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Revista em-linha das comunidades portuguesas
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3 de Dezembro de 2011 - Nº 6
Pauleta Capitão América: O primeiro Vingador e Laval... P. 42
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O Semanal PortuguĂŞs
Palavras de boas-vindas
O Semanal Português
Editorial
Tempos de austeridade Marie Moreira
Em tempos de apregoada necessidade de austeridade, poupança, redução de orçamentos, etc, como atualmente se vivem em Portugal, seria
natural que fosse dada prioridade aos elementos básicos, deixando de lado tudo o que fosse de caráter desnecessário. Por exemplo, se num orçamento familiar é preciso mais dinheiro para pagar o supermercado, é normal reduziremse despesas mais ou menos supérfluas, como idas ao cinema, passeios ou férias. A revista “O Semanal Português” está completando hoje um mês. Dá vontade de dizer “parece que foi ontem” e “como passou rápido”, porque ambas
são verdades. Cá estamos, depois de 5 revistas, mais de uma centena de artigos e, principalmente, quase mil visitas para a revista em-linha, um sucesso que eu nunca imaginei. É um número que me orgulha
guesa em montreal, no Canadá e através do Mundo. Especialmente numa revista unicamente na Internet. Que muitos mais venham, se Deus quiser, e que tenhamos sempre notícias do crescimento e da consolidação nas comunidades portuguesas no Canadá para publicar. Ainda falta um longo caminho a percorrer, mas cada dia é feito para darmos mais um passo. Convidamos todos que queiram colaborar neste projecto. Com tudo isto, falamos do crescimento das médias digitais sobre as tradicionais, permitindo que estamos com você onde você estiver, no mundo inteiro, instantaneamente, sem esforço para nos buscar fisicamente e sem custo algum.
OSemanal
Português
Le journal hebdomadaire Portugais
ÉDITEUR Marie Moreira Directrice Natércia Rodrigues ADMINISTRATEUR Marie Moreira Rédacteur-en-chef Anthony Nunes Infographiste Mario Ribeiro Collaborateurs Jessica de Sá (E-U) Sofia Perpétua (E-U) Avelino Teixeira (Toronto) correspondants António Lobo Antunes Hélio Bernardo Lopes Joel Neto José Carlos de Vasconcelos Fotographe José Rodrigues
Hebdomadaire Publié tout les Samedis Fondé le 29-10-2011 Tél.: (514) 299-1593 E-mail: osemanal@videotron.ca Tous droits réservés.
porque é um indicativo do crescimento da comunidade portu-
Muito obrigado aos meus leitores fiéis!
Toute reproduction totale ou partielle est strictement interdite sans notre autorisation écrite. Les auteurs d’articles, photos et illustrations prennent la responsabilité de leurs écrits.
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ANA de la REguera Nacionalidade: Mexicana Data de nascimento: 8 de Abril de 1977 Profissão: Atriz
As 100 mulheres mais bonitas de 2011
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Opinião
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crónica | Muito Bons Somos Nós Já não sei falar inglês Joel Neto
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Todos o sabemos: é uma época do ano com especial propensão para a idiotice, esta que atravessamos. Como se não bastassem
grunhos de trinta anos para se porem a jogar à bola entre as bombas de gasolina. Sempre tivemos jeito para a idiotice. Contudo, e por muito que abundem os exemplos de como sempre
nome inglês da série, “The Smurfs”. Notem que pouco me une à coisa. Por acaso (não por acaso, está bem, não por acaso), “Estrumpfe Resmungão” até era uma das
a crise, a instabilidade da meteorologia e os setenta e seis reforços do Benfica, homens de barba rija passeiam-se de chinelos pelas ruas, televisões e jornais e revistas enchem-se de histórias sobre as férias dos “famosos” no Algarve, automóveis param nas estações de serviço e logo de dentro deles saltam quatro
tivemos jeito para a idiotice, sobrevivemos bem no meio da idiotice e tantas vezes até nos superámos nos domínios da idiotice, creio que poucas vezes fomos tão escandalosamente idiotas como quando decidimos, ainda um dia destes, distribuir nas salas de cinema portuguesas o filme dos Estrumpfes com o
minhas alcunhas de infância. Mas, se vamos falar dos desenhos animados do meu tempo, eu lembro-me muito mais rapidamente do Tom Sawyer, sobre todos os outros inspirador para um rapaz do campo como eu, do Dartacão, que fez de mim o mais exímio espadachim da Terra Chã, ou do Conan, o rapaz do futuro,
pelo qual, ao contrário do que alguma vez aconteceu com os Estrumpfes, ainda troquei algumas tardes a jogar à bola. Mais: se há uma coisa que eu não sou, é um saudosista dos anos 80, a mais pirosa década da história da cultura pop, com os seus casacos de chumaços, os seus solos de guitarra eléctrica e a sua deificação de K.I.T.T., o carro de Michael Knight. E mais ainda: fosse o dito filme sobre os Estrumpfes ou o Capitão América, o Panda Taotao ou os Jovens Heróis de Shaolin, para mim era-me igual ao litro, porque, como já aqui disse, estou farto de cinema para bebés grandes até à mais fina pontinha dos meus cada vez mais escassos cabelos. Não deixa de ser fascinante, porém, constatar como, quando queremos mesmo sê-lo, nós conseguimos com toda a facilidade ser superlativamente idiotas. E como, quando queremos mesmo sê-lo também, com maior facilidade ainda conseguimos ser espectacularmente provincianos. Chamar “The Smurfs” aos Estrumpfes, por acaso, é as duas coisas ao mesmo tempo: superlativamente idiota e espectacularmente provinciano. Não duvido nada de que um estudo de mercado tenha aconselhado o título em inglês, note-se. Persistem entre as nossas gerações mais velhas uma falta de mundo e um analfabetismo tais que um adolescente com noções rudimentares da língua de Shakespeare se torna automaticamente na superestrela lá de casa, o raça do miúdo, que fala inglês como um papagaio, e mais ó camandro. Iletrados de todas as idades rendem-se
de paixão a um livreco com histórias de feiticeiros e dragões e depois, sem mais o que dizerem sobre ele, dizem que “está brutal”, tirando “alguns problemas de tradução”, protesto com o qual, de novo, não pretendem outra coisa senão deixar claro que falam inglês como papagaios, os raças dos miúdos, e mais ó camandro. Mesmo eu, confesso, sempre me orgulhei idiotamente do meu inglês. Nascido numa ilha que me permitia o contacto com militares americanos, cedo me familiarizei com o sotaque das Appalachians – e ainda hoje, passando uma boa parte da minha actividade pelo jornalismo de golfe, incluindo comentários na TV, dou por mim, pacóvio também, a armar-me aos cucos em directo com os greens in regulations e os scramblings e os up-anddowns, todos cantadinhos no mesmo tom em que os cantariam (e, aliás, cantam) Jim Nantz, David Feherty e Peter Kostis. Pois acaba aqui. A partir de agora, e à maneira de Eça, hei-de falar orgulhosamente mal inglês – e, se me exigirem que chame aos Estrumpfes algum nome em língua estrangeira, então hei-de chamarlhes “Les Schtroumpfs”, que ao menos é o seu nome original. Com tudo isto, não conseguiram os senhores da Columbia TriStar Warner outra coisa senão pôr-me a admirar espanhóis, franceses e italianos, com quem durante tanto tempo gozei por não conseguirem dizer uma palavra noutra língua que não a sua. Afinal, tão espertos, tão espertos, tão espertos que nós somos, e ainda fomos afundar-nos na crise primeiro do que eles.
Opinião
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crónica | Opinião Croniquinha António Lobo Antunes
Não abandono os sítios de que me fui embora, coloquei a alma, escondida, sob cada objecto. Continuo em Veneza com sete anos, em Berlim com quarenta, não saí do lago do Jardim Zoológico, onde passeava, com o meu avô, num barco com pedais. Lembro-me dos patos, dos cisnes, de ser tão feliz, lembro-me de tudo. Não esqueci nada, não vou esquecer nada Moro num apartamento que escolhi, comprei, está em meu nome, o único bem no mundo, não contando o automóvel, que está em meu nome, porque nunca quis ter coisas que me pertencessem e, no entanto, não me abandona a impressão de morar num hotel, numa espécie de suite com alguns quartos. Faço cerimónia, não ligo aos móveis, não ligo aos objectos, escrevo aqui como fui escrevendo em tantos outros sítios, em Portugal e no estrangeiro, e não me sinto em casa, dá-me ideia de habitar, por empréstimo, o lugar de um outro que não conheço e que, a qualquer momento, vai entrar e mandar-me embora, falta-me o sentido de propriedade do que quer que seja, onde eu gostava mesmo de viver era num comboio, prestes a viajar, que não partisse nunca. Os comboios sempre me fizeram sonhar. Os comboios? Quase tudo me faz sonhar, que esquisito.
Às vezes parece-me que sou uma nuvem com raízes, sempre a partir e a ficar. Não abandono os sítios de que me fui embora, coloquei a alma, escondida, sob cada objecto. Continuo em Veneza com sete anos, em Berlim com quarenta, não saí do lago do Jardim Zoo-
de Nelas, a pedalar uma trotineta que não existia. O sorriso raro do meu pai, as duas empregadas da minha avó a beijarem-se. Vidas pequeninas que eu não compreendia. A profunda solidão das pessoas. O meu espanto diante das criaturas amargas. Entendo
morte e, quanto à vida, será que a entendo de facto? Ou à minha adolescência, veemente e confusa? O desejo informulado, a descoberta atónita do sexo. Que mistério, à luz da madrugada, o corpo que se transforma e cresce e, depois, a minha cara no lençol como num
lógico, onde passeava, com o meu avô, num barco com pedais. Lembro-me dos patos, dos cisnes, de ser tão feliz, lembro-me de tudo. Não esqueci nada, não vou esquecer nada. Sofrimentos de amor aos doze anos, os primeiros versos, um pardal de pata quebrada que o sapateiro consertou com uma tala de cana. Certos perfumes nos elevadores vazios, as conversas, cheias de palavras desconhecidas, dos adultos, ajudar à missa na igreja gelada, a dor dos outros, que invariavelmente me aflige, o sacristão coxo,
a tristeza, entendo o desejo de suicídio, não entendo a amargura, o azedume, a avidez. Nem a antipatia, nem a inveja, nem a vaidade. Hoje passei pela igreja de Santo António onde, em criança, entrei tanta vez. Acho que ele me salvou das três doenças difíceis que tive. Com seis anos a minha palma no seu túmulo, em Pádua. Há-de estar lá, bem impressa, a marca destes dedos. Intermináveis discursos diante de quadros e estátuas, que me aborreciam de morte. Entre parênteses também não entendo a
sudário. Agora veio-me à cabeça um amigo meu, Frei Bento Domingues. Um dia disse-lhe - Estás sempre tão alegre ele respondeu - O que eu podia eu ser senão alegre? e não conheço mais nenhuma pessoa em que até os óculos riem, não conheço ninguém com tanta esperança, tanta curiosidade infantil, tanta fé de olhos abertos, tanta tolerância. Raios o partam. Comecei pela casa mas aquela que sinto minha fica longe e já não nos pertence. Não
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me atrevo a entrar, olho-a de longe, quase a medo, e é tudo. Passo na estrada, penso - Ali era a casa corrijo - Ali é a casa e fujo. Quase tudo mudou nas redondezas, aliás, quase toda a gente faleceu. O casaco do meu outro avô, cheio de palitos. As duas lareiras da sala. Não era uma casa de ricos, recordo-me de imensas chávenas com a asa quebrada, recordome da mesa de pinguepongue no andar de baixo e dos sons repetidos, cada vez mais rápidos, cada vez mais ténues, da bola ao cair no chão de pedra. Da vinha. Das vindimas. Olha, lá estão as empregadas a beijarem-se de novo e eu, parvo, sem entender. Beijos como no cinema, cochichos ternos. Fugi também, ocultando a minha perplexidade na trepadeira, cheia de insectos e lagartixas. Afastava-me, com receio dos bichos, até ao muro ao lado da cancela. A estrada deserta, nem uma velha num burro, nem uma pessoa com um atado de lenha à cabeça. Comecei a escutar um barulho de guizos ao longe, um barulho de rodas de carroça, um barulho de vozes. A estrada tornava-se negra, vibrante, cheia de ecos que cresciam, eixos mal oleados, pranchas desconjuntadas, o que se me afigurava um canto. E, então, passaram os ciganos.
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Saúde
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Imunodeficiência Humana
Saúde
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SIDA/Vírus da Imunodeficiência Humana Informações essenciais que ajudam a proteger a sua vida do vírus que mais nos assusta. Certamente que já ouviu falar dezenas de vezes sobre a síndroma da imunodeficiência adquirida (SIDA), do poder destrutivo do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) e dos riscos do sexo desprotegido, a mais importante
ção VIH/SIDA, «mostrou que todos têm de se prevenir: homens, mulheres, casados ou solteiros, jovens e idosos, todos independentemente da cor, raça, situação económica ou orientação sexual.» Em Portugal, o ano passado, revela a mesma fonte, registou-se um aumento do número de casos de transmissão heterossexual e um menor nú-
se segue e proteja a sua vida. O que é o VIH? «A infecção causada pelo vírus do VIH é uma doença provocada por um ou dois vírus que progressivamente destroem glóbulos brancos chamados linfócitos, causando a síndroma da imunodeficiência adquirida (SIDA) e outras doenças derivadas de uma imunida-
mente Transmissíveis». Através da eliminação das células que reconhecem os agentes infecciosos que atacam o organismo (células CD4), o VIH vai enfraquecer o sistema imunitário, o nosso sistema natural de defesa. Com um sistema imunitário debilitado, o organismo não tem capacidade de resposta para a agressão desses
por VIH. É diagnosticada numa pessoa infectada com o VIH quando esta é vítima de uma ou mais infecções oportunistas, como tuberculose ou pneumonia, e tem um número extremamente reduzido de células TCD4+», elucida a entidade norte-americana National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID).
forma de transmissão deste vírus. Na última década, a par dos avanços da medicina no tratamento desta infecção, foram desenvolvidas inúmeras campanhas na perspectiva de educar para prevenir. Mas, a verdade é que há ainda quem acredite que a SIDA é uma doença ligada à prostituição, toxicodependência ou homossexualidade. Nada mais errado. «A epidemia da SIDA», revela a Coordenação Nacional para a Infec-
mero de casos associados à toxicodependência. Porque a informação é a primeira arma contra esta ameaça, com base em dados fornecidos por especialistas em virologia e infecciologia e divulgados por entidades de referência nacionais e internacionais na luta contra a SIDA, respondemos às dúvidas mais comuns e desmistificamos ideias erradas que ainda persistem ao fim de duas décadas de informação e sensibilização. Leia o que
de deficiente», explicam os especialistas Jorge Atouguia e Luís Távora Tavira, na obra «Infecções Sexual-
agentes, desenvolvendo assim infecções e doenças. «A SIDA corresponde ao estádio final da infecção
Como é o vírus transmitido? Segundo o Portal da Saúde, o site do Ministério da Saúde, «a transmissão sexual é a principal via de transmissão em todo o mundo». Nas relações sexuais desprotegidas (anal, vaginal ou oral), ou seja sem recurso ao preservativo, há uma grande probabilidade do vírus ser transmitido através das secreções sexuais. No sexo oral, revela a mesma fonte, o risco é
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SIDA/Vírus da Imunod
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maior quando existem úlceras, gengivas inflamadas, garganta irritada ou gengivas a sangrar após escovagem dos dentes ou o uso do fio dentário. O risco de contrair o vírus pela via sexual aumenta
(DST), alerta o Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Outra via de transmissão é o contacto com sangue infectado através da partilha de seringas, agulhas, escova de dentes, lâminas
em que exista sangue infectado, como piercings ou objectos de manicura. O VIH pode ser também transmitido de mãe para filho durante a gravidez ou no parto, através do sangue ou de secreções vaginais,
em pessoas com múltiplos parceiros sexuais e já
de barbear ou material cortante. Recomenda-se ainda
assim como através do leite materno. Existem outras formas de contágio menos comuns? O CDC indica outras formas de transmissão mais raras, como as transfusões de sangue, de produtos sanguíneos, transplantes de órgãos e tecidos contaminados com VIH. O mesmo organismo indica ainda as injecções e outros procedimentos médicos realizados em más condições de higiene e saúde. No entanto, nestes casos, o risco tende a ser baixo devido à análise rigorosa e às normas de segurança actualmente vi-
infectadas por doenças sexualmente transmissíveis
que não sejam partilhados outros objectos cortantes
gentes, ressalva a entidade norte-americana. Nas situações mais raras de contágio inclui-se ainda o caso da pessoa infectada mastigar alimentos que serão depois ingeridos por outra pessoa ou ser-se
Que ideias erradas ainda subsistem relativamente à transmissão deste vírus? Apesar dos esforços feitos na divulgação de campanhas que procuram alertar e informar a população, há
ainda mitos que persistem. Conviver socialmente com
mordido por um indivíduo infectado, caso a pele fique ferida. É também considerada uma «possibilidade remota» a transmissão do vírus através de um beijo «profundo» dado por uma pessoa infectada pelo VIH que sofra de sangramento das gengivas.
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deficiência Humana uma pessoa infectada não vai colocá-lo em risco.
actividades diárias, como o uso do assento sanitário, a
O Ministério da Saúde esclarece que não há possibilidade de contágio em qualquer meio que não envolva sangue, esperma, fluidos vaginais ou leite materno. Neste contexto, o vírus não é transmitido através do ar, de água ou de
partilha de talheres ou copos ou a partir de contactos sociais como um aperto de mão, um abraço ou um beijo na face. O VIH não é transmitido através da saliva, de lágrimas, suor, fezes, secreções ou vómitos, desde que «estes não tenham
sangue misturados», acrescenta a mesma fonte. Também «estudos realizados pelo CDC e outros investigadores não comprovam a transmissão do VIH através da picada de insectos», acrescenta o organismo norte-americano. Quais são as principais
formas de prevenção? Para se prevenir da infecção por VIH, a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA aconselha o uso correcto do preservativo nas relações sexuais que deve, entre outros cuidados, ser «colocado desde o início do contacto
entre o pénis e a vagina. Mesmo não sendo 100 por cento seguro contra uma gravidez não desejada ou contra a SIDA, continua a ser a melhor protecção». Outra medida preventiva passa pelo uso de agulhas e seringas descartáveis. Este organismo sublinha ainda a importância de todas as grávidas consultarem «o seu médico o mais cedo possível e fazer o teste da sida». Existem tratamentos que reduzem a probabilidade de transmitir o VIH para o bebé. Prevenir e tratar as as doenças sexualmente transmissíveis (DST) é outro passo importante. A Coordenação Nacional para a Infecção VIH/ SIDA lembra que a presença de DST aumenta 18 vezes a probabilidade de contrair o VIH.
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Gastronomia
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receitas
Polvo assado com Batata a murro
Ingredientes: Tentáculos de um polvo grande, cozido na panela de pressão, 20 minutos depois de a panela apitar 1 kg de batatinha pequena 1 cabeça de alho picada grosseiramente Azeite Sal
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Preparação: Leve as batatas com sal e o polvo regado com o azeite e os alhos a assar a 220ºC, em tabuleiro separados, durante cerca de 40 minutos. Findo este tempo, retire as batatas e dê-lhes uma martelada com um martelinho de madeira. Retirar também o tabuleiro das pernas do polvo. Disponha as batatas e coloque os tentáculos por cima. Servir de imediato! Observações: Acompanhar com uma salada verde!
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Gastronomia
receitas
Choco estufado
Ingredientes: 1 choco grande (cerca de 1kg) 1 cebola 2 dentes de alho 1/2 copo de vinho branco 2 copos de água 1 chávena (chá) de polpa de tomate Azeite q.b. 1 folha de louro Sal q.b. 1 raminho de salsa picada
Preparação: Limpar o choco e cortar em pedaços uniformes, de modo a cozer todo ao mesmo tempo. Picar a cebola, os alhos e o louro e levar a refogar em azeite. Quando a cebola “murchar”, adicionar o tomate e o vinho branco, deixando refogar por mais dois minutos, em lume brando. Colocar então o choco, temperar com sal, adicionar a água e a salsa picada. Deixar estufar durante cerca de 30 minutos em lume brando (ou o tempo necessário para o choco cozinhar) e, se for necessário, adicionar mais um pouco de água quente durante a cozedura.Servir com batata assada e guarnecer com salsa fresca picada na hora.
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Cultura
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lENDAS DE
pORTUGAL
Lenda do Rei Ramiro Uma antiga lenda que remonta ao século X, conta que o rei Ramiro II de Leão se apaixonou por uma bela moura de sangue azul, irmã de Alboazer Alboçadam, rei mouro que possuía as terras que iam de Gaia até Santarém. Influenciado pela sua paixão e com a intenção de pedir a moura em casamento, Ramiro decidiu estabelecer a paz com Alboazer, que o recebeu no seu palácio de Gaia. Apesar de já ser casado, Ramiro pensou que seria fácil obter a anulação do seu casamento pelo parentesco que o unia a D. Aldora. Alboazer recusou terminantemente: nunca daria a irmã em casamento a um cristão e, de todas as formas, esta já estava prometida ao rei de Marrocos. O rei Ramiro, vexado, pareceu aceitar a recusa, mas pediu ao astrólogo Amã que estudasse os astros para decidir qual a melhor altura para raptar a princesa e levou-a consigo nessa data propícia. Dando por falta da irmã, Alboazer ainda chegou a tempo de encontrar os cristãos a embarcar no cais de Gaia. Gerouse uma luta favorável ao rei cristão, que levou a princesa moura para Leão, a baptizou e lhe deu o nome de Artiga, que tanto significava castigada e ensinada como dotada de todos os bens. Alboazer, para se vingar, raptou a legítima esposa do rei Ramiro, D. Aldora, juntamente com todo o seu séquito. Quando o rei Ramiro soube do rapto ficou louco de raiva e, juntamente com o seu filho D. Ordonho e alguns vas-
salos, zarpou de barco para Gaia. Aí chegados Ramiro disfarçou-se de pedinte e dirigiu-se a uma fonte onde encontrou uma das aias de
pedinte e, por vingança da sua infidelidade, entregou-o a Alboazer. Sentindo-se perdido, o rei Ramiro pediu a Alboazer uma morte públi-
além de destruírem a cidade. Levando D. Aldora e as suas aias para o seu barco, o rei Ramiro atou uma mó de pedra ao pescoço da rainha
D. Aldora a quem pediu um pouco de água, aproveitando para dissimuladamente deitar no recipiente da água meio camafeu, do qual a rainha possuía a outra metade. Reconhecendo a jóia, D. Aldora mandou buscar o rei disfarçado de
ca, esperando com astúcia ganhar tempo para poder avisar o seu filho através do toque do seu corno de caça. Ao ouvir o sinal combinado, D. Ordonho acorreu com os seus homens ao castelo e juntos mataram Alboazer e o seu povo, para
e atirou-a ao mar num local que ficou a ser conhecido por Foz de Âncora. O rei Ramiro voltou para Leão onde se casou com a princesa Artiga, de quem teve uma vasta e nobre descendência.
Lenda de Pedro Sem A torre medieval que se encontra diante do antigo Palácio de Cristal,
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no Porto, é ainda hoje conhecida por Torre de Pedro Sem. A história diz que essa torre pertencia a
Pêro do Sem, doutor de leis, jurisconsulto e chanceler-mor de D. Afonso VI, no século XIV. Mas a lenda remete para uma data posterior, no século XVI, a existência de um personagem Pedro Sem que vivia no seu Palácio da Torre. Possuindo muitas naus na Índia, Pedro Sem era um mercador rico mas não tinha títulos de nobreza, o que muito o afectava. Era também usurário, emprestando dinheiro a juros elevados, à custa da desgraça alheia, enquanto vivia rodeado de luxo. Estavam as suas naus a
chegar, carregadas de especiarias e outros bens preciosos, quando a sua máxima ambição foi realizada através do seu casamento com uma jovem da nobreza, em troca do perdão das dívidas de seu pai. Decorria a festa de casamento, que durou quinze dias consecutivos, quando as naus de Pedro Sem se aproximaram da barra do Douro. O arrogante mercador acompanhado pelos seus convidados subiu à torre do seu palácio e, confiante do seu poder, desafiou Deus, dizendo que nem o Criador o poderia fazer
pobre. Nesse momento, o céu que estava azul deu lugar a uma grande tempestade! Pedro Sem assistiu, impotente e encharcado pela chuva, ao naufrágio das suas naus. De seguida, a torre foi atingida por um raio que fez deflagrar um incêndio que destruiu todos os seus bens. Arruinado, Pedro Sem passou a pedir esmola nas ruas, lamentando-se a quem passava: “Dê uma esmolinha a Pedro Sem, que teve tudo e agora não tem...”.
Cultura
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história DE
pORTUGAL
A romanização Os romanos levaram a todos os territórios ocupados o seu modo de viver, completamente diferente de cada uma das diversidades culturais das terras ocupadas. Este processo de ocupação era diferente, novo, já que Roma não submetia pela força das armas, antes «aculturando», o que levou à formação de sociedades onde, embora a diversidade fosse manifesta, havia uma matriz cultural comum. A este processo de unificação cultural e política realizado por Roma a partir da total conquista militar deu-se o nome de romanização. O processo da romanização é, fundamentalmente, do ponto de vista político, a criação de uma nova ordem territorial feita de realidades políticoadministrativas, também novas, que se enquadram numa entidade política abrangente - o Império. Para a romanização, contribuíram fortemente dois factores: a expansão do latim (língua dos romanos, que se tornou a base das línguas românicas, e portanto do português) e a fundação de numerosas cidades. Na Península, o processo de conquista foi paralelo ao da romanização, e realizou-se desde as costas do mediterrâneo até ao interior e ao litoral atlântico. Os principais agentes de aculturação peninsular foram, primeiro, os próprios soldados, que se fixavam com as famílias numa progressiva miscigenação com as populações locais, e também grande número de comerciantes. Foi por contactos deste género que os romanos conseguiram a progressiva instalação de um novo modelo de sociedade, modificando completamente as bases da economia, o tipo de povoamento, as formas de organização social, as técnicas de trabalho, os costumes das populações, as crenças e a própria língua. Embora não se possa falar de uma sociedade hispano-romana homogénea, pois na designação de um período de domínio romano de mais de seis séculos incluem-se fases de desenvolvimento muito distintas, não há dúvida de que a colonização romana veio atenuar as diferenças étnicas resultantes dos primitivos povoamentos.
Uma vez finalizada a conquista romana, a Península Ibérica foi dividida em províncias (Tarraconense, Bética e Lusitânia) e integrada no Império, vivendo a partir daí um período de paz e prosperidade. A Lusitânia, cuja capital era Emérita Augusta (Mérida), estendia-se entre o Douro e o Guadiana e ocupava a maior parte do território que hoje é Portugal. Durante a presença romana surgiram numerosas ci-
Cucufate, na Vidigueira; Milreu, em Faro; Pisões, em Beja; Torre de Palma, em Monforte). A economia, estruturada desta forma e abrangendo um espaço geográfico tão vasto, baseava-se na moeda, que, no período do Império, atingiu uma utilização muito mais expressiva que nos povos comerciantes que antecederam os romanos nas rotas comerciais mediterrânicas.
complementares: a pesca, a salicultura e a construção naval (cujo principal centro foi a península de Tróia). A produção de cerâmica foi também uma actividade muito desenvolvida, progredindo desde a negra «cerâmica campaniense» até à cerâmica Terra Sigillata (Braga e Conímbriga). Para além das transformações económicas trazidas à Península, outras igualmente importantes fo-
dades e uma rede de estradas (vias romanas), o que constituiu um dos elementos mais fortes da administração romana. A maioria destas cidades peninsulares foi obtendo um estatuto de progressiva autonomia administrativa, vindo depois a ser declaradas municípios. Tudo isto conduz a uma nova concepção, na Península, da economia e da produção, com o aparecimento de grandes explorações agrárias de regime intensivo (vinho e azeite) e indústrias especializadas (cerâmica e mineração). Nas zonas rurais, os romanos criaram grandes unidades de exploração agrícola - as villae - onde produziam cereais, azeite, vinho e produtos pecuários. Estas grandes villae encontravam-se principalmente ao Sul do Tejo (S.
Para além da exploração agrícola, a riqueza mineira da Península, que foi sempre um forte factor de atracção para todos os povos mediterrânicos, constituía de tal forma uma base da ocupação romana que todas as minas peninsulares passaram a pertencer e a ser coordenadas pelo Senado romano. Uma das maiores regiões mineiras da época era a região das pirites alentejanas, que se estendia desde Grândola até às imediações de Alcoutim, onde se extraía principalmente cobre e prata. Outras actividades económicas que muito se desenvolveram com os romanos foram a exploração dos recursos marinhos e a cerâmica. A exploração dos recursos marinhos implicava outras actividades
ram acontecendo, ligadas a novos costumes e a novos cultos religiosos, com mais significado nos centros urbanos e nas regiões do litoral e sul da Península. Tal como nas outras províncias do Império, os romanos construíram no actual território português pontes, teatros, termas, templos, aquedutos e outros edifícios públicos. Estes vestígios, testemunhos da presença romana, são ainda hoje visíveis em espaços urbanos como Conímbriga, Miróbriga (Santiago do Cacém), Egitânia (Idanha-a-Velha) e em vários monumentos espalhados por todo o território português (templo de Évora, pontes de Chaves e torre de D. Chama, aqueduto de Conímbriga).
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Viagem
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As 25 melhores pr
Destino:
Providenciales
As praias de areias bem brancas, a água tranquila e clara e um majestoso recife de coral fazem de Providenciales, uma das ilhas de Turks e Caicos, uma ótima opção para famílias e mergulhadores. Alguns dizem que a praia de Grace Bay, sem nenhuma pedra, é a melhor do mundo. Os mergulhado-
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res podem ter a rara experiência de andar pelo leito do oceano em Smith’s Reef, onde placas submarinas desenham o ecossistema do recife. Outros lugares de interesse são a Ilha da Iguana (lar das iguanas, ameaçadas de extinção), o único campo de golfe do país, galerias de arte e um cassino.
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MONTREAL
Fado na Casa dos Aço Desde sempre o Fado cantou historias e continua a faze-lo. Inicialmente eram as típicas histórias de bairro, hoje o Fado canta a
fronteiras e aberto todos os caminhos, no mundo inteiro encontram-se apaixonados pelo estilo musical que teve como berço Lisboa. Sábado dia 26 de Novembro, a Casa dos Açores resolveu organizar um serão
vos no jantar de fado e tão bom estava o bacalhau que houve quem pediu uma segunda dose. A parte musical começou com uma bonita guitarrada entoada por Luís Duarte à viola e António Moniz à guitarra. Excelentes tocadores! Apenas os microfones do Luís pareciam querer brincadeira e de pouco a pouco caiam. O serão prosseguiu e foi Jordelina Benfeito a fadista convidada. Jordelina Benfeito nasceu no arquipélago dos Açores, na formosa ilha de S. Miguel tendo emigrado para o Canada com a família em 1964. Desde sempre ela trauteou o fado e dai que começou a cantar em casamentos, baptizados, aniversários e foi em 1980 que começou mais seriamente a cantar. Em 1985 lançou três cassetes e em 1982 gravou o seu primeiro CD, intitulado “Pai Inteiro”. Pouco depois lançou o segundo CD “‘Ser Avó”.Tem cantado na maioria dos restaurantes portugueses em Montreal, participou no Festival des Lumières em Montreal, foi convidara pelo Presidente
vida de um povo. Depois de Amália ter rasgado todas as
de fados. Caldo verde e bacalhau são quase imperati-
do Governo Regional dos Açores a participar em di-
Natércia Rodrigues fotos de José Rodrigues
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ores do Quebeque ferentes eventos nas ilhas, foi convidada de honra para encerrar uma noite
idosos. Jordelina tem levado o fado para longe da sua terra natal. Quando canta,
antes de aprender a ler. António Moniz e Luís Duarte são excelentes tocadores tanto tecnicamente como sentimentalmente. Tecnicamente porque a guitarra portuguesa tem a fama de ser difícil de tocar e ambos tocaram maravilhosamente bem e em termos de sentimento porque conseguem aquilo que outros não conseguem: colocar num instrumento a alma e o sentimento dum povo! Luís também canta e encantou os presentes. Foi deveras um serão muito bem passado em companhia de bons artistas. Hou-
ela transmite uma história, cantada e acompanhada musicalmente. Jordelina cantou com muita elegância e sobriedade. Deu-me a impressão que ela já sabia cantar bem
ve alguém que me disse: gosto pouco do fado mas garanto-vos que esta noite até gostei. O resto do serão foi animado por Emanuel Freitas que tocou musica para todos dançarem.
de Fados, após um mês inteiro de festividades à portuguesa, para além de já
ter participado em eventos organizados em centros de
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MONTREAL | 25º aniversário da con
Introduzindo a Escola Têm decorrido com grande júbilo em Santa Cruz, desde 2009, as celebrações do 25º aniversário da inauguração das diferentes etapas do grandioso projeto que tinha como parte central a construção da nossa Igreja. Um aniversário importan-
junta a maioria das crianças de origem portuguesa que, encorajadas por seus pais e avós, tomam conhecimento da língua, cultura e tradições do passado. Tem sido também um ponto de encontro dos que acompanham os filhos ou os netos a esta escola de sábado assim como um espaço de participação
tos fora das salas de aula e, dentro delas, entre os seus filhos e os colegas e professores mais enraizados na tradição e na cultura quebequenses, mostra à evidência o quanto as escolas de sábado, têm concorrido para uma melhor integração dos nossos imigrantes à medida que vão chegando a estas paragens.
as secções de Lasalle e de Brossard. Pretendia-se acolher o maior número possível de alunos independentemente das suas aptidões, da sua situação económica, das suas crenças e garantir a todos eles a escolaridade mínima obrigatória exigida pelo Ministério de Educação de Portugal. Era ne-
a nível de 6º ano, o ensino da língua e cultura portuguesa. Foram-se tomando outras medidas acertadas como, por exemplo , a do aumento do tempo letivo de 3 para 4 horas e a da redução para 20, em média, do número de alunos por turma que, além de terem dado à Escola um lugar de prestí-
te, que vai com certeza ser lembrado no dia 6 de novembro deste ano, é o dos 40 anos de vida da Escola Santa Cruz. Esta instituição da Missão Santa Cruz tem sido, desde a sua fundação, um pilar cultural à volta do qual toda a Comunidade Portuguesa tem evoluído até hoje. Ela
generosa para muitos desses adultos que, integrando as Comissões de Pais, concorrem para manter o serviço de biblioteca, de vigilância, de cantina durante o intervalo, enfim, o bem-estar geral dentro da escola. O contacto de pais recémchegados com outros adul-
A Escola nasceu para servir os jovens da comunidade portuguesa que viviam em Montreal e regiões limítrofes e, por isso mesmo, onde quer que houvesse uma concentração significativa de falantes da língua lusa, aí se procurava abrir uma secção da Santa Cruz. Foi assim que nasceram
cessário preparar os jovens para poderem reintegrar a escola em caso de regresso ao país de origem. Dois anos depois da sua fundação, praticamente na mesma altura em que o ensino obrigatório passou em Portugal de 4 para 6 anos de escolaridade, a Santa Cruz já oferecia também,
gio entre as suas congéneres, concorreram também para o seu reconhecimento oficial no dia 7 de junho de 1979. Não se fez esperar muito de Portugal o envio regular de material de ensino de base durante um bom período de tempo. Nesta altura pudemos apreciar a visível
José de Barros
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ntrução da igreja santa cruz
Santa Cruz e benéfica ação do Consulado de Portugal a qual já vinha desde a fundação da Escola. Os finalistas da Escola da Missão Santa Cruz têm prosseguido os seus estudos de língua e cultura portuguesa na escola secundária Lusitana a qual também foi reconhecida oficialmente por Portugal
créditos. Os créditos obtidos têm aparecido, desde 1993, no diploma de fim de estudos secundários dos alunos que é um documento oficial outorgado pelo Ministério de Educação de Quebeque. Com um total até aos dias de hoje, de 23132 inscrições de alunos e de 1108 de professores, fica-se com
la as crianças a partir dos 4 anos de idade, incluindo aquelas que só têm um conhecimento passivo da Língua Portuguesa. No entanto, ainda não deixa de ser uma das maiores escolas fora de Portugal cuja população mal cabe nos convidativos locais do Centro Comunitário os quais tinham sido reno-
no dia 6 de junho de 1979. Os alunos da Lusitana que têm concluído com sucesso os cursos de Português do 10º ano ou os do 10º e 11º, enquanto são estudantes a Escola Secundária do Quebeque, têm tido o direito a receber do Ministério de Educação do Quebeque, conforme o caso, 4 ou 8
uma ideia aproximada do que tem sido a dimensão desta instituição de inestimável utilidade comunitária que é a Escola Santa Cruz. Claro que o número de alunos tende a diminuir gradualmente apesar de não nos termos poupado a esforços para atrair à esco-
vados, nos primeiros anos deste século, de acordo com um inovador e mobilizador projeto da autoria do atual responsável da Missão. Mas em cultura, o que mais interessa é a essência das coisas, mais o seu caráter qualitativo, não quantitativo. Não se pode
criar a ilusão de que está tudo feito e a missão cumprida. A escola Santa Cruz, tal como foi previsto, deve assegurar o ensino obrigatório Português que, já desde há anos, se estende até ao fim do 3º ciclo do Básico (9º ano). Pode fazêlo facilmente integrando na Santa Cruz as estruturas já existentes da escola Lusitana uma vez que esta, funcionalmente, não é senão o prolongamento da outra. E a comunidade portuguesa e todas as outras comunidades lusófonas tudo terão a ganhar com esta integração uma vez que, enquanto houver Missão Santa Cruz, a esperança de vida da sua escola será sempre muito superior à de qualquer outra de Montreal com a mesma vocação. Ganharão sim e muito as comunidades lusófonas pois precisam de um acompanhamento espiritual e cultural que só a Missão Santa Cruz saberá pôr à sua disposição. E não será assim tão difícil, uma vez que já temos uma língua comum e um acordo ortográfico para a partilhar por escrito. Não podemos deixar de olhar para a frente apoiando-nos na experiência do passado. Precisamos de continuar a reforçar o trabalho de equipa dos professores que devem ter sempre presente que é o aluno, como pessoa em crescimento, o centro do processo educativo o qual deverá, portanto, estar sempre acima dos materiais de ensino. Tudo o que tem sido feito até hoje no quadro do projeto educativo das escolas Santa Cruz e Lusitana, deve continuar a fazer-se. Ultimamente na Santa Cruz, alguns dos raros lu-
gares vagos no ensino têm sido muito bem preenchidos por jovens professoras de origem portuguesa, que têm formação orientada para o ensino de línguas e que ensinam nas escolas públicas do Quebeque. Além disso passaram pelas escolas comunitárias como alunas e possuem um bom conhecimento da Língua e da Cultura de origem. O futuro das escolas de sábado dependerá cada vez mais de professores com este perfil. Eles existem e estou certo de que, impulsionados pela generosidade que os habita, estarão prontos a transmitir às futuras gerações de jovens, não somente conhecimentos, mas oferecer-lhes também um modelo cultural com o qual elas possam identificar-se com orgulho. A escola continua a existir enquanto houver pais motivados e temo-los tido mesmo de outras origens e culturas. A escola de sábado é cada vez mais uma mescla de culturas que se reúnem pelo interesse de uma língua e de uma cultura e, nesse sentido, não serve só para a função para que foi criada. Ela já tem também uma missão unificadora que beneficia a comunidade portuguesa, pode beneficiar as comunidades lusófonas e, consequentemente, aquela que nos acolheu. Espero que este projeto educativo continue a cumprir por muitos anos o seu compromisso imprescindível para com a Pátria da Língua a que pertencemos e que engloba também todas as outras comunidades lusófonas.
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Os Smurfs
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Para os mais desavisados – aqueles que provavelmente passaram a infância em um casulo –, os Smurfs são pequenas criaturas azuis, que vivem em um floresta de cogumelos e cantam em coro “La la la la la la (repete várias vezes)”. Levados ao cinema através da tecnologia de integração entre animação 3D e live-
e despertar o desejo de embarcar nas peripécias dos carismáticos pseudoduendes. Os saudosistas, por sua vez, vão ficar impressionados com a apuro do desenho, as referências bem humorados e a agilidade das figurinhas com nomes correspondentes às suas personalidades complexadas. Apesar das três
Armisen), Arrojado (Alan Culimming), Ranzinza (George Lopez) e Papai Smurf (jonathan Winters) vêm parar em nosso mundo, mais precisamente em Nova York. Presos na Big Apple, eles conhecem o casal de humanos Patrick Winslow (Neil Patrick Harris) e Grace (Jayma Mays), que os acolhem e
Pictures, os pequeninos interagem pela primeira vez na tela grande com personagens de carne osso. Em um cenário mais sujo e com uma cartela de cores de um céu com nuvens – apesar das menções a outras célebres figuras azuis como o Blue Man Group e os confeitos M&M’s – os seres em miniatura portam
– em liquidificador por dezenas de produções – passam sem incomodar tanto, já que o interesse da fita é, através de um blockbuster confesso, apresentar às novas gerações os encantadores Smurfs, homenageando, de quebra, as não tão novas assim. Dessa forma, misturando palavras do inglês (ou
action, os miúdos do “tamanho de três maçãs” podem provocar reações diversas. Adultos mais rabugentos vão achar irritante a felicidade estridente cor-de-anil, envolta em uma trama de matéria gorda e alto teor de açúcar – a chamada “comida lixo cinematográfica”. Já o primeiro contato da crianças vai fazê-las descobrir um mundo paralelo de horas eternas de recreio
respostas fazerem sentido, marco aqui a opção três. Na trama de Os Smurfs, que chega às salas brasileiras nesta sexta (4), a perseguição do malvado feiticeiro Gargamel (o ótimo Hank Azaria) e seu gato Cruel expulsa os personagens azulados da vila em que moram. Através de um portal mágico, Desastrado (Anton Yelchin), Smurfette (Katy Perry), Gênio (Fred
os ajudam na missão de volta para casa. Criados em 58 pelo cartunista belga Peyo – sim, a bélgica tem Tintim e Smurfs – as criaturas ganharam fama mundial através da série de TV produzida a partir de 81 pela HannaBarbera. Agora, sob o comando de Raja Gosnell (dos fracos Scooby Doo 1 e 2) e assinatura da divisão de animação da Sony
fantasia a um ambiente caótico. O resultado é uma aventura divertida e de alto nível técnico, com destaque para um 3D que, em algumas cenas, parece nos levar para um simulador de parque de diversão. Momentos da trilha sonora, como direito a AC/DC e uma cena no Guitar hero embalada por Aerosmith, também agradam. Os clichês de um roteiro batido
português, na dublagem) com o idioma Smurfs, o longa atualiza um desenho de fãs cativos para angariar novos adoradores mirins. Como uma tarde de piquenique, Os Smurfs satisfaz o público descompromissado e, assim como no hino dos personagens, “canta para a tristeza espantar”. A “Smurfranquia” está inaugurada – mais dois, pelo menos, vêm por aí.
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Capitão América: O primeiro Vingador Panfletário, “certinho” e representante do imperialismo yankee, o Capitão América não faz muito sucesso pelas terras subnutridas e
atenção do Dr. Abraham Erskine (Stanley Tucci, caricato, mas afetuoso), um cientista alemão que se opõe aos nazistas e cria um super soro
subdesenvolvidas na periferia do capitalismo. Mesmo assim, a Marvel, na busca de avançar com os Vingadores, tenta conquistar o mundo com os olhos de filhote (e o abdômen de halterofilista) de Chris Evans, no papel de Steve Rogers. O resultado é um filme patriótico, sim, mas não bitolado e xenófobo. A incursão de Joe Johnston pelo “bandeiroso” herói não assume riscos, mas dosa bem a diversão. A história de Steve Rogers mostra o primeiro super-herói anabolizado de todos os tempos. Magrelo e infestado de condições crônicas, Rogers colecionava rejeições do exército, mas o franzino garoto do Brooklyn se recusa a desistir. A determinação do garoto acaba chamando a
que amplia as características de quem recebe a dose. Nas palavras do próprio, “o bom vira ótimo e o mau vira péssimo”. Erskine coloca Rogers em sua divisão de pesquisas, liderada pelo Coronel Phillips (Tommy Lee Jones, interpretando Tommy Lee Jones, o que é ótimo). Lá, Rogers mostra seu valor e acaba sendo cobaia para o projeto do Super-Soldado. A inoculação do super soro e a irradiação de raios Vita funcionam e Rogers sai da máquina musculoso, mas um espião do Reich consegue matar Erskine. Enquanto isso, na Europa, o cientista Johann Schmidt, o Caveira Vermelha, lidera sua divisão de pesquisa dentro do Reich, a Hydra, ganhando cada vez mais
poder embaixo dos bigodes do Führer. A performance de Hugo Weaving é, como sempre, confiável e em um papel exagerado como o do tresloucado Caveira Vermelha, Weaving pode mastigar cada palavra de texto com raiva e cuspir com ira afetada. O vilão está atrás do todo-poderoso Cubo Cósmico, artefato supremo do Universo Marvel, que é, no filme, relacionado a Odin, Thor e os outros deuses nórdicos. Parte do sucesso de Capitão América está na performance de Evans. O ator consegue passar a imagem de um rapaz comprometido com seu país e seus companheiros do exército, mas não de uma forma panfletária. Acima de tudo, Evans transmite uma bondade e simpatia ímpar para o capitão e consegue, de alguma forma, combinar isso com uma presença imponente em cena. É bom ver que Tony Stark, Thor e Steve Rogers foram caracterizados tão bem em seus filmes, um ótimo presságio para Os Vingadores. O filme é abarrotado de referências, incluindo uma citação bem discreta a Indiana Jones e os caçadores da Arca Perdida, filme que deu ao diretor Joe Johnston um Oscar, na época como diretor de efeitos especiais. O primeiro escudo do Capitão, mais triangular, também dá as caras, assim como a clássica capa de HQ na qual ele aparece entregando um belo cruzado na cara de Hitler. No meio do caminho, pipocam pela tela personagens clássicos como Dum Dum Dugan e Bucky Barnes, com performances breves, mas intensas. Uma pena que Dugan foi introduzido
na Segunda-Guerra, o que lima suas chances de dar as caras no filme dos Vingadores, a menos que ele viva mais de 100 anos. O filme, infelizmente, não é perfeito. A primeira coisa que salta aos olhos é a quase desconcertante falta de ambição da película. Johnston ousa tão pouco, joga tão seguro, que chega a ser incômodo. Ainda assim, talvez seja melhor apostar no que dá certo a fazer um drama shakespeariano esquizofrênico, como acabou saindo Thor.
pelo herói quando ele desaparece. Stark chuta. Stark agarra. Stark arremessa e, adivinhem, Stark rebate. O personagem é até carismático, espelhando algumas características de sua prole de forma orgânica, mas foi enfiado de forma truculenta em todas as brechas do roteiro. A forma como o filme se ligou a Thor foi muito mais elegante e eficiente. Capitão América é melhor que Thor. Ousa menos, mas acerta muito mais. Não chega ao panteão de Homem de
Outro problema é Howard Stark, o pai de Tony. É louvável que o filme tente fazer a ponte com os outros filmes da Marvel, mas Stark é enfiado à força em todas as cenas possíveis, rompendo a barreira do ridículo. Stark constrói a máquina que transforma Rogers no Capitão América. Stark pilota o avião que leva Rogers além das linhas inimigas. Stark constrói o escudo do herói e desenvolve o tecido de sua roupa. Stark lidera as buscas
Ferro, O cavaleiro das trevas e os dois primeiros filmes do Homem-Aranha, mas é um filme de quadrinhos mais do que eficaz e, tal qual um clássico hambúrguer americano, enche e é gostoso, mas não alimenta. Os alicerces para Os Vingadores estão armados, com três filmes no mínimo sólidos sustentando os heróis principais. Agora, tranquilizado pelo patriótico Capitão, o mundo pode respirar aliviado e bradar: Avante, Vingadores!
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