MS 01

Page 1

RIO GRANDE DO SUL . ANO 01 . 1ª EDIÇÃO . OUTUBRO/2013

Sustentabilidade Em busca do equilíbrio do planeta

Desde o surgimento do homem na Terra, há 1,5 milhão de anos, o mundo vem dando sinais do potencial autodestrutivo da própria civilização. Pg 6


2

meio sustentรกvel

.

Rio Grande do Sul


EDITORIAL

A Revista Meio Sustentável nasce da necessidade de divulgar com maior frequência estudos e promover a troca de informações dos setores que envolvem soluções sustentáveis. Divulgaremos inovações tecnológicas e cases, apresentaremos e discutiremos o sistema regulador do setor. Em contrapartida, apresentaremos as dificuldades estruturais e os avanços que precisamos dar com o objetivo de adequar mais rapidamente o desenvolvimento na prática, das ações verdadeiras que nos levarão para o caminho da sustentabilidade. Qualquer ação que houver sejam elas dos governos municipais, estaduais e federal, assim como de entidades de classe, da indústria, do comércio, do meio urbano ou rural estaremos sempre procurando conhecê-las e divulgá-las no sentido de que as mesmas possam ser mutiplicadas para outras comunidades. Desejamos ser uma opção com foco na notícia do setor de modo que possamos interagir com a sociedade divulgando, promovendo o debate e procurando apresentar sempre soluções visando um futuro melhor para nossa sociedade, um futuro em que possamos respeitar mais as pessoas e o seu habitat, o nosso habitat. Todos nós sabemos e sentimos diariamente o conjunto que desumaniza nossas cidades e nossas vidas

no dia a dia. Estamos praticamente sem oportunidade de viver com mais saúde e realizações. Sabemos que toda a estrutura produtiva e econômica nos exige investir mais em energia, obras, comida, transporte, saúde, educação, estradas, telefonia, computadores, enfim, um grande grupo de produtos que devem ser fabricados diariamente com volumes na maioria das vezes sempre crescentes. De qualquer ângulo que analisemos este cenário constatamos que os esforços que fizemos hoje para atender as necessidades de hoje são bem menores daqueles que precisamos praticar todos os dias para evitar a destruição do nosso planeta. Esta Revista Meio Sustentável é um veículo de comunicação que nasce com o propósito de ser mais um agente que contribua para a transformação social e econômica, visando um planeta habitável para as próximas gerações. Agradecemos a todos que nos apoiarem nesta iniciativa, temos convicção que precisamos a cada edição agregar mais protagonistas de modo que se multiplique e se incorpore as ações de sustentabilidade nos processos produtivos e da vida cotidiana de todos nós. Participe nos enviado sugestões e comentários. Boa leitura.

CRIADORA DE MARCAS VOLTADAS AO SEGMENTO DE ENERGIA RENOVÁVEL

INSTITUTO DE INTELIGÊNCIA EM PESQUISA E MERCADOS

Av. Carlos Gomes, 53 sala 504 - B: Auxiliadora - Porto Alegre/RS

www.institutoipem.com.br


15 10

ÍNDICE

ED. 01

14 20 4

31

CAPA

A SUSTENTABILIDADE - Em busca do equilibrio do planeta - Linha do Tempo

PROJETO CER - Projeto Cidade de energia renovável - Prefeituras adotam uma gestão sustentável

CASES DE SUSTENTABILIDADE - Tecnovates mira na energia renovável - Brasken expande portfólio e lança nova linha de plástico verde - Gerdau: proteção ambiental - Higra inova na entrega de produtos certificados

06. SUSTENTABILIDADE NO MEIO RURAL 08. ENERGIA EÓLICA NO RS 10. CIDADES LÍDERES A Revista Meio Sustentável é uma publicação da Editora Meio Sustentável Ltda, Av. Carlos Gomes, 53 – Sala 504, Bairro Auxiliadora, Porto Alegre, CEP 90.480.003 - Site: www.meiosustentavel.com Diretora Geral: Silvana Bergamo Assistente de direção: Juliana Corbellini Textos: Ivan Vieira, Carmem Langaro e Tatiana Brandão Revisão: Roberto Carlos Ribeiro Projeto Gráfico e Design: Bárbara Gurgel Gráfica: Editora Pallotti Cartas a Redação: atendimento@meiosustentavel.com Anúncios: comercial@meiosustentavel.com Revista on line: www.meiosustentavel.com

meio sustentável

.

Rio Grande do Sul

EM SUSTENTABILIDADE 18. CONFERÊNCIA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE 24. RELEASE 28. EVENTOS


Energia renovável para um novo Rio Grande do Sul.

5

ano 01 . 1ª edição


Sustentabilidade Em busca do equilíbrio do planeta

6

No final de setembro, a publicação de um novo documento sobre as mudanças climáticas do planeta, desta vez pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), apontou que as atividades humanas são a causa dominante do aquecimento global. O grupo de trabalho do IPCC compilou provas físicas e pesquisas científicas para concluir que há 95% de chances de serem os humanos os principais responsáveis pelo aumento da temperatura. Na verdade, de acordo com o engenheiro agrônomo gaúcho Ricardo Dourado Furtado, mestre em Ecologia e doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, desde o surgimento do

meio sustentável

.

Rio Grande Porto Alegre/RS do Sul

homem na Terra, há 1,5 milhão de anos, o mundo vem dando sinais do potencial autodestrutivo da própria civilização. Durante sua caminhada, o ser humano utilizou as forças da natureza e desenvolveu tecnologias que facilitassem sua sobrevivência, como o arado, que possibilitou o surgimento da agricultura, a domesticação dos animais, que deu origem à pecuária, a navegação, que intercambiou conhecimentos e matérias-primas entre os continentes, e a exploração dos combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, que movimentaram as máquinas do mundo moderno. Entre muitas civilizações que desapareceram da face da Terra, a cidade de Ur, na Mesopotâmia, a mais antiga da história, citada na Bíblia como a pátria


de Abrahão, segundo os arqueólogos dedicados a pesquisas no local, entrou em colapso devido ao esgotamento dos recursos naturais e ao excesso de resíduos produzido pela população. “Estudos apontam que a falta da noção de sustentabilidade, com populações maiores que a capacidade do sistema em prover energia e alimentos, foi a causa da dizimação das mais diferentes civilizações”, explica Ricardo Furtado. Em nossos dias, a ameaça que paira sobre o planeta são as alterações climáticas, causadas pela utilização dos combustíveis fósseis como fonte de energia predominante. O carbono que deu origem ao petróleo nas profundezas da Terra foi trazido à superfície e agora é o grande causador do aquecimento global.

Com o relatório recém publicado pelo IPCC, a ONU reitera cientificamente que a atmosfera e os oceanos vêm se aquecendo, a quantidade de neve e gelo têm diminuído, o nível global do mar subiu e as concentrações de gases de efeito estufa aumentaram. O desafio de sustentabilidade do homem contemporâneo é reverter o uso irracional dos recursos naturais, substituir a energia de fontes fósseis por renováveis e desenvolver a biotecnologia em favor da produção de alimentos para reduzir a fome no mundo. O desafio é legar às futuras gerações um planeta novamente em equilíbrio. 7

No dia a dia RICARDO DOURADO FURTADO

Desde o surgimento do homem na Terra, há 1,5 milhão de anos, o mundo vem dando sinais do potencial autodestrutivo da própria civilização.

Na medida em que o crescimento populacional aumenta, aumentam também as demandas cotidianas, como produção de alimentos, mobilidade urbana (obras de infraestrutura e meios de transporte), consumo de energia e também acesso à saúde, só para citar algumas das necessidades. Isso tem se tornado um desafio constante e que será maior com o passar do tempo se não tomarmos medidas. A solução está em encontrar modelos de gestão publica e em desenvolver em cada pessoa a consciência que ela pode ser geradora de seu próprio consumo de energia. Com uma consciência coletiva (pública e privada). Como alguns exemplos mostrados nessas páginas.

ano 01 . 1ª edição


Sustentabilidade LINHA DO TEMPO ANOS 1860

1908

1952

1962

Replantio de área da Floresta da Tijuca outrora destinada ao café, pelo Imperador Pedro II. A motivação: erosão e deslizamento das encostas e falta d’água em áreas do Rio de Janeiro.

Realização da Conferência sobre Conservação dos Recursos Naturais nos Estados Unidos. Theodore Roosevelt, que viria a ser presidente na década seguinte, discursa sobre o esgotamento de recursos como carvão, ferro e petróleo, por conta do progresso econômico.

Durante cinco dias de Dezembro, a cidade de Londres permanece sob intenso nevoeiro e poluição, causados pela soma de uma inversão térmica natural no período agravada pela grande emissão de enxofre dos carvões de fábricas e aquecimento doméstico. A fumaça tóxica causa a morte de pelo menos 4 mil pessoas, além de outras 100 mil terem apresentado problema respiratório. O Grande Nevoeiro teve impacto decisivo nas primeiras legislações ambientais do mundo.

Publicação do livro Primavera Silenciosa (Silent Spring), da escritora norte-americana Rachel Carson, que denuncia o desaparecimento dos pássaros nos campos dos Estados Unidos, provocado pela utilização do pesticida DDT na agricultura. É reconhecido por muitos como o principal impulsionador do movimento global sobre o meio ambiente.

1972

1985

1987

1992

Realização da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo. O dia da abertura, 5 de junho, passa a ser comemorado como o Dia Mundial do Meio Ambiente. É criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Cientistas britânicos publicam carta na Revista Nature comunicando a descoberta do buraco na camada de ozônio sobre a Antártida. Nesta década, é formulado pela primeira vez o termo “Sustentabilidade”.

A Noruega publica o relatório Nosso Futuro Comum (Our Common Future), apresentando o conceito de desenvolvimento sustentável como única alternativa para o futuro da humanidade.

Realização da Eco-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), também chamada Rio-92, na qual foram elaboradas a Declaração do Rio e a Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas. É o ponto de partida para o Protocolo de Kioto e a Agenda 21.

meio sustentável

.

Rio Grande do Sul


1993

1995

1997

1999

A ONU realiza a Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, com a participação de 171 Estados, que reafirmam o compromisso com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Realização, em Berlim, na Alemanha, da 1.ª Conferência das Partes na ConvençãoQuadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Realização da 3.ª Conferência das Partes na ConvençãoQuadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Kyoto, no Japão. No Protocolo de Kyoto são fixadas metas concretas: até 2012, os países da União Europeia devem diminuir suas emissões em 8% em comparação ao ano-base de 1990; os Estados Unidos, em 7% e o Japão, em 6%.

Criação do Índice Dow Jones de Sustentabilidade, primeiro índice global que acompanha o desempenho financeiro das companhias líderes em sustentabilidade com papéis negociados na Bolsa de Nova York.

2000

2002

2005

2007

Realização da Cúpula do Milênio da ONU, em Nova York, que define os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio a serem atingidos pelos países membros da ONU até 2015.

É lançada a Agenda 21 Brasileira, com o objetivo de ampliar as discussões relativas à sustentabilidade nacional nos âmbitos estaduais e regionais.

Lançamento do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que acompanha o desempenho financeiro de empresas líderes em sustentabilidade com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo.

O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) publica o quarto relatório de avaliação sobre mudanças climáticas. O IPCC foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com o ex-vice-presidente norte-americano Al Gore.

2009

2012

2013

É instituída no Brasil a Política Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC), que oficializa o compromisso voluntário do país junto à ONU de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, até 2020, entre 36,1% e 38,9% do projetado.

Realização da Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro. O principal objetivo é renovar e reafirmar a participação dos líderes dos países com relação ao desenvolvimento sustentável.

Realização da 19ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 18 a 22 de novembro, em Varsóvia, na Polônia.

Fonte: Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDS (www.cebds.org.br)

ano 01 . 1ª edição


PROJETO CIDADE DE

Energia Renovável Mudar os hábitos de consumo, a partir de uma ideia de que as pessoas podem ser além de consumidoras geradoras de sua própria energia, tanto no cenário doméstico como nas empresas. Essa mudança de paradigma passa pela presença dos municípios, a partir de onde começa todo esse processo de conhecimento e de conduta. Por isso, em 2011, o Instituto de Inteligência em Pesquisa e Mercados (IP&M) desenvolveu e lançou o Projeto Cidade de Energia Renovável, o CER. Segundo Ronei Orsini, diretor executivo do IP&M, é impossível crescer de maneira organizada e eficiente no conceito de sustentabilidade sem ter que preparar o governo municipal para uma gestão sustentável e em conjunto com a mudança cultural de cada habitante da uma cidade. Os fundamentos do CER estão baseados em levar ao município uma consultoria sem ônus para a prefeitura de cada cidade. E com isso orientá-la para um planejamento que prevê a cidade iniciar os primeiros passos estruturais e desenvolver ações legais e práticas visando se tornar uma cidade que utilize de maneira descentralizada as fontes de energia limpa pelos moradores e empresários da cidade.

No momento, o CER está em fase de implantação em cinco municípios gaúchos: Rosário do Sul, Alegrete, Lajeado, Estrela e Eldorado do Sul. A equipe do IP&M reúne profissionais de planejamento estratégico, engenheiro elétrico, técnico em eletricidade, advogado, administrador, socióloga e atua diretamente com um interlocutor do município onde, depois de um diagnóstico inicial, são planejadas as primeiras ações do visando atender os objetivos traçados. Transformar o município em uma Cidade de Energia Renovável é bastante simples. A própria prefeitura contrata os serviços ou compra equipamentos para desenvolver os projetos que inicialmente forem definidos. “O município que desejar aderir ao projeto CER pode procurar o IP&M que prontamente apresentaremos ao prefeito e seus secretários o projeto e caso a governo municipal compreenda que o Projeto CER possa colaborar com a gestão municipal para se tornar uma cidade modelo de energia renovável, iniciaremos o trabalho de consultoria sem ônus para a prefeitura.”


PARCERIAS Além das cinco prefeituras já citadas, o Projeto CER conta com a parceria importante da Univates, que visa desenvolver na sua sede em Lajeado um Centro de Eficiência Energética, com incubadora para troca de tecnologia e captação de empresas para o setor industrial voltado ao desenvolvimento de pesquisa de tecnologias na área de energias renovais. O Projeto CER também conta com o apoio da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) Alegrete, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) e apoio institucional da Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).

METAS O Projeto CER tem como meta para os próximos meses atender a adesão de municípios do Rio Grande do Sul já inscritos e aqueles que irão se inscrever este ano. A inscrições são realizadas através do e.mail: atendimento@institutoipem. com.br . A experiência internacional mostra que o mecanismo adotado pelo projeto gaúcho tem tudo para ser um sucesso em resultados. Conforme o diretor do IP&M, o crescimento que ocorreu no setor em outros países em termos de sustentabilidade aconteceu nos mesmos moldes, “ou seja, cada município se organizando. Aqui não será diferente. Os municípios são a base para o desenvolvimento da cultura da sustentabilidade e onde vão ocorrer os primeiros modelos e iniciativas inovadoras mudando a cultura e comportamento de cada adulto, jovens e crianças.”

TÓPICOS O Projeto CER valoriza o respeito ao meio ambiente, o aumento da qualidade de vida, da saúde e do bem-estar em geral, além do uso racional e eficiente de energia e recursos naturais, criando bairros, áreas e cidades-modelo no Brasil de autossuficiência energética, através do conceito de consumo de energia renovável, com a conscientização dos agentes econômicos públicos e privados e da população urbana e rural.

O PROJETO CER pretende fomentar e difundir

a geração de energia de fontes renováveis no próprio local de consumo, facilitando a todos o acesso através da instalação de equipamentos, programas de conscientização e uso eficiente de energia e dos recursos naturais e assim: • Massificar a oferta de produtos e serviços para instalação de equipamentos de geração de energia renovável e de uso racional e eficiente de recursos naturais; • Promover a geração de emprego e renda; • Promover às comunidades urbanas e rurais, o acesso à energia renovável; • Promover o desenvolvimento econômico e social do município e oportunizar aos gestores públicos uma gestão planejada fundamentada no conceito de sustentabilidade; • Aumentar através da educação nas escolas públicas e privadas através de campanhas públicas, a importância do desenvolvimento local sustentável através da geração e consumo da própria energia como meio de conquistar maior qualidade de vida aos moradores dos municípios e da região onde estão localizados; • Capacitar os municípios através de instrumentos legais que oportunizarão a atração de novas empresas industriais, comerciais e de serviços comprometidas com energia renovável; • Instrumentalizar o município para criar incentivos, políticas e planos específicos aos moradores e empresas, de forma a capacitar e estimular que estes se tornem geradores e consumidores de energia renovável e utilizem os recursos naturais de forma eficiente e racional; • Instrumentalizar o município ao acesso de financiamentos para instalação de equipamentos de energia renovável na iluminação pública, nas escolas, nos hospitais e nos postos de saúde entre outros prédios e instalações públicas; • Capacitar os municípios para apresentar projetos de sua expansão, seja no meio urbano e rural, para criação de bairros e áreas totalmente integrados ao conceito de sustentabilidade; • Oportunizar o uso de energia renovável gerada na própria residência, para alimentar equipamentos domésticos, equipamentos eletrônicos conectados à internet, equipamentos para aquecimento de água e uso sustentável de outros recursos naturais, com base nos princípios do desenvolvimento econômico-social sustentável, promovendo a integração e crescimento da população urbana e rural e dos agentes econômicos e sociais do município e região. ano 01 . 1ª edição


PREFEITURAS ADOTAM UMA GESTÃO SUSTENTÁVEL

12

Buscando desenvolver seus municípios e aumentar a qualidade de vida da população, prefeituras gaúchas assinaram uma carta compromisso com o projeto Cidade de Energia Renováveis (CER) que, por meio do Instituto de Inteligência em Pesquisa e Mercados (IP&M), promove a adoção de políticas e normas públicas, práticas sociais e programas educacionais voltados para a energia renovável, eficiência energética, inovação tecnológica e desenvolvimento socioeconômico sustentável. As cidades de Alegrete, Eldorado do Sul, Estrela, Lajeado e Rosário do Sul assumiram o compromisso de realizarem gestão com o objetivo de implantar leis de incentivo que beneficiem empresas ligadas à produção de energia sustentável e sua cadeia produtiva, normatizar na construção civil benefícios para quem implantar sistemas de sustentabilidade e fazer o planejamento voltado para a defesa do meio ambiente. Como a meta é a fabricação de itens ligados à sustentabilidade, é necessário criar uma cultura que comece por incentivos, para absorver as novas tecnologias, ou seja, impulsionar esse mercado. A ideia é fazer nesses municípios levantamentos

técnicos sobre gastos de energia elétrica nos mais diversos estabelecimentos públicos e elaborar projetos técnicos de eficiência energética com a troca de equipamentos antigos por novos (celo PROCEL) em estabelecimentos públicos sem ônus para as prefeituras. Além disso, reunir informações já existentes sobre a intensidade solar e dos ventos para elaborar pré projetos em parques públicos, praças, pontos de ônibus e táxis, rodoviárias, entre outros, visando a instalação de microusinas de eólica e solar. Com a implantação do CER nas prefeituras espera-se um aumento na geração de emprego e renda para a população e aumento da arrecadação municipal. Também a utilização racional e eficiente de energia e outros recursos naturais, o desenvolvimento socioeconômico sustentável, a redução de até 20% do custo de energia do município, a diversificação do parque industrial, comercial e tecnológico, além do aumento da qualidade de vida, saúde e bem estar da sociedade em geral. As administrações municipais não despendem nenhum recurso financeiro com o documento, apenas com futuros estudos, necessários ao andamento do processo.

AS ADESÕES Rosário do Sul

O prefeito do município de Rosário do Sul, Luiz Henrique Oliveira Antonello, assinou no dia 7 de março a carta compromisso aderindo ao Projeto CER, ao lado do diretor da IP&M, Ronei Orsini, e do então coordenador do Núcleo Estratégico de Projetos da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Jaime Ramis. Rosário do Sul tem mais de 41 mil habitantes e fica próxima a São Gabriel e Cacequi, na beira do Rio Ibicuí.

Alegrete

No dia 24 de abril o prefeito de Alegrete, Erasmo Guterrez Silva, assinou a carta compromisso junto à Famurs e ao IP&M, aderindo ao Projeto CER no município. A cidade, que está situada ao oeste do Estado do RS, a pouco mais de 500 quilômetros de Porto Alegre, possui uma população de aproximadamente 77 mil habitantes. Nos últimos meses, a cidade tem investido em ações de sustentabilidade, como o concurso de coleta seletiva que teve seus vencedores premiados durante a Conferência Municipal do Meio Ambiente, em Julho.

Estrela

No dia 24 de abril o prefeito de Estrela, Carlos Rafael Mallman, assinou a carta de adesão ao CER, assumindo o compromisso de promover ações de sustentabilidade. Uma delas foi a 1ª Conferência Municipal do Meio Ambiente, que discutiu questões relacionadas aos resíduos sólidos, no início de julho. Para o secretário de Meio Ambiente de Estrela, Hilário Eidelwein, é fundamental a participação da sociedade quando se trata de meio ambiente. “Embora o que foi discutido na conferência municipal seja levado para as instâncias estadual e federal, muitas das sugestões podem ser aplicadas já no município, que é o responsável primeiro pela coleta e destinação dos resíduos.” Estrela está situada no Vale do Taquari a aproximadamente 100 quilômetros de Porto Alegre e possui mais de 30 mil habitantes.

meio sustentável

.

Rio Grande do Sul


Lageado

Foi no dia 19 de março que o prefeito de Lajeado, Luis Fernando Schmidt, aderiu ao projeto CER quando assinou a carta compromisso na presença do diretor do Instituto de Inteligência em Pesquisa e Mercados (IP&M), Ronei Orsini, do então presidente da Famurs, Ary Vanazzi (que repassou o cargo em junho deste ano ao prefeito de Santo Ângelo, Valdir Andres), e secretários de governo. Lajeado possui 72 mil habitantes e está situada a 117 quilômetros da capital Porto Alegre. É uma cidade polo do Vale do Taquari. Conforme o prefeito, estudos de custos com energia da cidade e dados relativos à exposição solar e dos ventos já foram apurados e estão sendo preparadas ações em ambientes escolares que incentivem as práticas sustentáveis; além da atração de empresas voltadas à oferta de equipamentos de energia renovável e serviços conexos. Segundo o secretário geral de Governo, Auri Heisser, a ideia é a instalação de energia renovável em algum ponto público do município. “A iniciativa possibilitaria a comparação de custos e a redução do impacto ambiental na área.”

Eldorado do Sul

No dia 12 de março, o prefeito de Eldorado do Sul, Sérgio Munhoz, aderiu ao Projeto CER, na presença do gestor de Captação de Recursos, Joel Cartana e do diretor comercial do IP&M, Ronei Orsini. Primeira cidade a aderir ao projeto, Eldorado mantém duas campanhas em andamento: Plantio de Árvores e Amiguinho Legal. A primeira distribui mudas de árvores para serem plantadas em praças, ruas e órgãos públicos. Em datas especiais, como dia da Árvore, Ação Global e dia Mundial do Meio Ambiente, foram plantadas 710 mudas de árvores nativas em diversos parques e locais do município. Já a Amiguinho Legal tem como objetivo promover a adoção de animais presentes no Canil Municipal.

PREFEITOS OPINAM ERASMO GUTERREZ SILVA

LUIS HENRIQUE ANTONELLO

A questão energética é um desafio ao gestor público de todos os níveis, dos pequenos municípios até à presidência do país. Da mesma forma quanto à gestão dos recursos ambientais. Procuramos em nossa gestão eficientizar o consumo e avançar em políticas de sustentabilidade, ambas as áreas onde o Projeto CER pode contribuir de forma direta. Não tivemos dúvida quando surgiu a oportunidade de aderirmos e estamos direcionando nossos esforços no sentido de tratar esta como uma ação perene. Alegrete está aprendendo, passo a passo, a cuidar mais de sua terra e do seu futuro. Contamos com o Projeto CER para que esse futuro seja cada vez mais renovável.

A implementação de um projeto que visa a sustentabilidade, adequando formas de separação correta de lixos, novas formas de energias sustentáveis, entre outras ações que permitem uma melhor qualidade de vida à comunidade, são de total importância para um município. O projeto CER para Rosário do Sul permitirá o desenvolvimento ambiental e a reeducação da população na forma de tratamento com o lixo, sendo possível um crescimento constante na educação ambiental.

LUIS FERNANDO SCHMIDT

CARLOS RAFAEL MALLMANN

Racionalizar o uso dos recursos ambientais é uma necessidade cada vez maior, seja no dia a dia de cada pessoa, seja nas atividades desenvolvidas por qualquer empresa ou instituição. O poder público tem o dever de estimular ações que caminhem neste sentido, e sempre que possível, dando o exemplo prático com projetos ecologicamente sustentáveis. O projeto CER representa esta ferramenta que permite planejar ações cujo prejuízo ao ambiente natural seja o menor possível, apontando as soluções tecnicamente indicadas para isso. O projeto CER também orienta a captação de recursos nas mais variadas fontes de financiamento e custeio, facilitando o acesso dos gestores públicos às políticas de apoio a sustentabilidade. De quebra, o que não é menos importante, o trabalho desenvolvido pelo projeto CER contribui para potencializar os recursos orçamentários dos municípios, pois significa economia de custeio e maior eficiência nos resultados. Por tudo isso a prefeitura de Lajeado apoia este projeto e reconhece sua importância na busca de um equilíbrio cada vez maior entre desenvolvimento e sustentabilidade.

Algumas propostas apresentadas na Conferência das Cidades têm origem no Projeto Cidade de Energia Sustentável. São ideias inovadoras, possíveis de serem implementadas, contribuindo com a sustentabilidade e com a qualidade de vida dos estrelenses. Entre as propostas está a implantação de um sistema de coleta seletiva do lixo doméstico nos estabelecimentos comerciais e de serviços através de uma iniciativa disponibilizada pelo CER que vai resultar em desconto na taxa de lixo, cobrada pelo município, conforme o volume de lixo entregue pelos proprietários. Outra ação pretende instalar nas escolas do municipais um sistema de aproveitamento e reuso da água visando economia. Também temos a proposta de estudo e implantação de usinas de biomassa em bairros populares, gerando gás e energia elétrica para uso dos próprios moradores. Por fim, o projeto CER sugere encaminhar-se à Câmara de Vereadores a Lei de Incentivo a Construção Sustentável de prédios, casas, e de estabelecimentos comerciais e industriais.

PREFEITO DE ALEGRETE

PREFEITO DE LAGEADO

PREFEITO DE ROSÁRIO DO SUL

PREFEITO DE ESTRELA


SÉRGIO MUNHOZ

PREFEITO DE ELDORADO DO SUL

É muito importante aliar a sustentabilidade em todas as ações desenvolvidas no município. Fazer parte do Projeto CER é um grande passo no objetivo de planejar e construir a cidade que queremos para os nossos filhos. Afinal, é preciso pensar o município em médio e longo prazo para os próximos dez anos.

COOPERAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO DO VALE DO TAQUARI, NO RS

14

Em setembro, a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento(AGDI), o Centro Universitário Univates e o Instituto de Inteligência e Pesquisa e Mercados (IP&M)assinaram termo de cooperação técnica. A parceria prevê apoio na estruturação, no desenvolvimento e na execução de ações de programas e projetos parar atrair investimentos, parceiros, indústrias e também para identificação de programas de financiamento e fomento para a implantação de um polo industrial e de um Centro de Pesquisa em Energias Renováveis, Eficiência Energética e Desenvolvimento Sustentável de Recursos naturais, a ser estabelecido no Tecnovates e na Região do Vale do Taquari, RS.

meio sustentável

.

Rio Grande do Sul

Identificação da foto: da direita para a esquerda: 1. Prof. MS. Carlos Cândido da Silva Cyrne , vice-Reitor e Presidente da FUVATES. Pró-reitor de Pesquisa Extensão e Pós-Graduação. / 2. Prof: M.S. João Carlos Britto-., Pró- Reitor de Desenvolvimento Industrial / 3. Ivan De Pellegrin. Presidente da AGDI Agencia Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento. / 4. Marco Franceschi, Diretor de Energia da AGDI / 5. Ronei Orsini. Diretor do Instituto de Inteligência e Pesquisa e Marketing (IP&M)


PREFEITURA DE ROSÁRIO DO SUL

Gestão Sustentável

PROJETOS SUSTENTÁVEIS

. Coleta seletiva do Lixo Seco - Lixo Orgânico . Legislação de Incentivo a Construção Civil Sustentável . Incentivo aos moradores que se integrarem à Coleta Seletiva . Eficiência Energética nas Escolas e na Sede da Prefeitura (visando economia de energia)

. Campanhas de Educação Ambiental

15

Santa Maria Alegrete Rosário do Sul

www.prefeituraderosario.com.br

Localização BR 290 - 390km de POA - Rua Amaro Souto, 2203 - Centro - (55) 3231.2844

ECONOMIA:

Agricultura, Citricultura, Silvicultura, Pecuária, Extrativismo Mineral

DIFERENCIAIS:

Localização Geográfica, Solo de Qualidade

ATRAÇÃO:

INVESTIMENTOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS Distrito Industrial planejado

São Gabriel

Santana do Livramento Dom Pedrito URUGUAI

Bagé

Rosário - Alegrete: 105km Rosário - Sanatana do Livramento: 100km Rosário - São Gabriel: 62km Rosário - Dom Pedrito: 120km Rosário - Bagé: 142km Rosário - Santa Maria: 124km

ano 01 . 1ª edição


SUSTENTABILIDADE NO MEIO RURAL José Wagner Maciel Kaehler Doutor em Energia, Professor da UNIPAMPA

O uso da energia elétrica representa um indicativo de modernidade e eficiência dos processos produtivos e serviços energéticos de uso final. Diálogos e interações entre os clientes e os concessionários dos serviços públicos de distribuição de energia elétrica que praticamente inexistiam, agora são viabilizados pelas redes de comunicação e informação. Este olhar diferente para o mercado, onde efetivamente o interesse do cliente deve ser levado em conta não somente ao pagar a fatura de energia, mas principalmente nos condicionamentos e oportunidades que surgem no uso adequado e eficiente da energia elétrica, é o que se vislumbra para um futuro próximo. Particularmente, no meio rural a energia responde pela sustentabilidade socioeconômica das pessoas envolvidas. A sua carência resulta

normalmente em prejuízos na maior parte das vezes irrecuperáveis. No entanto, a propriedade rural conta com potenciais, muitas vezes bastante significativos, de exploração dos recursos renováveis, como a biomassa verde, eólica, hidráulica e solar. A situação real hoje destas propriedades, sejam elas dedicadas ao agronegócio ou mesmo àquelas voltadas para a agropecuária familiar, é uma acentuada dependência dos sistemas elétricos de distribuição rural. Sabidamente, os custos de atendimento destes tipos de clientes não se mostram atrativos para o concessionário dos serviços públicos de distribuição de energia elétrica. A dispersão geográfica dos clientes associado às baixas demandas das cargas elétricas, faz com que o atendimento dos mesmos seja encarado como um ônus. Buscando fomentar no mínimo a autonomia energética dos clientes usuários de energia elétrica e servindo como um pressuposto capaz de incentivar a propagação da geração distribuída de energia elétrica o Governo Federal promulgou em 2012 a Resolução Normativa N⁰. 482, estabelecendo as condições gerais para o acesso da micro e mini-geração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, através de um modelo simplificado de compensação dos aportes de energia elétrica. Assim cada vez mais soluções de produção descentralizada de energia elétrica serão propostas e implantadas particularmente naquelas áreas com elevado aporte de recursos renováveis como é o caso das propriedades rurais. Integrar a produção de energia elétrica descentralizada com os serviços energéticos necessários à produção da propriedade, podendo exportar ou compensar os excedentes de energia certamente dará um maior produtividade e competitividade à produção agropastoril. É segundo este enfoque que o Grupo de Pesquisa em Exploração Integrada de Recursos Energéticos - EIRE da UNIPAMPA desenvolve suas ações de ensino, pesquisa e extensão universitária, dando apoio à comunidade na qual se encontra inserido.


PROGRAMA ABC, UMA PRÁTICA SUSTENTÁVEL Neste Brasil de tão grandes dimensões, em que o setor primário tem importância primordial na geração da renda interna, a agropecuária está se esforçando para ser protagonista também na sustentabilidade da atividade econômica e na redução de gases de efeito estufa. O Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono – ABC é a iniciativa do governo federal criada para transformar o meio ambiente rural, contribuindo para o país atingir as metas de protocolos internacionais quanto à redução da fome no mundo, às grandes alterações climáticas e ao aquecimento global. Desenvolvido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com coordenação estadual da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, o Programa ABC é formado por seis práticas agrícolas sustentáveis que introduzem novas tecnologias no campo. Associados às linhas de atuação estão os objetivos de redução das emissões de

Para viabilizar economicamente o programa, o Banco do Brasil oferece linhas de créditos específicas, com taxas de juros subsidiadas de 5% e 15 anos para pagar. carbono no meio rural e as metas de desempenho a serem atingidas nacionalmente. O sistema de plantio direto na palha, por exemplo, pretende ampliar em 8 milhões de hectares a área cultivada, reduzindo em 16 milhões a 20 milhões de toneladas a emissão de CO2. É uma tentativa do Brasil de se enquadrar nas normais internacionais da Convenção do Clima, da qual é signatário. O país tem o compromisso de remover 162 milhões de toneladas de carbono da atmosfera no setor agrícola. Para viabilizar economicamente o programa, o Banco do Brasil oferece linhas de créditos específicas, com taxas de juros subsidiadas de 5% e 15 anos para pagar. Em projetos envolvendo o elemento floresta, a carência é de até oito anos. Em 2012, o BB liberou R$ 250 milhões de reais para o programa, e o valor praticamente dobra a cada ano. Em 2013, somente para o Rio Grande do Sul estão sendo financiados R$ 420 milhões.

RS lidera na Região Sul

Nada menos que 25 instituições compõem o comitê gestor estadual do programa ABC. O engenheiro agrônomo Milton Bernardes, da Secretaria de Agricultura, é seu coordenador. “O Rio Grande do Sul lidera a contratação de recursos na região Sul, em razão de três especificidades”, diz ele. “A primeira se refere à recuperação de pastagens em áreas degradadas. Ao contrário do Cerrado, que exige grandes modificações para desenvolver a pecuária, o Pampa gaúcho, com pequenas melhorias no campo nativo, já permite inclusive a ampliação dos rendimentos, produção e rentabilidade” exemplifica. As outras duas linhas com vocação no Estado são a integração lavoura-pecuária e o sistema de plantio direto. Neste último, as regiões do Planalto e das Missões são consideradas o berço da técnica, pelas características físicas, químicas e biológicas do solo. Para o representante do Ministério da Agricultura no comitê, o engenheiro agrônomo Ricardo Dourado Furtado, o Estado também pode avançar muito na recuperação de pastagens tomadas pelo invasor capim annoni, que não é consumido pelo gado e que hoje ocupa cerca de 1 milhão de hectares, segundo estimativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). “O produtor precisa estar consciente de que a adoção destas técnicas não vai reduzir a renda dele, muito pelo contrário, vai aumentar”, defende ele. “E aumentando a renda, o agricultor cria um ambiente mais sustentável dentro da unidade econômica, financeiramente e ecologicamente”, acrescenta. ano 01 . 1ª edição


Projeto arquitetônico do Tecnovates traz conceitos sustentáveis - Crédito: Reprodução

CASES DE SUSTENTABILIDADE Tecnovates mira na energia renovável Um dos parceiros do Projeto CER, o Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates), em Lajeado, está ampliando sua estrutura com conceitos sustentáveis. Com o objetivo de ampliar os serviços existentes, garantir a preservação do meio ambiente e incentivar as empresas a criarem novos produtos para o mercado, está em construção, em uma área de cinco hectares, a nova estrutura do Parque, que contará com cinco prédios, totalizando 7,5 mil metros quadrados de área construída. O local abrigará laboratórios nas áreas de biologia, biotecnologia e de química de alimentos, tratamento de resíduos da área de alimentos, uma microusina de leite e derivados, espaços para as empresas alocarem seus departamentos de pesquisa e desenvolvimento, e as novas estruturas do Unianálises. Nesse complexo, segundo o diretor administrativo

do Tecnovates, Eloni José Salvi, constará uma cisterna para armazenar água da chuva, que será reaproveitada para a descarga dos vasos sanitários e para a limpeza dos pisos. Além disso, a obra disporá de tratamento de efluentes, que, por meio de um sistema, filtrará a água, que retornará limpa à natureza. Outro diferencial dos prédios é a instalação de brises para que não ocorra incidência direta do sol, ventilação cruzada e paredes com isolamento térmico. Salvi ainda ressalta que o parque ajuda a agregar valor aos produtos, gerando uma cadeia de produção nova na economia regional, com a contratação de mais pessoas, o pagamento de salários melhores, e a conquista de novos mercados. “Espera-se que tenhamos nova dinâmica na economia da região a partir do que está sendo e será feito no Parque Tecnológico”, acrescenta ele, destacando que 80%


Nova estrutura do Parque Tecnológico está em construção no Câmpus Lajeado - Crédito: Tuane Eggers

do Produto Interno Bruto (PIB) do Vale do Taquari provém do agronegócio e, por isso, é importante atrair ao Tecnovates empresas de base tecnológica. Elas estão sendo convidadas a participar, inclusive por meio de editais de apoio financeiro, com o compromisso de desenvolver novos produtos e serviços. Salvi ressalta ainda que mesmo tendo como prioridades as áreas de alimentos e meio ambiente, o Parque não está fechado a propostas e projetos em outros segmentos inovadores. Com foco nas áreas de alimentos e meio ambiente, o Tecnovates está em funcionamento no câmpus da Univates, em Lajeado, desde o ano de 2010. Hoje, as atividades em andamento englobam os laboratórios do Unianálises, Laboratório de Propagação de Plantas, e a incubadora tecnológica Inovates, além de diversos projetos de pesquisa com empresas.

Sem pressão ao Meio Ambiente

CASES de empresas que praticam a sustentabilidade: Tecnovates, Brasken, Gerdau e Higra

Laboratório do Unianálises integram atividades do Parque Crédito: Tuane Eggers

Diretor administrativo do Tecnovates, Eloni José Salvi Crédito: Tuane Eggers

Recentemente, autoridades regionais e estaduais, empresários, representantes de entidades e da Univates estiveram reunidos para discutir oportunidades de negócios em energia renovável, um dos focos de atuação do Tecnovates. “O Parque Tecnológico tem como um dos focos de atuação produtos e serviços ambientais, e a energia renovável encaixa-se perfeitamente, ao prover a energia que precisamos, reduzindo a pressão sobre o meio ambiente, além de diminuir o uso de fontes de energia de origem fóssil, sabidamente mais poluidoras”, comenta o diretor administrativo. Segundo ele, pretende-se criar no Parque um centro de estudos em energias renováveis, ajudando as organizações a viabilizarem a criação da cadeia de produção desses materiais no Vale do Taquari. “No momento que a legislação for favorável, o mercado deverá estar preparado com muitos projetos. A Univates e as demais entidades estão engajadas, e queremos desenhar nossa participação nesse cenário”, salienta. Entre as pesquisas que a instituição possui na área de energias renováveis, estão as de energia proveniente da biomassa e energia fotovoltaica. O setor conta com dissertações desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento, parcerias internacionais e parcerias com empresas, além dos laboratórios da Univates dedicados a estudos de energia proveniente da biomassa.


BRASKEM expande portfólio e lança nova linha de plástico verde

A Braskem está ampliando sua família de resinas plásticas produzidas a partir de matériasprimas renováveis, com o lançamento da nova linha de polietileno verde de baixa densidade (PEBD). A produção anual será de aproximadamente 30 mil toneladas e o produto estará disponível para o mercado a partir de janeiro de 2014. Para viabilizar a produção da nova linha, foram realizados investimentos na interligação das fábricas e alguns equipamentos. Duas tecnologias diferentes serão utilizadas para possibilitar a produção de um portfólio de resinas com diferentes características e que permita atender uma maior variedade de aplicações. O polietileno de baixa densidade é utilizado, principalmente, em embalagens e filmes plásticos. A Braskem já produz o polietileno de origem renovável de alta densidade (PEAD) e o polietileno de baixa densidade linear (PEBDL) em escala industrial desde setembro de 2010. O produto se destaca por ser uma resina termoplástica produzida a partir do etanol de cana-de-açúcar. Possui propriedades idênticas às do polietileno tradicional e, por ser originário de matéria-prima de fontes renováveis, contribui para a redução da emissão dos gases do efeito estufa ao capturar gás carbônico da atmosfera durante o processo de crescimento da cana. O vice-presidente da unidade de Poliolefinas e Renováveis, Luciano Guidolin, afirma que a expansão da linha de produtos verdes reforça o compromisso da Braskem de criar valor para a cadeia produtiva por meio do desenvolvimento sustentável, adotando práticas que visam contribuir para a redução dos gases efeito estufa. “Nós entendemos que o polietileno verde de baixa densidade irá suprir uma necessidade latente por materiais de origem renovável, ao permitir outras aplicações além das já disponíveis com o portfólio atual do Plástico Verde. Com esta capacidade de produção, estaremos prontos para atender parte da demanda mundial da resina”, destaca.


1. PASSADOS TRÊS ANOS, O PROJETO DO PLÁSTICO VERDE ESTÁ CONSOLIDADO? Sim, após três anos podemos ver o crescente interesse do mercado no plástico verde, o que, certamente, reflete o crescente interesse da sociedade em soluções para lidar com emissão de carbono e mudanças climáticas.

O plástico verde é assim chamado pela sua contribuição ao meio ambiente, uma vez que captura 2,5 t de CO2 da atmosfera para cada tonelada de polietileno produzido. Até então, todos os polietilenos eram produzidos a partir de nafta ou gás natural, de origem fóssil. O produto tem aplicação em mercados como os de embalagens sopradas para alimentos e produtos de higiene, embalagens injetadas para utilidades domésticas, indústria de brinquedos e automobilística. Trata-se de um nicho muito valorizado, com forte demanda especialmente em países em que a questão ambiental tem maior relevância, como EUA, Japão e os europeus. Em 2012, em parceria com clientes, a Braskem lançou no mercado novas aplicações do PE Verde com o selo “I’m Green”, que foi aplicado em uma diversificada gama de produtos: saquinhos para hortifruti da Acinplas; frascos de iogurte Activia da Danone; sacolas plásticas dos hipermercados Zaffari; embalagens do protetor solar Sundown, da Johnson & Johnson; sacolas das Lojas Pompéia e estojos escolares da Faber-Castell. Além destas aplicações nacionais, o plástico de origem renovável da Braskem também buscou seu espaço fora do país e foi lançado em embalagens da Coca-Cola nos Estados Unidos; frascos de cosméticos da Procter & Gamble e Channel, na Europa; e fraldas descartáveis da Yuhan-Kimberly na Coréia do Sul.

Entrevista com Milena Tudisco, Gerente de Marketing Estratégico e Desenvolvimento de Negócios da Braskem

2. QUAIS SÃO OS NÚMEROS DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DO PLÁSTICO VERDE? A capacidade produtiva da planta em Triunfo/ RS é de 200.000 toneladas por ano. Dentro desta capacidade, ainda há espaço para novas parcerias entre Braskem e clientes para o desenvolvimento do uso do plástico verde em novos produtos. A partir de 2014, além dos grades das famílias de PEAD (polietileno de alta densidade) e PEBDL (polietileno de baixa densidade linear), disponíveis atualmente no portfólio, estarão disponíveis grades de PEBD (polietileno de baixa densidade), resultantes do ultimo investimento realizado na planta. 3. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SETORES TRANSFORMADORES DO PLÁSTICO VERDE? Hoje o produto é usado em diversos setores e em diversas regiões. Os setores de cosméticos, alimentos, higiene, limpeza e varejo são os que mais usam. 4. HOJE JÁ HÁ CONCORRÊNCIA À RESINA? A Braskem é a única produtora do polietileno vindo de fonte renovável até este momento, porém há outros polímeros vindos de fonte renovável no mundo. Esta categoria de produtos endereça dois importantes aspectos em comum: uso de matériaprima alternativa à matéria-prima fóssil e redução das emissões de carbono ao longo do ciclo de vida do produto. O polietileno verde apresenta a vantagem de apresentar as mesmas características do polietileno convencional, tanto no processo produtivo dos transformadores plásticos quando na reciclabilidade do produto. 5. A BRASKEM ESTÁ DESENVOLVENDO ALGUMA PESQUISA QUE RESULTE EM UMA NOVA MATÉRIA-PRIMA SUSTENTÁVEL? Sim, a Braskem tem equipes focadas em pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias para produção de outros químicos vindos de matériasprimas renováveis. O Brasil apresenta um potencial bastante relevante no mundo para o desenvolvimento desta indústria em termos de disponibilidade de matéria-prima e os processos biotecnológicos devem prover a capacidade para o seu aproveitamento. ano 01 . 1ª edição

21


22

GERDAU

Proteção ambiental como estratégia de negócios

Para a empresa Gerdau, reciclar não é apenas uma iniciativa de proteção ambiental, ela faz parte da sua estratégia de negócios. Por ano, transforma mais de 15 milhões de toneladas de sucata ferrosa em aço, posicionando-a como a maior recicladora da América Latina. A utilização dessa matériaprima reduz o volume de material depositado em locais inadequados e diminui o consumo de energia e de outros recursos naturais no processo produtivo do aço, além de minimizar as emissões de gases formadores do efeito estufa, como o CO2. Além disso, a coleta e o processamento de sucata geram empregos ao longo de uma extensa cadeia de pequenos, médios e grandes empreendedores que se dedicam a essa atividade. Com o objetivo de ampliar ainda mais a coleta de sucata nas regiões onde atua, a Gerdau vem desenvolvendo projetos em parceria com o setor meio sustentável

.

Rio Grande do Sul

público no Brasil, na Colômbia e no Peru para promover a destinação correta de automóveis, caminhões e ônibus fora de circulação. Além de contribuir para o meio ambiente, essas iniciativas desempenham um importante papel socioeconômico, pois reduzem as despesas dos governos com o armazenamento e geram ainda receita pela venda da sucata, além de criar novas oportunidades de trabalho no processamento dessa matéria-prima. Desde 2010, quando o projeto teve início, já foram recicladas 36 mil toneladas de sucata. O compromisso da Gerdau com o meio ambiente se reflete em suas rigorosas práticas nessa área, certificadas pela norma ISO 14.001, que compõe o Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Por meio do SGA, a Companhia monitora todo o ciclo de produção do aço, desde a coleta


Palavra do Presidente ANDRÉ GERDAU JOHANNPETER

Diretor-presidente (CEO) da Gerdau

“Acreditamos que o crescimento da Gerdau está diretamente relacionado com o respeito ao meio ambiente e com o desenvolvimento da cadeia de negócios do aço. Por esse motivo, investimos em mais de 900 projetos sociais e nas mais avançadas tecnologias para minimizar o impacto de nossas operações na natureza.”

da matéria-prima até a entrega do produto final e a destinação de coprodutos. Atualmente, 48 plantas industriais possuem ISO 14.001, o que corresponde a 89% do total. Por meio de investimentos contínuos, melhorias de processos e estudos em parceria com universidades, entidades de pesquisa e empresas, a Gerdau busca alternativas inteligentes e sustentáveis para aplicação de seus coprodutos. Como resultado dessas iniciativas, em 2012, o índice de reaproveitamento desses materiais alcançou 74,8%. Já os sistemas de despoeiramento das plantas da Gerdau captam, com elevado nível de eficiência, as partículas sólidas geradas no processo de produção do aço, que posteriormente Gerdau investe na ampliação e modernização dos sistemas de despoeiramento de usinas no Canadá, na Colômbia e no Chile.

SISTEMA DE GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE

HIGRA inova na entrega de

produtos certificados Quando fundou sua nova empresa, no ano 2000, cinco anos depois de ter vendido a primeira para uma multinacional, ele apostou em três fatoreschave para o negócio: inovação na fabricação de bombas anfíbias e submersas, aeradores e misturadores; talento para ouvir e atender as especificidades dos clientes; e opção total pela busca da sustentabilidade em sua cadeia produtiva. A empresa é a Higra Industrial Ltda, de São Leopoldo, e o empreendedor é Silvino Geremia, diretor de Mercado e Desenvolvimento, responsável por imprimir na gestão diferenciais como a criatividade na busca de soluções para os clientes e bolsa educação de 90% do valor do curso para todos os funcionários, incluindo universidade e pós-graduação. “A Higra tem o maior faturamento por profissional entre as empresas do setor de máquinas no Brasil, e cada um representa cerca de R$ 500 mil, mais que o dobro dos valores de referência nacionais”, informa Geremia. “Educação não é custo, é investimento, e tem retorno garantido”, complementa. Mas a “menina dos olhos” da Higra é o Sistema Integrado de Gestão da Sustentabilidade, conjunto de políticas e práticas que engloba as prerrogativas do desenvolvimento sustentável e certificado pelas normas internacionais ISO 9001 (operações), ISO 14001 (meio ambiente) e OHSAS 18001 (segurança e saúde ocupacional), nos processos da empresa e nos produtos fabricados. O resultado disso é que as bombas, misturadores e aeradores da Higra já saem da linha de montagem cumprindo com as normas e demandas de sustentabilidade dos clientes, sem que estes tenham que investir em adaptações de equipamentos ou processos. “Ações sustentáveis vão além da proteção ambiental e da utilização racional dos recursos naturais”, diz o empresário. “Para um empreendimento humano ser considerado sustentável, é preciso que seja economicamente viável, socialmente justo, ecologicamente correto e culturalmente aceito”, conceitua. ano 01 . 1ª edição

23


24

A Higra não é geradora de passivos ambientais, mas, em seus produtos, busca atender os indicadores de ecoeficiência e também de saúde ocupacional dos operadores das empresas clientes. “Existem casas de bombas em estações tratamento de água que apresentam mais de 100 decibéis de ruído e trabalhadores que não usam protetor auricular. As bombas Higra, mesmo as de grande porte, não ultrapassamos 70 decibéis de ruído”, explica. Outro ponto fundamental é racionalizar as obras necessárias para a operação dos equipamentos Higra nas instalações do cliente. Com o advento das Áreas de Preservação Permanente (APP), a intervenção em barragens, barrancas de rios ou captação de água, entre outras aplicações, são praticamente nulas por lei. As bombas fabricadas pela empresa minimizam a necessidade de obras, correndo sobre trilhos que não impactam o meio ambiente. Em margens de cursos d’água, o uso de bombas submersas reduz em até 90% a necessidade de obras. Na Higra, a eficiência energética é uma preocupação permanente. É um item que impacta significativamente os custos de saneamento e irrigação de lavouras. Segundo Silvino Geremia, as bombas da empresa, em relação a equipamento de outras marcas, chegam a reduzir de 40 a 60% o gasto de energia. No desenvolvimento de equipamentos customizados, voltados a necessidades específicas dos clientes, a empresa utiliza uma tecnologia norteamericana de controle computadorizado, o software Ansys CFX idêntico ao utilizado em empresas de aviação, carros de fórmula 1 e até operações da Nasa. Junto com o Autodesk Inventor, são tecnologias fundamentais para garantir ao equipamento níveis elevados de alto rendimento, performance e eficiência hidroenergética, atingindo até 90% de aproveitamento energético. “Temos tecnologia disponível para reduzir em 30% a potência instalada nas lavouras de arroz do Rio Grande do Sul, sem prejudicar a produtividade dos sistemas de bombeamento”, garante Geremia. “É uma ação que certamente reduziria os gastos com energia na irrigação”, reforça o empresário. A Higra mantém clientes em diversos estados do Brasil, especialmente grandes companhias de saneamento, mineração e celulose. Entre outros prêmios de desempenho, em 2013 a empresa conquistou pela sexta vez o principal troféu destaque concedido pela Associação de Engenheiros da Sabesp, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, por ocasião da maior feira meio sustentável

.

Rio Grande do Sul

de saneamento da América do Sul, a Fenasan. Também neste ano a empresa recebeu o Prêmio Nacional de Inovação Tecnológica, concedido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ministério da Indústria e Comércio e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “São prêmios auditados, ou seja, atribuídos a organizações que efetivamente apresentam os indicadores de desempenho avaliados”, destaca o empresário de São Leopoldo. Com todo este potencial, a Higra está entre as 250 empresas mais crescem no Brasil, na média de 20 a 25%. A novidade para este ano é uma nova linha de bombas para irrigar lavouras de arroz, com alta eficiência energética, que exigiu cerca de dois anos para ser desenvolvida. “Estamos preparados para atingir propriedades rurais de qualquer porte, pequenas médias e grandes”, diz Geremia. O futuro reserva mais inovações para a empresa: investir cada vez mais no desenvolvimento tecnológico de produtos e trabalhar com sistemistas. “Gradualmente estamos migrando para um perfil de montadora, repassando a fabricação para nossos fornecedores”, conclui o empresário.


UM RAIO-X DA EÓLICA NO RS O Brasil é o país com maior potencial de geração de energia eólica do mundo. O potencial brasileiro com ventos médios de 7m/s (medidos com apenas 50m de altura) é de 143GW. O país tem a maior matriz energética do mundo com grande potencial hidrelétrico e eólico, com isso temos a complementariedade entre estas energias, cuja sazonalidade é inversa, com a eólica representando um aumento virtual da capacidade de armazenamento das hidrelétricas, nos mantendo assim com a matriz energética mais limpa do mundo. Leia a seguir a entrevista concedida à Revista Meio Sustentável pelo presidente do Sindicato das Empresas de Energia Eólica do RS (Sindieólica-RS), Ricardo Rosito.

meio sustentável

.

Rio Grande do Sul

25

ano 01 . 1ª edição


ENTREVISTA 1. QUAL A SITUAÇÃO ATUAL DO MERCADO E DE INVESTIMENTOS NO SETOR EÓLICO GAÚCHO? Ricardo Rosito - Infelizmente o estado do RS perdeu espaço nos últimos leilões, 2011 entre 25-30% de participação nos leilões, 2012, 10%; e 2013, 5%. Acabamos perdendo “terreno” em virtude dos licenciamentos Iphan e Fepam, somos o único estado dos grandes competidores, Bahia, Ceara, Piaui, Rio Grande do Norte... que temos licença ambiental vinculada a arquilógica, e isso tem criado dificuldades imensas na formatação dos cronogramas de implantação (atraso na entrada em operação das usinas eólicas). Também existe nos demais estados financiamentos diferenciados para geração de energia eólica por parte dos bancos de fomento estaduais, o que necessitamos equacionar em nosso estado. Cremos que com pequenas medidas que já estão sendo alinhadas com o governo estadual teremos a condição de voltar a crescer nos próximos leilões. 2. QUAIS OS DIFERENCIAIS (SE É QUE EXISTEM) DA INDÚSTRIA EÓLICA GAÚCHA COM AS DEMAIS DO PAÍS E MESMO ESTRANGEIRAS? COMO É A CONCORRÊNCIA ENTRE GAÚCHAS E OUTRAS, POR EXEMPLO, QUANDO SÃO REALIZADOS LEILÕES DE ENERGIA? Ricardo Rosito - Temos uma indústria em desenvolvimento do RS, algumas empresas estrangeiras estão se instalando no Estado e outras estão a espera de novos vencedores de leilão para se estabelecerem. Tendo em vista as empresas exclusivamente gaúchas disputando o leilão, temos poucas, sendo que o restante tem sempre ligação com outro estado ou país.

3. COMO MELHORAR A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA EÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL? Já estamos em conversa com o Governo e o Legislativo para alinhamento destas questões, sendo que os principais pontos são: 1) Maior agilidade e menor custo no licenciamento arqueológico e ambiental, sendo inclusive criada uma equipe técnica dedicada à Eólica na Fepam. 2) Desvincular as licenças de Iphan e Fepam. 3) Financiamento complementar ao do BNDES por agentes do Estado com juros mais competitivos. 4. QUAIS OS MAIORES DESAFIOS PARA O SETOR? Ricardo Rosito - Conseguir em pouco tempo estas e outras melhorias no processo, para que o RS volte a ser um estado competitivo e vencedor nos leilões. 5. QUANTOS SÃO OS PARQUES PRODUTIVOS (CAPACIDADE INSTALADA) E QUAL O VOLUME DE ENERGIA EÓLICA PRODUZIDA NO RS (% DEMANDA ATENDIDA)? Ricardo Rosito - Temos arques já produzindo energia com 460Mw em operação (Osório/ Tramandaí, Santa do Livramento, Palmares do Sul), atendendo a 2% da demanda do Estado. Com os novos parques em construção, a eólica representará 7% da demanda até 2015. 6. PERSPECTIVAS PARA O FUTURO? Ricardo Rosito - Esperamos que com as novas medidas que serão tomadas pelo Governo, com a ajuda do Sindieólica RS, o RS voltará a ser de extrema importância para o Brasil.

Setor eólico gaúcho aberto a investimentos

Na tentativa de não repetir o baixo desempenho apresentado no último leilão de energia eólica do governo federal, em agosto passado, quando ficaram no Estado apenas 80,5 MW dos 1.505 MW negociados, empreendedores e agências de fomento industrial do Rio Grande do Sul prometem juntar esforços e virar o jogo na próxima compra, em novembro de 2013. Com 460 MW de capacidade eólica instalada e operando, o parque gaúcho atende a somente 13% da demanda estimada. Ou seja, o potencial de geração permite ao Estado receber

investimentos de peso no setor. Representantes da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) e o governador Tarso Genro receberam dirigentes do grupo Enerfín, que venceu o leilão e vai investir R$ 300 milhões em quatro novos parques, todos em Palmares do Sul. “Temos diversas regiões com potencial eólico, inclusive há estudos referentes ao tema em locais ainda não explorados”, afirmou o governador, declarando ser apoiador de novos projetos.


O Rio Grande do Sul possui hoje 15 parques eólicos em operação, localizados nas cidades de Osório, Palmares do Sul, Santana do Livramento e Tramandaí. A Usina Cerro Chato, a primeira da Eletrobrás e da Eletrosul a entrar em operação no país, é o único da Metade Sul _ os demais estão no Litoral. Osório é o projeto mais antigo e possui a maior potência instalada: 250 MW distribuídos por sete parques, operados por três empresas diferentes. Vice-líder na geração de energia eólica no Brasil, o Rio Grande do Sul espera ultrapassar o Ceará e assumir a ponta desse ranking nos próximos anos. “Essa é a nossa meta. Nós temos recebido não só diversas consultas, mas já diversos investimentos, que logo anunciaremos”, diz o governador Tarso Genro. Cerca de 40 novos parques deverão operar no Estado num período de cinco anos. A projeção, quando todos os parques projetados estiverem em operação, é que a capacidade de geração eólica no Rio Grande chegue a 1.418 MW. Neste momento, a participação da energia dos ventos na matriz energética gaúcha passará dos atuais 4,5% para algo em torno de 10% até 2017. “A eólica contribui em muito com a qualidade da energia que está sendo gerada, porque ela é uma energia limpa. A geração de CO2 é muito pequena, praticamente zero”, ressalta Marco Franceschi, diretor de infraestrutura da AGDI.

Parques eólicos em operação no RS Município Empreendimento Potência Instalada (MW) Índios 50 Osório 50 Osório 2 24 Osório Osório 3 26 Sangradouro 1 50 Sangradouro 2 26 Sangradouro 3 24 Índios Palmares Osório do Sul Osório 2 Osório 3 Cerro Chato 1 Santana Cerro Chato 2 do Livramento Cerro Chato 3

8 52 14 8 30 30 30

Tramandaí

70

Tramandaí

Parques previstos para operar no Rio Grande do Sul até 2017 Município Empreendimento Potência Instalada (MW) Chuí 1,2,4 e 5 98 Chuí Minuano 1 e 2 46

Osório

Fazenda Rosário 2 Índios 3 Osório 3 Parque Eólico dos Índios

20 22 26 28

Palmares do Sul

Atlântica 1,2,4 e 5 Força 1, 2 e 3 Granja Vargas 1

120 72 28

Rio Grande

Cassino 1,2 e 3 Corredor do Senandes 2,3 e 4 Vento Aragano 1

69 75,6

Cerro Chato 4,5 e 6 Santana do Cerro dos Trindade Livramento Ibirapuitã1

28,8 46 8 24

Santa Vitória do Palmar

Verace 1 a 10

258

Viamão

Pontal 2 Pontal 3

10,8 25,6

Fonte: FEDERASUL

ano 01 . 1ª edição

27


O DIREITO A SERVIÇO DA SUSTENTABILIDADE

28

ÁREAS DO DIREITO

ÁREAS DA INDÚSTRIA

Empresarial

Óleo & gás Recursos Naturais Energias Renováveis

Contratos Joint Ventures

Tributário Financeiro

Fusões Aquisições

Ambiental Saúde Segurança

Comércio Internacional

Contencioso Arbitragem Mediação

Tecnologia

Infraestrutura

Rio de Janeiro - Brasil - +55 21 3550.0600 mma@mmalegal.com.br meio sustentável

.

Rio Grande do Sul

www.mmalegal.com.br


Cerro Chato, Centro nos ventos do Sul de Visitação Depois de três séculos dedicados quase que exclusivamente à pecuária, o Pampa gaúcho acolheu empreendimentos que alteraram sua matriz econômica e sua paisagem. São vinhedos, lavouras de soja e aerogeradores de energia eólica que estão revertendo a estagnação socioeconômica da Metade Sul. Em junho de 2012, em uma das iniciativas mais transformadoras para a região, as controladoras Eletrosul Centrais Elétricas e a WobbenWindpower inauguravam nos campos de Santa do Livramento a primeira usina da companhia Eólica Cerro Chato S/A, composta por três parques produtivos com capacidade de 30 MW cada um, suficiente para atender a uma demanda equivalente a três vezes um município como Livramento, com 82 mil habitantes. Na área total da empresa, de 8 mil hectares situados no distrito de Espinilho, 45 aerogeradores se perfilam junto à fronteira com o Uruguai. A eles se juntarão mais 39, com capacidade instalada de 78 MW, cujos parques estão em obras. Construída com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) do governo federal, a Usina Eólica Cerro Chato – fase 1, 2 e 3 - recebeu um investimento de aproximadamente R$ 440 milhões. Para a Eletrosul, Cerro Chato representou o retorno às operações de geração de energia. “Livramento faz parte do orgulho da Eletrosul, porque foi lá que reassumimos a história da empresa”, afirmou o presidente da estatal, Eurides Mescolotto. A grande aposta da Eletrosul, segundo ele, tem sido no potencial dos ventos do extremo sul do Brasil, onde as condições são excelentes para o aproveitamento da energia eólica. A decisão de investir no Sul foi acertada, revelou Ronaldo dos Santos Custódio diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, pois o Complexo Eólico Cerro Chato tem tido uma produtividade superior à estimada em projeto. “É uma obra grandiosa e que nos orgulha. Está produzindo mais energia, 6,5% acima do projetado, o que mostra a qualidade técnica da engenharia nacional. Orgulho de uma estatal que retoma seu papel de geradora”, comemora.

Simultaneamente ao início das operações dos novos projetos em construção, o Complexo Eólico Cerro Chato inaugurará um centro de visitação criado para ser referência na adoção de tecnologias sustentáveis. Além de soluções de eficiência energética aplicadas à arquitetura, a edificação agregará um sistema híbrido de geração de energia (eólico e solar), composto por painéis fotovoltaicos e um aerogerador de aproximadamente 10 metros de altura. Com investimento previsto de R$ 800 mil, o local terá sala de exposições de fotos e vídeos, maquetes do complexo eólico e auditório. Contemplará também reservatórios para água potável e captação da água de chuva, coletores solares para aquecimento da água e um telhado “verde”, conhecido como teto jardim, que ajudará no isolamento térmico. A estimativa é de que o espaço entre em funcionamento em 2014. O objetivo do Complexo Cerro Chato é obter a certificação em eficiência energética para o novo centro de visitação, segundo os critérios do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). A Eletrosul já obteve a etiqueta A de eficiência energética para a Casa Eficiente, que fica junto à sua sede, em Florianópolis, e para o prédio do setor de manutenção da subestação de energia elétrica de Campos Novos, em Santa Catarina.

ano 01 . 1ª edição

29



CIDADES LÍDERES EM SUSTENTABILIDADE Grupos de cidades líderes

O Grupo de Cidades Líderes pelo Clima (C40) e a Siemens anunciaram os centros urbanos reconhecidos pelo prêmio Leadership Awards. A competição valoriza municípios ao redor do mundo que demonstram, por meio de projetos, excelência em sustentabilidade urbana e liderança na luta contra as mudanças climáticas. As cidades com projetos reconhecidos são: BOGOTÁ: Transportes Urbanos A capital da Colômbia levou o prêmio de transporte urbano por conta do sistema Bus Rapid Transit (BRT), lançado em 2000. Circulam nos seus ônibus mais de 70% da população da cidade (7,1 milhões de pessoas). Entre as metas futuras do projeto destacam-se a substituição da frota abastecida a diesel por ônibus híbridos e elétricos, além de novas linhas e integração ampliada com o metrô. MELBOURNE: Construções eficientes Melbourne, na Austrália, venceu na categoria Construções Eficientes, devido ao seu programa de construções sustentáveis que oferece financiamento aos gerentes e proprietários que utilizam práticas de economia de energia e água nas edificações. COPENHAGUE: Plano de redução de emissões Mundialmente conhecida como a “cidade das bicicletas”, a capital dinamarquesa tem um ambicioso plano climático que pretende tornar a cidade completamente neutra em carbono até 2025. Se for bem sucedida e reduzir as emissões de 400 mil toneladas, Copenhague será a primeira capital neutra de carbono no mundo. CIDADE DO MÉXICO: Qualidade do Ar A capital mexicana pode não ser a primeira cidade que vem à sua cabeça quando pensa sobre ar limpo, até porque já foi considerada a mais poluída do mundo, contudo, um programa cortou drasticamente as emissões de CO2 e poluição do ar nos últimos 20 anos, com medidas que vão desde a redução de emissões de veículos à contenção da

expansão urbana. É a prova de que um plano sólido pode melhorar significativamente a qualidade do ar. MUNIQUE: Energia Limpa Munique recebeu o prêmio Green Energy para a sua iniciativa que busca suprir a cidade com 100% de fontes renováveis de energia até 2025. Até agora, o centro urbano alemão já atingiu 37%, sendo que a meta para 2015 é alcançar 80%, graças aos projetos eólicos previstos. NOVA YORK : Adaptação e Resiliência Nova York, que sofreu com os efeitos da supertempestade Sandy, venceu na categoria Adaptação e Resiliência devido ao seu plano de ação (orçado em US$ 20 bilhões) que consiste em 250 ambiciosas iniciativas de resiliência de infraestrutura por meio de uma série de áreas, incluindo transporte, telecomunicações, parques, seguros e edifícios. SÃO FRANCISCO : Gestão de Resíduos A cidade norte-americana levou o prêmio de Gestão de Resíduos em razão de um programa de desperdício zero, criado há 11 anos, que recicla 80% do lixo enviado para aterros. Em 2020, São Francisco espera chegar a 100%, uma meta que parece bastante possível. O sucesso do projeto se deve vários fatores: a uma lei severa que obriga todo cidadão a fazer triagem do lixo; a metas rígidas para a empresa que faz a coleta, como, por exemplo, recolher um volume mínimo de lixo; e a um incentivo financeiro para quem separa corretamente o que joga fora. CINGAPURA: Infraestrutura Inteligente Cingapura foi reconhecida devido ao seu Sistema de Transporte Inteligente, que é composto por dados de tráfego em tempo real, táxis equipados com GPS e até um mecanismo eletrônico de coleta de pedágio. O resultado: Cingapura tem taxas de congestionamento mais baixas do que a maioria das cidades. TÓQUIO: Economia e Finanças A capital do Japão venceu na categoria Finanças ano 01 . 1ª edição

31


e Desenvolvimento Econômico por conta do lançamento do primeiro sistema de cap and trade do mundo, lançado em 2010. Hoje, a iniciativa conta com 1.100 instalações participantes, que reduziram as emissões em um total de 13% na cidade e impediram a liberação de mais de 7 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. REYKJAVIK (ISLÂNDIA):Energia Limpa Há mais de 50 anos a Islândia tem se empenhado em diminuir sua dependência de combustíveis fósseis e ter o abastecimento da cidade a partir de fontes de energias renováveis. Hoje, sua capital é 100% abastecida por energia limpa e de baixo custo. Parte dos veículos da cidade já são movidos a hidrogênio e pretendem se tornar a “economia do hidrogênio” em algumas décadas. Pela localização geológica privilegiada, a energia geotérmica gera eletricidade e aquecimento a mais de 95% dos edifícios da cidade. Foram reduzidas as emissões de CO2, entre 1944 e 2006, em até 110 milhões de toneladas, evitando o lançamento de até 4 milhões de toneladas do gás por ano. MALMO: Energia Eólica e Biogás A construção da comunidade de Western Harbour, na Suécia, utiliza 100% de energia renovável, produzida localmente por diversas fontes. O arranha-céu “Residencial Turning Torso”, estrutura pioneira de 190 metros, uma das mais

altas da Europa, depende totalmente de fontes renováveis de energia. A energia eólica fornece parte da eletricidade. Os painéis solares fornecem o aquecimento e células fotovoltaicas também fornecem a eletricidade. O biogás é produzido do lixo orgânico pelos trituradores de alimentos. Coletores solares nos edifícios fornecem aquecimento. Bomba de calor conectada subterraneamente no aquífero. A água é utilizada para fornecer calor no inverno e arrefecimento no verão. A cidade também recicla 70% do seu lixo. RHIZAO: Aquecimento Solar Rizhao City, na China, significa cidade do sol nascente e é conhecida pela sua sustentabilidade e seus aquecedores solares de água em todas as novas construções. O movimento iniciou em 1990. Em 2007, 99% dos lares no Centro de Rizhao já usavam aquecedores solares de água, e a maioria das luminárias de iluminação pública e sinais de transito eram supridos por energia fotovoltaica. Nos subúrbios e vilas, mais de 30% das habitações utilizam aquecedores solares e possuem equipamentos para cozinhar alimentados por energia solar. A difusão do uso da energia solar reduziu o uso de carvão e o uso da eletricidade em 348 milhões de kw/h/ano. Redução de 53 mil toneladas de CO2. Fonte: www.ecodesenvolvimento.org

Uma Ideia que vem da Inglaterra O hotel Crowne Plaza Copenhagen Towers, na Inglaterra, – considerado um dos mais “verdes” do mundo – está apostando em seus hóspedes para criar energia sustentável. Aqueles que optarem por se hospedar em um dos 366 quartos do hotel recebem um incentivo para pedalar em bicicletas específicas para a geração de energia e colaborar com um mundo mais sustentável. Para calcular a energia gerada pelos dos hóspedes, as bicicletas foram equipadas com iPhones. E como forma de recompensa pelo esforço de seus hóspedes, o hotel oferece uma refeição gratuita para todos aqueles que gerarem 10 watts ou mais. A ação faz parte de um projeto piloto que deve se estender pelo período de um ano e que, se tiver

sucesso, poderá ser implementado nas 21 unidades do Crowne Plaza na Inglaterra. Calcula-se que hora de pedalada a 30 kmph resulte em aproximadamente 100 watts. Dessa maneira, 6 minutos em cima da bicicleta seriam mais do que suficientes para atingir a marca estabelecida. Além do projeto de energia sustentável, o hotel possui uma certificação verde europeia que assegura que sua construção e seu funcionamento têm um impacto positivo no meio ambiente. De acordo com o jornal britânico The Guardian, o estabelecimento ainda conta com um sistema subterrâneo de aquecimento e resfriamento de água, lâmpadas econômicas, secadores de mãos e painéis solares instalados nas partes mais ensolaradas do prédio.


SISTEMA CONSTRUTIVO COM PERFIS DE PVC MAIS CONCRETO Durabilidade garantida Guaranteed durability

01

Manual de montagem de fácil entendimento e não exige mão de obra especializada 02

Manual assembly easy and requires no understanding skilled workforce

Obra limpa e sem desperdícios (Sustentabilidade)

03

Rapidez e facilidade para construir a casa

04

Clean building work and no waste of material (sustainability ) Fastness and easiness in the house construction

Rua Boa Vista, 842 – Portão – RS – Brasil - CEP 93180-000 www.bazze.com.br / bazze@bazze.com.br Fone: + 55 – 51 – 3562-1020

ano 01 . 1ª edição

33


Know-how da Alemanha para o Brasil Como parte do ano da Alemanha no Brasil, que ocorre até maio de 2014, a Câmara Brasil-Alemanha está promovendo em várias capitais brasileiras o German Week - Future Visions. Em Porto Alegre, o evento foi realizado na Puc-RS no começo de outubro, reunindo empresas como Bayer, Siemens, Stihl e Volkswagen para falar sobre sustentabilidade, saúde e nutrição, mobilidade, inovação e energia e infraestrutura. De acordo com o gerente da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, Valmor Kerber, o German Week visa a divulgação da expertise alemã nos processos industriais e sustentáveis. Com este evento, a Alemanha quer chamar a atenção sobre alguns temas-chave que impactarão diretamente o futuro do planeta. “Por isso, que o evento é realizado numa universidade,

pois nossos dirigentes do mundo do futuro são hoje nossos acadêmicos. Trata-se muito mais de fazer uma reflexão do que vender tecnologia, o que subliminarmente também vem embutido nos temas, pois a Alemanha é grande fornecedora de knowhow e tecnologia”, explicou Valmor Kerber. “Queremos divulgar a indústria, o que a Alemanha faz e onde ela está inserida, o papel dentro de uma visão de futuro de para onde o mundo vai para os próximos anos”, relatou o dirigente. Ainda esse ano, Belo Horizonte (5 e 6 de novembro) e Recife (27 2 28 de novembro) terão o German Week – Future Visions. No começo de 2014, a cidade do Rio receberá o evento.

Eventos 34

Lançamento do Projeto Cidade de Energia Renovável na Univates, em Lajeado, em Maio de 2013

Concurso criação de marca para coleta seletiva do lixo, Alegrete.

Conferência Municipal de Estrela, realizada em Agosto de 2013

Alegrete realiza Seminário de Crédito ABC, em Agosto

Alguns do participantes do Seminário de Crédito ABC em Alegrete, no mês de Agosto/2013 em Alegrete

Assinatura convênio de cooperação técnica entre Asian Desk/IP&M e Univates

meio sustentável

.

Rio Grande do Sul


Apresentação do Mapa Mental do Projeto Univates/Asian Desk/IP&M

Seminário de Políticas Municipais e Regionais – Santana do Livramento, 19/06/2013

Lançamento do Livro do Parque Eólico Cerro Chato

Patricia Schott Bióloga

Apresentação do Projeto Cer na Conferência das Cidades, em Garopaba/SC, Maio de 2013

35

SEJA BEM VINDO A UM MUNDO DE CORES, TECNOLOGIA E TALENTO.

ESTA REVISTA FOI IMPRESSA EM PAPEL CERTIFICADO ano 01 . 1ª edição


36

meio sustentรกvel

.

Rio Grande do Sul


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.