Revista P&C Abril 2013

C & P C Nº 3 ABRIL 2013 - Mensal - 5 €

sustentabilidade TODA UMA DIFERENÇA

DESIGN - COMO RESTAURAR O DECK EM MADEIRA MACIÇA ENTREVISTA - TECNOLOGIA PARA O MUNDO REAL INTERNACIONAL - A FORÇA DO MERCADO BRASILEIRO

Toda uma diferença

D

urante muito tempo assistimos a muitos preletores em palestras de especialistas, afirmarem que a crise económica que vivemos deverá ser encarada como uma oportunidade do mercado para manter os

mais fortes e eliminar os mais fracos.

Uma abordagem forte à partida mas que fraquejou com as empresas de

E D I TO R I A L

P &C

práticas pouco recomendáveis e cujo único móbil é o preço.

Um valor que ditou as máximas do mercado e colocou de lado as boas práticas de gestão incutidas na génese empresarial da década de 90.

Como uma gripe, esta realidade está a dar origem a uma nova estirpe de praxis económica que tudo põe em risco e que em nada promove o valor basilar da Qualidade.

Como muitos se recordarão, a Qualidade assenta em vários vetores de uma visão 360º da atividade empresarial.

Nesta edição, realçamos dois bons exemplos de atitude empresarial num mercado em crise.

A Barloworld STET com uma iniciativa de Responsabilidade Social, nomeadamente no capítulo da Sustentabilidade, contribui para a sustentabilidade da Floresta e marca um momento de esperança fortalecido pela preocupação de cada interveniente em neutralizar o perigo das plantas invasoras sobre as árvores plantadas.

A iniciativa na Serra da Lousã, em que a Revista P&C participou, constatou a mobilização de todos os diferentes parceiros para a ação e a sua força intergeracional.

A OTIS concretizou a iniciativa de Inovação&Desenvolvimento, com a introdução no nosso mercado do sistema absolutamente inédito GeN2™ Switch. Um elevador que trabalha a 220V: significa que o edifício não vai ter que se adaptar ao elevador, é ele que se adapta ao edifício.

Um equipamento que funciona com um sistema de acumuladores porque tem a possibilidade de ser alimentado com recurso a energias alternativas, como a solar e a eólica.

Duas abordagens que colocam a Sustentabilidade e a Qualidade em primeiro lugar na sua abordagem ao mercado.

Na nossa opinião, esta abordagem faz toda uma diferença num mercado que se quer melhor. l

P &C P & C ABRIL 2013 3

S U M Á RIO

P &C ENTREVISTA Tecnologia para o mundo real DESIGN Como restaurar um deck em madeira maciça TEKTÓNICA Internacionalização é solução PRODUTOS STET Corações amarelos numa missão verde INTERNACIONAL A força do mercado brasileiro ENGENHARIA Novas tecnologias para resolver velhos problemas III OPINIÃO

6

8

8 10 14 16 18 20 22

10

ficha técnica f icha téc ni c a

P &C

d i r e to r Paulo Martins paulo.martins.pec@outlook.com e d i to r Rui Anjos rui.anjos.pec@outlook.com RED AÇ ÃO Marta Vaz e Paula Mesquita CO L A B OR A DORE S P ER M A N E N TE S António Bravo, Gisela Campos, José Matos e Silva F OTO G R A F I A Augusto Cardoso P u bl i c i d a d e rapm_press@outlook.com pag i nação Fátima Batista propriedade

RAPM Press Editora

N i P C 510527108

r e d ação Rua do Laparo Nº 263 Fração S 2890-551 Alcochete - Portugal p r o d u ção e i mp r e ssão Brand Evolution Rua Frei Luís de Granada, Nº 14 A-B 1500-680 Lisboa p u bl i cação m e nsal t i r ag e m 5000 exemplares r e g i s to ER C Isenta de Registo na ERC ao abrigo do art. 12º, nº1 a) do Decreto-Regulamentar 8/99 de 9 de Junho v e n d a p o r ass i nat u r as Portugal Continental, Açores e Madeira: 5€ (IVA incluído, 6%)

4 ABRIL 2013 P & C

18

& P C Assine connosco para Projectar e Construir o Futuro Uma Edição: RAPM Press Editora

A Revista P&C tem como destinatários os profissionais ligados ao setor da construção e tem na sua essência um conteúdo com base em entrevistas, notícias, reportagens, análises, tendências e opiniões versando sobre as diversas temáticas ligadas à Construção, bem como às tecnologias, materiais e equipamentos utilizados nesta atividade.

Identificação Nome _________________________________________________________________________________________________________________________________ Morada _______________________________________________________________

Localidade ________________________ Código Postal ________________

Telf: ____________________________ Email: ____________________________________________

Assinatura Profissional 1 Ano - 50€ Assinatura Profissional 2 Anos - 85€

Nº Contribuinte: ____________________________________

Forma de pagamento Junto envio comprovativo de tranf. bancária para o NIB: 0035 0383 00000534 930 82 Junto envio Cheque nº _____________________________________________________

Preencha, recorte e envie para a nossa morada. Mais informações telefone ou envie email.

paulo.martins.pec@outlook.com rui.anjos.pec@outlook.com Tel.: +351 962 981 286 Rua do Laparo Nº 263 Fração S - 2890-551 Alcochete - Portugal

E N T R E V I S TA

Tecnologia para o mundo real “Estamos entusiasmadíssimos com o novo elevador GeN2™ Switch e sabemos que o mercado também vai estar.

Falamos de um elevador que trabalha a 220V…”

H

abituados como estamos à dinâmica de constante inovação tecnológica que continua a ser imagem de marca da Otis Elevadores, é com grande expectativa que aguardamos o lançamento da sua mais recente inovação…um elevador que vem surpreender e revolucionar o mercado em termos tecnológicos, de operacionalidade e de poupança energética.

Foi sobre essa novidade que P&C conversou com Domingos Oliveira o homem forte da Otis Portugal.

Tendo em conta a situação atual, como é que a Otis Elevadores avalia a forma como este ano está a correr?

O ano tem sido duro, mas perfeitamente em linha com as nossas expectativas e com o que a experiência do passado nos faria supor.

Na realidade, apesar de um decréscimo nas vendas cuja causa não será surpresa para ninguém, temos vindo a consolidar a nossa posição de liderança no setor. Isto tem sido possível graças ao enorme capital de confiança que detemos junto dos nossos Clientes e, porque não dizê-lo, junto dos utilizadores finais. Os consumidores finais começam a tomar consciência de que determinadas opções na escolha do equipamento a instalar nos edifícios irão ter consequências durante toda a sua vida útil.

Como não poderia deixar de ser, começam a fazer ouvir a sua voz.

Como se posiciona a Otis de forma a atingir o sucesso?

A nossa estratégia assenta onde sempre assentou: nos nossos 3 absolutos de Ética, Segurança

Domingos Oliveira, Diretor Geral da OTIS Portugal

e Controlos Internos. Não concebemos estar no mercado sem uma conduta ética a toda a prova.

Não concebemos desenvolver e comercializar produtos que não se dediquem, em todo o momento, a manter seguros todos os seus utilizadores e todos aqueles que trabalhem e operem com eles.

De igual modo, sabemos que do rigor dos nossos controlos internos resultará um produto da mais alta qualidade, a um preço que permitirá que mais pessoas usufruam dele.

A estes 3 absolutos teremos que juntar a nossa contínua preocupação com a inovação. Foi essa preocupação que nos colocou onde estamos hoje, momento em que comemoramos 160 anos de existência. Foram 160 anos de permanente inovação e em que nunca, em nenhum momento, comercializámos um produto que não fosse o mais desenvolvido e inovador do setor.

“Estratégia passa também pela reabilitação” Como avaliam o potencial da reabilitação urbana?

A área da reabilitação constitui, no panorama atual, um dos pontos da estratégia de desenvolvimento da companhia. Os condicionalismos próprios desta atividade fazem com que seja ainda mais necessário escolher produtos cujas características 6 ABRIL 2013 P & C

E N T R E V I S TA de adaptabilidade permitam a sua utilização em soluções mais exigentes em termos de espaço e restrições arquitetónicas. Temos, pura e simplesmente, o melhor produto para essa realidade específica.

Quais as dificuldades que encontram nesta atividade específica?

Os desafios continuam, infelizmente, a ser os mesmos de sempre. Existe uma lentidão no licenciamento que chega a ser exasperante. De igual modo, as dificuldades de financiamento tornam ainda mais difícil uma situação já de si complicada.

A tudo isto poderemos juntar a falta de benefícios fiscais à reabilitação de imóveis e a falta de incentivos à sustentabilidade, tão difícil de entender num país como o nosso, com custos energéticos tão elevados e com uma dependência energética que não nos deixa pensar que o futuro alguma vez será diferente.

Por último, e no fundo talvez por causa de tudo isto, continuamos a assistir a uma falsa poupança que se traduz pela escolha de soluções tecnologicamente ultrapassadas e que representarão uma enorme fatura energética a pagar, todos os meses e todos os anos, pelos consumidores finais.

Dispõem de produtos aplicáveis a esta realidade?

O nosso sistema de elevadores GeN2™ representa o que de mais evoluído existe no mercado. O recurso a cintas planas de aço revestidas a poliuretano, em lugar dos tradicionais cabos de aço, permitiu-nos abordar de forma radicalmente diferente o transporte vertical, construindo elevadores que interagem com o edifício de forma muito menos exigente em termos de montagem e de recursos.

A qualidade e fiabilidade da plataforma GeN2™ permitiu-nos inovar ainda mais.

Neste momento apresentámos ao mundo o nosso GeN2™ Switch. Obviamente estamos entusiasmadíssimos com ele e sabemos que o mercado também vai estar. Estamos a falar de um elevador que trabalha a 220V, o que é absolutamente inédito e significa que o edifício não vai ter que se adaptar ao elevador: é ele que se adapta ao edifício.

Já não é necessária a instalação de corrente trifásica e o elevador quase que se torna apenas em mais um eletrodoméstico. E, na realidade, trata-se de um eletrodoméstico muito agradável de sustentar, já que o consumo energético do GeN2™ Switch se aproxima de um terço do consumo de um vulgar secador de cabelo.

Se nos lembrarmos que, tradicionalmente, o elevador era responsável pela maior fatia do consumo energético do edifício, facilmente tomaremos

consciência da importância que o GeN2™ Switch vai ter naquelas situações em que se pondera, ou não, a instalação de um elevador.

Mas o GeN2™ Switch faz ainda mais do que isso.

De facto tem de raiz a possibilidade de ser alimentado com recurso a energias alternativas, como a solar e a eólica, já que funciona com um sistema de acumuladores que, inclusive, lhe permitem até 100 operações em caso de falha total de alimentação.

Dotar de elevador um prédio que até então não o tinha, deixou de ser um luxo. Achamos que se trata de uma enorme mais-valia. É deste elevador que o mercado estava á espera e é deste elevador que a concorrência anda à procura.

Nós já o estamos a instalar aqui em Portugal.

A plataforma GeN2™ permitiu-nos outra inovação que se relaciona de forma direta com a atividade de reabilitação. Refiro-me à utilização de tecnologia GeN2™ na modernização de elevadores existentes.

Neste momento estamos habilitados a transformar um elevador obsoleto num elevador que utiliza o que de mais evoluído existe no setor. Tudo isto com um mínimo de incomodo e transtorno durante o processo de instalação e, obviamente, durante o funcionamento do equipamento. É outra enorme mais-valia e, a esse respeito, confesso que não estávamos preparados para as reações dos utilizadores quando confrontados com os seus “novos” elevadores. Foram francamente divertidas, com passageiros a não acreditarem que o elevador se tinha de facto movimentado e parado noutro piso… porque faltava o barulho e o solavanco.

São pormenores desses que nos dão força e nos dizem que estamos na direção correta. l P & C ABRIL 2013 7

DESIGN

DESIGN

Como restaurar o deck em madeira maciça Quando o deck de madeira maciça perder a sua cor ou, textura, abrir fissuras ou empenar, eis como podemos restaurá-lo e devolver-lhe a vitalidade e conforto.

O

ptar por um deck em madeira maciça, é sem dúvida, um sinal de gosto pelo contacto permanente com elementos naturais e de indiscutível nobreza, beleza, conforto e sobretudo revela um caráter genuíno face aos deck em compósitos ou outras imitações, como cerâmica e pvc. Esta opção, implica no entanto, cuidados de manutenção cíclica que não podem ser descurados, para além da mera limpeza habitual.

As madeiras tropicais Grande parte das madeiras utilizadas em decks são de origem tropical, pois com a exceção do Pinho nórdico Europeu, tratado em autoclave, estas apresentam pelas suas características morfológicas, uma maior adaptação à permanência no exterior.

As principais madeiras exóticas que encontramos no mercado nacional são: o cumarú, a massaranduba, a teka Birmanesa, bambú, e a mais comum,

o ipê Brasileiro. Pela sua densidade e por serem provenientes de climas tropicais com elevadas temperaturas e índices de humidade, estas são as mais indicadas para a utilização em espaços de exterior, tais como: terraços, varandas, piscinas, passadiços, muros, revestimentos de paredes, esplanadas, spas, etc. No entanto, ao chegarem ao nosso país, pelos contrastes climáticos e atmosféricos, estas madeiras, encontram enormes dificuldades em manterem a sua estabilidade e conservarem as suas características originais.

As condições climatéricas e seus efeitos Assim, no nosso País, tendo em conta que temos uma oscilação elevada do teor de humidade e temperatura (com Verãos muito secos e de temperaturas altas, por contraste a Invernos demasiado Húmidos e de temperaturas baixas), e tendo em conta duração da exposição solar, a

Gisela Campos

Decoração e Arquitetura de Interiores Agradecimentos: - MODULYSS, na LQS em Lisboa

8 ABRIL 2013 P & C

DESIGN estrutura molecular da madeira, tem tendência a deteriorar-se. Os efeitos visíveis na madeira são em primeiro lugar: a descoloração da superfície do deck e abertura de fissuras levando a alguns casos á existência de farpas; seguido do empeno das tábuas por desidratação e por último, a quebra de tábuas ressequidas.

O deck nesta última fase, apresenta-se com aspeto muito deteriorado, desagradável e até perigoso, pois as farpas podem constituir uma ameaça á segurança dos utilizadores em zonas onde caminham descalços, como é no caso das piscinas e spas, e onde se requer uma intervenção muito profunda que passa pela substituição das tábuas danificadas, lixar por completo com meios mecânicos para remover fissuras e farpas mais profundas e aplicar velatura/óleo de proteção aos raios UV, para que se mantenha a madeira hidratada.

Manutenção e limpeza cíclica do deck A solução passa por não deixar que o estado de degradação do deck seja tão intenso, fazendo tratamentos de manutenção cíclica, cuja frequência varia com as condições ambientais onde o deck está aplicado.

Na generalidade, aconselha-se a efetuar uma ou duas manutenções anuais por volta de abril/maio para que se proteja do verão quente. Quando está instalado em locais que possam ser mais exigentes em termos climáticos reforça-se em setembro/ outubro para nutrir após este período que é aquele onde as madeiras mais se ressentem com as elevadas temperaturas, longa exposição solar e níveis de humidade muito baixos, provocando a contração da madeira que tanto origina as fissuras de desidratação.

Pelas suas características, a madeira do deck é considerada um elemento vivo que tem movimentos

de dilatação e contração reagindo assim aos agentes agressivos do clima a que está sujeito.

Recuperar e devolver a sua vitalidade Para a manutenção cíclica de um deck em boas condições e que apresenta apenas descoloração, pequenas micro-fissuras e sujidades diversas, recomendo a equipa de profissionais com bastante experiência da U-DECK habilitados com um equipamento de última geração, a máquina Power Scrubber da BONA, que remove a fundo não só a sujidade bem como alguns fungos que possa se encontrar na madeira e prepara a superfície para receber a velatura ou óleo de proteção. A grande vantagem deste equipamento, é sem dúvida alguma, não ser evasivo nem consumir a camada nobre das tábuas, pois não usa nenhuma lixa convencional mas sim, um rolo que limpa a superfície. Excelente solução para quem tem um deck com a superfície estriada e cujo processo tradicional de lixar remove as mesmas, ficando a superfície lisa.

Posteriormente, deverá ser aplicado diretamente nas madeiras um produto que contenha um filtro de raios UV especial para bloqueio da radiação nociva solar, e que, ao mesmo tempo, nutra e realce as propriedades e beleza do pavimento. Recomendo por isso, o “Bona Deck Oil” disponível na U-Deck, que é fácil de aplicar, possui alto rendimento, performance e é amigo do ambiente. Tem uma secagem rápida e está disponível em versão pigmentada, permitindo adaptar 3 tons diferentes á madeira. Desta forma, está assegurada uma boa conservação do deck contra as intempéries climáticas e prolongará o seu bom aspeto por mais uma época. l

Gisela Campos

Decoração e Arquitetura de Interiores Agradecimentos:

U-DECK no Alto dos Moinhos – Lisboa gisela.kampos@gmail.com

P & C ABRIL 2013 9

T E K TÓ N I C A

Internacionalização é solução Para Jorge Oliveira, Diretor de Feiras da FIL, “as grandes apostas da Tektónica vão continuar a ser a internacionalização das nossas empresas”.

A

crise que teima em não deixar Portugal, antes se instala cada vez mais, procurando criar raízes, é um verdadeiro obstáculo a quem pretende trabalhar, produzir e fazer crescer os mercados em Portugal.

Exemplo flagrante disso é o setor de feiras no nosso País, cada vez mais reduzido e passando até pela anulação de alguns eventos…fenómeno que não é só português.

No entanto a FIL – Feira Internacional de Lisboa – não desarma e reinventa-se em cada ano por forma a oferecer a expositores e potenciais visitantes as melhores condições de trabalho possíveis.

Quando a TEKTÓNICA 2013 se aproxima a passos largos, P&C conversou com Jorge Oliveira, diretor de Feiras da FIL.

Em tempo de crise em alta…como vai ser a Tektónica 2013?

Estamos perante uma nova maneira de abordar o mercado da construção e a Tektónica tem um papel extremamente importante na promoção das novas oportunidades de negócio e das novas geografias para o negócio da Construção.

As grandes apostas vão continuar a ser a internacionalização das nossas empresas, uma forte aposta na remodelação das casas sobretudo ao nível dos particulares e o estímulo ao desenvolvimento de uma vez por todas do mercado da reabilitação urbana tido como pilar básico para a sustentabilidade do setor da construção em Portugal.

Uma grande novidade na Tektónica 2013 é a possibilidade de nos dias 10 e 11 de maio o salão estar aberto ao público, podendo assim todas as pessoas que estão a pensar fazer as suas obras de remodelação em casa, colher ideias na Tektónica e saber com quem pode contar para as concretizar.

Foi difícil comercializar a Feira deste ano?

A economia Europeia encontra-se num período de grande estagnação e mesmo algum declínio, não fugindo Portugal a esse enquadramento. Este cenário difícil implica que a própria Tektónica tenha capacidade de resposta a estes novos desafios do setor pois isso é que é determinante para a adesão das empresas. Claro que há empresas que infelizmente deixaram de ter capacidade financeira para participar no evento, por isso mesmo este ano criamos melhores condições financeiras para a 10 ABRIL 2013 P & C

Jorge Oliveira, Diretor de Feiras da FIL

participação. O trabalho tem sido árduo, beneficiamos de o projeto Tektónica ter muitas catividades no exterior nomeadamente Angola, Moçambique e Marrocos entre outros países, o que nos faz estar próximo das empresas e perceber as suas necessidades.

Muitos expositores habituais de prestígio primam este ano pela ausência?

A Tektónica continua a manter um numero importante de empresas premium que em conjunto com a AIP , trabalham diariamente para continuarmos a ter em Portugal um salão de referencia que defenda o prestigio qualidade e espirito de inovação da indústria portuguesa.

Qual o segmento de mercado com presença mais forte este ano?

Os pavimentos e revestimentos continuam a ser o ponto alto da Tektónica , estando também neste momento a ter bastante relevância os materiais e soluções de eficiência energética em edifícios.

Como e porquê a Segurex integrada na Tektónica?

A Segurex e a Tektónica são uma reunião natural.

Parte significativa dos sistemas de segurança tem aplicação na atividade da construção, daí a sinergia evidente entre os dois salões. O Grande fórum sobre “sistemas de gestão de tecnologia em edifícios” é um dos expoentes do evento e mostra de forma

T E K TÓ N I C A clara a vantagem da junção temporal destes dois salões.

Em termos de internacionalização quais as novidades que a Feira nos mostrará nesta edição?

Este ano temos uma novidade muito grande que todos estamos convictos ser de extrema importância na internacionalização das empresas portuguesas.

No âmbito do “Portugal Constrói” que fazemos em parceria com a Aicep e a CPCI, vamos pela primeira vez organizar o “Fórum da Construção, Imobiliário e Segurança no Mundo da Lusofonia”, reunindo em Lisboa arquitetos, empresários, entidades oficiais, dos países da CPLP para em conjunto com as centenas de empresas portuguesas exportadoras que acompanham os projetos de internacionalização da AIP, partilharem conhecimento e perspetivas de negócio e investimento. Esperamos a presença de cerca de 400 para este importante encontro. Paralelamente temos workshops sobre outros mercados como a Turquia, Emirados Árabes Unidos, Rússia, França, Colômbia, Marrocos e Argélia.

Ao nível do programa de hosted buyers vamos fazer apostas fortes em alguns países como é o caso dos Estados Unidos e da India.

Tektónica noutros países é já uma realidade….para manter? Em que países está? Quais os próximos países a que a Tektónica vai chegar?

Cada vez, mais a Tektónica é um projeto português que extravasa as nossas fronteiras. Em 2012 organizámos com grande sucesso a 2ª edição da Tektónica Moçambique, vamos manter o pavilhão de Portugal na Projekta By Constrói Angola em Luanda, e, vamos ter várias iniciativas em Marrocos, Colombia, Turquia e Argélia.

Quais as atividades paralelas que se realizarão durante o certame?

Para além do grande programa de conferências e reuniões B2B para a internacionalização que é o “Portugal Constrói”, vamos ter a Academia Tektónica com formação providenciada pelos nossos

expositores, vamos ter espaços comuns de “como remodelar a sua casa”, conferências de arquitetura, e outras de interesse para o setor.

A Tektónica mantém-se como feira de referência para o mercado da construção e obras públicas, estando pois de portas abertas para receber todos os profissionais e particulares que neste momento fazem mexer o mercado, e, procuram soluções para os seus projetos. l

P & C ABRIL 2013 11

E N T R E V I S TA

Caterpillar

Escavadora ainda mais potente O sistema hidráulico Caterpillar utiliza duas bombas em todas as situações operacionais, o que resulta em aumento da produtividade e numa mais rápida implementação das velocidades

P

or esta altura o recinto da Feira de Munique, na Alemanha, prepara-se activamente para receber a maior Feira do sector.

Neste momento parece um autêntico estaleiro de construção, com escavadoras, máquinas, camiões e materiais de construção por o lado.

Mais espaço A procura de espaço na Bauma voltou a crescer e para atender a ela, o espaço de exposição reservado para Bauma este ano foi aumentado mais uma vez, em 15.000 metros quadrados, em comparação ao evento de 2010, para um total de 570.000 metros quadrados. O espaço extra é o que se abre na parte noroeste do recinto, onde um pavilhão D1, já está disponível, bem como espaço ao ar livre adicional.

Sete entradas Os visitantes têm a opção de sete pontos diferentes de entrada para o show - quatro levando para os pavilhões e três para o recinto ao ar livre. Além disso, a Paul-Henri Spaak--Strasse será fechada para o tráfego durante o evento, para permitir que os visitantes a atravessem de forma segura e com facilidade entre as regiões do sul e do norte do recinto ao ar livre.

Mais de 3.300 expositores e mais de 450 mil visitantes de todo o mundo são esperados para chegar a Munique para Bauma 2013.

6 ABRIL 2013 P & C

E N T R E V I S TA

P & C ABRIL 2013 7

P R O D U TO S

Siemens

Arrancadores suaves

A

Siemens desenvolveu novos arrancadores suaves para aplicações standard, tais como ventiladores, bombas e tapetes rolantes.

Os aparelhos do tipo Sirius 3RW40 baseiam-se na tecnologia de controlo de duas fases conhecida por “Polarity Balancing” e permitem o arranque suave de motores até à potência de 250 kW (a 400V).

Através da utilização dos arrancadores suaves Sirius 3RW40 evitam-se picos de corrente e por consequência perturbações na rede. O uso desta tecnologia permite ainda evitar picos de binário e reduzir o esforço mecânico nos acionamentos mecânicos de transmissão, na carga e no motor, minimizando os trabalhos de manutenção.

A proteção contra sobrecargas integrada torna supérflua a utilização de um relé térmico adicional.

Até à potência de 55kW oferece-se, como opção, aparelhos que elevam a proteção da máquina e

da linha acoplada e reduzem simultaneamente o espaço a considerar no quadro elétrico, especialmente quando o arrancador suave for substituir um arrancador estrela-triângulo.

A proteção contra sobrecargas integrada no modelo Sirius 3RW40 impede também a sobrecarga dos tiristores e os defeitos do módulo de potência daí consequentes.

A vigilância integrada do estado e de avarias permite também o rearme à distância do arrancador.

O arrancador suave Sirius 3RW40 reduz adicionalmente a potência de perdas em serviço.

Bosch

Serra de esquadria com ângulos versáteis até 58 graus

C

ompacta e fácil de transportar equipada com um potente motor de 1.400 W, o melhor da sua classe, e munida de laser e luz para cortes, esta é a serra de esquadria GCM 8 S Profissional.

A serra de esquadria GCM 8 S Professional foi especialmente concebida para a montagem de cozinhas, onde a maior parte do tempo de trabalho dispendido é nos ajustes.

O ângulo de esquadria até 58 graus para ambos os lados permite aplicações múltiplas e precisas no corte de ripas de junção, ripas de revestimento e rodapés com acabamento em madeira natural ou revestido a termo-laminado. Corta rapidamente perfís de alumínio graças ao potente motor de 1400 W. Com um peso de apenas 15 Kg, um design compacto e equipada com uma prática pega de transporte é fácil de transportar e adequada a qualquer tipo de piso. A precisão é essencial na montagem de cozinhas. A serra de esquadria GCM 8 S Professional vem equipada com laser que permite cortes precisos. Sendo possível visualizar a linha de corte, na peça, já não é necessário posicionar a lâmina na linha de corte.

Outra vantagem desta serra de esquadria GCM 8 S Professional é o facto de vir equipada com luz, permitindo que corte a sua peça com boa

14 ABRIL 2013 P & C

visibilidade mesmo que a iluminação exterior seja fraca. Por outro lado, a graduação angular fresada de grande qualidade permite também uma maior durabilidade da própria graduação.

Um sistema integrado de aspiração de pó assegura um local de trabalho mais limpo.

Cortar peças com grandes comprimentos com a serra GCM 8 S Professional é particularmente fácil na bancada de trabalho GTA 3700 Professional.

Linde

Valor acrescentado em empilhadores

P R O D U TO S

O

s novos empilhadores Linde acionados por motor diesel e GPL são mais limpos, mais seguros e mais económicos A Linde Material Handling está a preparar a apresentação ao mercado dos novos modelos das suas séries de empilhadores contrapesados de 2 a 5 toneladas diesel e GPL para breve - ao mesmo tempo que a Fase 3B da diretiva europeia sobre emissões (2004/26/CE) para veículos na gama de potências de 37 a 56 kW entra em vigor. E nesta gama de potência os novos modelos também cumprem com a legislação de emissões US-EPA TIER 4 final (40 CFR 89, 40 CFR 1039, 40 CFR 1068) que entra em vigor a partir de 2013. A expressão “EVO” dos nomes dos novos empilhadores significa que os operadores podem esperar motores com tecnologia de ponta e um aumento da eficiência energética, bem como uma melhor ergonomia e segurança para o operador.

Os novos empilhadores foram revelados ao público pela primeira vez na feira Logimat 2013 que decorrerá Entre os dias de 19 a 21 de fevereiro, em Stuttgart, na Alemanha.

Os modelos Linde H25 a H50 EVO com uma capacidade de elevação de 2.5 a 5 toneladas são os empilhadores diesel da Linde mais limpos de sempre graças ao seu motor diesel common-rail de 4

cilindros com uma cilindrada de 2000 cm3 e filtro de partículas instalado de série: Em média, eles estão 69% abaixo do limite legal de emissões.

O motor de 44 kW nos modelos Linde H25 e H35D EVO alcançam um binário máximo de 200 Nm a apenas 1750 RPM. À mesma velocidade, o motor de 55 kW dos modelos Linde H40 a H50D EVO alcança um binário máximo de 240 Nm. O filtro de partículas diesel é regenerado automaticamente sem nenhum tempo adicional de paragem e independentemente da localização do empilhador, o que significa que o empilhador pode ser usado em áreas fechadas.

Kawneer

Persiana com tecnologia inovadora

N

o âmbito da construção de prédios, as fachadas envidraçadas devem responder a uma grande multiplicidade de requisitos tais como, por exemplo, o conforto dos habitantes, a luminosidade natural que é muito importante, um relevo mais ou menos acentuado e economia de energia, entre outros. Por isso mesmo os prédios são frequentemente equipados com persianas, uma solução técnica que oferece um equilíbrio perfeito, ou quase, entre estética e gestão da incidência solar.

As persianas Kalumen permitem responder a todo o tipo de projetos em fachadas novas ou já existentes.

Pré-fabricadas na oficina e concebidas para uma colocação rápida e simples na obra, são totalmente compatíveis em conjunto com as estruturas das gamas Kawneer: parede reposteiro, com aspeto de grade, fachada VEC e fachada VEP. Com o objetivo de regular e controlar de forma eficaz as incidências térmicas no interior

do edifício, os sistemas de fixação das persianas Kalumen permitem fazer variar verticalmente as distâncias entre as lâminas e a sua orientação.

Estas persianas apresentam, de igual modo, múltiplas possibilidades de colocação na obra, combinando perfeitamente a estética da fachada e a gestão da incidência solar.

A montagem das persianas Kalumen pode ser efetuada em posição horizontal, em posição vertical, em posição desviada ou em posição inclinada.

A Kawneer acaba de lançar a persiana Kalumen foto voltaica que associa as funções de proteção solar e de produção de energia.

Com uma colocação na obra nas estruturas das fachadas em alumínio através de ganchos de fixação específicos, esta persiana, graças à sua forma e ao seu posicionamento, reduz os efeitos do sobreaquecimento do interior do prédio. l P & C ABRIL 2013 15

STET

Corações amarelos numa missão verde

Evento Internacional da Barloworld STET juntou centenas de voluntários na Lousã numa ação inédita nas comemorações do 21 de Março (Dia Mundial da Floresta).

voluntários foi possível controlar na sua totalidade o maior núcleo de acácias através de métodos como o arranque e o descasque. O impacto foi extremamente positivo e possibilitou a continuidade da área plantada com cerca de 70.000 árvores.

Visão sustentável

N

o passado dia 23 de Março, na Lousã, teve lugar uma das maiores ações de comemoração do Dia Mundial da Floresta.

Com o apoio da Floresta Unida, a Barloworld STET, representante da Caterpillar em Portugal e em Cabo Verde, dinamizou uma ação que envolveu cerca de 400 pessoas - colaboradores e respetivas famílias, clientes e outros convidados institucionais.

A ação teve lugar numa zona comunitária gerida pelos Baldios de Vilarinho, local intervencionado e plantado em 2007 depois da anulação de uma praga que foi letal para todos os pinheiros, então, existentes no local. Com o apoio de todos estes 16 ABRIL 2013 P & C

Esta ação reafirmou a preocupação da Equipa Barloworld STET com a Sustentabilidade, contribuindo para a sustentabilidade da Floresta e marcando assim um momento de esperança fortalecido pela preocupação de cada interveniente em saber que fazer para neutralizar o perigo das plantas invasoras sobre as árvores plantadas.

Esta iniciativa contou ainda com o apoio de empresas e entidades como a Câmara Municipal da Lousã, Baldios de Vilarinho, Centro de Operações e Técnicas Florestais, Licor Beirão, Behindnature, Lucavending, Lousãtextil, Milícia, Sociedade Águas do Luso, Unidade Cinotécnica da GNR, Centro de Operações e Técnicos Florestais da Lousã (COTF), Help Images, Escolas da Lousã, Bombeiros Voluntários da Lousã, Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, Junta de Freguesia de Vilarinho, Axa Seguros, MBC Group e MV-Consultores, Lda, Grupo Vendap, Arbolusitânia e Aeródromo da Lousã. l

I N T E R N AC I O N A L

A força do mercado brasileiro Eurimilson Daniel, Vice-presidente da Sobratema, está convicto de que “a qualidade e experiência das empresas portuguesas podem contribuir para o desenvolvimento do mercado de construção no Brasil”.

D

e há uns anos a esta parte a Sobratema tem sabido implantar-se, conquistar mercados, crescer, concretizar uma posição de grande destaque e afirmar-se mesmo como uma referência no seio dos organizadores de feiras do Brasil, com uma vocação específica para os certames vocacionados para o vasto mundo da construção como é o caso mais emblemático da M&T Expo.

Uma nova feira nasceu entretanto, em 2011, a Construction Expo que este ano vive a sua segunda edição, o que nos levou à fala com Eurimilson Daniel, Vice-Presidente da Sobratema - Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração.

A Construction Expo é uma feira nova que vai viver este ano a sua segunda edição. O que levou a Sobratema a avançar para a realização de um certame deste segmento tão específico?

Eurimilson Daniel - O setor da construção no Brasil vem crescendo, ano após ano, ganhando significativa relevância no cenário nacional e contribuindo para a evolução económica do País. Uma pesquisa mostra que o setor da construção responde por cerca de 5% do Produto Interno Bruto e o número de municípios com empresas que atuam no ramo de construção saltou de 2.900, em 2005, para as atuais 4 mil cidades. Na área de infraestrutura, especificamente, os três níveis de governo – federal, estadual e municipal –, vêm anunciando pacotes de incentivo e investimentos constantes para reduzir estrangulamentos existentes e para melhorar a competitividade desse segmento, que é considerado um dos mais importantes para o crescimento económico e social de um País.

Dessa maneira, a realização da Construction Expo 2013 – 2ª Feira Internacional de Edificações e Obras de Infraestrutura é uma iniciativa importante, que irá contribuir para o bom momento vivido pelo segmento da construção.

A Construction Expo tem uma conceção inovadora em termos de feira A procura do mercado foi aliciante e terá correspondido às vossas expectativas em relação a esta segunda edição, facilitando a sua comercialização?

A Construction Expo, tem uma conceção inovadora em termos de feira, que é contar com Salões Temáticos, que mostrem sistemas construtivos, grandes construções e setores específicos da fileira da construção. Esse diferencial é um atrativo para 18 ABRIL 2013 P & C

Eurimilson Daniel - Vice-presidente da Sobratema

que empresas de todos os portes participem da feira. Nesta edição de 2013, por exemplo, teremos o Salão do Rental, onde grandes, médias e pequenas empresas de aluguer estarão mostrando a sua marca, o Salão da Construção Seca, para empresas das fileiras produtivas do drywall e do steelframing. Em grandes obras, teremos a Arena Corinthians, onde as empresas fornecedoras de materiais, serviços e equipamentos para a construção desse estádio da Copa de 2014 mostrarão sua tecnologia.

Acredita que a Europa pode vir ser um potencial alvo para todas as vossas feiras, quer como expositores quer como visitantes?

A Sobratema organiza três feiras, a M&T Expo – Feira Internacional de Equipamentos para Construção e Mineração, principal feira do setor na América Latina, a Construction Expo e a M&T Peças e Serviços. A M&T Expo, por exemplo, já conta com uma participação tanto de visitantes como de expositores da Europa.

Em sua maior edição, realizada ano passado, foram 54.597 pessoas, sendo 2.053 estrangeiros, originários de 71 países, dentro os quais vários países europeus.

Em termos de empresas participantes, a M&T Expo contou com 494 expositores, sendo 270 nacionais, vindos de nove estados brasileiros, e 224 internacionais, vindos de 15 países, também de nações europeias. Além disso, a feira contou ainda com pavilhões internacionais, incluindo, a Espanha e o Reino Unido.

I N T E R N AC I O N A L Vimos trabalhando para que as nossas feiras recebam mais visitantes e expositores europeus, por meio de parcerias com importantes instituições europeias e relevantes associações em cada país.

Além disso, organizamos as Missões Empresariais para levar empresários brasileiros às principais feiras do mundo, incluindo a Bauma, na Alemanha.

As empresas portuguesas procuram novos mercados fora de portas e a primeira opção é o Brasil, pelas possibilidades oferecidas e pelas afinidades existentes entre os dois países.

Como vê esta aposta portuguesa no mercado do Brasil? É positivo para o Brasil a entrada de empresas que vejam o potencial de crescimento no País. A qualidade e experiência das empresas portuguesas podem contribuir para o desenvolvimento do mercado de construção no Brasil, além da possibilidade dessas empresas trazerem métodos e sistemas construtivos diferentes dos aplicados no País. É importante, antes de tomar qualquer decisão a respeito de investir no País, conhecer bem as características do mercado brasileiro.

O crescimento passa pela melhoria da infraestrutura O Brasil é um mega-país com todo um potencial de crescimento e onde muito há que fazer ainda nesse sentido. Como é que pensa que isso vai acontecer?

O crescimento do Brasil passa, necessariamente, pela melhoria da infraestrutura. Por isso, um dos

pontos principais, nesse sentido, é elevar o percentual de investimentos do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura, que hoje se encontra na ordem de 2%. O Governo Federal tem adotado uma postura de elevar os investimentos em infraestrutura, com anúncios em programas para melhoria da malha rodoviária, ampliação da malha ferroviária, a modernização do setor portuário e a melhoria da infraestrutura e dos serviços aeroportuários.

Regra geral a segunda edição de uma feira aponta tendências para o futuro…e a terceira edição é a consolidação ou não. Esta segunda edição da Construction Expo será já a da consolidação?

A Construction Expo 2013 conta com o apoio de 118 entidades setoriais das mais representativas da fileira da construção e das principais construtoras do país.

Esse apoio fortalece a sua realização e ressalta o papel da feira como local ideal para a apresentação de novidades em materiais, serviços e equipamentos e, também, para a reunião de toda a cadeia da construção, desde os fornecedores de matérias-primas até o usuário, no caso, as construtoras. Como já foi dito anteriormente, o mercado de construção está num ótimo momento. É uma dos principais setores da economia brasileira e, os anúncios recentes do poder público demonstram a preocupação governamental em reduzir os estrangulamentos na infraestrutura e, também, na parte habitacional. Um exemplo é o Programa de Investimento em Logística: rodovias e ferrovias, com aporte financeiro previsto de R$ 133 bilhões para a modernização e ampliação da malha rodoviária e ferroviária. l

P & C ABRIL 2013 19

ENGENHARIA

3ª Parte

Novas tecnologias para resolver velhos problemas Continuamos a apresentar novas tecnologias que permitem resolver antigos problemas das construções.

Nesta edição abordamos soluções para infiltrações em caves, reparação de condutas de esgoto e na reabilitação de pavimentos de estacionamentos.

N

a edição anterior, por falta de espaço, não foram apresentadas algumas das fotografias que ilustravam o artigo intitulado “Novas Tecnologias para Resolver Velhos Problemas (2ª Parte)”, pelo que vamos apresentá-las na presente edição. Relembramos que a Foto nº 10 correspondia à execução duma solução de “jet-grouting”. Por sua vez, no que se refere à tecnologia de reparação interior de condutas de esgoto, a sua aplicação iniciase pela deteção das patologias mediante a introdução, no interior do troço de tubagem afetado (introdução essa efetuada através das caixas de visita, como indicado na Foto nº 11), duma câmara de vídeo que percorre o interior da tubagem e regista todas as anomalias existentes.

A posterior reparação é efetuada através da inserção, no troço de tubagem afetado, dum cilindro oco envolvido numa tela impregnada com resina (Foto nº 12). Um dos exemplos deste tipo

10

20 ABRIL 2013 P & C

de reparação foi efetuado, em Lisboa, na zona do Rio Seco (Fotos nº 11 e 12) em que, numa escarpa rochosa (Foto nº 13), começaram a ser aparentes sinais de rotura duma conduta (Foto nº 14) sob um arruamento sobranceiro à referida escarpa (a R. das Escadinhas do Mirador).

Essas roturas viriam a originar o afluxo do efluente de esgoto doméstico ao interior do maciço calcário da escarpa e os ácidos contidos nesse efluente (nomeadamente o ácido úrico) foram determinantes no processo de degradação química do maciço que viria a originar o desmoronamento parcial da escarpa.

Reparação de pavimentos de estacionamentos Outra tecnologia recente consiste na reparação de pavimentos de estacionamentos para veículos, nos casos em que a aplicação inicial dos mosaicos de revestimento não tenha sido efetuada

11

12

ENGENHARIA E N G E N16H A R I A corretamente, o que originou que parte desses mosaicos se soltassem (Foto nº 15).

Dado que, em muitos casos, os mosaicos originais já não se fabricam, a melhor solução de reparação começa por remover, manualmente, os mosaicos remanescentes (Foto nº 16). Prossegue-se com a preparação da base mediante a utilização duma afagadora com segmentos diamantados, de modo a atenuar as irregularidades existentes no suporte e remover todas as zonas com pouca resistência mecânica (Foto nº 17).

Seguidamente, procede-se à limpeza da base, garantindo a ausência de partículas soltas.

Aplica-se, então, um produto do tipo “MC-Dur 1200 VK”, que é um primário à base de resinas, e que tem um elevado poder de impregnação e de colagem (Foto nº 18). Finalmente, procede-se à aplicação dum produto do tipo “MC-Dur 1200”, na cor pretendida, o qual consiste numa pintura espessa sem solventes, com inclusão de cargas de corindo (Foto nº 19).

17

18

Maior aderência em rampas No caso das rampas, em que se pretende uma maior aderência do pavimento, depois da aplicação do primário do tipo “MC-Dur 1200 VK” (mas antes da aplicação do produto do tipo “MC-Dur 1200”) procede-se ao polvilhamento com areias siliciosas, de granulometria compreendida entre 0,4 e 0,8 mm, de modo a conferir um acabamento final antiderrapante.

O pavimento, depois de acabado, é lavável, podendo remover-se as marcas nele eventualmente deixadas pelos rodados dos veículos. É uma solução muito competitiva em preço quando comparada com qualquer outra que envolvesse a utilização de novos mosaicos, até porque esta última solução poderia não evitar que viessem a ocorrer futuros descolamentos dos novos mosaicos a utilizar. l

19

Engº José Matos e Silva Especialista em Geotecnia, Estruturas e Direção e Gestão da Construção, pela O.E.

13

14

15

P & C ABRIL 2013 21

O P I N I ÃO

Rui Anjos

Duas Feiras…

Dois barómetros

Q

uando a crise teima em andar por aí sem dar tréguas… e Portugal se vê cada vez mais mergulhado em dificuldades das quais não sabemos quando vai sair, a verdade é que outros países há por esse mundo fora que crescem, que passam ao lado da crise mundial e parecem seguir em frente de forma imparável.

O setor da construção - sempre considerado o barómetro da vida económica de um país - parece estagnado na grande maioria dos países europeus como Portugal, e as grandes feiras do setor, regra geral momentos marcantes e de festa para os seus atores, agora definham em lenta agonia.

Felizmente, este ano há duas realidades que parecem contrariar este panorama sombrio, uma na Europa, mais propriamente na Alemanha, e outra na América do Sul, mais propriamente no Brasil.

Na Alemanha, em Munique, a Bauma 2013 surge em todo o seu esplendor, procurando recuperar do colapso provocado pelas nuvens negras de um vulcão islandês extremamente inoportuno para o setor e para a maior feira mundial de máquinas para a construção, há três anos.

Este ano o espaço de exposição foi aumentado em 15 mil metros quadrados, para um total de 570 mil metros quadrados e os números são realmente impressionantes: mais de 3.300 expositores e mais de 450 mil visitantes de todo o mundo a fazerem da bela cidade de Munique a grande capital do mundo das máquinas para a construção.

A Bauma 2013 assume-se e confirma-se como um barómetro do setor e permite-nos acreditar que o pior já terá passado…e que o mercado alemão está vivo e dinâmico…a caminho de dias melhores.

Acreditamos que esta realidade alemã poderá contagiar os parceiros europeus a médio ou longo prazo…resta-nos esperar que o contágio chegue até nós…e que não tarde muito…

No Brasil, na cidade de São Paulo, surge outra feira a assumir-se como um barómetro do mer-

22 ABRIL 2013

P &C

cado sul-americano – a Construction Expo 2013 – um conceito inovador de feira com vários salões inseridos num mesmo certame, salientando-se os Salões dos Sistemas e Soluções Construtivos e os Salões das Grandes Construções entre outros. Toda a dinâmica da construção reunida num único local.

Um desafio, sem dúvida, num mercado em grande crescimento e com grande vitalidade como é o mercado brasileiro.

A Construction Expo 2013 assume-se assim como um barómetro para o mercado sul-americano cujo futuro se adivinha risonho e, curiosamente, aparece como uma oferta aliciante de novas oportunidades de negócio para as empresa portuguesas de construção muito decididas a apostar em novos mercados, e muito particularmente no mercado do Brasil.

Mais do que nunca…é preciso acreditar e lutar!!! l Rui Anjos Editor da Revista P&C