CORTESIA
RIO GRANDE DO SUL . ANO 01 . 4ª EDIÇÃO ABRIL/2014
Sustentabilidade - Pilar ambiental
ESTE LIXO É SEU?
Precisamos aprender a assumir a responsabilidade pelos detritos que produzimos. Mudanças climáticas
ESTAMOS PREPARADOS? Pg.12
SUSTENTABILIDADE NA SERRA GAÚCHA Pg.27
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meio sustentรกvel
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Rio Grande do Sul
EDITORIAL
Prezados leitores, Precisamos começar um processo de reflexão visando assumir o que é de mais urgente nessa caminhada pró-sustentabilidade: determinar o que nós, homens e mulheres, os principais atores da sociedade, no presente e no futuro, vamos fazer com o lixo doméstico. Quando andamos pelas ruas, sempre avistamos o chamado lixo urbano em sacos ou contêineres, mas também podemos ver nas calçadas, nos terrenos baldios - atirado ao chão, ou caído das latas, voando nas calçadas e ruas - o que foi jogado por homens, mulheres ou crianças. Percebe-se que muitos praticam esse mau hábito, que, certamente, não contribui para a resolução de questões que envolvem a destinação correta do lixo. Alguns praticam esse ato de modo disfarçado e outros o fazem deliberadamente, como se fosse um hábito comum, que não tivesse conseqüência alguma, e dessa forma, livram-se do lixo de forma descompromissada, julgando-se, muitas vezes, em vantagem em relação àqueles que se preocupam com a destinação correta de seus resíduos. Perguntamos: Estamos em um momento em que os prefeitos serão obrigados por lei a resolverem a questão do lixo, ou de ser novamente prorrogada essa obrigatoriedade, graças à falta de planejamento, de condições materiais ou de recursos humanos que possam ser destinadas ao preparo de equipes e lideranças? Existem pessoas capazes de encontrar soluções para a destinação adequada do lixo? Já temos lideres políticos preparados para essa necessidade urgente? Já estamos de mangas feitas, para encarar este desafio? Será que vamos convencer os cachorros chamados de vira-latas, que andam pelas ruas, de que acabou a farra? Será que em todas as classes sempre haverá maioria das pessoas que se preocupam com o destino correto dos seus resíduos? Há proprietários de casas situadas em bairros de classe média alta que limpam o seu jardim, cercado por um muro, e depois, às escuras, jogam o lixo resultante dessa limpeza no terreno baldio que fica ao lado do seu vizinho. Essas pessoas não estão preparadas para o amanhã: são aquelas que supõem que seus netos irão brincar sozinhos no bairro e nas escolas da cidade, convictas de que os seus não necessitarão de uma sociedade limpa para viver e nem precisarão de outras crianças e pessoas para se relacionarem. Assim sendo, o que vamos fazer com o pobre cachorro da rua, se o Dr. não cuida do lixo dele? Será que a pessoa que suja a sua própria rua e a casa do vizinho não é igual àquela que adultera o leite para os outros, separando o leite bom para uso exclusivo de sua família? Considerando-se que o leite adulterado deverá ser disponibilizado para o consumo dos “outros”, incluindo aí seu vizinho, essa pessoa, salvaguardando sua família, estará alicerçada na lógica de que seus filhos não precisarão de outras crianças para brincar ou estudar, uma vez que estas poderão vir a sofrer as conseqüências de seu ato criminoso. Como vamos pensar em sustentabilidade convivendo com pessoas cujos hábitos revelam total descompromisso com o viver sustentável das gerações futuras? Temos que assumir – e integrar em nossas rotinas diárias – novos hábitos com visão futura de sustentabilidade. Os Prefeitos terão que trabalhar muito para consertar esta banda de humanos, formada por homens, mulheres e crianças, que vêm “tocando flauta” e passando pelas ruas, calçadas e praças de nossas cidades sem se importar com o correto destino do lixo. Vamos cuidar do lixo, da água, da energia e do meio ambiente: temos que iniciar, nós mesmos, as práticas de sustentabilidade na família e nas cidades. A direção
A Revista Meio Sustentável é uma publicação da Editora Meio Sustentável Ltda. Site www.meiosustentavel.com Direção Geral Silvana Bergamo Edição Joana Gabech Textos Cátia Chagas, Joana Cabech e Mônica Isabel Rachele Lovera (Proamb) Revisão Tânia Maria Merker Candotti Projeto Gráfico e Design Bárbara Gurgel Gráfica Gráfica Odisséia - Papel reciclado Suzano: Papel com certificação FSC proveniente de florestas remanejadas 3 Cartas, redação e assinaturas atendimento@meiosustentavel. com Publicidade comercial@meiosustentavel. com Revista on line www.meiosustentavel.com Presidente do Conselho do leitor Justino Girardi
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ano 01 . 4ª edição
08 12 16 18
Rio Grande do Sul
Municípios buscam medidas eficientes para descarte de resíduos Mudanças climáticas
ESTAMOS PREPARADOS?
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27 .
O DESTINO DO LIXO:
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PARQUES EÓLICOS NO RIO GRANDE DO SUL
22. PUB’S BAR 23. UNIVATES 24. MODA E SUSTENTABILIDADE 25. HORTA DE ALGODÃO
meio sustentável
ESTE LIXO É SEU?
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VEIO O TEMPORAL, FALTOU LUZ! O QUE DIZEM AS DISTRIBUIDORAS?
32. 14ª FENEGÓCIO 33. HOMENAGEM ÀS MULHERES 34. EVENTOS
Sustentabilidade Pilar Ambiental
COOPERATIVA DE ALEGRETE COSTRÓI USINA TERMOELÉTRICA
Foto: Ivo Gonçalves/PMPA
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CAPA
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ED. 04
ÍNDICE
Carnaval 2014 SUSTENTABILIDADE É TEMA DE DESFILES NO RIO E EM SP
Copa 2014 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
SUSTENTABILIDADE NA SERRA GAÚCHA - PROAMB - RANDOM - EMBRAPA (ARTIGO) - TURISMO SUSTENTÁVEL - BENTO GONÇALVES
Estas empresas estão conosco nesta edição: . Secretaria de Habitação e Saneamento . Cientec . Prefeitura Municipal de Porto Alegre . Univates . Prefeitura Municipal de Alegrete . Higra . FIEMA BRASIL (Proamb) . MMA Obrigado por nos ajudar a regar esta sementinha.
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SUSTENTABILIDADE PILAR AMBIENTAL
ESTE LIXO É SEU? Precisamos aprender a assumir a responsabilidade pelos detritos que produzimos.
meio sustentável
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Rio Grande do Sul
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Ao circularmos pelas ruas das cidades, seja em zonas centrais ou na periferia,a todo o momento, flagramos maus exemplos no que se refere à destinação de lixo. Terrenos baldios servem de depósito para móveis sem serventia, sacos plásticos ficam rasgados no chão expondo todo o conteúdo de seu interior em decomposição, pilhas, baterias, vidros e plásticos são acomodados num mesmo compartimento, sem nenhum critério de seleção. E não importa se as cidades são grandes ou pequenas, de população rica ou menos abastada, litorâneas ou desprovidas de mar. Conseguimos ver péssimas atitudes em suas mais variadas formas e locais de apresentação. Isso nos leva a crer que o homem é omisso com seu lixo e não assume a responsabilidade pelo detrito que produz, independentemente da classe social na qual esteja inserido. Porém, se considerarmos a questão ambiental como mais um pilar da sustentabilidade (juntamente com o econômico, o social e o cultural), veremos que cabe a nós, sim, dar destino correto aos nossos detritos. E aí estão incluídos também as empresas e o poder público. Todos são responsáveis pelo lixo, e cada um de nós tem sua atribuição nessa cadeia de transformação. Quando depositamos lixo em local impróprio, contaminamos o lençol freático com o chorume que esses resíduos produzem, entupimos bueiros e atraímos certos animais para perto de nossas casas - só para citar alguns exemplos. Isso significa que teremos mais alagamentos nas ruas, precisaremos gastar mais com o tratamento de água e esgoto e estaremos sujeitos a contrair doenças. Em contrapartida, se realizarmos um processo organizado de separação, coleta e reciclagem de
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resíduos, não somente estaremos evitando todos esses problemas como também colaborando para o desenvolvimento sustentável do Planeta. O lixo que produzimos é consequência dos nossos hábitos de consumo e é inevitável que continuemos a produzi-lo. Precisamos, entretanto, dar um correto destino a esse material. Quase toda a atividade econômica causa danos ao meio ambiente e, com base nisso, muitas empresas já vêm adotando políticas de sustentabilidade em suas atividades, fazendo, por exemplo, a coleta e o reaproveitamento de seus produtos. Algumas prefeituras também já realizam periodicamente a coleta seletiva do lixo municipal e encaminham o material para ONGs que concluem o ciclo de reciclagem. E nós, pessoas comuns, o que faremos para colaborar com esse processo? Não podemos passar adiante a responsabilidade para com a sujeira que produzimos. Temos que tomar consciência de que o processo de reciclagem começa dentro de nossas casas e que é nosso dever ensinar as futuras gerações a proteger o meio ambiente, começando pela simples tarefa de separar nosso próprio lixo e por ele nos responsabilizarmos.
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O DESTINO DO LIXO Municípios buscam medidas eficientes para descarte de resíduos
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Você sabia que 1/3 de tudo o que é produzido no mundo vai parar no lixo? Se levarmos em consideração somente os produtos alimentícios, esse índice de desperdício aumenta para 40%. Metade disso provém do lixo doméstico, o que nos leva a constatar que compramos mais do que precisamos e acabamos colocando fora cerca de 20% do que pretendíamos consumir. Isso sem contar as embalagens, cascas e restos que perdem a utilidade após cumprirem sua função original. Mas você já se perguntou para onde vão todos esses resíduos? Em agosto deste ano entra em vigor a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), aprovada após quase duas décadas de discussão no Congresso Nacional. A Lei traz obrigações para ministros, governadores, prefeitos e também empresários e consumidores no que se refere ao destino do lixo. Muitas cidades, porém, já possuem políticas estruturadas e bem sucedidas de coleta e reciclagem de resíduos.
Porto Alegre
Em Porto Alegre, por exemplo, desde 2011, foi instaurado o sistema de coleta automatizada de lixo orgânico, o que permite que os habitantes do município descartem seu lixo durante as 24 horas do dia em 13 bairros da cidade. Nos demais bairros, a coleta é realizada três vezes por semana. Os resíduos recolhidos, que somam quase 30 mil toneladas/mês, são transportados e destinados ao Aterro Sanitário. Segundo Rodolfo Rospide Júnior, coordenador de comunicação do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) de Porto Alegre, o sistema trouxe inúmeros benefícios para a população. “Além da humanização do serviço de coleta de lixo, eliminando a característica penosa e insalubre da coleta manual, esse sistema possibilitou a redução do número de caminhões circulando na região central da Cidade”, ressalta Rodolfo. O sistema possibilitou também a solução não somente para o problema causado por cães que rasgam sacos de lixo dispostos nos passeios públicos como também a eliminação das lixeiras ou suportes para lixo particulares nos meio sustentável
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Rio Grande do Sul
ão 11º HallowLixo – evento de educaç LU. DM pelo o ovid prom ambiental Foto: Joel Vargas/PMPA
passeios públicos. Além disso, contribuiu para diminuir o risco de atropelamento de garis.
Pioneirismo que deu certo
Porto Alegre possui ainda um Programa de Coleta Seletiva, pioneiro no Brasil e que completa 24 anos de atuação em 2014. “Em julho de 1990, o DMLU escolheu o bairro Bom Fim para implantar esse serviço novo na cidade. A comunidade foi convidada a separar o seu lixo doméstico, descartando-o em dois recipientes diferentes. Em um, o lixo orgânico, que continuaria sendo disposto à coleta tradicional e, em outro, o lixo seco, que passaria a ser recolhido especialmente uma vez por semana”, explica Rodolfo. Hoje, o modelo de Porto Alegre, que foi sendo aperfeiçoado ao longo dos anos, é reconhecido nacionalmente e já passou a ser referência inclusive para diversos países da América Latina. Desde o início do projeto, há um programa de divulgação e educação, com distribuição de folhetos, difusão de mensagens em eventos em comunidades, atingindo um público diversificado. Paralelamente,
foi desenvolvido um programa direcionado especialmente às escolas, empresas, hospitais e órgãos públicos. Há também cursos destinados a professores e líderes Comunitários. Todo esse trabalho é indicativo de que a preocupação com o meio ambiente está presente na Capital gaúcha. “A Coleta Seletiva e a reciclagem de lixo têm um papel muito importante para o ambiente, pois, por meio delas, recuperam-se matérias-primas que, de outro modo, seriam tiradas da natureza. A ameaça de exaustão dos recursos naturais não-renováveis aumenta a necessidade de reaproveitamento dos materiais recicláveis, que são recolhidos pela Coleta Seletiva de lixo”, conclui Rospide.
Prefeitura de Porto Alegre aplicará multa para quem jogar lixo em local impróprio
A partir do mês de abril, quem jogar lixo no chão ou descartar restos em terrenos baldios da Capital poderá ser multado em mais de R$ 4mil. É o que prevê o novo Código de Limpeza Urbana de Porto Alegre. As infrações serão divididas conforme a gravidade: leve, média, grave e gravíssima. O valor das multas varia entre R$263,83 e R$4.221,21. A fiscalização será feita por 35 agentes que montarão blitzes em pontos específicos da cidade. Os agentes se aproximarão do infrator, informarão sobre a multa e pedirão que ele se identifique com documentos e e-mail. No caso dos depósitos de lixo irregulares, a autuação será feita mediante denúncia. Se a multa não for paga, será transformada em dívida ativa, impedindo o cidadão de retirar documentos na prefeitura. O Rio de Janeiro possui projeto semelhante e, após cinco meses de aplicação da lei, já conseguiu reduzir em 60% os resíduos nas ruas em algumas regiões da cidade.
do DMLU realiza ação de divulgação a pez Lim de al icip Mun igo Cód novo ntes Urbana com blitz em bares, restaura a. Baix de Cida da o érci com e no Foto: Cristine Rochol/PMPA
Valores previstos por descarte irregular de lixo em Porto Alegre Infração LEVE: R$ 263,82
. Jogar no chão papéis, invólucros, embalagens ou assemelhados. . Fazer triagem ou catação no lixo disposto na rua. . Acondicionar resíduos orgânicos em sacos plásticos com
capacidade superior a cem litros. . Vender – em veículos aparelhados para esse fim – alimentos de consumo imediato sem recipientes de resíduos orgânicos e recicláveis, com capacidade para comportar sacos de no mínimo 40 litros.
Infração MÉDIA: R$ 527,65
. Não acondicionar resíduos em sacolas plásticas antes da coleta. . Não separar o lixo domiciliar em resíduos orgânico e recicláveis. . Não disponibilizar recipientes que garantam a separação do lixo para clientes em estabelecimentos comerciais.
. Deixar de manter limpa a área de atuação — no caso de feirantes,
artesãos, agricultores ou expositores —, acondicionando os resíduos em sacos plásticos.
Infração GRAVE: R$ 2.110,60
. Desrespeitar os dias e turnos estabelecidos pelo DMLU para a coleta dos lixos orgânico e reciclável. . Depositar resíduos sólidos recicláveis no interior dos contêineres destinados exclusivamente à coleta automatizada de lixo orgânico. . Jogar em qualquer área pública ou terreno resíduos sólidos de qualquer natureza (até cem litros). . Varrer a sujeira de dentro do prédio, de terrenos ou calçadas para a rua.
Infração GRAVÍSSIMA: R$ 4.221,21
Sanção da Lei Complementar que Institui o Código Municipal de Limpeza Urbana Foto: Ricardo GIusti/PMPA
. Descartar materiais cortantes ou pontiagudos em embalagem inadequada (o objetivo é evitar ferimentos aos garis). . Descartar em logradouros públicos resíduos decorrentes de decapagens, desmatamentos ou obras. . Depositar em riachos, arroios, córregos, lagos e rios resíduos que causem prejuízo à limpeza ou ao ambiente. . Danificar equipamentos de coleta automatizada.
Caxias do Sul Caxias do Sul quer ser conhecida como a cidade brasileira que mais separa lixo
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A cidade serrana de Caxias do Sul também possui um sistema inovador de recolhimento de resíduos. Com o objetivo de melhorar e modernizar o recolhimento de lixo, a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) implantou, em 2007, a conteinerização e a coleta mecanizada na cidade, que, após sete anos, já atende 45% da população. No total, 1.340 quadras da cidade estão equipadas com contêineres identificados pelas cores verde - para resíduos orgânicos, - e amarelo para resíduos seletivos. A Codeca possui ainda um Ecoponto, localizado junto à sede da Companhia, onde são recolhidos materiais volumosos, de informática e telefonia pós-consumo. Conforme Mauro Cavagnollo, gerente do Departamento de Limpeza Urbana da Codeca, a Companhia trabalha focada na preservação do meio ambiente e pretende tornar Caxias do Sul a cidade do Brasil que mais separa lixo, percentualmente. Hoje são 450 toneladas produzidas diariamente pela população, de aproximadamente meio milhão de habitantes. Desse total recolhido, aproximadamente 90 toneladas são de resíduo seletivo e 360 toneladas de orgânico, por dia. Os resíduos orgânicos são encaminhados para a Central de Tratamento de Resíduos, que está preparada para garantir proteção ambiental de acordo com as exigências dos órgãos licenciadores. Nesse local, há camadas de argila compactada e membranas de polietileno de alta densidade que evitam qualquer tipo de contaminação do solo. O tratamento do chorume é realizado por esse departamento em cinco etapas: tanque de acúmulo para reter a carga de precipitação, tratamento físicoquímico, filtro aeróbio e lodo ativado, tratamento por ultrafiltração, nanofiltração e desinfecção ultravioleta, garantindo o cumprimento de todos os parâmetros de descarte exigidos na Licença de Operação.“No país, estima-se que somente 20% dos municípios dão o destino ambientalmente correto para esses resíduos. Em Caxias do Sul, o lixo orgânico recebe tratamento dentro dos padrões ambientais desde a década de 90”, afirma Cavagnollo. meio sustentável
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Rio Grande do Sul
Coleta mecanizada em Caxias do Sul Foto: Narilis Corrêa
Consciente da importância da reciclagem para o desenvolvimento sustentável do Planeta, ele afirma ainda que preservar significa obter crescimento econômico e desenvolvimento social. “Isso é de extrema importância para a população, pois quanto mais sustentável for a região, mais rentável econômica e ambientalmente esta será. Além de nos preocuparmos com os recursos naturais para as gerações futuras, nos preocupamos também com a qualidade de vida no presente e no futuro. Resíduos seletivos geram trabalho e renda para muitas pessoas nas grandes cidades, sobretudo em Caxias”, completa.
Aterro Luiz Chaves – Central de Tratamento de Resíduos Foto: Antonio Diego Silva
Museu expõe objetos resgatados do lixo
O Museu do Lixo está localizado no Parque de Eventos da Festa Nacional da Uva, em Caxias do Sul. O acervo do museu tem basicamente duas origens: os objetos ali expostos foram resgatados do lixo por colaboradores da CODECA ou doados por famílias da região. O espaço conta com malas, baús, um aquecedor de ferro, moedores de carne e grãos, um moedor de cana, aparelhos de som antigos, máquinas de costura e alguns televisores. O objetivo do museu é dar um destino mais adequado àqueles objetos e apresentar aos visitantes sua origem e as histórias que carregam.
Tecnovates e PPGBiotec: integração socioambiental e econômica Conheça as pesquisas realizadas pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Univates, em parceria com o Parque Científico e Tecnológico da Univates: • Bioecologia e controle de ácaros (ACARI) associados à produção de ovos comerciais no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul. • Pré-produção de hidrolisados protéicos e avaliação da vermicompostagem vertical em solos contaminados com metais pesados. • Seleção, identificação e caracterização de micro-organismos para uso na elaboração de produtos lácteos. Mais informações em www.univates.br/tecnovates e www.univates.br/posgraduacao
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Mudanças climáticas
ESTAMOS PREPARADOS?
*Crédito fotos: SXC:HU
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O verão brasileiro esteve aí para provar: a estação está cada vez mais quente. Para ter uma ideia, o Rio Grande do Sul registrou as mais altas temperaturas em 43 anos! Sim, termômetros marcando 40 graus em dias sucessivos, e a sensação térmica beirando os 50 foram constatados aqui no Estado. E o calor não veio sozinho, trouxe ventanias, temporais e enchentes. Por outro lado, em algumas regiões do país, a falta de chuva ainda compromete o abastecimento de água e logo comprometerá o fornecimento de energia elétrica também. Mas, afinal, o que são essas mudanças climáticas vivenciadas na Terra, a partir de cujas ocorrências já foram criados tratados e leis visando à orientação das entidades? No Brasil, a Lei 12.187, sancionada em 2009 pelo então presidente Lula, institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), que destaca os princípios da precaução, da prevenção, da participação cidadã, do desenvolvimento sustentável e o das responsabilidades. Pois bem, as mudanças climáticas são alterações que ocorrem no clima geral do Planeta e são verificadas por meio de registros científicos nos valores médios ou desvios da média, apurados durante o passar dos anos. Elas são produzidas em diferentes escalas de tempo em um ou vários fatores meteorológicos, como, por exemplo: temperaturas máximas e mínimas, índices pluviométricos (chuvas), temperaturas dos oceanos, nebulosidade, umidade relativa do ar, etc. As mudanças climáticas são provocadas por fenômenos naturais ou pela ação do homem. Neste último caso, elas têm sido provocadas a partir da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, momento em que aumentou significativamente a poluição do ar. meio sustentável
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Rio Grande do Sul
Consequências Atualmente, as mudanças climáticas têm sido alvo de diversas discussões e pesquisas científicas. Os climatologistas verificaram que, nas últimas décadas, ocorreu um significativo aumento da temperatura mundial, conhecido como aquecimento global. Esse fenômeno, gerado pelo aumento da poluição do ar, tem provocado o derretimento de gelo das calotas polares e o aumento no nível de água dos oceanos. O processo de desertificação também tem aumentado nas últimas décadas devido às mudanças climáticas. Estudos ainda apontam que essas mudanças podem influenciar não só a vida urbana, mas a flora e, claro, a fauna. O número de espécies e o tamanho das populações de anfíbios existentes na Mata Atlântica, por exemplo, devem diminuir sensivelmente em razão dessas mudanças previstas para ocorrer no bioma nas próximas décadas. As estimativas são de um estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Biogeografia da Conservação da Universidade Federal de Goiás (UFG), publicado na edição de fevereiro da revista Biodiversity and Conservation e apresentado em um congresso na Fapesp em 2013. De acordo com o estudo, há 431 espécies de anfíbios na Mata Atlântica – bioma que detém 18% de todas as espécies desses animais na América do Sul. As projeções indicaram que os locais climaticamente adequados para a sobrevivência de anfíbios na Mata Atlântica deverão diminuir até 2050. Por essa razão, até 12% das espécies de anfíbios, localizados principalmente nas porções norte e sudoeste do bioma, deverão entrar em extinção, e 88% terão retração da população.
Efeito estufa
No Brasil, a temperatura média anual aumentou em mais de 0,5ºC durante o século XX. Esse aquecimento aconteceu em todas as estações, embora seja um pouco mais acentuado nos meses de
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junho a agosto. Além disso, outros tipos de registros além do das temperaturas atmosféricas, obtidos em muitos lugares, mostram que as temperaturas vêm mudando por um tempo mais longo. Por exemplo, a camada superficial dos oceanos esquentou, e o aquecimento se observa também pelo derretimento das geleiras, pela temperatura das camadas mais altas da crosta terrestre, pelo crescimento dos corais, dos sedimentos do fundo do mar e pelo crescimento das camadas internas dos troncos das árvores. Além do aumento da temperatura, muitos outros aspectos do clima vêm mudando. Alguns países tiveram chuvas mais fortes, enquanto outros sofreram secas. Há pouca evidência de mudança de regime de chuvas no Brasil, embora um leve aumento no volume tenha ocorrido no último século. Em muitas partes do mundo, houve uma redução do tempo de congelamento de lagos e rios e um aumento de ondas de calor. Geleiras do topo das montanhas encolheram, a espessura do gelo do Ártico no final do verão foi reduzida em 40%, e os níveis do mar aumentaram entre 10 e 20 cm. Não está claro como o aquecimento global vai mudar outros aspectos do clima no mundo. De um modo geral, o regime de chuvas deve aumentar, mas a evaporação também aumentará, tornando os solos mais secos. Os estados do sul do Brasil provavelmente se tornarão mais úmidos, com o estado do Rio Grande do Sul possivelmente tendo um aumento de 5 a 20% nas precipitações. No entanto, a Amazônia pode se tornar mais seca, particularmente nos meses de março até maio, quando diminuição de chuvas de 5 a 20 % são previstas.
Eventos extremos são previstos
Para prever como será o clima no futuro, cientistas usam programas de computador que criam um modelo global, tridimensional, baseado nas leis da física sobre como a atmosfera, a terra e os oceanos se comportam. Os especialistas simulam primeiro o clima atual para validar a eficácia do modelo, então aumentam as quantidades de gases na atmosfera e simulam o clima novamente. Uma dessas simulações indica que a duplicação da concentração de dióxido de carbono, esperada para antes do fim deste século, aumentaria a temperatura global de 1,4°C a 5,8ºC no mundo todo e, de 1°C a 4ºC, no Brasil. Os cientistas preveem ainda um grande número de eventos extremos, como temporais, enchentes, ondas de calor e secas. No fim do século, acredita-se que o nível do mar terá aumentado entre
nove e 88cm acima dos níveis atuais. O aumento do nível dos oceanos é causado pela expansão da água ao ser aquecida, como acontece com a maior parte dos materiais, e vai continuar a aumentar por séculos, porque os oceanos retêm o calor por muito tempo. O derretimento das geleiras eleva ainda mais o nível das águas.
Preocupação leva a acordos
Em 2010, negociações sobre as mudanças climáticas em Cancún foram concluídas com um celebrado pacote de decisões para ajudar o avanço dos países no sentido de um futuro com baixas emissões de gases de efeitos estufa. Apelidadas de “Acordos de Cancún”, as decisões incluem formalizar compromissos dessas substâncias deletérias e assegurar maior responsabilização dos países que são grandes emissores de gases causadores do efeito estufa, bem como tomar medidas concretas para proteger as florestas do mundo. Já o Acordo de Copenhague foi firmado pelos Chefes de Estado, Chefes de Governo, Ministros e outros chefes de delegação na Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU em Copenhague, em dezembro de 2009. O documento estima que os países desenvolvidos deverão cortar 80% das emissões até 2050 e 20% até 2020, mas esse último corte não está de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, além de contribuir com a doação de US$ 30 bilhões anuais até 2012 para o fundo de luta contra o aquecimento global. A Organização das Nações Unidas (ONU) está na vanguarda do esforço para salvar o Planeta. Em 1992, a “Cúpula da Terra” criou a Conferência Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) como um primeiro passo no combate ao problema. Em 1988, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) criaram o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para fornecer uma fonte objetiva de informação científica. E o Protocolo de Kyoto da Convenção de 1997, que estabeleceu metas de redução de emissões para países industrializados, já ajudou a estabilizar e, em alguns casos, reduzir as emissões em vários países, mas expirou em 2012. Entretanto, as emissões de gases de efeito estufa em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento vêm aumentando rapidamente. No Brasil, em 1992, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, Eco92 e também chamada de Rio-92, teve como objetivo principal introduzir a idéia de desenvolvimento sustentável. ano 01 . 4ª edição
O QUE DIZ A LEI 12.187?* OBJETIVOS Já em 2012, aconteceu no Rio de Janeiro, o maior evento já realizado pelas Nações Unidas, o Rio+20, que contou com a participação de chefes de estados de cento e noventa nações que propuseram mudanças, sobretudo, no modo como estão sendo usados os recursos naturais do planeta. Além de questões ambientais, foram discutidos, durante a CNUDS, aspectos relacionados a questões sociais como a falta de moradia e outros. Fontes: Inpe; Ministério do Meio Ambiente; ONU; Fiocruz.
LEGISLAÇÃO
POLÍTICA NACIONAL SOBRE MUDANÇAS DO CLIMA
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A Política Nacional sobre Mudança do Clima (Lei 12.187) oficializa o compromisso voluntário do Brasil junto à Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas em reduzir a emissão de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas até 2020. O Plano estrutura-se em quatro eixos: oportunidades de mitigação; impactos, vulnerabilidades e adaptação; pesquisa e desenvolvimento; e educação, capacitação e comunicação.
ENTREVISTA
Professor Dr. Roberto Naime Programa de Pós-Graduação em e Qualidade Ambiental da Universidad o. burg Ham o Nov , vale Fee
REVISTA MEIO SUSTENTÁVEL: ATUALMENTE, QUAL A SITUAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS DO PLANETA? QUAIS AS MAIS PREOCUPANTES? Roberto Naime - A situação que mais preocupa é o chamado aquecimento global, que não causa apreensão por causa dos calorões abafados, mas, realmente, por estar ocorrendo em escala global. Alguns cientistas acham meio sustentável
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1) Identificar, planejar e coordenar as ações para mitigar as emissões de gases de efeito estufa geradas no Brasil, bem como aquelas necessárias à adaptação da sociedade aos impactos que ocorram devido à mudança do clima; 2) Fomentar aumentos de eficiência no desempenho dos setores da economia na busca constante do alcance das melhores práticas; 3) Buscar manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica, preservando posição de destaque que o Brasil sempre ocupou no cenário internacional; 4) Fomentar o aumento sustentável da participação de biocombustíveis na matriz de transportes nacional e, ainda, atuar com vistas à estruturação de um mercado internacional de biocombustíveis sustentáveis; 5) Buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento, em sua média quinquenal, em todos os biomas brasileiros, até que se atinja o desmatamento ilegal zero; 6) Eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil, até 2015; 7) Fortalecer ações intersetoriais voltadas para redução das vulnerabilidades das populações; 8) Procurar identificar os impactos ambientais decorrentes da mudança do clima e fomentar o desenvolvimento de pesquisas científicas para que se possa traçar uma estratégia que minimize os custos sócioeconômicos de adaptação do País.
METAS
. Reduzir o índice de desmatamento anual da Amazônia (redução de 80% até 2020 de acordo com o Decreto nº 7390/2010); . Ampliar em 11% ao ano nos próximos dez anos o consumo interno de etanol; . Dobrar a área de florestas plantadas, para 11 milhões de hectares em 2020, sendo 2 milhões de hectares com uso de espécies nativas; . Estimular a troca de 1 milhão de geladeiras antigas por ano, em 10 anos, por modelos menos poluentes e mais econômicos; . Aumentar da reciclagem de resíduos sólidos urbanos em 20% até 2015; . Aumentar a oferta de energia elétrica de co-geração, principalmente a bagaço de cana-de-açúcar, para 11,4% da oferta total de eletricidade no país, em 2030; . Reduzir as perdas não-técnicas na distribuição de energia elétrica à taxa de 1.000 GWh por ano, nos próximos 10 anos.
que sim, outros acham que o planeta está prestes a passar por novo período de glaciação, outros argumentam que existem fatores antrópicos ou socioeconômicos para justificar o aquecimento global, mas também fatores naturais, como vulcanismo e outros, que influenciam a realidade, mas o fato é que parece que realmente existem modificações climáticas relevantes... RMS: DE QUE FORMA AFETAM A VIDA HUMANA?
Rio Grande do Sul
*Fonte: Blog Mudanças Climática do Inpe - http://mudancasclimaticas.ccst.inpe.br/texto.html
RN - Por tornarem mais relevantes questões como excesso de água ou falta de água em determinadas regiões. Os conflitos em torno da água e do saneamento em geral são os fatores que mais afetam a qualidade de vida das populações. RMS:ESSESTEMPORAIS, DESMORONAMENTOS, FURACÕES, VERÕES E INVERNOS EXTREMOS SÃO CONSEQUÊNCIAS DESSAS MUDANÇAS? RN - Podem ser, mas ainda não existem estudos científicos suficientes para se afirmar nada. Mas certamente são anomalias que devem ser indicativas de alguma forma de alteração dos climas relevante no cotidiano em que se vive. RMS: NO QUE DIZ RESPEITO À SUSTENTABILIDADE, ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS, À ÁGUA, À ENERGIA ELÉTRICAESSAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS INTERFEREM? RN - Interferem, sim; as soluções mais importantes estão vinculadas com planejamentos de médio ou longo prazo, atividades em que o país é nitidamente carente, mas essas concepções deverão ser adotadas porque são as únicas iniciativas que podem mitigar ou atenuar
de forma relevante as alterações climáticas, qualquer que elas sejam e sob quaisquer prisma teórico que se considere. RMS: A LEGISLAÇÃO NO BRASIL SOBRE ESSAS QUESTÕES, ELA É VIÁVEL? A LEI DE 2009 É APLICÁVEL? RN - Atender às legislações não é o forte do país em qualquer área que se considere. Independentemente de legislação, a população precisa ir tomando consciência das realidades que se materializam e ter uma postura que contribua para a solução ou planejamento das soluções necessárias. RMS: O QUE É POSSÍVEL SER FEITO? RN - Não há consenso científico sobre nada, mas, de qualquer forma, a gente tem que começar a implantar políticas de uso e ocupação dos solos de maneira efetiva urgentemente. Não é mais possível as populações de baixa renda se assentarem sobre áreas de risco, que são encostas muito suscetíveis a escorregamentos em caso de chuva e áreas aluvionares ou planícies de inundação fluvial que alagam em casos de chuvas intensas ou de enchentes em rios.
VEIO O TEMPORAL, FALTOU LUZ! O QUE DIZEM AS DISTRIBUIDORAS? O Rio Grande do Sul, assim como outros estados brasileiros, teve um verão com ventos fortíssimos que antecederam períodos de chuvas intensas. Esses temporais, com ventos que chegaram aos 100 km/h, geraram muitos incômodos aos consumidores, além, é claro, dos danos materiais. As constantes ventanias derrubaram postes, destruíram transformadores de energia elétrica e causaram um caos ao deixar a população por até cinco dias sem luz. Muitas famílias, além de sofrerem com o calor, perderam alimentos perecíveis, entre outros prejuízos. Apesar das reclamações dos consumidores, as concessionárias de energia afirmam que não pouparam esforços para atender a população o mais rápido possível, disponibilizando equipes de trabalho durante o dia e à noite para atender à demanda. meio sustentável
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Rio Grande do Sul
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As distribuidoras Conforme a Aes Sul, responsável pela distribuição de energia no Vale dos Sinos, onde 90 mil pessoas ficaram sem luz no temporal de janeiro, a rede de distribuição de energia elétrica no Brasil é basicamente aérea, composta por diversos equipamentos, como postes, fios, transformadores, chaves e outros. Todos esses equipamentos estão expostos ao tempo e sujeitos aos temporais. Assim, a empresa vem investindo uma média de R$ 250 milhões por ano na modernização e fortalecimento
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da rede, com tecnologias avançadas, como condutores multiplexados e protegidos, que têm menor interferência em tempestades. Além disso, a Aes Sul afirma que substitui em torno de 30 mil postes de madeira por outros de concreto por ano (embora em temporais postes de concreto também quebrem). “Ações deste tipo já apresentam resultados satisfatórios. Há de se considerar, no entanto, que não há no mundo rede elétrica que suporte ventos de 150 km/h, como registrado neste verão na Região Metropolitana”, ressaltam. A área de Distribuição do Grupo CEEE, que opera na Capital, onde vários bairros ficaram sem luz após as ventanias e temporais de verão, também cita que a infraestrutura de transmissão e distribuição de energia é basicamente aérea e o principal problema com os temporais é a queda de árvores ou o contato de galhos com a rede de energia elétrica. Além disso, a cidade de Porto Alegre, por exemplo, é uma das cidades mais arborizadas do País, o que deixa as redes mais expostas a essas intercorrências. Em razão dessas funções características e para evitar interrupções no fornecimento de energia elétrica, o Grupo CEEE, além de realizar podas periodicamente, conforme seu plano de manutenção, vem implementando projetos de redes subterrâneas em algumas situações específicas e utilizando cada vez mais cabos protegidos (ecológicos) nas suas obras em vias urbanas, o que ocasiona menores problemas em casos do contato com os galhos de árvores.
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Já a RGE, que opera no interior do Estado, conta com um planejamento direcionado especificamente para esses eventos, que se divide pelo grau de intensidade de cada situação. O plano de controle da concessionária prevê o rápido deslocamento de equipes, isolamento dos locais que oferecem perigo à população e a ágil reposição de equipamentos/ estruturas para recomposição da rede. Todas as operações são controladas em tempo real pelo Centro de Operações da RGE, localizado em Caxias do Sul, que identifica previamente os problemas e encaminha internamente o processo de resolução para as áreas operacionais. Afora a influência dos fatores externos, a RGE trabalha continuamente para modernizar a sua rede. Os investimentos são direcionados sistematicamente aos 264 municípios atendidos pela empresa. No terceiro ciclo tarifário (2008-2013), a RGE investiu cerca de R$ 1,2 bilhão em ações voltadas para melhorias, como as de expansão de redes e a de incorporação de redes particulares de baixa e média tensão. ano 01 . 4ª edição
PARQUES EÓLICOS NO RS
PROJEÇÃO DE INVESTIMENTOS NO SETOR EÓLICO Geração de energia eólica pode trazer oportunidades e também desafios para o Rio Grande do Sul
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Gerada por meio dos ventos, a energia eólica provém de uma fonte abundante e limpa. O Rio Grande do Sul está entre os quatro estados brasileiros com maior potencial de exploração dessa energia renovável, juntamente com o Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Conforme a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), o potencial eólico do Estado é de 15,8GW a 50m, devendo chegar a 115GW a 100m, altura mais usual nas novas instalações. Além de representar uma alternativa limpa para a produção de energia, os parques eólicos também se traduzem em uma oportunidade para o desenvolvimento econômico e social de uma região. Apesar de os ventos soprarem a favor do Rio Grande do Sul, nosso Estado ainda não conseguiu se consolidar como polo gerador de energia eólica no país. O histórico de participação do Rio Grande do Sul em contratações nos leilões de energia, realizados a partir de 2009, tem ficado na faixa dos 11%, com exceção do ano de 2011, quando o Estado representou 25% do total de projetos contratados. “Esta participação de 25% parece estar mais alinhada à representatividade do estado em relação ao potencial total do país - estimado em mais de 300MW a 100m”, explica a engenheira Vivian Sebben Adami, consultora da Produttare e pesquisadora do setor. Conforme dados da CCEE e da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), nosso estado tem mais de 500MW instalados e um total de 1980MW já contratados (instalados e a instalar). Há ainda uma carteira de projetos eólicos prontos ou em desenvolvimento da ordem de 20GW, segundo o Sindieólica. O Plano Decenal de Expansão de Energia 2022, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia, aponta que a taxa média de instalações anuais prevista para o período de 2014 a 2022 é de cerca de 1,5GW, enquanto o cenário elaborado pela
ABEEólica, mais otimista, considera uma taxa de 2,0GW ao ano a partir de 2016. Vivian pondera que, se levarmos em conta o valor base de 2,0GW anuais no país, cerca de 500MW/ano (25%) estariam teoricamente ao alcance do RS. “Este volume de contratações já seria suficiente para movimentar uma cadeia eólica no estado e contribuiria significativamente para o desenvolvimento socioeconômico de diversas regiões”, argumenta ela. Os benefícios da implantação de uma cadeia eólica local vão além da criação de empregos e do desenvolvimento industrial e tecnológico. No caso do RS, especificamente, o fortalecimento dos parques eólicos propiciaria um crescimento tanto regional quanto no das comunidades locais, especialmente na Metade Sul. Historicamente menos desenvolvido e com dificuldades na atração de investimentos e indústrias, o sul do estado também seria favorecido com a instalação dos parques eólicos por meio do arrendamento de terras. Os aerogeradores ocupam apenas uma pequena fração da área, permitindo aos proprietários o uso da terra além do recebimento pelo aluguel do espaço.
UM VOLUME ANUAL DE 500MW EM INSTALAÇÕES CORRESPONDE A: ção do estimentos na constru ição inv em S ÕE LH BI 2,1 R$ uis tricas e montagem e aq parque, obras civis, elé dos aerogeradores;* do eração e manutenção R$ 210 MILHÕES na op roximadamente 10% do o ap parque, representand ção; investimento na constru DOS TOS (na maioria) GERA RE DI OS EG PR EM IL 7,1M s quais na fabricação (média anual), 650 do na bricação de pás, 900 de naceles,1400 na fa parques de o çã tru 00 na cons 39 s, rre to de o çã ica fabr ues;** nutenção desses parq ma e o çã era op em e250
* valor estimado com base nos últimos leilões – de R$ 4,2 milhões /MW **considerando que a fabricação de todos os componentes seja feita localmente [com base no trabalho de Moana Simas e Sergio Pacca - Energia eólica, geração de empregos e desenvolvimento sustentável (2013)]
Efetivação das oportunidades depende de ações conjuntas
São inúmeras as possibilidades que se colocam à frente do Rio Grande do Sul no ramo da geração de energia eólica. Para concretização desses dados e obtenção destes benefícios, há uma série de desafios que exigem a participação conjunta de vários atores: governo, empresas públicas e privadas, universidades, sociedade... Vivian Adami explica que, para atingir esses objetivos, é necessário estabelecer uma espécie de círculo virtuoso no Estado: “Para aumentar sua participação nas contratações, o Estado necessita, principalmente,de investimentos em infraestrutura de conexões à rede elétrica, além de maior agilidade na liberação de licenças ambientais. A partir de um maior volume de contratações (como por exemplo, os 500MW projetados) haveria maior atratividade dos fabricantes para o estado, com consequente redução dos custos logísticos. Esta redução de custo proporcionaria maior competitividade aos projetos eólicos, com elevação do número de contratações, fechando o círculo”. Ela ressalta ainda que, para atender à demanda das construções e da indústria, é fundamental também o desenvolvimento e a qualificação de mão de obra. “Vale lembrar, porém, que a eólica é uma fonte de caráter intermitente, e, portanto, deve estar associada a uma fonte de base para sua viabilidade e crescimento”, alerta Vivian.`
Vivian Sebben Adami - Engenheira química e mestre em Engenharia de Produção pela UFRGS e doutoranda do curso de Administração da Universidade do Vale dos Sinos
Energia limpa para evitar apagões
MELHOR MISTURA E OXIGENAÇÃO COM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
higra.com.br
AERADOR
ROTATIVO TORNADO BITURBO Desenvolvido para obter um melhor aproveitamento energético de aeração e mistura para os tratamentos de efluentes, o Tornado Biturbo Rotativo tem o conceito de funcionamento com duas hélices distribuídas de forma oposta, montadas sobre o mesmo eixo e acionadas pelo mesmo motor elétrico. Com este formato, tem a tração equalizada, tornando o conjunto de flutuação mais compacto e facilitando a instalação, visto que não há necessidade de suportar o empuxo do aerador. Além de bombear em duas direções o equipamento é dotado de um sistema de rotação, fazendo com que o raio de atuação do aerador seja de 360°multiplicando a área de abrangência comparada com o aerador convencional, chegando a valores de eficiência 25% superior com a mesma potência instalada. Por ser um equipamento que constantemente altera sua posição de trabalho, a sua capacidade de transferência e fixação das microbolhas aspiradas chega até 80%. Para mais informações entre em contato: comercial@higra.com.br |51 3778-2939
Biturbo em tratamento de curtume
Biturbo em tratamento de celulose
COOPERATIVA DE ALEGRETE CONSTRÓI USINA TERMOELÉTRICA PARA APROVEITAMENTO DA CASCA DE ARROZ
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O Brasil é o primeiro país fora da Ásia em produção e consumo de arroz – o brasileiro consome, em média, 70 quilos de arroz por ano. O Rio Grande do Sul é o maior estado produtor do cereal e o município de Alegrete está entre os principais produtores estaduais de arroz. O beneficiamento do arroz, porém, gera um subproduto de difícil destinação: sua casca. Uma das formas encontradas hoje pelos produtores para o destino da casca é a sua deposição no solo. O grande problema deste método de descarte é que o tempo de decomposição da casca de arroz é de cerca de cinco anos, o que geraum volume muito grande de metano no solo durante este período. Além disto, a casca de arroz apresenta uma densidade baixa, resultando num grande volume de material a ser transportado e depositado no solo. Outra forma muito utilizada de destinação da casca do arroz é a sua queima não controlada a céu aberto, acarretando em grandes emissões de monóxido e dióxido de carbono, principais causadores do efeito estufa. A Cooperativa Agroindustrial Alegrete Ltda. (CAAL), após análises e contratação de consultoria especializada, buscou alternativas para este problema e a solução encontrada foi transformar a casca de arroz em energia limpa e renovável. Guiada por um projeto que preconiza não somente a eficiência energética, mas o cuidado com o meio ambiente, a CAAL construiu a sua usina termoelétrica. Com capacidade instalada de 3,8 megawatts, ela tem toda a sua operação automatizada, proporcionando total segurança aos operadores e garantindo um fornecimento de energia de qualidade para a planta industrial da CAAL, que se tornou autossuficiente na produção de eletricidade. Além disso, o excedente meio sustentável
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de energia gerado pela usina é disponibilizado no Sistema Nacional. Os cuidados com a proteção ambiental são notados através de equipamentos que evitam a poluição do ar. O sistema de filtragem da Usina Termoelétrica da CAAL é formado por um conjunto de 490 mangas filtrantes que controla e retém a emissão de gases e particulados resultantes da queima de casca de arroz. É esse sistema que garante a geração de energia limpa, a principal característica do empreendimento, evitando que sejam jogados resíduos poluentes na natureza. Para melhor aproveitamento dos resíduos resultantes da queima da casca (as cinzas), estão sendo realizados estudos em parceria com a Universidade Federal do Pampa (Unipampa) para determinar a viabilidade do uso da cinza de casca de arroz para melhoria das condições do solo.
CARNAVAL 2014 SUSTENTABILIDADE É TEMA DE DESFILES NO RIO E EM SÃO PAULO
Duas escolas do grupo especial dos carnavais do Rio de Janeiro e de São Paulo levaram a sustentabilidade para a avenida em 2014. A Império da Casa Verde (SP) e a Acadêmicos do Salgueiro (RJ) abordaram o tema em seus desfiles.
Império da Casa Verde Em São Paulo, a Império de Casa Verde, penúltima escola a entrar na avenida no segundo dia de apresentações, também optou neste ano por fazer um desfile de conscientização. Com o enredo “Sustentabilidade, construindo um novo mundo”, a agremiação fez um alerta ambiental durante o Carnaval para convencer o público de que já passou da hora de a humanidade rejeitar o modelo de desenvolvimento que tem a destruição do meio ambiente como consequência. A comissão de frente teve como tema a Poluição e os quatro Elementos. A alegoria dessa ala tinha um globo terrestre, que ficava negro depois das ações destruidoras do homem. Os diretores de harmonia e o presidente da escola estavam vestidos de garis para homenagear os profissionais que mantêm as cidades limpas. A escola de samba ficou em 8° lugar no carnaval de São Paulo em 2014.
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Acadêmicos do Salgueiro Disposta a contar a história da criação do nosso Planeta a partir dos quatro elementos que o constituem, terra, fogo, água e ar, o Salgueiro apresentou o enredo “Gaia: a vida em nossas mãos” e garantiu o segundo lugar no grupo especial do Rio de Janeiro. “Será que não sabemos o que estamos fazendo com o Planeta Terra? Será que nossa visão é tão pequena e estreita que não conseguiremos deter este cenário de destruição que nos afeta a todos? O que representaria uma existência plena, ecológica?”, questionavam os autores do tema deste ano, o casal Renato Lage e Márcia Lage.Em contraponto, do lado de fora da Marquês de Sapucaí, garis do Rio de Janeiro faziam greve e deixavam acumular toneladas de lixo nas esquinas da cidade. ano 01 . 4ª edição
SUSTENTABILIDADE PRESENTE NA ROTINA DO ESTABELECIMENTO É A PROVA DE QUE BASTA TER BOA VONTADE PARA ADERIR A ESSAS PRÁTICAS
PUB`S BAR
Com um olhar pouco atento, muitos poderiam dizer que a casa em estilo enxaimel construída na década de 1840 pelos primeiros imigrantes alemães a chegarem a Novo Hamburgo abriga um museu. Mas basta reparar um pouco mais que a placa discreta dependurada na fachada do imóvel dá pistas do que vamos encontrar lá dentro: “Pub’s” é o que se lê.
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Adentrando a porta, temos a certeza de que faremos uma viagem no tempo. A casa, de propriedade de Rosângela Slomp, foi restaurada para se parecer ao máximo com a que fora seu projeto original, quando abrigava uma venda e, mais tarde, uma padaria. Mas foi o filho de Rosângela, Rafael Roos - administrador do bar -, quem desenvolveu o conceito do empreendimento. Com base na experiência que teve ao morar em pequenas comunidades, quando passou a produzir todos os itens de consumo próprio, ele decidiu que a sustentabilidade estaria presente também na rotina da casa de shows. Esse conceito foi estabelecido já durante o restauro da casa, que levou dois anos para ser concluído. A madeira que não servia mais para assoalho foi tratada e transformada em forro; os tijolos velhos da edificação foram reutilizados na construção de um ambiente anexo; algumas portas e janelas que não cumpriam sua finalidade viraram balcões e prateleiras; e uma cisterna de três mil litros foi instalada para recolher a água da chuva que hoje é usada para a limpeza do imóvel. Rafael não poupa elogios ao mestre-de-obras que tornou o seu sonho possível, João Mombach: “Todos os arquitetos que consultamos antes do início da obra nos orientaram a demolir a casa e reconstruí-la, pois seria mais fácil e barato. Mas então contratamos o João, que já era conhecido da família, e ele fez aqui praticamente um trabalho de arqueologia”. Quando fala em descobertas arqueológicas, Rafael refere-se principalmente, às pinturas em escariola – técnica muito utilizada nos séculos XIX e XX para revestir paredes de cozinhas e banheiros – , encontradas em alguns cômodos do imóvel e que seriam facilmente destruídas por algum profissional menos cuidadoso. As iniciativas sustentáveis não param por aí. “Todos os itens vendidos no bar, sempre que possível, meio sustentável
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são de produtores da região. Para evitar o consumo de garrafas de vidro (material de difícil reciclagem), a casa só serve chopp artesanal em barril. Os vegetais consumidos no local são todos orgânicos e também fornecidos por produtores locais, e, pensando em evitar o uso de garrafas pet, o bar oferece água gratuitamente aos seus clientes. Ainda assim, todo eventual resíduo do bar é separado e enviado para reciclagem. “O critério que usamos não é o de consumir o que é mais barato, mas o que é mais ecológico. Consumindo produtos da nossa região, podemos diminuir o impacto ao meio ambiente com o transporte de cargas e ainda contribuir para a economia local”, explica Rafael. Como não podia deixar de ser, a música apresentada no bar também está afinada com esse ambiente que visa ao resgate das nossas origens. Seja para tocar blues, samba, jazz ou funk, o local só recebe artistas que fazem “som de raiz”, ou seja, aquele que está mais próximo do original. Nada seria mais apropriado.
Ficou curioso?
O Pub’sestá localizado na Av. Dr. Maurício Cardoso, 112, no bairro de Hamburgo Velho, em Novo Hamburgo. A casa abre de quarta a sábado, a partir das 18h. A programação completa do bar pode ser conferida em facebook.com/pubis.bar.nh
Com cerca de um ano e meio de existência, o Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Univates já conta com diversos projetos de pesquisa em andamento. Divididas em duas áreas de concentração, Biotecnologia Agroalimentar e Biotecnologia em Saúde, as pesquisas abordam temas de importância para a população em geral e visam ao desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços tecnológicos. O PPGBiotec tem como objetivo formar recursos humanos qualificados, capazes de gerar e disseminar conhecimentos científicos e tecnológicos voltados à Biotecnologia, nas áreas de produção de alimentos e saúde humana e animal, com uma visão integrada das perspectivas socioambientais e econômicas. Para isso, há quatro linhas de pesquisa no programa: Biotecnologia na Produção Primária de Alimentos, Biotecnologia na Produção Industrial de Alimentos, Detecção e Caracterização de Microorganismos e Aspectos Moleculares em Processos Fisiopatológicos. Estudos sobre assuntos como a caracterização fisiológica e molecular de genótipos de arroz; a bioecologia e controle de ácaros em agroecossistemas e ambiente natural no estado do Rio Grande do Sul; e a biotecnologia no sêmen suíno; mostram a importância dos conhecimentos gerados em sala de aula, já que abordam assuntos das mais diversas áreas que podem ser aplicados para melhorar a qualidade de vida da sociedade. Mais informações sobre o Mestrado em Biotecnologia podem ser obtidas pelo site www.univates.br/ppgbiotec Texto: Tuane Eggers
UNIVATES MESTRADO EM BIOTECNOLOGIA: VISÃO INTEGRADA DAS PERSPECTIVAS SOCIOAMBIENTAS E ECONÔMICAS
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MODA E SUSTENTABILIDADE CONSUMO CONSCIENTE. VOCÊ FAZ A SUA PARTE? Por Tassiana B. Krampe
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Em nossa última edição, citamos exemplos de empresas que adotam a sustentabilidade de alguma forma dentro do seu processo produtivo. É extremamente importante que as empresas façam sua parte gerando ações de sustentabilidade. Mas e Você como faz a sua parte? Não podemos negar que vivemos em uma sociedade consumista, e que, diariamente, através dos meios de comunicação e da internet, nos deparamos com novas tendências e produtos que despertam esse lado consumista quase que natural do ser humano. Tratando-se de Moda, e falando principalmente do público feminino, este instinto consumista é exageradamente despertado pelo desejo de uma aparência impecável. Qual mulher não gosta de ter uma peça nova no armário? Quem nunca se deparou com uma campanha publicitária e não desejou aquela calça jeans que a modelo estava usando, mesmo que dentro do armário tenha outras calças até mesmo parecidas com as do anúncio? Quantas peças compramos movidas(os) pelo desejo de obter o “lançamento da estação” as quais agora estão esquecidas no fundo do armário? São atitudes como essas que nos colocam na contra-mão do consumo consciente. Como em todo processo produtivo, a execução de um artigo de moda gera resíduo, e, para cada peça consumida, uma nova peça será produzida. Este é o ciclo econômico do consumo e, obviamente, é algo que não podemos evitar. Porém, mediante um consumo consciente, podemos diminuir os impactos ambientais causados pelo consumo desenfreado. Comprar somente o que for necessário, deixando o impulso e o desejo de compra de lado é, com certeza, o principal pilar de sustentação para a consecução desse objetivo. Sabemos que o deixar de comprar é algo impossível, porém minimizar o consumo é extremamente importante. E é em torno do conceito de minimização do consumo que cada vez mais brechós e oficinas de customização ganham meio sustentável
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força, pois peças antigas são reaproveitadas e transformadas em novas peças sem gerar resíduos. Além de minimizar o consumo, é preciso também pensar no descarte daquelas roupas que você já não usa mais. Por que não, ao invés de simplesmente descartar, não fazer uma doação? Consumo desenfreado gera produção desenfreada e com isso nos deparamos com algumas realidades que precisam ser evitadas. Não é de hoje que se constatam casos de utilização de mão de obra escrava na produção de artigos de moda. Você nunca se perguntou como é que roupas tão baratas são produzidas? Com o surgimento do FastFashion, a produção em massa de peças de baixo custo é cada vez mais comum e consequentemente, surgem cada vez mais casos do uso de mão de obra escrava. A chamada Senzala Fashion, em que muitas pessoas trabalham sem condição alguma para isso e recebem uma miséria para produzir para produzir aquela tão desejada calça do anúncio da nova estação. É necessário sim, que haja fiscalização dos governantes, mas cabe também a cada consumidor se informar e não comprar de marcas, que sabidamente, sejam produzidas por meio de trabalho escravo. Que tal pesquisar as marcas de que você mais gosta para ter certeza de que seus gestores estejam fazendo a sua parte? Uma coisa não podemos negar: moda é consumo. Porém podemos, sim, minimizar os impactos deste atual consumo desenfreado. Cabe a cada um de nós fazer a sua parte. Antes de ir às compras, faça uma limpa no seu armário, doe as roupas que você não usa mais, customize aquela peça de que você gosta mas que está precisando de uma repaginada e que tal dar uma passada naquele brechó antes de ir ao shopping? Faça a sua parte, pois, se cada um fizer um pouquinho, chegaremos, sim a um mundo ainda mais sustentável!
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HORTA DE ALGODÃO PRODUTOS ORGÂNICOS PARA BEBÊS SHOPPING IGUATEMI, EM PORTO ALEGRE
A Horta nasceu com o propósito de disseminar um novo estilo de vida para as pessoas, e , para isso, nada melhor do que “começar pelo começo”, ou seja, pelos bebês. A ideia da marca é conseguir conscientizar as pessoas de que, por meio de um consumo mais consciente e de um comércio justo, podemos ajudar a construir um mundo melhor para as próximas gerações e de que, consumindo produtos ecológicos, não estamos pensando apenas na saúde e bem-estar dos bebês, mas também no meio ambiente e na melhora da qualidade de vida de pequenos produtores que são extremamente afetados pelo uso de produtos químicos nas suas lavouras. A marca é 100% sustentável e pensou em cada detalhe na sua construção. Ela iniciará suas operações em um quiosque no Shopping Iguatemi de Porto Alegre agora em abril e até mesmo a estrutura do quiosque segue o conceito da marca: sua estrutura será toda em chapas de OSB, que garante, em seu procedimento industrial, um dos mais elevados
rendimentos de aproveitamento das matérias primas, exige menos energia na sua fabricação e é totalmente reciclável; as lâmpadas utilizadas serão de LED, diminuindo o consumo de energia e até mesmo os uniformes dos funcionários serão feitos a partir de algodão orgânico seguindo a linha de produtos comercializados no quiosque. Serão comercializadas roupas e enxovais de bebê a partir do algodão orgânico livre de agrotóxicos e de lãs provenientes de ovinos com criação livre de hormônios; bichinhos e naninhas com recheio de PET reciclado; produtos de higiene, brinquedos decorativos e pedagógicos e papinhas orgânicas, além de fraldas biodegradáveis. Todas as matérias-primas são tingidas com corantes naturais. A marca se orgulha em ser a primeira a vender exclusivamente produtos 100% orgânicos no Estado e espera que as pessoas se engajem com ela na busca por um mundo melhor.
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Reunião da Câmara Temática do Meio Ambiente e Sustentabilidade Crédito: Caroline Vanzella/Divulgação PMPA Inúmeras ações vinculadas ao tema da Sustentabilidade foram propostas e estão em execução pelo Governo Federal e pelas 12 Cidades Sede na preparação para a Copa do Mundo 2014 no Brasil. Áreas como Produtos Orgânicos, Certificação de Arenas, Gestão de Resíduos, Inventário de Gases Efeito Estufa e Compras Sustentáveis estão contempladas. Algumas dessas iniciativas contam com a parceria de entidades do setor privado, inclusive da FIFA e do COL, identificadas com a importância crescente do viés da sustentabilidade em todos os programas e atividades, públicas ou privadas. Dentre as iniciativas de apoio ao tema no Brasil, foi oferecido pela FIFA e pelo Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da FIFA BrasilTM, o Programa de Treinamento em Sustentabilidade de Estádios para as 12 Cidades Sede entre os meses de agosto de 2013 e fevereiro de 2014. A FIFA e o COL têm apoiado ações de sustentabilidade dos países sede nas últimas edições da Copa do Mundo. O Green-Goal publicado na Copa de 2006 da Alemanha é talvez a iniciativa mais conhecida. Para a Copa no Brasil, FIFA e COL divulgaram, a título de sugestão, ações de sustentabilidade que poderiam ser adotadas para a realização do evento. Sabe-se que, a partir da Copa de 2018, critérios de sustentabilidade serão requisitos exigidos pela FIFA e pelo COL, e não somente sugeridos, para a realização do evento.
A mais recente reunião da Câmara Temática do Meio Ambiente e Sustentabilidade, realizada em 25 de fevereiro, teve como pauta a apresentação do projeto “Inventário de Gases de Efeito Estufa” (GEE).Apresentado pelo diretor da Econfiance Negócios, Eduardo Baltar, o Projeto de Gestão de GEE da Copa tem a missão de inventariar todas as obras realizadas tendo em vista o Mundial, como, por exemplo, a revitalização do Estádio Beira-Rio, e também medir a quantidade de gases poluentes que o evento da Copa acarretará. Ele leva em consideração as emissões de operação - com mobilidade de torcedores, geração de resíduos, energia consumida, combustível com geradores durante os jogos; com espectadores e profissionais do evento – passagens aéreas e hospedagem; e obras de matriz de responsabilidade – na reforma/ construção dos estádios e nas obras de mobilidade. Essas ações fazem parte de um conjunto de medidas adotadas pelo Brasil para promover uma “Copa Verde” em 2014. Elas seguem as recomendações do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que lançou em 2012 um relatório com indicações ao Brasil e à FIFA para tornar os megaeventos esportivos sediados no país, como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, mais verdes. A intenção é garantir que as arenas brasileiras tenham um padrão adequado de incorporação de práticas de construção e gestão sustentáveis, certificadas por meio de selo reconhecido internacionalmente. Todas as arenas da Copa 2014 passam por um processo de certificação de construção sustentável, que incorporam questões como o reaproveitamento do material de demolição dos estádios na própria construção, além do uso de materiais de construção certificados, eficiência energética, ventilação natural e iluminação suficiente.
SUSTENTABILIDADE NA SERRA GAÚCHA
CÂMARA TEMÁTICA DO MEIO AMBIENTE REÚNE-SE PARA DISCUTIR SUSTENTABILIDADE NA COPA
Catarina Belova / Shutterstock.com
COPA 2014 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
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FUNDAÇÃO PROAMB PIONEIRISMO E INOVAÇÃO EM SUSTENTABILIDADE Há mais de 20 anos, pensar em sustentabilidade era algo distante, até utópico para muitos. Entretanto, um grupo de empresários de Bento Gonçalves, município localizado a 120 quilômetros de Porto Alegre, considerado a capital brasileira do vinho e maior polo moveleiro do sul do Brasil, decidiu encarar um desafio, até então de difícil solução: realizar a correta destinação dos resíduos sólidos industriais gerados pelas empresas da região, das quais também eram dirigentes. Em 1991, o grupo criou a Fundação Bento-Gonçalvense PróAmbiente, atualmente a Fundação Proamb. Com uma visão ambiciosa e idealista, desde o início, a intenção dos fundadores da Proamb foi dar um propósito pioneiro e inovador à entidade. Indo mais além, seria um projeto modelo para outras iniciativas do setor, na região e no país. Com o amadurecimento e concretização dos objetivos da empresa, esta iria tornar-se uma referência em geração de conhecimento e implementação de processos sustentáveis. Como no Brasil ainda não havia conhecimento formal nem experiências práticas como referenciais, a saída foi buscar soluções em outro país. As respostas foram encontradas no Instituto Forschung und Entwicklungszentrum Sondermüll, em Schwabach, na Alemanha. A troca intensa de informações das equipes dos dois países resultou no projeto da Central de Destinação Final de Resíduos Sólidos Industriais, com investimento de mais de US$ 1 milhão, na época, feito em sua totalidade pelos instituidores da Fundação. Em 1999, devidamente licenciada e meio sustentável
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Central de Resíduos Sólidos Industriais Crédito: Majola Fotografia
regulamentada, a Central, localizada no atual município de Pinto Bandeira, na época distrito de Bento Gonçalves, iniciou suas atividades. O terreno, de 28 hectares, fora adquirido pelo grupo de empresas das quais os dirigentes faziam parte. No local, foi construído um pequeno galpão para início dos trabalhos. A Central passou a receber resíduos das classes I (perigosos) e classe IIA (não inertes). Hoje, o espaço está capacitado a armazenar, em média, 3.000 m³/mês. Com a conquista da Certificação ISO 14001 em 2002, para coroar os esforços dos idealizadores do projeto, a Central passou a ser um modelo para outros empreendimentos do setor no país. O processo operacional e os métodos de controles ambientais, com células triplamente impermeabilizadas e totalmente cobertas, eram inovadores e extremamente eficazes. Ofereciam absoluta segurança aos seus clientes. A Central de Resíduos Sólidos Industriais foi a primeira unidade de negócios da Fundação Proamb. Logo a seguir, em 2004, surgiu a segunda: a Assessoria Ambiental. Fundamentada no conceito da Organização das Nações Unidas (ONU) de Produção Mais Limpa, hoje a Assessoria Ambiental da Fundação Proamb tem auxiliado as empresas a melhorarem seus processos produtivos, ao minimizar impactos ambientais e garantir uma gestão ambiental mais eficaz. Por meio de parcerias com instituições e empresas internacionais, a unidade reúne e documenta informações, como também mantém constante atualização técnica. O conhecimento adquirido serve de matéria-prima ano 01 . 4ª edição
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Fiema Brasil Crédito: Gilmar Gomes
para o setor de Inovação da Fundação, que pesquisa e desenvolve produtos adequados às necessidades dos clientes aliados aos avanços tecnológicos. Nos anos subsequentes, a Fundação continuou a crescer e a diversificar sua estrutura de prestação de serviços e de geração de conhecimento. Em 2006, assumiu a realização da Feira de Ecologia e Meio Ambiente (Fiema) realizada por outra entidade. Para alinhar o evento aos propósitos da entidade, a Fundação Proamb decidiu direcionálo aos negócios, tecnologias e inovação. A Fiema passou então a denominar-se Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente – Fiema Brasil, hoje uma das mais importantes feiras ambientais da América Latina. Realizada a cada dois anos, a Fiema Brasil reúne expositores do País e do Exterior. No evento, é apresentado o que há de mais moderno em equipamentos, produtos e serviços voltados para a sustentabilidade. Durante a Feira, também há uma intensa programação de palestras e encontros para que os participantes obtenham e atualizem conhecimentos. Em 2014, a Fiema será realizada de 22 a 25 de abril, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves. Para mais informações sobre o evento, acesse www. fiema.com.br. Sempre alicerçada na vanguarda das soluções ambientais, a Proamb iniciou sua quarta unidade de negócios em 2010: o primeiro projeto de coprocessamento do Rio Grande do Sul. Localizada em Nova Santa Rita, Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), a unidade de coprocessamento foi implantada para produzir “blend”, resultado de um tratamento dado aos resíduos industriais com o poder calorífico necessário para gerar combustão. O “blend” é utilizado como combustível, substituindo o coque de petróleo nos fornos de fabricação de meio sustentável
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cimento de sua parceira, a Intercement, localizada em Candiota, também no Rio Grande do Sul. Esse projeto pioneiro, embasado na rastreabilidade dos resíduos, garante a estes um destino nobre aos mesmos, sem resultar em passivo ambiental. Baseada na premissa de que o conhecimento é a força motora do desenvolvimento sustentável, em 2013, a Fundação Proamb Educação foi criada como a quinta unidade de negócios. Com o objetivo de capacitar recursos humanos para colocar em prática as ideias de sustentabilidade, a Fundação Proamb Educação leva aos participantes conteúdos técnicos e práticos, aplicáveis ao dia a dia, por meio da realização de seminários, workshops, oficinas, palestras e cursos “in company”. Focada em promover ações para construir um mundo melhor para as pessoas e pessoas melhores para o mundo, a Fundação Proamb segue a missão proposta por seus idealizadores: disseminar conhecimentos, buscar tecnologias nos principais centros produtores e aproximá-las do seu público e oferecer soluções ambientais seguras e adequadas às necessidades do mercado. Ao demonstrar sua vocação para o pioneirismo e a inovação no setor, essa fundação participa de maneira decisiva dos rumos da sustentabilidade no país.
Coprocessamento Crédito: Cristiane Parizzi
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ALGUMAS INICIATIVAS DE 2013 Merece destaque, em 2013, a ampliação da estação de tratamento de efluentes situada no Complexo Interlagos, em Caxias do Sul (RS), que atende as empresas Randon Implementos, Master, Suspensys, JOST, Castertech e Randon Veículos . O objetivo é atender á demanda oriunda dessas empresas bem como aumentar a recirculação dos efluentes tratados.
Uso de materiais reciclados e alternativos
RANDON SUSTENTÁVEL As Empresas Randon investem constantemente no uso eficiente de energia, no tratamento de efluentes, na reutilização de água, na redução da emissão de gases e na reciclagem de resíduos – conceitos da metodologia de Produção mais Limpa, reconhecida pelo CentroNacional de Tecnologias Limpas (CNTL). A orientação vale para todas as Empresas Randon, que têm se antecipado às exigências legais e adotado medidas pioneiras e arrojadas de responsabilidade socioambiental, mantendo Sistema de Gestão Ambiental implementado e certificado pela norma ISO14001. As práticas ambientais são fortalecidas entre a sinergia das empresas, por meio da Força-Tarefa de Meio Ambiente (FTMA), criada em 2004, no âmbito do Comitê de Manufatura, com o objetivo principal de desenvolver trabalhos compartilhados na área de meio ambiente, com visão na melhoria do Sistema de Gestão das Empresas Randon. Entre as ações da Força-Tarefa, estão a troca de boas práticas entre as empresas e a realização de auditorias cruzadas, bem como auditorias nos principais receptores de resíduos, visitas de benchmarking, eventos de educação ambiental com funcionários e sociedade e monitoramento de indicadores ambientais, entre eles, os definidos pela Global Reporting Iniciative (GRI), uma Organização Não-governamental que promove a elaboração de relatórios de sustentabilidade adotados pelas modernas organizações.
. É prática da Fras-le o aproveitamento do pó de exaustão para produção de uma linha de lonas de freio. . A Castertech Fundição possibilitou o aumento do uso de materiais reciclados nas Empresas Randon e, desde 2011, uma parte dos resíduos metálicos gerados pela Suspensys, Master e Fras-le são enviados como matéria-prima para a fundição, que, por sua vez, produz peças em ferro fundido que retornam a essas empresas como matéria-prima, concluindo um ciclo fechado de sucata.
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ARTIGO A EMBRAPA UVA E VINHO E A SUSTENTABILIDADE NA PRÁTICA
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Alexandre Hoffmann Pesquisador, Chefe-Adjunto de transferência de Tecnologia Crédito: Giovani Capra – Empraba
Neste início de terceiro milênio, a sustentabilidade é, sem dúvida, uma das metas obrigatórias da agenda de qualquer empresa ou organização. Igualmente, é uma das bandeiras que contribuem para consolidar sua imagem como positiva. E isso não acontece por acaso: depois de muitos anos usando-se os recursos naturais, de forma direta ou indireta, sem prever as consequências futuras e após começarem-se a sentir os efeitos da intervenção equivocada do homem sobre o ambiente, foi necessário mudar de rumo. Para bem de todos nós e, em especial, do ambiente, a situação mudou e hoje vemos que a sustentabilidade (a atitude que permite garantir às gerações futuras terem um ambiente melhor do que o que recebemos) está presente no dia a dia das empresas. A Embrapa Uva e Vinho também está sintonizada com esta realidade. Nosso compromisso com a sustentabilidade ambiental está marcada em duas linhas de atuação. De um lado, o comprometimento com os conceitos de sustentabilidade está presente em nossa programação de pesquisa, que consiste em nossa “linha de produção”: em praticamente todos os nossos projetos são geradas tecnologias que agridem menos o ambiente onde se cultivam uvas ou frutas de clima temperado assim como são criados instrumentos para facilitar a gestão ambiental. Alguns exemplos já estão disponíveis para adoção pelos técnicos e produtores, tais como as tecnologias para produção orgânica e para produção integrada, cultivares de videira mais resistentes a pragas e doenças, plasticultura, adubação orgânica, entre outros. Mas nosso compromisso ambiental vai muito além dos projetos que executamos. A segunda forma de aplicação prática dos conceitos de sustentabilidade é a nossa rotina de trabalho. Especialmente a partir de 2002, temos meio sustentável
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adotado ações que reduzem o impacto ambiental das nossas atividades nas bases físicas, localizadas em Bento Gonçalves (RS), Vacaria (RS) e Jales (SP). E como se faz isso? Em primeiro lugar, com decisões gerenciais. A partir daí, com investimentos que permitem reduzir a geração de efluentes ou a agressão ao ambiente. E, mais importante do que tudo isso, com atitudes simples, mas constantes, que permitem que cada colaborador da Unidade tome atitudes ambientalmente corretas. Alguns exemplos dessa atitude: desde 2010, temos definida uma política ambiental para a Unidade, concluímos recentemente uma estação de tratamento de efluentes, que permitirá que mais de 90% do esgoto gerado na Unidade seja tratado, temos coleta seletiva em 100% do lixo que produzimos e todo o lixo reciclável é entregue a cooperativas de reciclagem. Todo o manejo de defensivos (abastecimento de pulverizadores, descarte de embalagens e aplicações) segue não apenas o que está previsto na legislação como também um plano de manejo definido para cada uma das áreas da Embrapa Uva e Vinho. Qualquer passo dado rumo a uma empresa mais sustentável significa um avanço. E cada avanço precisa ser igualmente sólido e, por que não dizer, sustentável, ou seja, capaz de se manter ao longo do tempo. Acreditamos que mudanças relacionadas à sustentabilidade são mudanças culturais que precisam ser internalizadas, assimiladas e tornadas parte de um procedimento natural. Às vezes, mudanças muito bruscas de procedimento podem dar efeito, porém frequentemente acabam como “fogo de palha” e, rapidamente, perdem-se no tempo. Temos visto que a preocupação com o ambiente e com práticas mais sustentáveis dão mais resultado se forem ocorrendo a partir de pequenas, mas duráveis, atitudes. Por fim, entendemos que é assim que podemos não apenas dizer o que deve ser feito, mas praticar e demonstrar, a quem tiver interesse, que é possível conciliar produção e atividade econômica com a preservação ambiental.
Vista de uma das áreas de preservação permanente da Embrapa Uva e Vinho. Crédito: Renata Gava/Acervo Embrapa Uva e Vinho
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TURISMO SUSTENTÁVEL
Experiências inesquecíveis aliadas à preservação ambiental Realizar um maravilhoso passeio de trem a vapor, conhecer a história da imigração italiana na Serra Gaúcha, viajar pelo mundo e voltar para casa cheio de lembranças e experiências inesquecíveis. A Giordani Turismo, localizada em Bento Gonçalves, oferece tudo isso, sem descuidar do meio ambiente. Fundada em 1992 com o propósito de ser agência operadora do passeio do trem Maria Fumaça, a Giordani Turismo buscou, em 2005, a certificação pelas normas ISO 9001 e ISO 14001. Desde então, desenvolve ações em prol da sustentabilidade, não somente para o trem Maria Fumaça como também para os demais serviços oferecidos pela empresa: o Parque Temático Epopeia Italiana e as agências de Emissivo e Receptivo.
A busca pela certificação ambiental deu-se com o objetivo de minimizar os impactos gerados pelo passeio de Maria Fumaça. A primeira ação foi a substituição do combustível até então utilizado – carvão mineral – por uma fonte limpa de combustível e não finita. Dessa forma, houve a integração de fornecedores e a adaptação do maquinário com vistas à utilização de madeira reflorestada a fim de reduzir a emissão de gases poluentes.
Desde então, a emissão de fumaça gerada pelas locomotivas é controlada. Além disso, a empresa realiza constantemente um acompanhamento na entrega da madeira fornecida, que interfere nos controles existentes de consumo de lenha.A Giordani Turismo possui também um sistema de captação de água da chuva com capacidade para 150m³. A água é utilizada como fonte de combustível para a locomotiva e também para limpeza de pisos. Essa ação gerou, nos últimos dois anos, a economia de mais de dois milhões de litros de água.No percurso do passeio, entre Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa, foram adaptadas caixas para armazenamento de efluente sanitário, de modo que, na chegada do trem à estação de Bento Gonçalves, a última parada, o esvaziamento desse resíduo ocorra em sistema de tratamento de fossa séptica e filtro. Além disso, há controle sobre o efluente industrial, gerado a partir das manutenções realizadas nas locomotivas. Todo efluente é direcionado a caixas separadoras de água e óleo e o resíduo passa por análises ambientais. Por tratar-se de locomotivas antigas, fabricadas em 1941 e 1954, estas necessitam de lubrificação constante. Assim, foram instaladas também bacias de contenção para as paradas das locomotivas nas três estações, de modo que todo o óleo excedente seja contido. Posteriormente, é efetuada a limpeza, e todo o resíduo é destinado a fornecedores licenciados. Além dessas ações, a Giordani Turismo realiza o gerenciamento dos resíduos sólidos de todas as suas unidades, bem como o plantio de mudas de árvores ao longo dos 24 quilômetros existentes entre as três cidades. Funcionários e comunidade também são envolvidos em atividades de recolhimento dos resíduos dispostos às margens da ferrovia. E, para finalizar, como não poderia deixar de acontecer, crianças das escolas do município são contempladas com apresentações teatrais focadas em sustentabilidade.
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INICIATIVAS SUSTENTÁVEIS PEÇAS FORA DE USO VIRAM LIXEIRAS EM BENTO GONÇALVES Agentes municipais de Bento Gonçalves tiveram uma ideia inovadora e muito útil para o descarte de certos materiais de difícil reciclagem: transformá-los em lixeiras coletivas. Monitores de computador velhos e até um forno antigo já foram destinados para esse fim, mas a intenção da prefeitura é ampliar o projeto confeccionando lixeiras com outros materiais que sejam considerados inservíveis. O forno, que não estava mais em uso, foi doado por uma padaria da cidade e adaptado para servir de lixeira pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Foi a própria secretaria que providenciou os ajustes necessários na estrutura do material para completar a transformação, finalizada com a pintura da estrutura nas cores correspondentes às utilizadas na coleta seletiva no município e também com adesivagem. “Percebemos um grande potencial em um material que seria simplesmente descartado. Dessa forma, o transformamos em um equipamento
14ª FENEGÓCIO
“ A união supera a distância”
Realizada em Alegrete, no centro do pampa, a Fenegócios está focada nas possibilidades e desafios da região. Trata-se da maior feira multissetorial da Fronteira Oeste, integrando comércio, indústria, serviços, pecuária, agricultura, instituições de ensino e pesquisa. Em 2014 a feira completa a 14ª edição devendo ser realizada de 1º a 04 de maio com grandes atrações. Além dos estandes, distribuídos por três salões no Parque Dr. Lauro Dorneles, que têm apresentado o que de melhor o Município e região produzem, diversos eventos são realizados como shows, apresentações de teatro, seminários, eventos culinários e um grande Painel de Debates Regional. O tema que norteará a programação institucional da 14ª Fenegócios deste ano é “A união supera a distância”. O slogan faz uma referência à distancia entre as cidades que compõem a Fronteira Oeste, região na qual a feira foca seus esforços para traçar ações de interesse comum com vistas ao desenvolvimento dessa parte do estado do RS. A 14ª Fenegócios será realizada de 1º a 4 de Maio no Parque de Exposições Lauro Dorneles. meio sustentável
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público importante para a comunidade que não apenas cumpre o papel de dar um novo destino ao que era considerado sucata, mas que se torna mais um instrumento aliado ao nosso trabalho de conscientização ambiental”, comenta o secretário da pasta, Luiz Augusto Signor. Já os monitores de computador - que um dia cumpriram seu papel, mas que hoje não passariam de lixo eletrônico - agora servem de lixeira seletiva para algumas secretarias de Bento Gonçalves. A Prefeitura explica que esse trabalho reforça a responsabilidade do cidadão em separar corretamente os resíduos e complementa as ações de educação ambiental para a população, proporcionando-lhe a aquisição de uma consciência ambiental.
LEG Q a
Acesse para maiores informações: www.fenegocios.com.br
D g A
“Na elaboração das quatro edições da Meio Sustentável, tivemos o privilégio de contar com a participação de muitas mulheres brilhantes. Com seu conhecimento e experiência, elas contribuíram para disseminar a cultura da sustentabilidade em nossa sociedade e transformar a Terra em lugar melhor para as futuras gerações. Por isso, é com muito orgulho que, homenageamos essas mulheres incríveis. Nossos sinceros parabéns e muito obrigado a todas!”
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LEGENDA: 1 - 1-Patricia Schott – Bióloga / 2-Elbia Mello – Presidente da ABEEólica / 3-Andressa Brandalise - Coordenadora de Projetos e Inovação - Engenheira Química – Especialista em tratamento de resíduos industriais – Proamb / 4- Gabrielle Bittelbrun, assessora de comunicação /Fátima Martins, coordenadora administrativo financeira/ Paula Scheidt Manoel, gerente de projetos - Instituto Ideal / 5–Denise Alves – Diretora de Sustentabilidade da Natura / 6–Taísa Trevisan – Engenheira Ambiental – Coordenadora Técnica – Unidade Resíduos – Proamb / 7-Lara Lutzenberger – Presidente da Fundação Gaia / 8–Regina Becker – Primeira Dama de Porto Alegre / 9-Fabiane Locatelli - Diretora Executiva - Engenheira Química pós graduada em gestão empresarial – Proamb / 10-Lucila Maria Sgarbi Santos – Coordenadora “Encontro Raízes” 2013 – Pesquisadora: Tropeirismo e Memória Oral – Bom Jesus/RS / 11–Angela Bacchieri Duarte – Coordenadora da Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Comitê Gestor da Copa 2014 no RS / 12–Cláudia Dreier – Jornalista e geógrafa – Fundação Gaia / 13-Izabella Teixeira – Ministra do Meio Ambiente / 14–Cooperativa de reciclagem de óleo de cozinha – Mundo Mais Limpo / 15– Aischa Mothci – Gestora Ambiental / 16–Grupo de Cavalgada de Mulheres de Bom Jesus / 17 – Leontina Pinto – Diretora-executiva da Engenho / 18–Claudia Leitão – Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura / 19-Viviane Andressa Pinto – SEBRAE / 20-Pesquisadora da Embrapa
EVENTOS
RA
UNIPAMPA recebe equipe da empresa HIGRA
Abertura Oficial da 14ª te FENEGÓCIOS, em Alegre
nil Visita da empresa coreana Ha /RJ tra Ko na C TN
UNIPAMPA visita a empresa HIG em São Leopoldo/RS
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Governador é convidado para Abertura Oficial da Fiema 2014
biliário – Intercity Evento de lançamento imopre endimentos Em e ões e Oliva Construç
nologias Para 1º Encontro Técnico - TecEflu entes, Proamb E Tratamento De Águas meio sustentável
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da: Na foto, a partir da esquerDE ), (BR rn Ho que nri He s Carlo do sor ses (As , Tarson Nuñez Governo), Mathias Schneider vernador (Proamb), Tarso Genro(Go ), ma (Fie o rett Fav es Jon , RS) oamb/ (Pr lli ate Loc i Fabiane Bianch tário cre (Se k ijni Kn uro Ma ), ma Fie nto) ime est Inv do m. de Desenv. e Pro b). e Cristiane Parizzi(Proam
Mello, Miranda, Travassos & Buschmann Advogados
In cooperation with Haynes and Boone, LLP
O DIREITO A SERVIÇO DA SUSTENTABILIDADE
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meio sustentรกvel
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