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editorial

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viva feliz

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manchetes mentirosas

“Click bait é uma tática usada na Internet para gerar tráfego online por meio de conteúdos enganosos ou sensacionalistas. Também chamado de ‘caça-clique’, esse termo refere-se também à quebra de expectativa por parte do usuário que foi ‘fisgado’ por essa isca de cliques.”

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outubers adoram click bait. É o que atrai a maioria dos visualizadores da plataforma. Acredito que vista a manchete cascateira, poucos assistem ao vídeo até o final para perceber se o título casa com o que é dito. Outro truque barato usado no Youtube é o da falsa lacração. “Fulano deu uma invertida em Sicrano”. Você vê o vídeo e percebe que a fala de seu herói está totalmente descontextualizada. Fala editada. O antes e o depois das palavras do seu idolatrado não são ouvidos. Mas você quer acreditar que seu guia deu mesmo uma invertida em seu oponente. O texto precisa de contexto. O antes e o depois. O por que foi dito. Extrair uma porção do que foi dito não significa que o todo equivale à parte. A informação que nos chega pela internet precisa ser checada com cuidado. De preferência, em mais de uma fonte. Um meme muito bom apresentava Walter White, professor de química, pai de dois filhos, doente, com câncer terminal. O meme era pra ser compartilhado. Havia pedido de oração e de um amém. O meme circulou por várias redes sociais. Muitos oraram por Walter White, olhando o retrato do homem condenado. Walter White, no entanto, era um personagem de ficção. A estrela de Breaking Bad. ELOS, nossa revista, não usa desses subterfúgios. Até porque, em uma revista impressa, esse expediente é mais complicado de ser utilizado. Impossível não é. O click bait não foi inventado agora. Na década de 1960 do século passado, uma manchete em um jornal mestre em títulos pilantras, a Gazeta de Notícias, fez Y

com que a edição daquele dia do jornaleco esgotasse mas bancas: “Cachorro fez mal a moça”. O cachorro, claro, era um hot dog. A Última Hora, na década de 1970, inventou um personagem: o Mão Branca. Esquadrões da morte matavam e a UH faturava muito com a invenção do Mão Branca, um justiceiro que pode, quem sabe?, ter inspirado a criação de Punisher, personagem de HQs. Essa mentira acompanhei de perto porque trabalhava no jornal. Volto a ELOS para ressaltar o cuidado como a revista é feita. Há a preocupação de sermos fiéis em passar a mensagem exata. Mas, fique ligado: Há muitos que, individualmente, apresentam um título e desenvolvem texto contraditório, mentiroso, perverso. Não queremos isso para nós.

ELOS está em suas mãos. Boa leitura!

Utahy Caetano dos Santos Filho Jornalista utahysantos@gmail.com

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