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volume 9, nĂşmero 4, agosto - setembro 2010

Dental Press

Rev ClĂ­n Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):1-112

ISSN 1676-6849


volume 9, número 4, agosto / setembro 2010

Dental Press

47

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Princípios ortodôntico-periodontais para homeostasia periodontal e harmonia estética

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Deglutição acidental em Ortodontia

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Aumento de coroa clínica com finalidade estética após tratamento ortodôntico

Orthodontic-periodontal principles for periodontal homeostasis and aesthetic harmony Euloir Passanezi, Adriana C. P. Sant’Ana, Maria Lúcia R. Rezende, Sebastião Luiz A. Greghi, Carla A. Damante, Marcos Janson

Accidental swallowing in orthodontics Rodrigo Comparin, Éliston Comparin, Ellen Christina Inoue Comparin, Paulo Ito

Clinical crown lengthening with aesthetics purpose after orthodontic treatment Lívia de Souza Tolentino, Roberta Saboia Gomes, Elen de Souza Tolentino, Flávio Roberto Justo

72

Mecânicas para intrusão dos dentes anteriores

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Síndrome do incisivo central superior mediano: relato de caso

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Tratamento da má oclusão de Classe II com extração de pré-molares usando recursos da Técnica do Arco Segmentado

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Mechanics for intrusion of the anterior teeth Caio Sérgio Botta Martins de Oliveira, Marcos Shinao Yamazaki, Djalmir Brandão de Carvalho Melo Júnior, Gladistone Cadete Meros, Luiz Renato Paranhos

Syndrome of the single median maxillary central incisor: case report Janaina Cristina Gomes, Mônica Tirré Araújo, Iêda Maria Orioli

Treatment of Class II malocclusion with premolars extraction using concepts of segmented arch technique Marcio Rodrigues de Almeida, Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin, Renato Rodrigues de Almeida, Fernando Pedrin C. Ferreira, Flávio Uribe, Ravindra Nanda

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105

Editorial ................................................. 5 Pergunte a um Expert ........................... 8 Dica Clínica . ........................................ 16 Domínio Conexo ................................. 30 Eventos . .............................................. 37 Ortodontia Forense ............................. 38

84

Arquitetura .......................................... 40 Marketing ............................................ 42 Abstracts ........................................... 102

90

Controvérsias.......................................105 Instruções aos autores . ..................... 111


EDITOR Omar Gabriel da Silva Filho

PUBLISHER Laurindo Furquim

EDITOR ASSISTENTE Danilo Furquim Siqueira Rosely Suguino

ONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO C Adilson Luiz Ramos Hélio Hissashi Terada CONSULTORES INTERNACIONAIS Björn U. Zachrisson Jeffrey P. Okeson Jesús Fernández Sánchez Júlia Harfin Larry White Lorenzo Franchi Ravindra Nanda Roberto Justus Tiziano Baccetti Vincent G. Kokich

Diretora Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim

HRAC-USP

ANALISTA DA INFORMAÇÃO Carlos Alexandre Venancio

UNICID-SP CESUMAR-PR

Produtor editorial Júnior Bianchi

UEM-PR

Produção Gráfica e Eletrônica Andrés Sebastián Pereira de Jesus Diego Ricardo Pinaffo Fernando Truculo Evangelista Gildásio Oliveira Reis Júnior Tatiane Comochena

UEM-PR UEM-PR

Universidade de Oslo / Noruega Universidade de Kentucky / Estados Unidos Universidade de Madrid / Espanha Universidade de Maimonides / Buenos Aires - Argentina AAO Dallas / EUA Universidade de Florença / Itália University of Connecticut - EUA Universidade Tecnológica do México / Cidade do México - México Universidade de Florença / Itália Universidade de Washington / EUA

INTERNET Carlos Eduardo de Lima Saugo BANCO DE DADOS Adriana Azevedo Vasconcelos E-commerce Soraia Pelloi DEPARTAMENTO DE CURSOS E EVENTOS Ana Claudia da Silva Rachel Furquim Scattolin DEPARTAMENTO COMERCIAL Roseneide Martins Garcia

CONSULTORES CIENTÍFICOS Ortodontia Ademir Roberto Brunetto Arno Locks Ary dos Santos-Pinto Carlo Marassi Cristina Feijó Ortolani Daniela Gamba Garib David Normando Eduardo Dainesi Fábio Bibancos Francisco Ajalmar Maia Henrique Mascarenhas Villela José Fernando C. Henriques José Nelson Mucha Julio de Araújo Gurgel Jurandir Antonio Barbosa Leopoldino Capelozza Filho Luciano da Silva Carvalho Marcio Rodrigues de Almeida Marden Bastos Ricardo Nakama Roberto Hideo Shimizu Sebastião Interlandi Weber José da Silva Ursi

Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana

FOB-USP-SP

Oclusão Paulo Cesar Rodrigues Conti

FOB-USP-SP

Patologia Alberto Consolaro

UFPR-PR UFSC-SC UNESP-SP CPO SLMANDIC-SP UNIP-SP HRAC-USP-SP UFPA/ABO-PA USC-SP Clínica particular-SP UFRN-RN ABO-BA FOB-USP-SP UFF-RJ FOB-USP-SP ACDC-SP HRAC-USP-SP APCD-SP UNIMEP-SP EAP-ABO-MG Clínica particular-PR UTP-PR USP-SP FOSJC/UNESP-SP

submissão de artigos Roberta Baltazar de Oliveira BIBLIOTECA Marisa Helena Brito normalização Marlene Gonçalves Curty Revisão/COPydesk Ronis Furquim Siqueira DEPARTAMENTO FINANCEIRO Roseli Martins Márcia Cristina Plonkóski Maranha

A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (ISSN 1676-6849) é uma publicação bimestral (seis edições por ano), com tiragem de 4.000 exemplares, da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. - Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá - Paraná - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

FOB-USP-SP

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-.

INDEXAÇÃO:

Bimestral. ISSN 1676-6849.

Revista Clínica de Ortodontia Dental Press

1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International.

é indexada pela BIREME, nas bases

CDD 21.ed.

617.643005

BBO e LILACS - 2003.


editorial

O mar que nos envolve Omar Gabriel

Aproveitando a ocasião do maior espetáculo da Terra, a Copa do Mundo de futebol, os Correios veicularam nos semanários do mês de junho uma mensagem: Onde você estiver, não se esqueça: o tempo de torcer é agora e a África do Sul é logo ali. Retumba estranho o enunciado porque separando esses continentes está o Oceano Atlântico, com sua respiração nervosa e ofegante que lhe conferiu, num passado longínquo, o cognome de Mar Tenebroso. Sim, o mar das fortes ressonâncias camonianas e dos grandes descobridores portugueses, como Bartolomeu Dias, o navegador que dobrou o Cabo das Tormentas, ou Cabo da Boa Esperança. O mundo era muito grande. A redução dessa distância geográfica, graças ao avanço tecnológico, muda a história da humanidade e nos faz meditar sobre as viagens cada vez mais rápidas que a informação faz. O mar deixou de ser uma distância e o mundo tornou-se pequeno graças às informações apátridas que a internet carrega. Ninguém questiona o fato de que a internet chegou para ficar e está transformando o modo como o mundo se comunica. No mundo, uma em três pessoas tem acesso à internet em casa. A virtualidade chegou de forma retumbante e abrupta, mudou todas as relações e possibilidades de encontro, e alterou o conceito de distância. Um mundo veloz e vertiginoso que a internet, em todo o seu esplendor, adentra no gramado do século 21. Uma das suas funções, sem dúvida, é restabelecer o primado do conhecimento sobre o culto do empirismo em qualquer ofício praticado pelo homem. Na Ortodontia não é diferente. Um mar de informações pode ser navegado via internet. Mas a verdade é que nada é mais prazeroso e tangível do que folhear páginas de uma charmosa revista ou um garboso livro. Às vezes fico pensando se essa não seria a principal função que o Criador conferiu aos dedos ao projetar sua obra prima, o homem. Particularmente essa edição da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press reúne um timaço de autores, acadêmicos renomados, recheando a revista com artigos pontuados pela erudição,

mecânica, princípios periodontais e acidentes ortodônticos, além de administração, bem estar e marketing. Tudo isso para informar, despertar o senso crítico e instigar debates, apostando numa Ortodontia futura melhor do que a presente. A palavra de ordem é desfrutar dos artigos publicados. Nas últimas duas décadas, a estética dentofacial na população adulta tem ganhado força na Odontologia. A presente edição repete essa tendência com três artigos bem esclarecedores direcionados à clínica cotidiana: 1) Princípios ortodôntico-periodontais para homeostasia periodontal e harmonia estética; 2) Aumento de coroa clínica com finalidade estética após tratamento ortodôntico, e 3) Intrusão de incisivos superiores com periodonto comprometido. Esse último fazendo parte da cultuada seção “Pergunte a um expert”. É informação na justa medida. Ainda que na era da internet, o calor humano das relações pessoais é que tinge a vida com suas matizes infinitas. Um simples bom dia ressoa diferente quando dito ao invés de lido. As histórias narradas induzem os indivíduos a sonhar e reinventar suas histórias. Os grandes autores reinam soberanos nas estantes porque, em seu estado de torpor criativo, miram as relações humanas pela perspectiva do afeto. E por falar em boa literatura, no outro lado do Atlântico morreu, no último junho, o lusitano José Saramago, prêmio Nobel de literatura em 1998. José Saramago amava as palavras e não gostava de ponto final. Preferia as vírgulas e reticências. Como ele disse, a morte é o nada dissolvido em átomos. Onde você estiver, não se esqueça: estamos com você!

Omar Gabriel Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):5

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ERRATA

Foram diagramadas em posição invertida as fotos que compõem as figuras 1 e 2 do artigo intitulado Etiologia das más oclusões: perspectiva clínica (parte II) – fatores ambientais, dos autores Daniela G. Garib, Omar Gabriel da Silva Filho e Guilherme Janson. O artigo foi publicado na edição anterior, v. 9, n. 3, de jun./jul. de 2010. As imagens em questão encontram-se nas páginas 62 e 63, sendo que a legenda da página 62 (Figura 1. Retenção do incisivo central superior esquerdo, em um paciente com histórico de trauma nos dentes decíduos) deveria ser ilustrada com as imagens impressas na página 63; e a legenda da página 63 (Figura 2. Apinhamento secundário ou ambiental) deveria ser ilustrada com as imagens publicadas na página 62. Ainda, o correto seria a legenda da figura 1 indicar a “Retenção do incisivo central superior direito”.

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):5

Errata - As imagens foram inseridas nos locais errados.


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pergunte a um expert

Intrusão de incisivos superiores com periodonto comprometido Maurício Tatsuei Sakima

O tratamento ortodôntico de pacientes periodontalmente comprometidos requer abordagem interdisciplinar que envolva diferentes especialidades odontológicas para que sejam obtidos resultados estéticos e funcionais satisfatórios. Normalmente, pacientes adultos com problemas periodontais apresentam migração dentária, erupção patológica e diastemas. Essas alterações de posição, geralmente, são o resultado da falta de equilíbrio entre o suporte periodontal e as forças oclusais que estão atuando nos dentes durante a mastigação e movimentos funcionais. Os dentes anteriores são mais suscetíveis a extrusões por não estarem protegidos pelas forças oclusais e por não terem contatos anteroposteriores inibindo a migração dentária. Além disso, as forças mastigatórias apresentam vetores atuando no sentido anterior e lateral, e nessa área existe pouca resistência a esses vetores, particularmente nos casos onde o overjet é maior. Com a progressão da doença periodontal e consequente perda óssea, o centro de resistência do dente se move mais em direção apical, alterando a resposta às forças que atuam na coroa, provocando maior deslocamento e maior inclinação dentária. Esse tipo de migração dentária geralmente acarreta uma combinação de extrusão e vestibularização dentária, resultando em aumento da coroa clínica, recessão gengival, problemas funcionais e estética comprometida1,2,3. Atualmente, existe uma controvérsia em relação ao tratamento ortodôntico de incisivos com perda de inserção. Vários autores4,5,7 têm sugerido como alternativa de tratamento a extrusão dos dentes envolvidos, na tentativa de igualar a crista óssea e transformar em um defeito horizontal. A necessidade de tratamento endodôntico e protético devido à diminuição considerável da coroa clínica é uma de suas consequências negativas. Nos casos em que a proporção entre a quantidade de raiz remanescente e a coroa dentária não atinja o mínimo de 1/1, pode ser sugerida a extração ortodôntica para ganho na altura óssea e futura colocação de implante dentário. Esses autores sugerem que a intrusão dos dentes anteriores com

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perda de inserção causaria ou aumentaria o defeito vertical, comprometendo a longevidade desses dentes. No entanto, existe também a opção de intrusão e retração dos incisivos. Vários estudos clínicos e alguns estudos histológicos1,2,3,8-11 relatam que a intrusão, a retração e o nivelamento e alinhamento dos incisivos têm um efeito benéfico nos níveis ósseos e na melhora da condição periodontal. Alguns estudos12,13,17 relatam que o movimento dentário contra os defeitos ósseos na presença de infiltrado inflamatório pode aumentar o índice da perda de inserção. Em contrapartida, vários estudos1,2,3,6,8,9,11 relatam que, com a saúde periodontal controlada (sítios inativos), ausência de sangramento à sondagem e inflamacão gengival controlada através de supervisão de higiene bucal, raspagem e alisamento radicular periódicos, o tratamento ortodôntico (usando forças biológicas e bem controladas) para intrusão de incisivos pode conseguir certo ganho de inserção e melhora na recessão gengival. Evidências clínicas e histológicas indicam a necessidade do uso de forças leves e constantes. De acordo com os estudos clássicos14, quando uma força ortodôntica é aplicada, o movimento dentário ocorre em direção à força, comprimindo o ligamento periodontal no lado de compressão, com subsequente deformação e reabsorção do osso alveolar. Dessa maneira, os dentes se movimentam distâncias mínimas até que encontrem o osso e o movimento pare. Essa resistência do osso é eventualmente superada pela subsequente reabsorção do osso no lado do ligamento periodontal comprimido. No lado onde existem forças induzindo tensão no ligamento periodontal, uma aposição óssea concomitante ocorre, até que o ligamento periodontal volte à sua espessura normal. Dessa maneira, o movimento dentário ocorre como resultado direto desse mecanismo de indução de forças e remodelação do ligamento periodontal em volta da raiz do dente. Essa remodelação requer a presença de células capazes de reabsorver e formar a matriz extracelular do ligamento periodontal e do osso alveolar.


Sakima MT

do dente 21. A diminuição da quantidade de raiz exposta e a manutenção do periodonto saudável foram os ganhos clínicos observados nesse dente. Radiograficamente, observa-se um aumento da área radicular coberta por osso. Os quatro casos clínicos ilustrados demonstram que é possível realizar a intrusão de dentes anteriores superiores sem maiores danos ao periodonto. Vale ressaltar que a mecânica utilizada foi capaz de liberar sistemas de forças previsíveis e principalmente mensuráveis. Apenas 15g de força por incisivo foram utilizados em todos os casos. A utilização de arcos contínuos nesses casos poderia ser extremamente danosa a esses pacientes, e a piora no quadro periodontal citada anteriormente seria provável. Casos como os apresentados aqui têm sido tratados de forma menos conservadora, por meio de

extrações dentárias e colocação de implantes dentários, ou por meio de extrusões dentárias ou manutenção do dente no sentido vertical juntamente com desgastes das bordas incisais para correção da sobremordida e colocação de coroas protéticas para restabelecer a estética dentária. Cabe ao ortodontista explicar e oferecer as várias opções de tratamento, possibilitando ao paciente a escolha pela que melhor se adapte às suas expectativas estéticas e financeiras. Para isso, o ortodontista deve ser capaz de proporcionar sistemas de forças que garantam cargas leves e constantes. Cumpre, ainda, salientar que esse procedimento somente é possível se houver a manutenção do periodonto saudável. Nesse quesito, o trabalho do periodontista e a motivação do paciente em relação à higiene bucal são fundamentais para o sucesso do tratamento.

Referências 1.

2. 3.

4.

5. 6.

7. 8.

9. 10. 11.

12. 13. 14.

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15. Roberts WE, Huja S, Roberts JA. Bone modeling: biomechanics, molecular mechanisms and clinical perspectives. Semin Orthod. 2004 Jun;10(2):123-61. 16. Sifakakis I, Pandis N, Makou M, Eliades T, Bourauel C. A comparative assessment of the forces and moments generated with various maxillary incisor intrusion biomechanics. Eur J Orthod. 2010 Apr;32(2):159-64. 17. Wennström JL, Stokland BL, Nyman S, Thilander B. Periodontal tissue response to orthodontic movement of the teeth with infrabony pockets. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993 Apr;103(4):313-9.

Maurício Tatsuei Sakima • Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. • Mestre e Doutor pela FOAr – UNESP. • Pós-doutorado no Royal Dental College – Universidade de Aarhus – Dinamarca. • Coordenador do curso de especialização em Ortodontia da Universidade de Franca/SP (UNIFRAN). • Professor do curso de especialização da EAP – APCD regional Araraquara. • Professor convidado do curso de pós-graduação em Ortodontia da Universidade de Aarhus – Dinamarca.

Endereço para correspondência Maurício Tatsuei Sakima E-mail: m.sakima@uol.com.br

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dica clínica

Tratamento da deficiência mandibular assimétrica com o aparelho Herbst Treatment of the asymmetric mandibular deficiency with the Herbst appliance

Guilherme Thiesen*

Abstract

Resumo O tratamento das más oclusões de Classe II, divisão 1, associadas à retrusão mandibular é frequentemente conduzido com aparelhos ortopédicos funcionais removíveis, com o intuito de estimular o crescimento mandibular. Contudo, além da falta de cooperação (um problema evidenciado pela maio-

ria dos ortodontistas), os aparelhos removíveis dificultam a realização de grandes avanços assimétricos. O objetivo do presente trabalho é apresentar a aplicação assimétrica do aparelho Herbst para correção de uma má oclusão de Classe II, divisão 1, subdivisão esquerda e assimetria mandibular.

The treatment of Class II, division 1 malocclusion associated with mandibular retrusion is often conducted with removable functional appliances in order to stimulate the mandibular growth. However, besides the lack of cooperation (a problem highlighted by most orthodontists), removable appliances hamper achievement of major

asymmetric advancements. The aim of this paper is to present the asymmetric application of a Herbst appliance for correction of an Class II, division 1 malocclusion left subdivision with mandibular asymmetry.

Palavras-chave:

Keywords:

Avanço mandibular. Má oclusão Classe II de Angle. Ortopedia. Ortodontia.

Mandibular advancement. Angle Class II malocclusion. Orthopedics. Orthodontics.

* Professor de Graduação e Pós-graduação em Ortodontia da UNISUL - SC. Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC/RS.

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Thiesen G

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Figura 17 Fotografias faciais e intrabucais dois anos pós-tratamento: estabilidade oclusal.

CONCLUSÃO O aparelho Herbst mostrou-se efetivo no tratamento dessa má oclusão de Classe II subdivisão ocasionada por uma deficiência mandibular assimétrica, onde o paciente foi submetido a um maior avanço do lado esquerdo da mandíbula. A correção dessa assimetria, bem como do trespasse horizontal e da relação molar, foi alcançada por mudanças dentárias e esqueléticas, as quais também repercutiram beneficamente em alterações tegumentares para o paciente.

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DICA CLÍNICA

Tratamento da deficiência mandibular assimétrica com o aparelho Herbst

Referências 1. Hansen K, Pancherz H. Long-term effects of Herbst treatment in relation to normal growth development: a cephalometric study. Eur J Orthod. 1992 Aug;14(4):285-95. 2. Hansen K, Pancherz H, Hägg U. Long-term effects of the Herbst appliance in relation to the growth period: a cephalometric study. Eur J Orthod. 1991 Dec;13(6):471-81. 3. Hansen K, Pancherz H, Petersson A. Long-term effects of the Herbst appliance on the craniomandibular system with special reference to the TMJ. Eur J Orthod. 1990

14. Paulsen HU, Karle A, Bakke M, Herskind A. CT-scanning and radiographic analysis of temporomandibular joints and cephalometric analysis in case of Herbst treatment in later puberty. Eur J Orthod. 1995 Jun;17(3):165-75. 15. Paulsen HU, Karle A. Computer tomographic and radiographic changes in the temporomandibular joints of two young adults with occlusal asymmetry, treated with the Herbst appliance. Eur J Orthod. 2000 Dec;22(6):649-56. 16. Popowich K, Nebbe B, Major PW. Effect of Herbst treatment on temporomandibular

Aug;12(3):244-53. 4. McNamara JA, Peterson JE, Pancherz H. Temporomandibular joint adaptations associated with Herbst appliance treatment in juvenile rhesus monkeys (Macaca mulatta). Semin Orthod. 2003 Mar;9(1):12-25. 5. Pancherz H. Treatment of Class II malocclusion by jumping the bite with the Herbst appliance. A cephalometric investigation. Am J Orthod. 1979 Oct;76(4):423-42. 6. Pancherz H. The effect of continuous bite jumping on the dentofacial complex: a follow-up after Herbst appliance treatment of Class II malocclusions. Eur J Orthod.

joint morphology: A systematic literature review. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Apr;123(4):388-94. 17. Rabie AB, She TT, Hägg U. Functional appliance therapy accelerates and enhances condylar growth. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Jan;123(1):40-8. 18. Rabie ABM, Chayanapatkul A, Hägg U. Stepwise advancement using fixed functional appliances: experimental perspective. Semin Orthod. 2003 Mar;9(1):41-6. 19. Rego MVNN, Raveli DB, Gandini LG Jr, Thiesen G, Marchioro EM, Braga CGS. Análise das alterações na morfologia da articulação temporomandibular induzidas pelo

1981;3(1):49-60. 7. Pancherz H. The mechanisms of Class II correction in Herbst appliance treatment: a cephalometric investigation. Am J Orthod. 1982 Aug;82(2):104-13. 8. Pancherz H. The Herbst appliance - its biological effects and clinical use. Am J Orthod. Dentofacial Orthop. 1985 Jan;87:1-20. 9. Pancherz H. The nature of Class II relapse after Herbst appliance treatment: a cephalometric long-term investigation. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1991

aparelho Herbst. Rev Clín Ortod Dental Press. 2007 ago-set;6(4):64-72. 20. Rego MVNN, Thiesen G, Marchioro EM, Silva OG Filho, Rizzatto SMD. Estudo cefalométrico do tratamento precoce da má oclusão de Classe II, 1ª divisão, com o aparelho Herbst: alterações esqueléticas sagitais. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2005 nov-dez;10(6):120-40. 21. Ruf S, Pancherz H. Does bite jumping damage the TMJ? A prospective longitudinal clinical and MRI study of Herbst patients. Angle Orthod. 2000 Jun;70(3):183-99.

Sep;100(3):220-33. 10. Pancherz H. The effects, limitations, and long-term dentofacial adaptations to treatment with Herbst appliance. Semin Orthod. 1997 Dec;3(4):232-43. 11. Pancherz H. History, background, and development of the Herbst appliance. Semin

22. Ruf S, Pancherz H. When is the ideal period for Herbst therapy – early or late? Semin Orthod. 2003 Mar;9(1):47-56. 23. Silva OG Filho, Mendes OF, Aiello CA, Okada T. O aparelho Herbst e as alterações adaptativas na ATM: revisão de literatura. J Bras Ortodon Ortop Facial. 2002 set-

Orthod. 2003 Mar;9(1):3-11. 12. Pancherz H, Ruf S. The Herbst appliance: research-based updated clinical possibilities. World J Orthod. 2000 Jan;1(1):17-31. 13. Paulsen HU. Morphological changes of the TMJ condyles of 100 patients treated

out;7(41):426-37. 24. Silva OG Filho, Ozawa TO, Ferrari MF Júnior. Aparelho Herbst – variação para o uso na dentadura mista. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2000 set-out;5(5):58-67.

with the Herbst appliance in the period of the puberty to adulthood. A long-term radiographic study. Eur J Orthod. 1997 Dec;19(6):657-68.

Endereço para correspondência Guilherme Thiesen Av. Madre Benvenuta 1285 – 88.035-000 – Florianópolis/SC E-mail: guilhermethiesen@yahoo.com.br

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DOMÍNIO CONEXO

Etiologia das más oclusões: perspectiva clínica (parte III) – fissuras labiopalatinas Etiology of malocclusions: clinical perspective (part III) – cleft lip and palate

Daniela G. Garib* Omar Gabriel da Silva Filho** Guilherme Janson*** João Henrique Nogueira Pinto****

Abstract

Resumo A fissura labiopalatina, como o nome sugere, aloja-se na face média, rompendo lábio, palato ou as duas estruturas. Portanto, está na área de alcance do dentista e causa problemas estruturais no osso alveolar e na maxila como um todo, na dependência da extensão da fissura. A relação óbvia e urgente com a má oclusão é compreendida de três maneiras: 1) pela ruptura anatômica

que compromete a integridade do rebordo alveolar, 2) pelos problemas dentários, agenesias e más posições envolvendo os dentes adjacentes à fissura, e 3) pela deficiência maxilar, sagital e transversal induzida pelas cirurgias plásticas reconstrutivas. O presente artigo se dedica a um repasse panorâmico sobre a etiologia dessa anomalia que acomete 1 em cada 650 brasileiros.

The lip and palate clefts, as the name suggests, are located in the midface and split the lip, the palate or both the structures. Therefore, cleft lip and palate is pertaining to the Dentistry field and causes morphological problems in the maxillary alveolar region and in the maxilla, depending on the cleft extension. The obvious and urgent relation of the cleft lip and palate to the malocclusion occurs by three manners: 1)

the anatomical rupture which compromises the integrity of the alveolar ridge; 2) due to the dental problems, the agenesis and malpositions involving the teeth adjacent to the cleft; and 3) due to the sagittal and transversal maxillary deficiency induced by the reconstructive plastic surgeries. This article is dedicated to a panoramic overview of the etiology of this malformation which affects one in every 650 Brazilians.

Palavras-chave:

Keywords:

Etiologia. Fissuras labiopalatinas. Má oclusão.

Etiology. Cleft lip and palate. Malocclusion.

* Professora Doutora de Ortodontia, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais e Faculdade de

** Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo. Coorde-

Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. nador do Curso de Ortodontia Preventiva e Interceptiva da Sociedade de Promoção Social do Fissurado Labiopalatal (PROFIS). *** Professor Titular e chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. **** Superintendente adjunto do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo.

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domínio conexo

Etiologia das más oclusões: perspectiva clínica (parte III) – fissuras labiopalatinas

más oclusões complexas (Fig. 4) resultantes da presença da fissura em si, das anomalias dentárias associadas principalmente aos dentes adjacentes à fissura e, finalmente, da atresia ocasionada pelas cirurgias plásticas primárias. A arcada dentária mostra-se segmentada nos pacientes com fissuras que atravessam o rebordo alveolar. A ausência de tecido ósseo alveolar na região da fissura (Fig. 5) impõe modificações nas angulações dentárias naturais dos dentes que irrompem vizinhos à fissura. Geralmente, os caninos apresentam angulações mais acentuadas, enquanto os incisivos que ladeiam a fissura mostram-se contra-angulados, definindo desvios da linha média superior nos casos de fissuras unilaterais. O procedimento de enxerto ósseo alveolar secundário, realizado no final da dentadura mista, imediatamente antes da erupção do canino permanente adjacente, soluciona essa limitação alveolar na reabilitação bucal13.

CONCLUSÕES FINAIS A presente coletânea de artigos, em três partes, expõe a diversificada etiologia das más oclusões, dividindo-a em fatores genéticos e fatores ambientais. O que chama a atenção é a simplicidade do sistema adotado: ou tem predominância genética ou é essencialmente ambiental, muito embora esses fatores possam se mesclar em muitas más oclusões. É justamente essa simplicidade que celebra sua aplicabilidade clínica. A distinção dos fatores etiológicos, que podem ou não ser alterados pelo homem, aponta os limites de nossa especialidade na prevenção, tratamento e estabilização de irregularidades dentofaciais. Além disso, ao entender o peso da genética na causalidade das más oclusões, o profissional pode prever as chances de parentes e filhos de pacientes ortodônticos desenvolverem irregularidades semelhantes, aumentando seu poder de realizar um diagnóstico precoce.

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Endereço para correspondência Daniela G. Garib Al. Octávio Pinheiro Brisola 9-75 – 17.012-901 - Bauru / SP E-mail: dgarib@uol.com.br

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eventos

Mini-residÊncia em DTM/ Apneia Data: 14 a 22 de agosto de 2010 Local: Marquette University – Wisconsin, Milwaukee / EUA Informações: (11) 3061-5584

14º Encontro de Ex-Alunos de Ortodontia de Araraquara Data: 27 e 28 de agosto de 2010 Local: Curitiba / PR Informações: (11) 2031-2300 / (11) 2037-0623 www.aoa.org.br

5º Encontro de Alunos e Ex-alunos do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO-PA Data: 3 e 4 de setembro de 2010 Local: Belém / PA Informações: (91) 3276-0500 congresso@amazon.com.br

1st International Meeting - EROSION Data: 20, 21 e 22 de outubro de 2010 Local: Bauru / SP Informações: erosion_2010@yahoo.com.br www.fob.usp.br/erosion2010

25 anos do curso de ortodontia preventiva e interceptiva da Profis Data: 4, 5 e 6 de novembro de 2010 Local: FOB/USP - Bauru / SP Informações: (14) 3227-1694 ortopreventiva@hotmail.com http://ortopreventiva.blogspot.com

Pré-curso - 24º cob (Congresso Odontológico de Bauru) Data: 20 de novembro de 2010 Local: Teatro Universitário da FOB/USP - Bauru / SP Informações: cob2011@fob.usp.br

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ortodontia forense

Atender ou não o “desejo" do paciente? Beatriz Helena Sottile frança*

Os registros das informações dadas aos pacientes, cada vez mais, têm se tornado imprescindíveis no relacionamento entre paciente e profissional e, principalmente, nos processos judiciais demandados contra cirurgiões-dentistas. Inúmeros são os casos, em todas as especialidades odontológicas, em que atender “o desejo” do paciente tem criado para os profissionais situações de desconforto e prejuízo para os seus bolsos e sua imagem. Na Ortodontia, é muito comum o paciente solicitar tratamento apenas daquilo que o incomoda, da região dentária onde os dentes se encontram apinhados ou protruídos, fazendo-o infeliz em relação ao seu aspecto estético. As alegações dos pacientes, quase sempre, são de que, no seu entendimento, basta tratar aquilo que está desalinhado, e que o “restante” se encontra satisfatório. Em outras vezes, não têm condições econômicas para realizar o tratamento integralmente, daí a sua solicitação. Diante de uma dessas situações concretas, espera-se do cirurgiãodentista ortodontista que tente convencer o seu paciente de que não é possível atender o seu desejo, informando-o de que se encontra impedido de realizá-lo porque o tratamento ortodôntico é muito mais complexo do que ele pensa ser, e que não há como alinhar os dentes sem interferir em outros aspectos que são relevantes e necessários. Espera-se que o profissional não atenda o desejo do leigo e realize o tratamento dessa forma, por um único motivo: não estar indicado, podendo lhe causar danos. Mas, quase sempre, o paciente não desiste, demons-

trando o quanto a aparência de seus dentes o faz infeliz, o quanto isso o incomoda e os dissabores que tem passado por causa de seu sorriso: os apelidos e muitas outras queixas. Enfim, um mar de lamúrias difícil de ser contornado. O que vem acontecendo de concreto é que, portando aparelho ortodôntico em apenas uma das arcadas dentárias, ao ser examinado por outro profissional, o paciente fatalmente será surpreendido com as informações sobre os danos (presentes e futuros) causados às suas arcadas dentárias em decorrência do tratamento que está sendo ou foi realizado**. Isso é suficiente para que ele se esqueça do quanto incomodou o profissional para que ele atendesse ao seu desejo. Em sã consciência, o paciente não compreendeu que o seu desejo implicaria em sofrer danos, porque se soubesse que esses ocorreriam, não teria insistido na realização do tratamento. Daí a importância dos registros das informações, principalmente as dos riscos do tratamento. O paciente tem autonomia para decidir o tratamento que deseja, como, em nosso exemplo, apenas do desalinhamento dos dentes, que o incomodava. Pode o profissional realizar o seu desejo, porém, somente após sopesar entre os riscos de danos e os benefícios que o tratamento trará a todo o sistema estomatognático durante o tratamento, no seu término e futuramente. Mesmo quando, após o estudo do caso, os benefícios sobrepujarem os riscos de danos (previsíveis e/ou imprevisíveis), o profissional não deve deixar de redigir um Termo de Consentimento Informado relatando-os todos e informando, também, que poderão ocorrer durante e após a

Pode o profissional realizar o seu desejo, porém, somente após sopesar entre os riscos de danos e os benefícios que o tratamento trará a todo o sistema estomatognático, durante o tratamento, no seu término e futuramente.

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arquitetura

FENG SHUI Dicas para harmonizar seu consultório Maria Augusta Paes de mello*

Segundo Gurgel1, o “Feng Shui” é uma técnica oriental presente na China há mais de 3 mil anos e significa, literalmente, “vento e água”. Baseia-se no movimento da energia no universo e tem como objetivo maior organizar os espaços de modo a atrair as boas vibrações para a vida das pessoas e a prosperidade para os negócios, dispersando as más energias. Trata da harmonia e do equilíbrio dos elementos físicos do nosso mundo, como os móveis e objetos, e da energia chi que deve fluir livremente entre eles. Com o equilíbrio das energias Yin e Yang, os ambientes se tornarão harmoniosos e proporcionarão o bem-estar físico e emocional daqueles que os frequentam e, em consequência, uma melhor qualidade de vida. Conforme Percília3, segundo a filosofia chinesa, as formas de energias existentes possuem dois pólos, o Yin e o Yang, que representam o positivo e o negativo, sendo o princípio da dualidade, onde o positivo não vive sem o negativo e vice-versa. O Yin representa a escuridão, o princípio passivo, feminino, frio e noturno. Já o Yang representa a luz, o princípio ativo, masculino, quente e claro. Ambos representam lados opostos. Quanto mais Yin você possuir, menos Yang terá; e quanto mais Yang possuir, menos Yin você terá. Essa filosofia diz que para termos harmonia é preciso estar em equilíbrio entre o Yin e o Yang. Dessa forma, a simples mudança de lugar de seus móveis e de alguns objetos decorativos pode harmonizar o ambiente, e a tendência é que você e sua equipe trabalhem melhor. Seus pacientes vão sentir a diferença. Para Mendes2, esses são alguns dos benefícios que podem ser conseguidos através do Feng Shui: melhorar o entrosamento da equipe, aumentar a produtividade, melhorar o relacionamento com os clientes, aumentar a satisfação dos empregados com o ambiente de trabalho, diminuir a inadimplência e conseguir maior rapidez no retorno financeiro, entre outros. A recepção deve ser clara e espaçosa. Caso não seja, é aconselhável a colocação de espelhos — mas esses não devem refletir a porta de entrada: essa é muito importante, é por ela que entram as oportunidades. Assim, o balcão da recepção não deve obstruí-la, para não bloquear a entrada de energia para dentro dos ambientes. O balcão também não

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deve estar virado de frente para a porta de entrada, e nem as cadeiras ou os sofás da sala de espera. Recomenda-se também o uso de fontes e aquários, assim como uma música suave, pois esses ajudam a equilibrar o ambiente. Vasos de plantas também são excelentes (sempre aos pares). De acordo com Siciliano4, a planta Clorofitum ajuda a remover as energias emitidas pelas emoções fortes, e está sendo muito usada nos consultórios. Os equipamentos, como televisores, emitem energias, sendo aconselhável o uso de plantas ou pedras nesse caso, os quais harmonizam tais energias negativas emitidas. O bambu, também muito utilizado, serve como desintoxicante e como purificador natural do ar. A cor indicada para a pintura das paredes é o branco, pois engloba as vibrações de todas as cores e passa a sensação de limpeza. Também ilumina e amplia o ambiente, mas não deve ser utilizado em excesso, pois o branco em excesso deprime as pessoas, ao lembrar ambientes hospitalares. O verde claro é calmante; o lilás, o rosa, o bege e o amarelo claro são cores alternativas ao branco e ainda dão alegria ao ambiente, sem elevar o nível de energia. Cores fortes, como azul e vermelho, devem ser evitadas.


marketing

A receita de bolo da administração de consultório Ricardo nakama*

A dúvida de muitos colegas dentistas é como desenvolver o consultório para torná-lo mais competitivo, atraindo clientes e fechando novos planos de tratamento. Aos ansiosos por uma resposta, tenho uma má notícia e uma boa notícia. A má notícia é que, assim como nos planejamentos ortodônticos, em administração de consultórios não há uma única receita de bolo que sirva para todos os casos. Isso significa que um plano de ação mais eficaz deverá ser construído a partir de um diagnóstico e planejamento individualizado para cada situação. A estratégia perfeita para um dentista pode ser o maior equívoco para outro. A boa notícia é que, em gestão de consultórios, há milhares de possibilidades de receita de bolo. Ou seja, apesar dos esforços necessários para desenvolver uma gestão individualizada, é exatamente essa inexistência de uma receita padrão (ou estratégia padrão) que abre a possibilidade de acrescentarmos um ingrediente diferenciado que deixará o consultório mais competitivo. É pouco provável sermos competitivos adotando todos a mesma receita, mas é possível personalizar os ingredientes e a forma de executar a receita, tornando-a única, exclusiva e, o mais importante, desejada. Pronto para criar sua própria receita?

livres de cárie, gengivas saudáveis, canais bem obturados, próteses bem adaptadas e a mordida bem encaixada. Esperam, ainda, que seu sorriso seja cuidado com o mínimo de desconforto e dor, no menor tempo possível e se preserve pelo maior tempo possível. Portanto, garantir o conforto operatório e a satisfação estética e funcional nos tratamentos realizados é o primeiro e fundamental passo na administração dos consultórios. Com excelentes resultados clínicos, todos os passos seguintes tornam-se mais consistentes e de longo prazo (ou vice-versa). Tendo priorizado a eficácia clínica, que é a expectativa comum a todos os perfis de clientes, podemos identificar outras características do públicoalvo que influenciarão outras decisões estratégicas. Cada perfil de público apresenta uma característica de necessidade, ação e reação frente a um serviço. Conhecer essas características aumenta as chances de atender as expectativas e fechar os planos de tratamento. Eis alguns elementos que caracterizam o público e podem orientar as estratégias: idade, gênero, etnia, composição familiar, endereço de residência, endereço de trabalho, atividade profissional, comportamentos, hábitos de consumo, hábitos de entretenimento, hábitos de saúde, escolaridade, nível socioeconômico, religião, grupos sociais, etc. A necessidade do cliente determina os ingredientes que ele valoriza e espera encontrar no consultório.

...em administração de consultórios não há uma única receita de bolo que sirva para todos os casos...

Primeiro, o gosto do cliente Antes de pensar em uma receita especial, conheça o gosto dos seus clientes, afinal, poderá ser muito frustrante assar churrasco para vegetarianos, mesmo que seja o churrasco mais requintado do mundo. Ou seja, o tipo de serviço prestado deve estar de acordo com o público que vai comprá-lo. Quanto aos tratamentos odontológicos, existe um gosto comum a todos: as pessoas esperam um belo sorriso, dentes

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Ingredientes e modo de preparo Alguns exemplos: para um perfil de cliente que tenha horários de trabalho, podem ser importantes os ingredientes “disponibilidade de horário após as 18 horas”, “perto




Melhor custo-benefício, consultas mais curtas, tratamentos rápidos e qualidade estética: conforto e satisfação para o ortodontista e paciente.

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caso clínico

Princípios ortodôntico-periodontais para homeostasia periodontal e harmonia estética Orthodontic-periodontal principles for periodontal homeostasis and aesthetic harmony

Euloir Passanezi* Adriana C. P. Sant’Ana** Maria Lúcia R. Rezende** Sebastião Luiz A. Greghi*** Carla A. Damante**** Marcos Janson*****

Abstract

Resumo Introdução: a reabilitação de pacientes periodontais encontra sérios inconvenientes devido ao aumento da coroa clínica gerado por procedimentos cirúrgicos quando se almeja sulco gengival fisiológico. Objetivos: apresentar, por meio de casos clínicos, uma metodologia de tratamento que inclui a integração de Ortodontia, Periodontia e Odontologia Reconstrutiva para preencher requisitos de estética, fonética, função oclusal, fisiologia periodontal e higiene na reabilitação de pacientes periodontais. Métodos: serão apresentados quatro casos clínicos ilustrando como a tração coronal lenta e rápida de dentes com envolvimento das distâncias biológicas pode possibilitar a cirurgia periodontal sem alterar suas coroas clínicas, porém levando ao restabelecimento de sulco gengival raso,

viabilizando a obtenção dos requisitos propostos com a reconstrução dentária. Resultados: achados clínicos e radiográficos longitudinais mostraram que pode-se mobilizar a topografia óssea e gengival com o movimento ortodôntico, favorecendo a recomposição das estruturas periodontais de conformidade com os desígnios da natureza, culminando com a obtenção de condições propícias para a reconstrução odontológica restauradora. Conclusões: as metodologias de tração coronal lenta e rápida são meios eficazes para viabilizar o tratamento periodontal restaurador da homeostasia marginal dos tecidos, favorecendo a reconstrução restauradora dentro dos princípios mecânicos, estéticos, fonéticos, funcionais e preventivos e, com isso, reintegrando o paciente à sociedade.

Introduction: The rehabilitation of periodontal patients is jeopardized by the inevitable increase of the clinical crown in response to the surgical procedure aimed to attain a physiological gingival sulcus. Objectives: To illustrate through clinical cases a treatment methodology encompassing an Orthodontics, Periodontics and Reconstructive Dentistry interrelationship that fulfill requirements of esthetics, phonetic, occlusal function, periodontal physiology and hygiene in the rehabilitation of patients. Methods: Will be reported four clinical cases showing how the slow and fast coronal traction of teeth with biological width involvement can make possible a periodontal surgical procedure without altering the dental clinical crown while reestablishing a shallow gingival sulcus and allow reaching the aforementioned requirements to the dental reconstruction.

Results: The longitudinal clinical and radiographic data showed that the bone and gingival topography can be managed through orthodontic movement, favoring reconstruction of the periodontal structures according to the original nature’s design and ultimately resulting in the establishment of proper conditions to the restorative dental reconstruction. Conclusions: The slow and fast coronal traction of teeth are effective means to accomplish the marginal homeostasis of the tissues through surgical periodontal treatment, allowing the restorative reconstruction according to mechanical, esthetical, phonetical, functional and preventive principles, thus reintegrating the patient in the society.

Palavras-chave:

Keywords:

Pacientes periodontais. Integração Ortodontia-Periodontia-Odontologia

Periodontal patients. Orthodontics-Periodontics-Reconstructive Dentistry inter-

Reconstrutiva. Tração dentária coronal lenta e rápida.

relationship. Slow and rapid coronal traction of teeth.

* Professor Titular Responsável da Disciplina de Periodontia do Departamento de Prótese da FOB-USP. ** Professora Associada da Disciplina de Periodontia do Departamento de Prótese da FOB-USP.

*** Professor Doutor da Disciplina de Periodontia do Departamento de Prótese da FOB-USP. **** Mestre e Doutora em Periodontia, respectivamente pela FOB-USP e pela FO-USP. ***** Especialista e Mestre em Ortodontia pela FOB-USP.

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Passanezi E, Sant’Ana ACP, Rezende MLR, Greghi SLA, Damante CA, Janson M

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Endereço para correspondência Euloir Passanezi Al. Otávio Pinheiro Brisolla, 9-75 - 17.012-901 - Bauru / SP E-mail: epperio@fob.usp.br / euloir@yahoo.com.br

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caso clínico

Deglutição acidental em Ortodontia Accidental swallowing in orthodontics

Rodrigo Comparin* Éliston Comparin** Ellen Christina Inoue Comparin*** Paulo Ito****

Abstract

Resumo O presente artigo descreve a deglutição acidental da haste do aparelho de protrusão mandibular FLF e

sugere a sua fixação usando elos de elástico corrente, para redução do risco desse tipo de acidente.

This article describes the accidental swallowing of the stem of FLF mandibular protrusion appliance and

suggests to fixate this device using chain alastik to reduce the risk of this kind of accidents.

Palavras-chave:

Keywords:

Deglutição acidental. Ortodontia. Cuidados.

Accidental swallowing. Orthodontics. Health care.

* Especialista em Ortodontia pela PROFIS (Bauru/SP). Mestrando em Ortodontia na USC (Bauru/SP). ** Especialista em CTBMF pela APCD-Bauru. Mestre em CTBMF pela USC. Doutorando em CTBMF na USC.

*** Especialista em CTBMF pela APCD-Bauru. Mestranda em CTBMF na USC. **** Especialista em Ortodontia pela PROFIS.

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Comparin R, Comparin E, Comparin ECI, Ito P

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Endereço para correspondência Rodrigo Comparin Rua Moura Brasil 1616 – Centro – 89.890-000 – Cunha Porã / SC E-mail: comparin@pop.com.br

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caso clínico

Aumento de coroa clínica com finalidade estética após tratamento ortodôntico Clinical crown lengthening with aesthetics purpose after orthodontic treatment

Lívia de Souza Tolentino* Roberta Saboia Gomes** Elen de Souza Tolentino*** Flávio Roberto Justo****

Abstract

Resumo A aparência do tecido gengival ao redor dos dentes tem um papel muito importante na estética da região anterior superior. Anormalidades na simetria e no contorno podem influenciar significativamente a harmonia da oclusão. O aumento de coroa clínica com finalidade estética vem se tornando uma opção viável para pacientes com discrepâncias gengivais decorrentes do tratamento ortodôntico. O objetivo deste trabalho é apresentar três casos clínicos que ilustram essa técnica cirúrgica após a finalização do tratamento ortodôntico. Pacientes

com alterações na linha gengival do sorriso foram submetidos a um rigoroso controle de placa bacteriana e instrução de higiene bucal. Em seguida, optou-se pela realização de aumento de coroa clínica e os pacientes iniciaram o processo de manutenção periodontal de controle. Esse trabalho descreve os tipos e as indicações de cirurgias plásticas periodontais e a identificação dos pacientes que necessitam dessas intervenções, visando uma maior harmonia e estética do sorriso, além da satisfação do paciente para o sucesso final do tratamento.

The appearance of the soft tissue around the teeth have a very important role in the aesthetics of the maxillary anterior region. Abnormalities in symmetry and contour can significantly affect the harmony of the occlusion. The surgical crown lengthening is becoming a viable option for patients with gingival discrepancies resulting from orthodontic treatment. The aim of the present study is to present three clinical cases that illustrate this surgical technique after orthodontic treatment. Patients with excessive gingival display underwent a rigorous plaque control and oral

hygiene instruction. Then it was performed the aesthetics crown lengthening and the patients began the process of maintenance of periodontal support. This paper describes the types and directions of periodontal plastic surgery and identify patients who require these interventions, towards greater harmony and aesthetics of the smile, and patient satisfaction to the ultimate success of treatment.

Palavras-chave:

Keywords:

Tratamento ortodôntico. Cirurgia plástica periodontal.

Orthodontic treatment. Periodontal plastic surgery. Gingival discrepancies.

Discrepâncias gengivais.

* Mestranda do curso de Odontologia Integrada da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em

** Mestranda do curso de Odontologia Integrada da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em

Periodontia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Periodontia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). *** Mestre em Estomatologia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo (FOB-USP). Doutoranda em Estomatologia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo (FOB-USP). **** Professor de Periodontia da Universidade Paranaense (UNIPAR).

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):66-70


Caso Clínico

Aumento de coroa clínica com finalidade estética após tratamento ortodôntico

livre irá se mover coronariamente na mesma distância que a superfície incisal. Concomitantemente, o nível ósseo irá se mover com uma distância idêntica na mesma direção. Para uma perspectiva estética, isso significa que qualquer movimento de intrusão ou extrusão dentária pode desenvolver uma assimetria da gengiva marginal5. A exposição do organismo à placa dental promove alterações no complexo vascular gengival, no conteúdo celular do tecido conjuntivo e no epitélio juncional. Essas alterações são responsáveis por alterações clínicas, como: (i) alteração da coloração gengival; (ii) sangramento após o estímulo; (iii) início da doença na margem gengival; (IV) alteração do contorno gengival3. A inflamação gengival devida a uma higiene bucal pobre, a nutrição inadequada e alterações hormonais têm sido relatadas como fatores de risco significativos para o crescimento gengival4. Com o uso de aparelho ortodôntico, torna-se evidente a dificuldade de higiene bucal do paciente, ocasionando, assim, um maior acúmulo de placa bacteriana e consequentes alterações gengivais14, que são algumas vezes irreversíveis. Essa deformidade gengival devida ao fator retentivo (aparelho ortodôntico) pode ser observada nos casos aqui relatados. Apesar da boa higiene bucal, Zachrisson e Zachrisson14 observaram que a grande maioria dos pacientes ortodônticos

desenvolveu gengivite hiperplásica moderada generalizada em 1 a 2 meses após a instalação do aparelho. Entretanto, uma vez estabelecida, a alteração gengival não variou consideravelmente durante o curso do tratamento. Também, a gengivite severa foi notada em casos excepcionais de pacientes com higiene bucal pobre e, no primeiro mês após a remoção do aparelho ortodôntico, houve uma melhora na saúde gengival dos pacientes em estudo. É importante destacar a necessidade da terapia básica periodontal previamente à realização dos procedimentos cirúrgicos periodontais e manutenções periodontais periódicas para que se consiga obter um melhor resultado do tratamento. Paquette e Sheets 11 sugerem que tanto as implicações físicas quanto as psicológicas do paciente devem ser consideradas. É de extrema importância que o cirurgião-dentista mostre as limitações do tratamento e os possíveis resultados indesejados que podem surgir no pós-operatório, já que o resultado estético obtido no pós-operatório inicial não é o mesmo daquele obtido decorridos alguns meses após a cirurgia. Em síntese, o ortodontista precisa reconhecer e determinar os casos clínicos que requerem cirurgia plástica periodontal, tratamento ortodôntico ou a combinação de ambos para o sucesso final do tratamento6.

Referências 1. Araújo M, Kina S, Brugera A. Manejo do sorriso gengivoso. Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2007 jan-mar;2(1):68-75. 2. Borghetti A, Laborde G. Contribuição da cirurgia plástica periodontal à dentística restauradora em pilares naturais. In: Borghetti A, Monnet-Corti V. Cirurgia plástica periodontal. Porto Alegre: Artmed; 2002. 3. Claffey N. Doença gengival induzida pela placa. In: Lindhe J, Karring T, Lang NK. Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. 4. Clocheret K, Dekeyser C, Carels C, Willems G. Idiopathic gingival hyperplasia and orthodontic treatment: a case report. J Orthod. 2003 Mar;30(1):13-9. 5. Garber DA, Salama MA. The aesthetic smile: diagnosis and treatment. Periodontol 2000. 1996 Jun;11:18-28. 6. Keim RG. Aesthetics in clinical orthodontic-periodontic interactions. Periodontol 2000. 2001;27:59-71. 7. Kokich VG. Esthetics: the orthodontic-periodontic restorative connection. Semin Orthod. 1996 Mar;2(1):21-30. 8. Kokich VG, Nappen DL, Shapiro PA. Gingival contour and clinical crown length: their effect on the esthetic appearance of maxillary anterior teeth. Am J Orthod. 1984 Aug;86(2):89-94. 9. Konikoff BM, Johnson DC, Schenkein HA, Kwatra N, Waldrop TC. Clinical crown length of the maxillary anterior teeth preorthodontics and postorthodontics. J Periodontol. 2007 Apr;78(4):645-53. 10. Lai JY, Silvestri L, Girard B. Anterior esthetic crown-lengthening surgery: a case report. J Can Dent Assoc. 2001 Nov;67(10):600-3.

70

Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):66-70

11. Paquette JM, Sheets CG. Beyond cosmetics – the esthetic rehabilitative patient. J Calif Dent Assoc. 2002 Nov;30(11):849-56. [Acesso em: 2009 jul 10]. Disponível em: http:// www.cda.org/page/Library/cda_member/pubs/journal/jour1102/sheets.htm. 12. Volchansky A, Cleaton-Jones P. Clinical crown height (length) – a review of published measurements. J Clin Periodontol. 2001 Dec;28(12):1085-90. 13. Zachrisson BU. Ortodontia e Periodontia. In: Lindhe J, Karring T, Lang NK. Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. 14. Zachrisson S, Zachrisson BU. Gingival condition associated with orthodontic treatment. Angle Orthod. 1972 Jan;42(1):26-34.

Endereço para correspondência Lívia de Souza Tolentino Rua Campos Sales, 255 apto. 602 – 87.020-080 – Maringá / PR E-mail: liviatolentino@hotmail.com


a r a

agregar

p

crescer


caso clínico

Mecânicas para intrusão dos dentes anteriores Mechanics for intrusion of the anterior teeth

Caio Sérgio Botta Martins de Oliveira* Marcos Shinao Yamazaki** Djalmir Brandão de Carvalho Melo Júnior** Gladistone Cadete Meros*** Luiz Renato Paranhos****

Abstract

Resumo A correção da sobremordida profunda mediante intrusão dos dentes anteriores constitui meta terapêutica em vários planejamentos ortodônticos. O presente artigo apresenta algumas mecânicas utilizadas para intrusão dos dentes anteriores,

como o arco base de Ricketts, o arco contínuo de intrusão de Burstone, o arco de intrusão de três peças e o arco de intrusão CIA®. O objetivo é estabelecer parâmetros na indicação da mecânica, ao analisar suas vantagens e desvantagens.

Correcting deep overbite by intrusion of anterior teeth is a therapeutic goal in many orthodontic treatment plans. This paper presents some mechanical techniques used for the intrusion of anterior teeth, such as the Ricketts utility arch, Burstone continuous

intrusion arch, three-piece intrusion arch, and CIA™ intrusion arch. The goal is to establish parameters in indicating the mechanic by analyzing its advantages and disadvantages.

Palavras-chave:

Keywords:

Biomecânica. Movimentação dentária. Ortodontia corretiva.

Biomechanics. Tooth movement. Corrective orthodontics.

* Especialista em Ortodontia pela APCD – Araraquara/SP. ** Alunos do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Mestrado em Ortodontia da UMESP/SP.

*** Especialista em Ortodontia pela CEAP/SOEPAR – Curitiba/PR. **** Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, área de concentração em Ortodontia, da UMESP/SP.

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):72-83


Oliveira CSBM, Yamazaki MS, Melo DBC Jr., Meros GC, Paranhos LR

CONCLUSÃO O movimento de intrusão requer forças leves e constantes; seleção correta do ponto de aplicação da força; confecção de pré-ativações ou compensação no arco base durante

a utilização do arco de Ricketts e do arco de intrusão CIA®; realização de intrusão seletiva, não incluindo os caninos na movimentação; controle dos efeitos colaterais, por meio de estudo prévio do sistema de forças apresentado na mecânica instalada; e preparo da unidade de ancoragem.

Referências 1. Almeida MR, Almeida RR, Almeida-Pedrin RR. O uso do sobrearco na correção da sobremordida profunda. Rev Clín Ortod Dental Press. 2004 fev-mar;3(1):14-30. 2. Almeida MR, Vieira GM, Guimarães CH Jr, Amad M Neto, Nanda R. Emprego racional da Biomecânica em Ortodontia: “arcos inteligentes”. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 jan-fev;11(1):122-56. 3. Almeida MR, Almeida-Pedrin RR, Almeida RR, Pedrin F, Insabralde CM, Guimarães CH Jr. Padronização na confecção do arco de intrusão. Rev Clín Ortod Dental Press. 2007 jun-jul;6(3):30-7. 4. Begg PR. Teoria y técnica de la Ortodontia. Madrid: Occidente; 1967. 5. Burstone CJ, Koenig HA. Force systems from a ideal arch. Am J Orthod. 1974 Mar;65(3):270-89. 6. Burstone CJ. A moderna mecânica de Edgewise e a técnica do arco segmentado. São Paulo: Ed. Santos; 2003. 7. Burstone CJ. Modern edgewise mechanics and the segmented arch technique. Glendora: Ormco Corporation; 1995. 8. Figueredo MA, Figueiredo CTP, Nobuyasu M, Gondo GY, Siqueira DF. A versatilidade clínica do arco utilidade. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2008 jul-ago;13(4):127-56. 9. Marcotte MR. Biomecânica em Ortodontia. 2ª ed. São Paulo: Ed. Santos; 2003. 10. Nanda R, Kühlberg A. Tratamento da má oclusão de sobremordida. In: Nanda R. Estratégias biomecânicas e estéticas na clínica ortodôntica. São Paulo: Ed. Santos; 2007. 11. Penido SMMO, Sakima T, Sakima MT, Penido CVSR. Tratamento da Classe II, 1ª divisão pela técnica do arco segmentado de Burstone: relato de caso clínico. Rev Clín Ortod Dental Press. 2002 dez-jan 2003;1(6):27-36. 12. Pinto AS. Recursos mecânicos utilizados na correção da sobremordida profunda onde a intrusão dos incisivos é necessária. Rev Clín Ortod Dental Press. 2004 outnov;3(5):8-19. 13. Proffit WR, Fields HW. Ortodontia contemporânea. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002.

14. Ricketts RM. Arco utilitario y arco seccional en la aparatologia del tratamiento bioprogressivo. In: Ricketts RM. Diferenças entre as técnicas com arco contínuo e a filosofia bioprogressiva. Belo Horizonte: Kelps; 1998. 15. Shroff B, Lindauer SJ, Burstone CJ, Leiss JB. Segmented approach to simultaneous intrusion and space closure: biomechanics of the three-piece base arch appliance. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995 Feb;107(2):136-43. 16. Uribe F, Nanda R. Treatment of Class II, division 2 malocclusion in adults: biomechanical considerations. J Clin Orthod. 2003 Nov;37(11):599-606. 17. Kingsley N. A treatise on oral deformities as a branch of mechanical surgery. New York: D. Appleton Company; 1880. 18. Burstone CR. Deep-bite correction by intrusion. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1977;72(1):1-22. 19. Janson GRP, Pereira ACJ, Dainesi EA, Freitas MR. Assimetria dentária e suas implicações no tratamento ortodôntico: apresentação de um caso clínico. Ortodontia. 1995;28(3):69-73. 20. Janson G. Entrevista. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 julago;11(4):13-23. 21. Lima KJRS. Distribuição dos tipos de Classe II, subdivisão e avaliação de suas assimetrias. Bauru 2003. [Dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 2003. 22. Araujo TM, Nascimento MHA, Bezerra F, Sobral MC. Ancoragem esquelética em Ortodontia com miniimplantes. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 julago;11(4): 126-56. 23. Kanomi R. Mini-implant for orthodontic anchorage. J Clin Orthod. 1997;31(11):763-7. 24. Marini RL Filho. Considerações sobre a mordida profunda: desenvolvimento, tratamento e prevenção. R Soc Paran Ortodon. 1996;1(2):33-46. 25. Melsen B, Fotis V, Burstone CJ. Vertical force considerations in differential space closure. J Clin Orthod. 1990;24(11):678-83.

Endereço para correspondência Luiz Renato Paranhos Rua Padre Roque, 958 – 13.800-033 - Mogi Mirim / SP E-mail: paranhos@ortodontista.com.br

Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):72-83

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caso clínico

Síndrome do incisivo central superior mediano: relato de caso Syndrome of the single median maxillary central incisor: case report

Janaina Cristina Gomes* Mônica Tirré Araújo** Iêda Maria Orioli***

Abstract

Resumo A síndrome do incisivo central superior mediano inclui uma variedade de sinais clínicos decorrentes de defeitos de desenvolvimento das estruturas medianas da face e da parte anterior do cérebro. A agenesia de um dos incisivos centrais superiores é um dos sinais clínicos que caracteriza essa síndrome e, por se tratar de anomalia presente na

cavidade bucal, institui o cirurgião dentista como um dos primeiros profissionais a ter contato com esses pacientes. O presente trabalho tem por objetivo apresentar um paciente com tal síndrome, buscando promover o embasamento dos profissionais para que estejam qualificados a diagnosticar, orientar e tratar esses pacientes.

The syndrome of the single median maxillary central incisor presents a variety of clinical signs due to defects in the complex development of the medium structures of the face and of the previous part of the brain. The agenesis of one superior central incisor is one clinical sign that characterize this syndrome and as this anomaly presents itself

Palavras-chave:

Keywords:

Anodontia. Maxila. Holoprosencefalia.

Anodontia. Maxilla. Holoprosencephaly.

in the buccal cavity it institutes the dentist as one of the first professionals to have contact with these patient. The present study has as objective to present the case report of an patient with this syndrome aiming to promote these professionals’ foundation so that they are qualified to diagnose, guide and treat these patients.

* Doutoranda em Ortodontia no Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da UFRJ. ** Professora de Ortodontia do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da UFRJ.

*** Professora de Genética do Departamento de Genética da UFRJ.

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):84-9


Gomes JC, Araújo MT, Orioli IM

Referências 1. Artman HG, Boyden E. Microphthalmia with single central incisor and hypopituitarism. J Med Genet. 1990 Mar;27(3):192-3. 2. Berry SA, Pierpont ME, Gorlin RJ. Single central incisor in familial holoprosencephaly. J Pediatr. 1984 Jun;104(6):877-80. 3. Cohen MM Jr. Holoprosencephaly: clinical, anatomic, and molecular dimensions. Birth Defects Res A Clin Mol Teratol. 2006 Sep;76(9):658-73. 4. El-Jaick KB, Powers SE, Bartholin L, Myers KR, Hahn J, Orioli IM, et al. Functional analysis of mutations in TGIF associated with holoprosencephaly. Mol Genet Metab. 2007 Jan;90(1):97-111. 5. Fryns JP, Van den Berghe H. Single central maxillary incisor and holoprosencephaly. Am J Med Genet. 1988 Aug;30(4):943-4. 6. Hahn JS, Barkovich AJ, Stashinko EE, Kinsman SL, Delgado MR, Clegg NJ. Factor analysis of neuroanatomical and clinical characteristics of holoprosencephaly. Brain Dev. 2006 Aug;28(7):413-9. 7. Hahn JS, Plawner LL. Evaluation and management of children with holoprosencephaly. Pediatr Neurol. 2004 Aug;31(2):79-88.

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Endereço para correspondência Janaína Cristina Gomes Av. Minas Gerais, 883, sl. 7 - 35.010-151 - Governador Valadares / MG E-mail: janagomez@globo.com

Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):84-9

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caso clínico

Tratamento da má oclusão de Classe II com extração de pré-molares usando recursos da Técnica do Arco Segmentado Treatment of Class II malocclusion with premolars extraction using concepts of segmented arch technique

Marcio Rodrigues de Almeida* Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin** Renato Rodrigues de Almeida*** Fernando Pedrin C. Ferreira**** Flávio Uribe***** Ravindra Nanda******

Abstract

Resumo O tratamento da má oclusão de Classe II em pacientes adultos representa um desafio para o ortodontista devido principalmente à dificuldade na escolha do melhor protocolo terapêutico a ser instituído. A camuflagem ortodôntica pode ser considerada uma abordagem interessante para esses

pacientes, optando-se pela extração de pré-molares superiores com o intento de restabelecer o trespasse horizontal e vertical, bem como a relação de caninos. O presente trabalho expõe um sistema biomecânico baseado na técnica do arco segmentado para o tratamento com extração de pré-molares.

Treatment of Class II malocclusion in adult patients represents a challenge for the orthodontists due mainly to difficulties in choosing the best treatment protocol to be instituted. Camouflage orthodontic treatment can be considered an interesting approach to these patients, opting for the extraction of premolars with the intent to restore

the overjet and overbite, and the canine relationship. This paper presents a biomechanical system based on the segmented arch technique for treatment with extraction of premolars.

Palavras-chave:

Keywords:

Biomecânica. Extração dentária. Má oclusão de Classe II. Sistemas de

Biomechanics. Tooth extraction. Class II malocclusion. Force systems.

forças. Alças de retração.

Retraction loop.

* Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professor Responsável pela Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia do Campus de Lins-UNIMEP. Professor Adjunto do Curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Norte do Paraná, Campus Londrina-UNOPAR.

** Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universi-

*** Professor Associado da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professor Adjunto

dade de São Paulo. Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia da UNINGÁ-Campus Bauru. do Curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Norte do Paraná, Campus Londrina-UNOPAR. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da UNINGÁ-Campus Bauru. **** Mestrado e Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da UNINGÁ-Campus Bauru. ***** Professor Assistente do Departamento de Ortodontia da Universidade de Connecticut - Farmington, EUA. ****** Professor e Chefe do Departamento de Ortodontia da Universidade de Connecticut - Farmington, EUA.

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Caso Clínico

Tratamento da má oclusão de Classe II com extração de pré-molares usando recursos da Técnica do Arco Segmentado

Conclusões A extração de pré-molares superiores pode ser considerada uma abordagem viável para o tratamento da má oclusão de Classe II, com o intento de restabelecer o trespasse horizontal e vertical, bem como a relação de caninos.

A associação da Biomecânica com o sistema do aparelho pré-ajustado permite um bom controle dos efeitos colaterais. Os arcos multifuncionais apresentados nesse artigo foram idealizados no intuito de simplificar o atendimento clínico, permitindo, ao mesmo tempo, obter um tratamento mais eficiente e previsível.

Referências 1. Almeida MR, Vieira GM, Guimarães CH Jr, Amad M Neto, Nanda R. Emprego racional da biomecânica em Ortodontia: arcos inteligentes. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 jan-fev;11(1):122-56. 2. Almeida MR, Almeida-Pedrin RR, Almeida RR, Pedrin F, Insabralde CM, Guimarães CH Jr. Padronização na confecção do arco de intrusão. Rev Clín Ortod Dental Press. 2007 jun-jul; 6(3):30-7. 3. Almeida MR. Aparelho Straight-wire e biomecânica moderna: porque combinar técnicas. In: Cotrim-Ferreira F, Sakai E, editores. Nova visão em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares (Orto 2008-SPO). São Paulo: Ed. Santos; 2008. cap. 24, p. 173-77. 4. Almeida MR, Almeda-Pedrin RR, Guimarães CH, Nanda R. Aplicação da biomecânica na correção das assimetrias dentárias. Rev Clín Ortod Dental Press. 2008 dez-jan 2009;7(6):92-98. 5. Bennett JC, McLaughlin RP. As mecânicas do tratamento ortodôntico e o aparelho pré-ajustado. 1ª ed. São Paulo: Artes Médicas; 1994. 6. Barbosa JA. Desenvolvimento de um braquete versátil para os caninos, na técnica Straight Wire. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2000 mar-abr;5(2):42-6. 7. Burstone CJ, Koenig HA. Optimizing anterior and canine retraction. Am J Orthod. 1976 Jul;70(1):1-19. 8. Burstone CJ, Koenig HA. Creative wire bending. The force system from step and V bends. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1988 Jan;93(1):59-67.

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Endereço para correspondência Marcio Rodrigues de Almeida Av. José Vicente Aiello, 7-70 – 17.053-093 Bauru / SP E-mail: marcioralmeida@uol.com.br

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set;9(4):90-100



abstracts

Literatura ortodôntica mundial Resumos, em Português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica.

Liberação de flúor de um adesivo ortodôntico de ionômero de vidro in vitro e absorção de flúor pelo esmalte in vivo Fluoride release from an orthodontic glass ionomer adhesive in vitro and enamel fluoride uptake in vivo Chatzistavrou E, Eliades T, Zinelis S, Athanasiou AE, Eliades G Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 Apr;137(4):458.e1-8 Introdução: o objetivo do presente estudo foi investigar, in vitro, a liberação de flúor a partir de um sistema adesivo ortodôntico de ionômero de vidro (Fuji I, GC Corporation, Tokyo, Japão) durante um período de 2 meses; e a incorporação, in vivo, de flúor ao esmalte após 6 meses. Métodos: dez braquetes metálicos foram colados, com ionômero de vidro ou resina composta (Transbond XT, 3M Unitek, Monrovia, Califórnia; Light Cure), em molares recentemente extraídos, que serviram como grupo controle. Os dentes colados, cortados ao nível de suas raízes, foram armazenados em água destilada, que foi renovada após cada medição de flúor em 1, 3, 7, 30 e 60 dias. A liberação de flúor in vitro foi medida usando-se um eletrodo íon-seletivo de flúor, conectado a um analisador de íons. Em quinze pares de pré-molares foram colados braquetes de metal com adesivo Fuji ou Transbond e, seis meses depois, os dentes foram extraídos por indicação ortodôntica, embutidos em resina e seccionados, e as composições de flúor das superfícies externas e interna do esmalte foram avaliadas com microscopia eletrônica de varredura e análise de energia dispersiva. Os resultados foram analisados com a análise não paramétrica de variância (ANOVA) de uma via para a liberação in vitro de flúor; e com a análise não paramétrica de variância (ANOVA) de duas vias para a absorção in vivo de flúor pelo esmalte; diferenças entre os grupos foram estudadas com o teste de Holm-Sidak ao nível de 0,05. O teste de correlação de Spearman foi utilizado para investigar a associação entre os níveis de flúor e alumínio nas interfaces das peças coladas. Resultados: a explosão inicial de liberação de flúor observada para o adesivo Fuji após o primeiro dia do experimento apresentou uma diminuição significativa com o tempo, e persistiu durante todo o período de acompanhamento (60 dias) (P < 0,05). Concentrações de flúor foram encontradas tanto nas superfícies mais externas do esmalte como nas mais profundas, com as superfícies externas apresentando concentração de flúor quatro vezes maior em relação às internas para o ionômero de vidro (P <0,05), e a maior concentração de flúor foi encontrada nas camadas mais externas do esmalte nos espécimes

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colados com ionômero de vidro (P < 0,05). No entanto, a identificação simultânea de alumínio e traços de flúor no esmalte sugere que a fonte da alta concentração de flúor é proveniente de partículas de cimento e não da absorção iônica. Conclusões: a liberação de flúor a curto prazo e a ausência de documentação da absorção pelo esmalte sugerem que o adesivo ortodôntico de ionômero de vidro testado possa fornecer medidas de proteção apenas através de mecanismos de reserva. Tradução: Louise Resti Calil, Fabiana Hirata.

Análise do insucesso no tratamento de caninos impactados Analysis of failure in the treatment of impacted maxillary canines Becker A, Chaushu G, Chaushu S Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 June;137(6):743-54 Introdução: neste estudo, objetivou-se avaliar as razões do insucesso do tratamento ortodôntico para impacção de caninos e recomendar medidas para superá-las. Métodos: vinte e oito pacientes (idade 17,4 ± 4,3 anos) com 37 caninos superiores impactados foram encaminhados após uma tentativa fracassada de resolver a impacção. As razões para o insucesso foram analisadas, e as medidas corretivas foram tomadas. A proporção de sucesso dos tratamentos revisados e a duração de ambos os tratamentos foram registradas. Resultados: a duração média dos tratamentos fracassados foi de 26,2 ±17,2 meses. Os tratamentos fracassados foram baseados principalmente em planejamento com radiografias, ancoragem dentária intra-arcadas e tração elástica diretamente no arco vestibular. As principais razões para o insucesso foram a ancoragem inadequada (48,6%), a localização e direção de tração erradas (40,5%) e a anquilose (32,4%). Em vários pacientes, houve mais de uma possível razão para o insucesso. A proporção de sucesso dos tratamentos revisados foi de 71,4%, e a duração média foi de 14,4 ± 7,2 meses. A repetição da cirurgia foi necessária para 62,9% dos caninos nos quais foi iniciado o tratamento corretivo, principalmente para redirecionar os fios de ligadura. As medidas corretivas incluem a utilização de imagens em 3 dimensões e uma mudança na direção do tracionamento. A ancoragem foi reforçada por meios dentários e esqueléticos. Conclusões: as principais razões para a falha no tratamento de caninos impactados estavam relacionadas com o diagnóstico tridimensional impreciso da localização e orientação do dente impactado, bem como a incapacidade de avaliar a demanda de ancoragem. Tradução: Fabiana Hirata, Louise Resti Calil.


controvérsias

O Tracionamento Ortodôntico representa um movimento dentário induzido! Os 4 pontos cardeais da prevenção de problemas durante o tracionamento ortodôntico Alberto Consolaro*

Nas discussões clínicas sobre a prática ortodôntica, alguns profissionais oferecem resistência na indicação do tracionamento ortodôntico, especialmente dos caninos superiores. Esses profissionais acreditam que o tracionamento ortodôntico promove muitos problemas clínicos trans e pós-operatórios. Entre os problemas mais citados para restringirem a indicação do tracionamento ortodôntico estão: a) Reabsorção radicular lateral nos incisivos laterais e nos pré-molares; b) Reabsorção cervical externa nos caninos tracionados; c) Anquilose alveolodentária do canino envolvido; d) Metamorfose cálcica da polpa e necrose pulpar asséptica. Essas consequências não decorrem primária e especificamente do tracionamento ortodôntico. Elas podem ser evitadas se determinados cuidados técnicos forem adotados preventivamente frente às consequências possíveis do tracionamento ortodôntico; esses cuidados são fundamentados biologicamente. Vamos expor 4 pontos cardeais na prevenção de intercorrências durante e/ou após o tracionamento ortodôntico. Mas, para isso, precisamos discorrer sobre um conceito que deve ser o princípio para qualquer raciocínio preventivo sobre esse procedimento clínico.

Premissa conceitual básica O Tracionamento Ortodôntico representa um movimento dentário induzido Durante o movimento dentário induzido, a compressão do ligamento periodontal reduz o calibre dos vasos sanguí-

neos e deforma o citoesqueleto4. O estresse metabólico e mecânico induzido promove o estresse celular e a liberação de numerosos mediadores químicos na área comprimida. Dentre esses mediadores, estão aqueles que induzem a reabsorção óssea frontal, com discreto deslocamento do dente nessa direção a cada ativação do aparelho ortodôntico. Por alguns dias, em geral entre o 2º e o 6º dia, as unidades osteorremodeladoras e seus clastos promovem a reabsorção da superfície óssea em frente à área periodontal comprimida, o que pode ser confirmado microscopicamente1. No outro lado do mesmo dente movimentado, a tensão resultante da tração das fibras periodontais não promove o mesmo grau de estresse celular do que na área de pressão, mas ele também ocorre, porém em menor proporção. Os vasos mudam seu calibre e os citoesqueletos se deformam discreta e moderadamente. Há um aumento de mediadores químicos indutores da reabsorção óssea, especialmente nas primeiras horas e dias. Entretanto, logo reduzem-se a níveis apenas um pouco superiores aos da normalidade, o necessário para induzir neoformação no lugar de reabsorção óssea. Os mesmos mediadores que em níveis elevados induzem a reabsorção, em níveis discretos promovem a neoformação óssea. Nos primeiros momentos da movimentação ortodôntica, o lado de tensão ou tração pode apresentar fenômenos de reabsorção óssea4. No tracionamento ortodôntico, os feixes de fibras periodontais, que normalmente estão inclinados em direção ao ápice, no sentido do osso fasciculado para o cemento, são estirados para o sentido oclusal e invertem essa inclinação. A compressão dos vasos e células será pequena, mas

* Professor Titular da FOB-USP (Bauru) e da Pós-Graduação da FORP-USP (Ribeirão Preto).

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displásica por todo o compartimento pulpar, obliterando e reduzindo as necessidades metabólicas das células para que sobrevivam. Quando a lesão é total, a polpa coagula suas proteínas resultantes da necrose tecidual e assim permanece indefinidamente, visto que na área as células não se dissolvem rapidamente (autólise) por serem pobres em lisossomos e por, nessa situação, também não ocorrer a contaminação microbiana. Esse quadro caracteriza a necrose pulpar asséptica. Embora não sejam dolorosos, esses dois processos pulpares — a metamorfose cálcica da polpa (obliteração do espaço pulpar) e a necrose pulpar asséptica — podem com o tempo gerar escurecimento do dente tracionado e até lesão periapical crônica, que permanece assintomática ao longo dos anos. A obliteração do espaço pulpar por dentina com apagamento dos limites pulpares ou a necrose pulpar asséptica em dentes não irrompidos tracionados indicam lesão do feixe vasculonervoso pulpar durante a luxação ou pela extrusão excessivamente rápida em direção oclusal.

Consideração Final O Tracionamento Ortodôntico deve ser conceitualmente considerado um movimento dentário induzido. As consequências indesejadas mais citadas para restringir a indicação do tracionamento são de ordem técnica e podem ser esclarecidas biologicamente. São elas: a) Reabsorção radicular lateral nos incisivos laterais e nos pré-molares; b) Reabsorção cervical externa nos caninos tracionados; c) Anquilose alveolodentária do canino envolvido; d) Metamorfose cálcica da polpa e necrose pulpar asséptica. Os 4 pontos cardeais (Fig. 3) na prevenção de intercorrências técnicas durante e/ou após o tracionamento ortodôntico a serem adotados são: 1. Avaliar o folículo pericoronário e suas relações com os dentes vizinhos. 2. Valorizar a região cervical do dente não irrompido, para evitar a exposição e manipulação cirúrgica da junção amelocementária. 3. Cuidar para que a luxação antes do tracionamento não se transforme em severo traumatismo dentário nos procedimentos cirúrgicos desnecessários. 4. Preservar o feixe vasculonervoso apical que adentra no canal radicular durante o procedimento de conferir a obtenção da luxação ou pelo aumento da velocidade do tracionamento dentário em sentido oclusal.

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Referências 1.

Cahill DR, Marks SC Jr. Tooth eruption: evidence for the central role of the dental follicle. J Oral Pathol. 1980 Jul;9(4):189-200. 2. Consolaro A. Caracterização microscópica de folículos pericoronários de dentes não irrompidos e parcialmente irrompidos: sua relação com a idade. [tese]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1987. 3. Consolaro A. O folículo pericoronário e suas implicações clínicas nos tracionamentos dos caninos. Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 jun-jul;9(3):105-10. 4. Consolaro A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 2ª ed. Maringá, Dental Press; 2005. 5. Consolaro A, Consolaro MFMO, Santamaria M Jr. A anquilose não é induzida pelo movimento ortodôntico. Os restos epiteliais de Malassez na fisiologia periodontal. Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 abr-maio;9(2):101-10. 6. Damante JH. Estudo dos folículos pericoronários de dentes não irrompidos e parcialmente irrompidos: inter-relação clínica, radiográfica e microscópica. [tese]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1987. 7. Ericson S, Kurol J. Radiographic examination of ectopically erupting maxillary canines. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1987 Jun;91(6):483-92. 8. Esberard R, Esberard RR, Esberard RM, Consolaro A, Pameijer CH. Effect of bleaching on the cemento-enamel junction. Am J Dent. 2007 Aug;20(4):245-9. 9. Francischone LA, Consolaro A. Clareação dentária externa: importância e tipos de proteção da junção amelocementária. Rev Clín Ortod Dental Press. 2005 out-nov; 4(5):88-98. 10. Francischone LA, Consolaro A. Morphology of the cementoenamel junction of primary teeth. J Dent Child (Chic). 2008 Sep-Dec;75(3):252-9. 11. Neuvald L, Consolaro A. Cementoenamel junction: microscopic analysis and external cervical resorption. J Endod. 2000 Sep;26(9):503-8. 12. Otto RL. Early and unusual incisor resorption due to impacted maxillary canines. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Oct;124(4):446-9.

Endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br


instruções aos autores — A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de interesse da classe ortodôntica, comunicações breves e atualidades. — Os artigos serão submetidos ao parecer do Corpo Editorial da Revista, que decidirá sobre a conveniência ou não da publicação, avaliando como favorável, indicando correções e/ou sugerindo modificações. A REVISTA, ao receber os artigos, não assume o compromisso de publicá-los. ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DE MANUSCRITOS — Submeta os artigos através do site www.dentalpress.com.br/pubartigos. Organize sua apresentação como descrito a seguir: 1. Página de título — deve conter título em português e inglês, resumo e abstract, palavras-chave e keywords. — coloque todas as informações relativas aos autores em uma página separada, incluindo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e cargos administrativos. Ainda, deve-se identificar o autor correspondente e incluir seu endereço, números de telefone e e-mail. Essa informação não estará disponível para os revisores. 2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS. 3. Texto — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie figuras e tabelas em arquivos separados (ver abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — confira se todas as figuras foram citadas no texto. 5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar, o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma.

— se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo) e não como elemento gráfico (imagem não editável). 7. Referências — todos os artigos citados no texto devem ser referenciados. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). — não devem ultrapassar o limite de 30. — utilize os exemplos a seguir: • Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. • Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. • Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. • Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2ª ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. • Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção. [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. • Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso em: 2008 jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf. — Outros tipos de correspondência poderão ser enviados para: Revista Clínica de Ortodontia Dental Press Av. Euclides da Cunha 1718, Zona 5 - CEP: 87.015-180, Maringá/PR Tel. (44) 3031-9818 - E-mail: artigos@dentalpress.com.br

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registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.

Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index. html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr. org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS.

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A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

Posicionamento da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame. org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup. htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/ OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.


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