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REFERÊNCIA. 5 paisagistas para conhecer
PAISAGISTAS EM AÇÃO
CINCO NOMES QUE ESTÃO ENTRE OS MAIORES DO PAISAGISMO NO MUNDO. ESTILOS, LINGUAGENS E PROPOSTAS DIVERSAS REFORÇAM A NATUREZA COMO SUPORTE MAIS PERFEITO PARA A CRIAÇÃO HUMANA.
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ANDREA COCHRAN
A paisagem é uma condição do espírito. Vai além do que se vê e contempla o que se sente. Talvez por isso, os jardins criados pela paisagista norte-americana Andrea Cochran sejam essenciais. Isso se traduz em formas simples, plantações em grandes massas, estrutura minimalista, elementos de destaque com potencial escultórico. Ela, que fez sua carreira na Califórnia, nos Estados Unidos, fundou por lá seu próprio escritório, se filiou à Sociedade Americana de Arquitetos Paisagistas e estabeleceu seus apreço pelas formas limpas, quase volumétricas, não fossem formadas por maciços de plantas. Seus projetos premiados seguem a linha e a doutrina minimalista.
BENEDITO ABBUD
Desde que percebeu que os jardins ultrapassavam a cena natural e se desdobravam em espaços reais de bem-estar, Benedito Abbud passou a criar no mercado áreas verdes multifuncionais, para serem vivenciadas e aproveitadas. Seus projetos visam proporcionar lazer, convívio social, esporte, cultura, contemplação e educação ambiental.
Apaixonado pelo paisagismo desde a graduação, caso de amor que só aumentou quando foi titular da cadeira na FAU-USP, Abbud é autor do livro “Criando Paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística”, primeira publicação brasileira sobre o tema direcionada a estudantes, profissionais e interessados na área. O livro traz conceitos e ferramentas do paisagismo e mostra, de forma prática e acessível, como trabalhar espaços, escalas e perspectivas.
LUCIANO GIUBBILEI
O paisagista italiano, nascido em Siena, Luciano Giubbilei, é especialista em converter grandes jardins e casas particulares de todo o mundo em obras de arte, de atmosfera tranquila e texturas marcantes, que são um estímulo aos sentidos. O seu maior feito reside na sua capacidade de estudar o reflexo produzido pela luz que incide nas plantas quer durante o dia ou durante a noite.
Seus jardins variados e premiados são feitos com grandes maciços coloridos e perfumados, de flores e plantas de natureza diferente e complementares. Suas criações na Inglaterra são famosas, especialmente nos jardins RHS Chelsea Flower Show e no famoso jardim de Gran Dixter em East Sussex, que pertenceu a Christopher Lloyd, um dos maiores jardineiros ingleses do século 20. Este último serviu de inspiração para o livro “The art of Making Gardens”.
PETER WALKER
É um dos principais arquitetos paisagistas no Movimento Modernista. Graças às formas simples e impactantes, ele foi escolhido para ajudar a projetar e construir o National 9/11 Memorial em Nova York.
Nos anos 1999, foi apontado como um dos quatro arquitetos paisagistas representantes da nova geração. Walker projetou o jardim para o Centro de Escultura Nasher e, em 2013, se envolveu em uma discussão pública com o arquiteto de um prédio vizinho, Torre do Museu, porque o brilho do vidro estava prejudicando a vegetação, o que Walker descreveu como “profanação pública”. Walker é co-autor do livro Jardins Invisíveis, em que aborda o movimento modernista na América e a comparação de outras paisagens com as da Europa.
ROSA KLIASS
Ela não gosta do termo paisagismo. Prefere arquitetura da paisagem, que contempla o olhar paisagístico sobre qualquer projeto arquitetônico. É nisto que acredita e foi o que fez desde cedo na carreira. Rosa Kliass, por exemplo, participou, sob orientação do italiano Jorge Wilheim, do plano diretor e de zoneamento de 1965 para Curitiba, fazendo justamente o planejamento paisagístico de parques e praças – um projeto que iniciou a capital nos rumos do urbanismo consciente e da valorização das paisagens naturais.
Virou especialista e ficou famosa no segmento. São dela alguns grandes projetos paisagísticos nacionais, como o da revitalização da Avenida Paulista, em São Paulo, em 1973, o Parque do Anhangabaú e o Parque da Juventude Dom Paulo Evaristo, onde ficava o complexo penitenciário Carandiru e que foi premiado pela Bienal de Arquitetura de Quito em 2004.