v. 17, no. 2
Dental Press J Orthod. 2012 March/April;17(2):1-180
March/April 2012
ISSN 2176-9451
EDITOR-CHEFE
Giovana Rembowski Casaccia
David Normando
UFPA - PA - Brasil
Clín. partic. - RS - Brasil UERJ - RJ - Brasil
Gisele Moraes Abrahão Glaucio Serra Guimarães
EDITORA ASSOCIADA
UFF - RJ - Brasil
Guilherme Janson
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Guilherme Pessôa Cerveira Gustavo Hauber Gameiro
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UFRGS - RS - Brasil Karolinska Institute - Suécia
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UERJ - RJ - Brasil
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EDITORES ADJUNTOS (artigos online) Daniela Gamba Garib
Hugo Cesar P. M. Caracas HRAC/FOB/USP - SP - Brasil
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UNICID - SP - Brasil
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UnB - DF - Brasil
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UERJ - RJ - Brasil
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ACOPEM - SP - Brasil
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Ortodontia
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USC - SP - Brasil
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Lucas Cardinal da Silva
PUC-Minas - MG - Brasil
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Luciana Rougemont Squeff
Anne Luise Scabell de Almeida
UERJ - RJ - Brasil
Luciane M. de Menezes
Anne-Marie Bolen
Universidade de Washington - EUA UFRJ - RJ - Brasil
Luiz Filiphe Canuto
Armando Yukio Saga
ABO - PR - Brasil
Luiz G. Gandini Jr.
UFSC - SC - Brasil
Ary dos Santos-Pinto
FOAR/UNESP - SP - Brasil
UFRJ - RJ - Brasil UNISANTA - SP - Brasil FOB/USP - SP - Brasil FOAR/UNESP - SP - Brasil
Luiz Sérgio Carreiro
UEL - PR - Brasil
Marcelo Bichat P. de Arruda
Björn U. Zachrisson
Univ. de Oslo - Noruega
Marcelo Reis Fraga
Bruno D'Aurea Furquim
Clín. partic. - PR - Brasil
Márcio Rodrigues de Almeida
UERJ - RJ - Brasil PUC/RS - RS - Brasil
Luís Antônio de Arruda Aidar
Antônio C. O. Ruellas Arno Locks
FOB/USP - SP - Brasil
UFMS - MS - Brasil UFJF - MG - Brasil UNIMEP - SP - Brasil
Camila Alessandra Pazzini
UFMG - MG - Brasil
Marco Antônio de O. Almeida
Camilo Aquino Melgaço
UFMG - MG - Brasil
Marco Rosa
Carla D'Agostini Derech
UFSC - SC - Brasil
Carla Karina S. Carvalho
ABO - DF - Brasil
Marcos Augusto Lenza
UFG - GO - Brasil
Carlos A. Estevanel Tavares
ABO - RS - Brasil
Margareth Maria Gomes de Souza
UFRJ - RJ - Brasil
Carlos Flores-Mir
Universidade de Alberta - Canadá
Carlos Martins Coelho
UFMA - MA - Brasil
Cauby Maia Chaves Junior
UFC - CE - Brasil
Célia Regina Maio Pinzan Vercelino Clarice Nishio Cristiane Canavarro David Sarver Eduardo C. Almada Santos Eduardo Franzotti Sant'Anna Eduardo Silveira Ferreira Emanuel Braga Rego Enio Tonani Mazzieiro Eustáquio Araújo Eyas Abuhijleh Fabrício Pinelli Valarelli Fernando César Torres
UERJ - RJ - Brasil Universidade de Insubria - Itália
Marcos Alan V. Bittencourt
UFBA - BA - Brasil
Maria C. Thomé Pacheco
UFES - ES - Brasil
Maria Carolina Bandeira Macena Maria Perpétua Mota Freitas
FOP-UPE - PB - Brasil ULBRA - RS - Brasil
FOB/USP - SP - Brasil
Marília Teixeira Costa
UFG - GO - Brasil
Univ. de Montreal - Canadá
Marinho Del Santo Jr.
Clín. partic. - SP - Brasil
UERJ - RJ - Brasil Universidade da Carolina do Norte - EUA FOA/UNESP - SP - Brasil UFRJ - RJ - Brasil UFRGS - RS - Brasil UFRJ - RJ - Brasil PUC/MG - MG - Brasil Univ. de Saint Louis - EUA Ajman University - Emirados Árabes Unidos UNINGÁ - PR - Brasil UMESP - SP - Brasil
Maristela S. Inoue Arai
Univ. Médica e Odontológica de Tokyo - Japão
Mônica T. de Souza Araújo Orlando M. Tanaka Oswaldo V. Vilella
UFRJ - RJ - Brasil PUC/PR - PR - Brasil UFF - RJ - Brasil
Patrícia Medeiros Berto
Clín. partic. - DF - Brasil
Patricia Valeria Milanezi Alves
Clín. partic. - RS - Brasil
Paula Vanessa P. Oltramari-Navarro Pedro Paulo Gondim Renata C. F. R. de Castro Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin Renato Parsekian Martins
UNOPAR - PR - Brasil UFPE - PE - Brasil UMESP - SP - Brasil CORA - SP - Brasil FOAr-UNESP - SP - Brasil
Ricardo Machado Cruz
UNIP - DF - Brasil
Disfunção da ATM
Ricardo Moresca
UFPR - PR - Brasil
José Luiz Villaça Avoglio
Robert W. Farinazzo Vitral
UFJF - MG - Brasil
Paulo César Conti
Roberto Hideo Shimizu
CTA - SP - Brasil FOB/USP - SP - Brasil
Clín. partic. - PR - Brasil Epidemiologia
Roberto Justus
Univ. Tecn. do México - México
Roberto Rocha
UFSC - SC - Brasil
Isabela Almeida Pordeus
UFMG - MG - Brasil
Rodrigo César Santiago
UFJF - MG - Brasil
Saul Martins Paiva
UFMG - MG - Brasil
Rodrigo Hermont Cançado
UNINGÁ - PR - Brasil
Rogério Lacerda dos Santos
UFCG - PB - Brasil
Rolf M. Faltin
Clín. partic. - SP - Brasil
Sávio R. Lemos Prado
UFPA - PA - Brasil
Sylvia Frazier-Bowers
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Tarcila Triviño Vladimir Leon Salazar Weber José da Silva Ursi Wellington Pacheco
UMESP - SP - Brasil
Fonoaudiologia Esther M. G. Bianchini
CEFAC-FCMSC - SP - Brasil
Implantologia Carlos E. Francischone
FOB/USP - SP - Brasil
Universidade de Minnesota - EUA FOSJC/UNESP - SP - Brasil PUC/MG - MG - Brasil
Won Moon
UCLA - EUA
Ortopedia Dentofacial Dayse Urias
Clín. partic. - PR - Brasil
Kurt Faltin Jr.
UNIP - SP - Brasil
Periodontia
Biologia e Patologia Bucal Alberto Consolaro
FOB/USP - SP - Brasil
Christie Ramos Andrade Leite-Panissi
Maurício G. Araújo
UEM - PR - Brasil
FORP/USP - Brasil
Edvaldo Antonio R. Rosa
PUC/PR - PR - Brasil
Victor Elias Arana-Chavez
USP - SP - Brasil
Prótese Marco Antonio Bottino
UNESP/SJC - SP - Brasil
Sidney Kina
Clín. partic. - PR - Brasil
Bioquímica e Cariologia Marília Afonso Rabelo Buzalaf
FOB/USP - SP - Brasil
Soraya Coelho Leal
UnB - DF - Brasil
Radiologia Rejane Faria Ribeiro-Rotta
UFG - GO - Brasil
COLABORADORES CIENTÍFICOS
Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana
Adriana C. P. Sant’Ana
FOB/USP - SP - Brasil
UNIP - DF - Brasil
Ana Carla J. Pereira
UNICOR - MG - Brasil
UEM - PR - Brasil
Luiz Roberto Capella
FOB/USP - SP - Brasil
Laudimar Alves de Oliveira Liogi Iwaki Filho Rogério Zambonato
Clín. partic. - DF - Brasil
Waldemar Daudt Polido
Clín. partic. - RS - Brasil
CRO - SP - Brasil
Mário Taba Jr.
FORP/USP - Brasil
Dentística Maria Fidela L. Navarro
O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é continuação da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (ISSN 1415-5419).
FOB/USP - SP - Brasil
Indexação:
O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é uma publicação bimestral da Dental Press
desde 1999
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International. Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá / PR - Fone/Fax: (0xx44) 3031-9818 - www.dentalpress.com.br - artigos@dentalpress.com.br.
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BBO desde 1998
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desde 2008
desde 2002
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desde 2008
desde 2008
desde 2009
Dental Press Journal of Orthodontics v. 1, n. 1 (set./out. 1996) - . -- Maringá : Dental Press International, 1996 Bimestral ISSN 2176-9451 1. Ortodontia - Periódico. I. Dental Press International. CDD 617.643005
Sumário 6
Editorial
15
O que há de novo na Odontologia / Leandro Silva Marques,
Camila Alessandra Pazzini, Mariele Cristina Garcia Pantuzo
18
Entrevista / Ki Beom Kim
27
Insight Ortodôntico / Alberto Consolaro
Artigos Online
30
Influência da contaminação salivar na resistência adesiva para colagem em esmalte
Tatiana Feres Assad-Loss, Mônica Tostes, José Nelson Mucha
33
Efetividade do laser de CO2 na remoção de hiperplasia gengival papilar
Sabrina Kívia Correia Gama, Fernando Antônio Lima Habib, Antônio Luiz Barbosa Pinheiro, Telma Martins de Araújo
36
Aparelhos de contenção ortodôntica: análise das solicitações aos laboratórios
Washington Komatsu Assumpção, George Kenji Bezerra Ota, Rívea Inês Ferreira, Flávio Augusto Cotrim-Ferreira
39
Variáveis de risco para reabsorção radicular apical externa durante o tratamento ortodôntico
Maria Carolina Feio Barroso, Renan Lana Devita, Eugênio José Pereira Lages, Fernando de Oliveira Costa, Alexandre Fortes Drummond, Henrique Pretti, Elizabeth Maria Bastos Lages
42
Avaliação da expansão maxilar por meio de tomografia computadorizada Cone-Beam em gêmeos com fissura labiopalatal
Luciane Macedo de Menezes, Fabiane Azeredo, André Weissheimer, Juliana Lindemann Rizzato, Susana Maria Deon Rizzatto
46
Características dentofaciais de pacientes portadores de maloclusão Classe I e Classe II de Angle
Rogério Lacerda dos Santos, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas
Artigos Inéditos
49
Características cefalométricas precoces na má oclusão de Classe III
Vanessa Costa Farias, Ricardo de Souza Tesch, Odilon Victor Porto Denardin, Weber Ursi
55
Imunossupressores: implicações ortodônticas
Rogério Lacerda dos Santos, Maria Cláudia Mesquita Lacerda, Renato Torres Gonçalves, Marco Aurélio Martins, Margareth Maria Gomes de Souza
62
O exercício profissional da Ortodontia por cirurgião-dentista não-especialista no Direito Comparado
Ivan Toshio Maruo, Armando Saga, Maria da Glória Colucci, Orlando Tanaka, Hiroshi Maruo
69
Recolagens de braquetes novos com diferentes resinas ortodônticas
Emigdio Enrique Orellana Jimenez, Sérgio Paulo Hilgenberg, Márcia Cristina Rastelli, Gibson Luiz Pilatti, Bruno Orellana, Ulisses Coelho
77
Estudo da influência das barreiras anatômicas na reabsorção radicular dos incisivos superiores após tratamento ortodôntico com extrações de pré-molares
Antonio Geraldo de Oliveira, Fabiana Guilhermina Ferreira Castro
83
Disfunção temporomandibular e hábitos orais deletérios: investigação anamnésica Melissa de Oliveira Melchior, Marcelo Oliveira Mazzetto, Cláudia Maria de Felício
90
Tratamento da síndrome da apneia do sono e do ronco com aparelho de avanço mandibular removível em pacientes sem disfunção temporomandibular Eduardo Rollo Duarte, Maria Luiza M. A. Frigério, Orivaldo Tavano, Paulo César Razuk, Maria Rita de Cássia M. Costa, Carlos Henrique Ferreira Martins, Maurício Serejo Ribeiro, Éderson A. G. Betiol
97
O tratamento ortodôntico é um fator de risco para o desenvolvimento de DTM? Tomas Magnusson, Antonio Sergio Guimarães
104
Influência da palatoplastia na oclusão de pacientes com fissura isolada de palato Omar Gabriel da Silva Filho, Elisa Teixeira Marinho, Rita de Cássia Moura Carvalho Lauris
113
Avaliação da eficácia do agulhamento de pontos-gatilho miofasciais (seco e 0,5% de lidocaína) em pacientes portadores de dor miofascial da musculatura mastigatória Renato Oliveira Ferreira da Silva, Paulo César Rodrigues Conti, Carlos dos Reis Pereira Araújo, Rafael dos Santos Silva
119
Prevalência de hábitos de sucção não nutritiva e sua relação com a mordida aberta anterior em crianças atendidas na clínica de Odontopediatria da Universidade de Pernambuco Luiza do Nascimento Cezar Magalhães, Maria José Rodrigues, Mônica Vilela Heimer, André Suliano de Alencar
124
Estudo fotométrico da proporção divina e sua correlação com a agradabilidade facial Ana Paula Lazzari Marques, Imara Castro Morosini, Keila Rodrigues Correia, Ricardo Moresca, Eros Petrelli
132
Aspectos e condutas clínicas das alterações eruptivas dos caninos superiores permanentes Sheila Marcia Francisco, Mario Cappellette Junior
140
Avaliação cefalométrica das alterações esqueléticas induzidas pelo aparelho de Herbst na dentição mista Luana Paz Sampaio, Dirceu Barnabé Raveli, Ary dos Santos-Pinto, Denise Rocha Goes Landázuri, Taísa Boamorte Raveli
151
Extrações assimétricas em Ortodontia Camilo Aquino Melgaço, Mônica Tirre de Souza Araújo
157
A variação de cálcio, amilase, glicose, proteínas totais, fluxo, pH e capacidade de tamponamento da saliva de pacientes em tratamento ortodôntico corretivo Hellen Soares Teixeira, Stella Maris Oliveira Kaulfuss, Jucienne Salgado Ribeiro, Betina do Rosário Pereira, João Armando Brancher, Elisa Souza Camargo
162
Caso Clínico BBO Má oclusão de Classe II esquelética e dentária, com mordida aberta anterior e sobressaliência acentuada Márlio Vinícius de Oliveira
170
Tópico Especial O papel do atrito na Ortodontia Mariana Ribeiro Pacheco, Wellington Corrêa Jansen, Dauro Douglas Oliveira
178
Normas para publicação
editorial
Otimizando o tempo e o espaço
Navegar é preciso, viver não é preciso. (Pompeu, 106–48 a.C.)
Em meu primeiro editorial1, fiz uma breve análise da edificação do Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO). Ao contrário do pulso poético e emotivo do primeiro texto1, fruto da profunda gratidão aos que me nomearam timoneiro, utilizarei esse espaço para descrever, aos nossos leitores e demais colaboradores (editores, autores e revisores), alguns ajustes que serão realizados nesse periódico. Essas mudanças iniciam-se nesse número e serão complementadas na próxima edição (17.3), ou talvez jamais cessem, a depender da maresia e da nossa inquietação. O papel do editor é observar os rumos da revista e controlar o leme, de modo que a proa se mantenha ajustada na rota traçada por nossos antecessores. Tal esforço tem como escopo principal reduzir o tempo de navegação entre a submissão do artigo e sua efetiva publicação, conforme finalizamos no editorial anterior1. O grande fluxo de artigos é o motivo principal para que o DPJO consuma três anos, em média, para realizar todo o processo. O objetivo é chegar ao final do ano de 2012 com esse tempo de no máximo dezoito meses, e seguiremos com a redução, até que essa rota seja cumprida em seis a doze meses. Infelizmente, para atingir essa meta, medidas “parassimpáticas” são necessárias. A taxa de aceite para artigos submetidos no ano de 2009 foi de 60%; caiu para 50% em 2010 e foi de apenas 1/3 (34%) dos artigos submetidos em 2011 (Fig. 1). Embora não tenhamos estabelecido uma meta rígida, estima-se que o nível de rejeição dos artigos submetidos em 2012 ficará próximo a 75%.
A segunda medida é aumentar a quantidade de artigos publicados em um mesmo número da revista. Nesse ritmo, acaba-se aumentando a quantidade de artigos online, ação que já vem sendo delineada desde 2010. A perspectiva nesse ano é publicar seis artigos online em cada número. A nova formatação da revista, que pode ser observada a partir dessa edição, também favorecerá a inserção de mais quatro artigos em cada número da revista. Essas medidas, aliadas à redução da dimensão dos manuscritos — agora, com no máximo 3.500 palavras —, tornarão os artigos mais objetivos e a informação principal mais focalizada. Assim, nossos leitores ganharão mais informação em cada número e os pesquisadores poderão usufruir mais rapidamente do deleite de ver a sua obra navegando pelo mundo. O processo de submissão também receberá alguns ajustes. Estamos procedendo a uma pequena reforma no quadro de revisores, ampliando o quadro dos colaboradores estrangeiros, com o objetivo de atender às exigências das bases indexadoras internacionais. Também, em breve, o Dental Press Journal of Orthodontics aceitará tão somente submissões em língua inglesa. O objetivo é facilitar a diagramação. Entretanto, a versão impressa em português continuará sendo recebida por todos os assinantes; por enquanto, apenas a versão em inglês continuará disponibilizada online, via SciELO. Para uma revista madura, na verdade o que se propõe é quase nada diante de uma obra tão bem concebida e consolidada. Apenas pequenas mudanças no leme, priorizando a condução à proa. Ajustes modestos para tornar mais precisa a nossa cartografia, otimizando tempo e espaço, com o objetivo de consolidar a “precisão”, tão aclamada por Fernando Pessoa, mas que já ronda as nossas vidas desde antes de Cristo.
70,0% 60,0% 50,0%
Aceitos
40,0%
Rejeitados
Boa leitura!
30,0%
David Normando - editor-chefe davidnor@amazon.com.br
20,0% 10,0% 0,0% 2009
2010
2011
Figura 1 - Frequência relativa (%) de artigos aceitos e rejeitados pelo Dental Press Journal of Orthodontics, submetidos nos anos de 2009, 2010 e 2011.
© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics
1. Normando D. Editorial. Uma estrada, digo, revista. Dental Press J Orthod. 2012 JanFeb;17(1):6-7.
6
Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):6
08 | 09 | 10 | NOV | 2012 | EXPONOR | PORTO | PORTUGAL
CONFERENCISTAS CONVIDADOS PIERPAOLO CORTELLINI | IT RICARDO MITRANI | MEX DENNIS TARNOW | USA SERGIO KUTLER | USA RONALD JUNG | CH MICHAEL NORTON | UK MARGA REE | NED JACQUES NOR | BR FRANK SHWARTZ | GER
PERIODONTOLOGIA | BIOMATERIAIS REABILITAÇÃO ORAL IMPLANTOLOGIA ENDODONTIA PRÓTESE FIXA E IMPLANTES REGENERAÇÃO ÓSSEA ENDODONTIA ODONTOPEDIATRIA IMPLANTOLOGIA
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GOLD SPONSOR
PATROCINADORES OFICIAIS
12 a 14 de julho de 2012 Windsor Atlântica | Rio de Janeiro
Inscrições e informações
www.sbo.org.br 21 3326.3320 21 2437.1483
ortopremium@interevent.com.br 21 2522.2613 21 2287.8156
CURSO INTERNACIONAL // 13/07/2012 9 às 19 horas
Miniplacas de ancoragem para protração da face média em pacientes Classe III e distalização de molares em pacientes Classe II
Dr. Hugo De Clerck // Bélgica A maior vantagem da ancoragem esquelética com miniplacas modificadas é a sua fixação a uma distância do arco dentário. Isso as torna muito adequadas para o movimento distal completo do arco superior no tratamento da Classe II sem extrações de pré-molares. Essa movimentação pode ser realizada com mecânica de deslizamento ao longo de arcos leves ou através da retração em massa de todos os dentes superiores usando arcos pesados. Para eficiência máxima, é necessário correto controle da dimensão vertical. A ancoragem esquelética também pode ser usada para intruir molares extruídos ou verticalizar segundos molares, e para a mesialização de molares inferiores nos casos de agenesias de segundos pré-molares. Além disso, as miniplacas resistem melhor a forças pesadas e intermitentes do que os mini-implantes. Portanto,
elas podem ser usadas para tração ortopédica intermaxilar. Elásticos de Classe III podem ser fixados entre as miniplacas de Bollard nas bases esqueléticas da maxila e da mandíbula de pacientes jovens em crescimento. Será que o crescimento da maxila e/ou mandíbula pode ser estimulado, restringido ou redirecionado? Qual abordagem biomecânica deve ser utilizada? Os resultados dessa tração ortopédica contínua serão discutidos com base em imagens de tomografias Cone-Beam sobrepostas na base do crânio. Esses resultados serão comparados entre os grupos controle e submetidos à protração com máscara facial. Todas as aplicações biomecânicas serão explicadas passo a passo e serão ilustradas com diversos casos clínicos.
CURSO NACIONAL // 14/07/2012 9 às 13 horas
Excelência estética e funcional: uma abordagem transdisciplinar
Dr. Roberto Carlos Brandão
Dr. Marcio Bittencourt
Dr. Carlos Eduardo Ferreira
Ortodontia
Prótese
Periodontia
Procedimentos integrados de Ortodontia, Periodontia, Implantodontia, Oclusão e Prótese serão discutidos em conjunto e simultaneamente, com os três ministradores explorando os mesmos casos clínicos — dentro do espectro de cada especialidade —, utilizando o maior grau de evidência científica disponível para embasar os procedimentos. A abordagem transdisciplinar deve ser encarada a partir de uma filosofia comum entre os profissionais, as diferentes especialidades devem ter seus dogmas repensados para que procedimentos sejam concatenados em busca de objeti-
vos claros. Serão discutidos: a melhor posição para os implantes, procedimentos protéticos que supram limitações da Ortodontia, o uso de corticotomia para acelerar o movimento dentário, uso de enxertos ósseos e gengivais, e a aplicação de autotransplantes. Também serão abordadas as determinantes da melhor estética facial, considerando: dimensão vertical, linha do sorriso, curva do sorriso, contorno gengival, corredor bucal, espaços negros, sorriso gengival, formas e proporções dentárias e faciais.
CONGRESSO // PALESTRAS NACIONAIS // 12/07/2012 9 horas
10 horas Invisalign necessidade ou luxo?
Estabilidade e instabilidade em Ortodontia
A Ortodontia frente aos quadros de traumatismo dentário
Você, ortodontista, está preparado para o atual mercado de trabalho?
Dr. Maurício Casa
Dr. Carlos Jorge Vogel
Dr. Renato Lenzi
Dr. Fernando Habib
11:30 horas
14:30 horas
Limites da projeção de incisivos. Até onde podemos ir?
Autotransplante dentário: solução estética e funcional
Braquetes autoligáveis: futuro ou modismo?
Ortodontia 4D: o tempo como quarta dimensão
Dr. Flavio C. de Carvalho
Dra. Deise Lima Masiolli
Dr. Weber Ursi
Dr. Jonas Capelli Junior
17:00 horas
15:30 horas Apneia obstrutiva do sono: por onde devemos começar?
Implantes osseointegrados: planejamento e tratamento
Como tornar sorrisos mais atraentes com a Ortodontia Lingual?
Cirurgia ortognática em pacientes com oclusão normal
Dr. Rowdley Rossi
Dr. Carlos E. Sabrosa
Dr. Júlio Pedra e Cal Neto
Dr. Henrique M. da Silveira
18:00 horas Avaliação em longo prazo da estabilidade do tratamento da mordida aberta em pacientes adultos
Mecânica ortodôntica com mini-implantes
Dr. José Nelson Mucha
Dr. Antônio Carlos Ruellas
CREDENCIAMENTO // 11/07/2012
ATIVIDADES BBO - Curso de Orientação - 11/07/2012 - 9 às 13 horas - Fórum Clínico - 12/07/2012 - 9 às 19 horas - Mesa Clínica - 13/07/2012 - 9 às 19 horas
Credenciamento Invisalign Inscrições pelo site:
www.invisalign.com.br
ATIVIDADES DE LIVRE INSCRIÇÃO
ATIVIDADES ASSOCIATIVAS
Temas Livres e Painéis Inscrições a partir de 15 de maio, informações pelo site: www.sbo.org.br
- Reunião ALADO - 13/07/2012 - 12 às 14 horas - Assembleia CDBBO - 14/07/2012 - 7 às 9 horas
ADESÃO CATEGORIA Sócios SBO/ABOR e estudantes* Dentista não sócio
ATÉ 1° DE JUNHO
ATÉ 1° DE JULHO
parcelado em 2X
à vista
NO LOCAL
R$ 500,00
R$ 500,00
R$ 550,00
R$ 700,00
R$ 700,00
R$ 750,00
* Estudantes: indispensável apresentação de documento que comprove a situação. - Inscrições realizadas após o dia 1° de junho não poderão ser parceladas. - Todas as inscrições pré-congresso devem ser realizadas on-line no site da SBO (www.sbo.org.br). Após 01/07/2012 as inscrições só poderão ser feitas no local do evento.
Formas de pagamento: Boleto bancário // Depósito bancário (pagamento à vista) // Cheque Banco Itaú Agência: 0304 | Conta Corrente: 64234-1 CNPJ 42.136.556/0001-50 Favorecido: Sociedade Brasileira de Ortodontia Envio de cheques (valores parcelados conforme tabela de inscrição no site) para a secretaria do congresso: Interevent (Av. das Américas, 3500, sala 405, bloco 7, Barra da Tijuca/RJ, CEP: 22.640-102). Os cheques deverão ser nominais à Sociedade Brasileira de Ortodontia.
ORGANIZAÇÃO
APOIO
D O S MAxIlARES E ORTODO N T I A
SIMpóSIO IN T E R N
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23 a 26 DE MAIO DE 2012 SERRANO RESORT– GRAMADO/RS
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www.simposiosobracom.com.br Já confirmaram! • • • • • • • •
• José Eduardo Prado de Souza • Laura Moura Martins Abou Bakr Mahmoud Rabie • Luciano Wagner Ribeiro Bruno Gribel • Orlando Santiago Junior Carlos Ramirez • Patricia Valerio Dalton Humberto de Almeida • Pedro Andrade Junior Cardoso • Rodrigo Alexis Lazo Osorio Eduardo Sakai • Sérgio Nakazone Junior Elza Perez Ruiz Francisco José de Moraes Macedo • Sérgio Terçarolli Humberto Soliva • Wilma Alexandre Simões 6º Congresso Brasileiro de OFM Confederação Brasileira de Ortopedia Funcional dos Maxilares
4º Encontro Brasileiro da Síndrome do Respirador Bucal Agência Oficial de Viagens
Hotel Oficial
Organização
Realização
O que há de novo na Odontologia
Níquel: alterações humorais e periodontais em pacientes ortodônticos Leandro Silva Marques1, Camila Alessandra Pazzini2, Mariele Cristina Garcia Pantuzo3
Introdução: embora diversos estudos tenham abordado a influência do níquel no desenvolvimento de reações imunológicas em pacientes ortodônticos, observa-se que as evidências sobre seus mecanismos, bem como sobre as consequências que esse material pode acarretar à saúde bucal e geral dos indivíduos, ainda são pouco consistentes. Objetivo: o objetivo desse artigo é apresentar o estágio atual de conhecimento sobre o tema, destacando os achados mais recentes considerando-se os aspectos periodontais e humorais de pacientes alérgicos. Palavras-chave: Níquel. Alergia. Ortodontia.
INTRODUÇÃO Desvendar os mecanismos associados à alergia ao níquel em pacientes ortodônticos representa um desafio tanto para ortodontistas quanto para pesquisadores da área da saúde. Alterações clínicas como hiperplasia gengival, descamação labial, ardência na boca, gosto metálico, queilite angular e periodontite têm sido associadas à liberação do níquel proveniente dos aparelhos ortodônticos1-8. Entretanto, a análise crítica da literatura revela que, em sua maior parte, as evidências fornecidas pelas pesquisas são pouco
consistentes. Parte desse problema ocorre em virtude de limitações metodológicas (desenho, tamanho e natureza da amostra, tipo de avaliação), conduzindo a resultados conflitantes, comprometendo a tomada de decisões clínicas. Além disso, existem questionamentos que esses trabalhos não respondem, como: • Quais são as implicações de natureza clínica e biológica da alergia ao níquel? • Os efeitos estão associados ao acúmulo de níquel ao longo do tratamento ortodôntico ou à liberação local?
1
Doutor em Ortodontia, UFRJ.
2
Doutoranda em Odontopediatria, UFMG.
Como citar este artigo: Marques LS, Pazzini CA, Pantuzo MCG. Nickel: humoral and periodontal changes in orthodontic patients. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):15-7.
3
Doutora em Ciências da Saúde, UFMG.
Enviado em: 2 de fevereiro de 2012 - Revisado e aceito: 20 de março de 2012 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Endereço para correspondência: Leandro Silva Marques Rua Arraial dos Forros 222 - CEP: 39.100-000 – Diamantina/MG
» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.
E-mail: lsmarques.prof@gmail.com
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):15-7
Marques LS, Pazzini CA, Pantuzo MCG
figura 1 - Condição clínica da paciente alérgica, aos seis meses de tratamento.
figura 2 - Condição clínica da paciente um mês após a paralisação do tratamento ortodôntico.
figura 3 - Condição clínica da paciente três meses após a remontagem com braquete nickel-free.
materiais biocompatíveis, evitando materiais soldados. É indicado utilizar braquetes cerâmicos, de titânio e nickel-free, além do revestimento da superfície dos acessórios ortodônticos com nitrito de titânio, pois esse mesmo nitrito é capaz de reduzir a proporção do níquel. Além disso, é importante requerer do paciente atenção especial à higiene bucal, para minimizar a corrosão dos metais. Estudos futuros devem incluir as taxas de cromo e cobalto, que são substâncias também presentes em materiais ortodônticos e que podem estar superestimando (viés) os efeitos do níquel. Além disso, estudos com abordagem molecular podem oferecer respostas ainda mais concretas sobre os reais mecanismos associados à alergia ao níquel em pacientes ortodônticos.
estomatite peribucal e gengivite. Não foram encontrados estudos que apontem quanto tempo após a remoção dos braquetes ocorre o restabelecimento de padrões de normalidade do periodonto. O potencial dos metais ortodônticos causarem reações alérgicas está relacionado com o padrão e o modo de corrosão, com liberação subsequente de íons metálicos, o que depende da composição do metal, temperatura, pH do ambiente, presença de solda, tensão do fio, entre outros1-4. CONDUTa ClíNICa É importante questionar, no momento da anamnese, sobre a história prévia de sensibilidade ao níquel. Em pacientes alérgicos, o profissional deve optar por
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entrevista
uma entrevista com
Ki Beom Kim • Professor Associado e Diretor Clínico do Departamento de Ortodontia da Nova Southeastern University, Fort Lauderdale (Flórida), Estados Unidos. • Professor Assistente do Departamento de Ortodontia da Saint Louis University, Estados Unidos, de 2005 a 2011. • Diplomado pelo American Board of Orthodontics, 2011. • Residência em Ortodontia na Vanderbilt University (Nashville), Estados Unidos, 2005. • Doutor em Dor Orofacial pela Dankook University, Coreia do Sul, 2002. • Diplomado pelo American Board of Orofacial Pain, 2000. • Mestre em Odontologia pela Dankook University, Coreia do Sul, 1995. • Residência em Medicina Oral e Disfunção Temporomandibular pela Dankook University, Coreia do Sul, 1995.
Tenho a honra e a alegria de trazer para os leitores um pouco da experiência e dos conhecimentos científicos de um dos mais importantes pesquisadores e clínicos em atividade nos Estados Unidos: Prof. Dr. Ki Beom Kim. Constatamos que o Prof. Kim demonstrou ter tido uma atenção muito especial nas respostas às perguntas formuladas pelos entrevistadores, deixando claro o respeito que tem por todos nós, leitores da Dental Press. Ao longo dessa entrevista, abordou, com muita propriedade, assuntos importantes, atuais e de grande relevância clínica, como a utilização da tecnologia das imagens em 3D, braquetes autoligáveis, mini-implantes e tratamento ortodôntico de pacientes portadores de disfunção temporomandibular. Profundo apreciador e conhecedor de esportes e da fotografia, o Prof. Kim, apesar de trabalhar com os mais modernos recursos disponíveis na Odontologia, acredita no diagnóstico e planejamento criteriosos e individualizados como o principal caminho para se alcançar o sucesso nos tratamentos ortodônticos. Casado e pai de dois filhos, o Dr. Kim nasceu na Coreia do Sul e lá formou-se em Odontologia e pós-graduou-se em Dor Orofacial. Em seguida, mudou-se para os Estados Unidos, país em que fez a sua formação em Ortodontia e de onde não saiu mais. Atualmente, é Professor Associado e Diretor Clínico do Departamento de Ortodontia da Nova Southeastern University (Fort Lauderdale, Flórida/Estados Unidos), onde ocupa o cargo de Diretor Clínico do Programa de Pós-graduação. Espero que todos aproveitem essa oportunidade de conhecer alguns dos pontos de vista e a forma de trabalhar desse grande pesquisador e clínico. Marcelo Castellucci
Como citar esta seção: Ki Beom Kim. Interview. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):18-26. Enviado em: 20 de outubro de 2011 - Revisado e aceito: 1 de março de 2012. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.
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entrevista
O que acha do uso da toxina botulínica no controle de pacientes com hiperatividade muscular? (Paulo Rocha) Injetar quantidades mínimas de toxina botulínica em músculos hiperativos resultará na diminuição da atividade muscular, bloqueando a liberação de acetilcolina dos neurônios. Isso, efetivamente, enfraquecerá os músculos por um período de três a seis meses. Se o paciente tem altura facial e a posição dos inci-
sivos normais, mas apresenta uma exposição gengival demasiada por causa da hiperatividade muscular, então a injeção de toxina botulínica pode ser muito útil. Contudo, o efeito desse tratamento é temporário. Os pacientes precisam repetir as injeções com aplicações a cada 3 a 6 meses. Hoje em dia, não há diretrizes sobre a quantidade de toxina, localização correta, nem pesquisas de longa duração sobre a efetividade desse tipo de tratamento e seus efeitos a longo prazo.
Luiz G. Gandini Jr » Professor Livre-docente/Adjunto da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP. » Professor Assistente Adjunto Clínico do Departamento de Ortodontia da Baylor College of Dentistry e da Saint Louis University.
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insight ortodôntico
Movimentação dentária induzida: uniformização da nomenclatura sobre os efeitos das forças no ligamento periodontal Compressão/Tração no lugar de Pressão/Tensão Alberto Consolaro1
Não se justifica a Odontologia usar, para os mesmos fenômenos, conceitos diferenciados em relação à Física, uma área mais específica e preparada para orientar e adequar conceitos relacionados às forças. No lugar do binômio Pressão/Tensão, podemos utilizar o Compressão/Tração. Esse trabalho traz a definição de cada um desses termos, justificando-os. O mundo contemporâneo requer uniformização de critérios, métodos, medidas, conceitos e nomenclatura, para que os protocolos, resultados e aplicações das pesquisas possam ser usados da mesma forma em qualquer país e área da ação humana. Palavras-chave: Movimentação dentária. Movimentação ortodôntica. Pressão. Tensão. Tração. Compressão.
MoviMEnto dEntáRio induzido E MoviMEnto oRtodôntiCo A primeira observação microscópica do tecido ósseo após a movimentação dentária induzida foi realizada pelo sueco Carl Sandstedt7,9 em cães, no ano de 1901, relatando os fenômenos ainda hoje atuais4,6, descrevendo, inclusive, a reabsorção óssea à distância.
Inicialmente, publicou seus trabalhos em sueco, os quais em português referem-se a “Algumas contribuições para a teoria do movimento ortodôntico”. Posteriormente, apresentou seus resultados em três trabalhos8 resumidos e versados em alemão entre 1904 e 1905. Em tecidos humanos, a primeira observação microscópica foi relatada por Herzberg3, em 1932.
Professor Titular da FOB e da Pós-graduação da FORP - Universidade de São Paulo.
Como citar este artigo: Consolaro A. Induced tooth movement: Standardization of terms to describe the effects of forces on the periodontal ligament – Compression/Traction instead of Pressure/Tension. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):27-9.
1
Enviado em: 26/03/2012 - Revisado e aceito: 31/03/2012 » O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br
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Consolaro A
No movimento ortodôntico, usar esse termo para quem conhece o conceito da Física pode gerar confusão. A tensão é um sistema que pode comprimir ou tracionar.
aumento da pressão em um sistema físico pela ação de forças ou agentes externos, como no movimento ortodôntico. O termo compressão adequa-se perfeitamente ao que chamávamos de “lado de pressão”.
O conceito de Tração É um dos efeitos que forças podem exercer em um corpo quando aplicadas no contexto de um sistema chamado de tensão. Tração significa ato ou efeito de puxar, arrastar e movimentar. Na Mecânica, traduz a situação de um corpo quando submetido à ação de uma força que tende a alongá-lo. No movimento dentário induzido, esse termo se adequa mais precisamente ao que costumeiramente chamávamos de lado de tensão.
COnsiderações Gerais No mundo contemporâneo, o sistema econômico, com a intensa e veloz troca de informações, cada vez mais requer uniformização de critérios, métodos, medidas, conceitos e da nomenclatura. Essa uniformização permite que os protocolos, experimentos e aplicações industriais, comerciais e clínicas das pesquisas e estudos possam ser usados em qualquer país e área da ação humana. Não se justifica a Odontologia usar, para os mesmos fenômenos, conceitos diferenciados em relação à Física, uma área mais específica e preparada para orientar e adequar conceitos relacionados às forças. No lugar de Pressão/Tensão, podemos utilizar-se do binômio Compressão/Tração, contribuindo, dessa forma, para essa uniformização requerida.
O conceito de Compressão Quando forças são aplicadas no contexto de um sistema chamado de tensão, a compressão representa o termo mais adequado para o ato ou efeito de comprimir. O termo “compressão” representa o
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artigo online*
Influência da contaminação salivar na resistência adesiva para colagem em esmalte Tatiana Feres Assad-Loss1, Mônica Tostes2, José Nelson Mucha3
Objetivo: avaliar a resistência ao cisalhamento de três sistemas adesivos (Single Bond, Transbond MIP e Transbond XT) sob a influência da contaminação salivar em esmalte bovino. Métodos: 120 superfícies de esmalte de incisivos bovinos foram divididas em 6 grupos (n=20) de acordo com o sistema adesivo empregado, com ou sem contaminação pela saliva: SB, MIP e XT. Cada sistema adesivo foi dividido em dois grupos: Sem Contaminação (SC), condicionado com H3PO4 a 37% por 30 segundos + duas camadas do sistema adesivo e; Com Contaminação (CC), em que, após a primeira camada de adesivo, as superfícies foram contaminadas com saliva. Cilindros de cimento resinoso foram colados nas superfícies do esmalte. Após armazenagem em água deionizada a 37°C por 7 dias, os corpos de prova foram submetidos a ensaio de cisalhamento, com velocidade de 0,5mm/min. O índice de remanescente adesivo (IRA) foi avaliado em estereomicroscópio. Os dados foram submetidos à análise de variância de dois fatores e ao teste de Tukey para contraste entre médias (α = 0,05). Resultados: XT(SC)= 26,29±7,23MPa; MIP(SC)= 24,27±7,52MPa; SB(SC)= 32,36±4,14MPa; XT(CC)= 19,59± 6,76MPa; MIP(CC)= 18,08±6,39MPa; SB(CC)= 18,18±7,03MPa. Os índices 0 e 1 do ARI foram os mais prevalentes em todos os grupos testados. Conclusão: a contaminação salivar diminuiu, de forma significativa, a força de adesão dos três adesivos utilizados (p<0,05), porém, quando comparados entre si, com e sem contaminação, as diferenças não foram significativas, podendo as forças serem consideradas equivalentes. Palavras-chave: Colagem em esmalte. Contaminação pela saliva. Resistência ao cisalhamento.
Como citar este artigo: Assad-Loss TF, Tostes M, Mucha JN. Influence of saliva contamination on the shear bond strength of adhesives on enamel. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):30-2.
*Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. 1
Mestre em Odontologia, UFF. Especialista em Ortodontia, UFF. Especialista em Odontopediatria, UFF.
2
Professor Associado da Disciplina de Odontopediatria, UFF.
3
Professor Titular de Ortodontia, UFF.
Enviado em: 12 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 24 de novembro de 2008 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Tatiana Feres Assad-Loss Praia de Icaraí 469 - Ap. 602 - CEP: 24.230-008 - Niterói / RJ E-mail: tatianaassad@yahoo.com.br
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Influência da contaminação salivar na resistência adesiva para colagem em esmalte
artigo online
Questões aos autores 1) Que explicação os autores poderiam dar ao fato do adesivo dentinário Single Bond apresentar resultados semelhantes aos do Transbond MIP, produto que foi desenvolvido exclusivamente para ambientes úmidos? A composição e o caráter hidrófilo dos materiais influenciam o trânsito de fluidos através deles. Dentre os adesivos comerciais, os sistemas mais hidrófilos apresentam valores de sorção, de solubilidade e de coeficiente de difusão da água maiores que dos adesivos menos hidrófilos. Apesar do MIP apresentar mais um monômero hidrófilo (2-hydroxy-1-3-dimethacryloxy propane), que apresenta o grupamento polar OH, isso não foi capaz de melhorar a adesão em meio úmido, quando comparado aos demais materiais.
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2) Qual dos materiais testados apresenta melhor custo-benefício para utilização clínica? De acordo com a metodologia utilizada, o Transbond MIP apresentou maior dano ao esmalte após a descolagem em meio seco, portanto, o seu uso seria contraindicado nessa condição. Em relação ao custo-benefício, a utilização do SB seria mais vantajosa, associando adesão e menor risco de fratura ao esmalte em meio seco ou úmido. 3) Os autores pretendem realizar novos estudos nessa linha de pesquisa? Essa pesquisa foi realizada in vitro e pretende-se realizar novos experimentos in vivo ou in vitro para se avaliar o comportamento desses materiais.
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artigo online*
Efetividade do laser de CO2 na remoção de hiperplasia gengival papilar Sabrina Kívia Correia Gama1, Fernando Antônio Lima Habib2, Antônio Luiz Barbosa Pinheiro3, Telma Martins de Araújo4
Introdução: as aplicações do laser têm se mostrado crescentes em uma variedade de procedimentos odontológicos, particularmente para as cirurgias de tecidos moles. A radiação não é invasiva e é muito bem tolerada pelos tecidos. O laser de CO2 age em pequenos vasos promovendo a coagulação sanguínea, sendo possível trabalhar de forma controlada. Pacientes que realizam terapia ortodôntica fixa frequentemente apresentam lesões de hiperplasia gengival, causando problemas tanto estéticos quanto funcionais. Objetivo: o objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade do uso do laser de CO2 na remoção de lesões de hiperplasia nas regiões de papila gengival de pacientes portadores de aparelho ortodôntico fixo. Métodos: para isso, foram selecionados dez pacientes e, nesses, identificado um total de 75 dentes com hiperplasia gengival. Com o auxílio de um paquímetro digital, foram realizadas medidas da distância da papila à borda incisal dos dentes. Além disso, os indivíduos foram submetidos a exames prévios para a realização do procedimento cirúrgico a laser: hemograma completo, coagulograma e glicemia em jejum. Em seguida, os pacientes foram encaminhados para a cirurgia de remoção das lesões, realizada no Centro de Laser da FOUFBA, utilizando um aparelho de laser de CO2 (Sharplan 20C, Tel Aviv, Israel). Resultados: os resultados mostraram que o laser proporcionou um aumento significativo (p= 0,000) na distância da papila à borda incisal dos dentes, não havendo contração tecidual — aspecto mantido ao longo de dois meses. Conclusão: pode-se concluir que o laser de CO2 se mostrou efetivo na remoção de lesões de hiperplasia gengival papilar. Palavras-chave: Laser. Hiperplasia gengival. Ortodontia.
Como citar este artigo: Gama SKC, Habib FAL, Pinheiro ALB, Araújo TM. Effectiveness of CO2 laser in removal of papillary gingival hyperplasia. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):33-5. *Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. 1
Enviado em: 27 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 26 de novembro de 2008
Doutora em Laser - Universidade Federal da Bahia (UFBA).
2
Responsável pela Disciplina de Ortodontia da FOUFBA. Professor do Curso de Especialização de Ortodontia da FOUFBA.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
3
Professor Titular da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da FOUFBA.
» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.
4
Professora Titular de Ortodontia da FOUFBA. Coordenadora do Curso de Especialização do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José Édimo Soares Martins - FOUFBA. Diretora do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.
Endereço para correspondência: Sabrina Kívia Correia Gama Av. Araújo Pinho 62 - 7º andar - Canela - CEP: 40.110-912 - Salvador / BA E-mail: sabrinakivia@hotmail.com
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Effe
Efe
Gama SKC, Habib FAL, Pinheiro ALB, Araújo TM
incisal ocorreu em quatro tempos: antes da cirurgia (Tempo 0), imediatamente após a cirurgia (Tempo 1), um mês após (Tempo 2) (Fig. 2) e dois meses após o procedimento cirúrgico (Tempo 3). O resultados encontrados mostraram que o laser proporcionou um aumento significativo (p= 0,000) na distância da papila à borda incisal dos dentes, não havendo contração tecidual, aspectos mantidos ao longo de dois meses. De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que o laser de CO2 mostrou-se efetivo na remoção de lesões de hiperplasia gengival papilar, durante a terapia ortodôntica com aparelho fixo.
Figura 2 - Um mês após o procedimento cirúrgico.
Questões aos autores
A ideia da inclusão do grupo de gengivectomia convencional foi aventada no início do trabalho; porém, como esse era um trabalho inicial entre os grupos de laser e de Ortodontia em nossa universidade, decidimos realizá-la posteriormente. Não pensamos na eletrocirurgia, pelas contraindicações que essa técnica apresenta.
1) Na opinião dos autores, qual seriam as duas principais vantagens e desvantagens de se utilizar o laser de CO2 com vistas à correção da hiperplasia gengival? As duas principais vantagens seriam: a ausência de sangramento, possibilitando a colagem de braquetes na mesma seção, e a recuperação pós-operatória, pela rapidez e pela sensação mínima de desconforto. As desvantagens são: o alto custo do aparelho e a necessidade de treinamento especializado para a realização do procedimento.
3) O alto custo do aparelho de laser de CO2 compensaria a sua utilização em clínicas privadas? O custo é realmente alto, porém, dependendo do tamanho da clínica privada, da quantidade de sócios e do público, compensaria sim, pois esse mesmo laser pode ser utilizado para outras finalidades, como: tratamento da cárie, tratamento endodôntico, cirurgia apical, tratamento cirúrgico de patologias dos tecidos moles, tratamento cirúrgico de lesões pré-malignas e malignas da cavidade bucal.
2) Seria interessante a inclusão de outros dois grupos, com gengivectomia convencional e eletrocirurgia? Qual seria a próxima etapa desse trabalho?
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artigo online*
Aparelhos de contenção ortodôntica: análise das solicitações aos laboratórios Washington Komatsu Assumpção1, George Kenji Bezerra Ota1, Rívea Inês Ferreira2, Flávio Augusto Cotrim-Ferreira2
Objetivo: pesquisar os aparelhos mais comumente confeccionados para contenção ortodôntica. Métodos: foram coletadas informações sobre o tipo e a quantidade de contenções superiores e inferiores produzidas no período de três meses, em seis laboratórios (nas cidades de São Paulo, Mauá e Guarulhos). Os aparelhos foram agrupados segundo a produção total. Para a arcada superior: 1S - placa de Begg, 2S - placa de Hawley, 3S - placa com arco transpalatino, 4S - placa com arco vestibular em resina e 5S - placa confeccionada a vácuo com acetato ou polietileno, aparelho Planas, barra lingual fixa e barra lingual fixa modificada. Os grupos relativos à arcada inferior foram: 1I - barra lingual fixa 3x3, 2I - placa de Hawley e barra lingual fixa modificada, 3I - placa de Begg, 4I - placa com arco vestibular em resina, placa confeccionada a vácuo com acetato ou polietileno e aparelho Planas. Os dados foram apresentados em box plots. Os grupos foram comparados pelo teste t de Student com correção de Bonferroni. Resultados: a quantidade média de aparelhos superiores confeccionados variou de 189,5 (1S) a 3,95 (5S). Houve diferenças significativas entre os grupos 1S e 5S, e 2S e 5S (p<0,0001). Os valores médios para aparelhos de contenção inferiores variaram de 55,3 (1I) a 4,2 (4I), sendo que o grupo 2I diferiu significativamente do 4I (p<0,0001). Conclusões: para a arcada superior, as placas de Begg e Hawley foram os aparelhos mais solicitados. Dentre os aparelhos inferiores, destacaram-se as barras linguais fixas e a placa de Hawley. Palavras-chave: Ortodontia corretiva. Aparelhos ortodônticos. Recidiva.
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Especialista em Ortodontia pela UNICID.
Como citar este artigo: Assumpção WK, Ota GKB, Ferreira RI, Cotrim-Ferreira FA. Orthodontic retainers: analysis of prescriptions sent to laboratories. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):36-8.
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Professor Associado do Programa de Mestrado em Ortodontia da UNICID.
Enviado em: October 30, 2008 - Revisado e aceito: March 2, 2009
*Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Rívea Inês Ferreira Rua Cesário Galeno, 448 - Bloco A – CEP: 03.071-000 – Tatuapé – São Paulo / SP E-mail: riveaines@yahoo.com
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):36-8
Aparelhos de contenção ortodôntica: análise das solicitações aos laboratórios
artigo online
superiores e inferiores foram comparados pelo teste t de Student ao nível de 5%, com a correção de Bonferroni. Os resultados encontrados demonstraram que a quantidade média de aparelhos superiores confeccionados variou de 189,5 (1S) a 3,95 (5S). Houve diferenças significativas entre os grupos 1S e 5S, e 2S e 5S (p<0,0001).
O número médio para aparelhos de contenção inferiores variou de 55,3 (1I) a 4,2 (4I), sendo que o grupo 2I diferiu significativamente do 4I (p<0,0001). Os autores concluíram que os aparelhos mais solicitados para a arcada superior foram as placas de Begg e Hawley, e para a arcada inferior foram as barras linguais fixas e a placa de Hawley.
Questões aos autores
2) Vocês acreditam que, se essa pesquisa fosse realizada em outros estados da federação, os resultados seriam os mesmos? A indicação de um tipo específico de aparelho de contenção, muitas vezes, também é influenciada pela formação do ortodontista, dentro e fora do Brasil. No entanto, pela qualidade dos casos clínicos publicados nos dois principais periódicos brasileiros da área de Ortodontia, o Dental Press Journal of Orthodontics e a Revista Ortodontia SPO, depreende-se que os ortodontistas estão selecionando aparelhos de contenção adequados, em que pese as diferenças regionais.
1) Qual deveria ser o critério adotado pelo ortodontista na escolha do aparelho de contenção? O ortodontista deveria analisar quatro fatores que norteiam a indicação de um aparelho para contenção: 1. As características da arcada dentária a ser contida, uma vez que a contenção fixa superior é de difícil adaptação, em função dos contatos oclusais nas faces palatinas dos incisivos. Por outro lado, a arcada inferior seria mais propensa a recidivas de apinhamento dos incisivos. Nesse caso, a contenção fixa seria mais apropriada para a arcada mandibular. 2. Entretanto, outro item importante a ser considerado é o grau de colaboração do paciente, que se torna, muitas vezes, preponderante na decisão de indicar a contenção fixa ou a removível. 3. Principalmente em pacientes jovens, a quantidade restante e o padrão de crescimento também devem ser avaliados. Em alguns casos, de acordo com o crescimento remanescente, podem ser indicados sistemas de contenção ativos, tais como o splinter maxilar para as más oclusões de Classe II ou os posicionadores mandibulares para as más oclusões de Classe III. 4. A manutenção da saúde periodontal é relevante em todos os casos. Contudo, em pacientes adultos com perda óssea prévia ao tratamento ortodôntico, é um fator a ser considerado ao se optar por contenções de maior ou menor estabilidade e duração.
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3) A que vocês atribuem o fato da maioria dos ortodontistas preferirem a Placa de Begg na arcada superior e a barra 3x3 na arcada inferior? A contenção fixa inferior (barra 3x3) é extremamente eficiente, muito estética e tem pouca interferência na fala e na mastigação. Além disso, o paciente bem treinado realiza higienização satisfatória da região, evitando lesões de cárie e inflamação gengival. Já a placa de Begg superior adapta-se bem aos dentes e palato, sem interferir com a oclusão dentária. Como inconvenientes, podem ser mencionados o prejuízo à estética e a possibilidade de interferência na fala e na mastigação. Por isso, sua utilização em período integral geralmente tem curta duração e o uso noturno é indicado por um maior período de tempo. Convém salientar que a contenção fixa superior é de difícil adaptação, em função dos contatos oclusais nas faces palatinas dos incisivos, e a placa de Hawley também interfere na oclusão.
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artigo online*
Variáveis de risco para reabsorção radicular apical externa durante o tratamento ortodôntico Maria Carolina Feio Barroso1, Renan Lana Devita2, Eugênio José Pereira Lages3, Fernando de Oliveira Costa4, Alexandre Fortes Drummond5, Henrique Pretti6, Elizabeth Maria Bastos Lages5
Introdução: a reabsorção radicular apical externa (RRAE) é uma sequela indesejável do tratamento ortodôntico. Até hoje, nenhum fator isolado ou em associação foi identificado como responsável pela RRAE decorrente dessa movimentação dentária. Objetivo: o objetivo desse estudo foi investigar a associação das seguintes variáveis de risco com a RRAE decorrente do tratamento ortodôntico: idade, sexo, extração com finalidade ortodôntica e classificação de Angle. Métodos: a amostra (n=72) foi dividida em dois grupos de acordo com a presença (n=32) ou ausência (n=40) de RRAE nos incisivos centrais e laterais superiores, no pós-tratamento ortodôntico. Resultados: não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas de RRAE em relação à idade, sexo, ocorrência de extração e tipo de má oclusão (p>0,05). Conclusão: na população estudada, as variáveis de risco analisadas não foram associadas com a presença de RRAE. Palavras-chave: Ortodontia. Reabsorção da raiz. Movimentação dentária.
*Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. 1
Aluna de especialização em Ortodontia, FO-UFMG.
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Bolsista de iniciação científica, FO-UFMG.
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Doutorando em Periodontia, FO-UFMG. Professor do curso de especialização em Periodontia, FO-UFMG.
4
Professor Adjunto da Disciplina de Periodontia. Coordenador do doutorado em Periodontia, FO-UFMG.
5
Professor Adjunto da Disciplina de Ortodontia e do curso de especialização em Ortodontia, FO-UFMG.
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Como citar este artigo: Barroso MCF, Devita RL, Lages EJP, Costa FO, Drummond AF, Pretti H, Lages EMB. Risk variables of external apical root resorption during orthodontic treatment. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):39-41. Enviado em: 11 de março de 2009 - Revisado e aceito: 16 de agosto de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Maria Carolina Feio Barroso Faculdade de Odontologia UFMG/ Departamento de Ortodontia e Odontopediatria Av. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha – CEP: 31.270-901 - Belo Horizonte / MG E-mail: carolfeio@yahoo.com.br
Professor Assistente da Disciplina de Ortodontia e do curso de especialização em Ortodontia, FO-UFMG.
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):39-41
Barroso MCF, Devita RL, Lages EJP, Costa FO, Drummond AF, Pretti H, Lages EMB
Questões aos autores
comprimento e morfologia radiculares, raízes com anormalidades de desenvolvimento, fatores genéticos e sistêmicos, asma, proximidade radicular da cortical óssea, densidade óssea, tratamento endodôntico, tipo e severidade de má oclusão, idade e sexo do paciente. A literatura ainda é inconclusiva em relação ao risco de reabsorção radicular quando tais variáveis são analisadas. Assim, a predição da reabsorção radicular durante o diagnóstico e planejamento, considerando-se tais fatores de risco, não tem suporte na literatura.
1) Em vários estudos na literatura, o tratamento ortodôntico com extrações dentárias vem sendo associado à presença de reabsorção radicular apical externa (RRAE) nos dentes anteriores. Na opinião dos autores, por que esse fato não foi verificado no presente estudo? No nosso entendimento, vários fatores podem ter contribuído para esse achado: 1. A etiopatogenia da RRAE ainda é obscura e complexa, sofrendo a influência de inúmeras variáveis de risco. Em um desenho de estudo caso-controle, é difícil o controle de vieses, e a força de associação causal pode ser relativamente fraca. 2. A amostra não é representativa de uma população, sendo de conveniência em uma instituição de ensino. 3. O tratamento ortodôntico conduzido em ambiente acadêmico , em comparação aos realizados em clínicas privadas, pode significar mais cuidados com relação ao planejamento, condução do tratamento e finalização. 4. Estudos longitudinais, com amostras maiores e representativas devem ser conduzidos para confirmar tais achados.
3) No presente estudo, o índice de RRAE maior ou igual a 2mm, decorrente do tratamento ortodôntico, apresentou-se em 44,44% dos pacientes avaliados. Diante disso, qual a conduta recomendada pelos autores para o diagnóstico precoce das RRAEs durante o tratamento ortodôntico? Como o tratamento ortodôntico deverá ser conduzido? Radiografias periapicais devem ser solicitadas no período de 6 a 12 meses após o início do tratamento ortodôntico, para se detectar as reabsorções radiculares precocemente. Pacientes ortodônticos com reabsorção radicular detectável durante os primeiros seis meses de tratamento ativo são mais propensos à experiência de reabsorção. Nos pacientes em que a reabsorção radicular foi identificada, uma pausa de 2 a 3 meses com um arco passivo pode diminuir a reabsorção adicional. Se reabsorção severa for identificada, o plano de tratamento deverá ser reavaliado com o paciente. Opções alternativas podem incluir soluções protéticas para fechar espaços e desgastes dentários no lugar de extrações. Após o tratamento, se for observada reabsorção grave nas radiografias finais, podem ser recomendados exames de acompanhamento radiográfico até que a reabsorção se estabilize. A paralização da atividade da reabsorção normalmente ocorre após a remoção do aparelho. Cuidados adicionais devem ser tomados ao se fixar os dentes, uma vez que pode ocorrer trauma oclusal e, com isso, provocar reabsorções extremas.
2) No diagnóstico e planejamento ortodônticos, quais as características a serem consideradas para a determinação do risco de RRAE dos incisivos superiores? Fatores etiológicos responsáveis pelo aparecimento da reabsorção radicular decorrente do tratamento ortodôntico ainda não estão bem elucidados e parecem ser complexos e multifatoriais. A reabsorção radicular pode resultar da combinação de fatores individuais, predisposição genética e efeito dos fatores mecânicos. Fatores de risco relacionados ao paciente, citados na literatura, incluem: história prévia de reabsorção radicular, trauma prévio ao tratamento ortodôntico,
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artigo online*
Avaliação da expansão maxilar por meio de tomografia computadorizada Cone-Beam em gêmeos com fissura labiopalatal Luciane Macedo de Menezes1, Fabiane Azeredo2, André Weissheimer3, Juliana Lindemann Rizzato4, Susana Maria Deon Rizzatto5
Introdução: o estabelecimento das relações intermaxilares normais em pacientes com fissuras labiopalatais, por meio de técnicas de expansão transversa, proporciona melhores condições para futuros tratamentos reabilitadores. Objetivo: este artigo relata o caso clínico de gêmeos monozigóticos com fissura labiopalatal do tipo transforame incisivo unilateral, na fase de dentadura mista, submetidos ao mesmo protocolo de expansão maxilar, porém, com dois tipos diferentes de parafusos (convencional e com limitador posterior), demonstrando os efeitos desse procedimento em imagens de tomografia computadorizada Cone-Beam (TCCB), solicitadas previamente ao início do tratamento (T1), juntamente com modelos de gesso, fotografias intra- e extrabucais. Métodos: os pacientes receberam acompanhamento periódico e, 6 meses após a expansão maxilar, solicitou-se a documentação ortodôntica de reestudo (T2), composta pelos mesmos itens solicitados em T1. Para análise comparativa entre T1 e T2, foram realizados traçados cefalométricos laterais, além de mensuradas, com auxílio de paquímetro digital, as distâncias intercaninos e intermolares nos modelos de gesso. Resultados: ambos os tipos de parafusos expansores mostraram-se eficazes para correção da discrepância transversal em pacientes portadores de fissuras labiopalatais, promovendo melhora na forma das arcadas superiores, após 10 dias de ativação. Conclusão: a utilização da TCCB possibilitou a visualização detalhada das alterações ocorridas, em virtude da expansão transversa, nas estruturas maxilomandibulares e craniofaciais dos pacientes, sendo importante analisar a forma das arcadas para a escolha do parafuso mais adequado para cada tipo de má oclusão. Palavras-chave: Técnica de expansão palatina. Fissura palatina. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Ortodontia.
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Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
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Professora de Ortodontia, Faculdade de Odontologia da PUCRS.
Como citar este artigo: Menezes LM, Azeredo F, Weissheimer A, Rizzato JL, Rizzatto SMD. Cone-Beam computed tomography evaluation of maxillary expansion in twins with cleft lip and palate. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):42-5.
2
Aluna do Curso de Especialização em Ortodontia, PUCRS.
Enviado em: 1 de outubro de 2010 - Revisado e aceito: 20 de janeiro de 2011
3
Doutorando em Ortodontia e Ortopedia Facial, PUCRS.
4
Aluna do Curso de Especialização em Ortodontia, PUCRS.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
5
Professora de Ortodontia, Faculdade de Odontologia da PUCRS.
© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics
Endereço para correspondência: Luciane Macedo de Menezes Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 06 – CEP: 90.619-900 Porto Alegre / RS – Caixa Postal 1429 – E-mail: luciane.menezes@pucrs.br
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):42-5
Menezes LM, Azeredo F, Weissheimer A, Rizzato JL, Rizzatto SMD
A prática da Odontologia baseada em evidências requer a melhor evidência científica disponível, associada à experiência do profissional e aos anseios do paciente. Como um relato de caso representa um baixo nível de
evidência, os efeitos da ERM apresentados nesse trabalho devem ser interpretados com cautela, podendo não refletir os efeitos esperados para toda uma população de pacientes com fissura labiopalatal.
ReFeRências
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):42-5
artigo online*
Características dentofaciais de pacientes portadores de má oclusão Classe I e Classe II de Angle Rogério Lacerda dos Santos1, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas2
Objetivo: este estudo avaliou algumas medidas cefalométricas do perfil tegumentar a fim de observar o comportamento da convexidade facial em pacientes portadores de má oclusão de Classe I; de Classe II, 1ª divisão; ou de Classe II, 2ª divisão. Métodos: foram selecionadas 130 telerradiografias de pacientes leucodermas em fase inicial de tratamento ortodôntico, com idade entre 10 e 16 anos (média de 12,6 anos), divididos em três grupos. As medidas cefalométricas utilizadas nesse estudo foram: HSN, Cx, NLA, LMA, Ls-S, Li-S, IMPA e 1-SN. A análise de variância e o teste de Tukey foram realizados nas medidas HSN, Cx, IMPA, 1-SN, LMA e NLA. Para as variáveis Ls-S e Li-S foram utilizados os testes de Kruskal-Wallis e Dunn. Resultados: os resultados mostraram que as medidas HSN, Cx, Ls-S e IMPA tiveram diferença estatisticamente significativa entre os grupos I e II- 1 e entre os grupos I e II-2 (p<0,05). As medidas Li-S e LMA tiveram diferença estatisticamente significativa apenas entre os grupos I e II- 1 (p<0,05). A medida NLA não teve diferença estatisticamente significativa entre os três grupos (p>0,05). Conclusão: pode-se concluir que as más oclusões de Classe II, 1ª divisão e Classe II, 2ª divisão se diferenciaram da Classe I pelas características faciais expressadas pelas medidas HSN, Cx e Ls-S. A má oclusão de Classe II, 1ª divisão apresentou características faciais que a diferenciaram da Classe II, 2ª divisão e da Classe I, quanto à medida LMA. Palavras-chave: Má oclusão. Cefalometria. Classificação de Angle.
Como citar este artigo: Santos RL, Ruellas ACO. Dentofacial characteristics of patients with Angle Class I and Class II malocclusions. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):46-8.
*Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. 1
2
Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL. Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG.
Enviado em: 29 de julho de 2008 - Revisado e aceito: 24 de novembro de 2008 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Professor Associado do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ.
Endereço para correspondência: Rogério Lacerda dos Santos Av. dos Universitários, s/n, Rodovia Patos/Teixeira, Km 1, Santa Cecília - 58.700-970 Patos/PB - E-mail: lacerdaorto@hotmail.com
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):46-8
Características dentofaciais de pacientes portadores de má oclusão Classe I e Classe II de Angle
artigo online
Questões aos autores
ca, especialmente nessa última década. Cada vez mais, busca-se comparar, relacionar e definir padrões e medidas confiáveis para a avaliação da estética facial. Nesse estudo, evidenciou-se que as más oclusões de Classe II, 1ª divisão, e de Classe II, 2ª divisão, se diferenciaram da Classe I pelas medidas HSN, Cx, Ls-S e IMPA. Os resultados relevantes desse estudo implicam na evidência de que essas medidas não foram confiáveis e/ou capazes de diferenciar as más oclusões de Classe II. Isso reforça a ideia de que o ortodontista clínico deve se basear em um grupo de medidas angulares e lineares capazes de gerar informações úteis e seguras para o diagnóstico ortodôntico das más oclusões de Classe I e Classe II.
1) A coleta dos dados foi realizada em uma população do Sudeste brasileiro, acreditam que os resultados seriam diferentes se os dados tivessem sido coletados em outras regiões, como por exemplo as regiões Norte ou Nordeste? Certamente. Ao considerar a convexidade facial de indivíduos portadores de má oclusão Classe I; Classe II, 1ª divisão; ou Classe II, 2ª divisão, deve-se considerar que essa convexidade é dependente de fatores étnicos, raciais e fatores temporais dos indivíduos1. Um estudo2 comparando o padrão de normalidade do perfil facial de indivíduos brasileiros da região Nordeste com os da região Sudeste evidenciou que os indivíduos da primeira região apresentam, em relação aos indivíduos da segunda região, terço médio menos proeminente, lábio inferior mais espesso, ângulo nasolabial mais obtuso, ângulo do lábio superior menor e o incisivo superior menos protruído. Essas evidências regionais são importantes não só para o diagnóstico e tratamento ortodôntico, mas para os planejamentos ortocirúrgicos dessas populações.
3) Qual o próximo passo nessa linha de pesquisa. Vocês pensam em avaliar pacientes em oclusão normal, com o objetivo de determinar as medidas de normalidade nessa população-alvo? Já existem estudos em andamento para essa população-alvo, mas há uma carência de estudos em indivíduos com oclusão normal para a população das regiões Norte e Nordeste. Deve-se ressaltar que a importância da identificação de medidas de normalidade do tecido mole dos diferentes tipos faciais deriva da influência que essas exercem sobre sua harmonia facial e suas arcadas dentárias. Essas medidas são importantes para o diagnóstico e tratamento ortodôntico, ou ortocirúrgico, individualizado dessas populações regionais.
2) O que esses resultados trazem de novo para os ortodontistas clínicos? O conceito de beleza facial dos últimos cem anos vem passando por alterações de concordância estéti-
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Burstone CJ. The integumental profile. Am J Orthod. 1958;44(1):1-25.
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):46-8
artigo inédito
Características cefalométricas precoces na má oclusão de Classe III Vanessa Costa Farias1, Ricardo de Souza Tesch2, Odilon Victor Porto Denardin3, Weber Ursi4
Introdução: a identificação precoce de características morfológicas craniofaciais possibilita a realização de intervenções ortopédicas setorizadas, visando atenuar as discrepâncias dentoesqueléticas, as quais podem estar parcialmente camufladas pela compensação dentária natural. Objetivos: investigar as características morfológicas craniofaciais de crianças brasileiras com má oclusão de Classe III, nos estágios I e II de maturação das vértebras cervicais, e compará-las com as características presentes em controles Classe I. Métodos: foram selecionados registros pré-tratamento ortodôntico de 20 pacientes com má oclusão de Classe III e de 20 pacientes controles Classe I, pareados pelo mesmo índice de maturidade esquelética e pelo sexo. As estruturas craniofaciais e suas relações foram divididas em diferentes categorias para análise. As medidas angulares e lineares foram adotadas das análises previamente descritas por Downs, Jarabak, Jacobson e McNamara. As diferenças encontradas entre o grupo de pacientes Classe III e o grupo de controles Classe I, ambos subdivididos de acordo com o estágio de maturação das vértebras cervicais (I ou II), foram avaliadas através da análise de variância (ANOVA), complementada pelo teste de múltiplas comparações de médias de Bonferroni. Resultados: a análise de variância demonstrou haver diferenças estatisticamente significativas, nos diferentes grupos estudados, entre os valores médios encontrados para algumas variáveis angulares (SNA, SNB, ANB) e lineares (Co–Gn, N–Perp Pog, Go–Me, Wits, S–Go, Ar–Go). Conclusões: crianças avaliadas com má oclusão de Classe III apresentam base anterior do crânio e maxila normais, e posicionamento anterior da mandíbula parcialmente relacionado ao aumento da altura facial posterior, com consequente rotação mandibular anti-horária. Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe III. Maturidade cervical. Cefalometria.
1
Especialista em Ortodontia, ABO - Petrópolis.
2
Faculdade de Medicina de Petrópolis. Coordenador de Pós-graduação em Odontologia. Mestre em ciências da saúde, Hosphel-SP. Especialista em Ortodontia, ACDC/Campinas. Professor do curso de especialização em Ortodontia, ABO/Petrópolis e ABO/Duque de Caxias. Chefe do serviço de DTM e Dor Orofacial da Faculdade de Medicina de Petrópolis.
Como citar este artigo: Farias VC, Tesch RS, Denardin OVP, Ursi W. Early cephalometric characteristics in Class III malocclusion. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):49-54. Enviado em: 6 de fevereiro de 2006 - Revisado e aceito: 19 de janeiro de 2011
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4
Professor responsável pelas disciplinas de Epidemiologia Clínica e Bioestatística do curso de pós-graduação em Ciências da Saúde, Hosphel-SP. Doutor em Medicina, Unifesp-EPM.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Livre docente, UNESP/São José dos Campos. Professor coordenador do curso de especialização em Ortodontia, APCD/São José dos Campos. Mestre e doutor em Ortodontia, FOB-USP.
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Endereço para correspondência: Vanessa Costa Farias E-mail: vanessa_costafarias@hotmail.com
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):49-54
Características cefalométricas precoces na má oclusão de Classe III
artigo inédito
crianças sírias18 e similar ao demonstrado em crianças brasileiras19, uma avançada posição sagital da mandíbula em relação à base do crânio nos pacientes Classe III, em relação à encontrada nos controles Classe I. As medidas ANB e Wits demonstraram diferenças estatísticas significativas entre o grupo de pacientes Classe III e Classe I, mesmo precocemente. Embora a medida de Wits14 possa ser afetada por alterações na inclinação do plano oclusal 5 e a medida ANB por alterações no posicionamento sagital do ponto násio9, ambas as medidas demonstraram previamente ser efetivas no diagnóstico da má oclusão de Classe III19. Embora os valores médios encontrados para a variável ANB nos grupos Classe III e Classe I correspondam, respectivamente, aos valores reconhecidos para pacientes adultos Classe I e Classe II, esses estão em consonância com os valores obtidos para essa variável quando os mesmos grupos são avaliados em idades precoces18.
mandibular e relação oclusal de Classe III. Dessa forma, o aumento da altura facial posterior encontrado nos pacientes do grupo Classe III, somado ao também significativo aumento das medidas relacionadas ao comprimento mandibular, justifica o deslocamento anterior dos pontos B e Pog com consequente estabelecimento de diferença estatística altamente significativa entre as relações esqueléticas mandibulares SNB e NperpPog nos grupos de pacientes Classe I e Classe III. Esses resultados confrontam os anteriormente obtidos em amostras similares de pacientes brasileiros, nos quais o comportamento vertical da face releva altura facial anterior inferior que exibe diferença estatisticamente significativa, com maiores valores no grupo precoce de pacientes Classe III do que em controles Classe I19. A ampla utilização, no passado, das medidas cefalométricas de Downs6 para a análise das relações esqueléticas entre a maxila e a mandíbula, e dessas com a base do crânio, poderia, portanto, justificar condutas prévias de proservação do crescimento mandibular em pacientes com medidas normais para o ângulo SNA e aumentadas para o ângulo SNB, por exemplo, até que cirurgias de recuo mandibular pudessem ser realizadas, uma vez que a análise dos resultados obtidos através do emprego dessas medidas tende a demonstrar um posicionamento maxilar aparentemente adequado e protrusão mandibular. Dessa forma, o presente estudo demonstrou, de maneira contrária ao previamente demonstrado em
CONClUsõEs Os resultados do presente estudo permitiram concluir que crianças brasileiras com má oclusão de Classe III, quando comparadas com controles Classe I nos mesmos estágios precoces de maturação das vértebras cervicais, apresentam como características cefalométricas craniofaciais: base anterior do crânio e maxila normais, posicionamento anterior da mandíbula e aumento da altura facial posterior.
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artigo inédito
Imunossupressores: implicações ortodônticas Rogério Lacerda dos Santos1, Maria Cláudia Mesquita Lacerda2, Renato Torres Gonçalves3, Marco Aurélio Martins4, Margareth Maria Gomes de Souza5
Introdução: existem medicamentos capazes de afetar o metabolismo ósseo e a taxa de movimento dentário. Um desses são os imunossupressores, que agem reprimindo a ação dos linfócitos T, porém, podem causar perda óssea e levar a um quadro de osteoporose. A osteoporose é uma complicação comum após os transplantes de rim, coração, fígado ou pulmão. Os esquemas imunossupressores para evitar a rejeição do órgão enxertado após o transplante frequentemente incluem glicocorticoides, ciclosporina, tacrolimus e sirolimus, os quais podem causar efeitos danosos sobre a homeostase mineral óssea e, consequentemente, influenciar o movimento dentário. Ao longo dos últimos anos, com o crescente uso de imunossupressores, tem-se questionado qual a influência desses sobre o metabolismo ósseo de pacientes em tratamento ortodôntico. Objetivo: o objetivo desta revisão da literatura é esclarecer o ortodontista a respeito da ação dos imunossupressores sobre o osso e o movimento dentário. Palavras-chave: Imunossupressor. Movimento dentário. Osso.
1
Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas. Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Federal de Campina Grande.
Como citar este artigo: Santos RL, Lacerda MCM, Gonçalves RT, Martins MA, Souza MMG. Immunosuppressants: Implications in Orthodontics. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):55-61.
2
Especialista em Linguística pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Mestranda em Linguística pela Universidade Federal das Paraíba.
Enviado em: 25 de julho de 2008 - Revisado e aceito: 26 de janeiro de 2009
3
Médico nefrologista do Departamento de Nefrologia e responsável pela Unidade de Transplante Renal do Hospital Universitário Clemente Fraga Filho / UFRJ
4
Doutorado em Biologia Celular e Molecular pela Fundação Oswaldo Cruz- Fiocruz, Rio de Janeiro. Chefe do Laboratório de Inflamação da Fiocruz - Rio de Janeiro.
5
Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Rogério Lacerda dos Santos Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) – Av. dos Universitários, s/n, Rodovia Patos-Teixeira, Km 1, Santa Cecília – Patos/PB – CEP: 58.700-970 E-mail: lacerdaorto@hotmail.com
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Imunossupressores: implicações ortodônticas
artigo inédito
pressão da resposta imune contra órgãos transplantados, porém, grande parte desses medicamentos possui capacidade de influenciar o metabolismo ósseo e o movimento dentário. Muitas vezes o ortodontista pode deparar-se com pacientes que possuem necessidades de terapia imunossupressora prolongada e tratamento ortodôntico. Geralmente, pacientes na fase inicial de uso desses medicamentos podem ser aconselhados a adiar o tratamento ortodôntico, uma vez que a remodelação óssea será menor; ou deve-se agendar as consultas de ativações ortodônticas em intervalos maiores. Por outro lado, terapia medicamentosa em longo prazo pode acelerar o movimento dentário; assim, os aparelhos ortodônticos devem ser ajustados como de hábito, ou com frequência maior. O acompanhamento médico a partir de exames clínicos e densitométricos periódicos faz-se necessário para obtenção de resultados ortodônticos mais previsíveis e satisfatórios.
meses da terapia, estando diretamente relacionada à dose e à duração do tratamento9, como observado por Sobral27 e Kalia et al.17, que evidenciaram maior movimentação dentária nos animais submetidos a esses medicamentos. Como os glicocorticoides, a ciclosporina afeta o osso alveolar, causando efeitos deletérios periodontais que podem ser devidos à diminuição no volume ósseo, diminuição do número de osteoblastos e aumento de osteoclastos29. Em ratos, foram observados crescimento gengival acentuado e perda óssea28, porém mais uniformes que os observados em seres humanos13, devido a fatores ambientais e genéticos. Recentemente, Kirino et al.18 observaram, em animais submetidos à aplicação de tacrolimus, trabéculas ósseas mais delgadas, cavidades medulares mais amplas18 e aumento do número de osteoclastos25. Estudos demonstraram que ambos (ciclosporina e tacrolimus) podem induzir perda óssea, tanto em seres humanos quanto em modelos experimentais animais2, a partir da expressão de genes interleucinas (IL-1, IL-6 e fator necrose tumoral - TNFα)19 — citocinas, essas, que participam da reabsorção óssea. A atividade imunossupressora com Rapamicina por longos períodos6 ou em doses elevadas aumenta a remodelação óssea e inibe o crescimento ósseo longitudinal, reduzindo a velocidade do crescimento em cerca de 30 a 50%3, além de inibir diferentes tipos celulares, incluindo células musculares vasculares lisas e fibroblastos, que não fazem parte do sistema imune32. Outros imunossupressores como Micofenolato mofetil10 e Azatioprina6 não mostraram efeitos deletérios sobre a densidade mineral óssea. Os imunossupressores representam grande avanço no controle de diferentes tipos de doenças e su-
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CONCLUsÃO 1) Os imunossupressores que afetam a síntese de citocinas (glicocorticoides, ciclosporina-CsA, tacrolimus-FK506 e Sirolimus-RAPA) interferem no metabolismo ósseo e podem influenciar a movimentação dentária. 2) A interferência do metabolismo ósseo é dependente da força aplicada, dose e duração da terapia imunossupressora, além da resposta individual de cada indivíduo; ao contrário, a azatioprina e o micofenolato mofetil não mostraram efeito deletério sobre a densidade óssea.
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):55-61
artigo inédito
O exercício profissional da Ortodontia por cirurgião-dentista não-especialista no Direito Comparado Ivan Toshio Maruo1, Armando Saga2, Maria da Glória Colucci3, Orlando Tanaka4, Hiroshi Maruo4
Objetivo: uma vez que a questão do exercício profissional da Ortodontia pelo cirurgião-dentista não-especialista é polêmica, o objetivo deste trabalho é analisá-la no Direito Comparado, para verificar sua correspondência ou não com o Direito brasileiro. Métodos: para a realização dessa pesquisa, procedeu-se o levantamento bibliográfico e legislativo de escritos, em língua portuguesa e inglesa, referentes à prática da Ortodontia por cirurgião-dentista não-especialista. Resultados e Conclusão: Portugal veda expressamente o exercício profissional da Ortodontia corretiva pelo cirurgião-dentista não-especialista; os Estados Unidos da América não vedam expressamente o exercício profissional da Ortodontia corretiva pelo cirurgião-dentista não-especialista, mas criam diretrizes e promovem campanhas para estimular o público a buscar os especialistas; na Austrália e na Inglaterra, a Ortodontia corretiva é praticada tanto por ortodontistas quanto por cirurgiões-dentistas não-especialistas; não foi possível avaliar como é a legislação dos países da Europa Oriental a respeito da Ortodontia praticada pelo não-especialista; e a vedação do exercício profissional da Ortodontia corretiva por cirurgião-dentista não-especialista no Ordenamento Jurídico Brasileiro é compatível com o que ocorre em vários países do mundo. Palavras-chave: Ortodontia. Pós-graduação. Cirurgião-dentista clínico geral. Legalidade. Direito comparado.
1
Mestre e Doutor em Odontologia (Ortodontia), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
2
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia, Associação Brasileira de Odontologia - Seção Paraná (ABO-PR).
3
Professora Titular, Faculdade de Direito de Curitiba, Faculdades Integradas Curitiba (FIC). Professora Adjunta 4, Faculdade de Direito, Universidade Federal do Paraná (UFPR). Orientadora do Grupo de Biodireito e Bioética das Faculdades Integradas Curitiba (FIC).
4
Professor Titular, graduação e pós-graduação em Odontologia / Ortodontia, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
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Como citar este artigo: Maruo IT, Saga A, Colucci MG, Tanaka O, Maruo H. General dentist orthodontic practice in foreign legal systems. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):62-8. Enviado em: 14 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 26 de janeiro de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Ivan Toshio Maruo Rua Pasteur 95 - Bairro Batel - CEP: 80.250-080 - Curitiba / PR E-mail: ivan_maruo@yahoo.com.br
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):62-8
O exercício profissional da Ortodontia por cirurgião-dentista não-especialista no Direito Comparado
artigo inédito
CONCLUSÕES Utilizando o instituto do Direito Comparado, pode-se concluir que: 1) Portugal veda expressamente o exercício profissional da Ortodontia corretiva pelo cirurgião-dentista não-especialista. 2) Os Estados Unidos da América não vedam expressamente o exercício profissional da Ortodontia corretiva pelo cirurgião-dentista não-especialista, mas criam diretrizes e promovem campanhas para estimular o público a buscar os especialistas.
3) Na Austrália e na Inglaterra, a Ortodontia corretiva é praticada tanto por ortodontistas quanto por cirurgiões-dentistas não-especialistas. 4) Não foi possível avaliar como é a legislação dos países da Europa Oriental a respeito da Ortodontia praticada pelo não-especialista. 5) A vedação do exercício profissional da Ortodontia corretiva por cirurgião-dentista não-especialista no Ordenamento Jurídico Brasileiro é compatível com o que ocorre em vários países do mundo.
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artigo inédito
Recolagens de braquetes novos com diferentes resinas ortodônticas Emigdio Enrique Orellana Jimenez1, Sérgio Paulo Hilgenberg2, Márcia Cristina Rastelli3, Gibson Luiz Pilatti4, Bruno Orellana5, Ulisses Coelho6
Objetivo: comparar, in vitro, a resistência ao cisalhamento (RC) de diferentes resinas na colagem e recolagens repetidas de braquetes metálicos, e verificar o local da falha adesiva por meio do índice de remanescente adesivo (IRA). Métodos: para os corpos de prova foram utilizados 90 primeiros pré-molares superiores humanos extraídos, divididos aleatoriamente em três grupos (n=30). Para cada grupo utilizaram-se as resinas Alpha Plast (AP), Concise (CO) e Transbond XT (TB). Foram realizados três ensaios de cisalhamento, um inicial, T0; e os outros dois, T1 e T2, na primeira e na segunda recolagem, respectivamente, com intervalos de 24 horas. Os testes de cisalhamento foram realizados em uma máquina de ensaios Shimadzu AG-I, (10kN), com velocidade de 0,5mm/min. Resultados: os dados da RC foram submetidos ao teste ANOVA e ao teste de Tukey e de Bonferroni (p<0,05); e, para o IRA, o teste de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Dunn. Os resultados demonstraram, para a RC em T0, que os grupos AP e CO apresentaram valores próximos e superiores aos de TB; para T1 e T2, os maiores valores de resistência foram observados para o grupo AP, seguido dos grupos CO e TB. Conclusões: existe diferença estatística significativa na resistência ao cisalhamento entre os grupos AP, CO e TB, durante a colagem e recolagens em três repetições de braquetes metálicos novos, sendo maior para o grupo AP. Quanto ao IRA, a resina AP apresentou falha na adesão na interface esmalte-resina, com maior frequência de fratura de esmalte. Palavras-chave: Cisalhamento. Braquetes. Resinas ortodônticas. Recolagem.
2 Especialista em Ortodontia e Mestre em Odontologia.
Como citar este artigo: Jimenez EEO, Hilgenberg SP, Rastelli MC, Pilatti GL, Orellana B, Coelho U. Rebonding of unused brackets with different orthodontic adhesives. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):69-76.
3 Mestre em Odontologia.
Enviado em: 15 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 2 de março de 2009
4 Professor Adjunto e Doutor em Periodontia, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
1 Professor titular de Ortodontia, UEPG.
5 Professor Adjunto e Doutor em Ortodontia, Universidade Estadual do CentroOeste (UNICENTRO).
Endereço para correspondência: Emigdio Enrique Orellana Jimenez Rua Barão do Serro Azul, 275 – Centro – CEP: 84.010-210 - Ponta Grossa / PR E-mail: enriquejimenez@uol.com.br
6 Professor Associado e Doutor em Ortodontia, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
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Jimenez EEO, Hilgenberg SP, Rastelli MC, Pilatti GL, Orellana B, Coelho U
limerizável que tem grande utilização na clínica ortodôntica. Apresenta bons resultados de adesão, verificados pelos valores alcançados nos testes desse estudo, com valores em MPa de 34,18±13,50 na colagem, de 40,28±11,21 na primeira recolagem e de 40,71±8,74 na segunda recolagem. Esses valores são estatisticamente superiores aos resultados da resina Transbond e da resina Concise. Essa superioridade pode ser creditada ao fato relatado por Dickinson e Powers25, em que o conteúdo de carga das resinas compostas demonstrou, in vitro, afetar a força adesiva sobre os braquetes que dependiam da retenção mecânica. As resinas compostas com alta carga aderiram melhor aos braquetes metálicos, comparados com os compósitos de baixa carga. No entanto, o alto índice de resistência ao cisalhamento da resina AP trouxe como consequência negativa a fratura do esmalte na maioria dos tempos, o que indica a necessidade de maiores estudos pelo fabricante, na tentativa de manter as propriedades adesivas e diminuir as consequências biológicas.
Esses valores estão próximos dos que foram relatados por Francisconi et al.5, Quick et al.19, Pithon et al.21, que demonstraram, também, que a mesma possui uma boa adesão às estruturas dentárias. Nesse estudo de recolagem repetida, foram utilizados braquetes novos por esse procedimento clínico ter sido praticado por várias décadas e pelo fato de haver poucos trabalhos publicados8,9. É provável que isso se deva ao fato de que a reutilização de braquetes descolados6,7,13,14,19 e jateados15,24 é de uma época economicamente difícil em que os ortodontistas utilizavam braquetes importados e, assim, o reaproveitamento deles era uma forma de diminuir custos; porém, isso não mais acontece e eles podem interferir na qualidade da adesão desejada, por deteriorar a malha da base do braquete25, com consequente redução na resistência ao cisalhamento. A resistência ao cisalhamento na recolagem é assunto controverso. Para alguns autores, ela é menor que na colagem inicial20; enquanto outros afirmaram que é comparável6 ou maior que a original9. Nesse estudo com braquetes novos, os resultados para o teste de cisalhamento (MPa) foram estatisticamente significativos entre a colagem (T0) e a primeira recolagem (T1) para o grupo Alpha Plast, ao passo que para o grupo Concise houve diferença significativa entre T0 e T1, bem como entre T1 e T2. Para o grupo Tansbond XT não houve diferença estatística significativa entre os três períodos avaliados, discordando de Wright e Powers26, que não encontraram perda da propriedade de colagem para essa resina. O IRA utilizado nesse estudo foi compatível com os resultados relatados no trabalho de Hirani e Sheriff20, que demonstraram que o grupo colado com a resina Transbond XT apresentou escore variando entre 1 e 2, bem como as colagens realizadas com a resina Concise apresentaram escore variando entre 1 e 2. Para as colagens efetuadas com a resina Alpha-Plast, observou-se que o IRA teve seu escore concentrado entre 0 e 1, o que indica que parte da resina ficou aderida ao braquete e parte ao dente; entretanto, essa resina foi a que apresentou maior número de fraturas do esmalte, em comparação com as outras testadas nesse estudo. A resina Alpha Plast tem sido pouco utilizada em experiências laboratoriais de cisalhamento e foi testada nesse trabalho por ser a resina autopo-
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CONCLUSÕES Com os resultados obtidos nesse estudo in vitro, e considerando a metodologia empregada, é lícito concluir que: 1) Houve diferença estatística significativa na resistência ao cisalhamento (MPa) entre os grupos Alpha Plast Ortodôntico e Transbond XT; e também entre o grupo Alpha Plast Ortodôntico e Concise Ortodôntico durante a colagem e recolagens repetidas de braquetes metálicos novos. 2) Nas resinas Concise Ortodôntico e Transbond XT, ao se realizar recolagens, não é possível prever o local da falha adesiva, enquanto na resina Alpha Plast Ortodôntico, a falha adesiva ocorre prevalentemente na interface esmalte-resina, com maior frequência de fratura do esmalte dentário.
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Recolagens de braquetes novos com diferentes resinas ortodônticas
artigo inédito
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artigo inédito
Estudo da influência das barreiras anatômicas na reabsorção radicular dos incisivos superiores após tratamento ortodôntico com extrações de pré-molares Antonio Geraldo de Oliveira1, Fabiana Guilhermina Ferreira Castro2
Introdução: a reabsorção radicular apical é um problema frequente e ocasionalmente crítico em pacientes submetidos a movimentação dentária induzida. Um dos fatores que podem influenciar no prognóstico de reabsorções, em especial dos incisivos superiores (dentes com maior incidência de reabsorções), são as barreiras anatômicas, ou seja, a proximidade entre as corticais ósseas vestibular e palatina e as raízes dos incisivos superiores. Objetivo: a finalidade desse estudo foi averiguar se pacientes com crescimento excessivamente vertical apresentam, em relação aos pacientes com crescimento horizontal, uma maior proximidade entre as corticais ósseas alveolares e as raízes dos incisivos superiores, e se existe correlação entre essa proximidade e o índice de reabsorção radicular nesses dentes. Métodos: foram utilizados 18 prontuários de pacientes cujo planejamento foi feito com extrações de primeiros pré-molares superiores, tratados pela técnica Edgewise convencional e/ou pré-ajustado. Foram avaliadas radiografias periapicais iniciais e finais desses pacientes para determinar a quantidade de reabsorção radicular ocorrida. Resultados: os resultados mostraram que pacientes com crescimento excessivamente vertical (Grupo 2 SN.GoGn ≥ 43º) têm um osso alveolar palatino na região anterior da maxila mais estreito que nos pacientes que apresentam crescimento horizontal (Grupo 1 - SN.GoGn ≤ 29º), enquanto a distância da cortical óssea vestibular ao ápice do incisivo central superior não apresentou diferença significativa entre os Grupos 1 e 2. Conclusões: concluiu-se que não existem correlação entre a proximidade das corticais ósseas alveolares com as raízes dos incisivos centrais superiores e o índice de reabsorção radicular desses dentes. Palavras-chave: Barreiras anatômicas. Reabsorção radicular. Incisivos superiores. Tratamento ortodôntico.
1
Mestre em Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru/USP. Doutor em Ortodontia, Faculdade São Leopoldo Mandic - Campinas.
2
Especialista em Ortodontia, UNILAVRAS.
Como citar este artigo: Oliveira AG, Castro FGF. Influence of anatomical barriers on maxillary incisor root resorption after orthodontic treatment with premolar extractions. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):77-82. Enviado em: 22 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 13 de março de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Antonio Geraldo de Oliveira Av. Rui Barbosa, 385 Sala 502 - Centro - CEP: 37.002-140 - Varginha / MG E-mail: antoniogeraldooliveira@gmail.com
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artigo inédito
Estudo da influência das barreiras anatômicas na reabsorção radicular dos incisivos superiores após tratamento ortodôntico com extrações de pré-molares
DISCUSSÃO A literatura descreve que pacientes com crescimento excessivamente vertical (padrão Face Longa) têm um osso alveolar na região anterior da maxila muito mais estreito do que os pacientes que apresentam crescimento horizontal (padrão Face Curta)4. Seguindo essa linha de raciocínio, supõe-se que os pacientes com crescimento vertical (Grupo 2, padrão Face Longa), por apresentar um osso mais estreito, fossem mais sujeitos a ter contato das raízes de seus incisivos centrais superiores com as corticais ósseas alveolares, em casos tratados com extrações de pré-molares, e, consequentemente, poderiam apresentar uma maior quantidade de reabsorção radicular apical. A literatura destaca a importância de se delinear os limites do tratamento ortodôntico em indivíduos adultos4. Por isso determinou-se a espessura do osso alveolar anterior ao ápice dos incisivos nas arcadas superior e inferior, pois essas medidas podem representar os limites anatômicos da movimentação dentária. Observou-se pequena espessura de osso alveolar, tanto na vestibular quanto na lingual dos incisivos inferiores e na lingual dos incisivos superiores em pacientes com crescimento vertical4. Isso foi confirmado pelo presente trabalho, que apresentou osso alveolar posterior ao ápice do incisivo superior mais estreito para os indivíduos com padrão Face Longa. Não há diferenças anatômicas estatisticamente significativas ao nível do osso alveolar da região anterior entre os indivíduos dolicocefálicos e braquicefálicos nos diversos tipos de más oclusões de Classes I, II ou III1. Esse estudo concorda com o de Assis1 no que se diz respeito à distância da cortical óssea vestibular ao ápice do incisivo superior, que não apresentou significância para os grupos com crescimento vertical ou horizontal. Resultados semelhantes foram encontrados em outros estudos6,7, que sugerem que
a morfologia do complexo dentoalveolar não é fator significativo na etiologia da reabsorção radicular apical externa. Dessa forma, com a metodologia empregada na presente amostra, evidenciou-se que não existem correlações entre a proximidade das corticais ósseas alveolares com as raízes dos incisivos centrais superiores e o índice de reabsorção radicular apical externa desses dentes. Talvez outros trabalhos com amostras maiores possam mostrar resultados diferentes dos encontrados aqui. CONCLUSÃO Baseando-se na análise dos resultados obtidos, fundamentados pela literatura, e considerando a amostra utilizada nessa pesquisa, pôde-se concluir que: 1) A distância do osso alveolar posterior ao ápice do incisivo central superior (BAP) apresentou significância estatística entre os Grupos 1 e 2; ou seja, pacientes com crescimento excessivamente vertical (Grupo 2, SN.GoGn ≥ 43º) têm um osso alveolar palatino na região anterior da maxila mais estreito que os pacientes que apresentam crescimento horizontal (Grupo 1, SN.GoGn ≤ 29º), enquanto a distância da cortical óssea vestibular ao ápice do incisivo central superior (BAA) não apresentou significância para os Grupos 1 e 2. 2) Surpreendentemente, os pacientes do Grupo 1 (SN.GoGn ≤ 29º) apresentaram um índice de reabsorção radicular ligeiramente maior do que os pacientes do Grupo 2 (SN.GoGn ≥ 43º), porém, os valores obtidos não mostraram significância estatística entre os grupos estudados, levando a concluir que não existem correlações entre a proximidade das corticais ósseas alveolares com as raízes dos incisivos centrais superiores e o índice de reabsorção radicular apical externa desses dentes.
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artigo inédito
Disfunção temporomandibular e hábitos orais deletérios: investigação anamnésica Melissa de Oliveira Melchior1, Marcelo Oliveira Mazzetto2, Cláudia Maria de Felício3
Objetivo: o objetivo do presente estudo foi investigar a frequência e a severidade dos sinais e sintomas da desordem temporomandibular (DTM), e a frequência de hábitos orais deletérios, bem como analisar a correlação entre as variáveis, por meio da percepção do paciente a respeito de seu problema. Métodos: cem pacientes, diagnosticados com DTM por exame clínico do sistema mastigatório, responderam às questões de um protocolo (ProDTMMulti) publicado previamente a respeito dos sinais e sintomas mais frequentemente relatados na literatura. Resultados: de acordo com os resultados da análise estatística não paramétrica, a frequência dos seguintes sinais e sintomas foi significativa: fadiga e dor muscular, ruído articular, zumbido, plenitude auricular, cefaleia, dificuldade para abrir a boca, dificuldade para mastigar, dificuldade para bocejar (p<0,01) e otalgia (p<0,05). Quanto aos hábitos orais deletérios, houve presença significativa de apertamento dentário diurno e noturno (p<0,01) e ranger de dentes noturno (p<0,05). Na análise de correlação entre as variáveis, houve correlação positiva entre a frequência e o grau de severidade dos sintomas; a idade foi correlacionada com a presença de otalgia, dor cervical e sensibilidade nos dentes, além de se correlacionar com a severidade da dor muscular e articular. A frequência dos hábitos foi correlacionada negativamente com a idade. E a duração da DTM foi também correlacionada de maneira positiva com os sintomas zumbido e plenitude auricular, dor muscular e articular. Conclusão: a partir dos resultados, concluiu-se que a investigação anamnésica pelo protocolo ProDTMMulti pode predizer a severidade do quadro de DTM. Palavras-chave: Transtornos da articulação temporomandibular. Sinais e sintomas. Hábitos.
1
Fonoaudióloga, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto-USP.
2
Professor Titular do Departamento de Odontologia Restauradora, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto-USP.
3
Docente do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, área Fonoaudiologia, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP.
Como citar este artigo: Melchior MO, Mazzetto MO, Felício CM. Temporomandibular disorders and parafunctional oral habits: an anamnestic study. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):83-9. Enviado em: 27 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 30 de dezembro de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Melissa de Oliveira Melchior Av. do Café, s/n. - Ribeirão Preto/SP - CEP: 14.040-904 E-mail: mmelchior@forp.usp.br.
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Disfunção temporomandibular e hábitos orais deletérios: investigação anamnésica
artigo inédito
o protocolo ProDTMMulti13 como ferramenta de identificação de um quadro de DTM em potencial. Além disso, a possibilidade de se registrar informações sobre a percepção e a consciência da população estudada quanto ao apertamento e/ou ranger de dentes também facilita a orientação terapêutica, a qual parte da própria conscientização para atingir possíveis modificações de comportamento11.
decorrentes das relações anatômicas e funcionais entre a ATM, os músculos inervados pelo nervo trigêmeo e as estruturas da orelha1,27,33. A correlação significativa encontrada entre a frequência e a severidade dos sinais e sintomas é um indício de que quanto maior o número de sinais e sintomas, maior a severidade percebida pelo paciente. E, embora vários autores sugiram que o acúmulo de hábitos possa conduzir à piora ou contribuir para a não remissão do quadro presente, e que hábitos orais deletérios estão entre os fatores etiológicos das DTMs15,19,30,31,32, a frequência de hábitos não foi correlacionada à frequência ou à severidade dos sinais e sintomas, de acordo com os dados analisados do ProDTMMulti13 na atual população. Em estudo prévio, foi sugerido, no que diz respeito ao bruxismo, que há um efeito do hábito no tempo30. Provavelmente, a intensidade e a duração sejam mais importantes que o número de hábitos; mas, de acordo com os limites impostos pelo instrumento empregado no presente estudo, tal mensuração não foi possível. Na amostra estudada, não foram significativas as presenças de hábitos de mascar chicletes e onicofagia, assim como a correlação entre hábitos e idade foi negativa. Pesquisas realizadas com populações estudantis encontraram, principalmente, hábitos de mascar chicletes e onicofagia, e sugeriram que esses podem ser hábitos juvenis16,29. A natureza da presente investigação nos permitiu conhecer a sintomatologia da DTM sob o prisma de quem a possui, revelando a possibilidade de se utilizar
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CONCLUSÃO Considerando os limites de um estudo anamnésico, a partir da investigação pelo ProDTMMulti, concluiu-se que a quantidade de sinais e sintomas, bem como a duração dos mesmos, podem ser preditivos da severidade do quadro de DTM, de acordo com a percepção dos próprios pacientes. Os sintomas de apertamento dentário diurno e noturno e o ranger de dentes no período noturno foram relatados de maneira significativa, revelando a percepção e a consciência da população estudada quanto aos mesmos. Ainda, os sintomas otológicos zumbido e plenitude auricular foram correlacionados com o tempo da disfunção, e não com a idade. Porém, tais achados foram baseados principalmente no relato dos pacientes e, para a confirmação e generalização dos mesmos, há necessidade de investigação clínica específica e detalhada. Além disso, esse estudo não fornece relação de causalidade, mas apenas de associação entre as diversas variáveis, o que implica em que futuros trabalhos possam ser realizados para elucidar individualmente cada tópico.
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Melchior MO, Mazzetto MO, Felício CM
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artigo inédito
Tratamento da síndrome da apneia do sono e do ronco com aparelho de avanço mandibular removível em pacientes sem disfunção temporomandibular Eduardo Rollo Duarte1, Maria Luiza M. A. Frigério2, Orivaldo Tavano3, Paulo César Razuk4, Maria Rita de Cássia M. Costa5, Carlos Henrique Ferreira Martins6, Maurício Serejo Ribeiro7, Éderson A. G. Betiol8
Introdução: entre os distúrbios do sono relatados pela Academia Americana do Sono, o mais comum é a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) e do Ronco, que ocorre em razão da dificuldade da passagem do ar e pela interrupção total de seu fluxo nas vias aéreas. A SAHOS está relacionada a um aumento da morbidade e da mortalidade nos indivíduos apneicos. Objetivo: foi objetivo deste estudo avaliar um aparelho removível de avanço mandibular, por propiciar um tratamento não invasivo, simples e bem aceito pelos pacientes. Métodos: foram avaliados 15 pacientes sem disfunções temporomandibulares (DTM), que apresentavam sonolência diurna excessiva ou ronco. Os dados foram levantados mediante: polissonografia, antes e após a instalação do aparelho intrabucal; análise dos sinais e sintomas de DTM, por meio de questionário anamnético e pela palpação muscular e da ATM. Resultados: após o tratamento, a análise estatística (teste t pareado) comprovou que ocorreu uma redução média de 77,6% (p=0,001) no índice de apneia e hipopneia, aumento na menor saturação da oxi-hemoglobina (p=0,05), diminuição na sua dessaturação (p=0,05), diminuição nos microdespertares do sono (p=0,05) e melhora altamente significativa na sonolência diurna (p=0,005) , medida pela escala de sonolência de Epworth. Não foi observado desenvolvimento de DTM durante o período de acompanhamento. Conclusão: o dispositivo bucal desenvolvido neste estudo foi considerado efetivo para a SAHOS de grau leve a moderado. Palavras-chave: Ronco. Apneia do sono tipo obstrutiva. Avanço mandibular. Placas oclusais.
Como citar este artigo: Duarte ER, Frigério MLMA, Tavano O, Razuk PC, Costa MRCM, Martins CHF, Ribeiro MS, Betiol EAG. Treatment of snoring and sleep apnea syndrome with a removable mandibular advancement device in patients without TMD. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):90-6.
Responsável pela área de Dor Orofacial/ATM e Odontologia do Sono da Clínica de Distúrbios do Sono, Bauru/SP. Certificado em Odontologia do Sono pela Associação Brasileira do Sono. 2 Professora Assistente do departamento de Prótese Dental da FOUSP. 3 Professor Titular do departamento de Cirurgia e Radiologia da FOB-USP. 4 Professor Titular do Departamento de Engenharia da UNESP, Bauru/SP. 5 Neurologista e Médica do Sono, responsável pela Clínica de Distúrbios do Sono, Bauru/SP. 6 Otorrinolaringologista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP. Médico do sono, responsável pela área Respiratória da Clínica de Distúrbios do Sono, Bauru/SP. 7 Chefe da disciplina de Prótese Dental da FOC/UNIFLU. 8 Professor do Departamento de Prótese Dental da UFP, Curitiba. 1
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Enviado em: 12 de setembro de 2008 - Revisado e aceito: 26 de abril de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Eduardo Rollo Duarte - Rua Felício Soubihe 3-74, Jd. Planalto - CEP: 17.012-623 - Bauru/SP - E-mail: edurollo@uol.com.br
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artigo inédito
Tratamento da síndrome da apneia do sono e do ronco com aparelho de avanço mandibular removível em pacientes sem disfunção temporomandibular
redução na dessaturação e diminuição dos microdespertares, e melhora subjetiva no ronco e na sonolência diurna excessiva. Os efeitos indesejados foram considerados mínimos e controláveis, e não ocorreu o desenvolvimento de sinais e sintomas definitivos de DTM.
desenvolveu sinais e sintomas definitivos de DTM durante o período de avaliação. Ocorreu uma redução altamente significativa no IAH — acima de 50% para 93,3% dos pacientes avaliados (média de 77,6%) —, um aumento na menor saturação da oxi-hemoglobina,
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artigo inédito
O tratamento ortodôntico é um fator de risco para o desenvolvimento de DTM? Tomas Magnusson1, Antonio Sérgio Guimarães2
Introdução: a possibilidade do tratamento ortodôntico realizado na infância ser um fator de risco para o desenvolvimento de uma disfunção temporomandibular (DTM) no futuro tem sido um tema de grande controvérsia na literatura odontológica. Objetivo: elucidar a possível correlação negativa ou positiva entre o tratamento ortodôntico e as DTM, apresentando os resultados e conclusões dos trabalhos mais relevantes publicados sobre o tema. Resultados e Conclusões: de acordo com o conhecimento atual, não há evidência científica que suporte a assertiva de que o tratamento ortodôntico seja um fator de risco para o desenvolvimento de DTM. Por outro lado, existe alguma evidência científica que suporta a assertiva de que um tratamento ortodôntico, quando bem realizado na infância, exerce um efeito positivo no sistema mastigatório quando da fase adulta do indivíduo. Palavras-chave: Disfunção temporomandibular. Oclusão. Tratamento ortodôntico.
1
Professor Doutor do Departamento de Fisiologia Estomatognática do Instituto de Pós-Graduação em Odontologia e Faculdade de Ciências da Saúde, Jönköping University, Jönköping, Suécia.
Como citar este artigo: Magnussson T, Guimarães AS. Is orthodontic treatment a risk factor for temporomandibular disorders? Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):97-103.
2
Professor Doutor, Responsável pelos ambulatórios de DTM e Dor Orofacial do Hospital São Paulo - UNIFESP. Coordenador do curso de mestrado em DTM e Dor Orofacial da SLMandic/SP.
Enviado em: 15 de setembro de 2008 - Revisado e aceito: 9 de março de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Antônio Sérgio Guimarães Rua França Pinto, 1085/61, Vila Mariana - São Paulo / SP - CEP: 04.016-034 E-mail: asgatm@gmail.com
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O tratamento ortodôntico é um fator de risco para o desenvolvimento de DTM?
artigo inédito
estará sendo executado a fim de impedir problemas de DTM ao longo da vida. Embora o risco seja pequeno para que uma DTM se desenvolva devido ao tratamento ortodôntico, recomenda-se registrar a presença de sinais e sintomas de DTM antes do começo do tratamento ortodôntico. Uma razão para essa conduta é evitar o risco de, posteriormente, um paciente reivindicar que os sinais/sintomas, que já estavam presentes ao início do tratamento, foram decorrentes do tratamento. Os sintomas a serem registrados são dor de cabeça frequente, dor na face ou maxila, dor ao movimentar a mandíbula e presença de sons nas ATMs. Como executar um exame funcional do sistema mastigatório foi descrito em livros-texto sobre DTM27,28. O exame deve, pelo menos, incluir a medição da abertura máxima da boca, o registro de sensibilidade à palpação das ATMs, a porção superficial do músculo masseter, e a inserção do músculo temporal, assim como registrar os sons das ATMs e de movimentos mandibulares dolorosos. Entretanto, é importante destacar que mesmo a presença simultânea de sinais e de sintomas evidentes de DTM não é contraindicação absoluta para se começar um tratamento ortodôntico, desde que, como indicado acima, a sensibilidade dentária devida à fase ativa do tratamento fará com que atividades parafuncionais tais como o apertamento e/ou ranger dos dentes diminuam ou cessem. Sabe-se, devido a muitas investigações epidemiológicas transversais e longitudinais a respeito das DTMs, que os dados da prevalência para os sinais e sintomas de DTM aumentam da infância para a adolescência e começo da idade adulta, onde parecem diminuir29. Sua incidência, isto é, os novos casos de DTM/ano, é de aproximadamente 1%30.
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Erroneamente, esse aumento dos sinais e sintomas de DTM coincide com a idade-período em que a maioria dos tratamentos ortodônticos são executados. Pode-se, assim, esperar que — devido à essa simultaneidade — alguns indivíduos que recebem tratamento ortodôntico desenvolverão DTM durante, ou logo após, o tratamento; e, em casos individuais, na maioria das vezes não é possível julgarmos se a DTM foi resultante do tratamento ortodôntico ou não. Se os sintomas dolorosos de DTM e/ou o desequilíbrio funcional se desenvolverem durante a fase ativa do tratamento, recomenda-se modificar o mesmo, reduzindo as forças, ou mesmo interrompê-lo por um período de tempo. A oclusão também deveria ser verificada para checar se há interferências oclusais grosseiras. Se presentes, devem ser eliminadas por meio de ajuste oclusal com desgaste seletivo. Se os sintomas de DTM se desenvolverem durante ou logo após a fase de contenção, recomenda-se reavaliar o aparelho de contenção e o relacionamento oclusal final. Deve-se, entretanto, enfatizar fortemente que há uma grande probabilidade de que o desenvolvimento de tais sinais e sintomas tenha apenas coincidido com a fase do tratamento ortodôntico, e que não seja devido à terapia em si. CONClUsÃO Corroborando com artigos prévios de revisão sistemática31-35, a presente revisão da literatura mostra claramente que o tratamento ortodôntico, com ou sem extrações, não causa DTM. Pelo contrário, há na verdade algum embasamento para a conclusão de que o tratamento ortodôntico, quando corretamente executado na infância, pode ter um efeito positivo na condição funcional do sistema mastigatório ao longo da vida.
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):97-103
Magnusson T, Guimarães AS
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103
Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):97-103
artigo inédito
Influência da palatoplastia na oclusão de pacientes com fissura isolada de palato Omar Gabriel da Silva Filho1, Elisa Teixeira Marinho2, Rita de Cássia Moura Carvalho Lauris3
Objetivo: a presente pesquisa estudou a morfologia das arcadas dentárias de pacientes adultos com fissura isolada de palato com o objetivo de verificar a influência da palatoplastia na oclusão. Métodos: foram obtidos modelos de gesso de 77 pacientes, 30 do sexo masculino e 47 do sexo feminino, com média de idade de 21 anos, não sindrômicos, dentadura permanente e sem tratamento ortodôntico prévio. A amostra foi dividida entre não operados e operados, nos quais a palatoplastia foi realizada, em média, aos 2,2 anos de idade. Resultados: quase 80% da amostra apresentaram erro sagital na relação interarcadas, prevalecendo a Classe II (59,74%), seguida pela Classe III (20,78%), independentemente da palatoplastia. A incidência de mordida cruzada posterior (cerca de 23%) não mostrou interferência da palatoplastia. A relação intra-arcada revelou que a atresia e o apinhamento superior são maiores no grupo operado (p=0,0238 e p=0,0002, respectivamente), denotando a influência da palatoplastia na forma da arcada dentária superior. As características oclusais predominantes nos pacientes com fissura isolada de palato incluíram a má oclusão de Classe II, a atresia da arcada dentária superior e o apinhamento anterior superior e inferior. Conclusão: a influência da palatoplastia restringiu-se à atresia e ao apinhamento na arcada superior, sem interferência significativa da extensão da fissura, a não ser para o apinhamento superior, que foi maior para os pacientes com fissura completa. Palavras-chave: Arcada dentária. Fissura palatina. Oclusão dentária.
1
Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP). Coordenador do curso de Ortodontia Preventiva e Interceptiva, PROFIS, Bauru/SP.
Como citar este artigo: Silva Filho OG, Marinho ET, Lauris RCMC. Influence of palatoplasty on occlusion of patients with isolated cleft palate. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):104-12.
2
Especialista em Ortodontia, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP). Mestranda em Ortodontia, Universidade do Sagrado Coração (USC), Bauru/SP.
Enviado em: 25 de setembro de 2008 - Revisado e aceito: 17 de fevereiro de 2010
3
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP). Professora do curso de Ortodontia Preventiva e Interceptiva, PROFIS, Bauru/SP. Mestre e Doutoranda, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/ USP), Bauru/SP.
» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. Endereço para correspondência: Rita de Cássia Moura Carvalho Lauris Rua Silvio Marchione, 3-20 – Vila Universitária – CEP: 17.012-900 – Bauru/SP E-mail: ritalauris@yahoo.com.br
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):104-12
Silva Filho OG, Marinho ET, Lauris RCMC
Tabela 10 - Distribuição do trespasse horizontal na presente amostra de 77 pacientes com fissura isolada de palato, considerando-se os subgrupos operados e não operados e a extensão da fissura, em porcentagem.
Não operado
Operado
Tabela 11 - Distribuição do trespasse vertical na presente amostra de 77 pacientes com fissura isolada de palato, considerando-se os subgrupos operados e não operados e a extensão da fissura, em porcentagem.
Aumentado
Normal
Topo+MCA
Incompleta
21,21
54,55
24,24
Completa
50,00
16,67
33,33
Total
25,64
48,72
25,64
Incompleta
14,81
48,15
37,04
Incompleta
Completa
9,09
45,46
45,45
Total
13,16
47,37
39,47
19,48
48,05
32,47
Amostra total
Não operado
Operado Amostra total
Trespasses horizontal e vertical Cerca de 20% dos pacientes exibiram trespasses horizontal e vertical aumentados; provavelmente eles façam parte da má oclusão de Classe II. Enquanto 32% dos pacientes exibiram uma relação de incisivos com trespasse horizontal variando de topo (17,72%) a cruzado (14,28%). Quando o fator cirurgia é considerado no trespasse horizontal, a deficiência sagital de incisivos aumenta nos pacientes submetidos à palatoplastia. Esse fato é observado a partir da redução de trespasse horizontal e aumento da incidência de mordida cruzada anterior (MCA) nos pacientes do grupo operado, uma vez confrontados com os do grupo não operado (Tab. 10). A quantidade de mordida aberta anterior (MAA) foi de 15%. Somando a relação de topo, os problemas verticais nos incisivos chegaram a 36,36% dos pacientes. O prognóstico de tratamento é ruim, principalmente pela tendência de crescimento mandibular vertical nos pacientes com fissura isolada de palato. Entre os grupos estudados, o padrão de normalidade na relação
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Aumentado
Normal
Topo+MAA
9,09
60,61
30,30
Completa
16,67
33,33
50,00
Total
10,26
56,41
33,33
33,33
29,63
37,04
Completa
9,09
45,46
45,45
Total
26,32
34,21
39,47
18,18
45,46
36,36
Incompleta
de incisivos é reduzido no grupo operado, se comparado ao grupo sem intervenção cirúrgica, refletindo no aumento do número de casos de trespasse vertical aumentado e mordida aberta anterior no primeiro grupo (Tab. 11) A relevância estatística foi nula na relação de incisivos, tanto para o fator cirurgia quanto para a extensão da fissura. CONCLUSÕES Nas fissuras isoladas de palato, a má oclusão tem manifestação diversificada, tanto na relação interarcadas, Classe I, Classe II e Classe III; como na relação de incisivos, trespasse horizontal e vertical. As características morfológicas predominantes nos pacientes com fissura isolada de palato incluíram a má oclusão Classe II, atresia da arcada dentária superior e apinhamento anterior superior e inferior. A influência da palatoplastia restringiu-se à atresia e apinhamento na arcada superior, sem interferência significativa da extensão da fissura, a não ser para o apinhamento superior, que foi maior para os pacientes com fissura completa.
111
Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):104-12
Influência da palatoplastia na oclusão de pacientes com fissura isolada de palato
artigo inédito
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112
Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):104-12
artigo inédito
Avaliação da eficácia do agulhamento de pontos-gatilho miofasciais (seco e com 0,5% de lidocaína) em pacientes portadores de dor miofascial da musculatura mastigatória Renato Oliveira Ferreira da Silva1, Paulo César Rodrigues Conti2, Carlos dos Reis Pereira Araújo3, Rafael dos Santos Silva4
Objetivo: avaliar a eficácia do tratamento através da técnica de agulhamento a seco, com injeção de lidocaína a 0,5%, em pacientes portadores de dor miofascial e na presença de pontos-gatilho em músculos da mastigação. Métodos: foram selecionados 16 pacientes e divididos em dois grupos: Grupo I = pacientes submetidos à injeção de lidocaína a 0,5% e Grupo II = pacientes submetidos ao agulhamento a seco. Avaliou-se os pacientes através do limiar de dor à palpação (LDP) e da escala de análise visual de dor (EAV) nos períodos inicial (antes da infiltração), imediatamente após a infiltração, após 24 horas, 7, 15, 21 e 30 dias. Resultados: os resultados foram coletados e analisados através do teste ANOVA a dois critérios, adotando-se nível de significância de 0,05%. Onde houve diferenças estatísticas significativas, aplicou-se o teste de Tukey. Não houve diferenças estatísticas significativas entre os grupos quando comparados os LDPs; porém, houve diferenças significativas quando comparados os LDPs ao longo do tempo, constatando-se aumento considerável, quando ambos os grupos foram analisados conjuntamente. Em relação à EAV, foram encontradas diferenças tanto entre os grupos quanto ao longo do tempo, sendo que o Grupo I apresentou diminuição mais rápida do que o Grupo II. Porém, ao final, todos os grupos tiveram reduções significativas e sem diferenças entre si. Conclusões: conclui-se que ambos os tratamentos foram eficazes na redução dos sintomas da dor miofascial no período avaliado, não havendo diferenças entre os tratamentos. Palavras-chave: Agulhamento. Ponto-gatilho. Dor miofascial.
1
Doutor em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de São Paulo.
2
Professor Associado do Departamento de Prótese e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo.
3
Professor Doutor do Departamento de Prótese e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo.
Como citar este artigo: Silva ROF, Conti PCR, Araújo CRP, Silva RS. Evaluation of dry needling and 0.5% lidocaine injection therapies in myofascial pain trigger points in masticatory muscles. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):113-8. Enviado em: 12 de novembro de 2007 - Revisado e aceito: 5 de dezembro de 2010
4
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Doutor em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de São Paulo.
Endereço para correspondência: Renato Oliveira Ferreira da Silva Rua Dr. Henrique Arouche de Toledo, 1-89 – Bauru / SP – CEP: 17.017-320 E-mail: renatofob@yahoo.com
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):113-8
artigo inédito
Avaliação da eficácia do agulhamento de pontos-gatilho miofasciais (seco e com 0,5% de lidocaína) em pacientes portadores de dor miofascial da musculatura mastigatória
mentos propostos para o alívio da DMF, sendo que em todos os grupos a sensação dolorosa mensurada pela EAV diminuiu e o LDP aumentou, mesmo em um curto período de avaliação. A presença de sintomas relacionados aos PGs em alguns pacientes indica que o tratamento pode requerer mais do que uma única abordagem, como mais infiltrações ou interação com outras especialidades. Seria interessante em futuros estudos a realização de grupos placebo, para a verificação de seus efeitos na resposta do paciente.
suficiente para mostrar a efetividade da terapia. Esses achados podem ser transpostos à população portadora de DMF de uma maneira geral, que, se decrescer de 20 a 30mm na EAV em relação à marcação inicial, pode ser clinicamente relevante para o sucesso do tratamento3. Esse achado está confirmado nos resultados1,30. CONClUsÃO Com base nos resultados que foram apresentados, pode-se concluir que não há diferenças entre os trata-
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artigo inédito
Prevalência de hábitos de sucção não nutritiva e sua relação com a mordida aberta anterior em crianças atendidas na clínica de Odontopediatria da Universidade de Pernambuco Luiza do Nascimento Cezar Magalhães1, Maria José Rodrigues2, Mônica Vilela Heimer3, André Suliano de Alencar4
Objetivo: o objetivo desse trabalho foi estabelecer a prevalência dos hábitos de sucção não nutritiva (digital e/ou de chupeta) e avaliar a sua relação com a mordida aberta anterior. Métodos: a amostra foi constituída por 980 prontuários das crianças atendidas na clínica de Odontopediatria da Universidade de Pernambuco (FOP/UPE) no período de fevereiro de 2000 a dezembro de 2005, de ambos os sexos, na faixa etária de 3 a 12 anos. Na análise estatística, utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson (X2) com nível de significância de 5%. Resultados: observou-se que 17,7% da amostra possuíam algum tipo de hábito de sucção no momento da anamnese (9,6% de sucção digital, 8,8% de sucção de chupeta e 0,7% de sucção digital e de chupeta) e que a prevalência de mordida aberta anterior foi de 20,3%. A prevalência do hábito de sucção foi maior nas meninas do que nos meninos (22,6% e 12,9%, respectivamente), e essa diferença foi estatisticamente significativa (p = 0,000). A associação entre os hábitos de sucção e a mordida aberta anterior foi comprovada estatisticamente (p = 0,000): crianças com hábitos de sucção tiveram 8 vezes mais chances de desenvolver mordida aberta anterior. Conclusão: a mordida aberta anterior foi associada à presença de hábito de sucção não nutritiva, o qual foi mais prevalente no sexo feminino, na faixa etária de três a seis anos. Palavras-chave: Hábitos. Mordida aberta. Sucção. Prevalência.
1
Mestre em Ortodontia, UNICID.
2
Professora Doutora da Disciplina de Odontopediatria, Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco.
3
Professora Doutora da Disciplina de Saúde Coletiva, Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco
4
Professor Doutor, Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte.
Como citar este artigo: Magalhães LNC, Rodrigues MJ, Heimer MV, Alencar AS. Prevalence of non-nutritive sucking habits and its relation with anterior open bite in children seen in the Odontopediatric Clinic of the University of Pernambuco. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):119-23. Enviado em: 23 de outubro de 2008 - Revisado e aceito: 9 de março de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Mônica Vilela Heimer Av. General Newton Cavalcanti, 1650 – Tabatinga – Camaragibe/PE CEP: 54.753-220 – E-mail: monica@heimer.com.br
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artigo inédito
Prevalência de hábitos de sucção não nutritiva e sua relação com a mordida aberta anterior em crianças atendidas na clínica de Odontopediatria da Universidade de Pernambuco
Tabela 5 - Prevalência de mordida aberta anterior de acordo com o sexo. Mordida Aberta Anterior Presente
Ausente
Total
n (%)
n (%)
n (%)
Masculino
81 (16,3)
416 (83,7)
497 (100,0)
Feminino
118 (24,4)
365 (75,6)
483 (100,0)
Sexo
Valor de p
p = 0,002(1)
(1) Através do teste Qui-quadrado de Pearson. OR = 0,602; IC = 0,439–0,826.
DISCUSSÃO Os hábitos de sucção digital e de chupeta têm sido objeto de investigação há muitos anos. No presente estudo, a prevalência de hábitos de sucção foi menor do que a encontrada em algumas pesquisas21,23, provavelmente devido à grande abrangência de idade na amostra estudada, visto que foram avaliados os dados de crianças com 3 a 12 anos de idade. As meninas apresentaram uma maior prevalência de hábitos de sucção do que os meninos; resultados, esses, que corroboram com os achados de autores que citam a existência de uma característica cultural de diferenciação entre os sexos em relação aos hábitos de sucção19,25,32,34. Estudos mostram que os hábitos de sucção não nutritiva são comuns entre as crianças na idade pré-escolar6,23,40,41. Esses dados foram ratificados pelos resultados encontrados no presente estudo. Foi possível observar, também, a redução da prevalência de hábitos com o aumento da idade, indicando uma tendência natural de abandoná-los1,18,22. Os resultados desse estudo mostraram, claramente, a influência dos hábitos de sucção não nutritiva na presença da mordida aberta anterior. Crianças que tinham hábito de sucção apresentaram quase 8 vezes mais chances de ter mordida aberta anterior. Existe um consenso na literatura de que hábitos de sucção não nutritiva são fatores de risco para más oclusões — particularmente, a mordida aberta anterior1,5,6,10,14,17,23,24,37,40,41,43. A provável causa da mordida aberta anterior nas crianças que possuem hábitos de sucção é a inibição do crescimento vertical na parte anterior do processo alveolar; porém, se o hábito cessar durante a fase de crescimento, as perspectivas de correção espontânea devem ser bastante satisfatórias28. Observa-se uma redução gradativa na prevalência da mordida aberta anterior devido ao próprio desenvolvimento oclusal, à maturação do indivíduo
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facilitando a eliminação dos hábitos deletérios, a diminuição do tamanho das adenoides e o estabelecimento de uma deglutição adulta normal, ou seja, com a remoção dos fatores causais externos7,13,38. Houve diferença entre os sexos quanto à prevalência da má oclusão pesquisada, diferindo dos resultados encontrados por outros autores20,36. No entanto, essa diferença pode ser explicada pela maior prevalência de hábitos de sucção observada nas meninas, visto que essa má oclusão foi fortemente associada à presença de tais hábitos. Devido ao caráter transversal desse estudo, não foi possível verificar se as crianças sem hábito de sucção e que apresentaram mordida aberta anterior haviam sido expostas a algum tipo de hábito de sucção previamente à anamnese. Diante dessa situação, no tocante às medidas preventivas, sugere-se que haja uma intervenção precoce desses hábitos, através da orientação e conscientização do paciente e/ou responsáveis44, a fim de se evitar ou interceptar o aparecimento de alterações oclusais indesejadas, as quais, com a evolução, podem tornar-se mais complexas e envolver tratamentos mais dispendiosos39. Vale salientar que a eliminação do hábito de sucção entre os 4 e os 6 anos de idade pode estabelecer uma autocorreção da mordida aberta anterior3,12,22,26,30. CONCLUSÕES Com base nos resultados obtidos, conclui-se que: » As prevalências dos hábitos de sucção digital e de chupeta foram, respectivamente, 9,6 e 8,8%. » Os hábitos de sucção não nutritiva foram mais prevalentes no sexo feminino, na faixa etária de 3 a 6 anos. » A mordida aberta anterior foi associada à presença de hábitos de sucção não nutritiva e foi mais prevalente no sexo feminino.
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artigo inédito
Estudo fotométrico da proporção divina e sua correlação com a agradabilidade facial Ana Paula Lazzari Marques Peron1, Imara Castro Morosini2, Keila Rodrigues Correia3, Ricardo Moresca4, Eros Petrelli5
Objetivo: este trabalho teve como finalidade avaliar se existe associação entre a percepção da estética facial e a proporção divina, determinando se as faces consideradas mais atrativas estão nessa proporção e se as menos atrativas afastam-se dela. Métodos: foram utilizadas fotografias faciais (frontal e de perfil), padronizadas em posição natural da cabeça, de uma amostra composta por 85 indivíduos do sexo feminino, brasileiras, leucodermas, com idade média de 23 anos e 9 meses. Uma banca composta de 5 ortodontistas, 5 artistas plásticos e 5 leigos avaliou essas fotografias e classificou-as, pela análise subjetiva da estética facial, em esteticamente desagradáveis, esteticamente aceitáveis e esteticamente agradáveis. As fotografias faciais frontais de cada grupo foram, então, submetidas à análise da proporção divina, empregando-se um método computadorizado. Resultados e Conclusão: pela análise subjetiva, 18,8% da amostra foram classificados como esteticamente desagradáveis, 70,6% como esteticamente aceitáveis e 10,6% como esteticamente agradáveis. Após a análise estatística, verificou-se a falta de concordância na avaliação estética entre os três grupos de observadores. Também pôde-se verificar que, nessa pesquisa, não houve associação entre a percepção da beleza facial e a proporção divina. Palavras-chave: Proporção divina. Análise facial. Secção áurea. Estética facial.
1
Especialista em Ortodontia, UFPR. Mestranda em Ortodontia, PUCPR. Professora do curso de especialização em Ortodontia da Universidade Positivo.
2
Especialista em Ortodontia, UFPR. Mestre em Odontologia, UFPR. Professora do curso de especialização em Ortodontia da Universidade Positivo.
3
Especialista em Ortodontia, UFPR.
4
Doutor em Ortodontia, FOUSP. Professor Adjunto da UFPR, graduação e pós-graduação em Ortodontia. Professor Titular do Programa de Mestrado em Odontologia Clínica da Universidade Positivo.
5
Como citar este artigo: Peron APLM, Morosini IC, Correia KR, Moresca R, Petrelli E. Photometric study of divine proportion and its correlation with facial attractiveness. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):124-31. Enviado em: 4 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 2 de março de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.
“In memoriam”. Endereço para correspondência: Ana Paula Lazzari Marques Peron Av. Vicente Machado, 2361 - Batel - Curitiba/PR - CEP: 80.440-020 E-mail: anapaula@peronortodontia.com.br
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Peron APLM, Morosini IC, Correia KR, Moresca R, Petrelli E
te desagradáveis, 70,6% esteticamente aceitáveis e 10,6% esteticamente agradáveis, verificando-se predomínio do padrão aceitável. 2. Na avaliação estética facial, observou-se um baixo grau de concordância entre os três grupos de observadores usados nessa pesquisa, sendo que quanto mais especializados no estudo da face eram os avaliadores, maior seu grau de tolerância no julgamento da estética, sendo o grupo dos leigos o mais exigente e o dos ortodontistas o menos crítico. 3. Não houve diferença estatisticamente significativa na mediana dos deltas de proporção divina entre os grupos esteticamente desagradáveis, esteticamente aceitáveis e esteticamente agradáveis. Dessa maneira, pôde-se verificar que, nessa pesquisa, não existiu associação entre a percepção da beleza facial e a proporção divina.
Ressalta-se que a análise facial é imprescindível no planejamento ortodôntico e ortognático, porém a avaliação da beleza parece ser bastante subjetiva e personalista. Por isso, deve-se levar em consideração as expectativas e o conceito estético do próprio paciente, em associação com os conhecimentos científicos sobre a face humana. Acredita-se que as características estéticas faciais individuais, e não apenas as proporções, influenciam significativamente na percepção da beleza e, assim como as análises cefalométricas, a análise facial da proporção divina também possui certas limitações27. Portanto, se a proporção divina for utilizada no planejamento ortodôntico ou ortognático, essa deve ser empregada apenas como guia, ao lado de outros métodos de estudo já bem estabelecidos. CONCLUSÕES 1. Na análise subjetiva da estética facial, 18,8% da amostra foram classificados como esteticamen-
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artigo inédito
Aspectos e condutas clínicas das alterações eruptivas dos caninos superiores permanentes Sheila Marcia Francisco1, Mario Cappellette Junior2
Introdução: apesar do canino superior permanente representar o dente que mais apresenta anomalias de erupção, depois dos terceiros molares, a prevalência da retenção de caninos na população é baixa. Fatores locais, fisiológicos e patológicos podem acarretar em dificuldades para o processo de erupção dentária. O correto diagnóstico na tentativa de prevenir a retenção do canino superior com trajeto ectópico de erupção é fundamental para escolher a forma ideal de tratamento, o qual pode ser realizado por meio de vários métodos. Objetivo: o presente artigo tem como finalidade, por meio de uma revisão da literatura, abordar os aspectos relacionados aos caninos superiores permanentes impactados, incluindo localização e condutas de tratamento. Palavras-chave: Caninos superiores impactados. Etiologia. Impacção dentária.
1
Especialista em Biologia Molecular, Especialista em Ortodontia e Estagiária do Setor do Ortodontia e Ortopedia Facial da Disciplina de Otorrinolaringologia Pediátrica da UNIFESP.
Como citar este artigo: Francisco SM, Cappellette Junior M. Aspects and clinical procedures of eruptive changes of permanent upper canines. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):132-9.
2
Especialista em Radiologia, Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial e Doutor em Ciências. Coordenador da Odontologia da Disciplina de Otorrinolaringologia Pediátrica da UNIFESP. Coordenador do curso de Especialização em Ortodontia da UNIFESP, FAMOSP, ABOSP, ABO Santos e SINDOSP.
Enviado em: 25 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 15 de julho de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. Endereço para correspondência: Mario Cappellette Junior Rua Salete, 200 – 10° andar – CEP: 02.016-001 – São Paulo/SP Email: mjrcappellette@ terra.com.br.
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Francisco SM, Cappellette Junior M
(0,018” x 0,025") para não sofrer deflexões que possam comprometer o controle dos movimentos1,2,3,5,9.
mais vertical quando apoiado na arcada inferior, porém, apesar dessas vantagens, o ortodontista deve ter em mente que esse tipo de dispositivo depende da colaboração do paciente e, assim, a finalização do caso pode ser comprometida1,2,3,15. Já o aparelho ortodôntico fixo oferece maior controle e efetividade da força aplicada e, na maioria dos casos, existe a necessidade de corrigir algum outro tipo de má oclusão associada e de abrir e manter o espaço para o dente a ser tracionado, utilizando-se acessórios específicos, como molas. No que diz respeito ao sistema de forças durante o tracionamento de caninos impactados, tanto por vestibular quanto por palatino, deve-se tomar cuidado com a direção da força aplicada, pois essa não deve promover o direcionamento da tração para as raízes dos dentes vizinhos, para não acarretar traumas e reabsorções radiculares externas. Recomenda-se, inicialmente, a obtenção de espaço nas arcadas dentárias previamente à condução do tracionamento e também a utilização de força de baixa intensidade (não mais que 60g) e o emprego de arcos com rigidez suficiente
CONCLUSÕES 1) O canino superior permanente apresenta uma alta prevalência de impacção, sendo que essa anomalia ocorre com maior frequência por palatino e no sexo feminino. 2) Para o correto diagnóstico do posicionamento de um dente impactado, além do indispensável exame clínico, deve-se efetuar um minucioso exame radiográfico. 3) A época oportuna para as intervenções cirúrgica e ortodôntica é quando o dente apresentar mais da metade de sua formação radicular. 4) A exposição cirúrgica da coroa dentária deve ser conservadora e o retalho deve ser totalmente reposicionado, permitindo a erupção do dente. 5) O apoio para a força tracionadora deve estar ancorado, de preferência, sobre fio ortodôntico retangular, para que ocorra mínima deflexão e menor quantidade de efeitos indesejáveis.
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artigo inédito
Avaliação cefalométrica das alterações esqueléticas induzidas pelo aparelho de Herbst na dentição mista Luana Paz Sampaio1, Dirceu Barnabé Raveli2, Ary dos Santos-Pinto2, Denise Rocha Goes Landázuri3, Taísa Boamorte Raveli4
Objetivo: esse estudo clínico prospectivo foi desenvolvido com o propósito de avaliar as alterações esqueléticas horizontais e verticais induzidas pelo uso do aparelho de Herbst em indivíduos Classe II Divisão 1ª, na fase da dentição mista. Métodos: a amostra foi constituída por 15 indivíduos pré-purbetários (12 meninos e 3 meninas; idade inicial 9 anos e 6 meses) que foram tratados com o aparelho de Herbst por um período de 7 meses. Os efeitos do tratamento foram comparados com um grupo de 15 indivíduos (8 meninos e 7 meninas, média de idade inicial de 9 anos e 1 mês) Classe II Divisão 1ª, não tratados ortodonticamente, que foram acompanhados por um período de 12 meses. A análise estatística foi realizada por meio do teste t de Student, com nível de significância de 5%. Resultados: os resultados indicaram que o tratamento com o aparelho de Herbst na fase da dentição mista restringiu o crescimento da maxila. O plano mandibular e o plano palatino não sofreram alterações significativas, no entanto, as alturas faciais anterior e posterior aumentaram de forma significativa. A convexidade facial e a relação maxilomandibular alteraram de forma positiva. A mandíbula posicionou-se mais para anterior de forma significativa e o seu comprimento efetivo aumentou 2,5 vezes mais que o aumento observado no grupo controle. Conclusão: concluiu-se que o aparelho de Herbst foi capaz de proporcionar resultados satisfatórios em indivíduos na fase da dentição mista. Palavras-chave: Aparelho de Herbst. Má oclusão Classe II. Tratamento precoce.
1
Mestre e Doutora em Ortodontia, Faculdade de Odontologia de AraraquaraUNESP. Professora Assistente do curso de especialização em Ortodontia, GESTOS/ FAMOSP-Araraquara.
Como citar este artigo: Sampaio LP, Raveli DB, Santos-Pinto A, Landázuri DRG, Raveli TB. Cephalometric evaluation of skeletal alterations induced by Herbst appliance during mixed dentition. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):140-50.
2
Professor adjunto da disciplina de Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP.
Enviado em: 25 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 9 de março de 2009
3
Mestre e Doutoranda em Ortodontia, Faculdade de Odontologia de AraraquaraUNESP.
4
Mestre em Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.
Endereço para correspondência: Luana Paz Sampaio Av. Portugal, 887 – Centro – CEP: 14.801-075 – Araraquara/SP E-mail: lusampaz@hotmail.com
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Sampaio LP, Raveli DB, Santos-Pinto A, Landázuri DRG, Raveli TB
tisfatória a má oclusão de Classe II em indivíduos pré-pubertários. No entanto, vale ressaltar que a escolha da época ideal para iniciar o tratamento da Classe II ainda é um ponto crítico no planejamento ortodôntico. Portanto, as vantagens e desvantagens do tratamento precoce devem ser cuidadosamente consideradas antes de se iniciar o tratamento. Se a opção for por um tratamento precoce, vale ressaltar a importância do acompanhamento prolongado nesses pacientes na fase pós-tratamento, no intuito de diminuir o potencial de recidiva3,25,29. Sendo assim, torna-se necessário o uso de aparelhos removíveis de Ortopedia Funcional como contenção até o final da fase de crescimento3,25,29, com o objetivo de manter a correção ortopédica e guiar a erupção dentária durante a transição da dentição mista para a dentição permanente. CONClUSÃO Nesse estudo, os efeitos esqueléticos produzidos pelo aparelho de Herbst na fase da dentição mista foram: » Restrição do crescimento maxilar. » Posicionamento mais anterior e aumento do comprimento efetivo da mandíbula. » Alteração positiva em relação à convexidade facial e à relação maxilomandibular. » Nenhuma alteração significativa no plano mandibular e palatino. » Aumento significativo nas alturas faciais anterior e posterior.
Em relação ao plano palatino, os resultados mostraram que no grupo tratado houve um aumento não significativo (0,59º/ano) desse plano em relação à base do crânio. A alteração observada no grupo experimental não foi no mesmo sentido que no grupo controle. Essa variável no grupo controle também apresentou uma alteração não significativa. Esses resultados estão de acordo com os de outros trabalhos1,5,6,13,19 que também não observaram nenhuma alteração no plano palatino em pacientes tratados com o aparelho de Herbst. De acordo com os resultados das alterações esqueléticas verticais nesse estudo, foi possível verificar que o plano mandibular apresentou um comportamento semelhante ao do plano palatino, ou seja, uma tendência à manutenção dos valores iniciais, de maneira comparável ao grupo controle. Quanto às alturas faciais anterior e posterior, esse estudo mostrou que houve um aumento significativo e proporcional com o uso do aparelho, indicando uma harmonia no aumento das dimensões verticais. Esses dados sugerem que o uso do aparelho de Herbst em pacientes com altura facial excessiva deve ser realizado com cautela, uma vez que tal aparelho aumentaria mais ainda a altura facial. Dessa forma, quando o profissional optar por utilizar o aparelho de Herbst em pacientes com altura facial aumentada, seria prudente utilizar uma estrutura de ancoragem com cobertura oclusal, no intuito de obter um melhor controle do crescimento vertical das bases ósseas5,9,24,27,30. Os resultados desse estudo mostraram que o aparelho de Herbst foi capaz de tratar de forma sa-
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Avaliação cefalométrica das alterações esqueléticas induzidas pelo aparelho de Herbst na dentição mista
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artigo inédito
Extrações assimétricas em Ortodontia Camilo Aquino Melgaço1, Mônica Tirre de Souza Araújo2
Objetivo: a decisão por extrações dentárias é de grande importância durante o planejamento de um caso clínico. Além da decisão de extrair, os ortodontistas devem decidir quais dentes devem ser removidos para uma melhor solução do problema e benefício estético/funcional do paciente. O presente artigo objetiva realizar uma breve revisão de literatura a respeito das extrações assimétricas, enfatizando sua importância para a Ortodontia. Métodos: foram selecionadas palavras-chave nos idiomas inglês e português, e utilizando-se o programa EndNote 9, realizou-se a busca de artigos nos bancos de dados PubMed, Web of Science (WSc), LILACS e Cochrane. Os trabalhos selecionados deveriam ser relatos de casos, artigos originais, estudos caso-controle prospectivos ou retrospectivos que envolvessem a extração assimétrica de dentes permanentes como forma de tratamento da má oclusão. Conclusão: de acordo com a literatura consultada, as extrações assimétricas podem facilitar a mecânica e o tratamento de casos específicos. Casos finalizados com primeiros molares permanentes em relação de Classe II ou Classe III, em ambos ou apenas em um dos lados das arcadas, parecem não trazer prejuízo à estética ou função. O domínio e o conhecimento da mecânica ortodôntica são fundamentais para o sucesso dos tratamentos. Palavras-chave: Extrações assimétricas. Mecânica. Tratamento. Ortodontia.
1
Mestre e Doutorando em Ortodontia, UFRJ. Professor do Curso de Especialização em Ortodontia, UFMG.
Como citar este artigo: Melgaço CA, Araújo MTS. Asymmetric extractions in orthodontics. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):151-6.
2
Professora Adjunta, FO-UFRJ.
Enviado em: 07 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 11 de dezembro de 2008 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. Endereço para correspondência: Camilo Aquino Melgaço Rua Espírito Santo, 1111/1401 – Centro – CEP: 30.160-031 - Belo Horizonte/MG E-mail: camiloaquino@ig.com.br
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Melgaço CA, Araújo MTS
A
B
C
D
E
F
Figura 3 - A, B, C) Finalização com primeiros molares permanentes em relação de Classe III. D, E, F) Finalização com primeiros molares permanentes em relação de Classe II.
CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com a literatura, as extrações assimétricas poderiam simplificar a mecânica e facilitar o tratamento de alguns casos específicos. Como consequência, finalizações com primeiros molares permanentes em relação de Classe II ou Classe lll, em ambos ou apenas em um dos lados das arcadas, poderiam ser resultantes. Segundo os autores consultados, isso parece não trazer prejuízo à estética ou à função. Ainda, deve-se considerar a opção pela extração de um único incisivo inferior nos casos em que exista uma discrepância de Bolton. Entretanto, o domínio e o conhecimento da mecânica ortodôntica por parte do profissional são de grande importância para o sucesso dos tratamentos.
Figura 4 - Extrações assimétricas: apenas primeiros pré-molares superiores.
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Extrações assimétricas em Ortodontia
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artigo inédito
A variação de cálcio, amilase, glicose, proteínas totais, fluxo, pH e capacidade de tamponamento da saliva de pacientes em tratamento ortodôntico corretivo Hellen Soares Teixeira1, Stella Maris Oliveira Kaulfuss2, Jucienne Salgado Ribeiro3, Betina do Rosário Pereira3, João Armando Brancher4, Elisa Souza Camargo5
Objetivo: avaliar se a saliva de indivíduos que se encontram em tratamento ortodôntico com aparelhos fixos demonstra alterações de natureza qualitativa e quantitativa. Métodos: foi coletada amostra de saliva de 50 indivíduos, divididos em dois grupos: experimental, usuários de aparelho ortodôntico fixo (n=25); e controle, sem qualquer tipo de aparelho ortodôntico (n=25). Em todas as amostras de saliva foram realizados os testes salivares de sialometria, pH, capacidade de tamponamento salivar (CTS), concentração de proteínas totais, atividade da amilase salivar, cálcio e glicose. Resultados: houve diminuição no valor do pH salivar e da capacidade tampão e maior concentração de íons cálcio no grupo experimental (p<0,05); aumento na concentração de glicose, amilase e proteínas na saliva no grupo experimental, porém sem significância estatística. Não foi observada correlação estatisticamente significativa entre a concentração dos íons cálcio e o fluxo salivar, e entre a capacidade tampão e o fluxo salivar. Conclusão: conclui-se que indivíduos usuários de aparelhos ortodônticos fixos apresentam pH mais baixo, CTS menor e redução na concentração do cálcio salivar, quando comparados aos indivíduos sem qualquer tipo de aparelho ortodôntico. Tais alterações bucais são suficientes para que ocorra a desmineralização dentária. Cuidados de higiene bucal adicionais devem ser tomados por esses indivíduos. Palavras-chave: Saliva. Ortodontia corretiva. Desmineralização.
1
Graduada em Odontologia, PUCPR. Bolsista Pibic/PUCPR.
2
Graduada em Odontologia, PUCPR.
3
Mestre em Ortodontia, PUCPR.
4
Mestre em Ciências (Bioquímica), UFPR. Professor Assistente da Graduação em Odontologia, PUCPR.
Como citar este artigo: Teixeira HS, Kaulfuss SMO, Ribeiro JS, Pereira BR, Brancher JA, Camargo ES. Calcium, amylase, glucose, total protein concentrations, flow rate, pH and buffering capacity of saliva in patients undergoing orthodontic treatment with fixed appliances. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):157-61. Enviado em: 3 de novembro de 2008 - Revisado e aceito: 9 de março de 2009
5
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Doutora em Ortodontia, FO-UFRJ. Professora adjunta da graduação e pósgraduação em Odontologia, PUCPR.
Endereço para correspondência: Elisa Souza Camargo Rua Imaculada Conceição, 1155 - Prado Velho - CEP: 80.215-901 Curitiba/PR - E-mail: escamargo@uol.com.br
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artigo inédito
A variação de cálcio, amilase, glicose, proteínas totais, fluxo, pH e capacidade de tamponamento da saliva de pacientes em tratamento ortodôntico corretivo
DIsCUssÃO A saliva é um importante fator a ser considerado no processo cariogênico, devido às suas funções de diluição das substâncias na cavidade bucal, limpeza mecânica, maturação pós-eruptiva, participação no processo de des-remineralização do esmalte dentário, formação da película adquirida, função antimicrobiana e tamponamento dos ácidos provenientes da placa bacteriana e dos alimentos1,11,21. A capacidade tampão salivar, definida como a resistência da saliva às mudanças de pH, é conferida pelos sistemas carbonato-bicarbonato, fosfato e proteínas6,25. O sistema bicarbonato é responsável por aproximadamente 85% da capacidade tampão salivar na faixa de pH entre 6,8 e 7,2. À medida que o fluxo salivar aumenta, o mesmo ocorre com a concentração de íons bicarbonato9,10,11,25. No grupo de indivíduos com aparelho ortodôntico, foi verificada diminuição estatisticamente significativa (p<0,05) no valor do pH salivar e capacidade de tamponamento salivar. Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Kanaya et al.14, que relataram ter encontrado diminuição do pH em indivíduos que realizam tratamento ortodôntico. Contudo, Chang, Walsh e Freer7 demonstraram haver tendência da capacidade de tamponamento salivar aumentar após a instalação de aparelhos ortodônticos fixos, porém, os indivíduos estavam utilizando o aparelho por um menor tempo. O fato da média do pH salivar ter se apresentado menor no grupo experimental, associado à menor capacidade de tamponamento salivar, pode predispor o indivíduo usuário de aparelho ortodôntico à desmineralização dentária. Portanto, medidas preventivas são essenciais, uma vez que há relação direta entre a diminuição do pH, a diminuição da CTS e o aumento do risco de cárie. A concentração salivar de íons cálcio apresentou diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre os dois grupos, sendo que, no grupo experimental, essa concentração foi menor do que no grupo controle. Indivíduos com baixa concentração de cálcio na saliva apresentam menor média de pH, demonstram maior suscetibilidade à desmineralização do que indivíduos que apresentam maior concentração salivar de íons cálcio1. A concentração de cálcio salivar depende muito do pH e da velocidade do fluxo salivar. Segundo Jenkins13, com o aumento da velocidade do fluxo salivar há o aumento na concentração de íons cálcio na saliva. Porém, outros autores concluíram que, conforme o fluxo salivar aumenta,
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a concentração dos íons cálcio diminui11,18. Neste estudo não foi observada correlação estatisticamente significativa entre a concentração dos íons cálcio, a velocidade do fluxo salivar e a capacidade de tamponamento salivar. Ha relatos7,12,14,30 de aumento do fluxo salivar em indivíduos com aparelho ortodôntico fixo. No presente estudo, o grupo experimental também apresentou aumento no fluxo salivar, porém não de maneira estatisticamente significativa, quando comparado com o grupo controle. Uma correlação positiva entre a velocidade do fluxo salivar e a capacidade de tamponamento salivar foi relatada por vários autores5,11,16,22,28. Os dados do presente estudo divergem desses resultados, pois não foram encontradas correlações estatisticamente significativas entre os grupos estudados. Laine et al.19 também não relataram correlação entre essas duas variáveis. Da mesma forma, foi encontrada maior concentração de glicose na saliva no grupo experimental, porém sem significância estatística, assim como relatado por Forsberg, Oliveby e Lagerlöf12, fato que pode ser associado ao aumento do fluxo salivar. A amilase salivar — enzima que apresenta como principal função a digestão inicial do amido26 — e as proteínas, que são os principais componentes orgânicos da saliva11, apresentaram elevação no grupo experimental; mas quando comparado com o grupo controle, esse aumento não foi estatisticamente significativo. Sendo assim, demonstrou-se que os fatores relacionados ao alto risco de cárie, como a capacidade tampão, a concentração de íons cálcio e o pH salivar, apresentam modificações com a presença de aparelhos ortodônticos fixos, sugerindo que o tratamento ortodôntico pode afetar o meio intrabucal dos pacientes. Sugere-se, portanto, que, considerando-se o longo período de uso dos aparelhos fixos, medidas preventivas — como a orientação de higiene e da dieta alimentar, a aplicação tópica de flúor e profilaxia — sejam tomadas nesses pacientes. CONClUsÃO O presente estudo concluiu que indivíduos usuários de aparelhos ortodônticos fixos apresentaram pH mais baixo, capacidade de tamponamento salivar menor, além de diminuição da concentração do cálcio salivar, em comparação com indivíduos sem qualquer tipo de aparelho ortodôntico. Tais indivíduos apresentam alterações bucais suficientes para que ocorra a desmineralização dentária. Cuidados adicionais com a higiene bucal devem ser tomados por esses indivíduos.
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Caso Clínico BBO
Má oclusão de Classe II esquelética e dentária, com mordida aberta anterior e sobressaliência acentuada Márlio Vinícius de Oliveira1
A mordida aberta é definida como uma deficiência no contato vertical normal entre os dentes antagonistas. Se a falta de contato se localiza na região de incisivos e/ou caninos quando a oclusão está em relação cêntrica, essa passa a ser denominada de mordida aberta anterior (MAA). Alguns estudos têm demonstrado que a MAA está fortemente associada ao hábito de sucção não-nutritiva. O presente artigo relata o tratamento de um paciente do sexo feminino, melanoderma, com 20 anos e 7 meses de idade, que apresentava uma má oclusão de Classe II, 1a divisão de Angle, MAA, sobressaliência acentuada, interposição lingual durante a deglutição e dificuldade de pronunciar alguns fonemas. O tratamento ortodôntico iniciou-se pela montagem de aparelho fixo, sistema Edgewise standard, grade fixa impedidora de hábito e exodontia dos primeiros pré-molares superiores. Esse caso foi apresentado à diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), como parte dos requisitos para a obtenção do título de Diplomado pelo BBO. Palavras-chave: Má oclusão Classe II de Angle. Mordida aberta. Extração dentária.
Como citar este artigo: Oliveira MV. Skeletal and dental Class II malocclusion, with anterior open bite and accentuated overjet. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):162-9.
1 Especialista em Ortodontia, Universidade Federal de Alfenas (UnIFAl). Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).
Enviado em: 9 de janeiro de 2012 - Revisado e aceito: 11 de março de 2012 » O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.
Endereço para correspondência: Márlio Vinícius de Oliveira Rua Mato Grosso, 450 - Universal - CEP: 32686-050 - Betim/MG E-mail: marlio_vinicius@ig.com.br
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Oliveira MV
CONSIDERAÇõES FINAIS A mordida aberta é definida como uma deficiência no contato vertical normal entre os dentes antagonistas, podendo manifestar-se numa região limitada ou, mais raramente, em toda a arcada dentária1,2. Se a falta de contato dos dentes localiza-se na região de incisivos e/ou caninos quando a oclusão está em relação cêntrica, essa passa a ser denominada de mordida aberta anterior1,3. Alguns estudos têm demonstrado que a mordida aberta anterior está fortemente associada com o hábito de sucção não-nutritiva4,5,6. no caso dessa paciente, que relatou ter feito uso de chupeta até os 8 anos de idade, acredita-se que a mordida aberta foi mantida pela interposição lingual após a remoção da chupeta. Em relação à alteração funcional causada pela mordida aberta anterior, planejou-se utilizar, no início do tratamento, a grade fixa impedidora de hábito e, posteriormente, quando a mordida aberta estivesse reduzida, seriam colados esporões inferiores na face lingual dos incisivos e a paciente seria encaminhada para tratamento fonoaudiológico.
nessa paciente, optou-se pela exodontia dos primeiros pré-molares superiores para correção da sobressaliência e também da relação de Classe II dos caninos. O tratamento da Classe II sem extrações requer uma grande movimentação distal dos dentes posterossuperiores, o que muitas vezes torna-se complicado, principalmente em pacientes adultos7. Estudos recentes têm demonstrado que, para uma mesma idade e grau de severidade, o protocolo de tratamento da má oclusão de Classe II com extrações de dois pré-molares superiores apresenta maior eficiência do que o protocolo de tratamento sem extrações8,9. Quanto à estabilidade, é consenso que a mordida aberta anterior está entre os mais desafiantes tratamentos e seus resultados finais mostram-se menos estáveis. no entanto, acredita-se que, com o estabelecimento de correta sobressaliência, sobremordida e equilíbrio muscular entre lábios e língua, não haverá recidiva da má oclusão. Como pode ser visto nos registros obtidos após o término do tratamento ativo, todos os objetivos foram alcançados, tanto sob o ponto de vista funcional quanto de estética facial.
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Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):162-9
tópico especial
O papel do atrito na Ortodontia Mariana Ribeiro Pacheco1, Wellington Corrêa Jansen2, Dauro Douglas Oliveira3
Introdução: quando a mecânica de deslize é utilizada no tratamento ortodôntico, o atrito gerado entre o braquete e o fio pode reduzir a magnitude e a eficiência da movimentação ortodôntica desejada. Devido à aplicabilidade e aceitação dessa mecânica como parte fundamental da terapia ortodôntica, a interferência da força de atrito sobre a movimentação dentária tem atraído o interesse tanto dos ortodontistas clínicos como dos pesquisadores. Objetivo: dessa forma, o presente trabalho buscou discutir como o atrito influencia a movimentação ortodôntica, abordando suas implicações clínicas, bem como a evolução dos materiais ortodônticos quanto às suas propriedades relacionadas à resistência ao deslize. Palavras-chave: Ortodontia. Braquetes ortodônticos. Materiais dentários.
Como citar este artigo: Pacheco MR, Jansen WC, Oliveira DD. The role of friction in orthodontics. Dental Press J Orthod. 2012 Mar-Apr;17(2):170-7.
1
Mestre e Especialista em Ortodontia, PUC-Minas.
2
Mestre em Prótese Dentária e Doutor em Materiais Dentários, USP/São Paulo. Professor Adjunto, PUC-Minas.
Enviado em: 6 de junho de 2009 - Revisado e aceito: 13 de outubro 2009
Mestre e Especialista em Ortodontia, Marquette University/Milwaukee (EUA). Doutor em Ortodontia, UFRJ. Coordenador do Mestrado em Ortodontia, PUCMinas.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
3
Endereço para correspondência: Mariana Ribeiro Pacheco Av. Pereira Teixeira, 100 sala 203 - Centro CEP: 36.200-034 – Barbacena / MG E-mail: marianarpacheco@yahoo.com
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O papel do atrito na Ortodontia
tópico especial
A
B
C
Figura 3 - A) Elástico Slide®. B) Forma de inserção da ligadura Slide®. C) Vista lateral do braquete, na qual observa-se a forma de amarração da ligadura, sem exercer pressão sobre o fio ortodôntico.
Essa camada é extremamente dura, o que conferiu maior rigidez superficial ao fio com superfície modificada e, consequentemente, reduziu o coeficiente de atrito do mesmo29. A mesma tecnologia foi recentemente testada para melhorar o desempenho clínico de braquetes de aço inoxidável e os resultados iniciais in vitro também foram bastante satisfatórios em relação à redução da resistência ao deslize e à dureza superficial30.
3.
4.
CONClUsõEs 1. A resistência ao deslize na Ortodontia tem origem multifatorial, é diretamente influenciada pelos materiais ortodônticos utilizados e afeta a eficiência da movimentação dentária ortodôntica. A presença do atrito é desfavorável em muitas situações clínicas, mas pode ser bastante útil em outras. 2. As variáveis biológicas que influenciam na formação do atrito parecem receber pouca atenção dos ortodontistas. Quando se analisa o atrito na Ortodontia, fatores simples, como o acúmulo de detritos nos fios ortodônticos e a biodegradação dos braquetes expostos ao meio bucal, podem ter tanta importância quanto o tipo de material utilizado.
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5.
176
As variáveis físicas ou mecânicas que afetam o atrito são mais numerosas e mais pesquisadas do que as biológicas. Elas devem ser cuidadosamente analisadas para se aumentar a eficiência da mecânica ortodôntica em cada situação clínica específica. As inovações tecnológicas dos materiais ortodônticos — como as mudanças de geometria e os tratamentos de superfície de braquetes, fios e ligaduras elásticas — parecem apresentar bom potencial para reduzir o atrito em algumas situações clínicas. Entretanto, o custo de muitos desses novos materiais ainda é significativamente maior do que os equivalentes ditos convencionais, e seu real custo-benefício ainda pode ser questionado cientificamente. A importância de se incrementar as pesquisas envolvendo a ciência dos materiais, principalmente via estudos com maior correlação clínica, fica evidente para que o ortodontista clínico possa conhecer melhor o desempenho dos produtos disponíveis, acompanhar as evoluções dos materiais e ter conhecimento crítico para identificar quais novidades dos fabricantes podem realmente contribuir para a diminuição das limitações clínicas dos materiais ortodônticos.
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Pacheco MR, Jansen WC, Oliveira DD
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Normas de apresentação de originais — O Dental Press Journal of Orthodontics publica artigos de investigação científica, revisões significativas, relatos de casos clínicos e de técnicas, comunicações breves e outros materiais relacionados à Ortodontia e Ortopedia Facial.
1. Autores — o número de autores é ilimitado; entretanto, artigos com mais de 4 autores deverão informar a participação de cada autor na execução do trabalho.
— O Dental Press Journal of Orthodontics utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com.br
2. Página de título — deve conter título em português e em inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — não devem ser incluídas informações relativas à identificação dos autores (por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ ou cargos administrativos). Elas deverão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informações não estarão disponíveis para os revisores.
— Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Dental Press International Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel.: (44) 3031-9818 E-mail: artigos@dentalpress.com.br
3. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando, além das conclusões do estudo, as implicações clínicas dos resultados. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave, também em português e em inglês, adequadas conforme orientações do DeCS (http://decs.bvs.br/) e do MeSH (www.nlm.nih.gov/mesh).
— As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer responsabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nessa publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve determinar se deve agir conforme as informações contidas nessa publicação. A Revista ou as empresas patrocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas.
4. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter no máximo 3.500 palavras, incluindo legendas das figuras e das tabelas (sem contar os dados das tabelas), resumo, abstract e referências. — as figuras devem ser enviadas em arquivos separados (leia mais abaixo). — insira as legendas das figuras também no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo.
— Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. Os autores devem seguir as orientações descritas adiante. ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DOS MANUSCRITOS — Os trabalhos devem ser escritos em língua inglesa.
5. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 DPIs de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto.
FORMATAÇÃO DOS MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com.br — Organize sua apresentação como descrito a seguir
6. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser citados, no texto, como figuras. — devem ser enviados os arquivos que contêm as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável).
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Normas de apresentação de originais — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.
10. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências devem ser citadas no texto. — para facilitar a leitura, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é responsabilidade dos autores e elas devem conter todos os dados necessários para sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm. nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos a seguir:
7. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar, o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada tabela. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável). 8. Comitês de Ética — os artigos devem, se aplicável, fazer referência ao parecer do Comitê de Ética da instituição. 9. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Permissão para uso de imagens protegidas por direitos autorais Ilustrações ou tabelas originais, ou modificadas, de material com direitos autorais devem vir acompanhadas da permissão de uso pelos proprietários desses direitos e pelo autor original (e a legenda deve dar corretamente o crédito à fonte). — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. Fotografias de pessoas identificáveis devem vir acompanhadas por uma autorização assinada pela pessoa ou pelos pais ou responsáveis, no caso de menores de idade. Essas autorizações devem ser guardadas indefinidamente pelo autor responsável pelo artigo. Deve ser enviada folha de rosto atestando o fato de que todas as autorizações dos pacientes foram obtidas e estão em posse do autor correspondente.
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Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.
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Comunicado aos Autores e Consultores - Registro de Ensaios Clínicos 1. O registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.
gistros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www. actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal. 3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who. int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www. icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução
2. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www. who.int/ictrp/network/en/index.html), com interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Re-
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Atenciosamente, David Normando, CD, MS, Dr Editor-chefe do Dental Press Journal of Orthodontics ISSN 2176-9451 E-mail: davidnor@amazon.com.br
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