Jornal SBOC 2013 - 1° dia

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Cerimônia de Abertura Noite de emoção na abertura do XVIII Congresso

1ª Edição

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Quinta-feira, 24 Outubro de 2013

www.sboc.org.br

Interdisciplinaridade e novas perspectivas

Destaques do Dia Conheça o que foi destaque na programação científica do XVIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica 4, 5, 6

Holofotes As imagens do XVIII Congresso da SBOC

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Aconteceu Acompanhe a síntese das apresentações que marcaram a programação de ontem 8,9

Notas As notícias da oncologia e as novidades da indústria

10

Anderson Silvestrini, senadora Ana Amélia e Evanius Wiermann

N

este ano, o SBOC tem como tema a “Interdisciplinaridade e Novas perspectivas”. De 23 a 26 de outubro, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, na capital federal, recebe a comunidade oncológica brasileira, além de importantes convidados internacionais. Não há dúvida de que este XVIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica se firma como um dos grandes encontros da agenda da oncologia latino-americana. Pela qualidade das contribuições e pelo entu-

siasmo dos cerca de três mil congressistas inscritos, temos motivos de sobra para acreditar que teremos certamente um grande encontro. A todos os que nos prestigiaram com a presença e aqueles que somaram esforços para a construção dessa iniciativa, deixamos o nosso muito obrigado. Convidamos a todos para conferir os destaques do dia e aproveitar a programação científica.



Brasília, 24 outubro – quinta-feira

Cerimônia de Abertura

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Solenidade de abertura do XVIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

A

Abertura oficial do Congresso da SBOC foi marcada por emoções. A primeira, quando o presidente da SBOC, Anderson Silvestrini, lembrou as realizações da gestão, e exibiu um filme da campanha da entidade contra o cigarro, estrelado pelo jogador da seleção de futebol, Fred, que será exibido em cinemas, tvs, rádios, sites e mídias sociais. Outro momento marcante foi o discurso do presidente eleito da SBOC, Evanius Wiermann. Em seu discurso, Anderson ressaltou que “o tema escolhido para este congresso, ‘Interdisciplinaridade e novas perspectivas’, muito oportuno, visa resgatar a importância dos profissionais na assistência aos pacientes e na decisão terapêutica. A proximidade e a boa relação com outras sociedades médicas são muito importantes neste momento. Por isso gostaria de agradecer a todos os presidentes dessas sociedades pelo apoio e presença”. Ele agradeceu também aos diretores da entidade que com ele dividiram inúmeras tarefas, patrocinadores, funcionários da SBOC e a família. Silvestrini lembrou as inúmeras lutas onde a SBOC foi protagonista, no campo das políticas públicas, junto à ANS, campanhas de prevenção, educação médica continuada, fortalecimento das entidades regionais, reformulação do site, e tantos outros projetos desenvolvidos. Ele concluiu, após expor um amplo panorama de sua gestão, dizendo que “deixo a pre-

O Jornal Diário do SBOC Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica é uma publicação da Iaso Editora Ltda

sidência da entidade com a certeza de ter contribuído para o fortalecimento da SBOC no cenário nacional. Entrego o cargo a Evanius Garcia Wiermann, pessoa altamente capaz e comprometida com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica”. A senadora Ana Amélia Lemos lembrou que ontem foi aprovada no congresso nacional a lei de sua autoria, que inclui no rol dos planos de saúde a quimioterapia em domicílio. Ela contou que espera agora a sanção presidencial. “Penso que ontem foi o dia mais importante da minha vida parlamentar”, e concluiu com “uma homenagem a todos que trabalham com o câncer, pela grandeza dos profissionais, pela forma diferenciada de tratar o paciente”. Robson Freitas de Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia lamentou o programa Mais Médicos, e parabenizou a SBOC, ressaltando que hoje é um dia de festa para a oncologia pelo esforço representado pela Senadora Ana Amélia. Luís Santini, diretor-geral do INCA, lembrou os avanços e os desafios da saúde pública, “pois veremos 13 milhões de mortes por câncer até 2013. São 500 mil casos por ano no Brasil”, e ressaltou as dificuldades que o país ainda encontra para o tratamento. Na mesa de abertura estavam presentes Anderson Silvestrini, presidente da SBOC; senadora Ana Amélia Lemos, Luís Antônio Santini, diretorgeral do INCA; Robson Freitas de Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia; Elias Fernando Miziara, secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal, representando o governador Agnello Queiroz; Ivo Bucaresky, diretor de Gestão Institucional da ANVISA; a presidente da Sociedade Brasileira de Psico-oncologia, Jurama Ribeiro de Oliveira; Carla Donato Macedo, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica; Cristiane Sanchotene Vaucher, presidente da Sociedade Brasileira de Enfermagem Oncológica; Patrícia Sampaio Chueiri, coordenadora geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, representando o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Junior e Mario Jorge Sobreira, representando a presidente da SOBRAFO. A Solenidade também exibiu um making-off da produção do Congresso e contou com um show de Marcelo Bonfá durante um coquetel servido aos congressistas e convidados.

Publisher: Simone Simon simone@iasoeditora.com.br Editora e jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849) valeria@iasoeditora.com.br

www.iasoeditora.com.br • www.revistaonco.com.br SP (11) 2478-6985 • RJ (21) 3798-1437

Reportagem: Sergio Azman sergio@iasoeditora.com.br

Reportagem SBOC: Andrea Penna Fotos: Maria Clara Diniz Direção de arte/Prepress: Ione Franco ione@iasoeditora.com.br Impressão: Positiva Gráfica • Tiragem: 3.000


Destaques do Dia

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ll Pulmão

Tratamento do câncer de pulmão pequenas células Clarissa Mathias, diretora médica do Núcleo de Oncologia da Bahia e pesquisadora do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), fala da evolução no tratamento do CPPC

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o tratamento do CPPC, os objetivos são controle local e tratamento de micrometástases. A evolução da abordagem quimioterápica aumentou as taxas de remissão completa, mas a recidiva local é muito comum. Tratamentos adicionais com incorporação de radioterapia e cirurgia devem ser considerados. Os tratamentos utilizados no CPPC levaram a aumentos significativos de sobrevida em pacientes com doença limitada. Para aqueles com doença extensa, o progresso foi mais limitado. Uma análise de 21 estudos de grupos cooperativos americanos encontrou uma melhora significativa na sobrevida mediana em estudos reportados entre 1982 e 1990, comparados ao período entre 1972 e 1981 (9 versus 7 meses). CPPC é altamente responsivo ao tratamento quimioterápico e a quimioterapia prolonga a sobrevida quando comparada ao tratamento de suporte. Benefícios do tratamento paliativo podem ser vistos mesmo em pacientes com comprometi-

mento severo de órgãos e de desempenho clínico. O tratamento de primeira linha confere uma taxa de resposta entre 65% e 80%, mas as recidivas são rápidas e os tratamentos de segunda linha são inadequados. Três metanálises confirmam a superioridade da quimioterapia contendo platina para CPPC, portanto Etoposide e Platina é o regime de escolha tanto em doença limitada como extensa. Pacientes tratados com regimes contendo platina apresentavam maior chance de resposta ao tratamento (69% versus 62%), além de uma redução no risco de morte aos 6 e aos 12 meses (68% versus 66% e 29% versus 24%, respectivamente). Carboplatina pode ser substituída por cisplatina sem perda aparente da atividade e com menor toxicidade associada. O Hellenic Cooperative Oncology Group randomizou 147 pacientes para receber etoposide, 100 mg/m2 dias 1 a 3, e cisplatina, 100 mg/m2, ou carboplatina, 300 mg/m2, associados à radioterapia. Taxas de res-

Brasília, 24 outubro – quinta-feira

posta e sobrevida foram semelhantes nos dois braços, apesar da toxicidade, particularmente náusea, vômito, nefrotoxicidade e neurotoxicidade, ter sido significativamente menor no braço da carboplatina. A introdução da quimioterapia combinada como tratamento padrão tanto da doença limitada como extensa levou a aumentos significativos na sobrevida. Infelizmente, o entusiasmo inicial em relação a estes regimes foi apaziguado pelo reconhecimento da chegada a um limite de eficácia em relação à sobrevida.

ll Evidências

O valor da oncologia baseada em evidência Wagner Brant Moreira coordena um módulo especialmente dedicado à evidência científica e seu papel no apoio à tomada de decisão na prática médica

Wagner Brant Moreira

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prática médica sempre foi baseada em evidências, mas o tipo da evidência depende do método de aquisição de conhecimento em cada época.

Em 1990 foi proposto o termo medicina baseada em evidência com a finalidade de estabelecer que a decisão médica deveria ser baseada na evidência obtida pela pesquisa clínica. As consequências deste conceito para a prática médica demonstram que é necessário o conhecimento da solidez da evidência para que se tenha consciência da força da inferência que esta evidência pode proporcionar. É, então, importante avaliar a qualidade da evidência existente na medicina, certo? Dizendo de outra forma, como podemos avaliar o grau de incerteza e de aplicabilidade da evidência? É para dar respostas a essas e outras questões que Wagner Brant Moreira dá uma aula sobre a Evidência Científica em Oncologia e coordena um módulo inteiramente dedicado ao assunto, que acontece hoje, das 9 às 13 horas, na sala Alvorada. Vale conferir!


Brasília, 24 outubro – quinta-feira

Destaques do Dia

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ll Melanoma Avanços no tratamento do melanoma Antonio Carlos Buzaid, um dos mais prestigiados oncologistas brasileiros, coordena o módulo de Melanoma, que nesta quinta-feira reúne na sala Águas Claras grandes autoridades mundiais no assunto. Em entrevista exclusiva ele fala dos avanços no tratamento do melanoma e aponta os destaques da programação científica JS - O tratamento do melanoma vive mesmo uma verdadeira revolução? O que deve marcar o painel dedicado aos avanços no tratamento do melanoma neste XVIII Congresso da SBOC? ACB - Acredito que o tratamento do melanoma vive sim uma revolução. Nós temos hoje um melhor entendimento sobre os mecanismos de escape da célula tumoral. As melhoras têm sido tanto na terapia-alvo como na imunoterapia, as duas grandes áreas que serão o foco dos speakers durante o congresso. JS - Esses avanços no tratamento já estão disponíveis ao paciente brasileiro? ACB - Os pacientes que têm seguro médico têm tido acesso às novas drogas. Os pacientes atendidos pelo sistema público ainda não. Infelizmente, pela lentidão do processo de revisão de proto-

colos no Brasil, seja pela atuação da CONEP ou de órgãos reguladores como a ANVISA, o acesso a drogas mais modernas, de pesquisas promissoras, não é facilmente disponível para os pacientes brasileiros. No geral, estamos atrasados de oito a doze meses na disponibilidade dessas novas drogas, se compararmos a realidade dos Estados Unidos, por exemplo. Existe esse gargalo. JS - Acha que o Brasil tem avançado no diagnóstico precoce e no controle da doença? ACB - O Brasil tem avançado pouco ainda. Acho que precisamos ter um pouco mais de educação da população sobre o sol, sobre a importância da fotoproteção. Também falta orientação às pessoas para o diagnóstico precoce, isto é, para a importância de buscar auxílio médico assim que surgirem alterações na pele, como pintas, man-

Antonio Carlos Buzaid chas etc. O diagnóstico de melanoma no Brasil, infelizmente, ainda é feito em fases avançadas da doença. Um país com as características do Brasil deveria ter uma política pública voltada para essa questão da pele, demonstrando a importância da fotoproteção. É o que vem fazendo países como a Austrália, que incentiva a prevenção. Hoje sabemos claramente que a fotoproteção diminui o risco de melanoma e de todos os tipos de câncer.

SIMPÓSIO

Right Target, Right Patient, for Effective Treatment of NSCLC Ana B. Oton, MD • University of Colorado Cancer Center (US) Riad Younes, MD • Hospital São José (Brazil)

24 de Outubro, 13h Centro de Convenções Ulysses Guimarães Auditório Águas Claras

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Destaques do Dia

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Brasília, 24 outubro – quinta-feira

ll Nutrição

O super idoso oncológico

Nivaldo Barroso de Pinho e Cristiane D’Almeida, à frente do Serviço de Nutrição do HC I/ INCA, apontam os desafios da transição epidemiológica

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população brasileira maior que 60 anos cresceu 47,8% na última década. O câncer está associado ao envelhecimento e aproximadamente 60% das neoplasias e 70% da mortalidade por câncer ocorrem em indivíduos acima de 65 anos. Na Europa são cerca de um milhão de novos casos de câncer por ano, e 55% em indivíduos acima de 65 anos. Até 2020, 60% de todos os tumores afetarão esses indivíduos. Nos EUA, a população acima de 65 anos aumentou em 25 milhões em 1980, em 35 milhões em 2000, e a expectativa é de que chegue a 72 milhões em 2030. Aproximadamente 10% das neoplasias ocorrem em pacientes com idade igual ou maior que 80 anos, muitas vezes um grande desafio para os médicos e geralmente excluídos de ensaios clínicos, em decorrência da dificuldade de acompanhamento multidisciplinar. O sucesso da terapêutica está diretamente relacionado ao estado nutricional do paciente

oncológico. A agressividade e a localização do tumor, os órgãos envolvidos, as condições clínicas, imunológicas e nutricionais impostas pela doença e agravadas pelo diagnóstico tardio ou até mesmo pela magnitude da terapêutica são fatores que podem comprometer o estado nutricional, com graves implicações prognósticas. Para o idoso, a determinação do estado nutricional deve considerar, entre outros, fatores como o isolamento social, a solidão, as doenças crônicas, as incapacidades e as alterações fisiológicas próprias do envelhecimento. O INCA liderou o Inquérito Brasileiro de Nutrição Oncológica, com 42 Unidades Hospitalares de 16 estados e ainda o Distrito Federal. Foram avaliados 4.822 pacientes oncológicos através da Avaliação Subjetiva global produzida pelo próprio paciente. Os dados indicam que 29% dos pacientes tinham mais de 65 anos. A avaliação também ob-

IDADE Até 65 anos Mais de 65 anos Total

A

B

C 362

TOTAL

2027

1036

59,2%

30,2%

10,6% 100,0%

3425

76,6%

64,4%

63,7%

71,0%

206

1397

619

572

44,3%

40,9%

14,7% 100,0%

23,4%

35,6%

36,3%

29,0%

2646

1608

568

4822

54,9%

33,3%

11,8% 100,0%

100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

servou maior risco nutricional ou desnutrição entre os mais idosos (40,9% + 14,7 % = 55,6% vs. 30,2% + 10,6%= 40,8; P<0.05). Indivíduos mais idosos estatisticamente apresentam maior perda de peso, redução na ingestão, intercorrências gastrointestinais, falta de apetite, constipação, boca seca. Além de maiores alterações dos compartimentos de gordura e de proteína corpórea, estes indivíduos apresentam queda expressiva de qualidade de vida, sendo necessárias medidas de prevenção e intervenção nutricional.

ll Oncogenética Epidemiologia molecular: marcadores de exposição Alice de Medeiros Zelmanowicz, do Centro de Prevenção do Câncer da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, fala hoje na Sala Buriti. Confira a síntese da apresentação

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epidemiologia evoluiu com o desenvolvimento das novas tecnologias moleculares que refinam a forma de investigar as relações entre a exposição e doença. Ferramentas moleculares aplicadas a estudos epidemiológicos permitem explorar os mecanismos das relações obser-

Alice Zelmanowicz

vadas que anterioremente escondiam-se em uma “caixa preta”. A Epidemiologia Molecular dos Tumores incorporou os biomarcadores (=marcadores biológicos) para aprofundar o entendimento do modelo em que há um continuum de transformações moleculares, genéticas, epigenéticas e do ambiente celular que levam uma célula normal a um câncer (sequência de eventos da carcinogênese). A partir de seus postulados, desenvolveu-se o estudo da frequência e distribuição dos eventos intermediários do desenvolvimento do câncer e o mecanismo de ação dos fatores de risco da iniciação, promoção e progressão do câncer. Os biomarcadores podem ser de exposição, efeito ou suscetibilidade. Os marcadores de exposição passam por diversas etapas de identificação, desenvolvimento, validação, reprodutibilidade e aplicação clínica. Os estudos geralmente utilizados para este fim se iniciam por estudos de laboratório (in vitro e in vivo). Os biomarcado-

res potenciais são submetidos a estudos de transição quando são testados em situações clínicas reais (em seres humanos) e após são feitos estudos epidemiológicos de enfoque etiológico como os estudos de caso-controle, caso-caso e coorte. E por fim estudos de aplicabilidade populacional. O objetivo principal desses estudos é desenvolver marcadores confiáveis, acurados e reprodutíveis que possam ser utilizados em pesquisas e na prática clínica para prevenção, individualização de risco e diagnóstico precoce. Geralmente traduzem uma exposição de interesse clínico (tabagismo, exposição ambiental, infecções, por exemplo). Porém, por serem medidas substitutivas (surrogate) podem marcar eventos que não se equivalem em importância clínica ou ainda que marquem um processo ou produto associado à cadeia de eventos do adoecimento, mas não fazem parte dela. A incorporação dessas técnicas têm potencializado os estudos de relações causais do câncer. Além disso, marcadores de diagnóstico, prognóstico e predição de resposta a tratamentos, entre outros, têm sido desenvolvidos.


Holofotes

Brasília, 24 outubro – quinta-feira

Rita Maciera, Auro Del Giglio, Nise Yamaguchi, Beatrice, Luciana Holtz,

Regina Liberato

Vania Assaly e Gustavo Werutsky.

Roberto Mendonça, Thais Tamura, Leandro Silveira e Natalie Molinari

(Astellas)

(Sanofi)

Debora Orru, Christiane Mittne e

Humberto Iisuka (Roche)

Zaira Silva (GSK)

Fernando Gomes e Alessandro Rocha (Roche)

Toshio Chiba

Ricardo Caponero

Evanius Wiermann

Luciana Holtz (Oncoguia)

Anderson Silvestrini

Erica Mota e Renata Almeida (Pierre Fabre)

Valdir Lima, Fernando Ribeiro, Adalgisa Stainck, Petterson Nakazato e

Gustavo Werutsky

Claudia Naylor, Toshio Chiba e Carlos Sampaio

Beatriz Mello e Carolina Kawanishi

Luís Antônio Santini

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Claudia Silvestrini e Anderson Silvestini

Adriana Madeira Conforti

Senadora Ana Amélia e Luís Antônio Santini

Anderson Silvestrini e a senadora Ana Amélia

Aula de extração de DNA

Auro Del Giglio

Wagner Brant

Nise Yamaguchi

Claudia Naylor

João Paulo Necker Lotufo


Aconteceu

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Brasília, 24 outubro – quinta-feira

ll Oncogenética Bases genéticas do desenvolvimento do câncer Adriana Madeira Álvares Conforti ajuda a compreender as terapias-alvo, um dos temas mais importantes na Oncologia hoje

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esde muito tempo, a genética clássica já apontava para um envolvimento genético no câncer, porém com o advento da Biologia Molecular, as bases genéticas da tumorigênese puderam ser melhor compreendidas. Hoje, pode-se dizer que o câncer é uma doença genética das células. Isso ocorre, mesmo quando o tumor não é do tipo “familial” ou hereditário, pois a sua formação sempre é dada através de mutações sucessivas que dão às células alguma vantagem proliferativa em relação às células não mutadas e com isso

são adquiridas habilidades moleculares como a de crescer descontroladamente e invadir tecidos, progredindo até a metástase. No caso de tumores familiais, já se nasce com uma mutação e o surgimento da doença vai depender do aparecimento de outras mutações e da penetrância do gene. É por isso que nos casos familiais a doença geralmente acontece precocemente. Os mecanismos da tumorigênese iniciam-se em uma célula do corpo, ou várias que normalmente estão expostas a um composto carcinogênico, ou ainda quando se carrega uma mutação na linhagem germinativa (familial). Com isso, são alteradas geneticamente ou epigeneticamente células que acabam proliferando e transmitindo aquela alteração para as células filhas. Nessa explicação clássica da tumorigênese, esse mecanismo envolve alterações nos genes chamados oncogenes, supressores de tumor e genes de reparo do DNA. Os oncogenes são genes que produzem proteínas que ativam o ciclo celular. Quando mutados promovem a progressão e descompasso do ciclo celular fazendo com que uma célula passe a se dividir mais. Mutações nesses genes possuem um caráter dominante, portanto uma única mutação é suficiente para ativar o ciclo celular. São exemplos de oncogenes o gene RET, Ciclina D1

ll Fórum de Pacientes A pesquisa clínica pode ajudar o paciente com câncer? Gustavo Werutsky falou da importância de participar de ensaios clínicos, durante as atividades pré-congresso

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nsaios clínicos são estudos que envolvem pessoas. Estes estudos testam novas formas de prevenir, detectar, diagnosticar ou tratar doenças. Em torno de 5% das pacientes com câncer são voluntários aos ensaios clínicos. Existem várias razões pelas quais os pacientes decidem participar de ensaios clínicos. Frequentemente é esperança. Esperança de um benefício a si próprio, por um melhor tratamento, um maior tempo de vida ou uma melhor qualidade de vida que o novo tratamento estudado pode vir a oferecer. Nos ensaios clínicos há sempre a

chance de o novo tratamento ser ineficaz. Porém, os cientistas e médicos envolvidos nos estudos têm razões para acreditar que ele será tão bom ou melhor que os tratamentos atuais. Os principais benefícios de participar de ensaios clínicos incluem: o acesso de pacientes a novos tratamentos promissores que geralmente não são disponíveis fora de estudos clínicos; o tratamento estudado pode ser mais efetivo do que o tratamento atual, e nesse caso o participante pode ser o primeiro a se beneficiar dele; os participantes são monitorados regularmente e recebem cuida-

e outros. Os genes supressores de tumor são responsáveis pela produção de proteínas inibidoras da proliferação celular, possuem um efeito recessivo, sendo necessárias duas mutações nos dois alelos para inativar a sua ação. São exemplos conhecidos o gene TP53, o gene RB, o BRCA1 e BRCA2. Outra classe de genes que pode estar envolvida nos mecanismos de tumorigênese são os genes de reparo do DNA, que quando mutados aumentam a taxa de mutação nas células. Os genes de reparo, assim como os supressores tumorais possuem um efeito recessivo, ou seja, são necessárias duas mutações para que sua ação seja perdida. São exemplos os XRCCs, XPD, MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2. Por último e não menos importantes, temos os polimorfismos diversos em genes de metabolização de xenobióticos ambientais, como os CYPs e GSTs que podem determinar uma “limpeza” mais ou menos efetiva do corpo da presença dos poluentes, metabólitos diversos e compostos carcinogênicos. Esses genes são chamados de “genes de suscetibilidade ao câncer”, pois podem aumentar ou diminuir a probabilidade do desenvolvimento de tumores, dependendo também da exposição ambiental do indivíduo aos xenobióticos ambientais.

dosa atenção da equipe de pesquisa, que inclui médicos, enfermeiras e outros profissionais da saúde; os participantes estão ajudando os cientistas a aprender mais sobre o câncer (por exemplo: como ele cresce, age, o que influencia seu crescimento ou disseminação); e, finalmente, os resultados dos estudos podem ajudar pacientes que venham a necessitar de tratamento para o câncer no futuro. Além disso, os hospitais que se credenciam a oferecer estudos clínicos devem se qualificar o que então beneficia não só o paciente voluntário, mas também todos aqueles pacientes com câncer atendidos naquele hospital. Assim, especialmente no Brasil, é necessário um esforço educacional para que todos os pacientes com câncer tenham acesso à informação sobre o que é a pesquisa clínica e porque ela é importante.


Brasília, 24 outubro – quinta-feira

Aconteceu

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ll Fórum de Tabagismo Prevenção ao tabagismo, álcool e drogas na Pediatria do HU da USP João Paulo Becker Lotufo, autor do livro “Tabagismo, uma doença pediátrica”, trouxe para o XVIII Congresso da SBOC um convite inspirador na luta anti-tabaco.

N

o Brasil, a luta contra o tabaco está indo bem, mas não está ganha. Éramos 30% de fumantes no país, e atualmente somos 12% (VIGITEL 2013). Somos o quarto país em número de ex-fumantes, mas o consumo precoce persiste como uma preocupação. A idade de iniciação do tabaco está em torno dos 10 anos de idade. O álcool se inicia aos 11-12 anos. A maconha e o crack idem, com pico de uso antes dos 18 anos de idade (UNIAD). Tudo isto está ocorrendo nas “barbas do pediatra”. Ao mesmo tempo, o nível de alcoolemia vem aumentando e a idade das intoxicações vem diminuindo. Diante desse cenário, o Hospital Universitá-

rio da USP inaugurou na pediatria um ambulatório de prevenção de drogas lícitas ou ilícitas, com a proposta de orientar pacientes e familiares, e abrir um espaço para falar sobre os problemas do uso do tabaco, álcool, maconha e crack. O ambulatório começou a funcionar no dia 1º de outubro, na sala 14 do ambulatório do HU USP, sempre às 13 horas, todas as terças. A família que assistir a quatro reuniões ganha um diploma e brindes do “Dr BARTÔ e os DOUTORES DA SAUDE”, trabalho que foi agraciado pela pró-reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo para expandir seu alcance para dez faculdades de Medicina do Estado de São Paulo, já a partir de 2014.

João Paulo Necker Lotufo


Notas

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Brasília, 24 outubro – quinta-feira

Senado aprova projeto pela cobertura das drogas de uso oral

C

om a aprovação no plenário do Senado, nesta terça-feira (22), segue para sanção presidencial o Projeto da Senadora Ana Amélia, que

inclui quimioterápicos de uso oral para o tratamento do câncer, em casa, entre as coberturas obrigatórias dos planos de saúde. A proposta era considerada prioritária pelo Congresso dentro das atividades do Outubro Rosa. Pela iniciativa, os planos de saúde privados terão que cobrir despesas dos medicamentos de uso oral e procedimentos radioterápicos e de hemoterapia no tratamento domiciliar, desde que estejam relacionados à continuidade da assistência prestada por meio de internação hospitalar. “Esse projeto não alcança apenas as mulheres, mas beneficia a todos os pacientes de cân-

Astellas Brasil ingressa na Oncologia

A

Astellas Brasil anuncia a criação de mais uma área de atuação, com o ingresso na oncologia. A operação brasileira está amparada por um planejamento de longo prazo que estabeleceu investimentos locais, projetando a Astellas Oncologia como centro operacional de toda a

América Latina. A meta é ampliar o alcance da companhia e reforçar o foco em produtos farmacêuticos de classe mundial para compor um portifólio ainda mais sólido e inovador. Um dos destaques do pipeline da empresa é a enzalutamida, indicada para câncer de próstata avançado. O agente mostra o caminho, como primeiro produto com presença global, disponível mundialmente no portifólio de todas as afiliadas da companhia. Diferentemente dos outros agentes, que tentam inibir a síntese de testosterona, a enzalutamida chega com um triplo mecanismo de ação, permitindo o bloqueio intracelular através de três diferentes vias. Além da efetividade terapêutica, a enzalutamida demonstrou perfil de toxicidade bastante aceitável.

PegIntron recebe aprovação da Anvisa

A

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou uma nova indicação para o PegIntron (alfapeginterferona 2b) no tratamento adjuvante de pacientes com câncer de pele tipo melanoma no estadio III ulcerado evidenciado por microscopia, ou envolvimento linfonodal não-palpável. A aprovação teve por base um estudo clínico que envolveu 1256 pacientes submetidos à cirur-

gia de retirada do tumor e dos linfonodos comprometidos. Metade recebeu PegIntron e metade ficou em observação. O objetivo foi avaliar a sobrevida livre de progressão da doença, que foi significativamente superior nos pacientes tratados com PegIntron em comparação ao grupo submetido somente à cirurgia; nos pacientes no estadio III ulcerados com linfonodos microscopicamente comprometidos houve aumento de sobrevida global no grupo que recebeu PegIntron em relação ao grupo que ficou em observação após a cirurgia. Esses resultados estão de acordo com os dados de uma recente meta-análise sobre a interferona e aumentam as evidências favoráveis ao tratamento adjuvante do melanoma em estadio III, aumentando o leque de opções disponíveis para esses pacientes, indivíduos geralmente jovens e acometidos de uma doença potencialmente fatal.

cer. É o protagonismo do Senado na solução de um grave problema: a inclusão da quimioterapia oral no rol dos serviços dos planos de saúde”, destacou a senadora gaúcha. “É o dia mais importante do meu mandato. Só por esse projeto teria valido à pena minha atuação como senadora, representando o Rio Grande do Sul. É um processo que diz respeito a 1,1 milhão de pacientes portadores de câncer”, acrescentou. Hoje, cerca de 40% dos tratamentos oncológicos empregam medicamentos de uso domiciliar, em substituição ao regime de internação hospitalar ou ambulatorial.

Teva é líder em genéricos

A

Teva Farmacêutica é uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo e está comprometida com o aumento do acesso aos cuidados de saúde de alta qualidade através do desenvolvimento, produção e comercialização de medicamentos genéricos a preços acessíveis, bem como produtos farmacêuticos inovadores, de especialidade, e insumos farmacêuticos ativos (IFA). Com sede em Israel, a Teva é líder mundial de medicamentos genéricos, com um portifólio global de produtos de mais de mil moléculas e presença direta em cerca de 60 países. No Brasil, as áreas de atuação são SNC, Oncologia, doenças respiratórias e relacionadas à Saúde da Mulher, bem como produtos biológicos. A Teva atualmente emprega aproximadamente 46.000 pessoas em todo o mundo, e chegou a US $ 20,3 bilhões em receita líquida em 2012.

Caprelsa chega ao mercado brasileiro

A

AstraZeneca lança no mercado brasileiro o Caprelsa® (vandetanibe), primeiro e, até o momento, único medicamento indicado para o tratamento do câncer medular de tireoide que não pode ser removido cirurgicamente ou que já se disseminou para outras partes do organismo. O câncer medular de tireoide é considerado uma doença órfã, ou seja, uma enfermidade rara ou grave para a qual não existia nenhuma opção terapêutica. No Brasil, o câncer medular de tireoide é responsável por aproximadamente 5% dos casos de câncer da tireoide. Pode ser esporádico (80% dos casos) ou familiar / hereditário. Esse é o primeiro lançamento da AstraZeneca na área de doenças órfãs ou raras. O medicamento já está disponível no mercado brasileiro e em mais de 20 países.




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