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Ozonoterapia: Um
OZONOTERAPIA
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Texto de Ana Margarida Lopes Simões
IFE de 2º ano de MGF na USF “A Ribeirinha” – ULS Guarda
Durante uma formação curta de Dor, no âmbito do Internato Médico em Medicina Geral e Familiar, tive a oportunidade de passar pelo serviço de Medicina da Dor do Hospital da Guarda. Entre as mais diversas terapêuticas, vou aprofundar a, talvez mais inovadora, a Ozonoterapia.
Certamente que este tratamento ainda é desconhecido por muitos. No entanto, os seus benefícios têm sido largamente reportados para as mais diversas patologias com resultados muito promissores.
Viver com dor crónica provoca, não só uma limitação física, mas também uma forte carga psicológica que condiciona a qualidade de vida dos doentes e dos seus cuidadores. Neste sentido, a gestão da dor nos mais diversos contextos é importantíssima, sendo que por vezes, não é fácil ajustar a terapêutica.
Entre o arsenal de ferramentas ao nosso dispor destaca-se a Ozonoterapia. O ozono trata-se uma molécula biológica, presente na natureza e produzida no interior de todos os seres humanos de forma regular. A Ozonoterapia é uma terapia complementar que é utilizada no controlo da dor crónica, artrite, patologia osteoarticular, fibromialgia, doenças dermatológicas, entre outras, com o objetivo de melhorar significativamente a qualidade de vida da pessoa, tornando-a novamente funcional.
A aplicação do ozono com fins terapêuticos remonta aos finais do séc. XIX, mas a sua utilização clínica tem vindo progressivamente a ocupar um lugar mais relevante nos últimos anos. Esta técnica, consiste na administração de uma mistura gasosa que contém cerca 95% de oxigénio e menos do que 5% de ozono, produzindo uma série de efeitos bioquímicos e fisiológicos no corpo humano. Estes processos, demonstraram alguma eficácia no tratamento
de várias patologias principalmente pelos seus efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, antioxidantes e também bactericidas e viricidas, ao atuar como moderador de radicais livres.
As concentrações e modo de administração variam em função da patologia a tratar: pode ser administrado por via retal, subcutânea, intramuscular (auto-hemoterapia menor), intraarticular e endovenosa (auto-hemoterapia maior). Os processos de aplicação podem ainda ser através de óleos ozonizados em que são aplicados diretamente na zona do corpo a tratar, massajando a área.
Mais recentemente, têm sido publicados alguns estudos sobre o uso da Ozonoterapia, em doentes com infeção por SARS-COV2.
O tratamento combinado de ozono com a terapia médica de base, especialmente se administrado em estadios precoces da doença, demonstrou uma redução na inflamação, danos pulmonares e até um menor risco de mortalidade.
Atualmente a técnica ainda se realiza em muito poucos hospitais públicos em Portugal, apesar da sua regulamentação como terapia médica (publicação do Dec-Lei Nº 163/2013 de 24 de Abril e através da Portaria nº20/2014 de 29 de Janeiro, o Ministério da Saúde inclui a Ozonoterapia como tratamento reconhecido pelo Serviço Nacional de Saúde).
Apesar de ser uma terapia segura e com poucos efeitos secundários, a Ozonoterapia é usada apenas como um tratamento alternativo nas diversas patologias. No entanto, tive a oportunidade de verificar, aquando da minha passagem pela Unidade, que os doentes se encontram muito satisfeitos e motivados com os resultados.
Esperam-se, ainda assim, que mais estudos sejam realizados para que o uso desta técnica seja utilizado de forma mais eficaz e difundida.
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