Revista P&C Julho Agosto 2013

C P &C Nº 6 JULHO/AGOSTO 2013 - Mensal - 5 €

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CONCRETA

PONTO DE ENCONTRO DO SETOR D E LVA I C I AA L RTIFICIAL Deessiig gn n:: R TO L D OA S R- TRIEFLVA EEn ng geen nh har ariia a:: D DIIM MENSI ENSIO ON NA AM MEN ENTO TO D DEE PA PAR REED DES ES M MO OLLD DA AD DA ASS O Oppiin niião ão:: FA FAZZEER RM MA AIS IS CO COM MM MEN ENO OSS N NA ASS V VEN END DA ASS EE M MA AR RK KEETTING ING

E agora…que futuro imediato

C

om a demissão de Vitor Gaspar…a passagem da sua Secretária de Estado para o seu lugar…e a demissão irrevogável de Paulo Portas…houve quem acreditasse que o bom senso poderia surgir como que por milagre e as coisas mudassem de rumo e deixassem de prejudicar sempre os mesmos…os trabalhadores, a função pública e os reformados e pensionistas…

Houve quem acreditasse que o senhor Presidente da República tivesse uma inspiração luminosa e brilhante – o que convenhamos já vai sendo difícil – e pusesse ordem na casa, desse um puxão de orelhas a quem tem andado a brincar aos governos e às democracias, sem um mínimo de respeito por quem votou neles para que levassem este nosso barco a bom porto…

Nada mais errado do que esse pensamento…aliàs o nosso Presidente da República ultimamente tem caminhado de gafe em gafe…desde a bandeira portuguesa hasteada de pernas para o ar, desde dizer que os seus proventos também o faziam viver com dificuldades, até toda a indecisão e avanços e recuos com que tem gerido esta crise governamental, arrastando a sua decisão por mais de 3 semanas quando se impunha uma decisão rápida e determinada por forma não afetar a nossa credibilidade junto dos parceiros europeus e dos nossos credores.

O mais alto Magistrado da Nação em vez de avançar para uma solução clarificadora que nos permitisse ter ainda esperança no futuro, mandou os meninos portarem-se bem e entenderem-se e foi dar um pulinho às Ilhas Selvagens, a pequena e a grande, com um séquito interessante, esbanjando mais alguns milhares de Euros que tanta falta nos fazem, enquanto por cá os meninos traquinas se entretinham a brincar aos partidos, aos governos e às democracias…

E assim a crise do regime foi-se arrastando lentamente… sem que conseguíssemos ver uma luz ao fundo do túnel, por mais pequena que ela fosse, e foi-nos dada oportunidade de ver – isso sim - um espetáculo confrangedor interpretado por atores especiais… esta classe política indigna do povo que a colocou no cavalo do poder.

E D I TO R I A L

P &C

Que mais nos irá acontecer Agora os portugueses interrogam-se sobre os tempos futuros, pois apesar do Primeiro-Ministro vir constantemente dizer que estamos a crescer…que o futuro se começa a mostrar risonho…mas…sempre esse terrível mas…

E nós temos que aprender a viver com todas as dúvidas e incertezas quanto ao futuro que esse terrível mas encerra.

Diariamente novas empresas fecham as suas portas…

Diariamente novos trabalhadores são lançados não ao mar mas para o desemprego…

Diariamente o povo português está mais pobre…e sem perspetivas de o deixar de estar…

Diariamente mais jovens e quadros fogem do País…e emigram…seguindo o conselho patriótico do Primeiro-Ministro que os incitou a ir trabalhar para o estrangeiro… na clara expectativa de captar mais remessas financeiras aos novos emigrantes…

No nosso setor as empresas no ativo são cada vez em menor número…os parques de máquinas das empresas que estão inativas vão-se degradando, as empresas “dealers” de máquinas industriais começam a não saber o que fazer para sobreviverem e não lançarem mais trabalhadores para esse negro mar do desemprego que é o flagelo de um País.

A esperança de um “El Dorado” em Angola começa a baixar…muitas empresas que lá têm trabalho…começam a confrontar-se com dificuldades que até aqui não tinham sentido de forma tão intensa e começam a diminuir os seus quadros fazendo grande parte dos seus trabalhadores regressar a Portugal sem esperanças de futuro imediato.

Precisa-se de um País orientado…com um governo de políticos maduros…

Precisa-se de um Governo a sério, consciente da importância que todo um povo tem para esse País Urge dinamizar de forma orientada todo um mercado adormecido para que se retome a anterior atividade e o Pais cresça sustentadamente e em segurança.

Urge que o País tenha um Presidente da República que decida e não que gagueje e depois “emigre” para ilhas longínquas quando o País está mais necessitado que nunca de um rumo, de uma diretriz…de um empurrão rumo a um futuro melhor.

Acredito (a grande vantagem do português é esta de acreditar) que os governantes comecem a governar que o povo comece a trabalhar…e deixe de ser a “vítima” privilegiada nas mãos dos seus governantes.

Já vai sendo tempo disso. l

P &C

Rui Anjos Editor da Revista P&C

P & C JULHO/AGOSTO 2013 3

S U M Á RIO

P &C DESIGN Relva artificial

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FEIRAS Concreta Ponto de encontro do setor

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AUTARQUIAS Virada para o futuro

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PRODUTOS

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ENGENHARIA Dimensionamento de paredes moldadas ancoradas sujeitas a ações estáticas

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OPINIÃO Fazer mais com menos nas Vendas e Marketing

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6

ficha técnica f icha téc ni c a

P &C

d i r e to r Paulo Martins paulo.martins.pec@outlook.com e d i to r Rui Anjos rui.anjos.pec@outlook.com RED AÇ ÃO Marta Vaz e Paula Mesquita CO L A B OR A DORE S P ER M A N E N TE S António Bravo, Gisela Campos, José Matos e Silva

8

F OTO G R A F I A Augusto Cardoso P u bl i c i d a d e rapm_press@outlook.com pag i nação Fátima Batista propriedade

RAPM Press Editora

N i P C 510527108

r e d ação Rua do Laparo Nº 263 Fração S 2890-551 Alcochete - Portugal p r o d u ção e i mp r e ssão Brand Evolution Rua Frei Luís de Granada, Nº 14 A-B 1500-680 Lisboa p u bl i cação m e nsal t i r ag e m 5000 exemplares r e g i s to ER C Isenta de Registo na ERC ao abrigo do art. 12º, nº1 a) do Decreto-Regulamentar 8/99 de 9 de Junho v e n d a p o r ass i nat u r as Portugal Continental, Açores e Madeira: 5€ (IVA incluído, 6%)

4 JULHO/AGOSTO 2013 P & C

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& P C Assine connosco para Projectar e Construir o Futuro Uma Edição: RAPM Press Editora

A Revista P&C tem como destinatários os profissionais ligados ao setor da construção e tem na sua essência um conteúdo com base em entrevistas, notícias, reportagens, análises, tendências e opiniões versando sobre as diversas temáticas ligadas à Construção, bem como às tecnologias, materiais e equipamentos utilizados nesta atividade.

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DESIGN

Relva Artificial O recurso à relva artificial permite criar um ambiente natural e fresco, sem se preocupar com instalação, manutenção, rega ou exposição solar em excesso.

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xcelente solução para pavimentar varandas, terraços, sótãos, casas de campo, jardins de inverno, jardins e piscinas, hotelaria, ou mesmo zonas para determinadas práticas desportivas. Pela sua fina espessura, pode também ser pousada sobre pavimentos existentes sem comprometer o escoamento de águas da lavagem ou mesmo da chuva, tendo e conta que a sua base é permeável.

Uso exterior, residencial e paisagístico É ideal para locais onde determinadas condições poderiam colocar em causa o crescimento e manutenção de relva natural, tais como: a inexistência de sistema de rega; ou as condições climatéricas agressivas como uma forte exposição solar. Nesta última situação, proponho a relva artificial da Tarkett tendo em conta que pela sua composição, apresenta-se como um produto de elevada qualidade e muito resistente aos raios UV. Também se aconselha para pessoas que possuem alergias ou são mais sensíveis aos parasitas que habitam a relva natural. Também no caso de animais domésticos, a relva não sofre danos pelos dejetos e

pode sempre lavar de imediato com uma agulheta de pressão.

Decorativa e muito ecológica De aspeto muito semelhante á natural, a relva artificial da Tarkett constitui uma solução muito decorativa criando ambientes muito frescos, verdejantes, de agradável presença e conforto. Mas o que mais me seduz nesta opção, é sobretudo o fato de trazer inúmeros benefícios ecológicos e de sustentabilidade que a relva natural não permite.

Basta avaliar a poupança de sistemas de rega e da própria água que é por si só um bem precioso.

Para que possamos fazer a melhor escolha, consoante o tipo de utilização a que vai ficar sujeita, a gama da Tarkett dispõem de 4 referências : “Paraíso”, “Diversso”, “Atlantis” e “Chicago+”. Divergem no tipo de textura, cor, alturas e intensidade do pelo, que é produzido no método de “tufting”, tem um altura variável de 6 a 39mm, e diverge também a sua intensidade por m2, tornando a relva mais ou menos felpuda.

As grandes dimensões dos rolos (que vão até um máximo de 30m x 4m), permitem cobrir áreas generosas em continuidade sem juntas de peças, o que se traduz numa vantagem na estabilidade e aspeto final.

Instalação prática

Para instalação sob pavimentos pré-existentes, lage ou betonilha, não apresenta grandes requisitos para além da necessária pendente de escoamento e fixação da tela de relva no perímetro.

Uma instalação em jardim sob a terra, requer um pouco mais de preparação da base a fim de estarem garantidas a estabilidade e integridade do sistema da relva artificial. Assim, o terreno deverá estar previamente firme; limpo e com superfície lisa, independentemente do arranjo paisagístico que quisermos protagonizar no jardim, com lombas e Gisela Campos covas para obtermos mais movimento ou um decor mais reto. O terreno tem de estar isento de raízes Decoração e de árvores e vegetação indesejada e compacto no mínimo a 90%. Deve estarArquitetura assegurada uma boa drenagem e caso não haja de muretes de separação Interiores da relava artificial com outros elementos, será recomendável suster o perímetro com uma ripa de Agradecimentos: contraplacado ou madeira exótica de exterior, - MODULYSS, na LQS onde emrelva Lisboaartificial. mais tarde fixaremos a tela da 6 JULHO/AGOSTO 2013 P & C

DESIGN

Muito importante é no projeto, maximizar os rolos para um menor desperdício, tendo sempre em linha de conta a direção do pelo, que terá de manter-se sempre a mesma, para que não haja diferenças significativas no resultado final. Isto deve-se ao fato da tela de relva artificial, tal como numa alcatifa de interior, ter uma direção e um tipo de grão, que tem de ser mantida sempre no mesmo sentido de instalação.

A união de peças, deverá ser feita por colagem e posterior fixação á terra com agrafos de paisagem de 15 ou 17cm. Também no perímetro a tela é fixa com recurso a estacas ou pregos 20D ou 40D. Se forem respeitadas as regras de corte e selagem das peças, estas linhas de junção entre rolos é impercetível.

Instale a relva artificial sem receio e usufrua todo o ano de um jardim muito fresco, natural, e onde disfrutará de um conforto incomparável a outras opções de pavimento. l

Principais características da relva artificial da Tarkett - Decorativa, prática - Fácil instalação e manutenção - Resistente ao cloro e á água do mar - Poupança significativa no consumo água - Base permeável com alta capacidade de drenagem - Perfeito para pessoas com alergias e animais domésticos

Gisela Campos

Decoração e Arquitetura de Interiores Agradecimentos:

• Tarkett na U-Deck em Lisboa P & C JULHO/AGOSTO 2013 7

FEIRAS

Concreta

Ponto de encontro do setor Fazendo frente à conjuntura atual a Concreta apresenta uma energia renovada e pretende arrojar e inovar no panorama atual da Construção.

José António Martins, Diretor da Feira, explica-nos a forma como o “Portugal Meeting Point” pretende ser a alavanca para isso mesmo.

Com a atual crise, como vai ser a Concreta 2013?

José Martins - A Organização da CONCRETA 2013 está a trabalhar no sentido de criar as condições necessárias e suficientes para que o contexto de crise generalizado que se verifica na fileira da construção, se reflita o menos possível na representatividade da Feira. É sabido que os momentos conjunturalmente adversos são, igualmente, momentos de oportunidade, potenciando excelentes negócios e a CONCRETA é um palco privilegiado para o desenvolvimento desses negócios.

Nesta perspetiva, foram definidos três vetores temáticos principais, orientados para a “Internacionalização”, a “Regeneração Urbana e Sustentabilidade”, e ainda para o binómio “I&D e Inovação”.

Foi, também, criado um espaço próprio dedicado aos contactos internacionais, comple-mentar à área de exposição propriamente dita, continuando a verificar-se as habituais ações ligadas à inovação e ao conhecimento, materializadas num conjunto alargado de iniciativas paralelas, cujo programa em breve divulgaremos.

Este ano a Concreta apresenta o conceito de Meeting Point. Qual o seu significado?

O “Portugal Meeting Point” será um dos pontos de referência da Feira.

Trata-se de um projeto arrojado, estruturante e inovador, que pretende funcionar como um “show room” de grandes dimensões, onde as empresas fabricantes nacionais apresentarão os seus produtos, quer em módulos individualizados quer aplicados em “instalações” que pretendem valorizar a apresentação de materiais e produtos das empresas participantes.

Desta forma, pretendeu-se fugir ao habitual conceito da área de exposição e dar uma nova dimensão aos produtos apresentados, sendo proposto um grande ponto de encontro que aglomera e racionaliza as funções de suporte ao evento, criando uma infraestrutura autónoma e complementar à feira comercial.

8 JULHO/AGOSTO 2013 P & C

José António Martins, Diretor da Feira

Será um cartão de visita da CONCRETA, uma plataforma giratória e um centro nevrálgico do que deve ser uma feira na atualidade.

Quais as maiores exigências feitas pelos expositores na comercialização da Feira deste ano?

Não há, este ano, uma orientação diferente nas questões colocadas pelos expositores relativamente aos anos anteriores. As empresas pretendem, normalmente, obter garantias relativamente ao retorno que poderão ter com a sua participação na Feira e a Organização trabalha com elas no sentido de criar as condições para que tal aconteça.

Entendemos que apenas um trabalho conjunto permitirá criar as condições para que tal aconteça.

FEIRAS Qual o segmento de mercado com presença mais forte este ano?

A CONCRETA tem um perfil generalista que atravessa todo o setor da construção. Nesta perspetiva, e reportando-nos ao momento presente, não existe um setor predominante na Feira, sendo que o nosso esforço se desenvolve nesse sentido: uma CONCRETA que possa apresentar soluções para a globalidade do setor e não para um em particular.

Em termos de internacionalização quais as novidades que a Feira nos mostrará nesta edição?

A internacionalização terá como base essencial o projeto “PORTUGAL Meeting Point”, estando a ser trabalhados, com particular incidência, os mercados do norte de áfrica, médio oriente, palop’s e, pontualmente, alguns países europeus que se revelem importantes para algum setor em particular.

A Organização da CONCRETA 2013 está a desenvolver contactos com potenciais compradores destes países, no sentido de ser organizada uma agenda de negócios entre as empresas inscritas na Feira e os compradores entretanto identificados.

Quais as atividades paralelas que se realizarão durante o certame?

As atividades paralelas encontram-se numa fase final de definição e elas sairão das parcerias que estão a ser desenvolvidas com algumas associações, designadamente com a Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção, a Ordem dos Arquitetos, a Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista, a Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal e o “Cluster” Habitat Sustentável, entre outras.

Neste particular, será de referir a realização do IX Congresso de Construção Metálica e Mista, evento bianual organizado pela CMM e o I Congresso Luso-Brasileiro de Construção Metálica e Mista, contribuindo com uma componente científica e possibilitando, desta forma, a participação de organizações do Brasil e dos restantes países Sul-Americanos. l

P & C JULHO/AGOSTO 2013 9

AU TA R Q U I A S

Virada para o futuro Para Dinis Nobre, presidente da Junta de Freguesia de Longueira Almograve, “Esta é uma freguesia virada para o futuro”.

Num momento conturbado em que tantas e tantas freguesias foram extintas - houve quem lutasse para que esta fosse uma delas mas prevaleceu o bom senso e o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido por Dinis Nobre.

C

riada em 2001, a Freguesia de Longueira/ Almograve está a pouco tempo de ver “partir” o seu primeiro e único presidente, o homem que com a colaboração da população criou quase a partir do nada uma Junta de Freguesia que em muitos casos é um exemplo de gestão e de serviço à população.

Num momento conturbado em que tantas e tantas freguesias foram extintas - houve quem lutasse para que esta fosse uma delas – mas prevaleceu o bom senso e o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido por Dinis Nobre, o homem que em 2001 assumiu a presidência da junta então desanexada da Freguesia de S. Salvador e a conduziu em crescimento até aos dias de hoje, quando se prepara para terminar o seu terceiro mandato.

Com ele conversámos sobre estes 12 anos que tão rapidamente se passaram.

Foi difícil o arranque desta caminhada?

Dinis Nobre - Foi um desafio aliciante como aliciante é sempre o desafio de criar algo de novo quase a partir do zero. Foi o que aconteceu com a criação da Junta de Freguesia Longueira/Almograve.

Há 12 anos eu e a equipa então constituída para gerir a Junta era uma equipa de autarcas inexperientes

Longueira/Almograve A Freguesia Longueira/Almograve inclui as localidades da Longueira, Cruzamento do Almograve e Almograve, localidade sede da freguesia.

Com uma área de 91,724 Kms estende-se entre o mar e a margem sul do Rio Mira a jusante de Odemira, dominando assim a paisagem, a charneca e o vale do rio.

A sua costa oferece bonitas praias encaixadas nas falésias e com extensos areais como a Praia das Furnas, junto da foz do Rio Mira, a praia do Almograve, a praia da Foz ou a Praia do Brejo Largo.

A nível económico a Freguesia depende da agricultura, da pecuária, da pesca, existindo mesmo perto do Almograve o porto de pesca de Lapa de Pombas, e do turismo em especial no verão.

10 JULHO/AGOSTO 2013 P & C

Dinis Nobre - Presidente da Junta

mas movidos por uma forte determinação em fazer um bom trabalho, um trabalho que servisse da melhor maneira a população da freguesia. Penso que com o tempo fomos aprendendo a mover-nos nos sinuosos caminhos da política e, naturalmente a fazer sempre mais e melhor apesar das condicionantes por vezes serem muitas e complicadas. Julgo que fui um Presidente de Junta que privilegiou sempre o trabalho no campo, no terreno, junto da população, e nunca fui um homem de gabinete.

Hoje 12 anos volvidos, qual o balanço possível O balanço é francamente positivo e olhando para trás, para o caminho percorrido, penso que durante estes anos aprendemos a ser melhores políticos, melhores autarcas e que conseguimos mesmo realizar um trabalho positivo. Devo porém frisar aqui que nada disso teria sido possível sem o apoio A Primeira Maravilha das Praias de Rio de Portugal foi a Praia das Furnas Rio

AU TA R Q U I A S incondicional do atual presidente da Câmara Municipal de Odemira que esteve sempre em sintonia connosco. O município foi inegavelmente o parceiro ideal para que a Junta de Freguesia Longueira/ Almograve conseguisse crescer e afirmar-se.

O Moinho de Vento é uma das atrações da Freguesia

Quais as obras que deixa para o futuro?

Foram várias as obras e as benfeitorias que levámos a cabo ao longo destes anos como, por exemplo uma significativa melhoria dos arruamentos, o caminho para a praia com um caminho pedonal paralelo até mesmo ao acesso ao areal, criámos novos espaços verdes, um jardim-escola, um Centro Social, o transporte das nossas crianças para as escolas, um serviço de correios que funciona como uma extensão dos CTT no Almograve, para a população de toda a Freguesia, a recuperação do velho Moinho de Vento que é um ex-libris da Freguesia, o arranjo paisagístico da entrada a partir do Cruzamento do Almograve, a manutenção possível dos muitos quilómetros de caminhos de terra que com a colaboração da junta temos tentado fazer de forma eficiente. Digo a manutenção possível, porque o orçamente extremamente restrito nos obriga a fazer uma gestão muito apertada desse mesmo orçamento.

Destes três mandatos qual o mais difícil?

Este último sem dúvida, devido à crise que se vive no País, mas mesmo assim houve alegrias que nos encheram de orgulho. A conquista do título de a Primeira Maravilha de Portugal de Praias de Rio pela Praia das Furnas Rio foi uma delas e penso que foi o reconhecimento do trabalho realizado para melhorar as qualidades ímpares daquela praia, manutenção que se impõe seja continuada e melhorada com vistas ao futuro.

Também a Praia do Almograve foi considerada uma das mais belas e melhores praias da Costa Vicentina, também consequência do trabalho e dos cuidados com a manutenção e limpeza da mesma.

Penso que a nova Junta de Freguesia Longueira/ Almograve terá pernas para andar e encontrará uma casa arrumada e em ordem. l A Praia do Almograve é considerada uma das mais belas da Costa Vicentina

Praia do Almograve sempre bonita e bem cuidada

As calmas águas da Praia das Furnas Rio tem sido o local escolhido por seleções de outros paíse para estágio e treino dos seus canoístas como se pode ver na imagem

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P R O D U TO S

Haulotte

Movimentação de terras

A

última Intermat, em Paris, foi o palco escolhido para a apresentação do mais recente desenvolvimento da Multijob MJX, mais evoluída tecnologicamente, uma máquina que veio para ficar e capaz de conquistar quotas de mercado interessantes.

Segundo os responsáveis da Haulotte, a nova máquina veio mesmo revolucionar o setor de movimentação de terras.

Retroescavadora de rotação total contínua Como uma evolução natural de maquinaria multifunções para obras, a Multijob MJX da Haulotte baseia-se num conceito único, uma vez que nenhuma outra máquina realiza todas as suas funções.

Polivalente por definição, a Multijob MJX oferece, em formato standard, uma carregadora telescópica e um braço de retro de rotação total, surge com quatro rodas motrizes direcionais.

A Haulotte conseguiu desta forma criar uma máquina original, que apresenta vantagens tais como: - Rotação total e contínua do braço de retro: - O trabalho do operador é extremamente simplificado e as capacidades da máquina adquirem toda a sua dimensão em lugares pouco espaçosos.

Em trabalhos no interior de cidades, a máquina apenas ocupa uma via de circulação pois pode trabalhar e descarregar numa mesma linha

Polivalente por definição, a Multijob MJX oferece, em formato standard, uma carregadora telescópica e um braço de retro de rotação total

12 JULHO/AGOSTO 2013 P & C

Em trabalhos no interior de cidades, a máquina apenas ocupa uma via de circulação pois pode trabalhar e descarregar numa mesma linha.

A máquina permite realizar cargas e descargas automáticas.

O operador ganha em produtividade.

- Carregador telescópico: - para encher o recetáculo, já não se depende da aderência das rodas nem da potência do motor, porque a força hidráulica do braço telescópico serve para otimizar o enchimento do balde de carga. A potência a bordo reduz-se e o consumo é menor.

O alcance, tanto horizontal como em altura máxima, são dos mais importantes do mercado, o que permite não efetuar descargas com total facilidade como repartir melhor as cargas.

- Funções de direção e translacção: - O operador pode manobrar em qualquer circunstância com a Multijob MJX porque o ganho de produtividade é imediato em comparação com um retroescavadoras convencional.

As deslocações e o posicionamento da máquina são mais precisos porque se realizam diretamente desde o posto de trabalho do operador, o que faz com que o trabalho do operador resulte mais simples e a segurança seja maior.

P R O D U TO S

PRODU SS D TO U TO Elevadores

Garantia de qualidade e respeito pelo ambiente A responsabilidade ambiental é um dos pilares fundamentais da filosofia da Otis, cujos responsáveis estão determinados em transformar um futuro “verde” numa realidade e em estabelecer os padrões para a indústria de elevadores ao desenvolver tecnologias limpas e com um baixo consumo energético.

O

novíssimo Otis gen2™ switch, que gera energia e recarrega os seus próprios acumuladores, é outro exemplo do compromisso e deter-minação do fabricante em desenvolver elevadores que respeitem o ambiente pela minimização do consumo energético.

A Otis que sempre foi o líder mundial em transporte vertical, emprega mais de 60.000 profissionais em todo o mundo, que se esforçam diariamente não só para alcançarem as suas expectativas mas para ultrapassá-las.

Na Otis, a inovação é uma constante bem como o desenvolvimento de novas tecnologias, por forma a oferecer os melhores produtos imagináveis: elevadores que são mais confortáveis, seguros, silenciosos e amigos do ambiente.

Plug & Go altamente eficiente O Otis gen2tm switch é um elevador altamente eficiente e funcional, ideal para edifícios residenciais, especialmente aqueles que foram construídos sem elevador.

Uma vez que só necessita de 500 W de potência para funcionar, não requer instalação elétrica especial.

Basta ligar a uma tomada de 220 v como qualquer eletrodoméstico.

Seguro no caso de falha de energia elétrica.

Em caso de falha de energia elétrica da rede principal, possui um sistema de acumuladores que permite que o elevador continue a funcionar durante bastante tempo.

Produz a sua própria energia.

Os acumuladores são novamente recarregados com a energia produzida pelo próprio elevador, ao subir sem passageiros ou ao descer com carga, alcançando assim uma poupança significativa na fatura da eletricidade.

14 JULHO/AGOSTO 2013 P & C

P R O D U TO S Um sistema simples e inteligente Quando a cabina desce com uma carga significativa, o motor produz energia, em vez de a consumir, tal como um dínamo ou um gerador.

O mesmo acontece quando a cabina sobe com pouca carga, ou vazia: o contrapeso desce e o motor produz energia.

O Otis gen2tm switch aproveita esta energia e utiliza-a para carregar os acumuladores que alimentam o elevador.

Os acumuladores carregam-se ligados à fonte de alimentação monofásica de 220v, absorvendo uma intensidade de corrente máxima de apenas 1,5 amperes. Quando o motor do elevador entra em funcionamento, é alimentado pelos acumuladores, que se recarregam quando o motor está inativo.

Caso aconteça uma falha de corrente, a eletricidade armazenada nos acumuladores permite que o Otis gen2 switch continue a funcionar normalmente, possibilitando aos passageiros viajar para cima ou para baixo até ao piso desejado, oferecendo acessibilidade a passageiros deficientes ou com mobilidade reduzida.

Pode realizar até 100 viagens sem receber energia da rede.

O Otis gen2™ switch gera energia quando o movimento da cabina é favorável à carga, o motor age como um dínamo que gera energia.

Pub.

Esta energia é utilizada para recarregar os acumuladores, reduzindo o consumo de energia elétrica da rede.

O Otis gen2 switch é um elevador que consiste numa cabina e num contrapeso que estão ligados por uma máquina.

Quando o contrapeso desce, a cabina sobe e vice-versa.

Uma cabina com muita carga ou com a carga completa pesa mais do que o contrapeso e utiliza a gravidade para descer, produzindo energia desta forma.

PRODU SS D TO U TO Vermeer

No Brasil o futuro é já hoje…

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om atuação dedicada ao mercado de infraestrutura, a Trix Engenharia, uma empresa sediada em Curitiba tem um histórico de 35 anos em grandes projetos. Esta empresa de Curitiba está a apostar forte em equipamentos Vermeer.

Com atuação dedicada ao mercado de infraestrutura, a Trix Engenharia, uma empresa sediada em Curitiba tem um histórico de 35 anos em grandes projetos.

Representando cerca de 50% da faturação da empresa, as operações de projeto, construção e manutenção de redes de telecomunicações incluem clientes representados por concessionárias de telecomunicações e de rodovias.

Tradicional empresa da região Sul do Brasil, hoje com filiais no norte, nordeste e sudeste, a Trix começou a sua atividade em 1977, focada na área de infraestrutura urbana, com particular incidência nas áreas do saneamento e telecomunicações. Além de manter a atuação nos dois setores, a companhia diversificou seus negócios, entrando nos segmentos de energia, pré-moldados e agronegócios.

Mais de 3 décadas de experiência permitiram que a Trix pudesse avaliar as várias opções de equipamentos para obras nos setores em que atua.

No caso concreto da Vermeer, a frota da empresa paranaense divide-se em duas gerações, sendo que as primeiras aquisições aconteceram ainda na década de 1990, incluindo duas FT115, uma abre-valas V8550 e um Navigator D24x40. A partir de 2010, a empresa iniciou uma nova fase de relacionamento com a marca, o que significou a compra de nove equipamentos. Fazem parte da nova lista três tratores XTS1250, duas abre-valas RT200, duas outras RTX1250 e, mais recentemente, dois novos Navigator D24x40.

Com exceção das novas perfuradoras, que devem ser direcionadas inicialmente para projetos de

16 JULHO/AGOSTO 2013 P & C

saneamento urbano, a frota Vermeer da Trix tem sido utilizada em obras de telecomunicações e tem acompanhado o ritmo dinâmico desse setor. “As operadoras mudam muito rápido, seja por questões de ajuste orçamental ou estratégico. E há as dificuldades habituais com o licenciamento ambiental”, explica Moacir Thomaz, executivo da empresa que salienta ainda que a maior parte das obras executadas nos dois últimos anos foram concentradas em redes óticas de longa distância.

Os avanços tecnológicos impostos pelas exigências do mercado, também impulsionaram a renovação da frota. Um exemplo recente é a utilização de máquinas mais adequadas para instalação de cabos óticos (diretamente enterrados).

A Trix substituiu a cultura mais intensiva de uso de retroescavadoras por máquinas abre-valas e tratores.

A compra de dois Navigators para obras que adotam a perfuração direcional horizontal (HDD), por sua vez, aconteceu em função do aumento de empreendimentos na área do saneamento urbano.

“São obras realizadas nos grandes centros e com restrições de mobilização, exigindo o uso de método não-destrutivo (MND) para a construção da infraestrutura subterrânea” explicam os responsáveis da Trix.

Nesse novo mercado, a empresa tem a possibilidade de avaliar o desempenho da Vermeer em comparação com os equipamentos de fabricantes recém-entrados na área de HDD. O responsável pela filial do Estado de São Paulo, destaca ainda que em comparação com uma marca concorrente internacional de origem norte-americana, as perfuradoras da Vermeer proporcionam maior produção e exigem menos paragens para manutenção: “temos uma Navigator com 12 anos, em plena operação e que deve continuar a ser usada em obras de instalação da rede de quarta geração (4G) das operadoras”, assinala.

O executivo refere-se à infraestrutura de rede ótica que interliga as chamadas estações rádio base e que devem ser instaladas com maior velocidade nas cidades que serão sede da Copa de 2014, inicialmente e após o evento, em outros locais com mais de 200 mil habitantes.

Entre os equipamentos que a companhia paranaense utiliza em suas obras, estão: duas FT115, uma abre-valas V8550, um Navigator D24x40, três tratores XTS1250, duas abre-valas RT200, duas outras RTX1250 e, mais recentemente, dois novos Navigator D24x40.

P R O D U TO S

PRODU SS D TO U TO Wacker Neuson

Placas vibratórias ainda mais versáteis

E

ntre as grandes novidades da Wacker Neuson nos últimos anos destacamos aquí as novas placas vibratórias DPU 3050H e DPU 3060HTS que se encontram já disponíveis com arranque elétrico.

Tal como as restantes placas vibratorias deste construtor também as novas DPU 3050HE e DPU 3060HE-TS surgem equipadas com um jogo de rodas integrado que assegura uma mobilidade excecional e passam a dispor agora de arranque elétrico.

“Estas novas placas vibratorias oferecem ao seu operador um sistema de arranque extremamente cómodo e silencioso”, explica o Chefe de Produto para a compactação de solos e asfaltos no seio da Wacker Neuson.

Continuando a referir-se às novas máquinas, o mesmo responsável disse ainda: “ O novo sistema de arranque elétrico funciona com uma batería de grande duração, recentemente desenvolvida para esse efeito específico. As duas novas placas vibratorias surgem ainda com outras inovações tais como, por exemplo, o indicador LED que proporciona uma extraordinária visão geral do estado do serviço e oferece informação sobre uma possível pressão

Graças ao seu design compacto, as placas móveis da Wacker Neuson são consideradas ideais para a execução dos mais variados tipos de trabalho

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A DPU 3050HE e la DPU 3060HE-TS oferecem um elevado rendimento e uma força centrífuga de 30 kN

insuficiente, sobre o regulador da carga bem como sobre outras funções operativas.”

Todas as placas vibratorias móveis pequenas da Wacker Neuson dispõem de um jogo de rodas integrado que facilita o seu transporte em obra.

Estabilidade e rendimento elevado “Tal como as restantes placas vibratorias pequenas da marca também estes novos modelos sobressaiem por uma extrema versatilidade, podendo ser utilizados nos mais variados tipos de trabalho tanto no segmento da construção como nos setores de paisagismo e de jardinagem.” acrescenta a mesma fonte..

Graças ao seu design compacto, as placas móveis da Wacker Neuson são consideradas ideais para a execução de trabalhos em espaços reduzidos.

Devido ao seu reduzido peso, também são máquinas ótimas para a compactação de capas de base e cobertura de pavimentos em asfalto.

A DPU 3050HE e a DPU 3060HE-TS oferecem um elevado rendimento e uma força centrífuga de 30 kN, que serve perfeitamente para a compactação também de capas de espessura média. l

Todas as placas vibratorias móveis pequenas da Wacker Neuson dispõem de um jogo de rodas integrado que facilita o seu transporte em obra

As cortinas ancoradas de paredes moldadas têm vasta aplicação no domínio da engenharia cívil, particularmente na contenção periférica de escavações para a implantação de caves em zonas urbanas.

É

recomendado o seu emprego sempre que se está na presença dos seguintes condicionamentos: - terrenos incoerentes (areias, por exemplo); - sempre que existam níveis, aquíferos; - quando há arruamentos ou construções adjacentes à área a escavar.

O signatário publicou (ver [1]) um método simplificado de dimensionamento de paredes moldadas baseado na utilização dos diagramas de Peck (ver [2]) e teve oportunidade de comparar os seus resultados com os de outros métodos mais sofisticados como o dos elementos finitos ou elastoplásticos (ver [3]).

Entretanto, decidiu efetuar também uma comparação com o “software” produzido pela empresa espanhola “Cype”, o qual se encontra bastante divulgado em Portugal.

Este “software”, de fácil aplicação, solicita, contudo, ao utilizador, o fornecimento das forças de pré-esforço a aplicar nos diversos níveis de ancoragem.

Essa situação tem o inconveniente de só um projetista muito experiente poder prever, com algum rigor, quais os valores de pré-esforço a aplicar.

No método simplificado referido as forças de pré-esforço nas ancoragens resultam duma sequência de cálculo que se inicia pela determinação do diagrama de impulsos que atuam a cortina, prossegue calculando os momentos fletores em cada ponto da cortina, considerando esta como ainda não ancorada mas encastrada, ficticiamente, na sua base.

Determinam-se, depois, as forças de pré-esforço nas ancoragens considerando que as forças que

atuam acima de cada nível de ancoragem devem anular o momento fletor, na cortina, a esse nível.

Figura 1

Figura 2

Software de apoio Propõe-se, então, que o utilizador aplique o referido “software” com a seguinte sequência: 1ª Etapa - Considera-se a escavação totalmente realizada e a cortina sem ancoragens e a funcionar como consola vertical. Para que o programa não acuse uma situação de instabilidade há que considerar um prolongamento fictício do comprimento da cortina igual ao dobro do seu comprimento real; 2ª Etapa - Obtem-se o diagrama de momentos fletores correspondente à situação da 1ª etapa e, utilizando o método gráfico indicado em [1], calculam-se as forças de pré-esforço em todos os níveis de ancoragem; 3ª Etapa - Com base nas forças de pré-esforço obtidas na 2ª etapa e considerando a cortina com o seu comprimento real e a escavação integralmente realizada, calcula-se a deformada da cortina; 4ª Etapa - Para atender ao facto de poder não ser mobilizado todo o impulso passivo a juzante da “ficha” da cortina, para calcular os momentos fletores deve considerar-se uma cortina com o comprimento real deduzido de metade da “ficha” e adotando apenas 50% do impulso passivo. É de notar que, se se quiser considerar o faseamento construtivo real, que corresponde a escavar por patamares, cada um não excedendo uma profundidade de 1.0 m em relação à cota de cada nível

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ENGENHARIA

Dimensionamento de paredes moldadas ancoradas sujeitas a ações estáticas

ENGENHARIA de ancoragem, isso pode ser adotado na 3ª Etapa, sub-dividindo esta em tantas subetapas quantos os patamares de escavação.

Apresenta-se a aplicação destes procedimentos ao exemplo referido em [4].

Trata-se duma cortina com um perímetro total de cerca de 800.0 m e com uma altura máxima de 21.5 m, valor para o qual se realizou o exemplo. A altura de escavação foi de 18.5 m valor que, acrescido duma “ficha” de 3.0 m, perfaz o total referido de 21.5 m. A cortina é dotada de quatro níveis de ancoragem respetivamente às profundidades de 2.70 m, 7.20 m, 11.20 m e 14.70 m, tendo o projetista adotado um valor de pré-esforço, segundo o eixo das ancoragens e por metro linear da cortina em planta, de 288.0 kN/m, igual para todos os níveis de ancoragem (Fig. 1).

A inclinação com a horizontal, do nível superior de ancoragens é de 35º, a do segundo nível 30º, e, as restantes, de 25º.

Os parâmetros geomecânicos considerados foram: - entre a superfície e 3.0m de profundidade γ = 18.0 kN/m3 Ø = 25º c = 5.0 kN/m2 k = 104 kN/m3 (módulo de Winkler) - entre 3.0 m e 11.0 m de profundidade γ = 19.0 kN/m3 Ø = 30º c = 15.0 kN/m2 k = 5.0 x 104 kN/m3 - entre 11.0 m e 18.0 m de profundidade γ = 20.0 kN/m3 Ø = 30º c = 20.0 kN/m2 k = 5.0 x 104 kN/m3 - abaixo dos 18.0 m de profundidade γ = 21.0 kN/m3 Ø = 35º c = 50.0 kN/m2 k = 7.5 x 104 kN/m3

2ª Etapa - Obteve-se o diagrama de momentos fletores correspondentes (Fig.3) que permitiu calcular, de acordo com o método gráfico indicado em [1], os valores das forças de pré-esforço, iguais às obtidas em [4]: 44.44 cos 30o - 2º nível : R2 = 125.0 o cos 30 - 3º nível : R3 = 214.30o cos 25 - 4º nível : R4 = 266.70o cos 25 - 1º nível : R1 =

54.3 kN/m 144.3 kN/m 236.5 kN/m 294.3 kN/m

Como referimos, o projetista adotou, em todos os níveis Ri = 288,0 kN/m, valor próximo do atrás obtido para o 4º nível, pelo que o cálculo prosseguiu com este valor de Ri, de modo a torná-lo compatível com o do projetista. Tal procedimento foi também adotado em [4], o que permitiu comparar os resultados obtidos com este “sofware” com os do método elastoplástico adotado pelo projetista e com os do método simplificado utilizado pelo signatário; 3ª Etapa – Calculou-se, então, com o comprimento real da cortina (Fig. 1), a respetiva deformada (Fig. 4); 4ª Etapa – Considerando apenas metade da “ficha”, o que implica reduzir, ficticiamente, a altura da cortina para 20.0 m (Fig. 5) e introduzindo, no programa, um coeficiente de redução de 50% para o impulso passivo, obtem-se o diagrama final de momentos fletores (Fig. 6).

O Quadro I permite comparar os resultados obtidos pelos três métodos.

Os valores de momentos fletores obtidos pelos dois primeiros métodos são quase coincidentes, sendo o do terceiro método cerca de 10% inferior.

Seguindo a sequência de cálculo atrás indicada tem-se: 1ª Etapa - Considerou-se uma cortina fictícia com altura igual ao dobro da real (2 x 21.5 = 43.0 m), sem ancoragens (Fig. 2);

Em termos de deslocamentos os valores dos três métodos divergem. É curioso constatar que o do

Figura 3

Figura 4

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Cálculo de deslocamentos

ENGENHARIA Quadro I

Método simplificado

Momentos Fletores Deslocamento máximo máximos (mm) (kN.m/m) 202.0 3.0

Método Elastoplástico adotado pelo projetista

200.0

6.0

“Software” da “Cype”

181.0

4.3

Quadro II Momentos Fletores Deslocamento máximo máximos (mm) (kN.m/m)

“software” da “Cype” é o que mais se aproximou do valor de 4.0 mm medido, em obra, através da monitorização efetuada à cortina.

Utilizou-se ainda o “software” em análise para verificar se a hipótese considerada no método simplificado, de que a fase final de escavação é mais condicionante, para o dimensionamento da cortina, do que as fases sucessivas de escavação (cada uma atingindo uma profundidade de mais 1.0 m do que a cota de localização de cada nível de ancoragem, para atender à necessidade de executar a aplicação de pré-esforço em cada nível).

O Quadro II confirma a justeza da adoção dessa hipótese simplificadora. A 1ª, 2ª e 3ª Fases correspondem, respetivamente, a escavações até às profundidades de 3.70 m, 8.20 m e 12.20 m e verifica-se que os momentos fletores máximos obtidos nessas três fases são inferiores ao determinado para a fase de escavação integral até à profundidade de 18.50 m. l

1ª Fase

104.0

1.4

2ª Fase

101.0

1.3

3ª Fase

102.0

1.5

Bibliografia

Engº José Matos e Silva Especialista em Geotecnia, Estruturas e Direção e Gestão da Construção, pela O.E.

[1] - Matos e Silva, J. - Método Simplificado de Dimensionamento de Paredes Moldadas Ancoradas, Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas, nº 47, março de 2000, Lisboa.

[2] - Matos e Silva, J. - Design of Diaphragm Walls: How the Peck Diagrams Allow Good Predictions in Wall Design, Deep Foundations Magazine, Summer 2004, U.S.A. [3] - Matos e Silva, J. - Comparação entre um Método Simplificado e outros Métodos de Cálculo no Dimensionamento de Paredes Moldadas, 7º Congresso Nacional de Geotecnia, 2000.

[4] - Matos e Silva, J. - Um Exemplo Significativo de Utilização de Paredes Moldadas Ancoradas - o Euro Stadium, 9º Congresso Nacional de Geotecnia, 2004.

Figura 5

Figura 6

P & C JULHO/AGOSTO 2013 21

O P I N I ÃO

Tiago Almeida Silva

Fazer mais com menos nas Vendas e Marketing

Uma base de dados robusta e atualizada permite comunicar massivamente aos seus Clientes o lançamento de campanhas, promoções ou de novos produtos a um baixo custo.

N

o primeiro artigo falámos em organizar a base de dados de Clientes. É um primeiro passo para melhorar a eficiência da comunicação das empresas, sendo que a implementação e os resultados são quase imediatos. Uma base de dados robusta e atualizada permite comunicar massivamente aos seus Clientes o lançamento de campanhas, promoções ou de novos produtos a um baixo custo.

Neste artigo, lançamos as bases para um aumento da eficiência de outro ponto de contacto com os Clientes: os vendedores.

Falamos em eficiência quando se consegue produzir o melhor resultado com os recursos empregues ou se com menos recursos se consegue produzir o mesmo resultado. À eficiência associamos por isso a produtividade, que nos permite medir de forma objetiva parte dessa eficiência. A produtividade da força de vendas pode ser definida como o quociente entre o volume das vendas1 e o número de vendedores. Podemos ainda decompor o volume de vendas em dois fatores que também dependem da força de vendas: a venda média por Cliente e o número de Clientes. Assim temos: Produtividade = (Venda média x Número de Clientes) / número de vendedores Existe portanto mais de uma maneira de fazer subir a produtividade e ela depende muito do negócio da empresa. Se for um negócio de poucos Clientes e valores elevados por transação, ajustar a cobertura do território poderá ser o mais indicado e logo justifica diminuir o número de vendedores. É essa a realidade de muitos departamentos comerciais nas empresas de máquinas e equipamentos em que, num mercado com cada vez menos compradores, não há clientes suficientes para justificar tantos vendedores na rua.

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Já para negócios de muitos Clientes e valores mais pequenos por transação, é possível trabalhar na parcela de cima, muitas vezes mantendo o denominador. Podemos incluir neste caso, os negócios ligados à venda de peças ou de serviços oficinais. A procura é também mais constante no número de Clientes, uma vez que tem por base um parque existente de equipamentos, sujeito ao ciclo de manutenção e não a decisões de troca.

E como trabalhar a venda média por Cliente e o número de Clientes?

Descubra a resposta na próxima edição.

Até lá… Boas vendas. l

1 Esta análise será ainda mais determinante se usada a margem de contribuição gerada, que tem em conta os custos comerciais