Ano 2 vol 07

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Conselho Científico Presidente do Conselho Cientíico

Profa Dra Regina Helena Medeiros UCS - Universidade de Caxias do Sul

Prof Doutoranda Adriana Aparecida Paz UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Profa Dra Maria Bettina Camargo Bub UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

Profª Drª Ana Elizabeth Figueiredo PUC/RS

Profa Dra Maria da Graça de Oliveira Crossetti UFRGS - Universidade Federal do RS

Assistente Editorial: Gilberto Dias de Azevedo gilberto@moriaeditora.com.br

Prof. Dr. Ari Nunes Assunção Unisc – Universidade de Santa Cruz do Sul

Produção: Álvaro Lopes (Publikmais) contato@publikmais.com.br

Profa Dra Beatriz Regina Lara dos Santos PUC/RS

Profª Doutoranda Maria Ligia dos Reis Bellaguarda Univali/SC

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EXPEDIENTE Editora: Lisiane Palau Azevedo Editora Cientíica: Regina Medeiros

Revisão de Português: Suliani Editograia Vendas: moriaeditora@gmail.com (51) 3351-2361 / 3334-4753

Profa Dra Dulcinéia Ghizoni Schneider Unisul /SC Profa Dra Erica Rosalba Mallmann Duarte UFRGS - Universidade Federal do RS

Profa Dra Nara Marilene Oliveira Giradon Perlini UFSM - Universidade Federal de Santa Maria

Profa MS Graziella Gasparotto Baiocco Grupo Hospitalar Conceição

Profa Doutoranda Nára Selaimen G. de Azeredo Grupo Hospitalar Conceição - Porto Alegre/RS

Revista Sul-Brasileira de Enfermagem é um periódico cientíico, cultural e proissional bimestralmente lido Profa Doutoranda Iride Cristofoli Caberlon por 5.000 proissionais de enfermagem. A Revista Ulbra - Universidade Luterana Sul-Brasileira de Enfermagem não aceita matéria do Brasil-Gravataí paga em seu espaço editorial. Circulação: em todo território nacional.

Profª Drª Juliana Vieira De Araújo Sandri Univali - Universidade do Vale do Itajaí /SC

Seis números anuais: janeiro/fevereiro, março/ Profª Drª Laura Cristina S. Lisboa de Souza UFSC - Universidade Federal de Santa abril, maio/junho, julho/agosto, setembro/outubro e Catarina novembro/dezembro.

Data da Impressão: Abril/ 2012. Correspondência: Moriá Editora Ltda. Rua Aracy Fróes, 258 / 902 Jardim Itu Sabará - Porto Alegre/ RS CEP: 91.210-230 Tels.: (51) 9116.9298 / (51) 3334.4753. E-mail: revistasulbrasileira@gmail.com

Profa Dra Nilva Lúcia Rech Stedile UCS - Universidade de Caxias do Sul Profa Dra Regina Gema Santini Costenaro Unifra - Centro Universitário Franciscano Profa Dra Rita Catalina Aquino Caregnato Ulbra - Universidade Luterana do Brasil Profa Dra Roseana Maria Medeiros Faculdade da Serra Gaucha /RS

Profa Dra Lisia Maria Fenstersefer Unisinos - Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Profa Dra Sandra Maria Cezar Leal Unisinos - Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Profa Doutoranda Lisnéia Fabiani Bock IPA - Rede Metodista de Educação do Sul

Enfa Estomaterapeuta Silvana Janning Prazeres SOBEST - RS

Profª MS Lucila Corsino de Paiva Faculdade Maurício de Nassau - Natal/ RN Profa Dra Luzia Fernandes Milão Ulbra - Universidade Luterana do Brasil Profa Doutoranda Magada Tessman Schwalm Unesc/SC

Números avulsos: R$ 40,00 Periodicidade: Bimestral Distribuição: Via Correios

Profa Dra Marlene Gomes Terra UFSM - Universidade Federal de Santa Maria

Profa Dra Maira Buss Thofehrn UFPel - Universidade Federal de Pelotas

Revista Sul-Brasileira de Enfermagem reservase todos os direitos, inclusive os de tradução, em Prof. Doutorando Marcio Neres dos Santos todos os países signatários da Convenção Pan- Grupo Hospitalar Conceição – Porto Alegre - RS Americana e da Convenção Internacional sobre Profa Doutoranda Maritê Inez Argenta Direitos Autorais.

Profa Dra Solange Machado Guimarães Ulbra - Universidade Luterana do Brasil Profa Dra Sonara Lucia Estima Unilasalle - Centro Universitário La Salle Profa Dra Sonia Beatriz Cocaro Souza UFRGS - Universidade Federal do RS Profa MS Terezinha Valduga Cardoso Ulbra - Universidade Luterana do Brasil IAHCS Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde

Profa MS Vera Lucia Fortunato Fortes UPF - Universidade de Passo Fundo

Faculdade Estácio de Sá/SC

Os trabalhos publicados terão seus direitos autorais resguardados pela Moriá Editora que, em qualquer situação, agirá como detentora dos mesmos. A Revista Sul-Brasileira de Enfermagem é uma publicação bimestral. Publica trabalhos originais das diferentes áreas da Enfermagem, Saúde e áreas ains, como resultados de pesquisas, artigos de relexão, relato de experiências e discussão de temas atuais.

ISSN 2236-0417

Ficha Catalográfica R 454 Revista Sul-Brasileira de Enfermagem. - Vol. 1, nº 1(março/abril. 2011). Porto Alegre: Moriá Editora Ltda., 2011. -V. Bimestral ISSN 2236-0417 1. Enfermagem-Periódicos NLM WY 1 Bibliotecária Responsável – Maria Laura Martins Scheidemandel CRB10-581

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Sumário Página 03

Editorial Artigos

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Acompanhamento de enfermagem no puerpério imediato: em busca da eicácia na amamentação exclusiva Monitoring of nursing immediately after delivery: in search of eficiency in exclusive breastfeeding Mônica Carine de Carvalho Pacheco, Gabriela Acordi da Silva, Cecília Marly Spiazzi dos Santos, Karina C. Gulbis Zimmermann

Página 08

Conirmação Radiológica do Cateter Venoso Central de Inserção Periférica Humanization in the hour of the childbirth: a bibliographical review Marisse Lappe Alves, Graziella Gasparotto Baiocco

Página 12

Liderança em Enfermagem – Revisão integrativa da literatura Leadership in Nursing – Integrative literature review Nery José de Oliveira Junior / Márcia Rejane Strapasson

Página 17

Ouvidoria hospitalar: manifestações dos usuários de um Serviço de Emergência do SUS Hospital Ombudsman: SUS’s emergency service users expressions Michele Brocker / Rita Catalina Aquino Caregnato / Vera Lúcia Fauri

Página 23

Prevalência de gravidez na adolescência em pacientes atendidas na maternidade Ana Braga, Manaus AM, Brasil. Prevalence of teenage pregnancy in patients seen at the Ana Braga Maternity Thiago Sanches Cardoso, Heidiany Medim da Mota, Graciela Marleny Rivera Chávez, Marcelino da Silva Cavalcante

Página 28

Normas para publicação

Página 31

Ventilação Mecânica - Implicações para a enfermagem. Aula 2: Via Aérea Difícil e Dispositivos Extraglóticos

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Eventos Cientíicos

Página 41

Palavra do Autor

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Revista Sul-Brasileira de Enfermagem


Editorial Caros colegas Enfermeiros, Técnicos em Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem, nossa categoria soma mais de 60% da força dos trabalhadores de saúde no País. No Rio Grande do Sul, somos mais de 138 mil inscritos. Sim, somos muitos, mas a grande maioria de nós ainda desconhece nossa força. A nova gestão do COREN está trabalhando, além das atribuições legais do Conselho, na promoção da aproximação com os inscritos, por meio de uma gestão participativa e democrática, e com as diversas entidades representativas da categoria, com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Precisamos nos unir e fortalecer como categoria, porque unidos temos melhores condições de fazer valer a nossa voz e atender demandas históricas. Também precisamos sensibilizar a sociedade e as mais diversas lideranças para a importância das nossas questões, demonstrando que estamos todos interligados, que as demandas que a nossa categoria busca têm consequências bastante abrangentes. As 30 horas, por exemplo. A regulamentação da carga horária da enfermagem ou a falta desta regulamentação afeta a qualidade dos serviços de saúde prestados, e isso atinge a todos. A categoria da enfermagem é uma das únicas do País que não tem regulamentação da carga horária. A PL 2295, que regulamenta as 30 horas, está desde o ano 2000 na Câmara dos Deputados esperando a atenção daqueles que deveriam nos representar. Já passou pelas principais Comissões da casa e está pronta para ser posta em votação. Cabe à presidência da Casa querer pôr na pauta de votação. Mas por que isso não acontece? Ora, por vários interesses contrários, porque ainda somos uma categoria desarticulada, porque precisamos nos unir mais, mas também porque a sociedade não sabe por que ela também precisa das 30 horas e, portanto, ainda não está conosco nesta luta. Precisamos nos mobilizar neste sentido, trazendo a sociedade para o nosso lado, explicando que precisamos das 30 horas e do correto dimensionamento de pessoal, porque queremos garantir a segurança do paciente. Precisamos divulgar nossas demandas e dar visibilidade a elas e às nossas ações. A sociedade, quem atendemos na ponta, precisa saber que o hospital é um ambiente em que “ enfermeir“ ica ex”“st“ a risc“s bi“lógic“s e químic“s, s“fre f“rte carga em“ci“nal e física, atua em h“rári“s atí”ic“s, c“m l“ngas j“rnadas de trabalh“, insuiciência de funci“nári“s, carência de materiais e equipamentos, muitas vezes com baixos salários, sem autonomia e m“tivaçã“. Muit“s ”r“issi“nais estã“ s“brecarregad“s, c“m excess“ de res”“nsabilidades, e iss“ ”õe em risc“ a saúde d“ ”r“issi“nal e d“ ”aciente. A s“brecarga é a ”rinci”al causa de estresse, além de ser uma das mai“res causas de de”ressã“ crônica entre ”r“issi“nais da categoria e do abandono da carreira. O que estamos defendendo quando falamos das “30 horas já!”, na verdade, é mais qualidade de vida para o trabalhador da saúde e, consequentemente, mais qualidade no atendimento direto à população. Estamos falando da segurança do paciente. Juntese a nós nesta luta. Unidos somos mais fortes e podemos mais. Comunicando-nos com a s“ciedade vam“s c“nseguir a”“i“ às n“ssas causas. Ainal: 30 h“ras = mais saúde ”ara todos! Enfermeiro Ricardo Rivero Presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul

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Acompanhamento de enfermagem no puerpério imediato: em busca da eficácia na amamentação exclusiva M“nit“ring “f nursing immediately after delivery: in search “f eficiency in exclusive breastfeeding * Mônica Carine de Carvalho Pacheco ** Gabriela Acordi da Silva

** Cecília Marly Spiazzi dos Santos ** Karina C. Gulbis Zimmermann

Resumo – Este estudo é resultado de uma pesquisa de campo, descritiva, de natureza qualitativa, realizada durante o trabalho de conclusão da graduação do Curso de Enfermagem, após aprovação do comitê de ética, com um grupo de 20 participantes, que por meio de entrevista semiestruturada, com o objetivo de identificar como se dá o acompanhamento da enfermagem no puerpério imediato para a promoção da amamentação exclusiva em uma maternidade do sul de Santa Catarina. Palavras-chave: Puerpério; amamentação; enfermagem.

Abstract – This study is result of a field research, descriptive, qualitative, while working for the completion of undergraduate nursing program, after approval by the ethics committee, a group of 20 participants who participated through semistructured the goal was to identify how is the monitoring of nursing immediately after delivery to the promotion of exclusive breastfeeding in a maternity ward in southern Santa Catarina. Keywords: Puerperium; breastfeeding; nursing.

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Introdução Com estas colocações, pretendemos fazer uma relexã“ ”ara que “ ”r“issi“nal de enfermagem possa avaliar e orientar as mães, fazendo com que se sintam seguras em buscar informações e esclarecimentos ainda no alojamento conjunto, pois com as vivências e o diálogo os conhecimentos são ampliados e as dúvidas esclarecidas. Isso desenvolve educação em saúde e conscientiza sobre a importância da amamentação, pois se percebe na prática cotidiana que ainda há mães que desconhecem os objetivos e as vantagens da amamentação exclusiva. Este assunto vem ao encontro das estratégias de diminuição de desnutrição infantil, despertando ainda mais o interesse em desnudar o tema, justiicand“ a realizaçã“ da ”resente ”esquisa. O interesse pelo tema surgiu como uma procura voltada à compreensão de fatos presenciados durante o período acadêmico e nas vivências e “bservações diárias durante a vida ”r“issi“nal. O “bjetiv“ d“ estud“ f“i identiicar c“m“ se dá o acompanhamento da enfermagem no puerpério imediato para a promoção da amamentação exclusiva em uma maternidade do sul do Estado de Santa Catarina. A amamentação exclusiva consiste em oferecer somente o leite materno nos primeiros seis meses de vida. Sendo assim, nesse período não há necessidade de água ou chá, mesmo quando o tempo estiver muito quente, seco ou o bebê estiver com cólica1.

Materiais e métodos O projeto passou pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNESC com aprovação de nº 355/2010,

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e também pela Comissão de Ética do hospital do sulcatarinense onde foi realizado o projeto da pesquisa. A abordagem metodológica adotada foi qualitativa do tipo descritiva, utilizando a observação assistemática e a entrevista semiestruturada, focadas no acompanhamento da equipe de enfermagem para com a puérpera e RN em busca da amamentação exclusiva. “Neste tipo de pesquisa os fatos são observados, registrad“s, analisad“s, classiicad“s e inter”retad“s sem que “ ”esquisad“r interira neles. Iss“ signiica que os fenômenos, os mundos físicos e humanos são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador8. Participaram do estudo 10 puérperas atendidas na Maternidade, sendo 7 de parto normal (PN) e 3 de cesariana (PC). Foi selecionada intencionalmente uma puérpera por dia, de acordo com a demanda. Também participaram do estudo 10 membros da equipe de enfermagem que atua na maternidade. O instrumento, com questões abertas e fechadas, foi aplicado pela própria pesquisadora no local do estudo, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Também foi atendida a Resolução 196/96 do CNS, que dispõe sobre pesquisas com seres humanos, motivo por que será respeitado o anonimato dos pesquisados, não divulgando nome ou imagem que possa vir a identiicá-l“s9. As entrevistas foram transcritas preservando a linguagem, inclusive a coloquial. Os dad“s f“ram analisad“s veriicand“ as hipóteses e/ou descobrindo o que está por trás de cada conteúdo manifesto. O que está escrito, falad“, ma”ead“, igurativamente desenhad“ e/ ou simbolicamente explicitado sempre será o ponto

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Acompanhamento de enfermagem no puerpério imediato: em busca da eficácia na amamentação exclusiva

A palavra puerpério é derivada do latim puer (= criança) e ”arere (= ”arir). Também chamad“ pós-parto (post, após; partum, parto), esse período é caracterizado como sendo a fase durante a qual se desenrolam todas as manifestações involutivas e de recuperação da genitália materna após o nascimento2. A atenção à mulher e ao recém-nascido (RN) no pós-parto imediato e nas primeiras semanas após o parto é fundamental para a saúde materna e neonatal. Recomenda-se uma visita domiciliar na primeira semana após a alta. Caso o RN tenha sid“ classiicad“ c“m“ de risc“, essa visita deverá acontecer nos primeiros 3 dias após a alta. O retorno da mulher e do recém-nascido ao serviço de saúde, de 7 a 10 dias após o parto, deve ser incentivado desde o pré-natal, na maternidade e pelos agentes comunitários de saúde na visita domiciliar3. Puer”éri“ imediat“: a”ós “ ”art“ ”r“”riamente dito e tem duração de dez dias. Também é caracterizad“ ”ela regressã“ das m“diicações determinadas pela gravidez. Puer”éri“ tardi“: estende-se d“ 11º até “ 45º dia após o parto; neste período ocorre a recuperação genital. Puer”éri“ rem“t“: nã“ tem duraçã“ exata “u deinida. Inicia n“ 46º dia e se estende até a c“m”leta recuperação das alterações determinadas pela gestação e parto, também pelo retorno dos ciclos menstruais ovulatórios normais. Assim, nas mulheres que não estão amamentando, este período é curto, durando aproximadamente entre 50 e 60 dias; já nas mulheres que estão amamentando, este período poderá ser maior, dependendo da duração da amamentação4. Cabe à equi”e de saúde e a “s ”r“issi“nais de enfermagem explicar e orientar as puérperas quanto às variações e quantidade dos lóquios4: Vermelh“s “u sanguin“lent“s: ”resentes n“s primei-ros três a quatro dias, constituindo-se de sangue, tecido decidual necrosado e células epiteliais. Geralmente a quantidade é semelhante à d“ lux“ menstrual. Ser“sanguin“lent“s: ”resentes n“ terceir“ “u quarto dia e ocorrem até o décimo. Sua coloração passa para róseo-acastanhada, resultante de alterações de hemoglobina, diminuição do número de hemácias e elevação dos leucócitos. Ser“s“s: sã“ “bservad“s a”ós “ décim“ dia, podendo se estender até a quinta ou sexta semana e assumem coloração amarelada ou branca.

O leite materno é alimento completo porque contém vitaminas, minerais, gorduras, açúcares, proteínas, todos apropriados para o organismo do bebê. Possui muitas substâncias nutritivas e de defesa, que não se encontram no leite de vaca e em nenhum outro leite. O leite da mãe é adequado, c“m”let“, equilibrad“ e suiciente ”ara a criança. Ele é um alimento ideal. Não existe leite fraco. É feito especialmente para o estômago da criança, portanto de mais fácil digestão1. A função e os benefícios dos componentes do leite materno para o bebê são relacionados a seguir5: as ”r“teínas ”r“m“vem “ cresciment“ de músculos e vísceras; os lipídios atuam no desenvolvimento do cérebro e de todo o sistema nervoso central; os glicídios possibilitam o desenvolvimento da l“ra natural de lact“bacil“s, ajudand“ na fermentação do intestino; as vitaminas evitam infecções respiratórias e digestivas. O leite materno, quando dado exclusivamente, tem signiicância extra“rdinária ”ara “ bebê, ”“is evita muitas doenças e contém todas as substâncias necessárias ”ara que cresça sadi“ mental e isicamente1. Para que as mães entendam melhor o processo e a importância da amamentação, faz-se necessário que estas informações sejam passadas através de palestras com materiais ilustrativos para que elas possam ampliar seus conhecimentos e esclarecer dúvidas6. São inúmeras as vantagens da amamentação para o recém-nascido, a mãe e toda a família, como segue1. O c“ntat“ c“ntínu“ entre mãe e ilh“ f“rtalece os laços afetivos e enriquece o envolvimento da família prolongando o tempo de amamentação. Amamentar o bebê logo ao nascer faz com que diminua o sangramento da mãe após o parto (prevenindo a anemia); também faz com que o útero volte mais rápido ao seu tamanho normal. Ao bebê sugar, a mãe produz substâncias responsáveis pela produção e liberação do leite. Está sempre pronto e na temperatura certa, é econômico e evita gastos. Dar somente o leite materno até os seis meses de vida, em livre demanda, inclusive de madrugada, diminui a chance de nova gravidez se a mãe ainda não menstruou. Quanto maior for o tempo de amamentação, menor o risco de câncer de mama e ovários. Por ocasião da alta, a família deve ser orientada para estimular a mãe a amamentar exclusivamente até os seis meses e continuar amamentando até os 2 anos ou mais. O apoio da família ajudará a mãe a se dedicar ao recém-nascido1. Para isso, na internação e/ou na alta hospitalar, o papel da enfermagem é fundamental, propor-

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Puerpério

Amamentação

Artigo de Pesquisa

de ”artida ”ara a identiicaçã“ d“ c“nteúd“ manifesto (seja ele explícito e/ou latente)10.


Artigo de Pesquisa

Consider ações finais

Enfermagem O acompanhamento da enfermagem no puerpério imediato para a promoção da amamentação exclusiva é de extrema im”“rtância ”ara identiicar o conhecimento das puérperas em relação à amamentação exclusiva, desenvolvendo ações, orientando e incentivando o aleitamento materno exclusivo, através do esclarecimento das dúvidas que possivelmente venham a existir. Neste sentindo torna-se muito importante ajudar, orientar e esclarecer os benefícios da amamentação para a mãe e para o RN, transformando o ato de amamentar em um momento inexplicável, uma experiência única de afeto e carinho para a mãe e o bebê. A ciência da enfermagem está baseada em ampla estrutura teórica, e o processo de enfermagem é o método através do qual essa é aplicada à prática. O seu propósito é oferecer estrutura na qual as necessidades individuais do cliente, seja ele indivíduo, família ou comunidade, possam ser satisfeitas. No que diz respeito à amamentação, é iminente atentar às necessidades individuais de cada mulher, de forma a personalizar o atendimento7. Então se compreende que a enfermagem tem um grande papel na assistência à puérpera e ao recém-nascido, podendo por meio de apoio e orientações, auxiliar, estimular, incentivar e promover a amamentação exclusiva, priorizando o atendimento a estas mães que passam por um momento tão importante em suas vidas.

Observando as orientações disponibilizadas pela equipe de enfermagem e o conhecimento das puérperas do estudo em relação ao tema proposto no que diz respeito à amamentação exclusiva, as hi”óteses f“ram em ”arte c“nirmadas, n“

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que diz respeito ao conhecimento das puérperas sobre a amamentação exclusiva; a maiorias delas demonstrou que sabe do que se trata e estavam preparadas para este momento; já em outras se percebeu a falta de orientações e até mesmo de interesse, pois sentiam-se despreparadas e inseguras. A equipe de enfermagem sempre esteve disposta, promovendo a amamentação exclusiva, orientando as puérperas e os familiares, incentivando o aleitamento materno, em constante evolução, em busca de aprimoramentos e melhorias visando ao bem-estar da paciente. Os resultados foram expressos pelas puérperas e equipe de enfermagem da forma mais espontânea possível. Apresentaram satisfação em responder à entrevista, a qual serviu como instrumento de coleta de dados, contribuindo com o processo de comunicação entre a pesquisadora e as participantes, possibilitando a aquisição de conheciment“s s“bre a eicácia da amamentaçã“ exclusiva que elas sustentavam, tanto que a equipe de enfermagem salient“u: Oferecer s“mente “ leite materno em livre demanda, não complementar com chá, outro tipo de leite, água, e orientar que o leite materno é completo, não precisando de complemento algum”. Já as puérperas, em sua mai“ria, inf“rmaram: É quand“ se dá só “ leite materno, sem necessidade de outros alimentos”. Considera-se importante que o enfermeiro realize estratégias de educação em saúde acerca da importância da amamentação, com sua equipe e com a população, proporcionando assistência mais digna, integral e humanizada, para que juntos alcancem a prevenção de agravos e melhoria da qualidade de vida da população infantil. Concluindo essa pesquisa, percebe-se que as pessoas devem desenvolver características na ”r“cura de a”rim“rament“ ”ess“al e ”r“issi“nal, seguindo sempre os princípios de responsabilidade, honestidade, ética, postura, interesse, participação, respeito à vida e ao próximo, compromisso, estudo, humanismo, dedicação e amor, buscando o saber e o compreender com sensibilidade para saber interagir com os seres envolvidos, cumprindo com “s direit“s e deveres de um cidadã“ e ”r“issi“nal.

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cionando a participação da família e assim fortalecendo o vínculo familiar e afetivo.

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Acompanhamento de enfermagem no puerpério imediato: em busca da eficácia na amamentação exclusiva


Acompanhamento de enfermagem no puerpério imediato: em busca da eficácia na amamentação exclusiva

7. Gouveia HG, Lopes MHBM. Diagnósticos de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. [periódico na Internet]. Rev Latino-am Enferm. 2009. [acesso em 2011 jun 02] 12(2): 175-182. Disponível em: http://www.revistasusp.sibi.usp. br. 8. Andrade MM de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 7ª ed., São Paulo: Atlas; 2005. p. 124. 9. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996. 10. Minayo MCS et al. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 26ª ed. Petrópolis: Vozes; 2007.

Recebido 06.07.2011 Aprovado 02.05.2012

* Mônica Carine de Carvalho Pacheco – Acadêmica da 8ª fase do Curso de Enfermagem da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. ** Gabriela Acordi da Silva, Cecília Marly Spiazzi dos Santos, Karina C. Gulbis Zimmermann – Enfermeiras, Mestres do Curso de Enfermagem da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.

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1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Promovendo o Aleitamento Materno. 2ª ed. revisada. Brasília: (DF): MS; 2007. 2. Rezende J, Montenegro CAB. Obstetrícia fundamental. 12ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher Pré-Natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada. Brasília (DF): MS; 2006. 4. Neme B. Obstetrícia básica. 3ª ed. São Paulo: Sarvier; 2005. 5. Rego JD. Aleitamento materno. São Paulo: Atheneu; 2008. 6. Ramos VW, Ramos JW. Aleitamento materno, desmame e fatores associados. Ceres; 2007.

Artigo de Pesquisa

Referências


A CONFIRMAÇÃO RADIOLÓGICA DO CATETER VENOSO CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA Humanization in the hour of the childbirth: a bibliographical review * Marisse Lappe Alves ** Graziella Gasparotto Baiocco Resumo – O presente estudo buscou conhecer o perfil dos pacientes adultos que utilizaram o Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP), o tipo de CCIP utilizado, calibre e número de lumens do dispositivo, o vaso e o membro em que foi inserido, além do posicionamento da ponta do cateter verificado através de exame de raios X realizado após a inserção do cateter e antes de liberá-lo para utilização. Também foram descritos os motivos que ocasionaram o mau posicionamento do CCIPs instalados em todos os pacientes adultos internados em uma instituição hospitalar de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, durante o ano de 2009, assim como os motivos e as doenças que levaram à utilização do mesmo. Este foi um estudo de cunho retrospectivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Os dados foram obtidos, no segundo semestre do ano de 2010, por meio de pesquisa em prontuários que se enquadraram nos critérios de inclusão. Palavras-chave: Cateter venoso central de inserção periférica; enfermagem.

Abstract – The present study aimed at analyzing the profile of adult patients who used the Peripheral Insertion Central Catheter (PICC) the PICC type used, its size and the number of lumens of the device, the vessel and the limb that was inserted in addition to positioning the tip of the catheter verified through x-ray examination performed after inserting the catheter and before releasing it for use. The reasons that caused bad placement of PICC installed on all adult patients admitted in a hospital institution of Porto Alegre-RS during the year 2009 were also described, as well as the reasons and the diseases that led to their use. This has been a retrospective study, with transversal delineation and quantitative approach. The data were obtained, in the secund semester of 2010, through research into the charts of patients who fit inclusion criteria. Keywords: Peripheral insertion central catheter; nursing.

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Introdução Este estudo teve como tema a terapia intraven“sa, ab“rdand“ es”eciicamente “ Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP), dispositivo que foi desenvolvido primeiramente para uso em neonatologia, devido ao pequeno diâmetro do cateter e à lexibilidade d“ material. Estes cateteres estão disponíveis no mercado com um ou múltiplos lumens, são inseridos por enfermeiros treinados e o procedimento pode ser realizado à beira do leito O CCIP tornou-se, a partir da década de 1980, uma opção segura e com baixo índice de complicações na terapia intravenosa dentro do ambiente hospitalar¹. O CCIP é considerado um acesso venoso c“niável, largamente utilizad“ em tera”ia intravenosa por ser um dispositivo de longa permanência e de fácil instalação, associado a um menor risco de infecção, utilizado para administração de antibioticoterapia, nutrição parenteral, infusão de drogas antineoplásicas, infusão de sangue e veriicaçã“ de ”ressã“ ven“sa central². Os objetivos deste estudo foram conhecer o ”eril de idade e sex“ d“s ”acientes adult“s que utilizaram o cateter, o tipo de CCIP utilizado, calibre e número de lumens, o vaso e o membro em que foi inserido, além do posicionamento da ponta d“ cateter veriicad“ através de exame de RX realizado após a sua inserção e antes de liberá-lo

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para utilização. Também foram descritos os motivos que ocasionaram o mau posicionamento do CCIP instalado em todos pacientes adultos internados em uma instituição hospitalar de Porto Alegre, RS, durante o ano de 2009, assim como os motivos e as doenças que levaram à sua utilização.

Objetivos Objetiv“ geral – C“nhecer “ ”eril de idade e sex“ dos pacientes adultos e internados que utilizaram o CCIP, em uma instituição hospitalar de Porto Alegre, RS, e a c“nirmaçã“ d“ ”“sici“nament“ d“s mesmos, durante o ano de 2009. Objetiv“s es”ecíic“s – Veriicar “s m“tiv“s e ou as doenças que levaram os à utilização deste dis”“sitiv“; identiicar “s CCIPs utilizad“s (calibre e lúmens); identiicar “ vas“ “nde “ CCIP f“i inserid“; descrever “ ”“sici“nament“ através de rai“s X dos CCIPs inseridos; e descrever os motivos que ocasionaram o mau posicionamento do cateter.

Revisão da liter atur a A prática da terapia intravenosa se faz necessária atualmente, para anestesia, alimentação ”arenteral, luid“tera”ia e re”“siçã“ eletr“lítica,

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A confirmação radiológica do cateter venoso central de inserção periférica

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antibióticos e quimioterápicos e é indicado para terapia domiciliar, tanto de instalação como de manutenção, tem custo e tempo-benefício, além de conservar o sistema vascular periférico das extremidades superiores¹. As principais vantagens deste cateter são a sua introdução à beira do leito, inserido por enfermeiras habilitadas, relato de dor mínima na hora da inserção e baixo índice de complicações desde sua colocação até sua manutenção4. O us“ da ultrass“n“graia (US) ”“de c“ntribuir para a realização de punções intravenosas mais efetivas, e novos aparelhos de ultrassom portáteis podem ser utilizados à beira do leito por enfermeiros treinados, melhorando seu desempenho durante a realização do procedimento e, consequentemente, o cuidado prestado ao paciente. Nos Estados Unidos, desde os primeiros anos da década de 1990, enfermeiros iniciaram o uso da US para direcionar a passagem do CCIP5. Após a inserção do cateter, deve ser realizada a veriicaçã“ d“ seu ”“sici“nament“ ”“r mei“ de rai“s X antes de qualquer infusã“. O cateter pode ser fechado e heparinizado enquanto seu ”“sici“nament“ é veriicad“ através d“ exame radiológico¹. De acordo com a Sociedade Brasileira de Enfermeiros em Terapia Intensiva (2002), o CCIP é um cateter l“ng“ (de 8 a 75 cm) e lexível, inserid“ por uma veia periférica (preferencialmente as veias cefálica e basílica em pacientes adultos), progredindo através desta até o sistema venoso central, devendo sua ponta ser instalada no 1/3 inferior da veia cava superior ou no 1/3 superior da veia cava inferior6. Antes de utilizar “ CCIP deve-se c“nirmar, através de rai“s X (“ cateter é radi“”ac“), que a ponta do cateter encontra-se adequadamente instalada na veia cava superior (preferencialmente no 1/3 inferior) ou em veia braquiocefálica, e somente com a ponta do CCIP nessas veias poderá ser considerado central. Assim sendo, o enfermeiro qualiicad“ em CCIP deverá também desenv“lver a habilidade de avaliação radiológica, direcionada à observação do trajeto e ponta do CCIP6. A posição do cateter central de inserção periférica é considerada ideal quando sua ponta estiver localizada no terço inferior da veia cava superior ou porção inicial da veia cava inferior6. A migração da ponta do CCIP pode ocorrer durante ou após a sua inserção, principalmente em pacientes que sofrem com vômitos frequentes durante a terapia intravenosa. Ainda são relatados casos de migração do dispositivo em pacientes que apresentam tosse intensa ou são ativos isicamente³. Se “ ”aciente relatar d“r n“ braç“ em que foi realizada a inserção, no ombro ou no

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analgesia ou terapia medicamentosa. Diferente da década de 1950, quando menos de 20% dos pacientes hospitalizados recebiam terapia intravenosa, hoje se estima que cerca de 90% dos pacientes necessitem desta terapia, evidenciandose, então, que a implementação desta terapia requeira uma abordagem multidisciplinar que vai muito além de uma simples técnica para execução de uma terapêutica prescrita. Um acesso venoso central é caracterizado pela canulação de uma veia central com a utilização de um cateter inserido em uma veia periférica profunda (por exemplo, veia subclávia ou veia jugular interna alcançada por punção venosa profunda ou ainda veias su”ericiais d“ antebraç“ acessadas ”“r ”unçã“ ven“sa su”ericial), ”ermitind“ acess“ à junção da veia cava superior com o átrio direito. A partir deste conceito, surgiu a possibilidade de manutenção de cateteres em veias centrais por longo prazo que permitem uma drástica mudança no tratamento e prognóstico de várias afecções clínicas e cirúrgicas³. A infusão de medicações na via intravenosa proporciona um acesso direto ao sistema circulatório, é utilizada em pacientes que não toleram medicações via oral, além de ser um método instantâneo de ação da droga, o que é uma vantagem em casos de emergência¹. Esta via de administração de medicamentos propicia a obtenção de efeitos imediatos em níveis plasmáticos previsíveis, e a biodisponibilidade é de 100%, sendo, por isso, muito usada em emergências e em doenças graves para obtenção de efeitos rápidos³. A princípio, os CCIPs foram desenvolvidos para uso em neonatologia, devido ao pequeno diâmetro d“ cateter e à lexibilidade d“ material. Atualmente, estes cateteres estão disponíveis no mercado com um ou múltiplos lumens, e são inseridos por enfermeiros treinados, podendo o procedimento ser realizado à beira do leito¹. O CCIP é um cateter l“ng“ e lexível c“nstruíd“ em silicone ou poliuretano radiopaco inserido através de punção venosa periférica, sendo as veias de primeira escolha as localizadas na fossa antecubital. Esta ”unçã“ é realizada ”“r ”r“issi“nal enfermeiro ou médico devidamente capacitado e treinado, sendo o cateter em seguida introduzido na veia e progride em seu interior, seguindo o trajeto anatômico até que sua extremidade distal esteja localizada no terço médio da veia cava superior³. Devido à inserção periférica do cateter são eliminadas as complicações como pneumotórax e hemotórax, e pela fácil manutenção do local de inserção abaixo do coração também diminui o risco de embolia. O cateter ainda f“rnece acess“ c“niável ”ara administraçã“ de


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A confirmação radiológica do cateter venoso inserção periférica Humanização na hora do parto: umacentral revisãode bibliográfica

pescoço, é recomendada a realização de uma n“va radi“graia³. Quando é constatado que a ponta do CCIP encontra-se no átrio direito, deve-se tracionar levemente o dispositivo, devido ao risco de taquicardia¹. O CCIP é frequentemente inserido através das veias basílica e cefálica, sendo o seu posicionamento correto no terço inferior da veia cava superior. O CCIP funciona como um cateter central quando está na localização ideal, podendo ser utilizado para infusão de drogas vesicantes e também para coleta de sangue para exames7. Manter “ CCIP ”érvi“ é um d“s mai“res desai“s para os enfermeiros, devido ao seu estreito calibre, e a possibilidade de oclusão torna-se aumentada. O processo para manter um cateter pérvio é denominado “manutenção”, que e pode ser realizada diária ou semanalmente6. A antissepsia das mãos é fundamental. Sempre que for manipulado o cateter; durante a inserção, deve-se seguir o uso das precauções máximas de barreira, c“m“: avental, cam”“s, máscara, t“ucas e luvas estéreis; usar clorohexidina alcoólica 0,5% como antisséptico da pele no sítio de inserção; preferencialmente usar cateter monolúmen; o local de inserção deve ser observado diariamente, m“nit“rand“ a “c“rrência de sinais l“gístic“s; e não é recomendado o uso de antibióticos tópicos no local da inserção. Além disso, os equipos devem ser trocados a cada setenta e duas horas, salvo quando forem utilizadas soluções lipídicas ou transfusão sanguínea, cuja instalação deve ser trocada a cada vinte quatro horas; anotar a data de inserção do cateter; e acompanhar a medida da circunferência do braço do paciente8.

O presente estudo foi de cunho retrospectivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. A população do estudo foi constituída por todos os pacientes adultos que utilizaram o CCIP no ano de 2009, de ambos os sexos, não havendo assim critérios de inclusão e exclusão, independente do tempo de hospitalização e da doença de base, dos quais se obteve acesso aos dados do prontuário. Apresentação dos resultados e discussão Quant“ a“ ”eril d“s ”acientes, levand“ em consideração idade e sexo, prevaleceu com 60% da amostra o sexo feminino, 32,0% com idades entre 61 e 80 an“s e 28,0% de 41 a 60 an“s. O cateter utilizado foi o monolúmen em 100% dos cas“s, send“ “ de calibre 4 French em 84,0% d“s

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Consider ações finais P“de-se airmar, a ”artir d“s dad“s c“letad“s, como o local de inserção no membro superior direito, o vaso de primeira escolha, que foi a veia basílica, e, inclusive, a localização da ponta do cateter na veia cava superior demonstra preparo e conhecimento da equipe de enfermeiros(as), pois estas informações se encontram no referencial teórico deste trabalho, sendo assim comprovada cientiicamente a c“niabilidade deste dis”“sitiv“. Os dados encontrados mostram que o CCIP apresentou-se como um dispositivo seguro em diversas indicações e diferentes doenças, além de “ferecer c“niabilidade durante a tera”ia intravenosa, com baixas taxas de complicações,

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Método

dis”“sitiv“s e “ de 4 French valvulad“ f“i utilizad“ em 16,0% dos pacientes. O vaso mais utilizado para a inserção do cateter foi a veia basílica (56,0%), devido à sua melhor palpação, visualização e melhor migração do cateter. Em 68% dos casos foi inserido no membro superior direito. A l“calizaçã“ da ”“nta d“ cateter f“i veriicada radiologicamente na veia cava superior em 80,0% dos casos, indicando que o CCIP pode ser considerado um dispositivo que oferece segurança durante a tera”ia intraven“sa e c“niabilidade a“s usuári“s. As principais indicações para a utilização do CCIP foram para administração de antibióticos em 28,0% dos casos e na mesma proporção para infusão de quimioterapia. Também foi utilizado para analgesia e antibioticoterapia em 12,0% dos casos. Sendo essas drogas consideradas vesicantes e irritantes para rede venosa periférica, nesse caso ica c“m”r“vad“ que a utilizaçã“ desse dis”“sitiv“ é c“niável e eicaz na administraçã“ desses medicamentos. As doenças que mais ocasionaram a necessidade da instalação deste cateter para antibioticoterapia foram as endocardites e as artrites sépticas, com 16,0%, e para utilização em quimioterapia prevaleceram a leucemia mieloide aguda, neoplasia de bexiga e câncer de garganta, totalizando 28,0% dos casos, e para analgesia nos casos de dor lombar e traumas, proporcionando aos pacientes conforto e segurança durante o tratamento. O mau ”“sici“nament“ d“ cateter f“i identiicad“ em apenas cinco casos, sendo dois por problemas vasculares, dois por senilidade e um por diabete melittus. Nestes casos não foi possível a migração do cateter até a veia cava superior para ser considerado um acesso central, o que não impede a utilização do cateter, porém ele passa a ser denominado cateter de linha média.


A confirmação radiológica do cateter venoso central de inserção periférica

no ambiente hospitalar. 2009. 88f. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Sul. Faculdade de Medicina. Curso de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde. Porto Alegre; 2009. 5. Costantino TG et al. Ultrasonography-guided peripheral intravenous access versus traditional approaches in patients with difficult intravenous access. Annals of Emergency Medicine 2005; Dallas (TX);

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como o mau posicionamento do cateter, o que demonstrou o preparo da equipe de enfermeiros(as) durante a sua inserção e de toda a equipe de enfermagem em relação à manutenção do cateter. O estudo realizado prova, pelas evidências, os pontos positivos da utilização deste dispositivo em pacientes adultos.

46(5):456-61.

Referências

6. SOBETI. Curso de qualificação em inserção, utilização e cuidados

1. Phillips LD. Manual de terapia intravenosa. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2001. 2. Volkmer A. et al. I Curso de qualificação em utilização, inserção, manutenção e cuidados com cateter central de inserção periférica (PICC/CCIP) adulto, pediátrico e neonatal do Instituto de Educação e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento. Porto Alegre: Hospital Moinhos de Vento, Instituto de Educação e Pesquisa; 2008. 3. Tavares LME et al. Terapia intravenosa utilizando cateter central de inserção periférica (CCIP). São Paulo: Iátria; 2009.

Paulo: Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Terapia Intensiva; 2002.

com o cateter Venoso Central de Inserção Periférica – CCIP. São

central catheters vs. peripheral catheters for middle duration inhospital intravenous therapy. Journal of thrombosis and haemostasis 2008 May; 6(8):1281-8. 8. Centers for Disease Control and Prevention. Department of Health and Human Services. Intravascular Device. Related infections preventions; guidelines availability: notice. Atlanta (GO): CDC; 2002.

Recebido 01.03.2012 Aprovado 18.03.2012

* Marisse Lappe Alves – Enfermeira, consultora técnica da linha de cateteres da empresa Saavedra. Graduada pela Universidade Feevale – Novo Hamburgo – RS. ** Graziella Gasparotto Baiocco – Enfermeira do setor de Hemodiálise do Grupo Hospitalar Conceição. Mestre em Medicina e Ciências da Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.

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4. Baiocco GG. A utilização do cateter central de inserção periférica

7. Periard D et al. Randomized controlled trial of peripherally inserted


Liderança em Enfermagem – Revisão integrativa da literatura Leadership in Nursing – Integrative literature review * Nery José de Oliveira Junior ** Márcia Rejane Strapasson

Resumo – Objetivo: analisar as produções científicas relacionadas à liderança em enfermagem. Método: trata-se de uma revisão integrativa da literatura desenvolvida por meio das bases de dados Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), no período de 2006 a 2011. Foram incluídos dezoito artigos, oriundos de estudos realizados no Brasil. Resultados: os estudos abordaram a liderança em enfermagem como um quesito indispensável na gestão de enfermagem. Eles amostram que esses profissionais da saúde estão atentos aos novos cenários de mercado, ao buscar qualificar-se com o desenvolvimento dessa habilidade. A análise possibilitou identificar a escassa produção referente à temática da liderança em enfermagem. Conclusão: este estudo mostra a necessidade de maior enfoque na gestão em enfermagem nos programas de pós-graduação, com vistas a uma maior sensibilização quanto à importância dessa temática no exercício da enfermagem. Palavras-chave: Liderança; gestão; enfermagem.

Abstract – Objective: to analyze the scientific works related to Leadership in Nursing. Method: this is an integrative literature review developed through the databases Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) and Scientific Electronic Library Online (SciELO), within the period from 2006 to 2011. Eighteen papers were included, from studies carried out in Brazil. Results: the studies approached leadership in nursing as an indispensable issue in the nursing management. They show that these health professionals are aware of the new market scenes, when searching for qualification through the development of this ability. The analysis allowed us to identify the poor production regarding the theme leadership in nursing. Conclusion: this study shows the need for an enhanced focus on nursing management in the graduate programs, aiming to achieve a higher sensitivity with regard to the importance of this theme in the nursing practice. Keywords: Leadership; management; nursing.

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Introdução A liderança efetiva contribui para que o envolvimento, a satisfação e a motivação transf“rmem a atividade ”r“issi“nal d“s membr“s da equipe de enfermagem numa atividade prazerosa, gerand“ relex“ ”“sitiv“ n“ desem”enh“ das atividades do grupo1. Os mesmos autores contribuem airmand“ que “ líder gera um relex“ n“ desempenho das atividades do grupo, marcado pela presença da sua liderança e estimulando os liderados se espelharem e acreditarem no seu líder. Ao longo dos anos, a função administrativa do enfermeiro vem abrindo espaço e tornando-se cada vez mais necessária à sua prática, devido a fatores políticos, econômicos, sociais e culturais vigentes nas instituições de saúde e na sociedade. Houve muitos avanços na gestão de enfermagem desde “ iníci“ d“ sécul“ XX, quand“ ”red“minavam as ”ressu”“stas te“rias da Esc“la Nigthingaliana². Na prática do enfermeiro a assistência e o gerenciamento possuem forte ligação, uma vez que este ”r“issi“nal ”resta cuidad“ a“s clientes e também lidera os membros de sua equipe. Para tanto, o enfermeiro necessita desenvolver e em”regar c“m”etências gerenciais, tais c“m“: planejamento, organização e avaliação do trabalho em equipe com o intuito de suas ações serem realizadas com qualidade³. Diante desses

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aspectos, este estudo tem como objetivo analisar as ”r“duções cientíicas relaci“nadas à temática da liderança na enfermagem.

Metodologia Estudo descritivo, realizado por meio de uma revisão integrativa da literatura, que teve como ”r“”ósit“ res”“nder à seguinte questã“ n“rtead“ra: como a temática da liderança na enfermagem está send“ ab“rdada nas investigações cientíicas? Esse tipo de revisão contribui no processo de sistematização e análise dos resultados, visando à compreensão de um determinado tema a partir de ou-tros estudos independentes, sendo “”eraci“nalizad“ em seis eta”as: delimitaçã“ da questão de pesquisa; estabelecimento de critérios para inclusão de estudos/amostragem ou busca na literatura; deiniçã“ das inf“rmações a serem extraídas dos estudos; avaliação dos estudos; interpretação dos resultados; e apresentação da síntese do conhecimento. Deiniram-se, c“m“ f“ntes de busca, as bases de dad“s: Literatura Latin“-Americana em Ciências de Saúde (LILACS) e Scientiic Electr“nic Library Online (SciELO), que são bases de dados consideradas

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Liderança em Enfermagem – Revisão integrativa da literatura

referências na produção na área da saúde e utiliz“aram-se “s seguintes descrit“res: Liderança and enfermagem na base de dados SciELO, e Liderança and enfermagem or gestão na base de dados LILACS. Inicialmente, para seleção dos estudos desta revisão integrativa, foram incluídos somente artigos oriundos de estudos realizados no Brasil, com artigo completo, ano de publicação entre 2006 e 2011 em idioma português, que continham informações sobre liderança na enfermagem. Assim, excluíramse os estudos internacionais, artigos com ano de publicação inferior a 2006, incompletos, sem resumo nas bases de dados e as duplicidades. A busca pelas produções foi conduzida no período entre janeiro e fevereiro de 2012. Para análise e posterior síntese dos artigos selecionados foi construído um quadro sinóptico, que c“ntem”l“u “s as”ect“s c“nsiderad“s ”ertinentes: nome do artigo; nome dos autores conforme sua ”r“issã“; l“cal de “rigem das ”r“duções cientíicas, tipo de estudo, análise, resultados e considerações/ conclusões. Os dados utilizados neste estudo foram devidamente referenciados e seguido rigor ético no que se refere à propriedade intelectual dos estudos cientíic“s ”esquisad“s5.

Balsanelli AP, Cunha ICKO

SciELO

Rev Esc Enferm USP

2006

A06

Mendes IAC, Trevizan MA, Shinyashiki GT, Nogueira MS

SciELO

Texto & Contexto Enferm.

2007

A07

Santos I, Castro CB.

SciELO

Texto & Contexto Enferm.

2008

A08

Feldman LB, Ruthes RM, Cunha ICKO.

SciELO

Rev Bras Enferm.

2008

A09

Sousa LB, Barroso MGT.

SciELO

Esc Anna Nery R Enferm

2009

A10

BalsanellI AP, Cunha ICKO, Whitaker IY.

SciELO

Rev Latinoam Enferm.

2009

A11

Strapasson MR, Medeiros CRG.

SciELO

Rev Bras Enferm

2009

A12

Amestoy SC, Cestari ME, Thofehrn MB, Milbrath VM.

SciELO

Acta Paul Enferm.

2009

A13

AmestoyI SC, TrindadeI LL, WaterkemperI R, HeidmanI ITS, BoehsI AE, BackesI VMS.

SciELO

Rev Bras Enferm.

2010

A14

Amestoy SC, Cestari ME, Thofehrn MB, Milbrath VM, Trindade LL, Backes VMS.

SciELO

Rev Bras Enferm

2010

A15

Santos I, Castro C.B

SciELO

Rev Esc enferm USP.

2010

A16

Cardoso MLAP, Ramos LH, D’Innocenzo M.

SciELO

Rev Esc enferm USP.

2011

A17

GelbckeI FL, Souza LA, Dal SassoI GM, Nascimento E, Bulb MBC.

LILACS

Rev Bras Enferm.

2009

Resultados e discussão

Nery José de Oliveira Junior / Márcia Rejane Strapasson

Na ”resente revisã“ integrativa, f“ram identiicados 39 estudos na base de dados SciELO; após uma análise minuciosa, 15 se adequavam aos critérios de inclusão. Na base de dados LILACS f“ram l“calizad“s 85 estud“s: 15 artig“s “bedeciam aos critérios de seleção, porém 12 encontravam-se indexados no SciELO, concomitantemente. Dessa forma, a amostra constituiu-se em 18 estudos nesta revisão integrativa (Figura 1). Código

Autores

Base de dados

Periódico

Ano de Publicação

A01

Constantino LR, Sanna MC.

SciELO

Esc Anna Nery R Enferm.

2006

A02

Machado SC, Stipp MAC, Oliveira RMP, Moreira MC, Simões LM, Leite JL.

SciELO

Esc Anna Nery R Enferm.

2006

A03

Santos I, Oliveira SRM, Castro CB.

SciELO

Texto & Contexto Enferm.

2006

A04

Ruthes RM, Cunha ICKO

SciELO

Rev. bras. Enferm

2006

Rev. enferm. 2010 UERJ Figura 1 – Descrição dos estudos incluídos na revisão integrativa, segundo autor(es), base de dados, periódicos e ano de publicação. N=18. Fonte: Dados coletados pelos pesquisadores. Porto Alegre, RS, 2011. A18

Vilela PF, SouzaII AC.

LILACS

No reconhecimento e análise dos dados observouse que, em termos de evolução temporal, os anos de 2006, 2009 e 2010 concentraram mais da metade dos artigos publicados (Figura 2).

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A05


Artigo de Revisão

Participação dos pais noem cuidado à criança hospitalizada: revisão Liderança Enfermagem – Revisão integrativa da integrativa literatura da literatura

Os achados do período de 2006 mostraram a temática da liderança em processo de desenv“lviment“. Os artig“s A01, A02, A03, A04, A05 aferem que é de fundamental importância que o líder tenha consciência de suas reais atribuições e funções dentro de uma instituição, buscando subsídios teóricos para apoiar suas decisões e ideias6-7-8-9-10. Observa-se a sugestão de melhorar os currículos, trabalhar na graduação a gestão ou que os enfermeiros realizem cursos na área de gestã“, a im de melh“rar as suas atividades11-12-13-14. Já no período de 2007 e 2008, os estudos A07 e A08 inferiram questionamentos relativos a prática da liderança, no que se refere a variável “acomodação” do líder. As organizações querem um líder compatível com as necessidades da equipe de enfermagem e com os objetivos da instituição. Na prática do enfermeiro a assistência e o gerenciamento possuem forte ligação, uma vez que este ”r“issi“nal ”resta cuidad“ a“s usuários do serviço e também lidera os membros de sua equipe. Portanto, o enfermeiro necessita desenvolver e empregar competências gerenciais tais c“m“: ”lanejament“, c“nheciment“, habilidade, organização, avaliação e atitude, bem como na criatividade e sempre inovar, contribuindo para a organização do trabalho em equipe com o intuito de suas ações serem realizadas com qualidade1,3,15-16-17. Nos períodos de 2009 a 2011 (A09 e A10), a enfermagem mostra-se como uma liderança não mais baseada no poder, pois a enfermagem possui subsídios para desenvolver uma liderança de sucesso. Frente a este cenário, tem-se que a gerência c“nigura-se c“m“ um ”r“cess“ de trabalh“ es”ecíic“ e que, ”ara desenv“lver a gerência inserida no seu processo de trabalho, se torna imprescindível que o enfermeiro mobilize competências com vistas a subsidiar o sucesso desta prática, devendo fundamentar-se no alicerce da ”r“issã“, “ cuidad“. Também nesse ”erí“d“ os enfermeiros promovem gerenciamento de seus recursos através da capacidade e disposição das suas equipes, aliando-se às mesmas3,18-19.

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Figura 2 – Número de artigos publicados por ano. Fonte: Dados coletados pelos pesquisadores. Porto Alegre, RS, 2011.

A liderança é deinida c“m“ a ca”acidade de inluenciar um gru”“, c“m a intençã“ de alcançar os objetivos. No decorrer dos anos, a temática liderança f“i send“ agru”ada e classiicada c“m“ liderança comportamental (propõe comportament“s es”ecíic“s que diferenciam “s líderes d“s liderados), liderança contingencial ou situacional (compreende o comportamento do líder, assim como os fatores situacionais do contexto), liderança carismática (desenvolve um carisma, possui uma visã“ “timista e entusiasta, ca”az de inluenciar seus liderados, despertando-lhes um sentimento de aut“estima e aut“c“niança), liderança visi“nária (tida como a capacidade de criar e articular uma visão de futuro atrativa, despertando talentos, habilidades), liderança transformacional (relação baseada na c“niança, que inluencia de f“rma positiva líder e liderados, conhece a cultura e os valores da organização, valoriza a criatividade, a inovação e estimula para a mudança)19. O tema liderança (A11 e A12) desperta reações nos enfermeir“s send“ deinid“ c“m“ muit“ c“m”licad“ e difícil, porém interpretam a liderança como a ca”acidade de inluenciar a equi”e atendend“ a“s objetivos das organizações. Entretanto, a liderança em enfermagem ainda parece ser vista por alguns ”r“issi“nais c“m“ uma funçã“ inde”endente, des”rendida d“ f“c“ da enfermagem: “ cuidad“. Esta deiniçã“ é tí”ica de c“nceit“s antig“s s“bre o papel de um líder, baseados na liderança pelo poder7,20-21. Os registr“s A13 e A14 trazem a ”r“”“sta de inserir a liderança dialógica nas instituições hospitalares e de um aprendizado permanente e um processo de c“municaçã“ eiciente, c“m a intençã“ de estimular a autonomia, a corresponsabilização e a valorização. Também, se faz necessário desenvolver o processo de ensino-aprendizado da liderança durante a graduação, lacunas estas evidenciadas pelo pouco tempo demandado ao ensino de tal competência e distanciamento dos docentes da prática assistencial8,22-23. A intençã“ de ca”acitar “ enfermeir“, a im de oferecer ao mercado de trabalho enfermeiroslíderes crític“s, relexiv“s, criativ“s, étic“s, “s quais sejam capazes de aprender, de colaborar com a autonomia e corresponsabilização de seus colaboradores na tomada de decisões, no planejamento e na implementação das práticas assistenciais, com intuito de atender as demandas sociais (A15, A16, A17). Os enfermeiros reconhecem que a liderança envolve uma série de atributos e qualidades que perpassam o âmbito individual e relacional e, também, fatores relacionados à “rganizaçã“ d“ trabalh“, a se reletir n“ m“d“ como a equipe se relaciona e se articula frente às demandas. A condição de articular as dimensões


Liderança em Enfermagem – Revisão integrativa da literatura

Nery José de Oliveira Junior / Márcia Rejane Strapasson

Constata-se que os 18 artigos analisados possuem como autor principal enfermeiros. Isso mostra que a enfermagem está atenta aos novos cenários de mercado e que a capacidade de liderança é indispensável para a gestão de enfermagem.

Consider ações finais Esta revisão integrativa permitiu dar visibilidade às produções brasileiras sobre a liderança na

Referências 1. Santos I, Castro CB. Estilos e dimensões da liderança: iniciativa e investigação no cotidiano do trabalho de enfermagem hospitalar. Texto & Contexto Enferm [periódico na Internet]. 2008 dez; [acesso em 2012 fev 13]; 17(4):734-42. Disponível em: http://www.scielo.br/ pdf/tce/v17n4/15.pdf. 2. Spagnol CA. Da gerência clássica à gerência contemporânea: compreendendo novos conceitos para subsidiar a prática administrativa da enfermagem. Rev Gaúch Enferm. 2002; 22(1):114-31. 3. Brusamolin L, Montezeli JH, Peres AM. Use of the managerial abilities by nurses of a ready attendance hospital. Rev Enferm UFPE Online [periódico na internet]. 2010 abr/jun [acesso em 2012 fev 12]; 4(2):808-14. Disponível em: http://www.ufpe.br/revistaenfermagem/ index.php/revista/article/view/984. 4. Garbin LM, Rodrigues CC, Rossi LA, Carvalho EC. Classificação de resultados de enfermagem (NOC): identificação da produção científica relacionada. Rev Gaúch Enferm. 2009; 30(5):508-15. 5. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto Enferm [periódico na Internet]. 2008 out/dez [acesso em 2012 fev 14];17(4):758-64. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/18.pdf. 6. Nunes NAH, Siqueira PBC, Andrade TCC, Paula MAB. The point of view of nursing auxiliaries and technicians about the leadership in nursing. Rev Enferm UFPE Online [periódico na internet]. 2010 abr/jun [acesso em 2012 fev 04]; 4(2):771-9 Disponível em: http://www.ufpe. br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/view/964. 7. Amestoy SC, Cestari ME, Thofehrn MB, Backes VMS, Milbrath VM, Trindade LL. As percepções dos enfermeiros acerca da liderança. Rev Gaúch Enferm [periódico na Internet]. 2009 dez [acesso em 2012 fev 12]; 30(4):617-24. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rgenf/ v30n4/a06v30n4.pdf.

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Figura 3 – Número de estudos conforme local de origem. Fonte: Dados coletados pelos pesquisadores. Porto Alegre, RS, 2011.

enfermagem. Evidenciou-se que, dentro do período temporal estabelecido para o estudo, a produção no ano de 2006 apresentou queda nos anos 2007 e 2008, elevando-se novamente durante os anos de 2009 e 2010. Esta temática passou a ser investigada, sendo a região sudeste a maior produtora destas pesquisas, com 60% dos registros. Os resultados evidenciam que houve incorporação de novos conhecimentos, destacam os medos que os enfermeiros apresentam frente à liderança e as cobranças dos técnicos de enfermagem, principalmente para o enfermeiro recém-formado. Fica registrada a importância de que nos cursos de graduaçã“ “ futur“ ”r“issi“nal seja estimulad“ ”ara a liderança e não somente para a visão assistencial e que seja proposta maior capacitação para estes, agregando assistência e gestão, pois o enfermeiro desempenha melhor sua função de líder perante a equi”e multi”r“issi“nal, clientes e familiares. A liderança na enfermagem c“nigura-se c“m“ uma estratégia competitiva na área de gestão em negócios de saúde. Estudos exploratórios sobre a temática da liderança em enfermagem poderão ser realizados nos programas de pós-graduação com vistas no desenvolvimento das habilidades e competências do líder dentro das organizações de saúde.

Artigo de Revisão

individual, relacional e organizacional, necessárias ao exercício de liderança, torna sua prática c“m”lexa, “ que esclarece a diiculdade enfrentada no cotidiano de trabalho da enfermagem8,24-25-26. Os atributos mais citados nos artigos A05, A18 para ser um bom líder são a comunicação, a inteligência e a aut“c“niança; ”“rém, em um estudo aparece a percepção dos técnicos de enfermagem frente ao estilo de liderança em que “s mesm“s deinem “s estil“s de liderança exercidos pelo enfermeiro como gerência em equipe e gerência empobrecida, esperando assim que o enfermeiro atualize constantemente o seu conhecimento acerca da liderança e desenvolva habilidades, neste sentid“, n“ intuit“ de inluenciar a equipe de enfermagem, promovendo a motivação humana no desenvolvimento do trabalho9. Em A18 e A19 veriic“u-se que “s ”rinci”ais desai“s destes ”r“issi“nais ”ara exercerem a função de liderança no seu cotidiano são a faixa etária j“vem, a diiculdade de aceitaçã“ inicial pela equipe, a falta de experiência e de destreza técnica, a resistência de alguns componentes da equipe em aceitar as orientações do enfermeiro, a diiculdade de relaci“nar-se c“m “ gru”“ e a estrutura organizacional tradicional27. Quanto ao local de origem das produções cientíicas, a regiã“ sudeste incidiu s“bre as demais regiões com 9 estudos (60%), seguidos de 6 estudos (25%) na região centro-oeste e 3 artigos (15%) na região sul (Figura 3).


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Recebido em 01.04.2012 Aprovado em 16.05.2012. * Nery José de Oliveira Junior – Enfermeiro. Especialista em Terapia Intensiva. MBA em Gestão em Saúde. Enfermeiro de apoio na gestão do Centro Cirúrgico, Centro de Materiais Esterilizados e Sala de Recuperação Pós– Anestésica do Hospital Mãe de Deus. Professor Substituto do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). E-mail: nery.oliveirajr@gmail.com. ** Márcia Rejane Strapasson – Enfermeira. Especialista em Enfermagem Obstétrica. Enfermeira assistencial do Centro Obstétrico do Hospital Universitário da ULBRA. Professora Substituta do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Integrante GEMBE/UFRGS. E-mail: marcirejane@yahoo.com.br.

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Nery José de Oliveira Junior / Márcia Rejane Strapasson

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Artigo de Revisão

Liderança Enfermagem – Revisão integrativa da integrativa literatura da literatura Participação dos pais no em cuidado à criança hospitalizada: revisão


Ouvidoria hospitalar: manifestações dos usuários de um Serviço de Emergência do SUS Hospital Ombudsman: SUS’s emergency service users expressions

* Michele Brocker ** Rita Catalina Aquino Caregnato

*** Vera Lúcia Fauri

Resumo – Esta pesquisa objetivou conhecer manifestações registradas na Ouvidoria hospitalar dos usuários sobre o Serviço de Emergência do SUS. Pesquisa retrospectiva qualitativa/quantitativa, em 90 registros da Ouvidoria de um hospital de Porto Alegre, em 2009. Categorias das manifestações positivas: reconhecimento pelo atendimento e equipe; bom atendimento; e sentimentos positivos em relação à equipe. Categorias das manifestações negativas: fragilidade do paciente; percepção negativa dos usuários em relação à equipe; caos da saúde; revolta e indignação dos usuários e familiares. Concluiu-se que vivências negativas marcam mais, pois 74 manifestações analisadas eram negativas. As manifestações negativas confirmam as dificuldades apresentadas diariamente na mídia brasileira. Palavras-chave: Serviços médicos de emergência; Sistema Único de Saúde; manifestações; usuários.

Abstract – This research aimed at getting acquainted with the expressions from the SUS’s emergency service users recorded at the one Hospital Ombudsman. Retrospective qualitative/quantitative research, carried out at the Ombudsman’s 90 records from hospital in Porto Alegre, in 2009. Positive expressions categories: gratitude for the staff and the treatment; good treatment; and positive feelings towards the staff. Negative expressions categories: patients’ brittleness, negative perception from the users’ about the staff; health system chaos; revolt and resentment of the users and family members. The conclusion was that the negative experiences stamp harder, it is so because from the 74 expressions analyzed were negative. The negative expressions are due to the difficulties shown on a daily basis by the Brazilian media. Keyword: Emergency medical services; unified health system; manifestations; users.

INTRODUÇÃO que muitas vezes são manifestados pelos usuários por meio de registros realizados na Ouvidoria hospitalar. Este setor possui um grande potencial para contribuir com a humanização do SUS, por ser um órgã“ que identiica as necessidades d“s usuários, podendo intervir buscando soluções e respostas5-8. O interesse em realizar uma pesquisa sobre o Serviço de Emergência do SUS surgiu impulsionado ”ela ex”eriência ”r“issi“nal, ”resenciand“ diariamente a árdua trajetória dos usuários que, ao procurarem este serviço para a resolução dos seus ”r“blemas, enc“ntram diiculdades e “bstácul“s. Buscand“ identiicar ”“nt“s crític“s que ”rejudicam o atendimento humanizado, decidiu-se realizar uma pesquisa exploratória descritiva retrospectiva para investigar as manifestações dos usuários e familiares registradas na Ouvidoria hospitalar sobre o atendimento recebido em um Serviço de Emergência d“ SUS. Para iss“ deiniu-se c“m“ objetivo geral conhecer as manifestações dos usuários à Ouvidoria hospitalar sobre o Serviço de Emergência do SUS, com os seguints objetivos es”ecíic“s: identiicar as reclamações mais frequentes dos usuários do Serviço de Emergência;

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A complexidade dos Serviços de Emergências exige ”r“issi“nais habilitad“s ”ara estabelecer ”ri“ridades e ”restar um atendiment“ eicaz, human“ e s“lidári“. A assistência ao paciente requer essencialmente práticas solidárias que minimizem os problemas existentes, tanto para o usuário quanto para a equipe multi”r“issi“nal1. A Joint Commission International (JCI) objetiva melhorar a qualidade dos cuidados aos pacientes/acompanhantes e proporcionar atendimento humanizado, reconhecido pelos padrões de excelência internacionais2. A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), interligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), estabeleceu no plano de trabalho para 2010/2011 uma das metas ”ara “ Brasil: “ acess“ c“m qualidade e humanizaçã“ ao atendimento dos usuários do SUS2-4. O Ministério da Saúde (MS) reconhece a im”“rtância de cada vez mais estimular ”r“issi“nais da área da saúde a prestar assistência integral e humanizada; por isso, criou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH), incentivando melhorar a qualidade da assistência aos usuários do SUS5. Dentr“ deste c“ntext“ emerge a relexã“ s“bre os problemas existentes nos Serviços de Emergência,


levantar “s el“gi“s; identiicar as categ“rias ”r“issi“nais mais citadas nas manifestações d“s pacientes; e fazer uma análise das manifestações dos usuários de um Serviço de Emergência do SUS.

referiam às queixas. Após releituras reagruparam-se as semelhanças, resultand“ nas categ“rias inais, conforme apresentam os quadros 1 e 2.

Metodologia

Quadr“ 1 – Categ“rias e quantiicaçã“ das unidades de signiicad“s das manifestações ”“sitivas dos usuários e/ou familiares atendidos no Serviço de Emergência SUS, no ano de 2009 Categorias Sentimentos positivos em relação à equipe

Reconhecimento pelo atendimento e equipe

Bom atendimento

N

Unidades de significados

19

Carinho (7); Gratidão (6); Amor (3); Emocionado (2); Orgulho (1).

18

Atenciosos (7); Elogios (4); Agradece a paciência (2); Pessoas maravilhosas (1); Valorização dos profissionais (1); Apoio (1); Parabenização à equipe (1); Profissionais competentes (1); Gentil (1); Ótima pessoa (1).

11

Bem atendido (7); Leito rápido (1); Demonstração de cuidados (1); Cuidados especiais (1); Atendimento excelente (1).

Fonte: Dados da pesquisa (2010).

Quadr“ 2 – Categ“rias e quantiicaçã“ das unidades de signiicad“s das manifestações negativas dos usuários e/ou familiares atendidos no Serviço de Emergência SUS, no ano de 2009 Categorias

Percepção negativa dos usuários em relação à equipe

N

Unidades de significados

91

Mau atendimento (11); Médico (11); Enfermagem (11); Especialista (7); Desumano (6); Falta de higienização (5); Equipe multiprofissional (4); Falta de humanização (3); Desorganização da equipe (3); Questionamento da competência (3); Atendimento negado (3); Nutrição (1); Má vontade do profissional (1); Pertences perdidos (1); Repreensão (1); Desrespeito (11); Grosseria (2); Prepotência (2); Postura inadequada (2); Rispidez (1); Estressada (1); Técnicas de enfermagem inadequadas (1).

86

Demora no atendimento (35); Espera de leito para internação (16); Problemas encontrados na UBS (9); Falta de informação (9); Espera prolongada em uma cadeira (6); Superlotação (3); Emergência fechada (2); Atraso no diagnóstico (2); Visita proibida (2); Leito ocupado por outro (1); Atendimento SUS péssimo (1).

37

Dor (12); Câncer (8); Idoso (6); Agravamento (6); Terminalidade (1); Desorientado (1); Adolescente (1); Isolamento (1); Meningite (1).

Resultados Das 90 manifestações registradas na Ouvidoria identiicaram-se 16 ”“sitivas (17,7%) e 74 negativas (82,2%), evidenciando-se que as vivências negativas marcam mais. A construção da categorização ocorreu a partir da análise das 90 manifestações, identiicand“se 65 unidades de signiicad“s; agru”adas, resultaram nas categorias das manifestações positivas e negativas. Nesta pesquisa denominaramse manifestações positivas aquelas referentes aos registros de elogios e as negativas quando se

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Caos da saúde

Fragilidade do paciente

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Michele Brocker / Rita Catalina Aquino Caregnato / Vera Lúcia Fauri

Pesquisa exploratória descritiva retrospectiva, com abordagem quantitativa e qualitativa, cujo campo de ação foi o Serviço de Emergência do SUS em um hospital de referência em ensino e pesquisa de grande porte, localizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A população-amostra foi de 90 registros realizados pela Ouvidoria do hospital no ano de 2009, referentes ao atendimento recebido pelos pa-cientes no Serviço de Emergência do SUS, considerando os relatos de usuários e/ou familiares, independentemente de serem queixas ou elogios. Para a coleta de dados utilizaram-se os registros descritivos realizados pela Ouvidora, no computador. Ao dirigir-se a este setor, o familiar ou usuário manifesta sua opinião sobre o atendimento prestado no Serviço de Emergência e o funcionário da Ouvidoria registra a manifestação, que pode ser positiva ou negativa. O projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (COEP) da instituição hospitalar, não sendo necessário Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, por se tratar de uma pesquisa retrospectiva com consulta em registros; contudo, utiliz“u-se “ Term“ de C“nidencialidade, mantend“ o anonimato. Após aprovação do COEP, entrou-se em c“ntat“ c“m a cheia d“ Serviç“ de Emergência SUS e a Ouvidoria do hospital, marcando dia e horário para coletar os dados. Os registros das manifestações encontravam-se em uma pastaarquivo, sendo autorizada sua impressão. A análise foi quantitativa e qualitativa por meio da análise de conteúdo. Os relatos são apresentados numerad“s e identiicad“s c“m“ manifestaçã“ d“ sujeito (MS).

Artigo de Pesquisa

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Ouvidoria hospitalar: manifestações dos usuários de um Serviço de Emergência do SUS


Artigo de Pesquisa

Ouvidoria hospitalar: manifestações dos com usuários de um representativos Serviço de Emergência do SUS A relação do profissional enfermeiro os órgãos da profissão

Revolta e indignação dos usuários e familiares

35

Descaso (12); Absurdo (2); Medo (2); Alterado (1); Ansioso (1); Tratado como bicho (1); Triste (1); Sofrimento (1); Cruel (1); Falta de dignidade (1); Direito de escolha (1); Insegurança (1); Preocupado (1); Muito decepcionado (1); Insignificante (1); Constrangedor (1); Indigente (1); Maltratado (1); Bichinho pedindo ajuda (1); Revoltados (1); Desabafo (1); Bicho (1).

Fonte: Dados da pesquisa (2010).

Discussão Manifestações positivas

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Michele Brocker / Rita Catalina Aquino Caregnato / Vera Lúcia Fauri

A categoria denominada reconhecimento pelo atendimento e equipe refere-se aos relatos dos usuários e familiares que manifestaram sua satisfação com o atendimento recebido, destacando algumas qualidades relacionadas à equi”e. Os usuári“s “u familiares, a“ “icialmente manifestarem a satisfação pelo atendimento recebido, estão valorizando e reconhecendo os ”r“issi“nais “u a equi”e em geral, servind“ c“m“ incentiv“ a“s ”r“issi“nais, m“tivand“ a dedicaremse cada vez mais, melhorando o atendimento. O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, garantindo acesso da população à assistência integral, igualitário e gratuito9; contudo, atualmente os Serviços de Emergências passam por período crítico. Quando o paciente recorre a estes serviços, anseia ser atendido prontamente com qualidade, e quando este recebe uma assistência humanizada, se torna grato e reconhecido conf“rme manifesta MS3: [...] minha mãe trata câncer de mama pelo SUS no hospital e ela é muito bem atendida quand“ vai à Emergência. [...] P“r “nde eu vou eu defendo o SUS e o atendimento da Emergência SUS, tenho orgulho de dizer que a Emergência presta um ótimo atendimento aos pacientes do SUS e sempre v“u el“giar essas ”ess“as maravilh“sas . A importância de prestar um atendimento de qualidade relete em um bem-estar n“ ”aciente e uma visão positiva em relação ao serviço, repercutindo em m“tivaçã“ ”r“issi“nal e, c“nsequentemente, gerando ações de qualidade na assistência10. O reconhecimento pelo atendimento e equipe encontrado nesta pesquisa foi ao encontro dos resultados de outra pesquisa em que os usuários também reconheceram o atendimento prestado pelo SUS1. Estes resultados surpreendem, visto que a mídia frequentemente desvaloriza e deprecia este sistema de saúde1. Veriica-se ainda que “ usuári“ rec“nhece quando alguém manifesta preocupação com ele; na

percepção do usuário, o reconhecimento poderia m“tivar “s ”r“issi“nais, c“m“ diz MS5: [...] agradeç“ o atendimento e sigo sempre dizendo que, se val“rizássem“s esses ”r“issi“nais, c“m certeza eles icariam mais m“tivad“s, mesm“ n“ mei“ de estresse . O fator gerador de estresse no setor de emergência, na maioria das vezes proveniente do ambiente de trabalho, pode se tornar algo positivo quand“ “ ”r“issi“nal é rec“nhecid“11. A escassa val“rizaçã“ d“s ”r“issi“nais é um d“s fatores que contribuem para a indiferença destes. A predisposição de um ambiente precário de trabalho, associado às múltiplas tarefas, impede e diiculta uma ”erfeita interaçã“ c“m “ ”aciente12. No entanto, esta interação, quando ocorre atendendo às necessidades e expectativas de cada indivídu“, ”r“duz resultad“s ”“sitiv“s e signiicativ“s na visã“ d“ usuári“ s“bre “ ”r“issi“nal13, como diz MS12: [...] agradeç“ “ carinh“ que minha mãe recebeu internada, desde do pessoal da lim”eza, “s enfermeir“s e “s médic“s, enim t“da a equi”e. O mund“ seria melh“r se existisse mais rec“nheciment“ a“ ”r“issi“nal que muitas vezes deixa sua casa d“ze h“ras ”ara se dedicar às ”ess“as que nem c“nhece. Obrigad“ mais uma vez ”“r t“da a dedicaçã“ e carinh“. Parabéns, Emergência, ”“r ter ”r“issi“nais tã“ c“m”etentes. O bom atendimento foi a categoria emergida dos relatos sobre o atendimento rápido, a excelência do atendimento prestado, bem como quando os usuários se sentiam favorecidos ao serem encaminhados aos leitos após uma longa espera. Nesta categ“ria também f“ram identiicad“s usuários que referiram bom atendimento ao se sentirem privilegiados com cuidados especiais, c“m“ diz MS10: [...] minha mãe f“i atendida pelo SUS na Emergência que muitos dizem estar sucateada, mas recebeu um tratament“ es”ecial . Pesquisa realizada pelo MS constatou que os usuários encontram-se satisfeitos pelo atendimento, c“nsiderand“ entre b“m e excelente14. O lad“ bom do SUS é mesmo, muito pouco conhecido, pois há preconceito, desinformação e até má-fé de alguns set“res que lucram c“m a ex”“siçã“ negativa d“s serviç“s ”úblic“s de saúde 14,12. A categoria sentimentos positivos em relação à equipe evidencia a percepção em relação ao atendiment“ ”restad“ ”el“s ”r“issi“nais, c“m“ diz MS4: [...] desej“ ex”ressar meu sentiment“ de gratidã“ a“ médic“ que me atendeu durante minha internaçã“. Obrigada ”ela ”aciência, atençã“, delicadeza e b“a vontade pelo tratamento não só a mim, mas todos os outros pacientes, porque eu “bservei . Os relatos de sentimentos dos usuários revelam que existem ”r“issi“nais dedicad“s e educad“s. Estes ”r“issi“nais dem“nstram que g“stam d“


Ouvidoria hospitalar: manifestações dos usuários de um Serviço de Emergência do SUS

Na categoria denominada percepção negativa dos usuários em relação à equipe, os pacientes e familiares apontam falhas no atendimento prestado ”“r alguns ”r“issi“nais, emergind“ sentiment“s e comportamentos negativos dos usuários e familiares em relaçã“ à equi”e multi”r“issi“nal. Os pacientes e familiares relatam indignação em relação ao tratamento recebido e alegam que é inadmissível ser tratad“ ”“r estes ”r“issi“nais de forma desumana e com falta de educação, vist“ que esc“lheram a ”r“issã“ ”ara se dedicar às pessoas doentes. Avaliam o médico como a pessoa que vai resolver seu problema e destacam o nível de escolaridade como base para um bom atendiment“. MS25 diz: [...] fui mal atendid“ ”ela médica, que nos tratou com desrespeito, falta de dignidade. C“m“ ”“de uma ”ess“a c“m nível su”eri“r agir assim [...]. Uma faculdade não foi o suiciente ”ara lhe trazer “ res”eit“, a dedicaçã“, a educação e o desprendimento que deveria ser a tônica do envolvimento médico/paciente, nesse m“ment“ inal da minha mãe. Os ”rincí”i“s d“utrinári“s d“ SUS sã“: universalidade, equidade e integralidade das ações de saúde; através desses princípios, preconiza-se acesso universal à saúde, tanto aos cuidados básicos quanto aos de maior complexidade1. Em um serviço de saúde, o médico é visto pela sociedade como eixo central na assistência1,13, revelando que o modelo de atenção biomédica ainda é a centralidade na percepção dos usuários1. O usuário que procura o SUS carrega consigo uma carga de vivências negativas, por não obter sucesso nos seus direitos básicos de saúde13. Existem ”r“issi“nais que se sentem tã“ vítimas d“ SUS quanto os usuários, por não conseguirem efetuar um atendimento humanizado e por falta de condições dignas de trabalho13. Quando os atendimentos são prestados por especialistas, um númer“ signiicativ“ de manifestações relata ex”eriências ruins, c“m“ ex”ressa MS52: [...] estou esperando a noite inteira por uma avaliação

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Manifestações negativas

do especialista [...]. Quem ”aga tem sem”re b“m atendimento e quem não paga tem que morrer n“s banc“s e em ilas . É importante ressaltar o descontentamento e o cansaço pela espera ”r“l“ngada, c“m“ diz MS19: [...] aguard“ uma avaliaçã“ d“ es”ecialista há dez“it“ h“ras . O ambiente hospitalar é referenciado pelos usuários como um lugar que deveria ser de cuidado humanizado; contudo, a manifestação mais citada pelos usuários é de desrespeito. A equi”e multi”r“issi“nal é vista c“m“ máquina que executa tarefas, c“nf“rme relat“ da MS62: [...] estou vindo reclamar do médico que me tratou com grosseria, falta de educação e mostrando-se sem”re estressad“ e ”“uc“ dis”“nível ”ara ex”licar c“ndutas e sint“mas . Estudo realizado sobre a saúde pública no Brasil evidenciou que a enfermagem, por ser uma ”r“issã“ que exerce açã“ direta c“m “s usuári“s e vivencia os problemas existentes, poderá ser uma fonte de contribuição para a melhoria nos serviços de saúde15; entretant“, “s ”r“issi“nais da enfermagem, por vezes, agem de forma diferente. A categoria denominada caos da saúde aponta ”r“blemas divers“s que reletem “ c“tidian“ d“s Serviços de Emergências do SUS. A demora no atendimento foi a queixa mais mencionada, aparecendo em 35 relatos; outras queixas referiramse à falta de leito para internação, fazendo com que as pessoas aguardem leitos sentados em uma cadeira; atrasos nos diagnósticos e superlotação. O imens“ lux“ de ”acientes n“s Serviç“s de Emergência justiica-se ”el“s ”r“blemas enc“ntrad“s na Rede Básica de Saúde apontados pelos usuários e familiares, tais c“m“: nã“ c“nseguir c“nsultadia, agendamentos de retornos e marcação com es”ecialista. C“nf“rme queixam-se MS42: [...] estou há 7 dias aguardando um leito, não aguento mais e MS56 [...] est“u n“ c“rred“r aguardand“ leit“, tenh“ câncer [...] . A mídia apresenta diariamente o drama vivenciado pela população nos Serviços de Emergência do SUS. Recentemente, um jornal de grande circulação do Rio Grande do Sul publicou uma matéria intitulada “Emergências l“tadas reletem “ ca“s atual , denunciand“ a falta de leitos, de espaço para transitar, o acúmulo de macas e os pacientes sentados em cadeiras e até mesmo dentro do armário, revelando a precária situação da saúde pública16,15. Ainda nos relatos percebe-se que os pacientes e familiares suportam tal situação porque sabem que não têm outras alternativas. Tais elementos causadores de insatisfação dos usuários aparecem em alguns relat“s: [....] fui atendid“ ”el“ médic“ que me orientou a buscar uma UBS para realizar

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que fazem e executam sua função com amor e res”“nsabilidade, c“nf“rme relat“ de MS9: [...] ”arabeniz“ as qualiicadíssimas médica e enfermeira. O atendiment“ f“i uma aula, um show, uma demonstração de carinho, cuidado e atençã“. Fui atendida em um “utr“ h“s”ital e “ médico esqueceu que estava tratando de uma id“sa indefesa e de ”“uca cultura. T“d“s deveriam vir até a Emergência e aprender com essas duas ”r“issi“nais que atuam nesse set“r. Elas c“nhecem “ sentid“ d“ am“r a“ ”róxim“ .


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Ouvidoria hospitalar: manifestações dos usuários de um Serviço de Emergência do SUS

Na categoria denominada revolta e indignação dos usuários e familiares, as manifestações revelam a necessidade de resgatar valores humanos. O ambiente percebido como pouco humanizado, sem afeto, carinho e atenção geraram manifestações de preocupação, insegurança, como relata MS72: [...] estam“s rev“ltad“s c“m a falta de humanidade d“s ”r“issi“nais da área, ”“rque deixar um ”aciente mais de 24 h“ras sem avaliaçã“ ”ara mim é falta de res”eit“ c“m “ ser human“ . A equidade nos serviços de saúde está intimamente interligada à assistência de qualidade, ou seja, a melhor efetivação de um atendimento humanizado serve como base para resgatar os princípios do SUS, sendo capaz de transferir ao ”aciente c“niança e atençã“ necessárias n“ momento de dor21. Os relatos apontam experiências de atendiment“ ”“r ”r“issi“nais que nã“ val“rizam “ que “ paciente diz, gerando revolta. [...] uma médica des”re”arada mal me examin“u, nã“ me senti segura. Disse que naquele m“ment“ nã“ caracterizava nada de urgência, me liberou s“mente c“m remédi“ e nã“ fez nenhum exame (MS47). [...] Nã“ se deve men“s”rezar “u duvidar das informações fornecidas pelo paciente ou familiar; cada ”r“issi“nal deve avaliar tud“ “ que está s“b sua res”“nsabilidade 22.

Consider ações finais Ao conhecer as manifestações dos usuários registradas na Ouvidoria hospitalar sobre o Serviço de Emergência do SUS, evidenciou-se que as vivências negativas marcam mais. As manifestações negativas mais frequentes referiamse ao tratamento inadequado da equipe e à demora no atendimento, pois o serviço pesquisado ainda nã“ trabalhava c“m classiicaçã“ de risc“, preconizado pelo MS. Os elogios revelaram sentimentos positivos e reconhecimento em relação à equipe, bem como o bom atendimento. O sentimento de carinho e gratidã“ ”ela equi”e multi”r“issi“nal f“ram “s mais menci“nad“s. As categ“rias ”r“issi“nais mais citadas, tanto nas manifestações positivas c“m“ nas negativas, f“i “ ”r“issi“nal médic“, seguido da equipe de enfermagem, pois são estes ”r“issi“nais que se enc“ntram na linha de frente d“ atendimento. Através do Serviço de Emergência, os usuários procuram obter um atendimento rápido para resolver seu problema; contudo, esta pesquisa c“nirma “ cenári“ atual d“s Serviç“s de Emergência do SUS, onde queixas e insatisfações predominam na população que depende deste serviço.

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investigação de meus problemas de saúde; não c“nsig“ fazer “s exames na UBS (MS4). [...] est“u há um an“ e mei“ aguardand“ cirurgia de c“luna. Nã“ c“nsig“ mais icar em casa de tanta d“r. Vim a“ h“s”ital tentar ”“r aqui (MS12). A assistência hospitalar terciária, essencialmente os Serviços de Emergência, era reservada para situações graves17. Devido à sobrevida da população e à incapacidade da rede básica em atender uma grande demanda de pacientes, ocorreu uma inversão no processo de atendimento, observando-se que a resolutividade é maior em um serviç“ que funci“na 24 h“ras ”“r dia, pois disponibiliza exames diagnósticos e soluções terapêuticas relativamente rápidas, em comparação à atenção básica de saúde que enfrenta um tempo superior ao planejado, implicando o agravamento de saúde da população18. A categoria fragilidade do paciente, refere-se às condições do estado de saúde dos pacientes que buscam atendimento na Emergência do SUS. A queixa mais frequente é a dor sem pronto atendimento. O paciente com câncer sofre duplamente, tanto pela patologia quanto por enfrentar o desconforto da espera pelo atendiment“, c“nf“rme relat“: “meu familiar tem câncer e está aguardand“ leit“, sem c“ndições de tratament“ humanizad“ (MS48). Os ”r“issi“nais da saúde têm dever de “ferecer efetivo alívio da dor que, muitas vezes, é ignorada ou mal avaliada19. A dor deve ser reconhecida, exigindo intervenção urgente de cuidados de toda a equi”e multi”r“issi“nal19. As manifestações que enfatizaram o idoso valorizam a presença de acompanhante, pelas limitações físicas que muitos têm. Alguns expressam que é fundamental “ ”r“issi“nal v“ltar-se à escuta e ao diálogo, levando em conta sempre o bem-estar d“ ”aciente. MS32 exem”liica: [...] minha avó é id“sa, tem 81 an“s e está ”raticamente j“gada em uma maca no corredor, aguardando leito, não me deixam icar c“m ela, ela tem diiculdade ”ra falar e nã“ c“nsegue c“mer s“zinha . Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar condições adequadas para a sua permanência em tempo integral20. O MS preconiza a implantação de ”r“t“c“l“s de Ac“lhiment“ e Classiicaçã“ de risco nos serviços de Urgência e Emergência, com estratégias ”ré-deinidas, “bjetivand“ minimizar o tempo de espera1. A ideia é que as pessoas possam ser atendidas em tempo relativamente curto, garantindo um atendimento voltado à suas necessidades e identiicand“ “s ”acientes c“m maior risco, gravidade e sofrimento18.


Ouvidoria hospitalar: manifestações dos usuários de um Serviço de Emergência do SUS

Recebido 21.04.2012 Aprovado 30.04.2012

* Michele Brocker – Enfermeira graduada pelo Curso de Enfermagem da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, Campus Canoas/RS. E-mail: mibrocker@hotmail.com. ** Rita Catalina Aquino Caregnato – Enfermeira. Doutora em Educação, Mestre em Enfermagem, docente do Curso de Enfermagem da Universidade Luterana do Brasil – ULBRA, Campus Canoas/RS. Orientadora. E-mail: carezuca@terra.com.br. *** Vera Lúcia Fauri – Enfermeira. Co-orientadora do trabalho.

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Referências


Prevalência de gravidez na adolescência em pacientes atendidas na maternidade Ana Braga, Manaus AM, Brasil. Prevalence of teenage pregnancy in patients seen at the Ana Braga Maternity * Thiago Sanches Cardoso ** Heidiany Medim da Mota

*** Graciela Marleny Rivera Chávez **** Marcelino da Silva Cavalcante

Resumo - Objetivou-se: analisar a prevalência de gravidez na adolescência em pacientes atendidas na Maternidade Ana Braga; verificar a faixa etária, o estado civil e o grau de escolaridade; identificar o tipo de parto mais realizado; identificar se foi realizado consultas de pré-natal e quantas e; averiguar quais apresentaram complicações e descrevê-las. Estudo descritivo, transversal, retrospectivo, exploratório, com abordagem quantitativa. Um formulário foi utilizado para coleta de dados em prontuário. Pode-se afirmar que a prevalência da gravidez na adolescência continua sendo um problema de saúde pública, pois o percentual encontrado continua relativamente alto. Palavras-chaves: adolescente, gravidez, prevalência.

Abstract - This study aimed at analyzing the prevalence of teenage pregnancy in patients seen at the Ana Braga Maternity . It also verifying age, marital status and educational level, identifying the more accomplished types of delivery, identifying whether was carried out prenatal care and determining how many and which ones had complications and describe them. Study descriptive, transversal, retrospective, exploratory with a quantitative approach. A form was used as a tool for collecting data from medical records. Thus, it can be argued that the prevalence of teenage pregnancy remains a public health problem, since the percentage found remains relatively high. Keywords: Teenage, pregnancy, prevalence.

Introdução natural da vida, tornando-se um problema para a jovem, a família e a sociedade gerando assim um problema de saúde pública que traz uma série de riscos e consequências que poderiam ser prevenidos3. Pesquisas demonstram que 21% dos indivíduos brasileiros estão na faixa etária dos 10 aos 19 anos, entre estes 49,5% sã“ mulheres4. Enquanto acadêmico de Enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas, ao cursar a disciplina Enfermagem no Processo de Cuidar da Saúde da Mulher, que consta no sexto período da grade curricular, mais es”eciicamente durante as aulas práticas nos diferentes ambientes de saúde pública foi possível perceber o alto índice de jovens adolescentes grávidas, o que instigou o pesquisador a este trabalho, para responder as seguintes indagações: qual a ”revalência de gravidez na adolescência? qual a faixa etária, estado civil e grau de escolaridade? qual o tipo de parto é mais realizado? foi realizado consultas de pré-natal? quantas adolescentes apresentaram complicações? Com a ausência de um planejamento familiar e com o ingresso em uma vida sexual cada vez mais cedo, torna-se evidente e alarmante o número de jovens adolescentes que no mundo todo entram para estatística de mulheres que engravidam precocemente; daí a importância deste estudo, destacando-se os riscos e consequências de uma gravidez possivelmente não planejada neste período

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Para efeito legal, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de acordo com a Lei n.º 8069/90, considera adolescente aquela pessoa que se encontra na faixa etária compreendida entre os 12 e os 18 anos. Este parâmetro, porém, é focal, na medida em que a Organização Mundial de Saúde1 compreende por adolescentes aquelas pessoas que se encontram entre os 10 e os 19 anos, com base nas mudanças isi“lógicas, entre elas: mudanças físicas corporais, hormonais e aparecimento de características sexuais secundárias para a maturidade sexual, sendo este padrão utilizado para a deiniçã“ de estratégias e estatísticas que vã“ subsidiar as políticas e ações governamentais nacional e internacionalmente. De acordo com Zagury2, a adolescência é uma fase de transição entre a infância e a juventude, período de extrema importância no desenvolvimento dos indivíduos, que apresenta características próprias, acrescida da capacidade de reprodução. Segundo a autora, as mudanças corporais que ocorrem nessa fase são universais, com algumas variações, enquanto as psicológicas e de relações variam de cultura para cultura, de grupo para grupo e até entre indivíduos de um mesmo grupo. A característica mais perceptível é o acentuado desenvolvimento físico com fortes transformações internas e externas, ocorrendo mudanças marcantes nos campos intelectual e afetivo. Com a ocorrência da gravidez na adolescência, é então interrompido o desenvolvimento ou trajeto


da vida. Portanto, este trabalho é de grande importância, pois oferecerá subsídios para o planejamento de ações voltadas a atenção integral a saúde de adolescentes, bem como planejamento familiar, visand“ uma atençã“ adequada e eicaz a esse grupo etário. Desta f“rma, “ “bjet“ deste estud“ c“nigur“use em: Analisar a ”revalência de gravidez na adolescência na Maternidade Ana Braga em 2008, veriicar faixa etária, estad“ civil e grau de esc“laridade; Identiicar “ ti”“ de ”art“ mais realizad“; Identiicar se f“i realizada c“nsulta ”rénatal e quantas; Averiguar quais apresentaram complicações e descrevê-las.

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Referencial Teórico Causas e Fatores Predisponentes “Vários estudos consideram que a gravidez indesejada na população jovem indica falta de propostas educacionais das famílias e das escolas; quando uma menina atinge a idade fértil sem o conhecimento de seu corpo e do seu funcionamento, não compreende as aceleradas m“diicações d“ ”erí“d“ ”ós-”uberal e, diicilmente poderá incorporar os elementos necessários para conseguir adequado controle de sua fertilidade”5. O aumento da fecundidade nesse período ”“de ser atribuíd“ à diiculdade de acess“ a informações ou ao conhecimento insatisfatório sobre corpo e sexualidade, como consequência de baixa escolaridade, condições socioeconômicas precárias, liberação e início precoce das relações sexuais. Acrescentam-se, ainda, outros fatores, como pressão do grupo de amigos, falta de orientação e de acesso aos métodos contraceptivos, desconhecimento do verdadeiro signiicad“ da sexualidade e d“ am“r, história familiar de atividade sexual precoce ou gravidez na adolescência6. Prevalência Em 2006, num relatório do Ministério da Saúde, “bserv“u-se que a taxa es”ecíica de fecundidade (númer“ de ilh“s, ”“r faixa etária e regiã“/ população total dessa faixa etária nessa região) para adolescentes, com idades compreendidas entre “s 15 e “s 19 an“s era de 0,0714% n“ Brasil. Sendo que a maior incidência deste fenômeno “c“rre n“ N“rte (0,1034) d“ ”aís, seguida d“ Nordeste (0,0860%), Centro-Oeste (0,0818%), Sul (0,0579%) e Sudeste (0,0561%)7. Riscos e Consequências Segundo Silva5, complicações são apontadas em grande número de trabalhos na literatura

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pertinente a incidência maior de aborto, anemia, pré-eclâmpsia, distócias de parto, desproporção cefalopélvica, partos operatórios; para o lado do concepto, prematuridade, baixo peso ao nascer e malformações congênitas, seriam patologias mais prevalentes neste grupo etário. Também há indicativos de maior mortalidade materna, perinatal e infantil, principalmente entre adolescentes de mais baixa idade. Atuação da Enfermagem Frente à Gravidez na Adolescência O cuidad“ ”r“issi“nal deve fav“recer “ conhecimento da adolescente gestante sobre as transformações por que ela vai passar, estimulando-a ao auto-cuidado e ao enfrentamento das diiculdades e c“nlit“s, através da f“rmaçã“ de grupos de discussão nos serviços de saúde e na comunidade, onde as adolescentes encontrem soluções para seus próprios problemas, um diálogo franco e aberto é fundamental8. A”ós a c“nirmaçã“ d“ aument“ d“ índice de adolescentes, é de fundamental importância a intervenção do enfermeiro; programas especiais, realizados pelo enfermeiro para gestantes adolescentes, não só diminui os riscos durante a gestação como também previne que estas adolescentes venham a engravidar novamente9.

Materiais e Métodos O estudo caracterizou-se como descritivo, transversal, retrospectivo, exploratório, com abordagem quantitativa. Foi realizado um levantamento de dados, que teve como cenário de estudo a Maternidade Ana Braga, maior maternidade pública do Amazonas que é referência para gravidez de alto-risco, e está localizada na zona leste de Manaus/Amazonas/Brasil. Optou-se por trabalhar com a faixa etária entre 10 e 19 anos, segund“ a deiniçã“ dada à ad“lescência dada pela OMS1. Foram utilizados todos os prontuários de pacientes com idade entre 10 a 19 anos, atendidas na referida maternidade, de janeiro a junho de 2008. As informações das gestantes f“ram ca”tadas mediante a icha de admissã“ das mesmas, juntamente com o Sistema de Prontuários da Maternidade, o SAME (Sistema de Arquivo Medico de Estatística). O instrumento utilizado para coleta de dados foi um formulário. A execução desta proposta atendeu às recomendações para a realização de pesquisas da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (CONEP). O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em

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Thiago Sanches Cardoso / Heidiany Medim da Mota / Graciela Marleny Rivera Chávez / Marcelino da Silva Cavalcante

Artigo de Pesquisa

Prevalência de gravidez na adolescência em pacientes atendidas na maternidade Ana Braga, Manaus AM, Brasil.


Prevalência de gravidez na adolescência em pacientes atendidas na maternidade Ana Braga, Manaus AM, Brasil.

No período que se estende de janeiro a junho de 2008 f“ram realizad“s 4138 ”art“s e 866 ab“rt“s em um t“tal de 5004 gestantes atendidas na Maternidade Ana Braga, sendo que destes 1633 foram de adolescentes. A maior prevalência relacionada à idade das adolescentes, esteve entre as mulheres gestantes com idade acima de 20 anos obtendo um total de 67,36%,. Já a prevalência de gravidez na adolescência obteve um percentual 32,63%. Em um estudo transversal feito a partir da análise de dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) de Pelotas, Rio Grande do Sul, incluindo todas as mulheres que tiveram ilh“s n“ an“ de 2007, inf“rmadas n“ SINASC até 29 de fevereiro de 2008, considerou que do total de 3980 mulheres grávidas e residentes no município de Pel“tas, em 2007, 674 eram ad“lescentes que tinham de 10 a 19 anos, o que equivale a uma prevalência de gravidez na adolescência de 16,9%9. A faixa etária de maior prevalência foi a de adolescentes com 18 anos de idade com 22,96%, seguid“ das de 19 an“s c“m 20,64% que muit“ se aproxima das de 17 anos com 20,51%, as de 16 anos “btiveram 16,96%, 15 an“s result“u em 11,21%, 14 anos com 5,39%, 13 anos obteve um total de 1,96%, 11 anos 0% e 10 anos com 0,6%. Em uma pesquisa em quatro áreas diferentes n“ municí”i“ de Sant“ André (SP), n“ qual izeram ”arte 1314 ad“lescentes, “s aut“res detectaram que a média de idade das adolescentes foi de 17,4 an“s, e que a idade mínima “bservada f“i de 12 an“s. Airmaram ainda que quant“ mai“r a idade, mai“r “ númer“ de ”art“s: 53,1% d“s ”art“s corresponderam à faixa de 18 a 19 anos; 37,8%, à faixa de 16 a 17 an“s; 8,4% à faixa de 14 a 15 an“s; e 0,7% à faixa de 12 a 13 anos10. Quanto ao estado civil, a maior prevalência é a de adolescentes que possuem união estável c“m 49,5%, seguidas das s“lteiras c“m 38,27%, as casadas apresentam um percentual de 6,98%, 5,7% equivale ao total de não registrados. Santos, Martins e Sousa11, relataram quanto à situação conjugal, no grupo das adolescentes predominou a união consensual com 58,1%, 33,9% das adolescentes eram solteiras e 8% eram casadas.

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Resultados e Discussão

No estudo de Silveira et al.9, 87,2% eram solteiras, e as casadas ou que tinham uma união consensual alcançaram 12,8%. A maior prevalência em anos de escolaridade f“i a de ad“lescentes que tinham de 4 a 7 an“s de estudo 52,17%, seguido dos casos em que a escolaridade não fora registrada com 26,7%, 15,25% “btiveram de 8 a11 an“s de estud“, 4,41% de 1 a 3 anos de estudo, 0,55% com 12 ou mais anos de estudo e 0,92% analfabetismo. Dados colhidos por Santos, Martins e Sousa11, demonstram que 75,1% dos partos ocorreram em mulheres com 8 a 11 anos de estudo, sendo 72,4% ad“lescentes. As ad“lescentes c“m ”“uca escolaridade (menos de 7 anos de estudo) representaram 26% d“ t“tal, c“m”aradas c“m 16,4% entre as adultas, e o analfabetismo correspondeu a apenas 0,2% do total das mulheres pesquisadas. A distribuição do tipo de parto realizado nas adolescentes grávidas, onde se observa que a maior prevalência ocorreu no parto normal com 58,97%, l“g“ em seguida as cesáreas c“m 24,19%, cureta ”ós-ab“rt“ tiveram 14,94%, e “s cas“s em que não houve registro obtiveram 1,9%. No Brasil, o número de adolescentes que passam pelo SUS, por complicações por aborto, cresce a cada an“. Em 1999, as gar“tas entre 10 e 14 an“s foram responsáveis por 2.820 internações, tendo o ab“rt“ c“m“ causa (2,4% a mais d“ que em 1998). As adolescentes entre 15 e 19 anos foram responsáveis ”“r 48.560, 1,3% a mais d“ que em 199812. Quanto à ocupação o maior percentual encontrado foi de adolescentes que referiram ser do lar c“m 44,52%, seguid“ das que nã“ f“ram registradas c“m 34,41%, 19,11% airmaram ser estudantes, já as que disseram ter outras ocupações alcançaram um total de 1,96%. Chemelo et al.13, relatam que o grupo estudado apresentou uma renda individual baixa, com 69,7% recebendo até 0,25 salários mínimos, tendose veriicad“ que s“mente 25% das gestantes ”esquisadas nã“ tinham ”r“issã“. Quanto à raça, o percentual de mulheres pardas, obteve o maior destaque com 71,1%, logo em seguida vieram as de raça branca com 12,06%, 10,72% não foram registradas e 6,12% pertenciam à raça negra. Santos, Martins e Sousa11, relataram que em sua pesquisa a maioria das adolescentes atendidas eram não brancas com 77,6%. Poucos estudos foram encontrados a respeito da raça das ad“lescentes gestantes diicultand“ assim a discussão deste item, o único artigo encontrado revelou que a maioria das adolescentes era de raça não branca, o que se assemelha ao encontrado.

Artigo de Pesquisa

Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas - UEA, localizado na Escola Superior de Ciências da Saúde – ESA, o qual obteve o parecer de aprovação do CEP no dia 16 de outubro de 2009, dando início assim, a coleta de dados. Por se tratar de um estudo com dados secundários, foi solicitada a dispensa do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).


Quanto a ocorrência de complicações, o maior percentual encontrado foi o de não registrados/não tiveram com 78,13%, seguido de 8,27% para os casos registrados como outras (Placenta Prévia (PP), Deslocamento Prematuro da Placenta (DPP), Distócia, Prematuridade (PP), Doença Hipertensiva Es”ecíica da Gravidez (DHEG), Olig“dramnia e Ruptura Prematura das Membranas (RPM)), seguido de 5,82% c“m Des”r“”“rçã“ Cefal“”élvica (DCP), 3,49% tiveram mais de uma complicação (DCP + SF, DHEG + SF, PP + SF, PP + DCP), 2,27% com Amniorrexe Prematura e 2,02% com Sofrimento Fetal (SF). A pesquisa de Sampaio14, através de dados obtidos dos prontuários das parturientes e de entrevista estruturada, ao considerar as variáveis sóci“-dem“gráicas, ”sic“lógicas, bi“lógicas referentes à puérpera e ao recém-nascido, detectou que 22% apresentaram algum tipo de complicação, send“ as mais freqüentes, f“ram: ”ré-eclâm”sia (5%), r“tura ”rematura das membranas (4,5%), sofrimento fetal (3,6%) e parto pós-termo (2,1%). Pode-se observar, apenas uma pesquisa foi encontrada no que se refere à complicações vivenciadas pela adolescente grávida. Vale ressaltar, que nesse trabalho 78,13% dos casos não foram registrad“s/nã“ tiveram c“m”licações, “ que diicultou ainda mais a análise. Observou-se que 66,51% das adolescentes aderiram às c“nsultas de ”ré-natal, 22,41%, nã“ foram registrados e 11,8% não realizaram nenhuma consulta. Ciampo et al.15, observou que a frequência ao Programa de Atendimento Pré-Natal aumentou de 1970 a 1990, e manteve- se acima de 90% no ano de 2000, sendo este superior ao apresentado na pesquisa talvez esse resultado poça ter sido inluenciad“ ”el“ fat“ d“ alt“ númer“ de ”r“ntuári“s em que esse dado não registrado. Santos, Martins e Sousa11, identiicaram em sua pesquisa que entre as adolescentes, um número ex”ressiv“ de 20,4% nã“ frequentaram “ ”ré-natal ou o iniciaram tardiamente (após o quarto mês). Foi visto ainda, que 36,5% das adolescentes realizaram de 4 a 6 c“nsultas ”ré-natal, vind“ em seguida as que o número de consultas não foi registrad“ c“m 22,41%, 17,64% s“mam as que tiveram de 1 a 3 consultas, 12,37% foi das adolescentes que tinham de 7 a mais consultas e 11,08% as que não realizaram nenhuma consulta. Santos, Martins e Sousa11, veriicaram que grande ”arte das ”acientes, um t“tal de 50,4% frequentaram o pré-natal de forma regular, ou seja, de 4 a 6 c“nsultas, 21,4% das ad“lescentes nã“ izeram nenhuma “u n“ máxim“ três c“nsultas.

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Ao comparar os resultados obtidos na pesquisa, c“m “ enc“ntrad“ na literatura, ”“de-se veriicar que ambos tiveram resultados semelhantes quanto à maior prevalência, isto é, a maioria das adolescentes realiz“u de 4 a 6 c“nsultas, resultad“ inferi“r a“ que preconiza o Ministério da Saúde7, isto é, no mínimo 6 consultas.

Conclusão O estud“ ”r“”“rci“n“u identiicar a ”revalência de gravidez na adolescência em gestantes atendidas na Maternidade Ana Braga, de janeiro a junho de 2008, obtendo um resultado de 1.633 casos, um total de 32,63% para essa problemática. O que não difere da média encontrada na literatura. Quanto à prevalência por faixa etária, foi encontrado 22,96% na faixa etária de 18 anos, o que sugere um índice elevado, ao comparar com a literatura. Talvez isso se deva ao fato de que essas adolescentes possivelmente não tiveram acesso a educação em saúde, que fornecesse uma base para um possível planejamento familiar. Quant“ a“ estad“ civil, f“i vist“ que 49,05% tinham união estável. Quanto à escolaridade, “bserv“u-se que 52,17% tinham de 4 a 7 an“s de estudo, o que as torna mais dependente da família, e até mesmo, do próprio companheiro, sendo que muitas vezes, este apoio tão crucial nesse momento de suas vidas, lhes é negado por ambos. No que se refere à “cu”açã“, 44,52% eram d“ lar e quant“ à raça, 71,1% eram pardas. Veriic“u-se também, que 58,97% d“s ”art“s foram normais. Quanto à aderência ao prénatal detectou-se que 66,51% o aderiram, desse t“tal 36,5% izeram de 4 a 6 c“nsultas, resultad“ este, inferior ao necessário para se ter uma boa gravidez, com menos riscos para a gestante e seu ilh“. Observ“u-se ainda que, quant“ à “c“rrência de complicação, 78,13% dos casos não foram registrad“s, diicultand“ assim, a tabulaçã“ exata desse item. Assim, ”“de-se airmar que a ”revalência da gravidez na adolescência continua sendo um problema de saúde pública, visto que, o percentual encontrado continua relativamente alto, revelando que as políticas de saúde voltadas a esse grupo etário, ainda não conseguiram alcançar seu objetivo principal, o qual está voltado a melhores ações educativas e informativas, visando à prevenção da gravidez na adolescência. Cabe ao Enfermeiro, estar apto para trabalhar com esse grupo, tanto na comunidade, quanto em seu ambiente de trabalho.

Revista Sul-Brasileira de Enfermagem

Thiago Sanches Cardoso / Heidiany Medim da Mota / Graciela Marleny Rivera Chávez / Marcelino da Silva Cavalcante

Ano 2 – Número 7, Março/Abril 2012 - paginas de 23 a 27

Saúde homem e o em perfil destes em uma estratégia de saúde Ana da família Prevalência de gravidez nado adolescência pacientes atendidas na maternidade Braga, Manaus AM, Brasil.


Prevalência de gravidez na adolescência em pacientes atendidas na maternidade Ana Braga, Manaus AM, Brasil.

Recebido 29.07.2011 Aprovado 16.05.2012 * Acadêmico de enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas – Formando 2010-2. ** Acadêmica de enfermagem da Universidade do Estado do Amazonas – Formanda 2010-2. *** Professora da Universidade do Estado do Amazonas – orientadora. **** Professor da Universidade do Estado do Amazonas – co – orientador.

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Ano 2 – Número 7, Março/Abril 2012 - paginas de 23 a 27

Thiago Sanches Cardoso / Heidiany Medim da Mota / Graciela Marleny Rivera Chávez / Marcelino da Silva Cavalcante

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[Internet]. Rio de Janeiro; 2003 [acesso em 2009 jun 21]. Disponível em: cspace.eportuguese.org/tiki-download_file.php?fileId=693 9.Silveira LL, Abuchaim MO, Colvara, DS, Marques, FPL, Porciuncula, NP, Del Duca, GF, ET AL. Fatores associados à maternidade na adolescência [Internet]. XVII Congresso de Iniciação Científica. V Encontro de Pós-graduação. Faculdade Federal de Pelotas, 2008. Disponível em: www.ufpel.edu.br/cic/2008/cd/pages/pdf/CS/ CS_00676.pdf 10.Duarte CM, Nascimento VB, Akerman M. Gravidez na adolescência e exclusão social: análise de disparidades intra-urbanas [Internet]. Rev Panam Salud Publica; 2006 [acesso em 2009 jul 23] 19(4):236–43. Disponível em: journal.paho.org/uploads/1147984562.pdf 11.Santos GHN, Martins MG, Sousa MS. Gravidez na adolescência e fatores associados com baixo peso ao nascer [Internet]. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia; 2008 [acesso em 2009 jul 23]. 30(5):224-31. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_pdf&pid=S0100 12.Rede Feminista de Saúde Adolescentes, saúde sexual, saúde reprodutiva: dossiê.. Belo Horizonte [Internet]; 2004 [acesso em 2009 jul 23]. Disponível em: www.redesaude.org.br/.../Dossiês/ ... 13.Chemello CS, Tanaka ACA, Buzzetti MC, Lorenzi DRS. Estudo da incidência de gravidez entre adolescentes no município de São Marcos RS [Internet]. Rev. Cient. AMECS 2001 10(1):33-38. [acesso em 2009 jul 23]; Disponível em: www.amecs.com.br/arquivos/revista/ vol10_n1/arti_orig_5.pdf 14.Melo CRM, Laurenti R, Bianco MHBC, Lopes ES, Silva PM. Vigilância epidemiológica em morbidade materna. Anais do V Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal (COBEON)De 14 a 17 de outubro de 2007, Bento Gonçalves/RS. [acesso em 2009 jul 23]; Disponível em: http://abenfo.redesindical.com.br/arqs/outros/039_ anais%20V%20COBEON.pdf 15.Ciampo LA, Junqueira MJG, Ricco RG, Daneluzzi JC, Ferraz IS, Martinelli Júnior CE. Tendência secular da gravidez na adolescência [Internet]. Brasil Pediatria; 2004 [acesso em 2009 jul 23]; 26(1):21-6. Disponível em: http:// www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1049.pdf

Artigo de Pesquisa

Referências


Normas para publicação A Revista Sul-Brasileira de Enfermagem é uma publicação bimestral, que tem por objetivo ser um dos principais veículos de divulgação do conhecimento na área de enfermagem no Brasil, promovendo, o desenvolvimento técnico-científico dos profissionais, publicando trabalhos originais e inéditos, de revisão, atualização ou relatos de casos/experiências. Seu conselho editorial, que tem caráter consultivo, é constituído por pesquisadores em enfermagem, de origem institucional diversificada, e é o principal responsável pela qualidade do conteúdo da revista. Apresentação do manuscrito 1. Os manuscritos apresentados devem destinar-se exclusivamente à Revista Sul-Brasileira de Enfermagem, não sendo permitida sua apresentação simultânea a outro periódico, no que se refere ao texto, às figuras ou tabelas, quer na íntegra ou parcialmente, excetuandose resumos ou relatórios preliminares publicados em anais de reuniões científicas. 2. Nas pesquisas envolvendo seres humanos, os autores deverão enviar uma cópia de aprovação emitida pelo Comitê de Ética, reconhecido pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), segundo as normas da Resolução do Conselho Nacional de Saúde – CNS 196/96 ou órgão equivalente no país de origem da pesquisa. O número do processo/ projeto deverá constar no método do trabalho. 3. A Revista Sul-Brasileira de Enfermagem adota as normas do Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas (estilo Vancouver), publicadas no New England Journal of Medicine 1997; 336:309. 4. Figuras e tabelas deverão ser apresentadas em arquivo com boa resolução e separadas do texto (imagens com mínimo de 300 dpi). 5. O(s) autor(es) dos textos são por eles inteiramente responsáveis, devendo assinar e encaminhar a declaração de responsabilidade e Cessão de Direitos Autorais, conforme modelo abaixo. Declaração de Responsabilidade e Cessão de Direitos Autorais. Vimos submeter à aprovação da Revista SulBrasileira de Enfermagem o artigo __________________ _________________________________________________ _________________________________________________ ___ e informamos que todos os procedimentos éticos devidos foram observados. Declaramos que o trabalho é inédito e está sendo enviado com exclusividade à Revista. Concordamos que, em caso de aceitação do mesmo, os direitos autorais a ele referentes passarão a ser propriedade exclusiva da Revista Sul-Brasileira de Enfermagem.

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Categoria do artigo: _____________________________ Assinatura dos Autores: _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________

Data: _____/_____/_____. 6. O(s) autor(es) deve(m) especificar no artigo indicação de financiamentos relacionados ao trabalho a ser publicado. Categorias de manuscritos aceitos pela Revista (A) Artigos originais/Pesquisas – Investigação baseada em dados empíricos, concluída, utilizando metodologia científica e que possam ser aplicadas e generalizadas. Devem atender aos princípios de objetividade e clareza da questão norteadora. Sua estrutura deve conter. – Introdução: apresentação e delimitação do assunto tratado, os objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho. – Objetivo: especifica de maneira clara e sucinta a finalidade da pesquisa, com detalhamento dos aspectos que serão ou não abordados. Os objetivos podem ser definidos como gerais ou específicos a critério do autor. – Revisão da literatura: levantamento selecionado da literatura sobre o assunto que serviu de base à investigação do trabalho proposto. Proporciona os antecedentes para a compreensão do conhecimento atual sobre um assunto e esclarece a importância do novo estudo. Em algumas áreas, já existe a tendência de limitar a revisão apenas aos trabalhos mais importantes, que tenham relação direta com a pesquisa desenvolvida, priorizando as publicações mais recentes. Quando não houver necessidade de um capítulo para a Revisão da Literatura em função da extensão histórica do assunto, ela poderá ser incluída na Introdução. – Método: descrição completa dos procedimentos metodológicos que permitam viabilizar o alcance dos objetivos. Devem ser apresentados: tipo de pesquisa, dados sobre o local onde foi realizada a pesquisa, população estudada, tipo de amostra, variáveis selecionadas, material, equipamentos, técnicas e métodos adotados para a coleta de dados, incluindo os de natureza estatística.

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– Resultados: devem ser apresentados de forma clara e objetiva, sem interpretações ou comentários pessoais, podendo, para maior facilidade de compreensão, estar acompanhados por gráficos, tabelas, figuras, fotografias etc. – Discussão: deve restringir-se aos dados obtidos e aos resultados alcançados, enfatizando os novos e importantes aspectos observados e discutidas as concordâncias e divergências com outras pesquisas já publicadas. – Conclusões: correspondem aos objetivos ou hipóteses de maneira lógica, clara e concisa, fundamentadas nos resultados e discussão, coerentes com o título, proposição e método. Incluem-se ainda as Referências Bibliográficas (12 páginas de Word, espaçamento duplo). (B) Artigos de revisão – Estudo crítico, abrangente e sistematizado da literatura sobre um assunto de interesse para o desenvolvimento da Enfermagem, devendo apresentar análise e conclusão. (09 páginas no Word, espaçamento duplo). (C) Artigos de atualização ou divulgação – Trabalhos descritivos e interpretativos, com fundamentação sobre a situação global em que se encontra determinado assunto investigativo ou potencialmente investigativo. (05 páginas de Word, espaçamento duplo) (D) Experiência profissional/Relato de caso – Descrição de experiências assistenciais e de extensão, estudos avaliativos, originais contendo análise de implicações conceituais ou descrição de procedimentos com estratégias de intervenção, evidência metodológica apropriada de avaliação de eficácia, de interesse para a atuação de enfermeiros em diferentes áreas. (09 páginas no Word, espaçamento duplo). Processo de julgamento dos manuscritos Após o recebimento, o artigo é inicialmente analisado quanto ao cumprimento das normas estabelecidas para publicação, sendo sumariamente devolvido em caso de não atendimento. Se aprovado, é encaminhado para avaliação de dois consultores ad hoc, escolhidos entre pesquisadores de renomada competência na área do artigo, que exibirão seus pareceres aceitando, recomendando modificações ou recusando o mesmo. (Em qualquer situação os autores serão comunicados.) Havendo discordância nos pareceres, o manuscrito é encaminhado a um terceiro relator. O anonimato é garantido durante todo o processo de julgamento. Os pareceres dos relatores são analisados pelo Conselho Editorial que, se necessário, indica as alterações a serem efetuadas. Os trabalhos seguem para publicação somente após a aprovação final dos pareceristas e do Conselho Editorial.

Após a aceitação do trabalho, os autores serão comunicados da decisão, com a data prevista para publicação, o volume e o fascículo da Revista na qual o artigo será publicado. Os artigos não publicados não serão devolvidos, serão destruídos seis meses após o final dos trâmites da revista. Preparo dos manuscritos • Folha de rosto com título que identifique o conteúdo em português e inglês, contendo o(s) nome(s) do(s) autor(es), a titulação e a instituição a que pertence(m). Serão aceitos até seis autores. • Resumo informativo em português e inglês (summary) com até 150 palavras. • Quatro unitermos (palavras-chave) que permitam identificar o assunto do artigo, apresentados em português e inglês (keywords). • Dados que permitam sua compreensão, como explicações sobre o sentido das abreviaturas e símbolos. • Errata: após a publicação do artigo, os autores, se identificarem a necessidade de uma errata, deverão enviá-la à Secretaria da Revista imediatamente e de preferência por e-mail. Referências bibliográficas (Exemplos) Artigos de periódicos: • Padrão: Elias MS, Cano MAT, Mestriner W Jr, Ferriani MGC. A importância da saúde bucal para adolescentes de diferentes estratos sociais do município de Ribeirão Preto. Rev Latino-Americana de Enfermagem 2001 jan.; 9 (1):88-95 • Artigo com indicação de subtítulo: Diniz NMF, Lopes RLM, Almeida MS, Gesteira SMA, Oliveira JF. Psicodrama com estratégia pedagógica: vivências no ensino de graduação na área da saúde da mulher. Rev. Latino-am. Enfermagem 2000 ago.; 8(4):88-94. Materiais em formato eletrônico: • Artigo de periódicos: Braga EM, Silva MJP. Como acompanhar a progressão da competência no aluno de enfermagem. Rev Esc Enfermagem USP (periódico na Internet). 2006 (citado 2006 set. 28);40(3): (cerca de 7 p). Disponível em: http://.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/258.pdf • Livro ou monografias: Alvarenga, RE. Cuidados paliativos domiciliares: percepções do paciente oncológico e seu cuidador. Porto Alegre: Moriá; 2005.

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Calil AM, Paranhos WY. O enfermeiro e as situações de emergência. São Paulo (SP): Atheneu; 2007 • Capítulo do livro ou monografia: Debert GG. Problemas relativos à utilização da história de vida e história oral. In: Cardoso RCL. A aventura antropológica. Teorias e pesquisa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 1998. p.64-78. • Dissertação e tese: Amarante ST. Análise das condições ergonômicas do trabalho das enfermeiras de centro cirúrgico. (dissertação). São Paulo (SP): Escola de Enfermagem/USP; 1999. • Anais: Carreiro FA. A Equipe de Enfermagem e o Corpo (do) Queimado Durante a Balneoterapia. In: Anais do 11º CBCENF-Congresso Brasileiro dos Conselhos de Enfermagem; 2008 ago. 31 a set. 03; Belém-PA, Brasil.

Envio do manuscrito Os artigos originais encaminhados para avaliação e publicação deverão ser enviados por e-mail ou correio para o endereço da editora constante no final destas normas, aos cuidados do Conselho Científico, sendo que um dos autores deverá ser assinante da revista. Os trabalhos que forem encaminhados via correio deverão ser acompanhados de CD, uma cópia impressa com figuras e tabelas, juntamente com a Declaração de Responsabilidade e Cessão de Direitos Autorais, assinada por todos os autores, através de carta registrada ou sedex. Recomenda-se o uso do programa Word (papel formato A4; margens: superior 1,5 cm, inferior 1 cm; laterais 3 cm), bem como a fonte Times, tamanho 12, entrelinha dupla, em uma coluna. Pode conter ilustrações que sejam relacionadas com o assunto e tenham boa qualidade para impressão em cores ou em preto e branco (300 dpi). Texto justificado e com número de página no rodapé.

Moriá Editora Ltda. Revista Sul-Brasileira de Enfermagem Rua Aracy Fróes, 258 / 902 - Jardim Itu-Sabará - Porto Alegre/RS / CEP: 91210-230. E-mail: revistasulbrasileira@gmail.com Tel. (51) 3351.2361.

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ATUALIZAÇÃO EM TERAPIA INTENSIVA AULA 2 – ATENDIMENTO A PCR NO ADULTO: O que mudou? AULA 5 – VENTILAÇÃO MECÂNICA

Ventilação Mecânica Implicações para a enfermagem Márcio Neres dos Santos / Fábio da Rosa / Odon Melo Soares

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Aula 1 – Abordagem da Via Aérea – Anatomia e Fisiologia da Via Aérea – Mecânica Ventilatória – Avaliação da Via Aérea e Ventilação

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Aula 2 – Via Aérea Difícil e Dispositivos Extraglóticos – Identificação da Via Aérea Difícil – Intervenções na Via Aérea e Ventilação – Intubação Endotraqueal – Intubação em Sequência Rápida – Dispositivos Extraglóticos – Máscara Laríngea, Dispositivo Esofágico de Multilúmen (Combi Tube) e Tubo Laríngeo – Cricotireoidostomia por Punção e Cirúrgica Aula 3 – Insuficiência Respiratória Aguda – IrpA e Equilíbrio Ácido-Básico – IrpA – Conceitos Básicos de Equilíbrio Ácido-Base – Princípios Básicos de Interpretação de Gasometria

Aula 4 – Ventilação Mecânica Invasiva – Breve Histórico da Ventilação Mecânica – Conceito – Objetivos e Indicações – Princípios de Ventilação Mecânica – Parâmetros Básicos e Fases do Ciclo Ventilatório na Ventilação Mecânica – Modalidades Ventilatórias Aula 5 – Ventilação Mecânica Não Invasiva – Conceito – Objetivos e Indicações – Princípios Básicos de Ventilação Mecânica Não Invasiva Aula 6 – Cuidados de Enfermagem com Pacientes em Ventilação Mecânica – Aspiração de Vias Aéreas – Protocolo PAV – Cuidados com Ventilação Mecânica

Nossos Facilitadores Márcio Neres dos Santos – Enfermeiro. Doutorando em Biologia celular e Molecular.Mestre em Educação. Especialista em Recursos Físicos e Tecnológicos em Saúde e Especialista em Auditoria em Saúde. Aperfeiçoamento em Terapia Intensiva. Orientador da Residência Integrada em Saúde (GHC), Ênfase Atenção ao Paciente Crítico. Assistente de Coordenação do Serviço de Emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição do Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Atua como docente colaborador no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento (IEP/HMV) e no Centro de Educação Tecnológica e Pesquisa em Saúde (GHC/MS). Docente convidado do Curso de Especialização em Enfermagem em Urgência e Emergência Adulto e Pediátrica da UFRGS e do Curso de Especialização em Enfermagem em Urgência e Emergência da UNISINOS. E-mail: nerespoa@gmail.com Fábio Rosa – Enfermeiro. Mestrando em Enfermagem.Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva e Especialista em Dinâmica e Gestão de Grupo. Enfermeiro do CTI Adulto do Hospital Mãe de Deus (HMD). Atua como docente na Escola Profissional do Instituto de Cardiologia/Fundação Universitária de Cardiologia (IC FUC). Docente convidado do Curso de Especialização em Enfermagem em Urgência e Emergência Adulto e Pediátrica da UFRGS e do Curso de Especialização em Enfermagem em Terapia Intensiva da UNISINOS. E-mail:Fabio_nurse@yahoo.com.br Odon Melo Soares – Enfermeiro. Especialista em Enfermagem em Terapia Intensiva. Enfermeiro da UTI Adulto do Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA).. Atua como docente colaborador no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento (IEP/HMV). Docente convidado do Curso de Especialização em Enfermagem em Urgência e Emergência Adulto e Pediátrica da UFRGS. E-mail:odonmelo@gmail.com

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EM TERAPIA INTENSIVA VENTILAÇÃO ATUALIZAÇÃO MECÂNICA - IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM AULADIFÍCIL 5 – VENTILAÇÃO MECÂNICA 2. VIA AÉREA E DISPOSITIVOS EXTRAGLÓTICOS

2. VIA AÉREA DIFÍCIL E DISPOSITIVOS EXTR AGLÓTICOS Essa aula tem como objetivo discutir o manejo da via aérea difícil e apresentar as manobras de acesso às vias aéreas, os equipamentos utilizados para o acesso e manutenção, suas indicações e outras observações relevantes. Conforme discutido na aula anterior, o manejo da via aérea é uma prioridade, e a intubação da traqueia signiica ter uma via aérea deinitiva. Estima-se que a taxa de falha na obtenção da via aérea seja de 1:200.0001. A obtenção da via aérea de emergência pode representar a diferença entre um resultado satisfatório e a sequela permanente ou morte, motivo pelo qual deve ser realizada por ”r“issi“nais c“m treinament“ adequad“2. Assim, também é necessária a habilitação desses para utilizar os dispositivos extraglóticos. A atuação deve ser imediata nos casos da via aérea estar obstruída, de risco de broncoaspiração “u insuiciência res”iratória aguda. Durante “ exame primário, a avaliação das vias aéreas e respiração deve ser realizada em no máximo 15 segundos3,4,5. As causas mais comuns de obstrução alta de vias aéreas sã“: queda da língua s“bre a ”arede posterior da faringe e corpos estranhos3. Entretanto, “ ”r“issi“nal ”“de ”restar assistência c“m eicácia mesm“ des”r“vid“ de equi”ament“s s“isticad“s, por meio de simples manobras manuais, tais como a elevação do mento e a protrusão da mandíbula.

As intervenções na permeabilização da via aérea ”“dem ser divididas em três gru”“s: a) Manobras Manuais I. Elevação do mento (Manobra de Chin-Lift) – é uma man“bra eicaz ”“rque a língua ”“de cair para trás e obstruir a hipofaringe, sempre que o paciente apresentar diminuição do sensório6. Os dedos de uma das mãos são colocados sob a mandíbula, que é conduzida para cima, de modo

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II. Tração da mandíbula (Manobra de JawThrust) – é a elevação do ângulo da mandíbula (é a manobra de escolha em casos de suspeita de lesão da coluna cervical). Nesse momento também retiram-se próteses dentárias e/ou objetos, alimentos que estejam obstruindo a via aérea. Deve-se manter a imobilização da cabeça/pescoço, utilizam-se “s 4º e 5º ded“s ”ara desl“car a mandíbula ”ara cima e com os polegares mantém-se a boca do paciente aberta (Figura 1). Essa manobra pode auxiliar no ajuste entre a máscara facial e o rosto do doente, reduzindo o escape de ar e permitindo ventilação adequada6.

Figura 1 – Manobras manuais. Perda de consciência, muitas vezes acompanhada de perda do tônus muscular submandibular. Na oclusão da via aérea, a queda da base da língua pode ser aliviada por uma elevação do mento (head tilt-chin-lift) (A) ou uma elevação da mandíbula (jaw thrust) (B). Em pacientes com possível lesão da coluna cervical, os ângulos da mandíbula devem ser levantados anteriormente sem hiperestender o pescoço. Fonte: http://home.utah.edu/~sa11170/EMT/DOTRefresh/Airway/ Resourceair/htilt.gif, acesso em 10 mar 2012.

b) Dispositivos Básicos I. Cânula orofaríngea – (cânula de Guedel, cânula de Berman ou tubo orofaríngeo) – tem como principal função manter a língua distante da parede posterior da faringe. Também, auxilia na proteção do tubo endotraqueal da compressão dos dentes3,6. Essas cânulas possuem tamanhos variados. A mensuração do tamanho adequado deve ser feita da seguinte f“rma: da rima labial até “ ângulo da mandíbula, pois se a cânula for muito

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2.1 Intervenções na via aérea e ventilação

a trazer o queixo a uma posição anteriorizada. O dedo polegar da mesma mão afasta levemente o lábio inferior, para abrir a boca. O polegar também pode ser colocado atrás dos incisivos inferiores, enquanto o mento é tracionado para cima1,3,6. Esta manobra não deve ser utilizada na suspeita de lesão cervical, pois há o risco de transformar uma fratura de coluna cervical sem lesão medular em fratura com lesão6 (Figura 1).


VENTILAÇÃO MECÂNICA - IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM 2. VIA AÉREA DIFÍCIL E DISPOSITIVOS EXTRAGLÓTICOS

longa ela poderá empurrar a epiglote e causar obstrução completa; se a cânula for muito curta poderá desviar a língua posteriormente e piorar a obstrução3,4,6.

Para facilitar a introdução da cânula, poderemos abaixar a língua com uma espátula e inserir cuidadosamente o dispositivo já na posição correta (ponta apontada para baixo) seguindo a curvatura da língua e do palato, técnica utilizada em pacientes pediátricos. Outra forma de introdução da cânula é pelo lado convexo contra a língua e rodar 180 graus dentro da cavidade oral. A cânula só deverá ser utilizada em pacientes inconscientes ou anestesiados, pois caso contrário provocará tosse, vômito ou laringo-espasmo3.

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Figura 3 – Cânula nasofaríngea. Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 2 – Cânulas orofaríngeas. Fonte: Arquivo pessoal.

II. Cânula nasofaríngea – utilizada em pacientes conscientes e semiconscientes. A determinação do tamanh“ c“rret“ será da seguinte f“rma: c“l“car a cânula nasofaríngea da borda da narina até o ângul“ da mandíbula. A”ós, lubriicar a cânula c“m gel lubriicante à base de água e intr“duzi-la, gentilmente, na narina. A abertura do bisel deverá icar a”“ntada ”ara a linha mediana, ”“sici“nand“se na faringe posterior, atrás da língua. Caso haja resistência, não force; tente a outra narina. Gire a cânula para ajudar na introdução. A abordagem nasal da via aérea é contraindicada em pacientes com trauma nasal, suspeita de fratura de base de crânio, deformidades de septo nasal, trauma facial e distúrbios de coagulação.

III. Balão e máscara com válvula unidirecional – também conhecido como ressuscitador manual ou ambu (Airway Maintenance Breathing Unit) – é um dispositivo composto por uma máscara de formato piramidal, adaptada à face para conter o nariz e a boca3,7,10. Essas máscaras apresentam tamanhos variáveis, possuem uma borda que veda a saída de ar, um corpo e conector para o balão com válvula ou aparelhos anestésicos, permitindo assim introduzir ar, oxigênio ou gases anestésicos3,7,8,9. A bolsa é dotada de uma válvula unidirecional permitindo criar um lux“ c“ntínu“ através de sua c“m”ressã“. Nem t“das as b“lsas de ventilaçã“ aut“inláveis fornecem altas concentrações de oxigênio; apenas bolsas com válvulas unidirecionais e espaço morto pequeno podem fornecer concentrações inaladas de oxigênio acima de 90%3,7,8. Dessa forma, ressaltase a importância do dispositivo estar montado adequadamente (máscara, balão, válvula e reservatório), ligado a uma fonte de oxigênio e que a bolsa seja apertada com ambas mãos para obter um volume corrente em torno de 500 ml3,7,9. - Posicione a máscara sobre a boca e o nariz do paciente, assegurando vedação adequada. - Mantenha a via área permeável por meio de manobras manuais (elevação do mento e tração da mandíbula). - A posição convencionalmente ensinada para manuseio da máscara é com as duas mãos. Os polegares estão em posição cranial (superiormente) e os dedos indicadores estão em posição caudal

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EM VENTILAÇÃO MECÂNICA PARA ATUALIZAÇÃO EM TERAPIA TERAPIA INTENSIVA INTENSIVA ATUALIZAÇÃO EM TERAPIA INTENSIVA VENTILAÇÃO ATUALIZAÇÃO MECÂNICA -- IMPLICAÇÕES IMPLICAÇÕES PARA AA ENFERMAGEM ENFERMAGEM AULA – ATENDIMENTO A PCR NO ADULTO: O que mudou? 2. 2VIA AÉREA DIFÍCIL E DISPOSITIVOS EXTRAGLÓTICOS AULA 5 – VENTILAÇÃO MECÂNICA AULA 5 – VENTILAÇÃO MECÂNICA AULA 1. ABORDAGEM DA VIA AÉREA

(inferiormente), deixando apenas três dedos para criar e manter a manobra de tração de mandíbula e elevação do mento3 (Figura 4). - Não há consenso na literatura sobre a aplicação da manobra de Sellick durante a ventilação com bolão e máscara com válvula unidirecional3,7,910. - Ventile o paciente com frequência de 10 a 12 vezes por minuto3,10, evitando a hiperventilação, que pode resultar em distensão gástrica, vômitos e aspiração.

c)

Dispositivos Avançados

I. Dispositivos extraglóticos – atualmente, a intubação endotraqueal (IET) é o padrãoouro para ventilação efetiva e protetora da via aérea3,5,6, porém é uma técnica difícil e nem todos ”r“issi“nais a d“minam adequadamente3. Diante desse contexto, surgiram na década de 1980 os ”rimeir“s dis”“sitiv“s alternativ“s à IET: em 1981 a máscara laríngea e em 1987 o tubo esofagotraqueal (combitube)3. Embora a taxonomia para esses dis”“sitiv“s reira-se a equi”ament“s extraglótic“s, alguns aut“res subdividem essa categ“ria em: dispositivos retroglóticos ou infraglóticos (aqueles que penetram no esôfago superior, ou aqueles que estão acima e envolvem a glote, p. ex., combitube) e dispositivos supraglóticos (aqueles que estão acima da glote, p. ex., tubo laríngeo).

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Tamanho ML

Volume máximo balonete

no 1

4 ml

no 1,5

7 ml

no 2

10 ml

o

n 2,5

14 ml

no 3

20 ml

o

n 4

30 ml

no 5

40 ml

no 6

50 ml

Para realizar a inserção da ML o paciente deve estar posicionado como para uma IET. Com a mão não dominante segure a cabeça estendendo o pescoço e segure a ML como uma caneta com a mão dominante mantendo o dedo indicador na junção do cluff e o tubo. Observe uma linha escura ao longo do tubo no lado posterior (convexo) da ML que aponta sempre em direção ao nariz do paciente3,10. Dessa forma, mantenha a cabeça com uma mão e com a outra inicie a passagem da ML, com sua abertura dirigida para frente e o dorso aplanado contra os dentes incisivos do paciente. A ML deve ser introduzida com a ponta pressionando o palato duro, de forma que sua progressão para a hipofaringe se faça deslizando contra o palato duro6,10. Tamanho ML

Paciente

no 1

Recém-nascido a lactentes até 5 kg

no 1,5

Lactentes de 5 a 10 kg

no 2

Lactentes de 10 kg até pré-escolares de 20 kg

o

n 2,5

Crianças de 20 a 30 kg

no 3

Crianças/adolescentes de 30 a 50 kg

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Figura 4 – Ventilação com bolsa e máscara com válvula unidirecional. (A) Ventilação utilizando a manobra de Sellik; (B) Máscara, balão, válvula e reservatório; (C) Técnica de ventilação com apenas uma mão; (D) Técnica de ventilação com as duas mãos. Fonte: Arquivo pessoal.

Máscara Laríngea – A Máscara Laríngea (ML) é um dispositivo supraglótico das vias aéreas que dispensa o uso de laringoscópio. Corretamente posicionada, a face convexa posterior da ML estará em contato com a parede da faringe e a anterior sobreposta às estruturas supraglóticas (laringe), de forma a permitir a ventilação. Sua ponta se aloja sobre o esfíncter esofagiano superior3,5,6. Não é uma via aérea deinitiva, devend“ ser substituída assim que possível (no máximo em quatro horas). Tem um papel importante no manejo da via aérea difícil, principalmente quando há falha na tentativa de IET. Porém, não previne a aspiração e não é indicada para pacientes com maior risco de regurgitarem; baixa complacência pulmonar ou alta resistência à ventilaçã“ (ibr“se, DPOC, “besidade mórbida, broncoespasmo, edema pulmonar, trauma torácico, etc.); restrição da abertura da boca (distância interincisivos menor que 2 cm); patologias faríngeas; obstrução ventilatória abaixo ou na laringe; ou aqueles que necessitem de ventilação pulmonar seletiva3,5,10.


ATUALIZAÇÃO EMTERAPIA TERAPIAINTENSIVA INTENSIVA VENTILAÇÃOATUALIZAÇÃO MECÂNICA - EM IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM ATUALIZAÇÃO EM TERAPIA INTENSIVA AULA ATENDIMENTO A PCRNO NOADULTO: ADULTO: Oque quemudou? mudou? AULA 222–VIA AA OO 2. AÉREA EPCR DISPOSITIVOS EXTRAGLÓTICOS AULA ––ATENDIMENTO ATENDIMENTO PCR NO ADULTO: que mudou? AULADIFÍCIL 5 – VENTILAÇÃO MECÂNICA no 4

Adultos de 50 a 70 kg

no 5

Adultos de 70 a 100 kg

o

n 6

Adultos de grande porte

Antes de ”r“sseguir, veriique se a ”“nta da máscara não está dobrada. Nesta fase, a ML deverá estar quase paralela em relação ao paciente. Com o dedo indicador ainda mantendo pressão contra o palato, empurre a ML para baixo3,6. Em seguida, com a ML em posição (use a mão livre para segurar o tubo), simultaneamente, retire o dedo indicador de dentro da cavidade oral do paciente e, ao mesmo tempo, introduza ainda mais a ML, até que se sinta uma resistência elástica3.6.10. Neste ponto, a ML deverá estar corretamente posicionada, com seu extremo pressionando o esfíncter esofágico su”eri“r6. O manguit“ deve ser inlad“ c“m “ v“lume recomendado para cada tamanho. Conecte o ressuscitador manual à ML e ventile, observando a expansão torácica e ausculta pulmonar, para veriicar “ c“rret“ ”“sici“nament“ da ML. Fixe “ tubo da máscara laríngea3,6.

o tubo seja introduzido na traqueia, e termina na extremidade distal do tubo3. O balonete inferior pode ser utilizado para vedar o esôfago ou a traqueia, dependo da posição obtida pelo tubo. Assim, “ ”r“issi“nal deve ventilar ”“r uma “u “utra via, dependendo da ausculta pulmonar. O detector de CO2 pode aumentar a acurácia da utilização desse dispositivo6,10. A complicação mais frequente é o trauma laríngeo e não deve ser indicado para pacientes conscientes.

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Figura 6 – Tubo de duplo lúmen. (A) Orifícios laterais; (B) Kit Combitubo e detector de CO2; (C) Posição esofágica; (D) Posição traqueal. Fonte: http://www.acilveilkyardim.com/acilbakim/solukyolusolutma. htm, acesso em 05 mar 2012.

Figura 5 – Técnica de inserção de Máscara Laríngea. Fonte: arquivo pessoal.

Tubo Duplo Lúmen – também conhecido pelo nome comercial combitube®, é um dispositivo utilizado por algumas equipes de atendimento pré-hospitalar, principalmente as que seguem o padrão norte-americano. Este dispositivo acessa as vias aéreas por meio da intubação às cegas. Este tubo possui duas luzes e dois balonetes. A primeira luz funciona como um obturador de esôfago, terminando em orifícios laterais acima de um balonete situado no terço superior do tubo1,3,6,. Os orifícios laterais permitem que o paciente seja ventilado quando o tubo está introduzido no esôfago. O balonete superior se destina a evitar o escapamento de ar pela orofaringe quando o tubo é posicionado no esôfago. A segunda luz funciona como um conduto de ar para os pulmões, caso

Quanto à técnica de inserção do duplo de duplo lúmen6,3,10: a) efetuar traçã“ da mandíbula; b) introduzir o tubo às cegas até a linha de marcação; c) insular “s d“is bal“netes c“m “ v“lume de ar determinado nas instruções do fabricante; d) ventilar primeiro através da luz esofagiana, pois o tubo geralmente se direciona para o esôfago; e) veriicar ex”ansã“ t“rácica durante a ventilaçã“ com ausência de ruídos hidroaéreos; caso haja expansão torácica, continuar ventilando o paciente por esta luz; f) tentar a ventilação pela luz traqueal, caso haja ausência de expansão torácica e presença de ruídos hidroaéreos com a ventilação pela luz esofagiana. Este tubo não é uma via área deinitiva; deve ser mantid“ ”“r até 30 minut“s, pois pela grande pressão exercida pelo balonete faríngeo pode causar edema da língua. Também é contraindicado na reanimação de crianças. Tubo Laríngeo – não se trata de uma via aérea deinitiva. Deve ser c“l“cad“ às cegas dentr“ do esôfago, isto é, via aérea extraglótica6. Esse

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EM TERAPIA INTENSIVA VENTILAÇÃO ATUALIZAÇÃO MECÂNICA - IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM AULA – ATENDIMENTO NO ADULTO: O que mudou? 2. 2VIA AÉREA DIFÍCIL AE PCR DISPOSITIVOS EXTRAGLÓTICOS

dis”“sitiv“ nã“ requer a mani”ulaçã“ signiicativa da cabeça e do pescoço para posicionamento, não requer visualização direta da glote3,6. Ele apresenta dois balonetes (um faríngeo e outro infraglótic“) e um únic“ cluff ”ara insulá-l“s. Alguns modelos apresentam um lúmen ao lado do lúmen d“ lux“ de ar ”ara ”assagem de s“nda gástrica. Deve ser substituído por um tubo endotraqueal assim que possível. Quanto à técnica de inserção do tubo laríngeo3,6: a) testar “s bal“netes d“ tub“; b) lubriicar “s bal“netes d“ tub“; c) intr“duzir “ tub“ às cegas até a linha de marcaçã“; d) insular “ cluff com o volume de ar determinado nas instruções do fabricante; e) ventilar o paciente e observar a expansão torácica e a ausculta pulmonar.

Figura 7 – Tubo laríngeo. (A) Posição do tubo laríngeo; (B) Dispositivos com balonetes insuflados. Fonte: http://www.celmat.com.br/videos. php, acesso em 05 mar 2012.

II.

Via Aérea Deinitiva

Indicações de intubação endotraqueal

Materiais para IET Bolsa de ventilação com reservatório + máscara

Fonte de oxigênio

Aspirador de secreções + cânulas oro/nasofaríngeas

Acesso venoso disponível

Cabo de laringoscópio com baterias

Medicamentos para ISR e medicações para RCP

Lâminas laringoscópias de vários tamanhos (0 a 4)

Monitorização: oxímetro de pulso e capnógrafo

Seringas de 10 ml

Spray anestésico (orofaringe)

Guia maleável de IET

Geleia de lidocaína (Peri cuff)

Luvas, máscara, touca, óculos e escudo de proteção

Tiras de fixação de tubo

Pinça de Magill

Tubos endotraqueais de vários tamanhos

Os tubos endotraqueais estão disponíveis em diâmetros internos de 2,5 a 9,0 mm (variáveis a cada 0,5 mm). A escolha de um tubo com o tamanho apropriado é de grande importância. Embora não se tenha evidências para escolha de tamanhos em adultos3,6, sugere-se empiricamente o diâmetro de tubos endotraqueais para homens entre 7,5 a 9,5 e para mulheres entre 7,0 a 8,5. O emprego de um tubo muit“ in“ aumenta “ trabalh“ de res”iraçã“ e ”“de levar a insuiciência res”iratória, além de diicultar a aspiração brônquica; já um tubo muito calibroso pode causar dano à laringe e às pregas vocais3,4,8,9. O exame físico da via aérea deve ser realizado antes do início da IET. Um dos métodos adotados é o LEMON (método utilizado por Ron Walls no National Emergency Airway Management C“urse): L– Look externally– procurar extremamente fatores que diicultem a IET (ex. edema); E– Evaluate – avalie a partir da Regra 3-3-2A; M– Mallampati score – faça o escore de Mallampati (Figura 8); O – Obstrução; N –Neck mobility – avalie a mobilidade do pescoço.

Apneia. Insuficiência respiratória. Impossibilidade de manter uma via aérea permeável por outros métodos. Depressão do sensório com perda da capacidade de proteger a via aérea contra a aspiração de sangue ou de vômitos. Indicação de ventilação sob pressão positiva. Comprometimento, iminente ou potencial, das vias aéreas, como, por exemplo, em lesão por inalação ou por fraturas faciais. Trauma cranioencefálico necessitando de hiperventilação.

36

A Segundo a regra 3-3-2, o doente deve ter 3 dedos de distância entre os incisivos superiores e inferiores na abertura da boca, 3 dedos de distância entre o mento e o início do pescoço e 2 dedos entre a cartilagem tireóidea e a mandíbula. Qualquer valor inferior a estas referências poderá condicionar uma dificuldade acrescida na entubação.

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Uma via aérea é c“nsiderada deinitiva quand“ um tubo endotraqueal foi introduzido na traqueia e está c“m “ bal“nete insulad“, devidamente ixad“ e c“nectad“ a um sistema de ventilaçã“ assistida6. Existem três ti”“s de via aérea deinitiva: orotraqueal, nasotraqueal e cirúrgica3,6,10. A emergência da situação e a avaliação clínica do paciente é que determinam o tipo de via aérea deinitiva a ser utilizada. O tem”“ da man“bra não pode ultrapassar 15 a 30 segundos e deve ser sempre precedido por oxigenação e ventilação do paciente com uso de máscara10.

Os equipamentos para IET devem estar separados em bolsa, maleta ou caixa própria em local de fácil acesso, sempre pré-testados (check-list diário) e disponíveis.


TERAPIA INTENSIVA VENTILAÇÃOATUALIZAÇÃO MECÂNICA - EM IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM AULA2. 2 –VIA ATENDIMENTO NO ADULTO: O que mudou? AÉREA DIFÍCILA EPCR DISPOSITIVOS EXTRAGLÓTICOS

Rebater a língua para o lado esquerdo enquanto insere a lâmina do laringoscópio lentamente, identiicand“ as estruturas até visualizar a e”igl“te caída, c“nf“rme a igura 9: Figura 8 – Escala de Mallampati (a) – Grau I: visualização do palato mole, úvula, amígdalas, pilares amigdalinos anteriores e posteriores; Grau II: visualização do palato mole, amígdalas e úvula; Grau III: visualização do palato mole e da base da úvula; Grau IV: o palato mole não é visível. Escala de Comarck Lehane (b) – Grau I: glote bem visível; Grau II: somente a parte posterior da glote é visualizada; Grau III: somente a epiglote pode ser visualizada; Grau IV: nem a epiglote, nem a glote podem ser visualizadas. Fonte: http://reference.medscape.com/features/slideshow/airwaymanagement, acesso em 10 jan 2011.

A sequência para proceder a IET é apresentada a seguir: - Veriique “ procedimento;

material

antes

d“

iníci“

d“

- Administre as medicações da ISR (intubação de sequência rápida), caso indicadas; - Pré-oxigene o paciente com oxigênio a 100% antes da tentativa de IET; - Aplique a pressão cricoide; - Monitore os sinais vitais do paciente antes, durante e após a IET;

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- Médico procede a IET (a tentativa não deve ser maior do que 20 segundos6); - Insule “ bal“nete c“m ar suiciente ”ara vedar a taqueia (entre 5 e 10 ml); - Retome as ventilações (10 a 12 por min); - Veriique “ ”“sici“nament“ d“ tub“ end“traqueal (ausculta de murmúrios vesiculares – sinal da cruz ; – ápices, bases e epigástrico; visualize a expansão d“ tórax; veriique a ca”n“graia e saturaçã“ de “xigêni“, registre a altura da c“missura labial; ixe “ tub“ e “btenha RX de tórax). Algumas c“m”licações da IET sã“: lacerações dos lábios e da língua; quebra dos dentes; laceração de faringe ou mucosa da traqueia; intubação esofágica; intubação seletiva do brônquio fonte direito; vômitos e aspiração do conteúdo gástrico. Emb“ra “ ”r“issi“nal de enfermagem nã“ realize a IET, é importante que ele conheça a técnica de laringoscopia. A lâmina do laringoscópio deve ser introduzida pelo lado direito da boca do paciente.

Figura 9 – Lâminas. Com a lâmina curva, dirigi-la para valécula (entre a língua e a epiglote) e elevá-la sem utilizar os dentes como fulcro, até visualizar as cordas vocais. Com a lâmina reta suspender a epiglote e visualizar as cordas vocais. A força no cabo do laringoscópio deve ser direcionada para cima e não como alavanca. Fonte: http://reference.medscape.com/features/slideshow/airwaymanagement, acesso em 10 jan 2011.

III.

Intubação de Sequência Rápida – ISR

É a intubação feita com a administração de sedação e um bloqueador neuromuscular potente, induzindo inconsciência e paralisia em apneia. A indicação dessa técnica é para pacientes que necessitam de acesso às vias aéreas, porém estão combativos ou apresentam risco de elevação da pressão intracraniana11. Por outro lad“, as c“ntraindicações sã“: “utras alternativas disponíveis, trauma facial severo que impeça a realização da intubação, alergias ou impossibilidade de administrar os medicamentos da SRI, falta de operador experiente, pois a maior complicação desta técnica é a incapacidade de introduzir o tubo3,6,11. O preparo para induzir a ISR contempla as seguintes eta”as: a) veriicar “s equi”ament“s de intubação; b) pré-oxigenar o paciente por cinco minutos com oxigênio a 100% por máscara, mantendo a saturação acima dos 90%1,3; c) prétratar, isto é, administrar drogas que bloqueiam os efeitos adversos desencadeados pelas manobras de IET, tais como broncoespasmo, hipertensão intracraniana e bradicardia; devem ser utilizados de 3 a 5 minutos antes da indução1; d) aplicar a pressão cricoide; e) paralisar com proteção – administrar o bloqueador neuromuscular conforme solicitado; f) intubar o doente sem tentativa de ventilar; g) veriicar “ ”“sici“nament“ d“ tub“; g) providenciar cuidados pós-intubação.

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VENTILAÇÃO MECÂNICA - IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM 2. VIA AÉREA DIFÍCIL E DISPOSITIVOS EXTRAGLÓTICOS

Drogas comumente utilizadas na ISR Droga

Dosagem adulto

Dosagem criança

Efeito colateral

Duração

Início da ação

Succinilcolina

1-2 mg/kg IV

1-2 mg/kg em dose única

Arritmias, fasciculação, aspiração

3-10 min.

30-60 seg.

Morfina

2,5 mg IV

0,1 mg/kg IV

Rebaixamento do nível de consciência, depressão respiratória

2 horas

1-5 min

Midazolan

1-3 mg IV

0,1 mg/kg IV

Rebaixamento do nível de consciência, depressão respiratória

1-3 horas

3-5 min

Vecurônio

0,15 mg/kg IV

0,15 mg/kg IV

Apneia

30-60 min.

60 seg.

Etomidato

0,2-0,6 mg/ kg IV

0,3 mg/kg IV

Apneia

30-60 min.

60 seg.

0,02 mg/kg IV

Taquiarritmias

2 horas

30-60 seg.

Atropina (indicada para pacientes pediátricos)

IV. Via Aérea Cirúrgica

38

Figura 10 – Ventilação transtraqueal por cateter. Fonte: Arquivo pessoal.

Cricotireoidostomia cirúrgica – é necessária a incisão através da pele e da membrana cricoide e coloca-se um pequeno tubo endotraqueal com balonete (geralmente é usado um tubo nº 6) ou uma cânula de traqueostomia1,3,6,12. Oxigênio entre 12 a 15 litros deve ser acoplado ao ressuscitador manual ou manter FiO2 a 100% na ventilação assistida após o procedimento. Esse procedimento não é recomendado em crianças menores do que 12 anos. Toda cricotireoidostomia deve ser convertida ”ara uma traque“st“mia dentr“ de 24h-72h6,12.

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A Via aérea cirúrgica consiste em um acesso invasivo, através das vias aéreas altas do paciente, feito com o intuito de manter a permeabilidade do aparelho respiratório. A indicação ocorre quando “ acess“ às vias aéreas ”“r mei“s deinitiv“s nã“ cirúrgic“s f“rem inadequad“s “u insuicientes3,6,12. Cricotireoidostomia por punção – também é conhecida como ventilação transtraqueal por cateter. Pode ser utilizada em crianças menores de 12 anos2,6,12. A técnica consiste na punção em cartilagem cric“ide utilizand“ um cateter tel“n nº 14, 16 “u 18, ”ara ”ermitir f“rneciment“ de oxigênio temporariamente, até que se consiga via aérea deinitiva. O cateter é c“nectad“ a um alt“ lux“ de “xigêni“ ”“r mei“ de um c“nect“r em Y. As insulações intermitentes ”“dem ser “btidas fechand“-se “ c“nect“r em Y c“m “ ”“legar ”“r um segundo e, então, liberando por três segundos. Essa técnica deve ser utilizada cerca de 30 a 45 minutos, porque há acúmulo de CO2 1,2,3,6,12.


VENTILAÇÃO MECÂNICA - IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM 2. VIA AÉREA DIFÍCIL E DISPOSITIVOS EXTRAGLÓTICOS

As principais complicações desse procedimento sã“: asixia, as”iraçã“ (de sangue), celulite, criaçã“ de falso trajeto nos tecidos, edema/estenose de subglote, estenose de laringe, hematoma/ hemorragia, laceração do esôfago, laceração da traqueia, enisema mediastinal e ”aralisia das cordas vocais3,6.

A próxima aula será a continuação desta e f“cará a insuiciência res”iratória aguda e “ equilíbrio ácido-base, além de conceitos básicos para a interpretação da gasometria arterial.

Figura 11 – Técnica de cricotireoidostomia cirúrgica. Fonte: Arquivo pessoal.

Referências: 1. Nasi LA. Rotinas em pronto socorro. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2005. 2. Amantéa SL, Piva JP, Zanella MI, Garcia PCR. Acesso rápido à via aérea. J. Pediatr. (Rio de Janeiro) [periódico na Internet]. [citado 2012 abr 01]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar ttext&pid=S00217557200300080002&lng=pt. http://dx.doi. org/10.1590/S0021-75572003000800002. 3. Walls RM. Guia prático para o manejo da via aérea na emergência. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2011. 4. Langeron O, Masso E, Huraux C, Guggiari M, Bianchi A, Coriat P, Riou B. Prediction of difficult mask ventilation. Anesthesiology. 2000; 92:1229-36 5. Hagberg CA. Current concepts in the management of the difficult airway. Anesthesiology News. 2010; 36(05):1-23. 6. American College Surgeons. ATLS – Advanced trauma life support student course manual. 8ª ed. Chicago: American College Surgeons; 2008. 7. Stafford RA, Benger JR, Nolan J. Self-inflating bag or Mapleson C breathing system for emergency pre-oxygenation? Emerg Med J 2008;25:153-5. 8.Matioc AA. Training novice users in bag-valve-mask technique. Prehosp Disaster Med. 2010 Jul-Aug;25(4):370-1.

9. Rabus FC, Luebbers HT, Graetz KW, Mutzbauer TS. Comparison of different flow-reducing bag-valve ventilation devices regarding respiratory mechanics and gastric inflation in an unprotected airway model. Resuscitation. 2008 Aug;78(2):224-9. 10. Field JM, Hazinski MF, Sayre MR, Chameides L, Schexnayder SM, Hemphill R, Samson RA, Kattwinkel J, Berg RA, Bhanji F, Cave DM, Jauch EC, Kudenchuk PJ, Neumar RW, Peberdy MA, Perlman JM, Sinz E, Travers AH, Berg MD, Billi JE, Eigel B, Hickey RW, Kleinman ME, Link MS, Morrison LJ, O’Connor RE, Shuster M, Callaway CW, Cucchiara B, Ferguson JD, Rea TD, Vanden Hoek TL. Part 1: executive summary: 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation. 2010;122(suppl 3):S640-S656. 11. Tallo FS, Guimarães HP, Lopes RD, Lopes AC. Intubação orotraqueal e a técnica da sequência rápida: uma revisão para o clínico. Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2011 mai-jun; 9(3):211-7. 12. Lütke C. Abordagem à via aérea difícil. In: Yamashita AM, Takaoka F (eds). Atualização em anestesiologia. São Paulo: Office Editora; 2000. p. 126-39.

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Congressos e Eventos em 2012 Evento

Local

I Simpósio Catarinense de Promoção da Saúde

*Envie seu evento para divulgação em nosso calendário: revistasulbrasileira@gmail.com

VII Seminário de Enfermagem dos Centros Cirúrgicos

Auditório da Reitoria da UFSC – Florianópolis/SC

Informações

Data 02 e 03 de julho

www.aben-sc.org.br/ simposio_sc/inscricoes.php

Anfiteatro Hugo Gerdau Santa 06 de julho Casa de Porto Alegre/RS

www.eventos. santacasa.tche.br

8º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Hospitalar

Palácio das Convenções do Anhembi São Paulo/SP

26 a 28 de Julho

portal.sobecc.org.br

IV Simpósio Brasileiro de Estomaterapia

Estação das Docas – Belém/PA

01 a 04 de agosto

www.simposiobelem.com.br

15º CBCEnf

Centro de Convenções de Fortaleza/CE

09 a 12 de agosto

www.coren-ce.com.br

IV Fórum Internacional sobre Segurança do Paciente Erros de Medicação

Minascentro Belo Horizonte /MG

17 a 18 de agosto

www.ismp-brasil.org/ forum2012/

SENADEn: Seminário Nacional de Diretrizes para a Educação em Enfermagem

Universidade da Amazônia Unama Campus BR

26 a 28 de agosto

http://eventos. wincentraldeeventos. com.br/senaden2012/

V Congresso Iberolatinoamericano sobre Ulceras y Heridas

Radisson Montevideo, Uruguai.

12 a 14 de setembro

www.heridasenred.com

VI Simpósio de Enfermagem Unimed Nordeste-RS

Auditório do Hospital Unimed Caxias do Sul/RS

13 e 14 de setembro

www.unimed-ners.com.br

IV Congresso Brasileiro de Enfermagem em Dermatologia

Hotel Stella Maris – Salvador/BA Convidada Especial: Carol Dealey

19 a 21 de setembro

www.sobende.org.br

9ª Jornada Brasileira de Enfermagem Geriátrica e Gerontológica

Ponta Mar Hotel Fortaleza/CE

19 a 21 de setembro

aben@aben-ce.com.br www.aben-ce.com.br

III Jornada de Prevenção e Tratamento de Lesões de Pele da Santa Casa de Porto Alegre

Anfiteatro Hugo Gerdau – 26 a 29 de www.santacasa.org.br/eventos Santa Casa de Porto Alegre/RS setembro

XXXI Encontro de Enfermagem do Anfiteatro Hugo Gerdau 03 a 05 de Hospital da Criança Santo Antônio Santa Casa de Porto Alegre/RS outubro 64º CBEn – Congresso Brasileiro de Enfermagem

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Centro de Eventos da PUC Porto Alegre/RS

29 de outubro a 01 de novembro

www.eventos. santacasa.tche.br www.abennacional.org.br

Revista Sul-Brasileira de Enfermagem


Palavra do autor A ideia de escrever sobre centro cirúrgico, sala de recuperação e centro de material e esterilização nasceu a partir das aulas em curso de instrumentação cirúrgica para os técnicos de enfermagem. Após pesquisar sobre alguma possível referência voltada para o técnico de enfermagem, percebi que não havia nada es”ecíic“ ”ara esta categ“ria. Ao desenvolver minhas aulas, sempre pensava em como disponibilizar aos alunos o material para que todos tivessem fácil acesso. Fiz contato com a Moriá Editora, onde fui muito bem recebido. Expus a ”r“”“sta e irmam“s a ”arceria. Noções Básicas para a Assistência de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Sala de Recuperação e Centro de Materiais e Esterilização faz parte da série “Melhores Práticas” da Editora, em que muito me orgulho de participar. Este material contribuirá para o aprendizado dos técnicos de enfermagem, acadêmic“s, enfermeir“s e e ”r“issi“nais de áreas ains, agregand“ c“nheciment“.

O livro foi pensado com o objetivo de contemplar todas as áreas cirúrgicas (CC, SR e CME), além de nutrição no pré e pós-operatório, sistematização de enfermagem, dren“s, cateteres e i“s cirúrgic“s, humanização, ética, prevenção de controle de infecção, cirurgia segura e posicionamento cirúrgico. C“m ele, “ ”r“issi“nal ”“derá instrumentalizar-se, manter-se atualizado ou conhecer um pouco da área, e isso, quem sabe, desperte o interesse em atuar em uma unidade cirúrgica. Acredit“ que será muit“ útil ”ara “s ”r“issi“nais da área da saúde, pois é um livro compacto de informação, além de ser de bolso, possibilitado o manuseio em qualquer lugar, a qualquer hora. Enfermeiro NERY JOSÉ DE OLIVEIRA JUNIOR Organizador e autor do livro Noções Básicas para Assistência de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Sala de Recuperação e Centro de Material e Esterilização. Série Melhores Práticas de Enfermagem. nery.oliveirajr@gmail.com

NOTÍCIA Pesquisa da Enfermagem no Br asil A Pesquisa Peril da Enfermagem n“ Brasil está sendo realizada pela FIOCRUZ, sob a responsabilidade do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Recursos Humanos em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (NERHUS/ENSP/ FIOCRUZ) e tem como principal objetivo conhecer a situação atual da enfermagem no país, no recente contexto socioeconômico e político brasileiro. Esta pesquisa é fruto de uma parceria entre a FIOCRUZ com o Conselho Federal de Enfermagem – COFEN, a Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn e a Federação Nacional dos Enfermeiros – FNE, com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde e do Ministério da Saúde, além da Rede ObservaRH, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social – CNTSS, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde – CNTS, da Associação Nacional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem – ANATEN e do Fórum Nacional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem. A Coordenação da Pesquisa está a cargo das Professoras Doutoras Maria Helena Machado – Coordenadora Geral – e Ana Luiza Stiebler Vieira – Coordenadora Geral Adjunta. A Coordenação Nacional Interinstitucional da Pesquisa é constituída pela ENSP/FIOCRUZ, o COFEN, a ABEn e a FNE.

Em relação a participação na pesquisa, como o númer“ de ”r“issi“nais env“lvid“s é muit“ grande – mais de 1,7 milhões de trabalhadores entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem –, f“i feita uma am“stragem c“m ”r“issi“nais selecionados aleatoriamente, sendo que cada ”r“issi“nal da am“stra re”resenta um c“njunt“ de ”r“issi“nais da equi”e de enfermagem. Assim, se você for selecionado na amostragem da pesquisa, é importante que responda e devolva o questionário que lhe foi enviado pelo Correio. O questionário vai acompanhado por um enveloperesposta com porte pago; logo, você não terá despesas para remetê-lo a Coordenação da pesquisa, bastando, após preencher o questionário e colocá-lo no envelope-resposta, entregá-lo em qualquer agência dos Correios de sua localidade. Em breve estará disponível no site o questionário on-line para participação na pesquisa.

Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil rua Leopoldo Bulhões, 1480 Sala 706 Manguinhos - RJ CEP: 21040-360 Tel.: (21)2598-2594 / (21)2598-2612 Fonte: http://www.ensp.fiocruz.br/perfildaenfermagem/

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