Revista Espaço Científico Livre v.2 n.08

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LIVRE

revista

ESPAÇO CIENTÍFICO

ISSN 2236-9538 BRASIL, V.2, N.8, JUN.-JUL, 2012

DISTRIBUIÇÃO ONLINE GRATUITA

REVISTA DE PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS, RESUMOS E IDEIAS DE ALUNOS DE NÍVEL TÉCNICO, SUPERIOR E PROFISSIONAIS DE DIVERSAS ÁREAS DE TODO BRASIL E DIVULGAÇÃO DE DIVERSOS EVENTOS ACADÊMICOS.

Artigos nas áreas das Ciências Biológicas e Saúde, Ciências Humanas e Sociais & Ciências Exatas e da Terra



C ONT ARC OM AAJ UDADAS PE S S OASÉI MPORT ANT E . S E RAAJ UDAC OM QUEE L AS C ONT AM, ÉI MPRE S CI NDÍ VE L .

AABRAL Eéumaa s s oc i a ç ã o1 0 0 %de di c a daàl ut ac on t r aoc â nc e r des a ng ue , c omool i n f omaeal e uc e mi a . E l aof e r e c ea s s i s t ê nc i a p s i c ol óg i c a , j ur í di c aedi v e r s oss e r v i ç osdea poi oquea j uda ma s pe s s oa sae n f r e n t a re s s ade l i c a dadoe nç a . Comoae l a bor a ç ã ode l e i squeg a r a n t e moa c e s s og r a t ui t oac a r í s s i mosme di c a me n t os . P a r ac onnua re s s ei mpor t a n t et r a ba l ho , aABRAL Ec on t ac oms ua doa ç ã o. P or quene s s al ut a , t odaaa j udac ont a .

1 0 0 %DEE S F ORÇ O ONDEHOUVE R 1 %DECHANCE

Ac e s s ewww. a br a l e . or g . bref a ç as uadoa ç ã o.


SUMÁRIO 5

EDITORIAL ARTIGOS Perfil neuropsicológico do adolescente surdo: um estudo utilizando os Testes das Matrizes Progressivas Escala Geral – C. J. Raven e WISC-III Por Maria Vilalba de O. Neves e Fernanda Speggiorin Pereira Alarcão

9

Transporte de medicamentos integrado ao supply chain management Por Patrícia Luzia Ton e Regina Célia Diniz Werner

25

O projeto de educação pelo trabalho e a inserção dos acadêmicos de medicina na atenção primária a saúde Por Brenda Fernanda Rebelo de Abreu, Camila Pitanga de Souza Lima, Gabriela Haas Henrique, Juliana Gravina Nascimento, Mariana Branco de Oliveira, Milie Rocha de Castro, Natalia Mourão de Souza Verdial, Rebeca de Azevedo Souza, Samara Louzada Farias e Eduardo Jorge Rosa Dâmaso

37

A situação do ensino e as possibilidades da metodologia investigativa Por Eloi Carvalho Torres

45

Fome X Ignorância Por Mauricio Carneiro Aquino

57

Malacofauna ocorrente na região central da Grande Porto Alegre, RS: uma aproximação ao seu conhecimento integral Por A. Ignacio Agudo-Padrón O Estado americano como grande ator nas relações internacionais, o intervencionismo no Oriente Médio e as reações religiosas e políticas que esse intervencionismo Por Veriberto Vieira Aines

63 65

EVENTOS ACADÊMICOS

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NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

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BRASIL, V.2, N.8, JUN.-JUL, 2012 ISSN 2236-9538


EDITORIAL Bem vindos a mais uma edição da Revista Espaço Científico Livre, que a cada edição procura publicar artigos de diferentes áreas, mantendo seu caráter multidisciplinar. A partir desta edição a Revista Espaço Científico Livre inicia uma parceria com o site Feira Industriais. O site Feira Industriais é um serviço gratuito voltado aos departamentos comercial e de marketing das indústrias brasileiras. Quero agradecer a todos que ajudam na divulgação da Revista Espaço Científico Livre, fortalecendo assim seu caráter nacional. Boa leitura. Verano Costa Dutra Editor da Revista Espaço Científico Livre A Revista Espaço Científico Livre é uma publicação nacional disponível gratuitamente à estudantes de escolas técnicas, graduação e profissionais de diferentes áreas. Os textos assinados não apresentam necessariamente, a posição oficial da Revista Espaço Científica Livre, e são de total responsabilidade de seus autores. A Revista Espaço Científico Livre esclarece que os anúncios aqui apresentados são de total responsabilidade de seus anunciantes.

Este conteúdo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mídia, eletrônica ou impressa, desde que a Revista Espaço Científico Livre seja citada como fonte.

As figuras utilizadas nesta edição são provenientes dos sites Stock.XCHNG (http://www.sxc.hu) e Wikipedia (http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1a/Kapitolinischer_Pythagoras_adjusted.jpg). As figuras utilizadas nos artigos são de inteira responsabilidade dos respectivos autores.

ERRATA Excepcionalmente, estamos publicando o volume 02 da Revista Espaço Científico Livre n. 08, corrigindo alguns equívocos encontrados no volume 1. Informamos que o artigo “Perfil neuropsicológico do adolescente surdo: um estudo utilizando os Testes das Matrizes Progressivas Escala Geral – C. J. Raven e WISC-III” foi escrito pelas autoras Maria Vilalba de O. Neves e Fernanda Speggiorin Pereira Alarcão. Bem como corrigimos a repetição de parágrafos presentes no artigo “Fome X Ignorância” de Mauricio Carneiro Aquino. BRASIL, V.2, N.8, JUN.-JUL, 2012 ISSN 2236-9538


COLABORADORES DESTA EDIÇÃO Verano Costa Dutra Editor – Farmacêutico Industrial, com habilitação em Homeopatia e Mestre em Saúde Coletiva pela UFF – espacocientificolivre@yahoo.com.br Monique D. Rangel Divulgação - Graduanda em Administração na UNIGRANRIO Verônica C.D. Silva Revisão - Pedagoga, Pós-graduanda em Gestão do Trabalho Pedagógico: Orientação, Supervisão e Coordenação pela UNIGRANRIO A. Ignacio Agudo-Padrón Geógrafo e Bacharelando em Ciências Biológicas Brenda Fernanda Rebelo de Abreu Graduanda em Medicina na UFRJ Camila Pitanga de Souza Lima Graduanda em Medicina na UFRJ Eduardo Jorge Rosa Dâmaso Médico Pediatra do Programa de Atenção Primária à Saúde da Faculdade de Medicina da UFRJ Eloi Carvalho Torres Graduando em Geografia pela Universidade Bandeirante Brasil Fernanda Speggiorin Pereira Alarcão Psicóloga, Doutora em Ciências pela Psiquiatria, Especialista em Neuropsicologia Gabriela Haas Henrique Graduanda em Medicina na UFRJ Juliana Gravina Nascimento Graduanda em Medicina na UFRJ Maria Vilalba de O. Neves Psicóloga e neuropsicóloga

Mariana Branco de Oliveira Graduanda em Medicina na UFRJ Mauricio Carneiro Aquino Médico Veterinário e Mestrando em Ciências da Saúde – UFAL Milie Rocha de Castro Graduanda em Medicina na UFRJ Natalia Mourão de Souza Verdial Graduanda em Medicina na UFRJ Patrícia Luzia Ton Farmacêutica, Especialista em Auditoria em Sistemas de Saúde Rebeca de Azevedo Souza Graduanda em Medicina na UFRJ Regina Célia Diniz Werner Enfermeira, Mestre em Saúde Coletiva Samara Louzada Farias Graduanda em Medicina na UFRJ Veriberto Vieira Aines Licenciatura Plena em História (Universidade Estadual da Paraíba). Cursando Pós-Graduação em História, Sociedade e Cidadania – UniCeub



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SOBRE O AUTOR DOS CURSOS: Verano Costa Dutra - Farmacêutico e Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal Fluminense, possui também habilitação em homeopatia – Editor da Revista Espaço Científico Livre


Perfil neuropsicológico do adolescente surdo: um estudo utilizando os Testes das Matrizes Progressivas Escala Geral – C. J. Raven e WISC-III Maria Vilalba de O. Neves Psicóloga, neuropsicóloga e pesquisadora do Laboratório de Neuropsicolinguística Cognitiva Experimental (LANCE) – Instituto de Psicologia – USP www.ip.usp.br/lance São Paulo, SP E-mail: maria_vilalba@yahoo.com.br Fernanda Speggiorin Pereira Alarcão Psicóloga, Doutora em Ciências pela Psiquiatria – USP, Especialista em Neuropsicologia São Paulo, SP E-mail: fernandaspereira@hotmail.com

NEVES, M.V.O.; ALARCÃO, F.S.P. Perfil neuropsicológico do adolescente surdo: um estudo utilizando os Testes das Matrizes Progressivas Escala Geral – C. J. Raven e WISC-III. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 09-24, jun.-jul., 2012

RESUMO Este trabalho buscou analisar o perfil neuropsicológico do adolescente surdo a partir dos subtestes de execução, WISC-III - Escala de Inteligência Wechsler para Crianças e Raven Matrizes Progressivas. Examinar os resultados comparando o desempenho cognitivo dos participantes aos padrões normativos das tabelas, brasileira e americana. Foram avaliados 11 estudantes surdos, com idade média de 14 anos e seis meses, surdez profunda, cursando os 6º, 7º, 8º 9º anos do ensino fundamental de uma escola particular de São Paulo Capital. A aplicação dos testes foi individualmente, em 12 sessões, com aproximadamente duas horas de duração e as instruções foram dadas em Libras Língua brasileira de sinais. A comparação dos resultados (nas duas tabelas) revelou que as habilidades cognitivas, dessa

amostra, se encontram na média em todos os subtestes de execução do WISC-III e do Raven. Com relação ao desempenho nos testes Atencionais, apenas o velocidade de processamento ficou abaixo da média se comparado às crianças americanas de sua faixa etária. Os resultados obtidos indicaram que, a criança surda que sempre estudou e se comunica em Libras tem um perfil neuropsicológico das funções executivas, organização perceptual e velocidade de processamento tão adequados, quanto aos adolescentes ouvintes da mesma idade, em ambas as nacionalidades, conforme a confiabilidade dos respectivos testes. Além do que eles não tiveram nenhuma dificuldade de compreensão das tarefas propostas. Portanto, surdez não é sinônimo de incapacidade intelectual.

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Palavras-chave: Avaliação; QI; surdez; perfil neuropsicológico

1. INTRODUÇÃO

A

neuropsicologia, segundo Roger Gil (2007) tem como objetivo estudar os distúrbios cognitivos, emocionais e de personalidade provocados por lesões no cérebro, que é o órgão do pensamento e sede da consciência.

Surdez é a ausência, dificuldade, inabilidade para ouvir, os sons específicos, ambientais e os sons da fala, podendo-se dizer que a audição está ligada a um comportamento auditivo a integridade neurológica, biopsicológica e a perfeita função das estruturas auditivas e periféricas. A sua etiologia é variada, desde os pré-natais como: Rubéola intrauterina (nos três primeiros meses de gestação), Toxicoplasmose, Citomegalovirus, Diabetes, Sífilis, Irradiação, Hipóxia, Drogas ototóxicas, Alcoolismo materno; Peri-Natais: Anóxia – Hipóxia, Parto traumático, Parto prematuro, Infecção materna na hora do parto (herpes); Pós-Natais: Anóxia – Hipóxia, Infecção, Drogas ototóxicas, Eritroblastose fetal, Sarampo, Caxumba infantil, Meningite, Encefalite, ruído induzido (SILVA DIAS M. S., 1995). O aparelho auditivo encontra-se localizado no osso temporal, com funções de vital importância para o homem, como o seu equilíbrio, aquisição e desenvolvimento da linguagem e da comunicação oral. O córtex auditivo fica na parte superior do lobo temporal e encontra-se submerso na fissura de Sylvius, que são as áreas de processamento auditivo. (MICHAEL S. GAZZANIGA, 2006). A pesar de sempre existir pessoas surdas em nosso planeta ela sempre foi excluída, por serem consideradas incapazes de gerenciar sua própria vida. No Congresso Mundial sobre as Necessidades educativas realizado em Salamanca, com o apoio da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em 1994, na respeitosa Declaração Universal dos Direitos Humanos foi reafirmado com veemência “uma Educação para Todos” e uma implementação da igualdade de oportunidade para a pessoa com deficiência. McCay Vernon (1965) vem desfazer a ideia de que as crianças surdas são inferiores às ouvintes. Sua pesquisa mudou esse lamentável equivoco, entre os leigos, de que a surdez está associada à falta de inteligência. Sucintamente ele quebra esse preconceito com a publicação de seu artigo de revisão clássica na avaliação de QI de crianças surdas. Sua pesquisa teve grande impacto não só nas futuras pesquisas sobre cognição, como também na prática clínica. Ele foi um dos primeiros psicólogos a perceber a comunidade surda como heterogênea cujas várias etiologias de perda auditiva diferenciam e afetam a cognição e outras características psicológicas. Assim como a língua falada é de vital importância ao processamento cognitivo do ouvinte, a língua de sinais é vital ao processamento cognitivo da pessoa surda congênita que tem uma língua materna. Segundo Klima e Bellugi (1997), in Capovilla (2001), para a pessoa ouvinte memorizar o que verbalmente produz ela tende a falar internamente, como se recitasse as palavras para si mesmo, por meio de sua fala interna para organizar seus processos comportamentais e cognitivos complexos. Desta forma, o surdo usa a sinalização interna para organizar o material na memória. Esse procedimento que envolve a fala interna, usado pela criança ouvinte, na aquisição da leitura e da escrita; a criança surda também faz uso desse recurso, por meio da sinalização interna, na aquisição da leitura e da escrita.

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O uso da linguagem interna durante resolução de problemas, segundo Remide M. D (2008) é considerada a desempenhar um papel chave para funcionamento executivo. Essa função oferece um meio para a auto-reflexão e auto-questinamento durante a formação de regras e planos e capacidade para controlar e monitorar o comportamento durante a resolução de problemas; quanto mais sofisticada a liguagem interna, mais eficaz o funcionamento executivo. Estudo objetivando investigar a relação entre a capacidade de linguagem e as funções executivas, verbal e não verbal, em alunos surdos na comunicação do inglês falado mostraram uma relação entre a capacidade de linguagem expressiva e o funcionamento executivo verbal. Em geral, o grupo pesquisado tinha, capacidade mais baixa na linguagem quando comparados com a habilidade de linguagem receptiva. A linguagem é um componente crítico de como o indivíduo processa informações, se comporta de forma inteligente, resolve problemas, e aprende através do uso da linguagem. A linguagem fornece ao indivíduo a capacidade de pensar, conhecer e agir através da compreensão e de simbolos compartilhados permitindo o armazenamento e recuperação de informação. A partir dessa perspectativa de como a linguagem é adquirida e utilizada adequadamente é um processo complexo e requer a função de muitos outros processos cognitivos. Esses processos, ou funções executivas, permitem a organização de esforço e flexibilidade de informações e incorporam comportamentos estratégicos orientados e objetivos. As funções executivas se referem aos processos de alto nível de controle mental envolvendo planejamento na tomada de decisões e entram em jogo durante a resolução de problemas. Rachel I. Mayberry (2002) relata que, as crianças que nascem surdas frequentemente passam por graves atrasos no desenvolvimento e empobrecimento da linguagem, independentemente do modo de expressar. As crianças surdas se mostram cem por cento normais nos comportamentos se comparadas com as crianças ouvintes; seu desempenho também é normal para os testes de QI não verbal. Crianças e adultos surdos que usam a linguagem de sinais muitas vezes mostram desempenho acima da média em vários tipos de tarefas visuo-espacial, incluindo reconhecimento de faces, blocos, detecção de movimento, e memória espacial, embora o grau desses efeitos seja desconhecido, pois depende da idade em que a linguagem de sinais foi adquirida. O sucesso na realização da leitura pode ser baseado tanto no sucesso do desenvolvimento da linguagem falada, quanto no sucesso do desenvolvimento da linguagem de sinais. O hemisfério esquerdo processa a linguagem, mesmo quando ela é visual e espacial. Quando a informação auditiva não está disponível, o cérebro atribui mais recursos para o processamento visual periférico da informação. Embora as crianças surdas tenham proporcionado um grande número de informações, muitas questões ainda permanecem. Pouco se sabe sobre o desenvolvimento neurocognitivo de crianças surdas que vencem o isolamento linguístico e/ou social. Pouco se sabe sobre como as crianças surdas aprendem a ler; como a pobreza afeta o seu desenvolvimento e sobre o desenvolvimento emocional em relação ao desenvolvimento da linguagem ou a falta dela. Tobias Haug e Wolfgang Mann (2007) comentam que, dada a atual falta de instrumentos de avaliação adequados para medir as habilidades das crianças surdas na lingua de sinais, os pesquisadores vem utilizando os testes existentes como modelos na avaliação dos surdos em seus países. Eles alertam e discutem sobre os fatores que podem influenciar a adaptação de testes de avaliação de uma língua para o uso noutra lingua. Discutem ainda, sobre a deficiência das medidas psicométricas usadas nessas adaptações. Tobias Haug (2010) ressalta que há uma premente necessidade de instrumentos válidos e confiáveis a fim de monitorar a aquisição da linguagem de sinais e que são

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pouquíssimos os testes disponíveis com fortes evidências estatisticas. Ele menciona dois teste um alemão Sign Language Testes (DGS), com foco na estrutura linguística destinados a crianças entre 4 a 8 anos de idade e o teste Britânico Sign Language Skill Teste Recepetico padronizados a essa população. Na pesquisa realizada por Figueiras, B. (2007), sobre função executiva e linguagem em crianças surdas; a autora enfatiza que o desenvolvimento da criança surda tem sido o foco de debate e estudos dos teóricos e clínicos. A pesquisa realizada com N=22 surdos com implante coclear e N= 22 surdos não implantados e um grupo controle de N= 25 ouvintes, com idade entre 08 e 12 anos, objetivando verificar a relação entre as competências linguísticas e as funções executivas da criança surda. Os achados mostraram que, as crianças implantadas e não implantadas tiveram um resultado abaixo do nível do grupo controle, nos testes de avaliação de linguagem receptiva oral, bem como sobre uma série de testes de funções executivas, mas que não há diferenças significativas entre os surdos com e sem implante coclear e que, a capacidade de linguagem é significativamente positiva com as funções executivas para ambas as crianças surdas e ouvintes. Na pesquisa realizada por Slate Jr, J. Fawcett (1995), sobre a validade do WISC-III, os autores eles investigaram 47 alunos surdos durante três anos e verificaram as relações da escala de desempenho entre o WISC-III e WISC-R e Wide Range Achievement Test (WRAT-R). O QI de desempenho foi alto nos dois primeiros testes, como previsto. Foram também destacados dois fatores. O desempenho do QI na organização perceptual e velocidade de processamento responderam a 76,5% da variância no WISC-III; dos seis subtestes, apenas o Código não contribuiu para o QI de desempenho. Os estudantes que se comunicavam por meio da Comunicação Total (M=92,5) apresentaram um QI mais elevado de desempenho significativo do que os estudantes que se comunicavam oralidade (M=82,6). Mackinson A. J., et.al. (1997), no estudo da validação do Teste de Inteligência NãoVerbal, 2ª edição (TOMI-2), uma medida rápida e prática de avaliação do funcionamento cognitivo. Sua validade como instrumento preditivo usado em crianças surdas e ouvintes foram explorados nesse estudo. Os resultados obtidos na pesquisa com 27 surdos profundos, do ensino fundamental indicaram uma correlação positiva moderada entre o QI do (TONI-2) e a Escala de Inteligência Wechsler para Crianças, terceira edição (WISC-III), o desempenho do QI, apoiado pela validade do concorrente. A validade do constructo foi estabelecida pelas correlações significativas entre o TONI-2 e cinco dos seis subtestes do WISC-III. Hailey E. K. e Jeffery P. Braden (2010) examinaram a confiabilidade e validade da Escala de Inteligência Wechsler (WISC-IV), para crianças surdas e deficientes auditivas, com a contribuição de 10 psicólogos em exames de rotina. Participaram da pesquisa N=128 crianças surdas e deficiêntes auditivas. Os resultados apoiam a confiabilidade das pontuações do referido teste para crianças surdas e deficientes auditivas, embora os resultados apontem, que o índice de raciocínio perceptual possa ter um significado diferente do que o QI de desempenho para essas crianças. Segundo, Archbold S., et. al (2008), a capacidade de leitura de crianças surdas se apresenta sempre atrasada e esse atraso aumenta com a idade. Na pesquisa, capacidade de leitura, com 105 crianças com implante coclear antes dos 7 anos e com crianças avaliadas de 5 e 7 anos após o implante usando o teste de leitura de Edimburgo. A idade de leitura foi calculada usando a diferença entre idade cronológica e idade de leitura. A inteligência não-verbal foi medida com um subconjunto de 71 crianças, usando Raven Matrizes Progressivas Coloridas. Uma investigação mais

12


aprofundada desse grupo observou a associação de inteligência não-verbal, a idade de implantação e capacidade de leitura. Os resultados apontaram uma forte correlação negativa em ambos de 5 e 7 anos após o implante entre a pontuação da leitura e a idade implantada. No subgrupo de 71 crianças tinham um QI dentro da faixa normal; aquelas implantadas antes de 42 meses tinha idade apropriada de leitura tanto quanto as crianças de 5 e 7 anos pós-implante. Este não foi o caso de crianças implantadas após 42 meses. O progresso em leitura nos dois intervalos pós implante de avaliação foram considerados altamente relacionados. Os autores cocluiram que a idade da implantação é um fator significativo no desenvolvimento das habilidades da leitura neste grupo. Em crianças implantadas com idade inferior a 42 meses o progresso da leitura ficou em linha com a idade cronológica, o que não foi o caso anteriormente com crianças com surdez profunda. Com isso, eles ficaram otimista sobre a influência do implante coclear no desenvolvimento de habilidades de leitura em crianças surdas. Outros dois autores pesquisaram as Matrizes Progressivas e Raven, Blennerhassett L., et.al. (1994) analisaram os critérios de validade (MPR) com 107 estudantes adolescentes surdos, na compreensão, ortografia e linguagem, envolvendo e comparando com outros testes a partir dos arquivos dos estudantes, os resultados apontaram uma validade preditiva por correlações significativas. Nesse mesmo estudo eles comentaram que, apesar da popularidade desses testes, para a avaliação psicoedudacuonal, estão faltando critérios normativos de validade; isso pode ser porque as correlações inadequadas atenuem o dimensionamento do QI. Richard Lynn e Paul Irwing (2004), Numa meta-análise, sobre QI, apresentando 57 estudos sobre as diferenças entre sexos, numa amostra geral usando Standard and Advanced Progressive Matrices (SPM and APM, respectivamente), os resultados mostraram que não há diferença entre crianças de 6-14 anos de idade, mas que as pessoas do sexo masculino obtêm meios mais elevados a partir dos 15 anos até a velhice. Segundo as autoras, Elizabeth do Nascimento & Vera Lúcia M. de Figueiredo (2002), a tabela abaixo, expõe a trajetória das pesquisas científicas, da Escala Wechsler de Inteligência, com o propósito de aprimoramento teórico e prático, além da atualização das normas de revisão decorrentes de alterações do instrumento de avaliação do Coeficiente de inteligência (QI) americano.

13


Figueiredo, V.L.M (2002), na pesquisa de adaptação e padronização WISC-III (tendo como predecessor o WISC-R), para avaliar a inteligência da criança brasileira, o alvo do teste foi os escolares entre 6 e 16 anos idade, da cidade de Pelotas (RS). Foram avaliados N=801 alunos, selecionados em 34 instituições de ensino público e privado. Em função do número reduzido de crianças, se comparado à amostra norte-americana (N=2200), a distribuição das faixas etárias sofreu alterações. Ao invés de 11 divisões das faixas etárias usadas no teste original, as idades da amostra brasileira foram aglutinadas em seis faixas, ou seja, de: 6, 7, 8-9, 10-11, 12-13, 14-16. Para permitir maior consistência dos dados e levando também em consideração o consenso científico de que o desenvolvimento cognitivo da criança se concentra nas idades iniciais. Os demais critérios do teste original foram bem atendidos. 2. OBJETIVOS

O

objetivo geral foi traçar o perfil neuropsicológico do adolescente surdo a partir dos testes: Escalas executivas do WISC-III e Escala de Inteligência Wechsler para Crianças. Terceira Edição e das Matrizes Progressivas Escala Geral C. J.

Raven.

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

E

xaminar e analisar o perfil cognitivo do adolescente surdo por meio da aplicação dos subtestes de execução WISC-III e das Matrizes Progressivas do Raven; Comparar o perfil cognitivo encontrado com aqueles descritos na literatura; Comparar o desempenho cognitivo desses participantes surdos nas correções dos resultados primeiro, pela padronização brasileira e a segunda correção, pela padronização da escala americana. 3. MÉTODO

A

amostra foi composta de 11 adolescentes surdos regularmente matriculados em uma escola particular do ensino fundamental da Cidade de São Paulo - SP, cursando o 6º, 7º, 8º e 9º anos, faixa etária entre 12 e 16 anos, sendo dez alunos do sexo masculino e um do sexo feminino; o critério de inclusão foi comprovante do exame BERA (Brain Evoked Response Audiometry), conhecido como audiometria e o termo de consentimento conforme Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. 3.1. INSTRUMENTOS – PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO - WISC-III Escala de Inteligência Wechsler para Crianças, Terceira Edição. Aplicação de sete subtestes de execução do citado instrumento; - Matrizes Progressivas do Raven Escala Geral, séries A, B, C, D e E; - Levantamento da história do aluno como grau e etiologia da surdez (na secretaria). 3.2. PROCEDIMENTOS

I

niciamos a aplicação dos testes seguindo a lista elaborada pela escola. Foram realizadas 12 sessões e em média foram 22 horas de trabalho. A aplicação foi individual e as instruções foram dadas em Libras - Língua brasileira de sinais, seguindo os critérios estabelecidos nos manuais de aplicação, dos respectivos testes, e quando necessário contávamos com uma intérprete de Libras.

14


4. RESULTADOS

Participantes

Escolaridade

Completar Figuras (30)

Código (119)

Arranjo de Figuras (64)

Cubos (69)

Armar Objetos (45)

Procurar Símbolos (45)

Labirintos (28)

Tabela 1. Pontuação bruta e média apurada em cada subteste da escala executiva do WISC – III.

F. J. F. G.M.T. A.

6º 6º

24 21

45 57

29 24

56 40

45 43

29 20

27 13

W. T. P.

21

31

16

26

45

13

22

G. G. B.

15

47

17

33

45

23

15

A. S. A.

25

45

30

47

38

27

14

C. P. R.

19

45

30

48

45

29

23

F.M. P. A.

18

31

14

25

36

26

21

L.M. S. S.

24

64

44

54

43

29

12

A. A. S.

22

48

45

57

45

33

25

8º 21 56 24 36 45 25 18 F. M. T. 9º 22 50 39 55 39 29 25 F. O. S. MÉDIA 22 47 28 43 42 25 19 Tabela 1. Pontuação alcançada por cada um dos participantes, em cada subteste do WISC-III e as respectivas médias.

Percentil

Classif.

Ponderado

Percentil

Classif.

Comp. Figuras Proc. Símbolos Código

Ponderado

Atenção

Bruto

Tabela 2. Desempenho nos testes visuo-atencionais TABELA BRASILEIRA TABELA AMERICANA

22 25 47

12 9 7

75 37 16

=↑ = =↓

11 8 05

63 25 5

= =↓ ↓

O desempenho da amostra estudada nos subtestes visuo-atencionais, como no Completar Figuras, cuja tarefa é a de apontar qual parte está faltando na figura o resultado foi acima da média, na pontuação da tabela brasileira e na média da tabela americana indicando adequada habilidade visual e atencional diante dos estímulos gráficos apresentados. No subteste em que se verifica a capacidade do examinando em identificar símbolos e simultaneamente se averigua a velocidade de processamento mental, constatou-se que essa amostra encontra-se na média, da escala brasileira; e apresenta um pequeno declínio quando comparada a tabela americana.

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No subteste em que se avalia a atenção visual, atenção sustentada ao longo do tempo, controle mental e destreza visuomotora, a amostra apresentou-se dentro da média, mas com um ligeiro declínio com relação à população brasileira. Já, segundo a correção americana, o desempenho da amostra foi inferior a média. No geral, qualitativamente, os participantes desse trabalho não apresentaram dificuldades em reconhecer as imagens e figuras apresentadas na testagem, mostrado maior habilidade aos estímulos e detalhes que faltavam nas figuras e identificar os símbolos com boa velocidade de processamento. Tabela 3. Desempenho das habilidades visuoconstrutiva e visuo-espacial.

Habilidades VisuoEspacial/ Construtiva

Ponderado

Percentil

Classif.

Ponderado

Percentil

Classif.

TABELA AMERICANA

Bruto

TABELA BRASILEIRA

Cubos Armar Objetos Arranjo de figuras

43 42 28

9 13 9

37 84 37

= =↑ =

8 17 7

25 99 16

= ↑↑ =↓

O desempenho das habilidades visuoconstrutiva e visuo-espacial, de acordo com os resultados apurados nos subtestes (Cubos, Armar Objetos e Arranjos de Figuras), os aspectos práxicos, capacidade de planejamento e síntese visual dos participantes, revelaram bons desempenhos das habilidades exigidas na execução das tarefas propostas. Os dados analisados conforme normas validadas à população brasileira e a população americana estão na média, com destaque do subteste Armar Objeto que avalia a capacidade de planejamento, síntese visual e praxia visuoconstrutiva, com uma classificação superior a média na avaliação da capacidade para integrar informações em um todo significativo. Tabela 4. Desempenho executivo – planejamento

Desempenho Execução-e Planejamento

Ponderado

Percentil

Classif.

Ponderado

Percentil

Classif.

TABELA AMERICANA

Bruto

TABELA BRASILEIRA

Labirintos

19

8

25

=↓

08

25

=↓

O subteste Labirintos consiste na tarefa de se traçar uma linha do centro do labirinto até a sua saída, sem tirar o lápis do papel e dentro de um prazo estabelecido, cujo objetivo é verificar as habilidades de planejamento do examinando. Nessa atividade, ficou demonstrado que os participantes apresentaram um escore das habilidades de planejamento dentro da média, nas duas escalas de avaliação, brasileira e americana, com um ligeiro declínio em ambas as escalas.

16


Tabela 5. Resultados dos processos Intelectuais. Processos Intelectuais

TABELA BRASILEIRA

TABELA AMERICANA

Escalas

QI

Percentil

Classif.

QI

Percentil

Classif.

Execução

100

50

=

95

37

=

Org. Percep.

104

61

=

102

55

=

Vel. Process.

87

19

=↓

83

13

=↓

O resultado geral dos QIs, como também os percentis e a classificação da amostra pesquisada, nos processos intelectuais analisados em ambas as tabelas, brasileira e americana, se encontram na média. A escala Executiva que avalia os processos intelectuais como a capacidade de planejamento, síntese visual e práxico, capacidade visuoconstrutiva, sequência lógica, orientação espacial e temporal, atenção visual, atenção sustentada, controle mental e destreza visomotora. Apresentou um escore ponderado de 50 pontos, um QI de 100 e um percentil de 50, cuja classificação na tabela brasileira encontra-se na média; dados que comparados com a tabela americana, a referida amostra também permaneceu na média. A escala referente a Organização Perceptual, que avalia também os processos intelectuais, de caráter mais específico, como a capacidade de observar detalhes, planejar de maneira lógica, realizar síntese visual e temporal com praticidade. Nesse item a amostra obteve um escore de 43 pontos ponderados, um QI de 104 e um percentil de 61, com a classificação média nas duas padronizações brasileira e americana. Sendo observado melhores resultados nos subtestes, com relação à função executiva e a velocidade de processamento nas duas modalidades, brasileira e americana. A escala de Velocidade de Processamento composta também pelos subtestes que avaliam os processos intelectuais, mostrou que os participantes se encontram na média pelas duas padronizações brasileira e americana. De modo geral, revelou ainda, que houve um ligeiro declínio dos escores, com relação à função Executiva e Organização perceptual, entre as tabelas brasileira e americana. Os escores revelaram menor habilidade da amostra para lidar com as informações dentro do determinado limite de tempo, menor capacidade de manter a atenção visual sustentada ao longo do tempo, menor controle mental e destreza visomotora na organização mental. Contudo, abstração e compreensão,comportamentos adequados fluíram no mesmo ritmo dispensado às outras atividades.

17


Tabela 6. Pontuação geral do Teste Matrizes Progressivas – Escala Geral Séries A, B, C, D e E. – J. C. Raven. Participantes

Idade (ano e mês)

Escolaridade

Pontos

Tempo/ minutos

F. J. F.

13 a 6 m

45

20

G. M. T. A.

13 a 5 m

34

15

W. T. P.

15 a 4 m

20

23

G. G. B.

16 a

31

15

A. S. A.

14 a 1 m

38

16

C. P. R.

16 a

37

14

F. M. P. A.

14 a 11 m

30

18

L. M. S. S.

15 a 11 m

39

19

A. A. S.

14 a 10 m

40

20

F. M. T. F. O. S. Média

14 a 9 m

28

18

13 a 8 m 14 a 6 m

47 35

14 17

A tabela 6 mostra a pontuação alcançada por cada um dos participantes, em cada série do Raven e as respectivas médias de idade, pontos e minutos. Trata-se de um instrumento clássico de avaliação intelectual em todas as idades, composto de 60 itens e séries A, B, C, D, E. Tabela 7. Pontuação da Escala Geral Séries A, B, C, D e E. Séries Pontos Esperados Total de Acertos Discrepância A B

10 8

10 9

0 1

C

7

6

-1

D

7

7

0

E

3

3

0

Pontos

35

35

0

A tabela 7 apresenta os escores padronizados e esperados de cada uma das séries A, B, C, D e E, mais a pontuação alcançada pela amostra pesquisada, e o nível de discrepância entre as cinco séries, cujo resultado é zero. A diferença entre os acertos reais e os acertos esperados é utilizada para determinar a consistência do trabalho do examinando. Nesse caso, a diferença ou discrepância é considerada consistente uma vez que, em todos os itens, a diferença entre os escores esperados e acertos alcançados foram menor que 2 pontos. 5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O

desempenho dos adolescentes surdos representados nessa amostra de 11 participantes, analisado pela média alcançada em cada um dos subtestes do WISC-III e Raven, vem apresentar o que segue. Os instrumentos que estão direcionados a uma avaliação do desempenho da atenção e rastreio visual, indicaram que os participantes, dessa amostra, se encontram na média, tanto se comparados aos valores normatizados à população brasileira, quanto aos valores da padronização

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americana. Contudo, pôde-se observar que, na tabela brasileira, o subteste Códigos, que avalia a atenção e destreza visomotora, houve um ligeiro declínio no desempenho dos pesquisandos e mais acentuado ainda, quando comparados à tabela americana, indicando que esse subteste foi o que menos contribuiu na obtenção de melhores resultados. Houve também um rebaixamento no subteste, Completar figuras, que examina a capacidade de percepção de detalhes visuais, quando se comparou os dados obtidos com a tabela americana. Na pesquisa realizada por Slate Jr, J. Fawcwtt (1995) eles citam que o subteste Código, também não contribuiu para com o bom desempenho nos resultados do estudo em questão. Isso mostra que, apesar de se tratar de um estudo com um número reduzido de deficientes auditivos, os dados revelaram habilidades atencionais desses adolescentes. O desempenho das habilidades visuoconstrutiva e visuo-espacial analisado conforme os resultados dos subtestes Cubos, Armar Objetos e Labirintos, que avaliam as competências das funções executivas, bem como a habilidade visuomotora e a capacidade de planejamento, os achados ficaram dentro da média. O subteste que mais contribuiu com essa média foi Armar Objetos. Cujo resultado revelou que, os participantes surdos foram capazes de executar a tarefa com as mesmas habilidades e estratégias requeridas na organização e planejamento das peças que formam o objeto; tal como os adolescentes ouvintes, da mesma faixa etária utilizam na realização dos testes em questão. Indicando ainda, a funcionalidade dos sistemas frontal e parietal envolvidos na execução dessa atividade. Vale esclarecer que, os resultados do subteste Armar Objetos, se encontram acima da média na tabela americana indicando que as medidas utilizadas na padronização a essa população, ou seja, o agrupamento de dois anos numa única faixa de idade da escala pode acarretar complicações. Por Exemplo, na escala brasileira a aglutinação de faixas etárias de 14 a 16 anos; enquanto que, na tabela americana os dados do participante podem ser comparados com uma faixa etária mais ampla como: 14:0 - 14:3, 14:4 - 14:7, 14:8 14:11, (quatorze anos a quatorze anos e três meses, quatorze anos e quatro meses a quatorze anos e sete meses...), portanto, divergindo-as em dois anos de diferença entre os cálculos estatísticos das citadas padronizações. Mesmo no subteste Labirintos, que não está normatizado em nosso país, os resultados também atingiram a média indicado que essa população faz planejamento na realização das tarefas e na vida diária. O desempenho do subteste Arranjo de Figuras, que avalia o planejamento, a capacidade de seqüência lógica e temporal, bem como orientação temporal e espacial, revelou que os pesquisandos se encontram na média. Essa pontuação mostra a capacidade dos participantes em se envolver na tarefa com ações organizadas e direcionadas a uma história lógica em determinado tempo e limite, inferindo uma adequada base neurológica especialmente o córtex pré-frontal. Berta Figueiras (2007) verificou a relação entre as competências linguísticas e as funções executivas da criança surda e observou que as crianças com implantes cocleares e as crianças surdas não implantadas tiveram um resultado abaixo do nível do grupo controle, nos testes de avaliação de linguagem receptiva oral, bem como, sobre uma série de testes de funções executivas, mas que não há diferenças significativas entre os surdos com e sem implante coclear e que, a capacidade de linguagem é significativamente positiva com as funções executivas para ambas as crianças surdas e ouvintes. No contexto geral, a visão formalizada sob os parâmetros normativos de ambas as tabelas, brasileira e americana, pode ser considerada de igual classificação, apesar das diferenças dos QIs. O QI de execução indica predominantemente a competência da criança no processamento visual, definida como a habilidade de gerar, reter e manipular imagens visuais, portanto, essa pontuação mostra que a capacidade

19


cognitiva dessa amostra, ou seja, os processos intelectuais como execução, organização perceptual e velocidade de processamento dos adolescentes surdos, encontram-se tão adequados quanto à capacidade intelectual dos adolescentes ouvintes da mesma faixa etária, quando submetidas aos subtestes do WISC-III. A análise dos resultados referentes ao desempenho do QI na organização perceptual, e na velocidade de processamento, dessa amostra, que se encontram dentro da faixa média é condizente com o percentual dos resultados apurados na pesquisa de Slate JR, J. Fawcwtt (1995), que investigava a validade do WISC-III, em surdos e que eles responderam a 76,5% da variância nos referido teste. Esse estudo vem reforçar a pesquisa publicada por McCay Vemon em 1965, que sucintamente quebrou o preconceito na mentalidade social de que as crianças surdas são inferiores às ouvintes. Sua pesquisa vem mudar esse lamentável equivoco, entre os leigos, de que a surdez está associada à falta de inteligência. A análise do perfil cognitivo do adolescente surdo, por meio da aplicação das Matrizes Progressivas do Raven, nas séries A, B, C, D, e E, instrumento clássico de avaliação intelectual em todas as idades, em todos os níveis culturais, do ensino fundamental ao superior; revela a capacidade que a pessoa possui, no momento da realização da prova. Então, os resultados apurados nesse teste confirmaram também, a habilidade da pessoa surda em apreender as figuras e descobrir as relações que existem entre elas e de forma implícita, conseguiram completar um todo a partir da observação e raciocínio imediato da questão. Os escores calculados pela a média de acertos (média 35 pontos), no referido teste indicaram um nível de classificação III- que corresponde a uma inteligência média desses adolescentes surdos. Esse resultado vem reforçar a validade das (MPR) para surdos, contribuindo com os resultados da pesquisa realizada por Blennerhassett e colegas em 1994, que buscavam critérios de validação para o teste em questão e que foi visto com significância positiva. Mesmo numa aplicação individual, cujo fator emocional pode acarretar inibição do pesquisando, conforme sugere o autor do citado teste; essa amostra obteve um resultado bem significativo para sua faixa etária. Exames neurológicos, tomografia computadorizada, ressonância magnética, Eletro encefalograma (EEG) e exame de Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) olham para o físico, condição estrutural e metabólica do cérebro. O Neuropsicólogo usa cientificamente testes validados, cujo objetivo é o de avaliar formalmente as funções cerebrais. Os Testes neuropsicológicos cobrem uma gama de processos mentais do desempenho motor simples de raciocínio e resolução de problemas complexos. Contudo, instrumentos para avaliar as habilidades das crianças surdas são raros como diz os pesquisadores Tobias Haug e Wolfgang Mann (2007) necessitando, portanto, maior pesquisa e normatização de ferramentas para avaliação dessa população. Na literatura consultada, sobre o perfil neuropsicológico da criança ou adolescente surdos, foi observada a preocupação dos pesquisadores principalmente na compreensão da linguagem e da comunicação em geral; esclarecer e valorizar o deficiente auditivo (DA) que sempre foi tratado, em vidas pregressas, com discriminação e preconceito social. Nessa revisão literária foi também observada à busca dos estudiosos na validade e critérios normativos dos testes já existentes à população de ouvintes para utilizá-los com a população surda como Hailey (2010), pesquisou a confiabilidade do WISC-IV; Stale JR (1995) estudou a validade do WISCIII; Blennerhossett L (1994), a validade do Raven. Seria interessante que, para essas crianças e adolescentes surdos fossem ampliados programas ou Disciplinas educativas, recreativas, esportivas a fim de promover

20


habilidades cognitivas, uma vez que, em todos os testes que foram avaliadas as funções executivas, organização perceptual e velocidade de processamento comprovaram tais habilidades, mesmo considerando as tabelas americanas que são normatizadas com padrões de exigências naquele país, essa amostra encontra-se na média. Portanto, com perfil de (QI) e capacidade intelectual condizentes aos padronizados aos adolescentes ouvintes da mesma faixa etária e em ambas as nacionalidades. Como sugestão de tarefas, a fim de melhorar desempenho dessas habilidades segue: campeonato entre as escolas com jogo de damas, dominó, xadrez, revistas com quadrinhos onde se podem encontrar os “oito erros” nas figuras, quebracabeças. Vale ressaltar que essa amostra estudada pertence a uma classe social mais elevada, uma vez que os alunos estudam numa escola particular com assistência e atendimentos educacional diferenciados e se comunicam em Libras. Uma sugestão mais criteriosa sobre o processo interventivo, a fim de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e um melhor desempenho acadêmico, seria a prevenção; iniciando com a avaliação do “teste do pesinho”, “testes da orelhinha” nos primeiros anos de vida, um acompanhamento multidisciplinar, pois, torna-se difícil avaliar uma criança com deficiência auditiva, sem instrumentos específicos sobre a superioridade a uma abordagem comunicativa tão particular como a língua de sinais. O desempenho, dedicação e compreensão dos adolescentes surdos durante todas as sessões, e o modo como se comportaram e realizaram as atividades causou surpresas às pesquisadoras. 6. CONCLUSÃO

O

exame e analise do perfil cognitivo do adolescente surdo, por meio da aplicação dos subtestes de execução WISC-III e Raven, numa amostra de 11 participantes surdos, destacou resultados que confirmam a capacidade intelectual dessas pessoas, uma vez que todos os dados apurados, nos sete subtestes de execução do WISC-III permaneceram na média, no que se refere à padronização das duas tabelas brasileira e americana. Além disso, vale ressaltar que no subteste Armar Objetos a amostra ficou acima da média em ambas as escalas, brasileira e americana revelando boa integração viso-espacial. Porém, esse resultado requer novo olhar tendo em vista que, na escala brasileira há uma maior concentração de idades em um grupo de idade, ou seja, de 14 a16 anos, enquanto que, na tabela americana os cálculos, por faixa etária são bem mais delimitados, bem mais diluídos, ou seja, há um escore para : 14:0 - 14:3, 14:4 - 14:7, 14:8 14:11, (quatorze anos a quatorze anos e três meses, quatorze anos e quatro meses a quatorze sete meses...), demonstrando maior rigor estatístico e mais divisão de informação por faixa etária.. Parecendo mais justa ao se comparar os dados de uma pessoa que acabou de completar 14 anos; ao invés de compará-lo com os dados da escala de quem acabou de completar 16 anos. Por outro lado, houve um declínio na pontuação do subteste Código, indicando menor habilidade quando a atividade exigia o controle do tempo. Os estudantes não apresentaram dificuldades na realização das tarefas propostas. Portanto, a ideia de que as crianças surdas são inferiores às ouvintes é apenas um lastimável equivoco, entre os leigos, de que a surdez está associada à falta de inteligência. Quanto aos dados das Matrizes Progressivas do Raven (MPR), a amostra pesquisada foi capaz desempenhar a tarefa demostrando habilidades das percepões visuais, da capacidade de estabelecer relações e raciocinar por analogia, dar sentido e completar figuras complexas. A média alcançada pela amostra foi de 35 pontos. Comparando os resultados desse trabalho, apesar de tratar-se de uma amostra pequena de

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estudantes surdos, o perfil apurado não ficou distante dos resultados encontrados na literatura; nem tão pouco, com relação à comparação dos resultados entre as tabelas brasileira e americana que, mesmo observando o rigor estatístico da equivalência dos QIs da tabela americana e a normatização dos dados da população brasileira, os resultados obtidos, ainda assim, permaneceram dentro da média e acima da média daquelas tabelas normativas. Apesar dos subtestes de execução do WISC-III serem adequados para avaliação das habilidades executivas e intelectuais das pessoas surdas, vale lembrar que não há pesquisa no Brasil com a utilização desses instrumentos validados e normatizados a essa população. Outro ponto de fundamental importância, e que pode trazer implicações aos resultados de uma avaliação (da pessoa surda), por meio desses testes (e de testes não normatizados) são: a) igualar os escores alcançados pela pessoa surda, aos escores das tabelas padronizadas para ouvintes; b) a desvantagem de serem deficientes; c) o idioma ser diferente; d) a ampla concentração de idades agrupadas por faixa etária, ou seja, serem avaliados a escores que não correspondem aos resultados da sua idade cronológica. Por meio do WISC-III e também do Raven pode-se viabilizar as aptidões e as funções cognitivas, pois eles ajudam a formular hipóteses sobre as possíveis disfunções comprometidas, e a montar um protocolo complementar para uma avaliação mais precisa. Conclui-se, portanto, que surdez não é sinônimo de incapacidade intelectual, conforme os resultados apresentados indicando um perfil cognitivo dos adolescentes surdos, condizentes aos encontrados nos padrões de atividades realizadas por ouvintes.

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OBSERVAÇÃO Este trabalho foi realizado sob orientação da Dra. Fernanda Speggiorin Pereira Alarcão e colaboração de Karina Nonato Pingituro Domingues, e insere-se no contexto das exigências do curso de especialização em neuropsicologia, Instituto de doenças Neurológicas de São Paulo-INESP, sob a coordenação do Prof.Dr. Raul Marinho Jr e Ms. Camila Batista dos Santos. Curso reconhecido pelo Conselho Federal de Psicologia.

Perfil neuropsicológico do adolescente surdo: um estudo utilizando os Testes das Matrizes Progressivas Escala Geral – C. J. Raven e WISC-III Maria Vilalba de O. Neves Psicóloga, neuropsicóloga e pesquisadora do Laboratório de Neuropsicolinguística Cognitiva Experimental (LANCE) – Instituto de Psicologia – USP www.ip.usp.br/lance São Paulo, SP E-mail: maria_vilalba@yahoo.com.br Fernanda Speggiorin Pereira Alarcão Psicóloga, Doutora em Ciências pela Psiquiatria – USP, Especialista em Neuropsicologia São Paulo, SP E-mail: fernandaspereira@hotmail.com

NEVES, M.V.O.; ALARCÃO, F.S.P. Perfil neuropsicológico do adolescente surdo: um estudo utilizando os Testes das Matrizes Progressivas Escala Geral – C. J. Raven e WISC-III. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 09-24, jun.-jul., 2012

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Transporte de medicamentos integrado ao supply chain management Patrícia Luzia Ton Farmacêutica, Especialista em Auditoria em Sistemas de Saúde Vitória, ES E-mail: patyton@yahoo.com.br Regina Célia Diniz Werner Enfermeira, Mestre em Saúde Coletiva. Professora e Orientadora do Centro Universitário São Camilo – ES – Unidade Vitória Vitória, ES E-mail: rwdiniz@terra.com.br

TON, P.L.; WERNER, R.C.D. Transporte de medicamentos integrado ao supply chain management. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 25-36, jun.jul., 2012

RESUMO O objetivo deste estudo foi abordar o Supply Chain Management (SCM) ou o denominado Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, como um mecanismo importante para a eficácia do transporte de medicamentos, analisar a logística integrada como uma ferramenta eficaz no transporte de medicamentos e verificar de que forma o SCM pode ser um importante mecanismo para o transporte de medicamentos. Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica de forma manual e por meio da internet, no banco de dados da saúde como SCIELO e sites especializados, em idioma português, compreendendo textos publicados no período de 2000 a 2010,

sendo acessados no período de maio a dezembro de 2011. Concluiu-se que o SCM, como um importante mecanismo para a eficácia do transporte de medicamentos, deve ser analisado juntamente com a logística integrada, por ser uma ferramenta eficaz no transporte de medicamentos, por atuar com precisão com as informações do plano de produção, podendo atender a produção de cada produto na quantidade certa, com os lead times produtivos para cada item produzido, garantindo a qualidade do produto até chegar ao usuário, visando garantir a saúde pública.

Palavras-chave: Logística; medicamentos; supply chain management; transporte de medicamentos

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Transport of drugs to integrated supply chain management ABSTRACT The objective of this study was to address the Supply Chain Management (SCM) or the so-called Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos as an important mechanism for the transport effectiveness of medications, to analyze the integrated logistics as an effective tool in the transport of drugs and check that so the SCM can be an important mechanism for transporting drugs. To develop this work was performed a literature search manually and via the Internet, the database of health as SCIELO and specialized sites in the Portuguese language, including texts published

between 2000 to 2010, being accessed in the period May to December 2011. It was concluded that the SCM as an important mechanism for the transport effectiveness of medications, should be examined together with integrated logistics, to be an effective tool in the transport of drugs, to act precisely with the information of the production plan, can attend the production of each product in the right quantities, with production lead times for each item produced, ensuring product quality to reach the user in order to safeguard public health.

Keywords: Logistics; medicines; supply chain management; transport of medicines

1. INTRODUÇÃO

A

logística existe desde a década de 1940, sendo utilizada pelas Forças Armadas norte-americanas, e relacionava-se a todo o processo de aquisição e fornecimento de materiais durante a Segunda Grande Guerra Mundial. Foi utilizada por militares norte-americanos visando atender aos objetivos de combate da época (CHING, 2009). Com o tempo, a logística passou a fazer parte de atividades relativas à movimentação de materiais, fluxo de informações, do fornecedor ao consumidor final e vice-versa, ainda realizada de forma segmentada. Porém os profissionais que atuam utilizando a logística devem trabalhar planejando, executando e analisando todas as atividades de forma integrada. Na atualidade, o conceito de logística evoluiu e passou a compor a integração das diversas áreas envolvidas na produção, dimensionamento e layout de armazéns, alocação de produtos em depósitos, transportes, distribuição, seleção de fornecedores e clientes externos, fazendo com que surgisse um novo conceito como supply chain ou Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (CHING, 2009). No setor farmacêutico a cadeia de abastecimento é complexa, por envolver laboratórios nacionais e transnacionais, fornecedores de insumos farmacêuticos, distribuidores, farmácias e o mercado institucional. E diante do grande número de especialidades farmacêuticas e os problemas que envolvem à segurança e a qualidade das mesmas, acabam contribuindo para aumentar a complexidade da cadeia. Com a complexidade da cadeia de abastecimento do setor farmacêutico, acaba-se exigindo uma criteriosa sintonia das decisões dos gestores junto aos setores atacadista, varejista e fabricante de produtos farmacêuticos. Com base nesse entendimento, denota-se que, para haver garantia da eficiência e eficácia das operações, se faz necessária uma visão ampliada e integrada da cadeia

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de abastecimento envolvendo todos os responsáveis pelo supply chain management ou por uma logística integrada. Questiona-se, portanto de que forma o supply chain management pode ser considerado uma importante ferramenta para a eficácia no transporte de medicamentos? 2. OBJETIVOS

A

bordar o Supply Chain Management (SCM) ou o denominado Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos como um mecanismo importante para a eficácia do transporte de medicamentos, analisar a logística integrada como uma ferramenta eficaz no transporte de medicamentos e verificar de que forma o Supply Chain Management pode ser um importante mecanismo para o transporte de medicamentos. 3. METODOLOGIA

P

ara o desenvolvimento deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica de acordo com o conceito de Gil (2002) de forma manual e por meio da internet, no banco de dados da saúde como SCIELO e sites especializados, em idioma português, compreendendo textos publicados no período de 2000 a 2010, sendo acessados no período de maio a dezembro de 2011. Para a pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Logística; Medicamentos; Supply Chain Management e Transporte de Medicamentos. Foram encontrados 21 publicações, sendo 10 livros, 8 artigos e 3 legislações, selecionados de acordo com a relevância e contribuição da temática proposta para este estudo. Justifica-se a utilização de 01 legislação com data de publicação anterior a 2000, por ainda estar em vigência e ser de importância para a discussão do tema. Todo material bibliográfico, após seleção, foi analisado e utilizado como suporte para que se pudesse evidenciar a temática proposta agregando conhecimentos acerca da importância do Supply Chain Management no transporte mais eficaz de medicamentos. 4. DESENVOLVIMENTO 4.1. Origem da Logística

A

o longo da histórica a logística tem sido utilizada pelos diversos povos, das formas mais variadas e conhecidas, sem que se soubesse do que se estava fazendo ou utilizando. Nos antigos processos de agricultura, as grandes expedições desbravadoras de continentes, construções de monumentos e até as grandes guerras, podem ser considerados como exemplos da utilização dos fundamentos da logística (GOIS, 2001). A prática da logística começou a ser mais profissional e detalhadamente estudada pela área militar no século passado (BALLOU, 2009), como destacam Dornier, Ernst e Kouvelis (2000) que os militares utilizavam a logística para designar estratégias de abastecimento de seus exércitos frente às batalhas, com o intuito de que nada lhes faltasse. Ballou (2009, p. 34) acrescenta que: “A logística militar inclui atividades como aquisição, estoque, definição de especificações, transporte e administração e armazenagem”.

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Explicam Almeida e Toledo (2001) que nesse período a importância da informação como ferramenta estratégica para a logística não ocorreu de maneira correta, por não ter sido avaliada com o destaque necessário, e porque cada erro na composição das necessidades de informação criava uma provável ruptura na cadeia de suprimento. Nesse preceito, ressaltam os autores que: Historicamente, a importância da informação para o desempenho da logística não tem tido o devido destaque. Essa negligência é fruto da falta de tecnologia adequada para gerar as informações desejadas. Os níveis gerenciais também não possuíam uma avaliação completa e uma compreensão aprofundada da maneira como uma comunicação rápida e precisa pode melhorar o desempenho logístico. Essas duas deficiências históricas foram eliminadas (ALMEIDA; TOLEDO, 2001, p. 2).

Explicita Ching (2009) que algumas forças de mudanças e eventos influenciaram cada vez mais a logística, como a competição mundial, a falta de matérias-primas, a súbita elevação de preços do petróleo, o aumento da inflação mundial. Houve mudança de filosofia que passou de estímulo da demanda para melhor gestão dos suprimentos. Na década de 1980 o desenvolvimento logístico tornou-se revolucionário, em virtude da explosão tecnológica da informação, alterações estruturais surgidas nos negócios e na econômica dos países emergentes, formação de blocos econômicos e no fenômeno da globalização (CHING, 2009). Na atualidade, a logística é tomada e considerada como perfeita quando há integração da administração de materiais em sua totalidade e distribuição física dos produtos e serviços com a plena satisfação do cliente e dos acionistas. A integração de cadeias de suprimentos, resposta rápida e a filosofia just in time revolucionaram não somente a forma pela qual as empresas gerenciam suas atividades logísticas, mas também, como gerenciam todo o seu negócio. Corrêa e Gianese (2009) descrevem que o just in time é uma filosofia de gestão da produção e estoque, que tem como objetivo fundamental a melhoria contínua do processo produtivo. A perseguição destes objetivos dá-se, através de um mecanismo de redução dos estoques, os quais tendem a camuflar problemas. 4.2. Definindo Logística terminologia “logística” vem do francês loger, que significa alojar, prover, introduzir; e tem como um dos seus conceitos dar manutenção e transportar material, pessoas e equipamentos (CAVANHA FILHO, 2001). Em tempo de globalização e de alta competitividade empresarial, a logística, atualmente é considerada um grande diferencial em termo de gestão administrativa.

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Na definição de Dornier, Ernst e Kouvelis (2000, p. 39) logística é: [...] gestão de fluxos entre funções de negócio. A definição atual de logística engloba maior amplitude de fluxos que no passado. Tradicionalmente, as companhias incluíam a simples entrada de matérias-primas ou o fluxo de saída de produtos acabados em sua definição de logística (DORNIER; ERNST; KOUVELIS, 2000, p. 39).

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Para Kobayashi (2000, p. 18) logística é “um sistema de distribuição física”; todavia, esta definição se ocupa não somente de bens materiais, mas também de serviços. Além disso, é necessário que a logística seja concebida como uma atividade de suporte em todos os campos, para incrementar e solidificar o faturamento e as quotas de mercado das empresas. Até 1950, as atividades logísticas eram divididas entre diversas áreas, por esse motivo havia conflitos, já que nenhum departamento tinha responsabilidade e objetivos concretos a serem alcançados em relação à logística. Em meados de 1945, algumas empresas já tinham um departamento específico para cuidar dos processos logísticos, quando a área de marketing das empresas começou a se destacar e a produção voltou-se mais para o consumidor (CHING, 2009). De acordo com Ching (2009), em 1950 foram percebidas mudanças nos gostos consumistas e surgiram maior variedade de mercadorias, foi também época de migração da área rural para a urbana e vice-versa, sendo preciso criar pontos de vendas adicionais. As empresas deram conta que a manutenção de estoques não era mais vantajosa, por gerar custos altos e com isso passaram essa função para seus fornecedores ou centrais de distribuição, fazendo com que as entregas fossem mais frequentes. Devido ao interesse profissional e acadêmico dos estudiosos em relação a esta temática e a adoção por diversas empresas de um mesmo conceito, somado a evolução natural das organizações e das atividades logísticas, foi fundado em 1963 o Conselho Mundial de Logística, que vem utilizando desde 1998 a seguinte definição: É a parcela do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implanta e controla o fluxo eficiente e eficaz de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e informações relacionadas, desde seu ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender os requisitos dos clientes (GOIS, 2001, p.11).

Observa-se que para cada definição de logística, essa não é entendida apenas como distribuição física aos clientes de produtos e artigos comerciais; há um âmbito mais amplo, ou seja, ocupam-se de oferta, da parte das empresas, de produtos, artigos comerciais e serviços. Segundo Ballou (2001), a logística é a rede de facilidades montada para movimentar com eficiência materiais e produtos acabados. De modo mais abrangente, é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem de matéria prima, produtos em processo e acabados, e informações levadas do ponto de origem ao ponto de consumo final em conformidade com os requisitos do cliente. A função de agrupar conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva é uma evolução natural do pensamento administrativo. A partir desta evolução as empresas começaram a adotar a logística como estratégia para alcançar competitividade no mercado (BALLOU, 2009). Ballou (2009) acrescenta ainda que a logística compreende as áreas de transportes, distribuição física e suprimento, administração de materiais, operações e logística. Apesar de a distribuição física ser, o título mais popular, neste contexto a disciplina é chamada de logística empresarial.

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O âmbito do estudo e prática da logística integrada aumentou seu espaço, suas fronteiras, devendo iniciar-se pelo desenvolvimento de fornecedores e chegando até a satisfação do cliente; podendo conceituar logística adotando-se a definição do Council of Logistics Management norte-americano: Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo de armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor (NOVAES, 2004, p.35).

Até uns poucos anos atrás, o transporte, o estoque e a armazenagem eram os pontos mais relevantes para o estudo e a prática da logística. Com o passar do tempo passou-se a utilizar o conceito de logística integrada, que aborda o sistema e atende aos níveis de serviço planejados, e as unidades produtivas ligadas pelos fluxos de materiais e das informações associadas constitui-se o que se denomina cadeia de suprimento (BOWERSOX; CLOSS, 2008). 4.3. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Supply Chain Management e Logística

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os anos 1960 decorridos desde a Segunda Grande Guerra Mundial, a logística apresentou uma continuada evolução, sendo atualmente considerada como: [...] um dos elementos-chave na estratégia competitiva das empresas. No início era confundida com o transporte e a armazenagem de produtos; hoje é o ponto nevrálgico da cadeia produtiva integrada, procurando atuar de acordo com o moderno conceito de Supply Chain Management (SCM) (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos) (NOVAES, 2004, p.31).

A definição da terminologia Cadeia de Suprimentos surgiu por volta dos anos de 1970 e 1980, sendo ainda considerada um tema novo para gestores empresariais (GARCIA; GARCIA; BRASIL, 2009); no entendimento desses autores o Supply Chain Management (SCM) é uma abordagem sistêmica que apresenta uma complexidade razoável, que envolve uma interatividade entre os participantes do processo, exigindo a consideração simultânea de diversos trade-offs. Nesse sentido, entende-se que o SCM tem como propósito coordenar e interagir os mais variados fatores que compõem o canal de distribuição dos processos que vão desde o fornecedor ao consumidor final e deste ao fornecedor novamente. Com o decorrer do tempo, segundo Novaes (2004), a logística empresarial evoluiu, e na atualidade agrega os quatro tipos de valores positivos para o consumidor final, são eles: valor de lugar, de tempo, de qualidade e de informação à cadeia produtiva. Nesse sentido, a logística, além de agregar os quatro tipos de valores positivos supracitados, também busca eliminar do processo, tudo aquilo que não tenha valor para o cliente e que acarrete altos custos e perda de tempo. A logística serve de ferramenta tática do SCM, e esta última se caracteriza quando a logística passa a atuar de forma estratégica, ou seja, otimiza pontualmente as operações, focalizando os procedimentos logísticos, como meros geradores de custo, as empresas participantes da cadeia de suprimento passaram a buscar novas soluções, usando a logística para ganhar competitividade e para induzir novos negócios (NOVAES, 2004).

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Com esse novo tipo de precisão na otimização dos processos operacionais da empresa, a gestão da cadeia de suprimentos, o SCM, passa a ser a atividade de integração dos “processos-chave” de negócio por meio da cadeia de suprimentos (HILSDORF; ROTONDARO; PIRES, 2009). O customer service, ou seja, o aumento do nível de serviço ao cliente é decorrente da efetiva gestão da cadeia de suprimentos que passa a requerer a integração total dos processos de negócio ao longo dessa cadeia, além da excelência operacional das empresas. Portanto, estudos como o de Croxton, García-Dastugue e Lambert (2001), Vickery et al (2003), Trkman et al (2007) e Frohlich e Westbrook (2001 apud HILSDORF; ROTONDARO; PIRES, 2009, p. 232) estabelecem que “a relação entre a integração de processos e o desempenho da cadeia de suprimentos no serviço ao cliente, ainda carece de estudos mais aprofundados, no sentido de examinar de forma mais especifica essa relação” 4.4. Transporte Logístico de Medicamentos

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logística e o transporte têm como prioridade integrar a excelência e a qualidade nos serviços de transportes, armazenagem e distribuição de produtos farmacêuticos, bem como, alimentos, correlatos, insumos, entre outros, com um constante controle sobre os serviços executados, visando garantir as boas práticas operacionais no transporte de carga, em conformidade com as normas operacionais de transportes de produtos (VILELA et al, 2009). Dá-se início ao transporte na produção do insumo, transporte, importação e entrega do insumo ao fabricante do medicamento, segue-se com a entrega ao distribuidor, da entrega ao varejista e, por fim, ao consumidor, contemplando todas as etapas no processo (MURÇA, 2010). O transporte logístico de medicamentos inclui o transporte de cosméticos, correlatos, ou seja, produtos hospitalares, médicos e para a saúde, bem como alimentos e saneantes domissanitários. Ressalta-se que, para cada uma destas atividades existem exigências diversas e um licenciamento, cada uma analisando os cuidados e peculiaridade necessários para a manutenção das boas práticas na cadeia do medicamento (MURÇA, 2010). O início do processo físico da produção de medicamentos dá-se com a entrega das matérias-primas pelos fornecedores. Os materiais são recebidos e armazenados, para depois serem remetidos para a área de produção, uma vez fabricados, os produtos acabados são armazenados até o momento de sua expedição. Em seguida são transportados até o ponto de distribuição (OHATA; MAENZA, 2010). Existe um grande desafio no Brasil para o transporte de produtos que necessitam de condições especiais de temperatura, pois alguns fatores influenciam nessa situação, como as dimensões continentais do país, temperatura alta do clima e deficiência de infraestrutura no que se refere ao frio, tanto na disponibilidade de áreas com controle de temperatura adequada a armazenagem, como na qualidade do transporte e a assistência aos veículos durante os trajetos percorridos; principalmente em regiões mais remotas. Antes de chegar ao consumidor final nas farmácias, clínicas e hospitais, os medicamentos realizam um trajeto supervisionado de modo a não afetar sua integridade, mantendo inalteradas suas características físicas para que não sofram deterioração ou decomposição química durante o transporte, visando garantir a saúde pública (OHATA; MAENZA, 2010).

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é responsável pelo registro de medicamentos, autorização de funcionamento dos laboratórios farmacêuticos e demais empresas do setor, e também divide com os Estados e Municípios a responsabilidade pelo trabalho de inspeção de fabricantes e controle de qualidade dos medicamentos, realizando a vigilância pós-comercialização. Para a ANVISA a transportadora de medicamentos é a empresa que: “[...] realiza o transporte de produtos farmacêuticos ou farmoquímicos, com veículos próprios ou de terceiros, sob sua responsabilidade” (OHATA; MAENZA, 2010, p. 3). E a certificação das Boas Práticas de Fabricação/Distribuição de Medicamentos, Cosméticos, Saneantes e Produtos para a Saúde é realizada a partir de uma inspeção a pedido das empresas com o propósito de verificar a adequação das boas práticas de fabricação e consequente emissão do certificado pela ANVISA. A ANVISA também determina os critérios que as transportadoras devem atender para transportar medicamentos (OHATA; MAENZA, 2010). Esses critérios encontram-se descritos na Resolução nº 329 MS/ ANVS de 22/07/1999, que resolve em seu Art. 1º: [...] instituir o roteiro de inspeção para transportadoras de medicamentos, drogas e insumos farmacêuticos. Estabelece critérios para as condições ideais de transporte de medicamentos, este segmento tem sido alvo de quadrilhas de roubo de cargas e a regulação dessa atividade tem por objetivo coibir o crime impedindo o comércio da carga roubada (BRASIL, 1999, p.12).

A Portaria nº 1.051 MS/SVS de 29/12/1998, dispõe em seu Anexo sobre o Regulamento Técnico para Autorização/ Habilitação de empresas transportadoras de produtos farmacêuticos e farmoquímicos e a Portaria nº 1.052 MS/SVS de 29/12/98, aprova a relação de documentos necessários para habilitar a empresa a exercer a atividade de transporte de produtos farmacêuticos e farmoquímicos, sujeitos a Vigilância Sanitária (OHATA; MAENZA, 2010). A partir da necessidade de cumprir as exigências técnico-sanitárias, realizar a melhoria dos serviços e se manter competitiva no mercado, as empresas de transporte iniciaram a adequação regulatória de seus processos; tendo como um dos itens mais importantes e relacionados com as Boas Práticas de Transporte de Produtos Farmacêuticos a manutenção da temperatura adequada no processo de manuseio e transporte desses produtos (VILELA et al, 2009). 4.5. Transporte de Medicamentos Integrado ao Supply Chain Management

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ntes de discorrer a respeito da integração do transporte ao SCM na indústria de medicamentos e fármacos, é preciso explanar a respeito da cadeia de suprimentos para depois envolver o transporte de medicamentos e fármacos.

Exemplificando, no caso de uma indústria de fármacos ou medicamentos, em que haja em seu ciclo de planejamento, a previsão de vendas por item produzido, sendo que essa previsão contemple quantidades e onde os itens serão vendidos em cada ciclo. Com essas informações de vendas e conhecedores dos tempos de trânsito para a transferência do produto desde onde se encontra instalada a indústria até os pontos de distribuição, torna-se possível construir um plano de transferências de produto acabado, este plano consiste em ter informações capazes de saber quais os produtos que serão necessários e qual a quantidade e quando. Tendo domínio dessas informações, é possível elaborar o plano de produção, que consiste no atendimento à

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produção de cada produto em cada quantidade, para atendimento ao plano de abastecimento, levando-se em conta os lead times produtivos para cada item produzido (VILELA et al, 2009). Conhecendo o plano de produção faz-se necessário que, para cada item de produto acabado seja calculada a quantidade e os materiais necessários para sua produção (NOVAES, 2004). E, conhecendo-se os tempos de atendimento de pedidos de cada fornecedor para cada material, é possível gerar um plano de compras de matériasprimas. Este processo denomina-se fluxo de informações dentro do processo de planejamento e culmina na geração de um plano de compras, que é ferramenta base para negociação de volumes e prazos junto aos fornecedores (VILELA et al, 2009). Inicia-se o processo físico do ciclo com a entrega das matérias-primas pelos fornecedores; materiais estes que são recebidos e armazenados até que sejam remetidos para a área de produção. Uma vez fabricados, os produtos acabados são armazenados até a expedição, e em seguida, são transportados até os pontos de distribuição. Esta segunda parte do processo é chamada fluxo físico (MURÇA, 2010; VILELA et al, 2009). Bowersox e Closs (2008) explicam sobre a relevância de toda integração logística que: [...] a perspectiva da cadeia de suprimento muda a estrutura de canal de um grupo de empresas independentes com vínculos pouco sólidos para um esforço coordenado orientado para o aperfeiçoamento da eficiência e para maior competitividade. A orientação geral gerenciamento de estoque de cada empresa para uma perspectiva de canal (BOWERSOX; CLOSS, 2008, p. 24).

Nesse preceito, o SCM é o final o ciclo que está inserido o transporte de medicamentos, que é tema do estudo. O transporte é o modal, onde os medicamentos são transferidos de um ponto a outro, e este meio poderá ser rodoviário, aéreo ou fluvial. Ressalta-se que o controle da cadeia de suprimento que vai desde a indústria até o consumidor final, deve ser acompanhada pelo farmacêutico, como preconiza a Resolução nº 515/2009, em seu Art. 3º: Para o efetivo cumprimento dos procedimentos elencados no artigo 1º desta Resolução, a empresa interessada, no caso de distribuidora de medicamentos, importadoras e exportadoras de medicamentos, deverá manter assistência técnica com farmacêutico presente durante todo o horário de funcionamento (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2009, p.1).

A Resolução n.º433/2005 regula a atuação do farmacêutico em empresa de transporte terrestre, aéreo, ferroviário ou fluvial, de produtos farmacêuticos, farmoquímicos e produtos para saúde. O Art. 2º da supracitada Resolução dispõe que: “É atribuição do Farmacêutico em empresa de transporte de medicamentos, produtos farmacêuticos, farmoquímicos e de produtos para a saúde” [...] (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2005, p. 1). O farmacêutico é agente controlador das operações de transporte de medicamentos, e deve ter responsabilidade técnica para orientar e adequar as estruturas da empresa no intuito de atender o cumprimento da legislação sanitária em vigor e das boas práticas de transporte. E nas especificações de conservação e segurança dos produtos devem

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ser seguidas durante todas as etapas de transporte, desde a coleta/recebimento até a entrega ao destinatário final (CARVALHO JUNIOR, 2010). E ainda, na gestão da cadeia de suprimentos, o SCM, de medicamentos/ fármacos exige daqueles que o fazem, um rastreamento desde o recebimento de insumos, passando pelo armazém de matérias-primas, pelos processos produtivos, pelo armazém de produto acabado e, logicamente, pelo transporte da indústria até os distribuidores, que são as drogarias e mercados, e dos materiais, que envolvem os fármacos e medicamentos (VILELA et al, 2009). Ao se tratar da fase que acontece fora dos domínios da indústria, que, muitas vezes é realizado através de transportadoras, que nem sempre são selecionadas adequadamente, passa a existir uma possibilidade maior de falhas nos processos de controle, de monitoramento e de rastreamento dos lotes dos medicamentos e fármacos, tendo em vista a não especialização dessas empresas de transporte no manuseio desse tipo de produto, ou até um desconhecimento das necessidades de controles de processos e rastreamento de produtos que ultrapassam os limites da fábrica e vão até os distribuidores (VILELA et al, 2009). 5. CONCLUSÃO

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ara abordar o Supply Chain Management (SCM) como um mecanismo importante para a eficácia do transporte de medicamentos, analisar a logística integrada como uma ferramenta eficaz no transporte de medicamentos e verificar de que forma o SCM pode ser um importante mecanismo para o transporte de medicamentos, buscou-se nesta pesquisa observar que o transporte de medicamentos deve envolver cuidados especiais para que não haja alteração na estrutura físicoquímica dos produtos, tendo em vista que medicamentos são sensíveis à temperatura e se sujeitam ao controle sanitário. Grande parte das vezes, as empresas que prestam serviços de transporte de medicamentos são terceirizadas, e é por esse motivo que devem ser especializadas no seu ramo de atividade, para que atendam as exigências da ANVISA. A logística visa atender o cliente, com a integração interna e externa da cadeia de suprimentos, e processos baseados no tempo e mensuração. Para que seja atendido o processo de logística integrada, a empresa deve entender qual o nível de relacionamento que deseja ter com seu cliente e fornecedor e a partir daí a empresa passa a compreender que o sucesso do seu empreendimento depende da satisfação do cliente, por que este faz parte da cadeia de suprimento. No transporte de medicamentos, é imprescindível que o SCM desempenhe um bom gerenciamento integrado em seus mais diversos sistemas internos, diminuindo ou eliminando retrabalhos. A logística é parte integrante do SCM, e é a ferramenta que planeja, implementa e controla o efetivo e eficiente fluxo de estocagem de medicamentos. Nesse sentido, tendo a logística como ferramenta estratégica do SCM, o transporte de medicamentos pode ser gerenciado de forma mais precisa e controlada, naquilo que diz respeito a qualidade do produto, desde a saída da indústria até o consumidor final. Diante desses desafios na área de logística, fica a critério do farmacêutico no cumprimento do seu exercício profissional, a aplicação de seus conhecimentos técnicos, conduzindo suas atividades com ética e responsabilidade, (re) conhecendo as definições básicas que englobam essas atividades.

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Na logística, o SCM, deve ser analisado, como um importante mecanismo para a eficácia do transporte de medicamentos, juntamente com a logística integrada, por ser uma ferramenta eficaz no transporte de medicamentos, por atuar com precisão com as informações do plano de produção, podendo atender a produção de cada produto na quantidade certa, com os lead times produtivos para cada item produzido, garantindo a qualidade do produto até chegar ao usuário, visando garantir da mesma forma a qualidade do serviço de saúde pública.

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O projeto de educação pelo trabalho e a inserção dos acadêmicos de medicina na atenção primária a saúde Brenda Fernanda Rebelo de Abreu¹; Camila Pitanga de Souza Lima¹; Gabriela Haas Henrique¹; Juliana Gravina Nascimento¹; Mariana Branco de Oliveira¹; Milie Rocha de Castro¹; Natalia Mourão de Souza Verdial¹; Rebeca de Azevedo Souza¹; Samara Louzada Farias¹; Eduardo Jorge Rosa Dâmaso² ¹Alunas de Graduação da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ ²Médico Pediatra do Programa de Atenção Primária à Saúde da Faculdade de Medicina da UFRJ Rio de Janeiro, RJ E-mails: gabihaash@hotmail.com; damasoejr@yahoo.com.br

ABREU, B.F.R. et al. O projeto de educação pelo trabalho e a inserção dos acadêmicos de medicina na atenção primária a saúde. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 37-44, jun.-jul., 2012

RESUMO No Brasil o processo de ensino médico tem como tradição privilegiar o aprendizado em centros terciários de saúde, fortalecendo a dicotomia entre teoria e prática e a fragmentação do aprendizado. A Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FM-UFRJ), em parceria com o Município do Rio de Janeiro, participa do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET Saúde), iniciativa interministerial, cujo foco na Saúde da Família, protagonizou na FMUFRJ o desenvolvimento de diferentes linhas de pesquisa. Dentre estas, a linha de pesquisa: “Dermatoses mais comuns na Atenção Básica”, vem promovendo inserção precoce dos alunos da graduação

na Atenção Primária à Saúde e provocando reflexões importantes sobre a formação, a prática médica e o Sistema Único de Saúde. Este artigo tem, portanto, o objetivo de realizar um relato de experiência de um grupo de alunas da graduação do curso de Medicina da UFRJ no PET Saúde a partir do resultado obtido que, estabelecendo um estímulo à integração ensino serviço comunidade, despertou o interesse para o exercício da Medicina de Família, como especialidade possível de atuação futura, relativizando assim a formação hospitalocêntrica para um profissional compromissado com a consolidação do SUS.

Palavras-chave: Educação médica; estratégia saúde da família; atenção primária

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ABSTRACT In Brazil the process of medical teaching has the tradition to privilege learning in tertiary hospitals, strengthening the dichotomy between theory and practice and the fragmentation of learning. The Medicine School of the Federal University of Rio the Janeiro (FM-UFRJ) in partnership with Rio de Janeiro County, takes part in the Labor and Education Project for Health (PET Health Project), an interdepartmental initiative, which focus on Family’s Health led to the development of different lines of research by the FM-UFRJ. Among them, the line of research: “The most common dermatosis in Basic assistance” has been promoting an early integration of graduation

students in the Primary Heath Care, leading to important discussions addressing education, the medical practice and the Brazilian Unified Health System (SUS Sistema único de Saúde, Brazil). This article, therefore, aims to report the experience of a group of UFRJ’s medicine students who take part in the PET Health and whose experiences in the prior programme was an encouragement to integrate education, service and community. It also brought up the interest on Family Medicine as a future specialization, what enables a better professional formation, compromised with the consolidation of SUS.

Keywords: Medical education; family health strategy; primary health care 1. INTRODUÇÃO

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Sistema Único de Saúde (SUS) considera atualmente a Atenção Primária à Saúde (APS) como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede de atenção à saúde, numa tentativa de superar a fragmentação existente entre a atenção primária, a secundária e a terciária (BRASIL, 2010). Assim, a Atenção Primária ao se definir como um conjunto de ações, de caráter individual ou coletivo, situados no nível primário de atenção, voltadas para promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, sintoniza sua importância no trabalho em rede no SUS. Na década de noventa, foi criado o Programa de Saúde da Família (PSF), hoje Estratégia Saúde da Família (ESF) que, utilizando conceitos da Vigilância em Saúde, organiza o seu processo de trabalho a partir da territorialização, permitindo a atuação de equipes multiprofissionais de saúde, tendo o núcleo familiar como base e unidade para desenvolvimento de suas ações (CAMPOS; FOSTER, 2008). No entanto, a formação de profissionais com perfil de atuação na APS tem sido um dos grandes desafios para a consolidação da Saúde da Família, que necessita de profissionais comprometidos com a comunidade e estimulados à mobilização social na busca da participação efetiva da população, a partir da co-participação e responsabilidade (ALVES et al, 2005). No Brasil, o processo de ensino na maioria das faculdades de Medicina ainda privilegia o aprendizado em centros terciários, voltados para cuidar de problemas de maior densidade tecnológica. Além de uma visão hospitalocêntrica, ocorre uma dicotomia entre teoria e prática, fragmentando o aprendizado e favorecendo o crescimento de especializações. Os conteúdos privilegiados no currículo médico, pouco relevantes para a maioria dos problemas da população, acabam por hierarquizar e pulverizar o conhecimento (FERREIRA et al, 2007). Por isto, reforçando, o curso médico prioriza a formação do especialista e o aprendizado dessas especialidades, sendo organizado de forma fragmentada, o que não promove que o aluno tenha uma visão geral da pessoa. Esse perfil de médico egresso das faculdades de Medicina não corresponde àquele desejado pelo Sistema Único de Saúde, principalmente considerando a Estratégia Saúde da Família (MARTINES; MACHADO, 2010).

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O PET Saúde (Programa de Educação para o Trabalho pela Saúde) surge em resposta à tentativa de reversão deste quadro. Sendo uma das estratégias do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde, o PRÓSAÚDE, em implementação desde 2005, proporciona uma prática multiprofissional e interdisciplinar que envolvendo profissionais e estudantes (BRASIL, 2007). O PET Saúde possibilita a inserção de alunos da Faculdade de Medicina nos campos da pesquisa e da Atenção Primária, sendo possível observar de perto as características, particularidades, dificuldades e organização do SUS e em particular da Saúde da Família. A Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) trabalhando com o PET-Saúde desenvolveu diferentes linhas de pesquisa, estando entre elas “Dermatoses mais comuns na Atenção Básica”, base deste relato de experiência. Através da prática nesta linha de pesquisa foi possível acompanhar as atividades rotineiras do PSF, os atendimentos médicos e realizar uma análise crítica destes, com enfoque nas dermatoses. Como pudemos observar, a dermatologia clínica, apesar de ter grande importância no cotidiano da APS, muitas vezes não era priorizada no atendimento por não ser frequentemente a queixa principal do paciente. Dessa forma, surgiu a possibilidade de promover atividades de qualificação para os profissionais e para os acadêmicos internos, de forma a reavivar o interesse nesta área e melhorar a integralidade do atendimento, humanizando a relação entre médico e paciente, assim como a reduzir a referência aos especialistas (CAMPOS; FOSTER, 2008). Objetivamos assim, desenvolver um relato da nossa experiência com o PET, a pesquisa científica e a Estratégia de Saúde da Família, reafirmando os benefícios acadêmicos e profissionais adquiridos, assim como os problemas enfrentados e as perspectivas que este tipo de atividades pode agregar ao ensino na Medicina. 2. DESENVOLVIMENTO

O

PET Saúde, na Faculdade de Medicina, teve início em junho de 2009, contando com a participação de 12 acadêmicas de medicina sob a supervisão de um tutor, além de profissionais das unidades básicas de saúde da Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Município do Rio de Janeiro envolvidos no projeto. Seu objetivo é a integração ensino-serviço-comunidade e sua concepção envolveu uma parceria entre as Secretarias: Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde – SGTES, de Atenção à Saúde – SAS e de Vigilância em Saúde - SVS, do Ministério da Saúde e a Secretaria de Educação Superior –SESU, do Ministério da Educação (BRASIL A1, 2011). Uma de suas ações é o fortalecimento da atenção básica e da vigilância em saúde, de acordo com os princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde – SUS (CAMPOS; FOSTER, 2008). Nesse contexto, o programa tem como pressuposto a educação pelo trabalho e disponibiliza para cada grupo PET-Saúde: bolsa para 1 (um) tutor, que coordena 6 (seis) preceptores, sendo que cada preceptor conta com 2 (dois) acadêmicos bolsistas e 3 (três) não-bolsistas para realização e auxílio na pesquisa. Para a escolha desses profissionais foi imprescindível que os mesmos trabalhassem na rede pública municipal em unidades de saúde da família, participassem dos projetos de pesquisa e no auxílio aos acadêmicos.

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Em abril de 2009, mês de inserção das acadêmicas no projeto, havia 141 equipes de saúde da Família atuantes no município do Rio de Janeiro. Com uma estimativa de 486.450 pessoas atendidas por essas unidades, sendo os médicos de família locados nesse município responsáveis pelo atendimento de 7,9% da população. Atualmente o percentual de cobertura pela ESF aumentou para 15,67%, mostrando a crescente importância deste modelo de atenção para a população dessa região (BRASIL A3, 2011). Com o objetivo de aprimorar o conhecimento dos graduandos inscritos no programa, diferentes atividades foram desenvolvidas pelos professores envolvendo os acadêmicos participantes do PET. Inicialmente, no período de abril a junho de 2009 realizaram-se reuniões semanais no Centro Municipal de Saúde Marcolino Candau da SMSDC/UFRJ, em que foram esclarecidos os objetivos do Programa PET-Saúde/PróSaúde, a importância e os deveres dos alunos selecionados como bolsistas, delegando-nos a função de desenvolver, sob supervisão do tutor, um estudo nas áreas de dermatologia e Atenção Primária que, além de importante para nosso currículo, acrescentaria novas práticas e conhecimentos técnicos a nossa formação profissional. Em julho de 2009 com o intuito de direcionar as etapas futuras da pesquisa iniciamos intensa revisão bibliográfica nas áreas do conhecimento relacionadas à pesquisa e ao campo de atuação, que foram importantes para a elaboração de um primeiro instrumento de coleta de dados, além de sedimentar alguns fundamentos teóricos sobre o modelo tecnoassistencial onde atuaríamos. A escolha das unidades nas quais desenvolveríamos a pesquisa, todas geograficamente estabelecidas em áreas distantes da Cidade Universitária, foi realizada neste momento com o auxílio do tutor do projeto. Consistiam em quatro unidades de saúde da família: Novo Palmares, Curicica, Santa Maria e Ilha de Guaratiba, localizadas nas áreas programáticas (A.P) 4.0 e 5.2, situadas na região oeste do Município do Rio de Janeiro. Para início das atividades em campo, seria imprescindível o conhecimento das áreas designadas ao projeto, sendo assim foram realizadas visitas semanais às unidades com o objetivo de conhecer a rotina de atendimento das mesmas. Nesse contexto, a atividade inicial na unidade coube ao preceptor, servidor destas unidades, que consistiu em inserir o aluno no universo da ESF, apresentando o território no qual ocorreria o estudo e familiarizando-o com este modelo de atenção. A vinculação dos alunos ao agente comunitário permitiu prosseguir às visitas domiciliares e, consecutivamente, ao reconhecimento do novo local de aprendizagem. Nesse período percebemos a importância da inserção dos graduandos vivenciando os agravos na Atenção Primária à Saúde (APS), mais condizente com um aprendizado diversificado, que não se detém apenas ao conhecimento teórico de condutas e procedimentos no foco biologicista, mas atento ao relacionamento com os usuários, inseridos em uma realidade própria, com necessidades e condições diferenciadas (ALVES; FIGUEIRA, 2009). Tais iniciativas se fundamentam em um novo paradigma de ensino-aprendizagem crítico e reflexivo, o qual se justifica pela possibilidade do aluno compreender criticamente a realidade do sistema de saúde, onde está inserida sua futura prática profissional, e construir o conhecimento a partir da articulação entre teoria e prática, além da experiência na interdisciplinaridade (FEUERWERKER, 2000). As acadêmicas foram divididas em quatro grupos, sendo cada um destes direcionado a uma unidade. O acompanhamento de consultas e a participação em palestras foram realizados ao longo desse período, além da orientação de profissionais envolvidos quanto à importância do projeto e à aplicação dos instrumentos de pesquisa.

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O primeiro instrumento de coleta de dados mostrou-se inadequado devido à sua baixa aplicabilidade, em função da sua extensão e complexidade dos dados a serem preenchidos. Dessa forma, constatou-se a necessidade da formulação de um novo instrumento, mais objetivo e claro, e após nova pesquisa bibliográfica, o grupo adaptou com a autorização, após contato por correio eletrônico com os autores, o instrumento aplicado no Município de Campinas, SP (SANTOS, 2007). Neste, constavam basicamente dados relativos a: identificação do paciente, presença ou não de queixa dermatológica, hipótese diagnóstica, encaminhamento ou não para especialista. O preenchimento deveria ser realizado em todas as consultas, sem distinção de faixa etária, etnia ou gênero. Concomitante a tal aplicação, foi redigido um artigo de revisão sobre as Dermatoses mais comuns na Atenção Primária, que demandou sete meses e incluiu pesquisas nas áreas de Dermatoses, Estratégia de Saúde da Família e Atenção Primária à Saúde. Esta foi a primeira das atividades que envolveu um estudo mais amplo e aprofundado, elaborado dentro das normas e padrões para seu desenvolvimento, diferentemente das aulas livres preparadas anteriormente na primeira etapa do projeto. Ficou estabelecido que nós bolsistas no período de outubro a dezembro de 2009, seríamos responsáveis pela entrega de novos instrumentos de pesquisa semanalmente nas unidades de saúde, orientação de Internos e profissionais envolvidos quanto à aplicação dos mesmos, participação nas consultas e recolhimento periódico dos instrumentos já preenchidos. Paralelamente às visitas, ocorreram reuniões quinzenais com o tutor, nas quais eram expostas as dificuldades de preenchimento dos instrumentos recolhidos, assim como também eram esclarecidos os demais problemas encontrados nesse processo. Devido à grande quantidade de dados coletados e objetivando acelerar a interpretação dos mesmos, mostrou-se necessária a criação de uma planilha eletrônica, na qual constaria a contabilidade dos instrumentos preenchidos por cada grupo. Em janeiro de 2010, foi concluída a tabela com a seleção dos instrumentos de pesquisa válidos e feita a exclusão dos falhos por preenchimento incompleto, sendo os resultados encontrados apresentados em jornadas acadêmicas e congressos nacionais. 3. CONCLUSÃO

E

ste relato de experiência buscou demonstrar a importância em diversificar as atividades curriculares, inserindo precocemente os graduandos no contexto social, ampliando seu olhar sobre as reais necessidades de saúde da população e magnitude do SUS. Campos (1995), em estudo realizado em 14 escolas médicas, observou que 86% dos estágios práticos ocorriam em serviços pertencentes aos Hospitais Universitários, e que apenas 14% do treinamento transcorria em espaços externos às Faculdades (CAMPOS, 1995). Nesse contexto, o PET-Saúde contribuiu para a formação médica na medida em que, a inserção em novos cenários de práticas nos auxiliou na construção de saberes condizentes com as reais necessidades de saúde da população, promoveu a imersão em atividades de pesquisa relacionadas à Dermatologia na Atenção Primária, além da confecção de artigos e trabalhos oportunamente apresentados em eventos científicos regionais e nacionais. Fato de grande importância foi perceber como essa linha de atuação interministerial está trazendo resultados positivos, não apenas no meio acadêmico, mas também para a gestão dos serviços e, em última instância, para o usuário do sistema de saúde. Observamos que uma medicina focada na promoção da saúde e na integralidade é possível, e que pode ser extremamente eficiente. Os movimentos atuais de

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reorganização da prática médica indicam uma tendência progressiva à deshospitalização, já que grande parte das práticas assistenciais pode se desenvolver de maneira mais eficiente e com menores custos nos ambulatórios, na comunidade e nos domicílios (CAMPOS, 1995). Através dessa iniciativa, percebemos que a população situada às margens dos recursos públicos destinados à educação, saúde, saneamento básico, moradia digna e lazer, por exemplo, está sendo atendida de forma integral, dentro de uma visão multicausal do binômio saúde-doença. Os indivíduos são acolhidos e acompanhados por um sistema contínuo, que os reconhece dentro de seu núcleo familiar, sendo chamados pelo primeiro nome, com singularidade, havendo assim a criação de um forte vínculo com a equipe de saúde. Essa relação tem extrema importância no combate ao abandono de tratamento, principalmente no acompanhamento das doenças crônico-degenerativas, atualmente a principal causa de morbi-mortalidade da população brasileira. Dentro do contexto da ESF, pudemos compreender seu real funcionamento e concluir que o médico atuante nessa especialidade tem uma atuação bem abrangente na sua prática clínica. O seu trabalho corre em paralelo com as necessidades do território onde atua, otimizando os recursos técnicos disponíveis e atentando às questões culturais da população ali residente. Comunidades diferentes – do ponto de vista social, econômico, cultural – requererão atenção diferente (JANAUDIS, 2010). Portanto, antes de programar as ações a serem realizadas, esse profissional procura conhecer a população e seus determinantes sociais, bem como o espaço em que a mesma está inserida, avaliando não apenas as condições ambientais, mas também as sociais e afetivas. Nesse sentido, o médico é convertido num verdadeiro gestor de saúde, tornando-se um colaborador, em primeiro lugar, do paciente para administrar a doença e as limitações decorrentes, firmando parcerias com os outros profissionais da equipe de saúde e os especialistas para questões específicas (JANAUDIS, 2010). Tal observação nos permitiu inferir o quão relevante é o trabalho desses profissionais na medida em que proporcionam um atendimento integral e humanizado. Passamos, após este período como bolsistas PET, a valorizar práticas não rotineiramente presentes nas disciplinas ofertadas pela FM-UFRJ e que claramente contribuem para uma compreensão mais abrangente da saúde na comunidade em que atuamos (CAMPOS e FOSTER, 2008). Tal fato gera espaço para reflexão em relação à atual proposta do nosso curso médico, que deveria ser: formar médicos com alta capacidade de resolver problemas de saúde; de se integrar em equipes multiprofissionais; de reconhecer a determinação, ao mesmo tempo, social, subjetiva e biológica dos processos saúde e doença, e uma vez realizado este reconhecimento, serem capazes de criar projetos terapêuticos que combinassem recursos destas três esferas conforme o caso e as possibilidades existentes (CAMPOS, 1999) e, no entanto, permanece ainda distante desses objetivos. Para isso, seria necessário agregar outros conceitos presentes no atual modelo de atenção à saúde ao processo de formação médica: das equipes multidisciplinares, do trabalho comunitário e no domicílio, da recuperação do social e do subjetivo na clínica e, centralmente, o da criação de estruturas que permitissem a existência de outros padrões de relação médico/paciente ou, segundo conceitos mais abrangentes, da equipe de saúde/usuários (CAMPOS, 1999). Cabe ressaltarmos que a união entre a teoria e a prática proposta pelo Projeto de Educação pelo Trabalho, aumentou o interesse pela Medicina de Família, uma especialidade até então desconsiderada por muitos alunos como uma possível área de atuação futura. Reconhecemos que os vários dispositivos de intervenção utilizados pela equipe de saúde da família nas unidades apontam para a necessidade do trabalho em equipe como importante recurso a possibilitar ações que possam, na

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medida do possível, atingir a dimensão da integralidade da assistência como um dos eixos estruturais do Sistema Único de Saúde. É nessa perspectiva que fomos inseridos através deste projeto, aperfeiçoando as relações interpessoais, assim como as de produção técnica e teórica, próprias da Atenção Primária à Saúde (PEREIRA, 2009). No que diz respeito à universidade, a sensibilização, o compromisso e a inclusão de novos docentes nos módulos da ESF, precisam ser reforçados, considerando-se a importância da diversificação de ambientes de ensinoaprendizagem para além dos muros do hospital universitário (GIL, 2006).

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O projeto de educação pelo trabalho e a inserção dos acadêmicos de medicina na atenção primária a saúde Brenda Fernanda Rebelo de Abreu¹; Camila Pitanga de Souza Lima¹; Gabriela Haas Henrique¹; Juliana Gravina Nascimento¹; Mariana Branco de Oliveira¹; Milie Rocha de Castro¹; Natalia Mourão de Souza Verdial¹; Rebeca de Azevedo Souza¹; Samara Louzada Farias¹; Eduardo Jorge Rosa Dâmaso² ¹Alunas de Graduação da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ ²Médico Pediatra do Programa de Atenção Primária à Saúde da Faculdade de Medicina da UFRJ Rio de Janeiro, RJ E-mails: gabihaash@hotmail.com; damasoejr@yahoo.com.br

ABREU, B.F.R. et al. O projeto de educação pelo trabalho e a inserção dos acadêmicos de medicina na atenção primária a saúde. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 37-44, jun.-jul., 2012

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A situação do ensino e as possibilidades da metodologia investigativa Eloi Carvalho Torres Graduando em Geografia pela Universidade Bandeirante Brasil e professor de Geografia da rede estadual de São Paulo Taboão da Serra, SP E-mail: eloironico@gmail.com

TORRES, E.C. A situação do ensino e as possibilidades da metodologia investigativa. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 45-56, jun.-jul., 2012

RESUMO As últimas décadas mostraram, via abertura política, um importante problema da sociedade brasileira, a saber, a educação. Um tema importante dentro do tema educação é a metodologia. Assim, sem a pretensão de concluir as discussões e estudos sobre o assunto estas linhas buscam entender a aplicação da metodologia investigativa no ensino.

Universidade Bandeirante BRASIL, UNIBAN, sob orientação de Ms. Marlene Xavier dos Santos. A metodologia investigativa é uma forma de ensino/aprendizagem que não se baseia apenas no saber do professor, mas na busca cientifica do aluno. Este passa a discutir, catalogar, comparar, anotar e concluir. Ao professor cabe guia-lo, fazendo perguntas afim de instigar a curiosidade do aluno e saber o que o aluno sabe sobre o tema; mostrando os métodos e regras para a validade do conhecimento a ser construído; mudando de abordagem ou método quando perceber que este não produz e buscando formas de abordar os conteúdos aliando-os a vivencia do aluno . Se este trabalho tentara mostrar qual o papel das metodologias usadas no ensino de geografia, outros aspectos como o contexto socioeconômico do aluno; as condições de trabalho e condições físicas de sala de alua; o baixo salário dos professores e a equipe escolar são temas importantes abordados aqui.

Uma pesquisa realizada em 2010 da, junto a bibliografia, da suporte a este artigo. Trabalhamos com dois sétimos anos. O trabalho mostra a importância do aprendizado significativo do aluno e a importância da equipe escolar e família para esta pretensão (MARTINS, 2001). A Pesquisa, que teve sua atividade de campo realizada em Jandira, na Grande São Paulo, mostra como a metodologia usada pode fazer do processo de ensino/aprendizagem uma atividade prazerosa e que desperta a curiosidade do aluno. A pesquisa, de Iniciação Cientifica, foi realizada através do departamento de Iniciação Científica e Pós-graduação da

Palavras-chave: Metodologia Investigativa; ensino; geografia

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1. INTRODUÇÃO

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artindo da constatação da pouca eficiência da metodologia tradicional no ensino de Geografia – o cenário educacional brasileiro nos aponta a mesma questão também nas outras matérias – e sem a pretensão de concluir com as discussões e estudos sobre o as metodologias e os problemas educacionais brasileiros, este trabalho buscou entender a aplicação da metodologia investigativa no ensino de Geografia. Na verdade a nossa pesquisa aponta mais para a realidade do sistema educacional do estado de São Paulo. Isto por que tanto a etapa de trabalho de campo inicial (ida a sala de aula a fim de conhecer o cenário educacional) como todas as atividades em sala se deu na rede estadual. Trabalhamos com dois sétimos anos, antiga sexta série, da escola Luis da Camara Cascudo, situada no município de Jandira na grande São Paulo. Esta escola, como a maior parte das escolas da rede estadual, serve as regiões da periferia do seu entorno. Há que se dizer que a maior parte dos alunos são filhos de país de pouca renda e tal como defende Schartzman, estão mais vulneráveis economicamente e sofrem mais com a ma qualidade de educação por serem pobres (SCHWARTZMAN, 2005). Isto por que estão mais longe dos centros culturais mais importantes e possuem menor diversidade de transporte para chegar até esses centros de cultura; por que recebem uma educação deficitária em qualidade, por que não experimentam no seu dia-a-dia o gosto pela leitura, por que estudam em salas lotadas onde o professor mal consegue atenção por parte de todos; por que tem aulas com professores muitas vezes pouco qualificados etc (SCHWARTZMAN, 2005). Schwartzman sustenta que o sucesso do numero de matriculas conseguidas desde o final dos anos de 1990 não foi acompanhado da qualidade de educação oferecida (SCHWARTZMAN, 2005). Longe do âmbito das decisões sobre educação no Estado de São Paulo e atuando neste cenário pouco animador, aos professores sobram poucas alternativas de melhoria da qualidade de ensino, entretanto, as diferentes abordagens metodológicas podem ser o caminho para uma melhor qualidade de ensino. Uma forte corrente pedagógica se opõe as metodologias tradicionais argumentando que o aluno não deve ser mero ouvinte da sabedoria do professor sem discutir ou interagir com o conhecimento que lhe é ofertado. Para esta corrente o ensino/aprendizado deve ser significativo ao aluno. Da mesma forma, nossa bibliografia indicou a necessidade de um aprendizado significativo do aluno e a importância da equipe escolar e família (MARTINS, 2001). Chamamos por aprendizado significativo aquele que tem significado para ao aluno, ou seja, aquele que é capaz de despertar a curiosidade do aluno interagindo com a sua vivencia e sua cultura. Para a necessidade do aprendizado significativo por parte do aluno também buscamos experiências, que mostraram a responsabilidade do professor com o contexto social (ANTONELLO; MOURA, 2005). Desta forma, o professor deve criar opções de relacionamento entre o conteúdo a ser trabalhado e a vivencia do aluno. Ora, muitas são as experiências positivas de trabalhos com temas em áreas de convivência, ou seja, pode se trabalhar meio ambiente em uma escola situada próxima a uma região

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de preservação ambiental ou usar as paisagens de uma comunidade carente afim de mostrar a seletividade espacial da riqueza. A Metodologia Investigativa trabalha com projetos de pesquisa e problematizações, o que possibilita que, o aluno através dela, comece a investigar e descobrir mediante a observação, catalogação, registros, comparação enfim, de maneira científica. Neste processo, o professor deixa de ser o detentor do conhecimento a ser transmitido e passa a questionar e direcionar as reflexões do aluno. Em campo, na sala de aula, notamos grande carência educacional por parte dos alunos. A especificidade de nosso trabalho pouco pode envolver a família do aluno, entretanto, sabemos que o aluno não é indiferente mediante o contexto, assim, procuramos envolvê-lo nas atividades em sala de aula (GALVÃO, 1995).Verificamos ainda que os alunos estão acostumados a um modelo tradicional de educação que naquele contexto está falido, já que prevê que o aluno escute atentamente o professor, copie os textos e não discorde do professor (MARTINS, 2001). Isto não acontece. O professor raramente obtém silêncio por parte dos alunos, e da mesma forma, raramente todos os alunos ouvem o que o professor diz. Sequer podemos classificar aquele ensino como tradicional. Enquanto fenômeno coletivo, não pensamos na indisciplina em seu aspecto individual, mas a inserimos no seu momento histórico como sustenta Garcia (GARCIA, 1999). Inserir a indisciplina no seu momento histórico implica também reconhecer causadores coletivos para esta questão. Um dos maiores causadores coletivos da indisciplina é sem dúvida a falta de esperança num futuro intelectual ou profissional, ou seja, a maior parte dos alunos das escolas estaduais paulista não tem boas perspectivas de sua vida acadêmica. Ora, estes alunos estudam em salas lotadas, recebem pouco incentivo a leitura e ao estudo dentro de casa e não recebe do professor uma figura de apoio. Esse é também o publico ao qual nos deparamos. Alunos com deficiências educacionais antigas, com pouca visão do que querem da vida estudantil, e mais preocupados com os prazeres imediatos, haja a vista que estes são certos. Percebemos essas características tanto mais nos alunos mais indisciplinados. O sistema de ensino no Brasil é sem dúvida um assunto muito debatido, porém sobram melhorias a serem feitas. O material didático, a estrutura física das escolas, as metodologias, a maneira como o professor vê o aluno e os recursos que o professor pode utilizar são temas frequentes nos cursos de licenciatura. Entretanto, nossa pesquisa se concentrou na metodologia, não por julga - la mais importante que os outros aspectos, mas pela proximidade prática do professor. Nossa proposta foi entender qual o papel da metodologia no ensino de Geografia e como a metodologia investigativa pode ser usada afim de garantir um aprendizado significativo. A metodologia investigativa, ou pedagogia com projetos, é uma forma de ensinoaprendizado que se baseia na curiosidade do aluno e a conduz afim de torná–la um saber cientifico. Com esta metodologia o professor deixa de ser o dono do conhecimento e passa a planejar projetos; estabelecer métodos de observação, catalogação, comparação, descrição e conclusão; orientar os alunos durante a aplicação do projeto e mudar as etapas do projeto quando a necessidade assim o indicar (MARTINS,2001).

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Nossa pesquisa foi realizada numa escola estadual do Estado de São Paulo, que como muitas outras, comporta com pouco conforto uma grande parte dos jovens da periferia local. Deparamo-nos com uma escola com poucos recursos e alunos com muitas carências financeiras, afetivas e educacionais. A maior parte dos alunos tinham um vinculo afetivo bastante forte com sua professora, o que demonstra a carência sentimental. Essa carência é entendida quando olhamos a dinâmica do dia-a-dia dos alunos: a maior parte fica pouco tempo com pais, pois a maior parte destes trabalham. Muitas vezes os pais são divorciados, assim a maior parte destes alunos demonstram na escola a carência sentimental que tem em casa. Entendemos que esse novo modelo de família não é uma família desestruturada, mas uma família com estrutura diferente numa fase de rápida mudança cultural. Ora, estas novas famílias não são necessariamente menos eficientes na educação de seus filhos, mas certamente há um choque entre as antigas formas de educar e as novas estruturas familiares que já não comportam essas antigas formas de educar. Cabe considerar nesse cenário os problemas socioeconômicos pelos quais essas famílias passam e os problemas que estes acarretam. Apesar da frequente presença da indisciplina nas aulas, a metodologia investigativa canalizou muito bem a energia dos alunos. Rapidamente formavam os grupos, queriam manusear as maquetes, ficavam contentes quando descobriam a dinâmica da incidência solar sobre a Terra. É necessário ressaltarmos que começamos a pesquisa e aplicação da metodologia investigativa com dois nonos anos, um oitavo e dois sétimos, entretanto, para garantirmos resultados melhores e mais confiáveis continuamos apenas com dois sétimos anos. A nossa primeira atitude em sala, como aconselha a metodologia investigativa (MARTINS, 2001) foi diagnosticar o que os alunos já sabiam a respeito do tema a ser trabalhado: fusos – horários. Embora já soubéssemos o que os alunos sabiam a respeito do temos pelo questionário aplicado anteriormente, optamos por pergunta-los em sala para que os alunos começassem a interagir e discutir sobre o tema. Já nesta primeira etapa foi visível o interesse que demonstraram querendo dizer o que sabiam. Atentos a necessidade de aproximar o tema de seu dia-a-dia pedimos que observassem o movimento aparente do Sol e que anotassem o que puderam observar. Um resultado interessante é que alguns alunos relataram que nunca pararam para acompanhar a posição do Sol e que gostaram da experiência. Ora, esta é uma forma de religação do aluno com aspectos naturais ao seu redor. Tendo este primeiro contato com a observação e anotação partimos para a simulação em maquetes com bolas de isopor. Com uma bola de isopor dividida em quatro partes por linhas feitas a canetinha a nova tarefa dos alunos foi dizer em quantas partes se divide o dia e quantas horas tem o dia, a tarde a noite e a madrugada. Para a simulação da incidência solar usamos lanternas. Todos os grupos, pois esta atividade foi em grupo, chegou a resultados muito parecidos. A maior parte dos grupos fez relação entre as quatro partes do dia com seis horas cada e o dia inteiro que tem vinte e quatro horas, ou seja, manhã, tarde e noite. Se por um lado o professor pode se decepcionar ao ver que seus alunos não aprenderam bem determinado assunto que julgava fácil, há outros momentos em que o oposto acontece, este foi o caso, pois pela carência educacional destes alunos eu não esperava que tivessem um aprendizado tão bom.

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A terceira e na quarta aula foram usadas para saber qual é a diferença de horas entre São Paulo e Johanesburgo. Para este fim os alunos usaram as informações que tinham vindas da mídia, estávamos na época de Copa do Mundo, e um mapa de fusos horários. Como tarefa de casa os alunos pesquisaram sobre pólos e meridianos. Esta pesquisa era necessária para que se familiarizassem com termos comuns quando se rata de fusos horários. A última aula foi usada para praticarmos concluirmos o tema. Assim cada aluno registrou o resultado comum da pesquisa. Durante todas as fases os alunos fizeram registros individuais e coletivos. O ideal é que cada sala possua um caderno para os registros coletivos, entretanto, na nossa pesquisa estes registros foram repassados ao professor. 2. METODOLOGIA

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niciamos a parte de campo de nossa pesquisa com aplicação de questionário a fim de saber os sentimentos dos alunos em relação ao ensino de Geografia: Que nota o aluno atribui a si mesmo, quem é o responsável por esta nota, se gosta da aula de Geografia, por que gosta, por que não gosta e qual é a visão que tem da Geografia . Este questionário visava ainda diagnosticar o que os alunos sabiam a respeito do tema. Estes questionários foram aplicados a dois nonos ano, um oitavo ano e dois sétimos anos. A preocupação com a percepção que o aluno tem de si, da matéria e do ambiente escolar se justifica quando entendemos o sujeito como um conjunto dialético de forças internas e externas que se chocam se complementam, se opõem e se modificam. Desta forma, todos os aspectos da vida do aluno devem ser considerados quando queremos saber de suas dificuldades educacionais (REGO, 1995). Para alunos em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica, como os nossos pesquisados, essa relação é mais facilmente visível. Este questionário inicial nos permitiu traçar um plano de ação e definir com quais series poderíamos trabalhar. Após a aplicação destes questionários decidimos trabalhar apenas com as duas salas de sétimo ano e percebemos a enorme dificuldade que enfrentaríamos com estas duas salas. A dificuldade de aplicação dos questionários nos confirmou a variedade das questões educacionais como já havíamos percebidos com Jorge Santos Martins (MARTINS, 2001) e que deveríamos acrescentar uma bibliografia sobre indisciplina escolar ao nosso projeto. Um aspecto interessante dos resultados deste primeiro questionário é que todos os alunos entrevistados se auto avaliaram com notas acima de 7 numa escala de 1 a 10. A maior parte dos alunos considerou que esta boa nota é resultante das praticas do professor. Para a aplicação da Metodologia Investigativa em sala de aula usamos lanternas e bolas de isopor para mostrar o efeito da incidência solar sobre o planeta Terra. Usamos mapas de Fusos - Horários a fim de servir como material para o cálculo de fusos. Durante as aulas alguns alunos brincaram com a bolinha de isopor como jogando uns nos outros, entretanto a maior parte dos grupos usou o material de maneira mais séria. Essa vontade de brincar e se mostrar revela que estes alunos têm muita energia acumulada e que gostariam de gasta-la, entretanto, são poucas as metodologias que tentam canalizar essa energia natural da idade. Nesse sentido a metodologia

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investigativa é um pouco melhor e pode canalizar essa energia para um aprendizado onde o aluno se sinta incluído, onde seu mundo e seus conhecimentos prévios são usados, requeridos e respeitados. Esquemas impressos da incidência solar sobre a Terra também foram usados. Nossa pesquisa contou com o apoio fundamental da professora regente da turma, da diretora da escola e de toda equipe escolar da escola Luís da Câmara Cascudo situada no município de Jandira, Grande São Paulo. Esses esquemas eram impressos e esperávamos que despertassem pouco a atenção do aluno, entretanto, todos se envolveram com maior ou menor interesse na questão da rotação da Terra e a incidência solar. A aplicação de campo da pesquisa se realizou com os alunos do sétimo ano A e sétimo ano B da escola acima mencionada. A média de alunos por dia de cada uma dessas salas era de quarenta alunos. Essa grande quantidade de alunos exigiu mais de nós. O tempo era escasso para atender a todos e as deficiências acumuladas ao longo dos anos tornou o trabalho mais difícil. Em muitos momentos mais de três alunos solicitavam nossa presença e as vezes não tínhamos como atende-los. Cabe salientar que o Projeto Mão na Massa, situado na Estação Ciência, na Lapa, foi um importante motivador do nosso projeto na medida em que é um dos precursores no Brasil e nos mostrou que é possível ensinar de maneira problematizadora. 3. RESULTADOS vasto campo para pesquisa sobre a educação no Brasil revela que a diversidade e quantidade de problemas de ensino no Brasil não devem ser abordadas por perspectivas reducionistas, as quais consideram apenas um ou poucos aspectos como responsáveis pelo caos educacional em que vivemos. As questões socioeconômicas são de vital importância no entendimento do cenário educacional brasileiro (SCHWARTZMAN, 2005). Saúde Pública, Educação Pública, Segurança Pública, Lazer Público, Transporte Público e Moradia são exemplos de como muitos problemas se entrelaçam, se chocam e se sobrepões dialeticamente criando um circulo vicioso que não é nocivo apenas ao cidadão, mas também a nação.

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No caso da nossa pesquisa, estudamos a possibilidade de aplicação da Metodologia Investigativa e seus efeitos no ensino de Geografia em comparação aos resultados da metodologia tradicional. O que tratamos aqui por metodologia tradicional não é mais a secular forma de ensino que prevalece no Brasil desde os tempos em que éramos colônia. Essa mesma educação mudou ao longo do tempo e não pode ser entendida como uniforme e imutável ao longo do tempo. Entretanto tratamos por metodologia tradicional a forma de ensino embebida da forma de ensino pretérita, em especial de algumas décadas atrás, aliada as deficiências do sistema de ensino estadual e das instalações e materiais insuficientes e descontextualizados que são oferecidos a alunos e professores. Novamente cabe lembrar que estamos tratando do sistema estadual de ensino, pois existem iniciativas municipais, de muitos municípios como Taboão da Serra, que agregam novas formas de ensinar outros recursos didáticos materiais. A Metodologia Investigativa é um método de ensino onde o professor deixa de ser detentor e transmissor de todo conhecimento para se tornar um mediador, um facilitador do aprendizado (MARTINS,2001). Ao invés de dar respostas prontas o

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professor conduz seus alunos à descoberta científica. Para tanto é necessário que o professor planeje esta atividade de acordo com o tempo e o material que precisará. Com a metodologia investigativa o aluno deixara seu papel de coadjuvante e passara a ser o centro do processo de ensino/aprendizado. O aluno somente terá o apoio do professor como um facilitador, um orientador: para saber qual método é mais adequado a usar, quais as regras para que o conhecimento produzido seja válido, qual tema pode ser abordado etc. O processo de ensinar por meio da investigação cientifica não é novo, na verdade, se lembrarmos que Sócrates, que figura como personagem na obra A Republica de Platão, não da respostas prontas a seus interlocutores, como Glauco e Adimanto, logo associaremos o seu ensino como um processo de investigação. Nesta obra, Sócrates conduz seus interlocutores a resposta com perguntas, ou seja, conduz estes personagens ao conhecimento por investigação. Este, a investigação por parte do aluno, é um aspecto básico da metodologia investigativa. Os estudos de Ludwik Fleck sobre o coletivo de pensamento são importantes para a forma como vemos a ciência por investigação. Para Fleck quando mais de uma pessoa tem um mesmo estilo de pensamento, esta forma de pensar ganha um poder de coação, ou seja, quanto mais um estilo de pensamento tem adeptos, menos outras formas de ver uma mesma questão tem espaço (RODRIGUES, BORGES, 2008). Ora, este pensamento nos mostra o quanto o que entendemos por conhecimento é ligado a fatores culturais e até grupos específicos dentro de uma cultura. Jonh Dewey entendia que o desenvolvimento intelectual do sujeito não se dava fora do contexto cultural, portanto, o ensino de ciência deveria pensar no cidadão completo (RODRIGUES, BORGES, 2008). Para Dewey não se deve pensar no conhecimento como algo acabado, e sim como um processo continuo, assim, o papel da escola não é o de repassar todo conhecimento humano acumulado, mas possibilitar que este cidadão esteja apto para resolver diferentes situações da sua vida intelectual, social e profissional (RODRIGUES, BORGES, 2008). Estes preceitos que guiaram Dewey, Fleck, que são contemplados na psicologia de Wallon e Vigotsky, e que influenciaram a metodologia investigativa, também guiaram a nossa atuação em sala de aula. Assim, mais do que o tema, fusos – horários, trabalhamos a autonomia de investigação dos alunos, a capacidade de argumentação, de reconsideração e de planejamento. Trabalhamos habilidades. Os alunos manusearam maquetes, interpretaram mapas, observaram o movimento do Sol e pesquisaram em internet e livros. Também tomamos o cuidado de inserir o tema e metodologia ao contexto sociocultural dos alunos. Podemos nos perguntar: como fusos – horários pode se relacionar ao dia-a-dia do aluno? Um exemplo desse vinculo do tema com o contexto sociocultural do aluno foi o uso da Copa do Mundo onde a Cidade de Joanesburgo teve seu horário comparado a São Paulo. Na verdade a própria dinâmica da transição do dia e da noite fazem parte do dia-a-dia de todos nós. Cientes de que o sujeito não é indiferente ao seu meio, ou seja, age de acordo com o ambiente e a situação, (GALVÃO,1995) vemos na Metodologia Investigativa uma possibilidade de aprendizado significativo por parte do aluno. Aplicamos a Metodologia

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Investigativa com dois sétimos anos da escola Luiz da Câmara Cascudo no município de Jandira situado na grande São Paulo. Na primeira etapa do trabalho, na fase diagnóstica, que serviu de base para a aplicação do conteúdo pautado na Metodologia Investigativa, vimos que de 11 alunos que responderam a pesquisa apenas 1 soube dizer como fazer cálculo de Fusos horários. Este resultado confirmava, o que a bibliografia básica e nossas hipóteses iniciais haviam nos indicado: naquele conteúdo específico, tão importante para a formação de um cidadão/aluno, o modelo tradicional de ensino deixara grandes lacunas, em parte, recuperadas com a utilização da metodologia investigativa, na etapa seguinte da pesquisa. Através dos questionários podemos ter uma boa visão a respeito dos resultados da metodologia tradicional em comparação com a metodologia investigativa. Entrevistamos doze alunos antes e depois da aplicação da metodologia investigativa a fim de saber qual seria o resultado por ela gerado. Com as respostas da pergunta a seguir obtivemos o efeito mais conclusivo da nossa pesquisa: O que você acha que ocorre, ou como explica o fato de termos, ao mesmo tempo, enquanto em São Paulo é dia, no Japão ser noite ? Consegue explicar esse fenômeno ? Dos doze alunos que responderam esta pergunta antes da aplicação da metodologia investigativa 7 (sete) deram respostas não satisfatórias e 5 (cinco) deram respostas satisfatórias. Após a aplicação da metodologia investigativa, três semanas depois, fizemos a mesma pergunta aos mesmos 12 (doze) alunos e 11(onze) alunos responderam satisfatoriamente e apenas 1 deu resposta não satisfatória. Ora, esse grande número de acerto sobre uma questão após três semanas da aplicação do tema prova a grande eficiência da metodologia investigativa. Na verdade, a ideia é de que houvesse um contato com este tipo mais investigativo de metodologia do que reprodutivo, desde os anos iniciais, a fim de desenvolver logo cedo uma forma de pensar autônoma, crítica, capaz de gerar soluções aos problemas da sociedade. Os próprios alunos nos demonstraram, indiretamente, a importância que dão a metodologia. Quando perguntados se o professor de Geografia torna a matéria mais fácil de 18 alunos 17 responderam que sim. Ora, a metodologia usada é sem dúvida um dos aspectos pelos quais a matéria se torna mais fácil ou mais difícil ao aluno. Devemos considerar também ai, o respeito do professor a classe, a atenção que da, seu tom de voz etc. Tanto o questionário quanto o dia-a-dia em sala de aula mostraram o quanto esses alunos são apegados a sua professoras e o quanto são carentes. Este resultado é importante por que mostra a importância do ambiente familiar na formação psicológica, e conseguintemente educacional, do sujeito. Sustentamos a importância dos aspectos psicológicos afetivos com Wallon, para quem o desenvolvimento se da em fases de predominância psicológica, ou seja, em cada etapa da vida temos aspectos predominantemente emocionais ou cognitivos (GALVÃO, 1995). A fase em que esses alunos estão, começo da puberdade, é uma fase mais emotiva, nessas fases se da a maior parte da formação do eu do sujeito (GALVÃO, 1995). Um aspecto importante a ser lembrado a respeito da nossa pesquisa diz respeito a equipe escolar. O aspecto breve do nosso trabalho não permitiria que fizéssemos um

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projeto para um trabalho interdisciplinar, entretanto foi fácil verificar que não há um dialogo fluido a respeito das questões principais de cada sala entre os professores. Tampouco percebemos propostas a fim de melhorar a qualidade de educação nesta escola. Há professores que usam o trabalho na escola como segunda opção, ou seja, dedicam mais tempo e energia ao trabalho em escolas particulares. Mais uma vez salientamos que não podemos precipitadamente culpar o professor por esta situação, pelo contrario, este é mais uma vítima do caos do sistema educacional de São Paulo. Alguns professores relataram que o salario que recebem do Estado mal pode pagar suas despesas essenciais, assim, livros e cursos de extensão e cursos de atualização ficam em segundo plano. A dupla jornada de trabalho de trabalho destes professores compromete seriamente a qualidade de sua aula, já que este fica mais cansado e com um tempo menor para preparar as aulas. Se lembrarmos que o planejamento é um dos fatores essenciais para a aplicação da metodologia investigativa, e não é diferente para as outras metodologias, entendemos logo as inter-relações que se estabelecem entre dignidade no ambiente de trabalho, remuneração e qualidade de ensino. Parte dos professores, das duas escolas estaduais visitadas, vem o sistema estadual de ensino como sucateado e entendem que este é um fenômeno conveniente para as empresas de educação. 4. DISCUSSÃO

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artins ressalta que a metodologia investigativa pode produzir importantes resultados no processo de ensino/aprendizagem (MARTINS, 2001) entretanto, devemos levar em consideração muitos aspectos da realidade escolar afim de obter sucesso com tal metodologia. Na verdade, se superarmos os aspectos negativos tanto da estrutura nas escolas como das metodologias, veremos ainda questões importantes a serem tratadas. Segundo o geógrafo Milton Santos, vivemos numa época em que a forma de pensar hegemônica, que é produzida pelos maiores atores do atual capitalismo, e obviamente da atual globalização (SANTOS, 2010). E tal fenômeno tem reflexo também na sala de aula. Percebemos cada vez mais uma rápida mudança no perfil cultural dos alunos. Esta mudança é ditada mais por agentes externos do que internos, na verdade, os agentes internos se mesclam com os externos e formam um novo produto cultural. Isto se relaciona diretamente com a perda de cultura dos nossos alunos em prol da assimilação de outras culturas. Não podemos deixar de mencionar que a própria metodologia investigativa parece se inserir na necessidade do capitalismo atual, onde, o individuo deve criar soluções o tempo todo, afim de manter as empresas maiores cada vez mais competitivas. Por outro lado a metodologia investigativa parece coincidir com ideias do importante psicólogo Vygotsky. Rego mostra o quanto a oralidade é importante no aprendizado (REGO,1995), e um dos aspectos importantes da metodologia investigativa é a necessidade de argumentação por parte do aluno. No cotidiano do ambiente escolar vemos de maneira muito clara que uma rejeição da maior parte dos professores a novas metodologias. Entretanto a classificação de tradicional não cabe naquele ambiente, isto por que aqueles professores trabalham numa estrutura muito adversa. Na verdade, é uma queixa unanime entre os professores que o professor faz o trabalho de psicólogo e mediador de conflitos e pouco faz o trabalho que deveria fazer o de professor.

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O que sobra ao professor é a opção de trabalhar como um herói. Neste caso o professor poderia adotar metodologias alternativas e aumentar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, entretanto sua qualidade de vida poderá ficar comprometida, uma vez que precisara de muito tempo para preparar matéria e material. Claro que esta situação pode gradativamente melhorar para o professor. Um exemplo importante, embora lento, é a batalha judicial para diminuir a carga horária dos professores em sala de aula. Tal mudança é necessária exatamente por que o professor terá mais tampo para preparar suas aulas e por que assim ele terá mais tempo para se aperfeiçoar. 5. CONCLUSÃO

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onforme já orientara Martins, a metodologia investigativa é uma ferramenta importante para o professor no processo de ensino-aprendizagem (MARTINS, 2001) e este aspecto positivo da metodologia investigativa foi sentido desde as primeiras aulas, pois os alunos demonstram gostar da mesma, que para eles é nova. Nas palavras do aluno Lucas da Costa Barbosa, sobre se gostou dessa forma de aprender: “Sim. Por que é uma coisa diferente, que eu nunca vi”. Na verdade, a questão não é apenas da novidade, mas a possibilidade aberta para a criação, a participação do sujeito no processo de construção do conhecimento. Esta visão tem respaldo na psicologia de Wallon, pois para este aspectos internos se chocam, se complementam, se sobrepõem e se fundem afim de formar um novo conhecimento (GALVÃO, 1995), ou seja, o conhecimento anterior do aluno é a base sob a qual o aluno assimila outro conhecimento modificando ambos. Mesmo um tema como Fusos – Horários, considerado árido por boa parte dos educadores da disciplina, se bem trabalhado, pode ser inserido na dinâmica da vida do aluno e trabalhado como projeto de investigação fazendo com que o aluno construa um aprendizado significativo, já que o envolveu afetiva e cognitivamente. Durante as aulas organizadas enquanto conteúdo e também na dinâmica proposta da metodologia investigativa, foi visível o maior interesse dos alunos, que se organizavam em grupo rapidamente, ficavam felizes com cada nova descoberta, perguntavam e argumentavam com seus colegas. Nossos questionários mostraram que o aluno sabe que o professor tem fundamental importância no seu bom ou mal entendimento da matéria e que a metodologia investigativa produz bons resultados. Claro que quando pensamos no professor também estamos pensando na metodologia que este usa. Cabe ressaltar que a professora de Geografia destes alunos, que teve uma ótima aprovação por parte dos alunos, experimente de formas diferentes de dar aula como, por exemplo, o uso e interpretação de músicas. Um aspecto que foi sentido durante o tempo em que permaneci na escola foi que a maior parte dos professores consideram muitos alunos como inimigos, ou seja, vem neles a figura de quem quer atrapalhar sua aula. Claramente essa não é uma situação de ambiente saudável para o professor, mas estes parecem não perceber que muitos desses alunos estão interessados em se divertir ou se mostrar e não necessariamente atrapalhar a aula. Devemos também lembrar do fato de que nesta idade o sujeito prefere atividades mais dinâmicas, daí parte da vantagem da metodologia investigativa.

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Entretanto as carências de aprendizado são grandes e as condições de desenvolvimento educacional pequenas em salas lotadas, pois falta estrutura, material didático o que lesa a execução da proposta em algumas etapas. A maior parte dos alunos carregam deficiências dos anos anteriores, acarretando assim dificuldades no uso e manipulação de outras metodologias, por mais inovadoras que sejam. A maior parte da dificuldade averiguada, diz respeito à indisciplina, carência educacional, carência de material didático e carência de estrutura física da escola. Um fator importante para o bom desenvolvimento de um projeto de pesquisa na escola é o envolvimento da equipe escolar. Apesar de não termos proposto aos outros professores o trabalho interdisciplinar a nossa experiência do dia-a-dia nos mostrou, um grande individualismo por parte dos professores. Este não deve ser interpretado como responsabilidade do professor, posto que este se encontre em condições de trabalho muito adversas. A pouca remuneração, a falta de incentivos a cursos de extensão, as salas de aula lotadas e a indisciplina são fatores que diminuem o entusiasmo do professor pela sua profissão e conseguintemente pelo ensino. Concluímos assim que apesar do prazer e da possibilidade de aprendizado significativo proporcionado aos alunos através da metodologia investigativa há pouca eficiência nas políticas estaduais de educação. A questão da educação envolve muitas questões. Entre elas estão desde a falta de moradia digna até as salas lotadas.

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GOULART, L.B.; REGO, N. Revisitando a Geografia: a perspectiva integradora da pedagogia de projetos. In: IX COLOQUIO INTERNACIONAL DE GEOCRITICA, Porto Alegre, 2007.

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SCHWARTZMAN, Simon. Educação e pobreza no Brasil. [S.I.], 2005. Disponível em:

<http://br.monografias.com/trabalhos/educa cao-pobreza-brasil/educacao-pobrezabrasil.shtml>. Acesso em: 30 out. 2010.

A situação do ensino e as possibilidades da metodologia investigativa Eloi Carvalho Torres Graduando em Geografia pela Universidade Bandeirante Brasil e professor de Geografia da rede estadual de São Paulo Taboão da Serra, SP E-mail: eloironico@gmail.com

TORRES, E.C. A situação do ensino e as possibilidades da metodologia investigativa. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 45-56, jun.-jul., 2012

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Fome X Ignorância Mauricio Carneiro Aquino Médico Veterinário e Mestrando em Ciências da Saúde – UFAL Maceió, AL E-mail: veterinario@mauricioaquino.com

AQUINO, M.C. Fome X Ignorância. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 57-62, jun.-jul., 2012

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fome pode ser classificada em aguda, que é momentânea e a crônica, que é permanente e ocorre quando não consumimos, diariamente, o suficiente para a manutenção de nosso organismo.

Um bilhão de pessoas, quase um sexto da população mundial, sofria de desnutrição em 2009, de acordo com Martins (2009, p.1) e embora o Brasil seja o quarto maior produtor mundial de alimentos, produzindo 25.7% a mais do que necessitamos para alimentar nossa sua população, ele também ocupa, entre todos os países no mundo, o 6° lugar em subnutrição. “A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que anualmente desperdiçamos 26 milhões de toneladas de alimentos no país. O montante seria suficiente para alimentar 35 milhões dos cerca de 72 milhões de brasileiros, segundo o IBGE, em situação de insegurança alimentar” (ECODEBATES, 2009). De acordo com a FUNDAMIG (2009, P.1) o desperdício diário equivale a 39 mil toneladas de alimentos, quantidade suficiente para saciar a fome de 19 milhões de brasileiros, com as três refeições básicas: café da manhã, almoço e jantar. “A Bahia é o estado brasileiro com a maior concentração de pessoas em situação de extrema pobreza (2,4 milhões), de acordo com dados Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. [...] Os três estados com maior número de pessoas em extrema pobreza estão no Nordeste - o segundo é o Maranhão (1,7 milhão) e o terceiro é o Ceará (1,5 milhão). O Pará, na região Norte, é o quarto (1,43 milhão). O quinto é Pernambuco (1,37 milhão) e, em sexto, está São Paulo (1,08 milhão). [...] O ministério informou que o Brasil tem 16,27 milhões de pessoas nessa condição” (WSCOM, 2011). O estado de Alagoas aparece em 10º lugar e segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, temos 633.650 pessoas em extrema pobreza, o que representa 20.3% da população total do estado (CALHEIROS, 2011). Para que o governo possa assegurar segurança alimentar para toda a sua população, de acordo com o Banco de Alimentos (2011, p.1), é importante discutir-se várias causas: cidadania; distribuição igualitária de alimentos e combate ao desperdício; superação da pobreza; escolaridade e saneamento básico; inserção social; geração de renda; quantidade e qualidade da alimentação. Uma educação de qualidade, pelo menos em minha opinião, é prioridade entre todas as outras, pois dar o peixe ajuda a matar a fome, mas não ensina ninguém a pescar, contribuindo apenas, para a perpetuação do assistencialismo em favorecimento da

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miséria, o que só beneficia a curto prazo, a classe política dominante que, tradicionalmente, manipula esses eleitores na base do toma-lá-dá-cá. Mas até que possamos colher os frutos da conscientização social em prol da segurança alimentar, o caracol africano, que a imprensa vem alardeando como uma praga nociva, na verdade, engendra algumas das qualidades essenciais para minimizar a desnutrição do país: abundância e alto valor nutricional. O Achatina (Lissachatina) fulica (BOWDICH, 1822) encontra-se hoje ocupando todos os Estados da União, confirmadamente desde o Roraima, RR até o Rio Grande do Sul, RS. Dos sete (7) Biomas biogeográficos de terra firme ocorrentes no Brasil, apenas o “Bioma Pampa” é o único ambiente natural que “ainda” não foi invadido pelo caracol exótico africano Achatina (Lissachatina) fulica (Bowdich, 1822). A sua Distribuição mais "Meridional" (ao Sul) no Continente da América do Sul encontra-se justo no Brasil, na cidade e Município de Torres, RS, domínio da Mata Atlântica limítrofe com o Bioma Pampa. Os registros conhecidos da espécie para os vizinhos países do Paraguai e da Argentina também correspondem ao domínio da Mata Atlântica (AGUDO-PADRÓN, 2011). Em setembro deste ano participei do encontro brasileiro de malacologia, que reuniu os maiores nomes do país no XXII EBRAM – 2011, em Fortaleza e durante um dos debates, sugeri que o caracol africano, presente hoje, em todos os estados brasileiros, poderia constituir-se numa alternativa alimentar de excelente qualidade, capaz de minimizar a desnutrição das comunidades mais carentes e para isso seria necessário apenas, eliminar-se o preconceito alimentar. Esta prática contribuiria ainda para o eficiente controle do Caracol Africano, como vem ocorrendo, contemporaneamente, na China.

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Não é preciso dizer que a sugestão gerou um debate exaltado entre eu e alguns pesquisadores que fingem desconhecer a realidade da fome no Brasil. Atualmente, o Brasil lidera o processo de extinção de “caracóis nativos endêmicos” no continente sulamericano, muitos deles ameaçados de extinção devido a ação antrópica. Mas essa situação começa a mudar, pois há um consenso quase generalizado de que a “Campanhas Públicas Terroristas - Doentias e Mal Conduzidas” desde o ano de 2003 “Pro Erradicação do Carol Africano (Achatina fulica) no Meio Ambiente do Brasil”, têm como reflexo, a aceleração do processo de extinção das nossas espécies nativas de caracóis terrestres, especialmente os representantes específicas das Famílias BULIMULIDAE, STROPHOCHEILIDAE e MEGALOBULIMIDAE, muitas delas formas raras, endêmicas e no geral muito pouco conhecidas cientificamente até hoje. E o pior é que o Brasil, com suas dimensões continentais e aparente desenvolvimento, vem influenciando seus “vizinhos territoriais” a seguir a mesma trilha desastrosa (AGUDOPADRÓN, 2011). Mesmo assim outras sandices vêm sendo praticadas, entre elas, a difusão em larga escala de inverdades que definem o Africano como espécie não comestível, como hospedeiro intermediário responsável pela transmissão de um significativo número de casos de Meningite Eosinofílica, como se ele fosse o único capaz de transmiti-las no país ou até identificá-la como transmissora da esquistossomose, uma gravíssima doença transmitida por outro gênero de molusco nativo. Resumidamente, podemos citar, de acordo com Thiengo et al. (2010, p.198) a ocorrência de apenas 2 casos de Meningite Eosinofílica, 23 anos

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depois da introdução do Caracol Africano no país, devido, exclusivamente, a ingestão desse molusco cru em Pernambuco. Os outros dois casos estão associados à ingestão de uma lesma de jardim crua, Sarasinula marginata, fruto de uma inconsequente disputa de “coragem” entre dois capixabas, num churrasco de domingo, em 2006, em Cariacica – ES (CALDEIRA et al., 2007). Além do Caracol Africano, outros moluscos têm sido apontados como hospedeiros intermediários do A. cantonensis: Sarasinula marginata, Subulina octona, Bradybaena similaris. Mas devem existir muitos outros, pois, de acordo com Thiengo et al. (2010, p.198) o A. cantonensis e outras espécies congêneres como o A. costaricensis tem baixa especificidade em relação aos seus hospedeiros intermediários e vários moluscos terrestres e aquáticos tem sido encontrados naturalmente infectados. Outra revelação é a citação de Maldonado Júnior et al. (2010) que sugere que a distribuição silvestre do A. cantonensis no Brasil seja fruto, provavelmente, de múltiplas introduções do parasita desde o período colonial, devido ao intenso comércio existente na época que favoreceu a introdução de ratos infestados pelo parasita. Logo, tudo leva a crer que a ME é uma enfermidade muito rara, pois já deveríamos tê-la diagnosticado anteriormente no Brasil já que o parasito e os seus hospedeiros intermediários estão aqui há séculos. Este é mais um argumento que me leva a sugerir o uso do Caracol Africano como alimento para a população e como forma de controle populacional. Fagbuaro (2006, p.688) assegura que o Caracol Africano é uma boa fonte de proteínas (18 ~ 21%) onde na Nigéria, um único

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caracol pequeno, com 25 gramas, fornece 45% da necessidade diária de PTN de uma criança. Hoje em dia, caracol é uma parte significativa e essencial da dieta diária de várias tribos no litoral nigeriano. O caracol é rico em minerais como zinco, magnésio, cálcio, fósforo, potássio, sódio e ferro. De acordo com Bender (1992) o ferro presente na carne de caracóis é 35% absorvido pelo nosso organismo, contra 1 ~ 10% do ferro presente em alimentos de origem vegetal. Portanto, o consumo do Caracol Africano não só é recomendável, mas pode minimizar a desnutrição milhões de jovens e adultos em nosso país e, quem sabe, salvar milhares de vidas. Mas para isso, o preconceito generalizado contra o caracol africano deve ser combatido com todas as armas disponíveis. Dessa forma o copo meio vazio seria visto como meio cheio e com esta simples aceitação da realidade, estaríamos transformando um problema, numa solução. “Não se chegará jamais à paz com o mundo dividido entre a abundância e a miséria, o luxo e a pobreza, o desperdício e a fome. É preciso acabar com essa desigualdade social”. Josué de Castro.

REFERÊNCIAS AGUDO-PADRÓN, A. Ignacio. Projeto "Avulsos Malacológicos - AM", Florianópolis/ SC, Com. pers. 2011.

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ECODEBATE. Volume de alimentos desperdiçados no país alimentaria 35 milhões de pessoas. [S.I.], 2009. Disponível em: <http://www.ecodebate.com.br/2009/01 /23/volume-de-alimentosdesperdicados-no-pais-alimentaria-35milhoes-de-pessoas/>. Acesso em: 26 set. 2011.

BENDER, A., 1992. Meat and meat products in human nutrition in developing countries FAO Food and Nutrition. FAO, Rome, p.53. Disponível em: <http://www.fao.org/docrep/T0562E/T0 562E00.HTM> Acesso em: 28 set. 2011.

FAGBUARO, O. et.al. Nutritional status of four species of giant land snails in Nigeria. Journal of Zhejiang University SCIENCE B. Nigériga, [S.I.], v. 7, n. 9, p. 686-689, 2006. Disponível em: <http://www.springerlink.com/content/v2 x3643157735442/> Acesso em: 23 set. 2011

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CALHEIROS, Valdete. Segurança Alimentar é desafio em Alagoas. [S.I.], [200-]. Disponível em:

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MARTINS, Fernanda. ONU Avalia que a fome no mundo cresceu: Combinação de crise alimentar com a desaceleração econômica global fez com que esse número aumentasse em 2009. [S.I.]: Espaço Cidadania, [200-]. Disponível em: <http://www.metodista.br/cidadania/74/ onu-avalia-que-a-fome-no-mundocresceu> Acesso em: 26 set. 2011.

pobres. Nordeste é a região que concentra maioria de pessoas nessa condição. [S.I.], 2011. Disponível em: <http://www.wscom.com.br/noticia/brasi l/BAHIA+E+ESTADO+COM+MAIS+MI SERAVEIS-105729>. Acesso em: 26 set. 2011.

THIENGO, S.C. et al. The giant African snail Achatina fulica as natural

Fome X Ignorância Mauricio Carneiro Aquino Médico Veterinário e Mestrando em Ciências da Saúde – UFAL Maceió, AL E-mail: veterinario@mauricioaquino.com

AQUINO, M.C. Fome X Ignorância. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 57-62, jun.-jul., 2012

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RESUMO DE PESQUISA MALACOLÓGICA I: Malacofauna ocorrente na região central da Grande Porto Alegre, RS: uma aproximação ao seu conhecimento integral A. Ignacio Agudo-Padrón Geógrafo e Bacharelando em Ciências Biológicas Projeto Avulsos Malacológicos, Caixa Postal 010, 88010-970 Centro, Florianópolis, SC E-mail: ignacioagudo@gmail.com Site: http://noticias-malacologicas-am.webnode.pt/

AGUDO-PADRÓN, A.I. Resumo de Pesquisa Malacológica I: Malacofauna ocorrente na região central da Grande Porto Alegre, RS: uma aproximação ao seu conhecimento integral. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, n. 8, p. 63-64, jun.-jul., 2012

RESUMO

A

situação do efetivo conhecimento hoje disponível quanto à diversidade e estado de conservação da fauna de moluscos continentais ocorrente no território espacial geopolítico da seção central metropolitana da Grande Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, RS, extremo Sul do Brasil domínio do Bioma Pampa, é analisada e discutida a partir da nossa ativa participação em pesquisa autônoma, referencial e de campo, desenvolvida na região desde a Primavera do ano de 2004, visando o seu inédito levantamento integral. Geograficamente localizada na margem direita do denominado Delta do Jacuí (na bacia hidrográfica do mesmo nome), e legalmente protegida sob a categoria de Parque Ecológico Estadual junto ao polêmico Lago Guaíba, domínio das grandes bacias hidrográficas do Gravataí e dos Sinos (severamente poluídas pela ação antrópica indiscriminada), a região e integrada principalmente pelos Municípios de Cachoeirinha (sede da pesquisa), Canoas e Gravataí, sendo até agora detentora no seu conjunto de 69 espécies e subespécies malacológicas reconhecidas, dentre elas 45 gastrópodes – 25 límnicos e 20 terrícolas (destaque para os gastrópodes nativos Drymaeus acervatus Pilsbry, 1895, representante da família BULIMULIDAE no Município de Gravataí, e o microcaracol SYSTROPHIDAE Prohappia besckei (Dunker, 1847), no vizinho Município de Eldorado do Sul), assim como 24 bivalves, equivalentes ao 35% do total conhecido para o Estado, incluídas em 44 gêneros, 24 famílias e 2 classes taxonômicas. Destas, 14 correspondem a espécies exóticas introduzidas e invasoras (11 gastropoda – 1 límnica e 10 terrícolas & 3 bivalvia), sendo destaque as espécies Milax gagates (Draparnaud, 1801) e Milax valentianus Férussac, 1821, lesmas exóticas europeias representantes da família MILACIDAE Ellis, 1926 cuja ocorrência no Brasil nunca antes tinha sido

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verificada. Entre as formas nativas pelo menos 8 bivalves UNIONOIDA aparecem ostentando algum grau de ameaça, conforme consta nas Listas Vermelhas Nacional e Estadual da Fauna Ameaçada de Extinção. Pela sua vez, duas espécies gastrópodes aquáticas figuram na condição de reconhecidos vetores de doenças parasíticas com interesse médico e veterinário na região – Biomphalaria glabrata Say, 1818 (transmissor de Esquistossomose no Município de Esteio), e Lymnaea viatrix (d’Orbigny, 1835) (agente de Fasciolose em gado bovino no vizinho Município de Eldorado do Sul). Territorialmente destaca-se o Município de Canoas, ostentando um total de 45 das espécies assim registradas (22 Gastropoda & 23 Bivalvia), seguido pelos Municípios vizinhos de Cachoeirinha (com 42 registros – 32 Gastropoda & 10 Bivalvia) e Gravataí (com 26 registros – 23 Gastropoda & 3 Bivalvia). Adicionalmente, 2 espécies de serpentes malacófagas foram registradas na região estudada: Sibynomorphus neuwiedi (Ihering, 1911) & Sibynomorphus ventrimaculatus (Boulenger, 1885) (Reptilia: Serpentes: Dipsadidae).

AGRADECIMENTOS Agradecemos a participação ativa do acadêmico de Ciências Biológicas da ULBRA/ Canoas, RS, Paulo Lenhard, pela sua constante assistência no transcurso dos trabalhos em campo e gabinete por nós desenvolvidos.

Resumo de Pesquisa Malacológica I: Malacofauna ocorrente na região central da Grande Porto Alegre, RS: uma aproximação ao seu conhecimento integral A. Ignacio Agudo-Padrón Geógrafo e Bacharelando em Ciências Biológicas Projeto Avulsos Malacológicos, Caixa Postal 010, 88010-970 Centro, Florianópolis, SC E-mail: ignacioagudo@gmail.com Site: http://noticias-malacologicas-am.webnode.pt/

AGUDO-PADRÓN, A.I. Resumo de Pesquisa Malacológica I: Malacofauna ocorrente na região central da Grande Porto Alegre, RS: uma aproximação ao seu conhecimento integral. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, n. 8, p. 63-64, jun.-jul., 2012

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O Estado americano como grande ator nas relações internacionais Veriberto Vieira Aines Licenciatura Plena em História (Universidade Estadual da Paraíba). Cursando PósGraduação em História, Sociedade e Cidadania – UniCeub Brasília, DF E-mail: betoaines@gmail.com

AINES, V.V. O Estado americano como grande ator nas relações internacionais. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 65-68, jun.-jul., 2012

RESUMO Esse artigo tem como principal propósito buscar entender as tensas relações e o intervencionismo dos Estados Unidos da América em países do Oriente Médio, como Iraque e Afeganistão. Nesse estudo será verificado o discurso que o governo americano utiliza, sempre que acha por bem invadir um país do Médio Oriente, discurso que na maioria das vezes é erguido a partir da deturpação dos princípios da religião do islã, sempre

buscando relacionar os seus líderes e membros como um todo, a radicais extremistas que usam essa religião e seus preceitos para pôr em prática atentados terroristas, espalhando o medo e o ódio entre os povos de todo o mundo para com os seus seguidores. Levantamos essa discussão na intenção de mostrar que por trás desse discurso, tem interesses políticos dos americanos em manter aquela área sempre em conflito.

Palavras-chave: Oriente Médio; intervenção; conflito; Islã; atentados; terrorismo; guerra ABSTRACT This article has as main purpose to seek to understand the strained relations and interventionism of the United States of America in Middle Eastern countries such as Iraq and Afghanistan. In this study will be verified the speech that the American Government uses, whenever you think by well invade a country of the Middle East, speech which most often is erected from the misrepresentation of the principles of

the religion of Islam, always seeking to relate their leaders and members as a whole, the radical extremists who use this religion and its precepts to implement terrorist attacks, spreading fear and hatred between the peoples of the world with their followers. We raise this discussion in order to show that behind this speech have Americans ' political interests in maintaining that area always in conflict.

Keywords: Middle East; intervention; conflict; Islam; bombings; terrorism; war

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1. INTRODUÇÃO

N

a visão e análise de historiador chega a ser revoltante ver o cinismo com que os Estados Unidos da América, tratam e intervém nos conflitos do Oriente Médio. Essa pose de principal ator político internacional incorporado pelos americanos, e a tutela que os mesmos parecem acreditar possuir de países do Oriente Médio, fato que pode facilmente verificável a partir dos discursos que os seus representantes políticos apresentam, de que estão invadindo e instalando uma guerra em países como o Iraque e o Afeganistão para libertarem esses países de regimes ditatoriais, nada mais é do que uma maneira desprezível, que os governos americanos usam para invadir, matar e perseguir povos que estão fora do alcance do poder econômico e cultural exercido pelos EUA. Esse artigo vai analisar essa situação e buscar o ponto de vista de autores que teorizam sobre a tentativa de se tornar, todos os seguidores do Islã, pessoas ligadas a atos terroristas. Ao mesmo tempo será analisado o discurso dos Estados Unidos da América, de que sabe que existem seguidores da religião do Islã que não só não aprovam como condenam quem quer seja e a qual religião pertença, que por ventura venha a praticar ou apoiar atos extremos e radicais, como são vistas todas as ações terroristas de uma maneira geral. Nessa análise serão utilizadas duas fontes de pesquisa principais, uma são fontes retiradas do livro do historiador Eric Hobsbawn, “Globalização, Democracia e Terrorismo” que tem uma análise que se encaixa perfeitamente nessa discussão, a partir de um viés político, das relações internacionais que os Estados Unidos da América mantêm com países como o Iraque e o Afeganistão. A outra fonte principal é um texto retirado do livro Bem-vindo ao deserto do real de Slavoj Zizek, texto que tem o título de “Reapropiações: A lição do Mulá Omar” e que apesar de também trazer uma analise política sobre a intervenção norte-americana nos Estados Unidos, procura analisar também a questão pelo viés da ótica religiosa, disseminada como uma das principais causadoras de conflitos, que ocorrem no Médio Oriente. 2. “O INTERVENCIONISMO AMERICANO EM PAÍSES DO ORIENTE MÉDIO”

O

s EUA aparecem na mídia sempre que se envolvem em um conflito no Oriente Médio, como um agente libertador, que está buscando levar para a população daquela área em conflito, os ideais de liberdade, combatendo possíveis ditadores e terroristas que venham a está fazendo do povo das áreas em que dominam de vítimas. Assim ocorreu com o caso do Afeganistão de Bin Laden e também no Iraque de Sadam Husseim. No caso do Afeganistão vemos clara a tentativa dos Estados Unidos de aparecer como um ator político que tinha a obrigação de combater o perigo terrorista que vinha daquele país, representado por Bin Laden e a Al-Qaeda, especialmente após os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001. Bin Laden além de representar um líder político, sempre apareceu, principalmente após os atentados nos EUA como um líder religioso, evocando o seu povo a se levantar na luta contra os infiéis do Ocidente. O fato de ser o Osama Bin Laden esse líder religioso, além de político, faz muitas vezes alguns analistas da situação política internacional, tentar ligar o revanchismo terrorista pregado por facções como a Al Qaeda à religião do islã. Porém existem teóricos que defendem que a religião do Islã não pode ser culpada por atos terroristas que usam seu nome para atacar e matar, dentro e fora do Oriente Médio. No texto Reapropriações: A Lição do Mulá Omar, o autor deixa bem clara essa ideia: p 49:

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“os terroristas traíram o verdadeiro espírito do islã, não expressam os interesses e esperanças das miseráveis massas árabes...” Porém assim como é incrível ver que como no momento imediato após os atentados do dia 11 de Setembro os Estados Unidos pareceram perplexos e atordoados, é incrível também ver como o governo do país manipulou os fatos, para reafirmar o seu discurso de grande defensor da paz mundial, aquele que combate o terror por todo o mundo e que por isso é o principal alvo das organizações terroristas. O texto Reapropriações: A Lição do Mulá Omar relata que nos dias que se seguiram aos atentados houve um apelo muito grande com relação a um patriotismo exacerbado, o que pode ser visto como sendo também mais uma tentativa do governo americano em arregimentar adeptos para apoiá-los nas campanhas de invasão implantadas em países do Oriente Médio. p 61: “Nos dias seguintes ao 11 de Setembro, os americanos redescobriram em masse o orgulho americano, exibindo bandeiras e cantando em coro em público, mas devo enfatizar, agora mais que nunca, que não há nada de “inocente” nessa redescoberta da inocência americana, nesse abandono do sentimento de culpa ou ironia histórica que evitou que muitos americanos assumissem integralmente sua identidade nacional.”

Seria cômico, se não fosse a tragédia e o horror que esse intervencionismo tem causado pelo mundo, ver os Estados Unidos posarem de vitimas, de ofendidos por líderes políticos do Oriente Médio, líderes que eles mesmos, os Estados Unidos da América, ajudaram a chegar ao poder e foram coniventes com a política ditatorial implantada, em regiões do mundo há tempos massacrada por conflitos. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

E

eis que chegamos ao fim dessa breve análise, com a certeza de que este é um tema que está longe de ser esgotado, e não seria claro, essa nossa explanação, que teria a pretensão de alcançar esse êxito. O que tentamos fazer aqui foi apenas iniciar um estudo sobre um tema interessantíssimo, pelo menos a nosso ver, como é tudo o que diz respeito a esse intervencionismo norte-americano no Oriente Médio e as consequências que muitas vezes, a sociedade americana e até de outros países que são seus aliados pagam, por insistirem nessa farsa que os Estados Unidos insistem em chamar de “guerra contra o terror”, para denominar as intervenções armadas que os mesmos têm posto em ação em países como o Iraque e o Afeganistão, os quais foram os principais alvos nessa nossa busca em entender um pouco da dinâmica dessa política intervencionista norte-americana, na parte médio oriental do planeta. A escolha de fazer uma análise como esta, partindo de um viés político e religioso, foi feita por entendermos que esses são fatores de extrema importância, para aqueles que como nós, buscam uma lógica, se é que a mesma existe, para explicar a causa de tantas atrocidades, como aquelas que são cometidas, tanto por grupos terroristas dos países do Médio Oriente, que impõe o seu o poder e a sua fúria a países poderosos como o líder capitalista, os Estados Unidos da América, como também verificar se pode existir de alguma maneira uma explicação que não seja desprezível, feita por esse país por último citado, quando tenta convencer o mundo que sua presença militar em terras tão longínquas, como são o caso do Iraque e do Afeganistão, por meio de intervenção militar e guerra, tem somente o objetivo de levar aqueles lugares, ao final dos conflitos, a democracia e a paz que os mesmos têm direito.

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Essa democracia pregada pelos Estados Unidos para ser aplicada no Oriente Médio vemos como sendo, inclusive, o direito que os povos daquela região devem ter de se afastarem de líderes e praticantes como um todo, da religião do Islã, que por mais que os mesmos e alguns teóricos que estudam o tema, digam que não pode ser culpada por atos extremos de alguns terroristas, entendemos que os americanos são rivais da mesma, também pelo fato de seus principais inimigos na região terem uma ligação com aquela religião.

REFERÊNCIAS ZIZEK, Slajov. Bem-vindo ao deserto do Real: cinco ensaios sobre o 11 de Setembro e datas relacionadas / Slajov Zizek; tradução Paulo Cezar Castanheira – Boitempo Editorial, 2003.

HOBSBAWM, Hobbes. Globalização, Democracia e Terrorismo / Eric Hobsbawm; tradução José Viegas – São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

OBSERVAÇÂO Trabalho apresentado como verificação do rendimento Escolar, da disciplina Cidadania, Sociedade Global e Poder Imperial do Curso de Especialização em História, Sociedade e Cidadania do UNICEUB, ministrada pelo professor Luís Cláudio.

O Estado americano como grande ator nas relações internacionais Veriberto Vieira Aines Licenciatura Plena em História (Universidade Estadual da Paraíba). Cursando PósGraduação em História, Sociedade e Cidadania – UniCeub Brasília, DF E-mail: betoaines@gmail.com

AINES, V.V. O Estado americano como grande ator nas relações internacionais. Rev. Esp. Cient. Livre (ISSN 2236-9538), Brasil, v.2, n. 8, p. 65-68, jun.-jul., 2012

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LEIA E CURTA A

http://issuu.com/rev_espaco_cientifico_livre


CURSO GRĂ TIS EM: http://www.buzzero.com/autores/veronica-silva


EVENTOS ACADÊMICOS: Ciências Biológicas e Saúde SIMPÓSIO DO CONSELHO NACIONAL DE CONTROLE DE EXPERIMENT AÇÃO ANIMAL (CONCEA) E REGULAMENT AÇÃO DO USO DE ANIMAIS DE EXPERIMENT AÇ ÃO NO BRASIL Em 13 e 14 de junho de 2012. Local: Brasília, DF. Maiores informações em: simposio.concea@mct.gov.br / http://www.mct.gov.br/upd_blob/0220/220473.doc

1º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GENÔMICA E ESPORTE De 27 a 29 de junho de 2012. Local: São Paulo, SP. Maiores informações em: http://www.sbge2012.com.br/

SEMINÁRIO SAÚDE INTERNACIONAL / SAÚDE GLOBAL: PERSPECTIVAS HISTÓRICAS DA AMÉRICA L AT INA De 28 a 29 de junho de 2012. Local: Rio de Janeiro, RJ. Maiores informações em: http://www.coc.fiocruz.br/

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Seminário Saúde Internacional | Saúde Global: Perspectivas Históricas da América Latina e Caribe

28 — 29 de junho | 2012 Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil Av. Brasil 4036 sala 407 (Expansão do Campus) Informações e inscrições: saudeglobal@coc.fiocruz.br www.coc.fiocruz.br

História


SEMINÁRIOS INTERNACIONAIS SOBRE ECONOMIA CLÍNICA E GESTÃO DO CUID ADO BRASIL - ALEMANHA 2012 Dias 03 e 06 de julho de 2012. Local: Niterói, RJ. Maiores informações em: http://www.uff.br/cedoc/

CICLOS DE PALESTRAS: DOENÇAS R ARAS E AS DEFICIÊNCIAS Em 23 de junho de 2012. Local: São Paulo, SP. Maiores informações em: http://estudandoraras.blogspot.com

I SIMPÓSIO DE BIOTERISMO EINSTEIN - MANEJO, LEGISLAÇÃO, ÉTICA E SEGURANÇA De 21 a 22 de junho de 2012. Local: São Paulo, SP. Maiores informações em: http://www.einstein.br/Ensino/event os/Paginas/simposio -de-bioterismoeinstein-manejo-legislacao-etica-e-seguranca.aspx

10º CONGRESSO INTERNACIONAL DE BIOLOGIA CELULAR & 16º CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOLOGIA CELULAR De 25 a 28 de julho de 2012. Local: Rio de Janeiro, RJ. Maiores informações em: http://www.sbbc.org.br/iccb

XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE NEUROLOGIA De 04 a 08 de agosto de 2012. Local: Goiânia, GO. Maiores informações em: http://www.neurogoiania2012.com.br/

15º CONGRESSO BRASILEIRO DOS CONSELHOS DE ENFERMAGEM CBCENF De 09 a 12 de agosto de 2012. Local: Fortaleza, CE. Maiores informações em: http://189.75.118.67/CBCENF/site/15cbcenf/home/index.php

IV FÓRUM INTERNACIONAL SOBRE SEGUR ANÇA DO PACIENTE: ERROS DE MEDIC AÇÃO De 17 a 18 de agosto de 2012. Local: Belo Horizonte, MG. Maiores informações em: http://www.ismp-brasil.org/

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VII SEMANA ACADÊMIC A DE FARMÁCIA DA UNICAMP (SAF) De 14 a 18 de agosto de 2012. Local: Campinas, SP. Maiores informações em: http://www.unicampsaf.com.br/

XXVII REUNIÃO ANUAL FEDERAÇÃO DE SOCIEDADES DE BIOLOGIA EXPERIMENT AL (FeSBE 2012) De 22 a 25 de agosto de 2012. Local: Águas de Lindóia, SP. Maiores informações em: http://www.fesbe.org.br/fesbe2012

IV CONGRESSO INTERNACIONAL DE SAÚDE D A CRIANÇA E DO ADOLESCENTE De 30 de agosto a 02 de setembro de 2012. Local: São Paulo, SP. Maiores informações em: http://www.congressocdh.com.br/

6º CONGRESSO INTERNACIONAL DE FISIOTERAPIA De 13 a 16 de setembro de 2012. Local: Natal, RN. Maiores informações em: http://www.sbf.org.br/

XXII SIMPÓSIO DE PLANT AS MEDICINAIS DO BRASIL De 18 a 21 de setembro de 2012. Local: Bento Gonçalves, RS. Maiores informações em: http://simposioplantasmedicinais.blogspot.com/

III SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PLANT AS MEDICINAIS E NUTRACÊUTIC AS (3SIPMN) E III CONFERÊNCIA DO INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE FRUT OS TROPICAIS De 14 a 19 de outubro de 2012. Local: Centro de Convenções de Aracaju/SE Maiores informações em: http://www.3ismnp.com.br/

II CONGRESSO MEIO-NORTE DE MEDICINA L ABORATORIAL – II MEDL AB De 20 a 22 de setembro de 2012. Local: Teresina, PI. Maiores informações em: http://www.pesquisapiaui.com.br/medlab/

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EVENTOS ACADÊMICOS: Ciências Exatas e da Terra V SIMPÓSIO DE CONTROLE DE QUALIDADE DO PESCADO - SIMCOPE De 19 a 21 de junho de 2012. Local: Santos, SP. Maiores informações em: http://www.simcope.com.br/

RIO+20: UNITED NATIONS CONFERENCE ON SUSTAINABLE DEVELOPMENT De 20 a 22 de junho de 2012. Local: Rio de Janeiro, RJ. Maiores informações em: http://www.uncsd2012.org/rio20/

CONGRESSO INTERNACIONAL DA ASSOCIATION FOR TROPICAL BIOLOGY AND CONSERVATION (ATBC) De 19 a 22 de junho de 2012. Local: Bonito, MS. Maiores informações em: http://www.atbc2012.org/

VII SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA REGIÃO NORDESTE SEPRONe 2012 De 26 a 29 de junho de 2012. Local: Universidade Federal Rural do Semi-Árido Mossoró/RN Maiores informações em: http://www.seprone2012.com.br; contato@seprone2012.com.br

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AQUACIÊNCIA 2012 De 01 a 05 de julho de 2012. Local: Palmas, TO. Maiores informações em: http://aquaciencia.com.br/

XXXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE COMPUTAÇÃO (CSBC) De 16 a 19 de julho de 2012. Local: Curitiba, PR. Maiores informações em: http://www.imago.ufpr.br/csbc2012/

5TH LNCC MEETING ON COMPUTATIONAL MODELING De 16 a 19 de julho de 2012. Local: Petrópolis, RJ. Maiores informações em: http://www.lncc.br/meeting2012/

7º ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA ELÉTRICA (ENEEEL) De 23 a 29 de julho de 2012. Local: São Carlos, SP. Maiores informações em: http://www.eneeel2012.com.br/

II SIMPÓSIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA – SNEA 2012 De 24 a 27 de julho de 2012. Local: São Paulo, SP. Maiores informações em: http://snea.if.usp.br/home

XIX REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA De 29 de julho a 03 de agosto de 2012. Local: Lages, SC. Maiores informações em: http://rbmcsa.com.br/

7º CONGRESSO NACIONAL EM ENGENHARIA MECÂNICA De 31 de julho a 03 de agosto de 2012. Local: São Luís, MA. Maiores informações em: http://www.conem2012.com.br/

12 ERGODESIGN USIHC De 12 a 16 de agosto de 2012. Local: Natal, RN. Maiores informações em: http://www.ergodesign-usihc.com.br/2012/

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CONGRESSO ABIPTI (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INSTITUIÇÕES DE PESQUISA TECNOLÓGICA E INOVAÇÃO) 2012 De 14 a 16 de agosto de 2012. Local: Brasília, DF. Maiores informações em: http://www.abipti.org.br/congresso2012

19º CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE De 26 a 29 de agosto de 2012. Local: Belém, PA. Maiores informações em: http://www.congressocfc.org.br/

IV PETROLEUM AND CHEMICAL INDUSTRY CONFERENCE - BRASIL (IV PCIC BR) De 27 a 29 de agosto de 2012. Local: Rio de Janeiro, RJ. Maiores informações em: http://www.ieee.org.br/pcicbr/index.htm

28º CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS De 03 a 06 de setembro de 2012. Local: Campo Grande, MS. Maiores informações em: http://www.congressosbcpd.com.br/

XIX CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA QUÍMICA (COBEQ 2012) De 09 a 12 de setembro de 2012. Local: Búzios, RJ. Maiores informações em: http://www.cobeq2012.com.br/

SEEMTEC'2012 - SEMANA DO ENSINO MÉDIO E TÉCNICO DO COTUCA & II MOSTRA DE TRABALHOS DE CURSOS TÉCNICOS De 10 a 13 de setembro de 2012. Local: Centro de Convenções da Unicamp, Campinas, SP. Maiores informações em: http://seemtec2012.cotuca.unicamp.br/; seemtec@cotuca.unicamp.br

VIII SEMINÁRIO DA AGROINDÚSTRIA - SEMINAGRO e V JORNADA NACIONAL DA AGROINDÚSTRIA De 11 a 14 de setembro de 2012. Local: UFPB – Campus III – Bananeiras, PB. Maiores informações em: http://www.seminagro.com/

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XXXIV CONGRESSO NACIONAL DE MATEMÁTICA APLICADA E COMPUTACIONAL De 17 a 21 de setembro de 2012. Local: Águas de Lindóia, SP. Maiores informações em: http://www.cnmac2012.org.br/

VI ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓSGRADUAÇÃO E PESQUISA EM AMBIENTE E SOCIEDADE (ANPPAS) De 18 a 21 de setembro de 2012. Local: Belém, PA. Maiores informações em: http://www.anppas.org.br/novosite/index.php?p=oque

XX SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ENGENHARIA AUTOMOTIVA – SIMEA 2012 De 24 a 25 de setembro de 2012. Local: São Paulo, SP. Maiores informações em: http://aea.org.br/v1/ai1ec_event/xx-simposio-internacionalde-engenharia-automotiva-simea-2012/?instance_id=

10º P&D DESIGN - CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGN De 10 a 13 de outubro de 2012. Local: São Luís, MA. Maiores informações em: http://www.peddesign2012.ufma.br/home/

32º ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (ENEGEP) De 15 a 18 de outubro de 2012. Local: Belém, PA. Maiores informações em: http://www.eneeamb.com/

7º ETMQ – ENCONTRO TÉCNICO DE MATERIAIS E QUÍMICA De 24 a 26 de outubro de 2012. Local: Auditório do Centro de Gestão Tecnológica (CGTEC) da COPPE, no Centro de Tecnologia 2 (CT2) da Universidade Federal do Rio de Janeiro – RJ Maiores informações em: https://www.mar.mil.br/ipqm/v.1.0.0/paginas/ETMQ7/index.html

REUNIÃO BRASILEIRA DE CORRELAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS De 03 a 11 de novembro de 2012. Local: Corumbá, MS. Maiores informações em: http://www.cnps.embrapa.br/rcc/index.html

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EVENTOS ACADÊMICOS: Ciências Sociais e Humanas 28ª REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA (RBA) De 02 a 05 de julho de 2012. Local: PUC-SP, São Paulo, SP. Maiores informações em: http://www.28rba.abant.org.br/

II SIMPÓSIO BAIANO DE LINCENCIATURAS De 05 a 06 de julho de 2012. Local: Salvador, BA. Maiores informações em: http://www.uneb.br/sbl2012/sobre/

XI ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA ORAL De 10 a 13 de julho de 2012. Local: Rio de Janeiro, RJ. Maiores informações em: http://www.encontro2012.historiaoral.org.br/

18º CONGRESSO DE LEITURA DO BRASIL (COLE) De 16 a 20 de julho de 2012. Local: Campinas, SP. Maiores informações em: http://www.18cole.com.br/

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XVII ENCONTRO NACIONAL DE GEÓGRAFOS, com o tema "Entre escalas, poderes, ações, Geografias" De 22 a 28 de julho de 2012. Local: Universidade Federal de Minas Gerais (Campus Pampulha), Belo Horizonte, MG. Maiores informações em: http://www.eng2012.org.br

XVI ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICAS DE ENSINO (ENDIPE) De 23 a 26 de julho de 2012. Local: Campinas, SP. Maiores informações em: http://www.endipe2012.com.br/

4º CONGRESSO INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA SOCIAL De 25 a 27 de julho de 2012. Local: UNISAL, UNICAMP E UNISAL, Campinas, SP; Maiores informações em: http://www.fe.unicamp.br/cips4

8º ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIÊNCIA POLÍTICA (ABCP) De 01 a 04 de agosto de 2012. Local: Gramado, RS. Maiores informações em: http://www.abcp2012.sinteseeventos.com.br/

I CONGRESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DO PORTUGUÊS De 14 a 16 de agosto de 2012. Local: Rio de Janeiro, RJ. Maiores informações em: http://www.cepuerj.uerj.br/eventos/I_portugues/I_portugues.aspx

IX - CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA De 19 e 21 de agosto de 2012. Local: Recife, PE. Maiores informações em: http://ww2.ead.ufrpe.br/ead/ESUD_2012/index.html

V ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA De 21 a 24 de agosto de 2012. Local: Caicó, RN. Maiores informações em: http://www.rn.anpuh.org/evento_5eeh.shtml

II CONGRESSO NACIONAL DE DIREITO HOMOAFETIVO De 22 a 24 de agosto de 2012. Local: Recife, PE. Maiores informações em: http://congressodireitohomoafetivo.blogspot.com.br/

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I SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE O BRASIL NA II GUERRA MUNDIAL De 27 a 30 de agosto de 2012. Local: Rio de Janeiro, RJ. Maiores informações em: http://adesg-an.blogspot.com.br/2012/05/i-seminarionacional-sobre-o-brasil-na.html

4º ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA COLONIAL De 03 a 06 de setembro de 2012. Local: Belém, PA. Maiores informações em: http://www.ufpa.br/cma/eihc_belem/

XV ENCONTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO NORTE E DO NORDESTE (CISO) De 04 a 07 de setembro de 2012. Local: Teresina, PI. Maiores informações em: http://www.sistemasmart.com.br/ciso2012/

18º CONGRESSO INTERNACIONAL ABED DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (CIAED) De 23 a 26 de setembro de 2012. Local: São Luís, MA. Maiores informações em: http://www.abed.org.br/congresso2012/chamadatc.asp

XVII CONAD – CONGRESSO NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO De 27 a 29 de setembro de 2012. Local: Goiânia, GO. Maiores informações em: http://www.conad.adm.br/

XIV ENCUENTRO INTERNACIONAL HUMBOLDT - La Hora de la "Desglobalización" De 15 a 19 de outubro de 2012. Local: Las Termas de Río Hondo, Santiago del Estero - Argentina Maiores informações em: http://www.encuentroshumboldt.org/

IV CONGRESSO INTERNACIONAL DO IBDFAM E O IV CONGRESSO DE DIREITO DE FAMÍLIA DO MERCOSUL De 18 a 21 de outubro de 2012. Local: Gramado, RS. Maiores informações em: http://www.ibdfam2012.eventize.com.br/

I CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE PRÁTICAS CLÍNICAS - DIÁLOGO ENTRE A CLINICA E A FILOSOFIA De 24 a 26 de outubro de 2012. Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ Maiores informações em: http://www.ifen.com.br

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DIRETORIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO EXÉRCITO CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS DE HISTÓRIA MILITAR DO EXÉRCITO

I SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE O BRASIL NA II GUERRA MUNDIAL “70 ANOS DA DECLARAÇÃO DE ESTADO DE BELIGERÂNCIA ENTRE O BRASIL E AS NAÇÕES DO EIXO”

27 A 30 DE AGOSTO DE 2012 - RIO DE JANEIRO, RJ INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO: UNIFORMES E OBJETOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 27/08/2012 - 17 HORAS LANÇAMENTO DO LIVRO LIBERTADORES! OS HERÓIS DO BRASIL 27/08/2012 - 19 HORAS

EXPOSIÇÃO DE VEÍCULOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL CLUBE DE VEÍCULOS MILITARES ANTIGOS DO RIO DE JANEIRO (CVMARJ) DIVULGAÇÃO DA APROVAÇÃO DE COMUNICAÇÕES LIVRES: 20/06 A 02/07/2012 INSCRIÇÕES ATÉ 31/07/2012

cephimex.divulga@gmail.com

OUVINTES: VALOR TOTAL R$ 60,00 OU R$ 20,00 POR DIA, INCLUINDO ALMOÇO OS CERTIFICADOS SERÃO EMITIDOS SOMENTE COM 70% DE FREQUÊNCIA

LOCAL: MUSEU MILITAR CONDE DE LINHARES AVENIDA PEDRO II, 383 - SÃO CRISTÓVÃO RIO DE JANEIRO

Arte: JHBRS

PRAZOS DE ENVIO: COMUNICAÇÕES LIVRES - 20/06/2012 ENTREGA DOS TEXTOS - 31/07/2012 PRÉ-REQUISITO PARA A INSCRIÇÃO NO SIMPÓSIO: GRADUAÇÃO


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“O universo é uma harmonia de contrários.” Pitágoras de Samos ([571 a.C.] - [496 a.C.])

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ANUNCIE NA REVISTA ESPAÇO CIENTÍFICO LIVRE...

... A REVISTA DE QUEM FAZ O CONHECIMENTO


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