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Nº 22 | Abril 2006 | Distribuição Gratuita aos Sócios

Associação Nacional de Professores de Educação Visual e Tecnológica

in

FORMAR

UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu


fi cha técnica Director Directora Adjunta

Projecto Gráfi co Colaboração Gráfi ca Ilustrações Paginação Execução e Produção Digital

José Alberto Rodrigues jarodrigues@gmail.com Sónia Paula Santos soniapmsantos@gmail.com Gil Maia Sara Bento Botelho Capa: Tiziana Romanin U Ficha técnica e Sumário: Morteza Zahedi José Alberto Rodrigues nts

Administração

APEVT - Associação Nacional de Professores de Educação Visual e Tecnológica Largo de Noeda - EB 1 nº. 14 U 4300-352 Porto U + Fax 225102547 e-mail: apevt@esoterica.pt U website: www.apevt.pt

Depósito Legal

103793/96

ISSN Tiragem

156322-65878 1000 exemplares - cd8


editorial Colegas, Depois de mais de um ano ausência, voltamos aqui ao nosso espaço. A inFORMAR continua a mesma de sempre mas, a partir deste número e por questões de ordem fi nanceira e também uma questão ecológica, passa a ser distribuída aos associados em suporte digital. Assim, estará sempre à mão, num mini-cd e pronta a usar em qualquer altura. Protelámos a edição desta revista pelas questões acima indicadas e, também, para podermos divulgar as acções de formação que nos foram fi nanciadas e que, infelizmente, só as ofi cinas de formação TIC no âmbito do CRIE é que estão contempladas. As restantes, do nosso plano de formação e específi cas para as áreas científi cas das quais somos docentes foram todas não fi nanciadas. Nesta inFORMAR 22, encontramos vários artigos que considerámos importantes transmitir. É o caso da OSUL e da VIARCO mas também de alguns artigos científi cos relacionados com as áreas visuais e tecnológicas. Não me querendo estender muito, queria apenas alertar-vos para o espaço sempre em aberto que existe na inFORMAR para todos os que queiram divulgar os seus trabalhos. Ah, e por falar em divulgação, estejam atentos à página da apevt (www. apevt.pt) e nas vossas escolas pois, já devem ter recebido informação sobre o encontro nacional a realizar no fi nal do próximo mês de Maio. Também vos dou a óptima novidade que já está concluído um número especial da inFORMAR, a 23, com cerca de 100 páginas com artigos elaborados pelos conferencistas participantes no nosso Encontro Nacional. A não perder. Votos de um “Até Breve”... José Alberto Rodrigues

(Pelo secretariado da Direcção da APEVT) Os tempos que correm, aconselham à refl exão sobre o orçamento para 2006/2008. A gestão da APEVT, deve ter em conta a instabilidade dos fi nanciamentos à formação. Temos consciência das difi culdades fi nanceiras que resultam por um lado do valor da quota dos nossos associados e dos sucessivos cortes nos apoios. Há que defi nir prioridades, já aprofundadas e aprovadas em Conselho Nacional em Janeiro de 2006. Apelamos à participação e compreensão de todos para as possíveis alterações conducentes ao equilíbrio das contas. Vamos, com certeza, ultrapassar estas difi culdades porque temos capacidades para encontrar novas soluções, para os novos desafi os e desta forma, evoluir no sentido de nos ajustarmos às necessidades actuais e assim, assumir o papel que pelos estatutos nos é exigido.

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Arte, REGRA

E O

Recreio

Social

Ensaiar procedimentos especulativos na implicação de uma prática ponderada: alexandre a. r. costa docente das áreas artísticas do Instituto Jean Piaget, ESE de V. N. de Gaia

O método que propus a mim próprio para a investigação que passaremos desde já a conhecer, foi um método que deveria reflectir os pressupostos de um projecto artístico teórico – prático. Procurei aplicar um conceito de teorização critica com aplicação prática a par de uma reflexão Histórica, ou preferível, revendo a literatura em pontos e exemplos marcantes consoante a dinâmica entre os marcos metodológicos propostos fosse ganhando relevância. Digamos que se trata de um tipo de investigação – acção com contornos semelhantes com uma hipotética história policial, na qual se tenta desvendar passo a passo, suspeito a suspeito, pista a pista, um fio condutor, que nos leve a alguma ou várias conclusões, talvez nenhuma, mas na certeza de se identificar entretanto, canais de influência entre as posturas estabelecidas neste plano metodológico. Deparei-me com campos que cruzam e relacionam aspectos do seu domínio com um conjunto de outras disciplinas. Desde a sociologia, a psicologia, a antropologia, até ao campo criativo e a relação pedagógica deste com a sociedade, com grupos específicos de pessoas, tais como associações, comunidades, equipas, etc. Afinal as probabilidades de entendimento multidisciplinar são inúmeras, nada aqui é hermético, nada aqui é confuso, apenas uma trama complexa, mas aparente (no sentido fantástico), que quando abdica imoderadamente das suas possibilidades sabemos que devemos rumar a outros campos latentes a fim de não quebrarmos canais que comutam a informação. Digamos que se trata do benefício dos limites disciplinares. Numa fase avançada da investigação, tentei proporcionar provas práticas e teóricas assim como é possível aos professores, envolvidos neste estudo, serem agentes participativos, interventivos e criativos. Foi objectivo fazer oposição à responsabilidade meramente institucionalizada do estatuto da docência face às responsabilidades sociais, ou seja, demonstrar que é possível aproximar a Academia, a Escola do plano social combatendo o seu divórcio pela prática e reflexão critica, artística e pedagógica. Essas provas passaram por exercícios criativos ou inventivos concretos, tanto da minha parte como dos professores envolvidos. Interpolações, Interligações e pressupostos das práticas: (…) Um dia, o Imperador convidou-me a assistir à Dança da Corda. Est�� a cerimónia é levada a cabo num fio com dois pés de comprimento, co4


“Cadeira de rodas com asas” 2004. Trabalho desenvolvido por aluna dos Ateliers Tecnológicos, Artesanais e Artísticos do Curso: Outras Funções Educativas - Animação SócioCultural – Escola Superior de Educação do Instituto Piaget, Campus Académico de Vila Nova de Gaia

locado 12 polegadas acima do chão. Quem procura um cargo elevado na corte tem que demonstrar agilidade nesta corda. O vencedor é o candidato que saltar mais alto em cima da corda sem cair. (…) (2000: 16) in “As Viagens de Gulliver” de Jonathan Swift O jogo didascálico e o jogo social, as relações da hierarquia de poder e a dita liberdade social, são as primeiras apreensões que surgem deste enredado esquema de reflexão e serão aprofundadas ao longo deste artigo. Trata-se da investigação pelas dinâmicas sociais, o paradigma social, suas necessidades, seus problemas e que relação pode haver com a arte ou como poderá operar a arte face a isto…por outro lado perceber quais são as barreiras entre os agentes com responsabilidades na criatividade, (como o professor de uma qualquer 5

área artística, ou ele mesmo, o Artista). Assim, não podemos renegar os espaços onde este interage e respectiva(s) Comunidade(s) ou grupo(s), uma estratégia Pró-espaço, contendendo o conceito de Marc Augé de Não-espaço. Interessou aqui, propor uma estratégia de reflexão sobre a educação nas áreas artísticas, ou no papel pedagógico e social da produção artística. Trata-se de abordar uma postura educativa a par de uma postura criativa, de uma educação de questionação, de consciência do contexto a par de um entendimento social, de uma atitude critica e criativa directamente relacionada com as pessoas, daquilo que se pode designar por uma Arte desenhada sobre a esfera pública, de uma Arte in Situ, com pessoas, círculo dinâmico, vivo e sentido e seus problemas quotidianos. Interessa então perceber que conceitos são estes e de onde vêm…temos que compreender, embora que com brevidade, as problemáticas da evolução do tipo de concepção/projecto artístico, assente no conceito designado por Site-specific: “...a site-specific work might articulate and define itself through properties, qualities, or meanings produced in specific relationships between an ‘object’ or ‘event’ and a position it occupies.” (KAYE, 2000:1). Portanto, este tipo de trabalho artístico, assume-se ou ocorre a partir destes espaços específicos, o artista, agente organizador ou aquele da concepção do trabalho, tem em conta toda uma ambiência estrutural e antropológica desses espaços (Antropologia do Espaço) e pretende alterar de alguma forma a percepção (visual, conceptual ou outros) desses mesmos espaços. É neste sistema de decomposição dos elementos relacionados com os espaços que se encontra entre outros, a causa essencial e incontornável (justamente para o pedagogo), o Ser Humano. As comunidades que interagem com esses espaços específicos, podem ser uma fonte fortíssima de alento para o acto criativo e mesmo primário para o acto educativo ou para um qualquer desempenho profissional de carácter social... Temos então assim a oportunidade de abrirmos a educação artística a uma circunstância de vivência, virada para, ou com, as pessoas, com as comunidades e suas vidas…Baseada nas comunidades? Eu diria que me interessa mesmo que estas comunidades sigam as suas vidas…Onde


Alexandre A.R. Costa “jogo de silêncio pedagógico” 2004

está a Obra neste tipo de abordagens? A afirmação de Suzane Lacy aquando do evento “Culture in Action” Chicago, em 1993, é a seguinte: “what exists in the space between the words public and art is an unknown relationship between artist and audience, a relationship that may jtself be the artwork.” (2002:105) Ou como dizia em 1988 a excepcional Artista Brasileira Ligya Pape, elo fundamental entre Élio Oiticica e Ligya Clark no movimento Neoconcreto: “(…) Não existe a obra como um objecto acabado e resolvido, mas alguma coisa sempre presente, permanente no interior das pessoas”. (1988:43) Visão pedagógica pela prática (didáctica) suprimida Um exercício estético:

Passamos agora a reparar num exercício realizado com objectivos de testar algumas destas considerações teóricas. Neste trabalho exerço o papel de Artista/Organizador coadjutor de uma postura formal de um eventual Orientador Pedagógico. Interessa entender este exercício apenas como uma acção experimental e o seu registo. Na Imagem 2, deparamo-nos (como foram inúmeros trabalhos na Land Art), perante um trabalho, no qual a Fotografia forma parte específica do processo, o incremento deste tipo de trabalhos de ocorrências, subsiste à ideia de domínio da arte e a fotografia sustenta-se a ela própria, acontecendo de se tornar património próprio, determinado pelo seu alcance de reprodução latente e “infinita”. A circunstância de a fotografia ser um múltiplo e não um resultado único na sua possibilidade e seguindo nós a ideia de uma distinção dissimulada, para além desse elemento de unicidade, responsabiliza o acolhimento da sua identidade, da sua veracidade. Neste trabalho, o seu teor é distinguido pela variabilidade da ambiência da própria acção, não se pretende que seja só uma representação desta. Deparamo-nos, dizia anteriormente, com uma inevitável surpresa do “grupo convidado”… Nesta Acção, este grupo não esperava este equívoco mas sim, indicações. Estas para darem início a um jogo que desconhecem, o olhar e pose dos elementos do colectivo revelam uma interposição entre, essa surpresa e a suspeita de uma etapa sequente para a reflexão quando percebem que o elemento que supostamente transmitiria as regras do jogo abandona essa “incumbência”… Este desacerto é um acto de boa fé? De princípios daquele que desempenha o hipotético ofício? Pois por um momento ele parece reconhecer que as regras que iria transmitir não são de todo íntegras, ele desiste, abandona, poupa o grupo (uma hipotética equipa, ou oportunamente um grupo 6


de alunos…) de um conjunto de regras absolutamente desapropriadas à reflexão artística. São talvez normas estratégicas, complexas e quantas vezes directrizes sem ética ou moral, elas pertencem a um jogo de poder, o de subjugação da arte ou ainda, a Regra… O trabalho acaba por ter uma visão pedagógica pela prática (didáctica) suprimida no sentido em que é a negação da instrução que dita a reflexão… Esta estratégia introduz-nos ao desenho antigo da fenomenologia (experiência estética) de John Dewey: “(…) He denied that the characteristic object of knowledge has a privileged position of correspondence with an allegedly ultimate reality; he insisted that action is involved in knowledge and that knowledge is not subordinate to action or practice; that it is in experimental knowing that genuine intellectual integrity is found.” (1) Esta procura da essência intelectual, não pela prática (neste caso, a questão supostamente didáctica) mas pela pesquisa experimental (neste caso a representação, a abstracção do conceito primeiramente e supostamente proposto e sequente provocação de reflexão) dizia eu, esta procura é assim relevante na medida em que a representação tem uma atitude comprometida com a consciência dessa mesma, num entendimento de afirmação pessoal ou daquilo em que estamos realmente a acreditar, como é referido no texto de NOBLE Richard 7

“J.S.: Dialética de la creación y la contención”: “(…)Representar el cuerpo públicamente, ante el mundo, es siempre la expresión de un artificio que nos diferencia simbólicamente de la blanda homogeneidad de la naturaleza, y al mismo tiempo la expresión de un afán de ser reconocidos por los demás: queremos que los demás reconozcan y acepten la versión de nosotros mismos que expresamos mediante el artificio del cuerpo representado(…)”(2). Esta dimensão de uma compatível artificialidade do corpo com a veracidade do propósito, acaba por distinguir a discrepância de proporção real entre o corpo representado e algo do foro da consciência, de princípios, por excelência, (ideais?) estes podem medir-se? Enfim, todo o enredo serve para experimentarmos a metodologia proposta, voltamos a reflectir uma e outra vez, procuram-se e reúnem-se dados, enquanto o grupo envolvido está precisamente numa fase de estranheza, reflectindo sobre a sua atitude colectiva, o que permite avançar para outras sessões em que se possa então abordar questões das quais já todos fazem parte, com a probabilidade de somente se ter proposto a polémica, e o debate se centrar exactamente na reflexão sobre o conhecimento experienciado… A fotografia como registo do transcorrido A aplicação da fotografia passa por proporcionar, através da sua propriedade íntima de reprodução, a estrutura visual de obras de arte que não são possíveis de serem visualizadas novamente. E que sabemos quanto é importante no ensino da Arte como em tantos outros ramos. Trabalhos por exemplo, como os de artistas que fazem acções, performances como Valie Export com as suas acções corporais e sociais ou Allen Kaprow com as suas corridas pelas ruas de Nova Iorque com dezenas de colaboradores, as intervenções na terra como aquelas de Richard Long ou Robert Smithson (podem quando é intento dos artistas) serem trabalhos entendidos em espaço específico da intervenção, mas com limitações óbvias ao nível da quantidade de pessoas que iram ver a obra, tal como foi concebida, pois inevitavelmente o tempo não pára e acontecem as transmutações naturais… O registo difunde


e cria o fenómeno da constatação e exame da obra que não é possível retomar, que aconteceu num dado local e em tempo específicos, que aconteceu num momento efémero como o próprio desenrolar temporal... O documento, a fotografia é testemunho, pretende só ser um elemento de constatação que ocorreu realmente aquela acção, performance ou intervenção, não entende a reprodução dessa acção como fim, ou seja, como algo concreto e geneticamente transmitido ou moldado, pretende só comprovar, ultimar o trabalho. O Jogo socialmente artístico: A Antropagogia como condição paralela à Academia

colectivo Superflex 2000

Neste processo e nestas reflexões, confirmei um domínio da abordagem e transformação pedagógica, uma arte interventiva com propósitos sociais (construtivos?), (com contributos para certos grupos alvo?). Podemos então consequentemente envolver uma consciência mais abrangente e não limitadora ao mapa genealógico e geográfico primeiramente proposto, como poderiam ser exemplo de referência, entre outros, os trabalhos do colectivo Superflex na imagem ao lado. A acção, como o acto colectivo em si, como um papel de função social, é determinante neste projecto artístico dos Superflex. Porém no exercício artístico (Acção e registo Fotográfico) que propus em o “jogo de silêncio pedagógico”, não se pretende aniquilar de todo o carácter simbólico e fantástico da arte em detrimento dessa postura radical. Como refere Millet C.(1997): “Felizmente, todas as ligações que a arte contemporânea estabelece com o real não se querem tão radicais. Novas gerações de artistas compreenderam os riscos que comportavam certas utopias, quando estas se conseguiam realizar” (1997:116) Diria que me apraz a inoperância colectiva (com referência a estas acções) por motivos de reflexão ética tratável. O motivo do trabalho que desenvolvi, se designar por “jogo de silêncio pedagógico” confronta-se com as reflexões de Caillois, R.(1990) que se refere da seguida forma ao carácter pedagógico do jogo: “De uma forma geral, o jogo surge como educação (sem um fim previamente determinado) do corpo, do carácter ou da inteligência. Sob este aspecto, quanto mais o jogo se afasta da realidade, maior é o seu valor educativo. E isto porque não segue receitas, fomenta aptidões.” (1990:193) Deparamo-nos assim com um carácter de presença humana, presença auto-dominada que presencia um mundo íntimo de fantasia onde se 8


procura informar dos seus porquês, onde se mede a sua participação e o seu poder crítico, ou seja um carácter Apolínio. Porém é um projecto “uno de essência”, todos somos um só, ali naquele espaço, naquele momento…o conceito de embriaguez dionisíaca revela-se a determinada altura pela dissolução do individual nos conteúdos colectivos, o homem é aqui a própria obra e deixa, por momentos de libertação e espontaneidade, a sua própria condição física, a questão antropocêntrica por excelência é assim substituída pela Antropagogia; s.f. Pedagogia social, tendente a alargar a acção educativa para fora da família e da escola. (in Dicionário Lello Popular 1996, Porto). Podemos entender que é importante aqui, não ser fulcral reviver uma circunstância odalisca, fazendo o levantamento fotográfico do melhor ângulo da obra,

mas de abraçar o método, o processo, de toda uma postura no campo artístico e social.

António Manuel “Fantasma” 1995, Detalhe

António Manuel “Fantasma” 1995

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Um jogo de consciência e responsabilidade social: Um Artista Brasileiro, Antonio Manuel, chama a atenção destas questões de consciência social por uma via bem diferente. Paulo Herkenhoff, o curador do seu trabalho, a Instalação: “Fantasma”, apresentado na XXIV Bienal de Arte Contemporânea de São Paulo refere no seu Ensaio para a Bienal: “ Um entre Outros”: “Na pauta de XXIV Bienal de São Paulo estão questões envolvendo grupos sociais ou indivíduos que muitas vezes são devorados pelo abandono social. A instalação Fantasma, de Antonio Manuel, retrata um sobrevivente de uma chacina, violência frequente nas favelas brasileiras, envolto numa sala pontuada por inúmeras manchas negras que enganam os olhos num forte jogo entre o espaço real e o percebido.” Qual é aqui o Espaço real e o percebido? Que plano discursivo têm? Um está diante a nossa percepção instantânea, e como na perspectiva de André Malraux, é este plano discursivo do Museu que determina essa percepção e tal como o Artista quer que ela seja vinculada como sendo este elemento fotográfico um elemento do foro da Arte. O outro está nos limites da percepção da própria consciência e da zona da integridade humana… De facto o tema é tão forte e tão perturbadoramente tocante, que estes espaços referidos se mesclam


num jogo onde a principal carta de trunfo é a nossa própria consciência. As questões perceptivas entram num jogo entre aquilo que lhe diz respeito estreitamente e aquilo a que se lhe impõe à medida que então a condição cognitiva do espaço presente ao espectador se deixa ultrapassar por aquela efectivamente real, o conhecimento desse contexto social que lhe dá sentido perturbador à obra. O fantasma é uma metáfora violenta à condição do ser humano individualista, que face ao seu comodismo social, não reconhece o próprio semelhante, principalmente o outro, o fantasma está a falar de Cultura… Segundo Morris a cultura é a herança do futuro. Todos temos cultura porque vivemos e existimos em grupos sociais. É o conceito de cultura que nos permite ter possibilidades de entender e agir no grupo. O fantasma fala-nos de um jogo Multicultural, onde só se salva aquele que (qualquer que seja a sua cor, religião ou credo…) é espectador deste mesmo fantasma…é aqui quando o espectador se apercebe que é ele próprio o fantasma, o desconhecido, o sobrevivente, aquele que faz parte de um jogo mordaz, é aqui que esse jogo ou começa verdadeiramente ou aí acaba… Um jogo de consciência e responsabilidade social. Conclusões: A importância teórica deste tipo de indagações e nomeadamente os conteúdos dos trabalhos apresentados, supõem abrir um debate acerca da validez de certas etapas evolutivas da arte e as diversas soluções impostas a partir de núcleos de duvidosa legitimidade. A maneira como se foram gerando tais situações, passando a formar parte da denominada arte actual, supõe reconhecer e analisar os denominadores comuns destas mesmas evoluções que desaguaram num jogo sem quartel para os novos elementos que são chamados ao cenário. Mas esse jogo só é jogado se houver instruções, sem estas, no meu entender dá-se lugar à dimensão criativa, que é a que procuro substancialmente assente numa plataforma de reflexão responsável. Os agentes incumbidos pelo ensino das áreas artísticas reflectindo e ganhando consciência sobre este contexto, podem ser orientadores mais válidos na perspectiva de se abrir o ensino, responsavelmente e não fugindo ao que é pedido nos programas, além daquilo que se estabeleceu como modelo de escola e de se tornarem organizadores de acções experimentais multidisciplinares e promotores da Mímese e da consciência do contexto. O profissionalismo na Educação assim como na Arte, passa sempre por descobrir percursos que se relacionem com a contemporaneidade e a realidade do Homem. 10


Bibliografia: AUGÉ, M. (1994) Não-Lugares, Introdução a uma antropologia da sobremodernidade, Seul Ed. ADAMS E. (1997) “Public Art – People, Projects, Process” Leeds and Leicester, Knight & Willson Ltd. CAILLOIS, R. (1990) Os Jogos e os Homens, Lisboa: ed.Cotovia, DEWEY, John (1934) Art as Experience, 1st New York: Minton, Balch and Co. MILLET, C.(1997), A Arte Contemporânea - Biblioteca Básica de Ciência e Cultura. Lisboa: Instituto Piaget. MIOW, K (2002) “One Place After Another, site specific art and locational identity” London: MIT press. KAYE, N (2000), ‘Site-specific Art: Performance, Place and Documentation’ London: Routledge. PAPE, L. (1988) “O Ovo” (Colecção Arte Brasileira Contemporânea) PAPE, L. (1998) Entrevista a Lúcia Carneiro e Ileana Pradilla. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, (Colecção Palavra do artista) WEINTRAUB, L. (2003) “Making Contemporary Art, How Today`s Artists Think and Work”, London, Thames and Hudson Ltd. Rfc: (1) http://www.google.com/search?q=cache:8MfEaPLlfYYJ:radicalacademy.com/phildewey.htm+John+Dewey+Art+as+an+Experie nce,+1930&hl=pt-PT&ie=UTF-8 11/02/2004 (2) J. STERBAK Velleitas Texto de NOBLE, Richard. “J.S.:Dialéctica de la creación y la contención”. P-53

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LUSO CELULÓIDE

Uma grande fábrica ao serviço da criança

Jorge Madureira

Já se fabricaram brinquedos em Espinho! É verdade! Dos anos 50 até aos anos 80, por todo o mundo as crianças brincaram com brinquedos made in Portugal. Inicialmente os produtos da Luso Celulóide eram comercializados com a designação “Osul”, que vem da palavra “Luso”, lida ao contrário. Foram as miniaturas em plástico que deram lugar a outras, com componentes metálicos, já ostentando a designação “Metosul”. Infelizmente a fábrica Luso Celulóide já não existe. No seu lugar construíram-se grandes blocos de apartamentos. A fama dos seus produtos devia-se ao seu baixo preço e à riqueza de pormenores, que faziam de cada peça uma obra de arte. Estas miniaturas tanto se vendiam nas feiras, drogarias, supermercados, como nas melhores lojas da especialidade. Eram acessíveis a qualquer pessoa. Assim, os ricos e os pobres brincavam com os mesmos brinquedos! É curioso notar como mantiveram sempre em produção os brinquedos antigos, respeitando a tradição. Nos anos 80, ainda faziam os mesmos modelos “à moda” dos anos 50 e 60. Isto fez com que, logo a seguir ao encerramento da fábrica, os brinquedos Osul fossem procurados por coleccionadores nacionais e estrangeiros. Hoje é muito raro encontrar estes produtos para venda. No catálogo da Luso Celulóide constavam: carros, camiões, barcos, aviões e outras coisas mais. Mas como os automóveis eram a especialidade da casa, vou falar-vos de alguns pormenores interessantes: 1- Tinham modelos de edição limitada, como um Porsche, do qual se fizeram muito poucos porque os engenheiros verificaram quão dispendiosa era a sua produção. 2 - Sendo os primeiros carros de “janelas abertas”, passou-se a utilizar plástico transparente para simular os vidros. 3 - Todos os carros tinham um interior muito detalhado, com os respectivos bancos e volante. 4 - Até existiam alguns com condutor! 5 - Destaca-se um camião de transporte de madeiras, que ostentava na frente um autocolante de identificação onde se podia ler “Espinho”. Mas o melhor ainda está para vir. Os toros que este camião transportava eram realmente de madeira! 12


6 - Lembram-se de um Peugeot 204? Foi o primeiro carro a abrir o capot. Era, de facto, uma inovação para a época, mas a tampa partia-se muito facilmente. A Luso Celulóide, depois de tantos anos a fazer as crianças felizes, impede-as hoje em dia de brincar com os seus produtos. É que são tão valiosos e tão raros que só podem ser manuseados por adultos. Mas então, o que são os adultos senão crianças em ponto grande? Ao percorrer a cidade de Espinho, é difícil encontrar vestígios daquilo que foi a Luso Celulóide. Contudo, existem dois locais de que vale a pena falar, por diferentes razões: Mercado Colmeia (Rua 23) Por incrível que pareça, este local foi um dos muitos pontos de venda de brinquedos Luso Celulóide. O Mercado Colmeia surgiu em finais dos anos setenta. Como em muitas outras casas do género, vendia-se aqui de tudo um pouco, desde fruta e legumes até aos indispensáveis utensílios domésticos. Juntamente com esses produtos encontravam-se expostos os brinquedos Luso Celulóide. Podemos considerar que se tratava de uma boa estratégia de marketing? Pode ser, uma vez que as donas de casa recorriam frequente13

mente àqueles locais para abastecer a despensa e não hesitavam em juntar um daqueles brinquedos ao cesto de compras. Como por vezes levavam os filhos, eram estes que faziam birra se a mãe não lhes comprasse um brinquedinho… Durante os anos oitenta aquela casa era também paragem obrigatória para os miúdos da escola primária, pois vendiamse lá rebuçados e as mais variadas guloseimas. Ao comprar um docinho de vinte escudos, era impossível desviar os olhos daquelas caixas coloridas, características dos brinquedos Osul. Mas…embora fossem acessíveis, o dinheiro da semanada não chegava…e aquela palavra mágica de apenas quatro letras (OSUL) inscrita nas caixas…era facilmente apreendida e ficava na memória. Isto fazia com que os pais fossem arrastados até à loja e, para verem os filhos contentes, lá puxavam da carteira. Hoje em dia já não se vendem brinquedos no Mercado Colmeia. Parece que os brinquedos Osul eram os únicos que se vendiam em casas deste género. Posso dizer que me revejo em tudo isto que relatei, pois foi assim a minha meninice. Quando passo perto do Mercado Colmeia é difícil relembrar aqueles tempos… Tenho de “puxar” pela memória, porque ali já nada é como dantes. Mas como tudo deixa marcas, este caso não é excepção. Num dos vidros da janela do Mercado Colmeia ainda existe um autocolante a publicitar os brinquedos Osul. Para mim, mantém-se tão bonito como no dia em que lá o colocaram… E aquelas cores apelativas que ainda nos fazem parar…e recordar! Bazar Bambi (Rua 19) O Bazar Bambi é outra casa que merece destaque. Sendo um dos mais antigos bazares da cidade de Espinho, ainda hoje é visitado por coleccionadores de todo o país, na esperança de lá encontrarem alguns tesouros, ou seja, brinquedos Osul. Como nos refere a D. Fernanda, proprietária do bazar, “Vem cá muita gente perguntar se ainda tenho brinquedos Osul… Não me chateio, pois já aprendi a conviver com isso. Digo que não, que já não há nada e as pessoas vão-se embora desanimadas… É assim…”


O espírito de coleccionador leva-nos a nunca perder a esperança. Por esse país fora, nalguma loja, ainda podem existir brinquedos Osul, esquecidos numa prateleira ou mesmo no armazém…e que ainda não tenham sido desencaixotados.

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ENCONTROS REGIONAIS Encontro Regional de Coimbra 15 de Abril de 2005

A 15 de Abril de 2005 realizou-se na Escola Superior de Educação de Coimbra o Encontro Regional da APEVT - Centro. Apresenta-se, de seguida, o programa do Encontro e alguns resumos das comunicações apresentadas.

PROGRAMA 9h00 – Recepção 9h15 – Momento Musical 9h30 – Abertura - José Alberto Rodrigues, Presidente da direcção nacional da APEVT - David Marques, Presidente do secretariado nacional da APEVT - Doutor João Gilberto de Matos Orvalho, Presidente da ESEC - Doutora Anabela Panão, Responsável pelo curso de Ensino básico – variante de Educação Visual e Tecnológica (ESEC) PAINEL A 10h00 – Introdução ao Vídeo Sérgio Gomes Videasta 11h45 – Coffee-break Exposição de Trabalhos dos alunos de EVT da ESEC 12h00 – Supervisão – Grafias do Conceito 15

Bartolomeu Paiva Escola Superior de Educação de Coimbra

12h30 – Entre Linhas e Imagens – ferramentas digitais Arquitecto Paulo Silva (Arquitectura e Urbanismo) Escola Profissional de S.ta Comba Dão (PROFIACA DEMUS) 13h00 – Almoço PAINEL B 14h30 – Animatrope Sérgio Nogueira Escola Básica 2,3 João de Barros – Figueira da Foz 15h15 – Ilustração Gráfica João Caetano Ilustrador Escola Secundária José Macedo Fragateiro – Ovar 16h00 – Coffee-break Exposição de Trabalhos dos alunos de EVT da ESEC 16h30 – Webquests em EVT José Alberto Rodrigues Escola E.B. 2,3 de Milheirós de Poiares Escola Superior de Educação Jean Piaget – V. N. Gaia 17h00 – Conclusões do Encontro Dr. Francisco Rúbio, ESEC Doutora Anabela Panão, ESEC 17h30 – Momento Musical


S U P E R V I S Ã O Grafias do Conceito Bartolomeu Paiva | 2005 “SUPERVISÃO – Grafias do Conceito” assume a forma de apresentação breve de um exercício interdisciplinar que concilia os contributos das disciplinas de Supervisão e Metodologia da Especialidade do Mestrado em Supervisão da Universidade de Aveiro. O exercício gráfico assumido enquanto alegoria, pretendeu a materialização visual da Supervisão enquanto conceito, área disciplinar e prática profissional. O seu registo animado em computador, máquina contemporânea de concepção e fruição da simbologia gráfica, reverte a atenção do leitor para uma nova visualidade do objecto e para alternativas de veiculação da mensagem sob densidades de abordagem cromática diferenciadas: “Preto no Branco” e “Cor na Cor”. PRETO NO BRANCO - O símbolo Supervisão,… a essência do objecto gráfico, resultou nas primeiras interjeições da sua concepção sobre a “pureza” branca do papel... a partir de gestos reflectidos que deixaram linhas, forma, contraste, ideias que traduzem um processo conceptual evolutivo. O rasto negro do riscador associou-se ao branco do suporte, numa simbiose interactiva que não legou dúvidas. A expressividade, a força e o contraste denunciaram sem ambiguidades o percurso indutor que era exigido: a tradução de um símbolo preto no branco. A associação do símbolo activo ao texto, e estes à melodia sonora, completaram o quadro sensorial, que funde a escrita, o desenho e a música, numa tríade participativa que materializa a importância da interdisciplinaridade artística na construção da mensagem sensível. COR NA COR - O símbolo preto no branco,... sério, contundente, rigorosamente definido pela linha e pela mancha, quis vestir-se de cor ... de cores que emocionassem a sua alegria; lhes garantisse exuberância,... presença que lhe conferisse sedução. Cor e forma associaram-se,...fundiram-se, dançaram no espaço imaginário do espectro visual uma dança brilhante. A luz denunciou-lhe os gestos, as interacções,... afastamento, proximidade, subtileza, ...relação espacial, temporal, ... musical. Uma lógica,... lógicas, modos de ver, comunicação expressiva, reflexos que condicionam e redimensionam o objecto plástico, oscilações de luminosidade e penumbra que nos deixam espectantes face à tridimensionalidade da realidade virtual. 16


ENTRE LINHAS E IMAGENS Ferramentas digitais Paulo Silva | 2005 Os dois programas a apresentar são ferramentas de representação gráfica. O CAD, (computer assisted Design) é uma ferramenta de vectorização, especialmente desenvolvida para a comunicação de projectos de mecânica e posteriormente de arquitectura. Especialmente vocacionado para alinha como elemento de comunicação na apresentação final (impressão no papel), desenvolveu com o tempo ferramentas básicas de texto, imagem e texturização. È um programa que trabalha em 3D (3 dimensões). O Corel é um programa vocacionado para a apresentação gráfica (cartazes, logótipos, etc.), trabalhando com bastante qualidade de apresentação final no que respeita a impressão. Inicialmente trabalhando com formatação de texto e imagens, tanto vectoriais como importadas de scanners ou máquinas. Numa fase posterior começou a desenvolver capacidade de trabalhar com vectorização de CAD. Intellicad Vector (linha) Circulo e arco Elipse Paralela Copiar Mover Captura de pontos fundamentais, Inicio da recta Meio da recta Perpendicular à recta Centro do circulo ou arco 17

Tangente ao circulo ou arco Tramas (como elemento de preenchimento) Importação de imagens ou fotografias Cotagens de elementos vertorizados 3D Axonometria e perspectiva Corel Corel draw Texto e a sua formatação Imagem importada de ficheiros Vectores (linha e circulo) Objectos (quadrado ou polígonos) Importação e exportação de ficheiros Corel Paint: Tratamento de imagens Contraste, brilho e luminusidade Cortar Mascaras e selecções de elementos Cores e layers, sistema cromático (pantone e RGB) Importação e exportação de ficheiros

ANIMATROPE Implementação e utilização em EVT Paulo Carvalho | 2005 O Animatrope – Máquina Virtual de Animação é uma excelente aplicação multimédia educativa vocacionada para o ensino da imagem em movimento. Consiste num software que é uma verdadeira máquina de animação virtual que oferece diversos módulos, tendo sido explorado nesta Unidade de Trabalho, a área de exploração do Animatrope – Oficina de Animação, o módulo Zootrope. Com o Zootrope podem-se realizar animações que se repetem continuamente como se as imagens da sequência estivessem numa tira com as pontas unidas. Foi realizada uma Unidade de Trabalho com uma turma de sexto ano de escolaridade, na disciplina de Educação Visual e Tecnológica, na Escola Básica Integrada de Montargil, no ano lectivo 2002/2003, sob a orientação dos professores Paulo Carvalho e Ci-


dália Barradas. Começou-se no Animatrope por apresentar e explorar a Área de Exploração – Jogos Animados com os seus módulos de Jogos de Papel, Quadros em movimento e Sequências. Tendo sido realizados alguns jogos ópticos em papel, como o Taumatrope e Folioscope. Só então passámos para o projecto do módulo Zootrope propriamente dito. Assim planificámos a Unidade de Trabalho em estreita colaboração e apoio com o autor do software, o professor Sérgio Nogueira, com a seguinte organização e metodologia: Objectivos didácticos: - Abordar os princípios básicos da animação de imagens; - Representar graficamente elementos naturais; - Identificar e aplicar diferentes tipos de linhas na representação gráfica de um objecto; - Representar objectos através da simplificação por nivelamento; - Articular dois modos de representação gráfica sobre suportes distintos (registo sobre papel e infografismo); - Integrar as novas tecnologias da imagem nas aulas de EVT. Conteúdos programáticos: - A forma - O espaço Objectivos da Unidade de Trabalho: - Avaliar a aplicabilidade do Animatrope nas actividades curriculares de EVT: -> animação digital por ciclos; -> desenho e pintura em suporte informático; - Avaliar a robustez da arquitectura computacional da aplicação; - Identificar tendências e/ou padrões de expressão através do software (animação por metamorfose; deslocamento ou mista); - Avaliar a influência de uma experiência anterior de animação em suporte não computacional. Actividades 1 - Construção de um zootrope em papel a partir do módulo – Jogos de Papel. 2 – Realização de um ciclo de animação simples. 3 - Registo gráfico de um objecto por observação directa. 4 - Simplificação do registo gráfico sobre um plano quadriculado (semelhante ao da grelha do Animatrope). 5 - Planificação de três fases de um movimento da figura numa ficha de trabalho. 6 - Animação de imagens no módulo – Zootrope. Recursos - Computador multimédia; TV; impressora - Materiais de expressão gráfica (papel; instrumentos riscadores) - Ficha quadriculada (modelo 1) - Ficha de trabalho (modelo 2) - Computadores multimédia 18


Quando passámos para a interacção dos alunos com o Animatrope - módulo do Zootrope, os alunos aprenderam rapidamente a utilizar o programa e compreenderam bem o significado dos botões, muitos deles de uma forma quase intuitiva, devido ao ambiente gráfico agradável e bem construído. Os alunos memorizaram e utilizaram facilmente as funcionalidades do programa após as explicações dadas pelos professores. É de salientar que a sala de Informática da Escola Básica Integrada de Montargil, estava dotada nesse ano com Computadores de todas as marcas e idades, muitos deles obsoletos e fracos para correr o Animatrope que é um software ainda pesado para um PC com um processador com menos de 500 Mhz e com memória inferior a 128 Mb de RAM, mas existiam sete máquinas capazes de correr satisfatoriamente bem a aplicação. Os alunos apreciaram bastante o programa, acharam visualmente atraente, com os ecrãs muito agradáveis e com um ambiente gráfico muito intuitivo. Os alunos precisaram de fazer um certo esforço para realizar a animação de acordo com o enunciado proposto pois foi exigido um grande rigor entre o projecto que estava planificado e desenhado no papel. Também experimentaram alguns problemas de funcionamento e existiram funcionalidades que falharam, aliado ao facto de que certas ferramentas de desenho e pintura por vezes não funcionavam ou bloquearem após bastantes instruções ou operações por parte do utilizador, precisando mesmo de gravar o ficheiro, fechá-lo e voltar a reiniciar o trabalho. Os alunos, habituados às características do “Paint” do Windows, sentiram a falta de um botão de “Retroceder” que permitisse voltar atrás e anular uma operação gráfica mal executada, ou que fosse ne19

cessário rectificar. Relativamente à ferramenta de pintura, o botão do balde de pintura, por vezes quando se dava a instrução para preencher uma determinada área acabava por pintar todo o trabalho em vez de pintar só a forma geométrica, secção ou polígono. Isso trouxe muito tempo perdido e “dores de cabeça”, mas os alunos nunca desistiram. Foram sempre muito persistentes, motivados e acima de tudo entusiasmados, pois queriam ver o resultado final. Em suma, os alunos gostaram de ver o seu trabalho concluído e sentiram-se orgulhosos do esforço e trabalho dispendido, ficando com vontade de continuar a trabalhar no Animatrope com outros módulos de animação mais complexos.

I L U S T R A Ç Ã O Uma Técnica ou uma Arte? João Caetano | 2005 Muito recentemente, o computador tem vindo a ocupar um importante (senão mesmo, determinante!) papel no interior dos recursos técnicos usados por uma cada vez mais densa fileira de ilustradores. Então deverá perguntar-se: Por que razão é que a ilustração por (ou com) computador é vista com tão grande desconfiança, tanto por editores como pelo público em geral? E porquê colocar o problema só em relação à ilustração e já não relativamente ao cinema animado? O que é que no íntimo do leitor ou do fruidor de imagens acontece para que este rejeite uma técnica em proveito de outra, ou de outras? Tais questões conduzir-nos-ia a um debate muito longo e, quem sabe, pouco esclarecedor do problema. Se é que existe mesmo um problema e não apenas, e tão somente, um certo posicionamento individual face à história e aos seus fundamentos culturais. Já o divisionismo dos impressionistas, as colagens dos cubistas e as serigrafias dos artistas pop haviam abalado tão profundamente os pressupostos estéticos mais ou menos vigentes no seu tempo. Os exemplos que aqui serão apresentados dizem respeito a trabalhos construídos com o recurso do computador e destinados a um público infantil e juvenil, mas não só. Despreocupadamente, procurarão lançar alguma luz conciliatória sobre aquilo que, tradicionalmente, se solidificou nos nossos espíritos como sendo “arte” e aquilo que se convencionou, ainda longe dos nossos espíritos, chamar de “técnica”. Para além dalguns trabalhos pessoais, poderemos tomar contacto com alguns ilustradores de enorme prestígio internacional - infelizmente pouco conhecidos em Portugal -, mas


cujo talento muito tem contribuído para a afirmação daquilo a que já poderemos designar como “ilustração digital”.

INSTALAÇÃO MULTIMÉDIA “À n o i t e o c é u é d i f e r e n t e” Sérgio Nogueira | 2005 A presente comunicação consiste num relato crítico sobre processos de criação plástica destinados à realização e montagem de uma instalação multimédia da autoria de crianças dos 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico. Esta instalação consistiu na exposição de artefactos fluorescentes num espaço iluminado com “luz negra” onde foram também mostradas apresentações audiovisuais em computador. Na presente intervenção pretende-se apresentar alguns aspectos da prática educativa relacionados com a utilização das TIC em contexto de sala de aula, ao nível da produção de artefactos e ao nível do apoio didáctico para a realização dos mesmos. Nesse sentido, será abordada a utilização do computador em Educação Visual e Tecnológica, com incidência na produção e simulação de modelos 3D e na animação em suporte informático. A primeira vertente versará sobre os processos inerentes à actividade projectual e concepção de artefactos tridimensionais, enquanto que a segunda recairá sobre a utilização de software de animação para a produção de efeitos visuais no computador. O relato crítico é estruturado cronologicamente dando-se conta das diferentes fases de trabalho dos alunos na resolução de problemas e na expressão visuo-plástica. Far-se-á uma reflexão acerca da articulação de tecnologias tradicionais e de aplicações informáticas no processo criativo das crianças. Da relação entre estes recursos serão referenciados aspectos das dinâmicas dos grupos/turma, nomeadamente, o trabalho colaborativo, bem como a identificação de supostas virtualidades do computador em contexto de sala de aula. Além das abordagens acima referidas, serão feitas algumas alusões à importância da expressão multimédia e da apresentação de artefactos em ambientes específicos de exposição, para fruição estética junto da comunidade. Nesta comunicação pretende-se, assim, anotar alguns aspectos de uma experiência didáctico-pedagógica que poderão ser objecto de análise mais aprofundada em futuros trabalhos, para se identificarem novas potencialidades da utilização do computador pelas crianças, durante as suas produções plásticas.

W E B Q U E S T S em E V T a Internet como recurso e ferramenta de aprendizagem José Alberto Rodrigues | 2005 O conceito de Webquest (generalizado em Português como Aventura na Web) 20


surgiu em 1995, criado por Bernie Dodge, Professor de Tecnologia Educativa na San Diego State University, iniciando o desenvolvimento da “estratégia da WebQuest” no âmbito do projecto EDTEC 596.

mais elevados de cognição e de pensamento. Segundo a perspectiva construtivista, os alunos necessitam de exemplos, com muita informação e diferentes opiniões sobre um assunto, possibilitando-lhes a construção de uma compreensão que possam ligar à sua própria experiência e conhecimento e transferir isso para uma nova situação em que possam estar perante o mesmo tópico de estudo.

O que é WebQuest, é uma actividade baseada na pesquisa orientada (em que toda ou parte da informação necessária se encontra na Web), norteando os alunos na navegação na Internet e que apresenta a grupos de alunos uma tarefa motivadora e é delineado o processo, de forma a fomentar a aprendizagem cooperativa, a desenvolver o espírito crítico e a integrar a tecnologia, numa perspectiva construtivista da aprendizagem.

Como é constituído um Webquest Basicamente por 6 partes:

Porquê optar por Webquests É um modelo que utiliza diversas estratégias que apelam à motivação e à autenticidade dos alunos. Pelas tarefas realistas, que os confrontam com o mundo e pelos recursos reais que lhes são apresentados de forma organizada. Eles vão realizar algo que não se limita a dar significado ao que fazem na sala de aula, mas que os leva a tomar decisões na resolução de problemas, a participar em debates/discussões temáticas, a lidar com aspectos da realidade, a desenvolver determinadas competências num determinado domínio ou desempenhar um determinado papel cooperativamente num grupo. Webquest e as teorias da Aprendizagem Os WebQuests fundamentam-se em estratégias da psicologia cognitiva e construtivista. Não solicita apenas uma resposta através da recolha de informação: pelo contrário, leva os alunos a transformar a informação em algo concreto. Sendo bem estruturada, a WebQuest possibilita o desenvolvimento de graus 21

INTRODUÇÃO - em que se define o cenário e se fornece alguma informação de fundo que contextualiza a aventura. É conveniente que desperte o interesse do aluno, tornando o tópico relevante para as experiências anteriores e para os objectivos futuros, que seja importante pelas suas implicações, urgente pela necessidade de arranjar uma solução num curto espaço de tempo e divertido (pelos papéis desempenhados, pelo produto a criar,...). TAREFA - uma descrição do que o aluno terá de fazer no fim da aventura. Deverá ser exequível e interessante podendo assumir diferentes formas. PROCESSO - uma descrição curta e clara dos passos necessários à realização da tarefa podendo incluir a divisão da tarefa em subtarefas, a descrição dos papéis a serem desempenhados ou perspectivas a serem desenvolvidas. RECURSOS - um conjunto de fontes de informação que devem ser previamente avaliados, devendo o professor assegurar-se da validade da informação disponibilizada e da sua adequação ao cumprimento da tarefa. AVALIAÇÃO - referência à maneira como os alunos irão ser avaliados ou disponibilização de um questionário ou grelha de avaliação a ser preenchida. CONCLUSÃO - que finalize a aventura, recorde o que aprenderam e/ou encoraje a aplicação da experiência a outras situações. Taskonomy No intuito de facilitar a formulação da tarefa, Bernie Dodge propõe uma taxonomia de tarefas com 12 categorias – taskonomy. Uma análise, ainda que ligeira dessas categorias, permitirá perceber o grande leque de possibilidades de desenvolvimento de capacidades e atitudes bem como de aquisição e compreensão de conhecimentos, através de WebQuests. 2 Tipos de Webquests Bernie Dodge considera WebQuests de: curta duração: são realizadas de entre uma a três aulas e têm como objectivo levar o aluno a percorrer uma significativa quantidade de


informação e a compreendê-la. Centra-se na aquisição e integração do conhecimento. - longa duração: de uma semana a um mês em ambiente de sala de aula e têm por objectivo alargar e refinar o conhecimento. Saber mais... a partir do site oficial sobre webquests http://webquest.sdsu.edu/ e do site pessoal de Bernie Dodge http://edweb.sdsu.edu/people/bdodge/bdodge. html tradução do texto original de Bernie Dodge http://www.educare-br.hpg. ig.com.br/WebQuest/wq0/WQ_ideas.html Para conhcermos “por dentro” um webquest, nada melhor do que realizar “Um Webquest sobre Webquests”... Sugerem-se 3 hipóteses: http://www.fpce.ul.pt/ pessoal/ulfpcost/doc/wb/ http://www.educare-br.hpg.ig.com.br/WebQuest/wq0/ http://www.minerva.uevora.pt/publicar/wq_webquest/ Recursos http://abweb.no.sapo.pt/material/material.htm Exemplos/Matriz Em Português: http://abweb.no.sapo.pt/activs/matriz.htm Em Inglês: http://edweb. sdsu.edu/webquest/matrix.html NOTA: Uma pesquisa atenta e cuidada levará, certamente, a que encontram mais recursos do que aqueles que são aqui apresentados e que consideramos apenas essenciais. A palavra-chave é: webquests... A apresentação realizada durante o encontro pode ser consultada no site: http:// www.evtweb.com/encapevt.htm

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ENCONTROS REGIONAIS Encontro Regional da Madeira 2, 3 e 4 de Junho de 2005

Nos dias 2, 3 e 4 de Junho de 2005, a Direcção Regional da Madeira organizou e levou a cabo o seu Encontro Regional. A seguir, apresenta-se o programa do Encontro e algumas comunicações apresentadas no mesmo, para além da conclusão/moção do Encontro.

PROGRAMA Associação de Professores de Educação Visual e Tecnológica III ENCONTRO REGIONAL APEVT Madeira Escola Secundária Francisco Franco “Significatividade da Aprendizagem na Tríade Ciência, Tecnologia e Arte na Actualidade” 2, 3 e 4 de Junho de 2005 5ª Feira dia 2 8.30h . Recepção dos participantes 9.30h . Mesa de Honra Intervenientes - Prof. Isabel Noite (Presidente da APEVT Regional) - Dr. José Alberto Rodrigues (Presi23

dente da APEVT Nacional) - Prof. David Marques (Presidente do Secretariado da APEVT Nacional) - Dr. Rui Honorato (membro da Delegação da APEVT) - Prof. Dr. Rui Carita (Em representação da Universidade da Madeira) - Dr. Francisco Fernandes (Secretário Reg. de Educação) 10.30h . Pausa para Café 10.45h I Painel “CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ARTE: DA UTOPIA À REALIDADE NA ESCOLA DO SÉCULO XXI” Sub-temas: Ciência, Tecnologia e Arte no contexto: - Do desenvolvimento educacional; -Da evolução do objecto técnico ao mundo moderno; -Do desenvolvimento humano Intervenientes - Dr. Carlos Gomes (prof. cooperante da Escola Superior de Educação de Lisboa, autor de Manuais Escolares, formador e Prof. de EVT na Escola Francisco Arruda) - Prof. Dr. Fernando António Baptista Pereira (Conservador do Museu de Setúbal, Docente na Faculdade de Belas Artes de Lisboa e autor de vários livros sobre Arte) 12h30 . Debate 13h . Almoço 14.30h Visitas Guiadas 1- Prebel (fábrica de materiais de construção) 2- Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos da Meia Serra 3- Museu das Cruzes e Museu Universo de Memórias


4- Museu Etnográfico da Ribeira Brava e Museu do Brinquedo 18h Encerramento dos trabalhos 6ª Feira dia 3 9.00h II Painel “DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA ÀS EXPRESSÕES PLÁSTICAS – ARTICULAÇÃO VERTICAL PROGRAMÁTICA” . Sub-temas: . Linhas orientadoras para estas Áreas (Currículo, Desenho Curricular, Formação de Professores e Definição de Quadros) a nível do Ministério de Educação /Ensino Básico; . Articulação entre as linhas do Ministério e a RAM; . Articulação do Pré-escolar ao 3º Ciclo / perspectivas de aprendizagem Intervenientes - Representante do Ministério de Educação – a confirmar - Dr. Rui Anacleto (Director Regional de Educação) - Dr. Jorge Morgado (Director Regional de Administração Educativa) 10.45h . Pausa para Café 11.00h - Dr.ª Cecília Berta (Directora Regional da Educação Especial e Reabilitação) - Dr. Joaquim Nogueira (Prof. da Universidade Aberta, autor de programas e manuais escolares, Prof. de EVT) - Dr. Carlos Gomes 12.30h Debate 13h . Almoço 14.30h III Painel “A SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO E A ESCOLA ACTUAL NO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO” Sub-temas: - Articulação Empresa / Escola; - Formação para o trabalho; - Economia do conhecimento na perspectiva da Educação; 24


de Mestrado e Doutoramento e Consultor de Empresas) 17.30h . Debate 18.00h . Encerramento dos trabalhos Sábado dia 4

- Desenvolvimento tecnológico na evolução do trabalho. - A Escola actual no contexto Neurocognitivo Intervenientes - Dr.ª Filipa Figueira (Licenciada em Psicologia, Técnica Superior do Instituto do Emprego da RAM) - Dr. João Lucas (Licenciado em Economia, Director Comercial da PT Comunicações) 15.45h . Pausa para Café 16.00h - Dr.ª Isabel Rodrigues (Licenciada pela Universidade do Porto, especializada em neuropsicologia e psicoterapia, doutoranda em Desenvolvimento e Intervenção Psicológica com tese em Neuropsicologia) - Doutor Arnaldo Coelho (Licenciado em Economia e Doutorado em Marketing, Professor na Universidade de Coimbra, Coordenador dos Cursos 25

9.00h IV Painel “AMBIENTE, TECNOLOGIA E ARTE” Sub-temas: - Escola / Ambiente - Projectos Escola / SRA - Escola / Ambiente / integração paisagística Intervenientes - Dr. António Domingos Abreu (Director Regional do Ambiente) - Arquitecto Borges Pereira (Arquitecto da Câmara Municipal do Funchal e Proprietário do Museu do Brinquedo) 10.15h . Pausa para Café 10.30h “PROJECTOS TEMÁTICOS NOS 1º, 2º E 3º CICLOS: ASPECTOS PEDAGÓGICOS / DIDÁCTICOS ” Intervenientes - Dr. Joaquim Nogueira - Dr. António Lima (formador, inventor e prof. de ET) - Dr. João Bartolomeu (Membro da APEVT Regional, Prof. de EVT) 12.00h . Informações da Associação Nacional e Regional - Prof. David Marques - Dr.ª Adriana Fernandes . Apresentação da Delegação Regional da APEVT - Dr. José Alberto Rodrigues (Presidente da APEVT) . Leitura e aprovação da Moção do Encontro Regional - Dr.ª Adriana Fernandes 12.30h . Encerramento do Evento


Exmº Srº Secretário Regional da Educação Excelentíssimos Convidados Excelentíssimos Dirigentes da APEVT Caros colegas

O encontro que estamos a realizar, hoje, na Escola Secundária Francisco Franco, tem um significado especial para todos os professores que leccionam EVT, EV e ET. É num quadro preocupante, altamente reflexivo e globalizante para cada um de nós que pretendemos debater o caminho mais ajustado e o que devemos referenciar como trabalho, para arquitectar a construção da massa humana que nos passa pelas mãos. Os colegas que aqui se encontram e os que não estão por razões várias, formam um grupo de especialistas que têm no contexto educativo, uma missão de assegurar a formação cultural, artística e tecnológica dos nossos jovens que frequentam o ensino básico. É imperativo que os códigos, as linguagens, os incentivos à crítica, a reflexão, o conhecimento individual e do mundo actual façam parte do bloco de elementos que vamos dotá-los no sentido de serem no futuro homens para desafios difíceis, complexos, por vezes incontornáveis, mas que os engrandeçam na literacia artística, científica e tecnológica, no pleno direito de uma cidadania, privilegiando o processo criativo, para liderarem, compreenderem e dominarem o espaço histórico que estamos a atravessar e que nos obriga a conviver com sociedades tecnologicamente evoluídas e altamente competitivas. Colegas! Sabemos que os nossos jovens são o capital mais precioso que temos e ninguém tem o direito de lhes negar uma cultura contemporânea, rica no saber, no saber –ser e no saber-fazer. Quem pensa, que quem é versado em ciências humanas, deixando cair a ideia de que a educação das áreas das artes, da ciência pura e tecnológica é apenas necessária para técnicos sem pretensões de intervenção cultural, terá de consciencializar-se que a tríade que abordamos avança lado a lado influenciando-se mutuamente. Se entendermos que o pensamento humanístico e plástico existe ao lado do pensamento científico e tecnológico, que pertencem simultaneamente ao domínio da acção da imaginação e criatividade, logo relacionam o cubismo com as matemáticas, o espaço com o movimento, a luz com o impressionismo, a forma com a ergonomia, a física com universo, o aço com a arte nova, a ecologia com a interactividade da vida, a poesia com o design num prisma de linguagens que se submetem a leis que reúnem técnicas evolutivas do cognitivo e avançam para a transcendência do imaginário. Não tenhamos dúvidas! 26


Que riqueza tem a nossa área! Que belo é criar! Deixem os jovens verem, sentirem, fazerem, produzirem, expressarem ideias, emoções estéticas e realizarem os seus sonhos e sentimentos em objectos para superarem o analfabetismo funcional, que tanto nos preocupa. Se assim for, teremos uma sociedade mais versátil, mais participativa, mais democrática, mais capaz e mais sorridente quanto ao futuro. Tenho dito. Obrigado. Funchal Junho 2005 RUI HONORATO CORREIA GOMES

EDUCAR COMO CIÊNCIA, ARTE E UTOPIA Resumo da comunicação de Fernando António Baptista Pereira Prof. Associado da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa 1. No mundo contemporâneo, em que a globalização anula distâncias culturais e influencia padrões de comportamento, o acto de educar reveste-se, cada vez mais, de responsabilidades acrescidas, que ultrapassam, em muito, as funções tradicionalmente atribuídas à Escola. Estas têm-se quase reduzido ultimamente à preocupação em assegurar a transmissão de conhecimentos e de meios de formação técnico-profissional. Diga-se, de passagem, que, em anos recentes, a Escola 27

tem defrontado grandes dificuldades na prossecução destes objectivos, especialmente o segundo, ao procurar adaptarse, sem critérios bem definidos, às exigências de um mundo em acelerada mudança de paradigmas. Daí a proliferação de uma multidão de cursos de formação profissional que patenteiam o fracasso da Escola em formar os profissionais qualificados de que a sociedade parece ter falta, mesmo quando se artificializam necessidades ou carências... 2. Nestas circunstâncias, o que deverá ser, nos tempos que correm, educar? Educar tem de ser, cada vez mais, como a etimologia da palavra nos indica, conduzir. Mas, conduzir para onde? Só há uma resposta: para a liberdade, por entre escolhas múltiplas, é certo, mas, sem dúvida, para a assunção de um estatuto de liberdade plena por parte de cada indivíduo. Para que isso aconteça é necessário que a Escola se não limite a um papel puramente passivo face à realidade multifacetada e profundamente desequilibrada dos alunos que recebe. Quase sempre, a Escola desiste de os formar enquanto cidadãos e homens livres, dotados de espírito crítico face ao mundo em que vivem! Por outro lado, não pode continuar a haver uma atitude de constante demissão por parte dos educadores, que têm de se consciencializar de que a sua missão não acaba com o melhor ou pior cumprimento do Programa e dos respectivos objectivos de aprendizagem! Em contrapartida, a Escola tem de voltar a educar para os valores, porque é nessa dimensão que assenta uma verdadeira consciência li-


bertadora da pessoa. 3. A necessidade de um novo posicionamento ético no acto de educar e na definição do papel dos educadores leva-nos a encarar como extremamente positiva a oportunidade que este III Encontro Regional da APEVT, no Funchal, nos oferece de vos falar do acto de educar como ciência, arte ou utopia e, nomeadamente, do papel que os museus podem desempenhar nesse processo. 4. Ao longo de décadas, a educação assumiu-se, efectivamente, como ciência, sendo capaz de definir, com precisão, conceitos, estratégias, metodologias, visando a obtenção dos tão incensados objectivos de aprendizagem. Todavia, ao mesmo tempo, foi perdendo o carácter, residual é certo, de arte e de utopia... É, pois, necessário retomar essa tarefa de educar como arte (e não só para a arte) e, decorrentemente, educar como utopia, vendo nesta, mais do que uma fantasiosa projecção do futuro, uma genuína saudade do futuro. 5. Além de repensar o acto de educar e a Escola, devemos repensar, também, as relações da Escola com alguns dos seus parceiros estratégicos, como, por exemplo, essas instâncias de educação informal que são os museus. Estes podem desempenhar um papel relevante neste novo posicionamento face ao acto de educar, radicando motivações, estratégias, metodologias e conteúdos numa perspectiva ao mesmo tempo lúdica e de «aprender fazendo», que não se confunde e até contraria o carácter excessivamente formal do ensino ou da aprendizagem escolar e que pode vir a ser um modo suave e eficaz de os transformar a pouco e pouco. Para isso, é preciso generalizar a todo o país o novo tipo de diálogo entre as escolas e as instituições museológicas que tem sido levado a cabo em certos pontos do país. Fernando António Baptista Pereira Lisboa, 6 de Julho de 1953. Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, em 1977. Curso de Conservador de Museus, pelo IPPC, em 1981-1984. Doutorado em Ciências da Arte pela Universidade de Lisboa, em 2002. Docente na Faculdade de Letras de Lisboa, de 1979 a 1986 e na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa desde 1987, sendo actualmente Professor Associado. Conservador dos Museus de Setúbal, em regime de assessoria, desde 1984. Autor de vários livros e estudos sobre temas de História da Arte e das Mentalidades e de Museologia, assim como de catálogos de colecções, nomeadamente o de Arte Flamenga do Museu de Arte Sacra do Funchal. Comissário de várias exposições de Arte e de História em Portugal, em Espanha e no Brasil e organizador de museus em Portugal e em Macau. Consultor da Fundação Oriente para a programação museológica do Museu do Oriente. 28


Ao longo dos últimos vinte e cinco anos, proferiu regularmente palestras e ciclos de conferências em Portugal (Centro Nacional de Cultura, Sociedade de Língua Portuguesa, Fundação Calouste Gulbenkian) assim como no estrangeiro, destacando-se as intervenções nas Universidades de Valência, Barcelona, Miami, Budapeste, Edimburgo, Newcastle, Trier, Toulouse, La Rochelle, Múrcia, no Mont Saint Michel, no Museu Artium de Álava, no Museu do Louvre ou na National Gallery de Washington.

“A sociedade da informação e a escola actual num contexto em actualização” Prof. Dr. Arnaldo Coelho Licenciado em Economia e Doutorado em Marketing, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Coordenador dos Cursos de Mestrado e Doutoramento, Consultor de Empresas

Sub-temas: - O lugar do marketing na sociedade do séc. XXI - Da informação à formação - Dos valores aos comportamentos • As características da cultura nacional • Gerir a diversidade • Um mundo global exige cidadãos globais - Das tarefas às competências - Da pedagogia à cenografia

Moção 3º Encontro Regional de Professores de EVT, EV e ET 29

O 3º Encontro de Professores de EVT, EV e ET considera que: –A arte, a ciência e a tecnologia corporizadas nos programas das disciplinas que fazem parte do currículo do Ensino Básico EVT, EV e ET são um bloco cultural da sociedade actual. - Estas disciplinas desenvolvem no jovem capacidades organizativas de pensamento, reflexão, organização, desafios conceptuais de nível cognitivo que são o suporte básico para o fomento do saber, saber-ser e saber-fazer. –A formação que é dada nestas áreas são um suporte importante à compreensão das áreas científicas como a matemática, física e outras. - Os professores reunidos neste Encontro deliberaram o seguinte: 1 – Que se introduzam novos conceitos e conteúdos aos programas dos três ciclos do Ensino Básico, no sentido de enriquecer as disciplinas e adequá-las aos desafios que a sociedade nos impõe. 2 – Que se tenha em consideração que estas áreas do saber devem começar a ser trabalhadas bem cedo com as crianças na perspectiva do seu desenvolvimento e que lhes proporcione orientação vocacional no Ensino Básico. 3 – Que a Educação Tecnológica e a Educação Visual sejam disciplinas não opcionais no Ensino Básico, devendo ser obrigatórias até ao 9º ano. 4 – Que se redefinam os Grupos Disciplinares e as respectivas Habilitações para a docência, cessando a indefinição urgente. 5 – Que as Universidades e os Institutos Politécnicos avancem na formação inicial de professores na área de Educação Tecnológica e da Educação Visual. É grave a situação verificada neste momento, no que respeita a esta situação na actualidade. 6 – Que os professores integrados na Carreira ou que já exerceram funções docentes há vários anos, tenham acesso a estágios pedagógicos. 7- Que se estabilize a carga horária para a leccionação desta área curricular, atendendo à natureza das suas disciplinas e à sua eficiência (que não se contempla com aulas de 45 minutos) Escola Secundária de Francisco Franco 2, 3 e 4 de Junho de 2005 Delegação Regional da APEVT Madeira


n o t í c l a s PLANO DE ACTIVIDADES

Estamos a seguir as orientações do Plano, vamos terminar o mandato confiantes de termos ao longo dos últimos dois anos, correspondido, embora os resultados sejam sempre discutíveis porque a decisão não está nas nossas mãos. O facto de estarmos hoje confrontados com mudanças em toda a linha, é motivo para lançar um alerta a todos os sócios e aos professores, da necessidade de promover mais e melhor participação na defesa dos nossos legítimos direitos.

AUDIÊNCIAS PROCESSO DE EQUIPARAÇÃO CONCURSOS FUSÃO DOS GRUPOS 05, 07, 08 OBRIGATORIEDADE DA ET NO 9º ANO ESCOLARIDADE Estes foram os assuntos tratados na audiência que o Senhor Secretário de Estado da Educação concedeu no dia 11 de Maio de 2005. De salientar nesta audiência, o facto de o Senhor Secretário de Estado, ter evidenciado conhecimento dos processos. Reconheceu o facto de a APEVT prosseguir há anos o caminho negociável sem obter resultados por motivos já conhecidos ou seja a queda ou substituição de governos. Manifestou interesse na resolução de alguns problemas no caso da equiparação. Comprometendo-se falar com o Senhor Ministro da Ciência e Ensino Superior para a resolução do problema. Quanto aos outros casos, manifestou vontade em avaliar o seu impacto no sentido de os resolver no enquadramento da alteração profunda que o Sistema Educativo irá sofrer. Sem alterar a actual Lei de bases. A APEVT esteve representada pelos professores David Marques e Margarida Pinto.

o projecto do Dec.-Lei que define novos códigos/grupos de recrutamento. De acordo com o mesmo Dec.-Lei a disciplina de EVT passa a designar-se código 240 deixando por isso de vigorar os códigos 05,07 e 08. Apelamos para a necessidade de alterar este procedimento, manifestamos a nossa disponibilidade para participar ou sermos consultados sempre que o ME avance com medidas na nossa área disciplinar. Quanto ao Centro de Formação o não financiamento do PRODEP III foi a razão do agendamento para análise. Nesta reunião entregamos uma exposição ao senhor SEE no sentido de o sensibilizar para que o nosso Plano de Formação 2006 seja reanalisado pela Senhora Gestora da I. O. Da Educação – PRODEP III. Aguardamos resposta a este processo que julgamos ser de grande importância para os nossos associados e para os professores da nossa área, que têm correspondido em grande número na procura de formação a nível nacional.

A nova reunião com o Senhor Secretário de Estado da Educação, teve lugar no 25 de Janeiro de 2006. Devido à impossibilidade de estar presente fomos recebidos pela Dra. Jesuína assessora do Senhor Secretário de Estado da educação a quem colocamos os problemas levantados na reunião de 11 Maio de 2005 Lamentamos o facto de termos conhecimento por outras vias sobre 30


n o t í c l a s educativa, não contemplam as acções constantes do nosso Plano de Formação 2006. Expusemos a nossa preocupação e solicitamos à DREN, que apresentasse esta nossa preocupação junto do ME atendendo a que o nosso Centro de Formação cumpre precisamente o contributo singular do desenvolvimento qualitativo da área da sua especialidade no sistema educativo. Não reconhecer o papel insubstituível dos Centros com âmbito científico de especialidade levará ao desaparecimento deste Centro de Formação que a acontecer, é o fim de um processo importante na formação dos professores destas áreas.

CURSO COMPLEMENTO DE FORMAÇÃO

Relativamente a este processo, aguardamos que o senhor SEE nos envie fax, a informar da evolução do processo desde 11 de Maio de 2005 onde se comprometeu a ouvir o Senhor Ministro da Ciência e do Ensino Superior de quem depende a resolução do nosso velho problema.

AUDIÊNCIA COM A DREN

Realizou-se no dia 16 de Novembro de 2005 uma reunião afim de informar sobre o nosso Plano de Actividades e analisarmos a decisão da Senhora Ministra da Educação quanto às áreas prioritárias no âmbito da formação contínua medida 5 acção 5.1 a financiar pelo PRODEP III no próximo ano. As cinco áreas prioritárias consideradas fundamentais face às actuais orientações da política 31

CONSELHO NACIONAL

Realizou-se no passado dia 07 de Janeiro de 2006 no Porto (Sede APEVT) o Conselho Nacional tendo como: ORDEM DE TRABALHOS 1- Leitura a Aprovação da acta da reunião anterior; 2- Informações (actividades do secretariado); 3- Análise e discussão sobre as medidas de política educativa impostas pelo Ministério da Educação; 4- Revisão dos Estatutos da APEVT análise e discussão da proposta de trabalho para revisão; 5- Ponto de situação da formação para 2006 – Centro de Formação; 6- Proposta de actividades para dinamização da APEVT e sugestões a apresentar; 7- Encontro Nacional da APEVT - Porto 2006; 8- Outros assuntos. ELEIÇÃO DAS DIRECÇÕES REGIONAIS DE COIMBRA E MADEIRA Dia 15 de Abril de 2005, foi eleita a Direcção Regional de Coimbra O acto eleitoral realizou-se na Escola Superior de Educação de Coimbra durante o Encontro Regional. A Lista constituída pelos professores Jorge Manuel Barreira Santos Rosado – Sócio nº 2535 – Presidente, Maria Adélia Silva Melo Coelho Sócia nº 0681 – Vice-Presidente, Maria Helena Jesus Raposo – Sócia nº 1024 – Tesoureira e Isabel Maria Capelo Rosado – Sócia nº 2536 – Secretária. Dia 04 de Junho de 2005 foi eleita a Direcção Regional da Madeira durante o Encontro Regional. O acto eleitoral decorreu na Escola Secundária Francisco Franco.


n o t í c l a s inFORMAR 23

Apresentamos aqui a antevisão da capa da próxima inFORMAR. A inFORMAR 23 é uma edição especial dedicada ao Encontro Nacional APEVT que se realizará nos dias 25, 26 e 27 de Maio de 2006 no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos. Incluem-se artigos sobra as temáticas tratadas no Encontro. Sobre este Encontro, inscrições e demais pormenores, podem saber mais consultando a página da APEVT: www.apevt.pt

PROTOCOLOS

SAÚDE A APEVT, celebrou um protocolo de cooperação com a ERGOVISÃO – Grupo Óptico, afim de proporcionar aos seus associados algumas regalias bem como aos respectivos agregados familiares. Para o efeito, os nossos associados que desejarem benefício dos descontos e regalias, devem apresentar documento de identificação (cartão de associado) sendo os referidos descontos praticados no acto. Para mais contacto informamos os nossos associados do telefone de apoio ao cliente 800214850 (chamada grátis) Mantêm-se em vigor as condições estabelecidas no protocolo com a clínica do Bonfim para os nossos associados. Sempre que utilizem os referidos serviços devem apresentar o cartão de associado. APEVT/FUNDAÇÃO DE SERRALVES Mantêm-se as condições protocolares estabelecidas já referenciadas em anteriores Revistas. email ser.educativo@serralves.pt

APEVT/CENTRO LÚDICO DA IMAGEM ANIMADA Mantêm-se as condições protocolares estabelecidas já referenciadas em anteriores Revistas. PROTOCOLO BE-A-BA

Os nossos brinquedos, jogos e actividades inspiram, são imaginativos, criativos, divertidos e AJUDAM A CRESCER! O que temos para oferecer reflecte a nossa preocupação constante em contribuir para o crescimento intelectual e desenvolvimento individual. QUEM SOMOS A Be-a-Ba é uma empresa portuguesa que iniciou a sua actividade há cerca de 2 anos com o objectivo de ser diferente e única no mercado português de jogos e brinquedos educativos, em torno do conceito ‘Play&Care’. Desde esse momento procuramos comercializar e distribuír, em Portugal, marcas de qualidade reconhecidas internacionalmente 32


n o t í c l a s res, escolas e público em geral. Ao explorar este artigo, excerto do nosso brandbook, verá como nos apresentamos ao mundo e como queremos ser percebidos pelos outros. Mostrar dinamismo... Apresentar e desenvolver um portfólio de produtos e serviços de qualidade é uma das nossas constantes preocupações. Queremos superar expectativas e necessidades na área da educação dos nossos filhos. Procurar sempre algo de novo... Não pode haver desenvolvimento sem inovação. Por esta razão procuramos sempre novos conceitos de produto e abordagens a novos serviços. Queremos construir uma posição de liderança e notoriedade aliando-nos às principais marcas e estabelecendo parcerias com os principais agentes na sociedade e comunidade escolar, como acontece com a APEVT. Querer crescer... O crescimento é uma questão de motivação e capacidade. Definimos um programa de forma a desenvolver rapidamente a nossa habilidade para competir, em alto nível, nos segmentos seleccionados. Primeiro, dominando o processo logístico e conquistando representações de produtos emergentes e/ou prestigiantes. Segundo, aumentando a notoriedade com a implementação de serviços e/ou novas formas de distribuição e promoção. o que se traduz em formas e conceitos singulares: kits de ciência, kits de artes e manualidades, puzzles, brainteasers, jogos didácticos e educativos. EGO Como a personalidade humana a marca Be-a-Ba é a soma dos nossos talentos e características. È a base para as relações entre a empresa e os diferentes grupos alvo: clientes, fornecedo33

Mostrar grandeza de espírito... Demonstrar empreendedorismo genuíno – isto significa definir objectivos e transformá-los em realidade. Definimos objectivos elevados e, por isso, pretendemos acima de tudo, agir sobre as oportunidades e riscos que envolvem este projecto de vida. Ser fiável e curiosa... Nada é mais excitante do que partir rumo a uma nova direcção. Nada é mais estimulante do que passar por uma nova experiência. Nada é mais único do que o quase impossível. E, nada é mais animador do que ser capaz de confiar numa personalidade que, apesar de invulgar, nunca perde de vista os seus objectivos – e mantém as suas promes-


n o t í c l a s sas. Ser flexível e inovadora... Não é apenas uma questão de considerar novos desafios ou produtos. É, em primeiro lugar, uma questão de os lançar por olhar para as coisas sempre de uma nova perspectiva. Ser visionária e humana... Significa que quando damos um passo já estamos a pensar nos seguintes. Que a cada novo desenvolvimento estamos a pensar em grupos alvo futuros. Também significa que tiramos o máximo proveito das fraquezas como fazemos com as forças. Que aprendemos com os erros, porque, enquanto empresa, pensamos e agimos … como uma pessoa. DESPERTAR AS MENTES Desde a sua génese em 1993, os especialistas da 4M (For Minds) sempre produziram produtos criativos para crianças curiosas. A equipa de desenvolvimento, sediada em Hong-Kong, está dedicada à constante criação de produtos que sejam fascinantes, criativos e estimulem a curiosidade natural das crianças dando-lhes a oportunidade de experimentar de forma excitante, mas sempre segura. Mais importante, a 4M sempre foi capaz de inspirar os pensamentos e experiências das crianças para além dos seus próprios sonhos.

Em 2004 a 4M foi seleccionada e recomendada pela Parent’s Choice Foundation (EUA). Este prémio foi concedido pela gama Kidz Labs (Super Magnet) que excedeu os standards desta fundação. No ano anterior, a mesma 4M foi honrada com o titulo de ‘Outstanding Performer’ na competição de design de brinquedos em Hong-Kong nos seguintes produtos: ‘Paint your own piggy bank’, ‘3D glow solar system mobile making kit’ e ‘Dig&Play the lost jungle’. Um dos mais prestigiados reconhecimentos foi concedido pelo Museu de Ciência de Londres (GB). Seguindo um processo de selecção rigoroso, o museu bicentenário aprovou uma variedade de produtos desta marca. Cada um destes produtos, apresenta agora, na sua em-

balagem, o logo de recomendação e aprovação do referido Museu. No âmbito do acordo agora estabelecido entre a Be-a-Ba, distribuidor exclusivo 4M em Portugal, e a APEVT, alguns produtos seleccionados passam também a ser reconhecidos com o “Certificado de interesse educativo para a EVT”. Do desenho ao produto acabado, a 4M trabalha para assegurar a melhor qualidade, inovação e segurança. Pais e educadores em todo o mundo confiam nestes produtos porque são seguros, possuem um design único e despertam as mentes. Experiências de aprendizagem… Na parceria com a APEVT fica estabelecido, para além de outras acções a divulgar, um desconto, aos associados, de 10% sobre o preço de venda ao público, na compra directa. No âmbito desta foram, numa primeira fase, considerados de grande interesse e relevância na sua utilização em contexto educativo como verdadeiros recursos à aprendizagem e materiais lúdico ou didácticos, os seguintes kits:

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n o t í c l a s 3256] Kidz Labs Illusion Science Desafia os teus olhos com um clássico cartão de truques de ilusionismo, experimenta as ilusões criadas pelos peões, observa e cria imagens tridimensionais. Mais de 20 actividades de óptica engraçadas, com explicações científicas das mesmas. Tudo acondicionado numa mala que permite o seu transporte em boas condições. Contém 1 conjunto de cartas com mais de 15 truques de ilusão óptica, 4 piões com padrões de ilusão óptica, cartas com imagens 3D, 1 lápis e 2 marcadores para fazer desenhos 3D, 1 copo 3D, 1 saco, instruções detalhadas com uma explicação divertida de cada uma das actividades.

3249] Kidz Labs Pin Hole Camera O dispositivo fotográfico menos comum. Sem lentes e sem nenhuma transmissão digital. 35

Observa como um minúsculo furo nesta câmara reflecte e captura os raios solares para produzir fotos reais. Não tira fotografias com a melhor qualidade do mundo, mas de certo as mais interessantes! Junta as peças e monta! É a única câmara com um minúsculo furo que utiliza um rolo 135. É um interessantíssimo kit de ciência óptica que inspira crianças e adultos. Contém todas as peças para a montagem da câmara, folha de alumínio, instruções detalhadas com factos engraçados. É necessário um rolo 135 e agulhas que não estão incluídos neste kit.

3226] Kidz Labs Kaleidoscope Making Kit Faz um caleidoscópio de 25cm de comprimento. A projecção é feita através de uma câmara removível. Com peças coloridas ou missangas ou outros materiais translúcidos podes fazer variantes deste teu caleidoscópio e brincar com cores diferentes. Podes também recriar flocos de neve! Contém todo o material necessário bem como instruções detalhadas em português. Este kit foi galardoado com o selo do London Science Museum, que o aconselha enquanto brinquedo educativo. 3232] Kidz Labs Buzz Wire Making Kit Constrói o teu circuito eléctrico e compreende como é conectado. Desafia os teus amigos e a tua família com este divertido jogo. Os jogadores têm de mover a varinha ao longo do circuito desde uma extremidade até à outra. Se a varinha tocar no arame, o circuito é fechado, a campainha toca e o jogador fica fora de jogo. Modela o fio de outras formas com diferentes níveis de dificuldade.


n o t í c l a s 3247] Kidz Labs Propeller Engines Cria os teus próprios veículos que andam na terra e flutuam na água. Experimenta o poder gerado por estes simples e pouco comuns motores. Aprende todos os factos científicos por trás disto! É um projecto divertido. Contém todo o material necessário para fazer um barco com hélice e um carro com hélice, bem como instruções detalhadas. 3255] Kidz Labs Animation Praxinoscope Reconstrói um dos primeiros brinquedos de animação mundiais, inventado à 170 anos! Aprende os princípios da óptica que serviram de base teórica da animação moderna e dos filmes. Cria os teus próprios mini filmes e convida os teus amigos a assistir a uma animação única. Ficarás surpreendido com a impressionante simulação dos primeiros filmes. Contém: conjunto completo Praxinoscope com luz instalada (necessário montagem), discos com filmes de animação prontos a ver e disco em branco para criar a tua própria animação. (Disponível apenas no 2º semestre de 2006).

CONTACTO Be-a-Ba Lda Rua Poeta do Bocage, 22 A | 1600-581 Lisboa Tel. 21 715 2240 | info@be-a-ba.pt

ELEIÇÕES 2006 APEVT No próximo dia 25 de Maio de 2006 os sócios da APEVT vão ser uma vez mais chamados a eleger os seus Corpos Gerentes, para o biénio 2006/2008. O Acto eleitoral decorre de acordo com os Estatutos da APEVT. Pretendemos que o acto eleitoral seja um sinal de vitalidade da Associação. É um momento importante para os professores de EVT – EV e ET sócios da APEVT. Queremos que a participação no acto eleitoral, seja um forte indicador da importância do movimento associativo profissional dos professores, que mais do que nunca, têm pela frente importantes áreas de intervenção na defesa de uma escola democrática de qualidade para todos. Saberemos colocar-nos ao serviço desta exigência não regateando esforços para encontrar metodologias conducentes a respostas ajustadas aos problemas, exigindo sempre um tratamento digno inerente à enorme relevância da função sócio profissional que desempenhamos no dia a dia. Hoje, estamos confrontados com sucessivas interferências no Sistema Educativo que exi36


n o t í c l a s ge a mobilização permanente para a defesa de princípios fundamentais para o bom desempenho da função docente dos professores deste grupo (EVT). CONVOCATÓRIA Assembleia Geral para Aprovação do Relatório e Contas Na qualidade de Presidente da Mesa da Assembleia Geral, convoco, ao abrigo do Artigo 17º, ponto 2 dos Estatutos da Associação Nacional de Professores de Educação Visual e Tecnológica, a Assembleia Geral Ordinária para o dia 25 de Maio de 2006, a decorrer das 09.30horas às 17.00horas no Auditório da CMM – Câmara Municipal de Matosinhos Ponto único:- Votação do relatório e contas relativo ao ano 2004/2005 Porto, 03 de Abril de 2006 A Presidente da Mesa da Assembleia Geral (Maria de Lurdes Cravo) CONVOCATÓRIA Assembleia Geral para Eleição dos Corpos Sociais da APEVT Na qualidade de Presidente da Mesa da Assembleia Geral, 37

convoco, ao abrigo do Artigo 17º, ponto 2 dos Estatutos da APEVT – Associação Nacional de Professores de Educação Visual e Tecnológica, a Assembleia Geral Eleitoral para o dia 25 de Maio de 2006, a decorrer das 09.30 horas às 17.00 horas no Auditório da CMM - Câmara Municipal de Matosinhos Ponto único: - Eleição dos Corpos Sociais da APEVT para o biénio 2006/2008 Porto, 03 de Abril de 2006 A Presidente da Mesa da Assembleia Geral (Maria de Lurdes Cravo) ASSEMBLEIA GERAL ELEITORAL DIA 25 DE MAIO 2006 – AUDITÓRIO DA CMM – CÂMARA MUNICIPAL DE MATOSINHOS . Eleição dos Orgãos Sociais Biénio 2006/2008 . Aprovação do Relatório de Contas 2004/2005 Instruções de voto por correspondência. 1. Todos os associados em situação regular (quota 2005) têm o direito a voto podendo exercê-lo quer por correspondência quer presencialmente. Para o voto por correspondência recebe os seguintes documentos: a) Boletim de Voto – Lista(s) concorrente(s) (boletim cor branca) b) Boletim de Voto – Relatório de Contas 2004/2005 (boletim amarelo) c) Envelope branco (Importante: Indicar Nr. de Sócio – (Confirme através da etiqueta do envelope enviado). d) Envelope RSF 2. Exerça o seu direito de participação assinalando X nos respectivos Boletins de Voto. 3. Introduza os Boletins de Voto no envelope branco e cole-o. 4. Coloque o envelope branco, já com os boletins de voto devidamente fechado, no envelope RSF. 5. Envie via postal até 23/05/06. 6. Só serão aceites os envelopes recebidos até às 18.00 horas do dia 24/05/06.


n o t í c l a s Iniciativa “Os Lusíadas” Manuscrito e Ilustrado Esta iniciativa, promovida pelo Jornal “O Primeiro de Janeiro” e “O Janeirinho” à qual a APEVT se associa visa promover o intercâmbio entre as Escolas, realizando-se a obra ilustrada e manuscrita pelos alunos de diversas faixas etárias. Para mais informações, os nossos associados podem contactar “O Primeiro de Janeiro” ou consultar a página desta jornal na Internet. Neste CD encontra-se um ficheiro com o nome “lusiadas” que pode ser descarregado e utilizado para este projecto.

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PLANO DE FORMAÇÃO 2006 Acções de Formação Contínua para Professores na área de formação específica Como já deve ser de conhecimento para a grande maioria dos professores, também a APEVT não obteve financiamento para as acções de formação contínua de professores, mesmo para acções de formação destinadas a docentes das áreas científicas de EVT, EV e ET. Neste contexto, a APEVT, como entidade formadora acreditada pelo CCPFC - Conselho Científico - Pedagógico da Formação Contínua, poderá realizar quaisquer acções do plano anteriormente elaborado. No entanto, dado não existir financiamento, os custos destas acções de formação terão que ser suportados pelos formandos. O plano de formação encontra-se disponível em www.apevt.pt e são aceites inscrições com um número mínimo de formandos por acção. Os valores e demais instruções encontram-se também descritos na mesma página da Internet. Bravemente, a APEVT divulgará um plano de formação para professores que incluirá uma vasta oferta formativa para acções de formação creditada e outras, de curta duração (workshops) que conferirão atribuição de certificado (mas não creditadas). Aconselhamos os associados e não associados a estarem atentos a estas iniciativas. 39

UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu CENTRO DE FORMAÇÃO

No âmbito a formação contínua na área das TIC, foram finaciadas 5 (cinco) acções de formação nesta área para a APEVT. Correspondentes ao AN2 - Área B - “A utilização das TIC nos processos de ensino/aprendizagem”, a APEVT realizará a partir do mês de Abril e até final do ano de 2006 duas destas acções de formação na zona Norte, duas na zona Centro e uma na zona de Lisboa e Vale do Tejo. Refira-se que estas acções de formação, mais propriamente, Oficinas de Formação, incluem-se na formação coordenado pela Equipa do CRIE - Computadores, Redes e Internet na Escola. Têm uma duração de 50 horas, sendo que 25 são componente presencial e as restantes de trabalho autónomo. Utilizar-se-á a plataforma MOODLE para gestão da aprendizagem e, para o efeito, a APEVT celebrou um acordo/parceria com o Centro de Competência da Universidade do Minho para utilização desta plataforma alojada nos seus servidores. Nas páginas seguintes serão descritos os objectivos e os conteúdos desta acção de formação que, em qalquer caso, poderão ser complementados com toda a informação que est´+a disponibilizada na página do CRIE em www.crie.min-edu.pt


A Utilização das TIC nos Processos de ensino/aprendizagem RAZÕES JUSTIFICATIVAS DA ACÇÃO: PROBLEMAS/NECESSIDADES DE FORMAÇÃO IDENTIFICADOS A escola, enquanto organização social, apresenta uma complexidade natural própria a que se juntam todas as valências de ordem educativa, curricular e pedagógica. Tanto no âmbito educativo como no organizacional as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) têm vindo a assumir um papel cada vez mais influente e imprescindível, sendo notória uma evolução permanente nos paradigmas relacionados com a sua utilização. Se encararmos os diversos componentes das organizações escolares de ensino não superior numa perspectiva sistémica, se houver um conhecimento integrador das realidades e necessidades e a esta visão aplicarmos os recursos tecnológicos adequados, poderemos dar um salto qualitativo enorme na produtividade e eficiência do uso educativo das TIC, o que se tenderá a reflectir nos resultados educativos da instituição cujo beneficiário principal é o aluno. Pretende-se, com esta acção de formação promover o desenvolvimento curricular, a integração transdisciplinar das TIC, a elaboração de recursos educativos digitais e a sua aplicação no processo de ensino/aprendizagem, de forma a fomentar o desenvolvimento de mais e melhor ensino e aprendizagem. Pretende-se ainda promover a reflexão sobre metodologias de aplicação das TIC no processo de ensino/aprendizagem, incentivar a produção, pelos professores, de materiais de apoio ao ensino e sua disponibilização online, prolongando os momentos de aprendizagem no tempo e no espaço. As ferramentas de comunicação e interacção à distância proporcionados pelas TIC podem ser potenciadas na promoção de boas práticas nos vários contextos e modelos de aprendizagem, de que são exemplo o trabalho colaborativo e as comunidades virtuais de aprendizagem. A implementação de novos modelos curriculares com maior ênfase em competências transversais e na realização de tarefas de uma forma autónoma por parte do aluno e ainda a inclusão de novas áreas curriculares não disciplinares, justifica a formação de professores de forma a dar resposta a estes paradigmas, incluindo as TIC como ferramentas potenciadoras e geradoras de novas situações de aprendizagem e metodologias de trabalho.

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Esta Acção é desenvolvida no âmbito do quadro de referência para a formação contínua de professores na área das TIC, definido pelo CRIE – ME, dando resposta às necessidades de formação dos professores e devendo estar articulada com as iniciativas TIC nas Escolas. DESTINATÁRIOS DA ACÇÃO Professores de todas as áreas e níveis de ensino EFEITOS A PRODUZIR: MUDANÇAS DE PRÁTICAS, PROCEDIMENTOS OU MATERIAIS DIDÁCTICOS • Utilização de metodologias activas e participativas, com recurso às TIC, no processo de ensino e aprendizagem; • Utilização crítica das TIC como ferramentas transversais ao currículo; • Partilha de experiências/recursos/ saberes no seio da comunidade educativa; • Valorização de uma prática avaliativa indutora de melhoria da qualidade dos processos educativos; • Estimulo a estratégias pedagógicas promotoras de metodologias inovadoras; • Adopção de práticas que levem ao envolvimento dos alunos em trabalho prático com TIC; • Produção, utilização e avaliação de recursos educativos digitais potenciadores da construção do conhecimen41

to; • Mudança de práticas, com a integração de ferramentas de comunicação e interacção à distância, no processo de ensino e aprendizagem; • Prolongamento dos momentos de aprendizagem no tempo e no espaço, fomentando a disponibilização on-line de recursos educativos; • Desenvolvimento de projectos/actividades que potenciem a utilização das TIC em contextos inter e transdisciplinares; • Promoção de momentos de reflexão decorrentes da prática lectiva; CONTEÚDOS DA ACÇÃO 1. Apresentação de experiências, por parte dos formandos e do formador, de utilização das TIC como instrumento didáctico; 2. Potencialidades das TIC no processo de ensino aprendizagem – apresentação de boas práticas; 3. Metodologias de integração das TIC, com particular destaque para a Internet, no processo de construção e produção do conhecimento; As TIC como: a. Meio de informação que suporte o aprender pesquisando, descobrindo e confrontando. b. Contextos que ofereçam meios seguros de exploração para aprender fazendo. c. Meio de comunicação que sustentem o aprender comunicando e colaborando. 4. Estratégias de utilização das TIC numa perspectiva de reorganização e gestão de sala de aula, adaptadas aos espaços e equipamentos disponíveis nas escolas; 5. Produção e utilização de recursos para o ensino e aprendizagem. a. Concepção de recursos de suporte à actividade dos professores; b. Concepção de recursos para o apoio à aprendizagem dos alunos; 6. Capacidade de produção de produtos e recursos pelos alunos. 7. Construção de uma ou duas actividades a realizar em con-


texto de sala de aula, por parte de cada um dos formando/grupo de formandos; 8. Intervenção no terreno/aplicação das actividades; 9. Avaliação da/s actividade/es realizada/as – reflexão, análise e discussão em grupo; Algumas sugestões de trabalho (tabela anexa mais detalhada) Cada formando elaborará um portfólio que poderá consistir em: • Planos de Unidades/ projectos; • Apresentações multimédia; • Publicações (boletim informativo, folheto, …) • Recursos educativos digitais; • Planeamento de “WebQuests” e de “caça ao tesouro”. • Produção de “WebQuizes” • Fichas e testes em formato digital • Ferramentas de avaliação dos materiais elaborados Utilizar ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona Cada formando colocará on-line o portfólio disponibilizando os materiais aos alunos e colegas

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UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu CENTRO DE FORMAÇÃO

FICHA DE INSCRIÇÃO DO FORMANDO Nº ORDEM___________ REGIÃO ____________________ ACÇÃO __________ _____________________________________________________________ NOME ____________________________________________________________________________________________ DATA DE NASCIMENTO ___/___/______ B. IDENTIDADE Nº _________________ ARQUIVO _________________ Nº CONTRIBUINTE ___________________ BAIRRO FISCAL _____ _________________ GRUPO/DISCIPLINA ___/_______ MOD. DE FORm. PROFISSIONAL ______________ NÍVEL ENSINO __________ SITUAÇÃO PROFISSIONAL (QU/QG/QND/QV/QZP/QNP/CONTRATADO) _________ ANOS DE SERVIÇO ______ NO CASO DE SER PROF. DO 1º CICLO OU ED. INFÂNCIA INDIQUE O CAE A QUE PERTENCE _______________ ESCALÃO _________ INDÍCE _________ DATA DE MUDANÇA PARA O ESCALÃO SEGUINTE ___/___/_______ SE FOR SÓCIO DA APEVT INDIQUE O Nº ____________ RESIDÊNCIA _______________________________________________________ LOCALIDADE _________________ CODIGO POSTAL ________-_____ TELEFONE ___________________ TELEMÓVEL _________________ EMAIL ___________________________@____________________ ESCOLA ______________________________________________________ LOCALIDADE ______________________ TELEFONE(S) ____________________________ FAX ___________________________ Data ______/______/_______ (Assinatura)_________________________________________________________ .................................................................................................................................................................................................... Os critérios de selecção dos Formandos são: 1- Ser docente da Escola onde se realiza a acção 2- Coordenadores de Projectos TIC nas Escolas 3- Participantes de Projectos na área das TIC nas Escolas 4- Ordem de chegada da inscrição 5- Outros Professores.

O preenchimento indevido ou incompleto da ficha implica a anulação da mesma. 43


OFICINAS DE FORMAÇÃO 2006 REGIÃO NORTE

......................................................................................................................................................................................................................

Turma

Nome da Acção

Local

Meses

1

“A Utilização das TIC nos processos de ensino/aprendizagem” Modalidade Ofi cina de Formação

Escola Secundária Inês de Castro Canidelo - V. N. Gaia

Abril/Maio Junho

......................................................................................................................................................................................................................

Turma

Nome da Acção

Local

Meses

2

“A Utilização das TIC nos processos de ensino/aprendizagem” Modalidade Ofi cina de Formação

(a defi nir)

Abril/Maio Junho

......................................................................................................................................................................................................................

* 25 Horas Presenciais e 25 Horas Trabalho Autónomo Formação Contínua de Professores na área das TIC, definido pelo CRIE - ME Endereço : Largo de Noeda - Escola EB1 nº 14 4300-352 Porto Telefone: 225107244

Fax : 225102547

e-mail : ap 44


....................................................................................................................................................................................................................

Dias

Horas Créditos

Público Alvo

Formador

ABRIL Dia 18 das 19/21Horas Dias 20 e 27 das 18/21Horas MAIO Dias 02 e 23 das 19/21Horas Dia 25 das 18/21Horas JUNHO Dias 13 e 20 das 19/21Horas Dias 22 e 27 das 18/21Horas

50*

Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário

Mestre Renata Silva

2.0

....................................................................................................................................................................................................................

Dias

Horas Créditos

Público Alvo

Formador

ABRIL Dia 29 das 09/14Horas MAIO Dias 06 e 27 das 09/14Horas JUNHO Dia 03 das 09/14Horas Dia 29 das 14/19Horas

50*

Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário

Mestre Eduardo Caldas

2.0

....................................................................................................................................................................................................................

pevt@esoterica.pt 45

Endereço electrónico : http://www.apevt.pt


OFICINAS DE FORMAÇÃO 2006 REGIÃO CENTRO

......................................................................................................................................................................................................................

Turma

Nome da Acção

Local

Meses

1

“A Utilização das TIC nos processos de ensino/aprendizagem” Modalidade Ofi cina de Formação

Escola EB 2,3 de Cantanhede

Maio Junho

......................................................................................................................................................................................................................

Turma

Nome da Acção

Local

Meses

2

“A Utilização das TIC nos processos de ensino/aprendizagem” Modalidade Ofi cina de Formação

Escola EB 2,3 de Milheirós de Poiares

De Setembro a Novembro de 2006

REGIÃO LISBOA E VALE DO TEJO

......................................................................................................................................................................................................................

Turma

Nome da Acção

Local

Meses

1

“A Utilização das TIC nos processos de ensino/aprendizagem” Modalidade Ofi cina de Formação

Escola EB 2,3 de Álvaro Velho Lavradio

Abril/Maio e Junho

......................................................................................................................................................................................................................

* 25 Horas Presenciais e 25 Horas Trabalho Autónomo Formação Contínua de Professores na área das TIC, definido pelo CRIE - ME Endereço : Largo de Noeda - Escola EB1 nº 14 4300-352 Porto Telefone: 225107244

Fax : 225102547

e-mail : ap 46


....................................................................................................................................................................................................................

Dias

Horas Créditos

Público Alvo

Formador

Maio Dias 9 e 16 das 15 às 20 Horas Dias 20 e 27 das 18/21Horas JUNHO Dias 6 e 13 das 15 às 20 Horas Dia 30 das 14 às 19 Horas

50*

Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário

Mestre Eduardo Caldas

2.0

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Dias

Horas Créditos

Público Alvo

Formador

Quartas-feiras em cronograma a defi nir no início do ano lectivo 2006/2007

50*

Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário

Mestre Eduardo Caldas

2.0

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Dias

Horas Créditos

Público Alvo

Formador

Abril - 26 e 27 50* 2.0 Educadores de Infância Mestre Eduardo Caldas 18:30 às 21:30 Horas e Professores dos Ensinos Maio - 3, 24 e 25 Básico e Secundário 18:30 às 21:30 Horas Junho - 7 e 21 18:30 às 21:30 Horas Junho - 28 das 14 às 18 Horas ....................................................................................................................................................................................................................

pevt@esoterica.pt 47

Endereço electrónico : http://www.apevt.pt


Ciência, Tecnologia e ARTE

Ciência, Tecnologia e Arte no contexto do desenvolvimento educativo Carlos Gomes Professor na Escola EB 2.3 Francisco de Arruda. Coordenador de Departamento da Área Artística e Tecnológica. Formador para as áreas de Concepção e Organização de Projectos Educativos e das Didácticas Específicas nos domínios da Educação Visual e Tecnológica e da Educação Tecnológica. Professor Cooperante da E S E de Lisboa na disciplina de EVT. Autor de Manuais Escolares do 5º/6ºanos e do 7º, 8º e 9ºanos.

A ciência sujeita-se aos desígnios do Natureza…a técnica serve os desígnios do Homem.. a Arte manifesta os desígnios da plenitude do Ser...

“CIÊNCIA, TECNOLOGIA e ARTE no CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO EDUCATIVO” Ao iniciar um Encontro sobre “A Ciência, a Tecnologia e a Arte” importa considerar um conjunto de questões fundamentais que estarão sempre presentes qualquer que seja o percurso ou a orientação que nele quisermos tomar. Todavia, mais do que dar respostas definitivas a essas questões, o que aqui nos propomos fazer é, aprofundar a abrangência das suas problemáticas e das suas implicações no contexto educativo. Assim, primeiramente, procuraremos enquadrar esta tríade de conceitos, suas inter relações e implicações no desenvolvimento da sociedade.

1. CONCEITOS – Ciência, Tecnologia e Arte O que é a ciência? Grande parte da história da humanidade foi fruto da capacidade de observação, percepção, intuição e conhecimento do ser humano e das sucessivas sínteses sobre a sua acção pelo domínio do meio. O conjunto de conhecimentos que os seres humanos possuem em determinadas épocas constitui a ciência dessa época. Contudo, em alguns casos o ser humano agiu sem saber (científico). Deslocou megalitos de grandes toneladas, segundo os princípios das alavancas, que viria a ser enunciado por Arquimedes no século III. Fez girar moinhos e serviu-se da roda, cuja teorização só seria conseguida após séculos e séculos de observação. Só a partir do século XVI a mecânica, a hidráulica, a estática ou a cinemática foram sendo teorizadas, embora Leonardo da Vinci, (séc. XV e XVI) e os seus desenhos e explicações sobre a energia, a água e o movimento tivesse iniciado os fundamentos. No final do século XVII a humanidade não dispunha de um método eficaz para investigar cientificamente a natureza. Com o trabalho de Galileu e muitos outros cientistas famosos como Pascal e Newton nasce a ciência e 48


o método científico. Pode dizer-se que a Ciência é a procura do conhecimento sobre a natureza das coisas ou sobre as suas condições de existência e que aplica conceitos científicos através da investigação metódica das leis dos fenómenos. O que é a tecnologia? A história da técnica é a história de todas as descobertas e invenções com que o ser humano continuamente transformou o meio e o modo de viver para satisfazer necessidades, superar dificuldades e resolver problemas. Hoje as palavras técnica e tecnologia são empregues como sinónimos embora se use tendencialmente a tecnologia aplicada à evolução da técnica. Permanecemos, portanto, no paradigma que vem da Antiguidade da técnica como arte ou ofício. Contudo, o desenvolvimento da técnica arrasta consigo mutações sociais como a estratificação social derivada da diferenciação das funções do trabalho. O operário distingue-se do técnico especializado e este do engenheiro ou do arquitecto, os primeiros encontram-se no campo do processo técnico e os segundos interagem com os saberes científicos. Podemos definir técnica como o conjunto de procedimentos e recursos que visam a obtenção de um resultado e tecnologia como a reflexão sistemática dos ins49

trumentos, dos procedimentos e dos métodos que se empregam nos diversos ramos da técnica. Actualmente existe uma estreita relação entre técnica, investigação científica e aplicação social. Chama-se a esta nova característica da sociedade contemporânea a cientificação da técnica O que é a arte? Por outras palavras, a que tipo de objectos, atitudes ou actividades poderemos chamar “Arte”? As obras de arte nascem de uma inspiração criadora, fruto da inteligência, da imaginação e da sensibilidade estética, que se concretiza sobre suportes materiais que exigem, igualmente, o domínio técnico e formal. De um modo geral a arte pode definir-se como a capacidade que o Homem possui de produzir objectos ou realizar acções com as quais - cumprindo ou não finalidades úteis - ele possa expressar ideias, sentimentos ou emoções estéticas, isto é, susceptíveis de produzir prazer estético (entendido este não apenas na acepção grega e renascentista da beleza formal, mas principalmente como manifestação de riqueza e plenitude do ser). Se aceitarmos esta definição, esses objectos ou acções capazes de veicular ideias, sentimentos ou emoções estéticas são obras de arte.

2. CONTEXTO EDUCATIVO Ciência, Tecnologia – Sociedade Ciência e Tecnologia são conceitos que se utilizam e relacionam na vida quotidiana. Contudo, a delimitação conceptual da Ciência e da Tecnologia e suas relações, reflectem jogos de influências sociais e ideológicas que condicionam a introdução da educação tecnológica nos sistemas educativos. Se é certo que a tecnologia vai adquirindo conteúdos próprios e uma merecida autonomia no interior dos sistemas das ciências, não é menos verdade, que as concepções da educação tecnológica no ensino obrigatório não fogem a esta indefinição entre modelos fortemente influenciados pelas aborda-


gens pré-profissionalizantes ou por abordagens concretistas das ciências que, por sua vez, se materializam em disciplinas de carácter opcional/vocacional ou, com um papel transdisciplinar sem objecto próprio. O frágil equilíbrio entre estas orientações educativas testemunha, entre outras razões, a dificuldade de caracterizar a natureza curricular do ensino da tecnologia. Acresce, que as relações entre os resultados práticos da técnica e os seus efeitos sociais têm despertado a atenção dos conceptores dos sistemas educativos, de tal forma que tem emergido do elenco curricular a disciplina designada Ciências, Tecnologia e Sociedade, que questiona permanentemente os fins perseguidos pela técnica e pela ciência e a sua influência na sociedade. Trata-se de um modelo de educação tecnológica conceptual, assente numa postura ética e num sistema de valores culturais, sociais e ambientais que valoriza os múltiplos papeis dos alunos enquanto futuros cidadãos. Ciência e Tecnologia – Arte Definir arte não é por certo, tarefa fácil e sobretudo não é possível fazê-lo sem que de algum modo, estejamos também a restringir a amplitude e o significado do seu conceito. Entre os que consideram a arte como uma actividade espontânea e inata no ser humano, (a realidade, não se sabe de nenhuma sociedade que não tivesse conhecido e usado a expressão artística), aos que consideram a arte como uma função social fundamental e não como uma super estrutura social, pois, a arte é, em certa medida, uma técnica no duplo plano das actividades figurativas e operatórias. São as relações de estrutura ou de disposição entre os sistemas de sinais que representa que a torna figurativa. Ora, no plano técnico, a arte é uma das linguagens humanas. Esta linguagem está submetida a leis que reúnem a técnica manual e as técnicas gerais do pensamento que possuem uma espécie de transcendência peculiar em que alguns querem apenas ver a sua única especificidade. Qualquer escrita, independentemente da linguagem, pressupõe uma acção dirigida por uma técnica e o recurso a uma certa forma de memória que associa percepções visuais, habilidade manual e manejo de conceitos. Esta interdependência faz com que a arte seja entendida nas relações com outras funções, especulativa, técnica, científica... É assim que quando se produz uma verdadeira inovação na transformação da matéria existe, também, uma inovação correspondente no pensamento figurativo. 50


A arte, a ciência e a técnica avançam lado a lado influenciando-se mutuamente, o paralelismo entre a sua evolução no séc. XX são evidentes: o cubismo relacionado com os descobrimentos da matemática que trata uma nova concepção do espaço; as correlações entre os estudos do movimento e o desenvolvimento da fotografia e do cinema; as investigações sobre a estrutura da luz e os impressionistas são alguns exemplos. Se entendermos que o pensamento plástico existe ao lado do pensamento científico e técnico que pertencem simultaneamente ao domínio da acção e da imaginação poderemos então perspectivar disciplinas ou áreas curriculares que integrem estes campos de acção e que simultaneamente contribuam para a incorporação destas áreas de saber no currículo.

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DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

Tendo em conta os aspectos da tríade de conceitos, suas inter relações e implicações no desenvolvimento da sociedade acima invocados, poderemos perspectivar para debate algumas questões sobre organizações curriculares, tais como: • Que exigências sociais são colocadas à escola no ensino da Ciência Tecnologia e Arte, na actualidade? • Que modelos curriculares para o ensino da Ciência Tecnologia e Arte no Ensino Básico? • No ensino da Ciência e da Tecnologia: -Modelo fortemente influenciados pelas abordagens pré-profissionalizantes? -Modelo de abordagem concretistas das ciências com um papel transdisciplinar sem objecto próprio? -Modelo experimental, reflexivo e operativo, assente numa metodologia projectual? - Modelo conceptual e reflexivo, assente numa postura ética e num sistema de valores culturais, sociais e ambientais? • No ensino da expressão plástica, da técnica e da ciência: -Modelo fortemente influenciado por abordagens integradoras entre ciência, técnica e expressões plásticas ou abordagens separadas?


Ciência, Tecnologia e ARTE

da Utopia à Realidade na Escola do séc. XXI Ciência, Tecnologia e Expressões plásticas – Articulação vertical do pré-escolar ao terceiro ciclo Carlos Gomes

“DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA ÁS EXPRESSÕES PLÁSTICAS do pré-escolar ao terceiro ciclo do Ensino Básico” Ao iniciar a intervenção sobre “Ciência, Tecnologia e Expressões plásticas – Articulação vertical do pré-escolar ao terceiro ciclo” importa considerar o actual quadro de referência sobre alargamento progressivo das aprendizagens na área educativa que encerra a tríade em análise – Área Artística e Iniciação à Tecnologia. Assim, primeiramente, procuraremos explicitar a coerência existente entre os três ciclos de estudo do Ensino Básico, suas inter relações e implicações no desenvolvimento das aprendizagens. Importa também, fazer uma análise critica da actual organização curricular e dos programas disciplinares. Por último, importa referir a importância do domínio da didáctica como instrumento de eficácia e segurança profissional, seja qual for a contexto ou a conjuntura social e educativa existente.

1. Alargamento progressivo das aprendizagens na Área Artística e Iniciação à Tecnologia Na especificidade das disciplinas da área há a salientar o carácter integrado com que foi concebida a articulação vertical entre explorações plásticas e técnicas difusas, através de experiências globalizantes do 1º ciclo, uma exploração integrada de problemas estéticos e técnicos com vista à mobilização de competências para a criação e intervenção nos aspectos visuais e tecnológicos do envolvimento do 2º ciclo e uma Educação Visual com preocupações marcadamente estéticas e uma Educação Tecnológica com preocupações marcadamente técnicas e científicas. A articulação vertical destes modelos representa um todo unitário dentro do currículo pelo que, a consecução das competências vai sendo prosseguida numa lógica de ciclos de estudo. Contudo, subsistem contradições quanto às intenções expressas na configuração curricular que decorre da LBSE. Contrariando tais intenções, verifica-se: • No 1º ciclo: a inexistência de coadjuvação do professor generalista do 1º ciclo, por um professor especializado para a expressão e comunicação. 52


Os professores oriundos das ESEs na variante de EVT não satisfazem, nem de perto nem de longe, esta necessidade. Sendo hoje, bastante questionável se este tipo de formação das “variantes” trouxe alguma mais valia na formação dos professores do 1º ciclo, ou pelo contrário. Mantém-se, assim, por resolver o ensino das expressões neste ciclo e a necessária iniciação às ciências e às actividades técnicas com professores especialistas. • No 2º ciclo: as medidas da administração central e as referências curriculares nacionais em relação à EVT estão repletas de omissões e contradições: - Inexistência de um quadro de professores (condições profissionais); - Diminuições sucessivas da carga horária (opções curriculares); - Desaparecimento como disciplina do documento do Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais - duas formulações conceptuais para a disciplina do 2ºciclo ( o Programa de EVT de 89 com pressupostos na psicologia sobre a percepção, Gestaltismo e nos estudos de Piaget, e as Orientações Curriculares de 01 baseada no principio de que a arte é inata no ser humano ) (orientações pedagógica); • No 3º ciclo: se por um lado, a decisão de tornar a ET disciplina opcional proporcionou a destruição nas escolas dos espaços e recursos existentes 53

dos antigos trabalhos oficinais e por outro, a decisão de integrar a ET no currículo obrigatório reduziu drasticamente a carga curricular, tornando-a quase exequível. A organização do programa do 9º ano em áreas correspondentes a sectores profissionais e actividades produtivas, designadas agora como domínios e módulos, não garante uma leccionação baseada nas componentes estruturantes e os saberes a elas conexos. Assim, as respostas à questão colocada no painel - “ Que perspectivas no alargamento progressivo das aprendizagens para o ensino da Ciência Tecnologia e Arte ao longo dos ciclos da escolaridade básica?” , são obvias, as mesmas de à uma década, agravadas pela confusão curricular que a própria administração criou.

2. Análise critica da actual organização curricular e dos programas disciplinares O currículo como documento de referência para os professores, diz respeito ao conjunto das aprendizagens que os alunos realizam, ao modo como estão organizadas, ao lugar que ocupam e ao papel que desempenham no percurso escolar. O currículo nacional deve contemplar os grandes objectivos para a aprendizagem dos alunos, o que inclui as principais competências a desenvolver e os tipos de experiências educativas que devem ser proporcionadas a todos. Num primeiro nível, o currículo é identificado com um conjunto de orientações estabelecidas pelas autoridades educativas. É certo que, num outro nível, está associado ao modo como o professor orienta e organiza efectivamente o processo de ensino-aprendizagem e ao princípio de que a sua concretização é um processo flexível que requer interpretação de cada contexto de trabalho, consideração dos recursos disponíveis e tomadas de decisão apropriadas. Estas perspectivas, podendo parecer simples, constituem um enorme desafio e será preciso lidar com problemas complexos que têm a ver com a identidade e o desenvolvimento profissional dos professores.


Mas, tudo isto, só é possível com a reflexão e a análise constante do quadro de referência que constitui o currículo, com clareza e coerência que este deve ter.

O currículo prescrito de EVT As Orientações Curriculares de 2001 contrariaram, sem fundamentação e o debate público que se impunha, uma evidência segura da lógica curricular integradora o programa de 1989 com a criação da disciplina de Educação Visual e Tecnológica. A EVT começou por ser uma reorganização interdisciplinar que depressa construiu uma singularidade com pressupostos psicopedagógicos acrescidos ao que então era a Educação Visual e os Trabalhos Manuais. A EVT é o último elo de uma evolução histórica das Artes e dos Ofícios como disciplinas curriculares no ensino básico • Em meados do século vinte surgem escolas de Artes Decorativas que formam uma corrente estética com repercussões na evolução da disciplina de Desenho que derivou da geometria e do desenho do real para a criatividade; • Os psicólogos e os pedagogos interessam-se pela importância das expressões não verbais – “a arte infantil”. Lowenfeld desenvolve teorias sobre a evolução do grafismo na infância – o Desenho Livre; • Numerosos escritos de Herbert Read indicam o caminho da Educação pela Arte como princípio de que a expressão é inata no ser humano. Embora influenciando os currículos formais, formam-se escolas e cursos especiais para este tipo de ensino, pois a expressão livre não se enquadra nos limites impostos por uma lógica curricular; • A pesquisa em psicologia sobre a percepção (o Gestaltismo), os exemplos da Bauhaus conduziram ao conceito de Educação Visual – chama-se atenção para os aspectos formais dos objectos. Para que o aluno pudesse exprimir as suas ideias necessitava de estar na posse de uma linguagem visual – exploração dos elementos visuais; • A difusão de imagens pelos mass media faz surgir a designação de comunicação visual; • A disciplina de Design surge com o desenvolvimento da sociedade de consumo, a sua metodologia torna-se popular na abordagem educativa. Nos finais dos anos oitenta as práticas da Educação Visual conjugavam 54


os vários aspectos abordados – desde o desenho, como forma de expressão e comunicação, ao desenvolvimento da percepção e de uma linguagem visual e à análise critica dos objectos e das imagens impostas pelos meios de comunicação. A Educação Visual desenvolvia trabalhos, que de modo geral eram englobados por projectos, enunciados a partir de necessidades sociais que visavam uma intervenção no envolvimento, no sentido da melhoria estética do ambiente. Ao mesmo tempo, através de abordagens interdisciplinares, os Trabalhos Manuais aproximavam-se da Educação Visual por via dos métodos, das explorações de materiais e técnicas e da análise dos aspectos funcionais e visuais dos artefactos. A EVT surgia como expressão das linhas de força que se desenhavam na prática dos professores mais empenhados – institucionalizava-se o instituinte. Ora, as Orientações Curriculares de 2001 põem em confronto duas opções conceptuais distintas sobre a EVT, e mais grave, ambas em vigor: – o Programa de EVT de 89 com pressupostos na psicologia sobre a percepção, Gestaltismo e nos estudos de Piaget, e as Orientações Curriculares de 01 baseada no principio de que a arte é inata no ser humano, (vid estudos de Herbert Read ).

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O currículo prescrito de ET Atendendo ao programa do 7º e 8º anos, o novo programa do 9º ano de ET não mantém nem clareza nem coerência no conjunto de orientações estabelecidas, o que, no nosso entender, não ajuda a educação tecnológica nem tão pouco ajuda os professores. Inexplicavelmente o programa do 9º ano organiza-se em torno de áreas, “sobejamente conhecidas”, designados agora como domínios e módulos. Sendo que, nas propostas de gestão refere que a leccionação deverá abranger três módulos preferencialmente de dois domínios. Isto significa, em termos práticos, que um professor de educação tecnológica no final de um ciclo de estudos, que se quer sequencial e de aprofundamento progressivo, possa optar apenas por um domínio, por exemplo, o de Gestão, Administração e Serviços ou de Tecnologias Biológicas, não tendo presente na sua leccionação as componentes invariantes da educação tecnológica e os saberes a elas conexos. Estas invariantes que constituem factores constantes no processo de ensino aprendizagem, que são estruturantes e ao mesmo tempo objecto de aprendizagem, não se compadecem com domínios que não as encerram ou que dificilmente as encerram, como é o caso do exemplo dado. Quer se queira quer não, a educação e o ensino da tecnologia não são ofícios artísticos, nem tão pouco se podem reduzir a tecnologias específicas de gestão e administração ou informação e comunicação. É pois, impensável retomar antigas cumplicidades de reprodução de modelos fortemente influenciados por abordagens pré profissionalizantes de áreas correspondentes a sectores profissionais e actividades produtivas. Cabe à escola, desde os primeiros anos de escolaridade básica, a responsabilidade de promover o entendimento do papel da tecnologia na sociedade e no ambiente, nas transformações que provoca, proporcionando o acesso dos alunos a uma cultura e literacia tecnológica. Ao habilitar os alunos a dominar conceitos e operações básicas, a utilizar instrumentos tecnológicos de produção, atra-


vés de operações cognitivas e experimentais da técnica, a escola possibilita simultaneamente a orientação para a cidadania, para uma profissão e para prosseguimento de estudos. Inexplicavelmente nem os programas, nem os recursos materiais, nem a formação administrada aos professores contribuíram eficazmente para a melhoria da educação e do ensino da tecnologia no Ensino Básico em Portugal. Os primeiros, os programas, revelam-se inadequados e perversos, porque ignoram a realidade e possibilitam a legitimação das piores práticas. Os segundos, os recursos materiais, como os equipamentos que há alguns anos equipam as novas escolas portuguesas, (máquinas e ferramentas de conformação de plásticos, de metais, de madeiras e de operadores tecnológicos de electricidade, de electrónica, de pneumática e da mecânica, entre outros), são pouco utilizados quer, por falta de informação cientifica quer, por falta de formação metodológica e didáctica dos professores. Mas, não são apenas os professores que desperdiçam o considerável investimento feito nestes equipamentos, é o próprio ME, pois, os conceptores dos programas ,por ele tutelados, não acautelaram nas propostas programáticas qualquer exigência na utilização dos recursos materiais existentes. A terceira, a formação dos professores, efectuada com o único propósito de formalizar a habilitação académica dos professores, com grau superior, ou para progressão na carreira, pouco ou nada contribuiu para a melhoria das práticas profissionais, nomeadamente, nos domínios da didáctica e do conhecimento técnico e cientifico do ensino da educação tecnológica.

3. O domínio da didáctica As teorias de Piaget, que influenciaram profundamente as opções curriculares das últimas décadas, condenam os métodos tradicionais de instrução que dirigem os alunos segundo sequências de matérias pré-determinadas e iguais para todos. Estes estudos preconizam a ideia de que cada um de nós tem as suas próprias estruturas mentais, que cada um aprende à sua maneira, ao seu próprio ritmo e tem as suas necessidades de aprender. Aprendendo sobretudo a partir de coisas e situações concretas. O professor tem que interagir com o aluno para compreender a sua realidade e adaptar a acção às suas necessidades. Quando falamos em metodologia estamos a falar da selecção de estilos ou estratégias de ensino adoptadas pelos professores. 56


Os programas, os manuais escolares podem induzir os professores na adopção de uma ou outra estratégia mas, não existe uma estratégia de ensino absoluta adaptável a qualquer circunstância por isso, o que importa é que o docente possua uma estrutura operacional que o auxilie a determinar as estratégias adequadas aos objectivos a alcançar e às condições em que o ensino se desenvolve. Esta estrutura deve considerar alguns factores susceptíveis de apoiar a decisão do professor para que cada estratégia de ensino crie um contexto adequado de aprendizagem. Assim o professor deve atender: - à identificação das várias estratégias de ensino ( conhecimento dos seus pressupostos e contornos operacionais para saber quais as modalidades educativas que elas servem); - ao conjunto de esquemas teóricos e psicológicos que explicam o comportamento em situações de aprendizagem; - à análise do aluno e da turma; - á análise da situação pedagógica. As estratégias de ensino assumem uma grande importância didáctica porque a sua estrutura condiciona a relação dos alunos com a tarefa, dos alunos entre si e do modelo de comunicação professor /aluno. Os métodos que dão importância à individualidade do processo de aprendizagem do aluno derivam do funcionalismo de Dewey ao considerar que a reflexão durante a acção 57

é indispensável à aprendizagem. Esta é a origem dos métodos de resolução de problemas no seu sentido lato. Como método de ensino a resolução de problemas pretende atingir uma finalidade. Esta finalidade é o desenvolvimento do pensamento reflexivo. Não tem por objectivo a solução do problema, mas sim levar o aluno a passar por um caminho do pensamento científico utilizando o raciocínio indutivo e dedutivo que leva à descoberta. Com base nesta ideia surge o método de projecto que consiste numa proposição metodológica que visa a solução de um problema, que lida com factos, situações e coisas e não somente com ideias, que tem que se basear em algo material, que realiza algo concreto.


VIARCO

Fábrica Portuguesa de Lápis

José Vieira

INTRODUÇÃO... A poucos meses de comemorar os 70 anos de existência, a Viarco única Fábrica de Lápis em Portugal desde 1936, encara o futuro com a força e a determinação próprias da juventude. Alicerçado num projecto ambicioso e em produtos de qualidade a empresa aposta em força numa conquista do mercado escolar actualmente fortemente dominado por marcas estrangeiras...

A HISTÓRIA... A origem da Viarco remonta ao início do séc. XX quando um grupo de industriais franceses decide construir em Vila do Conde uma unidade industrial de fabrico de lápis, designada por Portugália – Fábrica Portuguesa de Lápis. Apesar da desta ter sido pioneira no desenvolvimento e produção de artigos de escrita em Portugal, a sua actividade foi gravemente afectada com a entrada do país na Primeira Guerra Mundial e durante a Grande Depressão de 1929 / 31 tendo ido sucessivamente à falência. A viragem dá-se em 1936 quando Manoel Vieira Araújo, industrial experiente de S. João da Madeira, decide diversificar o ramo de actividades do grupo Vieira Araújo & Cª, Lda, tornando-se proprietário da Portugália, é precisamente neste ano que são lançados no mercado os primeiros Lápis Viarco.

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Em 1941, quando o mercado já se encontrava consolidado e estavam garantidas todas as informações necessárias a um bom funcionamento da empresa, esta foi deslocada de Vila do Conde para as actuais instalações em S. João da Madeira. Os anos que se seguiram foram marcados por sucessivos desenvolvimentos tecnológicos que permitiram aperfeiçoar a qualidade dos lápis de grafite e de cor, assim como a criação de uma gama muito variada de lápis específicos para a indústria e para a construção civil. Na década de 70 deu-se início à produção de lápis de cera, ao mesmo tempo que a fábrica de lápis se torna autónoma do grupo Vieira Araújo, passando a denominar-se Viarco - Indústria de Lápis, Lda. Actualmente a Viarco continua a ser a única fábrica de Lápis em Portugal, sendo provavelmente uma das mais versáteis do mercado mundial

O PROJECTO VIARCO... A fábrica Detentora de um património único no país com elevado interesse histórico, social e cultural a Viarco pretende recuperar as instalações onde são fabricados os lápis que acompanharam na escola várias gerações de Portugueses para permitir visitas pedagógicas de alunos e professores. O objectivo é dar a conhecer aos jovens o processo de fabrico do principal instrumento criativo que inicia 59

o indivíduo no processo de desenvolvimento intelectual e artístico de forma a que estes valorizem o factor trabalho num objecto aparentemente tão simples e compreendam a complexidade dos objectos que os rodeiam. O Museu O vasto espólio da Viarco é um valor que ultrapassa os interesses da própria empresa e como tal está previsto a criação de um Museu do lápis para que a colecção da empresa possa ser visitada e estudada por todos aqueles que o desejem. Arqueologia industrial, uma fantástica colecção de lápis de publicidade que permite contar uma mini história das actividades do nosso país das últimas décadas e desenhos originais produzidos por artistas plásticos para as embalagens de várias épocas são apenas algumas das peças que poderão vir a ser observadas nas visitas ao Museu da empresa. A Cultura O apoio à cultura tem feito parte da política de empresa nos últimos anos, assim o projecto Viarco prevê a criação de uma galeria para exposições temporárias de jovens artistas de todas as áreas e de ateliers de trabalho gratuitos para que estes possam desenvolver a sua actividade sem constrangimentos de espaço. Contudo a política cultural da Viarco não se esgota nestes parâmetros fazendo parte dos planos continuar apoiar todos os projectos e eventos que promovam a criatividade dos jo-


vens e o desenvolvimento artístico do país.

A Responsabilidade Social A Viarco acredita que a empresa tem responsabilidades e deveres sociais com o meio onde está inserida. Por este motivo pretende continuar a apoiar diversas instituições de solidariedade social que trabalham com crianças carenciadas e em risco com apoios directos de forma a permitir que estas possam ter uma infância mais feliz. Outra forma de apoio prestado são os materiais não conformes mas funcionais que vão sendo retirados do circuito de produção, que em virtude de não poderem ser colocados no mercado nacional, são oferecidos regularmente a instituições que os enviam para os países africanos de língua portuguesa.

A Indústria Neste campo a Viarco está apostada no desenvolvimento de novos e melhores produtos para os diferentes segmentos de mercado onde actua. A implementação do projecto que a empresa tem permitirá à Viarco melhorar os factores de produção, criar novos empregos, continuar o plano de estágios para jovens e assim contribuir para a criação de riqueza em Portugal. Actualmente a Viarco procura reunir os apoios necessários à implementação do projecto junto da autarquia e dos Ministérios da Cultura e Educação mas este poderá ser uma realidade a breve prazo se obtiver o apoio da comunidade escolar na sua divulgação. Ao solicitarem sistematicamente produtos da Viarco aos fornecedores habituais de papelaria, estarão não só a optar por material de escrita e pintura de qualidade com a chancela nacional, como estarão também a ser agentes de um projecto de grande importância para o nosso país. www.viarco.pt 60


sumário 3

Editorial

4

Arte, Regra e o Recreio Social ALEANDRE COSTA

12

Luso Celulóide JORGE MADUREIRA

15

Encontro Regional - Coimbra

23

Encontro Regional - Madeira

30

Notícias

36

Notícias - Eleições APEVT 2006

39

Plano de Formação 2006 Oficinas de Formação TIC

48

Ciência, Tecnologia e Arte CARLOS GOMES

52

Ciência, Tecnologia e Arte Da Utopia à Realidade da Escola no Séc. XXI CARLOS GOMES

58

VIARCO - Fábrica Portuguesa de Lápis JOSÉ VIEIRA


22


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