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ISSN 2176-9451

Volume 17, Number 4, July / August 2012

VersĂŁo em portuguĂŞs Dental Press International



v. 17, no. 4

Dental Press J Orthod. 2012 July/August;17(4):1-176

July/August 2012

ISSN 2176-9451


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desde 2008

desde 2008

desde 2009

Dental Press Journal of Orthodontics v. 1, n. 1 (set./out. 1996) - . -- Maringá : Dental Press International, 1996 Bimestral ISSN 2176-9451 1. Ortodontia - Periódico. I. Dental Press International. CDD 617.643005


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Sumário 1

Editorial

2

O que há de novo na Odontologia Citotoxicidade de materiais ortodônticos — a busca pelo material ortodôntico perfeito / Matheus Melo Pithon

4

Entrevista / Juan Martin Palomo

12

Insight Ortodôntico Avanços no conhecimento da movimentação dentária induzida. Osteoesclerose idiopática, corticais ósseas e o movimento ortodôntico/ Alberto Consolaro, Renata Bianco Consolaro

Artigos Online 17

Avaliação da resistência ao cisalhamento de diferentes tratamentos na superfície de braquetes cerâmicos Patrícia Helou Ramos Andrade, Rogério Vieira Reges, Marcos Augusto Lenza

19

Utilização de sulfato de condroitina e sulfato de glicosamina nas alterações degenerativas da ATM: uma revisão sistemática Eduardo Machado, Patricia Machado, Paulo Afonso Cunali

21

Dureza Knoop do esmalte e resistência ao cisalhamento de braquetes colados com resina composta com e sem flúor Silvia Amélia Scudeler Vedovello, Marcelo Grigoletto, Mário Vedovello Filho, Heloísa Cristina Valdrighi, Mayury Kuramae

23

Avaliação da resistência ao cisalhamento de braquetes colados pelas técnicas direta e indireta: estudo in vitro Roberto Hideo Shimizu, Karlos Giovani Grando, Isabela Almeida Shimizu, Augusto Ricardo Andriguetto, Ana Cláudia Moreira Melo, Eduardo Leão Witters

25

Atresia maxilar: há diferenças entre as regiões anterior e posterior? Regina Helena Lourenço Belluzzo, Kurt Faltin Junior, Cícero Ermínio Lascala, Lucas Bacci Renno Vianna

27

Cimentos ortodônticos: proteção imediata e liberação de flúor Rogério Lacerda dos Santos, Matheus Melo Pithon, Júlia Barbosa Pereira Leonardo, Edna Lúcia Couto Oberosler, Delmo Santiago Vaitsman, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas Artigos Inéditos

29

Otimização do tratamento ortodôntico utilizando o Centrex System para retração dos dentes anteriores José Kleber Soares de Meireles, Weber Ursi

45

Estudo comparativo da força de atrito produzida pela deformação de arco NiTi em diferentes braquetes ortodônticos: avaliação in vitro Gilberto Vilanova Queiroz, Rafael Yagüe Ballester, João Batista De Paiva, José Rino Neto, Giselle Mara Galon

51

Avaliação da fricção superficial apresentada por braquetes autoligáveis em condições de tracionamento sob angulação Roberta Buzzoni, Carlos N. Elias, Daniel J. Fernandes, José Augusto M. Miguel

57

Estabilidade do tratamento de apinhamento anterossuperior Camila Leite Quaglio, Karina Maria Salvatore de Freitas, Marcos Roberto de Freitas, Guilherme Janson, José Fernando Castanha Henriques

65

Alteração das angulações mesiodistais dos incisivos superiores em pacientes com diastemas anterossuperiores tratados ortodonticamente Juliana Fernandes de Morais, Marcos Roberto de Freitas, Karina Maria Salvatore de Freitas, Guilherme Janson, Nuria Cabral Castello Branco, Marcelo Zanda


72

Avaliação microbiológica das cerdas de escovas dentárias de uso frequente

Celso André Ferreira, Geovana Dagostim Savi, Ana Paula Panatto, Jaqueline da Silva Generoso, Tatiana Barichello

77

Avaliação da superfície do esmalte dentário após a remoção do braquete e polimento

Lilian Maria Brisque Pignatta, Sillas Duarte Júnior, Eduardo César Almada Santos

85

Folga braquete/fio: o que esperar da prescrição para inclinação nos aparelhos pré-ajustados

Leopoldino Capelozza Filho, Fabricio Monteiro de Castro Machado, Terumi Okada Ozawa, Arlete de Oliveira Cavassan, Mauricio de Almeida Cardoso

96

A influência dos hábitos de sucção no desenvolvimento oclusal nos primeiros 36 meses

Edson Theodoro dos Santos Neto, Adauto Emmerich Oliveira, Rodrigo Walter Barbosa, Eliana Zandonade, Zilda Fagundes Lima Oliveira

105

Avaliação dos métodos de desinfecção de alicates ortodônticos

Camilla Machado Feitosa de Almeida, Adriana Silva de Carvalho, Danilo Antônio Duarte

110

Citotoxicidade de elásticos ortodônticos de separação

Rogério Lacerda dos Santos, Matheus Melo Pithon, Fernanda Otaviano Martins, Maria Teresa Villela Romanos

115

Diferentes estratégias utilizadas na fase de contenção do tratamento ortodôntico

Vinicius Schau de Araújo Lima, Felipe de Assis Ribeiro Carvalho, Rhita Cristina Cunha Almeida, Jonas Capelli Júnior

122

Efeitos induzidos após uso de aparelhos para tração reversa da maxila: uma revisão de literatura

Adanai de Brito Freire, Leonard Euler Andrade Gomes do Nascimento, Ana de Lourdes Sá de Lira

129

Efeito da expansão rápida da maxila na dimensão da cavidade nasal e morfologia facial pela rinometria acústica e rinomanometria

Carla Enoki Itikawa, Fabiana Cardoso Pereira Valera, Mírian Aiko Nakane Matsumoto, Wilma Terezinha Anselmo Lima

134

Mini-implante e Botão de Nance para retração inicial de caninos superiores: estudo prospectivo em modelos

Flávia de Moraes Arantes, Juliana Kina, Matheus José Bueno Gonçalves, Júlio de Araújo Gurgel, Omar Gabriel da Silva Filho, Eduardo César Almada Santos

140

Determinação das características estruturais em jovens do Ceará com má oclusão de Classe II, divisão 1

Keila Maria de Sousa Castelo, Fausto Silva Bramante

148

Caso Clínico BBO

Tratamento de paciente Classe III em crescimento com prognatismo mandibular e severa mordida cruzada anterior

Ricardo Machado Cruz

160

Tópico Especial

Alteração do plano oclusal na cirurgia ortognática

Lucas Senhorinho Esteves, Carolina Ávila, Paulo José Medeiros

174

Normas para publicação


EDITORIAL

Ao primeiro grupo dei a alcunha de Ortodontia Brasileira, que chegou a mil membros em um mês, graças a muitos amigos. Hoje ultrapassa 1.500 profissionais. Esse grupo abriga notificações com interesses diversos dentro da especialidade, tais como divulgações de pesquisas e eventos, discussão de casos clínicos e, eventualmente, alguns embates pessoais que tenho a árdua missão de mediar. Confesso-lhes, entretanto, que o filho predileto é o segundo grupo, batizado pomposamente de Pesquisa Odontológica Brasileira. Está chegando a dois mil membros e ainda repleto de respeitadíssimos pesquisadores, editores, professores e alunos de todos os estados desse (in)finito Brasil. Publicações de pesquisas, editoriais, informações e interessantíssimas discussões sobre metodologia científica — incluindo Bioestatística —, concursos para professores e eventos científicos são constantemente divulgados pelo grupo. Foi pela rede, graças ao Prof. Saul Paiva-UFMG, que tomei ciência, por exemplo, do encontro da Associação Brasileira de Editores Científicos, realizado em julho desse ano. Um dos melhores eventos que participei na última década. Há algo mais útil? Se hoje relembro esse momento jurássico vivido na transição da minha dentição de dinossauro, foi para me refazer do preconceito, apenas no sentido metafórico — assim, desculpo-me aos que não participam das redes sociais —; também por entender que vivemos a era da comunicação e não podemos, jamais, abjurar, pois imagens e documentos voam em frações de segundo. Muito mais está no porvir. Conhecimento é poder, e comunicação gera disseminação do conhecimento; portanto, esses eventos, entrelaçados, diminuem as desigualdades e ampliam a sociabilidade no sentido antropológico. Por outro lado, com tanto acesso às informações, ainda não conseguimos nos distanciar do real significado do preconceito réptil, pois ele está atarraxado a um estereótipo. Não gostaria de advogar que todo ortodontista deve participar da rede social, ou que abandone a fossilização paquidérmica — nunca, jamais. Apenas relato esse aprendizado como forma de aconselhar os que ainda não tiveram a coragem ou estímulo suficiente, para que busquem informações sobre essa atraente ferramenta. Aos que já conhecem, convido-os a participar dos tantos interessantes grupos criados e a visitar as informações postadas. Você observará que o tempo despendido inicialmente lhe será devolvido com juros, basta clicar sem precisar rugir. Parafraseando John Munsell: Se o conteúdo é rei, a comunicação é a rainha; portanto, salve a Rainha.

“Um Orthossaurus nas redes sociais” Do que vale olhar sem ver? Johann W. von Goethe Comprei meu primeiro computador no início dos anos 90, quando residente do setor de Ortodontia do Centrinho-USP. Entretanto, apesar de me considerar na vanguarda, minha recepção à rede WWW demorou um pouco mais. Em parte foi por culpa do Bill Gates. Ele me fez acreditar que essa ferramenta não traria benefícios pessoais ou profissionais. Ledo engano... No compasso de Gates, devo confessar que durante muito tempo fui cego às redes sociais. Preconceito, mesmo: réu confesso, justificado pela falta de tempo. Até que certo dia um graduando me fez enxergar o Orkut. Depois do primeiro contato, inferi que não deveria puir minha preciosa linha do tempo com aquela bugiganga, e me aconcheguei mais-e-mais ao princípio de Gates. Seria o meu enterro se não fosse esse parêntese que faço agora: eis que surge o “Facebook” para me retirar do leito de morte. Foi quando enterrei a epiderme do Orthossaurus odonthorrex que me habitava em pleno século da revolução na comunicação. Dessa vez foi um pós-graduando. Encenei desdenho, novamente; um olhar sem foco, típico da visão pouco nítida de um dinossauro. Estava implícito o preconceito, algo, por sua vez, inconcebível a um educador. Passada a repulsa inicial e a inépcia, solicitei-lhe que me apresentasse ao tal “feice”. No início da apresentação me pareceu um Orkut avançado, mas, de tanto burilar — por curiosidade —, acabei por iniciar uma caminhada repleta de novidades. Como qualquer um que usa as redes sociais, redescobri amigos que não encontrava há muito; gente que jamais teria a oportunidade de contato não fosse a criação dessa potente ferramenta de comunicação. Também reconheci diversos ortodontistas de renome, fisgados pela rede. Profissionais por quem nutro efusiva admiração. Se essa gente toda está na rede, por que não estaria eu, esse descendente mesozoico? Rompi, assim, os grilhões do preconceito e a minha ocultação do ciberespaço. Saí do Parque. Bisbilhotando um pouco mais, descobri a ferramenta que poderia contribuir com o meu papel de educador, pesquisador, editor e clínico. Eram os grupos, espaço no qual são adicionadas pessoas com afinidades a determinado tema. Uma espécie de gueto. No mergulho, percebi a fresta e criei dois deles. Já sentia, àquela altura, que a minha pele de réptil ficara tatuada no passado. © 2012 Dental Press Journal of Orthodontics

Boa leitura! David Normando - editor-chefe davidnor@amazon.com.br 1

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):1


O que há de novo na Odontologia

Citotoxicidade de materiais ortodônticos — a busca pelo material ortodôntico perfeito Matheus Melo Pithon1

ção (International Standard Organization, ISO 10993), o ensaio de citotoxicidade in vitro é o primeiro teste para avaliar a biocompatibilidade de qualquer material para uso em dispositivos biomédicos e, depois de comprovada a sua não toxicidade, o estudo da biocompatibilidade do produto pode ter continuidade, realizando-se os ensaios necessários em animais de laboratório10. Vários são os métodos in vitro para avaliar a toxicidade de biomateriais11,12. Esses testes de citotoxicidade consistem em colocar o material direta ou indiretamente em contato com uma cultura de células de mamíferos, verificando-se as alterações celulares por diferentes mecanismos, dentre os quais a incorporação de corantes vitais ou a inibição da formação de colônias celulares13. O parâmetro mais utilizado para avaliar a toxicidade é a viabilidade celular, que pode ser evidenciada com auxílio de corantes vitais, como o vermelho neutro12. Muitas substâncias danificam as membranas celulares, resultando no decréscimo de captura e ligação do vermelho neutro. Portanto, é possível distinguir entre células vivas, danificadas ou mortas pela intensidade de cor da cultura celular medida por espectrometria12. Os métodos in vitro apresentam vantagens em relação aos in vivo, como maior controle de variáveis experimentais, maior facilidade em se obter dados significativos, além dos períodos de teste serem, geralmente, mais curtos12.

Por vários anos, as pesquisas laboratoriais na Ortodontia procuraram estabelecer as propriedades mecânicas dos diversos componentes dos aparelhos ortodônticos, buscando melhorar a resistência ao cisalhamento de braquetes1 e compósitos ortodônticos2, menor atrito entre fios e braquetes3, aumento na elasticidade de elásticos4, dentre outras melhorias5,6,7. Entretanto, o aparecimento de reações adversas nos tecidos moles bucais, pelo uso desses materiais, despertou o interesse dos pesquisadores em determinar o comportamento biológico desses materiais, ou seja, a sua biocompatibilidade (Fig. 1). A biocompatibilidade pode ser definida como a capacidade de um material de exercer suas funções específicas quando aplicado a tecidos vivos de determinado hospedeiro, sem, contudo, causar danos ou prejuízo ao mesmo8. Podem ser citados como exemplo os braquetes ortodônticos, os quais devem permanecer na cavidade bucal do paciente por um período médio de 36 meses, em íntimo contato com a mucosa, sem causar irritação. Com o controle cada vez mais rigoroso em relação ao uso de animais de laboratório, houve a necessidade de desenvolver e padronizar testes in vitro que pudessem detectar a toxicidade de dispositivos para uso em seres humanos, principalmente aqueles de aplicação clínica, como os biomateriais, que não devem causar reações adversas e nem lesar o organismo do paciente9. De acordo com o Órgão Internacional de Padroniza-

1

Como citar este artigo: Pithon MM. Cytotoxicity of orthodontic materials – The search for the perfect orthodontic material. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):2-3.

Professor de Ortodontia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Mestre e Doutor em Ortodontia, UFRJ. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial. Editor adjunto do Dental Press Journal of Orthodontics.

Enviado em: 2 de fevereiro de 2012 - Revisado e aceito: 20 de março de 2012 » O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Endereço para correspondência: Matheus Melo Pithon Av. Otávio Santos, 395, sala 705, Centro Odontomédico Dr. Altamirando da Costa Lima Vitória da Conquista/BA – CEP: 45020-750 E-mail: matheuspithon@gmail.com

© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics

» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.

2

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):2-3


Pithon MM

a

B

c

figura 1 - a) Lesão no lábio devida a contato com a solda do aparelho extrabucal. B) Reação inflamatória gengival pelo contato com resina de colagem dos braquetes, em paciente com boa higienização. c) Lesões na mucosa após uso de elásticos intermaxilares. D) Lesão na gengiva e mucosa do lábio inferior, por contato de agente do sistema de adesivo autocondicionante.

D

perguntas clínicas podem ser respondidas, como por que a gengiva do paciente está hiperplasiada, mesmo tendo ele uma higiene excelente? A dor provocada pelos elásticos de separação é só devida ao movimento decorrente da sua utilização ou decorre da toxicidade do elástico com a gengiva? Vale ressaltar que o sucesso na clínica ortodôntica não envolve somente o domínio da técnica corretiva para atingir o ideal em oclusão dentária, mas também requer a aplicação de normas de biossegurança e a preocupação com as consequências locais e sistêmicas dos materiais ortodônticos utilizados.

Nota-se a importância dos testes biológicos, visto que, para um material ser usado na cavidade bucal, ele deve ser atóxico, não absorvível pelo sistema circulatório e não deve provocar injúrias aos tecidos bucais. Materiais não biocompatíveis podem mostrar-se mutagênicos ou, ainda, influenciar mediadores da inflamação, provocando respostas sistêmicas, incluindo toxicidade, teratogenias ou efeitos carcinogênicos14. Tais materiais devem ser isentos de agentes que possam causar respostas alérgicas a indivíduos sensíveis a essas substâncias. Elucidando como se comportam os materiais ortodônticos em contato com tecidos vivos, muitas

RefeRências 1.

2.

3.

4.

5. 6.

7.

Pithon MM, Oliveira MV, Ruellas AC, Bolognese AM, Romano FL. Shear bond strength of orthodontic brackets to enamel under different surface treatment conditions. J Appl Oral Sci. 2007 Apr;15(2):127-30. Pithon MM, dos Santos RL, de Oliveira MV, Ruellas AC, Romano FL. Metallic brackets bonded with resin-reinforced glass ionomer cements under different enamel conditions. Angle Orthod. 2006 Jul;76(4):700-4. Fidalgo TK, Pithon MM, Maciel JV, Bolognese AM. Friction between different wire bracket combinations in artificial saliva—an in vitro evaluation. J Appl Oral Sci. 2011 Jan-Feb;19(1):57-62. Lacerda dos Santos R, Pithon MM, Romanos MT. The influence of pH levels on mechanical and biological properties of non-latex and latex elastics. Angle Orthod. 2011 Dec 9. Pithon MM, dos Santos RL. Does ozone water affect the bond strengths of orthodontic brackets? Aust Orthod J. 2010 May;26(1):73-7. Pithon MM, dos Santos RL, de Oliveira Ruellas AC, Nojima LI, Sant’Anna EF. In vitro evaluation of fluoride release of orthodontic bonding adhesives. Orthodontics (Chic.). 2011 Winter;12(4):290-5. Pithon MM, Nojima MG, Nojima LI. Primary stability of orthodontic mini-implants inserted into maxilla and mandible of swine. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2012 Jan 2.

© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics

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9. 10.

11.

12.

13.

14.

3

Santos RL, Pithon MM, Fernandes AB, Cabral MG, Ruellas AC. Biocompatibility of orthodontic adhesives in rat subcutaneous tissue. J Appl Oral Sci. 2010 SepOct;18(5):503-8. Rogero SO, Lugão AB, Ikeda TI, Cruz AS. Teste in vitro de citotoxicidade: estudo comparativo entre duas metodologias. Mater Res. 2003;6(3):317-20. International Organization for Standardization. International standard ISO 10993-5, Biological evaluation of medical devices. 1992. Part 5: Tests for cytotoxicity: in vitro methods. Geneva (SH): 1992 dos Santos RL, Pithon MM, Martins FO, Romanos MT, de Oliveira Ruellas AC. Evaluation of the cytotoxicity of latex and non-latex orthodontic separating elastics. Orthod Craniofac Res. 2010 Feb;13(1):28-33. Pithon MM, Santos RL, Ruellas ACO, Fidalgo TK, Romanos MTV, Mendes GS. Citotoxicidade in vitro de elásticos ortodônticos: comparação entre duas metodologias. Rev Saúde Com. 2008;4(1):19-26. Rogero SO, Souzabazzi A, Ikeda TI, Cruz AS, Fernandes KC, Higa OZ. Citotoxicidade in vitro das membranas de hidrogel reticuladas por radiação ionizante. Rev Inst Adolfo Lutz. 2000;59(1/2):1-5. Santos RL, Pithon MM, Silva Mendes G, Romanos MT, Ruellas ACO. Cytotoxicity of intermaxillary orthodontic elastics of different colors: an in vitro study. J Appl Oral Sci. 2009 Jul-Aug;17(4):326-9.

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entrevista

uma entrevista com

Juan Martin Palomo • Especialista e Mestre, Departamento de Ortodontia, Faculdade de Odontologia da Case Western Reserve University. • Diretor de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Case Western Reserve University. • Diretor do Craniofacial Imaging Center, Faculdade de Odontologia da Case Western Reserve University. • Professor convidado, Departamento de Ortodontia, University of Belgrade, Sérvia. • Membro da American Association of Orthodontists (AAO) e da American Academy of Oral and Maxillofacial Radiology (AAOMR) • Membro do conselho especial da AAO e da AAOMR para a criação de recomendações de uso da tomografia de feixe cônico na Ortodontia. • Diplomado pelo American Board of Orthodontics. • Membro do AAO Committee On Information Technology (COIT). • Editor convidado do periódico Seminar in Orthodontics – Cone Beam CT for the orthodontist, 2010. • Membro do conselho editorial e revisor das seguintes revistas: American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, Angle Orthodontist, European Journal of Orthodontics, Journal of Clinical Orthodontics, Journal of the American Dental Association, International Journal of Oral Science e Journal of Applied Oral Science, entre outras. • Prêmio da American Association of Orthodontists Foundation (AAOF) em 1999, 2001 e 2004. • Ex-presidente da Omnicron Kappa Upsilon (OKU) National Honor Dental Society.

O professor Juan Martin Palomo completou sua graduação na Universidade Estadual de Ponta Grossa e se orgulha de ser dessa cidade do Paraná. Foi selecionado para o curso de Ortodontia na prestigiada Faculdade de Odontologia da Case Western Reserve University (CWRU), em Cleveland/Ohio, e, durante seu curso de pós-graduação, sentiu que poderia ser mais útil à sua profissão seguindo a vida acadêmica, mais especificamente na área de diagnóstico por imagem. A ambição do Dr. Palomo sempre foi servir seu país, o Brasil; por isso, trabalhou primeiro como dentista e depois como ortodontista em Curitiba/PR, como dentista para a prefeitura de Manoel Ribas, e foi professor de Ortodontia e Radiologia na UNIPAR, em Umuarama/PR. Na época em que trabalhava como ortodontista no Brasil, foi convidado a voltar à CWRU e foi indicado para o cargo de diretor clínico e pesquisador fellow do Bolton Brush Center. Recebeu vários prêmios da American Association of Orthodontists (AAO) por seu trabalho como professor, e presidiu o Conselho para a Liderança Educacional na implementação da Odontologia Baseada em Evidências. Atualmente, é diretor de Ortodontia e chefe do Comitê de Estudos de Pós-graduação da CWRU. Construiu o primeiro centro de diagnóstico por imagem no Meio-Oeste dos Estados Unidos, e atualmente está envolvido na elaboração do parecer técnico da AAO sobre o assunto. Reuniu um grupo de pesquisadores premiados de alto nível, ortodontistas clínicos, médicos e alunos de pós-graduação que podem contribuir para nossa profissão. Seu desejo é servir ao Brasil como autor, realizando palestras e encontros, e criando oportunidades de colaboração. O Dr. Palomo é casado com Leena, uma periodontista, também professora da CWRU, e tem uma filha de 7 anos e três cachorros. Lincoln I. Nojima

Como citar esta seção: Palomo JM. Interview. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):4-11. Enviado em: 20 de outubro de 2011 - Revisado e aceito: 1 de março de 2012 » Os pacientes que aparecem na presente seção autorizaram previamente a publicação de suas fotografias e radiografias.

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Palomo JM

Lucia Cevidanes » Cirurgiã-dentista, Universidade Federal de Goiás. » Mestre em Ortodontia, Instituto Metodista de Ensino Superior. » Doutor em Biologia Oral, University of North Carolina at Chapel Hill. » Professora Assistente do Departamento de Ortodontia e Odontologia Pediátrica da University of Michigan. » Diplomada pelo American Board of Orthodontics.

Carla A. Evans » Cirurgiã-dentista, University of Michigan School of Dentistry. » Especialista em Ortodontia pela Harvard University/Forsyth Dental Center. » Doutor em Ciências Médicas, Biologia Oral, pela Harvard University and University of Illinois at Chicago. » Professora e Chefe do Departamento de Ortodontia da University of Illinois at Chicago. » Professora de Bioengenharia da Faculdade de Engenharia da University of Illinois at Chicago.

Mark G. Hans » Cirurgião-dentista, School of Dental Medicine, Case Western Reserve University, Ohio. » Mestre em Ciências Odontológicas, Case Western Reserve University, Ohio. » Chefe do Departamento de Ortodontia, Case Western Reserve University, Ohio. » Diretor do The Bolton-Brush Growth Study Center, Case Western Reserve University, Ohio. » Diplomado pelo American Board of Orthodontics.

Dauro Oliveira » Cirurgião-dentista, Universidade Federal de Minas Gerais, MG. » Mestre em Ciências Odontológicas (Ortodontia), Marquette University. » Doutor em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ. » Diretor de Ortodontia da Pontifícia Universidade Católica, MG.

Matilde da Cunha Gonçalves Nojima » Cirurgiã-dentista, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ. » Mestre e Doutora em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ. » Professora Adjunta, Departamento de Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ. » Professor Visitante, Departamento de Ortodontia, Case Western Reserve University, Ohio. » Pós-doutorando na Case Western Reserve University, Ohio, bolsa Capes nº 1540/11-4.

Lincoln Issamu Nojima » Cirurgião-dentista, Universidade de Passo Fundo, RS. » Mestre e Doutor em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ. » Professor Adjunto, Departamento de Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ. » Professor Visitante, Departamento de Ortodontia, Case Western Reserve University, Ohio. » Pós-doutorando na Case Western Reserve University, Ohio, bolsa Capes nº 0906/11-6. » Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

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insight ortodôntico

Avanços no conhecimento da movimentação dentária induzida Osteoesclerose idiopática, corticais ósseas e o movimento ortodôntico Alberto Consolaro1, Renata Bianco Consolaro2

Movimentar ortodonticamente os dentes por áreas densas do trabeculado ósseo e pelas corticais pode requerer uma redução na intensidade e/ou na concentração das forças aplicadas. Em parte, as forças ortodônticas aplicadas são dissipadas e reduzidas pela deflexão óssea que ocorre pelo discreto grau de elasticidade do tecido ósseo em condições de normalidade. Nas áreas de trabeculado denso e nas corticais, essa deflexão deve ser irrisória ou inexistente. Se não houver uma redução na intensidade das forças nessas regiões citadas, toda a força incidirá sobre a estrutura do ligamento periodontal, aumentando o risco de morte dos cementoblastos, hialinização e reabsorções radiculares. Novos trabalhos poderiam avaliar a prevalência dessas consequências em casuísticas selecionadas para essa finalidade, que, assim, deixariam de ser observações aleatórias. Palavras-chave: Cortical óssea. Osteoesclerose idiopática. Osteíte crônica esclerosante focal. Movimentação ortodôntica. Movimentação dentária induzida.

A movimentação ortodôntica depende da aplicação de forças no dente para que se promova compressão sobre o ligamento periodontal. A deformação das células e respectivos citoesqueletos, mais a redução do fluxo sanguíneo e hipóxia, levam ao estresse celular, com aumento da liberação de mediadores que estimulam a reabsorção óssea na face periodontal do osso alveolar. Assim os dentes se movimentam ortodonticamente. Nos treinamentos para a aplicação de forças ortodônticas, tende-se a ter uma uniformidade nos procedimentos. No entanto, o osso tem uma variabilidade muito grande na densidade do seu trabeculado, assim

como na espessura de suas corticais e na morfologia da crista óssea alveolar. Essa variabilidade, quando extrema, pode influenciar significativamente na maior ou menor sintomatologia durante o movimento ortodôntico, assim como no risco de reabsorções radiculares.

1

Professor Titular da FOB e da Pós-graduação da FORP - Universidade de São Paulo.

2

Professora Doutora Substituta de Patologia da FOA-Unesp e das Faculdades Adamantinenses Integradas.

Como citar este artigo: Consolaro A, Consolaro RB. Advancements in the knowledge of induced tooth movement: Idiopathic osteosclerosis, cortical bone and orthodontic movement. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):12-6.

DENSIDADE DO TRABECULADO óSSEO A densidade do trabeculado ósseo varia com a região do esqueleto. Nos maxilares, a variabilidade da densidade trabecular óssea é grande, mesmo quando se analisam diferentes áreas de uma mesma mandíbula ou maxila. Essa variabilidade está relacionada com a

Enviado em: 26 de março de 2012 - Revisado e aceito: 31 de março de 2012 Endereço para correspondência: Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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insight ortodôntico

Avanços no conhecimento da movimentação dentária induzida: osteoesclerose idiopática, corticais ósseas e o movimento ortodôntico

O mesmo raciocínio, sobre a aplicação de forças no movimento ortodôntico ter parte de sua intensidade dissipada pelas estruOb turas ósseas peridentárias, pode ser extrapolado para as corticais eM ósseas (Fig. 4). Ao movimentar-se dentes pelas corticais, se não houver esse cuidado especial em aP reduzir a intensidade das forças, o deslocamento dentário pode ocorrer, mas o risco de uma maior Oc destruição de cementoblastos aumenta consideravelmente, podendo-se ter reabsorções radicufigura 4 - Cortical óssea constituída por várias camadas de aposição lamelar (AP) bem definidas, entre as quais notam-se os osteócitos. EM = espaço medular; Ob = osteoblastos; Oc = clastos. (HE, 25x). lares mais severas1. Em síntese, quando se movimentar dentes pepermanecendo indefinidamente como parte do tralas corticais ósseas, deve-se procurar reduzir a intenbeculado da região, sendo diagnosticada como ossidade das forças, pois a deflexão óssea será bem meteoesclerose idiopática. nor, aumentando os efeitos no ligamento periodontal Ao movimentar-se dentes nessas áreas, deve-se e suas estruturas. diminuir a intensidade da força, pois não apresentam Algumas perguntas poderiam ser respondidas em deflexão óssea e toda a sua intensidade se aplicará sofuturos trabalhos: 1. Qual a prevalência de reabsorções radiculares bre o ligamento periodontal. O uso de forças convenem dentes que foram movimentados por áreas cionais, nesses casos, pode induzir áreas de hialinizade osso mais denso, como as da osteoesclerose ção e morte de cementoblastos, seguidas de reabsoridiopática, sem e com os cuidados mencionados ções radiculares, além de impedir um deslocamento anteriormente? dentário eficiente, que será mais lento e sintomático. 2. Qual a prevalência de reabsorções radiculares A mesma extrapolação pode ser feita para os moem dentes que foram movimentados ortodonvimentos dentários pelas corticais ósseas. Elas apresentam pequena deflexão, ou até nenhuma, podendo, ticamente por corticais ósseas mais densas, ou assim, aumentar o risco de reabsorções dentárias, inmesmo em dentes que foram ancorados nas clusive quando se faz ancoragem dos dentes nessas escorticais? truturas. Novos trabalhos poderão detectar de forma 3. As diferenças na frequência de reabsorções ramais precisa a prevalência de reabsorções radiculares, diculares em alguns tipos de dentes estariam a sintomatologia e a eficiência do movimento ortorelacionadas à densidade óssea e à espessura dôntico quando em áreas densas do trabeculado e ou das corticais, características que variam nos vápelas corticais ósseas. rios segmentos dos maxilares? CONSIDERAçõES FINAIS A osteoesclerose idiopática não tem relação causa-efeito detectável, mas pode ter sido anteriormente uma osteíte crônica esclerosante focal cuja causa foi eliminada, como lesões periapicais crônicas, doença periodontal, pericoronarites e trauma oclusal. Uma parte considerável das áreas esclerosadas induzidas demora anos para voltar ao normal, ou não volta,

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RefeRências

1.

Consolaro A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 3a ed. Maringá (PR): Dental Press International; 2012.

2.

Wood NK, Goaz PW. Diagnóstico diferencial das lesões bucais. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1983.

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artigo online*

Avaliação da resistência ao cisalhamento de diferentes tratamentos na superfície de braquetes cerâmicos Patrícia Helou Ramos Andrade1, Rogério Vieira Reges2, Marcos Augusto Lenza3

Objetivo: avaliar a resistência à união da interface entre braquete cerâmico e restauração de resina composta, empregando quatro tipos de tratamento na base do braquete. Métodos: foram utilizados 48 discos de resina fotoativada (Filtek® Z250) incluídos em corpos de prova, divididos em quatro grupos, com 12 espécimes em cada grupo, de acordo com o tipo de tratamento realizado na base do braquete. Uma vez colados os braquetes, os corpos de prova foram submetidos à tensão de cisalhamento, realizado numa máquina universal de ensaios (MTS: 810 Material Test System) calibrada com velocidade fixa de 0,5mm/min. Os valores obtidos foram registrados e comparados por meio de médias, utilizando-se testes estatísticos adequados (análise de Variância e, posteriormente, teste de Tukey). Resultados e Conclusões: o condicionamento das superfícies dos braquetes cerâmicos com ácido hidrofluorídrico a 10% por 1 minuto, seguido do jateamento com óxido de alumínio com 50um de tamanho, e posterior aplicação do silano e, depois, aplicação de adesivo, foi considerado o melhor método para o preparo de superfícies de braquetes cerâmicos previamente à colagem estética ortodôntica. Palavras-chave: Braquete cerâmico. Compósito. Cisalhamento.

*Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. 1

Especialista em Ortodontia pela Faculdade Unidas do Norte de Minas/ Funorte.

2

Professor Titular da disciplina de Materiais Dentários e Dentística na UNIP-GO. Mestre e Doutor em Materiais Dentários, FOP-UNICAMP - SP.

3

Professor Titular da disciplina de Ortodontia e Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Como citar este artigo: Andrade PHR, Reges RV, Lenza MA. Evaluation of shear bond strength of different treatments of ceramic bracket surfaces. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):17-8. Enviado em: 6 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 26 de janeiro de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Patrícia Helou Ramos Andrade Rua QRSW 4, bloco B8, apto. 303 – Sudoeste – CEP: 70.675-428 – Brasília / DF E-mail: patricia_helou@yahoo.com.br

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Avaliação da resistência ao cisalhamento de diferentes tratamentos na superfície de braquetes cerâmicos

artigo online

Resumo do editor

de Robson e pedra-pomes, lavadas por 30 segundos e secas com jatos de ar livre de óleo (Grupo controle). Prosseguindo com os tratamentos de superfície nos Grupos I, II e III, foi aplicado silano, seco com jatos de ar por 15 segundos, seguido da aplicação de duas camadas de adesivo, cujo excesso foi removido com papel absorvente. Nas superfícies dos discos de resina composta, realizou-se condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 30 segundos, seguido da lavagem, secagem e aplicação do adesivo. Após a realização dos diferentes tipos de tratamento de superfície, os braquetes foram colados com Transbond XT®. Na sequência, toda a amostra foi submetida ao ensaio de cisalhamento numa máquina universal de ensaios MTS 810 (Material Test System) (Fig. 1). Os resultados demonstraram que os maiores valores de resistência foram alcançados pelo Grupo III, o qual não apresentou diferenças estatísticas com o Grupo II (p>0,05). O Grupo IV apresentou os menores valores, sendo esse diferente estatisticamente dos demais (p<0,05). Os autores concluem, com a realização desse trabalho, que o condicionamento das superfícies dos braquetes cerâmicos com ácido hidrofluorídrico a 10% por 1 minuto, seguido do jateamento com óxido de alumínio com 50µm de tamanho, posterior aplicação do silano e aplicação de adesivo, foi considerado o melhor método para o preparo de superfícies de braquetes cerâmicos previamente à colagem ortodôntica.

A Ortodontia corretiva, no contexto atual, apresenta-se com uma variedade de materiais e técnicas cujo objetivo é dinamizar o tratamento, buscando funcionalidade e estética. Um dos desafios para o profissional, em termos de técnica e materiais, está na união de acessórios ortodônticos estéticos em dentes com restaurações de resina composta ou de cerâmica. Dessa forma, a proposta dos autores com o presente trabalho foi avaliar a resistência ao cisalhamento de braquetes cerâmicos colados em superfície de resina composta, após a realização de diferentes tipos de tratamento na base dos braquetes, antes da colagem. Para isso, foram confeccionados 48 discos de 10mm x 5mm com resina fotoativada, os quais foram incluídos em tubos de metal, de maneira centralizada. Previamente à colagem dos braquetes cerâmicos, os corpos de prova foram divididos em quatro grupos (n=12), assim denominados: Grupo I — superfícies dos braquetes condicionadas com ácido hidrofluorídrico (HFL) a 10% por 1 minuto, lavadas por 30 segundos e secas com jatos de ar; Grupo II — superfícies dos braquetes jateadas com óxido de alumínio por 10 segundos; Grupo III — superfícies condicionadas com HFL a 10% por 1 minuto, lavadas por 30 segundos, secas com jatos de ar livre de óleo e, depois, jateadas com óxido de alumínio por 10 segundos; e Grupo IV — as superfícies foram submetidas à profilaxia com escova

figura 1 - a) Máquina universal de ensaio MTS 810 (Material Test System). B) Momentos antes da ruptura da ligação adesiva da interface cerâmica/resina/resina.

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a

B

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artigo online*

Utilização de sulfato de condroitina e sulfato de glicosamina nas alterações degenerativas da ATM: uma revisão sistemática Eduardo Machado1, Patricia Machado2, Paulo Afonso Cunali3

Introdução: as alterações degenerativas da Articulação Temporomandibular (ATM) têm aumentado em prevalência e em severidade ao longo dos anos. Dentro desse contexto, surge a necessidade de se obter terapêuticas efetivas e seguras para o controle e o manejo do paciente em situações de osteoartrite e osteoartrose da ATM. As opções terapêuticas variam desde protocolos de infiltrações articulares, dispositivos interoclusais, terapias farmacológicas e medidas fisioterápicas e educacionais. A alternativa de tratamento com agentes modificadores de estrutura — tais como o sulfato de condroitina e o sulfato de glicosamina — apresenta resultados promissores e, principalmente, seguros. Objetivo: através de uma revisão sistemática da literatura, este trabalho teve como objetivo analisar e discutir a efetividade e a segurança da condroitina e da glicosamina nas alterações degenerativas da ATM. Métodos: levantamento nas bases de dados MEDLINE, Cochrane, Embase, PubMed, LILACS e BBO, no período compreendido entre 1966 e 2009, com enfoque em estudos clínicos randomizados (RCTs) e quase-randomizados, revisões sistemáticas e meta-análises. Resultados: após a aplicação dos critérios de inclusão, chegou-se a dois artigos (estudos clínicos randomizados controlados e duplo-cegos), que avaliaram a efetividade da condroitina e da glicosamina nas alterações degenerativas da ATM. Conclusão: existe a necessidade da realização de novos RCTs — com amostras representativas e tempo de acompanhamento longo — para a obtenção de relações causa-efeito mais precisas e para que se consiga um protocolo objetivo e eficaz, envolvendo a condroitina e a glicosamina, em situações de alterações degenerativas da ATM. Palavras-chave: Condroitina. Glicosamina. Articulação temporomandibular. Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular. Transtornos da articulação temporomandibular. Osteoartrite.

*Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. 1

Especialista em Disfunções Temporomandibulares (DTM) e Dor Orofacial pela UFPR.

Como citar este artigo: Machado E, Machado P, Cunali PA. Use of chondroitin sulphate and glucosamine sulphate in degenerative changes in TMJ: A systematic review. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):19-20.

2

Especialista em Prótese Dentária pela PUCRS.

Enviado em: 19 de janeiro de 2009 - Revisado e aceito: 16 de agosto de 2009

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Doutor em Ciências pela UNIFESP. Professor dos Cursos de Graduação e Pósgraduação em Odontologia da UFPR. Coordenador do Curso de Especialização em DTM e Dor Orofacial da UFPR.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Eduardo Machado Rua Francisco Trevisan, 20 – Santa Maria/RS CEP: 97.050-230 – E-mail: machado.rs@bol.com.br

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Utilização de sulfato de condroitina e sulfato de glicosamina nas alterações degenerativas da ATM: uma revisão sistemática

artigo online

Resumo do editor

alicerces da matriz estrutural do tecido conjuntivo das articulações, além de ser um substrato para a síntese de glicosaminoglicanos, estimulando sua síntese e inibindo sua degradação. Ela também tem um efeito de proteção do corpo contra o dano oxidativo. Já a condroitina é um glicosaminoglicano encontrado nos proteoglicanos da cartilagem articular. Ambos os compostos são sintetizados naturalmente em cada articulação. O exato mecanismo de ação do sulfato de condroitina e do sulfato de glicosamina no tratamento da osteoartrite ainda não foi completamente elucidado. Essas substâncias agem sinergicamente, a fim de estimular a síntese de glicosaminoglicanos em condrócitos. Além disso, o sulfato de condroitina, juntamente com sua ação antiprotease, fornece maior eficácia no retardo do processo degenerativo. A glicosamina, por sua vez, apresenta pequeno efeito na inibição da agrecanase ou da colagenase, enzimas responsáveis pela degradação da cartilagem. Os estudos incluídos nessa revisão sistemática demonstraram que a condroitina e a glicosamina apresentaram resultados superiores aos AINES e aos placebos, no tratamento das alterações internas da ATM. A utilização da condroitina e da glicosamina em outras articulações do corpo humano (como joelhos e quadris), em situações de osteoartrose/osteoartrite, demonstra resultados positivos desses agentes modificadores de estrutura na redução da dor e na melhora da função, sendo os suplementos alimentares seguros e com pouco ou nenhum efeito adverso. A análise da literatura mostrou que são necessários mais estudos clínicos randomizados, com amostras representativas e com tempo de acompanhamento longo, para avaliar a efetividade e a segurança dos tratamentos propostos para o controle e manejo das alterações degenerativas da ATM.

Na atualidade, as doenças muscoloesqueletais apresentam-se como um grande problema da saúde pública, devido à maior longevidade observada na população mundial. Dentro desse contexto, a osteoartrose é uma situação frequente e importante de morbidade e incapacidade, sobretudo na segunda metade da vida humana, acometendo cada vez mais os pacientes jovens. A osteoartrose, ou osteoartrite, é uma doença degenerativa que acomete os tecidos articulares, podendo acarretar danos à cartilagem articular, gerando sintomatologia dolorosa e limitações funcionais. Associada a essa condição, existem poucas terapias com resultados efetivos. As modalidades terapêuticas para o controle e manejo da osteoartrose são variadas e estão relacionadas ao estágio da doença, envolvendo a educação do paciente, exercícios físicos e fármacos (analgésicos e anti-inflamatórios não-esteroides, ou AINES). Eventualmente, também as cirurgias ortopédicas estão indicadas. Com relação, especificamente, às terapias farmacológicas, o tratamento é dividido em drogas modificadoras de sintomas e substâncias modificadoras de estrutura. Os fármacos modificadores de sintomas têm sua atuação relacionada à melhora da dor e da função, ao passo que as substâncias modificadoras de estrutura têm sua indicação associada a mudanças estruturais nos espaços articulares. Assim, o objetivo da presente revisão sistemática da literatura é a discussão, baseada em evidências científicas, sobre a efetividade de nutracêuticos — como os sulfatos de condroitina e de glicosamina — no tratamento das alterações degenerativas da ATM. Após a aplicação dos critérios de inclusão, chegou-se a dois estudos clínicos randomizados duplo-cegos, que avaliaram a efetividade dos sulfatos de condroitina e de glicosamina no tratamento das alterações degenerativas da articulação temporomandibular, conforme demonstra o Quadro 1. Ainda, o índice Kappa de concordância entre os revisores foi de 1,00, não sendo necessária a utilização de um terceiro revisor. A glicosamina é um dos principais

RefeRências 1.

Nguyen P, Mohamed SE, Gardiner D, Salinas T. A randomized double-blind clinical trial of the effect of chondroitin sulfate and glucosamine hydrochloride on temporomandibular joint disorders: a pilot study. Cranio. 2001 Apr;19(2):130-9.

2.

Thie NM, Prasad NG, Major PW. Evaluation of glucosamine sulfate compared to ibuprofen for the treatment of temporomandibular joint osteoarthritis: a randomized double blind controlled 3 month clinical trial. J Rheumatol. 2001 Jun;28(6):1347-55.

autores

Delineamento

substância avaliada

amostra (n)

Período de avaliação

Resultados

Nguyen et al.1

RCT duplo-cego e controlado

Condroitina (400mg 3x ao dia) e glicosamina (500mg 3x ao dia) associados

14 tt ativo 20 controle

12 semanas em pacientes com alterações internas na ATM

Melhora em relação à dor, sensibilidade na ATM e sons articulares

Thie et al.2

RCT duplo-cego e controlado

Glicosamina (500mg 3x ao dia) Ibuprofeno (400mg 3x ao dia)

21 tt Glicosamina 18 tt Ibuprofeno

90 dias em pacientes com osteoartrite na ATM

Glicosamina mais eficiente em relação à redução de dor do que o Ibuprofeno

Quadro 1 - Características dos estudos incluídos (RCT= estudo clínico randomizado; tt= tratamento).

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artigo online*

Dureza Knoop do esmalte e resistência ao cisalhamento de braquetes colados com resina composta com e sem flúor Silvia Amélia Scudeler Vedovello1, Marcelo Grigoletto2, Mário Vedovello Filho1, Heloísa Cristina Valdrighi1, Mayury Kuramae1

Objetivo: o propósito deste estudo foi avaliar a dureza Knoop do esmalte, resistência ao cisalhamento e padrão de falha (adesiva; interface braquete/resina; e mista) após a colagem e descolagem de braquetes, utilizando uma resina composta com flúor (Ortho Lite Cure, Ortho Source®) e uma sem flúor (Orthobond, Morelli®). Métodos: fragmentos (6mm x 6mm) de 40 coroas de incisivos bovinos foram embutidos em resina acrílica autopolimerizável. A dureza Knoop foi avaliada antes e após a colagem dos braquetes metálicos. Os corpos de prova foram divididos em dois grupos: resina com flúor (Ortho Lite Cure, Ortho Source®) e resina sem flúor (Orthobond, Morelli®). Após a colagem, os corpos de prova foram submetidos ao ciclo de desmineralização e remineralização durante 14 dias, e submetidos ao ensaio de resistência ao cisalhamento em máquina universal de ensaios EMIC, com velocidade de 0,5mm/min. Resultados: o ensaio de resistência de união mostrou que não houve diferença significativa entre os grupos. Após o processo de desmineralização e remineralização, os corpos de prova colados com a resina composta com flúor apresentaram maior dureza, comparados aos colados com resina sem flúor. Para ambos os grupos houve predominância de falhas na interface resina/braquete. Conclusão: os corpos de prova colados com a resina composta com flúor apresentaram maior microdureza após os processos de desmineralização e remineralização, comparados aos colados com resina composta sem flúor, porém sem diferença para a resistência de união ao cisalhamento. Palavras-chave: Braquetes. Resistência ao cisalhamento. Resinas compostas.

*Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. 1

Professores Doutores do Programa de Pós-graduação em Odontologia, área de concentração Ortodontia, do Centro Universitário Hermínio Ometto UNIARARAS/SP.

2

Mestre em Ortodontia pelo Centro Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS.

Como citar este artigo: Vedovello SAS, Grigoletto M, Vedovello Filho M, Valdrighi HC, Kuramae M. Knoop hardness of enamel and shear bond strength of brackets bonded with composite resin with and without fluoride. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):21-2. Enviado em: 12 de maio de 2009 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Mário Vedovello Filho Av. Maximiliano Baruto, 500, Jd. Universitário – Araras/SP – CEP: 13.607-339 E-mail: vedovello@terra.com.br

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Para diminuir a incidência de cáries ao redor dos braquetes ortodônticos, foram desenvolvidos materiais com capacidade de liberação de flúor, como os cimentos de ionômero de vidro e as resinas compostas. Com o surgimento desses materiais, faz-se necessário avaliar o seu comportamento físico-químico. Assim, a proposta dos autores do presente estudo foi avaliar a dureza Knoop do esmalte, a resistência ao cisalhamento e o padrão de falha (adesiva; interface braquete/resina; e mista) após a colagem e descolagem de braquetes, utilizando uma resina composta com flúor e uma sem flúor. Para tal, foram utilizadas 40 coroas de incisivos bovinos, as quais foram seccionadas com discos diamantados dupla-face sob refrigeração a água, para obter fragmentos de 6mm X 6mm. Na sequência, esses fragmentos foram embutidos em cilindros de PVC® com resina de poliestireno. Após a obtenção dos corpos de prova, esses foram separados em dois grupos, de acordo com o material utilizado para colagem dos braquetes: Grupo I (n=20) — colado com a resina composta Orthobond (Morelli®), sem flúor; e Grupo II — colado com a resina composta Ortho Lite Cure (Ortho Source®), com flúor. Após a colagem, os corpos de prova foram submetidos ao ciclo de desmineralização e remineralização durante 14 dias, e submetidos ao ensaio de resistência ao cisalhamento em máquina universal de ensaios EMIC, com velocidade de 0,5mm/min. Após o ensaio de resistência ao cisalhamento, as amostras foram analisadas em lupa estereoscópica (CQA, modelo EK3ST), com aumento de 20X, para determinar o padrão de falha. A dureza Knoop foi avaliada antes e após a colagem dos braquetes metálicos (Fig. 1). Os dados de microdureza e cisalhamento foram submetidos à Análise de Variância e teste de Tukey (p<0,05). Os resultados encontrados demonstraram que não houve diferença estatisticamente significativa (p>0,05) entre os grupos para os valores de dureza inicial. Entretanto, os corpos de prova que receberam resina com flúor (Ortho Lite Cure) apresentaram microdureza final significativamente maior (p<0,05), comparados aos tratados com resina sem flúor (Orthobond). A análise dos resultados

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Resumo do editor

0,5mm

Dureza Knoop do esmalte e resistência ao cisalhamento de braquetes colados com resina composta com e sem flúor

0,5mm

artigo online

figura 1 - Desenho esquemático das regiões de leitura da dureza Knoop.

indica que ocorreu redução significativa nos valores de dureza após o procedimento de desmineralização e remineralização, tanto nos corpos de prova do Grupo I como nos do Grupo II. O teste de cisalhamento mostrou que não houve diferença estatisticamente significativa (p>0,05) entre as amostras coladas com Ortho Lite Cure e Orthobond. A análise do padrão de falha mostrou que os corpos de prova dos Grupos I e II apresentaram predominância de falhas na interface resina/braquete (55% e 50%, respectivamente). Dessa forma, os autores puderam concluir que: » Não houve diferença significativa, na resistência de união ao cisalhamento, entre a resina composta Orthobond e a resina composta Ortho Lite Cure. » Os corpos de prova colados com a resina composta com flúor Ortho Lite Cure apresentaram maior microdureza após os processos de desmineralização e remineralização, comparados aos corpos de prova colados com resina composta sem flúor Orthobond. » Houve predominância de falhas na interface resina/braquete para as duas resinas compostas.

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artigo online*

Avaliação da resistência ao cisalhamento de braquetes colados pelas técnicas direta e indireta: estudo in vitro Roberto Hideo Shimizu1, Karlos Giovani Grando2, Isabela Almeida Shimizu3, Augusto Ricardo Andriguetto3, Ana Cláudia Moreira Melo3, Eduardo Leão Witters2

Objetivo: objetivou-se com esse trabalho avaliar, em um estudo realizado in vitro, a resistência ao cisalhamento de braquetes metálicos ortodônticos colados pelas técnicas direta e indireta. Métodos: foram utilizados 30 dentes pré-molares superiores humanos hígidos. Os dentes foram divididos em três grupos de 10 dentes: Grupo I — colagem indireta com sistema Sondhi Rapid-Set (3M/Unitek); Grupo II — colagem indireta com sistema Transbond XT (3M/Unitek); e Grupo III — colagem direta com sistema Transbond XT (3M/Unitek). Após realização das colagens e confecção dos corpos de prova, esses foram submetidos ao teste de cisalhamento em uma máquina universal de ensaios da marca comercial EMIC, modelo DL-500. Foram aplicados os testes de Kolmogorov-Smirnov, para verificar se os dados tinham uma distribuição normal, e o teste de Bartlett, para verificar se existia igualdade entre as variâncias. Aplicou-se a análise de variância de um fator e, posteriormente, o teste de Tukey para o contraste pareado de médias. O nível de significância foi de 5%. Resultados: os resultados do Grupo I foram 67,6N e 5,9MPa; do Grupo II foram 68,9N e 6,1MPa; e do Grupo III (controle), 92,5N e 8,1MPa. Conclusão: pode-se concluir que tanto para os valores em Newtons (N) como para os valores em Mega Pascal (MPa), a média do Grupo III foi significativamente maior em relação aos Grupos I e II. Já para as médias onde a técnica indireta foi usada (Grupos I e II), não houve diferenças estatisticamente significativas. Palavras-chave: Colagem dentária. Descolagem dentária. Resistência ao cisalhamento. Ortodontia corretiva.

1

Professor Adjunto Doutor da Disciplina de Ortodontia da UTP-PR. Professor da Pós-graduação da UTP-PR, ILAPEO e ABO.

2

Especialista em Ortodontia pela Universidade Tuiuti do Paraná.

3

Professor da Pós-graduação da UTP-PR, ILAPEO e ABO.

Como citar este artigo: Shimizu RH, Grando KG, Shimizu IA, Andriguetto AR, Melo ACM, Witters EL. Assessment of shear bond strength of brackets bonded by direct and indirect techniques: An in vitro study. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):23-4. Enviado em: 16 de novembro de 2009 - Revisado e aceito: 20 de junho de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Roberto Hideo Shimizu Rua Padre Anchieta, 1846 - Bigorrilho – Curitiba/PR – CEP: 80.730-000 E-mail: robertoshimizu@yahoo.com.br

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Avaliação da resistência ao cisalhamento de braquetes colados pelas técnicas direta e indireta: estudo in vitro

artigo online

Resumo do editor

acrílica incolor (JET, Artigos Odontológicos CLÁSSICO) até a borda superior. Os corpos de prova foram, então, submetidos ao teste de cisalhamento em uma máquina universal de ensaios da marca EMIC, modelo DL-500, com velocidade de 0,5mm/min, com capacidade de 1kN (100kgf), resolução de leitura de 0,1N (10gf), com utilização recomendada para ensaios na faixa de 20 a 1000N. A ponta ativa do tipo cinzel (desenvolvida para esse fim pela empresa Odeme, Joaçaba/SC), foi posicionada no sentido oclusogengival, em contato com o braquete, entre a aleta e a base, justa à base (Fig. 1). As cargas de ruptura foram medidas em Newtons (N). Os resultados estão expostos na Tabela 1 e mostram que o Grupo III (grupo controle, colagem direta) resultou em maior resistência ao cisalhamento do que os grupos de colagem indireta. Baseado no presente trabalho, não haveria necessidade de empregar um sistema adesivo especialmente elaborado para colagem indireta, pois o emprego do adesivo convencional do sistema Transbond XT proporcionou resistência ao cisalhamento semelhante à observada com o sistema Sondhi Rapid-Set. Por fim, os autores consideraram que ambas as técnicas de colagem, direta e indireta, podem ser consideradas satisfatórias e similares1,2,3, uma vez que os valores de resistência ao cisalhamento apresentaram-se acima do mínimo preconizado pela literatura quando de sua utilização clínica.

A colagem indireta de braquetes em Ortodontia apresenta algumas vantagens se comparada à colagem direta, como a maior precisão, a menor necessidade de reposicionamento dos acessórios, menor tempo de cadeira e redução do desconforto do paciente. Em contrapartida, essa técnica também apresenta desvantagens, como o tempo de trabalho laboratorial, maior custo, maior número de etapas e a interface entre a resina para colagem e o adesivo aplicado ao dente, que pode comprometer a adesão. A colagem indireta apresentaria uma resistência semelhante à da consagrada colagem direta? O objetivo dos autores foi comparar a resistência ao cilhamento de braquetes divididos em 3 grupos de 10 dentes: » Grupo I: colagem indireta com sistema Sondhi Rapid-Set (3M/Unitek). » Grupo II: colagem indireta com sistema Transbond XT (3M/Unitek). » Grupo III: colagem direta com sistema Transbond XT (3M/Unitek). Os braquetes já colados aos dentes foram fixados com um módulo elástico ao fio ortodôntico de um orientador para padronização dos corpos de prova (OPCP), confeccionado com o objetivo de auxiliar nessa etapa. Em seguida, os tubos de PVC foram preenchidos com resina

Tabela 1 - Médias e desvios-padrão (d.p.) da força (N) e da tensão (MPa) exercidas na união braquete–esmalte, quando unidos por meio das três técnicas. Valores em newtons (n)

Valores em Mega Pascal (MPa)

Técnicas

controle (técnica direta)

sistema sondhi Rapid-set

sistema Transbond XT

controle (técnica direta)

sistema sondhi Rapid-set

sistema Transbond XT

Média ± d.p.

92,5 ± 19,2

67,6 ± 25,6

68,9 ± 29,9

8,1 ± 1,7

5,9 ± 2,3

6,1 ± 2,6

RefeRências

1.

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3.

figura 1 - Sistema de ensaio montado para o teste de cisalhamento.

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artigo online*

Atresia maxilar: há diferenças entre as regiões anterior e posterior? Regina Helena Lourenço Belluzzo1, Kurt Faltin Junior2, Cícero Ermínio Lascala3, Lucas Bacci Renno Vianna4

Objetivo: avaliar a atresia transversa da maxila em duas regiões anatômicas, anterior e posterior, através da análise de Korkhaus, e verificar se há diferença estatisticamente significativa em seus valores. Métodos: a amostra foi constituída de 341 modelos de estudo iniciais, escolhidos aleatoriamente, sem restrições em relação ao sexo, à idade e à má oclusão. Os modelos foram submetidos à análise transversa de Korkhaus e os valores obtidos analisados estatisticamente, para avaliar se as atresias encontradas eram diferentes nas regiões anterior e posterior. Resultados: as discrepâncias transversas são, em média, -2,84mm mais atrésicas na região anterior, sendo essa diferença estatisticamente significativa. Conclusão: os resultados mostraram que o diagnóstico diferencial é muito importante e devemos adequá-lo aos nossos planos de tratamento e, consequentemente, a uma terapia específica de expansão maior na região anterior. Palavras-chave: Maxila. Modelos dentários. Resultado de tratamento.

*Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. 1

Professora Adjunta da disciplina de Ortodontia/Ortopedia Facial da Universidade Paulista (UNIP), campus Campinas.

2

Professor Titular do Mestrado em Ortodontia/Ortopedia Facial da UNIP.

3

Professor da graduação e especialização em Ortodontia/Ortopedia Facial da UNIP.

4

Especialista em Implantodontia pela Uninove.

Como citar este artigo: Belluzzo RHL, Faltin Junior K, Lascala CE, Vianna LBR. Maxillary constriction: Are there differences between anterior and posterior regions? Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):25-6. Enviado em: 14 de março de 2009 - Revisado e aceito: 11 de fevereiro de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Regina Helena Lourenço Belluzzo Rua Teodoro Sampaio, 1020 – São Paulo/SP – CEP: 05.406-050 E-mail: rebelluzzo@hotmail.com

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Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):25-6


Atresia maxilar: há diferenças entre as regiões anterior e posterior?

artigo online

Resumo do editor

os valores da discrepância transversa da maxila e da mandíbula nas regiões anterior e posterior (Fig. 1). A interpretação da análise de Korkhaus1 faz a subtração do valor da maxila (anterior ou posterior) com o valor da mandíbula. Quando o valor é negativo, há uma atresia maxilar; quando o valor é positivo, há uma maxila maior do que a mandíbula, ou uma mandíbula atrésica; e quando o valor é igual a zero, temos uma relação transversal maxilomandibular normal. Considerou-se como atresia anterior quando os valores da diferença das regiões anterior e posterior eram distintos (negativamente) em mais do que -2,0mm; e como atresia equivalente quando os dois valores (anterior e posterior) eram iguais ou sua diferença menor do que -2,0mm. De acordo com a metodologia usada, de um total de 341, 231 pacientes foram considerados com atresias equivalentes; e 110 pacientes, considerados com atresias anteriores. Com esses resultados, pode-se concluir que 32,3% dos pacientes avaliados possuem uma atresia mais acentuada na região anterior.

A deficiência maxilar no sentido transversal denomina-se atresia maxilar. Essa deficiência tem como principais fatores etiológicos a respiração bucal, os hábitos deletérios como a sucção digital e/ou de chupetas, a fonação e a deglutição atípicas. A atresia maxilar acomete a maioria dos pacientes ortodônticos e é uma das más oclusões de maior prevalência na prática ortodôntica. O objetivo do presente trabalho foi verificar, em uma população brasileira, se a magnitude da atresia da maxila é diferente nas regiões anterior e posterior da arcada dentária. A amostra avaliada nesse estudo foi constituída de modelos de estudos ortodônticos iniciais de um consultório particular. Esses foram selecionados aleatoriamente — a partir do número 1.500 ao número 2.100 —, sem restrição em relação à má oclusão, idade ou sexo, totalizando 341 modelos examinados. Em cada modelo de estudo ortodôntico foi realizada a análise de modelos de Korkhaus1, para analisar

RefeRências

1.

Rakosi T, Jonas I, Graber TM. Análise do modelo de estudo. In: Rakosi T, Jonas I, Graber TM.

figura 1 - Vista oclusal dos modelos, com linhas representando as mensurações em largura nas dentições mista e permanente.

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Ortodontia e Ortopedia Facial: Diagnóstico. 1a ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. p. 207-9.

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artigo online*

Cimentos ortodônticos: proteção imediata e liberação de flúor Rogério Lacerda dos Santos1, Matheus Melo Pithon2, Júlia Barbosa Pereira Leonardo3, Edna Lúcia Couto Oberosler4, Delmo Santiago Vaitsman5, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas6

Objetivo: o objetivo desse estudo foi avaliar a liberação de flúor dos seguintes três cimentos de ionômero de vidro, com proteção imediata de verniz fluoretado (Cavitine, S. S. White): Meron / VOCO (Grupo M); Vidrion C / S. S. White (Grupo V); e Ketac Cem / 3M ESPE (Grupo KC). Métodos: a liberação de flúor foi medida durante 60 dias, através de eletrodo íon seletivo conectado a um analisador de íons. Após quatro semanas, os corpos de prova foram expostos a uma solução de fluoreto de sódio a 0,221% (1.000ppm de flúor). Resultados: os resultados evidenciaram que os cimentos atingiram o pico máximo de liberação de flúor com 24h após a presa inicial. Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos, quanto à quantidade de flúor liberado após as aplicações de flúor, do 31º ao 60° dia (p > 0,05). Conclusão: os cimentos Meron e Vidrion apresentaram maior capacidade de captação e liberação de flúor, em comparação ao cimento Ketac Cem. Palavras-chave: Cimento de ionômero de vidro. Liberação de flúor. Verniz.

*Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. 1

Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas. Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Federal de Campina Grande.

2

Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas. Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Assistente de Ortodontia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Como citar este artigo: Santos RL, Pithon MM, Leonardo JBP, Oberosler ELC, Vaitsman DS, Ruellas ACO. Orthodontic cements: Immediate protection and fluoride release. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):27-8.

3

Graduada em Odontologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Enviado em: 21 de agosto de 2008 - Revisado e aceito: 24 de novembro de 2008

4

Professor do Departamento de Química Analítica - LaDA - IQ/UFRJ.

5

Doutor em Química pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professor Adjunto do Laboratório de Química Analítica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

6

Endereço para correspondência: Rogério Lacerda dos Santos Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) – Av. dos Universitários, s/n, Rodovia Patos-Teixeira, Km 1, Santa Cecília – Patos/PB – CEP: 58.700-970 E-mail: lacerdaorto@hotmail.com

Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Associado do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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Cimentos ortodônticos: proteção imediata e liberação de flúor

artigo online

Resumo do editor

Em seguida, os corpos de prova foram imersos em água deionizada, que era trocada a cada 24h. As concentrações de flúor foram avaliadas — por um analisador de íons — 1 hora, 2, 3, 7, 14, 21 e 28 dias após a reação de presa inicial. Decorridos 28 dias, os corpos de prova foram lavados e submetidos a uma solução de fluoreto de sódio a 0,221% (1.000ppm de flúor) durante 5 minutos. Novas recargas de flúor foram feitas nos dias 30, 31 e 32, sendo que a liberação de flúor foi avaliada do dia 29 ao 33; e aos 45 e 60 dias. A quantidade de flúor liberada foi comparada entre as três marcas comerciais por meio dos testes de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney (p<0,05). Verificou-se que todos os cimentos demonstraram o mesmo comportamento prévio à primeira recarga de flúor, com uma maior liberação de flúor 24 horas após a reação de presa inicial, e com um decréscimo até o sétimo dia. Houve maior liberação de flúor pelos cimentos Vidrion C e Meron. É interessante notar que ambos os CIVs (Meron e Vidrion C) mantiveram esse comportamento após as recargas de flúor, sugerindo que, provavelmente, CIVs que liberam mais flúor inicialmente, possuem uma maior capacidade de recarga posteriormente.

Os cimentos de ionômero de vidro (CIVs) apresentam propriedades de liberação de flúor e adesão química ao esmalte, o que os torna o material de eleição para cimentação das bandas ortodônticas. Adicionalmente, os CIVs funcionam como verdadeiros depósitos de flúor na cavidade bucal, absorvendo o flúor disponível no meio bucal e liberando-o posteriormente, assim prolongando o seu efeito anticariogênico. Isso torna-se bastante importante em pacientes ortodônticos submetidos a tratamentos de longa duração, principalmente aqueles com alto risco à cárie. Diante das dúvidas acerca da real liberação de flúor por CIVs expostos à recarga de flúor em intervalos intermitentes, o objetivo do presente estudo foi avaliar a liberação de flúor por CIVs convencionais antes de sua recarga e após 28, 30, 31 e 32 dias, num período total de avaliação de 60 dias. Foram confeccionados dez corpos de prova de três marcas comerciais diferentes de CIVs convencionais: Meron (VOCO, Alemanha), Vidrion C (S. S. White, Brasil) e Ketac Cem (3M ESPE, Alemanha). Após a aplicação de verniz fluoretado, os corpos de prova foram mantidos em um umidificador a 37°C por 30 minutos.

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artigo inédito

Otimização do tratamento ortodôntico utilizando o Centrex System para retração dos dentes anteriores José Kleber Soares de Meireles1, Weber Ursi2

Introdução: a Ortodontia passa, atualmente, por um momento de importantes inovações e grande efervescência criativa. Somente para citar algumas mudanças introduzidas ou aprimoradas nos últimos anos, nós podemos relembrar a “popularização” dos braquetes autoligáveis e o surgimento da ancoragem absoluta com a utilização de implantes ortodônticos. No final da década de 1990, a adoção dos mini-implantes como ancoragem permitiu uma mudança de paradigma que tem influenciado até mesmo a forma de pensar a mecânica ortodôntica. A imbricação das especialidades de Ortodontia e Implantodontia, cujo início se deu com os preparos ortodônticos para posterior inserção de implantes protéticos, floresceu com o uso de implantes palatinos e, posteriormente, com a introdução de mini-implantes. O aprimoramento da técnica de inserção de mini-implantes com a introdução de parafusos autoperfurantes tem permitido, inclusive, o requinte do ortodontista concentrar em suas mãos o planejamento e a colocação dessa preciosa peça de ancoragem. Levando em consideração a versatilidade de posicionamento desses pequenos parafusos, foi desenvolvido um conceito que possibilita a construção de linhas de ação de força que buscam otimizar o planejamento e a previsibilidade da movimentação ortodôntica. Objetivo: apresentar alguns resultados clínicos de tratamentos conduzidos com o uso de um sistema de tratamento ortodôntico, o Centrex System, que aproxima a linha de ação da força do centro de resistência das unidades a serem movimentadas. O caminho trilhado até o seu desenvolvimento, cuja teoria mecânica foi apresentada anteriormente nesse periódico, será detalhado para uma melhor compreensão de seu funcionamento. Palavras-chave: Ancoragem ortodôntica. Mini-implantes. Centro de resistência.

Como citar este artigo: Meireles JKS, Ursi W. Optimization of orthodontic treatment using the Centrex System to retract anterior teeth. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):29-44.

» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.

1

Especialista em Ortodontia, PROFIS - USP. Professor dos cursos de Aperfeiçoamento e Especialização em Ortodontia, ABO-Bahia.

2

Professor Livre Docente, UNESP.

Enviado em: 15 de setembro de 2008 - Revisado e aceito: 09 de março de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: José Kleber Soares de Meireles Av. ACM, 585 – Sala 504 – Bairro Itaigara – CEP: 41825-000 Salvador/BA – E-mail: jksm@uol.com.br

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Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):29-44


artigo inédito

Otimização do tratamento ortodôntico utilizando o Centrex System para retração dos dentes anteriores

estão sendo movidos, diminuindo, assim, alguns dos efeitos colaterais nocivos durante a retração anterior. O ortodontista, tendo atualmente à sua disposição uma série de recursos terapêuticos e técnicas ortodônticas diferentes, pode escolher a melhor opção para fazer o fechamento de espaços em casos de extrações na arcada superior. A proposta do CS1 consiste na utilização de recursos biomecânicos baseados em conhecimentos fundamentais da Ortodontia. A possibilidade de colocação dos MI nas mais variadas posições dá-nos a versatilidade terapêutica necessária para escolher o tipo de movimento desejado através da manipulação da linha de ação da força.

diminuir o risco de pressionar a região apical contra as corticais ósseas, diminuindo as chances de reabsorção radicular durante a fase de retração anterior. É fundamental avaliar a magnitude das mudanças faciais induzidas pela retração dos dentes anteriores. Embora ela possa ser bem-vinda em alguns indivíduos que apresentem, por exemplo, protrusão labial, como o primeiro caso clínico aqui apresentado. CONCLUSõES O presente trabalho mostrou uma possibilidade de tratamento com um dispositivo que aproxima a linha de ação de força do centro de resistência dos dentes que

RefeRências

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44

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):29-44


artigo inédito

Estudo comparativo da força de atrito produzida pela deformação de arco NiTi em diferentes braquetes ortodônticos: avaliação in vitro Gilberto Vilanova Queiroz1, Rafael Yagüe Ballester2, João Batista De Paiva3, José Rino Neto3, Giselle Mara Galon4

Objetivo: o objetivo desse trabalho foi comparar as forças de atrito entre fios NiTi 0,014” (Aditek) com deformações horizontais de 4mm, e braquetes com diferentes sistemas de ligação dos arcos. Métodos: foram testados 4 tipos de braquetes autoligáveis (Damon MX, Easy Clip, Smart Clip e In-Ovation), um braquete triplo (Synergy) e um braquete gêmeo com amarrilho 8 (Tecnident). Como grupo controle, foi utilizado braquete gêmeo com ligadura elástica convencional (Morelli). Foram executadas 10 repetições em cada combinação arco/braquete. As forças de atrito foram medidas em máquina de tração universal Instron, com velocidade de 3mm/minuto e deslocamento total de 6mm. Para análise estatística, usou-se a ANOVA e o Teste de Comparações Múltiplas de Dunnett. Resultados: as forças de atrito por deformação do fio se mostraram crescentes na seguinte ordem: Synergy, Damon, amarrilho 8, Easy Clip, In-Ovation, Smart-Clip e ligadura convencional. As diferenças entre todos os grupos foram estatisticamente significantes, com exceção do Amarrilho 8 em relação aos grupos Damon e Easy Clip. Conclusão: em relação à ligadura convencional, todos os sistemas de fechamento das canaletas testados são eficientes em reduzir a força de atrito, porém, tal redução varia significativamente de acordo com o sistema de fechamento da canaleta selecionado. Palavras-chave: Braquetes ortodônticos. Fricção. Ortodontia Corretiva.

1

Doutor em Ortodontia, FOUSP.

2

Professor Titular da disciplina de Materiais Dentários, FOUSP.

3

Professor Associado do departamento de Ortodontia e Odontopediatria, FOUSP. Professor Titular da disciplina de Ortodontia, FOUSP.

4

Como citar este artigo: Queiroz GV, Ballester RY, De Paiva JB, Rino Neto J, Galon GM. Comparative study of frictional forces generated by NiTi archwire deformation in different orthodontic brackets: In vitro evaluation. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):45-50. Enviado em: 25 de março de 2009 - Revisado e aceito: 20 de outubro de 2010

Especialista em Ortodontia, APCD.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Gilberto Vilanova Queiroz Via Piacenza, 144 – Condomínio Jardim Paradiso – CEP: 13.331-545 Indaiatuba/SP – E-mail: gilbertovilanova@terra.com.br

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45

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):45-50


artigo inédito

Estudo comparativo da força de atrito produzida pela deformação de arco NiTi em diferentes braquetes ortodônticos: avaliação in vitro

Tabela 2 - Larguras dos braquetes.

redonda é inversamente proporcional à terceira potência de seu comprimento10, torna-se evidente a influência da largura dos braquetes na rigidez do arco L1. Na Tabela 2, observam-se as larguras dos braquetes avaliados nesse estudo. Nos caninos estão indicadas as larguras das tampas ou das ligaduras elásticas encaixadas nas aletas, porque nesses braquetes as deformações de primeira ordem ocorreram na interface fio-tampa ou fio-ligadura e, dessa forma, as tampas e ligaduras corresponderam às larguras efetivas dos braquetes. O material empregado no sistema de fechamento da canaleta pode influenciar a força de atrito por deformação do arco, de acordo com sua flexibilidade e coeficiente de atrito. Quando a tampa é resiliente, ela pode sofrer alguma deflexão, resultando em menor deformação horizontal do arco no interior da canaleta, reduzindo, assim, a intensidade da força normal na interface fio-braquete. Essa pode ser uma das razões para o bom desempenho dos sistemas que utilizaram ligaduras elásticas como tampas. Além disso, a deformação horizontal do fio NiTi 0,014” provoca contato com o sistema de fechamento da canaleta e a parcela da força normal (FN) que se converte em força de atrito por deformação, varia de acordo com o coeficiente de atrito dos diferentes materiais empregados na fabricação dos sistemas de fechamento das canaletas. Assim, os coeficientes de atrito também contribuem

inc. central

inc. lateral

canino

Pré-molar

Damon

2,7

2,7

2,1

2,7

Easy Clip

3,2

3,2

2

3,2

In-Ovation

2,9

2,6

2,9

2,9

Smart Clip

3,7

3,2

3,5

3,4

Synergy

2,6

2,5

2,6

2,6

Morelli

3,6

2,4

3,4

3,4

para as diferenças encontradas na magnitude de atrito por deformação do arco. É importante, ainda, ressaltar que as forças de atrito interferem na movimentação ortodôntica porque reduzem as forças transmitidas ao periodonto. Dessa forma, os resultados encontrados no presente estudo sugerem que arcos com ativações semelhantes, inseridos em braquetes com distintos sistemas de fechamento das canaletas, podem desencadear forças significativamente diferentes sobre os elementos dentários. CONCLUSõES 1) Em relação à ligadura convencional, todos os sistemas de fechamento das canaletas testados são eficientes em reduzir a força de atrito. 2) A força de atrito produzida pela deformação do arco NiTi varia significativamente, de acordo com o sistema de fechamento da canaleta selecionado.

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50

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):45-50


artigo inédito

Avaliação da fricção superficial apresentada por braquetes autoligáveis em condições de tracionamento sob angulação Roberta Buzzoni1, Carlos N. Elias2, Daniel J. Fernandes3, José Augusto M. Miguel4

Objetivo: avaliar a fricção apresentada por braquetes autoligáveis de aço inoxidável com sistema passivo de tampa deslizante sob angulação de 0 grau e 2,5 graus, e comparar o comportamento desse grupo sob angulação nula com o de um grupo de braquetes autoligáveis com sistema ativo de tampa resiliente. Métodos: foram utilizados 25 braquetes de caninos superiores, divididos em 5 grupos — braquetes autoligáveis passivos Damon SL II sob angulação de 0 grau e de 2,5 graus; braquetes convencionais Gemini amarrados com ligaduras elásticas sob as mesmas angulações; e um grupo formado pelo sistema ativo Time 2, sob angulação nula. A hipótese a ser testada é se artefatos autoligáveis com sistema de tampa passiva são mais efetivos no controle da fricção do que dispositivos contendo coberturas ativas. O tracionamento foi realizado segundo emprego de 25 segmentos de fio de aço inoxidável 0,020” na máquina de ensaios EMIC DL 10000 com célula de carga de 2,0kg. Cada conjunto braquete/fio foi responsável pela geração de quatro corpos de prova, totalizando-se 100 leituras. As comparações entre médias dos valores foram realizadas através da Análise de Variância (one-way ANOVA) com correções pelo coeficiente de Bonferroni. Resultados e Conclusão: as médias de fricção encontradas confirmaram a hipótese em teste, de que o sistema de braquetes Damon SL II é mais eficiente no controle do atrito do que o sistema de tampa ativa sob angulação de 0 grau (p<0,01). Quando submetidos a angulações de 2,5 graus, a fricção aumentou significativamente (p<0,01), porém mantendo-se ainda muito inferior aos patamares evidenciados no grupo de braquetes convencionais amarrados com ligaduras elásticas. Palavras-chave: Braquetes. Fricção. Aço inoxidável.

1

Especialista em Ortodontia pela UERJ.

2

Professor Associado do Instituto Militar de Engenharia (Laboratório de Biomateriais). Doutor em Ciências pelo Instituto Militar de Engenharia (IME).

3

Colaborador do Departamento de Ortodontia da UERJ. Doutor em Ortodontia pela UERJ. Aluno de Doutorado em Ciências pelo IME.

Como citar este artigo: Buzzoni R, Elias CN, Fernandes DJ, Miguel JAM. Assessment of surface friction of self-ligating brackets under conditions of angulated traction. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):51-6. Enviado em: 9 de abril de 2009 - Revisado e aceito: 8 de junho de 2009

4

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Professor Adjunto da disciplina de Ortodontia da UERJ. Doutor em Odontologia pela UFRJ.

Endereço para correspondência: Daniel J. Fernandes Faculdade de Odontologia – UERJ Departamento de Ortodontia – Blv. 28 de Setembro, 157 - Rio de Janeiro/RJ CEP: 20.551-030 – E-mail: fernandes.dj@gmail.com

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51

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):51-6


artigo inédito

Avaliação da fricção superficial apresentada por braquetes autoligáveis em condições de tracionamento sob angulação

foi avaliar o comportamento dos braquetes autoligáveis, com diferentes sistemas de autoligação, quando submetidos a variadas angulações. As médias encontradas para o sistema convencional Gemini foram testadas unicamente para fins de referência, o que tornou desnecessário o tratamento estatístico desses valores. Avaliando-se estatisticamente entre si os grupos autoligáveis sob tracionamento sem angulação, o grupo formado por artefatos contendo o modelo passivo de tampa anterior deslizante apresentou maior controle de atrito, quando comparado ao sistema resiliente ativo. Essa constatação é defendida por outro autor19 e poderia estar relacionada com o maior preenchimento da ranhura do braquete observado pelo sistema resiliente, bem como pela pressão exercida pela tampa ativa sobre o fio ortodôntico. Tracionando-se, sob angulação de 2,5 graus, braquetes convencionais e de autoligação com tampa deslizante, observou-se um aumento significativo do atrito, quando em comparação aos mesmos artefatos sob angulação de 0 grau. Esse comportamento sugere haver uma relação direta entre o tracionamento angulado e a fricção superficial, tendo sido essa relação constatada em outros trabalhos1,14,18.

Buscou-se com esse estudo a maior proximidade possível entre ensaios laboratoriais e a prática clínica. Todavia, os ensaios possuem limitações na reprodução fiel do atrito gerado durante procedimentos clínicos. A magnitude dos valores de fricção superficial encontrados pode ser diferente das forças advindas dos modelos ortodônticos intrabucais, bem como da significância clínica em diferir os sistemas autoligáveis passivos e ativos. Os valores registrados devem ser utilizados apenas como médias de comparação dos efeitos dos diferentes tipos de braquetes autoligáveis, e não como quantificação real da fricção superficial in vivo. CONCLUSÃO Avaliando-se os braquetes autoligáveis com sistema passivo de tampa deslizante, observou-se que, sob angulação de 2,5 graus, esses apresentaram-se menos efetivos no controle do atrito do que quando submetidos à angulação nula. Comparando-se os modelos de autoligação sob angulação de 0 grau, há a confirmação da hipótese a ser testada, uma vez que os artefatos autoligáveis passivos com tampa deslizante demonstraram-se mais efetivos no controle da fricção superficial do que o modelo ativo contendo o sistema de tampa resiliente.

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56

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):51-6


artigo inédito

Estabilidade do tratamento de apinhamento anterossuperior Camila Leite Quaglio1, Karina Maria Salvatore de Freitas2, Marcos Roberto de Freitas3, Guilherme Janson4, José Fernando Castanha Henriques5

Objetivo: avaliar a estabilidade e recidiva do tratamento de apinhamento dos dentes anterossuperiores em casos com extrações de pré-molares e avaliar a tendência dos dentes apinhados, no início do tratamento, a retornar à sua posição original. Métodos: a amostra consistiu de 70 pacientes de ambos os sexos, com má oclusão inicial de Classe I e Classe II de Angle, tratados com extrações dos primeiros pré-molares. A idade média inicial foi de 13,08 anos. Foram avaliados os modelos de estudo nas fases inicial (T1), final (T2) e, em média, 9 anos pós-tratamento (T3) de cada paciente. As variáveis da arcada superior avaliadas e comparadas estatisticamente pela Análise de Variância (ANOVA) foram: índice de irregularidade de Little Superior (IRLS), comprimento da arcada (CAS) e distância intercaninos (DICS). O Teste de Correlação de Pearson foi utilizado para verificar se alguma variável estudada teria influência sobre o apinhamento nas três fases (IRLS1, IRLS2, IRLS3) e em cada deslocamento de Little (A, B, C, D, E), na fase inicial e pós-tratamento. Resultados: a recidiva do apinhamento superior (IRLS3-2) é influenciada pelo apinhamento inicial (IRLS1), e os dentes tendem a voltar à posição original. Conclusão: os resultados ressaltam a atenção que o ortodontista deve dar à recidiva anterossuperior, principalmente àqueles dentes que estavam apinhados antes do tratamento. Palavras-chave: Recidiva. Má oclusão de Angle Classe I. Má oclusão de Angle Classe II. Ortodontia Corretiva.

1

Mestre em Ortodontia, FOB-USP.

2

Coordenadora do Mestrado Profissionalizante em Odontologia, área de concentração Ortodontia, UNINGÁ. Professora do curso de Especialização em Ortodontia, UNORP.

3

Professor Titular da disciplina de Ortodontia e Coordenador do curso de PósGraduação em Ortodontia em nível de Doutorado, FOB-USP.

Como citar este artigo: Quaglio CL, Freitas KMS, Freitas MR, Janson G, Henriques JFC. Stability of maxillary anterior crowding treatment. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):57-64. Enviado em: 27 de abril de 2009 - Revisado e aceito: 16 de agosto de 2009

4

Professor Titular da disciplina de Ortodontia e Coordenador do curso de PósGraduação em Ortodontia em nível de Mestrado, FOB-USP.

5

Professor Titular da disciplina de Ortodontia, Coordenador do curso de Graduação e Professor do curso de Pós-Graduação em Ortodontia, FOB-USP.

© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Camila Leite Quaglio E-mail: clq@ajato.com.br

57

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):57-64


Estabilidade do tratamento de apinhamento anterossuperior

artigo inédito

contenção desse dente, também na consciência do paciente em relação ao tratamento e pós-tratamento.

» A quantidade de apinhamento anterossuperior inicial se correlacionou com a recidiva desse apinhamento. Ou seja, quanto maior o apinhamento inicial, maior a recidiva do apinhamento anterossuperior. » Os dentes anterossuperiores tiveram uma tendência a retornar à posição original.

CONCLUSõES » Houve estabilidade do tratamento do apinhamento dos dentes anterossuperiores de 88,12%, na avaliação de, em média, 9 anos pós-tratamento.

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artigo inédito

Alteração das angulações mesiodistais dos incisivos superiores em pacientes com diastemas anterossuperiores tratados ortodonticamente Juliana Fernandes de Morais1, Marcos Roberto de Freitas2, Karina Maria Salvatore de Freitas3, Guilherme Janson4, Nuria Cabral Castello Branco5, Marcelo Zanda6

Objetivo: esse trabalho teve por objetivo descrever o padrão de angulações mesiodistais dos incisivos superiores em pacientes com diastemas nessa área e observar as alterações dessas angulações durante e após o tratamento ortodôntico. Também objetivou analisar se existe associação entre as angulações mesiodistais desses dentes nos estágios inicial, final de tratamento e pós-contenção e a recidiva dos diastemas anterossuperiores. Métodos: a amostra consistiu de 30 pacientes que foram avaliados antes do tratamento, logo após e passados 7 anos da remoção do aparelho ortodôntico. Os indivíduos apresentavam má oclusão de Classe I ou Classe II e, pelo menos, um diastema interincisivos com largura mínima de 0,77mm antes do tratamento. Além disso, os caninos superiores permanentes apresentavam a metade da coroa na cavidade bucal, no mínimo. Resultados: as angulações dos incisivos apresentaram tendência à mesialização com o tratamento ortodôntico, sendo que houve diferença significativa apenas para as angulações dos incisivos laterais. No período pós-contenção, as angulações de todos os incisivos permaneceram estáveis. Não foi observada associação entre a recidiva dos diastemas e as angulações dos incisivos superiores. Conclusão: as angulações mesiodistais dos incisivos de pacientes com diastemas nessa área sofreram poucas modificações com o tratamento, havendo uma maior tendência de mesialização das coroas dos incisivos laterais. Os resultados obtidos com o tratamento permaneceram estáveis. Não houve associação entre a recidiva dos diastemas anterossuperiores e as posições mesiodistais dos dentes analisados. Palavras-chave: Diastema. Radiografia panorâmica. Incisivo. Ortodontia. Recidiva.

1

Mestre e Doutoranda em Ortodontia, FOB-USP.

2

Professor Titular de Ortodontia, FOB-USP. Coordenador do Programa de PósGraduação em Ortodontia, FOB-USP.

Como citar este artigo: Morais JF, Freitas MR, Freitas KMS, Janson G, Branco NCC, Zanda M. Maxillary incisors mesiodistal angulation changes in patients with orthodontically treated anterior superior diastemas. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):65-71.

3

Professora Adjunta de Ortodontia, UNINGÁ.

Enviado em: 29 de abril de 2009 - Revisado e aceito: 22 de outubro de 2009

4

Chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Odontologia em Saúde Coletiva, FOB-USP. Coordenador do curso de Mestrado, FOB-USP.

» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.

5

Mestre e Doutoranda em Ortodontia, FOB-USP.

6

Mestre e Doutor em Estomatologia, FOB-USP.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Juliana Fernandes de Morais Alameda Dr. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75 – CEP 17012-901 – Bauru/SP E-mail: julianaf_morais@hotmail.com

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65

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):65-71


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artigo inédito

Avaliação microbiológica das cerdas de escovas dentárias de uso frequente Celso André Ferreira1, Geovana Dagostim Savi2, Ana Paula Panatto1, Jaqueline da Silva Generoso2, Tatiana Barichello3

Introdução: a escovação de dentes é, provavelmente, a prática de higiene bucal mais comumente realizada no mundo; entretanto, o acondicionamento inadequado pode se transformar em um risco para a saúde da população, uma vez que podem estar contaminadas com vários tipos de microrganismos. Objetivo: o objetivo desse estudo foi avaliar a contaminação bacteriana de cerdas de escovas dentais através de diferentes métodos. Métodos: foram utilizadas 40 escovas de dentes provenientes de indivíduos sadios, com idade entre 3 a 58 anos. As amostras foram semeadas em tubo de ensaio contendo caldo tripticaseína de soja (TSB) estéril e, com o auxílio de uma alça de 0,1µl, as amostras foram semeadas em placas contendo ágar sangue de carneiro a 5% e ágar MacConkey. Em seguida foram armazenadas em estufa bacteriológica a 37°C por 24hs para posterior análise. Foi realizada a contagem das unidades formadora de colônias (UFC) e a identificação das bactérias presentes nas escovas. Resultados: nas análises microbiológicas, houve crescimento de Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Streptococcus pyogenes e Staphylococcus coagulase negativas. Conclusões: de acordo com os resultados apresentados nesse trabalho, verificamos que houve alta incidência de contaminação bacteriana nas escovas analisadas. Os microrganismos com maior frequência foram membros da família Enterobacteriaceae. O tempo de uso das escovas dentárias pode estar relacionado à contaminação encontrada e, por isso, não só uma boa higienização garantirá a redução da carga microbiana, mas a troca da escova dentária também pode garantir melhor saúde bucal aos indivíduos. Palavras-chave: Escovação dentária. Contaminação. Higiene bucal.

1

Graduação em Farmácia, Universidade do Extremo Sul Catarinense.

2

Mestre em Ciências da Saúde, Universidade do Extremo Sul Catarinense.

3

Professora da disciplina de Microbiologia e Parasitologia Clínica do curso de Farmácia e do curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade do Extremo Sul Catarinense. Doutora em Ciências Biológicas/Bioquímica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Como citar este artigo: Ferreira CA, Savi GD, Panatto AP, Generoso JS, Barichello T. Microbiological evaluation of bristles of frequently used toothbrushes. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):72-6. Enviado em: 25 de dezembro de 2009 - Revisado e aceito: 5 de outubro de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Geovana Dagostim Savi Avenida Universitária, 1105 – Bairro Universitário – Criciúma/SP CEP: 88.806-000 – E-mail: geovanasavi@gmail.com

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Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):72-6


Avaliação microbiológica das cerdas de escovas dentárias de uso frequente

artigo inédito

contaminação cruzada, pois, muitas vezes as escovas são armazenadas com suas cabeças em contato com as outras, podendo passar microrganismos de uma para a outra e, até mesmo, patógenos relacionados a infecções respiratórias, intestinais e outras enfermidades. As escovas devem ser lavadas com água corrente e o excesso de água deve ser removido por meio de batidas na borda da pia, nunca secá-las na toalha. Em seguida, deve-se borrifar sobre as cerdas da escova antisséptico bucal e armazená-la em local aberto e arejado16. Já existem alguns estudos referentes à desinfecção de escovas de dentes. Chaves et al.4 chamam a atenção para que o processo de descontaminação de escovas tenha maior alcance, incluindo as populações mais carentes. Segundo eles, devem ser avaliados métodos para desinfecção que sejam eficazes e de fácil execução, sendo que um desses métodos é a utilização de hipoclorito de sódio a 1% e ácido acético a 0,05%.

Bons hábitos de higiene bucal são comuns quando valores de saúde bucal são aceitos como parte do estilo de vida da família, sendo que, historicamente, as mulheres estão mais envolvidas nesse processo. O exemplo das mães é fundamental para que seus filhos adquiram bons hábitos8. CONCLUSÃO De acordo com os resultados apresentados neste trabalho, verificamos que houve alta incidência de contaminação bacteriana nas escovas analisadas. Os microrganismos com maior frequência foram membros da família Enterobacteriaceae. O tempo de uso das escovas dentárias pode estar relacionado à contaminação encontrada e, por isso, não só uma boa higienização garantirá a redução da carga microbiana, mas a troca da escova dentária também pode garantir melhor saúde bucal aos indivíduos.

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Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):72-6


artigo inédito

Avaliação da superfície do esmalte dentário após a remoção do braquete e polimento Lilian Maria Brisque Pignatta1, Sillas Duarte Júnior2, Eduardo César Almada Santos3

Introdução: a preservação da estrutura de esmalte após a remoção dos acessórios ortodônticos é obrigação do clínico. Portanto, procura-se um protocolo de descolagem com bases científicas. Objetivo: objetivou-se avaliar por microscopia eletrônica de varredura (MEV) a influência de quatro protocolos de remoção de braquetes e polimento da superfície do esmalte e propor um protocolo que minimize os danos à superfície do esmalte. Métodos: doze incisivos permanentes bovinos foram divididos em quatro grupos de acordo com os instrumentos utilizados para a descolagem dos braquetes e remoção do remanescente adesivo. Os braquetes foram descolados com o alicate de descolagem reto (Ormco Corp.) nos grupos 1 e 2, e com o instrumento de descolagem Lift-Off (3M Unitek) nos grupos 3 e 4. Os remanescentes adesivos dos grupos 1 e 3 foram removidos com o alicate removedor de resina longo (Ormco Corp.) e dos grupos 2 e 4 com broca de carboneto de tungstênio (Beavers Dental) em alta-rotação. As superfícies, após cada etapa da descolagem e polimento, foram avaliadas em réplicas de resina epóxica e foram obtidas eletromicrografias com aumento de 50 e 200X. Resultados: os quatro protocolos de remoção de acessórios ortodônticos e polimento ocasionaram irregularidades no esmalte. Conclusão: a remoção do braquete com o alicate de descolagem reto, seguido da remoção do remanescente adesivo com broca de carboneto de tungstênio e polimento final com pasta de pedra-pomes foi o procedimento que ocasionou menores danos ao esmalte, sendo o protocolo sugerido para a remoção dos acessórios ortodônticos. Palavras-chave: Esmalte dentário. Microscopia eletrônica de varredura. Ortodontia.

Como citar este artigo: Pignatta LMB, Duarte Júnior S, Santos ECA. Evaluation of enamel surface after bracket debonding and polishing. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):77-84.

1

Especialista, Mestre e Doutora em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP.

2

Professor Associado, Departamento de Assistência Integral, Case School of Dental Medicine, Case Western Reserve University, Cleveland, EUA.

Enviado em: 15 de julho de 2010 - Revisado e aceito: 19 de setembro de 2011

Professor Adjunto do Departamento de Odontologia Infantil e Social, Disciplina de Ortodontia, FOA-UNESP.

» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.

3

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Lilian Maria Brisque Pignatta R. Presidente Bernardes, 482 – Apto 73 – Santo Antônio – CEP: 16015-353 Araçatuba/SP – E-mail: lipignatta@hotmail.com

© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics

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Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):77-84


Avaliação da superfície do esmalte dentário após a remoção do braquete e polimento

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artigo inédito

Folga braquete/fio: o que esperar da prescrição para inclinação nos aparelhos pré-ajustados Leopoldino Capelozza Filho1, Fabricio Monteiro de Castro Machado2, Terumi Okada Ozawa3, Arlete de Oliveira Cavassan4, Mauricio de Almeida Cardoso5

Introdução: a opinião sobre o conceito Straight-Wire tem evoluído desde sua origem, caracterizada por seguidores fiéis ou ceticismo absoluto. Atualmente, parece razoável acreditar que a maioria dos profissionais tem uma visão mais realista e crítica, com uma postura que revela maturidade da Ortodontia e maior conhecimento sobre a técnica. As maiores críticas, e com fundamento, referem-se à impossibilidade do sistema, seja Straight-Wire ou Edgewise, expressar totalmente as características embutidas nos braquetes, devido a deficiências mecânicas como folga entre braquetes e fios. Objetivos: uma análise crítica dessa relação mal explicada, pela carência de estudos, foi o escopo desse artigo. Métodos: o tratamento compensatório de dois pacientes, realizados com braquetes individualizados Capelozza, serve de cenário para uma avaliação cefalométrica das alterações nas inclinações dos incisivos produzidas por diferentes calibres de arcos de nivelamento. Resultados: a avaliação dos casos mostrou que, enquanto a introdução do arco de nivelamento de aço 0,019” X 0,025” em canaleta 0,022” X 0,030” não produziu alterações significativas nas inclinações dos incisivos, o arco 0,021” X 0,025”foi capaz de alterá-las, principalmente nos incisivos inferiores, e em direção contrária ao sentido da compensação. Conclusão: em tratamentos compensatórios, mesmo buscando-se utilizar prescrição individualizada de acordo com a má oclusão, a folga entre braquete e fio parece ser um fator positivo para que ocorra a correção da oclusão, sem que movimentos indesejáveis aconteçam. Assim, parece razoável admitir que, até que um sistema de braquetes permita ter uma individualização absoluta, é recomendável a utilização de fios retangulares que preservem uma folga com a canaleta do braquete. Palavras-chave: Braquetes ortodônticos. Ortodontia. Fios retangulares.

1

Mestre em Ortodontia, FOB/Bauru. Doutor em Reabilitação Oral, FOB/Bauru. Professor do Programa de Graduação e Pós-graduação em nível de Especialização e Mestrado em Ortodontia, Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP.

Como citar este artigo: Capelozza Filho L, Machado FMC, Ozawa TO, Cavassan AO, Cardoso MA. Bracket/wire play: What to expect from tipping prescription on preadjusted appliances. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):85-95.

2

Professor dos cursos de Graduação em Odontologia e Especialização em Ortodontia do CESUMAR.

Enviado em: 1 de abril de 2010 - Revisado e aceito: 15 de fevereiro de 2012

3

Responsável pela Divisão Odontológica do HRAC-USP, Bauru/SP.

4

Ortodontista do HRAC-USP, Bauru/SP.

5

Mestre e Doutor em Ortodontia, UNESP/Araçatuba. Professor do Programa de Graduação e Pós-graduação em nível de Especialização e Mestrado em Ortodontia, Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP.

© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics

» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. » O primeiro autor é idealizador das prescrições de braquetes utilizadas nos tratamentos dos pacientes apresentados no artigo. Endereço para correspondência: Leopoldino Capelozza Filho Rua Dr. Servio Túlio Carrijo Coube, 2-70, Jd. Infante D. Henrique - Bauru/SP CEP: 17.012-632 - E-mail: lcapelozza@yahoo.com.br

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Capelozza Filho L, Machado FMC, Ozawa TO, Cavassan AO, Cardoso MA

CONSIDERAçõES FINAIS A avaliação das inclinações dos incisivos durante o nivelamento com diferentes calibres de fios retangulares nos casos de tratamentos compensatórios nos permite algumas considerações: • Em tratamentos compensatórios, a folga entre braquete e fio, apesar de ser considerada uma deficiência nas técnicas Edgewise, entre elas o Straight-Wire, pode ser considerada como um dos fatores que permitem a correção da oclusão sem que ocorram movimentos indesejáveis, mesmo utilizando-se de braquetes parcialmente individualizados. • Associado a isso, uma precisa indicação, por parte do fabricante, dos valores de folga contidos nos seus sistemas braquete–fio traria ao ortodontista uma maneira mais eficiente de controle de torque nos aparelhos Straight-Wire. • Usando-se braquetes individualizados para finalização, o nivelamento com fio 0,019” X 0,025” não causou alterações significativas nas inclinações de incisivos centrais superiores e inferiores.

Considerando-se que a diferença de folga entre os fios 0,019” X 0,025” e 0,021”X0,025” é de 6,6º (Creekmore10), e a diferença entre a prescrição padrão e a individualizada nos incisivos inferiores na prescrição utilizada5 é de 5º, poderia-se esperar: • Torques linguais ativos já no nivelamento 0,019” X 0,025” se braquetes padrão ou individualizados para movimentação fossem utilizados, principalmente em pacientes do Padrão II. • A utilização do fio 0,021” X 0,025” levou a alterações nas inclinações, principalmente dos incisivos inferiores, contrárias ao sentido da compensação, apesar da utilização de braquetes com torques compensatórios. • Nas condições disponíveis de braquetes individualizados para inclinação na técnica Straight-Wire — considerando-se imprescindível que o uso de fios retangulares, embora não obrigatório, seja sempre possível —, parece óbvia a opção pelo uso de fio retangular e braquetes com presença de folga maior que a mínima, como por exemplo fio 0,019” X 0,025” em canaleta 0,022” X 0,030”.

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artigo inédito

A influência dos hábitos de sucção no desenvolvimento oclusal nos primeiros 36 meses Edson Theodoro dos Santos Neto1, Adauto Emmerich Oliveira2, Rodrigo Walter Barbosa3, Eliana Zandonade4, Zilda Fagundes Lima Oliveira5

Objetivo: a proposição do estudo foi verificar a influência dos hábitos de sucção nas características oclusais da dentição decídua. Métodos: o grupo inicial constituiu-se de 86 bebês com idade de 0 a 3 meses. Sete visitas domiciliares foram realizadas, quando informações sobre a prática da amamentação, hábitos de sucção nutritivos e não-nutritivos, respiração bucal e desenvolvimento da dentição foram coletados. A partir do grupo inicial, 58 crianças foram moldadas em consultório na idade média de 36±2,51 meses. Modelos de estudo foram obtidos e medidos diversos parâmetros da oclusão dentária, tais como profundidade, extensão e largura das arcadas, por dois examinadores comprovadamente calibrados pelo teste de concordância Kappa e correlação de Pearson. Resultados: os resultados demonstraram que o aleitamento artificial por mamadeira antes dos 6 meses esteve associado à largura intermolares inferior (p=0,01). A sucção de chupeta antes dos 6 meses foi estatisticamente associada à diminuição da largura intercaninos superior (p=0,03) e intermolares superior (p=0,03). Somando-se a isso, o aumento da extensão molar da arcada superior associou-se à perda do vedamento labial antes dos 12 meses de vida (p=0,03). Conclusão: é possível concluir-se que os hábitos de sucção interferem na determinação de características oclusais na dentição decídua. A sucção de chupeta limita o crescimento da arcada superior; o uso de mamadeira favorece o crescimento laterolateral da mandíbula e o desenvolvimento da mordida aberta; e a ausência de vedamento labial favorece o crescimento maxilar anteroposterior. Palavras-chave: Morfogênese. Arcada dentária. Comportamento de sucção. Odontologia preventiva.

1

Professor Assistente do Departamento de Medicina Social, UFES.

2

Professor Associado do Departamento de Medicina Social, UFES.

Como citar este artigo: Santos Neto ET, Oliveira AE, Barbosa RW, Zandonade E, Oliveira ZFL. The influence of sucking habits on occlusion development in the first 36 months. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):96-104.

3

Graduado em Odontologia e Mestrando em Saúde Coletiva, UFES.

Enviado em: 07 de agosto de 2009 - Revisado e aceito: 27 de abril de 2011

4

Professora Associada do Departamento de Estatística, UFES.

5

Mestre em Ciências da Saúde, UFRJ. Professora de Odontologia, Associação Educacional de Vitória.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Edson Theodoro dos Santos Neto R. Guilherme Bassine, 97 – São Pedro I – CEP 29.030-015 Vitória/ES – E-mail: edsontheodoro@uol.com.br

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A influência dos hábitos de sucção no desenvolvimento oclusal nos primeiros 36 meses

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artigo inédito

Avaliação dos métodos de desinfecção de alicates ortodônticos Camilla Machado Feitosa de Almeida1, Adriana Silva de Carvalho2, Danilo Antônio Duarte3

Introdução: nos últimos anos, constatou-se uma forte mudança de comportamento no que diz respeito ao controle de infecção cruzada durante atendimento odontológico, exceto dentre alguns ortodontistas, que ainda persistem na ideia equivocada de que a Ortodontia é uma especialidade de baixo risco na transmissão de doenças infectocontagiosas. Objetivo: objetivo desse trabalho foi avaliar os métodos mais usados pelos ortodontistas para desinfecção de alicates na sua clínica diária. Métodos: as bactérias Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus salivarius e Staphylococcus aureus foram inoculadas in vitro em 30 alicates ortodônticos. Os alicates foram divididos em 3 grupos (n=10) e desinfectados de formas diferentes: grupo 1, escova, água e sabão; grupo 2, algodão embebido em álcool etílico a 70%; grupo 3, imersão em solução de glutaraldeído a 2% durante 30 minutos sendo, em seguida, enxaguados com água corrente. Resultados: os resultados demonstraram que o álcool etílico 70% (grupo 2) manteve 20% dos alicates infectados, sendo mais eficiente que a água e sabão (grupo 1), que mantiveram 60% dos alicates contaminados. Apenas a imersão em glutaraldeído 2% foi capaz de descontaminar todos os alicates, sendo estatisticamente superior aos outros métodos (p =0,030). Conclusão: com base nesses resultados, concluiu-se que, dentre os métodos testados, a desinfecção de alicates ortodônticos com glutaraldeído 2% é o único método eficiente. Palavras-chave: Desinfecção. Alicates. Ortodontia. Álcool. Glutaraldeído.

1

Mestre em Ortodontia, Centro de Pesquisas Odontológicas, São Leopoldo Mandic.

2

Doutora em Odontologia e Professora do Centro de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Pesquisas Odontológicas, São Leopoldo Mandic.

3

Doutor em Ciências Odontológicas, USP. Coordenador geral e Professor, UNICSUL.

Como citar este artigo: Almeida CMF, Carvalho AS, Duarte DA. Evaluation of disinfection methods of orthodontics pliers. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):105-9. Enviado em: 01 de setembro de 2008 - Revisado e aceito: 02 de março de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Centro de Pós-graduação São Leopoldo Mandic – Rua Manoel Barreto 324, apto. 901 CEP: 40.150-360 - Salvador/BA

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Almeida CMF, Carvalho AS, Duarte DA

Assim, a necessidade de melhorar o controle de infecção no consultório ortodôntico, especialmente dos alicates, torna-se indispensável. Sabe-se que, nos dias atuais, a porcentagem de pacientes adultos nos consultórios ortodônticos é alta, o que derruba o argumento utilizado pelos ortodontistas de que os pacientes são de baixa idade e que, por isso, possuem baixo risco de inoculação de doenças. Além disso, a Ortodontia, diferentemente do que afirmam os ortodontistas, é uma especialidade invasiva18. As bactérias utilizadas nesse experimento foram escolhidas por causarem infecção cruzada através de instrumental contaminado e por apresentam menor resistência à descontaminação do que esporos, vírus da Hepatite e da AIDS. Assim, se os tratamentos de desinfecção utilizados nessa pesquisa não conseguissem eliminá-los, também não eliminariam os patógenos mais resistentes.

de acordo com Carvalho et al.5, que desinfetaram brinquedos de borracha com o uso do glutaraldeído e Freitas et al.9 que, baseados na literatura, afirmaram que o glutaraldeído é efetivo em temperatura ambiente na destruição de formas vegetativas de microrganismos patogênicos, vírus influenza, enteroviroses e bacilos da tuberculose quando imersos por 10 a 30 minutos. Afirmaram, também, que o glutaraldeído é efetivo contra esporos altamente resistentes por um período de 6 a 10 horas. O glutaraldeído 2% é a solução escolhida para a desinfecção de instrumentos. É o único que age na presença de matéria orgânica. É fungicida, virucida e bactericida em 30 minutos e esporicida em 10 horas10. Entretanto, acredita-se que o glutaraldeído 2% pode destruir bactérias vegetativas em menos de dois minutos e esporuladas em três horas11. Myers15 discordou e afirmou que o glutaraldeído não é recomendado porque o processo precisa de dez horas de exposição, a efetividade é difícil de monitorar, causa irritação na pele, é tóxico, descolore e tem efeito corrosivo em alguns metais. O Ministério da Saúde3 recomendou uma exposição de dez horas para uma adequada esterilização. Após esse trabalho, verificou-se que a desinfecção não substitui a esterilização, como encontrado em praticamente todos os artigos pesquisados. Todo material que puder ser esterilizado, jamais deverá sofrer somente desinfecção.

CONCLUSÃO De acordo com os resultados apresentados anteriormente, pode-se concluir que: a) A descontaminação dos alicates depende do tratamento adotado. b) A solução com água e sabão é a menos eficiente dos três métodos pesquisados no presente trabalho. c) O tratamento à base de glutaraldeído é o mais eficiente dos três pesquisados no presente trabalho.

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Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):105-9


artigo inédito

Citotoxicidade de elásticos ortodônticos de separação Rogério Lacerda dos Santos1, Matheus Melo Pithon2, Fernanda Otaviano Martins3, Maria Teresa Villela Romanos4

Objetivo: o propósito do presente estudo foi testar a hipótese que não existe diferença de citotoxicidade entre elásticos de diferentes marcas. Métodos: foram comparadas entre si 4 marcas de elásticos de separação (4,0mm, 4,4mm e 4,8mm) intrabucais de látex quanto ao possível efeito citotóxico nos tecidos bucais, divididos em 7 grupos de 9 elásticos cada: grupo A (cor verde – modular, American Orthodontics), grupos M1 e M2, (cor azul – modular e a granel, respectivamente, Morelli), grupos M3 e M4 (cor verde – modular e a granel, respectivamente, Morelli), grupo U (cor azul – a granel, Uniden) e grupo T (cor azul – a granel, Tecnident). O ensaio de citotoxicidade foi realizado utilizando-se cultura de células da linhagem HEp-2 (do tipo epitelióide, que tem origem em carcinoma de laringe humana), sendo submetido o material ao teste para células viáveis em vermelho neutro (“dye-uptake”), no tempo de 24, 48, 72 e 168 horas. A análise de variância e comparação múltipla (ANOVA) e o teste de Tukey foram utilizados (p<0,05). Resultados: os resultados evidenciaram diferença estatisticamente significativa dos grupos A, M1, M2, M3, M4 e T com o grupo U nos tempos de 24 e 48h (p<0,05). Conclusão: pôde-se evidenciar que os elásticos da marca Uniden causaram alta quantidade de lise celular em 24 e 48h, porém, todas as marcas mostraram-se biocompatíveis a partir de 72h. Palavras-chave: Teste de materiais. Látex. Ortodontia. Toxicidade.

1

Especialista em Ortodontia, Universidade Federal de Alfenas. Mestre e Doutor em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Adjunto de Ortodontia, Universidade Federal de Campina Grande.

Como citar este artigo: Santos RL, Pithon MM, Martins FO, Romanos MTV. Cytotoxicity of separation orthodontic elastics. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):110-4.

2

Especialista em Ortodontia, Universidade Federal de Alfenas. Mestre e Doutor em Ortodontia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Assistente de Ortodontia, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Enviado em: 02 de fevereiro de 2009 - Revisado e aceito: 16 de agosto de 2009

3

Graduada em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

4

Doutora em Microbiologia e Professora Adjunta de Microbiologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Rogério Lacerda dos Santos Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) – Av. dos Universitários, S/N, Rodovia Patos–Teixeira, Km 1 – Santa Cecília – Patos/PB – CEP: 58.700-970 E-mail: lacerdaorto@hotmail.com

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Citotoxicidade de elásticos ortodônticos de separação

artigo inédito

com os elásticos, sendo calculada a toxicidade para 50% das culturas de células (CC50) (Tab. 2). Variações ocorrem na composição dos elásticos de látex e isso poderia explicar a diferença de resultados obtidos entre as marcas. Apesar da avaliação in vitro não simular um meio bucal, faz-se necessário não julgá-los clinicamente inertes.

de elásticos ortodônticos de látex utilizados para separação de dentes, ambos de cor clara e néon, mostraram-se tóxicos para fibroblastos gengivais6. O caráter citotóxico foi evidenciado após exposição dos elásticos no meio de cultura. Os elásticos de separação da marca Uniden causaram maior morte celular em comparação aos de outras marcas avaliadas nos tempos de 24 e 48h, o que sugere liberação de ingredientes tóxicos nas primeiras 48h para esse elástico; porém, a partir do terceiro dia todos os elásticos demonstraram menor caráter citotóxico. A porcentagem de células viáveis foi obtida através da comparação da média da densidade ótica (DO) do controle de células (sem contato com os elásticos) com as médias das DO obtidas do sobrenadante das culturas de células que foram colocadas em contato

CONCLUSÃO Com o aqui exposto, pode-se concluir que: 1) Os elásticos de separação das marcas American Orthodontics, Morelli e Tecnident causaram pouca quantidade de lise celular. 2) Os elásticos de separação da marca Uniden causaram alta quantidade de lise celular com 24 e 48h.

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Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):110-4


artigo inédito

Diferentes estratégias utilizadas na fase de contenção do tratamento ortodôntico Vinicius Schau de Araújo Lima1, Felipe de Assis Ribeiro Carvalho2, Rhita Cristina Cunha Almeida2, Jonas Capelli Júnior3

Objetivo: identificar as condutas clínicas mais utilizadas, considerando-se as seguintes variáveis: 1) aparelhos utilizados; 2) período de utilização; 3) protocolo de utilização, em horas diárias, e sua evolução com o passar dos meses; 4) percentual de pacientes controlados 1 ano pós-tratamento; e 5) as recidivas mais frequentemente observadas. Métodos: utilizou-se um questionário distribuído para todos os cursos de Especialização em Ortodontia cadastrados no CFO até outubro de 2005. Resultados e Conclusão: foram obtidos 91 questionários válidos. Para a análise dos dados, utilizou-se estatística descritiva e os testes qui-quadrado para tendência linear e qui-quadrado para tendência linear multivariado. Concluiu-se que: 1) na arcada superior, os aparelhos mais utilizados foram o aparelho de Hawley, o wraparound e a placa de acetato; já na inferior, barra de fio multifilamentado, barra de aço sem colagem em incisivos e barra com colagem nos incisivos; 2) indicou-se sua utilização por mais de 24 meses para a arcada superior, com uma tendência de menor utilização nessa arcada do que na inferior; 3) o protocolo de utilização na arcada superior inicia-se com 24 horas/dia, reduzindo-se após o segundo ano; para a arcada inferior, o protocolo em horas/dia foi estável; 4) após um ano de contenção, foram reexaminados mais de 50% dos casos tratados; 5) as recidivas mais comuns foram apinhamento inferior, giroversões e reabertura de diastemas. Palavras-chave: Contenção. Recidiva. Estabilidade.

1

Especialista em Ortodontia, UERJ.

2

Doutores em Odontologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

3

Doutor e Livre Docente em Ortodontia. Professor Associado da disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da UERJ.

Como citar este artigo: Lima VSA, Carvalho FAR, Almeida RCC, Capelli Júnior J. Different strategies used in the retention phase of orthodontic treatment. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):115-21. Enviado em: 22 de setembro de 2008 - Revisado e aceito: 24 de novembro de 2008 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Felipe de Assis Ribeiro Carvalho Av. das Américas, 3434 - bloco 05 - sala 223, Barra da Tijuca - Rio de Janeiro/RJ CEP: 22.640-102 - E-mail: carvalhofar@gmail.com

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Lima VSA, Carvalho FAR, Almeida RCC, Capelli Júnior J

3) O protocolo de utilização da contenção superior se inicia, normalmente, com 24 horas diárias, havendo uma redução após o segundo ano, quando indica-se o uso por cerca de 12 horas diárias. Para a arcada inferior, a contenção fixa foi a mais frequentemente utilizada, o protocolo de horas diárias foi estável, devido à impossibilidade de remoção pelo paciente.

4) Após um ano de contenção, os ortodontistas examinaram mais de 50 % dos casos tratados. 5) As recidivas mais comumente observadas foram, em ordem decrescente: apinhamento inferior, giroversões e reabertura de diastemas.

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artigo inédito

Efeitos induzidos após uso de aparelhos para tração reversa da maxila: uma revisão de literatura Adanai de Brito Freire1, Leonard Euler Andrade Gomes do Nascimento2, Ana de Lourdes Sá de Lira3

Objetivo: o presente trabalho de revisão de literatura consistiu em realizar um estudo comparativo entre diversos modelos de máscaras faciais em relação às suas influências dentárias e esqueléticas e suas implicações sobre a altura facial inferior. Métodos: optou-se pela busca de artigos relevantes, abrangendo estudos randomizados controlados, ensaios clínicos controlados e não-controlados, incluídos de acordo com critérios de elegibilidade. Foi realizada a comparação entre oito diferentes modelos de máscaras faciais: Delaire, Grummons, Petit, Turley, Batista, Sky Hook, Nanda e Tübinger. Foram coletados: a) o tipo de ancoragem, a origem, direção e magnitude das forças entre as máscaras faciais; e b) os resultados pertinentes às alterações das grandezas esqueléticas SNA e SNB, AFAI - ENA-Me, SN.GoGn, FMA; e as grandezas dentárias IMPA, 1-NA e 1-NB. Conclusão: não houve uniformidade na escolha do tipo de ancoragem e forma da aplicação das forças entre as máscaras envolvidas no estudo. Houve semelhança nas grandezas esqueléticas e dentárias: deslocamento anterior do complexo maxilar (aumento do SNA), deslocamento anterior dos dentes superiores (aumento do 1-NA), inclinação lingual dos incisivos inferiores (diminuição do 1-NB e IMPA), rotação da mandíbula para baixo e para trás (aumento do AFAI, SN.GoGn e FMA, diminuição do SNB). Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe III. Maxila. Aparelhos de tração extrabucal.

1

Especialista em Ortodontia, UFPI.

2

Mestre em Odontologia, UFRJ. Professor de Especialização em Ortodontia, UFPI. Doutorando em Ortodontia, UFRJ.

3

Mestre em Odontologia, UFRJ. Professora de Especialização em Ortodontia, UFPI. Doutora em Ortodontia, UFRJ.

Como citar este artigo: Freire AB, Nascimento LEAG, Lira ALS. Effects induced after the use of maxillary protraction appliances: A literature review. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):122-8. Enviado em: 03 de março de 2010 - Revisado e aceito: 04 de outubro de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Leonard Euler Andrade Gomes do Nascimento R. Senador Cândido Ferraz, 1770 – Jockey – CEP: 64.049-250 Teresina/PI – E-mail: leonardeuler@hotmail.com

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Freire AB, Nascimento LEAG, Lira ALS

esses resultados implicam em melhor relação sagital entre maxila e mandíbula, com melhora no perfil. A AFAI aumentou devido ao próprio crescimento facial25. O posicionamento anterior dos ganchos e o uso do aparelho Sky Hook denotam preocupação com o deslocamento vertical por desencadearem componentes verticais mais suaves6. A rotação posterior da mandíbula está de acordo com resultados similares obtidos em numerosos estudos anteriores investigando várias versões modificadas de máscaras faciais, sendo a principal razão para a redução de valores do SNB e aumento do SNGoGn14. A rotação mandibular pode ser devido à combinação de movimento vertical maxilar e força de retração no queixo50 e erupção dos molares superiores7. Essa rotação influencia na sobressaliência anterior, no relacionamento esquelético maxilomandibular, na convexidade facial e aumento da AFAI50. Observou-se que, nos artigos selecionados, não há relação do requisito estético na visão dos pacientes, leigos e clínicos, pois a estética da máscara facial pode influenciar ou interferir no resultado dos tratamentos. Os modelos Sky Hook e Grummons têm menor comprometimento estético e efeitos verticais, tendo boa indicação para pacientes com AFAI aumentada. O modelo de Nanda34 provocou mínima rotação mandibular, mostrando que mudanças previsíveis podem ser alcançadas no sentido do avanço

da maxila, com mudanças mandibulares desejadas ou ausência de alterações indesejáveis, pois, alterando-se o ponto de união da força na máscara ou na curva externa do arco facial, a dimensão vertical da face pode ser satisfatoriamente controlada. Esse fato é de especial importância para pacientes Classe III com dimensão vertical longa e ângulo do plano mandibular excessivo6.

RefeRências

8.

CONSIDERAçõES FINAIS Ao analisar-se artigos da literatura relacionados aos efeitos da tração reversa da maxila em pacientes tratados com oito diferentes modelos de máscaras faciais, considerou-se que: a. Não houve uniformidade na escolha do tipo de ancoragem extra e intrabucais, direção e magnitude das forças elásticas e tempo necessário para a duração do tratamento. b. Houve semelhança nas grandezas esqueléticas e dentárias: deslocamento anterior do complexo maxilar (aumento do SNA); deslocamento anterior dos dentes superiores (aumento do 1-NA); inclinação lingual dos incisivos inferiores (diminuição do 1-NB); rotação da mandíbula para baixo e para trás (aumento do AFAI, SN.GoGn e FMA; diminuição do SNB), resultando em melhora significativa no perfil facial e no estabelecimento de trespasse horizontal positivo.

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artigo inédito

Efeito da expansão rápida da maxila na dimensão da cavidade nasal e morfologia facial pela rinometria acústica e rinomanometria Carla Enoki Itikawa1, Fabiana Cardoso Pereira Valera2, Mírian Aiko Nakane Matsumoto3, Wilma Terezinha Anselmo Lima4

Objetivo: avaliar o efeito da expansão rápida da maxila na dimensão da cavidade nasal e na morfologia facial através da rinometria acústica e rinomanometria computadorizada. Métodos: foram avaliadas 29 crianças na fase de dentição mista, portadoras de respiração bucal e mordida cruzada posterior. A documentação ortodôntica e a avaliação otorrinolaringológica foram realizadas em três tempos — antes da expansão rápida da maxila, imediatamente após e 90 dias depois. Resultados: a expansão promoveu um aumento na dimensão da cavidade nasal e na maxila transversalmente. Contudo, não houve diferenças significativas na área da mucosa nasal. A rinometria acústica mostrou que não houve diferenças na área de secção transversa ao nível da válvula e concha nasal inferior; entretanto, a rinomanometria mostrou diferenças estatisticamente significativas na resistência nasal, que diminuiu após a expansão rápida da maxila. Conclusões: a expansão maxilar aumenta a área óssea maxilar e nasal; contudo, esse aumento não foi suficiente para aumentar a área da mucosa e diminuir a resistência nasal. Importância: a expansão óssea nasal foi seguida por uma compensação da mucosa. Palavras-chave: Respiração bucal. Técnica de expansão palatina. Circunferência craniana. Má oclusão.

1

Professora da Especialização em Ortodontia na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP.

2

Professora do Departamento de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão – USP.

3

Professora Associada do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP.

Como citar este artigo: Itikawa CE, Valera FCP, Matsumoto MAN, Lima WTA. Effect of rapid maxillary expansion on the dimension of the nasal cavity and on facial morphology assessed by acoustic rhinometry and rhinomanometry. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):129-33. Enviado em: 3 de março de 2010 - Revisado e aceito: 20 de junho de 2011

4

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Professora Associada do Departamento de Otorrinolaringologia, da Faculdade de Medicina de Ribeirão – USP.

Endereço para correspondência: Carla Enoki Itikawa Rua São Sebastião, 1442, apto. 161, Centro – Ribeirão Preto / SP CEP: 14.015-040 – E-mail: fa.ltda@uol.com.br

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Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):129-33


Itikawa CE, Valera FCP, Matsumoto MAN, Lima WTA

Corroborando com esses autores, os dados do presente estudo mostraram que as médias da resistência nasal durante a inspiração (Insp. no T3 = 2,231 l/m/ cmH2O) e a expiração (Expir. no T3 = 1,828 lm/cmH2O) após o tratamento são significativamente menores que antes do tratamento (Insp. no T1 = 3,368 l/m/ cmH2O e Expir. no T1 = 2,675 l/m/cmH2O). Esses resultados podem diferir dos de outros estudos, uma vez que aqui optou-se pela não utilização do vasoconstritor durante os exames. Como já tínhamos a largura óssea pela cefalometria, e queríamos observar a resposta da mucosa à expansão rápida da maxila, optamos por não utilizar o vasoconstritor. A expansão deve ser indicada e utilizada pelo ortodontista para correção da mordida cruzada posterior uni ou bilateral, beneficiando os pacientes com dificuldade respiratória. Contudo, os resultados do presente estudo não suportam a realização da expansão rápida da maxila puramente com a finalidade de proporcionar benefícios à função nasal nos indivíduos com dificuldades respiratórias.

O presente estudo constatou aumento na dimensão óssea da cavidade nasal e melhora significativa da respiração através da diminuição da resistência nasal; contudo, não houve diferenças no MCA da válvula e da concha nasal inferior. Dessa forma, os resultados desse trabalho não suportam a realização da expansão rápida da maxila puramente com a finalidade de proporcionar benefícios à função nasal nos indivíduos com dificuldades respiratórias, uma vez que os benefícios na mucosa foram mais suaves do que na parte óssea. CONCLUSÃO A partir dos resultados obtidos nesse trabalho, foi possível concluir que houve aumento significativo na largura nasal (NC-NC) e largura maxilar (JR-JL). As mudanças ósseas foram acompanhadas por alterações discretas na resistência nasal; contudo, esse aumento não foi suficiente para aumentar a área da mucosa e diminuir a resistência nasal. A expansão óssea nasal foi seguida por uma compensação da mucosa.

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artigo inédito

Mini-implante e Botão de Nance para retração inicial de caninos superiores: estudo prospectivo em modelos Flávia de Moraes Arantes1, Juliana Kina2, Matheus José Bueno Gonçalves3, Júlio de Araújo Gurgel4, Omar Gabriel da Silva Filho5, Eduardo César Almada Santos6

Objetivo: a ancoragem óssea é fundamental para o sucesso do tratamento de algumas más oclusões, pois permite a aplicação de forças contínuas, diminui o tempo de tratamento e independe da colaboração do paciente. Métodos: o propósito desse trabalho foi comparar, por meio de modelos dentários, a perda de ancoragem após a retração inicial de caninos superiores entre dois grupos. O grupo A utilizou o mini-implante enquanto o grupo B utilizou o Botão de Nance. Para todos os pacientes foram realizados dois modelos (M1 e M2). Os primeiros modelos foram realizados ao início (M1), e os outros ao final da retração inicial de canino (M2). Resultados: todas as medidas foram tabuladas e submetidas à análise estatística. Para verificar o erro sistemático intraexaminador foi utilizado o teste t pareado. Na determinação do erro casual utilizou-se o cálculo de erro proposto por Dahlberg. Para comparação entre as fases Início e Após, foi utilizado o teste t pareado. Para a comparação entre os grupos de mini-implante e Botão de Nance, foi utilizado o teste t de Student para medidas independentes. Em todos os testes foi adotado nível de significância de 5% (p<0,05). Conclusão: ao se medir e comparar em modelos dentários a perda de ancoragem dos molares após a retração inicial de canino utilizando-se dois sistemas de ancoragem distintos (Mini-implante e Botão de Nance), pôde-se observar a inexistência de diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos. Palavras-chave: Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Modelos dentários. Ortodontia.

1

Especialista em Ortodontia, UNESP. Doutora em Ortodontia, FOA-UNESP.

2

Especialista em Ortodontia, UNESP. Mestre e Doutora em Odontologia, UNESP.

3

Graduado em Odontologia, UNESP. Aluno de especialização em Ortodontia, Hospital Geral de São Paulo.

4

Professor titular do Centro Universitário do Maranhão e Professor Assistente Doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.

5

Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP).

6

Como citar este artigo: Arantes FM, Kina J, Gonçalves MJB, Gurgel JA, Silva Filho OG, Santos ECA. Miniimplant and Nance button for initial retraction of maxillary canines: A prospective study in cast models. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):134-9. Enviado em: 12 de fevereiro de 2010 - Revisado e aceito: 20 de setembro de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.

Professor Adjunto da disciplina de Ortodontia, UNESP. Professor convidado da Universidade de Washington.

© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics

Endereço para correspondência: Eduardo César Almada Santos Rua José Bonifácio 1193 – Vila Mendonça – CEP 16.015-050 – Araçatuba/SP E-mail: almada@foa.unesp.br

134

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):134-9


Arantes FM, Kina J, Gonçalves MJB, Gurgel JA, Silva Filho OG, Santos ECA

Dezoito pacientes é um valor reduzido para análise estatística, porém, em um trabalho clínico, esse número é considerável. Observou-se em trabalhos científicos publicados a utilização de amostras bem menores e, muitas vezes, apenas o relato de um caso clínico. De acordo com o estudo realizado, os mini-implantes não podem ser considerados como ancoragem absoluta. Entretanto, artigos que o definem como ancoragem máxima estão baseados em relatos clínicos, o que limita as conclusões, ou seja, não possuem evidência científica. Tais razões estimulam o desenvolvimento de pesquisas com métodos padronizados, saindo da fase do empirismo clínico. Destarte, são necessários estudos que verifiquem a efetividade da ancoragem e os custos biológicos da utilização do mini-implante.

ancoragem óssea, ocorreu perda de ancoragem dos molares superiores para o grupo com mini-implante (Tab. 2). Esses resultados demonstram que a ancoragem óssea não pode ser considerada como absoluta, pois a mecânica, a intensidade e controle das forças ainda constituem fatores de suma importância20. Uma hipótese para a perda de ancoragem ocorrida no grupo de mini-implantes seria que ela ocorreu durante a fase de alinhamento e nivelamento, uma vez que o atrito do fio com o tubo pode ter feito os molares se movimentarem, já que não foi feita sua estabilização. Ao final da retração de caninos, o molar foi avaliado, porém, não foi possível especificar se naquele momento o molar sofreu giro ou inclinação, como ocorre em qualquer movimento ortodôntico. A Tabela 4 mostra que não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos Mini-implante e Botão de Nance, porém, isso não significa que não exista diferença entre eles, apenas representa que não há prova da existência de diferença. Clinicamente, pôde-se observar que havia maior perda de ancoragem no grupo que utilizou o Botão de Nance e que o tempo para retração inicial de caninos também era maior.

CONCLUSÃO Ao medir e comparar em modelos a perda de ancoragem dos molares, após a retração inicial de canino, utilizando-se dois sistemas de ancoragem distintos (mini-implante e botão lingual), pôde-se observar a inexistência de diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos.

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artigo inédito

Determinação das características estruturais em jovens do Ceará com má oclusão de Classe II, divisão 1 Keila Maria de Sousa Castelo1, Fausto Silva Bramante2

Objetivo: determinar as características estruturais em jovens cearenses leucodermas, portadores de má oclusão de Classe II, divisão 1, e verificar se existe dimorfismo entre os sexos a partir das variáveis cefalométricas estudadas. Métodos: por meio de telerradiografias em norma lateral, determinou-se as características cefalométricas da má oclusão de Classe II, divisão 1, em uma amostra de 50 jovens cearenses, leucodermas, sendo 25 do sexo masculino e 25 do sexo feminino, com idades de 9 a 14 anos, não tratadas ortodonticamente. Dezesseis grandezas cefalométricas foram avaliadas, comparando-se o grupo experimental (Classe II) com um grupo controle (Classe I), cuja amostra constituiu-se de 50 crianças do Ceará, leucodermas,de ambos os sexos (22 do sexo masculino e 28 do sexo feminino), com idades entre 9 e 13 anos, obtida de pesquisas realizadas pela disciplina de Ortodontia da UCCB – Centro de Estudos da Universidade Federal do Ceará. Conclusão: a maxila apresentou, em média, um bom posicionamento. A mandíbula apresentou uma clara predominância para retrusão e alterações dimensionais no sentido sagital. As dimensões verticais da face apresentaram-se aumentadas. Os incisivos superiores apresentaram-se bem posicionados em suas bases apicais e ligeiramente inclinados para lingual. Os incisivos inferiores protruídos e inclinados para vestibular. Identificou-se a presença de dimorfismo entre os sexos nas grandezas P-Nperp, Co-A, WITS e AFAI. Palavras-chave: Má oclusão de Angle Classe II. Circunferência craniana. Ortodontia.

1

Especialista e Mestre em Ortodontia pelo Centro Universitário do Maranhão (Uniceuma).

2

Mestre e Doutor em Ortodontia pela FOB-USP. Professor do programa de Pós-graduação em Odontologia, área de concentração Ortodontia, no Uniceuma.

Como citar este artigo: Castelo KMS, Bramante FS. Determination of the structural characteristics in youngsters from Ceará with Class II, division 1 malocclusion. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):140-7. Enviado em: 08 de abril de 2010 - Revisado e aceito: 18 de setembro de 2011 » A autora declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Keila Maria de Sousa Castelo Rua Senador Paula Pessoa, 837 – Lago Jacarey – CEP: 60822-200 – Fortaleza/CE Email: keilacastelo@hotmail.com

© 2012 Dental Press Journal of Orthodontics

140

Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):140-7


Castelo KMS, Bramante FS

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Caso Clínico BBO

Tratamento de paciente Classe III em crescimento com prognatismo mandibular e severa mordida cruzada anterior* Ricardo Machado Cruz1

O tratamento de pacientes em crescimento com padrão esquelético de Classe III representa um dos maiores desafios clínicos para o ortodontista. Vários protocolos de tratamento têm sido propostos, quase todos envolvendo expansão rápida da maxila e protração maxilar. Porém, existem casos onde a maxila está corretamente posicionada no sentido anteroposterior e não há discrepância transversa, caracterizando apenas um prognatismo mandibular. Nesses casos, quando há um conjunto de fatores favoráveis, tais como ausência de laterognatismo e menor ângulo do plano mandibular, uma opção viável e que pode se mostrar bastante interessante é o uso noturno da mentoneira, com o objetivo de tentar redirecionar o crescimento anterior da mandíbula. Para que haja sucesso, é necessário que esse procedimento envolva o surto de crescimento da puberdade e seja estendido até a completa maturação esquelética. O presente caso clínico foi apresentado à diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), como parte dos requisitos para a obtenção do titulo de Diplomado pelo BBO. Palavras-chave: Classe III. Mentoneira. Mordida cruzada anterior. Prognatismo mandibular.

INTRODUçÃO Paciente leucoderma, do sexo masculino, com 13 anos de idade, em pleno surto de crescimento da puberdade, com queixa principal de mordida cruzada anterior e bastante insatisfeito com a aparência

geral de seu sorriso. A investigação do histórico familiar mostrou a presença de familiares com prognatismo mandibular pelo lado materno. Os demais dados da história dentária e médica relatados na anamnese não apresentaram importância clínica.

* Relato de caso clínico aprovado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

Como citar este artigo: Cruz RM. Treatment of a Class III growing patient with mandibular prognathism and severe anterior crossbite. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):148-59.

1

Doutor em Biologia Animal/Genética pela UnB. Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Professor Titular de Ortodontia da UNIP, campus Brasília. Presidente da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR). Presidente do Colégio de Diplomados pelo BBO. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

Enviado em: 28 de maio de 2012 - Revisado e aceito: 4 de julho de 2012 » O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. » O paciente que aparece no presente artigo autorizou previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.

Endereço para correspondência: Ricardo Machado Cruz Rua Shis, Q19/11 bloco L, sala 101 – Lago Sul, Brasília/DF – CEP: 71.625-210 E-mail: ricardomcruz@uol.com.br

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Cruz RM

significativa e, segundo os autores, poderia explicar o maior aumento do comprimento mandibular nos indivíduos Classe III4. De qualquer modo, a recomendação é que o uso das mentoneiras não seja inferior a 12 meses11. Entretanto, após o final do surto de crescimento, parece não haver diferença entre o padrão de crescimento de um paciente com prognatismo mandibular e o de um indivíduo normal7. A escolha do uso da mentoneira no caso relatado nesse trabalho pareceu a melhor opção e, ao final, os objetivos estéticos e funcionais almejados foram atingidos. Mas deve-se sempre levar em consideração que as respostas de crescimento individuais não são previsíveis. Não é surpresa que o mesmo tratamento ortodôntico/ortopédico não produza a mesma resposta em todos os indivíduos, uma vez que os indivíduos não crescem da mesma forma.

Não há um consenso na literatura a respeito do melhor momento para iniciar o tratamento ortodôntico/ortopédico de indivíduos Classe III, mas todos concordam que esse deve envolver o surto de crescimento da puberdade3. Parece não haver diferença entre os perfis esqueléticos finais de indivíduos que iniciaram o tratamento mais cedo, por volta de 7 anos de idade, e aqueles que deixaram para começar o tratamento mais tarde, no início do surto de crescimento puberal3,8. Ao planejar um tratamento desses, o profissional deve levar em consideração a provável duração do surto de crescimento, para estabelecer o tempo de uso da mecânica ortopédica. Um recente estudo mostra que, nos indivíduos Classe III, a duração do pico de crescimento é, em média, cinco meses mais longa que nos indivíduos Classe I. Essa diferença é estatisticamente

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tópico especial

Alteração do plano oclusal na cirurgia ortognática Lucas Senhorinho Esteves1, Carolina Ávila2, Paulo José Medeiros3

Introdução: o tratamento ortocirúrgico convencional, embora apresente bons resultados clínicos, muitas vezes não alcança resultados funcionais desejáveis. Os pacientes com deformidades dentofaciais, principalmente os que possuem plano oclusal (PO) aumentado, são acometidos também por distúrbios funcionais musculares, articulares e respiratórios, além do comprometimento estético facial. A manipulação cirúrgica do PO na cirurgia ortognática é uma alternativa para suprir as limitações do tratamento convencional. Objetivo: relatar a importância da avaliação do plano oclusal nas fases de diagnóstico, planejamento e tratamento ortocirúrgico de pacientes com deformidades esqueléticas faciais, e suas principais vantagens. Conclusão: apesar de ambas as filosofias de tratamento ortocirúrgico (convencional e pela manipulação cirúrgica do PO) apresentarem bons resultados, a correção seletiva do PO permite um tratamento integral desses pacientes, propiciando melhores resultados estéticos e funcionais. Palavras-chave: Plano oclusal. Cirurgia ortognática. Tratamento ortocirúrgico.

1

Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ. Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, UNIGRANRIO.

2

Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ. Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Como citar este artigo: Esteves LS, Ávila C, Medeiros PJ. Changes in occlusal plane through orthognathic surgery. Dental Press J Orthod. 2012 July-Aug;17(4):160-73. Enviado em: 13 de junho de 2012 - Revisado e aceito: 12 de julho de 2012

3

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Chefe do Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ. Professor Titular de Cirurgia da Faculdade de Odontologia da UERJ.

» Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. Endereço para correspondência: Lucas Senhorinho Esteves Rua Eduardo José dos Santos, 147 – Garibaldi, Salvador/BA CEP: 41940-455 – E-mail: lucascirurgia@gmail.com

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Esteves LS, Ávila C, Medeiros PJ

CONCLUSÃO A manipulação cirúrgica do plano oclusal é uma ferramenta que deve ser considerada nas fases de planejamento inicial e planejamento cirúrgico de todos os pacientes portadores de deformidades dentofaciais. Como vantagens encontram-se a possibilidade de modificação do padrão facial independentemente da relação sagital de molares e caninos, o tratamento de distúrbios respiratórios das vias aéreas superiores e a obtenção de ótimos resultados estéticos.

Esse fato altera os padrões de extrações estabelecidos no preparo ortodôntico para o tratamento ortocirúrgico convencional demonstrado nos casos clínicos descritos no presente artigo. Uma vez que geralmente não há necessidade de se obter trespasses horizontais acentuados, a extração de pré-molares limita-se aos casos com apinhamentos severos e inclinações exacerbadas de incisivos, assim diminuindo o tempo total da Ortodontia pré-cirúrgica e os possíveis efeitos indesejáveis no periodonto — como, por exemplo, reabsorções radiculares. A alteração seletiva do PO nos sentidos anti-horário ou horário em cirurgias bimaxilares é considerada estável em pacientes com articulações temporomandibulares saudáveis e quando utilizada a técnica cirúrgica e de fixação rígida apropriada1-4,8,11,12.

AGRADECIMENTOS Agradecemos aos Drs. Pedro Bittencourt, Priscila Esperão, Renata Viana e Maria Nicia Negrão, pelo trabalho em equipe e atendimento dos pacientes apresentados nesse artigo.

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Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.

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Comunicado aos Autores e Consultores - Registro de Ensaios Clínicos 1. O registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.

gistros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www. actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal. 3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who. int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www. icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução

2. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www. who.int/ictrp/network/en/index.html), com interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Re-

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Atenciosamente, David Normando, CD, MS, Dr Editor-chefe do Dental Press Journal of Orthodontics ISSN 2176-9451 E-mail: davidnor@amazon.com.br

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