Revista Educar Junho 2015 edição 90

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Informação útil para todos!

Palavra Cantada

A combinação perfeita de música, humor e poesia

Comportamento

Crianças francesas fazem manha?

Escola

Alfabetização sem estresse

www.revistaeducar.com.br

Edição 90 • Ano 8 • Junho 2015 Distribuição gratuita e direcionada Foto: Renata Ataide • Impressão: Impressul


CAPA

Quem tem filho pequeno sabe: Paulo Tatit e Sandra Peres são talentosos, criativos e formam a dupla mais admirada do país: a Palavra Cantada! Suas músicas, como Sopa, Criança não trabalha, Pindorama, Rato, Bolacha de água e sal, entre muitas outras, estão presentes no dia a dia de famílias que curtem materiais divertidos e bem feitos. Seus shows, sempre lotados, apresentam o que há de Renata Ataide melhor no cenário musical infantil. (31) 9312.7111 Eles estão aqui, em fotos de capa feitas pela Renata Ataide, para a Educar. E estão também na matéria que contato@renataataide.com www.renataataide.com preparamos, e que você encontra nas páginas 14 e 15. Seja bem-vinda, querida Palavra Cantada!

eDIÇÃO 90 • ANO 8 JUNHO 2015

O post recente de uma nutricionista parecia dizer: “siga as minhas receitas e viva saudável para sempre”. Li uma vez, duas, até que decidi parar de segui-la – não porque achei a recomendação errada, mas pelo tom de radicalismo de quase todos os seus posts. Queremos ver nosso filho, Bruno, crescendo saudável. Então, meu marido e eu tentamos fazer com que ele opte, na maioria das vezes, por alimentos considerados bons para sua saúde. Mas nunca pensamos em adotar uma conduta radical. Porque, a nosso ver, quase tudo que vem com exagero é, ou pode se tornar prejudicial. Recentemente, Bruno e eu decidimos incrementar sua lancheira com um bolo integral de banana. A receita indicava farinha de trigo integral, aveia, banana, canela, ovo, óleo, açúcar e fermento em pó. Seguimos quase tudo à risca (diminuímos, por conta própria, um pouco da quantidade de açúcar – usamos o mascavo – e optamos pelo óleo de coco). Tiramos do forno um bolo macio e saboroso. No dia seguinte, numa cafeteria, ele comeu um pedaço de um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Portanto, a não ser por motivo de restrição alimentar, não pretendo, de forma alguma, privar meu pequeno de crescer podendo degustar algumas das gostosuras que trouxeram alegria à minha F infância – e trazem à dele – e que nos fazem sorrir felizes. Saúde, sim, mas sem radicalismo.

EDITORA Cláudia S. Prates

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Editorial Sem radicalismo

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claudiaeducar

Revista Educar

la Torres

Cláudia Prates educar@revistaeducar.com.br

JORNALISTA RESPONSÁVEL Lúcio Flávio Filho (MTB 21.441) ARTE Cláudia S. Prates / Rique Dantas COLABORADORES desta edição Auxiliadora Mesquita / Mari Visconti Fernanda Moura / Paulo de Almeida André Rezende REVISÃO Vânia Dantas Pinto CONTATO COMERCIAL: 48 8845.7346 comercial@revistaeducar.com.br IMPRESSÃO 47 9143.4416 (Fábia) ou 47 9181.4223

(Andrei) www.impressul.com.br

•As opiniões veiculadas nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. Os artigos e os anúncios publicados são de total responsabilidade de seus autores e/ou suas empresas. •Não é permitida a reprodução de qualquer conteúdo desta publicação sem prévia autorização da editora. •A Revista Educar, publicação mensal da Pequeninos Revista Educativa Ltda, tem tiragem de 9.000 exemplares e é distribuída gratuitamente em diversos pontos de Joinville, Florianópolis e São José / SC. •Para assinatura, sugestões, críticas ou elogios, envie e-mail para educar@revistaeducar. com.br ou entre em contato pelo nosso site www.revistaeducar.com.br.


Educar • Junho/2015

Sorteio e eventos

Arte Educar / Ilustrações acervo Palavra Cantada

Educar e Palavra Cantada em kits exclusivos! Aproveitando a onda desta edição, vamos sortear 3 kits* exclusivos Educar/Palavra Cantada! Para participar, envie um e-mail para promocao@revistaeducar.com.br até o dia 30 de junho com o título KIT PALAVRA CANTADA E EDUCAR. Informe seu nome, telefone e cidade. *Cada kit contém 1 caneca (mágica) de cerâmica da Casinha de Ideias (casinhadeideias.com.br), caixa de lápis de cor e 1 bloquinho de anotação (que você encontra para comprar no site mcd. com.br). Os ganhadores serão avisados por e-mail e/ou telefone e deverão buscar seus prêmios em um ponto de distribuição da revista - a combinar.

Fotos acervo Nosso Mundo

Arraiá e Colônia de férias Nosso Mundo

Brincadeiras, apresentações, comidinhas, barracas de prendas e fogueira... esse é o cardápio divertido da primeira Festa Junina do Pensando e Construindo Nosso Mundo. Além de toda essa diversão, as famílias que chegarem usando trajes típicos, receberão uma ficha pra barraca de brincadeira! Então vamos lá: capriche na roupa jeca e leve sua galerinha! Sábado, 27/06, das 15h às 19h Ingressos: Adulto - R$ 10,00 / Criança - um agasalho novo ou usado.

CANECA A! MÁGIC o líquido

car É só colo quente) (morno ou desenho ro ra e espe ! aparecer

O NOSSO MUNDO é um espaço de contraturno escolar voltado para crianças de 4 a 12 anos. Nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e julho o lugar funciona como Colônia de Férias, com muitas brincadeiras e oficinas para a criançada. A próxima colônia, que acontecerá em julho, terá como tema UMA VOLTA EM NOSSO MUNDO - a turma vai “viajar”, conhecer a cultura, a linguagem, a culinária, a dança, a música, as artes e os esportes de vários países. De 6 a 31 de julho, de segunda a sexta, das 7h às 19h. Informações e inscrições: Pensando e Construindo Nosso Mundo Rua Mal. Arthur da Costa e Silva, 185 Coqueiros Florianópolis - SC (48) 3209-6700 / 9694-4000

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Comportamento

Crianças francesas fazem manha? Lançado no Brasil em 2013, “Crianças francesas não fazem manha” (Ed. Objetiva) é o resultado de observações, entrevistas e pesquisas da jornalista americana Pamela Druckerman, que viveu em Paris durante 10 anos criando seus filhos pequenos. Impressionada com a diferença entre a educação americana que recebeu e com a qual educava seus filhos, e a maneira como as francesas lidavam com os seus, Pamela escreveu um livro divertido e que ainda hoje causa polêmica. Afinal, as crianças francesas não fazem manha?


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Sim, elas fazem manha exatamente como outras crianças mundo afora quando se frustram. Mas os pais franceses parecem lidar com essa birra de forma diferente. E o que o livro faz melhor é nos mostrar que toda forma de educar – que aos nossos olhos sempre parece o jeito “natural” de fazer as coisas – é fruto de como vive cada sociedade e o que é valorizado em cada cultura. E se é assim, toda forma de educar pode ser mudada. Pamela Druckerman descreve algumas diferenças entre a forma de educar americana e a francesa. A principal delas é que, para a maioria dos franceses, crianças são crianças e não os “reis da casa”. Isso os leva a educar os pequenos para que aprendam a viver naquela família e não o contrário. Na prática? As crianças têm horários fixos para comer e se sentam à mesa, comendo o que foi preparado para os adultos e não um cardápio infantil à parte. Com isso, os filhos experimentam de tudo, criando um maior repertório de gostos e sem usar a comida como “jogo emocional” com os pais. Na hora de dormir, nada de drama também. Para os franceses, uma choradinha do bebê não é motivo para levantar correndo. Esperar alguns minutos pode mostrar que o bebê voltaria a dormir sem ajuda, seguindo numa noite tranquila para todo mundo. E a tal da autoridade? Esse é um dos pontos que mais impressionaram a autora. Ela descreve como os pais franceses educam a partir do ponto de vista de uma “moldura” de limites. E que, dentro desses limites, as crianças francesas têm até mais liberdade e autonomia para agir e brincar. Aliás, um dos pontos chaves dessa educação à francesa parece ser a capacidade de deixar as crianças sozinhas – brincando, por exemplo, ou aos

cuidados de avós para uma saída dos pais. O motivo é que os franceses não deixam de viver a própria vida com a chegada das crianças. São pais e mães, com certeza, mas também pessoas, marido e mulher. As próprias francesas serão as primeiras a dizer que educar as crianças não é nenhum macaron cor de rosa. E que nem todos os petits françaises vão se comportar bem o tempo todo. Também é bom lembrar que as condições de vida na França certamente têm um impacto nessa serenidade toda. Afinal, lá os pais podem contar com educação e saúde gratuitas e de qualidade, alternativas de horas de trabalho flexíveis (e menores!) e creches disponíveis para quem quiser (e que as francesas usam com menos culpa do que a maioria das mães brasileiras e americanas). No fim das contas, talvez aí esteja o segredo que o livro pode nos revelar – uma vida diferente, com valores diferentes, é quando se pode criar filhos mais serenos, seguros e dispostos. Mudar toda uma cultura certamente não é fácil, talvez nem seja o objetivo. Mas nosso dia a dia pode ser mudado. Muitas vezes, seguimos o que nos foi ensinado ou o que nos faz sentir menos mal aos olhos dos outros. Mas se não está funcionando, por que continuar a fazer desse jeito? Afinal, se nossas crianças não estão se comportando como a gente gostaria, talvez seja hora de rever nosso próprio comportamento.

Auxiliadora Mesquita Pedagoga

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Aprendizado

Alfabetização sem estresse Aprender a ler e escrever nem sempre é um processo tranquilo para as crianças e para as famílias. Para os pequenos, geralmente, é uma fase de bastante cobrança e, para os pais, de muita ansiedade. Mas a alfabetização não precisa acontecer dessa forma. Quanto mais tranquilidade a família passar para a criança, mais fácil será sua aprendizagem. A alfabetização começa bem antes de as crianças iniciarem a leitura e a escrita. Desde pequenas elas recebem informações que vão ajudá-las a construir seu conhecimento mais adiante. Ao começarem a escrever, já criaram diversas hipóteses e teorias para entender o sistema escrito. Primeiro, percebem que há diferença entre o desenho e as letras, depois constatam que a escrita é “desenhada” da esquerda para a direita, e também percebem que as letras existem em diversos lugares e em formas diferentes. Além disso, compreendem sua função, que é comunicar. Dá para observar esse estágio quando uma criança que não sabe ler, “lê” um livro e consegue contar uma história. Ela, provavelmente, ainda não entendeu que as letras têm sons específicos e que formam palavras, mas já compreendeu que a escrita transmite uma história. Mais tarde, começam a observar que, para cada objeto, existe uma palavra. Somente depois vão entender que, para cada som, existe um caractere. Nessa hora, nem sempre percebem que o som equivale à letra correta; no entanto, o importante é valorizar a evolução da criança e tudo o que ela já aprendeu para chegar a esse estágio. E acredite, é bastante conhecimento! Depois, vão associar o som a algumas letras. Nessa fase, é comum haver bastante troca de letras com sons similares ou também a escrita de mais de uma letra para cada som. É tentando e errando que elas vão internalizando informações, levantando hipóteses e chegando a conclusões, que nem sempre estão corretas. No entanto, é importante deixá-las vivenciar essas teorias por um tempo para que, ao criar novas hipóteses, possam contrapô-las com as anteriores. Caso se contradigam, elas terão que repensá-las e inventar novas teorias. Dessa forma, vão compreendendo, pouco a pouco, o sistema escrito.


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Ajudá-las durante esse processo é importante. Para tanto pode-se estimular as crianças a manusear livros, desde bebês, criar o hábito de contar histórias para elas, inseri-las no cotidiano da família e deixá-las ajudar no que puderem para que possam perceber as diversas facetas e maneiras de se usar a linguagem escrita. Outra maneira de apoiá-las é permitir que escrevam o que quiserem: o próprio nome, uma lista de compras, um cartão - e do jeito que quiserem: rabiscando, usando letras que elas inventaram, usando as letras do alfabeto, ainda que desordenadamente. Não importa. O que interessa é que sua curiosidade e sua constante tentativa de escrever sejam instigadas. Assim como brincam de faz de conta imitando situações cotidianas que ainda não compreendem por inteiro, também exercitam a escrita de diversas formas, brincando. Esse exercício as faz viver, pensar e aprender. Por outro lado, só fazer exercícios de cópia de letras ou palavras pode ser um tanto monótono para as crianças. O processo de aquisição da linguagem escrita é longo e difícil. Não começa aos cinco ou seis anos, tem seu início muito antes disso. O processo é parecido com a aprendizagem da fala. Elas começam a receber estímulos muito antes de começarem a pronunciar suas primeiras palavras. Primeiro, observam o movimento da boca dos outros; depois, associam esse movimento com o som que emitem. Mais tarde, associam

determinados sons com situações ou objetos. Então imitam, imitam, imitam até conseguirem emitir suas primeiras sílabas. Ter paciência e esperar que a criança cometa muitos erros antes de acertar é importante para que esse processo seja gostoso e desafiador. Ter o apoio da família e não se sentir pressionada vai ajudá-la a relaxar e entender esse aprendizado como mais uma brincadeira divertida e instigante. Fernanda M. de Moura Pedagoga e responsável pela Escola Infantil Espaço Crescer (Florianópolis). contato@espacocrescerfloripa.com.br

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Educar • Junho/2015

Livros e cinema

Toda a família

SuperLivro x Aniquilador do Saber apresenta Dudu, um aluno inteligente que, durante uma visita à biblioteca, descobre um livro... que fala! Não só fala, como se mexe e até voa - e ainda convoca Dudu para uma missão que pode salvar o mundo: enfrentar o terrível Aniquilador do Saber.

Na caixinha Puxa Conversa Família há 100 cartas com perguntas diversas - basta puxar uma e começar a bater papo. Os temas são divertidos, reveladores e sentimentais. E a conversa vai longe...

Minions

Os Minions, a grande maioria sabe, são aqueles seres amarelos unicelulares e milenares que, ao lado de Gru em Meu Malvado Favorito, já fizeram muita gente dar gargalhadas. No filme Minions, que tem previsão de estreia para o dia 25 de junho, eles têm uma missão: servir os maiores vilões. Em depressão desde a morte de seu antigo mestre, eles tentam encontrar um novo chefe. Três voluntários, Kevin, Stuart e Bob, vão até uma convenção de vilões nos Estados Unidos e lá se encantam com Scarlet Overkill (voz de Sandra Bullock), que ambiciona ser a primeira mulher a dominar o mundo. Diversão garantida.

Divulgação

“Era uma vez uma menina diferente. Ela não era igual a mais ninguém na sua escola. Ela era uma menina xadrez que queria saber de onde vinha a sua estampa”. Uma linda história sobre a origem de cada um é o tema do livro Por que sou uma menina xadrez. Crianças a partir de 6 anos

Crianças de qualquer idade

Editora Matrix

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Interação entre pais e filhos

Educar • Junho/2015

Tema desta edição:

A mascotinha da Revista Educar

Quero ser Paleontólogo! Conteúdo Auxiliadora Mesquita Arte Rique Dantas / Cláudia Prates

Com este número, inauguramos uma nova série de histórias e descobertas aqui na Pipoca – a cada mês, Pipoca vai mostrar de um jeito simples e divertido uma profissão ou trabalho que podemos fazer. Nossas crianças ainda estão longe de ter de fazer essa escolha. Serão ainda muitos anos para entender a importância e o valor do trabalho e descobrir as inúmeras possibilidades que temos para usar nossa inteligência e conhecimento para ajudar o mundo a girar. Mas não deixa de ser divertido e interessante aprender sobre quanta coisa bacana existe para se fazer por aí. Vamos começar com uma profissão bem diferente! Aproveitando o dia 15 de junho, Dia do Paleontólogo, Pipoca vai cavar fundo nessa história - como um paleontólogo faria, descobrindo fósseis de animais e plantas que ajudam a gente a entender melhor a vida na Terra. Como muitas outras ciências e seus profissionais, a paleontologia é mais um tijolinho de saber que colabora para que nossa vida seja cada vez melhor, mais plena e mais bonita.


Interação entre pais e filhos

“Pipoca PALEONTÓLOGA!”

Educar • Junho/2015


Você sabia? • A Paleontologia é a ciência que estuda como era a vida na Terra no passado. Mas é no passado mesmo! Os cientistas acham que a vida no nosso planeta surgiu há mais de 3 milhões de anos. E não havia nem mesmo uma pessoa naquele tempo para anotar e desenhar tudo. Então, como saber quem vivia naquele tempo e como vivia? • O Paleontólogo descobre tudo isso estudando restos de animais ou de plantas que ficaram presos em rochas, solos, resinas e outros materiais. Esses objetos são chamados de fósseis e, usando aparelhos especiais e muita inteligência, os paleontólogos descobrem de quanto tempo atrás eles eram. E ainda mais um monte

de outras coisas sobre essas plantas e animais que viveram naqueles tempos. • No Brasil, não existem cursos para se formar paleontólogo. Nossos paleontólogos se formam primeiro em Geologia ou Biologia, ou ainda em Geografia. Existem vários cursos no Brasil em várias faculdades, em diversos estados, em que, depois de formado, se pode fazer uma pós-graduação. Só depois da pós-graduação é que alguém se torna um paleontólogo. • Depois de formado, você vai poder trabalhar como professor e cientista em universidades. Ou trabalhar em museus e exposições. Você pode também trabalhar ajudando a divulgar e explicar essa ciência para as outras pessoas.

Achei pra você Filmes com paleontólogos quase sempre são filmes com ... dinossauros! Um clássico da paleontologia é o filme Jurassic Park, claro. Mas para quem quer uma versão para os pequenos, a série Em Busca do Vale Encantado (disponível em Dvd) é uma boa opção. Lançada em 1988, após o primeiro filme foram produzidos mais 13, todos contando as aventuras do pequeno dinossauro Littlefoot. Ele vive com seus amigos há milhões de anos e todos têm que conviver com vulcões, terremotos e muitos outros perigos enquanto tentam chegar ao Vale Encantado, lugar seguro e com comida para todos.


... I y a d To

í u r t s n o o meu primeiro C

Educação Infantil

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Educar • Junho/2015 15

Inventare

Fotos acervo pessoal

Fantoche do seu jeito Incentivar as crianças a criar seus próprios brinquedos é algo que, além de despertar a criatividade, desenvolve muitas habilidades. Sempre que possível, dispomos do nosso tempo para preparar algo diferente com eles e, mesmo quando buscamos na internet ideias que já foram testadas, tentamos deixar o passo a passo de lado e fazer ao nosso modo, criando coisas diferentes, testando outras possibilidades. Hoje vamos fazer fantoches usando aqueles grampos de madeira de pendurar roupas. E nem precisamos desfalcar a lavanderia, pois um pacotinho com 12 unidades custa pouco mais de R$ 1,00 e o resto é que temos em casa. Nós usamos canetinhas, EVA nas cores branca e preta e colamos com cola quente, mas pode-se usar papel e colar com cola branca mesmo.

Recorte o EVA no formato do fantoche escolhido separando-o em duas partes, pinte com canetinha para fazer os detalhes e em seguida cole um pedaço em cada lado do grampo - ao abri-lo, o efeito aparece. Escolha qual fantoche quer fazer e em menos de 5 minutos terá um brinquedo que divertirá por horas. Aproveite a oportunidade e deixe que os pequenos usem sua criatividade criando coisas que eles gostam e permita que participem da confecção. Paulo de Almeida é pai e esposo apaixonado que adora participar das brincadeiras, e acredita na família como melhor lugar do mundo pra se viver. www.inventare.com.br


Minha história

No momento em que descobri estar grávida, eu morava e trabalhava num navio, crescia profissionalmente, tinha um namorado que eu via uma vez por mês. “Grávida?”, perguntei a mim mesma com cara de espanto. Minha história daria um filme, poderia chamálo de “Minha vida no mar”. Trabalhei 6 anos em navios de cruzeiro, atravessei oceanos, conheci mais de 20 países diferentes, aprendi idiomas, vi o sol do Caribe e senti o frio da Rússia, conheci muitas pessoas - era sempre uma nova aventura a cada embarque e desembarque. Vida linda fora do navio, passeando, e vida linda dentro do navio, trabalhando. Foi lá que eu conheci meu marido, Benjamin, Francês, pai do Théo. Foi nesse mesmo navio que eu engravidei e, em seguida, encerrei minha carreira. Em breves palavras, mesmo porque essa história toda é bem longa, acabei largando o trabalho (obrigatoriamente por estar grávida) e voltei para o Brasil com 4 meses de gestação (fiz todo meu pré-natal na Europa, entre Ibiza e Sardenha). Benjamin se juntou a mim no 8 o mês de gestação. Começamos a procurar casa, carro, enxoval. Fomos atrás de trabalho para o Benjamin e dos documentos necessários para a sua imigração. E nos casamos (risos). Theo nasceu em SP e, buscando qualidade de vida, praia e estarmos próximos dos meus

Fotos acer vo

pessoal

De repente... grávida!

familiares, nos mudamos para Santos. Nossa nova jornada começava naquele momento. Ser mãe já é um desafio, imagine para quem não estava mais acostumada com a vida em terra. Fomos nos ajeitando lentamente. Benjamin encontrou trabalho com dificuldade e, depois, foi conseguindo outros melhores. Eu criei o blog Clube da Fraldinha e pude, assim, ocupar minha cabeça com outra coisa que não fossem fraldas e papinhas. Dois anos se passaram e voltei a traçar meu caminho, me encontrar como mulher. Théo entrou na escola, tirou a fralda e está feliz da vida. Satisfeita com a evolução do blog Clube da Fraldinha, inaugurei uma empresa de consultoria para festas infantis, o Clube da Fraldinha Festas, outra de organização em geral, o Clube da Fraldinha Organiza e vou empreendendo por aqui e ali. Benjamin e eu lutamos por nossa felicidade e fazemos terapia, muita terapia. Ser mãe mudou a minha vida, e eu amo, de paixão, essa função. Mari Visconti, mãe de primeira viagem, descobre as melhores maneiras e saídas práticas para cuidar do filho Théo, e as compartilha com outras mamães no blog www. clubedafraldinha.com



Palavra Cantada

A combinação certeira de música, humor e poesia

Texto: Auxiliadora Mesquita, Pedagoga Fotos: Renata Ataide

Já se vão mais de 20 anos desde o primeiro cd do Palavra Cantada, da dupla formada por Paulo Tatit e Sandra Peres e dedicado a conquistar as crianças com música divertida e de qualidade. Com tanto tempo de estrada, a Palavra Cantada já-já vai começar a receber os primeiros “netos” em seus shows – os filhos daquelas primeiras crianças que, encantadas, descobriram o universo poético e engraçado do grupo. Essas primeiras crianças ouviram seus pais cantando para elas as Canções de Ninar, primeiro CD da dupla lançado em 1994, com músicas inéditas e que falavam do universo da criança da cidade, diferente das canções de ninar tradicionais. Depois, foi a vez dos pequenos cantarem sozinhos as “Canções de Brincar”, disco que até hoje desperta o bom humor musical de quem ouve – canções como “Sopa” e “Ora, bolas” são irresistíveis para grandes e miúdos! Depois disso, o grupo não parou mais, com muitos CDs, DVDs e shows pelo Brasil afora. E com novas ideias a cada ano: em 2013 lançou um DVD com videoclipes de animação, o “Pauleco e Sandreca”. No ano passado, surgiu o aplicativo para celular e tablet, o “Brincando com Palavras”. E agora tem até coral – o Coral Palavra Cantada, sob a regência do maestro Eduardo Boletti, e que traz crianças de 7 a 13 anos cantando, afinadinhas, o repertório da dupla. E pensar que tudo começou por causa de uma cadeira vazia! Paulo e Sandra faziam um curso de música com Ricardo Brein, no Espaço Musical em São Paulo. Sandra morava mais longe e chegava um tiquinho depois do colega. A cadeira vazia? Ficava bem do lado de Paulo. Daí nasceu a amizade, a descoberta das afinidades e o projeto de trabalhar juntos um dia.


Educar • Junho/2015 19

Quando esse dia chegou, começaram fazendo trilhas sonoras e jingles de publicidade. Paulo vinha de uma longa história com o criativo grupo paulista “Rumo”. E Sandra trazia na bagagem sua formação de pianista clássica e de musicoterapeuta. Por caminhos diferentes – Sandra achou um cd infantil lindo em Nova York e Paulo passou umas férias com crianças que ouviam, sem parar, um cd mal feito de música infantil – eles tiveram a ideia de fazer algo diferente: música infantil no capricho, gravada com arranjos cuidadosos num cd produzido com a mesma dedicação criativa que se vê em um cd para adultos. O resultado? Muita música boa! Letras poéticas, melodias ricas e arranjos bem bolados pegam as crianças de jeito – e ainda agradam os adultos. E se os CDs e DVDs já divertem e encantam, a proposta ganha ainda mais vida nos shows, com iluminação especial e até bonecos interagindo com a dupla de músicos. Os vinte anos ficaram registrados no último lançamento, o cd e DVD “Palavra Cantada para ficar com você”. E um box com vários CDs imperdíveis da dupla também ajudou a comemorar o aniversário. Mas ainda vem mais por aí: Paulo e Sandra querem continuar com o show comemorativo durante este ano, mas vão aproveitar para incrementar seu canal no Youtube e ainda preparam um novo cd, o Brincadeirinhas Musicais, para a turma de 2 a 3 anos. Então, não perca mais tempo, corra para ouvir a Palavra Cantada - é a mistura certa de poesia, humor e energia, para curiosos musicais de todas as idades.


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Conto

Lembrança eterna de uma partida sem final O sol já não ia tão alto, porém, pelo acúmulo de horas bem trabalhadas, o chão parecia em fornalha branda e o vento que chicoteava o rosto, acompanhado por poeira grossa, machucava a pele marcada pelo verão. O evento mais importante da semana começaria dali a poucos minutos, o convite feito por convenção confirmava-se no quicar nervoso da bola contra os paralelepípedos. Barulho ao longe, tum, tum, tum, criançada gritando pelas ruas: “mãe, tô no campo!” O campo? Espaço cuja metragem equivaleria ao de quatro casas padrão

/artemaior

da vila, com uma imensidão central formado por terra firme batida, algumas pedras indesejadas e grama do tipo teimosa esgueirando-se pelos quatro cantos de córner. Apelidado carinhosamente por Majestoso ou realisticamente por Rala Coco, era lá, dentro daquele retângulo mágico, que as fantasias mais mirabolantes ganhavam forma pelos pés dos maiores craques de que já se teve notícia. O protagonista da pelada, Adão Fruta Pão, ganhou seu apelido devido ao aspecto dourado de sua pele: negro nas feições e loiro na definição cromática, possuía estrutura longilínea demais para se supor jogador de futebol. Mas a empolgação juvenil pode nos fazer supor que somos o que não seremos jamais e, assim, paramentado como jogador, tênis preto amarrado na canela, Adão seguiu Pedra, Leleu, Sangue, Minhoca, Bill, Tim Tones, Nai, Rato, dentre outros ícones para o campo das ilusões.


Educar • Junho/2015 21

Fazia parte do imaginário viver a chegada ao campo, subida ao “gramado”, o olhar em volta, dar biquinhos para ouvir o metálico som das traves, se benzer três vezes, dar pulinhos e tudo mais, como se estivessem numa clássica partida de futebol. Futebol de verdade. Par! Impar! Um dó, lá, si, já. Eu escolho o Léo, disse o primeiro. Quero o Bill, o segundo. E assim se sucedeu a aula prática de seleção natural de Charles Darwin até sobrar a última escolha, ou melhor, a não escolha. Sobrou Adão. E quem se importa? Dono de uma autoconfiança de aço, Adão logo pegou a bola e correu para o meio, com o ar mais “vamos logo com isso” que se poderia impor. Como o jogo é jogado e o lambari é pescado, lançamento de Nai, bola longa e esticada na lateral esquerda de ataque, Adão domina a pelota em marcha, olha para o meio mais por localização que por intuito de passar e corta o primeiro adversário fazendo a bola correr mais para o fundo. Já posicionado no meio da área, Pedra, jogador que pelo peso excessivo tinha o estilo “paradão” em campo e ameaçador fora dele, costumava utilizar sua ascensão física contra os mortais exigindo terminar cada pelada como goleador e tudo começava na vociferação estrondosa: Toca! Primeiro grito de aviso advindo de Pedra, após o primeiro drible realizado por Adão. Achando-se no meio de uma pintura, Adão finge-se soturnamente de surdo e aproveita a aproximação do próximo adversário para emendar novo drible. E, novamente, lá no meio da grande área: Toca aqui, pô! Com o coração batendo forte e já na garganta, fôlego nos últimos goles, Adão vira o

corpo em direção a área e, num movimento rápido, corta o terceiro adversário. Pedra, enlouquecido na área, pula, grita e abana os braços ao vento: Toca, pelo amor de Deus! Adão, desequilibrado e sem ângulo para marcar o gol, decide numa ação contorcionista virar seu quadril em direção a meta e chutar com violência a bola que zune por sobre a trave, e com o movimento, seu corpo é arremessado para dentro dos arbustos espinhosos no fundo do campo. Ao sair de dentro da pequena floresta, sacudindo os espinhos olhando para baixo e voltando para a defesa como se nada tivesse acontecido, Adão escuta uma bronca alucinada de Pedra: - Pô, era para tocar aqui, eu estava livre. Iria ser gol! - Tá achando o quê ô seu Pedra? Que eu vou carregar a papelada para você só assinar?!? Gargalhada geral e retorno, em correria, regado a água de mangueira. Sonho de criança não há mesmo de caber num corpo de adulto. Com o passar dos anos esses sonhos cedem espaço às obrigações, e quem se antevia estrela não deveria se contentar, jamais, em virar mais um tijolo no muro da vida – another brick in the wall.

André Rezende Administrador de Empresas, Auditor da Secretaria de Estado da Fazenda e pai do Arthur e Lucas.



Envie foto(s) de sua criança para nossacara@revistaeducar.com.br com nome completo e idade, cidade e nomes dos pais.

Galeria Nossa Cara

Helena

Marina

Arthur

Yasmin

TarcĂ­sio

Pedro e Lara



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