Educar Setembro 2014 Edição 81

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Escola Alunos ansiosos pelas aulas que encantam

Atenção Presente em excesso não é o caminho para a felicidade

Peripécias e aventuras do mais incrível leitor do mundo:

seu filho

www.revistaeducar.com.br

Edição 81 • Ano 7 • Setembro 2014 Distribuição gratuita e direcionada Foto: Carol Costa Fotografia • Impressão: Impressul


Editorial Educar é...

eDIÇÃO 81 • ANO 7 SETEMBRO 2014

Dias atrás, uma leitora me confessou colecionar nossas edições e gostar muito de nossa revista, mas me questionou o fato de ser intitulada Educar, já que não publica artigos exclusivamente voltados para a educação.

EDITORA Cláudia S. Prates

Com toda a paciência e o frescor que o inverno me proporciona, expliquei a ela que a palavra educar tem amplo significado. No dicionário mais comum, a definição é: 1.promover o desenvolvimento da capacidade intelectual, moral e física de (alguém), ou de si mesmo. 2.Instruir(-se).

COLABORADORES desta edição Auxiliadora Mesquita / Bárbara Maglia Fernanda Moura / Diana Demarchi

O conceito de educação, a nosso ver, significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. Para nós, cada artigo publicado aqui visa informar de forma útil e descomplicada, porque sabemos que educar não é tarefa simples, que precisa de apoio geral: de avós, mães, pais, tios, professores, livros, revistas, profissionais especializados que estão espalhados por aí para ajudar.

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Cláudia Prates

educar@revistaeducar.com.br Revista Educar

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O trabalho da Educar é explorar os temas que envolvem a educação, a saúde e a felicidade das crianças e suas famílias - cada artigo com seu papel e tema específico, mas todos voltados para um único objetivo: o aprendizado.

JORNALISTA RESPONSÁVEL Lúcio Flávio Filho (MTB 21.441) ARTE Cláudia S. Prates / Rique Dantas

REVISÃO Vânia Dantas Pinto CONTATO COMERCIAL: 48 8845.7346 comercial@revistaeducar.com.br IMPRESSÃO

47 9143.4416 (Fábia) ou 47 9181.4223 (Andrei)

www.impressul.com.br

•As opiniões veiculadas nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. Os artigos e os anúncios publicados são de total responsabilidade de seus autores e/ou suas empresas. •Não é permitida a reprodução de qualquer conteúdo desta publicação sem prévia autorização da editora. •A Revista Educar, publicação mensal da Pequeninos Revista Educativa Ltda, tem tiragem de 9.000 exemplares e é distribuída gratuitamente em diversos pontos de Joinville, Florianópolis e São José / SC. •Para assinatura, sugestões, críticas ou elogios, envie e-mail para educar@ revistaeducar.com.br ou entre em contato pelo nosso site www.revistaeducar.com.br.

CAPA

Henrique Finder (10 anos) é daqueles meninos que deixam qualquer um orgulhoso: além de lindo e educado, ele lê muito e diariamente. Estávamos de olho nele há algum tempo - achávamos que sua presença em uma de nossas capas e matérias traria inspiração e alegria para nossa revista. As imagens dizem tudo. Confira, nas páginas 14 e 15, o texto Peripécias e aventuras do mais incrível leitor do mundo: seu filho, dedicado às crianças que leem bastante e de forma prazerosa. Fotos: Carol Costa Fotografia / 47 3029-5590 (www.carolcostafotografia.com.br) contato@carolcostafotografia.com.br


Eventos

Para a família

Palavra Cantada sem pé nem cabeça

Educar • Setembro/2014

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Para os papais

Razões para ser bonita

A obsessão da sociedade moderna pela aparência é o tema de Razões para ser bonita, peça estrelada pelos atores Marcelo Faria, Ingrid Guimarães, Gustavo Machado e Aline Fanju. A história gira em torno da importância das “embalagens” no mundo contemporâneo e narra a relação de quatro amigos que demonstram o quanto o padrão de beleza “em voga” pode fazer sofrer e provocar angústias.

Dias 6 (às 16h30) e 7 (às 16h) de setembro, no Teatro Ademir Rosa (CIC), Florianópolis. Duração: 1 hora e 10 minutos Ingressos: www.blueticket.com.br, loja Blueticket no Beiramar Shopping e na bilheteria dos teatros Ademir Rosa, Álvaro de Carvalho (TAC) e Pedro Ivo.

Dias 5 e 6 (às 21h) e 7 (às 20h) de setembro, no Teatro Ademir Rosa (CIC), Florianópolis. Ingressos: www.blueticket.com.br, loja Blueticket no Beiramar Shopping e na bilheteria dos teatros Ademir Rosa, Álvaro de Carvalho (TAC) e Pedro Ivo.

Fotos Divulgação

Se você tem filho pequeno que curte Paulo Tatit e Sandra Peres, não pode perder o musical Palavra Cantada sem Pé nem Cabeça. A produção, que narra a aventura de Pauleco e Sandreca (que aparecem em versão boneco de manipulação de 1m40), conta com um elenco de 14 atores/cantores/bailarinos. Na história, o Rato parte à procura de uma noiva ideal e, enquanto segue em busca de seu sonho, os personagens desbravam um universo lúdico e se divertem. O elenco canta, ao vivo, 17 músicas de sucesso da Palavra Cantada.

Realização: Orth Produções (www.orthproducoes.com)


Atenção

em excesso não é o caminho da felicidade Poder presentear uma criança e ver seus olhinhos brilhando e sua carinha feliz ao abrir o mimo é uma sensação maravilhosa. Mas nem sempre a alegria e o entusiasmo inicial se mantêm por muito tempo e, muitas vezes, o presente tão esperado e querido fica esquecido e deixado de lado. Também é comum que as crianças deixem de brincar com os brinquedos modernos, coloridos e caros para se divertirem com as panelas, o controle da televisão e até com as sucatas. Ou mesmo, preferirem os brinquedos mais simples e mais “sem graça”, como um carrinho de madeira, uma bola velha. No entanto, o que pode ser “sem graça” para os adultos nem sempre é para as crianças.


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Muitas vezes, o brinquedo legal e divertido é aquele que pode se transformar e ser usado de diversas formas, não necessariamente é o último lançamento da indústria de brinquedos. Quantidade também não é prioridade para eles. Afinal, aquele brinquedo ou objeto que pode transformar e incrementar as brincadeiras, é o suficiente. Basta ter imaginação e isso os pequenos têm de sobra. Crianças gostam de ganhar presentes, claro, mas é bom tomar cuidado para não presenteá-las em excesso. Tudo o que é demais não faz bem, nem mesmo presentes. Os pequenos estão aprendendo sobre a vida e não é bom que eles se acostumem a receber presentes a toda hora, principalmente porque podem entender que é obrigação dos pais ou adultos comprar-lhes tudo o que quiserem. Por isso, é bom ficar de olho quando começam a ter atitudes que demonstram estar pensando desse jeito. Por exemplo, quando não ganham o que pediram e fazem uma birra ou quando ganham um presente que não lhes agradou e, ao invés de agradecer, respondem de forma agressiva ou raivosa. Nessas horas, é bom pensar no motivo pelo qual estão apresentando esse tipo de comportamento e mudar de atitude com relação a eles. Dar presentes a toda hora também pode incutir na criança a ideia de que objetos materiais são descartáveis e que não é preciso cuidar nem dar valor aos seus pertences. Valorizar seus bens desde cedo ajuda a criança a desenvolver um senso de organização financeira. Isso porque permite a ela entender que os objetos que possui têm um valor e se ela quiser trocálos ou comprar mais é preciso juntar dinheiro. Parece incrível,

mas existem muitos adultos que não conseguem se organizar e acabam gastando mais do que têm. Também é importante tomar cuidado para que a criança não associe amor, carinho e atenção com ganhar presentes. Uma coisa não está vinculada a outra e esse tipo de associação pode enganar a criança e fazê-la sentir que é preciso ter e ganhar muitas coisas para amar e ser amado. É muito mais importante para os pequenos ter atenção dos pais do que comprar brinquedos ou roupas. As crianças precisam de tempo para interagir e se vincular com os adultos, isso sim aquece seus corações e traz tranquilidade para eles, pois assim sentem-se amados e protegidos.

Fernanda M. de Moura Pedagoga e responsável pela Escola Infantil Espaço Crescer (Florianópolis). contato@espacocrescerfloripa.com.br

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Escola

Ele senta para copiar a lição. Questão 1: “Ô, professora, sabia que meu pai tem uma moto muito massa?!” Batuca na carteira. Pede água. Quer ir ao banheiro. “Por que a gente precisa estudar isso?” Questão 2. “Quando acabar, pode ir brincar?” Conversa com o amigo ao lado. Puxa o cabelo e esconde o lápis da menina da frente. Levanta da cadeira para ir apontar o lápis e encontra um milhão de coisas interessantes para parar no caminho. E a lição? “Ah, não deu tempo de copiar...” Você tem ou já teve um aluno assim? Sim, é claro que sim... Antes de pensar em chamar os pais, chamar um médico, ou naquele remedinho que termina com “ina”, busque um chazinho e vamos juntos, porque hoje vamos tratar do seu papel nessa história toda. Você sabia, amigo professor, que nós ocupamos o segundo lugar mundial em consumo do remedinho, aquele, que faz rima com botina? Sabia que aumentamos em 775% o uso em 10 anos?! Não vamos entrar aqui nos méritos da acuidade, precocidade


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ou excesso de diagnóstico e medicação – embora elas sejam questões muito pertinentes. Hoje, só por hoje, sejamos práticos. As crianças estão aí. Estão medicadas, ou não. Mas, venha cá, isso é tudo? Isso é o melhor que temos a oferecer? Quanto da inquietude deles é da alçada do médico e quanto fica na nossa alçada, daquele que cuida e ensina? O que mais nós podemos fazer? Faça comigo um exercício. Puxe aí, na memória, a última aula que ministrou – ou o último período que passou com a criança. Lembrou bem? Tente se colocar no lugar da criança e visualize você, com a idade dela, fazendo essas mesmas coisas. Teve cópia de lição? Teve atividade maçante? Teve “senta aí e espera um pouco”? Agora, se pergunte: você preferiria fazer isso ou tomar um café com seus amigos? Se você escolheu o café, pare tudo. Pare agora! As crianças – e nós os adultos – queremos ser encantados, seduzidos, instigados pelo mundo que nos cerca. É como procurar um programa na TV a cabo. Você vai passando os canais, até que algo o fisgue. E ali você fica, até que se torne desinteressante para, então, voltar a procurar outro programa. As crianças se comportam assim em suas atividades. Elas “zapeiam” até que algo os instigue e ali permanecem enquanto ainda houver encantamento. Experimente colocar essas três palavrinhas no fundo da memória ao fazer seu planejamento. E pergunte-se, sempre,

se as tem oferecido aos seus alunos. Suas aulas encantam? Seduzem? Instigam? Você vê olhinhos curiosos brilhando em sua direção? E mais: você proporciona espaço para que suas crianças sejam crianças? Em sua escola há espaço para risos, brincadeiras e traquinagens? E eu não estou falando do recreio. Em suas aulas, durante as aulas, você aceita seus alunos com suas “criancices”? Não?! Então, querido, pare tudo de novo! Ofereça aos seus alunos um lugar onde eles possam ser espontâneos, autênticos, verdadeiros. Eu garanto, isso não tem nada a ver com bagunça e desordem. É possível ter uma sala de aula encantadoramente cheia de crianças sapecas, ativas e questionadoras e manter códigos de disciplina e ordem que todos consigam seguir. Dá certo. Eu juro. Você pode mais. Pode mais do que chamar os pais, o médico ou ministrar a pílula da riminha. Acolha suas crianças. Acolha suas inquietações, questionamentos, urgências e atrasos. Olhe para elas como realmente são e não como você queria que fossem. Fite-as assim, de frente e a fundo, e você terá o que elas procuram. Deixe-se encantar... Bárbara Farias Maglia

Psicóloga (CRP 12/06523) Crianças, Adolescentes e Apoio Parental - (48) 9687-1400 psi.barbaramaglia@gmail.com

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Comportamento

Aprendendo a conviver: os conflitos na escola Nascemos para conviver – é nosso destino e nossa necessidade mais básica. Como espécie, a gente nem estaria aqui se não tivesse inventado essa história de fazer as coisas juntos. Mas na hora da tal convivência acontecer de verdade, nem tudo sai como gostaríamos. Podemos escolher pessoas semelhantes a nós para serem nossos amigos, por exemplo. Mas no dia-a-dia, vamos conviver com pessoas de todos os tipos, gostos, manias e quereres... E isso começa já na creche, onde mordidas e empurrões são tão comuns quanto rir e brincar. Na pré-escola e na escola, os conflitos continuam, e muitas vezes as crianças recorrem

à violência física. Mas é preciso ensinar aos pequenos a resolver os conflitos de outra forma. Conviver com outras crianças na escola é fundamental para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo de nossos filhos. E também ajuda a descobrir que os outros são diferentes de nós. Então, como crescer na paz? É preciso lembrar que paz não é a ausência de conflitos. Discordar é inevitável – e até mesmo bem-vindo, pois é daí que podem surgir melhores soluções e caminhos. Mas conflitos e desavenças não podem significar sofrimento psicológico ou agressão física para as crianças envolvidas.


Educar • Setembro/2014

É fundamental que tanto os pais quanto os profissionais da escola tenham como horizonte os valores que querem incentivar e preservar. Punições podem servir para “quitar” uma dívida – um erro cometido. Mas a criança aprende rapidamente a calcular quando vale a pena transgredir uma regra e agir violentamente. Por isso, os pesquisadores apontam que a melhor solução pode ser mostrar às crianças, desde pequenos, as consequências de seus atos para os outros, não para elas mesmas. Entender que meus atos causam sofrimento ou prejuízo aos outros é mais importante do que entender que meus atos causam a perda desse ou daquele direito ou privilégio que tenho. O objetivo é formar pessoas autônomas regidas por princípios e mecanismos de regulação interna. Em outras palavras, alguém que escolhe o caminho mais ético não por que assim escapará da punição, mas por entender que esse é o caminho que traz mais benefícios para todos e a longo prazo. É claro que esse é um mundo ideal que buscamos alcançar. Daí que nem sempre é possível que a escola consiga ensinar as crianças a resolverem suas desavenças de maneira apropriada. Afinal, qual é o exemplo que ela costuma ver na sociedade, na mídia e até na própria família? Ensinar a lidar com o conflito passa por ter bem claro quais são os valores que importam, tanto para os pais quanto para a escola. Senão, ficamos apenas reproduzindo o que já está aí e que não está nada bom...

A dica que fica para os pais é sempre incentivar seus filhos a não se envolverem em atos violentos, físicos ou psicológicos. Ensinar a criança a tentar entender o lado do outro pode ajudá-la a ver as pessoas como diferentes, não piores ou melhores do que ela. E os pais também precisam se lembrar de que as crianças são capazes de resolver seus conflitos sozinhas – a cada idade, elas vão descobrindo soluções para seus dramas e confrontos. Nessas horas, é preciso que os pais deixem que a criança tente solucionar seus conflitos com coleguinhas e amigos por conta própria. Uma intervenção só é necessária em casos de bullying ou agressão física, seja sua criança a vítima ou o agressor. No mais, é lembrar aos pequenos que os outros quase sempre têm seus “porquês”. E que vale a pena escutar esses porquês de coração aberto- pode ser o primeiro passo para um mundo mais harmonioso. Contar até 10 também pode ajudar... E as tais palavrinhas mágicas – por favor, obrigado, com licença e desculpe - podem fazer maravilhas quando precisamos abrir as portas do entendimento. Afinal, é conversando que a gente se entende. E precisamos praticar isso desde pequeninos.

Auxiliadora Mesquita Pedagoga

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Interação entre pais e filhos

Educar • Setembro/2014

A mascotinha da Revista Educar

Tema desta edição: Conteúdo Auxiliadora Mesquita Arte Rique Dantas / Cláudia Prates

Dança Quem não gosta de “sacudir o esqueleto”, como dizem os mais brincalhões? Dançar é da natureza humana e nem sabemos ao certo quando isso começou. O que sabemos é que não existem (nem nunca existiu!) tribo, turma ou nação sem dançarinos, profissionais ou não. E dançar sacode bem mais que nosso esqueleto. Dançar ativa músculos do corpo inteiro, incluindo aí o principal deles, o nosso coração. Também põe nosso sangue para circular e, de quebra – ou requebra – ativa nosso cérebro, que tem que coordenar aquele remelexo todo. Afinal, dançar é executar uma série de movimentos ordenados e coordenados, numa sequência que pode fazer sentido para quem vê ou ser só pura diversão para quem faz. E é essa diversão que as crianças reconhecem desde muito pequeninas. Quem não se encanta quando o pequeno, ainda em fraldas, começa a bater os pezinhos e balançar o corpo enquanto ouve sua canção preferida? E quem resiste à imitação fofa da coreografia que está no DVD favorito do guri? Ninguém resiste – e nem é para resistir! O convite para dançar é um convite para compartilhar uma forma de arte tão antiga quanto nossos mais antigos ancestrais. E é também um convite para celebrar a incrível capacidade de nosso corpo de se sentir vivo e feliz. Quer dançar com a Pipoca? Chame seu filho, leia a história e depois afaste o sofá da sala!


História infantil

Pipoca em... “Quer dançar comigo?”

Educar • Setembro/2014


Você sabia? •Dançar é uma arte muito antiga e praticada por todos os povos do mundo. Em qualquer lugar que se vá no nosso planeta, existem danças e movimentos que as pessoas aprendem e gostam de repetir. São as chamadas danças típicas ou danças folclóricas.

•Para aprender as danças que já existem, as pessoas podem entrar para uma escola ou grupo de dança. Os professores vão ensinar os passos e aos poucos a pessoa vai aprender a seguir uma coreografia, que é a sequência de movimentos que se faz numa dança.

•Existem também danças com regras e métodos para ensinar e aprender. É o caso, por exemplo, do balé, um tipo de dança inventada na Europa há mais de um século e que tem passos e movimentos bastante precisos e complicados. Outras danças que têm passos certos para aprender incluem o sapateado, o samba, o jazz, o tango e várias outras danças de salão e do folclore.

•Outras vezes, nem precisamos aprender nada: é só colocar uma música, seguir o ritmo e começar a movimentar o seu corpo. Você já experimentou dançar junto com a sua música favorita? Não precisa pensar em nada: é só deixar o corpo seguir a música e … se divertir!

Livros

O Livro de Danças da Lola, de Lauren Child (Editora Ática) – esse livro traz a conhecida dupla Charlie e Lola e é cheio de adesivos para o leitor ilustrar a história. E na história, Lola quer aprender a dançar alguma coisa, mas não sabe que tipo de dança seria melhor para ela. Então, ela começa a experimentar: sapateado, balé, dança indiana... mas nada parece dar muito certo para Lola. Até que ela descobre uma dança toda especial, só para ela.

O Livro da Dança, de Inês Bogea (Editora Cia das Letrinhas) – ideal para crianças maiores ou que já são fãs da dança, a bailarina Inês Bogea conta a trajetória de sua vida, lindamente ilustrada por Marcelo Cipis. Inês, uma ex- bailarina do famoso Grupo Corpo e que hoje escreve sobre dança na Folha de São Paulo, passou pela ginástica olímpica e até pela capoeira antes de descobrir o balé e se tornar bailarina profissional.



Eventos

Educar • Setembro/2014 15

Mostra de música infantil Agenda Iguatemi Nos dias 27 e 28 de setembro, inúmeras crianças vão se apresentar no teatro da Ubro (Florianópolis). O evento, idealizado e executado pelo grupo Tac Tic Tum, já está com praticamente todos os ingressos vendidos e será, provavelmente, o primeiro de muitos que virão. Nós, da Revista Educar, temos o Tac Tic Tum como parceiro há vários anos e desejamos sucesso a todos os envolvidos. Vida longa ao evento!

Fotos Divulga ção Iguatem i

Sons em todos os tempos

Todo domingo é Dia de Teatro no Iguatemi. As apresentações, sempre gratuitas, acontecem às 11h30, em uma das salas do Cinesystem. Um evento para toda a família.

Para as mamães que curtem uma ida ao cinema, mas estão com bebezinhos em casa, vale esta dica: toda primeira terça-feira do mês são realizadas sessões especiais de cinema para as mães e os pais com bebês de até 18 meses (evento que acontece em parceria com a Associação CineMaterna). Os ingressos podem ser comprados normalmente na bilheteria do cinema.

Foto Mariana Boro

Em setembro o shopping receberá a Feira do Livro, na Praça de Eventos, que trará várias e ótimas opções de compra para quem adora ler.



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marchi Fotos Diana De

mistura

Educar • Setembro/2014 17

Desde que comecei a fazer, com meus filhos, atividades criativas/educativas e, por meio de imagens e textos, dar dicas para pais e mães que queiram passar mais tempo de qualidade com suas crianças, recebo uma série de perguntas e afirmações que costumeiramente se repetem. São, normalmente, mães que acham que não têm criatividade, habilidade, paciência ou grana para investir. Sempre respondo que, com boa vontade e disposição (pois às vezes a bagunça é grande), qualquer família pode desenvolver essas atividades de forma prazerosa! A atividade que proponho este mês é um bom exemplo para ilustrar o que digo. Com materiais caseiros, baratos e comuns, a gente pode criar uma experiência sensorial muito interessante para a criançada! Usamos uma xícara de amido de milho, meio copo de água e um pouco de corante alimentício. A mistura desses ingredientes forma uma curiosa mistura dura e mole, seca e molhada, quase inexplicável em palavras (caso sua mistura fique muito mole acrescente mais amido; se ficar muito parecida com farelo, acrescente mais água). Natália, minha filha de um ano de idade, não gostou da sensação de tocar nessa mistura e rapidinho abandonou a brincadeira. Já Bernardo, de seis anos, curtiu pra valer a sensação inusitada que a meleca proporcionou. E, olha, se você tiver um pouco mais de interesse em química, basta pesquisar na internet o que acontece no processo para que a mistura tome essa textura e assim deixar a atividade ainda mais rica! Diana Demarchi gosta da casa com cheiro de bolo, a mesa cheia de crianças e a vida cheia de risadas. Ela escreve no blog www.inventare.com.br as aventuras, alegrias e perrengues da maternidade.


Leitura

Fotos Carol Costa Fotografia

PeripĂŠcias e aventuras do mais incrĂ­vel leitor do mundo:


seu filho

Por Auxiliadora Mesquita - Pedagoga

Educar • Setembro/2014 19

Henrique Finder, de Joinville, tem 10 anos e lê desde os 6. Além de lindo e educado, ele é um “devorador” de livros: lê uma média de 3 por mês - e não são livros pequenos! Às vezes, quando quer relembrar alguma das histórias, volta e lê tudinho de novo. Que orgulho!

Você provavelmente já conhece todos aqueles clichês sobre livros e leituras: ler é a maior aventura! Ler é viajar ! Ler é voar mais longe! Além, é claro, de estar ciente de que a leitura é um bem altamente vantajoso para qualquer criança ou adulto no mundo contemporâneo. Agora, a verdade: esses clichês estão todos certíssimos! Mas só descobre isso quem conhece os prazeres da leitura. Porque prazer aqui é fundamental. Podemos e devemos ler, e bem, por obrigação. Afinal, nosso mundo, incluindo a tal da internet, é dominado pela língua escrita e por quem lê fluentemente, compreendendo o que lê. Mas as delícias de se enfiar pelos caminhos de uma boa história, seja ela inventada ou relatada dos fatos, é algo que vale muito mais. E se você apresenta o mundo dos livros a seu filho pode descobrir que ele é um desses pequenos seres curiosos, com sede de saber mais e ir mais longe! Ler por prazer faz a imaginação fluir e a inteligência se coçar toda. Um bom livro nos faz “cócegas” no cérebro, ativando cada cantinho e nos transportando para lugares muito especiais. O mais incrível é que, na aparência, esses lugares especiais estão fora de nós. Mas o que uma boa história faz é nos levar para lugares dentro de nós mesmos. E, desse jeito, a gente não só conhece sobre outras pessoas, mundos e personagens, mas, principalmente, sobre nós mesmos – nossos pensamentos e sentimentos, nossos porquês e nossas surpresas...

Certa vez, num ônibus de viagem que fazia a longa curva de um trevo, vi um garoto sentado na laje de uma favela – uma invasão de casas naquele lugar tão obviamente proibido para moradias. Todo o resto da cidade sumiu por um instante e eu imaginei, com aquele menino, os mundos tão melhores que ele estava visitando naquele momento, completamente alheio ao barulho dos carros, à fumaça de diesel e a sua condição de menino com cartas marcadas para o futuro... Talvez as cartas desse garoto não estivessem tão marcadas assim, afinal. Porque lendo ele estava construindo um futuro melhor para si. E um futuro mais promissor para todos nós. E se você tem um pequeno e voraz leitor em casa (e que, ainda bem, lê em condições tão mais tranquilas do que aquele menino que vi do ônibus) saiba que você tem um tesouro em casa. Essa pequena e simpática traça lendo no sofá, devorando histórias, será capaz de imaginar novos e melhores mundos. Será capaz de imaginar soluções e saídas mais criativas. E será capaz, até nos momentos mais difíceis, de se lembrar dessa criança leitora que ela foi. Os livros que lemos com paixão e entrega jamais nos abandonam. E servem de consolo, abrigo, inspiração e mestre, seja quando temos 8, 18 ou 48. Provavelmente aos 88 também, mas ainda não cheguei lá para testar! Os livros que lemos e que nos disseram algo ficam para sempre de portas abertas. Para onde? Só quem sabe é o leitor...


Variedades

Do forno

Por Auxiliadora Mesquita

No México e nos Estados Unidos existe a tradição das piñatas, bonecos de papel para serem estourados pelo aniversariante, espalhando gostosuras no chão. No blog thegunnysack.com, uma versão mais prática e fácil da piñata pode servir de inspiração na sua próxima festa infantil. A ideia não poderia ser mais simples: encher balões coloridos com pequenas lembrancinhas e petiscos. Para facilitar o trabalho, a blogueira sugere fazer um “funil” cortando o bocal de alguma garrafa pet de boca larga (como o de isotônicos, por exemplo). Depois, é só escolher as guloseimas e brinquedos, rechear o balão e... esperar a hora em que vão ser estourados!

Mas eu não quero mais ir! É comum que as crianças comecem algum curso ou projeto e em pouco tempo já queiram parar. Algumas

thegunnysack.com

Balões recheados de gostosuras vezes isso acontece porque a criança descobre que não tem mesmo jeito ou gosto para a atividade escolhida. Mas pode ser que a criança esteja apenas tentando se livrar das frustações que ocorrem sempre que começamos a aprender algo novo. E então, o que fazer? Deixar que nossos pequenos desistam ou forçálos a seguir até o fim? Polêmicas - e estilos de educação - à parte, aqui vão alguma dicas para ajudar na decisão. Tente descobrir a verdadeira razão da vontade de parar: pode ser medo, vergonha ou falta de entrosamento. E veja o que pode ser feito para solucionar o problema. Um pouco de incentivo também pode ser importante: que tal filmar sua criança em atividade ou pedir que ela treine enquanto você faz o almoço, por exemplo? Quem sabe assim ela resolve tentar mais um pouquinho...


Toda criança adora ouvir histórias sobre sua origem. Que tal fazer uma caixa especial que conte mais sobre o dia em que ela veio ao mundo? Essa foi a ideia do blog spoonful.com. Eles sugerem fazer uma caixa bem bonita e dentro colocar outras caixinhas contendo pequenas surpresas e lembranças que contem a história daquele dia. Vale fotografia do recém-nascido com os pais, é claro. Mas também fotos da gravidez, ultrassom do bebê e fotos da chegada ao hospital. Filmar fatos importantes do grande dia, ou papai e mamãe contando como tudo aconteceu é uma lembrança que as crianças adoram assistir! E um jornal da data pode mostrar notícias boas, a previsão do tempo ou os quadrinhos. A lista não precisa parar por aqui: é só usar a imaginação e criar um mundo de lembranças desse dia tão especial.

Segurança com brinquedos inf áveis Eles estão entre os preferidos das crianças e fazem a

spoonful.com

O dia em que você nasceu

alegria da garotada em qualquer festa ou parquinho. Mas um acidente em maio desse ano, nos Estados Unidos, reacendeu a discussão sobre a segurança dos brinquedos infláveis para as crianças. No Brasil, um acidente em Curitiba em 2008 assustou os pais, mas depois caiu no esquecimento. Para garantir a segurança dos pequenos, contrate sempre empresas idôneas e que mantenham monitores e acompanhantes em todos os momentos. Os fabricantes de brinquedos infláveis também recomendam que os brinquedos estejam sempre presos a estacas firmes no solo, sejam instalados em solo sem desníveis e que não sejam utilizados ao ar livre em caso de ventos fortes ou chuvas.



Envie foto(s) de sua criança para nossacara@ revistaeducar.com.br com nome completo e idade, cidade e nomes dos pais. à lvaro

Gabriela

Vitoria

Luise

Nicole

Leticia

Enzo

Bernardo

Vitor

Gustavo

Enzo

Eloah

Lucca

Ana Carolina



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