Institucional
2ª Edição
Assembléia SBOC da posse à nova diretoria
3 Sexta-feira, 25 Outubro de 2013
Destaque do Dia Confira os destaques da programação científica desta sexta-feira
www.sboc.org.br
Uma nova agenda na Oncologia brasileira 5
Aconteceu Acompanhe a síntese das apresentações que marcaram a programação de ontem 6,7
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Indústria Os simpósios satélites e as novidades da indústria
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Holofote As imagens do XVIII Congresso da SBOC
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abordagem multidisciplinar ganha espaço na Oncologia e o paciente agradece, agora visto sob um olhar integral, capaz de proporcionar um novo ambiente de cuidados. É essa diversidade que o XVIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica procurou contemplar ao abrir suas portas para profissionais com diferentes bagagens e trajetórias. Estamos certos de que essa integração e a troca de experiências concorrem para um diálogo mais plural, tão necessário e nutritivo para todos nós. Agora que uma nova diretoria assume a condução da SBOC, reforçamos o empenho em trazer para a agenda a importância da pesquisa,
ecoando outro anseio da comunidade da oncologia. É com a proposta de fomentar a pesquisa brasileira em câncer que temos insistido em diferentes iniciativas, incluindo o estímulo aos jovens investigadores e suas instituições, para que possamos contribuir com o conhecimento científico e em última instância, com o paciente brasileiro. Se ao final desse encontro tivermos avançado nessa direção, teremos certamente dado um grande passo para construir uma nova realidade na oncologia brasileira.
Brasília, 25 outubro – sexta-feira
Institucional SBOC
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Assembleia da SBOC dá posse à nova diretoria
Tomou posse ontem a nova diretoria da SBOC, encabeçada por Evanius Wiermann. A nova diretoria é composta por: – – – – – – – – – – – –
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Presidente Evanius Wiermann Vice-presidente de Organização, Planejamento e Administração - Luis Adelmo Lodi Vice-presidente de Assistência Médica e Defesa Profissional - Alexei Peter dos Santos Vice-presidente para Ensino – Marcello Ferretti Fanelli Vice-presidente para Pesquisa Clínica e Estudos Cooperativos: Rafael Aron Schmerling Vice-presidente para Relações Nacionais e Internacionais – Carlos Alberto Sampaio Pereira Filho Secretário-geral – Eriberto de Queiros Marques Junior Secretário de Comunicação Social – Gustavo Fernando Ismael Tesoureiro - Alexandre José Fenelon Vice-tesoureira – Andreia Cristina Melo Comissão de ética – Ronaldo de Albuquerque Ribeiro, Denise Lopes Ferreira Machado e Bruno Carvalho Oliveira Conselho Fiscal – Sergio Padilha, Francisco Pereira Borges Filho e Maria de Fatima Gaui.
m seu discurso de despedida, o presidente da SBOC, Anderson Silvestrini - em nome de toda a diretoria que sai – explanou as realizações da sua gestão, uma prestação de contas oficial, que sairá em breve, na íntegra, em um boletim especial. Ele apresentou o volume de recursos captados, as publicações – os Boletins, Manual de Condutas, Livraria Virtual, Biblioteca Virtual, e a Cartilha de Direitos do Paciente Oncológico – a nova identidade visual – site, biblioteca virtual, Revista de Oncologia Clínica, e vinheta da SBOC. A seguir, mostrou os esforços no campo da pesquisa clínica - as videoaulas e o Premio SBOC/ASCO. Na relação com outras especialidades médicas, enfatizou principalmente os projetos desen-
volvidos com as Sociedade Brasileira de Cancerologia, Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Pneumologia, a campanha contra o tabagismo que será veiculada em cinemas, TVs, rádios, sites e mídias sociais, o registro de 11 regionais, além do protagonismo da SBOC nas seguintes questões: incorporação do trastuzumabe no SUS, incorporação do rituximabe no SUS, Lei 12732/ 12 “Lei dos 60 dias”, Lei 3998/ 12 “Lei da droga oral” e Consulta pública Lei 741/ 2005. Ainda na prestação de contas ele mostrou a produção do XVIII Congresso, o relatório contendo o Parecer de Auditoria sobre as demonstrações financeiras, e o balanço patrimonial. Em seu discurso de posse, Evanius Wiermann
ressaltou a excelência da gestão passada, da qual também participou, e elogiou o XVIII Congresso da SBOC, “que apresenta um conteúdo científico excelente, numa estrutura maravilhosa. Com certeza, uma das melhores edições de congresso da SBOC”. Para o futuro, Evanius destacou que sua gestão trabalhará muito pelos associados, pelos direitos dos pacientes, por mais acesso ao governo no intuito de garantir melhores condições de tratamento do câncer no país. Ele também frisou a importância do trabalho da nova gestão no fortalecimento da pesquisa clínica no Brasil. Por fim, agradeceu colegas e o apoio da família e anunciou que o próximo Congresso da SBOC será no Paraná.
Conferência Magna
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Brasília, 25 outubro – sexta-feira
Conquistas e desafios da oncologia brasileira Rogério Lilenbaum apresenta a Conferência Magna e fala dos avanços e entraves da oncologia brasileira
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Rogério Lilenbaum
Chief Medical Officer do Yale Cancer Center abriu em grande estilo a Conferência Magna deste XVIII Congresso da SBOC. E deixou certamente lições importantes, que mostram que o Brasil tem desafios pela frente para se posicionar como pólo de pesquisa em câncer. Aos 53 anos, o oncologista é um dos grandes especialistas mundiais em câncer de pulmão e foi com essa autoridade que Lilenbaum sublinhou o esforço dos pesquisadores brasileiros na pesquisa sobre a doença. “A liderança demonstrada pelo INCA e seus representantes, os oncologistas Carlos Gil Ferreira e Mauro Zukin, foi fundamental para a conclusão de um estudo de PS2 e um exemplo de dedicação e responsabilidade coletiva”, disse ele ao destacar o primeiro
estudo clínico multicêntrico realizado no Brasil. Lilenbaum também lembrou o exemplo pioneiro do Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (Gbecam), liderado por Sergio Simon, e do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), modelos que segundo ele deveriam servir de inspiração a outros grupos de pesquisa. A despeito dos elogios dirigidos à oncologia nacional, a Conferência Magna falou dos muitos desafios que ainda rondam a pesquisa brasileira. “A colaboração entre investigadores não faz parte da malha cultural da medicina no Brasil e menos ainda a colaboração entre as instituições relacionadas ao câncer no país”, criticou.
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Destaque do Dia
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ll Tumores Urológicos Na era dos tratamentos moleculares específicos, ainda existe papel para a nefrectomia citoredutora no câncer renal metastático? Fernando Maluf e Ricardo Carvalho, do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, refletem sobre o papel da nefrectomia citorredutora no mRCC, em tempos de terapia-alvo
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esde 2001, com a publicação dos resultados de dois estudos prospectivos e randomizados (SWOG 8949 e EORTC 30947) demonstrando que a combinação de nefrectomia citorredutora (NC) seguida de imunoterapia com interferon (IFN) produzia um ganho significativo em sobrevida global (SG) em relação à imunoterapia isolada, a citorredução consolidou-se no tratamento do câncer de células renais metastático (mRCC). Entretanto, mais de uma década depois, mudanças dramáticas ocorreram no tratamento do mRCC. Novas terapias têm apresentado um impacto significativo na SG e taxa de reposta. Os imunoterápicos, considerados tratamento-padrão, foram substituídos pelos inibidores da mTOR- temsirolimus e everolimus - e pelos inibidores da tirosina quinase (TKIs) - sunitinibe, pazopanibe e axitinibe - que atuam contra os receptores do fator de crescimento derivado do endotélio (VEGFR) e os receptores do fator de cres-
cimento derivado das plaquetas (PDGFR). Dessa forma, modificou-se o contexto original onde a eficácia da NC foi comprovada, o que trouxe incertezas quanto à existência de um real benefício da NC na era das terapias alvo. A NC acrescentaria algum benefício ao tratamento sistêmico com os TKIs? Existe algum subgrupo de pacientes onde a NC pode ser preterida? Como melhor selecionar os candidatos à NC? Essas são algumas perguntas cujas respostas ainda não possuímos. O estudo CARMENA, prospectivo e de não-inferioridade (já em andamento e com previsão de divulgação em 2016) foi desenhado para melhor avaliar a eficácia da NC na era dos TKIs, comparando o uso isolado de sunitinibe versus NC seguida de sunitinibe. Até a divulgação desses resultados, o benefício presumido da NC na era dos TKIs baseia-se na extrapolação de dados obtidos com os estudos da era dos imunoterápicos e nos relatos de séries de casos e estudos retros-
pectivos. Mesmo na ausência de estudos randomizados e prospectivos e embora o benefício da NC na era dos TKIs ainda não esteja totalmente esclarecido, a sua realização ainda é um pilar importante no tratamento do mRCC. No entanto, é fundamental uma ampla discussão com uma equipe multidisciplinar, além da utilização de critérios de refinamento na tentativa de melhor selecionar quais pacientes mais provavelmente se beneficiarão da cirurgia.
Fernando Maluf
ll Sarcomas
Como a inovação impactou a radioterapia em sarcomas de partes moles? João Victor Salvajolli explica como os avanços na radioterapia contribuíram para o tratamento do SPM
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s objetivos da terapia dos SPM são a sobrevida, evitar uma recidiva local, maximizar a função e minimizar a toxicidade. A ressecção cirúrgica (excisão total em bloco) do tumor primário é o componente essencial para todos os pacientes. Devido a sua raridade e necessidade de terapêutica multimodal os SPM são melhor abordados em centros com expertise no tratamento, incluindo cirurgia, ortopedia, oncologia clínica e radioterapia além de estrutura de suporte como fisioterapia, A radioterapia tem um papel fundamental na abordagem de muitos pacientes com SPM. O benefício primário dessa modalidade tem sido uma redução substancial na extensão da ressecção cirúrgica. Na maioria dos pacientes com lesões de extremidades, uma cirurgia com preservação do membro, associada à radioterapia com doses moderadas (50 a 65 Gy), produz taxas de controle local e sobrevida similares às obtidas com amputação, cuja indicação diminuiu de forma signi-
ficativa a partir dos anos 80. Nos anos 70, aproximadamente metade dos pacientes com SPM de extremidades eram submetidos a amputações. Em várias séries institucionais e estudos randomizados, a associação com a radioterapia externa (ou através da braquiterapia) pré ou pós operatória tem produzido excelentes taxas de controle da doença para lesões de membros (85-90% para lesões de alto grau e 90-100% para baixo grau), reduzindo em 20 a 25% o risco de recidiva local quando comparado com a cirurgia exclusiva. Entretanto, nem todos os pacientes com lesões de baixo grau necessitam do acréscimo da radioterapia. A identificação desses pacientes baseia-se em fatores prognósticos como o tamanho, profundidade e grau histológico. Na cabeça e pescoço, tronco e retroperitoneo, a radioterapia também tem seu valor, apesar de um menor número de estudos devido à raridade dessas apresentações. A radioterapia adjuvante pode ser empregada pré (neoadjuvante) ou pós operatoriamente (adju-
vante). Um estudo randomizado fase III canadense comparou as duas modalidades em 190 pacientes com SPM de extremidades (83% com graus intermediário ou alto) e depois de um seguimento de 6,9 anos, demonstrou maior incidência de complicações cicatriciais agudas no regime pré operatório, porém com significativo incremento nas complicações tardias (graus 2 a 4 em 86% vs 68% ) com a RT pós operatória, em particular a fibrose. A braquiterapia tem o potencial de reduzir a irradiação dos tecidos normais, maximizar a dose liberada ao tumor e encurtar o tempo total de tratamento quando comparada a RT externa (RTE). A escolha da terapêutica associada a cirurgia (RT exclusiva, RT + QT, RT-QT sequencial) deve ser baseada na experiência institucional. Avanços tecnológicos na radioterapia, particularmente IMRT, braquiterapia, radioterapia intraoperatória ou próton terapia têm proporcionado uma melhora nos índices terapêuticos para SPM.
Aconteceu
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ll Psico-Onco Resiliência e a Clínica de Sobreviventes Regina Liberato comandou os trabalhos do módulo de Psico-Onco, com dicas preciosas para enfrentar o câncer preservando o bem estar e a qualidade de vida:
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esiliência é um conceito complexo e abrangente, associado em geral a flexibilidade, adaptabilidade e superação de adversidades. Tem sido amplamente discutido como estratégia significativa do processo de enfrentamento de crises e é compreendido como a capacidade do ser humano em transformar uma experiência de dor em possibilidade de crescimento. Para a área da Psico-Oncologia, a resiliência aponta para a capacidade de enfrentar as adversidades relacionadas ao câncer, durante todas as fases do tratamento, por meio do surgimento de uma habilidade adaptativa, auxiliando na recuperação e superação das adversidades, a fim de manter o nível de bem-estar e a qualidade da vida daqueles que se relacionam com o câncer – paciente, familiares, médicos e outros profissionais da saúde. Considerando que resiliência é um conjunto de capacidades adaptativas concentradas no desenvolvimento da trajetória positiva de funcio-
namento e adaptação, deve-se levar em conta a interação dos fatores intrapsíquicos, o contexto social envolvido, e os fatores de risco e de proteção que caracterizam a experiência do sofrer. Com relação ao indivíduo que vive o enfrentamento do câncer, seja direta ou indiretamente, algumas estratégias de enfrentamento são esperadas. Desenvolver uma atitude proativa em relação à busca de informações que o capacitem a responder de maneira satisfatória ao tratamento, encontrando soluções viáveis e eficazes; tornar-se competente o suficiente em relação a sua vida, de maneira que se responsabilize por cuidar da melhor maneira possível de si mesmo, ou demandar esforços intrapsíquicos que evitem situações geradoras de estresse e que mantenham o equilíbrio emocional; ou ainda investir na busca de fortalecimento por meio do apoio social. Todas são estratégias de excelência para consolidar a vivência do estado de saúde, bem
estar e qualidade de vida. A construção da resiliência pode estar relacionada a diferentes estratégias, como encontrar um significado para a experiência dolorosa; promover a proximidade e o contato com outras pessoas; ajudar a identificar na experiência algo que possa ser utilizado para o crescimento pessoal; possibilitar o surgimento de um objetivo que dê sentido à vida, de maneira que a esperança seja experimentada numa perspectiva positiva. O câncer é considerado na atualidade uma doença crônica e apesar dos avanços terapêuticos nessa área, que possibilitam viver por tempo prolongado e com qualidade de vida, ainda hoje é uma doença associada à dor, ao sofrimento e à morte, o que aponta para necessidade de fortalecimento para suportar períodos longos de um processo de enfrentamento exigente e exaustivo, fazendo com que a experiência de viver seja abrangente e qualitativa.
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Aconteceu
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ll Oncogenética Extração de DNA, análise de polimorfismos do metabolismo de 5FU: DPD Adriana Madeira e José Claudio Casali mostram na prática porque a farmacogenética é essencial para o tratamento do câncer
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medicina personalizada é um dos grandes desafios da oncologia moderna. Dentro desse contexto, a famacogenética apresenta-se como um dos objetivos mais promissores e possíveis no caminho do tratamento individualizado para o paciente. Mas de fato, como isso se apresenta hoje? A equipe multidisciplinar que está relacionada ao tratamento do câncer questiona se a farmacogenética e os exames moleculares realmente devem ser usados na rotina médica, quais os custos e especialmente “se são seguros” em relação à modificação da dose padrão a partir do resultado do exame. A partir desses questionamentos, propusemos o tema “Extração de DNA, análise de polimorfismos do metabolismo de 5FU: DPD” a fim de desmistificarmos a biologia molecular e o emprego da farmacogenética no Brasil, já que é uma realidade clínica em muitos países no
mundo, trazendo benefícios reais aos pacientes. A Fluorouracil 5-(5-FU) é uma droga antineoplásica utilizada há mais de 40 anos, que pode causar efeitos secundários tóxicos graves, incluindo a morte. O 5-FU é um análogo da pirimidina e funciona através da inibição não competitiva de timidilato-sintase (TS), bloqueando a síntese de pirimidina da timina, que é um nucleotídeo necessário para a replicação do DNA. A DPD é uma enzima hepática biotranformadora de > 80% do 5-FU administrada para eliminação. Como obter a máxima atividade com a menor toxicidade? Isso dependerá da constituição genética do indivíduo nos genes da DPD e da TS e sua relação com a dose empregada. Cerca de 10 a 40% apresentam toxicidade alta ao tratamento devido a polimorfismos genéticos no gene da DPD. Desta forma, os pacientes são incapazes de catabolizar corretamente a 5-FU parcial ou totalmente. O exame molecular da DPD é feito a
partir do sangue do paciente, do qual se faz a extração do DNA e análise genética. A realização do exame molecular da DPD é importante para a determinação da dose da 5-FU é aprovado e recomendado pelo FDA e deve ser realizado antes da preconização da dose.
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Simpósio Satélite
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Bristol-Myers Squibb destaca uso do ipilimumabe no tratamento do melanoma
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SBOC 2013 assistiu ontem ao primeiro simpósio satélite promovido pela Bristol-Myers Squibb, com foco no uso do ipilimumabe para o melanoma metastático. A biofarmacêutica trouxe ao Brasil um dos grandes expersts mundiais no assunto, José Lutzky, chefe adjunto da Divisão de Hematologia e Oncologia do Mount Sinai Medical Center, que falou sobre a “Abordagem Clínica no Sequenciamento de Ipilimumabe e terapia-alvo no Melanoma Avançado”. O simpósio teve como moderador o médico Sérgio Azevedo, do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (RS). Estudo publicado no New England Journal of Medicine, realizado com 676 pacientes com melanoma avançado ou irressecável, demonstrou que a taxa de sobrevida em um ano foi de 46%, versus 25% no grupo controle. O medicamento tem a aprovação do FDA desde março de 2011. No Brasil, o ipilimumabe teve autorização da Anvisa em março de 2013. O agente é um anticorpo monoclonal que aumenta a ativação e proliferação da célula T, resultando em uma resposta antitumoral pelo sistema imunológico. A Bristol-Myers Squibb é uma biofarmacêutica global. Em 2012, foi eleita a “Companhia Global mais Admirada” pela revista “Fortune” e campeã da lista das “100 Melhores em Cidadania Corporativa”, pela revista “Corporate Responsability”. Foi reconhecida, em 2011, como a empresa com a linha de pesquisa mais inovadora pela “R&D Directions” e a melhor grande farmacêutica pela revista “Forbes”. Do ponto de vista epidemiológico, a incidência do melanoma está aumentando de 3% a 7% no mundo em descendentes europeus. No Brasil, a estimativa para 2014 é de 7 mil novos casos, com maior incidência no Sul do País. Dois fatores são preponderantes para o desenvolvimento do melanoma , o fator intrínseco e o ambiental, sendo este inequivocamente o maior fator de risco associado à doença. Estudos epidemiológicos sugerem que a exposição à radiação ultravioleta (UVA e UVB) contribui com o desenvolvimento da doença, provocando danos ao DNA das células. A exposição durante a infância é um fator de risco mais importante que a exposição solar na vida adulta, especialmente nos primeiros 20 anos de vida.
Sérgio Azevedo e José Lutzky
Thomas Powles, Evanius Wiermann e Fábio Schutz
Redefinindo o tratamento do câncer renal metastático
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m outubro de 2009 o FDA aprovou o uso de cloridrato de pazopanibe para o tratamento do câncer renal. O agente é fabricado pela GlaxoSmithKline e teve sua evidência fortalecida com o estudo COMPARZ no tratamento do CCRm. Para demonstrar os principais resultados dessa investigação, a GlaxoSmithKline apresentou ontem o Simpósio Satélite com o tema “Redefinindo o Tratamento do Câncer renal metastático”, em palestra que contou com a participação de Evanius Wiermann, Thomas Powles, do Barts Cancer Institute Queen Mary University of London, e Fábio Schutz. Nesta investigação, pazopanibe e sunitinibe foram avaliados em comparação de eficácia, levando-se em consideração também o perfil de efeitos adversos. Foram randomizados 1.110 pacientes com câncer de rim metastático e histologia de células claras, na proporção 1:1, para receber 800 mg de pazopanibe (557 pacientes) ou sunitinibe (553 pacientes) em ciclos de 6 semanas (50 mg, 1x/dia, durante 4 semanas, seguido de 2 semanas sem tratamento). O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão (PFS) avaliada por revisão independente. Os endpoints secundários incluíram sobrevida global, segurança e qualidade de vida. Os resultados mostraram que durante os seis primeiros meses de tratamento os escores de qualidade de vida favoreceram pazopanibe em 11 de 14 comparações. Assim, conclui-se que o objetivo primário foi alcançado, pois o intervalo de confiança não ultrapassa 1,25, previamente estabelecido como limite para não inferioridade. Em síntese, o estudo demonstrou que pazopanibe não é inferior ao sunitinibe em termos de eficácia. Entretanto, demonstrou vantagens em relação ao perfil de toxicidade, mais tolerável e, portanto, capaz de promover melhor qualidade de vida ao paciente. As reações adversas mais comuns relatadas foram diarreia , hipertensão, alterações da cor do cabelo, náuseas, anorexia e vômitos. Entre os efeitos adversos de grau 3 e 4 foram reportado casos de diarreia , hipertensão e proteinúria. Em cerca de 10% de todos os pacientes ocorreram alterações laboratoriais, incluído aumento das transaminases, hiperglicemia, leucopenia, neutropenia, hiperbilirrubinemia, hipofosfatemia, trombocitopenia, linfocitopenia, hiponatremia, hipomagnesemia, e hipoglicemia. A disfunção hepática é incluída como advertência no rótulo do medicamento.
Brasília, 25 outubro – sexta-feira
Simpósio Satélite
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Terapia-alvo em câncer de pulmão
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Pfizer promoveu o simpósio “Right Target, Right Patient, for Effective Treatment of NSCLC, que discutiu a multidisciplinaridade no tratamento de câncer de pulmão e trouxe um panorama sobre a evolucão das terapias-alvo moleculares. Com a participação de Ana Oton, da University of Colorado Cancer Center, e Riad Younes, do Hospital São José, em São Paulo, o evento propôs a integração das equipes, unindo diferentes especialidades médicas e profissionais da área de saúde para uma visão mais completa da doença no momento de planejar o tratamento, trazendo melhores resultados terapêuticos. Na prática, significa agregar diferentes visões e experiências, resultando em mais agilidade e assertividade na decisão do plano terapêutico e da aplicação de cada tratamento. A apresentação também abordou a medicina personalizada ou de precisão, em que aspectos individuais de um paciente são diretamente considerados para orientar o planejamento do tratamento, incluindo a sua composição genética ou biomarcadores que hoje permitem prever a resposta a terapias específicas. A identificação de alterações moleculares em certos tumores revolucionou o tratamento da doença e inaugurou a era da oncologia molecular. Ana Oton fez um overview dos biomarcadores de pulmão, em especial o Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico (EGFR) e a quinase do linfoma anaplástico (ALK), presente em cerca de 3% dos pacientes com CPNPC. A pesquisadora apresentou vários estudos que mostram resultados superiores do crizotinibe em comparacão com aqueles tratados com a quimioterapia padrão. O medicamento tem sua comercialização aprovada na Europa e nos Estados Unidos, e a empresa espera disponibilizá-lo aos pacientes brasileiros em 2014.
Riad Younes e Ana Oton
Oren Smaletz, Fernando Maluf, Sandra Navarro e Daniel Vaena
Novas opções no tratamento do câncer de próstata resistente à castração
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Bayer apresentou durante o XVIII SBOC um simpósio satélite dedicado a esclarecer o uso do rádio 223, um radioisótopo para o tratamento de pacientes com câncer de próstata resistente à castração (CPRC) com metástases ósseas sintomáticas e doenças metastáticas viscerais desconhecidas. O rádio 223 é o primeiro agente terapêutico emissor de partículas radioativas alfa aprovado pela FDA que demonstrou aumento da sobrevida global (SG) e postergou o tempo de aparecimento dos sintomas de metástase óssea quando comparado ao placebo, conforme demonstrado no ensaio ALSYMPCA. O ensaio envolveu 921 pacientes em mais de 100 centros em 19 países. O tratamento consistiu em até seis injeções intravenosas de rádio 223 ou placebo, separadas por um intervalo de quatro semanas. O endpoint primário do estudo foi a sobrevida global (SG). Como endpoints secundários considerou o tempo até o primeiro evento esquelético sintomático, novas fraturas ósseas patológicas sintomáticas, a ocorrência de compressão da medula espinhal, ou intervenções cirúrgicas ortopédicas associadas a tumores. “O Xofigo é o primeiro tratamento que utiliza um radioisótopo emissor alfa para impedir o crescimento tumoral. O agente se mostrou capaz de aumentar a sobrevida dos pacientes. Nenhum outro tratamento conseguiu estes resultados”, explicou Fernando Maluf, do Hospital São José, que participou como chairman da conferência, ao lado de Oren Smaletz, do Hospital Albert Einstein, e de Daniel Vaena, da Universidade de Iowa. Além da efetividade terapêutica, o agente apresentou um perfil de segurança favorável.
Notas A nova geração de antieméticos da MSD
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ntre os medicamentos mais inovadores, encontram-se o aprepitanto e o cloridrato de palonosetrona, ambos da MSD. O cloridrato de palonosetrona atua diretamente nos receptores de serotonina e no centro do vômito através da via periférica, oferecendo proteção tanto durante a fase aguda do tratamento (nas primeiras 24 horas após a quimioterapia), como um efeito prolongado durante a fase tardia (do 2º ao 5º dias após a quimioterapia). “O cloridrato de palonosetrona diferencia-se dos demais medicamentos dessa classe por ter uma ação mais potente e mais prolongada. Isso possibilita a administração de uma única dose antes da quimioterapia, suficiente para prevenir as náuseas e vômitos agudos e tardios, bem como reduzir
a cefaleia e a constipação nos pacientes”, salienta Nivaldo Vieira. O aprepitano também atua no centro do vômito, porém, através da via central. Age diretamente nos receptores da substância P, bloqueando o estímulo que provoca a náusea e o vômito, evitando a evolução e as consequências dessa reação adversa. Também oferece proteção durante a fase aguda da quimioterapia, mas seu maior benefício ocorre na fase tardia, isto é, do 2º ao 5º dia após a quimioterapia. A MSD comercializa as moléculas Aprepitanto – Emend formulação oral; Palonosetrona – Onicit; e o recém lançado Emend formulação injetável (Fosaprepitanto).
Holofotes
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Theresa Serpa (SFBO)
Edivirgem Moraes e Lucila Campos
Aula de extração de DNA
Rogério Lilenbaum
Antonio Carlos Buzaid
Sanjiv Agarwala
Brasília, 25 outubro – sexta-feira
Mauro Zuquim e Paulo Perelson
Clarissa Mathias
(Merck Serono)
Clarissa Baldotto, Clarissa Mathias
Riad Younes
Otávio Clark
José Cláudio Casali
e Mauro Zuquim
Gabriela Priolli, Cristiane Sedlmayer, Simone Braggio, Jonatha Nakagava e
Lenio Alvarenga, Wilson Ortiz Lopes e Antonio Silva (Roche)
Mariana Abad, Mauro Monteiro, Carlos Araujo e Antonio Abilio Santa Rosa
Patricia Simon (GSK)
Luciana Akamine e Marcio Ferreira
Elaine Rahal, Ilana Osmo, Camila Juncá, Patrick Eckert, Reinaldo Anhenzini
(Roche)
e Fabio Garcia (Novartis)
Luiz Dutra, Emma Sasse, José Machado e Beatriz Mello (Astellas)
Equipe Libbs
Equipe Janssen
Marília Sabbato e Willer Batista
Roberta Wolp Diniz
(Eurofarma)
O Jornal Diário do SBOC Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica é uma publicação da Iaso Editora Ltda
Publisher: Simone Simon simone@iasoeditora.com.br Editora e jornalista responsável: Valéria Hartt (MTb 24.849) valeria@iasoeditora.com.br
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Reportagem: Sergio Azman sergio@iasoeditora.com.br
Reportagem SBOC: Andrea Penna Fotos: Maria Clara Diniz Direção de arte/Prepress: Ione Franco ione@iasoeditora.com.br Impressão: Positiva Gráfica • Tiragem: 3.000