Revista P&C Outubro 2014

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C P &C Nº 16 OUTUBRO 2014 - Mensal - 5 €

ZAHA HADID EM MACAU

HOTEL CIDADE DOS SONHOS DESIGN: DESEJAR DESIGN E N G E N H A R I A : T E L A S P U B L I C I TÁ R I A S F I N A N C I A M O B R A S D E CO N S E R VAÇ ÃO O P I N I ÃO : R E A B I L I TAÇ ÃO U R B A N A E M P O R T U G A L



ois é amigos…as máscaras começam inalmente a cair e a deixar ver quem a coberto delas nos enganou ao longo destes 3 anos de equívocos continuados explorando-nos, roubando-nos, enganando-nos descaradamente a coberto de um pretenso amor patriótico, espoliando-nos de salários e reformas a pretexto de uma “escandalosa Contribuição Extraordinária de Solidariedade”, solidariedade essa forçada com o nosso dinheiro sem nos pedirem para contribuirmos solidariamente…É muito fácil fazer solidariedade com o dinheiro dos outros… O desgoverno continua…Os assessores multiplicam-se como que por artes mágicas… As frotas automóveis também se renovam com a maior das facilidades e sempre com modelos topo de gama… E nós a pagarmos “solidariamente”… Faz-se vista grossa da Constituição…o povo é manso…e não entende o que é feito… Os desvarios sucedem-se… os nossos ilustres governantes perderam a capacidade de os disfarçar… e toda a mediocridade começa a vir à tona…esperemos que seja mesmo só mediocridade e não outra coisa ainda pior… O arrogante Crato, ministro da des-educação, com o ano lectivo num pandemónio, um dia de manhã vem dizer a público - com aquele seu ar de senhor do mundo e da verdade – que tudo está bem e que o ano escolar começou da melhor maneira. Estranhamente, porém, algumas horas mais tarde, com um ar ainda mais arrogante, que ele supõe ser um ar humilde e de desgosto, vem pedir perdão aos microfones das televisões pelos erros cometidos na colocação de professores…onde se cometeram arbitrariedades escandalosas, para não lhes chamarmos ilegalidades…e logo retoma o seu ar de dono e senhor da verdade… para dizer que uma semana mais de atraso não tem qualquer importância… a primeira máscara a cair… Estava iniciado o “remake” do programa “Perdoa-me”… A protagonizar a cena seguinte deste “Perdoa-me” vem a poderosa - e também senhora de toda a verdade do mundo – Ministra da Justiça, a “Mãe do maior pandemónio de sempre da justiça portuguesa”, como a deiniu, olhos nos olhos, um deputado da oposição o que levou a uma expressão de arrogância mal disfarçada e desconstruiu por completo a falsa postura de humildade e reconhecimento dos erros por parte da ministra no seu pedido de perdão…querendo logo culpabilizar de tudo um pobre funcionário responsável pelo brilhante Citius que levou a justiça e a ministra para um estado de “citius” verdadeiramente caótico. Pede perdão…mas não assume a responsabilidade pelo erro e pelo caos criado e ainda levanta a voz com a arrogância costumeira quando airma “Não me demito”… Claro que não…o tacho é bom… Outros pedidos de “perdão” virão a caminho…e ante esta vergonha…o Primeiro Ministro não toma conhecimento de nada e deixa os governantes nos cargos onde tão relevantes serviços têm prestado ao País…como se nada se tivesse passado de tão mau e de tão vergonhoso. É verdadeiramente revoltante… e o mais estranho ainda é o silêncio do mais alto Magistrado da Nação perante toda esta demonstração de incompetência governamental. Mas há mais…outros episódios deste “Perdoa-me” governamental se aproximam…e poderão mesmo atingir iguras ainda mais importantes que insigniicantes ministros da educação e da justiça… l

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E D I TO R I A L

Caiu a máscara e surgiu a incompetência governamental

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Rui Anjos Editor da Revista P&C

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SUMÁRIO

P &C PROJetO

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Arquiteta Zaha Hadid

Hotel Cidade dos Sonhos

FeIRAS

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BAU em Munique

deSIGN

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Desejar Design

PROdUtOS eNGeNHARIA

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Telas Publicitárias inanciam obras de conservação

OPINIÃO

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Reabilitação Urbana em Portugal

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P &C d I R e tO R Paulo Martins paulo.martins.pec@outlook.com e d I tO R Rui Anjos rui.anjos.pec@outlook.com R e d AÇ ÃO Marta Vaz e Paula Mesquita CO L A B O R A d O R e S P e R M A N e N t e S António Bravo, Gisela Campos, José Matos e Silva F OtO G R A F I A Augusto Cardoso P U B L I C I d A d e João Martins joao.martins.pec@outlook.com Tem: +351 963 745 202 PAG I N AÇ ÃO Ana Lourenço PROPRIedAde

RAPM Press editora

N I P C 510527108 R e d AÇ ÃO Rua do Laparo Nº 263 Fração S 2890-551 Alcochete - Portugal P R O d U Ç ÃO e I M P R e S S ÃO Brand Evolution Rua Frei Luís de Granada, Nº 14 A-B 1500-680 Lisboa P U B L I C AÇ ÃO M e N S A L t I R AG e M 5000 exemplares R e G I S tO e R C Isenta de Registo na ERC ao abrigo do art. 12º, nº1 a) do Decreto-Regulamentar 8/99 de 9 de Junho v e N d A P O R A S S I N At U R A S Portugal Continental, Açores e Madeira: 5€ (IVA incluído, 6%)

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& P C Assine connosco para Projectar e Construir o Futuro Uma Edição: RAPM Press Editora

A Revista P&C tem como destinatários os proissionais ligados ao setor da construção e tem na sua essência um conteúdo com base em entrevistas, notícias, reportagens, análises, tendências e opiniões versando sobre as diversas temáticas ligadas à Construção, bem como às tecnologias, materiais e equipamentos utilizados nesta atividade. Identiicação Nome _________________________________________________________________________________________________________________________________ Morada _______________________________________________________________

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P R O J E TO

Zaha Hadid Architects

Hotel Cidade dos Sonhos Melco Crown Entertainment, promotora e proprietária das instalações de jogos de casino e resort de entretenimento na Ásia, revelou os detalhes do projeto e desenho da quinta torre do Hotel Cidade dos Sonhos. Aquele que será a propriedade estandarte da empresa em Cotai, Macau. Uma magnifica obra da autoria do gabinete de arquitetura Zaha Hadid Architects.

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om 40 andares e uma área bruta de construção de 150 mil metros quadrados, a torre abriga aproximadamente 780 quartos, suites e villas nos pisos superiores. O hotel também inclui uma variedade de instalações para reuniões e eventos, salas de jogos, quartos, átrio, restaurantes, spa e piscina no terraço, incluindo uma extensa área de serviços e áreas de

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apoio a instalações auxiliares. O design da torre resolve os muitos programas complexos para o hotel dentro de um único envelope coeso. O design combina esp aços públicos dramáticos e quartos generosos com uma engenharia inovadora e coesão formal. O contorno retangular do projeto é estruturado


P R O J E TO

Triangulated area and exoskeleton overall

View of Part Faceted Facade

Cylindrical Facade - Explosion Perspective of a Cross node

View of Part Faceted Facade Showing Structural Stub Cladding Integration

Cylindrical Facade - Elevation with and without exoskeleton

Flat Facade layers - lower levels

como um bloco monolítico, com uma série de vazios que cortam o centro da torre e que se fundem com os elementos arquitetónicos tradicionais de cobertura, parede e teto para criar uma forma escultural que deine muitos dos espaços públicosno interior do hotel. O Exoesqueleto exposto da torre reforça o dinamismo do design.

Expressiva e poderosa, esta estrutura externa otimiza as conigurações do interior e envolve o edifício, deinindo ainda mais a sua composição formal e estabelece relações com a nova cidade de Cotai. O desenvolvimento do novo Hotel Cidade dos Sonhos começou em 2013. O projeto está previsto para abrir no início de 2017. l

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P R O J E TO

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PPRRO OJJEETO TO

Entrance

Crown Hotel

COD Existing Building

Retail Loop

Ground Floor Plan

City of Dreams Fifth Hotel

Zaha Hadid

Ficha Técnica Arquitetos: Zaha Hadid Architects Design: Zaha Hadid & Patrik Schumacher Directores de Projeto: Viviana Muscettola, Michele Pasca di Magliano

Diretores das Fachadas: Paolo Matteuzzi Arquitetos de Projeto: Maria Loreto Flores, Clara Martins, Michele Salvi

Equipa de Projeto: Pierandrea Angius, Luis Miguel Samanez, Massimo Napoleoni, Bianca Cheung, Miron Mutyaba, Milind Khade, Stefano Iacopini Davide, Del Giudice Luciano, Letteriello Cyril Manyara, Alvin Triestanto, Muhammed Shameel, Goswin Rothenthal, Santiago Fernandez-Achury, Vahid Eshraghi, Melika Aljukic

Equipa de Conceção: Viviana Muscettola, Tiago Correia, Clara Martins, Loreto Flores, Victor Orive, Danilo Arsic, Ines Fontoura, Fabiano Costinanza, Rafael Gonzalez, Muhammed Shameel

Consultores: Arquitetos Executivos, L&O, Hong Kong Arquiteto Local: CAA, Macau

Engenharia Estrutural: Buro Happold, London/Hong Kong Engenharia: JRP, Hong Kong; Buro Happold, London; (Concept) Engenharia de Fachadas: Buro Happold, Hong Kong Designer de Interiores: Remedios Studio, Long Beach CA Designer de Jogos: Friedmutter Group, Las Vegas NV; WTP, Hong Kong

Design de Iluminação: Isometrix, London/ Hong Kong Engenharia de Segurança: Ove Arup, Hong Kong Consultor de Acústica: Shen Milson & Wilke,Hong Kong Engenharia de tráfego: MVA, Hong Kong Empreiteiro: Dragages, Hong Kong Projeto em números Dimensão: 150,000 m2 Altura: 40 pisos Programa: Aproximadamente 780 quartos, suites e villas, Sala de Reuniões e área de eventos, casino, lobby, restaurantes, spa e piscina no terraço.

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FEIRAS

BAU 2015 marca tendências

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ão três os temas principais na preparação para a BAU 2015. Muitos dos expositores estão já a moldar as suas apresentações para corresponder a esse desaio, apresentando soluções nessa linha. Nos fóruns da Feira, os arquitetos, os engenheiros e os promotores de projetos irão explorar e debater os principais temas de uma série de perspectivas. E, nos shows especiais da BAU, os temas serão ilustrados através de exemplos de produtos e projetos. Urbanização inteligente

Expansão e em constante mudança as áreas urbanas terão um impacto decisivo sobre o desenvolvimento no século 21. Porque a luta para garantir um futuro ecologicamente sustentável está sendo travada principalmente nas cidades. Cerca de dois terços da população mundial estarão concentradas em

áreas urbanas até o ano de 2025 Ao mesmo tempo, as últimas extrapolações preveem um aumento na procura de energia primária de cerca de 50 por cento e, como resultado, um novo aumento de emissões de carbono. O que tudo isto signiica para as cidades de amanhã? Signiica que toda uma série de diferentes aspectos têm de ser tidos em conta, nas fases de planeamento, construção e operação. Estes incluem alterações demográicas, maior pressão sobre os recursos, uma mudança nas ideias tradicionais sobre a criação de valor, aumentando a lutuação climática e os efeitos que isso tem, energia limpa e as mudanças resultantes à mobilidade. Somado a isso são as novas oportunidades resultantes do avanço da digitalização e do crescente desejo dos cidadãos a serem envolvidos nos processos de planeamento e desenvolvimento que afetam o meio ambiente.

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Imóveis e utilizadores As pessoas na Europa Central gastam mais de 80 por cento do seu tempo em escritórios ou outros espaços interiores. Provou-se que as condições nesses espaços - térmico, higiene, iluminação, acústica e até olfativos - podem afetar signiicativamente a forma como pensamos e sentimos, a nossa motivação e como interagimos. Soluções práticas para melhorar edifícios e interiores para seus utilizadores humanos estão, portanto, a ganhar terreno. Sistemas de ventilação inovadores com controlos automatizados integrados para otimizar o conforto interior têm uma vantagem considerável sobre os sistemas manuais, e são vistos como o caminho a seguir. E quanto a aquecimento e arrefecimento, já existem sistemas inteligentes que exploram energia passiva para refrigeração e ventilação naturais e usar o calor residual de um sistema para uma outra unidade. Energia e eiciência dos recursos A evolução demográica, escassez de recursos, energia limpa e globalização todos os presentes desaios signiicativos para a economia e a sociedade nos próximos anos. Para as empresas, bem como para particulares O que é necessário são soluções inovadoras na forma como usamos os recursos e energia. Dado que os custos das matérias-primas e de energia vai subir, as únicas empresas que serão capazes de sobreviver no mercado são aquelas que usam materiais e energia de forma eiciente e sustentável. Na arquitetura e construção, também a atenção terá de se concentrar em novas tecnologias e materiais de construção: baixa energia e edifícios passivos são já o estado da arte e a tendência para a “Eiciência Casa Plus”, ou casa que produz mais energia do que consome, continuam em ritmo acelerado. A Feira é já em Janeiro, mas na edição Novembro/ Dezembro traremos já notícias de algumas das novidades. l

Representante Oicial da Feira de Munique em Portugal: MundiFeiras, Lda. Contacto: Tânia Mutert de Barros Largo Maestro Miguel Ângelo, 8 4150-489 Porto, Tel. 22 616 49 59 email: mundifeiras@mail.telepac.pt, www.bau-muenchen.com



DESIGN

Desejar Design O resultado da lista estelar de arquitetos e designers reunidos pelo Conselho Americano Hardwood Export (AHEC) e a Benchmark Furniture para colaborar na criação uma instalação atraente, a lista de desejos, que foi exposto no V&A durante o London Design Festival 2014 (até 24 de Outubro).

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erence Conran, co-fundador da Benchmark, instigou o projeto quando escreveu aos seus amigos e perguntou: “O que você sempre quis na sua casa, mas nunca foi capaz de encontrar?” Os seus amigos são, é claro, alguns dos nomes mais ilustres da arquitetura e design. Paul Smith, Norman Foster, Amanda Levete, John Pawson, Alison Brooks, Zaha Hadid, Alex de Rijke, Richard e Ab Rogers, e Allen Jones indicaram todos que produto almejavam. Sob a orientação desses “grandes nomes”, novos

Barnby&Day para Alex de Rijke

Gareth Neal para Zaha Hadid

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criadores desenvolveram os itens desejados para a lista de desejos. A grande abertura conceptual garantiu um diferencial extraordinário de projeto e o desaio foi produzir cada projeto num único material - madeira norte-americana, em comemoração da versatilidade da madeira e da enorme variedade que pode ser conseguida com um material. Além disso, a diversidade de produtos demonstra a profundidade da Benchmark na compreensão da madeira e artesanato qualiicado. Todos os itens foram trabalhados em madeira americana durante ‘uma semana’ nas oicinas Berkshire da Benchmark no início de julho. “A Benchmark é a força motriz de artesanato, onde muitos dos maiores designers do mundo vêm para empurrar os limites do que é possível fazer em madeira”, diz Sean Sutclife, co-fundador da Benchmark. “A diversidade das peças na ‘lista de desejos’, e torná-los realidade numa semana intensa, testou todos os envolvidos. Foi uma plataforma fantástica para a aprendizagem, enriquecida pela interação de tanto projeto e tomada de talento. Na nossa oicina de mais de 50 artesãos qualiicados, estamos coniantes que obtivemos dez resultados fabulosos.“ Win Assakul para Amanda Levete


DESIGN Para David Venables, Director Europeu de AHEC, esse projeto é muito sobre a versatilidade da madeira norte-americana, e a capacidade de experimentar com projetos, grandes e pequenos. “Eu não posso pensar em qualquer outro material que possa ser usado para criar uma mistura eclética de produtos e tornar cada um belo e único”, diz ele. Sebastian Cox projetou um espaço de trabalho para Terence Conran, Norie Matsumoto criou um aiador de lápis perfeito para Norman Foster enquanto Win Assakul projetou uma tigela extensível para fruta ou de queijo para Amanda Levete. As irmãs que formam o Estúdio Areti projetaram três itens para John Pawson, uma prateleira triângulo, porta inclinada e um gancho. Felix de Pass projetou bancos de cozinha para Alison Brooks, enquanto Gareth Neal abordou louças para Zaha Hadid. Ícone de moda Paul Smith pediu a Nathalie de Leval para projetar um abrigo de jardim, enquanto Barnby&Day trabalharam arduamente numa mesa de jantar para Alex de Rijke. Richard Rogers com Ab Rogers solicitaram uma escada a Xenia Moseley e Lola Lely projetou uma

chaise longue para Allen Jones. Durante o processo de fabricação, as equipas gravaram todas as entradas de materiais e consumo de energia, permitindo-lhes avaliar o impacto ambiental de cada objeto, usando dados da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) da pesquisa da AHEC para 19 espécies de madeira de norte-americanas. A Avaliação do Ciclo de Vida é uma ferramenta cientíica que ajuda a indústria a estabelecer marcos ambientais que têm um signiicado real e avaliar a verdadeira sustentabilidade. O resultado irá apresentar o impacto do berço ao túmulo de criação de cada produto em seis categorias. O mais categoria de impacto tópico é potencial de aquecimento global (GWP), ou pegada de carbono. O material usado para este projeto foi doado por madeira e painéis de produtos distribuidor James Latham. l Nathalie de Leval para Paul Smith

Xenia Moseley para Richard Rogers com Ab Rogers

Sebastian Cox para Terence Conran

Felix de Pass para Alison Brooks Norie Matsumoto para Norman Foster

Lola Lely para Allen Jones

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P R O D U TO S

3M

3M lança “Stamark” a tela pedonal para um andar seguro

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Segundo os responsáveis da 3M o “Starmark” é, claramente, “o melhor caminho para um andar seguro!”

esenvolvida e lançada no mercado pela 3M, a “Starmar” Tela pedonal para Alerta e Detecção, tem como objectivo principal alertar peões, especialmente aqueles que sofrem de deiciência visual, na travessia de ruas ou na proximidade de paragens de autocarros, comboios e metro. As principais vantagens deste produto são a fácil detecção e design, excelente visibilidade, graças à destacada cor branca, que contrasta com os diferentes pisos. Por outro lado, é moldável a todos os tipos de pavimento, e conta com uma alta adaptabilidade a todas as condições climatéricas. Por não ser necessário nenhum equipamento especial de montagem, o “Starmark” da 3M é de fácil instalação, assim como de alta durabilidade em áreas urbanas, graças à composição com polímeros do componente Elastómero.

3M mantém aposta em novos produtos Líder de mercado na área de pesquisa e desenvolvimento a 3M criou desde sempre milhares de produtos inovadores, para dezenas de mercados nas mais diversas áreas. O “core business” da empresa é aplicado em mais de 40 plataformas tecnológicas diferentes, de forma a preencher na totalidade, as necessidades dos consumidores. Por não ser necessário nenhum equipamento especial de montagem, o “Starmark” da 3M é de fácil instalação, assim como de alta durabilidade em áreas urbanas, graças à composição com polímeros do componente Elastómero.

O “Starmark” é moldável a todos os tipos de pavimento, e conta com uma alta adaptabilidade a todas as condições climatéricas .

As mais valias deste produto da 3M são a fácil detecção e design, excelente visibilidade, graças à destacada cor branca, que contrasta com os diferentes pisos.

Vulcano

Novas caldeiras murais Aquastar e Aquastar Acu Plus da Vulcano

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Vulcano, marca portuguesa líder em soluções de água quente, produz uma nova gama de caldeiras murais a pensar no máximo conforto para o utilizador. Os novos modelos combinam design e funcionalidade e são, igualmente, de fácil instalação e manutenção. Através do sistema de microacumulação, as novas caldeiras murais a gás oferecem a máxima estabilidade da água quente com o mínimo tempo de espera. Este modelo responde, também, às novas exigências ambientais do mercado: baixas emissões de Óxidos de Azoto (NOx) e um funcionamento muito silencioso. Com uma potência disponível de 24 até 35 KW, as caldeiras Vulcano indicadas para situações onde é necessária maior potência e elevado conforto nas águas quentes sanitárias e no aquecimento central. Estas gamas incorporam modelos de aquecimento central e águas quentes santiárias e aquecimento

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central e águas quentes por acumulação. Caldeira com depósito incorporado O modelo Aquastar Acu Plus, com depósito incorporado, tem capacidade de 42 litros e tecnologia de estratiicação que oferece uma maior estabilidade na distribuição de água quente sanitária pelos vários pontos de utilização. O sistema de modulação automático de chama garante, ainda, maiores ganhos de consumo. As novas caldeiras estão também equipadas com o Sistema Heatronic 3 que lhes confere outras vantagens adicionais: compatibilidade com soluções solares, função anti-gelo, compatibilidade com a nova gama de controladores de comunicação bi-direccional, e indicação de anomalia à distância, entre outras. Desta forma, o utilizador pode usufruir de um sistema completo, capaz de aliar ao conforto do aquecimento central, as quentes águas sanitárias, tudo isto numa caldeira mural esteticamente agradável e com ganhos no espaço ocupado.


Grohe

Torneiras Eurolines agora também na sua cozinha

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lançamento de novas torneiras GROHE para a cozinha marca a expansão de uma história de sucesso contínua para outra área da casa muito importante. Começámos por ver as torneiras Eurolines optimizadas e redesenhadas conquistar as casas de banho por todo o mundo. Agora vemos as torneiras Eurodisc, Eurostyle e Eurosmart estrearem-se na cozinha. Com um design moderno, tecnologia inovadora e qualidade duradoura “made by GROHE”, evidentemente. O trabalho da cozinha é exigente com as torneiras. Dependendo das necessidades dos utilizadores, as Eurolines da GROHE oferecem soluções versáteis e estéticas para uma funcionalidade exemplar. Quer seja uma bica giratória ou extra alta, uma versão de parede ou com chuveiro, a alta performance da Eurodisc, a versátil e optimizada Eurostyle e a económica Eurosmart desempenham todas as tarefas,

P R O D U TO S

mantendo sempre um aspecto impecável. Graças à tecnologia única GROHE Silkmove, os manípulos ergonomicamente desenhados podem ser usados de modo fácil, apenas com dois dedos, o que é muito conveniente quando se tem as mãos ocupadas. A tecnologia GROHE StarLight assegura que o brilho do acabamento cromado constantemente exposto às agressões diárias icará intacto mesmo após muitos anos de utilização. Veriicámos através de inúmeros testes que uma torneira de cozinha numa casa familiar pode ser usada até 90 vezes por dia, o que a torna num dos elementos de maior utilização. Cerca de 75 por cento dos consumidores airma que a altura da bica da torneira tem um papel importante na cozinha. Ao ter percebido a importância deste aspecto, a GROHE aumentou as bicas das três Eurolines em 18 por cento e ampliou o seu alcance para o máximo de conveniência e eicácia.

Siemens

Detector de movimentos com ângulos de graus diferentes

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Siemens Automation and Drives (A&D) adicionou o novo detector de movimentos Delta Relex IP55 à sua série Delta de instalações eléctricas. Apresentado em duas versões com ângulos de 120 e 290 graus, este produto é muito versátil na sua aplicação e fácil de instalar graças aos bornes de inserção directa. Com um design elegante, está disponível nas cores branco titânio e antracite. O Delta Relex IP55 com um ângulo de 120 graus

pode ligar-se automaticamente ou através de duas teclas no aparelho, depois de efectuado um teste automático na ligação pela primeira vez à corrente. É adequado para montagem mural ou no tecto e instalação nas esquinas interiores e exteriores. O Delta Relex 290 IR para 290 graus inclui um comando à distância que, através de infravermelhos, permite programar uma série de funções diárias, entre as quais o nível luminoso, a comutação independente da luminosidade, o modo de impulsos, temporização de dez minutos com interruptor rápido, reset do detector para o modo standard com sete lux e temporização de dois minutos. l

O Delta Relex IP55 sobressai por apresentar um design elegante e encontra-se disponível nas cores branco titânio e antracite.

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ENGENHARIA

Telas publicitárias inanciam obras de conservação

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recurso a telas publicitárias tem sido um expediente que permite, a alguns condomínios, financiar as obras de conser vação nos seus imóveis. É de realçar que a generalidade das autarquias tem tido receptividade para tal, o que é de louvar. No entanto, este tipo de financiamento não é possível para a maioria dos imóveis dado que nem todos se localizam em zonas susceptíveis de serem utilizadas para fins publicitários. Normalmente, só imóveis localizados em avenidas largas e de grande circulação automóvel e pedonal são susceptíveis de atrair o interesse das agências de publicidade. Um dos casos em que esse interesse se vem manifestando de forma reiterada é o prédio situado em Lisboa, no lado Nascente da Av. da República, com o n.º 20, que faz esquina para a Av. João Crisóstomo. Esse imóvel, cuja construção terminou em 1963, apresentava recentemente algumas patologias, nomeadamente sinais de corrosão nas guardas metálicas das suas varandas (Fotos n.º 1 e n.º 2). Também alguns dos elementos de revestimento das fachadas, em mosaicos do tipo “Evinel”, se apresentavam degradados e fissurados (Foto n. 3). A solução que permitiu o financiamento das obras correspondentes consistiu na colocação duma tela publicitária durante o período em que decorreu a execução das obras de conser vação necessárias (Foto n.º 4). O resultado dessa inter venção no edifício está patente na Foto n.º 5. Mais recentemente surgiram novos problemas no imóvel: uma inspecção efectuada, pelas entidades oficiais, ao elevador montacargas, detectou neste uma série de anomalias que conduziram a que o mesmo fosse selado enquanto não se procedesse à correcção dessas desconformidades regulamentares. Acresce que se verificaram, no último andar do imóvel, infiltrações

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provenientes da cobertura, o que obrigava a uma inter venção no telhado do edifício. Uma vez mais a solução que permitiu financiar as obras em causa foi a utilização duma tela publicitária (Foto n.º 6). Houve o cuidado dos montantes de suporte do andaime, onde se apoia a tela, não pertubarem o acesso às lojas do edifício, tendo até uma agência bancária, que ocupa uma dessas lojas, aproveitado esses montantes para neles instalar a sua própria publicidade (Foto n.º 7). Um dos assuntos mais controversos desta inter venção resultou da recente promulgação do Decreto-Lei n.º 53/2014, de 08/04, o qual fez chegar o “Simplex” ao sector da reabilitação urbana. No preâmbulo do referido D. L. refere-se que: “De acordo com o regime específico de proteção do existente, é permitida a não obser vância de normas legais ou regulamentares super venientes à construção originária, desde que a operação de reabilitação urbana não origine ou agrave a desconformidade com essas normas ou permita mesmo a melhoria generalizada do estado do edifício. Em todo o caso, a não obser vância de tais regras de construção deve ser identificada e fundamentada pelo técnico

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ENGENHARIA autor do projeto de reabilitação, mediante termo de responsabilidade, reforçandose, em contrapartida, a responsabilidade do mesmo técnico, designadamente pelas suas declarações”. Também se indica que se pretende, com esta legislação, “dispensar as obras de reabilitação urbana da sujeição a determinadas normas técnicas aplicáveis à construção, quando as mesmas, por terem sido orientadas para a construção nova e não para a reabilitação de edifícios existentes, possam constituir um entrave à dinamização da reabilitação urbana”. Pensamos que todos estes considerandos são per feitamente lógicos, sobretudo quando estamos a pensar em edifícios construídos há mais de trinta anos, que constituem o parque habitacional alvo desta legislação. É muito importante que, tal como o preconiza o citado D. L., não haja na reabilitação a imposição da aplicação de normas em vigor para a construção nova, como sejam os casos da acústica, da eficiência energética, das telecomunicações, das acessibilidades, das redes de gás, etc. Pena é que o D. L. não se refira, em detalhe, a uma das infraestruturas mais onerosas dum edifício: os elevadores. Se, por um lado, dispensa a aplicação do artigo 50.º do Regulamento Geral das Edificações Urbanas (R. G. E. U.), ou seja não impõe a necessidade de haver um mínimo de dois ascensores em edifícios para “habitação colectiva, quando a altura do último piso destinado a habitação exceder 11,5m”, por outro lado “ignora” a situação de edifícios com mais de trinta anos e que têm um mínimo de dois elevadores (caso do edifício que estamos a tratar). Muitos destes elevadores foram implantados ao abrigo do disposto no Regulamento de Segurança dos Ascensores e Monta- Cargas Eléctricos, implementado pelo D. L. n.º 26591/36, de 14/05. Neste, no artigo 27.º, especificavase que a caixa do elevador ou do montacargas (definida no artigo 4.º como sendo o “espaço destinado à instalação das guias e à passagem da cabina”) deveria ser envolvida por uma grade ou rede com uma altura mínima de 1,70m onde não pudesse passar um braço. Mas, posteriormente, e de forma algo insólita, o Decreto Regulamentar n.º 13/80, de 16/05, impôs, no parágrafo 2 do artigo 111.º, que essa protecção deveria estender-se a todo o pé-direito. Assim, será que esta medida poderá ser dispensada

de acordo com o espírito subjacente ao D. L. n.º 53/2014? Pensamos que sim, mas este diploma é omisso em relação a este aspecto. Assim, apesar desta dúvida, dado que a protecção da caixa do elevador montacargas só tinha 1,70m de altura, foi decidido fechar, com uma rede metálica, toda a caixa do elevador (Foto n.º 8). l Eng. José Matos e Silva

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O P I N I ÃO

José António Silva Martins

Reabilitação Urbana em Portugal É imperiosa e urgente a tomada de medidas concretas para que os centros urbanos se tornem cada vez mais sustentáveis, recuperando vida própria e assumindo em toda a plenitude a sua dimensão social, ambiental, económica e física.

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prolongado período de crise que tem caracterizado a nossa economia teve um impacto fortemente negativo no sector da construção, conforme é genericamente reconhecido pelos diversos parceiros a ele ligados. Porém, não é menos verdade que as oportunidades existem e devem ser aproveitadas. As empresas mais competitivas canalizaram os seus esforços na procura de novas soluções, o que implicou uma capacidade de inovação tecnológica que cresceu vertiginosamente, trazendo para o mercado um conjunto surpreendente de produtos capazes de triunfar em qualquer país. Simultaneamente, a arquitetura, a engenharia e as áreas de projeto e construção assumiram uma nova orientação para as suas obras, exigindo um cada vez maior índice de qualidade aos produtos, o que lhes permitiu triunfar nos mais diversos pontos do Globo. É nesta linha de orientação que se insere a qualidade da Reabilitação Urbana que vem sendo levada a cabo em Portugal, com diversos exemplos de excelência que têm merecido a atribuição de variadíssimos prémios internacionais, servindo como montra para o que de bom se faz em Portugal. A requaliicação urbana passará, obrigatoriamente, pela reabilitação dos edifícios degradados, em contraponto com uma política que concentrou o investimento na construção de novos edifícios, implicando numa degradação progressiva do ediicado já existente e, consequentemente, no alargamento da malha urbana e no abandono dos centros urbanos. Por isso mesmo, é imperiosa e urgente a tomada de medidas concretas para que os centros urbanos se tornem cada vez mais sustentáveis, recuperando vida própria e assumindo em toda a plenitude a sua dimensão social, ambiental, económica e física. É, sem dúvida, absolutamente necessária, a deinição de uma política da habitação, conjugada com um conjunto de medidas que se constituam numa estratégia integrada e orientada para a superação dos desaios que neste momento se colocam, nomeadamente no que diz respeito aos princípios de

18 OUTUBRO 2014 P & C

José António Silva Martins

eiciência energética e sustentabilidade previstos na Agenda Europeia 2020. Num momento em que se conjugam sinais de procura pelos nossos ativos imobiliários, com um novo ciclo de fundos europeus, cabe aos poderes públicos, através do governo e das autarquias, às entidades económicas e inanceiras e à comunidade cientíica, encontrar as melhores soluções, contribuindo para a otimização das nossas cidades, projetando-as para exemplos de excelência a nível das cidades inteligentes, da mobilidade, da eiciência energética e da reabilitação urbana. O futuro nos julgará l




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