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COLABORAR COM A ANEM: PORQUE NÃO?

Entrevista de David Raimundo

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Para dar a conhecer aos nossos leitores a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) e a perspetiva de alguém que com ela já colaborou, entrevistámos José Ganicho, aluno do sexto ano da FCS-UBI, que partilhou connosco a sua vasta experiência no mundo do associativismo, em geral, e na ANEM, em particular.

Para começar, como foi o teu percurso na ANEM?

Comecei como representante local na Direção do MedUBI de 2017 (existem pessoas na direção que têm representação na ANEM), no Departamento de Mobilidade. Já nos órgãos sociais da ANEM, estive dois anos na direção, primeiro como Diretor de Intercâmbios Científicos, em 2018 (mais tarde, a designação mudou para Intercâmbios de Investigação), e, depois, como Vice-Presidente para as Relações Externas, em 2019. No ano passado, fui Vice-Presidente do Conselho Fiscal. mais facilmente, compreender e implementar aquilo que nós propomos. Noutros, seja por pressões políticas ou por uma opinião pública desfavorável, acho que não valorizam o suficiente a opinião dos estudantes. Penso que a pandemia veio agravar isso. No início do processo de resolução deste problema, os estudantes poderiam ter sido mais ouvidos, quer a nível local, quer a nível nacional. Mas, globalmente, sinto que somos ouvidos.

De uma forma sucinta, como descreverias a ANEM para um estudante que não a conheça?

A ANEM surgiu com o objetivo de tentar congregar todos os estudantes de medicina, que, apesar de fazerem o seu curso em diferentes sítios de Portugal, partilham um conjunto de problemas e de situações que são mais fáceis de resolver quando são tratados a nível nacional. Basicamente, eu considero a ANEM uma plataforma. Uma plataforma onde os estudantes de todas as faculdades podem trocar ideias, reflexões, projetos e tentar encontrar, em conjunto, soluções para problemas comuns, para, de alguma forma, conseguir melhorar não só o ensino médico, mas também a saúde das nossas comunidades e a saúde global.

A política educativa da ANEM prevê uma articulação estratégica com instituições como o Ministério da Saúde. Sentes que os estudantes de medicina representados pela ANEM são, de facto, ouvidos por esta e outras entidades?

Sinto que as pessoas com quem reunimos, desde a Presidência da República e Secretários de Estado até aos próprios ministérios, nos ouvem. No entanto, há temas para os quais essas pessoas estão mais sensibilizadas e, portanto, são capazes de,

Como foi sentir que, ao fazer parte da ANEM, as tuas ações poderiam ter um impacto na formação de milhares de alunos de medicina?

Acho que foi o que, verdadeiramente, me manteve no associativismo, ano após ano. Foi quando entrei para a Direção do MedUBI que percebi que gostava realmente do que estava a fazer e que, para além disso, gostava de sentir que o que estava a fazer podia ter um impacto, podia fazer a diferença. Outra coisa que me manteve lá, ao longo dos anos, foi a sensação de haver sempre mais para fazer, de o dever ainda não estar cumprido e de haver sempre problemas para resolver e aspetos a melhorar.

Muitas pessoas têm receio de se envolver no associativismo por acharem que isso irá afetar os seus resul“Não devemos ter medo de enfrentar novos desafios. Quando se abraça tados a nível académico ou por causa da um novo projeto há sempre algum questão da gestão do potencial para correr mal, mas acho tempo. Que conselhos que isso não tem de ser uma limita- podes dar a esse resção e que deve ser encarado como peito?

uma oportunidade de superação!” Ao longo do curso, acho que nunca baixei os meus resultados académicos, apesar de estar sempre envolvido em muitos projetos. Claro que isso exige muito. Exige, principalmente, regras. Ser uma pessoa regrada e ponderada. Definir o tempo dedicado ao associativismo e a tudo o resto: estudar, estar com os amigos, com a família... Penso que a gestão que as pessoas têm de fazer passa por conhecer o seu limite, ver o que

podem fazer sem que se prejudiquem, seja academicamente, seja ao nível da sua saúde física ou mental. Não devemos ter medo de enfrentar novos desafios. Quando se abraça um novo projeto há sempre algum potencial para correr mal, mas acho que isso não tem de ser uma limitação e que deve ser encarado como uma oportunidade de superação!

De que forma o associativismo te marcou a nível pessoal?

Acho que, se sentisse que não tivesse ganho nada com a ANEM e com o associativismo, a nível pessoal, teria saído mais cedo. Deu-me pessoas, contactos, experiências e, acima de tudo, imensos amigos de faculdades e países diferentes. Ainda hoje, mantenho contacto com muitos deles e é assim que, estando em Portugal, consigo saber um bocadinho do que acontece nas faculdades de outros países. Também mudou um pouco a minha maneira de ser e de me comportar e o meu pensamento sobre certas coisas da vida, no geral, e sobre a sensibilidade e empatia necessárias para perceber certas pessoas face a diferenças culturais, religiosas ou políticas.

E o que sentes que ganhaste a nível profissional?

Penso que o associativismo alargou, completamente, os meus horizontes quanto ao leque de oportunidades profissionais em medicina para além da clínica. Também desenvolvi competências que nunca achei que iria ter. Quando entrei como colaborador do MedUBI nunca pensei que, três anos mais tarde, iria estar a reunir com a Presidência da República, o que envolveu um modo de agir e comunicar específico e diferente do que estava habituado. No geral, adquiri muitos contactos, competências e perspetivas que acho que nunca teria adquirido ao longo do curso sem o associativismo.

O que achas que pode começar por fazer alguém que tenha alguma curiosidade no associativismo desenvolvido pela ANEM, mas que não se sinta muito preparado para abraçar este tipo de projetos?

Há duas opções. Pode começar por colaborar a nível local (que foi como eu comecei), por exemplo, inscrevendo-se na call para colaboradores ou comissões organizadoras de atividades como o BeInMed, o HFC, a Diagnóstico, etc, e, depois, ir adquirindo experiência e integrar, mais tarde, a Direção do MedUBI. Ou então, pode tentar candidatar-se, diretamente, a uma comissão organizadora da ANEM, o que é mais difícil, pois é candidatarse a um projeto sem experiência quase nenhuma. Mas é uma possibilidade! Acho que, para quem tenha mais receio, esteja nos primeiros anos do curso ou nunca tenha feito nada anteriormente a nível extracurricular, começar por se envolver a nível local é uma excelente opção.

JUNTOS, PODEREMOS INOVAR E TRANSFORMAR A VIDA DOS DOENTES

Inventar o futuro da Medicina e causar um impacto notável na vida das pessoas. É isto que procuramos fazer na AbbVie, uma biofarmacêutica altamente focada em inovação e investigação. A nossa empresa nasceu enquanto companhia independente em 2013, mas carregamos connosco mais de 130 anos de história e experiência, herdados dos laboratórios Abbott.

Temos no avanço da ciência a própria razão da nossa existência. Desde o dia em que a AbbVie foi criada, o nosso principal objetivo foi sempre o de procurar soluções terapêuticas para doenças difíceis de tratar e em áreas onde persistem necessidades médicas por satisfazer. Só com investigação é possível explorar novos caminhos no tratamento de doenças tão complexas como, por exemplo, as doenças imunomediadas, hemato-oncológicas ou neurodegenerativas.

Na AbbVie, investigamos, desenvolvemos e disponibilizamos soluções terapêuticas inovadoras, mas temos a plena consciência de que não poderíamos transformar a vida dos doentes sozinhos. Trabalhar em conjunto faz a diferença e, por isso, colaboramos com os nossos pares, autoridades de saúde, associações de doentes, universidades e, claro, com os profissionais de saúde. Com todos eles estabelecemos uma relação franca, direta, acreditando que trabalhamos em prol de um propósito comum: a saúde e o bemestar das pessoas.

Enquanto diretor médico da AbbVie, gostaria de desejar-vos o maior sucesso no vosso percurso acadêmico e agradecervos por terem escolhido a Medicina para as vossas vidas. Seja exercendo a prática clínica, trabalhando na área da investigação ou na Indústria Farmacêutica, acredito que cada um de vós irá contribuir para transformar a vida dos doentes. Da nossa parte, poderão sempre contar com a AbbVie, seja na disponibilização de novas soluções terapêuticas, como na promoção de iniciativas de educação médica. Trabalhando lado a lado, poderemos sem dúvida fazer a diferença na vida de muitas pessoas.

Diogo Bento, diretor médico da AbbVie Portugal

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