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ISSN 2176-9451

Volume 16, Number 2, March / April 2011

VersĂŁo em portuguĂŞs Dental Press International



v. 16, no. 2

Dental Press J Orthod. 2011 Mar-Apr;16(2):1-160

Mar/Apr 2011

ISSN 2176-9451


EDITOR CHEFE Jorge Faber

Brasília - DF

EDITORA ASSOCIADA Telma Martins de Araujo

Camilo Aquino Melgaço

UFMG - MG

Carla D'Agostini Derech

UFSC - SC

Carla Karina S. Carvalho

ABO - DF

Carlos A. Estevanel Tavares UFBA - BA

Carlos Martins Coelho Cauby Maia Chaves Junior

EDITORA ADJUNTA

Célia Regina Maio Pinzan Vercelino Christian Viezzer

(artigos online) Daniela Gamba Garib

HRAC/FOB-USP - SP

Cristiane Canavarro Eduardo C. Almada Santos

EDITOR ADJUNTO

Eduardo Franzotti Sant'Anna

(Odontologia baseada em evidências)

Eduardo Silveira Ferreira

David Normando

UFPA - PA

Gisele Moraes Abrahão Glaucio Serra Guimarães Guilherme Janson

UEM - PR

Guilherme Pessôa Cerveira Gustavo Hauber Gameiro

CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO Adilson Luiz Ramos Danilo Furquim Siqueira Maria F. Martins-Ortiz

Haroldo R. Albuquerque Jr. UEM - PR UNICID - SP ACOPEM - SP

UFRJ - RJ UFRGS - RS UNINGÁ - PR

Giovana Rembowski Casaccia

Laurindo Z. Furquim

UERJ - RJ FOA/UNESP - SP

PUC-MG - MG

(revisão língua inglesa)

PUBLISHER

UFRGS - RS

Fabrício Pinelli Valarelli Fernando César Torres UERJ - RJ

UFC - CE FOB-USP - SP

Enio Tonani Mazzieiro

EDITORA ADJUNTA Flávia Artese

ABO - RS UFMA - MA

Helio Scavone Júnior

UMESP - SP CLÍN. PARTIC. - RS UERJ - RJ UFF - RJ FOB-USP - SP ULBRA-Torres - RS UFRGS - RS UNIFOR - CE Unicid - SP

Henri Menezes Kobayashi

UNICID - SP

Hiroshi Maruo

PUC-PR - PR

Hugo Cesar P. M. Caracas

UNB - DF

Consultores INTERNACIONAIS

Jonas Capelli Junior

UERJ - RJ

Adriana C. da Silveira

José Augusto Mendes Miguel

Univ. de Illinois / Chicago - EUA

José Fernando Castanha Henriques

Björn U. Zachrisson

José Nelson Mucha

Univ. de Oslo / Oslo - Noruega

José Renato Prietsch

Clarice Nishio

José Vinicius B. Maciel

Université de Montreal

Julia Cristina de Andrade Vitral

Jesús Fernández Sánchez

Júlio de Araújo Gurgel

Univ. de Madrid / Madri - Espanha

Julio Pedra e Cal Neto

José Antônio Bósio

Karina Maria S. de Freitas

Marquette Univ. / Milwaukee - EUA

Leandro Silva Marques

Júlia Harfin

Leniana Santos Neves

Univ. de Maimonides / Buenos Aires - Argentina

Leopoldino Capelozza Filho

UERJ - RJ FOB-USP - SP UFF - RJ UFRGS - RS PUC-PR - PR CLÍN. PARTIC. - SP FOB-USP - SP UFF - RJ UNINGÁ - PR UNINCOR - MG UFVJM - MG HRAC/USP - SP

Larry White

Liliana Ávila Maltagliati

AAO / Dallas - EUA

Lívia Barbosa Loriato

PUC-MG - MG

Maristela Sayuri Inoue Arai

Luciana Abrão Malta

CLÍN. PARTIC. - SP

Tokyo Medical and Dental University

Luciana Baptista Pereira Abi-Ramia

Roberto Justus

Luciana Rougemont Squeff

Univ. Tecn. do México / Cid. do Méx. - México

Luciane M. de Menezes

Consultores NACIONAIS

Luiz Filiphe Canuto

Ortodontia

Luiz G. Gandini Jr.

Luís Antônio de Arruda Aidar

Adriana de Alcântara Cury-Saramago Adriano de Castro Aldrieli Regina Ambrósio Alexandre Trindade Motta Ana Carla R. Nahás Scocate Ana Maria Bolognese Andre Wilson Machado Antônio C. O. Ruellas Armando Yukio Saga Arno Locks

UFF - RJ UCB - DF SOEPAR - PR UFF - RJ UNICID - SP UFRJ - RJ UFBA - BA UFRJ - RJ ABO - PR UFSC - SC

Luiz Sérgio Carreiro Marcelo Bichat P. de Arruda Marcelo Reis Fraga Márcio Rodrigues de Almeida Marco Antônio de O. Almeida Marcos Alan V. Bittencourt Marcos Augusto Lenza Maria C. Thomé Pacheco Maria Carolina Bandeira Macena Maria Perpétua Mota Freitas

USC - SP

UERJ - RJ UFRJ - RJ PUC-RS - RS UNISANTA - SP FOB-USP - SP FOAR-UNESP - SP UEL - PR UFMS - MS UFJF - MG UNIMEP - SP UERJ - RJ UFBA - BA UFG-GO UFES - ES FOP-UPE - PB ULBRA - RS

Ary dos Santos-Pinto

FOAR/UNESP - SP

Marília Teixeira Costa

UFG - GO

Bruno D'Aurea Furquim

CLÍN. PARTIC. - PR

Marinho Del Santo Jr.

CLÍN. PARTIC. - SP

Camila Alessandra Pazzini

UFMG - MG

Mônica T. de Souza Araújo

UFRJ - RJ


Orlando M. Tanaka Oswaldo V. Vilella

PUC-PR - PR UFF - RJ

Patrícia Medeiros Berto

CLÍN. PARTIC. - DF

Patricia Valeria Milanezi Alves

CLÍN. PARTIC. - RS

Pedro Paulo Gondim Renata C. F. R. de Castro Ricardo Machado Cruz Ricardo Moresca

UFPE - PE UMESP - SP UFPR - PR UFJF - MG

Roberto Rocha

UFSC - SC

Rodrigo Hermont Cançado Rolf M. Faltin Sávio R. Lemos Prado Sérgio Estelita Tarcila Triviño Weber José da Silva Ursi Wellington Pacheco

Maria Fidela L. Navarro

FOB-USP - SP

Disfunção da ATM José Luiz Villaça Avoglio

CTA - SP

Paulo César Conti

FOB-USP - SP

UNIP - DF

Robert W. Farinazzo Vitral Rodrigo César Santiago

Dentística

UFJF - MG UNINGÁ - PR

Fonoaudiologia Esther M. G. Bianchini

CEFAC-FCMSC - SP

Implantologia Carlos E. Francischone

FOB-USP - SP

CLÍN. PARTIC. - SP UFPA - PA FOB-USP - SP UMESP - SP

Ortopedia Dentofacial Dayse Urias

CLÍN. PARTIC. - PR

Kurt Faltin Jr.

UNIP - SP

FOSJC/UNESP - SP PUC-MG - MG

Periodontia Maurício G. Araújo

UEM - PR

Biologia e Patologia Bucal Alberto Consolaro

FOB-USP - SP

Prótese

Edvaldo Antonio R. Rosa

PUC - PR

Marco Antonio Bottino

Victor Elias Arana-Chavez

USP - SP

Sidney Kina Radiologia

Bioquímica e Cariologia Marília Afonso Rabelo Buzalaf

FOB-USP - SP

Laudimar Alves de Oliveira Liogi Iwaki Filho

UFG - GO

Adriana C. P. Sant’Ana

FOB-USP - SP

UNIP - DF

Ana Carla J. Pereira

UNICOR - MG

UEM - PR

Luiz Roberto Capella

FOB/USP - SP

Rogério Zambonato

CLÍN. PARTIC. - DF

Waldemar Daudt Polido

CLÍN. PARTIC. - RS

O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é continuação da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (ISSN 1415-5419).

Rejane Faria Ribeiro-Rotta COLABORADORES CIENTÍFICOS

Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana

UNESP-SJC - SP CLÍN. PARTIC. - PR

CRO - SP

Mário Taba Jr.

FORP - USP

Indexação:

Bases de dados: O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 21769451) é uma publicação bimestral da Dental Press International. Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP

desde 2008

87.015-180 - Maringá / PR - Fone/Fax: (0xx44) 3031-9818 - www.dentalpress.com.br - artigos@dentalpress.com.br.

DIRETORA: Teresa R. D'Aurea Furquim - DIRETOR EDITORIAL: Bruno D’Aurea Furquim - DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - ANALISTA DA INFORMAÇÃO: Carlos Alexandre Venancio - PRODUTOR EDITORIAL: Júnior Bianco - DIAGRAMAÇÃO: Fernando Truculo Evangelista - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Tatiane Comochena - REVISÃO/COPYDESK: Ronis Furquim Siqueira - TRATAMENTO DE IMAGENS: Andrés Sebastián - BIBLIOTECA: Simone Lima Lopes Rafael - NORMALIZAÇÃO: Marlene G. Curty - BANCO DE DADOS: Adriana Azevedo Vasconcelos - Francielle Nascimento da Silva - SUBMISSÃO DE ARTIGOS: Roberta Baltazar de Oliveira - CURSOS E EVENTOS: Ana Claudia da Silva - Rachel Furquim Scattolin - INTERNET: Edmar Baladeli - FINANCEIRO: Roseli Martins - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - EXPEDIÇÃO: Diego Moraes - SECRETARIA: Rosane Aparecida Albino.

BBO desde 1998

desde 1998

desde 1998

desde 2002

Dental Press Journal of Orthodontics

ISSN 2176-9451

desde 1999

desde 2005

desde 2008

desde 2008

desde 2009


Sumário

6

Editorial

18

Calendário de Eventos / Events Calendar

20

Acontecimentos / News

22

O que há de novo na Odontologia / What’s new in Dentistry

28

Insight Ortodôntico / Orthodontic Insight

36

Entrevista com Jason Cope / Interview

Artigos Online / Online Articles 47

Influência da largura do septo inter-radicular sobre a estabilidade dos mini-implantes

Influence of inter-root septum width on mini-implant stability Mariana Pracucio Gigliotti, Guilherme Janson, Sérgio Estelita Cavalcante Barros, Kelly Chiqueto, Marcos Roberto de Freitas

50

Desmistificando os braquetes autoligáveis Demystifying self-ligating brackets Renata Sathler, Renata Gonçalves Silva, Guilherme Janson, Nuria Cabral Castello Branco, Marcelo Zanda

Artigos Inéditos / Original Articles 52

Utilização de documentação ortodôntica na identificação humana

Use of orthodontic records in human identification Rhonan Ferreira da Silva, Patrícia Chaves, Luiz Renato Paranhos, Marcos Augusto Lenza, Eduardo Daruge Júnior

2 11

Estudos clínicos randomizados (RCTs)

Revisões sistemáticas

58

Bruxismo do sono: possibilidades terapêuticas baseadas em evidências

Sleep bruxism: therapeutic possibilities based in evidences Eduardo Machado, Patricia Machado, Paulo Afonso Cunali, Cibele Dal Fabbro

65

Avaliação longitudinal de arcadas dentárias individualizadas com o método Borda WALA

Lontigitudinal evaluation of dental arches individualizated by WALA ridge Márcia de Fátima Conti, Mário Vedovello Filho, Silvia Amélia Scudeler Vedovello, Heloísa Cristina Valdrighi, Mayury Kuramae

75

Diagnóstico cefalométrico eletrônico: contextualização de variáveis cefalométricas Electronic cephalometric diagnose: Contextualized cephalometric variables Marinho Del Santo Jr, Luciano Del Santo


Sumário

85

Estudo comparativo das proporções faciais entre jovens melanodermas e leucodermas dos 8 aos 10 anos de idade

Comparative study of facial proportions between Afro Brazilian and White Brazilian children from 8 to 10 years of age Cassio Rocha Sobreira, Gisele Naback Lemes Vilani, Vania Célia Vieira de Siqueira

94

Avaliação da resistência ao cisalhamento de dois compósitos colados em superfície condicionada com primer autocondicionante

Evaluation of the shear bond strength of two composites bonded to conditioned surface with self-etching primer Matheus Melo Pithon, Rogério Lacerda dos Santos Márlio Vinícius de Oliveira, Eduardo Franzotti Sant’anna, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas

100

Análise química e morfológica do esmalte dentário humano tratado com laser argônio durante a colagem ortodôntica

Chemical and morphological analysis of the human dental enamel treated with argon laser during orthodontic bonding Glaucio Serra Guimarães, Liliane Siqueira de Morais, Carlos Nelson Elias, Carlos André de Castro Pérez, Ana Maria Bolognese

0,68

13,38

Moderado Médio 20,88 65,06

108

Grave

Epidemiologia do Padrão Face Longa em escolares do Ensino Fundamental do município de Bauru - SP

Epidemiology of long face pattern in schoolchildren attending fundamental schools at the city of Bauru - SP Mauricio de Almeida Cardoso, Leopoldino Capelozza Filho, Tien Li An, José Roberto Pereira Lauris

Outros %

120

Caso Clínico BBO / BBO Case Report Má oclusão Classe II de Angle tratada sem extrações e com controle de crescimento

Angle’s Class II malocclusion treated without extractions and with growth control Maria Tereza Scardua

131

Tópico Especial / Special Article Checklist dos aspectos estéticos a serem considerados no diagnóstico e tratamento do sorriso gengival Checklist of aesthetic features to consider in diagnosing and treating excessive gingival display (gummy smile) Máyra Reis Seixas, Roberto Amarante Costa-Pinto, Telma Martins de Araújo

158

Normas para publicação / Information for authors


Editorial

O Brasil se tornará, em 2015, o principal produtor de conhecimento em Odontologia no mundo

Em 1996, primeiro ano constante nessa base de dados, o Brasil estava em 17º lugar no ranking de número de artigos produzidos em Odontologia. Todavia, quando avaliamos a produção total entre 1996 e 2009, saltamos para o 4º lugar. O ano de 2009 é o mais recente da lista da SCOPUS. Entretanto, o mais interessante é o que ocorre quando detalhamos um pouco mais essa pesquisa. Se apenas o ano de 2009 é submetido à análise, nosso país se encontra em 2º lugar no número de artigos produzidos, atrás apenas dos EUA. Quando avaliamos a especialidade de Ortodontia de maneira isolada, os dados ficam ainda mais motivantes. Ao longo de todo o período de 1996-2009, nosso país se encontra em 2º lugar no ranking de publicações na área. Mas quando apenas os anos de 2008 e 2009 são analisados, estamos — pasmem — em 1º lugar no número de artigos, e com um fator H mais alto do que o norte-americano (o fator H mede a quantidade ponderada pela qualidade dos trabalhos, sendo que essa é aferida pelo número de citações). O fato de sermos o primeiro país do mundo em publicações na área ortodôntica não é tudo. A matriz de dados não incorpora o Dental Press Journal of Orthodontics publicado em inglês. Ou seja, nosso número de citações aumentará exponencialmente num futuro próximo. O jornal, quando ainda publicado com o nome Revista Dental Press

Analistas econômicos, técnicos do Banco Mundial e acadêmicos do meio concordam que o Brasil deverá assumir a posição de 5ª economia do mundo em um prazo relativamente curto. Aqueles afeitos à ciência podem até se espantar com o crescimento econômico, mas não com a forma de se averiguar e projetar essa posição do país. Modelos estatísticos de “regressão”, que no vernáculo da área é sinônimo de “previsão”, são utilizados para esse fim. As séries históricas são analisadas e cenários futuros são estimados. Em verdade, essa é uma ferramenta recorrente em diferentes estudos publicados nas páginas do DPJO. Em ciência, é fundamental em certos casos analisar dados para desenvolver modelos preditivos. Esses modelos são utilizados como parâmetro para prever resultados, classificar casos e entender a dificuldade de certos tratamentos. As estatísticas também são utilizadas para avaliar a quantidade e a qualidade da produção científica dos países e especialidades. Um dos bancos de dados disponíveis para consulta com esse fim é o da SCOPUS1 e, recentemente, fiz uma análise das informações disponibilizadas por ele. Esse exercício incluiu avaliar as estatísticas descritivas da produção científica dos principais países produtores de conhecimento na Odontologia. Avaliei duas vertentes: a produção de todas as áreas e a da Ortodontia isoladamente.

Dental Press J Orthod

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2011 Mar-Apr;16(2):6-7


Editorial

A mudança de polaridade científica terá uma forte repercussão em nosso país. Nossas escolas terão que se adaptar para receber o estudante estrangeiro falante da língua inglesa. Não se espantem. Americanos e europeus se tornarão frequentadores assíduos de nossas universidades, invertendo a rota migratória estabelecida no século vinte. E essa cooperação será muito benéfica para todos. Coordenadores de cursos no Brasil, preparem-se para esse cenário. Vocês receberão esses estudantes e desempenharão, frequentemente, o papel de líderes de grupos de pesquisa internacionais.

de Ortodontia e Ortopedia Facial, teve um crescimento vertiginoso no período recente, como pode ser testemunhado no site da SCOPUS. Em certas configurações de busca, nosso jornal se encontra em 3º lugar no cenário internacional. Mas isso é parte — apenas — do começo. Impressionado com o crescimento da publicação brasileira na Odontologia, fiquei intrigado em relação ao cenário futuro. Mantidas as atuais taxas de expansão de publicação dos países, como estaremos em 5 anos? Para entender o cenário futuro, busquei o número de artigos publicados pelas principais nações ao longo de uma década, e realizei modelos de regressão linear — leia-se “previsão” — para projetar o ranking delas em 2016. A Figura 1 engloba todos os países analisados e tem, na área em amarelo, o futuro. O Brasil se tornará, em 2015, o principal produtor de conhecimento em Odontologia no mundo, ultrapassando os EUA. Observe nossa curva de ascensão.

Boa leitura. Jorge Faber Editor-chefe faber@dentalpress.com.br

NÚMERO DE PUBLICAÇÕES

BRASIL EUA

JAPÃO ALEMANHA ITÁLIA TURQUIA ÍNDIA REINO UNIDO CANADÁ CHINA SUÉCIA

ANO

RefeRências

FIGURA 1 - A produção científica em Odontologia foi analisada por meio de modelos preditivos de regressão. Observe no gráfico o padrão de crescimento dos vários países. O Brasil se destaca e se tornará, em 2015, o principal produtor de conhecimento em Odontologia no mundo, ultrapassando os EUA.

Dental Press J Orthod

1.

7

SCImago. (2007). SJR — SCImago Journal & Country Rank. Retrieved March 23, 2011, from http://www.scimagojr.com.

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Carlos Alberto G. Cabrera Marise de Castro Cabrera e Laura de Castro Cabrera

“A lógica é uma ciência, fundamentada em conhecimentos universais, que adota sistemas e princípios para distinguir o certo do errado.”

Mesmo reconhecendo que os avanços científicos são construídos sobre verdades transitórias, muitos conceitos ortodônticos disponibilizados no século passado ainda vigoram, desconectados metodologicamente entre si, tornando difícil interpretá-los como um corpo organizado. ISBN: 85-88020-55-9 Capa dura 550 páginas Impresso em papel couchê 115 g/m2 fosco 22,0 x 31,0 cm

Diante dessas contradições, nos apoiamos no estudo da lógica para desenvolver um método de ensino organizado racionalmente. Codificamos as informações morfofuncionais contidas tridimensionalmente nos limites físicos da face e, a partir dessas, estabelecemos conceitos interdependentes. Essa codificação permitiu-nos desenvolver métodos de diagnóstico e planejamento circunstanciados às suas respectivas necessidades mecanoterápicas, quer sejam ortodônticas, ortopédicas ou cirúrgicas. Adicionalmente, tornou-se possível preestabelecer uma série de Protocolos Terapêuticos Alternativos para serem adotados nas manifestações recorrentes das más oclusões. A normatização lógica empregada na construção deste livro fez com que adotássemos a justa denominação de Orthológica - Soluções Ortodônticas Lógicas.

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10 | 11 | 12 | NOV | 2011 | CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA | PORTUGAL

CONFERENCISTA CONVIDADO JORGE FABER | BR

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ORTODONTIA

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Calendário

de

Eventos Curso Mini-implantes 2011 - Hands on - Dr. Carlo Marassi Data: 8 e 9 de abril de 2011 Local: Rio de Janeiro - Flamengo Informações: (21) 3325-5621 www.marassiortodontia.com.br Curso de Excelência em Ortodontia Lingual & Sistemas Estéticos Data: 11 e 12 de abril de 2011 Local: Campinas / SP Data: 25 a 27 de abril de 2011 Local: Porto Alegre / RS Informações: www.clinicabiofacial.com.br ortolingual@hotmail.com (16) 3913-4500 Click DUDU - Curso de Fotografia para Dentistas Data: 15 e 16 de abril de 2011 Local: São Paulo / SP Informações: helpmedudu@gmail.com (11) 3702-2000 - 7730-4476 - 8132-6010 I Encontro Internacional de Anomalias Craniofaciais: Fenótipo Clínico, Genes Relacionados e Novas Perspectivas Data: 27 a 30 de abril de 2011 Local: Bauru / SP Informações: http://www.centrinho.usp.br/eventos/info eventos@centrinho.usp.br. (14) 3235-8437 II Curso de Imersão em Ortodontia Lingual da ABOL Data: 2 a 6 de maio de 2011 (primeiro módulo) 13 a 16 de junho de 2011 (segundo módulo) Local: São Paulo / SP Informações: abolortolingual@abolortolingual.com.br 1º Congresso da Faculdade de Odontologia de Araçatuba 31ª Jornada Acadêmica “Prof. Jorge Komatsu” 7º Simpósio de Pós-Graduação “Prof. Valdir De Souza Data: 4 a 7 de maio de 2011 Local: Araçatuba / SP Informações: (18) 3636-3279 / 3636-3348 congresso@foa.unesp.br Encontro do Centro de Ortodontia de Ribeirão Preto Data: 12 e 13 de maio de 2011 Local: Edifício Office Tower - Ribeirão Preto / SP Informações: (16) 3620-5635 www.ortogotardo.com.br I Encontro Internacional de Ortodontia e Cirurgia Data: 20 de maio de 2011 Local: Teatro do Prédio 40 da PUCRS - Rio Grande do Sul / RS Informações: www.pucrs.br/eventos/ortodontia

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7º Encontro Abzil Ortodontia Individualizada Capelozza Data: 26 a 28 de maio de 2011 Local: Computer Hall Soluções Tecnológicas - Belém / PA Informações: www.pos-orto.com.br/abzilcapelozza/

Calendário de Eventos

Curso em Belo Horizonte com o Prof. Jorge Ayala Data: 10 e 11 de junho de 2011 Local: Belo Horizonte / MG Informações: (31) 32132815 - 9198-6700 2º Lingual Meeting - Estética em Ortodontia X Ortodontia Estética Data: 17 e 18 de junho de 2011 Local: São Paulo / SP Informações: www.2lingualmeeting.com.br contato@lingualmeeting.com.br Advanced Program In Orthodontics Data: 5 a 9 de setembro de 2011 Local: Hotel Radisson Central Dallas - Dallas / EUA Informações: 0800 11 9600 intercambio@yazigitravel.com.br www.yazigitravel.com.br Lançamento do Livro Sistemas Ertty Data: 10 de setembro de 2011 Local: São Paulo / SP Informações: (44) 3031-9818 www.dentalpress.com.br 2º CIOMT – Congresso Internacional de Odontologia de Mato Grosso Data: 15 a 17 de setembro de 2011 Local: Hotel Fazenda Mato Grosso - Cuiabá / MT Informações: (65) 3321-4428 - 3624- 5212 www.ipeodonto.com.br

Errata

70%

65%

55% 45% 32,5%

12,5%

Os Gráficos 2 e 3 corretos — que deveriam ter sido publicados na edição anterior do DPJO, no artigo intitulado “Percepção das alterações no plano gengival na estética do sorriso”, dos autores Daniela Feu, Fabíola Bof de Andrade, Ana Paula Camata Nascimento, José Augusto Mendes Miguel, Antonio Augusto Gomes e Jonas Capelli Júnior (Dental Press J Orthod. 2011 Jan-Feb;16(1):68-74) — são os que constam nas imagens acima. Dental Press J Orthod

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A c o n t ec i m e n t o s

Congresso WIOA (Taiwan) O editor-chefe do DPJO, Jorge Faber, participou, no final do ano, do WIOC (World Implant Orthodontic Conference), em Taiwan. Sua participação foi destacada, com várias pessoas, de todas as partes do mundo, pedindo para tirar fotos com o palestrante.

Jorge Faber, Eric Liou (presidente do congresso WIOA), Giuliano Maino (presidente do próximo congresso mundial em Verona, Itália), Hideo Suzuki (SP), também palestrante no congresso.

Os coordenadores da seção, John Lin e Junji Sugawara, e Jorge Faber, após sua apresentação.

In memoriam: Stélio Ribeiro da Silva (1934 – 2011) O Sr. Stélio Ribeiro da Silva nos deixou no dia 4 de fevereiro, aos 76 anos de idade, após complicações decorrentes de uma cirurgia cardíaca. O Sr. Stélio foi vendedor de materiais ortodônticos por mais de 50 anos. No entanto, é preciso ressaltar que o Sr. Stélio foi muito mais do que um vendedor, foi sempre um grande entusiasta da especialidade, viabilizando a realização de cursos e palestras no estado do Rio de Janeiro e em todo o Brasil, auxiliando nos cursos de pós-graduação de Ortodontia do Rio de Janeiro e, em especial, ajudando os alunos e recém-formados na aquisição de seus equipamentos. Stélio deixa sua esposa, Solange Ribeiro, três filhos, três netos e inúmeros amigos. Como ele mesmo gostava de dizer: “Sou fácil de conhecer, difícil é me esquecer.” Nossas sinceras homenagens.

Dissertação de mestrado Dra. Laura Cabrera, da Faculdade de Odontologia de Bauru - FOB-USP, apresentou o estudo sobre os Efeitos cefalométricos produzidos pelo uso do Distalizador Carrière após a distalização de molares.

Prof. Dr. José Fernando Castanha Henriques, Dra. Laura Cabrera, Profa Dra. Célia Pinzan-Vercelino, Profa. Dra. Daniela Gamba Garib Carrera.

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20

2011 Mar-Apr;16(2):20-1


Acontecimentos

Congresso Internacional de Odontologia do Centenário da APCD

Altair A. Del Bel Cury e Renata Cury.

Regina D. Pinto.

Dental Press presente no Congresso Internacional de Odontologia do Centenário da APCD, que teve o tema “Agregar para crescer”.

Juliana Vieira.

Carlos Estrela e Carlos Elias.

Juliana Nakamura, Luciana Perkowitsch e Teresa Furquim.

Rachel Furquim e Bruno S. Hirata.

Sergio Luz e Silva.

Gilson Sydney, Ana C. Pereira e Carlos Estrela.

Raquel Morelato e Jessica Carvalho.

Clari Bordignon, Adilson Ferraresi e Fernando Marson.

Thiago Donizete da Silva, Gabriela Fatureto Marques e Antonio Batista.

Dental Press J Orthod

21

2010 Mar-Apr;16(2):20-1 2011 Sept-Oct;15(5):15-7


o

quE há dE novo na

odontologia

Tecnologias digitais e sistemas CAD/CAM aplicados à Ortodontia Lingual: o futuro já é a realidade atual Carla Maria Melleiro Gimenez*

que o braquete do primeiro pré-molar. Vale notar que esse braquete viabiliza a técnica de colagem indireta simplificada como rotina na clínica ortodôntica, facilitando a montagem, a mecânica no decorrer do tratamento e a finalização (Fig. 1). A evolução das novas tecnologias em escaneamento de imagem e em programas digitais permitiu o advento de sistemas baseados em um setup digital ideal como referência para o posicionamento dos braquetes, tendo uma precisão incomparável, pois eliminam etapas laboratoriais e, consequentemente, as possibilidades de erros nas mesmas. O sistema Orapix® representa um avanço considerável, e foi fruto de uma parceria entre uma empresa da Coreia do Sul e o Dr. Fillion2,

A Ortodontia Lingual vem ganhando espaço no cenário mundial pela sua particularidade de oferecer uma opção de tratamento discreta, “invisível”, em “segredo”, para a correção das más oclusões, aliando eficiência biomecânica à valorização do sorriso durante o tratamento. O fato dos braquetes posicionarem-se na superfície lingual permite que o ponto de aplicação de força esteja mais próximo do centro de resistência, maximizando o potencial de movimentação dentária induzida, o que se traduz em resultados clínicos atingidos mais rapidamente e com significativo controle durante a mecânica. Um marco histórico foi o estudo publicado em 2001, por Takemoto e Scuzzo9, que descortinou um novo panorama à Ortodontia Lingual, descrevendo a possibilidade de se trabalhar eliminando definitivamente as dobras de compensação, com um sistema de arco reto baseado no posicionamento diferenciado dos braquetes, mais próximo à cervical. Dentro desse contexto, foi idealizado o PSWb6 (Prieto Straight Wire braquetes), um braquete brasileiro que já se encontra em sua terceira geração, apoiado nos seguintes pilares: colagem mais cervical (base sem extensão gengival além do slot, aleta gengival mais alta e distante da gengiva), perfil dos braquetes anteriores levemente aumentado (compensação para ser possível o arco reto); off-set distal no braquete do canino, braquete do segundo pré-molar com perfil levemente maior do

FIGURA 1 - PSWb, braquete brasileiro que permite trabalhar com arcos retos.

* Mestre e Doutora em Ortodontia pela FOA-UNESP.

Dental Press J Orthod

22

2011 Mar-Apr;16(2):22-7


Gimenez CMM

a simplificação das etapas de montagem e manejo da aparatologia. Os sistemas digitalizados garantem uma maior precisão, eficiência e excelência de resultados.

conclusão A Ortodontia Lingual teve um significativo avanço técnico e tecnológico nos últimos anos, buscando maior eficiência e controle, assim como

RefeRências 1. 2. 3. 4. 5. 6.

7.

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endereço para correspondência Carla Maria Melleiro Gimenez E-mail: carlamg@yahoo.com

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inSight ortodôntiCo

O clareador dentário atua como co-carcinógeno na mucosa bucal, inclusive quando em dentifrícios e antissépticos Fundamentos para orientação de pacientes ortodônticos e como evitar seus efeitos indesejáveis Alberto Consolaro*, Leda A. Francischone**, Renata Bianco Consolaro***

a finalidade de reduzir as cáries e clarear os dentes. Ele ressaltou que, em concentração de 5%, o efeito clareador era maior, mas muito maior ainda a 25%, porém com maiores riscos de lesar os tecidos moles, devido ao seu efeito cáustico. A clareação dentária interna foi descrita anteriormente na literatura científica da época moderna6,15,20,48. A popularização da clareação dentária externa se deu a partir de 1989, com o trabalho de Haywood e Heymann23, difundindo-se na mídia essa possibilidade via artigos e espaços publicitários. Os agentes clareadores usados interna e externamente são os mesmos, e à base de peróxido de hidrogênio, podendo receber vários nomes conforme a sua formulação e apresentação — como água oxigenada, peróxido de ureia, peróxido de carbamida, perborato de sódio e outros. Alguns são produtos que, apenas quando aplicados sobre os dentes, se transformam ou liberam peróxido de hidrogênio. Na busca pela estética dos dentes brancos e vitalizados, com forte apelo comercial e publicitário, passou-se a acrescentar os clareadores dentários

Na finalização dos casos clínicos ortodônticos, quase sempre o paciente questiona sobre a necessidade ou a oportunidade de realizar a clareação dentária. Durante o tratamento ortodôntico, eventualmente o paciente questiona sobre o uso de dentifrícios e antissépticos bucais com clareadores. Em muitas situações o paciente pode questionar diretamente: » Clarear os dentes faz bem ou mal? » Provoca câncer ou não? » O doutor é a favor ou contra? Para colaborar na fundamentação das indicações e orientações a serem emanadas pelo ortodontista, propusemo-nos a discorrer sobre o assunto no presente artigo. Desde a civilização do Egito antigo, o ser humano demonstra o desejo de que seus dentes sejam claros e até brancos12,41. As referências históricas22 outorgam o pioneirismo do procedimento específico da clareação dentária externa a Atkinson, em 1893, quando descreveu o uso de solução de peróxido de hidrogênio a 3% em bochechos para crianças, com

* Professor Titular da FOB e da Pós-Graduação da FORP – Universidade de São Paulo. ** Professora Doutora da Graduação e Pós-Graduação da USC - Bauru. *** Professora Doutora (Substituta) de Patologia da FOA-Unesp - Araçatuba.

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O clareador dentário atua como co-carcinógeno na mucosa bucal, inclusive quando em dentifrícios e antissépticos

Os efeitos dos clareadores sobre os dentes e a mucosa bucal não são mensuráveis no tempo, devido à superposição de fatores que atuam na boca, especialmente no estabelecimento do câncer bucal. Os pacientes devem ser informados sobre o efeito dos agentes clareadores na carcinogênese bucal, que pode ser considerado de baixo risco. Mas, se indicados por profissionais de saúde, aumenta muito sua responsabilidade, necessitando também estabelecer condutas e posturas preventivas. Os órgãos reguladores, os profissionais, os consumidores e os fabricantes — enfim, a sociedade como um todo — poderiam harmoniosamente promover os clareadores dentários ao nível de medicamentos, e restringir seu uso aos profissionais da Odontologia, que são devidamente treinados e habilitados para as requintadas manobras do procedimento de clareação dentária. O uso, a compra ou o pedido de formulação por manipulação artesanal poderiam ser prescritos unicamente pelo cirurgião-dentista.

Às vezes o paciente pede orientação, mas o ortodontista pode ou deve indicar a clareação dentária externa sempre considerando-a um procedimento profissional a ser realizado no consultório por cirurgião-dentista treinado e consciente dos efeitos biológicos do agente químico utilizado (peróxido de hidrogênio). Esse procedimento deve se restringir ao consultório, onde pode-se atuar com rigor técnico e responsabilidade profissional a serem custeados pelos pacientes. A clareação dentária realizada em casa não terá jamais o rigor técnico e a segurança biológica necessários e oferecidos pelo cirurgião-dentista: o agente clareador se espalhará sobre os dentes, junções amelocementárias, mucosa bucal e, ainda assim, em parte será ingerido. A orientação solicitada pelo paciente pode ser sobre a escolha de dentifrícios e antissépticos bucais. Os produtos com clareadores dentários, em especial os dentifrícios e antissépticos, devem apresentar explicitamente em suas embalagens a seguinte informação: com ou sem peróxido de hidrogênio.

RefeRências 1.

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Consolaro A, Francischone LA, Consolaro RB

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endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

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Entrevista

Uma entrevista com

Jason Cope • • • • • • • • • • • •

Graduado em Biologia, Southern Methodist University, Dallas, Texas. Graduado em Odontologia, Baylor College of Dentistry, Dallas, Texas. Pós-graduado em Ortodontia, Baylor College of Dentistry, Dallas, Texas. Doutor em Biologia Craniofacial, Baylor-TAMUS College of Dentistry, Dallas, Texas. Diplomado pelo American Board of Orthodontists. Membro Titular da Edward H. Angle Society of Orthodontists. Membro Honorário do American College of Dentists. Professor Clínico Assistente do Departamento de Ortodontia, TAMUSHSCBaylor College of Dentistry, Dallas, Texas (1997-2009). Professor Adjunto Assistente do Departamento de Cirurgia Oral e Maxilofacial e Farmacologia, TAMUSHSC - Baylor College of Dentistry, Dallas, Texas (20052009). Professor Adjunto Assistente do Departamento de Ortodontia, St. Louis University, St. Louis, Missouri. Editor, OrthoTADs: The Clinical Guide and Atlas, 2007, Editora Under Dog Media, LP, www.UnderDogMedia.us. Editor, www.CopestheticCE.com.

Foi com grande prazer que aceitei o convite para coordenar esta entrevista com o Dr. Cope, por quem tenho grande admiração, pelo excelente trabalho clínico e científico que desenvolve. Conquistou grande destaque no cenário internacional por sua brilhante atuação com a utilização de mini-implantes ortodônticos. Recentemente, no último congresso da Associação Brasileira de Ortodontia, ministrou concorrido curso sobre o assunto. O Dr. Jason B. Cope nasceu em Dallas (EUA), primeiro filho do Dr. Donald D. Cope, ortodontista apaixonado pela profissão, que exerceu forte influência em sua carreira. Foi introduzido nos meandros da Ortodontia quando era apenas um adolescente com 13 anos de idade, pois tinha o hábito de ler, com bastante interesse, o American Journal of Orthodontics, periódico assinado por seu pai. Talvez por isso tenha decidido cursar Odontologia na Baylor College of Dentistry, tendo se graduado em 1995. Completou sua pós-graduação em Ortodontia em 1997, sendo convidado a fazer parte do corpo docente da mesma instituição, como professor clínico assistente. Simultaneamente, por mais dois anos, fez doutorado em Biologia Craniofacial. Em sua jovem carreira, já publicou diversos artigos em importantes periódicos internacionais, 35 capítulos em livros e um importante tratado sobre distração osteogênica, além do excelente livro sobre dispositivos de ancoragem temporários (OrthoTADs, The Clinical Guide and Atlas), editado em 2007. Foi, também, agraciado com diversos prêmios por suas pesquisas com biologia óssea, incluindo o Prêmio de Mérito Especial Thomas M. Graber, concedido pela Associação Americana de Ortodontia. Pesquisador nato, desenvolveu o implante ortodôntico IMTEC e alguns outros produtos voltados à Ortodontia, já tendo obtido uma patente, além de três outras ainda pendentes. Possui prática clínica privada em Dallas, atendendo pacientes três dias por semana. Nos outros dias, divide-se entre ministrar conferências, publicar, viajar e inventar. Atualmente, está desenvolvendo um website, no qual pretende deixar disponíveis palestras por ele ministradas, relatos de casos e vídeos técnicos. Sua dedicação à Ortodontia é evidente. Em 2002, com o objetivo de ver comprovada a excelência clínica de seu trabalho, submeteu-se ao exame do American Board of Orthodontists, quando então se tornou diplomado. Em 2004, apresentou artigo científico para se tornar membro da Edward H. Angle Society of Orthodontists e, em 2005, foi agraciado com um prêmio pela Baylor College of Dentistry Alumni Association. Tudo isso torna o Dr. Cope uma pessoa mais do que merecedora de muito sucesso. Teremos a oportunidade de conhecer um pouco mais dos detalhes do trabalho desse excelente profissional por meio da presente entrevista, que procuramos editar com muito cuidado e carinho. Esperamos que todos tenham uma excelente leitura. Marcos Alan Vieira Bittencourt

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Entrevista

porária de um incisivo lateral congenitamente ausente. Além disso, maiores detalhes sobre as informações discutidas nessa entrevista podem ser encontrados no mesmo site.

Obviamente, precisamos observar isso em uma escala mais ampla, em ensaios clínicos prospectivos. Mas os resultados iniciais são promissores. Para aqueles que se interessarem por esse caso, tenho sua documentação completa em meu site de educação continuada (www.CopestheticCE.com), no qual descrevo o protocolo e os produtos necessários para a restauração tem-

Todas as fotografias aqui reproduzidas tiveram autorização de www.CopestheticCE.com.

carlos alberto estevanell Tavares Marcos Janson - Doutor e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. - Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO-RS. - Diretor do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

- Mestre e Especialista em Ortodontia pela USP-Bauru. - Autor do livro “Ortodontia em Adultos e Tratamento Interdisciplinar” (Dental Press, 2008).

carlo Marassi Maria Tereza scardua

- Mestre em Ortodontia pelo Centro de Pesquisas Odontológicas – Campinas/SP. - Especialista em Ortodontia pela USP-Bauru. - Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da Escola Fluminense de Educação. - Diretor Científico do Grupo Straight-Wire do Rio de Janeiro. - Vice-presidente da Sociedade de Ortodontia do Estado do Rio de Janeiro.

- Mestre em DTM e DOF pela UNIFESP. - Especialista em Ortodontia pela USP-Bauru. - Pós-graduada em Saúde Baseada em Evidência Científica pelo Hospital Sírio Libanês (SP). - Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

Marcos alan Vieira Bittencourt José nelson Mucha

-

Doutor e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Especialista em Radiologia pela UFBA. Professor Adjunto de Ortodontia da UFBA. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da UFBA. - Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

- Doutor e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. - Professor Titular de Ortodontia da UFF (Niterói, RJ). - Ex-diretor Presidente do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

endereço para correspondência Jason Cope 7015 Snider Plaza Suite 200 Dallas TX 75205, EUA E-mail: info@copestheticce.com

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artigo onlinE*

Influência da largura do septo inter-radicular sobre a estabilidade dos mini-implantes Mariana Pracucio Gigliotti**, Guilherme Janson***, Sérgio Estelita Cavalcante Barros****, Kelly Chiqueto*****, Marcos Roberto de Freitas******

Resumo objetivo: este estudo teve como objetivo avaliar a influência da largura do septo interradicular no local de inserção de mini-implantes autoperfurantes sobre o grau de estabilidade desses dispositivos de ancoragem. Métodos: a amostra consistiu de 40 miniimplantes inseridos entre as raízes do primeiro molar e segundo pré-molar superiores de 21 pacientes, com o intuito de fornecer ancoragem para retração anterior. A largura do septo no local de inserção (LSI) foi mensurada nas radiografias pós-cirúrgicas e, sob esse aspecto, os mini-implantes foram divididos em dois grupos: grupo 1 (áreas críticas, LSI≤3mm) e grupo 2 (áreas não críticas, LSI>3mm). A estabilidade dos mini-implantes foi avaliada mensalmente pela quantificação do grau de mobilidade e a partir dessa variável foi calculada a proporção de sucesso. Avaliou-se também: a quantidade de placa, altura de inserção, grau de sensibilidade e período de observação. Resultados: os resultados obtidos demonstraram que não houve diferença estatisticamente significativa para o grau de mobilidade e proporção de sucesso entre os mini-implantes inseridos em septos de largura mesiodistal crítica e não crítica. A proporção de sucesso total encontrada foi de 90% e nenhuma variável demonstrou estar relacionada ao insucesso dos mini-implantes. No entanto, observou-se maior sensibilidade nos pacientes cujos mini-implantes apresentavam mobilidade, e que a falha desses dispositivos de ancoragem ocorria logo após sua inserção. conclusão: a largura do septo inter-radicular no local de inserção não interferiu na estabilidade dos mini-implantes autoperfurantes avaliados neste estudo. Palavras-chave: Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Implantes dentários. Radiografia dentária. Raiz dentária.

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. ** Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo *** Professor Titular e Chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas da FOB-USP. Membro do “Royal College of Dentists of Canadá”. **** Mestre, Doutor e Pós-doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo. ***** Mestre e Doutora em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo. ****** Professor Titular do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.

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Influência da largura do septo inter-radicular sobre a estabilidade dos mini-implantes

Resumo do editor Os mini-implantes apresentam um considerável percentual de insucesso clínico devido à instabilidade imediata ou tardia. Dessa forma, as pesquisas voltam-se à busca dos fatores de risco para o insucesso na estabilidade de dispositivos esqueléticos de ancoragem. Este estudo objetivou comparar a estabilidade e a proporção de sucesso dos mini-implantes autoperfurantes inseridos em septos inter-radiculares com dimensão mesiodistal crítica e não crítica, ou seja, septos de largura ≤3mm e >3mm, respectivamente. Foram selecionados 21 pacientes que estavam sob tratamento ortodôntico e com necessidade de ancoragem para a retração anterior, totalizando 40 mini-implantes. Os dispositivos foram inseridos no septo inter-radicular entre os segundos pré-molares e os primeiros molares superiores. Dividiu-se a amostra em dois grupos: grupo 1 (áreas críticas) e grupo 2 (áreas não críticas), e a largura do septo no local de inserção foi mensurada nas radiografias

pós-cirúrgicas. A estabilidade dos mini-implantes foi avaliada mensalmente pela quantificação do grau de mobilidade, utilizando uma metodologia muito específica e sensível. Os resultados demonstraram que os mini-implantes dos grupos 1 e 2 apresentaram graus de mobilidade semelhantes. Observou-se ausência de associação entre a proporção de sucesso dos miniimplantes e a largura do septo no local de inserção. Pode-se afirmar que a distância mínima necessária entre os mini-implantes e as raízes dentárias apresenta-se sem um consenso na literatura. A maioria dos estudos apenas especula a “margem de segurança” ideal, não apresentando valores exatos para tal distância. Especula-se que essa ausência de correlação entre a largura do septo e a proporção de sucesso dos mini-implantes estudados esteja diretamente relacionada à utilização de um guia radiográfico-cirúrgico tridimensional, que proporcionou extrema precisão e segurança na inserção desses mini-implantes.

Questões aos autores

para que a seleção do local de inserção e o diâmetro do mini-implante sejam cuidadosamente definidos; utilização de um guia cirúrgico tridimensional, principalmente para os ortodontistas que estão iniciando o uso dos mini-implantes na sua prática clínica; e não subestimar os detalhes da técnica cirúrgica, pois esses são essenciais para o sucesso no uso dos mini-implantes.

1) Qual deveria ser a conduta do ortodontista para obter sucesso quando se planeja inserir um mini-implante em uma região de septo ósseo interdentário estreito? Apesar da alta taxa de sucesso dos mini-implantes, mesmo quando instalados em septos estreitos, e apesar do procedimento de instalação ser aparentemente simples, a conduta do ortodontista deve ser minuciosa, uma vez que esse procedimento é extremamente sensível à técnica. As chaves para o sucesso na utilização dos mini-implantes em áreas críticas são: diagnóstico preciso por meio de radiografias interproximais padronizadas ou tomografias computadorizadas,

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2) Os índices de acidentes e complicações com mini-implantes são mais elevados na região de septo ósseo estreito? Sim. Essas áreas de inserção consideradas críticas possuem um índice maior de acidentes e complicações, uma vez que a chance de contato ou perfuração da raiz dentária aumenta conside-

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Gigliotti MP, Janson G, Barros SEC, Chiqueto K, Freitas MR

consequência, apresentam amostras pobremente padronizadas, com critérios de seleção restritos, e incluem um grande número de variáveis, gerando resultados nitidamente conflitantes na literatura. Dessa forma, os trabalhos são inconclusivos ou apresentam conclusões muito divergentes no que tange à definição das variáveis que determinam a estabilidade ou perda desses dispositivos de ancoragem. Os estudos histológicos realizados em animais vêm crescendo e, com eles, tem-se trazido à luz do conhecimento alguns importantes fatores relacionados ao entendimento da remodelação óssea peri-implantar, presença de osseointegração e quantidade de superfície de contato osso/metal — mas, em geral, as amostras são reduzidas, não permitindo a extrapolação dos resultados. Deste modo, muitos achados ainda permanecem no campo da especulação. Deve-se, ainda, ressaltar que os resultados obtidos nesses estudos realizados em animais também não permitem sua total extrapolação para os seres humanos, pois as diferenças entre esses organismos podem não reproduzir os mesmos eventos biológicos. Dessa forma, o tópico “estabilidade dos mini-implantes” ainda apresenta uma enorme quantidade de questões a serem abordadas e respondidas, e novos trabalhos com metodologias bem delineadas para esse propósito são essenciais para progressivamente melhorar o entendimento das variáveis que precisam ser controladas pelo clínico para que se obtenha uma excelente estabilidade e sucesso desses dispositivos durante o tratamento ortodôntico.

ravelmente. Os danos às raízes dentárias ocorrem principalmente devido à determinação incorreta do local e/ou ângulo de inserção do mini-implante no tecido ósseo e, quando nos deparamos com um septo ósseo estreito, um desvio desse ângulo de inserção, mesmo que mínimo, pode levar ao contato do mini-implante com a raiz dentária e até mesmo à perda do elemento dentário. Além disso, deve-se considerar que a íntima proximidade do mini-implante à raiz dentária em septos estreitos também torna mais frequente a invasão do espaço do ligamento periodontal durante o procedimento de inserção, podendo prejudicar a estabilidade desse dispositivo de ancoragem. Portanto, a utilização de guias cirúrgicos precisos para a inserção dos mini-implantes é mandatória quando se pretende instalar esses dispositivos em áreas críticas. Além disso, a seleção do diâmetro do mini-implante a ser instalado em septos estreitos deve ser minuciosa e levar em consideração — durante a medição da largura do septo na radiografia interproximal ou nos cortes de tomografia computadorizada — o espaço do ligamento periodontal das raízes dentárias adjacentes de aproximadamente 0,25mm cada. Esses cuidados poderão reduzir os índices de acidentes e complicações em septos de largura crítica. 3) as pesquisas na área de mini-implantes avolumaram-se nos últimos anos. O que ainda necessita mais esclarecimentos quanto ao tópico “estabilidade dos mini-implantes”? Realmente a quantidade de trabalhos científicos relacionados aos mini-implantes ortodônticos vem crescendo continuamente. No entanto, existem dificuldades metodológicas importantes a serem vencidas pelos estudos científicos que se dedicam a esse tópico. De fato, as variáveis que influenciam a estabilidade dos mini-implantes são muitas e, portanto, difíceis de serem estudadas separadamente, pois incluem questões relacionadas ao paciente, ao operador e às próprias características do mini-implante. Como agravante, a maioria desses estudos não é prospectiva e, como

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endereço para correspondência Mariana Pracucio Gigliotti Rua José Lúcio de Carvalho, 558 Centro CEP: 17.201-150 - Jaú / SP E-mail: mariana_gigliotti@hotmail.com

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artigo onlinE*

Desmistificando os braquetes autoligáveis Renata Sathler**, Renata Gonçalves Silva***, Guilherme Janson****, Nuria Cabral Castello Branco*****, Marcelo Zanda******

Resumo

Atualmente, os braquetes autoligáveis têm sido associados a tratamentos mais rápidos e eficazes, o que desperta a curiosidade em compará-los ao sistema convencional. Ao contrário dos braquetes tradicionais, os autoligáveis não necessitam de ligaduras, sejam elásticas ou metálicas. A literatura é farta em concluir que essa característica diminui, ostensivamente, a resistência do atrito durante as mecânicas de deslize. Além disso, existem alegações sobre a dimimuição da necessidade de extrações e de expansão maxilar com o uso desses acessórios. Portanto, o objetivo dessa revisão de literatura foi buscar os mais novos estudos a respeito dos aparelhos autoligáveis atualmente utilizados nos tratamentos ortodônticos, confirmando ou retificando as especulações vigentes. Palavras-chave: Braquetes ortodônticos. Fricção. Resultado de tratamento.

Resumo do editor Existem incontestáveis questões a respeito do uso de braquetes autoligáveis. De fato, esses acessórios não promovem maior reabsorção radicular do que os convencionais, e sua utilização dispensa o uso de ligaduras, permitindo menor acúmulo de placa tanto no acessório quanto no esmalte próximo ao braquete. Outros aspectos ainda estão indefinidos e os resultados sugerem que o uso desse tipo de acessório diminui o tempo de cadeira, reduz o atrito durante a mecânica e o tempo total de tratamento. Além disso, por causa do mecanismo de fechamento da canaleta ser mais completo que os convencionais, alguns autores sugerem que os intervalos entre as consultas podem ser aumentados.

No entanto, é imprescindível salientar que a maioria dos estudos que mostram um excelente desempenho dos autoligáveis trata-se de estudos in vitro. Estudos clínicos têm mostrado resultados menos animadores. Os estudos sobre atrito representam um bom exemplo. Ao se levar em conta a presença do apinhamento, os níveis de atrito com braquetes autoligáveis e convencionais parecem semelhantes. Sobre a polêmica da possibilidade de um tratamento mais conservador, essa premissa desconsidera as necessidades individuais de cada paciente. Está claro que a expansão indiscriminada pode prejudicar a estética, comprometer as estruturas periodontais e aumentar as chances de recidiva. Além disso, a

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. ** Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Aluna de Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. *** Especialista em Ortodontia pela Uningá, unidade de Bauru-SP. **** Pós-doutorado na Faculdade de Odontologia da Universidade de Toronto - Canadá. Membro do “Royal College of Dentists of Canada”. Professor Titular e chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP. Coordenador do Curso de Mestrado em Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP. ***** Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Aluna de Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. ****** Mestre e Doutor em Estomatologia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.

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Sathler R, Silva RG, Janson G, Branco NCC, Zanda M

mecânica expansiva está mais relacionada ao formato dos arcos CuNiTi usados do que aos braquetes autoligáveis propriamente ditos. Ao abordar o tema braquetes autoligáveis, os profissionais não devem confundir aparelho ortodôntico com

filosofia de tratamento. A promessa de tratar a todos de maneira mecânica e sistemática parece desconsiderar a individualidade de cada caso, desvirtuando as metas terapêuticas que rumam à Ortodontia de excelência.

Questões aos autores 3) Os braquetes autoligáveis consistem no futuro da Ortodontia? Os braquetes autoligáveis não permitem o desenvolvimento de planos de tratamento mais rápidos ou mais excelentes do que os braquetes convenionais. Eles são somente mais uma opção de acessórios, sendo que sua escolha deve ser baseada na habilidade e na experiência de cada profissional, e não na promessa de obter resultados melhores e mais eficientes.

1) Quais seriam as vantagens da aplicação clínica dos braquetes autoligáveis? e as desvantagens? As vantagens são um menor acúmulo de placa ao redor do acessório e a completa inserção do fio na canaleta, tornando mais efetivo o controle de torque em fios mais calibrosos. As desvantagens são uma menor taxa de correção das rotações nas primeiras etapas do nivelamento e o consequente aumento da sensação dolorosa quando da inserção do segundo fio de nivelamento, além do alto custo desses acessórios em comparação aos convencionais. 2) Os autores sugeririam a necessidade de quais investigações para melhor elucidar a influência dos braquetes autoligáveis no tratamento ortodôntico? Estudos clínicos comparando casos com a mesma má oclusão e semelhante severidade oclusal, com base em índices oclusais, divididos em grupos com braquetes convencionais e braquetes autoligáveis. A comparação deve ser feita com relação ao número de quebras dos acessórios, sensibilidade dolorosa durante o tratamento, tempo de tratamento, resultado oclusal final obtido. São necessários, ainda, estudos que avaliem a estabilidade dos resultados oclusais em longo prazo.

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endereço para correspondência Renata Sathler Alameda Octávio Pinheiro Brisolla 9-75 CEP: 17012-901 - Bauru / SP E-mail: renatasathler@hotmail.com

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artigo inédito

Utilização de documentação ortodôntica na identificação humana* Rhonan Ferreira da Silva**, Patrícia Chaves***, Luiz Renato Paranhos****, Marcos Augusto Lenza*****, Eduardo Daruge Júnior******

Resumo objetivo: o objetivo deste trabalho é relatar um caso pericial onde um indivíduo encontrado

carbonizado foi identificado utilizando-se as informações presentes na sua documentação ortodôntica. Métodos: um indivíduo do sexo masculino foi encontrado carbonizado no interior de um automóvel. Após a realização dos exames periciais no local, exames necroscópicos e radiográficos no Instituto Médico-Legal, identificou-se que a vítima utilizava aparelho ortodôntico fixo, possuía dentes supranumerários nas quatro hemiarcadas, terceiros molares semi-inclusos e restaurações de amálgama em determinadas faces de diversos dentes. Como os tecidos moles do indivíduo apresentavam-se bastante destruídos, uma identificação pela análise das impressões digitais tornou-se inviável. Após a entrega da documentação ortodôntica pela família, foi feita a análise do prontuário clínico, radiografias, fotografias intra e extrabucais e modelos de gesso — confrontando-se essas informações com as obtidas anteriormente. Resultado e conclusões: o confronto odontolegal revelou 20 pontos concordantes do exame necroscópico e da documentação ortodôntica, permitindo a determinação de uma correlação positiva entre o cadáver examinado e a identidade da pessoa desaparecida, tornando-se desnecessária a realização de outros exames para a identificação da vítima (exame de DNA). Palavras-chave: Antropologia forense. Odontologia Legal. Ortodontia.

inTRoDuÇão A Ortodontia pode ser definida como sendo a especialidade que tem como objetivo a prevenção, a supervisão e a orientação do desenvolvimento do aparelho mastigatório e a correção das estruturas dentofaciais, incluindo as condições que requeiram movimentação dentária, bem como a harmonização da face no complexo maxilomandibular4. Em virtude da complexidade dos casos e do

considerável tempo envolvido no tratamento ortodôntico, o especialista dessa área precisa produzir uma variedade de documentos odontológicos, fundamentais para a realização do planejamento e execução desse tipo de tratamento. Essa documentação normalmente é composta pelo prontuário odontológico, que pode ser definido como sendo um documento de natureza abrangente que reúne informações pertinentes à identificação do

* Trabalho realizado para a obtenção do título de especialista em Ortodontia pela FO-UFG.

** Mestre em Odontologia Legal FOP-UNICAMP. Professor de Odontologia Legal FO-UFG e UNIP-GO. Perito Criminal Oficial da Polícia Técnico-Científica (GO). *** Mestre em Clínica Odontológica Integrada/Dentística FOP/UNICAMP. Especialista em Ortodontia FO-UFG. **** Doutor em Biologia Buco-Dental - FOP/UNICAMP/Piracicaba. Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, área de concentração Ortodontia, da UMESP/São Bernardo do Campo. ***** Doutor em Ortodontia pela Universidade de Nebraska (EUA). Professor Titular de Ortodontia FO-UFG. ****** Professor Doutor em Odontologia Legal FOP/UNICAMP.

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Silva RF, Chaves P, Paranhos LR, Lenza MA, Daruge Júnior E

Use of orthodontic records in human identification abstract Objective: This study describes a forensic case of incinerated remains of a man that were identified using information found in his orthodontic records. Methods: Incinerated remains of a man were found inside a car. After forensic crime scene investigation and postmortem and radiographic exams in the Forensic Department, forensic experts found that the victim had a fixed orthodontic appliance, supernumerary teeth in all quadrants, partially erupted third molars and amalgam restorations in some surfaces of several teeth. As the individual’s soft tissues were substantially destroyed, identification using fingerprints was not the ideal choice. After orthodontic records were handed in by the family, his clinical chart, radiographs, intra- and extraoral photographs and impressions were analyzed, and these data were compared with previously collected information. Results and Conclusions: Forensic dentistry examination revealed 20 concordant points in specimen examination and orthodontic records, which enabled the establishment of a positive correlation between the cadaver under examination and the missing person and eliminated the need for further analyses (DNA tests) to identify the victim. Keywords: Forensic anthropology. Forensic dentistry. Orthodontics.

RefeRências 11. Silva RF, Cruz BVM, Daruge Júnior E, Daruge E, Francesquini JL. La importancia de la documentación odontológica en la identificación humana. Acta Odontol Venez. 2005 ago;43(2):67-74. 12. Silva RF, Pereira SDR, Mendes SDS, Marinho DEA, Daruge Júnior E. Radiografias odontológicas: fonte de informação para a identificação humana. Odontologia Clín Científ. 2006; 5(3):239-42. 13. Silva RF, Prado MM, Barbieri AA, Daruge Júnior E. Utilização de registros odontológicos para identificação humana. RSBO. 2009;6(1):95-9.

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Enviado em: abril de 2007 Revisado e aceito: fevereiro de 2009

endereço para correspondência Rhonan Ferreira da Silva Av. Atílio Correia Lima,1223 – Cidade Jardim CEP: 74.425-030 – Goiânia / GO E-mail: rhonanfs@terra.com.br

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artigo inédito

Bruxismo do sono: possibilidades terapêuticas baseadas em evidências Eduardo Machado*, Patricia Machado**, Paulo Afonso Cunali***, Cibele Dal Fabbro****

Resumo introdução: o bruxismo do sono (BS) é uma desordem de movimentos estereotipados e peri-

ódicos, associados ao ranger e/ou apertar de dentes durante o sono, decorrentes da contração rítmica dos músculos mastigatórios. Essa condição não é uma doença, porém quando exacerbada pode ocasionar desequilíbrio e alteração das estruturas orofaciais. Dessa forma, surge a necessidade de se obter terapêuticas efetivas e seguras para o controle e o manejo do paciente bruxômano. As alternativas de tratamento variam desde terapêuticas orodentais e farmacológicas até técnicas comportamentais-cognitivas. objetivos: através de uma revisão sistemática da literatura, tendo como bases de pesquisa a Medline, Cochrane, Embase, Pubmed, Lilacs e BBO, no período compreendido entre 1990 e 2008, e com enfoque em estudos clínicos randomizados e quasi-randomizados, revisões sistemáticas e meta-análises, esse trabalho teve como objetivo analisar e discutir métodos de tratamento para o BS. Resultados: pela análise da literatura verifica-se que existe uma grande quantidade de opções terapêuticas para o BS, porém muitas das terapias não têm suporte científico que as sustente. Assim, a escolha terapêutica deve ser pautada em evidências científicas e no bom senso clínico, objetivando uma melhora na qualidade de vida do paciente bruxômano. Palavras-chave: Bruxismo do sono. Tratamento. Aparelhos orais. Medicamentos. Comportamental-cognitivo.

inTRoDuÇão O bruxismo do sono (BS) é considerado um distúrbio de movimento relacionado ao sono1. Essa parafunção é caracterizada pelo contato nãofuncional dos dentes, que pode ocorrer de forma consciente ou inconsciente, manifestando-se pelo ranger ou apertar dos mesmos. Não é uma doença, mas quando exacerbada pode levar a um

desequilíbrio fisiopatológico do sistema estomatognático. Várias modalidades terapêuticas têm sido sugeridas, mas não há um consenso sobre qual é a mais eficiente20. Em virtude de sua prevalência e dos danos causados aos pacientes, seu correto diagnóstico é de grande valor para a elaboração de adequados planos de tratamento, que contemplam

* Especialista em Disfunções Temporomandibulares (DTM) e Dor Orofacial pela UFPR. Graduado em Odontologia pela UFSM. ** Especialista em Prótese Dentária pela PUC-RS. Graduada em Odontologia pela UFSM. *** Doutor em Ciências pela UNIFESP e Professor dos Cursos de Graduação e Pós-graduação em Odontologia da UFPR. Coordenador do Curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial da UFPR. **** Doutora em Ciências pela UNIFESP. Mestre em Reabilitação Oral pela FOB/USP e Especialista em DTM e Dor Orofacial pelo CFO.

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Bruxismo do sono: possibilidades terapêuticas baseadas em evidências

Sleep bruxism: therapeutic possibilities based in evidences abstract introduction: Sleep bruxism (SB) is defined as a stereotyped and periodic movement disorder, characterized by tooth grinding and/or clenching occurring during sleep, associated with rhythmic masticatory muscle activity. This condition isn’t a disease, but when exacerbated may cause an unbalance and changing of orofacial structures. Thus, it is necessary to obtain effective and safe treatments for the control and management of the bruxist patient. The treatment alternatives ranges from oral devices to pharmacological and cognitive-behavioral techniques. objectives: This study, through a systematic literature review, having as research bases MEDLINE, Cochrane, EMBASE, Pubmed, Lilacs and BBO, between the years of 1990 and 2008, with focus in randomized and quasi-randomized clinical trials, systematic reviews and meta-analysis, had as objective to analyze and discuss possibilities of treatment for sleep bruxism. Results: According to the analysis of literature there are a lot of treatment options for the SB, but many of the therapies have no scientific support. Thus, the chosen therapy should be based on scientific evidences and in clinical common sense, to an improvement in quality of life of the bruxist patient. Keywords: Sleep bruxism. Treatment. Oral devices. Drugs. Behavior-cognitive.

RefeRências 1.

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Enviado em: agosto de 2008 Revisado e aceito: março 2009

endereço para correspondência Eduardo Machado Rua Francisco Trevisan, no. 20, Bairro Nossa Sra. de Lourdes CEP: 97.050-230 - Santa Maria / RS E-mail: machado.rs@bol.com.br

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artigo inédito

Avaliação longitudinal de arcadas dentárias individualizadas com o método Borda WALA Márcia de Fátima Conti*, Mário Vedovello Filho**, Silvia Amélia Scudeler Vedovello***, Heloísa Cristina Valdrighi***, Mayury Kuramae***

Resumo introdução: a forma da arcada dentária inferior é considerada uma das principais referências

no diagnóstico, sendo um fator importante para a estabilidade do tratamento ortodôntico. objetivos: avaliar as alterações nas distâncias intercaninos e intermolares inferiores durante

e 3 anos após a finalização do tratamento ortodôntico, no qual foi utilizado o método Borda WALA para individualização da forma da arcada dentária. Métodos: a amostra foi composta por 20 pacientes (12 do sexo feminino e 8 do masculino), com idade média de 20,88 anos. Os modelos de gesso iniciais, finais e de pós-tratamento foram utilizados para medição das distâncias intercaninos e intermolares no centro da vestibular da coroa clínica e na largura da Borda WALA. Os dados foram avaliados por meio do teste ANOVA dependente seguido pelo teste de Tukey (p<0,05). Resultados: houve diferença estatisticamente significativa das distâncias intercaninos e intermolares entre as três fases estudadas. Essas distâncias aumentaram significativamente com o tratamento, e apresentaram uma diminuição no período pós-tratamento, porém, não atingindo os valores iniciais. conclusões: o método Borda WALA, utilizado para confecção dos diagramas individualizados e para medição das distâncias intercaninos e intermolares, se mostrou válido, permitindo a individualização das arcadas dentárias e favorecendo a estabilidade pós-tratamento. Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe I. Ortodontia. Recidiva.

inTRoDuÇão e ReVisão Da liTeRaTuRa A Ortodontia tem por finalidade corrigir as más oclusões, colocando os dentes em suas posições ideais e em equilíbrio com suas bases ósseas. Há melhora na estética e função desde que os tecidos periodontais e as estruturas de suporte permaneçam saudáveis. Além disso, o sucesso e a estabilidade em longo prazo dependerão de um diagnóstico e um planejamento precisos e

de uma mecânica bem empregada. Durante a elaboração do plano de tratamento, é importante a observação da morfologia da arcada dentária de cada paciente, pois o respeito à sua individualidade evitará problemas periodontais como retrações gengivais, instabilidade e deficiência nos resultados estéticos11. A forma da arcada dentária mandibular é considerada uma das principais referências durante o tratamento,

* Mestranda em Ortodontia pelo Centro Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS / SP. ** Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação em Ortodontia do Centro Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS / SP. *** Professoras Doutoras do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, área de concentração Ortodontia, do Centro Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS / SP.

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Conti MF, Vedovello Filho M, Vedovello SAS, Valdrighi HC, Kuramae M

nicamente insignificantes. A IM BW não foi alterada durante o tratamento e permaneceu estável durante o período pós-contenção. » Clinicamente, o método Borda WALA — utilizado nesse estudo para confecção dos diagramas individualizados e para medição das distâncias intercaninos e intermolares — se mostrou válido, permitindo a individualização das arcadas dentárias e favorecendo a estabilidade pós-tratamento.

conclusÕes » A IC e a IM aumentaram com o tratamento e sofreram uma diminuição no período póstratamento estatisticamente significativa, embora não tenham retornado aos valores iniciais. As alterações foram pequenas e clinicamente insignificantes. » A IC BW aumentou com o tratamento e sofreu uma diminuição no período pós-tratamento, embora as alterações tenham sido cli-

Lontigitudinal evaluation of dental arches individualizated by WALA ridge abstract Introduction: The form of mandibular arch is considered one of the main references among the diagnostic tools because the maintenance of this arch form and dimension is an important factor for stability of orthodontic treatment. Objectives: To evaluate the changes in mandibular intercanine and intermolar widths during orthodontic treatment and 3 years of posttreatment, in which the WALA ridge was used for individualization of the mandibular arch form. Methods: Sample comprised of 20 patients (12 women and 8 men), with a mean age of 20.88 years. The dental casts of the initial, final and post-treatment evaluation were used for measurement of the intercanine and intermolar distances in the center of the buccal surface of the clinical crown and in the width of the WALA ridge. Data were analyzed by means of ANOVA test followed by Tukey test (p<0.05). Results: Indicated that there was a statistically significant difference in intercanine and intermolar distances among the three stages evaluated. These distances increased significantly with treatment, and presented a reduction in the post-treatment period, however not reaching the initial values. Conclusions: The WALA ridge method used in this study for construction of the individualized diagrams and for measurement of the intercanine and intermolar distances was shown to be valuable, allowing the individualization of the dental arches and favoring the post-treatment stability. Keywords: Malocclusion. Angle Class I. Orthodontics. Relapse.

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Avaliação longitudinal de arcadas dentárias individualizadas com o método Borda WALA

RefeRências 1. 2. 3. 4. 5.

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Enviado em: outubro de 2008 Revisado e aceito: novembro de 2008

endereço para correspondência Márcia de Fátima Conti Av. Maximiliano Baruto, 500 Jd. Universitário CEP: 13.607-339 – Araras / SP E-mail: cidinha@uniararas.br

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artigo inédito

Diagnóstico cefalométrico eletrônico: contextualização de variáveis cefalométricas Marinho Del Santo Jr*, Luciano Del Santo**

Resumo introdução: avaliações paramétricas clássicas e variáveis cefalométricas isoladas podem não

prover a melhor informação em morfologia craniofacial. Por outro lado, uma cefalometria contextualizada pode ser bem mais promissora, uma vez que permite a integração de variáveis cefalométricas ponderadas. objetivo: a proposta principal desse artigo é apresentar a aplicação de um modelo matemático não-trivial em cefalometria, permitindo a mineração de dados através da filtragem de certeza e contradição em cada “nó” da rede. Métodos: nessa “rede neural” proposta, cada “célula” é conectada a outras “células” através de “sinapses”. Tal sistema de tomada de decisão é uma ferramenta de inteligência artificial ajustada para potencialmente aumentar o significado dos dados coletados. Resultados: a comparação entre o diagnóstico final fornecido pela rede neural paraconsistente e as opiniões de três examinadores foi heterogênea. O índice de concordância Kappa foi regular para discrepâncias anteroposteriores; substancial ou regular para discrepâncias verticais; e moderado para discrepâncias dentárias. Para a protrusão bimaxilar dentária, a concordância foi quase perfeita. Similarmente, a concordância entre as opiniões dos três examinadores sem a ajuda de nenhuma ferramenta de diagnóstico foi apenas moderada para discrepâncias esqueletais e dentárias. Como exceção, a concordância para protrusão dentária foi quase perfeita. conclusões: a avaliação de desempenho do sistema tecnológico desenvolvido suporta que a ferramenta eletrônica apresentada pode se igualar às decisões humanas na maioria das situações. Como uma limitação esperada, tal ferramenta matemática-computacional se apresentou menos efetiva para discrepâncias esqueletais do que para discrepâncias dentárias. Palavras-chave: Diagnóstico cefalométrico. Lógica não-trivial. Inteligência artificial.

inTRoDuÇão Em Ortodontia, como em qualquer outra especialidade médica ou odontológica, podese aplicar parâmetros matemáticos a sistemas biológicos. Antes que premissas sejam estabelecidas, as evidências podem ser consideradas

como coincidências ou como “verdade”, embora muitas vezes a “verdade” contenha significativa incerteza ou contradição. Rotineiramente, dados cefalométricos longitudinais têm sido extensivamente descritos na literatura ortodôntica. Sem dúvida, a maior parte

* Mestre em Ortodontia pelo Baylor College of Dentistry. Doutor em Anatomia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP-SP. ** Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Bucomaxilofacial. Mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial pelo Hospital Heliópolis.

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Diagnóstico cefalométrico eletrônico: contextualização de variáveis cefalométricas

Electronic cephalometric diagnose: Contextualized cephalometric variables abstract introduction: Classical parametric assessments and isolated cephalometric variables may not provide the best information in craniofacial morphology. Rather, contextualized cephalometrics can be more promising, since it allows integration among balanced cephalometric variables. objective: The main purpose of this manuscript is to present the application of a non-trivial mathematical model in cephalometrics, providing data mining by filtering certainty and contradiction in each network “node”. Methods: In the proposed “neural network”, each “cell” is connected to others “cells” by “synapses”. Such decision-making system is an artificial intelligence tool tailored to potentially increase the meaning of assessed data. Results: The comparison between the final diagnose provided by the paraconsistent neural network with the opinions of three examiners was heterogeneous. Kappa agreement was fair for antero-posterior discrepancies, substantial or fair for vertical discrepancies and moderate for dental discrepancies. For the bimaxillary dental protrusion, the agreement was almost perfect. Similarly, the agreement among the three examiners, without any software aid, was just moderate for skeletal and dental discrepancies. An exception was dental protrusion, which agreement was almost perfect. conclusion: In conclusion, the analysis of performance of the developed technology supports that the presented electronic tool might match human decisions in the most of the events. As an expected limitation, such mathematical-computational tool was less effective for skeletal discrepancies than for dental discrepancies. Keywords: Cephalometric diagnosis. Non-trivial logics. Artificial intelligence.

RefeRências 1.

Zadeh LA. Fuzzy sets. Information and Control. 1965;8(3):338-53. 2. Zadeh LA. Fuzzy sets as a basis for a theory of possibility. Fuzzy Sets and Systems. 1978;1:3-28. 3. Akçam MO, Takada K. Fuzzy modeling for selecting headgear types. Eur J Orthod. 2002;24:99-106. 4. Takada K, Sorihashi Y, Stephens CD, Itoh S. An inference modeling of human visual judgement of sagittal jaw-base relationships based on cephalometry. Part I. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000 Feb;117(2):140-6. 5. Sorihashi Y, Stephens CD, Takada K. An inference modeling of human visual judgement of sagittal jaw-base relationships based on cephalometry. Part II. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2000 Mar;117(3):303-11. 6. Noroozi H. Orthodontic treatment planning software. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 Jun;129(6):834-7. 7. Costa NCA, Subrahmanian VS, Vago C. The paraconsistent logics Pt. Zeitschr F Math Logik Ground Math. 1991;37:139-48. 8. Costa NCA, Abe JM, Subrahmanian VS. Remarks on annotated logic. Zeitschr F Math Logik Ground Math. 1991;37:561-70. 9. Sylvan R, Abe JM. On general annotated logics, with an introduction to full accounting logics. Bulletin of Symbolic Logic. 1996;2:118-9. 10. Abe JM. Paraconsistent artificial neural networks: introduction. Lecture notes in artificial intelligence. New York: Springer;2004. 11. Martins DR, Janson GRP, Almeida RR, Pinzan A, Henriques JFC, Freitas MR. Atlas de crescimento craniofacial. São Paulo: Ed. Santos;1998.

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Enviado em: outubro de 2008 Revisado e aceito: fevereiro de 2009

endereço para correspondência Marinho Del Santo Jr. Rua Pedroso Alvarenga 162, Cj. 52 - Itaim Bibi CEP: 04.531-000 - São Paulo / SP E-mail: marinho@delsanto.com.br

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2011 Mar-Apr;16(2):75-84


artigo inédito

Estudo comparativo das proporções faciais entre jovens melanodermas e leucodermas dos 8 aos 10 anos de idade* Cassio Rocha Sobreira**, Gisele Naback Lemes Vilani**, Vania Célia Vieira de Siqueira***

Resumo objetivo: avaliar as proporções faciais, em jovens melanodermas e leucodermas do sexo feminino, dos 8 aos 10 anos de idade, e verificar as possíveis diferenças existentes entre os grupos. Metodos: os autores examinaram, de forma transversal, 70 telerradiografias realizadas em norma lateral, igualmente divididas entre os dois grupos, sendo 22 aos 8 anos, 18 aos 9 anos e 30 aos 10 anos. Todas as pacientes apresentavam perfil facial harmonioso e oclusão normal, e ausência de tratamento ortodôntico prévio. Avaliaram-se as proporções AFAI/AFAT (ENA-Me/N-Me), AFPT/AFAT (S-Go/N-Me), AFPI/AFPT (Ar-Go/S-Go) e AFPI/AFAI (Ar-Go/ENA-Me). Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, teste t de Student para a comparação entre os grupos raciais, análise de variância com teste de Bonferroni para comparação entre as idades e coeficiente de correlação de Pearson para a verificação do grau de associação entre as proporções faciais. Em todos os testes estatísticos utilizou-se o nível de 5% de significância. Resultados: não existiram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos e entre as idades dentro dos grupos, independentemente da variável analisada. conclusão: não ocorreram diferenças estatisticamente significativas nas proporções faciais entre jovens leucodermas e melanodermas brasileiras. As proporções faciais mantiveram-se constantes dos 8 aos 10 anos de idade, independentemente do grupo racial. Palavras-chave: Cefalometria. Proporções faciais. Melanodermas. Leucodermas.

inTRoDuÇão e ReVisão Da liTeRaTuRa Na atualidade, muitas pesquisas9,18,19,23,29 procuram cada vez mais aprimorar os conhecimentos científicos da cefalometria, especialmente os relacionados às dimensões verticais da face, uma vez que muitos clínicos experimentados concordam que as más oclusões com acentuado desequilíbrio facial vertical, geralmente, mostram-se mais difíceis de se

tratar e possuem menor estabilidade do que aquelas com discrepância anteroposterior25. O controle da dimensão vertical da face representa ponto de fundamental importância para o sucesso do tratamento ortodôntico13,25,29. A falta de atenção do ortodontista nesse aspecto contribuiria para um posicionamento retrusivo do mento13,25,26,29 devido à rotação horária mandibular, piorando a estética facial.

* Resumo da dissertação de mestrado apresentada pelo primeiro autor ao curso de pós-graduação em Ortodontia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais PUC/Minas. ** Mestre em Ortodontia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais PUC/Minas. *** Professora Doutora da disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba UNICAMP.

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Estudo comparativo das proporções faciais entre jovens melanodermas e leucodermas dos 8 aos 10 anos de idade

3) Ocorreram correlações moderadas entre AFPI/AFAI com AFPT/AFAT e mais forte entre AFPI/AFAI com AFPI/AFPT no grupo melanoderma, sendo as correlações suavemente maiores do que as apresentadas pelo grupo leucoderma.

tisticamente significativas entre eles em nenhuma das proporções faciais avaliadas. 2) Ocorreram correlações moderadas entre AFPI/AFAI com AFPT/AFAT e AFPI/AFAI com AFPI/AFPT no grupo leucoderma.

Comparative study of facial proportions between Afro Brazilian and White Brazilian children from 8 to 10 years of age abstract aim: To evaluate the vertical facial proportions of Afro Brazilian and White Brazilian female children aged 8 to 10 years old, and to evaluate the differences between the racial groups. Methods: The authors evaluated 70 cephalometric radiographs, in lateral norm, equally divided into two groups, 22 at 8 years, 18 at 9 years, and 30 at 10 years old. All the patients showed harmonious facial esthetics, normal occlusion and none of them were subjected to previous orthodontic treatment. The following proportions were evaluated: LAFH/TAFH (ANS-Me/N-Me), TPFH/ TAFH (S-Go/N-Me), LPFH/PTFH (Ar-Go/S-Go), LPFH/LAFH (Ar-Go/ANS-Me). Data was analyzed by descriptive statistics and Student’s t-test in order to compare the differences between the racial groups, ANOVA for comparison between the ages and Pearson’s correlation coefficient to examine the level of association between the variables. Statistical analysis was performed at the 0.05 level of significance. Results: The findings showed no statistically significant differences between the groups and between the ages into the groups for all variables. conclusion: There were no significant differences in facial proportions between Afro Brazilian and White Brazilian female children. The facial proportions remained constant from 8 to 10 years, regardless the racial group. Keywords: Cephalometrics. Facial proportions. Afro Brazilian children. White Brazilian children.

RefeRências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

8.

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Enviado em: agosto de 2007 Revisado e aceito: fevereiro de 2010

endereço para correspondência Vania C. V. Siqueira Rua José Corder 87 - Jardim Modelo CEP: 13.419-325 - Piracicaba / SP E-mail: siqueira@fop.unicamp.br

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artigo inédito

Avaliação da resistência ao cisalhamento de dois compósitos colados em superfície condicionada com primer autocondicionante Matheus Melo Pithon*, Rogério Lacerda dos Santos**, Márlio Vinícius de Oliveira***, Eduardo Franzotti Sant’anna****, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas****

Resumo objetivo: o objetivo desse estudo foi avaliar a resistência ao cisalhamento e o índice de

remanescente de adesivo (IRA) dos compósitos Eagle Bond e Orthobond em superfície de esmalte condicionada com Transbond Plus Self-Etching Primer. Métodos: foram utilizados 75 incisivos inferiores permanentes bovinos divididos em cinco grupos (n=15). Nos grupos 1, 2 e 4, as colagens foram realizadas com Transbond XT, Orthobond e Eagle Bond, respectivamente, seguindo as recomendações dos fabricantes. Nos grupos 3 e 4, antes da colagem com o Orthobond e o Eagle Bond, respectivamente, a superfície dentária foi condicionada com o ácido-primer Transbond Plus Self-Etching Primer. Após a colagem, realizou-se o ensaio de cisalhamento de toda amostra à velocidade de 0,5mm/min em máquina Instron de ensaios mecânicos. Resultados: os resultados (em MPa) mostraram não haver diferenças estatisticamente significativas entre os grupos 1, 2, 3 e 5 (p>0,05). Entretanto, esses grupos foram estatisticamente superiores ao grupo 4 (p<0,05). Os resultados do IRA (Índice de Remanescente de Adesivo) evidenciaram maior número de fraturas na interface braquete/ compósito nos grupos 1, 2, 3 e 5. Palavras-chave: Resinas compostas. Resistência ao cisalhamento. Braquetes ortodônticos.

inTRoDuÇão Até a década de 1960, a montagem do aparelho ortodôntico realizava-se por meio de confecção de bandas em todos os dentes. Esse procedimento era demasiadamente trabalhoso, com elevado tempo de cadeira, desconfortável para o paciente, dificuldade de higienização, estética desfavorável e, após a remoção do aparelho, espaços remanescentes eram observados entre os dentes2.

A substituição do procedimento de bandagem pela colagem de acessórios diretamente ao esmalte dentário foi um avanço alcançado pela Ortodontia em benefício não só do paciente, mas também do profissional. Isso somente foi possível devido ao clássico trabalho de Buonocore6, que observou que o condicionamento ácido do esmalte aumentou a adesão da resina acrílica na superfície dentária. A partir dessa descoberta, surgiram vários materiais

* Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor de Ortodontia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). ** Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). *** Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL). Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia (BBO). **** Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Avaliação da resistência ao cisalhamento de dois compósitos colados em superfície condicionada com primer autocondicionante

procedimentos realizados em Ortodontia (entre 5,9 e 7,8MPa), constata-se que os valores obtidos dos grupos foram compatíveis com as necessidades clínicas. Tal achado é de interesse clínico, uma vez que a utilização do TPSEP torna o procedimento de colagem 65% mais rápido, segundo White12. Na avaliação do Índice de Remanescente do Adesivo (IRA), não foram encontradas diferenças estatísticas entre os grupos 1 e 2, 1 e 3, 1 e 5, 2 e 3, 2 e 5, e 3 e 5. Diferenças estatisticamente significativas foram observadas entre os grupos 1 e 4, 2 e 4, 3 e 4, e 4 e 5. Essas diferenças foram decorrentes de valores de IRA menores para o Grupo 4, onde utilizou-se o Eagle Bond seguindo a técnica do fabricante. A adesão ao dente promovida pela associação do TPSEP favoreceu médias maiores (resistência de colagem) e, por conseguinte, proteção ao esmalte durante a descolagem dos braquetes, uma vez que maior quantidade de compósito ficou aderida ao esmalte dentário.

Aliado ao grupo controle, foi realizada a colagem dos materiais Orthobond e Eagle Bond de acordo com as orientações do fabricante. Esses grupos serviram de padrão para as comparações da real influência do TPSEP nas colagens. Na comparação dos valores de resistência ao cisalhamento, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos 1 (Transbond XT convencional), 2 (Orthobond convencional), 3 (Orthobond em esmalte condicionado com TPSEP) e 5 (Eagle Bond em esmalte condicionado com TPSEP). A aplicação do TPSEP associado aos compósitos Orthobond e Eagle Bond facilita a colagem por eliminar etapas, não alterando a adesão, e até melhorando-a. Assim ocorreu no grupo 5, que apresentou melhores resultados quando comparado ao grupo 4, que foi colado seguindo a técnica do fabricante. Diferenças estatísticas foram encontradas entre os grupos controle e o que utilizou o Eagle Bond convencional, que apresentou o menor valor de resistência ao cisalhamento em relação aos demais. Comparando-se as médias de resistência ao cisalhamento apresentadas pelos cinco grupos, aos valores sugeridos por Reynolds e Fraunhofer13 como sendo adequados para a maioria dos

conclusão Pode-se concluir que o Transbond Plus Self Etching Primer é um importante auxiliar quando se necessita de maior agilidade durante as colagens de braquetes quando são utilizados os compósitos Orthobond e Eagle Bond.

Evaluation of the shear bond strength of two composites bonded to conditioned surface with self-etching primer abstract objective: The aim of this study was to evaluate the shear bond strength and the Adhesive Remnant Index (ARI) between the composites Eagle Bond and Orthobond bonded to an enamel surface conditioned with Transbond Plus Self-Etching Primer. Methods: Seventy-five bovine permanent mandibular incisors, divided into five groups (n=15) were used. In Groups 1, 2 and 4, the bonds were performed with Transbond XT, Orthobond and Eagle Bond respectively, in accordance with the manufacturers’ recommendations. In Groups 3 and 4, before bonding with Orthobond and Eagle Bond, respectively, the tooth surface was conditioned with the acid primer Transbond Plus Self-Etching Primer. After bonding the shear test was performed for all samples at a speed of 0.5 mm per minute in an Instron mechanical test machine. Results: The results (MPa) showed that there were no statistically significant differences among Groups 1, 2, 3 and 5 (p>0.05). However, these groups were statistically superior to Group 4 (p<0.05). The ARI results showed a higher number of fractures at the bracket/composite interface in Groups 1, 2, 3 and 5. Keywords: Composite resins. Shear bond strength. Orthodontic brackets.

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Pithon MM, Santos RL, Oliveira MV, Sant’anna EF, Ruellas ACO

RefeRências 1. 2. 3.

4.

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Enviado em: fevereiro de 2007 Revisado e aceito: dezembro de 2007

endereço para correspondência Matheus Melo Pithon Av. Otávio Santos, 395, sala 705 Centro Odontomédico Dr. Altamirando da Costa Lima CEP: 45.020-750 – Vitória da Conquista / BA E-mail: matheuspithon@gmail.com

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artigo inédito

Análise química e morfológica do esmalte dentário humano tratado com laser argônio durante a colagem ortodôntica Glaucio Serra Guimarães*, Liliane Siqueira de Morais**, Carlos Nelson Elias***, Carlos André de Castro Pérez****, Ana Maria Bolognese*****

Resumo introdução: as principais utilizações do laser argônio na Ortodontia são a redução do tempo

de polimerização durante a colagem ortodôntica e o aumento da resistência à cárie do esmalte dentário. objetivo: o objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações químicas e morfológicas do esmalte dentário humano tratado com laser argônio nos parâmetros da colagem ortodôntica. Métodos: quinze primeiros pré-molares hígidos, extraídos por indicação ortodôntica, foram selecionados e seccionados no sentido do longo eixo em dois segmentos iguais. Uma metade de cada elemento dentário foi tratada e a outra permaneceu sem tratamento. Um total de 30 amostras foi analisado, criando o grupo laser (n = 15) e o grupo controle (n = 15). O tratamento foi feito com laser argônio com 250mW de potência por 5 segundos, com densidade de energia de 8J/cm2. Resultados: a análise de difração de raios X demonstrou duas fases em ambos os grupos, as fases apatita e monetita. A redução da fase monetita foi significativa após o tratamento com laser, sugerindo maior cristalinidade. A análise de Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS) indicou aumento na razão cálcio-fósforo no grupo laser, compatível com a diminuição da fase monetita. A morfologia superficial do esmalte dentário apresentou-se mais lisa após o tratamento com laser argônio. conclusões: o aumento de cristalinidade e a lisura superficial do esmalte no grupo laser são fatores sugestivos de aumento de resistência à cárie no esmalte dentário. Palavras-chave: Laser argônio. Esmalte dentário. Colagem ortodôntica.

nessas possibilidades de interação, o laser argônio possui cinco principais utilizações em Odontologia: detecção precoce de cáries por transmissão7, corte e remoção de tecidos21,27, ativação de agente de clareamento dentário27, polimerização rápida de materiais dentários2,6, e promoção de

inTRoDuÇão A interação laser-tecido é controlada pelos parâmetros da irradiação e pelas propriedades ópticas dos tecidos. Quando a energia do laser atinge o tecido, ela pode ser absorvida por esse, transmitida através dele, dispersada ou refletida18,22,33. Baseado

* ** *** **** *****

Professor Adjunto UFF-NF. Doutor em Ciências dos Materiais pelo IME/UCSD. Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Doutora em Ciências dos Materiais pelo IME/UCSD. Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Professor do Departamento de Engenharia Mecânica e Ciência dos Materiais – Instituto Militar de Engenharia (IME-RJ). Físico pesquisador do Núcleo de Catálise do Programa de Engenharia Química – COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora Titular do Departamento de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Análise química e morfológica do esmalte dentário humano tratado com laser argônio durante a colagem ortodôntica

maior resistência à cárie. 2. A morfologia superficial do esmalte tornou-se mais lisa após o tratamento com laser argônio nos parâmetros da colagem ortodôntica.

conclusÕes 1. O tratamento com laser argônio com potência de 250mW durante 5 segundos modifica a superfície do esmalte dentário, resultando em aumento da cristalinidade e sugerindo

Chemical and morphological analysis of the human dental enamel treated with argon laser during orthodontic bonding abstract introduction: The main utilities of the argon laser in orthodontics are the high speed curing process in orthodontic bonding and the caries resistance promotion of the tooth enamel. objective: The objective of this study was to evaluate the chemical and morphological changes in the tooth enamel treated with the argon laser in the orthodontic bonding parameters. Methods: Fifteen sound human first premolars, removed for orthodontic reason, were selected and sectioned across the long axis in two equal segments. One section of each tooth was treated and the other remained untreated. A total of thirty samples was analyzed, creating the laser group (n =15) and the control group (n =15). The treatment was done with 250 mW argon laser beam for 5 seconds, with energy density of 8 J/cm2. Results: The X-ray analysis demonstrated two different phases in both groups, the apatite and the monetite phases. The reduction of the monetite phase was significant following laser treatment, suggesting higher crystallinity. The EDS analysis showed an increase in the calcium-phosphorus ratio in the laser group, linked with the decrease of the monetite phase. conclusions: The surface morphology was smoother after the laser exposure. The results of high crystallinity and superficial enamel smoothness in the laser group are suggestive of the caries resistance increase of the tooth enamel. Keywords: Argon laser. Tooth enamel. Orthodontic bonding.

RefeRências 1.

2. 3. 4.

5. 6. 7.

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Guimarães GS, Morais LS, Elias CN, Pérez CAC, Bolognese AM

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Enviado em: julho de 2007 Revisado e aceito: novembro 2007

endereço para correspondência Gláucio Serra Guimarães Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 647/1108 CEP: 22.050-000 - Copacabana - Rio de Janeiro / RJ E-mail: gserrag@hotmail.com

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artigo inédito

Epidemiologia do Padrão Face Longa em escolares do Ensino Fundamental do município de Bauru - SP Mauricio de Almeida Cardoso*, Leopoldino Capelozza Filho**, Tien Li An***, José Roberto Pereira Lauris****

Resumo objetivo: o objetivo deste trabalho foi classificar e determinar a prevalência dos indivíduos

portadores de comprometimento vertical nas relações faciais, conforme a severidade da discrepância e, especialmente, dos portadores de Padrão Face Longa. Métodos: a amostra constou de 5.020 sujeitos de nacionalidade brasileira, de ambos os sexos, com idades entre 10 anos e 16 anos e 11 meses, matriculados no Ensino Fundamental do município de BauruSP. O exame da morfologia facial constou da observação direta da face, em normas frontal e lateral, sempre com os lábios em repouso, buscando identificar aqueles indivíduos que apresentassem comprometimento vertical nas relações faciais. Esses, uma vez identificados, foram classificados, considerando-se a severidade, em três subtipos: moderado, médio e grave. Para fins de determinação da prevalência dos portadores de Padrão Face Longa, apenas os classificados como dos subtipos médio e grave foram considerados. Resultados: observou-se uma prevalência de 34,94% de comprometimento vertical nas relações faciais e 14,06% de Padrão Face Longa. conclusão: os resultados obtidos no presente estudo permitiram concluir que a prevalência do comprometimento vertical nas relações faciais e do Padrão Face Longa foi maior do que a presumida com base na literatura. Palavras-chave: Epidemiologia. Anormalidades craniofaciais. Diagnóstico.

inTRoDuÇão A denominação face longa representa um estigma na perspectiva convencional das classificações das más oclusões3, pois sugere a presença de grandes desvios morfológicos em relação ao padrão normal5-10, com frequente e significativo impacto estético8. Desde há muito, na prática ortodôntica admitese com mais liberalidade que, para esses indivíduos,

quando a face é desagradável, um procedimento ortodôntico-cirúrgico está indicado3,5,8,9,26,27,29. Essa deformidade manifesta-se precocemente, mantendo-se como característica do indivíduo17, magnificando-se ou não na adolescência12. Pode estar presente nas três relações dentárias sagitais, contudo associa-se predominantemente às discrepâncias sagitais de Classe II1,5-14,22,26,29.

* Professor Doutor Assistente do Programa de Graduação e Pós-Graduação em nível de Especialização e Mestrado em Ortodontia da Universidade do Sagrado Coração-USC, Bauru/SP. ** Professor Doutor Coordenador do Programa de Graduação e Pós-Graduação em nível de Especialização e Mestrado em Ortodontia da Universidade do Sagrado Coração-USC, Bauru/SP. *** Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP - Araçatuba/SP). Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia - FUNORTE, Núcleo de Brasília/DF. **** Livre-docente - Professor Associado do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, USP-Bauru.

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Epidemiologia do Padrão Face Longa em escolares do Ensino Fundamental do município de Bauru - SP

obtida para os portadores de Padrão Face Longa de severidade grave (0,68%), explicitando seu significado. Em outras palavras, esse percentual mínimo de prevalência diz respeito aos portadores da face longa plena, com a presença das características faciais capazes de criar desagradabilidade e indicação de cirurgia ortognática.

Os argumentos apresentados para o comprometimento vertical nas relações faciais em indivíduos em crescimento, mesmo que posturais ou transitórios, suportam a concentração da prevalência no nível de severidade moderado (20,88%). Para a prevalência do Padrão Face Longa (14,06%), os resultados parecem lógicos e previsíveis, especialmente quando analisados pela perspectiva adequada. As características da morfologia facial da população brasileira como um todo, e em particular das raças negra e parda, parece predispor à ocorrência de discrepâncias verticais, contribuindo para inflar a prevalência do Padrão Face Longa. Do ponto de vista prático, ou do significado da prevalência obtida nesse levantamento epidemiológico, parece claro que não se deve mais pensar em percentuais mínimos, como os descritos em torno de 1,5%15, para a ocorrência do Padrão Face Longa. Como já foi discutido, isso diz respeito aos casos mais severos, com significativo comprometimento facial. Essa é uma generalização equivocada, adotada até aqui por falta de dados, e que deveria ser evitada. A confrontação desse mínimo, descrito e aceito na literatura, com os resultados dessa pesquisa evidencia sua semelhança com a prevalência

conclusão O presente estudo, que objetivou classificar e determinar a prevalência dos indivíduos portadores de comprometimento vertical nas relações faciais por excesso, conforme a severidade da discrepância, e, especialmente, dos portadores de Padrão Face Longa, em 5.020 escolares do Ensino Fundamental do município de Bauru-SP, permitiu as seguintes conclusões: » Observou-se uma prevalência de 34,94% de indivíduos portadores de comprometimento vertical nas relações faciais por excesso nos três níveis de severidade. » A prevalência do Padrão Face Longa foi de 14,06%, expressa em 13,38% para a severidade média e 0,68% para a severidade grave, sendo esse valor (14,06%) maior do que o presumido com base na literatura.

Epidemiology of long face pattern in schoolchildren attending fundamental schools at the city of Bauru - SP abstract Objective: This study aimed to classify and determine the prevalence of individuals with vertical alteration of facial relationships, according to the severity of discrepancy, especially individuals with long face pattern. Methods: The sample was composed of 5,020 individuals of Brazilian nationality, of both genders, aged 10 years to 16 years and 11 months, attending fundamental schools at the city of Bauru-SP. Examination of facial morphology comprised direct observation of the face in frontal and lateral views, always with the lips at rest, aiming to identify the individuals presenting vertical alteration of facial relationships. After identification, these individuals were scored, according to severity, into three subtypes, namely mild, moderate and severe. The prevalence of individuals with long face pattern considered only the individuals scored as subtypes moderate and severe. Results: There was prevalence of 34.94% of vertical alteration of facial relationships and 14.06% of long face pattern. Conclusions: The results obtained in this study revealed that the prevalence of vertical alteration of facial relationships and long face pattern was higher than reported in the literature. Keywords: Epidemiology. Craniofacial abnormalities. Diagnosis.

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Cardoso MA, Capelozza Filho L, Li An T, Lauris JRP

RefeRências 1. 2. 3. 4. 5. 6.

7.

8. 9. 10.

11. 12. 13. 14. 15. 16.

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Enviado em: dezembro de 2010 Revisado e aceito: fevereiro 2011

endereço para correspondência Mauricio de Almeida Cardoso Rua Arnaldo de Jesus Carvalho Munhoz 6-100 CEP: 17.018-520 - Bauru / SP E-mail: maucardoso@uol.com.br

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CaSo ClíniCo BBo

Má oclusão Classe II de Angle tratada sem extrações e com controle de crescimento* Maria Tereza Scardua**

Resumo

A má oclusão Classe II de Angle é definida pela relação anteroposterior dos molares, que pode estar acompanhada por um degrau aumentado entre as bases ósseas. Estão incluídos nesse padrão os portadores de protrusão maxilar e/ou deficiência mandibular. O tratamento ortodôntico precoce permite intervenção na direção de crescimento, tanto nas bases ósseas quanto na região dentoalveolar, o que favorece a correção do posicionamento dentário na fase corretiva. O presente relato descreve o tratamento de um caso de má oclusão Classe II, divisão 1, de Angle, que foi apresentado à Diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO) como parte dos requisitos para a obtenção do título de Diplomado pelo BBO. O caso foi avaliado como representante da Categoria 1, ou seja, má oclusão Classe II de Angle tratada sem extrações dentárias e com controle de crescimento. Palavras-chave: Má oclusão Classe II de Angle. Ortodontia Interceptativa. Ortodontia Corretiva.

HisTóRia e eTioloGia A paciente, leucoderma, do sexo feminino, apresentou-se para tratamento ortodôntico aos 11 anos de idade. Possuía bom estado geral de saúde e não relatou histórico de doenças importantes ou traumatismos. Não apresentava hábitos de sucção ou postural, e possuía deglutição e fonação normais. Estava em fase de dentadura mista, sendo portadora de incisivo lateral conoide (Fig. 1, 2). Sua queixa principal eram os diastemas e a morfologia dos incisivos superiores. Nenhum tratamento ortodôntico havia sido realizado até então.

DiaGnósTico A avaliação morfológica da face mostrava boa expressão do terço médio, altura do terço inferior um pouco diminuída e face simétrica. Possuía, também, perfil muito convexo, com a mandíbula retruída e protrusão da maxila. O ângulo nasolabial fechado e a linha de implantação do nariz oblíqua refletiam o envolvimento maxilar na má oclusão. Por outro lado, o lábio inferior evertido, o sulco mentolabial marcado, a linha queixo-pescoço curta e associada a um ângulo aberto com o pescoço evidenciavam, também, o comprometimento mandibular (Fig. 1).

* Relato de caso clínico, categoria 1, aprovado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). ** Mestre em Disfunção Temporomandibular pela Unifesp. Especialista em Ortodontia pela USP-Bauru. Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial BBO.

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Má oclusão Classe II de Angle tratada sem extrações e com controle de crescimento

Angle’s Class II malocclusion treated without extractions and with growth control abstract Angle’s Class II malocclusion is defined according to the anteroposterior molar relationship with or without a discrepancy between basal bones. Maxillary protrusion and mandibular retrusion are included in this class. When orthodontic treatment starts at an early age, it is possible to affect growth of both basal bones and the dentoalveolar region, which helps to correct tooth positioning in the corrective phase. This report describes the treatment of a case of Angle Class II, division 1 malocclusion that was presented to the Committee of the Brazilian Board of Orthodontics and Facial Orthopedics (BBO) as partial fulfillment of the requirements to obtain the BBO Diploma. The case was representative of category 1, that is, Angle Class II malocclusion treated without extractions and with growth control. Keywords: Angle Class II malocclusion. Interceptive orthodontics. Corrective orthodontics.

RefeRências 1.

Capelozza Filho L. Individualização de braquetes na técnica de straight wire: revisão e sugestões de indicações para uso. Rev Clín Ortod Dental Press. 1999 jul-ago;4(4):87-106. 2. Capelozza Filho L. Diagnóstico em Ortodontia. 1ª ed. Maringá: Dental Press; 2004. 3. Melsen B. Effects of cervical anchorage during and after treatment: an implant study. Am J Orthod. 1978 May;73(5):526-40. 4. Tulloch JF, Phillips C, Koch G, Proffit WR. The effect of early intervention on skeletal pattern in Class II malocclusion: a randomized clinical trial. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1997 Apr;111(4):391-400. 5. Johnston LE Jr. Functional appliances: a mortgage on mandibular position. Aust Orthod J. 1996 Oct;14(3):154-7.

6.

7. 8.

Scardua MT, Januzzi E, Grossmann E. Ortodontia baseada em evidência científica: incorporando ciência na prática clínica. Rev Dental Press Ortod Orthop Facial. 2009 maiojun;14(3):107-13. Björk A. Variations in the growth pattern of the human mandible: longitudinal radiographic study by the implant method. J Dent Res. 1963 Jan-Feb;42(1)Pt 2:400-11. Björk A, Skieller V. Facial development and tooth eruption: an implant study at the age of puberty. Am J Orthod. 1972 Oct;62(4):339-83.

Enviado em: dezembro de 2010 Revisado e aceito: março de 2011

endereço para correspondência Maria Tereza Scardua Rua Chapot Presvot, 100/801 Praia do Canto CEP: 29.055-410 – Vitória / ES E-mail: maria@terezascardua.com.br

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tópiCo ESpECial

Checklist dos aspectos estéticos a serem considerados no diagnóstico e tratamento do sorriso gengival Máyra Reis Seixas*, Roberto Amarante Costa-Pinto**, Telma Martins de Araújo***

Resumo introdução: a exposição exagerada da gengiva ao sorrir é um dos problemas que afetam nega-

tivamente a estética do sorriso e, na maioria das vezes, está relacionada à atuação conjunta de alguns fatores etiológicos. A análise sistematizada de alguns aspectos do sorriso e da posição de repouso dos lábios facilita a correta avaliação desses pacientes. objetivo: apresentar um checklist de características dentolabiais e ilustrar como esse método de registro de dados, durante o diagnóstico ortodôntico, pode facilitar a tomada de decisões no tratamento do sorriso gengival, que geralmente envolve o conhecimento da Ortodontia e de outras especialidades médico-odontológicas. Palavras-chave: Ortodontia. Estética. Sorriso.

giando os modelos de gesso, que são registros estáticos da oclusão, permanecendo distante da análise dinâmica da fala, do sorriso e da avaliação das características morfológicas e funcionais dos lábios. Como o ato de sorrir é um processo dinâmico, a beleza do sorriso não depende apenas do correto posicionamento dentário e esquelético, mas também da anatomia e funcionamento da musculatura labial — e sobre isso a Ortodontia precisa reconhecer que tem pouco ou nenhum controle.

inTRoDuÇão Quando facilmente observado pelos próprios pacientes, o sorriso gengival constitui uma queixa estética importante durante a anamnese ortodôntica. Apesar de aparecer com certa frequência nos consultórios, a literatura dedicada a esse assunto como tema central, abordando o seu diagnóstico e tratamento, é escassa. Tratar o sorriso é uma tarefa difícil para o ortodontista por algumas razões. Historicamente, sabe-se que no século passado, nas décadas de 50 e 60, o diagnóstico e o planejamento ortodôntico eram realizados com base na cefalometria e, por isso, os conceitos estéticos foram definidos, primariamente, numa vista de perfil. Ainda assim, a documentação ortodôntica continuou privile-

soRRiso GenGiVal A maior parte dos profissionais da Odontologia consideram que, durante o sorriso, o lábio superior deve posicionar-se ao nível da margem

* Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Professora Colaboradora do Curso de Especialização em Ortodontia da UFBA. Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). ** Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Professor de Ortodontia da EBMSP. Professor Colaborador do Curso de Especialização em Ortodontia da UFBA. *** Doutora e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Professora Titular e Coordenadora do Centro de Ortodontia Prof. José Édimo Soares Martins-UFBA. Diretora Presidente do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

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Checklist dos aspectos estéticos a serem considerados no diagnóstico e tratamento do sorriso gengival

FIGURA 48 - Alteração estética do sorriso entre as fases inicial e final do tratamento: redução da exposição gengival pela correção da biprotrusão e diminuição da hipermobilidade labial.

consiDeRaÇÕes finais A exposição excessiva da gengiva durante o sorriso é considerada uma alteração estética que, com frequência, leva os pacientes aos consultórios de Ortodontia. A dificuldade existente na abordagem desse problema é decorrente da multiplicidade dos seus fatores etiológicos, os quais, na maioria das vezes, estão conjuntamente presentes. Para avaliar esses casos, o ortodontista deve realizar uma análise estática e dinâmica do sorriso, assim como da fala e da posição de repouso dos lábios. Nessa análise, os seguintes aspectos devem ser obrigatoriamente observados: espaço interlabial, exposição dos incisivos

superiores durante o repouso e a fala, arco do sorriso, proporção largura/comprimento dos incisivos superiores e características morfofuncionais do lábio superior. A utilização do checklist proposto nesse artigo auxilia o diagnóstico e planejamento, conduzindo à correção do sorriso gengival dentro do paradigma de tratamento ortodôntico contemporâneo. aGRaDeciMenTos Aos Doutores Edmália Barreto (Periodontia), Eutímio Torres (Prótese Dentária), Maria Cândida Teixeira e Alessandra Mattos (Dentística Restauradora), pela contribuição clínica nos casos apresentados.

Checklist of aesthetic features to consider in diagnosing and treating excessive gingival display (gummy smile) abstract Introduction: Excessive gingival display on smiling is one of the problems that negatively affect smile aesthetics and is, in most cases, related to several etiologic factors that act in concert. A systematic evaluation of some aspects of the smile and the position of the lips at rest can facilitate the correct assessment of these patients. Objective: To present a checklist of dentolabial features and illustrate how the use of this record-keeping method during orthodontic diagnosis can streamline decision making in treating the gummy smile, which usually requires knowledge of orthodontics and other medical and dental specialties. Keywords: Orthodontics. Aesthetics. Smile.

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Seixas MR, Costa-Pinto RA, Araújo TM

RefeRências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14.

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Enviado em: dezembro de 2010 Revisado e aceito: março de 2011

endereço para correspondência Máyra Reis Seixas Rua Leonor Calmon Bittencourt, nº 44, sala 1301 – Cidade Jardim CEP: 40.296.210 - Salvador / BA E-mail: mayraorto@yahoo.com.br

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n ormaS

dE aprESEntação dE originaiS

— O Dental Press Journal of Orthodontics publica artigos de investigação científica, revisões significativas, relatos de casos clínicos e de técnicas, comunicações breves e outros materiais relacionados à Ortodontia e Ortopedia Facial.

FORMATAÇÃO DOS MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com — Organize sua apresentação como descrito a seguir:

— O Dental Press Journal of Orthodontics utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema online de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com

1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — não inclua informações relativas aos autores, por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos. Elas deverão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informações não estarão disponíveis para os revisores.

— Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Dental Press International Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br

2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS.

— As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer responsabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nesta publicação. A Revista ou as empresas patrocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas.

3. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie as figuras em arquivos separados (ver logo abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo.

— Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. Os autores devem seguir as orientações descritas adiante. ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DOS MANUSCRITOS — Os trabalhos devem, preferencialmente, ser escritos em língua inglesa.

4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto.

— Apesar de ser oficialmente publicado em inglês, o Dental Press Journal of Orthodontics conta ainda com sua versão em língua portuguesa. Por isso serão aceitas, também, submissões de artigos em português. — Nesse caso, após terem sido avaliados e aprovados, os autores deverão enviar a versão em inglês de seus trabalhos. — Essa versão será submetida à aprovação do Conselho Editorial e deverá apresentar adequada qualidade vernacular.

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n ormaS

dE aprESEntação dE originaiS

5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.

Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301.

6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável).

Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990.

7. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética.

Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/ a15v11n6.pdf.

8. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http:// www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements. html). — utilize os exemplos a seguir: Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.

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* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com

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C omuniCado

aoS

a utorES

E

C onSultorES - r EgiStro

dE

E nSaioS C líniCoS

primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical

1. O registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências

Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (Internatio-

para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo pro-

nal Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRC-

jeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista

TN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possí-

intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de

vel, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para

causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter

os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem

interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clí-

ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação,

nicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados

data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financia-

e registrados antes de serem iniciados.

mento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinado-

O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de

res, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas,

identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos

título público do estudo, título científico, países de recrutamento, pro-

resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas cien-

blemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e ex-

tíficas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como

clusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário,

pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de

tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de

instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com

resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três

interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite

categorias:

reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas,

- Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e

observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas

contribuem para o Portal;

nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revis-

- Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas

tas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões inter-

enviam os dados para o Portal somente através de parceria com um dos Registros Primários;

nacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas

- Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria

científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic

do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram in-

3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics

cluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de

O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia

registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área

as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial

da saúde.

da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International

Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Jour-

Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.

nal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que

org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm),

exijam dos autores o número de registro no momento da submissão

reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divul-

de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos

gação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso

Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos en-

aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS

dereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados,

para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão

os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios

aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham

estabelecidos pela OMS.

recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.

2. Portal para divulgação e registro dos ensaios

org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final

A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros

do resumo.

de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Se-

Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o

arch Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index.html), com

registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.

interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos corres-

Atenciosamente,

pondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical

Jorge Faber, CD, MS, Dr

Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores

Editor do Dental Press Journal of Orthodontics

dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e

ISSN 2176-9451

controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros

E-mail: faber@dentalpress.com.br

Dental Press J Orthod

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