Revista Espaço Científico Livre v.5 n.5

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ESPAÇO CIENTÍFICO

BRASIL, V. 05, N. 05, OUT.-NOV., 2015

ISSN 2236-9538

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ESPAÇO CIENTÍFICO LIVRE

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PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS DE ALUNOS DE NÍVEL TÉCNICO, SUPERIOR E PROFISSIONAIS DAS ÁREAS DAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS, CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA E DIVULGAÇÃO DE EVENTOS ACADÊMICOS,MESTRADOS E DOUTORADOS


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CURSOS ONLINE COM CERTIFICADO Além da atualização e/ou introdução ao tema, esses cursos livres podem ser utilizados como complementação de carga horária para atividades extracurriculares exigidas pelas faculdades. Uma introdução a epidemiologia, com definições e exemplos com artigos atuais. Saiba interpretar as medidas de associação de artigos científicos, como risco relativo, intervalo de confiança e odds ratio. E muito mais. Ideal para estudantes ou profissionais que queiram conhecer e se aprofundar sobre o assunto.

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Este curso tem como objetivo fornecer conhecimentos técnicos e científicos em relação a possíveis dúvidas sobre medicamentos referência, similar e genérico. Para um atendimento de qualidade na dispensação de medicamentos. Além da teoria, este curso apresenta exemplos práticos. Ideal para estudantes e profissionais.

SOBRE O AUTOR DOS CURSOS: Verano Costa Dutra - Farmacêutico e Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal Fluminense, possui também habilitação em homeopatia – Editor da Revista Espaço Científico Livre



SUMÁRIO EDITORIAL ...................................................................................................... 07

ARTIGOS CIENTÍFICOS

Abordagem conservadora na redução da macroglossia em uma unidade de terapia intensiva adulto (um relato de caso) Por Welcy Cassiano de Oliveira Tobinaga ................................................... 29

Análise tarifária: estudo de caso de uma empresa de recapagem de pneus no Paraná Fabio da Silva Avelar; Alyne Nogueira Justi; William Scortegagna Cubas Cordeiro; Edgar Della Giustina; Lívia Maria dos Santos ............................ 44

Engenharia de software para desenvolvimento orientado a modelos: uma abordagem conceitual e bibliográfica Janaide Nogueira de Sousa Ximenes; Rhyan Ximenes de Brito; Vanessa Veloso Aragão ............................................................................................................. 55

Republicação Fertilização orgânica em algodoeiro herbáceo, cv. BRS 286 Renê Medeiros de Souza; Juarez Paz Pedroza ........................................... 66

EVENTOS ACADÊMICOS, MESTRADOS E DOUTORADOS ....................... 94

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO ..................................................................... 104

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EDITORIAL Saudações leitores, Bem vindo a mais uma edição da Revista Espaço Científico Livre. Conto a contribuição de todos para a divulgação do nosso periódico de divulgação científica, bem como, aguardo o envio de novos trabalhos. Publique seu trabalho conosco, divulgue sua pesquisa. Lembre a Revista Espaço Científico Livre conta com um conselho editorial multidisciplinar. Cordialmente, Verano Costa Dutra Editor da Revista Espaço Científico Livre

A Revista Espaço Científico Livre é uma publicação independente, a sua participação e apoio são fundamentais para a continuação deste projeto. Saiba mais em espacocientificolivre@yahoo.com.br

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Os membros do Conselho Editorial colaboram voluntariamente, sem vínculo empregatício e sem nenhum ônus para a Espaço Científico Livre Projetos Editoriais. Os textos assinados não apresentam necessariamente, a posição oficial da Revista Espaço Científico Livre, e são de total responsabilidade de seus autores. A Revista Espaço Científico Livre esclarece que os anúncios aqui apresentados são de total responsabilidade de seus anunciantes.

Imagem da capa: FreeImages.com/ Vince Petaccio As figuras utilizadas nesta edição são provenientes dos sites Free Images (http://http://www.freeimages.com) , do artigo FIOLHAIS, C. Einstein e o prazer da física: passados cem anos, a física continua divertida. Física na Escola, São Paulo, v. 6, n. 1, 2005. e do site https://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac_Asimov As figuras utilizadas nos artigos são de inteira responsabilidade dos respectivos autores. BRASIL, V. 05, N. 05, OUT.-NOV., 2015 ISSN 2236-9538/ CNPJ 16.802.945/0001-67


CONSELHO EDITORIAL Alison Bruno Borges de Sousa Graduação em Tecnologia de Alimentos; Especialista em Administração de Sistemas de Qualidade; Mestre em Tecnologia Agroalimentar; Doutorando em Engenharia de Processos.

Aramis Cortes De Araujo Junior Graduação em Geografia; Especialista em Políticas Territoriais; Mestrado em Geografia; Doutorando em Geografia. Bruno Toribio de Lima Xavier Graduado em Engenharia Agronômica e Ciências Agrícolas; Especialista em em EaD; Mestre em Agronomia; Doutor em Agronomia.

Gestão e Docência

Claudete de Sousa Nogueira Graduação em História; Especialização em Planejamento, Implementação e Gestão Educação a Distância; Mestrado em História; Doutorado em Educação; Professor Assistente Doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Cláudia Vieira Prudêncio Graduação em Nutrição e Licenciada e, Ciências Biológicas; Mestrado e Doutorado em Microbiologia Agrícola com ênfase em Microbiologia de Alimentos. Cynthia Rúbia Braga Gontijo Graduação em Pedagogia; Especialista em Gestão Social; Mestrado em Educação Tecnológica; Doutorado em Educação: ênfase em Políticas Públicas e Ações Coletivas. Professora na Faculdade de Políticas Públicas -Tancredo Neves da Universidade do Estado de Minas GeraisFaPP/CBH/UEMG. Elza Bernardes Ferreira Graduação em Odontologia; Especialista em Radiologia Odontológica, em Gestão de Sistemas e Saúde, em Educação a Distância e Gestão do Trabalho e Educação na Saúde; Mestrado em Ciências da Saúde; Doutoranda em Ciências Médicas. Fernanda Costa de Matos Graduação em Administração de Empresas; Mestrado em em Administração.

Turismo e Meio Ambiente; Doutorado

Flavio Santos Lopes Graduação em Agronomia; Mestrado em Produção Vegetal; Doutorado em Genética e Melhoramento Francielle Bonet Ferraz Graduação em Biologia; Mestre em Biociências e Biotecnologia; Doutoranda em Biociências e Biotecnologia. Gustavo Biscaia de Lacerda Graduado em Ciências Sociais; Mestre em Sociologia; Doutorado em Sociologia. João Baptista Cardia Neto Graduado em Ciência da Computação; Mestre em Ciência da Computação.

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CONSELHO EDITORIAL CONSELHO EDITORIAL

Joseane Almeida Santos Nobre Graduação em Nutrição e Saúde; Mestrado em Ciência da Nutrição; Doutoranda em Saúde da Criança e do Adolescente; Professora da Faculdade de Americana (FAM). Josélia Carvalho de Araújo Graduação em Geografia - Licenciatura; Graduação em Geografia - Bacharelado; Mestrado em Geografia; Doutorado em andamento em Geografia; Professora Assistente II da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Juliana Teixeira Fiquer Graduação em Psicologia; Mestrado e Doutorado em Psicologia; Pós-doutorado pelo IPQ-HC-FMUSP Kariane Gomes Cezario Graduação em Enfermagem; Mestrado em Enfermagem; Doutoranda em Enfermagem; Professora assistente I do Centro Universitário Estácio do Ceará. Leonardo Biscaia de Lacerda Graduação em Medicina; Mestrado em Saúde Pública; Especialização em Gastroenterologia e Hepatologia; Doutorando em Sociologia. Liliane Pereira de Souza Graduação em Administração; MBA em Gestão de Recursos Humanos; Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça; Mestrado em Educação; Doutoranda em Educação. Luciana Carreiras Norte Graduação em Engenharia Química; Mestrado em Tecnologia de Imunobiológicos; MBA em Processos Industriais; Doutoranda em Biotecnologia. Luiz Eloi Vieira Junior Graduação em Engenharia de Fundição; Mestrado e Doutorado em Engenharia de Materiais; Bolsista de Pós-doutorado da Universidade Federal de Santa Catarina. Márcio Antonio Fernandes Duarte Graduação em Licenciatura Em Ciências; Graduação em Comunicação Social Publicidade e Propaganda; Mestre em Design, pela FAAC-Unesp; Professor da Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista (FAIP). Maria Jose Menezes Brito Graduação em Enfermagem; Mestrado em Enfermagem; Doutorado em Administração; PósDoutorado na Universidade Federal de Santa Catarina; Professora Associada II da Universidade Federal de Minas Gerais- Departamento de Enfermagem Aplicada. Maurício Ferrapontoff Lemos Graduação em Engenharia de Materiais; Mestrado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais; Doutorado em andamento em Engenharia Metalúrgica e de Materiais; Pesquisador Assistente de Pesquisa III do Instituto de Pesquisas da Marinha.

Santiago Andrade Vasconcelos Graduação em Licenciatura Plena em Geografia; Mestrado e Doutorado em Geografia. Verano Costa Dutra Farmacêutico Industrial; Habilitação em Homeopatia; Mestrado em Saúde Coletiva; Professor do curso de Farmácia da Faculdade Pitágoras. BRASIL, V. 05, N. 05, OUT.-NOV., 2015 ISSN 2236-9538/ CNPJ 16.802.945/0001-67


COLABORADORES EDIÇÃO COLABORADORES DESTA EDIÇÃO EQUIPE REVISTA ESPAÇO CIENTÍFICO LIVRE Verano Costa Dutra Editor e revisor – Farmacêutico, com habilitação em Homeopatia e Mestre em Saúde Coletiva pela UFF – espacocientificolivre@yahoo.com.br Monique D. Rangel Dutra Editora da Espaço Científico Livre Projetos Editoriais - Graduada em Administração na UNIGRANRIO Verônica C.D. Silva Revisão - Pedagoga, Pós-graduada em Gestão do Trabalho Pedagógico: Orientação, Supervisão e Coordenação pela UNIGRANRIO

AUTORES Alyne Nogueira Justi Graduação em Engenharia Industrial Elétrica; Mestranda em Engenharia Elétrica Edgar Della Giustina Licenciatura Plena em Matemática; Especialização em Ensino da Matemática; Mestrado em Engenharia Mecânica; Docente na Faculdade de Tecnologia SENAI CIC Fabio da Silva Avelar Graduação em Engenharia Industrial Elétrica com Ênfase em Eletrotécnica, Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho; Mestrando em Engenharia Elétrica; Docente do SENAI/PR Fábio José Gomes de Sousa Bacharel em Ciências da Computação Janaide Nogueira de Sousa Ximenes Bacharel em Sistemas de Informação

Renê Medeiros de Souza Doutor, mestre e graduado em Engenharia Agrícola; Professor Adjunto 1 do corpo docente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia lotado no Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Rhyan Ximenes de Brito Bacharel em Ciências da Computação William Scortegagna Cubas Cordeiro Graduação em Engenharia Elétrica; Mestrando em Engenharia Elétrica Welcy Cassiano de Oliveira Tobinaga Residente de Fisioterapia no Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro – RJ Vanessa Veloso Aragão Mestranda na Universidade Estadual do Ceará – Mestrado Acadêmico em Ciências da Computação – MACC

Juarez Paz Pedroza Engenheiro Agrícola

Lívia Maria dos Santos Bacharelado em Administração e em Ciências Econômicas; Mestrado em Administração; Doutoranda em Políticas Públicas; Docente no Instituto Federal do Paraná BRASIL, V. 05, N. 05, OUT.-NOV., 2015 ISSN 2236-9538/ CNPJ 16.802.945/0001-67



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PROJETOS EDUCACIONAIS aplicados ao ensino técnico e tecnológico em meio ambiente e florestas Organizado por Francisco José Valim Olmo , Aramis Cortes & Robson Vieira da Silva Este livro multidisciplinar trata das interações espaciais e terciárias sob a ótica de implantação de um Campus do IFES, da construção de modelo didático para o ensino de biologia, de perfumaria artesanal, da prática de educação ambiental em escola estadual de ensino fundamental e médio, da variabilidade de atributos químicos de um latossolo vermelho-amarelo cultivado sob dois tipos de cultivos, da biblioteca escolar em projetos de incentivo à leitura, da análise de desempenho de diferentes métodos de estimativa da evapotranspiração, do poder das massas a partir do filme Die Welle e seus desdobramentos dentro do espaço-tempo vivido dentro da escola.

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QUANTO VALE A SUA FÉ?

A TENDÊNCIA CAPITALISTA DA FÉ EVANGÉLICA FORTALEZENSE NAS ÚLTIMAS DUAS DÉCADAS de George Sousa Cavalcante

Este livro oferece uma análise sociológica, antropológica, teológica e, sobretudo histórica sobre a relação entre crença e dinheiro no Ocidente, e que tem se exacerbado em um mundo capitalista como o nosso, do qual faz parte a cidade de Fortaleza.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL O ARQUITETO EM FORMAÇÃO NA ERA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL OS NOVOS PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO DA ARQUITETURA E URBANISMO

de Cátia dos Santos Conserva O desenvolvimento traz ao mundo, além de conforto e comodidade, danos muito sérios ao meio ambiente pela maneira displicente pela qual fazemos usos dos recursos da terra. O Brasil, inserido em um mundo em pleno desenvolvimento, enfrenta o desafio de educar sua população para formar cidadãos comprometidos com a sustentabilidade em seus aspectos social, econômico e ambiental. Com a Revolução Industrial e o crescimento das cidades, os paradigmas mudaram, de uma visão ecocêntrica passamos para a busca de uma visão mais complexa, a visão da sustentabilidade. Nesse cenário, esse livro apresenta e analisa uma proposta de inserção da Educação Ambiental em uma comunidade acadêmica, na Asa Sul, Brasília-DF.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL A QUESTÃO RACIAL COMO EXPRESSÃO DA QUESTÃO SOCIAL UM DEBATE NECESSÁRIO PARA O SERVIÇO SOCIAL

de Renata Maria da Conceição Este livro tem como objetivo contribuir com o debate acerca da temática da questão étnicoracial no processo de formação em Serviço Social. Essa temática se apresenta relevante para um exercício profissional comprometido com a questão social e com a garantia dos direitos humanos. A pesquisa buscou analisar se a questão étnico-racial está inserida no processo de formação profissional em Serviço Social, com ênfase para identificar a percepção de estudantes do curso de Serviço Social da Universidade de Brasília – UnB sobre a temática étnico-racial como expressão da questão social. A pesquisa realizada justifica-se pelo fato da questão racial ser uma demanda presente no cotidiano do fazer profissional do assistente social.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL ESTUDO DA USINABILIDADE DO POLIETILENO DE ULTRA ALTO PESO MOLECULAR PELA ANÁLISE DA FORÇA DE CORTE de Luiz Otávio Corrêa & Marcos Tadeu Tibúrcio Gonçalves Este livro teve o objetivo realizar um estudo do desempenho do corte do material Polietileno de Ultra Alto Peso Molecular (UHMWPE), em operação de torneamento, através da medição da força principal de corte, analisando-se a influência dos seguintes parâmetros: avanço, velocidade de corte, profundidade de corte e geometria da ferramenta. A medição da força de corte foi feita por um dinamômetro conectado ao sistema de aquisição de dados, durante a usinagem realizada em um torno mecânico horizontal. A partir dos resultados obtidos, foi possível indicar as condições de corte mais adequadas em relação aos valores da força de corte medidas, para as condições de qualidade superficial aceitáveis em operações de desbaste.

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Produção da proteína recombinante Fator IX da coagulação sanguínea humana em células de mamífero de Andrielle Castilho-Fernandes, Lucinei Roberto de Oliveira, Marta Regina Hespanhol, Aparecida Maria Fontes & Dimas Tadeu Covas

Esse livro mostra a potencialidade do sistema retroviral para a expressão do FIX humano em linhagens celulares de mamífero e a existência de peculiaridades em cada linhagem as quais podem proporcionar diferentes níveis de expressão e produção do FIX biologicamente ativo. Além de estabelecer toda a tecnologia para geração de linhagens celulares transgênicas produtoras de rFIX e futuros estudos em modelos animais poderão ser conduzidos para a elucidação minuciosa da molécula recombinante rFIX gerada.

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FLUXO DE CO2 DE VEGETAÇÃO INUNDADA POR REPRESAMENTO – QUANTIFICAÇÃO PRÉ ALAGAMENTO de André Luís Diniz dos Santos, Mauricio Felga Gobbi, Dornelles Vissotto Junior & Nelson Luis da Costa Dias Alguns estudos recentes indicam que lagos de usinas Hidrelétricas podem emitir quantidades significativas de gases de efeito estufa, pela liberação de dióxido de carbono oriundo da decomposição aeróbica de biomassa de floresta morta nos reservatórios que se projeta para fora da água, e pela liberação de metano oriundo da decomposição anaeróbica de matéria não-lignificada. No entanto, para quantificar a quantidade de gases de efeito estufa liberada para a atmosfera devido ao alagamento por barragens, é necessário quantificar também o fluxo de gás carbônico da vegetação que ali estava anteriormente ao represamento. Este trabalho procura descrever um método para calcular o fluxo de gás carbônico da vegetação antes de ser alagada, utilizando o SVAT de interação superfície vegetação-atmosfera conhecido como ISBA baseado em Noilhan e Planton (1989); Noilhan e Mahfouf (1996).

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL CARACTERÍSTICAS SÓCIODEMOGRÁFICAS DO PROJETO DE ASSENTAMENTO RECANTO DA ESPERANÇA EM MOSSORÓ/RN de Maxione do Nascimento França Segundo & Maria José Costa Fernandes Este livro analisa os aspectos sóciodemográficos do Projeto de Assentamento Recanto da Esperança, situado no município de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte (RN).

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AGRICULTURA FAMILIAR E AGROECOLOGIA:

UMA ANÁLISE DA ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES E PRODUTORAS DA FEIRA AGROECOLÓGICA DE MOSSORÓ (APROFAM) - RN de Eriberto Pinto Moraes & Maria José Costa Fernandes Este livro faz uma análise da agricultura familiar e da agroecologia praticada pela Associação dos Produtores e Produtoras da Feira Agroecológica de Mossoró (APROFAM) no Município de Mossoró (RN).

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL Metodologia do ensino da matemática frente ao paradigma das novas tecnologias de informação e comunicação: A Internet como recurso no ensino da matemática de Paulo Marcelo Silva

Rodrigues Este livro analisa alguns exemplos de recursos encontrados na Internet, ligados a área da Matemática. Especialmente, os aspectos pedagógicos dos mesmos, com o intuito de contribuir para o aperfeiçoamento das relações entre professor e aluno.

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CONSTRUÇÕES GEOGRÁFICAS: teorizações, vivências e práticas

Organizadores: Josélia Carvalho de Araújo Maria José Costa Fernandes Otoniel Fernandes da Silva Júnior

Este livro pretende ser uma fonte na qual os profissionais da geografia podem encontrar diversas possibilidades de não apenas refletirem sobre, mas de serem efetivos sujeitos de novas práticas e novas vivências, frente às novas configurações territoriais que se apresentam no mundo atual, marcada por processos modernos e pós-modernos.

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O RINGUE ESCOLAR:

O AUMENTO DA BRIGA ENTRE MENINAS de Maíra Darido da Cunha

Esta obra contextualiza historicamente as relações de gênero ao longo da história; identificando em qual gênero há a maior ocorrência de brigas; assim como, elencar os motivos identificados pelos alunos para a ocorrência de violência no ambiente escolar.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL O HOMEM, A MORADIA E AS ÁGUAS: A CONDIÇÃO DO “MORAR NAS ÁGUAS” de Moacir Vieira da Silva & Josélia Carvalho de Araújo

Este livro é um estudo que objetiva analisar as imposições socioeconômicas inerentes à condição do “morar” numa área susceptível a alagamentos, no bairro Costa e Silva, Mossoró/Rio Grande do Norte.

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Mulheres Negras:

Histórias de Resistência, de Coragem, de Superação e sua Difícil Trajetória de Vida na Sociedade Brasileira de Adeildo Vila Nova & Edjan Alves dos Santos O desafio de estudar a trajetória de mulheres negras e pobres que em sua vida conseguiram romper as mais diversas adversidades e barreiras para garantir sua cidadania, sua vida, foi tratada pelos jovens pesquisadores com esmero, persistência e respeito àquelas mulheres “com quem se encontraram” para estabelecer o diálogo que este livro revela nas próximas páginas, resultado do Trabalho de Conclusão de Curso para graduação em Serviço Social.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL AVALIAÇÃO DO POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO DE PIGMENTOS PRODUZIDOS POR BACTÉRIAS DO GÊNERO Serratia ISOLADAS DE SUBSTRATOS AMAZÔNICOS de Raimundo Felipe da Cruz Filho & Maria Francisca Simas Teixeira Existem diversos pigmentos naturais, principalmente de origem vegetal, mas poucos estão disponíveis para aproveitamento industrial, pois são de difícil extração, custo elevado no processo de extração ou toxicidade considerável para o homem ou meio ambiente. A atual tendência por produtos naturais promove o interesse em explorar novas fontes para a produção biotecnológica de pigmentos para aplicação na indústria. Este trabalho teve como objetivo a identificação de espécies de Serratia, e entre estas, selecionar uma produtora de maior quantitativo de pigmentos de importância para a indústria alimentícia e farmacêutica.

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LEIA E BAIXE GRATUITAMENTE O LIVRO DIGITAL Moluscos e Saúde Pública em Santa Catarina:

subsídios para a formulação estadual de políticas preventivas sanitaristas

de Aisur Ignacio Agudo-Padrón, Ricardo Wagner Ad-Víncula Veado & Kay Saalfeld O presente trabalho busca preencher uma lacuna nos estudos específicos e sistemáticos sobre a ocorrência e incidência/ emergência geral de doenças transmissíveis por moluscos continentais hospedeiros vetores no território do Estado de Santa Catarina/SC, relacionadas diretamente ao saneamento ambiental inadequado e outros impactos antrópicos negativos ao meio ambiente.

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Métodos de Dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos: Aplicações em Dessalinização de Sandro Jucá & Paulo Carvalho A presente publicação apresenta uma descrição de dimensionamento de sistemas fotovoltaicos autônomos com três métodos distintos. Tendo como base estes métodos, é disponibilizado um programa de dimensionamento e análise econômica de uma planta de dessalinização de água por eletrodiálise acionada por painéis fotovoltaicos com utilização de baterias. A publicação enfatiza a combinação da capacidade de geração elétrica proveniente da energia solar com o processo de dessalinização por eletrodiálise devido ao menor consumo específico de energia para concentrações de sais de até 5.000 ppm, com o intuito de contribuir para a diminuição da problemática do suprimento de água potável. O programa proposto de dimensionamento foi desenvolvido tendo como base operacional a plataforma Excel® e a interface Visual Basic®.

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Abordagem conservadora na redução da macroglossia em uma unidade de terapia intensiva adulto (um relato de caso) CONSERVATIVE APPROACH IN REDUCING MACROGLOSSIA IN AN INTENSIVE CARE UNIT ADULT (A CASE REPORT)

Welcy Cassiano de Oliveira Tobinaga Residente de Fisioterapia no Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro - RJ Rio de Janeiro, RJ E-mail: welcy_cassiano@hotmail.com

TOBINAGA, W. C. de O. Abordagem conservadora na redução da macroglossia em uma unidade de terapia intensiva adulto (um relato de caso). Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 05, p. 29-43, out.-nov., 2015.

RESUMO A língua está exposta às influências do desenvolvimento temático, químico, infeccioso e neoplásico. Essas manifestações clínicas podem resultar na macroglossia, um aumento excessivo da língua. As lesões em língua frequentemente recorrem e, por isso, geralmente são necessárias sucessivas ressecções, a intervenção cirúrgica deveria ser considerada como um modo de tratamento somente em casos extremos de macroglossia, com possibilidade de obstrução da via aérea. Como o tratamento da macroglossia ainda é desafiador, este estudo teve como objetivo relatar uma forma de sucesso na redução da macroglossia, de forma conservadora em um caso inédito ocorrido na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Pedro Ernesto. O tratamento concentrou-se em trabalho de massoterapia, mobilização

de articulação temporomandibular, liberação de gânglios linfáticos, laserterapia, drenagem linfática manual, enfaixamento compressivo de língua, liberação miofascial de masseter; drenagem de língua precedida de sedação e analgesia, contenção de mandibular com auxílio, bandagem elástica funcional e exercícios de mímica facial. A conduta conservadora mostrou ser eficaz na resolução do quadro da macroglossia de origem traumática, destacando-se como procedimento diferencial, a drenagem linfática manual precedida de sedação e analgesia. A assistência interdisciplinar no ambiente de terapia intensiva pode ir além do domínio sobre técnicas e equipamentos de suporte à vida, sendo de grande importância e valia a minimização de possíveis comorbidades que possam acompanhar um paciente de alto risco.

Palavras-chave: Macroglossia. Tratamento Conservador. Drenagem de Língua.

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ABSTRACT The tongue is exposed to the influences of thematic development, chemical, infectious and neoplastic. These clinical manifestations can result in macroglossia, an excessive rise of the tongue. The lesions often use tongue and, therefore, are generally necessary subsequent resections, surgical intervention should be considered as a mode of treatment only in extreme cases of macroglossia, with the possibility of airway obstruction. As the treatment of macroglossia is still challenging, this study aimed to report a form of success in reducing macroglossia, conservatively in an unprecedented event occurred in the Intensive Care Unit of the Pedro Ernesto University Hospital. The treatment is focused on massage therapy work, mobilization of temporomandibular joint,

release of lymph nodes, laser therapy, manual lymphatic drainage, compression bandaging speaking, myofascial release masseter; tongue drainage preceded by sedation and analgesia, mandibular contention with aid, functional elastic bandage and facial movement exercises. A conservative approach was shown to be effective in resolving the framework of macroglossia of traumatic origin, standing out as a differential procedure, preceded the manual lymphatic drainage sedation and analgesia. The interdisciplinary care in the intensive care environment can go beyond the field of technical and support equipment life and is of great importance and value to minimize potential comorbidities that can accompany a highrisk patient.

Keywords: Tariff Macroglossia. Conservative treatment. Tongue drainage.

1. INTRODUÇÃO

A

língua é um órgão sensorial associado às funções de: mastigação, deglutição

e fonação. Anatomicamente, é constituída por uma parte bucal (os dois terços anteriores) e outra parte faríngea posterior. É composta por: dorso, ápice

(extremidade anterior), superfície inferior e raiz (extremidade posterior). (MOORE, 1990; GRAY,1988; GARDNER ,1971).

É vascularizada pela artéria lingual e suas ramificações. O retorno venoso ocorre pelas veias linguais e o retorno linfático é feito pelos linfonodos submentais, submandibulares e cervicais profundos (SICHER & DU BRUL,1977).

A língua está exposta às influências do desenvolvimento temático, químico, infeccioso e neoplásico. Essas manifestações clínicas podem resultar na macroglossia, um aumento excessivo da língua (SOUZA, 1999).

A macroglossia pode ser uma situação congênita ou secundária. Na macroglossia congênita a criança nasce com a malformação e se torna mais notória com o seu desenvolvimento. Esta forma de macroglossia é devido a um desenvolvimento

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exagerado da musculatura lingual. Já a macroglossia secundária tem as mesmas causas que qualquer outro edema. Uma picada de inseto não é comum, mas pode levar a inchações e desconfortos. Pacientes com edemas de qualquer causa, alergias a comidas, reações de medicamentos, fendas na língua, pessoas com sangramento desordenados devido a hematomas, podem causar o alargamento da língua (macroglossia) (MCDONALD, 1976) “.

A Unidade de Terapia Intensiva no Brasil apresentou um grande desenvolvimento tecnológico nos últimos anos, acompanhando a tendência mundial. Isso contribuiu para uma considerável diminuição nos índices de mortalidade aumentando a necessidade de maior atenção em relação às morbidades clínicas (MELLO, 1992).

Não há critérios diagnósticos objetivos para macroglossia, nem técnicas de medida direta para descrever um tamanho de língua “normal” ou patologicamente aumentado. Apesar de Wolford e Cottrell (1996) terem relatado diversas características clínicas e cefalométricas como sinais e sintomas da macroglossia, tais parâmetros foram utilizados apenas para o aspecto ortodôntico, e não, como critérios diagnósticos. Portanto, a inexistência de um método eficaz e prático para dimensionar a língua dificulta o diagnóstico da macroglossia.

Segundo Reinish et al. (1994), as lesões em língua frequentemente recorrem e, por isso, geralmente são necessárias sucessivas ressecções, a intervenção cirúrgica deveria ser considerada como um modo de tratamento somente em casos extremos de macroglossia, com possibilidade de obstrução da via aérea.

Como o tratamento desta incomum condição ainda é desafiador, este estudo teve como objetivo relatar uma forma de sucesso na redução da macroglossia, de forma conservadora, um caso inédito ocorrido no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE).

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A

pesquisa foi realizada através do estudo de caso com a paciente M.I.S.,

gênero feminino, 70 anos, internada no CTI do HUPE às 9:00h do dia 18 de agosto de 2014 com quadro de sepse urinária e apresentando edema

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significativo de língua. Os dados colhidos para esse estudo de caso foram obtidos através da entrevista com a própria paciente, da interação multidisciplinar com a equipe de profissionais atuantes no CTI, da análise do prontuário da paciente e do acompanhamento hospitalar dos atendimentos, sendo um atendimento ao dia prestado exclusivamente à atenção da macroglossia, com uma duração média de 20 minutos, por um período de 3 semanas, iniciado no dia 4 de setembro de 2014 até sua alta para enfermaria da clínica médica no dia 30 de outubro de 2014.

O programa de tratamento adotado foi baseado nas condições clínicas que a paciente foi apresentando ao longo da internação, participando dos atendimentos parte da equipe multidisciplinar do CTI Geral do HUPE.

A paciente concordou em participar do estudo de caso assinando assim o termo de consentimento livre e esclarecido para a publicação do presente trabalho. trabalho. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto, CAAE: 46661815.8.0000.5259. 3. RELATO DE CASO

P

articipou deste estudo a paciente M.I.S., 70 anos, cor parda, dona de casa, moradora do bairro Jacaré, na zona norte do Município do Rio de Janeiro, sendo nascida e criada no mesmo município. Ex-tabagista por cerca de 25

anos. Internou no HUPE dia 22 de junho de 2014, com quadro de síndrome diarreica, cólica abdominal, febre idiopática e dispneia progressiva. Necessitou de intubação orotraqueal (IOT) e adaptação à ventilação mecânica dois dias após a admissão por conta da insuficiência respiratória aguda. Após a IOT, a paciente apresentou progressivo e significativo edema de língua.

No início de julho evoluiu com choque séptico de origem pulmonar sendo tratada por meio

de

antibioticoterapia.

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no

dia

5

de

julho,

apresentou

parada

cardiorrespiratória revertida por meio de manobras de ressuscitação com duração de aproximadamente 10 minutos, resultando em insuficiência renal aguda, necessitando desde então de tratamento em hemodiálise.

32


Dia 9 de julho foi realizado o procedimento de traqueostomia sem intercorrências mantendo-se sob suporte de ventilação mecânica.

Por motivo de choque séptico urinário por Escherichia Coli, a paciente foi encaminhada para o CTI Geral no dia 22 de agosto, sem sedação, interagindo com o examinador, queixando-se de dispneia, estável hemodinamicamente sem uso de aminas, sem sinais de esforço respiratório visível e apresentando como comorbidade a macroglossia.

Foi adaptada ao ventilador mecânico Servo S, no modo ventilatório de pressão controlada (PCV), com os parâmetro em 14 cmh2o de pressão acima da pressão positiva ao final da expiração (PEEP), PEEP de 8 cmh2o, fração de oxigênio (FIO2) em 40% e com frequência respiratória em 14 incursões respiratórias por minuto. Após a estabilização da dispneia a paciente foi adaptada ao modo ventilatório de pressão de suporte (PSV) sem apresentar intercorrências.

O exame de topografia computadorizada de análise microscópica da mucosa da língua evidenciou infiltrado inflamatório crônico e agudo sem sinais de especificidade, associado à área de fibrose, edema acentuado e hiperplasia escamosa com espongiose, além da ausência de neoplasia. Laudo foi emitido pelo serviço de otorrinolaringologia do HUPE.

No dia 20 de agosto foi realizada a coleta de medidas ventilatórias apresentando um Índice de Respiração Rápida e Superficial (IRRS) de 98, uma pressão inspiratória máxima de -50 cmh2o, pressão expiratória máxima de 10 cmh2o e a pressão de tosse provocada em cerca de 60 cmh2o, dando início, a partir desses resultados, ao processo de desmame em períodos crescentes de peça T juntamente com uso de macronebulização por oxigenioterapia.

Dia 23 de agosto a paciente apresentou novo episódio de parada cardiorrespiratória por cerca de 5 minutos, com relato de assistolia, revertida por meio de manobras de ressuscitação.

No dia 25 de agosto a paciente foi submetida a exodontia de parte da arcada superior e inferior pelo serviço de cirurgia bucomaxilofacial como forma de diminuir supostas

33


compressões ao órgão que pudessem influenciar na macroglossia, porém o procedimento não resultou em melhora significativa do quadro.

Já no dia 4 de setembro foi relatado, pela equipe de medicina, um íntimo contato entre a língua e o elemento dentário 13, sendo solicitado assim, a avaliação bucomaxilofacial para uma suposta compressão da língua. A resposta ao parecer mostrou-se desfavorável à extração do elemento 13 por alegar ausência de trauma em fenda na área de contato entre o dente e a língua, apesar do íntimo contato.

Diante da complexidade do quadro, a partir da tarde do mesmo dia 4 de setembro iniciaram-se às intervenções conservadoras visando a redução da macroglossia, a partir dessa data as condutas tornaram-se diárias. No mesmo dia foram iniciados os procedimentos de higienização com soro fisiológico 0,9% e clorexidina 0,12%, laserterapia de baixa frequência, drenagem linfática manual e bandagem por meio de gaze de procedimento exercendo leve compressão da língua.

Devido ao relato álgico durante a motricidade da articulação temporomandibular (ATM) por parte da paciente, foi realizado a partir do dia 5 de setembro o procedimento de liberação miofascial, de forma bilateral, da musculatura masseter: com o polegar na região superior do músculo, anterior ao meato acústico externo, pressionava-se firmemente para dentro e deslizando ao mesmo tempo para baixo ao longo de todo o comprimento do músculo, até a mandíbula, realizando pausas nos pontos de dor a palpação, até sentir a liberação, quantos movimentos fossem necessários (Figura 1). Figura 1: liberação miofascial de masseter

A partir do dia 5 de setembro, foi incluída previamente à conduta de drenagem linfática, a massoterapia para liberação de aderência tecidual da língua: pinçando

34


pequena quantidade de músculos com uma e outra mão alternadamente ou em forma de “C” com os dedos polegar, indicador e médio.

Com o objetivo de ganhar amplitude de movimento da ATM, no dia 9 de setembro foi adaptado ao tratamento a mobilização articular por meio de tração inferior conforme o limiar doloroso relatado pela paciente.

No dia 10 de setembro a paciente apresentou edema em região anterior de pescoço, sendo

realizada,

somente

nesse

dia,

a

liberação

de

gânglios

axilares,

supraclaviculares e submentonianos (ao longo da borda inferior da mandíbula).

Com a melhora na motricidade da língua, juntamente com o menor limiar doloroso, no dia 15 de setembro foi possível realizar, pela primeira vez, a manobra de interiorização da língua para cavidade oral ao final do tratamento diário.

No dia 3 de outubro de 2014, a paciente foi encaminhada para o centro cirúrgico para procedimento de gastrostomia devido o mau prognóstico para o retorno à dieta oral.

A pesar de todas as condutas contribuírem para um melhor resultado na redução do edema de língua, só foi observada melhora significativa após as sessões dos dias 7, 8 e 9 de outubro, através da conduta de drenagem linfática manual precedida de sedação e analgesia através da associação de propofol e o opiáceo fentanil, ambos via endovenosa. O procedimento era finalizado com a contenção mandibular com uso de fita microporosa, visando impedir a abertura bucal e a consequente exteriorização do órgão (Figura 2). Figura 2: contenção mandibular

35


Para a sedação foi necessária a adaptação da paciente, que estava respirando espontaneamente em macronebulização, à ventilação mecânica, no modo ventilatório PCV com os parâmetro em 15 cmh2o de pressão acima da PEEP, PEEP de 8 cmh2o, FIO2 em 25% e frequência respiratória em 15 incursões respiratórias por minuto. Após a retomada do drive ventilatório a paciente era readaptada ao modo PSV e, com retorno da consciência, readaptada à macronebulização.

Dia 18 de outubro, a paciente completou 48h em teste de ventilacão espontâneo em macronebulização por meio da conexão em peça T diretamente ligada à cânula de traqueostomia.

Devido o período prolongado do quadro da macroglossia, a flacidez da musculatura orbicular da boca foi inevitável. Buscando o aumento do tônus da região, foi incluído ao tratamento a aplicação da bandagem elástica funcional na região e exercícios de mímica facial, isso ocorreu no dia 23 de outubro (Figura 3). Figura 3: bandagem elástica funcional para musculatura orbicular da boca

Dia 23 de outubro foi substituída a cânula de traqueostomia plástica para uma cânula metálica, a troca visou facilitar a sua higienização prevenindo a obstrução por secreção traqueobrônquica.

No dia 30 de outubro, último dia de internação no CTI Geral, a avaliação fonoaudiológica relatou melhora no tônus e vedamento labial, sem a necessidade de manter a conduta por meio de bandagem elástica funcional em região orbicular da

36


boca, além de explicitar a melhora na motricidade da língua e a viabilidade para dieta via oral líquida e semilíquida.

No mesmo dia 30 de outubro, com a resolução do quadro respiratório, foi retirada a cânula metálica sendo realizado curativo em óstio traqueal. No período da tarde, obteve alta para enfermaria da clínica médica respirando espontaneamente em ar ambiente, com a resolução do quadro da macroglossia, verbalizando com leve disfasia e em processo de reabilitação para dieta via oral.

4. RESULTADOS

A

melhora significativa no quadro da macroglossia pode ser acompanhado

através da análise clínico-fotográfico representado na figura 4. Os três registros correspondem respectivamente aos dias: 3 de setembro (imagem

anterior ao início das intervenções), dia 7 de outubro (imagem registrada logo após a primeira conduta associando a drenagem linfática manual à sedação /analgesia) e 24 de outubro de 2014 (melhora significativa da macroglossia).

Figura 3: Evolução da língua ao longo das intervenções

5. DISCUSSÃO

ada vez mais é incentivada a intervenção conservadora visto que

C

complicações são comuns no processo de pós-cirúrgico da glossectomia, resultando principalmente na deiscência da ferida, hemorragia, obstrução de

vias aéreas, parestesia da ponta da língua e na hipomobilidade. Podem ocorrer ainda anquilose e língua globular onde o corpo da língua permanece largo, mesmo que o

37


novo tamanho seja normal (EGYEDI; OBWERGESER, 1964; DAVALBHAKTA; LAMBERT, 2000).

Buscando reduzir a macroglossia, ao longo das sessões de tratamento foram realizadas as seguintes modalidades terapêuticas: massoterapia (a fim de liberar aderências do conjunto muscular da língua com técnicas de pinçamento); manobra de interiorização da língua para cavidade oral; mobilização de ATM; liberação de gânglios axilares, supraclaviculares e submentonianos; higienização da língua com soro fisiológico 0,9% e clorexidina 0,12%; laserterapia; drenagem linfática manual de língua (com intuito de estimular o esvaziamento linfático reduzindo o edema); enfaixamento compressivo de língua; liberação miofascial de masseter; drenagem de língua precedida de sedação e analgesia (associação de propofol e o opiáceo fentanil); contenção de mandibular com auxílio de esparadrapo microporoso 25mm; bandagem elástica funcional (buscando diminuir a flacidez da musculatura orbicular da boca); e exercícios de mímica facial.

A redução do edema de língua pôde ser nitidamente percebido ao longo dos dias de tratamento. Entretanto, foi observado uma significativa redução da macroglossia após os procedimentos de drenagem precedida de sedação e analgesia.

Foi empregado no tratamento a droga analgésica fentanil, do tipo opioide, cujo início da ação ocorre entre 2 e 5 minutos, com uma duração analgésica em torno de 1 à 2 horas, com dose uma inicial empregada (intravenosa) em torno de 0,5 e 2mcg para cada quilograma de peso apresentado pela paciente. Esse opioide tem a vantagem de liberar menor nível de histamina e um rápido início de ação. Porém a desvantagem é que pode levar à depressão ventilatória e à hipotensão (SESSLER; WILHELM, 2008).

Quanto a sedação por uso de propofol, o mecanismo de ação é o agonista do receptor GABA, seu início de ação ocorre em cerca de 30 a 60 segundos e seu efeito é de curta duração (3-10 min), a dose intravenosa inicial empregada foi entre 0,05 à 1mg/kg, objetivando um grau de sedação sem resposta a estimulação física, na escala de agitação-sedação de Richmond (RASS) – 5. O curto efeito sedativo foi uma vantagem para o rápido procedimento de drenagem, porém tem a mesma desvantagem do fentanil, resultar na depressão ventilatória (GOMMERS, 2008; SESSLER; GRAP; RAMSAY, 2008).

38


O fato da paciente estar em uma UTI possibilitou essa forma de intervenção, já que para suprir o estado sedativo, principalmente de depressão dos centos respiratórios, há prontamente equipamentos de monitorização e suporte à vida, além do uso de sedativos e analgésicos serem uma prática rotineira em procedimentos anestésicos (SESSLER; WILHELM, 2008).

Com o efeito sedativo, durante o procedimento de drenagem, pôde-se avaliar a língua com maior qualidade, sendo possível observar uma laceração transversa em fase crônica na região dorso lateral do órgão. Acreditamos que esse achado explica a gênese da macroglossia na paciente em relato, uma vez que o principal suprimento neurovascular da língua (artéria lingual, nervos lingual e hipoglosso), entram lateralmente ao órgão, para só depois seguirem anteriormente, sem cruzar a linha média (DAVALBHAKTA; LAMBERTY, 2000)

Para Godoy (2002), a drenagem linfática, é um tratamento indicado para qualquer tipo e grau de linfoedema, com o objetivo de remover o excesso de proteína plasmática do interstício celular, restaurando o equilíbrio entre a carga de proteica linfática e a capacidade de transporte do sistema linfático. Foi a partir da experiência em massagem que Vodder em 1936 observou a melhora clínica de linfonodos, quando estimulados manualmente. Esses achados representaram o início de um trabalho que levou a sistematização de uma técnica e que denominada drenagem linfática manual (KURZ, 1997).

O objetivo da drenagem linfática é criar diferenciais de pressão para promover o deslocamento da linfa e do fluido intersticial, visando à sua recolocação na corrente sanguínea fluxo no sistema. A drenagem linfática manual deve obedecer ao sentido do fluxo, pois, se for realizada em sentido contrário, pode forçar a linfa contra as válvulas, podendo danificá-las e, consequentemente, destruir um “coração linfático”. Esta é a primeira lei preconizada para a realização da drenagem linfática (GODOY, 2002).

O procedimento de drenagem linfática da língua foi realizado por meio de deslizamentos manuai: com uma mão o terapeuta estabiliza o órgão e com outra mão posiciona a face distal do polegar, indicador e médio na superfície da língua realizando uma leve fricção no sentido anteroposterior. Outra modificação da técnica foi realizar o procedimento em forma de pinçamento, onde com uma mão se estabiliza distalmente a língua e com a outra mão realiza-se movimentos de deslizamento anteroposterior

39


alternado à leve compressão com os dedos polegar e indicador em forma de pinça (KURZ, 1997).

O laser de baixa frequência foi também uma modalidade presente nas condutas diárias, é uma das técnicas eletroterapêuticas que apresentam resultados mais otimistas. Acredita-se que este pode ter efeitos cicatrizantes e anti-inflamatórios nos tecidos adjacentes à lesão, colaborando com o processo de melhora do quadro álgico e permitindo, assim, o restabelecimento da mecânica normal da musculatura da língua (KOGAWA et al., 2005).

A pesquisa feita com a laserterapia para redução do edema de origem linfática apontou as seguintes hipóteses para seus efeitos: restauração da drenagem linfática axilar por estimulação de novas vias linfáticas, amolecimento do tecido fibroso e da cicatriz cirúrgica, efeitos sistêmicos relacionados ao volume de fluido extracelular e redução de fluido tissular acumulado por mudanças no fluxo sanguíneo. A aplicação da laserterapia ainda oferece efeito analgésico (CARATI et al., 2003).

Já a modalidade de bandagem compressiva atua através da modificação da dinâmica capilar venosa, linfática e tissular. Pode ser aplicada através do enfaixamento compressivo elástico. Promove o aumento da pressão intersticial e o aumento da eficácia do bombeamento muscular (GUIRRO, 2002).

A liberação do músculo masseter foi importante para facilitar a mobilidade da mandíbula. Segundo Clay (2003), o músculo masseter é o principal músculo da mastigação, sendo assim o primeiro a ser tratado nos problemas da ATM, uma vez que sua posição é facilmente acessível.

Segundo Gonzalez (2005), a tração é um dos componentes mais importantes para o tratamento de hipomobilidade articular da ATM. Esta pode ser aplicada com o objetivo mínimo de aliviar os efeitos compressivos da articulação. No procedimento, as arcadas dentárias são separadas pelo polegar do terapeuta. No momento da abertura da ATM, é realizada uma tração no mesmo sentido em que o movimento está• sendo realizado, aumentando de forma manual a mobilidade da ATM.

No estudo desenvolvido, houve grande aceitação das condutas utilizadas, haja vista que, a paciente apresentou de forma satisfatória uma evolução positiva e progressiva

40


tanto no quadro clínico que a motivou à internação na UTI, como na resolução da sua principal comorbidade, a macroglossia.

6. CONCLUSÃO

A

conduta conservadora mostrou ser eficaz na resolução do quadro da

macroglossia de origem traumática. Destacando-se como procedimento diferencial, a drenagem linfática manual precedida de sedação e analgesia.

É necessário que novos estudos nessa área possam ser desenvolvidos, buscando melhorar e otimizar o tratamento conservador que favoreçam a resolução do quadro da macroglossia.

AGRADECIMENTOS

Aos profissionais envolvidos nos procedimentos. Sem eles esse trabalho não sairia. São eles:

O médico do CTI Geral do HUPE: Marcos Lopes Miranda.

As acadêmicas de Fisioterapia: Amanda Cruz & Rayane Moraes.

O fisioterapeuta do CTI Geral do HUPE: Victor Emmanuel Cavalcanti Zamora.

As fonoaudiólogas: Tatiana Loureiro & Catiuscia Greco

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41


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TOBINAGA, W. C. de O. Abordagem conservadora na redução da macroglossia em uma unidade de terapia intensiva adulto (um relato de caso). Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 05, p. 29-43, out.-nov., 2015.

Recebido em: 02 jun. 2015.

Aprovado em: 26 out. 2015.

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Análise tarifária: estudo de caso de uma empresa de recapagem de pneus no Paraná TARIFF ANALYSIS: A CASE STUDY COMPANY TIRE RETREADING IN PARANÁ

Fabio da Silva Avelar Graduação em Engenharia Industrial Elétrica com Ênfase em Eletrotécnica; Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho; Mestrando em Engenharia Elétrica; Docente do SENAI/PR Curitiba, PR E-mail: fabiotfi@gmail.com Alyne Nogueira Justi Graduação em Engenharia Industrial Elétrica; Mestranda em Engenharia Elétrica Curitiba, PR E-mail: alyne_justi@hotmail.com William Scortegagna Cubas Cordeiro Graduação em Engenharia Elétrica; Mestrando em Engenharia Elétrica Curitiba, PR E-mail: omegaaulas@hotmail.com Edgar Della Giustina Licenciatura Plena em Matemática; Especialização em Ensino da Matemática; Mestrado em Engenharia Mecânica; Docente na Faculdade de Tecnologia SENAI CIC Curitiba, PR E-mail: edg23@hotmail.com Lívia Maria dos Santos Bacharelado em Administração e em Ciências Econômicas; Mestrado em Administração; Doutoranda em Políticas Públicas; Docente no Instituto Federal do Paraná Curitiba, PR E-mail: liviams45@gmail.com

AVELAR, F. da S. et al. Análise tarifária: estudo de caso de uma empresa de recapagem de pneus no Paraná. Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 05, p. 44-54, out.-nov., 2015.

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RESUMO Este artigo visa esclarecer os encargos e custos embutidos na conta de Energia Elétrica de uma empresa de recapagem de pneus localizada no Paraná, a fim de auxiliar na escolha da tarifa mais adequada para determinado tipo de consumo. Foi realizado um estudo de caso para exemplificar o cálculo das contas de

energia e também se comparou o aumento nas tarifas ocorrido dentre os anos de 2014 e 2015. Observou-se a importância da análise tarifária, pela significativa diferença nos custos para o consumidor que resulta do enquadramento de grupos de consumidores.

Palavras-chave: Sistema Tarifário, Reajuste de Tarifas Energéticas, Análise Tarifária.

ABSTRACT This article aims to clarify the embedded burdens and costs on the electricity bill in Paraná, in order to assist in choosing the most appropriate rate for certain type of consumer. A case study was conducted to illustrate the calculation of energy bills and

also compared the increase in rates occurred among the years 2014 and 2015. It was noted the importance of tariff analysis, the significant difference in costs for consumers resulting the framework of consumer groups.

Keywords: Tariff System, Reset Energy Tariffs, Tariff Analysis.

1. INTRODUÇÃO

A

energia elétrica é fundamental para a vida moderna dos seres humanos. Nas indústrias é essencial para o funcionamento de antigas tecnologias e para a criação de novas e no fornecimento de serviços. Por causa da relevância da

energia elétrica no cotidiano das pessoas e no crescimento da economia, há um grande debate sobre as melhores formas de emprego dos recursos naturais no processo de produção de energia elétrica, porque o emprego excessivo desses recursos pode até levar a sua escassez. Dessa forma, a energia elétrica tem que ser usada com consciência para não ficar escassa e para ter valores justos (OCHOA et al., 2015).

As despesas com energia é um dos elementos decisivo nos processos industriais, por causa disso tornou-se cada vez importante o controle do consumo de energia nas empresas aplicando conceitos de eficiência energética trazendo formas de geração de energia e melhor utilização da energia elétrica gerando economia no processo produtivo (DINIZ et al., 2015). Na indústria, o conhecimento sobre o sistema tarifário, entendendo os valores contratados e os diferentes valores cobrados durante o dia, é

45


imprescindível para diminuir o valor gasto com energia elétrica, aumentando a competividade e diminuindo o valor final do produto (BAZZO; FERNANDES, 2013). Em 1982, o Brasil começou a reforma do sistema de tarifas relacionadas ao uso de energia elétrica, a principal finalidade era a adequação da melhor utilização dos nossos reservatórios de água, por isso foram implementadas as tarifas horosazonais. Nas empresas, essas implementações precisaram de grandes planejamentos e de algumas mudanças para variar o consumo em certos horários e em alguns períodos do ano, trazendo assim economia na produção (PORTO et al., 2002).

A legislação vigente admite que uma porção dos usuários optem pelo enquadramento no contrato de demanda que gerará o menor custo com energia elétrica. Essa escolha só pode ser feita após ser verificado o comportamento do consumo, analisando a demanda em determinados horários (ponta e fora de ponta) e sazonais (períodos seco e úmido) da unidade consumidora (NISHIMURA et al., 2007). Em alguns casos, a escolha da melhor opção tarifária não é o suficiente, por isso são utilizados geradores para diminuir a utilização de energia nos horários de ponta fazendo uma economia considerável de dinheiro em certas empresas (SOUZA et al., 2011).

As pesquisas na área de análise tarifária, tendo como objetivo o desenvolvimento e dimensionamento de sistemas elétricos, buscam menores custos e uso eficiente de energia por partes das empresas brasileiras, e isso depende do conhecimento da maneira em que os consumidores utilizam essa energia e do sistema tarifário aplicado na região em que se localiza esse consumidor (GEMIGNANI, 2009).

O Brasil é um país com abundância de recursos naturais e humanos. No setor de geração de energia elétrica, o país apresenta uma matriz diversificada, e com predominância de recursos renováveis (85% da oferta de energia, considerando se as importações), destacando-se a geração hidráulica, com 70,1% da oferta interna no ano de 2012 (EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA, 2012). Mas o setor elétrico brasileiro encontra-se em um momento delicado pelo fato da sua alta dependência das energias produzidas pelas hidrelétricas e pela falta de chuvas em algumas regiões do país fazendo com que os níveis dos reservatórios de água estejam cada dia mais baixos (RIBEIRO, 2014).

A dinâmica populacional e a elevação de 3,6% ao ano do consumo total de eletricidade dos grandes consumidores industriais em contraste com a redução na

46


geração das hidrelétricas, por conta dos baixos níveis dos reservatórios, criaram a necessidade do uso das termoelétricas, que geraram um grande aumento das contas de energia no Brasil, como pode ser observado pela Tabela 1, a qual apresenta os últimos aumentos aprovados desde 2010 para o estado do Paraná. Tabela 1 – Reajustes Tarifários

Resolução 1897/2015

24/06/2015 - Reajuste médio aplicado de 15,32%

Resolução 1858/2015

02/03/2015 - Reajuste médio aplicado de 36,79%

Resolução 1763/2014

24/06/2014 - Reajuste médio aplicado de 24,86%

Resolução 1565/2013

24/06/2013 - Reajuste médio aplicado de 9,55%

Resolução 1431/2013

24/01/2013

Resolução 1296/2012

24/06/2012 - Reajuste médio aplicado de -0,65%

Resolução 1158/2011

24/06/2011 - Reajuste médio aplicado de 2,99%

Resolução 1015/2010

24/06/2010 - Reajuste médio aplicado de 2,46%

- Reajuste médio aplicado de 19,28%

Fonte: (ANEEL, 2015)

Neste ponto, temos como causas, além do esgotamento do potencial hídrico para a geração, também os custos do insumo e problemas da transmissão de energia, principalmente para usinas que se encontram distantes dos centros consumidores, situação que tende a agravar-se com a estratégia de investimento do governo federal de geração na Amazônia. Além das perdas de transmissão há falhas na distribuição (incluindo-se as perdas não técnicas), que no Brasil, segundo dados divulgados pelo site da ANEEL, chegaram a aproximadamente 20%, (sendo que em torno de 5% foram perdas exclusivas do sistema de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN)) valor superior em relação a diversos países, inclusive alguns com extensões territoriais proporcionais às brasileiras, como, por exemplo, os EUA (perdas em torno de 6%), China (7%), México e Canadá (8%) e Rússia, Austrália e África (11%). Essas perdas na transmissão e distribuição impactam no aumento da tarifa cobrada do consumidor, estimando-se para o ano de 2017, por exemplo, que o embate sobre a tarifa média seja da ordem de 5%, resultando numa cobrança de R$ 4,7 bilhões por perda. E em relação à energia não faturada e aos impostos que não serão recolhidos pelo governo,

47


os cofres públicos deixarão de recolher

R$ 10 bilhões no mesmo ano

(INTERNATIONAL RIVERS – BRASIL, 2012).

O objetivo desse artigo é esclarecer os encargos e custos embutidos na conta de Energia Elétrica de uma empresa de recapagem instalada no estado do Paraná no período 2014-2015. Hoje, 2015, os encargos são 96,9619 % mais altos em comparação a Junho de 2014, após os aumentos aprovados pelas homologações da ANNEL nº 1.763, de 24 de junho de 2014, Nº 1.858, de 02 de março de 2015 E nº1897 de 24 de junho de 2015. Para o melhor entendimento desse artigo é importante que os leitores saibam que as tarifas de energia elétrica estão divididas em dois grandes grupos, e que cada grupo possui um modo de cálculo e valores diferentes para consumo e demanda contratada, os quais serão abordados no corpo desse artigo.

2. DESENVOLVIMENTO

D

e forma mais clara pode-se definir que a conta de luz pode ser calculada de quatro formas diferentes, de acordo com o tipo de tarifação escolhida pelo

consumidor. De acordo com a COPEL, para consumidores residenciais e comerciais alimentados em baixa tensão (grupo B), a conta paga pelo consumidor é constituída do consumo (C) multiplicado pela tarifa de 0,75741 R$/kWh, conforme a Equação (1).

(1)

Já para consumidores em alta tensão (grupo A), subdivididos em Convencional, Horosazonal Verde e Horosazonal Azul, o cálculo é modificado. Para os consumidores Convencionais a conta é dada pelo consumo (C) multiplicado pela tarifa de 0,5518R$/kWh somada à demanda (D) contratada multiplicada por 34,89R$/kWh, conforme a Equação (2).

(2)

Já os consumidores do grupo Horosazonal Verde precisam se ater ao consumo de energia dentro da ponta e fora da ponta (energia na ponta das 18:00 até às 21:00 horas no horário normal e das 19:00 até às 22:00 horas no horário de verão, fora de ponta os demais horários) e com a demanda contratada, pois a composição da conta

48


se dá pelo somatório dos valores da demanda contratada (D) multiplicada pela tarifa de 10,62 R$/kWh e do consumo na ponta (CP) multiplicado por 1,60965R$/kWh e do consumo fora de ponta (CFP) multiplicado por 0,53004 R$/kWh, conforme a Equação (3), lembrando que o consumo na ponta é o consumo compreendido entre às 18h e 21h.

(3)

O Grupo Azul considerar também a demanda contratada fora de ponta (DFP) e na ponta (DP), cujos valores são de R$ 33,71 por kWh na ponta e de R$10,62 fora de ponta e consumo na ponta (CP) por 0,79114 R$/kWh e fora da ponta (CFP) por 0,53004 R$/kWh, de acordo com a Equação (4).

(4)

Esses dados ficam mais claros na Figura 1 onde mostra-se um diagrama de blocos com base nas informações fornecidas pela COPEL, sistema que permite que o consumidor calcule o valor da sua conta em cada grupo tarifário e entenda sua composição. Esse artigo está usando os valores aplicados no Paraná, mas a metodologia é a mesma para outras regiões do Brasil, devendo-se mudar apenas os valores das tarifas de acordo com cada companhia de energia. De acordo com a resolução 479/2012 da ANEEL, é importante salientar que os consumidores com tensão de fornecimento igual ou superior a 69 kV ou com demanda contratada superior a 300 KW são obrigados a usar a modalidade tarifária Horosazonal Azul.

Entretanto, a partir de 1º de julho 2015, as contas de energia passaram a trazer uma novidade: o Sistema de Bandeiras Tarifárias. As bandeiras verde, amarela e vermelha indicam se a energia custa mais ou menos, em função das condições de geração de eletricidade. Se as condições são um pouco menos favoráveis, a bandeira passa a ser amarela e há uma cobrança adicional, proporcional ao consumo, na razão de R$ 2,50 por 100 kWh. Já em condições ainda mais desfavoráveis, a bandeira fica vermelha e o adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo na razão de R$ 5,50 por 100 a kWh, a esses valores são acrescentados os impostos vigentes de acordo com dados fornecidos pela ANEEL em 17/06/2015.

49


Figura 1 – Diagrama de Blocos do Sistema Tarifário Paranaense

3. ESTUDO DE CASO

F

oi analisada uma fatura de energia elétrica de uma indústria do segmento de recapagem de pneus, da região de Curitiba, de junho de 2014 e feito uma progressão para junho de 2015. O consumidor é faturado no sistema

Horosazonal Verde, porém foram feitas analises da fatura para o sistema Convencional e Horosazonal Azul. Os cálculos apresentados só levaram em conta a demanda e consumo, os valores excedentes reativos, demanda de ultrapassagem e iluminação pública foram desconsiderados para facilitar a comparação do custo da energia no cenário atual paranaense.

Para o sistema Horosazonal Azul foi considerado o valor mínimo de demanda de ponta determinado pela ANEEL de 30kW, por conta da pouca representatividade do valor total desse horário na conta, cerca de 2.4 % do valor total, como pode ser observado nas Tabelas 2 e 3. A diferença no valor da conta notada de um ano para outro foi de 96,9618%.

50


Tabela 2 – Cálculo do Custo para Consumidor Horosazonal Azul em 2014

2014 Descrição

Consumo

Custo

Consumo na Ponta (kWh)

380

R$ 152,64

Consumo fora de Ponta (kWh)

15462

R$ 4.160,95

Demanda na Ponta (kWh)

30

R$ 513,45

Demanda fora de Ponta (kW)

135

R$ 727,91

Total

R$ 5.554,94

Tabela 3 – Cálculo do Custo para Consumidor Horosazonal Azul em 2015

2015 Descrição

Consumo

Custo

Consumo na Ponta (kWh)

380

R$ 300,63

Consumo fora de Ponta (kWh)

15462

R$ 8.195,48

Demanda na Ponta (kWh)

30

R$ 1.011,30

Demanda fora de Ponta (kW)

135

R$ 1.433,70

Total

R$ 10.941,11

Na Horosazonal Verde, que é a tarifa adota pela empresa atualmente, a diferença no valor da conta notada de um ano para outro foi de 96,9621 %, como pode ser observado nas tabelas 4 e 5. Tabela 4 – Cálculo do Custo para Consumidor Horosazonal Verde em 2014

2014 Descrição

Consumo

Custo

Consumo na Ponta (kWh)

380

R$ 310,55

Consumo fora de Ponta (kWh)

15462

R$4.160,95

Demanda (kW)

135

R$ 727,91

Total

R$ 5.199,40

51


Tabela 5 – Cálculo do Custo para Consumidor Horosazonal Verde em 2015

2015 Descrição

Consumo

Custo

Consumo na Ponta (kWh)

380

R$ 611,67

Consumo fora de Ponta (kWh)

15462

R$ 8.195,48

Demanda (kW)

135

R$ 1.433,70

Total

R$ 10.240,85

Para o sistema Convencional nota-se um aumento do custo para o consumido e de 96,9619% de um ano para outro como pode ser observado das Tabelas 6 e 7. Tabela 6 – Cálculo do Custo para Consumidor Convencional em 2014

2014 Descrição

Consumo

Custo

Demanda (kW)

15842

R$2.391,40

Consumo (kWh)

135

R$ 4.438,23

Total

R$ 6.829,63

Tabela 07 – Cálculo do Custo para Consumidor Convencional em 2015

2015 Descrição

Consumo

Custo

Demanda (kW)

135

R$ 4.710,15

Consumo (kWh)

15842

R$ 8.741,62

Total

R$ 13.451,77

4. CONCLUSÃO

O

objetivo desse artigo era esclarecer os encargos embutidos na conta de

energia elétrica. Atendeu-se a ele, a partir do estudo de caso, em que foi possível perceber que houve um aumento expressivo nas tarifas de energia

elétrica aplicadas aos consumidores, dentre o período de junho de 2014 a junho de 2015. Esse aumento foi de aproximadamente 96,96% para todos os grupos, sendo que os consumidores enquadrados na tarifa Horosazonal Verde tiveram o maior aumento, o qual foi de 96,9621%, que é maior que dos outros sistemas.

52


Percebeu-se ainda que, apesar dos aumentos, a tarifa aplicada ao consumidor analisado é realmente a mais correta, pois é a que lhe traz maior economia (Custo de R$10.240,85), enquanto do Horosazonal Azul é de R$10.941,11, e do Convencional é R$13.451,77, ou seja, há uma diferença significativa. Assim, para este caso, a tarifa mais adequada é a Horosazonal Verde, o que poderia ser diferente caso os valores de Consumo e Demanda fossem alterados. No caso de a tarifa não ser a mais adequada teria que ser feito uma análise, verificando o perfil de carga, a forma como é utilizada a energia, não há como dizer qual melhor opção de faturamento de energia elétrica sem um estudo prévio.

Com esse estudo também ficou evidente a diferença final do custo da energia elétrica para os diferentes grupos de consumidores. Desta forma, é notória a importância de uma análise tarifária, devido aos aumentos acontecidos, a fim de economizar na conta final, evitando maiores ônus aos consumidores.

Neste artigo apresentaram-se de maneira rápida e prática os cálculos necessários e as tarifas aplicadas no estado do Paraná a fim de auxiliar na análise tarifária de outros consumidores.

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53


INTERNATIONAL RIVERS – BRASIL. O Setor Elétrico Brasileiro e a Sustentabilidade no Século 21: Oportunidades e Desafios. 2. Ed. International Rivers. Brasília – DF. 2012.

PORTO, Luiz G.C. et al. Análise comparativa da implantação da tarifa horo-sazonal em uma agroindústria. Procedings of the 4th Encontro de Energia no Meio Rural, 2002. RIBEIRO, Victor D. Análise técnicoeconômica de um sistema híbrido de geração na rede elétrica da ilha do fundão. 130 f. Dissertação – Mestrado em Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014.

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Recebido em: 18 set. 2015.

Aprovado em: 10 out. 2015.

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Engenharia de software para desenvolvimento orientado a modelos: uma abordagem conceitual e bibliográfica SOFTWARE ENGINEERING FOR DEVELOPMENT ORIENTED MODELS: AN APPROACH CONCEPT AND LITERATURE

Janaide Nogueira de Sousa Ximenes Mestranda na Universidade Estadual do Ceará – Mestrado Acadêmico em Ciências da Computação – MACC Fortaleza, CE E-mail: janaide@hotmail.com Rhyan Ximenes de Brito Bacharel em Ciências da Computação Tianguá, CE E-mail: rxbrito@gmail.com Vanessa Veloso Aragão Mestranda na Universidade Estadual do Ceará – Mestrado Acadêmico em Ciências da Computação – MACC Fortaleza, CE E-mail: vanessa.veloso@ifpi.edu.br

XIMENES, J. N. de S.; BRITO, R. X. de; ARAGÃO, V. V. de. Engenharia de software para desenvolvimento orientado a modelos: uma abordagem conceitual e bibliográfica. Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 05, p. 55-74, out.-nov., 2015.

RESUMO O desenvolvimento orientado a modelos é um paradigma da Engenharia de Software que possui como abordagem a proposta de reduzir a distância semântica entre o domínio do problema e o domínio da implementação, através da utilização de modelos que não são apenas artefatos de documentação ou comunicação. Nesse sentido sendo o principal artefato para o desenvolvimento, dispondo-se de uma proposta que visa proteger os

desenvolvedores da complexidade. O presente artigo tem como objetivo enfatizar a importância desse paradigma que se preocupa em desenvolver modelos de sistemas de forma a representar partes do mesmo, evidenciando-se suas funcionalidades, dessa maneira auxiliando na tomada de decisões que deverão ser aplicadas no ato do desenvolvimento do software. Dentro dessa temática o estudo foi desenvolvido com base em dados

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bibliográficos, através de livros e artigos de forma explicativa e descritiva. Nesse aspecto pode-se evidenciar a importância desse paradigma para profissionais da área de desenvolvimento de softwares,

principalmente por permitir uma abstração dos detalhes da tecnologia de implementação, tornando-o mais próximo do domínio do problema em análise.

Palavras-chave: Engenharia. Modelos. Desenvolvimento. Orientado.

ABSTRACT Oriented development model is a paradigm of software engineering that has to approach the proposal to reduce the semantic distance between the problem domain and the domain of implementation, through the use of models that are not only documentation of artifacts or communication. In this sense being the main artifact to the development, offering up a proposal to protect developers from complexity. This article aims to emphasize the importance of this paradigm that is concerned with developing systems models to represent parts of it, demonstrating its

functionality, thereby assisting in decisionmaking to be applied in software development act . Within this theme the study was developed based on bibliographic data, through books and articles of explanatory and descriptive manner. In this regard we can highlight the importance of this paradigm for professionals in the software development area, mainly for allowing an abstraction of the details of implementation technology, making it closer to the problem domain in question.

Keywords: Engineering. Models. Development. Oriented.

1. INTRODUÇÃO

O

mercado de T.I (Tecnologia da Informação) está cada vez mais exigente no

tocante a qualidade dos produtos a serem desenvolvidos, diante tal situação observa-se que o desenvolvimento de softwares com alto padrão de

qualidade é de suma importância para garantir a satisfação do cliente. Nesse contexto pode-se notar que há uma grande preocupação na Engenharia de Software em desenvolver modelos de processos de softwares para atender as necessidades existentes, visando atingir altos níveis de qualidade no projeto a ser implementado para o mercado consumidor de software.

De acordo com Santos (2008) o Model Driven Engineering (MDE) ou Engenharia Orientado a Modelo (EOM) é um dos mais promissores paradigmas na Engenharia de Software. Nessa abordagem os modelos não são apenas artefatos de documentação ou comunicação entre as equipes envolvidas no projeto de software, apresentando-se como o principal artefato no processo de desenvolvimento.

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Assim, a abordagem do desenvolvimento orientado a modelo tem a proposta de reduzir a distância semântica entre o domínio do problema e o domínio da implementação ou solução, através de modelos de alto nível que protegem os desenvolvedores de software da complexidade da plataforma de implementação (FRANCE; RUMPE, 2007 apud LUCRÉDIO, 2009).

Ainda segundo Calixto e Bittar (2010) a orientação à modelo introduz uma mudança de paradigma, pois os modelos são a prioridade no desenvolvimento do software, fazendo com que os modelos tornem-se a base no desenvolvimento, manutenção e evolução do software, gerando um maior nível de automação. 2. DESENVOLVIMENTO ORIENTADO A MODELO

egundo Selic (2003) o uso de modelos de Engenharia é quase tão antigo

S

quanto à própria Engenharia. Com efeito, a modelagem é uma atividade importante no processo de construção de softwares, pois fornece uma

maneira fácil para a compreensão, raciocínio, construção, simulação e comunicação sobre sistemas complexos (geralmente compostas por partes menores) (THOMAS, 2004).

A Engenharia de Software Orientada a Modelo ou o termo em inglês Model Driven Software Engineering (MDSE) ou simplesmente Model Driven Development (MDD) (SCHMIDT, 2006) é uma abordagem de desenvolvimento de software que se concentra na criação dos modelos do sistema como principais artefatos no processo de desenvolvimento de software. A preocupação está em desenvolver focado nos modelos do sistema e através destes é possível representar partes de um sistema, de forma a representar as funcionalidades e/ou recursos do sistema auxiliando à tomada de decisões sobre quais as melhores ações devem ser aplicadas para atingir as metas no desenvolvimento do software.

Ao contrário dos métodos convencionais em que a construção de um sistema fica especificamente voltada para o código-fonte, à abordagem orientada a modelo tem o foco na modelagem do sistema, dessa maneira separando a lógica de negócio, da lógica de programação, reduzindo o tempo e o custo durante o ciclo de desenvolvimento, proporcionando ao desenvolvedor menor preocupação com os

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códigos-fonte do sistema já que este é gerado automaticamente seguindo os critérios da abordagem.

Interessante notar que a geração de código é caracterizada pela entrada de dados em forma de diagrama baseado em modelos, nesse contexto configurando-se como a principal base de dados para a geração dos códigos. Observa-se que o próprio processo de desenvolvimento acaba auxiliando na documentação do software, porém o maior problema reside no fato de que o usuário tem que dominar algumas linguagens de marcação que utilizam pseudocódigos. (CÂMARA; PINHEIRO, 2011). Como visto os códigos são gerados automaticamente com base nos diagramas, sendo pouco provável a geração de códigos imprecisos para o diagrama proposto a menos que os menos tenham sido modelados de forma errônea, contudo se houver caberá ao programador resolver tal situação, a partir da análise e observação de tais modelos.

Segundo Fernandes, Machado e Carvalho (2007), MDD constitui uma abordagem através dos quais podem ser construídos modelos de softwares independentes de plataforma. Isto corresponde a um aumento na abstração de linguagens de programação de alto nível para linguagens de modelagem. Este aumento de abstração implica que um sistema poderá ser principalmente ou totalmente expresso por meio de modelos. Como visto esse processo torna-se viável, pois diminui o tempo de programação, além do fato de que problemas que surjam possam ser resolvido através de técnicas como as empregadas nos testes do software ou mesmo a revisão dos modelos gerados a partir da modelagem.

A abordagem MDD permite uma abstração dos detalhes da tecnologia da plataforma de implementação e utilização de conceitos mais próximos do domínio do problema. Consequentemente, os modelos utilizados para desenvolver o sistema são mais fáceis de especificar, entender e manter, apresentando resistência às alterações da tecnologia adotada para a implementação do sistema (SELIC, 2003). Assim, o MDD promove a ideia de que através do foco nos modelos pode-se obter melhor desenvolvimento e evolução do software.

Com base nisto, Fernandes (2010 apud Souza e Olivera 2012) enumera as principais contribuições do uso do MDD:

58


Ganho de produtividade: Atkinson e Kuhne (2003) afirmam que a melhoria da produtividade dos esforços de desenvolvimento é a "motivação fundamental do MDD". Consideram que a produtividade seja atingida ao longo de duas dimensões. Primeiro, a produtividade de curto prazo, obtida através do quanto de funcionalidade um artefato de software pode oferecer. Segundo, a produtividade de longo prazo, obtida pelo aumento da longevidade do artefato de software. Conceitos mais próximos do domínio: Selic (2003) observa que o desenvolvimento de software baseado em modelos utiliza conceitos que são menos ligados à tecnologia de implementação e mais próximos do domínio do problema, o que permite eventualmente que não seja preciso ser um especialista em computação para "produzir sistemas". Além disso, o foco na modelagem permite a redução ou eliminação de erros e lacunas semânticas na passagem de um modelo abstrato de para um produto final de implementação, visto que “modelo é o sistema”. Automação e menor sensibilidade às mudanças tecnológicas: Mellor, Clark e Futagami (2003) destacam como benefícios do MDD a transformação automática dos modelos de design de alto nível em sistemas em execução e a facilidade de uso e manutenção dos modelos os quais também são menos sensíveis à tecnologia escolhida. Captura de conhecimentos especializados e reutilização: MDD permite a captura de conhecimento especializado através de funções de mapeamento que transmitem informações para a transformação de um modelo para outro. Isto permite a sua reutilização quando um aplicativo ou sua implementação mudar, como também permite uma evolução independente dos modelos e leva a modelos com maior longevidade.

A proposta do MDE (Figura 1) é fazer com que o engenheiro de software não precise interagir manualmente com todo o código-fonte, podendo se concentrar em modelos de mais alto nível, ficando protegido das complexidades requeridas para implementação nas diferentes plataformas. Um mecanismo automático é responsável por gerar automaticamente o código a partir dos modelos. Neste cenário, os modelos não são apenas um guia, ou uma referência, fazem parte do software, assim como o código-fonte.

59


Figura 1 - Ilustração do processo de criação de software no desenvolvimentoorientado a modelos

O fato da abordagem ser orientada a modelos significa que os artefatos principais do processo de desenvolvimento devem orientar o entendimento, o projeto, a construção, a operação, a manutenção e as modificações do sistema (CALIARI, 2007). Inicialmente os modelos podem ser utilizados para gerar os sistemas, scripts de bancos de dados, documentação para o usuário, configurações e quaisquer outros elementos que possam fazer parte do processo de desenvolvimento.

Sobre esse aspecto pode-se observar que o desenvolvimento orientado a modelo configura-se com uma opção frente ao desenvolvimento de softwares, pois proporciona agilidade ao desenvolvimento através da geração automática dos códigos por meio da estrutura definida previamente no modelo. 3. ARQUITETURA ORIENTADA A MODELO

M

odel Driven Architecture ou Arquitetura Orientada a Modelo (MDA) foi proposta em 2001 pelo OMG (Object Management Group) é um framework com arquitetura aberta e independente de fornecedor para a construção de

sistemas de software. Neste sentido, KEEPLE (2003) afirma que MDA é também uma abordagem padronizada destinada a dar suporte ao MDD, aplicada na definição do

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sistema, na etapa de especificação das funcionalidades do sistema e à especificação da plataforma tecnológica que será utilizada durante a fase de desenvolvimento.

A MDA surgiu como um conjunto de padrões voltados para fabricantes de ferramentas interessados em manter a interoperabilidade com outros fabricantes (OMG, 2003 apud LUCRÉDIO, 2009).

A proposta da MDA é promover o desenvolvimento de modelos que sejam independentes dos detalhes de implementação, criando-se portanto, sistemas mais flexíveis e de fácil portabilidade, agregando ganhos imponentes em relação à qualidade do produto, devido o foco dos desenvolvedores estar exclusivamente aplicado às regras de negócio e em relação a produtividade, dado a automatização intrínseca à proposta da abordagem.

De acordo com OMG (2006), a portabilidade, a interoperabilidade e o reuso a partir da separação arquitetural de interesses, são apontados como as três metas primárias da MDA.

Lucrédio (2009) destacou que para dar suporte a diferentes linguagens de modelagem, ajudando a garantir que os modelos construídos estejam semanticamente corretos e completos, possibilitando a definição e execução de transformações genéricas, deve-se ter como base as principais abordagens existentes na indústria para MDD, ou seja, em conceitos de metamodelagem (OMG, 2006), apresentado na Figura 2. Figura 2 - Arquitetura clássica de metamodelagem

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O primeiro nível (M0) corresponde aos dados propriamente ditos. O segundo nível (M1) corresponde aos metadados, ou modelo, ou seja, dados que descrevem os dados. O terceiro nível (M2) é o metamodelo, utilizado para a definição de modelos, a especificação UML é um exemplo de metamodelo. O quarto nível (M3) é utilizado para definir metamodelos, ou seja, um meta-metamodelo define linguagens de modelagem, como a UML, por exemplo.

O MDA é baseado no MOF (Meta-Object Facility) (OMG, 2006), que serve de base para a definição de todas as linguagens de modelagem. É devido ao MOF que as ferramentas de modelagem e transformação podem trabalhar em conjunto (LUCRÉDIO, 2009). O MOF consiste em um padrão orientado a objetos que permite a definição de classes com atributos e relacionamentos, sendo bastante semelhante ao diagrama de classes da UML. Também define uma interface padrão de acesso aos dados dos modelos, oferecendo métodos para manipulação dos dados e dos metadados. Além dessa interface padrão, que é único para qualquer metamodelo, o MOF define regras para a criação de interfaces específicas para cada metamodelo. Por exemplo, para cada atributo monovalorado de uma classe do metamodelo deve existir um método do tipo set e um método do tipo get. Essas regras se estendem para nomes de classes, relacionamentos e assim por diante.

A MDA também define o XMI (XML Metadata Interchange) (OMG, 2006), um formato para representar modelos em XML. Este formato define uma estrutura de documento que considera a relação entre os dados e seus correspondentes metadados. Assim, é possível para uma ferramenta, ao interpretar este formato, identificar quais os metadados que descrevem os dados lidos. Diferentes metaníveis podem ser representados, desde o M0 até o M3 (Figura 2). Por exemplo, é possível representar modelos UML (com referência para o metamodelo UML) ou modelos E-R (com referência para o metamodelo E-R). O metamodelo UML também pode ser descrito em XMI, neste caso teria uma referência para o meta-metamodelo MOF. Por ser baseado em XML, traz consigo várias vantagens, tais como a facilidade de ser interpretado e a possibilidade de aplicação de transformações.

Apesar de ter a proposta de ser genérica, podendo trabalhar com qualquer linguagem de modelagem, a MDA tem grande foco na UML (Unified Modeling Language) (OMG, 2007). Sendo também instância do MOF, a UML é apenas uma das possíveis linguagens de modelagem que podem ser usadas no MDD.

62


3.1. Processo de Desenvolvimento MDA

As etapas do ciclo de vida do desenvolvimento MDA são idênticas as de um ciclo de desenvolvimento tradicional. A diferença está nos artefatos criados durante o processo. Em MDA estes artefatos são modelos formais.

Na prática, os documentos e os diagramas gerados nas três primeiras etapas do ciclo de vida do desenvolvimento tradicional desvalorizam-se assim que a codificação é iniciada. Quando ocorrem mudanças ao longo do desenvolvimento, amplia-se cada vez mais a distância entre estes. Isso acontece pelo fato de que as mudanças são feitas apenas em código, pois, muitas vezes não existe tempo disponível para atualização dos documentos de alto nível (KEEPLE, 2003).

Ao contrário do que acontece no ciclo de vida MDA, onde todo processo é voltado para construção dos modelos e definição de regras de transformações para geração automática de novos modelos e código-fonte, solucionando o problema descrito.

O processo de desenvolvimento do MDA se divide nas seguintes etapas, segundo, Keeple, 2003: 1. Modelo Independente de Computação – CIM

A primeira fase inicia-se com o levantamento dos requisitos do sistema para então, baseado nestes requisitos, criar um Modelo Independente de Computação ou Computation Independent Model – CIM. Este modelo descreve o domínio da aplicação, não possuindo nenhum detalhe sobre a estrutura e processamento do sistema, sendo um modelo conceitual ou de análise, que identifica as entidades e que pode listar suas propriedades e seus relacionamentos, sem, contudo especificar a interdependência entre estas propriedades, sua execução interna e suas interações. 2. Modelo Independente de Plataforma – PIM

Segunda fase consiste em construir um modelo com um alto nível de abstração independente de qualquer tecnologia de implementação. Este modelo é denominado

63


Modelo Independente de Plataforma ou Platform Independent Model (PIM), gerado a partir do CIM. O foco deste modelo é expressar as funcionalidades de negócio e comportamento,

escondendo

detalhes

de

plataforma

para

exibir

apenas

a

especificação do que não varia com a alteração da plataforma. O propósito desta independência é possibilitar o uso do mesmo PIM em múltiplas plataformas. Uma transformação deve ser aplicada ao PIM para que o próximo modelo da arquitetura seja gerado. Estas transformações convergem de um modelo para outro seguindo um determinado mapeamento que descreve uma correspondência entre os elementos dos modelos, ou seja, a partir de cada elemento de um modelo fonte a transformação gerando os elementos correspondentes no modelo alvo, sendo definida por regras de transformação dentro de ferramentas de transformação. 3. Modelo Específico de Plataforma – PSM

A terceira fase transforma um PIM em um ou mais modelos que tem como características os aspectos para execução numa tecnologia específica. Este modelo é denominado Modelo Específico de Plataforma ou Platform Specific Model (PSM), que apresenta uma visão focada em uma plataforma, combinando as especificações presentes no PIM com os detalhes relativos ao funcionamento do sistema em uma plataforma específica.

Obviamente se faz necessário à definição de qual ou quais plataformas serão utilizadas na transformação, para então serem construídos os mapeamentos necessários para cada plataforma, sendo para tanto necessário o uso de um modelo de plataforma que provê um conjunto de conceitos que representam as diferentes partes da plataforma, os serviços providos por ela e os diferentes tipos de elementos que podem ser utilizados.

Um exemplo de transformação de PIM para PSM pode ser visto na figura 3.

64


Figura 3 – Transformação PIM > PSM

4. Transformar PSM

Com o PSM construído é possível aplicar duas abordagens: gerar um novo PSM ou praticar a geração de código. A primeira abordagem trata-se de um refinamento ou revisão dos detalhamentos da plataforma e visa construir um modelo focado em algum aspecto em especial. A segunda simplesmente faz uso do modelo para geração de código, entrando em uma outra etapa do processo, o ISM (Implementation Specific Model), que na verdade é a transformação da especificação sistêmica em código fonte. Na transição PSM – ISM há uma transformação interlinguagem, onde o modelo passa a ser concretizado e concebido, transitando entre a linguagem de modelagem e a linguagem específica da plataforma.

A Figura 4 resume as transições ocorridas em cada etapa do MDA e ilustra que todas as transformações são vias de mão dupla, já que a partir de uma especificação técnica é possível alcançar uma especificação em modelo de alto nível livre de plataforma.

65


Figura 4 - Fluxo do MDD

A figura 5 retrata o processo completo de transformação que ocorre durante o uso da MDA. Figura 5 – Processo de Transformação MDA

3.2. Comparação de Atividades de Modelagem Tradicional X MDA

Borges, Schulze e Mury (2011) realizaram um comparativo do papel desempenhado por cada profissional envolvido nos modelos de processo de desenvolvimento, tradicional e MDA, segue-se abaixo esse comparativo.

O Analista de Requisitos é responsável por capturar os resultados da análise de requisitos em modelos UML para futura verificação e testes dos modelos gerados no processo de desenvolvimento e ainda reduzir as possibilidades de má interpretação dos resultados da análise de requisitos.

Este papel no processo MDA não muda em relação ao tradicional, é exatamente igual, ou seja, os modelos UML com seus diagramas ajudando na comunicação e visualização dos requisitos do sistema.

66


O Analista ou Projetista possui a função de expressar formalmente os requisitos em termos de diagramas de classe, de estado e de métodos.

Como estes modelos serão utilizados para transformação em outros modelos ou códigos, a precisão dos mesmos é fundamental de maneira a reduzir a necessidade de modificações para ajustes.

Se forem utilizadas ferramentas com suporte a UML executável, pode-se facilmente demonstrar o comportamento dos modelos aos clientes e consequentemente obter-se um retorno mais rápido.

É responsabilidade do arquiteto tomar decisões sobre a estrutura geral do sistema, em um processo MDA, pois envolve o selecionamento dos modelos assim como o mapeamentos entre eles.

O mercado de desenvolvimento de software já disponibiliza uma série de modelos e mapeamentos para reutilização, sendo necessário que os arquitetos apliquem sua experiência e conhecimento no processo de seleção dos modelos e sintonização dos mapeamentos para melhorar o desempenho do sistema.

Os Analistas e/ou Programadores continuam a desempenhar seu papel praticamente da mesma maneira, porém existem duas grandes diferenças, a primeira está relacionada com a linguagem usada para expressar as abstrações, ao invés de Java, C++, etc. deverá ser definida pelo QVT (Query, Views and Transforms) que é a especificação padrão do OMG para frameworks de regras de transformação formal, já a segunda, considera que as abstrações criadas pelos desenvolvedores devem exercer grandes influências no sistema, logo ao invés de criar uma lista para um conjunto de contas, eles devem criar regras para construção de uma lista para qualquer classe que possua o mesmo padrão de acesso que uma conta.

Ainda nesses termos, Borges, Schulze e Mury (2011), salienta que a utilização de ferramentas para geração de scripts de testes a partir dos modelos torna os responsáveis pelos testes muito mais produtivos, além de não apresentar nenhuma incompatibilidade com a escrita manual de scripts de testes quando isto se fizer necessário.

67


A ideia durante os testes é simular todos os caminhos de execução da aplicação, com este propósito, um script de teste precisa combinar pequenos e diferentes conjuntos de parâmetros de entrada em um grande número de combinações, para na sequência poder comparar a saída da aplicação com os resultados esperados. (BORGES; SCHULZE; MURY, 2011).

Tal fato decorre de forma que com uma ferramenta para geração automática dos scripts de teste, o testador possa produzir um grande número de testes individuais que são necessários para o teste exaustivo de uma aplicação, isto sem o encargo de tempo e tédio de escrever e reescrever fragmentos de código ligeiramente diferente, porém necessário no processo manual. (BORGES; SCHULZE; MURY, 2011).

É fato que o autor citado anteriormente salienta que, as despesas de manutenção são responsáveis por parte do desenvolvimento de qualquer aplicação de longa duração, devido o serviço de detetive que os responsáveis pela manutenção devem fazer para entender o comportamento do software quando não existe documentação ou mesmo se ela estiver desatualizada.

Ante o exposto a utilização da MDA para construção de aplicações torna a atividade de fabricação de softwares mais produtiva, pelo fato das alterações serem feitas nos modelos e não diretamente no código, contudo não eximindo os testadores de software de serem detetives no tocante a busca de erros e por ventura venham a solucioná-los. 3.3. Ferramentas para MDA

No estudo realizado por Borges, Schulze e Mury (2011) várias ferramentas que tenham propósito de dar suporte ao desenvolvimento dirigido a modelos são apresentadas com a intenção de identificar suas características e funcionalidades. Cinco

dessas ferramentas

são apresentadas

características e funcionalidades.

68

de forma

sucinta com

suas


3.3.1. ANDROMDA

ANDROMA é um framework de código aberto para geração de código fonte para plataforma Java a partir de modelos, fazendo com que a atenção dos desenvolvedores esteja voltada apenas para as regras de negócio do sistema. Ela é dividida entre núcleo e plugins que são denominados de cartuchos e que contêm o mapeamento para as plataformas, e são adicionados ao núcleo para realizar as transformações. (Em:< http://www.andromda.org/docs/index.html>, Acesso em: 11 de junho de 2015).

Interessante notar que ANDROMDA utiliza-se da UML como linguagem de modelagem apenas como modelo para as transformações e geração direta do código. Este modelo do sistema não pode conter tipos de dados específicos de qualquer plataforma. Além da utilização de tipos de dados corretos, os elementos dos modelos devem ser marcados com estereótipos para que sejam transformados de maneira adequada. (BORGES; SCHULZE; MURY, 2011).

3.3.2 BLUAGE

É um gerador de aplicação integrado ao Eclipse que oferece um ambiente para execução de modelos UML e transformação automática para aplicações de negócios para os ambientes Java e .NET. (Em:<http://www.bluage.com/>. Acesso em: 22 de junho de 2015).

Os diagramas UML são instantaneamente transformados para representar os processos de negócio, especificações funcionais e as regras do negócio. A proposta é para desenvolvimento centrado em modelos onde é possível capturar a concepção, cartografando o processo de negócio e armazenado-o durante a análise de definição da aplicação para ser independente de plataformas, desta forma garantindo a durabilidade dos modelos conceituais e a descrição do sistema global. A ferramenta BlueAge, oferece módulos que podem ser focados no desenvolvimento dos modelos UML, como o Build, ou mesmo o Deliver que foi desenvolvido para configurar os ambientes para geração automática de código-fonte de acordo com os frameworks padrões da empresa. (BORGES; SCHULZE; MURY, 2011).

69


Os módulos são disponibilizados como plugins para integração com a plataforma Eclipse, agregando uma resposta eficiente no desenvolvimento de aplicações desde a concepção até a implementação com uma arquitetura bastante flexível, permitindo a geração automática de vários componentes de software como entidades de negócio, serviços web, interfaces gráficas, serviços de integração e outros, além destes dois módulos de transformação é oferecido a possibilidade de utilização de engenharia reversa através do módulo Reverse Modeling, que permite a criação automática de modelos UML a partir de código-fonte existente, de aplicações Java ou não, com a intenção de facilitar uma reengenharia utilizando-se os módulos Build e Deliver. Nesse contexto várias ferramentas de modelagem podem ser utilizadas para criar os modelos UML. Elas podem ser exportadas para o BluAge através da transformação utilizando XML Metadata Interchange (XMI) ou Eclipse Modeling Framework (EMF). (BORGES; SCHULZE; MURY, 2011). 3.3.3 MDRAD

O MDRAD é uma ferramenta integrada a IDE Visual Studio que permite a criação de um conjunto de classes que seguem de perto o esquema do banco de dados e fornecem uma API dando-lhe a funcionalidade CRUD (Create, Read, Update, Delete) completa em tempo de execução, sem a necessidade de escrever quaisquer instruções SQL. (Em: <http://www.i3design.co.uk/Constructor/MDRAD/>. Acesso em: 19 de junho de 2015)

De acordo com Borges, Schulze e Mury (2011), é utilizado um modelo para descrever as entidades de negócios criados a partir do zero ou mesmo através da engenharia reversa de um esquema de banco de dados ou esquema XML, dessa maneira construindo uma biblioteca de modelos, usando-se então partes deles para criar novos modelos, de forma que após a definição do modelo, usa-se o kit de ferramentas para transformá-la em um componente .NET que é chamado de Modelo RunTime, podendo ser programado e implantado, juntamente com os outros componentes para uma aplicação.

Não se pode esquecer que esse modelo permite a definição e geração do código e dos métodos que torna possível estender as funcionalidades em tempo de execução de seus objetos. Em outros termos o modelo pode aplicar as alterações na estrutura

70


definida no banco de dados para acelerar a implantação, sendo baseado em um projeto ratificado pela especificação MDA. 3.3.4 RHAPSODY

O Rational Rhapsody 7.5.3 da IBM é uma solução para o desenvolvimento dirigido a modelos que auxilia os engenheiros de sistemas e desenvolvedores de sistemas de tempo real e softwares embarcados, a melhorar a qualidade do produto e a produtividade além de realizar a análise de requisitos, validação do projeto e testes para

a

entrega

de

um

produto

com

maior

excelência.

(Em:

<

http://www.ibm.com/developerworks/rational/products/rhapsody/>. Acesso em: 29 de maio de 2015).

Para essa solução podem ser utilizadas várias ferramentas, dentre eles podem ser destacados o simulador de diagrama de atividades baseada em tokens, AUTOSAR 4.0, utilizado para criação, importação e exportação em sistemas automotivos, possui como propósito providenciar mecanismos de desenvolvimento que construam produtos inovadores e confiáveis em menos tempo. (BORGES; SCHULZE; MURY, 2011). 3.3.5 IUML

Ferramenta que oferece um ambiente unitário para construções e teste de modelos de sistemas utilizando UML executável além de incluir gerenciamento de requisitos, de configurações e com características de multiusuários. Possui o modelador iUML que permite a entrada gráfica de modelos UML e das descrições associadas, além de manter a consistência entre diferentes visões do mesmo elemento eliminado portanto a necessidade de introduzir a mesma informação duas ou mais vezes, mesmo quando vários

usuários

estão

editando

o

mesmo

modelo.

(Em:

<http://www.kc.com/PRODUCTS/iuml/index.php >. Acesso em: 17 de maio 2015).

Salienta-se que não necessariamente as ferramentas de apoio incorporam todos os conceitos descritos na especificação da MDA, dessa forma é importante conhecer mais profundamente as características da ferramenta para identificar como cada

71


conceito é tratado assim como descrito na especificação. (BORGES; SCHULZE; MURY, 2011). 4. PRINCIAPAIS DESAFIOS

E

mbora a engenharia de software dirigida à modelo traga grandes benefícios para o desenvolvimento de software, ela também possui alguns desafios que são apontados por Ambler (2003) e Thomas (2004) apud Lucrédio (2009):

Rigidez: o MDD causa maior rigidez no software produzido, uma vez que grande parte do código é gerada e fica além do alcance do desenvolvedor;

Complexidade: os artefatos necessários para uma abordagem baseada em modelos, como por exemplo, ferramentas de modelagem, transformações e geradores de código, introduzem complexidade adicional ao processo, pois tratam de artefatos inerentemente mais difíceis de construir e manter;

Desempenho: apesar de algumas otimizações poderem ser realizadas em nível mais alto de abstração, a regra geral é que geradores acabam incluindo muito código desnecessário, portanto o resultado pode não apresentar desempenho ótimo quando comparado com código escrito à mão;

Curva de aprendizado: o desenvolvimento dos artefatos específicos do MDD exigem

profissionais

com

habilidades

na

construção

de

linguagens,

ferramentas de modelagem, transformações e geradores de código. O aprendizado destas técnicas, apesar de não ser extremamente difícil, requer um treinamento dedicado;

Alto investimento inicial: assim como a reutilização de software, o MDD depende de maior investimento inicial, uma vez que a construção de uma infraestrutura de reutilização orientada a modelos requer mais tempo e esforço. Porém, os ganhos posteriores são significativos, fazendo com que este investimento tenha retorno em poucas interações.

72


5. CONCLUSÃO

E

ste trabalho apresentou uma visão geral sobre a engenharia de software orientada a modelo com foco principal na arquitetura orientada a modelo que é uma abordagem que apoia o MDD. As principais vantagens desse

paradigma de desenvolvimento de software estão na produtividade, portabilidade e interoperabilidade que são alcançadas através da geração de código automático e das ferramentas de transformação e comunicação dos modelos.

Embora ainda existam alguns desafios a ser enfrentado o MDD tem várias vantagens e vem crescendo o uso e aceitação da abordagem pelos engenheiros de software.

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73


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Recebido em: 08 set. 2015.

Aprovado em: 02 out. 2015.

74


Republicação

Fertilização orgânica em algodoeiro herbáceo, cv. BRS 286 ORGANIC FERTILIZATION IN COTTON HERBACEOUS, Cv. BRS 286

Renê Medeiros de Souza Doutor, mestre e graduado em Engenharia Agrícola; Professor Adjunto 1 do corpo docente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia lotado no Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Cruz das Almas, BA E-mail: engsouza@gmail.com Juarez Paz Pedroza Engenheiro Agrícola Campina Grande, PB E-mail: juarez@feag.ufcg.edu.br

SOUZA, R. M.. PEDROZA, J. P. de. Fertilização orgânica em algodoeiro herbáceo, cv. BRS 286. Revista Espaço Científico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 05, p. 75-89, out.-nov., 2015.

RESUMO Objetivou-se com esta pesquisa avaliar a influência da adubação orgânica, sobre o crescimento e produção por planta, do algodoeiro cultivar BRS 286. A presente pesquisa foi conduzida em casa de vegetação, pertencente ao CNPA/EMBRAPA, que fica localizado no município de Campina Grande/PB, durante o período de 3 de Abril a 6 de Agosto. Este trabalho consistiu no estudo do efeito de dois adubos orgânicos, o primeiro, um Composto Orgânico (CO), produzido e comercializado na cidade de Monsenhor Tabosa, no Ceará, e o segundo, a Torta de Mamona (TM), além de uma testemunha

com adubação química (NPK). As quantidades dos adubos orgânicos foram calculadas com base nas doses de -1 Nitrogênio: 0, 80, 160 e 320 kg.ha . Utilizou-se delineamento experimental em esquema fatorial (4 x 4) + 1, sendo quatro doses de CO, quatro doses de TM e uma testemunha de NPK; com 4 repetições, perfazendo 68 unidades experimentais. A torta de mamona mostrou-se ser um excelente fertilizante orgânico, podendo esta, substituir o nitrogênio presente nos adubos químicos, sem nenhum prejuízo no crescimento do algodoeiro cv. BRS 286.

Palavras-chave: Gossypium hirsutum. Torta de mamona. Composto orgânico.

ABSTRACT The objective of this research was to evaluate the influence of organic fertilization

on growth and yield per plant, of the BRS 286 cotton cultivar. This experiment was

75


conducted on greenhouse belonged to the CNPA / EMBRAPA, which is located at Campina Grande/ PB, during the period from April 3rd to August 6th on 2012. This work consisted on the study of two organic fertilizers effect, the first one Organic Compound (CO), produced and marketed in the town of Monsenhor Tabosa, Ceará, and second one, the castor bean pie (TM), with a chemical fertilizer (NPK) control. The quantities of organic fertilizers were

calculated based on nitrogen doses: 0, 80, 160 and 320 kg ha-1. There was used a factorial experimental design of(4 x 4) + 1, being four doses of CO, four doses of TM and a NPK control, with 4 repetitions, totaling 68 experimental units. The castor bean pie proved to be an excellent organic fertilizer, which may replace the nitrogen present in chemical fertilizers, without any loss in the growth of cotton cv. BRS 286.

Keywords: Gossypium hirsutum. Castor bean pie. Organic compound.

1. INTRODUÇÃO

A

cultivar BRS 286 origina-se do cruzamento entre as variedades CNPA ITA 90

e CNPA 7H. A partir da população segregante avaliada na safra 2001/2002, selecionou-se pelo método genealógico a linhagem CNPA BA 2002-03. A

respectiva linhagem foi avaliada por cinco safras consecutivas, em condições de cerrado, e posteriormente colocada em disponibilidade como variedade comercial (EMBRAPA, 2008).

O algodoeiro (Gossypium hirsutum) destaca-se pela tolerância relativamente alta à seca. Isso advém de seus ajustes fisiológicos e de sua capacidade de crescimento e plasticidade radicular (SILVA et al., 2009). No entanto, os elevados custos de produção na cotonicultura, em especial, dos fertilizantes, tem levado a diminuição da margem de lucro da atividade e até a prejuízos (BALDI, 2008). Assim, o manejo eficiente da adubação ou a substituição total deste elemento por insumos de baixo valor agregado, tal como a adubação orgânica, é essencial para o aumento da produtividade, redução de custo por tonelada de algodão produzido e viabilização dos sistemas de produção vigentes.

A cotonicultura, entre as culturas anuais, é a que possibilita as maiores taxas de retorno ao produtor agrícola. No entanto, oferece maiores riscos e exige alto nível tecnológico e investimento para sua implantação (AGRIANUAL, 2005). Desde a década de 60, pesquisas referentes aos aspectos nutricionais da cultura do algodão, vêm sendo realizadas com o intuito de subsidiar a cotonicultura com informações relevantes sobre nutrição.

76


Dentre os nutrientes necessários para o desenvolvimento da cultura do algodão, destaca-se o nitrogênio e potássio, seguindo-se de cálcio, magnésio, fósforo e enxofre (CARVALHO; FERREIRA, 2006; STAUT; KURIHARA, 2001), porém, dentre estes, o Nitrogênio destaca-se como principal fator limitante na produtividade do algodoeiro, tanto em áreas irrigadas ou cultivo de sequeiro, entretanto, as aplicações excessivas podem reduzir a qualidade (HUTMACHER et al., 2004).

Apesar de alguns trabalhos enfatizarem o uso de adubação orgânica em algodoeiro (MEDEIROS, 1991; BELTRÃO et al., 2001), os insumos orgânicos geralmente têm sido manejados de forma empírica, portanto, com a aplicação regionalizada de insumos, de acordo com as necessidades específicas dentro de uma lavoura, permite a otimização na utilização de insumos sem prejuízos à produtividade mas respeitando o equilíbrio ambiental (SILVA et al., 2005).

A adoção de técnicas racionais de uso de insumos vai além do propósito de se obter lucro ou evitar prejuízos, haja vista que possibilita um controle da quantidade de insumos que estão sendo lançados no meio ambiente. Aplicação de doses mais precisas de fertilizantes, por exemplo, permite que a planta tenha, à sua disposição, a quantidade de que ela realmente necessita, sem excessos ou faltas, e que esta, então, possa expressar ao máximo seu potencial produtivo (MOTOMIYA et al., 2009).

As pesquisas sobre fontes, doses e modos de aplicação de adubos orgânicos empregados no cultivo orgânico do algodão são ainda muito escassas ou praticamente inexistem, poucos são os trabalhos realizados por instituições de ensino e pesquisas no Brasil (BELTRÃO et al., 2010).

Desta forma, objetivou-se com este trabalho avaliar o crescimento e produção por planta do algodoeiro cultivar BRS 286 em função da combinação de doses crescentes um composto orgânico produzido e comercializado na cidade de Monsenhor Tabosa – CE com a torta de mamona.

77


2. METODOLOGIA

O

experimento foi conduzido em ambiente protegido do tipo casa de

vegetação, pertencente ao Centro Nacional de Pesquisa do Algodão (CNPA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que

fica localizado no município de Campina Grande, Paraíba, com coordenadas geográficas do local 7° 13’ 11” de latitude sul e 35° 53’ 31” de longitude oeste, possuindo ainda, uma altitude aproximada de 547,56m. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o município apresenta: precipitação média total anual de 802,7 mm; temperatura máxima (27,5°C) e mínima (19,2°C) e umidade relativa do ar de 83% (ALVES et al., 2009). O município está localizado na Microrregião Campina Grande e na mesorregião Agreste Paraibano. Sua área é 620,628 km², representando 1,0996% do Estado, 0,0399% da Região e 0,0073% de todo o território Brasileiro (IBGE, 2012). A pesquisa foi realizada no período de 3 de Abril a 6 de Agosto. O clima da região, conforme a classificação climática de Köeppen, adaptada ao Brasil (COELHO; SONCIN, 1982), é do tipo Csa, que representa clima mesotérmico, subúmido, com período chuvoso de março a julho e o mais seco de outubro a dezembro.

A cultivar de algodão BRS 286 foi estudada quanto ao efeito de quatro doses de Composto Orgânico (CO), produzido e comercializado na cidade de Monsenhor Tabosa – CE, associado a quatro doses de Torta de Mamona (TM) e uma testemunha com adubação química (NPK). O delineamento experimental utilizado foi o de inteiramente casualizado em esquema fatorial (4 x 4) + 1, totalizando 17 tratamentos com quatro repetições cada, perfazendo 68 unidades experimentais. As dosagens de CO e TM foram tomadas com base na percentagem de Nitrogênio presentes em ambos os adubos e calculadas para as seguintes doses de Nitrogênio 0, 80, 160 e 320 kg N.ha-1 (Tabela 01).

78


Tabela 01 – Doses de Nitrogênio e suas respectivas doses em forma de Torta de Mamona (TM) e Composto Orgânico (CO) incorporadas ao solo para o cultivo do algodoeiro cultivar BRS 286

Dose

Torta de Mamona -1

Composto Orgânico

-1

(kg N.ha )

(g.vaso )

(g.vaso-1)

0

0

0

80

90

360

160

180

720

320

360

1440

A água de irrigação utilizada no experimento foi proveniente da rede de distribuição da cidade de Campina Grande, esta passou por análises químicas, realizadas no Laboratório de Irrigação e Salinidade (LIS), pertencente a Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola (UAEAg), do Centro de Tecnologia e Recursos Naturais (CTRN), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), seguindo as metodologia proposta pela Embrapa (1997) e estão mostradas na Tabela 02. Tabela 02 – Característica química da água utilizada na irrigação do algodoeiro cultivar BRS 286

Água

pH

CEa

P

dS.m-1

mg.L-1

Abastecimento 7,5 0,38

K

a

N

Na

Ca Mg

Cl

SO4

CO3 HCO3

RAS (mmol.L-1)0,5

5,47 a

35,65 20 15,8 340,5 95,71 a

140

1,45

Fonte: (SOUZA, 2010)

O solo utilizado foi coletado da camada superficial (0 – 20 cm), nas imediações do Município de Lagoa Seca, PB, o qual foi secado ao ar, destorroado, homogeneizado, para então ser colocado nos vasos. Antes do início do experimento uma amostra de solo foi coletada e analisada quanto a sua fertilidade no laboratório de solos do CNPA/Embrapa (Tabela 03). Tabela 03 – Fertilidade do solo utilizado no cultivo do algodoeiro cultivar BRS 286

pH H2O

Ca+2 Mg+2 Na+ K+

S

H+Al T

V

Al+3

P -

Solo

mmolc.dm mg.dm

1:2,5

Complexo Sortivo (mmolc.dm-3)

%

4,7

5,4

26,9 4,0

1,1

0,4 1,3 8,2 22,3 30,5

3

3

5,3

N

g.kg-1 g.kg-1 -

Após prévia avaliação da Tabela 04, verificou-se um solo bastante ácido e uma percentagem de saturação das bases baixa. Desta forma o solo passou por correção

79

M.O.

-

6,8


através de calagem, o qual foi incubado por 30 dias para elevação do pH, redução da solubilidade do alumínio, aumento de cálcio e magnésio trocáveis e a porcentagem de saturação de bases (BRADY, 1989).

O composto orgânico usado no experimento é produzido e comercializado na Cidade de Monsenhor Tabosa, Ceará, este por sua vez, é um misto de vários materiais de origem orgânica. A análise química do material foi realizada no Laboratório de Solos do CNPA/EMBRAPA, seguindo metodologia descrita pela Embrapa (1997) (Tabela 04). Já a Torta de Mamona utilizada no experimento foi adquirida no município de Pocinhos, PB. A composição química da torta consta na Tabela 05. Tabela 04 – Análise química do composto orgânico utilizado na adubação do algodoeiro cultivar BRS 286

Composto Orgânico %U

%N %P

%P2O5 %K

36,52 1,10 1,71 3,92

%K2O %Ca %CaO %Mg %MgO %S

1,06 1,27

7,17 10,04

0,60

1,04

%M.Org %M.N

0,32 24,33

39,15

Tabela 05 – Composição química da torta de mamona a ser utilizada na adubação do algodoeiro cultivar BRS 286

Torta de Mamona %U

%O

%Pr

8,13

13,30 27,47

%Cz

%N %P

%K

12,13 4,40 3,00 0,96

Fonte: (COSTA et al., 2004) Para o plantio foram utilizadas sementes de algodoeiro previamente tratadas com fungicida carboxin-tiran (Vitavax-tiran 200 SC), da cultivar BRS 286, da fibra de cor branca, cedidas pelo Centro Nacional de Pesquisa de Algodão (CNPA).

A semeadura foi realizada no dia 3 de abril, a uma profundidade de 2 cm, colocando cinco sementes por vaso e uma semente por cova. As primeiras germinações ocorreram entre o 5° e 7° dias após a semeadura (DAS). O primeiro desbaste foi realizado 15 DAS, deixando-se duas plântulas por vaso, sendo escolhidas as de tamanho uniforme e mais vigorosas. Aos 25 DAS realizou-se o segundo desbaste, ficando uma planta.vaso-1, evitando desta forma, a competição entre plantas. A colheita aconteceu 125 DAS, sendo as plantas colhidas no dia 06 de agosto.

Os vasos com capacidade de 60 L, foram irrigados com água de abastecimento, obedecendo um turno de rega diário através de sistema de irrigação localizado por

80


gotejamento, objetivando-se, manter os solos contidos nos vasos próximos a capacidade de campo.

As avaliações das variáveis de crescimento: número de folhas (NF) (unidade), altura de planta (AP) (cm) e diâmetro do caule (DC) (mm) e área foliar (AF) foram realizadas aos 50 e 100 dias após a semeadura (DAS). A AP foi determinada mensurando-se a distância entre o colo da planta e a inserção da folha mais nova, utilizando-se para isto, a régua graduada; já o DC foi medido com paquímetro digital a 2 cm do solo. Considerou-se para efeito de contagem do NF, aquelas que tinham comprimento maiores ou iguais a 3 cm e que estavam sadias e com coloração verde (fotossinteticamente ativas). A AF.planta-1 foi calculado(a) através do somatório da AF.folha-1, para isto, utilizou-se a equação (Y=0,4322X2,3002) sugerida por Grimes & Carter (1969), onde Y é a AF.folha-1 e X o comprimento da nervura principal da folha.

Ao final do experimento, as plantas foram coletadas, com separação das folhas, do caule, dos capulhos, raiz, pluma e caroços. Após este procedimento, foi possível mensurar as seguintes variáveis: produção do algodão em caroço (PAC) (g.planta-1), peso de um capulho (P1CAP) (g), percentagem de fibra (%F) (%) e peso de pluma (PPLUMA) (g).

Os dados foram submetidos a análise de variância pelo teste F, a 5 e 1% de probabilidade conforme Ferreira (2003), utilizando o software SISVAR v. 5.3. Nos casos que houve diferenças significativas na análise de variância, procedeu-se a análise da regressão através de polinômios ortogonais (regressão polinomial), de acordo com Santos et al. (2008).

3. RESULTADOS E DISCURSSÃO

A

análise de variância referente ao número de folhas (NF), altura de planta

(AP), diâmetro do caule (DC) e área foliar (AF) avaliada no 50° e 100° dias após semeio (DAS), encontram-se na Tabela 06, na qual verifica-se que o NF

aos 50 DAS e AF aos 100 DAS foi influenciado pelo composto orgânico (CO), de forma isolada, ao nível de 1% e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo Teste F. Observa-se, ainda, que a torta de mamona exerceu efeito significativo, ao nível de 1%

81


de probabilidade, sobre o todas as variáveis analisadas, durante todo o período de avaliação.

Com relação à interação composto orgânico x torta de mamona, constata-se na mesma Tabela, efeito significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo mesmo teste aos 50 DAS para as variáveis NF e AP. Tabela 06 – Resumos das análises de variância da altura de planta (AP), diâmetro caulinar (DC) e área foliar (AF) aos 50 e 100 dias após a semeadura (DAS) das plântulas do algodoeiro BRS 286 adubado com doses crescentes de composto orgânico (CO) e torta de mamona (TM), Campina Grande, 2012 Fonte

de

Variação

Quadrados Médios GL NF 50DAS

AP 100DAS

DC

AF

50DAS

100DAS

50DAS

100DAS

50DAS

100DAS

CO

3

30,2916ns 452,520ns

167,959**

89,545ns

1,985ns

1,735ns

859129ns

4105080*

TM

3

2053,54**

8364,52**

1937,43**

3589,5**

30,280**

41,317**

27852099**

55494195**

(CO x TM)

9

147,444**

157,312ns

170,863**

133,038ns

3,056ns

2,307ns

1495299ns

1293069ns

Test.

1

46,1176ns 346,503ns

162,827*

93,823ns

0,059ns

2,290ns

1042912ns

1502408ns

Resíduo

51

50,004

164,34

32,111

72,052

1,486

1,325

935295

1426184

Total

67 19,89

21,92

9,51

9,4

13,99

10,45

29,49

26,76

Fatorial

CV%

x

ns

*, **, . Significativo para 5%, 1% e não significativo, respectivamente pelo Teste F.

O fatorial versus testemunha teve efeito com significância ao nível de 5% de probabilidade somente até o 50 DAS. Analisando este contraste, observa-se que aos 50 DAS, ocorreu uma superioridade de 12,30 %, respectivamente, em favor das plantas que receberam adubação orgânica, contudo, isto acorreu, provavelmente, devido a testemunha (NPK) ter recebido adubação nitrogenada (Ureia) a partir do 30° DAS, ou seja, nas avaliações ocorridas aos 25 DAS as plantas ainda não haviam recebido o N na sua adubação.

A análise da regressão para o fatorial (CO x TM) sobre a variável NF, encontra-se na Figura 01, onde percebe-se efeito quadrático para as misturas de 80, 160 e 320 kg N em TM com as dosagens de CO aos 50 DAS, no qual foi possível estimar o maior ganho de folhas para a mistura de 228 kg N.ha-1 em CO com 320 kg N.ha-1 em TM resultando em aproximadamente 47 folhas (Figura 01A). Nesta mesma data, a dose de 0 kg de N.ha-1 em TM misturado com as doses de CO, surtiram efeito decrescente linear, denotando decréscimo de 1 folha para cada 22,77 kg N.ha-1 em CO.

82


Nesta mesma data, a variável AP foi afetada significativamente, pelas doses compostas de 0 e 160 kg.ha-1 N em TM misturadas com as devidas doses de CO, causando efeito linear e quadrático (Figura 01B). As doses compostas com 0 kg.ha-1 N em TM misturadas com as doses crescentes de CO promoveram um decréscimo estimado na ordem de 0797 cm para cada kg de N em CO, aplicado na planta. Quando a mistura envolveu a dose de 160 kg.ha-1 N em TM com as respectivas doses de CO, houve diminuição na altura da planta, com o aumento da dose de CO, até a dose estimada de 180 kg.ha-1 N em CO, a partir desta dose, as plantas tiveram crescimento em altura de planta com o incremento das doses de CO. Figura 01 – Número de folhas (A) e altura de planta (B) aos 50 DAS das plântulas de algodoeiro, em função da interação entre composto orgânico (CO) e torta de mamona (TM)

A

B

Y(TM-0) = (-0,0439x + 25,4)* R² = 0,7115

Y(TM-0) = (-0,0797x + 55,895)** R² = 0,8233

Y(TM-80) = (-0,0002x² + 0,0774x +34,566)* R² = 0,7312

Y(TM-160) = (0,0003x² - 0,1079x + 70,372)** R² = 0,8856

Y(TM-160) = (0,0003x² - 0,0759x + 43,6)** R² = 0,996 Y(TM-320) = (-0,0002x² + 0,0907x + 36,739)* R² = 0,7917

A regressão para o fator torta de mamona isoladamente, observado aos 50 e 100 DAS, encontra-se na Figura 02, na qual verifica-se, que o fator TM surtiu efeito quadrático em todas as datas de avaliação sobre as variáveis número de folhas (NF), área foliar (AF), altura de planta (AP) e diâmetro caulinar (DC).

Como pode ser percebido na Figura 02 A, aos 50 DAS, o NF (A), aumentou à medida que incrementava-se as doses de TM isoladamente, tendo esta variável, alcançado o seu valor máximo (46 folhas) com a dose estimada de 232,6 kg.ha-1 N em TM. A

83


mesma

figura

indica

ainda,

que

aos

100DAS,

o

algodoeiro

apresentou

-1

aproximadamente 82 folhas com para a dose estimada de 324,2 kg.ha N em TM. Figura 02 – Número de folhas (A), área foliar (B), altura de planta (C) e diâmetro caulinar (D) aos 50 e 100 DAS das plântulas de algodoeiro, em função da aplicação de doses crescentes de torta de mamona (TM)

A

B

C

D

As doses estimadas de 231,74 e 261,90 kg.ha-1 N em TM proporcionaram o máximo incremento em AF aos 50 e 100 DAS, respectivamente (Figura 02B). Nestas mesmas datas foram percebidas AP de 69,2 e 107,14 cm para doses estimadas de 245,37 e 272,5 kg.ha-1 N em TM (Figura 02C). O DC também foi influenciado pela dose crescente de TM, sendo as doses ótimas (241,83 e 190,83 kg.ha-1 N em TM) responsáveis por diâmetros máximos de 69,22 e 103,81 mm, respectivamente, aos 50 e 100 DAS (Figura 02D).

A análise de variância mostrada na Tabela 07 não indica efeito significativo das variáveis peso médio de um capulho (P1CAP) e nem o comprimento médio da fibra (UHM) do algodoeiro cv BRS 286. Os efeitos foram significativos ao nível de 1% de

84


probabilidade pelo teste F, para o fator torta de mamona para as variáveis peso do algodão em caroço (PAC), peso da pluma (PPLUMA) e percentagem de fibra (%Fibra). Tabela 07 – Resumos das análises de variância do peso do algodão em caroço (PAC), peso da pluma (PPLUMA), percentagem de fibra (%F), peso médio de um capulho (P1CAP) e comprimento da fibra (UHM) das plântulas do algodoeiro BRS 286 adubado com doses crescentes de composto orgânico (CO) e torta de mamona (TM), Campina Grande, 2012

Fonte

de

Variação

GL

Quadrados Médios PAC(1)

PPLUMA(1) %Fibra

P1CAP UHM

CO

3

0,687ns 0,403ns

5,737ns

TM

3

66,266** 36,125**

263,19** 0,741ns 4,708ns

(CO x TM)

9

1,670ns 1,039ns

12,603ns 0,482ns 3,429ns

Fatorial x Test.

1

1,998**

8,5313**

33,650*

0,191ns 3,353ns

Resíduo

51 1,187

0,64

7,492

0,321

1,884

Total

67 14,27

6,83

11,22

4,7

CV%

12,42

0,076ns 1,317ns

ns

*, **, . Significativo para 5%, 1% e não significativo, respectivamente pelo Teste F. (1) Dados transformados em Raiz quadrada de X

Constata-se pela Figura 03, que a regressão do fator torta de mamona (TM) sobre a variável peso do algodão em caroço, teve comportamento quadrático com o aumento das doses de TM. A figura indica ainda, que a dose estimada de 299 kg de N.ha-1 em TM, proporcionou o maior peso do algodão em caroço de 115 g.planta-1.

Camacho et al. (2009) e Lima et al. (2006) afirmam em seus respectivos trabalhos que o aumento das dosagens de N favorece o aumento da produtividade do algodão em caroço. Alguns autores como Carvalho et al. (2006) e Clawson et al. (2006), encontraram valores máximos de produção de algodão em caroço, para doses menores que os apresentados nesta pesquisa, provavelmente isto deve-se a fonte de nutrientes serem de origem química. Brito (2005), verificou em sua pesquisa que maiores doses de N aumentaram a produção do algodão em caroço.

85


Figura 03 – Peso do algodão em caroço (PAC) das plântulas de algodoeiro, em função da aplicação do composto orgânico (CO) e da torta de mamona (TM) isoladamente

A variável, peso de pluma por planta (PPLUMA) apresentou melhor ajuste ao modelo quadrático, com boa correlação dos dados indicados pelo R2, acima de 90%. A derivada dessa equação indicou que a dose de 262 kg de N.ha-1 em TM, aproximadamente, é a mais indicada para produção máxima de pluma, 46 g.planta-1 (Figura 04 A). Santos et al. (2012) encontraram a dose de 170 kg de N.ha-1 em composto orgânico de resíduo sólido, sendo esta, a de máxima produção. Esta diferença pode ter ocorrido, devido as propriedades do material utilizado como composto orgânico.

O ajustamento quadrático, também foi percebido para a variável percentagem de fibra (%Fibra), sendo desta forma, estimado a dose de 229 kg de N.ha-1 em TM para uma %Fibra ótima de 44% (Figura 04 B). Não houve efeito significativo devido as doses crescentes de CO. Figura 04 – Peso da pluma por planta (PPLUMA) “A” e percentagem de fibra (%Fibra) “B” das plântulas de algodoeiro, em função da aplicação do composto orgânico (CO) e da torta de mamona (TM) isoladamente

A

B

86


4. CONCLUSÃO

A

adubação orgânica com torta de mamona favoreceu o crescimento do

algodoeiro herbáceo BRS 286;

A dose média de 257 kg de N em torta de mamona, apresentaram algodão de ótima qualidade, sem influenciar na qualidade da pluma.

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87


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Recebido em: 14 ago. 2015.

Aprovado em: 29 ago. 2015.

ERRATA: O artigo “Fertilização orgânica em algodoeiro herbáceo, cv. BRS 286” foi publicado na Revista Espaço Científico Livre v. 05, n. 04, é de autoria de Renê Medeiros de Souza e Juarez Paz Pedroza.

89


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MESTRADO PROFISSIONAL EM RECURSOS HÍDRICOS Inscrições até 21 de novembro de 2015. Local: Belém, PA. Saiba mais em: http://boo-box.link/245VE

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE FÍSICA Inscrições até 22 de novembro de 2015. Local: Juiz de Fora, MG. Saiba mais em: http://boo-box.link/245VL

8º ENCONTRO TÉCNICO DE MATERIAIS E QUÍMICA De 26 a 27 de novembro de 2015. Local: Rio de Janeiro, RJ. Saiba mais em: http://boo-box.link/2463G

XII Semana de Estatística De 01 a 04 de dezembro de 2015. Local: Maringá, PR. Saiba mais em: http://www.des.uem.br/eventos-do-des

V CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO De 02 a 04 de dezembro de 2015. Local: Ponta Grossa, PR. Saiba mais em: http://boo-box.link/2462X

XIII ENCONTRO BRASILEIRO DE ESTATÍSTICA BAYESIANA De 22 a 26 de fevereiro de 2016. Local: Belo Horizonte, MG. Saiba mais em: http://www.des.uem.br/events/xiii-ebeb

ENCONTRO DE ENGENHARIA NO ENTRETENIMENTO De 15 a 16 de março de 2016. Local: Rio de Janeiro, RJ. Saiba mais em: http://boo-box.link/2463C

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VI JORNADA NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA De 04 a 06 de maio de 2016. Local: Passo Fundo, RS. Saiba mais em: http://boo-box.link/2464B

14º CONGRESSO DE ENGENHARIA DE ÁUDIO De 17 a 19 de maio de 2016. Local: São Paulo, SP. Saiba mais em: http://boo-box.link/2466X

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SISTEMAS ELÉTRICOS De 22 a 25 de maio de 2016. Local: Natal, RN. Saiba mais em: http://boo-box.link/2463R

I ENCONTRO NACIONAL DE LABORATÓRIOS AGROPECUÁRIOS De 07 a 09 de junho de 2016. Local: Porto Alegre, RS. Saiba mais em: http://www.enlagro.com.br/

XXII SIMPÓSIO NACIONAL DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA De 24 a 29 de julho de 2016. Local: Porto Alegre, RS. Saiba mais em: http://boo-box.link/2464M

20° CONGRESSO BRASILEIRO DE CONTABILIDADE De 11 a 14 de setembro de 2016. Local: Fortaleza, CE. Saiba mais em: http://boo-box.link/24665

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA QUÍMICA XVI ENCONTRO BRASILEIRO SOBRE O ENSINO DE ENGENHARIA QUÍMICA De 25 a 29 de setembro de 2016. Local: Fortaleza, CE. Saiba mais em: http://boo-box.link/2462S

XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE AUTOMÁTICA De 03 a 07 de outubro de 2016. Local: Vitória, ES. Saiba mais em: http://boo-box.link/24674

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EVENTOS ACADÊMICOS: CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

SIMPÓSIO INTERNACIONAL "SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - 70 ANOS" De 10 a 12 de novembro de 2015. Local: São Paulo, SP. Saiba mais em: http://boo-box.link/2468G

XVII ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO De 10 a 14 de novembro de 2014. Local: Fortaleza, CE. Saiba mais em: http://www.uece.br/eventos/xviiendipe/

MESTRADO EM ENSINO DE HUMANIDADES Inscrições até 11 de novembro de 2015. Local: Vitória, ES. Saiba mais em: http://boo-box.link/24605

XVII ENDIPE – ENCONTRO NACIONAL DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO De 11 a 14 de novembro de 2014. Local: Fortaleza, CE. Saiba mais em: http://endipe.pro.br/site/xvii-endipe2014/

CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EMERJ PALESTRA: ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA - LEI N. 13.146, DE 2015 Em 16 de novembro de 2015. Local: Rio de Janeiro, RJ. Saiba mais em: http://www.eventos.ufrj.br/wp-content/uploads/2015/10/DENISECartaz-52%C2%AA-Reuni%C3%A3o-CEPES.jpg

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CENTRO DE EST. E PESQ. EMERJ: PALESTRA: MULHER E SUSTENTABILIDADE Em 16 de novembro de 2015. Local: Rio de Janeiro, RJ. Saiba mais em: http://www.eventos.ufrj.br/wp-content/uploads/2015/10/Cartaz37%C2%AA-Reuni%C3%A3o-CEPES.jpg

MESTRADO EM LINGUAGENS E SABERES Inscrições até 17 de novembro de 2015. Local: Belém, PA. Saiba mais em: http://boo-box.link/245V4

XVII CONGRESSO DE ESTUDOS LITERÁRIOS De 19 a 20 de novembro de 2015. Local: Vitória, ES. Saiba mais em: http://boo-box.link/1ZNOK

IV COLÓQUIO NACIONAL DO GEAC: DINÂMICAS SOCIAIS, POLÍTICAS E DE JUSTIÇA NA AMÉRICA LUSA – HIERARQUIAS, PODERES E GOVERNO (SÉCULOS XVI-XVIII) De 26 a 27 de novembro de 2015. Local: Maceió, AL. Saiba mais em: http://boo-box.link/2468M

II SEMINÁRIO DE ESTUDOS SOBRE O PORTUGUÊS EM USO De 01 a 03 de dezembro de 2015. Local: Niterói, RJ. Saiba mais em: http://boo-box.link/2467M

III CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO DE LINGUAGEM & DIREITO De 02 a 04 de dezembro de 2015. Local: Natal, RN. Saiba mais em: http://alidi.com.br/eventos/iii-congresso-da-associacao-de-linguagemdireito-a.html

SEMANA DE LETRAS De 07 a 11 de dezembro de 2015. Local: Juiz de Fora, MG Saiba mais em: http://boo-box.link/2467T

I SEMINÁRIO FLUMINENSE DE HISTÓRIA DO PODER E DAS IDEOLOGIAS De 09 a 13 de novembro de 2015. Local: Campos dos Goytacazes, RJ. Saiba mais em: http://boo-box.link/2468D

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DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES Inscrições até 06 de janeiro de 2016. Local: Ribeirão Preto, SP. Saiba mais em: http://boo-box.link/245WJ

VI CONGRESSO DE EDUCAÇÃO BÁSICA De 02 a 03 de fevereiro de 2016. Local: Florianópolis, SC. Saiba mais em: http://boo-box.link/2467G

SEMINÁRIO “VAMOS FALAR DE GÊNEROS? SUBJETIVIDADES, RESISTÊNCIAS E ESTÉTICAS” De 07 a 08 de março de 2016. Local: Cuiabá, MT. Saiba mais em: http://boo-box.link/2467Y

XIV CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO CONSTITUCIONAL De 28 a 30 de abril de 2016. Local: Fortaleza, CE. Saiba mais em: http://boo-box.link/2469D

XVIII ENCONTRO NACIONAL DE GEÓGRAFOS De 24 a 30 de julho de 2016. Local: São Luís, MA. Saiba mais em: http://boo-box.link/2468Q

30ª REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA De 03 a 06 de agosto de 2016. Local: João Pessoa, PB. Saiba mais em: http://boo-box.link/24699

IV SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE ANÁLISE DO DISCURSO: DISCURSOS E DESIGUALDADES SOCIAIS De 14 a 17 de setembro de 2016. Local: Belo Horizonte, MG. Saiba mais em: http://boo-box.link/24681

VI CONGRESSO LATINO-AMAERICANO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS De 25 a 27 de outubro de 2016. Local: Londrina, PR. Saiba mais em: http://boo-box.link/24686

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