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ABC do LGBTQIA+, nunca é tarde para

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Casos Clínicos

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ABC DO LGBTQIA+

NUNCA É TARDE PARA APRENDER UM NOVO ABECEDÁRIO

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Texto de Maria Beatriz Carvalho e Rita Claro

LGBTQIA+ são muitas letras para representar na mesma sigla, mas não é demasiado tarde para aprender o que realmente significam. Deixamos-te com conceitos importantes e que, frequentemente, geram dúvida na nossa sociedade.

SEXO:

Conceito biológico que engloba as características físicas, como as gónadas, cromossomas, hormonas, características sexuais secundárias… Designa-se feminino para pessoas com genitais femininos, hormonas femininas e cromossomas XX, masculino se tiver genitais masculinos, caracteres sexuais secundários masculinos e cromossomas XY, intersexo para pessoas que naturalmente desenvolvem características sexuais que não se encaixam nas noções típicas de sexo feminino ou masculino, que não se desenvolve completamente como nenhuma delas ou que desenvolve naturalmente uma combinação de ambas. Por exemplo, este termo inclui as pessoas que ao nascimento são XXY - síndrome Klinefelter - ou que nascem com útero e pénis.

GÉNERO:

Característica que engloba atitudes, sentimentos e comportamentos, associados à experiência e expressão do seu sexo biológico, que podem ou não estar em conformidade.

PESSOAS CIS-GÉNERO:

Indivíduos cuja identidade de género corresponde ao sexo atribuído à nascença.

IDENTIDADE DE GÉNERO:

Corresponde a uma perceção intrínseca pessoal, revelando o género com o qual a pessoa se identifica, podendo, ou não, corresponder ao sexo biológico. Está dividido em feminino, masculino e não binário, sendo este último utilizado quando a pessoa não se identifica nem com o género masculino nem com o feminino ou se identifica com os dois. Corresponde à manifestação física e externa da identidade de género. Ao contrário da identidade de género, que é algo intrínseco, a expressão de género é extrínseca, estando relacionada com a forma de o indivíduo se vestir, agir, comportar, comunicar, interagir…

PAPEL DE GÉNERO:

Comportamentos e atitudes que uma determinada sociedade, inserida num determinado contexto histórico, atribui a determinado género e que, pode ou não, corresponder à identidade de género da pessoa.

TRANSGÉNERO:

Se a identidade de género - forma como a pessoa se identifca - não corresponder ao sexo atribuido à nascença estamos perante uma pessoa trans, as quais sentem que o seu sexo atribuído não reflete completa ou adequadamente sua identidade de género. O termo trans é muito abrangente englobando indivíduos transsexuais - indivíduos que não se identificam com as identidades de género tradicionalmente estabelecidas e que, através de intervenções médico-cirúrgicas, pretendem alterar os seus carateres sexuais - e indivíduos que não se identificam com a classificação tradicionalmente binária masculino-feminino (género fluído, queer, não binários...). Ou seja, nem todas as pessoas trans são transsexuais, mas todas as pessoas transexuais são trans.

DISFORIA DE GÉNERO:

Sofrimento psicopatológico constante sentido por um indivíduo que não se identifica com as caraterísticas do seu sexo biológico. Este sofrimento é causado pela discrepância marcada entre a identidade de género autopercebida e o sexo atribuído à nascença, bem como com os papéis de género associados ao mesmo.

NÃO CONFORMIDADE DE GÉNERO:

A identidade, expressão e/ou papel de género diferem das expectativas e padrões culturais e sociais predominantes atribuídos à nascença.

ASSEXUALIDADE:

Ausência total, parcial ou condicional de atração sexual a qualquer pessoa, mas que pode experienciar outras formas de atração (intelectual, emocional...).

ORIENTAÇÃO SEXUAL:

Refere-se à atração física, romântica e/ou emocional de uma pessoa por outras pessoas.

QUEER:

É um termo guarda chuva que engloba os indivíduos que não se enquadram na heterocisnormatividade, ou seja, a sua identidade de género e/ ou orientação sexual não são consideradas normativas.

Bibliografia

Rodrigues, J., Lemos, C., & Figueiredo, Z. (2020). Discriminação e Barreiras ao Acesso ao Serviço Nacional de Saúde Percecionados por Pessoas Trans. Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, 6(3), 98–108. https://doi.org/10.51338/rppsm.2020.v6.i3.152

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