N Respostas 14 - fevereiro/março 2011

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Carta ao Leitor N Palavras

Lições para a vida, vinda dos empreendedores Caro leitor, em nosso primeiro encontro de 2011, gostaria de destinar algumas palavras àqueles que almejam ter um negócio de sucesso e são seduzidos por seus resultados. Desejos de conquistar uma renda maior, um pouco mais de tempo, ser seu próprio patrão, e depender unicamente do seu esforço para alcançar seus sonhos. A cada dia percebemos uma evolução na capacitação dos empreendedores brasileiros, graças ao trabalho de entidades como o Sebrae, que de forma incansável trabalha para a melhoria da competitividade, gestão e, consequentemente, do melhor desempenho de nossa base empresarial. Verificamos crescente número de empreendedores por oportunidade, aqueles que estudam e planejam seus atos, avaliam os riscos, e principalmente dimensionam o investimento. Dinheiro não somente para abrir o negócio, mas para mantê-lo (capital de giro) durante o período de conquista de clientes e consolidação da marca no mercado. Após a superação dos primeiros dois anos de conquista de clientes, crédito, e de credibilidade no mercado, cada empreendedor percebe que precisa desenvolver parcerias estratégicas externas e criar suas alianças internas. Em algum momento, ele entende que fazer tudo sozinho dará a possibilidade de alcançar apenas os sonhos na medida de seu braço, até onde ele alcançar. Desenvolver um time com as habilidades e competências necessárias ao crescimento da empresa será fundamental para a superação dos obstáculos que diariamente surgirão. Uma vez superada a fase da credibilidade, da conquista de pessoas qualificadas, surge a crise do controle. Com o crescimento da empresa, é necessário implantar ferramentas que facilitem o controle e gerem relatórios confiáveis para decisões que precisam ser tomadas. Muitas empresas pecam nesse momento, já possuem

crédito, pessoas qualificadas e que ajudaram a desenvolver a empresa, mas deixam de monitorar e avaliar os resultados. É como se faltasse o painel de bordo para o comandante do navio e, com um erro de um grau nas coordenadas numa viagem saindo do Brasil rumo à Europa, pode desembarcar na África. Veja, quero dizer que o empreendedor passa basicamente por três fases em sua história: a primeira, da credibilidade/crédito; a segunda, de pessoas certas e preparadas para ajudar e sustentar o crescimento da organização, e a terceira, criar processos para segurança e a condução adequada rumo aos objetivos traçados. Caro leitor, não sei se você está no início ou final de sua carreira, se é dono ou colaborador da empresa, mas quero que reflita e fixe as lições do empreendedorismo: não há espaço para quem não é profissional, você estará “morto” se não estudar, se preparar, se desenvolver. Ninguém sobrevive sozinho. Que alianças você está fazendo? Está buscando boas parcerias? Se associando a pessoas positivas e que estão dispostas a ensinar o que sabem? E, por fim, você vem monitorando os resultados em sua carreira? Aquele colega que foi para outra empresa se lembrou de você? Ligou dizendo: quero você comigo? Você recebe elogios por sua postura e conduta, sendo motivo de orgulho e elogio pelos resultados gerados? Aprenda com isso, desejo a você um ano de muito sucesso, bons negócios e grandes conquistas! Um abraço,

José Paulo Furtado Diretor da Revista N Respostas twitter.com/jpnproducoes fevereiro \ março 2011 josepaulo@nrespostas.com.br

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Leitor leitor@nrespostas.com.br

Envie seus comentários, sugestões, informações, críticas e perguntas: SHCGN 704/705 Bl. E nº 17 Ed. M.ª Auxiliadora sala 401 CEP 70730-650 Brasília-DF Tel/Fax: 61 3272.1027 e-mail: leitor@nrespostas.com.br

N Respostas é uma publicação da N Produções www.nproducoes.com.br Diretor-Executivo: José Paulo Furtado

Gostaria de externar para os leitores da revista a nossa satisfação e agradecimento pelo sucesso da nossa empresa, juntamente com a N Produções.

Gostei muito da entrevista feita com Mauricio de Sousa. Casos de sucesso como o dele devem mesmo ser divulgados.

Danilo Dias Femy Modas

Flavio Vieira Petrobras Distribuidora

Acredito que poucos brasileiros saibam que Mônica e sua turma Parabéns pelo sucesso da N Prosão tão conhecidas e admiradas duções e pela sua equipe extraormundo afora. dinária. Valeu... Parabéns, Maurício!

Direção de Arte: Letícia Marchini arte@nrespostas.com.br Editoração: Leticia Marchini Editora-Chefe Renata Araújo redacao@nrespostas.com.br Jornalista responsável: Cid Furtado Filho DRT DF 1297 Revisão: Denise Goulart Fotografia: Telmo Ximenes Reportagem: Renata Araújo Colaboradores desta edição: Profª. M. SC. Sâmara Martins • Eduardo Ferraz • Eduardo Zugaib • Wallace Tanaka • Alexandre Prates • Dalmir Sant’Anna • Dr. Francisco de Assis L. Campos • Homero Reis • Mario Sergio Cortella • Roberto Shinyashiki Diretora Financeira: Ana Paula Abílio financeiro@nproducoes.com.br Diretor Comercial: José Paulo Furtado josepaulo@nrespostas.com.br

Como anunciar: 61 3272.1027 de 2.ª a 6.ª, das 9 às 18h josepaulo@nrespostas.com.br A N Respostas não se responsabiliza pelas ideias e opiniões emitidas nos artigos assinados. Tiragem: 20.000 exemplares.

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Índice Ano IV • Nº 14 • fevereiro / março 2011

capa 10. Superação: o caminho do sucesso

colunistas 22. Roberto shinyashiki

Dicas de campeão

30. Homero Reis Pergunte ao Coach

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34. mario sergio cortella Filosofando

Seções 03. carta ao leitor

07

07. entrevista João Carlos Martins: A música venceu... 18. N Flashes

Quem passa pelos eventos da N Produções

20. eTc.

Entretenimento, casa, trabalho

24. eco notícias

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RESPOSTas 14. Universa - Profª. M. Sc. Sâmara Martins

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A comunicação e o reconhecimento no trabalho

16. Recursos humanos - Eduardo Ferraz

A pessoa certa no lugar certo

21. vendas - Eduardo Zugaib

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A hora da conta

25. Sustentabilidade - Wallace Tanaka

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Sustentabilidade é a escolha pelo certo

26. liderança - Alexandre Prates

Os 5 comportamentos intoleráveis no líder contemporâneo

28. comportamento - Dalmir Sant’Anna Oratória: soma de credibilidade e convicção 32. jurídico - Dr. Francisco de Assis L. Campos A atual justiça brasileira

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Tel.: 6

RTAS

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Entrevista Entrevista

João Carlos

Martins

Apesar de enfrentar sérios problemas de saúde desde a infância e dos acidentes que vêm sucessiva e progressivamente prejudicando os movimentos de suas mãos, ele insiste em continuar buscando a música que, inexplicavelmente, vive tentando escapar-lhe por entre os dedos. João Carlos Martins é exemplo de obstinação. Hoje, dedica-se à regência. Adapta a gesticulação e decora milhares de páginas de partituras, impossibilitado de folheá-las e de utilizar-se da batuta. No trabalho social, leva o ensino da música às comunidades carentes e extrai diamantes de onde olhos mais míopes só veem lixo. 2011 lhe promete grandes emoções. Será tema de samba enredo da escola de samba paulista Vai-vai e de um longa-metragem protagonizado por Rodrigo Santoro. Que bom que as homenagens estejam sendo feitas em vida! Esse brasileiro merece assistir e receber o calor de todos esses aplausos compatriotas, pois os estrangeiros já o abraçam há décadas. Como muitos de vocês, assisti à sua apresentação pela N Produções e tenho acompanhado seus relatos através de sua constante presença na mídia. Assim, a trajetória do virtuoso do piano não é novidade para muitos. Contudo, conhecendo-o de perto, surpreendi-me ao enxergar nele um homem de valores e atitudes incomuns, que fala sem constrangimento de suas qualidades e fraquezas. Podem acreditar, até mesmo o grande ícone da superação possui conflitos internos que não consegue superar, afinal de contas, ele é humano como nós, embora muitas vezes nos faça duvidar disso. Fazendo pequena uma grande história... Com vocês... João Carlos Martins! por Renata Araújo

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[Entrevista]

Curiosamente, o futebol e o time da Portuguesa são grandes paixões relacionadas, de certa forma, ao início de seus problemas com sua paixão maior, a música. O que o senhor pensa desta coincidência?

Como foi o início de sua relação com a música? Minha história com a música teve início antes mesmo do meu nascimento, ainda na juventude do meu pai, que teve o sonho de tocar piano destruído por um acidente que lhe decepou parte de uma das mãos. Aos seis anos de idade, fiz uma cirurgia na garganta. Os recursos existentes naquela época eram poucos e o resultado não foi completamente satisfatório. Constrangido pelas secreções que escorriam da fístula no pescoço, isolei-me e meus pais acabaram me comprando um piano. Aos primeiros acordes, a música entrou-me no sangue e invadiu meu coração. E quando começou a saga das suas mãos? Aos 26 anos sofri o primeiro acidente, durante um despretensioso jogo de futebol com a equipe da Portuguesa, no Central Park, em Nova Iorque. Numa queda, uma pequena pedra feriu meu cotovelo direito e rompeu o comando do terceiro, quarto e quinto dedos. Depois do difícil retorno, veio a LER (lesão por esforço repetitivo). Interrompi novamente minha carreira, mas acabei voltando a tocar. Quando estava terminando as gravações da obra completa de Bach, fui 8

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Tudo tem uma razão. Se não tivesse sofrido o acidente aos 26 anos, talvez eu não tivesse tido a coragem de me reinventar tantas vezes. Pena que a minha Portuguesa não tenha se reinventado ultimamente. Coincidência ou não, esta é a minha realidade.

“Tudo tem uma razão. Se não tivesse sofrido o acidente aos 26 anos, talvez eu não tivesse tido a coragem de me reinventar tantas vezes.” agredido com uma barra de ferro na cabeça em um assalto. Com muito esforço e sério tratamento, me recuperei e retomei a carreira. Com o tempo, comecei a sentir dores insuportáveis e os médicos não tiveram outra alternativa se não decepar-me os nervos. Com isso, perdi definitivamente os movimentos da mão direita. Iniciei, então, uma carreira tocando apenas com a mão esquerda, mas um tumor tirou-me também esta possibilidade. Resolvi estudar regência e levar adiante um projeto de cunho social.

Os problemas de saúde e as limitações físicas lhe trouxeram algum sentimento de revolta? Sentimento de revolta serve para pessoas que se esquecem do futuro pensando nas adversidades do passado. Prefiro pensar no dia de hoje e, de preferência, fazer muitos planos para o século 21. De onde vem a vontade de sempre retomar o caminho da música? Simplesmente porque a música foi a minha salvação. O que realmente despertou seu interesse pela política? Quando me afastei pela 2ª vez do piano, achei que poderia fazer uma contribuição cultural através da powww.nrespostas.com.br


lítica. Ninguém é perfeito, mas também não se tem o direito de errar tanto. Paciência... Apesar de ser um ícone de superação, o senhor afirma não superar o sofrimento que esse envolvimento com a política lhe trouxe. Por que estes problemas lhe são tão mais sofridos? As adversidades que atingem a alma são muito maiores do que aquelas que atingem o físico, porque fica um cadáver enterrado em seu peito e você tem que administrar essa dor. O sucesso de sua obra (musical e social) é mundialmente reconhecido. O senhor se considera um homem plenamente realizado?

panhar, talvez por serem jovens. Certamente, quando chegarem aos 70, como eu, vão perceber que tudo é mais fácil. Nesse ano foram 202 apresentações. Hoje, quais são seu maior medo e sua maior alegria? Meu maior medo é não fazer música. E a maior alegria, por acaso, é fazer música. Dizem que todo maestro é vaidoso. O senhor confirma esta regra ou é uma exceção a ela?

Conheço dois tipos de maestros: aquele que é vaidoso e aquele que nega a vaidade. Talvez este último seja mais vaidoso, razão pela qual peço para que continuem me chamando de pianista. Já está em andamento a produção de JOÃO, mais um filme sobre sua vida. Como é ser o real protagonista de uma história que comove tanto? O senhor se considera uma pessoa diferente das outras?

É uma sensação bárbara ser protagonista de um filme. Quanto a ser diferente das outras pessoas, eu posso lhe dizer que o João Carlos de hoje é diferente do João “Sentimento de revolta serve Carlos de 10, 20 e 30 para pessoas que se esquecem anos atrás: imagine do futuro pensando nas das outras!! adversidades do passado. Prefiro

pensar no dia de hoje .”

Numa carta que o senhor recebeu no Natal de 2008 estava escrito “Tio Maestro, a música venceu o crime.” Esta frase deu origem ao slogan da Fundação Bachiana. “Pianista” João Carlos Martins, a música sempre vence?

Até os 70 anos me sinto profundamente realizado, mas se parar por aqui vou me sentir muito frustrado aos 80 anos. Maestro, seus assessores precisam se revezar para acompanhá-lo em sua rotina. A que o senhor atribui tamanha disposição?

Como a música nunca perde, sempre vencerá, a minha frase preferida é: A MÚSICA VENCEU.

Realmente, os meus assessores fazem revezamento para me acom-

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Capa

Superação:

o caminho do sucesso Ser empresário é estar disposto a superar constantemente grandes desafios. O empreendedorismo qualificado e atento às necessidades do mercado faz crescer a economia de qualquer país. Ao mesmo tempo, abrir uma empresa sem estar adequadamente preparado implica expor-se a sério risco de fracasso. Estudos mostram que apenas 60% das pessoas que iniciam um negócio no Brasil o fazem por realmente enxergarem ali uma oportunidade, os outros 40% seguem esse caminho por não encontrarem alternativa melhor para seu sustento (Sebrae-SP, ago/2010). por Renata Araújo

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ara o Fundo Monetário Internacional - FMI, nosso país deverá ocupar a 7ª posição na economia mundial em 2011 e permanecerá nesse posto até 2015 (site AMCHAN Brasil, 12/2010). Essa perspectiva positiva traz consigo o peso que a luta para cumpri-la acarreta. Teremos que nos esforçar muito para que esta previsão se concretize. É alarmante saber que 27% das empresas brasileiras deixam de existir ainda em seu primeiro ano e que 56% delas fecharão antes de completar o quinto (Sebrae-SP, ago/2010).

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A equação de sucesso das empresas é composta por diversas variáveis, uma delas, em nosso país, é a pesada carga tributária, uma das maiores entre os países emergentes. Este é um tema bastante polêmico e controverso. A queixa é unânime entre os empresários. Muitos consideram que o recolhimento exato de tributos os levaria à falência. Entretanto, consultores e especialistas afirmam que esse raciocínio não procede; que um planejamento financeiro e uma gestão orçamentária feitos corretamente permitem o cumprimento integral desta obrigação.

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Capa

“Abrir uma empresa sem estar adequadamente preparado implica expor-se a sério risco de fracasso.”

O professor de Administração Fi- das pessoas em uma organização. Muitas vezes, nanceira Luis Antonio Volpato o empreendedor é o principal portador desta de(PUC/SP) concorda com a existên- ficiência. Foi-se o tempo em que abrir um negócia da dificuldade em cumprir com cio próprio era a única alternativa para quem não todas as obrigações fiscais, porém, queria estudar. Atualmente, já não há mais espaço a considera agravada pela cultura da para esse tipo de empreendedorismo, afirma Enio sonegação. “O cálculo correto de Pinto, Gerente da Unidade de Atendimento Indiformação de preço prevê a inclusão desses custos, vidual do Sebrae Nacional, em entrevista ao blog que na realidade são pagos pelo consumidor. O Desafio Sebrae, em setembro de 2010. problema surge quando seu concorrente não inclui Tanto para o grande industrial, que necessita gerir este item nos valores de seus produtos ou serviços, sua corporação, quanto para o microempresário, tornando-os injustamente menores”. Para Volpato, que desempenha praticamente todas as funções essa acaba sendo uma discussão que deve ser me- vitais do seu empreendimento, conhecimento e lhor avaliada, sob o ponto de vista da ética. Re- estudo são fatores indispensáveis. O Diretor do forçando este raciocínio, podemos reproduzir a Citibank para a América Latina, José Affonso Otfala de André Franco Montoro Filho, Presidente toni, considera que empresários, de qualquer porExecutivo do Instituto Brasileiro de Ética Concor- te, precisam estar preparados para se adaptarem a rencial – ETCO, “o desequilíbrio de concorrência cada contexto e a cada nova situação num mercado gerado pelo não cumprimento de obrigações legais cada vez mais exigente e competitivo. “Convém tem repercussões graves sobre a economia brasi- dispor do maior leque de informações e habilidades leira”. possíveis e transformá-las em conhecimento. Estar Para Osanam Gonçalves Rodrigues, especialista capacitado lhe dá boa chance não somente de soem auditoria e análise de balanço pela Fundação breviver como também de evoluir”. E acrescenta: Getúlio Vargas, “uma empresa é “Nos dias atuais, você pode capaz de sobreviver aos pesados buscar este conhecimenencargos públicos - custos tributáto em diversas fontes que rios, trabalhistas e previdenciários, fomentam o pensamento: mas certamente terá muita difinos livros, na internet, nos culdade em superar os prejuízos bancos escolares e em pacausados por uma auditoria em sua lestras... somente para cicontabilidade. Mais do que os imtar alguns exemplos. Não postos, o que pode realmente falir importa qual seja a fonte, uma empresa são as multas por não o que importa é que você tê-los pago”. tenha sede de conhecimenOutra variável que altera substantito”. “Muitos consideram vamente o resultado das empresas A Multibrás da Amazônia que o recolhimento é o preparo ou despreparo técnico S.A., fabricante de compo-

exato de tributos os levaria à falência.”

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“Só há vento favorável para quem sabe aonde quer chegar.”

nentes termoplásticos injetados, é um case de sucesso que ilustra da importância da qualificação do capital humano para a superação de dificuldades. A MASA da Amazônia, nome pelo qual a empresa é conhecida, superou grave crise financeira, ainda na década de 1990, definindo três principais vias de investimentos: em tecnologia, em processos de gestão e em pessoas. Implantar programas de incentivo à educação e à qualidade de vida para os funcionários e seus familiares foi seu maior trunfo. Partindo de uma situação na qual somente 15% dos colaboradores tinham o ensino médio, em cinco anos, a MASA atingiu a impressionante marca de ter 100% de seus funcionários com a educação básica concluída. O lema adotado: só há vento favorável para quem sabe aonde quer chegar, fez a diferença em seu caminho para o sucesso. Segundo Ulisses Tapajós, responsável pela implantação dessa cultura organizacional, “para se ter uma equipe forte e coesa, é preciso trabalhar a consciência e a maturidade”. Ele acredita que “pessoas felizes conseguem sempre os melhores resultados”. Oferecer estudo, qualificação e programas de assistência a familiares foi uma maneira de pôr em prática esse discurso, pois como ele próprio diz: “Para se ter pessoas felizes em uma organização é preciso respeitá-las, valorizá-las, apresentar-lhes desafios e recompensá-las”. A história do polêmico Steve Jobs, idealizador e cofundador de empresas como a Apple Inc. e a Pixar Animations Studios, retrata bem como a busca pela felicidade e a capacidade de superação podem

nos levar ao sucesso por caminhos surpreendentes. Mesmo tendo abandonado o curso universitário, dormindo no chão do quarto dos amigos e sem dinheiro nem mesmo para comer, Jobs buscou cursos e atividades que lhe traziam conhecimentos que vinham ao encontro de suas afinidades e interesses. Começou trabalhando com um amigo, na garagem da casa dos pais. Em dez anos, com a empresa valendo mais de 2 bilhões de dólares, após o lançamento dos revolucionários computadores Macintosh, Jobs, como ele próprio relata em seu discurso à turma de formandos de 2005, da Universidade de Stanford, na California, EUA, foi curiosamente demitido por um de seus executivos. Certo de que amava o que fazia, decidiu recomeçar. Em cinco anos, num dos períodos mais criativos de sua vida, montou a empresa de computadores NeXT e o estúdio de animações em computação gráfica Pixar, que veio a ser tornar o mais bem-sucedido do mundo. Doze anos após sua saída, com a aquisição da NeXT pela Apple, Steve volta ao comando da empresa. Em 2009, a revista norte-americana Forbes elegeu Steve Jobs como o “executivo da década”, justamente por sua competência e determinação, por seu estilo de liderar e por ele ter revivido a Apple, apesar das condições econômicas desfavoráveis. Nem os sérios problemas de saúde, que vem enfrentando desde 2004, o desviam de perse“Em 2009, a guir seus sonhos e sua felicidade. Voltando revista norteamericana Forbes ao discurso feito em Stanford: “Às vezes, a elegeu Steve Jobs vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não como o “executivo perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o da década”, justamente por meu amor pelo que fazia”. E aconselha Jobs sua competência aos formandos: “tenha coragem de seguir o e determinação, seu próprio coração e a sua intuição”. Prepapor seu estilo ro profissional, disposição para enfrentar dide liderar e por ficuldades, foco e determinação fazem parte ele ter revivido da história dos bem-sucedidos. a Apple, apesar

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das condições econômicas desfavoráveis.”

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Universa

? Responde:

Profª. M. Sc. Sâmara Martins Assessora Educacional Universa Escola de Gestão

Pergunta: Jaqueline Azevedo Sócia-diretora Sisters Promoções

!

Afinal, quem é o responsável pela qualidade das relações no ambiente de trabalho?

A comunicação

e o reconhecimento no trabalho

A

“A gestão de pessoas não é uma atividade restrita ao RH, todos os gestores de uma organização devem executá-la.” 14

s principais organizações investem de forma sistêmica no departamento de recursos humanos (RH), inclusive com criação de uma diretoria própria. A área do RH tem como um dos seus objetivos oferecer apoio aos gestores e funcionários, com a finalidade de alcançar um desempenho que possa combinar as necessidades individuais das pessoas com as da organização. Vale ressaltar que a gestão de pessoas não é uma atividade restrita ao RH, todos os gestores de uma organização devem executá-la. Esse trabalho em grupo garante o fluxo de informações da organização, facilitando a detecção de problemas e antecipação da solução. A comunicação é um ponto relevante que deve ser considerado na carreira profissional, por meio dela é possível obter conhecimentos técnicos e comportamentais que podem auxiliar no desenvolvimento profissional. E mais importante ainda é o profissional criar um canal com seu gestor, procurando, por meio de diálogos, saber o que a organização espera dele no desempenho das suas atividades. Os gestores, assim como todos nós, têm NRespostas

perfis diferentes, uns valorizam a objetividade, com um foco maior nos resultados, esse gestor acaba não usando a empatia para se comunicar com as pessoas. O problema pode estar criado se o funcionário tiver o perfil que valoriza a comunicação e acredita que a valorização dos acertos seja fundamental para a manutenção e melhoria de sua performance. Nesse caso, a melhor saída é buscar o autoconhecimento, além disso, conhecer o perfil das pessoas à sua volta pode ajudar muito na construção de relacionamentos saudáveis e produtivos. O tempo de vida dedicado ao trabalho precisa ser prazeroso e sem danos à saúde, no entanto, nem todo mundo está satisfeito com a empresa que trabalha e consequentemente surgem alguns problemas de saúde. Existem alguns fatores responsáveis pelo processo de adoecimento no trabalho, dentre eles, a falta de reconhecimento do profissional no desempenho das suas funções. Normalmente, os funcionários que reclamam do fato de não serem reconhecidos pela empresa no seu desempenho profissional são aqueles que executam suas tarefas com esmero, são pontuais, respeitáveis, companheiwww.nrespostas.com.br


“As organizações precisam valorizar o que hoje tem sido considerado o maior patrimônio das organizações: as pessoas.”

ros e disponíveis para ajudar, entre outras atitudes desejadas pela empresa. Podemos questionar: se o funcionário foi contratado para realizar as tarefas estipuladas, recebe seu salário, então, por que reclamar? Eis o ponto: o funcionário espera mais do que o salário recebido, quer o reconhecimento do bom trabalho desenvolvido. E a reclamação não resolve o problema, além disso, não trará nenhum reconhecimento, pelo contrário mostrará fragilidade do funcionário e a sua falta de preparo para enfrentar os problemas. O que deve ser feito é a busca da solução por meio do diálogo com as pessoas que realmente podem auxiliá-lo, o departamento de RH e o gestor. A falta de reconhecimento no trabalho costuma ser visto pelo funcionário como um problema único e exclusivo da empresa. Essa é uma afirmação que não se pode assegurar, pois para esse problema existem causas diversas com algumas variáveis, como, por exemplo, a falta de alinhamento dos valores pessoais com os valores da empresa, insatisfação com seu trabalho ou mesmo com a profissão. Esses são alguns dos fatores que podem gerar desmotivação no desempenho das funções do funcionário. É necessário que seja feito um diagnóstico antes de tomar qualquer providência a respeito do assunto. A insatisfação no trabalho surge por diversos motivos, mas principalmente pela falta de clareza no que diz respeito às contratações e às promoções. As empresas que não possuem plano de cargos e salários cos“Conhecer tumam enfrentar probleo perfil das mas de insatisfação com pessoas à sua maior intensidade. Isso volta pode ocorre, pois não existem ajudar muito na parâmetros que deterconstrução de minem quanto vale cada relacionamentos função, nem mesmo as saudáveis e qualificações necessárias

produtivos.”

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para desempenhá-la. Para exemplificar, a empresa tem um colaborador (A) graduado em administração, com especialização na área, desempenha a função de técnico administrativo, recebe o salário X, realiza suas atividades com competência e é elogiado por todos. A empresa contrata um novo colaborador (B), com as mesmas qualificações, para desempenhar a mesma atividade, no entanto, com o salário diferente, 2X. Como explicar o motivo de B receber mais que A? Esse tipo de problema pode ser evitado com a simples criação de critérios para contratação e promoção. A organização, ao realizar a contratação de funcionários, precisa estar estruturada para recebê-los, apresentando com clareza as atividades que serão desenvolvidas e suas expectativas com relação ao desempenho do seu novo funcionário. Ao ser admitido, o funcionário, por sua vez, deve esclarecer dúvidas sobre as atividades que desempenhará e questionar sobre as possibilidades de crescimento na empresa, pois, além do salário combinado, as promoções são um incentivo e um reconhecimento do trabalho desenvolvido. O reconhecimento da organização é esperada e valorizada pelo funcionário, tendo em vista que boa parte do seu dia é dedicado a cumprir tarefas que operacionalizam a missão da empresa. As organizações precisam valorizar o que hoje tem sido considerado o maior patrimônio das organizações: as pessoas.

Profª. M. Sc. Sâmara Martins, é Assessora Educacional da Universa Escola de Gestão www.universa.org.br

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? Recursos Humanos

Responde:

Eduardo Ferraz

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Pergunta: Bruno de Castro Gerente de supermercado

!

Como saber se estou no lugar certo?

A pessoa certa

no lugar certo

A

ntes de responder, gostaria de contar uma de um indivíduo em situações futuras, pois, apesar de estorinha da filosofia “Sufi”. Um sujeito a personalidade adquirir alguma maleabilidade com o passou a noite inteira debaixo de um poste passar dos anos, a estrutura (a base) continua sendo a de luz tateando no chão como se estivesse mesma durante toda a vida”. Tudo o que uma pessoa procurando algo desesperadamente. Um garçom que conseguiu até agora e tudo o que espera conseguir é observou a cena a noite toda, no final de seu turno - muito influenciado por sua personalidade. Não seria com pena da pessoa e pensando em ajudá-lo -, foi até exagero afirmar que ela é o patrimônio mais imporele e perguntou: tante de uma pessoa, pois já ajudou a modelar grande - O que você está procurando? parte do que ela é e continuará sendo no futuro. - Minha aliança de casamento, responde o sujeito. Ok, mas como saber se sou a pessoa mais indicada para - Você a perdeu aí, debaixo do poste? um determinado cargo? - Não, eu a perdi em casa! A maioria dos especialistas em recursos humanos diz - Mas se perdeu em sua casa, por que não procura por que o que determina o sucesso profissional não é mais lá? Perguntou o atônito garçom. o currículo, mas o resultado da equação: talento + atiE o homem respondeu: “Por que aqui está claro e em tudes de um profissional. minha casa está escuro”. As pessoas são contratadas pelo currículo e demitidas Parece uma estorinha besta, mas resume o que acon- pelas atitudes. Algum talento todo mundo tem. O tece com a maioria das pessoas: Procura-se no lugar principal é descobrir quais são seus talentos e aperfeierrado! çoá-los. Isto nem é tão difícil. Para esclarecer a questão, vamos entender melhor al- O maior problema está nas atitudes: a pessoa tem taguns conceitos fundamentais da neuropsicologia: a de- lento para a função, mas... tem dificuldade em cumprir finição de personalidade e sua previsibilidade. horários, ou trabalha mal em grupo, ou não consegue Personalidade é a resultante da interação da heredita- ser proativa, ou é desagregadora ou tudo isso junto. Se riedade com o meio, manifestada através dos compor- suas atitudes forem consistentemente ruins, não é um tamentos. O grande analista Erich Fromm problema conjuntural (uma fase) e sim já dizia, há mais de 60 anos (e hoje a neu“As pessoas estrutural (contínuo) de personalidade. rociência comprova), que “é possível fazer são contratadas Provavelmente, você trabalharia melhor previsões a respeito dos comportamentos pelo currículo e por conta própria!

demitidas pelas atitudes.”

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Analise seu histórico. Todo mundo, sem exceção, deixa um rastro durante a vida e este rastro passado mostra uma clara tendência futura. A personalidade, ao contrário do que muitos dizem, é relativamente previsível. “Lagartixa não vira jacaré”. Fazendo uma boa autoanálise, com certeza encontraria seu “habitat natural”. Digo a meus clientes que um líder deveria primeiro se autoconhecer. Este tempo seria tremendamente útil na hora de escolher uma carreira ou emprego, mas principalmente extrair de si o que há de melhor e com isso aumentar muito seus rendimentos e o lucro das empresas. Seguem algumas sugestões de perguntas, que junto com a análise detalhada das habilidades técnicas (que estarão no currículo), servirão para analisar o “rastro” da pessoa.

1. Qual foi seu emprego mais monótono? Por quê? 2. E o mais interessante? Por quê? 3. O que mais o motiva? 4. O que mais o desmotiva? 5. Quais foram seus 3 piores erros profissionais? 6. Quais foram seus 3 maiores sucessos? 7. Quais são seus 3 pontos mais fortes? 8. Quais são seus 3 pontos mais fracos? 9. Com que tipo de pessoas você sente dificuldades em trabalhar? 10. Com que tipo de pessoas você gosta de trabalhar?

Se você prestar bastante atenção nas respostas, quase certamente conhecerá melhor seus talentos + atitudes baseado em seu “rastro” ou histórico de vida. Deve ter gente pensando... “Não conheço ninguém que gaste tanto tempo respondendo estas perguntas e fazendo esta análise toda, somos muito ocupados”! É difícil, mas é possível. O maior

fundamento profissional que eu conheço é concentrar esforços naquilo que a pessoa já faz bem feito naturalmente. Se você investir seu tempo nesta análise, terá uma boa chance de ser a pessoa certa nos lugares certos.

Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas. Ministra cursos, palestras e consultorias. www.eduardoferraz.com.br

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N Flashes

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1. A Orquestra de Câmara de Brasília, regida por João Carlos Martins, com participação especial do maestro Cláudio Cohen

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2. As irmãs Silvia e Stela Lobato, da Boobambu, vencedoras do prêmio mulher de negócios 2010 3. João Carlos Martins emociona público de Brasília 4. Nailor Marques Jr., na abertura do Top 10 2011 5. Os vencedores do MPE Brasil e Mulher de Negócios 2010, no encerramento do Top 10 2010 6. João Carlos Martins aplaudido de pé no Centro de Convenções 7. Públilco participativo na noite com Rodrigo Cardoso 8. Rodrigo Cardoso no primeiro evento do ano em Brasília 9. João Carlos Martins autografando livros após o evento 10. Os maestros Cláudio Cohen e João Carlos Martins

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Fotos: Telmo Ximenes

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O que eles dizem da N Produções:

Nailor Marques Júnior

Carolina Romancini

Edna Queiroz

Palestrante Corporativo

Diretora da Romancini Treinamento & Desenvolvimento

Empresária

“Trabalhar com a N Produções por três vezes foi uma grande experiência profissional para mim. A empresa pratica o conhecimento que leva para os seus cursos, por isso é organizada, objetiva, competente e, mais do que tudo isso, consegue desenrolar com leveza e graça as tarefas mais complicadas.” fevereiro \ março 2011

“Temos muito orgulho da nossa parceria com uma empresa tão séria e comprometida com resultados. Obrigada pela grande contribuição que as palestras e cursos da N Produções dão para a qualidade dos serviços na nossa cidade!” NRespostas

“A N Produções tem contribuído muito com o meio empresarial brasiliense, trazendo para nossa capital conteúdos que tínhamos que buscar fora daqui. Isso acaba gerando economia, evitando viagens. Excelente trabalho!” 19


Etc

[Entretenimento, trabalho, casa]

Volkswagen L1. O revolucionário Volkswagen L1 deverá estar disponível aos consumidores a partir de 2013, conforme reporta a revista alemã Wirtschaftswoche.O L1 conceitual tem motor de 300 cm³ bicilíndrico diesel e outro elétrico, que juntos geram 8,4 cavalos de potência. O câmbio é automático de 6 marchas. O nome do veículo é uma referência ao seu consumo: 100 km com apenas um litro de combustível. Para alcançar tal marca, o modelo também conta com um desenho bastante aerodinâmico e carroceria de fibra de carbono.

por Renata Araújo

O NEOCUBE é um brinquedo lógico que desenvolve a inteligência e a criatividade. Composto de 216 esferas feitas de poderosos imãs. Este forte campo magnético pode criar incríveis formas geométrico-espaciais. A diversão com o cubo desenvolve o seu espírito de inovação e outras habilidades. Estimula o hemisfério esquerdo, responsável pela lógica, matemática e línguas, e o hemisfério direito, responsável pela criatividade, imaginação espacial e identificação da face. É uma maneira de se livrar do estresse, através uma experiência única de entretenimento.

Alarme despertador em formato de sirene vermelha. Para presentear aquele seu funcionário que sempre chega atrasado.

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Responde:

Eduardo Zugaib

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Pergunta: Lorena Borges Vendedora

!

O que é mais importante: conquistar novos clientes ou manter antigos?

A hora da conta Reter um cliente antigo custa menos do que conquistar um novo. Vale a pena investir esforço nisso, pois são eles, os clientes que estão na casa, que ajudam a formar e fortalecer a percepção da marca lá fora, sustentados naquela que é a mais poderosa ferramenta de comunicação: a reação es“É espantoso pontânea da satisfação com o produto ou ver a o serviço adquiridos. Regra válida também quantidade para a insatisfação: como humanos, reagide empresas que, focando mos e compartilhamos mais nossas expeapenas na riências ruins do que as boas, e isso com conquista do muito mais pessoas. Frequentemente, pasnovo cliente, samos adiante mais o que nos incomoda do esquecem- que o que nos dá prazer, satisfação e plese de cuidar nitude. Somos assim como humanos. Não dos que já seríamos diferentes como consumidores. atendem.” Diante disso, é espantoso ver a quantidade de empresas que, focando apenas na conquista do novo cliente, esquecem-se de cuidar dos que já atendem. Esforçam-se na abertura de novas torneiras, porém esquecem-se de fechar o ralo. O resultado? Equipes de vendas saturadas, angustiadas pelo esforço hercúleo que precisam empenhar a cada mês para repor a quantidade de dinheiro que mantém a empresa. E, naturalmente, uma alta rotatividade, que não raro zera a informação de relacionamento da fevereiro \ março 2011

empresa, já que poucas são aquelas que levam a sério, e com sucesso, programas que preservem informações do cliente além do dia do vencimento da sua fatura ou do seu contrato. Quando o vendedor vai embora, com ele vai a informação. Não raro, a carteira. Vender é um processo de relacionamento. Estruturas físicas inquestionáveis representam apenas o hardware nessa história. É preciso cuidar do software: as pessoas e a forma como a informação é preservada. Vender, hoje, vai muito além das batidas etapas de obtenção da atenção do cliente, da identificação dos seus interesses, da apresentação do produto, da criação de desejo e da efetivação. Recordar-se do cliente apenas no dia do vencimento da fatura ou do contrato mostra que o foco não está nele, mas apenas no caixa. Porém, é a existência de clientes – novos ou antigos – que mantém o caixa cheio. Manter a comunicação ativa durante os outros períodos é a base do processo de relacionamento, que, bem conduzido, preserva o encantamento. Afinal, quem é que gosta de ser lembrado apenas na hora de pagar a conta? Eduardo Zugaib é profissional de comunicação I palestrante motivacional. falecom@eduardozugaib.com.br / www.eduardozugaib.com.br blog criarsaberviver.blogspot.com / twitter @zugaib

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Vendas

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Roberto Shinyashiki

Dicas de campeão

A motivação começa pela base

“O líder não precisa ser apenas bom. Além de competente no trabalho, ele tem de conscientizar toda a equipe sobre a importância do papel que cada um exerce na empresa”

A

imagem de uma empresa, na grande maioria das vezes, é transmitida ao cliente pelas pessoas de nível hierárquico mais baixo. Em geral, os clientes relacionam-se com os funcionários que recebem menor salário e sofrem maior pressão: os caixas de bancos e supermercados, os vendedores

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e balconistas, os garçons e recepcionistas de hotel. Para construir uma imagem positiva, a empresa precisa dar às pessoas da linha de frente condições para que realizem bem o seu trabalho. Por exemplo: quando a mídia exalta a atuação da Polícia Militar, geralmente elogia “Para construir o comportamento de uma imagem um soldado; quando a positiva, a critica, isso também se empresa deve à ação de um sol- precisa dar às pessoas da dado. As pessoas formam uma linha de frente condições opinião das companhias para que aéreas muito mais pela realizem atuação da comissária bem o seu de bordo que pelo de- trabalho.”

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suas equipes e da sua empresa como um todo: 1. O que queremos como resultado para o nosso grupo? 2. O que pode ser melhorado em nosso departamento? 3. O que podemos melhorar em nosso sistema de trabalho? 4. O que você vai fazer para melhorar o seu trabalho? 5. Como vamos medir a nossa evolução?

“O líder de uma equipe campeã cuida sempre de implantar e manter uma cultura da excelência em todos os níveis de sua empresa.” sempenho do comandante de voo. A imagem de um hotel depende muito mais da recepcionista e da camareira que do gerente-geral. Um líder campeão sabe motivar e preparar todos os colaboradores porque são eles que fazem a imagem da casa. É aí que entra a importância de uma liderança eficaz e comprometida com os objetivos e com o bom nome da empresa. O líder não precisa ser apenas bom. Além de competente no trabalho, ele tem de conscientizar toda a equipe sobre a importância do papel que cada um exerce na empresa. Por isso, o líder de uma equipe campeã cuida sempre de implantar e manter uma cultura da excelência em todos os níveis de sua empresa. Discussões em grupo para a reflexão de todos é sempre importante. Eis algumas perguntas que podem ser feitas e discutidas, para melhorar a excelência das

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É claro que só perguntar e discutir não resolve. Mas, primeiro, você tem que perguntar para saber qual é realmente a situação que você tem em sua empresa e quais são as atitudes que precisam ser tomadas para resolvê-la. Depois, é claro, é preciso fixar uma meta de excelência em comum, por mãos à obra, partir para a ação e colocar cada coisa em seu lugar e fazer o melhor uso possível do potencial da equipe que você tem a seu lado. Todo bom líder sabe investir tempo e energia em construir equipes campeãs em excelência. Pode estar certo: todos vão ganhar com isso!

Roberto Shinyashiki é doutor em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). www.shinyashiki.com.br

Leia mais sobre o assunto em: A Revolução dos Campeões - Roberto Shinyashiki 2009 - 64ª edição revista Editora Gente Neste livro, você vai encontrar informações fundamentais para construir uma carreira de sucesso em uma época de hipercompetição. Ser bom não é mais suficiente hoje: temos de procurar nos tornar os melhores em nossas atividades. Aqui, você encontrará respostas para perguntas essenciais ao seu desenvolvimento profissional: como ser um campeão? Quais competências desenvolver? Como chegar ao topo? É possível um profissional ético dar certo em sua carreira? Por que trabalho tanto e não consigo os resultados que desejo? É possível ter sucesso sem destruir a minha vida? Neste livro, você descobrirá como alimentar o campeão que existe dentro de você, capaz de revolucionar a própria vida, o destino das empresas e o rumo da sociedade!

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Eco [notícias]

por Renata Araújo

Vik Muniz

Arte com lixo. Artistas como o brasileiro radicado em Nova Iorque Vik Muniz e o britânico Nick Gentry transformam não apenas materiais, mas principalmente valores; tanto emocionais, quanto monetários. Vale a pena conhecer suas obras. Eles transformam lixo em luxo!

Cursos de reciclagem. Se você quer fazer parte do mundo da reciclagem, talvez o primeiro e melhor investimento seja fazer cursos que possam impulsionar seus conhecimentos. O setor de reciclagem é um dos mais dinâmicos e complexos da atualidade, uma vez que o ciclo de um produto tem várias etapas depois do descarte, antes de se transformar em um novo produto.Conhecer mais sobre reciclagem e meio ambiente é um diferencial, empregos verdes estão em todas as áreas: da prestação de serviços à indústria.

Blackle (ou Google preto). Se a cor primária do Google, o site mais acessado do mundo, fosse preta ao invés de branca, o planeta eco- Nick Gentry nomizaria 3 mil MWh por ano - o suficiente para abastecer uma cidade de 100 mil habitantes durante um mês.

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Trasforme sua empresa em uma empresa sustentável. Recicle seu lixo; trate todos os resíduos que possam ser gerados durante o processo produtivo; apóie e fomente iniciativas de defesa do meio ambiente; pague os direitos trabalhistas corretamente; pague um salário que seja digno e apropriado para as atividades de cada um de seus trabalhadores; mantenha-se atento às condições de segurança no ambiente de trabalho e à importância do uso dos equipamentos de proteção em todas as ocasiões; dê apoio a movimentos sociais locais; aja sempre dentro da legalidade; procure ser justo com clientes e fornecedores; busque empresas também sustentáveis para comprar seus insumos e, finalmente, encare a concorrência de forma civilizada e ética.

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? Sustentabilidade

Responde:

Wallace Tanaka Pix Solutions

Pergunta: Flávio Rogério da Silva Engenheiro Agrônomo

! O que posso fazer em prol da sustentabilidade?

Sustentabilidade

é a escolha pelo certo

Na adolescência, temos que decidir qual profissão seguir, muitos imaginam que isto condicione o nosso futuro. Pode influenciar, mas não determina o que faremos. Poucos têm a consciência do poder que temos de decidir o caminho de nossas vidas. Mais importante que escolher o “melhor para mim”, é saber escolher o que é “certo para nós”. A sustentabilidade é um exemplo disso. Agir em prol do meio ambiente é um fator de“Mais terminante para transformar o mundo em algo importante melhor, ou, pelo menos, deixar como ele está. que escolher Acreditar que sustentabilidade é apenas contar o ‘melhor quantas árvores se consegue salvar é um engapara mim’, no. É uma visão comodista do eminente caos. é saber Nosso meio ambiente é cada local onde passaescolher mos, estamos e ficamos todos os dias. É onde o que é atuar efetivamente para diminuir os ‘certo para podemos nós’” impactos causados pelas nossas escolhas. As boas práticas de empresas, instituições, governantes e, principalmente, de pessoas próximas deve nortear as nossas afinidades. Fortalecer quem nos fortalece é um princípio de desenvolvimento social sustentável. Preferindo produtos e serviços locais estamos fazendo o dinheiro circular dentro de nossa cidade, nosso país, desenvolvendo a indústria e o comércio local, gerando empregos e dando margem ao amadurecimento da nossa sociedade. A importação de produtos/serviços não é vilã e sim parte fundamental do desenvolvimento. Sabendo dosar sua participação, ela incrementa de forma

imediata tecnologias raras ao nosso cotidiano, amplia nossos horizontes de desejo, moderniza nosso parque industrial e determina novos níveis de satisfação, sem prejudicar a escala local. Esta participação cabe às nossas escolhas. As decisões sustentáveis têm como padrão pensar globalmente agindo localmente. Quando se pensa o contrário, as consequências globais se tornam desastrosas. Vejamos o aquecimento global, até agora o mundo debate o porquê disto. Uma coisa é certa: o aquecimento só se tornou global porque, somadas as infinitas decisões locais, certas ou erradas, juntas se tornaram um grande e complexo problema. Está na hora de defendermos as escolhas certas. Investir na educação, conhecimento, inovação e boas práticas devem referenciar nossas escolhas. Uma delas é certamente investir em pessoas, capacitando tecnicamente, proporcionando um ambiente de trabalho saudável e criativo, dando condições de pensar como melhorar a vida e acreditar que valha a pena dedicar cada minuto da sua vida para construir uma empresa, uma cidade e um país melhor para seus filhos evoluírem. A escolha pelo certo tem um valor incalculável, a errada cobra um preço que ninguém quer e pode pagar. Wallace Tanaka é arquiteto, urbanista e designer formado pela USP e Sócio-Diretor Técnico da Pix Solutions.


? Liderança

Responde:

Alexandre Prates

www.institutoica.com.br

Pergunta: Camila Gouvêa Executive Coach

!

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Sempre leio reportagens e artigos abordando os requisitos para ser um bom líder. Mas gostaria de saber, claramente, quais comportamentos o mercado não aceita de um profissional deste nível?

comportamentos

intoleráveis

no líder contemporâneo

Excelente pergunta! Respondo com base no estudo que coordenei sobre “O Mundo Corporativo do Futuro”, que deu origem ao livro “A Reinvenção do Profissional”. O estudo apontou, dentre diversos temas, um assunto de interesse vital para as pessoas e organizações: os cinco comportamentos intoleráveis no líder contemporâneo. São eles:

mais informações eu possuo, maior é a minha capacidade de tomada de decisão. Como identificar um líder com este comportamento:

• Faz somente o necessário; • Precisa ser cobrado para entregar resultados; • Indeciso – Fica em cima do muro e posterga as decisões; • Falta coragem para agir – Precisa sempre de auto1. Morosidade: rização para seguir em frente; Acredito que, nos últimos tempos, a classe C mudou • Centralizador – Torna o seu time lento, pois não o perfil do líder. Não quero tornar isso uma verdade sabe delegar. absoluta, mas em diversos segmentos isso aconteceu. As organizações tiveram que se adaptar às mudan- 2. Dificuldade para construir relacionamenças e, com isso, aperfeiçoaram seus processos tos: de gestão, exigindo amadurecimento de seus Óbvio! Um líder que não constrói relacionamenprofissionais. O fato é: o líder deve mudar na tos saudáveis não é capaz de liderar. O líder tem velocidade em que o mercado muda! A moro- um papel fundamental na construção de ambientes sidade está totalmente ligada à falta de preparo saudáveis, nos quais as pessoas sintam-se bem para que queiram produzir cada vez mais. cultural do líder: a incapacidaLocais assim são propícios à construde de buscar novas fontes de de relacionamentos saudáveis. E informação, de não conten“A morosidade ção quando você tem um ambiente onde tar-se apenas com está as pessoas queiram estar, provavelas informações totalmente mente é lá que elas se sentirão motilocais. Quanto ligada à falta 26

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de preparo cultural do líder.”

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vadas a permanecer e prosperar. Como identificar um líder com este comportamento:

• Falta de interação com a equipe; • Abafa o desempenho de um colaborador para sobressair as suas habilidades; • Não administra o seu ego; • Tenta minar os processos para exaltar as suas ideias; • Passa por cima dos outros.

“Um líder com desejo de ir além constrói equipes que lutam por um propósito.”

que inovem, que façam as pessoas sonharem. Um líder com desejo de ir além constrói equipes que lutam por um propósito. Pensar grande é focar no presente, com o olhar para um propósito maior. Como identificar um líder com este comportamento:

• Tem foco no curto prazo; • Preocupa-se somente com os tangíveis, deixando de lado qualquer outro fator que não possa ser medido; • 3. Falta de comprometimento com resulta- Dificuldade em quebrar paradigmas; • Não aceita mudanças; dos: O líder contemporâneo precisa pensar em resultados, • Não busca a inovação; seja na sua atuação no campo, na liderança de sua equi- • Não prepara novos líderes. pe, enfim, o mundo corporativo sempre terá espaço 5. Arrogância: para quem quiser realizar e fazer acontecer. E descar- Este é o primeiro passo para a queda profissional. É tará, naturalmente, a passividade e o conforinsuportável conviver com pessoas arrogantes em mismo. qualquer cenário da vida, principalmente no mundo corporativo. A arrogância destrói a capacidade de Como identificar um líder com este comportamento: aprendizagem do ser humano, pois cria barreiras, muitas vezes intransponíveis, geradas pela • Conforma-se com o não atingimencrença de que tudo sei. É aí que mora o perigo! to das metas; Falamos no início sobre a velocidade das trans• Defende demasiadamente a equipe, formações, portanto, a obsessão por aprender permitindo a ineficácia nos procestorna-se uma atitude fundamental para o líder sos e resultados; de hoje e sempre. • É incongruente - Cobra, mas não entrega. Fala, mas não age. Como identificar um líder com este comporta4. Pensar pequeno: Se partirmos do princípio de que a equipe é a cara do seu líder, concluímos que se um líder pensar pequeno, a sua equipe não pensará de outra maneira. Um líder com foco em curto prazo formará uma equipe com essa mesma visão. Portanto, as organizações querem líderes que pensem grande, que sonhem, que ousem,

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mento:

• Acha que sabe tudo; • É autoritário; • Quer sempre ter razão a qualquer custo.

Alexandre Prates é especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional. É também Master Coach, palestrante e autor do livro “A Reinvenção do Profissional - Tendências Comportamentais do Profissional do Futuro” e da metodologia de coaching “Inteligência Potencial”. www.institutoica.com.br • e-mail: alexandre@ institutoica.com.br

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Comportamento

? Responde:

Dalmir Sant’Anna www.dalmir.com.br

Pergunta: Carlos de Araujo Web designer

!

Fico muito inseguro quando tenho que falar em público. Como posso superar essa dificuldade?

Oratória: soma da credibilidade

e convicção contra o medo Profissionais dos mais diversos setores, ao aproximar o momento de falar em público, alimentam chamas de “O medo de intranquilidade, medo e insegufracassar levou rança. Demasiadamente preoinúmeras pessoas cupados com equívocos, permia desistirem da tem que o nervosismo enalteça concretização de possíveis falhas. Gosto sempre seus sonhos.” de afirmar que “o medo de fracassar levou inúmeras pessoas a desistirem da concretização de seus sonhos”. Por medo, inúmeras pessoas deixam de ser felizes, de alcançar metas e superar desafios. Amadurecemos ao despertar a consciência das limitações, erros, preconceitos e medos. Mas também crescemos quando percebemos as oportunidades, superação e conquista. Quanto mais você criar um distanciamento entre o erro e êxito, mais estará se libertando do medo. Observe nos tópicos a seguir 28

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que uma excelente apresentação exige preparação prévia e desenvoltura sobre o que será apresentado. Quem estará ouvindo minha apresentação? – O orador deve utilizar uma linguagem que seja coerente ao público, ao ambiente e ao contexto do evento. Observe o ambiente e a acústica da sala onde realizará a apresentação. Conforme a quantidade de pessoas, utilize um microfone para ser compreendido pelos ouvintes, comunicando com maior eficácia para aumentar, ainda mais, a credibilidade do assunto a ser abordado. Ao usar citações de textos, dados estatísticos ou uma pesquisa, coibir o plágio é algo primordial e imprescindível. Quando uma pessoa fala de algo que não possui autoridade, transmite insegurança, como o pensamento de Stanislaw Ponte Preta: “Quando a desculpa é gaguejada é porque a explicação está errada”. www.nrespostas.com.br


“Lembre que é difícil agradar a todos, mas também é impossível desagradar a todos.”

Expressão corporal – Todo o corpo expressa a fala quando estamos transmitindo uma mensagem a outra pessoa. A atenção para a expressão corporal é essencial e os gestos devem ser os mais naturais possíveis. As movimentações de pernas e mãos devem seguir movimentos ordenados, evitando atrapalhar a transmissão da mensagem. Ao falar em público, lembre a necessidade de trabalhar a expressão corporal e evitar transparecer que é um robô imóvel, destinado somente a movimentar os lábios. A naturalidade é fundamental em uma comunicação e proporcionará ao orador desenvoltura, conhecimento e empatia junto aos participantes. Continuamente, busque focar o seu principal objetivo, para não falar demais sem necessidade, e não seja ingênuo em acreditar que todos os ouvintes estarão satisfeitos com o seu discurso. Lembre que é difícil agradar a todos, mas

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também é impossível desagradar a todos. Falar de um assunto distante do seu campo de conhecimento e sem nenhum preparo anterior transmitirá ausência de credibilidade do assunto e poderá comprometer a imagem do orador. Seu discurso durante a apresentação precisa ser coerente com sua expressão corporal e deve fortalecer que você está em constante atualização para falar sobre o assunto que está propondo. Busque superar desafios com a oportunidade de descobrir novos horizontes, como ensina o escritor francês André Gide: “Não podemos descobrir novos oceanos enquanto não existir a coragem de perder de vista a terra firme”. Dalmir Sant’Anna – Palestrante comportamental, Mestrando em Administração de Empresas, Pós-graduado em Gestão de Pessoas, Bacharel em Comunicação Social e mágico profissional. Autor do livro “Menos pode ser Mais” e do DVD com o tema “Comprometimento como fator de Diferenciação”. Visite o site: www.dalmir.com.br

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Envie sua pergunta para o coach Homero Reis. Participe pelo e-mail: leitor@nrespostas.com.br

Homero Reis

Pergunte ao Coach

Tenho certa dificuldade em seguir rotinas, inclusive no trabalho. Essa característica pode me prejudicar profissionalmente?

Falta-nos inexperiência Stuart Atkins e Allan Katcher (1970) escreveram um tratado sobre desenvolvimento humano intitulado LIFO – Life Orientation. Trata-se de um estudo sobre as competências humanas e de uma metodologia para avaliá-las e desenvolvê-las. A tese básica desse trabalho pode ser sintetizada pela seguinte declaração: nossa força é também a nossa maior fraqueza. Isto é: nossas competências quando utilizadas em excesso, tornam-se a razão para nosso fracasso. Acidentes de trânsito inusitados são provocados por “Pessoas exímios motoristas; com certezas nadadores experientes absolutas não morrem afogados, ou conseguem seja, pessoas habilidosas, ver além de confiarem exagerasuas próprias por em suas capacicertezas, nem damente dades, acabam cometendo imaginar outras possibilidades erros primários. Isso ocoralém daquelas re em todos os domínios nas quais humanos. Por exemplo, pes-

acredita.”

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soas com certezas absolutas não conseguem ver além de suas próprias certezas, nem imaginar outras possibilidades além daquelas nas quais acredita. Deve haver espaço para a dúvida, para o desconhecido, o inefável, o inexplicável. Se, por um lado, conhecimentos, habilidades e atitudes são essenciais para a construção da competência, por outro, a crença exagerada nos “manuais” limita nossa capacidade de inovar, criar, transgredir, mudar. A experiência é fundamental, mas não deve ser a base de tudo. Diz o ditado que quem sabe muito não vê o óbvio. Nosso modelo mental é de tal forma afetado pelo conhecimento prévio que nossas percepções são “formatadas” por ele. Tal processo é inegável; no entanto, cabe-nos estar atentos para intentarmos outras possibilidades a partir da capacidade de transgredir a norma estabelecida. Veja bem, não faço uma ode à insubordinação; apenas digo que devemos nos permitir inovar. www.nrespostas.com.br


“Acredite na técnica, na ciência e no método; estude o manual e veja o que está sendo feito; mas, ouse a novidade, pense no absurdo, relacione os impossíveis, tente o proibido, transgrida a norma.”

Se assim não fora, estaríamos até hoje nas cavernas. Mas, nem precisamos voltar tanto no tempo assim. Um dia alguém julgou que o sistema monárquico poderia não ser a melhor forma de gerir uma nação. Muitos questionaram, outros afirmaram que sempre fora assim e que a lei não permitia mudanças. Com o tempo, a ideia vingou e o sistema foi transformado, a lei, alterada e a democracia instalou-se. Muitos achavam que a economia de base escravocrata era a melhor forma de produção; outras ideias surgiram e tudo se fez novo. Em algum momento, a Terra foi plana, o universo, infinito, o voo,

impossível e chupar manga depois de beber leite era fatal. Alguém teve a coragem de discordar, quebrar o padrão, pensar “fora da caixinha”. É tão perigoso utilizar exageradamente nossas competências quanto julgar que tudo pode ser explicado com o que sabemos e somos agora. Falta-nos a inexperiência. É com ela que ousamos o inédito; interpretamos a novidade; saímos do script; fazemos o que ainda não foi feito; inventamos o futuro. Acredite na técnica, na ciência e no método; estude o manual e veja o que está sendo feito; mas, ouse a novidade, pense no absurdo, relacione os

impossíveis, tente o proibido, transgrida a norma. É lá que estará, provavelmente, o caminho novo, a coisa inédita, o senso incomum, o futuro. Lembre-se: tudo o que hoje é possível foi, há algum tempo, loucura, delírio, tabu, proibição e impossibilidade. A inovação está um passo além do conhecido. Ter a coragem de ir onde ninguém foi nos coloca diante de riscos, é verdade; no entanto, cria possibilidades que podem transformar o mundo. Reflita em paz! Homero Reis Homero Reis é bacharel em Administração de Empresas, mestre em Educação, psicanalista clínico, coach master e coach ontológico Empresarial e Membro da International Coaching Federation. www.homeroreis.com

Sucesso é ser uma obra prima

Curso de Coaching Teoria e Prática O Curso de Coaching: Teoria e Prática desenvolve habilidades de liderança e comunicação, aprimorando competências na busca de resultados mais efetivos. O curso conta com seminários, sessões de coaching individuais e coletivas, oficinas, leituras, tarefas e grupos de estudos e trabalho. Ouse e venha viver essa experiência. O Curso de Coaching: fevereiro \ março 2011 Teoria e Prática irá restaurar uma obra prima: Você!

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? Jurídico

Responde:

Dr. Francisco de Assis L. Campos Sócio da Nélio Machado Advogados

Pergunta: Nathalia Bastos Advogada

!

Que avaliação o senhor faz da justiça brasileira nos últimos tempos?

A atual justiça

brasileira

A justiça brasileira vem sofrendo transformações que, a nosso ver, não representam uma evolução, em especial sob o ponto de vista dos jurisdicionados, os quais não raro deixam de receber o tratamento devido quando recorrem ao Judiciário. A disseminação de juizados popularmente chamados como de “pequenas causas”, entre outros, tira o verdadeiro sentido de distribuição de justiça. Vale indagar, “Queremos uma bem a propósito: o que se pode entenjustiça mais der como “pequena causa”? Ora, célere, mais a causa será grande ou pequena equânime e mais dependendo do ponto de vista de segura.” quem bate às portas do Judiciário. A profusão de normas é outro problema. Nosso país tem leis em demasia. Em matéria penal, 32

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todas as questões certamente poderiam ser dirimidas pelo nosso velho Código Penal de 1940, desde que razoavelmente interpretado e aplicado. Hoje em dia, o Poder Judiciário foi tomado por um rápido avanço tecnológico. Petições eletrônicas, processos digitais, audiências por vídeoconferência, nas quais as presenças físicas do réu e do advogado têm sua importância minimizada, tudo não parece ajustado ao que dispõe a Constituição de 1988. Evidentemente que com o advento do computador houve uma revolução na vida da maioria das pessoas. Não poderia ser diferente com a justiça e sobretudo agora, com as metas impostas pelo Conselho Nacional de Justiça. Cria-se o risco de serem proferidas decisões de afogadilho, sem um estudo mais aprofundado das questões colocadas pelas partes e, consequentemente, sem o atendimento aos anseios dos jurisdicionados. Queremos uma justiça mais célere, mais equânime e mais segura. Exemplificando, uma vez mais, vimos recentemente sentença de um juiz paulista que condenou, www.nrespostas.com.br


pela prática de crime de corrupção, um notório réu a 10 anos de prisão; outra, proferida por magistrada que ganhou fama de “justiceira”, condenando uma empresária de renome – e ao que tudo indica, ré primária – a uma exageradíssima pena de 95 anos de prisão. Os juízes não precisam ser excessivamente rigorosos, ultrapassando, às vezes, os próprios limites da lei para fazer justiça. Tudo isso parece ser possível porque se presume o risco e não a inocência. No fim, com a parceria do computador, usam-se as facilidades do “recorta-e-cola”, importam-se textos de vários lugares e produzem-se decisões que apesar de terem mais de 500 laudas, não enfrentam os temas arguidos pelas partes. Coisas dos tempos modernos... Além do mais, não podemos nos esquecer daquelas causas em que a imprensa equivocadamente tenta

“Em países mais desenvolvidos, as decisões são tomadas por um colegiado, no mínimo, com três juízes, que decidirão a causa, seja ela ‘pequena’ ou ‘grande’.”

desempenhar, a um só tempo, os papéis do acusador e do julgador, caindo como luva as bem lançadas palavras do professor Joaquim Falcão, “Ser o que não se é, é errado. Imprensa não é justiça. Esta relação é um remendo. Um desvio institucional. Jornal não é fórum. Repórter não é juiz. Nem editor é desembargador.” (“O Globo”, pág. 7, edição de 6.6.93). Os juízes devem julgar com mais sabedoria, com mais atenção nas provas juntadas aos autos, usar a analogia, buscar no âmago de sua alma, mas sempre com o respeito à lei, a solução para aquele caso concreto. A máquina não pode e não deve ultrapassar limites ou substituir o ato humano de

decidir, sob pena de completa negação de justiça. Preocupa-nos apenas um julgador decidir a sorte dos jurisdicionados. Em países mais desenvolvidos, as decisões são tomadas por um colegiado, no mínimo, com três juízes, que decidirão a causa, seja ela “pequena” ou “grande”. Não se pode transigir com os erros de ontem, para que possamos mostrar ao mundo que há em nosso país uma justiça sempre voltada para a promoção do bem comum e à garantia da paz social, não à satisfação de interesses pessoais e subalternos.

Dr. Francisco de Assis Leite Campos é advogado, formado pela Faculdade de Direito Cândido Mendes Centro e sócio de Nélio Machado Advogados

Idelmar de Paiva é Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, pesquisador e escritor. Idelpaiva@gmail.com.br

fevereiro \\março dezembro janeiro2011 2011

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Mario Sergio Cortella

Filosofando

Raízesnão são

âncoras...

“O nostálgico amarga e sofre, o saudoso se alegra, pois ele deixa fruir aquilo que viveu.”

Na vida, nós devemos ter raízes, e não âncoras. Raiz alimenta, âncora imobiliza. Quem tem âncoras vive apenas a nostalgia e não a saudade. Nostalgia é uma lembrança que dói, saudade é uma lembrança que alegra. Uma pessoa tem saudade quando tem raízes, pois o passado a alimenta (mais de 40 anos atrás, eu saí de Londrina, minha cidade natal, mas minha saudosa Londrina não saiu de mim). Pessoas que têm nostalgia estão quase sempre às voltas com um processo de lamentação. Como curiosidade, lembro que a palavra nostalgia foi criada por um médico alemão no século 19. Naquela época, quem tinha um ferimento feio tinha de amputar o membro ferido. E então, como hoje, muita gente que perdeu uma parte do corpo relata continuar sentindo desconforto, coceira ou dor no membro que não existe mais. E então o médico alemão pegou duas palavras gregas antigas e as uniu: nostos, que significa volta, e algo, que quer dizer dor. Assim, nostalgia ficou sendo a dor da volta, a dor daquilo que já se foi e continua doendo. Todos nós temos raízes e também âncoras. O problema é quando as âncoras superam as raízes. O nostálgico amarga e sofre, o saudoso se alegra, pois ele deixa fruir aquilo que viveu. O nostálgico se aproxima daquilo que os antigos chamavam de melancolia e que hoje é chamado de depressão, esse perigo. Vez ou outra é preciso fazer um “balanço” de mim

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mesmo, de modo a ver se estou sendo puxado para as raízes ou para as âncoras, para a saudade ou a nostalgia, para a alegria ou para a depressão. Em qualquer ano que uma pessoa tenha atravessado, é impossível viver sem cicatrizes. Por isso, uma das coisas que mais me chateia é quando encontro alguém depois de um ano e essa pessoa me diz: “Cortella, você não mudou nada!”. Como não mudei?! Só o fato de eu ter partilhado, compartilhado, vivenciado, convivido com pessoas, experimentado coisas, tudo isso faz com que eu mude. Muitas coisas que eu pensava no começo do ano não penso mais e vice-versa, pois sou capaz de mudanças, graças aos céus.

Mario Sergio Cortella, filósofo e doutor em Educação pela PUC-SP, na qual é professor-titular da Pós-Graduação em Educação (Currículo) e professor-convidado da Fundação Dom Cabral. Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991-1992) e é autor, entre outros livros, de A Escola e o Conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos (Cortez); Nos Labirintos da Moral, com Yves de La Taille (Papirus); Não Espere Pelo Epitáfio: Provocações Filosóficas (Vozes); Não Nascemos Prontos! (Vozes); Sobre a Esperança: um Diálogo, com Frei Betto (Papirus), O Que é a Pergunta, com Silmara Casadei (Cortez), entre outros Leia mais sobre o assunto em: O Que a Vida Me Ensinou: Viver em Paz, Para Morrer em Paz! - M. S. Cortella São Paulo: Saraiva, 2010.

“Editado pela Saraiva e pela Versar, O que a vida me ensinou é uma coleção diferente, que mistura pequenas biografias com grandes lições de vida. Seu objetivo é revelar as principais experiências, os episódios mais marcantes, os maiores desafios, os valores e os princípios que nortearam a vida de profissionais de destaque em suas áreas. Mais do que uma série de livros de memórias ou de orientações, esta é uma coleção de reflexões, inspirações e referências. Neste volume, Sergio Cortella aborda questões como: qual é a sua verdade? Qual é a sua essência? O que permanecerá de você no mundo? Se você não existisse, que falta faria? O autor conta suas experiências, seus medos e os obstáculos que teve que percorrer para chegar ao topo.”

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