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retrOspectiva. a Habitat faz o primeiro balanço de sua vida e destaca lançamentos, bons negócios, holofotes e saudades em todo o mundo

O anO em que O mundO mudOu

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Morar sustentável, econoMia criativa, cidades autônoMas, tecnologia e Muita criatividade estão Mudando o perfil do cenário iMobiliário. e a Habitat e uMa nova testeMunHa deste teMpo

No ano em que o mundo mudou, o morar ganhou outra conotação. Viver bem é melhor do que qualquer coisa, até do que ter. O mercado imobiliário atualizou suas perspectivas e correu para atender um cliente que quis, em pouco tempo, lugar para chamar de seu, segurança e qualidade de vida. Daí foi questão de tempo - de muito pouco tempo - para uma série de lançamentos de sucesso, que colocaram Curitiba em outro patamar construtivo, arquitetônico e urbanístico, afinal, ninguém quer mais do mesmo.

Lares contemporâneos precisam de vista, espaço, tecnologia de ponta e ser amigos do planeta. Se era para escolher, o consumidor escolheu e comprou mais. Segundo dados da mais recente pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), em parceria com a BRAIN Inteligência Estratégica, referente ao panorama dos lançamentos imobiliários em Curitiba no 3º trimestre de 2021, a quantidade de unidades residenciais vendidas somou 4,6 mil em de janeiro a setembro de 2021. Trata-se de um aumento de 42,2% em relação ao mesmo período de 2020. No mesmo intervalo de tempo, o número de unidades lançadas subiu 52,2%, passando das 4,9 mil unidades. Com destaque nos segmentos luxo e superluxo, o mercado de imóveis em Curitiba mantém no segundo semestre de 2021 a tendência de crescimento em relação a 2020. O número de alvarás liberados para novas unidades residenciais, por exemplo, saltou 150%, em comparação com o mesmo período de 2020, passando de 18 mil.

Novo olhar

Neste momento de transformação, a Revista Habitat surge com o objetivo de ser uma voz plural neste mercado de experiências, de bem viver, de conhecer a cidade, de viver sua cultura e conhecer seus ícones. É como se fosse um novo jeito de ler o mundo. Mergulhando na arquitetura inovadora e responsável, que finca os pés na originalidade e volta seus olhos para o futuro, desvendando conceitos como inclusão, responsabilidade social e ambiental, tecnologia de ponta, arquitetura autoral e economia criativa, que vêm transformando o perfil do mercado, que busca alternativas para se tornar cada vez mais sustentável.

Depois da reclusão, entendeu-se a importância da livre convivência, para isso precisamos de residenciais amigos da cidade, que valorizem a paisagem, derrubem muros e plantem árvores. Curitiba, na toada das cidades inteligentes, mergulhou em conceitos de sustentabilidade, arte e cultura, afinal, boas soluções são aquelas que olham para as pessoas e

para o ambiente que as cerca. Bairros autônomos reorganizam a economia local e privilegiam as relações. E isso tudo acontece ao mesmo tempo em que o digital e o remoto vieram para ficar. Tudo junto e misturado.

Entre as boas marcas do ano, tivemos talentos nacionais reconhecidos, como a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi recebendo o Leão de Ouro, na Bienal de Arquitetura de Veneza. Outro dos nossos tesouros, a obra do paisagista Burle Marx em seu sítio no Rio de Janeiro, virou Patrimônio Cultural da Unesco. Ao time de laureados, soma-se Sebastião Salgado, o fotógrafo famoso por suas intensas fotos em preto e branco, que foi um dos ganhadores deste ano do Praemium Imperiale do Japão, considerado o “Nobel das artes”. Ele tambem foi homenageado durante a cerimônia de abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, com o 27th Annual Crystal Award, premiação que reconhece a contribuição do trabalho de artistas, das mais diferentes áreas, para a sociedade. Salgado foi escolhido por sua liderança na abordagem da desigualdade social e sustentabilidade.

Saudade

Mas 2021 também foi um ano de perdas particulares e coletivas. A arquitetura nacional, aliás, perdeu mentes, traços e talentos insubstituíveis. Foi-se nosso segundo Pritzker, o arquiteto modernista Paulo Mendes da Rocha. Depois foi a vez de José Maria Gandolfi, que criou o curso de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, especificamente, ficou órfã do seu criador, o arquiteto que a fez contemporânea, Jaime Lerner. O ano termina com a passagem de Ruy Ohtake, filho da artista plástica Tomie Ohtake, outro grande nome da boa e inventiva arquitetura.

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