N Respostas 26

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soluções para o mundo empresarial Roberto Shinyashiki

Como ter sucesso em tempo de grandes mudanças

Mario Sergio Cortella Do mal será queimada a semente

Ano VI • Nº 26 • fevereiro/março 2013 • R$ 8,90

Motivação A arte de fazer as pessoas experimentarem o seu máximo

Pedro Mandelli É muita competência para minha cabeça

Entrevista exclusiva com

Dado Schneider

fevereiro / março 2013

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Em abril: Inovação, competência, talento e muitos resultados! Não perca!

Eugênio Mussak

Metacompetência

Uma sociedade competitiva; O que há além da competência; Os quatro saberes essenciais; A construção do talento; Carreiras em evolução; As origens do poder pessoal; Adapte-se ou desapareça.

Waldez Ludwig

Capital Humano e Alta Performance

Como fazer de sua empresa uma organização baseada em talentos; A gestão do capital intelectual como estratégia competitiva; Como liderar através da gestão da informação e do conhecimento.

TOP 10 Empresarial, dia 25 de abril de 2013

às 18h no Centro de Convenções Ulysses Guimarães Patrocínio

Informações e vendas:

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Apoio

Marketing & Comunicação

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Carta ao Leitor N Palavras

Não dê desculpas, dê o melhor de você! Quero voltar ao passado, num determinado momento do meu curso superior em Administração, quando eu estava entre o primeiro e o último semestre. Consegue entender isso? Eu explico. Já tinha terminado todas as matérias específicas, como marketing, planejamento, RH, logística, mas fui deixando para trás tudo aquilo que se relacionava a números, matemática, finanças, estatística. Pois é, sempre tive muitas dificuldades com números. Engraçado que comecei a justificar, para meus pais, namorada e amigos, que o curso de Administração não deveria ter essas matérias, que elas não eram necessárias... Parecia que eu queria convencer as pessoas de que eu tinha razão em não me esforçar para passar nessas matérias. Certo era que não iria formar, pois as regras para alcançar o diploma eram claras: eu teria que concluir todas aquelas matérias. Então decidi pagar professor particular, quebrar a cabeça horas após horas em exercícios, me empenhar, estudar e enfrentar o medo que eu tinha dos números. Pasmem! Passei com notas altíssimas em todas essas matérias. Já há muitos anos sou formado em Administração de Empresas e quero compartilhar com vocês as lições que aprendi com esse episódio em minha vida e as aplicações delas ao dia a dia das empresas. Primeira delas: pare de dar desculpas! O tempo que se perde nas empresas com pessoas tentando justificar por que não fizeram determinadas tarefas, por que não cumpriram o prazo, por que não bateram a meta é absurdo. Pessoas que gostam de dar desculpas, em geral, são boas nisso. Hoje entendo que quem quer fazer arruma um jeito, quem não quer, arruma uma desculpa. Segunda lição: capacitação é fundamental para con-

twitter.com/jpnproducoes fevereiro / março 2013 josepaulo@nrespostas.com.br

quistar resultados na vida. Se não sabe, procure quem sabe! Garra, esforço e dedicação são qualidades de vencedores. Cabe a você, que está sendo desafiado, encontrar os caminhos para os objetivos traçados. A boa notícia é que com o conhecimento você ganha autoconfiança e isso lhe fará diferente onde quer que você esteja. Por isso, corra! Construa sua carreira com desafios, não com acomodação. Não pare de aprender. Se está em alguma posição na qual já domina tudo, já se sente como uma referência, talvez seja a hora de procurar novos desafios em outras áreas. Se parar de aprender vai parar de crescer, cuidado! Por último, foque nos resultados e não na dor durante o percurso. Tenho certeza de que assim muita gente vai ser inspirada pelo seu exemplo. Hoje em dia, sei que temos que nos desenvolver por nossos pontos fortes. Se você tem dificuldade em alguma habilidade, foque no que é bom. Contudo, se estiver exercendo um papel no qual esse ponto fraco é muito exigido, não dê desculpas, faça o que tem que ser feito! Pode ser difícil, mas não é impossível. Nada é impossível! Vá em frente e dê o melhor de você. Isso lhe trará autoconfiança para enfrentar todos os desafios que tiver na vida. Um abraço,

José Paulo Furtado Diretor da Revista N Respostas

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Leitor leitor@nrespostas.com.br

Conheci a revista N Respostas na palestra do Godri e Rodrigo Cardoso, edição de abril/maio 2012. Na ocasião, como ainda agora, eu estava em busca de desenvolvimento. Desenvolvimento da liderança. Desenvolvimento da comunicação. Desenvolvimento da produtividade. Enfim, desenvolvimento pessoal e profissional.

Envie seus comentários, sugestões, informações, críticas e perguntas: SHCGN 704/705, Bl. E, nº 17 Ed. Mª Auxiliadora, sala 401 CEP 70730-650 Brasília-DF Tel./Fax: 61 3272.1027 e-mail: leitor@nrespostas.com.br

N Respostas é uma publicação da N Produções www.nproducoes.com.br

Quando li a N Respostas fiquei maravilhado. Tudo o que eu precisava e escrito pelos maiores especialistas do país estava ali.

Prezado Adão, agradecemos seu interesse em nossa revista. Todas as edições anteriores da revista N Respostas encontram-se disponíveis no segunte link: http://issuu.com/revista_nrespostas/docs

Ou, se preferir, basta ler o QR Code abaixo, que o enviará direto à pagina com todas as edições anteriores da nossa revista.

Gostaria de ter acesso a outras edições, o que devo fazer?

Diretor-Executivo: José Paulo Furtado Direção de Arte/Editoração: Letícia Marchini arte@nrespostas.com.br Editora-Chefe: Renata Araújo redacao@nrespostas.com.br

Adão Dias Alves

Obrigado pela participação,

Goiânia - GO

Equipe N Respostas

Jornalista responsável: Cid Furtado Filho DRT DF 1297 Revisão: Denise Goulart Fotografia: Telmo Ximenes • Adda Raquel • Anderson Marques • Aliram Campos • Murilo Nunes • Ilustrações e fotos: Stock Photos Reportagem: Renata Araújo Colaboradores desta edição: Augusto Cury • Carlos Hilsdorf • Christian Barbosa • Eduardo Ferraz • Eduardo Tevah Lucas Gonçalves de Araújo • Luciano Pires Mario Sergio Cortella • Pedro Mandelli Rivadávia Drummond Neto • Roberto Shinyashiki Diretora Financeira: Ana Paula Abílio financeiro@nproducoes.com.br Diretor Comercial: José Paulo Furtado josepaulo@nrespostas.com.br

Como anunciar: 61 3272.1027, de 2ª a 6ª, das 9h às 18h josepaulo@nrespostas.com.br A N Respostas não se responsabiliza pelas ideias e opiniões emitidas nos artigos assinados. Tiragem: 20.000 exemplares.

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fevereiro / marรงo 2013

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Índice Ano VI • Nº 26 • fevereiro / março 2013

capa 12. Motivação - A arte de fazer as pessoas experimentarem o seu máximo

por Eduardo Tevah

colunistas 18. augusto cury

Inteligência emocional e profissional

22. pedro mandelli

Além da hierarquia

26. Roberto shinyashiki

Dicas de campeão

34. RIVADávia drummond neto Gestão do conhecimento e inovação 38. mario sergio cortella Filosofando

Seções

3. N Palavras

Não dê desculpas, dê o melhor de você!

9. entrevista Dado Schneider 20. N Flashes

Quem passa pelos eventos da N Produções

24. eTc

Entretenimento, trabalho, casa

28. n investimentos

Perfil dos brasileiros: conservadores para aplicar e agressivos para gastar!

32. clube n Encerrando 2012 e abrindo 2013 com chave de ouro

RESPOSTas 16. comportamento – Carlos Hilsdorf

Por que suas ideias não são aceitas?

25. Gestão do tempo – Christian Barbosa

Por um 2013 diferente

30. liderança – Luciano Pires

Liderança é a habilidade de inspirar e provocar as pessoas a fazer acontecer

36. gestão de pessoas – Eduardo Ferraz

fevereiro / março 2013

Melhore a gestão de sua equipe em 2013 renovando seus conceitos NRespostas

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Entrevista

Dado

Schneider

Dado Schneider é um ex-publicitário que virou executivo de marketing, depois se tornou consultor de comunicação e marketing e hoje dá palestras e aulas sobre comportamento, mudança, marketing e comunicação. Com sólida formação acadêmica, é mestre e doutor em comunicação, pós-graduado em marketing. Gosta de ser apresentado como uma pessoa inovadora. “Eu fui um profissional inovador, um consultor inovador, sou um palestrante inovador e um professor inovador”. Como mais novo professor da N Escola de Gestão, Dado Schneider vem inovar também o conteúdo do Programa de Desenvolvimento Gerencial – PDG. Falando com exclusividade para a N Respostas, Dado afirma: “Comunicação não é o que se diz, é o que os outros ouvem!” por Renata Araújo

Você deixou uma carreira bemsucedida na publicidade para se tornar professor e palestrante, por quê? Há vinte anos eu li que no futuro as pessoas venderiam conteúdo e eu me capacitei para isso. Adquiri uma grande experiência profissional e cuidei de solidificar a minha formação acadêmica. Eu hoje vendo conteúdo. Quando me perguntam se eu sou da área de vendas, eu respondo sim. Eu vendo o produto mais difícil de ser vendido, que é a ideia. E tenho vendido muito. Enquanto palestrante, você gosta de dizer que sua fala é “desmotivacional”. Isso já é uma fevereiro / março 2013

inovação da sua parte, não é mesmo? Nós estamos no final da era das papagaiadas do palco. Então, eu faço essa ironia porque dar as mãos não motiva ninguém, né? O que motiva uma pessoa, um profissional, é ele entender o que está acontecendo ao redor dele para poder ter instrumentos para mudar e evoluir. Se ele não entender o que está acontecendo à volta dele, ele vai apenas bater palmas na palestra, entrar na gritaria do palestrante e não vai se motivar. A pessoa pode estar motivada durante a apresentação, mas no outro dia não restou nada. Durante sua palestra, quando você coloca uma informação que

preocupa e inquieta, em seguida, coloca outra que acaba sendo tranquilizadora. Essa é uma forma diferente de motivar. A sensação que me dá é de que ¾ (três quartos) da audiência se motiva e ¼ se deprime. Porque encarar a realidade não é mesmo para qualquer um. Costumo dizer que pessoas que não conseguem se mexer são assim por natureza. Paciência, foge ao meu alcance. Agora, estando diante de uma plateia, eu tenho a obrigação de explicar, de detalhar a realidade porque eu sei que uma pessoa pode não estar enxergando alguma coisa que eu vou ajudá-la a enxergar. E isso é motivador para ela. NRespostas

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[Entrevista] não seja adequada ao receptor e aí ele não compreende a mensagem. Essa é a base dos problemas na comunicação. Às vezes falamos uma linguagem rebuscada, sofisticada ou simples demais por desconhecer como funciona a cabeça de quem ouve a mensagem. Isso pode provocar problemas. Vou te dar um exemplo: quando um médico dá uma entrevista numa rádio, ele normalmente usa termos técnicos da medicina que só algumas poucas pessoas entendem. Ele se sente na obrigação de falar corretamente do ponto de vista médico, mas se esquece que ele está numa rádio e que existem ouvintes leigos. Então, Você usa muito a frase: “Comunicação não é o que se diz”... se o radialista (profissional de coIsso, comunicação não é o que se municação) não fizer perguntas consdiz, é o que os outros ouvem, o que tantes, os ouvintes não entenderão os outros entendem. Eu começo ex- metade das explicações do médico. plicando a comunicação. Mostrando Tem razão! Talvez a maioria das a relação emissor – mensagem – re- pessoas que estão ouvindo não ceptor. Quando não conhecemos o entenda. receptor da mensagem, corremos Isso acontece muito nas organizao risco de usar uma linguagem que ções. Da porta para fora e da porta para dentro. Por exemplo: tem muito líder e gestor que se comunica com seus subordinados utilizando meios que não são os mais adequados para o momento. Por exemplo, grandes decisões e mudanças sendo faladas por e-mail... Elas devem ser faladas ao vivo! Muitas vezes, as empresas recorrem ao e-mail porque “deixa registrado”, mas se esquecem de que ouvido é melhor do que lido. Quem lê, não estando na presença de quem escreveu, pode tirar suas próprias conclusões. Que podem ser diferentes daquelas iniciais de quem escreveu. Outra coisa, agora da porta para fora, as empresas não pesquisam adequadamente o seu público-alvo e acabam utilizando uma linguagem “Essa é a base que não é compreensível a ele. Na dos problemas na propaganda, isso existe e é muito comunicação. Às vezes comum. O publicitário às vezes utifalamos uma linguagem E como se dá uma comunicação eficaz? Eu começo sempre explicando comunicação com algo aparentemente tão simples de fazer que qualquer um se sente apto a realizar esse trabalho. Só que comunicação envolve conhecimento e técnica. Ela se cerca de atividades complexas, como finanças e logística. Mas ela parece muito simples de se fazer. Isso talvez possa ser a maior armadilha da comunicação, porque pessoas desqualificadas, não qualificadas ou iniciantes se sentem aptas a realizar o trabalho da comunicação.

rebuscada, sofisticada ou 10 simples demais.” NRespostas

liza uma linguagem sofisticada que só outros publicitários entendem, mas o público em geral não entende quase nada daquilo. Isso significa que tudo depende do entendimento de como funciona o processo de comunicação desde seu início, desde sua base. Aí está a importância da percepção do outro e estar atento a isso, à percepção do outro no processo de comunicação, é isso? Exatamente. Você falou a palavra certa, a palavra mágica: percepção! A gente costuma, em comunicação, dizer que “a percepção é a realidade”. Você pode repetir o que acabei de falar? A percepção é a realidade. Viu? Acabei de garantir que o receptor compreendeu corretamente a minha informação, a minha mensagem. Não adianta só emitir a mensagem, tem que se certificar de que ela chegou corretamente. Mas isso não é disseminado dentro de organizações, então, por exemplo: em uma empresa com funcionários bastante humildes, se os diretores os chamarem de colaboradores, existe o risco de os mesmos não entenderem; porque se reconhecem como funcionários ou empregados. Eles podem não saber quem são esses tais colaboradores, e ficam achando que são umas outras pessoas. Eu já fiz essa pesquisa, entrevistando gente dentro da empresa. Eu perguntei para um funcionário: “você entendeu que esse discurso era pra você, né?” “Não, entendi que era para uns fornecedores dessa empresa, uns colaboradores aí...” E eu disse: “mas vocês são os colaboradores!” E ele: “Não, nós somos os empregados”. Ou seja, o diretor não utilizou a linguagem do público-alvo. Da mesma forma, existem empresas que acham que todo mundo lá fora sabe tudo a respeito de seus produtos e serviços, mas www.nrespostas.com.br


as pessoas não têm uma ideia clara do que eles sejam. Às vezes achamos que todo mundo pensa exatamente como nós, e não é bem assim... Como é que você trabalha isso com os executivos que nunca se atentaram para este fato? Eu procuro sensibilizá-los da distância que existe entre emissor e receptor. Eu os ensino a se colocarem no lugar dos receptores das mensagens deles. Mostro que eles têm sempre que se colocar no lugar de quem vai receber a mensagem, a ordem, as liberações... Então, eu sempre uso o jogo de palavras: não é foco no receptor, é foco do receptor. É preciso parar de olhar as coisas de dentro para fora e começar a olhar de fora para dentro. O gestor deve se acostumar a não olhar para o público-alvo da mensagem dele com um olhar de dentro para fora e sim de fora para dentro. Eu os ensino a se colocarem no lugar de quem recebe a mensagem. Isso é muito difícil, pois as pessoas não têm esse hábito. Mas apenas por falta de hábito! Quem, com o tempo, se habitua a fazer, acha a coisa mais fácil do mundo. Logicamente, quem consegue adquirir esse hábito acaba sendo melhor sucedido em todas as suas atividades, certo? Exato. Conquista-se atenção, admiração e respeito através de uma comunicação de qualidade. Funciona assim: a gente só presta atenção em quem a gente respeita e a gente só respeita quem a gente admira. Então, para conquistar a atenção, a gente tem que conquistar a admiração primeiro. Se a pessoa se colocar distante do receptor da mensagem, ela não vai gerar atenção, as pessoas podem fingir prestar atenção, por uma questão apenas de respeito, mas elas não estão prestando a devida atenção. Na granfevereiro / março 2013

lar com surfistas, vou usar uma outra linguagem. A entonação, a postura etc. são complementares. A linguagem é o mais importante! E a gente só consegue se colocando no lugar de quem vai receber essa mensagem.

“Jamais tentem resolver um conflito por e-mail. Conflito se resolve ao vivo ou, no máximo, por telefone.”

Então você deve se dedicar a conhecer o público-alvo... Isso, logicamente, a gente pode fazer um link aí com as dificuldades da liderança e da relação de trabalho entre a geração y e x?

Isso eu abordo muito isso porque nós estamos vivendo uma ruptura de linguagem. Quem tem mais de 32 anos fala de um jeito, quem tem menos de maioria dos discursos longos, fala de outro. Os bons gestores mais quando terminados, se perguntar- jovens se dão bem quando entendem mos para os ouvintes, poucos sa- como funciona a cabeça de uma pesberão dizer o que foi dito. Poucos soa mais velha. Porque liderar é obter saberão responder. Mas se for a fala mais das pessoas, não é? E eu só posso de uma pessoas que o ouvinte ad- obter mais de uma pessoa se eu a comira, ele terá mais facilidade. Vai nheço. Isso serve para quem é mais depender, também, da capacidade novo e para quem é mais velho. de conquistar. Esse raciocínio também é um grande diferencial na solução de Isso tem a ver com um carisma conflitos de geração? inato ou com um comportamento que pode ser desenvolvido? Sem dúvida, e é, ainda, um exercício Com desenvolvimento e treino. Vou de humildade pessoal e profissional. dar um exemplo: você está com o Colocar-se no lugar do outro. Tudo controle remoto da TV na mão, você isso gira em torno da importância vai trocando de canal freneticamen- da adequação à linguagem da pessoa te, com 1 ou 2 segundos no máxi- com quem você quer se comunicar, a mo para cada canal lhe conquistar. quem nós, da comunicação, chamaPor que você para em alguns canais mos tecnicamente de receptor. e em outros não? Porque alguns lhe Que mensagem você quer deixar conquistaram, de alguma forma. É para o nosso leitor? essa admiração que eu falo, tá? Da Nós estamos em um período de excapacidade de conquistar instanta- cesso de trabalho que faz com que as neamente. pessoas prestem menos atenção umas às outras, se prendam mais a e-mails E então, que tipo de técnica pode ser treinada para isso? Postura, para registrar tudo o que foi falado e entonação de voz? acabam não prestando atenção no que Não, não, o mais importante é sem- as pessoas estão realmente querendo pre se colocar no lugar de quem está dizer. Vale, então, um alerta: jamais recebendo a mensagem. Se eu for fa- tentem resolver um conflito por elar com desembargadores, eu vou uti- -mail. Conflito se resolve ao vivo ou, lizar uma linguagem formal; se for fa- no máximo, por telefone. NRespostas

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Capa

Motivação

A arte de fazer as pessoas experimentarem o seu máximo

São aproximadamente 9 horas da manhã, toda sua equipe já chegou ao trabalho e cada um está em sua posição para iniciar a realizar suas tarefas. Todos conhecem tecnicamente seu trabalho, boa parte deles têm experiência na função e você, líder, está ali ao lado deles. Tudo pronto para cada um fazer o seu melhor? Infelizmente, não. Em uma recente pesquisa, feita por um dos mais consagrados institutos de pesquisa do Brasil, surgiu um dado verdadeiramente estarrecedor: 78% dos brasileiros admitem que não dão o seu melhor no trabalho. Não, não é um sonho, é um pesadelo... Arredondando, a cada 5 membros da sua equipe, 4 irão fazer o básico. Irão fazer o mínimo necessário para manter o seu emprego e, seguramente, estarão com o relógio no modo cronômetro em contagem regressiva para ver quanto tempo falta para irem embora. Só uma a cada cinco pessoas que trabalha com você irá fazer o seu melhor, irá buscar a excelência, irá um pouco além do que a sua tarefa exige. Essa é a verdade, nua e crua. por Eduardo Tevah*

*Eduardo Tevah é empresário e um dos mais renomados palestrantes do Brasil. www.eduardotevah.com.br 12

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Nesse cenário, cabe a você se perguntar: como vou enfrentar uma concorrência feroz, como posso fugir da guerra de preços, como alcançar minhas metas se minha equipe não está empenhada? Calma, existe um caminho para isso e a superação passa por duas expressões-chaves: liderança e motivação. Se existe um líder inspirador, ele encontrará o caminho desde que conheça “a arte de fazer as pessoas experimentarem o seu máximo”. Quando falamos em motivação, é preciso entender quais são os maiores obstáculos nesses tempos em que estamos vivendo. Entre tantos fatores que prejudicam a existência de motivação dentro das organizações, podemos citar os seguintes:

“Fazer o básico ou fazer o melhor leva ao mesmo salário no final do mês.”

1. O líder sabe fazer, mas não sabe como fazer os outros fazerem.

o mais rápido possível, mesmo que isso quase sempre resulte em um futuro altamente duvidoso, porque ninguém A grande maioria das pessoas hoje chamadas de líderes têm consegue fazer carreira e evoluir se não houver um investiformação técnica e justamente por conhecerem bem o de- mento de tempo e doação ao lugar onde atuam. talhamento do trabalho a ser realizado foram guindadas a cargos de gerência. É o famoso grande vendedor que vira 3. Fazer o trabalho com excelência não oferece nenhuma perspectiva de ganhos imediatos. gerente... É o melhor profissional da linha de produção que é promovido a encarregado do setor, é o famoso técnico Quando falamos em participação nos lucros e remuneracompetente de informática que vira gerente de TI. Pes- ções variáveis, estamos falando de uma minoria absoluta soas com alta competência técnica, mas sem nenhuma das organizações. Na grande maioria, fazer o trabalho com competência humana. Eles sabem fazer mas não excelência não oferece nenhuma perspectiva de ganhos sabem como fazer os outros fazerem, e como imediatos, ou seja, fazer o básico ou fazer o melhor leva a maioria das empresas não investe profunda- ao mesmo salário no final do mês. Assim, só apostam em mente na capacitação dessas pessoas, acabam fazer o melhor aqueles que têm um projeto de vida mais tendo desempenhos muito abaixo da necessi- longo e que conseguem enxergar ali uma perspectiva de dade competitiva da organização. Para ter carreira ou de aumento de ganhos. sucesso como líder, é preciso habilidade 4. Qualificação inadequada. humana além da habilidade técnica. Para completar, vivemos a maior escassez de mão de obra 2. O conceito de entrar em uma empresa e fazer carreira parece cada vez mais distante.

Nunca houve tamanha mobilidade de pessoas entre as empresas. Pode-se afirmar hoje que as pessoas parecem prontas a trocar de emprego por qualquer 10% a mais que ofereçam ou por um horário mais flexível. A antiga fidelidade à empresa parece dar lugar à busca individual pelo melhor fevereiro / março 2013

da história recente do Brasil. Em uma palestra minha, falei sobre a falta de mão de obra qualificada. No final da palestra, o prefeito da cidade, que estava no evento, disse que eu estava enganado, que ali na cidade dele já faltava mão de obra desqualificada. Eles nem procuravam mais um pedreiro, servente era raro. O que eles precisavam era do auxiliar do servente de pedreiro e isso já era uma raridade. Ouvi de um empresário uma afirmação dramática mas verdadeira. Ele me disse: “Eu simplesmente tenho que me contentar com pouco porque é menos pior ter uma pessoa desmotivada do que não ter ninguém e a empresa não anda se essas posições não estiverem ocupadas”. O cenário parece nebuloso, mas oferece uma perspectiva de diferenciação da concorrência e de vantagem competitiva fantástica para quem sair do famoso discurso de que “as NRespostas

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pessoas aqui fazem a diferença” para “aqui é um lugar onde as pessoas se sentem inspiradas a fazer a diferença”. E tudo tem um início: a figura da liderança. Sim, em um lugar onde exista um líder inspirador, os números se invertem completamente e podemos afirmar que ali 80% das pessoas fazem o seu melhor. Você pode não acreditar nisso, mas a minha carreira como empresário e consultor de grandes empresas do país tem mostrado que isso é viável. Para reforçar a afirmação, uma revista de circulação nacional na área de negócios também divulgou uma pesquisa mostrando que a grande maioria das pessoas pede demissão do seu chefe e não da empresa. Não é que eles não gostem de trabalhar lá, não é que o salário e os benefícios sejam ruins, é que não existe nada pior do que trabalhar ao lado de um líder que só reclama, que é um pessimista por natureza, que cobra coisas que não pediu, que não cria um espírito de equipe e que faz com que colegas se vejam como concorrentes e não como engrenagens da mesma máquina. Trabalhar assim 44 horas por semana se torna um inferno e quando o despertador toca pela manhã, não existe alegria por ir trabalhar e o único pensamento que passa na cabeça dessa pessoa é: “fazer o quê, né? Tem que trabalhar”, e lá vai ela para mais um dia. O debate sobre motivação das pessoas no trabalho tem sido muito caloroso e com correntes diferentes de pensamento. Muitos acreditam que ninguém motiva ninguém, que a motivação é algo que vem de dentro de cada um. Outros acreditam que, de fato, existem pessoas automotivadas (uma minoria), mas que a grande maioria só faz o seu melhor quando lhes mostram que vale a pena fazer a diferen14

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ça. Eu pertenço ao segundo grupo. Concordo que existem pessoas automotivadas (que serão futuros empreendedores), mas a grande maioria precisa de um toque, uma razão, uma causa para fazer seu trabalho com ma“Quem pode estria. Quando me afirdesmotivar mam que ninguém motiva também pode ninguém, eu pergunto: e o motivar.” chefe ruim tem o poder de desmotivar? Nessa hora, as pessoas respondem afirmativamente e fica claro que quem pode desmotivar também pode motivar. Comando A partir desse momento, gostaria de Não existe como ser líder sem ter passar dicas 100% práticas de coisas que, de vez em quando, sentar com que um líder pode fazer para ser ins- cada um e fazer uma correção de pirador, sugerindo a você, que exerce rota, mostrar que algumas atitudes posição de hierarquia, uma reflexão não estão corretas. O problema é que sobre quais você poderia incorporar algumas pessoas fazem isso no meio para se tornar ainda mais eficaz. A lis- do expediente, na frente dos coleta não é por ordem de importância... gas e na maioria das vezes criticam a pessoa e não a tarefa mal executada. Elogios Com isso, conquistam a antipatia não Boa parte das organizações tornou apenas do criticado, mas de todos os cultural que fazer um trabalho com colegas que não gostam de ver um maestria é algo que não passa de uma companheiro de trabalho ser tratado obrigação. Creio que está errado. Faassim. Elogio em público, crítica em zer uma tarefa bem feita é uma obriparticular; para mim, essa é a regra gação, mas fazer acima do esperado nº 1 da liderança eficaz. E crítica se é algo que precisa ser valorizado, refaz no final do expediente, para dar conhecido. Pode ser um simples patempo para a pessoa refletir. O líder rabéns, show de bola, que trabalho eficaz critica com competência, mas bem feito, algo que não dura mais que critica mesmo. Infelizmente, conhe5 segundos, mas é um momento em ço pessoas que têm medo de criticar que o líder mostra que está vendo e para serem bonzinhos e a equipe acareconhece o esforço extra. Pessoas ba se sentindo meio perdida porque que percorrem a milha extra, como sentem a fraqueza daquele que noralguns autores preferem chamar, famalmente é o comandante. rão isso uma, duas, três vezes no máximo, mas desistirão em seguida se Exemplo virem que isso não é valorizado. Isso Afirmo em meus workshops: estamos é verdade porque os próprios colegas vivendo o fim da era dos discursos e tendem a queimar aquela pessoa que o início absoluto da era do exemplo. está puxando o padrão para cima, e se As pessoas não vão mais fazer o que ela não tiver o apoio da liderança, em você fala, irão fazer o que você faz. O seguida retorna ao padrão medíocre verdadeiro líder tem força de trabalho, pega junto, vai à frente, mostra (médio) dos outros. www.nrespostas.com.br


como se faz. Infelizmente, boa parte dos líderes não entende que seus resultados caíram porque se afastaram demais da equipe ou porque eles se tornaram reféns do seu computador, passando mais tempo respondendo e-mails ou enviando relatórios do que estando junto com a equipe e com seus clientes. Reconhecimento e valorização

Venceram a meta do mês? Alcançaram a produtividade esperada? Conquistaram um cliente importante? Obtiveram uma certificação de qualidade? Festejem, chegaram lá!!!! Isso, contudo, não é realidade da maioria das empresas. Quando vencem uma meta, já começam a cobrar a seguinte e a equipe vive constantemente em pressão, não tendo nunca o momento de celebrar as façanhas alcançadas. Guarde uma coisa: se você não aprender a comemorar as vitórias, sua equipe vai achar natural perder, porque não faz a mínima diferença vencer ou não. Celebre: um jantar, um champanhe, uma pizza, um bolo, um belo discurso realçando a dedicação de cada um. Isso motivará cada um a seguir buscando a vitória e, principalmente, sentir profundamente cada derrota. Orientação

Boa parte das pessoas hoje trabalha no escuro, sem saber se está agradando ou no que poderia mudar. A maioria das empresas burocratizou

“Elogio em público, crítica em particular; para mim, essa é a regra nº 1.” fevereiro / março 2013

tanto a avaliação de desempenho que esfriou o contato entre o líder e os membros da sua equipe. Siga esta dica: a cada 60 dias, sente com cada membro de seu time e por alguns minutos deixe ele falar sobre o que acha que está fazendo bem e o que pode melhorar. Depois, dê a sua opinião e trace objetivos até a próxima avaliação. Pessoas que revisam periodicamente sua forma de trabalho estão muito mais perto da excelência. Proximidade

Não podemos inspirar as pessoas a fazerem o seu melhor se não for pelas suas próprias razões. O líder de verdade conhece um pouco da vida de cada jogador do seu time e sabe o que “toca” o coração de cada um deles. Usar as próprias razões para fazer alguém se motivar parece óbvio, mas boa parte dos chefes ainda tenta (e não consegue) mobilizar os outros por suas razões ou pelas da empresa. A motivação é peculiar a cada um e normalmente absolutamente diferente. Alguns adorariam se o chefe os convidasse para tomar um café, outros prefeririam receber em dinheiro o valor do café. Parece piada, mas é para lembrar que seres humanos têm razões diferentes para fazer o seu melhor. Ter metas mensuráveis

Como saber se você chegou lá se o parâmetro é subjetivo? Em áreas como vendas e produção, normalmente a mensuração é mais fácil e a equipe tem um norte claro. En-

tretanto, se a sua área não tem instrumentos de mensuração, trate de criar alguns, sejam eles notas de clientes, tempo médio de trabalho, número de telefonemas dados ou algo importante inerente ao seu negócio/área. Aqui sim o líder deve investir boa parte da sua inteligência para criar um alvo que possa ser medido. O que não pode ser medido não pode ser cobrado, então por aqui passa um dos maiores focos de motivação. E, junto com a empresa, crie mecanismos de recompensar o atingimento desses objetivos. Oportunidade de crescimento

Em um mundo onde se fala tanto em empregabilidade, as pessoas valorizam cada vez mais ter um mentor, uma pessoa que as ensina não apenas a realizar uma tarefa, mas também como se relacionar melhor com os outros. Prepara-as para, no futuro, terem posições melhores, seja na própria empresa ou em outro lugar. Sempre seremos gratos àquelas pessoas que investiram na nossa capacitação e incentivaram nosso crescimento. Também por elas, faremos o nosso melhor. O mundo corporativo tem um cenário complexo e nada indica que vai mudar. Teremos cada vez mais concorrentes, operaremos com margens cada vez mais estreitas, a tecnologia irá impactar cada vez mais as organizações. O que não vai mudar nunca é que as empresas sempre dependerão do fator humano para se manterem no mercado. Entender de gente é tão importante quanto entender como fazer tecnicamente o seu trabalho. A recompensa desse líder inspirador será a sua realização plena, não apenas pelo que vai impresso no seu contracheque mas pelo que faz para tornar melhor e mais feliz a vida de todos aqueles que trabalham ao lado dele. NRespostas

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Comportamento

Responde:

Carlos Hilsdorf

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Na empresa em que trabalho, poucas sugestões dadas pelos funcionários são efetivamente aceitas. O que podemos fazer para que nossas ideias sejam melhor aproveitadas?

Por que suas ideias não são aceitas? A maioria das pessoas acredita que tem boas ideias, e tem mesmo! Não falo daquelas ideias que possuem um rasgo de genialidade, essas são mais raras; mas falo de boas ideias, ideias que agregam valor. Vale ressaltar que ter boas ideias é uma coisa bem diferente de tê-las quando se precisa delas! Isto de desenvolver boas ideias sob medida e de acordo com a demanda é um exercício, consiste no desenvolvimento de uma competência. Competência, aliás, que muito beneficia a vida e a carreira de seus possuidores. O fato é que a maioria das pessoas tem boas ideias, dessas que agregam valor, mas poucas dessas ideias chegam a se mate- “Desenvolver rializar para o bem de todos. boas ideias sob medida e Por quê? de acordo com Há muitas razões para isso, vejamos a demanda é algumas. um exercício, Uma primeira e alarmante razão é consiste no que as pessoas (mesmo seus supe- desenvolvimento riores) muitas vezes não entendem, de uma

competência.”

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“O fato de

de fato, o que estão fazendo tação de mudanças. Claro que você estar e sobre o que estão falando. todos sabem que a mudança é apresentando Existe muita representação uma boa ideia não a tônica da vida (inclusive corno ambiente corporativo, esnecessariamente porativa), mas aí vem a famosignifica que pécies de atores corporativos sa barreira “no meu departavocê está que fingem saber o que em mento não”! As pessoas são a apresentando verdade ignoram. favor da mudança sempre que Esta distorção vem do nosso bem a boa ideia.” esta não envolva muito esforprocesso educacional. Pesquiço para ser implantada (messas recentes feitas pelos maiores especialistas mo quando os benefícios são evidentes) e não nas questões cognitivas revelaram que quan- obrigue a uma reestruturação da sua zona de do um aluno universitário, por exemplo, ten- conforto. Assim, uma ótima ideia é “apagada” ta explicar um fato novo com base em uma antes que gere esta onda de ações cujo efeito teoria já estudada, enfrenta uma enorme di- cascata significa: trabalho extra. ficuldade. Ele está muito mais familiarizado A quarta requer atenção. O fato de você estar com os exemplos que estudou do que com apresentando uma boa ideia não necessariaa realidade própria. O mais alarmante que mente significa que você está apresentando esses experts constataram foi que a imensa bem a boa ideia. Se ela for incrível, mas você maioria desses alunos oferecem respostas in- não tiver a arte de apresentá-la bem, com imcrivelmente semelhantes a outros alunos que pacto e persuasão, corre o risco de que ninnunca estudaram a disciplina proposta! Fre- guém o leve a sério e não perquentemente eles oferecem respostas mono- ceba o valor da ideia. Muitas “Há muito causais e simplistas! ideias não são ouvidas porque mais pessoas Isso prova uma deficiência crônica do nosso falhamos ao apresentá-las! despreparadas processo de educação, seu fracasso na forma- Sempre que uma boa ideia para ouvir ção de senso crítico e capacidade de julga- não estiver sendo aceita, uma boa ideia mento criterioso da realidade objetiva. lembre-se de checar as cau- do que você Por isso, não se assuste se uma boa ideia, da- sas anteriores e guarde esta imagina! ” quelas embasadas, conceitualmente corretas preciosa citação: e dotadas de extremo bom senso, não esti- “Toda verdade passa por três etapas: primeiro ver sendo ouvida e entendida. Há muito mais é ridicularizada, depois é violentamente antapessoas despreparadas para ouvir uma boa gonizada e por último é aceita universalmenideia do que você imagina! te como autoevidente”. As demais causas são mais evidentes, por isso (Arthur Schopenhauer, O mundo como voncomentarei brevemente. tade e representação) A segunda consiste no comportamento medíocre de alguns de não deixar que as boas ideias dos outros apareçam. Assim, pessoas que têm o poder de levar sua ideia adiante não Carlos Hilsdorf é considerado pelo mercado empresarial um dos meo fazem porque a ideia não é delas ou não po- lhores palestrantes do Brasil. Economista, Pós-graduado em Marketing derão se beneficiar ao menos parcialmente de pela FGV, consultor e pesquisador do comportamento humano. Palestrante dos Congressos Mundiais de Administração (Brasil, Alemanha e sua autoria. Para manter você “low profile”, Itália) e do Fórum Internacional de Administração (México). Autor dos sellers Atitudes Vencedoras, apontado como uma das 5 melhores essas pessoas impedem suas ideias de cami- best obras do gênero (veja: “Guia de Carreira”, Ed. 1832) e 51 Atitudes Essenciais para Vencer na Vida e na Carreira, referência nacional em desennharem dentro da organização. volvimento humano. A terceira é a tendência em evitar a implan- www.carloshilsdorf.com.br fevereiro / março 2013

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Augusto Cury

Inteligência emocional e profissional

As relações sociais:

uma fonte de prazer ou de dor?

“Por mais saudável e permeada de amor que seja a relação, de vez em quando ela entrará no terreno dos desentendimentos.”

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Você pode conviver com milhões de máquinas e não sofrer nenhuma frustração, mas, se conviver com um ser humano, por mais que o ame, haverá decepções imprevisíveis e frustrações inesperadas. Você também pode conviver com milhares de

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animais em perfeita harmonia, mas, se conviver com um parceiro, filhos, alunos, amigos, alguns conflitos serão inevitáveis. Todo ser humano sabe que nada é tão belo quanto construir relações sociais saudáveis, fundamentadas em amor inteligente, elogio, apoio, diálogo, tranquilidade, generosidade, investimento em sonhos, reconhecimento de erros. Mas todo ser humano também deve saber que nada pode ser tão angustiante quanto construir relações saturadas de atritos, discórdias, cobranças, ansiedade, ciúme, controles, medo da perda, necessidade neurótica de estar sempre certo. Veja que para descrever relações doentes usei a palavra saturada, indicando uma frequência quantitativa e qualitativa das dificuldades. Por quê? Porque, por mais saudável e permeada de amor que seja a relação, de vez em quando ela entrará no terreno dos desentendimentos ilógicos, atitudes tolas, reações injustas, ciúmes débeis, intolerância insana. Reciclar o lixo psíquico determinará a sustenwww.nrespostas.com.br


“Pessoas inteligentes devem entender que suas crises e dificuldades, se bem trabalhadas, em vez de destruir a relação, podem temperá-la e enriquecê-la.”

tabilidade da relação e a poesia do amor. Você sabe reciclá-lo? Não há casais perfeitos, a não ser que estejam separados ou morando em continentes diferentes, portanto, se duas pessoas moram sob um mesmo teto, é impossível não terem áreas de atritos. Em alguns momentos, duas personalidades, dois mundos vivendo na mesma órbita, se chocarão, ainda que suavemente. Não há almas gêmeas puras, a não ser na ficção ou em determinado tempo e circunstância. Pessoas inteligentes devem entender que suas crises e dificuldades, se bem trabalhadas, em vez de destruir a relação, podem temperá-la e enriquecê-la, mas, se mal trabalhadas, poderão produzir um sabor intolerável. Para alguns, os atritos e o ciúme esfacelam sua motivação, mas as pessoas inteligentes criam novas oportunidades diante desses problemas, inclusive para se reciclar. As dores que vivenciam destroem alguns homens e mulheres, mas as pessoas inteligentes crescem com elas. Quem não quiser passar por estresses nas relações sociais não deve escolher um parceiro, amar, ser mãe, educar, trabalhar em equipe, conviver com amigos e participar de eventos. Deve viver isolado, ilhado, sem contato social. Mas saibam que, mesmo ilhado, não se isentará de dificuldades. Por quê? Porque o ser humano é mentalmente tão evoluído e, ao mesmo tempo, tão complicado que, quando ele não tem problema, os cria. Já repararam na nossa incrível habilidade para perturbar a nós mesmos? Quando não temos fantasmas fora de nós, construímos fantasmas

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internos. Às vezes, está tudo bem no presente, mas nos angustiamos pelo futuro, por coisas que não aconteceram. Cada ser humano é um bom diretor de cinema. Constrói filmes que sempre o agitam na sua “poltrona”. Damos importância a coisas irrelevantes. Elaboramos engenhosamente preocupações que furtam a tranquilidade. Você é uma pessoa engenhosa no mau sentido da palavra? Não precisamos ter inimigos no teatro social, nós os criamos no teatro psíquico. Quais inimigos você constrói? Mesmo mentes inteligentes são complicadas. Mas, por favor, não podemos ser complicadíssimos; caso “Cada ser humano contrário, adoeceremos. Para é um bom diretor evitar conflitos e beber nas de cinema. Constrói fontes excelentes da tranquifilmes que sempre lidade, não adianta se ilhar. o agitam na sua Ame, entregue-se sem medo “poltrona”.” de se decepcionar e chorar. Aprenda a se interiorizar, explorar camadas mais profundas da sua própria mente e se reciclar. O ser humano tem um potencial fascinante para se reconstruir. Augusto Cury é médico, psiquiatra e escritor. É pesquisador na área de qualidade de vida e desenvolvimento da inteligência, abordando a natureza, a construção e a dinâmica da emoção e dos pensamentos. Sua teoria é usada como referência em teses de mestrado e doutorado. Atualmente é publicado em mais de 50 países. Conheça o novo best seller de Augusto Cury: Mulheres inteligentes – Relações saudáveis Augusto Cury Editora Academia

Augusto Cury

Em Mulheres inteligentes, Relações saudáveis, Augusto Cury apresenta uma fantástica análise sobre a Mulheres Inteligentes, mulher, suas emoções, reações, seus medos, anseios Relações Saudáveis e desejos. O autor aborda temas muito presentes no O livro que toda mulher deveria ler antes de se relacionar universo feminino, como o ciúme, o medo da perda, o excesso de trabalho e os padrões tirânicos de beleza. As mulheres vão conhecer as leis fundamentais das relações saudáveis e os erros capitais de uma relação doente, além de aprender a transformar suas atitudes através do autocontrole dos pensamentos e das emoções. Ao final de cada capítulo, Cury presenteia os homens com frases-conselhos que os farão refletir sobre as mulheres de sua vida para – juntos – construírem uma história de amor singelo e inteligente.

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N Flashes

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5 1. Nizan Guanaes – um brasileiro de sucesso reconhecido no Brasil e no exterior. 2. O formador de opinião Luciano Pires fala sobre a importância de se desenvolver o senso crítico.

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3. Mais de mil e duzentas pessoas visitaram os estandes de nossos parceiros. 4. Plateia atenta ao conteúdo e às informações da noite. 5. No intervalo, show de Diego Azevedo, participante do The Voice Brasil. 6. Nizan Guanaes: “O crescimento do Brasil é o crescimento de todos os brasileiros”. 7. Junior Achievment foi a instituição contemplada com a doação de R$ 1,00 por participante no evento. 8. Laurence Alves, Fernanda Fischer, João Antonio Tavares e Juliana Cunha representando a Oi. 9. Rose Melo e Isa Coimbra, Petrobras prestigiando o Top 10 de encerramento de 2012. 10. Ana Claudia Isais e Kelly Cortes marcaram a presença da Call Tecnologia.

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Fotos: Adda Raquel, Aliram Campos e Murilo Nunes

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O que eles dizem da N Produções:

José Samuel Magalhães

Gerente de Comunicação Petrobras

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“Chegamos ao final de mais um ano de parceria e com excelentes resultados. Novamente fomos impactados pelos renomados especialistas que participaram do Top 10 Empresarial neste ano. Emocionamo-nos, vibramos, aprendemos e até choramos durante as palestras ministradas em diversos temas, mas sempre com foco na promoção da competitividade saudável entre as equipes de trabalho, além do estímulo ao crescimento individual de todos os presentes nos grandes desafios que a vida nos impõe. Nossos mais sinceros agradecimentos por promover eventos de altíssimo nível, proporcionando acesso à informação, a busca da excelência no dia a

dia de pequenas e grandes empresas parceiras do projeto por meio de vários exemplos e métodos para obter a liderança e a motivação. Ressalto ainda a convivência corporativa (grande marca das equipes de grandes resultados) entre os consultores envolvidos, nos diversos treinamentos realizados ao longo do ano. Por fim, faço uso das palavras do palestrante Nizan Guanaes: quanto mais o Brasil se valoriza, mais suas empresas se valorizam também, e por isso é fundamental valorizar o maior capital que uma empresa pode ter: seus funcionários. Que venha 2013, com muito mais N Resultados para todos nós!” NRespostas

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Pedro Mandelli

Além da hierarquia

É muita competência para minha cabeça!

U

m dos maiores focos de atenção dos últimos anos “Apesar da em termos de gestão de peslista de competências soas são as competências: estou cande sua orga- sado do monte delas e que na verdade nização ser só provam que seremos eternamente extensa, você incompetentes!! A lista cresce, crespode focar em ce e cada vez que olhamos para ela apenas três nos sentimos menores, menores e ao que já estará invés de sairmos correndo atrás de acertando .” buscá-las, temos desistido de tentar preencher este saco sem fundo!! Como equacionar essa extensa lista? Obviamente, tentando reduzi-la. Na verdade, ao olharmos nosso ambiente de trabalho, nota22

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mos algumas premissas que precisam ser respeitadas com todo carinho: 1. temos uma equipe de trabalho que depende de nossa orientação, entusiasmo, atenção, energia e, principalmente, preocupação com seu desenvolvimento; 2. temos pares com os quais precisamos trabalhar para obter resultados com alta sinergia, pois se eu fizer somente o trabalho de minha área sem olhar o que os que recebem dela realmente precisam, provavelmente ficarei num vácuo de performance; 3. temos chefes que cada vez mais e mais precisam de nossa parceria, cumplicidade na busca de resultados. www.nrespostas.com.br


“Estude as coisas certas e não jogue fora seu tempo dando tiro para todos os lados.”

São essas as arenas em que nossas competências precisam transitar e estarem cada vez mais em estado de arte. Desta forma, a sugestão é que, apesar da lista de competências de sua organização ser extensa, você pode focar em apenas três que já estará acertando na grande maioria, e lá vão elas: 1. execução – leiam o livro de mesmo nome, um dos autores é Ran Charan e lá acharão todas as orientações para obter uma performance em excelência – este é “o” livro; 2. colaboração – que vem cobrir a distância entre as áreas. Vocês podem ler tudo sobre colaboração escrito nos últimos meses por Gay Hamel e descobrirão como fazer a excelência em sinergia; 3. finalmente, velocidade – que, vamos e venhamos, é o que manda na relação com seus superiores. Aí temos um livro de alguns anos atrás, do Daryl R. Conner, Gerenciando na velocidade das mudanças, que pode lhe dar enormes dicas na compreensão desta competência. Falta ainda uma relação íntima sua com o seu papel no trabalho, falta um requisito que precisa ser somado às competências acima descritas, que sem dúvida é o senso de propriedade sobre o trabalho e os resultados que necessitam aparecer. Esses quatro focos já lhe garantem uma excelente margem para estar presente no topo da lista de melhores de sua organização, pode ter certeza. Não desanime e se dedique a ser o melhor nessas coisas. A lista que a sua organização lhe apresenta nada mais é do que um detalhamento desses fofevereiro / março 2013

cos. Estude as coisas certas e não jogue fora seu tempo dando tiro para todos os lados em termos de aprendizado. Organizações antigas e modernas precisam de profissionais modernos, diferenciados e este é o convite para 2013!! Curtam o novo ano com foco e guardem seu tempo para você!! Esses são meus votos a todos leitores e seguidores. Obrigado por 2012!! Fui muito feliz estando com vocês através da N Produções.

Pedro Mandelli é consultor na área de mudança organizacional, sócio-diretor da Mandelli Consultores Associados, é professor da Fundação Dom Cabral e autor do livro Muito além da hierarquia.

Leia mais sobre o assunto em: Vida e Carreira – Um equilíbrio possível? Pedro Mandelli e Mario Sergio Cortella Editora Gente – 2001

Nesta obra, os autores buscam desvendar como conciliar de maneira satisfatória a vida pessoal e familiar com uma carreira bem-sucedida. Cortella e Mandelli defendem que não se trata de utopia, ao mesmo tempo que buscam ressaltar que vida pessoal e profissional são elementos que compõem o cotidiano. O livro oferece respostas para diversas questões como: ‘como lidar com os problemas no trabalho sem ser atropelado pelo estresse?’ e ‘como responder ao alto nível de demanda familiar se há sempre trabalho acumulado à nossa espera?’. Além disso, diversos temas passam em revista – a trajetória profissional e a construção da carreira; as conexões entre estabilidade e segurança; valores e felicidade; a contribuição da tecnologia, entre outros.

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Etc

[Entretenimento, trabalho, casa]

MUSICAL - 2012

por Renata Araújo

Confira algumas músicas que marcaram 2012

her - ft. Us Guettat You David W u itho

eu te ló • Ai se Michel Te

) catch you pego (If I

SomeboGdotye feat. Kimb ra y that yo u used to know Adele • Someone like you

iano Munhoz e Mar elo Camaro Amar

Psy • Gangnam Style

Rober to Car los • O Cara

Coldplay • P aradise

Carly Rae Jeps en

Ellen Oléria e Pret.utu

• Call me May be

Ao Vivo no Teatro Garagem

• Reza Rita Lee • DVD COMPLETO •

Destaque especial para Ellen Oléria, vencedora do The Voice Brasil, representando Brasília.

Dicas do Prof. Renato Alves 24

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“Confiança, credibilidade, inteligência, capacidade e liderança são só algumas das qualidades atribuídas a pessoas com boa memória, e isso não tem preço. Porém, eu também, infelizmente, aprendi isso só depois de sentir na pele os problemas que um esquecimento pode trazer.” www.nrespostas.com.br


Gestão do Tempo

Responde:

Christian Barbosa

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Como devo me organizar, aproveitando o início do ano para que este seja melhor que o anterior?

Por um 2013 diferente Como estamos no começo do ano, seria muito útil repensar como foi 2012 e criar um 2013 melhor. Eu acredito que nunca devemos nos contentar em ficar na mesma, algo deve mudar. E se algo deve mudar, a reflexão deve começar com você mesmo, a partir das suas atitudes e escolhas. Para começar a pensar em um 2013 diferente, sugiro que reserve pelo menos uns 20 minutos para esse exercício. Pegue uma folha de papel, coloque na horizontal e escreva no topo 2012. Faça um T na folha e em cada espaço escreva: • O que fiz e devo continuar fazendo • O que fiz e não deveria mais fazer • O que deixei de fazer e devo persistir em 2013

Faça uma lista de coisas para cada um desses espaços no T e, em seguida, releia os itens. Particularmente, sugiro que depois de escrever todos os itens, retome o exercício no dia seguin“O tempo te, revisando tudo o que escreveu. passa rápido Essa releitura dará um panorama geral para quem de como foi seu ano anterior, das coisas não controla importantes, das circunstâncias, das meas coisas que tas que podem ajudar 2013. Essa folha faz na vida!” deveria ser anexada na sua agenda para fevereiro / março 2013

que você tenha contato com as coisas que quer e as que precisam ser deixadas de lado. Em outra folha ou no verso da mesma folha, pense nas coisas que gostaria de realizar em 2013. Coisas realmente viáveis e que possam ser começadas e terminadas (para facilitar o processo de planejamento). Depois de listar, faça um X nas metas que proporcionam simultaneamente à sua vida mais equilíbrio (bem-estar, saúde, relacionamentos etc.) e resultados (finanças, carreira, bens etc.). Das que tiverem o X marcado, selecione apenas 2 e descreva pelo menos 10 ações práticas que lhe ajudarão a executar esse objetivo. Quando planejo meu ano, eu gosto de escrever uma carta, fechar e deixar para abrir no meio do ano. Não tenho nenhuma pesquisa sobre isso, mas eu adoro ler aquilo que planejei e ver o que andou. Você pode tirar uma cópia dessas folhas e colocar na carta, pois a original deve ficar sempre com você. Experimente fazer e compartilhe os resultados. Só não vale deixar a vida correr frouxa, ou repetir 2012, pois isso se torna um hábito e quando você reparar, estará com 80 anos e reclamando das coisas que deixou de fazer. O tempo passa rápido para quem não controla as coisas que faz na vida! Christian Barbosa é conferencista, empreendedor e sócio da Triad Consulting – empresa global de treinamento, consultoria e produtos especializada em produtividade – e master practitioner em Programação Neurolinguística. www.christianbarbosa.com.br

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Roberto Shinyashiki

Dicas de campeão

Como ter sucesso em tempo de grandes mudanças Até poucos anos atrás, o mundo era muito previsível. Os negócios eram administrados de uma única maneira e o sucesso era o resultado de muito esforço. Hoje isso mudou. O mundo tem a inconstância de um vulcão ativo, o que faz com que profissionais de todas as áreas sejam desafiados o tempo todo. “Garra e Garra e determinação já não determinação são mais suficientes para enjá não são mais frentar os contínuos desafios. suficientes para Precisamos de muito mais. enfrentar os Tudo acontece ao mesmo contínuos desafios. tempo, e não necessariamenPrecisamos de te numa ordem determinada. muito mais.” Estamos em plena era do caos e poucas pessoas sabem lidar com isso. Estabilidade atualmente é uma palavra proibida e acomodação virou

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nome feio. Todos nós precisamos ter a ousadia de desbravar novos horizontes, sem medo do desconhecido. As transformações são intensas e quem não mudar vai ficar para trás. Certamente, esse cenário desconhecido nos cria novas dificuldades e muitos mistérios. Pessoas com grande flexibilidade e curiosidade vão produzir vantagens para si e para suas empresas nessa moderna maneira de viver. Mas os mais rígidos e menos abertos vão encontrar mais problemas. Temos de ter claro o seguinte: o fato de vivermos num mundo caótico não pode fazer de nossa vida um caos. É possível e necessário administrar a nossa trajetória. Para isso, temos de ter em mente que não podemos simplesmente deixar essa maneira de viver nos tornar confusos. www.nrespostas.com.br


“Para um novo tempo precisamos de um novo ser humano, livre das amarras do passado, revitalizado pelos desafios do presente.”

O mundo exige uma postura inédita, um modo original de olhar. Para ser bem claro, precisamos de novos olhos, adaptados à nova realidade mais dinâmica do mundo. Por isso, pense e aja como os campeões. Os campeões sabem que quem desiste diante das pressões na verdade está comprando hoje, a prazo, duros tempos no futuro. Campeões não adiam. Eles sabem que por trás do aparente conforto do “deixa para depois” tem um custo excessivamente alto para sua vida no amanhã. Esta é uma época diferente. Aqueles que ainda não compreenderam isso veem nas mudanças uma ameaça que torna este mundo cada vez mais difícil e agressivo. Os campeões entendem que este é um período de muito aprendizado. E que quem aprender mais rapidamente poderá desfrutar mais cedo das vitórias. É preciso ter em mente que o movimento transformador gerado pelo caos da atualidade traz em “O fato de seu âmago uma nova ordem vivermos que se impõe para tudo no num mundo e na vida. mundo O campeão sabe que quancaótico não do cria a competência nepode fazer cessária para desfrutar essa de nossa nova ordem, ele constrói vida um novas possibilidades de caos.” amar e viver em plenitude. Enfim, o campeão sabe que fevereiro / março 2013

tudo ainda está em suas mãos! Para um novo tempo precisamos de um novo ser humano, livre das amarras do passado, revitalizado pelos desafios do presente, pronto para o sucesso da nova era. Do caos está nascendo um novo indivíduo, centrado nas necessidades que esse momento exige, disposto a conquistar um novo espaço, num ambiente que se movimenta e oscila entre a crise e a oportunidade. Pense sobre isso! Um grande abraço, Roberto Shinyashiki Roberto Shinyashiki Psiquiatra e escritor, é empresário, palestrante, Doutor em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) e autor de vários livros. www.shinyashiki.com.br Saiu a nova versão atualizada e ampliada de um grande sucesso de Roberto Shinyashiki: O Sucesso é Ser Feliz Roberto Shinyashiki Editora Gente

Neste clássico best-seller que já ajudou mais de 1,5 milhão de pessoas, o autor mostra como a vida pode ser celebrada e aproveitada em sua plenitude. Com um novo texto, totalmente reescrito e adequado aos dias de hoje, este livro mostrará a você que, deixando para trás mitos, falsas crenças e ilusões, e abandonando o que o impede de crescer, é possível buscar, encontrar, cultivar e viver a felicidade intensamente. A felicidade não pode ser uma decisão passageira, mas sim uma maneira de viver. Este livro ajuda as pessoas que querem fazer sua vida valer a pena a aproveitar todas as oportunidades para viver de modo feliz. Uma obra que já vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares.

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Lucas Gonçalves

N Investimentos

Perfil dos brasileiros: conservadores para aplicar

e agressivos para gastar!

O

brasileiro tem certa aversão e paradoxalmente, os meios de crédito/ ao risco, pelo menos na hora financiamento mais utilizados por esses de aplicar seu dinheiro. Mes- pseudo-conservadores são o cartão de crémo a renda fixa oferecendo dito e o cheque especial (segundo dados da taxas negativas de retorno, ela continua Febraban). Considerando que essas modasendo a vedete dos investidores. Há quem lidades representam as taxas mais caras do diga que essa realidade começou a mudar, mercado, pode-se considerar também que pois “houve fuga de capital da poupança”. ao utilizá-las jogamos fora boa parte do tão Tudo bem. Tiraram bastante recurso das suado dinheirinho. poupanças. Mas esses recursos, somados a Um teste na Economia Clássica nos revela mais economias, correram para os títulos que, em uma situação hipotética, se derpúblicos federais (60% de todo o investi- mos R$ 10 mil para uma pessoa e propumento dos brasileiros – pesquisa realizada sermos a ela um negócio no qual ela terá pelo grupo Economática). Isso 10% de chance de ganhar mais acontece mesmo sendo claro R$ 90 mil e 90% de chan“Ortodoxia que depois de cobrados IR, ce perder todo esse valor, ela no aplicar, custódia ou taxas de adminispreferirá não se arriscar e aliada tração perde-se um bocado embolsar os 10 mil. Curiosaao perfil mente, em nova situação hipopara a inflação. agressivo tética, se essa mesma pessoa No mercado de ações, apenas no gastar, tiver 10 mil reais para gastar 15% dos investidores são pespode trazer em um negócio que lhe oferesoas físicas. Em contraponto, prejuízos.” 28

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ce apenas 10% de chance de não pagar nada, contra 90% de chance de ter que pagar R$ 100 mil, a pessoa acaba aceitando o negócio, arriscando perder mais R$ 90 mil além dos R$ 10 mil iniciais. O brasileiro, de um modo geral, é conservador para aplicar e agressivo para gastar! Cito os preciosos comentários do doutor e PhD em Economia Samy Dana (em entrevista ao G1): “somos conservadores na hora de ganhar dinheiro e arrojados na hora de perder, mas dá para agir de forma mais racional. Temos medo daquilo que não conhecemos. Uma das formas de se proteger é conhecer melhor os instrumentos financeiros. Infelizmente, nos ensinos Fundamental e Médio, não existe sequer uma disciplina de finanças ou economia, e muitos cursos do Ensino Superior também não têm.” Corre-se um grande risco ao se recusar uma boa oportunidade de aplicação devido ao conservadorismo na hora de ganhar. Em geral, prefere-se tocar todas as estratégias de investimento de forma previsível e tradicional. Tal ortodoxia no aplicar, aliada ao perfil agressivo no gastar, pode trazer prejuízos fevereiro / março 2013

“Ao contrário do que muitos pensam, assumir riscos é poder melhorar o futuro.”

maiores num futuro não muito remoto. Quando chegarmos perto da aposentadoria, as estratégias escolhidas hoje nos revelarão as condições para esse momento. Se as escolhas continuarem como nos são descritas nas pesquisas, tenham certeza de que veremos os aposentados com menor poder de compra e com a velhice comprometida. Ao contrário do que muitos pensam, assumir riscos é poder melhorar o futuro. Mais ainda, com taxas de juros negativas, assumir riscos é necessário até mesmo para a simples manutenção de seu padrão de vida. Se costumamos dizer que “não há glória sem sacrifícios”, também é verdade que NÃO HÁ GANHOS SEM SACRIFÍCIOS.

Lucas Gonçalves Araujo é formado em Estatística e pós-graduado em Agronegócios (UnB) e Negócios Internacionais (FEA/USP). Agente Autônomo de Investimentos credenciado pela CVM, foi Analista Sênior na Diretoria Financeira e de Risco de Mercado no Banco do Brasil.

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Liderança

Responde:

Luciano Pires

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Falar sobre liderança parece algo um tanto “clichê”. Você acha possível definir “liderança” de uma maneira diferente do usual?

Liderança é a habilidade de inspirar e provocar as pessoas

a fazer acontecer Essa é a definição a que cheguei após observar alguns líderes em ação, procurar nos dicionários, no trabalho dos grandes estudiosos do tema, mistu“A liderança é rar às minhas reflexões e leum atributo do var ao forno. Não sei se é a contexto.” definição ideal, mas ela me satisfaz. Acho legal começar destrinchando-a do jeito que minha mãe fazia com aquele frango assado, lá em Bauru. Vamos lá. LIDERANÇA:

Esse é um atributo que pode ser desenvolvido. Não vejo a liderança como um dom, algo herdado ou mágico. Tampouco como uma coisa só; existem diferentes formas de liderança. Mais importante ainda: a lideran-

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ça é um atributo do contexto. Perdido na selva amazônica sem comida e água, você quer ter como líder um experiente executivo poliglota de Wall Street ou um experiente índio analfabeto? Pois é. HABILIDADE:

É o grau de competência, aptidão, capacidade com que um indivíduo persegue determinado objetivo. Pode ser aprendida, desenvolvida, treinada. INSPIRAR:

Muita gente acredita que “inspirar” e “motivar” as pessoas é a mesma coisa. Não é. Diz o grande palestrante norte-americano Zig Zaglar que “Motivação é como banho. Não dura. Por isso temos de tomá-lo todo dia!”. A inspiração é mais que isso. Inspiração é www.nrespostas.com.br


uma força interior que não precisa de um empurrão diário. Inspirar é algo espiritual, tem a ver com a capacidade de conexão, eu diria até que de “contaminação” Viu só? Liderança é a habilidade de inspirar e provocar as pessoas a fazer acontecer. entre as pessoas. Nesse contexto, liderança é mais que dar orPROVOCAR: dens. É mais que dar exemplos. É mais que Neste caso, é mexer com os brios, causar incô- orientar. É mais que motivar. É mais que inmodo. Provocar é fazer com que as pessoas se timidar. É mais que ensinar. Liderança é saber importem, sintam-se desafiadas a fazer aconte- liberar conscientemente uma força interior que cer. Provocar é tirar as pessoas da indiferença. contagia as pessoas.

“Provocar é fazer com que as pessoas se importem, sintam-se desafiadas a fazer acontecer.”

FAZER ACONTECER:

Sair da inércia, terminar o que se começa, praticar uma ação, tirar a bunda da cadeira, causar a diferença, provocar uma mudança... AGIR!

Luciano Pires é formado em Comunicação e pós-graduado em Marketing para executivos. Escreveu e publicou seis livros, entre eles Meu Everest, Brasileiros Pocotó, Nóis qui invertemo as coisa e o Diário de um líder. É palestrante e apresentador de um dos mais importantes podcasts brasileiros, o programa Café Brasil, na Rádio Mundial FM.

A Agência Sisters completa meia década de dedicação e resultados. Com o tempo veio o reconhecimento e, em 2012 ganhamos o Prêmio Produtora do Ano. Sabemos que ainda há muito para realizar, por isso vamos trabalhar por mais campanhas surpreendentes e junto com nossos clientes comemorar mais conquistas.

Agência Sisters, resultado que se vê. fevereiro / março 2013

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61 3327-2208


Encerrando 2012 e abrindo 2013 com chave de ouro Foi reafirmando o compromisso em contribuir para o desenvolvimento pessoal e empresarial de seus associados que o Clube N encerrou 2012 e deu início a 2013. Em novembro, a presença de Demétrius Lucindo e Lucas Gonçalves, da N Investimentos, foi uma excelente oportunidade de conhecer mais e melhor o universo das transações financeiras. Esclarecendo dúvidas com a fluência de quem transita há anos por esses caminhos, os consultores responderam a perguntas e deram dicas importantes de como lidar com finanças pessoais e corporativas. Demétrius alertou: “Não se pode confundir investimento com bem de consumo. Um automóvel, por exemplo, é um bem de consumo. Não pode ser visto como investimento”. Para Lucas Gonçalves, “a bolsa é o melhor negócio do mundo, quando se tem conhecimento adequado de seu funcionamento. Caso

contrário, é o pior negócio para se envolver”. O Café & Contatos de janeiro teve como convidado especial o juiz trabalhista Dr. Rodrigo Dias da Fonseca. Manhã de muitos esclarecimentos e proveito para todos os associados que puderam não só aprender como lidar com os conflitos da relação patrão/empregado presentes no cotidiano de qualquer empresa como entender um pouco mais de como se forma o raciocínio que norteia as decisões judiciais das causas trabalhistas. Um conselho: “esteja sempre muito atento aos prazos do período de experiência de um novo funcionário, um único dia, a mais ou a menos, pode fazer uma grande diferença no seu bolso”, aconselhou o Juiz. Clube N – Um clube de resultados para líderes de visão. Associe-se você também!

Demétrius Lucindo e Lucas Gonçalves no Café e Contatos de novembro, com os associados do Clube N

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Dr. Rodrigo Dias da Fonseca, juiz trabalhista, recebe convidados do Clube N no primeiro Café e Contatos de 2013

LEVE CONSIGO UMA BOA LEMBRANÇA DO OLIVER.

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Rivadávia Drummond Neto

Gestão do conhecimento e inovação

O futuro do MBA

e da Educação Executiva

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o examinarmos tendências nos programas internacionais de MBA, observamos que o modelo estadunidense tradicional denominado Full-Time MBA, com duração de dois anos em regime de dedicação exclusiva, vem perdendo espaço como modelo dominante. Um conjunto de outras ofertas e possibilidades, como o MBA Part Time (em tempo parcial, normalmente à noite e/ou fins de semana), o Executive MBA (MBA para executivos) e o MBA Online (totalmente ou parcialmente a distância, ampliado pelas possibilidades da “virtualidade”), vem sistematicamente “Como abocanhando sua fatia no mercado gloensinar tradicionalmente dominado pelos temas como bal MBA. liderança, Full-Time É importante que o leitor situe a proglobalização, inovação, blemática no ambiente brasileiro: aqui, criatividade e o MBA tomou o formato da pós-graética, dentre duação lato sensu e confere aos conmuitos cluintes certificado, diferenciandooutros? ” -se da pós-graduação stricto sensu em administração, cujos concluintes são diplomados como mestres e douto34

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res. Autores como Henry Mintzberg, da McGill University, Datar e Garvin, da Harvard Business School, e Jeffrey Pfeffer, da Stanford Graduate School of Management, têm questionado o status quo e criticado as premissas/pilares que tradicionalmente sustentam tais programas. Já há algum tempo me debruço sobre o problema e tive a oportunidade de conhecer experiências na Europa, América do Norte, Ásia e África, tendo também participado de colóquios e seminários exclusivos sobre o tema, como o MBA Roundtable, na Darden School of Business da Universidade da Virginia, e o Global Colloquium on Participant-Centered Learning, da Harvard Business School. Acirradas pelo declínio no número de matrículas observado nas escolas que compõem os rankings dos 30 melhores programas de MBA do mundo – segundo publicações como Business Week, The Economist e Financial Times –, as críticas mais contundentes expõem problemas recorrentes, como o choque de duas culturas (legitimidade e aplicação); o declínio do envolvimento dos participantes, mais preocupados com o networking e atividades sociais e menos envolvidos www.nrespostas.com.br


“Diante de todas as questões que aqui exponho, a grande conquista é a ampliação da discussão curricular.”

com o processo de aprendizado; a composição do corpo de professores (acadêmicos x profissionais de mercado); e o domínio (quase) absoluto de aulas unicamente expositivas, em detrimento das possibilidades do guarda-chuva denominado Participant- bém significa um conjunto de escolhas nos seguin-Centered Learning (PCL) – aprendizado centrado tes quesitos: no participante. Como ensinar temas como liderança, globalização, • conteúdo: conceitos, teorias, técnicas, estilos de pensamento, disciplinas obrigatórias e eletivas; inovação, criatividade e ética, dentre muitos outros? Na tentativa de responder a todas essas críticas • pedagogia: métodos e processos, aulas expositie reinventar suas ofertas, novas tendências saltam vas, estudos de caso, simulações, jogos e trabaaos olhos: lhos de campo/em equipe; • arquitetura: estrutura e sequenciamento de dis• redução do tempo de integralização; ciplinas, percurso formativo do aluno e joint• flexibilidade curricular; -degrees; • importância crescente de rankings e reputação • proposta de valor: propósitos educacionais aos nos critérios de escolha; quais o currículo serve e perfil do egresso. • necessidade imperativa de modelos mais centraAs conclusões nos remetem à necessidade de se dos no participante (aprendizado experiencial). reequilibrar o processo na tríplice perspectiva do Escolas em todo o mundo têm também experimen- SABER (fatos, modelos e teorias que conformam tado novos formatos: a London School of Business o repertório de uma profissão ou prática), FAZER and Finance (LSBF) oferece um MBA através de (capacidades e técnicas que possibilitam a prática/ mídias sociais, o INSEAD (França) vende conteú- execução) e SER (compromissos e propósitos que dos educacionais pela Itunes Store da Apple e a Slo- constituem o caráter de um indivíduo, sua visão de an School of Management (MIT) disponibiliza con- mundo e identidade profissional). teúdos online sem custo algum pela internet. Rivadávia Drummond de Alvarenga Neto é reitor do Centro Universitário Diante de todas as questões que aqui exponho, a de Belo Horizonte (UNIBH) e professor associado da Fundação Dom Cabral. pós-doutorado na Faculty of Information Studies da Universidade de grande conquista é a ampliação da discussão curri- Concluiu Toronto, onde é pesquisador convidado do Knowledge Management ResearCentre (KMRC). Participou de programas executivos na Harvard Business cular, tradicionalmente e simploriamente associada ch School (Boston e Shanghai) e na Darden School of Business (Universidade ao “sequenciamento de disciplinas”. Currículo tam- da Virgínia). fevereiro / março 2013

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Gestão de Pessoas

Responde:

Eduardo Ferraz

www.eduardoferraz.com.br

Estou insatisfeito com minha equipe, mas não consigo renová-la. Como posso contornar essa situação?

Melhore a gestão de sua equipe em 2013

renovando seus conceitos

Com a enorme falta de mão de obra qualificada, a maioria dos gestores, principalmente de pequenas e médias empresas, está tendo uma grande dificuldade em contratar novos talentos e acabam se resignando “Faça uma análise em manter na empredetalhada de sa profissionais que eles quem é quem acham que deveriam ser em sua equipe. demitidos. A verdade é Provavelmente que muitos desses funciohá pessoas com potencial nários “descartáveis” têm subaproveitado.” talentos que poderiam ser mais bem aproveitados. 36

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Seguem 7 dicas para obter melhores resultados com sua equipe atual. 1. Invista mais tempo para conhecer a personalidade e o desempenho de seus atuais colaboradores

Faça uma análise detalhada de quem é quem em sua equipe. Provavelmente há pessoas com potencial subaproveitado. 2. Dê novos desafios a quem merece

Ao invés de procurar lá fora, dê oportunidades aos profissionais com bom histórico em sua empresa. Às vezes você acaba se www.nrespostas.com.br


acostumando com as pessoas e não enxerga seu real potencial.

6. Proponha bônus individuais por desempenho

Parece óbvio, mas muitas empresas estipulam metas globais Procure posicionar as pessoas onde elas possam mas não cobram metas individuusar suas características de personalidade mais ais. A maioria das pessoas consemarcantes na maior parte do tempo. O perfec- gue um desempenho 20 a 30% cionista gosta de organizar; o extrovertido, de superior quando as metas são se relacionar; o dominante, de comandar; o im- justas, claras e, principalmente, paciente, de acelerar. reconhecidas e premiadas individualmente. 3. Coloque as pessoas certas nos lugares certos

“Você pode conseguir resultados significativamente melhores em curto espaço de tempo ao melhorar as habilidades de seus profissionais.”

4. Invista em treinamentos

Os bons treinamentos servem principalmente para aprimorar as deficiências técnicas e comportamentais de sua equipe. Você pode conseguir resultados significativamente melhores em curto espaço de tempo ao melhorar as habilidades de seus profissionais.

7. Institua a meritocracia

Premie, reconheça e promova os melhores, independentemente do tempo de casa que possuam. Isso dará um “choque de gestão” e motivará inclusive as pessoas de fora a procurar trabalhar em sua empresa.

5. Defina metas claras

Estipule metas para o incremento do faturamento, aumento da lucratividade e diminuição de custos, mas seja realista.

Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas e especialista em treinamentos e consultoria In Company, com aplicações práticas de Neurociência. www.eduardoferraz.com.br

Se você não conhece a gente, Sorte Sua. talvez SeuS concorrenteS também não. Quem já montou uma empresa sabe muito bem que no começo é assim mesmo, pouca gente conhece o seu trabalho. mas essa é a oportunidade de sair na frente da concorrência e, com criatividade, conquistar seu público.

aproveite enquanto a gente é novidade, traga sua conta para a Sabah!. 61 - 3327-2208 SCN Qd.01 Ed. Central Park sala 1501 Brasília DF CEP: 70711-903

fevereiro / março 2013 Sabahpublicidade

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Mario Sergio Cortella

Filosofando

Do mal será queimada a semente

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ão me canso de ouvir e meditar sobre os sábios versos cantados um dia por Nelson Cavaquinho na inspiradora Juízo Final (de Elcio Soares e do próprio Nelson Cavaquinho): O sol há de brilhar mais uma vez. / A luz há de chegar aos corações. / Do mal será queimada a semente. / O amor será eterno novamente. E ele esperançosamente insiste: É o Juízo Final, a história do bem e do mal. / Quero ter olhos pra ver / a maldade desaparecer. O melhor, porém, é a boa profecia, pois ao final da música deve ser repetido duas vezes o especial desejo: O amor será eterno novamente... / O amor será eterno novamente... Piegas? Não. Romântico, belamente romântico e fundamentalmente vital. Ora, se a força está aí, no verso final, por que, então, colocar como título desta reflexão Do mal será queimada a semente? Porque os cuidados com a vida, que podem nos levar à eternidade amorosa, requerem que sejamos ativos na queima da semente da maldade. “Somos Semente? Sim, pois é potência, é poscapazes, sibilidade, é virtual. Somos capazes, porque porque humanos e livres, da prática humanos deletéria, da ação maldosa, da agrese livres, são danosa. Humanos e livres, pulsões da prática lesivas despontam como cenário e deletéria, da vontade em muitos dos nossos atos e ação maldosa, omissões. Semente pode “virar” planta da agressão ou árvore ou fruto ou flor; semente,

danosa.”

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como o ovo, contém o novo. Semente pode “virar” praga ou erva “Semente daninha ou veneno ou droga le- pode “virar” siva; semente, como o ovo, pode planta ou árvore apodrecer ou ser nefasta. ou fruto É por isso que o teólogo Leonardo ou flor; Boff lembra que essa nossa aben- semente, çoada liberdade, quando se torna como o ovo, amaldiçoada liberdade, precisa contém o passar por uma “transfiguração in- novo.” teligente”: sem perder a vitalidade que a pulsão agressiva comporta, fazer dessa agressividade potencial uma energia que se transfigure em força positiva e virtuosa. Em outras palavras, o impulso como benefício em vez de malefício, ou, mais ainda, como arranque robusto para cuidar da vida, em vez de perder a reverência a ela e banalizar, assim, a convivência condominial que é viver. É nessa hora que precisamos nos educar reciprocamente para recusar o biocídio. Mario Sergio Cortella é filósofo e escritor, com mestrado e doutorado em Educação, professor-titular da PUC-SP (na qual atuou por 35 anos, 1977–2012), com docência e pesquisa na pós-graduação em Educação: Currículo (1997– 2012) e no Departamento de Teologia e Ciências da Religião (1977–2007); é professor-convidado da Fundação Dom Cabral (desde 1997) e ensinou no GVpec da FGV-SP (1998–2010). Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991-1992). É autor, entre outras obras, de “A escola e o conhecimento” (Cortez), “Nos labirintos da moral”, com Yves de La Taille (Papirus), “Não espere pelo epitáfio: provocações filosóficas” (Vozes), “Não nascemos prontos!” (Vozes), “Sobre a esperança: diálogo”, com Frei Betto (Papirus), “Liderança em foco”, com Eugênio Mussak (Papirus), “Viver em paz para morrer em paz: paixão, sentido e felicidade” (Versar/Saraiva), “Política: para não ser idiota”, com Renato Janine Ribeiro (Papirus), “Vida e carreira: um equilíbrio possível?”, com Pedro Mandelli (Papirus), “Educação e esperança: sete reflexões breves para recusar o biocídio” (PoliSaber).

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