Educar março edição 99 2016

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Informação útil para todos!

Cassia, Antônio Bento e Eduarda

www.revistaeducar.com.br

Edição 99 • Ano 8 • Março 2016 Distribuição gratuita e direcionada Foto: Beta Bernardo Fotografia • Impressão: Impressul


Editorial A potência da amizade “Não nos afastemos muito...”, dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade, “porque a amizade nos faz (bem) mais felizes.” Encontrar um amigo não é tarefa fácil. É preciso coincidir a vontade de estar junto e compartilhar risadas, choros, histórias, experiências, confidências, emoções. Dá trabalho, não é tão simples. Estamos em constante processo de transformação, sendo atropelados por uma rotina insana, com obrigações diárias e responsabilidades infinitas. Casamento, filhos, trabalho, academia, inúmeros compromissos - quase tudo se torna desculpa para não se permitir conectar em nível profundo com alguém, evitando-se, assim, construir laços afetivos e de bem-querer. Acabamos por não perceber que um bom amigo contribui sobremaneira com o nosso nível de bem-estar, torce pelo nosso triunfo, vibra com as nossas alegrias e oferece o ombro quando nos percebem tristes e frágeis. A amizade pode assumir faces animadas e confortantes, como quando encontramos alguém disposto a compartilhar conosco o melhor da vida. É o olhar do amigo que ajuda a construir quem somos: uma pessoa diferente e especial. O amigo nos oferece, corriqueiramente, um eixo norteador: a vivência de experiências únicas.

Foto Micaela Torres

Com os amigos se aprende sobre solidariedade, simplicidade, honestidade, desafio, perdão, compreensão e carinho. O verdadeiro amigo é confiável e estimulante, às vezes irritante ou até meio distante; pode se afastar, mas é certo que retorna; ele nos aguenta e nos chama, nos dá impulso e abrigo, e nos faz ser melhores, em todos os sentidos. Amizade é vida, em sua potência máxima, assim como o amor - alguém duvida? Neste editorial, sem qualquer razão especial, celebro aqueles amigos que têm estado comigo nos momentos bons e ruins, para o que der e vier. Pessoas que cruzaram os meus caminhos - e substancialmente permanecem do meu lado.

Cláudia Prates educar@revistaeducar.com.br Revista Educar @claudiaeducar

eDIÇÃO 99 • ANO 8 MARÇO 2016 EDITORA Cláudia S. Prates JORNALISTA RESPONSÁVEL Lúcio Flávio Filho (MTB 21.441) ARTE Cláudia Prates COLABORADORES desta edição

Auxiliadora Mesquita Marlise Teixeira / Fernanda Moura Milena Luisa / Julia Vergara

REVISÃO Vânia Dantas Pinto IMPRESSÃO

47 9143.4416 / 47 9181.4223 www.impressul.com.br

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PARA ANUNCIAR:

48 8845.7346 comercial@revistaeducar.com.br


Educar • Março/2016

Nossa capa Cassia Linhares e filhos

Festa do Pijama Nosso Mundo

As lentes da incrível fotógrafa Beta Bernardo captaram, no Rio de Janeiro, belíssimos momentos da atriz Cassia Linhares com seus filhos Eduarda (7 anos) e Antônio Bento (2 anos). Cliques iluminados, preparados cuidadosamente para a nossa revista.

A 8ª Noite do Pijama do Nosso Mundo vai acontecer no dia 1° de abril. Parece mentira, mas é verdade - e o evento virá recheado de brincadeiras, desafios, desfile de pijamas, cineminha com pipoca e muita bagunça. Então anote aí: a festa começa às 19h do dia 01/04 vai até as 10h do dia 02/04 - 15 horas de pura diversão! Valor: R$ 70,00 (com jantar, lanchinho da noite e café da manhã inclusos). O Pensando e Construindo Nosso Mundo fica na Rua Papa João XXIII, 121, Coqueiros, Florianópolis / (48) 3209-6700.

A todos que participaram desse ensaio tão lindo e delicado, os nossos mais sinceros agradecimentos! www.betabernardo.com

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Cinema Kung Fu Panda 3

Divulgação

Eduarda e Antônio Bento vestem roupas da marca Milon: Beiramar Shopping, Florianópolis, (48) 3322.3518; Shopping Itaguaçu, São José, (48) 3258.7001; Turma da Cuca: R. Princesa Izabel, 365, Joinville, (47) 3433.9508.

Em “Kung Fu Panda 3”, que estreou este mês nos principais cinemas do país, Po vai conhecer seu pai Li em uma aldeia secreta, onde os pandas vivem em liberdade, desfrutando da natureza. Nesta vila vive também uma bailarina que conquista Po com sua dança de fitas. Este novo mundo promete ao público inúmeras aventuras e risadas, além de fofurices: a adorável vila é repleta de bebês brincalhões.


Finanças

O pote de ouro Também naquela época havia piratas no lugar, que atacavam as embarcações que subiam ou desciam a costa, saqueando os navios repletos de ouro. Os piratas costumavam esconder “potes de ouro” nos mais

diferentes lugares da vila. Em uma noite fria de inverno, João acordou assustado - havia sonhado com um pote de ouro no chão de sua cozinha. Levantou-se imediatamente, enquanto todos dormiam e começou a cavar. Dito e feito! João encontrou o “pote de ouro”, que mudou para sempre a sua vida e também a de sua família: comprou imóveis pela região, seus filhos estudaram e foram bem-sucedidos, continuando o legado deixado por seus pais. Tudo a partir do achado.

Ilustração Freepik.com

João e Rosa casaram-se em 1930, em uma pequena vila de pescadores de Santa Catarina. Logo nasceram os cinco filhos e a família, de vida simples, enfrentava dificuldades financeiras. A pesca era para subsistência familiar e para algumas trocas com outros produtos locais. O dinheiro estava longe de ser uma realidade presente.


Educar • Março/2016

Eu cresci ouvindo isso. O tal pescador João era irmão de meu avô, falecido há muitos anos. Meu pai conhecia bem os seus primos, que haviam herdado muito dinheiro e o patrimônio do Tio João. Quando criança, sempre achei essa história fascinante - repleta de mistérios, piratas, sonhos e realizações. E no fundo, uma certeza: achar um pote de ouro era uma questão de sorte. Cresci um pouco mais e me aprofundei no tema dinheiro e finanças. A história do Tio João continuava viva em minha mente, quando tive a oportunidade de visitar a cidade natal de meu pai. Lá, conheci o primo Alfredo, um senhor baixo, grisalho, muito divertido e já com mais de 80 anos. Conversa vai, conversa vem, resolvi questioná-lo sobre a veracidade de tal história, afinal, ele também era parente distante. Achei incrível sua resposta, acompanhada de uma divertida risada: -Eles trabalharam muito. Essa história de “pote de ouro” é uma lenda e a verdade é que a prosperidade da família é fruto do trabalho! No mesmo instante comecei a refletir sobre as crenças financeiras que são passadas ao longo das gerações, embutidas em histórias como essa. Meu pai, a partir do que foi transmitido a ele, acreditava fielmente que o enriquecimento do Tio João se devia ao famoso “pote de ouro”. Por trás dessa crença, estava a convicção de que só é possível prosperar se houver um fenômeno extraordinário financeiro em nossas vidas.

É preciso romper com a crença de que o “pote de ouro” vai chegar a qualquer momento. Estudos mostram que 80% dos ganhadores de prêmios de loterias, heranças ou generosas bonificações, que estavam endividados antes do prêmio, gastam tudo que ganharam retornando a uma situação financeira desconfortável. Enquanto o “pote” não vem, parece desnecessário cuidar das contas pessoais, certo? Errado! Descuidar das finanças pessoais é um ato que leva à involução financeira. Desenvolver padrões de pensamentos positivos e ensinar adequadamente nossas crianças fará toda a diferença no futuro dos pequenos. Mostrar que o Tio João era um pescador esforçado, que soube economizar, que fez bons negócios com os peixes e escolheu investir na educação dos filhos, é uma ótima forma de ensiná-los que cada um pode criar o pote de ouro que quiser. Fico feliz por ter conhecido o primo Afonso e descoberto, junto com meus filhos, que a história do Tio João era outra. Voltamos para casa com outro ensinamento bem diferente: é preciso cavar, para lançar sementes de prosperidade, de amor, de abundância. E vale refletir: o que você quer semear a partir de hoje?

Marlise Alves Teixeira

Contadora & Coach em finanças

marlise@sementeprospera.com.br

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Faça você mesmo

Para inaugurar nosso espaço de “Faça você mesmo” aqui na Educar, eu trouxe uma sugestão de mimo que você pode fazer junto com as crianças e, de quebra, ainda reutilizar alguns potes que você tem em casa. Uma solução econômica e carinhosa de presentear os avós, padrinhos, professores e até os coleguinhas das crianças. Para criar os seus presentes estilo Mason Jar* caseiros, você vai precisar de potes de vidro com tampa; tecido – cor e estampa de sua preferência (aprox. 20cm); fita de cetim ou gorgurão – cor e espessura de sua preferência (aprox. 50cm); doce para o recheio (ovinhos, trufas, bombons, bala de goma, pettit fours, etc); tesoura. Veja como é simples o passo a passo: 1 - Separe os vidros de geleia, compotas, conservas ou comida de bebê que você conseguir. Não se preocupe com os tamanhos e estilos diferentes pois eles deixarão seus mimos ainda mais personalizados. 2 – Higienize os vidros com água, retire seus rótulos e os seque bem. 3 – Recorte um círculo do tecido de sua escolha com aprox. 3 vezes o diâmetro da tampa do vidro escolhido. Ex.: para uma tampa de 6 cm, recorte um círculo de 18cm.

Ilustração Freepik.com / Fotos Milena Luisa

4 – Recheie o vidro com o doce de sua preferência. DICA: Aproveite a época para escolher doces diferentes: ovinhos, bombons, trufas e amendoins são os mais tradicionais, mas você pode rechear seu presente com biscoitinhos deliciosos e balas de goma. Ou ainda fazer um carinho para aqueles que não comem doces ou têm intolerância a algum ingrediente e oferecer frutas secas, oleaginosas como nozes, castanhas, amêndoas, entre outras. 5 – Com jeitinho, envolva um pedaço de fita e finalize com um lindo laço. Inclua mini cartões para ficar ainda mais especial. DICA: Brinque com os tons e as estampas, não se prenda apenas ao tema de coelhinhos e cenouras.

No site www.sementinhadegente.com.br e no Canal do YouTube há outras sugestões bem especiais. Compartilhe, por meio das redes sociais, os mimos feitos por você, e acrescente a hashtag #SemeandoIdeias. E aproveite para me seguir por lá também: @sementinhadegente. *Mason Jar - É um pote de vidro comum, de comida e geleias, com tampa de metal, muito popular nos Estados Unidos. Ele foi criado e patenteado em 1858 por John Landis Mason (daí o nome) e hoje virou ícone vintage.

Milena Luisa, mãe de Artur (8), Mateus (5) e Pedro (4). Sonhadora e idealizadora do Sementinha de Gente www.sementinhadegente.com.br


Lançamentos

Educar • Março 2016

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Artesanato Pritt

Divulgação

Disponíveis nos temas Princesas e Piratas, os Kits Pritt de Artesanato Infantil foram desenvolvidos junto com os pedagogos da Wummelkiste - empresa alemã referência em atividades manuais educativas - e contém todos os itens e instruções necessárias para a colagem dos brinquedos. A montagem é fácil e permite que os pequenos façam o castelo mágico e o navio real de maneira prática, com formas divertidas e cola. Os kits podem ser encontrados nas principais redes de papelaria, livrarias e lojas de brinquedos do Brasil.

Fotos Divulgação

Editora Girassol

As histórias clássicas de Contos da Carochinha vão ajudar os pais a embalar o sono dos pequeninos com vários personagens e suas aventuras, que trazem valores universais como o esforço e a superação, o trabalho bem-feito, a amizade, o amor e a força da inocência. (Pré-leitor, a partir de 6 anos)

Divirta-­se e aprenda tudo sobre as cores com o livro Cores em Movimento! Monte suas cinco miniaturas e use-as nas atividades com contas. (A partir de 4 anos)

Contas na Fazenda Aprenda tudo sobre contas. Use as miniaturas para deixar tudo ainda mais divertido. Escolha um dos animais e uma base, encaixe a miniatura na fenda e pronto! (A partir de 4 anos)

O livro Adesivos (As cores) foi especialmente pensado para que os pequeninos aprendam a reconhecer as cores de maneira didática e divertida. Vem com mais de 30 adesivos! (A partir de 3 anos)



Interação entre pais e filhos

Educar • Março/2016

Tema desta edição:

A mascotinha da Revista Educar Conteúdo Auxiliadora Mesquita Arte Rique Dantas / Cláudia Prates

Quero ser meteorologista! O clima é parte de nosso cotidiano, desde que o tempo é tempo. E, se para nós, habitantes das cidades, ele não rege os trabalhos e afazeres, ainda assim regula e controla nossas vidas. Afinal, não colhemos, mas usufruímos da colheita de quem planta o que comemos. E se a água da chuva não estiver regulando nossos rios e lagos, na nossa torneira não vai sair nada... Saber como vai se comportar o clima é tão importante na vida humana que inventamos até um profissional para tentar descobrir, com precisão e rapidez, como vai estar o tempo. E diferente das previsões em sonhos e métodos secretos, o profissional do tempo – o meteorologista – precisa estar a par de muita ciência para dar conta do recado. O recado dos meteorologistas pode ser conferido todo dia, nos canais de TV, em sites especializados e nos boletins que gente do campo e da cidade consulta. Seja para saber se vai dar praia no fim de semana ou se é preciso proteger a lavoura da geada e da seca, a meteorologia ajuda a tomar decisões mais bem informadas. Como ciência em evolução, as previsões estão cada vez mais certeiras. E a capacidade de antever o clima está cada vez maior. Dos almanaques dos velhos tempos, atrás da porta de toda casa na roça, até os apps disponíveis em qualquer celular, saber como vai ficar o clima à nossa volta é uma necessidade. E uma profissão: parabéns para o Meteorologista no dia dele, 3 de março!

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Interação entre pais e filhos

Pipoca em: Será que vai chover?


• Meteorologista é quem estuda os fenômenos que acontecem na atmosfera da Terra. Atmosfera é a camada de ar que envolve o nosso planeta. É nela que acontecem os ventos e as chuvas. O meteorologista também tem de observar a temperatura (se está quente ou frio) e a umidade (se o ar está seco ou não). Depois ele junta tudo o que observou e calcula o que pode acontecer em seguida: se vai chover ou nevar, se vai ter furacões e tempestades, se vai ter dia de sol ou com muitas nuvens. • O trabalho do meteorologista é importante para todos nós. No nosso dia a dia, é bom saber se vai ter chuva forte ou fraca para ficarmos

Achei para você!

Internet

climakids.com.br

O site ClimaKids é uma parte do site de meteorologia Climatempo todo dedicado às crianças. Com ajuda da Turma da Mônica, oferece previsão do tempo, explicações sobre vários fenômenos climáticos, histórias em quadrinhos e sugestão de experiências científicas. Também dá para pedir a previsão do clima da própria cidade.

preparados. Também é importante para quem vai viajar e precisa saber como vai estar lá em cima, no céu, ou aqui em baixo, nas estradas e nos oceanos. • Saber o que vai acontecer com o clima também é muito importante para quem planta tudo o que comemos nas fazendas. Os fazendeiros, sabendo como vai estar o tempo, descobrem se é hora de plantar ou de colher e o que podem fazer para proteger o que plantaram. • Para ser meteorologista, é preciso estudar na faculdade. Precisa gostar e saber bastante matemática e física. Também tem que gostar de observar e estudar a natureza e ter muita atenção e cuidado com os detalhes. E você, gostaria de descobrir se vai chover ou não? Que tal ser um meteorologista?

Livro

O homem da chuva, Gianni Rodari (Editora Biruta) Um jeito poético de falar sobre a chuva, que vai agradar os pequeninos. Um homem vive pulando de nuvem em nuvem, abrindo e fechando torneiras para fazer chover. Mas se ele dorme demais... o que será que acontece?

Divulgação

Você sabia?


O que seus filhos aprendem aqui, eles levam para toda a vida. Conhe莽a hoje mesmo a Maple Bear Florian贸polis. Acesse maplebear.com.br/florianopolis e agende uma visita. Rua Ant么nio Gomes, 55 - Balne谩rio Estreito (48) 3012-1255 | 3091-1435 florianopolis@maplebear.com.br


Educar • Março/2016 13

Ilustração freepik.comom

Opinião

Os desafios da maternidade

Tanto se tem falado no desafio da maternidade e no desafio da real maternidade, que surgiu em mim uma vontade de escrever a respeito. A maternidade é um desafio em si, vivido em diversas etapas. E a existência desses percalços ou do “lado B” da maternidade, na qual nem tudo são flores, ao menos para mim, não tem o poder de apagar o brilho nos olhos cada vez que olho para meus filhos e mesmo para crianças de outras mães. A magia do desenvolvimento desses seres e a alegria que o convívio com eles proporciona é maior do que todos os desafios embutidos no pacote da maternidade. Mas, sim, os desafios da maternidade existem, então vejamos alguns: ● Engravidar já é, em si, um desafio para muitos casais. ● Para aqueles que buscam a adoção, o processo a

que a família se submete também não é fácil. ● Os sintomas da gravidez por vezes são verdadeiramente pesados para a mulher - eu mesma sofri bastante com enjoos ao longo de cerca de cinco meses. ● A vontade de se ter um parto normal nem sempre é atendida pelas condições da gestação ou pelo tempo já transcorrido. ● Amamentar, eu bem sei, não é tão simples assim para toda e qualquer mãe, como algumas fotografias de celebridades pós-partidas podem equivocadamente sugerir. ● O apoio eventualmente prestado pelo pai da criança nem sempre corresponde às reais expectativas da mãe. ● O apoio familiar muitas vezes também não. ● O choro ao longo dos primeiros três meses é desafiador, até que se aprenda a decifrar qual a necessidade do bebê.

● Há muitas mães que passam por depressão pós-parto, por mais desejado e por mais maravilhoso que seja o bebê. ● Desfralde, desmame, escolinha, chegada de um irmão, as vacinas, as doenças e a impotência e o desespero dos pais diante delas... ● A divisão das mães entre o trabalho e todas as preocupações e ocupações que um filho envolve são também um desafio diário. ● As brigas e dificuldades na escola, os amores nãocorrespondidos...

Enfim, os desafios da maternidade são incontáveis... Mas, sim, valem muito a pena. E não há palavras que consigam expressar de forma objetiva esse “valer a pena”, que apenas quem sente na pele consegue alcançar. Talvez por isso o desafio da maternidade tenha inicialmente envolvido a postagem de fotos em uma rede social - porque palavras não conseguem definir ou contemplar esse amor maior do mundo. Então, as palavras têm utilidade apenas para que descrevamos os desafios. Para as maravilhas da maternidade, somente quem sente as conhece de verdade. E as fotos (aquelas do tal desafio, postadas nas redes sociais)… bem, elas mostram uma pequena parcela desse sentimento único, imensurável e indescritível que a maternidade proporciona.

Julia Vergara, mãe do Guilherme (5) e da Luiza (1), e também delegada da Polícia Federal


Para se jogar

Vamos brincar na chuva?

Nossos pequenos crescem ouvindo nossas reclamações constantes a cada chuva que cai. Mas a verdade é que esse “desgosto” com a chuva tem mais a ver com nosso modo de vida, cada vez mais desconectado da natureza, do que com a água em si. E apesar das tempestades às vezes causarem catástrofes e sofrimento humano (quase sempre por nossa ocupação equivocada dos espaços), as chuvas trazem benefícios indispensáveis para nossa vida e a do planeta. E ao invés de assustar, deveriam ser admiradas pelas nossas crianças. Que por sinal, são as primeiras a entender a magia daquelas gotas que caem do céu bem na ponta do nariz!

Ilustração freepik.com

A possibilidade de faltar água em vários estados brasileiros no ano passado fez muita gente mudar de ideia a respeito da chuva. É que a maioria de nós aprende na escola como a chuva é importante – o famoso ciclo da água, certo? Mas, no dia a dia, ela parece sempre trazer mais transtorno do que recompensa. O trânsito caótico, a roupa acumulando para secar, um mar de guarda-chuvas nas calçadas. A energia elétrica que às vezes falta. Chegar molhado no trabalho ou em algum compromisso. E o pior: as crianças fechadas em casa!


Educar • Março/2016 15

E é mesmo mágico e lindo: desde aquele spray fino e leve de uma garoa aos pingos ritmados de uma chuvinha boa no telhado até o espetáculo poderoso e assustador de uma tempestade, a chuva tem muitos encantos. Deixar que nossas crianças contemplem e comunguem com esse fenômeno natural é um presente que podemos dar a eles. E pode ser feito de uma maneira segura e descomplicada. Só um pouquinho de preparação e coragem dão conta do recado. É claro que não vamos deixar a gurizada brincar na chuva em qualquer hora e lugar. Mas nem sempre chuva tem que ser sinônimo de brincar entre quatro paredes. Seguindo as nossas dicas, as crianças podem aproveitar a chuva, sem medo de ser feliz. Raios e relâmpagos não estão para brincadeira. Nessas horas, é importante ficar longe da água e ao abrigo da chuva. • Observe a temperatura e vista a criança de acordo: em dias frios, dá pra brincar com botas de borracha e capa de chuva com capuz; se faz calor, pode brincar com roupinhas leves.

Observe o piso e veja se não oferece perigo de escorregões quando molhado: botinhas e sapatos ajudam na segurança do brincar. • Fique de olho na sujeira do local: brinquem longe de fossas, esgoto ou animais. Enxurrada e poças também não são uma boa ideia. • Um banho caprichado depois da brincadeira e roupas sequinhas garantem a saúde e vão deixar os pequenos ainda mais relaxados. •

A brincadeira pode ficar mais divertida com copinhos, panos e baldes mas deixe que as crianças vivam esses momentos da maneira mais livre possível. E se você se entusiasmar, aproveite para dançar na chuva também. Afinal, quem está na chuva é pra se molhar – e você vai se lembrar de que é uma delícia!

Auxiliadora Mesquita Pedagoga


Educação

Ilustração Freepik / Foto Istockphoto

Para o desenvolvimento completo de uma criança, sabe-se que é preciso estimular seu corpinho, suas emoções e sua mente. Oferecer um pouquinho de cada coisa a ajuda a desenvolver áreas que podem estar adormecidas. Esse estímulo, desde pequeno, é importante, pois a criança tem uma facilidade muito maior que o adulto para aprender novas habilidades e, à medida que cresce, vai perdendo essa capacidade de adaptação e essa elasticidade na aprendizagem. Não que o adulto não consiga aprender novas coisas, mas, no geral, tendemos a nos tornar mais rígidos ao longo dos anos.


Educar • Março/2016 17

Por outro lado, também é muito importante que a criança disponha de tempo livre para brincar do jeito e do que quiser. Pode parecer que não, mas os pequenos aprendem muito brincando. É por meio da brincadeira que exteriorizam o que sentem e o que observam. Além disso, é brincando que eles praticam o que veem ao seu redor. Imitando e brincando, vão aprendendo e interiorizando conceitos sociais. Por isso, saber equilibrar esses dois lados na vida da criança é o que vai fazer com que ela consiga aproveitar tanto os estímulos dirigidos, como também os estímulos livres. Dosar, com um pouquinho de cada coisa, a rotina dos pequenos, os permite ter tempo e calma para curtir e obter prazer em realizar todas as suas atividades. E esse é o melhor estímulo para o desenvolvimento: gostar daquilo que faz.

Agenda Ter uma agenda lotada de compromissos pode deixar a criança cansada, triste e, o pior de tudo, ter que carregar um peso desnecessário e grande demais para a sua idade. Além do que, para que ela realmente aproveite todas as tarefas extras, é preciso que disponha de tempo para assimilar o que aprendeu e dar sentido a elas. Estar sempre atento aos sinais que a criança demonstra ao se dirigir a essas atividades, ouvir o que ela pensa

sobre as aulas extras e perceber como está no fim do seu dia são formas de constatar se a rotina está puxada demais ou não. É importante observar não só se ela está cansada, mas se está feliz e alegre com seu dia a dia.

Tempo para brincar Deixar que as crianças tenham tempo para brincar e descansar é tão importante quanto matriculá-las numa atividade extra. Também é importante que a criança se sinta bem e goste do que está fazendo. Perguntar o que os pequenos preferem aprender é uma forma de inseri-los na escolha de sua rotina e de dar mais sentido ao que eles irão vivenciar e aprender. O mundo está cada vez mais competitivo e preparar os filhos para que tenham boas chances no mercado de trabalho e em seu futuro também pressupõe dar-lhes tempo para serem crianças e oferecer-lhes condições emocionais e físicas para amadurecerem com tranquilidade e naturalidade. Assim, quando finalmente chegarem à idade adulta, conseguirão dar conta de todas as tarefas que um adulto precisa desempenhar. Fernanda Mello de Moura Pedagoga


Variedades

Por Auxiliadora Mesquita

Papagaio, pandorga, pipa

Pequenos diários

Foto Alicia Taylor

Não importa o nome que se dê, esse brinquedo é sucesso entre as crianças do Brasil todo. Inventado pelos chineses em outras eras, servia como sinalizador entre os militares. Hoje, só sinaliza alegria e diversão. Para brincar de verdade, é essencial sol e vento. E um espaço aberto, sem fios ou linhas de transmissão de energia, para ficar à vontade.

O Gro Clock tem um ar bem fofo e vem com desenhos e cores especialmente escolhidos para mostrar aos pequenos que ainda é cedo ou que já está na hora de levantar. A ideia é que os pais expliquem às crianças que é para ficar na cama até ver o solzinho aparecer no relógio.

Depois, é só guardar as pipas em casa, na parede mesmo. Bonitas e coloridas, elas dão ótimos enfeites para os quartos dos pequenos. Penduradas na parede, alegram o ambiente e recordam às crianças que a qualquer momento pode chegar a hora da diversão.

www.amazon.co.uk

Para os madrugadores de plantão Sabe aquela criança que acorda bem cedinho e já quer colocar a casa toda para funcionar? Pois uma empresa americana inventou um relógio especial para ela. À primeira vista, parece um despertador. Mas é, na verdade, um indicador para a criança que ainda não é hora de levantar, e sim de dormir mais um pouquinho ou ficar bem quietinho na cama.

Manter um diário pode ser uma forma bonita de sua criança guardar recordações e lembranças da infância. Uma ideia diferente para isso é responder perguntas já preparadas. É o que propõe o Q&A a Day for Kids: A Three-Year Journal (Betty Franco, em inglês, disponível na Amazon.com). Ele é um diário que já vem com perguntas especiais para cada dia. As questões variam desde “what does your mommy do?” (o que sua mamãe faz?) até, por exemplo, “when were you last brave?” (quando foi a última vez que você foi corajoso?). Os pais que usam o livro gostam do ritual de sentar com as crianças todas as noites para responder às perguntas. E mais ainda das respostas maluquinhas que só as crianças são capazes de dar. Uma boa ideia para guardar para sempre!

Talita Chaves Fotografia

Do forno


Depois da tempestade...

Rosa para meninas, azul para meninos?

Depois de uma catástrofe, muita coisa acontece e parece que é sobre isso que as crianças precisam falar. Uma pesquisadora americana descobriu que crianças que passam por uma calamidade não estão interessadas em pensar sobre o que ocorreu, mas sim sobre o que muda em suas vidas depois que o desastre acontece.

Acredite se quiser: essa história de rosa para meninas e azul para meninos não surgiu de nenhuma preferência “natural” de cada um deles pelas cores. E, em termos de história, é até recente. Até o fim do século 19, tinta para tecido era coisa cara e a maioria da população não tinha acesso a esses luxos. Com a industrialização acelerada, chegou a hora de poder escolher – e era exatamente o contrário do que é hoje!

Trabalhando com crianças da cidade de Nova Orleans, nos EUA, após a devastação trazida pelo furacão Katrina em 2005, Tara Powell viu que as crianças não se interessavam em falar ou desenhar sobre a tempestade em si. Elas queriam conversar sobre o que havia mudado em suas vidas depois disso: as salas de aula abarrotadas, as brigas e a tensão na família... Tara então desenvolveu um programa chamado “Jornada para a Esperança”, que também já foi utilizado com sucesso depois de um terremoto na Nova Zelândia e após o Furacão Sandy, em Nova York. Agora, está sendo adaptado para ajudar as crianças refugiadas da Síria.

O marketing de algumas indústrias americanas sugeria o rosa, versão suavizada do vermelho, como a cor certa para os garotos. E o azul, “delicado” por natureza, era a cor das meninas. Foi só a partir dos anos 50 que a divisão se inverteu, com propósitos comerciais também. Em tempo: até o fim do século 19 também era comum que crianças pequenas usassem vestidos – Franklin Roosevelt com 2 anos de idade. meninos e meninas! Anos mais tarde ele se tornaria o 32º presidente dos Estados Unidos.

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Educar • Março/2016 19


Perfil

Linda, por dentro e por fora

Texto: Auxiliadora Mesquita Fotos: Beta Bernardo Fotografia Figurino das crianças: Milon

Você conhece a Cassia atriz – desde aquela jovem Alice de Malhação (Rede Globo), nos anos 90, ela já emprestou seu talento e beleza para muitos personagens em novelas, séries, filmes e peças de teatro. Atualmente, é possível acompanhá-la no papel de Flávia, a mãe guerreira e ex-mulher do personagem principal em Conselho Tutelar, série exibida na Record. Na vida real, Cassia também passou a ter outros papéis. Casada com o empresário Renato Bussière, ela já é mãe de Eduarda (7) e de Antônio Bento (2). Linda e sempre em forma, poderia ser uma dessas figuras distantes do mundo das artes e do entretenimento. Nada mais diferente da realidade: Cassia, de verdade, é mesmo “na real”. Nascida em Niterói, ela curte as pequenas e as grandes coisas da vida. Pode aparecer, linda e sorridente, no desfile das escolas de samba em plena Sapucaí. Também pode aparecer – de novo linda e sorridente - num bate papo com amigos, comendo um hambúrguer (vegetariano!) com as crianças ou prestigiando com o marido uma nova peça de teatro em cartaz. Isso tudo sem descuidar da saúde, que a beleza dela é por dentro e por fora. Ela come para ficar cada vez mais saudável e espantar a doença pra bem longe. E garante que já acorda com fome, mas sabe fazer suas escolhas: brócolis com azeite e sal é tudo de bom!


Educar • Março/2016 21

frescura, na real. Afinal, essa fã incondicional da música não tem dúvida do que faria se um vizinho muito chato aparecesse na sua vida: guitarras pesadas no último volume, para espantar a chatice e trazer de volta o bom humor! Em tempo: Cassia recebeu a EDUCAR para uma sessão de fotos em família e aproveitou para responder nossa divertida mini-entrevista. Exclusivo para vocês, queridos leitores da nossa revista. 1) Quando acordo eu ....

tenho muita fome

2) Para manter a forma: Suas escolhas conscientes também passam por outras áreas da vida. Seu trabalho na série Conselho Tutelar a aproximou dos projetos de proteção à infância, que ela sempre divulga em suas redes sociais. Também deu seu apoio nas campanhas para amenizar o drama do acidente ecológico de Mariana, em Minas Gerais. E fica de olho na ecologia até no dia a dia, afinal, qualquer pequeno gesto já contribui para melhorar o planeta. A espiritualidade em dia também colabora para manter o sorriso e a serenidade. Envolvida com as gravações de mais uma temporada de Conselho Tutelar, Cassia sabe manter o equilíbrio e a forma passeando com as crianças de bicicleta ou se divertindo com a família num domingo de sol na praia. Mas, principalmente, ela acredita no bem e na fé, tentando sempre focar na luz das coisas e das pessoas. Esse lado espiritual também se alimenta de leituras e pensamentos positivos. E ela confessa: “Quando vou dormir, rezo e agradeço.” A mamãe coruja de Eduarda e Antônio Bento não poupa elogios aos pequenos e tenta incentivar o melhor em cada um deles. A última “arte” foi Eduarda que fez – um pequeno livro que a mãe orgulhosa postou a capa, já torcendo: “Que seja o primeiro de muitos.” Dando o exemplo e a atenção que as crianças precisam, Cassia e o marido esperam passar os valores certos para as crianças: pensar e fazer o bem. Mas sem

como bem pouquinho à noite 3) Para comer sem medida:

brócolis com azeite e sal! 4) Para divertir as crianças: bom humor 5) Para vizinho chato: Body Count’s In the House no último volume! 6) Para saudade de amigo: fotos! 7) Para noite romântica: natureza 8) Para minha filha Eduarda: patinete 9) Para meu filho Antônio Bento:

trator, caminhão, moto

10) Para a Cassia, na frente do espelho:

tô me amando mais agora! 11) Quando vou dormir eu… rezo e agradeço



Educar โ ข Marรงo/2016 23

Galeria NOSSA CARA

Envie foto(s) de sua crianรงa para nossacara@revistaeducar.com.br com nome completo e idade, cidade e nomes dos pais.

Enzo

Arthur

Melissa

Ana Clara e Joana

Sabrina

Pedro Henrique

Murilo

Rebeca



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