soluções para o mundo empresarial Roberto Shinyashiki
Mario Sergio Cortella
O combinado não sai caro
Incertezas não são barreiras!
Ano VIII • Nº 37 • abril/maio 2015 • R$ 8,90
Conteúdo
na palma
da mão
Sua revista N Respostas agora faz parte do aplicativo da N Produções
Entrevista exclusiva com
Oscar Motomura
O guru do mundo dos negócios e fundador da AMANA-KEY fala sobre a parceria com a N Produções abril / maio 2015
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Conhecimento é poder
Bem-vindo ao mundo do conhecimento
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A N Produções oferece o melhor do conhecimento para que você e sua empresa sejam capazes de alcançar seus resultados. Mais do que treinamentos, oferecemos experiências
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únicas de aprendizado, com um perfeito ambiente e o privilégio de estar em contato com os mais renomados consultores do Brasil. Repertório, metodologia e conteúdo incomparável fazem da N Produções a melhor opção de desenvolvimento no país. Seja bem-vindo a essa valiosa sala de aula. Certamente você é especial e
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INFORMAÇÕES
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SCN Qd. 01, Ed. Central Park, Bl. E, Sl. 1501 Asa Norte • Cep: 70711-903 • Brasília-DF
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Carta ao Leitor N Palavras
Hora de sair do físico para o digital, e felizes por essa conexão com você! Caro leitor, após 36 edições da nossa revista N Respostas, estamos com sentimento duplo e antagônico. Estamos tristes e muito felizes ao mesmo tempo. Tristes porque, neste momento, vamos parar de imprimir a nossa revista, logo depois de chegar a 800.000 exemplares rodados, cheios de fãs de nossas publicações, que, iguais a nós, adoram os textos e entenderam que a nossa publicação é feita para ajudar pessoas e empresas a atingirem seus resultados por meio do conhecimento. Mas temos um grande motivo para a nossa felicidade: estamos indo para o digital através de um blog e de um aplicativo para iPhone e Android que, tenho certeza, vão nos alavancar ainda mais em nossa missão de construir empresas fortes, que geram empregos, tributos e que desenvolvem pessoas rumo ao sucesso. Veja se você concorda comigo nestas questões: Quando você acorda, qual é a primeira ação que você tem? Quando chega a algum lugar em que vai ficar parado esperando, o que você imediatamente faz? O que você faz quando está querendo ver alguma coisa de que gosta? Quando está sozinho, na rua, sem ninguém para falar, qual objeto lhe acompanha? Quando quer ver seu saldo no banco, recorre à agência ou outro canal? Bem, meus amigos, poderia enumerar aqui varias questões, mas se as suas respostas para essas perguntas foram, telefone celular, site e redes sociais, você é igualzinho a mim e a todos os outros que, neste momento, estão 100% do seu tempo conectados a essa imensa e ininterrupta rede. Quantas vezes vamos a uma praça de alimentação e
vemos casais olhando para o celular, conversando com a pessoa à sua frente e provavelmente com mais algumas outras via celular, Whatsapp, Facebook ou navegando no seu celular. Isso aí é uma realidade. Estamos conectados, não é uma tendência, é uma realidade, por mais que você não goste, é assim e vai continuar sendo. A não ser que as clínicas de reabilitação para dependentes digitais se proliferem mais do que as dos outros enfermos que conhecemos, alcoólicos, dependentes químicos, entre outros, alguns dizem estarmos dentro de uma epidemia digital, eu digo que estamos nesse momento em nossa sociedade e ponto. Então, chegou a nossa hora de irmos para a rede via aplicativo, que você poderá baixar gratuitamente, e com muitos diferenciais que a revista impressa não nos dá, como áudios, vídeos e, principalmente, interação com todos vocês. Isto é o que clientes procuram: acesso rápido, direto, interativo, rico e convergindo para o que ele mais quer, a um clique se atualizar e ter em sua mão o serviço, seja lá qual for. Estamos muito felizes. Contem com o nosso conteúdo para orientá-los em sua busca por grandes resultados; teremos enormes novidades e, o melhor, estaremos dentro do seu bolso, no seu criado-mudo quando acordar, na sua mão, para servi-lo na hora que você precisar. Um abraço e até breve!
José Paulo Furtado Diretor da Revista N Respostas twitter.com/jpnproducoes abril / maio 2015 josepaulo@nproducoes.com.br
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Leitor marketing@nproducoes.com.br
“A N Respostas é uma revista com ótimos conteúdos, que trazem dicas valiosas para os leitores que almejam
Envie seus comentários, sugestões, informações, críticas e perguntas:
crescer no ambiente profissional.”
SCN Qd. 01, Ed. Central Park, Bl. E, Sl. 1501, Asa Norte CEP 70711-903 Brasília-DF Tel./Fax: 61 3272.1027
Paulo Silva da Costa
Informamos que todas as edições anteriores da revista N Respostas encontram-se disponíveis no seguinte link: http://issuu.com/revista_ nrespostas/docs Ou, se preferir, basta ler o QR Code abaixo, que o enviará direto à página:
e-mail: atendimento@nproducoes.com.br
Como leitor assíduo e empresário, N Respostas é uma publicação da N Produções
afirmo que a N Respostas aborda, de
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forma clara, a relação que temos com o mercado atual. Essa contribuição po-
Diretor-Executivo: José Paulo Furtado
sitiva acaba por fidelizar seus leitores.”
Direção de Arte/Editoração: Letícia Marchini leticia@nproducoes.com.br
Alexandre Cardoso
Obrigado pela participação, Equipe N Respostas
Editora-Chefe: Gisele Levy marketing@nproducoes.com.br Jornalista responsável: Cid Furtado Filho DRT DF 1297 Revisão: Denise Goulart Fotografia: Eventos: Telmo Ximenes Ilustrações e fotos: Stock Photos Colaboradores desta edição: Augusto Cury • Carlos Hilsdorf • Christian Barbosa • Eduardo Ferraz • Edson Santos • Homero Reis • Mario Sergio Cortella • Roberto Shinyashiki • Eduardo Tevah • Diretora Financeira: Delaine Campos financeiro@nproducoes.com.br Diretor Comercial: José Paulo Furtado josepaulo@nproducoes.com.br
Como anunciar: 61 3272.1027, de 2ª a 6ª, das 9h às 18h josepaulo@nproducoes.com.br A N Respostas não se responsabiliza pelas ideias e opiniões emitidas nos artigos assinados. Tiragem: 20.000 exemplares.
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Índice Ano VIII • Nº 37 • abril / maio 2015
capa 11. conteúdo na palma da mão por Raphael Veleda
colunistas 22. Augusto Cury
Inteligência emocional e profissional
30. Roberto shinyashiki
Dicas de campeão
38. mario sergio cortella Filosofando
Seções
3. N Palavras 6. entrevista
Oscar Motomura
20. N Flashes
Quem passa pelos eventos da N Produções
26. ETC
Entretenimento, trabalho, casa
34. clube n
RESPOSTas 16. gestão pública – Eduardo Tevah Abrindo a mente para o processo de mudanças 18. Gestão do tempo – Christian Barbosa
É possível multitarefar e ser eficiente?
24. recursos humanos – Eduardo Ferraz
Os desafios do novo RH
28. Lucratividade empresarial – Edson Santos
O eSocial chegou: sua empresa sobreviverá a essa revolução?
32. pergunte ao coach – Homero Reis
Os tempos e as desculpas
36. carreira – Carlos Hilsdorf
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Humildade: a melhor prática corporativa NRespostas
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[Entrevista]
Oscar Motomura Oscar Motomura é o fundador e principal executivo da Amana-Key, umas das organizações mais especializadas do mundo na área de gestão, estratégia e liderança de organizações complexas dos setores empresarial e governamental. Motomura conta com uma experiência de mais de trinta anos de liderança em projetos de alta complexidade, considerado um dos mais criativos especialistas em estratégias do país. Nesta edição da N Respostas, Motomura conversa um pouco a respeito do jantar realizado pela N Produções, em Brasília, e aborda temas como liderança, o cenário atual das empresas públicas e privadas, além de opinar a respeito do mercado de educação corporativa no Brasil e, em especial, em Brasília. por Gisele Levy
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Entrevista O senhor abriu seu discurso, no jantar oferecido pela N Produções para seus clientes, em 4 de março, em Brasília, afirmando que a Amana-Key se especializou, em mais de 30 anos de trajetória, na resolução de equações impossíveis. Como é possível resolver situações aparentemente insolúveis? Na verdade, estamos o tempo todo frente a frente com equações bastante difíceis: tentar fazer algo em um prazo que parece impossível; resolver uma questão ligada à qualidade que todos acham que levará muito tempo; reorganizar uma empresa em tempo recorde para poder evitar problemas frente às mudanças ambientais. Historicamente, resolvemos essas questões de maneira gradativa, na medida em que elas foram surgindo. Olhando para trás, podemos ver o quanto se criou de inovações – muitas delas radicais – e que viabilizaram o impossível, como a cura de doenças consideradas incuráveis ou tecnologias que viabilizam muitas coisas no nosso cotidiano. O que fica evidente é que as soluções para essas equações aparentemente impossíveis não surgirão de coisas que já existem ou que já foram usadas no passado. Parece óbvio, mas ignoramos essa questão e comumente nos restringimos a reclamar das dificuldades que encontramos no nosso dia a dia. A única forma de resolver essas equações é investirmos toda nossa criatividade para a criação abril / maio 2015
potencial enorme que nós temos e que não se manifesta normalmente. Uma inspiração que chega ao seu extremo quando eliminamos as coisas que bloqueiam o processo de inovação, como o medo de arriscar. Bloqueios que fazem com que as pessoas não consigam “sair da caixa”, não ousem em soluções que surgem muito mais da intuição do que de algo já conhecido. Nesse sentido, eu diria que, ao ficarmos muito dependentes de técnicas, naturalmente estaremos limitando nossa capacidade criativa. Temos a sensação de que muitas coisas erradas estão surgindo e de que as coisas não estão andando. Como eu disse no jantar, isso é a demonstração de que o velho sistema está ruindo e dando espaço para o novo Qualquer líder, futuro acontecer. Precisamos nos servidor público, no desprender de técnicas e receitas caso de organizações prontas. É hora de liberarmos nossa governamentais, ou intuição para sermos capazes de criar funcionário de empresas soluções inéditas para as grandes privadas, pode se utilizar de equações impossíveis que esses moconhecimentos e técnicas mentos de transição trazem à tona.
de soluções sob medida. Inovações radicais, que vão à raiz da questão. E que possibilitam a viabilização de soluções para problemas que até agora pareciam impossíveis de resolver. Portanto, a resposta para esta pergunta é muito simples: toda equação impossível é simplesmente um desafio para a nossa criatividade. O que precisamos desenvolver é a nossa capacidade de criar inovações radicais. Na medida em que paramos de reclamar e vamos, com toda a nossa energia, colocando as equações impossíveis na mesa e usando toda a nossa criatividade (individual e coletiva), criamos soluções que podem surpreender todos ao nosso redor, inclusive a nós mesmos.
para resolver ou ajudar a solucionar essas equações?
Como o senhor vê o mercado de educação corporativa Não. O conceito de técnicas me no Brasil e, em especial, em remete a receitas e práticas que Brasília, em tempos de crise? viabilizam a realização de algo já conhecido. As únicas técnicas que ajudariam na resolução de equações impossíveis seriam os trabalhos realizados na área de criatividade, que trazem inovações em processos, que ajudam as pessoas a sair do conhecido e buscar soluções inéditas. Ainda assim, muitas vezes nos limitamos a essas técnicas e ignoramos algo que é muito mais intuitivo, ligado a um
O que precisamos em todas as organizações, públicas ou privadas, é liberar o potencial criativo das pessoas. Estamos vivendo um momento em que não só a criatividade está em jogo, mas também uma atitude pró-soluções das pessoas. Uma educação que simplesmente busque disseminar melhores práticas não funciona. Precisamos fazer com que NRespostas
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[Entrevista]
as pessoas e as organizações ousem transcender os limites do tradicional e criem soluções inéditas. Precisamos de processos que conduzam as pessoas a não terem medo do desconhecido, do futuro. Não terem medo de “sair da caixa” e experimentar caminhos inéditos para as questões que vão surgindo. Quando falamos sobre educação corporativa para o setor governamental, queremos liberar as pessoas para que elas consigam, inclusive, transcender leis superadas e leis mal formuladas que atrapalham a evolução das instituições públicas e o progresso do país. É fundamental que as pessoas tenham um senso crítico bastante desenvolvido para olhar o que está acontecendo, ver como a realidade está presa a certas premissas que precisam ser questionadas. Só assim vamos conseguir liberar as pessoas e as organizações para um caminho diferente e mais inovador. Caminho que nos permita criar as soluções para as equações impossíveis que o país está vivendo. Que assegure que os objetivos de todos os brasileiros sejam alcançados.
as organizações enfrentam no dia a dia. Esse aprendizado, resultado da observação de diferentes realidades e de trabalhos desenvolvidos em organizações públicas e privadas, nos permitiu criar uma metodologia que não só lida com essas causas raízes pela sua base, mas também cria condições para que as pessoas consigam enxergar, elas próprias, as soluções para esses problemas. A disciplina com que trabalhamos essas equações aparentemente impossíveis tem nos levado a caminhos que efetivamente deram resultados na transformação das organizações. São esses os caminhos que compartilhamos nos nossos cursos. A partir desta forma de atuar e pela inspiração em histórias reais, buscamos assegurar que os servidores públicos
De que forma o serviço público pode se beneficiar com a participação de seus servidores e líderes nos cursos oferecidos pela Amana-Key e N Produções ministrados pelo senhor? Há muitos anos temos nos especializado em identificar as causas raízes dos problemas que 8
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“Precisamos de processos que conduzam as pessoas a não terem medo do desconhecido, do futuro.”
e executivos de Brasília encontrem seus próprios caminhos e possam trabalhar equações impossíveis com a intensidade e criatividade que elas requerem. Dessa forma, acreditamos que seremos capazes de, juntos, encontrar as soluções para os grandes problemas que afligem a nossa sociedade e as organizações em geral.
Do que trata exatamente o APG Gestão Pública e qual o seu objetivo? O APG é um programa de gestão avançada em que se trabalha o que há de mais inovador em gestão, estratégia e liderança. Nesta versão sob medida para a gestão pública vamos lidar com as questões mais típicas dessas instituições, não só em seus aspectos mais técnicos, mas também identificar e trabalhar as barreiras que impedem a gestão pública de avançar na direção e velocidade que deveria. A questão ética, os valores, a criatividade, a necessidade de revisão das leis, tudo isso será trazido e discutido abertamente neste APG. Vamos trabalhar com as questões que existem em todas as esferas públicas: no Executivo, no Legislativo, no Judiciário e também em empresas de economia mista em que há interferência política o tempo todo. Acreditamos que o APG Gestão Pública será uma fonte de inspiração para a evolução de todas as instituições públicas do país e também do próprio governo brasileiro de uma forma geral. www.nrespostas.com.br
Chegou a hora de virar a página Já parou para imaginar quantas páginas de revista você virou na sua vida? Você também deve ter reparado que a sua forma de ler mudou muito nos últimos anos. Hoje, o conteúdo das revistas e dos jornais ultrapassa as barreiras do papel e vai parar aí, bem na sua mão. E, com um toque, você acessa tudo. É democrático, é simples, é rápido. A revista da N Produções que você está folheando hoje é a nossa última edição impressa. E tudo bem. Porque chegou a hora de acompanhar o seu ritmo e ficar mais moderna. Vire a página junto com a gente e venha conhecer o aplicativo da N Produções que está todo assim: novinho, dinâmico e cheio de informação.
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Conheça o aplicativo da N Produções.
Depois de 7 anos e 37 edições impressas, o conteúdo da N Produções passa a ser totalmente digital, em um aplicativo cheio de funcionalidades. Prepare o fôlego: tem Agenda de Eventos, Notícias, Notificações, Novos Membros, Clube N, Gestão da Conta, Lista de Presença de Eventos, Mensagens entre Participantes, Busca de Fornecedores e Prestadores de Serviços e mais. Muito mais. QR Code para aplicativo:
Capa
Conteúdo na palma da mão O tempo das previsões sobre consumidores hiperconectados, com acesso em tempo real e em qualquer lugar, a todo tipo de conteúdo, acabou. As projeções se tornaram realidade com a rápida explosão do mercado de dispositivos móveis de alto desempenho, como tablets, e-readers e uma enorme gama de smartphones a preços competitivos, mas com capacidade de acessar instantaneamente todo o conteúdo dos principais produtores de mídia do mundo. Uma revolução que está deixando para trás símbolos recentes de modernidade, como os computadores, que amargaram uma queda de 26% nas vendas no mercado brasileiro em 2014, segundo pesquisa da empresa de consultoria digital IDC Brasil, divulgada no início do ano. por Raphael Veleda
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Capa “Isso em um ano de baixo desempenho da economia e eleições presidenciais”, ressaltou o analista de mercado da IDC Brasil, Pedro Hagge, quando os números foram divulgados. A venda de tablets, segundo ele, superou a de notebooks graças à sua capacidade de adequação às necessidades dos usuários. “Os aparelhos customizados para o público infantil, por exemplo, vêm ganhando forte espaço no segmento, assim como os modelos desenhados para atender aos projetos de educação e governo.” “Troquei tudo para o digital. Carregava pelo menos dois livros e três “Não há, hoje, revistas na mochila todos os dias um grande para as aulas. Agora levo um tablet jornal, revista e pronto”, resume o especialista em ou editora no Gestão Estratégica e Marketing Digipaís que não tal da Fundação Getúlio Vargas, João disponibilize Rego, o típico consumidor buscado seu conteúdo pelas empresas de mídia que têm invia aplicativos vestido alto na migração do conteúdo para impresso para o digital. Não há, hoje, dispositivos um grande jornal, revista ou editomóveis, com modelos ra no país que não disponibilize seu exclusivos de conteúdo via aplicativos para dispoassinatura”. sitivos móveis, com modelos exclusivos de assinatura. 12
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João Rego ainda não prevê o fim do conteúdo impresso, mas, para ele, a velocidade da transição mostra que a função desse material será diferente. “O próprio hábito de ler mudou. O meio digital amplia o acesso, as pessoas passam a ler mais, mas leem reportagens mais curtas. A dinâmica é diferente, existe a possibilidade de agregar a informação com o conteúdo multimídia, com música, vídeo”, argumenta, destacando os serviços de streaming de vídeo e música, nos quais as pessoas não pagam mais pela unidade, mas assinam um pacote “ilimitado de oportunidades”. Longe do tom fatalista, Rego usa sua experiência em Marketing Digital para fazer um paralelo com o nascimento da TV. “Todo mundo queria decretar a morte do rádio. Mas são mundos diferentes, o rádio encontrou outro segmento. É algo barato, que você ouve no trânsito, com programas mais informativos, que não precisa de tanta atenção. É inegável que o mercado editorial está passando por uma grande transformação. Os impressos vão encontrar seus espaços. Nem que seja no livro como presente ou souvenir”, ressalta. O especialista também identifica facilidawww.nrespostas.com.br
de na portabilidade do conteúdo. “Você consegue ter todos os livros, revistas e jornais ao seu alcance. Não me arrependo da troca, mas tive que mudar minha forma de ler. É uma questão de hábito, que combina com a agilidade de ter tudo em um único aparelho. E, se eu estiver sem o tablet, posso continuar minha leitura no celular”, emenda. Para ele, o que vale é a informação. “Claro que tem vantagem em pegar um jornal para ler, você consegue usar todos os dedos para manusear, diferente do celular ou tablet, nos quais geralmente usamos dois ou três. Há ainda a possibilidade de colocar embaixo do braço, de dobrar”.
A transposição do papel Professor de Novas Mídias da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Fábio Mallin também acredita que o papel terá uma função menor no futuro. “Ele tende a ganhar menos importância na disputa pela audiência com o mercado digital. A concepção de muitos dispositivos transpõe o papel. Então, é inevitável que ele perca espaço dentro do campo digital”, ressalta. Mallin faz a mesma análise de João Rego, de que o papel não vai acabar, mas reitera a valorização das possibilidades dos dispositivos digitais. “Isso já é uma realidade, há um número de leitores, de usuários de livros digitais, que cresce a cada dia. São muitas possibilidades, com uma acessibilidade mais direcionada. É inevitável pensar que o papel terá cada vez menos espaço”, pontua.
“Os brasileiros são ávidos pela tecnologia móvel. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em setembro do ano passado, mais de 50% da população do país está conectada à internet.” à internet. O levantamento indicou também que três em cada quatro brasileiros têm celular. Em um estudo direcionado ao consumo de mídia, divulgado em 2013, o IBGE mostrou que, na época, mais de oito milhões de pessoas tinham tablets e três em cada dez pessoas, telefone com acesso à internet. A pesquisa indicou ainda um crescimento galopante no acesso à internet, de 130% em 10 anos.
Planalto digital, política on-line
O governo federal já percebeu o protagonismo da tecnologia na vida da população, principalmente das redes sociais. Uma das primeiras medidas tomadas pelo Palácio do Planalto após as manifestações iniciadas em junho de 2013 foi a criação de um gabinete digital. Impressionou o fato de as pessoas terem sido chamadas às ruas por meio de eventos no Facebook. Na campanha presidencial do ano passado, os três principais candidatos investiram pesado na publicidade na rede e ainda vivenciaram uma guerra entre os eleitores por meio de aplicativos de troca de mensagem, principalmente o WhatsApp. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer em um de seus discursos que era da época em que Brasil conectado campanha se fazia com panfleto, e orientou o O fato é que os brasileiros são ávidos pela tec- partido a se modernizar. nologia móvel. Segundo dados do Instituto Gerente sênior de Governo, Notícias e InoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vação social do Twitter, Adam Sharp ressalta divulgados em setembro do ano passado, mais que uma das principais mudanças que a tecde 50% da população do país está conectada nologia trouxe para o mundo da informação abril / maio 2015
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“Na campanha presidencial do ano passado, os três principais candidatos investiram pesado na publicidade na rede e ainda vivenciaram uma guerra entre os eleitores por meio de aplicativos de troca de mensagem.”
foi a capacidade de se relacionar diretamente com o autor da mensagem. “É como se você pudesse manter uma conversa com uma pessoa real. Você pode construir uma conexão, humanizar e fazer com que as pessoas se sintam parte do processo”, ressalta. Sharp lembra ainda que, antigamente, se dizia que, por causa da tecnologia, as pessoas não iam mais conversar. “Mas vivemos exatamente o oposto disso. Usamos as redes digitais como uma maneira de conhecer mais gente e melhor”, acrescenta.
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A revolução da maçã Os tablets não surgiram em 2010, quando a Apple lançou o primeiro modelo de iPad, mas foi o revolucionário produto da empresa de Steve Jobs que transformou as tentativas malogradas dos anos anteriores no mercado tecnológico mais promissor da atualidade, impulsionando inclusive ideias que ainda patinavam, como o e-reader Kindle, da Amazon, à venda desde 2007. Desde então, a rapidez nas vendas e nos lançamentos de novos produtos tem transformado o futuro em história com uma velocidade cada vez maior.
Móvel, rápido, acessível Apesar do domínio do iPhone, é mais fácil lembrar que não foi a Apple que “inventou” o mercado dos telefones multitarefas e conectados à internet. Quando a primeira geração do aparelho da maçã foi lançada, em 2007, o mercado, iniciado 15 anos antes, nos EUA, pelo IBM Simon, da empresa BellSouth, já fervilhava. Ícones como o Motorola StarTAC, lançado em 1996, os Nokia 5110 e 6160, de 1998, e o Razr V3, de 2004, já vinham fazendo história ao ampliar as possibilidades de utilização do telefone móvel. A recente explosão na velocidade da internet móvel, porém, é o combustível de uma nova revolução do setor. Após anos de domínio, o iPhone enfrenta hoje a concorrência pesada da linha Galaxy, da Samsung, e de aparelhos potentes, mas com preços muito mais competitivos, como o popular MotoG, da Motorola.
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Gestão Pública
Responde:
Eduardo Tevah
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É possível adaptar-se a novos conceitos?
Abrindo a mente
para o processo de mudanças
“A maior dificuldade não é fazer as pessoas aceitarem novas ideias e sim esquecerem as velhas.” John Keynes
“Mudanças não apenas continuarão fazendo parte da realidade de nossos dias como tendo uma velocidade e intensidade cada vez maiores”.
No mundo das organizações públicas ou privadas, poucas palavras parecem assustar tanto as pessoas quanto a palavra MUDANÇA. No contexto das empresas ligadas ao governo, boa parte das mudanças acabam ocorrendo por questões políticas, em geral envolvendo troca de comando. No contexto empresarial, as mudanças estão muito mais ligadas a fatores extrínsecos à empresa, como novos concorrentes, mudança no comportamento de compras dos consumidores, variáveis macroeconômicas, entre tantas outras coisas. O que é absolutamente certo é que as mudanças não apenas continuarão fazendo parte da realidade de nossos dias como tendo uma velocidade e intensidade cada vez maiores. O desafio de todos que lideram pessoas passa a ser construir uma mentalidade que facilite a adaptação a no-
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vos cenários que surgirem, desenvolvendo uma capacidade de resiliência a tudo de novo que se apresentar. Cabe aqui uma pergunta essencial: por que as pessoas têm tanta dificuldade em se adaptar a novos contextos? A primeira explicação parece estar ligada à insegurança que as pessoas sentem a tudo que é novo em seu ambiente de trabalho. Boa parte das atividades exercidas no dia a dia tende a ser repetitivas, com processos que permitem às pessoas quase que trabalharem no “piloto automático”. Quando chega a mudança, é necessário reaprender, por vezes até esquecendo-se da maneira como as coisas eram feitas em tempos anteriores e se adaptar a uma realidade de ser novamente um aprendiz, quando já se foi um expert. Essa mudança de status, de expert para aprendiz, causa um enorme desconforto nas pessoas, que preferem, por razões óbvias, a zona de conforto em que se encontravam anteriormente. Em minha experiência como empresário e consultor de grandes empresas, www.nrespostas.com.br
“Boa parte das empresas fecha as suas portas pela incapacidade de vislumbrar as mudanças necessárias e as colocar em prática”.
vi diversas vezes organizações vivenciarem esses processos e vislumbrei um erro que acontece, na minha visão, em 8 de cada 10 empresas públicas ou privadas, que é a falta de competência dos gestores para explicar às suas equipes as razões da mudança, garantir às pessoas que a adaptação será gradual, dando tempo para que cada um assimile uma nova forma de trabalho e, principalmente, mostrando que em médio prazo essas mudanças trarão grandes oportunidades para quem atua lá. Entenda melhor o que quero mostrar com base em uma pesquisa americana desenvolvida para apontar qual era a melhor corporação de bombeiros daquele país. A corporação escolhida foi uma que não teve nenhum incêndio para atender porque trabalhou arduamente no processo de prevenção de sinistros, fazendo palestras, visitando escolas, empresas, fazendo reuniões com a comunidade, entre tantas outras atividades. Quando uma organização sabe vender com competência a mudança para quem trabalha ali, agindo de forma preventiva, a resistência diminui de forma considerável e faz a chance do sucesso crescer exponencialmente. Alguns anos atrás, eu vivi uma situação inusitada. Um grande banco público me contratou, com 6 meses de antecedência, para um workshop com os líderes daquela instituição. Ocorre que, na véspera do evento, saiu a privatização do banco para um grande grupo internacional. Imagine entrar em um evento com mais de 300 líderes absolutamente chocados com a mudança noticiada 24 horas antes, perdendo a tão proclamada estabilidade. Mudei radicalmente meu evento e como já tinha pesquisado muito as principais críticas que os servidores faziam ao banco em que atuavam, me senti extremamente preparado para lidar com uma mudança tão radical. Disse então a eles: “Muitos de vocês aqui se queixavam de que o banco estava extremamente atrasado tecnologicamente. Seus problemas acabaram porque a nova instituição de que vocês farão parte é referência em tecnologia...”. abril / maio 2015
“Muitos de vocês aqui se queixavam de que o banco estava com defasagem em relação a produtos financeiros oferecidos por outras instituições financeiras. Seus problemas acabaram porque o novo banco em que vocês trabalharão tem o maior mix de serviços financeiros do mercado...”. “Muitos de vocês aqui se queixavam de que trabalhavam muito acima da média e não eram valorizados. Seus problemas acabaram porque o novo empregador vai melhorar a vida daqueles que são muito bons naquilo que fazem, que vão receber o que merecem e o que o mercado paga...”. Com esse raciocínio, consegui amenizar um pouco o stress que eles estavam sentindo, olhando para o lado positivo da mudança e não apenas para as incertezas que viriam. Vale ainda dizer que boa parte das empresas fecha as suas portas pela incapacidade de vislumbrar as mudanças necessárias e colocá-las em prática. Conceitos como “isso não vai pegar”, “isso é passageiro”, “nossa empresa tem muita tradição” e “não precisa ir por esse caminho” foram frases que serviram de epílogo para histórias de empresas que foram sucesso no passado e não souberam vivenciar a mudança de forma pró-ativa. O mesmo vale para pessoas que acharam que não precisavam seguir aprendendo, que sua experiência e aprendizado do passado seriam garantia de um futuro tranquilo, até que a nova realidade surgiu e os pegou na contramão, encerrando ciclos profissionais que não precisariam ter sido apagados se a pessoa estivesse com a mente aberta para a mudança. O nome do jogo é MUDANÇA. É ele que iremos praticar cada vez mais e saber jogar com competência ajudará a construir empresas e pessoas de alta performance.
Eduardo Tevah é um dos mais conceituados palestrantes do Brasil nas áreas de gestão de pessoas, motivação e atitude. Acesse www.eduardotevah.com. br e saiba mais sobre o seu trabalho.
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Gestão do Tempo
Responde:
Christian Barbosa
www.christianbarbosa.com.br
Multitarefar ajuda ou atrapalha a produtividade?
É possível multitarefar e ser eficiente?
Você pode ser da geração X, Y, Z, ou de qualquer outra anterior a essas, que a resposta para a questão multitarefar e ser eficiente sempre será a mesma: não dá! Diversos estudos relacionados ao tema já comprovaram que quem tenta fazer várias coisas de uma só vez perde mais tempo. Pode até ser possível fazer duas ou três atividades simultaneamente, o problema é ganhar tempo agindo dessa forma. Por isso, é importante entender a diferença entre poder ser multitarefa e conseguir ser eficiente trabalhando dessa forma. Diante disso, reforço a necessidade de uma lista de prioridades. Se você não fizer isso, vai se perder a todo o momento e, naturalmente, tentará fazer dez coisas de uma só vez. A melhor maneira de fugir desse problema é evitando as distrações do dia a dia. Por isso, quando começar uma atividade, feche o seu e-mail, as redes sociais e fuja de tudo aquilo que pode roubar o seu foco. Caso você esteja no meio da tarefa e lembre de algo importante para fazer, anote tudo em uma folha de papel ou na ferramenta que você utiliza para organizar as suas atividades. Isso vai acalmar sua mente e sua ansiedade, além disso, ajudará a evitar possíveis interrupções. Faça também pausas durante o seu trabalho, pois atividades prolongadas podem fazer com que você perca o foco e 18
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intercale tarefas. Gosto de recomendar atividades em “Tudo o que desejamos nos um curto espaço de temdias de hoje po. Tenha um bloco de é conseguir atividades em seu dia. Sutrabalhar ponhamos que você tenha menos e dez ligações que precisam realizar mais.” ser feitas. A dica é reservar um período, por exemplo, das 9:30 às 10:15, para realizar todas. Como o tipo de atividade é o mesmo, isso vai ajudar a manter o ritmo e o foco. Tente se policiar a todo momento para ver se está fazendo uma ou diversas atividades. Você consome ao menos 20% a mais de tempo quando tenta multitarefar, isso significa que faz menos tarefas, com mais tempo e muito mais cansaço. Certamente, tudo o que desejamos nos dias de hoje é conseguir trabalhar menos e realizar mais. Portanto, trabalhe focado no cumprimento de suas tarefas diárias, de acordo com o seu planejamento. Você vai perceber que é possível realizar todas as nossas tarefas sem precisar fazer mil coisas ao mesmo tempo e terá uma vida com muito mais qualidade. Christian Barbosa é o maior especialista no Brasil em administração de tempo e produtividade, é CEO da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo. Ministra treinamentos e palestras para as maiores empresas do país e da Fortune 100. Autor dos livros “A tríade do tempo”; “Você, dona do seu tempo”; “Estou em reunião”; coautor do “Mais tempo, mais dinheiro”; e “Equilíbrio e resultado – por que as pessoas não fazem o que deveriam fazer?”. Sua mais nova obra: “60 estratégias práticas para ganhar mais tempo”.
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1. Palestrantes do TOP 10 de março. 2. Convidados participam da palestra no TOP 10 Empresarial. 3. Palestrantes com os convidados na área VIP. 4. João Riva aborda sobre o Live Marketing no TOP 10 de março. 5. Gustavo Schifino no encerramento de sua palestra sobre o futuro do varejo. 6. Hall de entrada do TOP 10 lotado. 7. Edemilton Pozza explica o que é ser um profissional de sucesso e dá dicas de como construir uma carreira sólida.
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8. Renato Meirelles em sua palestra sobre a nova classe média brasileira. 9. Os palestrantes do TOP 10 de fevereiro, Gustavo Schifino e Edemilton Pozza, na área VIP do Clube N. 10. Palestrantes do TOP 10 de fevereiro foram presenteados com uma camiseta do UniCeub. 11. Oscar Motomura discute a real situação das empresas públicas e privadas no Brasil. 12. Oscar Motomura responde perguntas dos convidados no jantar de lançamento da parceria entre a Amana-Key e a N Produções.
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Fotos: Telmo Ximenes
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O que eles acharam do jantar de lançamento da parceria entre Amana-Key e N Produções:
Fernanda Fischer Gerente de Gente e Gestão OI
“É uma satisfação muito grande poder estar aqui nesse evento, poder assistir ao Oscar compartilhando com a gente. Agradeço à N Produções pela oportunidade. A minha parceria com a N Produções começou já há algum tempo, quando conseguimos a oportunidade para patrocinar alguns eventos e compartilhar alguns treinamentos com a nossa equipe. A atuação da N tem sido muito importante para o desenvolvimento das nossas equipes e dos nossos líderes.” abril / maio 2015
Vinícius Neiva
Laissa Alvim
Coordenador da Codin Secretaria do Tesouro Nacional
Gerente de Marketing Grupo Brasal
“O Tesouro Nacional já vem fazendo uma parceria com a N há bastante tempo, quase 10 anos. É uma relação muito bacana, muito frutífera. Conseguimos, de certa forma, trazer uma coisa muito interessante para os diretores do Tesouro Nacional, que é instigá-los sempre a querer melhorar o trabalho, o Tesouro como um todo. Acredito que esse ano será bem promissor, porque estamos trazendo essa parceria da N com a Amana-key. Acho que é uma parceria bem bacana para a gente trazer, como o Oscar falou hoje, uma questão de valores, que realmente precisamos resgatar alguns valores para a sociedade como um todo e isso passa também pelo líder, que é o objetivo da N Escola de Gestão.” NRespostas
“O jantar organizado pela N Produções para apresentar a parceria com a Amana-Key foi excelente: notável palestrante + organização impecável + serviços perfeitos + profissionalismo dos anfitriões + boas companhias + networking = SUCESSO.” 21
Augusto Cury
Inteligência emocional e profissional
Os três tipos
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memória se divide em três grandes áreas: a memória genética, a memória de uso contínuo ou central (MUC) e a memória existencial ou periférica (ME). Tanto a MUC como a ME são memórias existenciais, adquiridas através das experiências psíquicas vivenciadas desde a aurora da vida fetal. Mas as diferencio porque a MUC, como memória de uso contínuo, é a fonte de matérias-primas para se ler, escrever, falar, pensar, interpretar, enfim, realizar atividades intelectuais e emocionais diárias e contínuas. A ME, por sua vez, representa todos os bilhões de experiências que “Já se foi o foram arquivadas ao longo da história tempo em de cada ser humano. Vou usar uma que para metáfora, a de uma cidade, para exter sucesso plicar os três grandes tipos de memóprofissional ria e como ocorrem a coexistência e bastava a cointerferência entre elas, como se recitar e comunicam ou dançam juntas a valsa reproduzir do desenvolvimento da personalidade informações.” e da formação do Eu. Nessa metáfora, a memória genética representa o solo da cidade (a estrutura física do córtex cerebral e o metabolismo). Tudo que foi edificado no centro da cidade será a MUC, e a imensa periferia será a ME. Vamos comentar primeiro a memória genética. Herdada dos nossos pais biológicos, a partir da união do espermatozoide com o óvulo, a carga genética é 22
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de memória única para cada ser humano, tanto na construção do biótipo, expresso pelo tamanho, forma, peso, altura, cor da pele, como na construção da complexa fisiologia, expressa, entre outros elementos, pelo metabolismo, hormônios, neurotransmissores cerebrais (serotonina, adrenalina, noradrenalina, acetilcolina e outros), anticorpos etc. A memória genética também é única para o comportamento. Em especial através dos neurotransmissores cerebrais e do metabolismo no interior dos neurônios, ela produz pelo menos 11 grandes características que influenciam o processo de formação da personalidade e, consequentemente, de desenvolvimento do Eu: 1. níveis de reatividade aos estímulos estressantes; 2. níveis de sensibilidade nas relações sociais; 3. limiar de suportabilidade à dor física e emocional; 4. pulsações ansiosas; 5. manifestações instintivas: sede, fome, libido; 6. capacidade de armazenamento de informações no córtex cerebral; 7. dimensão da área que fará parte da ME; 8. dimensão da área que fará parte da MUC; 9. quantidade e qualidade das redes entre os neurônios; 10. quantidade e qualidade das conexões entre as janelas da memória; 11. qualidade da receptividade de arquivamento das informações pelo fenômeno RAM. www.nrespostas.com.br
Já se foi o tempo em que ser gênio significava ter cios que representam as informações e experiências uma excelente memória, uma capacidade de arma- arquivadas na MUC e ME ao longo da existência. zenamento espetacular. Hoje, qualquer computador medíocre tem melhor capacidade que esse tipo de Augusto Cury é médico, psiquiatra e escritor. É pesquisador na área de qualidade de vida e desenvolvimento da inteligência, abordando a natureza, a construção e gênio. Já se foi o tempo em que para ter sucesso proa dinâmica da emoção e dos pensamentos. Sua teoria é usada como referência em teses de mestrado e doutorado. Atualmente, é publicado em mais de 50 países. fissional bastava recitar e reproduzir informações. Também já se foi o tempo em que para construir um Conheça o novo best seller de Augusto Cury: Dez leis para ser feliz grande romance bastava ser gentil e trazer flores. Augusto Cury Hoje são necessárias outras habilidades assimiladas Editora Sextante e armazenadas na MUC e na ME para se ter sucesNeste livro, Augusto Cury tem a intenção de aprofundar so emocional, afetivo, social, profissional, científicom os seus leitores alguns conceitos que vem utilizanco. Mas não há dúvidas de que a influência genética do ao longo de toda a sua obra, como as janelas killers e os 3 tipos de memória: pode ser marcante. Cada uma das características ge- Falta de preocupação que as pessoas têm com o Eu néticas para o comportamento pode produzir uma - Como devemos treinar nossa mente para enfrentar os obstáculos da vida reação em cadeia que influenciará o processo de - Explica a formação de nossa memória, como podemos interpretação e as experiências emocionais do feto, guardar coisas desagradáveis por toda a vida - Como mães e professores devem se preocupar para não formar traumas nos do bebê, da criança, do adolescente e do adulto. O bebês e nas crianças solo e o clima da cidade da memória, ou seja, a carga - Os problemas da educação - As formas de pensamento genética, influenciam os alicerces, a estrutura, o pa- Socialização e solidão drão de segurança e a acessibilidade de casas e edifí- Autoconhecimento
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Recursos Humanos
Responde:
Eduardo Ferraz
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Quais as melhores estratégias para os novos gestores de RH?
Os desafios do novo RH Quando comecei a trabalhar, há quase 30 anos, em minha empresa havia sete níveis hierárquicos do presidente ao chão de fábrica. Empresas maiores tinham mais de 10 escalões. O pessoal do RH me explicou a estrutura, os benefícios oferecidos, o número de treinamentos por ano e, principalmente, a chance que eu teria de me aposentar ali. Era tudo muito certinho, bastante organizado, previsível, confortável, mas extremamente burocrático, e comigo não funcionou. Atualmente, a maioria das empresas
“A carreira, que antes era incumbência da empresa, passou a ser responsabilidade de cada profissional, gerando críticas à pouca relevância dos departamentos de RH.” 24
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tem três níveis h ier á rqu ic o s, as pessoas têm muito mais opções de carreira, a rotatividade
aumentou exponencialmente, o vínculo emocional entre os colegas diminuiu, falta mão de obra qualificada e o pessoal da área de recursos humanos está sendo cada vez mais pressionado para “encontrar gente boa, motivada, fiel e ganhando o mínimo possível.” Na verdade, essa conta não fecha, pois os RHs têm um orçamento limitado, quantidade mínima de pessoas e, na maioria das vezes, pouca margem de manobra. Em uma estrutura cada vez mais horizontal, com poucos chefes, escassez de recursos e competição entre departamentos, as pessoas são obrigadas a se virar praticamente sozinhas e a carreira, que antes era incumbência da empresa, passou a ser responsabilidade de cada profissional, gerando críticas à pouca relevância dos departamentos de RH. www.nrespostas.com.br
Para enfrentar todos esses desafios, sugiro três estratégias aos gestores de RH. 1. Analise as reais demandas da empresa Em empresas com até 500 funcionários (que geram mais de 90% dos empregos no país), normalmente a cultura tem relação direta com a personalidade e os valores do presidente ou de seu dono. Por isso, o gestor de RH precisa entender muito bem como o seu principal gestor “funciona”. Quem é ele? Do que precisa? Qual é seu estilo? Como funciona sob pressão? Como foram suas últimas contratações? Quais são seus principais argumentos? Qual a visão que ele tem sobre gestão de pessoas? Quando você estuda muito bem com quem vai lidar, ganha um tempo enorme e concentra esforços.
demandas da empresa, mas precisará ser sincero quando as expectativas forem irrealistas. Para adquirir credibilidade e respeito, você precisará atingir as metas combinadas. 3. Analise a necessidades dos outros gestores
“A distância entre o ideal e o mínimo constitui sua margem de negociação que, quanto mais ampla, maior flexibilidade lhe dará.”
Se você quer conseguir apoio dos outros departamentos, precisará analisar as necessidades, motivações e expectativas das pessoas que os comandam. Muita gente “esquece” de alinhar as expectativas do presidente com as dos demais membros da equipe. A função de fazer o meio de campo deveria ser do RH.
2. Negocie metas para o RH
Quando você consegue ser o profissional que une Quase todas as empresas têm metas para o lucro, todos os departamentos tanto nos bons quanto nos diminuição de despesas e participação de mercado, maus momentos, bate metas e é assertivo, certamas poucas estipulam metas para o setor de recur- mente obterá autoridade para fazer uma gestão de sos humanos. Por isso, tome a iniciativa e proponha pessoas que realmente faça a diferença. metas para diminuição da rotatividade, acerto nas contratações, melhoria do clima e tudo mais que julgar relevante. O que a empresa gostaria de conse- Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoas há 25 anos e especialista em treinamentos usando como base a Neurociência comportamental. Acuguir como ideal e qual o mínimo necessário? A dis- mula mais de 30.000 horas de experiência prática em empresas de vários É pós-graduado em Direção de Empresas e autor dos livros “Por tância entre o ideal e o mínimo constitui sua mar- segmentos. que a gente é do jeito que a gente é?”, “Vencer é ser você” e “Seja a pessoa no lugar certo”, pela Editora Gente. gem de negociação que, quanto mais ampla, maior certa Para mais informações, acesse: www.eduardoferraz.com.br; www.faflexibilidade lhe dará. Você terá que se adaptar às cebook.com/eduardoferrazconsultor
Conheça o novo livro de Eduardo Ferraz:
Negocie qualquer coisa com qualquer pessoa - Editora Gente Saber negociar é a competência no 1 para o sucesso em qualquer área Quem não sabe ou não gosta de negociar tem grandes prejuízos financeiros e emocionais. Você verá neste livro maneiras de negociar muitas situações delicadas. Por exemplo: Como dizer não sem ofender? • Como expor seus talentos sem parecer arrogante? • Como aumentar seus ganhos? • Como lidar com pessoas difíceis? • Como definir una remuneração justa? • Como reagir a uma proposta absurda? • Como evitar conflitos? • Como agir em relacionamentos problemáticos?
Aprender a negociar bem melhorará seu dia, seu ano e provavelmente sua vida. “O autor traz, de maneira prática e objetiva, diversas oportunidades para aprimorarmos nossas negociações. Com certeza esse livro fará a diferença na vida de muita gente.” Hilgo Gonçalves - CEO da Losango
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Etc
[Entretenimento, trabalho, casa]
por Gisele Levy
Café: antidepressivo natural para as mulheres Um estudo identificou que o café pode agir como um antidepressivo poderoso para as mulheres. A cafeína já é amplamente utilizada como estimulante do sistema nervoso central, mas os novos estudos feitos com mulheres norte-americanas, com idade média de 63 anos, mostraram que os sintomas de depressão diminuíram com o consumo regular de cafeína. A pesquisa foi feita durante 10 anos e comparou a realidade de mulheres que consumiam ao menos uma xícara de café por semana. Nesses casos, o risco relativo de depressão foi de 0,85%. Já para as mulheres que tomavam de 2 a 3 xícaras por semana, o risco foi de 0,80. A análise mostrou que o risco de depressão diminui com o aumento do consumo de café. Os pesquisadores ainda terão que fazer novos estudos para compreender qual é o efeito do café sobre a depressão. Vale lembrar que a depressão é uma doença crônica e recorrente que afeta duas vezes mais mulheres do que homens. O estudo levou em conta o comportamento e o estilo de vida das participantes, coletando dados como peso, tabagismo, menopau-
sa, uso de terapia hormonal pós-menopausa, e condições médicas previamente diagnosticadas, como diabetes mellitus, câncer, infarto do miocárdio ou pressão alta. A pesquisa foi aprovada pelos conselhos de revisão institucional do Hospital Brigham and Women e da Escola de Saúde Pública de Harvard. Em resumo, o estudo apontou que o consumo de cafeína a longo prazo tem vários efeitos biológicos que devem ser levados em conta quando se considera seu potencial para reduzir o risco de depressão. A cafeína melhora o desempenho psicomotor, o aumento da concentração e da excitação, e sensações de bem-estar e energia. Os resultados da pesquisa confirmam que o café pode ser um antidepressivo natural para as mulheres, resultando num possível efeito protetor contra o risco de depressão. Investigações adicionais ainda são necessárias para confirmar a descoberta e para determinar se o consumo habitual de cafeína pode contribuir para a prevenção ou o tratamento da depressão.
FONTE: sitedecuriosidades.com
Os bilionários mais jovens da história 1. Dustin Moskovitz
2. Mark Zuckerberg
Com 27 anos, Dustin é o bilionário mais jovem do mundo. Sua fortuna é calculada em 3,5 bilhões de dólares. Moskovitz foi colega de quarto de Mark Zuckerberg e ajudou a fundar o Facebook.
O criador do Facebook tem um patrimônio de 17,5 bilhões de dólares aos 30 anos de idade.
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3. Eduardo Saverin
O brasileiro ajudou a criar o Facebook e enfrentou uma batalha judicial contra Mark Zuckerberg. Hoje, Saverin é o quinto jovem mais rico do mundo. Aos 30 anos, ele tem uma fortuna calculada em 2 bilhões de dólares.
4. Sean Parker
5. Robert Pera
Parker foi um investidor do Facebook e criou o Napster, um serviço de compartilhamento de arquivos. Aos 32 anos, ele tem um patrimônio de 2,1 bilhões de dólares.
Aos 34 anos, Robert Pera tem uma fortuna de 1,5 bilhão de dólares. Ele foi engenheiro da Apple e abriu sua própria empresa em 2005, a Ubiquiti Networks. FONTE: sitedecuriosidades.com
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Lucratividade empresarial
Responde:
Edson Santos
edsonsantos@gruposme.com.br
O eSocial chegou: sua empresa sobreviverá a essa revolução?
No “apagar das luzes” de 2014, por meio do Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro, o Governo Federal tornou oficial o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, mais conhecido como eSocial, já anunciado e em desenvolvimento há alguns anos. O eSocial é tido por especialistas como o “braço” mais complexo, ambicioso e revolucionário do SPED, com potencial para causar turbulências e inaugurar uma nova era no trato das informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas envolvendo a contratação de colaboradores, sejam eles empregados, inclusive domésticos, autônomos, estagiários ou até mesmo menores aprendizes. A intenção é unificar as informações prestadas pelos empregadores e demais contratantes de mão de obra, com a substituição progressiva das guias, formulários e declarações atualmente utilizadas, a exemplo da GFIP, RAIS, CAGED etc., de modo a viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas, racionalizar e simplificar o cumprimento de obrigações, eliminar a redundância nas informações prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas e aprimorar a qualidade de informações das relações de trabalho, previdenciárias e tributárias. Dada a abrangência e os objetivos pretendidos pelo eSocial, o Governo Federal instituiu um Comitê Gestor formado por representantes dos Ministérios do Trabalho e da Previdência Social, assim como da Secretaria da Receita Federal, do INSS e do Conselho Curador do FGTS, assegurando-lhes o acesso 28
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compartilhado às informações que integram o ambiente nacional do eSocial. A expectativa é que, até o final de 2016, o eSocial esteja em plena operação, quando então as empresas e demais obrigados serão fiscalizados de modo remoto pelas autoridades tributárias, trabalhistas e previdenciárias, a exemplo do que já ocorre com os contribuintes de ISS e ICMS, operadoras de cartões de crédito, planos de saúde, médicos, dentistas etc. Para que se tenha a perfeita compreensão do que isso significa na rotina das empresas, basta mencionar a previsão de as informações sobre a admissão de empregados ser enviada ao eSocial antes do início da prestação serviços, impedindo a utilização de data retroativa, como costuma ser a praxe de várias empresas, que primeiro colocam o empregado para trabalhar e somente dias depois providenciam sua contratação e registro formal. Idênticos reflexos serão produzidos também em relação à contratação de estagiários, a ser informada no eSocial, observados os limites da Lei nº 11.788/2008, especialmente quanto ao número máximo admitido em relação ao total de empregados e à carga horária, o que atingirá de modo frontal aquelas empresas cuja viabilidade foi dimensionada de modo equivocado, com a contratação de excessivo número de estagiários como forma de economia na despesa com pessoal. Também a título de exemplo dos reflexos do eSocial no dia a dia das empresas e demais contratantes de mão de obra, podem ser citados: a) a questão www.nrespostas.com.br
do limite de horas extras; b) a obrigatoriedade de contratação de menores aprendizes e deficientes, a depender do tamanho do quadro de pessoal da empresa; c) a concessão de férias, sua comunicação e pagamento com antecedência; d) o controle das datas de validade do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), do Programa de Saúde Médico Ocupacional (PCMSO) e do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), dentre incontáveis outras situações presentes nas relações de trabalho. Em resumo, da mesma forma que a Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física por meio digital inaugurou uma nova era na relação das pessoas físicas com a Receita Federal, há aproximadamente 20 anos, também o eSocial o fará no que diz respeito às relações de trabalho e suas consequências fiscais, previdenciárias e trabalhistas, porém num cenário de no máximo 18 meses, devendo as empresas se atentarem para minimizar os impactos daí decorrentes o quanto antes. Passada a fase de implantação do eSocial, estima-se
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que todos ganharão com os benefícios por ele trazidos, por meio da competição saudável e equilibrada entre as empresas – que passarão a dimensionar suas operações considerando o custo efetivo com mão de obra e tributos a ela relacionados – e do cumprimento das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas de acordo com um mínimo de coerência e razoabilidade, com a eliminação de incontáveis formulários e declarações com semelhante finalidade.
“A intenção é unificar as informações prestadas pelos empregadores e demais contratantes, com a substituição progressiva das guias, formulários e declarações atualmente utilizadas.”
Edson Santos é empresário e advogado, com escritório próprio no Edifício América Office Tower, Setor Comercial Norte, Brasília/DF. Especialista em Direito Público, ex-servidor do quadro efetivo do Superior Tribunal de Justiça, onde exerceu, dentre outros, o cargo de Assessor Jurídico de Ministros, possuindo, assim, ampla experiência em Direito Empresarial, Tributário, Previdenciário, Civil, Trabalhista, Consumidor e Família, além de vasto conhecimento de rotinas financeiras e gerenciais. edsonsantos@gruposme.com.br
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Roberto Shinyashiki
Dicas de campeão
C H E G A D E D E S C U L PA
O combinado não sai caro Defeitos pequenos, mas constantes, são capazes de destruir uma carreira
Faz parte do meu trabalho como palestrante assistir às apresentações dos resultados de gerentes de diversas empresas. Nesses eventos, volta e meia vejo que os objetivos traçados não foram cumpridos integralmente. E fico bastante incomodado quando percebo a tranquilidade com que certos profissionais relatam que não deram conta dessa ou daquela promessa. Passam a impressão de que a proposta, na verda“Imagine se de, era realizar três das quatro uma empresa metas, cinco das seis... em vez aérea aceitasse de todas. Vira até costume deium problema xar uma delas para trás. E isso de voo a cada parece não acarretar maiores cem operações. consequências negativas. Nós, Acontecer brasileiros, engolimos erros um acidente que não deveríamos perdoar. em cada 100 Achamos que cobrar muito é decolagens seria sinal de chatice. Que querer inconcebível, fazer tudo perfeitinho é coisa não é?” de neurótico. Na minha visão, 30
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isso tem outro significado: falta levar o trabalho a sério. Em outros países é diferente. Nos Estados Unidos, por exemplo, a exigência é maior. E os resultados, melhores. Um dia desses, uma grande empresária comentou comigo seu descontentamento com essa displicência. Depois, perguntou a minha opinião a respeito. Eu disse que considero muito perigoso deixar uma operação pela metade. E logo citei um exemplo bem trágico: imagine se uma empresa aérea aceitasse um problema de voo a cada cem operações. Acontecer um acidente em cada 100 decolagens seria inconcebível, não é? Você sabe, sou médico de formação, e me orgulho de ter iniciado minha vida profissional dentro de um centro cirúrgico, pois ali a gente aprende que erro de cirurgião tem um preço altíssimo, às vezes fatal. Ninguém se desculpa dizendo: “Puxa vida, mas foi só desta vez!” Todos sabem que uma falha pode custar a vida do paciente. E que, se isso acontece, não dá para www.nrespostas.com.br
jetos. Não caia na cilada de se acostumar com as falhas e passar a vida justificando os erros com desculpas: “Estava cansada naquele dia, estava sobrecarregada...”. Por mais que o mundo esteja caindo na sua cabeça, procure realizar suas tarefas com carinho e assuma já uma atitude de comprometimento com os resultados. Assim, será diferente da média e vai se destacar. Pense sobre isso! Roberto Shinyashiki
Roberto Shinyashiki Psiquiatra e escritor, é empresário, palestrante, doutor em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP) e autor de vários livros. www.shinyashiki.com.br Conheça o novo best seller de Roberto Shinyashiki: Louco por viver Roberto Shinyashiki Editora Gente
A maior aventura desta vida é viver apaixonadamente!
© Fabiano Accorsi
voltar atrás. Ah, se desse... E só se deve cumprir uma meta de qualidade total quando a saúde de alguém está em jogo? Acho que não. Deveria fazer parte do script de todos nós, que aspiramos ao sucesso. Claro que ninguém é perfeito e você não precisa cortar os pulsos por ter falhado. O problema é quando vira regra trabalhar de forma errada, deixando escapar uma coisa aqui, outra ali. Por exemplo, chegar sempre atrasada, aceitar que os colegas não façam o trabalho conforme o combinado, deixar para lá um problema na qualidade. Ou, então, entregar um, dois, três relatórios de qualquer jeito, sem aquela revisada final. Abra os olhos! Defeitos pequenos, mas constantes, são capazes de destruir a grande carreira que pretende construir. Falo isso porque um erro pode comprometer todo um trabalho. Basta lembrar-se daquele restaurante onde você foi jantar com o namorado e ao qual não volta mais. A comida estava maravilhosa, mas... demorou para ser servida ou foi entregue por um garçom superantipático. Um único detalhe fez com que a noite fosse prejudicada. A decepção com o atendimento virou o comentário no carro. E, embora seu namorado tenha conseguido convencê-la a se lembrar da parte boa da diversão, em vez de remoer o que não funcionou, ali vocês não voltam mais. Nem recomendam aos amigos! Por tudo isso, digo a você: é importante fazer uma avaliação do seu trabalho e não deixar que as pequenas distrações destruam os grandes pro-
“Não caia na cilada de se acostumar com as falhas e passar a vida justificando os erros com desculpas.”
ROBERTO SHINYASHIKI tem como missão de vida ajudar as pessoas a realizarem seus sonhos. E é por isso que está há mais de 30 anos trabalhando para solucionar os principais problemas enfrentados pelo ser humano na busca da felicidade e da realização. Médico psiquiatra e terapeuta, com MBA e doutorado em Administração de Empresas pela FEA/USP e especialização na área no Japão como bolsista da AOTS, tem em sua trajetória inúmeras participações em congressos e seminários pelo mundo. Como autor, já vendeu mais de 6,5 milhões de livros e como terapeuta já atendeu governadores, ministros de estado, empresários, atletas, artistas e profissionais em busca de realização. Cada livro que escreve é como uma conversa sincera, como faz em suas palestras, convidando o leitor a aceitá-lo como guia e embarcar em uma jornada de mudança e reflexão.
Só que você pode dizer: “Não dá... A minha vida está cheia de problemas!” Mas os problemas não podem ser maiores do que a sua paixão por viver. É preciso aprender a ver os problemas como convites para novas aventuras. Talvez neste instante você esteja chorando a dor de um amor que terminou. Talvez você tenha sido demitido do trabalho e se sinta perdido e questione seu valor como profissional. Não fique mastigando essas incertezas. Nem fique se remoendo com essa situação. Existem ciclos que precisam acabar e, quando a hora chega, a vida dá um jeito de pôr um ponto final. E isso não pode ser razão para que você viva sem paixão. As grandes revoluções da vida acontecem depois que você vê que suas ideias ficaram velhas e obsoletas. E que a sua vida como você a conhece está desmoronando e você tem de sair para desbravar novos caminhos. Quando você tem uma perda, é preciso aceitar e chorar a sua tristeza. Mas depois levantar os olhos e ver que ainda existem muitas aventuras para viver e ser feliz. Torne-se um louco por viver e passe a vida com muita emoção e felicidade, apesar de todas as dificuldades que você possa estar vivendo.
Em uma época na qual é tão comum se sentir perdido, vemos que a infelicidade e o desânimo se tornaram as coisas mais democráticas do mundo: quase ninguém escapa deles. Tanto para os jovens quanto para os mais experientes, é comum sentir que a empolgação muitas vezes se perde nos cantos do cotidiano e da rotina. Tem gente que não acredita mais em amor, desejo, prazer de viver a vida. Chega um momento em que descobrimos que o prazer de viver não é algo que se compra nem se encontra no fundo de uma sacola de roupas ou naquele pedaço de bolo de chocolate. Falta... paixão. Em seu novo livro, Roberto Shinyashiki não promete nada, só toda a felicidade do mundo. Isso mesmo, você leu certo. De alguma forma, nossa loucura e nossa paixão podem ter se perdido, mas uma vida prazerosa e cheia de energia é um desejo da alma que ninguém deveria ignorar por muito tempo. Aqui você é convidado a realizar o impossível: aquele projeto que sempre viveu guardado no coração, o emprego que vale a pena e valoriza os seus talentos, o relacionamento de fazer andar nas nuvens. Entenda como tudo isso está só esperando pelo seu primeiro passo e deixe o autor mostrar como dar esse salto. Descubra que você tem tudo para ser louco por viver. A vida não é uma, a vida é muitas. E a sua está prestes a se reinventar.
Em uma época na qual é tão comum se sentir perdido, vemos que a infelicidade e o desânimo se tornaram as coisas mais democráticas do mundo: quase ninguém escapa deles. Tanto para os jovens quanto para os mais experientes, é comum sentir que a empolgação muitas vezes se perde nos cantos do cotidiano e da rotina. Tem gente que não acredita mais em amor, desejo, prazer de viver a vida. Chega um momento em que descobrimos que o prazer de viver não é algo que se compra nem se encontra no fundo de uma sacola de roupas ou naquele pedaço de bolo de chocolate. Falta... paixão. Em seu novo livro, Roberto Shinyashiki não promete nada, só toda a felicidade do mundo. Acompanhe Roberto Shinyashiki: www.shinyashiki.com.br www.twitter.com/RShinyashiki www.facebook.com/RobertoShinyashiki roberto@institutogente.com.br
Autoajuda
Visite-nos: @EditoraGente facebook.com/editoragentebr www.editoragente.com.br
Participando do Clube N, você tem acesso a uma rede de empresas de alto desempenho, com o mesmo objetivo: trocar experiências e promover as melhores práticas de gestão, além de bate-papos com consultores, autores de livros e grandes personalidades da área de gestão empresarial. abril / maio 2015
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Pergunte ao Coach
Responde:
Homero Reis
www.homeroreis.com
As histórias que contamos sobre nós são verdadeiras?
Os tempos e as desculpas Escuto muitas histórias de vida. Histórias, em sua maioria, sofridas em busca de soluções mágicas. Histórias tidas como verdades, adotadas por conveniência ou por insuficiência, conscientes ou não, mas que, de alguma forma, fazem sofrer. Este é um contexto comum nos settings terapêuticos, dos quais o coaching faz parte. No entanto, o que precisamos saber é que nossas histórias nada mais são do que o modo como escolhemos interpretar as coisas que nos aconteceram. Um dado fato pode ter várias interpretações. O que conto é apenas uma delas; é o que escolhi crer. Aprendi isso em um exercício que me foi proposto por um antigo orientador. Fui desafiado a escrever minha biografia. Feito o texto, ele me pediu para compartilhá-lo com as três pessoas que mais me conheciam, com o objetivo de validar minhas histórias. Fiz isso escolhendo para tal meus pais, minha irmã e um amigo de infância. Pedi que “Nossas histórias me certificassem dos fatos e nada mais relatos ali descritos. Qual não são do que o foi minha surpresa quando vi modo como que muita coisa que “eu jurava escolhemos ser como era”, não estava de interpretar as acordo com a opinião dos meus coisas que nos companheiros de vida. Isso aconteceram.” 32
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não foi assim, essa história não foi com você, esse fato não teve essa repercussão, isso não aconteceu nesse contexto, essa data está errada etc. Fiquei perplexo. É isso mesmo, disse meu orientador, o que você escreveu é a história que você escolheu acreditar sobre você mesmo. No entanto, ela tem outras versões igualmente possíveis. Por que escolhi a história que escolhi? A quem ela atende? Descobri que muito do nosso sofrer refere-se a uma interpretação que fazemos da vida que atende à nossa demanda de acolhimento, reconhecimento e aceitação. Usamos nossa história para gerar nos outros uma visão sobre nós mesmos que nos interessa de alguma forma. Ao entender isso, comecei a sistematizar os elementos comuns nas histórias que escuto. Descobri, dentre outras coisas, que existem comumente três domínios nas interpretações que fazemos: o domínio do passado-presente-futuro; do eu e do outro; e o do agora. Além do mais, tais domínios se movimentam em dois sentidos: restritivo e expansivo. No domínio passado-presente-futuro, as interpretações mostram como as coisas que me aconteceram se ligam ao estado em que me encontro. Falo do passado como sendo algo que me impede de atuar agora. Construímos as interpretações www.nrespostas.com.br
da vida como se fora possível ver agora o resultado de uma escolha que não fiz. Nesse caso, fica fácil culpar ou responsabilizar alguém pelo que nos aconteceu. As mães e os pais são, nestes casos, os maiores protagonistas. Construímos uma interpretação na qual estes personagens assumem quase que a totalidade da responsabilidade do que nos aconteceu. Não há nada que eu possa fazer agora para mudar isso, a não ser mudar a interpretação. Ter esta consciência possibilita uma retomada da vida e uma reconciliação com o passado e aceitá-lo. Sei quem foram os personagens com os quais me relacionei, sei o que fizeram, mas agora eles nada mais podem fazer e eu posso ressignificar os fatos; por isso, sigo em frente com minhas escolhas, assumindo total responsabilidade por elas. Liberte-se dessas memórias automáticas. É possível intervir nelas e lhes dar outro sentido que não aquele que me foi conveniente em algum momento da vida. Quando damos ao passado o poder da resposta automática, no presente, nos tornamos céticos quanto às possibilidades e, com isso, não nos movemos. Deixamos o barco correr seguindo a correnteza, esquecendo de que é possível remar. Mudar a direção do barco certamente exigirá esforço. Mas é esta a possibilidade que, no agora, a vida nos oferece. O agora nos é dado como espaço de intervenção. Se não for eu, quem? Se não for agora, quando? Este é o desafio. Quanto ao futuro, criamos uma interpretação projetiva que se limita aos modelos mentais que adotamos. Quando isso ou aquilo acontecer, quando me formar, quando ganhar na loteria etc. farei isso ou aquilo. Essa é uma declaração limitante. Nada ocorrerá no futuro que não tenha sido agendado agora. Diz um provérbio chinês que “plantar é uma escolha, colher é inexorável”. Você vai colher o que estiver plantando hoje. Portanto, pergunte-se sobre a natureza do que está plantando. Nada acontecerá no futuro sem uma conexão com as escolhas que você faz. No domínio do eu-outro, construo interpretações históricas focadas na percepção que tenho de mim mesmo, ou na forma como vejo os outros na minha vida. Brinca-se no anedotário terapêutico sobre a síndrome da Gabriela, personagem de abril / maio 2015
“Construa a vida com os desafios que ela oferece. Isso se chama domínio do agora.”
Jorge Amado. “Eu sou mesmo assim, eu sou sempre assim”. Essa é uma forma de ver a vida que atribui ao que se julga ser a essência de sua identidade. Você não é ou deixa de ser nada por si mesmo. Você é o que acredita ser ou o que aprendeu a acreditar. Suas escolhas não são certas ou erradas em si mesmas. São apenas o que você é capaz de sustentar. Estar preso à sua visão de si mesmo é construir um limite que só você tem e do qual só você pode se desapegar. Libertar-se disso requer estabelecer relacionamentos com outras pessoas que têm visões diferentes da vida e que lhe promovam aprendizado para o autoconhecimento. Entenda que as pessoas que pensam e são diferentes de você não necessariamente lhe querem mal. Entenda, também, que nem tudo o que dizem a seu respeito é verdade. Você não é uma unanimidade. Portanto, não tente agradar a todo mundo, nem aceite tudo. Mas seja sincero consigo mesmo. Liberte-se do egocentrismo, como também da perda da identidade. Não se prenda ao passado como desculpa, nem ao presente como uma “realidade”, muito menos ao futuro como uma ilusão. Construa a vida com os desafios que ela oferece. Isso se chama domínio do agora. Quando me liberto das influências interpretadoras do trinômio passado-presente-futuro; quando me desvencilho dos domínios do eu-outro; quando reconheço os movimentos restritivos que minhas narrativas trazem, passo a ter uma nova visão das possibilidades que a vida oferece. Entender isso não é achar um atalho para o sucesso. É descobrir o agora, uma estrada mais acidentada, mas que é a sua estrada, aquela que você está construindo para lhe levar ao sentido mais amplo de integridade e dignidade, é ter acesso ao espaço que é seu porque você é único. Reflitam em paz! Homero Reis
Homero Reis é bacharel em Administração de Empresas, mestre em Educação, psicanalista clínico, coach master e coach ontológico empresarial e membro da International Coaching Federation. www.homeroreis.com
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por Gisele Levy
Happy hour com Eduardo Tevah No mês de março, o seleto grupo de associados do Clube N foi convidado a participar de um happy hour especial. Após uma breve apresentação das empresas presentes no evento, foi a vez de nosso consultor Eduardo Tevah presentear nossos parceiros com a sua sabedoria. Tevah esclareceu algumas dúvidas e transferiu alguns de seus conhecimentos a respeito do cenário atual das pequenas e médias empresas, dialogando a respeito das ameaças e as oportunidades que ocorrem na situação existente. Além dis-
so, os convidados contaram com um delicioso brunch, fornecido pelo Restaurante Oliver de Brasília. Ao final do evento, além de um bate-papo com troca de informações e conhecimentos, nossos colaboradores puderam comprar os livros e DVDs de Tevah e tê-los autografados pelo mesmo. Se você é um empresário de visão e deseja contar com esses e milhões de outros benefícios do Clube N, venha fazer parte de nosso círculo de conhecimento.
Todos os dias no CRU você pode conhecer a gastronomia criativa do chef Lui Veronese e aproveitar dos deliciosos menus.
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Criativo 34
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Fotos: N Produções
abril / maio 2015
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Carreira
Responde:
Carlos Hilsdorf
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Humildade é qualidade ou defeito para um líder?
Humildade: a melhor prática corporativa A arrogância humana sofreu ao longo da história golpes contundentes. Galileu tirou a Terra do centro do universo, não meramente físico e astronômico, mas do centro da noção de que nós, seres humanos, teríamos o universo todo gravitando ao nosso redor. Darwin questionou as bases de que os seres humanos fossem o centro da criação, submetendo-nos ao conjunto de um processo evolutivo no qual nossos “parentes” animais, vegetais e minerais tornam-se condição sine qua non da nossa momentânea superioridade. Freud lançou as bases que permitiram compreender que não somos senhores sequer de nós mesmos, uma vez que o inconsciente é protagonista de fenômenos complexos que alteram o exercício do nosso livre arbítrio. Gandhi praticando ahimsa (a resistência pacífica – não violência) derrotou o poder inglês. Jesus Cristo apresentou como Caminho, Verdade e Vida o Amor que compreende, auxilia, perdoa e ajuda sempre, provando ser a Vida maior que a morte.E no meio corporativo, teriam sido assimiladas e absorvidas as lições da humildade? Ainda é frequente encontrarmos pesque confundem humildade com “Ainda é soas servidão e subserviência. Humildade frequente encontrarmos é, frequentemente, apontada como pessoas que falta de coragem e baixa autoestima. confundem A atitude não humilde, uma certa humildade arrogância, embora seja, nitidamencom servidão e te, percebida como um entrave ao subserviência.” relacionamento interpessoal, é va36
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lorizada pelos pares não envolvidos “no conflito” como uma representação de desejos contidos de enfrentamento a atitudes, ideias e autoridades impostas. É natural... O equívoco é confundir a atitude humilde de quem, longe de possuir a certeza de quem detém a ampla visão das coisas, busca apreender o todo e aprender com todos. Alguém que não pretende dar ou receber “carteiradas” psicológicas de nenhuma espécie, para obter ou oferecer respeito ou “obediência”, é humilde sem ser, necessariamente, subserviente ou vassalo de qualquer espécie. Devemos entender a humildade como uma liga psicológica e social que nos permite relacionar com os outros com base no que, essencialmente, somos e não com o que circunstancialmente possuímos (um cargo, por exemplo). Daí a dificuldade de muitos gestores e líderes em conviverem com a geração Y e subsequentes. Essas gerações não herdaram o puxa-saquismo de algumas anteriores e sua noção de liderança está ligada à admiração. Sem admiração o nível de contestação será sempre maior. Trata-se de uma geração que cresceu expondo seus pontos de vista, doa a quem doer... Claro que um certo verniz social agregaria muito a esta qualidade, que, desprovida dele, torna-se demasiado ácida e áspera em determinados momentos, mas ela presta-nos um grande serviço ao desmitificar mitos criados pelo distanciamento de um falso respeito que não era respeito de fato, mas medo. www.nrespostas.com.br
É necessário possuir a verdadeira humildade para escutar críticas provenientes de pessoas com menor história e experiência que você, mas nem por isso dotadas de menor visão e inteligência. O exercício da verdadeira humildade, aquela que compreende que muitos dos privilégios de que dispomos hoje são fruto não somente do nosso talento, mas também das circunstâncias e votos de confiança que recebemos, nos torna mais amáveis com todos os outros que, com talento menor, igual ou superior ao nosso, mesmo em ensaios de meritocracia, ainda não puderam estar submetidos a iguais ou melhores condições que as que nos concederam liderança ou destaque. Para muitos, a “Terra de si mesmo” continua gravitando no centro do Universo, acreditando-se criados prontos. Não respeitam todos os seres e processos que o conduziram à primazia atual e por isso não se solidarizam com os que estão no início da “cadeia evolutiva”, auxiliando-os a caminhar mais rápido. Para estes que acreditam que são senhores de sua razão infalível, sem dar-se conta dos mecanismos complexos de um inconsciente repleto de medos, inferioridades, frustra-
abril / maio 2015
“A humildade é a melhor prática corporativa, a única que permite real trabalho em equipe.”
ções e neuroses, agir de maneira arrogante será sempre um disfarce, evidente para os outros mas oculto a si mesmo, de que o único remédio é a humildade verdadeira. A humildade é a melhor prática corporativa, a única que permite real trabalho em equipe, tudo mais são grupos disfarçados em equipes, conjuntos de egos individualistas que até atingem metas e resultados consideráveis, mas ao custo de minar os alicerces da sustentabilidade. Ao abandonar os disfarces de superioridade e aprender a apreciar a singularidade de cada ser humano, uma empresa passa a possuir o direito de dizer: as pessoas são nosso maior capital! O resto é discurso.
Carlos Hilsdorf é Economista, pós-graduado em Marketing pela FGV, consultor e pesquisador do comportamento humano. Considerado um dos melhores palestrantes do Brasil na atualidade. Palestrante dos Congressos Mundiais de Administração (Alemanha e Itália) e do Fórum Internacional de Administração (México). Autor dos best sellers Atitudes vencedoras, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero, 51 atitudes essenciais para vencer na vida e na carreira e Revolucione seus negócios. Referência nacional em desenvolvimento humano. www.carloshilsdorf.com.br • Facebook: www.facebook.com/carloshilsdorf
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Mario Sergio Cortella
Filosofando
Incertezas
não são barreiras!
O pensador Immanuel Kant dizia: “Mede-se a inteligência de um indivíduo pelo número de incertezas que ele é capaz de suportar”. Suportar não é se dobrar, não é ser derrotado pela incerteza. É não sucumbir a uma incerteza, não ser por ela derrotado. Num mundo de velocidade, de transformação, nós temos um nível muito alto de incertezas na nossa vida. A incerteza está presente na nossa história pessoal, na nossa história coletiva, mas ela não pode nos vencer. A maneira mais adequada, quando temos um caminho que desejamos e que precisamos seguir, é persistir diante da incerteza. A incerteza é, muitas vezes, transitória. Claro, quem vive na incerteza não consegue dar passo algum, mas não admitir que as incertezas estão na nossa vida é atitude de quem fica sempre aguardando a completa certeza para dar o passo seguinte. O conhecimento nos traz várias incertezas, mas as superamos e vamos adiante. Há situações na família, no trabalho, na escola, na Ciência, que, em toda a História huma“A maneira na, sempre tiveram grande gravidade. mais adequada, São momentos de tensão, em que há uma quando temos agudização na nossa vida pessoal. No enum caminho que tanto, uma das coisas que ajuda a existir desejamos e é a capacidade de entender que que precisamos melhor graves são também momenseguir, é momentos tos grávidos. persistir diante da incerteza.” Brincando aí com o jogo de palavras, toda gravidade contém, em si, uma gravidez, a possibilidade de dar à luz uma nova situação, um novo momento, uma nova circunstância. Agostinho de Hipona, teólogo do século V, dizia: 38
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“Quando dois presos olham pelas grades o lado de fora, um deles olha a lama no chão e o outro olha as estrelas”. Não é brincar de otimista, mas de ser capaz de olhar as estrelas, em vez de ficar apenas observando a lama existente. Há pessoas que não enxergam a gravidade do momento nem a gravidez que ele contém; outras pessoas enxergam apenas a gravidade. A esperança, em qualquer área da vida, aparece quando buscamos dar à luz uma nova situação. Momentos graves, sim, mas, também, momentos grávidos. Mario Sergio Cortella é filósofo e escritor, com mestrado e doutorado em Educação, professor-titular da PUC-SP (na qual atuou por 35 anos, 1977–2012), com docência e pesquisa na pós-graduação em Educação: Currículo (1997– 2012) e no Departamento de Teologia e Ciências da Religião (1977–2007); é professor-convidado da Fundação Dom Cabral (desde 1997) e ensinou no GVpec da FGV-SP (1998–2010). Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991-1992). É autor, entre outras obras, de “A escola e o conhecimento” (Cortez), “Nos labirintos da moral”, com Yves de La Taille (Papirus), “Não espere pelo epitáfio: provocações filosóficas” (Vozes), “Não nascemos prontos!” (Vozes), “Sobre a esperança: diálogo”, com Frei Betto (Papirus), “Liderança em foco”, com Eugênio Mussak (Papirus), “Viver em paz para morrer em paz: paixão, sentido e felicidade” (Versar/Saraiva), “Política: para não ser idiota”, com Renato Janine Ribeiro (Papirus), “Vida e carreira: um equilíbrio possível?”, com Pedro Mandelli (Papirus), “Educação e esperança: sete reflexões breves para recusar o biocídio” (PoliSaber). Leia mais sobre o assunto em: Pensar bem nos faz bem Mario Sergio Cortella Editora Vozes
Tendo como inspiração os temas filosofia, religião, ciência, educação, família, carreira, convivência e ética, o autor Mario Sergio Cortella elaborou seu mais novo trabalho, “Pensar bem nos faz bem! - Pequenas reflexões sobre grandes temas”. Os livros são baseados nas falas diárias do autor na rádio CBN e trazem o olhar da Filosofia sobre temas do cotidiano. Inicialmente serão lançados dois volumes. O primeiro fala sobre Filosofia, Religião, Ciência e Educação. Já o segundo fala sobre Família, Carreira, Convivência e Ética.
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