QUE LIÇÕES AS TRADIÇÕES TÊM A NOS ENSINAR SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL? Pg 6
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RIO GRANDE DO SUL . ANO 01 . 3ª EDIÇÃO FEVEREIRO/MARÇO/2014
CORTESIA
De volta ao passado para enxergar o futuro
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meio sustentรกvel
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Rio Grande do Sul
EDITORIAL
Estamos na Era da Sustentabilidade e cada um de nós terá a chance de ser um novo agente dessa nova era, salvaguardando os valores mais permanentes, para que, a partir do desenvolvimento de práticas sustentáveis, possamos ajudar na formação de uma sociedade mais saudável, comprometida com o futuro do planeta em que vivemos e imbuída de sua parcela de importância diante da questão que diz respeito ao modo como as próximas gerações irão viver na Terra. Esperamos que esse conceito seja amplamente difundido em todos os âmbitos da sociedade. Que, nas escolas sejam desenvolvidos projetos de educação ambiental com as crianças, por meio dos quais seja ressaltada a importância do cuidado com as plantas, com os animais, com a água, com as fontes de energias renováveis. Que esses projetos se estendam ao desenvolvimento de novas formas de convivência em sociedade, por meio das quais o homem respeite os outros e também seja respeitado, independente de idade, raça, credo, condições físicas ou econômicas, nas mais diversas situações do dia a dia. Como consequência, ano após ano, o desenvolvimento sustentável trará consigo uma nova consciência social, contemplando uma vida melhor, hoje e amanhã. Ainda que o termo “sustentabilidade” já faça parte de um discurso no nosso ambiente cultural: (“competitividade com sustentabilidade”, dizem líderes empresariais, “ vamos proteger a natureza, os animais”, dizem as pessoas em geral . O Papa Francisco diz: “vamos dar um basta à violência” e “Onde está o Amor? ) , sabemos que estamos apenas engatinhando ao nos lançarmos nesse projeto que privilegia o “ bem-estar sustentável” como um bem acessível a todos. Esta é uma oportunidade que temos de, a partir do desenvolvimento do conceito e de práticas sustentáveis, podermos contar com mais pessoas comprometidas em tornar a sociedade mais sadia do que a em que vivemos nos dias atuais. Esperamos que, com a divulgação das experiências que estão “dando certo”, possamos estar contribuindo para assegurar o que prescreve a Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro de 1988, capítulo VI, artigo 225: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para presentes e futuras gerações.” A direção
A Revista Meio Sustentável é uma publicação da Editora Meio Sustentável Ltda. Av. Carlos Gomes, 53 – Sala 504, Bairro Auxiliadora, Porto Alegre, CEP 90.480.003 Site: www.meiosustentavel.com Direção Geral Silvana Bergamo Edição Joana Gabech Textos Cátia Chagas, Jaqueline Frederes e Joana Gabech Revisão Tânia Maria Merker Candotti Projeto Gráfico e Design Bárbara Gurgel Gráfica Gráfica Odisséia - Papel reciclado Suzano: Papel com certificação FSC - proveniente de florestas remanejadas Cartas, redação e assinaturas atendimento@meiosustentavel.com Publicidade comercial@meiosustentavel.com Revista on line www.meiosustentavel.com Presidente do Conselho do leitor Justino Girardi Página facebook www.facebook.com/meiosustentavel
OS DE MÍDIAS CONHEÇA NOSSOS PLAN e tor de Sustentabilidad FOCO: Empresas do se ntavel.com comercial@meiosuste
ano 01 . 3ª edição
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ÍNDICE
ED. 03
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CAPA
De volta ao passado para enxergar o futuro
QUE LIÇÕES AS TRADIÇÕES TÊM A NOS ENSINAR SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
OS CAMINHOS DA BIOMASSA
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FIERGS A importância da sustentabilidade para o setor industrial
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UNIVERSIDADES E SUSTENTABILIDADE
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22. ENERGIA RENOVÁVEL 25. MODA E SUSTENTABILIDADE 26. CASE CORSAN
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Rio Grande do Sul
COPA 2014
CASE NATURA
PRÉDIOS SUSTENTÁVEIS
O CLIMA TERRA
34. EVENTOS
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SUSTENTABILIDADE – PILAR CULTURAL De volta ao passado para enxergar o futuro
QUE LIÇÕES AS TRADIÇÕES TÊM A NOS ENSINAR SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL? Bibliografia: www.mobilizadores.org.br - ORTEGA y GASSET, José. A Rebelião das Massas (Espanha, 1930) meio sustentável
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Rio Grande do Sul
não poderia desprezar suas tradições e teria muito a aprender com sua história. Isso não significa que devemos apenas repetir tudo o que já foi feito, mas precisamos estar atentos para aprender com nossos erros e, dessa forma, gerar o desenvolvimento. Adaptando esse pensamento ao nosso cotidiano, podemos concluir que, ao mesmo tempo em que buscamos o desenvolvimento sustentável, estamos buscando também um resgate às nossas origens. E, ainda que sejam necessárias mudanças culturais para atingirmos nosso objetivo de sustentabilidade, não podemos esquecer-nos de valorizar os ensinamentos das gerações passadas.
Alunos do Colégio Israelita aprendem brincando sobre perigos do trânsito Com o objetivo de desenvolver nas crianças hábitos de pedestres e condutores conscientes, o projeto “Trânsito Legal” do Colégio Israelita é realizado desde 2009 com alunos de um a quatro anos de idade.A coordenadora da Educação Infantil Ana Margarida Chiavaro, idealizadora do projeto, explica que, apesar do pouco tempo de implantação apenas cinco anos - , já é possível observar mudanças no comportamento dos pequenos. “As crianças aprendem a prevenir acidentes, a brincar com mais segurança e acabam levando para suas casas o que aprenderam na escola, muitas vezes cobrando dos seus pais comportamentos conscientes e as próprias regras de trânsito”, comenta. As atividades ocorrem ao longo do ano letivo em um pátio munido com motocas, bicicletas, placas e sinalização de trânsito. As professoras orientam as crianças nas atividades práticas, e o ensino é complementado em sala de aula com a narrativa de histórias sobre o ambiente de trânsito, realização de desenhos e pinturas com a mesma temática e brincadeiras com jogos didáticos. “As atividades vão acontecendo ao longo do ano para conscientização das crianças. Quando fazemos de uma vez só e depois não falamos mai, s as crianças esquecem”, explica Ana Margarida.
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*Crédito foto: Colégio Israelita
O tema do desenvolvimento sustentável é recorrente desde nossa primeira edição. Abordamos suas origens e refletimos sobre seus desdobramentos retratando a preocupação mundial com o tema, o que nos leva a crer que a importância da sustentabilidade já está firmada em nossa sociedade. Hoje sabemos que é preciso de mudanças culturais urgentes para garantir a subsistência do Planeta, mas ainda é necessário refletirmos sobre o assunto. Não podemos pensar em uma sociedade sem levar em consideração sua cultura, intimamente ligadas à formação de suas origens e à manutenção e transmissão de suas tradições. A cultura não existe sem um meio através do qual possa se desenvolver, e a sociedade é formada pelos elementos culturais que a identificam. A cultura é inerente à sociedade e é justamente o homem o seu elo. Ele quem cria e pratica a cultura em seu cotidiano e é nas sociedades que a cultura se desenvolve sendo transmitida através das novas gerações – e então se transforma em tradição. Muito tem se falado na cultura como o quarto pilar da sustentabilidade – além do econômico, do social e do ambiental, mas a realidade é que,além disto,a cultura também está inserida nos outros três pilares como explica a professora da Universidade Federal do Ceará e ex-secretária da Economia Criativa do Ministério da Cultura, Cláudia Leitão. “Não se pode entender o desenvolvimento, hoje, da mesma forma como o entendíamos no século passado. O conceito de desenvolvimento, no século XXI, nos remete a um desenvolvimento que não é apenas econômico, ambiental e social. É também cultural, na medida em que coloca a pessoa no centro da sustentabilidade e diz que essa nova economia só será possível se mudarmos a forma como nos relacionamos com o planeta e entre nós”. As tradições não podem ser ignoradas e irão,inevitavelmente, interferir no nosso modo de agir no presente; elas são nosso laço com o passado e nos identificam com a sociedade em que vivemos. Mas como é possível mantermos as tradições e, ao mesmo tempo, buscarmos o desenvolvimento? Nas décadas de 20 e 30 do século passado, o filósofo espanhol José Ortega y Gasset constatou uma característica do que chamou de “homem-massa”: o rompimento com seu passado. Em sua opinião, esse homem não reconhece o esforço de gerações para que se tenha chegado ao nível tecnológico, econômico e político atual e, por isso, despreza o passado. A principal crítica de Gasset a esse homem é que ele, pela sua capacidade singular de reter memória,
Encontro Raízes: resgatando a história do Rio Grande do Sul
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Com o propósito de pesquisar, conhecer e divulgar a trajetória dos municípios do Rio Grande do Sul, surgiu, em 1990, o movimento Raízes. Passados 24 anos, hoje 78 municípios já integram o movimento que valoriza aqueles que viveram a história no dia a dia de cada localidade. A cada ano, um município recebe o Raízes, sediando o encontro, que conta com a participação de pesquisadores, historiadores, escritores, professores e alunos. Ali é resgatada a história da cidade a partir dos relatos de seus próprios moradores, o que se traduz em um momento de socialização das memórias locais e regionais ao mesmo tempo em que se buscam soluções para os problemas do presente. As pesquisas produzidas nos encontros são editadas em livro, cujos textos são publicados na íntegra. Além de gerar renda para o município-sede com a grande circulação de pessoas durante os dias de evento, o Movimento Raízes valoriza a cultura local, baseando-se no princípio de que a história do Rio Grande do Sul é originada por micro histórias que ajudam a explicar a realidade maior. “Os encontros Raízes, além de trazer à luz os acontecimentos que ocorreram ao longo dos anos, avivam a memória valorizando quem a viveu e fez parte do dia a dia de cada localidade”, explica Lucila Maria Sgarbi, coordenadora do último encontro, ocorrido em 2013, que buscou as origens de Bom Jesus e São José dos Ausentes. Recepção aos participantes do Movimento Raízes em Bom Jesus.
meio sustentável
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A origem dos municípios O Rio Grande do Sul é integrado hoje por 497 municípios descendentes dos quatro criados em 1809 por D. João VI: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha. Em 1811, a Câmara de Santo Antônio da Patrulha foi instalada passando a dirigir a região Nordeste da capitania, então com uma área de 34.184km2. Ao longo dos séculos XIX e XX, muitos municípios se emanciparam, dando origem aos 78 que hoje são estudados através do Movimento Raízes.
Rio Grande do Sul
GENEALOGIA DOS MUNICÍPIOS ORIGINÁRIOS DE SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA (SAP)
Pesquisa de Vera Lucia Maciel Barroso. Revisão e atualização em 2002.
SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA
Célula mater dos Municípios do NE/RS - Criação (1809) - Instalação (1811)
FILHOS
NETOS
BISNETOS
VACARIA (1850) (1º emancipação) - retorno a SAP (1857) - desmembrado com Lagoa Vermelha (1876)
Antônio Prado (1899) Bom Jesus (1913) Esmeralda (1963) Ipê (1987) Campestre Da Serra (1992) Monte Alegre Dos Campos (1995) Muitos Capões (1995)
CONCEIÇÃO DO ARROIO (1850) Osório
Torres (1878) Tramandaí (1965) Capão Da Canoa (1982) Palmares Do Sul (1982)** Terra De Areia (1988) Maquiné (1992)
LAGOA VERMELHA (1876) 1º emancipação
Veranópolis (1898) Marcelino Ramos (1944)** Sananduva (1954) Machadinho (1959) São José Do Ouro (1959) Barracão (1964) Ibiraiaras (1965)*** André Da Rocha (1988) Caseiros (1985)*** Capão Bonito Do Sul (1996)
SÃO FRANCISCO DE PAULA (1878) 1º emancipação (1)
Cambará Do Sul (1963) São Marcos (1963)** Jaquirana (1987)
Ibiaçá (1965)** Paim Filho (1961) Cacique Doble (1964) Maximiliano De Almeida (1961)**
ROLANTE (1954)
Riozinho (1988)
Santo Expedito Do Sul (1992) Tupanci Do Sul (1992)
Santa Cristina do Pinhal (1880) TAQUARA (1886)*
Canela (1944) Gramado (1954) Sapiranga (1954) Três coroas (1959) Igrejinha (1964) Parobé (1982)
TRINETOS
Nova Roma do sul (1987) São josé dos ausentes (1992) Pinhal da serra (1996)
Arroio Do Sal (1988) Três Cachoeiras (1988) Morrinhos Do Sul (1992) Três Forquilhas (1992) D. Pedro De Alcântara (1995) Mampituba (995) Imbé (1988) Cidreira (1988) Xangri-lá (1992) Capivari Do Sul (1995) Itati (1996) Nova Prata (1924) Cotiporã (1982) Fagundes Varela (1987) Vila Flores (1988)
Balneário Pinhal (1995) Nova Araçá (1964) Nova Bassano (1964) Paraí (1965) Guabiju (1987) São Jorge (1987) Protásio Alves (1988) Vista Alegre Do Prata (1988) Santa Cecília Do Sul (1996)** São João Da Urtiga (1987)
Muliterno (1992) Nova Hartz (1987) Araricá (1995)
CARAÁ (1995)
po da de Mulheres de Bom Jesus. O gru Chegada no CTG do Grupo de Cavalgaicípios que compõe o “Quadrante transportou as 78 bandeiras dos mun as do Brasil e RS. Patrulhense”, bem como as bandeir
OS CAMINHOS DA BIOMASSA Com certeza você já ouviu falar em biomassa como uma das alternativas de produção de energia renovável.
*Crédito fotos: sxc.hu
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Ela nada mais é do que um recurso renovável de matéria orgânica, que pode ser de origem animal ou vegetal (casca de arroz, bagaço da cana, carvão vegetal, resíduos de madeira, cascas de ovos etc.). Segundo o Ministério do Meio Ambiente, “a biomassa é uma forma indireta de aproveitamento da luz solar: ocorre a conversão da radiação solar em energia química por meio da fotossíntese, base dos processos biológicos de todos os seres vivos”. Uma das suas vantagens é que o aproveitamento pode ser feito diretamente por meio da combustão em fornos ou caldeiras. Hoje a biomassa vem sendo bastante utilizada na geração de eletricidade, principalmente em sistemas de cogeração e no fornecimento de energia elétrica para demandas isoladas. Outra vantagem é que seu uso pode colaborar para a redução do consumo de combustíveis fósseis, como o petróleo e seus derivados. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil possui condições naturais e geográficas favoráveis à produção de biomassa, e isso pode levar o país a assumir posição de destaque na produção e no uso desse recurso energético. Essa situação geográfica possibilita ao Brasil receber radiação solar ao longo do ano - o que representa a fonte de energia fundamental para a produção de biomassa, quer seja para alimentação ou para fins agroindustriais. Além disso, o país possui uma grande área fértil para agricultura, com boas características de solo e condições climáticas favoráveis. “No entanto, é necessária a conjugação de esforços no sentido de que esta produção ou o seu incremento seja feito de maneira sustentável, tanto do ponto de vista ambiental quanto social”, defende o Ministério. meio sustentável
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Rio Grande do Sul
COMO ACONTECE? Há diversas rotas para se adquirir a biomassa energética, com extensa variedade de fontes - que vão desde os resíduos agrícolas, industriais e urbanos até as culturas plantadas exclusivamente para a sua obtenção. As tecnologias são diversas e incluem desde a simples combustão ou queima para a obtenção da energia térmica até processos físicoquímicos e bioquímicos complexos para se chegar a combustíveis líquidos e gasosos.
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PRINCIPAIS FONTES O bagaço e a palha de cana são considerados alguns dos mais importantes resíduos no contexto da agricultura brasileira. Eles são aproveitados em caldeiras para gerar energia nas usinas e é possível acrescentar seu excedente energético ao sistema elétrico. Além dos resíduos provenientes da cultura da cana-de-açúcar, a grande maioria das culturas brasileiras gera biomassa que pode ser utilizada para a geração de energia. Podemos citar outros resíduos, como a casca de arroz, que no Rio Grande do Sul, já conta com uma usina específica, a UTE São Borja, em funcionamento desde 2011. Cascas de castanhas, coco-da-bahia, coco-de-babaçu e dendê, cascas de laranjas também são utilizados no processo de geração de energia.
2. Biomassa de origem vegetal
Parte da demanda energética brasileira ainda é atendida pela queima de madeira. De acordo com o LPF/Ibama, os cerca de 50 milhões de metros cúbicos de madeira em tora extraídos por ano na região amazônica produzem apenas 20 milhões de metros cúbicos de madeira serrada, o que revela um grande desperdício de resíduos proveniente da atividade florestal. Do total produzido, aproximadamente 60% é desperdiçado nas serrarias durante o processamento primário. Em geral, mais 20% são desperdiçados no processamento secundário, gerando um imenso volume de resíduos que poderiam ser reutilizados significando um acréscimo na geração de energia, principalmente para comunidades que não são beneficiadas pelo sistema elétrico nacional.
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(Fonte: Ministério do Meio Ambiente)
1. Biomassa de cultivos agrícolas
A VEZ DOS BIOCOMBUSTÍVEIS Os biocombustíveis são considerados fonte de energia limpa e renovável e estão disponíveis em grande abundância na natureza, além de serem produzidos em grande e pequena escala pela agricultura moderna. Biocombustível é qualquer combustível originado de espécies vegetais - isto é, que tem origem biológica, desde que não tenha passado por processo de fossilização. Há vários tipos de biocombustíveis, mas os mais utilizados são o bioetanol, biodiesel, biogás, biomassa, biometanol.
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Menos poluição
Há a tendência de que o mercado dos biocombustíveis cresça em vista das mudanças climáticas, segurança energética, necessidade crescente de combustíveis e ausência de alternativas no curto prazo. Como ganho na área ambiental ressaltam-se as emissões evitadas de CO2 (dióxido de carbono) no transporte rodoviário, a quais somaram 13 milhões de toneladas de CO2 desde 1990. Estudos indicam que, entre 2008 e 2017 a substituição do gasolina pelo etanol deverá evitar o lançamento de aproximadamente 508 milhões de toneladas de CO2, e a utilização de biocombustíveis em substituição aos combustíveis fósseis deverá evitar o lançamento de 570 milhões de toneladas de CO2. Para aumentar a eficiência e reduzir os impactos socioambientais no processo de sua produção, porém, estão sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas tecnologias de conversão mais eficientes, como a gaseificação e a pirólise, também sendo comum a cogeração em sistemas que utilizam a biomassa como fonte energética. Até 2004, não existia fabricação de biodiesel no Brasil. Com a implantação do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), o País passou meio sustentável
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a ser o segundo maior produtor mundial, tendo colocado no mercado 2.717 m³ do biocombustível em 2012. De acordo com o coordenador da Comissão Interministerial do programa, Rodrigo Rodrigues, reduzir as emissões de carbono, as importações de diesel e as desigualdades regionais com a geração de renda no campo são as principais diretrizes da iniciativa. Nos leilões para aquisição do biocombustível realizados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 92% das empresas vencedoras compram pelo menos 15% de matéria-prima de agricultores familiares. (Fonte: Aneel)
O que diz a FAO
“A política do Brasil é a melhor do mundo para promover a inserção da agricultura familiar”, diz o coordenador de bioenergia da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Olivier Dubois. Ele diz que a FAO tem preocupação com que os agricultores continuem a produzir alimentos, mesmo fornecendo matériasprimas para os biocombustíveis. Para ele, com bons sistemas de gerenciamento, é possível atender aos dois mercados. Uma planta alimentar, por exemplo, pode gerar alimentos e biocombustíveis. É o caso da canade-açúcar e da soja. Outra opção são os consórcios de diferentes culturas em uma mesma área. O risco, na opinião de Dubois, ocorre quando o agricultor destina todo o seu lote para uma única cultura. O coordenador de bioenergia da FAO afirma que, para a instituição, análises globais não
funcionam em bioenergia. “A base do nosso trabalho é a realidade de cada país”, explica. No Brasil, o analista André Novo, da Embrapa Pecuária Sudeste, baseou-se no Estado de São Paulo para estudar o impacto da expansão canavieira sobre a produção de leite, em seu doutorado, concluído no ano passado. Os resultados indicam que o recuo da pecuária leiteira se deu mais em função dos problemas do próprio setor do que da demanda de matéria-prima para o etanol. De 1990 a 2007, a produção desse biocombustível no Estado de São Paulo cresceu 117%, enquanto a de leite caiu 17%, mas nenhum dos produtores ouvidos pelo analista da Embrapa apontou a expansão da cana-de-açúcar como responsável pelo abandono ou redução da atividade. As principais razões apontadas pelos produtores de leite para a queda dos índices de produção diz respeito à necessidade de mão-deobra intensiva, às leis trabalhistas e aos baixos preços pagos pelo produto.
O bioquerosene O principal combustível utilizado na aviação é o querosene obtido do petróleo. “O bioquerosene é uma alternativa sustentável”, afirma o coordenador do Simpósio e pesquisador da Embrapa Agroenergia, Rossano Gambetta. O uso de combustível renovável é uma opção para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Para o pesquisador, existem grandes desafios para as pesquisas na linha dos biocombustíveis da aviação. Ele destaca a necessidade de um combustível com padrão mundial, independente da matériaprima ou rota tecnológica adotada, compatível com os motores já existentes e que possa abastecer os aviões em qualquer lugar do mundo. (Fonte: Embrapa)
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USINAS DE BIOMASSA DEVEM INVESTIR R$ 1,4 BI ATÉ 2018 As usinas de cana-de-açúcar que produzem eletricidade a partir da queima do bagaço da cana devem investir R$ 1,4 bilhão para garantir o fornecimento da energia até 2018. O cálculo é da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), com base nos resultados de leilões realizados ano passado pelo governo. Somando o volume comercializado no leilão mais recente, em 13 de dezembro de 2013, e no primeiro, em agosto passado, foram comercializados 203 MW médios de bioeletricidade. Com o investimento bilionário previsto, a expectativa é de que a partir de 2018, a receita anual do setor chegue a R$ 243 durante os 25 anos de contrato. Ainda segundo a Unica, a biomassa representou apenas 4% da energia contratada em 2013. A entidade que representa as usinas do centro-sul do país avalia que a proporção está bem abaixo do potencial do setor. Aumentar a participação depende de melhorias no modelo dos leilões e de uma política de longo prazo para as fontes renováveis de energia. (Fonte: Site Bioenergia, Biomassa)
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Biomassa pode garantir 13% da geração de energia do país A biomassa é hoje uma das grandes alternativas para a produção de energia limpa e renovável. Somente o bagaço de cana-de-açúcar tem um potencial de geração de eletricidade superior a 1,5 milhão de quilowatts/ano. Os números mostram maior potencial se levarmos em conta que, das 440 usinas de cana-de-açúcar em atividade no Brasil, apenas 100 produzem eletricidade para o sistema elétrico nacional. Segundo o Instituto Acende Brasil, os canaviais existentes no país poderiam gerar cerca de 14 milhões de quilowatts/ano. Além da cana de açúcar, os resíduos sólidos também têm grande potencial, por meio de energia retirada do biogás. A previsão é de que as tecnologias de gaseificação de biomassa tornem-se competitivas meio sustentável
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nos próximos anos, segundo o Plano Nacional de Energia 2030, elaborado pelo Conselho Nacional de Política Energética. O Plano prevê a entrada em operação de sistemas de gaseificação de biomassa no setor sucroalcooleiro, que gerarão 5% da energia do país. Já a previsão para 2030 é de que essa participação cresça 13%. No caso da biomassa de madeira, estudos revelam que atualmente essa fonte responde por 8,7% da matriz energética mundial e 13,9%, da brasileira. A oferta de biomassa florestal dá-se por resíduos (florestais, industriais ou urbanos) ou plantações de florestas energéticas. (Fonte: Site Bioenergia, Biomassa)
DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS CAUSA PREJUÍZOS ANUAIS DE 750 BILHÕES DE DÓLARES
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) advertiu no ano passado, em estudo publicado na Itália, que os desperdícios com alimentos no mundo podem causar cerca de US$ 750 bilhões anuais de prejuízos. Pelo relatório, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçadas por ano provocam estragos no solo e no meio ambiente. O estudo alerta que o mau uso do lixo alimentar gera prejuízos também à qualidade de vida. O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, disse que medidas preventivas devem ser adotadas por todos – agricultores, pescadores, processadores de alimentos, supermercados, governos locais e nacionais e consumidores. “Temos que fazer mudanças em todos os elos da cadeia alimentar humana para impedir que ocorra o desperdício de alimentos, em seguida temos de promover a reutilização e reciclagem”, disse. Graziano lembrou que há situações que dificultam o desperdício de alimentos devido às “práticas inadequadas” na produção. Ele ressaltou que a FAO criou um manual que mostra medidas adotadas por governos nacionais e locais, agricultores, empresas e consumidores para resolver o problema. O diretor executivo do Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, ressaltou que o ideal é buscar o caminho da sustentabilidade, ao qual devem aderir todos os que participam da cadeia alimentar – do produtor ao consumidor. Resíduos - Pelo relatório, 54% dos resíduos dos alimentos no mundo ocorrem na fase inicial da produção – na manipulação, após a colheita e na armazenagem. Os restantes 46% de prejuízos ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo de alimentos. Os produtos que se perdem ao longo do processo variam em cada região. Na Ásia, o problema são as perdas envolvendo os cereais, em particular, o arroz. O prejuízo com carne é menor, segundo os dados, porém os resíduos de frutas contribuem significativamente para o desperdício de água no Continente Asiático, assim como na Europa e na América Latina. Nos países em desenvolvimento, os maiores prejuízos ocorrem na fase após a colheita. A FAO recomenda que seja feito um esforço coletivo para orientar as colheitas e equilibrar a produção com a demanda. (Agência Brasil)
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BIOGÁS DE LIXO
por Aischa Mothci, Gestora ambiental
A atividade envolvendo sobras e resíduos é inerente às práticas humanas, entretanto, considerando-se que o meio ambiente não é uma fonte inesgotável de matérias- primas, para objetivar o correto gerenciamento desses resíduos, faz-se necessário uma reciclagem efetiva deles. Estima-se que, atualmente, no Brasil, aproximadamente 90% dos resíduos são inadequadamente dispostos. Para que haja um gerenciamento eficiente dos resíduos sólidos, algumas práticas são fundamentais, tais como ter um sistema de coleta seletiva estruturada e ativa, implementar uma usina de triagem e de compostagem, adotar usinas de incinerarão adequadas, elaborar programas de educação permanente e utilizar os espaços onde se enterra o lixo orgânico e inorgânico) podem ser vistos como grandes biorreatores, resultando em geração
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O QUE FAZER COM OS RESÍDUOS?
por Cláudia Dreier, jornalista e geógrafa, Fundação Gaia
Na natureza, o ciclo da vida e da reciclagem dos nutrientes pode ser classificado em três grandes grupos: produtores, consumidores e decompositores. Em um sistema saudável, temos um equilíbrio entre todos. Nas grandes cidades, o grupo dos consumidores é “n” vezes maior do que o dos demais, provocando um gasto de energia insustentável e além da disponibilidade de recursos do planeta. Para abastecer o exagerado grupo de consumidores, meio sustentável
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de biogás de lixo. O Biorreator é composto por enzimas ou células vivas (microbianas, animais ou vegetais) e, se não houver um espaço físico devidamente apropriado e fiscalizado, pode haver contaminação. Com a captação desse gás, é possível o seu aproveitamento para a geração de energia. É uma grande opção para transformações e melhorias ambientais, sociais e econômicas, pois, ainda que esse processo também possua suas desvantagens em relação ao meio ambiente e à saúde da população, as vantagens as superam. Para ocorrer um modelo de gestão sustentável, é preciso que haja a mobilização de lideranças sociais e de instituições. a produção de alimentos, de matérias-primas e de energia geralmente vem de muito longe. Na mesma lógica, a maioria dos resíduos produzidos não são decompostos no local de seu descarte e chegam a viajar mais de cem quilômetros para chegar a um aterro, no caso específico da capital gaúcha. Propostas - Criar pequenas hortas e pomares de jardim ou sacada, que, além de fornecerem alimentos poderão contribuir para a diminuição da temperatura, reduzindo também o consumo de energia para resfriamento de ambientes internos. - Realizar compostagem da matéria orgânica, previamente separada dos resíduos secos. O material produzido na composteira individual ou coletiva servirá como adubo para as plantas da residência e do condomínio. Aquele material também alimentar árvores de ruas e praças, em caso de excedente de produção. - Consumir menos, evitando produtos com muitas embalagens e levando as próprias sacolas para transportar as compras do supermercado e de lojas, evitando o uso de sacolas facilmente descartáveis. Tais propostas simples diminuem o desequilíbrio impactante entre produtores, consumidores e decompositores fazendo toda a diferença para a qualidade do meio ambiente e dos seres vivos que nele habitam.
M
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O Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 aponta o caminho que a indústria e o Brasil devem percorrer na próxima década para aumentar os níveis de produtividade e eficiência e alcançar um elevado grau de competitividade, respeitando os critérios de sustentabilidade.A FIERGS, em alinhamento com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), participou ativamente da elaboração do Mapa, que identificou os dez fatores chave para a competitividade brasileira e os classificou em quatro grupos: educação; ambiente de atuação da indústria; custos de produção e dos investimentos e inovação e produtividade. Conforme o diretor da FIERGS e Coordenador do Conselho de Meio Ambiente (CODEMA), Torvaldo Antônio Marzolla Filho, os fatores-chave do Mapa Estratégico da Indústria capturam duas dimensões: produtividade e competitividade. O objetivo central do Mapa 2013-2022, porém, é aliar competitividade com sustentabilidade. “A sustentabilidade tem uma relação direta com a produtividade e a inovação. Os ganhos de produtividade reduzem o uso de recursos naturais e eliminam desperdícios. A inovação, por sua vez, introduz novos produtos, processos e modelos de negócios que geram menos impacto ambiental e social”, explica Marzolla.
*Crédito: Andressa Moreira
A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE PARA O SETOR INDUSTRIAL
Torvaldo Antonio Marzolla
Filho
Crédito da foto: Dudu Leal
Concurso de pesquisas sobre energia Eco_lógicas registra recorde de abrangência A 5ª edição do concurso Eco_lógicas encerrou o período de inscrições, no final de janeiro, com um recorde de abrangência e de quantidade de pesquisas de pós-graduação recebidas. Foram inscritas no concurso 69 monografias sobre energia de 12 países, sinalizando que a academia se mobiliza para alavancar boas iniciativas no setor energético. Esta foi a primeira vez que o concurso, iniciativa do Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal), abriu chamada para trabalhos de pósgraduação de toda a América Latina e Caribe, e o retorno foi além do esperado. Estão entre os inscritos pesquisadores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, El Salvador, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. meio sustentável . Rio Grande do Sul
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS ESTÃO INSERIDAS NO COTIDIANO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO ESTADO Nesta edição, destacaremos as iniciativas sustentáveis de três universidades do Rio Grande do Sul: PUC, na capital,Univates, em Lajeado, e Unipampa, na região da Campanha. Univates Antes mesmo de o tema do desenvolvimento sustentável ganhar a importância atual, buscar uma expansão contínua e equilibrada já era missão da Univates. Porém, na última década, a sustentabilidade ganhou mais atenção por parte da Universidade, que passou a desenvolver ações específicas para estimular essas práticas. Programa Interno de Separação de Resíduos (PISR/Univates): Criado em fevereiro de 2002, tem com objetivo principal sensibilizar a comunidade acadêmica para a questão do lixo. O Programa é responsável pelo gerenciamento da separação de todos os resíduos da Instituição visando a diminuir cada vez mais seus impactos ambientais. Destes resíduos, o lixo seco é destinado para a Central de Triagem Interna e o lixo úmido/rejeito é destinado ao Aterro Sanitário de Lajeado.
OUTRAS INICIATIVAS SUSTENTÁVEIS FAZEM PARTE DO COTIDIANO DA UNIVATES
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Ciclovia na Univates
Crédito da foto: Tuane Eggers
disponibilização de 120 Implantação de ciclovia ees, alunos e funcionários no sor bicicletas para profes campus da universidade; nda de fontes de Utilização de eletricidadeiooriu parceria com a energia renovável por me de ; rgy empresa Electra Ene
or de busca e cadastro Projeto Carona. Sistema inovad contato pessoas que de caronas, que coloca em rio. A iniciativa busca reduzir realizam o mesmo itinerácar o na atmosfera; a emissão de dióxido de bon a captação de água. Utilização de cisternas par sistema, que atende à ess m Alguns prédios possue seue ent orno; irrigação do gramado de dos ou bloco de Calçamento com paraleleps ípe rnas do campus, inte concreto em todas as rualidade do solo e permitindo aumentando a permeabi absorvida mais facilmente; que a água da chuva seja
tratamento de Instalação de novo sistemoadedetratamento de esgoto açã est esgotos e de uma uração anaeróbio e compacta, com sistema de dep orito de sódio; ocl hip com o cçã aeróbio e desinfe de das espécies vegetais Monitoramento de sanidalóg ico e das Áreas de bio se de relevante interes tes no campus e sua Preservação Permanente predesen ores; árv tio lan rep recuperação com
todos os materiais Utilização de papel reciclaodoe em são para mis per içã titu ins produzidos pela na impressão as folh das utilização da frente e versodo curso. são clu de trabalhos de con ano 01 . 3ª edição
a captação de água. Utilização de cisternas par e sistema, que atende à Alguns prédios possuem ess entorno; seu de irrigação do gramado
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PUCRS A PUCRS foi a Instituição mais bem colocada no quesito Educação, na edição 2013 do Greenmetric World University Ranking, organizado pela Universidade da Indonésia. A avaliação compara os esforços das instituições de ensino com os temas de sustentabilidade e gestão ambiental em seus câmpus. “Este quesito leva em consideração o número de disciplinas, o investimento em pesquisa, o número de eventos e o envolvimento de alunos em atividades com inserção da temática ambiental”, explica a professora Rosane Souza da Silva, coordenadora do Comitê de Gestão Ambiental da PUCRS. Ela destaca ainda a importância do tema da sustentabilidade para a Universidade e a necessidade de promover a formação integral dos alunos. “A sustentabilidade é por si só essencial para a plena convivência dos diversos atores da sociedade. Para uma Instituição como a PUCRS, as questões de sustentabilidade reforçam a necessidade de corresponsabilidade pelas ações por parte de cada cidadão e isto se torna claramente importante quando lidamos com a formação de profissionais”, esclarece a professora. Política Ambiental da PUCRS – Elaborada em 2010, estabelece como princípios norteadores para a busca da sustentabilidade ambiental o contínuo estímulo à educação ambiental, envolvendo a comunidade em geral, a promoção de ambiente acadêmico-científico favorável para o desenvolvimento e disseminação de tecnologias para a redução dos impactos ambientais provenientes de suas ações.
OUTRAS INICIATIVAS SUSTENTÁVEIS DA PUC ciplinas que possuem Ampliação do número de adisam biental; correlação com a temátic orientação ambiental por Estímulo à pesquisa com par iniciação científica meio de edital específico a nessa área; quisa, através das Investimento na área de pes quisa CEPAC e PRÓ-Mata; Pes de s tro Cen dos atividades rgia Ações de gestão da água, da ene ; pus câm no
stão Ambiental com o Criação de um Comitê de Ge ovar e promover atividades objetivo de incentivar, aprAm biental: Água, Energia, o nos dez eixos da Gestã e Uso do Solo, Emissões, Materiais, Biodiversidadensporte, Pesquisa, Ensino Efluentes e Resíduos, Tra ais e Capacitação de e Extensão, Requisitos Leginistrativos e professores. Funcionários Técnico-adm
Telhados verdes em prédios meio sustentável
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Rio Grande do Sul
e dos resíduos
do Campus
/Divulgação PUC-RS Crédito da foto: Gilson Oliveira
Alunos da Escola Murillo do Polo Educacional Rural da Conceição em Alegrete e Alunos da Unipampa trabalhando em projetos de extensão universitária Crédito da foto: Divulgação Unipampa
Unipampa Com o objetivo de consolidar as ações de ensino, pesquisa e desenvolvimento tecnológico em planejamento e gestão integrada de recursos energéticos, a Unipampa, junto ao Centro Tecnológico de Alegrete (CTA), conta com um Grupo de Pesquisa na Exploração Integrada de Recursos Energéticos. A Universidade conta ainda com Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento para a Inovação Tecnológica, além de disciplinas complementares de graduação, como a de Fontes Renováveis de Energia, com carga horária de 60 horas/aula, oferecida já em três edições semestrais para os Cursos de Engenharia.
CRIANDO MARCAS E PESQUISANDO O MERCADO COM FOCO NO SEGMENTO DE ENERGIA RENOVÁVEL.
AS LINHAS DE PESQUISA COMPREENDEM:
s: fontes hidráulica, Sistemas Energéticos Renovávei eólica, biomassa e solar;
áveis e : edificações sustentind ústria, Eficiência Energética na de usos finais serviços energéticoes esistemas rurais, assim como comércio, serviçositiva, que compreende as manutenção pred nsoriamento e predição; metodologias de se amento e gestão integradas Gestão de Energia:planejred es inteligentes e cidade s, de recursos energético sustentáveis; áreas de exploração Projetos de Extensão nas os energéticos renováveis descentralizada de recurs ola s Sustentáveis e no Ensino Médio Rural; Esc ções Públicas. fica Edi Eficiência Energética em
s excedentes is:aproveitamentordo recursos Recursos Renovávepr de rti uzidos a pa e controle o de energia elétrica iamod nt me ea str ra , ento renováveis; sensor ção solar; exploração integrada dos níveis de radiaéticos no meio rural (Sistemas de recursos energ Inteligentes). stão da SGE2 - Sistema de Ge as pelo lado Gestão de Energia:ica gic oló cn te s õe soluç Eficiência Energét via; bilizar tarifas horosazonais em da demanda para tenção preditiva (Metodologias baixa tensão; manue Predição); e Sistema de de Sensoriamentoáquinas Rotativas. Certificação de M
INSTITUTO DE INTELIGÊNCIA EM PESQUISA E MERCADOS
www.institutoipem.com.br
As distribuidoras e a sustentabilidade AES Sul - A AES Sul, distribuidora de energia elétrica ligada a AES Brasil, trabalha a eficiência energética com a proposta de garantir a racionalização do consumo, evitando desperdício e garantindo a segurança de seus clientes, distribuídos em 118 municípios gaúchos. Entre os programas e ações dentro de sua plataforma de sustentabilidade cabe destacar o AES Sul na Comunidade - Educar para Transformar e o projeto Recicle Mais, Pague Menos. As duas ações têm como foco a responsabilidade da companhia por levar energia elétrica com segurança, qualidade e confiabilidade para cerca de quatro milhões de pessoas. O Educar para Transformar percorre municípios da sua área de concessão, envolvendo alunos e professores da rede pública de ensino em 320 ações educativas sobre sustentabilidade, através dos eixos temáticos energia, água, resíduos e mobilidade urbana. Já o Recicle Mais, Pague Menos promove a troca de resíduos recicláveis por crédito na conta de energia elétrica, em operação desde 2013. E os resultados são animadores -15 clientes tiveram as contas zeradas, graças aos créditos obtidos com a entrega de resíduos.
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Todas as empresas do Grupo CEEE, inclusive a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica, a CEEE-D, têm uma política ambiental com a proposta de proteger os recursos naturais e reduzir os impactos causados pela geração e distribuição de energia elétrica. A concessionária, que atende 72 municípios, localizados na região Metropolitana, Sul, Litoral e Campanha gaúcha, desenvolve um trabalho calcado nos princípios da sustentabilidade. Por isso, elaborou programas desenvolvidos com o público interno e sociedade tendo como meta a educação ambiental, prevendo a execução de ações integradas aos demais sistemas de gestão empresarial. Entre os projetos desenvolvidos, estão os programas de conservação de energia, de eficiência energética como estratégia para a racionalização do uso dos recursos naturais e sensibilização e capacitação de colaboradores, parceiros e fornecedores quanto às suas responsabilidades com o meio ambiente.
A Rio Grande Energia (RGE) também trabalha a eficiência energética para garantir a redução dos impactos ambientais da sua atividade, sejam os diretos ou os indiretos, decorrentes da geração da energia que compra para distribuir. Por isso, desenvolve projetos, como Caravana RGE – Educando para a Eficiência para que o bem, que consideram finito, seja usado de forma racional. Em números, a concessionária pertencente ao grupo CPFL Energia abastece 1.307.377 unidades de consumo, distribuídas em 264 municípios, das regiões Centro e Leste do Estado. A RGE tem ainda todo uma gestão ambiental o acompanhamento ambiental na construção de Linhas de Transmissão e o projeto de Reposição Florestal.
ERRATA Corrigimos, nesta edição, o texto da empresa RGE, que não havia correspondido com o texto enviado para publicação na edição de Dezembro/Janeiro. meio sustentável
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Rio Grande do Sul
FIFA INVESTE EM TREINAMENTO PARA GESTORES EM SUSTENTABILIDADE Iniciativa demonstra a importância do tema para a entidade Realizados em três Capitais ao longo dos últimos seis meses, os treinamentos em sustentabilidade organizados pela FIFA pretendem promover o intercâmbio do conhecimento adquirido com as palestras e torná-lo legado permanente da Copa do Mundo de 2014 para o Brasil. Esta é a primeira vez que a FIFA financia esse tipo de formação em um País Sede.Ela atua nesse projeto em parceria com o Comitê Organizador Local (COL) e tem o apoio do Centro de Tecnologia em Edificações, empresa da área de sustentabilidade. Representantes dos 12 estados sedes reuniramse entre os meses de agosto de 2013 e fevereiro de 2014 para discutir questões relacionadas à sustentabilidade das operações em estádios e outros edifícios públicos. Temas sociais e econômicos também têm sido abordados, como, por exemplo, medidas para garantir um ambiente de trabalho seguro e adequado aos funcionários dos estádios e alternativas para o envolvimento das comunidades locais nas atividades relacionadas aos jogos da Copa. As oficinas foram realizadas em Recife, em Curitiba e no Rio de Janeiro e contaram com a participação de representantes dos governos dos Estados, municípios e estádios sede.
A enviada do governo gaúcho, Angela Bacchieri Duarte, coordenadora da Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Comitê Gestor da Copa 2014 no RS, ressalta que muito já vem sendo feito no Estado em sustentabilidade, mesmo antes da Copa, e que, portanto, além de implantar novidades, o objetivo do governo é dar seguimento às iniciativas já existentes. Ela ressalta que a postura da FIFA perante o tema reitera a sua importância. “Em outras Copas do Mundo, o investimento em sustentabilidade sempre partiu do país sede, nunca da FIFA. Agora, no Brasil, ele é bancado pela própria entidade e pelo COL, sem qualquer ônus para os estados ou municípios”.
coordenadora Angela Bacchieri Duarte,Me io Ambiente e de ca áti Tem da Câmara Gestor da Copa e mit Cô Sustentabilidade do 2014 no RS tável ten io Sus 01 . 3ª edição Crédito da foto: Arquivo Meano
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NATURA APOSTA EM TECNOLOGIAS PARA OTIMIZAR O USO DE RECURSOS NATURAIS E NO ENVOLVIMENTO DA CADEIA DE VALOR Empresa planeja inaugurar parque de negócios sustentáveis no começo deste ano na região da Amazônia
*Crédito fotos: Divulgação Natura
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Entre as empresas mais sustentáveis do mundo, de acordo com ranking global elaborado pelo grupo canadense Corporate Knights, a Natura destaca-se por incorporar no seu negócio modelos de desenvolvimento sustentável, que vão desde pesquisas para utilizar menos recursos naturais em seus produtos e processos até o fortalecimento de cooperativas extrativistas de insumos na Amazônia, num programa que alia geração de renda para comunidades locais e proteção da biodiversidade. Embora tenha caído da 2ª para a 23º posição na lista deste ano das 100 empresas mais sustentáveis da Corporate Knights, apresentada no último dia 22 de janeiro, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, a Natura segue como exemplo em projetos socioambientais inovadores. Em 2013, a maior fabricante brasileira de cosméticos concentrou esforços no lançamento da linha “Sou” de produtos para corpo e cabelo, comercializado em embalagens com 70% menos plástico. Já para este ano, uma das maiores ações da empresa deve ser a inauguração do Ecoparque, que começou a ser construído em 2012, no município de Benevides, no Pará, e abrigará sua fábrica de sabonetes. A principal novidade desse projeto é unir, numa área de 172 hectares, empresas que possam fazer uso complementar de insumos. A ideia é que o descarte de uma seja utilizado por outra, num processo de racionalização de recursos naturais. meio sustentável
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Rio Grande do Sul
tura para entrega Triciclo adotado pela Naas de produtos a consultor
Para a Natura, a sustentabilidade é um forte vetor de geração de novos negócios. “Queremos que essa abordagem se torne o alicerce para transformar os padrões de tomada de decisão. Buscamos ainda ter sempre um olhar ampliado a respeito dos impactos em toda a nossa cadeia de valor”, explica Denise Alves, diretora de Sustentabilidade. Sobre a queda no ranking da Corporate Knights, a Natura justificou que a alta no consumo de energia e a geração de resíduos sólidos industriais acima do previsto influenciaram na sua classificação. Para diminuir o impacto desses fatores, a empresa afirma que, entre outras ações, iniciou estudos para a cogeração de energia elétrica em algumas de suas instalações e que está implementando projeto para tratar resíduos de álcool e óleo em estações de tratamento de efluentes, eliminando assim seus descartes.
e da Natura, Diretora de Sustentabilidad Denise Alves
MODA E SUSTENTABILIDADE Por Tassiana B. Krampe
A indústria da moda é um setor complexo e de grande importância tanto no quesito social quanto no econômico das sociedades atuais. O termo “moda” é comumente relacionado ao mercado de roupas de luxo, ao consumo e à futilidade, porém a indústria da moda engloba uma grande diversidade de atividades econômicas, que vão desde a obtenção da matéria-prima à concepção do produto (design e manufatura) e, por fim à comercialização do produto final. Nesse processo, estão envolvidas desde pequenas empresas, pequenos ateliês até grandes industrias com produção em série. Desde a concepção até o descarte, um produto de moda é de grande impacto ambiental. Levando em consideração que a moda é fortemente influenciada pela novidade, pela tendência e pelo desejo dos consumidores, a necessidade de alternativas sustentáveis é essencial para diminuir o impacto causado. Dentro da indústria de moda, ECOFASHION é a palavra do momento, principalmente pela mudança no comportamento do consumidor que hoje valoriza e busca produtos que sejam criados sob o preceito da sustentabilidade. No Brasil, pode ser destacado o trabalho da Malwee, que aplica o conceito de sustentabilidade em todaa as etapas do processo produtivo dentro da empresa com a utilização de processos não agressivos durante a produção, como a utilização de
matéria-prima consciente como fibras de garrafa pet no desenvolvimento de produto, e também com a manutenção de áreas de preservação a fim de diminuir os efeitos do efeito estufa. Marcas como Redley e Osklen já aplicam há bastante tempo o conceito de sustentabilidade dentro do seu conceito de negócio. Ambas as marcas utilizam fibras naturais, como algodão cru, fibras de bambu, fibras de garrafa pet e juta em suas coleções. A marca Reserva é um exemplo de empresa que amplamente utiliza os retalhos da fabricação de jeans em outras peças da coleção diminuindo, assim, o acúmulo de resíduos. Projetos como o Entrelaços, no Rio de Janeiro também é um exemplo de ação sustentável dentro da indústria da moda, pois promove oficinas de capacitação para mulheres de comunidades carentes favorecendo, assim, o crescimento econômico e a geração de renda complementar por meio da produção de bolsas em parcerias com grandes empresas do ramo do vestuário. Os exemplos acima são apenas algumas das atitudes de empresas da indústria da moda que se preocupam com o meio ambiente e estão em busca de se tornar, cada vez mais, empresas sustentáveis. Eco-fashion é a “moda” do momento, mas, pelo que parece, veio para ficar. Esse posicionamento de mercado está sendo cada vez mais valorizado tanto pelas empresas quanto pelos consumidores. ano 01 . 3ª edição
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CORSAN
PROJETO SUSTENTÁVEL DA CORSAN DÁ NOVO DESTINO AO LODO DAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO
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A parceria da Corsan com os municípios de Gramado e Quaraí está reutilizando o lodo das estações de tratamento de esgoto como adubo para os canteiros de jardins, praças, ruas e avenidas. Além de dar destino ao material, a iniciativa sustentável ajuda no embelezamento das cidades e reduz custos para o Estado e para os municípios. O projeto consiste na utilização do lodo produzido nas ETEs (estações de tratamento de esgoto) locais como substrato para a composição de condicionadores de solo e adubos orgânicos. O substrato é aplicado nas diversas praças e jardins da cidade e também no horto florestal. Rico em matéria orgânica e nutrientes, esse lodo oferece ótimas condições para o desenvolvimento das plantas. Além do caráter sustentável, pelo aproveitamento do insumo da estação de tratamento, o uso do lodo de esgoto na área florestal e nos jardins representa uma considerável redução nos custos com a aquisição de fertilizantes. Em torno de 40% das despesas da Corsan com transporte e disposição desse lodo são reduzidas. E o município gasta 30% menos nas compras de fertilizantes. Em 2012, A iniciativa foi agraciada com o Prêmio Mérito Ambiental Henrique Luiz Roessler, que tem como objetivo reconhecer o trabalho de gestão de soluções na recuperação do meio ambiente.
Quaraí, lodo sustentável meio sustentável
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Crédito da foto: san Assessoria de comunicação/Cor
Rio Grande do Sul
CASES
Ensaio acústico de fachada
O primeiro prédio sustentável do Brasil foi registrado em 2004 e, menos de dez anos depois, já somos o quarto páis que mais ergue esse tipo de construção no mundo. Entre 2009 e 2012, o número de certificações de prédios que seguem os padrões ecológicos cresceu 412% no país. Segundo o Green BuildingCouncil Brasil, ramificação brasileira do Conselho Americano de Construções Verdes (USGBC) e responsável pela emissão do selo Leed(Leadership in Energy and Environmental Design), até abril de 2013, o Brasil já tinha 88 prédios certificados e mais de 680 em processo de certificação.Ter o certificado LEED é uma das formas de comprovar ser ecologicamente correta. Para obter o selo LEED as construções sevem seguir alguns critérios de sustentabilidade antes, durante e depois da obra, como o uso racional da água; eficiência energética; redução, reutilização e reciclagem de materiais e recursos; qualidade dos ambientes internos da edificação; espaço sustentável; inovação e tecnologia; e atendimento às necessidades locais. Este último item é definido pelos próprios profissionais da GBC e variam de empreendimento para empreendimento. Além do LEED, obras ecologicamente corretas podem obter a certificação AQUA (Alta Qualidade Ambiental), da Fundação Vanzolini. O AQUA é o primeiro selo que levou em conta as peculiaridades do Brasil para elaborar seus critérios - que avaliam a gestão ambiental das obras e as especificidades técnicas e arquitetônicas. Alguns critérios levados em consideração para emissão deste selo são: canteiro de obras de baixo impacto ambiental; gestão de água, energia e resíduos de uso e operação do edifício; qualidade sanitária do ar, água e dos
BRASIL É O QUARTO PAÍS QUE MAIS ERGUE CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS Além dos benefícios ambientais, foco na sustentabilidade agrega valor ao empreendimento e gera economia no longo prazo. ambientes; e ainda o conforto olfativo, visual e acústico do entorno da edificação. Apesar de aumentar entre 1% a 7% o custo da obra em relação a uma construção convencional, os benefícios de prédios ecologicamente corretos são imensos e a valorização do imóvel pode chegar a 10,9% para novas construções e 6,8% para edifícios adaptados às normas de sustentabilidade. As vantagens não param por aí: a projeção é de uma redução de 30% no custo condominial, 35% na emissão de gases do efeito estufa, 50% no consumo de água e diminuição de 50% a 80% no descarte de resíduos gerados, o que acarreta uma economia no custo operacional total do imóvel que fica em torno de 8% a 9%. Hoje o Brasil conta com pelo menos 30 selos que garantem a identificação sustentável de um produto ou serviço. Há, porém, muitos outros que não passam de uma simples etiqueta adornando a embalagem. Mas como saber se o selo estampado nas mercadorias é confiável ou se só está ali para encarecê-las com o apelo do ecossustentável? Para garantir a credibilidade destas certificações, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou em 2008 seu próprio selo intitulado “Rótulo Ecológico ABNT” e que visa a informar os consumidores sobre quais produtos ou serviços são menos agressivos ao meio ambiente. Para obter o certificado da ABNT o fabricante é obrigado a seguir até 30 exigências que variam de acordo com o produto ou serviço. Hoje já são 235 produtos e três serviços que receberam a certificação, que pode custar de R$15mil a R$150mil. Para dar mais credibilidade e incumbir maior responsabilidade socioambiental às empresas, desde 2011 o Conselho Nacional de Auto-Regulamentação ano 01 . 3ª edição
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*Crédito fotos: Arquivo Pessoal Roberto Chist
SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Publicitária (Conar) analisa as campanhas que se autointitulam sustentáveis. Em um ano e meio de trabalho foram analisadas 30 campanhas publicitárias suspeitas. Nove foram obrigadas a fazer ajustes e duas foram suspensas. Como o Brasil não possui uma lei que regula a certificação ambiental, resta aos consumidores buscar informações sobre os selos verdes antes de consumir produtos “ecologicamente corretos”.
SELO ATESTA DESEMPENHO DE MATERIAIS – UNISINOS
Desde julho de 2013, edificações devem atender aos requisitos da Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575:2013. Diferentemente dos selos LEED e AQUA, a principal característica desta norma da ABNT é sua concepção com base no conceito de desempenho, ou seja, com base nas propriedades que um edifício ou sistema deve apresentar quando em utilização. Os ensaios para a obtenção do selo que atesta esta norma já estão sendo realizados pelo Instituto Tecnológico de Desempenho – ITT Performance, da UNISINOS, e levam em consideração os desempenhos estrutural, acústico, térmico, resistência ao fogo, durabilidade e estanqueidade de materiais utilizados na construção civil.Eles podem se enquadrar em três faixas de desempenho: mínimo, intermediário e superior.
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Conforme o professor da Unisinos Roberto Christ, mestre em engenharia civil e diretor técnico que acompanha o projeto, apesar de os selos LEED e ITT Performance emitirem certificações distintas entre si, os parâmetros de desempenho avaliados pelo ITT encaixam-se diretamente na questão sustentabilidade. “No caso do desempenho térmico, por exemplo, se o sistema apresenta desempenho superior, o proprietário necessitará de menor consumo de energia para climatização. É assim com todos os critérios de desempenho que são avaliados”, explica. Roberto conta ainda que, como a norma é recente, nenhum prédio ou residência hoje é certificado no Brasil, mas há empresas que já estão buscando a certificação. “Estamos desenvolvendo esta certificação para empresas como Bazze, Construtora Ópera, NexGroup, entre outras”, relata. liando Prof. Roberto Christ avado da ha fac de a um sistem Beira Rio
CONHEÇA ALGUNS DOS PRÉDIOS SUSTENTÁVEIS DO BRASIL
*Crédito fotos: Arquivo Pessoal Roberto Chist
JK 1455
Localizado em São Paulo, este foi o primeiro edifício do Brasil a conquistar a certificação LEED ouro, em 2012. Lançado em 2008, o prédio passou por uma adequação para que sua estrutura passasse a ser sustentável. Dentre as soluções verdes adotadas, estão estratégias para redução de consumo de energia elétrica, melhor uso da água e maior eficácia na limpeza, com redução do uso de produtos químicos.
meio sustentável
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São Paulo, Edifício JK 1455 Rio Grande do Sul
Fazenda Rio Grande, Paraná, Fabrica Verde do Grupo Coca-Cola
FÁBRICA DA COCA COLA
As medidas sustentáveis desse empreendimento vão desde a sua construção até a gestão da obra sem impactos à comunidade. Ela usa tecnologias e medidas de eficiência energética, tem consumo eficiente de água, qualidade interna do ar e iluminação facilitada. Cerca de 40% da área total do terreno tem espaços abertos e vegetados, e áreas de lazer foram projetadas para o descanso dos funcionários.
Rio de Janeiro, Edifício Porto Brasilis
PORTO BRASILIS (RJ) Esse edifício comercial, localizado no Rio de Janeiro, tem uma área total de mais de 18 mil m2. Dentre as suas características sustentáveis, estão o sistema de tratamento e reaproveitamento da água da chuva, sanitários economizadores de água, reatores e lâmpadas de alta eficiência, vagas preferenciais para veículos com baixa emissão de poluentes e fonte de recuperação de energia instalada no sistema de exaustão dos sanitários. ano 01 . 3ª edição
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O CLIMA NA TERRA
DERRETIMENTO NO ÁRTICO PREOCUPA ESPECIALISTAS
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Atividade humana é a principal responsável pelo aquecimento do Planeta
meio sustentável
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Rio Grande do Sul
Atividade humana é a principal responsável pelo aquecimento do Planeta
www.mudancasclimaticas.andi.org.br www.uol.com.br www.sidneyrezende.com www.salveoartico.org.br
A prisão da bióloga gaúcha Ana Paula Maciel, ativista do Greenpeace que protestava em uma plataforma de petróleo no Ártico quando foi detida junto com outras 29 pessoas pelas autoridades russas em setembro de 2013, reacendeu a discussão sobre o desenvolvimento econômico sustentável. Pesquisas científicas afirmam que o gelo no Ártico – também chamado de Polo Norte - está derretendo e que isso se deve, principalmente, à queima de combustíveis fósseis, o que tem gerado aumento de gases do efeito estufa e elevação da temperatura do Planeta. Mas, afinal, quais são os riscos ecológicos da extração de combustível, especialmente no Polo Norte? Desde 1979 o Ártico já perdeu área equivalente a dois Alascas, porém a situação se agravou no início da década passada quando institutos americanos identificaram ali um potencial de exploração de 90 bilhões de barris de petróleo. Houve uma corrida em direção ao Polo Norte e, nos últimos sete anos, aquela foi a região do planeta que mais sofreu degelos – consequência da extração do combustível fóssil, o que gera enorme emissão de CO2, gás responsável pelo efeito-estufa. Frequentemente chamado de ‘geladeira da Terra’, o Ártico ajuda o planeta a se resfriar porque o gelo de sua superfície reflete a radiação do Sol de volta para o espaço. Com o seu derretimento, o calor do sol é absorvido pelo mar aberto, o que contribui para aquecer as temperaturas na água e no ar. A nova situação representa a sentença de morte para o urso-polar, que usa o gelo marinho para caçar seu alimento, e causa alerta entre a comunidade científica internacional porque afeta toda a vida na Terra. Conforme o Relatório de Avaliação sobre Meio Ambiente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), divulgado extraoficialmente no final de janeiro,os países gastam mais para dar subsídio a combustíveis fósseis do que para acelerar a mudança em direção a fontes de energias mais limpas. Segundo esse relatório, mais 15 anos de fracasso em limitar as emissões de carbono podem tornar impossível a resolução do problema com as tecnologias atuais, o que, provavelmente, forçará as próximas gerações a buscar alternativas que viabilizem a vida na Terra. A versão oficial do relatório de três volumes, que o IPCC está elaborando deve ser publicada até o mês de abril.
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CALENDÁRIO ONU DA SUSTENTABILIDADE (Fonte: www.onu.org.br)
MARÇO
AGOSTO
21 Dia Internacional das Florestas e da Árvore 22 Dia Mundial da Água 21 a 28 Semana de Solidariedade com os Povos em Luta contra o Racismo e a Discriminação Racial 32
ABRIL 22 Dia Internacional da Mãe Terra
MAIO 15 Dia Internacional das Famílias 21 Dia Mundial para a Diversidade Cultural e para o Diálogo e o Desenvolvimento 22 Dia Internacional para a Diversidade Biológica
JUNHO 05 Dia Mundial do Meio Ambiente 08 Dia Mundial dos Oceanos 12 Dia Mundial contra o Trabalho Infantil
meio sustentável
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Rio Grande do Sul
19 Dia Mundial da Ação Humanitária
SETEMBRO 16 Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio 21 Dia Internacional da Paz
OUTUBRO 01 Dia Internacional das Pessoas Idosas 06 a 17 12ª reunião de cúpula da Convenção de Diversidade Biológica (CDB) Coreia do Sul (http://www.onu.org.br)
NOVEMBRO 06 Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Meio Ambiente em Tempos de Guerra e Conflito Armado
DEZEMBRO 11 Dia Internacional das Montanhas 01 a 12 20ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-20) Lima/Peru
Sustentabilidade em busca do equilíbrio
Agradecemos àqueles que têm nos apoiado nessas 3 edições
Mello, Miranda, Travassos & Buschmann Advogados
Ed.II
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. BRASKEN . GERDAU . HIGRA . STIHL . WDS PENUMÁTICOS . NATURA . UNIPAMPA . PUC-RS . UNISINOS . SECOPA/RS . SINEPE/RS . FIERGS . AGDI . CIENTEC . COLÉGIO ISRAELITA . AHK/RS . KOTRA-RJ . CEEE . RGE . AES SUL
Ed.III
EVENTOS
S - Escolas Dom Recebem prêmio SINEPE/R neira (Bento dia Me Bosco (Porto Alegre), Básica FEEVALE ção uca Ed e Gonçalves) ria Práticas (Novo Hamburgo) na catego s. vei nsá Eco-Respo Crédito da foto: Vinicius Roratto
e-Governador Beto Pronunciamento do Sr. Vic Grill na FIERGS (RENEX 2013) er Crédito da foto: Marcel Streich
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no XXIV Encontro de Comissão de Recepção de Santo Antonio da os ári Municípios origin Patrulha (Raízes)
nologia para o Feira Internacional de Tec abril de 2014, Meio Ambiente, 22 a 25 de o Recepção da fot Na s. lve em Bento Gonça FIEMA Brasil, 2013. s Crédito da foto: Gilmar Gome
lheres de Bom
meio sustentável
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Rio Grande do Sul
Grupo de Cavalgada de Mu Jesus (Raízes)
SISTEMA CONSTRUTIVO COM PERFIS DE PVC MAIS CONCRETO SUSTENTABILIDADE
Durabilidade garantida 01
18-22 Março/2014 Terça à Sexta das 11h às 20h Sábado das 9h às 17h ANHEMBI - São Paulo - SP/Brasil
Conforto térmico e acústico 02 Imunidade a cupim, mofo e corrosão na casa 03 Não propaga fogo 04 Obra limpa e sem desperdícios 05 Rapidez e facilidade para construir a casa 06
Rua Boa Vista, 842 – Portão – RS – Brasil - CEP 93180-000 www.bazze.com.br / bazze@bazze.com.br Fone: + 55 – 51 – 3562-1020
ano 01 . 3ª edição
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meio sustentรกvel
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Rio Grande do Sul