Revista P&C Novembro/Dezembro 2013 - Janeiro 2014

C & P C Nº 9 NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 - Mensal - 5 €

ELECTRICIDADE

CONSUMO ENERGÉTICO NA EUROPA F E I R A S : P R O J E K TA A N G O L A E M LUA N D A CO N C R E TA : M E S M O E M C R I S E S E TO R E S T E V E E M F O CO N A E X P O N O R E N T R E V I S TA : S M O PYC 2014

IMOBILIÁRIO

Futuro passará por fortes investimentos estrangeiros em 2014?

A

pesar das promessas constantemente repetidas do nosso governo de uma retoma a caminho – não sabemos qual o caminho – a verdade é que a crise se mantém e teima em não nos dar descanso.

Este governo hoje promete uma coisa…no dia seguinte desmente aquela promessa e faz outra totalmente contrária…e assim por diante dia após dia.

A desorientação do executivo é uma realidade, ao ponto de falar a três e quatro vozes, com cada ministro a falar e a fazer promessas, todas diferentes e todas nunca cumpridas.

Uma das mais recentes é a de que a retoma vem aí e de que o imobiliário vai finalmente viver melhores dias.

Em cada ano…as promessas de melhores dias apontam sempre para o ano seguinte… nunca para o ano em que a promessa é feita…

Agora foi para 2014…com a conclusão do programa de ajustamento, o regresso aos mercados em junho…e sem mais austeridade segundo o vice-Primeiro Ministro Paulo Portas e a Ministra das Finanças…

No dia seguinte logo o Primeiro-Ministro veio apagar a esperança de melhores dias em 2014 e dizer que não queria que houvesse um choque de expectativas… coitado do rapaz…como ele se preocupa com os choques do povo que desgoverna e vem empurrando para a pobreza…

Não acreditando nas promessas nunca cumpridas deste executivo, acreditamos que há, contudo, um setor que pode vir a mexer em 2014, contribuindo de algum modo para um certo reacender da esperança dos portugueses em melhores dias: o setor do imobiliário. “É muito clara uma deslocação do interesse dos grandes investidores estrangeiros para a periferia da Europa e vai chegar a Portugal. Estou convencido de que vamos ver muito dinheiro estrangeiro a ser aplicado em Portugal”, afirmou o responsável da Cushman & Wakefield, Eric van Leuven, durante a apresentação de um estudo semestral elaborado por esta consultora.

Segundo esse documento, nos primeiros seis meses deste ano, foram transacionados um total de 161 milhões de euros em ativos de imobiliário comercial, “mais do que o triplo do valor verificado de janeiro a junho de 2012, cujo montante de investimento se cifrou em pouco mais de 47 milhões de euros”.

Se a este valor for somado o setor residencial, o volume total de negócios aproximou-se dos 230 milhões de euros, uma subida superior a 60% em relação ao mesmo período de 2012.

A Cushman & Wakefield salienta que a ocupação média registada de 305 metros quadrados é o valor mais baixo dos últimos cinco anos sendo o resultado de “um semestre com poucas transações de grande dimensão: apenas dois negócios ultrapassaram os 1000 metros quadrados.”

O setor imobiliário pode ter nestes previstos investimentos estrangeiros um balão de oxigénio que lhe permita enfrentar com mais tranquilidade os anos de 2014 e seguintes.

Assim, para além do imobiliário, se o executivo olhar com olhos de ver para o setor da reabilitação do parque habitacional, tão envelhecido e degradado, e nele apostar seriamente, podemos ter dois pontos fortes para auxílio à recuperação de que Portugal e os portugueses tanto necessitam. l

P &C

E D I TO R I A L

P &C

Rui Anjos Editor da Revista P&C P & C NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 3

SUMÁRIO

P &C INTERNACIONAL MÁQUINAS

6

PROJEKTA

8

Novo website dedicado a máquinas CAT

6

Na Projekta Angola 2013 em Luanda

ELECTRICIDADE

10

Consumo energético na Europa

CONCRETA

12

Mesmo em crise setor esteve em foco na Exponor

ENTREVISTA

14

8

SMOPYC 2014

PRODUTOS

16

MÁQUINAS&EQUIPAMENTOS 18 ENGENHARIA

Dimensionamento de paredes moldadas ancoradas

20

ficha técnica f icha téc ni c a

10

P &C

d ir e tor Paulo Martins paulo.martins.pec@outlook.com e d i tor Rui Anjos rui.anjos.pec@outlook.com R ED AÇ ÃO Marta Vaz e Paula Mesquita CO L A B O R A D O R E S P E R M A N E N TE S António Bravo, Gisela Campos, José Matos e Silva F OTO G R A F I A Augusto Cardoso P ublici d a d e João Martins joao.martins.pec@outlook.com Tem: +351 963 745 202 paginação Fátima Batista propri e d a d e

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N i P C 510527108 r e d ação Rua do Laparo Nº 263 Fração S 2890-551 Alcochete - Portugal pro d ução e impr e ssão Brand Evolution Rua Frei Luís de Granada, Nº 14 A-B 1500-680 Lisboa publicação m e nsal t irag e m 5000 exemplares r e gis to E R C Isenta de Registo na ERC ao abrigo do art. 12º, nº1 a) do Decreto-Regulamentar 8/99 de 9 de Junho v e n d a por assinat uras Portugal Continental, Açores e Madeira: 5€ (IVA incluído, 6%)

4 NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 P & C

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& P C Assine connosco para Projectar e Construir o Futuro Uma Edição: RAPM Press Editora

A Revista P&C tem como destinatários os profissionais ligados ao setor da construção e tem na sua essência um conteúdo com base em entrevistas, notícias, reportagens, análises, tendências e opiniões versando sobre as diversas temáticas ligadas à Construção, bem como às tecnologias, materiais e equipamentos utilizados nesta atividade.

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I N T E R N AC I O N A L M ÁQ U I N A S

Novo website dedicado a máquinas CAT de pequena e média dimensão Carla Pereira gestora de Marketing da Barloworld Stet: “Este novo website reflete a continuidade de uma estratégia definida”

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lançamento de um novo website dedicado às máquinas CAT de menor porte surpreendeu o mercado e veio comprovar que nem a crise faz a Barloworld Stet facilitar…e parar.

Sobre isso conversámos com Carla Pereira, responsável de Comunicação e Marketing da empresa.

A criação deste novo website da CAT dedicado às máquinas mais pequenas é uma nova opção estratégica?

Não se trata de uma nova opção estratégica mas sim da continuidade da estratégia. A Caterpillar tem uma vastíssima gama de equipamentos mas, em toda a sua oferta, são os equipamentos de grande porte que sobressaem. Em termos gerais quando se fala em equipamentos Caterpillar, a imagem que surge é a dos Tratores de Rastos, Pás de Rodas, Escavadoras e Camiões. Todos equipamentos de grandes dimensões. Contudo, a oferta disponível é muito mais que isso e temos produtos igualmente fiáveis de menores dimensões que, pela sua versatilidade, são solução em variadíssimas aplicações que não só na Construção ou Obras Públicas. Este novo website direciona-se essencialmente para o cliente que não associa a Cat a equipamentos mais pequenos, fundamentalmente com atividade em nichos de mercado como a Agricultura, Jardinagem, Paisagismo, Intervenções Urbanas e até Industrial. São equipamentos muito versáteis, que munidos do acessório ideal (dispomos de cerca de 400 acessórios para estes equipamentos mais pequenos e na maioria compatíveis

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com outras marcas) são muitas vezes a solução para uma aplicação mais especial.

A nova página vai focar-se essencialmente nas mini-escavadoras e nas mini-carregadoras ou abrange ainda outras máquinas de menor porte da CAT? Na linha de produtos Cat, não são só as mini escavadoras e as minicarregadoras que são considerados equipamentos pequenos e de média dimensão.

Na mesma categoria, inserimos as versáteis Multicarregadoras Telescópicas (agora com uma série nova, a TH série C), as Retroescavadoras (nova série F), os Tratores de Rastos Pequenos (D4K2 e D5K2) e Pás Carregadoras de Rodas também de pequena e média dimensão. No fundo, o website disponibiliza os equipamentos que pela sua dimensão, peso e versatilidade podem ser solução para outras aplicações além da Construção e das Obras Públicas.

Há alguns anos seria impensável ver a Caterpillar no mercado das mais pequenas...no entanto este mercado foi uma aposta grande da Caterpillar e, ao que parece, é um mercado cada vez mais aliciante e importante para a marca.

Confirma essa realidade?

Bem… a Caterpillar sempre apostou forte nestes produtos e a STET sempre obteve bons resultados neste segmento de mercado. Contudo, e como referi anteriormente, eram os grandes equipamentos que tinham mais visibilidade. Falamos de tempos em que a construção e as obras públicas estavam em alta e por esse motivo estes segmentos de mercado

I N T E R N AC I O N A L M ÁQ U I N A S

eram, na altura, os mais focados na nossa estratégia comercial. Os tempos mudaram e o nosso foco também. Sabemos que temos um bom produto e que temos margem para crescer apresentando soluções de produto e de pós venda que se coadunem com as expectativas do cliente, independentemente da sua área de trabalho.

Diga-nos como se processa a campanha de lançamento do “site” que consagra um crédito com 24 meses sem juros?

A campanha de 24 meses s/ juros que acompanha o lançamento do www.miniscat.pt só é possível pela estreita relação existente entre a Barloworld STET e a Caterpillar Financial. Acreditamos que se

trata de uma ótima oportunidade para aquisição destes produtos. O cliente só tem que contactar a Barloworld STET, através do formulário de contacto existente no próprio website, do contacto direto com o seu consultor comercial ou através da linha de Apoio a Clientes (800 206 707).

Como prevê o futuro do mercado das pequenas em Portugal, em termos de médio a longo prazo?

Gostaria de ter uma bola de cristal para conseguir prever isso. Quero acreditar, embora os números o possam contrariar, que irá crescer. Temos que acreditar e fazer parte da mudança positiva no nosso país. Este website é já uma prova disso. l P & C NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 7

P R O J E K TA

Na Projekta Angola 2013 em Luanda Mundimáquinas ganha prémio de melhor stand de máquinas “Acho que foi um prémio justo atribuído por um Júri justo” Afirmou-nos Acácio Matias, administrador da empresa

A

Projekta Angola, na Filda de Luanda, é sem qualquer dúvida dos mais importantes Eventos feriais que se realizam em Luanda, sempre aguardado com muita expectativa por expositores, visitantes e pelos profissionais do setor.

Este ano uma empresa luso-angolana teve presença de grande destaque…a Mundimáquinas, o que nos levou a uma conversa que se impunha com o seu homem forte, o seu administrador, Acácio Matias de seu nome.

Como foi a Feira em Luanda, Angola?

A edição deste ano da Projekta Angola surpreendeu-me agradavelmente pela positiva…com um crescimento grande e evidente, maior profissionalismo, melhor organização, stands melhor decorados e com grande impacto para os visitantes que apareceram em grande número e mostrando muito interesse profissional. Para nós, Mundimáquinas, a Feira correu de forma excelente e conquistámos mesmo o Prémio para o melhor stand de Máquinas de toda a Feira, o que é prestigiante e que julgo comprovar o reconhecimento do mercado angolano pelo trabalho que temos vindo a desenvolver. Acreditamos que o futuro pode vir a ser melhor.

O Mercado angolano está em alta ou estacionou no tempo?

Trata-se de um mercado de “picos”, picos altos e picos baixos, mas a verdade é que no dia a dia tudo aquilo funciona. O movimento de camiões é impressionante.

As vias rápidas são dos camionistas, tantos são e sempre tão apressados. A grande Luanda (com 5 a 7 milhões de habitantes) é uma cidade que não dorme, com um

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movimento desusado. Angola tem uma economia que mexe e cresce diariamente. As dificuladades são menores nos negócios de médio/longo prazo.

Qual a importância do Prémio para a sua empresa?

Julgo que a importância foi grande não só pela visibilidade que nos deu mas acima de tudo porque vai funcionar como um forte estímulo para a próxima edição, para que nos esmeremos na conceção de um stand ainda melhor organizado, mais funcional a permitir uma maior atenção dos visitantes. No próximo ano queremos mais e melhor. Este ano o prémio atribuído à Mundimáquinas – que é uma empresa angolana – foi particularmente merecido e deu-nos maior notoriedade no mercado de Angola. O prémio deixa em nós a certeza de que o investimento, o esforço feito e a aposta na ida à Projekta valeu a pena. Penso dever ainda destacar aqui o extraordinário trabalho de Manuel Cid, o responsável da Mundimáquinas em Angola e de toda a sua equipa, trabalho esse que terá sido fundamental para o sucesso alcançado.

Quais as próximas feiras?

A situação do mercado em Portugal não é muito convidativa a apostar em feiras e parece que se encontra estacionária, não se vislumbra uma retoma a médio prazo. Em Portugal acredito que a Munditubo estará na Tektónica 2014 na FIL/Parque das Nações em Lisboa, e que a Mundimáquinas estará na Feira de Benguela, em Benguela, e na Projekta Angola 2014 na capital Luanda. Aproveito esta oportunidade para publicamente reconhecer o trabalho do Grupo Arena e felicitar toda a sua equipa pela excelente organização da edição deste ano da Projekta Angola. l

S P R OF JEEI R KA TA

Na Feira de Frankfurt’2014

Light + Building mostra-nos a Tecnologia do futuro

D

e 30 de março a 4 de abril as tecnologias mais avançadas serão as estrelas da Light+Building 2014, certame que se realiza na Feira de Frankfurt, na Alemanha, e que os mercados aguardam com grande expectativa.

Os custos da energia continuam a subir. O mesmo se passa com o valor do petróleo, diesel e óleo para aquecimento. O abandono da energia nuclear na Alemanha e a promoção de fontes de energia renováveis conduziram a um aumento de preços desproporcional, em particular na eletricidade. Apesar das medidas políticas para manter os custos baixos, é difícil não cortar também nos custos através da redução do consumo de energia. Existe um grande potencial para cortar custos através do uso de sistemas de automação modernos, em particular nos edifícios.

Gestão inteligente de edifícios poupa energia A utilização de tecnologia inteligente em edifícios para controlar diversos sistemas de acordo com a altura do dia, pode conduzir a grandes poupanças de energia. Por exemplo, um regulador inteligente pode assegurar que um quarto apenas seja aquecido se este estiver efetivamente a ser utilizado e que as luzes se desliguem quando não está ninguém no espaço.

A tecnologia de informação é a base da gestão inteligente de edifícios. À semelhança da tecnologia de automação industrial, têm vindo a ser desenvolvidos diversos sistemas e padrões de comunicação para a automação de edifícios.

A gestão de edifícios só pode ser considerada como ‘Inteligente’ se todos os sistemas comunicarem entre si.

Para poupar energia, é essencial que, por exemplo, num grande edifício de escritórios, a iluminação e as persianas, bem como os sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado estejam interligados.

Assim, a iluminação pode ser controlada de acordo com a quantidade de luz natural e ligada através de sensores de movimento assim que alguém entra na sala. Uma ligação a um sistema de controlo de um toldo, que é orientado consoante o ângulo do sol, ajuda a evitar a radiação solar direta, permitindo, ao mesmo tempo, a entrada de uma quantidade razoável de luz natural. Se o controlo do toldo estiver ligado aos sistemas de aquecimento, iluminação e ar condicionado, pode aquecer as salas ou prevenir que

aqueçam demais, reduzindo a energia utilizada pelo ar condicionado.

Os consumidores de eletricidade como as bombas de aquecimento ou estações de carregamento para carros elétricos podem ser ligados ou desligados para assegurar que a energia apenas seja utilizada quando é menos cara. Ainda há muito trabalho para ser feito no que toca à comunicação entre redes inteligentes e edifícios inteligentes. No entanto, podem ser encontradas ideias e soluções para esta questão na Light+Building, a Feira internacional de arquitetura e tecnologia, em Frankfurt de 30 de março a 4 de abril de 2014.

Gestão inteligente para o lar Devido aos desenvolvimentos nas áreas de tecnologia de informação, os sistemas de gestão inteligente de edifícios estão agora disponíveis a preços mais acessíveis. Em muitos casos, um investimento em tecnologia moderna de gestão inteligente de edifícios pode compensar num curto espaço de tempo. Para além do potencial para poupar energia, o grande fator responsável pela opção da domótica é que esta tecnologia oferece também um grande conforto ao utilizador.

Uma das mais recentes tendências é o uso de smartphones e tablets como unidades de controlo para os sistemas de automação, que podem ser utilizados como controlo remoto para ligar o aquecimento a partir do exterior da casa para assegurar que os quartos estejam aquecidos quando se chega a casa. l

Ficha A Light+Building é representada em Portugal pela representante oficial da Feira de Frankfurt no nosso País: A Kamotta - Representações Lda. Campo Pequeno, 2 - 6 D 1000-078 Lisboa tel: 21 7939140 fax: 21 7939144 info@portugal.messefrankfurt.com

P & C NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 9

ELECTRICIDADE

Consumo energético na Europa O Europeu médio vive numa casa construída em 1973, em média há 40 anos. O mercado europeu da renovação está avaliado em 2013 em 320 milhares de euros, com sólidas perspetivas de crescimento nos próximos anos.

E

m 2020, mais de 80% do parque francês da habitação terá sido construído no século XX. O seu consumo médio em m2 será 5 vezes mais elevado do que as habitações construídas hoje em dia.

Atualmente a construção absorve 43% da energia consumida em França.

Face ao exposto, igualmente partilhado pelos outros países europeus, uma diretiva europeia, publicada em novembro de 2012, pede a cada país que renove anualmente 3% do seu parque público.

Em França, a conferência ambiental de novembro de 2012 redinamizou o Plano de Construção Sustentável com uma direção clara e ambiciosa, fazendo da renovação energética das habitações e dos locais de atividade uma das orientações estratégicas do quinquénio.

Objetivo: um milhão de fogos, novos e renovados, sóbrios em energia e emissões de gazes com efeito de estufa.

Como atingir os seus objetivos? Foi tomada uma medida: A aplicação da RT 2012, a redinamização do plano de construção sustentável (ex-Grenelle) incitando 10 NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 P & C

os trabalhos de renovação e oferecendo perspetivas da generalização da construção com energia positiva em 2020.

A Regulamentação Térmica 2012 é aplicada em todas as novas construções desde o 1º de janeiro de 2013 e visa à banalização dos edifícios de baixo consumo (BBC) cujo consumo não exceda 50kWhep/ m2.ano.

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO Daqui até 2050, a idade média da população mundial poderá passar de 26 anos em 2008 para os 50, a proporção de indivíduos de mais de 60 anos ou mais será de 10 a 38 %. Em França, em 2050, um habitante em cada três terá 60 ou mais anos, contra um em cada cinco em 2005.

A França procura antecipar as necessidades do amanhã na construção.

A CIDADE DO FUTURO Daqui até 2050, a população do globo atingirá os 9 milhares de pessoas. 75% de entre nós habitaremos em meios urbanos.

ELECTRICIDADE A cidade e o habitat de amanhã estão por isso em constante mutação a fim de conseguir responder às evoluções futuras.

As metrópoles europeias são uma boa representação. Tomemos como exemplo Londres e Paris.

Londres Desde 2001 que mais de uma centena de projetos de torres foram propostos a Londres. No contexto do desenvolvimento sustentável e da globalização, elas oferecem uma solução privilegiada para a densificação urbana e também marcadores paisagísticos para os atores que as instrumentalizam.

Torres de mais de 100m construídas em Londres entre 1960 e 2010 (e projeção): 18 Em paralelo, o acento tónico é posto no desenvolvimento de quarteirões inteiros que até ao momento estavam abandonados. É o caso de Stratford, que acolheu os JO 2012. Mas qual o seu futuro? O debate mantém-se aberto sobre os benefícios, para a cidade organizadora, de uma olimpíada: em 1992, os jogos repuseram Barcelona no mapa da Europa; para Atenas, o balanço é bastante mais negro e inúmeras infraestruturas realizadas para 2004 são “devastações desportivas”. Como será para Londres? Esta escolha já permitiu a construção de um novo Stratford, território minado por dificuldades socioeconómicas mas que dispõem de uma grande acessibilidade e consequentes reservas prediais.

Resta saber se os londrinos que gozaram dos jogos durante as provas, também o farão depois.

Será organizada no nosso prestigiado palco de conferências uma mesa redonda « Arquitetura & Cidades » para debater o assunto. Outras conferências animadas por arquitetos de renome internacional também irão intervir ao longo da semana a fim de apresentarem os seus projetos.

Paris A cidade de Paris tem também uma resposta face à densificação das nossas cidades e a uma população que não para de crescer. Nasceu assim, o projeto «Grand Paris».

O Grand Paris é um projeto urbano, social e económico. Concretamente, a ideia repousa na renovação e no desenvolvimento de uma rede de transportes públicos de passageiros para a região da Ilha de França. O futuro metro automático Grand Paris Express em 2030, são 200 km e 72 novas estações.

Sobre este traçado de transporte, vão poder imergir verdadeiros projetos urbanos, novos quarteirões que acolhem múltiplas funcionalidades, habitações e atividade económica, polos universitários e equipamentos culturais particularmente à volta desses locais estratégicos e estruturantes que são as estações. Trata-se de fazer emergir polos de atividades e de imaginar um equilíbrio do território da Ilha de França em favor dos quarteirões isolados. l

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CO N C R E TA

A Concreta viveu a sua edição 26

Mesmo em crise setor esteve em foco na Exponor De dois em dois anos a Exponor, em Leça da Palmeira, assume-se como um grande palco dos grandes negócios da construção com a realização da Concreta que este ano viveu a sua vigésima sexta edição e se desenvolveu em três vertentes fundamentais: a internacionalização, o I&D e Inovação e a Regeneração Urbana e Sustentabilidade.

N

o que à Internacionalização diz respeito, o certame criou, pela primeira vez, o “Portugal Meeting Point”, uma zona com várias atividades e valências que funciona como um “showroom” de grandes dimensões.

Esta edição da Concreta, que contou com cerca de 150 expositores, apostou ainda fortemente na Inovação e I&D, fomentando no seu recinto a ligação entre os empresários e as universidades para estimular o conhecimento e a adoção de técnicas e procedimentos inovadores.

Paralelamente o certame do norte de Portugal acolheu ainda dois seminários internacionais do ISCE-International Steel Construction Exhibition e uma outra feira cuja realização foi da responsabilidade da Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista.

Reabilitação associada à questão da regeneração urbana No Guia distribuído na Concreta, o Portal da Construção Sustentável cita as estatísticas da Eroconstruct segundo as quais o investimento médio na reabilitação, na União Europeia, se cifra nos 33 por cento do total do setor da construção, o que representa um valor superior ao efetuado na construção de novas habitações, que se situa em 26 por cento.

Associada à questão da regeneração urbana está a preocupação com o desempenho energético dos edifícios que, em Portugal, está regulado desde 1 de janeiro de 2009.

12 NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 P & C

De facto, não apenas na fase de utilização do edifício, mas considerando também a fase de obra, o setor da construção tem grandes responsabilidades no que respeita ao impacto ambiental negativo que lhe está adjacente.

De entre os vários impactos, salientam-se a produção de resíduos, o consumo de energia, emissões de CO2 e consumo de recursos naturais.

“Este impacto está sobretudo associado à construção nova, e resulta de consumo de enormes quantidades de materiais, de matéria-prima e de energia” segundo explica a arquiteta Aline Guerreiro Delgado, dinamizadora do Portal da Construção Sustentável.

Representando a utilização dos edifícios, atualmente, 40 por cento do consumo de energia na União Europeia, com tendência para aumentar pelo facto do setor se encontrar em expansão, torna-se imperativo criar condições para que os edifícios, principalmente os existentes, passem a ser mais eficientes no âmbito do estabelecido no protocolo de Quioto.

Um certame que foi um pouco o espelho da crise A Concreta, em termos de feira propriamente dita, foi um reflexo dos maus ventos que sopram por todo o setor da construção.

Stands houve extremamente felizes que deram vida aos dois pavilhões ocupados por centena e meia de expositores.

Aqui e ali sentia-se por vezes o “cheirinho” e a “dinâmica” da Concreta de outros tempos, quando o

CO N C R E TA recinto da Exponor era a capital nacional do setor da construção. É realmente triste ver ao que chegou este setor e quão inglórios podem ter sido os esforços desenvolvidos na comercialização da Feira, esforços que sabemos foram verdadeiramente gigantescos.

A resposta do setor não foi a desejada…mas a Exponor mostrou que não está parada, que não desistiu e que daqui a dois anos pensa ocupar mais um ou dois pavilhões…

A Concreta 2013 terminou… Venha a Concreta 2015!!! l

“Patologias e respetivas soluções técnicas para estruturas em contacto com águas residuais” A QI-Technologie apresentou na Concreta 2013, a convite do Eng.º Matos e Silva, as suas tecnologias de tratamento de estruturas especiais em contacto com águas residuais e potáveis.

O tratamento de estruturas em contacto com águas residuais é uma das áreas de atividade da QI-Technologie, sendo desenvolvida em parceria com a Multinacional Alemã Hermes Technologie que apresenta uma larga experiência, de mais de 25 anos nesta área.

Além do desenvolvimento tecnológico dos produtos de reparação e proteção de estruturas a QI-Technologie desenvolve, ainda, equipamentos únicos para as diversas aplicações: desde projeção de argamassas em 360⁰ em condutas horizontais e verticais a sistemas de injeção e estanquidade em condutas sujeitas a altas pressões. Além da comercialização e desenvolvimento destes sistemas, a QI-Technologie atua também na área da consultoria técnica disponibilizando técnicos e realizando todo o tipo de ensaios.

A preocupação relativamente à proteção das estruturas em contacto com águas residuais ou potáveis advém da necessidade de proteger a própria estrutura, garantindo a sua durabilidade e, também, da importância da garantia da qualidade das águas, impedindo a sua contaminação e minimizando perdas, assegurando a estanquidade da estrutura.

A preocupação quanto ao desenvolvimento dos sistemas com bases minerais surge da necessidade de assegurar as resistências químicas e as baixas porosidades dos produtos, sendo que o facto de todos terem uma porosidade inferior a 12 % permite que, ao longo da sua vida, se obtenha um efeito de cristalização que reduz a porosidade no revestimento. As bases minerais garantem, ainda, compatibilidades impossíveis de alcançar com outros sistemas como os sintéticos de base epóxi, poliuretano, poliéster etc. Acresce ainda a vantagem de este tipo de sistemas (com bases minerais) resistirem a PHs de 14 até 0 (H2S), permitindo a difusão do vapor de água.

A nossa atividade tem como núcleo principal o saneamento básico e industrial incluindo o tratamento de água potável.

A QI-Technologie consegue, ainda, desenvolver sistemas resistentes a óleos, hidro-carbonetos e gorduras.

No âmbito da CONCRETA 2013 o Eng.º José Matos e Silva organizou uma palestra intitulada “CYPEBIM - O conceito BIM no projeto de edifícios”, para a qual convidou a empresa que é a representante, em Portugal, do “software” Cype, a firma TOP INFORMÁTICA. Foi oradora a Eng.ª Paula Assis, diretora técnica desta empresa.

O conceito BIM é um Modelo de Informação da Construção que contém toda a informação gerada durante o ciclo de vida de um edifício, conforme se explicita no diagrama seguinte: O “software” CYPE gera informação relativa às várias etapas do ciclo de vida de um edifício, gera o modelo BIM para o projeto de estruturas, através do módulo CYPECAD, bem como para cada uma das restantes especialidades (térmica, acústica, incêndios, abastecimento de águas, drenagem de águas residuais e pluviais, climatização, gás, eletricidade e ITED), através do CYPECAD MEP. O CYPECAD MEP gera ainda o modelo BIM global de todas as especialidades, no seu conjunto.

Os modelos descritos são designados por modelos CYPEBIM. Estes são capazes de comunicar com qualquer outro modelo BIM através de comunicação estabelecida por IFC. Os modelos CYPEBIM são avançados pois, para além da geometria 3D, contêm características físicas, económicas, construtivas e de sustentabilidade.

O modelo CYPEBIM, tem a capacidade de procurar, no modelo BIM central, informação de importância relevante para cada uma das especialidades, efetuar o dimensionamento ou verificações de acordo com as normas e legislação selecionadas para cada especialidade, e devolver ao modelo BIM central a informação gerada.

A utilização do modelo BIM, acontece cada vez mais em todo o mundo, quer por exigências dos donos de obra, porque necessitam de as gerir durante todo o seu ciclo de vida, quer por empresas coordenadoras, ou construtoras, ou ainda por obrigatoriedade legislativa do próprio país.

O modelo BIM central funciona como um repositório de toda a informação gerada, podendo ser mais ou menos evoluído.

Nos sistemas menos evoluídos este repositório pode ser gerido por uma aplicação de gestão de documentação, por um simples software com tecnologia BIM, com capacidade para incorporar as características referidas: físicas, económicas, construtivas, de sustentabilidade e geometria 3D, ou por um conjunto de aplicações capazes de disponibilizar, incorporar e manter a informação de uma obra.

Apesar de não haver em Portugal, por enquanto, qualquer exigência de âmbito legislativo, é possível em qualquer obra, independentemente da dimensão, criar o seu modelo BIM útil aos vários intervenientes, desde o dono de obra, os projetistas, construtores, utilizadores e equipas de manutenção e conservação.

Este conceito inovador facilita a comunicação entre os vários intervenientes no projeto e construção de uma obra, diminui de forma extraordinária os erros do projeto e consequentemente o custo final da obra.

O “software” CYPE é, portanto, uma das ferramentas de vanguarda na aplicação do conceito BIM. No final da sessão, que contou com cerca de uma centena de participantes, houve um animado debate, moderado pelo Eng.º Matos e Silva. Este referiu a necessidade dos utilizadores não perderem o seu espírito crítico em relação a qualquer tipo de “software”, de modo a despistarem erros grosseiros que podem vir a afetar os resultados obtidos. Explicitou a sua experiência de mais de quarenta anos no domínio da informática dado que, no início da sua carreira profissional, elaborou diversos programas de cálculo automático, nomeadamente nos domínios das diretrizes de estradas e da verificação da estabilidade de taludes. Enfatizou, também, a necessidade dos projetos pluridisciplinares serem devidamente coordenados, de modo a evitarem-se reclamações de erros e omissões de projeto por parte dos empreiteiros e a reduzir a conflitualidade em obra.

P & C NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 13

E N T R E V I S TA

SMOPYC 2014 Para José António Vicente, diretor da Feira de Zaragoza “O SMOPYC 2014 terá uma grande repercussão internacional e será o evento do ano”

O

Salão Internacional de Maquinaria de Obras Públicas, Construção e Minería, SMOPYC, certame de referência do setor, celebrará a sua 16ª edição de 1 al 5 de abril de 2014 na Feira de Zaragoza. Para nos identificarmos com a situação geral do setor e com as expectativas para esta nova edição da SMOPYC, conversámos com José Antonio Vicente, Diretor da Feira de Zaragoza, uma das vozes mais autorizadas, tanto no panorama ferial geral, uma vez que também é presidente da Associação de Feiras Españolas (AFE), como no setor da maquinaria de obra pública, pela sua ligação de muitos anos a este setor.

A seis meses da realização da SMOPYC 2014 e vendo a evolução do setor nos últimos meses, acredita que esta edição será superior à anterior?

Creio que temos que ser otimistas, mas também realistas e pró-ativos. É frequente ouvir-se falar de recuperação económica mas o setor da construção não tem as mesmas perspetivas. De facto as últimas previsões da Euroconstruct para a construção em Espanha não apontam para movimentos até 2015

14 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013 P & C

mas também é certo que até lá as quedas irão progressivamente perdendo dígitos e dramatismo, ainda que se encontrem contudo no negativo.

Em todos estes anos de crise muitas empresas conseguiram reposicionar-se, redimensionar-se e partir para o exterior do país.

A SMOPYC é uma ferramenta de marketing de primeira ordem e um dos principais apoios para os seus objetivos comerciais. Agora mais do que nunca as empresas necessitam da atividade ferial e das vantagens da mesma. Por isso se na edição anterior em 2011, em plena crise, o certame teve 1.235 expositores e recebeu 89 mil visitantes, nesta edição de 2014 esperamos muito sinceramente superar esses números.

Em seu entender o mercado da venda de máquinas já bateu no fundo?

Alguns experts afirmam que o setor já bateu realmente no fundo e que o mercado de venda de maquinaria não pode cair muito mais pelo que em finais de 2013 se poderá começar já a vislumbrar uma mudança de tendência. Outra opinião alargada é que esta crise poderá servir como impulso e reforço

E N T R E V I S TA da produtividade com uma maior especialização da maquinaria em busca de menores consumos.

Em qualquer destes cenários possíveis, o SMOPYC continuará a acompanhar os profissionais na sua travessia rumo à recuperação e exercendo a sua capacidade de serví-lo às empresas e ao setor da maquinaria de obras públicas.

Quais os pontos fortes do SMOPYC que possa motivar as empresas a estarem presentes nesta nova edição do certame?

Trata-se de um certame prestes a cumprir os 40 anos de vida, que acumula um “know-how” de inestimável valor para expositores e visitantes e tem um prestígio internacional indiscutível. A experiência e os resultados de todos estes anos são a melhor prova de que conta com a confiança dos profissionais e com o apoio incondicional do setor. Um Comité Organizador constituído por 22 empresas, 19 organismos e associações tanto nacionais como internacionais, são outra das mais valias que oferecemos.

Se a isso unirmos as condições do recinto, com uma grande superficie de exposição e grandes áreas exteriores para demonstracões, os preços ajustados ao mínimo possível, que permitem uma maior rentabilidade, e o apoio em promoção e comunicação, a conclusão a tirar é que o SMOPYC’2014 devería ser de participação obrigatória.

Que papel desempenham os equipamentos espanhóis no panorama internacional?

A industria da maquinaria de construção espanhola tem grande reputação nos mais diversos mercados internacionais e é muito apreciada pelos seus utilizadores.

Tradicionalmente e dependendo do subsetor, é usual encontrar fabricantes espanhóis com quotas importantes de mercado. Como é lógico, as exportações ressentiram-se com esta crise, mas ainda assim há maquinaria espanhola presente em mercados como o Médio Oriente, os Estados Unidos e a Asia.

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As nossas máquinas oferecem prestações muito elevadas tanto em termos de segurança laboral como no que se refere ao respeito pelo meio-ambiente.

Como se materializa a vocação internacional do SMOPYC e como apoia as empresas nas suas próprias estratégias de internacionalização?

A internacionalização é uma constante no SMOPYC e faz mesmo parte da sua essência. No desafio da internacionalização e abertura de novos mercados o SMOPYC pode ser de grande ajuda para as empresas, estabelecendo sinergias, facilitando contactos e melhorando serviços de forma a atrair visitantes internacionais.

O SMOPYC 2014 começou o seu trabalho de promoção internacional no próprio dia em que terminou a edição de 2011. Para isso estivemos presentes em todos os grandes fóruns mundiais de construção como a Intermat e a Bauma, por exemplo. A nossa participação nestes eventos permitiu-nos contactar com potenciais clientes e estimular a atividade exportadora das nossas empresas.

Que mensagem enviaría aos potenciais participantes do próximo SMOPYC 2014?

Muito simplesmente esta mensagem: o SMOPYC 2014 terá uma grande repercussão internacional e será o evento do ano, uma ocasião única para encontrar concentrada toda a oferta e a procura do setor e seguramente a melhor plataforma de negócios. Serão cinco días cheios de oportunidades: o expositor encontrará novas oportunidades de negócio e contactos comerciais e o visitante terá acesso privilegiado à informação de tudo o que sucede no setor: novos produtos, técnicas, equipamentos, ofertas… O meu conselho é que aproveitem a ocasião, que procurem tirar o máximo partido do seu investimento, que participem com todas as suas armas, que compitam e estejam prontos a fazer negócios e novos e bons contactos. l

P R O D U TO S

Betafence garante a segurança do Parque Eólico de Cinfães

A

Betafence, hoje em dia considerada a número um em soluções de segurança de perímetros e sistemas de controlo de acesso e deteção, diversifica a sua área de atuação no mercado e realiza a delimitação do acesso ao parque eólico de Casais, no concelho de Cinfães.

Com a assinatura da Enerbigorne – a empresa de Projetos de Energia e Eólica de Tendais – o projeto insere-se no movimento atual de exploração de energias renováveis.

Com benefícios diretos ao nível da diminuição do impacto ambiental, o parque Eólico de Cinfães incorpora em si um conjunto de vantagens que se traduzem numa política de sustentabilidade otimizada, ao nível de todo o concelho, apresentando assim a possibilidade real de uma diminuição de custos ao nível dos consumos energéticos.

Depois de analisadas as características do projeto, foi implementada uma linha de soluções de segurança com um elevado grau de durabilidade, tal como as condições geotécnicas o exigiram.

Com uma instalação da responsabilidade do parceiro Vedarame LDA, a Betafence optou pelo sistema de painéis Nylofor 2D Super quinados com postes quadrados Nylofor com braço, numa extensão de, aproximadamente, 150 metros.

A tecnologia de revestimento dos produtos Betafence bem como a garantia de qualidade e durabilidade oferecida ao mercado possibilita à

No Parque Eólico de Cinfães a Betafence optou pelo sistema de painéis Nylofor 2D Super quinados com postes quadrados Nylofor com braço

16 NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 P & C

empresa a participação em projetos de natureza distinta, garantindo assim a eficácia pretendida em qualquer setor.

Betafence reforça posição em Portugal A Betafence é uma multinacional de origem belga dedicada à segurança de perímetros e sistemas de controlo de acessos, que resultou de um leverage buy out sobre a divisão Fencing da Bekaert NV, líder mundial na fabricação de arames e derivados.

Com um dos maiores portfólios de produtos da indústria de vedações e de controlo de acesso, a Betafence assume-se como líder mundial do mercado, segundo os seus responsáveis.

Com 125 anos da mais alta qualidade em vedações, a Betafence atingiu em 2007 um volume de vendas na ordem dos 490 milhões de euros, que colocam a empresa no topo do mercado europeu das vedações.

Em Portugal desde 1991, atualmente a multinacional de origem belga emprega 2.130 pessoas, sendo constituída por 13 fábricas (Bélgica, França, Reino Unido, Estados Unidos da América, Alemanha, Itália, Espanha, Polónia, África do Sul, China e Turquia) e 25 escritórios em toda a Europa e no mercado internacional.

Clientes de mais de 100 países podem contar hoje em dia com suporte e serviço de vendas.

M ÁQ U I N A S & E Q U I PA M E N TO S

Bell

Dúmpers de grande fiabilidade para o setor

A

série D de dúmpers articulados fabricados pela Bell Equipment conta com oito modelos na sua gama, depois do lançamento dos modelos B18D e B20D e posteriormente do modelo B50D de 50 toneladas, o maior e mais potente da gama.

O B50D da Bell está equipado com um motor V8 Mercedes Benz OM502LA de 16 litros, com turbo-alimentado e intercooler.

B 30 D da Bell foi premiado Também na gama média a Bell tem um produto de topo: o dúmper articulado B30D, uma máquina que conquistou o Prémio de Projetos e Sistemas do Instituto Sul-Africano de Engenharia Mecânica, pelo seu “design impecável”.

Este modelo, para além do referido prémio, conquistou também uma posição de liderança em vários mercados europeus, tendo nos últimos meses conquistado, por fim, o mercado sul-africano onde se tem vindo a implantar aos poucos.

O diretor de marketing da Bell Equipment Group, John du Toit afirma mesmo: “À escala mundial o nosso dúmper articulado B30D conquistou nos três últimos anos um aumento de vendas da ordem dos 250 por cento, o que nós atribuímos ao extraordinário rendimento da máquina, aos nossos preços muito competitivos e ao reconhecimento, por parte dos mais variados mercados, das vantagens de se escolher uma máquina com este porte”.

Menor pressão sobre o solo Uma das vantagens do Bell B30D é que exerce menor pressão sobre o solo, o que lhe permite operar A Bell conta já com oito modelos na sua gama, depois do lançamento dos modelos B18D e B20D e do B50D de 50 toneladas

18 NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 P & C

com a mesma fiabilidade mesmo em terrenos com condições precárias onde anteriormente nenhuma máquina deste porte conseguiria operar.

Outras vantagens são, por exemplo, uma eficiente suspensão que permite que todas as rodas se mantenham sempre em contacto com o solo, a todo o momento, reduzindo significativamente a perda de aderência.

Da gama standard, os modelos B20D, B25D, B35D e B40D têm recebido importantes melhoramentos de forma a melhor responderem às necessidades específicas de cada cliente.

Sistema de gestão de frota Mas a Bell tem acompanhado a par e passo as mais recentes inovações tecnológicas do setor e acaba de desenvolver a sua própria ferramenta de gestão de frotas por satélite – Fleetm@tic – que pode ser instalada como extra opcional em todos os modelos da marca.

A partir de agora é possível um controlo mais eficaz de cada máquina, sabendo-se sempre onde ela se encontra, em que estado está a operar e o que há em termos de avarias e de produção.

Os proprietários de dúmpers Bell podem agora receber, diária, semanal ou mensalmente as informações de toda a frota ou de cada uma das máquinas que tem ao seu serviço.

Segundo Ian Marshall – responsável de marketing do fabricante sul-africano – o “atrativo deste sistema reside no facto de poder ser gerido e controlado a partir de uma pequena central. O valor de revenda da máquina também aumentará, havendo disponível todo este historial devidamente documentado”.

Esta máquina é agora a grande referência da Bell, pois é o único dúmper articulado 6x6 de 50 toneladas fabricado em todo o mundo

M ÁQ U I N A S & E Q U I PA M E N TO S

Manitou

E-Reco: novo sistema de reconhecimento de acessórios

I

novação tecnológica tem sido desde sempre palavra de ordem para os responsáveis da Manitou, marca líder mundial de máquinas de elevação como empilhadores telescópicos.

Assim continua a ser como ficou comprovado com a sua presença de grande relevo na edição deste ano da Bauma, na Feira de Munique, como é o exemplo que se segue.

A Manitou oferece de série o sistema de reconhecimento de acessórios (E-Reco) nas suas gamas de empilhadores telescópicos rotativos de nova geração, MRT EASY e MRT PRIVILEGE +, apresentados na BAUMA 2013 no passado mês de abril.

O sistema utiliza a tecnologia de identificação por radiofrequência RFID, largamente utilizada nos setores industriais e de grande consumo.

Esta tecnologia autónoma permite a recuperação e a memorização de dados à distância. A máquina deteta o acessório na parte superior da lança, analisa os seus dados e propõe diretamente a configuração de trabalho correspondente, fornecendo em tempo

real o cálculo da posição da carga, tendo em conta o ângulo de rotação da torreta bem como a posição dos estabilizadores da máquina, em conformidade com as normas referentes às gruas móveis.

«Simples e intuitiva, permite que todos os utilizadores da MRT trabalhem com toda a simplicidade, utilizando simultaneamente o máximo potencial da máquina. O cálculo automático da posição da carga adaptado ao acessório existente otimiza a utilização em segurança do empilhador telescópico rotativo», assegura Olivier Vasseur, Product Line Manager Attachment.

As gamas de acessórios não equipados com este sistema de reconhecimento podem contudo beneficiar desta tecnologia, adaptando simplesmente kits RFID. É de referir que todos os acessórios Manitou seguem um processo de validação completo (cálculo da estrutura, avaliação térmica e hidráulica, análise de riscos e posição da carga) para garantir um nível de segurança máxima para o utilizador, bem como uma otimização do binómio máquina/acessório. l

O cálculo automático da posição da carga adaptado ao acessório existente otimiza a utilização em segurança do empilhador telescópico rotativo

O sistema utiliza a tecnologia de identificação por radiofrequência RFID, largamente utilizada nos setores industriais e de grande consumo

Os empilhadores telescópicos rotativos MRT EASY e MRT PRIVILEGE + da Manitou surgem já equipados com esta tecnologia

P & C NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 19

ENGENHARIA

DIMENSIONAMENTO DE PAREDES MOLDADAS ANCORADAS PELOS CRITÉRIOS DE CÁLCULO TRADICIONAIS E PELOS DO EC7 NO QUE SE REFERE AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS 1 - INTRODUÇÃO Nos adiante designados por “critérios tradicionais” os parâmetros geomecânicos do solo (peso volúmico, ângulo de atrito interno e coesão) têm os valores obtidos através de ensaios ou empiricamente. É de referir que os valores característicos dos parâmetros geomecânicos adotados no Eurocódigo 7 são os mesmos valores desses parâmetros que se adotam no cálculo segundo os “critérios tradicionais”.

O cálculo segundo o Eurocódigo 7 (EC7) e a correspondente Norma Portuguesa NP EN 1997-1 2010, foi efetuado considerando apenas os estados limites últimos e os respetivos Casos A1 e A2. No presente estudo utilizaram-se os seguintes coeficientes parciais de majoração das ações (γG e γQ) e de minoração dos parâmetros geomecânicos (γm) (Ver Quadro I)

Quadro I Propriedades do Terreno (γm)

Ações Permanentes (γG)

Variáveis (γQ)

Desfavoráveis Favoráveis Desfavoráveis

Critérios

tgφ’ cu

Pressão Passiva na base das cortinas (γm)

1,00

1,00

1,00

1,00 1,00

1,00

1,35

1,00

1,50

1,00 1,00

1,00

1,00

1,00

1,30

1,25 1,25

1,00

Tradicionais EC7

Figura 1

Caso A1

EC7

sofisticados como o dos elementos finitos ou o elásto-plástico.

Os resultados obtidos pelos critérios tradicionais e pelos Casos A1 e A2 do EC7, que representam já os valores de cálculo dos esforços estruturais, além de terem sido comparados entre si foram ainda confrontados com os valores adotados em obra, designados por “opções de obra”.

Para o dimensionamento da ficha mínima consideraram-se duas situações possíveis: − o comprimento para o qual se verifica a condição de apoio simples, isto é ΣH = 0 e ΣM = 0; − ou, quando existe nível freático, o comprimento para que se obtem um coeficiente de segurança de 1,5 para satisfazer a condição de “Renard”, se este comprimento for superior ao correspondente à condição de apoio simples.

Os cinco exemplos correspondem às situações das Fig. 1 a 5 e os resultados respetivos estão resumidos no Quadro II onde se apresentam, para além da ficha mínima, as reações horizontais nas ancoragens (Rsd, expresso em kN/m) e o momento fletor máximo na cortina (Msd, expresso em kN.m/m).

(Ver Figura 1, 2, 3, 4 e 5) (Ver quadro II)

Figura 2

Caso A2 em que: φ’ - Ângulo de atrito interno efetivo cu - Coesão efetiva Para os esforços foi considerado um coeficiente de majoração de 1,5 para os critérios tradicionais e de 1,0 para os Casos A1 e A2 do EC7.

2 - CORTINAS DE PAREDES MOLDADAS ANCORADAS Apresentam-se, seguidamente, cinco exemplos de casos de obra com cortinas executadas pela tecnologia das paredes moldadas no solo, dotadas de um, dois, três, quatro e cinco níveis de ancoragem, aos quais se aplicaram os critérios de cálculo tradicionais e os do Eurocódigo 7, comparando-se os respetivos resultados.

Para todos os exemplos apresentados foi utilizado o método simplificado de dimensionamento por nós desenvolvido. Esse método conduz a boas aproximações quando comparado com outros mais 20 NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 P & C

ENGENHARIA Figura 3

Quadro II

Figura 4

Critérios Caso A1 Tradic.

do EC7

Caso A1

Caso A2

Caso A2

do EC7

do EC7

do EC7

Critérios Critérios Tradic. Tradic.

RSd 285,0 300,0 1,05 273,3 0,95

Exemplo 1

MSd 562,0 660,0 1,17 620,0 1,10 ∑H=0 ∑M=0

Condição

de

1,0 1,0 1,00 2,0 2,00

3,0

3,0

1,00

4,5

1,50

Renard” RSd1 308,0 291,7 0,95 266,7 0,86

Exemplo 2

RSd2 666,0 533,3 0,86 533,3 0,80 MSd 375,0 350,0 0,94 350,0 0,94 ∑H=0 ∑M=0

Figura 5

2,0

2,5

1,25

4,0

2,00

3,0

3,0

1,00

6,0

2,00

Condição de

“Renard”

3 - CONCLUSÕES

RSd1 212,4 219,3 1,05 252,4 1,19

Exemplo 3

RSd3 459,4 537,5 1,17 525,0 1,14 MSd 248,6 300,0 1,21 400,0 1,60 ∑H=0 ∑M=0

2,0

2,7

1,35

3,0

1,50

1,7

1,7

1,00

3,0

1,76

Condição

de

Renard” RSd1 181,5 212,0 1,16 154,5 0,85 RSd2 272,9 290,7 1,06 306,6 0,81

Exemplo 4

RSd3 377,8 395,4 1,04 363,4 0,96 RSd4 524,5 544,7 1,03 450,0 0,85 MSd 187,4 329,6 1,76 253,0 1,35 ∑H=0

∑M=0 2,0 2,0 1,0 2,0 1,0 Condição

de

2,0

2,0

1,0

3,5

1,75

“Renard” RSd1 18,0 47,46 2,63 57,94 3,22 RSd2 82,4 121,91 1,48 114,21 1,39 Exemplo 5

De acordo com os exemplos de aplicação atrás apresentados, com cortinas ancoradas inseridas em solos coerentes, os critérios tradicionais conduzem, genericamente, a resultados inferiores aos do EC7 (Caso A1 e Caso A2).

Dum modo geral o Caso A1 apresentou-se como o mais desfavorável no que se refere às reações nos níveis de ancoragem.

No que diz respeito ao Caso A2 ele foi normalmente condicionante no que se refere à ficha mínima.

Comparando com as “opções de obra” verifica-se que, dum modo geral, o Caso A1 se revelou adequado no que se refere às reações nos níveis de ancoragem mas é pouco conservador nos valores de momento fletor máximo e de ficha mínima. O Caso A2, por seu lado, revelou-se adequado em termos de valores de momento fletor máximo mas demasiado conservador no referente à ficha mínima, muito em particular quando existe nível freático no tardoz das cortinas e a condição de “Renard” é condicionante. l

RSd2 256,8 257,0 1,00 257,0 1,00

RSd3 119,9 167,78 1,40 155,20 1,30 RSd4 164,8 218,08 1,32 1999,90 1,22 RSd5 104,9 185,00 1,76 150,00 1,43 MSd 104,9 130,00 1,23 100,0 0,95 ∑H=0 ∑M=0

0,2

0,5

2,50

1,00

5,00

Engº José Matos e Silva Especialista em Geotecnia, Estruturas e Direção e Gestão da Construção, pela O.E.

P & C NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 21

O P I N I ÃO

Pobre povo que tais governantes tem Portugal é um País maravilhoso, secular, com uma história ímpar repleta de feitos, conquistas, descobertas, e o seu povo um povo incomparável, dedicado, trabalhador, sacrificado, colaborante, acolhedor e hospitaleiro, a merecer tudo de bom…

U

m velho ditado popular diz que “cada país tem o povo que merece e cada povo tem o governo que merece”…o que não é propriamente o que acontece com Portugal e com os portugueses.

Portugal é um País maravilhoso, secular, com uma história ímpar repleta de feitos, conquistas, descobertas, e o seu povo um povo incomparável, dedicado, trabalhador, sacrificado, colaborante, acolhedor e hospitaleiro, a merecer tudo de bom…

Ante esta realidade, Portugal e o povo português não mereciam de modo nenhum este governo de garotos irresponsáveis cujo principal objetivo não é fazer crescer o País mas sim empobrecê-lo, não é proporcionar uma vida digna ao povo mas sim torná-lo cada vez mais pobre, empurrá-lo para a indigência, ao contrário do que sucede aos garotos que “brincam aos governos” que vêm as suas contas bancárias engordar, não necessitam de emigrar para conseguir viver, e se promovem uns aos outros irrevogavelmente.

O líder desse governo então parece um menino que não se entende com o brinquedo que lhe deram e por mais voltas que lhe dê não consegue acertar…de antologia a sua mensagem de natal aos portugueses… ter-se-à enganado e falou de outro país que não Portugal…seguramente.

Para já é o recordista de remodelações governamentais neste Portugal…em dois

22 NOV/DEZ 2013 - JANEIRO 2014 P & C

anos de governo (ou desgoverno) as remodelações sucedem-se mas nunca assumidas como remodelações…as mais recentes vieram agora com o chumbo dos cortes de 10% das pensões dos pensionistas da Caixa Geral de Aposentações.

Mas as qualidades deste líder não se ficam por aqui…é também especialista em nomear para o governo verdadeiras negações como, por exemplo, o famigerado Relvas – um caso notável de vocação comunicacional – o brilhante Vitor Gaspar – um notável especialista em erros de cálculo, que nunca acertou qualquer previsão – o ultrapassado Rui Machete – um especialista em relações com Àfrica, especialmente com Angola – o irrevogável Paulo Portas – que soube auto promover-se de Ministro da Defesa a Vice-Primeiro Ministro de forma irrevogável – e agora um novo secretário de estado especialista em condução de automóveis com excesso de álcool no sangue, que vai ser julgado em março próximo por um dos mais graves crimes que se podem praticar: conduzir alcoolizado.

A isto chama-se pontaria!!!

Mas de pontaria tem sido também a sua relação de amor-ódio com o Tribunal Constitucional, com os resultados que se têm visto…é que o Tribunal Constitucional não se deixa afetar por pressões ou chantagens.

Mais tarde falaremos mais detalhadamente sobre isto.

Pobre País que tais governantes tem. l