD, Shugars DA. Non-carious cervical lesions. J Dent. 1994;22(4):195-207. 12. Aguiar FHB, Giovani EM, Monteiro FHL, Villalba H, Sousa RS, Melo JAJ, et al. Erosão dental: definição, etiologia e classificação. Rev Inst Ciênc Saúde. 2006;24(1):47-51. 13. Almeida e Silva JS, Baratieri LN, Araujo E, Widmer N. Erosão dental: uma doença dos tempos atuais. Clín Int J Braz Dent. 2007;3(2):150-60. 14. Seabra BGM, Almeida RQ, Ferreira JMS, Seabra FRG. Anorexia nervosa e bulimia nervosa e seus efeitos sobre a saúde bucal. Rev Bras Patol Oral. 2004;3(4):195-8.
Enviado em: 30/05/2012 Revisado e aceito: 09/09/2012 Endereço para correspondência: Weider de Oliveira Silva Rua SEPS 710/910 Sul Ed. Clínico Via Brasil, sala 213 – Brasília/DF – CEP: 70.390-108 e-mail: weidersilva@hotmail.com
137
Normas para apresentação de originais
— A Revista Dental Press de Estética, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de artigos de investigação científica, relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse solicitados pelo Corpo Editorial, revisões significativas, comunicações breves e atualidades. — A Revista Dental Press de Estética utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com.br — Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Dental Press International Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.712 - Zona 5 CEP: 87.015-001 – Maringá/PR Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br — As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer responsabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nesta publicação. A Revista ou as empresas patrocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas. — Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. Os autores devem seguir as orientações descritas adiante.
ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DE MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com.br — Organize sua apresentação como descrito a seguir: 1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords.
— não inclua informações relativas aos autores, por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos. Elas deverão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informações não estarão disponíveis para os revisores. 2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS. 3. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie as figuras em arquivos separados (ver logo abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto. 5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável).
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):137-8
Normas para apresentação de originais
138
Normas para apresentação de originais
Rev Dental Press Estét. 2013 jan-mar;10(1):137-8
— os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável). 7. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética. 8. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo todos os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press International, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. 9. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação.
— as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.gov/bsd/ uniform_requirements.html). — utilize os exemplos a seguir: Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Bruguera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção. [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/ a15v11n6.pdf.
* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com.br