Editorial
Foto capa: Guilherme Andrade
Caro leitor,
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matéria de capa da nossa 71ª edição anuncia uma ótima notícia para o ecoturismo em Ilhabela: a conclusão das obras de instalação das passarelas sobre as cachoeiras do Areado e do Saquinho, na trilha para a Praia do Bonete. Antiga reivindicação da comunidade, elas vão garantir mais segurança aos moradores e visitantes e consolidam a estrutura de um dos principais roteiros de Ilhabela. Além de uma importante conquista para a população, estas passarelas representam a força e a determinação da Comunidade Tradicional do Bonete, que para evitar impactos na trilha, reuniu um time de guerreiros que se propôs a fazer o transporte das nove toneladas de materiais nas costas, em um trabalho emocionante, que vai ficar marcado na história do arquipélago. Nossas páginas mostram ainda temas como o 39º aniversário do Parque Estadual de Ilhabela, importante unidade de conservação criada em 1977 para proteger uma das maiores faixas contínuas de Mata Atlântica remanescentes no Estado de São Paulo, apresentam os resultado do relatório anual do Projeto Observando os Rios de Ilhabela, promovido pelo Instituto Ilhabela Sustentável e contam a história de um caçador que se tornou protetor da fauna silvestre. E na coluna de Saúde, o nosso mestre José Augusto Menegatti desvenda “O mito do envelhecimento”! Prestes a completar 69 anos, ele prova com sua própria experiência que é possível manter a saúde, disposição, eficiência e qualidade de vida em qualquer idade. Até a próxima edição!
Andréia Lima Editora
3 - REVISTA ILHABELA
Foto: Guilherme Andrade
Novas passarelas consolidam roteiro para o ecoturismo.
Foto: Guilherme Andrade
Sumรกrio
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Trilha do Bonete
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Foto: Divulgação
Foto: Guilherme Andrade
Gastronomia
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Animais Silvestres
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Foto: Guilherme Andrade
Foto: Divulgação
Observando os Rios
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Padroeira de Ilhabela
Revista Ilhabela é uma publicação da Ilha Editorial, Planejamento, Marketing e Distribuição LTDA. Rua Antenor Custódio da Silva, 197 - Ilhabela - SP Fundador: Horácio Victor Nascimento de Andrade (1945-2003) - Diretor Comercial e Diagramação: Guilherme Andrade - Editora: Andréia Lima - Jornalista Responsável: Marisol Garcia - MTB 38294 - Tratamento de Imagem: Alexandre Lima - Colaboradores: José Augusto Menegatti - Publicidade e assinaturas: (12) 3896-6337 / (11) 2858-4802 / publicidade@revistailhabela.com.br. A Revista Ilhabela é uma publicação dirigida a moradores, veranistas, empresários, turistas e freqüentadores de Ilhabela e região. Os anúncios e ofertas aqui publicados são de inteira responsabilidade dos anunciantes. A reprodução de anúncios e reportagens só poderá ser feita mediante expressa autorização da Ilha Editorial. Contatos Tel: (12) 3896-6337 www.revistailhabela.com.br - e-mail: contato@revistailhabela.com.br
LitoralemRevista Exposição reúne obras de Waldemar Belisário e Rupert Kiener em Ilhabela "Belisário e Kiener - A Ilha Revisitada" traz obras dos artistas que retrataram Ilhabela em diferentes épocas do século passado.
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ntre os dias 12 de fevereiro e 1º de março a Secretaria de Cultura, na Vila, recebe a exposição "Belisário e Kiener - A Ilha Revisitada". A mostra é fruto de uma parceria entre o Escritório deArte e a Prefeitura de Ilhabela, por meio da Secretaria de Cultura e Fundação Arte e Cultura de Ilhabela (Fundaci). A exposição é composta por 13 aquarelas de Rupert Kiener e três telas de Waldemar Belisário, todas pertencentes ao acervo da Marchande Marília Franco, titular do Escritório deArte, galeria instalada no sul de Ilhabela. Destinado aos apreciadores de obras de arte de alta qualidade, o espaço reúne trabalhos de importantes artistas brasileiros e estrangeiros, incluindo pinturas, gravuras, desenhos e esculturas.
Ao propor a exposição, a intenção de Marília foi mostrar aos moradores e visitantes da Ilha o trabalho de artistas importantes, que colocaram o nome da cidade em destaque no cenário artístico nacional e retrataram as paisagens de Ilhabela em uma época em que registros fotográficos ainda eram raros no arquipélago. A marchande chegou a visitar Waldemar Belisário e Celina Pellizzari em sua casa em Ilhabela, quando teve a oportunidade de conhecer pessoalmente um pouco mais de sua história e trabalho. Waldemar Belisário chegou a Ilhabela em 1929, onde permaneceu por muitos anos, após se casar com a cantora lírica e pintora Celina Pellizzari. Sua presença na cidade foi de extrema importância para as artes plásticas e ele foi o artista pioneiro em retratar a natureza exuberante de Ilhabela com o objetivo de levar à Europa. Suas três obras trazidas para a mostra são “Barraca do Samba”, “Peixe Voador” e “Fazenda Santa Tereza”, que retrata a casa onde viveu Tarsila do Amaral.
Fotos: Guilherme Andrade
As aquarelas de Kiener, artista alemão que viveu em Ilhabela entre as décadas de 1940 e 1950, retratam paisagens como a Praia da Armação, o Farol da Ponta das Canas, a Fazenda da Toca, a Barra Velha, o Pequeá e a Vila, e resgatam o espírito tipicamente caiçara, expresso nos engenhos, canoas e casas de taipa. Escritório deArte - O acervo da galeria tem cerca de 300 obras de arte e reúne artistas como Mino Carta, Alejandro Lloret, Aldemir Martins, Agostinho Batista de Freitas, Jair Gomes, Bárbara Xumaia, Francisco Graciano e Manoel Graciano, entre dezenas de outros. Com mais de 40 anos de experiência, sensibilidade apurada e profunda experiência em arte brasileira e estrangeira, Marília Franco também trabalha na avaliação de obras de arte, na venda de trabalhos de grandes artistas e na formação de coleções. Para saber mais, acesse: www.dearte.com.br
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Mundo Terra Ilhabela sorteou bike dobrável Durban
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A ação fez parte da campanha de inauguração da primeira loja da rede no Litoral Norte paulista, aberta em maio de 2015 na Vila, centro histórico de Ilhabela, e o sorteio aconteceu no dia 11 de dezembro. Entre cerca de 1.200 cupons, o sorteado foi Elias Sant’Ana, morador de Ilhabela. “Passei várias vezes em frente à loja com a minha namorada, que sempre olhava para a bicicleta e dizia: ela vai ser minha! O sorteio foi um dia antes do seu aniversário e aproveitei para dividir o presente com ela”, comemora o sortudo. Elias é caiçara, foi criado na Serra da Mantiqueira e há três anos mora em Ilhabela. Como funcionário da Secretaria de Desenvolvimento Social coordena um projeto de manejo e beneficiamento de bambu voltado às comunidades tradicionais do arquipélago e há um ano meio trabalha na Ilha Vitória. Como divide seu tempo entre Ilhabela e a pequena e distante Ilha Vitória, a bicicleta foi um presente super útil e é utilizada como meio de transporte quando ele está por aqui. Quando não está, quem usa é a namorada. “Moramos no sul e a bike dobrável nos oferece a facilidade de fazer parte do percurso de ônibus e o restante pela ciclovia”, afirma o casal. Maria Olivia e Guto Macedo, proprietários da Mundo Terra, também comemoram o fato do ganhador ser um morador de Ilhabela “Nosso objetivo é incentivar o esporte e ficamos felizes por sortear um morador da Ilha. Agradecemos a todos que participaram da promoção e preencheram os cupons. Em breve teremos novas surpresas!”. Apaixonados por aventura - Com três lojas na capital paulista, uma em Campinas e outra em Ilhabela, a Mundo Terra tem equipamentos para camping, trekking, caminhadas, montanhismo, escalada, mergulho, viagens e lazer em geral, com um mix de marcas que reúne os melhores fornecedores do Brasil e do mundo. Com atendimento Premium e assessoria técnica, recebe desde clientes que fazem escaladas do Everest até aqueles que vão passar um final de semana na praia. Rua da Padroeira, 37 – loja 1 – Vila | Tel. (12) 3896-5801 08 - REVISTA ILHABELA
Foto: Guilherme Andrade
o final de dezembro, a Mundo Terra – loja especializada em esporte, lazer e aventura, realizou em sua filial em Ilhabela o sorteio de uma bike Durban Bay 6, um dos destaques da marca que une design de ponta e alta tecnologia ao conforto e praticidade de uma bicicleta dobrável.
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Limpa Ilha em novo endereço
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esde o final do ano passado, a Limpa Ilha está atendendo seus clientes em novo endereço, no bairro do Perequê, centro comercial de Ilhabela. A proposta da mudança é ficar ainda mais perto de seus clientes, oferecendo conforto e praticidade com o mesmo padrão de qualidade que transformou a loja, ao longo de cinco anos de atuação, em sinônimo de credibilidade e bom atendimento.
Na linha de limpeza profissional, a loja mantém a filosofia de oferecer produtos nacionais e importados de alta qualidade, eficácia comprovada e elevado rendimento, garantindo excelente relação custo-benefício tanto para uso residencial quanto para hotéis, pousadas, restaurantes, empresas e comércios em geral. Além da seleção minuciosa dos fornecedores e produtos, que são testados pelos proprietários antes de ir para a prateleira, a Limpa Ilha tem como diferencial o serviço de assessoria técnica, com a possibilidade de vistorias em casas, condomínios ou empresas para análise das necessidades e indicação dos produtos adequados, e o treinamento de caseiros e funcionários para a correta aplicação. Novidades – a loja também anuncia a ampliação de sua linha de produtos e serviços, com uma nova coleção de acessórios e utensílios domésticos que embelezam a cozinha enquanto facilitam o dia-a-dia. “Estamos fechando parcerias e em breve passaremos a oferecer novas opções no segmento de prestação de serviços”, revelam os proprietários. Atualmente, a empresa já oferece o serviço de higienização profissional de colchões e estofados, por meio de uma tecnologia revolucionária que remove e elimina ácaros, fungos e bactérias. O procedimento é executado por equipe especializada, está disponível para hotéis, pousadas e residências, tem selo de garantia e duração de 1 ano. Av. Princesa Isabel, 1708 - Loja 2 - Perequê | Tel. (12) 3895-7266
LitoralemRevista
Parque Estadual de Ilhabela completa 39 anos Entre os motivos para comemorar, está a aprovação do Plano de Manejo da unidade de conservação, que vai orientar sua gestão convergindo necessidades e interesses da comunidade, a preservação da área e o cumprimento da legislação.
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undado em 20 de janeiro de 1977, por meio do Decreto nº 9.414, o Parque Estadual de Ilhabela abrange mais de 80 % do arquipélago e foi criado com o intuito de proteger uma das mais importantes faixas contínuas de Mata Atlântica remanescentes no Estado de São Paulo. Com uma área de 27.025 hectares, a unidade de conservação engloba um total de 12 ilhas, dois ilhotes e duas lajes. Seus ecossistemas, formados por Mata Atlântica, restinga e manguezais abrigam centenas de espécies de mamíferos, répteis e aves, muitas delas endêmicas, como o rato cururuá e outras em risco de extinção. As florestas compostas pela Mata Atlântica formam uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta, declarada pela UNESCO como Reserva da Biosfera e reconhecida como patrimônio da humanidade de relevância internacional. Por isso, a criação e conservação dos parques, com o estabelecimento de regras e leis que regulem a atividade antrópica e protejam estes territórios são tão importantes para a sua preservação. Em Ilhabela, é graças à criação do Parque Estadual que praias isoladas, florestas e cursos d’água permanecem protegidos da expansão imobiliária e da ocupação humana desordenada, garantindo que esta imensa área verde continue preservada para esta e para as futuras gerações. Plano de Manejo – Aprovado em setembro do ano passado pelo CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente, o Plano de Manejo do Parque Estadual de Ilhabela é um documento técnico de apoio à gestão da Unidade de Conservação, que foi construído com ampla participação da sociedade civil e do poder público municipal e estadual, em um processo iniciado em 2010, que discutiu o uso público de seu território, buscando alternativas para convergir as necessidades e interesses da comunidade, a preservação da área e o cumprimento da legislação. No início deste ano, foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo (Seção 1, Página 28) a Resolução SMA nº 08, de 20 de Janeiro de 2016, que aprova o Plano de Manejo do Parque Estadual de Ilhabela, garantindo uma importante conquista para o Parque Estadual e para o município de Ilhabela, porque garantirá a qualidade de vida da população e a preservação da região. Plano Municipal de Mata Atlântica – outro importante instrumento aprovado no final de 2015 é o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica – PMMA de Ilhabela. Submetido à votação do Conselho Municipal de Meio Ambiente, o documento foi aprovado por aclamação em uma cerimônia que contou com a presença do presidente da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, que destacou a importância do PMMA para Ilhabela e para a conservação dos recursos naturais do município. 12 - REVISTA ILHABELA
Fotos: Guilherme Andrade
O PMMA é um documento que vai nortear as diretrizes ambientais para a gestão municipal, previsto na Lei da Mata Atlântica (Lei no 11.428/2006 e Decreto no 6.660/2008). O plano aponta ações prioritárias e áreas para a conservação e recuperação da vegetação nativa e da biodiversidade da Mata Atlântica, em consonância com outros planos e programas de gestão territoriais existentes no município, tais como o Plano Diretor Municipal, o Plano Municipal de Saneamento Básico, Plano de Bacia Hidrográfica, Plano de Manejo do PEIb e o Zoneamento Ecológico Econômico.
Fotos: Guilherme Andrade
Trilha do Bonete Com a instalação das novas passarelas nas cachoeiras do Areado e Saquinho, uma das principais trilhas de Ilhabela está consolidada para o ecoturismo.
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leita pelo jornal inglês ‘The Guardian’ uma das dez praias mais bonitas do Brasil, o Bonete é um verdadeiro refúgio entre o mar e a Mata Atlântica, onde só é possível chegar a pé, em uma caminhada que dura de três a quatro horas ou de barco, se as condições do mar permitirem.
Suas areias claras e águas transparentes, cercadas pelo verde intenso da mata e pela beleza do rio que deságua em uma das pontas da praia completam o visual paradisíaco, que abriga uma das últimas comunidades tradicionais do arquipélago. Não há energia elétrica, a água é captada de cachoeiras, não há carros nem motos e o celular não funciona! Reunidas, todas estas características transformaram o Bonete no destino perfeito para ecoturistas que querem contemplar a natureza e se desconectar da civilização, atraindo não apenas visitantes brasileiros, mas estrangeiros de várias partes do mundo, que muitas vezes desembarcam no país apenas para conhecer a praia.
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A trilha e as passarelas – aberta e bem marcada, a trilha para o Bonete tem quase 12 quilômetros e é cortada por três cachoeiras. Se para os ecoturistas, atravessar a mata é parte obrigatória do roteiro, para os moradores este trajeto é, muitas vezes, a única forma de chegar à comunidade. Quando o tempo fecha e o mar fica ruim não é possível sair nem chegar de barco e o acesso por terra é a única alternativa. Por isso, as passarelas eram uma antiga reivindicação da comunidade, pois em dias de chuva forte, o aumento do volume da água impedia a travessia das cachoeiras, colocando em risco moradores e visitantes, que muitas vezes chegaram a ficar presos entre uma cachoeira e outra, sem poder prosseguir nem voltar.
Fotos: Guilherme Andrade
A construção da primeira passarela, instalada sobre a Cachoeira da Laje, teve início em junho de 2011, mas foi paralisada ao sofrer embargo da Polícia Ambiental e ser acionada judicialmente pelo GAEMA - Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente por possível prática de crime ambiental.
Fotos: Guilherme Andrade
O problema é que para levar os materiais para a construção da passarela até a cachoeira, a prefeitura abriu com tratores o primeiro trecho da trilha, que corresponde a cerca de 1/3 do trajeto. A ação mobilizou rapidamente a comunidade, que se viu preocupada com a antiga ameaça da possibilidade de abertura de uma estrada que permitisse a chegada de carros e motos à praia. Em junho de 2012, depois de cumprir as exigências impostas pelo processo de embargo, as obras da primeira passarela foram concluídas e o equipamento foi entregue à comunidade. A partir daí, teve início a discussão sobre a melhor alternativa para a construção das outras duas passarelas, que continuavam sendo essenciais, mas não poderiam causar os mesmos impactos gerados pela primeira. Dispostos a seguir com o projeto sem causar novas intervenções na trilha, representantes da comunidade do Bonete propuseram à prefeitura, por meio da Associação Bonete Sempre, que todo o material fosse carregado pelos próprios moradores, que fariam o transporte a pé, sem o uso de nenhuma máquina ou veículo. Na época a proposta não foi aceita e só depois da intervenção do Ministério Público Estadual e Federal o projeto voltou a andar.
Guerreiros do Bonete – mais de três anos depois, no final de outubro de 2015, as nove toneladas de material para a construção das passarelas chegou a bordo de uma grande embarcação ao Bonete. O primeiro desafio do grupo de guerreiros que se dispôs a cumprir a missão foi o desembarque, realizado com a ajuda de canoas, até a praia.
Na terceira etapa, o transporte das cinco toneladas de material para a Cachoeira do Areado aconteceu primeiro por mar, saindo de canoa da praia e desembarcando na costeira. A primeira dificuldade foi vencer as ondas, que impediam a canoa de se aproximar da encosta e a solução encontrada por eles foi arremessar as vigas grandes de madeira ao mar, amarradas em bóias, e depois puxá-las com a ajuda de cordas. Para o restante do material, construíram uma balsa improvisada com tambores vazios e madeira, que diante do mar bravo resistiu a apenas três viagens. Determinados a concluir a missão, transportaram o que faltava, incluindo os sacos de cimento, em um caiaque.
Fotos: Divulgação
Na semana seguinte, a segunda etapa: levar quatro toneladas de madeira, brita, cimento e outros materiais morro acima, nas costas, até a Cachoeira do Saquinho. Missão impossível?! Foi o que eu disse ao ouvir o André, o Feijão, o Gabriel e outros caiçaras que participaram ou acompanharam tudo. Mas parece que nada é impossível pra esse time de guerreiros!
Depois de desembarcar na costeira, o material seguiu morro acima, mais uma vez nos braços e costas dos boneteiros, em um trabalho emocionante, que vai ficar marcado pra sempre na história da comunidade, provando a máxima de que a união faz a força e mostrando que é possível encontrar alternativas capazes de atender as necessidades do povo caiçara sem descaracterizar ou impactar seu território. Depois de receber o material, a equipe da CS Construção, empreiteira contratada pela prefeitura, executou a obra das duas passarelas. Construídas sem impacto e perfeitamente integradas à natureza, elas ficaram prontas em Janeiro de 2016, já estão sendo utilizadas por turistas e moradores e em breve devem ser inauguradas oficialmente.
Associação Bonete Sempre
Lá, pediram a palavra e se manifestaram contra a aprovação das alterações propostas, mas foram ignorados e a votação seguiu. Percebendo a fragilidade daquelas regiões e a importância do tema, representantes do Governo Estadual e da Promotoria Pública se propuseram a ajudar e foram até a Comunidade do Bonete para explicar, de forma imparcial, como funcionava o processo de Zoneamento Econômico Ecológico, o que cada zona permitia e proibia e quais os seus impactos. No dia seguinte, mais informados e conscientes, os moradores receberam a visita do prefeito e fizeram sua primeira grande manifestação contra a proposta de urbanização, em um encontro que reuniu grande parte da comunidade e foi marcado pela indignação, força e determinação em defender seu território.
Foto: Guilherme Andrade
A conquista das passarelas é um dos exemplos da união, força e determinação da Comunidade do Bonete, mas não é a única. Em 2013, a Prefeitura de Ilhabela elaborou sua proposta de Zoneamento Econômico Ecológico que integra o Plano de Gerenciamento Costeiro do Litoral Norte, que entre outras medidas, transformaria praias como Bonete e Castelhanos em áreas urbanas. Às vésperas da votação dos mapas no Grupo Setorial do GERCO a informação chegou às duas comunidades tradicionais, que imediatamente se mobilizaram e reuniram um grupo que compareceu à votação.
Na audiência pública realizada em agosto de 2013 para debater o assunto com a população de Ilhabela, cerca de 500 pessoas lotaram o Ginásio Municipal e se manifestaram de forma unânime contra a proposta de zoneamento, que também continha alterações potencialmente impactantes na parte urbana do arquipélago. Na ocasião, caiçaras nativos do Bonete e de Castelhanos voltaram a falar sobre a importância de preservar o local e o modo como vivem e reafirmaram sua posição contra as alterações previstas no zoneamento da região. Mais uma vez amparados pelo Ministério Público, que destacou na audiência o direito das comunidades tracionais de participar das decisões sobre a região onde vivem, os boneteiros voltaram a se organizar. Passaram a ocupar vagas em conselhos municipais e grupos de interesse, como os Conselhos do Plano Diretor, do Meio Meio Ambiente, de Turismo e o Grupo Setorial do GERCO, promoveram manifestações importantes que tiveram destaque na mídia nacional, como o protesto marítimo realizado durante a abertura da 40ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela e fundaram oficialmente, em março de 2013,
a Associação Bonete Sempre, formada e dirigida por moradores do Bonete. Em uma nova conquista histórica, as reivindicações da sociedade civil foram atendidas e a ameaça de urbanização foi descartada, mantendo as praias do Bonete e de Castelhanos como zonas rurais e resultando na formulação de um novo mapa, construído de forma mais participativa. A atuação da Associação também trouxe benefícios como a parceria com a Marinha do Brasil para a realização de cursos e emissão de certificados de Arrais Amador para os moradores, instalação de sinalização turística em parceria com a Secretaria de Turismo e com o Instituto Arqueológico de Ilhabela, reforma da quadra esportiva, instalação de um gerador a diesel doado pelo Instituto Bonete e intermediação junto aos órgãos públicos de diversas solicitações da comunidade. Atualmente, o foco dos representantes da entidade, presidida por André Queiroz, está voltado para a questão da energia elétrica. Depois de diversas discussões envolvendo o Ministério Público e a concessionária Elektro, o Bonete foi incluído no Programa
Foto: Guilherme Andrade
Nacional de Universalização de Acesso à Energia Elétrica. Serão instaladas placas individuais de energia solar em todas as residências, num sistema eficiente com dez placas por casa, que vão gerar 80 kWh por mês, medida que deve atender as necessidades básicas de consumo em toda a comunidade. Outras duas reivindicações que aguardam retorno são a contratação de mais uma enfermeira, para que o posto de saúde possa permanecer aberto inclusive aos finais de semana, o aumento da frequência do atendimento médico, que atualmente ocorre em média a cada 40 dias e a manutenção da contratação dos guarda-vidas durante o ano inteiro e não apenas na temporada. Também estão em andamento as discussões para a solução da questão do saneamento básico, com o apoio do Secretário de Meio Ambiente de Ilhabela e em breve a visita de um técnico deve orientar a escolha da melhor alternativa. De acordo com André Queiroz, a medida é fundamental para garantir que o Rio Nema, que é porto de entrada, parque de diversão das crianças e cartão postal do Bonete, permaneça limpo e preservado. “A intenção é buscar sempre o que é melhor para a comunidade e reunir pessoas que querem ver o Bonete protegido e preservado”, explica Feijão, jovem caiçara que por sua atuação em defesa do Bonete é considerado um dos líderes locais.
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Esporte
Campeonato de Surf Local Competição na Praia do Bonete reuniu surfistas das comunidades tradicionais de Ilhabela
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os dias 24 e 25 de outubro a Praia do Bonete recebeu o Campeonato de Surf Local, voltado às comunidades tradicionais de Ilhabela. Organizado pela Associação Bonete Sempre, a disputa contou com a participação de 70 surfistas das comunidades do Bonete, Castelhanos e Indaiúba, que competiram nas categorias Petit (até 10 anos), Estreante (até 12 anos), Iniciante (até 14 anos), Sub (23 anos), Open Master (mais de 35 anos), Body Board Masculino, Body Board Feminino e Surf Feminino. Com uma estrutura muito bem organizada, o evento teve o apoio de uma comissão técnica profissional, formada por integrantes da Federação Paulista de Surfe. Do palanque montado na praia, o narrador atualizava o público sobre cada manobra enquanto fotógrafos profissionais registravam tudo dentro e fora da água. Para encerrar, uma Expression Session disputada por todos os competidores premiou a melhor manobra.
Fotos: Ricardo Gurgel
O campeonato foi promovido pela Associação Bonete Sempre, contou com patrocínio da Volcom, HB, Chillstrong, Estúdio Flecha, Evos, Environ, Solusom, Aerofish, Wet Dreams, Coltex, Roxy, Emirados Esfiharia, Pousada Canto Bravo, Pousada Katmandu, Ilhabela Convention Bureau, Batucada Passeios, Ótica e Relojoaria São Sebastião, Pousada Por do Sol, Clube de Surfe de Ilhabela, Pano de Fundo e De La Gata e com apoio da Casa Surf, R Surfboards, Pranchas Msd e Coconuts Surf Boards, Instituto Bonete e Projeto Sonhar.
Foto: Marcio Alonso
“Tivemos uma competição de altíssimo nível em todas as categorias! Nas comunidades tradicionais a molecada cresce surfando no quintal de casa e por isso o que vimos na água foi um show de talentos de todas as idades”, comemora André Queiroz, organizador do evento.
Gastronomia Peixes e frutos do mar são destaques no restaurante do Hotel Ilha Plaza
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oltado aos hóspedes do hotel, o restaurante do Ilha Plaza tem um cardápio especial de pratos a base de peixes e frutos do mar, como o Camarão à moda do Chef ou o Peixe Grelhado com vinagrete de cebolas e vegetais, além de saladas, carnes, massas e sobremesas, como a Torta Trio de Chocolate, uma das especialidades da casa. O restaurante funciona para almoço e jantar e também serve o café-da-manhã dos hóspedes. Para aquela fome fora de hora, tem sanduíches, sopas, porções e omelete e para as crianças, há cardápio infantil. No bar da piscina, o menu traz diversas opções de porções e petiscos, como as Lulas Crocantes com molho tártaro, ideais para acompanhar os drinks e caipirinhas preparados pelo barman ou uma das opções da carta de vinhos e espumantes, armazenados em adega climatizada. Com localização privilegiada, entre a Vila e o Perequê, o Ilha Plaza Hotel tem suítes espaçosas e aconchegantes, decoração sofisticada e uma deliciosa área de lazer.
Aqui seu restaurante aparece muito mais! Anuncie!
Foto: Guilherme Andrade
Fotos: Guilherme Andrade
O espaço também oferece o serviço de locação para festas e eventos sociais e corporativos, como confraternizações, casamentos e outras comemorações. Serviços de bar e Buffet podem ser contratos à parte, mas não são obrigatórios no pacote de locação.
O restaurante abre todos os dias e atende não-hóspedes somente mediante reserva. Av. Almirante Tamandaré, 359 Itaquanduba | Tel. (12) 3896-5760
Gastronomia
Sunset Celebration
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ocalizado no Veloso, no lado sul de Ilhabela, o restaurante Sunset Celebration está instalado em uma das regiões mais bonitas do arquipélago, pertinho da Mata Atlântica e com uma vista deslumbrante para o mar. Descontraído e aconchegante, o salão interno se estende por um amplo deck de madeira, que convida os visitantes a apreciar a paisagem, o pôr-do-sol ou as belas noites de verão.
Foto: Divulgação
No menu, que traz receitas da cozinha internacional com toques da culinária típica caiçara, merecem destaque o sabor e a qualidade dos pratos. O cuidado com o preparo dos alimentos começa na seleção dos ingredientes, escolhidos pessoalmente pelos proprietários do restaurante. A manipulação e armazenagem da comida também recebem atenção especial: frutas, verduras e outros vegetais são higienizados com ozônio, peixes e frutos do mar são criteriosamente escolhidos e o azeite que vai para a mesa tem certificação de origem. A cozinha tem inspiração caiçara e privilegia os peixes e frutos do mar frescos, mas o cardápio também tem massas, saladas e carnes, todos servidos em porções generosas, para até quatro pessoas. Para as crianças, há quatro opções de pratos infantis. “É um restaurante voltado para Ilhabela, que quer atender não só os turistas e veranistas, mas os moradores, que encontrarão aqui pratos bem servidos a preços muito justos, em um ambiente charmoso e descontraído, ideal para relaxar ao lado da família e dos amigos”, destacam os proprietários. O comando da equipe está sob a batuta do time
composto pelo conhecido Kiki Dias e pelos profissionais da gastronomia Anderson Silva e Juliano Ducatti. Além do salão com vista para o mar, o restaurante também conta com o bar da piscina, onde são servidos drinks e petiscos. “A ideia é que nossos clientes possam, além de comer bem, passar um dia agradável, curtir a piscina e desfrutar a paisagem”, completam.
O espaço também recebe eventos sociais e corporativos, como festas, aniversários, confraternizações, casamentos e outras comemorações. Abre todos os dias das 11h30m às 22h. Av. José Pacheco do Nascimento, 9034 – Veloso Tel. (12) 3894-9235 | www.sunsetcelebration.com.br
Foto: Emerson Soledade
Entre os destaques do cardápio, estão a Moqueca de Meca e a Tainha à moda da casa (com alcaparras e champignon, acompanhada por legumes na manteiga ou em água e sal, banana grelhada e arroz branco), além de diversas receitas de Camarões, Caldeirada, porções e petiscos, para acompanhar a carta de cervejas, destilados, drinks e vinhos.
AnimaisSilvestres
De caçador a protetor, a mudança é possível!
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Édson alimenta Morgan na companhia do papagaio Tonico
*Silvana Davino – ASM Cambaquara
dson dos Santos Lima é baiano da cidade de Valente, conhecida como a cidade do sisal e de pedreira. Aqui em Ilhabela, a maioria dos cortadores de pedras vêm desta região, onde aprenderam o ofício. É uma região de muita pobreza, inserida no clima semiárido. O principal problema social e econômico é o desemprego, que obriga muitas pessoas a se dirigirem para as regiões sul e sudeste do Brasil. Sua família vivia na roça, criava galinhas e cabras, plantava seu milho, mandioca e feijão. Mas devido à acidez do solo, o baixo índice pluviométrico (entre 300 e 550 mm) e ataque de animais selvagens às criações, nem sempre as coisas iam bem. Édson conhecia cada pedacinho da sua região, e como todo menino, tinha o seu estilingue, badoque ou baleira (cada região traz um nome diferente). Além de gostar de jogar futebol com os amigos, saiam também para caçar passarinhos. Mas não era um ou dois, não. “A gente matava em torno de 30 passarinhos por dia! Até beija-flor a gente comia!”, conta ele, explicando que não era por fome, mas porque era costume do local. Conhecia inúmeras técnicas de captura de aves, desde cola de planta até molhá-los para que ficassem impossibilitados de voar. Ter uma espingarda em casa e sair para caçar, assim como pegar tatus e lagartos era muito comum, tanto para comer quanto para vender no mercado da cidade. “Passarinho em gaiola, tem praticamente em todas as casas, pelo menos umas quatro”, afirma ele com tristeza. Assim, como o destino de muitos desta região, ele veio para Ilhabela em busca de uma vida melhor, como cortador de pedra. Depois de muitos anos “trabalhando na pedra” veio trabalhar no nosso sítio com carteira assinada como ajudante de serviços gerais; cuidava do jardim, da piscina, da mangueira da água que vem da cachoeira, enfim de tudo um pouco. Um dia caiu um periquito-rico (Brotogeris tirica) com a asa quebrada na nossa propriedade. Eu não tinha a menor noção do que fazer. Édson me ensinou a cuidá-lo. O periquito, a Pepa, acabou vivendo em semiliberdade e formou par com outro periquito de vida livre. Hoje, vivem conosco há oito anos, se reproduzem e seus filhotes têm vida livre.
Em março de 2012, um papagaio-moleiro (Amazona farinosa), ficou três dias em cima de uma embaúba, fugido de algum cativeiro irregular. O Édson conseguiu capturá-lo e cuidamos dele. Era um filhotão, que além de faminto, desidratado, tinha o bico todo deformado e estava doente. Após dois meses, novamente caiu um papagaio muito debilitado no sítio e mais uma vez o Édson foi peça chave para a reabilitação dele. O conhecimento do Édson sobre aves era grande, uma sabedoria aprendida na “escola da vida”. Seus ouvidos identificavam sons e seus olhos viam coisas que para uma leiga como eu, passavam totalmente despercebidos. Ensinou-me muitas coisas, foi meu primeiro mestre em ornitologia. “Você quer ver um ninho de beija-flor?” Dizia-me ele. “Claro!” respondia. Ele me levava a um local onde eu passava diariamente, a um metro e meio do chão e eu nunca tinha me dado conta. Por outro lado, ensinei-lhe a importância de preservar as espécies, de cuidar do meio ambiente para manter nossa própria qualidade de vida. Deu certo, o vi várias vezes dizendo às pessoas para não caçar
ou não manter animais em cativeiro que isso ia contra a natureza deles de serem livres. Virou nosso aliado na causa, que ainda estava longe de se tornar uma área de soltura de fauna silvestre. Outro dia, encontrei no supermercado com outro cortador de pedra, conhecido nosso que sempre teve pássaros em gaiola aqui em Ilhabela e ele me fez um relato: “Silvana, depois que eu passei três dias preso por causa de pensão alimentar, eu percebi que a falta de liberdade é tão ruim que eu nunca mais quero ter passarinho preso!” Às vezes, perdemos as esperanças, principalmente em mudanças de condutas dos adultos, mas quando ouvimos histórias como estas, voltamos a acreditar que a transformação é possível. Édson formou família, casou-se com Vera, que já tinha uma filha, a Ágata, depois tiveram o Ábini, depois veio o Álison. Ele gostava das crianças e sempre brincava que teria uma quantidade de filhos para formar um time de futebol. Mas como todo migrante, tinha o sonho de retornar à Bahia, fazer sua casinha e voltar a ter a
vida tranquila da sua infância. E assim fez, depois de sete anos conosco, em outubro de 2012 voltou com a família para lá. Realizou seu sonho, construiu “seu barraco”, como ele mesmo diz, cria suas galinhas e voltou a trabalhar com pedra. O timinho de futebol continua a crescer e assim veio mais um filho, o André. Ele não chegou a ver oficializada a Área de Soltura Monitorada Cambaquara, nem quantas aves já reabilitamos e soltamos, pois isso se deu em 2014, mas nos falamos por telefone até hoje. Ele acompanha nosso trabalho de longe. Espero um dia ter um patrocínio para realizar educação ambiental aqui em Ilhabela. Com certeza irei buscálo para trabalhar conosco. Agradeço-lhe Édson, por tudo que eu aprendi com você! *Silvana Davino é membro do GT Animais Silvestres de Ilhabela e é responsável pela Área de Soltura Monitorada de Cambaquara, local de recebimento, adaptação e soltura de quatro espécies nativas da Ilha (Papagaio-moleiro, Tiriba, Tucano-do-bico-verde e Periquito-rico) | silvana.m.davino@gmail.com
Foto: Divulgação
Relatório de Qualidade das Águas Relatório anual do projeto Observando os Rios de Ilhabela mostra como esteve a qualidade das águas de 13 córregos durante o ano de 2015.
Foto: Kiko Cardial
O
projeto Observando os Rios de Ilhabela faz parte do Programa de Educação para a Cidadania promovido pelo Instituto Ilhabela Sustentável e patrocinado pelo Banco Itaú. A iniciativa conta com a parceria da Fundação SOS Mata Atlântica e integra a Rede das Águas, programa de mobilização e monitoramento dos recursos hídricos que promove a mobilização social para a gestão participativa e integrada entre água e florestas, por meio da disseminação de metodologias, promoção da educação ambiental e influência em políticas públicas.
Foto: Divulgação
Com o objetivo de consolidar uma base de dados e indicadores de qualidade das águas e de conscientizar a população e os gestores públicos sobre a importância de elaborar e cumprir políticas públicas de preservação e de direitos de acesso ao saneamento básico, o projeto em Ilhabela teve início em 2014, com o monitoramento de cinco córregos. No início de 2015 o número de pontos monitorados dobrou para 10 e ao final do ano já eram 13. São eles: Córrego Paquera (Galera), Ribeirão Água Branca, Córrego Camarão, Córrego Paquera (Fórum), Córrego Cachoeira (Vila), Córrego Itaguaçu/ Itaquanduba, Córrego do Sino, Córrego da Armação, Córrego do Badito (Curral), Córrego da Feiticeira, Córrego do Veloso, Córrego Ribeirão (Curral), Córrego do Curral (meio).
Foto: Kiko Cardial
O monitoramento é feito em parceria com escolas da rede pública e privada, e conta com a participação de alunos do ensino médio e fundamental. Eles participam da coleta e de todo o processo de análise da água, que acontece uma vez por mês, enquanto aprendem mais sobre a importância deste precioso e ameaçado recurso natural.
de comparar a qualidade das águas em diferentes épocas do ano e traçar um histórico das condições de nossos corpos d’água. No final do ano, um relatório com os dados dos 12 meses consolida todos os resultados em um documento que serve de subsídio para traçar estratégias e buscar soluções para as questões ligadas à água e ao saneamento básico no município.
como regular, 39,3% foram avaliados em situação ruim e 4,3% péssima.
Para apresentar os resultados deste trabalho, a equipe do Instituto Ilhabela Sustentável faz relatórios mensais com os dados das análises, que proporcionam a possibilidade
O relatório completo está disponível no site do Instituto Ilhabela Sustentável: www.nossailhamaisbela.org.br, na sessão Farol da Ilha.
Adote um córrego – Em Ilhabela o projeto Observando os Rios também conta com o patrocínio de empresas locais, que adotam o monitoramento de um córrego pelo período de um ano. Empresas e associações como o Ilhabela Convention & Visitors Bureau, a Associação de Moradores dos Bairros do Sul da Ilha, o Ilhabela Greens Resort & Golf e o Colégio São João já apóiam a iniciativa. Participe você também! Adote o córrego do seu bairro ou próximo ao seu comércio e ajude a monitorar a qualidade das nossas águas.
Rede das Águas - O projeto Observando os Rios é realizado em nível nacional por outras entidades parceiras da SOS Mata Atlântica. Atualmente são analisados 111 rios no país, sendo 301 pontos de coletas em 6 estados. Em 2015 foi divulgado relatório da SOS Mata Atlântica, onde no Estado de São Paulo, apenas 4,3% das amostras registraram qualidade boa, 52,1% foram avaliados
Em Ilhabela, apesar de a situação estar melhor que a média do estado, apenas 10% das amostras registraram qualidade boa, 88% foram avaliados como regular, 2% foram avaliados como ruim e nenhuma das amostras foi classificada como péssima.
Para saber como, entre em contato com o Instituto Ilhabela Sustentável: (12) 3896-3015 secretaria@nossailhamaisbela.org.br
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Fotos: Guilherme Andrade
Festa da Padroeira Programação cultural e religiosa em homenagem a Nossa Senhora D’Ajuda reuniu devotos, moradores e visitantes em uma das comemorações mais tradicionais da cidade.
E
m Ilhabela, a devoção a Nossa Senhora D’Ajuda é tão antiga quanto a história da cidade e foi trazida para cá pelos colonizadores portugueses, cujas embarcações cruzavam o oceano rumo ao Brasil sob a proteção da Santa. De acordo com os registros da Diocese de Caraguatatuba, a primeira capela dedicada a Nossa Senhora D’Ajuda foi construída no final do Século XVII, no mesmo lugar onde hoje está instalada a Igreja Matriz. Embora o documento oficial que criou a capela não tenha sido encontrado, sabe-se que em 1697 o Padre Manoel Gomes Pereira, então Vigário da vizinha São Sebastião, mandou construir na Ilha um Santuário dedicado a nossa padroeira. Um século mais tarde, deteriorada pela falta de cuidado e manutenção adequados, a capela precisou ser praticamente reconstruída e no início do Século XIX foi preparada para se tornar a Igreja Matriz da “Vila Bela da Princesa”. Em 1806 foi oficialmente transformada em Paróquia Nossa Senhora D’Ajuda e Bom Sucesso e assim permanece há 210 anos.
O estado atual da Igreja Matriz de Ilhabela é fruto do trabalho e dedicação do escultor paulista Alfredo Oliani. Por volta de 1950, este artista começou a arrecadar doações para a reforma da fachada, dos altares, a pintura do forro, dos quadros e a colocação do novo piso. Ele também contribuiu com a execução de várias obras, com destaque para a “Via Sacra” e as quatro grandes estátuas que se encontram na frente da Igreja. Dia da Padroeira – Comemorada em 2 de Fevereiro, a festa em homenagem a Nossa Senhora D’Ajuda é uma das mais tradicionais de Ilhabela e reúne todos os anos centenas de fiéis, moradores e visitantes em uma celebração que termina com a emocionante procissão pelas ruas da Vila, iluminada pelas velas que cada um dos participantes leva nas mãos.
Ilhabela, por meio da Secretaria da Cultura, com artistas como Talis e Wellinton, Cecília Militão e Banda Palace, Luciana Mello e Padre Alessandro Campos.
Neste ano, a programação social contou com a quermesse organizada pela comunidade da paróquia e teve shows musicais realizados pela Prefeitura de
A celebração litúrgica aconteceu entre os dias 24 de janeiro e 2 de fevereiro e teve como tema “Maria, a Arca da aliança entre Deus e os homens, ela guardou
em seu coração a misericórdia divina em perfeita sintonia com seu filho Jesus” Mv24. As missas da novena contaram com a participação de vários sacerdotes convidados e a programação terminou com a tradicional Alvorada com Queima de Fogos logo pela manhã do dia 2, seguida pela Reza do Terço, a Missa e a Procissão Luminosa.
SuaSaúde
É
O mito do envelhecimento
possível desacelerar ou mesmo reverter o processo biológico do envelhecimento? Afirmo que sim. Essa é uma boa notícia, concorda? No entanto, o lado difícil deste processo de reversão ou de desaceleração dos resultados biológicos do envelhecimento é que é preciso se libertar de algumas crenças e dogmas impostos pela área da saúde. São informações sem nenhum amparo científico. Vejamos de onde vêm os parâmetros de avaliação.
Onde se baseiam os dados a respeito do envelhecimento.
Como a ciência explica o fenômeno biológico que chamamos de envelhecimento? Esse é um assunto interessante que os cientistas continuam pesquisando. Há muitas teorias e muitas pesquisas em andamento. Mas não há respostas. Praticamente todas estas pesquisas estão voltadas para o desenvolvimento de novos produtos, cosméticos milagrosos, hormônios, medicamentos etc. Estão baseadas em sintomas e sinais de envelhecimento em um determinado público, que na minha opinião, não pode ser tomado como referência de “envelhecimento normal”
O que é aceito como normal?
Por “normal”, a área da saúde se refere ao público que representa significativamente a população idosa avaliada. Quero lembrar aqui que estas pessoas que em geral são avaliadas e cujos sintomas ou sinais de envelhecimento se tornam referência para o considerado “normal” são em sua maioria sedentárias, obesas e completamente desmotivadas.
Porque será que estas pessoas chegaram neste estado?
Por acreditarem nas informações veiculadas por profissionais da saúde mal informados. As pessoas não estão saudáveis como poderiam estar e não sabem disto por acreditarem nestas informações infundadas. Daí a atitude de considerarem o envelhecimento como um fato inevitável sobre o qual não se têm nenhum controle e o comportamento passível de espera por uma pílula mágica.
Saia desta! Você ainda tem tempo.
Comece modificando a maneira como você se alimenta. Retire totalmente os carboidratos processados, óleos industrializados, grãos e cereais. São estes produtos que engordam e entopem as veias e artérias e acabam com o cérebro e aceleram o envelhecimento.
Coma as gorduras do bem!
Óleo de oliva, óleo de coco, manteiga, gordura animal. Lembre-se que nossas bisavós cozinhavam com banha de porco, gorduras presentes nas nozes, amêndoas, castanhas e algumas frutas como o abacate. Procure se informar a respeito da nutrição com carboidratos do bem, existentes nas verduras e legumes. Dê uma olhada no site deste médico José Carlos Souto (www.lowcarb-paleo.com.br), ele é brasileiro e está trazendo informações valiosas sobre nutrição de verdade.
Treinamento para uma vida saudável
Comece imediatamente a caminhar todos os dias. É preciso restabelecer a eficiência do sistema aeróbio celular de transformação de energia. Este sistema é o antídoto contra o envelhecimento debilitante e senil. Este sistema impede a formação do excesso de radicais livres. Comece devagar se você se identificou com os “velhinhos” sedentários, obesos e desmotivados que citei. Sua meta é chegar a caminhar diariamente 5k em 1 hora. Na próxima edição da revista montaremos uma sugestão de plano de treinamento para que você possa estabelecer o seu. O que estou dizendo é fruto de pesquisa e prática e me permito bater de frente com as informações infundadas da área da saúde. No próximo mês completo 69 anos e se eu contar o período de gestação estou com 70 anos. Não tomo nenhum tipo de medicamento, não sinto dores e continuo trabalhando e muito.
Bons treinos e se alimente bem. *José Augusto Menegatti é Professor de educação física formado pela Universidade de São Paulo. Foi preparador físico de equipes de voleibol masculinas e femininas com passagens por seleções paulistas e Brasileiras. Durante 30 anos de trabalho com o esporte desenvolveu técnicas que trazem resultados rápidos e eficientes. Atualmente desenvolve um trabalho pessoal direcionado para a Reabilitação e Treinamento Morfofuncional. Atende a pessoas que buscam saúde e bem estar e atletas de alto rendimento. Em 1989 fez o treinamento para a aplicação do Método Rolfing® de Integração Estrutural no Rolf Institute (Boulder- Colorado). Foi instrutor desta instituição de 2002 até 2009. É co proprietário de um Centro de Estudos em Fluência Motora em Ilhabela/ SP onde oferece grupos de estudos para Educadores e Fisioterapeutas. Para saber mais: contato@espacojera.com.br / (12) 3896-1135 42 - REVISTA ILHABELA