Edição Extra

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Caderno Especial Pg. 17

ENERGIA EÓLICA NO MUNDO, BRASIL E RS Pg. 06 a 12

RIO GRANDE DO SUL . ANO 01 MAIO/2014

CORTESIA

COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS



EDITORIAL

O Brasil encontra-se em franco desenvolvimento na instalação de parques eólicos que geram energia limpa. No Estado do Rio Grande do Sul, podemos nos sentir privilegiados pelas riquezas naturais que temos: fomos premiados pela natureza com regiões de bons ventos, que nos possibilitam uma grande oportunidade sustentável com a geração de energia eólica. Apesar da privilegiada posição geográfica do Estado, foram necessários, até agora, consideráveis esforços – tanto do setor público quanto do privado – para promover o aproveitamento de todo o potencial eólico do Estado. O Governo Brasileiro incentiva a nacionalização dos fabricantes internacionais de equipamentos de energia renovável, entre os quais, os de aerogeradores, como forma de incentivo para grande parte dos equipamentos sejam produzidos no Brasil e para que, dessa forma, possa ser transferida para o Brasil a tecnologia de fabricação desses equipamentos. Isso irá resultar não só no aproveitamento de mão de obra local como também em investimentos para o fabrico e a venda desses produtos aos parques eólicos. Portanto, existe a cada dia, no País e no Estado, um processo de desenvolvimento da cadeia produtiva e de serviços para atender ao potencial de geração de energia eólica no Estado. Esse movimento multiplicador da geração de energia eólica está provocando o desenvolvimento de diferentes setores, como os de fabricantes de torres, pás, peças, logística, construção pesada, pesquisa e desenvolvimento de produtos, treinamento e formação de mão de obra especializada com cursos para escolas técnicas e universidades. Isso tudo tem um objetivo: gerar mais energia limpa, diminuindo a dependência de extração de petróleo. Dessa forma, as usinas térmicas e nucleares, que são fontes altamente poluidoras e deletérias à saúde do Planeta, em breve estarão sendo substituídas por essa fonte de energia, em nome da sua sustentabilidade. A bela e próspera Santa Vitória do Palmar, que há 237 anos estava localizada na chamada “terra de ninguém”, denominada de “Campos Neutrais” hoje contribuirá significativamente para o fornecimento de energia limpa para nós, brasileiros, - e , quem sabe, até para nosso vizinho Uruguai – com a instalação do Complexo Eólico Campos Neutrais. É justamente pela extrema importância desse empreendimento que esta edição da Revista Meio Sustentável deseja registrá-lo e divulgá-lo no momento em que é dado o pontapé inicial para início das obras de um dos parques integrantes deste Complexo: o Parque Chuí - que, em conjunto com o Parque Hermenegildo e Giribatu formam o complexo eólico dos Campos Neutrais - , o maior complexo de geração eólica da América Latina.” Agradecemos a todos que colaboraram com esta edição especial e a todos aqueles que, no passado defenderam essa estratégica região para o usufruto dos gaúchos e de todos brasileiros nos dias de hoje. Portanto prezados leitores, permitam-nos fazer uma carinhosa comparação ente a Santa vitoria que fazia parte da chamada “ Terra de Ninguém”, e aquela que hoje se afigura como uma importante cidade que vai gerar desenvolvimento econômico local e regional e que ainda fornecerá, em futuro próximo, energia eólica para nós, brasileiros. A Direção

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comerc

ano 01 . edição extra


ÍNDICE

04 05 2014

06

ENERGIA EÓLICA NO MUNDO

10

ENERGIA EÓLICA NO BRASIL

12 12 17

Saiba quais países estão mais desenvolvidos na geração de energia eólica e por quê

ENERGIA EÓLICA

UM PANORAMA DO RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMAS AMBIENTAIS

PREOCUPAÇÕES COM O MEIO AMBIENTE

CADERNO ESPECIAL

COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAS História Santa Vitória do Palmar Os Campos Neutrais Pontos Turísticos Depoimentos Complexo Eólico Campos Neutrais Os Parques Eólicos


26 28 30

OS PARQUES EÓLICOS EM OPERAÇÃO NO RS

COMPLEXO EÓLICO

CERRO CHATO

PARQUES EÓLICOS NO RIO GRANDE DO SUL

GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA TRAZ OPORTUNIDADES PARA O RS Projeção de Investimento

32

DO CATA-VENTO AOS AEROGERADORES HISTÓRIA E O DESENVOLVIMENTO DOS AEROGERADORES


Energia Eólica NO MUNDO Saiba quais países estão mais desenvolvidos na geração de energia eólica e por quê

Crédito fotos: Sxc.hu

6

meio sustentável

.

Rio Grande do Sul

Uma série de ações conjuntas entre os atores do governo, sociedade e iniciativa privada podem fazer de um país referência em geração de energia eólica. Transformar esse potencial eólico em oportunidade de crescimento econômico e social, porém, é o grande desafio dos governantes mundiais. O Ranking divulgado pela ONG norteamericana Pew Environment Group listou quais são os dez países que lideram a corrida pelas fontes renováveis. O levantamento considera toda a capacidade instalada, dentre as energias eólica, biomassa, solar, energética e pequenas hidrelétricas. Conhecendo esses países com maior potencial eólico no mundo, começamos a entender melhor as atitudes e características que os colocam nessa posição.


1º LUGAR: CHINA O país investiu US$ 45,5 bilhões em energia eólica em 2011. Metade dos recursos investidos em energia eólica no mundo são chineses. São 133 gigawatts em capacidade total instalada de fontes renováveis.A grande massa de terra e o longo litoral fazem da China um país promissor para a produção de energia eólica e o colocam em 1° lugar no ranking dos países com maior geração eólica no mundo. O Conselho Global de Energia Eólica acredita que a escala e o ritmo do desenvolvimento da energia eólica na China não podem ser comparados com os de nenhum outro país no mundo. Há 80 estações de energia eólica operando na China. A primeira turbina de vento permanente de levitação magnética, que permite a produção de eletricidade mesmo com ventos a baixas velocidades, foi apresentada por inventores chineses na Exposição de Energias Eólicas da Ásia em 2006.

2º LUGAR: ESTADOS UNIDOS Até 2009, os Estados Unidos gabavam-se de serem os detentores de uma capacidade de produzir energia eólica de 35.000 megawatts, o que lhes conferia o título de líder no mundo. As energias eólicas geram aproximadamente 2% da eletricidade produzida no país. Dez anos atrás, a capacidade anual medida era de apenas 2.472 megawatts. Apesar de ser o país que mais investiu em energias renováveis no ano de 2011 (US$ 48 bilhões, resultando em 93 gigawatts de capacidade instalada de fontes renováveis, sendo que a energia eólica foi a de maior crescimento), eles ainda ocupam a segunda posição no ranking. O Texas tem a maior capacidade de energia eólica. A Estação Roscoe de Energia Eólica é a maior estação terrestre do mundo. No total, 9.900 megawatts a mais de energia eólica foram gerados em 2009 – o suficiente para fornecer eletricidade para 2,4 milhões de lares e comparável à capacidade de três usinas nucleares. (Foto: Reuters)

3º LUGAR: ALEMANHA

Em 2009, a Alemanha produziu aproximadamente 26.000 megawatts em energia eólica. A energia eólica representa aproximadamente sete por cento da eletricidade gerada no país. Em 2006, a única e a mais alta turbina eólica do mundo, “a Fuhrländer, turbina eólica Laasow”, foi construída em Brandebourg. Tem aproximadamente 160 metros de altura e seus rotores têm 295 pés de diâmetro. Em abril de 2010, a Alemanha abriu seu primeiro parque de energia eólica offshore (próximo à costa), o Alpha Ventus, no Mar do Norte. Embora o país seja um líder mundial, a estratégia de energia eólica da Alemanha é constantemente debatida entre os críticos, que afirmam que isso é caro e instável por causa dos padrões irregulares de vento do país. Com US$ 30,6 bilhões investidos em 2011, o país possui 61 gigawatts em fontes renováveis, com destaque para a energia solar, na qual é a lider mundial em investimentos.


4º LUGAR: ESPANHA Mesmo com a crise financeira, o país investiu no ano passado US$ 8,6 bilhões, somando 32 gigawatts em fontes renováveis. Cerca de 90% do seu investimento foram direcionados para a energia solar.Com uma capacidade instalada de 19.740 megawatts, a Espanha está no quarto lugar entre os melhores países em produção de energia eólica do mundo. Em 2009, a eletricidade produzida pela energia eólica ultrapassou o carvão como uma fonte de energia. Naquele ano, a energia eólica contribuiu com cerca de 14% da demanda de eletricidade do país. Para manter seu objetivo de produzir 15% da demanda de eletricidade nacional a partir da energia eólica, a Espanha precisa de um plano bem feito e estratégico.

5º LUGAR: ITÁLIA Em 1999, o governo italiano planejou instalar 2.500 megawatts de capacidade de energia eólica em 2010. A Itália ultrapassou esse objetivo em 2007 e, em 2009, produziu 4.850 megawatts de energia eólica, ajudados pelas tarifas “feed-in” mais generosas do planeta. Mas a energia “verde” na Itália talvez não seja tão limpa quanto parece. Os promotores de justiça antimáfia acusaram oficiais e gangs do crime de corrupção com relação à construção e à venda de estações de energia eólica. Ainda assim, a Itália investiu US$ 28 bilhões em 2011, com grande parte desses recursos destinados para a energia solar, seguida da energia eólica e hoje conta com 28gigawatts de geração instalada.

6º LUGAR: JAPÃO Após o desastre nuclear de Fukushima, o governo redirecionou os investimentos para a energia limpa, com US$ 8,6 bilhões no ano passado, quase em sua totalidade empregados para obtenção de energia solar. Sua capacidade armazenada de geração de fontes renováveis de energia é de 25 gigawatts.

7º LUGAR: ÍNDIA

O desenvolvimento da energia eólica na Índia começou nos anos 90. O subcontinente é relativamente um recémchegado à indústria, mas já se tornou o quinto maior mercado de energia eólica do mundo. Em 2009, a Índia produziu 10.925 megawatts de energia eólica. A energia eólica representa 1,6% da eletricidade do país. O desempenho crescente das turbinas transformou a energia eólica na opção favorita para o aumento da capacidade. A Associação Indiana de Energia Eólica estima que a capacidade de geração de eletricidade pode chegar aos 65.000 megawatts. Após a China, é o grande destaque entre os países em desenvolvimento. Com US$ 10,2 bilhões investidos em 2011, resultando em 22 gigawatts de fontes renováveis, o país, de 2010 para 2011, aumentou seus investimentos no setor em 54%, e a tendência é de crescimento, impulsionada por investimentos na energia solar.


8º LUGAR: FRANÇA Dentro do grupo do G20, a França teve o quinto maior crescimento nos investimentos em energia limpa, de 2010 para 2011. Foram US$ 5 bilhões ano passado, resultando em 18 gigawatts em fontes renováveis.Apesar do potencial crescente de energia eólica e de uma capacidade de 4.492 megawatts em 2009, a França enfrenta diversos problemas a respeito da instalação de energia eólica, devido principalmente a conexões de redes inadequadas e zonas de proteção onde as turbinas eólicas são proibidas. Ainda assim, a Associação Francesa de energia “Syndicatdes Energies Renouvelables” estima que o país possa atender até 20% de sua demanda de energia a partir de fontes renováveis. A França tem o potencial para construir 12 vezes sua capacidade atual de energia eólica, mas os custos elevados são o obstáculo maior.

9º LUGAR: BRASIL De acordo com o relatório, o país teve um progresso nítido no setor de energia limpa, aumentando 15% em 2011 e chegando a 8 bilhões de dólares. São 15 gigawatts de capacidade instalada de energia limpa, o que lhe garante o destaque como líder mundial no setor da bioenergia e da produção do biodiesel. O país tem o terceiro maior crescimento em capacidade instalada dos últimos cinco anos.

10º LUGAR: REINO UNIDO Em janeiro de 2010, a capacidade instalada de energia eólica no Reino Unido ultrapassou 4.000 megawatts. Depois da biomassa, o vento é a segunda maior fonte de energia renovável do país. O Reino Unido tem tanto estações de energia eólica terrestre quanto offshore. Com seu terceiro ciclo de instalações de estações de energia eólica offshore, a Grã-Bretanha espera aumentar sua potência para 29.000 megawatts até 2020, a um custo em torno de 159 bilhões de dólares. Em 2011, com boa parte dos US$ 9,4 bilhões de investimentos na energia eólica, o Reino Unido quer chegar em 2020 com, no mínimo, 15% de sua demanda energética abastecida com energia limpa, ampliando os 10,7 gigawatts do momento. ano 01 . edição extra


10

Crédito fotos: Sxc.hu

Energia Eólica

meio sustentável

.

Rio Grande do Sul

NO BRASIL A energia eólica no país teve seu primeiro indício em 1992, com o início da operação comercial do primeiro aerogerador instalado no Brasil, que foi resultado de uma parceria entre o Centro Brasileiro de Energia Eólica (CBEE) e a Companhia Energética de Pernambuco (CELPE), por meio de financiamento do Instituto de Pesquisas Dinamarquês Folkecenter. Essa turbina eólica, de 225 kW, foi a primeira a entrar em operação comercial na América do Sul, em 1992, localizada no arquipélago de Fernando de Noronha (Pernambuco). Durante os dez anos seguintes, porém, pouco se avançou na consolidação da energia eólica como alternativa de geração de energia elétrica no país, em parte, pela falta de políticas, mas, principalmente, pelo alto custo da tecnologia. Durante a crise energética de 2001, houve


realizados e do mercado livre, ao final de 2012, o Brasil já possuía 108 parques eólicos, que totalizam 2,5 GW de capacidade instalada. Em janeiro de 2014, a capacidade instalada dos parques eólicos em operação comercial no Brasil foi de 2.211 MW, 20% maior que a capacidade registrada no mesmo mês do ano anterior, de 1.841 MW. Já a geração total dessas usinas foi de 763 MW médios contra 612MW médios em janeiro de 2013, o que significou salto de 25%. A geração média no início do ano correspondeu a 35% da capacidade instalada, o que coloca o Brasil, em termos de fator de capacidade, em patamar superior ao de países com maior potencial de geração eólica. Em 2012 os valores médios verificados para a China, Estados Unidos e Espanha, por exemplo, foram 18%, 33% e 24%, respectivamente. Os dados constam da segunda edição do Boletim das Usinas Eólicas, divulgado mensalmente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. Conforme a Abeeólica, as perspectivas para o final de 2017 indicam 8,7 GW de energia eólica em operação na matriz elétrica brasileira.

a tentativa de incentivar a contratação de empreendimentos de geração de energia eólica no país. Criou-se, então, o Programa Emergencial de Energia Eólica – PROEÓLICA. Esse programa tinha como objetivo a contratação de 1.050 MW de projetos de energia eólica até dezembro de 2003. Já se falava, então, da complementaridade sazonal do regime de ventos com os fluxos hidrológicos nos reservatórios hidrelétricos. Esse programa, no entanto, não obteve resultados, e foi substituído pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica, o PROINFA. Além de incentivar o desenvolvimento das fontes renováveis na matriz energética, o PROINFA abriu caminho para a fixação da indústria de componentes e turbinas eólicas no país.No final de 2009 ocorreu o Segundo Leilão de Energia Reserva (LER), que foi o primeiro leilão de comercialização de energia voltado exclusivamente para a fonte eólica. Além do PROINFA e dos leilões, a fonte eólica também comercializa sua energia, em uma escala menor, no Mercado Livre, onde as condições contratuais são livremente negociadas entre as contrapartes. Como resultado do PROINFA, dos leilões

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RANKING 2014 ESTADO

CAPACIDADE INSTALADA MW

QUANTIDADE DE USINAS

GERAÇÃO MWMED

FATOR DE CAPACIDADE MÉDIO

Ceará Rio Grane do Sul Rio Grande do Norte Bahia Santa Catarina Paraíba Sergipe Rio de Janeiro Pernambuco Piauí Paraná

673 489 421 233 222 59 35 28 21 18 12

20 17 13 8 10 12 1 1 5 1 2

288 110 166 105 42 18 6 12 8 7 2

0,43 0,22 0,39 0,45 0,19 0,29 0,19 0,42 0,37 0,39 0,16

Total

2.211

90

763

0,35

Número de usinas eólicas, a capacidade instalada, a geração e o fator de capacidade médio, por unidade federativa, no mês de Janeiro de 2014. Fonte: CCEE - Março 2014 - Boletim das Usinas Eólicas - www.ccee.org.br

Usinas Instaladas no Brasil: 148 Capacidade instalada (GW): 3,6 Redução de Co2 (T/ano): 3.095.574 01 . edição extra Fontes: www.portalabeeolica.org.brano - www.ccee.org.br


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Crédito fotos: Hermínio Nunes

Energia Eólica UM PANORAMA DO RIO GRANDE DO SUL meio sustentável

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Rio Grande do Sul

O Brasil é o país com maior potencial de geração de energia eólica do mundo: 143gigawatts (GW) com ventos médios de 7m/s, a 50m de altura. O Rio Grande do Sul desponta entre os estados brasileiros com maior potencialidade de exploração dessa energia renovável, podendo gerar 15,8GW a 50m e 115GW a 100m – altura mais usual nas novas instalações. Hoje nosso Estado já responde por 22% da produção nacional de energia eólica, tendo como principais regiões produtoras o Litoral Norte, a Metade Sul e o Oeste do Estado. No período 2009-2013, dez Leilões de Energia Elétrica contemplaram a Energia Eólica. Como resultado, 11.739,3 MW de energia eólica foram contratados no Brasil, sendo 1.750,9 MW (14,9%) referentes a usinas localizadas em solo gaúcho 2009 (10,3% do Brasil), 2010 (12%), 2011 (25,3%), 2012 (9,9%) e 2013 (11,9%).


Os investimentos contratados nessas novas usinas eólicas no período mencionado, a serem executados até 1º de maio de 2018, são da ordem de R$ 49 bilhões para o Brasil sendo R$ 7,3 bilhões no RS.As regiões diretamente atingidas são: Chuí e Santa Vitória do Palmar (R$ 3,2 bilhões); Rio Grande (R$ 953 milhões); Santana do Livramento (R$ 950 milhões); Litoral Norte e Viamão (R$ 3,3bilhões); De acordo com Marco Franceschi, diretor de Infraestrutura e Energias da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), o Rio Grande do Sul já conta com a produção de 598 megawatts (MW), instalados em 21 parques eólicos, e reúne condições atrativas para a instalação de empresas fabricantes de máquinas e equipamentos dessa cadeia produtiva. Ele também vê condições favoráveis para prestadores de serviços especializados (engenharia, logística, montagem e manutenção). “Consequentemente, há oportunidade para geração de empregos qualificados, adensamento de conteúdo tecnológico

no tecido econômico gaúcho e impacto positivo na agregação tecnológica, geração de renda e poder de consumo da economia gaúcha”, relata. Nos leilões de 17 e 18 de agosto de 2011 (A-3 e Reserva), foram contemplados, para a Eletrosul, 402MW para a Região de Santa Vitória do Palmar e Chuí e outros 104,4MW para Rio Grande (Cassino), o que antecipou a necessidade da construção de uma Linha de Transmissão em 525 KW a partir de Santa Vitória do Palmar, passando pela futura SE Povo Novo, em Rio Grande, até a Subestação Nova Santa Rita, com custo de R$ 700milhões, a qual viabilizará o escoamento da energia gerada por estes e por futuros parques eólicos que venham a ser instalados no extremo sul do Estado. Conforme projeção da AGDI, até 2018 estarão em atividade no Rio Grande do Sul 89 parques eólicos. Eles terão uma capacidade total de geração de 2005,9MW, com investimentos de R$8,4 bilhões.

13

ano 01 . ediçã o extra


POTÊNCIA EÓLICA INSTALADA, NO RS, EM 24 DE MARÇO DE 2014 PARQUE EÓLICO

14

Tramandaí 2 Osório 2 Sangradouro 2 Palmares 2 Índios 2 Fazenda Rosário 3 3 Fazenda Rosário 3 Cerro Chato I 3 Cerro Chato II 3 Cerro Chato III 3 Cerro Chato IV 4 Sangradouro 2 3 Sangradouro 3 3 Osório 2 3 Osório 3 4 Fazenda Rosário 2 5 Atlântica I 4 Atlântica II 4 Atlântica IV 4 Atlântica V 5 Cerro dos Trindade 6 RS Brasil RS - Potência que deverá estar instalada em 01/05/2018 RS - Potência a ser instalada entre 25/03/14 e 01/05/2018

POTÊNCIA (MW)

PROPRIETÁRIO

MUNICÍPIO

ENTRADA EM OPERAÇÃO 1

70 50 50 8 50 14 8 30 30 30 10 26 24 24 26 20 30 30 30 30 8 598 2.389,6

EDP Renováveis Ventos do Sul Energia S/A Ventos do Sul Energia S/A Parques Eólicos Palmares S/A Ventos do Sul Energia S/A Parques Eólicos Palmares S/A Parques Eólicos Palmares S/A Eólica Cerro Chato I S/A Eólica Cerro Chato II S/A Eólica Cerro Chato III S/A Eólica Cerro Chato III S/A Ventos da Lagoa S.A Ventos da Lagoa S.A Ventos do Litoral Energia S.A Ventos do Litoral Energia S.A Parques Eólicos Palmares S.A CPFL Renováveis CPFL Renováveis CPFL Renováveis CPFL Renováveis Eletrosul RS/BR 25%

Tramandaí Osório Osório Palmares do Sul Osório Palmares do Sul Palmares do Sul Santana do Livramento Santana do Livramento Santana do Livramento Santana do Livramento Osório Osório Osório Osório Palmares do Sul Palmares do Sul Palmares do Sul Palmares do Sul Palmares do Sul Santana do Livramento

23/05/2011 28/06/2006 13/09/2006 22/12/2010 13/12/2006 30/06/2011 30/06/2011 06/01/2012 20/09/2011 07/06/2011 março/2014 02/10/2012 22/05/2012 20/12/2012 15/02/2013 27/03/2013 19/02/2014 01/03/2014 março/2014 14/11/2013 dez/2013

2.005,9 R$ 5,9 bilhões (68 parques eólicos)

1.407,9

Fonte: AGDI a partir dos dados brutos da ANEEL e Empresas 1 Parques Eólicos do PROINFA 3 2ºLER, 4 2ºLFA, 5 3ºLER, 6 12ºLEN A-3

2

SITUAÇÃO DOS PARQUES EÓLICOS

INVESTIDOR

Edp Renováveis Elecnor/Enerfin Eletrosul CPFL Renováveis Oleoplan Santander Odebrecht CEEE Atlantic Honda

CONTRATAÇÃO DA ENERGIA PROINFA PROINFA Leilões Leilões Leilões Leilões Leilões Leilões Leilões Leilões Autoprodução

Total Fonte: AGDI, em 24/03/2014

TOTAL ATÉ 2018

EM OPERAÇÃO

EM CONSTUÇÃO A CONSTRUIR nº de (MW) parques

nº de parques

Potência contratada (MW)

nº de parques

(MW)

1 4 17 39 4 3 3 4 3 10 1

70 158 373 820 120 58 69 104 55 152 27

1 4 7 5 4 -

70 158 142 108 120 -

10 34 3 3 4 3 10 1

230,5 712 58 69 104,4 55 152 27

89

2005,9

89

598

68

1407,9


15

PROGRAMAS AMBIENTAIS PREOCUPAÇÃO COM O

Crédito Foto: Shutterstock

MeioAmbiente

Um empreendimento de energia renovável não poderia deixar de lado a preocupação com o meio ambiente, em seus mais diferentes aspectos. Por isso, uma série de programas está em andamento – tudo aprovado e acompanhado de perto pelos órgãos ambientais licenciadores. São eles:

. Gestão e Supervisão Ambiental das Obras . Educação Ambiental (que inclui . . . . . .

Comunicação Social e Capacitação de Trabalhadores) Controle da Erosão do Solo Recuperação de Áreas Degradadas Gestão de Resíduos Prospecção e Salvamento dos Sítios Arqueológicos Proteção e Resgate de Sítios Paleontológicos Monitoramento da Fauna ano 01 . edição extra


Conforme a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), o licenciamento de um parque eólico deve observar,principalmente, a localização da área; A escolha do local para instalação do parque eólico deve conflitar o mínimo possível com o ambiente. Os principais pontos que devem ser observados, segundo a Fepam são: a área, que deve ser seca e não sujeita a inundações; deve-se evitar conflito com a avifauna, áreas prioritárias para conservação, áreas próximas a reservas biológicas, Unidades de Conservação, parques nacionais, parques estaduais, etc; e não deve ser localizada em ambientes de dunas. A Dra. Nelsa Cardoso, paleontóloga da Ephedra Consultoria Ambiental Ltda., empresa que elaborou o Laudo Paleontológico e o Plano de Monitoramento Paleontológico do Complexo Eólico Campos Neutrais, ressalta a importância da realização de estudos ambientais e paleontológicos para a preservação do meio ambiente e conhecimento da história de uma região: “Estudos ambientais são extremamente importantes, pois geram informações de cunho científico, uma vez que é feito o registro de

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Para implantar os parques eólicos, não é necessário desapropriar imóveis. Os aerogeradores ocupam apenas uma pequena área da propriedade e, durante a operação, sua interferência nas atividades da propriedade é praticamente nula. Os proprietários das áreas utilizadas para a instalação dos aerogeradores recebem uma remuneração mensal com base no faturamento da renda da energia produzida nas usinas.

meio sustentável

.

Rio Grande do Sul

toda e qualquer espécie ocupante de um dado lugar, bem como de dados sobre a geologia, topografia, enfim, um diagnóstico dos meios físico e biótico. Esses levantamentos levam ao conhecimento do potencial ambiental da área, o que ajuda a tomar decisões quando da exploração para proteção da fauna e flora, evitando prejudicar o meio ambiente ou o patrimônio cultural do local”. Ela explica que a elaboração do Laudo Paleontológico é baseado em pesquisas bibliográficas, locais e em entrevistas com cientistas. Ele objetiva informar sobre o potencial fossilífero de uma área indicando a presença ou ausência de fósseis no solo/subsolo de determinado local, laudo esse que acompanha os procedimentos de levantamentos ambientais (fauna e flora atuais). Já o Plano de Monitoramento Paleontológico consiste no acompanhamento da empresa à equipe durante as escavações, garantindo, assim, que, se algum fóssil venha a ser encontrado, o paleontólogo presente possa proceder sobre o destino da peça.


COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS

Fonte Foto 01 - http://csm7anoa.pbworks.com Fonte Foto 02 - http://jchistorybrasil.webnode.com.br

HISTÓRIA SANTA VITÓRIA DO PALMAR

01

Localizado cerca de 500 quilômetros ao sul da capital do Rio Grande do Sul, o município de Santa Vitória do Palmar é praticamente um istmo na península do Albardão, isolado pelas lagoas Mangueira e Mirim, de um lado; pelo banhado do Taim, do outro, e banhado pelo mar, ao Leste. Seu território, uma faixa de terra de quase 150km de extensão, é formado basicamente por planícies e por algumas áreas conhecidas como banhados, leves depressões que alagam durante as temporadas de chuva. De acordo com o Censo 2010 do IBGE, Santa Vitória do Palmar tem 30.990 habitantes. As atividades econômicas mais importantes no município são a pecuária bovina de corte, a pecuária ovina de lã e o plantio de arroz, maior responsável pelo desenvolvimento e arrecadação fiscal da cidade. Santa Vitória do Palmar é uma das cinco principais cidades produtoras de arroz do Rio Grande do Sul. Junto com o município de Rio Grande, abriga em seu território a mais importante estação ecológica do Rio Grande do Sul e uma das mais importantes do país, a Estação Ecológica do Taim. Agora, Santa Vitória do Palmar conta também com um dos maiores parques para geração de energia eólica da América Latina: o Complexo Eólico Campos Neutrais.

ORIGEM DO MUNICÍPIO

02

A história do município de Santa Vitória do Palmar começa no ano de 1777, quando portugueses e espanhóis celebraram o Tratado de Santo Ildefonso. Mais de um século antes, porém, quando a ocupação portuguesa no Brasil ia somente até Laguna, em Santa Catarina, foi instalada, mais ao sul do continente, a Colônia de Sacramento. A partir de então, Portugal e Espanha passaram a disputar a posse dessas terras, estrategicamente localizadas entre o Brasil e o Uruguai. A disputa permaneceu por mais de cem anos, período em que a região pertencia ora a Portugal, ora a Espanha, até que finalmente foi firmado o Tratado de Santo Ildefonso. Naquela ocasião, ficou estabelecido que a Colônia de Sacramento passaria . edição ano 01com especial a pertencer a Portugal e que as Missões ficariam a Espanha.


OS CAMPOS NEUTRAIS Entre esses dois territórios, porém, restou uma faixa de terra “sem dono”, que foi chamada de Campos Neutrais - justamente por tratar-se de um local neutro pelo fato de não pertencer nem a Portugal, nem à Espanha. Naquela época, a região era muito utilizada por assaltantes, ladrões de gado, mafiosos e assassinos, procurados no Brasil e Uruguai, que, além de fazerem dessa terra de ninguém como esconderijo, ainda aterrorizavam a população da região. Foi nesse local que se desenvolveu a Povoação de Andréia, vila que ganhou status de município em 1872. Junto com a emancipação, veio a mudança de nome para Santa Vitória do Palmar, um misto de homenagem à Santa Vitória, da qual a Família Andréia – que povoou a cidade – era devota, e de referência à grande quantidade de palmeiras de butiá existentes na região.

UM CEMITÉRIO DE NAVIOS 01

COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS

Fonte Foto 01 - http://eusoudosul1.blogspot.com.br Fonte Foto 02 - http://www.clinicaliteraria.com.br

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São muitas as histórias do banditismo nos Campos Neutrais. Conta-se, por exemplo, que havia grupos especializados no ataque a navios que passavam próximo à costa. Eles agiam de maneira simples: colocavam tochas nos chifres dos bois para simular a existência de faróis sinalizadores, desviando, assim, a rota das embarcações. Como a costa da região é muito perigosa, com traiçoeiros bancos de areia e o mar bastante agitado, os navios acabavam encalhando e, então, eram saqueados. Entre Chuí e Maldonado, no Uruguai, contam-se 60 navios encalhados próximo à costa - uns sucumbiram por terem sido atraídos por saqueadores e outros, por não terem resistido às condições da costa, caracterizada pela presença de bancos de areia e muitas rochas. Entre Chuí e Rio Grande há também inúmeros navios encalhados. Embora se conte que alguns deles estariam carregados com prata e ouro que seguiam das colônias espanholas para a Espanha, até hoje ninguém conseguiu provar isso, não havendo qualquer pista dos tesouros. Mas os navios estão lá. Como são muitos, a região chega a ser apontada como sendo um cemitério de navios.

CIDADE DOS FARÓIS Santa Vitória do Palmar é conhecida como “a cidade dos faróis”. Em toda a sua extensão litorânea - uma das maiores do Rio Grande do Sul - estão distribuídos quatro faróis de sinalização náutica (sem contar um já em ruínas). São eles: Farol do Chuí; Farol do Albardão; Farol Verga e Farol da Sarita. O Farol do Albardão fica a 87 quilômetros da Barra do Chuí, pela beira da praia. A região é deserta, as praias perigosas, mas quem arriscar uma aventura pode fazer um passeio muito bonito, viajando com muito cuidado até o local, aconselhando-se bem sobre as condições do trajeto. Além do Albardão, há ainda o Farol da Sarita, na divisa dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande, a 135 quilômetros da Barra do Chuí, cujo farol também pode ser visitado. Trata-se de um lugar igualmente interessante e de acesso mais fácil, a partir do Chuí. meio sustentável

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Rio Grande do Sul


PONTOS TURÍSTICOS ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAIM

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A mais importante reserva ecológica do Rio Grande do Sul fica a 120km da cidade com acesso direto pela BR 471. São cerca de 33000 ha, em um ecossistema dominantemente pantanoso, com vegetação e fauna típicas. Criada em 1979, a Reserva Ecológica do Taim tem por finalidade a preservação de um grande viveiro natural de animais e vegetais distribuídos em banhados, campos, lagoas, praias arenosas e dunas litorâneas. Na região são encontradas flora e fauna nativas abundantes. Aves aquáticas de numerosas espécies habitam os banhados, além de inúmeras outras espécies de aves migrantes dos frios do sul, destacando-se o cisne do pescoço preto. Lá também são encontradas capivaras, ratões, jacarés, tartarugas, tachá, garça vaqueira, entre outros animais silvestres. 02

LAGOA MIRIM

COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS

Fonte Foto 01 - RESERVA ECOLÓGICA CO TAIM - http://aventuraspelomundo.files.wordpress.com Fonte Foto 02 - LAGOA MIRIM - https://www.flickr.com Fonte Foto 03 - Cedidas pela Prefeitura Municipal de Santa Vitória do Palmar

A Lagoa Mirim margeia a cidade de Santa Vitória do Palmar, fazendo a divisa do Brasil com o Uruguai. É um convite permanente à prática do iatismo esportivo e também suas águas são ideais para a pesca, destacando-se a traíra, o pintado e o peixe-rei. A Lagoa Mirim tem aproximadamente 180 Km de extensão, largura média de 22 Km e largura máxima de 37 Km. Sobre a sua orla está construído o porto local.

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FAROL DA BARRA DO CHUÍ O Farol da Barra do Chuí está situado na desembocadura do Arroio Chuí, no balneário da Barra do Chuí. O farol antigo foi fundado em 1910, logo sendo substituído por um novo obedecendo aos padrões do ano de 1949. Hoje em dia é considerado o farol mais avançado do Brasil. Possui iluminação automática e “Rádio Farol” com alcance de 30 milhas.


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PRAIA DO HERMENEGILDO A 18km de Santa Vitória do Palmar, com estrada na altura do km 238 da BR 471, seguindo 15km de estrada asfaltada, está localizada uma das mais belas praias do litoral sul do país, banhada pelo oceano Atlântico. É o mais popular balneário do município e um tradicional ponto de encontro para uruguaios, argentinos e brasileiros. A praia éprópria para surf, bodyboard, passeios de jipe, pesca e paleontologia. 02

IGREJA MATRIZ Fundada em 19 de dezembro de 1855, simultaneamente à criação da povoação. Construída em estilo eclético-português, apresenta no seu inteiro a imagem da Santa Vitória, trazida da Itália em 1940, e que dá nome à cidade. Está localizada na praça central de Santa Vitória do Palmar.

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COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS

Fonte Fotos - Cedidas pela Prefeitura Municipal de Santa Vitória do Palmar

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THEATRO INDEPENDÊNCIA Um dos mais belos e de melhor acústica do interior do Estado, foi inaugurado em 1930 e sua lotação é de aproximadamente 1.000 lugares entre plateia, camarotes e galerias. Atualmente, em função de suas possibilidades turísticas e culturais, sofre um processo de restauração e reforma visando adequá-lo tecnicamente como sala de espetáculos. meio sustentável

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Rio Grande do Sul


DEPOIMENTOS 01

TARSO GENRO - GOVERNADOR DO ESTADO O Rio Grande do Sul não é mais o mesmo! Voltamos a crescer em patamares superiores ao do Brasil, nosso índice de geração de empregos é recorde e nossas safras aumentam ano a ano. Ao mesmo tempo, recuperamos a capacidade de investir do Estado para dar o suporte necessário para que o setor produtivo siga crescendo. Um ponto chave da nossa política de desenvolvimento é o apoio aos parques eólicos. Criamos linhas especiais de incentivos e não poupamos esforços para ver a energia eólica sendo destaque nos leilões de energia do Governo Federal. Estamos consolidando o Rio Grande do Sul como o estado dos ventos e da produção de energia limpa. Por isso, ver o avanço do Complexo Eólico Campos Neutrais, em Santa Vitória do Palmar, é motivo de orgulho pra mim. O município está mudando e crescendo. É bom para Santa Vitória! É bom para o Rio Grande! E bom para o Brasil! 02

COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS

Crédito foto 01 - Rafael Nemitz Crédito foto 02 - Departamento de Comunicação da Prefeitura de Santa Vitória do Palmar Crédito foto 03 - Marco Franceschi

EDUARDO MORRONE PREFEITO DE SANTA VITÓRIA DO PALMAR A importância do Complexo Eólico Campos Neutrais para Santa Vitória do Palmar, em primeiro lugar, dá-se pela geração de empregos, oportunidades e potencializações de pequenos e médios empreendimentos locais, seja no setor gastronômico, imobiliário, revenda de combustíveis, entre outros. Além disso, o incremento do turismo já é uma realidade aferida nas constantes e cotidianas visitas ao parque em construção, que será o maior da América Latina. O Complexo Eólico Campos Neutrais incrementará renda aos proprietários das áreas atingidas, relacionando-se de forma positiva com esses produtores, pois estão sendo feitas grandes obras de melhorias nas estradas rurais, bem como investimentos em serviços de segurança, reduzindo drasticamente o abigeato nessas regiões. Proporcionará também a reativação da Hidrovia do Mercosul e a construção de um novo aeroporto. Todo esse investimento local irá repercutir no desenvolvimento da região e no estado do Rio Grande do Sul, criando uma cadeia de prestadores de serviços, como a de implementação de fabricas que irão desenvolver peças e componentes a serem utilizadas no complexo. Por fim, para o município, o Complexo Eólico irá reduzir em muito o isolamento geográfico de Santa Vitória do Palmar, pois, com ele, teremos a ligação digital via fibra ótica com o Brasil.

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MARCO FRANCESCHI DIRETOR DE INFRAESTRUTURA E ENERGIAS DA AGDI O Rio Grande do Sul é um dos estados com maior potencialidade de exploração de energia eólica. Os projetos que o estado vem recebendo trarão forte impacto econômico para suas regiões e demandarão profissionais desde o preparo da infraestrutura para circulação das máquinas e movimentação dos equipamentos dentro dos parques eólicos até sua construção. Isso ocupará cerca de 10.000 postos diretos de trabalho durante a construção e outros 2.000 durante a operação dos parques, o que abre também a possibilidade de implantação de fábricas no RS para alimentar a cadeia produtiva de energia eólica, tais como geradores, controladores, inversores, transformadores e nacele (caixa envoltória do gerador completo) bem como para prestadores de serviços especializados (engenharia, logística, montagem e manutenção). Consequentemente, há oportunidade para geração de empregos qualificados, adensamento de conteúdo tecnológico no tecido econômico gaúcho e impacto positivo na agregação tecnológica, na geração de renda e poder de consumo da economia gaúcha. ano 01 . edição extra


COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS LEVARÁ ENERGIA LIMPA E DESENVOLVIMENTO PARA TODO O PAÍS

COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS

Crédito fotos: Hermínio Nunes

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meio sustentável

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Rio Grande do Sul

Do extremo sul do Brasil, vêm os ventos que vão levar energia limpa para o desenvolvimento de todo o País. Isso será feito por meio do Complexo Eólico Campos Neutrais, o maior da América Latina, que está sendo construído nos municípios gaúchos de Santa Vitória do Palmar e Chuí. O Complexo reúne os parques Geribatu, Chuí e Hermenegildo, totalizando uma potência instalada de 583 MW – energia suficiente para suprir o consumo de cerca de 3,3 milhões de habitantes. Para gerar essa energia, serão instalados 302 aerogeradores em uma área de 10.689 hectares – uma obra que vai gerar 8.900 empregos diretos e indiretos e onde serão investidos R$ 2,6 bilhões. Para que a energia gerada no Complexo Eólico Campos Neutrais seja levada ao sistema elétrico, está sendo construído um grande sistema de transmissão por meio da parceria entre a Eletrosul e CEEE. O investimento de R$ 800 milhões vai gerar 2.800 mil empregos diretos e indiretos e inclui três linhas de transmissão (totalizando 468 quilômetros) e três subestações.


VANTAGENS DA ENERGIA EÓLICA

. É complementar a outras fontes de geração de energia; . Gera energia limpa, sem emissão de gases do efeito estufa; . Ajuda na preservação dos recursos hídricos; . Estimula o turismo regional; . Aumenta a arrecadação do município por meio do ICMS.

COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS

VANTAGENS COMPETITIVAS DO RS PARA SETOR DE ENERGIA EÓLICA 1. Segundo o atlas eólico gaúcho, publicado em 2002, o potencial eólico do RS, em terra firme, para ventos maiores ou iguais a 7m/s, medidos à altura de 50metros, é de 15.840MW, o que representa 11% do potencial eólico brasileiro. Para alturas de 100 metros, segundo os mesmos padrões de velocidade, o potencial eólico estimado é de 115.200 MW; 2. Possui boa infraestrutura de redes de transmissão e distribuição de energia elétrica, dentro do território gaúcho, e grande facilidade de conexão nas regiões com maior potencial de ventos implicando em custos menores aos projetos de parques eólicos; 3. Tem boa interligação entre os sistemas elétricos de transmissão da Região Sul e do Sudeste; 4. Dispõem de boa infraestrutura de estradas, portos, aeroportos e telecomunicações, facilitando a logística para instalação de parques nas diversas áreas, com elevado potencial; 5. Desfruta de excelente nível de industrialização, em especial nos segmentos da indústria metal-mecânica, eletro-eletrônico e automação, subfornecedoras desse setor; 6. No solo gaúcho, existem empresas de engenharia, de construção e de consultoria capazes de desenvolver as atividades relacionadas com projetos e instalação de parques eólicos; ano 01 . edição extra


COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS

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OS PARQUES EÓLICOS DO COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS meio sustentável

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Rio Grande do Sul


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Chuí – contará com seis usinas no município de Chuí, totalizando 72 aerogeradores e potência instalada de 144 MW (suficiente para atender ao consumo de cerca de 800 mil habitantes), numa área de 3.269 hectares. Investimento de R$ 800 milhões, com geração de 1.700 empregos diretos e indiretos. Parceria entre a Eletrosul e o Fundo de Investimentos Rio Bravo.

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Hermenegildo – terá 101 aerogeradores, totalizando a potência instalada de 181 MW (suficiente para atender ao consumo de mais de um milhão de habitantes). Vai ocupar uma área de 2.558 hectares no município de Santa Vitória do Palmar. Trata-se de um investimento de R$ 900 milhões, com geração de 1.500 empregos diretos e indiretos, a ser realizado por meio de parceria entre a Eletrosul e Renobrax.

COMPLEXO EÓLICO CAMPOS NEUTRAIS

Foto 01 - Parque Chuí Foto 02 - Praia do Hermenegildo Foto 03 - Parque de Geribatu - Crédito: Hermínio Nunes

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Geribatu – localizado em Santa Vitória do Palmar, terá 129 aerogeradores, totalizando potência instalada de 258 MW (suficiente para atender ao consumo de 1,5 milhão de habitantes), e ocupará uma área de 4.750 hectares. Investimento de R$ 1 bilhão, com geração de 2.100 empregos diretos e indiretos. Parceria entre a Eletrosul e o Fundo de Investimentos Rio Bravo. ano 01 . edição extra


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Crédito fotos:: Camila Rodrigues - Palácio Piratini

OS PARQUES EÓLICOS EM OPERAÇÃO NO RS

meio sustentável

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Rio Grande do Sul

O crescimento mundial de energia eólica e o potencial eólico brasileiro (143GW para ventos acima de 7m/s e altura de 50m) têm apontado para um cenário de grandes perspectivas para o setor. Segundo o atlas eólico gaúcho, publicado em 2002, o potencial eólico do RS, em terra firme, para ventos nas mesmas condições, é de 15,8GW, o que representa 11% do potencial eólico brasileiro - Para alturas de 100 metros o potencial eólico estimado em solo gaúcho é de 115,2 GW. Desde 2012, o Rio Grande do Sul conta com o RS Eólica - Programa Gaúcho de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Energia Eólica. Isso demonstra que o governo estadual está fortemente empenhado em promover a Energia Eólica no RS, tendo-a incluído também na Política Industrial do Estado. Hoje, o Rio Grande do Sul já conta com 598MW instalados em 21 parques eólicos. A projeção da Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) é de que até maio de 2018, o RS terá 2.005,9 MW, instalados em 89 parques eólicos, com investimentos de R$ 8,4 bilhões.


OS PARQUES EÓLICOS DO RS Tramandaí – Localizado no município de Tramandaí, no Litoral Norte, está em operação desde maio/2011. O Parque tem uma potência instalada de 70MWe produção de energia suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes. A estrutura ocupa uma área de 832 hectares e é composta por 31 aerogeradores (de 1,9 a 2,3 MW), com torres de 98 metros de altura e pás de 40 metros. Osório, Sangradouro e Índios – Estes foram os primeiros parques eólicos colocados em operação no Estado. Localizados em Osório, no Litoral Norte, desde 2006 geram 150MW.É a segunda maior usina eólica da América Latina, desde julho de 2012, quando foi superada pelo Complexo Eólico do Alto Sertão I, no sudoeste baiano. As torres do parque podem vistas das autoestradas BR-290 e RS-030 e de praticamente todos os bairros da cidade. Palmares, Fazenda Rosário e Fazenda Rosário 3 – O Parque Eólico Palmares está em operação desde 2010 e atualmente gera 8MW de energia. Está instalado em Palmares do Sul, no Litoral Norte. Já os Parques Fazenda Rosário e Fazenda Rosário 3, também localizados em Palmares do Sul, têm uma potência instalada de 23MW. Cerro Chato I, II, III, IV –O primeiro deles entrou em funcionamento no ano de 2012 e hoje os quatro juntos já têm uma capacidade instalada de 100MW. Essa capacidade é suficiente para atender três vezes a população de Santana do Livramento, onde estão localizados. Osório II, III e Sangradouro II e III – Integram a segunda etapa das atividades dos parques que levam o mesmo nome, em Osório. Os parques Osório II, III e Sangradouro II e III entraram em atividade nos anos de 2012 e 2013 Eles juntos têm uma potência instalada de 100MW. Fazenda Rosário II e Atlântica I, II, IV e V – Esses parques eólicos, juntos, possuem uma potência instalada de 140MW. São os mais recentes a entrarem em atividade – final de 2013 e início de 2014. Estão localizados em Palmares do Sul, no Litoral Norte. Cerro dos Trindade – Em atividade desde dezembro de 2013, integra o complexo Cerro Chato. Tem uma capacidade instalada de 8MW e está localizado em Santana do Livramento.

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ano 01 . edição extra


FotoS 1 e 2 - Complexo Eólico Cerro Chato - Crédito foto: Hermínio Nunes Foto 03 e 04- Ampliação do Complexo Cerro Chato - Crédito foto: Hermínio Nunes

COMPLEXO EÓLICO

Cerro Chato

O Rio Grande do Sul tem se destacado por seu potencial de geração eólica e por isso os investimentos da Eletrosul no setor vão além do Complexo Campos Neutrais. A empresa, que tem concentrado suas prospecções, especialmente, na região mais próxima à fronteira com o Uruguai, é responsável também pelo Complexo Eólico Cerro Chato, em Santana do Livramento. Juntos, os complexos somam um investimento da Eletrosul de R$3,5 bilhões e têm quase 800 megawatts (MW) de capacidade instalada entre os empreendimentos em atividade, implantação e pré-implantação no Estado. Em operação plena desde dezembro de 2011, o Complexo Eólico Cerro Chato (90 MW) foi o primeiro empreendimento da estatal nesse segmento. O complexo está sendo ampliado em 78

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MW com a construção de mais cinco usinas. Duas delas – Cerro dos Trindade (8 MW) e Cerro Chato IV (10 MW) – já estão operando comercialmente e uma terceira usina – Cerro Chato V (12 MW) - opera em testes. As demais – Cerro Chato VI e Ibirapuitã I – deverão ser concluídas até o início do segundo semestre. Estão previstas outras obras de ampliação do Complexo Cerro Chato, com a construção de mais três usinas – Capão do Inglês, Coxilha Seca e Galpões –, licitadas no leilão de energia nova (A-3), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizado em novembro do ano passado, que agregarão mais 48 MW de capacidade instalada. Quando concluída a segunda ampliação, o complexo terá 216 MW de potência.

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ano 01 . edição extra


PARQUES EÓLICOS NO RIO GRANDE DO SUL Geração de Energia Eólica traz oportunidades para o Rio Grande do Sul

Fonte Fotos - http://eolicastrairi.com.br

PROJEÇÃO DE

Investimento meio sustentável

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Rio Grande do Sul

Gerada através dos ventos, a energia eólica provém de uma fonte abundante e limpa. O Rio Grande do Sul está entre os quatro estados brasileiros com maior potencial de exploração dessa energia renovável, juntamente com o Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Conforme a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) e o Sindicato das Empresas de Energia Eólica do RS (Sindieólica-RS), o potencial eólico do Estado é de 15,8GW a 50m, devendo chegar a 115GW a 100m, altura mais usual nas novas instalações. Além de representar uma alternativa limpa para a produção de energia, os parques eólicos também se traduzem em uma oportunidade para o desenvolvimento econômico e social de uma região. O histórico de participação do Rio Grande do Sul em contratações nos leilões de energia,


realizados a partir de 2009, tem ficado na faixa dos 11%, com exceção do ano de 2011, quando o Estado representou 25% dos projetos contratados. “Esta participação de 25% parece estar mais alinhada à representativa do estado em relação ao potencial total do país - estimado em mais de 300MW a 100m”, explica a engenheira química Vivian Sebben Adami, mestre em Engenharia de Produção com especialização Máster em Tecnologia de Pinturas e MBA em Gestão Empresarial. Conforme dados da CEEE e da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), nosso Estado tem mais de 500MW instalados e um total de 1980MW já contratados (instalados e a instalar). Há ainda uma carteira de projetos eólicos prontos ou em desenvolvimento da ordem de 20GW, segundo o Sindieólica. O Plano Decanal de Expansão de Energia 2022, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia, aponta que a taxa média de instalações anuais prevista para o período de 2014 a 2022 é de cerca de 1,5GW, enquanto o cenário elaborado pela ABEEólica considera uma taxa de 2,0GW ao ano a partir de 2016. Vivian pondera que se levarmos em conta este valor base de 2,0GW anuais no país, os cerca de 500MW/ano (25%) estariam teoricamente ao alcance do RS. “Este volume de contratações já seria suficiente para movimentar uma cadeia eólica no estado e contribuiria significativamente para o desenvolvimento socioeconômico de diversas regiões”, argumenta ela. Os benefícios da implantação de uma cadeia

eólica local vão além da criação de empregos e do desenvolvimento industrial e tecnológico. No caso do RS, especificamente, o fortalecimento dos parques eólicos propiciaria um crescimento da região e das comunidades locais, especialmente na Metade Sul. Historicamente menos desenvolvido e com dificuldades na atração de investimentos e indústrias, o sul do Estado também seria favorecido com a instalação dos parques eólicos por meio do arrendamento de terras. Os aerogeradores ocupam apenas uma pequena fração da área, permitindo aos proprietários o uso da terra, além do recebimento pelo aluguel do espaço. São inúmeras as possibilidades que se colocam à frente do Rio Grande do Sul no ramo da geração de energia eólica. Para concretização desses dados e obtenção desses benefícios, há uma série de desafios que exigem a participação conjunta de vários atores: governo, empresas públicas e privadas, universidades, sociedade...

COLABOROU: Vivian Sebben Adami

Graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possui mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especialização Máster em Tecnologia de Pinturas pela Universidade de Barcelona, Espanha e MBA em Gestão Empresarial pela FGV. É doutoranda do curso de Administração da Universidade do Vale dos Sinos.

UM VOLUME ANUAL DE 500MW EM INSTALAÇÕES CORRESPONDE A:

R$ 2,1 BILHÕES

em investimentos na construção do parque, obras civis, elétricas e montagem e aquisição dos aerogeradores;*

R$ 210 MILHÕES

na operação e manutenção do parque, representando aproximadamente 10% do investimento na construção;

7,1 MIL EMPREGOS DIRETOS GERADOS (média anual), sendo 650 na fabricação de

naceles, 1400 na fabricação de pás, 900 na fabricação de torres, 3900 na construção de parques e 250 em operação e manutenção desses parques;**

* valor estimado com base nos últimos leilões – de R$ 4,2 milhões /MW **considerando que a fabricação de todos os componentes seja feita localmente [com base no trabalho de Moana Simas e Sergio Pacca - Energia eólica, geração de empregos e desenvolvimento sustentável (2013)] ano 01 . edição extra

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Crédito Foto: Shutterstock

DO CATA-VENTO AOS AEROGERADORES

meio sustentável

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Rio Grande do Sul

Um aerogerador é um gerador elétrico integrado ao eixo de um cata-vento, que converte energia eólica em energia elétrica. Ele pode ser implantado em terra ou mar, onde a presença de vento é mais regular. Hoje podemos também encontrar conjuntos de aerogeradores constituindo um parque eólico e, com a difusão dessa energia limpa eles acabam se popularizando cada vez mais. Os aerogeradores são necessários para que a produção de energia elétrica torne-se rentável e só são constituídos após estudos de viabilidade econômica e de impacto ambiental. Há muitos séculos, porém, o homem já se valia da utilidade dos aerogeradores para extrair energia através dos ventos.


1931

ano 01 . edição extra

1931

projetados outros modelos mais ambiciosos de 1MW e 5MW. Aparentemente esses projetos não foram concluídos devido à forte concorrência de outras tecnologias, principalmente a tecnologia de combustíveis fósseis que, com o surgimento de novas reservas, tornava-se mais competitiva economicamente contribuindo, assim, para o abandono de projetos ambiciosos de aerogeradores de grande porte. A Segunda Guerra Mundial (19391945) contribuiu para o desenvolvimento dos aerogeradores de médio e grande porte, uma vez que os países em geral empenhavam grandes esforços no sentido de economizar combustíveis fósseis. Após o fim da Segunda Guerra, os combustíveis fósseis voltaram a abundar em todo o cenário mundial. Um estudo econômico na época mostrava que aquele aerogerador não era mais competitivo e, sendo assim, o projeto foi abandonado. Esse projeto foi pioneiro na organização de uma parceria entre a indústria e a universidade, objetivando pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para a geração de energia elétrica através dos ventos. Essa parceria viabilizou o projeto com o maior número de inovações tecnológicas até então posto em funcionamento. O comércio de aerogeradores no mundo desenvolveu-se rapidamente em tecnologia e tamanhos durante os últimos 15 anos. O perfil do crescimento da energia eólica na última década indica perspectivas promissoras para o crescimento da indústria eólica mundial para os próximos anos.

1939

O primeiro registro histórico da utilização da energia eólica para bombeamento de água e moagem de grãos através de cata-ventos é proveniente da Pérsia, por volta de 200 A.C.. Mesmo com baixa eficiência devido a suas características, os cata-ventos primitivos apresentavam vantagens importantes para o desenvolvimento das necessidades básicas de bombeamento d’água ou moagem de grãos, substituindo a força motriz humana ou animal. A introdução dos cata-ventos na Europa deuse, principalmente, no retorno das Cruzadas, há 900 anos. Os cata-ventos foram largamente utilizados e seu desenvolvimento, bem documentado. As máquinas primitivas persistiram até o século XII quando começaram a ser utilizados moinhos de eixo horizontal na Inglaterra, França e Holanda, entre outros países. O início da adaptação dos cata-ventos para geração de energia elétrica teve início no final do século XIX. Em 1888, Charles F. Bruch, um industrial voltado para eletrificação em campo, ergueu na cidade de Cleveland, Ohio, o primeiro cata-vento destinado à geração de energia elétrica. Com o avanço da rede elétrica após a Revolução Industrial, foram feitas várias pesquisas para o aproveitamento da energia eólica em geração de grandes blocos de energia. Enquanto os Estados Unidos estavam difundindo o uso de aerogeradores de pequeno porte nas fazendas e residências rurais isoladas, a Rússia investia na conexão de aerogeradores de médio e grande porte diretamente na rede. Um dos primeiros passos para o desenvolvimento de aerogeradores de grande porte para aplicações elétricas foi dado na Rússia em 1931. O aerogerador Balaclava (assim chamado) era um modelo avançado de 100kW, conectado por uma linha de transmissão de 6,3kV de 30km, a uma usina termelétrica de 20MW. Essa foi a primeira tentativa bem sucedida de se conectar um aerogerador de corrente alternada com uma usina termelétrica. A energia medida foi de 280.000kWh. ano, o que significa um fator médio de utilização de 32%. O gerador e o sistema de controle ficavam no alto da torre de 30 metros de altura, e a rotação era controlada pela variação do ângulo de passo das pás. Após o desenvolvimento desse modelo, foram

APÓS 1945

1888

1114

200 AC

HISTÓRIA E O DESENVOLVIMENTO DOS AEROGERADORES


COMO FUNCIONA UM AEROGERADOR? Um aerogerador é um gerador elétrico integrado ao eixo de um cata-vento, que converte energia eólica em energia elétrica. Ele pode ser implantado em terra ou mar, onde a presença de vento é mais regular. É um equipamento que tem se popularizado rapidamente por ser fonte energia renovável e não poluente. Existem dois tipos básicos de rotores eólicos: os de eixo vertical e os de eixo horizontal. Existem também os aerogeradores de baixa tensão, que se diferenciam dos de alta tensão principalmente por terem tamanho e peso reduzidos em relação a estes. O peso médio de um aerogerador de baixa tensão é de 100Kg. Podemos também encontrar conjuntos de aerogeradores constituindo um parque eólico. Eles são necessários para que a produção de energia elétrica torne-se rentável e só são constituídos após estudos de viabilidade econômica e de impacto ambiental.

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COMPOSIÇÃO BÁSICA: 1. Fundação 2. Conexão com a rede elétrica 3. Torre 4. Escadaria de Acesso 5. Controle de orientação do vento 6. Nacela 7. Gerador 8. Anemômetro 9. Freio 10. Caixa de Câmbio 11. Pá rotora 12. Controle de inclinação da pá 13. Cubo rotor

meio sustentável

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Rio Grande do Sul

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meio sustentรกvel

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Rio Grande do Sul


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