ISSN 2176-9451
Volume 17, Number 3, May / June 2012
VersĂŁo em portuguĂŞs Dental Press International
v. 17, no. 3
Dental Press J Orthod. 2012 May/June;17(3):1-168
May/June 2012
ISSN 2176-9451
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desde 2008
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Dental Press Journal of Orthodontics v. 1, n. 1 (set./out. 1996) - . -- Maringá : Dental Press International, 1996 Bimestral ISSN 2176-9451 1. Ortodontia - Periódico. I. Dental Press International. CDD 617.643005
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CURSO INTERNACIONAL // 13/07/2012 9 às 19 horas
Miniplacas de ancoragem para protração da face média em pacientes Classe III e distalização de molares em pacientes Classe II
Dr. Hugo De Clerck // Bélgica A maior vantagem da ancoragem esquelética com miniplacas modificadas é a sua fixação a uma distância do arco dentário. Isso as torna muito adequadas para o movimento distal completo do arco superior no tratamento da Classe II sem extrações de pré-molares. Essa movimentação pode ser realizada com mecânica de deslizamento ao longo de arcos leves ou através da retração em massa de todos os dentes superiores usando arcos pesados. Para eficiência máxima, é necessário correto controle da dimensão vertical. A ancoragem esquelética também pode ser usada para intruir molares extruídos ou verticalizar segundos molares, e para a mesialização de molares inferiores nos casos de agenesias de segundos pré-molares. Além disso, as miniplacas resistem melhor a forças pesadas e intermitentes do que os mini-implantes. Portanto,
elas podem ser usadas para tração ortopédica intermaxilar. Elásticos de Classe III podem ser fixados entre as miniplacas de Bollard nas bases esqueléticas da maxila e da mandíbula de pacientes jovens em crescimento. Será que o crescimento da maxila e/ou mandíbula pode ser estimulado, restringido ou redirecionado? Qual abordagem biomecânica deve ser utilizada? Os resultados dessa tração ortopédica contínua serão discutidos com base em imagens de tomografias Cone-Beam sobrepostas na base do crânio. Esses resultados serão comparados entre os grupos controle e submetidos à protração com máscara facial. Todas as aplicações biomecânicas serão explicadas passo a passo e serão ilustradas com diversos casos clínicos.
CURSO NACIONAL // 14/07/2012 9 às 13 horas
Excelência estética e funcional: uma abordagem transdisciplinar
Dr. Roberto Carlos Brandão Ortodontia
Dr. Marcio Bittencourt
Prótese
Procedimentos integrados de Ortodontia, Periodontia, Implantodontia, Oclusão e Prótese serão discutidos em conjunto e simultaneamente, com os três ministradores explorando os mesmos casos clínicos — dentro do espectro de cada especialidade —, utilizando o maior grau de evidência científica disponível para embasar os procedimentos. A abordagem transdisciplinar deve ser encarada a partir de uma filosofia comum entre os profissionais, as diferentes especialidades devem ter seus dogmas repensados para que procedimentos sejam concatenados em busca de objeti-
Dr. Carlos Eduardo Ferreira Periodontia
vos claros. Serão discutidos: a melhor posição para os implantes, procedimentos protéticos que supram limitações da Ortodontia, o uso de corticotomia para acelerar o movimento dentário, uso de enxertos ósseos e gengivais, e a aplicação de autotransplantes. Também serão abordadas as determinantes da melhor estética facial, considerando: dimensão vertical, linha do sorriso, curva do sorriso, contorno gengival, corredor bucal, espaços negros, sorriso gengival, formas e proporções dentárias e faciais.
CONGRESSO // PALESTRAS NACIONAIS // 12/07/2012 9 horas
10 horas Invisalign necessidade ou luxo?
Estabilidade e instabilidade em Ortodontia
A Ortodontia frente aos quadros de traumatismo dentário
Você, ortodontista, está preparado para o atual mercado de trabalho?
Dr. Maurício Casa
Dr. Carlos Jorge Vogel
Dr. Renato Lenzi
Dr. Fernando Habib
11:30 horas
14:30 horas
Limites da projeção de incisivos. Até onde podemos ir?
Autotransplante dentário: solução estética e funcional
Braquetes autoligáveis: futuro ou modismo?
Ortodontia 4D: o tempo como quarta dimensão
Dr. Flavio C. de Carvalho
Dra. Deise Lima Masiolli
Dr. Weber Ursi
Dr. Jonas Capelli Junior
17:00 horas
15:30 horas Apneia obstrutiva do sono: por onde devemos começar?
Implantes osseointegrados: planejamento e tratamento
Como tornar sorrisos mais atraentes com a Ortodontia Lingual?
Cirurgia ortognática em pacientes com oclusão normal
Dr. Rowdley Rossi
Dr. Carlos E. Sabrosa
Dr. Júlio Pedra e Cal Neto
Dr. Henrique M. da Silveira
18:00 horas Avaliação em longo prazo da estabilidade do tratamento da mordida aberta em pacientes adultos
Mecânica ortodôntica com mini-implantes
Dr. José Nelson Mucha
Dr. Antônio Carlos Ruellas
CREDENCIAMENTO // 11/07/2012
ATIVIDADES BBO
Credenciamento Invisalign Inscrições pelo site:
- Curso de Orientação - 11/07/2012 - 9 às 13 horas - Fórum Clínico - 12/07/2012 - 9 às 19 horas - Mesa Clínica - 13/07/2012 - 9 às 19 horas
www.invisalign.com.br
ATIVIDADES DE LIVRE INSCRIÇÃO
ATIVIDADES ASSOCIATIVAS
Temas Livres e Painéis Inscrições a partir de 15 de maio, informações pelo site: www.sbo.org.br
- Reunião ALADO - 13/07/2012 - 12 às 14 horas - Assembleia CDBBO - 14/07/2012 - 7 às 9 horas
ADESÃO CATEGORIA Sócios SBO/ABOR e estudantes* Dentista não sócio
ATÉ 1° DE JUNHO
ATÉ 1° DE JULHO
parcelado em 2X
à vista
NO LOCAL
R$ 500,00
R$ 500,00
R$ 550,00
R$ 700,00
R$ 700,00
R$ 750,00
* Estudantes: indispensável apresentação de documento que comprove a situação. - Inscrições realizadas após o dia 1° de junho não poderão ser parceladas. - Todas as inscrições pré-congresso devem ser realizadas on-line no site da SBO (www.sbo.org.br). Após 01/07/2012 as inscrições só poderão ser feitas no local do evento.
Formas de pagamento: Boleto bancário // Depósito bancário (pagamento à vista) // Cheque Banco Itaú Agência: 0304 | Conta Corrente: 64234-1 CNPJ 42.136.556/0001-50 Favorecido: Sociedade Brasileira de Ortodontia Envio de cheques (valores parcelados conforme tabela de inscrição no site) para a secretaria do congresso: Interevent (Av. das Américas, 3500, sala 405, bloco 7, Barra da Tijuca/RJ, CEP: 22.640-102). Os cheques deverão ser nominais à Sociedade Brasileira de Ortodontia.
ORGANIZAÇÃO
APOIO
Sumário 1
Editorial
3
O que há de novo na Odontologia / Gustavo Zanardi, William R. Proffit, Sylvia A. Frazier-Bowers
7
Entrevista / Hugo De Clerck
14
Insight Ortodôntico / Alberto Consolaro
Artigos Online
19
O perfil do ortodontista de Minas Gerais
Luiz Fernando Eto, Valéria Matos Nunes de Andrade
21
Avaliação quantitativa de S. mutans e C. albicans em portadores de aparelhos disjuntores tipo Haas e Hyrax
Matheus Melo Pithon, Rogério Lacerda dos Santos, Wagner Sales Alviano,
Antonio Carlos de Oliveira Ruellas, Mônica Tirre de Souza Araújo
23
Análise comparativa da relação carga/deflexão de fios retangulares de Ni-Ti convencionais e termoativados
Fabio Schemann-Miguel, Flávio Cotrim-Ferreira, Alessandra Motta Streva,
Alexander Viégas de Oliveira Aguiar Chaves, Andréia Cotrim-Ferreira
25
A influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do sorriso
Andréa Fonseca Jardim da Motta, José Nelson Mucha, Margareth Maria Gomes de Souza
27
Influência do pigmento na elasticidade em longo prazo de ligaduras elásticas
Érika de Oliveira Dias de Macêdo, Fabrício Mezzomo Collares, Vicente Castelo Branco Leitune,
Susana Maria Werner Samuel, Carmen Beatriz Borges Fortes
29
Inter-relação entre a Ortodontia e a Fonoaudiologia na tomada de decisão de tratamento de
indivíduos com respiração bucal
Rúbia Vezaro Vanz, Lilian Rigo, Angela Vezaro Vanz, Anamaria Estacia, Lincoln Issamu Nojima
Artigos Inéditos
31
A influência do otimizador de colagem Ortho Primer Morelli na resistência adesiva de braquetes ortodônticos
Sabrina de Mendonça Invernici, Ivan Toshio Maruo, Elisa Souza Camargo, Thais Miyuki Hirata,
Hiroshi Maruo, Odilon Guariza Filho, Orlando Tanaka
40
Análise da sínfise mandibular de brasileiros adultos leucodermas com face equilibrada e oclusão normal:
a influência do sexo e do tipo facial
Karine Evangelista Martins Arruda, José Valladares Neto, Guilherme de Araújo Almeida
51
Avaliação da inclinação dos incisivos inferiores durante o alinhamento e nivelamento com arcos
de NiTi superelásticos: estudo laboratorial
Carolina Baratieri, Roberto Rocha, Caroline Campos, Luciane Menezes,
Gerson Luiz Ulema Ribeiro, Daltro Ritter, Adriano Borgato
58
Ronco e Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono: uma reflexão sobre o papel da
Odontologia no cenário científico atual
Ângela Jeunon de Alencar e Rangel, Vinícius de Magalhães Barros, Paulo Isaias Seraidarian
64
Comparação do atrito clássico entre diferentes métodos de ligação do arco ortodôntico
Gilberto Vilanova Queiroz, José Rino Neto, João Batista De Paiva, Jesualdo Luís Rossi, Rafael Yagüe Ballester
71
Ligas de níquel-titânio: uma revisão sistemática
Marcelo do Amaral Ferreira, Marco Antônio Luersen, Paulo César Borges
83
Avaliação do comportamento mecânico de diferentes dispositivos utilizados para retração de caninos
Antônio Carlos de Oliveira Ruellas, Matheus Melo Pithon, Rogério Lacerda dos Santos
88
Estudo da proporção divina na arquitetura do crânio de indivíduos com má oclusão em
Classe II de Angle, a partir de radiografias cefalométricas laterais
Marcos André dos Santos da Silva, Edmundo Médici Filho, Julio Cezar de Melo Castilho, Cássia T. Lopes de Alcântara Gil
98
A Ortodontia como opção terapêutica para as Disfunções Temporomandibulares: uma revisão sistemática
Eduardo Machado, Patricia Machado, Renésio Armindo Grehs, Paulo Afonso Cunali
103 Avaliação in vitro da resistência à flexão de diferentes marcas de parafusos expansores
Kádna Fernanda Mendes de Oliveira, Mário Vedovello Filho, Mayury Kuramae,
Adriana Simoni Lucato, Heloisa Cristina Valdhigi
108
Avaliação histométrica das áreas de tração e compressão do periodonto dos primeiros molares de ratos submetidos à movimentação dentária induzida
Rodrigo Castellazzi Sella, Marcos Rogério de Mendonça, Osmar Aparecido Cuoghi, Tien Li An
118
Tratamento ortopédico da má oclusão de Classe III com expansão rápida da maxila associada a máscara facial: avaliação cefalométrica do padrão de crescimento craniofacial
Daniella Torres Tagawa, Carolina Loyo Sérvulo da Cunha Bertoni, Maria Angélica Estrada Mari, Milton Redivo Junior, Luís Antônio de Arruda Aidar
125
Avaliação da posição dos incisivos inferiores na sínfise mandibular de indivíduos Padrão II, Classe II
Djalma Roque Woitchunas, Leopoldino Capelozza Filho, Franciele Orlando, Fábio Eduardo Woitchunas
132
Avaliação das mudanças no perfil facial de indivíduos adolescentes com má oclusão Classe I
biprotrusão tratados com extração de quatro pré-molares
Claudia Trindade Mattos, Mariana Marquezan, Isa Beatriz Barroso Magno Chaves,
Diogo Gonçalves dos Santos Martins, Lincoln Issamu Nojima, Matilde da Cunha Gonçalves Nojima
138
Caso Clínico BBO
Tratamento compensatório da má oclusão de Classe III de Angle com
mordida aberta anterior e assimetria mandibular
Marcio Costa Sobral
146
Tópico Especial
Confecção e análise do setup ortodôntico
Telma Martins de Araújo, Lílian Martins Fonseca, Luciana Duarte Caldas, Roberto Amarante Costa-Pinto
166
Normas para publicação
editorial
Editorial
A estatística de um caso clínico “É fácil mentir com a estatística, difícil é dizer a verdade sem ela.” Andrejs Dunkels
Têm-se observado algumas interessantes discussões, nas redes sociais, sobre o que se apregoa como um excessivo apreço dos pesquisadores por análises estatísticas, em detrimento à experiência clínica. Como clínico e pesquisador com algum aprendizado em estatística, acredito que seja um equívoco dissociar os dois temas. Recentemente, uma paciente de 14 anos de idade, que recebi para retratamento ortodôntico, apresentou no exame radiográfico de rotina uma imagem radiolúcida delimitada e com cerca de 1cm de diâmetro. Imediatamente solicitei a avaliação de um patologista que, diante da eminente suspeita de uma cavidade óssea idiopática, ou cisto ósseo traumático, recomendou a biópsia. O exame histológico ratificou a hipótese diagnóstica. Era, de fato, um cisto. A mãe comentou que a remota probabilidade de uma neoplasia gerou aflição entre amigos e familiares. Tinha ouvido história semelhante de uma amiga, cuja filha adolescente também teria usado aparelho ortodôntico. A lógica da mãe lhe provocou a seguinte inferência: “— Então, doutor... acho que o uso de aparelho é que causa essas lesões. Veja só, duas adolescentes e em ambas foram detectadas essas imagens”. Expliquei à mãe que, apesar da lógica na observação, não há como provar a relação causa-efeito imaginada, apenas com os dados informados. Isso porque ela deveria levar em consideração que é normal que todos os pacientes que usam aparelho ortodôntico necessitam fazer radiografias e, por isso, há maior probabilidade de serem detectados tais achados em indivíduos que realizaram tratamento ortodôntico — simplesmente porque eles fazem mais exames radiográficos. A radiografia, por sua vez, facilitaria a descoberta de uma lesão óssea, fato outrora reportado1. O tratamento ortodôntico parece ser, ademais, um fator
© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics
de confusão e, pelo menos por enquanto, a ciência é carente de estudos bem delineados sobre essa relação. A situação descrita ilustra como a mente humana está configurada para encontrar a ordem, mesmo onde ela não existe. Nossa mente foi construída para identificar uma causa definida para cada acontecimento, e tem muita dificuldade em aceitar a influência de fatores aleatórios ou não relacionados. Essa falsa lógica pode nos induzir a tomar decisões equivocadas. Infelizmente, esse é o padrão das observações quando levamos em conta apenas a nossa vivência clínica para decidirmos uma terapia. A fatalidade do erro será maior quanto menor for a nossa amostra (leia-se experiência clínica). O nosso cérebro, por diversos fatores, não tem tanta habilidade para eliminar os fatores de confusão associados a um fenômeno. Por esse motivo recorremos ao auxílio da estatística. Mas não nos enganemos, ela, também, não representa o final da estrada e, não raras vezes, reitera parte do pensamento de Dunkels, em epígrafe. A hipótese a ser testada deveria analisar, através de um estudo bem delineado, a incidência do cisto ósseo em um grupo de indivíduos que receberam tratamento ortodôntico, e compará-los com um grupo controle sem intervenção ortodôntica. Após a coleta dos dados, os resultados necessitariam de um tratamento estatístico para definir qual a probabilidade da diferença observada entre os grupos não ter ocorrido por mero acaso — ou, em outras palavras, da associação entre a incidência de cistos e o tratamento ortodôntico ser verdade verdadeira. Em estatística, a probabilidade do acaso (ou da diferença ser uma mentira) é medida pelo valor p, presente em quase todos os estudos científicos. Portanto, quanto menor o valor de p, menor será a chance de erro ao afirmar a associação.
1
Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):1-2
Assim, para os mais jovens, enquanto a experiência clínica caminha lentamente, apressem-se e mantenham-se atualizados. Apreciem a riqueza das pesquisas científicas e dos eminentes mestres que utilizam esse modus operandi. Para os clínicos mais experientes, a leitura científica permite uma regressão ou reavaliação das suas condutas clínicas realizadas no dia a dia, e a identificação dos famigerados fatores de confusão. Afinal, como sustentou o filósofo francês Diderot: “Aquele que analisou a si mesmo está deveras adiantando no conhecimento dos outros”. Portanto, aprenda a questionar suas convicções. Gaste tempo em busca de provas de que você está errado, tanto quanto na procura por razões que demonstrem o quanto você está certo. Essa conduta lhe proporcionará uma menor chance de erro ao atender o seu próximo paciente. Entretanto, leve em consideração que esse é, apenas, o pensamento de um eterno aprendiz, que nesse momento já começou a duvidar das suas próprias convicções.
É claro que a experiência acumulada ao longo dos anos de atividade clínica não deve ser jogada no balde. Em verdade, estima-se que apenas 15% das nossas decisões clínicas sejam suportadas por evidências científicas. Portanto, a maioria das atitudes é tomada baseada no cotidiano clínico ou naquilo que nos foi transmitido pelos nossos tutores. A própria ciência, que se estabelece em métodos sólidos, já se engalfinha em algumas batalhas sobre qual decisão é mais apropriada para uma determinada situação clínica. Se levarmos em consideração tão somente as opiniões sustentadas pela experiência clínica, aumenta a nossa probabilidade de erro, o tal valor p. Em outras palavras: da nossa verdade ser, de fato, uma mentira. Como ortodontista, com alguma vivência clínica, e pesquisador, com algum aprendizado em estatística, acredito que a melhor evidência não seja um estudo isolado, mesmo sendo um ensaio clínico randomizado, o mais alto nível de evidência entre os estudos primários. Consoante ao fato, reputo que, apesar da sua importância, a experiência clínica, isoladamente, também não é a melhor diretriz do melhor tratamento em um caso individualizado. Assim, não se trata de A ou B, mas de (mais) A+B. A união do conhecimento científico, oriundo do melhor nível de evidência disponível — e, portanto, com estatísticas apropriadas —, à experiência clínica consolidada produz as maiores chances de sucesso ao tratarmos um determinado paciente.
Boa leitura! David Normando - editor-chefe davidnor@amazon.com.br
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o que há de novo na odontologia
O futuro da Odontologia: como a Medicina personalizada irá afetar o tratamento ortodôntico? Gustavo Zanardi1, William R. Proffit2, Sylvia A. Frazier-Bowers3
diferencial atual das más oclusões, permitindo o reconhecimento de diferentes tipos de má oclusão que são etiologicamente distintas e, por isso, podem responder ao tratamento de diferentes formas. Isso, sem dúvida, modificará a forma como os clínicos escolherão as modalidades terapêuticas no futuro. A importância da genética nas más oclusões é conhecida há séculos e tem sido sempre um tema de grande debate e alguma controvérsia. Lundstrom3 e outros4-10 examinaram a questão da “natureza versus criação”, e encontraram que ambos influenciam de alguma forma no desenvolvimento das más oclusões, com a genética sendo responsável por até 50%. Em um estudo recente, Normando et al.11 sugeriram que a genética desempenha o papel mais importante e prevalece sobre o meio-ambiente na etiologia das más oclusões dentárias. Essa conclusão foi, no entanto, diferente dos achados de muitos estudos com grupos derivados de população europeia. Independentemente de qual componente prevalece — se o ambiental ou o genético —, tem-se testemunhado, como resultado do Projeto Genoma Humano, uma explosão de avanços moleculares que está influenciando uma
Os cientistas estão rapidamente desenvolvendo e empregando testes de diagnóstico na área médica, baseados em genômica, proteômica e metabolômica, para prever de maneira mais acurada as respostas dos pacientes às diferentes terapias-alvo. Esse campo, denominado “medicina personalizada”, combina genoma humano, tecnologia da informação e biotecnologia com nanotecnologia, para oferecer tratamento com base na dicotomia variação individual versus tendências populacionais1,2. De forma semelhante, nos últimos 30 anos, os ortodontistas têm tido acesso a aparelhos ortodônticos com desenhos modernos, registros digitais, recursos avançados de imagem e a integração da estética dos tecidos moles no diagnóstico e planejamento do tratamento. É relativamente fácil observar como a introdução desses recursos tem contribuído sobremaneira para o avanço da especialidade. No entanto, quando se considera a influência da genética na Ortodontia contemporânea, os avanços são, talvez, não tão óbvios. Os pontos de vista aqui apresentados são baseados no princípio central de que a aplicação do conhecimento genético no campo da Ortodontia poderá modificar o diagnóstico
Como citar este artigo: Zanardi G, Proffit WR, Frazier-Bowers SA. The future of dentistry: How will personalized medicine affect orthodontic treatment? Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):3-6.
Mestre e Especialista em Ortodontia pela UERJ.
1
Kenan Distinguished Professor, Departamento de Ortodontia, Faculdade de Odontologia, Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill.
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Enviado em: 2 de abril de 2012 - Revisado e aceito: 13 de abril de 2012 3
Associate Professor, Departamento de Ortodontia, Faculdade de Odontologia, Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Gustavo Zanardi Av. Brasil 177, apto. 2302, ed. Luz do Mar, Centro – Balneário Camboriú / SC CEP: 88.330-040 – Email: gugazanardi@hotmail.com
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O futuro da Odontologia: como a Medicina personalizada irá afetar o tratamento ortodôntico?
o que há de novo na odontologia
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entrevista
uma entrevista com
Hugo De Clerck • Hugo De Clerck graduou-se no programa de Ortodontia da Rijksuniversiteit Gent, obteve seu Doutorado em 1986 e tem sua clínica particular em Bruxelas. Recebeu o Prêmio Europeu de Ensaios de Pesquisa em 1988. Foi professor e Chefe do Departamento de Ortodontia da Université Catholique de Louvain de 1989 a 2006. Atualmente é Professor Adjunto da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill. Foi Presidente da Sociedade Belga de Ortodontia e Membro do Colégio Real de Cirurgiões da Inglaterra. Seus principais focos de pesquisa são a ancoragem esquelética, biomecânica e ortopedia. Já fez várias palestras sobre esses tópicos em todo o mundo.
São raras as vezes que presenciamos uma revolução, a quebra de um paradigma ou uma descoberta promissora. Se deslocarmos essa verdade para dentro do nosso universo profissional, as chances diminuem ainda mais. Diante do novo, notamos respostas otimistas por parte de alguns, e céticas por parte de outros. Os otimistas, ávidos para aprender e empregar o novo, na ânsia de oferecer conforto àqueles que podem ajudar. Já os céticos, desconfiados, preferem que os otimistas tentem primeiro, errem primeiro, para que, depois, valha a pena sair, com segurança, da zona de conforto — se possível, ainda antes que o novo fique velho. Sendo você otimista ou cético, uma coisa garanto: não será possível passar por essa entrevista sem sentir-se testemunha da história ortodôntica. Bruno Furquim
Como citar esta seção: De Clerck H. Interview. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):7-13. Enviado em: 26 de março de 2012 - Revisado e aceito: 24 de abril de 2012
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entrevista
Quais são os efeitos produzidos por sua abordagem para tratamento da Classe III? Como essa abordagem difere do uso de uma máscara facial associada a um disjuntor palatino cimentado? (James McNamara) As miniplacas Bollard são fixadas nos pilares esquerdo e direito da maxila, e entre o canino e o incisivo lateral em cada lado da mandíbula, e elásticos intermaxilares, com direção de classe III, são usados para unir a placa superior e a inferior durante 24 horas por dia. A aplicação de tração contínua para avançar a maxila leva a um estiramento das fibras nas suturas e estimula a aposição óssea. Devido à complexidade da consolidação da sutura zigomático-maxilar, a resistência à abertura dessa sutura é maior do que quando se separam as suturas zigomático-temporal e zigomático-frontal. Isso pode explicar por que as duas metades da maxila e os zigomas esquerdo e direito avançam como uma unidade. Isso já foi demonstrado pela sobreposição, na base anterior do crânio, de uma TCFC obtida no início da tração ortopédica e outra de um ano depois (Fig. 1). Os efeitos no complexo pterigomaxilar são difíceis de se avaliar nas imagens tridimensionais; entretanto, há evidências que reforçam a hipótese de que uma sutura palatina transversa fraca, em vez de uma firme conexão entre o processo piramidal do osso palatino e as placas pterigoides do osso esfenoide, pode ser afetada pela tração ortopédica. Isso também foi visto, no fim dos anos 70, em vários estudos sobre a protração maxilar em macacos. Em uma amostra de 25 pacientes consecutivos tratados por meio de protração maxilar com ancoragem esquelética, a maxila avançou 4mm a mais do que em um grupo controle de pacientes com má oclusão de Classe III que não receberam tratamento. Também na comparação com uma amostra pareada de pacientes tratados com máscara facial após a expansão rápida da maxila (ERM), a magnitude do avanço/remodelagem da maxila foi significativamente maior. A tração elástica contínua pode levar a uma maior formação óssea do que as forças intermitentes geradas por uma máscara facial. Outra diferença em comparação ao tratamento com máscara facial é que na ancoragem esquelética as forças são aplicadas diretamente na superfície óssea dos maxilares. Mesmo quando um aparelho disjuntor palatino cimentado é usado como ancoragem para a máscara facial, há alguma vestibularização dos incisivos superiores e compensação dentoalveolar da má oclusão esquelética de Classe III. Com a nossa abordagem, nenhuma compensação dos incisivos superiores foi observada,
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mas ocorreu certa vestibularização espontânea dos incisivos inferiores (Fig. 2). Além disso, apenas em casos muito excepcionais realizamos a expansão rápida da maxila antes da tração ortopédica intermaxilar. Casos leves de mordida cruzada se corrigem espontaneamente na sequência da correção da má oclusão esquelética de Classe III. Ao comparar nossos resultados com os resultados do tratamento com máscara facial combinada com ERM, parte dos efeitos gerais da máscara facial deve ser atribuída a certo avanço da espinha nasal anterior durante a ERM. Nos casos de protração maxilar com miniplacas Bollard, que protocolos de força e tempo você recomendaria tanto para correção quanto para contenção? (Adilson Ramos) Testamos apenas um protocolo de aplicação de forças. Como estávamos satisfeitos com os resultados iniciais, preferimos manter o protocolo original a fim de obter uma amostra mais homogênea. Originalmente, começamos com forças pequenas, principalmente para evitar sobrecarga das miniplacas superiores. Mesmo com forças pequenas, geralmente se observa uma boa melhora das má oclusões de Classe III já nos primeiros estágios do tratamento. Por essa razão, recomendamos começar com uma carga de aproximadamente 100 gramas de cada lado.
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De Clerck H
Jorge Faber » Editor-chefe do Journal of the World Federation of Orthodontists e ex-editor-chefe do Dental Press Journal of Orthodontics (2007 a 2011). » Professor Adjunto de Ortodontia da UnB (Universidade de Brasília). » Doutor em Biologia–Morfologia, pela UnB. » Mestre em Ortodontia pela UFRJ. » Recebeu o prêmio de Melhor Relato de Caso de 2010, pelo melhor relato de caso publicado em 2009 no AJO-DO, além de vários outros prêmios. » Publicou mais de 70 artigos em revistas científicas.
Adilson Ramos » Professor Associado do Departamento de Odontologia da UEM. » Mestre (FOB-USP) e Doutor (UNESP-Araraquara) em Ortodontia. » Ex-editor-chefe do Dental Press Journal of Orthodontics (2003 a 2006). Bruno Furquim » Mestre em Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru/Universidade de São Paulo. » Aluno do Doutorado em Reabilitação Oral da Faculdade de Odontologia de Bauru/USP.
Leopoldino Capelozza Filho » Mestre em Ortodontia, FOB-USP (Faculdade de Odontologia de Bauru). » Doutor em Reabilitação Oral, área de Periodontia, FOB-USP (Faculdade de Odontologia de Bauru). » Coordenador dos Cursos de Especialização em Ortodontia da Profis e da USC. » Professor de Pós-Graduação em Ortodontia da, USC. » Fundador e responsável pelo setor de Ortodontia do “Centrinho” HRAC-USP (Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Bauru/SP). » Autor dos livros Diagnóstico em Ortodontia e Metas Terapêuticas Individualizadas, desenvolveu também as prescrições individualizadas Capelozza para técnica Straight-Wire.
James McNamara » Doutor em Anatomia, Universidade de Michigan. » Diplomado pelo Board Americano de Ortodontia. » Professor de Odontologia e de Biologia Celular e do Desenvolvimento na Universidade de Michigan. » Pesquisador no Center for Human Growth and Development (Universidade de Michigan). » Editor-chefe da Craniofacial Growth Monograph Series, com 46 volumes, publicada pela Universidade de Michigan. » Ex-presidente da Midwest Edward H. Angle Society of Orthodontists. João Milki Neto » Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial pela Unievangélica (Anápolis). » Mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial pela Universidade de Brasília (UnB). » Doutor em Implantodontia pela USC (Bauru). » Professor de Cirurgia Bucomaxilofacial da Universidade de Brasília.
Maurício Sakima » Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. » Mestre e Doutor em Ortodontia, FOAr/UNESP. » Pós-doutorado no Royal Dental College – University of Aarhus / Dinamarca.
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insight ortodôntico
Avanços no conhecimento da movimentação dentária induzida Parte 1: os osteócitos Alberto Consolaro1
Os osteoblastos e os clastos foram alvos principais para a compreensão da biopatologia óssea. Nos últimos anos, as evidências têm deslocado essa atenção para os osteócitos. Na biologia da movimentação dentária induzida e da ortopedia dos maxilares, devemos pesquisar o papel dos osteócitos e os efeitos específicos de seus mediadores, como a esclerostina e o RANKL. A esclerostina representa uma molécula reguladora: quando é necessário mais osso, os osteócitos liberam menos esclerostina; quando precisa-se inibir a formação óssea, os osteócitos liberam mais esclerostina. O RANKL está ligado à osteoclastogênese local para que tenha-se mais células capazes de reabsorver a matriz mineralizada. Novas formas terapêuticas de controle das doenças ósseas metabólicas têm tido como alvo esses mediadores. Palavras-chave: Osteócitos. Mecanotransdução. Movimentação dentária. Esclerostina. RANKL.
Os osteócitos sempre foram relegados a um papel secundário no estudo dos fenômenos associados à movimentação dentária induzida, assim como na biologia óssea e compreensão das doenças envolvendo nosso esqueleto. Acreditava-se que os osteócitos estavam incluídos na matriz óssea mineralizada e, por isso, não participavam do metabolismo ósseo, das respostas frente a estímulos e agressões. A forma dendrítica dos osteócitos os coloca em contato com até 40 a 50 células simultaneamente, gerando entre si uma rede comunicante muito eficiente, ao mesmo tempo que captadora de qualquer deformação que osso possa sofrer a partir de deflexões resultantes de compressões e trações. Nessa rede comunicante, os osteócitos atuam como mecanotransdutores
por excelência e, ainda, participam de forma central do metabolismo ósseo, pela liberação de mediadores que chegam até as superfícies ósseas. Como revelam numerosos trabalhos nos últimos 5 anos, há uma forte influência dos osteócitos na remodelação óssea e, por extensão e consequência, os osteócitos devem participar ativamente da biopatologia da movimentação dentária induzida, dentro da qual se encontra a biologia da movimentação ortodôntica.
Professor Titular da FOB e da Pós-graduação da FORP/Universidade de São Paulo.
Enviado em: 26 de março de 2012 - Revisado e aceito: 31 de março de 2012
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A origem dos osteócitos: primariamente, são mesenquimais; secundariamente, derivam dos osteoblastos! Os osteócitos e osteoblastos são células de origem mesenquimal que se diferenciam mediante estímulos
Como citar este artigo: Consolaro A. Advances in knowledge about induced tooth movement. Part 1: The osteocytes. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):14-8.
» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br
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Avanços no conhecimento da movimentação dentária induzida. Parte 1: os osteócitos
insight ortodôntico
Deformação - Compressão - Estresse Reabsorção Óssea Clastos
RANKL
Demanda menor - estímulo leve - tração Neoformação Óssea Osteoblastos
Remodelação Óssea
Osteócitos:
Osteócitos:
RANKL
RANKL
esclerostina
esclerostina
Figura 3 - Os osteócitos captam as alterações de forma e volume para aumentar ou diminuir a liberação de mediadores dos fenômenos de reabsorção ou neoformação óssea. Dessa forma, a remodelação óssea atende à demanda funcional, modificando e se adaptando estruturalmente (Fonte: adaptado de Nakashima et al.14, 2011).
Considerações Finais Os osteócitos formam uma rede tridimensional, com cada célula se comunicando com outras 40 a 50, via numerosos prolongamentos citoplasmáticos dispostos como uma verdadeira rede neural. Essa comunicação se faz pelo contato e interação célula-célula, mas especialmente por mediadores, liberados pelos osteócitos em quantidade diferentes dependendo do estímulo mecânico captado. A deformação óssea por
compressão e tração durante o movimento ortodôntico estimula esses mecanismos pelos mediadores liberados pelos osteócitos que, praticamente, controlam a formação e reabsorção nas superfícies ósseas. Estudar a presença e os efeitos específicos da esclerostina, do RANKL e da osteoprotegerina na biologia da movimentação dentária induzida pode representar vários insights nas pesquisas da Ortodontia e Ortopedia dos Maxilares.
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processes revealed by the combination of confocal laser scanning microscopy and differential interference contrast microscopy. . Bone. 2001 Feb;28(2):145-9.
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artigo online*
O perfil do ortodontista de Minas Gerais Luiz Fernando Eto1, Valéria Matos Nunes de Andrade2
Objetivo: devido ao crescente número de ortodontistas e cursos de Ortodontia, surgiu o interesse de se conhecer o perfil desses profissionais no estado de Minas Gerais, tornando públicas as condutas deles para a promoção de uma Ortodontia em excelência, evidenciando as técnicas mais utilizadas, as modificações do público alvo e as opiniões alheias no que tange ao futuro da especialidade e às entidades de classe. Métodos: foram enviados questionários a todos os ortodontistas registrados no Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG) até 30 de março de 2005, constituindo um total de 722 profissionais, dos quais 241 responderam (33%). Conclusões: esse estudo permitiu levantar alguns pontos conclusivos sobre o perfil do ortodontista de Minas Gerais, em relação à sua individualidade, formação e técnicas usadas. A demanda é constituída, em sua maioria por adolescentes (33,75%) e adultos jovens (27,45%), com indicação predominante dos próprios pacientes (46,79%). Dentre os dados mais relevantes, podemos citar a negligência no uso de alguns equipamentos de proteção individual, sendo que apenas 37,76% usam todos os recursos de biossegurança. A documentação final tem sido solicitada com menor frequência em relação àquela inicial, sendo as informações revisadas na literatura ainda mais assustadoras, levando-se em conta a importância desses documentos. Considerando as perspectivas futuras da profissão, os ortodontistas otimistas não ultrapassaram a metade (45%) dos participantes. Palavras-chave: Prática ortodôntica. Ortodontia em Minas Gerais. Ortodontia no Brasil.
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
Como citar este artigo: Eto LF, Andrade VMN. The orthodontist’s profile in Minas Gerais. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):19-20.
Especialista e Mestre em Ortodontia, PUC-Minas. Professor do curso de especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Itaúna. Ex-presidente da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (2006-2010). Presidente da Associação Brasileira de Ortodontia/Seção MG (2011/2012).
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Enviado em: 08/08/2008 - Revisado e aceito: 11/05/2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Especialista em Ortodontia, UNIVALE. Mestre em Periodontia, SL Mandic.
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Endereço para correspondência: Luiz Fernando Eto Rua Ceará, 1431 – Sala 1302 – Bairro Funcionários – Belo Horizonte / MG CEP: 30150-311 – E-mail: ortoeto@globo.com
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O perfil do ortodontista de Minas Gerais
artigo online
Resumo do editor trabalha como autônomo (Fig. 2), sendo que 40% destes possuíam mais de 10 anos na especialidade. Adolescentes (10 a 17 anos) constituíram 33,75% dos pacientes, seguidos dos adultos jovens (17 a 30 anos) com 27,45%; as crianças perfizeram somente 19,85% e os adultos, 18,98%. A indicação de pacientes provém dos próprios pacientes em sua maioria (46,79%), seguida dos colegas cirurgiões-dentistas (24,26%). A técnica “Edgewise Straigth Wire” foi a mais utilizada (73,4%), sendo que 35,3% realizam a técnica “Edgewise Standard” e 13,7%, Ricketts-bioprogressiva. Os autores concluíram que o público alvo do ortodontista no estado de Minas Gerais compreende em sua maioria de adolescentes, sendo que a indicação de novos pacientes ocorre principalmente pelo próprio paciente. Além disso, a documentação final tem sido solicitada com menor frequência que a inicial. Somente 45% dos ortodontistas apresentaram-se otimistas com relação ao futuro da profissão.
O conhecimento de uma área profissional específica traz informações importantes, tanto para o profissional atuante como para o ingressante, com relação à demanda e forma de trabalho, tendências e mudanças que porventura ocorram no público alvo. Assim, o objetivo do presente estudo consistiu em avaliar os ortodontistas atuantes no estado de Minas Gerais no que concerne aos dados profissionais, demanda de pacientes, técnica empregada, filosofia de trabalho e perspectiva para o futuro da profissão. Para isto foram enviados questionários a todos os ortodontistas registrados no Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG) até março de 2005, perfazendo um total de 722 profissionais. Destes, somente 241 (33%) participaram da pesquisa. Observou-se que: 71,8% dos ortodontistas eram do sexo masculino; com idade média de 39 anos, sendo que 75,9% eram casados. A Figura 1 indica o estado onde os ortodontistas obtiveram a titulação. A maioria dos profissionais (96,7%)
Local da obtenção do título
Situação de exercício da especialização 100 90
100 90
80 70
80 70
MG
60
SP
60 50 40
50
RJ
40
Outros estados
30 20
30
Outros países
10
20
0
10
Autônomo
0
Divide com
Funcionário
colega
Outros
Figura 2 - Distribuição da amostra em relação à situação de exercício da especialização.
Figura 1 - Distribuição da amostra em relação ao local onde se obteve a titulação.
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Contratado -
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artigo inédito
O perfil do ortodontista de Minas Gerais Luiz Fernando Eto1, Valéria Matos Nunes de Andrade2
Objetivo: devido ao crescente número de ortodontistas e cursos de Ortodontia, surgiu o interesse de se conhecer o perfil desses profissionais no estado de Minas Gerais, tornando públicas as condutas deles para a promoção de uma Ortodontia em excelência, evidenciando as técnicas mais utilizadas, as modificações do público alvo e as opiniões alheias no que tange ao futuro da especialidade e às entidades de classe. Métodos: foram enviados questionários a todos os ortodontistas registrados no Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG) até 30 de março de 2005, constituindo um total de 722 profissionais, dos quais 241 responderam (33%). Conclusões: esse estudo permitiu levantar alguns pontos conclusivos sobre o perfil do ortodontista de Minas Gerais, em relação à sua individualidade, formação e técnicas usadas. A demanda é constituída, em sua maioria por adolescentes (33,75%) e jovens adultos (27,45%), com indicação predominante dos próprios pacientes (46,79%). Dentre os dados mais relevantes, podemos citar a negligência no uso de alguns equipamentos de proteção individual, sendo que apenas 37,76% usam todos os recursos de biossegurança. A documentação final tem sido solicitada com menor frequência em relação àquela inicial, sendo as informações revisadas na literatura ainda mais assustadoras, levando-se em conta a importância desses documentos. Considerando as perspectivas futuras da profissão, os ortodontistas otimistas não ultrapassaram a metade (45%) dos participantes. Palavras-chave: Prática ortodôntica. Ortodontia em Minas Gerais. Ortodontia no Brasil.
Como citar este artigo: Eto LF, Andrade VMN. The orthodontist’s profile in Minas Gerais. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):31.e1-9.
Professor assistente.
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Ortodontista.
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Enviado em: 08/08/2008 - Revisado e aceito: 11/05/2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Luiz Fernando Eto Rua Ceará, 1431 – Sala 1302 – Bairro Funcionários – Belo Horizonte / MG CEP: 30150-311 – E-mail: ortoeto@globo.com
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O perfil do ortodontista de Minas Gerais
artigo inédito
INTRODUÇÃO Conhecer o perfil de uma área profissional é de extrema importância, tanto para os profissionais já atuantes, quanto para aqueles que ingressarão no mercado futuramente. Uma vez traçado esse perfil, os profissionais terão à sua disposição informações valiosas, tais como onde a demanda é maior, quais tendências norteiam a profissão e quais mudanças ocorrem no público-alvo. Além disso, cria-se um espaço privilegiado onde profissionais poderão compartilhar opiniões a respeito do futuro de sua profissão. No campo da Ortodontia, já encontram-se disponíveis estudos estatísticos que delineiam o perfil do profissional e da profissão, sendo que, no Brasil, a primeira pesquisa sobre o perfil do ortodontista em âmbito nacional14 foi feita em 1994. O presente trabalho, no entanto, foi motivado pela ausência de estudos específicos que tomassem como objeto o ortodontista do estado de Minas Gerais. O estudo aqui apresentado reúne dados e conclusões, adquiridos através de um questionário que buscou as seguintes informações: dados profissionais, demanda de pacientes, filosofia de trabalho e perspectiva do futuro da profissão.
Ortopedia coexistiam. Na Ortodontia, havia uma preferência pela técnica dos aparelhos fixos pré-ajustados (64,7%), em detrimento às demais técnicas, e.g., Edgewise Standard (20,0%), bioprogressiva (7,9%) e lingual (1,3%). Na Ortopedia, notou-se que o aparelho extrabucal (AEB) era indicado com mais frequência: Kloehn, 36,5%; cervical, 41,5%; e puxada alta, 26,6%); seguido pelo bionator, 23,7%, e plano de mordida, 23,1%7. Quanto aos pacientes, a tendência ao atendimento de adultos era crescente,3,7,15 sendo que a indicação ocorria, preferencialmente, através de colegas cirurgiões-dentistas (C.D.s) (50%), ou através dos próprios pacientes (34,6%)6. No que dizia respeito ao uso de tecnologia no consultório, constatou-se que apenas 2% eram informatizados e outros 30% usavam serviço computadorizado terceirizado5. No Brasil, esse tipo de levantamento da atividade clínica ortodôntica foi realizado, em 199214. Os dados mostraram que a média de idade dos profissionais era de 42 anos. A documentação inicial solicitada aos pacientes incluía modelos iniciais (99,19%), fotografias intrabucais (87,71%), telerradiografia de perfil (97,58%) e radiografias panorâmicas (98,31%) e periapicais (75,78%). Considerando a filosofia de trabalho, tanto a Ortodontia quanto a Ortopedia eram praticadas. No tocante à Ortodontia, a técnica Edgewise era mais prevalente (52,36%) em relação à técnica bioprogressiva (35,62%) ou à do arco contínuo (32,62%); o slot 0.022 era o mais utilizado (66,5%). Na prática da Ortopedia, 70,78% faziam uso dos aparelhos removíveis, sendo o bionator o mais usado (75%). O cotidiano desses profissionais que, em sua maioria, atuavam há 16 anos no mercado, consistia em uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, concentradas em 4 dias por semana. A média de atendimentos diários era de 16 pacientes, perfazendo um total de aproximadamente 178 pacientes ativos, cuja indicação provinha de colegas (44,34%) e dos próprios pacientes (42%). Dos profissionais, 63,37% recebiam pacientes ortocirúrgicos e 74,49% cuidavam de pacientes com disfunção da articulação temporomandibular (ATM). Quanto ao emprego de computador no consultório, 40% dos profissionais já possuíam serviços informatizados14. No Brasil, o número de ortodontistas cresceu em sete anos (1993-2001), variando de 1.597 a 3.831, segundo dados do Conselho Federal de Odontologia (CFO). Nessa época, os ortodontistas constituíam
Revisão de literatura Os Estados Unidos são o país que mais realizou pesquisas estatísticas com o objetivo de conhecer o perfil da Ortodontia em seus vários aspectos, principalmente o econômico. Vejamos a seguir alguns dados que fornecidos na literatura. Em 1980, o número de ortodontistas norte-americanos era de 7.500, havendo um aumento aproximado de 230 profissionais ao ano4. Observou-se que a média de idade dos profissionais era de 45 anos, e que os homens dominavam o mercado (95,5%)7. A documentação diagnóstica solicitada apresentava distribuição heterogênea: radiografias periapicais, 22,5%; interproximais, 13,6%; radiografia panorâmica, 91,7%; cefalometria lateral, 97,8%. Ao final do tratamento, notava-se uma redução considerável na documentação solicitada inicialmente: radiografias periapicais, 10,5%; interproximais, 5,8%; radiografia panorâmica, 77,7%; cefalometria lateral, 69,3%7. Os traçados cefalométricos tiveram preferência variável entre Steiner 43,3%, Ricketts 27,4% e Tweed 27,1%7. Em relação à filosofia de trabalho dos ortodontistas, a literatura mostrou que a prática da Ortodontia e
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Eto LF, Andrade VMN
Quanto ao sexo: 71,8% dos ortodontistas eram do sexo masculino, enquanto 28,2% eram do sexo feminino. Quanto à idade: a idade média dos profissionais especialistas em Ortodontia, em Minas Gerais, foi de 39 anos, sendo a idade mínima de 27 anos e a máxima de 82 anos. Quanto ao estado civil: o número de profissionais casados perfaz um total de 75,9% da amostra, 13,3% são solteiros, 9,5% responderam “outros” e 1,2% não responderam. Quanto ao perfil demográfico: todos os ortodontistas participantes da pesquisa residiam e trabalhavam no estado de Minas Gerais, sendo que 11,63% encontravam-se na Grande BH (incluindo as cidades distantes de Belo Horizonte, até 50 km: Contagem, 21 km; Nova Lima, 22 km; Betim, 30 km; e São Joaquim de Bicas, 39 km) e 88,37% em cidades do interior do estado. Profissionais de 74 cidades do estado de Minas Gerais participaram espontaneamente da pesquisa. Quanto à titulação: 91% dos entrevistados têm titulação completa de especialista; 24% têm mestrado e 4,6% doutorado. O estado onde mais se obteve o título de pós-graduação é Minas Gerais, com 54,8%, seguido de São Paulo, com 29% (Fig. 1). Quanto à profissão: 96,7% dos profissionais da amostra trabalham como autônomos. 5,8% deles relataram dividir o consultório com colegas (Fig. 2). 83% dos ortodontistas declararam atuar exclusivamente na especialidade. Quanto ao tempo de exercício profissional, a Figura 3 mostra que 40% dos ortodontistas trabalham há mais de 10 anos na especialidade; 36,9% têm de 5 a 10 anos de experiência na área. Constatou-se que 56,4% dos ortodontistas entrevistados trabalham uma média de 30 a 40 horas semanais, (Fig. 4). Quanto aos pacientes: 36,1% dos ortodontistas relataram que possuíam a média de mais de 200 pacientes em tratamento (Fig. 5). Dos entrevistados, 37,8% relataram que a média de pacientes atendidos por dia era de 11 a 20, conforme ilustra a Figura 6. Adolescentes de 10 a 17 anos de idade constituem 33,75% da demanda por tratamento ortodôntico, seguidos de jovens adultos de 17 a 30 anos de idade, 27,45%; crianças até 10 anos, 19,82%; e adultos acima de 30 anos, 18,98% da demanda. A principal fonte de indicação de pacientes é particular, totalizando 80,49%, enquanto 19,51% dos
2,2% do total de C.D.s em âmbito nacional10. Um dado que se sobressai ao compararmos o Brasil aos EUA é que, apesar de termos uma população equivalente a 40% àquela dos EUA e renda 82% menor, possuímos quase o triplo de cursos de Ortodontia (n=124, 2001)10. A maioria dos profissionais da área apresentam uma visão pessimista em relação ao futuro da especialidade. Os motivos variam entre saturação do mercado, cursos não-oficiais, concorrência com clínicos gerais e honorários insuficientes10. A revisão da literatura evidencia a ausência de estudos mais específicos sobre o status quo da profissão em regiões específicas no Brasil. Partiu daí o interesse em delinear o perfil desses profissionais no estado de Minas Gerais e em tornar públicas suas condutas, visando alcançar a excelência no exercício da especialidade. O estudo buscou evidenciar as técnicas mais utilizadas nos tratamentos, as mudanças apresentadas no público-alvo e as opiniões dos colegas com relação ao futuro da especialidade e das entidades de classe. MÉTODOS A coleta dos dados foi feita através de um questionário elaborado pelos pesquisadores envolvidos no estudo, o qual constituiu de 33 questões objetivas sobre a conduta diária do ortodontista e uma questão aberta, solicitando sugestões para melhorar a entidade de classe. Além do questionário, foi enviado, através dos correios, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que deveria ser assinado pelo profissional participante da pesquisa. O material deveria, então, ser devolvido através de um envelope selado e endereçado, que também havia sido fornecido. Todo material foi impresso em papel timbrado da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE). Tais documentos foram enviados a todos os ortodontistas que estavam registrados no Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG) até a data de 30 de março de 2005. Eram 722 profissionais inscritos ativos, que recebiam regularmente as correspondências da entidade. A amostra constituiu-se de 241 ortodontistas que responderam e devolveram os questionários. Resultados Dos 722 questionários enviados, 241 foram respondidos, o que representa um percentual de 33.3%. Os dados coletados estão assim distribuídos:
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O perfil do ortodontista de Minas Gerais
artigo inédito
Local da obtenção do título
Situação de exercício da especialização 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
100 90 80 70
MG
60
SP
50
RJ
40
Outros estados
30
Outros países
20 10 0
Tempo de exercício da especialidade
+ 5-10 anos + de 10 anos Não responderam
Figura 3 - Distribuição da amostra em relação ao tempo em que exerce a Ortodontia.
Outros
10-20 h +20-30 h +30-40 h +40 h Não responderam
Figura 4 - Total de horas trabalhadas por semana com Ortodontia.
Média de pacientes que são atendidos por dia
Média de pacientes em tratamento 100
100 90
90
80
80 70
70 0-50
60 50
+50-100
40
10
40
30
+100-150
30
20
+150-200
20
10 0
colega
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
+ 2-5 anos
50
Divide com
Funcionário
Total de horas trabalhadas por semana com Ortodontia
- 2 anos
60
Contratado -
Figura 2 - Distribuição da amostra em relação à situação de exercício da especialização.
Figura 1 - Distribuição da amostra em relação ao local onde se obteve a titulação.
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
Autônomo
10
+ 200
0
11-20 21-30 + de 30
Figura 5 - Distribuição da amostra em relação à média de pacientes em tratamento.
Figura 6 - Distribuição da amostra em relação à média de pacientes atendidos por dia.
pacientes vêm através de convênios; 46,79% dos pacientes são indicados pelos próprios pacientes e 24,26%, por colegas C.D.s clínicos (Fig. 7). A demanda de tratamento para pacientes com alterações de ATM no consultório é acima de 15 pacientes
ao ano, totalizando 29,5% da amostra; 6 a 10 pacientes, em 26,6%, da amostra; até 5 pacientes, em 22,4% e de 11 a 15 pacientes, em 17,8% da amostra. Quanto aos pacientes que apresentam necessidade ortocirúrgica, a demanda de tratamento é de 3 a 5
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Tipos de análises cefalométricas usadas para diagnóstico
Percentual da fonte de indicação dos clientes ortodônticos
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
C.D.s clínicos Especialista Clientes Espontânea
Rickets
USP
Sassouni
Steiner-tweed
Profis
Figura 7 - Distribuição da amostra em relação à fonte de indicação de pacientes ao consultório.
Figura 8 - Distribuição da amostra em relação às condutas adotadas pelos ortodontistas quanto ao tipo de análise radiográfica utilizada para diagnóstico.
pacientes por ano, totalizando 35,7% da amostra; 1 a 2 pacientes, 33,6% da amostra; e mais de 10 pacientes por ano, 9,1% da amostra. Quanto à documentação radiográfica: 100% dos ortodontistas solicitam a documentação radiográfica em alguma fase do tratamento; 98,8% a solicitam ao paciente ao início de tratamento, 70,5%, a solicitam na fase intermediária e 80,01%, solicitam a documentação ao final do tratamento. Quanto ao tipo de documentação solicitada: Os exames ficaram distribuídos em telerradiografia, 97,1%; radiografia panorâmica, 96,3%; modelos, 94,6%; fotografias, 93,4%; radiografias periapicais de incisivos, 70,01%; radiografias periapicais de todos os dentes, 42,7%; e slides, 22,8%. Em se tratando das análises cefalométricas usadas para diagnóstico, a mais utilizada pelos ortodontistas mineiros é a USP, com 48,1% da preferência. Em seguida vêm cefalometria de Steiner-Tweed, com 32,8%; Ricketts, com 27,8%; Profis, com 19,5%; e, finalmente, Sassouni, com 14,9% (Fig. 8). Quanto às técnicas ortodônticas e aparelhos utilizados: a técnica ortodôntica Edgewise Straight Wire, mostrou-se a mais utilizada pelos ortodontistas em Minas Gerais, com a preferência de 73,4% dos profissionais. A técnica Edgewise Standard é realizada por 35,3%; e 13,7% praticam Ricketts-bioprogressiva (Fig. 9). O tamanho do slot dos braquetes mais utilizado em MG é o 0.022”, com 80,9% da preferência, e o 0.018” com 16,2%. Os outros 2,9 % dos participantes não responderam.
Verificou-se que 54,8% dos profissionais pratica a Ortopedia, sendo os aparelhos mais usados o Bionator (65,6%), Planas (27,0%), Bimler (22,8%) e o Frankel (10,0%) (Fig. 10). No que diz respeito à extração, 63,9% dos profissionais participantes da amostra declararam realizar extrações com finalidade ortodôntica sempre que necessário; os outros 32,8% preferem evitar a extração, buscando, antes, outros recursos. Quanto à legalidade dos serviços prestados: dos profissionais entrevistados, 80,1% afirmaram preencher um prontuário com a história clínica do paciente, 88% disseram planejar o tratamento por escrito, 83,4% solicitavam a assinatura do paciente em um documento antes do início do tratamento e 73% afirmaram fazer um contrato de prestação de serviços antes do início do tratamento ortodôntico, sendo que 40% desses contratos eram avaliados por um advogado. Quanto à utilização de computadores no consultório: 75% dos participantes declararam fazer uso do computador no consultório. Quanto à utilização de equipamentos de biossegurança no consultório: a distribuição do uso de equipamentos de biossegurança indica que 96,25% dos profissionais usam luvas; 95,8%, máscara; 77,6%, óculos; 44%, gorro; e 80%, jaleco (Fig. 11). A porcentagem dos profissionais que utilizam todos os tipos de recursos da biossegurança é de 37,76%. Quanto ao grau de atualização, entidades de classe e perspectivas para o futuro da profissão: 38,6% dos profissionais relataram participar de congressos
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Se pratica Ortopedia, quais os aparelhos mais usados? Técnica ortodôntica que executa
100 90
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
80 70 60 50 40 30 20 10 Edgewise
Ortopedia
Standard
Edgewise
Rickets Biopro-
Straight Wire
gressiva
0
Figura 9 - Distribuição da amostra em relação à técnica ortodôntica executada.
Bimler
Frankel
Planas
Figura 10 - Distribuição da amostra em relação aos aparelhos ortopédicos usados pelos ortodontistas.
Profissionais (%) que participam de congresso X Grau de atualização
Utensílio de biossegurança usado no consultório 100 80
100 90 80
70
70
60
60
50
50 40
90
40
Congressos regionais Congressos em outros estados Congressos internacionais
30 20
30 20
10 0
10 0
Bionator
Muito atualizado Luvas
Máscara
Óculos
Gorro
Figura 11 - Distribuição da amostra em relação à utilização de utensílios de biossegurança.
Tipos de congressos (atualização)
ortodontistas revelaram que os congressos que frequentam em outros estados representam 79,3%; os regionais, 69,7%; e os internacionais, 40,2% (Fig. 13). Quanto à participação em alguma entidade de classe, 80,1% declararam participar de alguma entidade regional; 34%, de uma entidade nacional; 30,3% participavam de entidades de outros estados e 15,7% tinham ligação com alguma entidade internacional. Os especialistas que não fazem parte de nenhuma entidade de classe totalizam 7,1%. Dentre os profissionais, 45% têm perspectivas futuras positivas em relação à especialidade; 22,6%, perspectivas neutras e 28,6% perspectivas negativas. Dentre as sugestões apresentadas pelos especialistas para a melhora de sua entidade de classe regional, destacamos as seguintes: • Criar um selo de qualidade, como aquele usado pelos cirurgiões plásticos. • Realizar campanhas de valorização da especialidade e do profissional, bem como conscientizar
90 80 Sim
60 50
Não
40
Não responderam
30 20 10 0 Regionais
Outros
Internacionais
Estados
Figura 13 - Distribuição da amostra com relação ao tipo de congresso que participam.
uma vez ao ano; 22,4%, duas vezes ao ano e 35,3% participam de mais de dois congressos anualmente. Dos entrevistados, 55,2% se consideram atualizados; 41,5%, muito atualizados, e 0,4% desatualizados. Dentre os que se consideram atualizados, 43,15% frequentam congressos em outros estados (Fig. 12). Os
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Desatualizado
Figura 12 - Distribuição da amostra em relação ao grau de atualização dos profissionais ortodontistas e sua frequência a congressos.
100
70
Atualizado
Jaleco
31.e6
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e esclarecer a população com relação à importância da Ortodontia. • Fiscalizar o exercício da profissão. • Incentivar uma maior participação dos ortodontistas em entidades de classe, fortalecendo-as e transformando-as em voz ativa na sociedade. • Criar instrumentos que proíbam cursos não regularizados junto ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) e ao Conselho Federal de Odontologia (CFO).
(83,9%), atuam somente na cidade onde residem2, as porcentagens se invertem para o ortodontista de Minas Gerais, cujo trabalho se desenvolve fora do local de residência (88,37%). Quanto à titulação: 91% dos entrevistados têm titulação completa de especialista; 24% têm mestrado e 4,6% doutorado. Dos C.D.s brasileiros, 42,7% não fizeram cursos de pós-graduação, devido, principalmente, à falta de recursos financeiros (46,6%) e à falta de tempo (19,5%). Aqueles que o fizeram compõem de um grupo de 42% de especialistas e de uma minoria de mestres (2,6%) e doutores (1,6%)2. Quanto à profissão: a maioria dos ortodontistas é autônoma (96,7%), como também ocorre com os C.D.s brasileiros (89,6%)2. Constatou-se que 56,4% dos entrevistados trabalha uma média de 30 a 40 horas por semana (Fig. 4). A mesma proporção de horas trabalhadas foi verificada em relação aos C.D.s em âmbito nacional (54,6%)2. Quanto aos pacientes: embora a melhor idade para o tratamento da má oclusão seja na fase de crescimento, que abrange, aproximadamente, a faixa entre 6 e 14 anos, observa-se que a procura para o tratamento de crianças de até 10 anos nos consultórios é baixa (19,82%) e que equivale à percentagem de pacientes adultos acima de 30 anos (18,98%) que buscam o consultório do ortodontista. Os pacientes são indicados, em 46,79% dos casos, pelos próprios pacientes e, em outros 24,26%, por colegas C.D.s clínicos, resultado que confirma os dados evidenciados pela literatura específica, que a maior fonte de indicação provém dos próprios pacientes (89,3%)10. A demanda para tratamento de pacientes com alterações de ATM no consultório ficou assim distribuída: 29,5% da amostra receberam mais de 15 pacientes por ano; 26,6% entre 6 a 10 pacientes; 22,4% até 5 pacientes; e 17,8% entre 11 e 15 pacientes. É importante, ainda, ressaltar a importância de os ortodontistas também conhecerem mais a respeito dessas patologias, a fim de tratá-las adequadamente e até evitar tais problemas, de posse das suas causas. Dos pacientes, 74,49% têm disfunção ATM14. A necessidade de um exame mais criterioso dos sinais e sintomas de disfunção temporomandibular (DTM), antes de se iniciar o tratamento ortodôntico, já havia sido enfatizada em um estudo envolvendo 168 adolescentes, o qual correlacionava sintomas de dor e
Discussão Até março de 2005, estavam registrados no Conselho Regional de Odontologia do estado de Minas Gerais (CRO-MG), 722 ortodontistas, número que representa 9,81% desses especialistas no Brasil. Nessa mesma data, o Brasil contava com 6.428 especialistas em Ortodontia e Ortopedia Facial. Nossa amostra contou com 241 questionários respondidos, o que corresponde a um percentual de 33,3 do total de profissionais da área no estado de Minas Gerais. Em 1992, existiam 1.597 ortodontistas registrados no CFO14. Em 1995, 2.008 especialistas em Ortodontia estavam devidamente registrados13. Em 2001, esse número havia aumentado para 3.83110. Uma pesquisa realizada em âmbito nacional revelou que os ortodontistas equivaliam a 16,4% dos C.D.s registrados no CFO em 19932. Quanto ao sexo: podemos observar a ascensão das mulheres no tocante à participação ativa no mercado de trabalho, correspondendo à proporção de uma mulher (28,2%) para cada três homens ortodontistas (71,8%). Em 2002, uma pesquisa nacional mostrou que o número de cirurgiãs-dentistas brasileiras (57,5%) já ultrapassava de C.D.s homens (42,5%)2. Quanto à idade: Com relação à idade dos profissionais especialistas em Ortodontia, os resultados revelam que, em Minas Gerais, a média de idade foi de 39 anos, sendo a idade mínima de 27 anos e a máxima de 82 anos. Nesse mesmo período, a maioria (29,5%) dos C.D.s brasileiros apresentava entre 26 e 30 anos de idade2. Quanto ao estado civil: o número de profissionais casados, atualmente, perfaz um total de 75,9% da amostra; 13,3% são solteiros. A porcentagem de clínicos solteiros entrevistados, em 2002, era bem maior (41%) quando comparada aos casados (54,2%)2. Quanto ao perfil demográfico: quando comparadas aos C.D.s de todo o Brasil, os quais, em sua maioria
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O perfil do ortodontista de Minas Gerais
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de ortodontistas, tornou-se importante enfatizar alguns procedimentos preventivos nas condutas, quanto à legalização do serviço prestado pelo profissional, contratado pelo paciente8. O presente estudo evidenciou a preocupação dos ortodontistas participantes com relação ao fator legalidade: 80,1% afirmaram preencher prontuário clínico; 88% fazem planejamento ortodôntico por escrito; 73% assinam contrato antes do início do tratamento, sendo que 40% desses contratos são revisados por um advogado. Quanto à utilização de computadores no consultório: 75% dos participantes revelaram que fazem uso do computador no consultório. Porém, 43,3% dos C.D.s brasileiros relataram que o consultório ainda não se encontrava informatizado2. Quanto à utilização de equipamentos de biossegurança no consultório: a porcentagem dos profissionais que utilizam todos os tipos de recursos da biossegurança ainda é baixa (37,76%); há necessidade de ênfase. A fim de prevenir ocorrências de contaminações na equipe e proteger os pacientes de possíveis infecções cruzadas, todos os pacientes devem ser considerados como portadores em potencial de alguma infecção. Quanto às entidades de classe e perspectivas para o futuro da profissão: 80,1% dos profissionais entrevistados participam de alguma entidade regional; 34% participam de uma entidade nacional; 30,3% participam de entidades de outros estados; e 15,7% de entidades internacionais. Foi observado que 7,1% dos especialistas não fazem parte de nenhuma entidade de classe. Entre os C.D.s, encontramos que 57,7% participam de alguma entidade de classe que não o CFO, como, por exemplo, as associações (94,4%). O grau de satisfação com relação a esse tipo de entidade foi alto, sendo de 22,6% para ótimo e 47,7% para bom2. De acordo com as respostas apresentadas pelos entrevistados, observamos que 45% dos profissionais têm perspectivas futuras positivas em relação à especialidade; 22,6% apontam para uma neutralidade, enquanto 28,6% relataram perspectivas negativas em relação à Ortodontia. Com os C.D.s brasileiros, a situação se mostrou um pouco melhor, com um total de 69,1% dos entrevistados declarando que escolheriam novamente a profissão e outros 69,5% se dizendo otimistas em relação ao futuro da Odontologia2. Confrontando esses dados, outros autores apontam uma porcentagem extremamente alta (66,9%) de ortodontistas que não estimulariam seus filhos a fazer o curso de Odontologia na atualidade10.
desconforto facial com pacientes do sexo feminino, principalmente na fase pós-tratamento ortodôntico9. Em outro estudo, a prevalência de DTM foi observada em 301 pacientes pré-ortodônticos, o que levou os pesquisadores à conclusão de que, em um grande número de pacientes, há uma condição subclínica de DTM pré-existente, a qual poderá ser exacerbada com o tratamento ortodôntico11. É oportuno, também, mencionar que os ortodontistas responsáveis pela manutenção de uma oclusão funcional equilibrada, muitas vezes, negligenciavam a integridade das ATMs e da musculatura mandibular de adolescentes pré-ortodônticos com sintomas de DTM12. Quanto aos pacientes com necessidade ortocirúrgica, divide-se da seguinte maneira a demanda anual: 35,7% da amostra recebem de 3 a 5 pacientes; 33,6% , de 1 a 2 pacientes e 9,1% tratam mais de 10 pacientes. A literatura relata prevalência de 63,37%14. Consequentemente, é necessário que o ortodontista trabalhe de maneira interdisciplinar com a especialidade bucomaxilofacial, já que sempre há pacientes com necessidade ortocirúrgica. Quanto à documentação radiográfica: 100% dos ortodontistas solicitam a documentação radiográfica em alguma fase do tratamento. Dada a importância desses exames complementares, não a solicitam somente para diagnóstico, mas também para fins jurídicos. Ao contrário desses achados, observamos que as documentações intermediárias e finais não estão sendo realizadas por 82,8% dos ortodontistas10. Quanto às técnicas ortodônticas e aparelhos utilizados: a técnica ortodôntica mais utilizada pelos ortodontistas em Minas Gerais é a Edgewise Straight Wire, com 73,4% da preferência. Há um grupo significativo que realiza a técnica Edgewise Standard (35,3%) e um grupo menor (13,7%) que pratica a Ricketts-bioprogressiva. Alguns fatores influenciaram o emprego de novas práticas ortodônticas como, por exemplo, a técnica do arco reto (straight wire), tendência notada em âmbito mundial1. São eles: produtividade, ou seja, o menor tempo clínico que o paciente passa na cadeira do ortodontista; menor manipulação de fios e o anseio de todo profissional pela simplificação dos métodos de tratamento, os quais, ao mesmo tempo, primam pela excelência e estabilidade. Quanto à legalidade dos serviços prestados: com o aparecimento dos processos judiciais contra consultórios
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seus pacientes, formação e técnicas usadas. Em relação ao público-alvo, podemos concluir que ele é composto, em sua maioria, por adolescentes (33,75%) e jovens adultos (27,45%). Os pacientes chegam aos consultórios do ortodontista, predominantemente, através de indicação dos próprios pacientes (46,79%). Dentre as informações mais relevantes coletadas, podemos citar a negligência no uso de alguns equipamentos de proteção individual, sendo que apenas 37,76% usam todos os recursos de biossegurança. A documentação final tem sido solicitada com menor frequência em relação àquela inicial, o que evidencia a não-observância de uma parte importante do processo de documentação do tratamento ortodôntico. No tocante às perspectivas futuras da profissão, os ortodontistas otimistas não ultrapassaram a metade (45%) dos entrevistados.
Vislumbrando futuros mais promissores para a profissão, os especialistas que participaram do estudo fizeram algumas solicitações às entidades de classe, as quais, se fossem atendidas, teriam os seguintes efeitos: diminuição do número de cursos e de ortodontistas através de maior rigor na fiscalização; a abertura de novos cursos de especialização, os quais trariam maiores possibilidades de benefícios financeiros para o profissional, além de uma valorização do seu desempenho; maior valorização financeira ao especialista em ortodontia, além do crescente reconhecimento. Conclusão Esse estudo permitiu levantar informações para delinear o perfil do profissional de Ortodontia do estado de Minas Gerais, considerando sua individualidade,
Referências 8. Koubik R, Feres MAL. Aspectos legais da ortodontia. Ortodontia. 1995;28(2):64-70. 9. Loft GH, Reynolds JM, Zwemer JD, Thompson WO, Dushku J. The occurrence of craniomandibular symptoms in healthy young adults with and without prior orthodontic treatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1989 Sep;96(3):264-5. 10. Morgenstern AP, Feres MAL, Petrelli E. Caminhos e descaminhos da Ortodontia no Brasil. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2004;9(6):109-21. 11. Morrant DG, Taylor GS. The prevalence of temporomandibular disorder in patients referred for orthodontic assessment. Br J Orthod. 1996 Aug;23(3):261-5. 12. Perry HT Jr. Adolescent temporomandibular dysfuntion. Am J Orthod. 1973 May;63(5):517-25. 13. Pissette AP. II Estudo sobre a prática ortodôntica no Brasil - 1995. Ortodontia. 1997;30(3):7- 15. 14. Queiroz Júnior G, Feres MAL. Estudo sobre a prática ortodôntica no Brasil. Ortodontia. 1994;27(3):67-77. 15. Rudolph DJ, Sinclair PM. Orthodontic graduate education survey 19831994. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1997 Oct;112(4):418-24.
1. Almeida MR, Vieira GM, Guimarães Junior CH, Neto MA, Nanda R. Emprego racional da Biomecânica em Ortodontia: “arcos inteligentes”. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2006;11(1):122-56. 2. Conselho Federal De Odontologia (CFO). Perfil do CirurgiãoDentista no Brasil. Relatório de pesquisa do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas [internet]. Londrina: INBRAPE; 2003. [cited 2008 Oct 16]. Available from: http://www.cfo. org.br/download/pdf/perfil_CD.pdf. 3. Gottlieb EL. Population. Ortodontics Economics. J Clin Orthod. 1980a Aug;14(8):572-4. 4. Gottlieb EL. Number of Orthodontists. Ortodontics Economics. J Clin Orthod. 1980b Aug;14(8):572-4. 5. Gottlieb EL. Are You Ready For a Computer? J Clin Orthod. 1981 Jan;15(1):52-61. 6. Gottlieb EL, Nelson AH, Vogels DS. JCO orthodontic practice study. Part 1. Trends. J Clin Orthod 1985;19:799-806. 7. Gottlieb EL, Nelson AH, Vogels DS. Study of orthodontic diagnosis and treatment procedures. Part I: results and trends. J Clin Orthod. 1991;25:145-56.
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Avaliação quantitativa de S. mutans e C. albicans em portadores de aparelhos disjuntores tipo Haas e Hyrax Matheus Melo Pithon1, Rogério Lacerda dos Santos2, Wagner Sales Alviano3, Antonio Carlos de Oliveira Ruellas4, Mônica Tirre de Souza Araújo4
Objetivo: avaliar, comparativamente, o número colônias de Streptococus mutans e Candida albicans em paciente com aparelho disjuntor tipo Hass e Hyrax, antes e após instalação. Métodos: a amostra constituiu-se de 84 pacientes a serem tratados ortodonticamente. Todos pacientes possuíam indicação de disjunção da sutura palatina mediana. Aleatoriamente, os pacientes foram divididos em: Grupo Ha, os quais utilizaram disjuntor tipo Haas (n=42); e Grupo Hy, os quais utilizaram disjuntor tipo Hyrax (n=42). Inicialmente, e passado período de trinta dias após instalação dos disjuntores, foi realizada coleta da saliva desses pacientes. A saliva foi, então, diluída e procedeu-se a semeadura em meio Mitis Salivarius e CHROMagar para crescimento do S. mutans e C. albicans, respectivamente. Resultados: os resultados evidenciaram que houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos HA e HY (p<0.05) para Streptococcus mutans e Candida albicans. O aparelho Hass propiciou maior proliferação de S. mutans e C. albicans, comparado ao aparelho Hyrax. Conclusões: instalação dos aparelhos propiciou maior acúmulo de microrganismos. Palavras-chave: Ortodontia. Aparelhos ortodônticos. Streptococcus mutans. Candida albicans. Técnica de expansão palatina.
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. 1
Como citar este artigo: Pithon MM, Santos RL, Alviano WS, Ruellas ACO, Araújo MTS. Quantitative assessment of S. mutans and C. albicans in patients with Haas and Hyrax expanders. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):21-2.
Professor de Ortodontia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Doutor em Ortodontia ,Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial – BBO.
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Professor de Ortodontia, Universidade Federal de Campina Grande. Doutor em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Doutor em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Professor de Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutor em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Enviado em: 10/11/2008 - Revisado e aceito: 16/06/2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Matheus Melo Pithon Av. Otávio Santos, 395 – sala 705 – CEP: 45020-750 – Vitória da Conquista/BA E-mail: matheuspithon@gmail.com
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artigo online
Avaliação quantitativa de S. mutans e C. albicans em portadores de aparelhos disjuntores tipo Haas e Hyrax
Resumo do editor
A amostra constou de 84 pacientes, com idade inicial variando de 13 anos e 4 meses a 15 anos e 9 meses, divididos em dois grupos com 42 pacientes cada, dependendo do uso do aparelho Hass ou Hyrax. Foram coletados 300ml de saliva de cada paciente antes e 30 dias após a instalação dos disjuntores maxilares. Após as diluições adequadas e o período de incubação, procedeu-se a contagem do número de colônias de S. mutans e leveduras de C. albicans, multiplicando-se o número de colônias pelo fator de diluição. Os dados foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA) e, posteriormente, ao teste de comparações múltiplas de Tukey. Os resultados demonstraram que houve um maior número de colônias de S. mutans e C. albicans nos pacientes que utilizaram o disjuntor Hass em relação ao Hyrax (p<0,001 e p<0,000, respectivamente). Os autores concluíram que, após a instalação dos disjuntores Hass e Hyrax, houve um aumento estatisticamente significativo de S. mutans e C. albicans, com maior proliferação destes microrganismos nos pacientes que utilizaram o aparelho Hass.
A disjunção maxilar apresenta-se como um dos procedimentos mais realizados nos consultórios ortodônticos, indicada para correção das mordidas cruzadas posteriores e atresia maxilar. Esse procedimento foi proposto por Hass, em 1961, por meio de um aparelho dentomucossuportado, com um componente de resina acrílica em íntimo contato com o palato do paciente. Devido à dificuldade de higienização e ao acúmulo de biofilme nessa região, Biederman desenvolveu o aparelho Hyrax, bastante semelhante ao Hass, porém, somente com apoio dentário. Supostamente, haverá um menor acúmulo de biofilme com o uso do disjuntor Hyrax, comparado ao Hass. Com essa suposição, o presente estudo visou comparar o número de colônias de Candida albicans (microrganismos associados primariamente às candidíases bucais) e Streptococcus mutans (diretamente relacionados à incidência de cáries dentárias) em pacientes submetidos à disjunção maxilar com os aparelhos Hass ou Hyrax.
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artigo inédito
Avaliação quantitativa de S. mutans e C. albicans em portadores de aparelhos disjuntores tipo Haas e Hyrax Matheus Melo Pithon1, Rogério Lacerda dos Santos2, Wagner Sales Alviano3, Antonio Carlos de Oliveira Ruellas4, Mônica Tirre de Souza Araújo4
Objetivo: avaliar, comparativamente, o número colônias de Streptococus mutans e Candida albicans em paciente com aparelho disjuntor tipo Hass e Hyrax, antes e após instalação. Métodos: a amostra constituiu-se de 84 pacientes a serem tratados ortodonticamente. Todos pacientes possuíam indicação de disjunção da sutura palatina mediana. Aleatoriamente, os pacientes foram divididos em: Grupo Ha, os quais utilizaram disjuntor tipo Haas (n=42); e Grupo Hy, os quais utilizaram disjuntor tipo Hyrax (n=42). Inicialmente, e passado período de trinta dias após instalação dos disjuntores, foi realizada coleta da saliva desses pacientes. A saliva foi, então, diluída e procedeu-se a semeadura em meio Mitis Salivarius e CHROMagar para crescimento do S. mutans e C. albicans, respectivamente. Resultados: os resultados evidenciaram que houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos HA e HY (p<0.05) para Streptococcus mutans e Candida albicans. O aparelho Hass propiciou maior proliferação de S. mutans e C. albicans, comparado ao aparelho Hyrax. Conclusões: instalação dos aparelhos propiciou maior acúmulo de microrganismos.. Palavras-chave: Ortodontia. Aparelhos ortodônticos. Streptococcus mutans. Candida albicans. Técnica de expansão palatina.
Professor de Ortodontia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Doutor em Ortodontia ,Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial – BBO.
Como citar este artigo: Pithon MM, Santos RL, Alviano WS, Ruella ACO, Araújo MTS. Quantitative evaluation of S. mutans and C. albicans in patients with appliances expander type Haas and Hyrax. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):33.e1-6.
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Professor de Ortodontia, Universidade Federal de Campina Grande. Doutor em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Enviado em: 10/11/2008 - Revisado e aceito: 16/06/2009
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Professor de Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutor em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Matheus Melo Pithon Av. Otávio Santos, 395 – sala 705 – CEP: 45020-750 – Vitória da Conquista/BA E-mail: matheuspithon@gmail.com
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Avaliação quantitativa de S. mutans e C. albicans em portadores de aparelhos disjuntores tipo Haas e Hyrax
INTRODUÇÃO A maioria dos dispositivos utilizados no tratamento ortodôntico dificulta a higienização adequada, alterando deste modo a quantidade e a composição da microbiota bucal. Vários estudos já reportaram a direta associação entre a presença de bandas19,25,39, braquetes13,19,32,43 e outros aparelhos5,29 com um maior acúmulo de biofilme e, consequentemente, uma maior incidência de desmineralização do esmalte e até lesões cariosas31,34,36. O processo de formação desse biofilme inicia-se imediatamente após a instalação dos aparelhos ortodônticos, com a fixação das bactérias colonizadoras primárias, em geral estreptococos, e evolui culminando com o surgimento de bacilos Gram-negativos anaeróbios estritos6. Os estreptococos estão associados a processos patológicos que variam desde cáries dentárias, em pacientes com pobre higienização bucal e dieta rica em açúcares fermentáveis, até bacteremias, quando da remoção das bandas ortodônticas. A microbiota anaeróbia estrita está associada, sobretudo, a quadros de doença periodontal6,29,32. Um aparelho fixo frequentemente utilizado em crianças e adolescentes nos consultórios ortodônticos é o disjuntor palatal, utilizado para se corrigir mordidas cruzadas posteriores esqueléticas ou apenas para a expansão da arcada superior nos casos de atresia maxilar. Existe na literatura uma infinidade de aparelhos utilizados para tal finalidade4,9,10,12,23,26,37, entretanto os mais utilizados e difundidos são o aparelho tipo Hass preconizado por Hass em 196122 e o aparelho tipo Hyrax8,18. O aparelho tipo Hass possui um componente de resina acrílica que permanece em íntimo contato com o palato por um período mínimo de, aproximadamente, quatro meses. Clinicamente, quando da remoção desse aparelho, é observado o acúmulo de um biofilme espesso sob o componente acrílico. Com o objetivo de se conseguir resultados favoráveis, como os alcançados com o aparelho tipo Hass, no entanto sem o acúmulo de biofilme, Biederman desenvolveu o aparelho Hyrax, que possui as mesmas indicações do Hass, entretanto, com apenas apoio nos dentes, sem acrílico. Em virtude de ausência do apoio acrílico, hipoteticamente, os aparelhos tipo Hyrax teriam menor acúmulo de biofilme e, por conseguinte, de S. mutans e C. albicans. Na tentativa de confirmar essa hipótese, o presente trabalho teve
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como objetivo avaliar quantitativamente o número de colônias de C. albicans e S. mutans antes e após instalação desses aparelhos. Material e Métodos A condução desse estudo atendeu às exigências do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A participação dos voluntários foi possível após esclarecimentos a respeito da pesquisa e da expressa concordância dos responsáveis, que se deu pela assinatura dos termos de consentimento livre e esclarecido. A amostra constituiu-se de um total de oitenta e quatro pacientes, a serem tratados ortodonticamente nas clínicas do curso de mestrado em Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os pacientes possuíam idades variando entre 13 anos e 4 meses e 15 anos e 9 meses, sendo 42 do sexo feminino e 42 do sexo masculino. A seleção dos pacientes se deu através da necessidade de tratamento ortodôntico associado à expansão da maxila em casos de mordida cruzada posterior uni ou bilateral, e em casos de maxila atrésica sem a ocorrência de mordidas cruzadas. Aparelhos utilizados Os aparelhos disjuntores foram confeccionados pelo mesmo operador. Apresentaram diferenças quanto ao desenho (relacionado à anatomia da região palatina do paciente) e à quantidade de ativações (relacionada ao plano de tratamento) (Fig. 1, 2). Instalação dos aparelhos Previamente à instalação dos aparelhos, os pacientes foram orientados quanto ao correto controle de placa bacteriana. Uma vez realizada a orientação, os disjuntores foram cimentados aos primeiros pré-molares e primeiros pré-molares superiores com cimento de ionômero de vidro (Vidrion C, Juiz de Fora, Brasil), sendo o acompanhante orientado quanto à forma de ativação. A ativação, por sua vez, estava condicionada à necessidade de cada paciente. Grupo avaliados Dois grupos foram formados para serem avaliados: Grupo Ha: fez uso do aparelho tipo Haas (n=42); Grupo Hy: fez uso do aparelho tipo Hyrax (n=42).
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Figura 1 - Paciente pertencente ao grupo Ha, utilizando disjuntor tipo Haas.
Figura 2 - Paciente pertencente ao grupo Hy, utilizando disjuntor tipo Haas.
Coleta da saliva Previamente à instalação do disjuntor e passados 30 dias pós instalação, foi realizado coleta da saliva. Foram realizadas coletas salivares não estimuladas em recipientes plásticos, esterilizados, com tampa, instruindo o paciente para que excretasse sua saliva dentro do recipiente até que o volume coletado fosse de aproximadamente 3ml. O frasco contendo saliva foi transportado em recipiente térmico com gel; saliva foi processada em até 2 horas após a coleta. A mesma amostra salivar foi utilizada tanto para o isolamento de C. albicans como para o isolamento de S. mutans.
homogeneizadas em agitador magnético. A partir dessa diluição, 0,1ml de cada amostra foi semeada em ágar Sabouraud Dextrose, e incubada a 300C por um período de 48 horas até 7 dias. As colônias desenvolvidas no meio de cultura foram identificadas por suas características morfológicas macroscópicas e microscópicas. A contagem estimada do número de unidades formadoras de colônias (UFC), foi realizada multiplicando-se o número de colônias pelo fator de diluição. Tratamento estatístico As análises estatísticas foram realizadas com auxílio do programa SPSS 13.0 (SPSS Inc.,Chicago, EUA). O número de unidades formadoras de colônia (UFC) de cada grupo foi submetido à análise de variância (ANOVA) para determinar se haviam diferenças estatísticas entre os grupos e, posteriormente, ao teste de Tukey.
Estimativa de S. mutans na saliva Para o isolamento de S. mutans, foram realizadas diluições (10-1 e 10-2) das amostras salivares em água peptonada, homogeneizadas em agitador magnético, sendo que 0,1ml de cada diluição foi semeada em ágar Mitis Salivarius adicionado de bacitracina (30µg/ml de meio) e telurito de potássio (0,00005%), e incubadas a 37°C por 48 horas, em microaerofilia, com uso de jarra de Gaspack. Após incubação, foi realizada a contagem estimada das colônias de estreptococos do grupo mutans, multiplicando-se o número de colônias em uma área padronizada de 1cm2 pelo respectivo fator de diluição.
Resultados Os resultados evidenciaram que a proliferação de S. mutans (Fig. 3) e C. albicans (Fig. 4) foram significativamente maiores nos pacientes com disjuntor Hass, comparado aos pacientes com disjuntor Hyrax. Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos HA e HY para S. mutans (p= 0.001) e C. albicans (p= 0.000). Os pacientes portadores de disjuntor tipo Hass apresentaram as maiores variações de contagem de colônias para S. mutans e C. albicans. Com a instalação dos aparelhos, houve aumento significativo do número de S. mutans e C. albicans, tanto no grupo tipo Hass, como no tipo Hyrax (p<0.005).
Estimativa de leveduras do gênero Candida albicans na saliva Para o isolamento de C. albicans, as amostras salivares foram diluídas a 10-1 em caldo Sabouraud, e
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Avaliação quantitativa de S. mutans e C. albicans em portadores de aparelhos disjuntores tipo Haas e Hyrax
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20,00
Colônias de S. Mutans X 100000
Colônias de S. Mutans X 100000
250,00 15,00
10,00
5,00
200,00 150,00 100,00 50,00 0,00
0,00 Antes
Depois
Antes
Depois
Disjuntor Haas
Disjuntor Hyrax
Figura 3 - Contagem de colônias de S. mutans (UFC/ml) coletadas de pacientes portadores de disjuntor tipo Hyrax e Haas.
120,00
300,00 250,00 Colônias de C. Albicans
Colônias de C. Albicans
100,00
80,00
60,00
40,00
200,00 150,00 100,00 50,00
20,00
0,00 Antes
Depois
Antes
Disjuntor Hyrax
Depois Disjuntor Haas
Figura 4 - Contagem de colônias de C. albicans (UFC/ml) coletadas de pacientes portadores disjuntor tipo Hyrax e Haas.
Discussão O meio ambiente bucal oferece condições ideais para a colonização das partes anatômicas que o compõe, por uma microbiota bastante complexa, que coexiste em equilíbrio com o hospedeiro15. No entanto, quando ocorrem modificações no ambiente bucal, a microbiota também se altera, resultando em desequilíbrio, com possibilidade do desenvolvimento de doenças30. O tratamento ortodôntico, particularmente, por meio do uso de aparelhos fixos, predispõe alterações específicas no meio bucal3, incluindo redução do pH,
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aumento no acúmulo de biofilme dentário33 e elevação dos níveis salivares de microrganismos27. Tendo em vista que os aparelhos ortodônticos são compostos por uma variedade de materiais sólidos e elásticos42, após sua instalação na cavidade bucal, proteínas salivares específicas irão adsorver nas diferentes superfícies dos mesmos2,42, condicionando-as e desempenhando um importante papel na adesão bacteriana. Além disso, as superfícies irregulares dos braquetes, bandas, fios e outros acessórios, funcionam como áreas de retenção de biofilme bacteriano2,27, dificultam a higienização35 e limitam
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Pithon MM, Santos RL, Alviano WS, Ruella ACO, Araújo MTS
a ocorrência da autolimpeza mecânica efetuada pela saliva e pela movimentação da musculatura38. Esses fatores favorecem a queda do pH do biofilme dentário na presença de carboidratos fermentáveis, acelerando o acúmulo e a maturação do biofilme cariogênico, composto fundamentalmente por estreptococos do grupo mutans, os quais são microrganismos acidúricos e acidogênico19, considerados os agentes etiológicos primários da cárie dentária7,28. Embora a cavidade bucal apresente inúmeras espécies de microrganismos15, avaliou-se, nesse trabalho, a presença de estreptotocos do grupo mutans, em função de serem considerados os agentes etiológicos primários da cárie dental15 e de serem os microrganismos que mais comumente contaminam os aparelhos ortodônticos41,1; e, também, da cândida albicans, que são microrganismos frequentes na cavidade bucal, podendo ou não estar associados a patologias. Para avaliação microbiológica, foi empregada a técnica de diluição, onde os espécimes foram submetidos à agitação mecânica para dessorção dos microrganismos, sendo as suspensões resultantes diluídas e semeadas em meio de cultura sólido. Diferentes meios de cultura sólidos têm sido empregados para a detecção de estreptococos do grupo mutans, tais como o ágar SB2011, o MS-MUTV44 e o TYCSB45, entre outros. Utilizou-se nesse trabalho o ágar MSB17, empregado em diversos trabalhos20,21,24,46,47. Para Candida, utilizou-se o meio ágar Sabouraud Dextrose, um dos meios mais utilizados quando do estudo de C. albicans14,16,40. Nesse estudo, a proliferação de S. mutans e C. albicans foi significativamente maior nos pacientes submetidos a disjunção com aparelho tipo Hass, comparado ao tipo Hyrax. O disjuntor Hass é um aparelho dentomucossuportado, o qual, além de anéis ortodônticos e parafuso
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disjuntor, possui estrutura acrílica que o diferencia do aparelho tipo Hyrax. A estrutura acrílica pode influenciar na proliferação de microrganismos, quando funciona como retentora de alimento, a depender de seu tamanho e lisura. Observou-se, nesse trabalho, que os pacientes portadores de disjuntor tipo Hass apresentaram as maiores variações na contagem de colônias para S. mutans e C. albicans. Além da estrutura acrílica, fatores como dificuldade de higienização, profundidade do palato, domínio de técnicas de escovação e frequência de escovação pelo paciente podem ter influenciado na proliferação de S. mutans e C. albicans. Para verificar o quanto esses aparelhos propiciariam de acúmulo bacteriano, avaliou-se a saliva antes e 30 dias após a instalação dos aparelhos. Pode-se notar aumento significativo de microrganismos nos indivíduos que estavam usando tanto o aparelho tipo Hass, quanto o Hyrax (p<0.005). Outra consideração que deve ser feita, foi o desvio padrão menor na primeira coleta quando comparado à segunda. Tal fato pode ser justificado pelo desenho do aparelho que, apesar de ter sido confeccionado pelo mesmo operador, tinha características particulares de cada indivíduo, pela resposta individual de cada hospedeiro frente ao novo dispositivo intraoral e pela higienização particular. Conclusões Pode-se concluir com a realização desse trabalho que: » A instalação dos disjuntores tipo Hass e Hyrax propicia maior acúmulo de microrganismos (S. mutans e C. albicans); » O disjuntor Hass propiciou maior proliferação de S. mutans e C. albicans, comparado ao disjuntor Hyrax.
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artigo inédito
Avaliação quantitativa de S. mutans e C. albicans em portadores de aparelhos disjuntores tipo Haas e Hyrax
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artigo online*
Análise comparativa da relação carga/deflexão de fios retangulares de Ni-Ti convencionais e termoativados Fabio Schemann-Miguel1, Flávio Cotrim-Ferreira2, Alessandra Motta Streva3, Alexander Viégas de Oliveira Aguiar Chaves4, Andréia Cotrim-Ferreira5
Objetivo: visando comparar a relação carga/deflexão entre fios ortodônticos de secção retangular 0,019” x 0,025”, foram selecionados 5 arcos pré-contornados de níquel-titânio (Ni-Ti) convencionais e 5 de Ni-Ti termoativados, de quatro marcas comerciais (Abzil, Morelli, 3M Unitek e Ormco), totalizando 40 arcos. Esses arcos foram instalados em manequins ortodônticos com ausência do elemento 11, para que o fio pudesse ser testado nesse segmento com o auxílio de uma máquina universal de ensaios acoplada a um computador. Resultados: comparados os valores médios de carga/deflexão dos fios de Ni-Ti convencionais, observou-se que os que apresentaram a menor relação carga/deflexão foram os da 3M Unitek, seguidos pela Ormco, Morelli e Abzil. Nos termoativados, observou-se que os que apresentaram a menor relação carga/deflexão foram os da Ormco, seguidos pela 3M Unitek, Abzil e Morelli. Conclusão: analisando-se comparativamente os valores médios da relação carga/deflexão nos dois tipos de fios, observou-se que os termoativados apresentaram valores médios da relação carga/deflexão inferiores, mantendo essa tendência durante todo o ensaio. No entanto, notou-se que na deflexão de 2mm, os fios termoativados da marca Morelli e os convencionais 3M Unitek apresentaram valores médios da relação carga/deflexão muito próximos e, estatisticamente, não significativos. Palavras-chave: Ortodontia. Fios ortodônticos. Análise qualitativa.
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
Como citar este artigo: Schemann-Miguel F, Cotrim-Ferreira F, Streva AM, Chaves AVOA, Cotrim-Ferreira A. Comparative analysis of load/deflection ratios of conventional and heat-activated rectangular NiTi wires. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):23-4.
Professor, curso de especialização em Ortodontia, ABO-Osasco.
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Professor, curso de mestrado em Ortodontia, UNICID. Enviado em: 08 de janeiro de 2009 - Revisado e aceito: 29 de setembro de 2011
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Professora, curso de especialização em Ortodontia, UNICID.
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» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Mestrando em Ortodontia, UNICID.
Professora, curso de Ortodontia Lingual, Instituto Flávio Vellini.
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Endereço para correspondência: Fabio Schemann Miguel Rua Marcos Fernandes, 111 – Jd. da Saúde CEP: 04149-120 – São Paulo/SP E-mail: fade@terra.com.br
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artigo online
Análise comparativa da relação carga/deflexão de fios retangulares de Ni-Ti convencionais e termoativados
Resumo do editor Os fios de níquel-titânio têm sido largamente empregados na prática ortodôntica, principalmente devido à liberação de forças suaves e contínuas, muito úteis para o alinhamento e nivelamento dentários. Assim, com o advento de fios com baixos módulos de elasticidade (níquel-titânio e TMA), observa-se como tendência, durante o tratamento ortodôntico, a variação do tipo de liga em detrimento ao calibre dos fios, levando a um possível melhor controle do torque radicular. Contudo, há poucos estudos avaliando a força liberada por fios de níquel-titânio de secção retangular, com o propósito de emprego para o alinhamento e nivelamento dentários iniciais. Dessa forma, o objetivo do presente estudo consistiu em comparar a força liberada em diferentes deflexões por quatro marcas comerciais de fios de níquel-titânio convencionais e termoativados, na secção retangular 0,019” x 0,025”. Foram analisados cinco arcos ortodônticos superiores pré-contornados de níquel-titânio convencionais e cinco, termoativados, de cada uma das seguintes marcas comerciais: Morelli (Sorocaba, Brasil), Abzil (São José do Rio Preto, Brasil), Ormco (Orange, EUA) e 3M Unitek (Saint Paul, EUA). Os arcos foram pré-condicionados em ambiente com umidade relativa de 50%, a 25°C, durante 72 horas, e então inseridos em braquetes adaptados em um manequim ortodôntico. Por meio de uma ponteira de aço, aplicou-se uma força de 50N na região do incisivo central superior, no sentido vestibulolingual, em máquina de ensaios universal (Emic-10000MEU-003) (Fig. 1). A partir disso, foram registradas as forças liberadas pelos fios nas deflexões de 3 a 1mm, em intervalos de 0,5mm. Os dados foram
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Figura 1 - Ponteira de aço aplicando força, no sentido vestibulolingual, na região do incisivo central superior do corpo de prova.
registrados no software Tesc, versão 2.0, e submetidos ao teste t de Student (p<0,05). Os resultados indicaram que os fios de níquel-titânio termoativados liberaram uma menor força em relação aos convencionais, em todas as deflexões. Na comparação entre as marcas comerciais, verificou-se uma menor relação carga/deflexão para os fios convencionais da marca comercial Ormco, seguida pela 3M Unitek, Morelli e Abzil. Também para os fios termoativados, observou-se menor força liberada nas diferentes deflexões para a marca Ormco, seguida pela 3M Unitek, mas com menor média para a marca Abzil comparada à Morelli. Os autores concluíram que, apesar de os fios de níquel-titânio termoativados terem demonstrado uma menor relação carga/deflexão que os convencionais, eles liberaram forças não-aceitáveis clinicamente, mesmo em pequenas deflexões. Esse fato inviabiliza o uso dos fios retangulares de níquel-titânio na fase inicial do alinhamento e nivelamento dentários.
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artigo inédito
Análise comparativa da relação carga/deflexão de fios retangulares de NiTi convencionais e termoativados Fabio Schemann-Miguel1, Flávio Cotrim-Ferreira2, Alessandra Motta Streva3, Alexander Viégas de Oliveira Aguiar Chaves4, Andréia Cotrim-Ferreira5
Objetivo: visando comparar a relação carga/deflexão entre fios ortodônticos de secção retangular 0,019 x 0,025”, foram selecionados 5 arcos pré-contornados de níquel-titânio (NiTi) convencionais e 5 de NiTi termoativados, de quatro marcas comerciais (Abzil, Morelli, 3M Unitek e Ormco), totalizando 40 arcos. Esses arcos foram instalados em manequins ortodônticos com ausência do elemento 11, para que o fio pudesse ser testado nesse segmento com o auxílio de uma máquina universal de ensaios acoplada a um computador. Resultados: comparados os valores médios de carga/deflexão dos fios de NiTi convencionais, observou-se que os que apresentaram a menor relação carga/deflexão foram os da 3M Unitek, seguidos pela Ormco, Morelli e Abzil. Nos termoativados, observou-se que os que apresentaram a menor relação carga/deflexão foram os da Ormco, seguidos pela 3M Unitek, Abzil e Morelli. Conclusão: analisando-se comparativamente os valores médios da relação carga/deflexão nos dois tipos de fios, observou-se que os termoativados apresentaram valores médios da relação carga/deflexão inferiores, mantendo essa tendência durante todo o ensaio. No entanto, notou-se que na deflexão de 2mm, os fios termoativados da marca Morelli e os convencionais 3M Unitek apresentaram valores médios da relação carga/deflexão muito próximos e, estatisticamente, não significativos. Palavras-chave: Ortodontia. Fios ortodônticos. Análise qualitativa.
Como citar este artigo: Schemann-Miguel F, Cotrim-Ferreira F, Streva AM, Chaves AVOA, Ferreira AC. Comparative analysis of the load / deflection of NiTi conventional and termoativados of retangular section arches. Dental Press J Orthod. 2012 May-June; 17(3):35.e1-6.
Professor, curso de especialização em Ortodontia, ABO-Osasco.
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Professor, curso de mestrado em Ortodontia, UNICID.
Professora, curso de especialização em Ortodontia, UNICID. Enviado em: 08/01/2009 - Revisado e aceito: 29/09/2011
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Mestrando em Ortodontia, UNICID. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Professora, curso de Ortodontia Lingual, Instituto Flávio Vellini.
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Endereço para correspondência: Fabio Schemann Miguel Rua Marcos Fernandes, 111 – Jd. da Saúde CEP: 04149-120 – São Paulo/SP E-mail: fade@terra.com.br
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artigo inédito
Análise comparativa da relação carga/deflexão de fios retangulares de NiTi convencionais e termoativados
INTRODUÇÃO O fio ortodôntico é o principal responsável pela carga que movimenta os dentes, sendo que essa carga deve ser, portanto, leve e contínua4. Assim, vários fatores relacionados ao fio ortodôntico devem ser considerados, como: espessura, secção transversal, composição da liga metálica que o constitui, a distância interbraquetes, o tipo de amarrilho, o tamanho dos braquetes, o atrito entre o fio e o braquete e a curvatura do arco6, bem como a relação entre a tensão e deformação em qualquer ponto do fio, denominada módulo de elasticidade1. Por definição, cada liga metálica ortodôntica possui um módulo de elasticidade que não varia, mesmo quando se altera a espessura ou a secção transversal do fio. As ligas com altos módulos de elasticidade são ligas mais rígidas, como o aço inoxidável e o Cr-Co (cromo-cobalto, Elgiloy); as ligas com baixos módulos de elasticidade são aquelas mais flexíveis, como o TMA (titânio-molibdênio) e o NiTi (níquel-titânio). O módulo de elasticidade mantém uma relação direta com a carga necessária para se obter as deflexões dos fios ortodônticos, é chamada de “relação carga/ deflexão”. Quanto maior o módulo de elasticidade de um fio, maior a sua relação carga/deflexão e maior a sua rigidez. Como não se pode manipular o módulo de elasticidade das ligas ortodônticas para proporcionar maior flexibilidade ao conjunto fio/aparelho, deve-se conhecer, primeiramente, a relação carga/ deflexão e, só então, escolher o fio mais indicado para cada fase da terapia ortodôntica.
a arcada superior, sendo cinco convencionais e cinco termoativados, de cada uma das seguintes marcas comerciais: Morelli (Sorocaba, Brasil), sendo o NiTi convencional do lote 445547 e NiTi termoativado do lote 421322; Abzil (São José do Rio Preto, Brasil), NiTi convencional do lote 510-267 e NiTi termoativado do lote 636-367; Ormco (Orange, EUA), NiTi convencional do lote 5H09H e NiTi termoativado do lote 9A259A; 3M Unitek (Saint Paul, EUA), NiTi convencional do lote REV9601 e NiTi termoativado do lote B6931. Os arcos apresentavam a mesma curvatura e comprimento total de 180mm e foram pré-condicionados por 72 horas a uma temperatura de 25°C (± 2°) e umidade relativa de 50%. Os fios foram fixados em braquetes colados em um manequim ortodôntico com dentes de resina. Haviam braquetes do elemento 15 ao elemento 25 da marca Morelli. Nos primeiros molares, de ambos os lados, foram colados tubos. Os braquetes e tubos utilizados foram os da marca Morelli, com canaleta 0,022 x 0,030”. Para a fixação dos fios ortodônticos nos braquetes, foram utilizadas ligaduras elásticas incolores, também da marca Morelli (lote n° 360667). O segmento do fio testado media 16mm e estava compreendido entre os braquetes do elemento 21 e o braquete do elemento 12. O manequim foi, então, fixado a uma máquina de testes por meio de uma base que consistia de duas placas de 10mm de espessura, que formavam um ângulo de 90° com o solo. A máquina utilizada para os testes foi a universal de ensaios Emic 10000 MUE-003 (Emic Equipamentos de Sistemas de Ensaios LTDA, São José dos Pinhais, PR). Essa máquina possui semelhança com a Instron Tests Machine, utilizada numa pesquisa com metodologia similar3. A força aplicada pela máquina foi de 50N, por meio de uma ponteira de aço posicionada sobre o segmento do fio ortodôntico a ser testado. A velocidade de aplicação da força foi de 1mm/min, realizado de forma contínua até a obtenção de deflexões de 1 a 3mm, com registro da força a cada intervalo de 0,5mm de deflexão (1; 1,5; 2; 2,5 e 3mm), com precisão digital de centésimos de newtons (N), para cada corpo de prova (Fig. 1-3). Um programa de computador (Tesc, versão 2.0), coordenava todo o ensaio, aplicando as forças, realizando a leitura instantânea dos resultados com
OBJETIVO Mediante uma amostra de arcos ortodônticos pré-contornados de espessura 0,019 x 0,025” de NiTi convencionais e termoativados, de marcas comerciais disponíveis no mercado brasileiro, essa pesquisa se propôs a: » Avaliar a relação carga/deflexão dos fios NiTi convencionais. » Avaliar a relação carga/deflexão dos fios NiTi termoativados. » Comparar os dois tipos de fios. MATERIAL E MÉTODOS Para essa avaliação, foi utilizada uma amostra de 40 arcos ortodônticos de NiTi pré-contornados para
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Figura 1 - Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Figura 2 - Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Mediante a observação do Gráfico 2, nota-se que, os fios de NiTi termoativados com a menor relação carga/deflexão foram os da marca comercial Ormco, mostrando valores bem inferiores aos encontrados nos demais fios estudados. Em valores médios, apresentaram até o limite de 2,5mm de deflexão, uma curva praticamente horizontal, com um platô de cargas constante. Essa é uma representação típica de ligas superelásticas. As diferenças estatísticas de comportamento mecânico durante a ativação de cada liga (p<0,05% = 95%, p<0,01% = 99%, p<0,001% = 99,9%.), apresentaram-se significativas da seguinte maneira: os fios da marca Morelli e Abzil, de 1 a 2mm de deflexão, apresentaram diferenças significativas de 5%, já de 2,5 a 3mm, não apresentaram significância. De 1 a 2mm de deflexão, para as marcas Morelli e 3M Unitek, houveram diferenças significativas de 0,1%, no entanto, no intervalo de 2,5mm, apresentaram diferença estatística de 1% e, em 3mm, não ocorreu diferença estatística. Na comparação entre as marcas Abzil e 3M Unitek, observaram-se diferenças significativas, entre 5 e 0,1%, até a deflexão de 2,5mm, já em 3mm não apresentaram valores estatisticamente significativos. Nos fios de NiTi termoativados, de mesma espessura, secção transversal e composição química, constatou-se uma diferença de aproximadamente 32% quando comparadas às marcas Ormco e Morelli, no mesmo intervalo de 2mm de deflexão. O Gráfico 3 representa a relação carga/deflexão dos fios de NiTi convencional e NiTi termoativado, apresentando os valores médios de cargas em newtons e deflexão em milímetros. Os desvios-padrão para os valores mensurados estão representados por barras verticais.
precisão de centésimos de newtons e emitindo-os em forma de tabelas e gráficos da relação carga/deflexão. Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística para estabelecer a relação carga/deflexão dos diversos arcos ortodônticos, considerando-se as quatro marcas comerciais e os dois tipos de diferentes ligas metálicas. Para comparar as diferenças das medidas de força, utilizou-se o teste t de Student, pois as medidas efetuadas deveriam obedecer, aproximadamente, às distribuições normais. Calcularam-se as médias e os desvios-padrão para as grandezas estudadas e, a partir desses resultados, aplicou-se o teste t de Student novamente, para verificar se as diferenças existentes entre os resultados eram estatisticamente significativas, ou não. RESULTADOS Foram elaborados gráficos e tabelas para diversos resultados de interesse. O Gráfico 1 representa a relação carga/deflexão dos fios de NiTi convencional, apresentando valores médios em newtons e deflexões em milímetros (mm). Os desvios-padrão das cargas aplicadas foram representados por barras verticais para cada dado mensurado. Observando o Gráfico 1, nota-se que os fios da marca comercial 3M Unitek apresentaram, ao longo de todo o ensaio, a menor relação carga/deflexão. Quanto aos fios das marcas Ormco, Abzil e Morelli, percebe-se que eles são os que sofrem menores deformações com os maiores valores de carga aplicada. O Gráfico 2 representa a relação carga/deflexão dos fios de NiTi termoativados, apresentando valores médios de carga em newtons e deflexão em milímetros. Os desvios-padrão estão representados por barras verticais para os valores mensurados.
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Figura 3 - Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
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Análise comparativa da relação carga/deflexão de fios retangulares de NiTi convencionais e termoativados
artigo inédito
Observando o Gráfico 3, nota-se que os fios da liga NiTi convencional apresentaram valores da relação carga/deflexão consideravelmente maiores do que os da liga de NiTi termoativados, em todos os intervalos medidos. Percebe-se, também, que a disposição das curvas traçadas para os fios estudados permite classificá-los de acordo com a relação carga/deflexão, dos fios mais flexíveis para os mais rígidos, na seguinte ordem: fios Ormco termoativados, 3M Unitek termoativados, Abzil termoativados, Morelli termoativados, 3M Unitek convencional, Ormco convencional e Abzil e Morelli convencionais. A Tabela 1 representa a relação carga/deflexão dos fios de NiTi convencional, das diversas marcas comerciais, apresentando valores médios em newtons e deflexões em milímetros. A Tabela 2 mostra a relação carga/deflexão dos fios de NiTi termoativados, apresentando valores médios de carga em newtons e deflexão em milímetros (mm).
30 Morelli Abzil Unitek Ormco
25
f (N)
20
15
10
5 NiTi convencional 0
0
1
2
4
3
d (mm)
Gráfico 1 - Valores médios da relação carga/reflexão dos fios NiTi convencional.
20 Morelli Abzil Unitek Ormco
f (N)
15
DISCUSSÃO Há a tendência na Ortodontia contemporânea de se iniciar tratamentos com fios retangulares de ligas com os menores módulos de elasticidade e, ao longo do tratamento, variar apenas o tipo de liga utilizada sem variar a secção transversal. Dessa forma, os torques radiculares seriam controlados desde o início do tratamento, proporcionando tratamentos mais estáveis com um menor número de visitas ao consultório e menores injúrias aos tecidos peribucais. Seguindo esse raciocínio, optou-se por analisar o comportamento dos fios com os menores módulos de elasticidade encontrados: NiTi convencional e NiTi termoativado, nas dimensões transversais encontradas no mercado nacional — 0,019 x 0,025”. Essa escolha também se justifica pelo fato da espessura dos fios exercerem grande influência sobre sua elasticidade. Portanto, por meio desse estudo, discutiu-se a proposta de se iniciar um tratamento com fios retangulares com maiores calibres, variando apenas o módulo de elasticidade1. Numa comparação da relação carga/deflexão de forças, durante a ativação dos fios ortodônticos de diversas marcas, e considerando três ligas distintas com secção transversal redonda de calibres 0,012”, 0,014” e 0,016”, foi observado que os fios de NiTi convencional apresentaram liberação de cargas leves e constantes3.
10
5
NiTi Termoativado 0
0
1
2
d (mm)
3
4
Gráfico 2 - Valores médios da relação carga/reflexão dos fios NiTi termoativados.
30 Abzil-Nitinol Abzil-Nitinol 35 Morelli-Nitinol Morelli-Nitinol 35 Unitek-Nitinol Unitek-Nitinol 35 Ormco-Nitinol Ormco-Nitinol 35
f (N)
20
10
0
0
1
2
d (mm)
3
4
Gráfico 3 - Valores médios da relação carga/reflexão dos fios NiTi convencional e NiTi termoativados, e desvio padrão representados por barras verticais.
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Tabela 1 - Valores obtidos pela aplicação do teste t de Student e respectivos níveis de significância para a comparação da relação carga/deflexão dos fios de NiTi convencional, das diversas marcas comerciais. Deflexão (mm)
NiTi Convencional 1,0
Marcas Abzil Morelli
Unitek Ormco Unitek
Abzil Ormco Unitek
Ormco
1,5
2,0
2,5
3,0
C
3,58
9,64
0,49
-3,36
-5,32
S
0,01
0,001
NS
0,01
0,001
C
9,59
49,86
30,48
24,21
14,81
S
0,001
0,001
0,001
0,001
0,001
C
2,46
19,62
12,49
9,71
6,22
S
0,05
0,001
0,001
0,001
0,001
C
7,17
31,42
55,72
67,81
24,41
S
0,001
0,001
0,001
0,001
0,001
C
-2,46
7,13
18,06
18,31
17,11
S
0,05
0,001
0,001
0,001
0,001
C
-15,79
-28,97
-25,81
-14,40
-11,18
S
0,001
0,001
0,001
0,001
0,001
C = Carga (N) S = Significância (0,05 = 95%. 0,01 = 90%. 0,001 = 99,9%) NS = Não significativo
Tabela 2 - Valores obtidos pela aplicação do teste t de Student e respectivos níveis de significância para a comparação da relação carga/deflexão dos fios de NiTi termoativado, das diversas marcas comerciais. NiTi Termoativado
Deflexão (mm) 1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
C
2,37
3,14
3,05
2,13
0,44
Marcas Abzil Morelli
Unitek Ormco Unitek
Abzil Ormco Unitek
Ormco
S
0,05
0,05
0,05
NS
NS
C
6,26
5,87
6,42
4,41
1,96
S
0,001
0,001
0,001
0,01
NS
C
4,51
12,53
15,65
13,45
9,09
S
0,01
0,001
0,001
0,001
0,001
C
4,87
2,75
6,51
3,50
2,24
S
0,01
0,05
0,001
0,01
NS
C
2,91
10,62
16,97
15,11
10,65
S
0,05
0,001
0,001
0,001
0,001
C
-0,07
9,20
13,14
13,80
9,86
S
NS
0,001
0,001
0,001
0,001
C = Carga (N) S = Significância (0,05 = 95%. 0,01 = 90%. 0,001 = 99,9%) NS = Não significativo
Adotando metodologia semelhante à do presente trabalho, pesquisadores analisaram nove marcas comerciais de fios de NiTi, tanto convencionais quanto termoativados, em secções transversais retangulares de 0,016 x 0,022”. Concluíram que os fios Ormco termoativados apresentaram os menores valores médios da relação carga/deflexão. Os fios que se situaram em segundo lugar na escala da menor para a maior carga/deflexão foram os termoativados da marca Abzil,
Entretanto, quando se aumentou o calibre dessa liga de 0,014 para 0,016”, mesmo em pequenas deflexões (1,5mm), notaram excesso na força de ativação, ultrapassando o limite de 4N. Todavia, no presente estudo, nos fios retangulares de 0,019 x 0,025”, mesmo em pequenas deflexões (menores do que 1mm), os valores ultrapassavam esse limite de relação carga/deflexão, inviabilizando o uso desse fio na fase de alinhamento e nivelamento do tratamento ortodôntico.
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artigo inédito
Análise comparativa da relação carga/deflexão de fios retangulares de NiTi convencionais e termoativados
seis marcas pesquisadas, perdendo em flexibilidade somente para os fios termoativados da Ormco.
seguidos pelos convencionais da mesma marca. Os fios com as maiores relações carga/deflexão foram os fios da marca 3M Unitek, tanto os fios termoativados como os convencionais. Entretanto, nessa pesquisa, os fios da Abzil apresentaram quase sempre os maiores valores da relação carga/deflexão, quando comparados aos fios da mesma liga ou de ligas diferentes. Compararam, também, o desempenho dos fios de NiTi convencional com os de NiTi termoativado, ambos com espessura de 0,016”, e concluíram que o nível de forças alcançadas em 3mm de deformação era de 17 a 153g e de 17 a 100g de força, respectivamente. Os resultados indicaram que nos fios termoativados há uma menor liberação de forças que nos NiTi convencionais, corroborando os achados dessa pesquisa2. Utilizando material e métodos semelhantes aos adotados nesse trabalho, Gurgel, Ramos e Kerr5 avaliaram o comportamento dos fios de NiTi convencionais e termoativados de secção retangular 0,017 x 0,025” de várias marcas comerciais. Dentre as marcas, Morelli, Ormco e 3M Unitek. Concluíram que o fio NiTi termoativado da Ormco obteve a menor relação carga/ deflexão durante a ativação, conforme também observado nessa pesquisa. Uma diferença considerável, encontrada na comparação de outro trabalho de Gurgel, Ramos e Kerr2 com os resultados do presente estudo, foi a encontrada nos fios Morelli de NiTi convencional. A presente pesquisa revelou que esses fios apresentaram as maiores cargas durante a ativação no decorrer do ensaio. No entanto, nesse outro trabalho, observaram uma das menores relações carga/deflexão entre
CONCLUSÕES De acordo com a metodologia empregada nesse trabalho, considerando a análise estatística dos resultados, parece lícito concluir que: 1. Comparados os valores médios de carga/deflexão dos fios de NiTi convencionais das diferentes marcas, observou-se que os que apresentaram a menor relação carga/deflexão foram os da marca comercial 3M Unitek, seguida pela Ormco, Morelli e Abzil. 2. Comparando-se os valores médios de carga/ deflexão dos fios de NiTi termoativados das diferentes marcas comerciais, observou-se que os que apresentaram a menor relação carga/deflexão foram os fios da marca comercial Ormco, seguidos pela 3M Unitek , Abzil e Morelli. 3. Analisados comparativamente os valores médios da relação carga/deflexão dos fios de NiTi convencionais e termoativados, observou-se que os fios de NiTi termoativados apresentaram valores médios da relação carga/deflexão inferiores aos obtidos nos fios de NiTi convencional, mantendo essa tendência durante todo o ensaio. No entanto, notou-se que na deflexão de 2mm, os fios termoativados da marca Morelli e os convencionais 3M Unitek apresentaram valores médios da relação carga/deflexão muito próximos e estatisticamente não significativos, indicando comportamento mecânico semelhante nessa deflexão.
Referências 1. Burstone CJ Variable-modulus orthodontics.Am.J.Orthod 1981;80(1):1-16. 2. Nakano H, Satoh K ,Norris R,Jin T, Kamegai T,Ishikawa F,Katsura H. Mechanical properties of several nickel-titanium alloy wires in three-point bending tests.Am J Orthod Dentofacial Orthop.1999 Apr;115(4):390-5. 3. Rock WP, Orth D, Wilson HJ, Tech M, Chem C. Forces exerted by orthodontic aligning archwires. Brit J Orthod. 1988;15(4):55-9. 4. Schwarz AM. Tissue changes incidental to orthodontic tooth movement. Int J Orthod. 1932 5(18):331-52. 5. Gurgel JA, Ramos AL, Kerr SD. Fios Ortodônticos. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2001 Jul-Ago;6(4):103-14. 6. Waters NE, Houston WJB, Stephens CD. An experimental investigation into the effect of dimensional change on the stiffness of double vertical incisor alignment loops. Eur J Orthod. 1988 Nov;10(4):319-28.
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artigo online*
A influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do sorriso Andréa Fonseca Jardim da Motta1, José Nelson Mucha2, Margareth Maria Gomes de Souza3
Objetivo: verificar a influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do sorriso, feita por alunos de graduação em Odontologia. Métodos: dez fotografias digitais do sorriso de uma mulher foram modificadas com auxílio do programa de computador Adobe Photoshop. As alterações realizadas foram: eliminação de manchas; retificação de bordas incisais; nivelamento gengival; e preenchimento de espaços triangulares. Um grupo com 60 alunos de graduação em Odontologia avaliou a fotografia original e as imagens alteradas e utilizou uma escala visual analógica para quantificar a estética do sorriso. A concordância intraexaminador foi realizada em 30 avaliadores, utilizando-se o teste t de Student; e para o erro casual, o cálculo de Dahlberg. Os dados foram descritos em tabelas, com a utilização de média e desvio-padrão. Resultados: não houve diferença significativa entre a primeira e a segunda nota dos avaliadores (p>0,05) em nenhuma das comparações, e o cálculo do erro do método considerou confiáveis as medidas obtidas. O ANOVA foi usado para testar a igualdade das médias e apresentou significância ao nível de 5%. A homogeneidade das variâncias, verificada pelo teste de Levene, apresentou variâncias iguais. As comparações múltiplas com o teste de Tukey demonstraram significância estatística, ao nível de 5%, para a presença de espaços triangulares negros. Para as demais comparações, não foram verificados valores significativos. Conclusões: algumas características dentárias foram perceptíveis aos alunos de graduação, e o espaço triangular negro foi esteticamente considerado como sendo o mais desfavorável. Palavras-chave: Sorriso. Estética dentária. Percepção.
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
Como citar este artigo: Motta AFJ, Mucha JN, Souza MMG. Influence of certain tooth characteristics on the esthetic evaluation of a smile. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):25-6.
Professora Adjunta do Curso de Graduação e Pós-Graduação em Ortodontia, Faculdade de Odontologia da UFF.
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Enviado em: 21 de janeiro de 2009 - Revisado e aceito: 18 de fevereiro de 2010 Professor Titular do Curso de Graduação e Pós-Graduação em Ortodontia, Faculdade de Odontologia da UFF.
2
3
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Professora Titular do Curso de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Ortodontia, Faculdade de Odontologia da UFRJ.
Endereço para correspondência: Andréa Fonseca Jardim da Motta Disciplina de Ortodontia, Faculdade de Odontologia/UFF – Rua Mário Santos Braga, 30 2° andar, Sala 214 – CEP: 24.020-140 – Niterói/RJ – E-mail: andreamotta@id.uff.br
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A influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do sorriso
artigo online
Resumo do editor
inclusão, a fotografia original foi totalmente retocada, com a correção de todas as imperfeições; e, nas quatro posteriores, somente uma imperfeição fez-se presente. Todas as fotografias foram avaliadas de forma aleatória por 60 alunos de graduação em Odontologia, por meio do uso da Escala Visual Analógica, constando de 0 a 100. As medições dos escores atribuídos pelos alunos para cada fotografia foram realizadas com um paquímetro digital. Para a avaliação da concordância intraexaminador, 30 alunos reanalisaram as mesmas fotografias, decorridos 7 dias. O erro do método foi determinado pelo teste t de Student pareado e fórmula de Dahlberg. Os dados foram submetidos à Análise de Variância seguida do teste de comparações múltiplas de Tukey (p<0,05). Os resultados demonstraram que o espaço triangular negro entre os incisivos centrais superiores apresentou-se como a característica mais antiestética comparada às demais, com diferença estatisticamente significativa. O espaço triangular negro pode ocorrer principalmente devido à ausência de papila interdentária, divergência radicular dos incisivos centrais superiores ou mesmo pelo formato alterado das coroas dentárias.
Um dos principais anseios dos pacientes ao procurar pelo tratamento ortodôntico consiste na obtenção de um sorriso bonito. Assim, a estética do sorriso tem se tornado alvo de vários estudos, de forma a proporcionar diretrizes mais claras aos ortodontistas quanto ao sorriso ideal desejado pelos pacientes. Devido à escassez de estudos sobre a percepção de determinadas imperfeições dentárias no sorriso, o presente artigo objetiva investigar a influência da presença de manchas dentárias (Fig. 1A), bordas incisais irregulares (Fig. 1B), desnivelamento gengival (Fig. 1C) e espaços triangulares interproximais (Fig. 1D) na estética do sorriso. Para isso, tais imperfeições foram adicionadas à fotografia digital do sorriso de uma mulher com dentes bem alinhados, utilizando-se um programa de computador específico, de forma a obter dois grupos de fotografias. O primeiro grupo foi denominado de exclusão, no qual a fotografia original foi mantida (com todas as imperfeições citadas) e, a partir dessa, outras quatro foram obtidas, sendo que, em cada uma, somente uma imperfeição foi corrigida. Na segunda avaliação, de
A
B
C
D
E
Figura 1 - A) Presença de mancha amarelada na face mesio-vestibular do 26. B) Borda incisal triangular e assimétrica do 22. C) Contorno gengival assimétrico entre o 12 e o 22. D) Presença do espaço triangular negro entre 11 e 21. E) Fotografia de referência, sem imperfeições.
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artigo inédito
A influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do sorriso Andréa Fonseca Jardim da Motta1, José Nelson Mucha2, Margareth Maria Gomes de Souza3
Objetivo: verificar a influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do sorriso, feita por alunos de graduação em Odontologia. Métodos: dez fotografias digitais do sorriso de uma mulher foram modificadas com auxílio do programa de computador Adobe Photoshop. As alterações realizadas foram: eliminação de manchas; retificação de bordas incisais; nivelamento gengival; e preenchimento de espaços triangulares. Um grupo com 60 alunos de graduação em Odontologia avaliou a fotografia original e as imagens alteradas e utilizou uma escala visual analógica para quantificar a estética do sorriso. A concordância intraexaminador foi realizada em 30 avaliadores, utilizando-se o teste t de Student; e para o erro casual, o cálculo de Dahlberg. Os dados foram descritos em tabelas, com a utilização de média e desvio-padrão. Resultados: não houve diferença significativa entre a primeira e a segunda nota dos avaliadores (p>0,05) em nenhuma das comparações, e o cálculo do erro do método considerou confiáveis as medidas obtidas. O ANOVA foi usado para testar a igualdade das médias e apresentou significância ao nível de 5%. A homogeneidade das variâncias, verificada pelo teste de Levene, apresentou variâncias iguais. As comparações múltiplas com o teste de Tukey demonstraram significância estatística, ao nível de 5%, para a presença de espaços triangulares negros. Para as demais comparações, não foram verificados valores significativos. Conclusões: algumas características dentárias foram perceptíveis aos alunos de graduação, e o espaço triangular negro foi esteticamente considerado como sendo o mais desfavorável. Palavras-chave: Sorriso. Estética dentária. Percepção.
Como citar este artigo: Motta AFJ, Mucha JN, Souza MMG. Influence of certain tooth characteristics on the evaluation of smile esthetics. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):25.e1-7.
Professora Adjunta do Curso de Graduação e Pós-Graduação em Ortodontia, Faculdade de Odontologia da UFF.
1
Professor Titular do Curso de Graduação e Pós-Graduação em Ortodontia, Faculdade de Odontologia da UFF.
2
3
Enviado em: 21 de janeiro de 2009 - Revisado e aceito: 18 de fevereiro de 2010
Professora Titular do Curso de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Ortodontia, Faculdade de Odontologia da UFRJ.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Andréa Fonseca Jardim da Motta Disciplina de Ortodontia, Faculdade de Odontologia/UFF – R. Mário Santos Braga, 30 2° andar, Sala 214 – CEP: 24.020-140 – Niterói/RJ – E-mail: andreamotta@id.uff.br
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A influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do sorriso
artigo inédito
INTRODUÇÃO A beleza facial influencia no bem-estar de muitos pacientes, assim como a estética do sorriso, o que leva os profissionais da Odontologia à necessidade constante de atualização sobre o assunto. O termo estética deriva do grego “aisthetikos”, que significa percepção ou sensação. Por ser altamente subjetiva, devido às diferenças de gosto e opinião, provoca discordância tanto entre os profissionais como entre os pacientes8. A perspectiva atual da prática e da pesquisa odontológica exige que o profissional se aproxime das expectativas do seu paciente ao definir a melhora da estética facial e do sorriso como principal objetivo do tratamento. A principal aspiração do paciente é ser reconhecido como bonito ou, no mínimo, normal, por si mesmo e pela sociedade, eliminando características desagradáveis do sorriso e da face11. Algumas características dentárias são mais perceptíveis durante o sorriso do que outras e podem interferir em maior ou menor grau no resultado estético do sorriso9. Segundo alguns autores, a existência de papila interdentária anatomicamente normal e gengiva saudável em harmonia com a dentição natural, constituem um dos importantes aspectos estéticos a serem considerados durante o diagnóstico e o tratamento6,12,14. Alterações no contorno, coloração e altura gengival, assim como a presença de espaços negros entre os incisivos centrais relacionados à ausência de papila interdentária, podem depreciar a qualidade estética do sorriso6,7,9,15. A ausência de papila pode, ainda, resultar em problemas fonéticos e de impacção alimentar15. Da mesma forma, a presença de manchas nos dentes pode comprometer a estética do sorriso. Além disso, outra característica comumente considerada durante a avaliação estética do sorriso é o contorno das bordas incisais. Diversos autores3,5,13 avaliaram a percepção estética de diversas más oclusões, no entanto, com relação à percepção do efeito de peculiaridades dentárias na estética do sorriso, encontra-se pouca informação disponível na literatura10. Soma-se a isso o fato de que muitos estudos são contraditórios na relevância da percepção de certas características5,10. Esses resultados contraditórios poderiam ser consequência de avaliadores em diferentes níveis de treinamento da percepção dos defeitos ou ainda da subvalorização ou supervalorização de determinadas características por avaliadores com diferentes formações.
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Assim sendo, objetiva-se com esse trabalho, investigar a influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do sorriso por alunos de graduação em Odontologia, dos períodos finais do referido curso. MATERIAL E MÉTODOS A fotografia digital do sorriso de uma mulher apresentando dentes bem alinhados foi modificada com auxílio do programa de computador Adobe Photoshop Elements 2.0 (Adobe Systems Inc, San Jose, EUA) com o objetivo de alterar determinadas características. As alterações realizadas na fotografia original foram: » Eliminação de mancha amarelada na face mesiovestibular do 26. » Retificação da borda incisal do 22. » Nivelamento da altura da margem gengival do 12. » Preenchimento do espaço triangular negro entre 11 e 21. As alterações foram realizadas objetivando-se obter dois grupos de fotografias para a avaliação da percepção das características no julgamento da estética do sorriso de duas formas distintas. Para a primeira avaliação, denominada exclusão das características, a fotografia original foi mantida e, a partir dela, outras quatro fotografias foram obtidas, cada uma apresentando apenas uma característica alterada. Para a segunda avaliação, denominada inclusão das características, procedeu-se de maneira inversa. A fotografia original foi completamente retocada, eliminando-se as características em consideração e, então, a partir dela as outras quatro fotografias foram obtidas, cada uma apenas com uma característica presente. (Fig. 1, 2) As cinco imagens de cada conjunto (Fig. 1, 2) foram distribuídas de forma aleatória, numeradas e organizadas numa apresentação multimídia, utilizando-se o programa PowerPoint 2007 (Microsoft, EUA), constituindo duas apresentações: uma com a inclusão das características e outra com a exclusão das características relatadas. Para a projeção das imagens, utilizou-se projetor Sony VLP-CS7, com 1800 ANSI lumens, SVGA (800x600), e tela de projeção medindo 3x2 metros, estando os avaliadores em frente à tela, a uma distância de 3 a 6 metros, em uma sala com mínima luminosidade que pudesse comprometer a visualização das imagens, mas apenas permitir anotações nas devidas fichas. Para o julgamento da influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do
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B
A
C
D
E
Figura 1 - A) Eliminação de mancha amarelada na face mesiovestibular do 26; B) retificação da borda incisal do 22; C) nivelamento da altura da margem gengival do 12; D) preenchimento do espaço triangular negro entre 11 e 21; e E) fotografia de referência com todas as características sem correção.
A
B
C
E
D
Figura 2 - A) Presença de mancha amarelada na face mesiovestibular do 26; B) borda incisal triangular e assimétrica do 22; C) contorno gengival assimétrico entre o 12 e o 22; D) presença do espaço triangular negro entre 11 e 21; e E) fotografia de referência com as características corrigidas.
sorriso, foram utilizadas as pontuações atribuídas por sessenta alunos da Disciplina de Ortodontia do Curso de Graduação em Odontologia da UFF, sendo 22 do sexo masculino e 38 do sexo feminino, com média de idade de 22 anos e 4 meses. Antes da projeção das imagens para a avaliação (Fig. 1, 2), foi realizado um nivelamento dos alunos apresentando-se, de forma audiovisual, diversas características que podem comprometer a estética do sorriso. Cada fotografia (Fig. 1, 2) foi então projetada durante 20 segundos, não sendo permitido voltar para ver novamente uma determinada imagem. Cada avaliador recebeu uma ficha com dez escalas visuais analógicas (EVA), uma escala para cada fotografia, com numeração de
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zero a cem, sendo o menor valor atribuído ao sorriso menos estético e o maior valor ao mais estético. Após o julgamento pelos alunos, sinalizando nas respectivas escalas os valores atribuídos à estética do sorriso, a organização dos dados foi realizada por um único operador com auxílio de um paquímetro digital devidamente calibrado às escalas visuais analógicas (Starret Indústria e Comércio Ltda., Itu, São Paulo, número de série 001296), posicionado no ponto equivalente ao zero e estendido até a marcação feita pelo avaliador, procedendo à organização de tabelas para a obtenção de medidas de tendência central. Com o objetivo de verificar a concordância intraexaminador na avaliação subjetiva da estética do sorriso nas
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A influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do sorriso
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RESULTADOS Os resultados das avaliações do erro sistemático, avaliado pelo teste t pareado e do erro casual, medido pela fórmula de Dahlberg, estão dispostos nas Tabelas 1 e 2. Não houve diferença entre a primeira e a segunda nota dos avaliadores, em nível de significância de 5% (p>0,05) em nenhuma das comparações realizadas. O cálculo do erro do método considerou as medidas obtidas confiáveis devido ao seu grande potencial de reprodutibilidade. As médias e desvios-padrões para cada característica pesquisada, nas duas avaliações, encontram-se dispostos na Tabela 3. O Gráfico 1 ilustra as médias das características pesquisadas nas duas avaliações, com a exclusão e com a inclusão das características. A Análise de Variância para testar a igualdade das médias dos grupos de medidas, apresentou significância ao
projeções das fotografias, 30 alunos foram selecionados aleatoriamente e solicitados que repetissem a avaliação uma semana depois. Para a análise do erro sistemático intraexaminador, foi utilizado o teste t de Student para amostras pareadas. Na determinação do erro casual, utilizou-se o cálculo de erro proposto por Dahlberg2. Os dados foram descritos em tabelas, com a utilização dos parâmetros de média e desvio padrão. Esse procedimento foi efetuado para as duas formas de avaliação estabelecidas, exclusão e inclusão das características. Para testar a igualdade das médias dos grupos de medidas, tanto na primeira, quanto na segunda avaliação, utilizou-se o teste de Análise de Variância (ANOVA). Comparações múltiplas foram procedidas pelo teste de Tukey, com a homogeneidade das variâncias submetida ao teste de Levene. As decisões estatísticas foram tomadas ao nível de significância de 5% em todos os testes.
Tabela 1 - Média, desvio-padrão (d.p.) das duas avaliações, teste t pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual para as medidas referentes à primeira avaliação. Características (exclusão)
T2
T1 Média
d.p.
Média
t
p
Erro de Dahlberg
d.p.
Mancha amarela
57,08
12,42
58,49
11,73
-1,141
0,263 ns
4,8
Borda incisal
59,51
12,02
59,57
12,00
-0,043
0,965 ns
5,2
Contorno gengival
63,52
12,95
61,87
11,38
0,834
0,410 ns
7,6
Espaço negro
73,28
15,08
72,68
13,54
0,271
0,788 ns
8,3
Fotografia referência
60,94
13,48
60,02
11,17
0,467
0,643 ns
7,5
Tabela 2 - Média, desvio-padrão (d.p.) das duas avaliações, teste t pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual para as medidas referentes à segunda avaliação. Características (inclusão) Mancha amarela
T2
T1
t
p
Erro de Dahlberg
0,627 ns
8,2
Média
d.p.
Média
d.p.
64,32
14,82
65,37
12,22
-0,490
Borda incisal
63,13
11,11
65,86
11,53
-1,977
0.057 ns
5,6
Contorno gengival
59,80
13,13
62,53
12,10
-1,710
0,097 ns
6,4
Espaço negro
52,37
11,04
54,74
9,97
-1,826
0,078 ns
5,2
Fotografia referência
64,04
12,88
66,83
10,78
-1,885
0,069 ns
6,0
Tabela 3 - Média e desvio-padrão (d.p.) para cada característica pesquisada nas duas avaliações. Características
N
1ª avaliação (exclusão)
2ª avaliação (inclusão)
Média
d.p.
Média
d.p.
Mancha amarela
60
57,78
12,00
64,84
13,48
Borda incisal
60
59,54
11,91
64,50
11,31
Contorno gengival
60
62,70
12,12
61,16
12,59
Espaço negro
60
72,98
14,21
53,56
10,50
Fotografia referência
60
60,48
12,28
65,44
11,86
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DISCUSSÃO No presente trabalho, procurou-se verificar a influência de determinadas características dentárias na estética do sorriso, sendo perceptível ou não por alunos de graduação, em duas formas de avaliações realizadas: com a inclusão e com a exclusão de detalhes. Os testes intra-avaliadores demonstram que houve coerência na atenção dos avaliadores, pois, as notas atribuídas são muito semelhantes, apesar de apresentarem valores próximos (Tab. 1, 2).
nível de 5%, tanto na primeira, quanto na segunda avaliação. A verificação da homogeneidade das variâncias pelo teste de Levene apresentou como conclusão variâncias iguais. Após as comparações múltiplas efetuadas, utilizando-se o teste de Tukey, verificou-se significância estatística ao nível de 5%, para a presença do espaço triangular negro quando comparado com as medidas relativas às outras características, tanto na primeira, quanto na segunda avaliação. Para as demais comparações, não foi verificado valor estatisticamente significativo (Tab. 4, 5).
80
Mancha Amarela Borda incisal Contorno gengival Espaço negro Fotografia referência
70 60 50 40 30 20 10 0
Exclusão
Inclusão
Gráfico 1 - Médias das características pesquisadas nas duas avaliações com a exclusão e com a inclusão das características.
Tabela 4 - Significância (valor p) para as diferenças médias das comparações entre as características pesquisadas quando foram excluídas. 1a avaliação (exclusão) – Significância Mancha amarela
Borda incisal
Contorno gengival
Espaço negro
Fotografia referência
Mancha amarela
-
0,939
0,200
0,000*
0,763
Borda incisal
0,939
-
0,642
0,000*
0,994
Contorno gengival
0,200
0,642
-
0,000*
0,869
Espaço negro
0,000*
0,000*
0,000*
-
0,000*
Fotografia referência
0,763
0,994
0,869
0,000*
-
* = significativo ao nível de 5%.
Tabela 5 - Significância (valor p) para as diferenças médias das comparações entre as características pesquisadas quando foram Incluídas. 2a avaliação (inclusão) – Significância Mancha amarela
Borda incisal
Contorno gengival
Espaço negro
Fotografia referência
-
1,000
0,447
0,000*
0,999
Mancha amarela Borda incisal
1,000
-
0,548
0,000*
0,993
Contorno gengival
0,447
0,548
-
0,005*
0,290
Espaço negro
0,000*
0,000*
0,000*
-
0,000*
Fotografia referência
0,999
0,993
0,290
0,000*
-
* = significativo ao nível de 5%.
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A influência de determinadas características dentárias na avaliação estética do sorriso
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Na primeira avaliação, se poderia esperar que a fotografia de referência, que apresentava todas as características, recebesse a menor nota (Tab. 3), o que não aconteceu. Uma possível causa para essa observação pode estar relacionada com a ordem de projeção das fotografias, a qual foi estabelecida aleatoriamente. Outra razão que pode ter contribuído para esse resultado relaciona-se ao fato da mancha amarela no 26 e da anatomia triangular e assimétrica da borda incisal do 22 quando comparada com a do 12, serem características discretas e possivelmente não perceptíveis por alunos de graduação. Tampouco esses detalhes poderiam ser levados em consideração como fatores que comprometessem a avaliação dos sorrisos, por parte desse grupo específico de avaliadores. Já na segunda avaliação, a fotografia de referência, que apresentava-se completamente corrigida, ou seja, sem as características em questão, recebeu a maior nota por parte dos alunos, sendo considerada a fotografia com o sorriso mais estético (Tab. 3). Dentre as características estabelecidas para a realização das avaliações da estética do sorriso, a presença do espaço triangular negro entre os incisivos centrais superiores foi a mais percebida como influenciando negativamente a estética do sorriso. As comparações efetuadas envolvendo as medidas dessa característica apresentaram significância estatística ao nível de 5%. Todas as outras comparações realizadas não apresentaram significância estatística (Tab. 4, 5). Essa observação foi verificada tanto na primeira avaliação, na qual as características foram excluídas das fotografias, quanto na segunda avaliação, onde as características foram incluídas nas fotografias (Gráf. 1). Os resultados desse estudo coincidem com os de outros estudos que verificaram que a ausência da papila interdental pode diminuir a qualidade estética do sorriso6,7,9,15. A presença da papila interdental no espaço interproximal é confirmada quando a distância entre o ponto de contato e o nível da crista óssea não excede 5mm, no entanto, quando essa distância excede 7mm a papila estará ausente15. Existem outros fatores que podem contribuir para a ausência da papila interdental e consequente presença do espaço triangular negro, tais como a divergência radicular dos incisivos centrais superiores, a forma alterada da coroa dentária4 e a distância entre os dois dentes adjacentes. Além disso, a ocorrência de recessão da papila gengival entre os incisivos centrais apresenta relação significativa com a idade, podendo representar uma característica de envelhecimento1. Portanto, dentre
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as justificativas para esse resultado, pode-se citar uma possível associação com o envelhecimento, o fato do espaço triangular apresentar coloração negra e ainda localizar-se na região anterior, entre os incisivos centrais, sendo a porção mais visível do sorriso. O mesmo raciocínio referente à localização também pode ser aplicado para a pouca percepção da mancha amarela no primeiro molar superior esquerdo. Caso a presença da mancha estivesse localizada na região dos incisivos, talvez fosse notada. Além disso, pode-se acrescentar a intensidade da cor da mancha que, no estudo em questão, apresentava-se relativamente clara e pode ter ficado ainda mais discreta durante a projeção das fotografias, o que possivelmente dificultou a percepção dos alunos. Com relação à anatomia triangular e assimétrica da borda incisal do 22 quando comparada com a do 12, também acredita-se que o fato de se apresentar de forma discreta pode ter contribuído para a pouca influência na percepção da estética do sorriso em questão. Apesar da diferença de altura do contorno gengival do 12 em relação ao 22 ter sido aparentemente percebida pelos alunos, as análises estatísticas envolvendo essas medidas não apresentaram valores estatisticamente significativos quando comparados aos valores atribuídos às fotografias de referência. Cabe salientar que os alunos de graduação podem não ter desenvolvido o treinamento necessário para perceber a influência de determinadas características dentárias na estética do sorriso, o que justifica a realização de novas pesquisas envolvendo grupos de avaliadores com mais tempo de experiência na Odontologia. O treinamento dos profissionais e os anos de experiência para a percepção, quantificação e necessidade de correção dos possíveis alterações que comprometem a avaliação estética dos sorrisos são, portanto, fatores que merecem maiores considerações por parte dos trabalhos que tratam desses assuntos. CONCLUSÕES Os resultados obtidos nos limites da metodologia empregada permitem concluir que, embora determinadas características dentárias possam influenciar na avaliação estética do sorriso, nem todas foram prontamente perceptíveis por alunos de graduação. Dentre as características ora pesquisadas, o espaço interdental triangular negro foi considerado o mais esteticamente desfavorável.
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artigo online*
Influência do pigmento na elasticidade em longo prazo de ligaduras elásticas Érika de Oliveira Dias de Macêdo1, Fabrício Mezzomo Collares2, Vicente Castelo Branco Leitune3, Susana Maria Werner Samuel4, Carmen Beatriz Borges Fortes5
Objetivo: avaliar a resposta à tração em 4mm de ligaduras elásticas, de diferentes cores, ao longo do tempo. Métodos: as ligaduras, da marca Morelli®, foram submetidas à tração por duas hastes de secção circular, respeitando a distância de 4mm (correspondente ao diâmetro aproximado de um braquete de incisivo central da mesma marca) e armazenadas em saliva artificial a 37°C. As medidas foram realizadas imediatamente (0h), após 2, 4, 6, 8, 10, 12, 24, 48, 72 e 96 horas, e após 1, 2, 3 e 4 semanas. Os resultados foram submetidos à análise estatística ANOVA de dois fatores de medidas repetidas. Resultados: a cor cinza apresentou o maior valor inicial de força quando submetida à tração, já os grupos roxo, rosa, verde, preto e vermelho apresentaram os menores valores. Os grupos com maior instabilidade na manutenção das forças foram os das cores vermelho, preto, prata, verde e cinza. Os mais estáveis foram os das cores pink, azul escuro, azul, roxo e rosa. Conclusão: as ligaduras não apresentam comportamento estável ao longo do tempo quando submetidas à tração, e as que são produzidas com diferentes cores se comportam de forma distinta entre si. Os grupos pink, azul escuro, azul, roxo e rosa apresentaram as forças mais constantes, sugerindo que devem ser utilizadas durante o tratamento para obtenção desse tipo de força. Palavras-chave: Elastômeros. Cor. Pigmentação. Elasticidade.
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
Como citar este artigo: Macêdo EOD, Collares FM, Leitune VCB, Samuel SMW, Fortes CBB. Pigment effect on the long term elasticity of elastomeric ligatures. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):27-8.
Doutoranda em Clínica Odontológica, com ênfase em Materiais Dentários, pela UFRGS.
1
Enviado em: 26 de abril de 2009 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2010 Professor Adjunto da Disciplina de Materiais Dentários da UFRGS.
2
3
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Doutorando em Clínica Odontológica, com ênfase em Materiais Dentários, pela UFRGS.
4
Endereço para correspondência: Érika de Oliveira Dias de Macêdo Rua Ramiro Barcelos, 2492 – Santana CEP: 09.0035-003 – Porto Alegre / RS E-mail: erikaodias@gmail.com
Professora Titular da Disciplina de Materiais Dentários da UFRGS.
Professora Adjunta da Disciplina de Materiais Dentários da UFRGS.
5
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Influência do pigmento na elasticidade em longo prazo de ligaduras elásticas
artigo online
Resumo do editor As ligaduras elásticas são utilizadas nas diversas fases do tratamento ortodôntico com a função de apreender o fio ortodôntico contra as canaletas dos braquetes, possibilitando a transmissão de forças aos dentes. As ligaduras elásticas são polímeros de poliuretano produzidos pela polimerização por condensação do di-isocianato e poliamida, com ligações cruzadas que permitem a recuperação elástica ao padrão espiral inicial. Apesar de possuírem propriedades elásticas, essas não são consideradas elásticos perfeitos, uma vez que sofrem degradação estrutural da cadeia do polímero, levando à deformação permanente e caracterizando o fenômeno denominado relaxamento da força. Pigmentos são incorporados a esses materiais na tentativa de melhorar a adesão ao tratamento, principalmente por parte dos pacientes jovens. Dúvidas persistem sobre as propriedades mecânicas desses materiais após a incorporação de pigmentos. O objetivo dos autores com o presente trabalho foi avaliar o comportamento mecânico de ligaduras elásticas de diferentes cores em diferentes períodos de tempo. Para esse estudo, foram utilizadas ligaduras elásticas tipo bengalinha, da marca Morelli®, em 10 diferentes cores: verde claro, vermelho, rosa, roxo, pink, azul, azul escuro, preto, cinza e prata (n=10). O tracionamento das ligaduras foi realizado em máquina universal de ensaios EMIC-DL 2000, com o auxílio de um dispositivo formado por duas hastes em forma de “L” (Fig. 1). As ligaduras foram tracionadas a uma velocidade de 1mm/s até que o diâmetro interno da ligadura ( 1,5mm) em repouso atingisse 4mm. A força (N) necessária para estirar cada ligadura de cada grupo foi registrada imediatamente (0h) e após os períodos de armazenagem de 2, 4, 6, 8, 10, 12, 24, 48, 72 e 96 horas e 1, 2, 3 e 4 semanas.
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Figura 1 - Dispositivo em aço inoxidável utilizado para fixar as ligaduras durante os testes.
Durante o período de experimentação, as amostras foram armazenadas em saliva artificial e mantidas em estufa a 37°C. De posse dos resultados obtidos, realizou-se a análise estatística. Os resultados evidenciaram que a cor cinza apresentou o maior valor inicial de força, já os grupos roxo, rosa, verde, preto e vermelho apresentaram os menores valores. Os grupos com maior instabilidade na manutenção das forças foram o vermelho, preto, prata, verde e cinza. Os mais estáveis foram os das cores pink, azul escuro, azul, roxo e rosa. Com a realização desse trabalho, os autores concluíram que as ligaduras não apresentam comportamento estável quando submetidas à tração ao longo do tempo, e as que são produzidas em diferentes cores se comportam de forma distinta entre si.
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artigo inédito
Influência do pigmento na elasticidade em longo prazo de ligaduras elásticas Érika de Oliveira Dias de Macêdo1, Fabrício Mezzomo Collares2, Vicente Castelo Branco Leitune3, Susana Maria Werner Samuel4, Carmen Beatriz Borges Fortes5
Objetivo: avaliar a resposta à tração em 4mm de ligaduras elásticas, de diferentes cores, ao longo do tempo. Métodos: as ligaduras, da marca Morelli®, foram submetidas à tração por duas hastes de secção circular, respeitando a distância de 4mm (correspondente ao diâmetro aproximado de um braquete de incisivo central da mesma marca) e armazenadas em saliva artificial a 37°C. As medidas foram realizadas imediatamente (0h), após 2, 4, 6, 8, 10, 12, 24, 48, 72 e 96 horas, e após 1, 2, 3 e 4 semanas. Os resultados foram submetidos à análise estatística ANOVA de dois fatores de medidas repetidas. Resultados: a cor cinza apresentou o maior valor inicial de força quando submetida à tração, já os grupos roxo, rosa, verde, preto e vermelho apresentaram os menores valores. Os grupos com maior instabilidade na manutenção das forças foram os das cores vermelho, preto, prata, verde e cinza. Os mais estáveis foram os das cores pink, azul escuro, azul, roxo e rosa. Conclusão: as ligaduras não apresentam comportamento estável ao longo do tempo quando submetidas à tração, e as que são produzidas com diferentes cores se comportam de forma distinta entre si. Os grupos pink, azul escuro, azul, roxo e rosa apresentaram as forças mais constantes, sugerindo que devem ser utilizadas durante o tratamento para obtenção desse tipo de força. Palavras-chave: Elastômeros. Cor. Pigmentação. Elasticidade.
Professor Adjunto da Disciplina de Materiais Dentários, UFRGS.
Como citar este artigo: Macêdo EOD, Collares FM, Leitune VCB, Samuel SMW, Fortes CBB. Pigment effect on the long term elasticity of elastomeric ligatures. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):27.e1-6.
Doutorando em Clínica Odontológica, com ênfase em Materiais Dentários, UFRGS.
Enviado em: 26 de abril de 2009 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2010
Professora Titular da Disciplina de Materiais Dentários, UFRGS.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Doutoranda em Clínica Odontológica, com ênfase em Materiais Dentários, UFRGS.
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Professora Adjunta da Disciplina de Materiais Dentários, UFRGS.
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Endereço para correspondência: Érika de Oliveira Dias de Macêdo R. Ramiro Barcelos, 2492 – Santana CEP: 09.0035-003 – Porto Alegre/RS E-mail: erikaodias@gmail.com
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Influência do pigmento na elasticidade em longo prazo de ligaduras elásticas
artigo inédito
INTRODUÇÃO As ligaduras elásticas são utilizadas nas fases de alinhamento e nivelamento dentário, permitindo que fios de calibre reduzido se conectem aos dentes, gerando movimentação nos sentidos horizontal, vestibulolingual, mesiodistal e vertical. Atuam, também, auxiliando na correção das giroversões e nas retrações. A possibilidade de escolha da cor da ligadura funciona, ainda, como um estímulo à adesão ao tratamento, principalmente aos pacientes jovens, por sua extensa gama de cores produzidas atualmente. As ligaduras elásticas são polímeros de poliuretano, produzidos pela polimerização por condensação do di-isocianato e poliamida (“step-reaction polymerization process”), com ligações cruzadas que permitem a recuperação elástica ao padrão espiral inicial7. Entretanto, apesar de possuírem propriedades elásticas, não são considerados elásticos perfeitos, pois, sofrem degradação estrutural da cadeia do polímero, levando à deformação permanente, caracterizando o fenômeno denominado “relaxamento da força”, que consiste no decréscimo da força necessária para distendê-lo em função do tempo1,7,8,15. Pigmentos que são incorporados à matriz elastomérica para conferir diferentes colorações ao material, parecem alterar as propriedades mecânicas das ligaduras, porém, poucos estudos foram realizados sobre esse tema1,2. O objetivo desse trabalho é avaliar o comportamento das ligaduras elásticas de diferentes cores em diferentes tempos de armazenamento, submetidas à tração.
dispositivo formado por duas hastes em forma de “L” confeccionadas com aço inoxidável com secção circular de 0,7mm (Fig. 1). As porções anguladas das hastes foram colocadas em contato e introduzidas nas ligaduras que foram tracionadas a uma velocidade de 1mm/s até que o diâmetro interno da ligadura (1,5mm), em repouso, atingisse 4mm. A força (N) necessária para estirar cada ligadura de cada grupo foi registrada imediatamente (0h) e após os períodos de armazenagem de 2, 4,6, 8, 10, 12, 24, 48, 72, 96 horas e 1, 2 ,3, 4 semanas. As amostras foram armazenadas em saliva artificial e mantidas em estufa, a 37°C. A análise dos dados foi realizada através de ANOVA de dois fatores para medidas repetidas (cor e tempo). O nível de significância utilizado foi de 95%. Resultados O comportamento apresentado pelas ligaduras, em relação à força, quando submetido ao ensaio de tração, é apresentado no Gráfico 1 e na Tabela 1. A cor cinza apresentou a maior força inicial quando submetida à tração, em relação aos grupos roxo, rosa, verde, preto e vermelho, mas não houve diferença significativa entre os valores de força obtido para os grupos pink, azul escuro, azul e prata.
Material e métodos Para esse estudo, foram utilizadas ligaduras elásticas tipo “bengalinha”, da marca Morelli®, em 10 diferentes cores: verde claro, vermelho, rosa, roxo, pink, azul, azul escuro, preto, cinza e prata. Cada cor representa um grupo com 10 unidades por grupo. Como a função principal das ligaduras consiste em conectar o fio ao braquete, mantendo-o sob constante pressão para que o fio promova a movimentação dentária, utilizou-se o diâmetro de um braquete de incisivo central da marca Morelli®, como padrão, o que equivale à distância média do aplicador de amarrilho elástico usado para fixação das ligaduras desse tipo aos braquetes, que é de 4mm. O tracionamento das ligaduras foi realizado em uma máquina de ensaio universal EMIC DL 2000 (São José dos Pinhais, PR), com o auxílio de um
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Figura 1 - Dispositivo em aço inoxidável utilizado para fixar as ligaduras durante os testes.
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Macêdo EOD, Collares FM, Leitune VCB, Samuel SMW, Fortes CBB
teste as maiores oscilações de força, com variações entre quedas e elevações.
Na hora, 2 o grupo cinza continuou apresentando o maior valor e passou a apresentar diferença significativa para as cores pink, rosa e preto. Na semana 1 houve queda da força quando submetida ao ensaio de tração para os grupos verde, preto, cinza e prata, sendo estatisticamente significativa em relação aos demais grupos. Nesse momento, o grupo cinza passou a ser diferente somente dos grupos rosa e vermelho. Em relação ao comportamento ao longo do tempo, as cores roxo, rosa, azul escuro, azul e pink não apresentaram uma redução significativa da força, mantendo um comportamento mais uniforme. O grupo verde foi o único que apresentou redução significativa na força quando submetido à tração na semana 4, em relação aos valores iniciais. Os grupos vermelho, verde e preto demonstraram durante os períodos de
Discussão Os elásticos de poliuretano são muito utilizados em Ortodontia e substituem os confeccionados de látex em casos de pacientes hipersensíveis; mas, por não serem considerados elásticos ideais, se comportam de maneira não uniforme. Parte de sua força é perdida ao longo do tempo, podendo interferir no efeito sobre a movimentação dentária nos 28 dias em que, geralmente, se encontram em uso intrabucal. Além disso, as diferentes cores em que são confeccionados têm demonstrado variação no seu comportamento, sendo sugerido por alguns trabalhos que o processo de manufatura e os tipos de pigmentos
Tabela 1 - Média dos valores da força (N) e desvio padrão para estiramento nas diferentes cores e tempos. Tempos
Cinza
Pink
Azul Esc.
Azul
Prata
Roxo
Rosa
Verde
Preto
Vermelho
1h
3,70 (±0,25) 3,53 (±0,16) 3,49 (±0,22) 3,46 (±0,17) 3,44 (±0,17) 3,41 (±0,27) 3,39 (±0,24) 3,37(±0,26) 3,35 (±0,19) 3,24 (±0,27) B,a B,a B,C,a B,C,a B,C,a C,a C,a C,a C,a C,a
2h
3,25 (±0,26) 2,95 (±0,15) 3,06 (±0,19) 3,05 (±0,16) 3,02 (±0,16) 3,00 (±0,26) 2,95 (±0,22) B,b,c C,D,b B,C,D,b B,C,D,b B,C,D,b B,C,D,b C,D,b
3,18(±0,21) B,C,a,b
4h
3,28 (±0,22) 2,92 (±0,12) B,C,b C,b
3,05(±0,14) 2,95 (±0,17) 2,84 (±0,20) B,C, b,c C,b,c C,b,c
6h
3,08 (±0,21) 2,83 (±0,14) 2,95 (±0,14) 2,94 (±0,14) 2,84 (±0,14) 2,91 (±0,25) 2,90 (±0,20) 2,99(±0,14) 2,91 (±0,18) B,b,c B,C,b B,C,b B,C,b B,C,b,c B,C,b B,C,b B,C,b,c B,C,b,c
8h
3,06 (±0,23) 2,79 (±0,14) 2,90 (±0,18) 2,87 (±0,18) 2,82 (±0,14) 2,83 (±0,25) 2,81 (±0,21) B,b,c B,C,b B,C,b B,C,b B,C,b,c B,C,b B,C,b
10h
3,05 (±0,21) 2,83 (±0,14) 2,89 (±0,18) 2,92 (±0,12) 2,82 (±0,15) 2,85 (±0,24) 2,81 (±0,22) 2,86(±0,12) 2,88 (±0,15) B,b,c B,C,b B,C,b B,C,b B,C,b,c B,C,b B,C,b B,C,c B,C,b,c
12h
3,05 (±0,19) B,b,c
24h
3,02 (±0,21) 2,94 (±0,13) B,b,c B,C,b
2,92 (±0,15) 2,94 (±0,13) 2,85 (±0,15) 2,97 (±0,36) 2,87 (±0,18) B,C,b B,C,b B,C,b,c B,C,b B,C,b
48h
3,12 (±0,18) B,b,c
2,94 (±0,13) B,C,b
2,93 (±0,17) 2,89 (±0,25) 2,82 (±0,15) 2,87 (±0,24) 2,83 (±0,20) 2,97(±0,12) 2,90 (±0,13) 2,75 (±0,16) B,C,b B,C,b C,b,c B,C,b C,b B,C,b,c B,C,b,c C,b,c
72h
3,05 (±0,14) B,b,c
2,92 (±0,11) B,b
2,86 (±0,17) 2,87 (±0,14) 2,78 (±0,15) 2,79 (±0,22) 2,79 (±0,21) 2,83 (±0,20) 2,82 (±0,11) B,C,b B,C,b B,C,b,c B,C,b B,C,b B,C,c B,C,c
96h
3,17 (±0,18) B,b,c
3,01 (±0,12) B,C,b
2,96 (±0,18) 2,96 (±0,14) 2,85 (±0,14) 2,89 (±0,23) 2,88 (±0,20) 2,94 (±0,10) 2,91 (±0,13) 2,94 (±0,10) B,C,b B,C,b C,b,c B,C,b C,b B,C,b,c B,C,b,c B,C,b
1ª sem.
2,97 (±0,19) B,c
2,77 (±0,15) B,C,b
2,78 (±0,16) 2,77 (±0,14) 2,67 (±0,14) 2,73 (±0,24) 2,67 (±0,19) 2,83 (±0,15) 2,75 (±0,14) 2,59 (±0,18) B,C,b B,C,b C,c B,C,b C,b B,C,c B,C,c C,c
2ª sem.
3,21 (±0,21) B,b,c
3,02 (±0,14) B,C,b
2,97 (±0,17) 2,95 (±0,14) 2,87 (±0,13) 2,90 (±0,26) 2,86 (±0,20) 2,91 (±0,15) 2,90 (±0,13) 2,77 (±0,22) B,C,b C,b C,b,c C,b C,b C,b,c C,b,c C,b,c
3ª sem.
3,19 (±0,23) B,b,c
2,99 (±0,13) B,C,b
2,99 (±0,17) 2,98 (±0,14) 2,89 (±0,14) 2,91 (±0,25) 2,90 (±0,22) 2,94 (±0,16) 2,97 (±0,15) 2,73 (±0,21) B,C,b B,C,b C,b,c B,C,b C,b B,C,b,c B,C,b,c C,b,c
4ª sem.
3,08 (±0,22) 2,90 (±0,11) B,b,c B,C,b
2,85 (±0,15) 2,83 (±0,13) 2,77 (±0,14) 2,82 (±0,25) 2,82 (±0,22) 2,88 (±0,13) 2,82 (±0,14) 2,64 (±0,18) B,C,b B,C,b C,b,c B,C,b B,C,b B,C,c B,C,c C,c
2,77 (±0,13) B,C,b
3,02 (±0,19) 3,03 (±0,16) 3,02 (±0,13) 2,95 (±0,21) B,C,b C,b B,C,b C,b
2,92 (±0,19) C,b
2,95 (±0,17) 2,88 (±0,20) C,D,b,c B,D,b,c
2,75 (±0,16) C,b,c
2,92(±0,14) 2,88 (±0,19) 2,71 (±0,19) B,C,b,c B,C,b,c C,b,c 2,71 (±0,18) C,b,c
2,85 (±0,16) 2,88 (±0,15) 2,78 (±0,15) 2,79 (±0,26) 2,78 (±0,19) 2,90(±0,14) 2,79 (±0,18) 2,68 (±0,19) B,C,b B,C,b B,C,b,c B,C,b B,C,b B,C,b,c B,C,c C,b,c 2,97(±0,13) B,C,b,c
3,12 (±0,19) B,a,b
2,73 (±0,18) C,b,c
2,61 (±0,18) C,c
Letras maiúsculas diferentes mostram diferença estatística nas colunas. Letras minúsculas diferentes mostram diferença estatística nas linhas.
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Influência do pigmento na elasticidade em longo prazo de ligaduras elásticas
artigo inédito
O envelhecimento do poliuretano in vitro envolve, inicialmente, a degradação do grupo éter, seguida da perda do uretano livre não ligado do grupo éster e do hidrogênio ligado ao uretano do grupo éster e do grupo ureia. Desse modo, a água hidrolisa, o éster ou o éter que compõem as ligações da cadeia principal, aceleram o envelhecimento e levam ao enfraquecimento do material pela degradação estrutural da cadeia do polímero. Isso reduz a força necessária para mantê-lo estendido e, consequentemente, diminui a tensão interna sob tração7,8. No ambiente seco, diferente do úmido em que o envelhecimento ocorre pela remoção do hidrogênio do grupo beta-metileno levando à perda de álcool e alcenos, essa remoção do hidrogênio é feita a partir do grupo alfa-metileno, o que corresponde a um processo de degradação mais lento7,8. Taloumis et al.14, em seu estudo, demonstraram a influência do meio de armazenamento na configuração das ligaduras, comprovando que a simples imersão desses elásticos em meio úmido já é capaz de alterar suas dimensões, corroborando os achados de Wong15 que, em 1976, avaliou que essas ligaduras absorvem saliva, o que leva a uma alteração na sua configuração estrutural e no seu comportamento quando submetida a forças de tração. Em relação à manutenção das tensões ao longo do tempo, alguns estudos relataram que forças iniciais maiores determinam perdas maiores ao longo do tempo10,13,14. Nesse trabalho, tal fenômeno foi demonstrado no comportamento das ligaduras cinzas que obtiveram forças iniciais maiores e menor estabilidade na manutenção dessas forças em relação a grupos com valores iniciais intermediários. Para as cores pink, azul escuro e azul, os resultados encontrados nesse trabalho concordam com achados de De Genova et al., que encontraram valores iniciais maiores e menor perda da força sob tração, uma vez que essas cores apresentaram força inicial elevada, com valores sem diferença estatística em relação ao grupo cinza e mantiveram boa estabilidade ao longo do tempo5. Para os valores iniciais menores, cujo comportamento foi o mais instável, os resultados também relacionam-se com os encontrados por De Genova et al.5 que relataram em seu trabalho maior perda de força para ligaduras com forças iniciais menores quando comparada a ligaduras com forças iniciais maiores, após 21 dias.
4
3
2
imed 2h iato 6h 4h 10h 8h 24h 12h 72h 48h 1s 96h 3s 2s 4s (S)
po
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Grupo
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pra ta rox o ros a
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Força (N)
1
gráfico 1 - Valores da força sob tração, em 4mm, para as diferentes cores nos períodos analisados.
empregados podem influenciar a estrutura do material e, por conseguinte, sua capacidade de resistência à tração ao longo do tempo1,2,11,12. De acordo com a lei da ação e reação, os valores obtidos indicam, também, a tensão interna remanescente no elástico correspondente à sua capacidade potencial de exercer força sobre a arcada para a desejada movimentação dentária. Estudos que avaliaram o comportamento das ligaduras, em relação ao tempo, mostraram que a maior perda de resistência ao estiramento ocorre nas primeiras 24 horas1,3,14,15 e que, em média, 30% de perda ocorre na 1ª hora4,5,11,13, corroborando os achados desse trabalho. Essas diferenças podem ser resultadas das diferentes técnicas de manufatura envolvendo cutting ou injection-moulding do material bruto, dos aditivos incorporados ao produto final, das diferenças morfológicas (módulo elipsoide ou circular) e, no caso das correntes, das características dimensionais (presença ou não de ligações intermodulares)6,7,8,12. Existe uma grande variação da resistência à tração entre elásticos armazenados em meio úmido e aqueles em meio seco, motivo pelo qual, nesse trabalho, as ligaduras foram armazenadas em saliva artificial6.
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necessidade de manutenção do engrenamento total do fio com o braquete para alcançar a movimentação esperada, como, por exemplo, nas rotações dentárias, em casos com apinhamentos maiores que 3mm (demonstrado pelo estudo de Franchi e Baccetti9) e nas fases de alinhamento e nivelamento em que essa perda na força sob tração gera estímulos intermitentes e decrescentes, que podem influenciar negativamente no movimento dentário, principalmente com a utilização dos fios termoativados que têm sua ação por mais tempo. Como após 28 dias eles não conseguem estabelecer um engrenamento ideal do fio com slot, há uma descaracterização desse fio dos efeitos em longo prazo.
O aumento da força a partir da segunda semana é justificado pelos achados de Wong15, que revelou uma provável perda das propriedades elásticas relacionada ao tempo e à quantidade de estiramento, levando a uma deformação plástica que torna as ligaduras mais rígidas ao estiramento. A redução nos valores subsequentes da resistência da força à tração, apresentadas nesse trabalho, segundo Taloums et al., pode estar relacionada à alteração dimensional permanente e ao aumento do diâmetro interno da ligadura, assim como da espessura da parede e do diâmetro externo, que levam à perda de força ao longo do tempo14. As variações encontradas nesse trabalho em relação às diferentes cores, sugerem que os diferentes tipos de pigmentos empregados podem alterar o comportamento das ligaduras, corroborando os achados de Baty et al.2, que encontraram diferenças entre algumas marcas de ligaduras e explicaram o fenômeno como sendo resultado não só do tipo de pigmento, como também da manufatura empregada. Os resultados do estudo de Lu et al.11 também demonstraram diferenças pela adição de pigmentos com resultados estatisticamente superiores para os elásticos transparentes quando comparados a elásticos cinza. As diferenças no comportamento das ligaduras para as diversas cores podem influenciar na escolha de uma cor sobre a outra, já que cores que mantém melhor estabilidade ao longo do tempo são mais recomendadas por seus efeitos biológicos menos nocivos. A diferença nos valores da força necessária para o estiramento nos diversos grupos torna necessário um controle individual, já que essas diferenças promovem efeitos distintos, dependendo da situação clínica empregada e das condições anatômicas e de suporte ósseo de cada paciente. A perda de resistência ao longo do tempo pode influenciar, especialmente, os casos em que há
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Conclusão As ligaduras não possuem comportamento estável quando submetidas à tração ao longo do tempo. A cor da ligadura é uma variável determinante para o seu comportamento, fazendo com que os grupos de cores diferentes tenham comportamentos distintos entre si. A escolha desse material deve se basear nos efeitos desejados para obtenção de resultados efetivos durante o tratamento e ser possível prever seus efeitos nos pacientes. Considerando as limitações dos testes in vitro, os grupos verde, preto e vermelho foram aqueles com as maiores oscilações na força quando sob tração. E dentre todos os grupos, o grupo verde apresentou uma redução estatisticamente significativa entre as medidas iniciais e a final do experimento. Os grupos formados pelas cores pink, azul escuro, azul, roxo e rosa não mostraram diferença entre as medidas após o estiramento inicial e final, o que poderia sugerir ao profissional serem os grupos de escolha para obtenção de forças mais constantes ao longo do experimento.
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artigo online*
Inter-relação entre a Ortodontia e a Fonoaudiologia na tomada de decisão de tratamento de indivíduos com respiração bucal Rúbia Vezaro Vanz1, Lilian Rigo2, Angela Vezaro Vanz3, Anamaria Estacia4, Lincoln Issamu Nojima5
Objetivo: o objetivo desta pesquisa foi investigar a tomada de decisão clínica dos ortodontistas do município de Passo Fundo/RS no tratamento interdisciplinar Ortodontia/Fonoaudiologia de indivíduos respiradores bucais. Métodos: o presente estudo é de abordagem quantitativa, e o delineamento é descritivo-exploratório, utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário dirigido a 22 ortodontistas atuantes no município mencionado. O projeto foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa e todos os indivíduos envolvidos na pesquisa assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: todos os profissionais consideram necessária a inter-relação entre Ortodontia e Fonoaudiologia, porém houve divergências quanto às situações em que existe a possibilidade de um trabalho conjunto, considerando-se que 54,5% confiam na inter-relação para desenvolver aspectos relacionados à linguagem, motricidade bucofacial e hábitos. Nos casos de tratamento conjunto, os resultados obtidos foram considerados satisfatórios por 73,7% dos profissionais, apesar de considerarem que apenas 6 a 20% de seus pacientes colaboram com o tratamento. Conclusão: em relação à tomada de decisão de tratamento em indivíduos com respiração bucal, os ortodontistas de Passo Fundo/RS concordam que há necessidade da relação com os fonoaudiólogos. A visão da integralidade do indivíduo no trabalho em equipe multidisciplinar é de fundamental importância no tratamento dos pacientes com síndrome do respirador bucal. Palavras-chave: Respiração bucal. Ortodontia. Fonoaudiologia.
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
Como citar este artigo: Vanz RV, Rigo L, Vanz AV, Estacia A, Nojima LI. Interrelation between orthodontics and phonoaudiology in the clinical decision-making of individuals with mouth breathing. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):29-30.
Especialista em Ortodontia – Ingá/Uningá.
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Enviado em: 29 de abril de 2009 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2010
Coordenadora da Escola de Odontologia da Faculdade Meridional/IMED e professora dos cursos de Especialização CEOM/IMED.
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» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Especialista em Endodontia – Ingá/Uningá.
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Coordenadora do curso de Especialização em Ortodontia CEOM/IMED e professora da Escola de Odontologia da Faculdade Meridional/IMED.
Endereço para correspondência: Lilian Rigo Av. Major João Schell, 1121 CEP: 99.020-020 – Passo Fundo/RS E-mail: lilianrigo@via-rs.net
Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Visiting Associate Professor, Department of Orthodontics, Case Western Reserve University, Estágio Pós-doutorado.
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Inter-relação entre a Ortodontia e a Fonoaudiologia na tomada de decisão de tratamento de indivíduos com respiração bucal
Resumo do editor
perguntas referentes à inter-relação Ortodontia-Fonoaudiologia, ou seja, os dados referem-se aos critérios para a tomada de decisão clínica de tratamento dos ortodontistas. Os dados coletados na amostra foram submetidos a testes estatísticos utilizando-se o programa estatístico SPSS 15.0. Os resultados evidenciaram que todos os profissionais consideram necessária a inter-relação entre Ortodontia e Fonoaudiologia, porém houve divergências quanto às situações em que existe a possibilidade de um trabalho conjunto, considerando-se que 54,5% confiam na inter-relação para desenvolver aspectos relacionados à linguagem, motricidade bucofacial e hábitos. Nos casos de tratamento conjunto, os resultados obtidos foram considerados satisfatórios por 73,7% dos profissionais, apesar de considerarem que apenas 6 a 20% de seus pacientes colaboram com o tratamento. Dessa forma, os autores concluem com a realização desse trabalho que, em relação à tomada de decisão clínica de tratamento em indivíduos com respiração bucal, todos os ortodontistas do município de Passo Fundo/RS questionados concordaram haver necessidade da relação com os fonoaudiólogos; os ortodontistas do município tomam a decisão de tratamento de encaminhar seus pacientes aos fonoaudiólogos, bem como acompanham o seu tratamento, porém a maioria sente resistência, por parte dos pacientes, quanto à realização do tratamento fonoaudiológico.
A respiração bucal caracteriza-se por um desvio do modo respiratório nasal, sendo um transtorno que afeta o crescimento e o desenvolvimento de todo o sistema bucofacial. Quando continuada, a respiração bucal desencadeia uma sucessão de eventos que prejudicam o desenvolvimento da criança e, até mesmo, do adulto em suas atividades habituais. Atualmente, sabe-se que o tratamento da síndrome do respirador bucal requer a interdisciplinaridade, uma vez que é impossível apenas um profissional corrigir as alterações funcionais, patológicas, estruturais, posturais e emocionais dos portadores dessa síndrome. Assim, a proposta dos autores com o presente trabalho foi verificar a tomada de decisão clínica de tratamento por ortodontistas de Passo Fundo/RS na inter-relação com a Fonoaudiologia, em indivíduos respiradores bucais. A amostra do estudo contou com a participação de 22 cirurgiões-dentistas com pós-graduação em Ortodontia atuantes no referido município, segundo registro no Conselho Regional de Odontologia. O instrumento de pesquisa aplicado aos ortodontistas foi um questionário com perguntas abertas e fechadas, sendo que na primeira parte estavam os dados demográficos (sexo, idade, tempo de graduação, faculdade que se graduou, tipo de pós-graduação em Ortodontia e atuação profissional). A segunda parte constou de
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artigo inédito
Inter-relação entre a Ortodontia e a Fonoaudiologia na tomada de decisão de tratamento de indivíduos com respiração bucal Rúbia Vezaro Vanz1, Lilian Rigo2, Angela Vezaro Vanz3, Anamaria Estacia4, Lincoln Issamu Nojima5
Objetivo: o objetivo desta pesquisa foi investigar a tomada de decisão clínica dos ortodontistas do município de Passo Fundo/RS no tratamento interdisciplinar Ortodontia/Fonoaudiologia de indivíduos respiradores bucais. Métodos: o presente estudo é de abordagem quantitativa, e o delineamento é descritivo-exploratório, utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário dirigido a 22 ortodontistas atuantes no município mencionado. O projeto foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa e todos os indivíduos envolvidos na pesquisa assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: todos os profissionais consideram necessária a inter-relação entre Ortodontia e Fonoaudiologia, porém houve divergências quanto às situações em que existe a possibilidade de um trabalho conjunto, considerando-se que 54,5% confiam na inter-relação para desenvolver aspectos relacionados à linguagem, motricidade bucofacial e hábitos. Nos casos de tratamento conjunto, os resultados obtidos foram considerados satisfatórios por 73,7% dos profissionais, apesar de considerarem que apenas 6 a 20% de seus pacientes colaboram com o tratamento. Conclusão: em relação à tomada de decisão de tratamento em indivíduos com respiração bucal, os ortodontistas de Passo Fundo/RS concordam que há necessidade da relação com os fonoaudiólogos. A visão da integralidade do indivíduo no trabalho em equipe multidisciplinar é de fundamental importância no tratamento dos pacientes com síndrome do respirador bucal. Palavras-chave: Respiração bucal. Ortodontia. Fonoaudiologia.
Como citar este artigo: Vanz RV, Rigo L, Vanz AV, Estacia A, Nojima LI. Interrelation between orthodontics and phonoaudiology in the clinical decision- making of individuals with mouth breathing. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):29.e1-7.
Especialista em Ortodontia – Ingá/Uningá.
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Coordenadora da Escola de Odontologia da Faculdade Meridional/IMED e professora dos cursos de Especialização CEOM/IMED.
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Enviado em: 29 de abril de 2009 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2010 3
Especialista em Endodontia – Ingá/Uningá.
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» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Coordenadora do curso de Especialização em Ortodontia CEOM/IMED e professora da Escola de Odontologia da Faculdade Meridional/IMED.
Endereço para correspondência: Lilian Rigo Av. Major João Schell, 1121 CEP: 99.020-020 – Passo Fundo/RS E-mail: lilianrigo@via-rs.net
Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Visiting Associate Professor, Department of Orthodontics, Case Western Reserve University, Estágio Pós-doutorado.
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artigo inédito
Inter-relação entre a Ortodontia e a Fonoaudiologia na tomada de decisão de tratamento de indivíduos com respiração bucal
INTRODUÇÃO A síndrome do respirador bucal é o conjunto de sinais e sintomas de quem respira total ou parcialmente pela boca1-4. “Respirador bucal” é o indivíduo que substitui o padrão correto de respiração nasal por um padrão inadequado, bucal ou misto (buconasal)5. A respiração bucal caracteriza-se por um desvio do modo respiratório nasal, sendo um transtorno que afeta o crescimento e o desenvolvimento de todo o sistema orofacial. Evidencia-se a estreita relação entre a condição ósseo-dentária, a musculatura e as funções do sistema estomatognático6. Quando continuada, desencadeia uma sucessão de eventos que prejudicam o desenvolvimento da criança e, até mesmo, o adulto em suas atividades habituais7. Atualmente, sabe-se que o tratamento da síndrome do respirador bucal requer a interdisciplinaridade, uma vez que é impossível apenas um profissional recuperar as alterações funcionais, patológicas, estruturais, posturais e emocionais dos portadores dessa síndrome8. O trabalho em equipe é, portanto, de fundamental importância, pois, através de uma avaliação integrada, serão propostos tratamentos específicos para resolução de cada caso com sucesso9. Para isso, a compreensão dos fatores que produzem as alterações características dos respiradores bucais é fundamental, e tal situação vai além da simples detecção dessas alterações10. O cirurgião-dentista atua diretamente na reabilitação dos respiradores bucais, buscando um maior entrosamento com outros profissionais, como fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas, fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas, a fim de alcançar o equilíbrio entre forma e função. A forma de intervenção da Ortodontia visa modificar a estrutura bucal para permitir a respiração correta através de aparelhos fixos ou móveis, melhorando a estrutura óssea respiratória, e não apenas a correção de dentes. A Fonoaudiologia intervém na reeducação da respiração, associada a um trabalho de mioterapia com exercícios de fortalecimento e ajuste da musculatura alterada pela respiração bucal9. Apesar da grande quantidade e das diferentes abordagens de trabalhos descritos na literatura há mais de um século sobre os efeitos e tratamento da respiração bucal, existem poucas alusões às atuações interdisciplinares, que podem ser de grande valia,
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tanto no decorrer do tratamento como no pós-tratamento dessa síndrome. Sendo assim, esse estudo pretende mostrar a importância do trabalho multidisciplinar no tratamento de pacientes com a síndrome do respirador bucal, o que contribuirá para um melhor atendimento e, consequentemente, para o sucesso do tratamento odontológico. O objetivo do presente estudo é verificar a tomada de decisão clínica de tratamento por ortodontistas de Passo Fundo/RS na inter-relação com a fonoaudiologia em indivíduos respiradores bucais. MATERIAL E MÉTODOS O estudo é de abordagem quantitativa, cujo delineamento é descritivo exploratório. Foi realizado no período de julho de 2008 no município de Passo Fundo, que encontra-se localizado na região norte do Rio Grande do Sul e possui população de 185.279 habitantes11. A população do estudo contou com 28 cirurgiões-dentistas com pós-graduação em Ortodontia, atuantes no município de Passo Fundo, segundo o Conselho Regional de Odontologia. Do total dos profissionais, 5 não concordaram em participar da pesquisa e 1 é autor da pesquisa, totalizando uma amostra de 22 Ortodontistas. O projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Ingá (Uningá) de Maringá, tendo sido aprovado conforme Resolução 196/96 do Conselho Nacional, sob parecer número 0083/08. Os profissionais envolvidos na pesquisa assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, aceitando participar do trabalho, sendo garantido sigilo absoluto quanto aos dados informados. O instrumento de pesquisa aplicado aos 22 Ortodontistas foi um questionário com perguntas abertas e fechadas, sendo que, na primeira parte, estavam os dados demográficos (sexo, idade, tempo de formado, faculdade em que se graduou, tipo de pós-graduação em Ortodontia e atuação profissional). A segunda parte constou de perguntas referentes à inter-relação Ortodontia-Fonoaudiologia, ou seja, os dados referem-se aos critérios quanto à tomada de decisão clínica de tratamento dos ortodontistas. Os dados coletados foram armazenados em planilha do Excel, sendo exportados para o programa estatístico SPSS 15.0 para realização da análise descritiva.
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Vanz RV, Rigo L, Vanz AV, Estacia A, Nojima LI
RESULTADOS Análise descritiva da amostra Após a aplicação dos 22 questionários aos profissionais da área da Ortodontia, foram obtidos os resultados absolutos e relativos. A maioria dos profissionais, 72,7%, era do sexo feminino, com média de 42 anos de idade (28 a 62 anos). O tempo médio de graduado desses profissionais foi de 19 anos (5 a 38). A maioria dos profissionais concluiu a graduação em faculdade particular (90,2%), sendo 86,4% de especialistas em Ortodontia, atuantes em serviço privado (90,2%). Os dados relativos ao perfil dos profissionais estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1 - Descrição dos cirurgiões-dentistas da cidade de Passo Fundo/RS, 2009, de acordo com características demográficas. Variáveis demográficas Masculino
%
6
27,3
Feminino
16
72,7
TOTAL
22
100,0
25 a 35 anos
7
31,8
36 a 45
6
27,3
Idade
Mais de 45
9
40,9
TOTAL
22
100,0
5 a 10 anos
6
27,2
11 a 20 anos
8
36,4
Tempo de graduado
Análise descritiva em relação à tomada de decisão Com relação à importância da inter-relação entre Ortodontia e fonoaudiologia, todos os 22 profissionais (100%) concordaram que essa relação é necessária. Houve divergências quanto às situações em que existe a necessidade/possibilidade de um tratamento conjunto, sendo que muitos (54,5%) confiam no trabalho conjunto para desenvolver aspectos relacionados à linguagem, motricidade orofacial e hábitos. Outros (31,8%) acreditam na inter-relação apenas para tratar distúrbios relacionados à motricidade orofacial e hábitos, e alguns (13,6%) usam dessa interdisciplinaridade para tratar unicamente problemas relacionados aos hábitos. Contudo, 86,3% encaminham seus pacientes ao fonoaudiólogo (Tab. 2). Dessa forma, para as seguintes questões referentes à tomada de decisão desses profissionais, foi definida a exclusão dos que não encaminham ao fonoaudiólogo, mantendo uma amostra de 19 ortodontistas. Da amostra de 19 profissionais, 36,8% indicam até 5% de pacientes para tratamento fonoaudiológico; 26,3% encaminham de 6 a 10%; 21,1% encaminham de 11 a 20%; 10,5% indicam de 21 a 30% dos pacientes; e apenas 5,3% encaminham mais de 30%. A resistência dos pacientes em realizar o tratamento fonoaudiológico, segundo os profissionais, é de 73,7%, sendo que os resultados são satisfatórios em 73,7% dos casos. A porcentagem de pacientes colaboradores no tratamento interdisciplinar, segundo avaliação dos profissionais, foi bastante variada. Com relação à manutenção do contato com o fonoaudiólogo, quando da realização dos encaminhamentos,
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n
Sexo
Mais de 20 anos
8
36,4
TOTAL
22
100,0
Privada
20
90,2
Pública
2
9,8
TOTAL
22
100,0
Especialização
19
86,4
Mestrado
3
13,6
TOTAL
22
100,0
20
90,2
Faculdade em que graduou
Tipo pós-graduação em Ortodontia
Atuação profissional Privado Público e Privado
2
9,8
TOTAL
22
100,0
Tabela 2 - Tomada de decisão de tratamento quanto à inter-relação com o fonoaudiólogo por cirurgiões-dentistas da cidade de Passo Fundo/RS, 2009 (22 profissionais). Variáveis decisão de tratamento Inter-relação com fonoaudiólogo Sim
22
100,0
Não
0
0
TOTAL
22
100,0
Linguagem, distúrbios de motricidade orofacial e hábitos
12
54,5
Distúrbios de motricidade orofacial e hábitos
7
31,8
Tratamento conjunto
Hábitos
3
13,6
TOTAL
22
100,0
Encaminham seus pacientes a fonoaudiólogo
29.e3
Sim
19
86,3
Não
3
13,7
TOTAL
22
100,0
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Inter-relação entre a Ortodontia e a Fonoaudiologia na tomada de decisão de tratamento de indivíduos com respiração bucal
artigo inédito
Tabela 3 - Tomada de decisão de tratamento quanto a inter-relação com o fonoaudiólogo por cirurgiões-dentistas da cidade de Passo Fundo-RS 2009 (19 profissionais). VARIÁVEIS DE DECISÃO DE TRATAMENTO
n
84,2% dos profissionais procuram manter contato com o fonoaudiólogo. Outra questão levantada foi verificar se os ortodontistas aguardam a alta fonoaudiológica para dar a alta ortodôntica, e 57,9% aguardam sempre a alta fonoaudiológica. Com relação à recidiva de tratamento onde não houve um trabalho conjunto, 94,7% dos profissionais atribuem tal recidiva à falta da atuação fonoaudiológica somente em alguns casos, não em 100%. Ainda com relação às recidivas, agora nos casos de tratamento conjunto, 89,5% creditam as recidivas à falta de acompanhamento fonoaudiológico somente em alguns casos. Os dados relativos a variáveis de tomada de decisão encontram-se na Tabela 3.
%
Pacientes encaminhados para tratamento fonoaudiológico 5%
7
36,8
6 a 10%
5
26,3
11 a 20%
4
21,1
21 a 30%
2
10,5
Mais de 30%
1
5,3
TOTAL
19
100,0
Com resistência
14
73,7
Sem resistência
5
26,3
TOTAL
19
100,0
Resistência dos pacientes
DISCUSSÃO Estudos relacionados à ocorrência de respiradores bucais mostram uma prevalência elevada dessa síndrome. Estudo realizado em Recife, com uma amostra de 150 crianças de 8 a 10 anos de idade, constatou uma prevalência de 53,3% respiradores bucais, sem diferenças estatísticas significativas entre sexo e faixa etária12. Outro estudo, realizado através de 496 questionários enviados a pais ou responsáveis no município de Londrina/PR, identificou uma prevalência de 56,8% respiradores bucais, sem influência com relação ao sexo13. Na cidade de Santa Maria/ RS, foram avaliadas 219 crianças, das quais 121 eram portadoras de respiração bucal e, delas, 100% possuíam algum tipo de má oclusão. Os autores observaram, ainda, que 18,2% das crianças respiradoras bucais apresentaram alguma alteração articulatória durante a fonação e que a maioria delas apresentava má oclusão de Classe II de Angle14. Em Minas Gerais, a prevalência de crianças respiradoras bucais entre 3 a 9 anos foi de 55% da amostra, concluindo uma alta prevalência, porém, sem associação entre sexo, condição socioeconômica ou faixa etária13. Baseado nos dados dessa síndrome, esse estudo procurou verificar de que forma os profissionais tomam suas decisões de tratamento. Na presente pesquisa, em relação ao perfil da amostra estudada, a maioria dos ortodontistas entrevistados é do sexo feminino, cuja média de idade foi de 42 anos. O tempo médio de formação desses profissionais foi de 19 anos, sendo que a maioria concluiu a graduação em faculdade particular. Desses, a maioria é de especialistas e
Resultado da inter-relação com fonoaudiólogo Resultado satisfatório
14
73,7
Pouco satisfatório
5
26,3
TOTAL
19
100,0
Pacientes colaboradores no tratamento interdisciplinar 5%
1
5,2
6 a 10%
5
26,3
11 a 20%
5
26,3
21 a 30%
4
21,1
Mais de 30%
4
21,1
TOTAL
19
100,0
Manutenção do contato com o fonoaudiólogo Sim
16
84,2
Não
3
15,8
TOTAL
19
100,0
Alta ortodôntica somente após alta fonoaudiológica Sim
11
57,9
Não
2
10,5
Em alguns casos
6
31,6
TOTAL
19
100,0
Em alguns casos
18
94,7
100% dos casos
1
5,3
TOTAL
19
100,0
Em alguns casos
17
89,5
100% dos casos
2
10,5
TOTAL
19
100,0
Recidiva sem tratamento conjunto
Recidiva com tratamento conjunto
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Vanz RV, Rigo L, Vanz AV, Estacia A, Nojima LI
trabalha somente no serviço particular. A partir dos dados, pode-se supor que os profissionais pesquisados possuem experiência na área e têm conhecimento do problema estudado para poderem tomar decisões em saúde. Todos os profissionais da amostra concordaram com a importância da inter-relação entre a Ortodontia e a Fonoaudiologia para tratamento de indivíduos, especialmente para os pacientes com respiração bucal. Com a constante evolução e velocidade da divulgação dos conhecimentos, a eficiência dos tratamentos depende muito do trabalho em equipe. Há anos é comentada a necessidade de se trabalhar em conjunto, e tal fato talvez esteja relacionado à conscientização dos profissionais em relação às limitações e possibilidades de suas especialidades, por isso buscam auxílio em outras especialidades para melhor a resolução dos casos. A motricidade orofacial é a área da Fonoaudiologia voltada para o estudo/pesquisa, prevenção, avaliação, diagnóstico, desenvolvimento, habilitação, aperfeiçoamento e reabilitação dos aspectos estruturais e funcionais das regiões cervical e orofacial15. O desenvolvimento ósseo e muscular tem uma relação estreita e é importante considerar que a ação modeladora dos músculos sobre os arcos dentários, quando equilibrada e harmoniosa, pode favorecer uma oclusão adequada. No entanto, qualquer alteração funcional poderá produzir desvios e deformações ósseas16. Tem sido reconhecido que a oclusão modula as funções, mas que também não basta reposicionar as bases ósseas e/ou adequar a oclusão dentária sem desenvolver ou recuperar a função para aquele “novo sistema”, ou seja, se os distúrbios musculares e funcionais que possam interferir negativamente no sistema estomatognático não forem eliminados6. O trabalho em equipe é importante nas disfunções do sistema estomatognático, especialmente na respiração bucal, cujo tratamento envolve o acompanhamento dos ortodontistas no desenvolvimento craniofacial e na correção das alterações oclusais e os fonoaudiólogos na reeducação de diversas funções através da terapia miofuncional15. Na literatura, é possível encontrar várias pesquisas enfatizando a importância do trabalho conjunto, que deve incluir profissionais de diferentes áreas de atuação e que estejam integrados no propósito de beneficiar, melhor a qualidade de vida do paciente, que é o elemento mais importante desse processo17.
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Na presente pesquisa, pode-se constatar, também, que a maioria dos profissionais confia no trabalho conjunto para desenvolver aspectos relacionados à linguagem, motricidade orofacial e hábitos. Quanto aos resultados da pesquisa, em relação à experiência do tratamento interdisciplinar de respiradores bucais entre Ortodontia e Fonoaudiologia, uma grande porcentagem de profissionais (73,7%) mostrou-se satisfeita com os resultados do tratamento. O sucesso do tratamento dos pacientes portadores de “distúrbios miofuncionais da face” está relacionado ao trabalho de uma equipe interdisciplinar especializada e integrada. Estudos e pesquisas permitem concluir que existe uma estreita relação entre as alterações morfológicas dentoalveolares e as alterações funcionais do sistema estomatognático, considerando que essas alterações funcionais não são corrigidas somente com a correção da morfologia da arcada dentária. Isso significa que, quando presentes, as alterações funcionais devem ser abordadas por condutas terapêuticas específicas após o tratamento ortodôntico. Depreende-se, portanto, a importância do trabalho interdisciplinar como consequência da evidente e estreita relação entre a condição morfológica e a adaptação neuromuscular, evocando a participação da Fonoaudiologia como coadjuvante da Ortodontia, na obtenção da estabilidade pós-tratamento ortodôntico. A Fonoaudiologia, ao trabalhar com a Ortodontia, potencializa o processo corretivo da má oclusão por valorizar a tonicidade da musculatura periorbicular18. Entretanto, nessa pesquisa, quanto à colaboração dos indivíduos na inter-relação entre as áreas, os profissionais verificaram uma porcentagem ainda muito pequena do entendimento da necessidade de um tratamento conjunto para melhores resultados, observando, assim, uma grande resistência por parte dos pacientes. Um estudo realizado em Campo Grande/MS utilizou três questionários distintos entre si, porém inter-relacionados, com o propósito de avaliar a relação interdisciplinar, e considerou os resultados dependentes da colaboração do paciente, atribuindo os resultados satisfatórios à conscientização e cooperação do paciente que devem realizar em casa os exercícios propostos pelo profissional. Há relatos de caso com frustração do trabalho interdisciplinar, atribuindo o insucesso justamente
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Inter-relação entre a Ortodontia e a Fonoaudiologia na tomada de decisão de tratamento de indivíduos com respiração bucal
Há, na literatura, concordância de que a abordagem interdisciplinar leva à melhor resolução e controle dos casos em tratamento, diminuindo os riscos de recidivas10. Diante do exposto e das limitações do presente estudo, em se tratando de um estudo descritivo com uma amostra pequena de um município, consideram-se os achados de real importância pela necessidade de um trabalho integrado entre a Ortodontia e a Fonoaudiologia, em especial no tratamento de indivíduos com respiração bucal, a fim de alcançar a normalização morfológica e funcional.
à dificuldade dos profissionais com relação à motivação e envolvimento dos pacientes e familiares15. Outro estudo realizado em Vitória/ES com 100 profissionais de diversas áreas da saúde também citou como fator de insucesso a resistência dos pacientes e familiares em promover mudanças de hábitos19. Sobre os critérios relacionados à alta do paciente, em estudo realizado por Amaral15 foi verificado que 38,8% dos ortodontistas aguardam a alta fonoaudiológica para conceder a alta ortodôntica. Fato concordante com o presente estudo, que obteve 57,9% de profissionais que aguardam a alta fonoaudiológica em alguns casos e 31,6% que aguardam a alta fonoaudiológica em todos os casos. Admite-se que a correção ortodôntica só poderá manter-se adequada quando harmonizada com o equilíbrio da musculatura do paciente. Assim, parece consenso na literatura que o ortodontista deve aguardar a alta fonoaudiológica para a concessão da alta ortodôntica, já que a estabilidade após a alta ortodôntica é obtida depois do restabelecimento do equilíbrio muscular. No presente estudo, com relação à recidiva em tratamentos onde não houve trabalho conjunto, os profissionais atribuíram tal recidiva à falta da atuação fonoaudiológica ou à ausência do tratamento conjunto. Outra causa de recidiva foi justificada pela falta de acompanhamento fonoaudiológico após a alta. Um estudo avaliou o índice de recidiva de deglutição atípica após os 3 anos a contar do final do tratamento, comparando crianças submetidas a terapia miofuncional e mecânica, e outras submetidas apenas a terapia mecânica, concluindo que a associação das duas terapias favoreceu as condições para mudanças da deglutição e posição de repouso6.
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CONCLUSÃO De acordo com os métodos empregados e com os resultados obtidos, pode-se concluir que: » Em relação à tomada de decisão clínica de tratamento em indivíduos com respiração bucal, todos os ortodontistas do município de Passo Fundo/RS, pertencentes à amostra, concordaram haver necessidade da relação com os fonoaudiólogos; sendo assim, concordaram que o tratamento deve ser desenvolvido conjuntamente nos problemas relacionados à linguagem, motricidade orofacial e hábitos. » Os ortodontistas do município encaminham seus pacientes aos fonoaudiólogos, bem como acompanham seu tratamento, porém, a maioria sente resistência, por parte dos pacientes, em realizar o tratamento fonoaudiológico. » A visão da integralidade do indivíduo no trabalho em equipe multidisciplinar é de fundamental importância no tratamento dos pacientes com síndrome do respirador bucal.
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29.e7
Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):29.e1-7
artigo inédito
A influência do otimizador de colagem Ortho Primer Morelli na resistência adesiva de braquetes ortodônticos Sabrina de Mendonça Invernici1, Ivan Toshio Maruo2, Elisa Souza Camargo3, Thais Miyuki Hirata1, Hiroshi Maruo4, Odilon Guariza Filho3, Orlando Tanaka5
Objetivo: o propósito deste estudo foi avaliar a resistência adesiva (RA), o local da falha adesiva e a correlação entre ambos, do otimizador de colagem Ortho Primer Morelli (OPM). Métodos: sessenta corpos de prova foram confeccionados a partir de incisivos inferiores permanentes bovinos e divididos em três grupos: Transbond XT com primer (controle), no qual se utilizou o sistema adesivo convencional (primer e pasta); OPM, no qual o primer Transbond XT foi substituído pelo OPM; e Transbond XT sem primer, no qual apenas a pasta Transbond XT (TXT) foi utilizada. Uma força de cisalhamento foi aplicada à velocidade de 0,5mm/min. O local da falha adesiva foi avaliado pelo Índice de Adesivo Remanescente (IAR). Resultados: o teste de Kruskal-Wallis demonstrou que o OPM (8,54±1,86MPa) apresentou RA estatisticamente maior (p<0,05) que o TXT com primer (6,83±2,05MPa). Não houve diferença estatisticamente significativa (p>0,05) entre o TXT com primer e o TXT sem primer (6,42±2,12MPa). Quanto ao IAR, o teste K demonstrou que o TXT com primer e o OPM (escores 2 e 3 prevalentes) apresentaram valores maiores (p<0,05) que o TXT sem primer (escores 0 e 1 prevalentes). O teste de Spearman demonstrou não haver correlação entre a RA e o IAR (p>0,05). Conclusões: o OPM aumenta a RA e apresenta o mesmo local da falha de adesão que o sistema adesivo convencional; a utilização somente da pasta do sistema adesivo TXT apresenta a mesma RA quando comparada ao sistema adesivo convencional, e não permite prever o local da falha de adesão; não há correlação entre a RA e o local da falha de adesão, independentemente do uso de qualquer otimizador de colagem. Palavras-chave: Primer. Adesão. Resistência adesiva ao cisalhamento.
Como citar este artigo: Invernici SM, Maruo IT, Camargo ES, Hirata TM, Maruo H, Guariza Filho O, Tanaka O. Influence of Ortho Primer Morelli adhesion booster on orthodontic brackets shear bond strength. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):31-9.
Especialista em Ortodontia pela PUCPR.
1
Doutorando em Ortodontia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
2
3
Professores Adjuntos de Ortodontia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Enviado em: 25 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 29 de setembro de 2009
4
Professor Titular de Ortodontia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Professor Titular de Ortodontia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
5
Endereço para correspondência: Elisa Souza Camargo Rua Fernando Simas, 327 – Curitiba/PR CEP: 80.430-190 – E-mail: elisa.camargo@pucpr.br
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31
Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):31-9
artigo inédito
A influência do otimizador de colagem Ortho Primer Morelli na resistência adesiva de braquetes ortodônticos
ao grupo que utilizou o primer convencional (Grupo Transbond XT com primer). Ao se tratar da falha adesiva, o Grupo Transbond XT sem primer apresentou 57% de falha na interface esmalte/adesivo (escores 0 e 1) e 43% na interface adesivo/braquete (escores 2 e 3), apresentando diferenças estatísticas significativas (p<0,05) em relação aos grupos que utilizaram primers (Grupo Transbond XT com primer e Grupo Ortho Primer) (Gráf. 1). Sugere-se que a utilização de primers no sistema convencional não é recomendada para o aumento da resistência adesiva, mas sim para uma maior previsibilidade do local da falha adesiva na interface adesivo/braquete. O presente estudo demonstrou que não há correlação entre a resistência adesiva e o local da falha adesiva, ou seja, aumentos na resistência adesiva não implicam, necessariamente, em uma maior adesão entre o esmalte e o adesivo. O uso de promotores de adesão em Ortodontia, na tentativa de se alcançar melhores resultados com a resistência adesiva na colagem de braquetes, tem se mostrado cada vez mais frequente na clínica ortodôntica e tem apresentado resultados favoráveis8,9,10,25. Outro ponto favorável com relação ao uso desses primers é o fato de não causarem danos ao esmalte no momento da remoção dos braquetes4,5,10,12.
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Na avaliação realizada na presente pesquisa, o Ortho Primer Morelli mostrou-se um material promissor. A partir dos resultados verificados nesse estudo in vitro, sugere-se que estudos com o Ortho Primer Morelli sejam realizados in vivo. Conclusão Os resultados do presente estudo in vitro permitem concluir que: » O primer promotor de adesão Ortho Primer Morelli aumenta a resistência adesiva, quando comparada à do sistema adesivo convencional. » O primer promotor de adesão Ortho Primer Morelli apresenta o mesmo local da falha adesiva (interface adesivo/braquete) que o sistema adesivo convencional. » A utilização somente da pasta do sistema adesivo Transbond XT propicia a mesma resistência adesiva que a obtida com o sistema adesivo convencional. » A utilização somente da pasta do sistema adesivo Transbond XT não permite prever o local da falha adesiva. » Não há correlação entre a resistência adesiva e o local da falha adesiva, independentemente do uso de qualquer otimizador de colagem.
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Invernici SM, Maruo IT, Camargo ES, Hirata TM, Maruo H, Guariza Filho O, Tanaka O
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artigo inédito
Análise da sínfise mandibular de brasileiros adultos leucodermas com face equilibrada e oclusão normal: a influência do sexo e do tipo facial Karine Evangelista Martins Arruda1, José Valladares Neto2, Guilherme de Araújo Almeida3
Objetivo: o presente estudo objetivou analisar cefalometricamente a sínfise mandibular em adultos e estabelecer valores normativos. Grandezas cefalométricas dentoalveolares, esqueléticas e tegumentares foram medidas, além de se considerar a influência do sexo e do tipo facial. Métodos: a amostra foi composta por telerradiografias de 60 brasileiros leucodermas adultos, com idade média de 27 anos e 6 meses, não tratados ortodonticamente, com face equilibrada e oclusão normal. Houve distribuição equilibrada entre os sexos (30 homens e 30 mulheres) e entre os tipos faciais (20 dolicofaciais, 20 mesofaciais e 20 braquifaciais). Resultados e Conclusão: os resultados obtidos demonstraram que a sínfise mandibular não apresenta diferença entre os sexos, com exceção da altura sinfisiana, que é maior para o sexo masculino. Quanto ao tipo facial, foi constatado que os indivíduos dolicofaciais equilibrados apresentam sínfises mais estreitas em sua porções alveolar e basal, com inclinação lingual dentoalveolar mais acentuada. Os braquifaciais equilibrados possuem sínfise mais larga, tanto na porção alveolar quanto na basal, e maior inclinação vestibular dentoalveolar. A projeção tegumentar do mento esteve 6,67mm aquém da linha subnasal vertical, e não houve significância entre os sexos e os tipos faciais. Palavras-chave: Sínfise mandibular. Sexo. Tipo facial. Face equilibrada.
1
Mestre em Clínica Odontológica pela FO-UFG. Especialista em Ortodontia pela ABO-Uberlândia/MG.
2
Professor Assistente da Disciplina de Ortodontia Preventiva da FO-UFG. Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO-Uberlândia/MG.
3
Professor Associado da Disciplina de Ortodontia da FO-UFU. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO-Uberlândia/MG.
Como citar este artigo: Arruda KEM, Valladares Neto J, Almeida GA. Assessment of the mandibular symphysis of Caucasian Brazilian adults with well-balanced faces and normal occlusion: The influence of gender and facial type. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):40-50. Enviado em: 01 de setembro de 2008 - Revisado e aceito: 30 de dezembro de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. Endereço para correspondência: José Valladares Neto Rua 132, no 113, lote 13, Setor Sul – Goiânia/GO CEP: 74.093-210 – E-mail: jvalladares@uol.com.br
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artigo inédito
Análise da sínfise mandibular de brasileiros adultos leucodermas com face equilibrada e oclusão normal: a influência do sexo e do tipo facial
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artigo inédito
Avaliação da inclinação dos incisivos inferiores durante o alinhamento e nivelamento com arcos de NiTi superelásticos: estudo laboratorial Carolina Baratieri1, Roberto Rocha2, Caroline Campos1, Luciane Menezes3, Gerson Luiz Ulema Ribeiro2, Daltro Ritter4, Adriano Borgato5
Objetivo: avaliar a influência do formato e da limitação no comprimento de arcos pré-contornados de NiTi superelástico na inclinação dos incisivos inferiores durante a fase de alinhamento e nivelamento. Métodos: para simulação da má oclusão da arcada inferior, foram utilizados dentes de metal montados em articulador do tipo typodont (discrepância de modelo de -3,5mm). Foram testados três diferentes formatos (Standard, Accuform e Ideal) de arcos de NiTi superelástico (Sentalloy, GAC Inc.). As amostras foram divididas em dois grupos: Grupo I, sem limitação no comprimento do arco; e Grupo II, com limitação no comprimento do arco pré-contornado (dobra distal). Cada grupo foi composto por 30 amostras, divididas em três subgrupos diferenciados pelo formato de parábola utilizada. Em todos os casos montados em typodonts, foram utilizados, sequencialmente, fios de secção redonda de calibres 0,014”; 0,016”; 0,018” e 0,020”. O registro de todas as fases foi realizado por meio de fotografias digitais padronizadas em norma ortogonal ao plano sagital médio. As medidas, em graus, da inclinação vestibulolingual dos incisivos foram tomadas nas fotografias, com auxílio do programa de computação CorelDraw. Resultados: os resultados foram obtidos a partir do teste de variância ANOVA, com detalhamento através do teste de Tukey ao nível de significância de 5%. A inclinação vestibulolingual do incisivo inferior aumentou em ambos os grupos e em todos os subgrupos. O formato do arco apresentou influência estatisticamente significativa apenas no Grupo I, com formato Standard (11,76º), com a maior média de inclinação vestibular do incisivo; seguido pelos formatos Ideal (5,88º) e Accuform (1,93º). Quando analisada a influência da limitação do comprimento, apesar da média da inclinação dos incisivos no Grupo II (3,91º) ter sido menor que no Grupo I (6,52º), essa não apresentou diferença estatisticamente significativa, exceto quando foi utilizado o formato Standard, no qual a inclinação média no grupo com limitação foi menor (3,89º) quando comparada aos arcos que não foram limitados (11,76º). A maior alteração na inclinação do incisivo aconteceu durante a utilização dos arcos de calibre 0,014’’. Palavras-chave: Formato de arco. Fios de NiTi superelástico. Comprimento de arco. Projeção dos incisivos.
Como citar este artigo: Baratieri C, Rocha R, Campos C, Menezes L, Ribeiro GLU, Ritter D, Borgato A. Evaluation of the lower incisor inclination during alignment and leveling using superelastic NiTi archwires: A laboratory study. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):51-7.
Especialista em Ortodontia, UFSC. Mestre e Doutora em Ortodontia, UFRJ. Professora de Ortodontia, UFSC.
1
Mestre e Doutor em Ortodontia, UFRJ. Professor Adjunto da UFSC.
2
3
4
Enviado em: 12 de setembro de 2007 - Revisado e aceito: 21 de novembro de 2008
Mestre e Doutor em Ortodontia, UFRJ. Professora dos cursos de pós-graduação de Ortodontia da UFSC e PUCRS.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Mestre e Doutor em Ortodontia, UERJ.
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Professor do Departamento de Informática e Estatística da UFSC. Doutor pela ESALQ/USP.
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Endereço para correspondência: Carolina Baratieri Rua Presidente Coutinho, 311 - salas 1001 a 1004 - Centro, Florianópolis/SC CEP: 88.015-230 - Email: carolinabaratieri@hotmail.com
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Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):51-7
Baratieri C, Rocha R, Campos C, Menezes L, Ribeiro GLU, Ritter D, Borgato A
CONCLUSÃO De acordo com a metodologia empregada, pode-se concluir que: » Os incisivos inferiores inclinaram-se vestibularmente independentemente do formato e comprimento do arco utilizado. » Quando os arcos de NiTi foram limitados (Grupo II), a inclinação vestibulolingual foi menor do que quando os arcos não foram limitados (Grupo I), porém sem diferença estatística. » O formato do arco de NiTi superelástico só apresentou influencia significativa na inclinação final do incisivo quando os arcos não foram limitados na região posterior. » Os incisivos tiveram o maior grau de inclinação vestibular quando o formato Standard foi utilizado. » Independentemente do formato e comprimento do arco utilizado, o maior grau de inclinação dos incisivos aconteceu na primeira fase do alinhamento e nivelamento.
os cuidados devem ser tomados desde o primeiro arco utilizado para o alinhamento e nivelamento. Acredita-se que a limitação no comprimento do arco, com amarração ou dobras distais, impede a projeção dos incisivos inferiores. No entanto, esse fato é baseado em experiências clínicas individuais, e não científicas, pois a literatura ainda é escassa sobre o assunto. Nesse estudo, em ambos os grupos ocorreu inclinação vestibular dos incisivos. Apesar da inclinação média dos incisivos ter sido menor no grupo em que os arcos foram limitados, essa diferença não foi estatisticamente significativa. Sugerem-se estudos clínicos que comprovem a eficiência ou não desse artifício utilizado para impedir a projeção dos incisivos. O método utilizado não se mostrou eficiente nesse estudo, pois, mesmo limitando o comprimento do arco, ocorreu inclinação vestibular. Apesar da realização da dobra distal, houve o deslizamento do fio durante o alinhamento, com algum grau de inclinação vestibular dos incisivos. Assim, quando essa projeção não é desejada, outros cuidados devem ser adicionados ainda no planejamento do caso.
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artigo inédito
Ronco e Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono: uma reflexão sobre o papel da Odontologia no cenário científico atual Ângela Jeunon de Alencar e Rangel1, Vinícius de Magalhães Barros2, Paulo Isaias Seraidarian3
Introdução: finalmente o profissional da Odontologia parece ter despertado para o fato de que, sendo um profissional da saúde, tem como função primordial cuidar do bem-estar de seus pacientes. Diante desse desafio, o cirurgião-dentista começa a compreender seu papel no tratamento do ronco e da Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS). Objetivo: o presente trabalho tem como objetivo discutir a participação desse profissional no diagnóstico e tratamento dessas doenças, especialmente na terapia envolvendo dispositivos interoclusais, destacando a importância da interdisciplinaridade no restabelecimento da qualidade de vida dos pacientes. Palavras-chave: Ronco. Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono. Placas interoclusais.
INTRODUÇÃO Dentre todos os distúrbios do sono, a Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) é o mais prevalente, sendo diagnosticada em 67,8% dos indivíduos referenciados a 19 centros de avaliação do sono1. A SAHOS é uma doença crônica, progressiva e incapacitante, caracterizada pela obstrução total ou parcial das vias aéreas superiores durante o sono2. Em indivíduos de meia-idade, a prevalência é de 2 a 4%3, sendo mais frequentemente observada em homens, podendo chegar a acometer de 10 a 20% desses4. Sonolência diurna excessiva, ronco, pausas respiratórias, sono agitado
1
Cirurgiã-dentista, aluna do Curso de Pós-graduação em Oclusão, Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial da PUC-Minas.
2
Mestre em Odontologia, ênfase em Prótese Dentária, pela PUC-Minas.
3
Coordenador do Mestrado em Clínicas Odontológicas, ênfase em Prótese Dentária, da PUC-Minas. Doutor em Odontologia Restauradora pela UNESP e Mestre em Odontologia (Prótese Bucomaxilofacial).
com múltiplos microdespertares, cefaleia matinal, déficits neurocognitivos, alterações de personalidade, redução da libido, depressão e ansiedade são sintomas comuns dessa doença, causando prejuízos emocionais, sociais, ocupacionais e matrimoniais5. Ainda que seu impacto na saúde pública possa estar superestimado, existem evidências de associação entre a SAHOS e a hipertensão6, doenças cardiovasculares7 e maiores riscos de acidentes automobilísticos8. O seu tratamento não está indicado somente pelo alívio dos sintomas, mas também para diminuir o risco de mortalidade9 e pela economia de recursos gastos em serviços de saúde10.
Como citar este artigo: Alencar e Rangel AJ, Barros VM, Seraidarian PI. Snoring and Obstructive Sleep Apnea Syndrome: A reflection on the role of Dentistry in the current scientific scenario. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):58-63. Enviado em: 22 de outubro de 2007 - Revisado e aceito: 19 de novembro de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. Endereço para correspondência: Ângela Jeunon de Alencar e Rangel Av. Prudente de Morais, 901 - sala 802 – Santo Antônio, Belo Horizonte/MG CEP: 30.380-000 – E-mail: ajeunonr@ig.com.br
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são confeccionados e as suas possíveis implicações e efeitos indesejáveis, garantindo necessidade de aprimoramento e/ou desenvolvimento de novos dispositivos igualmente eficazes e com menores complicações decorrentes de seu uso contínuo. Apesar de já estabelecido na literatura um protocolo de tratamento utilizando-se dispositivos intrabucais, estabelecendo as responsabilidades de médicos e dentistas, e dando a esses profissionais a oportunidade única de interagir e propiciar melhora na qualidade de vida desses pacientes, na prática diária esse parece não ser considerado, por desconhecimento ou opção, contribuindo, em alguns casos, para um tratamento pouco efetivo.
sinais e sintomas da SAHOS — uma vez que é um profissional da saúde e, como tal, deve estar atento à qualidade de vida de seus pacientes, além de realizar um dos tipos de terapia, que é a dos dispositivos interoclusais —, o mesmo não deve, em nenhuma hipótese, indicar esse tratamento sem que haja solicitação e comprovação da indicação do mesmo por quem é de direito e responsabilidade indicar. A eficácia e a utilidade dos dispositivos bucais no tratamento do ronco e da SAHOS já estão bem estabelecidas pela literatura atual. Contudo, conclusões definitivas sobre seu desenho ainda não estão tão bem definidas, especialmente quando se pondera sobre a posição mandibular protuída na qual normalmente
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artigo inédito
Comparação do atrito clássico entre diferentes métodos de ligação do arco ortodôntico Gilberto Vilanova Queiroz1, José Rino Neto2, João Batista De Paiva3, Jesualdo Luís Rossi4, Rafael Yagüe Ballester5
Objetivo: descrever e comparar três alternativas para o controle do atrito clássico — braquetes autoligáveis; braquete especial; e ligadura elástica especial. Métodos: foram comparados os braquetes autoligáveis Damon MX, Smart Clip, In-Ovation e Easy Clip, o braquete especial Synergy e o braquete gêmeo Morelli com ligadura elástica especial amarrillho 8. Como controle, foram usados braquetes Morelli com ligadura elástica nova e usada. Todos os braquetes possuíam canaletas 0,022”x0,028”. Fios 0,014” de níquel-titânio e 0,019”x0,025” de aço foram fixados aos braquetes dos primeiros pré-molares em cada método de ligação do arco, e tracionados por máquina Instron com velocidade de 0,5mm/minuto. Previamente aos ensaios mecânicos, foi confirmada ausência de binding no dispositivo. A análise estatística empregou o teste de Kruskal-Wallis e análises múltiplas não paramétricas com nível de significância de 1%. Resultados: no fio 0,014”, todos os métodos de ligação exibiram forças de atrito clássico próximas de zero, exceto os braquetes Morelli com ligaduras elásticas novas e usadas, que exibiram, respectivamente, 64cN e 44cN. No fio 0,019”x0,025”, todos os métodos de ligação exibiram valores próximos de zero, com exceção do braquete In-Ovation (45cN) e dos braquetes Morelli com ligaduras elásticas novas (82cN) e usadas (49cN). Conclusão: os braquetes Damon MX, Easy Clip, Smart Clip, Synergy e amarrilho “8” foram igualmente eficazes para controle do atrito clássico nos fios 0,014” de níquel-titânio e 0,019”x0,025”. O braquete In-Ovation foi eficiente no fio 0,014”, mas no 0,019”x0,025” apresentou atrito semelhante ao braquete convencional com ligadura elástica usada. Palavras-chave: Ortodontia Corretiva. Braquetes ortodônticos. Fricção.
1
Professor do Curso de Especialização em Ortodontia, ABENO/SP.
2
Professor Associado da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUSP.
3
Professor Titular da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da FOUSP.
Como citar este artigo: Queiroz GV, Rino Neto J, De Paiva JB, Rossi JL, Ballester RY. Comparative study of classic friction among different archwire ligation systems. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):64-70. Enviado em: 05 de janeiro de 2009 - Revisado e aceito: 20 de outubro de 2010
4
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Professor-doutor do IPEN.
Professor Titular da Disciplina de Materiais Dentários da FOUSP.
» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.
5
Endereço para correspondência: Gilberto Vilanova Queiroz Av. Major Alfredo Camargo da Fonseca, 251 – Centro, Indaiatuba/SP CEP: 13.334-060 – E-mail: gilbertovilanova@terra.com.br
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Comparação do atrito clássico entre diferentes métodos de ligação do arco ortodôntico
artigo inédito
Além de adotar metodologia para evitar o viés produzido pelo binding, é necessário checar sua eficiência antes de executar os testes de avaliação do atrito clássico. Nesse estudo, tal confirmação foi obtida tracionando-se o fio no interior da canaleta sem nenhum método de ligação, situação em que a resistência ao deslizamento foi zero. Caso houvesse resistência ao deslizamento, a causa seria atribuída ao binding, uma vez que o atrito de ligação não estava presente. É, ainda, importante destacar que, embora os braquetes autoligáveis, ligaduras e braquetes especiais sejam equivalentes no controle do atrito clássico, apresentam grandes diferenças em outros quesitos. Uma vantagem atribuída aos braquetes autoligáveis é a maior rapidez na instalação e remoção dos arcos ortodônticos, assim como um maior intervalo entre consultas quando comparados às ligaduras elásticas convencionais3,10,14,21. Além disso, os braquetes
autoligáveis promovem menos retenção de placa bacteriana, quando comparados aos braquetes com ligaduras elásticas convencionais15. Por outro lado, as vantagens das ligaduras e braquetes especiais em relação aos autoligáveis são o menor custo e as cores das ligaduras elásticas, que despertam interesse em crianças e adolescentes. CONCLUSÕES » Os braquetes Damon MX, Easy Clip, Smart Clip, Synergy e o amarrilho “8” são alternativas eficazes e equivalentes para o controle do atrito clássico nos fios NiTi 0,014” e 0,019”x0,025”. » O braquete In-Ovation é eficaz para redução do atrito clássico no fio NiTi 0,014”; enquanto no fio 0,019”x0,025” apresenta a mesma magnitude de atrito clássico que a ligadura elástica convencional usada.
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artigo inédito
Ligas de níquel-titânio: uma revisão sistemática Marcelo do Amaral Ferreira1, Marco Antônio Luersen2, Paulo César Borges2
Objetivo: realizar uma revisão sistemática da literatura a respeito das ligas de níquel-titânio, baseada nos resultados de bases de dados Entrez-PubMed-OLDMEDLINE e BioMed Central desde o ano de 1966 até 2008. Métodos: foram considerados os artigos em línguas inglesa e francesa que tratavam de descrever os efeitos dessas ligas e os métodos utilizados. Um total de 29 artigos foi considerado adequado para compor a revisão. Resultados: as ligas de níquel-titânio apresentam características excepcionais em termos de elasticidade, por meio dos efeitos de superelasticidade e memória de forma. No entanto, sua aplicação clínica requer conhecimentos mais profundos dessas propriedades para que o profissional possa empregá-la de maneira racional. Entretanto, as informações necessárias sobre as características de cada liga de níquel-titânio não correspondem, necessariamente, ao apelo comercial. Muitas ligas ditas “superelásticas” não apresentam esses efeitos, comportando-se apenas como ligas menos rígidas e com bom retorno elástico, quando comparadas às ligas de aço inox. Conclusões: testes de laboratório são o único meio de se conhecer o comportamento desses materiais, em termos das alterações de temperatura e tensão aplicadas, além do fato de se poder determinar a faixa de temperatura (TTR) na qual as ligas sofrem alteração cristalina. Palavras-chave: Titânio. Elasticidade. Metalurgia.
1
Doutor em Ciências, UTFPR.
2
Professor Doutor, DAMEC-UTFPR.
Como citar este artigo: Ferreira MA, Luersen MA, Borges PC. Nickel-titanium alloys: A systematic review. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):71-82. Enviado em: 24 de janeiro de 2009 - Revisado e aceito: 9 de fevereiro de 2010
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Marcelo do Amaral Ferreira Rua Dr. Corrêa Coelho, 744, ap. 203 – Jardim Botânico – Curitiba/PR CEP: 80.210-350 - E-mail: regunteriato@yahoo.com.br
» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.
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Ligas de níquel-titânio: uma revisão sistemática
artigo inédito
denominação, apenas apresentando menor rigidez que as ligas de aço inox. • A liga ideal seria aquela que apresentasse uma TTR coincidente ou muito próxima da temperatura da cavidade bucal (Af ), para permitir a formação da SIM; não sofresse um shift da TTR pela aplicação de flexões (stress); e apresentasse um bom retorno elástico, em temperatura ambiente, e pouca diferença entre os platôs (pouca histerese) e, ainda, que a magnitude entre os platôs ficasse entre níveis de tensão compatíveis com o movimento dentário biologicamente compatível.
reverter a configuração cristalina mesmo com a alteração de temperatura. Testes de laboratório são medidas eficientes para se conhecer o comportamento das diferentes marcas de ligas antes de aplicá-las em clínica. CONCLUSÕES • As ligas de níquel-titânio mostraram uma crescente evolução desde as primeiras amostras, com características marcantemente martensíticas, até as atuais, com propriedades termoelásticas e de superelasticidade (pseudoelásticas). • Muitas ligas de níquel-titânio comercializadas como superelásticas não condizem com tal
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artigo inédito
Avaliação do comportamento mecânico de diferentes dispositivos utilizados para retração de caninos Antônio Carlos de Oliveira Ruellas1, Matheus Melo Pithon2, Rogério Lacerda dos Santos3
Objetivo: avaliar, mecanicamente, diferentes sistemas utilizados para retração de caninos, comparando a retração apoiada em mini-implantes aos métodos convencionais. Métodos: três diferentes métodos de retração parcial dos caninos foram avaliados: retração realizada com elástico em cadeia ligado diretamente ao braquete, elástico em cadeia ligado ao gancho do braquete e com elástico em cadeia do sliding jig ao mini-implante. Para essa avaliação, adequou-se um manequim odontológico, de tal forma que possibilitasse simular os movimentos desejados quando fosse exposto a uma fonte de calor. Após obtenção das medidas dos movimentos, realizou-se análise estatística. Resultados: o sistema composto de mini-implante/sliding jig (grupos M 0,018” e M 0,019” x 0,026”) propiciou menor extrusão e inclinação distal dos caninos na fase de retração (p<0,005). Por sua vez, o sistema de retração com elástico em cadeia apoiado diretamente nos braquetes ortodônticos (grupos C 0,018” e 0,019” x 0,026”) favoreceu maior inclinação e extrusão que os demais. A retração com arco 0,019” x 0,026” proporcionou menor extrusão de incisivos e menor inclinação distal do canino. Conclusão: a retração de caninos com sliding jig, apoiado em mini-implante, obteve melhor controle mecânico. Palavras-chave: Ortodontia Corretiva. Dente canino. Má oclusão.
1
Professor Associado de Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
2
Professor de Ortodontia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Como citar este artigo: Ruellas ACO, Pithon MM, Santos RL. Evaluation of the mechanical behaviour of different devices for canine retraction. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):83-7.
3
Professor de Ortodontia, Universidade Federal de Campina Grande.
Enviado em: 5 de março de 2009 - Revisado e aceito: 16 de agosto de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Antônio Carlos de Oliveira Ruellas Av. Professor Rodolpho Paulo Rocco, 325 - Ilha do Fundão - CEP: 21941-617 Rio de Janeiro/RJ - E-mail: antonioruellas@yahoo.com.br
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Avaliação do comportamento mecânico de diferentes dispositivos utilizados para retração de caninos
artigo inédito
INTRODUÇÃO Durante o tratamento ortodôntico, o diagnóstico preciso e a consequente formulação correta do plano de tratamento, apresentam elevado grau de dificuldade e complexidade. Ao se definir o plano de tratamento, uma porcentagem significativa de más oclusões, tais como discrepâncias entre o tamanho dos dentes e dos maxilares e discrepâncias entre as bases ósseas, recai, normalmente, em uma terapêutica com exodontias5,6. O fechamento dos espaços proporcionados pelas exodontias deve ser realizado de maneira planejada e adequada7. Para tanto, conforme o planejamento ortodôntico, os dentes caninos serão parcial ou totalmente retraídos e, posteriormente, será realizado o fechamento dos espaços remanescentes por meio de um sistema de força específico1. A escolha do mecanismo para retração dos caninos requer um profundo conhecimento das características apresentadas por esses dispositivos, que são: máxima movimentação dentária, controle das forças verticais, horizontais e rotacionais e conservação da integridade dos tecidos radiculares e circunjacentes2,3,4,7,8. Baseado nessa premissa, o objetivo do presente trabalho foi avaliar, mecanicamente, diferentes sistemas utilizados para retração de caninos, possibilitando, dessa forma, elucidar ao ortodontista qual o melhor sistema para desenvolver tal função.
slot 0,022” x 0,030”, os quais serviram de apoio para aplicação das mecânicas ortodônticas. Montado o aparelho ortodôntico, o manequim foi fixado a uma haste rígida, que possibilitou que o plano oclusal ficasse paralelo ao solo e perpendicular a uma régua de 30cm de comprimento, que teve como finalidade mensurar a extrusão dos incisivos ocorrida durante a retração (Fig. 1). Três diferentes métodos de retração parcial dos caninos foram avaliados em dois diferentes tipos de arco ortodôntico. Dessa forma, os grupos foram assim divididos: Grupo C 0,018”: retração com elástico em cadeia, ligado diretamente ao braquete, com tração na direção dos dentes posteriores, em arco ortodôntico de aço inoxidável de 0,018” de espessura (Fig. 2). Grupo G 0,018”: retração com elástico em cadeia, ligado ao gancho do braquete, com tração na direção dos dentes posteriores, em arco ortodôntico de aço inoxidável de 0,018” de espessura (Fig. 3). Grupo M 0,018”: retração com sliding jig ativado com elástico em cadeia, apoiado no mini-implante em arco ortodôntico de aço inoxidável de 0,018” de espessura (Fig. 4). Grupo C 0,019 ” x 0,026”: retração com elástico em cadeia, ligado diretamente ao braquete, com tração na direção dos dentes posteriores, em arco ortodôntico de aço inoxidável de 0,019” x 0,026” de espessura. Grupo G 0,019” x 0,026”: retração com elástico em cadeia, ligado ao gancho do braquete, com tração na direção dos dentes posteriores, em arco
MATERIAL E MÉTODOS Para realização do experimento, desenvolveu-se uma metodologia na qual utilizou-se um manequim odontológico, destinado ao treinamento de graduandos em Odontologia, montado em oclusão normal. Previamente à realização do experimento, procedeu-se a adequação do manequim com a remoção dos alvéolos, possibilitando movimentação dos dentes, criando-se, dessa forma, uma canaleta, que por sua vez foi preenchida com um composto de cera utilidade nas cores rosa claro e transparente, com característica de termo sensibilidade. Uma vez adequado o manequim, procedeu-se a montagem dos dentes em uma má oclusão de Classe I biprotrusão. A escolha dessa má oclusão se deu pelo fato de que a terapêutica, corriqueiramente utilizada nesses casos, é a exodontia dos primeiros pré-molares, seguida da retração de caninos e incisivos. Após a montagem do manequim, braquetes ortodônticos foram colados seguindo a técnica Edgewise,
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Figura 1 - Manequim posicionado durante a realização do ensaio de retração do canino.
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Silva MAS, Médici Filho E, Castilho JCM, Gil CTLA
» A constituição da arquitetura do crânio desses indivíduos influenciou na variação da porcentagem de proporções divinas, pois, quando utilizamos relações envolvidas em áreas do crânio mais sujeitas a variações decorrentes da má oclusão, diretamente houve redução da porcentagem de proporções divinas. » O terço inferior da cabeça, juntamente com áreas nas arcadas dentárias dos indivíduos da amostra, foram as regiões em que as proporções, dentre as medidas cefalométricas estudadas, apresentaram as menores porcentagens de proporção divina.
cefalométricas laterais. Como descrevemos, a proporção divina exerce um papel importante na avaliação do diagnóstico e, também, no auxílio terapêutico na Odontologia. CONCLUSÕES Baseado na metodologia empregada e na análise dos resultados obtidos, concluímos que na arquitetura do crânio de indivíduos adultos com má oclusão Classe II Angle, sem tratamento ortodôntico prévio: » A média percentual encontrada em proporção divina foi de 65,48% das medidas cefalométricas.
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Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):88-97
artigo inédito
A Ortodontia como opção terapêutica para as Disfunções Temporomandibulares: uma revisão sistemática Eduardo Machado1, Patricia Machado2, Renésio Armindo Grehs3, Paulo Afonso Cunali4
Objetivo: a Ortodontia como opção de tratamento e prevenção de disfunções temporomandibulares (DTMs) é um tema que tem gerado discussões ao longo do tempo. Enquanto uma corrente oclusionista defende a Ortodontia como alternativa de tratamento, outra corrente preconiza tratamentos mais conservadores e reversíveis. Assim, o objetivo desse estudo, através da revisão sistemática da literatura, foi analisar a relação da Ortodontia com as DTMs, verificando os efeitos da terapia ortodôntica no tratamento e prevenção das DTMs. Métodos: foi feito um levantamento nas bases de pesquisa Medline, Cochrane, Embase, Pubmed, Lilacs e BBO, entre os anos de 1966 e maio de 2009, com enfoque em estudos clínicos randomizados, estudos longitudinais prospectivos não randomizados, revisões sistemáticas e meta-análises. Resultados: após a aplicação dos critérios de inclusão chegou-se a 11 artigos, sendo que 9 eram estudos longitudinais prospectivos não randomizados, 1 era estudo clínico randomizado e 1 era revisão sistemática. Conclusões: pela análise da literatura, verifica-se uma ausência de estudos específicos que avaliaram a Ortodontia como opção de tratamento e prevenção às DTMs. Dessa forma, conclui-se que não existem evidências científicas significativas de que o tratamento ortodôntico trate ou previna DTMs. Palavras-chave: Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular. Transtornos da articulação temporomandibular. Transtornos craniomandibulares. Articulação temporomandibular. Ortodontia. Oclusão dentária.
1
Especialista em Disfunções Temporomandibulares e Dor Orofacial, UFPR. Graduado em Odontologia, UFSM.
2
Mestre em Ciências Odontológicas, UFSM. Especialista em Prótese Dental, PUCRS. Graduada em Odontologia, UFSM.
3
Doutor em Ortodontia e Ortopedia Facial, UNESP/Araraquara. Professor dos Cursos de Graduação e Pós-graduação em Odontologia, UFSM.
4
Doutor em Ciências, UNIFESP. Professor dos Cursos de Graduação e Pósgraduação em Odontologia, UFPR. Coordenador do Curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial, UFPR.
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Como citar este artigo: Machado E, Machado P, Grehs RA, Cunali PA. Orthodontics as a therapeutic option for temporomandibular disorders: A systematic review. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):98-102. Enviado em: 31 de maio de 2009 - Revisado e aceito: 06 de agosto de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Eduardo Machado Rua Francisco Trevisan, 20 – N. Sra. de Lourdes – CEP: 97050-230 Santa Maria/RS – E-mail: Eduardo@dtmedororofacial.com.br
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Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):98-102
artigo inédito
A Ortodontia como opção terapêutica para as disfunções temporomandibulares: uma revisão sistemática
CONCLUSÕES » Não existem evidências específicas baseadas em estudos clínicos randomizados, revisões sistemáticas e meta-análises, de que a terapia ortodôntica seja um meio terapêutico para o tratamento, controle e prevenção das DTMs. » Alguns estudos demonstraram uma melhora dos sinais e sintomas de DTM em pacientes submetidos a tratamento ortodôntico quando comparados a indivíduos que não receberam Ortodontia. Porém, esses resultados foram apenas sugestivos, visto que
apresentavam limitações em relação ao tamanho da amostra, bem como ao objetivo principal do estudo. » Existe a necessidade de se avaliar a Ortodontia, baseada em estudos com desenhos adequados e critérios metodológicos rigorosos como opção de tratamento e prevenção para DTM. Assim, baseado em estudos clínicos randomizados controlados, revisões sistemáticas e meta-análises é que se deve avaliar a relação Ortodontia e DTM para que se obtenham conclusões mais precisas.
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artigo inédito
Avaliação in vitro da resistência à flexão de diferentes marcas de parafusos expansores Kádna Fernanda Mendes de Oliveira1, Mário Vedovello Filho2, Mayury Kuramae3, Adriana Simoni Lucato3, Heloisa Cristina Valdhigi4
Objetivo: o objetivo desse estudo foi comparar a resistência à flexão das hastes de três parafusos expansores da maxila, das marcas Morelli, Forestadent e Dentaurum. Métodos: a amostra foi constituída por 9 parafusos expansores (totalizando 36 hastes), sendo três de cada marca comercial, todos de aço inoxidável e com capacidade de expansão de 12mm. As hastes dos parafusos expansores foram seccionadas com alicates de corte, próxima à região da solda com o corpo do parafuso, e fixadas em uma máquina de ensaio universal Instron 4411, para realização dos testes de resistência à flexão de três pontos. A força máxima, em kgF, exercida pela máquina para flexionar a haste do parafuso em 5mm, foi anotada e a resistência à flexão foi calculada utilizando-se uma fórmula matemática. Durante o ensaio de resistência à flexão, foi verificado o módulo de elasticidade das hastes através do software Bluehill 2. Os dados de resistência à flexão foram submetidos à análise de variância a um critério e ao teste de Tukey, com nível de significância de 5%. Resultados: o parafuso da marca Forestadent apresentou a maior resistência à flexão,significativamente superior ao parafuso da marca Dentaurum, e esse, por sua vez, superior ao parafuso da marca Morelli, que apresentou a menor resistência. Conclusão: a resistência à flexão dos parafusos variou de acordo com a marca comercial, sendo que o parafuso Forestadent apresentou a maior resistência e o parafuso Morelli a menor resistência à flexão. Os três parafusos apresentaram resistência à flexão adequada para serem utilizados nos procedimentos de expansão rápida da maxila. Palavras-chave: Técnica de expansão palatina. Ortodontia corretiva. Má oclusão.
1
Mestre em Odontologia, área de concentração Ortodontia, UNIARARAS.
2
Coordenador e Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, área de concentração Ortodontia, UNIARARAS.
3
Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Área de Concentração Ortodontia, UNIARARAS.
Como citar este artigo: Oliveira KFM, Vedovello Filho M, Kuramae M, Lucato AS, Valdhigi HC. In vitro evaluation of flexural strength of different brands of expansion screws. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):103-7. Enviado em: 29 de maio de 2009 - Revisado e aceito: 26 de abril de 2010
4
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Professora do Programa de Mestrado em Ortodontia, Uniararas.
Endereço para correspondência: Mayury Kuramae R. Itaipu, 422 – Apto 303 – Mirandópolis – CEP: 04.052-010 São Paulo/SP – E-mail: mayury@bol.com.br
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Oliveira KFM, Vedovello Filho M, Kuramae M, Lucato AS, Valdhigi HC
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artigo inédito
Avaliação histométrica das áreas de tração e compressão do periodonto dos primeiros molares de ratos submetidos à movimentação dentária induzida Rodrigo Castellazzi Sella1, Marcos Rogério de Mendonça2, Osmar Aparecido Cuoghi2, Tien Li An3
Objetivo: o propósito dessa pesquisa foi avaliar a espessura do ligamento periodontal dos molares de ratos submetidos a movimentação dentária induzida. Métodos: utilizou-se 30 ratos Wistar, divididos em três grupos (GI, GII e GIII), compostos por 10 animais cada e sacrificados, respectivamente, 7, 14 e 21 dias após o início do experimento. Os valores médios individuais dos grupos experimentais foram comparados com seu respectivo controle por meio do teste Mann-Whitney. Comparou-se, também, os valores entre regiões em um mesmo período de tempo e, ainda, entre períodos de tempo diferentes em uma mesma região através da Análise de Variância (ANOVA), Kruskal-Wallis e subsequente teste de Tukey. Resultados: os grupos GI e GII exibiram a dimensão do LPD diminuída nas regiões apical da raiz mesiovestibular e cervical da raiz distovestibular, e aumentada nas regiões cervical da raiz mesiovestibular, apical da raiz distovestibular e média de ambas as raízes. Conclusão: a diminuição e o aumento da dimensão do LPD evidenciada em uma mesma raiz — mesiovestibular ou distovestibular —, caracterizou o movimento dentário no sentido de inclinação. As três regiões, apical, média e cervical, comparadas entre si em cada período de tempo, bem como os três períodos de tempo, 7, 14 e 21 dias, comparados entre si em cada região, confirmaram o movimento de inclinação em GI e GII, e a diminuição gradual da intensidade dos fenômenos de GI para GII, até o restabelecimento da normalidade dimensional em GIII. Palavras-chave: Movimentação dentária. Ligamento periodontal. Periodonto.
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, UEL. Mestre e Doutor em Odontologia, área de concentração Ortodontia, FOA-UNESP. Professor do Departamento de Anatomia do Centro de Ciências Biológicas, Disciplinas de Anatomia Humana e Anatomia Dentária, UEL. Professor e Coordenador do curso de Especialização em Ortodontia, UNICSUL, Unidade Londrina.
Como citar este artigo: Sella RC, Mendonça MR, Cuoghi OA, An TL. Histomorphometric evaluation of periodontal compression and tension sides during orthodontic tooth movement in rats. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):108-17.
Doutor e Professor Assistente do Departamento de Odontologia Infantil e Social, Disciplina de Ortodontia Preventiva, FOA-UNESP.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
1
2
Enviado em: 19 de maio de 2009 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2010
Doutor em Ortodontia, FOA-UNESP. Professor voluntário da disciplina de Ortodontia do Departamento de Odontologia, Faculdade de Ciências das Saúde, Universidade de Brasília.
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Endereço para correspondência: Rodrigo Castellazzi Sella Rua Caracas, 555 – Santa Rosa – CEP: 86050-070 – Londrina/PR E-mail: rodrigosella@hotmail.com
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Sella RC, Mendonça MR, Cuoghi OA, An TL
As regiões apical, média e cervical, comparadas entre si em ambas as raízes, confirmaram o movimento de inclinação aos 7 e aos 14 dias de experimento. A avaliação individual de cada região, apical, média ou cervical, nos 3 períodos de tempo, reiterou o restabelecimento gradativo da dimensões do LPD nas duas raízes, mesiovestibular e distovestibular.
A diminuição e o aumento da dimensão do LPD, evidenciados em uma mesma raiz, mesiovestibular ou distovestibular, caracterizaram o movimento dentário no sentido de inclinação. As alterações dimensionais do LPD amenizaram-se após 14 dias de MDI e retornaram aos valores normais apresentados pelo Grupo Controle depois de 21 dias.
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artigo inédito
Tratamento ortopédico da má oclusão de Classe III com expansão rápida da maxila associada a máscara facial: avaliação cefalométrica do padrão de crescimento craniofacial Daniella Torres Tagawa1, Carolina Loyo Sérvulo da Cunha Bertoni1, Maria Angélica Estrada Mari1, Milton Redivo Junior1, Luís Antônio de Arruda Aidar2
Objetivo: o objetivo desse estudo prospectivo foi avaliar as possíveis mudanças cefalométricas do padrão de crescimento craniofacial em 17 crianças com má oclusão Classe III de Angle, tratadas com aparelho ortopédico de Haas associado a máscara facial. Métodos: as telerradiografias laterais foram obtidas ao início do tratamento (T1) e imediatamente após a remoção dos aparelhos, depois de um tempo médio de 11 meses de tratamento (T2). Foram utilizadas grandezas lineares e angulares para avaliação da base do crânio, das mudanças dentoesqueléticas e do padrão de crescimento facial. Resultados: o comprimento da base anterior do crânio apresentou-se diminuído enquanto a posterior mostrou-se em posição mais vertical em T1, ocorreu movimento anterior da maxila, não houve rotação do plano palatino, ocorreu discreta rotação da mandíbula no sentido horário, mas não foi significante. O ângulo ANB aumentou, melhorando a relação entre as bases ósseas; a compensação dentoalveolar foi mais evidente nos incisivos inferiores. Em 12 casos (70,58%) não ocorreram mudanças nos padrões faciais com o tratamento. Em 5 casos (29,41%) ocorreram mudanças: em 1 caso o padrão tornou-se mais horizontal e em 4 casos mais vertical. Conclusão: pode-se concluir que, em uma avaliação em curto prazo, o tratamento com a expansão rápida da maxila associada a máscara facial foi eficiente na correção da má oclusão de Classe III, embora alterações no padrão de crescimento facial tenham ocorrido. Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe III. Cefalometria. Aparelhos de tração extrabucal. Expansão maxilar.
Como citar este artigo: Tagawa DT, Bertoni CLSC, Mari MAE, Redivo Junior M, Aidar LAA. Orthopedic treatment of Class III malocclusion with rapid maxillary expansion combined with a face mask: A cephalometric assessment of craniofacial growth patterns. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):118-24.
Estagiário de Ortodontia, Faculdade de Odontologia, Universidade Santa Cecília.
1
Professor Doutor responsável pela disciplina de Ortodontia e Coordenador do curso de Especialização em Ortodontia, Faculdade de Odontologia, Universidade Santa Cecília.
2
Enviado em: 05 de agosto de 2009 - Revisado e aceito: 27 de abril de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. Endereço para correspondência: Daniella Torres Tagawa Rua Luis Suplici, 79 – Gonzaga Santos CEP: 11055-330 - São Paulo/SP E-mail: daniellatorres@ig.com.br
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artigo inédito
Tratamento ortopédico da má oclusão de Classe III com expansão rápida da maxila associada a máscara facial: avaliação cefalométrica do padrão de crescimento craniofacial
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artigo inédito
Avaliação da posição dos incisivos inferiores na sínfise mandibular de indivíduos Padrão II, Classe II Djalma Roque Woitchunas1, Leopoldino Capelozza Filho2, Franciele Orlando3, Fábio Eduardo Woitchunas4
Objetivo: este estudo tem como objetivo avaliar a posição dos incisivos inferiores na sínfise mandibular de indivíduos Padrão II. Métodos: a amostra estudada foi constituída de 40 indivíduos Padrão II, Classe II, selecionados a partir de documentações existentes do Curso de Especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo, leucodermas, sendo 20 do sexo masculino e 20 do sexo feminino, com idade entre 10 e 18 anos e idade média de 12,84 anos. As grandezas cefalométricas utilizadas nesse estudo foram: lineares — 1- AP de Ricketts; linha I de Interlandi; 1-VT de Vigorito; Angulares — IMPA de Tweed. Conclusão: após a análise estatística, verificou-se que indivíduos Padrão II, Classe II apresentam como tendência os incisivos inferiores inclinados para vestibular e protruídos. Palavras-chave: Diagnóstico. Má oclusão de Angle Classe II. Circunferência craniana.
1
Especialista e Mestre em Ortodontia, UMESP-SP. Coordenador e Professor do Curso de Especialização em Ortodontia, FOUPF.
2
Doutor em Ortodontia, USP-Bauru. Membro do setor de Ortodontia do HRAC USP/Bauru.
3
Especialista em Odontopediatria e Ortodontia, Universidade de Passo Fundo/RS. Mestre em Ortodontia, UMESP-SP.
Como citar este artigo: Woitchunas DR, Capelozza Filho L, Orlando F, Woitchunas FE. Evaluation of the position of lower incisors in the mandibular symphysis of individuals with Class II malocclusion and Pattern II profiles. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):125-31. Enviado em: 09 de outubro de 2009 - Revisado e aceito: 03 de maio de 2011
4
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Especialista e Mestre em Ortodontia, UMESP-SP. Professor de Ortodontia dos Cursos de Graduação e Especialização em Ortodontia, Universidade de Passo Fundo/RS.
» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. Endereço para correspondência: Djalma Roque Woitchunas R. Uruguai, 2001, Sala 606, Bloco A – CEP: 99010-112 Passo Fundo/RS – E-mail: woitchunasortodontia@hotmail.com
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Woitchunas DR, Capelozza Filho L, Orlando F, Woitchunas FE
amostra discutida nesse artigo e as outras normativas descritas para uma população não brasileira, mostram que para a grandeza cefalométrica IMPA grande parte da amostra concentra valores iguais ou superiores à média preconizada por Tweed23. Para a grandeza cefalométrica 1-AP de Ricketts, os incisivos encontram-se protruídos em comparação à média preconizada por Ricketts19. E, para uma população brasileira, mostram diferenças expressivas para serem significativas clinicamente apenas para Linha I13. Portanto, é razoável admitir que sempre que o tratamento adotado para as más oclusões Classe II do Padrão II for compensatório, as metas terapêuticas devem incluir uma posição mais vestibular dos incisivos inferiores.
significativas apenas para Linha I13. Embora com média maior, a diferença é mais sutil quando comparada com o valor médio de avaliação 1-VT27. Isso pode ser devido à característica da medida, mais do que à característica da amostra, já que o método de avaliação para definir a Linha I é muito semelhante à 1-AP, com ambos apresentando discrepâncias similares e as maiores entre as avaliadas em relação à posição dos incisivos inferiores da amostra Padrão II. CONCLUSÕES Os resultados obtidos nesse estudo permitem concluir que os incisivos inferiores em indivíduos Padrão II, Classe II apresentam-se inclinados para vestibular. A comparação da posição do incisivo inferior na
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artigo inédito
Avaliação das mudanças no perfil facial de indivíduos adolescentes com má oclusão Classe I biprotrusão tratados com extração de quatro pré-molares Claudia Trindade Mattos1, Mariana Marquezan1, Isa Beatriz Barroso Magno Chaves2, Diogo Gonçalves dos Santos Martins2, Lincoln Issamu Nojima3, Matilde da Cunha Gonçalves Nojima4
Objetivo: avaliar, cefalometricamente, as alterações dentárias e do perfil tegumentar em indivíduos jovens adolescentes apresentando má oclusão Classe I de Angle, com características de biprotrusão, submetidos a tratamento ortodôntico com extrações dos quatro primeiros pré-molares. Métodos: foram avaliadas as radiografias cefalométricas em norma lateral inicial e final de 20 pacientes com má oclusão Classe I de Angle, biprotrusão, sendo medidos o ângulo nasolabial, distância dos lábios à linha E, distância dos lábios, incisivos, ponta do nariz e pogônio mole à linha Sy. Resultados: todas as medidas apresentaram alteração significativa após o tratamento (p<0,05), com exceção da posição dos lábios e do pogônio mole em relação à linha Sy. Houve uma correlação positiva da retração dos incisivos com a mudança de posição dos lábios superior e inferior (0,803/0,925; p<0,001). Conclusão: a retrusão do perfil, observada ao final do tratamento ortodôntico, se deu mais devido ao crescimento do nariz do que à retração dos lábios. A resposta dos tecidos moles à retração dos incisivos apresentou grande variabilidade. Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe I. Extração dentária. Estética dentária.
1
Doutora em Ortodontia, UFRJ.
2
Graduada em Odontologia, Faculdade de Odontologia, UFRJ.
3
Coordenador do Programa de Pós-graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia, UFRJ. Professor Adjunto do Programa de Pós-graduação em Odontologia e Ortodontia, UFRJ.
4
Como citar este artigo: Mattos CT, Marquezan M, Chaves IBBM, Martins DGS, Nojima LI, Nojima MCG. Assessment of facial profile changes in Class I biprotrusion adolescent subjects submitted to orthodontic treatment with extractions of four premolars. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):132-7. Enviado em: 16 de outubro de 2009 - Revisado e aceito: 29 de dezembro de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Professora Adjunta do Programa de Pós-graduação em Odontologia e Ortodontia, Faculdade de Odontologia, UFRJ.
Endereço para correspondência: Matilde da Cunha Gonçalves Nojima Av. Professor Paulo Rocco, 325 – Cidade Universitária – Ilha do Fundão Cep: 21941-617 – Rio de Janeiro/RJ – E-mail: matildenojima@uol.com.br.
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Mattos CT, Marquezan M, Chaves IBBM, Martins DGS, Nojima LI, Nojima MCG
CONCLUSÕES Com o presente estudo pode-se concluir que: 1. O ângulo nasolabial apresentou aumento significativo ao final do tratamento ortodôntico, não podendo ser correlacionado a qualquer outra medida avaliada. 2. Os lábios superior e inferior apresentaram distância aumentada em relação à linha E ao final do tratamento, evidenciando retrusão do perfil. Entretanto, houve pequena variação entre as medidas pré e pós-tratamento do posicionamento dos lábios em relação à linha Sy. Portanto, pode-se dizer que ela esteve mais relacionada ao crescimento do nariz e do mento que à real mudança do posicionamento dos lábios. 3. Os incisivos superiores e inferiores apresentaram retração significativa. Essa retração dos incisivos mostrou correlação positiva com a mudança de posição dos lábios superior e inferior. Apesar da mudança no perfil, na amostra estudada, ser atribuída em grande parte ao crescimento, a retração dos incisivos influenciou a retração dos lábios, acarretando mudanças no perfil facial.
para os perfis mais regulares. Portanto, é importante considerar essa tendência no planejamento e execução do tratamento de casos de biprotrusão atualmente, devendo o ortodontista procurar evitar ao máximo um achatamento do perfil. Foi observada no presente estudo correlação positiva entre a retração do lábio superior e a retração dos incisivos superior e inferior. Da mesma forma, a retração do lábio inferior mostrou correlação com a retração dos incisivos superior e inferior. Tais dados confirmam que a retração dos dentes anteriores influencia a posição dos lábios, apesar das medidas pré e pós-tratamento para verificação de alteração do posicionamento dos lábios em relação à linha Sy não terem sido estatisticamente significativas. Esses resultados foram semelhantes a outros trabalhos1,9,10. Entretanto, ainda há discordância sobre a quantidade de resposta dos tecidos moles às alterações nas posições dentárias e do processo alveolar6. Segundo Lai et al.11, as tentativas de se estabelecer uma taxa média para detectar uma tendência ou prever a resposta dos tecidos moles ao movimento dos incisivos foram mal-sucedidas, isso devido à grande variabilidade dos tecidos moles entre os indivíduos.
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Caso Clínico BBO
Tratamento compensatório da má oclusão de Classe III de Angle com mordida aberta anterior e assimetria mandibular Marcio Costa Sobral1
A má oclusão de Classe III se caracteriza por uma desarmonia dentária anteroposterior, podendo estar ou não acompanhada por discrepâncias esqueléticas. A estética facial pode se apresentar comprometida, em maior ou menor grau, a depender da magnitude da discrepância, constituindo um dos principais fatores motivadores da procura por tratamento ortodôntico. Em pacientes adultos, a terapia pode ser realizada mediante compensação dentária, nos casos mais simples, ou, em situações mais severas, mediante a associação entre tratamento ortodôntico e cirurgia ortognática. O presente artigo constitui-se no relato do caso clínico de uma paciente com padrão facial vertical, má oclusão de Classe III de Angle, com mordida aberta e importante assimetria facial. Foi tratada de forma compensatória, com exodontias, utilizando-se aparelhagem extrabucal, com tração alta, na arcada inferior, aplicando-se princípios da técnica de Tweed-Merrifield. Esse caso foi apresentado à diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), como parte dos requisitos para a obtenção do título de Diplomado pelo BBO. Palavras-chave: Assimetria facial. Ortodontia. Má oclusão de Classe III de Angle.
1
Como citar este artigo: Sobral MC. Compensatory treatment of Angle Class III malocclusion with anterior open bite and mandibular asymmetry. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):138-45.
Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Enviado em: 27 de março de 2012 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2012 » O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. Endereço para correspondência: Marcio Costa Sobral Av. Anita Garibaldi 1815, sala 315-b CME, Ondina CEP: 40.170-130 - E-mail: marciosobral@gmail.com
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Sobral MC
aparelhos extrabucais, foram fatores determinantes na tomada da decisão terapêutica. O tratamento foi conduzido com extrações dentárias, expansão da arcada superior e mecânica extrabucal atuando diretamente sobre o arco mandibular, com o intuito de movimentar para distal os dentes inferiores, corrigindo a má oclusão de Classe III e estabelecendo adequada intercuspidação, sem efeitos colaterais na arcada superior — aplicando-se, para isso, uma modificação da técnica descrita por Tweed-Merrifield2. Com a expansão da arcada superior e a mecânica recíproca de fechamento de espaços, após as extrações dos dentes 15 e 25, foi possível o estabelecimento da relação de chave de oclusão para os primeiros molares e caninos, assim como de adequados níveis de sobremordida e sobressaliência. Com a correção da mordida aberta anterior, houve melhora significativa na estética dos sorriso (Fig. 5).
que vão desde a interceptação, para indivíduos em tenra idade, até o tratamento ortodôntico-cirúrgico em adultos. Como alternativa, em determinados casos, pode-se aplicar o tratamento ortodôntico compensatório, também conhecido como camuflagem ortodôntica, que tem como objetivo principal propiciar, através de compensações dentárias, uma oclusão satisfatória, porém com modificações pouco significativas na estética facial. No caso descrito, a paciente, com 20 anos de idade, portando assimetria facial importante, apesar de informada sobre o benefício do tratamento ortodôntico-cirúrgico em combinação, optou, juntamente com seus pais, pela camuflagem ortodôntica — mesmo ciente das limitações desse procedimento isolado. A inexistência de antecessores familiares portadores de discrepância semelhante, assim como a total disponibilidade relatada pela paciente na utilização de uma mecânica ortodôntica elaborada, com
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tópico especial
Confecção e análise do setup ortodôntico Telma Martins de Araújo1, Lílian Martins Fonseca2, Luciana Duarte Caldas2, Roberto Amarante Costa-Pinto3
Introdução: o setup ortodôntico, ou montagem diagnóstica, constitui-se no recorte e remontagem dos dentes nos modelos de gesso, tornando-se um importante recurso no planejamento da terapia ortodôntica. Objetivo: o objetivo deste trabalho é descrever, de forma detalhada, a técnica de confecção e um método de avaliação do setup. Conclusão: sua confecção é laboriosa, porém, da sua análise podem ser extraídas informações importantes, como necessidade de extrações dentárias, desgastes interproximais, tipo do recurso de ancoragem, dentre outras. Palavras-chave: Ortodontia. Diagnóstico e planejamento. Modelos dentários.
INTRODUÇÃO Os modelos em gesso das arcadas dentárias são considerados elementos fundamentais no diagnóstico em Ortodontia1, pois, além de registrar as condições oclusais do paciente nas três dimensões do espaço, possibilitam a execução de muitas análises que irão auxiliar no planejamento do tratamento ortodôntico. Dentre elas estão as análises da discrepância de espaço nas dentições mista e permanente, simetria das arcadas, discrepância de Bolton e a confecção do setup2-5. Kesling6, em 1956, após desenvolver o posicionador dentário como auxiliar na finalização do tratamento ortodôntico, sugeriu que o recorte e o reposicionamento de dentes em cópias dos modelos da má oclusão
possibilitariam a simulação dos resultados antes do início da terapia ortodôntica. O setup é uma técnica laboratorial de recorte e remontagem dos dentes nos modelos de gesso das arcadas dentárias, onde o plano de tratamento elaborado, a partir do diagnóstico, é testado e passível de modificação, até que sejam alcançados os melhores resultados. Sua confecção é trabalhosa, porém traz grandes benefícios, principalmente nos casos clínicos limítrofes em que existem dúvidas. Com a utilização do setup, o plano de tratamento distancia-se da especulação e aproxima-se mais do tratamento real, oferecendo ao ortodontista informações seguras. Pesquisa realizada, comparando os setups de 30 pacientes aos modelos obtidos após a finalização
Professora Titular de Ortodontia da UFBA. Doutora e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Coordenadora do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. José Édimo Soares Martins - UFBA. Ex-presidente do Board Brasileiro de Ortodontia (BBO).
Como citar este artigo: Araújo TM, Fonseca LM, Caldas LD, Costa-Pinto RA. Preparation and evaluation of orthodontic setup. Dental Press J Orthod. 2012 May-June;17(3):146-65.
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Acadêmicas do Curso de Especialização em Ortodontia da UFBA.
Enviado em: 9 de abril de 2012 - Revisado e aceito: 30 de abril de 2012
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Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Professor de Ortodontia da EBMSP. Professor colaborador do Curso de Especialização em Ortodontia da UFBA.
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
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» A paciente que aparece no presente artigo autorizou previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. Endereço para correspondência: Telma Martins de Araújo Av. Araújo Pinho, 62 - 7° andar – Canela, Salvador/BA CEP: 40.110-913 - E-mail: tmatelma@globo.com
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Confecção e análise do setup ortodôntico
Araújo TM, Fonseca LM, Caldas LD, Costa-Pinto RA
Figura 33 - Setup digital realizado no software OrthoAnalizer.
Por fim, recomendamos a leitura do setup, seja manual ou digital, com registro de todas as informações obtidas dessa simulação diagnóstica em uma ficha (Fig. 28), para que nenhuma informação seja perdida
e o máximo de benefícios possa ser extraído, de modo a oferecer mais segurança na eleição do plano do tratamento e visualização do prognóstico, especialmente em casos mais complexos ou de extrações atípicas.
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Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.
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Comunicado aos Autores e Consultores - Registro de Ensaios Clínicos 1. O registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.
gistros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www. actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal. 3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who. int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www. icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução
2. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www. who.int/ictrp/network/en/index.html), com interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Re-
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