v. 15, no. 5
Sept/Oct 2010
Edição especial de aniversário
Dental Press J Orthod. 2010 Sept-Oct;15(5):1-208
ISSN 2176-9451
EDITOR CHEFE Jorge Faber
Brasília - DF
EDITORA ASSOCIADA Telma Martins de Araujo
UFBA - BA
EDITORA ADJUNTA (artigos online) Daniela Gamba Garib
HRAC/FOB-USP - SP
EDITOR ADJUNTO (Odontologia baseada em evidências) David Normando UFPA - PA EDITORA ADJUNTA (revisão língua inglesa) Flávia Artese
UERJ - RJ
PUBLISHER Laurindo Z. Furquim
UEM - PR
CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO Adilson Luiz Ramos UEM - PR Danilo Furquim Siqueira UNICID - SP Maria F. Martins-Ortiz Consolaro ACOPEM - SP Consultores INTERNACIONAIS Adriana C. da Silveira Univ. de Illinois / Chicago - EUA Björn U. Zachrisson Univ. de Oslo / Oslo - Noruega Clarice Nishio Université de Montreal Jesús Fernández Sánchez Univ. de Madrid / Madri - Espanha José Antônio Bósio Marquette Univ. / Milwaukee - EUA Júlia Harfin Univ. de Maimonides / Buenos Aires - Argentina Larry White AAO / Dallas - EUA Marcos Augusto Lenza Univ. de Nebraska - EUA Maristela Sayuri Inoue Arai Tokyo Medical and Dental University Roberto Justus Univ. Tecn. do México / Cid. do Méx. - México
Robert W. Farinazzo Vitral Roberto Rocha Rodrigo Hermont Cançado Sávio R. Lemos Prado Weber José da Silva Ursi Wellington Pacheco Ortopedia Dentofacial Dayse Urias Kurt Faltin Jr. Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana Laudimar Alves de Oliveira Liogi Iwaki Filho Rogério Zambonato Waldemar Daudt Polido Dentística Maria Fidela L. Navarro Disfunção da ATM Carlos dos Reis P. Araújo José Luiz Villaça Avoglio Paulo César Conti
Consultores NACIONAIS Ortodontia Adriano de Castro UCB - DF Ana Carla R. Nahás Scocate UNICID - SP Ana Maria Bolognese UFRJ - RJ Antônio C. O. Ruellas UFRJ - RJ Arno Locks UFSC - SC Ary dos Santos-Pinto FOAR/UNESP - SP Bruno D'Aurea Furquim CLÍN. PARTIC. - PR Carla D'Agostini Derech UFSC - SC Carla Karina S. Carvalho ABO - DF Carlos A. Estevanel Tavares ABO - RS Carlos H. Guimarães Jr. ABO - DF Carlos Martins Coelho UFMA - MA Eduardo C. Almada Santos FOA/UNESP - SP Eduardo Silveira Ferreira UFRGS - RS Enio Tonani Mazzieiro PUC - MG Fernando César Torres UMESP - SP Guilherme Janson FOB/USP - SP Haroldo R. Albuquerque Jr. UNIFOR - CE Hugo Cesar P. M. Caracas UNB - DF José F. C. Henriques FOB/USP - SP José Nelson Mucha UFF - RJ José Renato Prietsch UFRGS - RS pucpr - pr José Vinicius B. Maciel Júlio de Araújo Gurgel FOB/USP - SP Karina Maria S. de Freitas Uningá - PR Leniana Santos Neves UFVJM - MG Leopoldino Capelozza Filho HRAC/USP - SP Luciane M. de Menezes PUC-RS - RS Luiz G. Gandini Jr. FOAR/UNESP - SP Luiz Sérgio Carreiro UEL - PR Marcelo Bichat P. de Arruda UFMS - MS Márcio R. de Almeida UNIMEP - SP Marco Antônio de O. Almeida UERJ - RJ Marcos Alan V. Bittencourt UFBA - BA Maria C. Thomé Pacheco UFES - ES Marília Teixeira Costa UFG - GO Marinho Del Santo Jr. CLÍN. PARTIC. - SP Mônica T. de Souza Araújo UFRJ - RJ Orlando M. Tanaka PUCPR - PR Oswaldo V. Vilella UFF - RJ Patrícia Medeiros Berto CLÍN. PARTIC. - DF Pedro Paulo Gondim UFPE - PE Renata C. F. R. de Castro UMESP - SP Ricardo Machado Cruz UNIP - DF Ricardo Moresca UFPR - PR
O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é continuação da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (ISSN 1415-5419). O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é uma publicação bimestral da Dental Press International. Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá / PR - Fone/ Fax: (0xx44) 3031-9818 - www.dentalpress.com.br - artigos@dentalpress.com.br. Diretora: Teresa R. D'Aurea Furquim - Analista da informação: Carlos Alexandre Venancio - PRODUTOR EDITORIAL: Júnior Bianchi Diagramação: Diego Ricardo Pinaffo - Fernando Truculo Evangelista - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Tatiane Comochena - Revisão/COPYDESK: Ronis Furquim Siqueira - TRATAMENTO DE IMAGENS: Andrés Sebastián JORNALISMO: Renata Mastromauro - Biblioteca: Marisa Helena Brito NORMALIZAÇÃO: Marlene G. Curty - Banco de Dados: Adriana Azevedo Vasconcelos - E-commerce: Soraia Pelloi - submissão de artigos: Roberta Baltazar de Oliveira - Cursos e Eventos: Ana Claudia da Silva Rachel Furquim Scattolin - INTERNET: Edmar Baladeli - Financeiro: Márcia Cristina Plonkóski Nogueira Maranha - Roseli Martins - GERENTE COMERCIAL: Rodrigo Baldassarre - Comercial: Roseneide Martins Garcia - EXPEDIÇÃO: Diego Moraes - Secretaria: Ana Cláudia R. Limonta.
Indexação:
Fonoaudiologia Esther M. G. Bianchini Implantologia Carlos E. Francischone Biologia e Patologia Bucal Alberto Consolaro Edvaldo Antonio R. Rosa Victor Elias Arana-Chavez Periodontia Maurício G. Araújo Prótese Marco Antonio Bottino Sidney Kina Radiologia Rejane Faria Ribeiro-Rotta
UFJF - MG UFSC - SC Uningá - PR UFPA - PA FOSJC/UNESP - SP PUC - MG CLÍN. PARTIC. - PR UNIP - SP FOB/USP - SP UNIP - DF UEM - PR CLÍN. PARTIC. - DF ABO/RS - RS FOB/USP - SP FOB/USP - SP CTA - SP FOB/USP - SP CEFAC/FCMSC - SP FOB/USP - SP FOB/USP - SP PUC - PR USP - SP UEM - PR UNESP - SP CLÍN. PARTIC. - PR UFG - GO
COLABORADORES CIENTÍFICOS Adriana C. P. Sant’Ana FOB/USP - SP Ana Carla J. Pereira UNICOR - MG Luiz Roberto Capella CRO - SP Mário Taba Jr. FORP - USP
IBICT - CCN
Bases de dados:
LILACS - 1998 BBO - 1998 National Library of Medicine - 1999 SciELO - 2005 Dental Press Journal of Orthodontics
ISSN 2176-9451
Sumário
6
Editorial
14
Calendário de Eventos / Events Calendar
15
Acontecimentos / News
18
O que há de novo na Odontologia / What’s new in Dentistry
23
Insight Ortodôntico / Orthodontic Insight
31
Entrevista com Lucia Helena Soares Cevidanes / Interview
Artigos Online / Online Articles
37
Análise do movimento inicial de molares superiores submetidos a forças extrabucais: estudo 3D
Analysis of initial movement of maxillary molars submitted to extraoral forces: a 3D study Giovana Rembowski Casaccia, Janaína Cristina Gomes, Luciana Rougemont Squeff, Norman Duque Penedo, Carlos Nelson Elias, Jayme Pereira Gouvêa, Eduardo Franzotti Sant’Anna, Mônica Tirre de Souza Araújo, Antonio Carlos de Oliveira Ruellas
40
Imagens em 2D e 3D geradas pela TC Cone-Beam e radiografias convencionais: qual a mais confiável?
2D / 3D Cone-Beam CT images or conventional radiography: Which is more reliable? Carolina Perez Couceiro, Oswaldo de Vasconcellos Vilella
tabela 1 - Protocolos de aquisição da imagem do aparelho i-CAT. Protocolo
Tempo de varredura (seg.)
Tamanho do voxel (mm)
kVp
mAs
1
40
0,20
120
46,72
2
40
0,25
120
46,72
3
20
0,30
120
23,87
4
20
0,40
120
23,87
42
Avaliação de doses referenciais obtidas com exames de tomografia computadorizada de feixe cônico adquiridos com diferentes tamanhos de voxel
Evaluation of referential dosages obtained by Cone-Beam Computed Tomography examinations acquired with different voxel sizes Marianna Guanaes Gomes Torres, Paulo Sérgio Flores Campos, Nilson Pena Neto Segundo, Marlos Ribeiro, Marcus Navarro, Iêda Crusoé-Rebello
Artigos Inéditos / Original Articles
44
Medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente humana usando Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico: um estudo preliminar
Linear measurements of human permanent dental development stages using Cone-Beam Computed Tomography: A preliminary study Carlos Estrela, José Valladares Neto, Mike Reis Bueno, Orlando Aguirre Guedes, Olavo Cesar Lyra Porto, Jesus Djalma Pécora
79
Deslocamentos esqueléticos associados à cirurgia de avanço mandibular: avaliação quantitativa tridimensional
Skeletal displacements following mandibular advancement surgery: 3D quantitative assessment Alexandre Trindade Simões da Motta, Felipe de Assis Ribeiro Carvalho, Lúcia Helena Soares Cevidanes, Marco Antonio de Oliveira Almeida
Sumário
89
Efeitos transversais da expansão rápida da maxila em pacientes com má oclusão de Classe II: avaliação por Tomografia Computadorizada Cone-Beam
Transverse effects of rapid maxillary expansion in Class II malocclusion patients: A Cone-Beam Computed Tomography study Carolina Baratieri, Lincoln Issamu Nojima, Matheus Alves Jr., Margareth Maria Gomes de Souza, Matilde Gonçalves Nojima
98
Simulação 3D de movimento ortodôntico 3D simulation of orthodontic tooth movement Norman Duque Penedo, Carlos Nelson Elias, Maria Christina Thomé Pacheco, Jayme Pereira de Gouvêa
109
Angulação dos caninos em indivíduos portadores de má oclusão de Classe I e de Classe III: análise comparativa através de um novo método utilizando imagens digitalizadas
Canine angulation in Class I and Class III individuals: A comparative analysis with a new method using digital images Lucyana Ramos Azevedo, Tatiane Barbosa Torres, David Normando
118
Avaliação da inclinação dentária no tratamento compensatório do padrão II com tomografia computadorizada
Assessment of tooth inclination in the compensatory treatment of pattern II using computed tomography Liana Fattori, Liliana Ávila Maltagliati Brangeli, Leopoldino Capelozza Filho
130
Avaliação tomográfica no tratamento com Herbst em adulto jovem
Computed Tomographic evaluation of a young adult treated with the Herbst appliance Savana Maia, Dirceu Barnabé Raveli, Ary dos Santos-Pinto, Taísa Boamorte Raveli, Sandra Palno Gomez
137
Avaliação do crescimento condilar através de cintilografia óssea em pacientes com mordida cruzada posterior funcional
Assessment of condylar growth by skeletal scintigraphy in patients with posterior functional crossbite Pepita Sampaio Cardoso Sekito, Myrela Cardoso Costa, Edson Boasquevisque, Jonas Capelli Junior
143
Reprodutibilidade das mensurações da espessura das tábuas ósseas na tomografia computadorizada Cone-Beam utilizando diferentes protocolos de aquisição de imagem
Reproducibility of bone plate thickness measurements with Cone-Beam Computed Tomography using different image acquisition protocols Carolina Carmo de Menezes, Guilherme Janson, Camila da Silveira Massaro, Lucas Cambiaghi, Daniela G. Garib
Sumário
150
Avaliação do espaço aéreo faríngeo por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico
Assessment of pharyngeal airway space using Cone-Beam Computed Tomography Sabrina dos Reis Zinsly, Luiz César de Moraes, Paula de Moura, Weber Ursi
159
Análise de dentição mista: tomografia versus predição e medida radiográfica
Mixed-dentition analysis: Tomography versus radiographic prediction and measurement Letícia Guilherme Felício, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas, Ana Maria Bolognese, Eduardo Franzotti Sant’Anna, Mônica Tirre de Souza Araújo
166
Aparelho de avanço mandibular aumenta o volume da via aérea superior de pacientes com apneia do sono
Increase in upper airway volume in patients with obstructive sleep apnea using a mandibular advancement device Luciana Baptista Pereira Abi-Ramia, Felipe Assis Ribeiro Carvalho, Claudia Torres Coscarelli, Marco Antonio de Oliveira Almeida
172
Alterações dimensionais do côndilo mandibular em indivíduos de 3 a 20 anos de idade usando tomografia computadorizada de feixe cônico: um estudo preliminar
Mandibular condyle dimensional changes in subjects from 3 to 20 years of age using Cone-Beam Computed Tomography: A preliminary study José Valladares Neto, Carlos Estrela, Mike Reis Bueno, Orlando Aguirre Guedes, Olavo Cesar Lyra Porto, Jesus Djalma Pécora
182
Caso Clínico BBO / BBO Case Report
Má oclusão Classe III, com mordida cruzada posterior unilateral e assimetria facial
Class III malocclusion with unilateral posterior crossbite and facial asymmetry Silvio Rosan de Oliveira
192
Tópico Especial / Special Article
Morfologia alveolar sob a perspectiva da tomografia computadorizada: definindo os limites biológicos para a movimentação dentária
Alveolar bone morphology under the perspective of the computed tomography: Defining the biological limits of tooth movement Daniela Gamba Garib, Marília Sayako Yatabe, Terumi Okada Ozawa, Omar Gabriel da Silva Filho
206
Normas para publicação / Information for authors
Editorial
A evolução dos exames de imagem para a Ortodontia
A distância percorrida pela evolução dos exames de imagem foi marcante, e essa jornada abriu uma nova compreensão da Ortodontia. Assim, organizamos uma edição especial de aniversário apenas com artigos relacionados ao tema. Dra. Telma Martins de Araujo, editora associada do jornal, foi imprescindível para que esse número se concretizasse. O objetivo dele é que a leitura se aproxime daquela encontrada em um livro: ao manusear apenas um número, os leitores poderão ter uma visão variada e profunda da utilização da imagem em Ortodontia. Boa leitura.
Nos anos 70, a tecnologia eletrônica da exploração espacial aterrizou nos exames de imagem — notadamente nas tomografias computadorizadas —, provocando uma revolução na capacidade diagnóstica. É interessante saber que, para viajarmos mais fundo no corpo humano, tivemos, antes, que viajar para o espaço. Esse grande salto englobou rapidamente várias áreas e, à medida que os equipamentos se aprimoravam, novas aplicações eram criadas. Por exemplo, contrastes passaram a ser usados para evidenciar o trajeto dos vasos sanguíneos e, quando os escaneamentos se tornaram rápidos o suficiente, foi possível capturar a imagem congelada do coração para avaliar possíveis obstruções coronarianas. Um importante passo tecnológico veio com o desenvolvimento dos tomógrafos de feixe cônico, mais conhecidos pela sigla em inglês CBCT (ConeBeam Computed Tomography). Esse tomógrafo tem características importantes que o diferem de um tomógrafo convencional. O equipamento é mais compacto, produz poucos artefatos diante de objetos metálicos, e sua dose de radiação é cerca de 15 vezes menor que a de um tomógrafo convencional. Essas características o tornaram um equipamento excelente para a Odontologia, e seu uso de difundiu em todo o mundo.
Dental Press J Orthod
Jorge Faber Editor-chefe faber@dentalpress.com.br
6
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Editorial
Editorial Especial - Omar Gabriel Omar formou muitos ortodontistas, e todos com os quais conversei ao longo dos anos foram consonantes em manifestar a admiração pela sua incapacidade de dizer não, e pela forma respeitosa e amiga que trata alunos, funcionários e pacientes. Nunca fala mal das pessoas e respeita as divergências. Quando me informei com uma amiga, Dra. Patrícia Zambonato Freitas, sobre o estado de saúde dele, pouco antes de escrever essas palavras, ela me disse que era preocupante, mas estável. Os médicos estavam incertos sobre o diagnóstico e o prognóstico, o que alimenta nossas esperanças. E, entre as palavras de amizade devotada dela sobre seu professor, escaparam algumas que me chamaram a atenção. “Omar é um Anjo, que só faz o bem”, disse ela. Torcemos para que os anjos segurem as mãos dele.
Em agosto, quando o professor Omar Gabriel da Silva Filho foi hospitalizado, fiz uma reflexão sobre a obra desse grande ortodontista que eu, paradoxalmente, embora conhecesse tão pouco, sentia que conhecia muito. A primeira coisa que me veio à mente foi o discurso belíssimo1 do escritor José Saramago ao receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1998. O texto resumia sua vida. Era intitulado “De como a personagem foi mestre e o autor seu aprendiz”. Ele retrata a invulgar capacidade de se aprender quando se é o mestre. Uma virtude muito recitada, mas que muito poucos, realmente, possuem. Virtude tatuada na vida do Prof. Omar. Não fui aluno do Prof. Omar, embora em certo sentido me sinta dessa forma. Explico-me. Ao terminar minha formação ortodôntica na UFRJ, tinha alguns poucos ídolos. Um deles, Omar, era um professor que havia visto uma única vez e que me encantara por sua simplicidade, didática e espírito investigativo. À época, era um dos poucos pesquisadores brasileiros que conseguiam passar pelos filtros dos periódicos internacionais. Ele sempre foi um perseguidor de protocolos. Hoje, com mais de 200 trabalhos publicados, estabeleceu muitos que são utilizados internacionalmente. É interessante notar a precocidade dessa preocupação. A prática baseada em evidências anseia por criar protocolos e, quando a evidência científica não havia sido sequer batizada, ele já buscava os objetivos que atualmente ainda são vanguardistas.
Dental Press J Orthod
Jorge Faber
Referências 1.
7
Saramago J. Nobel Lecture (Portuguese). Nobelprize.org. Official web site of the Nobel prize. [Acesso 27 set 2010]. Disponível em: http://nobelprize.org/nobel_prizes/literature/ laureates/1998/lecture-p.html.
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Calendário
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Eventos Pré-curso - 24º COB (Congresso Odontológico de Bauru) Data: 20 de novembro de 2010 Local: Teatro Universitário da FOB/USP - Bauru / SP Informações: cob2011@fob.usp.br
Congresso Internacional de Odontologia do Centenário da APCD Data: 29 de janeiro a 1 de fevereiro de 2011 Local: Expo Center Norte - São Paulo / SP Informações: www.apcd.org.br/centenario secretaria.decofe@apcdcentral.com.br
Ortodontia a Bordo 1º Meeting Internacional de Ortodontia com Braquetes Autoligados Data: 13 a 16 de março de 2011 Local: Navio Costa Serena (trajeto Búzios, Ilhabela, Santos, Rio de Janeiro) Informações: (21) 2717-2901 / 7841-1927 www.ortodontiaabordo.com
Congresso AAO 2011 Data: 13 a 17 de maio de 2011 Local: Chicago / EUA Informações: www.aaomembers.org/mtgs/2011-AAO-Annual-Session.cfm
42º Encontro do Grupo Brasileiro de Professores de Ortodontia e Odontopediatria Data: 9 a 11 de junho de 2011 Local: Tropical Hotel Tambaú - João Pessoa / PB Informações: http://grupo.odo.br/site2010
20º Congresso Internacional de Odontologia do Rio de Janeiro – CIORJ Data: 20 a 23 de julho de 2011 Local: Centro de Convenções do Riocentro - Rio de Janeiro / RJ Informações: (21) 2502-6237 e 2504-0002 departamentocongresso@aborj.org.br
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A c o n t ec i m e n t o s
Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial - BBO Atualmente, é crescente a importância da qualidade em todas as áreas de atuação profissional. Essa preocupação, na área da Saúde, tem relação direta com a qualidade e a quantidade de treinamento, o grau de especialização e a experiência clínica no respectivo campo de atuação. Pensando nisso, a Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR) teve a iniciativa de criar o Board Brasileiro de Ortodontia (BBO). A ideia de sua criação nasceu da necessidade de se estabelecer padrões de excelência clínica no exercício da especialidade. Essa entidade tem por objetivo estimular a autoavaliação profissional e oferecer uma certificação de excelência, por meio de exames específicos, a especialistas que demonstrarem qualidade em seus trabalhos clínicos. O exame do BBO consiste de duas fases:
incluídos em critérios específicos, que também poderão ser encontrados no site www. bbo.org.br. Além disso, o canditato deverá discutir os casos apresentados, por meio de entrevista com examinadores do Board. O primeiro exame do BBO foi realizado em 2004, e a sétima edição aconteceu em março deste ano, em Salvador/BA; quando foram aprovados, na Fase I, os seguintes profissionais: » Carlos Henrique Monteiro B. Carvalho (Belo Horizonte/MG) » Dauro Douglas Oliveira (Belo Horizonte/MG) » Dione Maria Viana do Vale (Recife/PE) » Fernando Antonio Lima Habib (Salvador/BA) » Gustavo Mattos Barreto (Aracajú/SE) » Kátia Montanha de Andrade (Salvador/BA) » Lucianna Gomes de Oliveira (Salvador/BA) » Paulo Renato Dias (Assis/SP) » Marcelo de Castellucci e Barbosa (Salvador/BA) » Marcelo Marigo (Governador Valadares/MG) » Rivail Brandão A. B. Filho (Salvador/BA)
Fase I Diagnóstico e planejamento de dois casos clínicos escolhidos pelo Board. Fase II Apresentação de dez casos clínicos tratados, cujos resultados demonstrem a excelência clínica do candidato. Os casos deverão estar
Concluíram, com êxito, as Fases I e II do último Exame do BBO, os ortodontistas ilustrados na foto abaixo.
Aldino Puppin Filho (ES), Gustavo Kreuzig Bastos (RJ), Mayra Reis Seixas (BA), Márcio Costa Sobral (BA), Fernanda Catharino Menezes Franco (BA), Luiz Fernando Eto (MG) e Márlio Vinícius de Oliveira (MG).
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O
que há de novo na
Odontologia
Moldagens digitais e manuseio de modelos digitais: o futuro da Odontologia Waldemar D. Polido*
Evolução dos sistemas digitais de moldagem A aquisição de uma cópia de um dente ou vários dentes preparados, de dentes íntegros adjacentes e antagonistas, e o estabelecimento de uma relação interoclusal correta, assim como a conversão dessa informação em réplicas precisas da dentição — sobre as quais restaurações indiretas possam ser realizadas —, são os objetivos principais do processo de moldagem na Odontologia Restauradora. Em Ortodontia, e em suas associações com a Cirurgia Ortognática, o uso de modelos de gesso precisos é condição imprescindível para a realização de um diagnóstico e de um plano de tratamento adequados, assim como para o acompanhamento da evolução do tratamento. As técnicas amplamente utilizadas atualmente para obter moldagens com elastômeros e criar modelos de gesso a partir delas estão em uso desde 19371. O primeiro material elastomérico especificamente produzido para uso em Odontologia foi o Impregum, um material do tipo poliéter introduzido pela empresa ESPE em 1965. Muitos dentistas relutam em se envolver com novas tecnologias de moldagens porque simplesmente acreditam que os materiais e técnicas com elastômeros estão em uso há tanto tempo, e funcionam tão bem, que são insubstituíveis. Ou que as tecnologias 3D de scanners digitais são tão novas que ainda não estão prontas para o uso clínico. Na verdade, a moldagem com elastômeros, com seus problemas inerentes, tem sido usada em Odontologia por 72 anos!
Introdução Novas modalidades de moldagem digital já estão disponíveis no mercado e, em breve, um dos mais desagradáveis momentos para o paciente nas clínicas odontológicas, a tomada de moldagens, será substituído por escaneamentos intrabucais digitais. Tanto em Ortodontia quanto na área restauradora (Prótese e Dentística, em especial), o uso de modelos de gesso é fundamental, e prática diária nas clínicas dessas especialidades. A possibilidade de se digitalizar os modelos de gesso, ou mesmo de escanear os dentes diretamente da boca do paciente, sempre foi uma busca da Odontologia. Evitar desconforto, agilizar o trabalho, melhorar a comunicação entre colegas e com os laboratórios de prótese, e reduzir os espaços físicos necessários para o arquivamento desses modelos são algumas das alegadas vantagens dessa tecnologia. Desde a introdução do primeiro scanner digital para realizar moldagens dentárias, engenheiros de desenvolvimento de produtos em várias empresas criaram scanners, para uso em clínicas, que são cada vez mais amigáveis para o usuário, produzindo imagens e restaurações com precisão cada vez maior. O uso desses produtos representa uma mudança de paradigma na forma que as moldagens são realizadas. O presente artigo abordará os aspectos técnicos e de aplicações das moldagens digitais em Odontologia, com ênfase na Ortodontia.
* Doutor e Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela PUCRS. Residência em CTBMF na Universidade do Texas, Southwestern Medical Center at Dallas. Clínica Particular em Porto Alegre/RS.
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O que há de novo na Odontologia
digitais, os produtos fabricados em laboratórios de prótese tornam-se mais consistentes e requerem menor tempo de consultório para sua colocação. Desde bem antes da Revolução Industrial, o homem tem fabricado milhões de produtos através de processos de manufatura de forma artesanal e análoga. Nos últimos 30 anos, muito desses produtos têm sido convertidos à fabricação digital — de peças de automóveis a construções civis —, devido à consistência da qualidade e ao custo. Assim, não é surpresa que as soluções digitais estejam agora sendo integradas em muitos dos procedimentos odontológicos. Com a popularização dos sistemas digitais, e com o grande crescimento de duas áreas da Odontologia que potencialmente podem ter benefício no uso da tecnologia de moldagens e modelos digitais (a Ortodontia e a Implantodontia), sem dúvida podemos prever que, nos próximos anos, veremos uma verdadeira revolução digital nos consultórios odontológicos, trazendo benefícios aos pacientes em termos de planejamentos mais eficientes, redução no desconforto e eficiência nos tratamentos.
A incorporação de um scanner digital na clínica diária não requer quaisquer procedimentos ou processos adicionais ao ortodontista ou à assistente ortodôntica. As consultas para a realização de documentação permanecem semelhantes em tempo e objetivo, embora com uma satisfação maior por parte do paciente. Em termos de custo, o investimento inicial pode parecer maior, em um primeiro momento. Porém, analisando-se sob um ponto de vista comercial, a médio prazo o uso de moldagens digitais traz lucratividade ao consultório. A exemplo das radiografias digitais diretas intrabucais, a possibilidade de se reduzir o custo operacional com materiais e de se visualizar em tempo real a qualidade do procedimento diminui o índice de repetição de atendimentos e, por consequência, o tempo do paciente na cadeira do dentista. E esse tempo é o maior custo em um consultório. Sem contar o fator do marketing agregado, pois o comentário favorável de um paciente a respeito de uma moldagem digital, ao invés das desconfortáveis moldagens convencionais com alginatos ou outros materiais, traz um benefício imensurável. A possibilidade de armazenar digitalmente as moldagens e com isso minimizar o uso de espaços nas clínicas, que podem ser aproveitados de outra forma, reduzindo custos ou transformando esse espaços de armazenamento em mais áreas de atendimento, é outro benefício agregado.
Referências 1.
Conclusão Ao eliminar do dia a dia dos consultórios os problemas acima descritos, não temos dúvida de que as vantagens significativas da moldagem digital vão tornar essa forma de escaneamento intrabucal um procedimento rotineiro na maioria dos consultórios nos próximos anos. Além disso, as moldagens digitais tendem a reduzir retornos e retratamentos, assim como aumentar a eficiência do tratamento. Os pacientes se beneficiarão do maior conforto e da experiência muito mais positiva de ir ao dentista. Através do uso de moldagens
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2.
3. 4.
5.
Sears AW. Hydrocolloid impression technique for inlays and fixed bridges. Dent Dig. 1937;43:230-4. Birnbaum N, Aaronson HB, Stevens C, Cohen B. 3D digital scanners: A high-tech approach to more accurate dental impressions. Inside Dentistry. 2009:5(4). Available from: http:// www.insidedentistry.net. Birnbaum N. The revolution in dental impressioning. Inside Dentistry. 2010;6(7). Available from: www.insidedentistry.net. Leifert MF, Leifert MM, Efstratiadis SS, Cangialosi TJ. Comparison of space analysis evaluations with digital models and plaster dental casts. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;136(1):16e1-16e4. Rheude B, Sadowsky PL, Ferriera A, Jacobson A. An evaluation of the use of digital study models in orthodontic diagnosis and treatment planning. Angle Orthod. 2005;75:300-4.
Endereço para correspondência Waldemar D. Polido E-mail: cirurgia.implantes@polido.com.br
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2010 Sept-Oct;15(5):18-22
Insight Ortodôntico
Tracionamento ortodôntico: possíveis consequências nos caninos superiores e dentes adjacentes Parte 2: reabsorção cervical externa nos caninos tracionados Alberto Consolaro*
O uso cada vez mais comum de exames imaginológicos — como a tomografia computadorizada e seus vários planos de cortes, e as decorrentes reconstruções em imagens 3D, passíveis de observação em praticamente todos os ângulos — permite que o profissional planeje o tracionamento ortodôntico dos caninos superiores com maior precisão e requinte. Esse avanço na obtenção de imagens em cortes e em 3D permite que o cirurgião possa abordar o canino, seu folículo pericoronário, sua região cervical e os dentes vizinhos a partir de um detalhado planejamento, diminuindo os riscos de consequências indesejadas. Em outras palavras, o avanço tecnológico na obtenção de imagens ampliará as oportunidades do tracionamento ortodôntico ser viabilizado com cada vez mais segurança e precisão clínica.
Os profissionais que oferecem resistências e restringem a indicação do tracionamento ortodôntico, especialmente dos caninos superiores, citam frequentemente, como causas para tal, a: 1) Reabsorção Radicular Lateral nos incisivos laterais e nos pré-molares. 2) Reabsorção Cervical Externa nos caninos tracionados. 3) Anquilose Alveolodentária do canino envolvido. 4) Metamorfose Cálcica da Polpa e Necrose Pulpar Asséptica. Essas consequências possíveis não decorrem primária e especificamente do tracionamento ortodôntico. Elas podem ser evitadas se determinados cuidados técnicos forem adotados, especialmente “os 4 pontos cardeais da prevenção de problemas durante o tracionamento ortodôntico”2. Para compreendermos quais são esses cuidados técnicos e como funcionam preventivamente frente às consequências possíveis do tracionamento ortodôntico, devemos nos embasar biologicamente, e esse é o objetivo dessa série de trabalhos sobre o tracionamento ortodôntico, especialmente de caninos superiores.
A região cervical do canino e o folículo pericoronário O espaço radiolúcido ao redor das coroas dos dentes não irrompidos é preenchido pelo folículo pericoronário, que está firmemente aderido na superfície da coroa pelo epitélio reduzido do órgão do esmalte (Fig. 1, 2). Esse fino e delicado
* Professor Titular em Patologia da FOB-USP e da Pós-Graduação da FORP-USP.
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Tracionamento ortodôntico: possíveis consequências nos caninos superiores e dentes adjacentes (Parte 2)
epitelial se regenera e os conjuntivos fibroso e ósseo reparam-se. Restabelece-se, assim, a relação de normalidade, como o recobrimento epitelial do esmalte e dos dispositivos metálicos, a reconstrução do tecido conjuntivo fibroso e até a neoformação óssea periférica. À medida que o dente movimenta-se em direção oclusal, os tecidos pericoronários não são dilacerados ou “rasgados”. A remodelação tecidual normal atende à demanda funcional e vai se adequando a esse movimento dentário de extrusão.
a ser realizado: o levantamento de retalho gengival pode promover o acesso às áreas de reabsorção e seu preenchimento com material funcional, biológica e esteticamente favorável, com excelente prognóstico. O uso da tomografia e das imagens 3D antes de iniciar o tracionamento ortodôntico pode contribuir no planejamento desse, mas também elimina a possibilidade da preexistência de processos como a própria Reabsorção Cervical Externa, a anquilose alveolodentária e a reabsorção dentária por substituição nos dentes a serem tracionados (Fig. 3, 4). Em casos de anquilose alveolodentária, as imagens radiográficas apenas aparecem quando o osso contata com mais de 20% da superfície radicular. Antes desse índice, se o dente não irrompido, como o canino superior, não migra para sua posição mesmo com espaço suficiente para isso, e nem se tracionado ortodonticamente, o diagnóstico de anquilose alveolodentária pode ser realizado, mesmo que sem imagens radiográficas. Com o uso rotineiro da tomografia e das imagens 3D, pode ser que o diagnóstico de anquilose alveolodentária possa ser feito com um percentual bem menor de comprometimento da superfície radicular.
Referências 1.
Consideração Final Entre as consequências possíveis do tracionamento de caninos superiores não irrompidos, se enquadra a reabsorção cervical externa. No planejamento e execução do tracionamento ortodôntico de caninos superiores não irrompidos, deve-se: a) Considerar a delicada estrutura da junção amelocementária, com seus “gaps” de dentina presentes em todos os dentes, inclusive decíduos. b) Evitar a manipulação instrumental cirúrgica desnecessária da região cervical. c) Não derramar ou escoar produtos químicos, como os ácidos, por exemplo, utilizados na colagem dos dispositivos de tracionamento ortodôntico. No tracionamento ortodôntico dos caninos superiores não irrompidos — em algumas horas e dias após o procedimentos cirúrgicos —, o tecido
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2.
3. 4. 5. 6. 7. 8.
Consolaro A. Caracterização microscópica de folículos pericoronários de dentes não irrompidos e parcialmente irrompidos. Sua relação com a idade. [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1987. Consolaro A. O tracionamento ortodôntico representa um movimento dentário induzido! Os 4 pontos cardeais da prevenção de problemas durante o tracionamento ortodôntico. Rev Clín Ortod Dental Press. 2010 ago-set; 9(4):105-10. Consolaro A. Inflamação e reparo. Maringá: Dental Press; 2009. Esberard R, Esberard RR, Esberard RM, Consolaro A, Pameijer CH. Effect of bleaching on the cemento-enamel junction. Am J Dent. 2007 Aug;20(4):245-9. Francischone LA, Consolaro A. Clareação dentária externa: importância e tipos de proteção da junção amelocementária. Rev Clín Ortod Dental Press. 2005 out-nov;4(5):88-98. Francischone LA, Consolaro A. Morphology of the cementoenamel junction of primary teeth. J Dent Child. 2008 Sep-Dec;75(3):252-9. Otto RL. Early and unusual incisor resorption due to impacted maxillary canines. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Oct;124(4):446-9. Neuvald L, Consolaro A. Cementoenamel junction: microscopic analysis and external cervical resorption. J Endod. 2000 Sep;26(9):503-8.
Endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br
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Entrevista
Uma entrevista com
Lucia Helena Soares Cevidanes • Graduada em Odontologia pela Universidade Federal de Goiás, 1989. • Mestre em Ortodontia pelo Instituto Metodista de Ensino Superior, 1994. • PhD em Biologia Oral, University of North Carolina at Chapel Hill, 2003. • Professora Assistente, Departamento de Ortodontia, University of North Carolina at Chapel Hill. • Diplomada pelo American Board of Orthodontics. • Revisora do American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, Angle Orthodontist, Journal of Dental Research, European Journal of Oral Sciences, World Journal of Orthodontics, Orthodontics and Craniofacial Research, International Journal of Oral Maxillofacial Surgery, e Dentomaxillofacial Radiology. • Recebeu o Thomas M. Graber Award of Special Merit pela American Association of Orthodontists, 2004. • Recebeu, em 2006, o B. F. and Helen Dewel Award pelo melhor artigo clínico publicado em 2005 no American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics. • Recebeu o Teaching Award da American Association of Orthodontics Foundation em 2008 e 2009.
Foi com grande satisfação que recebi o convite para coordenar a entrevista com a professora Lucia Cevidanes, exemplo de humildade, coragem e determinação. Nascida em Caratinga, Minas Gerais, cursou Odontologia na Universidade Federal de Goiás e mestrado em Ortodontia na UMESP, onde lecionou por 4 anos. Após estabelecer clínica privada em Santo André/SP, decidiu buscar seu sonho de realizar um PhD no exterior, seguindo para um dos mais respeitados centros de pesquisa em Ortodontia e Cirurgia Ortognática no mundo. A partir de uma amostra clínica reunida com persistência no Brasil, lançou-se no universo do diagnóstico por imagens, o que resultaria em uma pesquisa premiada. Todo trabalho e brilhantismo a levaram a conseguir a posição de Professora no Departamento de Ortodontia da UNC, onde realiza algumas das pesquisas mais interessantes da literatura ortodôntica atual. Coordenadora de um grupo de pesquisa envolvendo colaboradores americanos, europeus e brasileiros em experimentos utilizando diagnóstico tridimensional, a professora divide seu tempo entre palestras em diferentes países, atividades docentes clínicas e teóricas no mestrado e na graduação em Ortodontia, e a participação em um grupo interdisciplinar para o tratamento das anomalias craniofaciais; e ainda mantém sua prática clínica em pacientes ortodônticos na instituição. Casada com Larry, também professor da UNC na área de Psicologia, tem duas filhas, Teresa e Angelina, com quem gosta de passear pela Franklin Street, nos fins de semana em Chapel Hill, e viajar de férias para visitar amigos em Connecticut ou a família na fazenda em Minas Gerais.
Alexandre Trindade Motta
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Cevidanes LHS
de Saúde nos Estados Unidos, que incorpora diversas funcionalidades de diferentes modalidades de imagem, incluindo CBCT, tomografia espiral, ressonância magnética e ultrassom, assim como diversos procedimentos de análise para construção de modelos 3D, superposição, visualização e quantificação para o diagnóstico e avaliação de resultados de tratamento.
no qual foi discutida a padronização de técnicas de sobreposição de imagens; e essas discussões irão prosseguir em novembro de 2010. Em sua experiência acadêmica ao redor do mundo como pesquisadora e palestrante, quais as principais tendências e perspectivas futuras observadas na aplicação da tecnologia 3D em Ortodontia? Alexandre Motta A aplicação de imagens 3D para diagnóstico, planejamento de tratamento, simulação cirúrgica, avaliação de resultados de tratamento e biomecânica ortodôntica tem despertado grande interesse e levado ao desenvolvimento de pesquisas em todo o mundo.
Com a intensificação do uso dos exames de TC nas metodologias de pesquisas clínicas, podemos verificar a potencial introdução de erros que podem comprometer o resultado, principalmente em estudos “antes e depois”, pela dificuldade de reprodução do corte em exames sucessivos. Que cuidados você recomendaria aos pesquisadores para evitar erros de metodologia? Liliana Maltagliati Concordo que esse é um risco sério que iremos enfrentar, principalmente pela falta de conhecimento e treinamento adequado em análises 3D. Análises que não se baseiam em pontos anatômicos são matematicamente mais complexas e de difícil compreensão para os clínicos. Em novembro de 2009, realizou-se o segundo encontro de um grupo de professores americanos liderados pelos Drs. Mark Hans e Martin Palomo, da Case Western University,
Como ortodontista brasileira, desempenhando um brilhante papel de pesquisadora em um dos centros mais respeitados no país berço da Ortodontia, como você definiria a Ortodontia brasileira na atualidade? Daniela Garib A Ortodontia brasileira vem se desenvolvendo e se mantendo atualizada e dinâmica, devido principalmente a esforços de excelentes pesquisadores. Tenho tido também o prazer e a oportunidade de manter contato e colaborar com professores e alunos de diversas instituições brasileiras no desenvolvimento de importantes pesquisas.
Referências 1.
2.
Atkins D, Eccles M, Flottorp S, Guyatt GH, Henry D, Hill S, et al. Systems for grading the quality of evidence and the strength of recommendations I: Critical appraisal of existing approaches. BMC Health Serv Res. 2004 Dec 22;4(1):38. Ahmad M, Hollender L, Anderson Q, Kartha K, Ohrbach R, Truelove EL, et al. Research diagnostic criteria for temporomandibular disorders (RDC/TMD): development of image analysis criteria and examiner reliability for image analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2009 Jun;107(6):844-60.
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3.
Cevidanes LH, Hajati AK, Paniagua B, Lim PF, Walker DG, Palconet G, et al. Quantification of condylar resorption in temporomandibular joint osteoarthritis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2010 Jul;110(1):110-7. 4. Swennen GR, Mollemans W, De Clercq C, Abeloos J, Lamoral P, Lippens F, et al. A cone-beam computed tomography triple scan procedure to obtain a threedimensional augmented virtual skull model appropriate for orthognathic surgery planning. J Craniofac Surg. 2009 Mar;20(2):297-307.
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Entrevista
Alexandre Trindade Motta
Daniela Gamba Garib
- Professor Adjunto de Ortodontia, Universidade Federal Fluminense (UFF). - Doutor, Mestre e Especialista em Ortodontia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). - Subcoordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da UFF. - Membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Ortodontia (SBO). - Fellow-researcher, University of North Carolina at Chapel Hill (UNC).
- Professora Doutora de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru e do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo. - Editora Adjunta do Dental Press Journal of Orthodontics. - Mestre e Doutora em Ortodontia pela FOB-USP. - Pós-doutorado na Harvard School of Dental Medicine, Boston, EUA.
Liliana Maltagliati Ary dos Santos-Pinto
- Mestre e Doutora em Ortodontia pela FOB-USP. - Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia da ABCD–SP. - Coordenadora do Curso de Tratamento Ortodôntico em Adultos do CETAO - SP.
- Professor Adjunto do Departamento de Clínica Infantil–Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara (UNESP). - Mestre e Doutor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). - Pós-doutorado na Baylor Colege of Dentistry, Dallas/Texas, EUA. - Professor Efetivo dos cursos de pós-graduação em Ciências Odontológicas–Ortodontia nos níveis de Mestrado e Doutorado (UNESP). - Consultor científico do Dental Press Journal of Orthodontics e da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press.
Endereço para correspondência Lucia Cevidanes - 201 Brauer Hall School of Dentistry, UNC Chapel Hill - Orthodontics - CB #7450 Chapel Hill, NC 27599-7450 Email: cevidanl@dentistry.unc.edu
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Artigo Online*
Análise do movimento inicial de molares superiores submetidos a forças extrabucais: estudo 3D Giovana Rembowski Casaccia**, Janaína Cristina Gomes***, Luciana Rougemont Squeff****, Norman Duque Penedo*****, Carlos Nelson Elias******, Jayme Pereira Gouvêa*******, Eduardo Franzotti Sant’Anna********, Mônica Tirre de Souza Araújo********, Antonio Carlos de Oliveira Ruellas********
Resumo Objetivo: analisar pelo método dos elementos finitos o deslocamento dos molares superiores
frente a três diferentes inclinações do arco externo do aparelho extrabucal na tração do tipo cervical. Métodos: maxila, dentes montados em má oclusão de Classe II e aparelho foram modelados através de formulação variacional e seus valores reproduzidos em coordenadas X, Y e Z. Foram realizadas simulações em microcomputador tipo PC, utilizando o programa ANSYS versão 8.1. Cada modelo de arco externo reproduziu linhas de força que passaram (1) acima (AcCR), (2) abaixo (AbCR) e (3) no centro de resistência (CR) do molar permanente superior de um mesmo modelo portador de má oclusão de Classe II. A avaliação restringiu-se ao movimento inicial dos molares frente à força extrabucal de 4 Newtons. Resultados: o movimento distal inicial dos molares, tendo como ponto de referência a mesial do tubo, foi maior na coroa do modelo AbCR (0,47x10-6), e maior na raiz do modelo AcCR (0,32x10-6), provocando inclinações da coroa para distal e mesial, respectivamente. No modelo CR, os pontos na coroa (0,15x10-6) e raiz (0,12x10-6) deslocaram-se para distal equilibradamente, resultando em movimento de translação. Em todos os modelos, numa vista oclusal, houve tendência de rotação distal inicial da coroa, porém no modelo CR esse movimento foi muito pequeno. No sentido vertical (Z), todos os modelos revelaram movimento extrusivo (AbCR= 0,18x10-6; CR= 0,62x10-6; AcCR= 0,72x10-6). Conclusão: a simulação computacional do uso de aparelho extrabucal com tração cervical revelou a ocorrência de movimento extrusivo e distal, podendo ser por inclinação distal de coroa, de raiz ou movimento de translação. Palavras-chave: Aparelhos de tração extrabucal. Análise de elemento finito. Movimentação dentária.
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
** Mestrado em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estudante de Doutorado em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). *** Mestrado em Ortodontia pela UFRJ. Professora adjunta da Universidade Vale do Rio Doce e Estudante de Doutorado em Ortodontia pela UFRJ. **** Mestrado em Ortodontia pela UFRJ. Professora de Ortodontia da Universidade Salgado de Oliveira - Niterói/RJ e Estudante de Doutorado em Ortodontia pela UFRJ. ***** Doutorado em Engenharia Metalúrgica/Bioengenharia pela Universidade Federal Fluminense. ****** Doutorado em Ciências dos Materiais/Implantes pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Professor adjunto do IME/RJ. Professor colaborador do Curso de Ortodontia da UFRJ e Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. ******* Doutorado em Engenharia Mecânica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - atuação em Metalurgia de Transformação, com ênfase em Conformação Mecânica. Professor Titular da Universidade Federal Fluminense (UFF). ******** Doutorado em Ortodontia pela UFRJ. Professor Adjunto da UFRJ.
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2010 Sept-Oct;15(5):37-9
Casaccia GR, Gomes JC, Squeff LR, Penedo ND, Elias CN, Gouvêa JP, Sant’Anna EF, Araújo MTS, Ruellas ACO
2) Qual a importância da metodologia dos elementos finitos em pesquisas em Ortodontia? Os trabalhos sobre mecânica aplicada que utilizam os elementos finitos apresentam sucesso. É possível, com esse método, avaliar componentes biomecânicos como deslocamento, tensão, pressão, esforço e forças induzidas sobre várias estruturas que são utilizadas na Ortodontia. A precisão dos resultados com o método de elementos finitos depende do processamento do modelo de estudo; portanto, deve-se atentar às suas limitações.
Questões aos autores 1) O que motivou os autores a encetar esse estudo? Apesar do aspecto antiestético e da necessidade de cooperação, o aparelho extrabucal é um dispositivo convencional bastante utilizado, além de permitir diferentes aplicações de linhas de força. Sua utilização requer conhecimentos básicos de biomecânica, pois as consequências nas estruturas dentária e esquelética podem ser alteradas dependendo dos vetores de força aplicados. A visualização desses efeitos colaterais foi relatada na literatura utilizando, normalmente, as superposições radiográficas de perfil; no entanto, existem limitações como isolar o movimento do molar sem que o crescimento das bases ósseas interfira na análise. Por essa razão, foi proposto analisar o movimento distal inicial do primeiro molar superior, frente a três diferentes angulações do arco externo do aparelho extrabucal, através de simulações computadorizadas, utilizando o método dos elementos finitos.
3) Os autores sugerem futuros trabalhos utilizando essa mesma metodologia? Sim, trabalhos que comparem os efeitos, principalmente adversos, do movimento dentário com aparelhos extrabucais e intrabucais. Praticamente todas as mecânicas utilizadas para movimento ortodôntico podem ser simuladas, embora as avaliações com elementos finitos permitam apenas interpretar as respostas iniciais do efeito da mecânica aplicada.
Endereço para correspondência Antonio Carlos de Oliveira Ruellas Rua Expedicionários 437 apto 51, Centro CEP: 37.701-041 – Poços de Caldas / MG E-mail: antonioruellas@yahoo.com.br
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Artigo Online*
Imagens em 2D e 3D geradas pela TC Cone-Beam e radiografias convencionais: qual a mais confiável? Carolina Perez Couceiro**, Oswaldo de Vasconcellos Vilella***
Resumo Objetivo: comparar a confiabilidade de identificação dos pontos visualizados sobre radiografias
cefalométricas convencionais e sobre imagens geradas pela Tomografia Computadorizada ConeBeam em 2D e 3D. Métodos: o material constou de imagens obtidas através do tomógrafo computadorizado Cone-Beam, em norma lateral, em 2D e 3D, impressas em papel fotográfico; e radiografias cefalométricas laterais, realizadas na mesma clínica radiológica e no mesmo dia, de dois pacientes pertencentes aos arquivos do Curso de Especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Dez alunos do Curso de Especialização em Ortodontia da UFF identificaram pontos de referência sobre papel de acetato transparente e foram feitas medições das seguintes variáveis cefalométricas: ANB, FMIA, IMPA, FMA, ângulo interincisal, 1–NA (mm) e 1–NB (mm). Em seguida, foram calculadas médias aritméticas, desvios-padrão e coeficientes de variância de cada variável para os dois pacientes. Resultados e Conclusão: os valores das medições realizadas a partir de imagens em 3D apresentaram menor dispersão, sugerindo que essas imagens são mais confiáveis quanto à identificação de alguns pontos cefalométricos. Entretanto, como as imagens em 3D impressas utilizadas no presente estudo não permitiram a visualização de pontos intracranianos, torna-se necessário que softwares específicos sejam elaborados para que esse tipo de exame possa se tornar rotineiro na clínica ortodôntica. Palavras-chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Radiografia. Ortodontia.
Resumo do editor A tomografia computadorizada de feixe cônico apresenta a vantagem de permitir a reconstrução na imagem da telerradiografia em norma lateral, para execução da cefalometria convencional em Ortodontia. O objetivo da presente pesquisa foi comparar a confiabilidade de identificação de diferentes pontos cefalométricos, visualizados sobre radiografias convencionais (Fig. 1) e sobre dois tipos
de imagens geradas pela TC Cone-Beam (reconstrução 2D convencional e máxima intensidade de projeção, reproduzidas nas Figuras 2 e 3), por meio da análise da dispersão dos valores das mensurações realizadas sobre cada imagem estudada. As imagens geradas da TCCB foram impressas em papel fotográfico, e os traçados cefalométricos foram realizados pelo modo manual por 10 examinadores, em dois tempos distintos.
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
** Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). *** Doutor em Ciências (Radiologia), pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Professor da Disciplina de Ortodontia da FO-UFF.
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2010 Sept-Oct;15(5):40-1
Couceiro CP, Vilella OV
Com a finalidade de avaliar a dispersão dos valores das variáveis cefalométricas, aplicou-se o coeficiente de variância. Os valores das medidas realizadas sobre as imagens obtidas a partir da TC Cone-Beam em 3D apresentaram menor dispersão em sete situações, sendo que esse resultado se repetiu, considerando-se os dados dos pacientes 1 e 2, somente para o ângulo FMA. Esse achado parece sugerir que as imagens tridimensionais são mais confiáveis para a identificação de alguns pontos cefalométricos de difícil percepção em imagens 2D, como os pontos pório (Po), orbitário (Or), subespinhal (A), supramental (B) e násio (N).
FIGURA 1 - Radiografia cefalométrica de perfil.
Da mesma forma, parece ter havido maior facilidade para identificar o bordo inferior da mandíbula. Entretanto, as imagens em 3D não parecem ser tão confiáveis para a identificação dos longos eixos dos incisivos superiores e inferiores. É interessante ressaltar, ainda, que as imagens em 3D impressas, conforme utilizadas no presente estudo, não permitiram a visualização de pontos intracranianos, muitas vezes essenciais para a realização de análises cefalométricas. Nenhuma diferença foi ressaltada entre as imagens convencionais e a reconstrução 2D da tomografia computadorizada Cone-Beam.
FIGURA 2 - Imagem obtida através do tomógrafo computadorizado Cone-Beam, em norma lateral, em 2D.
FIGURA 3 - Imagem obtida através do tomógrafo computadorizado Cone-Beam, em norma lateral, em 3D.
Questões aos autores 1) Os examinadores relataram dificuldade na marcação dos pontos na imagem em 3D? Não, os pontos cefalométricos foram facilmente identificados na imagem 3D e as linhas e ângulos foram facilmente traçadas e medidos, respectivamente; sem muitas diferenças em relação ao traçado cefalométrico realizado comumente pelos examinadores com a imagem cefalométrica convencional.
identificação de pontos cefalométricos e na realização do traçado cefalométrico na reconstrução 2D gerada a partir da TCCB. 3) Os autores acham viável a utilização da reconstrução da telerradiografia 2D gerada pela TCCB para a realização da cefalometria? Sim. Não só em 2D, mas também em 3D, desde que as análises cefalométricas sejam adaptadas para as imagens tridimensionais.
2) Os examinadores sentiram muita diferença na identificação das estruturas comparando-se a imagem cefalométrica convencional e a reconstrução 2D gerada na TCCB? Os examinadores relataram maior dificuldade na
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Endereço para correspondência Carolina Perez Couceiro Rua Senador Vergueiro, 50/401 - Flamengo CEP: 22.230-001 - Rio de Janeiro / RJ E-mail: carolcouceiro@globo.com
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2010 Sept-Oct;15(5):40-1
Artigo Online*
Avaliação de doses referenciais obtidas com exames de tomografia computadorizada de feixe cônico adquiridos com diferentes tamanhos de voxel Marianna Guanaes Gomes Torres**, Paulo Sérgio Flores Campos***, Nilson Pena Neto Segundo****, Marlos Ribeiro*****, Marcus Navarro******, Iêda Crusoé-Rebello*******
Resumo Objetivo: o objetivo deste estudo reside na avaliação do produto dose-área (DAP) e das doses de entrada na pele (DEP), empregando protocolos com tamanho de voxel diferente, obtidos com o aparelho de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) i-CAT, a fim de determinar melhores parâmetros baseados nos princípios da radioproteção. Métodos: para medição do DEP foi utilizada uma câmara de ionização do tipo lápis, e para o DAP foi utilizado um aparelho PTW. Quatro protocolos foram testados, a saber: (1) 40 seg., voxel de 0,2mm e 46,72mAs; (2) 40 seg., voxel de 0,25mm e 46,72mAs; (3) 20 seg., voxel de 0,3mm e 23,87mAs; (4) 20 seg., voxel de 0,4mm e 23,87mAs. A quilovoltagem permaneceu constante (120KVp). Resultados: detectou-se diferença estatisticamente significativa (p<0,001) entre os quatro protocolos, para os dois métodos de avaliação da dose de radiação (DAP e DEP). Na avaliação do DAP, os protocolos 2 e 3 promoveram uma diferença estatisticamente significativa, não sendo possível detectar qual dos protocolos na avaliação da DEP proporcionou esse resultado. Conclusão: DAP e DEP apresentam-se como métodos de avaliação para doses de radiação em tomografia computadorizada de feixe cônico, sendo necessários mais estudos para elucidar tal achado. O tamanho do voxel, isoladamente, não é capaz de interferir na dose de radiação em exames de TCFC (i-CAT). A dose de radiação para exames de TCFC (i-CAT) está diretamente relacionada ao tempo de exposição e à miliamperagem. Palavras-chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Radiação. Voxel.
Resumo do editor A dimensão do voxel, a menor unidade de imagem da tomografia computadorizada ConeBeam, relaciona-se com a definição da imagem
tomográfica. A questão levantada pelos autores deste estudo foi se a dimensão do voxel influenciaria na dose de radiação emitida durante o exame de TC. A medição do produto dose-área (DAP) e da
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
** Mestre em Odontologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia. *** Professor Associado da UFBA. **** Doutor em Radiologia Odontológica pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). ***** Aluno de iniciação científica - PET da Faculdade de Odontologia da UFBA. ****** Professor Adjunto do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). ******* Professor Adjunto da UFBA.
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2010 Sept-Oct;15(5):42-3
Torres MGG, Campos PSF, Pena N Neto Segundo, Ribeiro M, Navarro M, Crusoé-Rebello I
Questões aos autores
tabela 1 - Protocolos de aquisição da imagem do aparelho i-CAT. Protocolo
Tempo de varredura (seg.)
Tamanho do voxel (mm)
KVp
mAs
1
40
0,20
120
46,72
2
40
0,25
120
46,72
3
20
0,30
120
23,87
4
20
0,40
120
23,87
1) Qual dos protocolos de aquisição de imagem testados apresentaria o melhor custobenefício? Por quê? Através desse e de outros trabalhos, o protocolo com voxel de 0,3mm oferece boa resolução com dose de radiação reduzida e, por isso, melhor custo-benefício.
tabela 2 - Mediana dos valores de doses de radiação (DEP e DAP) para os quatro protocolos. Protocolos
Dose de Entrada na Pele - DEP (mGy)
Produto Dose Área - DAP (mGy/m 2)
1
3,77
44,92
2
3,78
45,30
3
2,00
24,43
4
2,00
24,98
(p = 0,00083)
(p = 0,000145)
2) A dimensão do campo de visão (FOV, Field of View) do exame de tomografia computadorizada Cone-Beam influenciaria na dose de radiação emitida? Sim. Principalmente no que se refere à grandeza Pka (Produto Kerma Área), aumentando a probabilidade dos efeitos estocásticos. Porém, em nossa pesquisa, não houve influência, visto que usamos o mesmo FOV para todas as incidências e, consequentemente, todas as medidas. Mas, por exemplo, nas TCFC de FOV reduzido ou com capacidade de aquisição apenas por sextantes, diminui-se significativamente a dose recebida e, logo, têm indicações precisas.
dose de entrada na pele (DEP), quando da obtenção das imagens de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico usando o aparelho i-CAT (Imaging Sciences International, Hatfield, PA, EUA), foi realizada segundo os protocolos especificados na Tabela 1. Em todos os protocolos, o campo de visão (colimação) da varredura equivaleu a 6cm. Os exames foram repetidos quatro vezes para cada protocolo. A mediana dos valores de DEP e DAP encontrados para os quatro protocolos avaliados é demonstrada na Tabela 2. Observou-se diferença estatisticamente significativa (p<0,001) entre os quatro protocolos, para os dois métodos de avaliação da dose de radiação. A dimensão do voxel, de maneira isolada, não influenciou a dose de radiação exposta. Quando os fatores de exposição (TE, KVp e mAs) são mantidos, a simples alteração do tamanho do voxel não influencia de maneira significativa a dose de radiação. No entanto, os protocolos atrelam o uso de voxels menores a tempos de exposição e miliamperagem maiores, o que invariavelmente provoca o aumento da dose de exposição.
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3) Existem dificuldades ou limitações na realização de estudos de dosagem de radiação com a tomografia computadorizada Cone-Beam? Sim, os estudos ainda buscam uma grandeza dosimétrica e/ou uma metodologia que possibilite avaliar as exposições em Cone-Beam, visando estimar os efeitos estocásticos e comparar as exposições com outras tecnologias, graças à sua aquisição volumétrica e à evolução de tais equipamentos.
Endereço para correspondência Marianna Guanaes Gomes Torres Rua Araújo Pinho, 62, Canela CEP: 40.110-150 - Salvador / BA E-mail: iedacr@ufba.br
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Artigo Inédito
Medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente humana usando Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico: um estudo preliminar Carlos Estrela*, José Valladares Neto**, Mike Reis Bueno***, Orlando Aguirre Guedes****, Olavo Cesar Lyra Porto*****, Jesus Djalma Pécora******
Resumo Objetivo: determinar as medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente humana, usando tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC). Métodos: este
estudo foi desenvolvido a partir de bancos de dados de clínicas radiológicas privadas, envolvendo 18 pacientes (13 do sexo masculino, 5 do sexo feminino, com idades variando entre 3 e 20 anos). As imagens das TCFC foram obtidas por meio do sistema i-CAT e medidas com uma função específica do programa desse mesmo sistema. Duzentos e trinta e oito dentes foram analisados, em diferentes estágios de desenvolvimento, nos planos coronal e sagital. O método foi baseado na delimitação e mensuração das distâncias entre pontos anatômicos correspondentes ao desenvolvimento das coroas e raízes dentárias. A partir dos valores obtidos, pôde-se desenvolver um modelo quantitativo para se avaliar os estágios inicial e final de desenvolvimento para todos os grupos dentários. Resultados e Conclusões: as medidas obtidas dos diferentes grupos dentários estão de acordo com as estimativas das investigações publicadas previamente. As imagens por TCFC dos diferentes estágios de desenvolvimento podem contribuir no diagnóstico, planejamento e resultado dos tratamentos em diversas especialidades odontológicas. As dimensões das coroas e das raízes dentárias podem ter importantes aplicações clínicas e em pesquisas, constituindo uma técnica não invasiva que contribui com estudos in vivo. Entretanto, mais estudos são recomendados a fim de minimizar possíveis variáveis metodológicas. Palavras-chave: Desenvolvimento dentário. Rizogênese incompleta. Apicogênese. Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Tomografia computadorizada.
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Livre-Docente e Professor Titular de Endodontia, Universidade Federal de Goiás. Professor de Ortodontia, Universidade Federal de Goiás. Professor de Diagnóstico Bucal, Departamento de Diagnóstico Bucal, Universidade de Cuiabá. Pós-Graduando (Doutorado) em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Goiás. Pós-Graduando (Mestrado) em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Goiás. Livre-Docente e Professor Titular de Endodontia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto/SP.
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Estrela C, Valladares Neto J, Bueno MR, Guedes OA, Porto OCL, Pécora JD
INTRODUÇÃO O conhecimento dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente é essencial para um excelente manejo clínico em diversas especialidades odontológicas, uma vez que influencia no diagnóstico, planejamento e resultado do tratamento. Vários estudos16,19,20,21,24,26,27,28,34,35,38-41,44,46,47,49 avaliaram a mineralização e o desenvolvimento de dentes permanentes a partir de diferentes metodologias. Imagens radiográficas, apesar de corresponderem a um aspecto bidimensional de uma estrutura tridimensional, constituem o recurso mais utilizado para se determinar a mineralização e o estágio de desenvolvimento da dentição humana20,34,35,39,49. Um estudo clássico de Nolla35 avaliou, empregando radiografias bucais, os estágios de desenvolvimento dos dentes permanentes humanos. De acordo com o desenvolvimento, os diferentes estágios foram graduados numa escala de 0 a 10. Os avanços tecnológicos oferecem modalidades de imagem que têm contribuído expressivamente com a radiologia odontológica, a partir de ferramentas auxiliares de diagnóstico, como: radiografia digital, métodos densitométricos, tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), ressonância magnética, ultrassonografia e técnicas nucleares8. Essas imagens detalhadas apresentam alta resolução das estruturas bucais e permitem a detecção precoce de alterações nas estruturas maxilofaciais. Desde a introdução da tomografia computadorizada2,17,37, tem sido observado que a sua aplicação clínica permitiu significativa revolução na área da saúde1,4,7,10-15,19,22,25,29,30,31,42,43,45,48. Recentemente, várias áreas de pesquisa e clínica da Odontologia têm se beneficiado com o uso da TCFC3,6,8,18,32,42, que possibilitou a visualização de imagens tridimensionais, além do possível manejo adicional por estratégias de navegação6. Seu potencial para aplicação clínica e a sua acurácia, comparados com os da radiografia periapical,
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contribuem no planejamento do tratamento, diagnóstico, terapêutica e prognóstico de diferentes doenças1,4,6,7,10-15,19,25,26,29,30,31,42,43,45. Outro aspecto importante sobre essa tecnologia envolve a ferramenta de mensuração da TCFC, a qual permite determinar as distâncias lineares e os volumes de estruturas anatômicas4,22,45, planejamento pré-operatório de lesões maxilofaciais7, comprimento da raiz e do nível ósseo marginal durante o tratamento ortodôntico30,43, técnicas de reconstrução1,29, alterações no nível ósseo após terapia regenerativa periodontal15, defeito periodontal19, lesões periapicais11,12 e reabsorções radiculares13. Entretanto, baseado no potencial de obtenção de imagens de alta resolução e da viabilidade de novas modalidades emergentes de imagens tridimensionais, parece ser oportuno conhecer as medidas lineares da dentição permanente durante o desenvolvimento humano, particularmente nos primeiros 20 anos de idade. Assim, o objetivo desse estudo foi determinar as medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente humana usando a TCFC. MATERIAL E MÉTODOS Seleção da imagem Este estudo foi desenvolvido, entre maio de 2007 e maio de 2010, a partir de bancos de dados de clínicas radiológicas odontológicas privadas (CIRO, Goiânia/GO, Brasil; RIO, Brasília/ DF, Brasil; CROIF, Cuiabá/MT, Brasil), envolvendo 18 pacientes (n = 238 dentes), sendo 13 do sexo masculino e 5 do sexo feminino, com idades entre 3 e 20 anos. Os pacientes foram encaminhados para o serviço de radiologia por diferentes razões de diagnóstico. A amostra envolvida não apresentava dentes com história de cárie dentária, tratamento ortodôntico ou distúrbio de desenvolvimento dentário. Esse desenho de estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Local (Universidade Federal de Goiás, Proc. #169/ 2008).
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CONCLUSÕES Dentro das limitações desse estudo preliminar, conclui-se que as imagens de TCFC dos diferentes estágios de desenvolvimento podem contribuir com o diagnóstico, planejamento e resultados dos tratamentos. As dimensões das coroas e raízes dentárias podem ter uma importante aplicabilidade clínica e de pesquisa. Entretanto, novos estudos são recomendados a fim de minimizar as variáveis metodológicas.
comprimento do arco requerido) foram realizadas diretamente sobre os crânios por um paquímetro com precisão digital e sobre as reconstruções digitais. As medições dentárias dos volumes por meio da TCFC podem ser utilizadas para análise quantitativa. Um pequeno erro sistemático foi encontrado, o qual tornou-se estatisticamente significativo apenas quando se combinou várias medições. Um ajuste para esse erro permitiu melhorar a precisão. Vários estudos têm utilizado a ferramenta de mensuração da TCFC para determinar as distâncias entre as estruturas anatômicas maxilofaciais1,4,7,19,25,29,30,31,45. A contribuição das mensurações tomográficas tem maior aplicação e confiança do que o método de imagem convencional5,11,12,13,15,45.
Agradecimentos Este estudo foi financiado, em parte, por incentivos financeiros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq 302875/2008-5 e CNPq 474642/2009 ao C.E.).
Linear measurements of human permanent dental development stages using Cone-Beam Computed Tomography: A preliminary study Abstract Objective: To determine the linear measurements of human permanent dentition development stages using ConeBeam Computed Tomography. Methods: This study was based on databases of private radiology clinics involving 18 patients (13 male and 5 female, with age ranging from 3 to 20 years). Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) images were acquired with i-CAT system and measured with a specific function of the i-CAT software. Two hundred and thirty-eight teeth were analyzed in different development stages in the coronal and sagittal planes. The method was based on delimitation and measurement of the distance between anatomical landmarks corresponding to the development of the dental crowns and roots. These measurements allowed the development of a quantitative model to evaluate the initial and final development stages for all dental groups. Results and Conclusions: The measurements acquired from different dental groups are in agreement with estimates of investigations previously published. CBCT images of different development stages may contribute to diagnosis, planning and outcome of treatment in various dental specialties. The dimensions of dental crowns and roots may have important clinical and research applications, constituting a noninvasive technique which contributes to in vivo studies. However, further studies are recommended to minimize methodological variables. Keywords: Tooth development. Incomplete root formation. Apexogenesis. Cone-Beam Computed Tomography. Computed tomography.
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Enviado em: julho de 2010 Revisado e aceito: agosto de 2010
Endereço para correspondência Carlos Estrela Rua C-245, Quadra 546, Lote 9, Jardim América CEP: 74.290-200 – Goiânia / GO E-mail: estrela3@terra.com.br
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Artigo Inédito
Deslocamentos esqueléticos associados à cirurgia de avanço mandibular: avaliação quantitativa tridimensional Alexandre Trindade Simões da Motta*, Felipe de Assis Ribeiro Carvalho**, Lúcia Helena Soares Cevidanes***, Marco Antonio de Oliveira Almeida****
Resumo Objetivo: avaliar através de imagens tridimensionais os deslocamentos dos ramos, côndilos e mento resultantes da cirurgia de avanço mandibular. Métodos: este estudo prospectivo utilizou tomografias computadorizadas de feixe cônico das fases pré-cirúrgica e pós-cirúrgica de 27 indivíduos apresentando Classe II esquelética com padrão normocefálico ou braquicefálico. Uma técnica de superposição automatizada da base do crânio permitiu a avaliação de alterações esqueléticas em regiões anatômicas de interesse, e os deslocamentos foram visualizados e quantificados a partir da técnica dos mapas coloridos de superfícies. A estatística descritiva consistiu de valores médios, mínimo e máximo, e desvios-padrão. Mudanças maiores do que 2mm foram consideradas clinicamente relevantes e classificadas através de categorização dos valores. As tendências direcionais dos movimentos estruturais foram exibidas em valores positivos ou negativos. Coeficientes de correlação de Pearson foram aplicados com nível de significância de 95%, testando se deslocamentos em determinadas regiões foram associados com outras áreas. Resultados: o mento apresentou deslocamento anteroinferior médio de 6,81±3,2mm, enquanto a porção inferior dos ramos apresentou movimento lateral com a cirurgia (esquerdo = 2,97±2,71mm; direito = 2,34±2,35mm). Outras regiões anatômicas mostraram deslocamento médio menor que 2mm, mas com evidente variabilidade individual. Correlações estatisticamente significativas foram positivas e moderadas. Os côndilos, bordo posterior e porção superior dos ramos apresentaram correlação bilateral, enquanto as porções superior e inferior dos ramos mostraram correlação ipsilateral. Conclusão: o método 3D utilizado permitiu uma precisa visualização e quantificação dos resultados cirúrgicos, destacando-se o movimento anteroinferior do mento e o deslocamento lateral da porção inferior dos ramos mandibulares, mas com considerável variabilidade individual em todas as regiões anatômicas avaliadas. Palavras-chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Imagem tridimensional. Cirurgia assistida por computador. Simulação por computador. Ortodontia. Cirurgia bucal.
* Doutor, Mestre e Especialista em Ortodontia (Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ). Estágio de Doutorando Bolsa CAPES 382705-4 na University of North Carolina at Chapel Hill (UNC). Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Federal Fluminense (UFF-Niterói). ** Mestre em Ortodontia (UERJ). Especialista em Ortodontia (UERJ) e Radiologia Oral (ABORJ). Doutorando em Ortodontia (UERJ) e Visiting Scholar (UNC). *** PhD em Biologia Oral (UNC). Professora do Departamento de Ortodontia (UNC/Chapel Hill). **** Pós-doutorado em Ortodontia (UNC). Professor Titular de Ortodontia (UERJ).
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Deslocamentos esqueléticos associados à cirurgia de avanço mandibular: avaliação quantitativa tridimensional
na University of North Carolina at Chapel Hill (UNC). Os pacientes receberam preparo ortodôntico e cirurgia de avanço mandibular através de BSSO, complementada com mentoplastia em nove deles. Exames de CBCT foram realizados antes e após a cirurgia (imediatamente após a remoção do splint cirúrgico) com o tomógrafo NewTom 3G (Aperio Services LLC, Sarasota, FL, 34236). Dois pacientes tiveram pelo menos um exame realizado com o tomógrafo NewTom 9000 (Aperio Services LLC, Sarasota, FL), que possui um menor campo de visão; nesses, portanto, o mento não foi incluído na imagem. Todos os indivíduos apresentavam discrepâncias esqueléticas suficientemente severas para justificar a cirurgia ortognática, e aqueles com mordida aberta foram excluídos, de forma que todos apresentavam Classe II com padrão de crescimento normal ou horizontal. Fissuras labiopalatais ou problemas resultantes de trauma ou condição degenerativa, como a artrite reumatoide, foram fatores excludentes. Foi obtido um consentimento informado de todos os indivíduos que concordaram em ser submetidos aos exames tomográficos em diferentes fases do tratamento, e os protocolos experimentais foram aprovados pelo comitê de ética da instituição. O protocolo radiológico envolveu uma tomada da cabeça de 36 segundos de duração, com um campo de visão de 230 x 230mm, com o paciente em oclusão cêntrica. As reconstruções tridimensionais foram realizadas a partir de imagens de CBCT com voxels de 0,5 x 0,5 x 0,5mm, utilizando-se o software gratuito ITK-SNAP15 (http:// www.itksnap.org/). Foram obtidos modelos 3D contendo a base do crânio (Fig. 1) e as estruturas anatômicas de interesse clínico a serem avaliadas no estudo: mento; côndilos esquerdo e direito; e porções posterior, superior e inferior dos ramos esquerdo e direito (Fig. 2). Os modelos pré-cirúrgico e pós-cirúrgico foram superpostos tendo como referência a base do crânio, estrutura não alterada pela cirurgia. Foi
INTRODUÇÃO A osteotomia bilateral sagital do ramo mandibular (BSSO) é frequentemente realizada nos casos de avanço cirúrgico da mandíbula. Apesar de sua popularidade, a instabilidade pós-cirúrgica decorrente de deslocamento do côndilo nos três planos do espaço (sagital, vertical e transverso), desviando-se de sua posição inicial na fossa glenoide, continua uma importante área de estudo1. Um deslocamento condilar superior e posterior pode ocorrer com a cirurgia, alteração que tem sido correlacionada à magnitude do avanço mandibular2-5. A associação entre deslocamento condilar e recidiva do tratamento tem sido descrita5,6, e o controle do segmento proximal foi considerado o aspecto mais importante na estabilidade dessa modalidade cirúrgica7. O uso da tomografia computadorizada de feixe cônico (CBCT) na avaliação dos resultados do tratamento orto-cirúrgico tem o potencial de elucidar interações entre os componentes dentário, esquelético e de tecidos moles que contribuem para a resposta à terapia aplicada8. A utilização de ferramentas de superposição tridimensional (3D) permite a identificação e quantificação do deslocamento e remodelação ósseos9,10. Estudos prévios9,11-14 têm utilizado a técnica de superposição de modelos virtuais 3D na avaliação dos resultados e da estabilidade pós-cirúrgicos de pacientes Classe III, mas os casos de Classe II ainda requerem estudos com observações das alterações ocorridas com a cirurgia. O objetivo do presente trabalho foi avaliar, de forma tridimensional, os deslocamentos dos côndilos, ramos (superior, inferior e posterior) e mento após a cirurgia de avanço mandibular, testando correlações entre os mesmos. METODOLOGIA Para este estudo prospectivo observacional, foram selecionados 27 pacientes (9 homens e 18 mulheres; idade média de 30,04±13,08 anos) submetidos a tratamento orto-cirúrgico
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Motta ATS, Carvalho FAR, Cevidanes LHS, Almeida MAO
CONCLUSÃO A superposição de modelos tridimensionais de superfície permitiu a visualização e quantificação dos resultados da cirurgia de avanço mandibular. Em média, a cirurgia de avanço da mandíbula resultou em deslocamentos clinicamente significativos (maiores que 2mm) no sentido anteroinferior no mento e no sentido lateral na porção inferior dos ramos mandibulares. Por outro lado, foi observada considerável variabilidade individual em todas as estruturas avaliadas, com mudanças variando além do limite clinicamente aceitável. Alterações bilaterais foram correlacionadas de forma significativa nos côndilos, bordos posteriores e porções superiores dos ramos, e deslocamentos ipsilaterais mostraram correlação entre as porções superior e inferior dos ramos, com tendência ao movimento lateral.
A soma dos deslocamentos médios da porção inferior dos ramos dos lados esquerdo e direito foi de 5,28mm no presente trabalho, muito próximo ao estudo citado acima1, apesar das diferenças metodológicas de medição. Exceto pelo mento e a porção inferior dos ramos, todas as outras regiões avaliadas mostraram deslocamentos médios inferiores a 2mm, mas com valores máximos variando além do limite clínico aceitável. Deslocamentos relevantes dos segmentos proximal e distal da mandíbula e o deslocamento posterior do côndilo induzido cirurgicamente parecem ser importantes fatores de risco para a reabsorção condilar pós-operatória. Apesar desses deslocamentos serem de difícil previsão durante a cirurgia, essa deve ser uma importante preocupação especialmente para os pacientes que apresentam alto risco ou histórico de reabsorção condilar30.
Skeletal displacements following mandibular advancement surgery: 3D quantitative assessment Abstract Objective: To evaluate changes in the position and remodeling of the mandibular rami, condyles and chin with mandibular advancement surgery through the superimposition of 3D Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) models. Methods: This prospective observational study used pre-surgery and post-surgery CBCT scans of 27 subjects presenting skeletal Class II with normal or horizontal growth pattern. An automatic technique of cranial base superimposition was used to assess positional and/or remodeling changes in anatomic regions of interest. Displacements were visually displayed and quantified by 3D color maps. Descriptive statistics consisted of mean values, standard deviations and minimum/maximum displacements. Changes greater than 2 mm were considered clinically relevant, and a categorization was done. Positive and negative displacements showed each region directional tendency. To test if displacements in anatomic regions were associated with each other, Pearson correlation coefficients were used under a 95% significance level. Results: The chin moved anterior-inferiorly 6.81±3.2 mm on average and the inferior portion of the rami moved laterally (left: 2.97±2.71 mm; right: 2.34±2.35 mm). Other anatomic regions showed <2 mm mean displacements, but with evident individual variability. Significant statistical correlations were positive and moderate. The condyles, posterior border and superior portion of the rami showed a bilateral correlation, and the superior and inferior portion of the rami an ipsilateral correlation. Conclusion: This 3D method allowed clear visualization and quantification of surgery outcomes, with an anterior-inferior chin displacement and a lateral movement on the inferior portion of the rami, but with considerable individual variability in all the evaluated anatomic regions. Keywords: Cone-Beam Computed Tomography. Image processing, Computer-assisted. Surgery, computer-assisted. Computer simulation. Orthodontics. Surgery, oral.
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Deslocamentos esqueléticos associados à cirurgia de avanço mandibular: avaliação quantitativa tridimensional
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Enviado em: janeiro de 2010 Revisado e aceito: julho de 2010
Endereço para correspondência Alexandre Trindade Motta Av. das Américas, 3500 – Bloco 7/sala 220 CEP: 22.640-102 – Barra da Tijuca - Rio de Janeiro / RJ E-mail: alemotta@rjnet.com.br
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Artigo Inédito
Efeitos transversais da expansão rápida da maxila em pacientes com má oclusão de Classe II: avaliação por Tomografia Computadorizada Cone-Beam Carolina Baratieri*, Lincoln Issamu Nojima**, Matheus Alves Jr.***, Margareth Maria Gomes de Souza****, Matilde Gonçalves Nojima*****
Resumo Objetivo: avaliar por meio de Tomografia Computadorizada Cone-Beam (TCCB) os efeitos trans-
versais, imediatos e após o período de contenção, da expansão rápida da maxila (ERM) em pacientes com má oclusão de Classe II. Métodos: dezessete crianças (idade inicial média de 10,36 anos) com má oclusão de Classe II e deficiência transversal esquelética da maxila foram submetidas ao protocolo de ERM com aparelho expansor de Haas. TCCBs foram realizadas antes dos procedimentos clínicos (T1), imediatamente após a estabilização do parafuso expansor (T2) e após completados 6 meses de contenção e removido o aparelho (T3). Com o software Dolphin, foram possíveis a manipulação das imagens e as mensurações. O teste t de Student pareado foi utilizado para identificar significância estatística (p<0,05) entre os intervalos T2 e T1, T3 e T2, e T3 e T1. Resultados: imediatamente após a ERM, ocorreu aumento significativo da largura maxilar basal, alveolar e dentária de 1,95mm, 4,30mm e 6,89mm, respectivamente, e inclinação vestibular dos primeiros molares direito (7,31º) e esquerdo (6,46º). Ao final do período de contenção, o aumento transversal foi mantido e a inclinação dentoalveolar retornou ao valor inicial. Conclusões: a ERM foi efetiva no aumento da dimensão transversa da maxila, tanto esquelético quanto dentário, sem causar inclinação dos molares de ancoragem em pacientes com má oclusão de Classe II. Palavras-chave: Expansão rápida da maxila. Efeitos transversos. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Má oclusão de Classe II.
muitas vezes passa despercebido ao exame clínico, pois a deficiência transversal é camuflada pelo próprio padrão esquelético da Classe II. Assim, os dentes superiores ocluem em região mais anterior da mandíbula, mais estreita, mostrando a maxila com desenvolvimento aparentemente normal no sentido
INTRODUÇÃO As má oclusões de Classe II, divisão 1, estão fortemente associadas a problemas transversais, apresentando largura maxilar significativamente reduzida quando comparada à de indivíduos com oclusão normal2,22,25,26. No entanto, seu diagnóstico
* Graduação em Odontologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela UFSC. Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutoranda em Ortodontia pela UFRJ. ** Mestre e Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professor adjunto do Departamento de Ortodontia da UFRJ. Coordenadora do programa de Pós-graduação em Odontologia da UFRJ. *** Graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Mestre e Doutorando em Ortodontia pela UFRJ. **** Mestre e Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professora adjunta do Departamento de Ortodontia da UFRJ. Coordenadora do programa de Pós-graduação em Ortodontia da UFRJ. ***** Mestre e Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professora adjunta do Departamento de Ortodontia da UFRJ.
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Efeitos transversais da expansão rápida da maxila em pacientes com má oclusão de Classe II: avaliação por Tomografia Computadorizada Cone-Beam
5,5mm e dentário (coroa) de 8,1mm. No entanto, o tempo de contenção foi inferior, sendo que alguma recidiva ainda poderia ser esperada. A forte associação de deficiência transversal esquelética da maxila em pacientes com má oclusão de Classe II, divisão 1, mesmo na ausência de mordida cruzada posterior, revela a importância da correção dessa discrepância evitando compensações dentárias2,22,25,26. Os resultados deste trabalho mostraram que a expansão rápida da maxila com aparelho expansor de Haas em pacientes com má oclusão de Classe II, divisão 1, não alterou significativamente a inclinação dos molares superiores. A inclinação dentoalveolar, mesmo com as alterações durante o período de avaliação, ao final do período de contenção não se mostrou estatisticamente diferente da inicial. Isso demonstra que o aumento na largura dentária provocado pela ERM promoveu movimento de translação efetivo dos dentes de ancoragem. Ballanti et al.3 também
obtiveram o mesmo resultado com o aparelho de Hyrax; enquanto, ao final do estudo de Garib et al.7, os molares encontravam-se com inclinação aumentada significativamente. O tempo de contenção de três meses pode não ter sido suficiente para os molares retornarem à inclinação inicial. Conclusão Os pacientes com má oclusão de Classe II avaliados obtiveram aumento significativo da dimensão transversa, tanto esquelético quanto dentário, sem causar alterações nos molares de ancoragem. O período de seis meses de contenção com aparelho expansor de Haas permitiu manter o ganho transversal esquelético e o retorno da inclinação dentoalveolar inicial. Agradecimentos Os autores agradecem ao apoio financeiro fornecido pela CAPES e FAPERJ.
Transverse effects of rapid maxillary expansion in Class II malocclusion patients: A Cone-Beam Computed Tomography study Abstract Objective: The aim of this study was to evaluate by Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) transversal responses, immediately and after the retention period, to rapid maxillary expansion (RME), in Class II malocclusion patients. Methods: Seventeen children (mean initial age of 10.36 years), with Class II malocclusion and skeletal constricted maxilla, underwent Haas´ protocol for RME. CBCT scans were taken before treatment (T1), at the end of the active expansion phase (T2) and after the retention period of six months (T3). The scans were managed in Dolphin software, where landmarks were marked and measured, on a coronal slice passing through the upper first molar. The paired Student´s t-test was used to identify significant differences (p<0.05) between T2 and T1, T3 and T2, and T3 and T1. Results: Immediately after RME, the mean increase in maxillary basal, alveolar and dental width was 1.95 mm, 4.30 mm and 6.89 mm, respectively. This was accompanied by buccal inclination of the right (7.31°) and left (6.46°) first molars. At the end of the retention period, the entire transverse dimension increased was maintained and the dentoalveolar inclination resumed. Conclusions: The RME therapy was an effective procedure to increase transverse maxillary dimensions, at both skeletal and dentoalveolar levels, without causing inclination on anchorage molars in Class II malocclusion patients with skeletal constricted maxilla. Keywords: Rapid maxillary expansion. Transverse effects. Cone-Beam Computed Tomography. Class II malocclusion.
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Baratieri C, Nojima LI, Alves M Jr., Souza MMG, Nojima MG
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Enviado em: junho de 2010 Revisado e aceito: julho de 2010
Endereço para correspondência Carolina Baratieri Rua Anibal de Mendonça 16, ap. 109 CEP: 22.410-050 – Rio de Janeiro / RJ E-mail: carolinabaratieri@hotmail.com
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Artigo Inédito
Simulação 3D de movimento ortodôntico Norman Duque Penedo*, Carlos Nelson Elias**, Maria Christina Thomé Pacheco***, Jayme Pereira de Gouvêa****
Resumo Objetivo: desenvolver e validar, através do Método dos Elementos Finitos (MEF), um mo-
delo numérico tridimensional (3D) de um incisivo central superior para simular o movimento dentário. Métodos: esse modelo contempla a unidade dentária, o osso alveolar e o ligamento periodontal. Permite a simulação dos diferentes movimentos dentários e a determinação dos centros de rotação e de resistência. Limita o movimento ao espaço periodontal, registrando a direção, quantificando o deslocamento dentário e as tensões iniciais no ligamento periodontal. Resultados: a análise dos deslocamentos dentários e das áreas que recebem tensões iniciais possibilita determinar os tipos de movimentos dentários. Com base nas forças ortodônticas, é possível quantificar a intensidade das tensões em cada região do dente, do ligamento periodontal ou do osso alveolar. Com base nas tensões axiais ao longo do ligamento periodontal e da tensão capilar, é possível predizer, teoricamente, as regiões em que deve ocorrer a remodelação óssea. Conclusão: o modelo foi validado pela determinação do módulo de elasticidade do ligamento periodontal de forma compatível com dados experimentais existentes na literatura. Os métodos utilizados na construção do modelo permitiram a criação de um modelo completo para uma arcada dentária, o qual possibilita realizar variadas simulações que envolvem a mecânica ortodôntica. Palavras-chave: Elementos finitos. Ligamento periodontal. Movimento dentário. Forças ortodônticas. Tensões axiais.
INTRODUÇÃO A aplicação do método dos elementos finitos (MEF) na Ortodontia possibilita investigar os aspectos biomecânicos envolvidos em um tratamento ortodôntico14 e estimula o crescente interesse no conhecimento da movimentação dentária. O desenvolvimento de um modelo numérico permite quantificar e avaliar os efeitos das cargas ortodônticas que são aplicadas para obter o movimento dentário inicial. Uma das principais características
do método dos elementos finitos é seu potencial de analisar estruturas complexas. Isso é possível quando o modelo numérico desenvolvido apresenta comportamento equivalente ao da estrutura que se quer analisar. No caso do movimento dentário, o modelo numérico deve responder de forma equivalente ao comportamento clínico do dente em movimentação, com relação às áreas de tensões e deslocamentos produzidos. Além disso, o MEF pode ser utilizado para determinar, através
* Doutor em Engenharia Metalúrgica pela UFF (Universidade Federal Fluminense), campus Volta Redonda/RJ. ** Doutor em Ciência dos Materiais pelo IME (Instituto Militar de Engenharia). Professor de Biomateriais do IME, Rio de Janeiro. *** Doutora em Ortodontia pela UFRJ. Professora de Ortodontia da Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória. **** Doutor em Engenharia Mecânica pela PUC-RJ. Professor de Bioengenharia da UFF, campus Volta Redonda/RJ.
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Penedo ND, Elias CN, Pacheco MCT, Gouvêa JP
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Figura 15 - Movimento de translação com aplicação de força no Cres: A) vetores resultantes; B) deslocamento resultante.
computacionais, através do MEF. 4) A definição de um critério que utiliza a comparação da tensão axial com a pressão capilar (0,0026N/mm2) permitiu predizer as áreas que poderão desencadear o início do processo de remodelação óssea. 5) O modelo computacional possibilita a visualização e quantificação do movimento da raiz e da coroa dentária, além da localização do centro de rotação e do centro de resistência do dente, que é de primordial importância na determinação do tipo de movimento dentário. 6) Esse modelo possibilita a modificação dos parâmetros de carregamento (forças e momentos) e as condições de contorno, permitindo a construção de uma arcada dentária completa para avaliar diferentes possibilidades da mecânica ortodôntica.
modelo serviram como base para a criação de um modelo completo de uma arcada dentária, o que permite a realização de estudos envolvendo vários dispositivos ortodônticos. CONCLUSÕES 1) Para possibilitar a quantificação dos parâmetros envolvidos nos estudos da mecânica ortodôntica, foi validado um modelo numérico tridimensional de um incisivo central superior. 2) O valor de E=0,059MPa (0,059N/mm2), atribuído ao módulo de elasticidade das fibras do ligamento periodontal, permitiu a validação do modelo numérico. 3) As tensões axiais obtidas no modelo apresentam valores coerentes e auxiliam na definição de um valor apropriado para ser utilizado em simulações
3D simulation of orthodontic tooth movement Abstract Objective: To develop and validate a three-dimensional (3D) numerical model of a maxillary central incisor to simulate tooth movement using the Finite Element Method (FEM). Methods: This model encompasses the tooth, alveolar bone and periodontal ligament. It allows the simulation of different tooth movements and the establishment of centers of rotation and resistance. It limits the movement into the periodontal space, recording the direction, quantifying tooth displacement and initial stress in the periodontal ligament. Results: By assessing tooth displacements and the areas that receive initial stress it is possible to determine the different types of tooth movement. Orthodontic forces make it possible to quantify stress magnitude in each tooth area, in the periodontal ligament and in the alveolar bone. Based on the axial stress along the periodontal ligament and the stress in the capillary blood vessel (capillary blood stress) it is theoretically possible to predict the areas where bone remodeling is likely to occur. Conclusions: The model was validated by determining the modulus of elasticity of the periodontal ligament in a manner consistent with experimental data in the literature. The methods used in building the model enabled the creation of a complete model for a dental arch, which allows a number of simulations involving orthodontic mechanics. Keywords: Finite elements. Periodontal ligament. Tooth movement. Orthodontic forces. Axial stress.
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Simulação 3D de movimento ortodôntico
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Enviado em: agosto de 2008 Revisado e aceito: outubro de 2008
Endereço para correspondência Maria Christina Thomé Pacheco Praça Philogomiro Lannes, 200 / 307 CEP: 29.060-740 – Vitória / ES E-mail: christp@terra.com.br
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Artigo Inédito
Angulação dos caninos em indivíduos portadores de má oclusão de Classe I e de Classe III: análise comparativa através de um novo método utilizando imagens digitalizadas* Lucyana Ramos Azevedo**, Tatiane Barbosa Torres**, David Normando***
Resumo Objetivo: determinar as angulações mesiodistais das coroas dos caninos em indivíduos portadores de má oclusão de Classe III, comparando-os a indivíduos Classe I. Métodos: foram
empregadas medidas tomadas em fotografias digitalizadas de modelos de gesso e transportadas para um programa gráfico para leitura das medidas (Image Tool). Tais procedimentos foram repetidos para avaliação do erro do método casual (fórmula de Dahlberg) e para a análise da reprodutibilidade através da Correlação intraclasse. A amostra constituiu-se de 57 pacientes com dentição permanente completa e não tratados ortodonticamente, dividida em dois grupos, de acordo com a má oclusão apresentada: o grupo I foi constituído por 33 pacientes portadores de má oclusão de Classe I, sendo 16 do sexo masculino e 17 do feminino, com média de idades de 27 anos; o grupo II era representado por 24 pacientes portadores de má oclusão de Classe III, 20 do sexo masculino e 4 do feminino, com média de idades de 22 anos. Resultados: o erro casual mostrou-se com uma variação de 1,54 a 1,96 graus para a angulação dos caninos. A análise estatística revelou que o método apresenta uma excelente reprodutibilidade (p<0,01). Os resultados obtidos na angulação da coroa dos caninos não mostraram diferença estatisticamente significativa entre os caninos superiores nos grupos Classe I e Classe III, embora esse dente mostrasse, em média, uma angulação 2 graus maior nos indivíduos Classe III. Entretanto, para os caninos inferiores, foi observada uma diferença estatisticamente significativa em ambos os lados (p=0,0009 e p=0,0074) entre os grupos Classe I e Classe III. Os pacientes Classe III apresentaram uma menor angulação nos caninos inferiores em comparação aos pacientes Classe I, tendendo a acompanhar a compensação natural dos incisivos, descrita rotineiramente na literatura. Conclusão: os resultados permitem concluir que as compensações dentárias, frequentemente observadas na literatura para a região de incisivos, se estendem também à angulação dos caninos, principalmente no que se refere à arcada inferior. Palavras-chave: Angulação mesiodistal. Canino. Má oclusão de Classe III. Má oclusão de Classe I.
* Trabalho vencedor da categoria painel científico, durante o 4º Encontro Abzil de Ortodontia Individualizada Capelozza.
** Especialista em Ortodontia pela Associação Brasileira de Odontologia-Pará (ABO-PA). *** Professor da disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO-PA. Doutorando em Ortodontia pela UERJ.
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Azevedo LR, Torres TB, Normando D
Canine angulation in Class I and Class III individuals: A comparative analysis with a new method using digital images Abstract Objectives: This study aimed to determine the mesiodistal angulation of canine crowns in individuals with Class III malocclusion in comparison with Class I individuals. Methods: Measurements were taken from digital photographs of plaster models and imported into an imaging program (Image Tool). These procedures were repeated to assess random method error (Dahlberg’s formula), and analyze reproducibility by intraclass correlation. The sample consisted of 57 patients with complete permanent dentition, untreated orthodontically and divided into two groups according to their malocclusion: Group I consisted of 33 patients with Class I malocclusion, 16 males and 17 females, mean age 27 years; Group II comprised 24 patients with Class III malocclusion, 20 males and 4 females, mean age 22 years. Results: Random error for canine angulation ranged from 1.54 to 1.96 degrees. Statistical analysis showed that the method presented an excellent reproducibility (p<0.01). Results for canine crown angulation showed no statistically significant difference between maxillary canines in the Class I and Class III groups, although canine angulation exhibited, on average, 2 degrees greater angulation in Class III individuals. Mandibular canines, however, displayed a statistically significant difference on both sides between Class I and Class III groups (p = 0.0009 and p = 0.0074). Compared with Class I patients, angulation in Class III patients was lower in mandibular canines and tended to follow the natural course of dentoalveolar compensation, routinely described in the literature. Conclusion: The results suggest that dental compensation often found in literature involving the incisors region, also affects canine angulation, especially in the lower arch. Keywords: Mesiodistal angulation. Canine. Class III malocclusion. Class I malocclusion.
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Enviado em: novembro de 2007 Revisado e aceito: agosto de 2008
Endereço para correspondência David Normando Rua Boaventura da Silva, 567, ap. 1201 CEP: 66.055-090 – Belém / PA E-mail: davidnor@amazon.com.br
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Artigo Inédito
Avaliação da inclinação dentária no tratamento compensatório do padrão II com tomografia computadorizada Liana Fattori*, Liliana Ávila Maltagliati Brangeli**, Leopoldino Capelozza Filho***
Resumo Objetivo: avaliar as alterações nas inclinações dos dentes anteriores causadas pelo tratamen-
to ortodôntico, utilizando-se aparelho Straight-Wire, prescrição II Capelozza, antes e após a fase de nivelamento com fios ortodônticos de aço de secção retangular. Métodos: foram selecionados 17 indivíduos adultos de padrão facial II, má oclusão Classe II, indicados para tratamento ortodôntico compensatório. As inclinações dos dentes anteriores foram avaliadas em três tempos clínicos, após o uso dos fios ortodônticos de diâmetros 0,020” (T1); 0,019” x 0,025” (T2) e 0,021” x 0,025” (T3), através de exames de tomografia computadorizada. Empregou-se a análise de variância de Friedman, com nível de significância de 5%, na comparação entre os tempos. Resultados: observou-se que o fios retangulares empregados não foram capazes de produzir uma mudança significativa na mediana da inclinação dentária, exceto por uma discreta alteração nos incisivos laterais inferiores (p<0,05). Por outro lado, constatou-se que a variação das inclinações observadas era menor no fio retangular 0,021” x 0,025”, principalmente para os incisivos superiores (p<0,001). Conclusão: fios retangulares 0,021” x 0,025” produzem uma maior homogeneidade no grau de variação na inclinação dos incisivos superiores, embora sem mudança significativa na sua mediana. Palavras-chave: Tomografia computadorizada. Tratamento ortodôntico. Inclinação dentária.
INTRODUÇÃO A técnica Straight-Wire tem por objetivo o posicionamento ideal do dente ao final do tratamento, com diminuição da necessidade de dobras nos fios ortodônticos. Desde a sua introdução, vários autores sugeriram alterações nos valores iniciais da prescrição5. Dessas alterações surgiram prescrições únicas, na busca de uma que se adequasse a todos ou à grande maioria dos casos.
Nos anos imediatos, antes que essa técnica se tornasse a mais utilizada mundialmente, vários autores emitiram opiniões considerando que a maioria dos ortodontistas aceitava essa técnica por não utilizarem arcos de grande calibre para a finalização de seus casos12,13. Entretanto, já era discutida a necessidade de, mesmo utilizando-se fios de calibre próximos ao tamanho da canaleta do braquete, fazer ajustes para compensar a folga
* Mestre em Ortodontia pela UMESP. ** Mestre e Doutora em Ortodontia pela FOB-USP. Coordenadora de Especialização em Ortodontia da ABCD - SP. Professora Convidada do curso de Mestrado da USC - Bauru. *** Professor Doutor da FOB-USP. Membro do setor de Ortodontia do HRAC-USP. Coordenador dos cursos de Especialização e Mestrado em Ortodontia da USC - Bauru.
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Avaliação da inclinação dentária no tratamento compensatório do padrão II com tomografia computadorizada
se apresentem vestibularizados, respeitando-se a estética dentária e facial, mas sem valores muito altos, sem que, contudo, se faça a leitura nominal da prescrição utilizada. Pode-se, ainda, defender o uso da prescrição pelo valor empregado na angulação do canino inferior, que se apresenta aumentado. Essa angulação favorece a vestibularização dos incisivos inferiores. Cabe enfatizar, mais uma vez, que, na ausência de caninos inferiores vestibularizados, posição esperada na compensação do Padrão II, a prescrição auxiliaria no posicionamento ideal; por outro lado, na presença de valor angular aumentado, a prescrição o manteria.
de maior calibre, 0,021” x 0,025”, em canaleta 0,022”. Assim como seria razoável supor que esse fio deveria ser mantido por mais tempo, permitindo uma leitura mais efetiva11. Quanto ao tratamento ortodôntico da amostra, devemos ressaltar que houve redução, quando não a completa correção, do trespasse horizontal desses indivíduos, mesmo sem a utilização de quaisquer recursos mecânicos adicionais, o que provavelmente ocorreu de maneira compensatória, por meio de alterações nas suas inclinações. A utilização de uma prescrição individualizada auxilia, criando ou mantendo as inclinações e angulações necessárias para que se obtenham os movimentos planejados, que culminem com a compensação ortodôntica das más oclusões do padrão II, de modo a favorecer esses movimentos, e não se contrapor a eles. Durante o planejamento de um caso ortodôntico, programa-se o posicionamento dos dentes nas inclinações ou direções desejadas, a fim de se obter uma relação interincisivos aceitável estética e funcionalmente. Para os indivíduos selecionados nessa pesquisa científica, espera-se que os incisivos inferiores permaneçam ou se tornem vestibularizados, ou seja, com valores de inclinação bastante positivos; e, para os superiores, que esses também
CONCLUSÃO Conforme a metodologia empregada e após os resultados obtidos, parece lícito afirmar que: » As inclinações medianas encontradas nos tempos T1, T2 e T3 se apresentaram semelhantes, com significância estatística apenas para os incisivos laterais inferiores. » O emprego do fio 0,021” x 0,025” reduz a variação das inclinações, principalmente na região dos incisivos superiores, ocasionando um aumento do número de dentes com valores próximos à prescrição embutida no braquete.
Assessment of tooth inclination in the compensatory treatment of pattern II using computed tomography Abstract Objective: To evaluate changes in the inclination of anterior teeth caused by orthodontic treatment using a Straight-Wire appliance (Capelozza’s prescription II), before and after the leveling phase with rectangular stainless steel archwires. Methods: Seventeen adult subjects were selected who presented with facial pattern II, Class II malocclusion, referred for compensatory orthodontic treatment. Inclinations of anterior teeth were clinically assessed using CT scans at three different times, i.e., after the use of 0.020-in (T1), 0.019 X 0.025-in (T2) and 0.021 X 0.025-in (T3) archwires. Friedman’s analysis of variance was applied with 5% significance level to compare the three assessments (T1, T2 and T3). Results: It was noted that the rectangular wires were unable to produce any significant changes in inclination medians, except for a slight change in mandibular lateral incisors (p<0.05). On the other hand, variations in inclination were smaller when 0.021 X 0.025-in archwires were employed, particularly in maxillary incisors (P<0.001). Conclusion: The use of rectangular 0.021 X 0.025-in archwires produces more homogeneous variations in the inclination of maxillary incisors, but no significant median changes. Keywords: Computed Tomography. Orthodontic treatment. Tooth inclination.
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Fattori L, Brangeli LAM, Capelozza L Filho
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Enviado em: setembro de 2007 Revisado e aceito: fevereiro de 2010
Endereço para correspondência Liana Fattori Rua Primeiro de Maio, 188 cj.111 – Centro CEP: 09.015-030 – Santo André/SP E-mail: dralianafattori@uol.com.br; lianafattori@gmail.com
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Artigo Inédito
Avaliação tomográfica no tratamento com Herbst em adulto jovem Savana Maia*, Dirceu Barnabé Raveli**, Ary dos Santos-Pinto**, Taísa Boamorte Raveli***, Sandra Palno Gomez***
Resumo Introdução: o aparelho de Herbst destaca-se por manter a mandíbula avançada de modo contínuo. Objetivo: analisar, durante 8 meses, o tratamento de um indivíduo com aparelho Herbst por meio
de imagens da tomografia Cone-Beam, após o surto de crescimento pubertário (16 anos e 3 meses), portador de má oclusão de Classe II, divisão 1, associada a retrognatismo mandibular. Resultados: os resultados mostraram imagens tomográficas das ATMs que sugerem remodelação do côndilo, fossa glenoide e aumento da via aérea após o tratamento com esse aparelho. Conclusão: o aparelho de Herbst é uma boa opção no tratamento da má oclusão de Classe II em indivíduos adultos jovens, pois proporciona ao paciente a correção da má oclusão e melhora da estética do perfil. Palavras-chave: Articulação temporomandibular. Tomografia. Aparelhos ortopédicos.
INTRODUÇÃO Apesar da extensa diversidade de tratamentos da má oclusão de Classe II, dúvidas ainda permanecem com relação ao mecanismo de ação dos aparelhos ortopédicos. A efetividade do tratamento da má oclusão de Classe II com o aparelho de Herbst vem sendo estudada por décadas. No entanto, apesar da evidente eficácia dessa conduta terapêutica, a possibilidade de manipular o potencial de crescimento mandibular além da quantidade determinada geneticamente ainda alimenta o debate entre os defensores e opositores da ortopedia dentofacial1. Uma parte dos pesquisadores, apoiados na teoria da Matriz Funcional, acredita que os fatores ambientais locais sejam os principais responsáveis pelo tamanho final do esqueleto craniofacial e, por conseguinte, passível de certa regulação pela alteração
de seu padrão funcional1. A outra corrente advoga que o controle preponderante é genético e que as alterações observadas restringem-se ao componente dentoalveolar, não afetando o crescimento das bases ósseas. Há sugestão de que a utilização de aparelhos funcionais para estímulo do crescimento mandibular teria um impacto apenas temporário sobre o padrão dentofacial, prevalecendo no longo prazo a imposição do padrão morfogenético1,2. A questão primordial dessa controvérsia ainda permanece: os aparelhos ortopédicos funcionais provocam alguma alteração significativa no crescimento mandibular? Embora a utilização desses aparelhos ultrapasse cem anos, ainda hoje pouco se sabe sobre como eles funcionam, quais sistemas tissulares são influenciados, qual a magnitude e a estabilidade desses efeitos1,2,3.
* Mestre e Doutoranda em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. ** Professor Adjunto da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. *** Mestranda em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP.
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Avaliação tomográfica no tratamento com Herbst em adulto jovem
lação nessa região após o tratamento com aparelhos ortopédicos. O tratamento com aparelho de Herbst produz resultados satisfatórios e proporciona ao paciente a correção da má oclusão e melhora da estética do perfil. A avaliação tomográfica sugere remodelação da região da ATM e côndilo, e aumento da via aérea após o tratamento com esse aparelho.
CONCLUSÃO Os exames de TC proporcionam um melhor diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico, pois permitem a visualização do problema em três dimensões no espaço. Além disso, a CBCT permite a análise de estruturas como côndilo e fossa glenoide, possibilitando, assim, avaliar a remode-
Computed Tomographic evaluation of a young adult treated with the Herbst appliance Abstract Introduction: The key feature of the Herbst appliance lies in keeping the mandible continuously advanced. Objective: To monitor and study the treatment of a patient wearing a Herbst appliance by means of Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) images for 8 months after pubertal growth spurt. The subject was aged 16 years and 3 months and presented with a Class II, Division 1 malocclusion associated with mandibular retrognathia. Results: The CBCT images of the temporomandibular joints suggest that the treatment resulted in the remodeling of the condyle and glenoid fossa and widening of the airway. Conclusions: The Herbst appliance constitutes a good option for treating Class II malocclusion in young adults as it provides patients with malocclusion correction and improves their aesthetic profile. Keywords: Temporomandibular joint. Computed Tomography. Orthopedic appliances.
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Enviado em: junho de 2010 Revisado e aceito: agosto de 2010
Endereço para correspondência Savana Maia Av. Djalma Batista, 1661, sala 702 – Chapada CEP: 69.050-010 – Manaus/AM E-mail: savana@savanamaia.com
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Artigo Inédito
Avaliação do crescimento condilar através de cintilografia óssea em pacientes com mordida cruzada posterior funcional Pepita Sampaio Cardoso Sekito*, Myrela Cardoso Costa**, Edson Boasquevisque***, Jonas Capelli Junior****
Resumo Objetivos: avaliar a atividade de crescimento condilar em 10 pacientes com mordida cruzada posterior funcional antes e após a correção, usando a cintilografia óssea mandibular. Métodos: os
pacientes receberam injeção endovenosa de contraste radioativo (Technesium-99m, difosfato de metileno de sódio). Após duas horas, imagens cintilográficas planares foram realizadas por meio de uma câmera Gama. Imagens laterais da boca fechada, mostrando os côndilos direito e esquerdo, foram usadas. Uma imagem da quarta vértebra lombar também foi usada como referência. Resultados: diferenças estatisticamente significativas não foram encontradas nos valores da taxa de absorção, em ambos os lados, quando os períodos de pré-tratamento e pós-tratamento foram analisados separadamente e também quando os períodos de pré-tratamento e pós-tratamento foram analisados no mesmo lado. Não foram encontradas diferenças na atividade de crescimento condilar em pacientes com mordida cruzada posterior funcional. Palavras-chave: Mordida cruzada posterior funcional. Crescimento condilar. Cintilografia óssea.
INTRODUÇÃO Na Odontologia, particularmente na Ortodontia, sempre foi de fundamental importância a compreensão dos eventos relacionados com o crescimento e desenvolvimento craniofacial, principalmente no que diz respeito à predição de seu potencial futuro. À medida que o conhecimento desses eventos melhora, é possível aprimorar o planejamento do tratamento, uma vez que a maioria das tentativas de evitar, interceptar ou corrigir as más oclusões ocorre durante a fase de crescimento ativo1-5.
A avaliação dinâmica do crescimento facial através de métodos convencionais é bastante limitada, pois se baseia no crescimento decorrido no passado (cefalogramas seriados) ou na avaliação da maturação geral do esqueleto (radiografia de mão e punho ou maturação das vértebras cervicais). Portanto, um método dinâmico especificamente para avaliar o crescimento craniofacial, como a cintilografia óssea, é de grande utilidade no diagnóstico e planejamento, principalmente em casos de deformidades craniofaciais ou de alterações mandibulares6,7,8.
* Professora Auxiliar de Ortodontia na FO-UNESA. ** Doutoranda em Ortodontia na FO-UERJ. *** Professor assistente na Escola de Ciências Médicas da UERJ. **** Professor Associado de Ortodontia na FO-UERJ.
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Sekito PSC, Costa MC, Boasquevisque E, Capelli J Junior
obtida, um crescimento condilar menor e mais equilibrado pode ser alcançado11,12,13. A variação nos valores de absorção no período pós-tratamento pode sugerir que os pacientes respondem de forma diferente ao tratamento, embora mantenham a mesma tendência. Reações diferentes para a correção da mordida cruzada também foram citadas, de acordo com suas características (o número de pacientes, as características individuais, o período de reavaliação) e a natureza do tratamento (o design do aparelho, o período de tratamento)16,17. Esse estudo introduz um importante mecanismo de avaliação da influência do tratamento ortodôntico sobre o crescimento durante a correção da mordida cruzada. Futuras pesquisas poderão esclarecer as questões levantadas, à medida que se tornam mais específicas em suas estratégias de análise. Dessa forma, recursos como a cintilografia óssea podem ser utilizados para otimizar a rotina de diagnóstico na clínica ortodôntica.
Os valores similares de captação condilar no pós-tratamento sugerem, em concordância com estudos anteriores, que a posição concêntrica dos côndilos pode representar um crescimento e desenvolvimento mais equilibrados dos côndilos quando a mordida cruzada posterior funcional é corrigida11-14. A análise de dispersão da captação condilar sugere que no período pré-tratamento (Fig. 2) os valores de RC apresentaram maior diferença entre o lado cruzado e o não cruzado do que no pós-tratamento (Fig. 3), onde a menor dispersão sugere valores de RC mais próximos entre os dois lados condilares11-14. Embora não tenha havido diferença estatisticamente significativa no presente estudo, uma tendência de diminuição na captação condilar foi observada, em ambos os lados, após a correção da mordida cruzada. Alguns estudos sugerem que a posição condilar torna-se mais concêntrica após a correção da mordida cruzada11,12,13. Segundo esses autores, o lado do côndilo alterado pode ter mais estímulo de crescimento devido ao deslocamento condilar causado pela má oclusão. Uma vez que esse estímulo é eliminado através do tratamento, e uma maior concentricidade da posição dos côndilos é
Conclusão Não foi observada diferença estatisticamente significativa na atividade de crescimento condilar em indivíduos com mordida cruzada posterior funcional, quando os lados cruzado e não cruzado foram comparados antes e após o tratamento.
Assessment of condylar growth by skeletal scintigraphy in patients with posterior functional crossbite Abstract Objectives: This study evaluates the condylar growth activity in 10 patients with functional posterior crossbite before and after correction, using the mandibular bone skeletal scintigraphy. Methods: Patients received endovenous injection of radioactive contrast (Technesium-99m labeling, sodium methylene diphosphate). After two hours, planar scintigraphic images were taken by means of a Gamma camera. Lateral images of the closed mouth, showing the right and left condyles, were used. An image of the 4th lumbar vertebra was also used as reference. Results: Statistically significant differences were not found in the uptake rate values, on both sides when pre-treatment and post-treatment periods were analyzed separately and also when pre-treatment and post-treatment periods were analyzed in the same side. No differences were found in the condylar growth activity, in patients with functional posterior crossbite. Keywords: Functional posterior crossbite. Condilar growth. Skeletal scintigraphy.
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Avaliação do crescimento condilar através de cintilografia óssea em pacientes com mordida cruzada posterior funcional
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Enviado em: junho de 2010 Revisado e aceito: agosto de 2010
Endereço para correspondência Myrela Cardoso Costa Av. Professor Magalhães Neto, 1450 sala 309 CEP: 41.810-012 – Salvador/BA E-mail: myrelacardoso@yahoo.com.br
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Artigo Inédito
Reprodutibilidade das mensurações da espessura das tábuas ósseas na tomografia computadorizada Cone-Beam utilizando diferentes protocolos de aquisição de imagem Carolina Carmo de Menezes*, Guilherme Janson**, Camila da Silveira Massaro***, Lucas Cambiaghi***, Daniela G. Garib****
Resumo Introdução: quanto menor a dimensão do voxel, maior a nitidez da imagem de tomografia computadorizada Cone-Beam (TCCB), porém, maior a dose de radiação emitida. Objetivos: avaliar
e comparar a reprodutibilidade da mensuração da espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual em imagens de TCCB, utilizando diferentes protocolos de aquisição de imagem com variação da dimensão do voxel. Métodos: exames de TCCB foram tomados de 12 mandíbulas humanas secas, com dimensão do voxel de 0,2; 0,3 e 0,4mm, no aparelho i-CAT Cone-Beam 3-D Dental Imaging System. No software i-CAT Viewer, foi mensurada a espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual, em um corte axial passando 12mm acima do forame mentoniano do lado direito. A reprodutibilidade intraexaminador foi avaliada por meio da aplicação do teste t pareado. Para a comparação interexaminadores, foi utilizado o teste t independente. Os resultados foram considerados com o nível de significância de 5%. Resultados: observou-se uma excelente reprodutibilidade interexaminadores para os três protocolos avaliados. A reprodutibilidade intraexaminadores foi muito boa, com exceção de algumas regiões dos dentes anteriores, que mostraram diferenças estatisticamente significativas, independentemente da dimensão do voxel. Conclusão: a mensuração da espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual em imagens de TCCB mostrou boa precisão para exames obtidos com voxel de 0,2; 0,3 ou 0,4mm. A reprodutibilidade das mensurações na região anterior da mandíbula foi mais crítica do que na região posterior. Palavras-chave: Tomografia computadorizada de feixe cônico. Osso alveolar. Precisão.
INTRODUÇÃO Na Ortodontia, a realização de um correto e preciso diagnóstico, bem como um plano de tratamento, constitui ponto fundamental para o sucesso do tratamento ortodôntico. Com o advento da Tomografia
Computadorizada Cone-Beam (TCCB), os ortodontistas são capazes de obter, em apenas um exame, todas as imagens bidimensionais (2D) que compõem a documentação ortodôntica, com a mesma precisão das radiografias convencionais, somado à
* Mestranda do programa de Ciências Odontológicas Aplicadas, área de concentração Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP. ** Professor Titular de Ortodontia e Chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP. *** Alunos de graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP. **** Professora Doutora de Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru e Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP.
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Menezes CC, Janson G, Massaro CS, Cambiaghi L, Garib DG
Reproducibility of bone plate thickness measurements with Cone-Beam Computed Tomography using different image acquisition protocols Abstract Introduction: A smaller voxel dimension leads to greater resolution of Cone-Beam Computed Tomography (CBCT), but a greater dosage of radiation is emitted. Objective: Assess and compare the reproducibility of buccal and lingual bone plate thickness measurements in CBCT images using different image acquisition protocols, with variations in the voxel dimension. Methods: CBCT exams were taken of 12 dried human mandibles with voxel dimensions of 0.2, 0.3 and 0.4 mm using the i-CAT Cone-Beam 3-D Dental Imaging System. The thickness of the buccal and lingual bone plates was measured, with the i-CAT Vision software, on an axial section passing 12 mm above the right mental foramen. Intra-examiner and inter-examiner reproducibility was assessed using the paired t-test and independent t-test, respectively, with the level of significance set at 5%. Results: Excellent inter-examiner reproducibility was observed for the three protocols analyzed. Intra-examiner reproducibility was very good, with the exception of some regions of the anterior teeth, which exhibited statistically significant differences regardless of the voxel dimensions. Conclusion: The measurement of buccal and lingual bone plate thickness on CBCT images demonstrated good precision for voxel dimensions of 0.2, 0.3 and 0.4 mm. The reproducibility of the measurements of the anterior region of the mandible was more critical than that of the posterior region. Keywords: Cone-Beam Computed Tomography. Alveolar bone. Reproducibility.
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Enviado em: julho de 2010 Revisado e aceito: agosto de 2010
Endereço para correspondência Daniela G. Garib Av. José Affonso Aiello 6-100 CEP: 17.018-520 – Bauru / SP E-mail: dgarib@uol.com.br
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Artigo Inédito
Avaliação do espaço aéreo faríngeo por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico Sabrina dos Reis Zinsly*, Luiz César de Moraes**, Paula de Moura***, Weber Ursi****
Resumo Introdução: a avaliação do espaço aéreo superior faz parte da rotina na elaboração do diagnós-
tico e plano de tratamento ortodôntico. A radiografia cefalométrica em norma lateral tem sido usada rotineiramente na avaliação da permeabilidade do espaço aéreo, esbarrando na limitação de fornecer uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional. A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) tem entrado na realidade ortodôntica trazendo um arsenal de informações concernentes ao espaço aéreo superior. Por fornecer uma imagem tridimensional, possibilita determinar de maneira precisa a área de maior estreitamento da faringe, que ofereceria maior resistência à passagem aérea. Objetivos: o propósito deste artigo é esclarecer o ortodontista quanto aos recursos disponíveis na TCFC para o diagnóstico de possíveis barreiras físicas que possam diminuir a permeabilidade das vias aéreas superiores. Palavras-chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico. Faringe. Espaço aéreo superior.
INTRODUÇÃO Clínicos e pesquisadores envolvidos no tratamento das deformidades dentofaciais têm buscado elucidar os fatores determinantes da morfologia facial. A relação entre os distúrbios do padrão respiratório e as alterações da morfologia facial tem sido exaustivamente debatida na literatura1,2, sendo controversa. As opiniões conflitantes podem ser divididas em duas correntes: aquela que considera o padrão respiratório como um importante fator etiológico na produção da síndrome da face longa; e outra que acredita que ela seja expressão do padrão hereditário e o padrão respiratório atuaria somente como um fator agravante. Prevalece, atualmente, a opinião de que a morfologia
esquelética seja resultante do crescimento determinado geneticamente, sobreposto pela ação da sua matriz funcional, sendo que a ação do genótipo do tecido mole continuaria durante o crescimento. Vários fatores podem ser associados à respiração bucal, dentre eles estão o estreitamento da passagem nasal, nasofaringe estreita ou obstruída, hipertrofia de membranas nasais, cornetos aumentados, tonsilas faríngeas ou palatinas hipertróficas, desvios de septo nasal, atresia das cóanas e tumores no nariz ou nasofaringe. Quando o tamanho do espaço nasofaríngeo apresenta-se diminuído — seja pela presença da adenoide ou pela estrutura anatômica estreita da
* Especialista em Ortodontia pela Profis/Bauru. Mestre em Biopatologia Bucal, área de Radiologia Odontológica, pela UNESP - São José dos Campos. ** Professor Titular de Radiologia Odontológica na UNESP. *** Especialista em Radiologia Odontológica. Mestre em Biopatolgia Bucal, área de Radiologia Odontológica pela UNESP. **** Mestre e Doutor em Ortodontia pela USP/Bauru. Livre-Docente na UNESP – São José dos Campos. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da APCD São José dos Campos/SP.
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Zinsly SR, Moraes LC, Moura P, Ursi W
antes
após
antes
após
FIGURA 9 - Imagens tomográficas obtidas com o programa do i-CAT, ilustrando o aumento do espaço aéreo com o uso de aparelho de avanço mandibular no tratamento de SAOS.
respiratórios. Espera-se que, em um futuro próximo, o tempo de aquisição da TCFC seja menor, de maneira a evitar que a movimentação do paciente durante a aquisição (movimentos respiratórios, deglutição e movimentos involuntários) altere o resultado do exame.
da cabeça. Tanto o palato mole como a língua são estruturas compostas por tecido mole, sem suporte rígido, sendo consideravelmente afetadas pelas forças gravitacionais. Portanto, em tomografias e outros exames obtidos na posição supina, essas estruturas deslocam-se posteriormente em direção à parede posterior da faringe, ocasionando alterações nas medidas dimensionais do espaço aéreo superior21,25,26,27. Dessa forma, os resultados obtidos nas tomografias realizadas com o paciente sentado não podem ser extrapolados ou mesmo comparados diretamente com aqueles obtidos com o indivíduo em posição supina, sendo que os últimos são preferencialmente indicados para indivíduos portadores de SAOS. Lohse et al.28 sugerem que, para avaliação de pacientes portadores de SAOS, seja realizada uma modificação da técnica de obtenção da TCFC removendo-se o posicionador do mento, de forma que o paciente possa adotar a posição natural da cabeça (PNC). O tamanho e a morfologia do espaço aéreo variam durante a inspiração e a expiração11. O tempo de aquisição dos exames tomográficos gira em torno de 20 a 40 segundos, tempo muito longo para que o indivíduo possa controlar os movimentos
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CONCLUSÃO Apesar de ainda não estarem disponíveis padrões normativos para as informações que a TCFC propiciou, um grande número de trabalhos científicos tem sido realizado com esse intuito. Isso permite crer que, em breve, a TCFC poderá fornecer subsídios que norteiem o diagnóstico e planejamento ortodôntico, direcionando o clínico quanto aos efeitos no espaço aéreo do indivíduo provocados pela mecanoterapia aplicada e as consequências advindas dessa alteração.
Enviado em: junho de 2010 Revisado e aceito: agosto de 2010
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Avaliação do espaço aéreo faríngeo por meio da tomografia computadorizada de feixe cônico
Assessment of pharyngeal airway space using Cone-Beam Computed Tomography Abstract Introduction: Evaluation of upper airway space is a routine procedure in orthodontic diagnosis and treatment planning. Although limited insofar as they provide two dimensional images of three-dimensional structures, lateral cephalometric radiographs have been used routinely to assess airway space permeability. Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) has contributed to orthodontics with information concerning the upper airway space. By producing three-dimensional images CBCT allows professionals to accurately determine the most constricted area, where greater resistance to air passage occurs. Objectives: The purpose of this article is to enlighten orthodontists on the resources provided by CBCT in the diagnosis of possible physical barriers that can reduce upper airway permeability. Keywords: Cone-Beam Computed Tomography. Pharynx. Upper airway space.
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Artigo Inédito
Análise de dentição mista: tomografia versus predição e medida radiográfica Letícia Guilherme Felício*, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas**, Ana Maria Bolognese***, Eduardo Franzotti Sant’Anna****, Mônica Tirre de Souza Araújo****
Resumo Objetivo: o objetivo dos autores desse estudo foi comparar o método de análise de dentição
mista que utiliza tomografia computadorizada de feixe cônico para avaliar os diâmetros dos dentes intraósseos com os métodos de Moyers, Tanaka-Johnston e radiografias oblíquas em 45º. Métodos: foram realizadas medidas, na arcada inferior, dos diâmetros mesiodistais dos incisivos permanentes irrompidos, nos modelos de gesso com auxílio de paquímetro digital e estimativa do tamanho de pré-molares e caninos permanentes ainda não irrompidos utilizando-se a tabela de Moyers e a fórmula de predição de Tanaka-Johnston. Nas radiografias oblíquas em 45º, caninos e pré-molares foram medidos utilizando-se o mesmo instrumento. Nas tomografias, as mesmas unidades dentárias foram aferidas por meio de ferramentas do programa Dolphin. Resultados: a análise estatística revelou elevada concordância entre o método tomográfico e o radiográfico, e baixa concordância entre o tomográfico e os demais avaliados. Conclusão: a tomografia computadorizada de feixe cônico mostrou-se confiável para análise da dentição mista e apresenta algumas vantagens em relação aos métodos comparados: a observação e mensuração dos dentes intraósseos individualmente, com a possibilidade, contudo, de visualizá-los sob diferentes perspectivas e sem superposição de estruturas anatômicas. Palavras-chave: Dentição mista. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Radiografia em 45º. Modelos de gesso.
INTRODUÇÃO A maioria das más oclusões envolve problemas relativos ao desequilíbrio entre o tamanho dos dentes e das bases ósseas1. Apesar disso, existe um pequeno período no desenvolvimento da dentição em que o apinhamento na arcada inferior é considerado aceitável. Quando o incisivo lateral permanente inferior irrompe na cavidade bucal,
existe, em média, a necessidade de 1,6mm de espaço adicional para que todos os dentes anteriores se alinhem corretamente2,3. Em muitos casos, esse apinhamento é transitório e tende a dissolver-se espontaneamente, devido ao aumento da distância intercaninos, à migração dos caninos decíduos em direção aos espaços primatas e ao posicionamento mais labial dos incisivos permanentes em relação
* Mestranda em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FO-UFRJ). ** Mestre e Doutor em Ortodontia pela FO-UFRJ. Professor Associado de Ortodontia da FO-UFRJ. *** Mestre e Doutora em Ortodontia pela FO-UFRJ. Pós-doutorado em Oral Biology pela North-Western University (EUA). Professora Titular de Ortodontia da FO-UFRJ. **** Mestres e Doutores em Ortodontia pela FO-UFRJ. Professores Adjuntos de Ortodontia da FO-UFRJ.
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Análise de dentição mista: tomografia versus predição e medida radiográfica
estimam o valor do diâmetro mesiodistal de caninos e pré-molares por meio de tabelas, equações e radiografias. Obter, através desses, o valor mais próximo do real é um desafio, pois todos correm o risco de falhar. A avaliação da efetividade dos mesmos não é um exame para aprová-los ou reprová-los, mas um mecanismo para verificar como esses métodos são responsáveis por um diagnóstico seguro. Assim sendo, aliado aos métodos de predição deve existir o bom senso do profissional, a fim de que o diagnóstico seja elaborado de forma eficaz7.
o examinador avança na pesquisa e tem a oportunidade de avaliar mais tomografias, menos variações entre os métodos são observadas, observação que também foi constatada por Rheude et al.17 A dose de radiação empregada na modalidade feixe cônico equivale, aproximadamente, a 1/6 da necessária para a obtenção de tomografias médicas e é bastante similar à do conjunto de radiografias odontológicas empregadas para diagnóstico e planejamento ortodônticos, com benefício, contudo, de prover informações mais abrangentes e confiáveis14,19,20,21,26-30. Sua aplicação ainda modesta se deve, principalmente, ao custo elevado dos programas computacionais que permitem a visualização e edição das imagens. Porém, a sua aquisição, em face do custo das radiografias odontológicas, é financeiramente atrativa, visto que o orçamento do exame tomográfico se equipara ao da documentação convencional ortodôntica14. Com os anos, a tendência é de que tais programas tornem-se mais acessíveis. A disponibilidade dessa tecnologia estenderá, indubitavelmente, o uso e a aplicação de imagens em 3D no campo da Ortodontia clínica23. Trabalhar com probabilidades que exijam exatidão torna-se difícil, pois a anatomia humana é dotada de variações. Diversos são os métodos que
CONCLUSÃO A análise da dentição mista pelo método tomográfico é confiável e apresenta algumas vantagens em relação aos métodos avaliados. Ela considera variações individuais da anatomia dentária, facilita a identificação de pontos devido à não superposição de estruturas e à possibilidade de movimentar a imagem tridimensionalmente, permitindo sua visualização sob diferentes ângulos. AGRADECIMENTO À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) pelo auxílio financeiro concedido para obtenção do software Dolphin, essencial à execução desse projeto.
Mixed-dentition analysis: Tomography versus radiographic prediction and measurement Abstract Objective: The aim of this study was to evaluate the method for mixed-dentition analysis using Cone-Beam Computed Tomography for assessing the diameter of intra-osseous teeth and compare the results with those obtained by Moyers, Tanaka-Johnston, and 45-degree oblique radiographs. Methods: Measurements of mesial-distal diameters of erupted lower permanent incisors were made on plaster cast models by using a digital calliper, whereas assessment of the size of non-erupted permanent pre-molars and canines was performed by using Moyer’s table and Tanaka-Johnston’s prediction formula. For 45-degree oblique radiographs, both canines and pre-molars were measured by using the same instrument. For tomographs, the same dental units were gauged by means of Dolphin software resources. Results: Statistic analysis revealed high agreement between tomographic and radiographic methods, and low agreement between tomographs and other methods being evaluated. Conclusion: Cone-Beam Computed Tomography was accurate for mixed-dentition analysis in addition to presenting some advantages over compared measurement methods: observation and measurement of intra-osseous teeth individually with the possibility, however, to view them from different prospects and without superimposition of anatomical structures. Keywords: Mixed dentition. Cone-Beam Computed Tomography. 45-degree oblique radiograph. Plaster cast.
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Felício LG, Ruellas ACO, Bolognese AM, Sant’Anna EF, Araújo MTS
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Enviado em: junho de 2010 Revisado e aceito: agosto de 2010
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Artigo Inédito
Aparelho de avanço mandibular aumenta o volume da via aérea superior de pacientes com apneia do sono Luciana Baptista Pereira Abi-Ramia*, Felipe Assis Ribeiro Carvalho**, Claudia Torres Coscarelli***, Marco Antonio de Oliveira Almeida****
Resumo Introdução: o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento de pacientes portadores da sín-
drome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) são essenciais, por se tratar de um distúrbio que pode causar alterações sistêmicas. A efetividade do tratamento da SAOS com aparelhos intrabucais foi demonstrada através de estudos cefalométricos. Objetivo: o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do aparelho de avanço mandibular (Twin Block, TB) no volume das vias aéreas superiores, por meio de tomografia computadorizada Cone-Beam (CBCT). Dezesseis pacientes (6 homens e 10 mulheres) portadores de SAOS leve a moderada, idade média de 47,06 anos, utilizaram um aparelho de avanço mandibular e foram acompanhados por 7 meses, em média. Métodos: foram feitas duas CBCT, sendo uma sem e outra com o aparelho em posição. A segmentação e a obtenção dos volumes das vias aéreas superiores foram realizadas e utilizado o teste t de Student pareado para análise estatística, com 5% de significância. Resultados: houve aumento do volume da via aérea superior com TB quando comparado com o volume sem TB (p<0,05). Conclusão: pode-se concluir que o aumento de volume da via aérea superior observado foi associado ao aparelho de avanço mandibular. Palavras-chave: Síndrome da apneia obstrutiva do sono. Aparelho de avanço mandibular. Tomografia computadorizada de feixe cônico.
INTRODUÇÃO Com o aumento das desordens respiratórias do sono, como ronco, síndrome da resistência da via aérea superior (SRVAS) e síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), houve a necessidade de melhores meios de diagnóstico e de tratamento para esses distúrbios4,11. O tratamento da SAOS é importante11,15,21,25, uma vez que é considerada uma doença de alto grau de morbidade e caráter progressivo11,28.
A efetividade dos aparelhos de protrusão mandibular foi demonstrada em diversos estudos13,25. Embora a radiografia cefalométrica seja um método simples, amplamente utilizado na Odontologia e muito usado em estudos de apneia obstrutiva do sono2,3,4,5,10,13,25,26, tal método gera imagens bidimensionais de estruturas tridimensionais, o que limita a validade e reprodutibilidade das medidas do espaço aéreo14,16,24.
* Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FO-UERJ). ** Doutorando em Ortodontia na FO-UERJ. *** Especialista e Mestre em Radiologia pela São Leopoldo Mandic. **** Professor Titular da Disciplina de Ortodontia na FO-UERJ.
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Aparelho de avanço mandibular aumenta o volume da via aérea superior de pacientes com apneia do sono
da imagem, uma vez que cada paciente tem uma posição ideal diferente. Além disso, poderia haver modificações de IMC e da condição de saúde do paciente durante o acompanhamento, além de mudanças de clima; fatores que invibializariam as comparações entre os tecidos moles e os volumes das vias aéreas superiores em tempos diferentes. Os estudos com tomografias computadorizadas de feixe cônico e modelos tridimensionais relacionados à SAOS necessitam de mais investigação para melhor padronização dos métodos de avaliação, e também uma melhor compreensão dos mecanismos de ação dos aparelhos de avanço mandibular e seus resultados, a fim de que esses aparelhos possam ser estabelecidos como tratamento de escolha para os pacientes portadores da SAOS.
avanço esse capaz de obter bons índices de sucesso com a terapia e que pode ser suportado pela maior parte dos pacientes. A comparação, usando CBCT, de pacientes saudáveis com pacientes portadores de SAOS demonstrou que as dimensões anteroposteriores e a área orofaríngea mínima dos pacientes com SAOS foram significativamente menores em relação aos pacientes que não apresentavam a síndrome24. Os estudos tridimensionais em pacientes com SAOS14,21,30 demonstram um aumento da via aérea superior, principalmente relacionado à região da orofaringe21 e velofaringe30. Porém, a maioria desses estudos21,30 se limitou a avaliar a via aérea a partir de medidas lineares, ou seja, utilizaram dados bidimensionais obtidos através de exames tridimensionais. Segundo Zhao, Liu, Gao30 e Kyung, Park, Pae21, o aumento da via aérea ocorre às custas de um incremento do diâmetro transverso. Para Gale et al.14, há um aumento da área faríngea com aparelho de avanço mandibular, porém, com uma grande variabilidade individual. Optou-se pela realização de duas tomografias CBCT no mesmo dia, após o período de acompanhamento, devido à padronização da aquisição
Conclusões Com base nos resultados apresentados das comparações de volumes em mm3 das vias aéreas superiores de pacientes portadores de SAOS e tratados com aparelho de avanço mandibular, podese concluir que o Twin Block modificado alterou significativamente o volume da via aérea superior.
Increase in upper airway volume in patients with obstructive sleep apnea using a mandibular advancement device Abstract Introduction: Diagnosis, treatment and monitoring of patients with obstructive sleep apnea syndrome (OSAS) are crucial because this disorder can cause systemic changes. The effectiveness of OSAS treatment with intraoral devices has been demonstrated through cephalometric studies. Objective: The purpose of this study was to evaluate the effect of a mandibular advancement device (Twin Block, TB) on the volume of the upper airways by means of Cone-Beam Computed Tomography (CBCT). Sixteen patients (6 men and 10 women) with mild to moderate OSAS, mean age 47.06 years, wore a mandibular advancement device and were followed up for seven months on average. Methods: Two CBCT scans were obtained: one with and one without the device in place. Upper airway volumes were segmented and obtained using Student’s paired t-tests for statistical analysis with 5% significance level. Results: TB use increased the volume of the upper airways when compared with the volume attained without TB (p<0.05). Conclusion: It can be concluded that this increased upper airway volume is associated with the use of the TB mandibular advancement device. Keywords: Obstructive sleep apnea syndrome. Mandibular advancement device. Cone-Beam Computed Tomography.
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Abi-Ramia LBP, Carvalho FAR, Coscarelli CT, Almeida MAO
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Enviado em: junho de 2010 Revisado e aceito: agosto de 2010
Endereço para correspondência Luciana Baptista Pereira Abi-Ramia Rua Franz Weissman, 530, bl. 02/ ap. 305 – Barra da Tijuca CEP: 22.775-051– Rio de Janeiro/RJ E-mail: labiramia@yahoo.com.br
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Artigo Inédito
Alterações dimensionais do côndilo mandibular em indivíduos de 3 a 20 anos de idade usando tomografia computadorizada de feixe cônico: um estudo preliminar José Valladares Neto*, Carlos Estrela**, Mike Reis Bueno***, Orlando Aguirre Guedes****, Olavo Cesar Lyra Porto*****, Jesus Djalma Pécora******
Resumo Introdução: o exame de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) oferece excelente representação dos tecidos duros da articulação temporomandibular (ATM). Objetivo: investigar
as alterações morfológicas do côndilo mandibular, da infância à idade adulta, utilizando a TCFC. Métodos: um estudo transversal foi conduzido envolvendo 36 côndilos de 18 indivíduos com idades variando entre 3 e 20 anos. As imagens dos côndilos foram obtidas por meio do sistema i-CAT e medidas com uma ferramenta do programa específica para ATM, que permite cortes perpendiculares à cabeça do côndilo, com correção individual em função das diferenças angulares de cada um. As maiores distâncias nas vistas lateral e frontal foram consideradas tanto para os côndilos do lado direto como para os do lado esquerdo. Resultados: a dimensão lateral do côndilo mandibular parece ser estabelecida de maneira precoce, sofrendo poucas alterações com o passar dos anos, enquanto a dimensão frontal tende a aumentar. Assimetrias entre o côndilo esquerdo e o direito foram comumente observadas; no entanto, tais diferenças não apresentaram significância estatística para as vistas lateral (P=0,815) e frontal (P=0,374). Conclusões: os côndilos apresentaram simetria com relação ao tamanho, sendo observado crescimento apenas na dimensão frontal Os resultados sugerem que a TCFC constitui-se numa ferramenta útil na mensuração e avaliação das dimensões condilares. Palavras-chave: Côndilo mandibular. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Morfologia. Articulação temporomandibular.
INTRODUÇÃO Além da função articular, o côndilo mandibular (ou cabeça da mandíbula) atua como um local de crescimento adaptativo até mesmo sob carga
funcional suportada por sua cartilagem8. A morfologia do côndilo mandibular é caracterizada por uma projeção óssea arredondada, com uma superfície superior oval e biconvexa no plano axial24. Tipicamente,
* Professor de Ortodontia, Universidade Federal de Goiás. ** Professor Titular de Endodontia, Universidade Federal de Goiás. *** Professor de Diagnóstico Bucal, Departamento de Diagnóstico Bucal, Universidade de Cuiabá. **** Pós-graduando (Doutorado) em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Goiás. ***** Pós-graduando (Mestrado) em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Goiás. ****** Professor Titular de Endodontia, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto/SP.
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Alterações dimensionais do côndilo mandibular em indivíduos de 3 a 20 anos de idade usando tomografia computadorizada de feixe cônico: um estudo preliminar
Corte Frontal 23
8
21
Medidas (mm)
Medidas (mm)
Corte Lateral 10 6 4 2 0
17 15 13 11
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
9
Idade (anos) Côndilo Direto
19
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Idade (anos) Côndilo Esquerdo
Côndilo Direto
A
Côndilo Esquerdo
B
FIGURA 4 - Comportamento das dimensões (em mm) do côndilo mandibular em função da idade (dos 3 aos 20 anos): corte lateral (A) e corte frontal (B).
ferramenta útil para mensurar e avaliar a morfologia condilar durante os estágios de crescimento.
CONCLUSÃO A dimensão lateral do côndilo mandibular parece se definir precocemente, sofrendo poucas alterações com o passar dos anos; enquanto a dimensão frontal tende a aumentar. Assimetrias entre os côndilos esquerdo e direito são comuns, no entanto, tais diferenças não apresentam significância estatística. Dados preliminares sugerem que a TCFC é uma
Agradecimentos Este estudo foi financiado, em parte, por incentivos financeiros do Conselho Nacional para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq 302875/2008-5 e CNPq 474642/2009 ao C.E.).
Mandibular condyle dimensional changes in subjects from 3 to 20 years of age using Cone-Beam Computed Tomography: A preliminary study Abstract Introduction: Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) imaging provides an excellent representation of the temporomandibular joint bone tissues. Objective: The aim of this study was to investigate morphological changes of the mandibular condyle from childhood to adulthood using CBCT. Methods: A cross-sectional study was conducted in 36 condyles of 18 subjects from 3 to 20 years of age. Condyles were scanned with the i-CAT Cone-Beam 3D imaging system and linear dimensions were measured with a specific i-CAT software function for temporomandibular joint, which permitted slices perpendicular to the condylar head, with individual correction in function of angular differences for each condyle. The greatest distances in lateral and frontal sections were considered on both left and right mandibular condyles. Results: The linear dimension of the mandibular condyle on the lateral section varied little with growth and seemed to be established early, while the dimension of the frontal section increased. Small asymmetries between left and right condyles were common but without statistical significance for both lateral (P=0.815) and frontal (P=0.374) dimensions. Conclusions: The condyles were symmetric in size and only the frontal dimension enlarged during growth. These preliminary data suggest that CBCT is a useful tool to measure and evaluate the condylar dimensions. Keywords: Mandibular condyle. Cone-Beam Computed Tomography. Morphology. Temporomandibular joint.
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Valladares Neto J, Estrela C, Bueno MR, Guedes OA, Porto OCL, Pécora JD
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Enviado em: julho de 2010 Revisado e aceito: agosto de 2010
Endereço para correspondência Carlos Estrela Rua C-245, Quadra 546, Lote 9, Jardim América CEP: 74.290-200 – Goiânia / GO E-mail: estrela3@terra.com.br
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Caso Clínico BBO*
Má oclusão Classe III, com mordida cruzada posterior unilateral e assimetria facial* Silvio Rosan de Oliveira**
Resumo
Este artigo relata o tratamento ortodôntico realizado em uma paciente adulta, com 36 anos de idade, portadora de um padrão esquelético e dentário de Classe III, com mordida cruzada posterior unilateral esquerda e assimetria mandibular, além de uma diferença relativamente grande entre máxima intercuspidação habitual (MIH) e relação cêntrica (RC). O tratamento foi realizado com expansão dentária superior, contração dentária inferior e descruzamento anterior, eliminando a diferença entre MIH e RC. O resultado obtido foi pautado sobre um diagnóstico criterioso e um planejamento de compensação ortodôntica, sem intervenção cirúrgica nos maxilares, por solicitação da paciente. Este caso foi apresentado à Diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), representando a categoria 5, ou seja, má oclusão com problema transverso, apresentando pelo menos um quadrante em cruzamento, como parte dos requisitos para obtenção do título de Diplomado pelo BBO. Palavras-chave: Classe III de Angle. Mordida cruzada. Assimetria facial. Paciente adulto. Ortodontia corretiva.
DIAGNÓSTICO Em relação ao padrão dentário (Fig. 1, 2), era portadora de uma má oclusão Classe III, subdivisão esquerda de Angle, discrepância dentoalveolar inferior nula, sobremordida de 3mm, sobressaliência de 2mm, apinhamento na região anterior superior, arcada superior em forma de “U” e contraída do lado direito, arcada inferior levemente expandida do lado direito, mordida cruzada posterior no lado esquerdo5, desvio da linha média inferior de 3mm para a esquerda e plano oclusal inferior inclinado. Na análise facial, apresentava um perfil côncavo, com retrusão do lábio superior e desvio mandibular para o lado esquerdo (Fig. 1).
HISTÓRIA E ETIOLOGIA A paciente procurou o tratamento ortodôntico aos 36 anos de idade, com bom estado geral de saúde e sem história médica significativa. Sua queixa principal estava relacionada à mordida cruzada anterior e posterior e à dor crônica na articulação temporomandibular do lado esquerdo. Apresentava higiene bucal boa, aspecto gengival normal em todos os dentes e algumas restaurações de amálgama insatisfatórias2. Não tinha realizado qualquer intervenção ortodôntica até aquele momento. Consultada sobre a possibilidade de cirurgia ortognática, a paciente relatou que não gostaria de realizar cirurgia para correção da má oclusão.
* Relato de caso clínico, categoria 5, aprovado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial. ** Especialista em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.
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Oliveira SR
e mandíbula (Fig. 10B) e também na relação dos incisivos na sobreposição total (Fig. 10A). Na atualidade, após 18 meses de contenção, a paciente permanece em controle periódico, sem qualquer instabilidade oclusal. É ótima colaboradora no uso do aparelho removível superior, assim como o foi durante todo o tratamento. Também não apresentou dores na ATM esquerda durante o período ativo e de contenção. Após a remoção da aparelhagem fixa, foi encaminhada para realizar a troca das restaurações em amálgama (Fig. 1) por resina composta (Fig. 6).
mandibular e no diagnóstico da mordida cruzada posterior, cuja unilateralidade era funcional5. Em RC, havia uma relação transversa de topo entre as arcadas. As telerradiografias inicial e final (Fig. 4A e 9A) foram realizadas com diferentes aparelhos de RX e mudanças nos padrões de tomadas radiográficas (observe a diferença da linha SN), limitando a análise das sobreposições dos traçados cefalométricos (Fig. 10). Mas são notórias as diferenças de inclinações axiais dos incisivos superiores e inferiores nas sobreposições parciais de maxila
Class III malocclusion with unilateral posterior crossbite and facial asymmetry Abstract This article reports on the orthodontic treatment performed on a 36-year-old female patient with skeletal and dental Class III pattern, presenting with a left unilateral posterior crossbite and mandibular asymmetry, and a relatively significant difference between maximum intercuspation (MIC) and centric relation (CR). The treatment was performed with maxillary dental expansion, mandibular dental contraction and anterior crossbite correction, eliminating the difference between MIC and CR. Results were based on careful diagnosis and planning of orthodontic compensation without surgical intervention in the maxilla, at the request of the patient. This case was presented to the Brazilian Board of Orthodontics and Facial Orthopedics (BBO) as representative of Category 5, i.e., malocclusion with a transverse problem, presenting with a crossbite in at least one of the quadrants, as part of the requirements for obtaining the BBO Certificate. Keywords: Angle Class III. Crossbite. Facial asymmetry. Adult patient. Corrective Orthodontics.
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Enviado em: julho de 2010 Revisado e aceito: agosto de 2010
Endereço para correspondência Silvio Rosan de Oliveira Av. Plínio de Castro Prado n. 190 – Jardim Macedo CEP: 14.091-170 – Ribeirão Preto / SP E-mail: sirosan@ig.com.br
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T ó p i c o E s p ec i a l
Morfologia alveolar sob a perspectiva da tomografia computadorizada: definindo os limites biológicos para a movimentação dentária Daniela Gamba Garib*, Marília Sayako Yatabe**, Terumi Okada Ozawa***, Omar Gabriel da Silva Filho****
Resumo Introdução: a tomografia computadorizada (TC) permite a visualização do osso alveolar que recobre os dentes por vestibular e lingual. Objetivo: o propósito deste estudo foi expor e discutir as implicações da morfologia do osso alveolar, visualizado por meio da TC, sobre o diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico. Métodos: foram descritas as evidências sobre a inter-relação entre características dentofaciais e a morfologia das tábuas ósseas vestibular e lingual, assim como evidências sobre a repercussão da movimentação ortodôntica sobre o nível e espessura dessas estruturas periodontais. Resultados: pacientes adultos podem apresentar deiscências ósseas previamente ao tratamento ortodôntico, principalmente na região dos incisivos inferiores. Os pacientes com padrão de crescimento vertical parecem apresentar menor espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual no nível do ápice dos dentes permanentes, comparados a pacientes com padrão de crescimento horizontal. O movimento dentário vestibulolingual descentraliza os dentes do rebordo alveolar e ocasiona deiscências ósseas. Conclusão: a morfologia do rebordo alveolar constitui um fator limitante para a movimentação dentária e deve ser considerada, de forma individual, na realização do plano de tratamento ortodôntico. Palavras-chave: Tomografia computadorizada. Osso alveolar. Deiscência. Ortodontia.
INTRODUÇÃO A tomografia computadorizada (TC) permite à Odontologia vislumbrar o que as radiografias convencionais nunca mostraram: a espessura e o nível das tábuas ósseas que recobrem os dentes por vestibular e lingual. Previamente à introdução da tomografia computadorizada, não se visualizavam as tábuas ósseas vestibular e lingual, ocultadas
nas radiografias convencionais devido às sobreposições de imagens e maquiadas clinicamente pelo recobrimento gengival. A espessura do rebordo alveolar define os limites da movimentação ortodôntica, e desafiar essas fronteiras pode redundar em efeitos colaterais iatrogênicos para o periodonto de sustentação e proteção. Os movimentos ortodônticos mais
* Professora Doutora de Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru e Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP. ** Aluna de pós-graduação lato sensu em Ortodontia, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo (USP). *** Ortodontista e Chefe do Setor Odontológico do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP. **** Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP. Coordenador do Curso de Ortodontia Preventiva e Interceptiva da PROFIS, Bauru/SP.
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Garib DG, Yatabe MS, Ozawa TO, Silva OG Filho
críticos incluem a expansão das arcadas dentárias e os movimentos de retração anterior7. Tais mecânicas podem descentralizar os dentes do envelope de tecido ósseo de suporte, redundando em deiscências, fenestrações ósseas e recessão gengival, a depender da morfologia inicial do periodonto, assim como da quantidade da movimentação. Devido à sua elevada definição e sensibilidade, as imagens provenientes da tomografia computadorizada helicoidal e Cone-Beam podem denunciar os locais com deiscências e fenestrações ósseas periodontais8,9,17,18. As deiscências ósseas podem ser conceituadas pelo aumento da distância entre a junção cemento-esmalte e a crista óssea alveolar vestibular ou lingual (Fig. 1). As fenestrações ósseas equivalem a uma interrupção na continuidade do osso alveolar vestibular e lingual, que expõe uma pequena região radicular (Fig. 2). Anteriormente ao advento da tomografia computadorizada, esforços para definir a repercussão da movimentação dentária sobre as tábuas ósseas vestibular e lingual concentraramse em estudos em animais24,29 e estudos com radiografias convencionais21. Atualmente, avolumam-se os estudos com TC sobre a morfologia das tábuas ósseas vestibular e lingual previamente ao tratamento ortodôntico12,25,30, assim como as avaliações das repercussões da movimentação dentária sobre o osso alveolar11,16,22,23. Essas constatações podem alterar planejamentos usuais, apontando os limites das possibilidades terapêuticas em Ortodontia.
A Ortodontia clássica considerava o apinhamento, a posição dos incisivos inferiores e o padrão de crescimento como o tripé que regia o diagnóstico e o plano de tratamento. A Ortodontia contemporânea incluiu nessa lista a estética da face e do sorriso. A Ortodontia do futuro vai somar a esses quatro fatores a morfologia periodontal inicial do paciente. Com o passar do tempo, a Tomografia Computadorizada Cone-Beam (TCCB), também chamada de Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico, poderá responder se é seguro movimentar um dente para uma região desdentada de osso atrésico. Elucidará a amplitude aceita para a compensação ou descompensação dentária em cada paciente individualmente. Adicionalmente, a morfologia da tábua óssea vestibular auxiliará o ortodontista a discernir entre os pacientes que poderiam e os que não deveriam ser submetidos a mecânicas expansionistas. Conhecer amplamente os detalhes anatômicos dos pacientes e compreender os efeitos colaterais da movimentação dentária significa reconhecer nossos limites e praticar a Ortodontia com mais segurança.
FIGURA 1 - Deiscência óssea.
FIGURA 2 - Fenestração óssea.
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Morfologia das tábuas ósseas vestibular e lingual Os cortes axiais de tomografia computadorizada providenciam um panorama geral da espessura das tábuas ósseas vestibular e lingual (Fig. 3, 4). Ao se analisar um corte axial da maxila, no nível do terço médio radicular, percebe-se que a
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Morfologia alveolar sob a perspectiva da tomografia computadorizada: definindo os limites biológicos para a movimentação dentária
Ainda, o paciente deve ser orientado a permanecer totalmente imóvel durante a tomada, a fim de evitar artefatos de movimentação. Considerações finais Durante a última década, a Ortodontia ampliou suas potencialidades de diagnóstico e capacidade de delinear um prognóstico mais realista com a introdução da Tomografia Computadorizada Cone-Beam. A morfologia do periodonto de sustentação, flagrada nas imagens de tomografia computadorizada, pode alterar metas ortodônticas usuais. As repercussões da movimentação dentária no osso alveolar, evidenciadas por meio da tomografia computadorizada, apontarão os limites da Ortodontia, definindo os procedimentos que poderiam, e os que não deveriam, ser implementados em cada paciente individualmente.
Isso quer dizer que a reconstrução tridimensional em TCCB mostra um baixo índice de falso-positivo e um significativo índice de falso-negativo para as deiscências ósseas. Em outras palavras, quando uma deiscência óssea está aparente na reconstrução 3D de TCCB significa que ela provavelmente existe. No entanto, nos locais onde não são identificadas deiscências na reconstrução 3D, não significa que elas inexistam. Quando se deseja visualizar ou mensurar pequenas estruturas em imagens de TCCB, como as tábuas ósseas vestibular e lingual, o exame deve ser tomado seguindo alguns preceitos que conduzem à boa definição da imagem. A resolução espacial da imagem (menor distância para identificação de duas estruturas distintas) de TCCB não equivale exatamente à dimensão do voxel (menor unidade de imagem tomográfica)19. Algumas propriedades das imagens tomográficas — como a média de volume parcial, os artefatos e o ruído — podem interferir na resolução espacial da imagem19. Para obtenção de uma boa resolução espacial, o campo de visão da tomada radiográfica (FOV) e a dimensão do voxel devem ser ambos o menor possível19.
Agradecimentos Agradecemos à Dra. Bruna Condi de Moraes e ao seu orientador, Dr. Leopoldino Capelozza, pela gentil concessão da Figura 6 para ilustração desse artigo.
Alveolar bone morphology under the perspective of the computed tomography: Defining the biological limits of tooth movement Abstract Introduction: Computed tomography (CT) permits the visualization of the labial/buccal and lingual alveolar bone. Objectives: This study aimed at reporting and discussing the implications of alveolar bone morphology, visualized by means of CT, on the diagnosis and orthodontic treatment plan. Methods: Evidences of the interrelationship between dentofacial features and labial/buccal and lingual alveolar bone morphology, as well as the evidences of the effects of the orthodontic movement on the thickness and level of these periodontal structures were described. Results: Adult patients may present bone dehiscences previously to orthodontic treatment, mainly at the region of the mandibular incisors. Hyperdivergent patients seems to present a thinner thickness of the labial/buccal and lingual bone plates at the level of the root apex of permanent teeth, compared to hypodivergent patients. Buccolingual tooth movement might decentralize teeth from the alveolar bone causing bone dehiscences. Conclusion: The alveolar bone morphology constitutes a limiting factor for the orthodontic movement and should be individually considered in the orthodontic treatment planning. Keywords: Computed tomography. Alveolar bone. Dehiscence. Orthodontics.
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Enviado em: junho de 2010 Revisado e aceito: julho de 2010
Endereço para correspondência Daniela Gamba Garib Al. Octávio de Pinheiro Brisola 9-75 CEP: 17.012-901 – Bauru/SP E-mail: dgarib@uol.com.br
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— a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http:// www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements. html). — não devem ultrapassar o limite de 30. — utilize os exemplos a seguir:
6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo) e não como elemento gráfico (imagem não editável).
Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32.
7. Declaração de Cessão de Direitos Autorais — todos os manuscritos devem ser acompanhados da seguinte declaração escrita, assinada por todos os autores: “O(s) autor(es) abaixo assinado(s) transfere(m) todos os direitos autorais do manuscrito [inserir título do artigo aqui] para a Dental Press International, caso o trabalho seja publicado. O(s) autor(es) abaixo assinado(s) garante(m) que o artigo é original, não infringe qualquer direito autoral ou outro direito de propriedade de terceiros, não está sendo analisado por outra revista e não foi publicado anteriormente, seja em mídia impressa ou eletrônica. Eu (nós) assino (assinamos) e aceito (aceitamos) a responsabilidade de publicar este material.” — digitalize esse termo de liberação de direitos autorais e o envie pelo site*, junto com o artigo.
Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção. [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990.
8. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética.
Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/ a15v11n6.pdf.
9. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”.
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C omunicado
aos
A utores
e
C onsultores - R egistro
de
E nsaios C línicos
controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros
1. O registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências
primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical
para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo pro-
Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (Internatio-
jeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista
nal Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRC-
intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de
TN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possí-
causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter
vel, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para
interferência sobre a saúde dos envolvidos.
os recomendados pela OMS.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clí-
A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem
nicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados
ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação,
e registrados antes de serem iniciados.
data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financia-
O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de
mento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinado-
identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos
res, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas,
resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas cien-
título público do estudo, título científico, países de recrutamento, pro-
tíficas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como
blemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e ex-
pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de
clusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário,
instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com
tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de
interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite
resultados primárias e secundárias.
reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas
Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e
nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revis-
contribuem para o Portal;
tas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões inter-
- Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas
nacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas
enviam os dados para o Portal somente através de parceria com
científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic
Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas
um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.
exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da saúde.
3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial
Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Jour-
da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International
nal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que
Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.
exijam dos autores o número de registro no momento da submissão
org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm),
de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos
reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divul-
Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos en-
gação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso
dereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados,
aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS
os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios
para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão
estabelecidos pela OMS.
aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE,
2. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros
cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.
de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Se-
org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final
arch Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index.html), com
do resumo.
interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clí-
Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.
nicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos corres-
Atenciosamente,
pondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede
Jorge Faber, CD, MS, Dr
recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical
Editor do Dental Press Journal of Orthodontics
Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores
ISSN 2176-9451
dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e
E-mail: faber@dentalpress.com.br
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