Fale Mais Sobre Isso Edição 09

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edição 09 | 2013

Urgência e Emergência Superlotação, procura inapropriada e condições inadequadas de trabalho: os serviços de urgência e emergência na Saúde Pública do Brasil pedem socorro. Práticas Integrativas e Complementares

Você sabe escolher o que comer?

Saiba mais sobre as práticas instituídas pelo SUS desde 2006

pag. 22

pag. 18

No almoço sim, no jantar não?

Adolescência

Começando cada vez mais cedo e terminando cada vez mais tarde

pag. 28



Editorial

É conversando que a gente progride

Fale Mais Sobre Isso: uma Revista dedicada ao universo da Saúde e da Saúde Mental.

Fazer a Revista Fale Mais Sobre Isso implica em, permanentemente, estarmos em contato com os profissionais de Saúde da nossa cidade. A escolha, a elaboração e a busca de relevantes conteúdos para a Revista pressupõe que estejamos em um constante (e profícuo) diálogo com médicos, psicólogos, fisioterapeutas, dentistas, nutricionistas, enfermeiros e educadores físicos. Nesses diálogos, temos ouvido sugestões, anotado ideias, acolhido desabafos, discutido problemas, encontrado soluções e, principalmente, encaminhado projetos e promissoras parcerias com profissionais sinceramente interessados em fazer de Uberlândia um belíssimo polo da melhor Saúde existente no Brasil. Nesse sentido, a Fale Mais Sobre Isso tem se esforçado em se constituir como um veículo de comunicação eticamente interessado em contribuir com a responsável circulação de informações capazes de favorecer esse nobre objetivo. Acreditamos - como sempre dissemos - que conhecimentos salvam vidas e, não raras vezes, somos tomados por um imenso desejo e uma ainda maior ansiedade em colocar todo mundo em contato com todo mundo quando, em uma conversa, enxergamos o potencial de maravilhosas possibilidades caso os profissionais "x" dialogassem com os profissionais "y" e, juntos, desenvolvessem os projetos "x, y e z". A cada rodada de visitas, conversas e combinações que realizamos com os profissionais de Uberlândia, cresce a nossa convicção de que fazer uma revista seriamente voltada ao universo da Saúde - e que é gratuitamente distribuída à população -, significa fomentar ideias e disseminar as melhores intenções possíveis relativas a tudo o que diz respeito a uma existência mais saudável, feliz e tranquila por parte dos indivíduos e de toda a sociedade. Portanto, continuemos falando muito sobre isso, aproximando pessoas, desejos e projetos capazes de tornar as nossas vidas, e as dos outros, cada vez melhores.

Leonardo Abrahão Editor

revistafalemaissobreisso@yahoo.com.br

Mais da Fale Mais Sobre Isso:

É estratégico consultar um profissional

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Índice Notícias

05 CFM se preocupa com a formação humanística de médicos 06 07

Pediatra residente tem prevalência de Burnout Treinos de estímulo podem combater transtornos da velhice Paciente grave tem mais risco de infecção pós-transplante

Cardiologia

08 Atividade física na terceira idade Oftalmologia

09 Cuidados com o bebê

Medicina

Dermatologia

10 Conheça a pele Pediatria

11 Andador: perigoso e desnecessário Mais Atenção

12 Estudo epidemiológico brasileiro avalia o consumo de bebidas Artigo

13 O caminho da Psiquiatria Capa

15

Saúde Pública: desafios na porta de entrada

Saiba Mais Sobre Isso

18

Práticas Integrativas e Complementares

19

O que são as Práticas Integrativas e Complementares?

20

Será que seu cliente está (in)satisfeito?

Fale Mais Pergunta Gestão

por Fabíola Matos

22 23

Maioria opta por alimento saudável em restaurante por quilo

25

Do laboratório de Biologia Molecular à prática médica

26

Musculação para Terceira Idade

27

A importância da pesquisa na Fisioterapia

Dieta desintoxicante

Biomedicina Educação Física

Saúde Mental

Fisioterapia

Adolescência Prolongada

37

Imperativos de Felicidade

Guia

Mais Saúde

Nutrição

42

Guia de Profissionais | Psicólogos(as)

28

O término da Adolescência

Artigo

36

Constelação Sistêmica: movimentos de amor

Orientação

edição 08 | 2013

Edição 08 Junho de 2013

Dos Leitores

Em casa

Tenho dois filhos que cursam Medicina e ambos gostaram muito de ler a matéria "O que querem os futuros médicos" (8ª edição). E eu gostei mais ainda de Uberlândia ter uma revista que vai me ajudar bastante a dialogar com eles sobre os assuntos da Saúde!

Maria Luiza, 44 anos, por email

Ajuda

Quero agradecer pela ajuda que nos deram com o artigo sobre "A mochila adequada" para crianças em idade escolar (8ª edição). Eu e meu marido nos baseamos nela para trocar as pastas dos nossos filhos(...).

Juciara, 39 anos, por email

Quem são Uberlândia possui muitos profissionais da área da Saúde, (...) receber uma Revista como essa em casa é muito útil a todos nós que queremos conhecer melhor aqueles que nos atendem na cidade. Olavo, 47 anos, por email

Utilidade Pública Usei a notícia "Álcool na adolescência é influenciado pela família" (8ª edição) para refletir com meu marido, meu sogro e meu filho sobre a relação deles com bebida. Obrigada pela munição(...)

Sofia, 40 anos, por email Envie comentários e sugestões pelo e-mail revistafalemaissobreisso@yahoo.com.br com nome completo, profissão, cidade e idade.

Expediente

Coordenador: Leonardo Abrahão

Revisão Técnica (Medicina): Dra. Carolina N. Cunha Debs (CRM: 58.248) Revisão Técnica (Saúde Mental): Psicólogo Leonardo Abrahão (CRP: 36.232/04) Projeto Gráfico e Diagramação: Miguel Neto 34 9670.9610 Design Capa: Welerson Ferreira Comercial: 34 9966.1835 | 9221.6622 Tiragem: 3.000 unidades Impressão e Pré Impressão: Gráfica 3 Pint Distribuição: Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) Entrega gratuita e dirigida | Udia-Ari/MG A Revista Fale Mais Sobre Isso é distribuída em hospitais, clínicas, consultórios e laboratórios de saúde, edifícios comerciais, escritórios de profissionais liberais, condomínios residenciais, escolas, restaurantes, padarias e outros pontos com grande fluxo de pessoas. Além disso, a Fale Mais Sobre Isso é entregue pelos Correios a Médicos e Dentistas presentes em um mailing com 2.000 nomes. Se você tem interesse em ser nosso parceiro comercial, favor entrar em contato pelos telefones 34 9966.1835 ctbc e 34 9221.6622 tim, ou revistafalemaissobreisso@yahoo.com.br.


Notícias

Medicina

Notícias e descobertas DA medicina

Pediatra residente tem prevalência de Burnout Mais da metade dos médicos residentes de pediatria participantes de um estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) apresentaram síndrome de Burnout, que é uma condição de sofrimento psíquico ocupacional. A pessoa com Burnout tem cansaço excessivo, desânimo para realizar suas tarefas, sensação de que o que faz não tem propósito e frustração com o trabalho que tem de desempenhar.

CFM se preocupa com a formação humanística de médicos O IV Fórum Nacional de Ensino Médico do Conselho Federal de Medicina (CFM) provocou reflexões sobre a formação humanística de médicos. O presidente do CFM, Roberto d'Avila, salientou a importância de se estimular os alunos e valorizar as histórias da vida: "o contato com o paciente é essencial para o trabalho médico. A anamnese não pode cair em desuso". O encontro aconteceu nos dias 15 e 16 de maio em Brasília, reúne cerca de 80 representantes de entidades médicas. Para d’Avila, a Medicina não pode ficar refém da tecnologia e de ações apenas terapêuticas sem uma visão mais humana. "Respeitar os valores culturais, as vontades e os desejos do paciente: isso é a verdadeira Medicina”. O presidente do CFM citou o historiador Gregorio Marañón: "é por meio das humanidades que se pode chegar a um conhecimento mais abrangente e preciso da realidade humana”. Ainda sobre o tema, professores de universidades federais brasileiras expuseram suas experiências de como implementar a humanização na academia. “É um debate essencial para a formação”, defendeu o conselheiro federal Lúcio

Flávio Gonzaga Silva, professor doutor da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Qualidade O debate sobre o papel dos diversos atores no Ensino Médico no Brasil teve destaque na programação do IV Fórum. Na conferência de abertura, o professor doutor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Aníbal Gil Lopes, afirmou que o ensino médico envolve rediscutir o sistema de educação como um todo. "Não podemos esperar que os cursos médicos supram tudo aquilo que as etapas anteriores de ensino não alcançaram. É necessário superar as distâncias entre as diferentes áreas do conhecimento". Por sua vez, o secretário substituto de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Fernando Menezes, ponderou sobre o desafio de se formar médicos. Ele destacou as particularidades do Brasil na integração entre a gestão e a formação de profissionais da saúde: "a desconexão entre formação e carreira; o status de especialista é atingido no início da carreira (muito jovem); e fragmentação excessivas do cuidado da saúde".

Fonte: Jornal Medicina, Ed. 220 (Conselho Federal de Medicina) 2013

Segundo a autora da pesquisa, a médica pediatra Anarella Penha Meirelles de Andrade, do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP, a síndrome pode causar deterioração da relação médico-paciente. “Isso não foi avaliado no meu estudo, mas a relação do médico com o paciente e também com a equipe multidisciplinar pode ficar prejudicada.” Os participantes da pesquisa, que começou em 2009, estavam no 1º e 2º ano de residência. Anarella escolheu médicos residentes aos quais presta assistência no setor do Departamento de Pediatria da FMUSP. Dentre 40 pessoas contatadas, 32 consentiram a realização da pesquisa por meio de um questionário padronizado para investigação do Burnout. O formulário envolve temas como satisfação com o trabalho, excesso na jornada e influência do trabalho na própria individualidade, entre outros. As pontuações variam numa escala de: nunca, algumas vezes ao ano, algumas vezes ao mês, algumas vezes por semana e diariamente. Os voluntários também foram submetidos a exames de ressonância magnética funcional, que avalia o padrão de ativação cerebral de áreas específicas do cérebro ante a estímulos. No caso da pesquisa, os voluntários fizeram um teste de atenção chamado Stroop Color Word Test, que apresenta conflitos de informações justamente para verificar 9a edição

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Medicina

Notícias

a intensidade da reação aos desafios propostos. Nesta etapa, 4 voluntários foram excluídos da pesquisa, pois apresentavam achados anatômicos que impediam comparação com os demais.

Estudo inovador As imagens da ressonância funcional mostraram que as regiões do cérebro (especificamente no córtex pré-frontal dorso lateral direito) apresentaram maior sinal de estímulo nos voluntários com Burnout do que nos que não apresentavam a síndrome. Essas áreas estão relacionadas à realização de tarefas cognitivas ou que exijam atenção. “Significa que o voluntário gasta mais “energia” para ativar regiões do cérebro, ou seja, quem tem Burnout precisa estimular mais essas áreas de atenção para realizar a mesma tarefa. O estudo é inovador porque não existiam padrões de ressonância funcional para pacientes com Burnout.” Anarella diz que iniciar sua pesquisa com residentes foi interessante porque ela poderá prosseguir com as avaliações e verificar se há mudança conforme a evolução da carreira desses médicos. Ela aplicou, ainda, um questionário para determinação de estresse, não especificamente relacionado ao Burnout, e também teve prevalência alta como resposta: 56% dos 32 médicos investigados na fase final estavam estressados ou apresentavam sintomas de estresse. Para a alta prevalência de Burnout, no qual as condições trabalhistas são determinantes, Anarella destaca alguns fatores

no cenário estudado: a necessidade e dificuldade em de lidar com os pacientes e a família deles, a carga horária de 60 horas semanais, a necessidade de tempo para estudar e a inabilidade em conciliar a vida profissional e a vida pessoal. Na Pediatria, segundo ela, muitas vezes, lidar com os pais da criança que precisa ser atendida causa tensão aos médicos recém-formados. Anarella disse que essa percepção se constrói com a experiência. “Lidar com isso é um desafio.” Quanto ao excesso de horas trabalhadas, a médica diz: “53% dos participantes do estudo trabalhavam além da residência.” O problema, segundo Anarella, é que fora da residência esses médicos não são supervisionados e há comprometimento do tempo de aprendizado e descanso. Um fator interessante é que os resultados apontados mostraram que, nos 14 voluntários sem Burnout, 5 praticavam atividade física. No entanto, nos residentes com a síndrome, nenhum praticava exercícios. Isso leva à compreensão de que a prática de atividades físicas ajuda a evitar o estresse no trabalho. Para aliviar os efeitos da síndrome e do estresse, algumas iniciativas são sugeridas, como acompanhamento de terapeutas e psicólogos. “No entanto”, diz a médica “poucos residentes procuram, por desconhecimento do serviço ou por acharem que o que estão sentindo é normal.” O mestrado foi orientado pelo professor Claudio Schvartsman, da FMUSP. Fonte: Agência USP de Notícias

Treinos de estímulo podem combater transtornos da velhice Um estudo da Faculdade de Medicina (FM) da USP mostrou que independente da condição clínica, os idosos podem aumentar seu desempenho em testes de atenção, memória e velocidade de processamento após constantes treinos de memória e cognição. A pesquisa da gerontóloga Paula Schimidt Brum (ppaulabbrum@ gmail.com) buscou entender como os idosos saudáveis, e outros com Comprometimento Cognitivo Leve (CCL), respondiam a um treino que enfatizava duas estratégias de memorização: categorização para lista de supermercado e grifos para recordar textos. “O objetivo do treino de memória era ensinar estratégias para que os participantes pudessem utilizá-la no cotidiano. A estratégia ajuda o participante a memorizar determinada informação facilitando sua recordação mesmo a longo prazo”, afirma a pesquisadora. O CCL é uma condição clínica em que a pessoa mostra prejuízo em uma ou mais das seguintes habilidades cognitivas: memória, atenção, raciocínio e velocidade de processamento.

Treinamentos e avaliações. Durante o desenvolvimento do estudo, a pesquisadora contou com a participação de 61 idosos, sendo 29 saudáveis e 32 com CCL. Todos com escolaridade acima de oito anos. Esses grupos foram aleatoriamente separados em dois subgrupos. “Dessa forma tínhamos, separadamente, idosos saudáveis que fizeram treino de memória, idosos saudáveis que não fizeram treino de memória, idosos com CCL que fizeram treino de memória, e idosos com CCL que não fizeram treino”. Todos esses grupos realizaram três avaliações. A primeira, denominada préLeia mais sobre ações saudáveis para o Cérebro na página 30.

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Fonte: Agência USP de Notícias


Notícias teste, foi realizada antes do início dos treinos. Um mês e uma semana depois, outra avaliação foi feita, denominada pós-teste. A terceira e última sondagem foi desenvolvida seis meses após a última avaliação, para analisar os efeitos de manutenção do treino. “Os idosos que fizeram treino realizavam o pré-teste e faziam oito sessões de treino de memória, que aconteciam duas vezes por semana, totalizando um mês. Na semana seguinte faziam o pósteste, que continha os mesmos testes realizados no pré-teste, porém com versões diferentes. Este mesmo grupo, após seis meses sem realizar treino de memória, voltava e realizava uma ultima avaliação, chamada de avaliação de manutenção”, descreve Paula. As sessões de treinamento tinham duração de 90 minutos. A pesquisadora explica que “tanto as listas quanto os textos começavam com dimensões pequenas e iam aumentando ao longo das sessões”. Os encontros aconteciam em grupos de dez pessoas, que continham idosos saudáveis e com CCL misturados. Segundo Paula, os benefícios do treino podem ser generalizados, uma vez que mesmo não treinando algumas habilidades, como velocidade de processamento, os idosos que fizeram treino acabaram mostrando aumento de desempenho nos testes. “Já os idosos que não fizeram treino mostraram desempenho constante ao longo das testagens”, completa. A pesquisa ainda apontou que os efeitos do treino parecem se manter os mesmos a longo prazo tanto em idosos saudáveis quanto em idosos com Comprometimento Cognitivo Leve. “Isso significa que o treino realmente parece beneficiar ambas as populações e podem ser realizados uma vez a cada seis meses. Após esse tempo não sabemos se o efeito do treino ainda perdura”, afirma a pesquisadora.

Medicina

Paciente grave tem mais risco de infecção pós-transplante Pacientes em estado grave submetidos a transplantes de fígado que vêm de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), ou apresentam quadros infecciosos ou de insuficiência renal, apresentam maior risco de infecções pós-cirurgia, como revela pesquisa do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Os resultados do trabalho, descrito em artigo publicado nos Estados Unidos, poderão auxiliar na preparação dos pacientes para o transplante, aumentando as chances de êxito no procedimento e reduzindo os riscos de mortalidade. A pesquisa procurou analisar o comportamento de infecções em pacientes submetidos ao transplante de fígado escolhidos pela gravidade do caso. “Esse critério, conhecido como Modelo para Doença Hepática em fase terminal (MELD), substituiu a indicação de transplante por lista de espera, disposta em ordem cronológica”, afirma o médico Luiz Carneiro D’Albuquerque, professor da FMUSP e diretor da Divisão do Aparelho Digestivo e Coloproctologia do HC, que coordenou a pesquisa. “Anteriormente, a pessoa poderia sair de sua casa para ser transplantada, sem apresentar maiores complicações de saúde. Com a adoção do MELD, tornam-se mais comuns os casos de pacientes que saem de UTIs para se submeterem à cirurgia”. O estudo analisou os casos de 597 pacientes que passaram por 543 transplantes de fígado no HCFMUSP, entre os anos de 2002 e 2011. “Como se tratavam de casos mais graves, a maioria dessas pessoas fazia uso de hemoderivados ou apresentavam insuficiência renal, o que as obrigava a passar por sessões de hemodiálise”, conta o médico.

Infecções Segundo D’Albuquerque, quando é considerada a totalidade da população

transplantada, a presença de infecções, entre as quais as de pele e bexiga, não causa impacto significativo nas taxas de mortalidade. “Entretanto, ao se analisar os casos mais graves, percebe-se que a repercussão em termos de infecções e de mortalidade pós-transplante é bem maior”. A situação verificada em São Paulo é semelhante a apontada nas pesquisas realizadas em outras partes do mundo, de acordo com o médico. “Na Alemanha, por exemplo, a mortalidade de pacientes transplantados que vêm de hospitais, fazem uso de medicamentos, realizam hemodiálise ou usam suporte respiratório chega a 70%”, diz. Com base nos resultados do trabalho, D’Albuquerque sugere que a alocação de órgãos para transplantes de fígado em casos de urgência leve em consideração o estado geral do paciente. “Se a pessoa está na UTI ou já apresenta um quadro infeccioso, ela seria tratada previamente para que pudesse ser operada em uma condição melhor, de modo que o procedimento consiga ter mais êxito e não haja necessidade de um novo transplante”. A autorização de cessão de órgãos é feita pela Câmara Técnica de Fígado do Sistema Nacional de Transplantes, sediada em Brasília (DF). O estudo é descrito no artigo Surgical site infection in liver transplant recipients in the MELD era: Analysis of the epidemiology, risk factors, and outcome, publicado no último dia 7 de junho no periódico Liver Transplantation, editado nos Estados Unidos. A pesquisa foi apresentada em uma mesa-redonda no “40º Curso de Atualização em Cirurgia do Aparelho Digestivo, Coloproctologia, Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo e Endoscopia (Gastrão)”, realizado no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, entre os dias 1 e 5 de julho. Fonte: Agência USP de Notícias


Medicina

Cardiologia

Atividade física na terceira idade Dar prioridade às escadas, e não aos elevadores, pode fortalecer a saúde.

Sempre ativo! Assim deve ser o dia a dia de todos os indivíduos. Para o idoso, geralmente aposentado e sem maiores obrigações de atividades fora de casa, ser sempre ativo é ainda mais do que necessário, é indispensável. Ser sempre ativo reduz o risco de doenças crônicas, principalmente as cardiovasculares, que são as que mais matam no Brasil. Veja que interessante: andar rapidamente meia hora cinco dias na semana reduz o risco de infarto do miocárdio em 14%. Se for uma hora, 20% de redução. Procurar subir e descer escadas ao invés de usar o elevador também protege contra doenças. Se forem 32 lances de escada por semana o risco de doenças do coração diminui em 28%. Tudo isso sem gastar um centavo. Então, por que não? Faça isso!

Outro exercício que deve ser feito é o de força, antigamente chamado de musculação. Esses exercícios na terceira idade são ainda mais importantes, porque o idoso perde massa muscular e o exercício de força diminui esta perda, além de fortalecer os ossos, reduzir o risco de quedas e de suas complicações, caso elas venham a acontecer, além de diminuir o trabalho do coração. Portanto, para aquele da terceira idade a recomendação é menos tempo na frente da televisão e do computador e muito mais minutos destinados ao exercício físico. Ande, ou use a bicicleta, regular e rapidamente pelo menos 30 minutos, de preferência todos os dias, ou pelo menos cinco dias na semana, e faça exercício de fortalecimento muscular. O que seria o ideal? Bom, se souber que já

tem problema no coração, tem que consultar o médico para saber se pode se exercitar agora ou só mais tarde. Não sabendo se tem e desejando iniciar um programa de exercício, ir ao médico para uma avaliação é aconselhável. Dependendo, pode ser até que o esporte que desejar praticar possa também ser autorizado por ele. Caso o médico o libere para atividade física, ficar parado, sentado, dormindo excessivamente é de muito mais risco do que manter-se sempre ativo. Nada é mais saudável e traz mais benefício para a saúde. Agora, se durante o exercício ou mesmo fora dele começar a sentir dor ou desconforto no peito, palpitações, tonturas, falta de ar e cansaço, mesmo nos esforços leves, interrompa os exercícios e consulte o médico. Ele irá orientá-lo se deverá ou não continuá-los ou se terá que aguardar até concluir a investigação do seu caso.

Sabia que Uberlânida possui uma Academia especializada em Idosos? Saiba mais na página 26.

Quatro conselhos para uma vida saudável na terceira idade:

1 Aumente a ingestão de alimentos como peixes, legumes, verduras e frutas e evite comidas gordurosas de origem animal e o excesso de sal e doces.

2 Procure desenvolver um bom relacionamento familiar e de amizade entre todos.

3 Tenha sempre uma noite de sono reparador. 4 Procure manter-se ativo em todos os momentos

possíveis, estimulando a si próprio a ter esses momentos. Fique atento e aceite as nossas sugestões: Passeie com o seu neto e, sempre que possível, faça compras a pé. Desça um ou dois pontos de ônibus antes ou depois do local desejado. Caminhe no mínimo 30 minutos cinco dias na semana. Faça exercícios de força duas vezes na semana. Substitua o elevador e não perca a oportunidade, sempre que possível, de subir dois ou três andares de escada. Dance e pratique hidroginástica, são também outras duas formas adicionais ou alternativas de se manter ativo. Respeite o seu limite, não fique ofegante, ou seja, a intensidade ideal é aquela em que você pode conversar ainda com conforto. Sempre comece devagar e vá andando cada vez mais depressa até a sua velocidade ideal e, no final, reduza a intensidade também progressivamente. Beba sempre pequenos e frequentes goles de água antes, durante e após o exercício, principalmente durante os dias com temperatura elevada e baixa umidade do ar.

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Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia


Medicina

Oftalmologia

Cuidados com o bebê

Tire suas dúvidas em relação à visão dos bebês Antes do nascimento O acompanhamento pré-natal é capaz de evitar o comprometimento da visão do bebê que irá nascer. Algumas doenças, como a rubéola e a toxoplasmose, podem causar cegueira e problemas neurológicos na criança.

O bebê já nasce enxergando? Não, o recém-nascido apenas percebe luz e vultos, os quais ainda não sabe interpretar. Assim como ele não sabe falar e andar, também não sabe ver. Com o passar dos meses, se estiver tudo em ordem com seus olhos, irá desenvolvendo progressivamente sua visão. Próximo aos cinco anos de idade, na maioria das crianças, a visão será igual a do adulto. Qualquer doença ocular ao nascimento, como a catarata congênita e o glaucoma congênito, pode prejudicar totalmente este desenvolvimento. O teste do reflexo vermelho, também chamado de “teste do olhinho”, deve ser realizado ainda na maternidade. Ele é capaz de detectar essas e outras doenças, às vezes gravíssimas, como o retinoblastoma (um tipo de câncer ocular) precocemente.

Oftalmia neonatal, obstrução do canal lacrimal e outras alterações A oftalmia neonatal é uma conjuntivite que afeta crianças menores de 28 dias de nascimento. Ela é causada pela infecção durante o parto, em virtude do contato da criança com as secreções genitais da mãe, combinada com a falta de cuidados no momento do nascimento. Para evitar a contaminação, ainda na sala de parto, profissionais de saúde aplicam gotas de nitrato nos olhos da criança.

O bebê, em seus primeiros dias de vida, também pode apresentar olhos muito vermelhos e lacrimejantes, causados pela obstrução do canal lacrimal (dacriocistite). Se isso ocorrer, ele deve ser examinado por um oftalmologista, que poderá indicar o tratamento correto. Também deve ser levado com urgência ao médico oftalmologista o bebê que, ao nascer, tiver mancha branca na menina dos olhos, olhos anormalmente grandes, ou ainda que não suportem claridade.

Como limpar os olhos do bebê? Para limpar os olhos do bebê, deve-se utilizar gaze ou pano limpo molhado em água filtrada e previamente fervida. Fazer movimentos delicados sem apertar os olhos.

Como e quando a visão se desenvolve? Logo que nasce, o bebê ainda não “aprendeu” a enxergar e nem a coordenar os músculos que movem os olhos. É comum o recém nascido desviar os olhos, ora para dentro, ora para fora. Em torno de 3 meses de idade, o bebê começa a fixar o olhar e os olhos começam a ficar mais alinhados. Após os 6 meses de idade, o bebê não deve mais desviar os olhos. O bebê aprende a enxergar com os 2 olhos ao mesmo tempo, isto é, juntar as imagens que vem dos dois olhos e percebê-la como uma imagem única em 3 dimensões até os 2 anos de idade. A visão continua seu maturamento até os 7-9 anos de idade, quando então a criança já tem a visão de um adulto. O “grau” que a criança possa ter vai variar com o crescimento, e podem ocorrer variações até os 21 anos ou até mais tarde.

Teste do

olhinho deve ser realizado ainda na maternidade. Ele é capaz de detectar doenças às vezes gravíssimas. Fonte: Conselho Brasileiro de Oftalmologia e Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica

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Medicina

Dermatologia

Conheça a Pele A pele reveste todo o nosso corpo protegendo contra as agressões externas - ela é uma grande capa de proteção contra fungos, bactérias, produtos químicos, físicos e mesmo fatores ambientais, como o sol. Esta barreira de proteção vem das células da epiderme e derme, secreção de sebo e suor, formando uma capa especial - como um manto protetor. incidência maior de manchas. Apesar de estarem menos propensas aos efeitos nocivos dos raios UV, as peles negras também devem ser diariamente protegidas com o uso de filtros solares, pois previnem a formação de manchas. Além disso, as peles negras contêm maior número de glândulas sudoríparas, que causam a transpiração, e são, geralmente, mais oleosas que as peles brancas - sendo mais propensas à foliculites (pequenas lesões inflamadas nos poros) e acne. A pele negra é mais resistente que a pele branca, o que contribui para uma aparência mais jovem e para preservar a hidratação interna. As mulheres negras dificilmente têm problemas com celulite e flacidez, pois geralmente têm mais tonicidade e massa muscular, mas devem tomar cuidado com as estrias, pois sua pele tem uma trama mais fechada que se rompe com mais facilidade. Assim, as mulheres negras têm que evitar engordar e emagrecer rapidamente e redobrar a atenção na gravidez.

em sensações, como dor, frio, calor, pressão, vibração, cócegas e prazer. Hipoderme - é a terceira e última camada da pele, formada basicamente por células de gordura. Sendo assim, sua espessura é bastante variável, depende se a pessoa é gordinha ou magrinha. Ela apóia e une a epiderme e a derme ao resto do seu corpo. Além disso, a hipoderme mantém a temperatura do seu corpo e acumula energia para o desempenho das funções biológicas.

A pele é um escudo? Mesmo com toda esta proteção, a pele é permeável e absorve substâncias – muitas vezes usamos remédio de aplicar na pele com ação interna. Assim, cuidado com o que se usa nela! Esse cuidado deve ser maior na criança e no idoso, pois a sua pele é mais fina e tem maior capacidade de absorção.

A pele tem camadas? A pele é formada por três camadas, bem unidas entre si. São elas: epiderme, derme e hipoderme. Todas são importantes para o corpo, e cada uma tem características e funções diferentes. Entenda: Epiderme é a camada mais externa da pele, aquela que você pode ver. A principal função da epiderme é formar uma barreira protetora do corpo, dificultando a saída de água do organismo e a entrada de substâncias e de micróbios no organismo. Derme - é a camada do meio da pele, formada por fibras e por grande quantidade de vasos sangüíneos e terminações nervosas. Essas terminações recebem os estímulos do meio ambiente e os transmitem ao cérebro, através dos nervos. Estes estímulos são traduzidos

Por que há diferentes cores de pele?

Hidratação

A cor da pele é conferida por um pigmento chamado melanina, que em maior ou menor quantidade determina a variação da pele branca a negra. Esse pigmento ajuda na proteção ao sol, assim a pele clara é mais desprotegida e tem maior risco de queimaduras por ter menor concentração de melanina. Esses pigmentos estão na pele, no cabelo e nos olhos. Você sabia? Com o passar dos anos, o organismo diminui a produção de melanina e surgem então os cabelos brancos! A pele negra tem uma grande capacidade de proteção natural, já que contém mais melanina. No entanto, também está sujeita a uma

A água é fundamental para o bom funcionamento do organismo. Para uma pele bonita e saudável, os dermatologistas recomendam beber, pelo menos, 2 litros de água por dia. Se a pele estiver ressecada, é sinal que o corpo pede água. Mas outros fatores podem contribuir para o ressecamento da pele, como vento, poeira, sol em excesso, calor ou ar seco. Assim, além de beber bastante água, para evitar o ressecamento da pele é preciso usar pouco sabonete, evitar água muito quente e usar cremes hidratantes adequados, sem muito perfume. Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

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Medicina

Pediatria

Andador: perigoso e desnecessário Bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento Desde 2007, é proibido vender, importar, e mesmo fazer propaganda de andador para bebês no Canadá. Apesar de ainda muito popular no Brasil, para bebês de 6 a 15 meses, o andador não é recomendado pelos pediatras. Os pais alegam alguns motivos para colocar o bebê no andador. Dizem que ele dá mais segurança às crianças (evitando quedas), mais independência (pela maior mobilidade), promove o desenvolvimento (auxiliando no treinamento da marcha), o exercício físico (também pela maior mobilidade), deixam os bebês extremamente faceiros e, sobretudo, mais fáceis de cuidar. A literatura científica tem colocado por terra todas estas teses. A ideia de que o andador é seguro é a mais errada delas. A pesquisadora sueca, Ingrid Emanuelson publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos, que considerou o andador o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground. A cada ano são realizados cerca de dez atendimentos nos serviços de emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade, provocados por acidentes com o andador. Isto corresponde a pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o andador.

Em um terço dos casos, as lesões são graves, geralmente fraturas ou traumas cranianos, necessitando hospitalização. Algumas crianças sofrem queimaduras, intoxicações e afogamentos relacionados diretamente com o uso do andador, mas a grande maioria sofre quedas; dos casos mais graves, cerca de 80% são de quedas de escadas. É verdade que o andador confere independência à criança. Contudo, um dos maiores fatores de risco para traumas em crianças é dar independência demais numa fase em que ela ainda não tem a mínima noção de perigo. Colocar um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode atingir a velocidade de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um menino de dez anos. Crianças até a idade escolar exigem total proteção. O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança, ainda que não muito. Bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento. O exercício físico é muito prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele confira mais mobilidade e velocidade, a criança precisa despender menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa com seus próprios braços e pernas.

Por fim, trata-se de uma grande falácia dizer que a satisfação e o sorriso de um bebê valem qualquer risco. Um bebê de um ano fica radiante com muito menos do que isso: basta sentar na sua frente, fazer caretas para ele e lhe contar histórias ou jogar uma bola. Dizer que o andador torna a criança mais fácil de cuidar revela preguiça, desinteresse ou falta de disponibilidade do cuidador. Caso o adulto realmente não tenha condições de ficar o tempo todo ao lado do bebê, é mais seguro colocá-lo num cercado com brinquedos do que num andador. Cercá-lo de um ambiente protetor, com dispositivos de segurança, como grades ou redes nas janelas; estas são medidas de proteção passiva, muito mais efetiva. O andador definitivamente não se enquadra neste esquema. Existe um movimento muito intenso na Europa e nos Estados Unidos visando a implantar uma lei semelhante à canadense, uma vez que todas as estratégias educativas têm falhado na prevenção dos traumatismos por andadores. Enquanto este progresso não chega ao Brasil, continuamos contando com o bom senso dos pais, no sentido de não expor os bebês a um produto perigoso e absolutamente desnecessário.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria e www.conversandocomopediatra.com.br 2013

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Medicina

Mais Atenção

Estudo epidemiológico brasileiro avalia o consumo de bebidas As crianças e os adolescentes brasileiros estão trocando o consumo de água e leite por bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industrializados ou em pó - o que têm aumentado consideravelmente os casos de obesidade infantil, além dos riscos para o desenvolvimento de doenças antes observadas em adultos, como diabete tipo 2 e hipertensão.

"Estamos vivendo um fenômeno universal de aumento dos casos de sobrepeso e obesidade infantil. No Brasil, isso vem se acentuando nos últimos 20 anos, especialmente em decorrência da maior oferta de alimentos e das melhores condições econômicas das famílias", diz Cláudio Leone, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e um dos autores do estudo.

A constatação - que reforça a necessidade de mudanças de hábitos alimentares está no primeiro estudo epidemiológico brasileiro que avaliou o consumo de bebidas entre crianças e adolescentes de 3 a 17 anos em cinco capitais: São Paulo, Rio, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife. A pesquisa, desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e do Instituto da Criança do HC, foi publicada no BMC Public Health.

Segundo o professor, muitas famílias substituem o refrigerante por sucos industrializados por considerarem mais saudável, sem ter ideia de que esse tipo de produto muitas vezes tem tanto açúcar ou mais do que uma latinha de refrigerante. "As mães acham que o fato de ter uma fruta estampada na embalagem significa que é saudável", diz.

O Ministério da Saúde considera a obesidade infantil uma epidemia. Os dados mais recentes (referentes a 2009) indicam que uma em cada três crianças brasileiras entre 5 e 9 anos está acima do peso ou obesa. Os resultados da pesquisa são alarmantes. Mostram que, além de o leite e a água praticamente desaparecerem da dieta dos jovens, na média geral, as crianças e os adolescentes consomem cerca de 21 quilos de açúcar por ano só considerando as bebidas. A pesquisa indica, por exemplo, que um adolescente de 11 a 17 anos ingere cerca de 26 quilos de açúcar por ano com as bebidas - quase 45% a mais do que ele poderia consumir no período (18 quilos), considerando o açúcar presente em todo tipo de alimento, não apenas nas bebidas.

É o caso da cabeleireira Maria Luísa Vieira de Araújo Silva, de 47 anos. Ela tem dois filhos: Augusto, que tem 15 anos e é "magrelo" e Júlia, que tem 12 anos e é "cheinha". Segundo a mãe, Júlia costuma beber refrigerante ou sucos industrializados todos os dias nas refeições. "Ela praticamente não bebe água. Ela mata a sede com suco e refrigerante." Por causa do sobrepeso da filha, Maria Luísa levou a menina ao nutricionista, que pediu que ela anotasse num caderno tudo o que consumia. "Quando ela viu, ficou assustada. Readaptamos o cardápio de casa, mas é muito complicado cortar de vez as bebidas. Trabalho fora o dia todo, não tenho como controlar tudo o que ela come e bebe." Maria Luísa deixa o prato do almoço da filha pronto na geladeira, mas a menina ainda toma suco industrializado. "Suco natural é bom, mas e o preço da fruta?"

Oferta Para Ekaterine Karageorgiadis, advogada do Instituto Alana e conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), um dos fatores que explicam os resultados da pesquisa é o aumento da oferta de produtos e o crescimento da publicidade dirigida às crianças. "Boa parte dos produtos consumidos pelas crianças tem ações mercadológicas na TV ou na internet. E a publicidade foca na parte boa, como 'rico em ferro' e 'rico em vitaminas', e não deixa claro quanto há de açúcar. Isso faz as mães acreditarem que esses produtos não fazem mal." Maria Edna de Melo, diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), diz que o consumo de açúcar aumentou de maneira geral. "Vemos isso no dia a dia no consultório." Para ela, a única forma de reverter o crescimento da obesidade é promovendo ações de educação. "Não dá para crucificar a mãe que dá suco ou refrigerante para seu filho. A questão da informação e da condição social precisam ser levadas em consideração. É bem mais caro comprar alimentos saudáveis. É preciso uma política de governo com enfoque na educação alimentar." Patrícia Jaime, coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, diz que a pesquisa traz resultados alarmantes, que vão orientar novas políticas públicas. "A obesidade infantil é o tema central do programa Saúde na Escola, que é uma ação do Ministério da Saúde, em parceria com o da Educação, desde 2008", diz. Segundo Patrícia, a meta do ministério é reverter a curva de crescimento da obesidade entre crianças e estagnar entre os adultos nos próximos dez anos.

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo/Fernanda Bassette e Agência USP de Notícias.

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Artigo

Medicina

O Caminho da Psiquiatria Luiz Carlos de Oliveira Júnior

Médico Psiquiatra e Professor da Universidade Federal de Uberlândia CRM/MG 39513 luizcarlosojr@yahoo.com.br

A mente é um fenômeno surpreendente. Encanta e assusta ver o seu funcionamento e complexidade. Tão complexo que tentar estudá-la exige a colaboração de muitas disciplinas. Cuidar em saúde mental então é um desafio. Mas a mesma multidisciplinaridade do estudo ajuda a vencer as dificuldades de cuidar. Por isso nesse artigo inicial queria falar mais sobre a Psiquiatria e seu lugar na Saúde Mental apresentando sua face e suas preocupações. O lugar do Psiquiatra na Saúde Mental e sua forma de agir são o lugar e a forma do médico. Nasceu no berço hipocrático e dorme lá todas as noites depois de percorrer seu caminho diário. Carrega três deveres que guarda como sagrados. O primeiro de buscar a cura enquanto entendida como a eliminação definitiva da doença. Como esse é, na maioria das vezes, um dever difícil de cumprir e apenas reside na morada dos ideais, o segundo dever se torna o mais importante: aliviar a dor. O terceiro é o dever da cautela e da consciência: em primeiro lugar não prejudicar e intervir com os melhores métodos disponíveis e apenas com aqueles que se mostrarem eficazes. O caminho do Psiquiatra é o caminho das fronteiras. Cada um de nós percorre este caminho colhendo sabedoria de vários territórios pelos quais passamos, guardando aquilo que achamos necessário para o destino que devemos alcançar. Não podemos fixar morada em nenhum lugar. Nas neurociências colhemos formas de intervir para buscar a cura e restabelecer o equilíbrio fisiológico. Nas ciências psicológicas buscamos formas de compreender as dimensões subjetivas da dor e intervir em seus efeitos. Na filosofia e em todas as outras paragens encontramos vários

elementos úteis, inclusive para alivio da sua própria dor e de suas dúvidas. O que determina o que escolher são as experiências: quem caminha com cautela aprende a escolher o melhor lugar para pisar em cada terreno, a passagem mais segura. O psiquiatra precisa acreditar na unicidade do homem: mente e cérebro são um só sistema. A mente é gerada pelo cérebro e ajuda a modelá-lo pelas experiências pessoais e coletivas que cria. Acredita e centra sua prática na experiência humana em primeira pessoa e, se importando com a dimensão do sofrimento, interfere nele por que seu primeiro papel é curar ou buscar o alívio. A compreensão da dor vem depois, para quando ela já não ameaça a vida. Para resolver a dor é preciso usar o método que a experiência mostrou ser mais útil, rápido, acertado e menos arriscado. Por isso, a escolha da intervenção deve ser bem consciente. Se o conhecimento atual mostra que a resolução daquela dor é através de psicoterapia, por exemplo, então essa deve ser a indicação. Se é uma forma especifica de psicoterapia, então é melhor que se escolha essa. Se for uma medida farmacológica que se mostra mais eficaz, o mesmo. O importante é ter a visão suficientemente livre

para escolher o necessário e mais eficaz. (Uma antiga expressão ilustra isso bem: “para quem só tem martelo, todo problema é prego”. Esse é um mal a se evitar quando se trabalha na área da saúde). O caminho da psiquiatria é assim um caminho nos limites. Difícil de percorrer por que é um caminho percorrido em dois mundos ainda considerados como diferentes: o mundo do corpo e o mundo da mente. Podemos falar mais sobre isso em outra oportunidade.


Medicina Publi-editorial

Medicina

Novos caminhos para paciente com câncer A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) conduz, todos os anos, uma revisão sobre os avanços na pesquisa clínica com maior potencial de impacto sobre a vida dos pacientes com câncer. A equipe do ONCOCENTRO Uberlândia selecionou alguns destes maiores avanços e compartilha com os leitores da revista – é importante ressaltar que nem todos os agentes citados possuem, ainda, aprovação pela ANVISA (órgão responsável pelo registro de medicamentos a serem utilizados no Brasil); portanto, alguns não estão disponíveis para o tratamento de pacientes em nosso país, por enquanto:

Doença

Medicamentos Trastuzumabe Emtansina

Câncer de Mama Metastático

Associação de Pertuzumabe ao Trastuzumabe (Herceptin®) Associação Everolimus (Afinitor®) + Exemestano

Estes três novos agentes aumentaram significativamente a chance e tempo de controle da doença em grupos específicos de pacientes com câncer de mama avançado. A sua incorporação na sequencia de tratamento amplia ainda mais as opções terapêuticas e eleva significativamente a proporção de pacientes com doença metastática que atingem sobrevida superior a três anos

Câncer de Próstata avançado

Enzalutamida após falha à quimioterapia

Terapia dirigida para pacientes após falha à quimioterapia inicial resultando em sobrevida superior a dois anos após o diagnóstico da resistência ao tratamento hormonal – lembrando que há pouco mas de 10 anos a expectativa para este grupo de pacientes era de uma sobrevida de aproximadamente um ano

Câncer de Esôfago

Tratamento pré-operatório combinando quimio e radioterapia

Atualmente, o tratamento mais utilizado para pacientes com doença ressecável consistia em cirurgia exclusiva. O emprego pré-operatório de quimioterapia e radioterapia foi capaz de dobrar a sobrevida mediana destes pacientes.

Melanoma cutâneo avançado

Bloqueio de vias moleculares recentemente identificadas (BRAF / MEK)

Novas drogas resultando em aumento de sobrevida depois de quase 30 anos sem avanços relevantes

Câncer Medular de Tireóide avançado

Cabozantinibe

Triplicou o tempo de controle de uma doença rara que antes não era passível de intervenções efetivas

Além destes citados, outros avanços foram observados, como um refinamento no mapeamento do perfil genético do câncer de mama, cérebro e Pulmão que tem o potencial de auxiliar, em um futuro próximo, a individualização do tratamento. Assim como houve progresso, outros estudos frustraram as expectativas. Estratégias terapêuticas, antes promissoras acabaram por trazer “benefícios” pífios (como ganhos de um a dois meses no tempo de sobrevida de pacientes com neoplasias metastáticas às custas de toxicidades potencialmente deletérias para a qualidade de vida dos pacientes e de um impacto financeiro difícil de ser absorvido mesmo por sistemas de saúde de países desenvolvidos, com risco à sustentabilidade de sistemas de saúde.

Para saber mais

Responsável Técnico: Dr. Luciano Paladini CRM-MG 87867

Comentários ONCOCENTRO

Roth BJ, Krilov L, Adams S, et al. Clinical Cancer Advances 2012: Annual Report on Progress Against Cancer From the American Society of Clinical Oncology. J Clin Oncol. 2013 Jan 1;31(1):131-61

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Saúde Pública: desafios na porta de entrada Serviços de urgência e emergência precisam de reestruturação

Os dilemas dos serviços de urgência e emergência são marcantes e determinam tensão permanente entre os usuários e profissionais desses setores. As "portas abertas" sugerem a possibilidade de atender a tudo e a todos, especialmente os casos remanescentes da atenção básica deficitária e a dificuldade de marcação de consultas eletivas. Assim, como a demanda é crescente e com recursos finitos, a consequencia é a superlotação, geradora de conflitos e estresse para o paciente, familiares e equipe. Solucionar os problemas da Urgência/Emergência ainda é um grande desafio para a gestão da saúde em nível local, nacional e mundial. De acordo com a médica e membro do Departamento de Qualidade e Gestão da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva (Somiti), Maria Aparecida Braga, esse é um problema sistêmico, decorrente de falhas existentes em todos os níveis de atendimento, principalmente o básico. “Como o atendimento básico não é resolutivo e não atende toda a demanda, uma imensa gama de pessoas procura a solução fácil do pronto-atendimento”, destaca. Assim, segundo Maria Aparecida, os serviços de Urgência/Emergência não estão preparados nem para o atendimento dos casos ameaçadores da vida, nem para o atendimento da grande demanda determinada pelas falhas na prevenção e na atenção primária. 2013

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85% dos pacientes que procuram o atendimento de urgência e emergência não precisariam ir ao hospital

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Em busca de melhorias

Do ponto de vista do usuário, os serviços de urgência e emergência são convenientes e cômodos, pois lá se tem acesso a exames e tratamentos que não seriam oferecidos nos consultórios. José Augusto Ferreira Presidente da Federação Nacional das Cooperativas Médicas entre 2006 e 2012

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É para tentar encontrar uma solução viável para os problemas da urgência e emergência que a Federação Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom) promovem há mais de dois anos um grupo de estudos para avaliar a questão. De acordo com José Augusto Ferreira, diretor-presidente da entidade entre 2006 e 2012, o atendimento nos pronto-socorros tem muitas variáveis e características diferentes. “Do ponto de vista do usuário, os serviços de urgência e emergência são convenientes e cômodos, pois lá se tem acesso a exames e tratamentos que não seriam oferecidos no consultório. Mesmo sendo demorado, o paciente sempre encontra atendimento e não é preciso marcar consulta. Já os médicos, por terem alto custo de manutenção com os consultórios, muitas vezes acabam fazendo do pronto socorro o seu local de atendimento, ressalta. Para José Augusto, é preciso haver uma modernização na maneira como as consultas são agendadas, bem como uma descentralização no atendimento dos prontosocorros. Segundo os estudos da Fencom, cerca de 85% dos pacientes que procuram o atendimento de urgência e emergência não precisariam ir a um hospital. Os estudos também apontam a insatisfação do usuário. “'Hoje, o paciente é atendido sempre, mas precisa esperar e pode não encontrar um serviço de qualidade. É preciso que se criem alternativas. Há a necessidade de se redirecionar o serviço de urgência e emergência para uma opção mais adequada e confortável para o paciente”, diz o diretor-presidente da entidade. No que se refere ao médico, José Augusto enfatizo a dificuldade de se manter uma mesma

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equipe nos serviços de urgência e emergência. “As condições de trabalho são desgastantes, existe o risco violência médica e a questão dos plantões noturnos e em finais de semana e feriados. Não falta médico, o que há é a dificuldade de se fixar profissionais no atendimento, principalmente os mais experientes, pois nem a remuneração nem as condições de trabalho são boas”.

Qualificação em xeque Outro grande problema que diz respeito ao médico no contexto da Urgência/Emergência, segundo Maria Aparecida Braga, é a escassez de profissionais capacitados para o atendimento das emergências. “Por um longo período, devido à evolução tecnológica da medicina, esse setor foi relegado a um segundo plano por todos – sociedade, gestores, políticos, instituições e profissionais da saúde. Não há investimento, o profissional é sub-remunerado e na maioria das universidades não é oferecida uma disciplina específica de Urgência/Emergência”, alega. Em decorrência dessa desatenção, a maioria dos serviços atua com profissionais jovens, recém-formados, que ainda não concluíram uma especialização. “Eles veem o serviço apenas como uma ponte para conseguir atividade mais valorizada”, pontua Maria Aparecida. Ela acredita que se por um lado esse descaso causa espanto e indignação, por outro, há uma conivência velada por parte daqueles que poderiam resolver o problema. “A solução dessas questões passa pelo reconhecimento dos problemas; pela definição e entendimento dos objetivos do serviço, pela formação adequada dos profissionais,


que identificarão e prestarão o atendimento adequado; pela valorização da profissão com condições adequadas de trabalho e remuneração justa e; por fim, pela criação de locais adequados para o atendimento de ‘pronta-consulta’”, argumenta.

Desafios à frente A diretora financeira adjunta da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Márcia Mendonça Carneiro, acrescenta que são muitas as conquistas a serem alcançadas pelo sistema como um todo, o que acaba afetando os serviços de Urgência/Emergência, como a criação de estratégias promocionais da qualidade de vida e saúde capazes de prevenir agravos; e a promoção de projetos estratégicos de atendimento às necessidades coletivas em saúde, de caráter urgente e transitório, decorrente de situações de perigo iminente, de calamidades públicas e de acidentes com múltiplas vítimas. Ela ainda aborda a necessidade de se conciliar as diferenças da noção que os trabalhadores, os usuários e os gestores têm de urgência, além de corrigir as deficiências estruturais da rede assistencial básica e de urgência. “Se para o profissional de saúde o termo já é complexo, para o usuário toma um outro foco. Ele o utiliza na forma da sua necessidade, sua percepção e sua experiência de vida. Assim, acaba procurando os serviços de Urgência/Emergência em busca de atendimento ‘rápido’ e onde se oferecem ‘mais recursos’”, constata Márcia.

Porta de entrada Trabalhando há mais de 15 anos como clínico no Hospital João XXIII em plantões de 12 horas, Carlos William Delfim avalia que existe uma falência no sistema de saúde, o que afeta o serviço de pronto-atendimento. “Como a resolução dos problemas é mais rápida na Urgência/Emergência, os pacientes acabam buscando o serviço e gerando uma sobrecarga, apesar de muitos já saberem que no João XXIII os casos mais graves são priorizados”, conta. Para Carlos, é preciso que ocorra uma mudança em todo o sistema. “Salários melhores, menos horas de trabalho para ter tempo de se reciclar e incentivos para a qualificação”, indica. Ele também alerta sobre a relação conflituosa existente entre os médicos e os gestores das instituições de saúde. “Muitas vezes a parte humana é deixada de lado pelos administradores. Quando tenho um caso complicado nas mãos não penso se estou gastando muito. Quero apenas salvar uma vida”, expõe. Na opinião do profissional que se dedica há tanto tempo ao serviço, se o SUS e os planos de saúde tivessem sistemas mais modernos e dessem mais atenção à prevenção e ao atendimento primário, seria menor o número de pacientes

que precisam do pronto-socorro. “Atendemos a um grande número de pacientes que sofreram um derrame ou um infarto. Isso poderia ser evitado se fosse feito o controle da pressão arterial e do colesterol. O mesmo se pode afirmar sobre os acidentados. Se controlássemos o alcoolismo, haveria menos acidentes de trânsito”, observa.

Além dos hospitais Os problemas da Urgência/Emergência também atingem as Unidades de Pronto Atendimento 24 horas (UPAs), criadas para serem estruturas de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência hospitalares. É o que constata a pediatra da UPA Norte de Belo Horizonte Ana Paula Fernandes. “Quase sempre a demanda para todas as áreas que atendem nas UPAs – clínica médica, pediatria, cirurgia ambulatorial e ortopedia – é excessiva. Assim, o laboratório e o serviço de raio-X também trabalham em limite máximo de atendimento”, diz. Ela ainda enfatiza que em caso de emergência para qualquer uma das clínicas, o paciente é encaminhado imediatamente para atendimento prioritário. “A classificação do risco de cada paciente é realizada pela equipe de enfermagem e cada médico atende em média quatro pacientes por hora, priorizando as emergências e urgências. Além de terem de avaliar exames e reavaliar os pacientes que demandam observação”, revela. Frente a essa realidade, a pediatra avalia que entre os principais gargalos encontrados nas UPAs estão: demanda excessiva de pacientes; às vezes, dificuldades para encaminhar pacientes que necessitam de assistência hospitalar; e superlotação do ambiente de observação clínica, em alguns períodos do ano. “Lidamos com problemas onde os determinantes biológicos se somam aos sociais, culturais e econômicos. É preciso muita competência, paciência, persistência e coragem para enfrentar o dia a dia. Atuar na saúde pública foi uma escolha pessoal e não ocorreu por falta de opção. Entretanto, gostaria que o profissional da saúde do SUS fosse mais valorizado e mais respeitado nos meios acadêmicos e também pelos gestores da saúde”, assinala. Ana Paula também ressalta que é preciso haver mais agilidade para fazer a engrenagem do SUS e de qualquer outro sistema de saúde funcionar. “É preciso redimensionar a demanda e oferecer um atendimento médico resolutivo, principalmente na Atenção Primária à Saúde (APS), que representa a porta de entrada do SUS. Muitas vezes, os pacientes procuram as UPAs sem nenhum problema de saúde classificado como grave ou urgente, mas em busca dessa resolutividade que relatam não encontrar na APS.

Urgência/Emergência: entre problemas e soluções Quadro elaborado com base nas informações passadas pelos entrevistados desta matéria:

Principais problemas

Possíveis soluções:

Falta de visão gerencial: impacto direto no fluxo dos pacientes; Dificuldades burocráticas; Dificuldades individuais de entendimento dos processos pelos profissionais de saúde e pelos pacientes; Falta de resolutividade no atendimento básico; Falta de profissionais qualificados e interessados; Salários inadequados e carga-horária excessiva; Baixo estímulo à qualificação.

Descentralização do atendimento; Atendimento básico resolutivo, com mais opções de atendimento e sistema de marcação de consultas mais eficaz; Salários mais justos e estímulo à qualificação; Redução da carga horária trabalhada; Criação de clínicas 24 horas para atendimento da demanda.

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Fonte:falemaissobreisso.com.br Revista Médico das Gerais

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Saiba Mais Sobre Isso

Práticas Integrativas e Complementares Considerando o indivíduo na sua dimensão global - sem perder de vista a sua singularidade, quando da explicação de seus processos de adoecimento e de saúde -, o Ministério da Saúde, em 03 de maio de 2006, publicou a portaria Nº 971 que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, contemplando as áreas de Homeopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia, Medicina Tradicional Chinesa/ Acupuntura, Medicina Antroposófica e Termalismo Social – Crenoterapia, promovendo a institucionalização destas no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa iniciativa foi resultado da crescente demanda da população brasileira, por meio das Conferências Nacionais de Saúde, das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) aos Estados-membros e da necessidade de normatização das experiências existentes no SUS. A PNPIC foi aprovada na 11a Conferência Nacional de Saúde. Em novembro de 2007, foi a vez de a Coordenação de Terapêuticas não Convencionais da Superintendência de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais iniciar seus trabalhos visando elaborar uma Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares, baseada nas diretrizes da PNPIC – Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, publicada pelo Ministério da Saúde no ano de 2006. Foram convidadas lideranças no âmbito das “Terapêuticas não Convencionais” para compor uma Comissão que trabalharia na sua elaboração e, ao longo de 2008, a Comissão constituída para a elaboração da Política propôs diretrizes e estratégias

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para implantação e implementação das Práticas Integrativas e Complementares no Estado de Minas Gerais, com a definição de seus aspectos inerentes, como a elaboração de protocolos técnicos, a articulação intersetorial e entre Municípios, educação permanente, assistência farmacêutica, índices indicadores para acompanhamento e definição de recursos orçamentários dentre outros. Após esses trabalhos, a Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares de Minas Gerais foi regulamentada pela Resolução da Secretaria Estadual de Saúde/MG Nº 1885 e pela Deliberação da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde/MG Nº 532 em 27 de maio de 2009. Em outubro de 2009, a Deliberação CIB-SUS/MG Nº 580 garantiu o incentivo financeiro à implantação da Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares de Minas Gerais, conforme pode ser visto em seu 1º artigo: Art. 1º - Fica 2013

aprovado o incentivo financeiro a municípios visando à implantação e implementação da Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares no Estado de Minas Gerais/PEPICMG nos termos do Anexo único desta Deliberação (...)”. Frente a essa realidade – os investimentos políticos, técnicos, jurídicos e financeiros por parte do Ministério da Saúde do Brasil e da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais na implantação e implementação das práticas integrativas e complementares junto aos serviços prestados pelo SUS –, a Revista Fale Mais Sobre Isso, a partir desta edição, dará início a uma série de artigos, entrevistas e discussões a respeito dessas práticas, procurando, sempre, esclarecer aos nossos leitores todos os detalhes dos assuntos que dizem respeito a sua saúde. E comecemos logo, com as perguntas e respostas que você pode encontrar na página ao lado!


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Medicina

Dr. Hamilton Camargo Rodrigues

CRM-MG 23813 | Médico Homeopata

Dr. Lister Vianei Borges

CRM-MG 9927 | Médico Homeopata

Dr. Rogério Ferreira Guimarães CRM-MG 47091 | Médico da Família e da Comunidade/Homeopata

O que são as Práticas Integrativas e Complementares implantadas e implementadas pelo Ministério da Saúde do Brasil e a Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais? São um conjunto de sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos que se apresentam como alternativa à medicina ocidental ou convencional. Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas abordagens abrangidas nesse campo são a visão ampliada do processo saúde-doença e a promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado. Visam assistência e a saúde do indivíduo, seja na prevenção, tratamento ou cura, considerando-o como mente / corpo / espírito e não um conjunto de partes isoladas. Seu objetivo, portanto, é diferente daqueles da assistência alopática, também conhecida como medicina ocidental, ou em que a cura da doença deve ocorrer através da intervenção direta no órgão ou parte doente. O uso das Pic´s tem contribuído como ganho em qualidade de vida de seus usuários. E, embora essas práticas estejam sendo aplicadas em diversas cidades do Brasil, isso ainda é feito de maneira não-uniforme, pois dizem respeito ao contexto local, envolvendo diversos fatores. As Pic´s tem sido cada vez mais utilizadas por vários países, o que colocou em evidência uma série de problemas relacionados à sua segurança, eficácia e qualidade.

Fale mais sobre as “Práticas Integrativas e Complementares”. As Pic´s ganharam relevância internacional a partir da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, ocorrida em Alma Ata (Cazaquistão) no ano de 1978. Contudo, não surgiram com esse nome. Eram conhecidas com o nome de Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa (MT/MCA) pela OMS. Com o tempo, o termo foi aprimorando e hoje é mundialmente conhecido por Práticas Integrativas e Complementares/Alternativas. No Brasil, o marco inicial das Pics foi a 8º Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 1986, ainda com o nome de Práticas Alternativas. Em 2000, na 11º Conferência Nacional de Saúde, recomenda-se incorporar à Atenção Básica as “práticas não convencionais de terapêutica como a Acupuntura e a Homeopatia". Finalmente, em 2006, por meio das portarias Ministeriais nº 971 e n º 1600, é oficializado a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares junto ao SUS.

E em Uberlândia? Uberlândia possui atendimento em Homeopatia e Acupuntura, pelo SUS, há mais ou menos uma década. Porém, possui importante demanda reprimida devido ao número reduzido de profissionais especializados. Neste ano, em fevereiro, foi aprovada pela Câmara de Vereadores a Política Municipal de Práticas Integrativas e Complementares (PMPIC). A Secretária Municipal de Saúde pretende criar um Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares para ampliar a oferta das Pics à população.

Qual é a importância da implantação e implementação dessas práticas no Sistema Único de Saúde (SUS) para a saúde pública brasileira? De relevante podemos citar: - Instituir de fato, junto ao SUS, uma política de promoção de saúde, uma vez que são racionalidades médicas centradas nos doentes, e não nas doenças, diminuindo a necessidade de tecnologias; - Redução dos custos para o SUS, através de uma redução da medicalização e do número de exames complementares; - Boa aceitação junto à população (leia um estudo; - Quando bem aplicadas, apresentam poucos efeitos colaterais.

“Serviços em Saúde”, dentro ou fora do SUS, pressupõem “profissionais da saúde”, como médicos, enfermeiros, dentistas, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, educadores físicos, terapeutas ocupacionais etc. Como estão as Instituições de Ensino Superior brasileiras em relação à preparação desses profissionais para o sucesso da implementação dessas práticas integrativas e complementares? É quase nulo. O que se sabe é que algumas Instituições de Ensino Superior, como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) possuem departamentos ligados a alguma Prática Integrativa e Complementar. Dentre as Universidades citadas, a que tem maior destaque é a Unifesp, que possui um Setor de Transdiciplinaridade aplicada à Saúde ligado ao Departamento de Saúde Coletiva e que é coordenado pelo Dr Fernando Bignardi (médico Homeopata). Sabe-se que a Homeopatia é oferecida na grade curricular do curso de medicina da USP, UFMS, e UniRio, e ainda como programa oficial de Residência Médica na UniRio. A Unicamp mantém um laboratório de práticas alternativas, complementares e integrativas (LAPACIS) que integra diversos departamentos da universidade. Aqui, em Uberlândia, a Universidade Federal já contou com uma cadeira optativa de Homeopatia, porém desde 2005 a cadeira está desativada. 2013

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Medicina

Gestão

Será que o seu cliente está (in)satisfeito? Só há uma maneira de saber a resposta: perguntando! A maioria dos profissionais de saúde acredita que os seus clientes estão satisfeitos com o seu atendimento e com todos os produtos que lhes oferece. Afinal de contas, dedicase, atualiza-se, e têm feito tudo para ser o melhor profissional de sua especialidade. Mas será isso suficiente? Infelizmente não, nem sempre é verdade. A satisfação deles baseia-se na percepção e na experiência que tiveram ao passar por sua clinica ou consultório. E vai muito além da experiência do seu produto e do seu atendimento. Mas como podemos medir a satisfação do seu cliente? Como conhecer o que ele quer? E, principalmente, como lidar com a insatisfação do cliente? O profissional de saúde, como prestador de serviço, está inserido num mercado aberto e de livre concorrência. Então para se diferenciar, deve procurar saber o que o seu cliente necessita. O que ele deseja. O que ele gosta e o que ele não gosta em seus serviços. Essas informações claras contribuem, em muito, na definição de como atender bem o seu cliente. É necessário ter em mãos um instrumento que indique se o caminho que vem trilhando está em conformidade com aquilo que o seu cliente espera. Se atende as suas expectativas. A forma ou “approach” desse procedimento, nesta ou naquela

questão o agrada ou o aborrece? Devo implementar mudanças? As mudanças melhoraram ou estava melhor antes? Precisa mudar o visual do consultório ou da clínica? O que o cliente / paciente valoriza mais: localização, segurança, conforto, acesso, atendimento, cordialidade, limpeza... Afinal, o que está “pegando”? Só há uma maneira de saber a resposta: é perguntando! A Pesquisa de Satisfação é um instrumento para coleta e aferição destas questões e pode ser realizada por diversos meios (entrevista pessoal, formulário, email etc). Deve ser formulado um questionário básico, acrescido de perguntas customizadas ao seu caso específico. Um ponto chave é estimular o seu cliente e participar dessa pesquisa, para, assim, lhe entregar as informações que deseja e necessita. Nesse levantamento, aproveite para pedir que ele lhe dê sugestões e indicações de coisas que voe pode fazer melhor. O mais importante, além de coletar as respostas, é analisar e transformar em informações úteis que norteiem suas ações de melhoria e de conquista ou fidelização de seus clientes. Mas esteja ciente que, ao fazer uma pesquisa de satisfação dos clientes, deve-se estar preparado para receber críticas e sugestões. Devemos, inclusive, dar oportunidade ao cliente de reclamar diretamente para nós e jamais para os outros, pois isto pode gerar um “boca a boca negativo” prejudicial à imagem do profissional. A pessoa que reclama acredita que você pode fazer alguma coisa com a informação que está lhe passando. Quando alguém reclama está dando a oportunidade de corrigir um problema para que não aconteça mais com o próprio reclamante ou com outros futuros clientes. A reclamação é um presente que o cliente lhe dá. Aproveite-o...

Fabíola Matos É Consultora de Gestão em Saúde com mais de 10 anos de experiência em administração/atendimento em Saúde | Mestre Educação pela UFU/MG | MBA em Marketing Estratégico pela UFU/MG (Fagen) MBA em Gestão em Saúde pela FGV/SP | MBA in Company em Gestão Empresarial pela FDC/BH.



Mais Saúde

Nutrição

Maioria opta por alimento saudável em restaurante por quilo Pessoas que utilizam restaurantes por quilo para realizar refeições fora de casa sabem quais alimentos são saudáveis e quais não são. A maioria escolhe o que coloca no prato segundo os critérios de saúde. O grande problema é aquilo que se come à noite, durante o jantar: geralmente alimentos com maior teor de gordura e calorias, como alimentos congelados ou de preparo mais rápido. Os dados são da pesquisa Nutrirse ou comer: diálogos e dilemas no cotidiano de clientes e de nutricionistas em restaurantes de refeição por peso, realizada pela nutricionista Odete Santelle, na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, sob a orientação do professor Fernando Lefevre. A pesquisadora entrevistou 60 clientes com o objetivo de saber quais fatores influenciavam a escolha dos alimentos que os clientes colocavam no prato. “O fator saúde foi apontado por 43% dos clientes, o fator sabor por 26% e o equilíbrio entre sabor e saúde, por 31%. Quem come errado sabe o que está fazendo”, aponta a pesquisadora.

clientes é por alimentos mais saudáveis. Os entrevistados disseram que os fatores limitadores que levam à escolha desse tipo de alimento para o jantar são a falta de tempo para cozinhar, a falta de habilidade culinária, pelo fato de os congelados serem mais práticos e de rápida preparação, e pela dificuldade em guardar a comida

Clientes

De acordo com Odete, os entrevistados apontaram como exemplos de alimentos ligados à saúde: as folhas verdes, os legumes, os grelhados e o arroz integral. Já um alimento associado com sabor foi a batata frita. Ao serem questionados sobre o que mudariam na alimentação, a maioria dos entrevistados disse que seria aquilo que comem durante o jantar, principalmente alimentos como fast-food, frituras, croissants, pizza, pão de queijo, etc. Portanto, o grande problema é o jantar, devido ao consumo de alimentos congelados, comida pronta ou de preparo mais rápido, geralmente mais calóricos e com maior teor de gordura. No almoço, nos restaurantes por quilo, a opção dos

saúde, os entrevistados disseram comer menos pães, massas e doces à noite.

Nutricionistas

A pesquisadora também entrevistou as nutricionistas que atuavam nos restaurantes. Odete relata que essas profissionais vivenciam uma situação em que precisam equilibrar o compromisso ético profissional com as metas de vendas. Então, essas profissionais buscam oferecer arroz branco e o integral, frutas e doces nas sobremesas, sucos naturais e refrigerantes como bebidas, e os clientes decidem o que escolher. “Oferecer apenas alimentos saudáveis não é possível. Mas as nutricionistas sabem que a demanda por arroz integral é menor, então fazem de um modo para que não haja desperdício de alimentos”, conta. Outra estratégia relatada pelas profissionais é diminuir a quantidade de sal e gordura utilizada na preparação dos alimentos.

Alternativa

fresca (não poder armazenar na geladeira por muito tempo). “As pessoas que moram em grandes cidades, como São Paulo, saem do trabalho e muitas vão para cursos e nem sempre conseguem chegar em casa em tempo hábil para prepararem uma refeição saudável”, diz. Quando questionados sobre o que mudariam na alimentação, pensando na

Odete acredita que as pessoas não comem errado por opção, mas por uma série de dificuldades que atrapalham a adoção de uma rotina alimentar mais saudável. “Por isso, o profissional de nutrição deve entender o dia a dia dos clientes a fim de identificar quais as dificuldades da pessoa. E, a partir disso, fazer uma proposta de educação e saúde alimentar que seja adequada a cada realidade.” Já nos restaurantes, uma alternativa seria o oferecimento de um “cantinho saudável”, sem que isso afete as finanças do restaurantes. Fonte: Agência USP de Notícias

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Nutrição

Mais Saúde

Dieta desintoxicante

Patrícia Dias

Nutricionista - CRN 13400 Oligoflora - Studio do bem-estar e estética Estudos têm demonstrado que uma dieta desintoxicante reduz os riscos das principais doenças humanas. Fatores externos como má alimentação, sedentarismo, excesso de medicamentos, cigarro, estresse do dia a dia, exposição a radiação, poluição, entre outros; fazem com que nosso organismo seja bombardeado por resíduos tóxicos ou mais conhecidos como radicais livres. Os danos oxidativos induzidos nas células e tecidos pelo excesso de radicais livres presentes no corpo, têm sido relacionados com a etiologia de vários sintomas tais como, sensação constante de cansaço tanto físico quanto mental, retardamento metabólico, déficit de memória e concentração, oscilações de humor, dores de cabeça constantes, alergias, envelhecimento precoce, enfraquecimento das defesas imunológicas

deixando o indivíduo mais propenso a infecções e o aparecimento de doenças degenerativas como cardiopatias e câncer. A dieta detox ou desintoxicante é rica em agentes antioxidantes que são responsáveis pela inibição e redução das lesões causadas pelos radicais livres nas células. Durante o período de desintoxicação do organismo, é orientado restringir alguns alimentos que contêm compostos oxidantes como, alimentos industrializados, embutidos, açúcares, gorduras, leite e derivados, carne vermelha e bebida alcoólica. Por outro lado, o consumo de alimentos ricos em propriedades antioxidantes é exaltado, tais como verduras, legumes, frutas e sucos de frutas (principalmente cítricas e vermelhas), chás desintoxicantes (dente de leão, carqueja, salsaparrilha, boldo chile, cavalinha, bardana), chás

diuréticos (chá verde, hibiscos, cavalinha, dente de leão, quebra pedra), fibras (cereais integrais, legumes e verduras crus), além do aumento no consumo de água e líquidos em geral. Vitaminas A, C e E, minerais como zinco, selênio e cobre, carotenóides, flavonóides, catequinas, clorofilina, taninos, dentre outros, são considerados excelentes antioxidantes, capazes de combater os radicais livres com grande eficiência e devolver ao indivíduo uma melhor saúde e qualidade de vida. Assim, a desintoxicação melhora a capacidade de utilização do oxigênio presente no corpo, acelera o combate aos radicais livres, estimula a renovação celular, inibe os principais mecanismos de envelhecimento e reequilibra o metabolismo.


Vamos substituir alimentos refinados por integrais?

Dicas de

Mãe

O Valor calórico é praticamente igual, mas os integrais são mais nutritivos, evitam doenças e auxiliam muito no emagrecimento.

Mas o que são alimentos integrais? Vamos entender melhor esse assunto. São, basicamente, cereais e grãos (por exemplo: arroz, trigo e aveia (e seus derivados farelo, farinha, pão, macarrão) que não passaram por nenhum processo de refinação. Por isso, conservam todos seus valores nutricionais originais, incluindo cascas e películas protetoras (onde se encontra grande concentração de fibras). Com isso, não são descartadas partes ricas em nutrientes. A importância do consumo de alimentos integrais tem sido incentivada devido aos benefícios nutricionais que apresentam. Substituir os alimentos

refinados pelos equivalentes integrais é um hábito importante para uma nutrição saudável e balanceada, pois possibilita melhor aproveitamento dos nutrientes que são preservados quando o processo de refino não é aplicado. Como vimos, com o aumento do consumo de produtos integrais, ingerimos, conseguintemente, mais fibras. Cada vez mais os estudos comprovam o efeito da fibra em programas de emagrecimento e manutenção do peso. Elas cumprem três papeis importantes em nosso organismo. 1° Regulam a assimilação de gorduras e açucares da nossa alimentação,

absorvendo partículas de gordura e colesterol presentes no nosso sangue. 2° Efeito de saciedade. Quando ingerimos algum alimento rico em fibras, essas fibras, no estomago, incham como esponjas e nos dão uma sensação de saciedade por mais tempo. 3° Ajudam a formar o bolo fecal, evitando constipação e auxiliando na desintoxicação do organismo. Diversos alimentos do dia a dia podem ser substituídos, como o arroz, a farinha de trigo, o pão, o macarrão, além de outras opções para acrescentar, como aveia, farelo de trigo, quinoa etc.


Biomedicina

Mais Saúde

Do laboratório de Biologia Molecular à prática médica Natália Castejón Savordelli

Pesquisadora Científica - Departamento de Genética, Ecologia e Patologia Geral. Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM. n_csavordelli@hotmail.com

O Valor calórico é praticamente igual, mas os integrais são mais nutritivos, evitam doenças e auxiliam muito no emagrecimento. A Biologia Molecular fornece ferramentas que permitem isolar genes específicos que controlam diferentes fatores de expressão e interações dos sistemas celulares. A identificação e caracterização de genes possibilitou aos geneticistas e epidemiologistas aprofundarem seus estudos nos mecanismos moleculares que influenciam a variação da distribuição de doenças nas famílias e nas populações. Atualmente as técnicas de Biologia Molecular ocupam um espaço de destaque nos exames laboratoriais. As novas tecnologias da Biologia Molecular permitem a obtenção de resultados mais precisos e rápidos do que os que tínhamos há alguns anos. Atualmente, é possível não apenas identificar precocemente determinadas doenças, mas também detectar indivíduos suscetíveis e, ainda, avaliar no organismo a exposição a fatores ambientais ligados ao estilo de vida e decorrentes de exposições nos locais de trabalho ou no ambiente geral, demonstrando a relação dessas Fonte:Agência USP de Notícias

influências sobre os indivíduos com risco de desenvolver determinadas doenças. Na medida em que aumenta a expectativa de vida da população há uma redução de mortalidade por doenças transmissíveis e aumento da mortalidade por diferentes formas de câncer, terceira causa de morte no país, causadas predominantemente por cânceres do sistema respiratório, estômago, mama, próstata e colo-retal (Instituto Nacional do Câncer). Apesar do crescente número de doenças por cânceres diversos, esse grupo não tem sido acompanhado de aumento proporcional de investimentos em pesquisas, embora tenha ocorrido um sensível progresso nos últimos anos. O aumento de artigos e projetos de pesquisa na área de oncologia, além de projetos que tratam dos aspectos básicos, moleculares ou de aplicação de conhecimentos básicos à área médica, demonstram um esforço recente dos pesquisadores no país. Instituições de fomento à pesquisa, como FAPEMIG, FAPESP, CNPq, dentre outras, 2013

representam um exemplo de associação da pesquisa científica e clínica médica. A consolidação da pesquisa em biologia molecular aplicada à clínica médica é indispensável para que a prática médica no país se mantenha atualizada e competitiva, e para permitir interações com o setor produtivo e implantação de um parque biotecnológico nacional. Por isso, cada vez mais estudantes e Institutos se empenham em gerar conhecimentos e técnicas genuinamente nacionais e desenvolver novas abordagens terapêuticas com base nos conhecimentos de biologia celular e molecular, permitindo avaliar causa da doença, em nível molecular, ou seja, identificar o agente causador (vírus, bactéria, parasita, mutação genética), monitorar a evolução da patologia e o “comportamento” de seu agente causador (por exemplo, evolução da carga viral numa doença infecciosa) e até mesmo desenvolver novas técnicas de forma rápida e direcionada às necessidades emergentes. 9a edição

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Mais Saúde

Educação Física

Musculação para Terceira Idade

Nesta edição, a Revista Fale Mais Sobre Isso trouxe uma valorosa contribuição da Cardiologia a respeito da importância dos exercícios físicos para as pessoas que chegaram na terceira idade (pág. 08). Nós, da Personal Life, queremos colaborar com esse debate e apresentar aos leitores da Revista a nossa contribuição para uma vida mais saudável nessa riquíssima fase em que cada vez mais brasileiros estão chegando. Quais são os principais benefícios da musculação para terceira idade? A musculação esta relacionada diretamente com a saúde do idoso, é uma forma de prevenção e controle de doenças degenerativas associadas ao envelhecimento, osteopenia (perda de massa óssea), sarcopenia (perda de massa muscular) e osteoporose (fragilidade dos ossos). Todos esses fatores levam à redução da capacidade de produzir força e desequilíbrio muscular, provocando quedas mesmo em tarefas simples do cotidiano. Desta forma, diminuindo aos poucos a autonomia funcional da pessoa. Os exercícios também contribuem para o controle da pressão arterial, diabetes mellitos, doenças cardiopatas e depressão, doenças crônicas muito comuns na pessoa idosa.

Como nossa sociedade contribui para o fato de muitos idosos não procurarem fazer exercícios físicos?

Há muitos fatores que se tornam uma barreira impedindo o idoso de procurar uma academia. Alguns estão relacionadas ao pensamento individual, muitos acreditam que não podem realizar atividades físicas por apresentarem determinadas patologias ou ainda por limitações normais do processo de envelhecimento. Outrora por um sentimento de intimidação e baixa auto-confiança. Também existem barreiras externas como a falta de estimulo pela família, falta de companhia, distância do local para a prática e principalmente a falta de estrutura e suporte ineficiente.

Os exercícios são os mesmos para qualquer pessoa ? Qual a diferença? Praticamente o programa de exercícios administrados na musculação para os idosos não variam muito em termos de aparelhos e execução. Deve ser garantido a individualidade biológica de cada aluno adaptando o treino e de acordo com o objetivo e necessidades especiais. O treinamento deve ser especifico para a fisiologia do idoso tanto nos exercícios resistidos, cardiovasculares e treinamento funcional.

Como trabalha a Personal Life? Personal life é um studio voltado para a prática de atividade fisica por parte do idoso. Todo cliente apto passa por uma avaliação onde analisamos o histórico do aluno e recomendações médicas. Assim conseguimos montar o melhor programa de exercícios especificos e individualizados promovendo saúde e bem estar a curto prazo.

Excelência em atendimento para melhor idade. 34 3238.7080 - 9962.2941

Fortalecimento muscular; Condicionamento físico; Atendimento personalizado; Avaliação física; Prevenção e controle das principais patologias do idoso; Treinamento específico para fisiologia do idoso.

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Fisioterapia

A importância da pesquisa na Fisioterapia

POR

Mais Saúde

Dayana Pousa Siqueira Abrahão

Fisioterapeuta CREFITO – 166732F | Especialista em Fisioterapia Cardiovascular - UNIFRAN Mestre em Ciências Médicas pela FMRP-USP | Doutoranda em Ciências Médicas pela FMRP-USP Professora, Coordenadora do Curso de Fisioterapia da FACTHUS | Uberaba/MG. dpsiqueira@facthus.edu.br

O mercado de trabalho está cada dia mais aberto a interações, comunicações e diálogos exigindo novas práticas e a oferta de instrumentos capazes de eliminar as barreiras do desconhecido, possibilitando a aceleração das transferências de novas tecnologias e o estabelecimento de meios de comunicação que conduzem os Fisioterapeutas para o futuro. Um meio extremamente eficaz e capaz de facilitar o acesso ao conhecimento do futuro é a pesquisa científica. Durante muito tempo, os Fisioterapeutas atuaram com base nas informações provenientes de livros de reabilitação produzidos em outros países, onde a característica mais marcante eram os protocolos preestabelecidos, que dispensavam a necessidade de pensar para a tomada de decisões, tornando um profissional de nível superior subutilizado, sendo apenas um mero reprodutor de técnicas. Felizmente, essa tendência sofreu grandes mudanças e hoje a prática clínica é necessariamente alicerçada em pesquisa científica, que tem evoluído muito nos últimos anos e já colhemos os frutos dos resultados de pesquisas brilhantes na área de forma que os estudos além de possibilitar a atualização profissional, são ricas fontes para o aprendizado. Em contradição ao dispendioso trabalho exigido anteriormente, de

buscas extenuantes em bibliotecas não integradas, distribuídas nas várias regiões do país e do mundo, hoje os meios eletrônicos organizam as informações e facilitam o acesso à informação desejada por meio de bases de dados como Cochrane Library, MEDLINE, LILACS, SciELO, PubMed, etc. De qualquer forma, o Fisioterapeuta precisa ter preparo para julgar as evidências que vier a encontrar. Cada vez mais os Fisioterapeutas se interessam por pesquisa e seus resultados. A prática fisioterapêutica baseada em evidências é uma realidade e ganha cada vez mais adesão; tornouse rotina o Fisioterapeuta fundamentar sua intervenção em pesquisas anteriores ou em revisões sistemáticas, o que torna o Fisioterapeuta um profissional com atuação consistente, adotando métodos e técnicas comprovadas cientificamente, trazendo resultados satisfatórios para seus pacientes. A pesquisa científica exposta aos Fisioterapeutas através dos periódicos estimula a reflexão, provoca alterações no comportamento e nas atitudes do exercício profissional, além de contribuir para a concretização e difusão do que há de mais atual dentro da atuação profissional. Não é necessário que todos os Fisioterapeutas sejam produtores de conhecimento, ou seja, pesquisadores, mas é obrigatório que todos eles sejam

leitores assíduos dos resultados de pesquisas científicas, que irão contribuir para o bom exercício da Fisioterapia. A pesquisa científica em Fisioterapia aborda a prática Fisioterapêutica em ambientes diversos abrangendo desde as complexidades ambulatoriais até as hospitalares, tornando os profissionais mais atualizados e inseridos no que há de mais novo e adequado dentro da sua área de atuação. Além de atualizar os conhecimentos em áreas já conhecidas, a pesquisa científica também apresenta a atuação Fisioterapêutica em segmentos pouco explorados pelos profissionais. Assim, os periódicos fornecem acesso ao conhecimento de forma direta, pois é nessa interação possibilitada pela pesquisa científica que a atuação profissional se torna concreta, fazendo da teoria e da prática um todo articulado. A pesquisa científica informa e mantem no mercado profissionais com elevado nível de excelência, com capacidade crítica, criativa e humanizada, preparados para oferecer à comunidade atenção à saúde de ponta. A partir dos resultados e conclusões publicadas transferem-se conhecimentos, renovam-se práticas e condutas são transformadas. Há de se ter a convicção que esta transformação é preceito fundamental para a nutrição da dinâmica renovadora da nossa área.

Psicologia Clínica

Orientação Vocacional Profissional R. Quintino Bocaiúva, 886 | Centro CEP: 38400-104 | Uberlândia/MG carolinacherulli@ymail.com 34 9102.0010 | 34 3224.7344


Saúde Mental

Adolescência Prolongada

O término da adolescência: momento desejado, temido e muitas vezes prolongado POR

Léia Souza Alves de Araújo

Psicóloga, Psicanalista. Especialista em Clínica Psicanalítica e Mestre em Educação pela UFU. Atuação clínica em Uberlândia. | Tel. (34) 3216.3965 (34) 9136.1561

A trajetória do adolescente até sua integração no mundo dos adultos varia conforme a sociedade em que ele vive e, quanto mais complexa esta realidade, mais serão esses pré-requisitos. O fenômeno da adolescência prolongada tem sido discutido sob diferentes óticas e por muitos autores na atualidade. E um dos aspectos ressaltados é que a adolescência está começando cada vez mais cedo e terminando cada vez mais tarde, principalmente nos setores urbanos da classe média. As reflexões contidas neste artigo surgiram a partir do atendimento psicológico a estudantes universitários*, e neste contexto foi percebido que tem havido o ingresso de pessoas cada vez mais jovens. Em muitos casos, durante esse percurso, tem havido o prolongamento da vida acadêmica, processo denominado Retenção, que é devido a reprovações, trancamentos de matrícula. A extensão do tempo para conclusão dos cursos advém de dificuldades que podem estar relacionadas a aspectos cognitivos, afetivos e interpessoais; dificuldades socioeconômicas e aspectos ligados ao contexto educacional, dentre outros aspectos. Muitas vezes, os universitários apresentam ainda, dificuldades características da fase da Adolescência, mostrando-se muito frágeis, dependentes, inseguros e imaturos, condições que geram reflexos negativos em suas vidas acadêmicas, adiando assim o projeto de se formarem num curso superior. A adolescência é um período conturbado que inclui modificações, tanto no âmbito corporal, quanto no psicológico e social e é um momento de transição do mundo infantil para o mundo dos adultos. A organização Mundial de Saúde estabelece que a adolescência é constituída de duas fases: a primeira, dos 10 aos 16 anos, e a segunda, dos 16 aos 20 anos. O Estatuto da Criança e do Adolescente, do Brasil considera para efeitos da Lei que os adolescentes estariam na faixa etária dos 13 aos 18, podendo-se estender, excepcionalmente, até os 21 anos. Porém, sabe-se que esta divisão é arbitrária e, muitas vezes a adolescência se prolonga, porque é necessário pensar, não apenas em idade cronológica, mas em uma POR somatória de condições. Este período se faz mediante aquisições, gratificações, conquistas, mas, também, com certa dose de sofrimento e tristeza pelo jovem ter que deixar alguns privilégios da infância.

Segundo Outeiral, (1994) “A palavra “Adolescência” tem uma dupla origem etimológica. Vem do latim ad (a, para) e olescer (crescer), significando a condição ou processo de crescimento. No entanto, também deriva de adolescer, origem da palavra adoecer. A trajetória do adolescente até sua integração no mundo dos adultos varia conforme a sociedade em que ele vive e, quanto mais complexa esta realidade, mais serão esses pré-requisitos. As transformações sociais, culturais, econômicas, as exigências do mercado de trabalho, as crises de valores, contribuem significativamente para que a adolescência, que já é naturalmente conturbada, se complique ainda mais. Segundo Outeiral (1994), o término da adolescência, está relacionado a condição do jovem conseguir estabelecer uma identidade estável; aceitar sua sexualidade e se ajustar gradativamente no papel sexual adulto; tornarse independente dos pais e fazer a escolha de uma carreira ou encontrar uma vocação. Segundo Levisky, (1998) em nossa sociedade, os critérios que definem a inserção do indivíduo na sociedade adulta são: “maturidade, independência, auto-determinação, responsabilidade, atividade sexual efetivamente adulta, aspecto ligado à possibilidade de procriação e a condições socioeconômicas para estabelecer uma família”. Assim, o processo de identificação do adolescente implica a busca de uma identidade adulta que se caracteriza pelo desejo de conquistar a sua emancipação nos níveis: sexual, psicológico e social. De acordo com este autor, há situações em nossa sociedade, nas quais se pode constatar um prolongamento do processo de transição e alguns indivíduos até podem ser chamados de “adolescentes profissionais”, que são indivíduos cronologicamente adultos, mas cujo processo adolescente se estende no tempo, mantendo-os num estado de dependência afetiva e POR econômica.

Leonardo Abrahão

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9a edição

2013

Hérika Mota

Outros adolescentes, basicamente os de baixa condição socioeconômica são precocemente jogados no mundo dos adultos, tendo que se adaptar a esta


realidade, sem que tenham tido tempo para a elaboração de seus conflitos, sem o tempo suficiente para errar, reformular, questionar, duvidar e experimentar, que é próprio da adolescência. Eles têm que assumir um nível de autonomia e responsabilidade, às vezes, muito acima do que se sentem capazes, porque a preocupação com a sobrevivência deles e da família passa a ser preponderante. Em relação aos estudantes universitários, muitos fatores têm contribuído para o prolongamento da adolescência na contemporaneidade, dentre eles, os requisitos e habilidades indicados como fundamentais para a formação profissional e inserção no mercado de trabalho. Esta realidade mostra a exigência de um perfil profissional altamente idealizado, que inclui não só os aspectos técnicos, mas também, sociais, éticos, comunicativos, culturais, emocionais. Câmara e Cruz (2005), no artigo “Adolescência prolongada: o tempo que não se quer deixar passar” ressalta que muitas vezes o que leva os jovens a procurarem ajuda terapêutica são as frustrações narcísicas devido a desapontamentos ou fracassos na educação, vocação, atividades sociais, ou nos fracassos amorosos. Marano (2005), em artigo traduzido e publicado na Folha de São Paulo, com o título “De olhos bem fechados”, enfoca a questão da superproteção na infância apontando para as dificuldades que vão surgindo para as crianças, em decorrência dessas atitudes. Assinala, que essas crianças podem se tornar pessoas inseguras,

ansiosas, com medo de enfrentar os riscos da vida, fugindo do contato social, tímidas e retraídas, sendo instigadas pelos pais a obterem sucesso o tempo todo, e tendo que ingressar cada vez mais cedo em um mundo estressante e competitivo. Afirma ainda, que a faculdade parece ser o lugar onde o fator fragilidade está causando mais impacto. É onde os caminhos intelectuais e de desenvolvimento convergem, ao mesmo tempo em que as “rodinhas auxiliares” emocionais são retiradas, sendo crescente o aumento do sofrimento psicológico em universitários, os quais apresentam muita ansiedade, depressão, consumo excessivo de álcool e abuso de drogas. Quando uma pessoa ingressa em um curso superior, escolhendo uma profissão, espera-se que ela gradativamente vá assumindo posições mais adultas, tornando-se mais independente. Mas é, muitas vezes, neste momento, que pode surgir para estes jovens, algo de muito íntimo que revelará a si mesmo, sua própria história. A intenção deste artigo foi ressaltar que os “atropelos” no percurso da vida acadêmica podem ser o ponto de partida para se pensar, também, a vida emocional do estudante. Estar “formado”, com toda amplitude que o termo comporta, apto a ingressar no mercado de trabalho, autorizado não apenas pelo diploma conquistado, mas por sua capacidade; sustentarse, não apenas financeiramente, mas sustentar seus desejos é realmente algo que merece consideração e cuidados, para aquém e além da adolescência.

* O referido serviço é oferecido pelo Setor de Apoio e Orientação Psicopedagógica/SEAPS, da Divisão de Assistência ao Estudante/DIASE, da Universidade Federal de Uberlândia/UFU.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABERASTURY, A. e NOBEL, M. Adolescência normal. Porto Alegre:Artes Médicas, 1981. CÂMARA, M.M. e CRUZ, A.R. Adolescência prolongada: o tempo que não se quer deixar passar. Disponível em: http://www.educaremrevista. ufpr.br/arquivos_15/camara_cruz.pdf acesso em 02/03/05. LEVISKY, D. L. Adolescência: Reflexões Psicanalíticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998. OUTEIRAL, J. O Adolescer: Estudos sobre Adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.


Publi-editorial

Saúde Mental

Ações pedagógicas em prol da saúde mental e da qualidade de vida POR

Simone Vieira de Melo Shimamoto Gestora Pedagógica – Supera Uberlândia

No contexto contemporâneo, em função da globalização e do crescimento tecnológico, novas configurações sociais, educacionais e culturais têm se constituído. Este movimento permite que as pessoas, cada vez mais, se reorganizem ao lidarem com informações excessivas e diversificadas. Apesar das conquistas advindas desse processo, a vida estressante e sobrecarregada tem sido aspecto preocupante. Os estudos atuais sobre saúde mental, sobretudo da neurociência, pelas pesquisas da neuroplasticidade, têm subsidiado novas reflexões em relação à capacidade do ser humano aprender, construir conexões neuronais, interagir qualitativamente com seu meio físico e social, repensando ações para qualidade de vida. Neste aspecto, neurociência e educação estão cada vez mais conexas. O cérebro, órgão repleto de possibilidades e transformações, está constantemente em movimento. Por sua incrível capacidade de se transformar, necessita ser exercitado, oxigenando ações neurais e assegurando eficiência e qualidade cerebral por meio de novidade, variedade e desafios constantes e crescentes. A rotina direciona nossas

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Rua Felisberto Carrejo, 1270 | Fundinho Uberlândia/MG

ações ao “piloto automático” e isso tende a nos acomodar. Obviamente que algumas ações são automatizadas para subsidiar novas possibilidades. Entretanto, nosso movimento frente ao dia-a-dia deve ser ativo e não passivo. Ações pedagógicas, bem planejadas e sistematizadas, são ferramentas imprescindíveis ao aprimoramento e estimulação do cérebro, aproveitando sua plasticidade em favor da saúde mental e da qualidade de vida. Neste sentido, possibilitam às pessoas superarem os desafios postos, liberando dopamina – neurotransmissor que, associado à zona de prazer do cérebro, promove bem estar. Entretanto, é importante frisar que, para que a dopamina seja liberada, os desafios não devem estar aquém, nem além das possibilidades do sujeito. Se aquém, nada há para ser aprendido, portanto, não há esforço e nem prazer pela conquista; o conhecimento está posto. Se além, pode trazer desconforto e desânimo pela insegurança ou a “certeza” de não ser capaz. Em ambos os casos, o cérebro “lê” que não vale a pena, e desiste. Com a ativação de redes neuronais pouco utilizadas ou há muito não

utilizadas, aumentamos a flexibilidade e a qualidade de nossas conexões neurais, o que desencadeia maior qualidade de vida e diferenciais nas estratégias e decisões necessárias nos enfrentamentos cotidianos. Pensar em saúde mental é investir em nós mesmos. É trabalhar com concepções de prevenção e mudar nossas ações diárias. Estudos têm comprovado que os pilares de sustentação de uma vida saudável ampliaram. Alimentação saudável, atividade física, sono de qualidade e ginástica cerebral são elementos imprescindíveis aos sujeitos, se o que se pretende é aprimorar nossos saberes em relação a nós mesmos e ao meio – físico e social – do qual fazemos parte. Quanto mais soubermos a importância de cada uma dessas ações, maiores serão nossos cuidados em relação às mesmas. Somos convidados a cuidar de nossa saúde mental. Aceitemos o convite. Coloquemonos na agenda do dia. Foquemos em nossas potencialidades para, aprimorandoas, prepararmo-nos para superar nossas fragilidades e, evitando possíveis perdas, experienciarmos uma vida saudável e com qualidade diferenciada.

Curso moderno e dinâmico que desenvolve habilidades e múltiplas inteligências potencializando o desempenho escolar, profissional e pessoal.


A Integrare é uma Terapia Clínica Psicológica Completa. Cognitivo

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A Integrare é uma Clínica de Psicologia especializada na moderna Terapia CognitivoComportamental (TCC). A TCC é indicada para Atendimento de crianças, adolescentes e adultos. crianças, adolescentes e adultos, na modalidade individual em grupo. Possui como principais Programae Universitário características o tempo curto de duração e Curso de Formação em TCC a eficácia comprovada através de estudos e (para estudantes de Psicologia e Psicólogos) pesquisas. Os profissionais da Integrare, através Combatendo o Estresse em clientes dePrograma um trabalho cooperativo com seus Concursos ae prevenção Provas consideram de doenças e a Programa de Orientação de Pais para uma vida promoção de saúde primordiais saudável, equilibrada Supervisão Clínica e satisfatória. Tratamento do Tabagismo e da Obesidade Programa Universitário Curso de Formação em TCC (para estudantes de Psicologia e Psicólogos) Psicólogos(as) Programa Combatendo o Estresse em Cíntia Marques Alves - CRP 25718/04 Concursos e Provas Elson Kagimura - CRP 22769/04 Programa de Orientação de Pais Fernanda Blascovi - CRP 35626/04 Supervisão Clínica Pablo Fernando Souza Martins - CRP 22766/04 Tratamento do Tabagismo e da Obesidade

www.integraretcc.com.br || integraretcc@yahoo.com www.integraretcc.com.br integraretcc@yahoo.com 343234.7130 3234.7130||3084.6467 3084.6467 || Rua Hortêncio de 34 de Moraes, Moraes,1559 1559| |B.B.Cazeca Cazeca| |Uberlândia/MG Uberlândia/MG


O caminho é a descoberta A escola é um dos principais espaços em que ocorre a socialização e o desenvolvimento moral de uma pessoa. Com certeza, depois da família, a escola é a mais importante instituição social responsável pela formação dos indivíduos, contribuindo, inexoravelmente, para o desenvolvimento das suas características psicológicas. Todos nós que passamos pelas escolas, sabemos do peso que os anos escolares possuem em nossas vidas, tanto no que temos de melhor, quanto no que temos de discutível. Sem sombra de dúvidas, na raiz da nossa constituição psicossocial encontramos as escolas pelas quais passamos e as experiências que nelas vivemos – para o bem ou para o mal, conscientes, ou não, que delas sejamos. Por isso, não há exagero em se afirmar que ninguém passa imune por uma escola: professores, colegas de sala, dias de prova, brincadeiras no recreio, notas bimestrais, reunião de pais, conselhos de classe, horários culturais, excursões escolares, mudanças de turma, colegas novatos, panelinhas fechadas e uma infinidade de fenômenos escolares que ocorrem paralelamente aos fenômenos psíquico-orgânicos típicos da infância e da adolescência, fazem com que a escola seja muito mais do que, apenas, um ambiente de ensino e aprendizagem. Sonhos, expectativas, ilusões, romances, violências, desejos, traumas, esperanças e frustrações permeiam a dimensão escolar, as suas relações, os seus processos, procedimentos e objetivos. Tudo isso, obviamente, faz da dimensão escolar uma dimensão carregada de conteúdos, sentidos e significados psico-lógicos, demandando, para a saúde e harmonia de todos que a constituem, a presença de profissionais atentos a essas questões. Tal presença não seria um luxo. Seria atenção, cuidado e responsabilidade com a condição humana - exatamente o que nós, da Fale Mais Sobre Isso, vimos na filosofia de ensino e na metodologia de trabalho da Escola Navegantes.

1. Quais critérios para os pais escolherem a escola para seus filhos? Escolher a escola para o filho é sempre um momento de ansiedades e expectativas. Primeiramente é importante que os pais reflitam acerca do que consideram primordial para a formação e bem estar de seu filho. Assim terão condições de avaliar melhor as escolas que irão visitar. Na Educação Infantil é necessário observar se o ambiente é agradável e convidativo para todos. A acolhida e o afeto que os educadores dirigem às crianças e suas famílias também é imprescindível, pois o afeto favorece a formação de vínculos e consequentemente a aprendizagem e a segurança que a criança sentirá no ambiente. Outro ponto que merece aten-

ção são os cuidados oferecidos às crianças, os quais favorecem seu bem estar. Os espaços são entendidos por nós como estimuladores do desenvolvimento, pois à medida que as crianças interagem com estes ambientes elas experimentam movimentos, texturas, criam e pensam sobre suas hipóteses. A estrutura física deve estar adequada à faixa etária atendida, é preciso estar atento aos espaços externos, aos ambientes destinados ao sono, à alimentação e à higiene. As salas de aula devem ser acolhedoras, contendo recursos que favoreçam a aprendizagem e que promovam a interação. A proposta pedagógica também é relevante de ser considerada na escolha. Acreditamos em um fazer pedagógico que promova o desenvolvimento integral das crianças considerando

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suas singularidades, potencialidades e o seu contexto. Para isto é necessário que os profissionais tenham formação adequada e que sejam instigados a ser críticos e reflexivos em relação a sua própria prática. Nós da Escola Navegantes entendemos que a relação família-escola é de suma importância para o processo de escolarização. A parceria se consolida a medida que os pais se sentem bem acolhidos e convidados a participar da vida escolar dos filhos.

2. Fale mais sobre a proposta pedagógica da Escola: A proposta pedagógica da Escola Navegantes enfoca o currículo centrado na criança. Temos como referencial teórico o Sócio-interacionismo, que tem como idealizador Lev Vygotsky, referencia em educação. Baseamonos no princípio de que por meio das trocas estabelecidas com o meio social, a criança começa a dar significado às suas ações. A medida que a criança atribui o sentido à própria aprendizagem o caminho que ela

traça é muito singular, cada criança aprende do seu jeito, considerandose então a riqueza da diversidade. A proposta é realizar um trabalho que intensifique o papel sócio cultural que as crianças e suas respectivas famílias ocupam na sociedade. Assim se faz a Educação Infantil pela qual trabalhamos e acreditamos, buscando valorizar os processos cognitivos, criativos, afetivos e sociais da criança. Objetiva-se oferecer variadas possibilidades e experiências ricas de transformação e aprendizagem para que, em sua singularidade cada criança, possa desenvolver suas diversas potencialidades, linguagens e saberes. Optar por essa proposta é optar por um olhar que valoriza a infância, que visa sobretudo uma formação de sujeitos críticos, criativos, autônomos e ativos na construção de seu conhecimento.

3. Qual a filosofia de ensino adotada pela escola e como se faz o alinhamento entre esta e a proposta pedagógica? A filosofia da Escola está pautada na

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valorização da infância. Os diferentes sujeitos envolvidos no processo tem voz ativa, contribuindo para um rico processo de ensino aprendizagem, em que todos aprendem e todos ensinam. Sendo assim as crianças também podem opinar e optar sem, obrigatoriamente, depender somente das escolhas dos adultos, tornandose então protagonistas do processo e não apenas meros expectadores ou executores de tarefas. Não nos preocupamos apenas com a transmissão de saberes, mas com a formação e promoção dos valores humanos, realizando esse trabalho em um ambiente que propicia encontro, acolhimento e partilha. Os espaços da escola são transformados em locais de humanização e sensibilidade e para tanto, as artes e as manifestações culturais transformam-se em possibilidades de expressão dos sujeitos. Contamos com uma equipe de profissionais engajados em realmente fazer valer a voz das crianças, valorizar suas obras e envolver a comunidade em seu projeto político pedagógico.

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As funções da rpg e do pilates. Terapias são importantes para ampliar força e corrigir posturas. Quando falamos de reeducação postural global (RPG) e Pilates, é importante ressaltar que os resultados dessas terapias dependem de alguns fatores, na verdade, de um tripé: o corpo que recebe o tratamento, o profissional que aplica e o ambiente que envolve esse processo. Músculo forte, alongado e postura correta levam a pessoa a ter articulações mais saudáveis, melhor capacidade respiratória e mais tolerância ao stress. Esses são alguns dos benefícios que o RPG, o pilates e a reeducação do movimento podem proporcionar a sua saúde.

alongamos os músculos da estática e fortalecemos os dinâmicos. Assim, o corpo, que é um conjunto de cadeias musculares, alcança seu equilíbrio. Quando o paciente já esta quase sem dor e conquistou sua consciência corporal em nossa clinica,começamos a aliar a RPG aos exercícios do Pilates Clínico, que também trabalham a postura, alongando e fortalecendo, de maneira ainda mais dinâmica.

A RPG é utilizada para corrigir a postura, aliviar a dor e combater as degenerações. Também é empregada para prevenção e tratamento de patologias agudas ou crônicas do sistemas musculoesquelético. O Tratamento é individual porque “cada caso é um caso” – daí o fato de o tratamento indicado para um paciente ser totalmente diferente do indicado a outro. Na RPG vamos sempre atrás da causa, tratamos do individuo como um todo, não nos concentrando apenas no local da dor.

O Pilates tem por objetivo melhorar a flexibilidade, o equilíbrio, a força física e mental. Alivia o stress, a tensão e estimula a capacidade respiratória e a oxigenação do sangue, além de tonificar os músculos. O Sucesso dessa atividade se deve aos resultados surpreendentes e rápidos que ela obtém. No Pilates Clínico, não usamos pesos adicionais. O paciente aprende a utilizar a sua própria força. Associamos também ao tratamento exercícios para reabilitar o movimento, além de empregamos um equipamento chamado plataforma vibratória, o phisioplate, que complementa o trabalho de consciência, percepção e propriocepção corporal. Como resultado, consegue-se um ótimo trabalho muscular e melhora na fixação de cálcio nos ossos, sendo um ótimo aliado na prevenção e tratamento da osteoporose .

Os músculos que nos mantêm em pé muitas vezes apresentam-se hipertônicos, encurtados e sem flexibilidade. Nesses casos podem surgir patologias,sejam elas desvios dos ossos ou problemas articulares. Durante a sessão de RPG

Respeitando as características de cada patologia, e também o estilo de vida de cada um, podemos reverter o processo doloroso, devolver ao paciente a alegria e a qualidade de vida, além, é claro, do bem-estar e da auto estima.

Não é de espantar que, com tantas atributos, essas modalidades que cuidam da saúde e da postura corporal estejam invadindo as cidades.

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SaúdeSaúde MentalMental

Constelação Sistêmica: movimentos de amor. POR

Deise Carvalho

deisecarvalho@msn.com 34 9911.3329 Psicóloga clínica pela Universidade Federal de Uberlândia. Psicoterapeuta em: Psicodrama, Análise Transacional, Regressão de Memória e Constelação Sistêmica Familiar. Atendimentos: individual, casal e família; adolescentes e adultos. Com treinamentos nacionais e internacionais em Constelação Sistêmica Familiar com Fernando de Freitas, Mimansa Erica Farney, Thomas Bryson, Ursula Franke-Bryson, Miguel Schiavo, Franz Ruppert, Dan Boothcohen, Sophie Hellinger, Bert Hellinger e Karin Schoeber.

O método terapêutico denominado Constelações Sistêmicas Familiares, desenvolvido inicialmente pelo alemão Bert Hellinger, com inúmeras influências de teorias psicológicas e filosóficas. É uma nova maneira de ver acontecimentos antigos a partir do sentir, por isso é fenomenológico e vivencial. Nesta abordagem existem alguns pilares, um deles é que todos são seres sistêmicos, isto é, são a representação dum todo do mesmo modo como a semente de uma árvore contém toda a sua herança. O primeiro sistema é o da família de origem, assim qualquer fato que ocorra a um membro do grupo familiar, para bem ou para mal, afeta aos outros, normalmente de forma inconsciente. Assim, junto com a família, se forma uma associação cujo destino é comum. Outro pilar é que todos os sistemas precisam de ordem e amor. Por ordem entenda-se todo evento que transcorre de acordo com determinadas leis. As ordens do amor são as necessidades básicas que limitam os relacionamentos e os tornam possíveis. O respeito faz o sucesso na saúde, nos relacionamentos e na profissão.

relações de trabalho também é importante esta paridade. Porém nem sempre este intercâmbio é harmonioso, existem pessoas que preferem fechar-se a receber algo de alguém, até mesmo dos pais, pois se consideram especiais, melhores, mas vivem restritos e assim sentem-se descontentes, vazios e insatisfeitos. Elas não recebem e não dão, ficam em abstinência. Já os prestimosos dão sem receber nada em troca, possuem uma ilusão de superioridade, rejeitam o prêmio da vida e negam a igualdade aos parceiros. Os crônicos percebem-se solitários e até amargurados, são aquelas pessoas que sempre colocam o outro como prioridade. Existem, ainda, as relações aonde a reciprocidade do dar e do receber é impossível, pais e professores são basicamente doadores, filhos e alunos são recebedores. O equilíbrio chega apenas quando passam para novas gerações o que ganharam.

duas dinâmicas é fundamental e quando existe a possibilidade da troca total, isto é dar e receber plenamente, tem-se a compensação e este é o princípio básico de um relacionamento saudável. Nas

Pertencimento: O pressuposto básico é que todos pertencem ao sistema e estão vinculados, desta forma todos têm o direito de existir. Em várias famílias existem histórias ou pessoas de algum modo excluídas, ou escondidas, ou não reconhecidas, ou ainda, com a morte não elaborada. Através da ressonância do campo mórfico do sistema familiar, outro membro se emaranha e fica de certa forma identificado com a história

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As ordens do amor são:

1ª Dar e tomar/ receber: Equilibrar estas

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que ele nem conhece, e assim não vive a sua vida plenamente. Exemplos de exclusão são abortos, filhos com mortes prematuras, assassinatos, suicídios, doenças mentais, doenças crônicas. Numa empresa também é importante dá lugar a todos os funcionários.

3ª Hierarquia: O ser é estruturado pelo tempo, quem chegou primeiro tem precedência. Esta lei está em submissão ao tempo assim o casal tem prioridade em relação aos filhos. Nas organizações também é assim, o fundador deve ser honrado. A prática deste método pode ser executada em atendimentos individuais ou em grupos. Nestes utilizam-se representantes neutros que acessam as informações através da ressonância do campo morfogenético do cliente. Observam-se efeitos curativos nos representante e no constelando. Ainda é importante, uma atenção à ausência de intenção e de julgamento, assim como coragem e sintonia com a realidade como ela é inclusive com o lado obscuro. Explicar o que é Constelação Sistêmica Familiar é complexo, pois é como tentar explicar o sabor de um brigadeiro ou um banho de mar ou ainda o perfume das flores ou o canto dos pássaros para quem nunca experimentou... É assim este Trabalho precisa ser experimentado, sentido, e vivido para compreender o seu alcance curador.



Artigo Orientação

SaúdeSaúde MentalMental

Imperativos de Felicidade No dia 18 de setembro de 2013, a história da televisão no Brasil completará 63 anos. 63 anos de uma íntima e profunda relação com todos nós que, desde 1950, fomos abrindo casas, corações e mentes para as suas - nem sempre explícitas - intenções. Após tantos anos de (oni)presença em nossos lares, acabamos por nos habituar a ter a televisão como um elemento natural em nossas vidas. Ditando regras, impondo valores, lançando modas, alterando costumes, criando padrões e conduzindo a massa, a televisão se tornou um dos principais meios de formação das nossas opiniões - e talvez o principal (único?) para uma imensa quantidade de pessoas. Nesse sentido, não são poucos os estudiosos que analisaram a relação entre os meios de comunicação de massa, como a televisão, e os indivíduos. Theodor Adorno e Max Horkheimer, da Escola de Frankfurt,

foram dois deles, por exemplo. Em um texto clássico escrito em 1947, "Dialética do Iluminismo", Adorno e Horkheimer definiram a indústria cultural como um sistema político e econômico que tem por finalidade produzir bens de cultura - filmes, livros, programas de TV etc. - como mercadorias e como estratégia de controle social.

A televisão, a partir dessa linha de raciocínio declaradamente ácida, seria uma das grandes responsáveis pela imposição de uma ditadura midiática às pessoas: a ditadura da moda, da beleza, do consumo, dos comportamentos e até mesmo a ditadura dos sentimentos. Como a ditadura da felicidade e do sucesso, direta ou indiretamente implementadas por meio do bombardeio de imperativos ou receitas genéricas que recebemos diuturnamente: “seja feliz!”, “realize seus sonhos!”, “dê asas à imaginação!”, “vença seus limites!”, “sonhe mais, queira mais, faça mais!”, “surpreenda-

Leonardo Abrahão Psicólogo | Palestrante

leonardoabrahao99661835@hotmail.com

se!”, “permita-se!”, “fique linda!”, “ganhe o mundo!”, “seja livre!”, “mude sua vida!” etc. O problema desses imperativos é que, além de simplistas, os mesmos são exaustivamente repetidos pelos meios de comunicação de massa tornando-se, consciente ou inconscientemente, obsessões com o poder de arrastar os indivíduos para as mais variadas formas de angústia, ansiedade ou frustração. Somadas às outras exigências da vida moderna no contexto da sociedade capitalista avançada – tais como produtividade total, hedonismo desenfreado e consumismo desmedido -, as inúmeras pressões sociais e profissionais a que os indivíduos têm sido submetidos estão contribuindo para que milhares de pessoas sintam-se deprimidas e incapazes de estarem bem consigo mesmas. Se você desconfia que esse pode ser o seu caso, leia o quadro abaixo.

Algumas situações nas quais consultar um Psicólogo pode ser um importante e saudável investimento que você mesmo realiza em sua vida (e na vida daqueles que você ama): 1

Quando os dias se sucedem e você não vê graça, nem sentido, em acordar, sair da cama e fazer as milhares de coisas que a vida, o mundo e as pessoas esperam de você;

2

Quando você percebe que seus sentimentos, pensamentos e/ou comportamentos estão lhe provocando prejuízos pessoais e/ou sociais, angústias, tristezas ou quaisquer outras sensações desagradáveis e das quais você não consegue se ver livre;

3

Quando a sua relação com você mesmo, com o mundo e/ou com as outras pessoas não ocorre mais de uma maneira saudável, satisfatória e capaz de produzir bons sentimentos de realização pessoal e social em você;

4

Quando a sua relação com o trabalho gera angústia e sofrimento ao invés de orgulho e sensação de realização profissional em você

5

Quando o seu relacionamento afetivo com a família tornou-se conflituoso, difícil e angustiante;

6

Quando as suas expectativas em relação ao seu futuro pessoal e/ou profissional forem pessimistas e obscuras;

7

Quando a sua sexualidade e/ou desempenho sexual forem motivos de angústia e/ou ansiedade em sua vida;

8

Quando traumas, lembranças e memórias da sua própria vida forem motivos de sofrimento no presente e desesperança em relação ao futuro;

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Quando a família, ou o relacionamento afetivo, ou o trabalho ou qualquer outra situação da sua vida lhe exigir uma decisão muito difícil de ser tomada;

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Quando inesperados e/ou dolorosos novos acontecimentos em sua vida deixaram-lhe com uma sensação interminável de impotência, tristeza ou angústia.

A Saúde levada a sério na Revista e na TV.

Programa inédito na TV: segundas-feiras às 22h. Image TV Canal 15 | Canal da Gente Apresentador_Leonardo Abrahão


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A Espaço Vital é uma clínica de Psicologia que visa a promoção e a restauração da saúde emocional e psíquica bem como da qualidade de vida. É uma referência de cuidado e acolhimento, tendo como valores a ética, o respeito e o profissionalismo, acreditando ainda na capacidade de cada um alcançar e desenvolver o seu potencial. A Clínica conta com profissionais capacitados nas diversas áreas da Psicologia, que realizam cursos, palestras, orientação profissional, atendimento psicoterápico individual, casal, familiar e em grupo, tendo como clientela crianças, adolescentes e adultos.


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Saúde Mental

Medo de falar em público

34 3083.6720 Av. Cipriano Del Fávero, 794 | Centro www.clinicaacolher.com

O medo de falar em público é muito comum entre pessoas de todas as idades e pode ter solução! Normalmente, os primeiros pensamentos que vêm à mente são do tipo: “Eu vou gaguejar, eu não vou dar conta, as pessoas vão reparar e me criticar, vou parecer um idiota lá na frente...” e por aí vai. O fato é que essas crenças conduzem a reações tão fortes em nosso corpo que acabam fazendo com que os nossos medos realmente se concretizem. No entanto, compreender esse circuito é um bom começo para começar a elaborar estratégias para enfrentar e aprender a lidar com essa situação.

Na nossa história, algo pode ter ocorrido Geralmente as pessoas que têm medo de falar em público começam a ter esse sentimento após ocorrer alguma situação semelhante em que não tiveram um bom desempenho, em que foram criticados, exigidos demais ou algo do tipo. Essa situação é marcada na nossa memória e “falar em público” começa a ser algo ameaçador. A partir disso começamos a ter certas distorções sobre nossas competências e sobre o que pode ocorrer em outras ocasiões similares.

Tudo começa na hora que o evento foi marcado Na hora em que o professor marca uma apresentação, o diretor diz que é preciso expor os resultados da equipe para toda empresa, ou se pede para que faça uma palestra, e assim por diante, nossos sentidos captam a informação de será preciso falar em público e começa a processá-la em nosso cérebro.

O divisor de águas: os pensamentos intrusivos e sabotadores!

A partir daí, começam os pensamentos que podem, realmente, fazer com que tudo dê errado. Automaticamente, eles penetram em nossa cabeça como verdadeiros pregos martelados em nossa confiança: “Eu vou tremer, vou gaguejar, meu coração vai acelerar, não conseguirei lembrar de nada e vou ser péssimo”.

Surpresa: realmente poderá acontecer tudo isso. Na medida em que temos esse tipo de pensamento, começamos a desencadear reações no nosso corpo, característicos da ansiedade, que é o medo antecipado de se ter um mau desempenho futuro. Os sintomas clássicos da ansiedade são, justamente, coração acelerado, respiração ofegante (o que atrapalha a frequência da fala), tontura, tremor, sudorese, e por aí vai. Ou seja, nossos pensamentos negativos e desencorajadores acabam gerando exatamente as reações que tememos.

O circuito do stress Algumas pesquisas mostram que quando consideramos um evento muito ameaçador, o nosso cérebro tende a se preparar para

enfrentá-lo ou para “correr” dele (de forma bem primitiva como quando nossos ancestrais se deparavam com um animal feroz e ameaçador e tinham que tomar atitudes). Para que sejamos muito rápidos e sobrevivamos, o cérebro trabalha de forma mais automática, bloqueando algumas aprendizagens que não vão ser tão úteis para enfrentar ou fugir do perigo (que deveria ser um bicho ou um desastre – e não as apresentações em público) e gera o conhecido branco! As informações somem da nossa cabeça e esquecemos de tudo que tínhamos pensado em falar! O cérebro está nos protegendo do perigo e preservando nossa sobrevivência. Mas, falar em público ameaça a nossa vida?

Conclusão da história... Depois de tudo isso, acabamos nos dando realmente “mal” nas apresentações, o que CONFIRMA nossa crença de que “não conseguimos falar em público” e faz com que aqueles primeiros pensamentos negativos ocorram sempre e cada vez de uma forma mais intensa. Daí por diante começa-se tudo novamente.

Depois de tudo isso você deve estar se perguntando “ok, entendi tudo, mas o que fazer?” Se você acha que esse medo é muito forte e incontrolável, com certeza a psicoterapia e o treino de habilidades sociais podem lhe ajudar muito e acelerar o processo. No entanto, aqui vão algumas dicas que podem lhe ajudar. 1 – Questione-se: “Por que acho que falar em público é tão ameaçador? Estou realmente em risco?”, “Como posso provar que os outros me criticarão?”, “O que pode acontecer de diferente? Se acontecer, o que farei?”, “Se eu pensar negativamente estarei contribuindo para o meu bom desempenho?”

3 – Visualize a situação: se veja chegando na escola ou no escritório, cumprimentando as pessoas, colocando o computador no local, pegando o microfone e assim por diante (imagine-se fazendo isso com muita tranquilidade e conforto). Visualizar esse roteiro o fará ficar mais tranquilo e preparado.

2 – Prepare - se: pense em tudo que possa acontecer e estude, treine várias vezes em frente ao espelho, prestando atenção no tom de voz, ritmo, postura... e, se possível, peça que um amigo de confiança lhe avalie, dê sugestões. Você pode não ser excelente na primeira tentativa, mas com certeza conseguirá sentir-se bem após algum treino. Esse amigo pode simular diferentes reações do público como desânimo, motivação, impaciência, de acordo com sua performance (e isso será apenas um teatro num ambiente seguro, que não é ameaçador e que possibilita que você vá melhorando seu desempenho de acordo com as colocações de seu amigo).

5 – “Manda ver!”. Fale o precisa dizer da forma como treinou. Se facilitar, imagine o seu público em situações engraçadas como com uma melancia na cabeça, com nariz de palhaço, etc (aí o perigo será só você cair na risada!!).

4 – Faça um roteiro escrito do que precisará levar e outro com palavras-chaves do conteúdo de sua palestra, que façam com que você se lembre do que quer dizer. Dessa forma, você ficará ainda mais seguro.

Saiba que na primeira vez que você fizer tudo isso, alguns pensamentos negativos ainda insistirão em tomar conta de você, mas com o passar do tempo, verá que será cada vez melhor e isso mudará muito daquilo que acredita sobre você. Treine, acredite, prepare-se e, com certeza, momentos cada vez melhores virão na sua vida! E aí, vamos começar agora?

Thamy de Morais Miranda Psicóloga - CRP 04/3434-6 Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (UFU) | Especializanda em Neuropsicologia (UFU)

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Fernanda Blascovi | Psicologia Clínica (Terapia Cognitivo-Comportamental)

Clientela: crianças, adolescentes e adultos. Rua Hortêncio de Moraes, 1559 B. Cazeca |Uberlândia/MG 34 3234.7130 | 34 8851.0339 fernanda@integraretcc.com.br

Gabriela Betanho Inácio | Psicologia Clínica e Organizacional

Clientela: crianças, adolescentes e adultos R. Juca Cândido, 193ª | Centro | Catalão/GO 64 3441.2059 | 64 8111.6822 gabrielabinacio@gmail.com

Guilherme Nunes P. Silva | Psicologia Clínica e Escolar

Clientela: adolescentes e adultos | Inclusive atendimento domiciliar R. Agenor Paes, 32 | Centro | Uberlândia/MG 34 8845.3680

Lorena Ferreira Guimarães Psicologia Clínica (Psicanálise)

Clientela: crianças, adolescentes, adultos R. Gardênia, 71 | Centro | Uberlândia/MG 34 9133.4023 | 34 8847.1023 carolinenalves@yahoo.com.br

Clientela: crianças, adolescentes e adultos Rua Benjamin Constant, 920 Bairro Aparecida | Uberlândia/MG 34 8816.7302 | 34 3213.8666

Cecília Alves Almeida Psicologia Clínica

Luana Branco |Psicologia Clínica

Clientela: adolescentes, adultos e casais R. Coronel Antônio Alves, nº 305 | Centro Uberlândia/MG 34 3235.9259 | 34 9691.4355 ceciaalmeida@gmail.com

Cláudia Soares | Psicologia Clínica (Análise Transacional e Sistêmica)

Clientela: adultos Alameda Uberaba, 100 | Bairro Jardim Finotti Portão 3 |Sala C | 34 9808.5183

Clientela: crianças e adolescentes Av. Getúlio Vargas, 275 | sala 911 Ed. Metropolitan | Centro | Uberlândia/MG 34 9802.4618 brancoluana@hotmail.com

Marcela da Silveira Rezende Psicologia Clínica

Clientela: adultos R. Bernardo Cupertino, 300 | Bairro Martins Clínica Espaço Vital | Uberlândia/MG 34 9116.6700 | 34 3216.2063

Maria Luiza Zago de Brito Psicologia Clínica

Clientela: adultos R. Polidoro de Freitas Rodrigues, 170 BairroVigilato Pereira | Uberlândia/MG 34 9116.6700 | 34 3216.2063

Marina Rodrigues Alves Lino Psicologia Clínica

Clientela: adultos R. Polidoro de Freitas Rodrigues, 40 Bairro Vigilato Pereira | Uberlândia/MG 34 3236.7814 | 34 9667.2230 marina.lino@netsite.com.br

Michele Biaggio | Psicologia Clínica Hipnoterapia | Coaching

Clientela: adolescentes, adultos e idosos R. Bernardo Cupertino, 300 Bairro Martins | Uberlândia/MG 34 3223.7389 | 34 8816.533 michele.sicheroli@gmail.com

Paula Chaves Zapalá Pimentel Psicologia Clínica | Arte Terapeuta Clientela: crianças, adolescentes e adultos jovens R. General Osório, 654 Bairro Tabajaras | Uberlândia/MG 34 3217.9400 www.clinicarevita.com

Scheila Maria Ferreira Silva Psicologia Clínica | Orientação Profissional e de Carreira

Clientela: adultos e adolescentes Av. Cesário Alvim 818 | Sala 1008 Ed. Uberlândia 2000 | Uberlândia/MG 34 9963.6005 | 34 3211.8714

Sílvia Martins Garcia Psicologia Clínica e Escolar

Clientela: crianças, adolescentes e adultos Atendimento individual e grupal R. Gardênia, 71 |Centro | Uberlândia/MG 34 9993.9918 ctbc | 34 9240.4962 tim silivam2@yahoo.com.br

Tatiane Medeiros Cunha | Psicologia Clínica (Análise Transacional) Hipnoterapia Ericksoniana Clientela: crianças, adolescentes, adultos e casais

Rua Gardênia, 71 | Centro | Uberlândia/MG 34 8811.7164 | 34 9211.6536

Teresa Cristina Martins Silva Psicologia Clínica

Clientela: adolescentes e adultos Av.Cipriano Del Favero, 794 | Centro Uberlândia/MG | clinicaacolher.com 34 3083.6720 teresacristina@clinicaacolher.com

Thamy de Morais Miranda Psicologia Clínica (Psicoterapia Cognitivo-Comportamental)

Clientela: crianças, adolescentes, adultos e idosos Av. Cipriano Del Fávero, 794 Centro | Uberlândia/MG | clinicaacolher.com 34 3083.6720 thamy@clinicaacolher.com




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